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A arquitetura e o urbanismo na baixa idade média séculos XI-XV românico

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Prévia do material em texto

Revisão técnica:
Carmen Machemer de Vasconcelos Moniz
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo
Aperfeiçoamento em Curso de Complementacão 
Pedagógica para Professores
Especialista em PROEJA e em Tecnologias 
na Aprendizagem 
Mestre em Educação 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
T314 Teoria e história da arquitetura e urbanismo I / Vanessa Scopel...
[et al.]; [revisão técnica : Carmen M. V. Moniz]. – Porto 
Alegre : SAGAH, 2018.
210 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-424-3
1. Arquitetura. I. Scopel, Vanessa. 
CDU 72
THAU_I_Book.indb 2 29/05/2018 14:00:00
Arquitetura e urbanismo 
na Baixa Idade Média 
(séculos X a XV: Românico)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir o estilo Românico.
  Identificar as principais características do estilo Românico.
  Reconhecer obras significativas do estilo Românico.
Introdução
O estilo de arquitetura que predominou na Europa a partir do século 
XI e até o século XV, antecedendo o gótico, foi o estilo Românico, que 
é considerado o primeiro estilo europeu, não se restringindo a uma ou 
outra pequena área de influência, mas rompendo fronteiras de diversas 
nações. O românico foi buscar no passado da Roma Clássica técnicas 
construtivas, adequadas ao contexto da época, que foram aperfeiçoadas 
e resultaram em grandes avanços espaciais e estéticos.
Neste capítulo, você verá como identificar e diferenciar prédios cons-
truídos no estilo Românico, quais elementos construtivos, estruturais e 
geométricos melhor caracterizam o Românico.
Estilo Românico
A arquitetura românica surgiu na europa, no século XI, como um produto 
genuinamente religioso. É chamada de românica porque tinha alguma se-
melhança com o romano, ou seja, a arquitetura praticada na Roma Antiga. 
Considera-se que esse estilo representa a primeira vez em que houve um 
estilo comum de arquitetura em várias áreas da Europa, segundo Bruno Zevi 
(1977), um dos críticos de arquitetura de maior renome mundial. Até então, 
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havia diversas correntes, com localizações geográfi cas específi cas, como a 
arquitetura bizantina, por exemplo. 
O estilo Românico teve sua maior repercussão entre os anos 1000 e 1250. 
Desde a queda do Império Romano, a Europa vivia em um cenário de falta de 
estabilidade, com recorrentes invasões e pilhagens, o que não dava perenidade 
às construções. A busca de prédios mais robustos, menos suscetíveis à incêndios 
e vandalismos, foi um fato impulsionador das técnicas que caracterizaram o 
românico. 
O emprego de pedras, no lugar de alvenarias de tijolos e estruturas de 
madeira, foi a maneira encontrada para dar perenidade, principalmente aos 
templos, apesar de todas as dificuldades que a utilização da pedra oferece, 
especialmente pata fazer coberturas. As janelas eram escassas e de pequenas 
dimensões. De certa maneira, os templos românicos poderiam ser conside-
rados fortalezas, com a finalidade de resistir e proteger as relíquias religio-
sas abrigadas em seus interiores. Para alcançar a qualidade desejada, foram 
buscados elementos na Roma dos séculos I e II, como as paredes grossas e 
os tetos abobadados. 
A denominação Românico, semelhante ao Romano, somente foi atribuída 
no século XIX, mas, apesar de basear em estilos anteriores, novamente de 
acordo com Bruno Zevi (1977), em sua obra “Saber ver a Arquitetura”, este 
estilo criou “algo de integralmente novo”.
Durante a época na qual o Românico predominou, a Europa estava em 
transição para ser um continente mais seguro, o que permitiu à Igreja Católica 
incentivar o costume das peregrinações. As peregrinações objetivavam que 
o fiel se deslocasse para um local distante de sua moradia, a fim de orar em 
templos pré-determinados, geralmente em locais com relíquias religiosas, 
como imagens de santos. Essa nova situação, de intensas peregrinações, foi 
indutora da proliferação do estilo entre países diversos. O estilo, com mui-
tas características em comum, teve influência notável na Itália, Alemanha, 
França, Inglaterra e Espanha. Além das igrejas, monastérios e abadias foram 
construídos nesse estilo.
As igrejas românicas eram destinadas a peregrinações. Uma vez que re-
cebiam muitos visitantes, e eles queriam venerar as imagens, a celebração de 
missas era prejudicada, pois, naquela época, as missas eram celebradas várias 
vezes ao dia. Para contornar esses interesses conflitantes, as igrejas tinham 
naves laterais, nas quais eram dispostas as imagens dos santos e eram erigidas 
capelas secundárias. Assim, era possível celebrar a missa na nave central do 
templo, enquanto os peregrinos circulavam pelas naves laterais.
Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)2
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Esse estilo foi empregado em obras das cidades maiores, e recebeu também a 
denominação de “cosmopolita”. Porém, nas pequenas localidades, prosseguiam 
sendo empregados conceitos mais antigos, em obras bem menores, mais dentro 
do contexto de sua vizinhança, mais simples e com menos ornamentos, que 
pouco evoluíram ao longo do tempo e, por analogia, foram denominadas de 
“Românico Rural”.
O aperfeiçoamento das técnicas construtivas, ocorrido durante o período 
em que o Românico prosperou, possibilitou o surgimento posterior da arquite-
tura denominada gótica. Na realidade, o estilo Românico exerceu importante 
influência na evolução da arquitetura ocidental, sintetizando várias conquistas 
tecnológicas e estéticas. 
Prédios remanescentes do estilo Românico podem mesclar características de estilos 
antecessores e posteriores. Não há uma data de ruptura para início do estilo ou final 
dele. Também podem haver prédios de outros estilos que foram construídos na mesma 
época na qual predominou o Românico. Alguns prédios que foram originalmente 
construídos em estilo Românico, mas, posteriormente, sofreram algumas modificações 
que introduziram outros estilos neles — especialmente em fachadas e torres.
Caracterização do Românico
As construções classifi cadas como de estilo Românico são robustas e austeras, 
têm paredes grossas e janelas pequenas. Para a sua concepção, foram buscadas 
na Roma antiga a solidez (por isso são feitas de pedra), as paredes maciças, 
as coberturas de arcos e as abóbadas. As coberturas, ao contrário do que até 
então era usual, a madeira, passaram a ser de pedra, para evitar os incêndios.
A substituição da cobertura de madeira por pedra trouxe um grande 
problema de ordem estrutural. As coberturas de madeira, geralmente eram 
estruturadas em tesouras apoiadas nas paredes. A tesoura é um elemento 
bidimensional, que descarrega suas cargas no sentido vertical nas suas ex-
tremidades de apoio. Ao abrir mão das tesouras de madeira por coberturas 
de pedra, a direção das cargas se modifica. Não existem tesouras de pedra. 
Assim, as coberturas em pedra passaram a ser constituídas de abóbadas, 
3Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)
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especialmente abóbadas de berço (Figura 1). Se um arco é um elemento de 
duas dimensões, a abóbada é um plano com formato de semicilindro, ou uma 
sucessão de arcos lado a lado. Porém, a abóbada não descarrega suas cargas 
nos pontos de apoio somente na direção vertical, ela também tem cargas 
oblíquas, no sentido do centro da abóbada para o exterior. 
Figura 1. Abóbada de berço. Estrutura que deve 
ser apoiada em duas linhas laterais (as paredes).
Fonte: Adaptada de Fazio, Moffett e Wodehouse (2011).
A vontade de vencer este percalço é uma das conquistas do Românico, 
conforme ressalta o arquiteto e professor espanhol José Ramón Alonso Pereira 
(2010) em sua obra “Introdução à História da Arquitetura: das Origens ao 
Século XXI”. 
Como o elemento construtivo que recebe as cargasda abóbada, além de ter 
capacidade de transmitir essas cargas no sentido vertical ao solo, deve conter 
os esforços para fora de seu plano vertical, a solução encontrada pelos cons-
trutores da arquitetura românica foi a mesma que os romanos já utilizavam 
séculos antes: paredes grossas, com bastante largura para absorverem essas 
cargas. Caso contrário, as paredes, ou pilares, seriam empurrados para fora 
do prédio, entrando em colapso. Eram empregados, ainda, os contrafortes, 
que eram paredes transversais, a fim de absorver essas cargas.
O Românico não é apenas um apanhado de itens avulsos que foram 
agrupados lado a lado, mas sim uma solução, em que seus elementos são 
somados para formar um todo maior. Outra característica de destaque 
introduzida pelo Românico foram os pilares que separaram das paredes. 
Anteriormente, as coberturas eram apoiadas exclusivamente nas paredes, 
mas, a partir do Românico, as arestas das abóbadas passam a ser apoiadas 
Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)4
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em pilares. Essa novidade criou uma situação nova dentro dos prédios, que 
começam a perder a característica de poderem ser representados em poucos 
planos. Os interiores dos prédios deixam de ser superfícies e passam a ser 
esqueletos, ou estruturas. O que é um conjunto estrutural diferenciado e 
inovador para a época.
Em consequência, os interiores dos prédios são muito mais do que planos 
bidimensionais, e passam a ser constituídos da soma de arcadas tridimensionais, 
que formam unidades em si mesmas, e englobam os espaços internos. Para 
melhor entendimento, uma arcada tridimensional é o conjunto formado entre 
duas sequências de pilares que suportam em suas extremidades superiores dois 
arcos com arestas e, entre eles, uma abóbada, no plano horizontal superior 
(cobertura), além de paredes nos planos verticais. Antes disso, tínhamos toda 
a nave da igreja formando um só comprimento, um só espaço. Agora, há a 
sensação de uma soma de espaços lado a lado.
Retornando ao exame dos arcos e das abóbadas, você poderá perceber que, 
anteriormente ao uso do arco, como na arquitetura grega, as vigas planas de 
pedra (denominadas de lintéis) podiam vencer vãos muito limitados. O arco 
permitiu a ampliação do comprimento dos vãos, e as abóbadas o comprimento 
das coberturas, tornando possível cobrir áreas para reunião de público maiores 
(igrejas). 
As paredes das igrejas podiam, próximo ao solo, terem suas cargas trans-
feridas com o uso de arcos, permitindo vãos em suas bases. Assim, a interli-
gação entre a nave principal e as naves laterais era possibilitada, bem como 
a passagem dos fiéis entre as naves.
Nas igrejas nas quais, além da nave principal, também havia uma nave 
transversal, e ocorria o cruzamento de ambas. Em outros estilos, esse encontro 
era resolvido com cúpulas, mas no Românico foram utilizadas abóbadas 
se encontrando no cruzamento das naves. Esse encontro de duas abóbadas 
em sentidos contrários é denominado de abóbada de arestas. Na Figura 2, 
você pode perceber que quando dois planos de abóbadas se encontram, 
temos um espaço no qual não há paredes recebendo cargas. A solução da 
abóbada de aresta, necessária no encontro das naves central e transversal, 
posteriormente, foi replicada ao longo de todas as naves. As cargas das 
coberturas, então, passaram a ser descarregadas somente em pilares, e as 
paredes iriam perder suas funções estruturais de transmitir verticalmente 
o peso da cobertura ao solo.
5Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)
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Figura 2. Abóbada de aresta. Cruzamento per-
pendicular de duas abóbadas de berço, apoiada 
em quatro pontos (os pilares).
Fonte: Adaptada de Fazio, Moffett e Wodehouse (2011).
Obras significativas do Românico
Na pequena cidade de Fromista, na Espanha, é possível encontrar uma igreja 
que ilustra, de maneira notável, algumas das principais características do 
estilo Românico. Essa igreja é citada como um exemplar típico do estilo 
Românico, que infl uenciou o resto do país, segundo José Ramón Alonso 
Pereira (2010). A igreja de San Martin, conforme você pode ver na Figura 
3, teve sua construção iniciada em 1066 e possui o teto em abóbada de 
berço, que é seccionada por arcos. Esses arcos salientes das abóbadas estão 
apoiados sobre pilares, ao passo que as abóbadas estão apoiadas sobre as 
paredes. Os pilares que apoiam os arcos estão destacados das paredes, que, 
por sua vez, não descem até o nível do piso, sendo interceptadas por arcos 
que transmitem as cargas superiores das paredes para os pilares. Os vãos 
criados por esses arcos permitem que os fi éis circulem entre as diversas 
naves da igreja. Observe que os pilares destacados das paredes, junto com 
os arcos superiores, seccionam o espaço interno. Caso os arcos superiores 
estivessem apoiados diretamente nas paredes, assim como a abóbada, 
as paredes formariam um só plano, e todo o interior da igreja poderia 
ser abstraído como um só espaço, mas, da maneira como foi construído, 
o interior da igreja pode ser percebido como um somatório de espaços 
contíguos. Portanto, essa igreja representa importantes identidades do 
estilo Românico.
Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)6
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Figura 3. Igreja de San Martin, em Fromista, Espanha. Observe o teto em abóbada de berço, 
seccionada por arcos salientes apoiados sobre pilares destacados das paredes; e as paredes 
com vãos intermediários, que redistribuem as cargas para outros pilares, liberando assim 
passagens para os fiéis circularem entre as três naves. 
Fonte: David Herraez Calzada/Shutterstock.com.
Uma das maiores atrações turísticas da Itália, a Torre de Pisa, está ao lado 
de uma grande igreja românica. Além da torre, que seria o campanário, também 
completa o conjunto um prédio circular, que é o batistério. A construção, que 
você pode observar na Figura 4, iniciou em 1063, e só foi completada no século 
XII. O batistério foi construído entre 1153 e 1399, e a torre remonta a 1173.
Figura 4. Catedral de Pisa. Observe como as janelas são pequenas, comprimidas entre os 
pilares das paredes. O telhado mais alto cobre a nave principal, ao passo que os telhados 
mais baixos cobrem as naves laterais. À esquerda o batistério e à direita a Torre de Pisa, 
que seria um campanário. 
Fonte: Ivan Smuk/Shutterstock.com.
7Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)
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Outro exemplar notável da arquitetura românica, também na Itália, é a Igreja 
de Santo Ambrósio, na cidade de Milão, cuja construção data do século XI. 
Você pode observar na Figura 5 que ela tem somente a nave longitudinal, sem 
outra transversal para proporcionar um cruzamento das arestas de berço. Em 
vez de empregar as arestas de berço, seus construtores utilizaram abóbadas 
de arestas ao longo de toda a nave principal. O usuário desse espaço tem uma 
experiência bastante complexa de percepção do espaço, que não tem uma só 
direção de atenção de seu olhar. Essa experiência é também enriquecida pelos 
pilares, agrupados em grupos coletivos, em que a soma dos pilares das paredes 
com os pilares das abóbadas forma um pilar único, maior. Já externamente, 
essa igreja não tem nenhum destaque extraordinário, seguindo um volume 
comum das igrejas do Românico, caracterizado pela nave principal mais alta, 
cercada lateralmente por duas meia águas que cobrem as naves laterais em 
altura inferior. 
Figura 5. Igreja de Santo Ambrósio, em Milão, Itália. 
Fonte: Renata Sedmakova/Shutterstock.com; Mykolastock/Shutterstock.com.
Provavelmente uma das igrejas mais famosas entre os crentes do catoli-
cismo, não por ser representantedo estilo românico, mas por ser um dos maiores 
locais de peregrinação da Europa, a Catedral de Santiago de Compostela foi 
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construída entre os anos de 1075 e 1112, já em decorrência de ser um centro de 
peregrinação. As potencialidades que a arquitetura românica possibilitava iam 
ao encontro das necessidades peculiares dos locais de peregrinação, conforme 
explanado anteriormente. Como ponto final de peregrinação, a catedral fixava 
a imagem que os peregrinos levavam de volta a suas cidades de origem. Dessa 
maneira, ela foi muito influente na difusão do estilo Românico, pois há várias 
outras igrejas que seguem suas características, em diversas cidades localizadas 
ao longo dos roteiros dessa peregrinação.
O exame contemporâneo da Catedral de Santiago de Compostela, apresen-
tada na Figura 6, deve ser atento, para não haver confusão com modificações 
que foram sendo somadas ao longo dos anos, misturando outros estilos, como o 
Gótico ou o Barroco. Principalmente em seu interior, é possível identificar com 
grande clareza as mais importantes contribuições do Românico, presentes nos 
pilares destacados das paredes e apoiando arcos que dividem as abóbadas de 
berço da cobertura. Pode se observar também que as paredes têm vãos abertos 
por arcos inferiores, igualmente descarregados em outros pilares, o que atribui 
ritmo ao espaço interno, não sendo somente um volume unitário e contínuo.
A planta da catedral, ainda, tem a nave principal interceptada por outra 
nave transversal, formando um cruzeiro (transepto), contornando a cruz latina, 
que é o conjunto da nave principal e transversal, há as naves laterais, que, por 
sua vez, dão acesso a diversas capelas.
Figura 6. Catedral de Santiago de Compostela, Espanha.
Fonte: FCG/Shutterstock.com
9Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)
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Outras igrejas consideradas importantes na afirmação do estilo Românico, segundo o 
crítico Bruno Zevi, são: San Miniato al Monte, 1062-1090, em Florença, Itália; San Zeno, 
1138-1398, em Verona, também na Itália; Saint Sernin, 1080-1120, em Toulouse, França. 
1. Românico foi:
a) uma escola eclesiástica que 
ditava as diretrizes que os 
prédios deveriam ter.
b) um estilo de artes plásticas, 
especialmente escultura e 
pintura mural em igrejas.
c) uma ordem religiosa 
da Igreja Católica.
d) um estilo de arquitetura.
e) uma filosofia de vida 
adotada em um período da 
Idade Média, baseada em 
conceitos da Roma antiga.
2. Em que local o românico 
foi mais influente?
a) Em Roma e em toda a Itália.
b) Nos países europeus 
de línguas latinas.
c) Na Itália, França, Espanha, 
Portugal, Alemanha e Inglaterra.
d) Nos países mediterrâneos.
e) Toda área de influência dos 
países europeus, incluindo as 
Américas e norte da África.
3. Qual o material de 
construção predominante 
na arquitetura românica?
a) Pedra.
b) Tijolo.
c) Concreto.
d) Madeira.
e) Adobe.
4. 4. Quais elementos de construção 
dão a identidade dos prédios 
na Arquitetura Românica?
a) Pisos de mármore fazendo 
desenhos em xadrez.
b) O arco apontado (ogival) 
e a abóbada ogival.
c) Arcos, abóbadas de berço e 
pilares destacados das paredes.
d) Pilares com capitéis, lintéis 
e oitões triangulares.
e) Torres (campanários) 
separadas do prédio.
5. Algumas igrejas românicas 
foram muito utilizadas como 
centros de peregrinação. Essa 
situação levou à difusão de que 
elemento de sua arquitetura?
a) Cúpulas sobre o transepto.
b) Torres (campanários) que 
facilitavam a localização do 
templo para os peregrinos.
c) Escadarias no acesso principal 
para valorizar a chegada ao 
templo, no final da peregrinação.
d) Afrescos nas paredes internas 
e esculturas no exterior, 
relatando passagens bíblicas.
e) Naves laterais.
Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)10
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FAZIO, M.; MOFFETT, M.; WODEHOUSE, L. A história da arquitetura mundial. 3. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2011. 
PEREIRA, J. R. A. Introdução à história da arquitetura: das origens ao século XXI. Porto 
Alegre: Bookman, 2010. 
SANTOS, J. M. M. Estudo Construtivo e Estrutural de Abóbadas Alentejanas. 2014. 124 f. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Militar) – Instituto Superior Técnico, Univer-
sidade de Lisboa, Lisboa 2014.
ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. Lisboa: Arcadia, 1977.
Leituras recomendadas
BENEVOLO, L. História da Cidade. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
COPPLESTONE, T. (Ed.). World Architecture. London: Littlehampton, 1981.
GOMBRICH, E. H. História da Arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
KOSTOF, S. A history of architecture: settings and rituals. 2. ed. New York: Oxford Uni-
versity Press, 1994.
ROCHA, B. M. A arquitetura românica. 2018. Disponível em: <http://www.territorios.
org/teoria/H_C_romanica.html>. Acesso em: 24 maio 2018.
11Arquitetura e urbanismo na Baixa Idade Média (séculos X a XV: Românico)
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http://www.territorios/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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