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Aula 02 - Crimes contra a Honra a Demais Crimes P

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OAB – 1ª fase
Professor Alexandre Salim
Direito Penal
Parte Especial - II
Sumário de aula
CRIMES CONTRA A HONRA
Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Ca lún ia ( Ar t . 138 do CP )
• Fato determinado
• Contra pessoa(s) determinada(s)
• Definido como crime
• Falso
Elementos do t ipo
Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido
por sentença irrecorrível.
Exceção da ve rdade na ca lún ia
(A r t . 138 , § 3º , CP)
Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a
propala ou divulga.
Propa la r e d ivu lgar a ca lún ia
( A r t . 138 , § 1º , CP )
É punível a calúnia contra os mortos.
Ca lún ia con t ra os mor tos
( A r t . 138 , § 2º , CP )
Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Di famação (Ar t . 139 do CP)
• Fato determinado
• Contra pessoa(s) determinada(s)
• Ofensivo à reputação
• Verdadeiro ou falso
Di famação
No delito de difamação só cabe na hipótese do art. 139, parágrafo
único, do CP.
“A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.”
Exceção da ve rdade
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
I n jú r ia (A r t . 140 do CP) 
• Ofende a honra subjetiva da vítima.
• Imputação de qualidade negativa.
I n jú r ia
Não cabe no delito de injúria.
Exceção da ve rdade
O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a
injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Perdão jud ic ia l (A r t . 140 , § 1º , CP) 
Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
I n jú r ia rea l (A r t . 140 , § 2º , CP)
Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
Crime imprescritível (STF)!
I n jú r ia rac ia l ou p reconce i tuosa 
(A r t . 140 , § 3º , CP)
Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa,
salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no
caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação
do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º
do art. 140 deste Código.
Ação pena l nos c r imes cont ra a honra
(A r t . 145 do CP)
Regra:
▪ Ação penal privada
Ação pena l nos c r imes cont ra a honra
EXCEÇÕES
▪ Injúria real com violência: ação penal pública incondicionada.
▪ Vítima Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro: ação penal
pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
▪ Injúria racial ou preconceituosa: ação penal pública condicionada à
representação da vítima.
▪ Vítima funcionário público e ofensa em razão das suas funções: ação penal
pública condicionada à representação da vítima (CP) ou privada (STF).
Ação pena l nos c r imes cont ra a honra
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério
Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por
crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas
funções.
Súmula 714 do STF
Sumário de aula
FURTO
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fur to s imp les (Ar t . 155 , caput , do CP)
A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante
o repouso noturno.
Fur to ma jorado (Ar t . 155 , § 1º , CP)
Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la
de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Fur to p r iv i l eg iado (Ar t . 155 , § 2 º , C P)
É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155
do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes
a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora
for de ordem objetiva.
Fur to qua l i f i cado - pr iv i l eg iad o
Súmula 511 do STJ
A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é
cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da
coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Fur to qua l i f i cado 
Ar t . 155 , § 4º , CP
A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum.
Crime hediondo!
Fur to qua l i f i cado 
Ar t . 155 , § 4º - A , CP
A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto
mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou
informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem
a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
Fur to qua l i f i cado 
Ar t . 155 , § 4º - B , CP
A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior.
Fur to qua l i f i cado 
Ar t . 155 , § 5º , CP
A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes no local da subtração.
Fur to qua l i f i cado 
Ar t . 155 , § 6º , CP
A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem
ou emprego.
Fur to qua l i f i cado 
Ar t . 155 , § 7º , CP
Sumário de aula
ROUBO
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo própr io (Ar t . 157 , caput , C P)
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e
pacífica ou desvigiada.
Súmula 582 do STJ
Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para
terceiro.
Roubo imprópr io (Ar t . 157 , § 1º , C P)
O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo
circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente
para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.
Súmula 443 do STJ 
A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância;
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior;
(...)
Roubo ma jorado ou c i rcuns tanc iado 
(A r t . 157 , § 2º , CP)
A pena aumenta-se de um terço até metade:
(...)V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade;
VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego;
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca.
Roubo ma jorado ou c i rcuns tanc iado 
(A r t . 157 , § 2º , CP)
A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II - se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum.
Roubo ma jorado ou c i rcuns tanc iado 
(A r t . 157 , § 2º - A , CP)
Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo.
Roubo ma jorado ou c i rcuns tanc iado 
(A r t . 157 , § 2º - B , CP)
No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo
autoriza o aumento da pena.
Súmula 174 do STJ 
( cance lada )
Se da violência resulta:
I - lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)
anos, e multa;
II - morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e
multa.
Roubo qua l i f i cado (Ar t . 157 , § 3 º , C P)
A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do Juiz
singular e não do Tribunal do Júri.
Súmula 603 do STF
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
não realize o agente a subtração de bens da vítima.
Súmula 610 do STF
Sumário de aula
EXTORSÃO
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma
coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Extorsão (Ar t . 158 do CP)
O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da
vantagem indevida.
Súmula 96 do STJ
Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
Extorsão med ian te seques t ro 
(A r t . 159 do CP)
Sumário de aula
ESTELIONATO
IMUNIDADES
Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a
dez contos de réis.
Este l iona to (Ar t . 171 do CP)
Forma privilegiada
Art. 171, § 1º, CP
Figuras equiparadas
Art. 171, § 2º, CP
Este l iona to (Ar t . 171 do CP)
Forma qualificada
- Art. 171, § 2º-A, CP
- Atenção para o art. 70, § 4º, do CPP
- Estão prejudicadas as Súmulas 521 do STF e 244 do STJ
Formas majoradas
- Art. 171, § 2º-B a § 4º, CP
Este l iona to (Ar t . 171 do CP)
Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
Ação pena l (Ar t . 171 , § 5º , CP)
É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou
ilegítimo, seja civil ou natural.
Imun idade pena l abso lu ta ou escusa abso lu tó r ia
(Ar t . 181 do CP)
Somente se procede mediante representação, se o crime previsto
neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Imun idade pena l re la t i va
( A r t . 182 do C P)
Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja
emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos.
Exc lusão das imun idades
( A r t . 183 do C P)
Bons estudos!
@profalexandresalim

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