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MV Tutoria 2 (autoimune)

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Objetivo 1 
Etiopatogenia das doenças autoimunes 
Objetivo 2 
Pênfigo vulgar 
Pênfigo bolhoso 
 
Penfigoides 
Eritema Migratório 
 
Eritema Multiforme (Síndrome de Steve Johnson) 
Síndrome de Sjögren 
Líquen Plano 
Aftas 
Lúpus 
Estomatite Ulcerativa Crônica. 
Objetivo 3 
Hipersensibilidade: Lesão Tecidual Imunologicamente Mediada 
Classificação das Doenças por Hipersensibilidade 
Hipersensibilidade Imediata (Tipo I) 
Ativação das Células TH2 e Produção do Anticorpo IgE 
Sensibilização e Ativação dos Mastócitos 
Mediadores da Hipersensibilidade Imediata 
Reação de Fase Tardia 
Desenvolvimento de Alergias 
Anafilaxia Sistêmica 
Reações de Hipersensibilidade Imediata Localizadas 
Hipersensibilidade Mediada por Anticorpos (Tipo II) 
Opsonização e Fagocitose 
Inflamação 
Disfunção Celular 
Hipersensibilidade Mediada por Imunocomplexos (Tipo III) 
Doença por Imunocomplexos Sistêmica 
Doença por Imunocomplexos Localizada (Reação de Arthus) 
Hipersensibilidade Mediada por Células T (Tipo IV) 
Inflamação Mediada por Células T CD4+ 
Citotoxicidade Mediada por Células T CD8+ 
 
 
 
1 DESCREVER A ETIOPATOGENIA DAS DOENÇAS AUTOIMUNES. 
As doenças autoimunes têm etiopatogênese complexa e multifatorial. 
Teoricamente, admite-se que autoimunidade resulta da quebra da tolerância natural, por 
falha na deleção clonal, na inativação clonal, nos mecanismos de imunossupressão ou por 
alteração em autoantígenos que, modificados, passam a expor epítopos crípticos, antes 
ignorados por linfócitos. O que se admite é que as doenças autoimunes, com autoagressão 
persistente, resultam de numerosos fatores que interferem desde a maturação dos linfócitos 
até os mecanismos imunorreguladores responsáveis pela tolerância. Entre os últimos, fatores 
genéticos e ambientais têm papel destacado. 
1.1 MIMETISMO MOLECULAR. 
Um antígeno estranho contendo epítopos semelhantes a moléculas dos tecidos 
normais pode desencadear resposta autoimunitária cruzada, como acontece na doença 
reumática. Muitos microrganismos possuem epítopos semelhantes a moléculas do 
hospedeiro; anticorpos contra eles podem reagir com alvos existentes no organismo 
invadido. 
Uma forma de mimetismo molecular que parece importante é a semelhança de 
epítopos de microrganismos com sequências existentes em MHC do hospedeiro. Essa 
semelhança molecular pode desencadear uma resposta aos epítopos de MHC, provocando 
uma resposta autoimune. 
1.2 FATORES GENÉTICOS 
Fatores genéticos são muito importantes no desencadeamento de doenças 
autoimunes. Agregação familiar de casos da mesma doença, maior frequência de 
autoanticorpos em familiares de pacientes com doença autoimune e concordância de 
aparecimento da mesma doença em gêmeos univitelinos (até 50%) são dados que reforçam 
a participação de um fator hereditário na autoimunidade. 
1.3 FATORES AMBIENTAIS. 
Além de fatores genéticos, componentes do ambiente são também muito 
importantes. Concordância de doença autoimune em gêmeos univitelinos está no máximo 
em 60%. Isso se explica porque, embora tenham os mesmos genes para comandar a 
diferenciação de linfócitos B e T, rearranjos gênicos para a formação da diversidade de 
receptores para epítopos se fazem ao acaso e podem gerar repertórios diferentes em dois 
indivíduos geneticamente iguais (respondem de modo diferente aos fatores ambientais). 
Alguns fatores ambientais podem interferir na autoimunidade: luz solar 
desencadeia lúpus eritematoso sistêmico em indivíduos predispostos; solventes orgânicos 
podem lesar membranas basais e induzir síndrome de Goodpasture em indivíduos DR2+ 
que trabalham em lavanderias de lavagem a seco etc. 
Roitt trás até fatores hormonais 
 
Filho, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 
2016. 
 
1.4 PATOGÊNESE 
Embora as respostas inatas possam desempenhar um importante papel no 
desenvolvimento e na manutenção das doenças autoimunes, a autoimunidade patogênica 
representa, no nível mais fundamental, uma falha na tolerância imunológica específica. 
Tendo em vista que a tolerância é um mecanismo que só se aplica aos linfócitos, a 
contribuição da resposta adaptativa é mais do que evidente. Convém assinalar também que 
falamos de “falha” na tolerância. Isso pode significar que, em alguns casos, exista uma 
incapacidade de desenvolver tolerância em primeiro lugar; todavia, tendo em vista que as 
doenças autoimunes frequentemente só aparecem no início da meia-idade ou depois, parece que 
a tolerância atua efetivamente no início; entretanto, nos indivíduos geneticamente 
predispostos, um acúmulo de influências ambientais e, possivelmente, de mutações leva por 
fim a respostas patogênicas descontroladas contra o próprio. Ainda não está totalmente 
esclarecido se a resposta é ou não desencadeada por autoantígenos, antígenos estranhos, 
superantígenos ou outros ativadores policlonais, ou por anti-idiótipos. 
 
ROITT. 
 
 
 
2 CARACTERIZAR AS PRINCIPAIS DOENÇAS AUTOIMUNES QUE 
ACOMETEM A CAVIDADE BUCAL. 
2.1 PÊNFIGO VULGAR 
Autoimunidade
Fatores desencadeantes: genét ica,
hormônios, inf lamação, estresse... 
Doenças autoimunes ou doenças por
autoagressão surgem quando a resposta
imunitária é efetuada contra alvos
existentes no próprio indivíduo.
Características 
gerais
As doenças autoimunes humanas são
divididas em grupos: ( 1) órgão-específ icas,
nas quais a autoagressão é dirigida a um
órgão; ( 2) sistêmicas, em que tendem a
comprometer vários órgãos.
Tolerância dos 
linfócitos T: no timo
Tolerância dos
linfócitos B: na
medula óssea
Central:
ocorre em
órgão
linfóide
primário 
Periférica:
ocorre em
órgão
linfóide
secundário
Mudam a especif icidade ( edição de
receptores)
Seleção negativa ( deleção)
Anergia ( não responsividade
funcional) 
Anergia ( não responsividade
funcional) 
Sinalização pelos receptores de
inibição
Seleção negativa ( deleção)
Central:
ocorre em
órgão
linfóide
primário
Periférica:
ocorre em
órgão
linfóide
secundário
Seleção negativa
( deleção)
Desenvolvimento
de células T
regulares ( Tregs)
Anergia ( não responsividade
funcional)
Seleção negativa ( deleção ou
morte celular)
Supressão pelas Tregs ( lembre
de FOXp3 e CD25 
 
2.1.1 Etiologia 
A etiologia do pênfigo vulgar não é totalmente definida. 
2.1.2 Fatores de risco 
A maioria dos indivíduos que desenvolve o pênfigo está entre a 4ª e 6ª décadas de 
vida e homens e mulheres são igualmente afetados. 
2.1.3 Patogênese 
Esses distúrbios autoimunes raros são caracterizados pela produção de anticorpos 
que são direcionados contra os componentes desmossômicos conhecidos como desmogleína 
1 e desmogleína 3. A desmogleína 3 é uma parte crítica do mecanismo de ligação 
desmossomal que liga uma célula epitelial a outra. Como resultado deste ataque de 
anticorpos aos desmossomos, as células epiteliais da superfície se desprendem umas das outras 
e uma bolha intraepitelial é produzida clinicamente. Por se tratar de um processo intraepitelial, 
o teto da bolha é bastante fino e frágil. 
Todas as formas de pênfigo são doenças autoimunes causadas pela presença de 
anticorpos IgG contra desmogleínas que interferem nas adesões intercelulares e resultam 
na formação de bolhas. Robbins. 
2.1.4 Manifestações clinicas 
É o único que apresenta envolvimento significativo da mucosa oral é o pênfigo 
vulgar. Na maioria dos casos, a mucosa oral é o primeiro local de envolvimento. As bolhas 
tem vida curta e se rompam logo após a formação, deixando erosões avermelhadas e úlceras 
rasas com margens irregulares. Essas lesões tendem a migrar, cicatrizando em uma área e se 
desenvolvendo em outra, e geralmente são dolorosas. 
2.1.5 Diagnóstico diferencial 
As úlceras traumáticas, a sialometaplasia necrotizante, o líquen plano erosivo, o 
eritema multiforme, a estomatite aftosa, a síndrome de Behcet, o herpes simples, o 
penfigóide bolhoso,o penfigóide benigno das mucosas e o líquen plano bolhoso. 
 
CARLI, J. P. Pênfigo e suas variações. 2010. 
2.1.6 Diagnóstico 
O diagnóstico é feito examinando microscopicamente uma amostra de biopsia da 
área perilesional e identificando a fenda intraepitelial que geralmente se desenvolve logo 
acima da camada basal. A confirmação do diagnóstico é feita através da realização de estudos 
de imunofluorescência direta em uma biopsia retirada de mucosa de aspecto normal, mantida 
em solução de Michel. O soro também pode ser submetido a estudos de imunofluorescência 
indireta ou ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) se o paciente estiver em um centro 
de atendimento terciário que realiza esses testes. 
2.1.7 Tratamento/conduta 
O tratamento geralmente consiste em corticosteroides sistêmicos que incluem 
azatioprina, micofenolato mofetila, metotrexato, ciclofosfamida e outros. Casos que não 
respondem a essa terapia podem ser tratados com rituximabe ou imunoglobulina intravenosa 
(IVIg). 
 
Neville, Brad W. Atlas de Patologia Oral e Maxilofacial. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo 
GEN, 2021. 
 
2.2 PENFIGOIDES DAS MUCOSAS 
 
Figura 5.35 Penfigoide benigno em mulher de 58 anos em mucosa jugal direita (A) e esquerda (B). 
Kignel. 
2.2.1 Etiologia 
Também conhecido como penfigoide cicatricial, é um grupo de doenças autoimunes 
que se caracterizam pela formação de vesículas e bolhas que acometem principalmente as 
superfícies mucosas (oral, conjuntival, laríngea, nasal, vaginal). 
2.2.2 Fatores de risco 
A maioria dos pacientes que desenvolvem PM são adultos mais velhos, e as 
crianças raramente são afetadas. 
2.2.3 Patogênese 
Esse distúrbio é causado pela produção de autoanticorpos que são direcionados 
contra qualquer um dos vários alvos antigênicos que compõem a membrana basal da 
mucosa. 
2.2.4 Manifestações clínicas 
Indivíduos podem observar vesículas ou bolhas desenvolvendo-se na mucosa oral, 
particularmente na gengiva e no palato, embora qualquer local da cavidade oral pode ser 
afetado. As bolhas se rompem dentro de algumas horas, deixando uma ulceração irregular e 
rasa com bordas lisas. 
Embora as úlceras orais sejam dolorosas e incômodas, a complicação mais 
significativa dessa condição é o envolvimento na conjuntiva, que pode levar à cegueira se não 
for identificado precocemente e tratado adequadamente. Inflamação da conjuntiva, e 
cicatrizes (sinéquias) podem se formar entre a conjuntiva bulbar (globo ocular) e a palpebral. 
Eventualmente ocorre cegueira. 
2.2.5 Diagnóstico diferencial 
O diagnóstico diferencial dos penfigoides deve incluir pênfigo vulgar, penfigoide, 
penfigoide bolhosa, eritema multiforme, epidermólise bolhosa, herpes simples e lúpus 
eritematoso bolhoso. 
2.2.6 Diagnóstico 
O exame complementar de rotina a ser utilizado nas mucosas é a biopsia incisional, 
com especial atenção quanto à amostra a ser removida; deve-se escolher um tecido adjacente 
a uma região inflamada, evitando-se as áreas ulceradas. Kignel. 
2.2.7 Tratamento/conduta 
Com a doença limitada, os corticosteroides tópicos podem controlar 
adequadamente o problema. Com uma doença mais extensa, medicações como 
corticosteroides sistêmicos, dapsona, micofenolato mofetila ou outros fármacos 
imunossupressores e imunomoduladores, como o rituximabe, podem ser apropriados. 
 
Neville, Brad W. Atlas de Patologia Oral e Maxilofacial. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo 
GEN, 2021. 
 
2.3 ERITEMA MULTIFORME (SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON) 
 
Figura 5.41 Eritema multiforme. Extensa úlcera em lábio inferior com 48 horas de evolução em 
homem de 40 anos de idade. 
Figura 5.42 Eritema multiforme. Úlceras em mucosa dos lábios superior e inferior, iniciando o 
processo de cicatrização. 
2.3.1 Etiologia 
Eritema multiforme maior apresenta maior gravidade que a forma menor, 
também denominada de Johnson, normalmente desencadeada por um medicamento. 
2.3.2 Fatores de risco 
Geralmente os pacientes são adultos jovens por volta da segunda ou terceira década 
de vida, e os homens costumam ser mais afetados do que as mulheres. 
2.3.3 Manisfestacoes clinicas 
Os sintomas prodrômicos incluem febre, mal-estar geral, cefaleia, tosse e dor de 
garganta, que ocorre aproximadamente 1 semana antes do início. 
A denominação “eritema multiforme” foi criada para incluir os aspectos clínicos 
variados que estão associados às manifestações cutâneas da doença. A lesão em pele clássica 
é apresentada em forma de alvo ou íris, com anéis circulares concêntricos de cor 
avermelhada, separados por anéis de cor semelhante à mucosa normal, classicamente 
referida como lesão em alvo ou em olho de boi. O envolvimento das extremidades é típico, 
geralmente com distribuição simétrica; podem ainda ocorrer lesões em pele na forma de 
máculas, pápulas, vesículas, bolhas e placas urticariformes. 
As manifestações bucais se apresentam na forma de placas eritematosas que 
sofrem necrose epitelial e evoluem para grandes erosões ou ulcerações rasas com bordas 
irregulares. Crostas hemorrágicas nos lábios são comuns (Figuras 5.41 a 5.43). Tanto as lesões 
de pele quanto as de mucosa aparecem rapidamente, causando grande desconforto. 
2.3.4 Diagnóstico diferencial 
O diagnóstico diferencial deve levar em conta úlceras aftosas recorrentes, 
infecções virais, pênfigo vulgar, penfigoide de mucosas e líquen plano erosivo. 
2.3.5 Diagnóstico 
O eritema multiforme nas suas várias apresentações é essencialmente 
diagnosticado pelas características clínicas, procurando-se por fatores relacionados, tais como 
infecções herpéticas e uso de medicamentos. As lesões de pele em alvo ajudam no diagnóstico. 
Não há um teste específico; a biopsia incisional costuma ser um exame 
complementar bastante útil, mas não definitivo. 
2.3.6 Tratamento/conduta 
No eritema multiforme maior, corticosteroides tópicos com antifúngicos podem 
ajudar no controle da doença. O uso de corticosteroides sistêmicos é controverso, e alguns 
especialistas os consideram contraindicados. Aciclovir de 400 a 600 mg/dia pode ser utilizado 
em pacientes que apresentem recorrências desencadeadas pelo HSV. Medidas de suporte, tais 
como colutórios, antitérmicos, hidratação adequada, devem ser utilizadas. 
 
Kignel, Sergio. Estomatologia - Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral. Disponível em: Minha 
Biblioteca, (3rd edição). Grupo GEN, 2020. 
 
2.4 SÍNDROME DE SJÖGREN 
 
Figura 11.15 Síndrome de Sjögren. Aumento bilateral das glândulas parótidas e 
submandibulares, representando lesões linfoepiteliais benignas. 
Figura 11.16 Síndrome de Sjögren. Sialografia da glândula parótida mostra atrofia e sialectasia 
puntiforme (“árvore sem galhos carregada de frutos”). 
2.4.1 Etiologia 
A síndrome de Sjögren é uma doença sistêmica crônica das glândulas lacrimais 
e salivares, de etiologia desconhecida e natureza autoimune. 
2.4.2 Fatores de risco 
É uma doença rara, predominante no sexo feminino, com 85% dos casos 
acometendo mulheres de meia-idade. 
2.4.3 Patogênese 
Embora a patogenia da síndrome de Sjögren continue obscura, é implicada a 
ativação aberrante de células T e células B. O desencadeador inicial pode ser uma infecção 
viral das glândulas salivares, o que causa morte celular local e liberação de autoantígenos 
teciduais. Em indivíduos geneticamente suscetíveis, as células T CD4+ e as células B 
específicas para esses autoantígenos podem ter escapado da tolerância e são capazes de 
reagir. O resultado é inflamação, lesão tecidual e, eventualmente, fibrose. Robbins. 
2.4.4 Manisfestacoes clinicas 
Inicialmente caracterizada pela tríade clássica *xerostomia, artrite reumatoide e 
ceratoconjuntivite seca, a síndrome de Sjögren pode apresentar uma série de alterações. 
O achado bucal principal é a xerostomia. Língua fissurada, queilite biangular e 
candidose também podem ser observadas como parte da doença. A secura ocular 
(queratoconjuntivite seca)afeta a superfície epitelial do olho, produzindo uma sensação 
áspera e visão turva. Além disso, secura da pele, mucosa nasal e mucosa vaginal podem 
ocorrer. Outras características potenciais incluem fadiga, depressão, linfadenopatia, 
fenômeno de Raynaud, vasculite e neuropatia periférica. 
2.4.5 Diagnóstico diferencial 
2.4.6 Diagnóstico 
Em muitos centros, a biopsia de glândulas salivares menores do lábio inferior é 
usada para apoiar o diagnóstico, demonstrando múltiplos focos de inflamação linfocítica 
dentro do tecido glandular. A sialografia pode mostrar sialectasia puntiforme com a perda da 
arborização ductal – um padrão comparado a uma “árvore sem galhos carregada de frutos”. 
Neville. 
2.4.7 Tratamento/conduta 
O tratamento da síndrome de Sjögren consiste no uso de anti-inflamatórios para 
combater dores articulares, lágrima artificial (colírios), saliva artificial e medicamentos 
sialagogos. Antifúngicos também são utilizados com frequência, e fluoreto de sódio deve ser 
indicado para uso rotineiro, uma vez que a xerostomia leva ao aparecimento de cáries e 
doença periodontal. 
 
Kignel, Sergio. Estomatologia - Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral. Disponível em: Minha 
Biblioteca, (3rd edição). Grupo GEN, 2020. 
 
2.5 LÍQUEN PLANO 
 
Figura 6.13 Líquen plano reticular em mucosa jugal. 
Figura 6.14 Líquen plano reticular em mucosa de fórnice e rebordo alveolar inferior. 
2.5.1 Etiologia 
O líquen plano (LP) é uma doença mucocutânea inflamatória crônica que 
acomete a pele e as mucosas. 
2.5.2 Fatores de risco 
O líquen plano bucal (LPB) acomete mais frequentemente mulheres entre 30 e 
60 anos de idade e apresenta prevalência média de 0,5 a 2,2% na população geral. Apresenta 
seis variantes clínicas: reticular, placa, atrófica, erosiva, papular e bolhosa. 
2.5.3 Patogênese 
Sua patogênese apresenta caráter imunomediado (autoimune) e pode acometer 
pele, couro cabeludo, unhas e mucosas (bucal e genital). 
2.5.4 Manifestações clínicas 
A variante reticular é considerada a mais comum, normalmente assintomática, e 
acomete predominantemente a mucosa jugal bilateralmente, mas também pode ser 
diagnosticada em borda lateral de língua, dorso de língua, gengiva, palato e vermelhão do 
lábio. Clinicamente, o LP reticular se apresenta na forma de múltiplas pápulas ou estrias 
brancas (ou acinzentadas) entrelaçadas, denominadas estrias de Wickham. As lesões são 
tipicamente dinâmicas e podem apresentar períodos de remissão e exacerbação. 
2.5.5 Diagnóstico diferencial 
O LPB é a doença mais associada à gengivite descamativa (75% dos casos); no 
entanto, outras lesões devem ser incluídas no diagnóstico diferencial, como o pênfigo vulgar e 
o penfigoide das membranas mucosas, que podem se manifestar na gengiva. 
2.5.6 Diagnóstico 
O diagnóstico do LPB pode ser realizado por meio das principais características 
clínicas da lesão (simetria e distribuição bilateral), especialmente da variante reticular; 
entretanto, recomenda-se a realização de biopsia incisional para análise histopatológica para 
confirmação do diagnóstico clínico e exclusão da presença de displasia epitelial. 
2.5.7 Tratamento/conduta 
Em lesões assintomáticas do LPB, recomendam-se acompanhamento e 
monitoramento periódico dos pacientes. Em caso de lesões sintomáticas, a base do 
tratamento inclui o uso de corticosteroides tópicos como propionato de clobetasol 0,05%, 
com indicação de uso 2 vezes/dia durante o período sintomático da lesão, por no máximo 2 
meses. 
 
Kignel, Sergio. Estomatologia - Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral. Disponível em: Minha 
Biblioteca, (3rd edição). Grupo GEN, 2020. 
 
2.6 AFTAS (ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE) 
 
Figura 5.19 Úlcera aftosa recorrente do tipo minor na mucosa do lábio inferior. 
Figura 5.22 Úlcera aftosa recorrente do tipo major com 25 dias de evolução. 
2.6.1 Etiologia 
É uma doença frequente da cavidade bucal que se caracteriza por episódios de 
repetição e sintomatologia dolorosa. Apesar de sua etiopatogenia ainda não estar elucidada, 
é uma doença inflamatória crônica, de natureza imunológica. 
2.6.2 Fatores de risco 
Muitos fatores locais e sistêmicos, tais como infecções virais e bacterianas, 
hipersensibilidade a alimentos, fatores genéticos e doenças sistêmicas, podem estar 
associados à patogênese das aftas. Sua imunopatogênese pode estar envolvida com o 
desequilíbrio imunológico desses pacientes. 
Os antígenos associados aos queratinócitos que precipitariam esta reação ainda 
são desconhecidos, mas muitos fatores predisponentes podem desencadear as aftas, tais como 
estresse, ansiedade, alimentos (principalmente cítricos), traumatismo, entre outros. 
As aftas podem estar associadas a alguns distúrbios gastrintestinais, tais como 
doença de Crohn, colite ulcerativa e doença do celíaco. 
2.6.3 Patogênese 
Apesar de sua etiopatogenia ainda não estar elucidada, é uma doença 
inflamatória crônica, de natureza imunológica. 
2.6.4 Manifestações clinicas 
As úlceras aftosas podem ser únicas ou múltiplas e geralmente sintomáticas, 
apresentando-se clinicamente sob os três aspectos conhecidos como minor, major e 
herpetiforme. 
O tipo minor é o mais comum e ocorre em aproximadamente 80 a 90% dos 
pacientes com aftas. Caracteriza-se por lesões pequenas, únicas ou múltiplas, ovoides ou 
arredondadas com base crateriforme, contorno bem definido e halo eritematoso, 
apresentando exsudato amarelado e centro deprimido (Figuras 5.18 a 5.21). Essas lesões 
medem, em geral, menos de 10 mm de diâmetro, com duração média de 7 a 14 dias. 
A mais grave é a afta do tipo major, ou afta de Sutton, que ocorre em 
aproximadamente 7 a 10% dos pacientes. Com diâmetro geralmente de 10 mm ou mais, essa 
afta deixa cicatriz ao ser reparada. Seu período de duração é mais longo e pode chegar a até 
6 semanas (42 dias), localizando-se preferencialmente no palato mole e na mucosa labial. 
O tipo menos comum é o herpetiforme, representado por numerosas e múltiplas 
úlceras de 10 a 100 lesões ao mesmo tempo. Essas úlceras são pequenas e variam de 1 a 3 mm 
de diâmetro, atingindo por vezes cerca de múltiplas ulcerações em uma única recorrência. 
Podem fusionar-se formando lesões mais extensas, persistindo até 10 dias. 
2.6.5 Diagnóstico diferencial 
2.6.6 Diagnóstico 
O diagnóstico é realizado pela história do paciente e pelas suas características 
clínicas. 
2.6.7 Tratamento/conduta 
A escolha da terapêutica para as aftas deve-se basear na gravidade, na 
frequência, no alívio da dor, no desconforto do paciente, na redução das infecções 
secundárias e na promoção da reparação. Até o momento, não há tratamento específico 
para as aftas, embora muitos medicamentos tenham sido sugeridos. Nenhuma forma terapêutica 
cura ou erradica a doença devido ao fato de não haver ainda se estabelecido sua verdadeira 
etiopatogenia. Mas vários agentes tópicos têm sido pesquisados e usados, tais como: anti-
inflamatórios esteroides e não esteroides, antimicrobianos, imunomoduladores, 
analgésicos, entre outros. 
 
Kignel, Sergio. Estomatologia - Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral. Disponível em: Minha 
Biblioteca, (3rd edição). Grupo GEN, 2020. 
 
2.7 LÚPUS 
 
Figura 16.61 Lúpus eritematoso. As lesões da mucosa oral muitas vezes parecem semelhantes 
às do líquen plano, mostrando áreas de eritema associadas a placas brancas e estrias que afetam 
a mucosa jugal. 
Figura 16.62 Lúpus eritematoso. Lesão característica mostrando uma placa mista vermelha e 
branca que envolve a região média/posterior do palato duro. Neville. 
2.7.1 Etiologia 
É uma doença inflamatória crônica, de natureza autoimune e de etiologia não 
esclarecida. 
2.7.2 Fatores de risco 
O desenvolvimento da doença está associado à predisposição genética e aos 
fatores ambientais, tais como luz ultravioleta e alguns medicamentos. O lúpus eritematoso 
sistêmico (LES) é uma doença rara e ocorre mais frequentementeem mulheres jovens em 
relação aos homens (9:1). A doença não apresenta predileção por etnia. 
2.7.3 Patogênese 
O LES é caracterizado pela desregulação dos linfócitos T e B do sistema 
imunológico, resultando em danos significativos a vários sistemas orgânicos, incluindo a 
pele, os rins, o coração, os vasos sanguíneos e as articulações. 
2.7.4 Manifestações clínicas 
O LES tende a afetar predominantemente mulheres jovens, e os sinais e sintomas 
podem ser relativamente inespecíficos nos estágios iniciais da doença. Febre, mal-estar, 
artrite, perda de peso e fadiga são frequentemente observados, assim como eritema 
característico que envolve a pele da região malar e a ponte nasal, denominada “eritema malar 
em formato de asas de borboleta”. Apresenta lesões que afetam principalmente lábios, língua, 
mucosa jugal e palato duro. 
2.7.5 Diagnóstico diferencial 
As lesões orais do LES pode parecer muito semelhantes ao líquen plano erosivo, 
embora no LES, as lesões podem ter caráter inespecífico, ou mesmo granulomatoso. 
2.7.6 Diagnóstico 
A hipótese clínica pode ser confirmada pela biopsia incisional e pela 
imunofluorescência direta; os testes sorológicos negativos para autoanticorpos excluem o 
envolvimento sistêmico. Kignel. 
2.7.7 Tratamento/conduta 
Pacientes com qualquer forma de lúpus eritematoso devem evitar a exposição 
solar, se possível. Casos leves de LES podem ser tratados com agentes anti-inflamatórios não 
esteroidais em conjunto com a hidroxicloroquina, um fármaco antimalárico que parece 
modular a resposta inflamatória. Casos mais graves de LES podem exigir tratamento com 
agentes imunossupressores e imunomoduladores mais potentes. A maioria dos casos de 
LECC e LES pode ser tratada com corticosteroides tópicos. 
 
Neville. 
2.8 ESTOMATITE ULCERATIVA CRÔNICA 
 
Figura 16.56 Estomatite ulcerativa crônica. A. A mucosa gengival eritematosa poderia sugerir penfigoide ou 
líquen plano, mas estudos de imunofluorescência direta confirmaram o diagnóstico de estomatite ulcerativa 
crônica. B. Alterações atróficas e queratóticas no dorso da língua também apresentam aspecto liquenoide, 
exigindo estudos de imunofluorescência direta para o diagnóstico. 
2.8.1 Etiologia 
É um processo liquenoide imunomediado relativamente raro que afeta 
principalmente a mucosa oral, embora o envolvimento da pele também tenha sido descrito. 
2.8.2 Fatores de risco 
Este distúrbio tem uma predileção por mulheres adultas e tipicamente envolve 
a língua, a mucosa jugal e/ou a gengiva. 
2.8.3 Manifestações clinicas 
Observam-se áreas atróficas, erosivas e ulceradas com finas estrias brancas 
periféricas, embora geralmente as estrias não sejam tão definidas como no líquen plano. 
Essas lesões aumentam e diminuem em gravidade, e tendem a curar sem formar cicatriz. 
Posteriormente se desenvolvem em outra área. 
2.8.4 Diagnóstico diferencial 
A condição é muitas vezes confundida clínica e histopatologicamente com o líquen 
plano erosivo ou outras condições liquenoides, e estudos de imunofluorescência direta são 
necessários para se concluir o diagnóstico. 
2.8.5 Diagnóstico 
A investigação diagnóstica para essa condição geralmente é iniciada quando um 
paciente apresenta lesões orais que parecem resistentes à corticoterapia tópica. Os achados 
histopatológicos foram relatados como inadequados para distinção entre líquen plano oral e 
estomatite ulcerativa crônica. Quando a imunofluorescência direta é realizada, há 
imunorreatividade positiva dos núcleos das células epiteliais nas camadas basal e parabasal. 
Estudos de imunofluorescência indireta, usando esôfago de porquinho-da-índia ou macaco 
como substrato, pode fornecer apoio adicional para o diagnóstico. 
2.8.6 Tratamento/conduta 
Embora alguns pacientes possam responder à aplicação tópica de corticosteroide 
em gel, isso nem sempre acontece. Em tais situações, deve-se considerar o tratamento com 
hidroxicloroquina, um medicamento antimalárico que é frequentemente usado para o 
tratamento de outras condições autoimunes. Exame oftalmológico periódico e estudos 
hematológicos são necessários se este medicamento for utilizado, devido aos seus potentes 
efeitos colaterais. 
 
Neville, Brad W. Atlas de Patologia Oral e Maxilofacial. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo 
GEN, 2021. 
 
 
3 DESCREVER AS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE. 
As reações imunológicas danosas, chamadas de hipersensibilidade, são a base da 
patologia associada às doenças imunológicas. Esse termo surgiu da ideia de que indivíduos que 
já foram expostos a um antígeno manifestam reações detectáveis àquele antígeno e são, 
portanto, ditos sensibilizados. A hipersensibilidade implica uma reação excessiva ou danosa 
a um antígeno. Há algumas características gerais importantes das doenças por 
hipersensibilidade. 
1. As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por antígenos 
ambientais exógenos (microbianos e não microbianos) ou autoantígenos 
endógenos. 
2. A hipersensibilidade geralmente resulta de um desequilíbrio entre os 
mecanismos efetores das respostas imunológicas e os mecanismos de 
controle que servem normalmente para limitar tais respostas. 
3. O desenvolvimento de doenças por hipersensibilidade (tanto alérgicas quanto 
autoimunes) costuma associar-se à herança de genes de suscetibilidade 
específicos. 
4. Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os 
mesmos que os mecanismos de defesa efetores contra patógenos infecciosos. 
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS POR HIPERSENSIBILIDADE 
 
• Na hipersensibilidade imediata (hipersensibilidade tipo I), a lesão é causada por 
células TH2, anticorpos IgE, mastócitos e outros leucócitos. Os mastócitos liberam 
mediadores que agem nos vasos e no músculo liso e citocinas pró-inflamatórias que 
recrutam células inflamatórias. 
• Nos distúrbios mediados por anticorpos (hipersensibilidade tipo II), os anticorpos 
IgG e IgM secretados causam dano celular pela promoção da sua fagocitose ou lise e dano 
tecidual pela indução da inflamação. Os anticorpos também interferem nas funções celulares e 
causam doença sem lesão tecidual. 
• Nos distúrbios mediados por imunocomplexos (hipersensibilidade tipo III), os 
anticorpos IgG e IgM ligam-se a antígenos, geralmente na circulação, e os complexos antígeno-
anticorpo depositam-se nos tecidos e induzem inflamação. Os leucócitos que são recrutados 
(neutrófilos e monócitos) produzem dano tecidual pela liberação de enzimas lisossômicas e 
geração de radicais livres tóxicos. 
• Nos distúrbios imunológicos mediados por células (hipersensibilidade tipo IV), 
linfócitos T sensibilizados (células TH1, TH17 e CTLs) são a causa da lesão tecidual. As células 
TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e não são 
consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV. 
3.1.1 Hipersensibilidade imediata (hipersensibilidade tipo I) 
 
 
FIGURA 6-14 Sequência de eventos na hipersensibilidade imediata (tipo I). As reações de hipersensibilidade 
imediata iniciam-se através da introdução de um alérgeno, que estimula as respostas de TH2 e a produção de IgE 
em indivíduos geneticamente suscetíveis. A IgE liga-se aos receptores Fc (FcRI) nos mastócitos, e a exposição 
subsequente ao alérgeno ativa os mastócitos que secretam os mediadores responsáveis pelas manifestações 
patológicas da hipersensibilidade imediata. Leia o texto para verificar as abreviações. 
 
Tem três fases: fase de sensibilização, de ativação e a fase efetora. Na fase de 
sensibilização tem a primeira exposição do organismo ao alérgenos, mas o indivíduo já tem 
um predisposição genética a alergia, pq ela é uma doença genética. Um linfócito B captura 
esse antígeno (alérgeno) e vai apresentar para um linfócito T, que vai se diferenciar em Th2 
e estimular a célula B sofrer maturação e passar a produzir IgE, esse IgE vai se ligar ao 
mastócito, que já tem na suamembrana receptores do tipo Fc e com isso ocorre a ligação do 
IgE ao Fc, sensibilizando o mastócito. 
Se o individuo não for mais exposto ao alérgeno, não haverá problemas, mas se 
ele expor novamente a esse alérgeno. 
Aí passamos para a fase de ativação e terá uma nova exposição ao alérgeno, e o 
alérgeno se liga ao IgE que esta preso na membrana do mastócito, por meio de uma ligação 
cruzada. Teremos varias moléculas de IgE na membrana do mastócito se ligando a 
diferentes porcoes daquele antígeno, e isso provoca a ativação do mastócito e a sua 
degranulacao (liberação do conteúdo, dos grânulos, que são as aminas vasoativas (histamina) 
e os mediadores lipídicos) e assim terá hipersensibilidade imediata. Reação de Fase Tardia- 
os mastócitos liberaram citocinas que vai causar uma reação inflamatória e será chamada 
de reação tardia. 
Na fase efetora é quando o mastócito degranula e lanca o conteúdo, que vão 
causar vasodilatação, inflamação, lesão tecidual. Ex: Broncoconstricao, asma, rinite... 
3.1.2 Hipersensibilidade Mediada por Anticorpos (Tipo II) 
 
FIGURA 6-16 Mecanismos da lesão mediada por anticorpos. A, Opsonização das células por anticorpos e 
componentes do complemento e ingestão pelos fagócitos. B, Inflamação induzida pela ligação de anticorpos aos 
receptores Fc dos leucócitos e pelos produtos de degradação do complemento. C, Anticorpos antirreceptor 
prejudicam a função normal dos receptores. Nesses exemplos os anticorpos contra o receptor da acetilcolina (ACh) 
prejudicam a transmissão neuromuscular na miastenia grave e os anticorpos contra o receptor do hormônio 
estimulador da tireoide (TSH) ativam as células da tireoide na doença de Graves. 
 
É a hipersensibilidade Mediada por Anticorpos, que falaremos de auto anticorpos e 
portanto de reações autoimines, que teremos anticorpos q atacam substancias próprias do nosso 
corpo de maneira patológica. Podemos ter anticorpos gerando reações de hipersensibilidade 
pela interação com células, tecidos e receptores. 
O anticorpo vai se ligar a uma celula propria e ele vai opsonizar (fixar) essa celula, 
ai terá um fagócito q terá um receptor para os anticorpos e para fragmentos do complemento, 
já que uma simples ligação do anticorpo a um antígeno por si só já leva a uma ativação do 
complemento, que não só vai potencializar a ligação daquele fagócito a celula, mas também vai 
causar uma reação inflamatória por meio da ativação de neutrofilos que vai causar então uma 
inflamação e uma lesão tecidual e então vamos ter a fagocitose e a destruição da celula 
Ex: anemia hemolítica, púrpura. 
Ultima imagem a segunda: ligação de anticorpo a receptores, o anticorpo pode ter 
afinidade pelo receptor, se ligar a esse receptor e estimular o receptor, ex na celula da tireoide, 
quando ele se liga ao receptor de TSH, estimula a celula e libera secreção de hormônios da 
tireoide e isso gera hipertireoidismo pq o anticorpo estimula o receptor sem ligante. Mas pode 
acontecer o contrario, como na doença miastenia graves, eu nela o anticorpo vai se ligar ao 
receptor da acetilcolina no musculo e bloqueará o receptor que não consegue mais se ligar a 
ACh que esta presente na junção neuromuscular. Nesse ultimo caso o corpo vai estar inibindo 
a ligação do ligante ao receptor, o que nessa doença vai causar fraqueza e ate paralisia. 
 
3.1.3 Hipersensibilidade Mediada por Imunocomplexos (Tipo III) 
 
 
FIGURA 6-17 Doença por imunocomplexo. As fases sequenciais da indução das doenças mediadas por 
imunocomplexos sistêmicos (hipersensibilidade do tipo III). 
 
É mediadas por imunocomplexos, a formação de imunocomplexos pode se dar 
tanto contra antígenos estranhos como contra antígenos próprios. O corpo forma 
imunocomplexos sem ter problema, mas o problema é quando esses são formamos de forma 
excessiva ou não são removidos adequadamente e acabam se depositando em um lugar do 
organismo sem especificidade e ali acaba gerando um problema. 
Comecar explicando a imagem, ali temos a produção de anticorpo, antígeno do 
exemplo é visto na cirgulacao e vamos ter a ligação dos anticorpos a esses antígenos, 
formando aqueles imunocomplexos. 
Esses imunocoomplexos pode depositar em algum local do nosso corpo e onde 
ele deposita temos uma reação inflamatória, com o recrutamento de neutrófilos, 
macrófagos ou monócitos, além de ter a ativação do complemento. 
E essa reação inflamatória e liberação de enzimas pelos neutrofilos vão causar 
uma destruição tecidual no local, no vaso sanguíneo como no desenho pode ter uma vasculite 
e trás prejuízo ao ser humano. 
Ex: Lúpus eritematoso sistêmico 
 
3.1.4 Hipersensibilidade Mediada por Células T (Tipo IV) 
 
 
FIGURA 6-18 Mecanismos das reações de hipersensibilidade mediadas por células T (tipo IV). A, Células TH1 
CD4+ (e às vezes células T CD8+, não exibidas) respondem aos antígenos do tecido pela secreção de citocinas 
que estimulam a inflamação e ativam os fagócitos, resultando em lesão tecidual. Células TH17 CD4+ contribuem 
para a inflamação ao recrutarem neutrófilos (e, em uma menor extensão, monócitos). B, Em algumas doenças, os 
linfócitos T citotóxicos CD8+ (CTLs) matam diretamente as células do tecido. APC, Célula apresentadora de 
antígenos. 
 
É mediada por linfócitos T, podendo ser T CD4+ ou T CD8+, que irão reconhecer 
os antígenos próprios, seja por apresentação de uma APC ou por apresentação da própria 
célula do tecido normal, com isso gera uma reação inflamatória devido a secreção de 
citocinas pelos linfócitos, que acaba gerando uma lesão tecidual. 
E ainda pela ligação dos linfócitos T CD8+ que esta apresentando antígenos 
próprios, também acaba levando a uma morte celular e lesão tecidual. 
Ex: Esclerose múltipla. Contato com o látex. 
 
V Kumar. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Disponível em: Minha 
Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2016.

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