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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Aspectos Legais das Relações de Consumo Aluno: Paula Alves Rodrigues Turma: ONL022Z8 Análise do caso da empresa Avalanche O presente parecer tem o objetivo de analisar as políticas e práticas adotadas pela empresa Avalanche à Luz do Código de Defesa do Consumidor. Item 3 – Da Responsabilidade pelo Fato do Produto Inicialmente, temos que a conduta adotada pela empresa no item 3 afronta diretamente os preceitos do Código de Defesa do Consumidor. Vejamos: “Outra consumidora, ao manusear um dos produtos da Avalanche, levou um choque, sofrendo queimaduras e danos materiais – o problema elétrico chegou a danificar alguns aparelhos da sua residência. A consumidora levou a queixa ao atendimento ao cliente da empresa, e o empresário reconheceu que o produto era defeituoso. Contudo, ele declarou que, diante do tempo transcorrido entre a compra e o acidente, 138 dias, não havia mais responsabilidade por parte da empresa.” A seção II do CDC, em seus artigos 12 a 14, trata da responsabilidade do fornecedor pela reparação de danos causados pelo produto, independemente da existência de culpa, de modo que o caso em tela atrai responsabilização direta da empresa Avalanche pelos danos sofridos pela consumidora. Ainda, em relação ao prazo, temos a previsão do Artigo 27 do CDC, que assim dispõe: “Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço”, logo, é equivocada a negativa de indenização pela empresa Avalanche em virtude do lapso temporal. Item 4 – Da Venda Casada Melhor sorte não assiste à empresa Avalanche no que tange à adequação da promoção de a mini caixa de som para mobiles, já que a imposição de aquisição conjunta de produtos afronta diretamente o quanto disposto no artigo 39 do CDC, em seu inciso I. Vejamos: Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; 2 A chamada venda casada é tida como prática abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor, sendo vedado ao fornecedor condicionar o fornecimento de um produto à compra de outro, como proposto no Item 4: “A empresa lançou uma promoção para um dos seus produtos: a mini caixa de som para mobiles. A promoção consistia na seguinte oferta: o cliente que efetuasse a compra pelo site da Avalanche poderia adquirir o produto por apenas R$ 50,00, DESDE QUE COMPRASSE TAMBÉM UM APARELHO DE SOM DA MESMA MARCA.” Não obstante, é necessário ressaltar que referida prática configura crime contra as relações de consumo, segundo previsto no artigo 5°, II do Código de Defesa do Consumidor, de modo que é indicado à empresa Avalanche a descontinuação de referida promoção. Item 5 – Da Nulidade Contratual e da Cláusula Abusiva O sócio-proprietário da Empresa Avalanche, Sr. Polux, realizou recentemente alteração contratual para inslusão de cláusula com o objetivo de afastar indenizaçoes em caso de eventual inadequação do produto. Vejamos: “Polux inseriu recentemente uma cláusula no contrato de venda de um dos seus produtos, no sentido de afastar qualquer necessidade de indenização da empresa em razão de eventual inadequação desse produto. A ideia do empresário é ressaltar que, diante do preço notoriamente mais baixo do produto em comparação com os da concorrência, a empresa não pode ser responsabilizada por quaisquer problemas havidos de seu uso, projeto, produção e montagem.” Pela redação da cláusula, vemos que a intenção de Polux é eximir a empresa de responsabilidade por eventuais defeitos ou inadequações do produto, o que é vedado pelo artigo 51, inciso I do CDC: SEÇÃO II – Das Cláusulas Abusivas Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis Dessa maneira, referida cláusula é nula de pleno direito, como expresso no cáput do artigo 51, tendo em vista que tem o objetivo de atenuar a responsabilidade do fornecedor, no entanto o §2° do artigo 51 garante que “A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes”, de forma que apenas a cláusula abusiva deve ser desconsiderada e as demais disposições contratuais permanecerão válidas. Experiência Pessoal Na minha trajetória profissional, por diversas vezes precisei orientar a exclusão de cláusulas abusivas em contratos de consumo. Trabalhei em uma empresa de comércio de colchões, com sistema de venda porta a porta e entrega futura cujo contrato de Compra e Venda previa a impossibilidade de cancelamento ou desistência de compra, com o objetivo de afastar o direito de arrependimento previsto no artigo 49 do CDC. Em virtude da constante negativa de cumprimento do quanto previsto no artigo 49 do CDC, a empresa teve um aumento nos processos judiciais com pedido de cancelamento dos contratos, o que trouxe onerosidade excessiva à carteira contenciosa. Importante ressaltar que a previsão contratual é considerada abusiva, nos termos do artigo 51, pois tem o objetivo de afastar o consumidor de proteção prevista no Código de Defesa do Consumidor. Em discussão com a Diretoria da empresa, retiramos a previsão contratual abusiva e passamos a respeitar os pedidos de cancelamento realizados no prazo de 07 dias contados do recebimento do produto, em virtude da venda porta a porta, e reduzimos sobremaneira o recebimento de novos processos judiciais com essa matéria. Referências bibliográficas CDC e Normas Correlatas. Acesso em 04/12/2022 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/533814/cdc_e_normas_correlatas_2ed.pdf https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/533814/cdc_e_normas_correlatas_2ed.pdf
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