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AFINAL, O QUE É VIRALIZAR?
O termo viralizar foi criado a partir da palavra viral e faz referência à rapidez 
com que os vírus biológicos se espalham: o mesmo ocorre com o conteúdo que 
se espalha na rede, podendo atingir milhões de pessoas em poucos minutos. 
A viralização de conteúdos digitais pode dizer respeito a algo bom ou ruim, 
dependendo do que exatamente está sendo transmitido. 
Por vezes, um vídeo engraçado ou um meme viraliza devido ao seu potencial 
de humor ou à perspicácia de quem o criou. Outras vezes, notícias falsas ou 
boatos sobre tragédias também viralizam – nesse caso, pela desinformação ou 
pela curiosidade das pessoas. É sempre importante que você reflita sobre aquilo 
que está viralizando, tome posição e decida criticamente se vale a pena ou não 
participar desse processo.
E você? Que uso faz da internet e das redes sociais? Costuma pensar sobre 
o conteúdo que recebe e compartilha? Faz um uso ético da tecnologia? Con-
sidera importante cuidar de sua privacidade e respeitar a dos demais? Ao 
longo deste projeto e das atividades propostas, você vai poder refletir sobre 
a mídia ao longo do tempo e sobre o uso que você faz dela.
aqui, pois a intenção era que todas as informações chegassem ao Brasil por 
meio dos jornais portugueses, o que favorecia o domínio da metrópole sobre 
a colônia. Ou seja, os meios de comunicação sempre estiveram, em todos os 
tempos, vinculados à ideia de poder. 
Nos anos de 1920, com a invenção do rádio, acreditou-se que os jornais im-
pressos perderiam seu espaço. No entanto, cada veículo tinha características 
diferentes e um não tirou a relevância do outro. Os programas informativos de 
rádio traziam a emoção da voz e permitiam que a notícia fosse não mais lida, 
mas ouvida, o que liberava o ouvinte para realizar outra tarefa enquanto se in-
formava. Já os jornais impressos continham textos mais longos e reportagens 
com coberturas mais aprofundadas. 
Na década de 1940, muitos acharam que os jornais impressos e o rádio seriam 
prejudicados pelo surgimento de um meio que parecia ainda mais atraente, 
por misturar imagem e som: a televisão. Novamente, cada veículo se prestou a 
um papel sem que isso causasse o desaparecimento do outro. Jornal, rádio e 
TV mantiveram, cada um deles, seu público e sua identidade. Ainda que hou-
vesse quem preferisse um ao outro, muitas pessoas faziam uso de mais de um 
meio para se manter informadas. 
No final do século XX e início do XXI, com o surgimento e a evolução das mí-
dias digitais, um novo impacto midiático aconteceu. As notícias transmitidas 
e atualizadas em “tempo real”, via internet, foram gradativamente ganhando 
mais espaço. Porém, isso não levou ao desaparecimento completo nem dos 
jornais impressos, nem dos programas informativos em rádio e televisão.
Hoje, uma das formas mais utilizadas para fazer a informação chegar a um 
grande público é a utilização das redes sociais e dos aplicativos de mensa-
gem instantânea em celulares. Essas tecnologias tornaram possível que a 
maioria da população mundial produza informação e a compartilhe com um 
grande público, especialmente quando “viralizam”.
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Você lerá a seguir uma mesma notícia publicada em um jornal impresso e em um jornal on-line.
ATIVIDADE 1
ATHAS, Fernanda. Incêndio no Pantanal já atingiu área similar à da cidade do 
Rio. Folha de S. Paulo, São Paulo, caderno Ambiente, página B5, 5 nov. 2019. 
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ATHAS, Fernanda. Incêndio no Pantanal já atingiu área igual à da cidade do Rio de Janeiro. Folha de S.Paulo, on-line, 
4 nov. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/11/ 
incendio-no-pantanal-ja-atingiu-area-igual-a-da-cidade-do-rio-de-janeiro.shtml. Acesso em: 11 fev. 2020. 
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https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/11/incendio-no-pantanal-ja-atingiu-area-igual-a-da-cidade-do-rio-de-janeiro.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/11/incendio-no-pantanal-ja-atingiu-area-igual-a-da-cidade-do-rio-de-janeiro.shtml
O jornalismo esportivo também teve de se adaptar aos novos suportes e 
tecnologias do século XXI. A trajetória do jornalista Juca Kfouri exemplifica 
bem essas transformações.
ATIVIDADE 2
O paulista Juca Kfouri (1950-) é um jornalista esportivo que 
atua em diversas mídias. Formado em Ciências Sociais, é 
autor de inúmeras obras sobre futebol e sobre o Corinthians, 
seu time de coração, além de atuar como apresentador de 
programas na televisão e em canais da internet.
Ao longo de seus mais de quarenta anos de profissão, Juca já escreveu para 
jornais e revistas e participou de programas de TV como comentarista de fu-
tebol e apresentador. Além disso, mantém colunas esportivas em programas 
de rádio, sites e em canais na internet, tem um blog e contas nas principais 
redes sociais.
As novas experiências tecnológicas são responsáveis por novos hábitos e 
costumes entre as pessoas, devido à interatividade própria dessas novas 
mídias. Esse contexto propõe desafios aos jornalistas esportivos pois, além 
de redigir suas notícias, eles também têm que lidar com haters que postam 
ofensas nas mídias sociais ou em blogs, por exemplo. Além disso, os jornalis-
tas precisam adaptar seu trabalho a novas demandas.
 Copie o quadro a seguir no caderno ou em uma folha à parte e, com um 
colega, converse sobre ele e o preencha considerando estes exemplos de 
critérios de análise: grau de informatividade do local em que ocorre o jogo 
(tais como tempo, condições do gramado, gritos da torcida, reações dos 
jogadores e técnicos, possibilidade de observar o campo todo, a disposição 
dos jogadores em campo, etc.); possibilidade de assistir a replays de jogadas 
importantes; oportunidade de pesquisar sobre dados estatísticos via inter-
net; ocasião para conhecer a opinião de vários comentaristas antes de publi-
car seu texto; etc.
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a) Converse com um colega e, juntos, identifiquem diferenças e semelhanças en-
tre as duas versões da notícia.
b) Por que, na opinião de vocês, há mais dados e fotos na versão on-line?
c) As notícias on-line têm mais longevidade, ou seja, o leitor pode fazer uma bus-
ca por elas muito tempo depois de elas terem sido publicadas. Debatam sobre 
que atualizações poderiam ser feitas a partir dessa notícia e sobre o impacto 
do chamado “tempo real” na publicação de notícias como essa.
d) Antes do advento da internet, os jornais impressos costumavam ter muito mais 
páginas. Converse com o colega e apresentem algumas razões para essa mudança.
e) Repare que a mesma jornalista assina as duas notícias. Você acredita que a 
internet demandou novos conhecimentos por parte dos profissionais que tra-
balhavam apenas com mídia impressa? Por quê?
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Leia o trecho de uma notícia reproduzido a seguir para refletir sobre a circu-
lação e a checagem de notícias nas mídias digitais.
ATIVIDADE 3
a) A notícia acima foi publicada na página de ciência do jornal El País. Conside-
rando critérios como clareza, precisão e relevância social é possível afirmar 
que ela é uma notícia significativa? Por quê?
b) Releia o primeiro parágrafo da notícia. Por que algumas palavras dessa par-
te do texto estão escritas em azul?
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Mídia para cobertura de um 
jogo de futebol
Onde o jornalistaprecisa estar
Vantagens 
dessa mídia
Desvantagens 
dessa mídia
Transmissão do jogo por uma 
emissora de rádio
Notícia sobre o jogo em um 
jornal impresso
Comentário do jogo no estúdio 
de uma rede de televisão
Opinião sobre 
o jogo em um blog
ANSEDE, Manuel. “Seria melhor que 
meu remédio contra o câncer fosse 
mais barato”. El País, 
10 nov. 2019. Disponível em: 
brasil.elpais.com/brasil/2019/10/29/
ciencia/1572372578_028650.html. 
Acesso em: 17 fev. 2020.
Não escreva no livro
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http://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/29/ciencia/1572372578_028650.html
c) O tema da notícia, o câncer e a busca por sua cura, levanta muito interesse 
na rede e, por isso, muitas fake news são criadas sobre ele. Se você pesqui-
sar o tema, por exemplo, sua ação pode levar à criação de um algoritmo que 
associe sua busca a esse tema e é possível que, tempos depois, você acabe 
recebendo informes publicitários sobre remédios que prometem curar mila-
grosamente essa doença. Você conhece meios para se prevenir dessa ação 
dos algoritmos? Indique, a partir da lista a seguir, quais deles conhece e/ou 
já usou e converse com os colegas sobre esses recursos.
Navegação anônima: possibilidade de navegar sem identifi cação utilizan-
do o atalho CTRL + Shift + n. Nesse caso, nossos interesses de busca são 
desconsiderados durante a navegação, pois não somos identifi cados pelos 
algoritmos.
Extrapolação do viés de confi rmação: o viés de confi rmação é a tendência 
a procurar apenas notícias e fatos que confi rmam o que pensamos sobre 
algo. O ideal é realizarmos buscas de forma ampla, extrapolando o que 
estamos habituados a ler sobre determinado tema e pesquisando de modo 
crítico.
Conferência de fonte: checar a fonte da notícia e o modo como o texto foi 
escrito (verifi car se a linguagem está condizente com o suporte em que a 
notícia foi publicada, se os ícones que identifi cam a empresa estão presen-
tes, por exemplo) é muito importante.
OS ALGORITMOS NO CONTROLE
Algoritmo é o nome genérico de um conjunto de instruções, isto é, de uma 
sequência de passos com o objetivo de atingir determinado resultado. Nesse 
sentido, uma receita culinária pode ser considerada um algoritmo: há uma série 
de instruções (desde a seleção de ingredientes até o modo de preparo) com 
o objetivo de fazer determinado prato. Portanto, a noção de algoritmo é bem 
anterior ao surgimento e à popularização da internet.
E o que algoritmos têm a ver com a internet? Todos os programas de 
computador precisam de instruções para funcionar. Eles são capazes de fazer 
coisas automaticamente, mas é preciso que os passos a serem dados sejam 
definidos anteriormente, para que as tarefas sejam realizadas a contento. Essas 
instruções são chamadas de “código” ou “programação” e são receitas de como 
tais programas devem funcionar. 
Quando fazemos uma busca na rede, como ela determina o que pode ser mais 
ou menos relevante para cada um de nós? Engenheiros das empresas de sites
de busca trabalham para criar as programações que indicam quais devem ser as 
instruções seguidas pelo buscador quando digitamos algo para pesquisar. Esse 
conjunto de instruções é o algoritmo desse mecanismo de busca.
Os algoritmos são tão relevantes hoje que chegaram a fazer parte do tema 
de produção textual do Enem em 2018, que problematizou as bolhas em que 
acabamos vivendo devido à prática do uso de algoritmos pelas empresas de 
busca. É importante lembrar que quanto mais soubermos sobre o assunto, 
menos seremos manipulados nas redes.
SORJ, Bernardo et al. Sobrevivendo nas redes: guia do cidadão. Disponível em: 
http://www.plataformademocratica.org/Arquivos/Sobrevivendo_nas_redes.pdf. 
Acesso em: 12 fev. 2020. 
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Checadores de fake news: há vários sites especializados em indicar se o 
que foi escrito e publicado tem procedência ou se se trata de uma notícia 
falsa. Nesse caso, é importante utilizar sites desvinculados de interesses 
comerciais e gerenciados por órgãos públicos ou organizações não gover-
namentais.
d) O tema da saúde é um dos que apresenta grande número de notícias falsas. 
Você já usou um checador de fake news? Observe os passos a seguir para 
fazer uma checagem sobre um tema relacionado à saúde.
e) Em algumas notícias, ícones de compartilhamento aparecem logo abaixo 
da manchete. Que tipo de atitude essa posição dos ícones pode favorecer? 
Como podemos utilizá-los de modo mais responsável? Respostas pessoais.
COMO UTILIZAR UM CHECADOR DE FAKE NEWS SOBRE SAòDE
1. Use um computador ou celular com acesso à internet. Acesse o site http://
portalms.saude.gov.br/fakenews (acesso em: 15 jan. 2020).
2. Role a barra do cursor até a parte de baixo da página. Você verá duas 
imagens, uma indicando “Isto é fake news!” e a outra indicando “Esta notícia 
é verdadeira”.
3. Logo na sequência das imagens, há um espaço para digitar o tema e 
buscar notícias sobre ele. É possível também limitar o período de busca, 
estabelecendo uma data para início e outra para o fim, no caso de você 
estar buscando alguma notícia ou artigo que tenha sido publicado em uma 
data específica.
4. Digite um tema para sua busca. Câncer ou vacinas, por exemplo, e clique em 
“buscar”. O site listará uma série de notícias, vídeos e artigos que estarão 
classificados com os selos “Isto é fake news!” ou “Esta notícia é verdadeira”.
5. Trata-se de um processo rápido e muito eficaz de checagem. Compartilhe 
em suas redes sociais esse e outros checadores de fake news para ajudar a 
combater as notícias falsas e a repassar adiante apenas o que for realmente 
confiável.
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Criado em 2019, o canal Saúde sem Fake 
News é um serviço do Ministério da Saúde 
que esclarece boatos e notícias falsas da 
internet relacionados ao tema.
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A ideia aqui é verifi car critérios 
que os estudantes conhecem 
e já tenham utilizado para 
se prevenir nas redes. Se 
eles conhecerem outros 
mecanismos, incentive a troca 
e o compartilhamento de 
práticas.
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Devido ao avanço das redes sociais, a disseminação de notícias e informações distorcidas ou falsas 
vem crescendo. As fake news têm causado desinformação e problemas de toda ordem. A charge e a 
matéria a seguir, publicada em um jornal on-line, abordam esse tema.
ATIVIDADE 4
Muitas vezes, uma notícia falsa pode atrair 
mais a nossa atenção do que as verdadeiras. 
Compartilhar algo em que se quer acreditar, 
por exemplo, pode trazer mais satisfação ao 
usuário digital do que investigar uma verdade 
que se contrapõe ao que ele pensa. Na charge, 
uma falsa banca de jornal atraiu a atenção do 
personagem Ziggy. 
Como nos tornamos viciados em repassar notícias sem ler
Ânsia por recompensa, falta de atenção e outros maus hábitos contemporâneos fazem qualquer 
informação ser compartilhada sem critério
RIO — A notícia cai no seu colo, e é tão espantosa, atraente ou revoltante que não dá para �car 
indiferente. Se a história chega por alguém “con�ável”, aí não tem jeito mesmo. Curtir e com-
partilhar, é só começar. Tente imaginar, porém, que aquilo pode ser mentira. Fake News, fofoca, 
futrica, manipulação, equívoco. No trânsito livre da internet, ninguém mais duvida do perigo que 
isso representa. A mentira — é preciso reconhecer — agora tem perna longa. E você pode ser um dos 
responsáveispor aumentar ou reduzir o alcance dela.
Ano passado, numa pequena cidade mexicana, histórias sobre crianças sequestradas começaram 
a se espalhar rapidamente por [aplicativo de mensagem instantânea]. Quem lia passava adiante. 
Indignada, uma multidão saiu em busca dos culpados. Dois homens inocentes acabaram queimados 
vivos. A informação era fácil de checar — não havia queixas formais contra eles nem registros de 
crianças sequestradas. Ainda assim, os linchadores não se deram ao trabalho de buscar a verdade.
O exemplo acima é extremo, claro. Nem toda mentira que se ajuda a espalhar com um simples 
clique vai resultar na morte de alguém. Algumas podem “apenas” revelar intimidades que os envol-
vidos queriam preservar. Ou queimar o �lme de empresas e pessoas acusando-as de erros que elas 
não cometeram e intenções que não tiveram.
[...]
De onde vem isso, a�nal?
Graças a um coquetel de maus hábitos, que vão de falta de foco a carência crônica, passar conteúdo 
adiante sem critérios tornou-se comum. Tão comum que virou objeto de estudo de comunicação, 
psicologia e neurociência.
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WILSON, Tom. Ziggy… Disponível em: https://www.gocomics.com/
ziggy/2017/02/05. Acesso em: 17 fev. 2020.
Não escreva no livro
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https://www.gocomics.com/ziggy/2017/02/05
https://www.gocomics.com/ziggy/2017/02/05
Para o coordenador do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, Arthur 
Ituassu, a polarização dos tempos atuais intensi�ca essa afobação. Para o pesquisador, um tipo de 
compartilhamento bastante comum hoje em dia é o que ele chama de “compartilhamento político”.
Para Ituassu, no plano da ação (e não da discussão) política, não importa o quanto a informação 
é falsa ou verdadeira, mas sim o quanto ela reforça “minha” posição. É um comportamento que 
nos anos 1960 pesquisadores americanos batizaram de “con�rmation bias”, o chamado “viés de 
con�rmação”.
“Para compartilhar, preciso que a informação esteja em concordância com minha posição política. 
Canso de avisar pessoas que estão compartilhando algo que não é verdadeiro, mas isso não faz di-
ferença. Elas continuam compartilhando informações falsas.”
Segundo o pesquisador, quanto mais aguerridos somos em uma posição política, maior a chance 
de compartilharmos notícias falsas. Dessa forma, torna-se cada vez mais importante pensar em 
medidas de educação em mídias digitais:
— Isso aumenta a possibilidade de se conter a disseminação de notícias falsas, mas também de 
termos cidadãos melhores.
Outra explicação para a ânsia de compartilhar está na própria dinâmica do universo digital. Se-
gundo o psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP, Christian Dunker, nas 
redes há um valor pressuposto de participação. Estar on-line é uma experiência em que qualquer 
gesto, seja curtir, opinar ou encaminhar, adquire uma dimensão valorativa. 
— Há uma grati�cação narcísica quando recebemos de volta uma con�rmação da identidade que 
almejamos reproduzir, em gosto musical, culinário, político, ético. As redes aumentam nosso “eu”.
Isso leva a outro fator decisivo para entender nosso comportamento nas redes: desde Freud, anali-
sa-se a psicologia das massas. A diferença é que agora se analisa uma massa digital.
Ao compartilhar, nos tornamos mais impulsivos porque o conteúdo perde a importância. Não inte-
ressa produzir uma re�exão, mas aumentar a coesão do “nós” — uma certa identidade coletiva da 
qual fazemos parte.
— Isso gera uma degradação da comunicação, favorável à veiculação de preconceitos. Vou sempre 
procurar con�rmar o que sinto e penso — diz Dunker, citando o tal viés de con�rmação. — O que 
nunca diria solitariamente, mas no estado de massa digital me autorizo. Fico valente.
[...]
Ano passado, uma pesquisa da BBC chamada “Beyond fake News” apontou traços por trás do ato 
de encaminhar notícias. Segundo o estudo, muita gente superestima sua capacidade de �ltrar papo 
furado. Ler é difícil, repassar é fácil: além do incentivo para ser o primeiro a enviar (qualquer) in-
formação, se a notícia for tocante, a emoção supera a razão e lá vem mensagem.
No Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), 
Earl Miller também estuda o popular “dedo nervoso” — e culpa as redes sociais. Segundo o neuro-
cientista, elas nos deixam viciados em recompensas, reduzem nossa capacidade de atenção e ativam 
nosso instinto de manada — o efeito “maria vai com as outras”.
— Some tudo isso e você tem 2,5 bilhões de encaminhadores crônicos em potencial — resume Miller.
Atualizando a antiga placa de trânsito, �ca a dica: na dúvida, não repasse.
URBIM, Emiliano, NIKLAS, Jan. Como nos tornamos viciados em repassar notícias sem ler. O Globo, 6 abr. 2019.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/como-nos-tornamos-viciados-em-repassar-noticias-sem-ler-23578257. 
Acesso em: 3 nov. 2019.
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a) Por que, segundo o texto, a tentação de compartilhar seria tão grande que não conseguiria ser detida 
mesmo em meio a desconfianças a respeito da veracidade do fato?
b) Por que, segundo o texto, a mentira agora teria “perna longa”?
c) Em que consistiria o “compartilhamento político”, segundo o pesquisador Arthur Ituassu? Converse 
com os colegas: Vocês já fizeram esse tipo de compartilhamento? Já pensaram nas consequências que 
ele pode ter?
d) Converse com os colegas: A quem interessa o compartilhamento de notícias falsas? Registre no cader-
no algumas das ideias que surgirem.
e) Por que medidas educativas seriam necessárias para refrear o compartilhamento de notícias falsas? 
Converse com um colega.
f) Você conhece algumas atitudes que pode ter para combater as chamadas fake news? Leia um pouco 
sobre elas na sequência e, depois, escolha uma dessas ações para pesquisar. O resultado de sua pes-
quisa pode ser utilizado no debate que vai acontecer na Atividade 5.
COMO SE PREVENIR DE ACREDITAR EM UMA FAKE NEWS
1. Uma medida educativa importante é a busca pela 
informação. Se uma informação é importante, 
relevante e fundamentada, em poucos minutos ela 
estará sendo discutida em vários veículos. Em tempos 
de informação mundializada, nada de tão bombástico 
acontece e somente você ou um pequeno grupo 
privilegiado de pessoas fica sabendo. Ou seja, se a 
notícia não estiver em outras mídias, desconfie. 
2. Na hora de se informar, é importante que você seja 
crítico. Um procedimento importante é conferir datas. 
Às vezes, notícias antigas voltam a circular como se 
fossem novas, só que em um novo contexto.
3. Outro ponto fundamental é ficar atento às manchetes das notícias. As fake news costumam ter 
manchetes sensacionalistas, justamente para atrair um grande número de leitores. Quando você lê 
a notícia, no entanto, não há relação alguma com a manchete. Isso também acontece com informes 
publicitários postados em diferentes sites. São usadas imagens de artistas famosos, por exemplo, com 
alguma frase apelativa; quando você lê o texto, o artista nem é citado e um produto de procedência 
duvidosa é divulgado.
AS NOTÍCIAS FALSAS NO TEMPO
Segundo o historiador estadunidense Robert Darnton (1939-), as notícias falsas não são uma invenção 
contemporânea. De acordo com ele, no século VI, por exemplo, o historiador bizantino Procópio (c. 500-565) 
foi responsável por difamar a reputação do imperador Justiniano (482-565). Na Londres de 1770, os chamados 
“homens-parágrafos” recolhiam fofocas que eram adaptadas, escritas em um único parágrafo e vendidas pela 
cidade.
A diferença é que hoje, com a rapidez e alcanceda internet, a facilidade de acesso e a popularização das 
mensagens instantâneas via internet, essas notícias se espalham muito rapidamente e alcançam um público 
em escalas, muitas vezes, mundiais.
Adaptado de: VICTOR, Fabio. Notícias falsas existem desde o século 6, afirma historiador Robert Darnton. Folha de S.Paulo, 
19 fev. 2017. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/02/1859726-noticias-falsas-existem-desde-o-
seculo-6-afirma-historiador-robert-darnton.shtml. Acesso em: 3 nov. 2019.
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Para acabar com as fake news, é fundamental evitar 
que elas sejam compartilhadas.
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