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HISTÓRIA ANTIGA 
Unidade 3
Roma Antiga
CEO
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfi co
TIAGO DA ROCHA
Autoria
FÁBIO RONALDO DA SILVA
4 HISTÓRIA ANTIGA 
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FÁBIO RONALDO DA SILVA
Olá. Pós-doutorando em História pelo PPGH/UFCG; doutor 
em História pelo PPGH/UFPE; mestre em História pelo PPGH/
UFCG. Fui professor substituto do curso de Jornalismo da UEPB e 
professor do curso de Publicidade e Propaganda da Cesrei, além 
de professor do curso de Comunicação Social da FIP e do curso de 
Produção em Audiovisual da Facisa/Cesed. Possui especialização 
em Programação Visual; graduação em Comunicação Social 
pela UEPB e em História pela UFCG. É pesquisador colíder do 
grupo de pesquisa/DGP-CNPq História e Memória da Ciência 
e Tecnologia. Realiza pesquisa nas áreas de Comunicação e 
História, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos 
de gênero, sexualidades, velhices, imprensa homoerótica, 
homossexualidades, imagem, cinema, história oral, arquivo 
jornalístico, memória e novas tecnologias da informação. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso 
fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
5HISTÓRIA ANTIGA 
U
ni
da
de
 3
ÍC
O
N
ESEsses ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem nos seguintes casos:
OBJETIVO
No início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência. DEFINIÇÃO
Caso haja a 
necessidade de 
apresentar um novo 
conceito.
NOTA
Quando são 
necessárias 
observações ou 
complementações. IMPORTANTE
Se as observações 
escritas tiverem que 
ser priorizadas.
EXPLICANDO 
MELHOR
Se algo precisar ser 
melhor explicado ou 
detalhado. VOCÊ SABIA?
Se existirem 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo.
SAIBA MAIS
Existência de 
textos, referências 
bibliográfi cas e links 
para aprofundar seu 
conhecimento.
ACESSE
Se for preciso acessar 
sites para fazer 
downloads, assistir 
vídeos, ler textos ou 
ouvir podcasts. 
REFLITA
Se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a 
ser refl etido ou 
discutido.
RESUMINDO
Quando for preciso 
fazer um resumo 
cumulativo das últimas 
abordagens.
ATIVIDADES
Quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada. TESTANDO
Quando uma 
competência é 
concluída e questões 
são explicadas.
6 HISTÓRIA ANTIGA 
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 3
Roma Antiga: República Romana e o Império Romano ......... 9
Origens e fundação de Roma: das lendas à realidade histórica ................. 9
República Romana: instituições, classes sociais e conflitos internos.......13
Império Romano: ascensão, transformações e crises ................................17
Instituições políticas e legais da 
Roma Antiga: senado e o direito romano ............................. 21
O Senado Romano: origem, função e influência política ............................21
Direito romano: fundamentos, principais códigos e legislações ..............26
Interação entre senado e direito: legislação e política em Roma .............30
Contribuições culturais e arquitetônicas dos romanos ...... 36
Artes e cultura romanas: inovações e integrações culturais .....................36
Arquitetura e engenharia romanas: 
obras-primas que desafiaram o tempo .........................................................41
Instituições educacionais e o legado filosófico romano .............................44
Conquistas militares e a expansão 
territorial do Império Romano .............................................. 49
Máquinas de guerra e táticas militares .........................................................49
Caminhos para a conquista: 
as grandes campanhas e os seus líderes ......................................................56
Ecos da expansão: impactos sociais, 
econômicos e culturais nas terras conquistadas ........................................59
SU
M
Á
RI
O
7HISTÓRIA ANTIGA 
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A
PR
ES
EN
TA
ÇÃ
O
Você sabia que a história da Roma Antiga é uma das áreas 
mais demandadas na pesquisa histórica e na cultura popular? 
Isso mesmo! O estudo da Roma Antiga desempenha um papel 
fundamental na compreensão das origens da civilização ocidental. 
Sua principal responsabilidade é iluminar as raízes de instituições 
políticas, legais, culturais e militares que ainda impactam a 
sociedade contemporânea. Em Roma Antiga, vemos a ascensão 
da República Romana e do Império Romano; instituições políticas 
e legais, como o Senado e o direito romano; as conquistas 
militares e a expansão territorial do Império Romano. Além disso, 
a contribuição romana para a cultura e a arquitetura é inegável. 
Desde lendas de fundação até o legado filosófico romano, 
Roma Antiga foi palco de inovações e integrações culturais, 
como arquitetura e engenharia que desafiaram o tempo e ainda 
influenciam as sociedades modernas. O estudo da Roma Antiga 
ajuda a entender o desenvolvimento histórico de conceitos 
políticos, legais, culturais e militares, bem como a influência dessa 
civilização nas culturas subsequentes. Entendeu? Ao longo desta 
unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo!
8 HISTÓRIA ANTIGA 
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O
BJ
ET
IV
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S Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender o contexto histórico e geográfico da 
Roma Antiga, incluindo a República Romana e o Império 
Romano, a fim de situar essa civilização em seu ambiente 
histórico e compreender as transformações políticas, 
sociais e culturais que ocorreram ao longo do tempo.
2. Identificar e discernir as características das instituições 
políticas e legais da Roma Antiga, tais como o senado e 
o legado do direito romano.
3. Identificar as principais contribuições culturais e 
arquitetônicas dos romanos, a fim de compreender o 
legado deixado por essa civilização.
4. Entender o contexto histórico das conquistas militares 
e da expansão territorial do Império Romano, assim 
como discernir a importância desses eventos na história 
e no desenvolvimento da Roma Antiga.
9HISTÓRIA ANTIGA 
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Roma Antiga: República 
Romana e o Império Romano
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a complexa tapeçaria 
de eventos e transformações que moldaram a 
Roma Antiga, desde suas lendárias origens até o 
apogeu e os desafi os do Império Romano. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profi ssão, 
especialmente se você busca atuar na área da 
História, Arqueologia ou em qualquer campo 
relacionado às humanidades. As pessoas que 
tentaram compreender ou ensinar sobre a Roma 
Antiga sem a devida instrução tiveram problemas 
ao contextualizar seus avanços e desafi os, bem 
como ao conectar eventos aparentemente isolados 
a um panorama mais amplo. E então? Motivado 
para desenvolver essa competência? Vamos lá!
Origens e fundação de Roma:
das lendas à realidade histórica
A fundação de Roma é um tema envolto em uma 
combinação fascinante de mito e realidade. Mas qual é a verdadeira 
história da fundação dessa cidade, que se tornaria o coração de 
um dos maiores impérios da história? Ao investigar as origens de 
Roma, somos constantemente desafi ados a distinguir entre o que 
os romanos acreditavam sobre si mesmos e o que as evidências 
históricas e arqueológicas nos revelam.
Nas palavras do historiador Tito Lívio, “a tarefa de escrever 
a história de Roma desde sua fundação é para mim uma tarefa 
grandiosa e nobre” (Lívio, 1992). Lívio, em sua monumental 
obra, não apenas registra a história factual, mas também nos 
10 HISTÓRIA ANTIGA 
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dá um vislumbre dos mitos que cercavam a fundação de Roma, 
destacando a históriade Rômulo e Remo, os gêmeos alimentados 
por uma loba que, segundo a lenda, fundaram a cidade.
No entanto, é importante reconhecer, como lembra Mary 
Beard, que “as lendas sobre a fundação de cidades são comuns, 
e Roma não foi exceção” (Beard, 2016). O mito de Rômulo e Remo 
não é apenas uma história sobre a origem de uma cidade, mas 
uma tentativa dos romanos de entender sua própria identidade e 
seu lugar no mundo.
Havia a necessidade de interpretar tais mitos não apenas 
como contos fi ctícios, mas como uma parte intrínseca da identidade 
romana. A fundação de Roma, nesse sentido, não é apenas sobre 
eventos históricos, mas sobre como os romanos viam o seu passado.
IMPORTANTE
Se nos debruçarmos sobre as narrativas mais antigas 
a respeito de Roma, rapidamente nos encontramos 
diante de fi guras lendárias e contos extraordinários 
que parecem mais adequados aos domínios da 
mitologia do que da história propriamente dita. 
No entanto, esses mitos fornecem insights valiosos 
sobre como os antigos romanos se viam e como 
desejavam ser vistos pelo mundo.
O mito mais famoso, sem dúvida, é o de Rômulo e Remo, 
os gêmeos que foram lançados ao Rio Tibre e resgatados por uma 
loba, que os amamentou. Adriano La Regina, em sua obra “Roma: 
a Cidade e seus Deuses”, observa que essa narrativa serve não 
apenas como uma história de origem, mas também como uma 
representação das tensões entre os fundadores. A eventual morte 
de Remo nas mãos de Rômulo representa os confl itos e as disputas 
que, eventualmente, moldariam a trajetória da cidade.
Outro mito signifi cativo, mas frequentemente ofuscado 
pela história dos gêmeos, é o de Eneias. Diferentemente de 
11HISTÓRIA ANTIGA 
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Rômulo e Remo, Eneias não é originalmente uma figura romana. 
A inclusão de Eneias na narrativa romana tenta conectar Roma 
à grandiosidade de Troia, conferindo à nova cidade um pedigree 
nobre e antiquíssimo.
É igualmente intrigante observar que, além desses mitos 
de origem bem consolidados, existem diversas outras lendas 
menores que circulavam entre o povo – histórias sobre deuses, 
heróis e seres míticos que teriam, de alguma forma, influenciado o 
destino da cidade. Segundo André Carneiro, em “Mitos Romanos”, 
cada uma dessas histórias, mesmo as menores, desempenhou um 
papel crucial na formação da identidade coletiva romana.
Enquanto os mitos nos contam histórias emocionantes e 
heroicas, a arqueologia nos fornece uma janela para a realidade 
tangível do passado. Mergulhar nas evidências arqueológicas é como 
viajar no tempo, tentando-se reconstruir os primeiros momentos da 
grandiosa Roma a partir de vestígios enterrados há milênios.
As escavações, ao longo dos anos, revelaram uma variedade 
de objetos do cotidiano: desde cerâmicas, ossos de animais, até 
ferramentas simples. Essas descobertas evidenciam um modo de 
vida simples, porém organizado, sugerindo que essas primeiras 
comunidades já tinham algum senso de urbanização e estrutura social.
Há também discussões acadêmicas sobre as influências 
recebidas por essas comunidades. Etruscos, ao norte, e os sabinos, 
ao leste, são frequentemente citados. A cultura etrusca, em particular, 
teve uma influência significativa no desenvolvimento inicial de Roma, 
desde nos aspectos religiosos até nas práticas arquitetônicas.
A relação entre mito e evidência arqueológica é complexa. 
Enquanto os mitos falam de heróis e fundações divinas, a 
arqueologia revela uma origem humilde, porém robusta, de uma 
cidade que cresceria para dominar o mundo conhecido.
12 HISTÓRIA ANTIGA 
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Com a consolidação das primeiras comunidades nas colinas 
romanas, o cenário estava pronto para uma nova fase de liderança e 
organização política. A monarquia romana, que se estendeu do século 
VIII a.C. até o final do século VI a.C., representou um período significativo 
de desenvolvimento e formação do caráter político romano.
Os registros tradicionais e históricos listam sete reis que 
governaram Roma nesse período. O primeiro deles foi Rômulo, o 
fundador mítico da cidade, que, de acordo com a lenda, reinou desde 
a fundação de Roma, em 753 a.C., até sua misteriosa ascensão aos 
céus em 716 a.C. Ainda que sua existência histórica seja discutível, 
o legado de Rômulo como o protótipo do líder romano é inegável.
Outros reis, como Numa Pompílio, que sucedeu a Rômulo, 
são lembrados por suas contribuições religiosas e institucionais. 
Numa foi responsável por estabelecer muitos dos ritos e das 
práticas religiosas romanas, além de fundar o colégio dos 
pontífices, uma importante instituição sacerdotal.
Tarquínio, o Soberbo, último rei de Roma, teve um governo 
marcado pela tirania, o que levou à sua expulsão e à subsequente 
abolição da monarquia. Esse evento foi crucial para a transição de 
Roma para uma república.
A transição de Roma de uma monarquia para uma 
república foi um processo complexo, marcado por conflitos sociais, 
revoltas populares e uma crescente insatisfação com a liderança 
monárquica. A tirania de Tarquínio, o Soberbo, desempenhou um 
papel central nessa mudança. A expulsão desse rei foi o catalisador 
que levou à proclamação da República Romana em 509 a.C.
Os eventos que levaram à queda da monarquia não foram 
apenas políticos, mas também sociais. Uma classe emergente, os 
patrícios, desejava ter mais influência política e estava insatisfeita 
com o domínio centralizado do monarca. Essa classe nobre romana 
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desempenhou um papel crucial na derrubada de Tarquínio e na 
instauração de uma forma republicana de governo, em que eles, 
juntamente com os plebeus, poderiam participar mais ativamente 
na gestão da cidade.
VOCÊ SABIA?
A transição também foi marcada pela criação 
de novas instituições, como o senado, que 
se tornaria o principal órgão de deliberação 
da república. As assembleias populares, que 
permitiam a participação direta dos cidadãos nas 
decisões políticas, foram estabelecidas como um 
contraponto ao poder dos patrícios.
Essas mudanças institucionais e a crescente participação 
cívica lançaram as bases para uma das repúblicas mais infl uentes 
da história, que, em seus melhores momentos, buscava equilibrar 
os interesses de diferentes classes e setores da sociedade romana.
República Romana: instituições, 
classes sociais e confl itos internos
A República Romana, estabelecida em 509 a.C., após a 
queda da monarquia, trouxe consigo uma série de instituições 
novas que serviram para organizar e dar forma à política e 
à administração da cidade. Uma característica-chave dessa 
estruturação foi a tentativa de equilibrar o poder, evitando-se o 
retorno de uma autocracia semelhante à dos reis.
Comecemos pelo Senado Romano. O senado, cujo nome 
deriva da palavra “senex” (que signifi ca “velho”, em latim), era 
composto por patrícios, os membros da classe aristocrática 
da sociedade romana. Originalmente, o senado era apenas 
um conselho consultivo, mas rapidamente tornou-se uma das 
principais instituições de poder em Roma. A infl uência do senado 
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na legislação, administração e condução da política externa de 
Roma cresceu ao longo do tempo, tornando-se o coração do 
governo republicano.
Paralelamente ao senado, estavam as assembleias 
populares. Existiam diferentes tipos de assembleias, mas as mais 
importantes eram a Centuriata e a Tribal. Essas assembleias eram 
espaços de deliberação e tomada de decisão, onde os cidadãos 
romanos podiam votar leis e eleger magistrados. Vale destacar, 
porém, que o poder das assembleias era muitas vezes contido 
pela influência e pelo veto do senado. A relação entre o senado e 
as assembleias é caracterizada pelo fato de que o Senado detinha 
a expertise e o controle de longo prazo, enquanto as assembleias 
possuíam uma autoridade mais direta, emanada do povo.
Por fim, temos as magistraturas. A República Romana 
não tinha um único líder, mas sim vários magistrados eleitos. 
Os mais importantes eram os cônsules,eleitos anualmente e 
que compartilhavam o poder executivo. Abaixo da função de 
cônsul, havia outras posições, como a dos pretores (responsáveis 
pela justiça) e a dos questores (encarregados das finanças). 
Esses cargos permitiam a rotação do poder entre os membros 
da elite romana, garantindo uma dispersão do poder político. 
As magistraturas romanas eram escalonadas em termos de 
autoridade e responsabilidade, garantindo que nenhum indivíduo 
detivesse muito poder por muito tempo.
As instituições da República Romana foram 
meticulosamente construídas para equilibrar e dividir o poder. 
No entanto, essa estrutura seria desafiada ao longo dos séculos, à 
medida que conflitos internos e ameaças externas pressionassem 
as fundações da república.
15HISTÓRIA ANTIGA 
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VOCÊ SABIA?
A estrutura social da República Romana foi 
fortemente infl uenciada por divisões de classe 
que, em muitos aspectos, moldaram a política, a 
economia e a cultura da cidade. Em sua origem, Roma 
era uma sociedade agrária, e a terra desempenhava 
um papel central na determinação do status social 
e econômico. Entretanto, a rápida expansão do 
território romano trouxe uma diversidade de povos 
sob o domínio de Roma e, consequentemente, 
complexifi cou sua estrutura social.
Os patrícios eram a elite governante de Roma, 
descendentes das primeiras famílias a se estabelecerem na 
cidade (Cornell, 1995). Detentores das maiores extensões de 
terra, controlavam também as principais instituições religiosas 
e políticas. Eles eram, inicialmente, os únicos a ocupar cargos 
públicos e a realizar cerimônias religiosas.
Em contraste com os patrícios, estavam os plebeus. Os 
plebeus compreendiam a vasta maioria da população romana 
e eram frequentemente agricultores, artesãos e comerciantes. 
Por muito tempo, estiveram excluídos do processo político e das 
instituições religiosas controladas pelos patrícios. A história da 
República Romana é marcada pelas lutas dos plebeus por direitos 
políticos e econômicos, como é bem documentado nos confl itos 
entre as ordens, que culminaram na criação dos tribunos da plebe, 
representantes plebeus com poder de veto no senado.
Além dessas duas principais classes, a sociedade romana 
contava ainda com os clientes, indivíduos que estavam sob a 
proteção de um patrício ou plebeu rico, em troca de serviços e 
lealdade. Por fi m, mas de forma alguma menos signifi cativa, havia os 
escravos, peças centrais na economia romana. Fruto das conquistas 
militares, eles desempenharam papéis essenciais em áreas tão 
diversas quanto a agricultura, o entretenimento e a educação.
16 HISTÓRIA ANTIGA 
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É fundamental reconhecer a mobilidade social limitada 
da República Romana. Enquanto a plebe teve alguns avanços, 
como mencionado anteriormente, as barreiras entre as classes 
eram palpáveis e frequentemente intransponíveis. A tensão 
entre patrícios e plebeus, por exemplo, nunca foi completamente 
resolvida, o que moldou as dinâmicas políticas e sociais da 
República até seu declínio.
Em meio ao cenário político da República Romana, a 
dicotomia entre patrícios e plebeus serviu como pano de fundo 
para uma série de conflitos internos e lutas sociais. Essas lutas, 
mais do que meros conflitos, refletiram as tensões subjacentes 
entre diferentes estratos da sociedade romana.
EXEMPLO: talvez o episódio mais emblemático desse 
período tenha sido o das lutas plebeias. Os plebeus, 
excluídos dos principais cargos políticos e religiosos, 
organizaram-se em uma assembleia própria, separada da 
dos patrícios. Essa separação gerou diversas tensões, mas 
foi também instrumento de luta e resistência dos plebeus, 
que buscavam mais representatividade e direitos dentro 
da república.
Um marco desses conflitos foi a “Lei das Doze Tábuas”, em 
450 a.C., considerada a primeira codificação do direito romano. A 
codificação foi uma resposta à pressão plebeia por transparência 
e acesso às leis, que antes eram de conhecimento restrito dos 
patrícios. De certa forma, ela representou uma tentativa de 
amenizar as tensões entre as classes, garantindo que os plebeus 
conhecessem e tivessem acesso ao direito escrito.
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Imagem 3.1 – Lei das Doze Tábuas
Fonte: Freepik 
No entanto, a conquista legal não erradicou completamente 
as desigualdades. As reformas agrárias propostas por líderes como 
os irmãos Graco, por exemplo, demonstram as persistentes tensões 
relacionadas à distribuição de terras. Esses líderes populares defendiam 
a redistribuição de terras para os mais pobres, enfrentando grande 
resistência da elite senatorial. Os Gracos, ao visarem à reforma agrária, 
tocavam nos interesses mais profundos da aristocracia romana, que 
não hesitou em recorrer à violência para frear essas iniciativas.
Os conflitos internos e as lutas sociais foram essenciais para 
moldar a evolução política e social da República Romana. Mesmo 
que algumas tensões tenham sido amenizadas com o tempo, elas 
persistiram até os últimos dias da república, testemunhando o 
caráter dinâmico e, por vezes, conflituoso da sociedade romana.
Império Romano: ascensão, 
transformações e crises
Ao adentrarmos a trajetória do Império Romano, somos 
imediatamente confrontados com a monumental transformação 
de uma república, que já havia enfrentado e superado inúmeros 
18 HISTÓRIA ANTIGA 
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desafios internos e externos, em um vasto império sob a direção 
de um único indivíduo. Essa transição não foi um evento abrupto, 
mas o resultado de um longo processo de reconfigurações políticas 
e sociais que remontam ao final da república. 
A resposta é complexa e multifacetada. A crescente 
instabilidade da república, marcada por conflitos internos, 
lutas de classes e desordem social, criou um vácuo de poder 
que muitos ambicionavam preencher. A figura de Augusto, o 
primeiro imperador, surge nesse cenário não apenas como um 
conquistador, mas também como um restaurador da ordem e da 
estabilidade, promovendo reformas que pavimentaram o caminho 
para a Pax Romana. Esse período representou um momento de 
relativa calma e prosperidade, em que o mundo mediterrâneo foi 
unificado sob o domínio romano.
A ascensão do Império Romano está intrinsicamente ligada à 
queda da república. Essa transição, contudo, não foi apenas um mero 
rearranjo institucional, mas um profundo processo de mudança que 
influenciou quase todas as facetas da sociedade romana.
A ascensão do Império Romano não se deveu apenas 
a manobras políticas, mas também a conquistas territoriais. Na 
esteira das campanhas militares de Júlio César na Gália e em 
outras regiões, a Roma Imperial se expandiu a passos largos. Esse 
processo de expansão trouxe não apenas riquezas e territórios, 
mas também uma diversidade cultural que influenciaria 
profundamente a cultura romana nos séculos seguintes.
Portanto, a ascensão do Império Romano é um testemunho 
das constantes mudanças e adaptações de uma civilização que, 
mesmo diante de adversidades, soube reinventar-se e perpetuar 
seu legado através dos séculos.
19HISTÓRIA ANTIGA 
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A consolidação do Império Romano desencadeou uma 
série de transformações fundamentais em várias esferas da vida 
romana. Essas mudanças não se restringiram apenas a estruturas 
de governança, mas permearam a sociedade e a economia, 
refletindo o dinamismo e a adaptabilidade do mundo romano.
Politicamente, o Império Romano trouxe uma centralização 
do poder sem precedentes. Com Augusto no comando, houve 
uma remodelação do sistema político, substituindo-se as antigas 
instituições republicanas por uma monarquia disfarçada. Augusto 
soube habilmente manter a aparência das instituições republicanas, 
enquanto acumulava poderes e prerrogativas imperiais. O senado 
continuou existindo, mas seu poder foi substancialmente reduzido, 
funcionando mais como um instrumento de legitimação do poder 
imperial do que uma efetiva instituição deliberativa.
Socialmente, a expansão territorial doImpério Romano 
resultou na integração de uma miríade de culturas e povos. Enquanto 
Roma garantia a cidadania romana a muitos dos povos conquistados, 
houve também uma “romanização” dos territórios anexados. 
Economicamente, o Império Romano experimentou um 
boom sem paralelo. As rotas de comércio se estendiam desde 
as distantes terras da China até o norte da Europa. Além disso, 
as conquistas militares trouxeram riquezas inestimáveis para o 
tesouro romano. Esse fluxo de riqueza possibilitou uma série de 
empreendimentos de infraestrutura em toda a extensão do império. 
No entanto, vale lembrar que, apesar dessas transformações 
aparentemente positivas, também emergiram tensões. A 
concentração de riqueza nas mãos de uma elite, a exploração de 
territórios e povos conquistados e as complexidades de governar 
um território tão vasto e diverso trouxeram desafios que, com o 
tempo, contribuíram para as crises subsequentes do império.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que a origem de Roma 
mescla lendas e realidades, em que fi guras míticas 
como Rômulo e Remo se entrelaçam com evidências 
arqueológicas que nos mostram os primórdios 
dessa grande civilização. Com a fundação da 
cidade e sua organização inicial, Roma começou 
sua trajetória para se tornar um dos maiores 
impérios da história. Ao adentrarmos o período da 
República Romana, vimos como suas instituições se 
estabeleceram, reconhecendo o valor do senado, 
das assembleias e de postos como o de cônsul. 
Mas não foi um período simples: as classes sociais, 
com a dos patrícios e plebeus, travaram lutas e 
desafi os intensos, com confl itos que refl etiram 
desigualdades e demandas sociais não atendidas. 
A política interna de Roma, durante essa era, 
foi marcada tanto pela cooperação quanto pela 
confrontação. E, fi nalmente, ao explorar o período 
imperial, você pôde perceber a grandiosidade do 
Império Romano em sua ascensão. A habilidade 
de Roma em se adaptar, incorporar novas culturas 
e expandir seus domínios foi crucial. Mas, assim 
como todo grande império, Roma enfrentou 
transformações signifi cativas em suas estruturas 
políticas, sociais e econômicas, o que culminou em 
crises e desafi os internos que moldaram o destino 
dessa civilização. Portanto, ao longo deste capítulo, 
buscamos oferecer uma visão abrangente e rica 
sobre a Roma Antiga, evidenciando suas camadas, 
complexidades e contribuições ao longo da história. 
Esperamos que, com esta jornada, você tenha 
adquirido uma compreensão mais aprofundada 
sobre esse período fascinante e sobre o legado 
romano para o mundo.
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Instituições políticas e legais 
da Roma Antiga: senado e o 
direito romano
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz 
de entender como funcionavam as principais 
instituições políticas e legais da Roma Antiga, como 
o senado e o legado do Direito Romano. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profi ssão, 
especialmente se desejar explorar a profundidade 
e a infl uência das estruturas legais e políticas que 
servem como base para muitos dos sistemas 
modernos. As pessoas que tentaram analisar 
e discutir a política e o direito da Roma Antiga 
sem a devida instrução tiveram problemas ao 
compreender a complexidade e o impacto dessas 
instituições no mundo contemporâneo. E então? 
Motivado para desenvolver essa competência? 
Vamos lá!
O Senado Romano: origem, 
função e infl uência política
O Senado Romano, uma das instituições mais icônicas 
e infl uentes da Roma Antiga, desempenhou um papel central 
na governança e administração da cidade e, posteriormente, 
do vasto Império Romano. A palavra “senado” deriva do termo 
latino “senex”, que signifi ca “homem velho” ou “ancião”, uma 
referência direta à posição dos senadores como os mais sábios 
e experientes entre os cidadãos romanos (Galinsky, 1996). Essa 
instituição, criada nos primeiros dias da Roma republicana, 
perdurou ao longo de séculos, testemunhando transformações, 
crises e evoluções políticas.
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Originalmente, o senado tinha um papel consultivo, 
ao oferecer conselhos para os magistrados romanos e 
desempenhar funções religiosas. Com o tempo, sua influência 
política cresceu, tornando-se uma força dominante nas decisões 
estratégicas, financeiras e diplomáticas de Roma (Beard, 2016). 
Diferentemente das assembleias populares, que eram mais 
diretas e abertas aos cidadãos comuns, o senado era composto 
por membros da elite romana, o que refletia a hierarquia e as 
tradições da sociedade da época.
Ao mesmo tempo que o Senado Romano é amplamente 
reconhecido por sua sabedoria coletiva e governança estável, ele 
também foi palco de intrigas políticas, conspirações e lutas pelo 
poder, como a famosa rivalidade entre César e Pompeu (Dunkle, 
2013). A complexidade da instituição e as suas multifacetadas 
funções são essenciais para entendermos a política romana e a 
longevidade da república e do império.
A fundação de Roma é envolta em lendas e mitos, como 
a famosa história de Rômulo e Remo. No entanto, em meio 
a essas narrativas, surgem as origens do Senado Romano. 
Embora a data exata de sua fundação permaneça um mistério, 
é consenso entre os historiadores que o senado foi estabelecido 
durante os primórdios da cidade, servindo inicialmente como 
um conselho de anciãos que aconselhava os reis de Roma 
(Cornell, 1995).
Com a queda da monarquia e o advento da República 
Romana, o senado sofreu uma transformação significativa. Já 
não era mais apenas um conselho consultivo, mas uma entidade 
política com poderes substanciais. O senado se tornou o coração 
da máquina administrativa romana, supervisionando finanças, 
conduzindo a diplomacia e tomando decisões estratégicas para 
o Estado (Keaveney, 2013).
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A função do senado era dual em sua natureza. Por um 
lado, era uma instituição de natureza deliberativa, em que as 
políticas eram debatidas e formuladas. Por outro, tinha um papel 
administrativo vital, sendo responsável pela supervisão das 
províncias e dos magistrados que as governavam. Os senadores, 
como representantes da elite romana, eram esperados para 
trazer sua riqueza de experiência e conhecimento para a 
tomada de decisões no senado (Talbert, 1984).
Mas quais eram as responsabilidades específicas do 
senado? Primeiramente, o senado controlava as finanças 
públicas, aprovando ou rejeitando propostas de despesas e 
receitas. A política externa também estava firmemente sob 
seu controle: tratados, declarações de guerra e questões 
diplomáticas eram de sua alçada. Ademais, o senado tinha a 
tarefa de supervisionar a administração das vastas províncias 
romanas, garantindo que os interesses de Roma estivessem 
sempre em primeiro plano (Brunt, 1988).
O senado também teve um papel fundamental na 
religião romana. Era o senado que decidia a admissão de deuses 
estrangeiros no panteão romano e tinha um papel crucial nas 
festas e celebrações que marcavam o calendário religioso da 
cidade (Scheid, 2003).
O Senado Romano, desde suas origens até sua 
maturidade na república e no império, foi uma instituição 
central na política, administração e vida religiosa de Roma, 
ao refletir e moldar as transformações pelas quais a cidade e, 
posteriormente, o império passaram.
Na intricada teia política da Roma Antiga, o senado foi 
mais do que uma mera instituição; foi o coração pulsante do 
poder e da influência. Ao longo da república e nos primeiros 
anos do império, o senado moldou decisões políticas, influenciou 
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as ações de líderes e determinou diretrizes de Estado que 
permaneceram efi cazes por séculos.
VOCÊ SABIA?
A infl uência política do senado emanava de sua 
composição. Eram homensdas mais proeminentes 
famílias romanas, os patres e posteriormente 
os patricii, que levavam consigo a experiência, a 
sabedoria e a tradição. Essa elite senatorial, ao 
ocupar cargos públicos e religiosos de destaque, 
exercia infl uência que se estendia muito além das 
paredes do senado.
Um fator que atesta o poder do senado foi sua capacidade 
de conceder ou retirar o título de imperador. Em mais de uma 
ocasião, esse órgão deliberou sobre quem seria o governante 
supremo, como na nomeação de Augusto como princeps. Ainda 
que os imperadores tivessem poder militar e popular, a chancela 
do senado era vista como uma validação de seu mandato. Outra 
evidência da forte infl uência do senado foi sua responsabilidade 
no campo da política externa. Decisões sobre tratados, alianças e 
guerras muitas vezes partiam desse conselho de anciãos. Assim, 
os destinos de nações estrangeiras estavam, em muitos casos, nas 
mãos do Senado Romano.
Porém, é essencial ressaltar que o poder do senado não foi 
constante ou inabalável. Durante o período do principado, a fi gura 
do imperador começou a acumular mais poder, e o senado viu sua 
infl uência diminuir. A dinâmica entre os imperadores e o senado 
variou, mas sempre houve uma tentativa de equilíbrio, ainda que 
tenso, entre essas duas entidades.
Concluindo, a infl uência política e o poder do Senado 
Romano são indiscutíveis. Suas decisões, diretrizes e deliberações 
moldaram Roma de formas que se estendem até o presente, e seu 
legado, de um órgão deliberativo composto por membros da elite 
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que tinham a capacidade de infl uenciar signifi cativamente o curso 
do Estado, é uma lição para todas as nações sobre a centralidade 
das instituições na governança.
Não há dúvida de que o Senado Romano foi uma das 
instituições mais duradouras e infl uentes da Antiguidade. No 
entanto, como muitas instituições ao longo da história, o senado 
experimentou períodos de declínio e transformação.
De início, é essencial compreender que o senado 
não manteve uma posição inalterada de poder ao longo dos 
séculos. As mudanças socioeconômicas e políticas que Roma 
sofreu, principalmente após as Guerras Púnicas, impactaram 
profundamente o funcionamento e a autoridade do senado. As 
enormes conquistas territoriais trouxeram riqueza, mas também 
uma série de desafi os administrativos e de governança que o 
modelo senatorial inicial, em muitos casos, não estava preparado 
para enfrentar.
VOCÊ SABIA?
O período que marca uma transformação 
signifi cativa na infl uência do senado é o 
principado. Com Augusto, o papel do senado foi 
redimensionado. Ele tentou reavivar e restaurar 
a autoridade do senado, mas a realidade é que o 
poder estava sendo concentrado em suas mãos e 
nas mãos dos subsequentes imperadores. Embora 
o senado ainda fosse uma entidade respeitada, sua 
verdadeira autoridade na formulação e execução 
de políticas estava em declínio.
As transformações foram não apenas políticas, mas 
também sociais. Com o tempo, a composição do senado começou 
a mudar. Se antes era dominado por famílias patrícias romanas, 
sob a era dos imperadores começou-se a incluir homens de outras 
partes do império, o que refl etia a diversidade da vasta extensão 
territorial romana.
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Os séculos II e III d.C. viram um declínio ainda mais 
acentuado na influência política do senado. Com a crise do terceiro 
século e as reformas subsequentes dos imperadores, como 
Diocleciano e Constantino, o senado, embora ainda existente, 
perdeu grande parte de sua influência política e tornou-se mais 
uma instituição cerimonial. Enquanto em Roma o senado estava 
em declínio, uma nova forma de senado surgiu em Constantinopla, 
refletindo as transformações geopolíticas do Império Romano 
durante essa época.
O Senado Romano, que uma vez foi a principal instituição 
governamental da república, passou por fases de declínio e 
transformação, refletindo as constantes mudanças no vasto e 
diversificado Império Romano.
Direito romano: fundamentos, 
principais códigos e legislações
A Roma Antiga, vastamente reconhecida por suas conquistas 
militares, sua engenhosidade arquitetônica e suas contribuições 
culturais, é igualmente celebrada por sua formidável contribuição 
ao universo jurídico: o direito romano. A complexidade da 
sociedade romana, que testemunhou uma progressiva urbanização 
e uma intrincada rede de relações sociais e econômicas, exigiu uma 
estrutura jurídica adaptável e bem fundamentada.
Ao falar de direito romano, não nos referimos a um 
conjunto estático de leis, mas a um sistema jurídico que evoluiu 
ao longo de mais de um milênio, refletindo as transformações 
políticas, sociais e econômicas do Império Romano. Desde sua 
origem nas montanhas da Península Itálica até a expansão por três 
continentes, Roma desenvolveu e aperfeiçoou suas leis, tornando-
as ferramentas de governança e coesão social.
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A precisão técnica, a busca por equidade e a capacidade de 
adaptar-se às necessidades de uma população diversifi cada fi zeram 
do direito romano um dos maiores legados da civilização antiga, de 
modo a infl uenciar, até hoje, diversos sistemas legais ao redor do 
mundo. À medida que avançamos neste estudo, perceberemos 
que muitas das ideias e práticas legais contemporâneas encontram 
suas raízes na sabedoria jurídica dos romanos.
IMPORTANTE
O direito romano, em seu desenvolvimento e 
sua consolidação, fundamentou-se em princípios 
que visavam garantir a coesão social, a justiça 
e a equidade em uma sociedade cada vez mais 
diversifi cada e complexa. Esses fundamentos, 
moldados por tradições, necessidades práticas 
e infl uências fi losófi cas, estabeleceram a base 
para um sistema jurídico que perdura e infl uencia 
diversos códigos legais contemporâneos.
Com a expansão do Império Romano e o contato com 
diversos povos, surgiu a necessidade de um conjunto de leis que 
pudesse ser aplicado aos não cidadãos, o ius gentium. Esse direito das 
gentes, inicialmente pragmático, tornou-se um meio de integração 
e, posteriormente, uma infl uência recíproca no ius civile, mostrando 
a adaptabilidade do sistema romano às mudanças sociais.
Não menos relevante, o direito romano foi profundamente 
infl uenciado pela fi losofi a grega, especialmente pelo estoicismo. Os 
estoicos valorizavam a razão e acreditavam em um direito natural 
universal, baseado na ideia de que todas as pessoas possuíam um 
senso inerente de justiça. Esse pensamento infl uenciou os juristas 
romanos na busca por leis que refl etissem não apenas a vontade 
dos governantes, mas a justiça universal e imutável.
As compilações legais são vitais para entender a magnitude 
e sofi sticação do direito romano. Muitas dessas compilações 
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sobreviveram ao tempo e moldaram os sistemas judiciais de muitas 
nações europeias. Um exame cuidadoso dessas compilações 
permite-nos perceber o modo meticuloso e pensado com que os 
romanos abordavam as questões legais.
O Código de Justiniano é, sem dúvida, a compilação legal 
mais conhecida da Roma Antiga. Criado por ordem do imperador 
bizantino Justiniano I, no século VI d.C., esse código pretendia 
unificar e simplificar o vasto corpo de leis romanas. Nesse contexto, 
destaca-se o “Digesto” ou “Pandectas”, uma revisão e consolidação 
de jurisprudência anterior.
Ainda no âmbito do Código de Justiniano, temos o 
“Institutas”, que era uma espécie de manual de introdução 
ao direito para estudantes. Baseava-se no trabalho anterior de 
juristas romanos, particularmente Gaius e suas “Institutiones”.
Antes do código, o “Edictum Perpetuum” foi uma das 
principais fontes de lei durante a república e o início do império. 
Tratava-se de uma lista anual de leis publicadas pelo pretor, um 
magistrado romano, que definia qual jurisdição ele exerceria 
durante seu mandato. Nesse período, o pretor poderia introduzir 
novas leis ou modificar as existentespara se adaptar às mudanças 
sociais.
O Código Gregoriano e o Código Hermogeniano, embora 
menos conhecidos que o Código de Justiniano, também foram 
compilações legais importantes do período tardio do Império 
Romano. Eles serviram como pontes entre as leis da república e as 
do período imperial mais tardio, especialmente as leis do Código 
de Justiniano.
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Imagem 3.2 – Busca pela justiça – Senhora Justiça 
Fonte: Freepik
Por meio dessas compilações, percebemos que a 
codificação de leis era um processo dinâmico na Roma Antiga. 
A busca por justiça, clareza e ordem em uma sociedade em 
constante mudança fez do direito romano uma das heranças mais 
duradouras da civilização ocidental.
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Interação entre senado e direito: 
legislação e política em Roma
O coração da política romana não pulsava apenas na força 
de seus exércitos ou na magnifi cência de suas construções, mas 
na capacidade de seus cidadãos em criar, debater e aprovar leis. 
Mergulhar nas entranhas do processo legislativo romano é, sem 
dúvida, uma jornada fascinante pelo complexo mundo da antiga 
política romana.
Primeiramente, é fundamental entender que o processo 
legislativo romano passou por diversas transformações ao longo 
de sua história, especialmente durante a transição da república 
para o império. O direito romano evoluiu de um conjunto de 
costumes para um complexo sistema de leis.
No início da república, a criação de leis era prerrogativa 
das “comitia”, assembleias populares compostas por cidadãos 
romanos. No entanto, era no senado que essas propostas eram 
geralmente concebidas e debatidas antes de serem submetidas 
ao voto popular. Essa estrutura assegurava que, embora o povo 
tivesse a palavra fi nal, a elite senatorial mantivesse um controle 
signifi cativo sobre o processo legislativo.
VOCÊ SABIA?
Os “lex”, ou leis, podiam ser propostos 
por magistrados com poder de imperium
(principalmente cônsules e pretores). Antes 
de qualquer votação, essas propostas eram 
publicamente anunciadas, o que permitia que os 
cidadãos se familiarizassem com elas. Durante a 
comitia, os cidadãos eram agrupados por tribos e 
votavam pela aceitação ou rejeição da lei.
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O papel do senado, todavia, não se limitava apenas à 
proposição e ao debate inicial. Em muitos casos, o senado poderia 
emitir um “senatus consultum”, uma espécie de recomendação 
sobre determinada lei. Embora tecnicamente não fossem 
vinculativos, na prática, essas recomendações tinham um peso 
considerável no resultado das votações populares.
Entretanto, à medida que o império se consolidava, a 
autonomia das assembleias populares foi decrescendo, e o 
imperador, junto ao senado, assumiu um papel cada vez mais 
proeminente na formulação das leis. Assim, o que antes era um 
sistema de equilíbrio de poderes foi se transformando em um 
sistema mais centralizado e autoritário.
O processo legislativo romano é, dessa forma, um refl exo 
da dinâmica política da Roma Antiga, ao servir como um espelho 
das tensões, dos equilíbrios e desequilíbrios que caracterizaram a 
longa história dessa notável civilização.
IMPORTANTE
O Senado Romano, enquanto instituição, sempre 
se destacou como uma das espinhas dorsais da 
estrutura política de Roma. Contudo, ao olharmos 
mais de perto, percebemos que sua infl uência 
não era apenas circunscrita às paredes de suas 
assembleias. O “senatus consultum”, ou decreto 
senatorial, é uma expressão clara disso.
O termo “senatus consultum” literalmente se traduz como 
“decreto do senado”. Mas qual era sua real natureza e função? 
Embora fossem frequentemente encarados como simples 
recomendações, esses decretos desempenhavam um papel 
crucial no equilíbrio de poder em Roma. Os decretos senatoriais 
“representavam a vontade do senado sobre assuntos específi cos e, 
muitas vezes, tinham um peso que infl uenciava e, em determinados 
períodos, até determinava, a política e as leis romanas”.
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Se pensarmos nos tempos mais remotos da República 
Romana, observamos que as decisões do senado não possuíam, 
per se, força de lei. No entanto, sua capacidade de influenciar e 
moldar a opinião pública e o resultado das votações populares 
era significativa. Grosso modo, o senatus consultum delineava 
uma direção, estabelecendo, assim, um caminho a ser seguido 
(Mommsen, 2016).
Com a gradual transição para o império, os senatus consulta 
passaram a adquirir uma autoridade ainda mais evidente. O 
imperador, detentor do poder supremo, muitas vezes se apoiava 
no senado para legitimação de suas decisões. Em muitos casos, os 
imperadores preferiam que seus decretos passassem pelo crivo 
do senado para adquirirem um verniz de legitimidade.
Nesse contexto, o senatus consultum tornou-se um 
instrumento de equilíbrio, muitas vezes caminhando na tênue 
linha entre o poder da aristocracia senatorial e a autoridade do 
imperador. As resoluções emanadas do senado funcionavam 
como um reflexo das tensões, dos consensos e das disputas que 
moldavam a política romana em diferentes momentos de sua 
história.
Os senatus consulta atestam a centralidade e relevância 
do senado na configuração política romana. Esses decretos, 
em sua evolução e função, são representativos das mudanças, 
continuidades e dos equilíbrios de poder que caracterizaram a 
longa trajetória de Roma, desde a república até os dias finais do 
império.
A relação entre o Senado Romano e a legislação tem sido 
motivo de estudo e fascínio por gerações de historiadores e juristas. 
Contudo, enquanto muitos focam na capacidade legislativa do 
senado, um aspecto por vezes negligenciado é a influência direta 
e indireta do senado na jurisprudência romana.
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A jurisprudência, sendo a interpretação e aplicação 
das leis por meio de decisões judiciais, não é um mero reflexo 
passivo da legislação, mas também um espelho das circunstâncias 
sociopolíticas que a moldam. E o senado, como uma das mais 
destacadas instituições políticas de Roma, inevitavelmente deixou 
sua marca nesse campo. 
Um aspecto importante de considerar é a própria 
composição do senado. Muitos senadores eram, por formação, 
juristas e tinham profunda compreensão da lei romana. Esse 
conhecimento jurídico, combinado com a influência política, 
permitiu que o senado desempenhasse um papel não apenas na 
formulação, mas também na interpretação das leis.
Além disso, ao longo da história de Roma, houve momentos 
em que a linha entre legislação e jurisprudência foi tênue. Os 
senatus consulta, por exemplo, embora não fossem leis per se, 
muitas vezes serviam como precedentes na tomada de decisões 
judiciais, influenciando, assim, a prática jurídica.
Por outro lado, o senado também influenciou a 
jurisprudência de forma indireta, por meio de sua capacidade 
de apoiar ou se opor a determinados magistrados e juristas. Em 
algumas situações, decisões judiciais refletiam menos o texto da 
lei e mais o equilíbrio de poderes e alianças no cenário político 
romano.
Portanto, a influência do senado na jurisprudência romana 
é um testemunho da interação entre política e direito. Mesmo em 
uma sociedade que valorizava a letra da lei, a prática jurídica não 
estava isenta das forças e pressões políticas. O senado, como 
epicentro dessa interação, desempenhou um papel crucial na 
moldagem da tradição jurídica romana.
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Os meandros da política romana proporcionaram uma 
relação dinâmica entre o senado e os magistrados, particularmente 
na República Romana. Ambas as entidades detinham poder, mas 
a distribuição e o exercício desse poder nem sempre foram claros, 
o que gerava tensões inevitáveis.
Um dos conflitos mais notáveis entre o senado e os 
magistrados surgiu da dicotomia entre a autoridade tradicional do 
senado e os poderes executivos dos magistrados. A autoridade 
senatorial era amplamente baseada em precedentese tradição, 
enquanto os magistrados eram eleitos pelo povo e detinham 
imperium – a capacidade de comandar e administrar justiça. Esses 
últimos, especialmente os cônsules, poderiam, teoricamente, agir 
independentemente do senado em muitos aspectos, o que dava 
margem a potenciais disputas de poder.
O sistema de checks and balances (controle e equilíbrio) 
da República Romana, no entanto, ofereceu mecanismos de 
resolução. Um magistrado poderia vetar as ações de outro, e o 
senado tinha o poder de alocar (ou negar) fundos, uma ferramenta 
eficaz para conter magistrados excessivamente ambiciosos.
Os conflitos entre o senado e os magistrados foram, 
em muitos aspectos, inevitáveis, dadas as nuances da política 
romana. Contudo, o sistema romano também foi construído com 
mecanismos para mediar e resolver essas tensões, garantindo a 
resiliência e continuidade da república por séculos.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que o Senado Romano não foi apenas 
uma instituição de deliberação; ele estava no coração 
da política e governança da república e do império 
romanos. Desde sua origem, o senado foi um bastião de 
tradição e poder, em que muitas decisões cruciais que 
moldaram o curso da história romana foram tomadas. 
Com sua infl uência política signifi cativa, ele dirigiu o 
curso da política externa e interna, muitas vezes servindo 
como o equilíbrio contra as ambições dos magistrados. 
Ao explorar o direito romano, você deve ter percebido 
sua profunda infl uência no desenvolvimento de 
sistemas legais posteriores. Seus fundamentos, códigos 
e suas compilações legais serviram como um guia para 
a justiça, a ordem e o governo. Esses não eram meros 
documentos, mas a essência de como a sociedade 
romana via a justiça, os direitos e as responsabilidades. 
A interação entre o senado e o direito em Roma foi uma 
dança complexa de poder e infl uência. A legislação e a 
política estavam entrelaçadas de maneira que uma não 
podia existir sem a outra. Esse relacionamento dinâmico 
foi essencial para o funcionamento da república e, 
mais tarde, do império, garantindo que os magistrados 
eleitos e os tradicionais poderes senatoriais operassem 
em um equilíbrio precário. Esperamos que, ao concluir 
este capítulo, você tenha adquirido uma compreensão 
mais profunda das intricadas relações de poder e lei 
que sustentaram uma das civilizações mais infl uentes 
da história. Em Roma, política e direito não eram 
meros conceitos abstratos, mas instrumentos vivos de 
governança, equilíbrio e justiça.
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Contribuições culturais e 
arquitetônicas dos romanos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona o riquíssimo legado 
cultural e arquitetônico da Roma Antiga. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profi ssão. 
As pessoas que tentaram interpretar ou replicar 
a grandiosidade das contribuições romanas 
sem a devida instrução tiveram problemas ao 
compreender o contexto e a essência por trás 
de cada obra e tradição. E então? Motivado para 
desenvolver essa competência? Vamos lá!
Artes e cultura romanas: 
inovações e integrações culturais
A sociedade romana, reconhecida por sua vasta extensão 
territorial e por sua maestria na organização administrativa e 
militar, também fl oresceu extraordinariamente no âmbito das 
artes e da cultura. O legado artístico e cultural da Roma Antiga 
estabeleceu, de certa forma, uma linguagem universal que viria a 
infl uenciar diversas eras subsequentes. A grandeza de Roma não 
se refl etiu apenas em seus monumentos e em suas conquistas, 
mas também em sua capacidade de assimilar e integrar diferentes 
culturas.
O panorama artístico romano era vasto e multifacetado. 
Por um lado, pode-se perceber claramente a infl uência da cultura 
grega, principalmente no que diz respeito às técnicas escultóricas 
e arquitetônicas. Por outro lado, os romanos, com sua identidade 
única, inovaram e adaptaram essas infl uências, o que resultou 
em criações que carregavam o inconfundível selo romano. Como 
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afi rma Cardoso (2009), a Roma Antiga soube como nenhuma 
outra civilização mesclar a reverência pelo antigo com a paixão 
pelo novo.
Além da infl uência grega, é crucial reconhecer a vasta gama 
de culturas que foram incorporadas ao Império Romano. Esse 
vasto território cultural permitiu uma troca contínua de ideias, 
estilos e técnicas, promovendo uma integração sem precedentes. 
Sobre esse aspecto, Jaeger (2001) destaca que Roma foi um 
caldeirão de culturas, e seu triunfo reside, em parte, na habilidade 
com que soube acolher e transformar.
IMPORTANTE
A cultura romana não surgiu isoladamente. Ao 
contrário, a sua identidade é fruto de uma complexa 
rede de infl uências e interações, oriundas de 
diferentes povos e civilizações. Roma nunca foi 
uma ilha. Desde os seus primórdios, encontrava-
se em constante diálogo com os mundos que 
a circundavam, absorvendo, adaptando e 
reconfi gurando elementos de diversas tradições.
As primeiras raízes culturais de Roma são ligadas aos 
etruscos, povo que habitou a região central da Itália antes da 
ascensão romana. A arte etrusca, por exemplo, exerceu um papel 
decisivo na formação da escultura romana, especialmente no que se 
refere a retratos e rituais funerários. A prática etrusca de construir 
tumbas elaboradas foi uma das heranças que Roma incorporou e 
adaptou em suas próprias expressões artísticas.
Entretanto, é inegável que a infl uência mais marcante na 
cultura romana tenha vindo da Grécia. O mundo helênico, com sua 
rica tradição em fi losofi a, teatro, poesia e artes visuais, fascinou os 
romanos. Ao conquistarem a Grécia, no século II a.C., os romanos se 
depararam com uma cultura que consideraram superior em muitos 
aspectos. Mas, ao invés de simplesmente apropriarem-se dela, os 
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romanos optaram por uma fusão. Os romanos eram mestres em 
tomar emprestado e adaptar, e a cultura grega, embora reverenciada, 
foi “romanizada” em suas mãos.
A literatura é um claro exemplo dessa integração. Poetas 
romanos como Virgílio e Horácio, embora profundamente 
influenciados pela poesia grega, desenvolveram estilos e temáticas 
próprios, refletindo as realidades e os valores de sua sociedade. 
O mesmo pode ser dito sobre a arquitetura: embora os templos 
romanos tenham uma clara semelhança com os gregos, os 
romanos introduziram inovações como o uso do arco e do concreto, 
transformando a paisagem urbana de seu império.
Por fim, é fundamental considerar o papel das diversas 
culturas que foram integradas ao Império Romano. Seja da Península 
Ibérica, da África do Norte ou do Oriente Médio, cada região trouxe 
consigo tradições, crenças e práticas artísticas que enriqueceram e 
diversificaram ainda mais o mosaico cultural romano.
Ao aprofundar nosso olhar sobre a Roma Antiga, torna-
se evidente que, embora muitos elementos de sua arte e cultura 
tenham sido influenciados por civilizações preexistentes, os romanos 
foram mestres inovadores em vários campos. Muito além de serem 
meros imitadores, os romanos trouxeram significativas inovações 
que moldaram o curso da história da arte e da cultura.
Em primeiro lugar, no campo da arquitetura, a utilização do 
arco foi uma das maiores inovações romanas. Embora não tenham 
sido os inventores do arco, os romanos o utilizaram de maneiras 
novas e engenhosas, expandindo sua aplicação em estruturas 
grandiosas como aquedutos, anfiteatros e basílicas. Tais inovações 
não seriam possíveis sem o uso do concreto, outro grande avanço 
romano. Com ele, foi possível criar edifícios mais altos e espaçosos, 
destacando-se o Panteão, com sua cúpula maciça que permanece 
uma das maiores do mundo.
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VOCÊ SABIA?
Nas artes visuais, a inovação mais notável foi 
o realismo romano. Enquanto a arte grega 
idealizava a forma humana, os artistas romanos 
se esforçavam para retratar os sujeitos de forma 
realista, capturando características físicas e 
expressões faciais únicas. Essa atenção aos 
detalhes é evidente nos retratos de bustos, que se 
tornaram populares, e nas esculturas maiores que 
retratavam fi guras públicas e divindades.
Na literatura, autores romanos como Ovídio e Petrônio 
inovaram ao introduzir novos gêneros e estilos literários. Ovídio, 
com sua obra “Metamorfoses”, brindou a cultura mundial com um 
poema épico que se entrelaça com mitos e lendas, apresentando-
os de forma inédita. Enquanto isso, Petrônio, em “Satíricon”, 
ofereceu uma visão crítica e humorística da sociedade romana, 
moldando o gênero da sátira.
O teatro romano, embora tenha raízes na tradição grega, 
evoluiu com características distintas. O teatro tornou-se uma parte 
integrante da vida política e social romana, com peças que, muitas 
vezes, refl etiam os eventos e as preocupações contemporâneas 
da sociedade romana.
É incontestável que a cultura romana se destacou por suas 
inovações. Seus avanços em arquitetura, arte, literatura e teatro não 
apenas deixaram um legado duradouro, mas também moldaram 
a trajetória subsequente da cultura ocidental. A capacidade de 
adaptar, inovar e integrar diferentes tradições culturais fez da Roma 
Antiga uma das civilizações mais infl uentes da história.
O Império Romano, em sua extensão e grandeza, 
representou mais do que um simples domínio territorial; ele trouxe 
consigo um movimento de integração cultural sem precedentes. 
Essa amalgamação cultural é um ponto essencial para entendermos 
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como Roma conseguiu manter-se como uma potência e manter sob 
controle uma gama tão diversa de territórios e povos.
Os romanos eram mestres na arte da assimilação. 
Enquanto expandiam seu império, frequentemente se deparavam 
com civilizações que possuíam seus próprios sistemas culturais, 
religiosos e filosóficos. Em vez de simplesmente suprimir 
essas culturas, os romanos frequentemente as incorporavam, 
adaptando-as ao seu modo de vida e, por vezes, elevando-as a 
posições de grande prestígio. 
EXEMPLO: vejamos, por exemplo, a relação de Roma com 
a Grécia. Muitos elementos da cultura grega, desde sua 
filosofia até sua arte, foram adotados e adaptados pelos 
romanos. O poeta romano Horácio chegou a afirmar 
que a Grécia, conquistada, levou seu conquistador cativo 
(Horácio, 23 a.C.). Essa afirmação destaca como a cultura 
grega, apesar de “conquistada”, de fato influenciou 
profundamente a cultura romana.
Outra forma clara de integração cultural pode ser vista na 
religião romana. Deuses de diversas regiões conquistadas foram 
incorporados ao panteão romano. Ísis, de origem egípcia, e Mitra, 
de origem persa, são apenas dois exemplos de divindades que 
encontraram um lugar no coração religioso de Roma.
Essa habilidade de integrar e adaptar-se foi, sem dúvida, 
um dos pilares do sucesso romano. Permitiu-lhes não apenas 
conquistar, mas também criar laços, facilitar a administração e 
promover uma sensação de unidade dentro do império. 
A integração cultural, assim, não só reflete uma estratégia 
de dominação e manutenção do império, mas também serve 
como testemunho da rica tapeçaria de influências que compõem a 
história romana, tornando-a uma das mais fascinantes e influentes 
de todos os tempos.
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Arquitetura e engenharia romanas: 
obras-primas que desafiaram o 
tempo
A arquitetura e a engenharia são duas faces da mesma 
moeda, ao representarem tanto a visão estética quanto a 
funcionalidade prática. Na Roma Antiga, esses elementos não 
eram apenas complementares, mas simbióticos, moldando a 
paisagem e a vida quotidiana de seus habitantes. Enquanto os 
gregos se concentravam em proporções e estética, os romanos 
se voltavam para grandiosidade e funcionalidade, gerando uma 
arquitetura monumental e engenharia avançada, fundamentais 
para o crescimento e a consolidação de seu vasto império.
Imagem 3.3 – Arquitetura romana 
Fonte: Freepik
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A engenharia romana é notável não apenas pela grandeza 
de suas construções, mas também por sua longevidade. Aquedutos, 
vias, pontes e grandes edifícios públicos, muitos dos quais ainda 
estão de pé hoje, atestam a destreza e visão dos engenheiros 
romanos. Essas estruturas não eram apenas símbolos do poder 
e da riqueza de Roma, mas também serviam propósitos práticos, 
facilitando o comércio, o transporte, a administração e a cultura.
A arquitetura romana foi uma amalgama de influências, 
incorporando elementos da arquitetura grega, etrusca e até 
mesmo oriental. Essa capacidade de absorver e adaptar diferentes 
estilos é um testemunho da natureza inclusiva da cultura romana, 
bem como de sua capacidade de inovar e criar. Os edifícios 
romanos, de templos a teatros, de termas a basílicas, eram mais 
do que apenas estruturas; eram espaços vivos, ao refletirem as 
necessidades, aspirações e ambições de um povo.
A arquitetura e a engenharia romanas são testemunhos 
tangíveis da grandeza de Roma. Eles são lembretes da capacidade 
humana de sonhar grande, de construir grande e de deixar um 
legado que desafia o tempo. Ao observar a vastidão e diversidade 
das construções romanas, é impossível não notar a rica tapeçaria 
de influências que moldaram seu estilo arquitetônico. Roma, 
como império que abraçou diversas culturas, soube incorporar e 
adaptar de forma magistral as distintas linguagens arquitetônicas 
que encontrou ao longo de suas conquistas.
Os primeiros traços da arquitetura romana têm fortes 
raízes na herança deixada pelos etruscos. O arco, uma das marcas 
registradas do estilo romano, foi uma adição etrusca à arquitetura 
(Silva, 2010). Porém, com o passar dos séculos e as contínuas 
interações com outros povos, essa linguagem se expandiu e se 
transformou.
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VOCÊ SABIA?
O período helenístico foi de especial importância. 
A interação com os gregos trouxe uma grande 
infl uência, particularmente na construção de 
templos e edifícios públicos. No entanto, os 
romanos foram além de simples imitadores. Eles 
adaptaram estilos gregos a suas necessidades, 
transformando colunas dóricas e jônicas em 
elementos estruturais e decorativos com 
características próprias. Por exemplo, o Templo de 
Vênus e Roma, em Roma, é uma expressão clara 
dessa síntese de estilos.
Por outro lado, a expansão do império para o Oriente 
trouxe consigo o contato com formas arquitetônicas orientais. 
As basílicas, por exemplo, que desempenharam um papel 
fundamental como centros administrativos e judiciais em Roma, 
receberam inspirações de edifícios orientais similares.
Além das infl uências externas, o desenvolvimento 
tecnológico interno também teve papel preponderante na defi nição 
dos estilos arquitetônicos. O uso do concreto, particularmente, 
permitiu aos romanos experimentar novas formas e estruturas, 
como cúpulas e abóbadas.
Em conclusão, a arquitetura romana, como a própria 
cultura do império, foi uma mistura de tradições, inovações e 
adaptações. E essa fusão não apenas defi niu o estilo romano, mas 
também deixou um legado duradouro para as futuras gerações de 
arquitetos e engenheiros.
Um dos marcos mais icônicos, sem dúvida, é o Coliseu. 
O Coliseu, também conhecido como Anfi teatro Flaviano, era um 
espaço de celebração e entretenimento, onde gladiadores se 
enfrentavam, e dramas eram encenados. Essa magnífi ca obra, 
situada no coração de Roma, demonstra as habilidades avançadas 
dos romanos em engenharia e design.
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O Panteão é outro exemplo de destaque. Com sua cúpula 
impressionante e o uso engenhoso do concreto, representou um 
triunfo da arquitetura romana. O Panteão é uma das obras-primas 
da arquitetura romana, destacando-sepor sua cúpula abobadada 
e seu óculo central, uma abertura que permite a entrada de luz 
natural, criando-se um efeito espetacular.
Não podemos esquecer também das termas romanas, 
que eram complexos de banho público. O sistema elaborado 
de aquedutos, aquecimento e salas separadas para diferentes 
funções demonstra a sofisticação da engenharia romana. As 
termas não eram apenas lugares de higiene, mas também centros 
sociais onde os romanos se encontravam para discutir negócios, 
política e assuntos cotidianos.
Além disso, o Fórum Romano servia como o coração 
pulsante da vida pública romana, em que edifícios administrativos, 
templos e espaços de mercado convergiam. Local de intensa 
atividade política, jurídica e comercial, suas ruínas ainda oferecem 
uma janela para a vida urbana na Roma Antiga.
Essas edificações, juntamente com muitas outras, são 
testemunhos tangíveis da genialidade romana. O que é notável 
não é apenas sua escala ou opulência, mas o modo como 
essas estruturas foram concebidas e construídas para atender 
às necessidades específicas de uma sociedade em constante 
evolução e expansão.
Instituições educacionais e o 
legado filosófico romano
A educação romana, assim como muitos outros aspectos 
de sua cultura, tem origens humildes, mas se desdobra em uma 
tapeçaria intrincada de tradições, práticas e inovações.
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O sistema educacional romano foi inicialmente bastante 
influenciado por sua vizinha, a Grécia. Entretanto, ao assimilar 
práticas gregas, os romanos também inseriram seu caráter 
distintivo na educação, que, em Roma, passou por transformações 
ao longo do tempo, refletindo as mudanças políticas, sociais e 
culturais da sociedade romana.
 • Educação doméstica: nos primórdios da República 
Romana, o lar era o epicentro do aprendizado. Os pais, 
principalmente o pater familias, eram os principais 
educadores dos jovens romanos. Eles ensinavam os 
valores, as tradições e as habilidades essenciais, como 
a leitura e a escrita, assim como princípios morais e 
éticos. Essa forma de educação centrada na família 
destacou a importância da transmissão de valores e 
tradições de uma geração para outra (Galinsky, 2014).
 • Escolas elementares: com a expansão de Roma e a 
complexificação da sociedade romana, surgiram as 
“ludi”, escolas elementares. Nessas instituições, crianças 
aprendiam leitura, escrita e aritmética. Os pedagogos, 
geralmente escravos ou libertos instruídos, eram os 
responsáveis por esse ensino inicial. Nesse ambiente, a 
memorização era uma técnica educacional comum, e os 
alunos frequentemente recitavam seus aprendizados.
 • Retórica e gramática: para os jovens romanos mais 
privilegiados, a educação não parava no básico. Após 
a instrução elementar, os estudantes avançavam para 
o estudo da gramática e da retórica. Nesses estágios, 
estudavam poetas e prosadores, aprendendo a arte 
da comunicação e da argumentação. Essa etapa da 
educação romana reflete a alta estima com que a oratória 
era mantida em Roma, um eco do valor da eloquência 
nas assembleias e nos tribunais (Galinsky, 2014).
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Com essa evolução, podemos perceber que a educação 
em Roma não era apenas uma questão de transmissão de 
conhecimento, mas também de formação cidadã. Por meio da 
educação, os romanos eram preparados para desempenhar seus 
papéis na sociedade, seja na política, no exército ou em outras 
esferas da vida pública.
A filosofia romana, mesmo tendo sido fortemente 
influenciada pela tradição grega, moldou-se ao ambiente político, 
cultural e social de Roma, dando origem a pensadores e correntes 
de pensamento singulares. Falar sobre filosofia em Roma é imergir 
em um universo no qual o pragmatismo político e a profunda 
reflexão se encontravam e dialogavam.
Sêneca, por exemplo, é um dos nomes mais proeminentes 
da filosofia estoica romana. Nascido em Córdova e educado 
em Roma, ele serviu como conselheiro do imperador Nero. Sua 
filosofia enfatizava a importância da virtude e da sabedoria na 
busca por uma vida feliz, ressaltando que o sábio deveria ser 
indiferente à dor e ao prazer. “Não é que enfrentamos desafios 
porque a vida é difícil, é que a vida é difícil porque enfrentamos 
desafios”, Séneca observou, resumindo seu pensamento estoico 
(Reale; Antiseri, 2010).
Outro nome incontornável é o de Marco Aurélio, imperador 
romano e filósofo estoico. Em seu livro “Meditações”, ele escreveu 
47HISTÓRIA ANTIGA 
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sobre a natureza mutável da vida humana e a necessidade de 
aceitar essa mudança, além de enfatizar a importância de viver de 
acordo com a razão e a natureza (Hadot, 1990).
Além do estoicismo, o epicurismo também encontrou 
terreno fértil em Roma. O poeta e filósofo Lucrécio é 
frequentemente citado como a principal figura do epicurismo 
romano. Em sua obra “De Rerum Natura” (“Sobre a Natureza das 
Coisas”), Lucrécio apresenta a filosofia de Epicuro, argumentando 
que o entendimento do mundo por meio da razão e da ciência 
pode liberar o ser humano do medo e da superstição.
O ceticismo, representado por Sexto Empírico, foi outra 
escola filosófica que influenciou o pensamento romano. Sexto 
argumentava contra a possibilidade de conhecimento absoluto, 
sustentando que devemos suspender o julgamento sobre todas 
as coisas (Empírico, 2005).
Os neoplatônicos também tiveram relevância em Roma, 
especialmente com Plotino. Esse filósofo desenvolveu a ideia 
de um “Um” supremo, do qual tudo emanasse, e defendeu a 
ascese como caminho para se aproximar desse princípio divino. 
A interação entre o pensamento grego e o ambiente romano 
resultou em uma filosofia rica e multifacetada, que ainda ressoa 
em muitos aspectos da filosofia e da cultura ocidentais.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que a cultura 
romana é um riquíssimo caldeirão de inovações 
e integrações. Por meio das artes, os romanos 
não só absorveram infl uências de civilizações que 
conquistaram, como também deixaram sua marca 
inconfundível na história cultural mundial. Em 
“Artes e cultura romana: inovações e integrações 
culturais”, exploramos como a Roma Antiga foi 
palco de um vasto leque de expressões artísticas 
e culturais, destacando sua capacidade singular de 
assimilar e transformar elementos de outros povos 
em manifestações genuinamente romanas. Além 
disso, abordamos as impressionantes estruturas 
arquitetônicas e os feitos de engenharia em Roma. 
Aquedutos, anfi teatros, basílicas e estradas – a 
engenhosidade romana não apenas marcou sua 
época, mas também desafi ou os limites do que 
se acreditava ser possível, deixando legados que 
persistem até os dias atuais. Finalmente, em 
“Instituições educacionais e o legado fi losófi co 
romano”, você pôde compreender a profundidade 
e a amplitude da educação e do pensamento 
fi losófi co em Roma. Das práticas educacionais às 
escolas fi losófi cas, você deve ter percebido como 
Roma valorizava a formação do cidadão e o papel 
da fi losofi a como guia para a vida. A contribuição 
romana ao mundo vai além das conquistas militares. 
Ela se manifesta em cada pedra esculpida, em cada 
verso escrito e em cada pensamento fi losófi co que 
continua a infl uenciar o mundo moderno. E, agora, 
com esses conhecimentos em mãos, esperamos 
que você possa olhar para os remanescentes da 
Roma Antiga com um apreço ainda mais profundo.
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Conquistas militares e a 
expansão territorial do 
Império Romano 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a maquinaria bélica e as 
estratégias adotadas pelo Império Romano em 
suas campanhas de expansão territorial. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profi ssão, 
especialmente se você pretende aprofundar seusestudos em análises estratégicas e táticas de 
grandes civilizações. As pessoas que tentaram 
analisar e discutir as conquistas romanas sem a 
devida instrução frequentemente encontraram 
problemas ao discernir entre mito e realidade, 
confundindo fatos históricos com interpretações 
errôneas. E então? Motivado para desenvolver 
essa competência? Vamos lá!
Máquinas de guerra
e táticas militares
A Roma Antiga, ao longo de sua vasta e complexa história, 
teve o cenário de guerra como um protagonista constante. Esse 
cenário desempenhou um papel fundamental na formação e 
expansão de um dos impérios mais imponentes da Antiguidade. 
A necessidade constante de enfrentar inimigos diversos, seja 
defendendo suas fronteiras ou buscando expandi-las, levou os 
romanos a desenvolverem e aprimorarem incessantemente suas 
máquinas de guerra e táticas militares.
Desde as primeiras lutas para unifi car a Península Itálica 
até as grandes campanhas militares que estenderam os domínios 
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romanos do Oriente Médio à Britânia, a engenhosidade e 
adaptabilidade romanas foram testadas repetidamente. A sucessão 
constante de conflitos e desafios bélicos serviu não apenas como 
um instrumento de expansão, mas também como um meio de 
solidificar a identidade e a coesão internas de Roma. A guerra 
estava, portanto, entrelaçada na própria essência da civilização 
romana.
Ao longo dos séculos, a complexidade do terreno geopolítico 
exigiu de Roma uma capacidade de adaptação sem precedentes. 
Cada novo inimigo, seja ele cartaginês, gaulês ou parta, apresentava 
um conjunto único de táticas e armamentos. Essa constante 
necessidade de adaptação, aliada à já inerente inventividade 
romana, conduziu ao desenvolvimento de máquinas de guerra 
notáveis e a refinadas estratégias de campo.
Portanto, ao mergulharmos no universo das máquinas de 
guerra e táticas militares romanas, estamos não apenas explorando 
instrumentos de combate, mas também descobrindo os reflexos de 
uma sociedade em constante evolução, moldada e refinada pelas 
forjas do conflito.
Ao falarmos das máquinas de guerra romanas, é 
imprescindível mencionar que a engenhosidade técnica de Roma 
era algo sem precedentes em sua época. Seus engenheiros, 
incentivados pelas necessidades práticas do campo de batalha, 
desenvolveram máquinas que não apenas supriam as demandas 
militares, mas também impressionavam e intimidavam seus 
adversários.
1. Balista: um dos mais icônicos dispositivos de cerco 
romanos, a balista pode ser comparada a um gigantesco 
arco e flecha, capaz de lançar projéteis de grande porte 
com uma precisão surpreendente. Concebida a partir 
dos conhecimentos adquiridos com os helenos, a balista 
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romana, no entanto, apresentava diversas inovações, o 
que a tornava mais eficaz em situações de combate.
2. Onagro: o onagro era uma espécie de catapulta, cujo 
principal diferencial era sua capacidade de lançar 
pedras esféricas de grande porte contra as estruturas 
inimigas. Os romanos refinaram a técnica e estrutura 
do onagro, de modo que essa máquina podia causar 
destruição massiva em muralhas e concentrações de 
tropas.
3. Aríete: o aríete era, talvez, o dispositivo mais direto 
em sua abordagem. Com uma grande cabeça de metal, 
geralmente em forma de carneiro, essa máquina era 
utilizada para romper portões e muralhas. Sendo 
frequentemente coberto por materiais que o protegiam 
de projéteis inimigos enquanto se aproximasse do 
alvo, sua eficácia residia na combinação de peso e 
momentum.
Ao estudar essas máquinas, fica claro que a engenhosidade 
romana não se resumia apenas ao seu design. Cada máquina era uma 
resposta meticulosamente calibrada para desafios específicos em 
campo. E, enquanto muitas culturas desenvolveram máquinas de 
guerra, as de Roma destacavam-se pela eficiência e adaptabilidade. 
O maquinário romano, mais do que uma demonstração de força, 
era um testemunho da capacidade romana de integrar, adaptar e 
superar. No seio do exército romano, havia mais do que simples 
máquinas de guerra e soldados com escudos e lanças; havia uma 
estratégia meticulosa, uma disciplina rígida e táticas de batalha 
que, muitas vezes, asseguravam a supremacia romana no campo 
de batalha.
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A organização romana era uma das principais forças por trás 
de seu sucesso em batalha. As legiões, formadas principalmente por 
legionários, eram unidades táticas que poderiam ser rearranjadas 
rapidamente de acordo com a necessidade da situação. Cada 
legião era um exército em miniatura, equipado não apenas para 
lutar, mas também para construir fortificações, estradas e outras 
infraestruturas.
A “formação testudo”, ou “formação de tartaruga”, era 
uma das táticas defensivas mais icônicas utilizadas pelos romanos. 
Nela, os soldados posicionavam seus escudos para formar uma 
espécie de parede à sua volta e acima de suas cabeças, o que a 
tornava uma unidade quase impenetrável, especialmente eficaz 
contra flechas e projéteis.
Outra tática de destaque era o uso da cavalaria. Embora a 
cavalaria romana não fosse tão renomada quanto sua infantaria, 
ela era usada de maneira estratégica para flanquear o inimigo 
ou para perseguições rápidas. A cavalaria, juntamente com 
as unidades auxiliares – muitas vezes recrutadas entre povos 
conquistados – permitiam uma abordagem flexível e adaptativa 
no campo de batalha.
O uso de fortificações também não pode ser esquecido. 
Os romanos eram mestres na construção de acampamentos 
fortificados, mesmo em território inimigo. Esses acampamentos 
não só forneciam proteção durante a noite, como também serviam 
como base de operações e demonstravam a habilidade romana 
de combinar engenharia e estratégia militar.
Por fim, é válido sublinhar a importância da diplomacia 
no arsenal estratégico romano. Muitas vezes, as vitórias romanas 
foram alcançadas fora do campo de batalha, por meio de alianças, 
tratados e a habilidade de assimilar povos conquistados, o que 
garantia, assim, uma paz duradoura e expansão contínua.
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Ao se debruçar sobre a história militar romana, não se 
pode ignorar a incrível capacidade adaptativa do exército romano 
diante dos desafios que enfrentava ao longo das eras. Em cada 
conflito, em cada enfrentamento com uma nova cultura, as táticas 
e estratégias romanas evoluíam, absorvendo lições preciosas.
EXEMPLO: no período da República Romana, por exemplo, 
o exército era basicamente composto por pequenos 
proprietários, e sua organização era baseada na falange 
hoplita, um legado das guerras contra os etruscos e 
dos contatos com os gregos. Contudo, essa formação 
mostrou-se inadequada nos terrenos acidentados da Itália 
Central e, a partir dos conflitos com os samnitas, surgiu 
a necessidade de inovar. Assim, Roma adaptou-se, dando 
origem à legião manipular, a qual era uma formação mais 
flexível e adequada ao combate em terrenos variados.
Avançando para o período do império, especialmente 
diante dos desafios da expansão territorial, os romanos 
encontraram povos com técnicas de guerra muito distintas das 
suas. Os confrontos com os partas, por exemplo, trouxeram a 
necessidade de criar estratégias para enfrentar a cavalaria pesada 
e os arqueiros montados, algo até então pouco comum para os 
romanos. 
As adaptações, então, não ficaram restritas apenas às 
táticas em campo, mas também à construção de infraestrutura, 
como as famosas estradas romanas, que permitiram uma 
mobilização rápida de tropas pelo extenso território do império. 
Além disso, a evolução tecnológica e os contatos com outros 
povos também trouxeram mudanças significativas nas armas 
e nos equipamentos usados. O “pilum”, uma lança longa que se 
tornou símbolo dos legionários, passou por diversas modificações 
54 HISTÓRIA ANTIGA 
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ao longo do tempo, tornando-se mais letal e adaptada às 
necessidades do campo de batalha.
Em última análise, o exército romano,em sua busca 
incessante por manter e expandir o território, demonstrou uma 
capacidade notável de aprender e se adaptar. Essa flexibilidade 
tática não foi apenas um reflexo da genialidade militar romana, 
mas também uma necessidade diante dos desafios de governar 
um império tão vasto e diversificado.
Para compreender a magnitude do Império Romano e 
a extensão de seu domínio por vários séculos, é imprescindível 
considerar a complexa intersecção entre suas máquinas de guerra 
e táticas militares. Esses elementos, quando utilizados de maneira 
coordenada, proporcionaram a Roma vantagens significativas no 
campo de batalha.
Imagem 3.4. – Império Romano 
Fonte: Freepik
55HISTÓRIA ANTIGA 
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No coração do sucesso militar romano, estavam as 
suas máquinas de guerra. Essas engenhosas invenções, como a 
balista e o onagro, permitiram aos romanos lançar projéteis com 
precisão e poder devastadores sobre os seus adversários. Além 
de proporcionar uma vantagem em situações de cerco, essas 
máquinas também tinham um papel psicológico, ao intimidar os 
inimigos e reforçar a superioridade tecnológica de Roma.
Entretanto, a mera posse dessas máquinas não garantiria o 
sucesso de Roma. Era a integração desses instrumentos de guerra 
com táticas refinadas que fazia a diferença. A famosa formação 
testudo, ou formação de tartaruga, por exemplo, era uma tática 
defensiva em que os soldados se posicionavam de forma a criar 
uma espécie de parede blindada com seus escudos, protegendo-
se contra projéteis. Em conjunto com máquinas como a balista, 
essa formação permitia que os romanos avançassem em terrenos 
adversos enquanto neutralizavam as ameaças inimigas à distância.
Outra faceta da estratégia romana era a capacidade de 
adaptar-se e aprender com os adversários. Quando confrontados 
com cavaleiros nômades da Ásia, os romanos incorporaram táticas 
de cavalaria leve, o que lhes permitiu enfrentar essas ameaças 
de maneira mais eficaz. Essa habilidade de assimilar e melhorar 
as táticas observadas em povos conquistados reforça o caráter 
adaptativo do exército romano.
Por fim, é válido ressaltar que a combinação de tecnologia 
avançada, táticas refinadas e adaptabilidade proporcionou ao 
Império Romano uma hegemonia militar por séculos. Esse legado 
continua sendo estudado em academias militares ao redor do 
mundo, demonstrando que as lições de Roma ainda são relevantes 
e instrutivas.
56 HISTÓRIA ANTIGA 
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Caminhos para a conquista: 
as grandes campanhas e 
os seus líderes
A história do Império Romano é, indiscutivelmente, uma 
tapeçaria rica em aventuras, intrigas e conflitos. Ao centro desse 
mosaico vibrante, destacam-se as grandes campanhas militares, 
que não apenas expandiram as fronteiras romanas, mas também 
moldaram seu caráter político, econômico e cultural. Como bem 
coloca Le Glay (1995), a expansão romana não foi um fenômeno 
linear, mas sim resultado de uma complexa interação entre 
ambições individuais, necessidades do Estado e circunstâncias 
externas.
A busca por riquezas, terras férteis para agricultura, rotas 
comerciais vantajosas e, obviamente, glória militar, desempenhou 
papéis cruciais na motivação dessas campanhas. No entanto, 
é imprescindível entender que cada campanha também era 
influenciada e moldada pelos contextos político e social específicos 
da época. Não raramente, o espólio da guerra era uma maneira 
de líderes militares financiarem suas ambições políticas e de 
garantirem sua popularidade entre a população da cidade de 
Roma.
Nesse cenário, as grandes campanhas romanas não 
podem ser vistas apenas como meros exercícios militares, mas 
também como empreendimento estratégico, ao influenciarem 
e terem sido influenciadas pela política interna, pelas relações 
diplomáticas e pela dinâmica social do império. Ao adentrarmos 
mais profundamente as histórias dessas campanhas e dos líderes 
que as conduziram, começaremos a perceber a magnitude de seu 
impacto no vasto cenário da História Antiga.
57HISTÓRIA ANTIGA 
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A expansão territorial de Roma pode ser comparada a um 
mosaico de conflitos, em que cada pedaço colorido representa 
uma campanha distinta, marcada por suas particularidades e seus 
contextos únicos. Dentre essas inúmeras campanhas, algumas se 
destacam não apenas por seu êxito ou fracasso, mas também pelo 
impacto duradouro na trajetória romana.
 • As Guerras Púnicas: talvez as mais renomadas entre 
todas as campanhas romanas sejam as Guerras 
Púnicas, uma série de três conflitos militares contra 
a cidade de Cartago que ocorreu entre 264 e 146 a.C. 
Essas guerras não apenas decidiram quem dominaria 
o Mediterrâneo Ocidental, mas também moldaram a 
natureza expansionista de Roma. A segunda dessas 
guerras é particularmente famosa pela audácia de 
Aníbal, o general cartaginês, que atravessou os Alpes 
com elefantes para surpreender os romanos;
 • Conquista da Gália: sob a liderança de Júlio César, entre 
58 e 50 a.C., as legiões romanas adentraram a região da 
Gália, a atual França. Essa campanha não só ampliou 
o território romano, mas também catapultou César 
ao centro do palco político em Roma, desencadeando 
eventos que eventualmente culminariam no fim da 
república;
 • As Guerras Dácias: realizadas no reinado do Imperador 
Trajano, entre 101-102 e 105-106 d.C., essas campanhas 
resultaram na anexação da Dácia, a moderna Romênia, 
ao Império Romano. Para além das riquezas trazidas 
pela conquista, a importância dessa campanha reside 
na demonstração do vigor do império mesmo no auge 
de sua extensão.
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Por trás de cada uma dessas campanhas havia uma 
complexa tapeçaria de motivações – ambições políticas, 
necessidade de recursos, desafios defensivos e a sempre presente 
chama da glória romana. O que é inegável é que essas campanhas, 
juntamente com muitas outras, moldaram a história de Roma, 
definindo seu caráter, sua extensão territorial e, em muitos 
aspectos, seu destino.
Quando pensamos em sua grandeza, frequentemente nos 
remetemos às suas magníficas estruturas arquitetônicas ou à sua 
intrincada rede de estradas. Contudo, não podemos nos esquecer 
de uma peça crucial nesse quebra-cabeça: seus líderes militares 
proeminentes. Eles não só comandaram legiões, mas também 
influenciaram decisivamente o curso da história de Roma e, em 
muitos casos, do mundo antigo.
Júlio César, por exemplo, é uma figura inegavelmente 
icônica nesse contexto. Com suas campanhas na Gália, ele não 
apenas ampliou os territórios romanos, mas também consolidou 
seu poder em Roma. A obra “Comentários sobre a Guerra Gálica”, 
de César, nos oferece um relato detalhado dessas campanhas, 
permitindo uma visão íntima de suas táticas e estratégias.
Imagem 3.5 – Júlio César 
Fonte: Freepik
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Seguindo na linha do tempo, encontramos Augusto, o 
primeiro imperador de Roma. Seu sucesso não se deve apenas à 
sua capacidade administrativa, mas também ao seu gênio militar. 
A Batalha de Áccio, por exemplo, na qual ele derrotou Marco 
Antônio e Cleópatra, é emblemática de sua perspicácia estratégica. 
Sua obra “Augusto: de Revolucionário a Imperador” explora as 
nuances militares do líder e como ele conseguiu se posicionar de 
maneira tão dominante no cenário romano.
Trajano é outro imperador que se destaca no cenário 
militar romano. Sob sua liderança, o império experimentou 
sua máxima expansão territorial. As Guerras Dácias foram 
particularmente notáveis, não apenas pela conquista, mas pelas 
táticas utilizadas para vencer um inimigo resistente. Por último, 
mas não menos importante, Marco Aurélio, o “filósofo-rei”, 
apesar de sua inclinação à introspecção e à filosofia, também se 
mostrou um líder militar competente. Ele defendeu o Império 
Romano contra as invasões germânicas, adaptando-se a novas 
táticas e estratégias que o conflito exigia. 
Esses líderes, entre outros, foram cruciais para a 
sustentação e expansão do Império Romano. Por meiode suas 
habilidades militares, combinadas com a capacidade de adaptação 
e inovação, eles solidificaram a posição de Roma como uma das 
maiores potências da Antiguidade.
Ecos da expansão: impactos 
sociais, econômicos e culturais 
nas terras conquistadas
A vastidão do Império Romano, que em seu auge 
se estendeu do Oriente Médio à Grã-Bretanha, não foi um 
resultado acidental da história. Foi fruto de séculos de expansão 
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e consolidação, guiadas tanto por razões econômicas quanto 
por ambições políticas. À medida que Roma cresceu, enfrentou 
desafios diversos, variando desde rebeliões internas até pressões 
externas. No entanto, com o tempo, cada novo território 
conquistado passou a fazer parte integrante do tecido cultural, 
social e econômico do império.
A expansão romana não se deu apenas por conquistas 
militares, mas também por meio de alianças, tratados e, em muitos 
casos, por integração voluntária de cidades-Estados e reinos 
menores, atraídos pelas vantagens de se associar a uma grande 
potência (Horsley, 1997). Esses territórios, ao serem anexados, 
eram frequentemente beneficiados com infraestruturas, como 
estradas e aquedutos, introdução de técnicas agrícolas avançadas 
e acesso a um mercado vasto e diversificado.
A dinâmica da expansão também estava intrinsecamente 
ligada às complexidades da política romana. A conquista de novos 
territórios significava não apenas riqueza, mas também prestígio 
para os generais e líderes envolvidos. Isso pode ser observado em 
figuras como Júlio César, cujas campanhas na Gália lhe renderam 
riquezas imensuráveis e, mais importante, um poder político que 
desafiou o status quo da República Romana.
Ainda assim, essa expansão não foi uma via de mão única. 
Os territórios anexados influenciaram e foram influenciados 
por Roma, criando uma tapeçaria rica e complexa de interações 
culturais, sociais e econômicas.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que o Império Romano 
não se consolidou apenas pelo impulso de sua 
população ou pelas ambições de seus líderes, 
mas também por meio de uma complexa e efi caz 
máquina de guerra. As táticas militares romanas e 
as inovações em máquinas de guerra foram cruciais 
para que Roma se impusesse sobre inúmeras 
nações e territórios. Além disso, você deve ter 
percebido a importância das estratégias e das 
campanhas militares na expansão romana. Líderes 
visionários e audaciosos dirigiram legiões através 
de terras desconhecidas, enfrentando adversários 
formidáveis e estendendo as fronteiras do império. 
Por último, vimos que a expansão não se tratava 
apenas de território ou poder, mas também de 
infl uência. Portanto, esperamos que agora você 
possa olhar para o Império Romano com uma 
nova perspectiva, entendendo a vastidão de sua 
infl uência e os mecanismos que impulsionaram 
sua expansão e seu legado duradouro.
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