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PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL - unidade 2

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PLANEJAMENTO 
URBANO E 
AMBIENTAL
Tutora: Denise Rufino
ANÁLISE DA PAISAGEM 
PARA
PLANEJAMENTO 
URBANO
ANÁLISE DA 
PAISAGEM PARA 
PLANEJAMENTO 
URBANO
Informações sobre a paisagem de um município devem, por lei, ser 
coletadas e estudadas para traçar um diagnóstico das problemáticas 
da cidade e um prognóstico sobre o futuro.
Estudando a paisagem de um município será possível planejar ou 
replanejar o desenho urbano, principalmente na abordagem das 
questões ambientais, sociais, econômicas, culturais e da saúde, para 
benefício de todos.
Em geral, o estudo da paisagem de um município deve ser feito 
considerando como suas unidades de estudos às bacias 
hidrográficas existentes, pois em cada bacia existirão condições de 
relevo, solo e vegetação diferenciados que levarão a cuidados e usos 
do solo diferenciados.
Bacia 
hidrográfica
A bacia hidrográfica pode ser definida como uma área limitada por 
um divisor de águas, que a separa das bacias adjacentes e que serve 
de captação natural da água de precipitação através de superfícies 
vertentes.
Com essa definição fica evidente que a bacia é o elemento 
fundamental de análise no ciclo hidrológico, principalmente na sua 
fase terrestre, que engloba a infiltração e o escoamento superficial.
O bom manejo de uma bacia inclui o planejamento de corredores 
biológicos (mata ciliares conectando fragmentos de vegetação) e 
estratégias para minimizar os impactos da fragmentação da 
vegetação, como a perda de biodiversidade.
Para se ter uma boa estratégia de uso dos recursos naturais, dois 
importantes conceitos devem ficar bem claros: 
 Existe uma inter-relação delicada entre o uso da terra, do solo e da 
água. O que quer que aconteça a um, afetará os outros.
 Existe uma interligação entre as cabeceiras, a média bacia, a baixa 
bacia e o estuário. Em outras palavras, essa estratégia implica em 
que o uso dos recursos naturais, bem como qualquer outra 
atividade efetuada em uma área qualquer, devem ser planejados 
com base nos limites naturais das bacias hidrográficas e não nos 
limites políticos (limite de propriedade, limite de municípios etc.).
Portanto, o conhecimento da hidrologia, bem como do 
funcionamento hidrológico da bacia hidrográfica, são fundamentais 
para o planejamento e manejo dos recursos naturais renováveis, 
visando o uso auto sustentável em bacias hidrográficas.
Aspectos 
hídricos (fator 
abiótico)
Um fator preocupante que deve ser levado em consideração é que o 
sistema hidrográfico é composto por diversas bacias que convergem 
para formar os grandes rios, funciona como condutor de elementos 
naturais, mas também de elementos contaminantes, ou seja, 
alterações desses fluxos comprometem todo o ecossistema nele 
inserido, e nos situados à jusante. 
Portanto, o equilíbrio na microbacia está diretamente condicionado 
aos processos hídricos.
Aspectos 
geológicos e 
geomorfológicos 
(fator abiótico)
O relevo está diretamente relacionado com as rochas que o 
sustentam, com o clima que o esculpe e com os solos que o 
recobrem. 
Informações de ordem geológica que formam o histórico da 
formação de solos e do relevo de uma região ou de uma paisagem.
Uma bacia hidrográfica tem seu relevo basicamente formando um 
perfil topográfico com as seguintes partes: interflúvios, vertentes e 
leitos fluviais.
 Interflúvios são as regiões mais elevadas de uma Bacia 
Hidrográfica, servindo de divisor entre uma bacia e outra. Nos 
interflúvios predominam os processos de erosão areolar (em 
círculos), realizadas pelo intemperismo físico e químico, que 
tendem a rebaixar o relevo normalmente, mas dependem do 
interflúvio e do clima para isso.
 Vertente pode ser definida como superfícies inclinadas associada 
às áreas planas de uma bacia. Entretanto, as vertentes são mais do 
que superfícies; são consideradas as partes mais importantes de 
uma bacia, principalmente por estabelecerem conexão dinâmica 
entre os topos dos interflúvios e o fundo do vale.
Além de servirem de região de transporte e fornecimento de 
sedimentos, a inclinação das vertentes é fundamental na densidade 
de drenagem em uma bacia. Em vertentes muito inclinadas e sem a 
presença de vegetação nas suas encostas, o resultado em geral é 
rápido e desastroso, causando perda de solo (erosão) e voçorocas 
(grandes buracos).
O leito fluvial é denominado como sendo o canal de escoamento de 
um rio.
E é o solo, com suas frações minerais e orgânicas, ar e solução, o 
ancoradouro que torna as raízes capazes de fixar as plantas e de 
funcionar como reservatório para água e nutrientes.
O solo é o resultante da interação de cinco fatores ambientais: 
material de origem, clima, relevo, organismos e tempo.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUD), 
através do GLSOD (Global Assessment of Soil Degradation – Projeto 
de Avaliação Mundial da Degradação do Solo), registrou que 15% 
dos solos do planeta (aproxima- damente 20 bilhões de hectares) 
uma área do tamanho dos Estados Unidos e Canadá junto, estão 
classificados como degradados devido às atividades humanas.
Portanto, para o planejamento do uso adequado do solo em 
paisagens fragmentadas, é fundamental a identificação dos tipos de 
solos, para obter o grau de fragilidade da área.
Com base na classificação de solos da área e na determinação de 
suas vulnerabilidades é que poderá se planejar o ambiente de forma 
a garantir a sua estabilidade.
Aspectos da 
vegetação 
(fator biótico)
Cada bacia hidrográfica dependendo da região que se encontra no 
Brasil pode ter diferentes tipos de florestas e vegetação. Dentro de 
cada bioma do país existem várias tipologias vegetacionais que se 
espalham em diferentes bacias hidrográficas.
O Brasil apresenta a maior riqueza de espécies da flora do mundo.
Analisar que tipos de florestas e as espécies da flora existentes 
dentro de uma paisagem é fator importante para um planejamento 
de uso de solo. Os tipos de vegetação e seus níveis de conservação 
vão responder questões quanto à qualidade do solo e a 
biodiversidade existente.
Essas áreas de vegetação trarão benefícios de proteção ao solo 
(redução de erosão, ou seja, diminuição da velocidade de vazão da 
água e aumento de infiltração), melhoras na qualidade da água, pois 
ajudam na purificação e filtragem; melhoras no microclima; abrigo 
para fauna, principalmente polinizadores que irão colaborar nas 
produções agrícolas, além de predadores naturais para pragas.
Determinar regiões onde seja de maior relevância a conservação de 
áreas verdes será crucial, como: as margens de rios e nascentes; 
topos de morro; áreas de mananciais; áreas de fragilidade de solo; 
áreas com existência de remanescentes em bom estado de 
conservação (fontes de sementes e espécies); entre outras.
ASPECTOS 
DA FAUNA 
(FATOR 
BIÓTICO)
Tamanha diversidade de espécies de animais, existente no Brasil, 
necessitam de quantidade de habitat proporcional para que haja a 
devida conservação.
Espécies predadoras de sementes, como queixadas, veados e antas, 
foram elementos importantes na determinação da composição da 
estrutura da floresta, mas, a despeito disso, são raramente 
encontrados atualmente.
A maior parte dos ambientes florestais isolados na paisagem no 
Brasil (não conectados por corredores ecológicos) estão 
profundamente alterados e vazios de vida animal e de futuro.
Cabe ressaltar, que as probabilidades de extinção de espécies da 
fauna são dependentes dos padrões da paisagem e de algumas 
propriedades críticas das espécies que determinam sua persistência 
em paisagens fragmentadas, como: habilidade de dispersão, 
requerimento de área, necessidade de habitats especializados e a 
resistência a efeitos de borda.
LEGISLAÇÃO E 
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
LEGISLAÇÃO E 
LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL: 
Histórico da 
legislação 
ambiental e da 
avaliação de 
impactos
ambientais (AIA)
Em 1969, os Estados Unidos aprovaram o “National Environmental 
Policy Act-NEPA”, que corresponde, no Brasil, à Política Nacional doMeio Ambiente. O NEPA instituiu a execução de Avaliação de 
Impacto Ambiental (AIA) interdisciplinar para projetos, planos e 
programas e para propostas legislativas de intervenção no meio 
ambiente.
Os problemas ambientais associados ao desenvolvimento 
econômico não eram exclusivos dos Estados Unidos, com isso a 
concepção da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), formalizada 
no NEPA, difundiu-se mundialmente.
Desde sua criação, a AIA e seus estudos ambientais têm sido 
considerados instrumentos valiosos para a discussão do 
planejamento, em todos os níveis, permitindo que o mesmo atinja 
plenamente os anseios conservacionistas, sociais e econômicos da 
sociedade.
Após a Conferência de Estocolmo iniciou-se a discussão de 
mecanismos de proteção do meio ambiente e desenvolvimento 
socioeconômico, partindo-se, em seguida, para a Rio-92, 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992.
O processo de consolidação institucional da aplicação da AIA, em 
nível mundial, ocorreu nos anos 80.
Até em países que a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) não é 
prevista na legislação, esse instrumento acaba sendo aplicado por 
força das exigências de organismos internacionais.
O primeiro Estudo de Impacto Ambiental realizado no Brasil foi o da 
Barragem e Usina Hidrelétrica de Sobradinho, em 1972. No entanto, 
o estabelecimento de critérios básicos e organização das exigências 
para estudos com AIA ocorreu apenas em 1986, através da 
Resolução CONAMA nº 1/1986.
O primeiro passo relativo à exigência legal sobre AIA e para 
formalização de uma legislação ambiental mais incisiva no Brasil foi 
dado em 1980, na legislação federal que dispõe sobre as diretrizes 
básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição, 
pela Lei nº 6.803.
Entretanto, após quase 10 anos, da Primeira Conferência Mundial, 
realizada em Estocolmo, é que o Brasil define o grande marco da 
política ambiental nacional, e o primeiro dispositivo legal 
relacionado à AIA, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) -
Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981.
Dentre as várias inovações e avanços que a PNMA introduz é 
importante destacar a criação do SISNAMA - Sistema Nacional do 
Meio Ambiente que fica definido pela composição de vários órgão, 
hierarquicamente divididos:
 Conselho de Governo (órgão gerenciador).
 CONAMA (órgão consultivo e deliberativo).
 IBAMA (órgão executor).
 Órgãos Estaduais (órgão executor e fiscalizador de cada estado).
 Órgãos Municipais (órgãos executores e fiscalizadores nos 
municípios – Secretarias de Meio Ambiente).
Outro ponto importante é a responsabilização do Estado em relação 
às suas iniciativas. Com a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA) o ambiente passa a ser patrimônio público.
Finalmente em 1986 o CONAMA, através da Resolução 001/86, 
definiu como deve ser feita a AIA, criando o Estudo de Impactos 
Ambientais (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
Importante citar que a Constituição Federal de 1988, destinou um 
capítulo inteiro dedicado ao meio ambiente, consolidando os 
princípios, diretrizes e instrumentos adotados na PNMA.
O fechamento do círculo da regulação legal do meio ambiente no 
Brasil chega com a aprovação da Lei dos Crimes contra o Meio 
Ambiente (Lei n° 9.605 de 12 de fevereiro de 1998).
A AIA também está presente na Agenda 21 (2002, p. 18) em que, no 
capítulo de promoção do desenvolvimento sustentável, é definida a 
ação: “Desenvolver, melhorar e aplicar métodos de avaliação de 
impacto ambiental com o objetivo de fomentar o desenvolvimento 
industrial sustentável”.
Código 
florestal
No ano de 1934 (época de ouro do café no Brasil) o governo de 
Getúlio Vargas, pressionado por algumas organizações 
conservacionistas e provavelmente no intuito de estatizar a floresta 
e valorizar plantios comerciais que já geravam lucro, transformou 
um anteprojeto do Código Florestal em Decreto no dia 23 de Janeiro 
de 1934 e colocou em vigor no dia 21 de Julho de 1935.
Esse Código Florestal negava o direito absoluto de propriedade, 
pois proibia, mesmo em propriedades privadas, o corte de árvores 
ao longo dos cursos d’água de árvores que abrigassem espécies 
raras ou que protegessem mananciais.
As indústrias eram obrigadas a replantar árvores suficientes para 
manter suas operações.
No mesmo código ficava determinada a criação de uma Guarda 
Florestal e era esboçada a base de organização de parques nacionais 
e estaduais.
Código 
Florestal 1935
O Código Florestal de 1935 não foi muito respeitado, até porque 
tinha muitas falhas que permitiam o desmate de forma exagerada.
A floresta heterogênea era vista, na época, como pouco lucrativa, 
não se tinha a menor ideia do valor da biodiversidade e o intuito do 
código florestal era principalmente estatizar a floresta, mas de 
forma alguma bloquear os lucros e o avanço da cafeicultura.
O código permitia o corte de 100% de uma floresta nativa em uma 
propriedade se houvesse o replantio que poderia ser com espécies 
comerciais (exóticas) e em plantios homogêneos.
Código 
Florestal 1965
Em 1965 foi instituído outro código florestal (Lei nº 4.771 de 1965), 
que no decorrer do tempo foi sendo complementado através de 
resoluções e leis estaduais e municipais.
Esse código determinou a exigência de Áreas de Preservação 
Permanente (APP), sendo essas áreas, trechos de mata que tem 
sua localização determinada: 
 ao longo dos rios, em faixa marginal e proporcional ao tamanho 
da drenagem; 
 ao redor das lagoas ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; 
 nas nascentes, mesmo nos chamados “olhos d’água”, seja qual for 
a sua situação topográfica; 
 em topo de morros, e serras; 
 e em encostas com declividade superior a 45°, equivalente a 
100% na linha de maior declive, entre outros.
Código 
Florestal 2012
Há muito tempo discussões sobre alterações no Código Florestal 
vem sendo feitas, e recentemente foi aprovado um novo Código 
Florestal: Lei 12.651/12, com alterações feitas pela Lei nº 
12.727/2012.
A nova lei instituiu que o tamanho da propriedade tem relação com 
o nível de proteção de recursos naturais que essa terá de seguir.
As alterações propostas foram vistas por grande parte dos 
agricultores brasileiros, principalmente os politicamente ativos, 
denominados ruralistas, como aceitáveis e pelo meio científico e 
ambientalistas foram taxadas como extremamente impactantes e 
degradantes ao meio ambiente.
Para as áreas urbanas as modificações causaram polêmica, pois 
acabaram por validar ocupações ilegais em morros (as encostas com 
declividade entre 25° e 45° poderão manter as atividades 
atualmente existentes, bem como a infraestrutura instalada) e 
desrespeitos à lei antiga existentes em todos os municípios 
brasileiros como a ocupação de APP com ruas, edificações entre 
outros aspectos.
APP em área
urbana
A APP em áreas urbanas, na vigência da Lei nº 4.771/1965, sempre 
foi motivo de questionamentos, já que certos setores consideravam 
que o Código Florestal era só para aplicação em área rural.
Cada município pode regulamentar legislação específica para APP, 
podendo deixar as áreas de proteção maiores, apenas não podem 
diminuir o determinado pela lei federal.
De maneira geral dentro de área urbana estão sendo consolidados 
um mínimo de 30 metros de proteção de rios em faixa marginal, 
considerando a borda da calha regular de alagamento; e 50 metros 
para nascentes.
Outra modificação importante trata da regularização fundiária, que 
fica admitida quando houver interesse social e específico de 
assentamentos inseridos em área urbana consolidada e que ocupam 
APP, mediante aprovação de projeto de regularização.
Reservatórios
Modificações também foram feitas a respeito dos reservatórios 
artificiais, áreas que acabam por formar lagos, bebedouros e até mesmo 
áreas de lazer tanto na zona urbana como rural. 
Para novos reservatórios a faixa de preservação será definida nolicenciamento ambiental do empreendimento. 
Em área rural exige-se APP de no mínimo 15 m para reservatórios de até 
20 hectares, aqueles menores que 1 hectare não precisam de APP. 
Em área urbana fica entre 15 e 30 metros dependendo de especificações 
técnicas detalhadas na lei.
Foi criado um novo sistema de cadastramento das propriedades rurais 
para regularização ambiental, denominado Cadastro Ambiental Rural 
(CAR), onde o próprio proprietário pode desenhar a situação de sua 
propriedade e fazer o cadastro (todos os proprietários rurais são 
obrigados a fazer). 
Criou-se também um sistema para organizar as recuperações de APP e 
Reserva Legal, denominado Programa de Regularização Ambiental 
(PRA), em que devem ficar determinadas as áreas de recuperação e o 
projeto para efetuá-la.
Licenciamento 
ambiental
O licenciamento é um dos instrumentos de gestão ambiental 
estabelecido pela Lei nº 6.938/1981, também conhecida como Lei 
da Política Nacional do Meio Ambiente.
A Resolução CONAMA nº 237/1997 determina os tipos de 
empreendimentos que precisam de licenciamento ambiental.
No processo de licenciamento o empreendedor terá de pedir três 
licenças:
 LP – Licença Prévia: deve ser solicitada na fase de planejamento 
da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. 
Aprova a viabilidade ambiental do empreendimento, não 
autorizando o início das obras.
 LI – Licença de Instalação: aprova os projetos. É a licença que 
autoriza o início da obra/empreendimento. 
 LO – Licença de Operação: autoriza o início do funcionamento do 
empreendimento/obra.
A solicitação de qualquer uma das licenças deve estar de acordo 
com a fase em que se encontra a atividade/empreendimento: 
concepção, obra, operação ou ampliação, mesmo que não tenha 
obtido anteriormente a Licença prevista em Lei.
Dependendo do empreendimento e de suas características, o órgão 
ambiental irá solicitar diversos tipos de relatórios e projetos 
ambientais.
Para empreendimentos grandes e impactantes, designados na 
Resolução CONAMA nº 1/1986, haverá a solicitação de uma 
Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) completa e mais complexas 
que outros estudos, com a apresentação do documento chamado 
de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA).
EIA/RIMA
O EIA-RIMA ou outros projetos ambientais que possam ser 
requeridos:
 EAS: Estudo Ambiental Simplificado
 RAP: Relatório Ambiental Preliminar
 PBA: Plano Básico Ambiental
 RCA: Relatório de Controle Ambiental
 PCA: Plano de Controle Ambiental
 EIV: Estudo de Impacto de Vizinhança etc.
Deverão ser desenvolvidos por uma empresa prestadora de serviços 
ambientais, essa deverá designar uma equipe multidisciplinar, que 
tenha competência para apresentar os projetos dentro do 
designado por Termo de Referência (TR) a ser fornecido pelo órgão 
ambiental.
O órgão ambiental que irá ser responsável pelo processo de 
licenciamento poderá ser o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio 
Ambiente e Recursos Naturais), isso quando as atividades do 
empreendimento em questão envolverem a participação de mais de 
um estado ou quando a legislação prever que se trata de atividade 
de competência federal; ou o OEMA (Órgão Estadual de Meio 
Ambiente), quando a atividade do empreendimento envolver 
apenas um Estado e não for atribuída por lei como de competência 
federal.
A empresa prestadora de serviços ambientais e sua equipe são, 
dentre os personagens, a de perfil mais complexo, pois é onde 
temos o maior número de pessoas pensando em todos os aspectos 
do empreendimento e seus impactos. Ela possui um vínculo 
financeiro, mesmo que indesejado legalmente, com o 
empreendedor e irá possuir um vínculo de corresponsabilidade 
técnica com o órgão ambiental.
O grande problema é que nem sempre esse desejo se torna 
realidade, durante a AIA pode-se constatar surpresas que levam os 
impactos e as medidas e programas a um grau alto de 
complexidade.
Outro personagem substancial nessa história é a população 
envolvida, ou seja, a comunidade que sofrerá os impactos 
decorrentes do empreendimento em questão.
Para empreendimentos urbanos de pequeno porte e impactos o 
Estatuto da Cidade determina que o licenciamento ambiental 
poderá ser feito através da análise de um estudo ambiental 
específico denominado Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).
EIV
Segundo o Art. 37. do Estatuto da Cidade o EIV será executado de forma 
a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou 
atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e 
suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes 
questões:
 Adensamento populacional.
 Equipamentos urbanos e comunitários.
 Uso e ocupação do solo.
 Valorização imobiliária.
 Geração de tráfego e demanda por transporte público.
 Ventilação e iluminação.
 Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
É importante salientar que a elaboração do EIV não substitui a 
elaboração e a aprovação de EIA, porém, depende do órgão ambiental e 
do tipo de empreendimento quais tipos de estudos serão solicitados.
PLANEJAMENTO 
URBANO: ETAPAS
E DIMENSÕES
CONCEITOS 
TÉCNICOS 
IMPORTANTES 
DO 
PLANEJAMENTO
URBANO: 
Planejamento 
urbano
O termo planejamento urbano facilmente pode ser confundido com 
urbanismo, desenho urbano, gestão urbana e principalmente com 
plano diretor, porém, não se trata de sinônimos.
São várias as conceituações de planejamento urbano e devido à 
vastidão do termo elas acabam por se completar. De acordo com 
DROR (1973, p. 323) “planejamento é o processo de preparar um 
conjunto de decisões para ação futura, dirigida à consecução de 
objetivos através dos meios preferidos”.
Trata-se de uma ferramenta de investigação para prever o futuro e 
com essa previsão determinar ações para que exista um novo 
futuro, diferente do previsto, melhorado.
Plano diretor
Plano Diretor é o principal documento para orientar a gestão 
urbana, trata-se das determinações do planejamento urbano 
documentadas e dirigidas para que exista uma gestão eficaz e as 
ações designadas tragam os resultados previstos.
O plano diretor é o instrumento básico, exigido por lei, de um 
processo de planejamento municipal para a implantação de uma 
política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes 
públicos e privados.
Gestão urbana
Gestão urbana pode ser conceituada como um conjunto de 
instrumentos, atividades, tarefas e funções que objetivam 
determinar um bom funcionamento de uma cidade.
Cabe a gestão urbana executar as ações determinadas pelo plano 
diretor.
Trata-se de uma etapa do planejamento urbano. Deseja-se de uma 
boa gestão urbana que:
 Realize os planos urbanísticos e suas propostas (Plano Diretor).
 Tenha um corpo técnico capacitado e multidisciplinar.
 Realize fóruns sociais para efetivar a participação democrática.
 Utilize de princípios da administração pública e privada para trazer 
resultados efetivos
Governança
Segundo o Banco Mundial, em seu documento Governance and
Development, de 1992, a definição geral de governança é a maneira 
de exercer autoridade, controle e poder de governo na 
administração dos recursos sociais e econômicos de um país, estado 
ou município, visando o desenvolvimento.
Nesta perspectiva, a abordagem da governança pode ser vista como 
uma possibilidade de restaurar a legitimidade do sistema político 
pela criação de novos canais de participação e parcerias entre o 
setor público e o setor privado ou iniciativas voluntárias, 
contribuindo para novas formas democráticas de interação público-
privada.
A governança não é uma ação isolada da sociedade civil buscando 
maiores espaços de participação e influência. Ao contrário, o 
conceito unifica a ação do Estado e sociedade na busca de soluções 
e resultados para problemas comuns.
Urbanismo
Hoje, o urbanismo como conceito fica definido como aquele que 
trabalha (historicamente) com o desenho urbano e o projeto das 
cidades, sem especificamente considerartodos os processos sociais 
que ocorrem nas cidades.
O urbanismo estaria mais ligado ao desenho da cidade, tanto na 
escala de espaços amplos e de ordenação territorial quanto na 
escala do desenho de mobiliário urbano e espaços intra urbanos.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND
https://urbanidades.arq.br/2010/11/17/tipos-de-desenho-urbano/
https://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/
ETAPAS DO 
PLANEJAMENTO 
URBANO: 
Análise 
(diagnóstico e 
prognóstico)
Um planejamento urbano deve consistir em três etapas: análise 
(diagnóstico e prognóstico), propostas e a gestão.
Na etapa de análise, deverá ser elaborado um diagnóstico sobre a 
realidade do município tentando responder às seguintes questões: 
quais são as condições econômicas, sociais, ecológicas (ambientais), 
culturais, infra estruturais, gerenciais e territoriais do município na 
atualidade? Como o município chegou a essa realidade? O que foi feito 
no passado?
Será necessário a formação de uma equipe multidisciplinar, de 
preferência mesclando funcionários públicos com privados, que estejam 
familiarizados com as problemáticas da região.
Serão tratados dados ambientais e geográficos (análise da paisagem), 
dados demográficos (taxa crescimento, composição etária, 
escolaridade entre outros), legais (Legislação existente), sociais e 
econômicos (renda população, atividades econômicas entre outros), 
além de vários outros dependendo de particularidades do município.
Os dados irão gerar relatórios técnicos e mapas demonstrando a 
realidade do município.
Propostas
Nesta etapa são pensadas propostas para levar o município a um 
futuro diferente e melhor do que o verificado no prognóstico.
O corpo técnico com a devida participação popular deve determinar 
onde existem falhas no planejamento urbano e ações que acertem 
para que ocorra melhorias, que em tese devem ser pensadas para o 
coletivo, para a melhoria da qualidade de vida da grande maioria 
dos cidadãos.
Muito importante que as propostas sejam feitas com visões técnicas 
bem definidas e auxiliadas por visões de cunho político 
administrativo.
Será identificado um problema como: o aumento de área 
desmatada de floresta nativa no município nos próximos 10 anos. 
Outro exemplo de problema seria: o aumento da população de 
favelas em um determinado período
Gestão urbana
A gestão deve ser dinâmica, deve monitorar resultados das ações e 
gastos e com isso trazer dados para futuros diagnósticos e 
prognósticos das atualizações de planos diretores.
DIMENSÕES DO 
PLANEJAMENTO 
URBANO: 
Dimensão 
ambiental
O planejamento urbano e sua gestão urbana podem ser divididos 
em várias dimensões de atuação. Não por coincidência grande parte 
dessas dimensões são também as dimensões da Sustentabilidade.
Dentro do gerenciamento do município a atuação nessa dimensão 
se encaixa mais diretamente nas funções de várias secretarias 
como: meio ambiente, saúde, agricultura e social.
A proteção de mananciais, a proteção de áreas naturais frágeis, o 
manejo das áreas verdes urbanas, o saneamento básico (incluindo a 
coleta e tratamento de resíduos sólidos), o uso da água, o controle 
de erosões, a organização da agricultura e o licenciamento 
ambiental, são os principais pontos de atuação focados nessa 
dimensão.
Dimensão 
social
A dimensão social é aquela preocupada diretamente com o bem-
estar dos cidadãos. Enquadra-se nessa dimensão: a educação, 
saúde, cultura, cidadania, esportes, lazer, segurança, assistência 
social e habitação.
Primeiramente, para todo o resto ser bem estruturado, os serviços 
voltados à educação básica e saúde devem ser prioritários, 
prevendo qualidade e disponibilidade para todos os cidadãos.
O aspecto importante dessa dimensão é que ela está diretamente 
vinculada à dimensão territorial e infraestrutural, pois o Estatuto da 
Cidade coloca como ponto chave de um plano diretor a busca da 
função social da propriedade urbana.
Em termos habitacionais é necessário ter um cenário de 
desenvolvimento que não existam grandes implosões 
populacionais.
Sobre a segurança pública é importante ressaltar que a maior 
atribuição dessa seara é de responsabilidade do Estado.
 Na esfera municipal as ações acabam sendo limitadas, tanto por 
verba quanto por corpo técnico. Porém, o município pode planejar 
sua infraestrutura e zoneamento urbano buscando inibir a 
criminalidade.
O acesso à cultura, ao lazer e ao esporte também ficam diretamente 
vinculados à diminuição da criminalidade.
A assistência social é essencial, pois ela que tentará equalizar as 
condições sociais, tentando enquadrar socialmente aqueles que 
acabaram por ficar à margem da sociedade.
A promoção da cidadania pode ser colocada como o último grau da 
dimensão social, pois depende do bom funcionamento de outras 
dimensões e das ações dentro da própria dimensão social.
Dimensão 
econômica
Trata dos recursos financeiros de um município e das variadas 
formas de se trabalhar esses recursos. Considerar os recursos 
financeiros das empresas e cidadãos e do poder público.
Em relação aos recursos financeiros do órgão público do município, 
esses vêm em grande parte de impostos tanto de âmbito municipal, 
estadual e federal, porém, cabe salientar que existem maneiras do 
município aumentar sua renda trabalhando alguns produtos.
 Como exemplo podemos citar a boa administração de resíduos 
sólidos que pode promover renda com o desenvolvimento de 
produtos como: lenha, briquetes, adubo, reciclagem entre outros.
Outro ponto importante é a organização dos programas de geração 
de renda alternativa para aqueles que estejam temporariamente 
afastados do mercado formal.
O bom desenvolvimento do turismo em uma região é outro ponto 
importante para aumentar os recursos financeiros de um município, 
principalmente a longo prazo.
Dimensão 
infraestrutural
Trata dos serviços públicos essenciais, obras, infraestrutura e do 
transporte. 
No planejamento urbano devem ser colocadas as necessidades 
dentro dos temas destacados e estimados os gastos para o 
gerenciamento de toda essa dimensão.
Nessa dimensão ficam estabelecidas as necessidades 
infraestruturais para a resolução das problemáticas encontradas em 
todas as dimensões do planejamento urbano.
Dimensão 
gerencial
Dimensão vinculada diretamente à gestão urbana. 
Trata das funções do órgão público municipal (prefeitura) na 
administração dos recursos humanos, recursos financeiros, 
governança (governo), do gerenciamento dos impostos (fazenda), 
da comunicação interna entre secretarias e na administração geral.
As perguntas que se estabelecem nessa dimensão são: como serão 
utilizados os recursos e as formas de destinação desses? Como 
funcionarão as equipes, os profissionais e suas funções dentro das 
necessidades do município?
Dimensão 
territorial
Essa dimensão trata do planejamento do uso do solo no município, 
fica vinculada às outras dimensões, pois a divisão do território em 
zonas diferenciadas de uso será feita em função dos resultados dos 
diagnósticos da dimensão ambiental, social, econômica, 
infraestrutural e gerencial.
NOVAS 
TECNOLOGIAS 
PARA USO NO 
PLANEJAMENTO
URBANO: 
Técnicas e 
materiais de 
construção
Pesquisadores da cidade de São Paulo desenvolveram uma possível 
solução para as águas das chuvas que castigam a cidade de São Paulo 
e causam as inundações durante o verão. Os pesquisadores da USP 
desenvolveram um asfalto poroso, ou seja, permeável, que absorve as 
águas da chuva e, consequentemente, diminui os riscos de 
alagamentos. O projeto, chamado de Pavimento Permeável 
Reservatório, é uma parceria entre o Departamento de Engenharia 
Hidráulica da USP e a Prefeitura de São Paulo, coordenado pelo Prof. 
José Rodolfo Martins.
Nos Estados Unidos a maioria das casas são construídas seguindo os 
modelos SteelFrame e WoodFrame, em que a estrutura da casa é 
pré montada com partes de aço ou madeira e depois fechadas com 
placas de cimento e gesso.
No Brasil, já existem tijolos ecológicos,onde o uso de argamassa é 
mínimo, pois este vem com encaixes e são fabricados de forma 
menos impactantes ao meio ambiente.
Além de técnicas e materiais diferenciados, novos tipos de projetos 
para moradias vêm sendo executados, em que casas são 
desmontadas e podem com maior facilidade serem transportadas 
para novos locais.
Além disso, normalmente os projetos introduzem todo tipo de 
inovação em prol da sustentabilidade.
Como exemplo podemos citar o estúdio de design holandês Fiction
Factory que desenvolveu uma casa sustentável que pode ser 
construída em apenas um dia.
A grande diferença desse modelo de construção para os tradicionais 
é a matéria- prima. No lugar de tijolo ou concreto, a residência tem 
as suas paredes feitas em papelão.
Turbina eólica 
sem hélice
Essa tecnologia elimina a necessidade de hélices, aumentando a 
eficiência da turbina e reduzindo pela metade os custos de 
produção.
O dispositivo converte esta energia com a ajuda de pistões e pode 
armazená-la para uso posterior em um acumulador hidráulico,
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Bactéria que 
consome 
plástico
O objetivo delas é criar uma bactéria que se alimenta dos resíduos 
plásticos, retornando água e CO2 para os oceanos.
O sistema funciona em duas etapas: na primeira, o plástico é 
dissolvido com o uso de solventes, depois as bactérias entram em 
ação. A estimativa é que cada litro de solução com bactérias possa 
remover nove gramas de plástico das águas.
Células solares 
para envelopar 
edifícios
A ideia dos edifícios “energia zero” é que esses consigam gerar toda 
a energia que consomem, ou em alguns casos até mais.
Uma equipe de pesquisadores australianos alcançou a maior 
eficiência já registrada em células solares flexíveis não tóxicas e com 
baixo custo de produção, e indicam que estas poderão ser usadas 
para envelopar edifícios, transformando suas paredes em 
gigantescos painéis solares.
Tinta que 
absorve 
poluição 
atmosférica
A tecnologia nova está sendo desenvolvida por cientistas de uma 
universidade italiana e já está em algumas áreas turísticas da 
cidade.
A primeira experiência com o produto foi testada no túnel Umberto 
I, de 9 mil metros, subterrâneo, com tráfego intenso e agora todo 
pintado de branco com a nova tinta. A nova tinta feita à base de 
cimento, e de um princípio ativo fotocatalítico, é capaz de absorver 
a poluição do ar, chegando a reduzir pela metade esses gases no 
ambiente.
A nova tinta acionada pela luz, que estimula substâncias como o 
dióxido de titânio, reduzindo imediatamente os níveis dos 
poluentes, em mais de 50%.
A combinação da luz natural ou artificial com o produto cria 
oxidantes radicais que interagem com esses poluentes do ar e os 
transformam em moléculas de sal.
Quando utilizada em ambientes internos, a tinta pode comer 
bactérias, vírus e fontes de mau cheiro em até 90%.