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DÍZIMODÍZIMO
DA IGREJADA IGREJA
==============================================
OU DA TRIBO DE LEVI?OU DA TRIBO DE LEVI?
DÍZIMO
DA IGREJA
 OU DA TRIBO DE LEVI?
Por Valdomiro Filho
vnofilho@gmail.com
Copyright - Todos os direitos reservados
mailto:vnofilho@gmail.com
ÍNDICE
PRÓLOGO....................................................................................................................4
APRESENTAÇÃO........................................................................................................5
IDENTIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO.............................................................................5
AS OCORRÊNCIAS ANTERIORES A LEI................................................................6
FALSOS CONCEITOS E EQUÍVOCOS.....................................................................8
O VERDADEIRO CONCEITO..................................................................................10
TRANSPOSIÇÃO DO DÍZIMO.................................................................................11
DÍZIMO DOS POBRES.............................................................................................12
DE QUEM É O DÍZIMO DO SENHOR?..................................................................14
NEM TODOS TINHAM DIREITO...........................................................................15
NENHUMA OUTRA FINALIDADE ........................................................................15
QUEM GANHAVA MAIS, QUEM GANHAVA MENOS..........................................16
ONDE É A CASA DO TESOURO?............................................................................16
O DÍZIMO E O SÁBADO...........................................................................................18
O DÍZIMO E A UNANIMIDADE..............................................................................18
“TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS”..............................................................................20
MALAQUIAS MAL APLICADO...............................................................................21
O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO.....................................................................23
UMA HERANÇA COBIÇADA PELA IGREJA DE HOJE......................................25
CITAÇÃO OU CONFIRMAÇÃO...............................................................................27
O QUE DIZER DE I CORÍNTIOS 9.13,14................................................................27
“A LEI NADA APERFEIÇOOU”...............................................................................28
O QUE DIZER DOS TESTEMUNHOS....................................................................29
O MODELO DE CONTRIBUIÇÃO APROVADO NO NOVO TESTAMENTO......30
“NÃO ATARÁS A BOCA AO BOI QUE DEBULHA”...............................................32
O DÍZIMO E A FÉ.....................................................................................................33
ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO.........................................................................34
SERVINDO A DOIS SENHORES............................................................................34
“O DÍZIMO, UMA DOUTRINA BÍBLICA”...............................................................35
O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA...........................................................................37
OS JUDEUS DE HOJE E O DÍZIMO......................................................................38
É POSSÍVEL O DÍZIMO HOJE?..............................................................................39
CONCLUSÃO.............................................................................................................40
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 4
O DÍZIMO !
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI?
CONTRIBUA, MAS, SEJA CONSCIENTE
PRÓLOGO
Depois de anos estudando e aprendendo a palavra de Deus, em um processo 
contínuo, sempre buscando o aprimoramento do conhecimento, tomando como base a 
imparcialidade, sem a qual não somente eu, mas, qualquer pessoa que leia a Bíblia, 
jamais poderá ouvir a voz do Senhor corretamente, naquilo que quer transmitir aos seus 
filhos, resolvi escrever essa pequena apostila, pois quando ouvia falar do dízimo no 
princípio da minha fé, recém converso nas Assembléias de Deus, satisfazia-me ao ouvir 
as citações bíblicas de Malaquias 3.10, considerando-as suficiente para qualquer cristão 
ser obrigado pela Bíblia a dar o dízimo na igreja.
Desde o começo, e, visando me defender das seitas que preenchem o universo 
religioso, busquei inteirar-me do que ensinavam e qual a argumentação bíblica mais 
adequada para tentar trazer alguns membros desses segmentos, caso a mim se 
dirigissem, para a religião que abracei.
Foi assim, num campo de oração e investigação, que comecei a estudar os 
Adventistas do Sétimo Dia, que embora tenham uns ensinamentos bastante estranhos, 
não sei se os deveríamos chamar de seita, pois são comuns em pensamento em diversos 
pontos com os ensinamentos das demais igrejas. Para lhes considerar seita, 
simplesmente, penso que deveríamos refletir melhor sobre nós mesmos, pois quem pode 
definir o que é uma seita e qual o parâmetro:
1 - A quantidade de heresias que ensina (quem poderia dizer seguramente que 
determinado ensinamento é uma heresia), ou
2 - Ao invés da quantidade, o grau da heresia (a importância de certo 
ensinamento e sua influência no povo cristão).
O fato é que quando se refere a opiniões, os grupos se dividem. Por exemplo: o 
sol sempre nasce no leste, certo...?! Alguém poderia dizer: depende...! Pois se 
convencionou chamar o nascente de leste, no entanto o norte da agulha da bússola 
aponta para o sul, e o sul para o norte, portanto se admitiria dizer que o sol nasce ao 
oeste, de um certo ponto de vista, assim quem adotar essa idéia talvez não se sinta 
obrigado a aceitar definição diferente; no entanto um terceiro entendimento pode 
desprezar os conceitos e as convenções e simplesmente apontar para onde o sol nasce, 
esse estará isento de erro, pois indicou o fato sem se preocupar com os conceitos, é 
assim que devemos proceder.
Estudando esse segmento da religião, aprendi que os preceitos da Lei, todos 
eles, passaram por um processo do qual Cristo foi o executor, de modo que nenhum 
preceito da Lei é válido como mandamento, ordenança, orientação ou qualquer outro 
título que possamos dar, se não for ratificado, de alguma forma, no Novo Testamento, foi 
a partir desse pondo que Malaquias 3.10, deixou de ser suficiente para que eu recebesse 
uma orientação passiva para entregar o dízimo na Igreja, pois se tem um conceito 
convencionado de Ml. 3.10 que diz que devemos dar hoje o dízimo e tem que ser na 
igreja. Quero deixar claro que não sou contra a contribuição, apenas acho que a Igreja 
primitiva, instituída por Cristo, tem um excelente exemplo a nos dar, é esse 
comportamento e sentimento cristão que precisamos fazer os irmãos perceberem, se 
alegrarem nele, e assim, contribuírem.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 5
APRESENTAÇÃO
Este estudo não tem como objetivo a negação de contribuição para que os 
ministros (servos) cristãos se mantenham. Embora Jesus tenha dito de graça recebeste, 
de graça dai, certamente esta afirmação se refere àquilo que espiritualmente se dá aos 
compartilhadores da benção divina. Fato é que se alguém se dispõe a desempenhar 
atividades puramente cristãs, e, professadamente não se trata de um embusteiro, 
independentemente da função que ocupe na igreja, deverá, dignamente receber seu 
sustento dos outros irmãos que por força de opção, ou vocação, estão em atividades 
seculares. No entanto o sustento não pode ser, jamais, diferenciado. A idéia de 
igualdade quanto aos direitos humanos é uma tônica que permeia os ensinos por todo o 
Novo Testamento. A forma como se cobra as contribuições hoje, dista diametralmente 
dos princípios régios concebidos pela igreja primitiva. A inserção de cobrançasinerentes 
a Lei e ao sacerdócio levítico, tem se configurado um claro desvio dos preceitos da Nova 
Aliança, e a própria forma com que é tratada as arrecadações dessa contribuição, bem 
como a administração desses recursos tem se configurado um desvirtuamento do que 
estava prescrito para uso deles, previstos na Lei revelada no antigo testamento.
Os comentários desse estudo visam traçar uma abordagem bíblica sobre uma 
dessas cobranças; hoje, extremamente propagandeada: O DÍZIMO por serviço religioso. 
De logo reforçamos que não é objetivo dessa pesquisa a indução a não contribuição, não 
há a afirmação “não dêem o dízimo”, mas certamente se perceberá a ênfase “não cobrem 
o dízimo”, o leitor descobrirá o porquê examinando os fundamentos bíblicos, históricos e 
espirituais, que procurei expressar de forma clara nas linhas que se seguem.
Os textos bíblicos foram citados livremente da Almeida Revista e Corrigida e 
Almeida Revista e Atualizada, salvo quando indicado diferentemente.
Espero que o leitor após concluir vistas a este conteúdo, encontre a paz, e 
passe a contribuir com aquilo que propor em seu coração.
IDENTIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO
Existiam diversos tipos de ofertas com finalidades específicas: os holocaustos 
eram as ofertas queimadas Lv. 6.8-13, 8.18-21, 16.24: compostas de bodes, carneiros, 
bois , pombinhos, totalmente queimados; oblação, Lv. 2.6-14,23, composta por grãos, 
flor de farinha, azeite de oliveira, incenso, bolo assado, sal, sem fermento nem mel, etc, 
oferta pela paz: que poderia ser qualquer animal sem defeito tomado do rebanho, ou 
variedades de bolos, oferta pelo Pecado, Lv. 4.1-5,13; 6.4-30; 8.14-17; 16.3-22: para o 
sumo-sacerdote e a congregação: um bezerro; para os líderes: um bode; para qualquer 
pessoa do povo: uma cabra ou um cordeiro; para os pobres: duas pombas ou duas rolas; 
se muito pobre: a décima parte de uma efa de flor de farinha e, o sacrifício pela 
restituição, Lv. 5.14-6.7; 7.1-6: um cordeiro. Algumas delas os sacerdotes podiam 
consumir em outros casos não, como por exemplo, a oferta pela consagração não podia 
ser consumida Lv. 6.23 “...Assim, toda a oferta do sacerdote totalmente será queimada; 
não se comerá.”
O dízimo distingue-se de todas elas, pois além de ser “a décima parte” de 
determinada coisa como define o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 
assemelhando-se ao sentido da palavra hebraica   que tem também conotação 
ofertiva, usada em Gn. 14.20, como da palavra grega αποδεκατοω usada em Mt. 23.23, 
que no contexto bíblico, não tinha caráter sacrificial, a ponto de não se poder evocar 
qualquer implicitude de dízimo em nenhum sacrifício instituído na lei, ou mesmo 
anterior a ela, como por exemplo os sacrifícios de Caim e Abel. Quem, imparcialmente 
veria qualquer vestígio de dízimo nas ofertas desses dois homens? As naturezas e os 
objetivos são completamente diferentes.
O dízimo difere até mesmo, na própria essência, das primícias. Com relação a 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 6
esta segunda existia, inclusive, uma festividade específica, Ex. 23.16 e 34.22, as 
primícias eram o que havia de melhor dos primeiros produtos, ao passo que o dízimo só 
se identificava no instante em que se concluía o trabalho de apuração, quando se 
contabilizava a extração dos últimos produtos, nesse momento, seguramente se podia 
quantificar o que representava os dez por cento de tudo. As primícias são de cunho 
qualitativo, ao passo que os dízimos são quantitativo. 
É possível ainda identificar três aspectos do dízimo na Bíblia, quais sejam: O 
espontâneo ou voluntário, o votivo e o obrigatório. O primeiro foi executado por Abraão, 
dando ao sacerdote-rei Melquisedeque, Gn. 14.20, único nos relatos bíblicos; o segundo 
executado por Jacó, também único na história bíblica, sem registro bíblico de seu efetivo 
cumprimento, Gn. 28.20-22; e, o terceiro surge na instituição da Lei de Deus, escrita por 
Moisés e apresenta-se em quatro tipos ou usos: O primeiro encontra-se em Lv. 27.30-33, 
combinado com Nm. 18.20-24, era o dízimo para o sacerdote e o levita; o segundo 
encontra-se em Dt. 14.22-27, esse dízimo parece não ser distinto do primeiro, pois se 
fala no amparo ao levita, no entanto deveria ser consumido também pelo ofertante diante 
do Senhor no local onde Ele fizesse habitar o seu Nome, esta passagem é interessante 
porque mostra a especificidade do dízimo: mantimento, não era reservas financeiras, e 
não podia se angariar ou multiplicar, por meio de negociata, mas, ser consumido; o 
terceiro, encontra-se em Dt. 14.28-29, era o dízimo do pobre, completamente esquecido 
pelas igrejas que cobram dízimo, desse também o levita participava; o quarto tipo surgiu 
quando a monarquia foi instaurada em Israel I Sm. 8.15.
AS OCORRÊNCIAS ANTERIORES A LEI
As ocorrências anteriores a Lei, são freqüentemente utilizadas, visando buscar 
apoio enfático ao ato de dar o dízimo, suscitando a idéia de que abolindo-se a Lei, o 
dízimo não pode ser abolido pois é anterior a ela. Ocorre que seguindo essa premissa 
teríamos então outros preceitos da Lei, com a mesma propriedade, por exemplo, ninguém 
entende que a circuncisão esteja em vigor pelo fato de ter sido ordenado por Deus a 
Abraão antes da doação da Lei, da mesma forma não considera válida, hoje em dia, o ato 
sacrificial com animais, e, ainda, o próprio sábado por terem sido ordenados antes da 
promulgação da Lei. Qual destes mandamentos deve ser guardado pela Igreja: apenas o 
dízimo? Por quê?...Os argumentos levantados não conseguem convencer, veja:
São duas, as ocorrências anteriores a Lei, a primeira em Gn 14.20 e a segunda 
em Gn. 28.22:
1) Gn. 14.20 “... e bendito seja o Deus altíssimo que entregou os teus 
adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abraão o Dízimo.”
O conceito hoje convencionado faz com que os cobradores do dízimo, nos 
tempos atuais, vejam nesta ocorrência, uma obrigação anterior a doação da Lei. No 
entanto, uma análise contextual nos permite tirar outras conclusões. Nesse episódio 
temos um encontro entre Abraão e o Rei de Sodoma, onde Melquisedeque comparece 
trazendo pão e vinho. Daquele encontro surgiu, após a benção que o sacerdote 
pronunciou, a dádiva do dízimo praticada por Abraão, posto que não há nenhum registro 
anterior da prática do dízimo podemos concluir que Abraão não estava sob ordenança 
quando assim procedeu. A própria Bíblia diz que Melquisedeque além de sacerdote era 
rei e, como rei tinha suas possessões, daí poder ter trazido pão e vinho, conclui-se então 
que o ato de Abraão não destinava-se ao sustento do Sacerdote-Rei, finalidade primordial 
do dízimo, logo era diferente do dízimo de Ml. 3.10, mas, configura-se uma oferta 
voluntária, um presente mesmo, cuja estipulação quantitativa foi da décima parte.
A expressão “e de tudo lhe deu Abrão o dízimo.” é significativa, pois “deu” dá a 
idéia pontual, ou seja, o Patriarca não “lhe dava o dízimo”, mas, apenas “lhe deu”, isso 
foi um fato, não uma prática.
Quando se lê: “... de tudo lhe deu Abrão o dízimo.” a expressão “de tudo” leva-
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 7
nos a refletir: - Em uma guerra como essa que Abraão participou, há mortes, incêndios, 
danos ao patrimônio de todos os envolvidos, e com certeza do que se trouxe dos despojos 
da guerra, não se poderia ter tudo em melhor estado de conservação. Ficaria estranho o 
patriarca trazer a Melquisedeque utensílios quebrados, animais feridos ou doentes, 
frutas estragadas e outras coisas depreciadas. Logo se conclui que ao dizer “TUDO” em 
Gn. 14.20 o escritor sagrado usou de hipérbole (exagero da idéia) para ressaltar o fato. 
Esse estilo literário não era estranho aos escritores bíblicos. Encontra-se inúmeras 
passagens, tanto no Novo como no Velho Testamento, com essa forma de escrita. Uma 
delas está registrada no mesmo livro quando houve aquelagrande escassez de víveres no 
Egito e se diz que houve fome sobre toda a terra Gn. 41.56,57.
A prova cabal de que nem de tudo recebeu os dízimos, o Sacerdote-Rei está em 
Hebreus 7.4 “Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o 
dízimo, tirado dos melhores despojos .” (destaquei), se compreende por essa passagem 
que Abraão tirou tudo dos melhores despojos, não TUDO no sentido amplo; claro está 
que não há contradição entre os dois textos; o Velho e o Novo Testamento, um 
completando e esclarecendo o outro, naquilo que está sendo chamado por alguns de 
revelação progressiva.
Ainda outra observação é oportuna, pois não devemos perder de vista que o 
dízimo de Abraão foi fruto de Guerra, nesse caso, da derrota de seus adversários tirou o 
patriarca o dízimo, logo a origem dessa dádiva não nos serve como exemplo, assim como 
a oferta de Jafté, que deu sua filha em sacrifício, não nos serve como exemplo, embora 
possamos tirar desses fatos outras lições, como por exemplo o fato de Deus aceitar 
nossas oferta, mesmo que esta não seja a forma ideal e aprazível a Ele. Podemos 
observar que quando o dízimo foi instituído legalmente não se vê prescrição acerca do 
dízimo dos despojos e trazer despojos nem sempre era a melhor coisa a se fazer, tanto, 
que Saul perdeu o seu reinado, ao não dar o fim ordenado por Deus aos despojos da 
guerra, I Sm. 15.21-23.
Se precisarmos de provas de que despojo, não é, via de regra, algo que por 
obrigação deva ser submetido à partilha por dízimo, a encontraremos em Números, 
capítulo 31, onde se relata a vitória de Israel sobre os midianitas e a partilha dos 
despojos de guerra entre o povo, inclusive entre os sacerdotes e levitas.
O Senhor ordenou a Moisés que dividisse os despojos em duas partes, a saber: 
uma para ser distribuída aos soldados que foram à guerra e outra para o restante da 
congregação, v. 27; o sacerdote ficou com o direito de receber a proporção de um para 
cada quinhentos, dos despojos que cabiam aos guerreiros israelitas, ou seja 0,2% (zero 
vírgula dois por cento), muitíssimo inferior ao dízimo; no entanto, foi ordenado por Deus: 
“Dividirás, pois, os despojos pela metade, entre os combatentes que foram à guerra e o 
conjunto da comunidade. Como tributo para IAHWEH cobrarás, sobre a parte dos 
combatentes que fizeram a guerra, um para cada quinhentos, tanto de pessoas, como de 
bois, de jumentos e de ovelhas. Tomarás isso da metade que lhes pertence, e darás a 
Eleazar, o sacerdote, como tributo a IAHWEH.” v. 27 a 29 na versão da Bíblia de 
Jerusalém.
Aos levitas couberam dos despojos, parte do que cabia a congregação de 
Israel, conforme Nm. 31.30 “Da metade que pertence aos filhos de Israel tomarás um de 
cada cinqüenta, tanto de pessoas, como de bois, de jumentos, de ovelhas, de todos os 
animais, e os darás aos levitas que têm o encargo da Habitação do Senhor.” (A Bíblia de 
Jerusalém). 
Para os levitas, então, couberam 2,0% (dois por cento), logo, menos que o 
dízimo.
Se prova, portanto que Abraão deu 10% dos despojos por voluntariedade e, 
não porque Deus o tenha exigido. Provado está em Nm. 31 que a partilha de despojo 
ordenada por Deus é diferente da praticada por Abraão; e por sinal não se vê o Patriarca 
dando dízimos de seus próprios bens, e isto não constituía crime algum, não havia 
ordenança em sua época.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 8
Como se percebe por análise, Gn. 14.20 jamais apoiou ou apoiará a idéia 
moderna de que somos obrigados a dar o dízimo porque Abraão deu o dízimo. Ele foi 
voluntário.
2) Gn. 28.20-22 “...fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me 
guardar ... certamente eu te darei o dízimo.”
A leitura atenta desses versos confirma a ausência de uma ordenança bíblica 
acerca do dízimo naquela época, além de comprovar a inexistência de uma prática 
sistemática.
Veja por exemplo que embora não houvesse ordenança a edificação de altares 
ao Senhor era uma prática: Gn. 8.20 “Levantou Noé um altar ao Senhor.”
Gn. 12.7 “... ali edificou Abrão um altar ao Senhor...”
Gn. 26.25 Isaque “... levantou ali um altar e tendo invocado o nome do Senhor, 
armou a sua tenda...” e, o próprio Jacó em Gn. 33.20 edificou uma altar ao Senhor; não 
foi assim com o dízimo.
Está claro que Jacó, que era neto de Abraão, fez um voto de dar o dízimo. Ora 
se ele já desse antes, não teria sentido votar, pois não se vota em fazer aquilo que já se 
faz, o fato é que Jacó não praticava o dízimo, nem estaria pecando por isso, Deus não 
havia ordenado ainda, daí poder ter feito ele um voto, mas uma vez aí se vê que o dízimo 
foi uma oferta fixa cujo referencial foi a décima parte, Jacó era livre para ofertar outra 
coisa, se assim preferisse, como o foram Caim, Abel e outros.
Outro ponto importante a se ressaltar é: a que título Jacó teria dado o dízimo 
a Deus? Não existiam templos, nem sacerdotes levitas, o que nos leva a conclusão que o 
dízimo de Jacó não foi repassado a nenhum homem, caso ache estranho, leia em Dt. 
14.23, o dízimo consumido pelo próprio ofertante, isso se de fato ele cumpriu o voto, 
pois a Bíblia não atesta a fidelidade dele nesse por menor.
Esses dízimos pré-mosáicos são claramente identificados como ofertas 
voluntárias, ocorridas em um certo momento histórico da vida dos dois homens de Deus, 
especificamente, Abrão ofertando a Melquisedeque, e Jacó em uma possível promessa 
feita diretamente a Deus.
FALSOS CONCEITOS E EQUÍVOCOS
Em busca da defesa do dízimo na nova aliança, os doutrinadores têm buscado 
os mais estranhos conceitos, a ponto de ficarem praticamente ilhados naquilo que 
acreditam, por exemplo: há quem defenda que para o dízimo haver sido abolido 
necessitaria que a Bíblia tivesse alguma expressão clara do tipo: “disse Jesus: os dízimos 
a partir da minha morte serão abolidos”, mas, se devesse ser assim teríamos que ter 
obrigatoriamente uma lista ditada por Jesus de todas as “abolições” dos mandamentos 
do velho testamento, o que tornaria o Novo Testamento diferente daquilo que 
conhecemos hoje, quem sabe, com um livro a mais, talvez intitulado “As Abolições do 
Senhor”, veremos neste estudo que não precisou o Senhor lavrar um livro do volume do 
Antigo Testamento para fazer cessar as prática desse antigo escrito Bíblico.
O livro Dizimista Eu?, na página 16, 1ª Edição CPAD, cita Caio Fábio alegando 
que o dízimo “...é, antes de tudo, uma oferta de Deus a nós, pois antes de tudo quem 
oferta a Deus oferta a si mesmo...” Sabendo que estamos todos debaixo da graça de 
Deus, fica difícil aceitar a definição do reverendo, se for usada apenas esse trecho de 
suas palavras, na significação que quis dar o autor do livro da CPAD, pois se é como 
quer esse autor, então a Bíblia teria errado o conceito de oferta e dízimo. Sem dúvidas 
pode-se ver nessa idéia que há uma definição invertida ao que a Bíblia ensina, e levou a 
outra conclusão mais estranha ainda “... contribuir, antes de ser a consagração de 
alguma coisa a Deus é, ao contrário uma desconsagração de tudo que pertence a 
Deus.” É oportuno ressaltar que o autor desse dito não faz citações bíblicas em apoio 
ao que ensina, elas simplesmente não existem, são conceitos filosóficos, nem mesmo 
quando diz na mesma página que “o dízimo, segundo o Novo Testamento é uma 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 9
quantia de referência mínima para estabelecer o piso de nossas contribuições...” 
qual passagem do Livro Sagrado dá apoio a essa idéia? Nenhuma passagem do Novo 
Testamento nem mesmo nas que há citações do dízimo vê-se qualquer pretensão do 
escritor sagrado em estipular, ou mesmo dá a entender que tal contribuição devesse ser 
concebida dessa forma. Para não cometermos injustiça com o reverendo Caio Fábio, vale 
a pena registrar que o livro Dizimista Eu, o cita fora do contexto e parece não o ter 
entendido, pois a tônicado livro Uma Graça que Poucos Desejam, de sua autoria não é o 
dízimo, ao contrário, faz transparecer justamente o desapego ao dízimo para dar lugar a 
algo muito maior: A graça que Deus nos concede de termos para dar e dar com alegria, 
por isso, Caio Fábio registra em seu livro à página 81, falando da contribuição praticada 
no Novo Testamento “Não é o dízimo, mas dízima periódica da graça que gera graça, 
deixando a medida do dízimo pequena demais.”
Os falsos conceitos e equívocos são encontrados freqüentemente em toda 
literatura que procura trazer como obrigação o dízimo para nossos dias, podemos 
identificar um desses equívocos no Informativo Voz da Assembléia de Deus, nº 3 - 
Novembro – 1999 (Pernambuco), onde se comenta na página 6, acerca dos “Vários tipos 
de dízimos entre o povo de Israel no Antigo Testamento”, especificamente no item 2 
se registra com essas palavras: “O dízimo (10%) mais um quinto (1/5). Isto ocorria 
quando o dízimo era frutos do campo que por não poderem trazer, era convertido 
em dinheiro, (Lv. 27.30-33).” Desejo transcrever os versículos referenciados para que 
possamos juntos verificar se realmente é assim que a Bíblia nos ensina: “Também todas 
as dízimas do campo, da semente do campo, do tudo das árvores são do Senhor; santa são 
ao Senhor. Porém, se alguém das dizimas resgatar alguma coisa, acrescentará o seu quinto 
sobre ela. No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo 
da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não esquadrinhará entre o bom e o mau, nem o 
trocará; mas, se em alguma maneira trocar o tal e o trocado serão santos; não serão 
resgatados.” Pergunto onde está dito, nessa passagem, que o motivo da quitação do valor 
do dízimo, em dinheiro, a ser entregue, acrescido de 1/5, se deve por dificuldade de 
transporte? Não há nem sombra dessa idéia. Nem poderia haver, seria equivocado 
reconhecer dificuldades apenas com os produtos e frutos da terra. O dinheiro daquela 
época não era papel moeda, que facilmente se transporta, mesmo que os produtos 
fossem convertidos em dinheiro, um grande produtor agrícola, talvez tivesse dificuldades 
em carregar centenas de talentos de prata (medida de peso da época) para entregar aos 
sacerdotes. Os versos de Levítico acima citados falam de “resgate” ou “remiss ã o ” que 
significa a possibilidade do ofertante não se desfazer de todo ou parte dos produtos da 
terra que deveria entregar a título de dízimo. O meio era dar ao sacerdote condições de 
poder adquirir aquele mesmo tipo de produto de outra pessoa, no “comércio”, o que 
certamente custaria mais caro, por isso se determinou dar o valor acrescido de um 
quinto. O mesmo não ocorreu com o gado, não pelo fato de eles poderem fazer uso das 
quatro patas para se locomoverem, facilitando o “trabalho” do ofertante, mas porque 
eram animais que os sacerdotes poderiam sacrificar quando necessário. Constituíam-se 
em sacrifícios em potencial. Daí a proibição de resgate, ou seja, por mais que o dono, 
criador, quisesse, com dificuldade de locomoção ou sem ela, não poderia entregar esse 
dízimo em dinheiro ao sacerdote, nem mesmo em acordo com os encarregados do serviço 
do Templo. Era terminantemente proibido.
Conversão dos dízimos, que nos tempos bíblicos sempre foram produtos do 
campo, em dinheiro era uma exceção não incentivada, e, não acontecia com freqüência, 
pois onerava o ofertante em 20% sobre o montante do dízimo, e só era possível o resgate 
com os vegetais, jamais com o gado.
É provável que o comentarista tenha confundido essa passagem de Levítico 
27, com a passagem de Dt. 14.22-27 a qual pediria ao leitor que não se privasse de ler, 
deste modo poderá verificar que não há relação direta entre elas, ao mesmo tempo em 
que poderá notar que o dízimo do Senhor poderia perfeitamente ser usado pelo próprio 
ofertante desde que não faltasse para o levita. Talvez você jamais tenha ouvido falar que 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 10
algum ofertante poderia usar, consumindo, seu próprio dízimo, em toda a sua vida 
cristã, embora a Bíblia já venha dizendo isso a uns 3 ou 4 mil anos.
São informações bíblicas ofuscadas pelos equívocos e falsos conceitos.
Outro conceito equivocado é a evocação de Mc. 12.17 “... dai a César o que é 
de César e a Deus o que é de Deus.” com o intuito de indicar que esse “dar a Deus” seja o 
dízimo ou dinheiro. O estudo do contexto não nos leva a essa idéia. A passagem fala do 
pagamento do tributo devido a César, que Jesus reafirmou realmente ser devido, 
mostrando que na moeda da época havia impresso a efígie de César. O homem foi feito a 
imagem de Deus, a exemplo da moeda que volta a pessoa cuja imagem está impressa, 
devemos nos voltar a Deus “... dai a Deus o que é de Deus.” Longe está esse contexto do 
evangelista Marcos de associar o dito de Jesus a bens materiais, antes nós leva ao 
entendimento que a alma humana deve ser entregue a Deus, o sentido é 
conclusivamente espiritual. O defensor ferrenho do ato do dizimar poderia ainda citar o 
Salmo 24.1 “... do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que neles 
habitam.” na tentativa de sustentar que o dízimo é um dever do homem. A imparcialidade 
é um virtude que deve ser buscada com todo afinco. O livro de Salmos é poético e mostra 
muito propriamente nessa passagem o âmbito do poderio de Deus, no entanto seria 
difícil aceitar este versículo genericamente, visto que Satanás e suas Hostes povoam e 
habitam os ares, a terra e o abismo, e, mesmo assim, não são de Deus. Portanto não 
basta dizer simplesmente que tudo é de Deus, precisa-se verificar os contextos 
escriturísticos, e, desta forma, podemos concluir que o Salmo não fala de contribuição a 
Deus e sim do seu poder.
O VERDADEIRO CONCEITO
Deus em Gn. 13.15 promete a Abraão que sua descendência herdaria a terra 
da promissão, posteriormente identificada como Canaã. Quando Israel, nação 
descendente de Abraão estava cativa no Egito, Deus fala com Moisés e promete livrar o 
seu povo e fazê-los habitar na terra que mana leite e mel, onde habitavam os Cananeus, 
Heteus, Amorreus, Ferezeus, Heveus e os Jebuseus Ex. 3.8. Em Ex. 23.30, Deus informa 
que a terra que prometera era uma HERANÇA. Em Números os filhos de Israel foram 
recenseados, com exceção da tribo de Levi, posto que a ordem de Deus era que eles não 
fossem contados entre os filhos de Israel, Nm. 1.47; 2.33. No entanto os Levitas não 
deixaram de ser computados Nm. 3.1, 15, apenas não se contava com as demais tribos, 
pois o Senhor os tomou para serem seus Nm. 3.12, incubindo-os do serviço sacerdotal. 
Mais tarde o Senhor manda fazer um censo entre os filhos de Israel Nm. 26 e nos versos 
52 a 56 determina a Lei da divisão da terra, era a partilha da herança prometida a 
Abraão, Isaque e Jacó; os levitas, porém, estavam de fora desta partilha conforme a 
determinação divina. Em Nm. 34.16-29 vemos o Senhor determinando os homens que 
deveriam repartir a herança e no capítulo 35, o Senhor ordena que sejam concedidas 
aos levitas, não uma herança, mas cidades de habitação, ou seja o uso da herança das 
demais tribos. Qual, pois, era a herança dessa tribo aparentemente deserdada? O Senhor 
era sua herança e os Dízimos eram sua herança. Já havia sido reservada para eles 
quando o Senhor os separou para o serviço sacerdotal e o cuidado com o tabernáculo, e 
as coisas sagradas, Nm. 18.20,21 e 24: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra 
herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás: Eu sou a tua porção e a 
tua herança no meio dos filhos de Israel. Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel 
por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação ... porque os 
dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por herança aos 
levitas; porquanto eu lhes disse: no meio dos filhos deIsrael nenhuma herança terão.”
Logo, além de ser sustento dos sacerdotes e levitas, o dízimo é antes de tudo 
HERANÇA, de tal modo que dar dízimos a não sacerdotes ou levitas, evocando a Lei para 
isso, é tão estranho como se mandássemos o povo hoje circuncidar. Receber dízimo sem 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 11
ser um levita legítimo, genuinamente israelita é uma impropriedade, é receber a herança 
de outra pessoa, antes da Lei era possível porque não era uma ordenança, não existia a 
obrigação, davam-se ofertas de dez por cento. Se alguém hoje der dízimos não pode ser 
com fundamento no dízimo ordenado a Israel, conclui-se assim que não se pode fazer 
uso de Ml. 3.10.
TRANSPOSIÇÃO DO DÍZIMO
Ora, se Ml. 3.10, deve ser entendido como mandamento à Igreja, deveremos 
forçosamente entender que o preceito Pentatêutico do dízimo está em vigor, caso 
contrário não faria sentido em se falar “Malaquias 3.10”, mas, para uma economia cuja 
base de sustentação é diferente daquela dos tempos do antigo Israel, a ordem da dádiva 
do dízimo precisou sofrer adaptações, impostas pelos lideres eclesiásticos modernos: O 
dízimo em produtos passou a ser cobrado em dinheiro, os levitas e sacerdotes foram 
substituídos pelo alto clero e pastores, o local da entrega que era o templo de Jerusalém, 
onde disse Deus que faria habitar o seu nome, foi substituído por qualquer templo 
cristão, em qualquer lugar do mundo, os contribuintes deixaram de ser as onze tribos de 
Israel, herdeiras da terra de Canaã, para ser qualquer cristão, tenha ele herança de terra 
ou não, seja rico ou pobre, trabalhe ou não. O fato é que nenhuma dessas mudanças 
encontra apoio bíblico, sequer um único indicativo plausível. Talvez os líderes religiosos, 
promotores dessas mudanças sintam-se investidos de um “poder” que se via somente no 
Vaticano, para impor modificações nos textos bíblicos, devendo ser aceito pelos crentes, 
sem questionamento, sob pena de ser taxado de “está se levantando contra a obra de 
Deus”, todos aqueles que ousem por a prova, mesmo que pela Bíblia essas modificações 
que são arranjos humanos. Nesse aspecto os líderes parecem inconscientemente 
cumprir, em uma nova plataforma, a profecia de Daniel que falando da apostasia disse: 
“cuidará em mudar os tempos e a Lei” Dn. 7.25, pois quanto ao dízimo não abriram mão 
da lei, mas a modificaram completamente, mesmo que Jesus a tenha cravado na cruz.
Podemos perceber, por análise, que as adaptações elaboradas pela maioria dos 
ministros cristãos, ficaram do tamanho de suas conveniências, pois, não ensinam, mas 
precisamos admitir que ao invés de 10% (dez por cento), se devêssemos dar, então 
deveríamos dar 12% (doze por cento), haja vista que essa é a prescrição bíblica para o 
dízimo em dinheiro, considerando que em dinheiro o efeito era remissivo, ou seja, Deus 
instituiu a dádiva do dízimo em bens de consumo, não em dinheiro, mas se o 
proprietário desejasse ficar com aquele bem deveria então dar ao sacerdote o valor do 
bem acrescido de 20% (vinte por cento), isto assegurava ao sacerdote o poder de compra, 
podendo encontrar e adquirir bem semelhante, mesmo que mais caro, Lv. 27.3, nesse 
caso já não era dízimo, mas, resgate ou remissão do dízimo. Se fôssemos transpor a 
contribuição dizimal para hoje, precisaríamos, pelos menos verificar, quais as funções 
que conforme a Bíblia, desempenhando um homem em substituição aos levitas, teria 
direito a percepção dessa dádiva:
As seguintes referências poderão ser encontradas nos índices temáticos da 
Bíblia Vida Nova, acerca dos levitas,.
Servir ao Senhor, Dt. 10.8
Servir ao Sacerdote, Nm. 3.67, 18.2
Servir ao Povo, 2 Cr. 35.3
Vigiar o Santuário, Nm. 18.3, 1 Cr. 23.3
Guardar os Instrumentos e Vasos Sagrados Nm. 3.8, 1 Cr. 9.28,29
Cuidar dos Dízimos e Ofertas, etc. 2 Cr. 31.11-19, Ne. 12.44
Fazer o Serviço do Tabernáculo, Nm. 8.19-22
Desarmar, Amarar e Carregar o Tabernáculo, Nm. 1.50,51; 4.5-33
Preparar os Pães da Proposição, 1 cor. 9.31,32; 23.29
Purificar as Coisas Santas, 1 Cr. 23.28
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 12
Regular Pesos e Medidas, 1 Cr. 23.29
Ensinar ao Povo, 2 Cr. 17.8,9; 30.22; 35.3; Ne. 8.7
Abençoar o Povo, Dt. 10.8
Guardar os Portões do Templo, 1 Cr. 9.17-26; 25.5, 2 Cr. 35.15; Ne. 12.35
Dirigir a Música Sagrada, 1 Cr. 23.5-30, 2 Cr. 12,13; Ne. 12.24-27,43
Entoar Louvores Perante o Exército, 2 Cr. 20.21,22
Julgar e Decidir Controvérsias, Dt. 17.9, 2 Cr. 23.4; 19.8
Guardar o Rei e sua Casa em ocasião de Perigo, 2 Rs. 11.5-9, 2 Cr. 23.5-7.
Por analogia temos os seguintes “cargos” da Igreja, cujos ocupantes teriam 
direito ao dízimo: O Pastor, “correspondente” do Sacerdote; o evangelista e o presbítero 
por ensinarem ao povo; ai apareceriam, também os professores da Escola Dominical com 
direito ao dízimo; o vigia da Igreja, não simplesmente o salário, mas a partilha do 
dinheiro arrecadado com o dízimo; o pessoal de conservação do patrimônio de igual 
modo; o tesoureiro; os diáconos e auxiliares que dão suporte para a realização do culto: 
cuidado com o som, iluminação, arrumação dos bancos, etc.; os maestros juntamente 
com os membros do coral, etc. Mas isso fracionaria demais o valor arrecadado, por isso 
concentrou-se o direito a uns poucos privilegiados, embora que o dízimo em si mesmo, 
não seja nenhum privilégio, mas se alguém restringe o direito dos demais, põe os que 
recebem em privilégio. Existiam ainda os pobres que pela Lei tem direito a partilha dos 
dízimos e o Rei de Israel, I Sm. 8.15, cuja transposição acarretaria a maior confusão 
entre presidencialistas e monarquistas, pois a quem deveria ser entregue o dízimo do Rei, 
ao presidente por estar no poder, ou a desconhecida família Imperial deposta a mais de 
uma centena de anos. Por tudo se vê hoje um dízimo moldado ao interesse de seus 
cobradores, jamais o dízimo bíblico instituído por Deus para Israel em um contexto 
histórico. Uma outra observação é oportuna e acarretará maior confusão ainda para os 
transpositores do dízimo. Vimos a transposição por comparação, mas a Bíblia nos 
informa textualmente quem são os sacerdotes no N.T., lemos no Livro Sagrado em I Pe. 
2.9 “Vos, porém, sois raça eleita, sacerd ó cio real , nação santa, povo de propriedade 
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas 
para sua maravilhosa luz.” (grifei). Será que você identificaria essa descrição com um 
pequeno grupo entre os cristãos fiéis, e, afirmaria serem apenas eles parte legítima 
numa transposição, beneficiando somente a esses poucos, ou afirmaria seguramente, e 
sem medo de errar que Pedro está se referindo a todos os fiéis em Cristo? Perceba que as 
qualidades de um sacerdócio e reino que Melquisedeque tinha, a nação eleita também 
tem, Ap. 1.6 traz: “E nos constituiu reino, sacerdotes para Deus seu Pai, a ele a glória e o 
domínio pelos séculos dos séculos. Amém.” O fato é que para uma correta transposição do 
dízimo dever-se-ia considerar cada crente individualmente rei e sacerdote e portanto 
digno de dízimo. Ap. 20.6, isto se o dízimo continuasse em vigor.
DÍZIMO DOS POBRES
É veemente a cobrança do dízimo aos pobres no meio da maioria das igrejas 
evangélicas, a ponto de se coagir direta ou indiretamente de púlpito, aos desafortunados. 
Devem ser lembrados tais pregadores que os bens dizimados na Lei eram de caráter 
estritamente de sustentação, não só aos levitas como herança, mas, também aos pobres, 
como manutenção da vida, inclusive com uma instrução bíblica acerca disto, Dt. 
14:28,29 “Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano, e os 
recolherás nas tuas portas. Então virá o levita (pois nem parte, nem herança tem contigo), e 
o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-
ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda obra das tuas mãos, que fizeres.” 
Observe-seque os pobres: o estrangeiro (peregrino), o órfão e a viúva, estão alistados 
juntamente com os levitas, só que nunca ouvi ser solicitado uma contribuição de dízimo 
para ser entregue a qualquer necessitado que seja, para eles se pede uma oferta 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 13
chamada de “segunda oferta”, geralmente anunciada depois de haverem sido recolhidos 
os chamados “dízimos e ofertas”, este primeiro, em geral, o necessitado não participa 
dele, cabendo-lhe o que houver sobrado nos bolsos dos ofertantes que de bom grado se 
dispuserem a dar uma segunda oferta.
Ora! Se existia um ponto da Lei que visava prover os pobres; mesmo que o 
dízimo estivesse em vigor hoje, ainda assim, tal cobrança ou coação a eles seria indevida.
Quanto mais tempo se passa para que as pessoas tomem o conhecimento da 
verdade, mais prejuízos espirituais e materiais terão. O periculum in mora termo jurídico 
que significa o PERIGO DA DEMORA, caberia bem aqui, pois quanto mais se demora vir 
a tona toda a verdade acerca do dízimo, falo da verdade bíblica, espiritual, investigada e 
discutida, mais se coloca em privação os irmãos, cuja condição de vida já é precária, 
fruto de um sistema social e político que Satanás tem completo empenho em construir, 
pois aos pobres mais necessitados, aos quais é cobrado dízimo, há um perigo presente 
na demora em se conhecer a verdade, visto que pensando em não faltar com o Senhor, 
ele faltará com os de casa, pondo sua família em desespero de fome e necessidade e, ao 
pensar assim, o necessitado está destruindo aquilo que pensa construir. E há quem 
ensine que deva ser assim. Isto se vê na página 54 da lição da E.B.D 3º Trimestre de 
1999, das Edições CPAD, o comentarista é taxativo “...há crentes que, ao invés de 
obedecer à palavra de Deus, .... querem ajudar os parentes necessitados”, além de 
achar que obedecer a Palavra é obedecer seu próprio conceito das coisas, considera 
dízimo algo em que o necessitado não pode tocar, e parece desconhecer Dt. 14.28,29, 
contrariando o preceituado em Dt. 26.12,13 que diz: “Quando acabardes de dizimar todos 
os dízimos da tua novidade no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então darás ao levita, 
ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem. E 
dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei o que é consagrado de minha casa, e dei também ao 
levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, conforme a todos os teus mandamentos que 
me tens ordenado; nada traspassei dos teus mandamentos nem deles me esqueci.” Agora 
pergunto: Quem era o responsável por ir entregar dízimos aos levitas senão o próprio 
ofertante? E, quem era o responsável por entregar dízimos TAMBÉM aos pobres 
necessitados, senão o próprio ofertante? Como pode, então, o comentarista dessa revista 
“estufar o peito” e dizer imperativamente na pg. 54 “entende de uma vez por todas: O 
teu dízimo tem de ser entregue à casa do tesouro.”? Este chavão: “Casa do Tesouro”, 
usado por muitos líderes e também pelo comentarista é fruto do mal entendimento de 
Ml. 3.10, que, via de regra, não poderia ir em choque com um preceito da Torá 
(Pentatêuco), a PARTE do dízimo devida aos levitas e sacerdotes deveriam ser levados, 
cada um por seu turno: o povo aos levitas e os levitas aos sacerdotes, integralmente e de 
todos os dízimo prescritos em Lv. 27.30-33, não há contradição, se dá ao levita e se dá 
ao pobre, em Malaquias reclamou-se a parte dos levitas e sacerdotes. Podemos afirmar 
tranqüilamente que existe mais referências no Novo Testamento em apoio a ajuda aos 
necessitados que de dízimos para sustento do templo cristãos, pois, de fato, não há 
nenhum, nem templos cristãos existiam, mas há fortes determinações para ajudar 
principalmente aos parentes, aos quais o comentarista quer que neguemos, I Tm. 5.8 
“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a 
fé e é pior do que um infiel.” Em grego infiel é o mesmo que incrédulo. O responsável pela 
Lição da EBD, fez uma opção: ressuscitou uma prescrição pentatêutica que de alguma 
forma pode lhe beneficiar, negou a fé no Novo Pacto, desconsiderando não só as demais 
palavras do Pentatêuco, já citadas, como as palavras constantes do Novo Testamento 
ditas por Paulo, como estas endereçadas a Timóteo. Ora a Bíblia dá exemplo que a 
necessidade, quando afeta a vida natural, embora como exceção, pode ser suprida 
mesmo na desobediência de um preceito. Em Mt. 12.3-6, Jesus defendeu os discípulos 
de uma possível transgressão do sábado usando dois exemplos, dos quais desejo fazer 
uso do primeiro deles: quando Davi e seus companheiros comeram do pão da proposição, 
que somente o sacerdote poderia comer. Ressalte-se que se o preceito deve ser entendido 
com legalismo, e, essa era a linha adotada pelos fariseus, então, de fato, os discípulos e o 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 14
próprio Davi são transgressores da Lei, mas, se atentarmos para o espírito da Lei e essa 
era a linha adotada por Cristo, então, não houve transgressão, pois, de fato, os pães da 
proposição eram para mantimento dos sacerdotes, e isso era para eles porque não 
tinham posses, no entanto seguindo o mesmo princípio da não falta de mantimento e 
manutenção da vida, a aqueles que não tenham onde conseguirem, é possível, na hora 
da necessidade, com fez Davi ao usar os pães da proposição, usarem tudo que possui 
para estarem bem. Os pobres que não tenham meios de satisfazer as necessidades 
básicas, certamente não estão obrigados a dar o dízimo, podendo, inclusive usá-los, além 
de pela Lei deverem receber, como se prega que o dízimo é para manutenção da obra de 
Deus. Então, manter vivo e feliz um pobre faz parte da obra Deus. Se tal pobre não 
recebe a manutenção afim de que seja propiciado seu bem estar por parte da organização 
religiosa ao qual está vinculado, esta organização não está fazendo a obra de Deus, logo é 
debalde entregar alguma coisa a ela, pois certamente os recursos não estão sendo 
empregados corretamente. E quando algum membro reconhece essa falha na 
administração eclesiástica e se resguarda em ofertar no templo, surge a frase mais 
demagógica que ouvi na minha vida, colocando até mesmo os políticos seculares “no 
bolso”, pois usa a fé na divindade, não no homem quando argumentam: “Entrega o teu 
dízimo na igreja e o resto é com Deus, não se preocupe o que a Igreja vai fazer com ele, 
Deus se responsabiliza.” Quem já estudou, ou ao menos leu as práticas da Igreja 
Católica na idade média, principalmente nas épocas “áureas” da inquisição não terá 
dificuldade em identificar esse argumento com inúmeros argumentos católicos análogos, 
que punham os fiéis contra a parede usando o nome de Deus para isso, quando o 
próprio testemunho da história mostra que eles usavam de pura demagogia e coagiam 
milhares de fiéis a fazerem coisas, que pensavam eles serem a coisa cristã certa, ao 
passo que os ordenadores estavam, simplesmente, preocupados ou mesmo havidos por 
eliminarem o empecilho a fim de alcançarem seus objetivos. Os cobradores desses 
pobres é que deveriam contribuir com eles e não cobrá-los. Sobre essa prática de 
cobrança injustificada, brilha a verdade divina que de tão abrangente não se põe de fora 
desse contexto quando diz em Mt. 12.7 “Mas, se vós soubésseis o que significa: 
Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes.”
DE QUEM É O DÍZIMO DO SENHOR?
A Bíblia diz “ ” - DEUS É ESPIRITO - portanto quereria Deus 
alguma coisa material para si próprio?
Sendo Deus Espírito, o que quer que venha a requerer do homem, 
materialmente falando, sem dúvidas não será para seu próprio uso, assim quando o 
Senhor determinou as tribos de Israel que lhe apresentassem o dízimo, certamente 
intentou destiná-lo a alguém, eesse alguém foi a tribo de Levi, essa destinação foi uma 
providência divina, uma provisão aos filhos de Arão, filho de Levi, separados para o 
serviço do Santuário Dt. 18.1-2, Nm 18.20,21, o v.21 diz “e eis que aos filhos de Levi 
tenho dado todos os dízimos de Israel por herança...” em passagens como esta e outras 
podemos entender que:
1- O dízimo do Senhor era dado aos levitas como sustento por herança, v. 24 
“porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecem ao Senhor em oferta alçada, tenho 
dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: no meio dos filhos de Israel 
nenhuma herança herdarão.”
2- Do que os levitas recebiam separavam o dízimo dos dízimos, oferecidos ao 
Senhor, dados porém a Arão. Nm 18.26-28, Ne. 10.37,38.
3- Nenhum deles tinham qualquer possessão, apenas concessão de habitação.
4- Só para quem exercesse serviço exclusivo do altar.
5- Só o resgate ou pagamento de inscrição de recenseamento, era em dinheiro 
dado ao sacerdócio.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 15
6- Ou a remissão do dízimo, quem também era em dinheiro.
NEM TODOS TINHAM DIREITO
Já identificamos que os dízimos de Abraão e Jacó foram completamente 
espontâneos. Eles não estavam sob mandamento quando praticaram esse tipo de dádiva, 
fora esse, só vemos um tipo de dízimo “eclesiástico”, o instituído na Lei de Deus, dada 
por Moisés, e este era a herança dos levitas, por isso; dízimo por serviço religioso, só 
existiu uma tribo no mundo e em todos os tempos a quem Deus destinou; jamais se vê o 
Pai Eterno destinando esse benefício a quem quer que seja, por lhe haver prestado 
serviço eclesiástico. Nos tempos bíblicos não era simplesmente o fato de se fazer a obra 
de Deus para ser digno do dízimo, tinha que ser necessariamente descendência de Levi, 
você em sua leitura diária da Bíblia encontrará dezenas de homens de Deus que fizeram 
sua obra e no entanto não recebiam dízimos. Por exemplo: profetas e juízes. Isso deixa 
claro que o dízimo objetivava o sustento de uma tribo específica de Israel, privada de 
angariar posses e sem herança na terra prometida, que para alimentar-se dependia dos 
dízimos ofertados das outras onze tribos. Se buscarmos na Bíblia de Gênesis a 
Apocalipse uma única autorização de Deus que permita a outras pessoas, povos ou 
mesmo outra tribo de Israel receber dízimo, por serviços a Ele prestado não a 
encontraremos. Nenhuma igreja cristã de bom senso irá reivindicar que o povo judeu 
deixe sua terra para passar a habitá-la, por ser considerado pela Bíblia de “Israel 
Espiritual”, o solo de Israel pertence aos judeus, é a herança deles, é justo que ninguém 
a queira, por que, então, praticamente todos os segmentos cristãos querem a herança 
dos levitas e sacerdotes? Nm. 18.21. Quem os incentivou a esse fim, uma vez que não 
encontramos indicativos bíblicos? 
NENHUMA OUTRA FINALIDADE 
Hoje se arruma todo tipo de pretexto para cobrarem o dízimo, objetivando se 
fazer inúmeras coisas, com a denominação de “obra de Deus”, no entanto não se vê 
dízimo para obra alguma na Bíblia, mas para mantimento Ml. 3.10 e, esse mantimento 
refere-se a tudo que a tribo encarregada do serviço do templo precisava para viver. 
Se perguntarmos quais os exemplos de aplicação do dízimo na Bíblia, não 
encontraríamos resposta para temas, dentre outros, como:
a) Construção de templos - Não se encontra na Bíblia dízimo como esse fim, 
todas as ocorrências de construção de um local de cerimônias indicam para as ofertas 
voluntárias, Ex. 25.2; 35.5 e 29, esse último versículo gostaria de transcrever: “Os filhos 
de Israel trouxeram oferta voluntária ao Senhor; a saber todo homem e mulher, cujo 
coração os dispôs para trazerem uma oferta para toda obra que o Senhor tinha 
ordenado se fizesse por intermédio de Moisés.”(os destaques são meus), agora 
responda: Com que tipo de oferta se faz a obra do Senhor? Se precisarmos de mais 
exemplos poderemos encontrá-lo em I Cr. 29. É interessante que só se pedia o 
necessário, alcançado o objetivo o povo poderia até ser proibido de dar mais, Ex. 36.3-5.
Para os mais resistentes as verdades bíblicas e mais apegados as tradições 
denominacionais, temos a confirmação de que construção de templo ou a reforma deles 
não se fazia com dízimos, Esdras 2.68,69 “Alguns dos cabeças de famílias, vindo a Casa 
do Senhor, a qual está em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a Casa de Deus, para 
restaurarem no seu lugar, segundo o seu recurso deram para o tesouro da obra, em ouro 
sessenta e um mil dáricos, e em prata cinco mil arráteis, e cem vestes sacerdotais.”
Até os Adventistas do Sétimo Dia, que cuidam guardar a Lei e são cobradores 
de dízimos, reconhecem em um de seus trabalhos disponíveis na Rede Mundial de 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 16
Computadores (Internet) que “O dízimo não era usado para manutenção do templo, o 
templo sempre foi mantido por ofertas.” Assinam o trabalho os Pastores Adventistas 
Hélio Coutinho e Moisés Matos.
b) Envio de missionários - encontramos um missionário no Velho Testamento, 
o conhecido profeta Jonas, que tem um livro com o mesmo nome, sua história é famosa 
pois ao receber uma ordem divina para proclamar a palavra de Deus contra a grande 
cidade de Nínive, resolve fugir para Társis, numa embarcação, acaba sendo jogado no 
mar, engolido por um animal marinho e vomitado na terra. A pergunta é: com que 
dinheiro Jonas pagou a passagem da viagem para Társis? Jn. 1.3, lembre-se que ele era 
um missionário do Antigo Testamento e não sendo levita não tinha direito a dízimos. E 
as viagens de Paulo, qual indício teríamos em favor de uma despesa efetuada pelo 
apóstolo paga com “dízimos” arrecadados? Certamente: nenhuma!
O que diríamos das festas de líderes, confraternizações, aniversários dos mais 
diversos órgãos da igreja, despesas com manutenção de templos, quando deveriam ser 
feitos com as ofertas voluntárias. Quem quer que busque respaldo bíblico para fazer face 
a essa despesas utilizando o dízimo não o encontrará, o dízimo eclesiástico, só tinha uma 
finalidade; sustento dos levitas, sacerdotes e necessitados, nenhuma “obra” se devia 
fazer com ele. Para coisas diversas se tinha a oferta voluntária.
Quem investiu os novos líderes religiosos de poderes para mudar o uso e a 
finalidade dos dízimos?
Informe-me, pela Bíblia, por favor!!! E, cuidado para não responder como a 
Igreja Católica dizia na Idade Média, e, ainda diz: “temos autoridade de Deus para isso.”
QUEM GANHAVA MAIS, QUEM GANHAVA MENOS
Quem acha que o dízimo era um salário, engana-se; primeiro porque a própria 
Bíblia diz que era herança, segundo porque não era dado em dinheiro, terceiro porque 
com salário se faz o que quer, inclusive arrumar um jeito dos bens crescerem, não era 
assim com o dízimo que deveria ser consumido pela tribo de Levi, onde ninguém ganhava 
mais pela sua posição ou cargo, a idéia era de sustento não de estoque, embora pudesse 
haver, no entanto a vida folgada não era um dos objetivos das contribuições, o dízimo 
significava sobrevivência, não regalias.
ONDE É A CASA DO TESOURO?
O estudante atento da Bíblia, poderá perceber que o dízimo, a exemplo de 
diversos ensinos bíblicos, firmou-se através de uma revelação progressiva, primeiro em 
Abraão, com um dízimo voluntário, entregue, possivelmente num lugar chamado de 
Savé, a Melquisedeque, Gn. 14.17; mais tarde Jacó através do voto, sem especificar onde 
depositaria o dízimo, e, se de fato, cumpriu; posteriormente foi instituído pela Lei quando 
Deus o deu por herança aos sacerdotes e levitas, em seguida vemos Deus dizendo que os 
dízimos deveriam ser entregues num lugar específico; onde Deus faria habitar o seu 
nome, na Casa do Tesouro, mais tarde esse lugar é identificado como o Templo 
(compartimento exterior) construído em Jerusalém.
Quantas CASAS DO TESOURO existem? Quantas devem ou deverão existir?Se olharmos somente para a Bíblia contemplaremos um único lugar de depósito do 
sagrado que é a mesma e única Casa do Tesouro e o único local onde os levitas deveriam 
entregar os produtos dos dízimos, quem poderá determinar diferente? Os Assembleianos 
com uma “Casa do Tesouro”, ou os Batistas com outra “Casa do Tesouro”, ou seria a 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 17
“Casa do Tesouro” Presbiteriana a legítima? Talvez uma das milhares de “Casas do 
Tesouro” espalhadas pelo mundo, fruto dos diversos ramos protestantes, ou quem sabe a 
Sede dos Católicos em Roma, visto que eles estão voltando a cobrar o dízimo, ou será 
todas elas são “Casa do Tesouro”? Certamente apenas uma é a Casa do Tesouro bíblica.
As medidas do Templo de Salomão, conforme nos esclarece o Manual Bíblico 
de H. H. Halley, 9ª Edição, 1989, Vida Nova, página 201, eram de 30 m de comprimento, 
10 m de largura e 15 m de altura, isto considerando o côvado de 50 cm, cuja possível 
variação era de 45 cm a 52 cm, pois as medidas estão registradas na Bíblia em côva-dos. 
Existiam três andares de câmaras externas anexas ao Templo. Cada andar de câmaras 
possuía tamanhos diferentes, o primeiro era de 2,5 m de largura e 2,5m de altura, o 
segundo era 3,0 m de largura pela mesma altura e o terceiro 3,5 m , com igual altura, 
essas pequenas câmaras não serviam apenas para o estoque do dízimo, existiam as 
câmaras dos Cantores, a da Guarda Real, e, a própria câmara do Tesouro não era usada 
simplesmente para a guarda do dízimo, as riquezas, (pratarias, ouro, etc.), também se 
depositavam lá. Considerando que na época da construção do templo já se contava 
38.000 levitas da idade de 30 anos para cima, fora as crianças, as mulheres e os homens 
menores de 30 anos, I Cr. 23.3, imagine se a parte devida ao levita precisasse ser 
estocado nessas câmaras, sem dúvidas ficaria um amontoados de coisas empilhadas na 
parte externa do Templo, por não mais caberem nos Celeiros anexo ao Prédio Santo. Por 
isso quando se diz que o dízimo deveria ser entregue na Casa do Tesouro não estava se 
referindo ao dízimo dos levitas, mas ao dízimo dos sacerdotes, Ne. 10.38 “E o sacerdote, 
filho de Arão, deve estar com os levitas quando estes receberem os dízimos; e os levitas 
devem trazer o dízimo dos dízimos à casa do nosso Deus, para as câmaras, dentro 
da tesouraria.”(destaquei)
Existiam muitas sinagogas na época de Cristo. As sinagogas eram lugares de 
reunião dirigidas por chefes ou anciões, chamados de principais, Lc. 13.14, Mc. 5.22. 
Serviam também como escola, tribunal, etc., e a direção de determinada reunião poderia 
ser entregue a qualquer judeu designado pelo chefe, Lc. 4.16 ss., At. 13.15.
O Templo porém, diferia da sinagoga, pois tinha toda uma arquitetura 
determinada por Deus: Pátio, o lugar santo e o lugar chamado de santo dos santos, 
segundo o modelo do Tabernáculo, nele somente sacerdotes e levitas podiam ministrar. 
Não existiram dois ao mesmo tempo, embora a historiologia bíblica nos apresente três: O 
primeiro chamado de templo de Salomão, pois foi construído no seu Reinado; com a 
destruição deste por Nabuzaradã general de Nabucodonosor, em 587 a.C. (II Rs. 25.8,9). 
O segundo, foi construído, depois do cativeiro babilônico de Israel, sob o comando de 
Zorobabel, Ed. 5.2. Na época de Cristo outro templo havia substituído o de Zorobabel, foi 
o chamado Templo de Herodes, era o maior entre os três, nesse lugar, ou seja no Templo 
que ficava em Jerusalém, foi o lugar determinado por Deus para que fossem depositado 
os dízimos ordenados a Israel, e não há a mínima pista na Bíblia que permita-nos 
concluir que o dízimo poderia ser entregue em outro local, nem mesmo numa Sinagoga, 
Dt. 12.5,6. 
O fato é que a expressão “ Casa do Tesouro” não surgiu ao mesmo tempo da 
construção do Templo e, de fato não refere-se ao Santuário em si. Quando Salomão o 
construiu nos informa a Bíblia em I Rs. 6.5 que “ contra a parede da casa, tanto do 
santuário como dos santos dos santos, edificou andares e ao redor fez câmaras laterais ao 
redor”, observe-se “ao redor” não no interior. A essas câmaras ou celeiros Neemias que 
viveu muitos anos depois da Edificação do Templo de Salomão chamou de Casa do 
Tesouro. Nesses celeiros eram depositados não os dízimos de toda a casa de Levi, mas 
apenas os dízimos dos dízimos devidos aos sacerdotes, Ne. 10.38 “... os levitas trariam o 
dízimo dos dízimos à Casa do nosso Deus, às câmaras da Casa do tesouro.”
É comum ao crente de hoje achar que “Casa do Tesouro” seja o lugar onde se 
deve entregar dinheiro, no entanto o contexto bíblico nos permite, seguramente, afirmar 
que o que ali se depositava não eram munerários, mas produtos alimentícios, Ne. 10.37 
a 39, tanto que a Bíblia Viva traduz assim Ml. 3.10 “Tragam todos os dízimos aos 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 18
depósitos do templo, para haver mantimento em minha casa.” (destaquei), a essa altura 
alguém deve está se perguntando acerca do dinheiro que a viúva depositou. Gostaria de 
lembrar: a) Não era dízimo. b) Não foi na casa do tesouro (câmara do templo). c) Foi 
depositado numa urna de arrecadação de oferta chamada Gazofilácio, logo refere-se a 
oferta voluntária.
A Casa do Tesouro contrasta de tal forma com a Igreja a ponto de não se 
identificar com um templo cristão, a prova disso é a sua inexistência no princípio do 
cristianismo, pois todos pregam que o dízimo deve ser entregue no templo, inclusive o 
pastor Paul Yong Cho, hoje David Cho, no livro Soluções Para Os Problemas da Vida, 
Editora Vida, 1985, pág. 39 “... o dinheiro do dízimo deve ser dado ao Senhor por 
meio da igreja local onde a pessoa assiste.” O pastor Cho, parece desconhecer que no 
princípio do cristianismo não existiam igrejas com a organização que conhecemos hoje. 
Conforme o Manual Bíblico de H. H. Halley o primeiro templo cristão foi construído no 
reinando de Alexandre Severo em 222 e 235, antes os cultos eram realizados nas casas 
dos crentes, como bem testifica o livro de Atos, logo, mesmo que fôssemos obrigados a 
dizimar, dizer que o dízimo deve ser entregue na igreja local não tem respaldo bíblico.
O DÍZIMO E O SÁBADO
Aos cobradores do dízimo falta-lhes uniformidade no trato com os 
mandamentos da lei; coerência nas suas interpretações da Bíblia, pois todos afirmam “ a 
Lei foi abolida por Cristo na cruz.” no entanto negam a eficácia do sacrifício de Cristo ao 
cobrarem o dízimo, ora o dízimo era um mandamento da Lei, se perguntarmos porque 
não se guarda o sábado todos responderão: porque foi abolido. Será que esse 
entendimento de abolição não se aplica ao dízimo, em Mt. 5.17, lemos que Jesus 
cumpriu a Lei , de modo que da mesma forma que o sábado não é mais como era antes, 
também as ofertas pentatêuticas não o são.
O DÍZIMO E A UNANIMIDADE
A polêmica gerada pela fusão pretendida de Ml. 3.10 com Mt. 23.23 e o cristianismo tem 
dividido o povo de Deus. Quando era praticado na época própria, por um povo próprio e 
dado a quem de direito, todo o Israel vivia unânime, mesmo que tenha sido achado em 
falta algumas vezes. Não obstante aquela nação sabia o que fazer e como fazer, quando 
se trouxe essa prática para o meio cristão, mergulhou o povo em confusão, provinda da 
falta de um estudo exaustivo sobre o assunto, estudo esse que talvez nunca ocorra pois, 
ao se estudar a prática do dízimo se chegará, fatalmente, a uma única conclusão 
biblicamente possível: os cristãos dos primeiros séculos, embora fossem fartos, no 
sentimento de ofertar, não o faziam por meio de dízimos. Hoje se perguntarmos o que 
devemos dizimar, ouviremos em resposta: TUDO. Mas tudo o que? E, como? As pessoas 
geralmente dão dízimo do salário, e por sua vez uns dão do bruto, outros do líquido, 
considerando os descontos de imposto de renda e seguridade social. Ainda há os que 
quitam suas dívidas e do que restar tiram o dízimo, não estouaqui para julgar este ou 
aquele procedimento, mas o fato é que os tais, não têm absoluta certeza do que estão 
fazendo, cada um desconhecendo o entendimento do outro sobre a matéria, acha-se 
certo. No entanto, se os pusermos em diálogo sobre o assunto certamente haverá 
insinuações e acusações e nesse momento descobre-se a falta de unanimidade. E o que 
dizer do dízimo de algum presente recebido; por exemplo: alguém recebe dez camisas de 
presente, deve ele dar uma (a décima parte)? E se for apenas uma a camisa presenteada, 
um carro ou um apartamento, o que fazer...? Dificilmente se ouvirá uma orientação 
oficial da Igreja de púlpito acerca disto e até se levantaria inúmeras outras questões 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 19
polêmicas. Geralmente os bens que um cristão passa a ter hoje em dia não entram em 
questão, apenas o dinheiro que ele recebe é que está em evidência, embora saibamos que 
isoladamente, aqui e ali, alguém se preocupe com esse detalhe.
A falta de unanimidade atinge até mesmo os líderes, pois ao passo que a 
revista da Escola Dominical das Edições CPAD, para Jovens e Adultos, 3º trimestre de 
1999, informa que está em plena voga Ml. 3.10, ressaltando que aquele que não dá o 
dízimo rouba o Senhor, página 53; a revista de apologética Defesa da Fé, embora defenda 
a prática do dízimo, é mais amena e coerente em seu comentário ao dizer no exemplar de 
nº 08, período de setembro a outubro/98, página 21 que “Obviamente, jamais 
deveremos admitir ou apoiar os que procuram obrigar o povo de Deus a contribuir 
(II Co. 9.7)”. Este segundo comentário, ao assim registrar revela estar mais sensível ao 
espírito neotestamentário, em oposição ao primeiro, que ao confundir, ou mesmo fundir 
judeus com cristãos, condena ao inferno àqueles que não derem o dízimo, caracterizando 
o ato de dar numa obrigação: um requisito para a salvação, pois se quem não dá 
“ROUBA” o Senhor esse tal não poderá entrar nos céus, I Co. 6.10. Seguramente o Novo 
Testamento nos diz diferente; os apologistas da Revista Defesa da Fé tiveram a 
sinceridade de informar aos leitores a passagem II Co. 9.7. “Cada um contribua segundo 
propôs no seu coração...”
O comentarista da revista da CPAD classifica a abstinência da prática do 
dízimo home, como roubo ao Senhor, pois baseia o seu discurso na coação e não na 
conscientização do ofertante. Quem quererá ser taxado de “ladrão dos bens do Senhor”? 
No entanto como comentarista de uma revista da Escola Dominical, deveria ele informar 
que a tradução do texto de Malaquias cap. 3, nos versos em que a tradução de Almeida 
usa o verbo roubar, diversas outras traduções trazem outros verbos, o verso 8, por 
exemplo: 
“Pode um homem enganar a Deus? Pois vós me enganais! - E dizeis: em que te 
enganamos? Em relação ao dízimo e a contribuição” Bíblia de Jerusalém
“Pode acaso um homem enganar a Deus? No entanto, vós me enganais! Dizeis: 
‘Em que te enganamos?’ - No pagamento do dízimo e dos tributos” T.E.B.
“‘Pode um homem enganar a Deus?’ Pois vocês me enganaram! vocês 
perguntam: ‘em que te enganamos?’ No dízimo e na contribuição” Ed. Pastoral
“Deve um homem ultrajar o seu Deus como vós me tendes ultrajado? E 
dissestes: em que te temos ultrajado nós? Nos dízimos e nas primícias.” Matos Soares
“Pode um homem enganar o seu Deus? Por que procurais enganar-me? E ainda 
perguntais: Em que vos temos enganado? No pagamento dos dízimos e nas ofertas”Bíblia 
Ave-Maria
“Um homem deveria defraudar a Deus? Ora vós me defraudais e dizeis: ‘Em que 
nos te frustramos?’ ë a respeito do dízimo e do imposto.” Bíblia Mensagem de Deus
“Pode um homem enganar a Deus, como vós procurais enganar-me? Objetais: 
Em que te enganamos? - Nos dízimos e tributos” Bíblia do Peregrino
Sem querer apoiar essa ou aquela tradução listei essas sete versões onde não 
se usou o verbo roubar, dando-se preferência na maioria delas ao verbo enganar, e há 
fortes indícios que seja este o melhor termo, visto que a famosa Bíblia de Jerusalém o 
preferiu, bem como a Tradução Ecumênica da Bíblia - TEB, também famosa. Percebe-se 
que o Senhor usa o nome Jacó, no v.6, e este nome significa: Enganador, suplantador, 
ao invés de Judá ou Israel, como nos versos anteriores; isto é bastante sugestivo, 
indicando a correlação entre o “ENGANADOR” com seus filhos “ENGANADORES”. Em 
1.14, temos o registro que os filhos de Israel intentaram enganar a Deus: “Mas seja 
maldito o enganador que, tendo animal macho no seu rebanho, o vota, e sacrifica ao 
Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos exércitos, e o meu 
nome é temível entre as nações.” (destaquei), isto prova que os judeus estavam trazendo 
oferta e dízimos ao Senhor, mas não como deveriam, por isso em 3.10, se diz “todos os 
dízimos” ou como preferem algumas traduções: “o dízimo integral”, de fato eles estavam 
querendo enganar, trazendo produtos impróprios, ou apenas uma parte desses. Esse 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 20
sentimento de sonegação embora nada tivesse haver com dízimo surgiu no coração de 
Ananias e Safira, com fim trágico. Não quero tornar inculpes os antigos israelitas, mas 
alertar aos que adoram refrões acusadores e acuadores, que nesse caso além do erro de 
direcionar esse tipo de refrão sobre dízimo aos cristãos, estão incorrendo em outro erro 
ao acusar alguém de uma coisa que talvez não seja exatamente o que a Bíblia nos quis 
transmitir. Não há unanimidade inclusive nisso.
Somente a aceitação ao verdadeiro entendimento acerca do dízimo poderá unir 
a todos em um mesmo pensamento. Eu receio que os interesses de natureza humana 
atrapalhem esse avanço espiritual.
“TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS”
A generalização do dízimo nos dias atuais, tem mergulhado as Igrejas no 
completo desvio do real conceito dessa antiga prescrição bíblica.
Já pudemos mostrar, comparando Gn. 14.20 com Hb. 7.4, que embora em 
Gênesis encontremos a palavra “tudo”, se referindo a entrega do dízimo a Melquisedeque, 
a epístola aos Hebreus prova que essa palavra não pode ser entendida com sentido 
amplo e restringe o “tudo”, aos melhores despojos, o que reduz, na conceituação 
moderna, o quantum recebido pelo Sacerdote-Rei.
Os próprios versículos que nos apresentam o dízimo mostram que ele era 
tributado sobre bens específicos ligados diretamente a área de manutenção da vida, Lv. 
27.30 “Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores, 
pertencem ao Senhor; santos são ao Senhor.” Perceba-se que esse “todos” se refere 
apenas aos cereais e frutos das árvores. Lv. 27.32 “Quanto a todo dízimo do gado e do 
rebanho, de tudo o que passar debaixo da vara, esse dízimo será santo ao Senhor.”, mais 
uma vez esse “tudo”, refere-se aos animais, temos, assim, as duas classe sobre os quais 
os dízimos incidiam: VEGETAIS e os ANIMAIS. Para confirmar isso basta ler as 
passagens referentes aos dízimos:
Dt. 14.22 “Certamente darás os dízimos de todo o produto da tua semente que 
cada ano se recolher do campo.”
Dt. 14.23 “... comerás o dízimo do teu grão, do teu mosto e do teu azeite...”
Dt. 14.28 “...levarás todos os dízimos da tua colheita do mesmo ano...”
Ne. 10.37 “... os levitas, recebem os dízimos em todas as cidades por onde 
temos lavoura.”
Ne. 13.5 “... os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram dados por 
ordenança aos levitas...”
Ne. 13.12 “Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do 
mosto e do azeite.”
Sem dúvidas essas referências não nos permitirá outra conclusão senão a de 
que “tudo” em Ml. 3.10 não poderia ser de coisa diferente ao prescrito na Lei, ou seja, 
tudo do produto da terra: Cereais e frutos das árvores; e, tudo do produto do campo: 
Gado (graúdo e miúdo). O próprio leitor é agora testemunha por si só que a Bíblia não 
ordena dízimo de outra coisa; não se ordena dízimo de vestimenta,calçados, madeira, 
tijolos, etc... Nada que não fosse alimento, inclusive dinheiro não era algo de que se 
devesse dar dízimo, só há um momento em que era permitido, ainda assim, como 
exceção, jamais como regra, Lv. 27.30-32, nesse caso o valor não era 10% e, sim 12%.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 21
É provável que a quantidade do dízimo entregue ao Tesouro do Templo não 
seja o quantum global dado aos Levitas, observe-se que o indivíduo entregava o dízimo 
diretamente aos levitas Dt. 26.12,13 e não ao Tesouro do Templo, ao passo que os levitas 
entregavam o dízimo dos dízimos, este sim conforme Ne. 10.38, era levado ao Templo. 
Isto está repleto de lógica pois 
os depósitos do Templo visava 
o sustento dos sacerdotes, 
não de toda Casa de Levi. 
Caso fosse depositado 
diretamente no Templo, o 
dízimo preciso para sustentar 
a tribo de Levi, que era em 
torno de 37.000 homens fora 
mulheres e crianças, 
incluindo os sacerdotes, na 
época do primeiro Templo, 
teríamos um espaço 
extremamente pequeno para 
comportar tão grande volume 
de produtos agrícolas e/ou agrários. Além disto, as câmaras não eram exclusivas para 
estocagem dos dízimos, existia por exemplo: a Câmara dos Cantores, Ez. 40.44 e a 
Câmara da Guarda Real, I Rs. 14.22, entre outras. Isto analisando apenas o número dos 
que deveriam se beneficiar com o dízimo. Se formos considerar o número de pessoas, que 
no entendimento dos doutrinadores cristãos atuais deveriam dar o dízimo, isto é: todas 
as pessoas religiosamente comprometidas com Deus, então, a casa do tesouro estaria 
com uma arquitetura completamente fora dos padrões necessários a comportar o que ali 
se depositaria, lembre-se que só havia uma casa do tesouro: O Templo; pois conforme I 
Cr. 21.5, só de guerreiros na época do Rei Davi enumerou-se 1.570.000 (Um milhão, 
quinhentos e setenta mil), fora as mulheres e os não aptos à guerra, para se ter uma 
idéia, isto significa no mínimo 11 (onze) vezes o estádio de futebol do Maracanã lotado, e 
conseqüentemente um volume de dízimo que cobriria por completo o Templo de Salomão, 
tornando-o em uma montanha de produtos agrícola. Assim a tradição cristão recente, ao 
impor o dízimo aos fiéis, ignorando completamente o contexto histórico e bíblico em que 
esse tipo de oferta estava inserido usando principalmente Ml. 3.10, ou seja (todo mundo 
trazendo todos os dízimo para a casa do tesouro), torna a prática bíblica do dízimo 
mentirosa ou impossível, o que sem sobra de dúvidas é um grande engano.
A idéia de que “TUDO” em Ml. 3.10, refira-se a “absolutamente tudo” não 
encontra apoio bíblico e é resultado do desvio do ensino bíblico original e da 
capitalização do mundo em que vivemos, que afetou diretamente a Igreja, enquanto 
entidade organizada.
Até o próprio Cristo ao falar de dízimo o faz referindo-se a alimentos. Portanto 
essa história de que dízimo é para a manutenção da obra de Deus e por isso se pede 
dizimo de tudo, é equivocada e parece-nos não estar de acordo com o que a Bíblia diz 
acerca desse tipo de contribuição. Dízimo é herança dos Levitas e Sacerdotes, esmola dos 
pobres, alegria dos Ofertantes e tributo dos Reis. Somente sobre vegetais e animais (gado 
de corte). Para a obra de Deus peça-se a oferta voluntária, a essa a Bíblia dá todo apoio 
e, sem dúvidas, se pedirem a fiéis, certamente será muito maior que o dízimo.
MALAQUIAS MAL APLICADO
Poderia não comentar o profeta Malaquias, mas penso que uma pequena 
análise do Livro poderá ser um reforço auxiliar ao estudo acerca do dízimo, além de 
podermos dimensionar quão mal aplicadas são suas palavras nos nossos dias.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 22
A Bíblia de Estudo Pentecostal, no breve comentário acerca desse Livro 
profético informa que “Malaquias profetizou cerca de cem anos após os primeiros 
exilados terem voltado de Babilônia”, então o relato é pós-exílio, posterior a Ezequiel e 
Daniel que profetizaram durante, enquanto todos os demais são anteriores, exceto Ageu 
e Zacarias que também são pós-exílio.
Já no cap. 1 e verso 1, encontramos: “Peso da palavra do Senhor contra 
Israel, pelo ministério de Malaquias.” (destaquei) Ora se era contra Israel, Ml. 3.10, não 
pode referir-se a Igreja, se alguém intitula-se Israel espiritual, então o dízimo não pode 
ser material.
O contexto do Livro nos fornece o estado espiritual da nação que embora no 
primeiro momento do pós-exílio estivesse avivada e devotada Ed. 6.13-22 com a 
reconstrução do templo e a celebração das liturgias estabelecidas na Lei, naquele 
momento, já não estava tão disposta a seguir os preceitos do Senhor e desvirtuaram todo 
o cerimonial prescrito por Deus para aquela Nação Ml. 1.7, 8. Todo o Israel fazia o que 
achava bem aos seus olhos. Os sacerdotes estavam corrompidos, cap. 2, e os filhos de 
Israel não contribuíam, nem ofertavam corretamente ao Senhor Ml. 1.14; 3.7-10.
A cobrança do dízimo no livro do profeta Malaquias é contundente, mas digno 
de observação. Percebe-se que enquanto não havia templo (época do exílio) e, não havia o 
exercício das atividades sacerdotais não havia cobrança de dízimos, mostrando a relação 
direta e inseparável desse trinômio: dízimo, sacerdócio, templo. Com o restabelecimento 
decorrente da repatriação tornou-se imperativo o restabelecimento da herança dos 
levitas: os dízimos; para que pudesse haver o desempenho das atividades sacerdotais, 
sem as quais seria impossível a realização do culto coletivo a Deus, naquela época, posto 
que somente os sacerdotes e levitas estavam autorizados por Deus para ministrarem o 
Sagrado e, terminantemente, proibidos de outra atividades, como as seculares, por isso 
os dízimos como herança.
Malaquias 3.11, nos traz palavras de terror quando ditas hoje; sendo usada 
pelos pregadores contra os cristãos não dizimistas, mesmo sendo o livro de Malaquias 
estritamente dirigido a Israel. Diz assim o verso: “E, por causa de vós, repreenderei o 
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será 
estéril, diz o Senhor dos Exércitos.” Os pobres irmãos, chamados a liberdade em Cristo, 
estão hoje, escravizados pela consciência, artificialmente plantada pelos doutrinadores 
modernos, que impõe com todas as técnicas de PNL (programação neurolingüística), o 
temor do “devorador” que irá consumir tudo que os irmão em Cristo tenham caso não 
contribua com esse tipo de oferta. Resta, porém saber, se há coerência em achar que o 
“devorador” possa alcançar um cristão, pois se colocarmos a prova essa “maldição”, 
considerando a existência do Novo Pacto e a morte de Cristo, ela não tem a mínima 
validade. Cristo nos isenta da Lei e suas Maldições Gl. 3.10 e o v. 13 diz “Cristo nos 
resgatou da maldição da Lei...” além do mais, jamais podemos perder de vista que 
Malaquias profetizou contra Israel em um dado momento histórico. Não é sensato 
afirmar que essa maldição determinada em Ml. 3.11, tenha desbravado as barreiras do 
tempo e tenha poder de alcance sobre os judeus ou cristãos posteriores, por uma razão 
óbvia: O Pentatêuco (cinco primeiros livros da Bíblia) foram escritos segundo nos informa 
a Bíblia de Estudo Pentecostal, Ed. 1995, CPAD, entre 1445 a 1405 a.C., e o Livro do 
profeta Malaquias, entre 430 e 420, o que nos dá uma diferença aproximada de 1000 
(mil) anos. Em todas as ocorrências da palavra “dízimo” no Antigo Testamento que são 
em número de 31, apenas em Malaquias se fala do “devorador” associado a sonegação 
dessa oferta, entendido por muitos como a punição para os não dizimistas atuais, no 
entanto é bom perceber que se essa punição é eterna, ou seja vigora ainda hoje, então 
todos os transgressores anteriores ao profeta Malaquias, foram beneficiados por Deus 
com a impunidade, pois não há maldição expressa contra eles: Não se falou do 
“devorador” dos “não dizimistas”, antes desseprofeta. Para quem não sabe, Devorador, 
era o nome dado as pragas que assolavam as lavouras, em especial o gafanhoto. Se 
aceitarmos o contexto em que foi escrito o Livro, aceitaremos também que esse dito de 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 23
Ml. 3.11 foi dirigido ao povo de Israel que vivia aquele momento, nem para os anteriores, 
nem para os posteriores.
Se o devorador alcançasse e consumisse os bens de um cristão em 
cumprimento a Ml. 3.9 “Com maldição sois amaldiçoados, por que me roubais a mim, vós, 
toda a nação”, então, de nada teria valido a morte de Cristo e as palavras de Paulo em 
Gl. 3.13 “Cristo nos resgatou da maldição da Lei...” A grande verdade é que o Livro do 
profeta Malaquias é extremamente mal aplicado, para satisfazer os interesses dos 
neodizimistas, porém sempre esbarrarão nas incongruências e contradições de sua 
pretensa “doutrina”. A Bíblia não deixa margem para o tipo de interpretação que querem 
dar ao texto do profeta, a maioria dos doutrinadores seguem essa linha porque o 
dinheiro ainda fala mais alto, inclusive no meio das lideranças cristãs.
Se perguntarem como faremos a obra? Poder-se-á responder: “Da maneira 
bíblica!”: Com a oferta voluntária dos reais convertidos a Cristo, simples e eficaz é essa 
oferta; nos ensina o Livro de Atos dos Apóstolos.
O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO
Quantas vezes é ordenado à igreja? A resposta a esta pergunta é a mesma se 
referirmo-nos ao sábado: nenhuma.
As ocorrências neotestamentárias são escassas e não há mandamento à igreja.
Mt. 23.23 “Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da 
hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da 
Lei, a justiça a misericórdia e a fé; devíeis, porém fazer estas cousas sem omitir aquelas”. 
Esse seria um excelente versículo para defesa da obrigação neotestamentária do dízimo, 
mas, somente se a Bíblia devesse ser apenas lida, nunca estudada, pois ao estudarmos 
melhor o texto, perceberemos que Jesus não ordena nada à igreja nessa passagem. 
Observe que o diálogo dele é com os fariseus, e Jesus como judeu que era não poderia 
dar recomendação diferente senão a observância correta da Lei e é isso que o Senhor 
determinou àqueles homens.
O fato de uma passagem como essa estar no Novo Testamento não é suficiente 
para se dizer que o crente deve dar o dízimo como uma obrigação, pois em inúmeras 
outras passagens se vê o Senhor Jesus obedecendo aos vários preceitos da Antiga 
Aliança.
Ora, no princípio do capítulo 23, de Mateus podemos ver Jesus falando à 
multidão e aos discípulos com respeito aos escribas e fariseus “fazei e guardai, pois, tudo 
quanto eles vos disserem”. É plausível dizer que os fariseus com hipocrisia ou sem ela, 
guardavam toda Lei e assim ensinavam ao povo, logo se Mt. 23.23 fosse ordenança à 
igreja pelo fato de Jesus ter mandado os fariseus “darem” o dízimo, então, teríamos hoje 
um misto de cristianismo e judaísmo por força do que está determinado no v.3, pois ele 
mandou obedecer os escribas e fariseus. Não há dúvidas que eles ensinavam tudo da Lei 
de Moisés ao povo, não obstante Mt. 23.3 fosse uma ordem de Jesus não pode ser 
aplicada hoje, pois essa ordem específica não tem sentido de ser obedecida após a 
crucificação.
Jesus sempre ensinou o zelo da Lei e zelar por ela era uma das missões de 
Cristo, tanto que ao curar o leproso o Senhor disse em Mt. 8.4 “... vai mostrar-te ao 
sacerdote e fazer a oferta que Moisés ordenou; para servir de testemunha.” Deveríamos 
presumir que qualquer leproso, ou enfermo, ao ser curado hoje devesse procurar um 
sacerdote israelita, caso ainda existisse, para apresentar a oferta ordenada por Moisés? 
Veja que é uma determinação do Senhor Jesus e está no Novo Testamento. A resposta 
certamente será negativa, pois é ponto pacífico a qualquer cristão que a Lei Pentatêutica 
encerrou-se na cruz, Ef. 2.15, por quê então os pregadores só querem por em validade as 
palavras de Mt. 23.23?
Em Hb. capítulo 7, como é do conhecimento de todos fala-se da semelhança de 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 24
Melquisedeque e Cristo, e como nos versos desta epístola há referências ao dízimo e 
sendo ela um escrito do Novo Testamento tem sido bastante usada pelos neodizimistas 
como reforço a sua tese de obrigação do dízimo hoje. No entanto, nem uma leitura 
corrida do texto dá a idéia de ordenança à igreja, o que se vê é um paralelo entre a 
NATUREZA do sacerdócio, pois Melquisedeque embora não fosse parente de Abraão era 
sacerdote, ao passo que os descendentes posteriores de Abraão, mais especificamente a 
casa de Arão, é que foram nomeados por Deus para o sacerdócio. Assim Cristo é 
sacerdote segunda a ordem de Melquisedeque v.17, pois o Senhor não descendeu de 
Levi, mas de Judá V.14.
Antes de prosseguir nesse comentário quero me reportar a Hb. 7.9, pois na 
versão de João Ferreira de Almeida e outras se diz que Levi “... pagou dízimos.” Pagar 
subtende retribuição, obrigação, situação na qual Abraão não se encontrava. Ele não foi 
obrigado a dar, não há o menor indício no relato de Gênesis 14 que apoie essa idéia, ou 
seja, de que tenha havido um pagamento, o próprio texto original de Hebreus não traz a 
palavra “pagou”. Ela foi posta em substituição a uma tradução literal do grego 
, Perfeito do Indicativo Passivo do verbo DIZIMAR, e não tem equivalente em 
Português podendo ser traduzida por DIZIMOU, ou entregou o dízimo.
Outras versões traduzem Hb. 7.9 mais coerentemente:
“... entregou-os por meio de Abraão”. Nova Versão Internacional
“... entregou a sua décima parte na pessoa de Abraão” Edição Pastoral (Ed. 
Paulinas)
“... Na pessoa de Abraão submeteu ao dízimo até mesmo Levi ...” A Bíblia de 
Jerusalém. Observe que de uma forma ou de outra essas versões tentaram resgatar a 
idéia de passividade em respeito a forma grega.
O dízimo neste capítulo de Hebreus de fato, pouco tem haver com sustento, 
embora seja esta sua finalidade instituída na Lei de Moisés. O fato é que esta passagem 
nada tem haver com ordenança no Novo Testamento, o dízimo aqui, é um elemento de 
comparação que apresenta o rei de Salém superior a Abraão, e permite mostrar 
superioridade do sacerdócio de Cristo em ralação ao que tempos depois seria instituído.
O receio de não ter uma fonte certa de bens, faz com que os cobradores 
modernos veja nestes versos ordenanças para se dar o dízimo, adotando a seguinte 
premissa: “Se Cristo é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, e a Melquisedeque 
foi dado o dízimo, devemos por conseguinte dar o dízimo a Cristo.” Esse silogismo parece 
bom mas há uma falha grave nele, testificada pela vida de Jesus aqui na terra. O campo 
de atuação sacerdotal de Cristo não se reveste da mesma liturgia ou necessidade que 
envolvia os antigos sacerdotes de Israel. Para eles existiam uma legislação pentatêutica 
própria. A vida de Jesus, registrada nos Evangelhos, prova que Ele JAMAIS recebeu 
uma semente de coentro sequer de quem quer que seja como oferta de dízimo, ora Cristo 
veio para cumprir a Lei, e esse cumprir tem sentido amplo; a Lei determinava que os 
dízimos deveriam ser dados aos levitas, dar o dízimo a Cristo seria descumprir a Lei, 
Abraão não descumpriu nem cumpriu, porque simplesmente a Lei ainda não existia 
quando ele deu o dízimo a Melquisedeque. Assim, essa premissa nos leva a uma 
conclusão falsa pelo simples fato de não se poder associar Cristo a dízimos, muito menos 
a forma como se cobra hoje.
O próprio texto de Hb. 7, no verso 12 ao dizer “Porque mudando-se o 
sacerdócio necessariamente se faz mudança de lei” prova que a cobrança do dízimo hoje 
está fundamentada apenas na vontade de seus cobradores que usam para isso 
passagens bíblicas arrancadas de seus contextos, como Ml. 3.10, Mt. 23.23 etc, por 
ventura seria possívelalguém concluir que todas as leis concernentes ao sacerdócio 
foram mudadas, ou extintas, menos a Lei do sustento que estipulava dez por cento da 
renda alheia?
Sendo o dízimo uma Lei inerente ao sacerdócio levítico, e o texto diz que Cristo 
assumiu o sacerdócio eterno e diferente daquele, fez-se necessário assim a mudança da 
lei, que não seria uma nova edição da Lei de Moisés, claro! mas, como o próprio escritor 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 25
aos Hebreus diz em 7.16 “... segundo a virtude da vida incorruptível.” e, considerando que 
esse novo sacerdócio não exige dízimos para si pois não precisa de mantimentos; “vive 
para sempre”, Hb. 7.24, podemos afirmar seguramente que não há qualquer 
fundamentação bíblica para se cobrar dízimos após a morte de Cristo, momento em que 
o antigo pacto com seu sacerdócio e todo o complexo legislativo que o envolvia, passou.
Utilizar Hb. 7 para com base nele cobrar dízimo é tão errado quanto utilizar o 
os versos do capítulo 4 da mesma epístola, para ordenar o Sábado, esta Segunda é 
utilizado pelos Adventistas do 7º Dia.
Vale a pena ressaltar que o dízimo no Novo Testamento não sofreu alteração 
de conceito, ele foi abolido mesmo, ou seja se deve ser dado que seja aos levitas e que 
seja pelos demais israelitas. A epístola aos Hebreus foi escrita talvez antes da destruição 
de Jerusalém ocorrida no ano 70 d.C, e diz em 8.4 “...Ora, se ele [Jesus] estivesse na 
terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons 
segundo a Lei ” (grifei). Logo se vê claramente que a pratica sacerdotal foi continuada 
pelos judeus e, naquela época, ainda existia o serviço dos levitas, embora, segundo plano 
de Deus, fosse completamente desnecessário, isso é mais uma prova contra a cobrança 
de dízimos à Igreja; o cap. 7 e verso 5 revela a intrínseca relação: Levi, sacerdócio, 
dízimo, tribos de Israel: “ E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerd ó cio tem 
ordem, segundo a Lei, de tomar o d í zimo do povo, isto é , de seus irm ã os... ” (os grifos são 
meus). Perguntamos quem, na época da epístola aos Hebreus, recebiam dízimos? Está 
claro que eram os levitas que recebiam do POVO, não de todos os povos, pois isso seria 
desobedecer a Lei sob a qual estavam, eles recebiam de seus irmãos, ou seja das tribos 
que herdaram a terra de Canaã, está muito claro nesta passagem que “irmãos” não se 
refere a irmãos espirituais que nos tornamos ao aceitar a Cristo, logo dispensa maiores 
comentários. O fato é que não se pode desassociar, a exemplo do sábado, o dízimo bíblico 
de Israel, por conseguinte os homens que tomam dízimos, não são outros senão os 
próprios Levitas, do mesmo modo que o povo que deve este tipo de contribuição não é 
outro senão as demais tribos de Israel, o v. 9 prova isso.
UMA HERANÇA COBIÇADA PELA IGREJA DE HOJE
Herança conforme define Dicionário de Aurélio B. de Holanda é o “Bem, direito 
ou obrigação transmitidos por via de sucessão ou por disposição testamentária.” É de 
conhecimento comum que toda herança se passa a outra pessoa, ou grupo de pessoas, 
por alguém que dantes possuía determinada coisa: material ou moral, e biologicamente 
podemos falar até em herança genética, o fato é que, aquilo que é adquirido por dinheiro, 
esforço próprio, achado etc, não constitui herança daquele os adquiriu por esses meios. 
A herança está bem caracterizada quando alguém possui um bem material ou imaterial e 
o transmite por direito, quer oral quer escrito aos seus o seus sucessores, podendo ter 
grau de parentesco ou não com aquele que o fez sucessor .
O Senhor Deus prometera a Abraão, Isaque e Jacó que daria a terra de Canaã, 
aos seus descendentes como herança, Ex. 32.13 “... multiplicarei a vossa descendência, 
como as estrelas dos céus e, toda esta terra de que tenho falado, dá-la-ei a vossa 
descendência, para que a possuam por herança eternamente.” A palavra de Deus tornou-
se uma disposição testamentária, assegurando aos judeus um direito eterno: o de 
possuir a terra prometida. O livro do profeta Ezequiel informa com detalhes as fronteiras 
e delimitações dessa terra, Ez. 47.13 a 48.22, dois dos versos gostaria de lembrar, os . 
13,14 do cap. 47: “Assim diz o Senhor Deus: este será o termo pelo qual repartireis a terra 
em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá duas partes. Vós a repartireis em 
heranças iguais, tanto para um como para outro; pois jurei, levantando a mão, dá-las a 
vossos pais; assim que esta mesma terra vos cairá a vós outros em herança.” Estes versos 
apresentam a forma com que a terra da promissão lhes foi passada: UMA HERANÇA.
Não foi fácil para Israel manter-se na sua herança. A promessa de Deus 
vinculara as bênçãos à obediência e o povo eleito falhou, o que levou as nações 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 26
cobiçadoras daquela extensão de solo, a por em prática o plano de tomada da nação, 
intencionando subjugar Israel. Por anos, décadas, centenas de anos, os descendentes de 
Jacó lutaram para manterem-se onde Deus os havia colocado, porém a terra dos judeus 
jamais deixou de ser cobiçada e também jamais deixou de ser deles por direito. Hoje se 
trava uma batalha, não só no campo diplomático, como no campo de guerra, que são as 
próprias áreas territoriais israelenses, reivindicadas pelos palestinos islâmicos, que 
consideram Israel intrusos naquela terra.
O fato é que se Israel não houvesse sido invadida pelo general Tito, no ano 70 
d.C, sitiada e destruída; caso não houvesse ocorrido a diáspora (dispersão dos judeus 
pelo mundo inteiro), por causa da perseguição, os muçulmanos não poderiam reivindicar 
qualquer território lá como sendo seus, pois o lugar estaria sempre ocupado por judeus, 
sem interrupção na história, pelo menos do período de Cristo até nossos dias, 
infelizmente isso não aconteceu.
Os palestinos antes politeístas, tornaram-se através de Maomé, monoteístas 
(século VI depois de Cristo) e declaram que a terra santa lhes pertencia, de acordo com a 
vontade de Alá (Deus).
Israel só pôde ter sua terra de volta em 1948, quando a ONU reconheceu o 
estado judeu e aí judeus espalhados por todo mundo voltaram para lá, só que a 
contragosto, dividem a herança que é somente sua com um povo para o qual a Bíblia não 
prometeu aquela terra.
A leitura inicial, que fizemos, no livro do profeta Ezequiel nos relembra que os 
levitas não tomaram parte na herança, como as demais tribos, por isso se diz: “... José 
terá duas partes”. Ex. 47.13b, ou seja, a parte que cabia a tribo de Levi, foi dada a um 
dos filhos de José.
Já identificamos no capítulo O Verdadeiro Conceito, que a herança da tribo de 
Levi, compunha-se de dois quinhões, um Espiritual e outro Material: O próprio Deus se 
diz herança da tribo, e, lhes dá todos os dízimos que Israel enquanto nação usufruinte 
da terra de Canaã dava ao Senhor, determinando-os também como herança aos levitas.
Por acreditarmos na Bíblia não podemos considerar legítimo o fato dos 
palestinos reivindicarem para si qualquer dos termos de Israel, aliás nenhuma nação, 
povo, ou agremiação religiosa tem direito àquela terra, senão os judeus. Penso que a 
idéia de ser “Israel espiritual”, não permita a qualquer cristão de bom censo pensar em 
ter direito as terras da Cidade Santa. De igual modo, penso, que assim com a saída de 
Israel do seu território na diáspora não dá o direito a ninguém de possuir a terra das 
onze tribos de Israel, posto que é sua herança material, também dispersão do sacerdócio 
não dá o direito a ninguém de possuir a herança material de Levi (os dízimos). A Igreja 
não pode agir como “muçulmanos para com os levitas”.
Assim como a igreja não tem parte na herança judaica que é o território 
daquela nação, não pode ter parte na herança dos levitas, que é o dízimo, uma e outra 
coisa seriam impropriedades que a Bíblia se quer dá a entender serpossível. Não há 
permissão para repassar essa Santa Herança a outra pessoa ou povos, mesmo que por 
referência indireta.
Pode alguém dizer: “mas não é possível identificar os levitas hoje, e o nosso 
sacerdote é Cristo”. Isso não nos dá o direito de reivindicarmos a herança dos levitas 
porque o Testamento escrito a mando de Deus por Moisés não apresenta sucessor 
beneficiário da herança dessa Tribo, a nossa herança é outra muito superior. Quanto ao 
sacerdócio de Cristo leia o título anterior.
A herança que cabe a igreja, não é de cunho material, Pe. 1.3,4 “Bendito Deus 
e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia nos regenerou 
para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para 
uma heran ç a incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para nós 
outros.” (destaquei).
Ao classificar de incorruptível a nossa herança futura o escritor sagrado 
mostra que não é nada de origem material e reforça dizendo que está reservada nos céus.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 27
Assim não é cristão ser “corretor” da propriedade dos outros. O dízimo tem 
dono: OS LEVITAS. Não é para uso da Igreja, nunca foi, o Novo Testamento prova isso.
CITAÇÃO OU CONFIRMAÇÃO
Muitos acham que o fato de Jesus haver falado em dízimo em 23.23 de 
Mateus, seja o suficiente para se entender que ele ordenou a prática. Mais uma vez 
precisamos salientar que ele não veio para descumprir a Lei, Mt. 5.17, outro fato 
relevante é a evocação que o Senhor faz da palavra Lei no v. 23, reconhecendo esse tipo 
de preceito como um mandamento contido nela. É digno de nota o trecho do versículo 
onde Jesus parece esta dando ordem; mas versões diferentes usam tempos verbais 
diferentes, por exemplo: João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida na Grafia 
Simplificada, traz: “ ... deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas.”, já na 
Edição Revista e Atualizada no Brasil do mesmo tradutor encontramos: “... devíeis, 
porém, fazer estas cousas sem omitir aquelas.”. Qual o tempo verbal correto: “DEVEIS” ou 
“DEVÍEIS”? Se há dúvidas nas versões em nossa língua, talvez a língua original em que 
foi escrito o Novo Testamento nos ajude a entender melhor as palavras de Jesus: “ ... edei 
poihsai kakeina mh afienai .” THE GREEK NEW TESTAMENT, UBS 3ª Edição. edei é o 
imperfeito do verbo impessoal dei e significa: É NECESSÁRIO, como nos informa W. C. 
Taylor em Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego “ O verbo indica obrigação 
abstrata ou inerente.” Desta forma a versão atualizada tentou alcançar aquilo que 
propõe, isto é, a melhoria do texto em português da Bíblia, ao usar o tempo verbal 
imperfeito do verbo “dever”, de modo a se descartar a idéia requerida por alguns 
doutrinadores de que Jesus tenha dito isso imperativamente, quando, de fato, não foi, a 
abstração do verbo traz a idéia da obrigação moral, assim o sentido do verbo DEVER é 
consequentemente o de SER NECESSÁRIO, e isso está explícito no contexto do versículo. 
Se Jesus quisesse afirmar que era uma obrigação puramente do cumprimento da letra 
da Lei, o ato de dizimar, ele teria usado o verbo  que significa: dever, estar em 
débito, e tem sentido de ESTAR OBRIGADO, só que, nesse caso, o indivíduo estaria 
também obrigado a ser justo, ter misericórdia e fé, mas, tais coisas não se podem ter por 
obrigação, a fé por exemplo, diz a Bíblia, é um dom de Deus, observe-se que aqueles 
fariseus já eram dizimistas, logo não era sobre dízimo a observação de Cristo e sim sobre 
aquilo que lhes faltava, aqueles fariseus eram fiéis no dízimo, mas sua contribuição era 
mecânica, fria e legalista. 
O curioso é que as citações do dízimo no Novo Testamento estão ligados a 
fatos de repreensão de seus praticantes, por se acharem justificados pelo fato de 
cumprirem esse preceito, exceto a da epístola aos Hebreus que é de comparação. 
Logo, se conclui que Jesus fez uma citação do dízimo, evidenciando qual a 
forma necessária para a obediência do preceito contido na Lei de Moisés pelos fariseus. 
Não existe a mínima evidência nessa passagem indicando uma extensão desse 
mandamento à igreja. Lembre-se: Jesus não havia morrido ainda, a Lei estava em vigor.
Imagine se formos entender como confirmação para os nosso dias as citações 
que Jesus fez das coisas contidas na Lei, como por exemplo: Oferta, perante um 
sacerdote levita no Templo de Jerusalém, que por sinal não existe hoje, por alguma cura 
de doença listada no Pentatêuco, Mt. 8.4; ou reconhecer que um homem deve casar com 
a mulher de seu irmão, caso este venha a falecer.
O QUE DIZER DE I CORÍNTIOS 9.13,14
Em qualquer artigo em favor da contribuição do dízimo nos dias atuais, sejam, 
livros, revistas ou comentários, se encontra essa passagem de I Coríntios:
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 28
“Não sabeis vós que os que ministram o que é sagrado comem do que é do 
templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou 
também o Senhor aos que anunciam o Evangelho que vivam do Evangelho.”
Mas se o leitor ver o que está escrito em Nm. 18.8,9 “Isto terás das coisas 
santíssimas, do fogo: todas as suas ofertas, com todas as suas ofertas de manjares, e com 
todas as suas expiações do pecado, e com todas as suas expiações da culpa, que me 
restituírem, serão coisa santíssima para ti e para teus filhos. No lugar santíssimo o 
comerás; todo o varão o comerá; santidade será para ti”, concluirá facilmente que a 
referência feita pelo apóstolo Paulo não se trata de dízimo, mas daquilo que era 
sacrificado e que os sacerdotes tinham direito de comer. Conforme Deuteronômio 18.1 o 
Levita se alimentava de duas fontes “... ofertas queimadas do Senhor e da sua herança 
[dízimos] ...” No entanto é de conhecimento pacífico que o dízimo não era ministrado 
pelos sacerdotes e levitas, pois não era objeto de ministração sacerdotal, mas, apenas as 
ofertas, os holocaustos e sacrifícios. Logo, Paulo não poderia está se referindo a dízimos. 
Portanto, quando o Apóstolo recomenda aos que anunciam o Evangelho que vivam do 
Evangelho não estava em sua mente que os Ministros Cristãos devessem cobrar ou 
receber dízimos, mas, apenas, prover-se das ofertas voluntárias que eram praticadas 
pelos crentes, pois se esses versículos devessem ser entendidos como abono à cobrança 
do dízimo, então dever-se-ia apoiar também a participação de todas as outras ofertas 
sacrificadas nos moldes do Velho Testamento. Orienta-se viver do Evangelho e não do 
sustendo dos sacerdotes, nem do que é do templo, que na época de Paulo só existia o 
templo judaico. Podemos concluir seguramente que a citação de Paulo é referencial, não 
normativa, pois no v. 5 ele cita algo que somente no costume da época encontra 
respaldo, ou seja levar uma irmã nas viagens para servir de apoio. Aos casados poderia 
ser a esposa, mas e aos solteiros? 
“A LEI NADA APERFEIÇOOU”
Quando a Bíblia diz que a Lei nada aperfeiçoou, ela não se enganou, nem 
isentou o dízimo, enquanto preceito da lei, de ser considerado como um preceito fraco e 
em vias de ser acabado por Cristo em seu tempo. Hb. 8.13 “Dizendo novo concerto, 
envelheceu o primeiro, ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.”
Os que defendem ainda hoje o dízimo, acham-no uma forma de contribuição 
justa, porque é uma proporção: 10% (dez por cento), ou seja, quem ganha mais dá mais e 
proporcionalmente igual ao que ganha menos, pois os 10% deste será menor. É 
justamente esse um dos pontos fracos e de imperfeição do dízimo, é essa execução da 
pura letra, enquanto ordenança, 2 Co. 3,6, que fez com que o sacrifício de Cristo o 
substituísse pelas ofertas voluntárias.
Considere uma família composta por um homem, sua esposa e um filho,cuja 
renda familiar seja de um salário mínimo, e agora imaginemos outra família que ao 
invés de um tenha quatro filhos, como poder-se-ia considerar perfeito e justo um sistema 
de tributação eclesiástica, como o dízimo, nesta situação? Um salário igual para 
sustentar três pessoas em uma família e seis na outra, quem terá contribuído mais? a 
frieza da matemática imposta pela letra da Lei nos diz que 10% é 10% em qualquer 
situação, no entanto o espírito que vivifica, mostra que os 90% que restaram a primeira 
família corresponde a 30% para cada pessoa, ao passo que para a segunda família resta 
apenas, para cada pessoa 15%. Caso a família seja maior ainda, pode-se ter um 
percentual individual tão pequeno a ponto de não ser suficiente para satisfazer as 
necessidades básicas de um ser humano, mais a isso o Novo Testamento responde: 2 Co. 
8.13,14,15 “Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vos, opressão; mas para 
que haja igualdade; nesse tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, 
para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, como está 
escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos.” Esse é o 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 29
espírito do Novo Testamento Nenhuma contribuição à Igreja, pode fazer um crente 
passar necessidade, ao contrário a Igreja tem obrigação de suprir a necessidade deste, 
caso sua renda seja insuficiente para manter-se: “... principalmente os domésticos na fé.” 
Gl. 6.10.
A Igreja enquanto organismo não pode pensar em obrigações individuais e 
coletivas, como sendo coisas distintas. Para um corpo místico e uno como é o de Cristo, a 
ação de todos é a de cada um e a de cada um a de todos, e, mais uma vez diz a Escritura 
“Comunicai com os santos nas suas necessidade.” Rm. 12.13.
Assim o dízimo, como Lei imposta, jamais poderia tratar de forma justa irmãos 
cuja renda é precária, por isso se diz que a Lei nada aperfeiçoou. Os sacrifícios 
pentatêuticos não eram perfeitos, por isso Jesus veio; o sacerdócio não era perfeito, por 
isso Jesus veio, a Lei do sustento sacerdotal (os dízimos), não era perfeita, também, por 
isso Jesus veio e a encerrou de uma vez para sempre.
O QUE DIZER DOS TESTEMUNHOS
“Não tinha nada, mas dei o dízimo e o Senhor me abençoou”, “Quando mais 
dou o dízimo mais sou abençoado”, expressões como esta é possível de serem 
encontradas nos meios onde esse tipo de contribuição é cobrada, as perguntas 
oportunas emergentes desses acontecimentos são: a) Foi realmente o fato de se haver 
contribuído com 10%, que fez com que o indivíduo fosse abençoado ou a disposição 
sincera de ofertar ao Senhor? b) Foi o valor da oferta que Deus honrou ou a fé do 
ofertante? Lembremo-nos da Viúva Pobre. Ao passo que se conhece pessoas que deram o 
dízimo e foram abençoadas, também se conhece pessoas que não são dizimistas, mas 
são ofertantes, e são abençoadas da mesma forma, as vezes, até mais. Aquele que crer 
que somente sendo dizimista será abençoado, dá o dízimo, porque consciente ou 
inconsciente acha-se incapaz de ser alcançado pela graça de Deus sem uma prática 
retribuitiva. O fato é que a graça só é graça se independer de contrapartida, ou seja Deus 
nos dá sem que mereçamos.
Para muitos cristãos as dádivas de Deus se conseguem dando-lhe bens 
materiais, e para os tais o dízimo é um excelente pretexto, vem logo às suas mentes a 
promessa de Deus em Ml. 3.10, por sinal, feita aos israelitas. Nesse aspecto o dízimo não 
difere de um amuleto contra a má sorte financeira.
Será que Jacó precisaria fazer o entrançado de varas para olhar o rebanho de 
seu sogro por entre elas afim de que o gado nascesse malhado, ou aquilo serviu apenas 
como um motivador de sua fé? Se Jacó fosse capaz de crer que não precisava das varas 
para o gado nascer malhado, certamente Deus também teria honrado sua fé e o 
resultado seria o mesmo. Deus tem agido nesses milhares de anos de vida do homem 
aqui na terra de acordo com a qualidade de fé que o homem deposita nele. Jesus curou 
de várias formas quando viveu fisicamente aqui; na grande maioria das vezes testou a fé 
dos que iriam ser curados, mas ao centurião de Cafarnaum que lhe havia dito que não 
precisava ir a sua casa para curar o servo doente, elogiou-o dizendo “Nem mesmo em 
Israel encontrei tamanha fé” Lc.7.9. O que nos faz concluir que os benefícios do Senhor, 
não nos vem porque fizemos alguma coisa para ele, mas porque é misericordioso.
Certamente se ouvirá esses testemunhos: “Dei o dízimo e fui abençoado.” mas 
dificilmente se ouvirá, embora também exista: “Não dei o dízimo, mas ofertei, e fui 
abençoado.” e “Não tinha nada a ofertar e Deus me abençoou.” Só que dizer que “não deu 
ou não dá o dízimo” como testemunho fará que o tal seja mal visto por todos os que 
fazem esse tipo de cobrança hoje, e a pessoa ficará “marcada” diante dos demais irmãos. 
Talvez haja mais irmãos que não dizimam e são abençoados, e estão em oculto, do que 
os dizimistas “abençoados” que estão em evidência.
Além destes argumentos, a própria palavra de Deus nos dá suficiente base 
para entendermos que os dizimistas abençoados somam-se aos não dizimistas, também 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 30
abençoados, para comporem o rol dos agraciados pela infinita misericórdia do Senhor. 
Rm. 9.15,16 “Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei 
misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem 
do que corre, mas de Deus, que se compadece.” Mt. 5.45 “Para que sejais filhos do Pai que 
está nos céus: porque faz que o sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre 
justos e injustos.” Ora, se Deus beneficia aos mal e injusto, na atual dispensarão, por que 
puniria com escassez e maldição aos seus filhos que não podem contribuir com 10% 
( dez por cento ) de sua renda?
O fator psicológico é forte nos dizimistas por entenderem que foram 
abençoados porque deram o dízimo, acham que se alguma vez não derem serão punidos 
por Deus, e muitos tem medo de confiar puramente em Deus e na sua longanimidade e 
misericórdia, preferem dar o dízimo de qualquer coisa, esperando a retribuição do 
Senhor, inconscientemente aplicam o dito popular “TOMA LÁ, DÁ CÁ”.
Os testemunhos, cujo registro são extra bíblicos, é um terreno de areias fofas, 
pois pode ser visto com olhos impróprios e mal entendidos, podendo ao invés de edificar, 
destruir, por exemplo: Certa Testemunha de Jeová disse-me um dia que um dos 
membros de sua religião morreu após receber sucessivas transfusões de sangue e ela 
testemunha isso como cumprimento ao que está escrito em At. 15, sobre a abstenção do 
sangue, quem a poderá convencê-la , facilmente, do contrário? Em um dos programas do 
missionário R. R. Soares, uma das fiéis testemunhou que estava com pouco dinheiro, e 
não sabia se comprava o comer das crianças ou pagava a taxa de associada do 
ministério, ao decidir por pagar a taxa, caminhando na rua achou certa quantidade de 
dinheiro que supriu a necessidade naquele mês. Onde fica, nessa história o pobre 
coitado que perdeu o dinheiro. O fato é que em todo meio religioso, sempre acontece algo 
que “fortalece” individualmente a fé de alguém naquilo que crer. Poderia citar inúmeros 
outros casos, todos com uma aparente confirmação da doutrina e crença particular de 
determinada religião, mas que por vezes não seria aceita por outra, por isso penso que 
seria muito melhor nos atermos puramente na Bíblia e ao que ela ensina, pondo a prova 
por ela os testemunhos desses pretensos milagres, aceitando o ensinamento do Livro 
Sagrado, mesmo que seja diferente do que aprendemos outrora. Pois assim foi o 
ministério de Jesus, quebrar, com o seu testemunho puro e verdadeiro, centenas de anos 
de farisaísmo,apresentando boas novas como o mesmo texto sagrado que aqueles 
religiosos usavam para escravizar as mentes de seus seguidores.
O MODELO DE CONTRIBUIÇÃO APROVADO NO NOVO TESTAMENTO
No prólogo desse estudo disse que não era contra a contribuição, nem o 
poderia ser, pois a contribuição para suprimento daqueles que trabalham na obra de 
Deus não é uma instituição apenas do Velho Testamento, o que difere é a forma, e 
qualquer que se ponha a trabalhar na obra de Deus sem reservas, precisará de ser 
sustentado, e certamente não poderia primariamente ser por fontes externas à igreja, já 
nos dias de Cristo, existia uma bolsa onde os discípulos e apóstolos depositavam algum 
dinheiro para suprir as necessidades básicas do grupo, o único problema é que ficava na 
mão de Judas.
É interessante notar que essa bolsa de contribuição apareceu de forma 
natural na narrativa bíblica, quem sabe era um costume da época para aqueles que 
seguindo um ideal, viviam em grupos. Também é importante perceber o não registro de 
qualquer ordem ou coação para que os discípulos depusessem algum valor ali, só se sabe 
da existência dessa bolsa por referência indireta quando a mulher usa um vaso de 
bálsamo para ungir aos pés de Jesus, Jo. 12.5, e, Judas interfere dizendo “Por que não 
se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?” e o relato 
continua esclarecendo: “Ora, ele disse isto, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas 
porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía o que nela se lançava.” (destaquei). 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 31
Como já estudamos, o dízimo não era uma obrigação da Igreja, assim, apenas 
um sentimento prevaleceu nos corações, quanto a contribuição, após a morte de Cristo, 
o de dar sem qualquer coação ou estipulação percentual, baseado no amor e na 
consciência.
Cristo quando ainda na terra já havia mostrado que a quantidade é 
suplantada pela qualidade do sentimento com que se oferta, exemplificando isso com a 
dádiva da viúva pobre.
A oferta da viúva pobre, por sinal, nos traz o conceito da qualidade do ato de 
ofertar, não a sistemática a ser adotada, imagine se a viúva, a cada centavo angariado 
depositasse no tesouro do Templo, um único pensamento nos vem a cabeça: ela se 
alimentaria? Se um indivíduo receber seu salário a cada 30 dias, por exemplo, e, no dia 
do recebimento entregar todo ele a uma igreja, qual seria seu sustento nos 30, 60, 90 
dias seguintes, concluímos tranqüilamente que a oferta da viúva deve ser vista pelo 
ângulo do coração, não pela regra da prática, certamente, ela, pobre como era, recebia a 
partilha do dízimo, conforme prescrita na Lei, e os leptos que ainda restavam-lhe, com 
pureza de pensamento depositou no tesouro do Templo.
Os cobradores costumam, enfatizar que os doadores mesmo tendo pouco ou 
quase nada, deve contribuir com ofertas e dízimos, alegando a intervenção de Deus no 
suprimento destes. Pena que a fé exigida dos ofertantes não é praticada pelos 
recebedores. Por que não crêem que mesmo não recebendo dos desafortunados, Deus os 
poderia suprir também. A incredulidade deles, devora a fé, e ai preferem não arriscar na 
providência divina, “deixa que a providência atue nos que nada tem”, e aí cai bem o 
ditado popular que diz: “farinha pouca, meu pirão primeiro.” É esse o pensamento da 
grande maioria dos lideres hoje em dia, talvez não com essas exatas palavras, mas 
exatamente com esse coração.
O Senhor já não está fisicamente entre nós, como estava com os discípulos, 
quando verbalmente e abertamente tirava todas as dúvidas, no entanto deixou as 
escrituras, com suficiente informações para seguramente concluirmos acerca do 
comportamento dos primeiros cristãos, com relação as contribuições. Já em Atos dos 
Apóstolos capítulo 4.32-35, revela-se o sentimento e disposição em vender tudo que 
possuíam e depositar aos pés dos apóstolos. Evidentemente essa atitude não é uma 
obrigação, mas é extremamente nobre. O fato é que eles foram movidos pelo Espírito 
para assim procederem, pois a perseguição começou bem cedo na vida da Igreja, At. 
5.17, com a perseguição e sem posses, o coração dos irmãos estavam livres para se 
dispersarem e ao mesmo tempo atenderem o “ Ide” de Jesus, pregando o Evangelho 
aonde quer que fossem.
Em testemunho dessa prática do dar da igreja primitiva quero citar o verso 35 
cap. 4 do mesmo livro: “e depositavam aos pés dos apóstolos; então se distribuía a 
qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.” A última expressão deste verso é 
contundente para o nosso estudo, pois revela que a arrecadação não visava a fartura ou 
encher de posses quem quer que seja, mas se lhes dava à medida da necessidade. Dessa 
forma de ação estavam submetidos também os apóstolos, “...então se distribu í a a 
qualquer um...” (grifei).
A contribuição no Novo Testamento está fundamenta no trinômio: Amor, 
Liberalidade e Prosperidade, um forte indicativo disto está em Rm. 12.8 onde lemos “... o 
que exorta, faça-o com dedicação, o que contribui, com liberalidade; o que preside, com 
diligência; quem exerce misericórdia com alegria.” (grifei) Certamente contribuir com 
liberalidade significa livremente, sem obrigação formal, prova inconteste de que não 
havia estipulação quantitativa ou de percentual, subjugando os cristão dos tempos 
apostólicos. Ainda em II Co. 9.7 “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, 
não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” o verso 13 
diz: “...glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao Evangelho de 
Cristo, e pela vossa liberalidade com que contribuis para eles e para todos.”. Fica 
extremamente difícil entender, por quê a maioria dos ministérios eclesiásticos usam 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 32
parâmetros diferentes dos ensinados pelos apóstolos, eles ensinaram a Igreja, por isso 
aqueles que se dizem Igreja precisam seguir fielmente as orientações divinas dadas pelos 
apóstolos. Em todas as referências bíblicas do Novo Testamento que se fazem às 
contribuições a serem executadas pelos fiéis, nenhuma delas fala de dízimos, todas no 
entanto são como as citadas acima. Disto concluímos que o primeiro sentimento que o 
amor cristão nos fará invadir é o de alívio, pois aquilo que se dá com liberalidade é o que 
se dá por amor e está livre de interesse, não existindo o peso nas costas de uma 
obrigação, não exigida pelo Novo Testemento.
Outro fator a ser levado em consideração se depreende das leituras de versos 
como At. 11.29: “Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar 
socorro aos irmãos que moravam na judéia.”, onde se verifica quão inexistente era o 
dízimo no Novo Testamento Ora na Lei havia uma instituição dizimal para os 
necessitados, por quê não se cobrou dizimo com esse fim? No verso não se fala que 
seriam recolhidos dízimos para os necessitados da Judéia, atingidos pela fome predita 
pelo profeta Ágabo, At. 11.28, as contribuições surgiam à medida da necessidade, e o 
quanto se dava para suprir essa necessidade dependia de quanta posse dispunha o 
ofertante, isso se confirma em I Co. 16.2 “No primeiro dia da semana cada um de vós 
ponha de parte, em casa, conforme sua prosperidade...”.
Para mim os versículos que mais claramente ensinam o princípio com que 
devemos contribuir estão em II Co. 8.12,13 “Porque, se há boa vontade, será aceita 
conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. Porque não é para que os 
outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade”, a contribuição só é 
cristã se visar a igualdade, se em qualquer circunstância alguém faz uso das 
contribuições, nessa se inclui os dízimos cobrados hoje emdia, para ter uma vida farta, 
enquanto outros irmãos vivem miseravelmente, não há como tirar outra conclusão, se 
não, que tal pessoa não está fundamentada no verdadeiro Evangelho, como já 
comentamos os sacerdotes do antigo Israel, precisavam suprir-se; para isso Deus 
instituiu o dízimo e as ofertas sacrificiais das quais também podiam se alimentar. No 
entanto, se alguém necessitasse, não deveria ficar privado desses benefícios, mesmo que 
não fosse sacerdote. Davi é um exemplo disso, Mt. 12.4, pois quando precisou comeu dos 
pães da proposição, quando somente o sumo-sacerdote poderia comer. Naquele momento 
houve a igualdade ensinada por Paulo: não faltou pão nem para um nem para outro. 
Quando se cobra qualquer contribuição, falo também de dízimos, de um assalariado, 
cuja renda é precária e insuficiente, ou se cobra de um “biscaitero”, por exemplo, está 
lhes impondo desigualdade, pois se alguém usufrui das ofertas a ponto de ter regalias 
que aquele jamais terá, pela sua condição de pobre contribuinte, esse alguém está 
pisando nos ensinamentos paulinos, que disse ele; cuidava ter o Espírito de Deus. Paulo 
disse que preferia trabalhar, ao mesmo tempo em que reconhecia o direito dos demais 
apóstolos; certamente não queria dizer que o direito dos apóstolos, nesse por menor, 
fosse superior ao dos demais irmãos. A fome é igual para todos os seres humanos. 
Segundo este verso escrito aos Coríntios, se há “mantimento” na “Casa de Deus”, mas 
falta na mesa dos irmãos, significa que tem alguma coisa de muito errada está 
acontecendo.
“NÃO ATARÁS A BOCA AO BOI QUE DEBULHA”
O apóstolo Paulo ao invés de citar Malaquias 3.10, coisa que sendo 
conhecedor da Lei jamais faria, cita outras passagens do Antigo Testamento para nos 
ensinar qual a forma neotestamentária de sustento dos ministros cristãos. A primeira é 
em I Co. 9.9 “Porque na Lei de Moisés está escrito: não atarás a boca ao boi que trilha o 
grão...” A segunda nesse mesmo livro e capítulo no v. 13: “Não sabeis vós que os que 
administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão 
junto ao altar participam do altar?”. Este segundo verso já foi abordado em outro momento 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 33
desse estudo, mas percebemos nessas duas citações de Paulo que ele não tem a mínima 
intenção em estipular pisos de contribuição, ao contrário, ao falar do “boi que trilha o 
grão” quer nos ensinar que os dedicados a obra podem fazer uso das arrecadações para o 
seu sustento. É importante a colocação do apóstolo ao falar desse ponto da lei, pois 
estava encarregado da arrecadação para benefício dos pobres de Jerusalém 2 Co. 
capítulos 8 e 9, assim quis informar que tinha de igual modo direito de participar dos 
benefícios na arrecadação. Mas uma vez em I Tm. 5.18 repete “Porque diz a escritura: Não 
ligarás a boca ao boi que debulha. E: digno é o obreiro do seu salário.” Quão bom seria se 
os doutrinadores percebessem que Paulo ao falar de sustento dos ministros cristãos 
nunca fala de dízimos. Porventura seria possível a Paulo que disse: “sede meus 
imitadores como eu sou de Cristo”, conhecer menos as palavras de Ml. 3.10, a ponto de 
nem as citar. Palavras estas que os modernos pregadores adoram fazer referência, 
exigindo contribuição dos irmãos. Se eles seguissem o conselho do apóstolo, certamente 
não fariam mal uso da palavra de Deus, nem lhes faltaria sustento.
Acaso teriam todos os apóstolos e discípulos esquecido de nos informar que o 
dízimo é a forma que o Novo Testamento determina de contribuição a ser praticada pela 
igreja? Certamente que não. O boi ao debulhar o grão não levava em conta a quantidade 
que debulhava, mas comia apenas o que precisava para manter-se. Assim deve ser o 
homem de Deus.
O DÍZIMO E A FÉ
Os membros dos diversos segmentos cristãos são instados a dar o dízimo, sob 
a alegação de que sejam fiéis ao Senhor e Deus os abençoará com bênçãos sem medida e 
cita-se, mais uma vez, Ml. 3.10. Diante do já amplamente abordado aspecto de 
contribuição, e considerando a contextualização de oferta no Novo Testamento, 
deparamos com a questão: FÉ.
A forma com se ensina hoje leva o contribuinte a acreditar que somente 
através do ato de dar, Deus o honrará e o retribuirá, dando-lhe mais bens materiais, 
assim no aspecto do dízimo a graça já não é graça, pois estaríamos recebendo de Deus 
na medida em que contribuíssemos, de modo que para dar o dízimo não se exige a fé 
genuinamente neotestamentária, mas a fé “mecânica”, ou seja, o ofertante entende que 
Deus é obrigado a dar por que ele, antes, deu o dízimo. Alguns querendo apresentar uma 
conotação de fé pura dizem: “não damos o dízimo para termos mais, mas, por que temos, 
damos”, ora se há tanta consciência assim, então não se precisa cobrar dízimo, tais 
ofertantes vão contribuir independente de qualquer estipulação, mas é justamente nesse 
ponto que outra questão de fé vem a tona: Os líderes não crêem que os membros de suas 
igrejas possam tomar o exemplo do Novo Testamento e dar, até mesmo, mais do que se 
espera. Uma única observação parece encaixar perfeitamente: eles não crêem no poder 
transformador da palavra que pregam; para eles se o cristão não contribuir 
espontaneamente com dízimos, então contribua por medo de estar “roubando ao 
Senhor”, ou por medo do “devorador”, predito pelo profeta Malaquias, usado sempre fora 
do contexto histórico por tais pregadores, contanto que contribuam. Somente um exame 
pessoal, consciente, imparcial, sincero e objetivo, revelará quem, de fato contribui por 
amor e não para evitar sentir-se em falta com Ele.
Observemos o caso de Ananias e Safira, At. 5.1-10, terá morrido Ananias e 
sua mulher pelo fato de não terem ofertado? De certo que não, o v.2 diz: “... de acordo 
com sua mulher reteve parte do preço (dos bens), e, levando o restante depositou-o aos pés 
dos apóstolos”, perceba que Ananias deu 50%, pelo menos, da renda obtida com a venda 
de sua propriedade, muito mais do que um simples dízimo - 10% - , ainda assim morreu. 
Ele não era obrigado a dar nada v.4, mas para mostrar-se um cristão como os demais, 
que vendiam e entregavam tudo aos apóstolos, resolveu agir com hipocrisia, tentando 
enganar ao Espírito Santo. A lição que tiramos disto é: O que quer que ofertemos, não 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 34
devemos pensar matematicamente, se não for por amor e fé, nada se deve fazer.
ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO
Dos tempos apostólicos para cá, muita coisa mudou, não me refiro aos 
costumes, próprios de cada povo, mas ao próprio conceito de Igreja. Como corpo místico 
de Cristo a igreja deve ser identificada como um organismo, onde cada indivíduo interage 
em favor dos outros, nesse sentido todos são importantes e bem cuidados, I Co. 12.25, 
como organismo é viva e dinâmica, os “cargos” são apenas disposições do corpo que não 
pode ser todo PÉ ou todo MÃO ou todo CABEÇA, assim há variedade de membros, I Co. 
12.14; mas, isso só se podia ser visto, claramente, na época dos apóstolos. Hoje, se vê 
um “dedo” aqui, uma “mão” ali, a “perna” acolá, o organismo dilacerado pela 
organização, o cunho filantrópico próprio das agremiações religiosas que está 
circunscrito apenas na formalidade da letra da Lei de nosso país, pois de fato enquanto 
entidade não lucra nada, mas isso não impede de diversos líderes, individualmente 
lucrarem. No geral bastaria ver uma declaração de renda ( I.R. ) de um ministro 
principiante e de um com a carreira já avançada. Como presidente que deseja ver sua 
empresa cada dia maior, os líderes e seus ministros, quais funcionários executivos que 
pretendem um dia também chegar lá (na condição de Diretor), orientam aos operários 
(membros), que tragam os dízimos para o crescimento da obra, ao passo que os operários 
passam privações, os empresáriosda fé vivem tranqüilamente “administrando a Igreja de 
Deus”. A organização não permite o organismo viver, e como remanescente, este último, 
resiste e clama pela volta de Cristo.
Diferencia-se uma organização de um organismo quando a entidade passa a 
dar mais valor aos pretextos que a qualidade de vida do cristão individualmente, bem 
como dos serviços que deveriam ser realizados e o efeito deste sobre as pessoas, por 
exemplo, a alguns anos atrás uma igreja enviou missionários a um país onde já havia 
missão evangélica, inclusive do mesmo tronco denominacional, mas de origens patrícias 
diferentes. Com o pretexto de ser necessária “uma missão brasileira” naquele país foram 
enviados os missionários para lá. Para não ser excessivamente crítico não quero entrar 
no grau de parentesco do missionário com o ministério do local de origem, mas o fato 
que se ressalta é justamente o uso que a organização faz do dinheiro arrecadado como o 
dízimo. É no âmago obra de Deus, ou interesses denominacionais e até pessoais que 
motivam obras deste tipo? Sem falar nos longos anos que o ministério fundado lá 
precisou ser sustentado por dinheiro oriundo do Brasil, enquanto igrejas de bairros 
daqui permanecem décadas erigidas em tábuas, sem forro, cobertas com telhas de 
amianto. Como demorou a crescer a “obra de Deus” naquele lugar? Ao invés de unir-se 
ao ministério já existente lá e, como um organismo, trabalhar para que o todo 
prosperasse, o sentimento sectário imperou e fez surgir uma nova Igreja (denominação) 
naquele país. Onde está o corpo? Por isso se cobra cada vez mais o dízimo para sustentar 
procedimento como estes, onde se dá muito valor as decisões tomada nos gabinetes, e 
pouco valor às necessidades das pessoas enquanto seres humanos. O fato é que somente 
um crente atento consegue ver o que, de fato, está acontecendo. 
SERVINDO A DOIS SENHORES
Se de fato os dízimos cobrados hoje servissem puramente ao bem que dizem 
destinar-se, ou seja a chamada manutenção da obra de Deus, então não deveríamos ver 
melhoras financeiras significativas na vida dos administradores desses recursos. Não que 
seja contra a melhoria de vida de quem quer que seja, mas se isso ocorre com o dinheiro 
alheio, acredito que a Bíblia, enquanto código universal de ética, não o permite.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 35
 O fato comum e compreendido em qualquer meio onde se cobram dízimos, 
com raras exceções, é que os administradores dos recursos têm um modus vivendi acima 
da média dos demais irmãos, não por trabalho secular que executem, contra os quais, 
desde que seja honesto, não há o que se falar, mas justamente o fato de não exercerem 
esse trabalho, viverem folgados e não abrirem mão de cobrar dízimos de seus fiéis, é que 
se permite evocar Mt. 6.24 “...não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mamom significa 
riquezas ( dinheiro, bens terrenos), pois abdicando desse tipo de cobrança, poderá 
ocorrer duas coisas: a) Se a igreja pastoreada é de fato Igreja de Deus, a contribuição 
será na medida da necessidade. b) Se a igreja pastoreada, contribui por imposição, 
haverá uma queda brusca na arrecadação, podendo inclusive quebrar a organização 
religiosa chamada igreja. No primeiro caso as lideranças consequentemente viverão uma 
vida mais modesta, pois usufruirá das arrecadações, o necessário para manter-se, e se 
não serve a Mamom, ficarão felizes com isso, pois serão irmãos dentre os irmãos. No 
segundo caso, por confiar numa contribuição por coação que com a liberação não 
ocorreria os líderes se desesperarão. Primeiro porque verão sua “qualidade vida” 
diminuírem, segundo porque pode haver tantos compromissos assumidos de gabinete 
que faliria a organização cristã a que seja vinculado.
Sem dúvidas é bastante sedutor para qualquer cristão, ou grupo de cristãos, a 
facilidade de administrar uma multidão de recursos financeiros conforme bem lhes 
aprouver, o que não seria tão fácil se pedissem apenas o necessário para certa obra, 
discutida e definida.
“O DÍZIMO, UMA DOUTRINA BÍBLICA”
Este é o tema de um estudo ministrado nos dias 17 e 31.08.99, no Templo 
Central das Assembléias de Deus do Estado de Pernambuco, convenção Recife, e que me 
chamou a atenção. De fato é uma doutrina bíblica e o estudo seria belíssimo se estivesse 
empenhado em mostrar isso, mas ao contrário deixar transpirar em suas folhas, a 
intenção de direcionar o dízimo como obrigação para os crentes atuais, e nesse propósito 
cometeu inúmeros equívocos.
O estudo está divido em 10 tópicos, sobre alguns dos quais desejo fazer breves 
comentários, pois julgo necessário esclarecer as “linhas cruzadas” que recheiam as 04 
folhas escritas com o intuído de “ensinar” o povo de Deus. 
Na página 2, especificamente no tópico III, o comentarista reconhece o direito 
dos levitas ao dízimo e o motivo desse direito no item 1, mas tropeça no item 2 ao dizer 
que o dízimo acrescido de 1/5 ocorria quando “...era frutos do campo que por não 
poderem trazer era convertido em dinheiro, Lv. 27.30-33.” Curiosamente o capítulo 
27 de Levítico já havia sido citado no comentário à página 1, ao falar sobre Os diversos 
tipos de Oferta na Bíblia, no item “b” registando “O objeto prometido no voto poderia 
ser resgatado, casos especiais, sempre com um acréscimo de 1/5, Lv. 27.” Ao assim 
falar reconhece a excepcionalidade do resgate, embora a Bíblia não fale em voto nessa 
passagem e nos deixa dúvidas quanto aos motivos que o levou a confundir o dízimo, 
citado no mesmo capítulo 27 de Levítico, vendo-os por dois ângulos. Não sei se mal 
entendido do escritor ou se foi atingido por suas próprias palavras no tópico II, item 1 
“por ignorância doutrinária e espiritual.” 
Outro tropeço no item 3, do tópico III, ao falar de dízimo de mais de 10%, no 
princípio do estudo quando esclareceu o significado da palavra dízimo, recorreu a 
etimologia e definiu como “a décima parte” . Logo, dízimo não pode ser diferente disso, 
mas simplesmente a décima parte. Os próprios versículos referenciados pelo escritor da 
apostila, onde consta o estudo, não nos permite concluir que haja dízimo de mais de 
10%, leia a citação, feita pelo comentarista, de I Sm. 8.15,17 “E as vossas sementes, e as 
vossas vinhas dizimará, para dar aos seus eunucos, e aos seus criados ... dizimará o vosso 
rebanho e vós lhe servireis de criados.” Esse dízimo é distinto do dízimo levítico, o qual 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 36
era herança, esse, porém constituía-se um tributo a ser pago ao rei, líder que Israel até 
então não tinha, e exigiram, ao que Deus consentiu com ressalvas. É oportuno ao 
estudante da Bíblia ler, a essa altura, todo o capítulo 8 de I Samuel. Esse dízimo é outro 
mas não diferente de 10%. Será que o item comentado é a repetição do tópico II, item 1, 
já citado?
Contradições parecem marcar esse estudo da liderança da A.D. em 
Pernambuco acerca do dízimo, pois ao comentar sobre a vigência da obrigação de dar 
esse tipo de oferta, registra no tópico IV, item 03: “Jesus Cristo é sacerdote segundo a 
ordem de Melquisedeque o qual recebeu o dízimo, e não segundo a ordem levítica, 
Hb. 7.1-17” Se é como entende o comentarista, então não há qualquer sentido nas 
citações que faz de Ml. 3.8,9,10, como fez no tópico V, em um de seus itens, tópico VI, 
item 1.4, VI, item 3; VIII, itens 2 e 3; IX, item 2, etc, pois esses tratam do dízimo dos 
levitas, ao qual o palestrante faz questão de distinguir do dízimo de Melquisedeque, 
registrando na mesma página 3, um fato que nem a história bíblica, nem a história 
eclesiástica sustentam que é o pagamento do dízimo a dois sacerdócios distintos: “Pelas 
palavras do livro de Hebreus, escrito 60 anos depois da palavra de Cristo vemos o 
dízimo pertencendo ao sacerdócio levítico e ao sacerdócio de Melquisedeque, Hb. 
7.21...” Sinceramente... se isso aconteceu, então foi descoberto em agostode 1999, data 
do estudo; acho, porém, que é mais um engano, pois até de LIVRO a Epístola aos 
Hebreus foi chamada. Quanto a questão do sacerdócio de Cristo o leitor encontrará uma 
abordagem detalhada no comentário que fiz sob o tema O Dízimo no Novo Testamento.
Outro ponto marcante do estudo são as citações do Novo Testamento 
correlacionando-as com o dízimo, sem que, de fato, essas correlações existam, por 
exemplo na alínea “c” do item 4 do tópico IV se diz: “O apóstolo S. Paulo fez alusão de 
forma indireta, II Co. 9.6”. Lendo a citação temos: “E digo isto: Que o que semeia pouco, 
pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.” Se percebe 
claramente total ausência de referência ao dízimo nesse versículo, na verdade o apóstolo 
estava tratando das ofertas ao pobres da judéia, assunto abordado no contexto dos 
capítulos 8 e 9 da Epístola.
No tópico V, entitulado “Qual a Finalidade Específica do Dízimo?” O 
comentarista foi vago no item 1 ao dizer apenas “Manter a casa de Deus, Ml. 3.10” Pois 
Ml. 3.10 não fala de manutenção, mas de mantimento, e desse mantimento usufruíam os 
sacerdotes de acordo com a Lei Mosaica. Já o item 2, o comentarista rompe com a 
própria lógica bíblica ao fazer uso das passagens de Lc. 10.2-7; Fl. 1.5-7; Lc. 8.3; Tt. 
3.13, afirmando que o dízimo serve para “manter os obreiros do Senhor.” Mas uma vez, 
acho oportuno transcrever algumas das citações que fez, Lc. 10.2-7, fala da missão dos 
setenta discípulos, enviados de dois em dois, no verso 4 temos: “Não leveis bolsa, nem 
alforje...” logo não houve coleta prévia para mantê-los, e o v. 7 diz: “E ficai na mesma 
casa comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não 
andeis de casa em casa.” Seria esse salário provindo do dízimo dos dono da casa, como 
quis dar a entender o comentarista? Certamente que não, é completamente descartável a 
idéia de que Jesus tenha orientado os discípulos a participarem do direito dos levitas (os 
dízimos), e mais improvável ainda que os judeus se prontificassem a entregar o dízimo 
sem conhecerem quem eram aqueles homens.
Jesus não os induziria a descumprir a Lei. Enquanto na terra era cumpridor 
da Lei Mt. 5.17, então o que os discípulos comeram não foram os dízimos, pois se assim 
fossem estariam descumprindo a Lei que Jesus veio cumprir.
O v.7 diz que os discípulos comiam e bebiam “do que eles (os dono da casa) 
tiverem...” Logo era o mantimento comum dos proprietários da casa onde estavam. Outra 
prova está no mesmo verso quando se diz: “Não andeis de casa em casa.” Então as outras 
casas da região onde estivessem estariam isentas, logo conclui-se que nem uma nem 
outra ou qualquer casa estaria obrigada a pagar o dízimo aos discípulos, observe-se que 
a orientação de comer foi dada aos discípulos, não aos dono da casa de cederem os 
alimentos, o ato de dar era voluntário. A mesma premissa serve para a citação que fez de 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 37
Lc. 8.3. Achar que a mulher do procurador de Herodes dava dízimo, é um pouco demais. 
Não tem qualquer sentido, até porque conforme o Antigo Testamento, sob o qual estavam 
até a morte de Cristo, o responsável pela entrega do dízimo, cobrado dos latifundiários, 
era feita pelos homens, não pelas mulheres. As outras citações também estão 
descontextualizadas, apenas uma simples leitura é o suficiente para identificar isso.
Outro tópico que salta aos olhos é o VII, intitulado “Como se Deve Proceder 
com o Dízimo.” Nos três itens cita-se versículos do Novo Testamento que nada têm a ver 
com o dízimo. No Item 1, citou-se II Co. 9.7 e duas vezes I Co. 16.2, nos itens 2 e 3, lendo 
o contexto o estudante da Bíblia perceberá que falam da coleta aos pobres de Jerusalém, 
nada do que pretende o ministrante do estudo. Nesse mesmo tópico se diz que “Ninguém 
deve dar o dízimo por imposição ou constrangimento mas de forma voluntária de 
expontânea vontade.” Mas desbanca essa verdade neotestamentária no tópico seguinte 
pois diz que aquele que não dá o dízimo está fadado a: 1) Constantes dificuldades 
financeiras. 2. Ausências das bênçãos materiais e espirituais. 3. São considerados 
ladrões do que é do Senhor. 4. Não ama a Cristo. 5. Sofrerá as penas de condenação, e 
no item 6, parece ter havido um erro de digitação pois Dt. 28.1-5, citado pelo autor do 
estudo, fala de bênçãos, no entanto ele pretendeu falar de maldição e esta encontra-se 
em Dt. 28.15. Diante disso não tem sentido de se falar em espontaneidade, dita no tópico 
VII, mas já é como diz o dito popular “É por livre e expontânea PRESSÃO.”
O comentarista também não cita em seu apostilado que existia o dízimo dos 
pobres, Dt. 14.28,29, pois quer fazer acreditar que para os pobres só existiam as ofertas 
voluntárias. Fica difícil acreditar que ao preparar o seu estudo o instrutor não tenha 
deparado com essa passagem bíblica, pois ela é uma das 31 referência diretas que o 
Antigo Testamento faz do dízimo. Para a maioria dos ministros cristãos de hoje quando 
se fala de dízimo, está se falando da manutenção de sua qualidade de vida, a qual eles 
não pretendem dividir como os pobres, a obra de Deus é ao que parece, pretexto.
A única conclusão que tiro desse estudo elaborado pelas A.D. de Pernambuco, 
é que ele é completamente inconsistente, contraditório, coasivo, onde abundam as 
citações fora de contexto e, usos e associações impróprias de versículos com o dízimo.
Habituado a estudar diversos segmentos religiosos como Testemunhas de 
Jeová, Adventistas do Sétimo dia, Mórmons, Congregação Cristã do Brasil, e inúmeras 
outras religiões, posso testemunhar que nunca vi tanta inconsistência argumentativa 
juntas em tão pouco espaço, apenas quatro páginas. Se a intenção foi orientar o povo de 
Deus, temo que tenha ocorrido exatamente o contrário e acredito que estudos dessa 
qualidade sirvam para distanciar o povo do Evangelho genuíno para uma prática 
judaizante e escravista.
O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA
Se pudéssemos nos transportar aos primeiros anos da morte de Cristo para 
acompanhar os apóstolos e discípulos do Senhor, certamente poderíamos verificar que 
eles não contribuíam com o dízimo. Já sabemos que não havia templos cristãos e que 
eles freqüentavam as sinagogas e o Templo judeu, At. 13.5 ; At. 3.1, não haveria lógica 
em entregar o dízimo no Templo em obediência a Ml. 3.10, pois se assim fosse estariam 
alimentando o sacerdócio levítico, que embora houvesse sido extinto por Cristo, como já 
vimos, ainda estava em atividade, até porque, ao que parece, os primeiros cristão não 
eram agro-produtores, elementos sobre os quais o dízimo era tributado. Jesus havia 
sinalizado, quando ainda na terra, que os filhos do reino não tinham obrigação com as 
cobranças instituídas na Lei; por exemplo Mt. 17.24-27, reporta-se a uma cobrança 
fixada em Ex. 30.12,13. Com o fim da Lei, na forma que conheciam, certamente passou a 
existir mais um motivo para os discípulos não entregarem o dízimo, caso estivessem 
subjugados. O livro de Atos dos Apóstolos, as epístolas e o próprio Apocalipse não falam 
de uma única contribuição a título de dízimo praticado pela Igreja, considerando a 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 38
origem e o significado do dízimo ensinado no Velho Testamento, não haveria sentido.
A própria história testifica a ausência desse tipo de contribuição. Os escritores 
cristãos da atualidade que fazem matéria sobre o dízimo possivelmente conhecem os 
fatos mas acham por bem não citá-los, pois o dízimo é um fonte de renda com uma boa 
margem de segurança. E muitos preferem consciente ou inconscientemente ignorar o fim 
da Lei nesse por menor, ignorar a história, coagir, baseado no medo e cobrar a décima 
parte da renda dos membros de sua congregação. As seguintes informações dos 
chamados “ Pais da Igreja”, quanto às práticas antigas de contribuição cristã,podem ser 
encontradas no livro A Pastoral do Dízimo, Edições Paulinas, as quais destaque em 
negrito.
A DIDAQUÉ é um documento datado entre 80 e 120 d.C., faz diversas citações 
a livros do Novo Testamento e é usado, inclusive, pelos críticos textuais do Novo 
Testamento Pela data que foi escrita é contemporânea do Evangelho de João e do 
Apocalipse, nesse documento encontramos a seguinte declaração: “Todo verdadeiro 
profeta que quer estabelecer-se entre vós, é digno de seu alimento ... Por isso 
tomarás primícias de todos os produtos da vindima e da eira dos bois e das ovelhas 
e darás aos profetas, pois estes são os vosso grandes sacerdotes. Se porém, não 
tiverdes profetas dai-o aos pobres...”. Há pontos interessantes nesse relato dignos de 
nota: Os profetas são considerados os sacerdotes, e somente as primícias, com uma 
possível conotação figurativa, sendo um tipo de oferta diferente do dízimo é que poderia 
ser entregue, dízimo cristão nem se fala.
JUSTINO, o Mártir, viveu entre 100 e 167 d.C., este que sofreu martírio por 
fidelidade ao Evangelho, registra a forma de participação dos bens dos crentes na igreja 
primitiva, sem deixar margem de dúvidas de que houvesse outra forma de contribuição 
vigente àquela época: “Os ricos e os de boa vontade contribuem conforme seu livre 
arbítrio; esta coleta é entregue ao que preside e com ela atende a órfãos, viúvas, 
prisioneiros, estrangeiros e todos quantos estão em necessidade.” (este relato está 
registrado no Manual Bíblico de H. H. Halley, 9ª Ed. Pg. 676, Edições Vida Nova)
S. IRINEU, aproximadamente 202 d.C., confirma a Didaqué ao considerar o 
dízimo abolido e a prática de ajudar aos pobres uma orientação neotestamentária.
TERTULIANO, aproximadamente 220 d.C., certifica que as contribuições entre 
os cristãos eram completamente espontâneas.
A DIDASCÁLIA, entre 250 e 300 d.C., é um conjunto de Normas Cristãs que 
orientavam os fiéis, registra: “O Senhor nos libertou ... para não estardes mais presos 
aos sacrifícios, às oferendas ... e também aos dízimos, às primícias, às oblações, às 
dádivas e aos presentes; outrora era absolutamente necessário dar essas coisas. 
Mas já não estais obrigados por tais determinações, por isto, na medida em que o 
puderes, terás o cuidado de dar.” (La Didascalie, Ed. Nau, 1902, pp 48, 57s).
Somente a partir de 380 d.C., quando o declínio espiritual e a apostasia já 
havia invadido a igreja, e ganhava cada vez mais terreno, a ponto de no século seguinte 
ser instituído o culto a Maria, é que se vê uma cobrança escrita, São Jerônimo, talvez 
influenciado pelo contexto político religioso, comenta o profeta Malaquias nos seguintes 
termos “O que dissemos a respeito dos dízimos e das primícias que outrora o povo 
dava aos sacerdotes e levitas, sabei que isso vale também para os fiéis na igreja; a 
estes foi prescrito não somente dar dízimos e primícias, mas também vender tudo 
que possuem.” 
Portanto tudo mostra a completa ausência de dízimo na Igreja primitiva, 
dízimo hoje é um conceito alheio aos primeiros cristãos e denota um afastamento do 
Evangelho genuíno, por detrimento deste, visando o bem estar de outrem.
OS JUDEUS DE HOJE E O DÍZIMO
Imaginemos uma situação hipotética em que não existisse cristianismo no 
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 39
mundo hoje em dia. Agora voltemos a nossa atenção para o povo praticante do judaísmo, 
nome da religião que tem o Velho Testamento, principalmente a Torá (cinco primeiros 
livros da Bíblia), como base de sua fé, para eles o mundo que hipotetisamos é uma 
realidade. Eles não crêem na inspiração divina de uma linha se quer do novo testamento, 
posto isso reflitamos: se os adeptos de judaísmo utilizam a Bíblia apenas de Gênesis a 
Malaquias, portanto não crêem na abolição, reformulação, adaptação do V.T., por que 
será que no meio judaico não se ouve falar em dízimo? Você já parou para pensar 
nisso...? Eles diferentemente de muitos cristãos tem uma visão extremamente séria e 
sistemática dos preceitos contidos no V.T., fazer adaptações sem apoio bíblico, pelo 
menos na porção dela que crêem, não é algo que queiram se apegar, para eles a idéia do 
dízimo é muito clara: somente a sacerdotes levitas (primeiro dízimo), para consumo 
próprio (segundo dízimo) e necessitados (terceiro dízimo), o local do dízimo: no templo de 
Jerusalém. O fato é que com a invasão de Jerusalém no ano 70 d.C. o general romano 
Tito destruiu completamente a cidade, os sacrifícios e o ofício levítico foram 
interrompidos, e estão até hoje, por isso, embora os judeus tenham a sua religião, que 
poderia ser chamada de proto-cristianismo, com os seus líderes - rabinos - os seus 
lugares de culto - sinagoga (não se considera este local um templo) - espalhadas em 
quase todos os lugares do mundo, não fazem uso do dízimo, eles estão cientes da 
impropriedade que seria desconsiderar os preceitos delineados por Deus para esse tipo 
de oferta ao cobrar, caso cobrassem, mesmo entre eles próprios, para dar aos oficiantes 
da reunião. De fato, se considerariam desviados de plano de Deus. Os cristãos de um 
modo geral fizeram isso sem nenhum pudor, além de não se considerarem errados ao 
assim proceder, e, ainda cobrem de temor com pragejos ou ameaças diretas ou indiretas 
dizendo que Deus vai tomar as contas àqueles que não pagarem. 
É POSSÍVEL O DÍZIMO HOJE?
Diante de todas as argumentações levantadas contra a cobrança do dízimo 
nos dias de hoje, jamais se poderá pensar em um tipo de contribuição nos moldes 
veterotestamentários, no entanto, não se pode pretender proibir os cristãos de darem 
10% de sua renda se assim preferirem, desde que completamente espontâneos. Qualquer 
que seja a quantia que se proponha a dar com alegria será aceita diante de Deus, se 
desejar dar dízimo que o seja, se “bízimo” ou “trízimo” melhor ainda, cada um conforme 
sua prosperidade. Os fiéis são livres. Da mesma forma que Paulo não proibiu a quem 
quer que seja de observar o SÁBADO, ao dizer em Rm. 14.5 “Um faz diferença entre dia e 
dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua 
própria mente.” Também não se pode negar o direito de quem queira contribuir dessa 
forma.
A dificuldade maior está na facilidade de corrupção do gênero humano, da 
qual a Igreja, enquanto ajuntamento de pessoas, não está livre ou imune. O dízimo 
poderia ser um excelente referencial para manutenção das atividades cristãs, desde que 
os crentes fossem instados a dar livremente. Se houvesse possibilidade de nunca ser 
corrompida essa idéia, poderia se falar em todas as passagem acerca do dízimo como 
ilustração de uma antiga prática obrigatória, que os servos de Deus de hoje, poderiam 
exercer sem estarem obrigados. A experiência ocorrida em algumas igrejas prova que 
isso tende a não ocorrer, pois se implanta de púlpito, o dízimo voluntário, - inspirado 
em Abraão e Jacó -, e anos mais tarde já se diz que esse mesmo dízimo é obrigatório, - 
inspirado na Lei e em Ml. 3.10. Se as lideranças não conseguem manter-se incorruptas 
quanto a firmeza do propósito de se instaurar um dízimo voluntário, seria melhor, 
então, evitar referências correlacionadoras desse tipo de contribuição, sem que fosse 
impedida. No entanto, sua citação, esperando-se que não ocorra um desvirtuamento do 
tipo de sentimento que invadiu a igreja primitiva, para que possamos praticar o ofertório 
da mesma forma que os primeiros crentes faziam.
DA IGREJA OU DA TRIBO DE LEVI? 40
Acredito que não seria tão difícil migrar o sentimento de medo e obrigação 
encrostado hoje na mente dos fiéis para um sentimento de conscientização e disposição 
para contribuição espontânea, pois não estamos falando de uma tarefa político-eclesial a 
ser desenvolvida pelos ministros ou mesmo de um trabalho de mídia, mas, da busca da 
unidade de um organismo vivo: A IGREJA DE DEUS,que tem como ajudador e 
convencedor o Espírito Santo. Não se trata em diminuir a arrecadação da igreja, pois 
isso, na verdade, poderia aumentá-la; mas, se trata da coisa certa a se fazer. Se um 
doutrinador conseguir, através do Espírito, despertar o desejo da espontaneidade em 
todos que compõem o Corpo, muito melhor será, pois a Bíblia mostra em Atos dos 
Apóstolos, quão eficaz, em todos os sentidos, é uma igreja que assim se comporta. Isso 
porém só é possível se aquele que prega crer que sua pregação é ungida por Deus, ou 
mesmo, se realmente, ele próprio, a exemplo de cada cristão, é um ungido.
CONCLUSÃO
Espero, sinceramente, que após a leitura das linhas acima você possa estar 
consciente que não há nada na Bíblia que obrigue a Igreja a dar o dízimo, nem nenhuma 
maldição cairá sobre aquele que não contribui de forma dizimal, não significando isso 
que não devamos estar comprometidos com o sustento de quem faz a obra. Paulo assim 
como Cristo nos deu o exemplo de como fazer para provermo-nos enquanto  
(igreja), do sustento necessário à sobrevivência, no entanto nenhum deles nos deram 
exemplos de regalias, vida simples para todos, tanto ricos quanto pobres, segundo a 
Bíblia devem ter o Pão Nosso de Cada Dia.
	PRÓLOGO
	APRESENTAÇÃO
	IDENTIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO
	AS OCORRÊNCIAS ANTERIORES A LEI
	FALSOS CONCEITOS E EQUÍVOCOS
	O VERDADEIRO CONCEITO
	TRANSPOSIÇÃO DO DÍZIMO
	DÍZIMO DOS POBRES
	DE QUEM É O DÍZIMO DO SENHOR?
	NEM TODOS TINHAM DIREITO
	NENHUMA OUTRA FINALIDADE 
	QUEM GANHAVA MAIS, QUEM GANHAVA MENOS
	ONDE É A CASA DO TESOURO?
	O DÍZIMO E O SÁBADO
	O DÍZIMO E A UNANIMIDADE
	“TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS”
	MALAQUIAS MAL APLICADO
	O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO
	UMA HERANÇA COBIÇADA PELA IGREJA DE HOJE
	CITAÇÃO OU CONFIRMAÇÃO
	O QUE DIZER DE I CORÍNTIOS 9.13,14
	“A LEI NADA APERFEIÇOOU”
	O QUE DIZER DOS TESTEMUNHOS
	O MODELO DE CONTRIBUIÇÃO APROVADO NO NOVO TESTAMENTO
	“NÃO ATARÁS A BOCA AO BOI QUE DEBULHA”
	O DÍZIMO E A FÉ
	ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO
	SERVINDO A DOIS SENHORES
	“O DÍZIMO, UMA DOUTRINA BÍBLICA”
	O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA
	OS JUDEUS DE HOJE E O DÍZIMO
	É POSSÍVEL O DÍZIMO HOJE?
	CONCLUSÃO

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