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LIÇÃO 8 – CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO Texto Áureo – “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28.13) Verdade Prática – Para desfrutar um caminho de restauração e reconciliação com Deus, precisamos confessar o pecado e abandoná-lo de uma vez por todas. Objetivos Específicos: I) Compreender o que significa confissão de pecado; II) Mostrar o perigo do pecado não confessado; III) Compreender que a confissão de pecado é um caminho para a cura e a restauração. INTRODUÇÃO O pecado é visto como fraqueza. Logo, confessar pecado significa que eu sou fraco em relação as demais pessoas. Ou ainda, que o pecado está ligado ao ambiente, ou a aspectos hereditários. A Bíblia nos ensina, por meio da epístola do apóstolo João, que o pecado é real e que é um perigo para a vida do crente, uma vez que suas consequências são catastróficas, trágicas e/ou desastrosos. A orientação bíblica para quando pecarmos, é que confessemos e abandonemos como evidência do nosso arrependimento para que arrependidos recebamos o perdão de Deus (I Jo 2.9; Sl 32.5). I – CONFISSÃO DE PECADO 1. Definição Verbo “confessar” AT – (hebraico yadah) – “jogar”, “atirar”, “lançar” (ref. 1 Rs 8.33), uma palavra que vem da raiz verbal de hadah, que significa “estender a mão”. 900x no AT com sentido de “tomar conhecimento”, “saber” e/ou “reconhecer”. A palavra aparece no AT no contexto de confissão de pecado (Sl 32.5). NT – (grego homologéo) – “concordar com”, “consentir”, “conceder”. 25x no NT (Mt 7.23, Rm 10.9,10; Tg 5.16). Suponha que um pai surpreenda seu filho atirando pedras em um carro. O pai diz: — Você atirou uma pedra naquele carro, e isso é errado. Se o menino apenas responder que sente muito, terá confessado? O garoto poderá ainda acrescentar: — Por favor, desculpe-me, papai. Terá, porém, confessado seu erro? Não. Ele ainda não terá confessado enquanto não concordar com seu pai. — Eu atirei uma pedra naquele carro, e isso é errado. Quando você peca, pode sentir-se triste, mas sentir tristeza, e até mesmo contar a Deus que você está triste, de modo algum é confissão. Você confessa seu pecado quando diz a Deus o que Deus está dizendo: “Eu dei guarida a um pensamento lascivo e isso é pecado”; “tratei meu cônjuge de modo grosseiro nesta manhã, e isso é errado”; “o que me motivou a buscar aquela posição na diretoria foi o orgulho, e o orgulho não deve fazer parte da minha vida”. Há um verbo grego importante para “confessar”, eksomologéo (Mt 3.6), que significa “professar”, “reconhecer aberta e alegremente para a honra de alguém”; “prometer publicamente que fará algo”, “comprometer-se com”. 2. A confissão bíblica de pecado Confissão de pecado = reconhecer e fazer sua confissão, pois o perdão depende desse ato (Sl 32.5; 1 Jo 1.9) Confissões: i) no momento da conversão; ii) quando pecamos contra Deus; iii) quando pecamos contra um irmão. (Mt 5 21-22). 1 Jo 1.9 – “Se confessarmos nossos pecados”. Parte condicional da frase, que mostra nosso conhecimento do pecado. Encaramos o pecado aberta e honestamente sem escondê-lo ou achar desculpas para ele. Confrontamos os pecados que cometemos sem nos defendermos ou justificarmos. Confessamos nossos pecados para mostrar arrependimento e renovação de vida. “Ele é fiel e justo”. Segurança. Deus é fiel quanto às suas promessas. Ele é “fidelidade, e não há nele injustiça: é justo e reto” (Dt 32.4). Ele não nos reprova ou repreende; ele não se toma impaciente, e ele não volta atrás quanto à sua Palavra. A única condição que Deus exige para o perdão é que confessemos os nossos pecados. De acordo com a promessa que fez para o povo de sua nova aliança, Deus declara: “Pois perdoarei suas iniquidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jr 31.34; Hb 8.12; 10.17). “Para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Observe o cumprimento. Apesar de os tradutores colocarem o verbo no tempo futuro em algumas versões, como se os atos de perdoar e purificar ainda fossem acontecer, o texto em grego diz que Deus, de fato, perdoa e purifica de uma vez por todas. O primeiro verbo, perdoar, descreve o ato de cancelar uma dívida e pagar pelo devedor. E o segundo verbo, purificar, refere-se ao fazer do pecador alguém santo, de modo que possa ter comunhão com Deus. Deus toma a iniciativa, pois ele nos diz: “Venham, vamos resolver este assunto”, diz o Senhor. “Embora seus pecados sejam como o escarlate, eu os tornarei brancos como a neve; embora sejam vermelhos como o carmesim, eu os tornarei brancos como a lã. (Is 1.18). Somente a partir da confissão de pecados é que se poderia viver verdadeiramente uma vida de oração e comunhão com Deus. (Ne 1.6; Sl 66.18; Lc 18.9-14) 3. O símbolo da confissão de pecado No ato da confissão de pecados, a pessoa reconhece seus pecados e que, por isso, se encontra indigna de estar na presença de Deus. Ela reconhece a sua natureza pecaminosa diante do Altíssimo (Rm 3.10 -12). Então, em arrependimento sincero e em confissão, busca o que lhe é garantido por meio da Palavra de Deus: o perdão. Assim, quem experimenta o ato sincero e humilde da confissão de pecado alcança a misericórdia de Deus (Pv 28.13). Então, a alma é consolada e a vida espiritual é restaurada. II – O PERIGO DO PECADO NÃO CONFESSADO 1. Os males dos pecados não confessados Pv 28.13 – a confissão de pecados não se trata apenas de um ensino judaico, mas também cristão. O apóstolo João reforça a necessidade que temos de confessar nossos pecados, deixa-los e assim alcançarmos perdão (1 Jo 1.9) Em contrapartida, quem ignora a confissão de pecado, ocultando-o, vive uma vida de aparência e de morte espiritual; semelhante ao que os nossos primeiros pais, Adão e Eva, viveram ao tentar ocultar os seus pecados diante de Deus (Gn 3.8); bem como o rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, que procurou ocultar do Senhor seus pecados (2 Sm 11; 12). 2. As consequências do pecado de Adão e Eva A realidade bíblica do pecado pode ser vista no primeiro casal, Adão e Eva, quando pecou e, por isso, recebeu sentenças devidas (Gn 3.14-19). Ao ouvir Deus perguntar e chamar por Adão, ele responde dizendo “Ouvi a tua voz no jardim, e, por que estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3.10). Deus pergunta a Adão como ele se viu nu, afirmando que ele havia desobedecido, mas ao invés de assumir a culpa e confessar o seu pecado de desobediência e rebeldia, Adão culpa a mulher dada por Deus. Ele terceiriza a sua responsabilidade para fugir da confissão de seu pecado (cf. Gn 3.12). Deus vai conversar com a Eva, e ela segue o mesmo comportamento de seu esposo Adão e não confessa sua culpa nem assume o seu pecado, e coloca a culpa na serpente. Eva também terceiriza a sua responsabilidade (Gn 3.13). Nossos primeiros pais perderam o direito de viver no ambiente mais perfeito e belo que Deus criou (Gn 3.24). Por isso na vida de Adão e Eva há consequências trágicas do pecado, tais como: alteração da condição física de ambos; a transição da natureza imortal para mortal; diversas tenções no gênero humano e na natureza. Assim, sabemos que as consequências do pecado de nossos primeiros pais não se limitaram a eles, mas perpassaram a todo o gênero humano e natural (Rm 5.12-14). 3. As consequências do pecado de Davi O rei Davi pagou um alto preço com o seu pecado. A Bíblia mostra que, por isso, a espada não sairia da sua casa (2 Sm 12.10-12). Os capítulos 11 e 12 de 2 Samuel revelam o conflito e o senso de culpa que marcavam a vida de um homem que, por certo tempo, ocultou o seu pecado, trazendo-lhe enfermidades morais e aflição que o levavam a gemidos. O Salmo 32 mostra que, por se manter em silêncio, não confessando o seu pecado, Davi enfraqueceu cada vez mais, perdendo o vigor espiritual (SI 32.2-4). Davi, o grande poeta e rei, disse: “Eunasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51.5). Ele reconhece que nascemos com a tendência ao pecado, pois o pecado manchou a existência humana, mas também recorda que movidos pelo Espírito Santo de Deus, podemos desfrutar da libertação por meio da confissão: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). Confessou e foi perdoado. Já o Salmo 51 mostra a confissão de pecado do rei, reconhecendo todos os seus erros a fim de que eles fossem perdoados e o salmista purificado (SI 51.2-6). III – CONFISSÃO DE PECADO: UM CAMINHO DE CURA E RESTAURAÇÃO 1. Confessando o pecado a Deus A confissão de pecados deve primeiramente ser dirigida a Deus, por intermédio de seu Filho, pois só Ele pode perdoar os nossos pecados (SI 51.3,4; Mt 9.2,6). Quando você se reveste de Cristo, no momento em que se salva, você se torna justificado diante de um Deus santo. Não se trata de sua justiça, mas da justiça de Cristo (1Co 1.30; Fp 3.8-9). Por isso, quando Satanás atira uma seta contra você, ao acusá-lo: “Você não é suficientemente bom para ser crente”, você pode responder como Paulo: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8.33). A justiça que você tem em Cristo é sua proteção contra as acusações de Satanás acerca de seu valor diante de um Deus santo. Ainda que nos alegremos em nossa posição de justiça em Cristo, estamos bem conscientes de nossos atos de injustiça quando pensamos, falamos ou fazemos coisas à parte de Deus. Somos santos que ocasionalmente pecam. Para que permaneçamos firmes em nossa justiça é preciso que compreendamos e apliquemos o princípio da confissão. Ao longo do seu ministério, o Senhor Jesus disse à mulher pecadora: “Os teus pecados te são perdoados” (Lc 7.48). Na oração do Pai-Nosso, o Senhor Jesus ensinou: “[Pai] Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Em l João 1, lemos que os nossos pecados devem ser confessados a Cristo (1 Jo 1.7-9). Dessa forma, perdoar pecado é uma prerrogativa de Deus Pai por intermédio do Senhor Jesus, mediante a sua obra no Calvário. 2. Alcançando cura e restauração Ocultar o pecado é decidir por trilhar uma jornada de sofrimento espiritual e emocional. Não há nada m ais restaurador que desfrutar das misericórdias do Senhor (Pv 28.13). Não há nada mais consolador do que confessar o pecado e deixá-lo definitivamente, pois assim encontraremos descanso para a alma. Todo esse processo de confissão e abandono de pecado revela a eficácia do ministério da reconciliação de Deus por meio de Jesus Cristo (2 Co 5.18). Quem faz assim encontra o caminho de cura e restauração, conforme lemos nas palavras do salmista: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. [...] Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (SI 51.3,5). O que precisamos fazer então? Confessar ao Senhor nossos pecados para encontrarmos perdão e purificação. O perdão nos garante paz e a purificação nos coloca na busca pela santidade, que o Espírito Santo, opera em nossas vidas. Esta é a razão pela qual precisamos do evangelho em nossas vidas. Não somente no ato da salvação, mas em toda a nossa peregrinação espiritual, visando a nossa santificação. Martinho Lutero disse que precisamos ouvir o evangelho todos os dias, pois todos os dias o esquecemos. O evangelho nos confronta em nossos pecados e encoraja a confiarmos nossas vidas a Jesus, nosso Senhor. O pastor e teólogo puritano John Owen disse: “A causa principal do esfriamento espiritual são os pecados acariciados no sótão do coração”. Precisamos restaurar nosso vigor espiritual confessando nossos pecados de estimação e lutarmos contra eles. A confissão restaura nossa vida. A confissão nos salva. A confissão nos cura. A confissão renova nossa espiritualidade e nossa devoção a Deus. A confissão é o caminho para se manter quebrantado diante do Deus Santo. Confesse seus pecados e desfrute do perdão do Senhor! CONCLUSÃO Agora tratarei do último exemplo; é o caso do pródigo. Em Lc. 15:18, nós encontramos o pródigo dizendo: "Pai eu pequei". Ó!, aqui está uma CONFISSÃO ABENÇOADA! Aqui está o que prova que um homem tem um caráter regenerado - " Pai, eu pequei ". Agora, pródigo, faça o mesmo. Deus pôs isto em seu coração? Há muitos que têm fugido por muito tempo. Deus diz "retorne?" Ó, eu apelo a você que volte, então, pois tão certo quanto sempre, os que retornam Ele os acolherá. Nunca houve um pobre pecador que viesse a Cristo, que Cristo o mandasse embora. Se ele lhe mandasse embora, você seria o primeiro. Ó, se você pudesse ao menos experimentá-lO! "Ah, senhor, eu sou tão sujo, tão corrupto, tão vil ". Bem, você não pode ser mais vil que o pródigo. Venha para a casa do seu Pai, e tão certo quanto Ele é Deus, Ele manterá sua palavra: "o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora".