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Sistemas Excretores Osmorregulação Visão Geral Um animal não pode selar seu organismo e se isolar do meio externo porque: Necessidade absorver nutrientes e oxigênio; Necessidade excretar produtos indesejados do metabolismo. Formas de excreção de produtos indesejados: Difusão (animais pequenos e aquáticos); Órgãos de excreção (animais que possuem sistemas circulatórios). Visão Geral Cada grupo de animais utiliza diferentes combinações de tecidos epiteliais para controlar o equilíbrio de íons e de água: A maioria dos animais dependem dos rins; Muitos animais também dependem de tecidos extrarrenais: Pele; Brânquias; Mucosa digestória. Visão Geral Esses tecidos regulam três processos homeostáticos que garantem uma composição química adequada no corpo: Regulação osmótica; Regulação iônica; Excreção de nitrogênio. Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Animais conformadores possuem as condições internas similares às condições externas: Mesmo quando as condições externas se alteram. Animais reguladores mantêm um estado interno constante, independente das variações das condições externas. Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Animais ionoconformadores exercem pouco controle sobre a concentração de solutos no espaço extracelular. Animais osmoconformadores não controlam ativamente a osmolaridade dos seus fluidos corporais e se acomodam à osmolaridade do meio externo. Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Em geral, animais ionoconformadores e osmoconformadores vivem no mar. Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Animais ionorreguladores controlam o nível da maioria dos íons do espaço extracelular. Animais osmorreguladores mantém a osmolaridade interna dentro de certos limites, independente do ambiente externo. Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Vertebrados, de forma geral, são ormorreguladores: A maioria dos vertebrados são hiposmóticos em relação à água do mar e hiperosmóticos em relação à água doce; Elasmobrânquios são osmoconformadores, apesar de serem hiperosmóticos em relação à água do mar. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Além de agirem sobre a osmolaridade os solutos também podem exercer efeitos específicos. Três classes de solutos são diferenciadas por seus efeitos sobre a estrutura e a função de macromoléculas: Solutos perturbadores (ex.: Na+, K+, Cl-); Solutos compatíveis (ex.: glicerol, glicose e aminoácidos não carregados); Solutos contrarreguladores (ex.: ureia e TMAO). Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Estratégias para Regulação Iônica e Osmótica Quanto à tolerância a variações de osmolaridade do meio, animais aquáticos podem se comportar de duas formas: Eurialinos: Toleram grandes variações de osmolaridade. Estenoalinos: Toleram apenas uma pequena variação de osmolaridade. Não há uma separação nítida entre animais estenoalinos e eurialinos. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Trocas de Íons e Água As trocas osmóticas entre um animal e o meio externo podem ser divididas em duas classes: Trocas osmóticas obrigatórias: Ocorrem principalmente em resposta a fatores físicos; O animal tem pouco ou nenhum controle fisiológico. Trocas osmóticas reguladas: Controladas fisiologicamente; Responsáveis pela manutenção da homeostase. Trocas reguladas servem para compensar a ocorrência de trocas obrigatórias. Trocas Osmóticas Obrigatórias Frequentemente estas trocas vão ocorrer através da pele e do epitélio respiratório. A taxa de trocas obrigatórias vão depender de alguns fatores: Dimensão do gradiente; Área de superfície do animal; Permeabilidade da superfície do animal. Trocas Osmóticas Obrigatórias Um animal pequeno vai se desidratar ou se hidratar mais rapidamente que um animal grande. Trocas Osmóticas Obrigatórias A pele age como uma barreira entre o compartimento extracelular e o meio. A passagem de água se dá através de duas vias: Transcelular; Paracelular. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Trocas Osmóticas Obrigatórias A pele dos anfíbios e as brânquias dos peixes são extremamente permeáveis: Importante para a troca de gases; Permite a difusão passiva de água e íons; Apresentam mecanismos compensatórios de transporte ativo de íons. Trocas Osmóticas Obrigatórias Répteis, anfíbios do deserto, aves e mamíferos possuem peles relativamente impermeáveis: Perdem muito pouca água através desta via. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Trocas Osmóticas Obrigatórias A pele de alguns mamíferos pode até mesmo ser utilizada como cantil. Animais aquáticos que derivam de animais terrestres apresentam tegumento de baixa permeabilidade. Trocas Osmóticas Obrigatórias A principal via de perda de água em insetos terrestres é através do sistema traqueal. Trocas Osmóticas Obrigatórias Anuros possuem órgãos armazenadores de água: Sistemas linfáticos hipervolumosos; Bexigas urinárias muito grandes (armazenam água e sais). Anuros também possuem regiões da pele especializadas em absorver água: As zonas pélvicas se localizam no abdômen e nas coxas e absorvem, num único dia, três vezes o peso do animal. Trocas Osmóticas Obrigatórias A permeabilidade da pele dos anfíbios pode ser regulada através do hormônio vasotocina (AVT): Aumenta a permeabilidade da pele. As camadas externas da pele dos anfíbios apresentam canalículos que absorvem água por capilaridade e conservam a umidade. Trocas Osmóticas Obrigatórias Alguns animais se utilizam de estratégias comportamentais para evitar perda de água pela pele: Durante o período quente do dia: Se entocam; Se enterram na areia; Se posicionam de forma a receber uma menor incidência solar. Trocas Osmóticas Obrigatórias A água do metabolismo pode ser a principal fonte de água para alguns animais do deserto. É possível que as focas queimem lipídios para equilibrar seu balanço de água: Quando se alimentam de invertebrados marinhos: emagrecem; Quando se alimentam de peixes teleósteos: engordam. Trocas Osmóticas Obrigatórias Geralmente, a excreção de produtos nitrogenados leva à perda de água. Aves e mamíferos desenvolveram maneiras de produzir urina hiperosmótica: Alça de Henle dos rins. Répteis e anfíbios não concentram a urina: Alguns anfíbios param a produção de urina quando submetidos a estresse osmótico. Trocas Osmóticas Obrigatórias A superfície respiratória é uma das principais vias de perdade água. Animais que apresentam a temperatura corporal mais alta que a do meio perdem água através da respiração. Trocas Osmóticas Obrigatórias Répteis que mantêm suas temperaturas corporais próximas do ambiente e ventilam pouco se adaptam bem a ambientes secos. Iguanas marinhas possuem glândulas de sal que desembocam nas cavidades nasais: A água desta secreção umidifica o ar inspirado. Osmorregulação em Animais de Água Doce Animais de água doce enfrentam dois tipos de problema: Estão sujeitos a absorver água em excesso; Estão sujeitos à perda contínua de sais. Soluções: Não beber água; Possuir um tegumento com baixa permeabilidade a água e sais; Produzir urina hiposmótica (diluída); Repor sais via alimentação e transporte ativo pelas brânquias. Osmorregulação em Animais de Água Salgada Elasmobrânquios e o coelacanto (Latimeria) são isosmóticos em relação ao meio: Mantém baixas concentrações de eletrólitos no sangue; Acumulam ureia e TMAO (óxido de trimetilamina) ; Excretam o excesso de NaCl pelos rins e pelas glândulas retais. Osmorregulação em Animais de Água Salgada Glândula retal de elasmobrânquios: Tubos cegos cercados por capilares são drenados por um ducto que desemboca no intestino; Excreção de solução isosmótica de NaCl: Secreção ativa de NaCl com arrasto de água. Osmorregulação em Animais de Água Salgada Teleósteos são hiposmóticos em relação ao meio: Bebem água salgada; Produzem urina isosmótica rica em Ca2+ e Mg+2. Excretam o excesso de Na+, Cl- e K+ pelas brânquias. Osmorregulação em Peixes Teleósteos Funções das brânquias: Trocas gasosas; Transporte iônico; Eliminação de excretas nitrogenadas; Manutenção do pH corpóreo. As brânquias vão se beneficiar do sistema de contracorrente existente. Osmorregulação em Peixes Teleósteos Secreção de sal na água salgada: Células de cloreto que secretam Cl-; Na+ acompanha o Cl- via transporte paracelular. Absorção de sal na água doce: Células secretoras de ácido (H+); Células de cloreto que absorvem Ca++ e possivelmente NaCl. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Osmorregulação em Animais Terrestres Animais terrestres estão imersos num oceano de ar: Efeito similar a estar imerso em um meio hipertônico como a água salgada; Principal problema vai ser a perda de água pela respiração. Osmorregulação em Répteis e Aves Marinhas Répteis e aves marinhas não conseguem produzir urina hiperosmótica (concentrada) de forma a compensar a ingestão de água salgada: Bebem água salgada, mas possuem glândulas de sal. Glândulas de sal de répteis e aves produzem um fluido hiperosmótico de NaCl com auxílilo de um sistema de contracorrente. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Osmorregulação em Répteis e Aves Marinhas Glândula de sal de aves e répteis, presentes na região nasal, podem ser encontradas em: Aves marinhas; Avestruz; Iguana marinha; Serpentes marinhas; Tartarugas marinhas; Muitos répteis terrestres. Crocodilianos possuem uma glândula lingual. Osmorregulação em Animais Terrestres de Deserto Animais de deserto sofrem com dois problemas: Superaquecimento; Desidratação. Adaptações do rato canguru: Ativo durante a noite; Eficiente sistema nasal de contracorrente; Excreta urina ultraconcentrada; Alta absorção retal de água; Alta produção de água metabólica. Osmorregulação em Animais Terrestres de Deserto O dromedário é muito grande para poder se esconder do sol quente do deserto: Pelos funcionam como um isolante térmico; Se orientam de forma a minimizar a exposição ao sol; Produzem fezes secas; Produzem urina concentrada; Quando privado de água não transpira; Quando privado de água não urina e armazena ureia nos tecidos; Possui grande massa corporal que demora a ser aquecida. Osmorregulação em Mamíferos Marinhos Mamíferos marinhos enfrentam problemas similares aos dos animais do deserto. Enfatizam a conservação de água: Produzem urina hiperosmótica; Focas apresentam epitélio nasal labiríntico; Não bebem água; Produzem água metabólica; Prendem o fôlego e reduzem a taxa metabólica durante o mergulho. Osmorregulação em Artrópodes Terrestres Alguns ácaros e carrapatos conseguem extrair água diretamente do ar (até cerca de 50% de umidade relativa): Entrada de água ocorre através do reto (absorção pelas fezes). Osmorregulação em Artrópodes Terrestres Besouros do deserto podem captar água diretamente do ar: Orvalho condensado na superfície do corpo vai escorrer até a boca por meio de canais. Excreção de Produtos Nitrogenados Os grupos amino (-NH2) proveniente do metabolismo dos aminoácidos devem ser excretados: Atividade tóxica. Compostos nitrogenados excretados: Amônia; Ureia; Ácido-úrico; Creatinina, creatina, TMAO, aminoácidos, purinas, pirimidinas. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Excreção de Produtos Nitrogenados A amônia é mais tóxica que a ureia ou o ácido-úrico e deve ser mantida em baixas concentrações no corpo. A amônia é excretada por difusão e requer a eliminação de altas quantidades de água: Amônia: 0,5 litros de água para cada grama de nitrogênio; Uréia: 0,05 litros de água para cada grama de nitrogênio; Ácido-úrico: 0,001 litros de água para cada grama de nitrogênio. Excreção de Produtos Nitrogenados A disponibilidade de água vai determinar a natureza e padrão da excreção de nitrogênio. Com base em sua principal forma de excreção de nitrogênio os animais podem ser divididos em: Animais amoniotélicos; Animais ureotélicos; Animais uricotélicos. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Excreção de Produtos Nitrogenados Apesar de menos tóxicos e de requererem menos água para sua excreção, a ureia e o ácido-úrico demandam um maior gasto energético de produção que a amônia: Ácido-úrico é mais econômico que a ureia. Contudo, as partículas de ácido-úrico incluem inúmeras proteínas, que também são perdidas durante a excreção. Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte Princípios de Fisiologia Animal - Christopher D. Moyes e Patricia M. Schulte image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image1.png image2.png image4.png image11.png image12.png image13.png image3.jpeg image14.png image15.jpeg image16.jpeg image17.png image18.jpgimage19.jpeg image20.png image21.jpg image22.jpg image23.jpg image24.jpg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.png image30.jpeg image31.jpeg image32.jpeg image33.jpeg image34.jpeg image35.jpg image36.jpg image37.jpeg image38.jpeg image39.jpeg image40.jpg image41.jpg image42.jpg image43.jpeg image44.png image45.jpeg image46.png image47.jpeg image48.jpeg image49.jpeg image50.jpeg image51.jpeg image52.jpeg image53.jpeg image54.jpeg image55.jpeg image56.jpg image57.jpeg image58.jpeg image59.jpeg image60.jpeg image61.png image62.jpeg image63.png image64.jpeg image65.png image66.jpeg image67.png image68.png