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M
orfologia da Língua Inglesa
GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro
EDUCAÇÃO POPULAR E 
CULTURA EM EDUCAÇÃO
Patricia Marreiro Dos Santos; Suzy Cristina 
Rodrigues e Luciano Gamez
MORFOLOGIA DA 
LÍNGUA INGLESA
Organizadora Diana de Castro Atagiba
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
20/11/2019 17:26:50eBook Completo para Impressao - Fundamentos da Educacao - Aberto.indd 1
LIVRO 1 
EDUCAÇÃO POPULAR
LIVRO 2 
ESTUDOS CULTURAIS EM EDUCAÇÃO
Educação Popular
(Livro 1)
Presidente do Conselho de Administração: 
Janguiê Diniz
Diretor-presidente: 
Jânio Diniz
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos:
Joaldo Diniz
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira
Créditos Institucionais
Todos os direitos reservados
© 2019 by Telesapiens
Educação Popular
Olá! O meu nome é Patricia Marreiro. Sou graduada em 
Pedagogia pela Faculdade Joaquim Nabuco - Recife; Pós-graduada 
em Metodologia do Ensino a Distância pelo Centro Universitário 
Maurício de Nassau - UNINASSAU - Recife. Possuo uma vasta 
experiência no Ensino a Distância, atuando desde 2012 na área, atuei 
como professora conteudista e executora. Atualmente sou Professora - 
tutora no curso de Pós-graduação a distância da UNINASSAU; cursos 
de Pós-graduação na área de Educação; atuando principalmente nas 
disciplinas de Metodologia Científica e TCC da IES. Sou apaixonada 
pelo conhecimento e a educação. Adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui 
convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou agradecida e feliz em poder ajudar você nesta 
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo, sempre! Bons estudos!
Olá! O meu nome é Suzy Cristina Rodrigues e sou graduada em 
Administração pela Universidade do Vale do Itajaí, pós-graduada em 
Gestão Pública pelo Instituto Federal de Santa Catarina e em Gestão 
Estratégica de Negócios pela Universidade Regional de Blumenau. 
Atuo como Administradora Pública de carreira no Estado de Santa 
Catarina, além de ser professora no Grupo Ser Educacional, no Centro 
Universitário de Brasília e na IDTALEM Educacional do Brasil. 
Atuei como Professora nos cursos Técnicos de Transação Imobiliária e 
Hospedagem, professora - tutora no curso de Graduação EaD da UFSC. 
Possuo experiência profissional na área de Administração com ênfase 
em áreas diversas, além de ser palestrante cadastrada na Marketplace 
Base SA.
A AUTORA
PATRICIA MARREIRO DOS SANTOS
SUZY CRISTINA RODRIGUES
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem 
significam:
OBJETIVO
Breve descrição do objetivo 
de aprendizagem; +
OBSERVAÇÃO
Uma nota explicativa 
sobre o que acaba de 
ser dito;
CITAÇÃO
Parte retirada de um texto;
RESUMINDO
Uma síntese das 
últimas abordagens;
TESTANDO
Sugestão de práticas ou 
exercícios para fixação do 
conteúdo;
DEFINIÇÃO
Definição de um 
conceito;
IMPORTANTE
O conteúdo em destaque 
precisa ser priorizado;
ACESSE
Links úteis para 
fixação do conteúdo;
DICA
Um atalho para resolver 
algo que foi introduzido no 
conteúdo;
SAIBA MAIS
Informações adicionais 
sobre o conteúdo e 
temas afins;
+++
EXPLICANDO 
DIFERENTE
Um jeito diferente e mais 
simples de explicar o que 
acaba de ser explicado;
SOLUÇÃO
Resolução passo a 
passo de um problema 
ou exercício;
EXEMPLO
Explicação do conteúdo ou 
conceito partindo de um 
caso prático;
CURIOSIDADE
Indicação de curiosidades e 
fatos para reflexão sobre o 
tema em estudo;
PALAVRA DO AUTOR
Uma opinião pessoal e 
particular do autor da obra;
REFLITA
O texto destacado deve 
ser alvo de reflexão.
SUMÁRIO
UNIDADE 01
A Educação Popular, seu conceito e histórico ......................10
Educação Popular .....................................................................10
Conceito............................................................................12
Histórico da Educação Popular ................................................14
Paulo Freire e a Educação Popular na América Latina ....25
O saber surge e circula: Educação Popular .........................27
Movimentos da Educação Popular ...........................................29
Movimento de Cultura Popular .......................................30
Centros Populares de Cultura ..........................................31
O Movimento de Educação de Base ................................32
Movimento Brasileiro de Alfabetização ..........................33
Fundação EDUCAR ........................................................34
Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania ..................34
Programa de Alfabetização Solidária ...............................35
Programa Brasil Alfabetizado ..........................................35
Movimento de Alfabetização de jovens e Adultos ...........35
Educação Popular em Saúde ............................................35
Educação Popular do Campo ...........................................37
Educação Popular em Assistência Social. ........................39
Educação Popular 7
Terminologia Popular: construindo conceitos .....................41
A Educação Popular hoje ......................................................45
UNIDADE 02
Senso comum e construção científica da Educação Popular .. 54
Tipos de Conhecimento ...........................................................55
Relação entre Saber Popular e Científicos ...............................59
O perfil do educador na atuação mediante o desafio da Educação 
Popular .....................................................................................60
Competências e Virtudes dos Educadores ...........................61
Papéis dos Educadores (as) Populares .....................................66
Desafio da Educação Popular ...................................................73
Metodologias na educação popular ......................................76
Educação Popular como Metodologia .....................................77
Educando (a), cidadão: o (a) protagonista da sua aprendizagem. 77
Metodologia Aplicadas na Educação Popular ..........................79
Conceituando Comunidade ...................................................90
O que é uma Comunidade ........................................................91
Nova forma de Organização das Comunidades em Rede ........95
UNIDADE 03
Projetos multidisciplinares envolvendo as concepções da 
Educação Popular ................................................................104
Conceitos essenciais dos projetos multidisciplinares ...........104
Etapas, Objetivos dos Projetos Multidisciplinares .................110
Educação Popular8
Fontes de recursos financeiros públicos para os projetos 
multidisciplinares na educação popular .................................117
Fontes de recursos financeiros privados para os projetos 
multidisciplinares na educação popular .................................122
Iniciativas de projetos multidisciplinares na educação popular .127
Ampliando a percepção dos educadores acerca de: liberdade, 
justiça, igualdade e felicidade .............................................142
A avaliação na perspectiva da Educação Popular ............148
Aspectos gerais da avaliação na educação popular ................148
Princípios para buscar uma forma para avaliar melhor .........153
Estudo de caso sobre Educação Popular ............................159
UNIDADE 04
Reflexão crítica sobre o papel da Educação junto aos setores 
populares ...............................................................................168
Considerações sobre a Educação no Brasil ............................168
Aspectos da Constituição da República Federativa do Brasil e Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação a respeito da educação ........175
Redes Interorganizacionais na Educação Popular (RIEP) ...178
Em busca da superação de barreiras escolares utilizando a 
educação popular .................................................................181Redes Públicas de Cooperação Federativa do campo: movimentos 
sociais .....................................................................................183
Educação para a Cidadania Global (ECG) .............................186
Comunidade de Aprendizagem (CA) .....................................188
Rede Internacional de Educação Popular (RIEP) ..................190
Educação Popular 9
Conselho de Educação Popular da América Latina y El Caribe 
(CEALL) ................................................................................192
Desafios da Educação popular nos tempos atuais .............194
Tendências da Educação Popular no Cenário Político-social 
Brasileiro ...............................................................................205
A Implantação e Implementação da Política Pública para a 
educação Popular ...................................................................206
Redes Públicas de Cooperação Federativa do Campo: Estado e 
Políticas Públicas ...................................................................216
Pedagogia por projetos ...........................................................218
Educação Popular10
Educação Popular 11
UNIDADE
01
CONCEITOS E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO POPULAR 
Educação Popular12
Na primeira unidade de nossa disciplina, conheceremos 
os conceitos e a história da educação popular. Iniciaremos 
nossos estudos conversando sobre a educação popular, seu 
conceito e histórico o seu público que são os cidadãos em 
situação de vulnerabilidade social, em especial a econômica; a 
sua vinculação com os movimentos sociais; os fatos relevantes; 
a diferença entre a educação popular da educação de jovens e 
adultos e demais aspectos. Em seguida abordaremos a respeito 
do saber que surge e circula nas representações e importâncias 
dos Movimentos Sociais como o Movimento de Educação de 
Base (MEB); Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais 
(hoje MMC); Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de 
Rua; Centro Popular de Cultura de iniciativa da União Nacional 
dos Estudantes (UNE). Após, estudaremos a Terminologia 
Popular com a criação da Rede de Educação Cidadã (RECID), 
uma vivência inovadora na área da Educação Popular e a 
promoção da Educação Popular pelos Direitos Humanos. Então, 
chegaremos à educação popular de hoje é entendida como o 
conjunto de normas fundamentado na soberania popular, na 
justiça social e no respeito integral aos direitos humanos, e sua 
valorização é imediato para a expansão e a materialização dos 
direitos. Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste 
universo, preparado(a)?
INTRODUÇÃO
Educação Popular 13
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1. O nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 
OBJETIVOS
1 Compreender o conceito; o histórico e o contexto 
da educação popular;
2 Identificar o surgimento do saber e as organizações 
da educação popular;
3 Conhecer a terminologia popular;
4 Entender o processo de educação popular nos dias 
de hoje.
Vamos iniciar uma viagem sem volta, rumo ao conhecimento!
Educação Popular14
A Educação Popular, seu conceito e 
histórico
Você sabia que a origem da Educação Popular perpassa pelos 
Movimentos Sociais Populares de luta e resistência do povo 
na América Latina? Surgindo e se firmando como uma opção 
das teorias e práticas educativas, opondo-se às pedagogias e 
práticas tradicionais e liberais à disposição da exploração da 
força de trabalho, conservação da organização do poder político 
e domínio cultural. Nasceu e se institui a educação popular 
ligada a organização e mobilização dos trabalhadores da cidade 
e do campo, ao empoderamento em busca da transformação da 
sociedade.
SAIBA MAIS
Também, os importantes fatos da concepção de educação 
popular brasileira podem dar significativas contribuições, 
entendimentos das ressignificações da educação popular de 
hoje e os pontos de vistas orientadores da prática educativa dos 
Movimentos Sociais do Campo, especificamente, o Movimento 
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e outros movimentos que 
desenvolvem ações com base nas ideias de educação popular 
formadas no decorrer do processo histórico.
Educação Popular
O que vem a sua mente ao ouvir falar em educação 
popular? Conhece o seu significado? Se já ouviu falar e sabe o 
que significa vai poder rever e até mesmo reestruturar o que já 
sabe, agora se ainda não conhece vai ter a oportunidade de se 
apropriar...
Educação Popular 15
Essa modalidade de educação originou-se do saber 
(conhecimento) construído pelos cidadãos na busca dos seus 
direitos - nas Comunidades, Associações de Bairros, Conselhos 
Comunitários, Conselhos de Direitos, Movimentos Sociais, e, 
atualmente nas entidades coletivas: Organizações Sociais - 
Organizações não Governamentais, Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público, Redes de Filantropia, Escolas de 
Conselhos de Direitos e demais formas de organização com o 
objetivo de fomentar a educação popular a toda a sociedade. 
A Educação Popular, muitas vezes, é confundida com 
a educação de jovens e adultos, não formal e de educação 
comunitária, mas, esses vocábulos não são sinônimos, ainda 
que sejam muitas vezes nuances da educação popular. Agora 
acompanhe e perceba as diferenças entre elas!
 �Educação comunitária – voltada a educação de pessoas 
e grupos sociais de comunidades em situação de vulnerabilidade 
social.
 �Educação popular – é um dos ramos da educação 
comunitária. Busca assegurar e efetivar, por meio da educação, 
os direitos do povo.
 �Educação de jovens e adultos – é uma área especializada 
da educação popular para os cidadãos jovens e adultos.
Processo de Educação Popular. 
http://bit.ly/2BfExfA
ACESSE
http://bit.ly/2BfExfA
Educação Popular16
Dando continuidade ao nosso aprendizado conceituando 
a educação popular, no entendimento de três autores da área. 
Lembrando que existem outras definições e conceitos de 
educação popular.
Conceito
Iniciaremos com o conceito de Paulo Freire – precursor da 
educação popular no Brasil e na América-latina.
A educação de adultos era entendida a partir de uma visão das 
causas do analfabetismo, como educação de base, articulada 
com as “reformas de base”, defendidas pelo governo popular/
populista de João Goulart. Os CPCs (Centros Populares de 
Cultura), extintos logo depois do golpe militar de 1964 e o MEB 
(Movimento de Educação de Base), apoiado pela Igreja e que 
durou até 1969, foram profundamente influenciados por essas 
ideias: https://bit.ly/2v3OHQX. 
SAIBA MAIS
Entendo a educação popular como o esforço de mobilização, 
organização e capacitação das classes populares; capacitação 
científica e técnica. Entendo que esse esforço não se esquece, que 
é preciso poder, ou seja, é preciso transformar essa organização 
do poder burguês que está aí, para que se possa fazer escola 
de outro jeito. Há estreita relação entre escola e vida política 
(FREIRE, 1993, P.19).
DEFINIÇÃO
https://bit.ly/2v3OHQX
Educação Popular 17
Figura 1: Educação popular
Fonte: pixabay
Veremos o conceito da educação popular na visão de 
Ebenezer Takuno de Menezes de e Thais Helena dos Santos.
Na concepção de Menezes, Santos (2001) compreende o termo 
que tem origem relacionada aos movimentos sociais e define 
uma intervenção nos processos sociais e políticos pela educação, 
visando uma transformação social para uma vida mais justa.
DEFINIÇÃO
Avançamos com o conceito de Carlos Rodrigues Brandão.
Um saber da comunidade torna-se o saber das frações 
(classes, grupos, povos, tribos) subalternas da sociedade desigual. 
Em um primeiro longínquo sentido, as formas – imersas ou não 
em outras práticas sociais, através das quais o saber das classes 
populares ou das comunidades sem classes é transferido entre 
grupos ou pessoas, são a sua educação popular. (BRANDÃO, 
1986, p. 26)
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/Educação Popular18
Compreendido o conceito da educação popular passaremos 
ao estudo da evolução histórica da educação popular.
Histórico da Educação Popular
Vamos agora compreender os fatos históricos da Educação 
Popular no Brasil. 
Vimos que há uma confusão literária em relação aos 
significados da Educação Popular. Para que você entenda melhor 
trataremos da sua evolução histórica no Brasil, esclarecendo 
como aconteceu o processo de educação das classes populares.
 �Momento 1 – Aparecimento da Educação Popular 
anteriormente à Proclamação da República pretendendo ajudar 
no processo da libertação dos escravos, em 1888, para dar 
conhecimento dos direitos, da necessidade de libertação aos os 
escravos e embasar o movimento operário socialista no fim do 
século XIX.
Figura 2: Escravos e os seus direitos e a necessidade de sua libertação.
Fonte: pixabay
 �Momento 2: Na Primeira República, a classe elitizada 
economicamente e politicamente pouco importaram-se pouco 
com a educação popular - priorizavam outros fatos considerados 
mais relevantes como a política de suspensão de seus privilégios. 
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular 19
 �Momento 3: O Movimento Operário, nos anos de 
1889 a 1909, tinha a Educação Popular como uma maneira de 
compreender os grupos de trabalhadores, que reivindicavam o 
ensino profissional e técnico, gratuito e a extensão do ensino 
básico. Com essa atitude os trabalhadores tornaram-se os 
guardiões dos ideais de igualdade, justiça e distribuição de renda 
- desejando adicionar o saber científico, ao saber elaborado por 
meio dos conhecimentos inseridos na prática do trabalhador e 
com esse movimento a educação passou a ter uma natureza de 
formação política em função aos ideais de igualdade, justiça 
social e distribuição de riqueza.
Figura 3: Ideais de justiça social
Fonte: pixabay
Observem a iniciativa criativa dos operários!
 �Momento 4: Foi um período em que os operários 
criaram as bibliotecas populares e escolas operárias destinadas 
às crianças e aos adultos - mantidas por eles e com recursos 
públicos, por causa da disputa ocorrida com as entidades 
religiosas. Com o passar do tempo, foi surgindo dificuldade 
de profissionais qualificados para o trabalho nas atividades de 
Educação Popular, dificultando o seu funcionamento. 
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular20
Figura 4: Bibliotecas populares
Fonte: pixabay
Seguimos com o quinto momento!
 �Momento 5: Mesmo sendo a educação popular um 
esforço de mobilização, organização e capacitação das classes 
populares - era desfavorável o pleito pelo ensino gratuito e público 
dos operários anarco-sindicalistas e anarquistas. Desconfiados 
argumentavam que essa modalidade de ensino beneficiava os 
interesses do clero e da burguesia, então se isolavam dos demais 
trabalhadores que solicitavam as escolas para os seus filhos. Tais 
operários libertários lideravam o grupo dos “contra a ordem” nos 
anos de de 1910 a 1922 – entendiam a educação popular como 
a luta contra o Estado, a luta contra a igreja, contra o capital, 
e favorável a liberdade. Em consequência os fundamentos das 
práticas educativas baseavam-se na razão e não na fé, com a 
finalidade de formar seres humanos livres.
Figura 5: Escolas operárias.
Fonte: pixabay
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular 21
 �Momento 6: A Educação Popular, partir de 1922, passou 
a ter outro significado, além de lutar a favor da escola pública, 
universal, laica e gratuita, também, passou a lutar pela escola 
“unitária‟, isto é, por uma mesma forma de ensino para todos. 
Assim, a educação, nesse período, é implementada pela junção 
do ensino ao trabalho produtivo, administração colaborativa 
das escolas com os trabalhadores e formação politécnica. Nesse 
período, a contribuição do Partido Comunista foi expressiva na 
Educação Popular, pois influenciam na politização das massas.
Figura 6: lutar por educação é defender a justiça
Fonte: pixabay
 �Momento 7: Os operários, os libertários e os 
comunistas (as três forças políticas) determinantes no tempo da 
Primeira República e demais momentos históricos do Brasil, 
demonstraram a seu cuidado com a formação do poder popular, 
sendo que cada uma possui o seu propósito de luta. Sendo que 
a necessidade da concepção de Educação Popular materializou-
se a partir do aparecimento das classes populares no cenário 
político.
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular22
Figura 7: As três forças políticas - os operários, os libertários e os comunistas
Fonte: pixabay
Vejamos o cenário político do aparecimento das classes 
populares!
Percebe-se no decorrer da Primeira República, que a 
educação estava ligada à possibilidade de estruturação da 
sociedade de com maior justiça social, colaboração entre os 
cidadãos (pessoas), mais igualitária, estimulando a melhoria 
do bem-estar social dos vulneráveis, nessa situação dos 
trabalhadores.
 �Momento 8: Já no processo histórico do Brasil - nos 
períodos de reconstrução da democracia, percebemos, um 
intenso alvoroço das classes menos favorecidas, com uma imensa 
quantidade de atividades orientadas as suas reivindicações. De 
outra forma, entre de 1937 até o início da década de 1940, o 
Brasil tive um governo autoritário, que coibiu severamente 
as lutas e os pedidos dos movimentos populares - a Educação 
Popular também sofreu limitações de finalidade por parte desses 
governos.
Iniciando da Nova República, na década de 1930, percorre-
se por um tempo de sustentação do nacional desenvolvimentismo 
(substituição de importações ou sociedade urbano-industrial), 
encerrado em 1964 com a Ditadura Militar. 
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular 23
Figura 8: Ditadura militar, repressão política
Fonte: pixabay
 �Momento 9: Aconteceu concomitantemente nesse 
período de 1937 a 1945, a ditadura do Estado Novo – com grande 
repressão política, e consequente enfraquecimento da Educação 
Popular.
Figura 9: Estado Novo
Fonte: pixabay
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
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Educação Popular24
Entraram em confronto dois projetos de desenvolvimento 
para o Brasil, o liberalismo e o nacionalismo. Tais projetos 
de desenvolvimento constituíram uma imensa radicalização 
no cenário político brasileiro dos movimentos políticos - 
representados pelos integralistas de caráter fascista de extrema 
direita e pelos comunistas de esquerda.
 �Momento 10: A Educação popular, na década de 1950, 
fica mais forte. Passada a Segunda Guerra Mundial e com a 
retomada da democracia, firma a junção da esquerda e do setor 
industrial em favor do desenvolvimento - o país atravessava 
nesse período um forte processo de industrialização. E, os 
trabalhadores desfrutaram de maior liberdade e contribuição nas 
modificações acontecidas. Passando a educação a ser debatida, 
por ser um perído de novas teorias e práticas pedagógicas, 
visando a implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional - aprovada pelo Congresso Nacional em 1961. 
O Ministério da Educação (MEC) deu o seu apoio as 
convicções da educação popular, com o apoio do MEC as 
diversas instituições e movimentos populares, os impactos do 
ensino-aprendizagem da educação popular foram implantados ou 
ampliaram no Nordeste, nas Ligas Camponesas e do Movimento 
Agrário. Esses movimentos rurais e organizações, nos anos de 
1960, constituíram-se contrários ao emergente cenário,nesse 
tempo o desenvolvimentismo industrial e as forças políticas 
tinham privilégios. Concomitante a esse fato, nos bastidores do 
cenário político e econômico construía-se a Teoria do Capital 
Humano - subsidiando a elaboração de um conceito tecnicista, 
onde os custos da educação são vistos como os investimentos no 
“capital humano”.
Vejam que só a partir de 1960, com o entendimento de 
Paulo Freire – colaborador do pensamento pedagógico, com 
visão emancipatória da educação popular e o aparecimento dos 
movimentos populares, que se pesquisa uma pedagogia das 
classes populares. 
Educação Popular 25
 �Momento 11: Tempo marcado pelo Golpe da Ditadura 
Militar de 1964. Começou o processo de consolidação do projeto 
de modernização brasileira. Foi divulgado, nesse período, um 
projeto de desenvolvimento subordinado e ligado ao capital 
internacional – acontecendo na sociedade um embate entre 
democracia e direitos sociais contra a ditadura. 
Figura 10: Golpe de 1964 da Ditadura Militar.
Fonte: https://bit.ly/2VboRFa
 �Momento 12: Teve início à organização dos chamados 
“Novos Movimentos Sociais”, em 1978, assim, aconteceu o 
ressurgimento das lutas populares com o intuito de pleitear a 
flexibilidade política e o regresso ao estado de legalidade. 
Figura 11: Novos movimentos sociais
Fonte: pixabay
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular26
 �Momento 13: Chegando na década de 1980 deu-se 
a importância para a retomada da convicção dos direitos, na 
formação de um novo desenho de sociedade, da ligação da 
educação e do protagonismo das classes populares, no anseio 
da concreta participação das classes populares na cena política. 
Observa a sociedade sobre o que está sendo concebido pela 
sociedade civil, no ambiente das práticas educativas e escolas 
públicas, proporcionando o empenho intelectual de elaboração 
de uma concepção pedagógica brasileira e peculiar - a educação 
popular é vista como conceito de prática social.
Com a volta do debate sobre a educação e a pedagogia 
são melhorados os indicadores qualitativos e quantitativos, 
sendo atingida a dimensão dos direitos do ser humano, 
enquanto indivíduo social e cultural, e não somente como 
ferramenta do mercado de trabalho. Por outro lado, as pessoas 
são marginalizadas por fatores macrossociais (abrange parte da 
sociedade) e a pela própria escola. A escola é vista como um 
espaço de luta e possíveis contribuições para a desmistificação 
das contrariedades sociais e para a liberdade dos grupos 
populares.
Figura 12: Educação pública na esfera dos direitos do ser humano
Fonte: pixabay
E chegamos ao último momento histórico do nosso estudo!
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular 27
 �Momento 14: A Educação Popular que se alicerça neste 
momento e concentra teoricamente uma concepção de educação. 
Tal projeto educativo é simbolizado pela educação dos e por meio 
dos movimentos sociais populares. Os termos “povo sujeito de 
sua história” e “protagonismo popular” traduzem a direção das 
práticas educativas deste conceito de Educação Popular.
O embate fundamental desse tempo de construção histórica 
– definido como de crise civilizatória, refere-se ao de supressão 
e recolonização contra a resistência.
Figura 13: Crise civilizatória
Fonte: pixabay
É determinado o elo entre educação e política, educação e 
projeto de sociedade e entre educação e classe social. 
Aconteceu o surgimento e o ressurgimento da Comissão 
Pastoral da Terra (CPT); a Articulação dos Movimentos 
Populares ou Sindicais (ANAMPOS); as Comunidades Eclesiais 
de Base (CEBs); diversas Pastorais Populares; os Movimentos 
de Bairros; o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). 
Também, ocorreu a rearticulação dos Movimento de 
Justiça e Direitos Humanos; Movimento Negro Unificado 
(MNU); Movimento Sindical (CUT, CGT, USI); Movimento dos 
Trabalhadores Sem Terra; Movimento Nacional dos Meninos 
e Meninas de Rua; Movimento das Mulheres Trabalhadoras 
Rurais (hoje MMC); Movimento dos Atingidos por Barragens 
(MAB); o Movimento de Luta pela Moradia (MLM).
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular28
Além, desse acontecimento a década de 1990 foi marcada 
como um período de crise expressado na ausência de soberania 
nacional; na destituição de direitos; no bloqueamento do 
desenvolvimento societal; no processo de globalização; no 
alargamento da distância entre ricos e empobrecidos; na crise de 
valores; na crise dos referenciais socialistas; na violência e numa 
sociabilidade pautada pela razão instrumental e competitividade. 
Estudamos os acontecimentos históricos educação popular 
no Brasil, agora iremos aprender sobre a educação na América 
Latina e o pioneiro na educação popular Paulo Freire. Fique 
atento (a)!
Observem que a Educação Popular atingiu mais intensidade 
com o processo de modernização brasileira. Desse jeito, foi 
dada à educação popular a missão de oposição a esse projeto de 
modernidade – com início nos anos sessenta, setenta e oitenta. 
Porém, na década de oitenta, a Educação Popular passou por 
várias interpretações sobre a sua concepção educacional. 
Também, nesse período, contamos com a participação de 
militantes e intelectuais, - como Frei Beto, Victor Valla, Celso de 
Rui Beisiegel, Marcos Arruda e outros – os quais colaboraram 
imensamente para o pensamento e prática da Educação Popular 
no Brasil, com muitos movimentos e organizações populares.
REFLITA
Educação Popular 29
Paulo Freire e a Educação Popular na América Latina
O movimento pela educação popular, na América Latina, teve 
início na década de 1950 com uma acentuada história de ideias, 
práticas e acontecimentos na área da educação popular. Do ponto 
de vista do pensamento crítico sobre a educação, a educação 
popular compreende uma das heranças mais bonitas da América 
Latina ao pensamento pedagógico plural e universal.
EXPLICANDO MELHOR+++
Em grande parte, esse fato está ligado à vivência e 
experiência internacional de um dos seus mais notáveis 
representantes: Paulo Freire por onde esteve semeou os 
fundamentos de uma concepção emancipadora da educação 
popular. Nas últimas décadas, as sementes brotaram em diversas 
organizações e grupos agregando organização popular e 
conscientização. Diferentemente das idealizações educacionais 
originadas da burocracia ou da pedagogia com boas intenções, a 
educação popular tem origem, na América Latina, na chama dos 
conflitos populares, dentro e fora do Estado. Mas, quando Paulo 
Freire iniciou o ensino-aprendizagem na educação popular?
Paulo Freire começou a lecionar na Educação Popular nos 
anos de 1960, momento em que o índice de analfabetismo estavam 
acima dos parâmetros do país que atravessava um processo de 
desenvolvimento. Sendo que os conflitos no campo da cultura 
popular foi resolutiva para a definição de pressupostos teóricos 
metodológicos que conseguissem interferir na realidade social.
Tal modelo de crescimento ocasiona a desigualdade, 
miséria e violência e impede o desenvolvimento. Essa situação 
espelha uma das nuances da questão social - entendida como a 
maneira em que se concebe a forma de produção capitalista e a 
sua vinculação com o trabalho.
Educação Popular30
Figura 14: Paulo Freire e a educação popular
Fonte: https://bit.ly/2q9dnoC
Concebida a educação popular como uma visão geral da 
educação, contrariou à educação de adultos, estimulada pela 
educação estatal, e vem ocupando os espaços que a educação de 
adultos oficial não considerou relevantes. 
Um dos fundamentos provenientes da educação popular tem 
sido a criação de uma nova teoria embasada alicerçada na profunda 
consideração pelo pensamento linear que apresentam os ramos 
populares em sua prática cotidiana, questionando-o, apontando a 
teoria incluída na prática popular, teoria ainda não percebidapelo 
povo, problematizando-a, adicionando-lhe um raciocínio mais 
severo, científico e completo. No fim da década de 50, tinha-se 
duas possibilidades mais consideráveis na educação de adultos - a 
compreendida como educação libertadora, como “conscientização” 
(Paulo Freire) e concebida como educação funcional (profissional), 
ou seja, o condicionamento de mão-de-obra mais produtiva, 
vantajosa ao projeto de desenvolvimento nacional dependente.
Nos anos de 70, essas duas teorias permaneceram, a primeira 
percebida essencialmente como educação não formal – opção à 
escola – e, a segunda, como substituta da educação formal. Aqui 
no Brasil, amplia-se o sistema MOBRAL (Movimento Brasileiro 
de Alfabetização), com premissas opostas aos de Paulo Freire. 
Já em 1958 aconteceu o 2º Congresso Nacional de Educação 
de Adultos, no qual Paulo Freire participou. Apareceu a ideia 
de um programa permanente de enfrentamento do problema da 
http://www.sonoticiaboa.com.br/2014/03/11/obra-completa-de-paulo-freire-gratis-para-download/
Educação Popular 31
alfabetização que desencadeou no Plano Nacional de Alfabetização 
de Adultos, liderado por Paulo Freire e eliminado pelo Golpe de 
Estado de 1964, após de um ano de funcionamento. Seguimos 
com o próximo tópico o saber surge e circula.
O saber surge e circula: Educação Popular
A educação popular começa nas trocas das interações e da 
conversa permeado entre os sujeitos e se afirmando como educação 
transformadora? O conhecimento é flexibilizado – construído 
e reconstruído, baseando-se no diálogo, no crescimento do ser 
humano, pela conscientização e qualidade de seres incompletos. 
Como atividade educacional e fundamento pedagógico, 
a educação popular, está inserida em todos os continentes em 
forma de ideias e práticas diferenciadas. 
De acordo com Brandão (2006), a primeira experiência de educação 
com as classes populares, a que se deu, sucessivamente, o nome de 
educação de base - no Movimento de Educação de Base (MEB), 
por exemplo, de educação libertadora e mais tarde de Educação 
Popular, surge no Brasil no começo da década de 1960. Nasce, 
no interior de grupos e movimentos da sociedade civil, alguns 
deles associados a setores de governos municipais, estaduais, ou 
da federação. Começa como um movimento de educadores, que 
trazem, para o seu âmbito de trabalho profissional e militante, 
teorias e práticas do que então se chamou de “cultura popular”, e 
se considerou como uma base simbólico-ideológica de processos 
políticos de organização e mobilização de setores das classes 
populares, para uma luta de classes dirigida à transformação da 
ordem social, política, econômica e cultural vigente.
SAIBA MAIS
Educação Popular32
Figura 15: Movimento pela educação popular
Fonte: pixabay
Paulo Freire é considerado um dos intelectuais brasileiros 
que teve a sensibilidade e conseguiu entender os ideais dos 
oprimidos e transformando isso uma bandeira de luta, essa 
característica de Paulo Freire é devida a sua aptidão intelectual 
de estruturar o grupo dos trabalhadores na década de 1960 a fim 
de refletir o momento em que atravessavam e transformar isso 
em mecanismo de luta política - a exemplo os movimentos de 
cultura popular (estudaremos no próximo tópico).
IMPORTANTE
Liderada por Paulo Freire a alfabetização de adultos, foi fator 
agregador das massas, estratégia de extinção do analfabetismo, 
que ajudou no fortalecimento das classes populares no 
enfrentamento à violência. Essa a experiência de alfabetização 
ocorrida em Angicos (RN), em 1963, liderada por Paulo Freire 
e sua equipe foi reconhecida nacional e internacionalmente. O 
método dessa vivência aconteceu pelo período de 40 horas, onde 
se conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores(as) rurais. 
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
Educação Popular 33
Figura 16: Experiência de alfabetização de Paulo Freire e sua equipe.
Fonte: pixabay
Angicos 50 anos – vídeo do MEC 
https://www.paulofreire.org/videos
ACESSE
Em seguida, abordaremos alguns movimentos ligados 
à educação popular, os quais obtiveram destaque nacional ao 
longo da história.
Movimentos da Educação Popular
Abordaremos sete acontecimentos (movimentos) da 
educação popular brasileira:
1. Movimento de Cultura Popular (MCP);
2. Centros Populares de Cultura (CPCs);
3. Movimento de Educação de Base (MEB);
4. Movimento Brasileira de Alfabetização (MOBRAL);
5. Fundação EDUCAR;
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9rebro-%C3%A1rvore-id%C3%A9ia-educa%C3%A7%C3%A3o-4142336/
https://www.paulofreire.org/videos
Educação Popular34
6. Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC);
7. Programa de Alfabetização Solidária (EJA);
8. Programa Brasil Alfabetizado (PBA); 
9. Movimento de Alfabetização de jovens e Adultos 
(MOVA);
10. Educação Popular em Saúde (EPS).
11. Educação Popular no Campo (EPC).
12. Educação Popular em Assistência Social (EPAS).
Esses movimentos não aconteceram, obrigatoriamente, 
nesta ordem e isolados, pois uns se entrelaçam com outros em 
linha paralela. Começaremos a com o movimento de Cultura 
Popular.
Figura 17: Movimentos da educação popular
Fonte: https://bit.ly/2RbOfZz
Movimento de Cultura Popular 
Criado em Recife o MCP, em 1960, referenciando 
o francês peuple et culture (povo e cultura), nasceu da 
ação empreendedora de intelectuais, estudantes, e artistas 
pernambucanos conjuntamente com à prefeitura de Recife, 
quando Miguel Arraes era o gestor. O seu objetivo era incentivar 
a alfabetização de adultos e proporcionar acesso da cultura a 
https://tiraduvida.info/eja-2018-inscricoes-2-semestre-2018/
Educação Popular 35
todas as pessoas. Desta forma, a ideia era descobrir uma maneira 
própria, isto é, formular uma estratégia educativa baseada na 
cultura e nos hábitos locais. As suas atividades pretendia a 
conscientização dos cidadãos por meio da educação de base e 
alfabetização, objetivando à formação da convicção política que 
preparasse a população para a participação social. 
Desta forma, os estudantes adaptavam-se a viver como 
cidadãos, conscientes de seus direitos e deveres podendo agir 
na sociedade transformando-se e sendo alfabetizados. Em 
função do golpe militar tal movimento foi eliminado, em 1964, 
e diversos dos participantes foram presos e exilados em outros 
países e entre eles Paulo Freire.
Seguimos para o próximo movimento de cultura e 
educação popular.
Centros Populares de Cultura 
A formação dos CPCs é produto da organização de jovens 
intelectuais da União Nacional dos Estudantes (UNE) e artistas 
ligados ao Teatro de Arena de São Paulo, em 1961, pelo governo 
estadual da Paraíba. Acabando o movimento em 1963 por motivo 
da perseguição militar iniciou. 
O acesso à cultura pela classe baixa renda, era a meta 
dos CPCs, assim os participantes deste movimento utilizavam 
música, peças teatrais e demais maneiras para difundir a cultura 
aos cidadãos e em seguida por meio de livros onde começou 
a alfabetização. O intuito era instituir um movimento dirigido 
às diferentes parcelas de trabalhadores afim de disseminar, 
promover, difundir o teatro político. Por meio do circo “Tomatão” 
os participantes do movimento percorriam os bairros ofertando 
palestras; filmes; espetáculos; exposição de artes; assistência 
jurídica e médica classe popular e periférica. Também, obtiveram 
destaque pelas atuações com teatros de rua elaborados em 
simbologia popular e por novas formas de conceber cultura, arte 
e novas posturas.
Educação Popular36
Também estavam entre os movimentos realizados os 
programas e as campanhas desenvolvidos para combater 
o analfabetismo como exemplo a campanha de educação 
popular (CEPLAR) – as técnicas de Paulo Freire prevaleciam 
para informar as pessoas da situação vivida sendo o propósito 
fundamental: a conscientização. 
Por ser considerado uma ação de metodologia comunista 
foi extinto com a ditadura militar. Será apresentado o terceiro 
movimento de cultura e educaçãopopular. 
O Movimento de Educação de Base 
Originado, também, nos primeiros anos da década de 
1960, era uma ação da Igreja Católica, com apoio do governo 
federal, buscava auxiliar a alfabetização da população, com 
ênfase na rural, preparando-a para intervir em diálogos da época, 
especialmente sobre a reforma agrária. As dinâmicas de animação 
e as escolas radiofônicas eram aplicadas como instrumento, 
metodologia, para o desenvolvimento do trabalho, a fim de 
promoverem a interação e relaxamento do grupo. O movimento 
atravessou por diferentes momentos de suas atividades, fluxos 
e refluxos, mas jamais deixou de existir. Atualmente, deseja 
condições para retomar sua proposta original.
A educação era concentrada na conscientização do ser, como 
sujeito crítico de uma sociedade. Assim, a igreja importava-se 
com a formação crítica do cidadão, para que, se desprendesse 
do pensamento ideológico ocasionado pelos dominantes e 
conduzisse na transformação da sociedade, dessa forma, 
precisaria partir dos anseios e dos meios populares de libertação.
IMPORTANTE
Passamos ao quarto movimento de cultura e educação popular.
Educação Popular 37
Movimento Brasileiro de Alfabetização 
Passados os anos 60 os movimentos dispuseram de um 
olhar mais considerável pelas autoridades e em 1967 apareceu 
o movimento com o período maior da época o MOBRAL, o 
qual foi implantado pela Lei n° 5.379 de 15 de dezembro de 
1967, o país atravessava o tempo da ditadura, de imposição - 
esse movimento era influenciado imensamente pelo método 
Freiriano, pois o aprendizado era por meio das palavras 
geradoras, porém tais palavras não eram originadas através de 
diálogos com os alunos sobre o contexto do dia-a-dia, em um 
processo construtivo de aprendizagem, esses termos (palavras) 
passaram a ser apresentadas pelos tecnocratas, objetivando a 
aprendizagem básica, apenas o que era essencial aprender. 
Lei n° 5.379 de 15 de dezembro de 1967 - Provê sobre a alfa-
betização funcional e a educação continuada de adolescentes e 
adultos. http://bit.ly/2MfWwsC
SAIBA MAIS
Esse movimento ofertava programas que visavam a profissio-
nalização, o desenvolvimento do vocabulário e cultura, a 
aprendizagem da escrita e leitura, entre outras funções, mas 
as atividades muito automáticas, com isso os estudantes não 
assimilaram o aprendizado realmente, mais sim uma repetição do 
conhecimento, não alcançavam uma formação crítica necessária 
para a vida em sociedade.
IMPORTANTE
Educação Popular38
Conheceremos agora o Programa da Fundação EDUCAR.
Fundação EDUCAR 
Esse movimento foi substituto do MOBRAL em 1985 e 
entendeu até 1990, sendo transferido os recursos financeiros do 
MOBRAL para o EDUCAR, assim as intenções de ambos não 
divergem. Assegurava a educação de pessoas excluídas ou não 
ingressaram na escola em idade adequada. 
Avançamos para o sexto programa de educação.
Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania
Implantado oficialmente, em 11 de setembro de 1990, pela 
Presidência da República, cuja finalidade era a redução de 70% 
do analfabetismo brasileiro, no período de cinco anos.
Foi instiuída em novembro do mesmo ano, por Decreto, 
uma Comissão do PNAC – para tratar das atividades do programa. 
O Governo Federal pretendia complementar as atividades 
de alfabetização suspensas pela inatividade da Fundação Educar, 
objetivando, no ano internacional da alfabetização, estabelecido 
pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas 
(ONU), a participação do Brasil. Previa a proposta governamental 
o Art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - o
esforço prioritário do estado a fim de sensibilizar todas as áreas
da sociedade e executar os recursos financeiros na erradicação
do analfabetismo e da universalização do ensino fundamental,
no primeira década da promulgação da Constituição.
O Governo Brasileiro com os seus ideais de modernização 
deparou-se com um dos fatores mais críticos do atraso e subdesen-
volvimento do país – o analfabetismo. A questão era como se 
proceder diante dessa situação e que parâmetros se basear para 
sanar parte da dívida social do Brasil?
Educação Popular 39
Programa de Alfabetização Solidária
Surgiu, em 1997, na gestão de Fernando Henrique 
Cardoso, tinha com o propósito de inserir os cidadãos não 
alfabetizados na Educação de Jovens e Adultos (EJA), os 
educadores capacitavam-se sendo uma educação reconhecida 
pelo Ministério da Educação (MEC) e passado o tempo esse 
programa passou a ser chamado de AlfaSol, transformando-se 
em uma organização não-governamental e até hoje o programa 
faz-se existe em algumas regiões do país.
Programa Brasil Alfabetizado
O seu principal objetivo era de erradicar do analfabetismo e 
também pretendia a inclusão social dos cidadãos analfabetos, foi 
criando em 2003, no Governo Lula. A metodologia utilizada da 
alfabetização a curto prazo, por meio de cartilhas por exemplo. 
Movimento de Alfabetização de jovens e Adultos
Sendo que em paralelo ao PBA institui-se o MOVA, 
em 1990, baseado em Paulo Freire - pretendendo também 
a extinção do analfabetismo e a inclusão social. Contudo, o 
ensino inspirava-se na visão de mundo dos estudantes, incluída 
a criticidade nas discussões dos temas geradores, esse programa 
permanece até 2013 em alguns locais e foi relevante à história 
do analfabetismo nacional, devido a alfabetizar mais de 200.000 
(duzentas mil pessoas).
Vamos nos apropriar de como ocorre a educação popular 
em saúde.
Educação Popular em Saúde
Pode-se afirmar que o marco da educação popular em 
saúde é a educação sanitária uma maneira de estruturar as 
práticas educativas popular em saúde. E, qual o início dessas 
práticas? 
Educação Popular40
Iniciada, no fim do século XIX e fortalecida ao longo 
do século XX, em um contexto social de mudanças - extinção 
da escravidão, emergência de novas formas de organização 
econômica e do trabalho, desenvolvimento do comércio, 
aparecimento das primeiras indústrias, expansão desordenada 
das cidades, doenças como a varíola, febre amarela, peste 
bubônica, e as doenças transmissíveis - ocasionaram muitas 
mortes e danos econômicos e, o aumento da desigualdade social, 
da pobreza.
A área da saúde compõe um sistema de práticas educativas, 
em vários espaços desenvolve-se ações de educação em saúde 
– nos domicílios, consultórios, grupos, nas praças, entrada dos 
serviços, domicílios, praças e, também na rua. Visualmente, as 
operações de educação em saúde são promovidas nos panfletos, 
cartazes, nas campanhas e outros materiais encontrados nos 
serviços de saúde, nos demais espaços sociais fortalecedores das 
atividades educativas como a internet, televisão e redes sociais. 
Em novembro de 2017, o Ministério da Saúde (MS) 
instituiu a Política Nacional de Educação Popular em Saúde 
(PNEP-SUS) – sugere metodologias e tecnologias para o 
fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A PNEP-SUS 
consiste em uma prática orientada para a promoção, a proteção 
e a recuperação da saúde a partir do diálogo entre a diversidade 
de saberes, valorizando os saberes populares, a ancestralidade, a 
produção de conhecimentos e a inserção destes no SUS.
São quatro eixos estratégicos da educação popular em saúde:
 � Participação, controle social e gestão participativa;
 � Formação, comunicação e produção de conhecimento;
 �Cuidado em saúde e a;
 � Intersetorialidade e diálogos multiculturais.
Educação Popular 41
Essas metodologias e práticas da EPS permitem a interação 
e integração entre os trabalhadores e usuários, as equipes de saúde 
e os espaços das práticas populares de cuidado, o cotidiano dos 
conselhos e dos movimentos populares, dando novo significado 
aos saberes e práticas.
A Resolução n. 15, de 30 de março de 2017 que homologa o 
Plano Operativo para a implantação da Política de Educação 
Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS). http://bit.ly/2MJUzUf
SAIBA MAIS
Vídeo de Educação Popular em Saúde, Formação em Debate. 
http://bit.ly/2oIBEBaUniversidade Aberta do SUS. https://www.unasus.gov.br
ACESSE
Agora vamos conhecer um pouco sobre a educação popular 
do campo.
Educação Popular do Campo
Os processos de educação para o campo seguiram da 
necessidade de modernizar a educação, diante de um ensino 
conservador. A educação do campo trouxe o papel transformador 
de atitudes, as interações entre mulheres e homens do campo, o 
grau de suas pretensões, e contribuir com a sua participação no 
processo de mudança tecnológica. 
https://www.unasus.gov.br/
Educação Popular42
Esse processo foi viável por meio de uma educação 
envolvida com a organização socioeconômica educação e 
agrária. Mas, essa modalidade de educação deixou de lado 
fatores relevantes e essenciais ao completo desenvolvimento 
do campo - desconsideram aspectos estruturais, impossíveis de 
serem separados do processo de ensino-aprendizagem. 
As questões estruturantes que não podem estar separadas 
da educação no campo - a imensa variedade e diferenças das 
condições sociais de vida na agricultura e produção; a relação 
submissão da população rural trabalhadora a uma organização 
e a um fluxo de crescimento da agricultura que favorece os 
interesses da propriedade fundiária e do capital; e a situação 
agrária que tem a problemática da terra como o ponto de ligação 
das diversas lutas e anseios dos trabalhadores rurais.
Esses conflitos para o total desenvolvimento do território do 
campo brasileiro foram encobertos por programas educacionais, 
com a finalidade, de certa forma, recompensar falhas. Quanto, 
as políticas voltadas à educação rural - foram orientadas à 
disseminação de métodos e produtos agrícolas e alcançou um 
número pequeno de produtores.
O problema agrário pulsante não entrou nos debates 
educacionais organizados pelos programas de governo – a 
explicação é o conservadorismo, o qual também esclarece as 
atitudes sobre a educação na área rural brasileira. 
Marco de Referência da Educação Popular para as Políticas 
Públicas. http://bit.ly/2Bcdsd1
SAIBA MAIS
Educação Popular 43
Finalizaremos a nossa abordagem apresentando a educação 
popular de Assistência Social. 
Educação Popular em Assistência Social.
Essa modalidade de educação popular ligada a Assistência 
Social tem origem nos serviços sociais iniciados em ações 
de filantropia, em especial, os serviços sociais de entidades 
religiosas – como exemplo as Igrejas que ofereciam auxílio as 
pessoas e famílias carentes. Hoje essa ajuda ainda acontece, pois 
infelizmente ainda temos na sociedade cidadãos e famílias em 
situação de pobreza e vulnerabilidade social. Com o avançar dos 
tempos, os cidadãos organizaram-se em Associações de Bairros, 
Conselhos Comunitários, Conselhos de Direitos, Movimentos 
Sociais,Organizações Sociais - Organizações não Governamentais, 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, Rede de 
Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS), Redes de Filantropia, Escolas de Conselhos de Direitos 
e demais formas de organização com o objetivo de fomentar a 
EPAS aos cidadãos e trabalhadores da Assistência Social.
Com a promulgação da Constituição da República 
Federativa do Brasil (CF/1988) no seu Art. 6 - Direitos Sociais 
a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparado a 
Educação Popular de Assistência Social vem desenvolvendo-se 
com maior participação e conscientização da sociedade.
Educação do campo por Paulo Rodrigues Brandão. 
http://bit.ly/2qh3zZz
ACESSE
Educação Popular44
Em 2013 foi instituída a Política Nacional de Educação 
Permanente do SUAS – PNEP/SUAS estabelece os princípios e 
diretrizes para a instituição da perspectiva político-pedagógica 
fundada na educação permanente na Assistência Social, para 
qualificar os (as) gestores, trabalhadores, conselheiros e usuários 
dos serviços socioassistenciais. 
Vamos agora para sugestões para você alimentar seu banco de 
dados: Política Nacional de Educação Permanente do SUAS. 
http://bit.ly/35DEtEv.
Escola Aberta do Terceiro Setor. http://bit.ly/2BkjoRf. 
Educação Popular de Assistência Social em Florianópolis, Santa 
Catarina. http://bit.ly/35CcYv2
ACESSE
RESUMINDO
As modalidades de Educação Popular são retratadas pelas 
intervenções nos e dos movimentos populares. O que se deseja 
que você aluno observe são as descrições de suas ações a maneira 
pela qual criam a prática educativa associada à conscientização 
sobre os direitos. Ora pela forte influência da cultura, ora pela 
ideologia da busca pela alfabetização, elas não estariam fora 
do processo formativo, da proposta de formação do indivíduo 
frente a luta maior por seus direitos.
Educação Popular 45
Terminologia Popular: construindo 
conceitos
Existem termos e conceitos que fazem parte da educação 
popular, e precisamos ficar atentos (as) a eles! Vamos conhecer 
esses termos e conceitos, iniciando com o conceito de Direitos 
Humanos – o qual dá significado aos demais conceitos, que 
vamos estudar. 
Direitos Humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, 
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, 
religião ou qualquer outra condição. Incluem o direito à vida e 
à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao 
trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem 
estes direitos, sem discriminação. Estabelece as obrigações dos 
governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem 
de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos 
e as liberdades de grupos ou indivíduos (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS -ONU, 2019).
E o que vem a ser sociedade? Sociedade conjunto de indivíduos 
politicamente organizados que partilhando de objetivos comuns dão 
sentido à vida e justificam a concepção do homem como um ser de 
relações, capaz de fazer história própria. Contrato através do qual 
duas ou mais pessoas associam recursos e esforços para alcançar 
um objetivo comum (Glossário de Direitos Humanos da Secretaria 
de Justiça, Trabalho e Direitos Humanos do Paraná, 2019).
DEFINIÇÃO
Seguimos para o próximo conceito essencial, para a 
educação!
Educação Popular46
 �Comunitário – comum a vários indivíduos, relativo a 
sociedade. O conceito de comunidade será estudado na unidade 2.
Agora, vamos ao conceito de popular!
 �Popular – No dicionário Aurélio online o vocábulo 
popular é entendido como o homem do povo, relativo ou pertencente 
ao povo, que é usado ou comum entre o povo, que é do agrado 
do povo, vulgar, notório, democrático, o povo, com interpretações 
distintas dependendo de quem a faça e com quais finalidades. 
Figura 18: Origem da palavra popular.
Fonte: pixabay
Compreendido os conceitos de Direitos Humanos, Socie-
dade, Comunitário, podemos entender o conceito de Classe!
Classe - termo usado para dar a ideia de que existem distâncias 
sociais significativas na sociedade. Isso quer dizer que indivíduos 
e grupos são diferentes entre si e ocupam lugares diferentes na 
sociedade (INFOESCOLA, 2019).
DEFINIÇÃO
https://pixabay.com/pt/photos/educa%C3%A7%C3%A3o-dicion%C3%A1rio-palavra-390765/
Educação Popular 47
Vejamos o conceito de cidadão!
Cidadão - indivíduo que pertence a uma sociedade 
organizada, sendo titular de direitos e obrigações; quem 
participa da vida social e política através do voto e de outras 
formas; cidadão do mundo: pessoa que exerce sua participação 
social e política independentemente de fronteiras (ABC DOS 
DIREITOS HUMANOS, 2003).
Conceito de cidadania – relacionado ao conceito de 
cidadão! Cidadania - definida como o pleno pertencimento dos 
indivíduos a uma comunidade política por meio de um status, 
isto é, situação social que garante aos indivíduos direitos e 
deveres, liberdades e restrições, poderes e responsabilidades 
(DICIONÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS DA ASSISTÊNCIA 
SOCIAL, 2007).
Outros conceitos que perpassam pela educação popular 
são os justiça social e desenvolvimentointegral do ser humano. 
Confira!
Justiça Social - no Brasil, a justiça social tornou-se um 
dos pilares da constituição brasileira de 1988. Hoje, as políticas 
sociais estão incluídas em iniciativas dos governos federal, 
estadual e municipal, em colaboração com a sociedade civil. 
As políticas econômicas e sociais buscam garantir o direito à 
saúde e educação e acesso aos bens de consumo, lazer e novas 
tecnologias, através do aumento da renda e capacidade de 
consumo (SITE BRASIL.GOV, 2019).
Seguimos para o conceito de Desenvolvimento Integral do 
Ser Humano!
Este conceito de desenvolvimento integral no contexto da 
educação integral diz respeito a compreensão de que a educação, 
enquanto processo formativo, deve atuar pelo desenvolvimento 
dos indivíduos nas suas múltiplas dimensões: física, intelectual, 
social, emocional e simbólica (CENTRO DE REFERÊNCIA 
DE EDUCAÇÃO INTEGRAL, 2019).
Educação Popular48
Vamos saber mais sobre a construção desses termos e 
conceitos!
Atravessou a Educação Popular por diversos momentos 
de educação e estruturação, desde a procura da compreensão 
até a defesa dos direitos humanos prejudicados pelas ditaduras 
militares, sangrentas e violentas, as quais ceifaram a vida de 
diversos (as) militantes populares. A educação popular atestou o 
otimismo guerreiro da operação de alfabetização da Nicarágua, 
o sistema de Educação Popular de adultos manipulado com 
ataques, até a convivência com a Educação Popular que elaborava 
peças pequenas de artesanato, reunia roupas usadas e sussurrava 
com ódio, remoendo raiva junto com a falta de oportunidades de 
trabalho na periferia urbana.
Entendida a educação uma maneira preferida na promoção 
dos direitos humanos - priorizar a formação de agentes públicos 
e sociais para influenciarem no segmento escolar e não escolar, 
inserindo os sistemas de educação, justiça e segurança, saúde, 
comunicação e informação, mídia e outros. Assim, precisa-se 
integrar e aperfeiçoar os ambientes de participação existentes, 
como também criar espaços novos e condições corporativas de 
formação e monitoramento das políticas públicas de direitos 
humanos no País.
Faz-se necessário, em tempos de crise, a compreensão 
do motivo de algumas experiências educacionais no segmento 
popular conseguiram resultados e outras não. E, quais as lições 
podemos obter dos trajetos já percorridos, como impulsionar 
e reavivar o sonho sobre as análises teórico-práticas para a 
elaboração de um projeto de Educação Popular.
Ao longo desses 50 (cinquenta) anos, podemos considerar 
que, aconteceu a expansão da Educação Popular embasada nos 
fundamentos teórico metodológicos freirianos como método de 
atividade com as áreas populares - sistemas públicos de educação, 
movimentos sociais, movimentos de alfabetização, sindicatos, 
afinal, existe, no agrupamento da sociedade, movimentos e 
Educação Popular 49
grupos que resistem dia-a-dia à predominância capitalista, por 
meio de um costume (práxis) da Educação Popular. O sonho da 
possibilidade de transformação da sociedade - é o sonho que 
alimenta as classes populares.
Cativeiro Social – Desfile da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti 
em 2018. http://bit.ly/2OTjOGn
ACESSE
Procure conhecer mais sobre as redes de educação popular - 
https://www.paulofreire.org/redes
SAIBA MAIS
Vamos agora entender como está a educação popular 
atualmente!
A Educação Popular hoje
Estudante você aprendeu sobre o histórico; o conceito e 
o processo de educação popular; as diferenças entre educação 
comunitária, popular e jovens e adultos; a terminologia popular 
e agora entenderemos como está a educação popular nos dias de 
hoje. Vamos lá!
A Educação Popular, na contemporaneidade, é entendida 
como o conjunto de normas fundamentado na soberania popular, 
na justiça social e no respeito integral aos direitos humanos, e sua 
valorização é imediato para a expansão e a materialização dos 
https://www.paulofreire.org/redes
Educação Popular50
direitos. Recebe notoriedade, pois ela recupera a sua direção ao 
desenvolvimento humano integral, dignificando, identificando 
os grupos socialmente excluídos e, com eles, voltando a luta 
histórica por um projeto emancipador anticapitalista; novas 
bandeiras são incorporadas, nesse cenário, como a defesa 
socioambiental.
Já como idealização geral da educação, ela atravessou 
por inúmeros momentos epistemológicos educacionais e 
organizativos, a contar da procura do entendimento, nos anos 50 
e 60, e a defesa por uma escola pública popular e comunitária, 
nos anos 70 e 80, até chegar a escola cidadã, nos últimos tempos, 
numa junção de entendimentos, consensos e divergências. 
Estudamos que a educação popular não se traduz somente 
na EJA, mas esta faz parte da educação popular! Dizemos de 
“jovens e adultos” lembrando-nos à “educação de adultos”, 
pois aqueles que cursam os programas de educação de adultos, 
compreendem na sua maioria, os jovens trabalhadores.
Atualmente, uma das simbologias mais presentes da 
educação popular está na EJA. Esses batalham para conquistar 
melhores condições de vida (moradia, alimentação, emprego, 
saúde, transporte, etc) que estão na origem do problema do 
analfabetismo. Implicam no seu processo de alfabetização 
fatores como os baixos salários, o desemprego e as precárias 
condições de vida.
A educação popular vem tornando-se em um modelo 
teórico que trata de reunir e desagrupar as temáticas originadas 
das lutas populares, busca apoiar com as manifestações sociais 
e os partidos políticos que retratam essas lutas. Preocupa-se em 
reduzir a influência da crise social na pobreza, e ouvir o desespero 
e à indignação moral do oprimido, do pobre, do analfabeto, da 
mulher, do indígena, do camponês, do negro, e do trabalhador 
industrial.
Educação Popular 51
Assim as perspectivas de futuro dessa modalidade de educação são 
grandes e seus fundamentos iniciais estão presentes, como a obra 
de Paulo Freire, em diversas práticas educativas: a educação como 
produção e não simplesmente como transmissão do conhecimento; 
o foco nos aspectos gnosiológicas da prática educativa; a defesa de 
uma educação para a liberdade - base da vida democrática; a busca 
da educação emancipadora; a defesa da educação como um ato de 
diálogo; da razão de ser das coisas; a recusa do autoritarismo, da 
manipulação, da ideologização que surge também ao estabelecer 
hierarquias rígidas entre o professor que sabe (e por isso ensina) 
e o aluno que tem que aprender (e por isso estuda); a noção de 
uma ciência aberta às necessidades populares e um planejamento 
comunitário e participativo. A grande quantidade de noções que 
baseiam a educação popular, fragmentada hoje pelo mundo, como 
paradigma teórico, elevando-a um plano diverso da educação 
tradicional, bancária, e a educação como razão instrumental, nos 
aponta que nosso otimismo não é infundado.
OBSERVAÇÃO
+
Figura 19: Educação popular hoje
Fonte: https://glo.bo/2YakuKa
Educação Popular52
Todas as teorias e práticas da educação popular são 
contrárias à educação do colonizador - não uma recusa bajuladora 
ou oportunista, mas uma recusa carinhosa e ilusória; uma recusa 
que admite questionar das próprias condições de literatura 
científica e das conclusões atingidas, para impedir a ilusão da 
razão prática. 
Um conjunto de perspectivas que convergiram em diversas 
opiniões, entre elas, a procura de uma ciência social e educativa 
integradora, radical, cognitiva e afetiva, e, ao mesmo tempo, 
heurística, consciente de que é impossível dividir a ciência dos 
interesses humanos.
Os princípios de Educação Popular entendido por Delors 
(1999) e Frigotto (1995), na visão de Paludo (2005) se enraizaram 
na década de 1990, sofrendo um impacto expressivo. De outro 
jeito aos acontecimentos na década anterior, este entendimento 
sobre a educação e o referencial teórico que a subsidia, declinam, 
em parte, na exclusão. Segundo o estudo realizado pelo Conselho 
de Educação de Adultos da América Latina (CEAAL), a EducaçãoPopular está atravessando um momento de resgate das raízes e de 
continuidade do processo de redefinições.
Uma das mais importantes iniciativas foi a criação da Rede 
de Educação Cidadã (RECID), em 2003, uma vivência inovadora 
na área da Educação Popular, a qual conversa com os distintos 
É real que, a educação popular atualmente se forma numa mistura 
de teorias e de práticas. Nas diversas partes do mundo, elas têm em 
comum, a missão com os mais pobres, isto é, com a emancipação 
humana. São possibilidades plausíveis, íntegras, fundamentadas, 
continuadamente comparadas com a severidade dos fatos.
EXPLICANDO MELHOR+++
Educação Popular 53
atores: indígenas, quilombolas, ciganos, ribeirinhos, pescadores, 
Movimentos dos Direitos Humanos, Movimentos de Mulheres, 
Movimento Urbano dos sem Tetos, Movimento dos Atingidos 
por Barragens, Movimento dos Sem Terra e Movimento Hip 
Hop. Ligada, pela ótica pedagógica, administrativa e política ao 
governo federal realiza um papel fundamental para a valorização 
dos direitos humanos no Brasil, uma vez que possui dimensão 
em todo território nacional.
Articula a RECID diversas parcelas da população, 
movimentos sociais populares e instituições, acolhendo 
fraternalmente a missão de realizar um processo sistemático para 
mobilizar e sensibilizar a Educação Popular de grupos sociais 
e vulneráveis economicamente, possibilitando a conversa e a 
participação dinâmica no combate à miséria, concretizando um 
plano popular, democrático e soberano de federação.
Chegamos ao final da unidade I, espero que tenham 
gostado do assunto e assimilado o aprendizado. Bons estudos!
Quer se aprofundar neste tema? Recomendo o acesso à seguinte 
fonte de consulta e aprofundamento: Instituto Paulo Freire. 
www.paulofreire.org.
SAIBA MAIS
Escola Cidadã: http://bit.ly/2INVTV5
ACESSE
http://www.paulofreire.org/
Educação Popular54
Educação Popular 55
UNIDADE
02
EDUCAÇÃO POPULAR ENQUANTO CIÊNCIA E O EDUCADOR 
Educação Popular56
Caros alunos (a) nesta unidade estudaremos a educação 
popular enquanto ciência e o educador. Iniciaremos o nosso 
estudo conversando sobre o senso comum e a construção coletiva 
da educação popular, classificação do conhecimento, os tipos de 
conhecimentos, relação entre o saber popular e científico. Na 
sequência trataremos a respeito do perfil do educador na atuação 
mediante o desafio da educação popular, as competências e 
virtudes dos educadores, papéis dos educadores (as) populares, 
desafio da educação popular. Após, compreendermos as 
metodologias na educação popular, a educação popular como 
metodologia, educando (a), cidadão: o (a) protagonista da sua 
aprendizagem e as metodologias aplicadas na educação popular. 
Por fim, entenderemos o conceito de comunidade, comunidade 
escolar, comunidade virtual, comunidade global, as novas 
formas de organização das comunidades em redes.
Ao longo desta unidade letiva você vamos mergulhar neste 
universo!
INTRODUÇÃO
Educação Popular 57
1
2
3
4
Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 2. O nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Entender as diferenças e o ponto em comum dos 
saberes popular e o científico;
Identificar os aspectos do perfil do (a) educador (a): 
as competências, habilidades, atitudes e virtudes;
Demonstrar as metodologias na educação popular 
e;
Compreender o conceito de comunidade e a 
abordagem de comunidade em redes.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Educação Popular58
Senso comum e construção científica da 
Educação Popular
Estamos iniciando o estudo da unidade 2: Educação 
popular enquanto ciência e o educador. 
Bom, qual saber apareceu primeiro, a sabedoria popular 
ou a científica? Estudos comprovaram que o saber popular é 
anterior a techne grega e, assim, ao saber científico. 
SAIBA MAIS
O conhecimento vulgar ou popular, às vezes denominado senso 
comum, não se distingue do conhecimento científico nem pela 
veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que os 
diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do 
“conhecer”.
Saber que determinada planta necessita de uma quantidade 
“X” de água e que, se não a receber de forma “natural”, deve ser 
irrigada pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável, 
mas, nem por isso, científico. Para que isso ocorra, é necessário 
ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, 
seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que 
distinguem uma espécie de outra. Dessa forma, patenteiam-se 
dóis aspectos: a) A ciência não é o único caminho de acesso ao 
conhecimento e à verdade. b) Um mesmo objeto ou fenômeno - 
uma planta, um mineral, uma comunidade ou as relações entre 
chefes e subordinados - pode ser matéria de observação tanto 
para o cientista quanto para o homem comum; o que leva um ao 
conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma 
de observação ( LAKATOS, MARCONI, 2003, p.76).
Educação Popular 59
ACESSE
Os tipos de conhecimentos. http://bit.ly/35BOAto 
Seguimos com os tipos de conhecimento. fiquem ligados!
Tipos de Conhecimento
Os estudiosos classificam o conhecimento em popular, 
filosófico, religioso (teológico) e científico. Estudaremos cada 
um deles.
 � Saber Popular
Dizemos que o conhecimento popular nasce com o ser 
humano. Por exemplo, quando uma pessoa olha para o céu e o 
observa, e então afirma que vai chover – esse é o saber popular, 
que é empírico, espontâneo e intuitivo. 
DEFINIÇÃO
Conhecimento popular é o conhecimento do povo, que nasce da 
experiência do dia-a-dia por isso é chamado também de empírico 
[…] o conhecimento que, em geral, o lavrador tem das coisas do 
campo. Ele interpreta a fecundidade do solo, os ventos anunciadores 
de chuva, o comportamento dos animais […]. Embora de nível 
inferior ao científico, o conhecimento popular ou empírico não 
http://bit.ly/35BOAto 
Educação Popular60
deve ser menosprezado, pois constitui a base do saber e já existia 
muito antes de o homem imaginar a possibilidade da ciência 
(RAMPAZZO, 2002, p. 18).
DEFINIÇÃO (CONTINUAÇÃO)
Os saberes populares são um conjunto de conhecimentos 
desenvolvidos por grupos pequenos - famílias, comunidades), 
baseados em experiências ou em superstições e crenças, e 
passados de um indivíduo para outro, especialmente por meio da 
linguagem falada e gesticulada (Suzi Cristina Rodrigues, 2019). 
Figura 1: Saber popular
Fonte: Pixabay (2019)
Você sabe as formas de expressão dos saberes populares? 
São manifestados nos chás medicinais, culinária, mandingas, 
artesanatos e outros, são parte da cultura de uma localidade e de 
comunidades. Obtém-se os conhecimentos empiricamente, isto 
é, pelo fazer, passados e reconhecidos de geração em geração – 
geralmente pela linguagem falada e gesticulada e atitudes. 
Educação Popular 61
ACESSE
Vivência na aldeia http://bit.ly/2VGHCyK 
A educação popular como um saber de experiência
 http://bit.ly/2OPEfnC
 � Saber Científico
E, como surgiu o saber científico? O início do conhecimento 
científico tem base na experiência de dados. Praticamente, 
a totalidade dessa experiência, porém, essa experiência é 
laboratorial e quase distante do ambiente experiencial da vida 
humana.
DEFINIÇÃO
O conhecimento científico é uma conquista recente da 
humanidade: tem pouco mais de trezentos anos e surgiu no 
século XVIII com Galileu (1564 – 1642). Isso não significa 
que antes não houvesse nenhum saber rigoroso, pois, desde a 
Grécia antiga (século VII a.C), os homens aspiram por a um 
conhecimento racional que se distingua do mito e do saber 
comum (conhecimento empírico) (RAMPAZZO, 2002, p. 19).
Conhecimento científico significa a informação e o saber 
resultantes da busca constante de saber das coisas e de estudos 
(Suzi Cristina Rodrigues, 2019).
http://bit.ly/2VGHCyK 
http://bit.ly/2OPEfnC
Educação Popular62
Figura 2: Saber científico
Fonte:Frepik
As ciências são subsidiadas na experimentação e 
em análises matemáticas e estatísticas caracterizam-se por 
mensurar as coisas. Sua linguagem é a da quantificação, sendo 
que os aspectos metafísicos não são parte de seu processo de 
explicação, apenas os dados comprováveis. O foco está nos 
resultados obtidos da experiência no laboratório. O produto dessa 
experiência tornou a ser chamado de conhecimento científico ou 
saber científico.
ACESSE
Ciência na Educação Popular http://bit.ly/2plGq7S
Etapas do Método Científico http://bit.ly/31iGWAK
http://bit.ly/2plGq7S 
http://bit.ly/31iGWAK
Educação Popular 63
 � Saber Filosófico
 � Saber Teológico
DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO
A Filosofia se interessa não por um particular aspecto da realidade, 
por este ou por aquele problema, mas por tudo, por todas as 
inúmeras questões que interessam a reflexão humana, iluminada 
pela razão, e em busca das causas mais profundas, indo além dos 
dados próximos e experimentais (RAMPAZZO, 2002, p. 22).
A verdade pode ser encontrada tanto pelo caminho da investigação 
quanto pelo da revelação. O conhecimento teológico baseia-
se exatamente nesta fé: Deus falou aos homens por meio de 
intermediários que transmitiram Sua mensagem. Podemos 
afirmar que a teologia é uma reflexão racional e sistemática 
que, porém, parte dos dados da fé; e, por isso, pressupõe a fé 
(RAMPAZZO, 2002, p. 22).
Relação entre Saber Popular e Científicos
Nos dias atuais, o diálogo a respeito da relação entre o 
saber popular e o saber científico materializa-se nas atividades 
educativas, que abrangem os princípios da educação popular 
Educação Popular64
em programas ou projetos de governos e, especialmente, nos 
voltados a grupos sociais, que expressam as políticas de inclusão 
social.
IMPORTANTE
Hoje, o saber científico apresenta o mesmo fundamento do saber 
popular – a experiência, estabelecida pela relação causa-efeito. 
Avançando pela procura do novo - a intervenção do pensamento 
por meio das elaborações de possibilidades a serem demonstradas, 
unindo, desde o começo, a experiência à mesma relação
O perfil do educador na atuação mediante 
o desafio da Educação Popular
O (A) Educador (a) que atua ou tem a pretensão de trabalhar 
na área da educação popular, como os demais profissionais de 
outras áreas, possui um perfil idealizado para o trabalho.
Vamos conhecer o conceito de perfil. 
Perfil - reunião das qualidades pessoais ou profissionais que 
torna alguém apto para um trabalho, cargo, atividade [...](http://
bit.ly/2pnuhPE).
DEFINIÇÃO
http://bit.ly/2pnuhPE
http://bit.ly/2pnuhPE
Educação Popular 65
Competências e Virtudes dos Educadores
No exercício do seu trabalho o educador (a) popular precisa 
apresentar as competências para a profissão. Você sabe o que é 
competência? Confira!
DEFINIÇÃO
“Competência significa a qualidade que uma pessoa possui e 
que é percebida pelos outros. Não adianta possuir competências, 
é necessário que as outras pessoas reconheçam a sua existência. 
Elas são dinâmicas, mudam, evoluem, são adquiridas ou perdidas 
“ (CHIAVENATO, p. 184, 2008).
As competências individuais estão relacionadas à 
maneira de interagir do indivíduo, como: os conhecimentos, 
as habilidades individuais e os atributos pessoais como 
fundamento para o exercício da função de educador(a) em uma 
organização educacional. E, como percebemos a competência 
individual nas pessoas? Pelas suas divisões: o conhecimento 
do indivíduo; a sua capacidade intelectual, física e emocional; 
as suas habilidades e as tarefas que é capaz de realizar; os 
resultados que se espera dele (a) e sua capacidade motivacional 
para demonstrar essas características.
Também as competências técnicas são pré-requisitos 
para ocupar e desempenhar a função de educador (a) popular. 
As competências técnicas são adquiridas em processos de 
formação profissional, como: curso de graduação e pós-
graduação; qualificação e aperfeiçoamento profissional; 
educação permanente e continuada e outros.
Educação Popular66
SAIBA MAIS
Conhecimento (saber) – aprender a aprender, aprender 
continuamente, aumentar o conhecimento, aumentar o capital 
intelectual. Habilidade (saber fazer) – aplicar o conhecimento, 
saber pensar e agregar valor, transformar o conhecimento em 
algo concreto e produtivo. Competência (saber fazer acontecer 
– aplicar a habilidade, alcançar metas e objetivos, transformar a 
habilidade em resultado (CHIAVENATO, p. 185, 2008).
O conhecimento pode visto como uma oportunidade para 
as organizações educacionais valorizarem os (as) educadores, 
apreciando e aplicando as suas ideias. Também pode ser 
considerado uma ameaça, que os (as) educadores levam consigo 
o seu conhecimento, se as organizações educacionais não os (as) 
valorizarem. Assim, as organizações devem ficar atentas em 
aprender e manter esse conhecimento, caso contrário correm o 
sério risco de serem prejudicadas.
Veremos a seguir a classificação das habilidades (saber 
fazer):
 �Habilidade Técnica: capacidade de usar as ferramentas 
instrumentos de trabalho, escolher os processos ou aplicar os 
métodos de uma área de especialização.
 �Habilidade Humana: capacidade de trabalhar em grupo 
e equipe. com outras pessoas.
 �Habilidade Conceitual: capacidade intelectual de 
coordenar e integrar todos os interesses e atividades da 
organização educacional com a visão sistêmica, isto é, ver a 
organização como um todo e de compreender a dependência das 
suas partes.
Educação Popular 67
Um educador (a) popular também deve possuir virtudes 
para o desempenho do seu trabalho.
A definição de virtudes na visão do dicionário Aurélio:
DEFINIÇÃO
Disposição constante do espírito que nos induz a exercer 
o bem e evitar o mal. O conjunto de todas ou qualquer das 
boas qualidades morais. Ação virtuosa. Austeridade no viver. 
Castidade, pudicícia. Qualidade própria para produzir certos e 
determinados resultados […] (http://bit.ly/31jyFfT).
Figura 3: Virtudes do (a) educador (a)
Fonte: Pixabay
Vejamos as virtudes do educador no entendimento de 
Freire (1982 p, 1-8):
Discurso e Prática 1. Ser coerente entre o que se diz e 
o que se faz A primeira virtude ou qualidade que gostaria de 
destacar é a virtude da coerência. Coerência entre o discurso 
que se fala e que anuncia a opção e a prática que deveria estar 
confirmando este discurso. 
http://bit.ly/31jyFfT
Educação Popular68
Palavra e Silêncio 2. Saber trabalhar a tensão entre 
a palavra e o silêncio outra virtude que emerge a experiência 
é a virtude de aprender a lidar com a tensão entre a palavra 
e o silêncio. Esta é uma grande virtude que nós, educadores, 
devemos criar. 
 O que eu estou querendo dizer, com isto? Trata-se de 
trabalhar a tensão permanente que se cria entre a palavra do 
educador e o silêncio do educando, entre a palavra dos educandos 
e o silêncio do educador. (...)
Subjetividade / Objetividade 3. Trabalhar criticamente 
a tensão entre a subjetividade e a objetividade Outra virtude 
é a de trabalhar de forma crítica a tensão entre subjetividade 
e objetividade, entre consciência e mundo, entre ser social e 
consciência. (...)
Aqui e Ali 4. Diferenciar o aqui e agora do educador 
do aqui e agora do educando Outra virtude do educador e da 
educadora é como não só aprender mas viver a tensão entre o 
aqui e agora do educador e o aqui e agora dos educandos. Porque 
na medida em que não compreendo a relação entre o “meu aqui” 
e “o aqui” dos educandos é que começo a descobrir que o meu 
“aqui” é o “lá” dos educandos. Não existe “lá” sem “aqui”, o que 
é óbvio. (...)
Espontaneísmo / Manipulação 5. Evitar o Espontaneísmo 
sem cair na manipulação Existe outra virtude que é evitar cair 
em práticas espontaneístas sem cair em posturas manipuladoras. 
O contrário destas duas posições é o que chamo de uma posição 
radicalmente democrática. (...)
Teoria e Prática 6. Vincular teoria e prática Outra virtude 
é a de viver intensamente a relação profunda entre a prática e a 
teoria, não como superposição,mas como unidade contraditória. 
Viver esta relação de tal maneira que a prática não possa 
prescindir da teoria. (...)
Paciência / Impaciência 7. Praticar uma paciência 
impaciente outra virtude é a de aprender a experimentar a relação 
Educação Popular 69
tensa entre paciência e impaciência, de tal maneira que jamais se 
rompa a relação entre as duas posturas. (...)
Texto e Contexto 8. Ler o texto a partir da leitura do 
contexto finalmente, eu diria que tudo isto, que estou dizendo, 
tem a ver com a relação entre a leitura do texto e a leitura do 
contexto. (...)
Percebam que há semelhanças na definição de virtudes conforme 
o dicionário Aurélio e das virtudes do educador no entendimento 
de Paulo Freire. Também observe que para Paulo Freire essas 
virtudes são de todos (as) os (as) educadores (as), sejam 
profissionais da educação infantil, do ensino médio, do ensino 
técnico e profissionalizante, do ensino superior e outros.
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
ACESSE
http://bit.ly/2ISeAac
+
OBSERVAÇÃO
Freire acreditava que as virtudes do educador(a) são inatas da sua 
essência, pertencem ao ser, nascem com eles (as), e quando tornam-
http://bit.ly/2ISeAac
Educação Popular70
se educadores tais virtudes fazem parte da sua atuação profissional 
na busca pela mudança de uma sociedade mais justa.
+
OBSERVAÇÃO (CONTINUAÇÃO)
SAIBA MAIS
“Estas virtudes não podem ser vistas como algo, com o qual 
algumas pessoas nascem ou um presente que uns recebem, 
mas como uma forma de ser, de encarar, de comportar-se, de 
compreender, tudo o que se cria através da prática, na busca 
da transformação da sociedade. Não são qualidades abstratas, 
que existem independentes de nós, ao contrário, que se criam 
conosco (e não individualmente). As virtudes das quais vou falar 
não são virtudes de qualquer educador, mas daqueles que estão 
comprometidos com a transformação da sociedade injusta e na 
criação de uma sociedade mais justa” (FREIRE, 1985, p. 01).
Papéis dos Educadores (as) Populares
São várias as associações dos papeis do (a) educador 
(a) popular – mediador (a), facilitador, ponte e outros. Mas, 
a grande parte relaciona o educador (a) ao papel de mediador 
(a) do processo dialógico desde o qual conhecimentos novos 
são produzidos pelos grupos - o educador e os educandos, 
concomitante.
Educação Popular 71
Figura 4: Papel do (a) Educador (a)
Fonte: Pixabay
Compreendidos o perfil, as competências e as virtudes 
dos educadores, falaremos sobre os papéis dos educadores (as). 
Esse profissional possui uma função, atribuição um dever 
no processo de ensino-aprendizagem.
SAIBA MAIS
Na visão de Freire, “o papel do professor e da professora é ajudar 
o aluno e a aluna a descobrirem que dentro das dificuldades há 
um momento de prazer, de alegria” (2003, p. 52).
Essa afirmação de Paulo Freire nos faz entender que o 
papel do professor (a) é de auxiliadores no processo de ensino-
aprendizagem. Dessa maneira é necessário praticar o diálogo 
onde educador e educando – por meio da concretização de 
suas finalidades alcançam o acesso do saber historicamente 
construído pelo exercício cultural da humanidade.
Educação Popular72
ACESSE
O valor de ser educador http://bit.ly/2OLAS14
O órgão gestor da educação no Brasil, Ministério da 
Educação (MEC), entende que há profissionais de educação, 
classificados – maneira mais conhecida, em: educador (a); 
professor(a); docente; mediador(a); instrutor(a); tutor(a) e 
monitor (a).
ACESSE
Profissionais da educação. http://bit.ly/2IPPpor
Seguimos descrevendo os tipos de profissionais da 
educação. Vamos iniciar com o conceito de educador (a), 
importante ao nosso estudo.
DEFINIÇÃO
Educador - que ou o que se ocupa de educação: um bom 
educador; pedagogo; professor http://bit.ly/35G1PJI
http://bit.ly/2OLAS14
http://bit.ly/2IPPpor
 http://bit.ly/35G1PJI
Educação Popular 73
Perceba que a definição do dicionário é semelhante a 
classificação do profissional de educação do MEC! 
Seguimos com mais um conceito de educador (a).
DEFINIÇÃO
é o sujeito responsável por coordenar, na relação com o outro, os 
processos de. Isso significa que o educador é um profissional que 
investe no processo de desenvolvimento do, sempre ciente do que 
ele, efetivamente, necessita aprender. (http://bit.ly/33xiNaZ).
Acontece de confundirem o (a) educador (a) popular 
com educador (a) social, mas as duas denominações não são 
sinônimas. O (a) educador (a) popular realiza a mediação no 
processo de ensino-aprendizagem para os cidadãos voltado 
à busca e conscientização dos seus direitos no sentido amplo 
(direitos humanos, direitos civis, direitos constitucionais de 
educação, saúde, assistência social, alimentação, segurança, 
habitação e outros). Já o (a) educador (a) social faz a mediação 
no processo de ensino-aprendizagem para os cidadãos voltado à 
busca e conscientização dos seus direitos de assistência social. 
Percebeu que a assistência social está incluída no trabalho do (a) 
educador(a) popular!
ACESSE
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - Dispõe sobre a 
organização da Assistência Social e dá outras providências. 
http://bit.ly/33xiNaZ)
Educação Popular74
Lei n 9.384, de 20 de dezembro de 1996 - Estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. http://bit.ly/2MiDAJW
ACESSE (CONTINUAÇÃO)
Ou fator a ser esclarecido no perfil do educador é a 
hierarquia - relação de poder entre professor (a) e aluno (a).
Sendo o (a) educador (a) é um profissional com formação 
específica, diferentes dos conhecimentos dos alunos - sem 
que essa situação se traduza em maior ou menor valorização 
aos saberes dos (as) educadores (as) e, sim, aceitar que são 
conhecimentos próprios das experiências, vivências e formação 
dos educadores.
Há uma relação de hierarquia no processo de ensino-
aprendizagem da educação popular, mas essa hierarquia deve 
ser vista como uma maneira de organizar o trabalho pedagógico 
visando sempre a socialização dos saberes e a integração 
harmônica e respeitosa das relações entre os educadores e os 
estudantes.
Conheça os renomados (a) educadores (as) brasileiros (as)!
 �Nísia Floresta
Viveu no Brasil entre 1810 e 1885, em um período em 
que as mulheres não tinham acesso à educação formação. 
Estudou em um convento de carmelitas em Pernambuco, onde 
futuramente teve contato com ideais liberais. Foi educadora, 
escritora, feminista e abolicionista. Escreveu 15 livros, 
publicou artigos sobre direitos das mulheres e fundou no Rio 
http://bit.ly/2MiDAJW
Educação Popular 75
de Janeiro uma escola para meninas. Inspirada nos ideais 
liberais e iluministas, reivindicou que as mulheres tivessem 
acesso às mesmas oportunidades que os homens e destacou que 
a exclusão das mulheres dos espaços de educação sufocavam 
suas potencialidades, tanto na ciência como em cargos públicos. 
(http://bit.ly/2ppfBzo)
 �Macaé Evaristo
Mulher e negra, ocupou com resistência e persistência 
cenários de política quase sempre dominados por homens 
brancos. Ocupou importantes espaços de gestão da educação em 
Minas Gerais e em todo o país. Sua trajetória se destaca pelo 
engajamento em um projeto de educação e de país que integre 
a diversidade brasileira, traduzido na educação integral. Para 
ela, a educação só consegue avançar em termos de inclusão e 
qualidade quando é capaz de entender e atender sujeitos na sua 
integralidade, acolhendo comunidades e territórios (http://bit.
ly/2ppfBzo)
 �Maria Victoria Benevides
Educadora, socióloga, cientista política e militante, 
tornou-se referência em educação para os direitos humanos e 
democracia. No período em que vigorava o Ato Institucional 
nº 5 , estudou em uma universidade pública onde discutiu 
abertamente sobre política e democracia. Tornou-se professora 
titular da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São 
Paulo) em 1985, aos 43 anos. A educadora se destaca pela atenção 
a temas como cidadania ativa, participação popular, orçamento 
participativo, reforma política, violência policial e educaçãoem 
direitos (http://bit.ly/2ppfBzo)
http://bit.ly/2ppfBzo
http://bit.ly/2ppfBzo
http://bit.ly/2ppfBzo
http://bit.ly/2ppfBzo
Educação Popular76
 �Anísio Teixeira. 
O educador Anísio Espínola Teixeira introduziu no país o 
conceito de escola gratuita e para todos. O educador baiano, que 
viveu de 1900 a 1971, entendia a escola como uma instituição 
democrática, que oferecesse as mesmas oportunidades a filhos 
da classe alta e do proletariado. Defendia os princípios de um 
sistema educacional público, gratuito e obrigatório - que, mais 
tarde, fariam parte da Constituição. Fundou a Universidade de 
Brasília (UnB) e a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (antigo nome da Capes). A participação de Anísio 
foi também fundamental na elaboração e aprovação da Lei de 
Diretrizes e Bases de 1961, que definiu os rumos da educação no 
Brasil (http://bit.ly/31hHF55)
 �Darcy Ribeiro 
Darcy Ribeiro era professor, etnólogo, antropólogo, 
ensaísta e romancista, nascido em Montes Claros (MG), em 
1922. Formou-se em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia 
e Política de São Paulo (1946), com especialização em 
Antropologia. Ribeiro foi Diretor de Estudos Sociais do Centro 
Brasileiro de Pesquisas Educacionais do MEC (1957-61) e 
participou, com Anísio Teixeira, da defesa da escola pública e da 
criação da Universidade de Brasília, da qual foi o primeiro reitor. 
Foi Ministro da Educação e Secretário de Educação do Rio de 
Janeiro, quando ficou encarregado de implementar os Centros 
Integrados de Educação Pública (Cieps), escolas de tempo 
integral com projeto político-pedagógico inovador. Faleceu em 
Brasília, em 1997 (http://bit.ly/31hHF55)
Seguiremos os estudos com os desafios da educação 
popular.
http://bit.ly/31hHF55
http://bit.ly/31hHF55
Educação Popular 77
Desafio da Educação Popular
Para se entender a educação como transformação social, 
é necessário perceber o ser humano não simples recipiente de 
conteúdos, e sim como o indivíduo que tece a sua história de 
vida, e como resultado, apto a problematizar suas relações com 
o mundo. Sendo que o relacionamento do professor e aluno 
para Paulo Freire, inicia-se do reconhecimento das condições 
sociais, econômicas e culturais dos alunos, suas famílias e a sua 
localidade.
Alguns fatores devem ser observados pelo (a) educador (a) 
popular no desempenho dos seus trabalhos. Vamos saber quais 
são eles.
 �Não foram as classes marginalizadas da sociedade que 
impuseram a si mesmas a submissão;
 �Essa classe ficou limitada no acesso a seus direitos, 
isto é, tiveram os seus direitos violados a exemplo o direito a 
educação;
 �Os projetos políticos pedagógicos, muitas vezes, não 
possibilitam o entendimento da vivência na prática do dia-a-dia 
da relação entre gestores (as), educadores (as) e colaboradores 
(as) pela coletividade escolar;
 �É necessário à concepção de um coletivo pela educação 
popular.
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
O relacionamento de ensino- aprendizagem entre educando(a) 
e educador(a) deve transcender os limites da sala de aula e 
integrar todas as áreas que fazem o ambiente escolar viável. No 
Educação Popular78
Que diz respeito a educação popular assimilar que ela é focada 
na conscientização e no conhecimento dos direitos dos cidadãos, 
a fim de exercerem a sua cidadania e assim se viverem como 
seres integrais.
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
O analfabetismo também é um desafio a ser erradicado, 
pois no Brasil existe ainda muitos cidadãos analfabetos, essa 
situação social é um obstáculo considerável no acesso ao direito 
à educação e informação – essenciais ao gozo pleno dos direitos 
dos cidadãos, assim como do exercício da plena cidadania!
ACESSE
A Lei nº 12.527/2011 regulamenta o direito constitucional de 
acesso às informações públicas.
http://bit.ly/33zpZDy
Na ótica do educador (a) popular - o seu grande desafio é 
pela formação permanente e continuada, buscar bases teórico-
práticas, ao exercício do ensino-aprendizagem. Estar atualizado 
sobre as matérias e assuntos do universo da educação popular, 
compreender o contexto e as características do sujeito, da 
comunidade e da sociedade – a fim de atingir o grandioso 
objetivo da efetivação dos direitos aos cidadãos por meio da 
educação popular.
http://bit.ly/33zpZDy
Educação Popular 79
ACESSE
Formação Docente numa Perspectiva da Educação Popular. 
http://bit.ly/2J8asTJ
Programas do MEC voltados à formação de professores. 
http://bit.ly/2ppJks0
CURIOSIDADE
Você sabia que as informações e os conhecimentos em educação 
popular têm de ser registrados e transmitidos? Esse, também é 
um dos desafios dessa área da educação?
Na atual sociedade da informação e do conhecimento o 
(a) educador (a) popular precisa pensar em meios de registrar 
e disseminar as informações e os conhecimentos dessa área 
específica do saber – para que a busca das informações seja 
rápida e eficaz e os conhecimentos compartilhados.
Passamos a mais um desafio da educação popular.
A implantação e implementação das Políticas Públicas de 
Educação Popular nas suas diversas áreas educação indígena, 
quilombola, habitação, trabalho, alimentação, saúde, direitos 
humanos e outros. Uma vez que a educação popular busca 
assegurar e consolidar os direitos dos cidadãos.
http://bit.ly/2J8asTJ
http://bit.ly/2ppJks0
Educação Popular80
SAIBA MAIS
O grande problema do educador não é discutir se a educação 
pode ou não pode, mas é discutir onde pode, como pode, com 
quem pode; é reconhecer os limites que sua prática impõe. É 
perceber que o seu trabalho não é individual, é social e se dá na 
prática de que ele faz parte (FREIRE, 2001, p. 98).
Avançamos com o próximo tópico - às metodologias na 
educação popular.
 Metodologias na educação popular
Iremos estudar neste tópico as metodologias, também 
chamadas de técnicas e métodos utilizados na prática da 
educação popular.
RESUMINDO
A educação popular é pautada nos princípios da ética, a 
solidariedade e a transformação social. O programa Nacional 
de Educação Popular – foi um modelo baseado na metodologia 
da educação popular, sugerido pelo ministro da educação Paulo 
de Tarso, implantado no governo do presidente João Goulart e 
coordenado pelo educador Paulo Freire.
Educação Popular 81
ACESSE
Decreto nº 53.465, de 21 de Janeiro de 1964 - Institui o Programa 
Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura 
e dá outras providências. http://bit.ly/33zeHz8
Educação Popular como Metodologia
A Educação Popular é uma metodologia de educação que 
considera os saberes antecedentes das populações, de maneira 
geral, em especial daquelas cujo acesso à educação foi negado 
em razão da situação de exclusão social, em particular. Apesar 
disso, a técnica não se limita à simples escolarização podendo 
acontecer em outros ambientes não-escolares como associações 
de bairro, fábricas, cooperativas, sindicatos, Conselhos de 
Direitos Humanos – a exemplo o Conselho da Criança e do 
Adolescente, Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 
Conselho Estadual de Trabalho e Emprego e ou mesmo na escola 
formal e na universidade. Essa modalidade de educação observa 
atentamente o povo em suas realidades culturais, condição 
econômica, território e de produção da vida objetivando a 
construção de novos saberes. Construção que o método prioriza 
como tecido em conjunto.
Educando (a), cidadão: o (a) protagonista 
da sua aprendizagem.
Você já ouviu falar no protagonismo na educação? Vamos 
saber o que isso significa. O (A) educando (a) como protagonista 
de seu aprendizado significa em tese ofertar a ele (a) autonomia, 
http://bit.ly/33zeHz8
Educação Popular82
incentivando-o (a) na busca da informação e a construção 
do seu conhecimento, sendo o (a) agente desse processo.
Figura 5: Educando (a) como protagonista do seu aprendizado
Fonte: Pixabay
Mas, o (a) educadora vai deixá-lo (a) sozinho (a) no 
processo de ensino-aprendizagem? Isso não quer dizer que 
o (a) aluno (a) vai ficar a própria sorte, o (a) professor(a) irá 
mediar o processo de ensino-aprendizagem com o devido 
acompanhamento dos seus projetos do início ao fim.
Nesse novo modelo, o (a) educador (a) faz com que, 
nessa caminhada, os (as) estudantes pesquisem os conteúdos e 
descubra o melhor modo de entendê-los.
ACESSE
Debate Virtual: Competências para formar o cidadão do século 
XXI. http://bit.ly/2BdC3yr
Vamos conhecer as metodologias aplicadas na educação 
popular.
http://bit.ly/2BdC3yr
Educação Popular 83
Metodologia Aplicadas na Educação 
Popular
 � Metodologia Dialética-dialógica-libertadora
Caracteriza-se a sua metodologia como processo 
participativo de construção coletiva e popular. A metodologia 
participativa com as diferentes partes envolvidas sustenta que 
a maneira de fazer, de certa forma, é o que se quer fazer e o 
para que se faz. Pretende despertar o senso crítico e estimular o 
diálogo entre as partes para uní-las em um processo de construção 
coletiva, numa perspectiva solidária.
Figura 6: Processo participativo de construção coletiva e popular.
Fonte: Pixabay (2019)
Tendo como premissa de quem faz é quem sabe, mas 
quem pensa sobre o que realizar faz melhor e quem faz também 
realiza o sentido do que faz, dessa forma significa a metodologia 
popular, ao concomitantemente:
 � Percurso em que educadores assumem uma postura 
respeitosa e propõe meios de participação e de colaboração.
 � Percurso do qual o ponto de partida é a afirmação de 
que todo ser humano é capaz, que os indivíduos desenvolvem 
Educação Popular84
capacidades diversas. Os seres oprimidos possuem o interesse 
em superar a atrofia mental, cultural e física a que foram 
submetidas e o processo de a emancipação inicia por pessoas 
que estão dispostas a um processo de transformação individual 
e social.
 � Percurso que pretende resgatar a autoestima das pessoas, 
união de esforços, de organização para a busca e a conquista 
de seus direitos e para se empoderar como responsável do seu 
destino coletivo.
 �De modo prático, percurso, afirmação e propósito – são 
espaços distintos, cada um é um processo (sistema) com início, 
meio e fim, pois precisam um do outro e tem uma relação de 
interdependência.
SAIBA MAIS
Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a 
capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar 
a realidade? De unir teoria e prática? De problematizar? Se 
você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem 
saber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), 
filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias 
partes do mundo.
No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado 
por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia 
como importantes ingredientes da educação (Disponível em: . 
Acesso em: 07 mai 2019).
Educação Popular 85
ACESSE
Educação popular. http://bit.ly/35v9ytM
 �Metodologia de Paulo Freire
Paulo Freire – Patrono da Educação Brasileira elaborou uma 
metodologia de alfabetização fundamentada nas experiências 
vividas pelas pessoas. Ele exercitava as ditas “palavras geradoras” 
a partir da realidade (ambiente) do cidadão, em vez de efetivar 
a alfabetização utilizando as cartilhas e ensinar, por exemplo, 
“ a menina brinca” e o “garoto joga bola”. Esclarecendo um 
indígena poderia aprender as palavras “caboclo”, “tatu” “oca” 
e outras, um trabalhador do campo aprenderia “plantação”, 
“adubo”, “tomate” e etc , um trabalhador (a) da indústria iria 
aprender “ matéria-prima”, “produção”, “máquina”, outras – 
com base na decodificação fonética dessas palavras, construía-se 
novos termos, aumentava-se o vocabulário e se compreendia e 
ampliava a visão de mundo.
Figura 7: Alfabetização fundamentada nas experiências vividas pela pessoas
Fonte: Pixabay (2019)
http://bit.ly/35v9ytM
Educação Popular86
Vejamos as etapas do método de alfabetização de Paulo 
Freire! 
1. Investigação – o (a) educando (a) e o (a) educador 
(a) procuram as palavras e temáticas centrais, no ambiente 
vocabular do (a) estudante e do meio onde ele (a) vive.
2. Tematização – professor (a) e aluno (a) codificam 
e decodificam essas temáticas, objetivando o seu significado 
social, conscientizando-se do mundo onde vivem.
3. Problematização – estudante e professor procuram 
a superação de uma primeira visão encantada por uma visão 
crítica do mundo, iniciando a transformação do ambiente vivido.
A perspectiva freiriana explicitava que não há conhecimento 
pronto e acabado – está continuamente em construção, isto é a 
educação de uma pessoa é um processo construtivo ao longo da 
vida. Qual a diferença do método freiriano dos outros métodos? 
O diferencial está na abordagem política, crítica e libertadora. 
Deixando de lado as questões os pontos de vistas políticas 
e partidárias, o método desenvolvido por Paulo Freire é bastante 
interessante e de acessível aplicação. A metodologia utiliza muitos 
conceitos andragógicos, defendidos por diversos educadores que 
mantinham contato com Freire, a exemplo, Pierre Furter, colega 
na Universidade de Genebra, nos anos 70, vindo após ao Brasil 
para estudar e conhecer a metodologia freiriana.
RESUMINDO
A experiência de alfabetização ocorrida em Angicos (RN), em 
1963, liderada por Paulo Freire e sua equipe foi reconhecida 
nacional e internacionalmente. O método dessa vivência 
Educação Popular 87
RESUMINDO (CONTINUAÇÃO)
aconteceu pelo período de 40 horas, onde se conseguiu 
alfabetizar 300 trabalhadores(as) rurais.
ACESSE
O PENSAR EDUCAÇÃO EM PAULO FREIRE: Para uma 
Pedagogia de mudanças http://bit.ly/2qh7sxE
 �Método Analítico (MA) é um método intuitivo de 
alfabetização, voltado para as crianças, com significativas 
contribuições da pedagogia norte-americana, que surgiu entre o 
final do século XIX e início do século XX.
O MA analisa o todo (palavra), iniciando com palavras 
frases ou contos, fazendo que as crianças compreendam o 
sentido de um texto. estimulando a leitura e deixando o aluno a 
vontade. Deve-se considerar as habilidades dos alunos, priorizar 
as habilidades de ouvir, falar e escrever.
Compreende três etapas: Palavração; Sentenciação e 
Contos e Historietas.
1. Palavração – apresenta-se a palavra acompanhada da 
imagem ao aluno, sendo os detalhes da palavra as sílabas, a 
palavra é composta e decomposta.
2. Sentenciação - visualização e memorização das 
palavras na formação de novas palavras.
 http://bit.ly/2qh7sxE
Educação Popular88
3. Contos e historietas - é um método de sentenciação, 
como ideia fundamental. Dando entendimento a criança que a 
leitura é a descoberta do que está escrito, decompondo pequenas 
histórias em partes menores.
ACESSE
Percurso Histórico e Métodos de Alfabetização. http://bit.ly/2Mg0vp4
Método da experiência criadora uma contribuição 
interessante do MA foi o desenvolvimento pela educadora Ieda 
Dias da Silva - que se fundamentou na perspectiva da abordagem 
analítica em alfabetização na Rede Pública de Ensino, nos anos 
60 e 70. Ieda publicou a cartilha O Barquinho Amarelo, a partir 
da experimentação de sua obra por outras educadoras, com a 
sua observação direta. A autora em entrevista disse sentir-
se responsável pela concretização de um trabalho social, pelo 
contato que teve com as crianças de todo o Brasil, quando das 
suas viagens como formadora de professores.
Figura 8: Método da experiência criadora
Fonte: http://bit.ly/31jFtdw
 http://bit.ly/2Mg0vp4
http://: http://bit.ly/31jFtdw
Educação Popular 89
ACESSE
O fazer pedagógico e as propostas oficiais para a alfabetização em 
Mato Grosso do Sul: da pretensão à prática. http://bit.ly/2VTO59L
O Barquinho Amarelo. http://bit.ly/31dguZe
 �Educação Popular em Direitos Humanos (EPDH) - 
supõe uma metodologia fundamentada nas relações entre as 
pessoas, respeitando e valorizando a diversidade - não como 
um aspecto de separação e de isolamento (distanciamento), 
e sim como uma premissa de fraternidade, comunhão e de 
solidariedade. Essa modalidade acontece na escola, no cotidiano.ACESSE
EDUCAÇÃO POPULAR E DIREITOS HUMANOS Pautas 
Pedagógicas para a Atuação. http://bit.ly/2OPiJiQ
SAIBA MAIS
Educação popular para os direitos humanos na escola […] assume 
um posicionamento de que, ao tratar das questões da comunidade, 
 http://bit.ly/2VTO59L
 http://bit.ly/31dguZe
 http://bit.ly/2OPiJiQ 
Educação Popular90
vai além dessas questões, desenvolvendo atividades pedagógicas 
que se pautam pelas discussões, pelo diálogo entre profissionais 
da escola e a comunidade, promovendo, enfim, atitudes de 
esclarecimento de questões mais gerais da sociedade.
SAIBA MAIS (CONTINUAÇÃO)
Esse caminho é o que parece possibilitar uma educação, 
agora popular, em condições de garantir valores como a 
pluralidade de idéias e a alteridade, garantindo maiores espaços à 
promoção da igualdade de oportunidades, participação e exercício 
da autonomia Educação popular para os direitos humanos no 
cotidiano […] a sua implementação direciona-se pelo exercício 
da crítica, como a capacidade humana de discernir as dimensões 
positivas e negativas de cada fenômeno, decidindo-se a partir 
desse processo mental. Ora, no cotidiano, as reivindicações 
populares vão se constituir como elementos educativos dessa 
educação e se concretizar como componentes dos direitos 
humanos. São as reivindicações gerais pela qualificação para 
o trabalho, educação básica para todos, a participação política 
nos grupos sociais e mesmo reivindicações pela educação 
política nos movimentos sociais e partidos políticos (http://bit.
ly/2pk5vA7_cap_3_artigo_03.pdf)
 �A Economia Solidária (ES) é uma maneira de 
produção, pensamento e relacionamento iniciada da geração 
de trabalho e renda que tem como probabilidade metodológica 
a Educação Popular. Agrega empreendimentos econômicos 
solidários: startups sociais, cooperativas e associações. 
Existem outros meios de estruturação relacionadas à ES como: 
organizações quilombolas e indígenas, agricultura camponesa, 
fábricas recuperadas e outras.
http://bit.ly/2pk5vA7
http://bit.ly/2pk5vA7
Educação Popular 91
Figura 9: Produção, pensamento e relacionamento iniciados 
da geração de trabalho e renda
Fonte: Pixabay (2019)
SAIBA MAIS
Estratégias de educação popular – voltada para a economia 
solidária. http://bit.ly/2VJWWue
 �Metodologia de Intervivência Universitária também 
é possível ousar, criar e inovar nas metodologias de educação 
popular. Prestem atenção, nessa interessante iniciativa! 
Aconteceu em 2012, a iniciativa pioneira de interveniência 
universitária e educação popular, no município de Mato Grande, 
territórios potiguares, no Rio Grande do Norte. O seu marco 
foi o desenvolvimento de uma ação de extensão, com foco na 
promoção do protagonismo de jovens, aplicando a metodologia 
de interveniência universitária, a fim de pesquisar sobre o 
perfil sociodemográfico e das variáveis comportamentais dos 
jovens participantes na ação. Realizou-se atividades como de 
disseminação do conhecimento e domínio de tecnologia, voltada 
para a inclusão social, por meio de intercâmbios, alternâncias 
e diálogos de experiências do dia-a-dia, de educandos (as) 
http://bit.ly/2VJWWue
Educação Popular92
do sistema público de Educação Básica, e o universo do 
conhecimento técnico-científico dispostos nas Instituições de 
Ensino Superior (IES).
ACESSE
Grupo de Pesquisa Incubadora OASIS. http://bit.ly/33BGHCa
SAIBA MAIS
O referido projeto, ao contemplar a aplicação de recursos de 
Educação Popular no desenvolvimento de competências e 
habilidades empreendedoras de estudantes da Educação Básica, 
do sistema público de ensino, vinculados à agricultura familiar, 
caracteriza-se como esforço de desenho e consolidação de 
tecnologia social na perspectiva do empreendedorismo social.
O projeto foi desenvolvido pela Incubadora Organização 
de Aprendizagens e Saberes em Iniciativas Solidárias – OASIS 
vinculada ao Programa de Pós - graduação em Administração 
– PPGA/UFRN e, mais especificamente, à linha de pesquisa 
Políticas Públicas e Governança que, em sentido amplo, centra-
se em estudos de “políticas de emprego, educação, saúde, 
assistência social, previdência, transporte, moradia, saneamento 
básico, tributárias, entre outras - em âmbito nacional, regional, 
estadual e municipal” e de “novas formas tecnológicas e 
gerenciais no setor público, particularmente os processos de 
 http://bit.ly/33BGHCa
Educação Popular 93
terceirização, privatização, agências reguladoras, organizações 
sociais, agências executivas, parcerias e consórcios” (http://bit.
ly/31iV90k)
 �Método Educação da Vida desenvolvida por Masaharu 
Taniguchi fundador da Organização Social Seicho-no-ie, de 
cunho filosófico, trata da educação, focada na “reeducação do 
adulto” e no “sorriso, elogio e palavras de incentivo”. Tem como 
objetivo, acreditando na essência boa da criança, fazê-la crescer 
através do amor com sabedoria. Esta metodologia é conhecida 
como A prática do Diário de Elogios, aplicada pela elaboração 
de uma lista das qualidades manifestadas do (a) educando (a) 
no momento com a finalidade de se enxergar uma concepção 
positiva de si mesmo e do outro (educação do ser integral) e dessa 
maneira fazer surgir as demais qualidades que estão no universo 
da potencialidade temporariamente. Esta tese fundamenta-se na 
ideia de que apenas “ o que for reconhecido pela mente humana 
que passa a se manifestar objetivamente”. Como resultado 
desta prática temos o direcionamento da atenção da mente para 
a perspectiva positiva e iluminada dos (as) educandos (as) e a 
abstração do foco mental dos aspectos que necessitam ainda 
serem melhorados; a elevação da autoestima, da autoconfiança 
e a revelação das potencialidades já existentes – que estavam 
ocultas, e tornam-se evidentes para os (as) educadores (as), 
familiares e sociedade.
SAIBA MAIS
A professora Liliana Catais Martins de Souza, membro atuante da 
Associação Regional dos Educadores da Seicho-No-Ie da cidade 
de São José do Rio Preto (SP), foi convidada pela Secretaria da 
http://bit.ly/31iV90k
http://bit.ly/31iV90k
Educação Popular94
SAIBA MAIS (CONTINUAÇÃO)
Educação de Rondônia para uma apresentação realizada no mês de 
agosto de 2015, demonstrando a eficácia da prática conhecida como 
Diário de Elogios. Na ocasião, foram convidados os professores, 
profissionais da área e autoridades locais, dando ênfase na 
participação dos educadores da zona rural (http://bit.ly/2VKlJ1n).
ACESSE
O Despertar da Capacidade Infinita na Educação Fundamental. 
http://bit.ly/32h8844 
http://bit.ly/33zlvga
Educação da Vida da Seicho - http://bit.ly/2VLWOKJ
Conceituando Comunidade
Na unidade 1, tópico 3 do nosso e-book você estudou as 
terminologias e conceitos da educação popular. Vamos relembrar 
dois deles, que são complementares ao conceito de comunidade. 
Atenção!
http://bit.ly/2VKlJ1n
http://bit.ly/32h8844 
http://bit.ly/33zlvga
http://bit.ly/2VLWOKJ
Educação Popular 95
Comunitário é comum a vários indivíduos, relativo a sociedade.
Sociedade conjunto de indivíduos politicamente organizados que 
partilhando de objetivos comuns dão sentido à vida e justificam 
a concepção do homem como um ser de relações, capaz de fazer 
história própria […].
O que é uma Comunidade
Nessa linha de pensamento podemos inferir que 
comunidade é um grupo de pessoas que possuem e buscam 
objetivos em comum, estão interligadas, interagem e inter-
relacionam-se entre si, no ambiente em que se encontram. Esses 
compartilhamentos de experiências e vivências em comum 
acontecem no território, local e/ou global, aonde residem, 
convivem, trabalham, estudam, por meio presencial e/ou virtual.
SAIBA MAIS
Projeto Popular para o Brasil. http://bit.ly/2Mi01Pj 
Projeto Comunidade e Escola. http://bit.ly/2OWwlJ0 
DEFINIÇÃO
http://bit.ly/2Mi01Pj
 http://bit.ly/2OWwlJ0 
Educação Popular96
Conceitualmente vamos conhecer o que vem a ser 
comunidade.
DEFINIÇÃO
Comunidade qualquer conjunto de indivíduos ligados por 
interesses comuns (culturais, econômicos, políticos, religiososetc.) que se associam com frequência ou vivem em conjunto. 
Grupo de pessoas com características comuns, inseridas numa 
sociedade maior que não compartilha de suas características 
básicas; sociedade (Dicionário Michaelles online, 2019).
ACESSE
O que é comunidade? http://bit.ly/2MNevWx
CURIOSIDADE
Sabia que um bloco de carnaval ou uma escola de samba é uma 
das representações de uma comunidade? Sim, esses grupos 
sociais expressam a cultura de uma região.
http://bit.ly/2MNevWx
Educação Popular 97
ACESSE
Bloco Galo da Madrugada, em Recife. https://glo.bo/2MlNDOl
Figura 10: Comunidade
Fonte: Pixabay (2019)
DEFINIÇÃO
Comunidade escolar constitui o grupo formado por educadores, 
educandos, pais e/ou responsáveis dos educandos (as) 
colaboradores da escola, onde a vivência e participação na 
escola é estimulada, com a finalidade do ótimo desempenho do 
processo de educação (Suzi Cristina Rodrigues, 2019).
https://glo.bo/2MlNDOl
Educação Popular98
ACESSE
A participação da comunidade escolar http://bit.ly/35FBXNN
DEFINIÇÃO
Segundo Rheingold (1993) a comunidade virtual é uma 
agregação cultural formada pelo encontro sistemático de um 
grupo de pessoas no ciberespaço.
ACESSE
Comunidades Virtuais – um novo espaço de aprendizagem. 
http://bit.ly/2VGsLnY
DEFINIÇÃO
Comunidade Global composta por grupos de cidadãos de 
diversas localidades do mundo, com culturas diversas, em torno 
de objetivos comuns.
 http://bit.ly/35FBXNN
http://bit.ly/2VGsLnY
Educação Popular 99
ACESSE
Comunidade global para a educação. http://bit.ly/2qcj5FW
As comunidades na contemporaneidade operam no formato 
redes de cooperação, isto é, um modo de organização para 
compartilhar o saber (conhecimento). No nosso caso disseminar 
as informações e conhecimentos na área da educação popular. 
Estudamos a Rede de Educação Cidadã (RECID) tópico 4 da 
unidade 1 do nosso e-book. Lembra?
Conheceremos outros exemplos de redes de cooperação 
aplicadas na educação popular.
Nova forma de Organização das 
Comunidades em Rede
 �Rede do Instituto Paulo Freire formada por instâncias 
nacionais e mundiais, as quais tratam de assuntos sobre a 
educação. As instâncias que compõe a rede são Fórum Mundial 
de Educação, Fórum Social Mundial, Associação Brasileira de 
Organizações não Governamentais, Campanha Nacional pelo 
Direito à Educação, Rede Planetária foi lançada durante a Rio+20, 
Carta da Terra, Fórum Estadual da Diversidade Etnicorracial e 
Fórum Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
 http://bit.ly/2qcj5FW
Educação Popular100
SAIBA MAIS
O Fórum Mundial de Educação é um movimento pela cidadania 
planetária e pelo direito universal à educação. Constitui-se em 
um espaço de constante diálogo entre todas e todos os que, no 
mundo globalizado, levam adiante projetos de educação popular 
e de enfrentamento ao neoliberalismo, seja em esferas públicas, 
governamentais ou não, coletivas ou de pesquisa (http://bit.
ly/35BsF5B).
ACESSE
Fórum Mundial de Educação http://bit.ly/2BgSIko
SAIBA MAIS
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação constitui-se em 
uma rede que articula mais de 200 grupos e entidades distribuídas 
por todo o país, incluindo movimentos sociais, sindicatos, 
organizações não-governamentais nacionais e internacionais, 
fundações, grupos universitários, estudantis, juvenis e 
comunitários, além de centenas de cidadãos que acreditam na 
construção de um país justo e sustentável por meio da oferta de 
uma educação pública de qualidade (http://bit.ly/35BsF5B).
http://bit.ly/35BsF5B
http://bit.ly/35BsF5B
 http://bit.ly/2BgSIko
http://bit.ly/35BsF5B
Educação Popular 101
ACESSE
Campanha Nacional pelo Direito à Educação http://bit.ly/33zW5iB
SAIBA MAIS
A Rede Planetária foi lançada durante a Rio+20, no contexto da 
2ª Jornada Internacional do Tratado de Educação Ambiental. É 
constituída por redes, fóruns, organizações, movimentos sociais 
e coletivos, afinados com os princípios e valores explicitados no 
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis com 
Responsabilidade Global (https://www.paulofreire.org/redes).
ACESSE
Rede Planetária http://bit.ly/2Mjdnef
http://bit.ly/33zW5iB
https://www.paulofreire.org/redes
Educação Popular102
SAIBA MAIS
O Fórum Estadual da Diversidade Etnicorracial (FEDER) é 
composto por diversas instituições da sociedade civil e do poder 
público. A partir do diálogo constante dos participantes, busca a 
efetiva implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 (http://
bit.ly/35BsF5B).
ACESSE
Fórum Estadual da Diversidade Etnicorracial http://bit.ly/32m7Fxu
 �Rede Nacional de Mobilização Social (COEP) criada 
com a finalidade de combater a fome, erradicar a miséria, 
reuniram-se 33 (trinta e três) dirigentes - entre eles o sociólogo 
Herbert José de Sousa (Betinho) de empresas, federais e 
estaduais, fundações e autarquias, para formalizar a criação da 
RNBS em agosto de 1993.
A COEP é organizada por três redes a Rede de Organizações, a 
Rede Comunidades e a Rede de Pessoas ou Rede Mobilizadores.
A Rede de Organizações conta com organizações de âmbito 
nacional (universidades, empresas, órgãos governamentais, 
entidades de classe e organizações não governamentais, entre 
outros), atuando de forma articulada (http://bit.ly/2MiRQ5d).
A Rede Comunidades envolve hoje diretamente cerca de 90 
comunidades em todos os estados brasileiros. É no trabalho com 
(http://bit.ly/35BsF5B
(http://bit.ly/35BsF5B
 http://bit.ly/32m7Fxu
http://bit.ly/2MiRQ5d
Educação Popular 103
as comunidades que a proposta de atuação do COEP se torna 
mais efetiva, não somente pela transformação que possibilita na 
vida das pessoas de baixa renda, mas também pelo trabalho em 
parceria e cooperação resultado da articulação em rede. A Rede 
COEP viabiliza o encontro de comunidades e organizações, 
ampliando o impacto da ação individual, criando sinergia e 
facilitando processos de capacitação e troca de experiência 
(http://bit.ly/2MiRQ5d).
A Rede de Pessoas ou Rede Mobilizadores possui mais de 44 
mil pessoas cadastradas, espalhadas por 1,8 mil municípios 
brasileiros nas 27 unidades da federação. Criada em 2003, a 
Rede Mobilizadores reúne pessoas com experiências e saberes 
diversos, movidas por ideais de justiça e equidade social, tendo 
sua página na Internet como espaço de encontro para que tenham 
acesso à capacitação e a informações qualificadas. Promove a 
troca de experiências para aprimorar práticas, replicar iniciativas 
bem sucedidas e mobilizar as pessoas para que atuem de forma 
organizada em prol dos eixos de atuação do COEP (http://bit.
ly/2MiRQ5d).
O Laboratório Herbert de Souza - Tecnologia e Cidadania – Laboratório 
Betinho, criado em parceria com a Coppe/UFRJ tem como objetivo 
aprimorar estratégias metodológicas articulando desenvolvimento 
tecnológico e inovação social, a partir da experiência acumulada 
pelo COEP ao longo de sua trajetória voltada ao desenvolvimento de 
comunidades vulneráveis (http://bit.ly/2MiRQ5d).
ACESSE
Criação da Rede Nacional de Mobilização Social. http://bit.ly/2ONq822
http://bit.ly/2MiRQ5d
http://bit.ly/2MiRQ5d
http://bit.ly/2MiRQ5d
http://bit.ly/2MiRQ5d
http://bit.ly/2ONq822
Educação Popular104
Rede de Filantropia criada em 2002, com o objetivo de 
compartilhar conhecimentos técnicos sobre a gestão do terceiro 
setor.
O terceiro setor é formado pelas organizações da sociedade civil 
organizada – Associações; Fundações; Conselhos; Institutos; 
Entidades filantrópicas; Movimentos Sociais e Organizações 
Não Governamentais (ONGs); Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público (OCIPs) estas organizações efetuam 
trabalho nas área de educação, saúde, meio ambiente, habitação, 
cultura, assistência social e outras, para auxiliar o estado.
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
ACESSE
Rede de Filantropia https://www.filantropia.ong/
Chegamos ao final da unidade 2, espero que tenham gostado do 
assunto e assimilado o aprendizado. Bons estudos!
https://www.filantropia.ong/
Educação Popular 105
UNIDADE
03
VISÃOPRÁTICA DA EDUCAÇÃO POPULAR
Educação Popular106
Nesta unidade abordaremos a visão prática da educação 
popular. O nosso estudo começará com a introdução dos conceitos 
sobre os projetos multidisciplinares envolvendo as concepções da 
educação popular; como também as definições de planejamento, 
plano, equipe, multidisciplinaridade, projeto multidisciplinar e 
indicadores; compreenderemos as etapas, objetivos dos projetos 
multidisciplinares; o que vem a ser a Interdisciplinaridade, 
transdisciplinariedade e pluridisciplinariedade. Logo a seguir 
apresentaremos algumas fontes de recursos financeiros públicos 
e privados para os projetos multidisciplinares na educação 
popular e seus exemplos. Conversaremos na sequência sobre 
a ampliação a percepção dos educadores acerca de: liberdade, 
justiça, igualdade e felicidade. Explicaremos após a avaliação de 
projetos multidisciplinares nos segmentos da educação popular 
- conceito de avaliação e princípios. Por fim, reconheceremos 
o estudo de caso na educação popular como estratégia de 
pesquisa, compreendendo a definição e classificação do método 
de pesquisa de estudo de caso.
INTRODUÇÃO
Educação Popular 107
1
2
3
4
Olá. Bem-vindo a nossa Unidade 3. O nosso objetivo é 
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Conhecer o conceito de projetos populares 
multidisciplinares;
Entender os princípios da liberdade, justiça, 
igualdade e felicidade no trabalho do (a) educador 
(a) popular;
Explicar a avaliação de projetos multidisciplinares 
nos segmentos da educação popular e;
Reconhecer o método de pesquisa do estudo de 
caso na educação popular.
Vamos aprimorar nossos conhecimentos juntos?
Educação Popular108
Projetos multidisciplinares envolvendo 
as concepções da Educação Popular
Caro (a) aluno (a), iremos estudar neste tópico sobre a 
prática pedagógica por meio do desenvolvimento de projetos 
multidisciplinares na educação popular. Mergulhem nesse 
estudo interessante!
Conceitos essenciais dos projetos 
multidisciplinares 
Iniciaremos o nosso estudo conceituando planejamento 
educacional, projetos, plano, equipe, multidisciplinariedade, 
indicadores educacionais, os quais são fatores fundamentais 
para o entendimento do conceito de projetos multidisciplinares 
na educação popular. 
O primeiro conceito a ser entendido é o planejamento 
educacional. Atenção!
Segundo Coaracy ( 1972 apud SANT’ANNA et al., 1988, 
p.14) o planejamento educacional consiste em um processo 
contínuo que se preocupa com o para onde ir e quais as maneiras 
adequadas para chegar lá, tendo em vista a situação presente 
e possibilidades futuras, para o desenvolvimento da educação 
atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, 
quanto as do indivíduo.
DEFINIÇÃO
Educação Popular 109
A Pedagogia Libertadora e o Planejamento Educacional 
relacionam-se. Vamos conhecer o pensamento de Danilo Gandin 
a respeito dessa relação:
No planejamento, é fundamental a ideia de transformação da 
realidade. Isto quer dizer que uma instituição (um grupo) se 
transforma a si mesma tendo em vista influir na transformação 
da realidade global. Quer dizer, também, que fez sentido falar em 
planejamento acima e além da administração - como uma tarefa 
política, no sentido de participar na organização na mudança das 
estruturas sociais existentes. Quer dizer, finalmente, que planejar 
não é preencher quadrinhos para dar status de organização séria a 
um setor qualquer da atividade humana (GANDIN, 2000, p. 55).
Seguimos com o próximo conceito projeto:
Projeto é um design, um esboço de algo que desejo atingir. Está 
sempre comprometido com ações, mas é algo aberto e flexível ao 
novo. A todo o momento você pode rever a descrição inicialmente 
prevista para poder levar a avante sua execução e reformulá-la de 
acordo com as necessidades e interesses dos sujeitos envolvidos, bem 
como da realidade enfrentada (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.61).
SAIBA MAIS
DEFINIÇÃO
Educação Popular110
Prestem atenção a mais uma definição de projeto:
Projeto é uma ação desencadeada dentro de um período de tempo 
determinado, geralmente para criar algo que não existia antes. 
Rotina é um conjunto de ações que se repetem continuamente, cuja 
duração é indefinida dentro da instituição (GANDIN, 2000, p. 28).
DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO
Projeto de Intervenção voltado à Educação em Direitos 
Humanos e Educação Para a Paz, com ênfase na questão de 
gênero e violência, em colégios da rede pública de ensino de 
ponta grossa. http://bit.ly/2WejvHI
ACESSE
Seguimos com o conceito de plano.
Plano compreende o documento que descreve e formaliza o 
planejamento e o projeto de uma ou mais temáticas da educação 
popular (RODRIGUES, 2019).
http://bit.ly/2WejvHI
Educação Popular 111
Vamos em frente compreendendo o conceito de equipe. 
Equipe consiste em um time formado por multiprofissionais 
com a finalidade de planejar, executar, monitorar e avaliar projeto (s) 
em determinada área da educação popular (RODRIGUES, 2019). 
Agora vamos compreender o conceito de multidiscipli-
naridade:
A multidisciplinaridade se caracteriza por uma ação 
simultânea envolvendo diferentes disciplinas em torno de um 
tema comum. Nesse caso, os conhecimentos disciplinares estão 
no mesmo nível hierárquico e se apresentam de forma estanques, 
não existe nenhuma relação e cooperação entre elas (PRADO; 
ALMEIDA, 2009, p.59). 
Para que você tenha mais informações, acesse Projeto Educarte. 
http://bit.ly/2pdjjwt
ACESSE
Espero que goste, pois o intuito é esse, alimentar sua 
bagagem de conhecimentos.
Analisando os conceitos de projetos e multidisciplinaridade 
e, relembrando o que estudamos nas unidades 1 e 2 – em especial 
o conceito e as área da educação popular elaboro o meu conceito 
de projeto multidisciplinar na educação popular:
http://bit.ly/2pdjjwt
Educação Popular112
Delineia ideias, estruturadas por projetos, a respeito das 
temáticas da educação popular (Direitos Humanos, idosos, crianças, 
adolescentes, mulheres, pessoas com deficiência, população 
indígena, quilombola e do campo, população LGBT - lésbicas, 
gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros, trabalho 
e renda, saúde, educação, assistência social e outras) aplicando 
a cultura da diversidade, junto a equipes multiprofissionais 
(profissionais de diferentes formações), com a troca de saberes, 
experiências e vivências (RODRIGUES, 2019).
Vamos a mais informação preciosa, acesse:
Projeto de iniciação científica em Direitos de Cidadania no 
Brasil - Direitos Fundamentais Constitucionais e Humanos: 
http://bit.ly/33UJdns
Projeto Popular para o Brasil: http://bit.ly/2WdaJKh
ACESSE
Os indicadores são fontes de informações quantitativas 
(numérica) com significado qualitativo com a finalidade de 
fundamentar os planejamentos, os projetos, os programas e as 
políticas públicas. Prosseguimos com o conceito de indicadores 
educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) – faz parte da estrutura do 
Ministério da Educação (MEC). Vamos lá!
http://bit.ly/33UJdns
http://bit.ly/2WdaJKh
Educação Popular 113
Eles atribuem valor estatístico à qualidade do ensino, atendo-
se não somente ao desempenho dos alunos, mas também ao 
contexto econômico e social em que as escolas estão inseridas. 
Eles são úteis principalmente para o monitoramento dos 
sistemas educacionais, considerando o acesso, a permanência e 
a aprendizagem de todos os alunos. Dessa forma, contribuem 
para a criação de políticas públicas voltadas para a melhoria da 
qualidade da educação e dos serviços oferecidos à sociedade 
pela escola (http://bit.ly/32IsJP3).
Conheça as estatísticas sobre a educação escolar indígena no 
Brasil: http://bit.ly/344rfip
Conheça breve perfil da educação escolar quilombola (EEQ) no 
Brasil. : http://bit.ly/2JmwMcc
Conheça o panorama da educação do campo no Brasil.:http://bit.
ly/2Ne9mHa
RESUMINDO
ACESSE
http://bit.ly/32IsJP3http://bit.ly/344rfip
http://bit.ly/2JmwMcc
http://bit.ly/2Ne9mHa
http://bit.ly/2Ne9mHa
Educação Popular114
Etapas, Objetivos dos Projetos 
Multidisciplinares
Organiza-se os projetos em etapas para proporcionar o 
seu planejamento, execução e monitoramento, isto é, a fim de 
facilitar o processo de gestão de projetos.
Conforme Gadin (2003) as partes de um projeto são 
essencialmente:
a. Objetivo, com os “o quê” e “para quê” (tomados do 
plano) muitas vezes aparecendo sob os títulos de objetivo e de 
finalidade;
b. Justificativa (breve), se parecer necessário;
c. Localização, dizendo onde serão desdobradas as 
atividades do projeto;
d. Cronograma, dizendo quando acontecerá cada atividade;
e. Metodologia, descrição circunstanciada das atividades, 
incluindo todas as orientações necessárias para que o projeto 
aconteça no espírito que o gerou;
f. Recursos humanos, indicação de pessoas com a 
respectiva habilitação que serão necessárias para a execução do 
projeto;
g. Recursos físicos e financeiros, dizendo o que será gasto 
e de onde sairão os recursos;
h. Critérios de eficiência, em que se descreva o resultado 
que seria aceitável como consequência da execução do projeto.
Educação Popular 115
Podem ser adicionadas mais etapas e/ou essas serem adaptadas, 
conforme a necessidade e o interesse da equipe de projetos. Os 
projetos multidisciplinares tomam forma de um documento 
organizado de acordo com as partes do projeto.
Os projetos multidisciplinares possuem como objetivo 
proporcionar a interdisciplinaridade, viabilizando a identificação 
de pontos em comum existentes entre os conteúdos ministrados 
levando – os assim a serem utilizados e entendidos no dia a dia.
+
OBSERVAÇÃO
Interdisciplinaridade. Representa um nível mais elevado de 
interação entre as disciplinas, um nível hierárquico superior onde 
procede a coordenação das ações disciplinares. Há, portanto, 
uma organização e articulação voluntária coordenada das ações 
disciplinares orientadas por um interesse comum. Isso significa 
que na interdisciplinaridade há cooperação e diálogo entre os 
conhecimentos disciplinares (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.59).
VOCÊ SABIA?
Educação Popular116
Figura 1: Interdisciplinaridade dos projetos multidisciplinares na educação popular
Fonte: Pixabay
Confira a iniciativa do Núcleo de Interdisciplinar de 
Pesquisa e Extensão em Economia Solidária e Educação Popular 
(NUPLAR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Quero que você acesse estes links, é de suma importância para o 
seu aprendizado. http://bit.ly/2p2djqp
Na obra Planejamento: Como Prática Educativa do professor 
Danilo Gandin aborda as metodologias do planejamento e planos 
na educação. http://bit.ly/2p4y9FF
ACESSE
http://bit.ly/2p2djqp
http://bit.ly/2p4y9FF
Educação Popular 117
Concebendo que os conteúdos ministrados tenham uma 
aplicabilidade na vida cotidiana do discente, ou seja, que não 
sejam apenas disciplinas isoladas, sem sentido ou decoradas 
simplesmente para fazer um teste. Estas ligações podem 
simplificar o processo de ensino – aprendizagem, uma vez que 
ajudam a construir o conhecimento de forma mais agradável e 
participativa. A multidisciplinaridade tem como base o princípio 
de que nenhuma fonte de conhecimento é por si completa, 
ou seja, interagindo com outras fontes farão surgir novas 
compreensões da realidade. Isto nos remete a mais um conceito. 
Prestem atenção!
A transdisciplinaridade não significa apenas que as disciplinas 
colaboram entre si, mas significa também que existe um 
pensamento organizador que ultrapassa as próprias disciplinas 
e a interdisciplinaridade ( (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.60).
DEFINIÇÃO
Trabalhar com projetos pode representar uma excelente 
estratégia para propiciar a criação do conhecimento coletivo, 
pois permite que o estudante possa romper com sua inércia e 
passe a interagir de várias formas diferentes durante toda a etapa 
de execução do projeto.
O ensino por meio de projetos, além de consolidar a 
aprendizagem, contribui para a formação de hábitos e atitudes 
e para aquisição de princípios que podem ser utilizados em 
Educação Popular118
situações alheias a vida escola. Trabalhar em grupo faz com 
que o aluno tenha flexibilidade no pensamento, auxiliará no 
desenvolvimento da autoconfiança para que este possa entrar 
numa outra atividade proporcionando também a aceitação do 
próximo, facilitando a divisão de trabalho e a responsabilidade 
na comunicação entre os colegas.
Figura 2: O trabalho em grupo como estratégia nos projetos multidisciplinares
Fonte: Pixabay
O conhecimento construído através dos Projetos 
Multidisciplinares deve possibilitar a análise crítica de valores 
sociais, desenvolver o respeito mútuo – uma vez que requer uma 
maior interação entre os alunos – e fortalecer a aquisição de 
hábitos saudáveis, pois faz com que o aluno se reconheça como 
elemento integrante do processo e permite maior conscientização 
sobre os diversos aspectos relacionados às situações cognitivas, 
afetivas e sociais ao permitir o uso de estratégias individuais e 
grupais nas práticas e resoluções de problemas.
Educação Popular 119
Figura 3: O conhecimento construído por meio dos projetos multidisciplinares
Fonte: Pixabay
Realize a leitura sobre as Relações Pedagógicas na Educação 
Infantil: um enfoque na afetividade. Assim, poderão 
entender às às situações cognitivas, afetivas e sociais. 
http://bit.ly/2pXS4Wz.
ACESSE
O que vem a ser a interação entre os alunos nos projetos 
multidisciplinares? A seguir verifique: 
Na pluridisciplinaridade existe algum tipo de interação 
entre os conhecimentos disciplinares, embora, eles estejam no 
mesmo nível hierárquico. Há uma relação entre os domínios 
disciplinares indicando a existência de alguma cooperação entre 
eles (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.59).
http://bit.ly/2pXS4Wz
Educação Popular120
Leia o artigo (O planejamento participativo no contexto da 
Comunicação Popular e Comunitária publicado pela Sociedade 
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - 
Intercom).
http://bit.ly/2Nq9i7p
ACESSE
Para o desenvolvimento de um projeto multidisciplinar 
voltado para a educação popular temos que ter em mente alguns 
aspectos entre eles estão:
 �Respeitar a materialidade das origens;
 �Construir e consolidar uma matriz pedagógica articulada 
com trabalho e cultura;
 �Realizar uma educação laica e politicamente 
responsável, no tocante às questões de gênero, etnia e classe, 
com vistas às emancipações humanas;
 �Reconhecer e readaptar a dinâmica e os espaços de 
ensino e aprendizagem.
http://bit.ly/2Nq9i7p
Educação Popular 121
Resumindo é respeitar: o conhecimento; as vivências; o meio 
sócio cultural; as histórias e as práticas e as suas realidades.
+
OBSERVAÇÃO
Fontes de recursos financeiros públicos 
para os projetos multidisciplinares na 
educação popular
Para viabilizar os projetos multidisciplinares na educação 
popular necessitamos de recursos financeiros. Nas esferas 
da administração pública (federal, estadual, municipal) 
temos disponíveis Fundos Públicos e Fundos Sociais para o 
financiamento das Políticas Sociais no Brasil.
ACESSE
Fundo Público e o financiamento das Políticas Sociais no Brasil. 
http://bit.ly/33ZtQKv
http://bit.ly/33ZtQKv
Educação Popular122
Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Estabelece o regime 
jurídico das parcerias entre a administração pública e as 
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, 
para a consecução de finalidades de interesse público e 
recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos 
previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em 
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos 
de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de 
colaboração e de cooperação com organizações da sociedade 
civil; e altera as Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, 
de 23 demarço de 1999.
VOCÊ SABIA?
Figura 4: O trabalho em grupo como estratégia nos projetos multidisciplinares
Fonte: Pixabay
Educação Popular 123
Fundo Social - Criado pela Lei 12.351, de 2010, o fundo é formado 
por recursos recebidos pelo governo a partir da exploração 
do petróleo da camada pré-sal. Atualmente, os recursos são 
destinados exclusivamente à educação pública, com prioridade 
para a educação básica, e à saúde (http://mds.gov.br/).
VOCÊ SABIA?
Mas, como conseguir recursos para os projetos?
Então, na área social temos o Fundo Nacional de Assistência 
Social (FNAS); Fundo Nacional do Idoso (FNI); Fundo de 
Apoio à Pessoa com Deficiência (FAPD); Fundo Nacional para 
a Criança e ao Adolescente (FNCA). Também nessas esferas 
públicas está disponível o Fundo Nacional de Saúde (FNS), 
o qual pode ser utilizado para o financiamento de projetos na 
área de saúde e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação (FNDE) destinado a projetos e programas e políticas 
educacionais do Ministérios da Educação (MEC).
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. 
https://www.mdh.gov.br/
ACESSE
http://mds.gov.br/
https://www.mdh.gov.br/
Educação Popular124
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) é 
mantida pelo Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS):
O FNAS, instituído pela Lei nº. 8.742, de 7 de dezembro 
de 1993, tem por objetivo proporcionar recursos e meios para 
financiar o benefício de prestação continuada e apoiar os 
serviços, programas e projetos de assistência social.
Cabe ao Ministério da Cidadania, como órgão responsável 
pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, 
gerir o Fundo Nacional de Assistência Social, sob orientação e 
controle do CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social 
(http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/
assistencia-social/fnas-fundo-nacional-assistencia-social/fnas-
institucional).
Você pode acompanhar a execução do FNAS no Portal 
Transparência do Governo Federal: http://mds.gov.br/
Meu caro(a), você sabia que o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Social (BNDS) dispõe de um Fundo Social 
voltado a projetos em áreas sociais? Confira!
VOCÊ SABIA?
Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Social. Constituído com uma parcela dos lucros anuais do 
BNDES, o Fundo Social apoia investimentos de caráter social, nas 
áreas de inclusão produtiva, serviços urbanos, saúde, educação, 
desportos, justiça, meio ambiente e outras vinculadas ao 
desenvolvimento regional e social. Nos últimos anos, o BNDES 
Fundo Social tem direcionado grande parte dos investimentos 
http://mds.gov.br/
Educação Popular 125
em projetos de inclusão produtiva, tendo como público-alvo 
agricultores familiares e seus empreendimentos, observados 
os termos da Lei nº 11.326 de 2006, com ênfase em mulheres, 
jovens, produtores que adotem sistemas agroecológicos e povos 
e comunidades tradicionais (http://bit.ly/2pQC2Os).
E com relação o Apoio aos Projetos Sociais? A 
Fundação Banco do Brasil apoia projetos sociais voltados ao 
desenvolvimento sustentável, à inclusão sócioprodutiva e à 
reaplicação de tecnologia social. São realizados investimentos não 
reembolsáveis em parceria com instituições sem fins lucrativos 
com mais de dois anos de existência por meio da celebração de 
convênios ou contratos. O processo se inicia com a apresentação 
de proposta em função de editais de chamadas públicas ou ações 
específicas da Fundação BB em parceria com as agências do 
Banco do Brasil. As ações específicas da Fundação BB em 
parceria com as agências do Banco do Brasil, especialmente 
as chamadas para Projetos de Inclusão Socioprodutiva (PIS) e 
Voluntariado BB FBB, devem ser acessadas junto às agências 
BB locais (https://fbb.org.br/pt-br/menu-pt-br/sobre-nos).
Os editais públicos podem ser acessados na página. http://bit.ly/2PutnvZ
ACESSE
http://bit.ly/2pQC2Os
http://bit.ly/2PutnvZ
Educação Popular126
Fontes de recursos financeiros privados 
para os projetos multidisciplinares na 
educação popular
Já na esfera privada os fundos, para a promoção dos 
projetos, são implantados por ações da Sociedade Civil 
Organizada, na maioria das vezes, através das Organizações 
Sociais (OS) e em parceria com empresas adeptas a Projetos e 
Programas de Responsabilidade Social, bem como por doações 
de pessoas (mantenedores/pessoa física) e organizações (pessoa 
jurídica).
A maior parte dos financiamentos de projetos sociais, 
inclusive os da educação popular, são subsidiados pelos fundos 
mantidos por OS.
Figura 5: Responsabilidade social
Fonte: Pixabay
Educação Popular 127
Figura 6: Captação de recursos
Fonte: Pixabay
Responsabilidade Social acontece quando as organizações, de 
forma voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações 
que promovam o bem-estar social dos seus funcionários e da 
comunidade aonde está localizada.
+
OBSERVAÇÃO
Com o intuito de auxiliar a captação de recursos para as 
OS nasceu a Associação Brasileira de Captadores de Recursos 
(ABCR)
Educação Popular128
A ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos é 
uma organização sem fins lucrativos composta por captadores 
e mobilizadores de recursos e que tem como principal objetivo 
estabelecer uma ampla rede nacional, fortalecendo os laços entre 
os profissionais que atuam na área e propiciando condições para o 
intercâmbio técnico, a troca de experiências e o desenvolvimento 
comum da profissão. Criada em 1999, a ABCR tem como missão 
promover, desenvolver e qualificar a atividade de captação de 
recursos, vista hoje como um dos grandes desafios do Terceiro 
Setor. Entre suas principais metas, destacam-se a de trabalhar para 
assegurar a credibilidade e representatividade da profissão e a de 
apoiar, indiretamente, organizações sociais na importante tarefa 
de construir uma sociedade mais justa (http://bit.ly/346pvVZ)
SAIBA MAIS
ACESSE
Iniciativas da ABCR. http://bit.ly/32KSIFG
Avançamos apresentando alguns fundos geridos por OS.
Internacionalmente o Fundo de Democracia das Nações 
Unidas (UNDEF) disponibiliza recursos financeiros para o 
aporte de projetos de promoção à democracia e aos Direitos 
Humanos. 
http://bit.ly/346pvVZ
http://bit.ly/32KSIFG
Educação Popular 129
Fundo de Democracia das Nações Unidas (UNDEF) convida 
organizações da sociedade civil brasileira a solicitar financiamento 
para projetos de promoção e apoio à democracia […] Os projetos 
têm duração de dois anos e recaem sob uma ou mais das oito áreas 
do edital: igualdade de gênero; ativismo comunitário; Estado de 
Direito e direitos humanos; ferramentas para o conhecimento; 
empoderamento da juventude; mídia e liberdade de informação; 
e fortalecimento da interação da sociedade civil com o governo; e 
processos eleitorais (http://bit.ly/36436u4).
IMPORTANTE
Fundo de Democracia das Nações Unidas (UNDEF). http://bit.
ly/347m4ON
ACESSE
http://bit.ly/36436u4
http://bit.ly/347m4ON
http://bit.ly/347m4ON
Educação Popular130
Outro fundo de cunho mundial é o Fundo das Nações 
Unidas para a Infância (UNICEF), com a missão de assegurar 
que cada criança e cada adolescente tenha seus direitos humanos 
integralmente cumpridos, respeitados e protegidos.
Criado em 1946 para ajudar a reconstruir os países mais 
afetados pela Segunda Guerra Mundial, o UNICEF passou a 
atuar em outras nações quatro anos depois. Hoje, está presente 
em 191 países. [...] Portanto, o UNICEF cumpre seu papel com 
responsabilidade, garantindo a transparência de suas ações e 
desenvolvendo seu programa baseado em pesquisas e dados 
atualizados, que permitem conhecer a realidade das crianças e 
dos adolescentes no País. O UNICEF tem ainda como prioridade 
promover a participação cidadã de adolescentes em suas 
famílias, comunidades e nos espaços e políticas que lhes dizem 
respeito, bem como ajudar no enfrentamento da discriminação 
racial e étnica. O UNICEF mobiliza recursos e experiências de 
diferentes atores sociais para ajudar a garantir os direitos das 
criançase adolescentes. A organização realiza, por exemplo, 
parcerias estratégicas com o setor corporativo, contribuindo 
para colocar a causa da infância e da adolescência no “DNA” 
das empresas. (http://bit.ly/33WYt34).
Visando a promoção dos Direitos Humanos no Brasil 
foi instituído o Fundo Brasil de Direitos Humanos voltado às 
Organizações da Sociedade Civil (OS) e a Justiça Social. Sendo 
o seu público-alvo e protagonistas: mulheres, pequenos(as) 
agricultores(as), comunidades tradicionais, povos indígenas, 
quilombolas, população carcerária, vítimas de violência e grupos 
impactados por empreendimentos urbanos e grandes obras de 
infraestrutura.
A Missão do Fundo Brasil é promover o respeito 
aos direitos humanos no Brasil, construindo mecanismos 
inovadores e sustentáveis que canalizem recursos para fortalecer 
organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia 
de justiça social (http://bit.ly/2pXYogL).
http://bit.ly/33WYt34
http://bit.ly/2pXYogL
Educação Popular 131
Vídeo Institucional do Fundo Brasil de Direitos Humanos. 
http://bit.ly/31NiAPC 
Instituidores. http://bit.ly/2PjmrBy
ACESSE
No eixo da Justiça Social foi criado o Fundo de Impacto 
para Justiça Social por meio de uma iniciativa do Instituto 
Comunitário Grande Florianópolis (ICOM) e outras entidades.
O Fundo de Impacto para Justiça Social, um fundo 
coletivo criado em 2018 em parceria com o Impact Hub Floripa 
e a Semente Negócios, é uma rede de pessoas e empresas que 
se mobilizam para garantir os direitos humanos e reduzir as 
iniquidades sociais (http://bit.ly/2PjmrBy).
Iniciativas de projetos multidisciplinares 
na educação popular
Seguimos com alguns exemplos de iniciativas de projetos 
multidisciplinares na educação popular pelas Organizações 
Sociais (OS). Fiquem atentos!
http://bit.ly/31NiAPC
http://bit.ly/2PjmrBy
http://bit.ly/2PjmrBy
Educação Popular132
Conhecemos na unidade 2 o conceito e a classificação das 
Organizações Sociais (OS) – na forma de Institutos, Associações, 
Fundações, Organizações não Governamentais, Organizações 
da Sociedade Civil de Interesse Público. Lembraram que as OS 
realizam trabalhos e ações nas áreas de atuação do Estado como 
Direitos Humanos, saúde, educação, assistência social, meio 
ambiente, tecnologia, inovação, habitação, trabalho e renda e 
outras. Essas OS auxiliam na implantação e implementação de 
projetos, programas, planos e políticas públicas nessas áreas.
Também estudamos, nas unidades 1 e 2, os Direitos Humanos - 
direitos universais aos seres humanos e ao exercício da cidadania. 
As Organizações das Nações Unidas (ONU) - órgão internacional 
composta por países reunidos voluntariamente para atuarem 
pela Paz Mundial e desenvolvimento mundial. A ONU efetua 
campanhas (projetos) em temáticas e causas em Direitos 
Humanos.
RESUMINDO
ACESSE
Para saber mais acesse: http://bit.ly/346rhq7
http://bit.ly/346rhq7
Educação Popular 133
Já imaginou viver em um mundo livre de estigma e discriminação, 
onde todos possam usufruir dos mesmos direitos e oportunidades? 
Por isso, o UNAIDS e seus 11 copatrocinadores da família 
da ONU trabalham o ano todo para promover a iniciativa 
#ZeroDiscriminação. O objetivo é combater qualquer tipo de 
estigma e discriminação tendo como resposta a promoção da 
tolerância, da compaixão e paz. O processo de transformação 
rumo a sociedades e comunidades livres de preconceitos pode 
ser conquistado pelo respeito à diversidade e pela defesa dos 
direitos humanos (http://bit.ly/2MNNPWI).
SAIBA MAIS
Em maio de 2013, o Ministério da Justiça e o Escritório 
de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil lançaram a versão 
brasileira da Campanha Coração Azul contra o tráfico de 
pessoas. Com o slogan “Liberdade não se compra. Dignidade 
não se vende. Denuncie o tráfico de pessoas”, a campanha busca 
mobilizar a sociedade brasileira contra esse crime. Implementada 
pelo UNODC em outros 10 países, ela tem como símbolo o 
Coração Azul, que representa a tristeza das vítimas deste tipo 
de crime e lembra a insensibilidade daqueles que compram e 
vendem seres humanos. O uso da cor azul também demonstra o 
compromisso da ONU com o combate ao tráfico de pessoas. A 
cantora Ivete Sangalo é a Embaixadora Nacional da Boa Vontade 
para Prevenção e Combate ao Tráfico de Pessoas da Campanha 
Coração Azul (http://bit.ly/2pdw3Di).
http://bit.ly/2MNNPWI
http://bit.ly/2pdw3Di
Educação Popular134
IMPORTANTE
Pessoal vejamos as iniciativas na área da Educação da Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura no 
mundo e no Brasil (UNESCO), também realiza projetos e ações 
nas áreas de Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, 
Cultura, Comunicação e Informação. Instituída com o objetivo 
de garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as 
nações, acompanhando o desenvolvimento mundial e auxiliando 
os Estados-Membros – hoje são 193 (cento e noventa e três) 
Países – na busca de soluções para os problemas que desafiam 
nossas sociedades.
EDUCAÇÃO. No setor de Educação, a principal diretriz 
da UNESCO é auxiliar os países membros a atingir as metas de 
Educação para Todos, promovendo o acesso e a qualidade da 
educação em todos os níveis e modalidades, incluindo a educação 
de jovens e adultos. Para isso, a Organização desenvolve ações 
direcionadas ao fortalecimento das capacidades nacionais, além 
de prover acompanhamento técnico e apoio à implementação 
de políticas nacionais de educação, tendo sempre como 
foco a relevância da educação como valor estratégico para o 
desenvolvimento social e econômico dos países. (http://bit.
ly/2NezEsB)
Para saber mais acesse: http://bit.ly/3644Qn6
ACESSE
http://bit.ly/2NezEsB
http://bit.ly/2NezEsB
http://bit.ly/3644Qn6
Educação Popular 135
Presente em todos os continentes do mundo a Seicho-no-ie 
do Brasil – uma Organização Social fundada no Japão, com forte 
atuação no Brasil por meio do seu departamento de Educadores 
desenvolve diversos projetos promovendo a “Educação da Vida” 
- Projetos na Escola – pesquisas, palestras, reuniões de estudos, 
seminários e oficinas nas escolas das redes pública e privada; 
Projeto Maracajaú Sustentável – alternativas para a comunidade 
enfrentar os seus problemas: desemprego, violência, fome, 
drogas e outros e o Projeto Movimento de Alfabetização de 
Jovens e Adultos (MOVA). 
Educando a vida com autonomia. Fevereiro de 2013 
começou bem no CEIMAR – Centro de Educação Integrada 
de Maracajaú. Foi iniciado o projeto “Educando a vida com 
autonomia”, com a participação de trinta educadores. O objetivo 
foi possibilitar a melhoria da qualidade do ensino, conciliando 
a necessidade de se dar mais atenção aos educandos que 
permanecem em tempo integral na escola, com observações 
sobre como acontece a construção da própria imagem pelo 
educando e o reconhecimento da autonomia por esses educandos. 
Desenvolvido pela equipe do CEIMAR, o projeto tem duração 
prevista para dois anos. “Ou enquanto necessitarmos — 
educadores e educandos — de aprofundamento para executar 
um roteiro com autonomia”, explica a coordenadora pedagógica, 
Sandra Cristina. O tema do projeto, “Liberdade e autoridade 
(autonomia)”, surgiu de pesquisa de campo na própria escola e 
de estudos de Howard Gardner, Paulo Freire, Lauro de Oliveira 
Lima, Maria Montessori e Elvira de Souza, em especial. Ele é 
direcionado para o Fundamental I e II (do 4º ao 9º ano).
Segundo a coordenadora Sandra Cristina da Silva, a equipe 
estudou as inteligências de Howard Gardner, o livro Liberdade e 
Autoridade, de Paulo Freire, e temas correlatos baseados nos autores 
Lauro de Oliveira Lima e Maria Montessori, principalmente. 
Educação Popular136
Estes estudos foram muito úteis para trabalhar a questão da 
autonomia. Posteriormente, um estágio da equipe no Projeto 
ncora favoreceu o andamento com os roteiros de estudo e 
tutorias em sala de aula. “Estamos desenvolvendo um projeto 
semelhante desde 2011, com todas as salas de aula, fazendo 
mudanças de professorescom a intenção de melhorar os alunos 
com déficit de leitura e escrita”, lembra a coordenadora. “O 
projeto de autonomia, contudo, prossegue demonstrando para os 
alunos que eles têm capacidade infinita e várias inteligências para 
serem trabalhadas e valorizadas”, conclui (http://bit.ly/2Ncif42).
Exposição do Projeto MOVA. http://bit.ly/2Jk3bQr
ACESSE
Outra iniciativa relevante e interessante nos projetos 
interdisciplinares na educação popular chama-se Social Good 
Brasil que une tecnologias e competências humanas para o bem 
comum.
O SGB existe para potencializar as competências humanas e as 
tecnologias exponenciais para que mais pessoas e organizações 
ajam para resolver problemas da sociedade, contribuindo para 
os Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS). Utilizamos as 
tecnologias e a ciência de dados para inspirar, conectar e colocar 
SAIBA MAIS
http://bit.ly/2Ncif42
http://bit.ly/2Jk3bQr
Educação Popular 137
as pessoas para inovar e agir com esse propósito. Fazemos isso 
por meio de eventos e capacitações para protagonistas sociais, 
empreendedores e organizações impulsionarem o impacto social 
de suas ações, negócios e projetos para uma escala exponencial
 http://bit.ly/33X0Kv8
SAIBA MAIS
Para auxiliar e seus estudos, acesse este endereço, http://bit.ly/34cRhjJ.
O Instituto Latino-Americano de Empreendedorismo, 
Inovação e Desenvolvimento Sustentável (Instituto Êxito) 
tem a finalidade de construir e disseminar a cultura e o 
conhecimento no empreendedorismo, sendo o seu público-
alvo estudantes de instituições públicas de ensino e 
jovens em situação de vulnerabilidade social – onde a 
ação de empreender servirá como alternativa de fonte 
de renda a esse público e suas famílias em especial. 
ACESSE
(CONTINUAÇÃO)
http://bit.ly/33X0Kv8
http://bit.ly/34cRhjJ
Educação Popular138
Também o Instituto aceita ideias de negócios sobre as temáticas 
da educação popular dos cidadãos interessados em empreender. Á 
proposta do seu método de trabalho é interdisciplinar, integrado, 
construtivo e participativo, dentro de um enfoque qualitativo e 
quantitativo em formato de rede.
Este Instituto oferece programas de desenvolvimento 
pessoal e profissional para um público que deseja empreender. 
O objetivo primacial do Êxito é despertar o empreendedor que 
existe dentro de cada jovem, com atenção, sobretudo, para os 
jovens carentes e estudantes de instituições de ensino públicas, 
de nível médio (escolas públicas) e universitário (http://bit.
ly/2Wb3SRA).
A Fundação Itaú estabeleceu programas na área da 
educação em duas frentes de atuação.
Desde 1993, desenvolvemos diversos programas comprometidos 
com a melhoria da educação pública brasileira.
http://bit.ly/2MMt0Ln
SAIBA MAIS
As famílias necessitam satisfazer a sua necessidade de 
moradia, ter um lar onde possam estar seguras e conviver com os 
familiares traz conforte a todos os integrantes da família e auxilia 
na organização familiar para o trabalho, estudos, convivência 
na comunidade e sociedade, etc. Para compreendermos essa 
situação apresento o trabalho das Organizações Sociais Habitat 
para a Humanidade e Teto Brasil protagonistas em projetos na 
área de habitação.
http://bit.ly/2Wb3SRA
http://bit.ly/2Wb3SRA
http://bit.ly/2MMt0Ln 
Educação Popular 139
Habitat Brasil. Missão: incentivar as pessoas a 
construírem juntas casas, comunidades e esperança, procurando 
assim transformar o amor de Deus em ação. 
Visão: Um mundo onde toda pessoa tenha um lugar digno 
para viver. 
Princípios: Demonstrar o amor de Jesus Cristo. Foco 
na moradia. Advogar por moradias adequadas. Promover a 
dignidade e a esperança. Apoiar o desenvolvimento sustentável 
e transformador.
Habitat para a Humanidade - Um Lar.t http://bit.ly/2NdiITr
ACESSE
TETO é uma organização que atua em 19 países da América 
Latina, que busca superar a pobreza em que vivem milhões de 
pessoas nas comunidades precárias, por meio do engajamento 
comunitário e da mobilização de jovens voluntários e voluntárias 
http://bit.ly/346poK6
http://bit.ly/2NdiITr
http://bit.ly/346poK6
Educação Popular140
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) operacionaliza 
o Projeto OAB Cidadã com a função de aproximar os (as)
Advogados (as) da população com o objetivo de orientá-la
quanto aos seus direitos garantidos pela Constituição Federal.
IMPORTANTE
A OAB Cidadã traz para perto da comunidade Advogados 
plenamente capacitados a informar, orientar, auxiliar e esclarecer 
dúvidas sobre os mais variados temas que afetam diretamente a vida 
das pessoas. Garante também através de parceria, uma série de serviços 
que fortalecem o exercício pleno de cidadania http://bit.ly/2MKGhEa.
O Instituto Paulo Freire (IPF) é mantenedor da Casa da 
Cidadania Planetária (CCP) cujo propósito é o desenvolvimento 
de projetos, programas e a colaboração aos fóruns de discussão 
e mobilização social no âmbito local, regional, nacional e 
internacional. Visando essencialmente a cooperação no exercício 
da cidadania planetária, ativa e crítica, nos diversos ambientes 
educacionais, na contexto da cultura de sustentabilidade.
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
Meu caro(a), o conceito de cidadania planetária tem a ver com a 
consciência, cada vez mais necessária de que, assim como nós, 
este planeta, como organismo vivo, tem uma história. Nossa 
história faz parte dele. Não estamos no mundo; viemos do 
mundo. A Terra somos nós e tudo o que nela vive em harmonia 
dinâmica, compartilhando o mesmo espaço e o mesmo destino.
http://bit.ly/2MKGhEa
Educação Popular 141
Educar para a cidadania planetária implica uma 
reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço 
de inserção do indivíduo não numa comunidade local, mas numa 
comunidade que é local e global ao mesmo tempo. 
 O Programa Município que Educa (MqE) é uma iniciativa 
do Instituto Paulo Freire (IPF) que busca contribuir para o 
desenvolvimento das municipalidades por meio da gestão 
municipal compartilhada, colaborativa, com ênfase na dimensão 
educativa de todas as ações locais. https://www.paulofreire.org/
 O Programa de Educação para a Cidadania Planetária 
(PECP) reconhece a Terra como um organismo vivo do qual os 
seres humanos são parte, portanto reconhece que a sobrevivência 
do Planeta depende um processo educacional permanente 
voltado à formação de uma comunidade global com consciência 
de pertencimento e interdependência, capaz de reconhecer o que 
é melhor em termos individuais (pessoais) e coletivos (públicos) 
e de zelar pela sustentabilidade do ambiente em que vive (http://
bit.ly/32LAnrS). 
O Programa de Mobilização Social é responsável 
pela integração das diversas ações do Instituto Paulo Freire 
(IPF) no tocante à participação e articulação nos fóruns 
de discussão e movimentos sociais locais, regionais e 
planetários. Para tanto, busca contribuir para o fortalecimento 
dos movimentos de mobilização social que o IPF faz parte, 
com ênfase na área de educação para a cidadania planetária, 
ampliando o diálogo entre a pedagogia freiriana e as temáticas 
de cada um desses espaços democráticos de discussão. 
https://www.paulofreire.org/ 
http://bit.ly/32LAnrS
http://bit.ly/32LAnrS
Educação Popular142
Agora, vamos saber sobre atuação do Instituto Ser 
Educacional, o qual faz parte da estrutura do Grupo Ser 
Educacional.
Instituto Ser Educacional. Instituto sem fins lucrativos. 
Desenvolve projetos sociais de demanda espontânea e induzida 
nas mais variadas áreas de atuação das instituições. Promove, 
apoia e estimula ações de Responsabilidade Social voltadas à 
comunidade e aos stakeholders do Grupo Ser Educacional.
Para saber mais acesse os links: 
http://bit.ly/2Jp0jlo
http://bit.ly/32IF4ml
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente - CONANDA institui as Escolas de Conselhos 
visando a efetivação dos direitos desses cidadãos. Conheça!
As Escolas de Conselhos apresentam-se com relevantes 
estratégias para consolidação de núcleos de referência para 
formação continuada de conselheiros dos direitose conselheiros 
tutelares e proporcionam a tais atores as condições necessárias 
para superarem, progressivamente a carência de preparo para 
o exercício de suas funções de forma a assegurar uma atuação 
qualificada dos atores na promoção e defesa dos direitos de 
crianças e adolescentes (http://bit.ly/2MKIPlI).
ACESSE
http://bit.ly/2Jp0jlo 
http://bit.ly/32IF4ml
http://bit.ly/2MKIPlI
Educação Popular 143
Para você aprender mais, acesse - Escola de Conselho de 
Pernambuco (PE). http://bit.ly/366MO3H
Você sabia que para promover os direitos das mulheres o 
Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA) criou a 
Universidade Livre Feminista:
É um projeto feminista, construído de forma coletiva e 
colaborativa, cujo objetivo é congregar, catalisar e fomentar ações 
educativas, culturais, artísticas; de produção de conhecimento e 
compartilhamento de saberes acadêmicos, populares e ancestrais, 
numa perspectiva contracultural feminista, antirracista e 
anticapitalista. Através da Universidade Livre pretendemos 
promover a reflexão e a troca de ideias, vivências e experiências 
entre mulheres de diferentes identidades e campos de atuação 
(político, artístico, cultural, acadêmico, comunitário), assim 
como com outros grupos e indivíduos (http://bit.ly/2qDNVaG).
VOCÊ SABIA?
ACESSE
http://bit.ly/366MO3H
http://bit.ly/2qDNVaG
Educação Popular144
Apoiando os direitos dos idosos a Fundação Britânica, 
desde 1947, uma iniciativa da British Society (Sociedade 
Britânica) e o Consulado-Geral Britânico de São Paulo trabalha 
com os projetos Cuidar e Multiplicar em benefício da população 
idosa do Brasil:
Ciente de que o envelhecimento é um processo inerente à 
vida e de que se trata de uma realidade que envolve mudanças 
biológicas, psicológicas, econômicas, sociais e culturais, a 
Fundação Britânica de Beneficência atua na promoção da 
dignidade e do bem-estar da parcela da população com 60 anos de 
idade ou mais que, por algum motivo, teve sua autonomia e seus 
vínculos de proteção e de cuidado comprometidos pelo tempo. 
O trabalho da Fundação, que se divide em alguns Programas 
cuidadosamente desenvolvidos por nossa equipe, tem gerado 
alto impacto e feito a diferença na vida de inúmeros idosos que 
precisaram, precisam e ainda precisarão de assistência ao longo 
de suas vidas (http://bit.ly/32ZF9SA).
Cartilha Direito das Pessoas Idosas do Ministério da Mulher, da 
Família e dos Direitos Humanos. http://bit.ly/2BFtQmR
ACESSE
Cartilha para orientar sobre Direitos da Pessoa Idosa 
e prevenir violência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio 
Grande do Sul. http://bit.ly/2Wb7XVU
http://bit.ly/32ZF9SA
http://bit.ly/2BFtQmR
http://bit.ly/2Wb7XVU
Educação Popular 145
Agora conheceremos o trabalho da Organização Social 
Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes 
(EDUCAFRO) voltada à população afrodescendente. 
O objetivo geral da EDUCAFRO é reunir pessoas 
voluntárias, solidárias e beneficiárias desta causa, que lutam 
pela inclusão de negros, em especial, e pobres em geral, 
nas universidades públicas, prioritariamente, ou em uma 
universidade particular com bolsa de estudos, com a finalidade de 
possibilitar empoderamento e mobilidade social para população 
pobre e afro-brasileira. A Educafro tem a missão de promover a 
inclusão da população negra (em especial) e pobre (em geral), 
nas universidades públicas e particulares com bolsa de estudos, 
através do serviço de seus voluntários/as nos núcleos de pré-
vestibular comunitários e setores da sua Sede Nacional, em 
forma de mutirão. No conjunto de suas atividades, a Educafro 
luta para que o Estado cumpra suas obrigações, através de 
políticas públicas e ações afirmativas na educação, voltadas para 
negros e pobres, promoção da diversidade étnica no mercado de 
trabalho, defesa dos direitos humanos, combate ao racismo e a 
todas as formas de discriminação.
http://bit.ly/2JqiNCi
ACESSE
Para saber mais acesse o link: http://bit.ly/2pdRwfl.
http://bit.ly/2JqiNCi
http://bit.ly/2pdRwfl
Educação Popular146
A Companhia de Bebidas das Américas - Ambev seleciona 
organizações da sociedade civil para receberem apoio na gestão. 
Não há recurso financeiro previsto neste edital, mas uma série de 
aulas e mentorias em temas como gestão de pessoas, orçamento, 
projetos, desdobramento de metas e também captação de recursos. O 
foco são ONGs que trabalham com desenvolvimento, capacitação, 
educação e geração de oportunidades para crianças e jovens de 
comunidades de vulnerabilidade social. Dentre as selecionadas, 
somente a que tiver melhor avaliação final receberá da Ambev um 
aporte financeiro ao final do programa http://bit.ly/2Pjxs5P
VOCÊ SABIA?
Ampliando a percepção dos educadores 
acerca de: liberdade, justiça, igualdade e 
felicidade
 Aluno(a), o nosso estudo deste tópico, necessariamente, 
precisamos iniciar pelos Princípios Fundamentais e os Objetivos 
Fundamentais dispostos na Constituição da República Federativa 
do Brasil (CF) de 1988:
PRE MBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em 
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos 
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, 
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores 
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, 
http://bit.ly/2Pjxs5P
Educação Popular 147
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das 
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL.
 TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 3 º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação.
Observaram que os princípios de Liberdade, Justiça, 
Igualdade e Felicidade perpassam pelos Princípios Fundamentais 
e os Objetivos Fundamentais da CF/88?
 Assim, para refletir sobre esse tema devemos levar em 
consideração que o educador (a) é alguém que tem condições 
de realizar um movimento de ação pedagógica que defenda que 
o trabalho educativo pode e deve ser pautado nos princípios da 
liberdade, justiça, igualdade e felicidade. Nesse sentido podemos 
afirmar que os professores são privilegiados por poderem 
contribuir tão diretamente na construção dessa educação 
libertadora que tanto buscamos ao longo dos anos.
Educação Popular148
O (a) educador (a) tem o poder sobre o processo educativo 
por ele ter em sua formação docente e, principalmente, em sua 
vida, as experiências necessárias para articular conhecimentos 
científicos com a realidade. Tem na reflexão de sua própria 
história e na identificação de que é sujeito dela, ferramentas 
fundamentais para tomar parte deste papel transformador da 
educação brasileira.
Leandro Karnal, Liberdade e Felicidade http://bit.ly/2BFO9Aq
Não há Liberdade sem Disciplina. http://bit.ly/2BGTac0
ACESSE
Figura 7: O (a) educador(a), a liberdade, justiça, igualdade e felicidade.
Fonte: Pixabay
http://bit.ly/2BFO9Aq
http://bit.ly/2BGTac0
Educação Popular 149
Através das várias disciplinas e dos níveis educativos 
o (a) educador (a) constrói-se a educação brasileira, pelo fato 
desses também terem sido alunos (as), vivenciaram as relações 
educativas desta realidade. Deste modo, estas vivências o 
possibilitaram perceber sua posição real, além da formação 
técnica indispensável para o trabalho docente. Fiquem atentos! 
 Para falarmos sobre esse tema não podemos esquecer 
os princípios da Revolução Francesa que nos mostra como a 
liberdade, fraternidade e igualdade são tão importantes para a 
formação de uma sociedade livre e pensante capaz de modificar 
toda a estrutura educacionalcom projetos que levem os alunos a 
um senso crítico e democrático.
Revolução Francesa (1789 - 1799) http://bit.ly/2pOPsdQ
ACESSE
O Bem do Aluno e a Justiça como Dimensões Éticas da Docência: 
Concepções de Professores. http://bit.ly/2BLwgA9
Paremos para refletir, o educador precisa se lembrar que a 
liberdade consagra os pilares de um Estado Democrático de 
Direito assim não há justiça sem a liberdade em suas diferentes 
formas, Liberdade de expressão, de opinião de ir e vir. A liberdade 
em sua forma mais completa é que vai permitir aos cidadãos e 
aos educadores exercerem sua função com responsabilidade e 
com excelência.
REFLITA
http://bit.ly/2pOPsdQ
http://bit.ly/2BLwgA9
Educação Popular150
Figura 8: Pilares de um Estado Democrático de Direito
Fonte: Pixabay
No ambiente escolar, o qual é formado por diversas pessoas 
como: alunos, professores, supervisores, diretores, cozinheiros, 
zeladores, pais, agentes de segurança, entre outros, cada um tem 
um papel importante, principalmente, como gente, em permitir 
que todos os envolvidos possam exercer a liberdade de ser, esta 
que insistimos ser o princípio para a educação.
Fundamentos para uma Educação na Diversidade. http://bit.ly/2NhhDKg.
ACESSE
http://bit.ly/2NhhDKg
Educação Popular 151
O conceito de aprendizagem está relacionado ao processo 
de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, 
também enfoca uma mudança de comportamento, que se obtém 
por meio das experiências construídas por fatores emocionais, 
relacionais, neurológicos e ambientais. Sendo assim, o aprender 
seria o resultado dessa interação entre as estruturas mentais e 
ambientais. 
Assim chegamos ao ponto alto do nosso pensamento. 
Sabemos que são muitos os desafios impostos à nossa profissão. 
Eles são de natureza política e pedagógica e passam pela 
precarização da carreira e das condições de trabalho que, 
muitas vezes, não são favoráveis nem ideais. Diante de todos 
os obstáculos e dificuldades, questiono: é possível combinar o 
ensino e felicidade?
Eu acredito que sim e você? É claro que, muitas vezes, 
os profissionais são responsabilizados pelo fracasso da escola 
ou vistos como vítimas das condições em que desenvolvem seu 
trabalho. E em meio ao mar revolto da iniciação profissional, 
ambiguidades e contradições do emprego, ainda é possível 
perceber os tons de ânimo, alegria daqueles que iniciam no 
magistério atualmente. 
Educação Popular152
Por fim podemos afirmar que ser educador(a) é ensinar e 
educar, mas também aprender com seus alunos e constantemente 
renovar suas aprendizagens. É passar horas planejando, revendo, 
estudando, para preparar apenas alguns minutos de aula. Ser 
professor é sentir-se realizado e feliz com as conquistas dos seus 
alunos. É sentir orgulho na construção do caráter de todos eles. 
É dar tudo todos os dias, pedindo apenas em retorno o sucesso 
daqueles que arduamente prepara para o futuro. É indicar 
caminhos e deixar que seus alunos optem pelos que mais lhes 
convêm. 
Por isso que devemos ampliar nossos pensamentos em 
temas como a liberdade, igualdade, justiça e a felicidade por são 
esses os pilares para se formar um bom profissional da educação 
pois é essa consciência que o fará com que o professor busque 
conhecer melhor a realidade do aluno, se colocando no lugar 
dele, repensando sobre a sua realidade que muitas vezes é tão 
diferente do educador. Esse sentimento de igualdade pode fazer 
com que os nossos olhos se abram para enxergarmos a melhor 
forma de trabalhar o conteúdo que temos que transferir com 
mais eficiência e sabedoria. 
A avaliação na perspectiva da Educação 
Popular
Aspectos gerais da avaliação na educação 
popular
Na atualidade um tema que está sendo muito discutido é 
a avaliação educacional que consiste em maneiras para auxiliar 
o (a) educador (a) no processo de ensino-aprendizagem. Nesse 
processo, o desenvolvimento do educando é tido como fator 
mais importante. 
No passado a avaliação era vista como uma vilã, que 
servia em muitos casos apenas para dar nota ao aluno, que 
Educação Popular 153
eram utilizadas para definir quem seria aprovado ou reprovado. 
Porém, sabemos hoje que a prática avaliativa não tem mais essa 
finalidade, hoje visa o benefício do aluno, do professor e todos 
os envolvidos no processo de ensino aprendizagem.
O que vem a ser a avaliação na perspectiva da educação 
popular?
DEFINIÇÃO
Como a educação popular busca a efetivação dos direitos 
dos cidadãos e acontece nas comunidades; nas formas de 
organização da sociedade civil - Movimentos Sociais, Conselhos 
de Direitos, Conselhos Comunitários, Redes de Mobilização 
Social; Organizações Sociais, e outras maneiras estudadas nas 
unidades 1 e 2; o seu método de avalição é diferenciada, ou 
seja, não utiliza as modalidades de avaliação tradicional das 
instituições de ensino tradicionais.
Avaliação é um processo abrangente da existência humana, que 
implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar 
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma 
tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. 
É a forma de acompanhar o desenvolvimento dos educandos e 
ajudá-los com suas eventuais dificuldades (VASCONCELLOS, 
1995, P.43).
Educação Popular154
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
Na educação popular a avaliação adota uma natureza formativa, 
dessa maneira intenta uma postura dialética - engloba a 
avaliação como um dos aspectos do processo de aprendizagem. 
O seu propósito principal é levantar as deficiências dos (as) 
educandos (as) e cuidar das suas dificuldades até o seu completo 
aprendizado.
A avaliação na educação popular compõe-se de aspectos 
qualitativos e quantitativos. Os fatores qualitativos – expressados 
pela conscientização do gozo dos seus direitos como cidadão, 
o exercício da cidadania e a participação e contribuição na 
sociedade. Por sua vez, os fatores quantitativos são representados 
por números (índices; taxas; percentuais; indicadores – cujo 
conceito foi apresentado na unidade 1 deste e-book).
Figura 9: Pilares de um Estado Democrático de Direito
Fonte: Pixabay
Educação Popular 155
No processo de ensino – aprendizagem, o bom 
desenvolvimento do aluno é tido como fato prioritário. E para 
que isso aconteça o (a) educador (a) precisa ter uma prática 
pedagógica reflexiva pois somente assim ele conseguirá 
diagnosticar deficiências na aprendizagem. Para que isso de fato 
aconteça o (a) educador (a) precisa conhecer e compreender 
o estágio que cada um dos seus/suas educandos (as) está para 
que ele possa trabalhar fazendo – os avançar no que se refere os 
conhecimentos necessários.
Com base em tais conhecimentos podemos pensar em 
mudanças de paradigmas para uma nova cultura escolar. O mesmo 
acontece com o processo avaliativo em seu desenvolvimento e 
aperfeiçoamento ao longo do processo de aprendizagem. Dessa 
maneira o (a) educador (a) passa a ter responsabilidade direta 
na qualidade desse processo pois o resultado dele comprova o 
sucesso dos (as) educandos (as).
Apesar de parecer óbvio, se quisermos avaliar nossos 
alunos de forma processual é preciso faze-lo todos os dias, 
em todos os momentos em que for possível exemplo: quando 
o aluno solicita a nossa ajuda para resolver alguma questão; 
durante a correção de exercícios; através das dificuldades em 
realizar as tarefas de casa. Para realizarmos uma avaliação de 
fato todas as situações precisam ser avaliadas tendo a mesma 
importância. O que vai fazer a grande diferença no que se refere 
aos instrumentos utilizados no processo avaliativo é o tratamento 
dado aos resultados obtidos. 
Na educação popular esse processo de avaliar o aluno no 
decorrer do dia-a-dia é muito importante pois será através dessa 
verificação de aprendizagem que o educador irá tomar decisões 
sobre o processo de ensino-aprendizagem e encaminhamentos 
dos resultados obtidos durante a verificação. Dessa forma o 
Educação Popular156
professor poderá ajudar o aluno que nãoaprendeu até que 
ele aprenda avaliando seus avanços. O erro passa a ter menos 
importância para o acompanhamento do processo pois será 
um indicador significativo das condições concretas do aluno 
avaliado.
Primeiro ponto para mudarmos a forma de avaliação não 
só na educação popular como na educação de forma geral é 
entendermos que existe uma diferença entre avaliação e nota, 
a avaliação é um processo que precisa de uma reflexão crítica 
sobre a prática, podendo desta forma verificar os avanços e 
dificuldades e o que se fazer para superar esses obstáculos. A 
nota seja na forma de número ou conceitos é uma exigência do 
sistema educacional. Assim avaliar é algo bem mais complexo 
que apenas atribuir notas sobre um teste ou prova que se faz, 
ela deve ser inserida ao processo de aprendizagem do aluno. 
Partindo dessa análise podemos afirmar que a avaliação é um 
momento reflexivo sobre teoria e prática no processo ensino-
aprendizagem. Ao avaliar o aluno o professor estará constatando 
as condições de aprendizagem dos alunos, para depois definir os 
meios que ajudaram os alunos a aprenderem melhor.
Avaliação da Aprendizagem Escolar e o Pensamento de Paulo 
Freire: algumas aproximações http://bit.ly/2p5fhGy
ACESSE
http://bit.ly/2p5fhGy
Educação Popular 157
Princípios para buscar uma forma para 
avaliar melhor
Na avaliação da educação popular o (a) educador (a) devem 
estar atentos a todos os acontecimentos diários do processo de 
ensino-aprendizagem, realizando atividades inovadoras.
Mas, como o educador (a) posiciona-se diante dessas 
situações? Apresentando algumas opções que para Vasconcellos 
(1995) são chamadas de princípios:
1. Primeiro princípio: é preciso abrir mão do uso 
autoritário da avaliação
Quando a avaliação é considerada como mera verificação 
da aprendizagem de nossos alunos, o que importa é utiliza-la 
como poder de controle, especialmente daqueles alunos que 
são considerados difíceis, ou seja, sem nota não conseguiremos 
mantê-los sob controle. Assim não podemos desviar o objetivo 
principal da avaliação que é saber o que ele aprende é não o 
castiga-lo. Tendo clara essa função da avaliação passaremos a 
nos empenhar para que aconteça a transformação real, através 
de novas práticas e atitudes. Lembrando a vocês que não 
conseguiremos mudar totalmente e muito menos de uma vez, 
mas plantaremos a semente da inovação que garantirá que essa 
mudança irá ocorrer com o tempo.
Por fim, temos que lembrar que a avaliação não é apenas 
do aluno, mas também do currículo, do material didático, das 
condições de trabalho, da escola, do professor no geral da 
sociedade e na educação popular isso é muito mais importante 
porque ela se dá em outra perspectiva e realidade.
2. Segundo princípio: é preciso alterar a metodologia de 
trabalho em sala de aula
A avaliação não é o único problema que enfrentamos. Uma 
nova prática avaliativa requer, necessariamente, novas práticas 
Educação Popular158
metodológicas. Isso significa que não basta mudar a forma de 
avaliar se não mudarmos as formas de organização de nossas 
aulas. 
Na educação popular o educador precisa colocar esse 
princípio em prática de uma forma mais direta pois a essência 
dessa educação é explorar o universo do aluno, ou seja, a avaliação 
precisa partir do ponto de onde os alunos estão e não de onde 
deveriam estar. Assim a avalição não tem que se importar com o 
que foi dado, mas sim com o que foi assimilado. Esse princípio 
representa uma significativa mudança metodológica. O conteúdo 
deve ser mais significativo e a metodologia mais participativa, 
para diminuir a necessidade de recorrer a nota como instrumento 
de opressão. Se nós como educadores conseguirmos dar aulas mais 
criativas e mais interessantes, os nossos alunos se interessarão 
mais pelas aulas. VASCONCELLOS diz “Não se pode conceber 
uma avaliação reflexiva, crítica, emancipatória, num processo 
de ensino passivo, repetitivo, alienante” (VASCONCELLOS, 
1995, p. 55).
Podemos concluir desse princípio que uma prática 
metodológica mais colaborativa nos ajudará a criar uma sólida 
aprendizagem que privilegia a problematização, o debate, 
a pesquisa, a experimentação e tantas outras práticas mais 
participativas que ajudarão o professor a avaliar o aluno. Essa 
avaliação poderá ser através de exercícios, de aulas dadas pelos 
alunos, de seminários e etc.. Essas avaliações revelaram ao 
professor o percurso que o aluno estará fazendo até chegar na 
construção do conhecimento.
3.Terceiro princípio: redimensionar o uso da avaliação
Na educação popular o processo de redimensionar o uso 
da avaliação é essencial já que está educação tem uma forma 
diferente de ensinar o conteúdo aos alunos, aí eu pergunto 
“De que adiantaria modificar a forma de dar aulas se a forma 
de avaliar fosse tradicional?”. Essa é uma pergunta que deve 
Educação Popular 159
ser feita todos os dias pelos docentes da educação popular e 
da educação tradicional para podermos repensar como vamos 
modificar a realidade.
Nesse sentido, não há como deixar de criticar a prova como 
instrumento meramente verificativo. Apesar de ser muitíssimo 
utilizada nas práticas atuais, em se tratando de avaliação 
processual, esse instrumento não cumpre um papel significativo. 
Aplicar a prova, nos moldes tradicionais, provoca uma ruptura 
com o processo de ensino-aprendizagem da educação popular, 
porque ela favorece a ênfase à nota, que acaba servindo apenas 
para classificar o aluno e não para diagnosticar a realidade 
avaliada.
Não é fácil implementar mudanças, mas precisamos mudar 
a forma de avaliar nossos alunos. Devemos ser mais criativos 
para diversificarmos a forma como avaliamos o conhecimento. 
Por exemplo podemos fazer avaliações em dupla ou em grupos, 
elaborando questões interdisciplinares ou deixando que os 
alunos elaborem questões ou propostas de trabalho.
Por fim, podemos introduzir novas práticas de reflexão sobre 
a experiência de avaliação e precisamos discutir com os alunos 
o que eles acham do método avaliativo adotado. Se quisermos 
avaliar e não apenas verificar conhecimentos mecanicamente 
memorizados, temos que avaliar tudo o que acontece em sala de 
aula durante todo o processo de aprendizagem, ou seja, sempre 
que for preciso devemos avaliar para ajudar o aluno, não apenas 
para atribuir-lhe uma nota.
4. Quarto princípio: temos que redimensionar o conteúdo 
da avaliação.
Como escolher o que devemos cobrar em uma avaliação? 
Será que o que perguntamos em uma prova é realmente o que 
o aluno precisa saber? As respostas para essas questões devem 
ser encontradas nos objetivos do ensino. Freitas (1995) defende 
que a avaliação não pode estar desvinculada dos objetivos. O 
que pretendemos com o conteúdo que passamos aos nossos 
Educação Popular160
alunos? Tendo essa resposta, teremos a resposta para as duas 
primeiras perguntas. Para uma prática avaliativa transformadora 
temos, necessariamente, que deixar de fazer avaliação de cunho 
meramente decorativo.
O enunciado de uma questão não pode ser mais importante 
do que a própria capacidade de resolução de um problema. 
Para mudar, precisamos fugir do uso de questionários que só 
enfatizam a memorização, podemos fazer a avaliação observando 
as atitudes, os valores, os interesses, os esforços dos alunos, a 
participação, o comportamento, o relacionamento, a criatividade, 
a iniciativa, etc. A educação popular pede essa avaliação mais 
sócio – afetiva para saber como esse aspecto influência positiva 
ou negativamente no desenvolvimento cognitivo dos mesmos.
5. Quinto princípio: é extremamente necessário alterar a 
nossa postura diante dos resultados
Esse princípio deve ser considerado como um dos mais 
importantes para que realmente ocorra uma mudança em nossa 
prática meramente verificativa. Se não pararmos de agir com 
a intenção de apenas quantificar o que nossos alunos sabem e 
depois publicarmos os resultados, de nada vai adiantar tentarmos 
implementar qualquer um dos princípios anteriormente 
apresentados.Como educadores precisamos entender que o erro nos 
revela que o aluno precisa de ajuda. Através do erro é que vamos 
saber como ajudar o discente ou em que ele precisa de nossa 
ajuda. Se não pudermos fazer nada pelo os que não aprenderam, 
então qual será o nosso papel? Será que somos capazes de 
ensinar somente alunos que não tem dificuldade?
Na educação popular a dificuldade de aprendizagem 
também se torna um desafio para o professor que precisa se 
reinventar a todo momento observando com cuidado cada 
indivíduo. Isso faz com que a avaliação seja individual de acordo 
com os problemas de cada aluno. Nesse sentido o professo 
precisa ter uma atitude urgente para implementar ferramentas 
que o auxiliem no diagnóstico da aprendizagem uma delas é a 
Educação Popular 161
avaliação sócio – afetiva citada anteriormente, outro exemplo 
é o uso do conselho que funciona como uma forma coletiva 
de conhecer o aluno e obter maiores informações sobre o 
mesmo, além disso o conselho propicia a tomada de decisões 
descentralizadas. O educador poderá dividir a reponsabilidade 
em aprovar ou reprovar o aluno de acordo com outras visões e 
de acordo com a realidade apresentada no dia a dia.
6. Sexto princípio: criar uma nova mentalidade junto aos 
alunos, aos professores e à comunidade acadêmica
Dificilmente conseguiremos grandes mudanças se não 
trabalharmos na conscientização dos educadores. Essa é a forma 
de ampliar o grupo de adesão às novas concepções de avaliação 
e consequentemente de educação. Só muda quem adquire 
consciência e desejo de mudança. 
Para finalizar vemos que as sugestões apresentadas podem 
não representar nada se não conseguirmos mexer com nossas 
concepções e se não mudarmos a situação avaliada. De qualquer 
modo, novas práticas avaliativas fazem-se necessárias, mesmo 
que sejam pequenas e que aconteçam, inicialmente, apenas no 
interior de uma sala de aula. Temos que começar de alguma 
forma, mas precisamos agir para mudar as concepções e as 
práticas avaliativas, mas isso não quer dizer que deixaremos de 
avaliar. Ao contrário, é ser mais exigente e avaliar muito mais. 
Além disso, não podemos mais avaliar apenas o aluno, pois todo 
o sistema faz parte do processo, inclusive o nosso trabalho como 
professores também precisa ser avaliado constantemente para 
obtermos o sucesso que almejamos.
+
OBSERVAÇÃO
Educação Popular162
Educação popular em saúde: avaliação de uma prática com 
usuários diabéticos insulinodependentes sugestões em conjunto 
para solucioná-las. http://bit.ly/2Jp7Wbw
Avaliação da Educação Indígena no Plano Nacional de Educação 
– 2006. http://bit.ly/35ZjnQW
ACESSE
A partir dos princípios apresentados, temos alguns 
instrumentos que podem nos auxiliar ao longo do processo de 
avaliação formativa da aprendizagem de nossos alunos. São eles: 
Painel Integrado: Essa atividade permite ao aluno, por 
meio da pesquisa, ter um conhecimento mais aprofundado sobre 
um assunto e uma visão geral sobre temas correlatos. Permite 
ao professor acompanhar o desenvolvimento do aluno e sua 
capacidade de compreensão por meio do estudo individual, num 
primeiro momento, e coletivo no segundo momento.
Prova escrita dissertativa: O objetivo dessa atividade 
é verificar o desenvolvimento das habilidades intelectuais 
(raciocínio lógico, organização das ideias, clareza de expressão, 
originalidade, capacidade de fazer relações entre fatos, ideias e 
coisas, capacidade de aplicação de conhecimentos, etc.) A prova 
escrita dissertativa corresponde a um conjunto de questões 
ou temas, que exigem respostas com as palavras dos próprios 
alunos.
Observação como instrumento de investigação: A 
observação visa a investigar, informalmente, as características 
individuais e grupais dos alunos, tendo em vista identificar 
fatores que influenciam a aprendizagem e o estudo das matérias 
http://bit.ly/2Jp7Wbw
http://bit.ly/35ZjnQW
Educação Popular 163
e, na medida do possível, modificá-los. Através da observação 
é possível desenvolver a capacidade de percepção dos 
comportamentos manifestos ou não dos alunos. 
Diário reflexivo: Esse instrumento tem como objetivo 
registrar diariamente o conteúdo estudado, através de conceitos 
básicos trabalhados em sala de aula, na percepção do aluno. Ao 
final de um conteúdo trabalhado, o aluno é convidado a escrever 
sobre o conceito básico da aula dada. O professor recolhe e faz 
observações na aula seguinte a partir do que o aluno conseguiu 
registrar da aula.
Auto-avaliação: Visa à autocrítica e à co-responsabilidade 
em relação ao desenvolvimento intelectual do aluno. A 
auto-avaliação colabora para promover a socialização e o 
amadurecimento do mesmo.
Portfólio: Seu objetivo é encorajar a reflexão e o 
estabelecimento de objetivos. O aluno tem a oportunidade de 
relatar suas experiências durante o processo de aprendizagem 
e refletir sobre elas. O portfólio é uma coleção de itens que 
revela, conforme o tempo passa, os diferentes aspectos do 
desenvolvimento do aluno. Através do portfólio o aluno 
consegue perceber sua evolução acadêmica.
Conselho de turma: Por fim, ousamos propor que a 
avaliação aconteça de forma coletiva. Que haja momentos 
para que professores e alunos possam discutir os problemas de 
aprendizagem e propor as soluções.
Estudo de caso sobre Educação Popular
Pessoal vamos estudar a estratégia de pesquisa do estudo 
de caso. Fiquem ligados!
Educação Popular164
RESUMINDO
Na unidade 2 do e-book. Conhecimento científico significa a 
informação e o saber resultantes da busca constante de saber das 
coisas e de estudos (RODRIGUES, 2019).
Este procedimento metodológico está inserido no 
conhecimento científico e, é amplamente utilizado no ensino 
superior. Prosseguimos com duas definições de estudo de caso.
DEFINIÇÃO
[…] uma estratégia de pesquisa orientada para a compreensão 
das dinâmicas que emergem de contextos singulares” 
(EISENHARDT, 1989, p. 534).
[…] se concentra no conhecimento experimental do caso – 
inserção e vivência pelo pesquisador no contexto pesquisado e 
coloca atenção nos seus diversos contextos, como o social e o 
político” (STAKE, 2006, p. 444).
Educação Popular 165
ACESSE
Vamos assistir o vídeo do Instituto de Ensino e Pesquisa 
(INSPER) sobre O Estudo de Caso como Prática Pedagógica 
para compreendermos melhor o seu conceito. Prestem atenção!
http://bit.ly/2PlrtxE
A metodologia de estudo de caso apresenta características 
elencadas por Yin (2005), que podemos sintetizar:
 � possui significado e é completo, ou seja, um estudo de 
relevância com o alcance do resultado final e sem prejuízo do 
tempo ou ausência de recursos;
 � considera as perspectivas alternativas: as evidências a 
partir das perspectivas diferentes;
 � conter evidências satisfatórias, quer dizer as evidências 
consistentes contribuem para uma ótima conclusão;
 � elaboração instigante, isto é, com clareza, atrativa aos 
leitores do início ao fim.
Stake (2006) classifica o estudo de caso em três categorias:
Intrínseco: provoca um interesse verdadeiro no referido 
caso, levando em conta a sua particularidade e especificidade. A 
sua escolha não se deve pelo fato de que ele possa representar 
outros casos, nem para o fim de uma generalização ou para a 
construção de uma teoria.
http://bit.ly/2PlrtxE
Educação Popular166
Instrumental: serve essencialmente para a generalização 
ou para o aprofundamento de um problema particular. Ele 
possibilita a geração de insights e ajuda a refinar uma teoria.
Múltiplo ou coletivo: consiste na aglomeração de 
diversos estudos de caso de tipo instrumental, que são similares 
em natureza e descrição.
Vejamos na prática a aplicação da técnica de estudo de 
caso. Fiquem atentos
Para saber mais acesse o link: http://bit.ly/2BLzofm.
ACESSE
Quando sabemos que essa estratégia de pesquisa está sendo 
aplicada? Ao estudar um (a) educador (a) estuda com os seus (as) 
alunos (as) certa obra, independente da área do conhecimento e/
ou profissional, está realizando um estudo de caso. Emgrande 
parte das vezes estuda-se casos reais: em direitos humanos, da 
população de rua, prisional e campo, saúde, assistência social, 
educação, crianças e adolescentes, mulheres, idosos, povos 
indígenas e quilombolas e outros. Porém há situações em que 
o estudo de caso é construído por meio da imaginação pelos 
alunos (as) e educadores (as). Tanto no estudo de caso reais ou 
de situações construídas são pesquisados os recursos humanos e 
materiais a serem utilizados e as suas possíveis soluções.
http://bit.ly/2BLzofm
Educação Popular 167
Conforme a complexidade do caso estudado aplica-se as 
técnicas relacionadas as metodologias de estudo por pesquisa e/
ou de experimentação. Essas técnicas são usadas afim de analisar 
e formular estratégias e táticas.
É imprescindível a definição dos casos que serão estudados, 
possibilitando de maneira cíclica aos educandos (as) disporem 
de suas aptidões e novas competências.
Casos típicos: aqueles que podem servir de modelo para 
variações dentro de uma determinada linha de ação. Na 
hotelaria, por exemplo, escolher uma pousada ou um hotel que 
exemplifique a categoria em que está incluído; 
Casos extremos: aqueles que representam as pontas da 
linha que atravessa o setor profissional – da simplicidade à 
complexidade; do recato ao exibicionismo; da modéstia ao luxo. 
Pode-se, assim, formar uma visão do espectro de manifestações 
coberto por cada área; casos anômalos: aqueles que se desviam 
da “normalidade”, ou seja, os que não se comportam dentro das 
normas estabelecidas para cada área segundo o senso comum. 
Não significa que sejam ruins, talvez apenas inconvenientes. 
O que não quer dizer que não possam, em determinadas 
circunstâncias, ser convenientes e renovadores. É para isso que 
os estudamos. Para saber as razões e maneiras do seu desvio e 
o que pode nos ensinar (SANZ 2003, p. 128).
SAIBA MAIS
Educação Popular168
Aluno (a) para enriquecer o seu conhecimento façam a 
leitura do artigo Educação popular: metodologia de pesquisa 
como processo educativo.
Para saber mais acesse o link: http://bit.ly/365BPrh.
ACESSE
Chegamos ao final da unidade 3, espero que tenham 
gostado do assunto. Bons estudos!
Educação Popular 169
UNIDADE
04
ANÁLISE DE CENÁRIOS DA EDUCAÇÃO POPULAR
Educação Popular170
Nesta unidade estudaremos a análise de cenários da educação 
popular. O nosso estudo inicia com a Reflexão Crítica sobre o 
Papel da Educação junto aos Setores Populares; as considerações 
sobre a Educação no Brasil; Aspectos da Constituição da 
República Federativa do Brasil e Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação a respeito da Educação e as Redes Inter organizacionais 
na Educação Popular (RIEP). Na sequência avançamos com o 
tópico Superando os Muros Escolares e Quebrando Barreiras: 
uma Busca a partir da Educação Popular; as Redes Públicas 
de Cooperação Federativa do campo: movimentos sociais; a 
Educação para a Cidadania Global (ECG); a Comunidade de 
Aprendizagem (CA); a Rede Internacional de Educação Popular 
(RIEP); o Conselho de Educação Popular da América Latina y El 
Caribe (CEALL) e a Articulação Feminina do Mercosul. Após, 
apresentaremos Abordagem da Educação Popular em Direitos 
Humanos: O desenvolvimento integral do ser humano Rede de 
Desenvolvimento Humano (RDH) Conversão do saber popular 
em conhecimento científico voltado para a transformação social 
Inclusão social por meio da educação popular Instituição e 
desenvolvimento de Escolas Cidadãs Organização curricular que 
privilegie a integração teórico-prática Formação de educadores 
(as) com sólido domínio da dimensão concreta da realidade 
econômico-político-social Implantação da Política Nacional em 
Educação Popular. Dando continuidade para o próximo tópico 
conversaremos a respeito dos Desafios da Educação Popular nos 
Tempos Atuais. Finalizamos esta unidade com as Tendências 
da Educação Popular no Cenário Político-Social Brasileiro; 
a Implantação e Implementação de Políticas Públicas para a 
Educação Popular; as Redes Públicas de Cooperação Federativa 
do Campo: Estado e Políticas Públicas e a Pedagogia por 
Projetos.
INTRODUÇÃO
Educação Popular 171
1
2
3
4
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 4 – análise de 
cenários da educação popular . Nesta unidade, o nosso objetivo 
é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais: 
OBJETIVOS
Reconhecer a importância da educação como 
estratégia para a construção do futuro justo e 
igualitário aos cidadãos brasileiros;
Entender o uso da estrutura de redes nas relações da 
educação popular;
Apresentar os principais desafios da educação 
popular na contemporaneidade;
Compreender as tendências possíveis da educação 
popular no cenário político-social brasileiro.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Educação Popular172
Reflexão crítica sobre o papel da Educação 
junto aos setores populares
Considerações sobre a Educação no Brasil
Embora a Educação brasileira nos últimos anos tenha 
atingido significativos avanços, este campo do saber e da política 
depara-se com desafios grandes a serem enfrentados pelo Estado 
brasileiro. Ainda, que atingidas quase a totalidade da cobertura 
da população do nível fundamental em idade escolar de 7 a 14 
anos, a qualidade do ensino e da gestão escolar; continuam a 
ser problemas graves as desigualdades referentes às condições 
de acesso e permanência das crianças e jovens na escola e nas 
universidades. 
Desta forma, um dos caminhos para a melhoria da educação 
nacional passam pela formulação de estratégias e execução de 
ações para a educação a fim de proporcionar um futuro mais 
justo e igualitário, em consequência a elevação qualitativa e 
quantitativa dos indicadores educacionais. Neste momento 
poderíamos destacar o papel fundamental de um profissional 
moldado para desenvolver o indivíduo de forma integral, o 
Pedagogo, vamos conhecê-lo melhor? 
O pedagogo: qual seu papel?
O pedagogo é o agente social que identifica e valoriza 
o educador e o educando dentro do processo de ensino 
aprendizagem. Sendo assim, usaremos diferentes formas de 
entender a própria pedagogia, a partir das quais se projeta o 
papel a ser desempenhado pelo profissional de pedagogia.
Educação Popular 173
Pedagogia do Domínio
Passa pela dimensão da sala de aula para o sistema 
multidimensional, integrando outras variáveis: equipe educativa 
e pedagógica, recursos humanos e materiais do ambiente 
educativo. Essas diferentes variáveis tornam-se as alavancas de 
uma gestão, seja ela pedagógica educacional ou empresarial. 
As pedagogias do domínio, sistemáticas, são portadoras de 
uma redefinição do trabalho pedagógico e de sua atividade: é 
a própria organização que se torna ação. Desta forma, podemos 
dizer que a pedagogia do domínio se baseia em uma dupla 
dimensão: a primeira é a da educabilidade do aluno, a segunda 
é a da funcionalidade, dimensão organizacional e pedagógica 
que supõe que existe uma solução de ensino que garante esse 
domínio. O domínio é a característica compartilhada entre as 
capacidades do aluno e as do sistema de oferecer possibilidades 
de aprender. O termo “domínio”, associado a “mestre”, evidencia 
a deslocação das preocupações em discussão, o domínio é um dos 
objetivos projetados da atividade pedagógica, onde já sabemos 
que o sujeito do domínio não é mais o professor, e sim o aluno.
CURIOSIDADE
Você sabia que a pedagogia se constrói como análise e 
operacionalização das condições do domínio dos objetivos 
visados (no que se refere a conhecimentos, competências e/ou 
habilidades) pela atividade educacional?
Educação Popular174
Pedagogia Diferenciada
Podemos definir pedagogia diferenciada como um aspecto 
mais aprimorado da pedagogia do domínio. É representada 
como articulação racional entre as necessidades específicas dos 
indivíduos, os contextos de ensino e os objetivos nacionais de 
escolaridade obrigatória que devem possibilitar a definição dos 
conteúdos e dos processospedagógicos adaptados. A pedagogia 
diferenciada não é uma pedagogia no sentido de uma solução 
global assim como ocorre na pedagogia do domínio, mas, uma 
solução adaptada de diferentes maneiras, ela é uma ferramenta 
de concepção da organização da atividade pedagógica entre 
seus públicos, os métodos e as aprendizagens. A pedagogia 
diferenciada relativiza, portanto, o lugar do método e o debate 
sobre os métodos, as pedagogias são concebidas como caminhos 
possíveis de serem dirigidos, ultrapassando a metodologia 
diversificada para se desenvolver no âmbito dos dispositivos 
pedagógicos e educativos, em suma a pedagogia diferenciada é 
uma pedagogia de meios. Estes são os princípios da diferenciação 
pedagógica que pode ser definida como pedagogia diferenciada 
e da discriminação positiva, o empreendimento pedagógico 
participa da sociedade e de seus modos de circulação dos 
saberes, a pedagogia se inscreve tanto no desenvolvimento 
individual como no da comunidade, eis a importância do papel 
do pedagogo.
Educação Popular 175
Voltando aos indicadores educacionais, essa decisão 
é condição essencial à promoção do desenvolvimento e à 
diminuição das desigualdades sociais no Brasil. Nos últimos 
20 (vinte) anos o País vem trabalhando neste sentido e obtendo 
alguns bons resultados.
Avançamos com a organização do Sistema Educacional 
Brasileiro, definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB - Lei 9.394 de 20/12/1996), conforme a quadro 1.
RESUMINDO
É o sistema que ensina, afirma a pedagogia do domínio; é o 
sistema que é aprendiz, destaca a pedagogia diferenciada e da 
autonomia. As duas funções, aprender e ensinar, pertencem ao 
mesmo sistema pedagógico e se planejam uma pela outra. No 
sistema o professor não é apenas a pedagogia do mestre, mas, o 
lugar de uma prática, de uma experiência. A situação pedagógica 
tem um universo próprio, uma lógica própria: a colocação em 
prática dos saberes e o dispertar da autonomia.
Educação Popular176
Quadro 1: Sistema educacional brasileiro
Fonte: IBGE, 2008
Educação infantil Destinada a crianças de 0 a 6 anos de 
idade. Compreende creche e pré-escola.
Ensino fundamental Abrange a faixa etária de 7 a 14 anos 
e com duração de 8 anos. É obrigação 
do Estado garantir a universalidade da 
educação neste nível de ensino.
Ensino médio e médio 
profissionalizante
Duração variável entre 3 e 4 anos.
Ensino superior Compreende a graduação e a pós-
graduação. Os cursos da graduação têm 
duração de 4 a 6 anos. Na pós-graduação, 
a Ensino superior duração varia de 2 a 4 
anos, para os cursos de mestrado, e entre 
4 a 6 anos, para o doutorado.
Além desses níveis, o sistema educacional atende aos alunos 
portadores de necessidades específicas, preferencialmente, na 
rede regular de ensino. Esse atendimento ocorre desde a educação 
infantil l até os níveis mais elevados de ensino. Atende, também, 
ao jovem e ao adulto que não tenham seguido ou concluído a 
escolarização regular, na idade própria, através dos cursos e 
exames supletivos
Educação Popular 177
No período de 2007 a 2014 foi mantida a tendência de 
declínio das taxas de analfabetismo e de crescimento da taxa 
de escolarização do grupo etário de 6 a 14 anos e do nível de 
educação da população. O diferencial por sexo persistiu em favor 
da população feminina. O nível de instrução cresceu de 2007 para 
2014, sendo que o grupo de pessoas com pelo menos 11 anos de 
estudo, na população de 25 anos ou mais de idade, passou de 
33,6% para 42,5%. O nível de instrução feminino manteve-se 
mais elevado que o masculino. Em 2014, no contingente de 25 
anos ou mais de idade, a parcela com pelo menos 11 anos de 
estudo representava 40,3%, para os homens e 44,5%, para as 
mulheres. https://bit.ly/2r5gQ7P
Desde a Constituição de 1934 do Governo de Getúlio 
Vargas a Educação já era considerada “direito de todos”. 
Daquele período, também, surgiram os primeiros esforços para 
a implantação de um sistema educacional de âmbito nacional. 
Porém, a Constituição Federal de 1988 a educação tornou-se um 
“dever do Estado” e a sua oferta deve ser universal. Também se 
estabeleceu as responsabilidades e competências das esferas do 
Educação é mais um dos temas investigados pela Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. A investigação 
deste tema capta anualmente um conjunto de características 
sobre a escolarização alcançada pela população e, em especial, 
sobre os estudantes, o que permite acompanhar ao longo do 
tempo a situação do analfabetismo e da escolarização no País, 
assim como do nível de educação da população.
SAIBA MAIS
Educação Popular178
governo para a sua oferta, assim como as fontes de recursos para 
o seu financiamento.
Vejamos as competências governamentais na área da 
Educação dispostas na CF-88 e LDB, conforme a figura 2. 
Desde que normatizada e supervisionada pelos Conselhos de 
Educação, em nível federal, estadual e municipal a oferta privada 
ou filantrópica de serviços educacionais também é assegurada 
por estes instrumentos legais.
Quadro 2: Política educacional – atribuições das esferas do governo
Fonte: Adaptado IPEA, 2007
Esfera Atribuições
União
Organizar o sistema federal de ensino, 
financiar as instituições federais; apoiar 
técnica e financeiramente (de forma supletiva 
e redistributiva) as instituições estaduais, 
municipais e do Distrito Federal.
Estado Trabalhar prioritariamente no ensino 
fundamental e médio.
Municípios Operar prioritariamente no ensino fundamental 
e na educação infantil.
ACESSE
Estrutura organizacional da educação brasileira.https://bit.
ly/2WGfHzw
Educação Popular 179
Aspectos da Constituição da República 
Federativa do Brasil e Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação a respeito da educação
No decorrer da disciplina de educação popular estudamos 
a sua origem junto às classes sociais excluídas, discriminadas 
e vulneráveis; nos Movimentos Sociais; com o passar do 
tempo ela passou a ser disseminada entre às Comunidades; à 
Sociedade Civil Organizada – ainda em Movimentos Sociais 
e às Organizações não Governamentais (ONGs). Então, essas 
Comunidades, passaram a ser organizadas em Redes e a 
Educação Popular tomou corpo perpassando pela Educação em 
Direitos Humanos; Educação para a Cidadania Global; Educação 
Inclusiva; Educação Cidadã e outras.
ACESSE
ACESSE
Estrutura organizacional da educação brasileira. https://bit.
ly/2WB0gsh
Tendências da educação brasileira.https://bit.ly/2JGE0Yv
Educação Popular180
Em 1988, foi promulgada a Constituição da República 
Federativa do Brasil (CF/88) – considerada símbolo da história 
democrática no Brasil, garantindo a direitos de cidadania e a 
busca por igualdade e justiça social - fundamentos, princípios 
e direitos que a Educação Popular já buscava - antes da 
promulgação da CF/88. Esses fundamentos, princípios e direitos 
estão claramente expressos nos Princípios Fundamentais (Arts. 
1 – 5).
Vamos destacar, especialmente, entre fundamentos, 
princípios e direitos: a cidadania; a dignidade da pessoa humana; 
construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a 
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação; prevalência dos direitos humanos; defesa da paz; 
cooperação; direito à vida, à liberdade, à igualdade, educação, 
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, a assistência aos 
desamparados.
Você sabe o que é educação, a luz da LDB?
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que 
se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no 
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos 
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações 
culturais (LDB - 96).
Vejamos o que diz a nossa Carta Magna de 1988, Título 
VIII, sobre os pilares da educação, um dos nossos Direitos 
Sociais – regulamentado por Lei específica!
Os três princípios nucleares da educação. Confira!“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado 
e da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho”.
Educação Popular 181
Colaboração expressa o trabalho conjunto, atuação 
espontânea, pelo interesse em ajudar. Distingue-se da atuação 
sistêmica. Existem momentos nessa relação, circunstâncias, 
fatos em que acontece a reciprocidade.
Esses princípios nucleares estão também presentes no 
Título II, da Lei 9.394/96 - Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional (LDB). Atenção!
“Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada 
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, 
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho”.
Tanto a CF como a LDB conceituam a educação dentro 
de uma visão do desenvolvimento integral do ser humano, 
estudados na unidade 1.
Institui-se na LDB os princípios e fins da educação 
nacional, referente à ministração do ensino:
Art. 3º I - igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, 
pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - 
respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do 
ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização 
do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do 
ACESSE
LDB – Art. 1 - 3, Educação, Princípios e Fins da Educação 
Nacional. https://bit.ly/34t8pll
Educação Popular182
ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas 
de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização 
da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação 
escolar, o trabalho e as práticas sociais (LDB/96).
Redes Interorganizacionais na Educação 
Popular (RIEP) 
As redes são novas forma de organização das comunidades 
no mundo globalizado. Recordam que iniciamos o estudo das 
Redes na unidade 2? Nesse momento, vamos estudá-las como 
uma estratégia de articulação junto aos setores da educação 
popular. Passamos ao seu conceito. Confira!
Redes são estruturas abertas capazes de expandir 
de forma ilimitada, integrando novos nós desde 
que consigam comunicar-se dentro da rede, 
ou seja, compartilham os mesmos códigos de 
comunicação. Uma estrutura social com base em 
redes é uma estrutura social com base em redes 
é um sistema altamente dinâmico suscetível de 
inovação sem ameaças ao seu equilíbrio [..]. Mas, 
a morfologia de rede é uma fonte de drástica 
reorganização das relações de poder (CASTELLS, 
1999, p. 498).
Agora, veja outra definição de Redes. 
Forma de organização social flexível combinada 
às estruturas sistêmica e matricial onde as relações 
acontecem por meio da interação, integração 
e compartilhamento de saberes, informações, 
experiências e vivências dos temas da educação 
popular (Suzy Cristina Rodrigues, 2019).
Educação Popular 183
Vamos em frente apresentando as variáveis estabelecidas 
por Mandell (1990), que nos ajudam a analisar os diversos tipos 
de redes:
 � níveis de congruência de valores e de concordância 
sobre os objetivos, quer dizer, a compatibilidade dos membros;
 � o ambiente em que acontece a captação de recursos, 
levando em conta a potencialidade de captação de cada membro, 
a disponibilidade de fundos e o seu monitoramento e;
 � o ambiente social e político em que atua, delimita o 
modelo de distribuição de poder e de conflitos.
Nas redes interorganizacionais como o nome sugere as 
estruturas em rede há a participação de diversas organizações 
sociais, assim definimos redes interorganizacionais:
Essa nova gestão organizacional em redes se 
caracteriza por sistemas sociais que interagem 
de forma contributiva para com seus membros, o 
que possibilita a transferência de conhecimento, 
a elevação do nível de confiança e assim permite 
que os atores sociais trabalhem de forma eficaz na 
obtenção dos seus objetivos (CRUZ, QUANDT e 
MARTINS, 2008).
Educação Popular184
Figura 1: Redes Interorganizacionais
 
Fonte: Pixabay
O Ministério da Educação (MEC) trabalha a Educação 
por meio de Redes a exemplo da nossa disciplina de Educação 
Popular: a Rede de Educação Especial, Rede de Educação para 
a Diversidade e a Rede de Educação Inclusiva. Nas demais 
áreas da Educação: a Rede de Educação Básica, Rede do Ensino 
Médio, Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, 
Rede do Ensino Superior.
Educação Popular 185
Vamos estudar no tópico 2 as Redes Públicas de 
Cooperação Federativa da área: Movimentos Sociais e no 
tópico 4 as Redes públicas de Cooperação Federativa da área: 
Estado e Políticas Públicas.
Em busca da superação de barreiras escolares 
utilizando a educação popular
Para um instante e reflita… o que o tema deste tópico quer 
nos dizer! O que isso significa ultrapassar os muros escolares e 
as barreiras em busca da educação popular? Quer dizer que esta 
área do saber e os atores envolvidos devem romper as barreiras, os 
obstáculos e murros ultrapassando o tempo, espaço e a distância, 
interagindo com o mundo globalizado. Vamos saber mais?
A Rede de Educação para a Diversidade (REDE) é um grupo 
permanente de instituições públicas de ensino superior dedicado 
à formação continuada de profissionais de educação. O objetivo 
é disseminar e desenvolver metodologias educacionais para a 
inserção dos temas da diversidade no cotidiano das salas de aula. 
São ofertados cursos de formação continuada para professores 
da rede pública da educação básica em oito áreas da diversidade: 
relações étnico-raciais, gênero e diversidade, formação de 
tutores, jovens e adultos, educação do campo, educação integral 
e integrada, ambiental e diversidade e cidadania (https://bit.
ly/2N9ZRK7).
SAIBA MAIS
Educação Popular186
Retomamos os Princípios Fundamentais da CF-88:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios:
IX - Cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade;
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará 
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
Note que são mencionados a cooperação, progresso e 
integração dos povos e da humanidade, em especial da América 
Latina – pelo fato do Brasil estar localizado nesta área geográfica. 
Aqui, está evidente a quebra de barreiras, incluindo a educação 
popular.
Na unidade 1, tópico 1 do nosso e-book a educação popular 
no Brasil surgiu com o Movimento Social de conscientização 
dos escravos da necessidade de suas libertações, antes da 
Proclamação da República. E, daí por diante outros movimentos 
surgiram até os dias de hoje. Na América Latina, teve início na 
década de 1950 com uma acentuada história de ideias, práticas e 
acontecimentos na área da educação popular, liderada por Paulo 
Freire.
O conceito de educação Popular na percepção de Freire 
(1993) como o esforço de mobilização, organização e capacitação 
das classes populares; capacitação científica e técnica. Entendo 
que esse esforço não se esquece, que é preciso poder, ou seja, 
é preciso transformar essa organização do poder burguês que 
está aí, para que se possa fazer escola de outro jeito. Há estreita 
relação entre escola e vida política.
Também estudamos na unidade 2, tópico 4 a Nova Forma 
de Organização das Comunidades em Rede. Lembra?
Educação Popular 187
Agora, que você já refletiu sobre o tema deste tópico do 
nosso estudo … chegamos à conclusão que superar os muros 
escolares e quebrar as barreiras, a partir da educação popular 
significa a organização da comunidade em forma de rede e pelos 
movimentos sociais de amplitude não apenaslocal, mas sim 
global – ultrapassando o espaço e o tempo.
Redes Públicas de Cooperação Federativa 
do campo: movimentos sociais
A mobilização dos entes participantes, mesmo com a 
adesão voluntária, requer uma ideia mobilizadora ou ideia-força, 
que os conduza a definir, conjuntamente, um objetivo comum 
a ser atingido por meio de articulação, com manutenção da 
personalidade dos entes. Por esse fato, são chamadas de redes 
comunitárias, ou redes de compromisso social.
Já vimos o conceito de redes no tópico anterior. 
Introduziremos o conceito de Redes Públicas de Cooperação 
Federativa voltadas aos Movimentos Sociais, no âmbito local, 
como subsistema do ambiente federativo. Prestem atenção!
ACESSE
Movimento Brasileiro de Educadores Cristãos - MOBREC: 
https://bit.ly/2r0fQll
Educação Popular188
Figura 2: Redes de Cooperação de Movimentos Sociais
 
Fonte:Pixabay
Percebeu que na definição desta modalidade de Redes está 
inserida a cooperação? Mas, o que vem a ser cooperação nessas redes?
DEFINIÇÃO
Rede social local ou rede pública de cooperação: campo 
Movimentos Sociais é aquela que se tece com a mobilização 
de pessoas físicas e/ou jurídicas a partir da percepção de um 
problema que rompe ou coloca em risco o equilíbrio da sociedade 
ou as perspectivas de desenvolvimento sustentável local com 
destaque para questões sociais, ambientais e institucionais 
(INOJOSA, 1999, p. 121).
Educação Popular 189
Cooperação é a forma de relacionamento entre 
as organizações, atuando essas em um problema 
comum ou co-problematização. Acontece o 
compartilhamento na maneira de atuação e a 
estabilidade necessária e sistematização (Suzi 
Cristina Rodrigues, 2019).
Quadro 3: Características das Redes Públicas de Cooperação Federativa da Área: Movimentos Sociais
Fonte: Adaptado Loiola e Moura, 1996
Mostra-se como uma organização muito complexa, 
principalmente, devido às variáveis: atores envolvidos, caráter 
das relações estabelecidas e foco de atuação.
Variáveis Características
Atores envolvidos
Organizações Não Governamentais e 
populares de várias áreas, sindicatos, 
associações de profissionais, políticos e 
outros.
Caráter das 
relações
Informalidade e baixa formalidade.
Foco de atuação Interesses e projetos, culturais coletivos e 
políticos.
Processo Captação de recursos e intercâmbio.
Princípios e 
valores
Cooperação, solidariedade e conflitos 
equacionados.
Interações Horizontais.
Ambiente Flutuações e mudanças.
Engajamento Voluntário.
Racionalidade Comunicativa e Instrumental.
Educação Popular190
Os resultados dos trabalhos executados nesse tipo de redes 
são considerados exitosos quando contribuem para solução e 
problemas sociais e ambientais, que se propõem a resolver ou a 
administrar.
Educação para a Cidadania Global (ECG)
Dentro de uma proposta de educação sem fronteiras, 
inclusiva, integradora, interativa de conhecimentos, vivências e 
experiências a ECG agrega o conceito de cidadania global. Ela 
está alinhada aos objetivos da educação para o desenvolvimento 
sustentável (EDS) e se fundamenta na educação para os direitos 
humanos, a educação para a paz e a educação para a compreensão 
internacional. A saber o conceito da ECG, atenção!
A ECG visa a equipar alunos de todas as idades com 
valores, conhecimentos e habilidades que sejam baseados e 
promovam o respeito aos direitos humanos, à justiça social, à 
diversidade, à igualdade de gênero e à sustentabilidade ambiental. 
SAIBA MAIS
O Observatório da Sociedade Civil é o canal de notícias da 
Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais 
(Abong). Sua proposta editorial passa por construir um ambiente 
cada vez mais favorável à atuação das Organizações da 
Sociedade Civil (OSCs), ampliando os espaços de mobilização e 
participação social e fortalecendo a democracia brasileira. Neste 
sentido, o Observatório trabalha para dar visibilidade à atuação 
das entidades, ampliando a transparência e qualificando o debate 
social a respeito do tema. https://bit.ly/2C5w0MF
Educação Popular 191
Além de empoderar os alunos para que sejam cidadãos globais 
responsáveis, a ECG oferece as competências e as oportunidades 
de concretizar seus direitos e suas obrigações, com vistas a 
promover um mundo e um futuro melhores para todos. Para a 
UNESCO, cidadãos globais são indivíduos que pensam e agem 
para um mundo mais justo, pacífico e sustentável. (Educação 
para a Cidadania Global: abordagem da UNESCO, 2015, p. 2).
Fundamenta-se a Educação Cidadania Global em três 
áreas de aprendizagem ou dimensões conceituais: cognitiva, 
socioemocional e comportamental, estão inter-relacionadas 
e integradas no processo de aprendizagem. Essas dimensões 
constituem os quatro pilares da educação descritos no relatório 
“Learning: the treasure within” (“Educação: um tesouro a 
descobrir”), que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, 
aprender a viver juntos e aprender a ser.
1. Cognitiva: conhecimento e habilidades de reflexão 
necessárias para entender melhor o mundo e suas complexidades;
2. Socioemocional: valores, atitudes e habilidades sociais 
que contribuam para o desenvolvimento emocional, físico e 
psicossocial dos alunos e lhes permitam viver com os outros de 
forma respeitosa e pacífica;
3. Comportamental: comportamento, desempenho, aplicação 
prática e engajamento.
ACESSE
UNESCO. Educação para a Paz, Desenvolvimento Sustentável e 
Cidadania Global. https://bit.ly/2JJwLz3
Educação Popular192
Vamos introduzir um conceito atual de comunidade de 
aprendizagem.
Comunidade de Aprendizagem (CA)
Conversamos sobre o conceito de comunidade na unidade 
2, tópico 4 do e-book e vimos:
Comunidade qualquer conjunto de indivíduos ligados por 
interesses comuns (culturais, econômicos, políticos, religiosos 
etc.) que se associam com frequência ou vivem em conjunto. 
Grupo de pessoas com características comuns, inseridas numa 
sociedade maior que não compartilha de suas características 
básicas; sociedade (Dicionário Michaelles online, 2019).
Neste tópico introduziremos uma definição importante e 
contemporânea no nosso estudo a Comunidade Global chamada 
de Comunidade de Aprendizagem.
Comunidade de Aprendizagem. 
Trata-se de uma inovação na educação incluindo a 
educação popular, uma vez que insere nas práticas educativas 
a transformação social, a aprendizagem dialógica, a equidade 
SAIBA MAIS
É uma proposta de transformação educacional que busca 
melhorar a aprendizagem e a convivência de todos os estudantes. 
Baseado nos Princípios da Aprendizagem Dialógica e em 
um conjunto de Atuações Educativas de Êxito, o projeto leva 
práticas comprovadamente eficazes para a sala de aula e para a 
gestão escolar. https://bit.ly/2C5qh9s
Educação Popular 193
social e a convivência com atitudes solidárias entre outros 
aspectos. Vamos conhecer as ações desenvolvidas por essa 
comunidade.
Projeto:
É um projeto baseado em um conjunto de Atuações 
Educativas de Êxito voltadas para a transformação educacional 
e social, que começa na escola, mas integra tudo o que está ao 
seu redor. Queremos atingir uma educação de êxito para todas 
as crianças e jovens que consiga ao mesmo tempo eficiência, 
equidade e coesão social. https://bit.ly/2JN1LhU
Fases de Transformação:
Os resultados, claro, não surgem da noite para o dia 
é preciso que a escola e a comunidade passem por uma série 
de etapas para que a Comunidade de Aprendizagem atinja seu 
objetivo maior: o da transformação educacional e social. Essas 
fases são as seguintes: 1. Sensibilização; 2. Tomada de decisão; 
3. Sonho; 4. Seleção de prioridades e 5. Planejamento https://bit.
ly/2Na0frZ
Atuações Educativas de Êxito:
O projeto de pesquisa europeu Includ-ed identificou 
e analisou Atuações Educativas de Êxito – práticas que 
efetivamente aumentam o desempenho acadêmico e melhoram a 
conivência e atitudes solidárias em todas as escolas observadas. 
Atua nos eixos: Grupos Interativos; Tertúlias Dialógicas; 
Biblioteca Tutorada; Formação de familiares; Participaçãoeducativa da comunidade; Modelo dialógico de prevenção e 
resolução de conflitos e Formação pedagógica dialógica https://
bit.ly/2WAFqsQ
Educação Popular194
Aprendizagem dialógica na Comunidade:
Compreende o Diálogo igualitário; a Inteligência cultural; 
a Criação de sentido; a Solidariedade; a Dimensão instrumental 
e a Igualdade de diferenças. É a concepção de aprendizagem que 
fundamenta as Comunidades de Aprendizagem e que se baseia 
em sete princípios corroborados por contribuições de alguns dos 
autores mais relevantes na área da educação, como por exemplo, 
Vygotsky, Bruner, Wells, Paulo Freire, Habermas, Chomsky, 
Scribner e Mead. https://bit.ly/34mULjx
Rede Internacional de Educação Popular 
(RIEP)
Esta rede internacional integra docentes e pesquisadores 
universitários que estudam e compartilham a educação popular, 
defende a participação da comunidade universitária na educação 
de adultos, pelo despertar da solidariedade e objetivo comum entre 
os (as) acadêmicos (as) envolvidos (as). Os (as) universitários 
(as) trabalham com grupos vulneráveis e marginalizados das 
comunidades e movimentos sociais da sociedade civil. 
A Rede Internacional de Educação Popular (REP) 
foi criada em 1997, resultado de discussões entre 
um grupo pequeno de educadores de adultos 
universitários do Reino Unido e colegas da 
Universidade de Barcelona, em Espanha (Martin 
et al., 1999).
ACESSE
Trechos da pesquisa INCLUD-ED. https://bit.ly/2PGjKKz
Educação Popular 195
São os objetivos da Rede de Educação Popular:
Objetivos de curto-prazo:
 � possibilitar a interação dos (as) educadores (as) e 
pesquisadores (as) universitários interessados e comprometidos 
com a educação popular e;
 � estabelecer relações atuantes e solidárias a nível 
nacional e internacional.
Objetivos a longo-prazo:
 � dinamizar a ação das relações entre ativistas locais, 
trabalhadores e acadêmicos comprometidos diplomaticamente;
 � elaborar e disseminar recursos educativos para as 
atividades social e política;
 � reassegurar e revigorar a educação de adultos, como 
segmento integral dos movimentos sociais progressistas.
CURIOSIDADE
Aconteceu no dia 04 de junho de 2019 o XIX Congresso 
Internacional de Educação Popular - MOBREC/SM XXVIII 
Seminário Internacional De Educação Popular - MOBREC/SM 
VI Seminário Internacional de Educação Profissional do Instituto 
Federal Farroupilha I Seminário Internacional de Educação 
Profissional da UFSM tem como objetivo proporcionar encontro 
e reflexão entre os educadores de Santa Maria e região, buscando 
resgatar o sentido de ser professor, ser aluno, da ciência e do 
conhecimento, da Escola e da comunidade, na construção 
de sujeitos felizes e comprometidos com a transformação da 
realidade.
Educação Popular196
Conselho de Educação Popular da 
América Latina y El Caribe (CEALL)
Trata-se de um movimento de Educação Popular, 
que funciona como Rede, opera e monitora processos de 
transformação educacional, cultural, social, política, e econômica 
das sociedades latino-americanas e caribenhas, em cenários 
locais, regionais e nacionais, interagindo com a sociedade 
global, em benefício da soberania, democracia, justiça social 
e integração dos povos, na concepção dos direitos humanos, 
da interculturalidade crítica, da igualdade de gênero, e de uma 
opção política ética, pedagógica e emancipatória.
Trabalha com as linhas de ação:
 �Educação popular e novos paradigmas: realiza 
atividades por meio de projetos a respeito da educação popular 
na América Latina e diálogos sobre os novos paradigmas de 
emancipação social e política.
 � Incidência política da Sociedade Civil: prospectar 
o CEAAL como rede fortalecedora dos processos local e 
SAIBA MAIS
Desafiado pelos debates e práticas desenvolvidos nos últimos 
anos no CEAAL e pela urgência de um compromisso renovado 
nos processos políticos, educacionais, sociais, culturais, 
ambientais e de gênero em nossa América Latina, e tomando 
como marco os mandatos da Assembleia de Cochabamba 
definimos nossa identidade como um movimento de educação 
popular. https://bit.ly/32bTb2y
Educação Popular 197
global de defesa dos cidadãos e ações das Organizações não 
Governamentais Sociais (ONGs).
Foram definidos os eixos estratégicos prioritários do 
Plano de Ação Global (2016-2020), na IX Assembleia Geral do 
CEAAL, realizada na cidade de Guadalajara.
 �Eixo 1: A formação política;
 �Eixo 2: Educação feminista popular e;
 �Eixo 3: Economia solidária.
Articulação Feminina do Mercosul (AFM)
AFM é uma corrente de pensamento e ação política que 
tem como eixo central de sua estratégia o desenvolvimento de 
um campo político feminista em nível regional e global. Por 
isso, muitas das iniciativas implementadas desde a sua criação, 
na primavera de 2000, têm como objetivo gerar e incentivar o 
debate, por meio de diálogos e encontros com a diversidade de 
sujeitos feministas políticos e suas organizações, bem como 
desenvolver campanhas de comunicação. Social Seu principal 
objetivo é ajudar a gerar as mudanças necessárias para que os 
direitos das mulheres na América Latina e no Caribe possam 
ser expandidos e exercidos em sua totalidade. https://bit.
ly/2WyZ2Oe 
CURIOSIDADE
ABONG - Organização em Defesa dos Direitos e Bens Comuns 
passa a integrar o Comitê de Coordenação de Articulação 
latino-americana de organizações da sociedade civil. https://bit.
ly/2PIrRpU
Educação Popular198
Desafios da Educação popular nos tempos 
atuais
O que vem a nossa mente quando pensamos em desafios? 
Ah! Possivelmente pensamos em superar obstáculos e barreiras. 
Realmente os desafios são compostos desses fatores e também 
dos propósitos, visão estabelecidos que se chocam nos obstáculos 
e barreiras.
 No nosso estudo vamos conversar sobre alguns desses 
desafios frente a educação popular na atualidade, sabendo da 
possibilidade de encontrarmos outros desafios. Vamos lá!
 �Abordagem da Educação Popular em Direitos 
Humanos: Fundamentada nos princípios teórico-metodológicos 
freirianos, vem delineando uma pedagogia baseada na educação 
como prática humanizada, processo de dialógico, percurso 
para o compartilhamento nas decisões da esfera pública, com 
a finalidade de construir realidades justas com sustentabilidade.
ACESSE
Educação popular, ontem e hoje: perspectivas e desafios. https://
bit.ly/2NcWcLQ
As Conquistas e Desafios da Educação Popular e suas Interfaces 
com os Movimentos Sociais.https://bit.ly/2N8XbfK
Educação Popular 199
A Educação em Direitos Humanos, segundo o Ministério 
da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) articula 
as dimensões:
a. Apreensão de conhecimentos historicamente construídos 
sobre direitos humanos e a sua relação com os contextos 
internacional, nacional e local;
b. Afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que 
expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços 
da sociedade;
c. Formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer 
presente em níveis cognitivo, social, ético e político;
d. Desenvolvimento de processos metodológicos 
participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e 
materiais didáticos contextualizados;
e. Fortalecimento de práticas individuais e sociais que 
gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção 
e da defesa dos direitos humanos, bem como da reparação das 
violações.
O que nos indica esta abordagem? Aponta que a educação 
libertadora somente se apoia com o reconhecimento dos direitos 
humanos e sua efetividade no cotidiano da vida social. 
DEFINIÇÃO
A definição considerada para a Educação em Direitos Humanos 
é de um processo sistemático e multidimensional que orienta a 
formação do sujeito de direitos. https://bit.ly/2PKo8Ir
Educação Popular200
Uma vez que, os Direitos Humanos (DH) caracterizam-
se pela universalidade e indivisibilidade. São universais pois 
abrangerem a todos os seres humanos, sem os distinguir e 
indivisíveis porque não há hierarquia entre os direitos: todas as 
pessoas são essenciais,visto que contribuem para uma vida digna 
em que o acesso deve estar disponível a todos. A concepção de 
direitos humanos possui como pilar a cultura de paz. Determina 
normas e princípios entre as nações, pretendendo o bem comum 
alinhado com a visão de mundo da sociedade contemporânea.
Os Direitos Humanos protege as pessoas e grupos contra 
ações que violam as liberdades fundamentais e na dignidade 
humana. No Brasil há o entendimento que os DH compõe-se dos 
direitos civis ligados à liberdade democrática: às diversidades 
sociais (religiosa, raça, gênero e orientação sexual), direito ao 
voto, à informação, à moradia e dos direitos sociais relacionados 
aos direitos fundamentais: o direito à vida, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade, à alimentação, à saúde, à educação, à 
profissionalização, ao esporte, ao lazer, à cultura, e à convivência 
familiar e comunitária. Acrescenta-se a esses os direitos à terra, 
ambientais, entre outros.
A ASSEMBLEIA GERAL proclama A PRESENTE 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e 
todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada 
órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, 
se esforce, através do ensino e da educação, por promover o 
respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas 
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o 
seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto 
entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os 
povos dos territórios sob sua jurisdição. https://bit.ly/338Fcfe
 �O desenvolvimento integral do ser humano: Este 
desafio está estreitamente relacionado ao direito a Vida dos 
cidadãos na sua amplitude universal, onde as pessoas possam 
Educação Popular 201
ser dotadas de potencialidades e oportunidades para trilharem os 
seus caminhos nesta vida.
Convergindo para este desafio o Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) formulou o conceito 
de desenvolvimento humano elaborado. Vamos conhecê-lo!
O conceito de desenvolvimento humano nasceu definido 
como um processo de ampliação das escolhas das pessoas para 
que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo 
que desejam ser. https://bit.ly/32b2bVm
No e-book da unidade 1 estudamos a definição do 
desenvolvimento integral do ser humano. 
O conceito de desenvolvimento integral no contexto 
da educação integral diz respeito a compreensão 
de que a educação, enquanto processo formativo, 
deve atuar pelo desenvolvimento dos indivíduos 
nas suas múltiplas dimensões: física, intelectual, 
social, emocional e simbólica (CENTRO DE 
REFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL, 
2019).
Dentro dessa perspectiva vamos conhecer três as iniciativas 
contemporâneas.
Iniciamos com a concepção de Educação Integral do 
Ministério da Educação (MEC), o Centro de Referência de 
Educação Integral e a Rede de Desenvolvimento Humano 
(REDEH).
Educação integral representa a opção por um projeto 
educativo integrado, em sintonia com a vida, as necessidades, 
possibilidades e interesses dos estudantes. Um projeto em que 
crianças, adolescentes e jovens são vistos como cidadãos de 
direitos em todas as suas dimensões. Não se trata apenas de seu 
desenvolvimento intelectual, mas também do físico, do cuidado 
Educação Popular202
com sua saúde, além do oferecimento de oportunidades para 
que desfrute e produza arte, conheça e valorize sua história e 
seu patrimônio cultural, tenha uma atitude responsável diante 
da natureza, aprenda a respeitar os direitos humanos e os das 
crianças e adolescentes, seja um cidadão criativo, empreendedor 
e participante, consciente de suas responsabilidades e direitos, 
capaz de ajudar o país e a humanidade a se tornarem cada vez 
mais justos e solidários, a respeitar as diferenças e a promover 
a convivência pacífica e fraterna entre todos. https://bit.
ly/2NcCjUQ
O MEC possui programas voltados à Educação Integral: 
o programa de educação infantil integral que atende crianças 
de zero a cinco anos; no ensino fundamental o programa Mais 
Educação e o programa Ensino Médio Inovador. 
A Educação Integral é uma concepção que compreende 
que a educação deve garantir o desenvolvimento dos sujeitos em 
todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e 
cultural e se constituir como projeto coletivo, compartilhado por 
crianças, jovens, famílias, educadores, gestores e comunidades 
locais. https://bit.ly/2C878Us
ACESSE
Programa Mais Educação: https://bit.ly/36COdPQ
Educação Integral: https://bit.ly/2PGd3YR 
Conceito de Educação Integra: https://bit.ly/34oRJv1
Educação Popular 203
Vejamos as características da Educação Integral no 
entendimento do Centro de Referência em Educação Integral:
a. proposta contemporânea alinhada as demandas do 
século XXI, sendo o seu foco a formação de sujeitos autônomos, 
críticos, e responsáveis consigo e com o mundo;
b. inclusiva pois identifica a singularidade dos sujeitos, 
suas múltiplas personalidades e se apoia na composição da 
pertinência do projeto educativo para todos (as);
c. proposta de acordo com a visão de sustentabilidade, 
pois envolve os processos educativos contextualizados e com a 
interação contínua entre o aprendizado e a prática;
d. Oportuniza a equidade ao admitir o direito de acesso 
e aprendizado de todos (as) referente à educação diferenciada 
e diversificada pela interação com diversos saberes e agentes, 
espaços, linguagens, recursos, em síntese são as condições 
fundamentais ao enfrentamento das desigualdades educacionais.
Rede de Desenvolvimento Humano (RDH) instituída em 
1990, surgiu no processo de redemocratização no Brasil, frente 
as questões relevantes para a sociedade brasileira – feminismo e 
ambientalismo, sendo exemplo para o trabalho em parceria com 
outras organizações nesses temas percorrendo Brasil.
Atualmente, atua estrategicamente incentivando as 
parcerias para os objetivos significativos como: a efetividade 
de direitos para as mulheres, defesa da justiça ambiental e o 
enfrentamento ao racismo.
O fato de o Brasil sediar a ECO-92 criou um campo muito 
propício para a mobilização de diferentes setores do movimento 
de mulheres nacional e internacional que confluíram através 
do Planeta FEMEA, estratégia da qual a REDEH foi uma das 
principais arquitetas. O desdobramento dessa mobilização 
se propagou por diversos anos e ganhou muitos matizes. O 
trabalho da REDEH focalizou-se em traduzir para a prática 
recomendações de políticas públicas de gênero endossadas 
Educação Popular204
pela comunidade global nos Planos de Ação que resultaram 
das grandes conferências globais da ONU dos anos 90, 
especialmente a ECO 92 e Beijing 95. Isso fez com que desde seu 
início a REDEH se destacasse como uma organização pioneira, 
inovadora nos conceitos e na prática. O elenco dos produtos 
contidos neste site é um indicador dessa trajetória. Foram 
muitos os cursos de formação destinados a públicos variados, 
gestoras locais, professores/as, lideranças comunitárias, jovens. 
Significativas foram também as campanhas e publicações que 
abriram caminhos para que novos atores, novas organizações 
ocupassem espaço e iniciassem novas interlocuções no cenário 
nacional. https://bit.ly/2NDBnbl
Conversão do saber popular em conhecimento científico 
voltado para a transformação social: Esta conversão é necessária 
para a implantação e implementação da Política Pública em 
Educação Popular.
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
A Educação Popular compreende um processo coletivo de 
construção do conhecimento desenvolvido em conjunto com 
as (os) educadores (as) e a habilidade de entender a realidade 
de forma crítica a fim de modificá-la e o domínio crítico dos 
acontecimentos e suas origens possibilite a compreensão dos 
fatos e do processo da luta entre as classe, auxiliando a ruptura 
dos meios de alienação, a procura e a conquista do real e sua 
transposição.
Educação Popular 205
Estudamos na unidade 2 os Saberes Populare Científico
Conhecimento popular é o conhecimento do 
povo, que nasce da experiência do dia-a-dia 
por isso é chamado também de empírico […] e 
o Conhecimento científico é o conhecimento 
racional que se distingue do mito e do saber 
comum (conhecimento empírico) (RAMPAZZO, 
2002, p. 18 - 19).
Inclusão social por meio da educação popular:
Inclusão Social é o processo que possibilita à 
população excluída socialmente, partilhar bens 
e serviços sociais produzidos pela sociedade, 
garantindo a efetivação dos direitos, acesso à 
segurança, justiça, cidadania e representação 
política. (PEQUENO DICIONÁRIO: 
ASSISTÊNCIA SOCIAL DE A a Z, 2001, p. 22)
Quando a educação popular surgiu era voltada 
exclusivamente para a parcela da população excluída e 
vulnerável. Nos tempos atuais, a educação popular deve 
ser universal, quer dizer, o acesso ao seu estudo deve ser 
oportunizado a todas as pessoas sem distinção. E, assim 
elaborar alternativas para a contribuição da reflexão nos espaços 
de aprendizagem a respeito das expectativas e vivências dos 
cidadãos de maiores possibilidades de inserção social. Porém, 
sabemos que ainda existem as desigualdades sociais e não 
podemos desconsiderá-las. Então, como promover a oferta e o 
acesso da educação popular aos cidadãos em situação de exclusão 
social e vulnerabilidade social? Por meio de ações dos Entes 
Governamentais e da Sociedade Civil, temo a possibilidade de 
incluir os povos indígenas, quilombolas e do campo; pessoas 
com deficiência etc.
Exclusão Social Processo heterogêneo, 
multidimensional, espacial e temporal que 
Educação Popular206
impossibilita parte da população a partilhar bens 
e recursos produzidos pela sociedade. Conduz à 
privação, ao abandono e à expulsão dos espaços 
sociais (DICIONÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2007, p. 41).
 � Instituição e desenvolvimento de Escolas Cidadãs: 
esse modelo de escola foi elaborado pelo Patrono da Educação 
no Brasil Paulo Freire. Propõe especialmente tal modelo uma 
nova escola; gestora do conhecimento; compartilhamento do 
saber entre educandos (as) e educadores (as) e a comunidade; 
com projeto político-pedagógico ético; construtora de sentido e 
plugada no mundo; formação para a cidadania, direitos e deveres; 
autoridade e liberdade, experiências profundas da democracia e 
vivências nas comunidades.
Escola Cidadã defende a educação permanente e 
tem uma formatação própria para cada realidade 
local, de modo a respeitar as características 
histórico-culturais, os ritmos e as conjunturas 
específicas de cada comunidade, sem perder 
de vista a dimensão global do mundo em que 
vivemos. Para tanto, o seu projeto político-
pedagógico é elaborado com base na realização 
de um diagnóstico da realidade escolar chamado 
Etnografia da Escola, que possibilita a construção 
de um currículo escolar fundamentado na criação 
de espaços interculturais, por sua vez trabalhado na 
perspectiva inter e transdisciplinar, que levam em 
conta a dimensão da razão e da emoção, portanto, 
a técnica, a sensibilidade e a criatividade. Nesse 
sentido, a Escola Cidadã é democraticamente 
organizada e pedagogicamente alegre, criativa e 
ousada (INSTITUTO PAULO FREIRE, 2019).
Educação Popular 207
Figura 3: Escola Cidadã
 
Fonte:Pixabay
Direitos e Deveres dos Cidadãos
A democracia é um regime político, ou seja, uma certa 
maneira de organizar as relações de poder no seio de um grupo 
social soberano, ou política. O princípio fundador da democracia 
é a afirmação de que toda a relação de poder entre societários e 
entre cidadãos se enraíza naqueles que obedecem e não naqueles 
que mandam, quer o façam em seu nome próprio ou em nome de 
um princípio transcendente, Deus, a Nação, a História, a Classe 
ou a Raça. https://bit.ly/2C9hsLS
Escola Cidadã - algumas reflexões sobre a democratização da 
escola pública. https://bit.ly/36qSG80
ACESSE
Educação Popular208
 �Organização curricular que privilegie a integração 
teórico-prática: um currículo elaborado e aplicado com práticas 
pedagógicas e metodologias integradoras das teorias e práticas 
- considerando o conhecimento (saber); habilidade (saber fazer)
e a competência (saber fazer acontecer, proporciona resultados
de qualidade no processo de ensino-aprendizagem da educação
popular.
 � Formação de educadores (as) com sólido domínio da 
dimensão concreta da realidade econômico-político-social: 
a qualificação e a capacitação das (os) educadores (a) que já 
atuam e virão a atuar nessa área do saber, por meio da educação 
continuada e permanente é imprescindível para a efetivação do 
processo de ensino-aprendizagem da educação popular.
 � Implantação e implementação da Política Nacional 
em Educação Popular: Existem iniciativas de políticas públicas 
para alguns dos campus da educação popular, a exemplo temos 
a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do 
Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS) implantada em 2013. No 
ano de 2014 foi instituído o Marco de Referência da Educação 
Popular para as Políticas Públicas, mostrando o avanço das 
políticas sociais neste segmento. Mas, ainda temos de continuar 
avançando e ampliando a implantação e implementação das 
políticas públicas em educação popular. No próximo tópico 
falaremos mais sobre esse tema. Fiquem ligados!
Hoje a educação popular busca, em todos os contextos, 
ligar o local e o global. Em todos os cenários, processa-se 
por meios de educação e de ação pontuais em determinada 
localidade, buscando intencionalmente a promoção dos laços de 
solidariedade internacional, possibilitando que os pleitos locais 
se tornem parte do pleito internacional pela justiça e paz. 
Educação Popular 209
Tendências da Educação Popular no Cenário 
Político-social Brasileiro
Olhamos para o passado para compreendê-lo, melhorar o 
momento presente e avançarmos com as visões de futuro. Você 
deve estar se perguntando … o que isso tem a ver com a educação 
popular? Na nossa disciplina estudaremos três tendências da 
educação popular no Brasil: Implantação e Implementação de 
Políticas Públicas para a Educação Popular; Redes Públicas de 
Cooperação Federativa do Campo: Estado e Políticas Públicas e 
Pedagogia por Projetos.
Antes temos de saber o que são as tendências e cenários na 
educação popular. 
Compreendem as situações referentes a educação 
popular e as suas áreas com probabilidades de 
acontecer nacionalmente e internacionalmente 
(Suzy Rodrigues, 2019).
Políticas de Educação Não-Formal nas Américas, África e Ásia: 
Contribuições para a Construção do Capital Social e Humano.
https://bit.ly/2JKCEwd
ACESSE
Educação Popular210
Figura 4: Tendências e cenários na educação popular no Brasil
 
Fonte: Pixabay
Percebeu que foi mencionado o âmbito nacional e 
internacional? Porém, o tópico do nosso estudo abordará apenas 
no âmbito nacional. 
A Implantação e Implementação da 
Política Pública para a educação Popular
Você já deve ter ouvido falar em política pública, no seu 
trabalho; estudo; nas mídias de comunicação; conversas na 
comunidade, família e amigos. Ou, ainda pode não ter ouvido 
falar desse termo! Esse instrumento de gestão do Estado é 
muito importante para a sociedade. Então, bora conhecer o seu 
conceito.
A primeira definição é do professor Leonardo Secchi.
Para Secchi (2014) política pública é uma diretriz para a 
resolução de um problema público.
Educação Popular 211
Seguimos com a segunda definição de política pública. 
[…] são diretrizes, princípios norteadores de ação 
do Poder Público; regras e procedimentos para 
as relações entre o Poder Público e sociedade, 
mediações entre atores da sociedade e do 
Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, 
sistematizadas ou formuladas em documentos 
(leis, programas, linhas de financiamento) que 
orientam ações que normalmente envolvem 
aplicações de recursos públicos. Nem sempre, 
porém há compatibilidade entre as intervenções e 
declarações de vontade e as ações desenvolvidas. 
Devem ser consideradas também as“não ações”, 
as omissões, como forma de manifestação de 
políticas, pois representam opções e orientações 
dos que ocupam cargos (TEIXEIRA, 2002, p. 3).
Nesse sentido entendo a política pública como:
Políticas Públicas são na integralidade planos, 
projetos, programas, metas e ações estabelecidos 
pela administração pública nas esferas federal, 
estadual e municipal, para alcançar o bem-estar da 
sociedade e o interesse público (Suzy Rodrigues, 
2019).
O que são Políticas Públicas? https://bit.ly/34qTcBi
ACESSE
Educação Popular212
Você deve estar se questionado … o que quer dizer 
implantar e implementar políticas públicas? De modo geral:
Figura 5: Políticas Públicas
 
Fonte:Pixabay
Implementar políticas públicas: estabelecer planos, 
projetos, programas, metas e ações sobre as áreas da educação 
popular.
Implementar políticas públicas: efetivar planos, projetos, 
programas, metas e ações nos segmentos da educação popular.
Tanto para a implantação como para a implementação 
deve observar fatores como: a diversidade étnica-racial, cultural 
e de gênero; a inclusão social, econômica e financeira, a 
acessibilidade; a faixa etária e outros aspectos penitentes. Esses 
fatores visam o pleno exercício da cidadania.
Educação Popular 213
O Brasil vem apresentando iniciativas de políticas públicas 
em educação popular. Lembram que na unidade 1 conhecemos 
algumas delas. Observem o quadro 4, que apresenta algumas 
iniciativas de políticas públicas para a educação popular.
Quadro 4: Políticas públicas para a educação popular no século XXI
Algumas Assinalações sobre a Educação Popular. https://bit.
ly/2PIpByU
ACESSE
Política Pública Órgão Ano
Plano Nacional 
de Educação em 
Direitos Humanos 
(PNEDH).
Comitê Nacional de Educação 
em Direitos Humanos. 2003
Programa Brasil 
Alfabetizado - 
jovens, adultos e 
idosos.
Ministério da Educação. 2003
Educação Escolar 
Quilombola – 
Plano Nacional de 
Implementação das 
Diretrizes
Ministério da Educação. 2003
Programa Conexões 
e Saberes – diálogos 
entre a universidade 
e as comunidades 
populares (PET).
Ministério da Educação. 2006
Educação Popular214
Política Nacional de 
Educação Especial 
na Perspectiva da 
Educação Inclusiva 
(PNEE).
Ministério da Educação. 2008
Política Nacional de 
Educação Indígena 
– Territórios 
Etnoeducacionais 
(TEEs).
Ministério da Educação.
2009
Programa Nacional 
do Livro Didático 
para Educação de 
Jovens e Adultos 
(PNLD/EJA) – 
jovens, adultos e 
idosos.
Ministério da Educação. 2009
Programa Nacional 
de Educação 
do Campo 
(PRONACAMPO).
Ministério da Educação. 2012
Educação para os 
Povos Ciganos.
Ministério da Educação. 
Resolução Resolução CNE/CEB 
nº 3, de 16 de maio de 2012
2012
Política Nacional do 
Idoso (PNI).
Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate a Fome.
2010
Política Nacional 
de Educação 
Permanente do 
Sistema Único de 
Assitência Social 
(PNEP/SUAS)
Ministério do Desenvolvimento 
Socia e Combate a Fome.
2013
Plano Nacional de 
Políticas Públicas 
para as Mulheres 
(PNPM).
Secretaria de Políticas para as 
Mulheres.
2013
Política Nacional de 
Educação Popular 
em Saúde (PNEP/
SUS).
Ministério da Saúde. 2013
Educação Popular 215
Fonte: Elaborada pela Autora, 2019
Atualmente, o Governo Federal promove a equidade, 
valorização da diversidade e inclusão por meio da Secretaria de 
Educação Continuada, Diversidade e Inclusão, a qual faz parte 
da estrutura do MEC. Aborda as temáticas e modalidades de 
educação estabelecidas em Lei: Educação Especial; Educação 
de Jovens e Adultos; Educação do Campo; Educação Escolar 
Indígena; Educação Escolar Quilombola; Educação para as 
Relações Étnico-raciais e Educação em direitos humanos. 
https://bit.ly/2Ny1foU
Outra iniciativa recente do Estado são as cívico-militares, 
em localidades carentes a exemplo do ensino médio integral. 
A Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares é 
responsável por essa política pública.
O Ministério da Educação pretende construir 108 escolas 
de educação básica cívico-militares no Brasil até 2023. A 
expectativa, segunda a pasta, é levantar 27 escolas por ano, uma 
em cada estado do país. Até o final da operação, a meta é atender 
108 mil alunos. As escolas cívico-militares são instituições não 
militarizadas, mas com uma equipe de militares da reserva no 
papel de tutores. https://bit.ly/2r7Uy5u 
I Plano Nacional de 
Educação Escolar 
Indígena (PNEEI) – 
em elaboração.
Ministério da Mulher, da Família 
e dos Direitos Humanos.
2019
Educação para as Relações Étnicos-Raciais. https://bit.ly/2WBdMw1
ACESSE
Educação Popular216
Uma das mais importantes contribuições em políticas 
públicas para a educação popular é o Plano Nacional de Educação 
em Direitos Humanos (PNEDH). Vamos conhecê-lo!
PNEDH é uma política pública que consolida um projeto 
de sociedade baseado nos princípios da democracia, da cidadania 
e da justiça social, por meio de um instrumento de construção 
de uma cultura de direitos humanos que visa o exercício da 
solidariedade e do respeito às diversidades.
A estrutura do documento estabelece concepções, 
princípios, objetivos, diretrizes e linhas de ação, contemplando 
cinco grandes eixos de atuação: Educação Básica; Educação 
Superior; Educação Não-Formal; Educação dos Profissionais 
dos Sistemas de Justiça e Segurança Pública e Educação e Mídia. 
Em 2018 completou 70 anos, que a Assembleia Geral das 
Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos DH como 
um referencial comum de direitos humanos para todas (os) no 
mundo.
ACESSE
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. https://bit.
ly/2Ny9iCh
Educação Popular 217
Quais os principais instrumentos legais fundamentam as 
políticas públicas em educação popular? A Constituição Federal 
de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 e 
o Marco de Referência da Educação Popular para as Políticas 
Públicas de 2014. Esses instrumentos dão base para a implantação 
e implementação dos planos; programas; projetos e as políticas 
públicas voltadas para a educação popular – realizado o devido 
diagnóstico e tramites legais e administrativos dessas políticas 
públicas.
O que é o Marco de Referência da Educação Popular para 
as Políticas Públicas?
Este Marco insere-se no âmbito do processo de 
construção da Política Nacional de Educação 
Popular, da Política Nacional de Participação 
Social, das políticas e programas para a juventude. 
(MARCO DE REFERÊNCIA DA EDUCAÇÃO 
POPULAR PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS, 
2014, p. 7).
Há 70 anos: adotada a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. https://bit.ly/2N9Q4nf
ACESSE
Educação Popular218
Figura 6: Marco de Referência da Educação Popular para as políticas públicas
 
Fonte:Pixabay
Quais os objetivos do Marco de Referência?
 […] promover um campo comum de reflexão e 
orientação de práticas coerentes com a perspectiva 
metodológica proposta pela educação popular 
do conjunto de programas, projetos e políticas 
com origem, principalmente, na ação pública, e 
contemplando os diversos setores vinculados a 
processos educativos e formativos das políticas 
públicas do Governo Federal (MARCO DE 
REFERÊNCIA DA EDUCAÇÃO POPULAR 
PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS, 2014, p. 16).
O Marco de Referência da Educação Popular para as 
Políticas Públicas apresenta Princípios e Diretrizes para as 
Ações de Educação Popular nas Políticas Públicas, a saber:
Educação Popular 219
 I - Emancipação e poder popular.
II – Participação popular nos espaços públicos.
III- Equidade nas políticas públicas fundamentada na
solidariedade, na amorosidade.
IV- Conhecimento crítico e transformação da realidade.
V– Avaliação e sistematização de saberes e práticas.
VI – Justiça política, econômica e socioambiental.
E, quem participa da implantação e implementação das
políticas públicas de educação popular? As (os) cidadãs (os); 
a comunidade; a Sociedade Civil Organizada – Movimentos 
Sociais, Organizações Não Governamentais e o Estado 
(instituições públicas federais; estaduaise municipais).
Com o propósito de contribuir com as políticas públicas 
de educação popular o Centro de Referência em Educação 
Integral (ONG), entende que a Política de Educação Integral 
para assegurar a qualidade e equidade deve ser fundamentada:
Políticas Públicas de Educação Integral. Planejamento 
da Gestão Educacional – definição clara de desafios, metas e 
estratégias; Alinhamento entre todos os atores envolvidos no 
sistema: convergência de
esforços em todos os níveis; Modelo de gestão estruturado 
e sustentável que articule, de maneira dialógica, a secretaria e 
as escolas; Marcos legais que garantam sustentação a política; 
Articulação intersetorial que garanta complementaridade as 
estratégias escolares. https://bit.ly/2JJx3pP
Educação Popular220
Redes Públicas de Cooperação Federativa 
do Campo: Estado e Políticas Públicas
As redes de cooperação do campo: Estado e Políticas 
Públicas ou redes estatais, são consideradas de natureza complexa 
devido as suas variáveis e especificações. O que significa essa 
modalidade de Rede?
Rede de cooperação campo Estado e Políticas 
Públicas - Redes de Estado ou Redes de Políticas 
Públicas são produtos da parceria entre os órgãos 
da estrutura do Estado, nas esferas federal, 
estadual e municipal, ou destas com organizações 
não estatais, autorizadas na forma da lei para 
prestação de serviços públicos descentralizados 
ou terceirizados (A AUTORA, 2019).
Elas podem ser classificadas em dois grupos:
 �Redes estatais puras: formadas somente por 
organizações da estrutura do Estado.
 �Redes associadas aos setores e sistemas da administração 
pública: apresentam estruturas hierárquicas para a prestação de 
serviços públicos.
ACESSE
Políticas Públicas: um enfoque na participação cidadã e no 
controle social. https://bit.ly/2JKGZiS
Educação Popular 221
Quadro 5: Variáveis e especificações das Redes de Políticas Públicas
Fonte: Adaptado de Loiola e Moura (1996)
O que são serviços públicos?
Serviços públicos prestados sãos os bens ou 
serviços prestados em nome do governo pelos 
ministérios a indivíduos ou organizações externas 
(TROSA, 2010, p. 176.)
A prestação de serviços públicos pelo Estado efetiva-se 
não apenas para: demandas sociais (saúde, educação, segurança 
e outras), atendimentos direitos aos cidadãos, também estão 
incluídas as infraestruturas de uso comum e a intervenção nos 
agentes da sociedade e do mercado.
Embora sejam poucas as redes estatais admitem a formação 
de redes puras horizontais, quer dizer, a atuação independente e 
Variáveis Características
Atores envolvidos
Agentes governamentais, governos locais 
e outros.
Caráter das relações Formalidade e informalidade.
Foco de atuação Problemas, projetos concretos e gestão 
de processos complexos e ações.
Processo Associação de recursos e intercâmbio.
Princípios e valores
Cooperação, respeito mútuo, 
reconhecimento de competências e 
conflitos equacionados.
Interações
Centro animador, operador catalisador, 
hierarquia e não hierarquia.
Ambiente Efêmero e grupo definido.
Engajamento Adesão por interesse e competência.
Racionalidade Comunicativa e Instrumental.
Educação Popular222
isolada. São representadas pelas redes intermunicipais, a exemplo 
dos consórcios municipais dispostos como “cooperativismo 
horizontal” em contraposição ao “municipalismo autárquico”.
Como vimos essa modalidade de Rede pode realizar 
parcerias com organizações não estatais, quanto estabelecem 
essas parcerias são chamadas de redes híbridas.
O que são as Redes Híbridas?
Constituídas de entes estatais e não estatais 
aceitando vários formatos devido a potencialidade 
de colaboração público-privado (comunidades, 
terceiro setor e iniciativa privada) e das 
propriedades de gestão das redes, o que dá origem 
a modelos de atuação com inúmeras composições 
(Suzy Rodrigues, 2019).
Pedagogia por projetos
Essa metodologia de ensino-aprendizagem constitui-se 
em uma tendência para a educação brasileira e internacional em 
todos os seus setores, inclusive a educação popular, devido a 
sua proposta inovadora de trabalhar temas por meio de projetos, 
onde o (a) educando (a) realiza intervenções na sua realidade, 
isto é, o ensino se dá pelas experiências. 
O que significa a Pedagogia por Projetos?
De acordo com Buck Institute for Education (2008), a 
Pedagogia de projetos pode favorecer o trabalho do professor 
para conseguir um alto desempenho junto com seus alunos, 
com foco na aprendizagem de qualidade e possibilitando uma 
possível interferência junto à comunidade.
[…] os principais componentes do mosaico 
Pedagogia de Projetos: 1. Desenvolvimento 
de um espírito comunitário de equipe e 
consequentemente, da autodisciplina. 2. Respeito 
Educação Popular 223
e convívio com a multiplicidade de pensamentos 
e experiências. 3. Reconhecimento e prática da 
interdisciplinaridade. 4. Construção e exercício 
do diálogo, levando à transdisciplinaridade e à 
multiculturalidade. 5. Exercício de novas formas 
de organização e autoridade, limitando no tempo 
a hierarquia e marginalizando o autoritarismo. 
6. Vivência da realidade. 7. Desenvolvimento de 
visão prospectiva. 8. Desenvolvimento de visão 
perspectiva. 9. Desenvolvimento de visão crítica. 
10. Desenvolvimento das práxis como interação da 
teoria com a prática. 11. Apropriação pelo grupo 
dos conhecimentos e saberes Lidamos, assim, 
com uma pedagogia do raciocínio e da ação, na 
qual aprendemos a pensar e a fazer num processo 
único e indissolúvel, mas cujo resultado final 
não pertence a qualquer indivíduo, pois é fruto 
do empenho e da competência de todos (SANZ, 
2003, p.78- 79).
Chegamos ao final da unidade IV, espero que tenham 
gostado do assunto e assimilado o aprendizado. Bons estudos!
Educação Popular224
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Estudos Culturais em 
Educação
(Livro 2)
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Preparação de Originais: Heloisa Brown
Revisão: Anderson França, Márcia Santos e Heloisa Portes 
Projeto gráfico e diagramação: Sérgio Ramos, Mário Gomes e Tiago da Rocha
Ilustração: Wictor Bernardo
Gamez, Luciano.
Estudos Culturais em Educação, Guia de Estudos. Recife: Grupo Ser Educacional, 2019. 
Estudos Culturais em Educação
ISBN: 9788521636526
Apresentação do autor
Luciano Gamez
Luciano Gamez é psicólogo e professor adjunto na Universidade Federal de São Paulo. 
Leciona as disciplinas de Ensino e Aprendizagem no Curso Superior de Tecnologia 
em Design Educacional. Realiza pesquisas na Unidade de Psiquiatria da Infância e 
Adolescência, do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina na Unifesp. 
Atualmente está em estágio pós-doutoral na Faculdade de Psicologia e Ciências da 
Educação da Universidade do Porto, Portugal. Como pesquisador está interessado nos 
fenômenos da aprendizagem e do desenvolvimento humano, e no estudo de teorias 
e modelos educacionais que integrem o uso de tecnologias digitais, ou analógicas, à 
Educação.
Sumário
Unidade 1 – Educação, cultura e sociedade
1.1 Educação e cultura: aspectos conceituais
1.2 Cultura: aspectos conceituais
1.3 Educação: aspectos conceituais
1.4 Cultura e educação: relações de diálogo
1.5 Cultura e sociedade
Unidade 2 – Ensino da cultura
2.1 Prática pedagógica em cultura e o cotidiano escolar
2.2 Por uma perspectiva interdisciplinar no ensino da cultura: a articulação dos saberes 
no dia a dia da sala de aula
Unidade 3 – Multiculturalismo 
3.1 Processos didático-pedagógicos e as múltiplas dimensões da cultura 
3.2 A emergência das questões do multiculturalismo e suas implicações para a educação 
escolar
Unidade 4 – Cultura e conhecimento científico
4.1 Processo de construção da cultura da humanidade e objeto da produção do 
conhecimento científico
4.2 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – diversidade cultural
1 
4
9
18
25
30
40
42
65 
a
76
79
96 
110
112
134
Carta ao aluno
Prezado(a) estudante
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Estudos Culturais em Educação. Nela você irá refletir 
sobre o conceito de cultura e de que modo se pode estabelecer a relação entre cultura, 
educação e sociedade, compreendendo como ela se dá na prática e no cotidiano das 
relações pessoais, escolares e sociais. 
Para isso, você irá estudar, inicialmente, algumas bases teóricas da cultura e sua inserção 
na educação e na sociedade. Parte-se do princípio de que a cultura não é algo dado 
à partida, nem é aleatório, mas sim um processo efetivo de construção da história da 
humanidade, e, portanto, com ele se relaciona. 
Você verá também quais são os campos e áreas de conhecimento da cultura, 
entendendo-a como uma forma de manifestação e representação dos diferentes povos, 
que se desenvolvem no mundo também a partir de suas distintas expressões culturais. 
Nesta disciplina, entende-se que a cultura, ou a falta dela, é um meio de inclusão ou 
exclusão social. Por este motivo, ênfase é dada nas questões que envolvem o ensino da 
cultura, bem como seus aspectos didáticos e metodológicos que propiciem vivências e 
experiências no âmbito cultural. 
Por fim, você verá a importância de incentivar os professores no reconhecimento 
da cultura local, enfatizando os fenômenos e aparelhos culturais, tendo em vista o 
desenvolvimento educacional da humanidade. 
viii
Para concluir, os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino das diversas manifestações 
culturais também são apresentados e discutidos. Espera-se, portanto, que com esta 
disciplina você seja capaz de desenvolver um conjunto de competências que permitam 
respeitar a diversidade cultural, compreendendo as diferenças de natureza étnico-racial, 
social, cultural, religiosa, faixas geracionais, necessidades especiais, entre outras, de modo 
a favorecer os processos de ensino e aprendizagem em ambiente escolar.
Bons estudos!
ix
Objetivos gerais da disciplina
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:
l compreender as bases teóricas da cultura relacionadas com a educação;
l procurar estabelecer diálogo entre a área educacional e as demais áreas do
conhecimento cultural;
l compreender a necessidade de promover o respeito à diversidade cultural, às
diferenças de natureza étnico-racial, social, cultural, religiosa, faixas geracionais,
necessidades especiais, entre outras;
l incentivar nos alunos a prática da pesquisa, da investigação dosmodos de aprender
e de vida das diferentes culturas, para o favorecimento dos processos de ensino e
aprendizagem em ambiente escolar;
l conhecer os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino das diversas
manifestações culturais.
x
1
Unidade 1
Educação, Cultura 
e Sociedade
2
Unidade 1
Objetivos da Unidade
Ao fi nal desta unidade, esperamos que você seja capaz de:
• refl eti r sobre o conceito de cultura e suas diferentes formas de expressão e
manifestação;
• refl eti r sobre o conceito de educação e sua caracterização;
• compreender a relação entre cultura e educação, analisando algumas de suas 
bases teóricas;
• entender a relação entre cultura e sociedade e seus impactos na estrati fi cação
social e nos contextos escolares.
Contextualizando
Pense na seguinte situação: você recebe um convite de um organizador de eventos para 
representar o Brasil em um encontro das nações, com o desafi o de apresentar a cultura 
brasileira para representantes de outros países, referindo como a cultura é abordada nas 
escolas do ensino básico em geral. Você aceitaria esse convite? Se sim, qual o primeiro 
passo a dar para preparar a sua comunicação? Que aspectos precisará considerar? Que 
elementos da cultura brasileira você acha relevante abordar e de que modo irá estabelecer 
a relação entre cultura, educação e sociedade?
3
Apesar de interessante e atraente o convite, não é fácil tratar desse assunto, pois 
quando nos referimos à cultura, à educação e à sociedade, principalmente a relação 
entre essas áreas, por qual porta iremos entrar primeiro? Quem influencia quem? Será 
a educação influenciada pela cultura ou a cultura influenciada pela educação? De que 
forma esta relação advém da sociedade e provoca também impactos sociais? Tentar 
responder essas questões é, como mostra a Figura 1, procurar saber quem nasceu 
primeiro, o ovo ou a galinha?
1 Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? 
Crédito: © Wavebreak Media Ltd | 123rf.com.
Dadas as dimensões e divergências culturais do nosso País, será que ainda podemos falar 
em cultura brasileira, sabendo, a priori, que os hábitos culturais, sociais, comportamentais 
são tão diferentes e mudam tanto de região para região? Existirá um núcleo comum 
referente à cultura que podemos caracterizar como genuinamente brasileiro, sabendo que 
a cultura de nosso País sofre também, ela própria, as influências das diversas expressões 
culturais dos diferentes povos e etnias que compõem o Brasil? Em suma, não podemos 
falar de uma única cultura brasileira, mas de diversas culturas plurais que formam esse 
grande mosaico multicultural brasileiro, resultado de um processo intenso de aculturação 
(veja adiante o significado desse conceito).
Tendo em vista toda a diversidade cultural, e tudo o que ela envolve, qual seria o ponto 
de partida para começar a abordar a relação entre educação e cultura, entendendo que 
a própria cultura traz em si mesmo diferentes formas de expressão, seja pelas artes, 
4
hábitos e costumes, ou mesmo formas diferentes de ser e estar no mundo? Ainda, 
a que iremos nos referir quando abordarmos o tema educação, visto que ele em si é 
igualmente amplo? Existi rá uma possível defi nição de educação que seja aceita e “agrade 
a gregos e troianos”?
O que pesou mais para transformar e recaracterizar o campo de atuação da pedagogia: 
(i) a infl uência da cultura sobre as ações desenvolvidas; (ii) a infl uência da sociedade
sobre as condutas sociais; (iii) ou, ainda, a infl uência da cultura sobre as condutas
sociais que desembocaram nas mudanças educacionais? Será que existem outras
possíveis combinações dessas três variáveis?
Para refl etir
Sabemos, no entanto, que a educação e a cultura são duas áreas extremamente 
importantes, sobretudo em se tratando de pensar novas formas de educação que 
promovam a formação de cidadãos críti cos, pautados pelos princípios da cidadania, 
capazes de adquirir e desenvolver competências específi cas para atuarem na sociedade e 
intervirem de forma cívica. 
Para analisar essa relação, vamos começar pela História. Na anti guidade, o pedagogo era 
o escravo que conduzia as crianças aos mestres encarregados do ensino. A parti r daí, por
extensão, o pedagogo tornou-se sinônimo de mestre preceptor, e hoje esse profi ssional é
o responsável por tratar de questões que se referem aos diversos aspectos das ciências da
educação (Mialaret, 1999).
Para iniciar essa discussão, apesar de não sabermos quem infl uenciou quem, talvez
devêssemos começar por tentar compreender o signifi cado dos termos, a começar pelo
signifi cado de cultura. Após isso, quem sabe, talvez seja mais fácil estabelecer as devidas
relações no estudo destes temas.
Mas antes de prosseguir a leitura, tente defi nir em seu caderno de anotações o que 
entende por cultura, por educação e por sociedade. Depois, compare com elementos 
deste texto. Como há muitas maneiras de dizer o que esses termos signifi cam, escreva 
5
o que lhe vier à cabeça quando pensar em uma definição para esses conceitos, sem se 
preocupar se estão certos ou errados, ou mesmo incompletos.
Entendendo os Conceitos
1.1 Educação e cultura: aspectos conceituais
Supondo que você já redigiu uma definição para o termo cultura (e também educação 
e sociedade), repare e compare se na sua definição aparecem palavras como 
conhecimento, arte, hábitos, gostos, costumes, status, jeito de falar, de vestir, valores, fé, 
moral, lei, normas, ou mesmo as aptidões e saberes do ser humano, ou outras formas de 
ser e de estar, de uma pessoa, organização, família, ou mesmo de um povo, ou seja, da 
sociedade como um todo. Será então que o conceito de cultura pode ser definido como 
o conjunto de todos esses elementos, ou dos aspectos em comum que caracterizam um
dado conjunto de ações realizadas por um certo grupo de pessoas?
Se respondeu sim, está no bom caminho. Mas isso não é tudo. Sabemos que a cultura 
muda e é influenciada por vários fatores e cada país tem a sua própria cultura, pois 
são características que definem os gostos, os hábitos, as formas de ser e estar de um 
povo, que inclusive podem ser influenciados, quem diria, pelo clima do local, como 
temperaturas mais quentes ou mais frias, como ilustrado nas Figuras 2 e 3. Você acha que 
as temperaturas incidem sobre o modo de ser das pessoas? 
2 Clima tropical. 
6
Crédito: © pakhnyushchyy | 123rf.com.
3 Inverno nas regiões temperadas. 
Crédito: © Marian Vejcik | 123rf.com.
E pensando no Brasil, quais serão as nossas características culturais, visto que 
predominantemente o clima é tropical? Será que quem olha de fora vê e valoriza de forma 
diferente a cultura de quem vive no local? Na visão das pessoas dos outros países, o Brasil 
e a cultura brasileira se caracterizam pela alegria do povo brasileiro, visto também que 
essa característica pode ser observada na música, igualmente alegre, como o samba ou o 
carnaval, e que fortemente fazem parte da cultura de nosso País. O carnaval, como ilustra 
a Figura 4, é um bom exemplo disso. 
7
4 Carnaval, samba e alegria.
Crédito: © Mike Flippo | 123rf.com.
Pensando por esse caminho, é possível imaginar facilmente quais são os elementos 
que caracterizam e diferenciam a cultura dos ingleses, dos franceses, dos alemães, dos 
italianos, espanhóis, portugueses, americanos, ou dos japoneses? Os estereóti pos da 
cultura popular são positi vos ou não do ponto de vista social? 
Para refl etir
6 Um dia em Londres, na Inglaterra.
Crédito: © Dmitry Naumov | 123rf.com.
7 A capital francesa e seu charme turísti co.
Crédito: © Iakov Kalinin | 123rf.com.
8 O charme das cidades alemãs.
© jakobradlgruber | 123rf.com.
9 O Coliseu de Roma, Itália.
© Frederic Prochasson | 123rf.com.
8
13 A harmonia dos pagodes 
japoneses integrados à paisagem.
© Itsaret Yannasit | 123rf.com.
10 As touradas espanholas.
© Felipe Caparros Cruz | 123rf.com.
11 A beleza dos azulejos portugueses.
© Joerg Sinn | 123rf.com.12 A Estátua da Liberdade 
estadunidense.
© Pongpon Rinthaisong | 123rf.com.
Para refl eti r sobre os “estereóti pos” das diferentes culturas, leia o Relatório Mundial 
da Felicidade, elaborado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da 
ONU. O propósito do relatório é medir e comparar mudanças de felicidade em escala 
mundial, tendo em vista a necessidade e importância de equilibrar os indicadores de 
bem-estar social no mundo.
Ao consultar esse relatório você irá observar que o Brasil não está assim tão no topo 
do ranking dos países mais felizes. Veja por que em: <htt p://canaldafelicidade.com.br/
relatorio-mundial-da-felicidade-2018-paises-mais-felizes-do-mundo/#lista%2010>.
Saiba mais
9
Se os brasileiros são culturalmente conhecidos pela alegria, pelo samba e futebol, já 
os portugueses são conhecidos pelo fado, patrimônio musical mais famoso na cultura 
portuguesa, como ilustra a Figura 5, que, ao contrário da brasileira, reflete uma 
característica muito forte do povo português: o saudosismo, que muitas vezes leva, 
inclusive, à sensação de melancolia. 
5 O fado expressa toda a melancolia portuguesa. © Jacek Sopotnicki | 123rf.com.
Observe a sequência de figuras a seguir e pense nas características culturais de cada um 
desses povos. O que as caracteriza? Quais são os “estereótipos” mais conhecidos associados 
às culturas dos povos dessas nações? Pense em hábitos, comidas típicas ou expressões 
culturais (incluindo música, teatro, cinema, literatura) que os caracterizam. Pense também 
nos níveis de felicidade desses povos e quais deles seriam os mais felizes a seu ver.
1.2 Cultura: aspectos conceituais
Agora pense na sua resposta para os níveis de felicidade que estabeleceu 
anteriormente para os povos e compare com o que está identificado no ranking. Talvez 
você perceba que os estereótipos não correspondem sempre à realidade.
10
A origem da palavra cultura é antiga e remonta ao tempo dos povos romanos que 
a utilizavam com o sentido agrícola, ou seja, referindo-se ao cultivo da terra para a 
produção. Ainda hoje esse sentido pode ser atribuído e utilizado quando nos referimos, 
por exemplo, à cultura da cana-de-açúcar (Figura 14), à cultura da soja, do arroz etc. 
14 Cultura da cana-de-açúcar, um dos muitos significados da palavra. 
Crédito: © lzflzf | 123rf.com.
Mas do ponto de vista da ciência e, em específico, das ciências sociais, o termo cultura é 
utilizado para definir um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, 
normalmente aprendidos e transmitidos ao longo do tempo, de geração em geração, 
de forma idêntica, ou transformada, adaptadas e/ou incorporadas, por meio da vida em 
sociedade, constituindo o que podemos chamar de herança social. 
Visto por esse ângulo, cultura não pode ser vista como o conjunto de conhecimentos 
e competências que alguns têm e outros não têm, apesar de várias pessoas assim se 
referirem ao termo. A cultura está para além do indivíduo, é viva, flexível, não é estática, e 
está impregnada nas pessoas e nos lugares sem que, muitas vezes, elas próprias se deem 
conta disso. 
A cultura relaciona-se com tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza, ou seja, tudo 
o que o homem faz que não foi dado ao nascer pode ser considerado o produto de uma
ação cultural. Neste sentido, cultura é sempre uma construção, que pode ser individual ou
coletiva. Posto desta forma, é possível perceber que, dentro de uma mesma sociedade,
11
grupos disti ntos (de diferentes classes sociais, associações profi ssionais, organizações 
religiosas, ou proveniente de diferentes regiões etc.) podem não só dar signifi cados 
diferentes para um mesmo acontecimento ou dado, bem como reagir de formas também 
muito disti ntas, expressando diferentes ati tudes ou reações em face de um mesmo 
fenômeno social. Deste modo, entende-se que as formas de organização de signifi cados e 
métodos, ou formas de conduta e organização de um dado grupo social, podem também 
ser chamadas de cultura, mesmo que sejam apenas cultura de um grupo.
Por exemplo, ao observar a Figura 15, que mostra um rapaz em uma manifestação 
popular na Avenida Paulista, em São Paulo, vesti ndo a camiseta verde e amarela, qual 
signifi cado a esse ato você atribui? Trata-se de um jogo do Brasil na Copa do Mundo, ou 
trata-se de um protesto políti co? No caso de protesto políti co, diria que as pessoas assim 
vesti das são de orientações políti cas mais voltadas para a direita ou para a esquerda? 
Será o homem produto da cultura, ou a cultura é, ela própria, o produto da ação 
humana, e por consequência é também por ela infl uenciada? Conduzimos o nosso 
próprio ambiente cultural de forma autônoma e independente, ou ele é exatamente 
fruto de nossas construções coleti vas sociais?
Para refl etir
12
O meio em si age para o indivíduo como fonte de conhecimento. Porém, tal 
conhecimento é construído a parti r da ati vidade dos indivíduos interagindo com esse 
meio. Assim, podemos dizer que o meio é natural e socialmente consti tuído pela cultura.
De acordo com o pensador russo Vygotsky, os processos de linha social e cultural do 
desenvolvimento originam-se sempre entre pessoas, isto é, têm sua raiz inicialmente 
no plano da relação com os outros e depois surgem no plano estritamente individual. 
Para Vygotsky, os processos psicológicos superiores (como atenção voluntária, memória 
lógica, pensamento abstrato) realizam-se não apenas individualmente, mas a parti r 
das relações interpessoais, quer dizer, mediante a interação do sujeito com os outros 
(Gamez, 2013).
De olho
Na prática
13
15 Manifestação popular na Avenida Paulista. 
Crédito: © Filipe Frazao | 123rf.com.
Como se pode constatar, há várias formas de olhar para a cultura a fim de compreendê-la 
ou tentar descrevê-la, e essa forma de olhar vai em si também se transformando com o 
passar do tempo, visto que as visões também mudam, transformando inclusive a própria 
cultura em um movimento cíclico de mudanças que acompanham as transformações 
sociais, que se refletem no meio, caracterizando, assim, um movimento infindo.
Um bom exemplo disso é pensarmos hoje em dois objetos que sempre tiveram vidas 
separadas até que alguém um dia teve a brilhante ideia de integrá-los, ou seja, a câmera 
digital e o telefone celular ilustrados na Figura 16. Quando essa ideia foi dada pelo seu 
idealizador provavelmente causou estranheza em muitas pessoas que pensaram que 
essa junção jamais daria certo, por serem objetos tão diferentes e para usos tão diversos. 
Hoje, ao olharmos para o uso que as pessoas fazem dos seus aparelhos de telefone 
celular e a maneira como se comportam nas redes sociais, ou mesmo fora delas, é 
facilmente perceptível compreender que houve uma enorme mudança cultural na forma 
como as pessoas se posicionam no mundo, se comunicam com as demais, e fazem os 
registros das suas impressões sobre esse mundo. É uma mudança cultural que afeta não 
apenas a forma como os indivíduos agem no meio, mas também a maneira como toda a 
sociedade, inclusive pessoas de diferentes gerações, ou até mesmo empresas, escolas e 
governo passam a se comportar. Muda-se o tempo, mudam-se as tecnologias, 
mudam-se os métodos, procedimentos, hábitos, costumes, tudo muda como um reflexo 
das transformações a que diariamente estamos sujeitos. 
14
16 Tecnologia digital: os antigos dispositivos viraram múltiplas funções de um 
mesmo aparelho. 
Crédito: © scanrail | 123rf.com.
Isto posto, pergunta-se: 
Vygotsky traz uma resposta a esse questionamento. Observe e reflita:
Com esse conceito, Vygostsky ressalta que a individualização do sujeito é formada a 
partir das experiências propiciadas pela cultura. Isto significa que seu desenvolvimento 
cognitivo envolve processos, que se constituem pela imersão na cultura para a formação 
da sua individualidade. Seu processo de desenvolvimento, como um sujeito diferenciado 
do outro, é formado pela relaçãocom o outro, e nessa troca estabelece sua própria 
individualidade. Em outras palavras, o sujeito é constituído socialmente, mediado pela 
cultura, porém preservando sua composição individual (Gamez, 2013).
A noção de que a cultura é um processo integrante na construção do conhecimento e 
constituição do indivíduo é central para a concepção de aprendizagem vygostskyana. 
Devemos entender esse pressuposto como um processo de dupla via, uma vez que 
também a cultura incorpora a experiência dos indivíduos.
Várias derivações podem advir do termo cultura. A seguir são apresentadas algumas 
definições que você poderá encontrar no que se refere ao estudo desse tema, sem, no 
entanto, ter a pretensão de esgotar esse assunto. Observe e reflita de que modo poderá 
estar sofrendo influências ou influenciando o seu meio e pense em exemplos que sejam 
reflexo de suas próprias vivências. Para saber mais sobre cada um dos termos, procure nos 
dicionários, livros ou na internet seus significados.
15
Aculturação
O termo aculturação refere-se a um processo dinâmico de mudança social e cultural, 
decorrente do contato da pessoa com outras pessoas de culturas diferentes, quando 
postas em contato direto e contínuo umas com as outras. É um processo que implica, 
geralmente, a transmissão e assimilação de certos elementos da cultura de uma 
sociedade para a outra, podendo, inclusive, levar à desintegração de uma ou de várias 
culturas sob a influência desses contatos que se estabelecem entre os seus integrantes. 
São exemplos dos processos de aculturação a assimilação no Brasil das culturas dos 
diversos povos, desde o processo de colonização que envolveu os portugueses, os índios 
e os escravos, até as imigrações que contribuíram para formar a cultura brasileira, que é 
influenciada por todas essas culturas em um grande processo de aculturação. 
Contracultura
O termo contracultura está ligado ao questionamento de valores vigentes e instituídos 
na cultura ocidental, relacionado com a busca por novos e diferentes valores. Refere-se, 
portanto, a um movimento de contestação social que teve seu auge nos anos 1960, 
inspirado na defesa da liberdade, uma característica do pensamento existencialista 
de Jean Paul Sartre. O movimento ocorreu, sobretudo, na América Latina, Europa e 
Estados Unidos. Na prática, configurou-se pela forma como alguns jovens colocaram-se 
socialmente, adotando posturas consideradas, para muitos, antissociais, ao adotarem 
estilos diferentes e mais liberais de ser. Um exemplo dessa postura foi o movimento hippie, 
ilustrado na Figura 17, que almejava também alguma forma de transformação da sociedade 
a partir da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político. 
17 Movimento hippie, um exemplo de contracultura dos anos 1970. 
Crédito: © Francesco Carniani | 123rf.com.
16
Cultura popular
O termo cultura popular define-se a partir das diversas formas de manifestação popular, 
que normalmente são expressas por diferentes linguagens artísticas, tais como a dança, a 
música, as festas de bairro, a literatura, o folclore, entre outras formas de manifestação da 
cultura, das crenças ou dos padrões comportamentais de um povo, de uma dada região, 
e de seus hábitos e modos de vida. A cultura popular tem, então, a participação ativa das 
pessoas desses lugares que produzem e manifestam tais formas de expressão e cultura 
local/regional, normalmente transmitidas de geração em geração pelas famílias. 
As expressões da cultura popular muitas vezes estão atreladas ao desejo de dar voz à voz 
do povo, quando é calada e silenciada de algum modo. É o caso, por exemplo, como ilustra 
a Figura 18, das expressões em grafite, ou mesmo das pichações na cidade por pessoas da 
periferia, que, ao inserirem suas marcas nos centros urbanos, fazem lembrar da existência 
da periferia e das injustiças sociais, separação de classe, diferenças no acesso à cultura e 
oportunidades. A cultura popular, desta forma, é o conhecimento gerado pelo povo de um 
lugar e difere da cultura erudita, da cultura de elite, da cultura ensinada nas escolas. 
18 Uma das várias formas de cultura popular, o grafite, se espalha pelos muros e 
paredes das grandes cidades mundiais. 
Crédito: © Mirko Vitali | 123rf.com.
Do ponto de vista econômico, a cultura popular também faz girar a economia, sobretudo 
quando é alimentada pela indústria da música, do cinema, do rádio ou da televisão, e 
17
até mesmo da indústria livreira ou informática. Outra forma de alimentar a economia da 
cultura popular consiste no incentivo ao folclore e na promoção de eventos temáticos 
concebidos para disseminar e gerar renda a quem dela vive e encontra aí o seu sustento. 
No meio acadêmico, a cultura popular também recebe seu destaque pela disciplina de 
estudos culturais populares, que se destina ao estudo da cultura popular, bem como das 
pesquisas e investigações científicas levadas a cabo por estudantes ou docentes que a 
investigam. 
Alta cultura
Na contramão do termo cultura popular está também a noção de alta cultura, que é 
um termo muito empregado no discurso acadêmico, sobretudo no meio artístico, para 
designar a “arte refinada”, que tem como significado o conjunto de produtos culturais 
realizados por meio de grande rigor técnico, levando em conta a tradição e a beleza, a 
partir de ideais estéticos e intelectuais advindos dos movimentos artísticos que exerceram 
forte influência na constituição dos valores da aristocracia. 
A noção de pessoa nobre e culta tem sido associada a esse conceito de alta cultura, 
infelizmente, pois o acesso, ou a fata dele, às escolas e instituições educacionais que 
normalmente disseminam esse conhecimento também é estratificado e gerador de 
grandes diferenças culturais. Refere-se aqui ao estudo das letras, ao cultivo das regras de 
etiqueta, ao estudo das artes plásticas clássicas, especialmente esculturas e pinturas, ao 
estudo da poesia, literatura e música clássica, à ópera, à filosofia e à história, incluindo o 
estudo da alta gastronomia e até a prática de “esportes finos” como o golfe, ilustrado na 
Figura 19, ou o hipismo e a esgrima, que são todos conteúdos associados à elite, ao “bom 
gosto” clássico e erudito da alta burguesia e que, naturalmente, impõe uma diferença de 
classes, visto que o acesso a esse conhecimento se dá também de diferentes formas em 
diferentes meios sociais e econômicos. 
18
Se pensarmos que o signifi cado do vocábulo educação, do ponto eti mológico, quer 
diz alimentar e criar, quem alimenta quem e quem cria o quê? Será o professor que 
alimenta os alunos com seus conhecimentos e experiências, ou serão os alunos que 
alimentam as experiências educacionais práti cas do professor dando a elas mais 
consistência? Ainda olhando para esse aspecto, é o professor que cria, propondo 
suas aulas, estratégias e dinâmicas, ou a criação é dos alunos que fazem acontecer na 
práti ca o que um professor planeja? Ou será que ambos alimentam e criam ao mesmo 
tempo em uma relação de retroalimentação recíproca?
Para refl etir
21 Ambiente educacional tradicional.
Crédito: © dolgachov | 123rf.com.
22 Ambiente educacional não tradicional.
Crédito: © Graham Oliver | 123rf.com.
19
19 Prática do golfe pela elite – alta cultura. 
Crédito: © epicstockmedia | 123rf.com.
A questão aqui é de que modo o acesso da classe mais favorecida economicamente à 
cultura mais erudita e clássica pode estar associado ao conceito de beleza estética e bom 
gosto, ou ao contrário? Outra questão é se a massificação de produtos culturais, que 
dispensa um nível maior de educação para sua apreensão, é um movimento da indústria 
cultural de incentivo ao consumismo?
Enfim, o termo alta cultura é muito criticado por qualificarem-no de elitista, conservador 
e reacionário, sobretudo quando ele é empregado para designar os produtos do 
conhecimento que requerem mais instrução e apuro intelectual para seu mais pleno 
proveitocognitivo e estético, ainda que muitos neguem essa tendência e esse uso 
tradicional da expressão.
Cultura organizacional
Cultura organizacional é a cultura existente em uma organização. Ela se compõe 
pelas práticas de trabalho adotadas institucionalmente, e também pelos hábitos, 
comportamentos, crenças e valores, princípios, pressupostos, políticas internas e 
externas e pelo seu clima organizacional. Normalmente os funcionários e colaboradores 
da organização são influenciados pela cultura organizacional disseminada, ou mesmo 
implícita, sendo que seus comportamentos e formas de pensar e agir no ambiente de 
trabalho devem ser coerentes com essa cultura. A cultura organizacional estabelece a 
identidade da organização perante as outras organizações, a identidade profissional de 
seus colaboradores e os vínculos que se estabelecem entre as pessoas e a organização. 
É papel da cultura organizacional gerir os processos, fluxos e ambientes de trabalho, 
20
Diversos estudos relacionam as característi cas dos ambientes familiares e escolares 
com os aspectos da personalidade e do desenvolvimento cogniti vo, socioemocional 
e fí sico das crianças e seus impactos na vida adulta. Quer a personalidade quer a 
identi dade, são frutos das infl uências que recebemos na infância. Nesse senti do, a 
educação pré-escolar, ou seja, antes dos seis anos de idade, tem recebido cada vez 
mais atenção de pesquisadores, que demonstram os impactos e efeitos da educação 
mesmo nessa tenra idade, como ilustra a Figura 23.
estabelecendo maior coerência na forma de agir dos funcionários, e o comprometi mento 
desses com os interesses coleti vos. Visto que no interior das organizões existem muitas 
diferenças culturais entre as pessoas que lá trabalham ou colaboram de algum modo, 
a cultura organizacional contribui para a formação de uma só cultura para todos se 
guiarem. Mas também o relacionamento das organizações com o meio externo se refl ete 
no comportamento de vendas do consumidor. Por exemplo, as políti cas de fi delização 
do cliente refl etem os impactos da cultura organizacional, uma vez que se estabelece 
um relacionamento entre as organizações e seu público em geral. Quando a imagem da 
organização é positi va e os clientes estão sati sfeitos, os impactos nos resultados por ela 
alcançados são também positi vos, ou seja, um refl exo direto que a cultura organizacional 
exerce no meio externo. Quando o clima organizacional é bom, as pessoas trabalham mais 
sati sfeitas e isso também gera impactos positi vos para ambos.
Nem sempre a cultura organizacional é explícita, orientada por padrões organizacionais, 
pois envolve também um conjunto de senti mentos e emoções geradas pelo clima 
organizacional expresso nas relações de afeti vidade no trabalho entre as pessoas e a 
organização, como ilustra a Figura 20.
De olho
21
20 Clima organizacional. 
Crédito: © Antonio Guillem | 123rf.com.
A cultura organizacional pode também ser fruto da cultura de seus fundadores, ou da 
cultura local, ter origem histórica e estar relacionada com o ambiente onde ela é instalada, 
seguindo por vezes a cultura existente dessas localidades, ou de seus idealizadores. Portanto, 
é dinâmica e modifica-se com o tempo, já que também sofre influência do ambiente externo 
e de mudanças sociais, mas também influencia esse meio e essa sociedade. 
23 Educação na infância. 
Crédito: © Oksana Kuzmina | 123rf.com.
22
Além da cultura principal da organização, podem existir também as subculturas, que se 
referem a um conjunto de particularidades culturais de um subgrupo que se diferencia 
da cultura dominante, mas sem se desprender dela. Às vezes, as subculturas podem ser 
tão fortes que chegam a concorrer com a cultura principal. As subculturas podem ser 
geográficas, departamentais ou situacionais. Os valores centrais da cultura dominante 
estão presentes nessas subculturas, porém são incluídos valores adicionais e particulares 
de alguns grupos, equipes ou departamentos. A contracultura também pode existir nas 
organizações, incentivada por grupos de pessoas que reagem contra os valores tradicionais, 
com os quais estão insatisfeitas e buscam mudanças e inovações na cultura atual.
Cibercultura
O termo cibercultura provém da união das palavras cibernética e cultura, portanto, 
relaciona a tecnologia, o virtual e a cultura. Está associada às formas de relação e às 
trocas entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias, graças à convergência das 
telecomunicações com a informática. Contempla, portanto, todos os fenômenos ligados 
ao ciberespaço e às formas de comunicação mediadas por computadores.
O termo passou a ser utilizado após a disseminação do uso da rede de computadores ou 
de outros dispositivos eletrônicos de acesso à internet, tais como smartphones, tablets 
ou outros dispositivos utilizados que permitem às pessoas acessarem informações, gerar 
ou produzir conhecimento na rede. É também um campo de estudo relacionado com 
os fenômenos sociais associados ao impacto da internet, social e individualmente, e de 
outras formas de comunicação em rede entre as pessoas, objetos e coisas, como, por 
exemplo, os cursos on-line, as comunidades de aprendizagem on-line, os jogos virtuais, 
sociais, e de multiusuários, as mídias sociais, realidade aumentada, comunicação via 
mensagens de texto, áudio ou vídeo, que popularizaram o uso da internet, possibilitando, 
assim, maior aproximação entre as pessoas.
Ainda por cibercultura nos referimos ao conjunto de práticas exercidas por pessoas 
conectadas a uma rede computacional, sendo, basicamente, a transposição das culturas 
humanas realizada por meio de um espaço onde estão todos conectados. Por se tratar 
de um espaço em expansão, mais pessoas e grupos conectados passam cada vez mais a 
trocar informações, saberes e conhecimentos e gerar novos conhecimentos em rede. 
23
Além de Pierre Lévy, outros autores também fazem uso do termo, como Lev Manovich, 
Andy Hawk, Margaret Morse, Arturo Escobar e David Hakken. 
Talvez, uma das mais anti gas defi nições de educação seja aquela dada por Durkeim 
(1911). Para ele, a pedagogia é a teoria práti ca da educação. Posto de outro modo, é a 
“ciência da educação das crianças”, e disti ngue-se assim da educação, que se refere a 
uma ação exercida sobre alguém. Esse autor defende que a educação é a ação exercida 
pelas gerações adultas sobre as que ainda não estão amadurecidas para a vida social. 
Nesse senti do, entende que a educação tem por objeti vo suscitar na criança um certo 
número de estados fí sicos, intelectuais e morais que dela reclamam, quer a sociedade 
políti ca no seu conjunto, quer o meio social ao qual parti cularmente se desti na. 
Pode-se observar na defi nição de Durkeim o papel dado ao educador que prati camente 
é um dos principais responsáveis por contribuir para o amadurecimento da criança, 
como se ela fosse uma folha de papel vazia na qual devam ser preenchidas com 
informações. Por isso essa defi nição não pode ser aceita atualmente, pois sabemos 
que pensar dessa maneira é um equívoco, sabendo que os fi ns e os métodos da 
educação devem ser constantemente revistos. Mudam-se os tempos, mudam-se os 
métodos, sobretudo se considerarmos que a ciência e a experiência aumentam o nosso 
conhecimento sobre a criança, sobre o homem, sobre a sociedade e, sobretudo, sobre 
a cultura. 
Importante
Uma vez tendo compreendido o conceito de cultura, veja agora aspectos relevantes sobre 
o conceito de educação. Em seguida, você será convidado a analisar a relação entre os
dois campos do conhecimento.
1.3 Educação: aspectos conceituais
24
A palavra educação deriva do latim e tem dupla origem. A primeira, educare, que quer 
dizer alimentar, e a segunda, educere, que significa puxar para fora, conduzir para, ou 
posto em outras palavras, criar. Podemos dizer então que, pela raiz etimológica da palavra, 
o termo educação significa alimentare criar.
Esta questão é interessante analisar, pois são estas as duas tendências que há muito 
causam conflito na educação e que têm gerado inúmeras divergências entre educadores 
e cientistas da educação. Isto, em razão da noção defendida por muitos teóricos, ao longo 
da história, de que, antes de mais nada, é necessário alimentar a criança com um conjunto 
significativo de conhecimentos, ou criar essa criança para dela extrair todas as suas 
potencialidades latentes à medida que biologicamente amadurece. 
Qual dessas duas visões seria a mais correta? O ambiente tradicional ou não tradicional 
ilustrado nas Figuras 21 e 22 resulta em diferenças de aprendizado. Podemos dizer que são 
as experiências advindas do meio é que dariam às crianças a maior parte do arcabouço 
de conhecimento de que elas necessitam e possuem, ou a visão de que, biologicamente, 
a criança já traria em si alguma predisposição inata e conhecimentos intrínsecos que 
precisam ser potencializados e extraídos como a revelação de um dom preexistente? 
Antes de responder a essa questão, que muito preocupou os teóricos das ciências da 
educação ao longo dos anos, podemos observar que a língua contemporânea tem 
feito uso do termo “educação” com significações bastante diferentes, embora todas 
correspondam em si ao mesmo domínio semântico. 
Definir um termo tão polissêmico é difícil, pois educação pode expressar muitos 
significados, sendo os principais: a educação como atividade e processo, a educação como 
efeito ou resultado, a educação como relação, a educação como tecnologia, referindo-se 
aos métodos e técnicas empregadas. (Cabanas, 2002).
São muitas as dimensões possíveis da educação. Segundo Cabanas (2002), podemos 
dizer que ela tem uma dimensão: pessoal, social, relacional, cultural, política, artística, 
existencial, econômica, psicológica, jurídica, racional, afetiva, institucional, histórica, 
laboral, ética e comercial. Educação é isso tudo e mais um pouco, por isso é difícil 
encontrar uma definição precisa para este termo. 
Mialaret (1999), por exemplo, ao tentar apresentar o conceito de educação aponta que há 
quatro diferentes sentidos ao uso do referido termo.
25
O primeiro deles é de que falar de educação, antes de mais nada, consiste em evocar uma 
insti tuição social, um sistema educati vo, visto que a educação enquanto insti tuição possui 
as suas próprias estruturas e regras de funcionamento. 
Um segundo senti do é aquele que a linguagem corrente uti liza, ou seja, entender a 
educação como o resultado de uma ação. Por exemplo: recebe-se uma boa ou má 
educação; alguém é o produto de uma educação clássica por oposição a um outro que 
recebeu uma educação técnica. Trata-se, portanto, de um senti do focado no plano do 
indivíduo como produto ou parte de um dado sistema educati vo. Quando o termo é 
usado nesse senti do, é a parti r desses produtos que se avalia o sistema educati vo ou 
Diversos estudos consideram a educação da população brasileira – a sua falta, ou baixo 
nível de escolaridade – como sendo a causa de pobreza, criminalidade e desemprego 
(Bonadia, 2008). Pesquisas sobre as desigualdades escolares realizadas ao longo do 
século XX demonstram uma forte correlação estatí sti ca entre a origem social dos 
alunos e seu rendimento escolar (Glória, 2005; Seabra, 2017).
Importante
a educação tomada no senti do da primeira acepção. Daí os projetos de reforma da 
educação-sistema para melhorar a educação-produto.
O terceiro senti do da palavra educação refere-se ao próprio processo que junta de uma 
maneira prevista ou imprevista dois ou vários seres humanos, os coloca em comunicação 
e em situação de mútuas trocas e modifi cações recíprocas. Assim entendida, vê-se que a 
educação vai muito além do quadro escolar no qual habitualmente está inserida, e que a 
educação-processo é um fato generalizado que se observa em todas as idades da vida e 
em todas as circunstâncias da vida humana. 
O quarto senti do atribuído à palavra educação está relacionado com o “conteúdo”, quer 
dizer, com os programas (o currículo), visto que uma educação, com efeito, caracteriza-se 
também pelo ti po de ati vidades que são propostas (e sobre as quais desenvolve), pelo 
conjunto de conhecimentos e de informações que oferece aos alunos. Este conjunto pode 
ser de dominante literária, cientí fi ca, técnica, artí sti ca, enfi m, das diferentes áreas do 
conhecimento.
26
Independentemente do sentido que se atribua ao termo educação, nos moldes de 
Mialaret (1999), é preciso reforçar que ela está totalmente atrelada à cultura e às 
questões de ordem social. Por exemplo, se tomada no sentido de que ser educado é 
ter bons comportamentos, então o seu sentido é se comportar de acordo com o que 
uma dada cultura define como comportar-se bem, e poderão aí haver muitas diferenças 
consoante as diferentes etiquetas sociais existentes em cada povo ou cultura. 
Mialaret (1999) reflete ainda sobre as várias extensões da cultura, diferenciando pelo 
menos quatro delas.
A primeira extensão refere-se à relação de idade e educação, ou seja, a idade do sujeito 
a quem a educação se destina. Até muito pouco tempo atrás se valorizou a ideia de que 
a idade para iniciar a educação seria a ”idade da razão”, que, na maior parte dos países, 
começa por volta dos seis anos de idade, incluindo o Brasil. 
Será que essa é realmente a melhor idade para começar a educação, considerando 
que todos nós sabemos a enorme importância que os primeiros anos de vida e 
as características do meio familiar exercem sobre o desenvolvimento interno da 
personalidade das pessoas? A educação dada pelas famílias, pelos jardins de infância e 
escolas maternais constituem, portanto, os primeiros elos de uma longa corrente que 
passará pelo ensino fundamental e vai se prolongar até muito tarde na vida do indivíduo. 
Mas será que a educação deve ser pensada prioritariamente para o contexto da infância 
até a adolescência, ou deve também ser focada em outras faixas etárias? 
A educação dada na escola se estende por um período cada vez maior. Na maior parte dos 
países, a idade para terminar a escolaridade obrigatória é entre os 16 e os 18 anos, porém, 
nas últimas décadas, assiste-se inúmeras iniciativas voltadas para a educação permanente, 
ou educação contínua, ou educação ao longo da vida (life long learning). Trata-se de uma 
forma de educação que se destina a adultos, como sugere a Figura 24, que já partilham a 
vida profissional e que não têm como objetivos principais a aquisição de um diploma. 
27
Um exemplo de desintegração entre educação e cultura pode ser observado nas 
situações em que ocorre um choque cultural, ou seja, quando uma pessoa que é 
educada com base em certos princípios se vê na situação de ter que conviver dentro 
de uma cultura diferente, seja onde mora, no trabalho ou mesmo onde estuda. A 
difi culdade de se desconectar da sua cultura original no novo ambiente é o que causa 
o choque cultural, visto a necessidade da pessoa de ter que se encaixar aos novos
padrões e adotar comportamentos e/ou senti mentos semelhantes aos do local, ou
seja, de assimilar a nova cultura.
Um exemplo dessa situação pode ser visto no fi lme “Bem-vindo a Marly-Gomont” 
(Bienvenue à Marly-Gomont), do diretor Julien Rambaldi, baseado em uma história real. 
Em uma época em que não era comum negros nas faculdades de medicina na França, 
o jovem doutor Seyolo Zantoko (interpretado por Marc Zinga), nascido no Congo, se
forma em Paris e vai trabalhar em um pequeno vilarejo francês muito provinciano. O
choque cultural é retratado no fi lme pela difi culdade de aceitação do novo médico
negro pelas pessoas da cidade, mas também pela esposa e fi lhos que se mudam do
Congo para morar na França, enfrentando várias difi culdades para se adaptarem ao
novo lar. O fi lme aborda também o preconceito e a discriminação racial, e o processo
de aculturação dos novos habitantes à cidadee o da cidade para com eles.
Na prática
28
24 A educação ao longo da vida. 
Crédito: © Mark Bowden | 123rf.com.
Mialaret (1999) reforça que a formação de adultos tem se desenvolvido 
consideravelmente, quer no seio das empresas, quer dentro de outros organismos. Nesse 
sentido, podemos citar, por exemplo, as universidades corporativas. Como refere o autor, 
é tão vasto esse campo que já existem cientistas da educação defendendo que hoje o 
termo correto para se referir ao estudo da educação deveria ser Ciências da Educação 
e da Formação. Nessa linha de pensamento, não se pode esquecer a universidade para 
a terceira idade e as investigações em gerontologia, que constituem os fundamentos da 
educação destinada aos que terminaram a vida profissional. Assim, conclui o autor, não 
é exagero nenhum dizer que educação se destina a todas as idades da vida da pessoa, 
desde que nasce até que morre, e que se apresenta sob variadas formas, com objetivos 
diferentes, mas, incontestavelmente, trata-se sempre de educação. 
A segunda extensão entende que a educação não é apenas o resultado da instituição 
escolar. Os sociólogos frequentemente evidenciam a importância da escola paralela e 
demonstram que as aquisições e as informações que uma criança possui quando deixa a 
escola provêm, em uma porcentagem bastante significativa, também da escola paralela, não 
apenas da institucional. Fora da escola a criança recebe do meio em que vive um conjunto 
variado de estímulos que também podem ser (nem sempre é o caso) muito enriquecedores, 
como o que é veiculado na imprensa, rádio, televisão, internet, ou até mesmo a experiência 
cotidiana na vida de uma criança. Ou seja, é por meio de sua atividade pessoal, reforça o 
autor, que a criança explora o meio, aprende muitas coisas, descobre relações de ordem 
causal, e o meio também a educa de uma certa maneira (e vice-versa). Mialaret (1999) vai 
dizer ainda que as mídias de massa impõem novos desafios aos educadores que devem 
29
pensar a sua uti lização e exploração em contextos educacionais. Por essa razão, não se pode 
recusar a este conjunto de ações a denominação geral de ações educati vas na medida em 
que elas transformam o sujeito e nela imprimem certos caracteres de sua vida ulterior, isto 
é, a educação envolve toda a vida da criança, mesmo que se considere que se trata de uma 
extensão demasiado longa para o senti do do termo educação. 
A terceira extensão aponta que, durante muito tempo, a educação só se interessou pela 
inteligência ou tão somente pela memória, e mais recentemente foi caminhando para uma 
formação total do indivíduo, sendo que a educação atual não tem como fi m único fazer da 
criança um ser inteligente, mas antes contribuir para desenvolver nela a sua personalidade 
de forma equilibrada, rica, repleta de potencialidades, melhorada pelo desenvolvimento de 
novas apti dões, sendo que esta forma de ser deve se adaptar, se transformar, se aperfeiçoar 
com o contato de situações novas, reencontradas, escolhidas ou por ela suportadas.
Por fi m, a quarta extensão está ligada aos processos educacionais e aos níveis nos quais 
se situam. As situações educati vas não estão limitadas unicamente a um mestre perante 
seu aluno, nem mesmo a um professor diante de um grupo. Pode-se exercer uma ação 
educati va de inúmeras maneiras e esta se dá na relação entre várias pessoas ao mesmo 
Tendo em vista que a educação e a cultura complementam-se nessa relação dialógica 
para construir o conhecimento, pense em quais serão os maiores desafi os que 
competem aos educadores, quando dedicam-se a preparar os alunos para que sejam 
cidadãos e agentes ati vos, promotores de mudanças sociais necessárias, e que tenham 
capacidades para intervirem em suas comunidades locais de forma cívica e cidadã.
Qual é a postura que um professor deve adotar em sala de aula no trato com seus 
alunos? Como formar cidadãos partí cipes e críti cos, que estabeleçam uma boa relação 
entre si, com o espaço urbano e promovam trocas pessoais e culturais, valorizando 
as diversas formas de expressão individual e artí sti ca? Como preparar nossos alunos 
para que possam dinamizar os diversos equipamentos culturais e criar oportunidades 
de desenvolvimento cultural, social e educacional, promovendo mais dinamismo nas 
relações entre si? 
Para refl etir
30
Essas são questões fundamentais que todo educador deverá ter como pano de fundo 
se quiser provocar alguma diferença e mais valia ao seu trabalho docente. A Figura 25 
ilustra a diferença de ati tude na relação de docência e discência quando se promove 
maior cooperação e abertura ao diálogo.
25 Relação docente e discente.
Crédito: © rawpixel | 123rf.com.
tempo. Por exemplo, o professor, o coordenador, o diretor, o porteiro, todos exercem, à 
sua maneira, uma ação educati va, quer direta ou indiretamente, mas são as ações que 
procuram agir sobre um dado grupo de alunos, a fi m de que recebam uma “boa educação”.
Após essa refl exão inicial, Mialaret (1999) se pergunta se é possível então chegar a uma 
defi nição para o termo educação? Ele refl ete sobre essa possível defi nição referindo, 
inicialmente, que há centenas de defi nições de educação postas pelos autores, mas como 
Para estudar o conceito de sociedade, leia a resenha do professor Marti ns (2013),
professor ti tular do departamento de sociologia da Universidade de Brasília, sobre a 
obra On society de Anthony Elliot e Bryan Turner (2012). Marti ns (2013) afi rma que 
Saiba mais
31
as concepções de educação variam muito de autor para autor, acabam por se tornar em 
discussões “estéreis”, visto que cada autor defende o termo à sua maneira e criti ca os 
autores que apresentam defi nições diferentes das suas. Mesmo assim ele arrisca uma 
defi nição que você verá a seguir. 
Mialaret (1999) reforça então, e nisso estamos de acordo, que este trabalho de elaboração 
corresponde a uma ati vidade contí nua de investi gação e refl exão; sendo um trabalho que não 
termina nunca, porque as próprias condições da educação modifi cam-se constantemente. 
Apesar disso, ensaia uma defi nição considerando-a a parti r das seguintes premissas:
l Alguém ou um grupo (A)
l Age sobre (M)
l Alguém ou um grupo (E)
Cultura e classe social estão de algum modo relacionadas? Por que as pessoas de classes 
sociais mais nobres possuem mais acesso à cultura do que as classes menos favorecidas 
e vulneráveis da sociedade? É possível então estabelecer uma relação entre classe 
social e nível cultural, com as relações estéti cas? Quer dizer, existi rá uma relação entre 
o belo e o feio, o bom gosto ou o mau gosto, com o nível cultural e classe social a que
um indivíduo pertence? Essa questão é relevante socialmente e deve ser abordada? Em 
caso afi rmati vo, é socialmente justa esta realidade, ou é preciso mudá-la?
Para refl etir
os autores saem em defesa do conceito de sociedade, afi rmando que a própria noção 
de sociedade tornou-se crescentemente problemáti ca nos diais atuais, em função dos 
processos de globalização econômica, políti ca e cultural que consti tui, atualmente, uma 
das faces mais salientes das sociedades contemporâneas.
32
Pela letra (A), o autor refere-se aos seres humanos, animais ou objetos, ou ainda estruturas 
sociais. Exemplos disso são os pais, ou educadores, que exercem uma ação sobre os outros, 
ou estruturas sociais que determinam em parte as nossas condutas, a nossa educação.
Pela letra (M), deve-se perguntar de que ação se trata e quais são os métodos utilizados 
para agir sobre.
Pela letra (E), o autor entende que para muitos pode se tratar dos alunos, mas não apenas 
eles, ou seja, são todos os indivíduos que eventualmente sejam objeto de um processo 
educativo. 
Que significações então pode-se dar tanto para (A) como para (M), ou (E)? O autor 
afirma que pode haver, ainda, uma inversão de papéis. Ou seja, pode-se dizer que, em 
certas situações, o conjunto (E) representao papel do conjunto (A) e a ação exerce-se 
de (E) para (A). Sim, pois é incontestável, por exemplo, que as novas gerações (jovens 
teoricamente não amadurecidos, como diria Durkeim (1969)) exercem uma ação sobre 
as outras gerações (que teoricamente são menos jovens, estão educadas e maduras). 
Exemplos dessas inversões podem ser vistos pelas ações dos jovens sobre seus pais, ou de 
estudantes sobre seus professores. 
Por fim, Mialaret (1999 p. 30) propõe sua definição referindo que 
[...] o fato educação é uma ação exercida sobre um sujeito ou grupo de sujeitos, 
que, aceite e mesmo requerida pelo sujeito ou grupo de sujeitos em ordem a uma 
modificação profunda, a ação age de tal forma que provoca o aparecimento de 
novas forças vivas nos sujeitos e faz com que estes mesmos sujeitos se tornem 
elementos ativos dessa ação sobre si exercida. 
Posto isto, define o que se entende por uma educação válida e eficaz, que, segundo 
ele, quer dizer passar do plano da realidade para o juízo de valor. Ou seja, que uma boa 
educação é também caracterizada (Mialaret, 1999, p. 30):
− Por um conjunto coerente de objetivos escolhidos e definidos por A e E.
− Pela escolha de processos M, de tal maneira que haja, por um lado, adequação
entre os processos escolhidos e os objetivos determinados, e por outro, entre
os processos e leis biológicas, psicológicas e psicossociológicas que regem
33
o funcionamento de E (sem que para tanto haja de se aceitar o princípio da
universalidade e da estabilidade destas leis).
− Por um sistema de retroação (avaliação contí nua em senti do lato) que permita
uma constante reti fi cação de iti nerários, uma adaptação sempre cada vez mais
ajustada de A M e E, e uma possível reapreciação críti ca dos objeti vos escolhidos e
do conjunto do sistema.
Esta defi nição formal de uma boa educação pode receber, segundo as opções 
fi losófi cas adotadas, este ou aquele conteúdo. 
26 O refi namento da alta 
sociedade.
Crédito: © Roman Samborskyi | 
123rf.com.
27 A dura e sofrida realidade das 
classes mais baixas.
Crédito: © Riccardo Lennart Niels Mayer| 
123rf.com.
Depois de observar atentamente as descrições e interpretações anteriores, torna-
se claro que a “cultura” quando vista de forma “socialmente conservadora” é capaz 
de estabelecer grandes barreiras sociais, como se pode abstrair das Figuras 26 e 27. 
Tal barreira se impõe pelo preço dos bilhetes de acesso à cultura, evidenciado nos 
diferentes equipamentos culturais em oferta para a população. Será a educação uma 
saída para romper com a estrati fi cação social e cultural, quando a própria educação 
pode ser, ela mesma, também uma forma de segregação social? 
Para refl etir
34
1.4 Cultura e educação: relações de diálogo
Uma vez compreendido o conceito de cultura e o de educação, vamos avançar para a 
compreensão das formas de diálogo que se pode estabelecer entre a cultura e a educação. 
Para isso, é importante revisar conceitos teóricos trazidos por autores que se dedicaram ao 
estudo desse tema, e como contributo adicional apresenta-se a experiência de Portugal e 
suas respectivas concepções educacionais, para compararmos com a do Brasil.
Nesse sentido, para começar, saliente-se que a educação deve ter uma função 
determinante, garantindo a aprendizagem e ensino de qualidade para todos, como um 
exercício de cidadania e de inserção social. 
Princípios governamentais que determinam diretrizes educacionais podem ser 
observados, por exemplo, no documento contendo as linhas orientadoras da Educação 
para a Cidadania, da Direção-geral da Educação (2012), em Portugal. Segundo essas 
diretrizes, “a prática da cidadania constitui um processo participado, individual e 
coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os problemas sentidos por cada um e pela 
sociedade”. Posto isto, ainda de acordo com esse documento, o exercício da cidadania 
implica uma tomada de consciência que se traduz em adotar atitudes e comportamentos, 
em um modo de estar em sociedade que tem como referência os direitos humanos, 
nomeadamente os valores da igualdade, da democracia e da justiça social.
Baseado nessas premissas, a Direção-geral da Educação do governo português 
estabeleceu linhas orientadoras para o exercício da cidadania nas escolas, afirmando 
que “a escola constitui um importante contexto para a aprendizagem e o exercício 
da cidadania”. Nesse sentido, consideram fundamental o estudo de diversos temas 
transversais à sociedade, tais como: educação para os direitos humanos; educação 
ambiental/desenvolvimento sustentável; educação rodoviária; educação financeira; 
educação do consumidor; educação para o empreendedorismo; educação para a 
igualdade de gênero; educação intercultural; educação para o desenvolvimento; educação 
35
para a defesa e a segurança; educação para a paz; voluntariado; educação para as mídias; 
dimensão europeia da educação; educação para a saúde e a sexualidade.
No Brasil, o documento orientador que se assemelha ao português são os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs), que também orientam os professores no “esforço diário 
de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de que necessitam para 
crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa 
Para concluir esta unidade, e retomando o exemplo inicial da diferença de cultura 
entre os povos, pense de que maneira as culturas estrangeiras exercem infl uência 
no comportamento das pessoas em decorrência da globalização. Entendo que a 
globalização se consti tui no modo como os mercados de diferentes países e regiões 
interagem entre si, aproximando mercadorias e pessoas, dos seus costumes, tradições, 
comidas, produtos tí picos, entre outros aspectos, graças à troca e liberdade de 
informações que a globalização pode proporcionar entre os povos. As infl uências são 
sempre positi vas, ou há também infl uências negati vas nesse processo? Pense a respeito.
Para refl etir
Sugestão de livro 
Para refl eti r acerca da relação entre Cultura e Educação e Sociedade, leia também 
o livro clássico Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, um romance escrito em
1931 no qual os produtos da educação são niti damente defi nidos tendo em vista
certo equilíbrio social. Neste livro, o personagem principal sente-se insati sfeito com
o mundo onde vive por ser fisicamente diferente das outras pessoas, que conservam
costumes antigos do passado. O livro trata de aspectos sociais como o preconceito,
respeito social e a relação entre sociedade, educação e cultura.
Saiba mais
36
sociedade”. Nesse sentido, também enfatizam o estudo de temas relacionados com o 
meio ambiente, a saúde, sexualidade e questões éticas relativas à igualdade de direitos, à 
dignidade do ser humano e à solidariedade.
O conjunto das proposições expressas nos PCNs respondem
[...] à necessidade de referenciais a partir dos quais o sistema educacional brasileiro 
se organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades culturais, regionais, 
étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma sociedade múltipla, estratificada 
e complexa, a educação possa atuar, decisivamente, no processo de construção 
da cidadania, tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos 
entre os cidadãos, baseado nos princípios democráticos. Essa igualdade implica 
necessariamente o acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto 
dos conhecimentos socialmente relevantes (BRASIL, MEC/SEF, 1997). 
Ambos os referenciais não se constituem em guias ou programas prescritivos a serem 
seguidos, mas são importantes instrumentos de apoio que, no âmbito da autonomia 
de cada estabelecimento de ensino, poderão ser utilizados e adaptados em função das 
opções a definir em cada contexto particular.
Outra contribuição importante para estabelecer o diálogo entre educação e cultura é 
apresentada por Guerra e Quintela (2007). Para esses autores, cultura pode ser entendida 
comoum instrumento ao serviço do alcance de graus de desenvolvimento, mas também 
como um fim desejável, dando sentido à própria construção humana. Esses autores 
reforçam o pressuposto de que a sociedade herda constantemente um conjunto de 
elementos culturais, que podem ser de natureza material ou imaterial, e que esses 
elementos constituem a memória social e coletiva, sendo precisamente esses elementos 
culturais, bem como os seus diferentes aparatos, que, partilhados, dão o sentimento de 
identidade e pertença social.
Do ponto de vista da educação e do ensino da cultura, esses mesmos autores reforçam que:
[...] o desenvolvimento das competências dos cidadãos, principalmente no que se 
refere ao campo das artes e da cultura, nomeadamente na sensibilização e formação 
dos públicos, na qualificação (artística, técnica e empreendedorismo) dos criadores 
e agentes culturais, e os mecanismos de inserção e valorização profissional no 
sector se assumem como fundamental, tratando-se de um desafio que passa pelo 
37
da articulação com o setor da educação), pela integração da arte e da cultura no 
quotidiano das populações (contribuindo para o desenvolvimento sócio-cultural 
dos cidadãos e da qualidade de vida, num quadro de crescente coesão social), pelo 
reforço da formação (ensino artístico, técnico, competências ao nível da gestão e 
empreendedorismo) e apoio à criação e produção artística e cultural (articulação 
entre cultura e inovação), pela promoção do emprego (técnico e artístico) e da 
empregabilidade e pelo fomento da profissionalização, dos percursos profissionais e 
da acreditação; regulamentação profissional.
Assim, ainda na visão de Guerra e Quintela (2007), “a educação e a cultura 
complementam-se em uma relação dialógica na construção do conhecimento 
com potencialidades da utilização de atividades culturais, artísticas e criativas na 
implementação de soluções inovadoras”. Os autores referem que tais soluções inovadoras 
visam “ao fomento da participação social, de novos formatos educativos/formativos, na 
valorização da componente lazer nas vivências quotidianas, no apoio social etc., e com 
enorme potencial dinamizador das comunidades e dos atores sociais”. 
Ainda no que se refere às relações que se estabelecem entre a educação e a cultura 
observa-se que elas se expressam também no estudo de disciplinas correlatas. São, 
então, exemplos dessas relações dialógicas de conhecimento disciplinas relacionadas com 
educação, como se verá a seguir, enunciadas por Mialaret (1999). 
História da educação e da pedagogia – Permite descobrir as origens das tradições 
educativas. Compreender a evolução dos processos de mudança, as etapas, as acelerações 
e desacelerações, possibilitando fazer um balanço mais claro e, sobretudo, mais inteligível 
da situação da educação atual. Fornece, a partir das comparações, elementos de reflexão 
e de compreensão indispensáveis para a cultura geral dos educadores. Ela comporta 
ainda vários ramos que se complementam, mas que não atingiram todos o mesmo nível 
de desenvolvimento. Outra orientação possível é a história dos métodos e das técnicas 
pedagógicas, e também a história das instituições pedagógicas, considerando que a história 
não é um simples olhar para o passado, mas também para o presente e para o futuro.
incremento da sensibilidade dos indivíduos para as artes e formação de públicos (fomento 
da sensibilização para as artes e para os consumos culturais, num desejável estreitamento 
38
Sociologia da educação – Nada mais é do que uma parte da sociologia, ancorada em Durkeim 
(1969), com sua perspectiva histórico-sociológica e também com o pensamento de Pierre 
Bordieu. As transformações políticas e sociais da sociedade, os problemas sociais (por exemplo, 
desemprego) são fenômenos estudados na sociologia da educação, como as questões levantadas 
por Bordieu, a democratização do acesso à educação, das desigualdades de oportunidades de 
sucesso em função das origens sociais das pessoas, ou das questões de gênero, ou de raça, etnia. 
Outra perspectiva é aquela que aborda o currículo em função das transformações sociais. Não 
esquecer que nesse âmbito nasce também a pedagogia institucional.
Etnologia da educação – Refere-se à estrutura da família, das instituições escolares. Estuda a 
maneira como se educam as crianças em meios étnicos e socioculturais diferentes, e a sua enorme 
diversidade de processos e procedimentos, mas descobre-se traços comuns a todos os homens, 
a todas as sociedades. Tem a finalidade de estudar os fatos tal qual aparecem, e por si mesmos, 
para os descrever, compreender, comparar, explicar, sem emitir sobre eles juízos normativos e 
sem pensar necessariamente na sua aplicação. Pode também perguntar por que vias, e em que 
domínios precisos, a etnologia se revela útil aos que têm por função estudar os problemas da 
educação.
Demografia escolar – Visto que a instituição escolar é povoada de alunos, o estudo de suas 
populações é muito importante para compreender como é o sistema funcional sob esse aspecto, 
pois esse estudo:
l fornece dados sobre o estado da população dos alunos;
l mede os comportamentos de escolarização (assiduidade escolar);
l debruça-se sobre as diferenças de nível cultural nas diferentes gerações;
l faz a análise dos resultados e tendências dos números da educação.
Economia da educação – Trata-se do estudo do orçamento da educação, dos custos etc. e, 
também, dos problemas de justiça social. 
Administração escolar – Corresponde a um domínio de estudos amplo, sendo que, em uma de 
suas fronteiras, compreende a relação educativa direta pelas condições de existência que lhe 
proporciona, e na outra ponta extrema abrange todos os problemas sociopolíticos da organização 
39
do sistema escolar, tendo em consideração também as situações de educação, os métodos e as 
técnicas pedagógicas. 
Educação comparada – Parte das teorias da educação que dizem respeito à análise e às 
interpretações das diferentes práticas e políticas em matéria de educação nos diferentes países e 
em culturas diferentes. Ela se preocupa em recolher e classificar todas as informações (do ponto de 
vista descritivo e do ponto de vista quantitativo) que se referem aos sistemas escolares, às escolas, à 
administração e às finanças, aos professores e aos alunos, aos programas e aos métodos de ensino, 
às disposições legais etc. Em seguida, procura explicar por que as coisas são como são, analisando 
os dados recolhidos à luz da evolução histórica dos diferentes sistemas, ou mostrando qual foi a 
influência dos fenômenos sociais, econômicos, tecnológicos, religiosos e filosóficos, assim como dos 
preconceitos raciais ou nacionais. O seu objetivo é tentar oferecer um conjunto de princípios gerais 
que possam ajudar os reformadores a prever. 
Outras áreas correlatas são também enunciadas por Mialaret (1999) como disciplinas relacionadas 
com a educação e que estudam as condições do ato educativo, como, por exemplo, fisiologia da 
educação, psicologia da educação, psicossociologia da educação, antropologia da educação, as 
ciências da comunicação, entre várias outras. 
1.5 Cultura e sociedade
No início desta unidade você foi convidado a definir o conceito de sociedade. Mas esse conceito 
é muito amplo, estudado pela sociologia por meio de obras clássicas do pensamento de Durkeim, 
Bourdieu, Karl Marx, Augusto Comte, Bauman, Giddens, entre diversas outras importantes 
personalidades que não serão diretamente objetos de estudo aqui. 
Dando continuidade, para refletir sobre a relação entre cultura e sociedade, incialmente leia e pense 
a partir da afirmação de Oscar Wilde, um influente escritor e dramaturgo britânico, famoso por suas 
célebres frases escritas há mais de cem anos, que Zygmunt Bauman apresenta em seu livro A cultura 
no mundo líquido moderno (2013). Para Wilde, “os que encontram belos significados nas coisas belas 
são os cultos. [… ] Elessão os eleitos para os quais as coisas belas só significam a beleza”. 
A análise que se propõe neste item cultura e sociedade está baseada na referida obra de Bauman 
(2013), procurando-se aqui ressaltar os principais pontos discutidos por esse autor. Sobre a 
afirmação anterior de Oscar Wilde, Bauman (2013) deflagra a ideia de cultura como um dispositivo 
que marca as diferenças de classe, atribuindo à beleza o elemento social que causa o separatismo, 
40
sendo ela o resultado de uma opressão e imposição da classe dominante, que não só a consome, 
mas também produz e chancela seu conceito. Desta forma, refere criticamente que “os eleitos são 
os escolhidos, ou seja, os que cantam a glória dos valores que eles mesmos apoiam, garantindo 
simultaneamente sua própria vitória nos concursos de música”. Inevitavelmente, aponta Bauman, 
“irão encontrar belos significados na beleza, já que são eles que decidem o que ela significa”. E 
conclui que “os escolhidos não são eleitos em virtude de sua compreensão do que é belo, mas 
porque a declaração ‘isso é belo’ é impositiva porque foi proferida por eles e confirmada por suas 
ações”.
Esse questionamento é propositalmente polêmico e deve gerar muita reflexão a fim de estabelecer 
as devidas mudanças sociais tão necessárias no contexto educacional. É necessário tocar nesta 
“ferida”, por mais que doa, pois infelizmente o maior acesso à cultura tem sido apenas privilégio de 
poucos. Mas essa é uma herança histórica, e infelizmente ainda hoje carregamos os resquícios da 
segregação e estratificação social ocasionada pelo acesso ou não à cultura.
Bauman (2013), em sua reflexão sobre as peregrinações sobre o conceito de Cultura, cita ainda o 
pensamento do célebre cientista social Pierre Bourdieu (1966, 1984), que denuncia as ocorrências das 
desigualdades sociais já há algumas décadas, ou seja, que toda contribuição artística costumava ser 
endereçada a uma classe social específica, e somente a ela – e era aceita apenas ou basicamente por 
essa classe. “O triplo efeito dessas contribuições artísticas – definição de classe, segregação de classe 
e manifestação do pertencimento a uma classe – era, segundo Bourdieu (1966, 1984), sua razão de 
ser, a mais importante de suas funções sociais, talvez seu objetivo oculto, quando não declarado.”
Ainda segundo o pensamento de Bourdieu, refere Bauman (2013), “as obras de arte destinadas ao 
consumo estético apontavam, assinalavam e protegiam as divisões entre as classes, marcando e 
fortalecendo legivelmente as fronteiras que as separavam”. Deste modo, o autor reforça que “para 
traçar fronteiras de maneira inequívoca e protegê-las com eficiência, todos os objetos de arte, ou 
pelo menos uma maioria relevante deles, precisavam ser alocados em ambientes mutuamente 
exclusivos”. 
Bauman (2013) continua sua peregrinação pelo conceito de cultura afirmando que “havia o gosto 
das elites, naturalmente relacionado à “alta cultura”, o gosto médio ou “filisteu”, típico da classe 
média, e o gosto “vulgar”, venerado pela classe baixa e que misturá-los era tão difícil quanto 
juntar fogo e água”. Por fim, o autor reforça criticamente, e com razão, que nessa visão “a cultura, 
definitivamente, não tolera a mélange”; referindo-se à obra La distinction, de Bourdieu (1966), 
“a cultura manifestava-se acima de tudo como um dispositivo útil, conscientemente destinado a 
assinalar diferenças de classe e salvaguardá-las: como uma tecnologia inventada para a criação e 
proteção das divisões de classe e das hierarquias sociais”.
41
Ainda para responder à provocação descrita na Seção Para Refletir, apoia-se em Bauman, que, ao 
citar novamente Bourdieu, este sugere que há os benefícios da beleza e a necessidade dela na 
sociedade. Para Bordieu (1984), 
[...] embora os benefícios não sejam ‘desinteressados’, são benefícios, e embora a 
necessidade não seja obrigatoriamente cultural, ela é social; e é bem provável que tanto os 
benefícios quanto a necessidade de distinguir a beleza da feiura, ou a sutileza da vulgaridade, 
permaneçam enquanto houver a necessidade e o desejo de distinguir a alta sociedade da 
baixa sociedade, o connoisseur de gosto requintado das massas vulgares e sem gosto, da 
plebe, do zé-ninguém.
Com essas afirmações é possível compreender que historicamente a cultura, ou o acesso a ela, 
tem sido utilizada deliberadamente como um instrumento de estratificação social. Infelizmente, no 
Brasil, essa evidência é ainda muito presente. Caberá então à educação quebrar as barreiras dessa 
forma de inclusão ou exclusão social que se dá por meio do acesso ou não à cultura?
Aqui, o conceito de cultura definitivamente não deve ser entendido como refinamento. 
Infelizmente, para muitos, cultura foi historicamente associada ao conceito de um agente da 
mudança do status quo, e não de sua preservação, ou como refere Bauman (2013), 
[...] o propósito inicial do conceito de ‘cultura’ não era servir como registro de descrições, 
inventários e codificações da situação corrente, mas sim o de um instrumento de navegação 
para orientar a evolução social rumo a uma condição humana universal, uma missão 
proselitista, planejada e empreendida sob a forma de tentativas de educar as massas e 
refinar seus costumes, e assim melhorar a sociedade e aproximar ‘o povo’, ou seja, os que 
estão na ‘base da sociedade’, daqueles que estão no topo. 
Por fim, para concluir suas peregrinações acerca do conceito de Cultura, Bauman (2013) afirma 
que “a cultura se assemelha hoje a uma das seções de um mundo moldado como uma gigantesca 
loja de departamentos em que vivem, acima de tudo, pessoas transformadas em consumidores”. 
Segundo ele, “tal como nas outras seções dessa megastore, as prateleiras estão lotadas de atrações 
trocadas todos os dias, e os balcões são enfeitados com as últimas promoções, as quais irão 
desaparecer tão instantaneamente quanto as novidades em processo de envelhecimento que eles 
anunciam”. Bauman (2013) refere, por fim, que “os comerciantes desses produtos e os autores 
dos anúncios dependem do casamento da arte da sedução com o impulso do potencial cliente de 
conquistar a admiração de seus pares e desfrutar uma sensação de superioridade”.
42
Essa ideia é retratada na Figura 28. Observe-a e pense de que forma o seu comportamento de 
consumo é influenciado pela sedução que os produtos e o 
marketing exercem sobre você. 
28 Uma das funções do marketing – seduzir o consumidor. 
Crédito: © Wavebreak Media Ltd | 123rf.com.
Em suma, Bauman (2013) conclui que “a cultura da modernidade líquida não tem um “populacho” 
a ser esclarecido e dignificado; tem, contudo, clientes a seduzir, sendo que a sedução, em contraste 
com o esclarecimento e a dignificação, não é uma tarefa única, que um dia se completa, mas 
uma atividade com o fim em aberto”. Por fim, para ele, “a função da cultura não é satisfazer 
necessidades existentes, mas criar outras – ao mesmo tempo que mantém as necessidades já 
entranhadas ou permanentemente irrealizadas”. 
Conclusão da Unidade
Nesta unidade você foi convidado a refletir sobre os conceitos de cultura, educação e sociedade 
e a relação entre essas áreas do conhecimento. Você viu que a cultura não é apenas a expressão 
de um povo, dos seus hábitos e costumes, mas também é algo permanentemente construído. 
Nesse sentido, somos frutos da cultura, mas também influenciamos e somos partícipes ativos no 
desenvolvimento social quando influenciamos a cultura ou somos por ela influenciados.
43
Você viu ainda que existe uma relação muito forte entre cultura e sociedade. No entanto, o acesso 
à cultura não é oferecido a todos. Com isso, as sociedades contribuem para criar estratificações 
sociais e aumentar as desigualdades. Sendo a cultura a expressão máxima da criatividade humana, 
cabe o desenvolvimento de políticas educacionais de promoção da cultura, sendo esse um 
compromisso que todo cidadão deve assumir.
A educação podeser a via de acesso aos diferentes aparelhos culturais e promotora de ações que 
visem à redução das desigualdades. Para isto, será necessário fazer funcionar a máquina pública e 
privada a fim de garantir maior igualdade de oportunidades no acesso à cultura. Será isso possível?
Guerra e Quintela (2007) assumem que as políticas públicas para o setor da cultura deverão ser 
equacionadas tendo como quadro de referência as prioridades de promoção da competitividade, 
de desenvolvimento do potencial humano e de valorização territorial, sendo importante que 
essas políticas culturais respondam não apenas aos desafios anteriormente mencionados, como 
garantam a sua melhor articulação com outras políticas, no campo econômico, da educação e 
formação, das cidades, do desenvolvimento rural, da inclusão social.
Você viu também que uma das maneiras mais evidentes de observarmos as relações de 
interdependência e de diálogo entre a educação, a sociedade e a cultura se dá pela observação da 
amplitude da área de conhecimento que envolve esses campos de estudo, por meio das disciplinas 
que estudam as condições gerais e locais da educação, descritas com base nos textos de Mialaret 
(1999). 
Esse assunto é amplo, não é mesmo? Não pare agora. Continue estudando. A unidade seguinte 
tratará de aspectos relacionados com a prática pedagógica no cotidiano escolar, bem como os 
aspectos da multiculturalidade e seus impactos no fazer pedagógico. 
44
Referências
BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos 
parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental: Brasília, MEC/SEF, 1997. 
BONADIA, P. R. A relação entre o nível de escolaridade e a renda no Brasil. 2008. Monografia. 
Faculdade de Economia e Administração do Ibmec, São Paulo, 2008. 
BOURDIEU, P. Distinction: a social critique of the judgement of taste. Translated by Richard Nice. 
Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1984.
BORDIEU, P. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. Revista Francesa 
de Sociologia, Paris 7(3), p. 325-347, 1966. In: NOGUEIRA, M. A; CATANI, A. Escritos de Educação. 
Petrópolis: Vozes, p. 39-64, 2007. 
CABANAS, J. M. Q. Teoria da educação. Concepção antinómica da educação. Lisboa: ASA, 2002. 
DURKEIM, E. A evolução pedagógica em França. 2. ed. Paris: PUF, 1969. 
GAMEZ, Luciano. Psicologia da educação. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
GLORIA, D. M. A. Relação entre escolaridade e diferenças constitutivas das fratrias. Paidéia, 15(30), 
p. 31-42, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v15n30/06.pdf>. Acesso em: 04 
mar. 2019.
GUERRA, Paula; QUINTELA, Pedro. A cultura como alavanca de inclusão e de participação social: 
uma nova geração de políticas públicas de proximidade. First International Conference of Young 
Urban Researchers CIES – Centre for Research and Studies in Sociology Lisbon, jun. 2007. Disponível 
em: <https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/53670>. Acesso em 12 fev. 2019. 
MIALARET. G. As ciências da educação. Tradução de João Lamas. Lisboa: Livros e Leituras, 1999.
PORTUGAL. Direção-geral da Educação. Educação para a cidadania − Linhas Orientadoras. Ministério 
da Educação e Ciência, 2012 (atualizado em 2013). Disponível em <http://www.dge.mec.pt/educacao-
para-cidadania-linhas-orientadoras-0>. Acesso em: 12 fev. 2019. 
SEABRA, T. Relação das famílias com a escolaridade e sucesso escolar: comparação entre famílias de 
origem cabo-verdiana, origem indiana e autóctones. Revista Brasileira de Psicologia e Educação, 
45
Araraquara, 19(1), p. 163-180, jan./jun. 2017. Disponível em: <https://repositorio.iscte-iul.pt>. 
Acesso em: 04 mar. 2019.
40
Unidade 2
Ensino da Cultura 
41
Unidade 2
Objetivos da Unidade
Ao fi nal desta unidade, esperamos que você seja capaz de:
• refl eti r sobre a temáti ca da diversidade cultural no processo educati vo;
• reconhecer que há múlti plas culturas no espaço pedagógico;
• compreender que a ação docente deve pautar-se por uma perspecti va
intercultural;
• repensar a práti ca pedagógica do professor e a formação do aluno enquanto
sujeito das suas ações.
Contextualizando
A educação escolar, seja ela pública ou privada, na contramão do que temos observado 
em muitas situações, não pode ser focada apenas na lógica do depósito de conteúdos, 
limitando-se o professor, na sua ação docente, a transmiti r conhecimentos como se os 
alunos fossem recipientes vazios que precisam ser preenchidos, cabendo ao professor 
abastecê-los com conteúdos e mais conteúdos. Nossos alunos não são uma caixa vazia 
(Figura 1). Eles trazem experiências, práti cas, vivências, conhecimentos e, sobretudo, 
cultura, que são expressados pelas suas ati tudes, comportamentos, hábitos, enfi m, seus 
modos de vida. Para considerar a experiência dos alunos nos processos educacionais, 
notadamente no planejamento pedagógico, esta unidade convida você a romper com a 
ideia de uma educação baseada no paradigma instrucionista e incenti va a refl eti r sobre 
42
a escola enquanto um espaço permeado pela diversidade cultural, sendo que, nesse 
espaço, inúmeras repercussões poderão ocorrer a partir do cruzamento das diferentes 
culturas. 
1 Alunos não são recipientes vazios a serem preenchidos com conteúdo. 
Crédito: © ferli | 123rf.com.
Nesse sentido, entende-se que as práticas educativas não se restringem apenas ao 
ambiente escolar, ou aos processos de escolarização, mas são práticas que se estendem 
também à sociedade em geral, cabendo às cidades o papel de educar os cidadãos, mas 
também ser educada por eles, em uma relação recíproca, promovendo respeito às 
diferenças e à diversidade. 
Partindo dessa premissa, entende-se que, na educação escolar atual, cabe aos 
educadores, estejam eles em ambiente formais ou não formais, o desenvolvimento 
de práticas pedagógicas que visem entender e atender às diferentes necessidades 
dos alunos, da sociedade e dos grupos, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, 
multicultural, principalmente em se tratando de não excluir nem desconsiderar as classes 
populares e os grupos culturalmente marginalizados. Por tudo isso, entende-se aqui que 
educar é também um ato político atrelado às mudanças sociais, tecnológicas, e essa 
noção será explorada.
Entendendo os Conceitos
43
2.1 Prática pedagógica em cultura e o
cotidiano escolar 
Na sociedade moderna, compreender a cultura e as nuances de suas diferentes formas 
de expressão e refletir sobre os seus impactos na vida humana é algo que deveria passar 
pelo ensino da cultura como disciplina do currículo escolar. Deste modo, ao incluir a 
cultura no cotidiano escolar, as escolas trariam para si a abertura de novas experiências 
que podem ampliar significativamente o aprendizado, impactar as relações de ensino e 
aprendizagem e as relações humanas em geral. 
Pensar a cultura escolar e a prática pedagógica tem sido objeto de estudo e pesquisa de 
vários educadores preocupados com a melhoria da qualidade educacional. A exemplo 
disso, Tura (2016) reflete sobre a escola enquanto um espaço permeado pela diversidade 
cultural, afirmando que, nesse espaço, as repercussões desse cruzamento de culturas 
oferece uma grande possibilidade de se desenvolver uma prática pedagógica que vise 
entender e atender às diferentes necessidades a partir de uma perspectiva intercultural. 
As diferenças poderão enriquecer os ambientes escolares e reconfigurar práticas 
pedagógicas, já que na escola, e não apenas nelas, mas também em outros espaços 
educacionais, sociais e/ou culturais, poderão habitar múltiplas culturas que convivem 
simultaneamente nesses espaços que habitamos. Nesse sentido, como sugere a Figura 2, 
a docência é um exercício permanente de dar voz aos alunos para que essas diferenças 
culturais possam ser exploradas. 
44
2 Escolacomo espaço de trocas culturais e parti cipação ati va dos alunos.
Crédito: © Mark Bowden | 123rf.com.
No fundo, refere o autor, a cultura escolar e a práti ca pedagógica confi guram-se 
como sistemas simbólicos, ou seja, como uma rede de signifi cados que são social e 
culturalmente construídos. 
Vemos assim, a cultura como um processo em construção, indissociável dos contextos 
sociais. Como discuti do na unidade anterior, entende-se que a cultura infl uencia o 
comportamento, determinando, muitas vezes, as formas de relacionamento social, 
políti co e econômico da sociedade, sendo, portanto, um processo dinâmico e atrelado às 
mudanças sociais. 
Tura (2016) afi rma ainda que, em grande parte, essas mudanças são decorrentes do 
desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação, que, exatamente 
por facilitar a divulgação de imagens, textos, signifi cados, códigos e linguagens, realizando 
um mix cultural que atravessa as velhas fronteiras, produzem formações culturais híbridas. 
A Figura 3, a seguir, ilustra a complexidade que o emaranhado de informações pode 
provocar, ao mesmo tempo que mostra o fl uxo contí nuo e universal que essa troca 
promove, bem como o trânsito da rede. Como se dará o refl exo dessa vasta complexidade, 
que também é cultural, nas práti cas pedagógicas dos professores? De que modo o 
coti diano escolar pode ser afetado pela multi plicidade de culturas híbridas?
Ao pensar as relações de interação multi cultural, como se dão essas formas de 
relacionamento na sua escola? Caso não seja professor, pense a parti r da faculdade 
em que você estuda. Os valores são frequentemente revistos e reafi rmados ou 
permanecem intactos por alguma forma de dominação cultural? Há alguma cultura 
predominante que orienta e determina, de alguma forma, as práti cas pedagógicas? 
E que impactos essas formas de interação têm no aprendizado? Algo pode ou precisa 
ser mudado? Pense a respeito!
Para refl etir
45
3 Fluxo de comunicação em rede.
© Maksym Yemelyanov | 123rf.com.
Conti nuando com o pensamento de Tura (2016), ela nos faz lembrar que, como vivemos 
em sociedades multi culturais, envolvidas por culturas com forte dinamismo de mudança, 
Já que professores e alunos encontram-se diante de muitos impasses que 
acompanham as transformações ocorridas nas sociedades contemporâneas, que 
refl exos essa situação pode ocasionar nas culturas docente e discente? Como a escola 
deve agir perante a necessidade de se reorganizar para acomodar as transformações 
culturais, sociais, econômicas e políti cas, decorrentes das novas formas de interação 
social mediada pelas novas tecnologias? 
Para refl etir
devemos começar a pensar a construção de uma cultura escolar entendendo que, no 
interior desse espaço, observa-se uma forma muito própria de interação das diferentes 
46
culturas que habitam esse ambiente pedagógico e que, de diversas maneiras, vão afirmando 
seus valores e conteúdos ou resistindo às imposições de uma dominação cultural. 
Na Unidade 1 você estudou conceitos importantes relacionados com a cultura, como, 
por exemplo, o conceito de cultura organizacional. Entendendo aqui a escola como uma 
organização educativa, terá ela própria uma cultura escolar que provavelmente você é 
capaz de identificar e descrever? Pensando sobre essa cultura escolar, ela é percebida por 
todos, incluindo alunos, professores, assistentes, coordenadores, diretores, porteiros? 
Todos partilham de valores comuns a esse ambiente de trabalho, estudo e promoção do 
conhecimento? E de que forma suas práticas de trabalho ou de estudo estão relacionadas 
com os valores, crenças e princípios da cultura dessa escola? Há políticas definidas que 
ajudam a preservar as diferentes identidades culturais e promover a igualdade? Há 
preconceitos que podem ser identificados no posicionamento de algumas das pessoas 
com quem você estuda ou trabalha? As diferenças que advêm dessa diversidade cultural 
são de fato exploradas, ou mesmo respeitadas no cotidiano escolar? Todas essas questões 
podem estar ligadas ao conceito de cultura escolar de que propõe Tura (2016).
Sabemos que a tecnologia, principalmente o uso que se faz dela, modificou a forma de 
o homem se relacionar com o mundo e com os outros e assumiu maior projeção no
mundo acadêmico e na sociedade. Nossos alunos já se acostumaram a ter voz ativa e a se 
expressar, individualmente ou em grupo, no âmbito social, econômico e político, por isso,
as práticas pedagógicas docentes não podem caminhar à margem das transformações
sociais, culturais, tecnológicas, devendo elas se adaptarem a essas mudanças para
construir um diálogo profícuo com os alunos. Sendo assim, comece agora mesmo
a pensar: como mudar as práticas pedagógicas de modo a acomodar as múltiplas
transformações sociais e promover a interculturalidade?
Todas essas questões não o fazem pensar sobre o currículo, sobre os métodos
pedagógicos, sobre as práticas didáticas, sobre as teorias educacionais que definem os
princípios da ação docente? Estudar, compreender e pôr em prática os pressupostos
teóricos dos grandes pensadores clássicos em educação ajudam bastante os docentes
a orientarem suas práticas. Supõe-se, aqui neste texto, que você já os conheça e tenha
estudado alguns desses autores e movimentos educacionais.
Ao longo da história foram formuladas diversas teorias destinadas a explicar os processos 
de ensino e aprendizagem, ou seja, tentativas de explicar quais as diferentes formas de 
ensino e de que modo elas impactam a forma como os indivíduos aprendem. De forma 
47
didática podemos chamar a essas tentativas explicativas de teorias da educação, ou 
teorias educacionais. Essas teorias podem ser compreendidas por todas as reflexões 
acerca do processo educacional, ou, como refere Bertand (1998), dizem respeito à análise 
dos problemas e das proposições de mudança no contexto educacional, trazendo, na 
maior parte do tempo, reflexões sobre as finalidades da educação, sobre a noção de 
aprendizagem, sobre os papéis dos professores e dos alunos, sobre os conteúdos a serem 
trabalhados e sobre a pertinência social e cultural da educação. Posto de outra forma, as 
teorias educacionais são conjuntos sistematizados de percepções e de representações da 
realidade que servem de referência para promover algum tipo de mudança, não apenas 
em contexto educacional, mas também nos contextos organizacional, social e cultural.
As teorias, os modelos, os paradigmas e as filosofias educacionais não são termos 
sinônimos, pois podem ser utilizados de forma distinta. Teorias educacionais, modelos 
educacionais, paradigmas em educação, filosofias da educação, qualquer uma dessas 
expressões tem um sentido próprio que o distingue dos demais. Assim, a noção de 
paradigma insiste na estrutura de conhecimento de um dado domínio; essa estrutura 
torna-se um modelo a seguir. Por exemplo, há uma certa forma de fazer a pesquisa em 
educação e esta forma de fazer é ensinada e exigida. O conceito de filosofia da educação 
refere-se mais às considerações gerais sobre as relações entre a educação, a sociedade, 
o ambiente e o conhecimento. A noção de modelos educacionais coloca a atenção sobre
as regras e os valores que devem orientar o planejamento da educação e a organização
das atividades pedagógicas. Há, portanto, um lado prático e prescritivo mais evidente na
noção de modelo do que no conceito de paradigma ou de filosofia da educação.
Entende-se geralmente por teoria um conjunto de ideias, organizadas mais ou menos 
sistematicamente sobre um dado sujeito. Há, contudo, que considerar que os graus de 
sistematização das teorias educacionais variam muito de um autor para outro e de uma 
corrente para outra. Certos autores concordam sobre a importância de descrever os 
fundamentos filosóficos de suas teorias. Outros autores dão mais ênfase à descrição das 
estratégias pedagógicas necessárias para promover a mudança de umarealidade cotidiana. 
48
Qualquer teoria educacional, desse modo, contém uma parte subjetiva: o ângulo de visão 
daquele que a propõe. Uma teoria educacional é sempre fundamentada na representação 
da realidade educativa de um dado teórico e, portanto, está sujeita à interpretação. 
É importante notar, por outro lado, que a escolha de um tema dominante, efetuado 
pelos teóricos, não significa o abandono, por ele, dos outros aspectos educacionais. A 
maior parte dos teóricos da educação que enfatiza, por exemplo, o desenvolvimento da 
autonomia da criança, tem também uma boa compreensão sobre a importância da sua 
inserção na sociedade. 
Apenas para citar algumas diferenças nas distintas concepções educacionais, podemos 
mencionar, por exemplo, a perspectiva de alguns teóricos. Adler propõe formar 
bons cidadãos, no sentido patriota. Já Gagné insiste na necessidade de garantir, 
sistematicamente, no enfoque do ensino, que estudantes possuam uma boa inserção na 
sociedade. Rogers afirma que uma sociedade não pode progredir sem que os indivíduos 
que a compõem evoluam no plano pessoal. Vemos, por exemplo, que as teorias da 
educação de Rogers e Adler colocam uma evidência maior sobre a educação crítica do 
sistema atual e das proposições de mudança. Desse modo, vemos que Rogers questiona, 
por um lado, o sistema tradicional, e propõe, por outro, ênfase na personalidade do 
aprendiz como fundamento da educação. Essa visão rogeriana insiste no fato de que é o 
aprendiz que se dá ao conhecimento em função de seus próprios interesses e objetivos. O 
aprendiz é o coração do modelo rogeriano. Quanto a Adler, nos Estados Unidos, ele insiste 
sobre o valor primeiro da transmissão da cultura geral. Sem cultura geral, sem considerar 
o contexto histórico, simplesmente não há educação, ele afirma.
A necessidade de classificar as teorias educacionais deve-se à grande quantidade de 
teóricos, abordagens educacionais e suas diferentes concepções de aprendizagem. 
Essa quantidade e suas dicotomias não facilitam nem a compreensão nem a escolha 
de orientações específicas que possam ajudar a promover as mudanças eventuais no 
contexto educacional.
Existem várias propostas de classificação das teorias educacionais, ou seja, tentativas de 
estabelecer uma taxonomia das teorias educacionais. Todas são válidas e possuem uma 
lógica específica, estabelecida por quem a propõe. Uma delas é apresentada por Bertrand 
(1998), que as classifica em sete categorias específicas, a saber: teorias metafísicas, 
49
teorias humanistas, teorias psicocognitivas, teorias sistêmicas, teorias sociocognitivas, 
teorias sociais e teorias clássicas.
A classificação por ele proposta leva em conta a evolução vertiginosa dos movimentos 
cognitivos e sociocognitivos, bem como as diversas pesquisas sobre os processos do 
conhecimento, as tecnologias de comunicação e informação e as didáticas socioculturais 
que influenciam o pensamento em educação. É importante notar que os critérios 
que norteiam esta classificação são estabelecidos em função de quatro elementos 
polarizadores e reflexivos sobre o contexto educacional:
l o sujeito (nesse caso, o estudante);
l os conteúdos (as matérias e disciplinas);
l a sociedade (os outros, o mundo, o ambiente e o universo);
l as interações pedagógicas entre estes agentes.
Sujeito
Interações
Sociedade
Conteúdos
4 Elementos polarizadores das teorias educacionais.
Adaptada de Bertrand (1998).
A Figura 4 ilustra a posição das teorias contemporâneas em relação aos quatro elementos 
polarizadores dessas teorias. A seguir, apresentam-se as características de cada um desses 
elementos, que nos permitem correlacionar as diferentes categorias teóricas propostas 
por Bertrand (1998). 
a. Quando a ênfase está no sujeito
50
Pelo menos duas grandes correntes educacionais se constituem em função de a 
ênfase teórica estar localizada nas características do sujeito: a corrente metafísica (ou 
espiritualista) e a corrente humanista (ou personalista). A questão principal na corrente 
metafísica é a relação transcendental e espiritual entre o homem e o universo. O ser 
humano acessa, por meio de suas intenções e intuições, uma dimensão espiritual de 
sua relação com o universo. As religiões e as filosofias metafísicas orientam as reflexões 
nesse setor do pensamento educativo. Já a corrente humanista, igualmente chamada de 
personalista, libertária ou orgânica, se caracteriza por focar na dinâmica interna da pessoa, 
suas necessidades, desejos, pulsões, energia etc.
b. Quando a ênfase está nos aspectos sociais
A ênfase no aspecto social aparece nas teorias que definem o objetivo da educação 
como uma forma de promover importantes transformações na sociedade (teorias 
sociais), geralmente em uma perspectiva de promover maior justiça social. A educação é 
fundamentalmente uma questão de estruturas sociais e culturais. Ela deve desempenhar 
um papel importante na transformação da sociedade e da cultura. Veremos que um 
número considerável de teorias educacionais se propõe a formar pessoas para que 
possam ser protagonistas dessas mudanças sociais. 
c. Quando a ênfase está no conteúdo
Com ênfase no conteúdo estão as teorias clássicas (acadêmicas), nas quais os 
conhecimentos a ensinar, como a literatura clássica e a matemática, possuem uma 
estrutura objetiva e independente do sujeito ou da sociedade. Esses valores e esses 
conteúdos existem em si e pouco importa a psicologia humana e as estruturas sociais. 
Podemos distinguir duas abordagens teóricas importantes neste item: os tradicionalistas, 
que se interessam pelo retorno dos valores clássicos, e os generalistas, que valorizam o 
desenvolvimento de habilidades, tal como o pensamento crítico, a reflexão lógica etc.
d. Quando a ênfase está nas interações entre sujeito, sociedade e conteúdo
Ligando os três elementos, sujeito − sociedade − conteúdo, encontram-se as interações que 
fundamentam as abordagens teóricas mais didáticas, ou seja, as teorias psicocognitivas, 
as teorias sistêmicas (ou tecnológicas) e as teorias sociocognitivas. As teorias sistêmicas/
tecnológicas se interessam essencialmente pela modelização das interações entre um 
51
sujeito, a sociedade e os conteúdos. O ser humano se define, então, como uma entidade 
que trata da informação e que se alimenta com a ajuda dos diferentes meios. As teorias 
psicocognitivas referem-se essencialmente às didáticas construtivistas concebidas a partir da 
psicologia da aprendizagem. As teorias sociocognitivas se interessam particularmente pelos 
impactos dos fatores culturais e sociais sobre a aprendizagem. 
A Figura 5, a seguir, mostra o quadro geral das teorias contemporâneas na educação. 
Teorias Clássicas
Conteúdo
Teorias Psicanalíticas,
Sistêmicas e Sociocognitivas
Interações
Teorias Metafísicas e
Personalistas
Sujeito
Teorias Sociais
Sociedade
5 Quadro geral das teorias contemporâneas de educação.
Adaptada de Bertrand (1998).
Como mencionado anteriormente, existem muitas categorizações elaboradas por diversos 
autores, tal como a que estamos mencionando, proposta por Yves Bertrand, que enuncia 
sete grandes grupos teóricos. Dando continuidade ao que ele propõe, apresenta-se um 
breve resumo de cada uma dessas sete grandes abordagens que ele categoriza como as 
principais teorias contemporâneas da educação.
a. Teorias metafísicas
Para começar, vamos detalhar uma antiga corrente educacional que ressurge no início 
dos anos 1970. Trata-se da corrente metafísica, também chamada de espiritualista ou 
transcendental, que fascina particularmente as pessoas preocupadas com a dimensão 
espiritual da vida sobre a Terra e sobre os sentidos da vida. Os adeptos das teorias 
metafísicas da educação se interessam pela relação entre o sujeito e o universo em uma 
52
perspectiva metafísica. Essas teorias cabem, geralmente, na classificação das correntes 
socioculturais da chamada Nova Era (Nouvele Âge), e elas sepreocupam muito com os 
valores que foram descritos nos textos milenares. As religiões e as filosofias orientais 
alimentam as reflexões sobre esta perspectiva educacional. O budismo zen e o taoismo, por 
exemplo, são frequentemente citados como fontes dominantes desta corrente educativa.
Fazem parte da abordagem metafísica as teorias educativas de Harman, de Fotinas, de 
Maslow, de Leonard, de Ferguson, de Krishnamurti e de Barbier centradas nos valores 
ditos espirituais. A pessoa deve aprender a se libertar do que conhece e ir além, a 
fim de elevar-se a um nível espiritual considerado superior. Ela deve dominar o seu 
desenvolvimento espiritual utilizando suas energias interiores e canalizando-as para 
atividades como meditação e contemplação. A energia se encontra no interior da pessoa. 
Ela se apresenta sob diversas denominações, tal como Deus, o Tao, o invisível, a energia 
divina etc. O ser humano deve se colocar em contato com a divindade que está presente 
nele e em todo o universo. Ele deve atender, por intuição, a esta natureza divina e 
espiritual, que deve guiá-lo e na qual ele deve ter confiança. 
b. Teorias humanistas
As teorias humanistas, também chamadas de personalistas, libertárias, não diretivas, 
orgânicas, pulsionais, livres ou abertas, apoiam-se essencialmente na noção de si, de 
liberdade e de autonomia da pessoa. É a pessoa, em situação de aprendizagem, que 
deve dominar seu processo educativo utilizando suas energias interiores. As teorias 
educativas reagrupadas nesta categoria insistem muito no papel de facilitador que devem 
ter os educadores na relação com seus alunos. O educador deve visar, continuamente, a 
autoatualização do aluno. A reflexão de Rogers é um exemplo desta visão de educação, 
que insiste na liberdade do aluno, no seu desejo e sua vontade de aprender. Há uma 
proliferação nos anos 1960 e 1970 das escolas livres, abertas, alternativas, inspiradas em 
uma abordagem de desenvolvimento integral da pessoa.
c. Teorias psicocognitivas
As teorias psicocognitivas preocupam-se com o desenvolvimento do processo cognitivo dos 
alunos, tais como: o raciocínio, a análise, a resolução de problemas, as representações, as 
concepções prévias, as imagens mentais, a metacognição etc. Os fundamentos das teorias 
educativas psicocognitivas encontram-se frequentemente enraizados nas pesquisas da 
psicologia cognitiva, que se debruçam sobre os diferentes aspectos da aprendizagem. As 
53
teorias cogniti vistas se interessam, principalmente, pelos processos internos do indivíduo. 
Já os comportamentalistas (behavioristas) dedicam-se aos efeitos do ambiente sobre a 
aprendizagem e, mais precisamente, nas relações funcionais entre organização do ambiente 
Ao refl eti r sobre o tema práti cas pedagógicas, ou mesmo mudanças nessa práti ca, é 
imperioso trazer ainda para essa discussão o pensamento de Paulo Freire, que defi ne 
esse conceito de forma a integrar os aspectos da cultura na ação docente. Apesar 
da atual polêmica em torno desse pensador e de algumas críti cas formuladas aos 
seus princípios teóricos, sobretudo de pessoas alinhadas com os valores das políti cas 
de governo em vigência no Brasil, que rejeitam algumas abordagens de sua teoria, 
não se pretende aqui, ao citá-lo, fazer qualquer ti po de apologia a movimentos de 
esquerda ou movimentos parti dários, mas antes analisar e discorrer de que forma o 
estudo desse autor, como também o de outros, contribui para esse debate. Isso se 
põe, principalmente, pelo fato de que compreender alguns dos seus princípios teóricos 
permiti rá a você agir de modo coerente com o discurso que temos traçado neste texto, 
ou seja, o do aceite às diferenças, respeito para com a diversidade e compreensão da 
cultura como elemento simbólico de um povo.
Importante
pedagógico e o comportamento no ser humano. Nessa categoria se encontram também as 
teorias construti vistas, que dão ênfase ao processo de construção do conhecimento.
d. Teorias sistêmicas
As teorias sistêmicas, igualmente chamadas de tecnológicas ou tecnossistêmicas, 
geralmente colocam o foco no melhoramento da mensagem por meio do uso de recursos 
tecnológicos apropriados. O termo tecnologia traz, nesse senti do, um signifi cado muito 
54
amplo, pois compreende os procedimentos que encontramos tanto nas abordagens 
sistêmicos como no design dos processos de ensino.
Esta corrente compreende também os materiais didáti cos de comunicação e tratamento 
da informação, mediada pelo computador, televisão, vídeo etc. A tendência recente 
da abordagem sistêmica recai para o ensino e a aprendizagem mediados por recursos 
muti midiáti cos, sites web, redes sociais, ambientes informati zados de aprendizagem, 
soft wares educacionais interati vos e educação on-line. Os objeti vos consistem, 
por exemplo, em produzir novos ambientes digitais fazendo apelo a conteúdos e 
ferramentas de inteligência arti fi cial, realidade aumentada, simulando cenários da vida 
real por meio de experiências laboratoriais, uti lizando aparelhos tecnológicos que contêm 
Freire (2001), assim como diversos outros autores, entende que o ser humano
é fruto do meio social, das suas experimentações, sofrimentos, do que herda ou 
adquire do contexto social que cria e que o recria. Por esta noção, ele explica,
cabe-nos compreender que o ser humano é um ser histórico e cultural, que não pode 
ser explicado somente pela biologia, pela genéti ca, pela cultura, nem somente por sua 
consciência, ou tampouco como puro resultado das transformações que se operaram 
neste mundo. O ser humano, para o autor, “é um ser que vive, em si mesmo, a dialéti ca 
entre o social, sem o que não poderia ser, e o individual, sem o que se dissolveria no 
puro social, sem marca e sem perfi l” (Freire, 2001 p. 35).
Esse conceito pode ser observado no fi lme Being there (1979), dirigido por Hal Ashby; 
nele, o personagem Chance (Peter Sellers), um homem ingênuo, passa toda a sua 
vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. 
Curiosamente, tudo dito por Chance ou até mesmo o seu silêncio é considerado genial.
De olho
55
grandes quanti dades de recursos sonoros, visuais, sensiti vos, entre outros. A maior parte 
das pesquisas no âmbito da corrente sistêmica/tecnológica evidencia as capacidades e 
potencialidades computacionais de tratar a informação e facilmente gerar múlti plas fontes 
de informação, como as imagens, sons, escrita etc. É o que chamamos de multi mídia. As 
pesquisas referem-se, então, ao melhoramento da qualidade da interação entre a pessoa 
e o computador. Essas pesquisas têm um impacto nas questões pedagógicas e discutem 
os efeitos do uso de tecnologias como ferramentas que proporcionam as mudanças no 
contexto educacional.
e. Teorias sociocogniti vas
As teorias sociocogniti vas enfati zam os fatores culturais e sociais na construção do 
conhecimento. É, portanto, uma questão de interação social e cultural que dá suporte à 
pedagogia e à didáti ca. É notável a presença desta corrente educacional em países como 
a França, os Estados Unidos e o Canadá, corroborada pelos resultados de pesquisa dos 
seus inúmeros pesquisadores que se perguntam sobre o domínio da corrente cogniti va 
no âmbito das pesquisas em educação. Nota-se, parti cularmente, que os problemas são 
colocados por uma visão bastante psicológica da educação e que esta abordagem insiste 
muito na interação social e cultural do conhecimento. 
As teorias sociocogniti vas descrevem as condições sociais e culturais de ensino e de 
aprendizagem. Certas teorias dedicam-se a analisar as interações sociais de colaboração 
A grande arte na função docente é conciliar todas essas variáveis de forma coerente com 
princípios pedagógicos que se refl itam em ações igualmente coerentes com os discursos 
teóricos que orientam as práti cas. Pensar no modo como se organiza a coerência 
do trabalho pedagógico nem sempre é o que está na prioridadedos planejamentos 
educacionais de muitos professores e, por essa razão, às vezes as práti cas por eles 
adotadas podem resultar em más experiências de ensino e aprendizagem.
Importante
56
na construção do conhecimento e propõem uma pedagogia colaborativa, a fim de 
sensibilizar os alunos sobre esta forma de trabalhar. Outras focam nos fundamentos 
culturais da educação e propõem incluir na pedagogia a necessária dimensão 
cultural, opondo-se aos movimentos cognitivos mais individualistas, que estão apenas 
preocupados com a natureza dos processos do conhecimento.
f. Teorias sociais
As teorias sociais se debruçam sobre os princípios de que a educação deve resolver o 
conjunto de problemas sociais culturais e ambientais. A educação terá, por princípio, a 
missão de preparar os alunos para encontrar a solução para esses problemas. Os temas 
favoritos dos pesquisadores são: as desigualdades sociais e culturais, a hereditariedade 
social e cultural, as diferentes formas de segregação, o elitismo, os problemas do 
6 Grandes arranha-céus. 
Crédito: © Gui Yongnian | 123rf.com.
7 Comunidades habitacionais. 
Crédito: © Donatas Dabravolskas | 123rf.com.
8 Contraste urbano da desigualdade 1. 
Crédito: © Paul Prescott | 123rf.com.
9 Contraste urbano da desigualdade 2. 
Crédito: © Chon Kit Leong | 123rf.com.
57
ambiente, os impactos negativos da tecnologia e da industrialização (e da globalização) e a 
degradação da vida no planeta Terra.
g. Teorias clássicas
As teorias clássicas, também chamadas de acadêmicas, funcionalistas, tradicionalistas 
ou generalistas, focalizam a sua atenção na transformação do conhecimento geral. 
Elas normalmente se opõem às formações especializadas. Dois grupos de pensadores 
se localizam nesta corrente acadêmica: os tradicionalistas e os generalistas. Os 
tradicionalistas defendem a transmissão do conhecimento clássico, independentemente 
da cultura e das estruturas sociais atuais. Os generalistas se atêm a uma formação geral, 
preocupados com o espírito crítico, a capacidade de adaptação, a abertura de espírito 
etc. Em ambas as posições, o papel do educador consiste em transmitir os conteúdos 
e o papel do estudante em os assimilar. As teorias clássicas focam na exposição, pelos 
seus mestres, dos conhecimentos que formam o coração da cultura geral. Elas enfatizam, 
principalmente, a excelência visada e o esforço máximo fornecido no estudo e no trabalho. 
Os valores aos quais nos referimos mais frequentemente são as disciplinas, o trabalho, o 
respeito à tradição e os valores democráticos e cívicos.
Agora que reviu os modelos teóricos propostos, você se identifica com alguma dessas 
propostas ou com o pensamento dos principais autores dessas abordagens? 
Nessa linha de pensamento, que enfatiza a ação docente relacionada com as diferenças 
entre os vários modelos educacionais, e focalizando a questão das políticas educacionais 
para esse debate, enfatiza-se que, apesar de as teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon terem 
demonstrado a importância da emoção e da afetividade nos processos de conhecimento, 
como apontam Lima e Braz (2012), as políticas públicas ainda priorizam um ensino 
de bases tecnicistas e disciplinar, sendo preocupação da educação tradicional o 
desenvolvimento cognitivo e técnico do alunado, que valoriza a ingestão de informações, 
como sugere a Figura 6, ou seja, a formação de um indivíduo voltado para o exercício 
de uma profissão específica, com projeção no mercado de trabalho, com características 
voltadas para a informação, atribuindo-se à educação atual um sentido utilitarista e 
tecnicista que não valoriza os padrões de afetividade, de valores estéticos, de cidadania e 
sustentabilidade planetária, pois não são aspectos priorizados na matriz curricular.
Ainda segundo Lima e Braz (2012), na educação tradicional, contextos voltados para a 
valorização de nossa cultura, do lúdico, da criatividade, sensibilidade, costumes regionais, 
são minorizados em prol da democratização do ensino e de uma cultura educacional que 
58
privilegia a globalização e a massificação de ideias constituídas para o desenvolvimento 
socioeconômico dos países. 
As autoras reforçam ainda que as artes e o trabalho exaltando o subjetivo e a utilização 
da psicologia como meios possíveis de melhoria social ainda são encarados como 
formações não tão necessárias ao desenvolvimento humano e, portanto, necessitam 
de um tratamento diferenciado não contemplado pela educação básica. Sendo assim, 
concluem, formam-se pessoas menos sensíveis, despreocupadas com o outro, com o 
bem-estar do planeta e das pessoas a sua volta. Isto nos faz pensar que esta forma de 
trabalho se configura como práticas pedagógicas que desvalorizam os aspectos culturais 
e intersubjetivos de cada pessoa.
Vejamos, então, como Freire (2001) sugere que se configurem as práticas educativas. 
Várias são as obras do autor que nos permitem compreender esse conceito, inclusive 
outras bem mais conhecidas, mas neste texto dá-se ênfase a seu livro Política e educação, 
onde ele refere que o primeiro aspecto a sublinhar para pensar nas práticas é que 
a prática educativa é uma dimensão necessária da prática social, como a prática 
produtiva, a cultural, a religiosa etc. Para ele, a prática educativa, enquanto prática social, 
em sua riqueza, em sua complexidade, é um fenômeno típico da existência, por isso 
mesmo, um fenômeno exclusivamente humano. Partindo dessa premissa, ele conclui que 
a prática educativa seja histórica e tenha historicidade. 
Reforçando o tema das práticas pedagógicas, pode-se dizer então, na abordagem 
freireana, que toda situação educativa implica:
l Presença de sujeitos − o sujeito que, ensinando, aprende e o sujeito que, aprendendo,
ensina.
l Objetos de conhecimento a ser ensinados pelo professor (educador) e a ser 
apreendidos pelos alunos (educandos) para que possam aprendê-los.
l Objetivos mediatos e imediatos a que se destina ou se orienta a prática educativa.
l Métodos, processos, técnicas de ensino, materiais didáticos, que devem estar em
coerência com os objetivos, com a opção política, com a “utopia”, com o “sonho” de
que o projeto pedagógico está impregnado.
59
Uma vez isso posto, a abordagem freireana sugere que aprender e ensinar são 
ações que fazem parte da existência humana, histórica e social, como dela fazem 
parte também, refere o autor, a criação, a invenção, a linguagem, o amor, o ódio, o 
espanto, o medo, o desejo, a atração pelo risco, a fé, a dúvida, a curiosidade, a arte, 
a magia, a ciência, a tecnologia. Ou seja, é importante compreender que o ato de 
ensinar e de aprender permeia todas estas ati vidades humanas que não podem 
estar desconectadas da história social dos indivíduos. 
O que ele quer nos dizer com isso é que não é possível para o ser humano não 
estar, de algum modo ou de outro, envolvido em certa práti ca educati va, pois o ser 
humano, durante toda sua vida, jamais para de se educar. Aqui, entende-se que a 
práti ca educati va, nessa lógica, não necessariamente está restrita à escolarização, 
mas que há outras formas de se educar mediadas pela interação social e pela 
cultura. É nesse âmbito que se fará presente a possibilidade de experimentar a inter 
e a multi culturalidade, ao trazer para o contexto da educação ao longo da vida o 
conceito de cidades educadoras, já conhecidas em diversos projetos pelo mundo 
afora, tão bem trabalhado e apresentado na abordagem freireana que estamos 
estudando.
2.1.1 Cidades educadoras e o respeito às dife-
renças no cotidiano escolar
Antes de compreender o conceito de cidades educadora, pense na cidade onde 
vive, e se ela se assemelha, de algum modo, com alguma das fi guras a seguir. 
Agora que analisou essas imagens, pense que, para compreender o conceito de 
cidades educadoras, parte-se do princípio de que enquanto educadora a cidade 
É tarefa docente refl eti r sobre o que historicamente pode ser feito afi m de contribuir 
para a transformação do mundo, onde haja mais respeito pela diversidade. 
Importante
60
é também educanda, sendo que a tarefa educati va das cidades se realiza também no 
resgate e disseminação de sua memória, comunicada e estendida aos seus habitantes 
por seus museus, centros de cultura, de arte, entre outros aparelhos culturais. Daí a 
necessidade, enfati zada por Freire (2001), de se desenhar políti cas públicas educacionais 
que não restrinjam o cidadão em seu direito de se educar.
Acontece que esse acesso à cultura no Brasil é bem desigual, como se pode observar 
pelas Figuras 6 a 9. Muito dessa disparidade se dá por falta de recursos fi nanceiros, 
seja por parte das pessoas, ou até mesmo dos próprios locais. As múlti plas realidades 
econômicas impõem restrições no acesso à cultura, que é marcada pela desigualdade 
entre as disti ntas regiões do País, no mesmo estado, entre as cidades da capital, do litoral 
ou do interior, e inclusive dentro do mesmo município, onde se observa a diferença na 
oferta cultural entre os grandes centros urbanos e a periferia. 
Privados de acesso aos equipamentos da cultura, seja pela deles nos locais, ou mesmo 
pela falta de dinheiro para os acessar, o desenvolvimento cultural das pessoas vai se 
dando de maneira diferenciada, marcando cada vez mais a enorme estrati fi cação social 
e diferença de classes em nosso País, como sugere a Figura 10. Muitas vezes o interesse 
pela cultura acaba comprometi do, inclusive, fruto dessa desigualdade criada histórica e 
socialmente.
Um exemplo práti co de um modelo educacional a ser seguido é o da Finlândia. Há 
várias reportagens e arti gos sobre os exemplos do modelo fi nlandês que você pode 
procurar na internet. Para saber mais, comece pela reportagem da revista Exame no 
link <htt ps://exame.abril.com.br/revista-exame/o-valor-da-educacao/>.
Na prática
61
10 Estratificação social e falta de acesso à cultura. 
Crédito: © Roman Bodnarchuk | 123rf.com.
A noção de cidade educadora deve estar, então, atrelada aos incentivos do poder público, 
que deveria trabalhar na perspectiva de promover maior acesso da população à cultura. 
Isso nem sempre ocorre, também, por questões de orçamento público ou de prioridades 
dos governos locais. Há municípios com recursos tão escassos, ou com prioridades 
políticas tão díspares, que a cultura e a educação ficam relegadas a um segundo plano. 
11 Estratificação social e acesso à cultura. 
62
Crédito: © Ufuk Uyanik | 123rf.com.
Ao refl eti r sobre essa problemáti ca, entende-se que a ação docente pode ser uma 
possível saída dessa triste realidade nacional? As práti cas educati vas a serem propostas 
pelos professores devem ser permeadas pelos elementos da cultura e esta incenti vada 
no interior das escolas. Mas isso nem sempre é fácil, pois os próprios professores são, 
muitas vezes, víti mas dessa estrati fi cação cultural. Por isso enfati za-se aqui o papel políti co 
do Estado e do poder público no compromisso com a cultura e a educação. Haverá, 
realmente, a possibilidade de não integrar a educação e a cultura na práti ca pedagógica? É 
possível pensar a educação dissociando-a da políti ca?
Ao considerar a relação entre cultura, educação e sociedade, que temos vindo a 
estudar, é importante que você reflita como pôr em práti ca um modelo de ensino que 
possa orientar sua práxis em sala de aula? Existi rá um modelo ideal que possa ajudar 
você, futuro professor, a fazer com que os alunos se interessem mais pelo que lhe será 
apresentado? Como esti mular maior interesse nesses alunos, que, segundo relatos de 
professores em exercício na rede pública e privada, se mostram tão alheios à escola 
e desinteressados em nela aprender? Haverá uma forma de atuar em sala de aula 
que seja dinâmica e fuja do tradicional “cuspe e giz” que todos nós já vimos um dia 
em nossas vidas enquanto alunos, ou mesmo como professores? Considerando que a 
geração atual de alunos vive sob a infl uência constante e permanente das tecnologias 
digitais de comunicação e informação, como usar as novas tecnologias em sala de 
aula para transformar e melhorar a experiência de ensino e aprendizagem dos alunos 
e dos docentes? E como fazer uso desses recursos tecnológicos quando a escola não 
os tem? Qual será o papel de um novo educador que acaba de sair da faculdade: 
reproduzir os velhos modelos, ou tentar fazer diferente? De que modo? Como os 
professores poderão se manter moti vados em seus trabalhos, considerando os salários 
que recebem e as difi culdades que enfrentam no coti diano escolar? Essas são apenas 
algumas das perguntas que, longe de poderem ser respondidas fácil e rapidamente, 
devem permear, sem dúvida, as práti cas pedagógicas dos docentes ao longo de toda 
sua vida e orientar as ações que defi nem em boa parte o coti diano escolar. 
Para refl etir
63
A existência da educação não se dá sem uma política educativa que estabeleça 
prioridades, metas, conteúdos, meios, e para Freire (2001), também os sonhos e as 
utopias. Neste sentido, ele reforça a importância de
[...] termos sonhos de um mundo menos feio, em que se diminuam as 
desigualdades, as discriminações de raça, de sexo, de classe, devendo-se 
incorporar aos ensinamentos das Cidades educativas o direito ao cidadão a viver 
numa verdadeira democracia, o direito de ser diferente de ser respeitado nessa 
diferença. Caberá então às Cidades educativas, reforça o autor, ensinar a seus filhos 
que não é preciso se esconder da condição de judeus, de árabes, de alemães, de 
suecos, de norte-americanos, de brasileiros, de africanos, de latino-americanos 
de origem hispânica, de indígenas não importa de onde, de negros, de louros, de 
homossexuais, de crentes, de ateus, de progressistas, de conservadores, para gozar 
de respeito e de atenção (Freire, 2001 p. 14).
12 Direito à expressão das diferenças e à diversidade. 
Crédito: © Stefan Holm | 123rf.com. 
Como base no pensamento do autor e pela análise da Figura 13, você concorda que pode 
residir aí o papel educacional e político do Estado? Caberá ao poder público das cidades 
o papel de estimular as suas instituições pedagógicas, culturais, científicas, artísticas,
religiosas, políticas, financeiras, de pesquisa para que se empenhem em campanhas com
o objetivo de promover a cultura entre as crianças, os adolescentes e os jovens para
64
pensarem e discutirem o direito de serem diferentes sem que isso signifique correr risco 
de serem discriminados, punidos? O que cabe aos nossos educadores fazer em relação a 
isso?
O cotidiano escolar, em sua dinâmica tão complexa, deve ser permeado por atividades nas 
quais a disseminação da cultura e o respeito às diferenças seja uma premissa de base. É 
na escola, no dia a dia da sala de aula, nos intervalos, nas tarefas que se pede aos alunos 
em aula, no trato pessoal, na relação entre os professores e alunos, entre os funcionários 
da escola que se pode marcar a diferença nas atitudes que promovam o respeito mútuo.
O cotidiano escolar, e o que nele acontece, é também reflexo dos sonhos idealizados dos 
professores, do diretor da escola, dos coordenadores pedagógicos, dos alunos. O sonho 
é aqui entendido como um desejo, mesmo que utópico, de um mundo melhor, onde se 
pode fazer a diferença. É também na escola, onde passamos boa parte de nossas vidas 
e formamos o nosso caráter, que construímos nossos ideais, por isso enfatiza-se aqui a 
importância e a responsabilidade dos educadores em formar o cidadão com criticidade, 
para que, no futuro, sejam eles a promoverem a igualdade e o respeito às diferenças 
fora do cotidiano escolar. Todos queremos um mundo melhor e nós professores temos 
realmente o poder de fazer alguma diferença pela educação.
13 Formação de cidadãos críticos. 
Crédito: © gstockstudio | 123rf.com.
Para concluir este tópico que apresentou partes importantes do pensamento de 
Freire (2001), enfatizando sua noção

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