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Princípios Fundamentais II

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Princípios Fundamentais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS II
Texto Constitucional
Obs.: � a República Federativa do Brasil é regida por alguns fundamentos; muitas vezes os 
alunos usam mnemônicos como SOCIDIVAPLU para lembrar com mais facilidade 
quais são os fundamentos da República Federativa do Brasil.
É importante ter em mente que os princípios adotados pelo Brasil na ordem eco-
nômica aparecem no art. 170. Ao realizar uma comparação, é possível ver uma grande 
semelhança com os fundamentos do art. 1º.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Es-
tados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Sobre a Dignidade da pessoa humana, analisemos a Súmula Vinculante 11.
Existem alguns movimentos teóricos no Direito Constitucional que afirmam que 
hoje se vive um novo constitucionalismo, o qual é chamado também de neoconstitu-
cionalismo. O neoconstitucionalismo coloca a pessoa humana no centro do sistema; por 
essa razão se ouve falar tanto em dignidade da pessoa humana. A dignidade da pessoa 
humana está expressamente prevista no art. 1º da CF. A dignidade da pessoa humana é 
o princípio matriz, é um supraprincípio. Lembrando que não há hierarquia entre normas 
constitucionais. Há, de antemão, uma série de direitos no art. 5º da CF, e às vezes esses 
direitos entram em rota de colisão. Nessa situação, é necessário ponderar caso a caso, 
qual vai prevalecer, pois não existe hierarquia entre eles. É exatamente nesse cenário 
que a dignidade da pessoa, mesmo tendo um valor de grande relevância, não pode ser 
considerada um direito absoluto.
A Súmula Vinculante 11 do STF dispõe que somente se justifica a utilização de alge-
mas em caso de “PRF”: perigo, resistência ou fuga. Dentro desses cenários, é possível o 
uso de algemas. 
Hoje é possível que uma pessoa transgênero vá diretamente ao cartório para mudar 
nome e sexo na documentação, independente de cirurgia de redesignação sexual. Isso é 
fundamentado na dignidade da pessoa humana.
5m
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Obs.: � estado de coisa inconstitucional é uma teoria nascida em um tribunal colombiano. É 
uma ideia que não é brasileira, mas foi incorporada ao sistema carcerário brasileiro. 
O estado de coisa inconstitucional trata sobre violação, que é, ao mesmo tempo, 
contínua, sistemática e generalizada e demanda a atuação conjunta de vários 
órgãos ou entidades. É necessário que os poderes atuem em conjunto.
I – a soberania;
Obs.: � quem possui soberania é a República Federativa do Brasil. É importante não 
confundir soberania com autonomia. É dada autonomia tríplice (financeira, 
administrativa e política) à União, estados, DF e municípios. Territórios federais 
podem ser criados (atualmente não existe), mas estes não terão autonomia, pois 
integram a União como autarquias.
II – a cidadania;
Obs.: � quem é o cidadão? É o brasileiro com capacidade eleitoral ativa. Capacidade de 
votar e de ser votado.
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
Obs.: � aqui, o texto constitucional anuncia que no Brasil adota-se o capitalismo.
V – o pluralismo político.
Obs.: � o pluralismo político é muito mais amplo que o pluralismo partidário. O pluralismo 
é ter várias ideologias políticas no cenário.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de represen-
tantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Fundamentos da RFB
• Mnemônico: SO – CI – DI – VA - PLU
• Poder: titularidade x exercício
• Democracia mista ou semidireta: indireta (representativa) + direta
• Iniciativa popular de lei nas diferentes esferas de governo
10m
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Princípios Fundamentais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
Texto Constitucional
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário.
Obs.: � atente-se ao fato de que os poderes independentes e harmônicos entre si pertencem 
à União. Não há três poderes nos municípios, apenas executivo e legislativo. Não 
há poder judiciário municipal, Ministério Público municipal, não pode ter Ministério 
Público de Contas na esfera municipal nem Defensoria Pública.
Montesquieu e a teoria dos freios e contrapesos
Montesquieu criou a teoria dos freios e contrapesos, prevendo controles recíprocos 
de um poder sobre o outro.
Exemplo: o STF decide sobre o marco indígena, afirmando que podem ser reconhe-
cidas terras indígenas ocupadas antes de 05/10/88, em uma decisão de controle con-
centrado. Porém o fato de ter colocado por decisão em controle concentrado não impe-
diu que o Poder Legislativo, na semana seguinte, aprovasse a PL do marco indigenista. 
O projeto de lei sobre o marco afirma que pode ser reconhecida como terra indígena 
somente aquela que estivesse sendo ocupada por indígenas em 05/10/88. Em outras 
palavras, o Congresso decidiu o contrário do STF. Caso haja veto do Presidente, o Con-
gresso pode rejeitar o veto e publicar a lei. Entretanto, a lei pode ser questionada pelo 
STF, que declara inconstitucionalidade.
Outro exemplo é o caso do voto impresso. Já foram aprovadas quatro ou cinco leis 
obrigando o voto impresso pelo Congresso, mas o STF declara inconstitucional. Isso é a 
atuação da teoria dos freios e contrapesos.
A teoria aparece bastante em concursos tratando sobre a nomeação de Ministros do 
Supremo Tribunal Federal.
Podem aparecer diversas nomenclaturas, como freios e contrapesos, pesos e contrapesos, 
freios contra freios, ou a expressão em inglês checks and balances.
• Posicionamento constitucional do Ministério Público, Defensoria Pública e do Tri-
bunal de Contas.
Obs.: � Os poderes são independentes, enquanto Ministério Público, Defensoria Pública e 
do Tribunal de Contas são autônomos. Dizer que Tribunal de Contas tem autonomia 
significa dizer que ele não é subordinado ao Poder Legislativo. Ministério Público 
e Defensoria Pública não não subordinados nem ao Poder Executivo nem ao Poder 
Judiciário.
15m
20m
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Princípios Fundamentais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
Separação dos Poderes
Obs.: � Montesquieu apresenta a ideia de funções típicas e atípicas. A função típica será 
trabalhada como principal e a atípica como secundária. Tenha em mente que todos 
os poderes atuam com funções típicas e atípicas.
Poder função típica Funções atípicas
Executivo Administrar (executar)
1 legislar: por exemplo, ao editar uma 
medida provisória ou um decreto autô-
nomo.
2 julgar: julgamentos feitos pelo CADE 
acerca da possível formação de cartéis 
ou outras formas de violação da con-
corrência. Ainda, os julgamentos feitos 
pelo CARF.
Judiciário Julgar
1 legislar: elaboração de Regimentos 
Internos.
2 administrar: “cuidar” de seus servi-
dores. Ex.: conceder férias.
Legislativo Legislar e fiscalizar
1 julgar: processar e julgar as autori-
dades indicadas pela CF/88 (art. 52). 
Ex.: Pres. da República.
2 administrar: “cuidar” de seus servi-
dores. Ex.: concessão de horas extras.
Obs.: � �O controle externo cabe ao Poder Legislativo, matéria esta que aparece nos arts. 
70 e 71 da CF.
A Comissão Parlamentar de Inquérito é função típica do Poder Legislativo.
Texto Constitucional
Obs.: � o art. 3º aparece com verbos no infinitivo.
Obs.: � objetivos fundamentaissão metas, que são normas programáticas.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação.
25m
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Princípios Fundamentais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
Objetivos Internos
• Promoção do bem-estar de todos: união homoafetiva e transgêneros.
Obs.: � Dentro da promoção do bem-estar de todos, o STF reconheceu a constitucionalidade 
de uniões homoafetivas e de transgêneros, os quais podem ir ao cartório e fazer 
a opção, mesmo sem haver realizado a cirurgia de redesignação sexual. A união 
homoafetiva tem sido questionada pelo Parlamento, o Legislativo está tentando 
rever a decisão do STF de alguns anos atrás. Ao rever decisões do Supremo, o 
Legislativo pratica a chamada reação legislativa, também chamada de efeito 
backlash, ou até mesmo de ativismo congressual.
• Renda básica de cidadania e apelo ao aos Poderes da República.
Obs.: � cuidado!!! Isso foi modificado pela Emenda n. 114/2021. 
• Atenção para a substantivização dos verbos no infinitivo
Texto Constitucional
Princípios: 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações.
Obs.: � atenção aos incisos VIII e X. O inciso VIII trata de repúdio ao terrorismo e ao racismo. 
Deve-se tomar bastante cuidado aqui, pois o conceito de racismo é amplo. O 
STF entende que racismo abrange também o antissemitismo, o antisionismo, a 
homofobia, a transfobia e a injúria racial. O racismo é inafiançável e imprescritível. 
O Estado jamais perderá o direito de punir.
30m
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Princípios Fundamentais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
Princípios das relações internacionais
Asilo político x refúgio político
Obs.: � há diferença entre asilo e refúgio. Qual é essa diferença?
O asilo se dará por situação restrita, como por exemplo, a perseguição política, já o 
refúgio pode se dar também por perseguição política, mas pode ser também por perse-
guição, cultural, étnica, religiosa, sexual, social. 
Obs.: � a concessão de refúgio é um ato vinculado!
A concessão de asilo é um ato discricionário!
• O caso Cesare Battisti.
Repúdio ao terrorismo e ao racismo
• Racismo social e figuras equiparadas
• Injúria racial e a Lei n. 14.532/2023. 
Estrangeiros com família brasileira: expulsão x extradição
Obs.: � o estrangeiro que possui família no Brasil pode ser extraditado.
O estrangeiro que possui família no Brasil não pode ser expulso.
A expulsão se dá quando o estrangeiro comete crime dentro do Brasil, a extradição se 
dá quando o estrangeiro comete o crime no exterior e o outro país pede a extradição. 
 
Asilo → Discricionário
Refúgio → Vinculado
35m
40m
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Fernandes. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.
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