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como eu faço do meu gado. Praza a Deus que, se te vingas, que moura desesperado. Na fantasia te pinto; falo-te, responde o monte; busco o rio, busco a fonte, endoudeço e não o sinto. «Domingas!» no vale brado. Responde o eco: «Domingas!» E tu inda te não vingas de me ver doudo tomado? EPIGRAMAS DE LUÍS DE CAMÕES A EL-REI D. SEBASTIÃO, SAINDO AOS TOUROS: Não corre o céu o astro tão fermoso, nem pelo alto ar o nebri voa: um tão claro, tão puro e tão lustroso, outro que tão ligeiro os ares coa; como tu, Sebastião, Rei glorioso dás nova luz ao lume da coroa em teu ginete zaro que, voando, a terra, por ser teu, vai desprezando. SEXTINA (APÓCRIFA) A CULPA DE MEU MAL SÓ TÊM MEUS OLHOS A culpa de meu mal só têm meus olhos pois que deram a Amor entrada na alma, para que perdesse eu a liberdade. Mas quem pode fugir a üa brandura que, depois de vos pôr em tantos males, dá por bens o perder por ela a vida? Assaz de pouco faz quem perde a vida por condição tão dura e brandos olhos, 93