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Direito Administrativo - PASSO ESTRATÉGICO - AULA 04 Poderes administrativos poder hierárquico poder disciplinar

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Livro Eletrônico
Aula 04
Passo Estratégico de Direito Administrativo e Regime Jurídico Único p/ INSS -Técnico
Seguro Social
Professor: Tulio Lages
85835656513 - Rafael
Passo EstratŽgico Ð Cespe/INSS 
Direito Administrativo p/ TŽcnico 
Analista Tœlio Lages 
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5 Poderes administrativos: poder hier‡rquico; 
poder disciplinar; poder regulamentar; poder de 
pol’cia; uso e abuso do poder. 
	
Introdu‹o ................................................................................1 
An‡lise Estat’stica .....................................................................1 
An‡lise das Quest›es ................................................................2 
Orienta›es de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar.............9 
Question‡rio de Revis‹o...........................................................11 
Anexo I Ð Lista de Quest›es ....................................................25 
Referncias Bibliogr‡ficas .......................................................29 
 
Introdu‹o	
Ol‡! 
Este relat—rio aborda o(s) assunto(s) " 5 Poderes administrativos: 
poder hier‡rquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder 
de pol’cia; uso e abuso do poder.Ó 
Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos que o 
assunto possui import‰ncia mŽdia. 
Boa leitura! 
An‡lise Estat’stica	
 
Assunto	
% aproximado de cobrana 
em provas de n’vel mŽdio 
realizadas pelo Cespe desde 
2008	
Poderes e Deveres da Adm 
Pœblica 5,7% 
Tabela 1 
Com base na tabela acima, Ž poss’vel verificar que, no contexto das 
provas do Cespe para cargos de n’vel mŽdio, que o assunto ÒPoderes e 
Deveres da Administra‹o PœblicaÓ possui import‰ncia mŽdia, j‡ que foi 
cobrado em 5,7% das assertivas. 
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... 
ƒ importante destacar que os percentuais de cobrana, para cada tema, 
podem variar bastante. Sendo assim, adotaremos a seguinte 
classifica‹o quanto ˆ import‰ncia dos assuntos: 
% de cobrana	 Import‰ncia do assunto	
AtŽ 2,9%	 Baixa	
De 3% a 6,9% MŽdia 
De 7% a 9,9% Alta 
10% ou mais Muito Alta 
 
 
An‡lise das Quest›es 
 
1.(Cespe/2015/MPU/TƒCNICO DO MPU) O servidor respons‡vel 
pela segurana da portaria de um —rg‹o pœblico desentendeu-se com a 
autoridade superior desse —rg‹o. Para se vingar do servidor, a 
autoridade determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados 
completos de todas as pessoas que entrassem e sa’ssem do im—vel. 
Com referncia a essa situa‹o hipotŽtica, julgue o item que se segue. 
O ato da autoridade superior foi praticado no exerc’cio de seu poder 
disciplinar. 
 
GABARITO: ERRADO 
O poder disciplinar Ž a prerrogativa que a administra‹o pœblica possui 
para apurar faltas disciplinares de seus agentes e aplicar as devidas 
puni›es. 
No caso, o agente n‹o praticou nenhuma infra‹o disciplinar, sendo a 
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conduta da autoridade superior viciada por abuso de poder, na 
modalidade desvio de finalidade. 
2.(Cespe/2017/SEDF/TƒCNICO DE GESTÌO EDUCACIONAL) No 
que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e 
ao controle da administra‹o, julgue o item seguinte. 
O fato de a administra‹o pœblica internamente aplicar uma san‹o a 
um servidor pœblico que tenha praticado uma infra‹o funcional 
caracteriza o exerc’cio do poder de pol’cia administrativo. 
 
GABARITO: ERRADO 
A prerrogativa da administra‹o pœblica apurar infra›es e aplicar 
san›es a seus agentes e demais pessoas que estejam sujeitas a 
disciplina da administra‹o pœblica (concession‡ria de servio pœblico, 
por exemplo), pelo cometimento de tais infra›es, decorre do poder 
disciplinar e n‹o do poder de pol’cia administrativo. 
O poder de pol’cia administrativo se caracteriza pela supremacia do 
Estado que pode limitar ou disciplinar o direito individual do cidad‹o, 
com vistas a consagrar o interesse coletivo. 
O art. 78 do C—digo Tribut‡rio Nacional traz o conceito que bem explica 
o que Ž poder de policia: 
CTN. Art. 78. Considera-se poder de pol’cia a atividade da 
Administra‹o Pœblica que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a pr‡tica de ato ou absten‹o 
de fato, em raz‹o de interesse pœblico concernente ˆ 
segurana, ˆ higiene, ˆ ordem, aos costumes, ˆ disciplina da 
produ‹o e do mercado, ao exerc’cio de atividades 
econ™micas dependentes de concess‹o ou autoriza‹o do 
Poder Pœblico, ˆ tranqŸilidade pœblica ou ao respeito ˆ 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
3.(Cespe/2016/TCE-PA/AUXILIAR TƒCNNICO DE CONTROLE 
EXTERNO) Julgue o item subsequente, acerca dos atos e dos poderes 
administrativos. 
Os atos decorrentes do poder regulamentar tm natureza origin‡ria e 
visam ao preenchimento de lacunas legais e ˆ complementa‹o da lei. 
 
GABARITO: ERRADO 
Para entender melhor o comando da assertiva vamos dar uma olhada 
no art. 84, IV, da CF/88: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
V - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
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expedir decretos e regulamentos para sua fiel execu‹o; 
O poder regulamentar confere ao chefe do poder executivo a 
prerrogativa de expedir decretos regulamentares, porŽm, tais decretos 
s‹o feitos para regulamentar a execu‹o de uma lei, e n‹o preencher 
lacunas da mesma. 
Com efeito, o decreto regulamentar n‹o pode inovar no mundo jur’dico, 
por isso tais atos normativos possuem natureza secund‡ria. 
4.(Cespe/2016/ANVISA/AGENTE ADMINISTRATIVO) O teto de 
um im—vel pertencente ˆ Uni‹o desabou em decorrncia de fortes 
chuvas, as quais levaram o poder pœblico a decretar estado de 
calamidade na regi‹o. Maria, servidora pœblica respons‡vel por 
conduzir o processo licitat—rio para a contrata‹o dos servios de 
reparo pertinentes, diante da situa‹o de calamidade pœblica, decidiu 
contratar mediante dispensa de licita‹o. Findo o processo de licita‹o, 
foi escolhida a Empresa Y, que apresentou preos superiores ao preo 
de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso fosse contratada 
pela Uni‹o, realizar, com generoso desconto, uma grande reforma no 
banheiro da residncia de Maria. Ao final, em raz‹o da urgncia, foi 
firmado contrato verbal entre a Uni‹o e a Empresa Y e executados 
tanto os reparos contratados quanto a reforma prometida. 
Com referncia a essa situa‹o hipotŽtica, julgue o item que se segue. 
Maria agiu com excesso de poder ao escolher a Empresa Y. 
 
GABARITO: ERRADO 
O abuso de poder Ž gnero do qual decorrem duas espŽcies: excesso 
de poder e desvio de finalidade ou desvio de poder. 
No excesso de poder o agente extrapola sua competncia praticando 
um ato fora de suas atribui›es, j‡ no desvio de finalidade o agente 
tem competncia para praticar o ato, porŽm, o pratica buscando um 
interesse fora do interesse pœblico. 
No caso, Maria praticou ato para o qual era competente, porŽm, como 
visava a interesse particular (reforma do seu banheiro), incorreu em 
desvio de finalidade (e n‹o em abuso de poder). 
5.(Cespe/2017/SEDF/TƒCNICO DE GESTÌO EDUCACIONAL) No 
que se refereaos poderes administrativos, aos atos administrativos e 
ao controle da administra‹o, julgue o item seguinte. 
Situa‹o hipotŽtica: A autoridade administrativa Y, no exerc’cio de 
competncia que lhe foi delegada pela autoridade X e que lhe conferia 
poder decis—rio para a pr‡tica de determinado ato de autoridade, 
praticou determinado ato administrativo que o administrado Z 
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entendeu ser-lhe prejudicial. 
Assertiva: Nessa situa‹o, caso queira obstar os efeitos do referido 
ato mediante mandado de segurana, o administrado Z dever‡ dirigir 
sua pea contra a autoridade delegada, e n‹o contra a autoridade 
delegante. 
 
GABARITO: CERTO 
Para entendermos melhor esta assertiva, vamos dar uma olhada no art. 
14, ¤ 3o, da lei 9784/999: 
Art. 14. (...) 
¤ 3o As decis›es adotadas por delega‹o devem mencionar 
explicitamente esta qualidade e considerar-se-‹o editadas 
pelo delegado. 
Assim, no caso, o ato ser‡ considerado editado pela autoridade 
delegada, portanto, os questionamentos sobre o referido ato devem ser 
dirigidos ˆ mesma. 
6.(Cespe/2015/FUB/ASSISTENTE) Com rela‹o aos ministŽrios e 
aos poderes e deveres do administrador pœblico, julgue o item 
subsequente. 
Para o administrador pœblico, a a‹o Ž um dever, n‹o sendo poss’vel a 
renœncia de seus poderes administrativos. 
 
GABARITO: CERTO 
A assertiva est‡ correta, pois, diferente da esfera privada em que o 
poder Ž uma faculdade daquele que o detŽm, o administrador pœblico 
est‡ obrigado a agir no exerc’cio de seus poderes para conseguir atingir 
o interesse pœblico, portanto, os poderes que o administrador pœblico 
detŽm apresentam-se como um bin™mio: poder-dever. 
7.(Cespe/2014/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO) A 
legisla‹o concede ˆ administra‹o poderes extraordin‡rios, 
necess‡rios para que o Estado alcance os seus fins. Em rela‹o aos 
poderes da administra‹o pœblica, julgue o item seguinte. 
O poder hier‡rquico confere aos agentes superiores o poder para 
avocar e delegar competncias. 
 
GABARITO: CERTO 
A delega‹o e a avoca‹o de competncias realmente decorrem do 
poder hier‡rquico. 
Pelo poder hier‡rquico, a Administra‹o Pœblica escalona e distribui as 
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fun›es de seus —rg‹os e seus agentes, definindo, em lei, os limites da 
competncia de seus agentes. 
A lei 9.784/999 em seu art. 11, ao tratar da competncia, prev a 
possibilidade de delega‹o e avoca‹o: 
Art. 11. A competncia Ž irrenunci‡vel e se exerce pelos 
—rg‹os administrativos a que foi atribu’da como pr—pria, salvo 
os casos de delega‹o e avoca‹o legalmente admitidos. 
Portanto o poder de avocar e delegar competncias decorre do poder 
hier‡rquico. 
8.(Cespe/2014/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO) A 
legisla‹o concede ˆ administra‹o poderes extraordin‡rios, 
necess‡rios para que o Estado alcance os seus fins. Em rela‹o aos 
poderes da administra‹o pœblica, julgue o item seguinte. 
Poder regulamentar Ž o poder que a administra‹o possui de editar leis, 
medidas provis—rias, decretos e demais atos normativos para disciplinar 
a atividade dos particulares. 
 
GABARITO: ERRADO 
A edi‹o de leis e medidas provis—rias n‹o se engloba na atividade 
administrativa, pois s‹o atos legislativos e n‹o administrativos., 
portanto, a edi‹o de tais atos n‹o est‡ inserida no poder 
regulamentar. 
Ademais, o poder regulamentar confere prerrogativa ˆ Administra‹o 
Pœblica em expedir decretos e regulamentos para a fiel execu‹o de 
leis, sendo atos secund‡rios. 
As leis, por sua vez, s‹o atos prim‡rios e disciplinam a atividade dos 
particulares. 
9.(Cespe/2014/CADE/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se 
refere aos agentes pœblicos, aos poderes administrativos e ao controle 
da administra‹o pœblica, julgue o item subsecutivo. 
Existem casos em que mesmo existindo lei espec’fica sobre 
determinada matŽria, cumpre ˆ administra‹o criar mecanismos para 
aplic‡-la. Nessas hip—teses, surge o poder regulamentar, que confere ˆ 
administra‹o a prerrogativa de editar atos gerais para alterar e 
complementar as leis. 
 
GABARITO: ERRADO 
O poder regulamentar confere ˆ Administra‹o Pœblica a prerrogativa 
de expedir atos normativos para a fiel execu‹o das leis. 
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PorŽm, tais atos regulamentares tm car‡ter secund‡rio e n‹o podem 
alterar as leis, que s‹o atos prim‡rios. 
Por isso, diz-se que os decretos regulamentares n‹o podem inovar no 
mundo jur’dico. 
10.(Cespe/2014/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO) A 
legisla‹o concede ˆ administra‹o poderes extraordin‡rios, 
necess‡rios para que o Estado alcance os seus fins. Em rela‹o aos 
poderes da administra‹o pœblica, julgue o item seguinte. 
Em decorrncia do poder de pol’cia, a administra‹o pode condicionar 
ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da 
coletividade. 
 
GABARITO: CERTO 
A assertiva est‡ correta pois, trata realmente de uma consequncia do 
poder de pol’cia. 
Para entendermos melhor o conceito desse poder, vejamos o teor do 
art. 78 do CTN: 
CTN. Art. 78. Considera-se poder de pol’cia a atividade da 
Administra‹o Pœblica que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a pr‡tica de ato ou absten‹o 
de fato, em raz‹o de interesse pœblico concernente ˆ 
segurana, ˆ higiene, ˆ ordem, aos costumes, ˆ disciplina da 
produ‹o e do mercado, ao exerc’cio de atividades 
econ™micas dependentes de concess‹o ou autoriza‹o do 
Poder Pœblico, ˆ tranqŸilidade pœblica ou ao respeito ˆ 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
11.(Cespe/2016/TCE-PA/AUXILIAR TƒCNICO DE CONTROLE 
EXTERNO) Julgue o item subsequente, acerca dos atos e dos poderes 
administrativos. 
A discricionariedade administrativa fundamenta-se, entre outros 
elementos, na incapacidade da lei de prever todas as situa›es 
poss’veis e regular minuciosamente a maneira de agir do agente 
pœblico diante de cada uma delas. Assim, confere-se ao agente a 
prerrogativa de eleger, entre as condutas vi‡veis, a que se apresentar 
mais conveniente e oportuna ˆ luz do interesse pœblico. 
 
GABARITO: CERTO 
A Administra‹o dever‡ agir com base no poder discricion‡rio ou no 
poder vinculado, a depender do que a lei dispuser. 
No poder discricion‡rio, a Administra‹o ter‡ possibilidade de escolha 
de quando agir e na maneira de agir, mas sempre nos limites que a 
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lei dispuser, e em situa›es em que est‡ n‹o consegue prever 
todas as possibilidades de atua‹o no caso concreto. 
Por outro lado, no poder vinculado, a Administra‹o diante de 
determinada situa‹o em que a lei prev, estar‡ obrigada a agir, sem 
possibilidade de escolha do administrador pœblico. 
Assim, o conceito de discricionariedade trazido na quest‹o est‡ correto. 
12.(Cespe/2012/PRF/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se 
refere aos poderes da administra‹o, julgue o item seguinte. 
Suponha que um particular vinculado ˆ administra‹o pœblica por meio 
de um contrato descumpra as obriga›es contratuais que assumiu. 
Nessecaso, a administra‹o pode, no exerc’cio do poder disciplinar, 
punir o particular. 
 
GABARITO: CERTO 
O poder disciplinar confere a prerrogativa da Administra‹o Pœblica de 
apurar faltas cometidas por aqueles que com ela possuem v’nculo 
espec’fico e a eles aplicar eventuais penalidades. 
Esse v’nculo pode ser estatut‡rio (servidores pœblicos), por exemplo, 
ou, ainda, contratual, como no caso da quest‹o. 
13.(Cespe/2014/PF/AGENTE ADMINISTRATIVO) Julgue o item 
que se segue, relativo aos atos administrativos e poderes da 
administra‹o. 
O poder para a instaura‹o de processo administrativo disciplinar e 
aplica‹o da respectiva penalidade decorre do poder de pol’cia da 
administra‹o. 
 
GABARITO: ERRADO 
O poder que confere a prerrogativa da Administra‹o Pœblica de apurar 
faltas cometidas por aqueles que com ela possuem v’nculo espec’fico e 
a eles aplicar eventuais penalidades Ž o poder disciplinar e n‹o o poder 
de pol’cia administrativa. 
14.(Cespe/2015/FUB/ASSISTENTE) Com rela‹o aos ministŽrios e 
aos poderes e deveres do administrador pœblico, julgue o item 
subsequente. 
O dever de prestar contas confere ao administrador pœblico a 
obrigatoriedade de agir com moralidade e honestidade no desempenho 
de suas fun›es. J‡ o dever de probidade Ž aquele em que o 
administrador pœblico n‹o deve agir fora da legisla‹o pertinente. 
 
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GABARITO: ERRADO 
Com efeito, Ž o dever de probidade que confere a obrigatoriedade de o 
administrador pœblico agir com moralidade e honestidade. 
AlŽm disso, o princ’pio que impede o administrador de agir fora da lei Ž 
o da legalidade, n‹o o da probidade. 
15.(Cespe/2013/FUB/ASSISTENTE) Em rela‹o aos poderes e 
deveres do administrador pœblico, julgue o item abaixo. 
Para o administrador pœblico, h‡ inteira subordina‹o do poder em 
rela‹o ao dever, ou seja, o exerc’cio do poder deve sujeitar-se, 
sempre, a uma finalidade espec’fica. 
 
GABARITO: CERTO 
Os poderes que o administrador pœblico disp›e fazem parte de um 
bin™mio de prerrogativas e sujei›es, ou seja, um poder dever. O 
administrador detŽm o poder, mas tem o dever de exercer este poder 
de acordo com o interesse pœblico, que Ž indispon’vel. 
 
Orienta›es de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar 
 
1.! O conceito de poderes administrativos, se atentando para a 
diferena entre eles e os poderes estruturais; 
2.! O conceito de poder vinculado; 
3.! O conceito de poder discricion‡rio, se atentando para o fato de 
que o exerc’cio de tal poder deve observar os limites legais e os 
princ’pios administrativos. Os limites do controle judicial sobre os atos 
discricion‡rios; 
4.! O conceito de poder hier‡rquico, se atentando para o fato de que 
est‡ presente no ‰mbito de todos os poderes pol’ticos, bem como para 
as prerrogativas decorrentes desse poder; 
5.! O conceito de poder disciplinar e sua diferena do poder punitivo 
do Estado; 
6.! O conceito de poder regulamentar. Diferena entre decretos de 
execu‹o, decretos aut™nomos e regulamentos autorizados, levando 
em conta o previsto nos incisos IV e VI, bem como no par‡grafo œnico 
do art. 84 da CF. Controle do Legislativo sobre o poder regulamentar do 
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Executivo (inciso V do art. 49 da CF); 
7.! O conceito de poder de pol’cia, se atendando para os seguintes 
fatos: 
7.1)! competncia para o exerc’cio do poder de policia, se 
atentando para a reparti‹o constitucional de 
competncias baseada no princ’pio da predomin‰ncia 
do interesse, bem como no disposto no art. 241 da CF; 
7.2)! diferena entre poder de pol’cia e poder disciplinar; 
7.3)! modalidades de poder de pol’cia; 
7.4)! instrumentos que formalizam o poder de pol’cia; 
7.5)! ciclo de pol’cia (lembrar que nem todas as fases 
sempre est‹o presentes) 
7.6)! diferena entre poder de pol’cia origin‡rio e delegado 
(levando em conta o entendimento doutrin‡rio, do STF 
Ð ADI 1.717-DF Ð e do STJ Ð REsp 817.534/MG Ð sobre 
a possibilidade de delega‹o do poder de pol’cia), 
7.7)! atributos do poder de pol’cia; 
7.8)! possibilidade de institui‹o de taxas em raz‹o do 
exerc’cio do poder de pol’cia (CF, art. 145, inciso II); 
7.9)! diferena entre poder de pol’cia e presta‹o de servios 
pœblicos; 
7.10)! as tŽcnicas de atua‹o do poder de pol’cia; 
7.11)! o prazo de prescri‹o da a‹o punitiva da 
Administra‹o Pœblica Federal no exerc’cio do poder de 
pol’cia (caput do art. 1¼ da Lei 9.873/1999). 
8.! Abuso de poder: conceito e espŽcies; 
9.! Conceito de poder-dever de agir, levando em conta que a 
omiss‹o do agente pode eventualmente ensejar sua responsabiliza‹o 
e tambŽm do Estado; 
10.! Conceito de dever de eficincia, levando em conta que a eficincia 
tambŽm Ž um princ’pio de envergadura constitucional (art. 37, caput 
da CF); 
11.! Conceito de dever de probidade, levando em conta o disposto 
tambŽm o disposto no art. 37, ¤ 4¼ da CF; 
Conceito de dever de prestar contas, levando em conta que tal dever 
decorre do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico, se 
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atentando, ainda, para o disposto no art. 70, par‡grafo œnico da CF. 
 
 
Question‡rio de Revis‹o 
 
***Question‡rio - somente perguntas*** 
1) O que s‹o poderes administrativos? Tais poderes podem 
ser considerados estruturais? 
2) Em que consiste o poder vinculado? 
3) Em que consiste o poder discricion‡rio? 
4) Em que consiste o poder hier‡rquico? 
5) Em que consiste o poder disciplinar? 
6) O poder disciplinar se confunde com o poder punitivo do 
Estado? 
7) Em que consiste o poder regulamentar? 
8) ƒ poss’vel o exerc’cio de controle por parte do Poder 
Legislativo sobre o poder regulamentar do Poder Executivo? 
9) Em que consiste o poder de pol’cia? 
10) Como se d‡ a distribui‹o de competncia para o exerc’cio 
do poder de pol’cia por parte dos entes federados? 
11) A qual ente compete o poder de pol’cia na fiscaliza‹o da 
segurana vi‡ria? 
12) Qual a diferena entre o poder de pol’cia e o poder 
disciplinar, no que diz respeito ao destinat‡rio da san‹o? 
13) Quais as modalidades do poder de pol’cia? 
14) Como se formaliza o exerc’cio do poder de pol’cia? 
15) Qual a diferena entre licena e autoriza‹o? 
16) O que Ž um alvar‡? 
17) Explique o ciclo de pol’cia. 
18) Quais fases est‹o sempre presentes no ciclo de pol’cia? 
19) Qual a diferena entre poder de pol’cia origin‡rio e 
delegado? 
20) Quais os atributos do poder de pol’cia? 
21) Qual tributo poder‡ ser institu’do em raz‹o do exerc’cio do 
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poder de pol’cia, de acordo com a Constitui‹o? 
22) Qual a diferena entre poder de pol’cia e a presta‹o de 
servios pœblicos? 
23) Qual a diferena entre a pol’cia administrativa e a 
judici‡ria? 
24) Como podem ser divididas as tŽcnicas de atua‹o do poder 
de pol’cia para ordenar as atividades privadas? Explique cada 
uma delas. 
25) Qual o prazo de prescri‹o da a‹o punitiva da 
Administra‹oPœblica Federal no exerc’cio do poder de pol’cia? 
26) Em que consiste o abuso de poder? Quais suas espŽcies? 
27) Em que consiste o poder-dever de agir? 
28) Em que consiste o dever de eficincia? 
29) Em que consiste o dever de probidade? 
30) Em que consiste o dever de prestar contas? 
***Question‡rio: perguntas com respostas*** 
Princ’pios da Administra‹o Pœblica 
1)! O que s‹o poderes administrativos? Tais poderes podem ser 
considerados estruturais? 
S‹o o	 conjunto de prerrogativas de direito pœblico que a ordem 
jur’dica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir 
que o Estado alcance seus fins1. 
N‹o s‹o considerados poderes estruturais, mas sim, instrumentais, 
porque s‹o meios (ÒinstrumentosÓ) ˆ disposi‹o da Administra‹o 
Pœblica para que atinja seus objetivos, cumpra suas finalidades. 
S‹o considerados poderes estruturais, na verdade, os poderes 
pol’ticos Ð Executivo, Legislativo e Judici‡rio Ð, que foram a 
estrutura do Estado. 
2)! Em que consiste o poder vinculado? 
ƒ o poder que habilita e, ao mesmo tempo, obriga o agente pœblico 
a executar os atos vinculados, na estrita conformidade como os 
par‰metros legais. 
AlŽm disso, o poder vinculado fundamenta a pr‡tica de atos 
discricion‡rios no que diz respeito aos seus aspectos vinculados: 
 
1
 Carvalho Filho, 2016, p. 53. 
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competncia, forma e finalidade. 
3)! Em que consiste o poder discricion‡rio? 
ƒ o poder que confere ˆ Administra‹o a prerrogativa de praticar e 
revogar atos discricion‡rios, segundo a valora‹o dos critŽrios de 
convenincia e oportunidade. 
Cumpre destacar que o poder discricion‡rio n‹o dispensa que a 
Administra‹o observe os limites impostos pela lei e respeite os 
princ’pios administrativos, notadamente os da razoabilidade e da 
proporcionalidade, sob pena de a conduta ser considerada ilegal, 
sendo, por conseguinte, pass’vel de anula‹o pela pr—pria 
Administra‹o ou pelo Poder Judici‡rio. 
Vale lembrar, ainda, que no controle judicial dos atos 
discricion‡rios, a atua‹o do Poder Judici‡rio deve se restringir aos 
aspectos vinculados do ato e se furtar de avaliar os critŽrios de 
convenincia e oportunidade, respeitando a discricionariedade 
administrativa nos limites em que ela Ž assegurada ˆ 
Administra‹o Pœblica pela lei. 
4)! Em que consiste o poder hier‡rquico? 
ƒ o poder que disp›e o Executivo (e a Administra‹o dos demais 
poderes Ð ou seja, est‡ presente no ‰mbito da fun‹o 
administrativa, mas n‹o nas fun›es pr—prias do Poder Legislativo 
e do Poder Judici‡rio) para distribuir e escalonar as fun›es de 
seus —rg‹os, ordenar e rever a atua‹o de seus agentes, 
estabelecendo a rela‹o de hierarquia. Diz respeito a atividades 
estritamente internas da Administra‹o Pœblica (n‹o invade a 
esfera de particulares sem qualquer v’nculo com a Administra‹o). 
Tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as 
atividades administrativas, conferindo ao superior hier‡rquico, em 
rela‹o a seus subordinados, a prerrogativa de dar ordens, 
fiscalizar, controlar, aplicar san›es, bem como delegar e avocar 
competncias, independentemente de que haja sua previs‹o 
expressa em lei, uma vez que possui car‡ter irrestrito, permanente 
e autom‡tico, por ser inerente ˆ organiza‹o administrativa 
hier‡rquica, presente n‹o somente no Poder Executivo, mas em 
todos os poderes (s— n‹o h‡ hierarquia no Judici‡rio e no 
Legislativo no que tange ˆs suas fun›es pr—prias Ð no primeiro 
prevalece o princ’pio da livre convic‹o do juiz e, no segundo, 
vigora o principio da partilha das competncias constitucionais). 
Com rela‹o especificamente ˆ prerrogativa de o superior 
hier‡rquico dar ordens aos seus subordinados, cabe a estes, por 
outro lado, o dever de obedincia, exceto quando a ordem for 
manifestamente ilegal. Isso porque a CF estipula que ÒninguŽm 
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ser‡ obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sen‹o 
em virtude de leiÓ (art. 5¼, inciso II) Ð ou seja, o subordinado 
n‹o Ž obrigado a fazer algo que desobedea a lei. AlŽm disso, no 
que tange aos servidores pœblicos federais, h‡ previs‹o expressa 
nesse sentido no inciso IV do art. 116 da Lei 8.112/90: 
Art. 116. S‹o deveres do servidor: 
(...) 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando 
manifestamente ilegais; 
Com rela‹o especificamente ao poder de fiscalizar, destacamos 
que se trata, na verdade, de um verdadeiro poder-dever, j‡ que o 
superior deve acompanhar de modo permanente a atua‹o de seus 
subordinados. 
Por sua vez, a prerrogativa de controlar (poder de controle) 
permite ao superior hier‡rquico, de of’cio ou por provoca‹o, 
adotar medidas concretas sobre a atividade de seus subordinados, 
compreendendo a possibilidade de manter, convalidar, anular e atŽ 
mesmo revogar atos por eles praticados, a depender do caso 
concreto. Perceba, portanto, que o controle hier‡rquico pode 
incidir sobre todos os aspectos dos atos praticados pelos 
subordinados, adentrando inclusive no mŽrito, n‹o somente em 
quest›es de legalidade. 
A prerrogativa de aplicar san›es decorrente do poder hier‡rquico 
diz respeito somente ˆs san›es disciplinares, aplicadas sobre 
servidores pœblicos que eventualmente venham a cometer 
infra›es funcionais, n‹o se confundindo, portanto, com as 
san›es aplicadas a particulares por parte da Administra‹o, que 
decorrem do poder disciplinar ou do poder de pol’cia (a depender 
da situa‹o), j‡ que n‹o h‡ hierarquia entre a Administra‹o e os 
administrados. 
Por sua vez, o poder de delegar competncias Ž a prerrogativa do 
agente pœblico transferir, de forma discricion‡ria, revog‡vel a 
qualquer tempo e nos limites estipulados pela lei, o exerc’cio de 
parcela de suas atribui›es a um outro agente ou —rg‹o (mesmo 
que n‹o subordinado), por motivos de natureza tŽcnica, 
econ™mica, jur’dica ou territorial, permanecendo a titularidade da 
competncia com a autoridade delegante. 
ƒ preciso destacar que h‡ competncias indeleg‡veis, como os 
atos pol’ticos e as fun›es t’picas de cada Poder (salvo nos casos 
expressamente previstos na CF, como, por exemplo, o caso das 
leis delegadas, bem como na legisla‹o). 
Por fim, o poder de avocar Ž prerrogativa do superior hier‡rquico 
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tomar para si, de forma discricion‡ria e excepcional, o exerc’cio 
tempor‡rio de determinada competncia de um subordinado. 
5)! Em que consiste o poder disciplinar? 
ƒ a prerrogativa de a Administra‹o (de qualquer dos poderes) 
aplicar san›es aos seus servidores, em decorrncia de infra›es 
funcionais por eles cometidas, bem como aos particulares a ela 
ligados mediante vinculo jur’dico espec’fico (via contrato, convnio 
etc.) que eventualmente venham a cometer infra›es 
administrativas. Guarda correla‹o, mas n‹o se confunde, com o 
poder hier‡rquico. Assim como este œltimo poder, o poder 
disciplinar diz respeito a atividades estritamente internas da 
Administra‹o Pœblica (n‹o invade a esfera de particulares sem 
qualquer v’nculo com a Administra‹o). 
6)! O poder disciplinar se confunde com o poder punitivo do 
Estado? 
N‹o. O poder punitivo do Estado Ž exercido pelo Poder Judici‡riosobre qualquer pessoa, em raz‹o de afronta ˆ legisla‹o penal 
(crimes, contraven›es e infra›es penais) e c’vel. 
Por sua vez, no poder disciplinar, a san‹o, de natureza 
administrativa-funcional, pode ser aplicada somente ˆqueles que 
possuem v’nculo jur’dico espec’fico com a Administra‹o, como os 
servidores e empregados pœblicos (que possuem v’nculo 
funcional), as empresas contratadas para prestar algum servio 
(v’nculo contratual) etc. 
7)! Em que consiste o poder regulamentar? 
ƒ a prerrogativa do chefe do Poder Executivo de editar 
privativamente certos atos administrativos normativos, sendo 
materializada mediante decretos e regulamentos de execu‹o e 
decretos aut™nomos. 
8)! Qual a diferena entre decretos de execu‹o, decretos 
aut™nomos e regulamentos autorizados? 
Os decretos de execu‹o ou regulamentares s‹o atos normativos 
secund‡rios (porque derivam da lei), editados com fulcro no inciso 
IV do art. 84 da CF, para possibilitar a execu‹o fiel de leis que 
envolvam a Administra‹o Pœblica Ð ou seja, i) n‹o podem inovar 
no ordenamento jur’dico e ii) n‹o podem regulamentar leis que 
n‹o envolvam a Adm. Pœblica Ð, sendo uma competncia privativa 
do chefe do Poder Executivo e n‹o pass’vel de delega‹o, 
conforme par‡grafo œnico do mesmo art. 84 da CF. Vejamos o teor 
desses dispositivos: 
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execu‹o; 
(...) 
Par‡grafo œnico. O Presidente da Repœblica poder‡ delegar as 
atribui›es mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira 
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da 
Repœblica ou ao Advogado-Geral da Uni‹o, que observar‹o os 
limites traados nas respectivas delega›es [perceba que o 
inciso IV n‹o se encontra no rol de atribui›es deleg‡veis] 
Por sua vez, os decretos aut™nomos s‹o atos normativos prim‡rios 
(porque derivam diretamente da Constitui‹o) que se prestam a 
normatizar as matŽrias expressamente elencadas nas al’neas ÒaÓ e 
ÒbÓ do inciso VI do art. 84 da CF, sendo uma competncia privativa 
do chefe do Poder Executivo, pass’vel de delega‹o ˆs autoridades 
previstas no par‡grafo œnico do mesmo art. 84 da CF (j‡ transcrito 
na resposta da quest‹o anterior). Vejamos as matŽrias que podem 
ser tratadas por decretos aut™nomos: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
VI Ð dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organiza‹o e funcionamento da administra‹o federal, 
quando n‹o implicar aumento de despesa nem cria‹o ou 
extin‹o de —rg‹os pœblicos; 
b) extin‹o de fun›es ou cargos pœblicos, quando vagos; 
Por œltimo, os regulamentos autorizados s‹o atos normativos que 
complementam a lei, especialmente em matŽrias de natureza 
tŽcnica, n‹o se limitando apenas a regulament‡-la, a lhe dar fiel 
execu‹o. Dependem de prŽvia autoriza‹o legal para que sejam 
editados. Como exemplo desse ato normativo, mencionamos os 
regulamentos de natureza estritamente tŽcnica expedidos pelas 
agncias reguladoras. 
Ao contr‡rio dos decretos de execu‹o e regulamentares, bem 
como dos decretos aut™nomos, que derivam do poder 
regulamentar da Administra‹o, os regulamentos autorizados s‹o 
uma manifesta‹o do poder normativo. 
Cumpre destacar, por fim, que essa possibilidade de se transferir 
do Poder Legislativo, mediante autoriza‹o legislativa, a fun‹o 
normativa de determinadas matŽrias espec’ficas para a 
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Administra‹o, consiste no instituto da deslegaliza‹o 2 . Nessa 
situa‹o, o pr—prio legislador retira certas matŽrias do dom’nio da 
lei.3 
9)! ƒ poss’vel o exerc’cio de controle por parte do Poder 
Legislativo sobre o poder regulamentar do Poder Executivo? 
Sim, o Congresso Nacional poder‡ sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, conforme 
inciso V do art. 49 da CF: 
Art. 49. ƒ da competncia exclusiva do Congresso Nacional: 
(...) 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delega‹o 
legislativa; 
10)!Em que consiste o poder de pol’cia? 
Consiste na prerrogativa de a Administra‹o condicionar ou 
restringir a liberdade e a propriedade (ou seja, o uso de bens, o 
exerc’cio de direitos e a pr‡tica de atividades privadas, ou, 
simplesmente, a autonomia privada), com o objetivo de ajust‡-los 
ao interesse geral da coletividade (interesse pœblico), pautada nos 
princ’pios da legalidade e da proporcionalidade. 
11)!Como se d‡ a distribui‹o de competncia para o exerc’cio 
do poder de pol’cia por parte dos entes federados? 
Se n‹o houver regra espec’fica, a competncia para exercer o 
poder de pol’cia Ž do ente ao qual a CF conferiu o poder de 
regulamentar a matŽria. Nesse sentido, considerando a reparti‹o 
constitucional de matŽrias pelo princ’pio da predomin‰ncia do 
interesse, temos: 
a)! os assuntos de interesse nacional, que envolvem eventos que 
transcendem os limites de um œnico estado-membro, ficam 
sujeitos ˆ regulamenta‹o e ˆ pol’cia administrativa exercida 
pela Uni‹o; 
b)! as matŽrias de interesse regional, que envolvem eventos que 
ultrapassam os limites de um munic’pio, sujeitam-se ˆs normas 
e ˆ pol’cia administrativa exercida pelo estado; 
c)! e os assuntos de interesse local, que envolvem eventos cuja 
repercuss‹o se limite ao ‰mbito do munic’pio, subordinam-se ˆ 
 
2
 Gostar’amos de destacar, tambŽm, para fins de fixa‹o da ideia de deslegaliza‹o, o conceito da lavra de 
Maral Justen Filho (2014): Òtransferncia, por meio de lei, de competncia normativa prim‡ria para a 
Administra‹o PœblicaÓ. 
3
 LIMA, 2013, p. 182. 
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regulamenta‹o e poder de pol’cia exercido pelo munic’pio. 
Por outro lado, vale lembrar que nas hip—teses de competncia 
concorrente, o exerc’cio do poder de pol’cia ser‡ realizado de 
forma conjunta por entes federados diversos. Nesse cen‡rio, Ž 
poss’vel que os entes se valham da execu‹o cooperada do poder 
de pol’cia, em regime de gest‹o associada, conforme art. 241 da 
CF: 
Art. 241. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os 
Munic’pios disciplinar‹o por meio de lei os cons—rcios pœblicos 
e os convnios de coopera‹o entre os entes federados, 
autorizando a gest‹o associada de servios pœblicos, bem 
como a transferncia total ou parcial de encargos, servios, 
pessoal e bens essenciais ˆ continuidade dos servios 
transferidos. 
12)!A qual ente compete o poder de pol’cia na fiscaliza‹o da 
segurana vi‡ria? 
Especificamente no que toca ˆ segurana vi‡ria, compete aos 
estados-membros, Distrito Federal e munic’pios, por meio de seus 
—rg‹os ou entidades executivos e seus agentes de tr‰nsito, 
conforme inciso II do ¤ 10 do art. 144 da CF: 
¤ 10. A segurana vi‡ria, exercida para a preserva‹o da ordem 
pœblica e da incolumidade das pessoas e do seu patrim™nio nas vias 
pœblicas: 
(..) 
II - compete, no ‰mbito dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Munic’pios, aos respectivos —rg‹os ou entidades executivos e 
seus agentes de tr‰nsito, estruturados em Carreira, na formada lei. 
13)!Qual a diferena entre o poder de pol’cia e o poder 
disciplinar, no que diz respeito ao destinat‡rio da san‹o? 
No poder disciplinar, a san‹o pode ser aplicada somente ˆqueles 
que possuem v’nculo jur’dico espec’fico com a Administra‹o, 
como os servidores e empregados pœblicos (que possuem v’nculo 
funcional), as empresas contratadas para prestar algum servio 
(v’nculo contratual) etc. 
Por sua vez, no poder de pol’cia, a san‹o pode ser aplicada a 
quaisquer pessoas que exeram atividade que possa vir a acarretar 
risco ou transtorno ˆ sociedade (por isso diz-se que tais pessoas 
possuem v’nculo geral com a Administra‹o). 
14)!Quais as modalidades do poder de pol’cia? 
Poder de pol’cia preventivo ou repressivo. 
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O poder de pol’cia preventivo ocorre quando o particular necessita 
de anuncia prŽvia (formalizada por uma licena ou uma 
autoriza‹o, por exemplo) da Administra‹o para exercer 
determinada atividade. 
J‡ no poder de pol’cia repressivo, ocorre a aplica‹o de san›es 
administrativas a particulares em raz‹o de infra›es a normas de 
ordem pœblica (ex: multas administrativas, interdi‹o de 
estabelecimentos comerciais, apreens‹o de mercadorias piratas 
etc.). 
15)!Como se formaliza o exerc’cio do poder de pol’cia? 
Basicamente, por meio de atos normativos (genŽricos, abstratos e 
impessoais), como decretos, regulamentos, portarias etc., em que 
s‹o impostas restri›es aos particulares, bem como de atos 
concretos (direcionados a certos indiv’duos), tanto de natureza 
sancionat—ria (ex: multa), quanto de consentimento (ex: licenas e 
autoriza›es). 
16)!Qual a diferena entre licena e autoriza‹o? 
A licena Ž um ato vinculado e, como regra, definitivo. J‡ a 
autoriza‹o Ž um ato discricion‡rio e prec‡rio. 
17)!O que Ž um alvar‡? 
ƒ um instrumento que geralmente formaliza as licenas e as 
autoriza›es (lembrar que esses œltimos s‹o verdadeiros atos 
administrativos em si). Assim temos o Òalvar‡ de licenaÓ e o 
Òalvar‡ de autoriza‹oÓ. 
ƒ poss’vel que as licenas e as autoriza›es sejam formalizadas, 
tambŽm, por carteiras, declara›es, certificados etc. 
18)!Explique o ciclo de pol’cia. 
O ciclo de pol’cia compreende a sequncia de atividades que 
integram o exerc’cio do poder de pol’cia. As atividades s‹o i) 
legisla‹o, ii) consentimento, iii) fiscaliza‹o e iv) san‹o. 
A legisla‹o (ou ordem de pol’cia) Ž a fase inicial que institui os 
limites ao exerc’cio de atividades privadas e ao uso de bens, 
dependendo de previs‹o em lei em raz‹o do princ’pio da 
legalidade. 
O consentimento de pol’cia diz respeito ˆ anuncia prŽvia da 
Administra‹o (formalizada geralmente por meio de licenas e 
autoriza›es) para a realiza‹o de determinadas atividades ou 
frui‹o de determinados direitos. Tal anuncia tambŽm deve estar 
prevista em lei para ser exigida. 
A fiscaliza‹o de pol’cia Ž a verifica‹o, por parte da 
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1
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Administra‹o, quanto o cumprimento, pelo particular, das regras 
e condi›es da ordem de pol’cia (legisla‹o) e, se for o caso, da 
licena/autoriza‹o (consentimento). 
Por fim, a san‹o de pol’cia decorre da constata‹o de infra‹o ˆs 
regras e condi›es da ordem de pol’cia ou da licena/autoriza‹o, 
resultando na aplica‹o de alguma medida repressiva ao particular 
(como uma multa ou outra san‹o prevista na lei de regncia). 
19)!Quais fases est‹o sempre presentes no ciclo de pol’cia? 
Fases de legisla‹o e de fiscaliza‹o, j‡ que a fase de 
consentimento ocorre somente se a lei estipular a necessidade de 
licena/autoriza‹o para a realiza‹o de determinadas atividades 
ou uso de bens, e a fase de san‹o ocorre somente se alguma 
irregularidade Ž encontrada no caso concreto, o que nem sempre 
pode ocorrer. 
Assim, Ž perfeitamente poss’vel que um ciclo de pol’cia se 
complete apenas com as fases de legisla‹o e fiscaliza‹o. 
20)!Qual a diferena entre poder de pol’cia origin‡rio e 
delegado? 
O poder de pol’cia origin‡rio Ž o exerc’cio pela Administra‹o 
Direta, enquanto o poder de pol’cia delegado Ž exercido pelas 
entidades de direito pœblico pertencentes ˆ Administra‹o Indireta 
(autarquias e funda›es pœblicas de direito pœblico). 
A doutrina majorit‡ria entende que n‹o Ž poss’vel a delega‹o do 
poder de pol’cia a entidades da Administra‹o Indireta de direito 
privado. 
Por outro lado, o STJ entende que as fases de consentimento e de 
fiscaliza‹o (somente essas fases) podem ser delegadas a 
entidades de direito privado integrantes da Administra‹o Pœblica4. 
Com rela‹o ˆ possibilidade de delega‹o do poder de pol’cia a 
pessoas privadas n‹o integrantes da Administra‹o Pœblica 
(formal), tanto a doutrina majorit‡ria quanto o STF5 entendem que 
n‹o Ž poss’vel, mesmo que a delega‹o seja realizada por meio de 
lei. 
Entretanto, isso n‹o impede o Poder Pœblico de contratar com 
particulares o desempenho de atividades de apoio, acess—rias ao 
exerc’cio do poder de pol’cia, como a operacionaliza‹o de 
m‡quinas e equipamentos em atividades de fiscaliza‹o (o que n‹o 
caracteriza delega‹o do poder de pol’cia). 
 
4
 EDcl no REsp 817.534/MG, 2» T. 
5
 ADI 1.717-DF. 
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21)!Quais os atributos do poder de pol’cia? 
Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. 
Discricionariedade: a Administra‹o possui certa liberdade de 
atua‹o, podendo determinar quais atividades ir‡ fiscalizar e quais 
san›es ser‹o aplicadas, bem como sua grada‹o, observando 
sempre os limites legalmente impostos. ƒ importante frisar, por 
outro lado, que a existncia do atributo da discricionariedade n‹o 
impede que a lei vincule a pr‡tica de determinados atos de pol’cia 
administrativa. 
Autoexecutoriedade: possibilita que certos atos administrativos 
(n‹o todos) praticados no exerc’cio do poder de pol’cia sejam 
executados de forma imediata e direta pela Administra‹o, sem 
necessidade de prŽvia autoriza‹o judicial. 
Coercibilidade: possibilidade de imposi‹o coativa, inclusive 
mediante o emprego da fora, das medidas adotadas no exerc’cio 
do poder de pol’cia. 
ConvŽm destacar, por fim, que nem todos os atos de pol’cia 
administrativa s‹o dotados dos atributos da autoexecutoriedade e 
da coercibilidade, como a concess‹o de licenas e a cobrana de 
multa n‹o paga espontaneamente pelo particular. 
22)!Qual tributo poder‡ ser institu’do em raz‹o do exerc’cio do 
poder de pol’cia, de acordo com a Constitui‹o? 
Taxa, consoante inciso II do art. 145: 
Art. 145. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios 
poder‹o instituir os seguintes tributos: 
(...) 
II - taxas, em raz‹o do exerc’cio do poder de pol’cia ou pela 
utiliza‹o, efetiva ou potencial, de servios pœblicos espec’ficos e 
divis’veis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposi‹o; 
23)!Qual a diferena entre poder de pol’cia e a presta‹o de 
servios pœblicos? 
A pol’cia administrativa Ž uma considerada atividade negativa 
(porque restringe direitos) e integra o rol das atividades jur’dicas 
do Estado (porque se funda no poder de impŽrio), j‡ a presta‹o 
de servios pœblicos Ž uma considerada atividade positiva (oferece 
comodidadese utilidades aos seus usu‡rios) e integra as 
atividades sociais do Estado (incrementam o bem-estar social, n‹o 
decorrendo do poder de impŽrio). 
AlŽm disso, ao contr‡rio dos servios pœblicos, o poder de pol’cia Ž 
indeleg‡vel a particulares. 
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24)!Qual a diferena entre a pol’cia administrativa e a 
judici‡ria? 
A pol’cia administrativa diz respeito a infra›es de natureza 
administrativa, Ž exercida por —rg‹os administrativos integrantes 
dos mais diversos setores de toda a Administra‹o Pœblica, 
geralmente sobre atividades, bens e direitos, tendo car‡ter 
notadamente preventivo Ð atua antes da ocorrncia do il’cito, 
buscando sua preven‹o (embora medidas repressivas possam ser 
adotadas). 
Por sua vez, a pol’cia judici‡ria diz respeito ˆ apura‹o de il’citos 
de natureza penal, Ž exercida por corpora›es especializadas 
(Pol’cia Civil, Pol’cia Federal e Pol’cia Militar Ð esta œltima tambŽm 
desempenha atividade de pol’cia administrativa) diretamente sobre 
pessoas, tendo car‡ter notadamente repressivo Ð geralmente 
intervŽm quando o il’cito j‡ foi praticado, se prestando a realizar 
sua apura‹o. 
ConvŽm mencionar que a atua‹o das duas pol’cias n‹o Ž 
excludente6. 
25)!Como podem ser divididas as tŽcnicas de atua‹o do poder 
de pol’cia para ordenar as atividades privadas? Explique 
cada uma delas. 
TŽcnicas de informa‹o, de condicionamento e sancionat—ria. 
As tŽcnicas de informa‹o s‹o aquelas que exigem dos cidad‹os a 
presta‹o de informa‹o sobre a pr—pria existncia das pessoas 
f’sicas e jur’dicas e sobre atividades por ela desenvolvidas, 
incluindo a comunica‹o de ocorrncia de determinados fatos (ex: 
dever imposto aos mŽdicos de comunicar a ocorrncia de certas 
doenas contagiosas). 
J‡ as tŽcnicas de condicionamento s‹o aquelas que imp›em aos 
particulares o cumprimento de exigncias (ou requisitos) para 
desempenhem determinadas atividades (ex: autoriza›es). 
Por fim, as tŽcnicas sancionat—rias est‹o consubstanciadas na 
imposi‹o de san›es aos particulares que violem regras 
necess‡rias ao desempenho de certas atividades privadas (ex: 
multas de tr‰nsito).	 
26)!Qual o prazo de prescri‹o da a‹o punitiva da 
Administra‹o Pœblica Federal no exerc’cio do poder de 
pol’cia? 
5 anos, contados da data contados da data da pr‡tica do ato ou, 
no caso de infra‹o permanente ou continuada, do dia em que 
 
6
 Furtado, 2016, p. 582. 
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tiver cessado, consoante caput do art. 1¼ da Lei 9.873/1999: 
Art. 1¼ Prescreve em cinco anos a a‹o punitiva da Administra‹o 
Pœblica Federal, direta e indireta, no exerc’cio do poder de pol’cia, 
objetivando apurar infra‹o ˆ legisla‹o em vigor, contados da data 
da pr‡tica do ato ou, no caso de infra‹o permanente ou continuada, 
do dia em que tiver cessado. 
27)!Em que consiste o abuso de poder? Quais suas espŽcies? 
ƒ o exerc’cio, comissivo ou omissivo, dos poderes e prerrogativas 
conferidas ˆ Administra‹o fora dos limites impostos pelo 
ordenamento jur’dico. 
As espŽcies de abuso de poder s‹o o excesso de poder e o desvio 
de poder. 
O excesso de poder ocorre quando o agente atua fora dos limites 
das suas competncias (v’cio do elemento competncia) ou 
tambŽm quando o agente, embora possua a competncia para 
agir, atua a de forma desproporcional (atua‹o desproporcional). 
O desvio de poder (ou desvio de finalidade) ocorre quando o 
agente pratica ato contr‡rio a finalidade expl’cita ou impl’cita na lei 
que respalda sua atua‹o (v’cio do elemento finalidade). 
28)!Em que consiste o poder-dever de agir? 
Consiste no dever do agente pœblico de exercer efetivamente os 
poderes administrativos a ele conferidos, vedando-lhe a inŽrcia em 
situa›es que exigem sua atua‹o, o que poder‡ caracterizar 
abuso de poder e ensejar sua responsabiliza‹o nas esferas c’vel, 
penal e administrativa, bem como responsabilidade civil da 
Administra‹o Pœblica pelos danos eventualmente causados pela 
omiss‹o ilegal. 
29)!Em que consiste o dever de eficincia? 
Consiste no dever do agente pœblico de atuar com celeridade, 
perfei‹o tŽcnica, rendimento funcional, se valendo da boa 
administra‹o. 
Devido a sua import‰ncia, o dever de eficincia foi elevado a 
princ’pio constitucional (art. 37, caput da CF). 
30)!Em que consiste o dever de probidade? 
Consiste no dever do agente pœblico de atuar com legitimidade, 
honestidade, Žtica, boa-fŽ, n‹o sendo suficiente observar a lei 
formal, mas tambŽm se pautar pela moralidade e sempre com 
vistas ao atendimento da finalidade pœblica. 
Inclusive, a Lei 8.429/1992 tipifica e sanciona os atos de 
improbidade administrativa, regulamentando o art. 37, ¤ 4¼ da CF, 
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que assim disp›e: 
¤ 4¼ - Os atos de improbidade administrativa importar‹o a 
suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun‹o pœblica, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao er‡rio, na 
forma e grada‹o previstas em lei, sem preju’zo da a‹o penal 
cab’vel. 
31)!Em que consiste o dever de prestar contas? 
Decorrente do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico, o 
dever de prestar contas consiste na necessidade de transparncia 
dos atos estatais e da aplica‹o dos recursos pœblicos Ð inclusive 
quando feita por particulares, conforme disp›e o art. 70, par‡grafo 
œnico da CF: 
Par‡grafo œnico. Prestar‡ contas qualquer pessoa f’sica ou jur’dica, 
pœblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiros, bens e valores pœblicos ou pelos quais a Uni‹o 
responda, ou que, em nome desta, assuma obriga›es de natureza 
pecuni‡ria. 
... 
Grande abrao e bons estudos! 
 
 ÒA satisfa‹o reside no esforo, n‹o no resultado 
obtido. O esforo total Ž a plena vit—ria.Ó 
(Mahatma Gandhi) 
 
Tœlio Lages 
 
 
 
 
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ANEXO I Ð LISTA DE QUESTÍES 
 
1.(Cespe/2015/MPU/TƒCNICO DO MPU) O servidor respons‡vel 
pela segurana da portaria de um —rg‹o pœblico desentendeu-se com a 
autoridade superior desse —rg‹o. Para se vingar do servidor, a 
autoridade determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados 
completos de todas as pessoas que entrassem e sa’ssem do im—vel. 
Com referncia a essa situa‹o hipotŽtica, julgue o item que se segue. 
O ato da autoridade superior foi praticado no exerc’cio de seu poder 
disciplinar. 
2.(Cespe/2017/SEDF/TƒCNICO DE GESTÌO EDUCACIONAL) No 
que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e 
ao controle da administra‹o, julgue o item seguinte. 
O fato de a administra‹o pœblica internamente aplicar uma san‹o a 
um servidor pœblico que tenha praticado uma infra‹o funcional 
caracteriza o exerc’cio do poder de pol’cia administrativo. 
3.(Cespe/2016/TCE-PA/AUXILIAR TƒCNNICO DE CONTROLE 
EXTERNO) Julgue o item subsequente, acerca dos atos e dospoderes 
administrativos. 
Os atos decorrentes do poder regulamentar tm natureza origin‡ria e 
visam ao preenchimento de lacunas legais e ˆ complementa‹o da lei. 
4.(Cespe/2016/ANVISA/AGENTE ADMINISTRATIVO) O teto de 
um im—vel pertencente ˆ Uni‹o desabou em decorrncia de fortes 
chuvas, as quais levaram o poder pœblico a decretar estado de 
calamidade na regi‹o. Maria, servidora pœblica respons‡vel por 
conduzir o processo licitat—rio para a contrata‹o dos servios de 
reparo pertinentes, diante da situa‹o de calamidade pœblica, decidiu 
contratar mediante dispensa de licita‹o. Findo o processo de licita‹o, 
foi escolhida a Empresa Y, que apresentou preos superiores ao preo 
de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso fosse contratada 
pela Uni‹o, realizar, com generoso desconto, uma grande reforma no 
banheiro da residncia de Maria. Ao final, em raz‹o da urgncia, foi 
firmado contrato verbal entre a Uni‹o e a Empresa Y e executados 
tanto os reparos contratados quanto a reforma prometida. 
Com referncia a essa situa‹o hipotŽtica, julgue o item que se segue. 
Maria agiu com excesso de poder ao escolher a Empresa Y. 
5.(Cespe/2017/SEDF/TƒCNICO DE GESTÌO EDUCACIONAL) No 
que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e 
ao controle da administra‹o, julgue o item seguinte. 
Situa‹o hipotŽtica: A autoridade administrativa Y, no exerc’cio de 
competncia que lhe foi delegada pela autoridade X e que lhe conferia 
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poder decis—rio para a pr‡tica de determinado ato de autoridade, 
praticou determinado ato administrativo que o administrado Z 
entendeu ser-lhe prejudicial. 
Assertiva: Nessa situa‹o, caso queira obstar os efeitos do referido 
ato mediante mandado de segurana, o administrado Z dever‡ dirigir 
sua pea contra a autoridade delegada, e n‹o contra a autoridade 
delegante. 
6.(Cespe/2015/FUB/ASSISTENTE) Com rela‹o aos ministŽrios e 
aos poderes e deveres do administrador pœblico, julgue o item 
subsequente. 
Para o administrador pœblico, a a‹o Ž um dever, n‹o sendo poss’vel a 
renœncia de seus poderes administrativos. 
7.(Cespe/2014/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO) A 
legisla‹o concede ˆ administra‹o poderes extraordin‡rios, 
necess‡rios para que o Estado alcance os seus fins. Em rela‹o aos 
poderes da administra‹o pœblica, julgue o item seguinte. 
O poder hier‡rquico confere aos agentes superiores o poder para 
avocar e delegar competncias. 
8.(Cespe/2014/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO) A 
legisla‹o concede ˆ administra‹o poderes extraordin‡rios, 
necess‡rios para que o Estado alcance os seus fins. Em rela‹o aos 
poderes da administra‹o pœblica, julgue o item seguinte. 
Poder regulamentar Ž o poder que a administra‹o possui de editar leis, 
medidas provis—rias, decretos e demais atos normativos para disciplinar 
a atividade dos particulares. 
9.(Cespe/2014/CADE/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se 
refere aos agentes pœblicos, aos poderes administrativos e ao controle 
da administra‹o pœblica, julgue o item subsecutivo. 
Existem casos em que mesmo existindo lei espec’fica sobre 
determinada matŽria, cumpre ˆ administra‹o criar mecanismos para 
aplic‡-la. Nessas hip—teses, surge o poder regulamentar, que confere ˆ 
administra‹o a prerrogativa de editar atos gerais para alterar e 
complementar as leis. 
10.(Cespe/2014/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO) A 
legisla‹o concede ˆ administra‹o poderes extraordin‡rios, 
necess‡rios para que o Estado alcance os seus fins. Em rela‹o aos 
poderes da administra‹o pœblica, julgue o item seguinte. 
Em decorrncia do poder de pol’cia, a administra‹o pode condicionar 
ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da 
coletividade. 
11.(Cespe/2016/TCE-PA/AUXILIAR TƒCNICO DE CONTROLE 
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EXTERNO) Julgue o item subsequente, acerca dos atos e dos poderes 
administrativos. 
A discricionariedade administrativa fundamenta-se, entre outros 
elementos, na incapacidade da lei de prever todas as situa›es 
poss’veis e regular minuciosamente a maneira de agir do agente 
pœblico diante de cada uma delas. Assim, confere-se ao agente a 
prerrogativa de eleger, entre as condutas vi‡veis, a que se apresentar 
mais conveniente e oportuna ˆ luz do interesse pœblico. 
12.(Cespe/2012/PRF/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se 
refere aos poderes da administra‹o, julgue o item seguinte. 
Suponha que um particular vinculado ˆ administra‹o pœblica por meio 
de um contrato descumpra as obriga›es contratuais que assumiu. 
Nesse caso, a administra‹o pode, no exerc’cio do poder disciplinar, 
punir o particular. 
13.(Cespe/2014/PF/AGENTE ADMINISTRATIVO) Julgue o item 
que se segue, relativo aos atos administrativos e poderes da 
administra‹o. 
O poder para a instaura‹o de processo administrativo disciplinar e 
aplica‹o da respectiva penalidade decorre do poder de pol’cia da 
administra‹o. 
14.(Cespe/2015/FUB/ASSISTENTE) Com rela‹o aos ministŽrios e 
aos poderes e deveres do administrador pœblico, julgue o item 
subsequente. 
O dever de prestar contas confere ao administrador pœblico a 
obrigatoriedade de agir com moralidade e honestidade no desempenho 
de suas fun›es. J‡ o dever de probidade Ž aquele em que o 
administrador pœblico n‹o deve agir fora da legisla‹o pertinente. 
15.(Cespe/2013/FUB/ASSISTENTE) Em rela‹o aos poderes e 
deveres do administrador pœblico, julgue o item abaixo. 
Para o administrador pœblico, h‡ inteira subordina‹o do poder em 
rela‹o ao dever, ou seja, o exerc’cio do poder deve sujeitar-se, 
sempre, a uma finalidade espec’fica. 
 
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GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS 
1.E. 2. E 3. E 
4. E 5. C 6.C 
7.C 8.E 9.E 
10.C 11.C 12.C 
13.E 14.E 15.C 
 
 
 
 
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Referncias Bibliogr‡ficas 
 
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de 
direito constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; 
S‹o Paulo: MƒTODO, 2013. 
ALVES, Erick. Direito Administrativo p/ AFRFB Ð 2017. EstratŽgia 
Concursos. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui‹o e o Supremo. 
5. ed. Bras’lia: STF, Secretaria de Documenta‹o, 2016. 
CARVALHO FILHO, JosŽ dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 
30. ed. S‹o Paulo: Atlas, 2016. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo 
Horizonte: F—rum, 2016. 
JUSTEN FILHO, Maral. Curso de direito administrativo. 10. ed. S‹o 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. 
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agncias reguladoras e o poder 
normativo. 1. ed. S‹o Paulo: Baraœna, 2013. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. S‹o Paulo: 
Saraiva, 2016. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. S‹o 
Paulo: Malheiros, 2014. 
 
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