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COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
2 
Sumário 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 
CAPÍTULO 1 - OS 10 PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS POR BONS CANDIDATOS .......................................... 6 
1.1 Só estudar com o edital publicado ............................................................................................... 6 
1.2 Só estudar as matérias que gosta ................................................................................................. 7 
1.3 Não fazer um estudo de concentração, de atenção plena ............................................................... 8 
1.4 Estudar de forma desorganizada, sem objetividade e métodos definidos ........................................ 8 
1.5 Acreditar em suas limitações e que elas não podem ser superadas ................................................. 9 
1.6 Conservar hábitos que, embora pareçam inofensivos, não colaboram para o objetivo; e não 
desenvolver novos hábitos que colaborem para esse objetivo ........................................................... 10 
1.7 Querer resultados de curto prazo, mesmo sem fazer o esforço necessário para acelerar o processo 12 
1.8 Acreditar que o processo é árduo e que é sempre um desprazer passar por ele ............................. 13 
1.9 Não desenvolver a automotivação, necessitar constantemente de motivação exterior ................... 13 
1.10 Ter pouca Fé .......................................................................................................................... 14 
CAPÍTULO 2 - O CARGO DE DELEGADO DE POLÍCIA ............................................................................... 15 
2.1 Origem .................................................................................................................................... 15 
2.2 O Que É Preciso Para Ser Delegado? ........................................................................................... 17 
2.3 Como É O Dia De Trabalho De Um Delegado? ............................................................................. 21 
2.4 O Agente De Polícia Ou Escrivão De Polícia Podem Se Tornar Delegado? ....................................... 22 
2.5 Porte De Arma, Como Funciona? ............................................................................................... 22 
2.6 Qual É O Armamento Utilizado? ................................................................................................. 23 
2.7 Delegado Sempre Vai Nas Operações? ....................................................................................... 23 
2.8 O Delegado É Sempre Delegado, Inclusive Nas Folgas? ................................................................ 23 
2.9 Todo Delegado De Polícia Recebe Uma Viatura? ......................................................................... 24 
2.10 Quanto Ganha Financeiramente Um Delegado De Polícia? ......................................................... 25 
CAPÍTULO 3 - COMO COMEÇAR A ESTUDAR PARA DELEGADO? ............................................................. 26 
3.1 Como Devo Me Organizar? ........................................................................................................ 26 
3.2 Cursinho Vale A Pena? Presencial ou EAD? ................................................................................. 27 
3.3 Tenho Dificuldade Para Me Organizar, Um Coach Ou Uma Mentoria Vale A Pena? ......................... 28 
3.4 Como Organizar O Meu Dia De Estudo? Como Estudo? ................................................................ 29 
3.5 Cadernos esquematizados e apostilas são bons? Valem a pena? ................................................... 30 
3.6 Vídeo Aula, é produtivo? ........................................................................................................... 31 
3.7 Vale a pena fazer resumos? ....................................................................................................... 31 
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DO ZERO À APROVAÇÃO 
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3.8 Devo ler os informativos resumidos de que matérias? quantas vezes? .......................................... 34 
3.9 Resolução de Questões ............................................................................................................. 35 
CAPÍTULO 4 - PROVA ORAL... E AGORA? .............................................................................................. 38 
4.1 O Sentimento De “Sou Uma Fraude E Vão Descobrir”. ................................................................. 38 
4.2 Como Estudo Os Conteúdos Jurídicos Que Serão Cobrados? ......................................................... 39 
4.3 Como eu estudo para a prova Oral? ........................................................................................... 42 
4.4 Estudo de Sumário e de Edital ................................................................................................... 42 
4.5 Formule perguntas ................................................................................................................... 42 
4.6 Fichas ...................................................................................................................................... 43 
4.7 Banca Simulada ........................................................................................................................ 43 
4.8 Fazer ou não fazer um curso para prova oral: .............................................................................. 43 
CAPÍTULO 5 - O ESTUDO DA CONCENTRAÇÃO ...................................................................................... 45 
5.1 Como iniciar o estudo da concentração? .................................................................................... 46 
CAPÍTULO 6 - REDES SOCIAIS E CONCURSOS PÚBLICOS ......................................................................... 50 
CAPÍTULO 7 - BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 52 
 
 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
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INTRODUÇÃO 
 
Esta obra tem o objetivo de ajudar os “concurseiros iniciantes” e, também, os “veteranos” a se 
prepararem de forma objetiva e eficiente para concursos públicos de Delegado de Polícia, Civil e Federal. 
As ideias e os conceitos que vou passar a expor não são, por si só, certos nem errados. Apenas são a 
percepção dos resultados que observei em toda a minha trajetória de estudo. 
Minhas aprovações foram nos concursos de Agente de Polícia Civil do Estado de Alagoas, entretanto, 
não segui até o final do concurso. Continuei estudando para concursos de Delegado de Polícia e, um ano 
após, fiz a prova de Escrivão de Polícia do Distrito Federal e fui aprovado. Logo após assumir o cargo, obtive 
a aprovação nos concursos de Delegado de Polícia do Estado do Mato Grosso e Delegado de Polícia Federal, 
momento em que parei de estudar para concursos públicos e decidi me dedicar a ajudar outras pessoas a 
obterem a sua aprovação. 
Estudei por cerca de cinco anos para esses concursos e, após obter aprovação, tanto para o cargo de 
Delegado de Polícia Civil, quanto para o de Delegado de Polícia Federal, percebi que nem todos os métodos 
de estudo que utilizei tiveram grande eficiência. 
 Após estudar por mais de 3 anos, utilizando todos os métodos que são vendidos pelo mercado e 
divulgados por cursos preparatórios, não conseguia entender por que a aprovação não vinha, o porquê não 
conseguia os poucos pontos que faltavam para a aprovação. Diante deste cenário, resolvi parar de perder 
tempo e pesquisar o que pessoas que estavam sendo aprovadas em vários concursos de delegado estavam 
fazendo de diferente e, consultando diversos colegas aprovados em concursos de alto nível, verifiquei queeles tinham um conjunto de características comuns, que envolvia, desde a personalidade, aos hábitos e os 
métodos de estudo empregados. 
Os métodos eficazes são muito importantes, mas é necessário uma ocorra uma “metanóia”, uma 
mudança radical no padrão de pensamento para que o candidato obtenha sucesso em um prazo menor de 
tempo e em mais de um certame. 
Às vezes, duas pessoas que utilizam o mesmo método, estudam o mesmo material e aplicam as 
mesmas estratégias, obtêm resultados completamente diferentes. Isso não acontece porque o coeficiente 
de inteligência de uma é maior ou menor que o da outra. Entenda que quem passa em concurso não é 
necessariamente o mais inteligente, mas sim quem possui melhor estratégia e melhor mentalidade. 
A questão não é o que você precisa fazer ou como precisa fazer, a questão deve ser, quem você deve 
se tornar. 
Harv Eker, autor do livro “Os segredos de uma mente milionária” conta uma parábola interessante: 
Um homem que está caminhando à beira de um penhasco quando, de repente, perde o equilíbrio, 
escorrega e cai. Felizmente, ele se agarra a uma saliência do penhasco e fica pendurado ali de forma 
desesperadora. Depois de passar algum tempo nessa situação, começa a gritar por socorro: 
-Há alguém aí em cima que possa me ajudar? 
Não ouve nada. ele continua gritando: 
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-Há alguém aí em cima que possa me ajudar? 
Até que uma voz estrondosa responde: 
-Sou Eu, Deus. Posso ajudá-lo. Solte-se e confie em Mim. 
O que se ouviu em seguida foi: 
-Há mais alguém aí em cima que possa me ajudar? 
 
A lição é simples. Se você quer passar para um nível de vida mais elevado, tem que estar disposto a 
renunciar a alguns dos seus velhos modos de ser e de pensar, e passar a adotar novas opções. Em termos de 
concursos públicos é a mesma coisa. No fim, os resultados falarão por si. 
Espero que este manual ajude no seu crescimento e na sua aprovação. Ele foi feito com muita 
dedicação e zelo, para que você potencialize suas ferramentas de estudo e garanta a sua aprovação no menor 
decurso de tempo possível, entendendo, todavia, que existe um processo entre o início da jornada e o fim, e 
é nesse processo que está o crescimento. Respeitá-lo e aprender a ter prazer nele vai tornar a sua jornada 
muito mais tranquila e proveitosa. 
Um grande abraço! 
Renan Albuquerque Lima. 
 
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CAPÍTULO 1 - OS 10 PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS POR BONS CANDIDATOS 
 
“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.” 
Isaac Newton 
 
A metáfora dos anões estarem sobre ombros de gigantes expressa o significado de "descobrir a 
verdade a partir das descobertas anteriores". Esse conceito tem origem no século XII, e é atribuído a Bernardo 
de Chartres. Seu uso mais conhecido procede de Isaac Newton, que escreveu em 1675: "Se eu vi mais longe, 
foi por estar sobre ombros de gigantes." 
Neste capítulo faremos distinção entre dois tipos de candidatos a cargos públicos, o “candidato bom” 
e o “candidato excelente”. Poderia ser três, englobando também o “candidato ruim”, mas esse não participa 
da competição, serve só para estatísticas de demanda de vagas por candidatos, e já sabemos que você não 
se encontra nesse perfil. 
Sem dúvidas, esse será “o capítulo” que vai incomodar os candidatos menos compromissados e mais 
fechados para promover mudanças em seus hábitos, mas, às vezes temos que ouvir, ou, neste caso, caso ler, 
“certas coisas” que não gostamos, e se formos sábios, essas “certas coisas” serão utilizadas como 
ferramentas para mudar e corrigir a rota. 
Os bons candidatos aprendem com seus erros, os candidatos excelentes aprendem com os erros dos 
outros. O intuito da confecção deste manual é exatamente ensinar as técnicas tidas como “acerto” no estudo 
e na preparação de candidatos que obtiveram êxito acima da média em seu concurso. É como na metáfora 
dos anões em ombros de gigantes: servir de escada, de gigante, para que você veja mais longe, aprenda com 
os erros e as respostas dos que já cometeram esses erros, e gaste sua energia de forma objetiva no seu 
estudo e no seu desenvolvimento pessoal. 
Eis, então, os 10 principais erros cometidos por bons candidatos. 
 
1.1 Só estudar com o edital publicado 
 
Muitos candidatos esperam a publicação do edital por não saber o que estudar ou acreditar que o edital 
anterior para o mesmo cargo será demasiadamente diferente. 
No entanto, é de extrema importância que o estudo seja constante e continuado. O candidato 
excelente constrói uma base enquanto o edital não foi publicado, ou seja, ele estuda as principais matérias 
que são objeto de todos os concursos de delegado, para que, quando o edital for publicado, ele possa se 
dedicar às matérias que variam de concurso para concurso, uma vez que, entre a publicação do edital e a 
data da prova, provavelmente, não é possível estudar todo o edital. 
A título de exemplo, ao iniciar os estudos sem um edital definido, o estudante deve, ao menos, estudar 
com afinco as principais matérias que são cobradas, para o concurso de delegado de polícia, civil ou federal 
são elas: 
1. Direito Penal; 
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2. Direito Processual Penal; 
3. Direito Constitucional; 
4. Direito Administrativo; e 
5. Legislação Penal extravagante, por exemplo, Lei de Drogas, Lei de Abuso de Autoridade, Lei das 
Organizações Criminosas... 
Essas matérias “principais” devem ser estudadas constante e ininterruptamente, para que, ao sair o 
edital com as matérias específicas/acessórias, o candidato tenha tempo suficiente de estudá-las. São elas: 
1. Medicina Legal; 
2. Direito Civil e Processual Civil; 
3. Direito Tributário; 
4. Criminologia... 
Portanto, tenha em mente o seguinte: Não há tempo viável para estudar todas as matérias quando o 
edital for publicado. Neste caso, o ideal é que o candidato já tenha estudado as principais matérias, 
utilizando esse tempo da publicação do edital até a prova apenas para revisar e relembrar os pontos mais 
importantes. 
 
1.2 Só estudar as matérias que gosta 
 
Outro erro muito comum de bons candidatos é criar limitações, ou seja, acreditar que gosta ou não 
gosta de determinadas matérias com base no que viu na faculdade ou em sua preferência pessoal. 
Ora, estamos falando de concurso público, aqui o examinador não está preocupado nas matérias que 
o candidato gosta ou não gosta de estudar, aprenda a gostar de todas ou transforme o “gostar sentimento” 
em um “gostar decisão”. 
Desenvolva a capacidade de desconstruir suas limitações, por exemplo, se você acredita que gosta de 
direito penal, que é seu perfil, e que não gosta de direito tributário, faça uma autocrítica a esse tipo de 
pensamento, você precisa estudar também essa matéria e se você alimenta o pensamento de que não gosta 
ou não tem o perfil, sempre que for estudá-la será um sacrifício e, provavelmente, pouco produtivo. Portanto, 
tente descontruir suas crenças limitantes. 
Mas como eu faço isso? A primeira dica é “não pensar”, só fazer. Ou seja, se você separou o dia de 
quinta-feira para estudar direito tributário, não fique remoendo isso! Não fique pensando e se lamentando. 
Apenas sente e faça! A segunda dica é buscar materiais didáticos e com uma linguagem de fácil compreensão. 
Isso vai fazer com que você aprenda com mais facilidade, tornando seu estudo muito menos oneroso. E, por 
fim, coma algo bem gostoso para tornar seu estudo mais prazeroso! 
Perceba que é extremamente importante identificar quais são seus pontos fracos e atacá-los. São eles 
que te levarão até a aprovação! 
 
 
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1.3 Não fazer um estudo de concentração, de atenção plena 
 
O nervosismo, a ansiedade e a agitação são os piores inimigos dos concurseiros. Bonscandidatos até 
conseguem aprovação em um ou outro concurso sem trabalhar essas características da personalidade, mas 
vencem com muito sofrimento, e não conseguem identificar os pontos de erros e acertos. Isso faz com que 
se tornem, inclusive, profissionais com as mesmas limitações. 
É importante estudar e treinar a atenção, falaremos sobre isso em um capítulo exclusivo, mas já adianto 
que é o diferencial entre o bom candidato e o candidato excelente. Ser ou acreditar que é uma pessoa ansiosa 
e agitada é um erro brutal, é possível trabalhar a ansiedade e a agitação para que, tanto nos dias de estudo, 
quanto nos dias de prova, você consiga estar concentrado e dar respostas inteligentes. 
A melhor forma de se manter concentrado e ter um dia de estudos produtivo é, primeiramente, 
encontrar um local adequado para estudar. Esse local pode ser um quarto vazio, um escritório, uma sala de 
estudos. Não importa onde, o importante é que seja um lugar silencioso e minimamente confortável, onde 
você passará a maior parte dos seus dias. Você pode usar abafadores de som para diminuir os ruídos e até 
mesmo aromas para ajudar na concentração. 
Além do local adequado, é importante que não haja a interferência de terceiros ou pausas muito 
longas, pois isso faz com que se perca a linha de raciocínio adquirida. Converse com sua família e peça para 
que eles não lhe interrompam durante os dias de estudo! Evite também se levantar muitas vezes para pegar 
água, comida ou celular. Estabeleça um tempo mínimo para estudar cada matéria antes que você levante 
para fazer uma pausa ou tomar um café. Isso ajuda muito a se manter focado e concentrado. 
Note que não existem fármacos, métodos ou técnicas de concentração para serem aplicadas no dia da 
prova, se você não faz um estudo e treinamento no seu cotidiano. Por isso reiteramos a importância de 
treinar e se dedicar da forma mais correta possível em seu dia a dia. No fim, o dia da prova será apenas uma 
reprodução daquilo que você já faz diariamente em seus dias de estudos. 
No último capítulo deste manual, vamos treinar o “desenvolver” uma personalidade concentrada, isso 
vai potencializar a sua capacidade de compreensão do que foi estudado, de armazenamento da informação 
e de busca dessa informação quando for necessário dar uma resposta inteligente, mesmo diante de 
momentos estressantes, como é o dia da prova. 
 
1.4 Estudar de forma desorganizada, sem objetividade e métodos definidos 
 
Estudar não é uma tarefa fácil, principalmente para iniciantes, são tantas matérias, tantos temas dentro 
de cada matéria, e tantos métodos que o candidato iniciante fica assustado, achando que é uma tarefa 
impossível, que nunca conseguirá ver tudo ou se organizar para ver o mínimo necessário. 
A boa notícia é que você não precisa estudar todas as matérias e temas do edital para passar. Isso, 
contudo, não significa que você não deve se esforçar para tentar estudar o máximo de conteúdo possível, 
mas somente que você não precisa ficar frustrado por não esgotar o edital. Lembre-se que a estratégia, aqui, 
é fundamental. 
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Todos os candidatos possuem um “oceano de conteúdo” para estudar e, nesse ponto, vence quem for 
mais organizado e desenvolver uma sistemática objetiva para estudar. Não estou falando de planilhas, 
calendários super definidos ou cronogramas extensos, não se trata disso, na verdade, o exagero metódico 
muitas vezes mais atrapalha do que ajuda, colocando um peso desnecessário que fadiga e desestimula o 
candidato. 
O estudo é simples, falaremos detalhadamente sobre como fazer cada um deles, mas tenha em mente 
que são quatro pilares básicos: estudo da doutrina, estudo da lei seca, estudo da jurisprudência prática de 
exercícios, além, claro, das revisões. 
Para colocar em prática aquilo que precisa ser estudado, é importantíssimo que seus materiais estejam 
organizados! Utilize pastas, gavetas e estantes específicas para deixar seu material de estudos. Utilize 
etiquetas para nomear cada pasta, separe-as por temas e assunto. Isso vai ajudar muito você a encontrar 
aquilo que precisa ler para estudar ou revisar. Além disso, não esqueça de manter a mesa limpa e 
organizada!!! Ter tudo no seu devido lugar faz com que o aluno, de forma inconsciente, se sinta mais 
motivado para iniciar o dia de estudos. 
 
1.5 Acreditar em suas limitações e que elas não podem ser superadas 
 
Como já falamos, existem bons candidatos que são vítimas de suas próprias limitações, eles assimilam 
que são de determinado jeito e que só conseguem fazer determinada coisa adaptando essa “coisa” à sua 
limitação. Por exemplo, certo candidato me perguntou se um livro de questões de concursos era bom para a 
preparação, eu respondi que sim, mas que existia um método melhor para ele resolver questões, em um 
website que permite que ele salve as questões que errou em um “caderno virtual” e, com isso, ele já 
conseguia fazer uma revisão montando um simulado com as questões que já havia errado. 
De pronto ele já respondeu que não conseguia fazer questões no computador, que já tinha tentado, 
mas que gostava de resolver no papel, minha resposta foi que, para passar em um concurso muito disputado, 
temos que sair de nossa zona de conforto, não é fazer o que gostamos, é fazer o que dá mais resultados. 
Perceba que não se trata sobre o que é melhor, se fazer no computador ou no papel, se trata na crença 
que ele tinha de que no papel ele conseguia e no computador não, ou seja, ele preferia fazer o menos 
produtivo porque era mais confortável, do que sair da zona de conforto e fazer o que era mais produtivo. 
A sua aprovação está muito distante da sua zona de conforto, ou você sai em busca, ou fica sem ela, 
aqui, ou Maomé vai até a montanha ou “nada”, porque a montanha não virá até Maomé. 
Por fim, acredite em você. Acredite na sua capacidade de superar cada obstáculo que lhe aparecer. 
Uma caminhada bem sucedida no concurso público existe boa mentalidade para não ser afundado em meio 
a tanto cansaço, problemas e frustrações. Cada dia é um dia. Se hoje você não estudou como gostaria ou 
deveria, não se abale. Amanhã será um novo dia e melhor do que hoje. Não é porque você ainda não chegou 
lá que você não evoluiu muito. Portanto, comemore cada pequena evolução, são elas que te levarão até a 
sonhada aprovação! 
 
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1.6 Conservar hábitos que, embora pareçam inofensivos, não colaboram para o objetivo; e não 
desenvolver novos hábitos que colaborem para esse objetivo 
 
Vemos diversos livros no mercado falando sobre quantos dias é necessário para criar um novo hábito. 
Ora, esse quantitativo de dias é apenas um referencial, não é exato, a depender do hábito e da resistência 
que a pessoa tenha em se adaptar pode variar para mais ou para menos. 
É certo que nosso cérebro funciona de forma programada, o psicólogo Jeremy Dean, do livro “Making 
Habits, Breaking Habits: Why We Do Things, Why We Don't, and How to Make Any Change Stick”, fala que 
leva em média 66 dias para que alguém adquira um novo hábito, ou seja, comece a fazer algo que antes não 
era costume de maneira automática. 
Esse número é uma média e ele vai variar bastante de indivíduo para indivíduo e, claro, dependendo 
dos hábitos. Beber um copo de água depois do café da manhã demorou cerca de 20 dias para se transformar 
em hábito. Exercitar-se levou 84 dias para virar hábito para um dos participantes de um estudo. 
Quando falamos de preparação para concursos públicos, temos que entender que precisamos abdicar 
de certos hábitos e criar outros para potencializarmos nossa preparação, por exemplo: 
 
6.1. Dormir mais ou dormir menos que o necessário: entenda que seu corpo também precisa de 
descanso, caso o contrário, não adianta o excesso de informações que você estuda, porque elas não serão 
armazenadas.Afinal, é durante o sono que se consolida sua memória. 
Mas não se engane, descansar é necessário quando estamos realmente cansados, dormir mais que 8hs 
diárias e ainda tirar cochilos durante o dia, acreditando na limitação de que você precisa desse descanso, não 
vai te ajudar nos estudos. É necessário um esforço incomum, durma cedo, acorde cedo, se você precisa 
estudar à noite, tome cuidado para respeitar um período mínimo de descanso de, pelo menos, 6hs. 
 
6.2. Andar com pessoas que não contribuem para o seu objetivo: todos temos amigos negativos, 
críticos, que sempre que falamos sobre algum tema ficamos assustados com tamanho pessimismo, tudo é 
dificuldade, nada está bom e dificilmente ficará bom. 
Existem também os “tolos”, expressão bíblica para pessoas que sempre tem uma opinião para dar, 
sobre qualquer assunto, mesmo sem ser solicitada e, na maioria das vezes, é uma opinião desnecessária e 
vazia. 
PARE de conviver com essas pessoas! É certo que, em outro momento, você deverá tentar ajudá-la a 
superar essas limitações - você deve sim ser um agente transformador na vida das pessoas, mas o momento 
não é esse. O momento é de ter foco e dedicação aos estudos. Depois que passar você, você pode retomar 
o relacionamento e tentar ajudar, mas não agora. Agora a prioridade é você! A prioridade são seus estudos. 
O mesmo acontece para as companhias que não tem esse padrão de pensamentos negativos, mas que 
vive outro momento da vida, ou que tem outra rotina incompatível com a sua, por exemplo, tive de me 
afastar de muitos amigos, que não eram negativos, simplesmente porque nossas rotinas não se alinhavam, 
eles trabalhavam na iniciativa privada, em trabalhos que não exigiam foco e dedicação integral durante o dia, 
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como o estudo para concursos exige, e permitia a eles frequentarem festas, bares... à noite e nos finais de 
semana. 
Essa rotina é incompatível para quem está se preparando para um concurso de grande porte. Por isso, 
defina quais são suas prioridades. Se sua prioridade for passar em um concurso público, deixe o resto 
temporariamente de lado, foque no seu objetivo e não pare até alcançá-lo. E aqui vai uma das frases que eu 
mais gosto e que mais me ajudou durante a minha preparação: “Não perca de vista quais são suas 
prioridades, o resto, por mais que pareça importante, será sempre o resto”. 
 
6.3. Pratique Atividade Física: não só porque no concurso de Delegado de Polícia existe uma fase 
chama de TAF, teste de aptidão física, falaremos dela em um capítulo específico. 
 Exercícios vigorosos promovem a liberação de catecolaminas, que além de reduzir a dor, causam uma 
sensação natural de bem-estar. 
É bom para o desempenho do cérebro, é bom para a memória e para o controle do seu estresse, isso 
vai influenciar diretamente na qualidade do seu estudo. 
Perceba, gastar uma hora por dia praticando uma atividade física não é uma hora perdida de estudo, é 
uma hora investida no seu estudo, as demais horas de estudo serão mais proveitosas. 
Além disso, irá ajudar você a vencer a dificuldade em criar rotinas, escolha um horário e pratique 
alguma atividade física, todo dia, ou em um ciclo repetitivo, respeite essa rotina, vai ajudar você a conseguir 
cumprir a rotina nos estudos também. 
 
6.4. Desenvolva a capacidade de filtrar as informações, também falaremos disso no capítulo reservado 
para o estudo da concentração. 
O nosso cérebro armazena milhares de informações por dia, de forma não muito organizada, 
informações úteis e informações inúteis, diferente do que se pensa, nosso cérebro não é ilimitado, de modo 
que tanto a qualidade das informações, quanto a quantidade, acabam por repercutir na capacidade de 
armazenamento e acesso a essas informações, então cuidado com as informações que você armazena, as 
pessoas que você ouve, os programas de TV que você assiste, as músicas que você escuta, parece não ter 
muita importância mas inconscientemente afetam sua personalidade, sua capacidade de concentração e a 
organização das informações que você estuda. 
Esses são alguns exemplos de hábitos que devemos eliminar ou cultivar, desenvolva também a 
capacidade de perceber quais hábitos colaboram e quais atrapalham o seu estudo e a sua concentração, 
elimine os que atrapalham e invista nos que ajudam. 
 
6.5. Não ter horários pré-definidos 
 
Primeiramente, é importante que você entenda a importância de ter uma rotina de estudos. Isso não 
significa que será uma rotina engessada, mas sim que você terá hora para começar a estudar e hora para 
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terminar. Quando você não estabelece uma rotina, decidindo estudar “quando bem entende”, fica muito 
mais difícil se concentrar e engatar nos estudos. 
Imagine que um dia você acorde às 7h para estudar. No dia seguinte você acorda às 10h e, num terceiro 
dia, você acorda às 12h. Como manter um cronograma de estudos assim? É inviável! 
E isso serve também para o aluno que às vezes estuda aos finais de semana. Pessoal, estudar final de 
semana é fundamental. E não importa se você já estudou a semana toda, manter o ritmo de estudos aos 
finais de semana faz parte de uma rotina de estudos bem-sucedida. 
Então, minha dica é: estabeleça uma rotina de estudos pré-definida. Com horário certo para começar, 
terminar, lanchar, almoçar, fazer pausas... Quanto mais você seguir essa rotina, mais você vai desenvolver 
disciplina e comprometimento nos estudos, acarretando, consequentemente, na sua aprovação. 
 
1.7 Querer resultados de curto prazo, mesmo sem fazer o esforço necessário para acelerar o processo 
 
“Obtemos resultados quando fazemos a coisa certa no momento certo. Ninguém planta no inverno, 
ninguém colhe na estação chuvosa.” 
Haroldo Dutra Dias, em A Bússola e o Leme. 
 
A maioria das pessoas querem resultados práticos sem muito esforço, querem subir ao pódio sem 
treinar para a corrida. É triste esse tipo de pensamento, que geralmente pertence a personalidades que, após 
conseguirem a aprovação no cargo que desejam, ficarão acomodadas, serão pouco produtivas, e se tornarão 
um peso para a administração e para a sociedade. 
É certo que todos queremos diminuir o tempo do processo, potencializar nossas ferramentas de 
estudo, quem não quer passar em seu concurso com dois anos de estudo ao invés de estudar por 6 anos? No 
entanto, ainda que você tenha pressa em alcançar a tão almejada aprovação, saiba que o período de estudo 
é fundamental. É nesse período que, dia após dia, você constrói o raciocínio jurídico que vai te levar até o 
final do concurso. Afinal, do que adianta passar na 1ª fase com 3 meses de estudo e reprovar na 2ª fase? 
Portanto, preocupe-se mais em adquirir raciocínio jurídico e acumular conhecimento, do que efetivamente 
em passar na prova. A aprovação é mera consequência do seu estudo! Acredite, chegará uma hora que o 
estudo estará tão consolidado que você começará a passar em todas as provas. Mas, para isso, é necessário 
ter disciplina e muita paciência! 
É justamente esse o objetivo desse manual, não é iludir o candidato que a sua jornada será rápida, fácil 
e confortável, mas ajudá-lo com as ferramentas necessárias para que essa jornada seja a mais rápida e 
confortável “possível”, e isso só é alcançado com objetividade e organização no estudo e com uma 
mentalidade de respeito ao processo. Como digo sempre: é no processo que está o crescimento. 
 
 
 
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1.8 Acreditar que o processo é árduo e que é sempre um desprazer passar por ele 
 
O processo é necessário, aceite isso, gostando ou não gostando você terá que passar por ele. Mas 
entenda que ele pode ser prazeroso, ou ao menos não penoso. Cada queda e cada reprovação traz sua carga 
de ensino, que é importante para o crescimento e o aprendizado.Enxergue uma reprovação como um 
adiamento necessário da vitória e não como uma derrota; enxergue como uma oportunidade de verificar 
onde estão seus erros e aprofundar o estudo sobre eles. Todos que passaram em concursos públicos erraram 
muito antes de acertar! E não há problema algum nisso. 
O bom candidato encara uma reprovação como uma derrota, mas não se dá por vencido, persevera e 
continua estudando para tentar de novo; um candidato excelente vê uma reprovação como uma 
oportunidade para aprender, corrigir algumas rotas, uma fase necessária no processo do crescimento, e 
também persevera, mas de forma menos penosa, sabendo que a cada reprovação mais próximo está da 
aprovação. 
 
 “Os obstáculos que encontramos no exterior refletem as limitações que presentes no nosso interior, 
demanda uma transformação, muito pessoal e intransferível.” 
Pierro Ferrucini 
 
Perceba que qualquer técnica ou método utilizado por alguém pode ser aplicado para você, mas você 
precisa fazer adaptações. Ocorre que, muitas vezes, essas adaptações não são no método, mas em você! 
Esteja sempre aberto às mudanças necessárias para seu crescimento! 
 
1.9 Não desenvolver a automotivação, necessitar constantemente de motivação exterior 
 
Todos concordam que vivemos em uma época, uma geração, extremamente carente, que demanda 
estímulos de motivação diários para se sentirem bem, o que, inicialmente, pode até parecer bom, mas é um 
grave problema social. Geralmente, pessoas que são muito suscetíveis a estímulos motivacionais externos 
são também muito suscetíveis a críticas e desestímulos externos. 
Não estou querendo dizer que motivar as pessoas ou se sentir motivado por outras pessoas é uma coisa 
ruim, de modo algum, devemos motivar constantemente as pessoas e nos motivar com os outros. 
Mas devemos ter cuidado para não sermos escravos desses estímulos, não deixar que eles conduzam 
nossas atividades, por exemplo, alguém que só estuda no dia que se sente motivado, ou que precisa de uma 
palavra ou um “empurrão” diariamente para se motivar. 
Aprenda a se “automotivar”, que seja o seu sonho, seja lá qual for, ou o seu cargo tão almejado que te 
motive, se vier uma motivação exterior ótimo, é um “plus”, se vier uma crítica ou uma desmotivação exterior, 
não tem problema, não é isso que nos move, seguimos em frente, o trabalho é muito e o tempo é precioso. 
Não se engane, muitas pessoas podem ajudar, mas a responsabilidade de investir no seu crescimento 
é sua, o trabalho duro quem vai ter que fazer é você. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
14 
 
1.10 Ter pouca Fé 
 
Nesse ponto não estou falando de Fé espiritual ou religiosa, se você tiver alguma dessas, bom, agarre-
se a ela, use-as como ferramentas de crescimento, aproveite a resiliência e perseverança que ela ensinar. Se 
não tiver não tem problema, confie em você, na sua capacidade. 
Todos os candidatos, em termos de capacidade, são iguais, claro que a vida brinda as pessoas com 
diferentes oportunidades, mas não se engane, em termos de concurso público não há espaço para vitimismo. 
Cada pessoa é um mundo e cada mundo é uma realidade. Todos temos algum tipo de problema, alguma 
limitação para superar, alguma dor que está escondida lá no fundo. A diferença está em como lidar com ela. 
Está em deixar ou não que ela interfira nas suas decisões e ações. Está na capacidade de reinventar, mesmo 
diante das dificuldades, dos medos e das inseguranças. Não perca tempo com comparações! Supere as suas 
limitações! 
 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
15 
CAPÍTULO 2 - O CARGO DE DELEGADO DE POLÍCIA 
 
2.1 Origem 
 
Em 1808, com a chegada da Corte portuguesa no Brasil, foi criada a Intendência Geral de Polícia, cuja 
chefia era desempenhada por um desembargador, nomeado Intendente Geral de Polícia, com status de 
Ministro de Estado. 
Dadas às peculiaridades e extensão do território nacional, o intendente podia autorizar outra pessoa a 
representá-lo nas províncias, surgindo desta atribuição o uso do termo “delegado” no Brasil. 
Este “delegado” exercia, contemporaneamente, funções típicas de autoridade policial (tanto 
administrativa como investigativa) e judiciais. 
 
LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013. 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de 
polícia. 
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas 
pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução 
da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento 
previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da 
materialidade e da autoria das infrações penais. 
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de 
perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. 
§ 3º (VETADO). 
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente 
poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho 
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância 
dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a 
eficácia da investigação. 
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
16 
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato 
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a 
autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, 
devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os 
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os 
advogados. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º da República. 
DILMA ROUSSEFF 
José Eduardo Cardozo 
Miriam Belchior 
Luís Inácio Lucena Adams 
 
Em síntese, o delegado de polícia é o profissional responsável pela apuração das infrações penais, 
conduzindo os procedimentos investigatórios no âmbito da Polícia Civil ou da Polícia Federal. 
É o delegado de polícia civil quem dirige as polícias civis dos Estados e do Distrito Federal e, no âmbito 
da polícia federal, o delegado federal, sendo certo que essa função não pode ser exercida por uma agente 
ou um escrivão de polícia. 
Qual a diferença entre o Delegado de Polícia Civil e o Delegado de Polícia Federal? 
A principal diferença reside quanto às suas atribuições. No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, 
temos os Delegados de Polícia Civil como Autoridade Policial, responsáveis por dirigir a atividade de Polícia 
Judiciária do respectivo ente. 
 
Art. 144 da Constituição Federal: 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, 
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais, exceto as militares. 
 
Por sua vez, os Delegados de Polícia Federal, dentre outras atribuições específicas, exercem a função 
de dirigir, com exclusividade, a Polícia Judiciária da União, apurando as infrações penais, em regra, de 
competência da Justiça Federal ou quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija 
repressão uniforme. Veja: 
 
Lei 10.446/02, art. 1º - Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da 
Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija 
repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da 
Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#144%C2%A71I
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#144%C2%A71ICOMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
17 
arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e 
Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações 
penais: 
 
2.2 O Que É Preciso Para Ser Delegado? 
 
Panorama geral: 
O número de etapas do concurso, as matérias cobradas, o tipo de prova, dependerá de cada edital. 
Diferente do que ocorre nos concursos de magistratura, na qual uma prova é bastante semelhante a 
outra, facilitando a preparação do aluno, nos concursos de delegado, as provas vão variar de acordo com o 
concurso, algumas são parecidas outras completamente diferentes. 
Por Exemplo: Em um mesmo ano, 2 concursos de Delegados de Polícia para diferentes Estados podem 
ter provas completamente diferentes. 
2.1 Em um primeiro pode ser cobrado apenas Matérias Jurídicas com 6 fases: prova objetiva; prova 
discursiva com peça prático-profissional, prova oral, e fases subsequentes, como teste de aptidão física, teste 
de saúde e exames médicos, teste psicotécnico, investigação de vida pregressa... 
2.2 Em um segundo, pode ser cobrado matérias não jurídicas, como informática, português... e ser feito 
em menos etapas, uma prova objetiva e uma discursiva apenas, podendo inclusive não cobrar exame de 
aptidão física, ou modificar algumas etapas, óbvio que dentro de uma razoabilidade. 
O certo é que os concursos variam muito de um para outro, e só é possível ter um parâmetro de como 
será o próximo concurso, certeza nunca teremos antes do lançamento do edital, por isso é importante 
dominar as matérias e as etapas de prova que sempre caem em todas, e para o cargo de delegado são: Direito 
Penal, Direito Processual Penal, Direito Constitucional e Direito Administrativo... para que, quando sair o 
edital, o candidato possa se dedicar às matérias que são mais específicas de cada concurso, como português, 
informática, medicina legal, criminologia, outros ramos do direito como tributário, civil, previdenciário... 
 
Requisitos Básicos: 
1. Ser Bacharel em Direito. 
O primeiro requisito e mais importante é ser bacharel em Direito, o que não significa dizer que você só 
pode fazer prova após aquisição do diploma. Inúmeros candidatos fazem prova ainda durante a faculdade, 
pois os concursos exigem a apresentação do diploma somente no ato de posse, e muitos sequer exigem a 
prática jurídica (3 anos de atividade jurídica). 
 
2. Prática jurídica (3 anos de atividade jurídica ou policial) 
Esse requisito NÃO é exigido em todos os concursos de delegado de polícia. Somente alguns estados 
exigem os 3 anos de prática jurídica ou policial a serem comprovados no ato da posse. Isso significa que, 
além de ser bacharel em direito, é necessário comprovar essa prática jurídica. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art144
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
18 
E como é feita a comprovação da prática jurídica? Esse é um tema muito nebuloso na área dos 
concursos, pois não há um regramento claro para o candidato seguir. Alguns concursos aceitam a pós-
graduação como prática jurídica, outros aceitam a atividade policial. Outros aceitam apenas a atividade 
jurídica em si, ou seja, a assinatura de ao menos 5 atos por ano como advogado. Há concurso que aceite, 
ainda, a atividade de mediação e conciliação como prática também. Isso vai depender do edital! 
Veja abaixo a tabela de todos os estados a respeito de qual exige prática jurídica e qual não exige: 
 
 
 
3. Ser aprovado no concurso Público de Provas ou Provas e Títulos, concurso específico para este 
cargo. 
A etapa de avaliação dos títulos não é eliminatória, mas sim classificatória. Assim, possuir ou não 
títulos não te eliminará diretamente do concurso, mas fará com que você perca posições preciosas que 
podem te colocar dentro do número de vagas. 
O que é considerado como título varia de concurso para concurso, mas, o que nunca muda são os 
níveis de especialização. Ou seja, se você tem pós graduação, mestrado ou doutorado, certamente 
ganhará pontinhos nesta fase. Alguns concursos admitem como títulos a aprovação em outros concursos 
ou mesmo a publicação de um artigo. 
Fato é que, não possuir nada que possa ser contado como título não faz com que você não seja 
aprovado, mas certamente fará com que você perca pontinhos que são muito fáceis de conseguir. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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4. Ter bom condicionamento físico. 
A grande maioria dos concursos policiais, inclusive os de Delegado de Polícia, tem uma etapa dedicada 
à verificação do condicionamento físico do candidato, chamada de TAF, teste de aptidão física. 
Primeiramente, é importante salientar que o candidato não deve esperar a aprovação para iniciar a 
preparação física. As atividades físicas devem fazer parte do seu dia a dia para que ajudem no bom 
condicionamento físico e também na saúde mental. O período entre as provas é muito exíguo e nem sempre 
o período de 1 mês será suficiente para adquirir uma boa saúde física. 
Tenha em mente que o condicionamento físico é um trabalho de médio e longo prazo, de modo que 
tentar fazê-lo em um curto prazo poderá ocasionar lesões e acabar por eliminar o candidato. 
Os testes aplicados vão variar de acordo com o concurso, entretanto, alguns testes são muito comuns 
e o candidato já deve estar preparado para eles. Como, por exemplo, o teste de corrida, em que geralmente 
é necessário percorrer uma distância de 2.200 ou 2.400 metros para homem e uma distância de 1.600 ou 
1.800 metros para as mulheres, no tempo de 12 minutos. 
O teste de barra, pronada ou supinada, em geral 3 barras para homens e uma barra estática para as 
mulheres; testes de “abdominal remador”, “meio sugado”, “salto à distância”, “natação”, entre outros, a 
depender das exigências do edital, como já enfatizamos. 
Veja a tabela dos concursos que possuem TAF e os que não possuem como etapa obrigatória: 
 
 
 
 
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DO ZERO À APROVAÇÃO 
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5. Ter boa saúde. 
Uma série de exames será cobrada no seu edital, fique atento para realizá-los dentro do prazo e 
cumprindo rigorosamente as exigências. Um exame não pode ser substituído por outro, independentemente 
do resultado prático ser idêntico. 
Normalmente, os exames pedidos incluem, dentre outros, exames oftalmológicos, neurológicos, 
cardiológicos, ortopédicos, psicológicos. 
As doenças incapacitantes para o cargo, e as demais exigências, também vão variar de acordo com o 
concurso, fique atento ao seu edital! 
6. Ter reputação ilibada, inatacável. 
Uma outra fase do concurso é a “investigação social”, em geral, realizada pelo núcleo de inteligência 
da própria polícia. Nessa fase, serão verificados não somente antecedentes criminais, mas antecedentes 
sociais, como o convívio do indivíduo em sociedade, seu estilo de vida e seus relacionamentos interpessoais. 
Pode haver entrevista ou visita de investigadores ou não, a depender de quem está realizando a investigação 
e de quem está sendo investigado. 
Em geral, registros criminais, mesmo sem o trânsito em julgado, têm eliminado candidatos, mas a 
grande maioria retorna ao concurso por decisão judicial, que tem homenageado o princípio da presunção de 
inocência. 
O importante nesta fase é não omitir dados na ficha de investigação social que será preenchida pelo 
candidato. Se o candidato já se envolveu em alguma ocorrência criminal, informe ao setor de investigação 
para ter a oportunidade de se explicar, só não tente omitir propositalmente a informação, porque a omissão 
dolosa enseja a eliminação do candidato. 
7. Curso de Formação 
Alguns concursos colocam o curso de formação profissional como etapa do concurso (por exemplo, na 
polícia federal), outros colocam como fase posterior à nomeação, de modo que você já faz a Acadepol 
nomeado,recebendo como Delegado e sem correr o risco de eliminação, a exemplo do concurso de delegado 
de Minas Gerais e Paraná. 
Os cursos vão variar de um concurso para o outro, em regra, ficam a cargo da própria instituição para 
qual o candidato está prestando o concurso. 
A depender da instituição, o curso pode variar, a título de exemplo, de 2 meses a 6 meses, e ter as mais 
diversas etapas e tipos de avaliações possíveis. 
Pode ser remunerado, como, por exemplo, alguns estados remuneram com 50% do valor do subsídio 
do cargo, ou não remunerado, tudo vai depender das disposições do edital. 
Pode ser apenas classificatório, apenas eliminatório ou classificatório e eliminatório. 
8. Vontade Política. 
Nos concursos atrelados ao Poder Executivo, é muito comum a morosidade na nomeação dos 
aprovados, muitos candidatos têm que formar comissões e brigar por essas nomeações. 
Alguns concursos trazem, além das vagas ofertadas, um cadastro reserva de vagas. Neste caso, a luta 
pela nomeação deve ocorrer desde a homologação do concurso, porque a garantia de nomeação dentro do 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
21 
prazo de validade do concurso só vai existir para os aprovados dentro do número de vagas, os excedentes 
têm grandes chances de serem nomeados em algum momento, mas não é uma garantia. 
RESUMO: 
Os concursos de delegado de polícia podem variar bastante, tanto das etapas que terão, quanto das 
matérias que serão cobradas. Seria justo que existisse em âmbito nacional uma regulamentação mínima, 
como o CNJ faz nos concursos de magistratura, isso tornaria mais fácil a vida do candidato a esses cargos, 
mas não há. 
O candidato deve estar ciente desta dificuldade e se preparar para as etapas que são cobradas em todos, ou 
na grande maioria, assim como dominar as matérias e temas base de todos eles. 
 
2.3 Como É O Dia De Trabalho De Um Delegado? 
 
Em geral, o Delegado de Polícia pode ser lotado em um departamento especializado, onde irá conduzir 
investigações direcionadas, divididas por temas, por exemplo, delegacia de roubos e furtos, delegacia de 
homicídios, delegacia de repressão aos crimes de estelionato, dentre outras. 
Ou, como é mais comum, iniciar a carreira sendo lotado em um departamento circunscricional, que 
cuida “dos bairros”, são as delegacias de bairros, que recebem a população e apuram os crimes daquela 
localidade. No interior, é possível que o delegado ainda responda por outras cidades da sua comarca. 
Nas delegacias circunscricionais, a depender do sistema de funcionamento, o delegado pode ser lotado 
em um plantão policial, trabalhando em escala de revezamento, ou no cartório desta delegacia, trabalhando 
no expediente, com uma carga de procedimentos investigativos, fazendo determinações aos escrivães e 
agentes de polícias, para a conclusão dos Inquéritos Policiais e dos Termos Circunstanciados. 
Dentre outras atribuições, como, por exemplo: 
 
Código de Processo Penal: 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade 
policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos 
peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado (...); 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a 
quaisquer outras perícias; 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
22 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, 
e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar 
e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do 
crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a 
apreciação do seu temperamento e caráter. (...) 
 
O delegado de polícia, contudo, não desempenha apenas essas atribuições. O dia a dia de um delegado 
envolve, além da investigação de crimes, a gestão de pessoas, gestão de recursos materiais e financeiros, 
bem como inúmeros procedimentos de polícia comunitária. Ou seja, na sociedade, sobretudo em cidades de 
interior, polícia possui papel de ajudar a comunidade, seja mediando conflitos, promovendo ações 
afirmativas ou mesmo impondo mudanças de paradigmas que já são tão enraizados. 
Portanto, se você acha que ser delegado é só portar uma arma na cintura, distintivo no peito e blusa 
de “delegado”, você está na carreira errada. O delegado é o primeiro garantidor dos direitos fundamentais, 
não só dos investigados, mas também das vítimas. Então, para ser um bom delegado, é essencial que sua 
função não se limite apenas àquilo que prevê o Código Penal ou Código de Processo Penal, envolvendo tudo 
aquilo que a comunidade realmente precisa. 
 
2.4 O Agente De Polícia Ou Escrivão De Polícia Podem Se Tornar Delegado? 
 
Existe um projeto de Emenda Constitucional em que as associações de agentes e escrivães pleiteiam 
essa possibilidade, mas, atualmente, só é possível um agente ou escrivão tornar-se delegado se prestar novo 
concurso público para o cargo de delegado, e preencher os requisitos exigidos em pé de igualdade com 
qualquer outro cidadão que preste o concurso, sem privilégios por já pertencer à instituição. 
Outra forma de acesso que não o concurso público seria uma burla de acesso a este cargo, um 
desrespeito ao princípio do concurso público, vedando à população a possibilidade de ocupar o cargo, 
criando uma certa exclusividade para os que já pertencem a instituição, não é nada democrático. 
 
2.5 Porte De Arma, Como Funciona? 
 
Todo delegado de polícia tem porte de arma funcional, ou seja, o porte de arma é inerente ao cargo 
desempenhado. Isso significa que ele não precisa se submeter aos procedimentos que um particular deve se 
submeter para ter acesso ao porte de arma, os requisitos exigidos para o delegado já foram preenchidos 
durante as fases do concurso. 
O porte de arma é nacional, válido em qualquer local do território Brasileiro, não sendo válido, contudo, 
para o exterior. É possível que, em serviço, o delegado precise do porte para uma operação no exterior, mas 
haverá uma autorização pertinente e as autoridades do outro País também participarão em cooperação 
desta operação. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
23 
Por fim, é necessário andar armado no dia a dia? Essa é uma pergunta muito peculiar que somente 
você, delegado, poderá responder. Deve-se avaliar inúmeros fatores antes de chegar a essa conclusão: você 
consegue velar sua arma? Você está lotado em um lugar extremamente perigoso? Você tem técnica 
suficiente para reagir com uma arma de fogo, caso seja necessário? Pondere esses questionamentos antes 
de decidir se irá ou não andar armado! 
 
2.6 Qual É O Armamento Utilizado? 
 
O tipo e calibre de armas utilizados depende de cada instituição. Normalmente, os delegados 
acautelam as armas recebidas, ficando sob sua posse durante toda sua vida funcional. No entanto, a 
propriedade continua pertencendo à Polícia, motivo pelo qual quando o delegado se aposenta ou exonera, 
precisa devolver o armamento para a instituição. 
Em relação ao tipo de armamento, é comum ver as Polícias dos Estados utilizarem pistolas de calibre 
.40, enquanto a Polícia Federal, tem fornecido pistolas .9mm aos seus delegados. 
No entanto, apesar das respectivas armas funcionais, normalmente as delegacias contam com um 
armamento “próprio” de cano longo, muito utilizado quando operações maiores são deflagradas, a exemplo 
de submetralhadora, fuzil, .12, etc.2.7 Delegado Sempre Vai Nas Operações? 
 
Uma das funções dos delegados de polícia é a de planejar e comandar as operações policiais, logo, nas 
operações por ele comandadas ou nas que for escalado, ele deve sim estar presente. 
Entretanto, dependendo da estratégia a ser utilizada, é necessária uma força especializada para 
determinado acesso, de modo que a participação de um delegado ou agente sem o devido treinamento 
poderá colocar em risco os demais integrantes da própria operação. 
Fato é que toda operação deve ser objetivamente planejada, sem paixões e sem vaidades. E quem 
planeja é você, futuro delegado. Portanto, por mais que você possa aceitar opiniões de investigadores e 
inspetores mais antigos, não esqueça que sua função é de chefia! Ser delegado de polícia é ocupar cargo de 
chefe e determinar as balizas de todas as operações. 
 
2.8 O Delegado É Sempre Delegado, Inclusive Nas Folgas? 
 
Esse tema é bastante controvertido na doutrina. O entendimento que prevalece é que, as diversas 
atribuições cartorárias e investigativas só obrigam o Delegado e demais policiais a atuar quando em seu 
horário de serviço. 
 Mas, diante de uma situação flagrancial de crime ou contravenção, ou de uma necessidade de prestar 
socorro, a autoridade policial e seus agentes são obrigados a intervir, se assim puderem, ou seja, se houver 
a possibilidade real de intervenção. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
24 
Por exemplo, diante de um roubo cometido por dois ou mais assaltantes armados, não é exigível de 
um policial que está sozinho, armado ou não, a intervenção, não se pode exigir heroísmo do policial, mas, 
diante de uma situação em que é possível a intervenção, sem comprometer a segurança do policial e das 
demais pessoas, o policial deve agir. 
Em suma, ele é policial tanto no seu horário de trabalho, quanto na folga, é assim que a sociedade o 
enxerga, a questão que vai definir ou não a atuação é a possibilidade nas circunstâncias concretas. 
Segundo o Código de Processo Penal, em seu artigo 301, qualquer do povo poderá e as autoridades 
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Óbvio que 
esse “deverão” fica adstrito às possibilidades reais do caso, em que seja possível agir sem risco para o agente 
ou para outras pessoas. 
 
2.9 Todo Delegado De Polícia Recebe Uma Viatura? 
 
Bem, isso vai depender de diversos fatores, vai depender da instituição a qual o delegado pertence, da 
disponibilidade de veículos desta instituição e da função e local em que o delegado estiver exercendo. 
Em regra, todas as delegacias possuem, ao menos, uma viatura caracterizada/ostensiva. Isso é de 
extrema importância até mesmo para deslocamento de preso para presídio e eventuais operações. Caso a 
sua delegacia não tenha, sempre é possível solicitar perante o órgão responsável. 
Ademais, na falta de viaturas, ainda é possível requerer judicialmente o uso provisório de bens 
apreendidos em razão de atividades ilícitas. Assim, se você investigar um traficante de drogas que possui 
uma hilux, e restar comprovado que esse veículo consiste em produto ou proveito do crime, você pode fazer 
uma representação judicial e depositar esse veículo provisoriamente em nome da delegacia. Veja o que 
dispõe o CPP e a Lei de Tóxicos sobre o tema: 
 
USO PROVISÓRIO DE BENS NO CPP USO PROVISÓRIO DE BENS NA LEI DE TÓXICOS 
 Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado 
o interesse público, a utilização de bem 
sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer 
medida assecuratória pelos órgãos de segurança 
pública previstos no art. 144 da Constituição 
Federal, do sistema prisional, do sistema 
socioeducativo, da Força Nacional de Segurança 
Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o 
desempenho de suas atividades. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 62. Comprovado o interesse público na 
utilização de quaisquer dos bens de que trata o 
art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e 
rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua 
responsabilidade e com o objetivo de sua 
conservação, mediante autorização judicial, 
ouvido o Ministério Público e garantida a prévia 
avaliação dos respectivos bens. (Redação 
dada pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
O certo é que, independentemente de serem viaturas oficiais/ostensivas ou serem viaturas 
reservadas/descaracterizadas, tais veículos devem ser utilizados exclusivamente para as atribuições do cargo, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13840.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13840.htm#art6
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DO ZERO À APROVAÇÃO 
25 
ou seja, para o serviço, não podendo ser utilizados como veículos particular, nem esporadicamente. Isso seria 
desleal para com a administração pública e para com os administrados, ensejando inclusive, ato de 
improbidade administrativa. 
 
2.10 Quanto Ganha Financeiramente Um Delegado De Polícia? 
 
As remunerações são variadas e dependem do quanto cada Estado designa para que o Poder Executivo 
pague os servidores da segurança pública, motivo pelo qual não há um padrão pré-definido. 
Por exemplo, há Estado em que a remuneração inicial de um delegado de polícia é cerca de R$9.000,00, 
nove mil reais, enquanto em outro Estado, a remuneração inicial é de R$20.000,00, vinte mil reais. A 
Remuneração é uma política de cada ente federativo, não tem como ser igual até porque os atrativos e as 
condições de vida dos Estados brasileiros são diversos. 
No entanto, há de se considerar que a remuneração bruta se refere à classe inicial da carreira, sendo 
certo que, com o passar dos anos, o plano de carreira melhora, incorporando, à remuneração, eventuais 
promoções e os famosos “penduricalhos”. 
 
 
No Próximo Capítulo iremos dar início à preparação para o concurso de delegado de polícia, abordando, 
principalmente, a melhor forma de iniciar os estudos, quais as matérias principais e como estudar os quatro 
pilares, que são, doutrina, lei seca, jurisprudência e exercícios. Vamos lá? 
 
 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
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CAPÍTULO 3 - COMO COMEÇAR A ESTUDAR PARA DELEGADO? 
 
“sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas”... 
“...Ninguém é digno do pódio se não usar seus fracassos para conquistá-lo”. 
Augusto Cury, em nunca desista dos seus sonhos. 
 
O principal erro de quem começa a estudar para concursos públicos, e aqui eu me refiro a qualquer o 
concurso, é começar os estudos sem um prévio cronograma, sem se organizar ou deliminar matérias. Por 
isso, o primeiro passo – e mais importante - é ter em mãos um edital ou pré edital com todas as matérias que 
são cobradas naquele concurso. O Dedicação Delta, inclusive, fornece editais esquematizados/verticalizados, 
para que o candidato possa ter uma visão mais ampla do conteúdo e se organizar de acordo com suas 
dificuldades e prioridades. 
Outro erro muito frequente é o acúmulo de material, ou seja, adquirir diversas obras, cursos, e 
materiais diferentes, mas para o mesmo concurso. Isso faz com que o candidato se sinta perdido e frustrado 
por não conseguir estudar nenhum deles por completo ou de forma efetiva. 
Por isso, o ideal é escolher um bom material como base e, a partir dele, ir atualizado de acordo com o 
seu estudo. Não troque de material: use o mesmo até o final! Da prova objetiva até a oral. Lembre-se: quem 
passa em concurso não é aquele que sabe mais ou que acumula mais informações, mas sim aquele que 
conhece muito bem tudo aquilo que está no seu própriomaterial. 
Por fim, que tal fazer um edital comentado por você mesmo? Imprima o edital e anote, nele, os tópicos 
que você julgar mais importantes para serem relidos na véspera da prova! 
 
3.1 Como Devo Me Organizar? 
 
5 passos importantes: 
1. Defina um horário para criar uma rotina diária, e respeite a rotina para que ela se transforme em um 
hábito; 
2. Escolha um ambiente tranquilo, confortável para estudar; 
3. Defina metas diárias e metas semanais. As metas diárias são importantes para criar a rotina de 
estudo, as semanais são importantes para você conseguir avançar no seu esforço e aferir o seu 
desempenho. 
4. Priorize e inicie o estudo pelas disciplinas e métodos que você menos gosta, para não correr o risco 
de você negligenciá-las ao final do dia. 
5. Use editais e provas anteriores para se organizar e estudar. 
Comece lendo o edital do último concurso, mesmo que haja a probabilidade de vir diferente, pegue um 
edital semelhante e mais recente. 
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DO ZERO À APROVAÇÃO 
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Por exemplo, pretendo fazer concurso para Delegado de Polícia da Paraíba, se o último concurso já é 
muito antigo, use um edital de concurso de Delegado de algum outro estado, mas que seja mais recente e 
seja um edital comum, parecido com a maioria, sem muitas peculiaridades. 
A quantidade de matérias e temas a serem estudados é enorme, motivo pelo qual a organização é 
fundamental. Você pode usar um edital pronto ou criar um edital padrão com as matérias que são cobradas 
em todos os concursos de delegado e, na medida em que for estudando, vai riscando o tema estudado deste 
edital, tentando esgotar todos os assuntos. Ao final, repita o processo. 
 
3.2 Cursinho Vale A Pena? Presencial ou EAD? 
 
Sendo muito objetivo: sim, vale a pena. Estudar para concurso é diferente de estudar para ser aprovado 
nos semestres da faculdade, é um estudo objetivo e, principalmente, estratégico, pois as bancas 
examinadoras costumam repetir o padrão que questões cobradas. 
Assim, os cursinhos que são realmente sérios, ajudam o aluno a formar uma base de conhecimento e, 
ainda, a ter estratégia para estudar os pontos mais cobrados de cada matéria. Repitam comigo: concurso 
público não é inteligência, é estratégia. 
No entanto, é necessário escolher um curso bom, comprometido e atualizado. Pode ser um curso só 
de PDF ou com videoaulas. Não existe melhor forma, mas sim a forma com a qual você se adapta. Existem 
alunos que preferem só ler, outros preferem assistir videoaulas para obter conhecimento jurídico. Isso é algo 
muito pessoal. Você precisa primeiro testar para depois descobrir o que funciona para você! 
Uma boa dica é começar o curso logo no início da preparação, para que você tenha um material que 
possa usar de base em toda sua caminhada de concurso. Após a conclusão do curso, você pode se dedicar 
exclusivamente à leitura e revisão de material, conjugando sempre com as jurisprudências e exercícios sobre 
o tema. 
Quanto a questão de ser presencial ou EAD, vai depender muito da disponibilidade do aluno. A 
vantagem do EAD é que você pode estudar em qualquer horário e onde estiver, evitando, inclusive, “perder 
tempo” com deslocamentos muito extensos. Geralmente, os melhores professores estão nesses cursos. 
O argumento de que “eu sou um candidato não muito disciplinado e não consigo me organizar para ver 
as aulas online, de que preciso de um presencial para ir”, deve cair por terra. 
Se você pensa assim, você precisa mudar essa mentalidade, precisa parar de criar limitações ou 
enfrentar as limitações que você já criou, porque nessa jornada para ser aprovado em um concurso de 
delegado irão surgir inúmeras dificuldades, muitas vezes maiores que a questão de não conseguir estudar 
online. Portanto, saia da sua zona de conforto, é fora dela que está a sua aprovação! 
 
 
 
 
 
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3.3 Tenho Dificuldade Para Me Organizar, Um Coach Ou Uma Mentoria Vale A Pena? 
 
Talvez, depende muito do profissional e do aluno. 
Acredito que a ajuda de um profissional que tem experiência em determinada área na qual você tem 
dificuldade é bastante útil. O processo de Coaching é uma ferramenta muito produtiva, utilizada por pessoas 
de sucesso em várias áreas da vida, mas foi um pouco banalizada no Brasil, por isso, deve-se tomar algumas 
precauções: 
1. O Profissional, o Coach, já atingiu, na vida dele, o objetivo que se propõe a ajudar o candidato a 
atingir? Ou seja, em termos de concursos públicos, o candidato já foi aprovado em algum concurso 
de mesmo gabarito? 
2. O Profissional está realmente interessado em prestar auxílio ao candidato ou seu objetivo é 
exclusivamente o ganho financeiro? Você consegue perceber isso pelo trabalho desenvolvido e o tipo 
de marketing utilizado pelo profissional, profissionais que se propõem a dar treinamento para 200, 
300 pessoas, com certeza não poderá se dedicar às peculiaridades de cada aluno, pelo menos na 
preparação para provas de concursos públicos. 
3. O profissional aplica, na vida dele, as ferramentas que se propõe a ensinar? 
 Hoje é comum, ver milhares de pessoas se intitulando “Coach” porque fizeram um curso de final de 
semana. 
Vejo muitos discursos de melhora de produtividade e mudança de valores de vida, mas, quando você 
observa a vida pessoal dessas pessoas, elas não conseguem pôr em prática aquilo que propõe como 
ferramenta de aprimoramento. 
Ou seja, tem gente que fala sobre meditação e é uma pessoa extremamente agitada, impaciente, tem 
gente que fala sobre ser perseverante e resiliente e tem uma personalidade piegas, é hipersensível, vive em 
busca da aprovação e aplausos dos outros. 
É comum ver pessoas, no ramo do Coaching comercial, que se propõem a alavancar as vendas de uma 
empresa, mas nunca realizaram um negócio de grande porte na vida, nunca fizeram uma venda e pior, tem 
uma vida financeira completamente desestabilizada. Por isso, muito cuidado na escolha. 
1. O aluno, deve estar disposto a aplicar as ferramentas ensinadas. 
O candidato tem que estar disposto e motivado a sair de sua zona de conforto e entender que o 
diferencial está exatamente em fazer as coisas do jeito que você acha que não consegue fazer, em fazer de 
um jeito menos confortável, mas mais produtivo. 
Essa resistência do aluno, na maioria das vezes, é o que ocasiona o insucesso de muitos programas de 
mentoria e coaching. 
Em suma, o processo de mentoria e coaching é muito valioso, mas depende do profissional que irá 
realizar e da abertura e dedicação de quem será treinado. 
 
 
 
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3.4 Como Organizar O Meu Dia De Estudo? Como Estudo? 
 
Bem, levando em consideração que o candidato está iniciando a preparação, parte do seu tempo será 
ocupado por aulas, de um curso que fará a sua base de conhecimento, para depois você seguir seus passos 
sozinhos. 
Primeiro você deve montar um cronograma que seja viável para você cumprir! Não adianta se 
programar para assistir 3 aulas por dia se você não consegue fazê-lo, ou, então, se o faz sem absorver o 
conteúdo. Isso traz frustração e, consequentemente, vontade de desistir! Lembre-se que, no estudo para 
concursos, a direção é mais importante que a velocidade. 
A par dessas aulas do início, existem quatro pilares que você vai utilizar no seu estudo diário, são eles: 
1. Leitura da Lei Seca (Letra de Lei) 
Essa é a parte mais “chata” e, por isso, a mais negligenciada pelos candidatos. Entretanto, é também 
uma das mais importantes! Isso porque muitas bancas têm como perfil cobrar, nas provas objetivas, questões 
que se limitam a copiar a literalidade da lei. Mas não é tão simples quanto parece! Há muitas pegadinhas 
maliciosas e, portanto, é extremamente necessário que essa leitura seja feita com atenção, marcando as 
palavras que costumam cair nas provase, sempre que possível, várias vezes. 
Ou seja, quem estuda para delegado de polícia não lê a Lei de tráfico de drogas apenas 1 vezes, mas 
sim inúmeras vezes até conhecê-la de trás pra frente. Lembre-se que, nesses casos, a repetição é que traz a 
consolidação. 
Vários métodos são compartilhados de como fazer essa tarefa de forma efetiva, como, por exemplo, 
grifando, utilizando um sistema de cores, anotando comentários pessoais em cada artigo, enfim, isso é algo 
muito pessoal. 
O método que desenvolvi ou encontrei, inconscientemente, foi o multifocal, no qual, além de grifar o 
seu vade mecum, buscava escrever palavras-chaves, pequenas anotações nas entrelinhas da lei, as quais 
eram as mesmas utilizadas no caderno de resumo por tópicos, do qual falaremos mais a frente. 
Desta forma, quando o aluno estiver lendo a lei seca, ao ver a palavra-chave ou a pequena anotação, 
estará também revisando a doutrina ou a jurisprudência ali inserida. 
Mas cuidado, não se deve anotar tudo que foi estudado, nem em cadernos de resumo se deve fazer 
isso, você vai anotar um conceito, uma classificação, um julgado, e sempre poucas palavras, que façam 
referência ao tema, pois a anotação mesmo estará em seu caderno ou em seu livro. 
Por isso é sempre importante estudar a doutrina, a jurisprudência e fazer exercícios com o vade mecum 
ao lado, para ir inserindo pequenas anotações de temas muito importantes e que são difíceis de serem 
lembrados. 
Por exemplo, em uma questão de prova, você não soube responder o que significava “tipo manco”, e 
viu na resposta que era uma nomenclatura criada pela doutrina para o instituto da “tentativa”. 
Com isso, você vai abrir seu vade mecum, ir até o artigo 14, inciso II do código penal, que fala da 
tentativa, e escrever nas entrelinhas “tipo manco”, desta forma, sempre que você for ler a lei seca, irá 
recordar dessa nomenclatura. 
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Inserir palavras-chaves na lei seca que correspondem a tópicos de resumos que estão em seu caderno 
é a forma mais eficiente de estudar a lei seca. 
Quanto ao tempo de estudo da lei seca, irá depender da realidade de cada pessoa, cada um tem sua 
rotina e deve dividir seu estudo proporcionalmente de acordo com ela, mas claro, sempre se esforçando para 
ampliar a disponibilidade de tempo para o estudo. Caso tenha tem pouco tempo, se esforce para acordar 
uma ou duas horas mais cedo, serão uma ou duas horas a mais de estudo no seu dia. 
Muito importante é desenvolver uma rotina que permita você conseguir terminar os diplomas legais 
de forma organizada, artigo por artigo, e assim que terminar, recomeçar. 
2. Estudo da Doutrina 
É de suma importância que o candidato conheça os princípios, os conceitos e os institutos jurídicos que 
regem as disciplinas cobradas em prova. A uma porque, quando você entende como funciona o instituto, 
você não só adquire raciocínio jurídico, como também acaba tendo mais facilidade em decorar a lei seca 
referente àquele instituto. A duas porque, não adianta ler só lei seca, ir muito bem na primeira fase, quase 
gabaritar a prova objetiva, mas cair na prova discursiva. 
Lembre-se que os concursos para o cargo de Delegado de Polícia são compostos por duas ou três etapas 
(quando possuem prova oral), de modo que conhecer os posicionamentos doutrinários sobre os temas é 
imprescindível! 
 Aqui, falo com bastante segurança que uma doutrina resumida, seja sinopse de editora ou um material 
voltado para concursos públicos de um curso, é suficiente para garantir sua aprovação em qualquer concurso 
de delegado, seja na fase objetiva, na fase subjetiva ou na fase oral. 
Entrevistei diversos colegas nas fases dos meus concursos de delegado e, aqueles que passaram com 
menos tempo de estudo, afirmaram que utilizavam doutrinas resumidas, apostilas ou sinopses voltadas para 
concursos públicos. 
 
3.5 Cadernos esquematizados e apostilas são bons? Valem a pena? 
 
Depende do material! Hoje em dia, existem muitos materiais compilados de excelente qualidade, com 
doutrina resumida, jurisprudência e até o texto de lei organizados de forma objetiva. Isso ajuda o candidato 
a direcionar o estudo e economizar o tão escasso tempo, que passa a estudar por um material que possui 
todos os pilares compilados em um único local. 
Já ouvi professores criticando apostilas e cadernos esquematizados, bem, sem desmerecer as grandes 
obras doutrinárias, para concurso de delegado, para ser aprovado, esses materiais, quando de qualidade e 
atualizados, são mais eficientes. 
As grandes obras você poderá ler depois que for aprovado. Em termos de concurso público, sabemos 
que não passa quem sabe mais, passa quem acerta mais questões, quem faz mais ponto, e nesse quesito, 
uma estratégia objetiva vale mais que o conhecimento profundo de temas e teorias. 
 
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3.6 Vídeo Aula, é produtivo? 
 
Como falamos no início, é produtivo se for feito um bom curso uma vez, no início, para criar uma base 
de conhecimentos jurídicos básicos, ou se for feito para suprir uma dificuldade em alguma matéria ou tema. 
Após a conclusão de um curso, pare de ver vídeo aulas e comece o estudo dos quatro pilares. 
Ainda sobre vídeo aulas, assistir a aulas aceleradas não é eficiente. Pode até parecer um ganho de 
tempo, mas, na verdade, torna-se um desperdício. Alguns temas precisam de um “time” para serem 
realmente compreendidos e solidificados, de modo que passar por eles de forma acelerada só fará com que 
você precise retornar no assunto e assistir novamente. Assim, o que parecia rápido tornou-se contra 
produtivo. 
Você já tentou assistir um filme ou uma série de TV acelerados? 
Não seria legal concorda?! 
Muito menos a aula, seu estudo deve ser a sua prioridade, tenha paciência, é melhor ver uma vez no 
tempo correto e aprender o conteúdo, do que ter que ver várias vezes acelerada e não assimilar o conteúdo. 
Entretanto, uma revisão, de uma aula já vista, pode ser feita com o vídeo acelerado. 
 
3.7 Vale a pena fazer resumos? 
 
Sim, vale muito a pena! Já ouvi pessoas falando que o tempo que você gasta fazendo resumos, se fosse 
gasto em leitura de outro material, seria mais proveitoso. 
Afirmo sem sombra de dúvidas que essas pessoas desconhecem o funcionamento básico do cérebro e 
do aprendizado. 85% do que lemos é esquecido em poucas semanas, por isso é tão importante revisar. 
A leitura também não é a única forma, e nem a mais eficiente de armazenar o conteúdo estudado, e 
de armazená-lo de forma organizada, vejamos: 
As pirâmides de aprendizagem, por vezes chamadas de cones de aprendizagem, são tentativas de 
apresentar de maneira esquematizada a capacidade de retenção de um conteúdo do cérebro humano, em 
geral pressupondo que quando algo é estudado de forma ativa, seja promovendo um debate, fazendo algo 
na prática ou ensinando o conteúdo estudado, esse conteúdo é retido de maneira mais efetiva. 
Por outro lado, o mesmo conteúdo poderia ser esquecido facilmente caso fosse aprendido apenas de 
forma passiva, por exemplo, por meio da leitura, assistindo à uma palestra ou ouvindo uma história. 
Segundo o cientista e psiquiatra americano William Glasser, nós armazenamos o conteúdo que 
estudamos de forma diferente a depender do método utilizado. 
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Ao criar um resumo cópia do que foi lido, para que seja novamente lido posteriormente, não está 
havendo uma revisão do que foi estudado, e sim uma releitura, ou seja, estamos explorando apenas 10% da 
nossa capacidade de armazenamento dos 10% que foi lido da primeira vez, não é muito eficiente concorda?! 
Resumos devem ser feitos de forma a estimular diferentes níveis de percepção, como, por exemplo, 
através do uso de palavras-chaves, seguidas de uma frase, organizado em tópicos. 
A palavra-chave é o gatilhoda memória, que fará recordar a frase anotada que, por sua vez, fará 
recordar o tema e demais considerações acerca dele, essa palavra-chave, deve ser a mesma que você anota 
nas entrelinhas do seu vade mecum. 
Outra forma de revisar a matéria é criando caderno de perguntas e respostas. Você cria uma pergunta 
objetiva e uma resposta que seja um resumo do tema que foi estudado, nada muito prolixo, um resumo com 
base na sua compreensão, no que você entendeu e como você responderia se fosse perguntado. Escrever 
está na escala de 80% de eficiência, comparado a os 10% da leitura passiva. 
Por exemplo: 
Supomos que você acabou de estudar o sistema trifásico de aplicação de pena. 
Crie uma pergunta: 
O que se entende por Sistema Hungria de Dosimetria da Pena? 
Resposta: É o sistema trifásico adotado pelo código penal brasileiro. O Penalista Nelson Hungria, 
leciona que para a aplicação da pena deve ser observado 3 fases: 
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• Na primeira, o juiz determina a pena base, obedecendo a Teoria das Margens, ficando entre o 
mínimo e o máximo de pena abstratamente cominada ao crime; 
• Na segunda fase, o Juiz vai aplicar as circunstâncias atenuantes e agravantes; 
• Na terceira fase, o juiz vai aplicar as causas de aumento e de diminuição de pena, não ficando 
vinculado à teoria das margens. 
Perceba que em uma simples pergunta, você conseguiu revisar o que é o Sistema Hungria, o que é a 
Teoria das Margens, em qual fase se aplica às atenuantes e agravantes, em qual fase se aplica às causas de 
aumento e as causas de diminuição, que na primeira fase o juiz não pode baixar a pena a quem do mínimo 
e nem aumentar além do máximo, mas ele pode fazer isso na terceira fase... 
Veja que várias possíveis perguntas de provas foram resumidas em uma única pergunta, possivelmente 
você se lembrará de todas as considerações se caírem de forma isoladas na prova. 
Você vai revisar esse caderno refazendo a pergunta e tentando responder sem ler a resposta. Se você 
conseguir, ótimo, passe para a próxima, se errar, anote essa questão novamente em outro caderno, sem 
copiar, explicando com suas palavras após ler, e assim você vai substituindo um caderno por outro e, quando 
encerrar o primeiro caderno, já vai ter outro com algumas questões que tinha errado do primeiro, e só 
continuar a colocar conteúdo nele e repetir o processo. 
Esse tipo de estudo já vai preparar você para fazer provas subjetivas. É suficiente para desenvolver a 
capacidade do candidato em interpretar questões e dissertar de forma multidisciplinar e objetiva na hora de 
dar as respostas. Por isso que é o método que eu indico para treinar para provas dissertativas, além de fazer 
exercícios de provas passadas com questões dissertativas. 
3. Estudo da Jurisprudência 
Cada vez mais as provas para delegado de polícia vêm cobrando os entendimentos dos Tribunais 
Superiores. Por isso, o estudo das súmulas vinculantes, súmulas do STF e súmulas do STJ, bem como os 
julgados de jurisprudência, mostra-se fundamental para a aprovação. 
 
Existe um website, www.dizerodireito.com.br , que traz, de forma organizada, os informativos do STF 
e do STJ em ordem cronológica, tanto em uma versão completa, explicando a ratio dos julgados, como em 
uma versão resumida. Essa versão resumida dos informativos é até suficiente para responder às questões de 
prova, mas indico, por experiência própria, a leitura da versão completa. Isso porque ler a versão resumida 
faz você decorar, já ler a versão completa faz você entender. E, entendendo, consegue “linkar” com os outros 
assuntos que você já estudou, adquirindo um raciocínio jurídico ainda maior. 
Esse site também fornece uma ferramenta paga chamada de “buscador do Dizer o Direito”. Nesse 
buscador, você tem acesso aos mesmos julgados que são fornecidos gratuitamente nos sites, no entanto, há 
algumas vantagens: Você pode filtrar os informativos por matéria, assunto e tema. Isso ajuda muito na hora 
de estudar determinado conteúdo. Por exemplo, se hoje você decidiu estudar a temática “provas” de 
Processo Penal, você pode já deixar aberto o buscador nessa aba, e aí você terá acesso a todos os julgados 
referentes ao tema, otimizando e enriquecendo seu estudo. Veja: 
http://www.dizerodireito.com.br/
http://www.dizerodireito.com.br/
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Além disso, note que a ferramenta paga oferece outras funcionalidades, como simulados, materiais, 
cadernos, novidades legislativas, todas expostas na parte superior do site e que podem servir para 
complementar sua preparação. 
Como disse, muitas provas vêm cobrando cada vez mais os posicionamentos dos Tribunais, não só nas 
fases objetivas, como também nas discursivas e orais. A par disso, é possível identificar algumas bancas que 
praticamente só cobram jurisprudência, e o CESPE/CEBRASPE é uma delas. 90% das questões dos concursos 
promovidos pelo CESPE são formuladas em cima de entendimentos jurisprudenciais. 
O valor é extremamente acessível. Paga-se 1 vez e pode utilizar o ano inteiro!!! Isso faz com que seja 
uma opção “melhor” e mais atrativa do que os livros físicos de jurisprudência, pois estes ficam desatualizados 
muito rapidamente, enquanto o site mantém-se sempre alimentado com os julgados mais recentes. E o 
melhor: Se você for aluno do curso extensivo Dedicação Delta, você ganhará essa assinatura grátis! 
Consegue notar a importância de conjugar o estudo de doutrina e lei seca com a leitura de 
informativos?! E aqui, falo como concurseiro – e não como delegado! 
 
3.8 Devo ler os informativos resumidos de que matérias? quantas vezes? 
 
Para provas de delegado, você deve ler os informativos, pelo menos, das matérias direito penal, 
legislação penal extravagante, direito processual penal, direito constitucional e direito administrativo. 
Leia sempre dos mais recentes até os últimos dois/três anos, e releia, quantas vezes for possível. No 
seu vade mecum, faça remissão dos informativos nos artigos relacionados ao julgado. Pode fazer até de outra 
cor! Por exemplo: tudo que estiver escrito em roxo será referente a algum julgado. E assim fica muito mais 
fácil de você estudar e revisar aquele assunto. 
Veja como você pode fazer: no art. 129, §2º, IV do CP, você pode fazer a seguinte remissão: “Inf. 728, 
STJ/2022”. Isso vai fazer você lembrar que existe um julgado recente (2022), do STJ, que trata sobre o tema. 
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3.9 Resolução de Questões 
 
Primeiramente, é preciso que vocês saibam a importância de fazer questões. Muitos não gostam ou 
simplesmente negligenciam porque têm ‘medo’ de errar; têm ‘medo’ de ver que aquele assunto que, em 
tese, já foi estudado, na realidade, ainda não está sedimentado. Portanto, o primeiro passo é mudar esse 
pensamento! Nada de ficar chateado porque errou uma questão sobre um assunto que você já estudou! A 
hora de errar é agora e não na hora da prova. 
Ultrapassado isso, saibam que fazer exercícios de provas passadas é um excelente treino! A uma 
porque, através delas, é possível descobrir o perfil que a banca usa na cobrança das suas questões; a duas 
porque a maioria das questões que virão em sua prova já foram objeto de cobrança em provas passadas. 
Cada banca tem o seu banco de questões, de onde são selecionadas as questões que vão compor aquela 
prova. É certo que esse banco é atualizado com novas questões, mas várias se repetem, se não literalmente, 
quase que de forma idêntica. Portanto, o objetivo é fazer o maior número de questões possíveis até a data 
de sua prova. 
Há três formas de exercitar as questões: (i) fazer sobre o tema que acabou de ser estudado, (ii) fazer 
questões sobre um tema estudado há mais tempo, ou, ainda, (iii) fazer questões sobre o tema que será 
estudando, como uma espécie de estudo reverso. 
Aqui nãohá certo ou errado, mas sim aquilo que funciona para você. Há quem defenda que fazer 
questões sobre um assunto que acabou de ser estudado não é eficiente, pois não haveria tempo hábil para 
sedimentar seu conteúdo e, consequentemente, seus acertos não corresponderiam com aquilo que você 
realmente aprendeu. 
Sinto informar-lhes que essa perspectiva sobre o funcionamento das memórias está equivocada. Estes 
acreditam que escolher temas que foram estudados há mais tempo ajudaria a estimular o cérebro a 
armazenar o que foi estudado na “memória de longo prazo”. 
Infelizmente não é assim que funciona no armazenamento de conteúdo proveniente do estudo. 
A “memória de curto prazo” e “memória de longo prazo” são expressões figurativas, para tornar mais 
simples a explicação de que certas informações são armazenadas para o uso esporádico, por isso são 
rapidamente esquecidas, enquanto outras são armazenadas para o uso contínuo, corriqueiro, motivo pelo 
qual ficariam armazenadas na memória de longo prazo. 
No entanto, não funciona bem assim. O cérebro precisa exercitar o máximo de vezes, inclusive logo 
após receber a informação, para que ela seja arquivada de forma organizada no córtex cerebral. Por exemplo: 
Um músico, ao aprender um novo exercício ou uma nova música em seu instrumento, ensaia por horas 
e horas, até que a informação seja gravada de uma vez. Após isso, dificilmente ele precisará recorrer a 
tablatura para recordar a música, irá ensaiar de tempos em tempos para aprimorar a execução. 
Agora, imagine se lhe fosse passado um exercício ou uma nova música que, após estudá-la, ele 
esperasse alguns dias para tentar ensaiar, acreditando que estaria potencializando o seu cérebro. Isso não 
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iria funcionar, ele iria misturar o exercício ou a tablatura com os outros diversos exercícios e tablaturas que 
iria ver e que também não gravou porque estava esperando o decorrer de um período para exercitar. 
Imagine agora um atleta de ponta que aprende uma nova jogada para ser aplicada em uma competição, 
é comum ver esse atleta treinar essa jogada insistentemente até que a sua execução e todos os movimentos 
estejam perfeitamente memorizados. 
Não é comum, no entanto, ver o atleta aprender a jogada e dizer que irá esperar uns dias para ensaiar 
a jogada porque seu cérebro acharia muito fácil ensaiar logo após ter aprendido e isso não seria produtivo. 
Com certeza esse atleta não desenvolveria a jogada com a mesma habilidade do atleta que ensaiou bastante 
logo após aprender. 
Entenda, seu cérebro tem um padrão de funcionamento, de modo que a forma mais eficiente de 
aprender algo é treinar insistentemente após estudar. 
Não se preocupe, você também irá treinar as questões que foram estudadas há mais tempo. Isso você 
fará nos seus simulados de final de semana, treinando a capacidade de fazer questões sobre diversos temas 
no mesmo dia. E será mais fácil porque você já memorizou a matéria pelo método mais produtivo de fazer 
questões após estudar. 
Comece fazendo questões da banca do seu concurso. Ao esgotar todas as questões disponíveis da 
banca, vá fazendo questões de bancas semelhantes, para o mesmo cargo, depois faça questões de provas 
com um índice de dificuldade mais difícil, como promotoria e magistratura. Sempre nivele seu estudo por 
cima! 
Perceba que, você pode fazer questões de cargos semelhantes, entretanto, seja objetivo, faça questões 
de temas comuns, que também são cobrados em provas de delegado, por exemplo, Inquérito Policial, Ação 
Penal, Provas, Prisões, são temas que vão estar sempre em provas de Delegados, Promotores de Justiça, 
Defensores Públicos... 
E o chamado estudo reverso? Lembre-se que não há certo ou errado, mas pense comigo: como 
aprender uma matéria que você nunca estudou através de questões? Você não saberá no que focar, quais 
são as pegadinhas de prova ou o que você precisa estudar para responder àquela questão. Por isso, o estudo 
reverso por questões não é o método que mais aconselho seguir, sobretudo se você é iniciante nesse ramo 
de concursos. 
Existem diversas formas para fazer questões: através de plataformas online, através de livros como o 
“revisaço” ou, ainda, através de simulados de cursinhos preparatórios. O curso Dedicação Delta, inclusive, 
lança cursos de simulados completamente inéditos e direcionados para os concursos específicos. Note que 
todas essas formas são extremamente válidas! O importante não é onde você faz a questão, mas sim o que 
você absorve dela. 
E como absorver melhor o estudo com questões? Uma boa dica é criar o hábito de anotar as questões 
que errou, montando o seu próprio caderno de erros ou de dúvidas. Essas plataformas digitais permitem 
criar um caderno de questões, até mesmo separados por matérias, o que vai facilitar na hora de refazê-las. 
Se você não quiser fazer na plataforma, pode montar cadernos de erros no próprio word, ou, ainda, feito à 
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37 
mão por meio de tópicos. O ideal é apenas manter esse caderno alimentado, atualizado e organizado, para 
que você não perca tempo na hora de revisá-lo! 
Vamos evoluir um pouco agora... Além de fazer as questões, tire alguns dias para praticar com controle 
de tempo! Cronometrar o tempo e simular como se fosse o dia da prova é de suma importância. A gestão de 
tempo é uma das maiores dificuldades dos candidatos, pois as provas estão vindo cada vez maiores e o tempo 
ficando cada vez mais escasso. Por isso é fundamental treinar! Só é possível melhorar a administração do 
tempo de prova treinando simulados. 
Esses são os 4 pilares básicos da rua rotina de estudos. Trata-se de uma rotina simples, não precisa 
inventar muita coisa. Revisando. Você deve dividir o seu tempo para: 
1. Estudar a Lei Seca; 
2. Estudar a Doutrina resumida; 
3. Estudar os Informativos de Jurisprudência; e 
4. Resolver o máximo de questões de provas passadas que for possível. 
5. Não esqueça da revisão!!! 
 
Fazendo isso, a sua aprovação é quase certa. Lembre-se: não é preciso ser o mais inteligente, é preciso 
apenas ter comprometimento, dedicação e estratégia! 
Para tornar esse estudo mais eficiente e a sua capacidade de interpretar questões e de dar respostas 
corretas em momentos estressantes, como é o dia da prova, existe um estudo para a concentração que pode, 
e deve, ser feito junto com o estudo para o concurso, independentemente do tempo disponível que você 
tenha para estudar. 
Após o próximo capítulo, que falaremos sobre a etapa da prova oral, veremos como desenvolver o 
estudo da concentração. 
 
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CAPÍTULO 4 - PROVA ORAL... E AGORA? 
 
 
 
A etapa da prova oral é que causa mais ansiedade nos candidatos. Por mais que se diga que é a fase 
mais tranquila, haja vista que todo o conhecimento do candidato já foi provado nas fases anteriores, a 
ansiedade toma conta desta etapa. 
 
4.1 O Sentimento De “Sou Uma Fraude E Vão Descobrir”. 
 
Esse sentimento é extremamente comum em candidatos que são aprovados para a fase de prova oral 
pela primeira vez, acredite, você não está sozinho! Acreditar que, por um golpe de sorte passou na fase 
objetiva e na subjetiva, mas que não está pronto para enfrentar a fase oral é normal, mas ingênuo. 
É comum se sentir pressionado por esta fase, aliás, diferente do que ocorre nas demais fases, nesta o 
candidato deverá formular a sua resposta quase que instantaneamente, e diante de uma banca bastante 
intimidadora - que avalia, não só a resposta, mas também a postura e o nervosismo. Parece uma tarefa difícil, 
mas tenha calma, com bastante treino essas preocupações vão desaparecendo e você vai ficando mais 
tranquilo e confiante. 
De antemão, digo ao candidato que esta é a fase que ele só deve se preocupar após a aprovação na 
fase subjetiva.Não há necessidade de treinar para prova oral existindo ainda as fases objetiva e discursiva 
pela frente, que são bem mais concorridas e difíceis. Portanto, não antecipe os problemas e concentre-se em 
cada etapa por vez. 
Vou fazer um breve relato sobre a minha experiência na primeira prova oral. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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Quando eu descobri que havia sido aprovado para esta etapa do concurso, fiquei bastante nervoso, me 
senti inseguro, achava que precisaria de, pelo menos, o triplo do prazo para revisar as matérias do edital. 
Mesmo já fazendo diariamente um estudo e treinamento que me fazia conseguir controlar, até certo 
ponto, a minha ansiedade, nesse dia não consegui. Entrei no google e no youtube e comecei a pesquisar tudo 
sobre provas orais, assistir outros candidatos, o que fez com que eu ficasse ainda mais ansioso com muita 
coisa que vi. Assim, pesquise sim, mas tenha um filtro, não acredite em comentários pessimistas. 
Procurei um curso específico para esta etapa, que me deu mais segurança e me passou algumas 
técnicas de estudo, falarei mais tarde sobre a importância de fazer ou não um curso específico. 
Treinei assiduamente as técnicas de estudo sugeridas pelo curso e intensifiquei o meu estudo de 
concentração, comecei a pensar nesta fase como realmente ela é: uma análise do perfil comportamental e 
profissional do candidato em relação ao cargo que pretende assumir. Acredite, é mais um teste psicológico 
do que uma avaliação de conhecimentos jurídicos. 
O resultado foi que, mesmo indo para o exame extremamente ansioso e com o sentimento de que a 
qualquer momento a banca iria conseguir me “derrubar”, consegui ser aprovado em primeiro lugar nesta 
fase do concurso, com nota máxima (10,0), em todas as matérias, Direito Penal, Direito Processual Penal, 
Direito Constitucional, e Legislação Extravagante. E mais, só depois vi que ainda havia dado uma resposta 
errada ao examinador, e mesmo assim, ele me deu a pontuação máxima na prova, mostrando que o 
conhecimento jurídico que eles querem avaliar já foi provado nas demais provas. 
Na fase oral, é a postura, o controle emocional e a articulação de raciocínio do candidato que serão 
realmente avaliadas, de modo que extremamente importante se preparar adequadamente e treinar técnicas 
de oratória, ao invés de só revisar o conteúdo jurídico. 
Nesta prova que fiz, o conteúdo jurídico valia 25% da pontuação, a apresentação do candidato (como 
estava bem-vestido, cabelo, barba, postura…) valia 25%, a articulação do raciocínio mais 25% e o uso do 
vernáculo, o português correto, valia os 25% restantes. Em tese, seria possível ser aprovado mesmo errando 
todas as respostas jurídicas, mas conseguindo as demais pontuações. 
 
4.2 Como Estudo Os Conteúdos Jurídicos Que Serão Cobrados? 
 
Analise com calma o edital e veja se ele delimita o conteúdo, para que você estude apenas o que 
efetivamente for cobrado na prova. Acredite, você já sabe 80% das possíveis perguntas que virão no seu 
exame, uma possível pergunta, extremamente difícil, será difícil para todos, e o examinador nem espera que 
você saiba a resposta. São nessas perguntas “ditas absurdas” que eles avaliam outros aspectos da sua 
apresentação, como o seu controle emocional. 
Você pode estudar sozinho falando alto sobre a matéria e respondendo pequenas perguntas como “o 
que é?”, “o que se entende por?”, “qual é?”. Crie respostas objetivas, mas que sejam completas, sobre o que 
foi perguntado. Você pode, ainda, treinar com outra pessoa que também esteja estudando para a prova oral. 
Monte bancas simuladas, na qual um fará o papel do examinador e o outro o papel do candidato; mantenha 
a postura durante os treinos e, enquanto examina o colega, anote as deficiências que precisam ser corrigidas. 
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Por exemplo, crie uma pergunta: 
Candidato, qual é a natureza jurídica da tentativa? 
Resposta: 
Excelência, a tentativa tem uma dupla natureza jurídica, é ao mesmo tempo, uma norma de extensão 
típica temporal, e uma causa de diminuição de pena. 
O instituto da tentativa está previsto no artigo 14 do código penal, em seu inciso II, segundo ele o crime 
será considerado tentado quando o agente iniciar a execução e, por circunstâncias alheias a sua vontade, o 
crime não se consumar. 
O que diferencia a tentativa da desistência voluntária é exatamente a vontade do agente pois, na 
desistência voluntária, o crime não se consuma por circunstâncias inerentes à vontade do agente, enquanto, 
na tentativa, o crime não chega à fase de consumação por alguma circunstância alheia à vontade do agente. 
Considerações para as suas respostas: 
(1) Você pode responder imediatamente o que foi perguntado, de forma direta e, somente após, 
discorrer um pouco sobre o tema e tentar relacioná-lo com outros institutos afins. Ou então você pode 
começar fazendo uma introdução, contextualizando o tema, trazendo conceito, classificações e natureza 
jurídica, para depois chegar à definitiva resposta. Novamente, não existe certo ou errado. Isso é algo muito 
pessoal! O importante é tomar cuidado para não “embromar demais” e parecer que você está apenas 
enchendo linguiça! Dê uma resposta completa e contextualizada, sem divagar muito! 
(2) Se todas as matérias forem juntas, cuidado com a gestão de tempo!!! É comum o candidato 
se empolgar e falar muito sobre um tema e praticamente não falar sobre os outros. É importante demonstrar 
conhecimento sobre todas as áreas que serão avaliadas! 
(3) Não é necessário citar os artigos e incisos legais, mas, se recordar com segurança, não deixe 
de citar, eles podem estar no seu espelho de prova. 
(4) Mantenha a liturgia da prova, olhe nos olhos do seu examinador a maior parte do tempo 
enquanto responde, e olhe nos olhos dos demais examinadores também, mostrando que a resposta é para 
um examinador, mas a explicação é para todos. Não olhe para baixo, para cima ou faça sons estranhos 
enquanto pensa. 
(5) Use o gestual!!! Mexer as mãos enquanto responde é uma excelente forma de liberar energia 
e ficar mais tranquilo quando responde. 
(6) Seja humilde, nunca interrompa o examinador, se ele interromper você, pare de falar 
imediatamente e aguarde novo comando para responder. 
(7) Nunca enfrente a banca ou tente dar uma aula, eles não são alunos, são examinadores, 
demonstre seu conhecimento jurídico, mas com tom de respeito. 
(8) Evite utilizar expressões como “eu acho”, “acredito que”, “na minha opinião” (salvo se o 
examinador perguntar a sua opinião). Se errar uma resposta e perceber o erro, não utilize o “desculpe”, o 
“perdão”. Utilize: “retificando minha resposta”, é mais técnico e adequado. 
(9) Evite também expressões como “esqueci” ou “não sei”. Se realmente não souber a resposta 
e não tiver nada pra falar sobre o tema, utilize “excelência, deste ponto específico eu não me recordo”. 
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Mas cuidado! Só diga que “não recorda” depois de tentar entender ou falar sobre o tema. Muitas 
vezes, ao falar sobre o tema, você demonstra o conhecimento que o examinador espera ver e, pode até não 
receber a pontuação completa da questão, mas pode receber uma pontuação boa na análise dos demais 
requisitos. Portanto, só desista da questão se realmente não tiver nada para falar sobre ela. 
E lembre-se, você pode pedir ajuda, mas da forma correta. Peça uma diretriz sobre a pergunta, 
pergunte se o examinador pode contextualizar a pergunta para sua melhor compreensão, peça um termo 
sinônimo, mas não faça isso em todas as perguntas, apenas nas que você precise de uma contextualização 
para entender o que o examinador quer como resposta. 
(10) O termo “excelência” deve ser utilizado quando você se dirigir a algum membro da banca, 
mas não use em excesso. Quando das respostas das questões, utilize em algumase em outras inicie 
diretamente na resposta, para não ficar cansativo para o examinador e as respostas não parecerem 
“robotizadas”. 
(11) Preste atenção na sua postura, sente corretamente, com a coluna ereta, as mãos visíveis e 
sem demonstrar ansiedade, pés paralelos no chão, sem cruzar as pernas, utilize as mãos para articular a 
resposta. Lembre-se que a linguagem corporal é muito importante, mas use com moderação, articule 
enquanto fala e repouse as mãos enquanto ouve, fale devagar e demonstrando tranquilidade. 
(12) Use uma roupa apropriada. Não precisa ser nada de grife cara, mas deve estar em boas 
condições de uso. Homens, terno sóbrio, camisa e gravata discretas. Mulheres podem utilizar calça social, 
blusa de seda e terninho, também em cores discretas. Aqui, não se indica usar vestidos ou saias, pois pode 
não ser bem interpretado pelos examinadores. Sendo homem ou mulher, não chame a atenção do 
examinador para a sua roupa, nem pelo exagero, nem pela falta de vestimenta adequada. 
(13) Cabelos bem cuidados também interferem na apresentação. Para os homens, cabelo bem 
cortado e, se for usar barba, que ela esteja bem-feita. Para as mulheres, o ideal é usar cabelo preso, pois, 
além de não ficar caindo no olho – o que faria com que a candidatasse tivesse que mexer o tempo todo para 
ajeitar – também passa uma imagem de maior sobriedade. Elas podem utilizar coque, rabo de cavalo, trança 
embutida, cabelo meio preso e meio solto.. fica a seu critério! Só esteja bem apresentável! 
Não pense que o examinador vai avaliar se “você tem cara de delegado”, se puder faça a barba, corte 
o cabelo, demonstre que está dando importância para a sua apresentação, é um aspecto importante, ele irá 
avaliar o seu comprometimento com o momento. 
(14) Ouça bem as instruções do examinador e siga as regras da prova, administre o seu tempo, 
não fique preso em uma questão se não estiver conseguindo respondê-la, passe para a seguinte e depois, se 
for o caso, peça para voltar a anterior para tentar complementar a resposta. 
(15) Vá com a mentalidade de que o examinador está ali para tentar ajudá-lo, ele não fará 
“peguinhas ou pegadinhas” para derrubar o candidato. Se ele notar insegurança na resposta, pode 
questionar se o candidato tem certeza. Se tiver certeza, não estremeça e banque sua resposta até o final! Se, 
por acaso, você perceber que a resposta está errada e souber a correta, não hesite em retificar o que disse. 
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Mas, ATENÇÃO, se não souber o erro, não mude a resposta dada para “resposta nenhuma”, só 
retifique quando souber qual resposta deve dar. Seja firme no seu posicionamento, mas aberto para mudar 
de posicionamento se perceber que errou, o examinador sempre irá tentar ajudar, mesmo que, pelo 
semblante, não pareça. 
A “grande maioria” das perguntas serão simples, você saberá a resposta, é o suficiente para a sua 
aprovação quanto ao conteúdo. 
 Se surgir uma pergunta esdrúxula, acredite, ela não é vaidade ou maldade de examinador, tem o 
objetivo de analisar a sua postura diante dela, tem um cunho psicológico. Portanto, não fique aflito por não 
saber a resposta, mantenha a mentalidade que nesta pergunta ele quer analisar a sua postura, fique sério, 
peça para ele contextualizar ou apresentar algum sinônimo do termo. Se realmente não souber a resposta e 
nem tiver nada para falar sobre o tema, diga: 
“-excelência, por mais que eu tenha estudado, esta nomenclatura ou este instituto específico, não 
me ocorre ou deles não me recordo”. 
Demonstre que não ficou intimidado e que tentou entender a pergunta, é isso que o examinador 
espera ver nesse tipo de pergunta, ele não espera que todos os candidatos saibam a resposta. 
 
4.3 Como eu estudo para a prova Oral? 
 
O estudo do conteúdo jurídico já foi feito, basta revisá-lo, mas há alguns estudos específicos que você 
deve fazer, são eles: 
 
4.4 Estudo de Sumário e de Edital 
 
É um ótimo método para treinar perguntas e respostas, consiste em você ir perguntando “o que é?”, 
“qual o conceito?” ou “em que consiste?” cada item do conteúdo jurídico do seu edital e do sumário do livro 
que você está estudando. 
Por exemplo, no edital, na parte de direito constitucional é cobrado: 
Direito Constitucional. Neoconstitucionalismo. Direitos e Garantias Fundamentais. Princípios 
Constitucionais. (…) 
 
4.5 Formule perguntas 
 
Qual o conceito de direito constitucional? 
O que é o neoconstitucionalismo? 
Qual a diferença entre direitos e garantias fundamentais? 
Quais são os princípios constitucionais?.. 
E vá riscando no seu edital os pontos, na medida em que for respondendo, faça o mesmo com o sumário 
dos seus livros. 
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Você pode fazer esse estudo sozinho, ou com um colega, em que um pergunta ao outro. 
 
4.6 Fichas 
 
Se a prova for no estilo de “discorra sobre”, faça fichas/resumos/anotações com todas as 
informações que você considera importantes de mencionar na hora da prova. 
Por exemplo, o que você acha que não pode deixar de falar se o tema sorteado for “prisões”, em 
processo penal? Conceito, natureza jurídica, tipos de prisão, jurisprudências pertinentes sobre o tema, etc. 
Fazer um roteiro e estudar através dele, vai ajudá-lo a não esquecer os principais pontos que devem 
ser mencionados, fazendo com que se adquira a nota máxima nesta etapa do concurso. 
 
4.7 Banca Simulada 
 
Este sim é o mais importante nesta fase de prova oral, o conteúdo jurídico você já estudou, basta 
revisar. Simular o dia de prova irá te dar segurança ao responder, vai ajudar a desenvolver a capacidade de 
formular as respostas, de se manter na postura correta, de controlar o seu tempo e respeitar a liturgia de 
prova. 
Treine bastante, todos os dias se puder, use seus amigos, seus parentes, treine pessoalmente e se não 
puder, treine por videoconferência, via Skype, Facetime, Zoom, Hangout, ou outro aplicativo semelhante. 
Não deixe para treinar depois de revisar o conteúdo, é exatamente o treino com questões que você 
não se recorda ou que não sabe a resposta que vão ajudar a você desenvolver a capacidade de falar sobre o 
tema enquanto formula a resposta. 
Treine no espelho, filme e veja a sua postura quando estiver treinando sozinho. Não negligencie a 
postura, a dicção ao falar, o tom da sua voz, as pausas necessárias, corrija os erros que for percebendo. 
 
4.8 Fazer ou não fazer um curso para prova oral: 
 
Sobre fazer ou não fazer um curso específico, depende da realidade financeira e logística de cada 
candidato. Se for sua primeira prova oral e, se for economicamente viável, faça! Sendo um curso sério e 
direcionado, fará com que você treine postura, conteúdo jurídico e aprenda técnicas importantes que podem 
ser utilizados na hora da prova. 
Por mais que você treine com seus colegas de concurso, através da banca simulada – o que, diga-se de 
passagem, é extremamente válido – o treino com pessoas diferentes dentro do curso fazem com que você 
saia da zona de conforto e seu treino seja muito mais produtivo. 
Ressalto que, minhas pesquisas, entre candidatos que fazem e não fazem cursos específicos de prova 
oral, fazer o curso não tem sido determinante para a aprovação. Pouquíssimos candidatos são reprovados 
na etapa de prova oral e, seguindo as dicas aqui apresentadas, você vai conseguir uma excelente pontuação. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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Entretanto, fazer um bom curso vai te deixar mais tranquilo no dia de prova e isso pode te dar uns 
pontos a mais que vão te impulsionar na classificação do concurso. 
O segredo da prova oral é treinar as técnicas para se comportar de forma adequada e não se mostrar 
intimidado pela banca. 
Como foi dito, não é a capacidade em termos de conteúdo jurídico do aluno o objeto principal da 
avaliação, mas o seu perfilpessoal e profissional e a sua capacidade de gestão de emoções e raciocínio. Para 
isso, comece agora a investir em uma personalidade serena e concentrada, no próximo capítulo falaremos 
como. 
 
 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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CAPÍTULO 5 - O ESTUDO DA CONCENTRAÇÃO 
 
 
“A maior descoberta de qualquer geração, é a de que os seres humanos podem alterar suas vidas 
alterando suas atitudes mentais”. 
Albert Schweitzer 
 
Quando nossos valores mudam, todo o nosso enfoque muda. Após pesquisar o que as pessoas que 
passavam em vários concursos públicos faziam de diferente e, muitas vezes, em um tempo menor do que a 
maioria das pessoas que conseguiam apenas uma aprovação, percebi que a resposta não estava apenas nos 
métodos e no esforço feito por essas pessoas, mas também em suas personalidades. 
Essas pessoas, em geral, eram pessoas serenas, tinham uma rotina de vida tranquila e, como 
consequência disso, eram pessoas extremamente concentradas em suas atividades diárias. Isso permitia que 
elas tivessem uma rotina de estudos organizada, o que as tornava mais eficientes e preparadas, tanto nos 
dias de estudo, quanto nos dias de prova. 
A principal dificuldade é perceber que tem uma mente agitada, que tem dificuldade para se manter 
concentrado e também em saber que isso pode ser corrigido com exercícios diários de concentração. Se você 
investir em ter uma personalidade tranquila e concentrada, ter uma mente capaz de filtrar os estímulos 
estressantes tanto no dia comum de estudo, quanto no dia de sua prova, seu rendimento vai crescer 
rapidamente. Controlar a emoção, dentro do que for possível, é um grande diferencial para a sua aprovação. 
Augusto Cury, em seu livro “O código da inteligência”, acerta quando diz que: “-o mais inteligente não 
é quem tem mais cultura acadêmica, mas quem mais desenvolve os códigos da inteligência, como pensar 
antes de agir, gerenciar pensamentos, filtrar estímulos estressantes, desenvolver resiliência e empatia...” 
O desafio é treinar sua mente para abrir o leque de boas memórias nos focos de estresse, para que 
você possa dar respostas inteligentes em situações, que muitos não conseguem pensar. Esse é o diferencial 
que esse estudo pode fazer na hora da prova. 
Piero Ferrucci diz, de acordo com a doutrina oriental do Dharma, que “cada um de nós é chamado a 
realizar um padrão de vida particular. Deveríamos tentar descobrir esse padrão e cooperar com a sua 
realização.” 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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Os obstáculos que encontramos no exterior refletem as limitações presentes em nosso interior, 
demandam uma transformação muito pessoal, específica e intransferível. 
Assim também pensa Howard Schultz, para ele, “a realidade de uma pessoa brota de sua paisagem 
interior de pensamentos, sentimentos, expectativas e crenças.” 
Em termos de concursos públicos, o candidato deve investir tanto em desenvolver uma personalidade 
tranquila e concentrada, quanto em desenvolver uma mentalidade pró ativa, de vencedor, que cumpre suas 
tarefas e realiza os seus objetivos. 
 
5.1 Como iniciar o estudo da concentração? 
 
O Estudo da concentração nada mais é do que um treinamento mental para conseguir se livrar da 
ansiedade e se colocar em um estado de atenção plena, e com isso, a matéria que estiver sendo estudada 
será melhor absorvida, além de facilitar o cumprimento das metas diárias. 
Durante os meus estudos de desenvolvimento pessoal, tive a oportunidade de ler vários livros – alguns 
bons e outros não tão bons, mas, em uma coisa, todos concordavam, seus autores falam sobre a importância 
de se praticar algum tipo de meditação, principalmente pela manhã, assim que acordar, como a primeira 
atividade do dia. 
O conceito de meditação contemporânea é bem mais abrangente do que o conceito clássico de 
meditação oriental, em que o indivíduo se coloca em relaxamento profundo a ponto de conseguir algum tipo 
de transcendência, a fim de alcançar o Nirvana. 
A meditação contemporânea consiste em eliminar a produção acelerada de pensamentos, 
principalmente os pensamentos inúteis. 
Concentração, grosso modo, é a musculação do cérebro, assim como exercitamos o nosso corpo 
quando praticamos alguma atividade física, exercitamos o nosso cérebro quando meditamos. 
O estresse é um problema que pode atrapalhar muito a nossa vida. Afinal, ele promove estados de 
raiva e irritação que prejudicam os relacionamentos, a vida profissional e a saúde. No aspecto fisiológico, o 
estresse está relacionado a um aumento da produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina. 
Essa alteração na produção hormonal foi observada por pesquisadores do Davis Center for Mind and 
Brain da Universidade da Califórnia. Antes e depois de um grupo de voluntários meditar, os pesquisadores 
analisaram o nível dos hormônios adrenalina, cortisol e endorfinas. 
O que ficou comprovado é que há uma redução dos hormônios do estresse com a meditação. Os níveis 
de cortisol chegaram a baixar 67% num estudo feito com enfermeiras que sofriam de estresse pós-traumática 
e passaram a meditar. 
O tempo de meditação influencia as mudanças que ocorrem a nível físico, mental e energético. 
Vejamos: 
 • 3 a 7 minutos de meditação afetam o campo eletromagnético, a circulação e a estabilidade 
do sangue; 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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 • 11 minutos de meditação começam a modificar o sistema nervoso e o sistema glandular, 
especificamente a glândula pituitária; 
 • 22 minutos de meditação equilibram as três mentes (positiva, negativa e neutra) e elas 
começam a colaborar conjuntamente; 
 • 31 minutos de meditação permitem que as glândulas, a respiração e a concentração afetem 
todas as células e ritmos do corpo. Deixa a psique da meditação afetar os 3 Gunas, os Tattvas, e todas as 
camadas das projeções da mente. Após este tempo, toda sua mente e todos os elementos internos do corpo 
são afetados; 
 • 62 minutos de meditação modificam a matéria cinzenta do cérebro. Os subconscientes 
‘mente de sombra’ e a projeção exterior serão integrados; 
 • 2 horas e meia de meditação mantêm as mudanças da mente durante todo o dia. 
Pensar com lucidez e coerência é o principal atributo do Homo Sapiens, mas pensar em excesso é um 
grave problema, não é só a qualidade dos pensamentos que devemos filtrar, mas também a quantidade de 
pensamentos, ao contrário do que muitos pensam, nosso cérebro não é inesgotável, e a consequência para 
quem não desenvolve a capacidade de filtrar pensamentos, é desenvolver uma personalidade irritadiça, 
estressada e ansiosa. 
O método que venho utilizando no meu estudo diário e eterno de concentração, que é uma espécie de 
estudo de desenvolvimento pessoal, consiste em: 
 
1. Respeitar um tempo mínimo de sono, entre 6 e 8 horas diárias. 
Ora, provavelmente você já ouviu falar em acordar às 5h da manhã para começar as suas atividades, 
isso é ótimo, vai te dar algumas horas a mais no dia e a oportunidade de fazer, no primeiro momento da 
manhã, o exercício da concentração. 
Entretanto, só acorde cedo se você puder dormir cedo, entenda que seu cérebro precisa de um período 
mínimo de descanso diário para organizar na memória, as informações recebidas durante o dia. 
 
2. Desenvolver o hábito da leitura. 
Poucas páginas de algum livro de desenvolvimento pessoal, da Bíblia, de alguma outra doutrina 
religiosa, ou de alguma literatura de seu gosto, mas que seja voltada ao autoconhecimento, isso vai estimular 
o seu cérebro a entender que a leitura também é uma atividade de lazer, de descontração, com isso vai tornar 
a sua leitura de estudo menos penosa. 
3. Praticar a Meditação. 
Pode ser qualquer tipo de meditação. No Youtube é possível encontrar diversos tutoriais de como 
meditar, de diversas espécies, e isso deve ser feito como uma das primeiras coisas do dia, por pouco tempo 
no início,cinco ou dez minutos é suficiente. 
Não crie a limitação que não consegue meditar, se apenas uma pessoa no mundo consegue é porque 
você também consegue, lembre-se que este manual fala exatamente sobre sair da zona de conforto, superar 
as limitações. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
DO ZERO À APROVAÇÃO 
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Oração pode substituir a meditação? 
Sim, se for feita de forma concentrada. 
Observe que uma oração, despida de seu sentido religioso, é um ótimo exercício de concentração, para 
orar o indivíduo precisa se colocar em estado de atenção plena, e durante um certo tempo, ele desacelera a 
produção de pensamentos inúteis e foca naquele diálogo ou naquela série de repetições de palavras, a 
depender da religião. 
Independentemente da crença religiosa, sem dúvidas a oração séria e concentrada, é um excelente 
exercício de concentração. 
 
4. Pratique alguma atividade física. 
Como já falamos neste manual, a prática de alguma atividade física é essencial para quem está 
estudando para concursos policiais, tanto porque um bom condicionamento físico será exigido de você na 
etapa do TAF, quanto porque a rotina de exercícios vai ajudar o candidato a cumprir a rotina de estudos. 
Além de produzir diversos hormônios responsáveis em ajudar a se livrar do estresse e ter uma sensação 
de bem estar, sem dúvida isso irá impactar na qualidade do seu estudo. 
A atividade física ajuda a regular as substâncias no cérebro, como por exemplo, a endorfina, que são 
responsáveis pela sensação de bem estar. A endorfina alivia as dores, relaxa o organismo, há estudos que 
dizem que até podem curar doenças. É o hormônio do prazer. 
Melhora a memória, o bom humor, aumenta a resistência, aumenta a disposição física e mental, 
melhora o sistema imunológico, tem efeito anti envelhecimento e melhora a concentração. Ajuda também 
nos casos de depressão e ansiedade, diminuindo também o estresse e a tensão corporal. 
Em suma, você pode passar a acordar uma hora mais cedo para fazer esse estudo, pode parecer que 
você está perdendo tempo que poderia ser gasto estudando a matéria cobrada em seu edital, entretanto, é 
um grande investimento de tempo. Isso fará você potencializar a sua capacidade de concentração e absorver 
muito melhor o conteúdo estudado, além de melhorar a sua inteligência emocional e se sair melhor no dia 
de prova. 
Como fazer: 
1. levante, ligue todas as luzes, escove os dentes e beba água; 
2. medite ou faça uma oração concentrada entre cinco e dez minutos; 
3. leia algumas páginas de um bom livro; 
4. Faça alguma atividade física; 
5. Tome um banho e um saudável café-da manhã; 
6. Comece a estudar, garanto que seu dia de estudo será muito mais prazeroso e proveitoso. 
 
“Não que eu já tenha alcançado tudo isso, ou seja perfeito; 
entretanto, vou caminhando, buscando alcançar... 
...Não penso que eu mesmo já o tenha conquistado, mas tomo a seguinte atitude: 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão adiante de mim, apresso-
me em direção ao alvo, contudo, caminhemos na medida da perfeição que já atingimos.” 
Paulo de Tarso. 
 
 
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CAPÍTULO 6 - REDES SOCIAIS E CONCURSOS PÚBLICOS 
 
“Que prática estranha é essa que um homem deve sentar-se à mesa do café da manhã e, em vez de 
conversar com a esposa e os filhos, segura diante de seu rosto uma espécie de tela na qual está inscrita 
uma rede mundial de fofoca.” 
 
 Charles Clooney, sociólogo, em 1909, falando sobre o jornal. 
 
Uma organização sem fins lucrativos inglesa que se dedica ao estudo de melhorias na saúde pública há 
mais de 140 anos, ouviu 1.500 jovens britânicos com idades entre 14 anos e 24 anos e reportou dados 
importantes sobre impacto das redes sociais em suas vidas. 
De forma geral, a maioria desses jovens acredita que o uso de Facebook, Instagram e outras redes faz 
mal a seu bem-estar, embora também contribua positivamente em suas vidas. 
De acordo com o documento, o vício em mídias sociais afeta 5% dos jovens britânicos, e o poder de 
dependência desse canal de comunicação é superior ao do cigarro e do álcool. 
Para a pesquisa, o Instagram é o maior vilão da saúde mental dos jovens: ele está relacionado a 
problemas de sono, bullying, ansiedade, depressão, solidão e imagem corporal. “Aquilo que vejo no outro, é 
o que eu quero ser." 
Para o professor de sociologia da Universidade da Califórnia, Claude Fischer, que estuda redes sociais 
analógicas e digitais desde os anos de 1970, há um certo exagero no ímpeto de atribuir problemas de saúde 
mental exclusivamente às mídias sociais. 
As redes sociais colaboram para a construção da sensação de comunidade. Sensação de 
pertencimento, informações sobre condições de saúde, suporte emocional, auto identidade e auto expressão 
são outros fatores desenvolvidos. 
“Quando vou postar algo, eu penso na imagem que quero passar para a rede. Eu construo a minha 
imagem e o meu discurso para meus seguidores. Mesmo que eles sejam poucos, eles curtem minhas 
interações: esse feedback positivo cria a vontade de querer expressar mais”, explica Ruffo, do NPPI-PUC/SP. 
Nos estudos para concursos, as redes sociais podem ser um vilão ou um aliado. Em verdade, não são 
as redes sociais, em si, que têm o condão de ajudar ou atrapalhar os estudos, mas o uso que o aluno faz 
delas, ou seja, o conteúdo e a frequência que ele acessa. 
Por exemplo, se o aluno utiliza a rede social para seguir e interagir com perfis que trazem conteúdo 
objeto de cobrança em suas provas, atualizações da jurisprudência, novidades legislativas, ou que trazem 
algum outro tipo de conteúdo útil, como um motivacional, um reflexivo ou inspirador para a construção de 
bons hábitos, a rede social está sendo uma aliada na preparação para a prova. 
Entretanto, se o aluno faz uso da rede social para viver em um mundo virtual, que não traz nenhum 
conteúdo útil para o seu objetivo, como por exemplo, acompanhar a vida de terceiros, famosos ou não, 
notícias que nada tem a ver com a preparação para o seu concurso... neste caso, a rede social está tirando 
tempo e a saúde psíquica do usuário, que deveriam estar sendo utilizados com a preparação para a prova. 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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Em resumo, o problema não é a rede social, é o uso que se faz dela. Você não precisa se afastar 
definitivamente das redes sociais, pode tentar estipular um horário e um tempo máximo para o acesso no 
dia, e também filtrar o tipo de conteúdo que irá acessar. Entretanto, se você acredita que não consegue 
controlar esse uso, o melhor é se afastar das redes sociais até ser aprovado. 
 
 
É isso amigos, este manual chegou ao fim, como falei no início, ele não tem a pretensão de dizer o que 
é certo ou errado na preparação para concursos públicos, mas, tão somente uma opinião, com base na 
experiência, de quem estudou por vários anos, por vários métodos e identificou pontos produtivos e 
improdutivos em distintas fases. 
É claro que todas as ferramentas devem ser adaptadas para a realidade de cada um. Nosso objetivo 
não é ser perfeito e fazer tudo sem falhar, nosso objetivo é melhorar a cada dia, com esforço ir progredindo, 
falhando e progredindo, continuamente. 
 
Como já dizia o sábio Belchior: 
“- O passado é uma roupa que não nos serve mais.” 
Vamos em frente, vamos trocar velhos hábitos que atrapalham os nossos objetivos, por hábitos que 
colaborem com nossos planos. 
Um grande abraço! 
COMO ESTUDAR PARA CONCURSOS DE DELEGADO 
 
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CAPÍTULO 7 - BIBLIOGRAFIA 
 
wikipedia.com.br 
Os segredos de uma mente milionaria, Harv Eker. 
sindepol.com.br/FrancoPerazzoni 
A Bússola e o Leme, Haroldo Dutra Dias. 
O código da inteligência, Augusto Cury. 
Ansiedade, como enfrentar o mal do século, AugustoCury. 
portaleducação.com.br 
luzdiamante.com.br 
bluevisionbraskem.com 
factusnews.com.br 
medium.com/kenedyfelipedossantosdasilva

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