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Na Idade Média, sob a forte influência religiosa, o corpo era associado ao pecado. A beleza 
passou a ser pautada nas virtudes morais e no pudor em relação ao corpo. O corpo era escondi-
do e seu culto considerado inadequado. 
Na Modernidade, o movimento renascentista e o avanço dos conhecimentos das ciências da 
natureza e da medicina, acerca do funcionamento corporal, trouxeram status científico para o 
estudo das práticas corporais. O corpo passou a ser comparado a uma máquina a ser treinada. 
O desenvolvimento gradativo do capitalismo levou a burguesia, classe social emergente, a 
 desenvolver métodos para garantir a eficiência do corpo do trabalhador. Nessa época, foram cria-
dos os primeiros métodos ginásticos europeus, práticas corporais marcadas pelo controle e efici-
ência dos movimentos e que prometiam saúde e embelezamento corporal por meio da disciplina. 
Posteriormente, o desejo de beleza do corpo começou a ser visto como grande fonte de consu-
mo de produtos, consolidando aos poucos o que hoje conhecemos como indústria da beleza. 
Ao longo do século XX, com o avanço global da industrialização e o crescimento das ferra-
mentas de comunicação e mídia, a prática de atividades físicas voltadas para a estética corporal 
ganhou projeção. Revistas e programas de TV especializados passaram a conter seções voltadas 
ao tema. As academias de ginástica se espalharam nas grandes cidades, oferecendo, a cada ano, 
novas modalidades, com novas promessas de eficiência para transformar o corpo a partir de exer-
cícios ginásticos. Nasce neste processo o movimento global conhecido pela palavra de língua 
inglesa fitness, simplificação do conceito physical fitness (aptidão física). 
Neste rápido resgate histórico, você pôde perceber que a beleza e sua associação às práticas 
corporais é uma construção cultural, social e histórica que reflete valores, interesses econômicos 
e relações sociais. A noção de beleza corporal, bem como as estratégias para conquistá-la, se 
transformam ao longo do tempo e entre as culturas, e afetam diferentemente as pessoas, depen-
dendo do lugar social que ocupam. 
Para que você possa se posicionar frente a tal problemática e ampliar suas possibilidades de 
usufruir de práticas ginásticas e esportivas, sem se preocupar com padrões exteriores e de forma 
que faça sentido no seu projeto de vida, vamos aprofundar a discussão, buscando uma participa-
ção na sociedade de forma ética e que respeite a diversidade dos sujeitos. 
 Como o conceito 
de beleza se 
transformou 
ao longo dos 
séculos?, de Laís 
Semis, publicado 
em Revista Nova 
Escola. Disponível 
em: https://
novaescola.org.br/
conteudo/3414/
como-o-conceito-
de-beleza-se-
transformou-ao-
longo-dos-seculos. 
Acesso em: 23 jul. 
2020.
Para saber mais 
sobre os conceitos 
de beleza em 
diferentes tempos 
e sociedades, leia a 
matéria indicada.
FICA A DICA
EXPERIMENTAÇÃO NOSSOS PADRÕES DE BELEZA
O objetivo desta atividade é debater como você e os 
colegas definem padrões de beleza.
1 Busque revistas impressas, atuais ou antigas, de grande circulação, 
se possível publicações que divulgam estratégias para “conquistar 
o corpo ideal”.
2 A turma deve se organizar em grupos de quatro a seis integrantes.
3 Os grupos vão analisar as imagens das revistas coletadas. Cada 
participante do grupo deve escolher e recortar da revista a 
imagem de uma pessoa que considere bonita.
4 O grupo deve compor um cartaz com todas as imagens 
selecionadas e afixá-lo em um local visível para os demais grupos.
5 Quando todos os grupos terminarem, observem os cartazes. 
Depois, organizem uma roda de conversa e debatam as seguintes 
questões com o professor e os colegas:
 Há características em comum nas imagens selecionadas?
 Que critérios foram adotados por cada publicação para definir 
as pessoas bonitas?
 Em geral, o que determina os padrões de beleza na sua turma?
6 Registre no diário de bordo as ideias levantadas pela turma.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
ATENÇÃO
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Padrões de beleza e desigualdades entre 
homens e mulheres
Você sabia que o esporte já foi visto como uma prática inadequada 
para o corpo feminino?
Em 2019, o Museu do Futebol, em São Paulo, organizou a exposição 
Contra-ataque: as mulheres no futebol. Nessa exposição foi reunida, em 
um grande painel, uma série de manchetes de jornais de grande circula-
ção no país durante a década de 1940. Observe uma dessas manchetes, 
que foi publicada em 1941. 
Em 1941, o então presidente Getúlio Vargas (1882-1954) publicou o 
decreto nº  3 199, regulamentando as atividades esportivas no país. O ar-
tigo 54 da lei, que vigorou até 1979, afirmava que não era permitido às 
mulheres praticar esportes “incompatíveis com sua natureza”. Às mulhe-
res era incentivada a prática da ginástica e da dança, moda lidades tidas 
como mais condizentes com o ideal de corpo feminino “delicado”. 
Detalhe de página do jornal O Imparcial com destaque para a manchete “Pé de 
mulher não foi feito pra se meter em chuteiras”. Rio de Janeiro (RJ), 15 jan. 1941.
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Os discursos filosófico, médico e religioso que ao longo da história 
defenderam que as mulheres eram biologicamente ou naturalmente 
mais frágeis do que os homens, foram por muito tempo utilizados como 
modo de manter o controle social sobre o corpo feminino. Por isso, até 
hoje, as mulheres são menos reconhecidas no esporte e seus corpos 
mais fortemente oprimidos por “padrões ideais de beleza”. Isso vem mu-
dando gradativamente por meio de organizações feministas e da socie-
dade civil em geral que luta pela igualdade, como vimos na imagem do 
início da trilha. 
NÃO ESCREVA 
NESTE LIVRO.
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