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341 ProdutorEnergia Sol Consumidor primário Consumidor secundário Decompositores ENERGIA DISSIPADA NOS DIFERENTES NÍVEIS TRÓFICOS Figura 14.2 Representação esquemática da transferência de energia ao longo de uma cadeia alimentar. A energia é gradualmente dissipada ao passar pelos níveis tróficos, em um processo unidirecional. Os decompositores atuam em todos os níveis tróficos. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) Além disso, quando um animal come uma planta ou um outro animal, parte das moléculas orgânicas contidas no alimento não é aproveitada, sendo eliminada nas fezes. Por exemplo, um herbívoro consegue aproveitar apenas 10% da energia contida no alimento que ingere; o restante, cerca de 90%, é eliminado nas substâncias que compõem as fezes do animal. Da energia efetivamente aproveitada, aproximadamente de 15% a 20% são empregados na manu- tenção do metabolismo e a parte que sobra fica armazenada nas substâncias que compõem os tecidos corporais. Quando come um herbívoro, um carnívoro aproveita aproximadamente 50% da energia disponível no alimento que ingere, sendo o restante eliminado nas fezes. Da metade aproveitada, de 15% a 20% são usados para a realização do metabolismo. O mesmo ocorre nos níveis tróficos seguintes. Assim, a energia captada originalmente do Sol vai se dissipando como calor ao longo dos níveis tróficos dos ecossistemas. Consequentemente, para se manter em funcionamento, os ecossistemas dependem da absorção constante de energia luminosa do Sol. (Fig. 14.3) 1 Energia assimilada pelas plantas 2 Perda de energia na respiração vegetal 3 Energia disponível para os herbívoros 4 Perda de energia nas fezes dos herbívoros 5 Energia assimilada pelos herbívoros 6 Perda de energia na respiração dos herbívoros 7 Energia disponível para os carnívoros 8 Perda de energia nas fezes dos carnívoros 9 Energia assimilada pelos carnívoros 10 Perdas de energia na respiração dos carnívoros 11 Energia disponível para o nível seguinte Q ua nt id ad e de e ne rg ia Fluxo de energia Figura 14.3 Representação esquemática das quantidades de energia disponíveis para cada nível trófico de uma cadeia alimentar. A cada nível, parte da energia é dissipada como calor durante as atividades metabólicas dos organismos e parte é eliminada nas fezes. O que sobra pode ser transferido ao nível trófico seguinte. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) 1 2 3 4 5 6 8 107 9 11 341 R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 342 U n id a d e C • Ec o lo g ia 1 Pirâmides ecológicas A massa total de matéria orgânica de um ser vivo, ou de um conjunto de seres vivos, é sua biomassa; ela reflete a quantidade de energia química potencial presente na- quela porção de matéria orgânica. Em uma teia alimentar, a biomassa ou a energia nos diferentes níveis tróficos pode ser representada por gráficos em forma de pirâmide, as chamadas pirâmi- des ecológicas. Nas pirâmides de biomassa e nas pirâmides de energia, a base correspon- de ao nível trófico dos produtores e, na sequência, são representados os níveis dos consumidores primários, dos consu- midores secundários e assim por diante. A largura de cada nível mostra a quantidade de energia presente na matéria orgânica disponível para o nível trófico seguinte. (Fig. 14.4) Outro tipo de representação gráfica, denominada pirâmide de números, é empregado para indicar a quantidade de indivíduos existentes em cada nível trófico de uma cadeia alimentar. Por exemplo, em uma cadeia alimentar formada por capim, gafanhotos e sapos, uma pirâmide de números mostra a quantidade de plantas existente no nível dos produtores, a quantidade de gafanhotos existente no nível dos consumidores primários e a quantidade de sapos existente no nível dos consumidores secundários. Eventualmente, se houver apenas um produtor de grande tamanho (uma árvore, por exemplo) e muitos consumidores secundários (lagartas de borboleta, por exemplo), o gráfico não terá formato de pirâmide, apesar de receber essa denominação. (Fig. 14.5) Nível dos consumidores secundários (C2) Nível dos consumidores primários (C1) C1 P C2 Nível dos p rodutores (P ) 8,3 kcal 1.190 kcal 14.900 kcal Figura 14.4 Uma pirâmide de energia mostra a quantidade de energia química potencial disponível em cada nível trófico de um ecossistema. As representações podem ser tanto planas (A) como tridimensionais (B). As pirâmides de biomassa são equivalentes às pirâmides de energia, pois a massa de matéria orgânica reflete a quantidade de energia química disponível em cada nível trófico. A B 700 gafanhotos 30 sapos 5.000 plantas de capim C1 C2 CONSUMIDOR SECUNDÁRIO CONSUMIDOR PRIMÁRIO PRODUTOR P A 20 pássaros 700 lagartas 1 árvore C1 C2 CONSUMIDOR PRIMÁRIO PRODUTOR P CONSUMIDOR SECUNDÁRIO B Figura 14.5 Pirâmides de números. A. A forma típica de pirâmide, com base larga e ápice estreito, representa cadeias alimentares nas quais os produtores são plantas pequenas (capim, por exemplo) e os herbívoros e predadores são animais relativamente grandes. B. No gráfico representativo de cadeias alimentares em que os produtores são de grande tamanho (uma árvore, por exemplo) e os herbívoros são relativamente pequenos (lagartas, por exemplo), a base do gráfico é reduzida, formando uma “pirâmide” atípica. (Imagens sem escala, cores-fantasia). R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 343 C a p ít u lo 1 4 • En e rg ia e m at é ri a n o s e co ss is te m a s 2 O conceito de produtividade O estudo da transferência de energia entre seres vivos pertencentes a níveis tróficos dife- rentes é de grande importância para a humanidade, uma vez que a espécie humana participa de diversas cadeias alimentares, tanto de terra firme quanto aquáticas. Quanto menos níveis tróficos uma cadeia alimentar apresenta, menor é a dissipação ener- gética ao longo dela, pois as maiores perdas de energia acontecem quando a matéria orgânica é transferida de um nível trófico para outro. Por exemplo, é preciso quase uma tonelada de vegetais para alimentar um número de coelhos que forneça 250 kg de carne. Por essa razão, é menos dispendioso, embora nem sempre adequado ao paladar humano, consumir diretamente vegetais como alimento, evitando a perda energética que ocorre na transferência para o nível dos herbívoros. (Fig. 14.6) Produtividade primária A eficiência com que os organismos de um nível trófico aproveitam a energia recebida para produzir biomassa é definida como produtividade. O total de energia luminosa efetivamente cap- tada pelos seres autotróficos, ou seja, a quantidade de energia que os seres fotossintetizantes conseguem converter em biomassa, em determinado intervalo de tempo, constitui a chamada produtividade primária bruta (PPB). Como já vimos, uma parte da energia luminosa armazenada na matéria orgânica é gasta pelo próprio organismo fotossintetizante, em sua respiração celular, para suprir suas necessidades bási- cas de sobrevivência. Apenas a quantidade de energia que sobra fica armazenada na biomassa. A energia armazenada na biomassa dos produtores, medida durante um determinado intervalo de tempo, constitui a produtividade primária líquida (PPL). É essa energia que está realmente disponível para o nível trófico seguinte. Assim, representando as perdas energéticas ocorridas na respiração celular por R, temos: PPL 5 PPB 2 R. A eficiência dos produtores de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primária líquida. Um estudo mostrou que certos ecossistemas marinhos, em que os produtores são prin- cipalmentealgas, produzem mais matéria orgânica por ano do que uma floresta tropical, onde os produtores são representados por diversos tipos de planta. Figura 14.6 Produtos de origem vegetal têm, em geral, produção mais barata que os de origem animal porque para alimentar os animais é preciso investir na formação de pastagens.
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