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política obstétrica e neonatal ____________ MISCO IV PRINCÍPIOS GERAIS E DIRETRIZES Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal foi instituída pela Portaria Nº 1.067, de 4 de Julho de 2005 Foi criada pelo Ministério da Saúde, devido: Resultados da análise da situação da atenção obstétrica e neonatal no Brasil Proposta para melhoria da qualidade da atenção obstétrica e neonatal no País Necessidade de ampliar os esforços para alcance das metas estabelecidas pelo Pacto Nacional pela redução da Mortalidade Materna e Neonatal OBJETIVO A Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal tem como objetivo: “Desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde de gestantes e recém-nascidos, promovendo a ampliação do acesso a essas ações, o incremento da qualidade da assistência obstétrica e neonatal, bem como sua organização e regulação no âmbito do Sistema Único de Saúde” PRINCÍPIOS GERAIS E DIRETRIZES Atenção obstétrica e neonatal humanizada e de qualidade como um direito da mulher e do recém-nascido Necessidade de adotar medidas destinadas a assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência neonatal Necessidade de estimular o aprimoramento do sistema de atenção à saúde da mulher e do recém-nascido, integrando e regulando o atendimento à gestação, ao parto e ao nascimento, nos níveis ambulatorial básico e especializado, o atendimento pré e interhospitalar, o atendimento hospitalar e ainda o controle de leitos obstétricos e neonatais, como forma de garantir a integralidade da atenção PRINCÍPIOS E DIRETRIZES I - toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério; II - toda gestante tem direito ao acompanhamento pré- natal adequado; III - toda gestante tem direito de conhecer e ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento do parto; IV - toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que essa seja realizada de forma humanizada e segura; PRINCÍPIOS E DIRETRIZES V - todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura; VI - toda mulher e recém-nascido em situação de intercorrência obstétrica e neonatal tem direito a atendimento adequado e seguro; VII - as autoridades sanitárias dos âmbitos federal, estadual e municipal são responsáveis pela garantia dos direitos enunciados nos incisos acima; VIII toda gestante tem o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto e pós-parto imediato de acordo com a Lei nº 11.108/05. Dos princípios gerais: Tem como característica essencial a qualidade e a humanização Mulher e recém-nascido como sujeitos de direitos devendo ser acolhidos com dignidade pelos serviços e profissionais de saúde O principal objetivo da Atenção Obstétrica e Neonatal é acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, ao fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e o bem-estar da mulher e do recém- nascido A atenção com qualidade e humanizada depende de: Recursos necessários Organização de rotinas com procedimentos comprovadamente benéficos Evitar intervenções desnecessárias Estabelecer relações baseadas em princípios éticos Garantir a privacidade Garantir a autonomia Compartilhar com a mulher e sua família as decisões sobre as condutas a serem adotadas. É importante destacar a necessidade de atenção especial à gestante adolescente (10 a 19 anos) e a outros grupos específicos como de mulheres negras, índias e portadoras de HIV ou outras doenças infecciosas de transmissão vertical. ATENÇÃO QUALIFICADA E HUMANIZADA “Humanizar e qualificar a atenção em saúde é aprender a compartilhar saberes e reconhecer direitos. A atenção humanizada e de boa qualidade implica no estabelecimento de relações entre sujeitos, seres semelhantes, ainda que possam apresentar-se muito distintos conforme suas condições sociais, raciais, étnicas, culturais e de gênero.” A humanização da atenção à saúde é um processo contínuo e demanda reflexão permanente sobre os atos, condutas e comportamentos de cada pessoa envolvida na relação. É preciso maior conhecimento de si, para melhor compreender o outro com suas especificidades e para poder ajudar sem procurar impor valores, opiniões ou decisões. ATENÇÃO QUALIFICADA E HUMANIZADA Pensar em humanização e qualidade de maneiras separadas não é mais aceitável, visto que a humanização e a qualidade da atenção são indissociáveis. Isso porque a qualidade da atenção exige mais do que a resolução de problemas ou a disponibilidade de recursos tecnológicos. E humanização é muito mais do que tratar bem, com delicadeza ou de forma amigável. ACOLHIMENTO O acolhimento, aspecto essencial da política de humanização, implica recepção da mulher, desde sua chegada na unidade de saúde, responsabilizando-se por ela, ouvindo suas queixas, permitindo que ela expresse suas preocupações, angústias, garantindo atenção resolutiva e articulação com os outros serviços de saúde para a continuidade da assistência, quando necessário. O acolhimento da gestante na atenção básica implica a responsabilização pela integralidade do cuidado. O diálogo franco, a sensibilidade e a capacidade de percepção de quem acompanha o pré-natal são condições básicas para que o saber em saúde seja colocado à disposição da mulher e da sua família – atores principais da gestação e do parto. ATENÇÃO PRÉ-NATAL E PUERPERAL Atenção pré-natal: Compreende o acompanhamento da mulher no período gestacional e tem como objetivo assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Atenção puerperal: Compreende a atenção à mulher e ao recém-nascido (RN) no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto e é fundamental para a saúde materna e neonatal. ATENÇÃO PRÉ-NATAL Captação precoce das gestantes (120 dias) Realização no mínimo de 6 consultas de pré-natal Identificação da gestante pelo nome Escuta da mulher e de seus acompanhantes Atividades educativas Anamnese e exame clínico-obstétrico da gestante Exames laboratoriais Imunização ATENÇÃO PRÉ-NATAL Avaliação do estado nutricional Prevenção e tratamento de distúrbios nutricionais Prevenção e diagnóstico precoce do CA de colo uterino e de mama Tratamento das intercorrências da gestação Classificação do risco gestacional Registro no prontuário e cartão da gestante Atenção a mulher e ao RN na 1º semana pós parto ATENÇÃO AO PARTO Acolher e examinar a parturiente Chamar a gestante pelo nome e identificar os profissionais responsáveis pelo atendimento Escuta da mulher e de seus acompanhantes Atividades educativas Garantir a visita do pai sem restrição de horário Garantir o direito a acompanhante durante o Pré-parto, parto e pós-parto Garantir apoio diagnóstico ATENÇÃO AO PARTO Garantir medicamentos essenciais Cuidar do bem estar físico e emocional da mulher Realizar partos normais e cirúrgicos e atender às intercorrências obstétricas e neonatais Prestar assistência qualificada e humanizada Atenção qualificada ao recém-nascido ATENÇÃO PUERPERAL Avaliar o estado de saúde da mulher e do RN Orientar e apoiar a amamentação Orientar os cuidados básicos com o RN Avaliar interação da mãe com o RN Orientar o planejamento familiar. Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las; Objetivos: PRIMEIRA SEMANA DE SAÚDE INTEGRAL Apresentação Escutar Informar Acolhimento da mulher e do RN por profissional de saúde habilitado AÇÕES EM RELAÇÃO AO RN Caderneta da criança Observar e orientar a mamada Observar a criança no geral Identificar o RN de risco ao nascer Realizar o testedo pezinho Agendar as próximas consultas Os estados e os municípios necessitam dispor de uma rede de serviços organizada para atenção obstétrica e neonatal, com mecanismos estabelecidos de referência e contrarreferência, considerando os seguintes critérios: Garantir recursos Captação precoce de gestantes na comunidade Garantia de atendimento a todas as parturientes e recém-nascidos Vinculação das unidades de saúde à Central de Regulação Obstétrica e Neonatal Garantir atenção pré-hospitalar qualificada à gestante e ao neonato em casos de urgência, conforme efetivado pelo SAMU Garantia de atendimento das intercorrências obstétricas e neonatais Garantir de atenção à mulher no puerpério e ao recém-nascido REDE CEGONHA Linha do tempo O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher foi criado em 1983 no contexto da redemocratização do país e na esteira da Conferência de Alma-Ata (1978). Os movimentos sociais e os movimentos de mulheres, e feminista, influenciaram a construção do Programa Em 2004, o Programa se torna Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher, cujo objetivo é promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres por meio da: (i) garantia de direitos; e (ii) ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde Paralelamente, no âmbito do Movimento Sanitário, se concebia o arcabouço conceitual que embasaria a formulação do SUS. A implementação do PAISM foi influenciada pelas características dessa nova política de saúde: integralidade e equidade da atenção Fonte: ATSM/DAPES/SAS/MS Saúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres e Adolescentes (promoção,prevenção e tratamento das das DST/Aids) SAÚDE INTEGRAL DA MULHER Redução da Morbimortalidade por câncer Atenção Integral às Mulheres no Climatério Atenção Obstétrica e Neonatal Qualificada e Humanizada Baseada em Evidências Científicas Atenção às Mulheres e Adolescentes em Situação de Violência Sexual Linhas de cuidado prioritárias SAÚDE INTEGRAL DA CRIANÇA Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno Vigilância do Óbito Infantil e Fetal Prevenção de Violências e Promoção da Cultura de Paz Atenção à Saúde do Recém-Nascido Linhas de Cuidado Incentivo e Qualificação do Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento A atenção obstétrica, neonatal, infantil e os desafios para alcançar os ODM 3, 4 e 5 A partir dos esforços para melhorar a saúde materno-infantil, tais como: • Programa de Humanização do Parto e Nascimento – PHPN 2000 • Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal – 2004 • Agenda de Atenção Integral à Saúde da Criança - 2005 • Compromisso para Acelerar a Redução da Desigualdade na Região Nordeste e Amazônia Legal – 2009 Ainda identificam-se: • Elevadas taxas de morbimortalidade materna e infantil, sobretudo a neonatal • Rede de atenção fragmentada e pouco resolutiva • Modelo inadequado de atenção, não respeitando as evidências científicas, os princípios de humanização do cuidado e os direitos da mulher e da criança a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes o respeito à diversidade cultural, étnica e racial e às diferenças regionais a promoção da equidade O QUE É A REDE CEGONHA? Estratégia do Ministério da Saúde que visa organizar uma rede de cuidados que assegure: ▪à mulher: o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério ▪à criança: o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis TENDO COMO PRINCÍPIOS: a defesa dos direitos humanos o enfoque de gênero a participação e a mobilização social PRINCIPAIS OBJETIVOS DA REDE CEGONHA: ▪ Fomentar a implementação de um novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses ▪ Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade ▪ Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal DIRETRIZES: ▪ Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do PRÉ-NATAL ▪ Garantia de VINCULAÇÃO da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro ▪ Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao PARTO E NASCIMENTO ▪ Garantia da atenção à saúde das CRIANÇAS de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade ▪ Garantia de acesso às ações do PLANEJAMENTO REPRODUTIVO Componente PRÉ-NATAL: • Realização do pré-natal na UBS com captação precoce da gestante e atendimento das intercorrências • Acesso ao pré-natal de alto risco • Ampliação dos exames realizados durante o pré-natal • Apoio ao deslocamento para as consultas de pré-natal (“vale-transporte”) e parto (“vale-táxi”) • Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto (plano de vinculação) • Implementação de programas educativos (saúde sexual e reprodutiva), prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites • Qualificação do sistema e da gestão da informação Componente PRÉ-NATAL A partir da adesão regional, ampliação de recursos para: TODAS AS GESTANTES GESTAÇÃO DE RISCO - Ultrassonografia 100% das gestantes - Testagem rápida para AIDS/Sífilis - Teste rápido de gravidez ▪ reuniões educativas ▪ 18 exames clínicos e laboratoriais ▪ 1 exame Teste Coombs indireto para RH para 30% das gestantes ▪1 consulta no puerpério ▪ 1 consulta odontológica ▪ 3 consultas médicas (UBS) ▪ 3 consultas de enfermagem (UBS) ▪ 5 consultas especializadas ▪ teste de tolerância à glicose ▪ 2 ultrassonografias ▪ ECG ▪ Ultrassonografia com Doppler ▪ Cardiotocografia ▪ Contagem de Plaquetas ▪ Dosagem de Ureia, Creatinina e Ac. Úrico ▪ 1 Consulta Psicossocial ▪ Urocultura ▪ Dosagem de proteínas-urina 24h Gestante fará visita prévia à maternidade onde será definido o parto Quase 90% dos Nascidos Vivos (NV) tiveram pelo menos 4 consultas de PN em 2009. Cerca de 63% dos NV tiveram 7 ou mais consultas de PN (padrão recomendado) em 2009 Componente PARTO E NASCIMENTO: • Construção/reforma e aquisição de equipamentos para Casas da Gestante, do Bebê e da Puérpera (Portaria nº 1.020/13) • Construção/reforma e aquisição de equipamentos para Centros de Parto Normal Peri ou Intra-Hospitalares • Adequação da ambiência das maternidades para o parto seguro e humanizado, de acordo com a RDC nº 36/2008 da ANVISA • Qualificação de profissionais de saúde em boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento • Suficiência de leitos (leitos obstétricos em maternidades que atendem gestantes de alto-risco, UTI adulto e neonatal, UCI neonatal e Canguru) de acordo com as necessidade locorregionais (Portaria nº 317/14) SEGURANÇA NA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO Realização de Acolhimento com Classificação de Risco nos serviços de atenção obstétrica e neonatal Estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado nos serviços de atenção obstétrica e neonatal Estímulo à implementação de Colegiado Gestor nas maternidades, além de outros dispositivos de cogestão PARTO HUMANIZADO: ▪ Direito a acompanhante durante a internação ▪ Oferta de métodos de alívio da dor ▪ Liberdade de posição no parto ▪ Contato pele a pele mãe – bebê ▪ Acolhimento adequado às especificidades étnico-culturais SEGURANÇA NA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO Nas Maternidades, implantar Alas/Centros de Parto Normal: Leito Pré-parto, Parto e Pós-parto (PPP): CASAS DA GESTANTE E DO BEBÊ ▪ Gestantes que demandam atenção em serviços de alta complexidade, mas não exigem vigilância constante em ambiente e/ou não podem retornar ao domicílio ▪ Mães que têm bebês internados na UTI/UCI ou em tratamento clínico que não exija internaçãohospitalar Serão instaladas junto a todas as maternidades de alto risco. Abrigam: ▪ Recém-nascidos que demandam atenção diária da alta complexidade Componente PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA: • Promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável • Acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento • Busca ativa de recém-nascidos de risco e de crianças em situação de vulnerabilidade • Busca ativa de puérperas de risco ou em situação de vulnerabilidade • Garantia do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança na atenção básica • Garantia do acesso às vacinas disponíveis no SUS • Fortalecimento do vínculo familiar com a UBS • Implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva • Orientação e oferta de métodos contraceptivos CUIDADO AO RECÉM-NASCIDO SEM RISCO COM RISCO Garantia de atendimento a todos os recém-nascidos: ▪ 1 consulta na 1ª semana de vida ▪ Visita domiciliar ao recém-nascido na 1ª semana ▪ 1º, 2º, 4º, 6º, 9º, 12º, 18º e 24º meses de vida ▪ Vacinação básica de acordo com protocolos ▪ Teste do pezinho até o 7º dia ▪ Teste da orelhinha - dependendo do diagnóstico, pré-teste com especialista ▪ Teste do olhinho: 4º, 6º, 12º e 25º meses ▪ Sulfato ferroso: Profilaxia dos 6 aos 18 meses ▪ Vitamina A: Em áreas endêmicas ▪ Consulta odontológica: a partir do 1º dente e aos 12 meses ▪ Acompanhamento dos egressos de UTI por - 24 meses ▪ Consultas com especialistas ▪ Garantia de exames ▪ Reabilitação POPULAÇÃO ALVO: 3,2 milhões 2,25 milhões Dependem do SUS Cobertura 100% 1 visita domiciliar/RN/ano Baixa vinculação do RN, no momento da alta hospitalar, para a continuidade do cuidado na atenção primaria; baixa valorização do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças pelos serviços de saúde e falta de apoio social para gestantes, puérperas, nutrizes e crianças em situação de vulnerabilidade social. CUIDADO À CRIANÇA ▪Promover o aleitamento materno ▪Garantir acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança na atenção básica ▪Fortalecimento as ações intersetoriais ▪Garantir o atendimento especializado para casos de maior risco ▪Busca ativa dos faltosos e vigilância dos recém-nascidos de risco ▪Garantir acesso às vacinas disponíveis no SUS ▪Fortalecimento do vínculo familiar com a UBS O desempenho das crianças nestes dois primeiros anos (crescimento e desenvolvimento) vai repercutir para o resto da vida do indivíduo, incluindo aquisição cognitiva e capacidade de trabalho Componente SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO • Transporte seguro: SAMU cegonha – ampliar as ambulâncias de suporte avançado com incubadoras e ventiladores neonatais • Vaga sempre: elaboração e implementação, nas regiões de saúde, do plano de vinculação da gestante ao local de ocorrência do parto • Apoiar a implantação/implementação de Centrais de Regulação Descumprimento da Lei nº 11.634/07 que estabelece que toda gestante deve saber em qual serviço de saúde será realizado o parto Parturientes peregrinando à procura de vaga Mulheres dando à luz em trânsito Ineficiente regulação dos leitos obstétricos EDUCAÇÃO, CAPACITAÇÃO E GESTÃO DO TRABALHO Ações: ▪Parceria com o MEC para promover a formação e a fixação de profissionais ▪Aumentar oferta de residências e especialização nas áreas da saúde da mulher e da criança ▪Capacitação em boas práticas de atenção ao parto e nascimento ▪Cadastramento das parteiras tradicionais e vinculação com as Unidades Básicas de Saúde ▪Ampliação da formação de enfermeiras obstetras ▪Fortalecimento dos Comitês de Mortalidade e Núcleos Hospitalares de Vigilância: fortalecimento da vigilância do óbito materno, infantil e fetal R E S U M I N D O Instrumentos para operacionalização da rede: ▪ Apoio técnico do Ministério da Saúde para estruturar a Rede ▪ Elaboração de diagnóstico e plano operativo ▪ Formalização da Adesão com Estados e Municípios ▪ Obrigatoriedade de alimentar Sistema de Controle e Indicadores ▪ Contratualização de Investimentos e equipamentos ▪ Certificação da Rede Cegonha por etapas de implantação ▪ Comitês e conselhos para monitorar ações da Rede Cegonha ▪ Carta dos direitos da gestante e da criança ▪ Fortalecimento da participação popular ▪ Ouvidoria do Ministério da Saúde no monitoramento PORTARIA GM/MS Nº 715, DE 4 DE ABRIL DE 2022 PORTARIA GM/MS Nº 13, DE 13 DE JANEIRO DE 2023 Revoga Portarias que especifíca e dá outras providências. A MINISTRA DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, resolve: Art. 1º Ficam revogadas: I - a Portaria GM/MS nº 4.809, de 30 de dezembro de 2022, que "Institui o Fórum Permanente de Articulação com a Sociedade Civil"; II - a Portaria GM/MS nº 1.079, de 11 de maio de 2022, que "Formaliza e institui programas nacionais de prevenção e detecção precoce de câncer, no âmbito da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer"; III - a Portaria GM/MS nº 2.561, de 23 de setembro de 2020, que "Dispõe sobre o Procedimento de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez nos casos previstos em lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde- SUS"; IV - a Portaria GM/MS nº 3.473, de 12 de setembro de 2022, que "Altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, e dá outras providências"; V - a Portarias GM/MS nº 715, de 4 de abril de 2022, que "Altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 3, de 28 de setembro de 2017, para instituir a Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami)"; ▪Movimento político que precisa estar calcado na estrutura, nos programas e nas ações do setor saúde, mas que não se restringe a esse setor, sendo a expressão da política de governo para enfrentamento da problemática que envolve a morte materna e a neonatal. Consiste na execução de um conjunto de ações articuladas, das diferentes esferas de governo, pela qualificação da atenção obstétrica e neonatal e que não podem prescindir da atuação da sociedade civil organizada. Como diminuir ou combater essas desigualdades? PACTO NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL ▪Suas ações estratégicas ressaltam a necessidade de oferecer atenção às mulheres e recém nascidos(as) negros(as), respeitando suas singularidades culturais e, sobretudo, atentando para as especificidades no perfil de morbimortalidade. ▪É necessário em qualquer planejamento de ações de saúde da mulher, além do enfoque de gênero, as questões relativas à raça/etnia, visando a que todos os indicadores de saúde considerem estas variáveis. ▪A subnotificação da variável cor (“quesito cor”) na maioria dos sistemas de informação da área de saúde tem dificultado uma análise mais consistente sobre a saúde da mulher negra no Brasil. O Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal Morte Materna É a morte de uma mulher durante a gravidez, durante o parto ou após o nascimento da criança. O período vai desde a gravidez até o 42º dia após o parto, ou até término da gestação. (OMS) • Morte infantil È a morte de crianças menores de um ano, dividindo –se em período neonatal e pós- neonatal. Morte Materna Morte Materna e Infantil ❖ Indicador de Vulnerabilidade social. ❖ Indica o nível de saúde de uma população. ❖ Demonstra o desenvolvimento social e a Equidade de Gênero . ❖ Mostra a qualidade da atenção à saúde das mulheres e crianças. Morte Materna Morte Materna E Infantil ❖ É preciso conhecer os fatores determinantes e condicionantes envolvidos na cadeia de eventos que levam à morte materna e infantil. ❖ Essas informações subsidiam as intervenções e a prevenção do óbito. Morte MaternaVigilância do ÓbitoMaterno e Infantil - Para quê? Vigilância em saúde: acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade, com o propósito de aprimorar as medidas de prevenção e controle. • Levantamento dos dados: reconstituição da história de vida e de morte, da trajetória em busca de assistência • Análise crítica e criteriosa: problemas sociais, assistenciais, análise de evitabilidade. • Correção, qualificação de dados • Atuação para prevenção de novas ocorrências retorno às equipes, corresponsabilização, mudanças, mobilização social. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DO ÓBITO ✓ Em 2004, o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal que reconhece a vigilância do óbito materno, por intermédio da organização da investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil e da criação dos Comitês de Mortalidade Materna, como uma estratégia fundamental para o alcance dos seus objetivos. ✓ A Portaria GM/MS nº1.172, de 15 de junho de 2004, definiu a vigilância epidemiológica da mortalidade materna como uma atribuição de municípios e estados. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DO ÓBITO ✓ Em 2008, a Portaria GM/MS nº 1.119 de 5 de junho, regulamentou esta prática estabelecendo prazos e fluxos da investigação. ✓ O instrumento base para o desencadeamento do processo de investigação é a Declaração de Óbito (DO), que deve ser adequadamente preenchida em todos os campos, com destaque nestes casos para sexo, idade e aqueles que caracterizam um óbito materno declarado. Quem realiza as Ações de Vigilância ? Equipe Secretaria de Saúde, Multiprofissional Integração Atenção de Saúde + Vigilância Equipes de Saúde da Família - Atenção Básica entrevista domiciliar levantamento de dados ambulatoriais Equipe Vigilância + Atenção à Saúde serviços de atenção especializada serviços de urgência e hospital Equipe Hospitalar: comitês / núcleos investigação Quais as principais causas dos óbitos materno? HIPERTENSÃO HEMORRAGIAS INFECÇÕES PUERPERAIS COMPLICAÇÕES DO APARELHO CIRCULATÓRIO ABORTO Quais as principais causas dos óbitos infantis? INFECÇÕES PERINATAIS: asfixia, sífilis, prematuridade MAL FORMAÇÃO CONGÊNITAS DOENÇAS INFECCIOSAS E RESPIRATÓRIAS: diarréia e pneumonia Ações educativas ▪Orientar sobre riscos, identificação precoce de sintomas e cuidados na hipertensão arterial e na diabetes mellitus ▪Preparar a gestante para o parto e pós-parto, além dos cuidados consigo e com o bebê Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Perspectiva da equidade no pacto nacional pela redução da mortalidade materna e neonatal: atenção à saúde das mulheres negras. Brasília: MS, 2005. 20 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política para o SUS. 2ª ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 36 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Painel de indicadores do SUS nº 10. Temático Saúde da População Negra. Brasília, v. VII, abr. 2016. OLIVEIRA, B. M. C.; KUBIAK, F. Racismo institucional e a saúde da mulher negra: uma análise da produção científica brasileira. Saúde e Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. 122, p. 939-48, 2019. WERNECK, J. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 535-49, 2016. Desafios atuais ✓Melhorar a qualidade de assistência ao pré-natal e ao parto; ✓Implementar hospitais com leitos obstétricos e todas as maternidades com Lei do acompanhante; ✓Qualificar o profissional médico para o atendimento de mulher e crianças; ✓Reconhecer a política de saúde materna e infantil; ✓Reduzir taxas de cesáreas desnecessárias; ✓Aumentar a participação de enfermeiros obstetras nas salas de partos; ✓Qualificar o trabalho de parteiras; ✓Reduzir a taxa de abortamento e humanizar o atendimento. ✓Reduzir mortalidade materna e infantil... ✓Entre outros... A mortalidade Materna não é apenas um dado estatístico. Tem rosto, nome e história! OBRIGADO REFERÊNCIAS BRASIL. Portaria nº 1.067 de 4 de julho de 2005. Institui a Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, e dá outras providências. Brasil, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.459 de 24 de junho de 2011. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde a Rede Cegonha. Brasília, 2011.