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FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO AULA 1 Profª Carla Diógenes 2 CONVERSA INICIAL Seja bem-vindo! Vamos começar refletindo por qual motivo a boa administração é tão importante na nossa sociedade e como sua ausência traz grandes prejuízos. Na sequência, vamos conhecer alguns conceitos básicos relacionados à administração, e as relações que as organizações possuem com os stakeholders (partes interessadas). Terminaremos a nossa etapa com um destaque para a história da administração e a evolução das organizações ao longo dos séculos. Esperamos que esta etapa seja útil na sua formação e na ampliação de seus conhecimentos. Bons estudos! TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO Provavelmente você já deve ter ouvido ou até mesmo vivido situações em que graves problemas apareceram devido à ausência de princípios de administração. As manchetes dos noticiários estão cheias de exemplos em que muitos prejuízos foram causados pela má gestão. Vejamos o seguinte exemplo: em um estudo de caso a respeito do atraso na entrega de uma obra de construção de uma creche pública, em uma cidade no interior do Brasil, os pesquisadores chegaram à seguinte conclusão: A obra pública foi analisada com a ótica da relevância de se primar pela observância de todos os procedimentos legais. O descaso a esses, ocasiona a paralização da obra e, consequentemente, prejudica muito a população que poderia estar usufruindo de seus serviços. Além disso, os erros nos procedimentos administrativos acarretam desperdícios de recursos públicos, provocam o aumento da dívida pública, com o agravante de que a interrupção deixa as instalações da obra a mercê de depredações e depreciação, aumentando o custo de um eventual retorno. (Lopes; Nascimento, 2019, p. 36). Infelizmente, os exemplos de falhas de administração não são exclusividade da esfera pública. No setor privado também não faltam casos de insucesso por falta de uma boa gestão. Uma pesquisa feita pelo Sebrae, em 2014, apontou que entre as principais causas de mortalidade das empresas brasileiras, destacam-se as seguintes: • falha no planejamento dos negócios: as empresas que não faliram foram planejadas, em média, três meses a mais do que as empresas que não foram para a frente; 3 • pouca capacitação em gestão empresarial: nas empresas que faliram, apenas 34% dos seus empresários fizeram algum curso de aperfeiçoamento de gestão, contra 51% das empresas bem-sucedidas; • falhas na gestão do negócio em si: as empresas que não foram para a frente falharam nos seguintes aspectos: o falta de aperfeiçoamento sistemático dos produtos e serviços às necessidades dos clientes; o baixo investimento na capacitação da mão de obra e dos sócios; o dificuldades de acompanhar as novas tecnologias do setor; o falhas no controle da parte financeira; o falta de um diferencial nos produtos e serviços. Grandes empresas também não estão imunes a falhas administrativas que, muitas vezes, geram prejuízos milionários. É o caso da empresa aérea Alitalia. Em 2006, por uma falha de digitação e controle desse processo, uma passagem aérea do Canadá para Chipré, que deveria ser vendida por US$ 3,9 mil, foi ofertada por apenas 39 dólares. Em questão de horas, cerca de 2 mil passagens foram vendidas, gerando um prejuízo de US$ 7,7 milhões, até que a falha fosse identificada e corrigida (Globo.com, 2016). Mesmo empresas virtuais, que trabalham com e-commerce, sofrem especialmente com a má administração de suas equipes, de seus estoques e seus processos logísticos. Refletindo sobre esse tema, facilmente vamos chegar à conclusão de que problemas com administração também afetam nossas vidas particulares. Muitos de nós precisam lidar com grandes dores de cabeça por conta de dificuldades no gerenciamento de tempo, de dinheiro, no planejamento a longo prazo. Outros não conseguem evitar desperdícios, não fazem provisões para gastos futuros ou não sabem estabelecer prioridades. Não são raros os casos de pessoas que ganharam grandes prêmios na loteria e que, em pouquíssimo tempo, perderam suas fortunas por falhas na gestão de seus recursos. 1.1 Administração como um fenômeno social Observando todas essas situações relatadas anteriormente, fica clara a importância da aplicação dos princípios da boa administração no dia a dia das 4 pessoas, famílias, pequenas e grandes empresas, públicas ou privadas. Afinal, organizar os recursos, o tempo, as competências e necessidades da melhor forma possível, de maneira integrada e funcional, é um grande desafio. Sem dúvida alguma, a administração é um fenômeno social. “Todas as organizações – sejam nações, estados, municípios, empresas, indústrias, empreendimentos de todo tipo não importando tamanho ou natureza – precisam ser administradas” (Chiavenato, 2021, p. 10). A administração abrange toda a nossa sociedade. Principalmente porque com a globalização as organizações não estão limitadas às suas fronteiras nacionais. E é a organização bem administrada que manipula a tecnologia, produz e divulga informações e promove o progresso e a riqueza. Ou seja, a organização bem gerida é o meio pelo qual a sociedade consegue que as coisas aconteçam. A administração é necessária não só para gestores, mas para todas as áreas do conhecimento humano e científico. Cientistas, profissionais liberais, empreendedores, presidentes, governadores, prefeitos, políticos e todo o tipo de empreendimento social requerem conceitos de administração para poderem alcançar objetivos de suas organizações. (Chiavenato, 2021, p. 10). Veja, ainda, uma lista de fatos que reforça a importância da administração, na visão de Oliveira (2019): • a administração incentiva o foco no pensamento administrativo, ou seja, leva a uma postura do profissional voltada para a consolidação de atividades e otimização dos resultados da empresa; • os instrumentos administrativos oferecem maior sustentação para análise e utilização dos recursos disponíveis; e • a administração contribui para que o processo decisório e o estabelecimento de prioridades sejam feitos com maior facilidade e qualidade. 1.2 Conceito de administração Vimos anteriormente o relevante papel da administração na nossa sociedade. Mas, afinal, o que é exatamente a administração? Primeiro, vamos pensar na origem desta palavra. Segundo Chiavenato (2021), administração vem do latim, onde ad indica direção para ou tendência; já o termo minister pode 5 ser traduzido como aquele que realiza uma função sob o comando de outro. Em outras palavras, administrar seria um serviço que se presta a outro. No entanto, ao longo do tempo, o significado prático de administração foi evoluindo, dando abertura para uma definição bem mais ampla, como a seguinte: “Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos e competências organizacionais para alcançar objetivos de maneira eficiente e eficaz” (Chiavenato, 2021, p. 4). Vamos analisar este conceito por partes, conforme algumas ponderações do autor supracitado. • A administração é um PROCESSO, executado de forma contínua e sistêmica, onde as atividades de planejamento, organização, direção e controle são executadas com a intenção de alcançar metas e objetivos. E para que esse processo funcione adequadamente, a tomada de decisões e a liderança são pré-requisitos indispensáveis. • A administração é um processo ABRANGENTE, pois cuida do desenvolvimento, integração e utilização de diversos recursos e competências da organização, como: humanos, financeiros, materiais, tecnológicos e de informação; ou seja, faz a gestão de recursos. • As ações de administração sempre têm um PROPÓSITO DEFINIDO: alcançar objetivos e metas. Todos na organização trabalham, de forma coordenada e integrada, para obter os resultados desejados, que podemser: lucro, satisfação dos clientes, liderança de mercado, eficiência nas operações, entre outros. • A administração requer LIDERANÇA. São os gestores que aplicam os princípios da administração, de forma que as equipes de trabalho, em todos os níveis, executam suas funções em prol dos objetivos da organização. • A administração requer fazer as coisas por meio de PESSOAS. Cabe ao gestor liderar, assessorar e motivar as pessoas a executar corretamente suas atividades, utilizando suas capacidades e competências. • O uso dos princípios da administração VARIA conforme a singularidade de cada empresa. Isso porque cada organização é singular e possui características específicas. O gestor precisa atuar de acordo com essas especificidades. 6 • A administração lida com MÚLTIPLAS e COMPLEXAS situações. Por isso, ter uma visão sistêmica da organização é indispensável, para que os diferentes departamentos, grupos e equipes operem de forma integrada, como engrenagens perfeitamente encaixadas. • A administração requer a junção da TEORIA e da PRÁTICA. Isso porque conceitos sem ação não produzem nada; e ação sem conceitos é um desperdício de tempo. O gestor que não compreende a teoria fica perdido em meio a situações complexas, em um mercado dinâmico e competitivo. Se fôssemos resumir o conceito de administração em poucas palavras, poderia ser: gerir recursos (humanos, materiais, financeiros, tecnológicos, entre outros) de forma eficiente e eficaz, para alcançar objetivos. TEMA 2 – CONCEITOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO Uma das primeiras distinções necessárias para a sequência do nosso estudo envolve o significado dos termos administração e gestão. Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, tecnicamente são diferentes. Enquanto o termo administração está relacionado às bases gerais e científicas, gestão significa a maneira como a administração é realizada na prática. A administração é a forma pela qual os recursos são utilizados; já a gestão transforma recursos em resultados concretos. Ambas são indispensáveis para que uma organização seja bem-sucedida. Já vimos que a administração é um processo complexo e abrangente, que envolve a gestão de uma série de recursos, para alcançar objetivos e metas de maneira eficaz e eficiente. Vamos ver as diferenças entre esses dois termos, eficácia e eficiência, apesar de muitos acharem que são sinônimos. 2.1 Conceito de eficiência É a qualidade de fazer as funções corretamente, utilizando os recursos disponíveis, sem desperdício. A eficiência está relacionada com a forma, o método de fazer as coisas. O desempenho de um time de futebol pode ser um bom exemplo desse conceito. Se em determinada partida o time jogou bem, teve mais chances de gol que o adversário, mais posse de bola, alta velocidade com bola e precisão 7 nos passes, certamente podemos dizer que foi eficiente. Utilizou todos os recursos possíveis para fazer um bom jogo. Em uma organização, as medidas de eficiência podem ser exemplificadas pela otimização do custo do trabalho, a manutenção de equipamentos em dia ou o retorno do capital investido. 2.2 Conceito de eficácia Diferente da eficiência, a eficácia significa atingir os resultados desejados. Está relacionada com o alcance das metas e objetivos. Voltando ao exemplo do time de futebol, podemos dizer que o mesmo foi eficaz se atingiu seu objetivo, ou seja, ganhou o jogo ou o campeonato. O fato de o time ter jogado bem ou mal não está em análise. O ponto central é o resultado. Se o time venceu, foi eficaz. No contexto organizacional, a eficácia pode ser medida, por exemplo, pelo alcance de metas de produção em um determinado período. 2.3 A excelência como resultado da eficiência e eficácia Seja em um time de futebol ou em uma empresa, a eficiência e a eficácia devem andar juntas. Isso porque uma organização que opera bem seus recursos, mas não alcança suas metas, faz um trabalho inútil. Da mesma forma, quando os objetivos são alcançados a qualquer custo, desperdiçando recursos, provavelmente a organização não terá longevidade. A seguir, o Quadro 1 traz um resumo das diferenças entre eficiência e eficácia. Quadro 1 – Diferenças entre eficiência e eficácia Eficiência (meios) Eficácia (fins) • Fazer corretamente as coisas • Fazer as coisas necessárias • Preocupação com os meios • Preocupação com os fins • Ênfase nos métodos e procedimentos • Ênfase nos objetivos e resultados • Cumprir os regulamentos internos • Atingir os alvos e os objetivos 8 • Treinar e aprender • Saber o conhecer • Jogar futebol com arte • Ganhar a partida de futebol • Saber batalhar • Ganhar a guerra • Ser pontual no trabalho • Agregar valor e riqueza à organização Fonte: Chiavenato, 2021, p. 9. No dia a dia das organizações, equilibrar a eficiência com a eficácia pode ser um desafio difícil de alcançar e manter. Muitas vezes, há um grande esforço para utilizar os recursos com a máxima precisão, mas, ainda assim, o objetivo não é alcançado. O esforço se torna em vão. Por outro lado, quando objetivos são atingidos, utilizando recursos de forma desmedida, perdas e prejuízos são deixados pelo caminho. A organização que mantém a eficiência de seus processos e é eficaz no alcance de objetivos e metas está na rota para um outro patamar de valor agregado: a excelência. Enquanto a eficiência pode ser entendida como fazer corretamente as coisas e a eficácia como fazer as coisas certas, a excelência vai além, em busca de fazer corretamente as coisas certas. Ou seja, fazer bem e fazer o correto. A seguir, veremos mais alguns conceitos importantes da Administração. 2.4 Conceito de organização São unidades sociais formadas por um conjunto de pessoas, competências e recursos estruturados na busca de objetivos em comum. Não necessariamente são empresa. Pode ser um coral, um time de futebol, uma equipe de voluntários, ou seja, toda empresa é uma organização, mas nem toda organização é uma empresa. 2.5 Recursos organizacionais São os fatores de produção, ou seja, os meios pelos quais toda organização busca realizar suas atividades e alcançar seus objetivos e metas. Contempla os recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais, entre outros. 9 2.6 Recursos materiais ou físicos São compostos por matérias-primas, equipamentos, prédios, máquinas, instalações e demais recursos que possibilitam que a empresa produza seus produtos ou serviços. 2.7 Recursos financeiros Envolve todo o capital financeiro da empresa, expresso no capital social, fluxo de caixa, contas a pagar e a receber, faturamento, investimentos, empréstimo e todas as transações financeiras que permitem que a empresa funcione com suas contas em dia. 2.8 Recursos mercadológicos São os meios pelos quais a organização se relaciona com o seu mercado, como: vendas, pesquisa de mercado, promoção, propaganda, entre outros. 2.9 Recursos tecnológicos São todos os softwares e hardwares que permitem à empresa transformar a matéria-prima em um produto ou serviço. Contribuem para a robotização, automação, maior produtividade e competitividade. 2.10 Recursos administrativos Compostos por toda a estrutura administrativa da organização, como o nível institucional, intermediário e operacional, com o objetivo de integrar e coordenar todos os demais recursos. 2.11 Áreas básicas da administração Para fazer a gestão de todos esses recursos, a organização se divide em algumas áreas básicas, cujas definições conheceremos a seguir. • Produção ou operações: é responsável pela gestão dos recursos materiais e físicos para a produção de bens ou prestação de serviços. Nas indústrias, esse setor também é conhecido como área industrial. 10 • Marketing: é responsável pelos recursos mercadológicos, abrangendo a comercialização de produtos e serviços e o relacionamentoda organização com o mercado e clientes. • Finanças: é responsável pelos recursos financeiros, com a gestão do capital e valores monetários. • Tecnologia: é responsável pelas diversas tecnologias usadas pela organização. Essa área precisa preparar a empresa para lidar com inteligência artificial, robôs inteligentes, drones, sensores, computação avançada, mantendo-se sempre atualizada. • Administração geral: é responsável pela direção e coordenação de todas as áreas da organização, buscando o trabalho integrado de todos os recursos organizacionais. • Gestão humana: é voltada para as pessoas que trabalham na organização, desde o presidente até o operário. Seu objetivo é alinhar as competências e habilidades humanas com as necessidades da empresa para alcançar seus objetivos. Também é conhecida como Gestão de Pessoas ou Recursos Humanos. • Logística: é responsável por garantir o fluxo correto de materiais e informações dentro da organização em tempo real. 2.12 Principais processos administrativos A administração na prática envolve uma série de processos aplicada em todos os departamentos e áreas da organização: planejar, organizar, dirigir e controlar. São atividades cíclicas, que sempre estão recomeçando no dia a dia da empresa, como demonstrado na Figura 1. 11 Figura 1 – Ciclo dos processos administrativos Vamos ver a definição de cada uma delas. • planejamento: corresponde ao processo de definir objetivos, metas, atividades e recursos. • organização: corresponde ao processo de definir o trabalho a ser realizado, seus responsáveis e distribuir os recursos. • direção: corresponde ao processo de designar as pessoas e motivá-las para o alcance dos objetivos. • controle: corresponde ao processo de assegurar a realização dos objetivos e identificar a necessidade de possíveis adequações. Em outros momentos, veremos esses processos mais detalhadamente. TEMA 3 – STAKEHOLDERS A palavra stakeholders é um termo inglês que pode ser traduzido como partes interessadas ou os detentores de interesse no sucesso de uma Planejar Organizar Dirigir Controlar 12 organização. São indivíduos ou grupos que afetam e são afetados pelas atividades da empresa. Inicialmente, podemos pensar que apenas proprietários e acionistas têm interesse no progresso de uma empresa. No entanto, há uma série de participantes internos e externos envolvida com seu funcionamento. Historicamente, na abordagem clássica, as empresas se concentravam apenas no atendimento das necessidades de proprietários e acionistas. Mas na abordagem contemporânea, a organização precisa prezar por sua relação com uma série de outros parceiros, conforme demonstra a Figura 2. Figura 2 – Stakeholders como parceiros da organização Cada parceiro incluído na figura anterior possui uma forma de contribuir com a organização. Ao mesmo tempo, cada um espera algum tipo de retorno ou satisfação vinda da empresa. O Quadro 2 mostra, resumidamente, esses dois aspectos da relação de cada stakeholder com a empresa. empresa Acionistas clientes funcionários fornecedore s comunidade sociedade administra dores governos e entidades reguladora 13 Quadro 2 – Contribuições e interesses dos stakeholders Stakeholders Investem e contribuem com Esperam retornos e satisfação em • Acionistas • Proprietários • Investidores Capital e Investimentos Lucros, dividendos e sustentabilidade no longo prazo • Clientes • Consumidores • Usuários Aquisição de bens e serviços Produtos e serviços com qualidade, bom preço, bom atendimento e satisfação • Fornecedores • Prestadores de Serviço • Concessionários Insumos em geral, matérias-primas, serviços e tecnologias Atividade econômica, novos negócios e lucro • Presidente • Diretores • Gerentes Competência administrativa e gestão dos negócios Participação nos resultados do negócio • Funcionários Competências, dedicação e tarefas operacionais Salários, benefícios, satisfação, desenvolvimento, segurança e bem-estar • Comunidade • Vizinhança Espaço físico e social e infraestrutura imediata Sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental • Sociedade • Organizações • Agências Reguladoras Ambiente impulsionador de negócios Satisfação de necessidades sociais, econômicas, culturais e ambientais • Governo Infraestrutura de apoio, saúde, educação, leis, segurança etc. Impostos, contribuições, desenvolvimento econômico, competitivo e global Fonte: Chiavenato, 2023. 14 Quanto maior o retorno recebido pelo stakeholder, maior será seu investimento e contribuição com a empresa. O contrário também é fato. Quanto menos retorno o stakeholder recebe, menor será seu interesse para contribuir com a organização, aumentando-se as chances de buscar outro parceiro. 3.1 Stakeholders internos e externos Uma forma de enxergar o impacto dos stakeholders é classificá-los sobre o quanto são afetados pelos negócios da empresa. Chamamos de internos os stakeholders que participam diretamente dos negócios da organização. Já os stakeholders externos têm interesse no sucesso da empresa, mas não têm uma relação direta com ela. O quadro 3 exemplifica essa classificação. Quadro 3 – Stakeholders internos e externos Empresa Stakeholders internos Stakeholders externos Proprietários e funcionários Clientes, fornecedores, investidores credores, mídia, comunidade, sindicatos, governo Apesar de cada stakeholder ter uma relação específica com a organização, a empresa não deve olhar para cada um de forma isolada. Seus interesses precisam ser considerados de forma conjunta, para que sigam na mesma direção, alinhada com a visão estratégica corporativa. Ao estabelecer contato e diálogo com cada stakeholder, conhecendo suas variadas expectativas, a organização possivelmente terá que priorizar aquelas que poderão ser atendidas (certamente não serão todas). Bazzi (2022) destaca que com a enorme atuação das mídias sociais nos dias atuais os stakeholders insatisfeitos estarão mais predispostos a divulgar suas reclamações a outras partes interessadas. O oposto também é verdadeiro: stakeholders satisfeitos são mais predispostos a recomendar a empresa para outros parceiros. 15 3.2 A relação com os funcionários Entre todos os stakeholders envolvidos com a organização, vamos dar um destaque especial aos funcionários, ou à força de trabalho. Isso porque pessoas e empresas convivem em uma intensa troca, que exige reciprocidade. As empresas contratam funcionários como recursos destinados à execução de tarefas que levam ao fornecimento de produtos ou serviços a clientes ou consumidores. Eles investem tempo e energia na organização e dependem diretamente da empresa para garantir a continuidade do emprego. Sua satisfação afeta a produtividade, que, por sua vez, também altera a produção geral e o sucesso, bem como a satisfação em outras áreas específicas. Os funcionários podem desempenhar atividades de gestão e supervisão, além de outras funções específicas dentro da empresa. (Bazzi, 2022, p. 204). No Quadro 4 podemos observar alguns exemplos do que os funcionários esperam da organização e vice-versa. Quadro 4 – As expectativas recíprocas dos funcionários e das organizações O que aos funcionários esperam da organização O que a organização espera das pessoas • Um excelente lugar para trabalhar • Oportunidades de crescimento profissional: educação e carreira • Reconhecimento e recompensas: salários, benefícios e incentivos • Liberdade e autonomia • Apoio e suporte: liderança renovadora • Empregabilidade e ocupabilidade • Camaradagem e coleguismo • Qualidade de vida no trabalho • Participação nas decisões • Divertimento, alegria e satisfação • Foco na missão organizacional • Foco na visão de futuroda organização • Foco no cliente, seja interno ou externo • Foco em metas e resultados a alcançar • Foco em melhoria e desenvolvimento contínuo • Foco no trabalho participativo em equipe • Comprometimento e dedicação • Talentos, habilidades e competências • Aprendizado constante e crescimento profissional • Ética e responsabilidade social Fonte: Chiavenato, 2023. TEMA 4 – HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO Antes de aprofundarmos o estudo sobre como se dá a administração nos dias de hoje, é importante conhecer sua história, como tudo começou. Então, vamos voltar até os primórdios da humanidade. 16 Desde as primeiras civilizações, os benefícios que a vida em bandos proporcionava já eram conhecidos. O esforço coletivo aumentava consideravelmente as chances de sobrevivência, de conquista de alimentos e de proteção dos perigos do ambiente. E foi justamente desse esforço mútuo que surgiram as primeiras organizações que cuidavam do bem coletivo. Essas organizações já eram vistas na época dos assírios, babilônios e egípcios. Os anos se passaram e com o Império Romano apareceram as primeiras cidades. Uma característica importante dessa época é a ruptura com o artesanato e o aparecimento de grandes organizações. A história traz muitos exemplos onde os princípios da administração eram utilizados por diversos povos: por volta de 4.000 a.C., para construir as pirâmides, os egípcios utilizaram de planejamento e de organização; uma série de sistemas de controle foi descrita em 1.800 a.C., no chamado Código de Hamurabi; e por volta de 600 a.C., Nabucodonosor fazia o controle de sua produção com incentivos salariais. Mas foi no início do século XX, com a Revolução Industrial, que o mundo dos negócios mudou radicalmente. Vamos detalhar essas mudanças no próximo item. 4.1 Revolução Industrial Essa época da história da humanidade teve início na Inglaterra, por volta de 1770, com a invenção da máquina a vapor. A partir da utilização dessa máquina no processo de produção, uma série de aplicações foi descoberta. A produtividade teve um grande crescimento, o que resultou na expansão da industrialização por toda a Europa e Estados Unidos. A máquina a vapor substituiu o trabalho do homem, do animal e das rodas d’água, dando início ao sistema fabril. Para facilitar nossa compreensão desse importante momento da história da administração, vamos separar a Revolução Industrial em duas fases: primeira Revolução Industrial e segunda Revolução Industrial. 17 4.1.1 Primeira Revolução Industrial Nesse período da história, outras grandes invenções surgiram, com destaque para a máquina de fiar, do tear hidráulico e do descaroçador de algodão, que levaram à mecanização de oficinas e da agricultura. Pequenas oficinas de artesanato se transformam em fábricas. O artesão passou a ser um operário, principalmente com a revolução do carvão (que se tornou a principal fonte de energia) e do ferro, considerado a principal matéria- prima da época. Os produtos se tornaram melhores e mais baratos, aumentando também a urbanização ao redor das fábricas. Nesta fase, também surgiram novos meios de transporte (como a navegação e locomotiva a vapor) e de comunicações (como o telégrafo e o telefone). 4.1.2 Segunda Revolução Industrial Entre as décadas de 1860 e 1920 aconteceram outras revoluções nas fontes de energia (eletricidade e derivados do petróleo) e de matéria-prima (aço), com a automatização das máquinas. Surgiram estradas de ferro, automóvel, avião, rádio, e, com isso, grandes multinacionais, como General Eletric e Siemens. Nesse período apareceram as bases que futuramente seriam utilizadas na Administração moderna: • crescimento célere e desorganizado das empresas, exigindo a prática de uma administração não improvisada; e • necessidade de obtenção de eficiência e produtividade para lidar com a competitividade do mercado. A Revolução Industrial fez surgir a Era Industrial, onde os esforços estavam nos produtos físicos, nos bens de produção e nos recursos da empresa. “A Revolução Industrial é considerada o evento mais importante na história da humanidade, desde que se constatou a domesticação de animais e o surgimento da agricultura” (Barros Neto, 2018, p. 110). 18 4.2 Era da Informação A partir de 1980, a era industrial perdeu importância para uma nova era: a da informação. Com o desenvolvimento da Tecnologia de Informação (TI), a informação começou a alcançar lugares distantes, em todo o mundo. Isso obrigou as empresas a se tornarem cada vez mais rápidas e ágeis para acompanhar as mudanças que essa era trazia em relação aos seus produtos, serviços e processos. O Quadro 5 apresenta uma comparação entre as diferentes características da Era Industrial e da Era da Informação. Quadro 5 – Características da Era industrial e da Era da Informação Era Industrial Era da Informação • Fábrica: empresa física e tangível • Empresa de cimento e concreto • Máquinas e equipamentos • Estabilidade e permanência • Manter o status quo • Mão de obra braçal • Emprego único e presencial • Trabalho individual, isolado • Gerência tradicional • Impor ordens e comandos • Obediência cega às regras • Especialização em uma única atividade • Capital financeiro • Resultados dedicados para acionistas e proprietário • Empresa virtual e em rede • Empresa de bytes • Computadores e terminais • Mudança e instabilidade • Mudar e inovar • Conhecimento: trabalho cerebral • Atividade compartilhada e virtual • Trabalho em equipe e participativo • Liderança, coaching e mentoring • Conquistar a colaboração • Empreendedorismo • Flexibilidade, multifuncionalidade e polivalência • Capital intelectual • Resultados dedicados para diversos stakeholders Fonte: Chiavenato, 2023, p. 29. 19 4.3 Era Digital Continuando a história da administração, chegamos aos nossos dias, onde impera a Era Digital. Enquanto a Revolução Industrial significou a substituição da força humana pelas máquinas, a Revolução Digital tem substituído o intelecto e a comunicação humana pelos computadores. Empresas globais do mundo digital como Amazon, Microsoft, Google e Apple são as referências dessa era. As organizações tradicionais tiveram que implantar tecnologias digitais (inteligência artificial, nuvem, Internet da Coisas, etc.) para serem competitivas no mundo digital. O foco da administração passou a priorizar o acompanhamento das constantes evoluções tecnológicas, para manter as empresas alinhadas com as frequentes mudanças no desejo do cliente. Para Chiavenato (2023, p. 30), “Nas empresas que são projetadas para o digital, as pessoas, os processos, os dados e a tecnologia são devidamente sincronizados para rapidamente identificar e proceder a soluções inovadoras e redefinir sua estratégia”. O Quadro 6 faz uma comparação entre os impactos da Revolução Industrial e da Revolução Digital na sociedade. Quadro 6 – Impactos da Revolução Industrial e Revolução Digital Revolução Industrial Revolução Digital Organizações Fábricas, grandes corporações industriais, sindicatos, partidos políticos socialistas. Fábricas de software, grandes corporações de TI e Telecom, provedores de acesso à internet, organizações em rede, redes sociais. Trabalho e Emprego Operários, gerentes intermediários, engenheiros de produção, especialistas em comportamento humano no trabalho, selecionadores de pessoal. Analistas, desenvolvedores e implantadores de sistemas, especialistas em manutenção de computadores, web designers, game designers, 20 gerentes de projetos de TI, hackers. Métodos de trabalho e de gestão do trabalho Linha de montagem, operário especializado, estudos de tempos e movimentos visando à organização racional do trabalho. Equipesvirtuais, softwares de gestão, automação industrial, trabalho remoto, interação homem-máquina, produção digital de imagens, cyberwar, comércio digital. Fonte: Maximiano, 2023. Uma característica dessa época é que os administradores precisam operar em dois mundos distintos: o da economia convencional e tradicional (mais analógico) e o da economia das plataformas de dados (digital). A busca das empresas no mundo globalizado é por inovação e criação de valor de uma maneira muito mais intensa e veloz que nas empresas tradicionais. TEMA 5 – A EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES Você já percebeu como as organizações estão presentes no nosso dia a dia? Praticamente tudo o que precisamos para sobreviver é produzido e comercializado pelas organizações. Dependemos delas para estudar, trabalhar, alimentar-se, ter moradia, saúde e lazer. Existem organizações de todos os tipos, tamanhos e modelos possíveis e outras tantas estão para serem criadas. Mas como que as primeiras organizações surgiram? Será que sempre existiram no mesmo formato que conhecemos hoje? Para compreender melhor a evolução das organizações ao longo do tempo, vamos voltar algumas centenas de anos atrás. 5.1 As primeiras organizações As organizações sempre estiveram alinhadas às características do momento histórico em que viviam. Estudiosos contam que a primeira organização do trabalho, mundialmente reconhecida foi a escravidão, no século XVI. Mesmo em condições precárias, os escravos trabalhavam arduamente, seguindo rígidas normas disciplinares e eram administrados por seus proprietários. 21 Mas foi na Inglaterra, que não aceitava a escravidão como modo de produção, que a administração moderna teve seus primeiros passos, buscando outras formas de extrair valor do trabalho. Durante a primeira Revolução Industrial, o economista e filósofo escocês Adam Smith (1723-1790) se destacou por suas contribuições à administração. Ele defendia o chamado capitalismo moderno, baseado no sistema de livre mercado e iniciativa privada, com pouca interferência do Estado. Antes de continuarmos, vamos definir o que é capitalismo. Segundo Coltre (2014. p. 95), É um sistema econômico fundado no domínio dos direitos da propriedade privada, organizado pelo livre mercado, no qual as pessoas negociam seu poder de trabalho com os proprietários do capital (os capitalistas), os quais, por sua vez, consolidam-se por um empreendimento (organização). Estudando uma fábrica de alfinetes, Smith percebeu que quando a divisão do trabalho era formalmente realizada melhorava a concentração e o aprimoramento das funções dos trabalhadores, aumentando-se a produtividade. Ele é considerado o pai da Economia Moderna. 5.2 Autoridade e burocracia O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) foi outro economista que contribuiu para a evolução das organizações. Concentrou seus estudos na organização racional do trabalho e da produção e nas fontes de autoridade. Seu livro mais famoso foi A ética protestante e o espírito do capitalismo, escrito em 1905, demonstrando como a moral protestante contribuía para o espírito capitalista. Weber defendia que diferentes modelos organizacionais possuem diferentes formas de autoridade, com destaque para três tipos. • autoridade tradicional: amparada na tradição ou na prática do passado. • autoridade carismática: amparada na devoção, no heroísmo ou no caráter do indivíduo. • autoridade racional-legal: amparada na ideia de atingir os fins propostos por objetivos previamente traçados. Baseia-se no direito legal da autoridade de mandar fazer. 22 Segundo Weber, essas fontes de autoridade resultaram na nova característica das organizações: a burocracia. Na sua visão, a burocracia trazia algumas vantagens organizacionais, como: Precisão, velocidade, clareza, conhecimento de arquivos, continuidade, discrição, unidade, subordinação rigorosa, redução de atritos e dos custos de material e pessoal – são levados a ponto ótimo na administração rigorosamente burocrática [...] E no que se relaciona a tarefas complicadas, o trabalho burocrático não é só mais preciso, mas em última análise, frequentemente mais barato. (Weber, 1974 citado por Vizeu, 2019, p. 211). Podemos apontar como princípios-chave da burocracia os seguintes aspectos destacados por Coltre (2014): • ênfase na estrutura por meio da hierarquia e da sequência dos cargos, delimitando, assim, regras e regulamentos a serem cumpridos; • especialização da tarefa – o empregado a ser contratado deve ter o preparo técnico necessário ao cargo; • estabelecimento de regras e normas para garantir o atingimento dos objetivos, sempre seguindo parâmetros previamente estabelecidos; • definições claras acerca das responsabilidades de cada cargo e sua autoridade cabível; e • registro de todos os procedimentos da organização. No modelo burocrático, todos se esforçam pelo mesmo objetivo, buscando atingi-lo com a máxima eficiência e produtividade. 5.3 Contribuições de outros pensadores Assim como as ideias do modelo do capitalismo e do burocrático, as teses de outros pensadores também impactaram o dia a dia das organizações até os dias de hoje. Vejamos alguns desses pensadores. • James Mill (1773-1836) defendia que os estudos de tempos e movimentos melhoram a produtividade. • David Ricardo (1772-1823) apontava que capital, salário, renda, produção, preços e mercados estavam correlacionados ao trabalho. • John Stuart Mill (1806-1873) defendia que o controle evitava furtos nas empresas. 23 • Karl Marx (1818-1883) relatava que o valor da mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho necessária para produzi-la (Coltre, 2014). Muitas dessas contribuições foram aplicadas no decorrer do século XX, na Era Industrial, onde a mecanização acelerou a produtividade e o aparecimento das fábricas. 5.4 As organizações na Era da Informação Com a chegada da Era da Informação, no final do século XX, a principal riqueza das organizações passou a ser o conhecimento. As empresas, mais uma vez, tiveram que passar por grandes mudanças. A inovação tecnológica rompeu com aquela máxima que o futuro pode ser projetado pelo que foi vivido no passado ou no presente. As organizações precisaram se reinventar. Na Era da informação, dois fatores revolucionários atingiram drasticamente as organizações. • a world wide web (www): a rede mundial que interliga organizações e pessoas em todo o mundo. Uma inovação que não tem qualquer similaridade com o passado e que acelera a chegada do futuro. • a globalização dos negócios: processo que permitiu um número crescentemente maior de atividades por meio da tecnologia da informação e pela exploração de novas fronteiras (Chiavenato, 2023). A internet trouxe com ela a digitalização. O volume de informações transmitido simultaneamente cresceu de forma exponencial. A estrutura tradicional deu lugar a infoestrutura, em formato de redes. Essa mudança também resultou na virtualização, praticada na forma de empresas virtuais, escritórios virtuais, lojas virtuais, realidade virtual etc. Outra mudança significativa dessa fase é que o setor econômico mais importante da sociedade deixou de ser o automobilístico. A mídia, cercada pelas indústrias de computação, de comunicação e conteúdo digital passou a ocupar o topo da economia. A inovação é outro destaque dessa era, pois os ciclos de vida dos produtos se tornaram cada vez menores, exigindo a criação contínua de novos conceitos de produtos e serviços. 24 Com tantas mudanças e com a necessidade de vencer no mercado competitivo, as organizações estão investindo em inovação, aprendizado e colaboração, por meio de diversas ações, citadas por Chiavenato (2023): • as organizações estruturam-se em torno da lógica do cliente: os desejos e necessidades deles são rapidamente satisfeitos, com novos produtos e serviços;• estabelecem metas elevadas, seguindo padrões mundiais do mercado; • selecionam pensadores criativos, atuando em vários territórios, com múltiplas habilidades e com uma visão abrangente; • estimulam o empreendedorismo na busca por novos produtos e serviços; e • promovem o aprendizado contínuo, compartilhando informações, mantendo programas de capacitação e buscando benchmarks. 5.5 Tendências organizacionais E as tendências organizacionais para os próximos anos nesse mundo modernos e tecnológico? Como serão as organizações no futuro? Vamos conhecer algumas projeções. • Diminuição dos níveis hierárquicos para tornar as organizações enxutas e flexíveis, com estruturas horizontais ou achatadas, que representam vantagem competitiva em termos de fluidez e flexibilidade. • Ênfase horizontal no processo em vez da hierarquia vertical. A tendência é utilizar equipes funcionais cruzadas, forças-tarefas e estruturas horizontais para aproximar o funcionário do cliente. • Mais participação e empowerment: a participação é o processo de transferir responsabilidades e decisões às pessoas. O empowerment proporciona maior responsabilidade e autonomia às pessoas para que trabalhem livremente e com mínima supervisão direta. • Ênfase nas equipes de trabalho: os antigos departamentos e divisões estão cedendo lugar a equipes de trabalho definitivas ou transitórias. • Infoestrutura: permite que uma organização funcione de maneira integrada sem estar concentrada em um único local. As pessoas podem trabalhar em qualquer tempo ou lugar. Cada equipe ou unidade de negócio funciona ligada em rede e em uma estrutura molecular, ágil e flexível. 25 • Foco no negócio essencial (core business): trata-se da eliminação do acessório, supérfluo ou acidental. Programas de enxugamento e terceirização são realizados para eliminar as aparas e reorientar a organização para aquilo a que foi realmente criada: seu negócio e seu cliente (Chiavenato, 2023). De uma coisa podemos ter certeza: as organizações continuarão a evoluir, acompanhando a história da sociedade e, muitas vezes, exercendo influência para o progresso social. FINALIZANDO Vamos terminar nossa etapa com um breve resumo do que aprendemos. Vimos como a administração está presente em toda a sociedade, desde grandes organizações até a vida particular de cada indivíduo. Detalhamos o conceito de administração e de outros termos importantes na vida organizacional. Entendemos o papel dos stakeholders, de que forma eles contribuem e o que esperam das organizações. Por fim, estudamos a história da Administração e das Organizações ao longo do tempo. Ao final, podemos concluir que, mesmo em um ambiente altamente dinâmico e competitivo como o que vivemos, a administração continua sendo a principal ferramenta para tornar as organizações bem-sucedidas e levar o progresso à sociedade. Até a próxima! 26 REFERÊNCIAS BARROS NETO, J. P. Administração: fundamentos da administração empreendedora e competitiva. São Paulo: Atlas, 2018. BAZZI, S. Modelos avançados de gestão empresarial. Curitiba: Intersaberes, 2022. BBC. Cinco trapalhadas empresariais que renderam prejuízos de milhões de dólares. Globo.com. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/cinco-trapalhadas-empresariais- que-renderam-prejuizos-de-milhoes-de-dolares.html>. Acesso em: 1 dez. 2022. CHIAVENATO, I. Iniciação à Administração. 4. ed. Barueri: Atlas, 2023. ______. Iniciação à teoria das organizações. 2. ed. Barueri: Atlas, 2023. ______. Fundamentos de Administração: os pilares da gestão no planejamento, organização, direção e controle das organizações para incrementar competitividade e sustentabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2021. COLTRE, S. M. Fundamentos da Administração: um olhar transversal. Curitiba: Intersaberes, 2014. LOPES, F. V.; NASCIMENTO, A. C. V. Gestão de Obra Pública: atraso em obra do FNDE no município de Sobradinho-BA. Id on Line Rev. Mult. Psic., v. 13, n. 45, suplemento 1, p. 21-39, 2019. Disponível em: <http://idonline.emnuvens.com.br/id>. Acesso em: 27 mar. 2023. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 8. ed. 4ª Reimpr. Rio de Janeiro: Atlas, 2023. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Administração: evolução do pensamento administrativo, instrumentos e aplicações práticas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2019. SEBRAE-SP. Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida. São Paulo, 2014. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_ mortis_2014.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2022. VIZEU, F. Teorias da administração: origem, desenvolvimento e implicações. Curitiba: Intersaberes, 2019. http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/cinco-trapalhadas-empresariais-que-renderam-prejuizos-de-milhoes-de-dolares.html http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/cinco-trapalhadas-empresariais-que-renderam-prejuizos-de-milhoes-de-dolares.html http://idonline.emnuvens.com.br/id https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf%20Acesso%20em%20dez/2022 https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf%20Acesso%20em%20dez/2022 Conversa inicial FINALIZANDO REFERÊNCIAS