Logo Passei Direto
Buscar

Importância da Administração

User badge image
Flavio Maia

em

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Carla Diógenes 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Seja bem-vindo! Vamos começar refletindo por qual motivo a boa 
administração é tão importante na nossa sociedade e como sua ausência traz 
grandes prejuízos. 
Na sequência, vamos conhecer alguns conceitos básicos relacionados à 
administração, e as relações que as organizações possuem com os stakeholders 
(partes interessadas). Terminaremos a nossa etapa com um destaque para a 
história da administração e a evolução das organizações ao longo dos séculos. 
Esperamos que esta etapa seja útil na sua formação e na ampliação de 
seus conhecimentos. Bons estudos! 
TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO 
Provavelmente você já deve ter ouvido ou até mesmo vivido situações em 
que graves problemas apareceram devido à ausência de princípios de 
administração. As manchetes dos noticiários estão cheias de exemplos em que 
muitos prejuízos foram causados pela má gestão. 
Vejamos o seguinte exemplo: em um estudo de caso a respeito do atraso 
na entrega de uma obra de construção de uma creche pública, em uma cidade 
no interior do Brasil, os pesquisadores chegaram à seguinte conclusão: 
A obra pública foi analisada com a ótica da relevância de se primar pela 
observância de todos os procedimentos legais. O descaso a esses, 
ocasiona a paralização da obra e, consequentemente, prejudica muito 
a população que poderia estar usufruindo de seus serviços. Além 
disso, os erros nos procedimentos administrativos acarretam 
desperdícios de recursos públicos, provocam o aumento da dívida 
pública, com o agravante de que a interrupção deixa as instalações da 
obra a mercê de depredações e depreciação, aumentando o custo de 
um eventual retorno. (Lopes; Nascimento, 2019, p. 36). 
Infelizmente, os exemplos de falhas de administração não são 
exclusividade da esfera pública. No setor privado também não faltam casos de 
insucesso por falta de uma boa gestão. Uma pesquisa feita pelo Sebrae, em 
2014, apontou que entre as principais causas de mortalidade das empresas 
brasileiras, destacam-se as seguintes: 
• falha no planejamento dos negócios: as empresas que não faliram foram 
planejadas, em média, três meses a mais do que as empresas que não 
foram para a frente; 
 
 
3 
• pouca capacitação em gestão empresarial: nas empresas que faliram, 
apenas 34% dos seus empresários fizeram algum curso de 
aperfeiçoamento de gestão, contra 51% das empresas bem-sucedidas; 
• falhas na gestão do negócio em si: as empresas que não foram para a 
frente falharam nos seguintes aspectos: 
o falta de aperfeiçoamento sistemático dos produtos e serviços às 
necessidades dos clientes; 
o baixo investimento na capacitação da mão de obra e dos sócios; 
o dificuldades de acompanhar as novas tecnologias do setor; 
o falhas no controle da parte financeira; 
o falta de um diferencial nos produtos e serviços. 
Grandes empresas também não estão imunes a falhas administrativas 
que, muitas vezes, geram prejuízos milionários. É o caso da empresa aérea 
Alitalia. Em 2006, por uma falha de digitação e controle desse processo, uma 
passagem aérea do Canadá para Chipré, que deveria ser vendida por US$ 3,9 
mil, foi ofertada por apenas 39 dólares. Em questão de horas, cerca de 2 mil 
passagens foram vendidas, gerando um prejuízo de US$ 7,7 milhões, até que a 
falha fosse identificada e corrigida (Globo.com, 2016). 
Mesmo empresas virtuais, que trabalham com e-commerce, sofrem 
especialmente com a má administração de suas equipes, de seus estoques e 
seus processos logísticos. 
Refletindo sobre esse tema, facilmente vamos chegar à conclusão de que 
problemas com administração também afetam nossas vidas particulares. Muitos 
de nós precisam lidar com grandes dores de cabeça por conta de dificuldades 
no gerenciamento de tempo, de dinheiro, no planejamento a longo prazo. Outros 
não conseguem evitar desperdícios, não fazem provisões para gastos futuros ou 
não sabem estabelecer prioridades. 
Não são raros os casos de pessoas que ganharam grandes prêmios na 
loteria e que, em pouquíssimo tempo, perderam suas fortunas por falhas na 
gestão de seus recursos. 
1.1 Administração como um fenômeno social 
Observando todas essas situações relatadas anteriormente, fica clara a 
importância da aplicação dos princípios da boa administração no dia a dia das 
 
 
4 
pessoas, famílias, pequenas e grandes empresas, públicas ou privadas. Afinal, 
organizar os recursos, o tempo, as competências e necessidades da melhor 
forma possível, de maneira integrada e funcional, é um grande desafio. 
Sem dúvida alguma, a administração é um fenômeno social. “Todas as 
organizações – sejam nações, estados, municípios, empresas, indústrias, 
empreendimentos de todo tipo não importando tamanho ou natureza – precisam 
ser administradas” (Chiavenato, 2021, p. 10). 
A administração abrange toda a nossa sociedade. Principalmente porque 
com a globalização as organizações não estão limitadas às suas fronteiras 
nacionais. E é a organização bem administrada que manipula a tecnologia, 
produz e divulga informações e promove o progresso e a riqueza. Ou seja, a 
organização bem gerida é o meio pelo qual a sociedade consegue que as coisas 
aconteçam. 
A administração é necessária não só para gestores, mas para todas as 
áreas do conhecimento humano e científico. Cientistas, profissionais 
liberais, empreendedores, presidentes, governadores, prefeitos, 
políticos e todo o tipo de empreendimento social requerem conceitos 
de administração para poderem alcançar objetivos de suas 
organizações. (Chiavenato, 2021, p. 10). 
Veja, ainda, uma lista de fatos que reforça a importância da administração, 
na visão de Oliveira (2019): 
• a administração incentiva o foco no pensamento administrativo, ou seja, 
leva a uma postura do profissional voltada para a consolidação de 
atividades e otimização dos resultados da empresa; 
• os instrumentos administrativos oferecem maior sustentação para análise 
e utilização dos recursos disponíveis; e 
• a administração contribui para que o processo decisório e o 
estabelecimento de prioridades sejam feitos com maior facilidade e 
qualidade. 
1.2 Conceito de administração 
Vimos anteriormente o relevante papel da administração na nossa 
sociedade. Mas, afinal, o que é exatamente a administração? Primeiro, vamos 
pensar na origem desta palavra. Segundo Chiavenato (2021), administração 
vem do latim, onde ad indica direção para ou tendência; já o termo minister pode 
 
 
5 
ser traduzido como aquele que realiza uma função sob o comando de outro. Em 
outras palavras, administrar seria um serviço que se presta a outro. 
No entanto, ao longo do tempo, o significado prático de administração foi 
evoluindo, dando abertura para uma definição bem mais ampla, como a seguinte: 
“Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos 
recursos e competências organizacionais para alcançar objetivos de maneira 
eficiente e eficaz” (Chiavenato, 2021, p. 4). 
Vamos analisar este conceito por partes, conforme algumas ponderações 
do autor supracitado. 
• A administração é um PROCESSO, executado de forma contínua e 
sistêmica, onde as atividades de planejamento, organização, direção e 
controle são executadas com a intenção de alcançar metas e objetivos. E 
para que esse processo funcione adequadamente, a tomada de decisões 
e a liderança são pré-requisitos indispensáveis. 
• A administração é um processo ABRANGENTE, pois cuida do 
desenvolvimento, integração e utilização de diversos recursos e 
competências da organização, como: humanos, financeiros, materiais, 
tecnológicos e de informação; ou seja, faz a gestão de recursos. 
• As ações de administração sempre têm um PROPÓSITO DEFINIDO: 
alcançar objetivos e metas. Todos na organização trabalham, de forma 
coordenada e integrada, para obter os resultados desejados, que podemser: lucro, satisfação dos clientes, liderança de mercado, eficiência nas 
operações, entre outros. 
• A administração requer LIDERANÇA. São os gestores que aplicam os 
princípios da administração, de forma que as equipes de trabalho, em 
todos os níveis, executam suas funções em prol dos objetivos da 
organização. 
• A administração requer fazer as coisas por meio de PESSOAS. Cabe ao 
gestor liderar, assessorar e motivar as pessoas a executar corretamente 
suas atividades, utilizando suas capacidades e competências. 
• O uso dos princípios da administração VARIA conforme a singularidade 
de cada empresa. Isso porque cada organização é singular e possui 
características específicas. O gestor precisa atuar de acordo com essas 
especificidades. 
 
 
6 
• A administração lida com MÚLTIPLAS e COMPLEXAS situações. Por 
isso, ter uma visão sistêmica da organização é indispensável, para que os 
diferentes departamentos, grupos e equipes operem de forma integrada, 
como engrenagens perfeitamente encaixadas. 
• A administração requer a junção da TEORIA e da PRÁTICA. Isso porque 
conceitos sem ação não produzem nada; e ação sem conceitos é um 
desperdício de tempo. O gestor que não compreende a teoria fica perdido 
em meio a situações complexas, em um mercado dinâmico e competitivo. 
Se fôssemos resumir o conceito de administração em poucas palavras, 
poderia ser: gerir recursos (humanos, materiais, financeiros, tecnológicos, entre 
outros) de forma eficiente e eficaz, para alcançar objetivos. 
TEMA 2 – CONCEITOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO 
Uma das primeiras distinções necessárias para a sequência do nosso 
estudo envolve o significado dos termos administração e gestão. Apesar de 
muitas vezes serem usados como sinônimos, tecnicamente são diferentes. 
Enquanto o termo administração está relacionado às bases gerais e 
científicas, gestão significa a maneira como a administração é realizada na 
prática. A administração é a forma pela qual os recursos são utilizados; já a 
gestão transforma recursos em resultados concretos. Ambas são indispensáveis 
para que uma organização seja bem-sucedida. 
Já vimos que a administração é um processo complexo e abrangente, que 
envolve a gestão de uma série de recursos, para alcançar objetivos e metas de 
maneira eficaz e eficiente. Vamos ver as diferenças entre esses dois termos, 
eficácia e eficiência, apesar de muitos acharem que são sinônimos. 
2.1 Conceito de eficiência 
É a qualidade de fazer as funções corretamente, utilizando os recursos 
disponíveis, sem desperdício. A eficiência está relacionada com a forma, o 
método de fazer as coisas. 
O desempenho de um time de futebol pode ser um bom exemplo desse 
conceito. Se em determinada partida o time jogou bem, teve mais chances de 
gol que o adversário, mais posse de bola, alta velocidade com bola e precisão 
 
 
7 
nos passes, certamente podemos dizer que foi eficiente. Utilizou todos os 
recursos possíveis para fazer um bom jogo. 
Em uma organização, as medidas de eficiência podem ser exemplificadas 
pela otimização do custo do trabalho, a manutenção de equipamentos em dia ou 
o retorno do capital investido. 
2.2 Conceito de eficácia 
Diferente da eficiência, a eficácia significa atingir os resultados desejados. 
Está relacionada com o alcance das metas e objetivos. 
Voltando ao exemplo do time de futebol, podemos dizer que o mesmo foi 
eficaz se atingiu seu objetivo, ou seja, ganhou o jogo ou o campeonato. O fato 
de o time ter jogado bem ou mal não está em análise. O ponto central é o 
resultado. Se o time venceu, foi eficaz. 
No contexto organizacional, a eficácia pode ser medida, por exemplo, pelo 
alcance de metas de produção em um determinado período. 
2.3 A excelência como resultado da eficiência e eficácia 
Seja em um time de futebol ou em uma empresa, a eficiência e a eficácia 
devem andar juntas. Isso porque uma organização que opera bem seus 
recursos, mas não alcança suas metas, faz um trabalho inútil. Da mesma forma, 
quando os objetivos são alcançados a qualquer custo, desperdiçando recursos, 
provavelmente a organização não terá longevidade. 
A seguir, o Quadro 1 traz um resumo das diferenças entre eficiência e 
eficácia. 
Quadro 1 – Diferenças entre eficiência e eficácia 
Eficiência (meios) Eficácia (fins) 
• Fazer corretamente as coisas • Fazer as coisas necessárias 
• Preocupação com os meios • Preocupação com os fins 
• Ênfase nos métodos e 
procedimentos 
• Ênfase nos objetivos e 
resultados 
• Cumprir os regulamentos 
internos 
• Atingir os alvos e os objetivos 
 
 
8 
• Treinar e aprender • Saber o conhecer 
• Jogar futebol com arte • Ganhar a partida de futebol 
• Saber batalhar • Ganhar a guerra 
• Ser pontual no trabalho • Agregar valor e riqueza à 
organização 
Fonte: Chiavenato, 2021, p. 9. 
No dia a dia das organizações, equilibrar a eficiência com a eficácia pode 
ser um desafio difícil de alcançar e manter. Muitas vezes, há um grande esforço 
para utilizar os recursos com a máxima precisão, mas, ainda assim, o objetivo 
não é alcançado. O esforço se torna em vão. Por outro lado, quando objetivos 
são atingidos, utilizando recursos de forma desmedida, perdas e prejuízos são 
deixados pelo caminho. 
A organização que mantém a eficiência de seus processos e é eficaz no 
alcance de objetivos e metas está na rota para um outro patamar de valor 
agregado: a excelência. 
Enquanto a eficiência pode ser entendida como fazer corretamente as 
coisas e a eficácia como fazer as coisas certas, a excelência vai além, em busca 
de fazer corretamente as coisas certas. Ou seja, fazer bem e fazer o correto. 
A seguir, veremos mais alguns conceitos importantes da Administração. 
2.4 Conceito de organização 
São unidades sociais formadas por um conjunto de pessoas, 
competências e recursos estruturados na busca de objetivos em comum. Não 
necessariamente são empresa. Pode ser um coral, um time de futebol, uma 
equipe de voluntários, ou seja, toda empresa é uma organização, mas nem toda 
organização é uma empresa. 
2.5 Recursos organizacionais 
São os fatores de produção, ou seja, os meios pelos quais toda 
organização busca realizar suas atividades e alcançar seus objetivos e metas. 
Contempla os recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais, entre 
outros. 
 
 
 
9 
2.6 Recursos materiais ou físicos 
São compostos por matérias-primas, equipamentos, prédios, máquinas, 
instalações e demais recursos que possibilitam que a empresa produza seus 
produtos ou serviços. 
2.7 Recursos financeiros 
Envolve todo o capital financeiro da empresa, expresso no capital social, 
fluxo de caixa, contas a pagar e a receber, faturamento, investimentos, 
empréstimo e todas as transações financeiras que permitem que a empresa 
funcione com suas contas em dia. 
 2.8 Recursos mercadológicos 
São os meios pelos quais a organização se relaciona com o seu mercado, 
como: vendas, pesquisa de mercado, promoção, propaganda, entre outros. 
2.9 Recursos tecnológicos 
São todos os softwares e hardwares que permitem à empresa transformar 
a matéria-prima em um produto ou serviço. Contribuem para a robotização, 
automação, maior produtividade e competitividade. 
2.10 Recursos administrativos 
Compostos por toda a estrutura administrativa da organização, como o 
nível institucional, intermediário e operacional, com o objetivo de integrar e 
coordenar todos os demais recursos. 
2.11 Áreas básicas da administração 
Para fazer a gestão de todos esses recursos, a organização se divide em 
algumas áreas básicas, cujas definições conheceremos a seguir. 
• Produção ou operações: é responsável pela gestão dos recursos 
materiais e físicos para a produção de bens ou prestação de serviços. Nas 
indústrias, esse setor também é conhecido como área industrial. 
 
 
10 
• Marketing: é responsável pelos recursos mercadológicos, abrangendo a 
comercialização de produtos e serviços e o relacionamentoda 
organização com o mercado e clientes. 
• Finanças: é responsável pelos recursos financeiros, com a gestão do 
capital e valores monetários. 
• Tecnologia: é responsável pelas diversas tecnologias usadas pela 
organização. Essa área precisa preparar a empresa para lidar com 
inteligência artificial, robôs inteligentes, drones, sensores, computação 
avançada, mantendo-se sempre atualizada. 
• Administração geral: é responsável pela direção e coordenação de 
todas as áreas da organização, buscando o trabalho integrado de todos 
os recursos organizacionais. 
• Gestão humana: é voltada para as pessoas que trabalham na 
organização, desde o presidente até o operário. Seu objetivo é alinhar as 
competências e habilidades humanas com as necessidades da empresa 
para alcançar seus objetivos. Também é conhecida como Gestão de 
Pessoas ou Recursos Humanos. 
• Logística: é responsável por garantir o fluxo correto de materiais e 
informações dentro da organização em tempo real. 
2.12 Principais processos administrativos 
A administração na prática envolve uma série de processos aplicada em 
todos os departamentos e áreas da organização: planejar, organizar, dirigir e 
controlar. São atividades cíclicas, que sempre estão recomeçando no dia a dia 
da empresa, como demonstrado na Figura 1. 
 
 
 
11 
Figura 1 – Ciclo dos processos administrativos 
 
Vamos ver a definição de cada uma delas. 
• planejamento: corresponde ao processo de definir objetivos, metas, 
atividades e recursos. 
• organização: corresponde ao processo de definir o trabalho a ser 
realizado, seus responsáveis e distribuir os recursos. 
• direção: corresponde ao processo de designar as pessoas e motivá-las 
para o alcance dos objetivos. 
• controle: corresponde ao processo de assegurar a realização dos 
objetivos e identificar a necessidade de possíveis adequações. 
Em outros momentos, veremos esses processos mais detalhadamente. 
TEMA 3 – STAKEHOLDERS 
A palavra stakeholders é um termo inglês que pode ser traduzido como 
partes interessadas ou os detentores de interesse no sucesso de uma 
Planejar
Organizar
Dirigir
Controlar
 
 
12 
organização. São indivíduos ou grupos que afetam e são afetados pelas 
atividades da empresa. 
Inicialmente, podemos pensar que apenas proprietários e acionistas têm 
interesse no progresso de uma empresa. No entanto, há uma série de 
participantes internos e externos envolvida com seu funcionamento. 
Historicamente, na abordagem clássica, as empresas se concentravam 
apenas no atendimento das necessidades de proprietários e acionistas. Mas na 
abordagem contemporânea, a organização precisa prezar por sua relação com 
uma série de outros parceiros, conforme demonstra a Figura 2. 
Figura 2 – Stakeholders como parceiros da organização 
 
Cada parceiro incluído na figura anterior possui uma forma de contribuir 
com a organização. Ao mesmo tempo, cada um espera algum tipo de retorno ou 
satisfação vinda da empresa. 
O Quadro 2 mostra, resumidamente, esses dois aspectos da relação de 
cada stakeholder com a empresa. 
empresa
Acionistas
clientes
funcionários
fornecedore
s
comunidade
sociedade
administra
dores
governos e 
entidades 
reguladora
 
 
 
13 
Quadro 2 – Contribuições e interesses dos stakeholders 
Stakeholders Investem e contribuem 
com 
Esperam retornos e 
satisfação em 
• Acionistas 
• Proprietários 
• Investidores 
Capital e Investimentos Lucros, dividendos e 
sustentabilidade no 
longo prazo 
• Clientes 
• Consumidores 
• Usuários 
Aquisição de bens e 
serviços 
 Produtos e serviços 
com qualidade, bom 
preço, bom atendimento 
e satisfação 
• Fornecedores 
• Prestadores de 
Serviço 
• Concessionários 
Insumos em geral, 
matérias-primas, 
serviços e tecnologias 
Atividade econômica, 
novos negócios e lucro 
• Presidente 
• Diretores 
• Gerentes 
Competência 
administrativa e gestão 
dos negócios 
Participação nos 
resultados do negócio 
• Funcionários Competências, 
dedicação e tarefas 
operacionais 
Salários, benefícios, 
satisfação, 
desenvolvimento, 
segurança e bem-estar 
• Comunidade 
• Vizinhança 
Espaço físico e social e 
infraestrutura imediata 
Sustentabilidade 
econômica, social, 
cultural e ambiental 
• Sociedade 
• Organizações 
• Agências 
Reguladoras 
Ambiente impulsionador 
de negócios 
Satisfação de 
necessidades sociais, 
econômicas, culturais e 
ambientais 
• Governo Infraestrutura de apoio, 
saúde, educação, leis, 
segurança etc. 
Impostos, contribuições, 
desenvolvimento 
econômico, competitivo 
e global 
Fonte: Chiavenato, 2023. 
 
 
14 
Quanto maior o retorno recebido pelo stakeholder, maior será seu 
investimento e contribuição com a empresa. O contrário também é fato. Quanto 
menos retorno o stakeholder recebe, menor será seu interesse para contribuir 
com a organização, aumentando-se as chances de buscar outro parceiro. 
3.1 Stakeholders internos e externos 
Uma forma de enxergar o impacto dos stakeholders é classificá-los sobre 
o quanto são afetados pelos negócios da empresa. Chamamos de internos os 
stakeholders que participam diretamente dos negócios da organização. Já os 
stakeholders externos têm interesse no sucesso da empresa, mas não têm uma 
relação direta com ela. O quadro 3 exemplifica essa classificação. 
Quadro 3 – Stakeholders internos e externos 
Empresa 
Stakeholders internos Stakeholders externos 
Proprietários e funcionários Clientes, fornecedores, investidores 
credores, mídia, comunidade, 
sindicatos, governo 
Apesar de cada stakeholder ter uma relação específica com a 
organização, a empresa não deve olhar para cada um de forma isolada. Seus 
interesses precisam ser considerados de forma conjunta, para que sigam na 
mesma direção, alinhada com a visão estratégica corporativa. 
Ao estabelecer contato e diálogo com cada stakeholder, conhecendo suas 
variadas expectativas, a organização possivelmente terá que priorizar aquelas 
que poderão ser atendidas (certamente não serão todas). 
Bazzi (2022) destaca que com a enorme atuação das mídias sociais nos 
dias atuais os stakeholders insatisfeitos estarão mais predispostos a divulgar 
suas reclamações a outras partes interessadas. O oposto também é verdadeiro: 
stakeholders satisfeitos são mais predispostos a recomendar a empresa para 
outros parceiros. 
 
 
 
 
 
15 
3.2 A relação com os funcionários 
Entre todos os stakeholders envolvidos com a organização, vamos dar um 
destaque especial aos funcionários, ou à força de trabalho. Isso porque pessoas 
e empresas convivem em uma intensa troca, que exige reciprocidade. 
As empresas contratam funcionários como recursos destinados à 
execução de tarefas que levam ao fornecimento de produtos ou 
serviços a clientes ou consumidores. Eles investem tempo e energia 
na organização e dependem diretamente da empresa para garantir a 
continuidade do emprego. Sua satisfação afeta a produtividade, que, 
por sua vez, também altera a produção geral e o sucesso, bem como 
a satisfação em outras áreas específicas. Os funcionários podem 
desempenhar atividades de gestão e supervisão, além de outras 
funções específicas dentro da empresa. (Bazzi, 2022, p. 204). 
No Quadro 4 podemos observar alguns exemplos do que os funcionários 
esperam da organização e vice-versa. 
Quadro 4 – As expectativas recíprocas dos funcionários e das organizações 
O que aos funcionários esperam da 
organização 
O que a organização espera das pessoas 
• Um excelente lugar para trabalhar 
• Oportunidades de crescimento 
profissional: educação e carreira 
• Reconhecimento e recompensas: 
salários, benefícios e incentivos 
• Liberdade e autonomia 
• Apoio e suporte: liderança 
renovadora 
• Empregabilidade e ocupabilidade 
• Camaradagem e coleguismo 
• Qualidade de vida no trabalho 
• Participação nas decisões 
• Divertimento, alegria e satisfação 
• Foco na missão organizacional 
• Foco na visão de futuroda organização 
• Foco no cliente, seja interno ou externo 
• Foco em metas e resultados a alcançar 
• Foco em melhoria e desenvolvimento 
contínuo 
• Foco no trabalho participativo em equipe 
• Comprometimento e dedicação 
• Talentos, habilidades e competências 
• Aprendizado constante e crescimento 
profissional 
• Ética e responsabilidade social 
Fonte: Chiavenato, 2023. 
TEMA 4 – HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO 
Antes de aprofundarmos o estudo sobre como se dá a administração nos 
dias de hoje, é importante conhecer sua história, como tudo começou. Então, 
vamos voltar até os primórdios da humanidade. 
 
 
16 
Desde as primeiras civilizações, os benefícios que a vida em bandos 
proporcionava já eram conhecidos. O esforço coletivo aumentava 
consideravelmente as chances de sobrevivência, de conquista de alimentos e de 
proteção dos perigos do ambiente. 
E foi justamente desse esforço mútuo que surgiram as primeiras 
organizações que cuidavam do bem coletivo. Essas organizações já eram vistas 
na época dos assírios, babilônios e egípcios. 
Os anos se passaram e com o Império Romano apareceram as primeiras 
cidades. Uma característica importante dessa época é a ruptura com o 
artesanato e o aparecimento de grandes organizações. 
A história traz muitos exemplos onde os princípios da administração eram 
utilizados por diversos povos: por volta de 4.000 a.C., para construir as 
pirâmides, os egípcios utilizaram de planejamento e de organização; uma série 
de sistemas de controle foi descrita em 1.800 a.C., no chamado Código de 
Hamurabi; e por volta de 600 a.C., Nabucodonosor fazia o controle de sua 
produção com incentivos salariais. 
Mas foi no início do século XX, com a Revolução Industrial, que o mundo 
dos negócios mudou radicalmente. Vamos detalhar essas mudanças no próximo 
item. 
4.1 Revolução Industrial 
Essa época da história da humanidade teve início na Inglaterra, por volta 
de 1770, com a invenção da máquina a vapor. A partir da utilização dessa 
máquina no processo de produção, uma série de aplicações foi descoberta. A 
produtividade teve um grande crescimento, o que resultou na expansão da 
industrialização por toda a Europa e Estados Unidos. A máquina a vapor 
substituiu o trabalho do homem, do animal e das rodas d’água, dando início ao 
sistema fabril. 
Para facilitar nossa compreensão desse importante momento da história 
da administração, vamos separar a Revolução Industrial em duas fases: primeira 
Revolução Industrial e segunda Revolução Industrial. 
 
 
 
 
 
17 
4.1.1 Primeira Revolução Industrial 
Nesse período da história, outras grandes invenções surgiram, com 
destaque para a máquina de fiar, do tear hidráulico e do descaroçador de 
algodão, que levaram à mecanização de oficinas e da agricultura. 
Pequenas oficinas de artesanato se transformam em fábricas. O artesão 
passou a ser um operário, principalmente com a revolução do carvão (que se 
tornou a principal fonte de energia) e do ferro, considerado a principal matéria-
prima da época. 
Os produtos se tornaram melhores e mais baratos, aumentando também 
a urbanização ao redor das fábricas. Nesta fase, também surgiram novos meios 
de transporte (como a navegação e locomotiva a vapor) e de comunicações 
(como o telégrafo e o telefone). 
4.1.2 Segunda Revolução Industrial 
Entre as décadas de 1860 e 1920 aconteceram outras revoluções nas 
fontes de energia (eletricidade e derivados do petróleo) e de matéria-prima (aço), 
com a automatização das máquinas. Surgiram estradas de ferro, automóvel, 
avião, rádio, e, com isso, grandes multinacionais, como General Eletric e 
Siemens. 
Nesse período apareceram as bases que futuramente seriam utilizadas 
na Administração moderna: 
• crescimento célere e desorganizado das empresas, exigindo a prática de 
uma administração não improvisada; e 
• necessidade de obtenção de eficiência e produtividade para lidar com a 
competitividade do mercado. 
A Revolução Industrial fez surgir a Era Industrial, onde os esforços 
estavam nos produtos físicos, nos bens de produção e nos recursos da empresa. 
“A Revolução Industrial é considerada o evento mais importante na história da 
humanidade, desde que se constatou a domesticação de animais e o surgimento 
da agricultura” (Barros Neto, 2018, p. 110). 
 
 
 
 
 
18 
4.2 Era da Informação 
A partir de 1980, a era industrial perdeu importância para uma nova era: 
a da informação. Com o desenvolvimento da Tecnologia de Informação (TI), a 
informação começou a alcançar lugares distantes, em todo o mundo. Isso 
obrigou as empresas a se tornarem cada vez mais rápidas e ágeis para 
acompanhar as mudanças que essa era trazia em relação aos seus produtos, 
serviços e processos. 
O Quadro 5 apresenta uma comparação entre as diferentes 
características da Era Industrial e da Era da Informação. 
Quadro 5 – Características da Era industrial e da Era da Informação 
Era Industrial Era da Informação 
• Fábrica: empresa física e 
tangível 
• Empresa de cimento e 
concreto 
• Máquinas e equipamentos 
• Estabilidade e permanência 
• Manter o status quo 
• Mão de obra braçal 
• Emprego único e presencial 
• Trabalho individual, isolado 
• Gerência tradicional 
• Impor ordens e comandos 
• Obediência cega às regras 
• Especialização em uma única 
atividade 
• Capital financeiro 
• Resultados dedicados para 
acionistas e proprietário 
• Empresa virtual e em rede 
• Empresa de bytes 
• Computadores e terminais 
• Mudança e instabilidade 
• Mudar e inovar 
• Conhecimento: trabalho cerebral 
• Atividade compartilhada e virtual 
• Trabalho em equipe e 
participativo 
• Liderança, coaching e mentoring 
• Conquistar a colaboração 
• Empreendedorismo 
• Flexibilidade, multifuncionalidade 
e polivalência 
• Capital intelectual 
• Resultados dedicados para 
diversos stakeholders 
Fonte: Chiavenato, 2023, p. 29. 
 
 
 
 
19 
4.3 Era Digital 
Continuando a história da administração, chegamos aos nossos dias, 
onde impera a Era Digital. Enquanto a Revolução Industrial significou a 
substituição da força humana pelas máquinas, a Revolução Digital tem 
substituído o intelecto e a comunicação humana pelos computadores. 
Empresas globais do mundo digital como Amazon, Microsoft, Google e 
Apple são as referências dessa era. As organizações tradicionais tiveram que 
implantar tecnologias digitais (inteligência artificial, nuvem, Internet da Coisas, 
etc.) para serem competitivas no mundo digital. O foco da administração passou 
a priorizar o acompanhamento das constantes evoluções tecnológicas, para 
manter as empresas alinhadas com as frequentes mudanças no desejo do 
cliente. 
Para Chiavenato (2023, p. 30), “Nas empresas que são projetadas para o 
digital, as pessoas, os processos, os dados e a tecnologia são devidamente 
sincronizados para rapidamente identificar e proceder a soluções inovadoras e 
redefinir sua estratégia”. 
O Quadro 6 faz uma comparação entre os impactos da Revolução 
Industrial e da Revolução Digital na sociedade. 
Quadro 6 – Impactos da Revolução Industrial e Revolução Digital 
 Revolução Industrial Revolução Digital 
Organizações Fábricas, grandes 
corporações industriais, 
sindicatos, partidos políticos 
socialistas. 
Fábricas de software, 
grandes corporações de TI e 
Telecom, provedores de 
acesso à internet, 
organizações em rede, redes 
sociais. 
Trabalho e 
Emprego 
Operários, gerentes 
intermediários, engenheiros 
de produção, especialistas 
em comportamento humano 
no trabalho, selecionadores 
de pessoal. 
Analistas, desenvolvedores 
e implantadores de 
sistemas, especialistas em 
manutenção de 
computadores, web 
designers, game designers, 
 
 
20 
gerentes de projetos de TI, 
hackers. 
Métodos de 
trabalho e de 
gestão do 
trabalho 
Linha de montagem, 
operário especializado, 
estudos de tempos e 
movimentos visando à 
organização racional do 
trabalho. 
Equipesvirtuais, softwares 
de gestão, automação 
industrial, trabalho remoto, 
interação homem-máquina, 
produção digital de imagens, 
cyberwar, comércio digital. 
Fonte: Maximiano, 2023. 
Uma característica dessa época é que os administradores precisam 
operar em dois mundos distintos: o da economia convencional e tradicional (mais 
analógico) e o da economia das plataformas de dados (digital). A busca das 
empresas no mundo globalizado é por inovação e criação de valor de uma 
maneira muito mais intensa e veloz que nas empresas tradicionais. 
TEMA 5 – A EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES 
Você já percebeu como as organizações estão presentes no nosso dia a 
dia? Praticamente tudo o que precisamos para sobreviver é produzido e 
comercializado pelas organizações. Dependemos delas para estudar, trabalhar, 
alimentar-se, ter moradia, saúde e lazer. Existem organizações de todos os tipos, 
tamanhos e modelos possíveis e outras tantas estão para serem criadas. 
Mas como que as primeiras organizações surgiram? Será que sempre 
existiram no mesmo formato que conhecemos hoje? Para compreender melhor 
a evolução das organizações ao longo do tempo, vamos voltar algumas centenas 
de anos atrás. 
5.1 As primeiras organizações 
As organizações sempre estiveram alinhadas às características do 
momento histórico em que viviam. Estudiosos contam que a primeira 
organização do trabalho, mundialmente reconhecida foi a escravidão, no século 
XVI. Mesmo em condições precárias, os escravos trabalhavam arduamente, 
seguindo rígidas normas disciplinares e eram administrados por seus 
proprietários. 
 
 
21 
Mas foi na Inglaterra, que não aceitava a escravidão como modo de 
produção, que a administração moderna teve seus primeiros passos, buscando 
outras formas de extrair valor do trabalho. Durante a primeira Revolução 
Industrial, o economista e filósofo escocês Adam Smith (1723-1790) se destacou 
por suas contribuições à administração. Ele defendia o chamado capitalismo 
moderno, baseado no sistema de livre mercado e iniciativa privada, com pouca 
interferência do Estado. 
Antes de continuarmos, vamos definir o que é capitalismo. Segundo Coltre 
(2014. p. 95), 
É um sistema econômico fundado no domínio dos direitos da 
propriedade privada, organizado pelo livre mercado, no qual as 
pessoas negociam seu poder de trabalho com os proprietários do 
capital (os capitalistas), os quais, por sua vez, consolidam-se por um 
empreendimento (organização). 
Estudando uma fábrica de alfinetes, Smith percebeu que quando a divisão 
do trabalho era formalmente realizada melhorava a concentração e o 
aprimoramento das funções dos trabalhadores, aumentando-se a produtividade. 
Ele é considerado o pai da Economia Moderna. 
5.2 Autoridade e burocracia 
O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) foi outro economista que 
contribuiu para a evolução das organizações. Concentrou seus estudos na 
organização racional do trabalho e da produção e nas fontes de autoridade. 
Seu livro mais famoso foi A ética protestante e o espírito do capitalismo, 
escrito em 1905, demonstrando como a moral protestante contribuía para o 
espírito capitalista. 
Weber defendia que diferentes modelos organizacionais possuem 
diferentes formas de autoridade, com destaque para três tipos. 
• autoridade tradicional: amparada na tradição ou na prática do passado. 
• autoridade carismática: amparada na devoção, no heroísmo ou no caráter 
do indivíduo. 
• autoridade racional-legal: amparada na ideia de atingir os fins propostos 
por objetivos previamente traçados. Baseia-se no direito legal da 
autoridade de mandar fazer. 
 
 
22 
Segundo Weber, essas fontes de autoridade resultaram na nova 
característica das organizações: a burocracia. Na sua visão, a burocracia trazia 
algumas vantagens organizacionais, como: 
Precisão, velocidade, clareza, conhecimento de arquivos, 
continuidade, discrição, unidade, subordinação rigorosa, redução de 
atritos e dos custos de material e pessoal – são levados a ponto ótimo 
na administração rigorosamente burocrática [...] E no que se relaciona 
a tarefas complicadas, o trabalho burocrático não é só mais preciso, 
mas em última análise, frequentemente mais barato. (Weber, 1974 
citado por Vizeu, 2019, p. 211). 
Podemos apontar como princípios-chave da burocracia os seguintes 
aspectos destacados por Coltre (2014): 
• ênfase na estrutura por meio da hierarquia e da sequência dos cargos, 
delimitando, assim, regras e regulamentos a serem cumpridos; 
• especialização da tarefa – o empregado a ser contratado deve ter o 
preparo técnico necessário ao cargo; 
• estabelecimento de regras e normas para garantir o atingimento dos 
objetivos, sempre seguindo parâmetros previamente estabelecidos; 
• definições claras acerca das responsabilidades de cada cargo e sua 
autoridade cabível; e 
• registro de todos os procedimentos da organização. 
No modelo burocrático, todos se esforçam pelo mesmo objetivo, 
buscando atingi-lo com a máxima eficiência e produtividade. 
5.3 Contribuições de outros pensadores 
Assim como as ideias do modelo do capitalismo e do burocrático, as teses 
de outros pensadores também impactaram o dia a dia das organizações até os 
dias de hoje. Vejamos alguns desses pensadores. 
• James Mill (1773-1836) defendia que os estudos de tempos e movimentos 
melhoram a produtividade. 
• David Ricardo (1772-1823) apontava que capital, salário, renda, 
produção, preços e mercados estavam correlacionados ao trabalho. 
• John Stuart Mill (1806-1873) defendia que o controle evitava furtos nas 
empresas. 
 
 
23 
• Karl Marx (1818-1883) relatava que o valor da mercadoria é determinado 
pela quantidade de trabalho necessária para produzi-la (Coltre, 2014). 
Muitas dessas contribuições foram aplicadas no decorrer do século XX, 
na Era Industrial, onde a mecanização acelerou a produtividade e o 
aparecimento das fábricas. 
5.4 As organizações na Era da Informação 
Com a chegada da Era da Informação, no final do século XX, a principal 
riqueza das organizações passou a ser o conhecimento. As empresas, mais uma 
vez, tiveram que passar por grandes mudanças. A inovação tecnológica rompeu 
com aquela máxima que o futuro pode ser projetado pelo que foi vivido no 
passado ou no presente. As organizações precisaram se reinventar. 
Na Era da informação, dois fatores revolucionários atingiram 
drasticamente as organizações. 
• a world wide web (www): a rede mundial que interliga organizações e 
pessoas em todo o mundo. Uma inovação que não tem qualquer 
similaridade com o passado e que acelera a chegada do futuro. 
• a globalização dos negócios: processo que permitiu um número 
crescentemente maior de atividades por meio da tecnologia da informação 
e pela exploração de novas fronteiras (Chiavenato, 2023). 
A internet trouxe com ela a digitalização. O volume de informações 
transmitido simultaneamente cresceu de forma exponencial. A estrutura 
tradicional deu lugar a infoestrutura, em formato de redes. Essa mudança 
também resultou na virtualização, praticada na forma de empresas virtuais, 
escritórios virtuais, lojas virtuais, realidade virtual etc. 
Outra mudança significativa dessa fase é que o setor econômico mais 
importante da sociedade deixou de ser o automobilístico. A mídia, cercada pelas 
indústrias de computação, de comunicação e conteúdo digital passou a ocupar 
o topo da economia. 
A inovação é outro destaque dessa era, pois os ciclos de vida dos 
produtos se tornaram cada vez menores, exigindo a criação contínua de novos 
conceitos de produtos e serviços. 
 
 
24 
Com tantas mudanças e com a necessidade de vencer no mercado 
competitivo, as organizações estão investindo em inovação, aprendizado e 
colaboração, por meio de diversas ações, citadas por Chiavenato (2023): 
• as organizações estruturam-se em torno da lógica do cliente: os desejos 
e necessidades deles são rapidamente satisfeitos, com novos produtos e 
serviços;• estabelecem metas elevadas, seguindo padrões mundiais do mercado; 
• selecionam pensadores criativos, atuando em vários territórios, com 
múltiplas habilidades e com uma visão abrangente; 
• estimulam o empreendedorismo na busca por novos produtos e serviços; e 
• promovem o aprendizado contínuo, compartilhando informações, 
mantendo programas de capacitação e buscando benchmarks. 
5.5 Tendências organizacionais 
E as tendências organizacionais para os próximos anos nesse mundo 
modernos e tecnológico? Como serão as organizações no futuro? Vamos 
conhecer algumas projeções. 
• Diminuição dos níveis hierárquicos para tornar as organizações enxutas 
e flexíveis, com estruturas horizontais ou achatadas, que representam 
vantagem competitiva em termos de fluidez e flexibilidade. 
• Ênfase horizontal no processo em vez da hierarquia vertical. A tendência 
é utilizar equipes funcionais cruzadas, forças-tarefas e estruturas 
horizontais para aproximar o funcionário do cliente. 
• Mais participação e empowerment: a participação é o processo de 
transferir responsabilidades e decisões às pessoas. O empowerment 
proporciona maior responsabilidade e autonomia às pessoas para que 
trabalhem livremente e com mínima supervisão direta. 
• Ênfase nas equipes de trabalho: os antigos departamentos e divisões 
estão cedendo lugar a equipes de trabalho definitivas ou transitórias. 
• Infoestrutura: permite que uma organização funcione de maneira 
integrada sem estar concentrada em um único local. As pessoas podem 
trabalhar em qualquer tempo ou lugar. Cada equipe ou unidade de 
negócio funciona ligada em rede e em uma estrutura molecular, ágil e 
flexível. 
 
 
25 
• Foco no negócio essencial (core business): trata-se da eliminação do 
acessório, supérfluo ou acidental. Programas de enxugamento e 
terceirização são realizados para eliminar as aparas e reorientar a 
organização para aquilo a que foi realmente criada: seu negócio e seu 
cliente (Chiavenato, 2023). 
De uma coisa podemos ter certeza: as organizações continuarão a 
evoluir, acompanhando a história da sociedade e, muitas vezes, exercendo 
influência para o progresso social. 
FINALIZANDO 
Vamos terminar nossa etapa com um breve resumo do que aprendemos. 
Vimos como a administração está presente em toda a sociedade, desde grandes 
organizações até a vida particular de cada indivíduo. Detalhamos o conceito de 
administração e de outros termos importantes na vida organizacional. 
Entendemos o papel dos stakeholders, de que forma eles contribuem e o que 
esperam das organizações. Por fim, estudamos a história da Administração e 
das Organizações ao longo do tempo. 
Ao final, podemos concluir que, mesmo em um ambiente altamente 
dinâmico e competitivo como o que vivemos, a administração continua sendo a 
principal ferramenta para tornar as organizações bem-sucedidas e levar o 
progresso à sociedade. Até a próxima! 
 
 
 
26 
REFERÊNCIAS 
BARROS NETO, J. P. Administração: fundamentos da administração 
empreendedora e competitiva. São Paulo: Atlas, 2018. 
BAZZI, S. Modelos avançados de gestão empresarial. Curitiba: Intersaberes, 
2022. 
BBC. Cinco trapalhadas empresariais que renderam prejuízos de milhões de 
dólares. Globo.com. 2016. Disponível em: 
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/cinco-trapalhadas-empresariais-
que-renderam-prejuizos-de-milhoes-de-dolares.html>. Acesso em: 1 dez. 2022. 
CHIAVENATO, I. Iniciação à Administração. 4. ed. Barueri: Atlas, 2023. 
______. Iniciação à teoria das organizações. 2. ed. Barueri: Atlas, 2023. 
______. Fundamentos de Administração: os pilares da gestão no 
planejamento, organização, direção e controle das organizações para 
incrementar competitividade e sustentabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2021. 
COLTRE, S. M. Fundamentos da Administração: um olhar transversal. 
Curitiba: Intersaberes, 2014. 
LOPES, F. V.; NASCIMENTO, A. C. V. Gestão de Obra Pública: atraso em obra 
do FNDE no município de Sobradinho-BA. Id on Line Rev. Mult. Psic., v. 13, n. 
45, suplemento 1, p. 21-39, 2019. Disponível em: 
<http://idonline.emnuvens.com.br/id>. Acesso em: 27 mar. 2023. 
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à 
revolução digital. 8. ed. 4ª Reimpr. Rio de Janeiro: Atlas, 2023. 
OLIVEIRA, D. de P. R. de. Administração: evolução do pensamento 
administrativo, instrumentos e aplicações práticas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
SEBRAE-SP. Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 
5 anos de vida. São Paulo, 2014. Disponível em: 
<https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_
mortis_2014.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2022. 
VIZEU, F. Teorias da administração: origem, desenvolvimento e implicações. 
Curitiba: Intersaberes, 2019. 
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/cinco-trapalhadas-empresariais-que-renderam-prejuizos-de-milhoes-de-dolares.html
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/cinco-trapalhadas-empresariais-que-renderam-prejuizos-de-milhoes-de-dolares.html
http://idonline.emnuvens.com.br/id
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf%20Acesso%20em%20dez/2022
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf%20Acesso%20em%20dez/2022
	Conversa inicial
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

Mais conteúdos dessa disciplina