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«
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FRITZ R I D E N O U R - : ^ y .
* ■ ■" A . ^
Como ser cristão
H * *
sem ser religioso
U m tt ui a l o (o ;Kiru <5 h i p i w r i s i a
Não consegue agradar a Deus?
Desde os primeiros anos da igreja, cristãos buscam sem su­
cesso bajular o Criador, na expectativa de que nada de mau 
lhes ocorra. Por mais claro que Paulo tenha sido ao escrever 
aos cristãos de Roma, a mensagem da graça de Deus parece 
não ter ressonância em nosso coração. Vivemos diariamente 
barganhando o favor de Deus. Enquanto não percebermos que 
não há nada que possamos fazer ou ser para merecê-la, não 
passaremos de meros religiosos, destaca Fritz Ridenour.
►
Exatos quarenta anos depois, a obra de Ridenour sobre o 
alerta de Paulo continua surpreendentemente atual. Seu texto 
e um antídoto para o farisaísmo presente numa parcela consi­
derável da igreja do século XXI. O autor lembra que o cristia­
nismo não é mera religião, mas um jeit» * de relacionar-se com 
Deus e com o próximo. Tampouco se trata da busca do ser hu 
mano por Deus, mas de Deus pelo homem. Ao percelier essas 
diferenças fundamentais estaremos nos renovando em direção 
ao verdadeiro propósito de Deus em nós.
Ao langt) tie sua carreira como autor o redator, Frit/ Ridenour cs 
pecializou-se em escrever para jovens. Nesses quarenta anos, ( Vmio 
ser cristão sem ser religioso já vendeu mais <t<“ 4 milhões <i< rópias, 
apenas nos Estados Unidas, (’asado com -ku kit-, vivem em S.mta 
Bárbara, na Califórnia O casal tem três filhos e dez m ios
FRITZ RIDENOUR
Como ser cristão 
sem ser religioso
Um antídoto para a hipocrisia
T K A I i r z m O P O R LUI Z AI VAKKUI X) í \\Ri ' St
KSTAÇV) 1)0
LIVRO m
MUNDO CRISTÃO
C omo ser cristão sem ser religioso
Categoria: Espiritualidade/Vida cristã 
C opyright © 1967 por Victor Books.
publicado originalmente por Multnomah Books, Colorado Springs, EUA.
Editora responsável: Silvia Ju stino
Revisão: Lena Aranha
Theófilo Vieira
Supervisão de produção: Lilian Melo 
Colaboração: Miriam de Assis 
Capa: H. Guther Faggion
Os textos das referências bíblicas foram extraídos de Cartas Vivas.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ridenour, Frittz.
Como ser cristão sem ser religioso / Frittz Ridenour; traduzido por Luis 
Aparecido Caruso, 2a ed. revisada. — São Paulo: Mundo Cristão, 2007.
Título original: How to be a Christian without being religious.
ISBN 978-85-85670-34-7
1. Bíblia. N.T. - Romanos - Crítica e interpretação 2. Vida cristã 
I. Título.
07-5906 CDD-227-106
índice para catálogo sistemático:
1. Romanos : Epístolas de Paulo : Interpretação e crítica 227.106
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19/02/1998.
E expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios (eletrônicos, 
mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização, por escrito, da editora.
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela:
Associação Religiosa Editora Mundo Cristão
Rua Antônio Carlos Tacconi, 79, São Paulo, SP, Brasil — CEP 04810-020 
Telefone: (11) 2127 4147 — Home page: www.mundocristao.com.br
Editora associada a:
• Associação de Editores Cristãos
• Câmara Brasileira do Livro
• Evangelical Christian Publishers Association
A 1* edição foi publicada em abril de 1976.
A 2a edição foi publicada em setembro de 2007-
Impresso no Brasil
09 08 07 06 05 04 03 02 01 07 08 09 10 11 12 13 14
http://www.mundocristao.com.br
Sumário
Prefácio 7
Introdução 9
1. Sua fé é morta ou viva ? 11
2. Deus aprova com “média final”? 17
3. Liberdade condicional ou perdão pleno? 29
4. Fé é mais que “seguro contra incêndio”? 39
5. De quem você é escravo? 46
6. O Espírito versus eu mesmo 55
7. Como todas as coisas podem cooperar para o bem? 65
8. Quem pode conhecer a mente de Deus? 71
9. É a vontade de Deus? 84
10. Seu cristianismo não passa de amor falsificado? 94
11. A única lei de que você precisa 100
12 O divertimento predileto dos “cristãos” 108
13. Pedra de passagem ou pedra de tropeço? 118
14. Dividir ou multiplicar 127
Conclusão — Jamais olhe para trás 137
Prefácio
Este livro é trabalho de equipe.
Começou quando Paulo, o grande apóstolo, escreveu sua famosa 
carta à igreja de Roma, lá por volta do ano 57 d.C.
A seguir vieram as Cartas Vivas> de Ken Taylor, paráfrases das car­
tas do Novo Testamento. A paráfrase de Taylor, em linguagem sim­
ples, apareceu pela primeira vez em 1962, em inglês. De imediato, 
foi um sucesso de vendas, com 1.750.000 exemplares impressos nos 
cinco primeiros anos. Expressamos aqui nossos agradecimentos espe­
ciais ao dr. Taylor e à Editora Tyndale dos Estados Unidos por nos 
permitirem fazer da paráfrase da carta aos Romanos, Cartas Vivas, a 
espinha dorsal deste livro.1
Nossos agradecimentos, também, ao escritor Henk Vigeveno, que 
contribuiu com o material para alguns capítulos, particularmente os 
capítulos 1, 2 e 8.
O resultado final, assim esperamos, é um manual sobre a maneira 
de ser cristão sem o “peso” de ser religioso, um livro que o ajude a ver 
o poder e o potencial que há em Jesus, a fim de que possa, “com 
confiança e alegria, ter a certeza e o prazer de se tornar aquilo que 
Deus planejou para você”.
Fritz Ridenour
1 O trabalho inicial do dr. Kenneth Taylor, Cartas Vivas, foi, mais tarde, completado e, 
agora, abrange não só as cartas, mas também o NT e toda a Bíblia, editados com os 
nomes de O Novo Testamento Vivo e A Bíblia Viva.
O cristão deve ser "religioso"?
C om o ser cristão sem ser religioso chega quase a ser uma expressão 
contraditória. Pois, afinal, o cristianismo não é considerado uma das 
grandes religiões do mundo?
Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, religião é o 
conjunto de dogmas e práticas próprios de uma confissão religiosa...
E, certamente, cristianismo é isso.
De acordo com o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, religião 
é a virtude do homem que presta a Deus o culto que lhe é devido...
Certamente, cristianismo é isso também.
Ainda de acordo com esse último dicionário, religião é “crença 
fervorosa, devoção, piedade”, “reverência às coisas sagradas”, isto é, 
uma convicção lúcida da existência de um ser supremo que suscita 
reverência, amor, gratidão e vontade de obedecer a ele e de lhe ser­
vir... cristianismo, certamente, é isso... mas também é algo mais. E 
esse “algo mais” é a razão do título deste livro.
O cristianismo é mais que uma religião, pois toda religião tem 
como característica fundamental que seus seguidores tentem alcan­
çar a Deus, encontrar a Deus e agradar a Deus por seus esforços 
pessoais. As religiões procuram subir na direção de Deus. Já o cristia­
nismo é diferente: é Deus que desce até o homem. O cristianismo 
não afirma que os homens encontraram a Deus, mas sim que Deus os 
encontrou. Para muitas pessoas, esse é um golpe esmagador. Preferem 
o esforço religioso — lidar com Deus conforme a maneira delas de 
entenderem. Desse modo, elas se mantêm no controle. Sentem-se 
bem ao “ser religiosas”.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e u g i o s o
O cristianismo, contudo, não é um esforço religioso. Praticar o cristianis­
mo é corresponder ao que Deus fez por você. A vida cristã é relacionamen­
to com Deus, e não um esforço religioso árduo e monótono como o de 
fazer girar uma esteira rolante, ao movimentar os pés. Não obstante, 
muitos se comportam dessa maneira, demonstrando não compreender 
isso. Seu espírito religioso se expressa apenas por meio de formas, rituais, 
leis, regras, sistemas e fórmulas que acabam por reduzir o cristianismo a 
uma religião — um sistema do tipo comum em que as obras tomam o 
lugar da fé e da certeza da ação de Deus, e em que a Lei torna-se mais 
importante que a graça. Ainda que teorizem de outra maneira, na práti­
ca, os fatos demonstram unicamente isso. Os cristãos, em vez de aceitar
o amor de Deus, mantêm-se de braços erguidos como que para alcançá- 
lo, e, com essa atitude, o melhor queconseguem é mantê-lo afastado.
Mas Deus não aceita que você o mantenha à distância. Quando ele 
entra em sua vida, ele a exige por completo. Fora com a dogmatização e 
com a pretensão religiosas! Fora com esse tipo de entretenimento ao qual 
dão o nome de “igreja” e ao qual você se entrega prazerosamente todos os 
domingos! Deus quer tudo de você — coração, alma e corpo — como 
um sacrifício vivo oferecido a ele.
Há um modo de ser cristão sem ser religioso? Existe porventura um 
tipo de instrumento cirúrgico que nos permita fazer uma operação plás­
tica para remover aquele rosto falso que faz com que realmente tenhamos 
a sensação de que, na verdade, “ser cristão é ser bom; e se eu não o consigo, 
é porque não estou me saindo muito bem, e o fato de não estar me 
saindo bem deixa-me frustrado, cheio de complexo de culpa e, na reali­
dade, infeliz comigo mesmo e com minha fé”?
Sim, existe esse instrumento! Trata-se de um livro singular da Bíblia
— mais precisamente, do Novo Testamento: é a carta de Paulo aos Ro­
manos. O grande apóstolo, nos breves dezesseis capítulos dessa carta, 
mostra que o cristianismo é muito mais do que uma religião. Ele diz 
quem realmente você é, por que você vive e como você pode tirar o 
máximo proveito da sua vida. Em suma, nos capítulos que se seguem, 
você pode descobrir, por si mesmo, como ser cristão sem ser religioso.
J>K
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■ \ í:j> í: :j:-
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morta ou viva?
Q u e p e rg u n ta mais esq u isita ! ... ou não é? Devemos, antes de mais 
nada, definir os termos. A fé é aquilo em que a pessoa crê, os princí­
pios orientadores e a esperança de sua vida. “Fé morta” é o tipo de fé 
que se apoia em um sistema basicamente intelectual, fundamentado 
em crenças áridas e empoeiradas e em dogmas sem sentido que pou­
co dizem respeito à vida tal como ela é. “Fé viva” é exatamente o 
contrário. Ter uma fé viva significa mais que aderir intelectualmente 
a uma declaração de crenças. A fé viva põe você em contato com 
Deus. A fé viva tem poder. Paulo inicia sua carta aos Romanos com 
esta nota:
R o m a n o s 1:1-17
Prezados amigos de Roma:
1 Esta carta é de Paulo, servo de Jesus Cristo, escolhido para ser 
apóstolo e enviado a pregar o evangelho de Deus.
2 Esta boa nova foi prometida há muito tempo pelos profetas de 
Deus no Antigo Testamento.
3 E a boa nova a respeito do seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor, 
que, quanto à parte humana, nasceu da família do rei Davi.
4 E quanto ao seu Santo Espírito, ao ressuscitar dentre os mortos, 
ficou provado ser ele o poderoso Filho de Deus, com a natureza santa 
do próprio Deus.
5 Agora, através de Cristo, toda a graça divina foi derramada sobre 
nós, pecadores indignos, e assim ele nos envia por todo o mundo a 
fim de contar ao povo — em toda a parte — as grandes coisas que
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Deus tem feito por eles, para que estes também creiam nele e obede­
çam a ele,
6 E vocês também estão entre aqueles que Deus chama para se­
rem de Jesus Cristo.
7 Deus ama vocês que estão em Roma e os chama para serem dele. 
A todos vocês, desejamos a graça e a paz que vêm de Deus, nosso Pai, 
e de Jesus Cristo, nosso Senhor.
8 Em primeiro lugar, quero que vocês saibam que sou muito grato 
a Deus através de Jesus Cristo porque, por onde quer que eu vá, ouço 
a respeito de vocês: a fé que vocês têm em Deus está sendo conhecida 
em todo o mundo!
9 Deus sabe quantas e quantas vezes oro por vocês. Dia e noite 
levo todas as suas necessidades em oração a Deus, a quem sirvo com 
todas as minhas forças espirituais, contando aos outros a boa nova 
sobre o seu Filho.
10 E uma das coisas pelas quais continuo a orar é para que surja a 
oportunidade de, finalmente, eu ir visitá-los, se Deus quiser. Peço a 
ele que um dia eu possa ir mesmo.
11 Quero muito ir vê-los, a fim de repartir com vocês algum dom 
espiritual para confirmá-los na fé.
12 Depois, eu também preciso da ajuda de vocês, e assim uns aos 
outros nos confortaremos: vocês com a minha fé, e eu com a de vocês. 
Cada um de nós será uma bênção para o outro.
13 Irmãos, quero que saibam que várias vezes planejei ir aí, mas 
até agora tenho sido impedido. Quero ir trabalhar entre vocês e con­
seguir bons resultados como os que tenho conseguido entre outros 
povos não-judeus.
14 Tenho uma grande dívida para com vocês e para com todos, 
tanto com os gregos, mais civilizados, como com as nações pouco 
civilizadas; tanto para com pessoas cultas, como para com pessoas 
sem cultura.
15 Por isso, quanto a mim, estou pronto a ir pregar o evangelho 
também a vocês que estão em Roma.
Sua fé é m o r t a o u v iv a ? 13
16 Eu nao me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de 
Deus para salvar todos os que crerem, não só os judeus, como tam­
bém os gregos e os de todas as outras nações do mundo.
17 Esta boa nova nos diz que Deus nos prepara para o céu — e 
nos faz justos aos olhos de Deus — quando colocamos nossa fé e 
nossa confiança em Cristo como Salvador. Tal como a Escritura afir­
ma, “O homem que encontrar a vida, vai encontrá-la confiando em 
Deus”.
O CRISTÃO DEVE ANIQUILAR SEU INTELECTO?
Os parágrafos iniciais de Romanos são palavras estranhas para os lá­
bios de um homem que antes odiava o cristianismo. Paulo era judeu. 
No judaísmo tornou-se rabino e, como tal, pertencia aos religiosos 
mais conservadores de seu tempo — os fariseus. Imediatamente após 
a morte e a ressurreição de Cristo, no ano 33 d.C., Paulo tentou 
desesperadamente exterminar o cristianismo. Ele sabia que os cris­
tãos estavam errados. Eles alegavam que Jesus era o Messias prometi­
do, o Salvador — pura tolice!
Todavia, em uma de suas campanhas para perseguir os cristãos 
(veja At 9), Paulo cai por terra por causa de uma visão ofuscante. 
Ouviu a voz do Cristo vivo e foi transformado. Paulo mudou a rota 
de sua trajetória. Deixou os fariseus (pondo em risco sua vida) e tor­
nou-se cristão devotado, “um escravo” de Cristo. E, desde o início, 
Paulo sabia que ser cristão não era uma questão de ser “religioso”. 
Como fariseu, ele tivera religião em excesso. Ele conhecia a Lei como 
você conhece o alfabeto. Mesmo assim, a Lei não lhe trouxe paz. Não 
o pôs em contato com o Deus vivo. Contudo, naquela poeirenta es­
trada para Damasco, Paulo recebeu a mensagem. Deus desceu até ele 
e lhe perguntou: “Por que me persegues?”, e Paulo respondeu, dizen­
do: Senhor, que queres que eu faça?”.
Paulo veio a ser reconhecido como líder da igreja primitiva. Ele 
estabeleceu grupos de crentes em toda parte e escreveu muitas cartas 
para animá-los em sua nova fé. A carta aos Romanos é a única que ele
C o m o ser c r ís t á o sem ser r e l ig io s o
escreveu destinada a um lugar onde ainda náo estivera. Paulo estava 
ansioso por chegar a Roma. Ele alimentava a esperança de tornar a 
capital do Império Romano um ponto estratégico para o novo traba­
lho missionário no Ocidente — possivelmente na Espanha. Enquan­
to estava com os amigos em Corinto, Paulo escreveu à igreja em Roma 
para dar aos membros uma melhor compreensão do sentido do evan­
gelho. E, nessas linhas iniciais, ele não perde tempo em justificar por 
que o cristianismo é uma fé viva.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus 
para salvar todos os que crerem, não só os judeus, como também os 
gregos...” (Rm 1:16)
Paulo estava pronto a comunicar o evangelho — as boas novas —, 
porque sabia que nele residia o poder. O evangelho dá sentido à vida: 
ele pode cumprir o que promete. Nos dias de Paulo, os homens, de 
forma constante, buscavam a salvação, e, com ela, a paz da mente e do 
coração — a paz da alma. Ainda hoje, os homens buscam a salvação, 
mas, por alguma razão, não percebem a verdadeira mensagem do evan­
gelho. O cristianismo, em muitíssimos círculos, foi reduzido a outra 
religião repleta de rituais, de regras e de muitos paramentos, como se 
tudo isso fosse necessário para “chegar a Deus”. No entanto, isso não é 
o evangelho. Há diversas coisas que o evangelhonão é> a saber:
O evangelho não é leis e obrigações. Não é um rol de regras religio­
sas do tipo: “Você não pode fazer isto... não pode fazer aquilo... não 
toque... afaste-se... faça isto ou morre”.
Tampouco, o evangelho é um conjunto de idéias humanas. Muitas 
pessoas têm as mais variadas idéias a respeito de quem Deus é, essas 
concepções o tornam pequeno demais — tão pequeno a ponto de 
caber na “embalagem” religiosa que cada um deles rotula de cristia­
nismo. E o evangelho não é antiintelectual, outra das pretensões de 
alguns que preferem uma religião complicada, “digna da inteligência 
humana”. Para ser cristão, você não precisa destruir seu intelecto, 
como muitos homens proeminentes podem testemunhar. Lambert 
Dolphin Jr., físico pesquisador na Stanford University, diz: “Antes de
S ua fé é m o r t a o u v ív a ?
me encontrar com Jesus Cristo, não era, na verdade, um cientista 
nem poderia sê-lo, pois estava apartado da realidade. A vida com 
Deus é a única realidade. E isso só é possível mediante a fé em Jesus 
Cristo e em sua morte expiatória por nossos pecados. Jesus Cristo é a 
resposta para o segredo do universo. Nele encontrei o motivo para a 
vida e a chave para todas as coisas”.1
J. Edgar Hoover, renomado diretor do FBI, disse: “Só há respeito 
pela dignidade humana onde Cristo e a Bíblia constituem o modo 
de viver”.2
Walter E Burke, diretor geral dos projetos espaciais Mercury e 
Gemini, diz: “Não encontrei nada na ciência nem na exploração do 
espaço que me obrigue a jogar fora minha Bíblia ou a rejeitar meu 
Salvador, Jesus Cristo, em quem confio”.3
O evangelho é a boa nova de Deus em Jesus Cristo. Por intermédio de 
Cristo, Deus, o Criador, restabeleceu um novo contato com o ho­
mem, sua criatura. No evangelho, Deus diz ao homem: “Eu o amo; 
retiro a carga de suas costas. Desci para fazer algo por você. Cristo 
morreu por você, por seu pecado, sua culpa e sua insuficiência. E 
Cristo ressurgiu. Ele vive, e se sua fé pessoal estiver nele, você tam­
bém viverá...”.
V
As observações iniciais de Paulo, acrescentamos mais este fato: O 
evangelho épara pecadores sem méritos (cf. Rm 1:5). É isso que torna o 
evangelho a boa nova. E boa nova para aqueles que sabem que não 
podem chegar a Deus apoiados em sua religiosidade, para aqueles 
que estão até mesmo um tanto desesperados. O evangelho não é reli­
gião. O evangelho é cristianismo — fé em uma Pessoa e entrega pes­
soal a essa Pessoa: Jesus Cristo. E isso, como veremos, é o tema da 
carta aos Romanos.
Citado de Today, 16 de outubro de 1966. Copyright 1966, Harvest Publications.
Citado por Jean Ehly, “Trust in the Lo rd”, Singer Features.
Citado de Ten Scientists and What They Believe. Copyright 1963, David C. Cook
Publishing Company.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Tome uma folha de papel e escreva sua definição de “evangelho”.
O que as boas novas, pessoalmente, representam para você? Você 
pode enumerar as maneiras — de três a seis exemplos — como o
evangelho afeta a sua vida?
2. Decore Romanos 1:16. Depois faça um estudo da palavra “sal­
vação” por intermédio de um resumo dos seguintes versículos bíbli­
cos: Salmos 37:39; Atos 4:12; Hebreus 2:10, 5:9; Gálatas 1:4; 
Efésios 2:9; 2Timóteo 1:9; Tito 3:5.
3. Você concorda com esta declaração de Martinho Lutero (líder 
da Reforma Protestante): “Tudo aquilo a que seu coração se apega e 
em que você confia é seu Deus”? Anote alguns motivos para sua 
resposta.
Deus aprova com "média final"?
“M é d ia ” é a n o ta f in a l que os professores atribuem aos alunos para 
avaliar o aproveitamento deles na escola. O professor toma todas as 
notas obtidas pelo aluno durante o ano, das mais baixas até as mais 
altas. Dessas, ele tira a média, e é aí que muitos estudantes enfren­
tam dificuldades — as notas inferiores “puxam” a média para baixo, 
e o aluno pode vir a ser reprovado.
Será que é esse processo que Deus usa para “avaliar” os homens? 
Muitas pessoas pensam assim: “Bem, não sou, nem de longe, tão 
mau como fulano... Vivo um padrão de vida muito bom. Nunca 
furtei, nem faço trapaças... Ora, sou incapaz de dar um pontapé até 
em um cachorro...”. Será que Deus, em seu amor benevolente e em 
sua bondade, dará às pessoas que “fazem o melhor que podem” uma 
nota que dê para elas receberem o “diploma celestial”?
Vejamos o que diz o apóstolo Paulo:
R o m a n o s 1 : 1 8 - 3 2
18 Deus, entretanto, mostra do céu sua ira contra todos os homens 
pecadores, maldosos, que impedem o avanço da verdade por causa da 
injustiça deles.
19 Pois a verdade sobre Deus é revelada entre eles; Deus pôs esse 
conhecimento em seus corações.
20 Desde os primeiros tempos os homens viram a terra, o céu e tudo 
quanto Deus criou, e por meio dessa criação reconhecem sua existência, 
sua divindade e seu grande e eterno poder. Assim, eles não terão descul­
pa alguma (quando estiverem diante de Deus no Dia do Juízo).
C om o ser c r is t ã o sem ser r e u g io s o
21 Sim, eles bem sabiam de Deus, mas não o adoraram, nem 
mesmo agradeceram a ele todo o seu cuidado diário. Em vez disso, 
começaram a pensar coisas tolas a respeito de Deus. O resultado foi 
que suas mentes tolas ficaram confusas e em trevas.
22 Dizendo serem sábios sem Deus, em vez disso ficaram com­
pletamente loucos.
23 E, então, em vez de adorarem ao Deus glorioso, como ele é, 
tomaram madeira e pedra e fizeram para eles ídolos com figuras de 
aves, de animais quadrúpedes, de serpentes e de homens mortais.
24 E assim Deus deixou que continuassem com toda a espécie de 
pecados sexuais e que fizessem tudo quanto em seus corações desejas­
sem: coisas imundas e pecaminosas, desonrando o próprio corpo uns 
com os outros.
25 Em vez de crerem naquilo que eles próprios sabiam ser a ver- 
dade sobre Deus, escolheram de vontade própria crer em mentiras. E 
assim adoraram e prestaram culto a coisas que Deus fez, não obede­
cendo ao Deus bendito que criou essas mesmas coisas.
26 Esta é a razão pela qual Deus os abandonou a paixões vergo­
nhosas, e os deixou praticar todas essas ações pecaminosas, a tal ponto 
que até suas mulheres mudaram o uso natural do sexo para comete­
rem pecados sexuais entre elas mesmas.
27 E os homens, em vez de terem relações sexuais normais cada 
qual com sua mulher, queimaram em paixão uns pelos outros, ho­
mens praticando coisas vergonhosas com outros homens. Como re­
sultado disso, receberam em seus corpos e em suas próprias almas o 
castigo que bem mereciam.
28 Já que não quiseram tomar conhecimento de Deus, Deus os 
entregou a uma mentalidade ruim, deixando-os livres para pratica­
rem coisas que não prestam.
29 Suas vidas ficaram cheias de injustiça, maldade, ganância, in­
veja, assassínio, briga, mentira, amargura, mexericos e prostituição.
30 Falam mal uns dos outros, mentindo, cheios de ódio contra 
Deus, atrevidos, orgulhosos, vaidosos, pensando sempre em novas
D eus APROVA COM "MÉDIA FÍNAL"?
maneiras de pecar, e sendo continuamente desobedientes a seus 
pais.
31 Imorais, homens sem palavra, quebravam suas promessas e 
ficaram sendo criaturas sem coração — sem nenhuma compaixão.
32 Eram perfeitamente sabedores da pena de morte dada por 
Deus por todos esses crimes; contudo, continuaram assim mesmo e 
praticaram crimes de todas as maneiras, encorajando outros também 
a agirem do mesmo modo,
T o d o s sã o “ m a u s e le m e n t o s” — t a n t o o s be m v e st id o s c o m o o s de
tan g a
Que significa isso? Que modo mais pessimista de ver a humanidade! 
Isso soa como uma descrição dos “marginais”, aqueles que delibe­
radamente escolheram rejeitar a verdade de Deus.
Bem, é verdade que, certamente, há muitos que se comportam 
assim. Este mundo tem sua parcela de ateus agnósticos, e há pagãos 
tanto entre os que usam roupas de luxo — os civilizados — como 
entre os que andam seminus — os indígenas* Paulo, contudo, não dá 
margem a que esses “maus elementos” apresentem desculpas.
Ele, de modo categórico,afirma que o homem pode conhecer seu 
Criador. O homem pode ver em toda criação que o cerca a obra da 
mão de Deus (v. 20). Mas esses pagãos renegados, em vez de reco­
nhecer a Deus, de cultuá-lo e dar-lhe graças, vivem voltados para si 
mesmos. Imaginam idéias absurdas sobre Deus (v. 23). Afastam-se 
da luz e vivem, cada vez mais, na escuridão.
E daí para frente (v. 24-32), veja a lista de erros que cometem: 
assassínio, fornicação, adultério, homossexualidade, ganância, ódio, 
inveja, mentira, etc.
Sim, essa descrição é precisa. Os homens se rebelaram contra Deus 
e o resultado aí está. O egoísmo deles corrompe tudo quanto tocam. 
Não vêem necessidade de se voltar para Deus, pois pensam: “Que 
direito Deus tem de se meter na minha vida?”. E, pensando assim, 
fazem o que bem entendem, como se fossem seus próprios patrões.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
E observe o versículo 32. Embora saibam que o castigo de Deus 
para todos esses crimes é a morte, eles, assim mesmo, continuam 
a praticá-los e ainda arrastam outros para que participem com 
eles de toda essa rebeldia. Eles se afastaram tanto de Deus que 
não vêem mais, ou não entendem mais, as conseqüências de seus 
atos.
Você pode pensar: “Bem, estou contente, pois essa conversa final­
mente terminou. Não sou desses. Essa gente precisa do evangelho, 
mas não consigo entender o que isso tem a ver comigo”.
Você não é assim? Você se esforça por viver direito? Então conti­
nue a leitura.
R o m a n o s 2 : 1 - 1 6
1 Bem, vocês podem estar dizendo: “Que gente terrível esta, acerca 
da qual você está falando!”. Mas a verdade é que vocês são tão ruins 
quanto eles. Quando afirmam que eles são maus e deveriam ser casti­
gados, vocês estão falando de si mesmos, pois fazem essas mesmas 
coisas. Por isso vocês não têm desculpa.
2 Pois nós sabemos muito bem, que Deus, com justiça, castigará 
qualquer um que fizer coisas como essas.
3 Vocês julgam e condenam os que praticam essas coisas; pensam 
que ficarão livres do castigo de Deus se as fizerem também?
4 Será que não compreendem como ele está sendo paciente com 
vocês? Ou não dão valor a isso? Não percebem que ele tem esperado 
todo esse tempo sem castigá-los, a fim de dar tempo para que aban­
donem o pecado? A bondade dele tem a finalidade de levar vocês ao
arrependimento.
5 Mas, porque vocês não querem ouvir, e por causa da teimosia 
em não abandonarem seus pecados, vocês estão guardando um terrí­
vel castigo para si mesmos, pois virá o dia da ira, quando Deus mos­
trará que é o justo juiz do mundo inteiro.
6 Ele dará, então, a cada um o castigo que as suas obras mere­
cem.
D e u s a p r o v a c o m " m é d i a f i n a l " ? 21
7 E dará a vida eterna àqueles que pacientemente se esforçam para 
fazer sempre a vontade de Deus, procurando a glória espiritual, a 
honra e a vida eterna que ele oferece.
8 Porém, quanto aos que lutam contra a verdade e a desobede­
cem, seguindo antes à injustiça, Deus castigará com grande ira.
9 Haverá angústia, aflição e sofrimento, tanto para os judeus como 
para os gregos e pessoas de outras nações que continuarem pecando.
10 Mas haverá glória, honra e paz divina para todos quantos obe­
decerem a Deus, quer sejam judeus quer sejam pagãos.
11 Isso porque Deus trata a todos com a mesma justiça.
12 Deus punirá todos os que tiverem pecado. Castigará os pagãos 
pecadores, embora eles nunca tenham ouvido a respeito das leis es­
critas de Deus; e muito mais os que conheceram a Lei serão punidos, 
conforme a própria Lei manda. Porque, no fundo dos corações, todos 
sabem a diferença entre o certo e o errado.
13 Nada adianta saber, mas não obedecer. O que vale é a obediên­
cia à Lei de Deus, para serem considerados inocentes.
14 Quando uma pessoa não conhece a Lei escrita, mas pela sua 
consciência age corretamente, a sua consciência serve como Lei.
15 Porque todos conhecem a Lei de Deus escrita em seus cora­
ções; e assim a consciência os acusa ou os defende, quando pensam e 
tomam decisões.
16 Não há dúvida alguma de que chegará o dia quando Deus, por 
meio de Jesus Cristo, julgará a vida de todos, até mesmo os pensa­
mentos e os motivos mais secretos; tudo isto faz parte do grande 
plano de Deus que eu anuncio — o evangelho.
T o d o s n ó s t e m o s a l g u n s c a n t in h o s s u jo s
Você acha que Paulo é justo? Como ele pode dizer que você faz as 
mesmas coisas (v. 1) quando tenta viver “corretamente”?
Embora possamos ver determinado pecado em outra pessoa, dei­
xamos, muitas vezes, de vê-lo em nós mesmos. Podemos apontar para o 
ódio de outrem, mas não reconhecemos nossa própria inveja. Pensamos
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
que alguém tem disposição para vangloriar-se todo o tempo, entre­
tanto deixamos de perceber o orgulho que há dentro de nós.
Portanto, Paulo agora volta sua atenção para as pessoas “de bem”, 
que não querem dar ouvidos à Palavra de Deus. Que é que Paulo quer 
dizer? Ele quer dizer que essas pessoas “de bem” continuam convencidas 
de sua própria bondade e não conseguem enxergar tudo o que está 
em seu coração. Ele quer dizer, também, que elas pensam somente 
no quanto já são “bondosas” e não levam em conta a Palavra de Deus. 
Ele quer dizer, também, que elas continuam a julgar as outras pes­
soas, mas são cegas em relação a suas próprias faltas.
Ao ler nas entrelinhas, podemos imaginar Paulo pensando acerca 
de si mesmo enquanto escreve. Antes de seu encontro com Cristo — 
encontro esse que transformou sua vida —, Paulo era uma dessas 
pessoas “de bem” que mostrava desprezo por um mundo mau. Mas 
ele, quando se encontrou com Cristo, começou a ver-se como real­
mente era no íntimo. Assim, reconheceu que não podia mais se jul- 
gar inocente. Isso só acontece quando Cristo nos defronta. Só aconte­
ce quando passamos a ser esclarecidos por sua luz. Enquanto nos 
comparamos com os outros, achamos que somos bonzinhos; mas, 
quando estamos na presença de sua perfeição, a história é diferente.
Diante de Deus, nossa vida secreta está aberta. E isso é duro de 
admitir. Não gostaríamos que os outros conhecessem certas coisas a 
nosso respeito. Tentamos parecer bons diante dos outros e manter as 
aparências. Mas a despeito de pensarmos que somos bem-sucedidos 
em iludi-los, no íntimo, todos temos alguns cantinhos sujos que não 
queremos que ninguém descubra. Na verdade, o que fazemos é tran­
car as portas desses compartimentos e sumir com as chaves.
Entretanto, Deus sabe de tudo isso. Nada fica oculto a seus olhos. 
E, por isso, essas palavras de julgamento e de castigo são proferidas 
para convencer todos nós da necessidade que temos de Cristo.
Toda pessoa precisa do evangelho. Tanto o pagão “mau caráter” 
como o moralmente “bonzinho”... ah!, isso mesmo, e os metidos a 
santos”. Paulo, na realidade, tem umas tantas palavras dirigidas prin-
D eus a p r o v a c o m " m é d ia f í n a l " ?
cipalmente a esses mais “religiosos” de todos daquela época — os 
judeus. E Paulo os conhecia muito bem.
Pois, ele mesmo fora, outrora, um “judeu religioso”, e eis, portan­
to, o que ele lhes diz:
R o m a n o s 2:17-29
17 Vocês, os judeus, pensam que tudo vai bem entre vocês e Deus, 
porque ele lhes deu suas leis; e vocês se orgulham de serem povo de 
Deus.
18 Vocês bem sabem o que Deus deseja, e aprovam coisas certas 
porque há muito tempo já foram ensinados sobre a Lei de Deus;
19 Vocês conhecem o caminho para Deus e poderiam mostrá-lo 
aos que não o conhecem. Pensam que são como faróis, guiando para 
Deus os homens que estão perdidos na escuridão.
20 Acham que podem dirigir as pessoas simples, e até mesmo 
ensinar às crianças tudo quanto se refere a Deus, porque realmente 
vocês conhecem suas leis, e elas são cheias de sabedoria e verdade!
21 Sim, vocês ensinam a outros — então, por que não ensinam a 
vocês mesmos? Dizem a outros que não roubem — e vocês roubam?
22 Dizem que está errado cometer adultério — e vocês cometem 
adultério? Vocês detestam os ídolos, mas roubam oouro e a prata dos 
templos?
23 Vocês têm tanto orgulho de conhecer as leis de Deus, mas o 
desonram, desobedecendo às suas leis?
24 Por isto dizem as Escrituras que o mundo fala mal de Deus por 
causa de vocês.
25 A circuncisão, para vocês judeus, tem valor, se obedecerem às leis 
de Deus; mas se vocês não as obedecem, são mesmo iguais aos pagãos.
26 E se os pagãos obedecem às leis divinas, não serão eles, 
porventura, considerados por Deus como se fossem judeus?
27 Certamente, esses pagãos que cumprem a Lei de Deus estão 
em melhor situação do que vocês da circuncisão, que sabem tanto a 
respeito de Deus e têm suas promessas, mas nao cumprem a Lei.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
28 Vocês, na realidade, não são judeus só porque nasceram de 
pais judeus ou porque passaram pela cerimônia da circuncisão para 
serem admitidos ao judaísmo.
29 Não, o verdadeiro judeu é aquele que assim é no seu coração. 
Não aquele que tem o corte da circuncisão apenas no corpo, mas sim 
aquele que, no seu coração e no seu espírito, é direito. Estes recebe­
rão o louvor, não dos homens, mas de Deus.
O MUNDO ODEIA A DEUS POR CAUSA DA SUA “ RELIGIÃO”
Paulo fala aos judeus de seu tempo. Eles eram religiosos. Liam a 
Bíblia regularmente. Oravam, jejuavam, davam o dízimo e cultuavam 
a Deus. Eram as pessoas boas, profundamente religiosas, que nunca 
punham em dúvida a sua posição para com Deus. Nunca lhes passou 
pela mente que eles, também, podiam estar sob a condenação de 
Deus. Mas estavam.
Que havia de errado? Paulo sabia. Os judeus se tornaram orgulho­
sos, e o orgulho os levara à hipocrisia. Tinham orgulho porque conhe­
ciam as leis de Deus, mas o desonravam quebrando-as! (v. 23). No 
versículo 24, Paulo acrescenta esta acusação: “Não é de admirar que as 
Escrituras digam que o mundo fala mal de Deus por causa de vocês!”1
A mesma coisa acontece hoje. Em muitas igrejas, a religião é mais 
importante que a entrega pessoal a Cristo. Assim, a religião pode 
tornar você orgulhoso e convencido quando, na realidade, você não 
consegue ser bondoso, honesto, humilde e amável. Por que há tantas 
pessoas que não querem freqüentar a igreja? Por que acusam os cris­
tãos de hipocrisia? E porque elas enxergam a falsidade dessa farsa 
chamada “religião” e acham que tudo não passa de fingimento.
Sejamos honestos quanto a isto. Não se trata apenas de “pecadores 
que não querem ver a luz”. Sem dúvida, o diabo os está cegando, mas
Compare Romanos 2:24 e Isaías 52:5 na versão Almeida Revista e Atualizada. Obser­
ve que esses dois versículos falam sobre blasfemar o nome de Deus por causa da 
hipocrisia religiosa.
D eus a p r o v a c o m " m é d ia f i n a l " ?
é também a hipocrisia religiosa que há na igreja que aumenta a sua
dificuldade de ver.
Paulo põe às claras, neste texto, o fracasso da “religião”: ele afirma 
claramente que ninguém está livre do pecado; aí se incluem as pes­
soas religiosas, e, entre elas, os judeus, o povo escolhido; todas preci­
sam da mudança de mente e de coração. Essa é a única coisa que vale.
Fica mais ou menos óbvio, até esta altura, que Deus não usa os 
critérios comuns de atribuições de notas. Na realidade, ninguém 
conseguiria obter média para passar. E Paulo resume a causa de Deus 
contra o homem nesta acusação final.
Sejamos honestos quanto a isto. Não se trata apenas de “pecadores 
que não querem ver a luz”. Sem dúvida, o diabo nos cega, mas tam­
bém a hipocrisia religiosa que há na igreja é que aumenta a sua difi­
culdade de ver.
Paulo põe às claras, neste texto, o fracasso da “religião”. Ele afir­
ma claramente que ninguém está livre do pecado; aí se incluem as 
pessoas religiosas, e, entre elas, os judeus, o povo escolhido; todas 
precisam da mudança de mente e de coração. Essa é a única coisa 
que vale.
R o m a n o s 3 : 1 - 2 2
1 Então, que adianta ser judeu? Será que existem vantagens especiais 
para eles, só por causa da cerimônia judaica da circuncisão?
2 Sim, na verdade, ser judeu tem muitas vantagens. Em primeiro 
lugar, porque Deus confiou suas promessas aos judeus, para que as­
sim eles pudessem conhecer e fazer a sua vontade.
3 E verdade que alguns deles foram infiéis. Mas, porque quebra­
ram suas promessas a Deus, significa isso que Deus quebrará as pro­
messas que fez a eles?
4 E claro que não! Ainda que todos sejam mentirosos, Deus é 
verdadeiro! Lembram-se do que diz o livro dos Salmos a este respei­
to? Afirma que as palavras de Deus serão sempre provadas como ver­
dade e justiça, seja quem for que as discuta.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
5 Mas alguém pode dizer: “Bem, se o fato de quebrarmos as leis 
de Deus serve para mostrar que ele é justo quando castiga os que 
praticam o mal, será então justo que ele nos castigue quando nossos 
pecados estão servindo ao seu propósito?”
6 Deus nos livre! Nesse caso, que tipo de Deus seria ele para não 
tomar conhecimento do pecado? Como é que ele poderia condenar 
alguém?
7 Ele não poderia me julgar e condenar como pecador, se minha 
desonestidade trouxesse glória para ele, mostrando sua verdade em 
contraste com minhas mentiras.
8 Se vocês seguirem nessa linha de pensamento, chegarão afinal a 
isto: que quanto piores formos, tanto mais Deus transformará isso 
em bem! Entretanto, a condenação daqueles que afirmam essas coisas 
é justa* E alguns, mentindo, ainda dizem que isto é o que eu tenho 
ensinado.
9 Bem, então nós, os judeus, somos melhores do que os outros? 
Não, nada disso, pois já mostramos que todos os homens são igual­
mente pecadores, quer sejam judeus, quer não.
10 E como as Escrituras dizem: “Ninguém é bom — ninguém, 
no mundo inteiro, é inocente!”
11 “Ninguém tem entendimento, nem procura a Deus” para fa­
zer a vontade dele.
12 “Todos se desviaram; todos se tornaram inúteis. Ninguém em 
parte alguma fez o que é direito durante toda a sua vida — nin- 
guem!
13 “Tudo o que falam é sujo, tão sujo que solta mau cheiro como 
o que sai de uma sepultura aberta. Suas línguas estão cheias de men­
tiras. Tudo o que dizem tem o veneno mortífero das serpentes mais 
venenosas.”
14 “Suas bocas estão cheias de maldições e de amarguras.”
15 “Estão sempre prontos para matar”, odiando qualquer um que 
não concorde com eles.
16 “Por onde quer que vão, deixam miséria e desgraça atrás de si.”
D eus a p r o v a c o m " m é d ia h n a
tf 7
17 “Nunca chegaram a saber o que é viver em paz e gozar das 
bênçãos de Deus.”
18 “Não temem a Deus, nem tampouco se importam com o que 
ele pensa deles.”
19 Assim é que a condenação de Deus recai pesadamente sobre 
todos os que conhecem a Lei — como os judeus —, porque são res­
ponsáveis e devem guardar as leis divinas, em vez de fazerem todas 
essas coisas más. Ninguém tem desculpa. De fato, o mundo inteiro 
fica culpado e mudo diante do Deus todo-poderoso.
20 Entendem agora? Ninguém pode jamais ser declarado justo 
aos olhos de Deus por fazer o que a Lei ordena, pois quanto mais 
conhecemos as leis de Deus, mais claro fica que não as obedecemos, 
pois suas leis nos fazem ver que somos pecadores.
21 Mas agora, à parte da Lei, Deus nos mostrou um caminho 
para o céu, um caminho de que já falaram as Escrituras do Antigo 
Testamento.
22 Agora Deus diz que nos aceitará e nos absolverá — ele nos 
declarará “sem culpa” —, se nós confiarmos em Jesus Cristo para 
tirar os nossos pecados. E todos nós podemos ser salvos deste modo, 
vindo a Cristo, não importa o que somos agora ou o que fomos no 
passado.
N in g u é m c o n se g u e m a r c a r 1 0 . 0 0 0 g o l s
Resumiremos tudo isso na linguagem simples do futebol: Há joga­
dores de todos os tipos nos principais clubes. Há o jogador medíocre 
que atinge a média de uns 200 gols em toda a sua carreira. Há o bom 
jogador que consegue chegar aos 300 ou, até mesmo, aos 500 gols. E 
depois vem o campeão, aquele que pode ultrapassar a espantosa con­
tagem de 1.000 gols. No entanto, quem conseguiria 10.000? Nin­
guém! Nem Pelé! Nem Rivelino! Nem ninguém mesmo!
Assim comoo espectador vê um jogador de futebol que se esforça 
para alcançar o gol adversário, tomando a bola, driblando, avançan­
do e procurando marcar o gol, também Deus contempla o crente em
C o m o ser c r is t ã o s e m ser r e l ig io s o
sua carreira cristã. Às vezes, ele consegue um resultado excepcional. 
Mas, por melhor que seja o rendimento, será sempre fraco. Ninguém 
alcança a soma de gois suficiente para “ganhar” a salvação!
Essa é que é a verdade. No entanto, a maioria das pessoas analisa 
a humanidade de outras maneiras; é assim, porém, que Deus nos 
avalia.
Portanto, as boas novas do evangelho não se destinam apenas aos 
“maus elementos” que estão longe dos alvos estabelecidos. Elas são 
também para os “bonzinhos”, que pensam tê-los atingido, e para os 
“religiosos”, que tentam corresponder a esses alvos. Como operam, 
pois, essas boas novas? Que é que faz do evangelho o poder de Deus 
para a salvação?
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Descreva sua definição de pecado. Você acha que alguns pecados 
são piores do que outros? Por quê? Parece-lhe que Paulo pensa que 
alguns pecados são piores do que outros?
2. Faça um estudo da definição bíblica de pecado, resumindo o 
que estes versículos dizem sobre o assunto: Tiago 4:17; IJoão 3:4; 
Gênesis 3:6; IReis 8:46; Provérbios 20:9; Isaías 53:6; IJoão 1:8.
3. Decore Romanos 1:18. Qual a relação da expressão “impedem 
o avanço da verdade” com o pecado?
4. Cita-se que o major Andrian Mikolayev, astronauta soviético, 
disse que, enquanto esteve em órbita, “não viu Deus lá em cima”. O 
astronauta Gordon Cooper, que voou na Faith 7 e, mais tarde, na 
Gemini 5, diz: “Eu também não vi Deus, mas vi muitas das maravi­
lhas que ele criou”. Leia Romanos 1:18-20, O que você diria às pes­
soas que dizem: “Não há Deus, pois não sou capaz de vê-lo”?
Liberdade condicional 
ou perdão pleno?
E sse p a re c e um m o d o estranho de se referir aos cristãos, como se eles 
estivessem em “liberdade condicional” ou gozassem do perdão pleno. 
Bem, consideremos o assunto, Quando um prisioneiro é perdoado, ele 
está completamente livre, não há restrições nem formalidades legais. 
Mas quando um homem está em liberdade condicional, então há res­
trições . Ele ainda tem de prestar informações, devendo apresentar-se 
periodicamente ao juiz. Não pode ir a determinados lugares. Não pode 
fazer determinadas coisas, etc. Você entende a diferença? Muitos cris­
tãos vivem como se estivessem em liberdade condicional, e agem e 
falam como se essa fosse a sua situação. Mas Deus deu liberdade con­
dicional ao cristão? Isso é o que importa saber. As próximas poucas 
linhas que Paulo escreveu são algumas das mais profundas, pois aqui, 
em poucas e ousadas palavras, temos o cerne das boas novas.
R o m a n o s 3:23-31
23 Sim, todos pecaram; todos falharam e não puderam alcançar o 
glorioso ideal de Deus.
24 No entanto, Deus nos declara agora “sem culpa” das ofensas 
que fizemos a ele se tivermos fé em Jesus Cristo. Aquele que tira os 
nossos pecados, sem termos de pagar nada em troca.
25 Deus destinou Cristo Jesus para sofrer em nosso lugar o casti­
go pelos nossos pecados, e assim esgotou toda a ira de Deus contra 
nós. Ele usou o sangue de Cristo como o meio de nos salvar da sua 
própria ira. Deste modo ele estava sendo completamente justo, mes­
mo não tendo castigado aqueles que pecaram em tempos passados.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Ele estava aguardando com paciência o dia em que Cristo viria para 
apagar aqueles pecados.
26 E agora, também nos dias atuais, ele pode justificar pecadores 
do mesmo modo, porque Jesus tira os pecados deles. Mas, não é 
injusto que Deus liberte criminosos e diga que eles são inocentes? 
Não, porque ele perdoa somente aqueles que confiam que Jesus Cris­
to tirou seus pecados, isto é, os que creram em Jesus.
27 Podemos, então, nos gabar de termos feito alguma coisa para 
ganhar a salvação? Absolutamente, não! Por quê? Porque a nossa sal­
vação não está baseada em boas obras; e sim, está baseada naquilo 
que Cristo fez. E é por meio da fé que a recebemos.
28 Portanto, concluímos que somos declarados justos pela fé em 
Cristo e não pelas coisas boas que fazemos.
29 E será que Deus salva desta maneira somente aos judeus? Nao, 
Deus salva os gentios também do mesmo modo.
30 Deus trata com igualdade a todos os que têm fé; todos mesmo, 
quer sejam judeus quer sejam gentios, todos são declarados justos se 
tiverem fé.
31 Então, se somos salvos pela fé, isso significa que não precisa­
mos mais obedecer às leis divinas? Ao contrário! De fato, só quando 
confiamos em Jesus é que, na verdade, podemos obedecer a elas.
N a d a h á q u e v o c ê p o s s a fazer , e x c e t o ...
Agora você chegou à resposta vital que o cristianismo oferece a todos 
os que pecaram e não corresponderam às expectativas. Deus provi­
denciou a nossa salvação. Ele veio ao mundo na pessoa de Jesu3 Cris­
to e sofreu por nós em uma sangrenta e terrível cruz. Deus permitiu 
que seu único Filho tomasse sobre si o nosso pecado, de maneira que 
pudéssemos ser declarados “sem culpa”, portanto justificados.
A declaração-chave em Romanos 3:23-31 é o versículo 24, que na 
versão Almeida Revista e Atualizada está assim: “Sendo justificados 
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo
T j>esus...
L ib e r d a d e c o n d i c i o n a l o u p e r d ã o p l e n o ?
Ser “justificado” diante de Deus significa que a justiça de Deus foi 
satisfeita pela morte de seu Filho, Jesus Cristo, em nosso lugar. Cris­
to pagou a pena por nosso pecado e também removeu a culpa que 
recaía sobre nosso pecado. Isso significa: ser declarado “sem culpa” e, 
portanto, “sem ter de pagar nada em troca”. Esse último ponto — a 
culpa — é um fato importante ao qual muitos cristãos não dão a 
devida atenção (ou nunca realmente o entendem).
Por exemplo, pode-se ilustrar a justificação mediante uma 
intimação de trânsito. Suponha que você tenha de acertar contas com 
o Departamento de Trânsito por excesso de velocidade. Mas você 
acaba não pagando a multa, pois verifica que ela foi paga por alguém
— possivelmente o bom papaizinho ou um titio muito rico. Ter sua 
multa paga por outra pessoa explica, em parte, a justificação, mas 
Deus dá um passo mais adiante. Embora a pessoa com a intimação 
do trânsito tivesse a multa paga, isso não altera o fato de que ela é 
culpada. Mas assim que o pecador se volta para Deus, mediante Cris­
to, sua culpa é anulada juntamente com a penal
Aos olhos de Deus, o cristão está completamente perdoado de 
todos os seus pecados cometidos no passado. “Deus nos declara ago­
ra ‘sem culpa' das ofensas que fizemos a ele se tivermos fé em Jesus 
Cristo” (v. 24). E não somente isso, ele nos aceita, faz-nos membros 
da família, por assim dizer — um filho e herdeiro espiritual (Jo 1:12; 
Rm 8:16). O cristão, embora possa não entender isso completamen­
te, pode dizer: “Deus me considera tão justo, como se eu nunca tivesse
Como isso acontece e por quê? A próxima palavra-chave nos dá a 
pista. Somos justificados gratuitamente pela graça de Deus — seu 
favor, sua misericórdia e seu amor imerecidos.
Aqui também, como no caso da justificação, você só pode tentar 
ilustrar o que é a graça.
Receber a graça é como obter mais dois dias para concluir uma 
tarefa, embora você, tendo fugido à responsabilidade por seis sema­
nas, tenha deixado esgotar-se o prazo.
C o m o sek c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Receber a graça é como receber apenas uma advertência do guar­
da de trânsito, em vez da multa elevada devida e da apreensão da sua 
carta de motorista.
Receber a graça é obter mais uma oportunidade, ainda que você 
não a mereça. (Você pode, até mesmo, não querê-la!) Ainda assim, 
nenhuma analogia terrena explica de forma satisfatória a graça de Deus. 
O amor e a misericórdia de Deus, que não merecemos, estão disponí­
veis a todos os homens, até mesmo àqueles que o odeiam. Quando um 
homem está verdadeiramentearrependido do seu pecado e confia em 
Cristo como seu Salvador pessoal, Deus o perdoa gratuitamente e o 
aceita, não importa o que tenha feito antes. Só Deus pode oferecer tal 
graça!
Há mais um ponto “um tanto importante”:
Somos justificados gratuitamente pela graça de Deus, mediante a 
redenção que há em Cristo Jesus. A redenção exige pagamento. Re­
denção significa “libertar da escravidão mediante pagamento de um 
preço”. Aqui existe a idéia de um resgate.
Lembra-se de alguns dos enormes resgates pagos a seqüestradores 
de crianças? Charles Lindbergh, pioneiro da aviação, e sua esposa paga­
ram 50.000 dólares em uma tentativa de salvar o filho. Os Weyerhauser, 
magnatas da madeira no Estado de Washington, pagaram 200.000 
dólares pela liberação de seu filho de nove anos de idade. Frank Sinatra 
pagou 240.000 dólares pela devolução de Frank Jr.
Mas Cristo fez mais do que pagar uma soma em dinheiro por 
nossas vidas. Ele deu sua própria vida em resgate para nos livrar do
cativeiro do pecado (Mc 10:45).
O homem, separado de Deus, está perdido. E pecador. Está cati­
vo nas mãos do diabo. Jesus veio e morreu para pagar o preço máxi­
mo a fim de readquirir-nos, pois a ele pertencemos legitimamente.
O preço foi sua própria vida, dada na cruz. Ele nos comprou, não 
com prata nem ouro, mas com seu próprio sangue (cf. At 20:28).
Nessas condições, o que nos resta fazer? Nada.
Nada, exceto receber as boas novas de Deus, crer nelas, ter fé.
L ib e r d a d e c o n d i c i o n a l o u p e r d ã o p l e n o ?
“Porque a nossa salvação nao está baseada em boas obras; e sim, está 
baseada naquilo que Cristo fez. E é por meio da fé que a recebemos” 
(Rm 3:27). A fé em Cristo nos transforma e nos faz novas pessoas. A 
fé, como disse Martinho Lutero, “... é uma confiança viva, intrépida, 
na graça de Deus, tão segura e tão certa que um homem, baseado 
nela, arriscaria sua vida mil vezes”.
Não há magia alguma na fé. A fé nada mais é que aceitarmos a 
salvação que Cristo obteve para nós. Agora nos defrontamos com Deus 
sem temor. O castigo e a culpa do pecado se foram. Deus mesmo 
pagou o preço. Os ritos e as obras da religião não nos fazem retos 
para com Deus... e Deus também não espera tais coisas mesmo de­
pois de termos ido a Cristo. Estamos plenamente perdoados, não temos 
mais culpa. Não estamos em “liberdade condicional”, procurando 
fazer por merecer nossa liberdade e continuando a pagar as dívidas 
de nossos crimes.
Talvez você diga: “Espere lá. Isso quer dizer que posso viver como 
quiser e que não tenho de preocupar-me com a obediência às leis de 
Deus?”. Conforme lemos em Cartas Vivas: “Ao contrário!” (v. 31). O 
fato de ser perdoado por Deus faz de você uma nova pessoa. Você 
confia em Cristo para alcançar o poder de viver cada dia como deve. 
“De fato, só quando confiamos em Jesus é que, na verdade, podemos 
obedecer” às Leis de Deus (v. 31). Você não pode confiar em Cristo 
com a religiosidade. Os termos “confiar e esforço religioso pessoal” 
são contraditórios. Confiar em Cristo é ser cristão sem ser religioso.
Como vê, Deus sempre salvou o homem pela fé. Antes que a Lei 
fosse dada por intermédio de Moisés, Deus chamou um homem e 
deu-lhe o nome de Abraão. Ele se tornou o pai do povo judeu. Deus 
foi em busca desse Abraão, que viveu cerca de dois mil anos antes de 
Cristo, e Abraão respondeu... pela f é ...
R o m a n o s 4:1-25
1 Humanamente falando, Abraão foi o pai de nossa nação judaica. E 
com isto, que terá ele alcançado de Deus?
C o m o ser c r is t ã o s e m ser r e l ig io s o
2 Será que foi por causa de suas boas obras que Deus o aceitou 
como justo? Se foi, então ele teria alguma coisa de que se orgulhar. 
Mas, do ponto de vista de Deus, não foi assim.
3 As Escrituras nos dizem que Abraão creu em Deus, e que, por 
isto, Deus o declarou justo.
4 Ora, o salário de quem trabalha não é um favor, mas sim um 
direito. Então, se Abraão foi, por Deus, declarado justo porque ele 
creu em Deus, não foi por causa das coisas que ele fez, mas pela sua fé.
5 Até aos que nada fazem para merecer a salvação, mas crêem em 
Deus, como Abraão creu, sua fé é contada por Deus para declará-los 
justos.
6 Também Davi diz que abençoado é o homem a quem Deus 
perdoa e declara justo, sem que tenha feito obra alguma para isso.
7 “Felizes aqueles que, sendo pecadores, são perdoados; abençoa­
dos aqueles de quem os pecados são apagados.”
8 “Sim, como é abençoado aquele de quem os pecados não são 
mais contados contra ele, pelo Senhor!”
9 Agora, então, a pergunta: Será que esta bênção só é dada àqueles 
que têm fé em Cristo e guardam as leis dos judeus? Ou a bênção é 
atribuída também aos que não guardam as leis dos judeus, mas ape­
nas crêem em Cristo? O que se pode dizer de Abraão? Dizemos que 
ele recebeu essa bênção por meio da sua fé.
10 Como sabemos disto? Respondam a esta pergunta: Quando 
foi que Deus deu esta bênção a Abraão? Foi antes que ele se tornasse 
judeu — antes que passasse pelo rito da circuncisão dos judeus.
11 Só mais tarde, depois que Deus prometeu abençoá-lo por causa 
da sua fé, foi que Abraão fez a circuncisão. E esse ato ficou sendo o sinal 
de que Abraão já tinha fé de que Deus já o havia aceitado, pois Abraão 
teve fé antes de realizar aquela cerimônia. Assim, Abraão é o pai espi­
ritual daqueles que crêem e são salvos sem obedecer às leis judaicas. Ve­
mos, então, que os que crêem são justificados por Deus só por meio da fé.
12 E Abraão é pai espiritual também daqueles judeus que fizeram 
a circuncisão. Eles podem entender, pelo próprio exemplo dele, que
L ib e r d a d e c o n d i c i o n a l o u p e r d ã o p l e n o ?
não é este rito — a circuncisão — que os salva, pois Abraão também 
foi salvo só pela fé, antes da sua circuncisão.
13 Portanto, é claro que a promessa divina de dar toda a terra a 
Abraão e seus descendentes não foi porque Abraão obedecia às leis de 
Deus, mas porque ele creu na promessa de Deus.
14 Pois, se as bênçãos de Deus são para aqueles que confiam na 
Lei, para serem salvos, então não têm sentido as promessas de Deus 
àqueles que têm fé, e a fé não vale mais nada.
15 A questão, porém, é esta: se procuramos ganhar de Deus a bên­
ção e a salvação pela guarda de suas leis, terminamos sempre debaixo 
da sua ira, porque nunca conseguimos guardá-las. O único jeito de 
evitarmos a quebra de suas leis é não ter nenhuma delas para quebrar!
16 As bênçãos de Deus, portanto, são concedidas a nós por meio 
da fé, como presente, de graça. Temos certeza de recebê-las, quer 
sigamos os costumes judaicos, quer não, se tivermos fé como a de 
Abraão, pois ele é o pai de todos nós quanto à fé.
17 Isto é o que as Escrituras querem dizer quando afirmam que 
Deus fez de Abraão o pai de muitas nações. Deus aceitará qualquer 
pessoa de qualquer povo ou nação que confie nele, tal como Abraão. 
E esta promessa é do próprio Deus, que dá vida aos mortos, dá exis­
tência às coisas que ainda não existem e fala delas como se já existis­
sem!
18 Assim, quando Deus disse a Abraão que ele geraria um filho, 
que por sua vez teria muitos filhos e, finalmente, que se tornariam 
em muitas nações, Abraão creu em Deus, embora humanamente essa 
promessa fosse impossível de cumprir-se!
19 E, porque sua fé era forte, ele nem se preocupou com o fato de 
que, na idade de cem anos, já era velho demais para ser pai, e que 
Sara, sua mulher, aos noventa anos, também era velha demais para 
ter um filho.
20 Entretanto, Abraão não duvidou como um incrédulo. Creu em 
Deus, e sua fé e sua confiança tornaram-se ainda mais fortes. Ele ainda 
louvou a Deus por essa bênção, antes mesmo que ela acontecesse.
C o m o ser c r is t ã o s e m ser r e l ig io s o
21 Ele estava absolutamente certo de que Deus tinha poder para 
cumprir qualquer coisa que prometesse.
22 E foi por causa dessa fé que Deus atribuiu justiça a ele, e assim 
perdoou seus pecados e o declarou “sem culpa”.
23 Ora, está dito nas Escrituras que a fé que Abraão possuía foi 
retribuída a ele com a justificação,não só para benefício dele.
24 Mas também para benefício de todos nós, garantindo-nos que 
Deus contará a nossa fé como justiça do mesmo modo como fez a 
Abraão — a nós os que cremos nas promessas de Deus, que ressusci­
tou dos mortos a Jesus, nosso Senhor.
25 Este Jesus morreu por causa dos nossos pecados e ressuscitou a 
fim de nos fazer justos para com Deus.
S u a fé é a q u e l a q u e v o c ê d e m o n st r a
Por que Paulo se detém para falar sobre Abraão? Sem dúvida, ele tem 
um bom motivo. Escreve para os judeus e os gentios que se tornaram 
cristãos. Ele insistiu (no capítulo 3) que a fé é central no processo para
o homem ser justificado diante de Deus. Mas, e se essa idéia de fé não 
estiver em harmonia com a vontade de Deus revelada no Antigo Testa­
mento? Se não houvesse base bíblica para mostrar quão importante é a 
fé, e os judeus poderiam ter alegado que Paulo era herege. Se fosse 
possível para outros (os judeus) ser justificados pelas obras, ser salvos 
pela observância da Lei de Deus, então o cristianismo estaria errado.
Paulo não escolheu Abraão como exemplo por mero acaso. Abraão 
era o pai da nação judaica (Gn 17:1-8). Se Paulo conseguisse de­
monstrar que Abraão, dentre todos, foi justificado pela fé (e não por 
suas obras), ele provaria seu ponto de vista: que, desde o Antigo Tes­
tamento, a fé está firmemente arraigada na Bíblia.
E Paulo realmente provou isso. Releia Romanos 4:1-5. Abraão
creu em Deus e, por isso, o Senhor cancelou seus pecados e o decla­
rou justo e reto.1
Leia Romanos 4:1-5 e Gênesis 15:6. Observe que Romanos 4:3 é uma citação de 
Gênesis 15:6 e explica que a fé que Abraão possuía lhe foi “imputada para justiça”.
L ib e r d a d e c o n d i c i o n a l o u p e r d ã o p l e n o ? 3
Em Romanos 4, Paulo diz a você que leia a história de Abraão e 
decida por si mesmo. Deus chamou a Abraão para deixar seu lar e ir 
para uma nova terra a fim de fundar a nação judaica.
E ele foi. Foi-lhe dito que sua mulher teria um filho, embora ele e 
a esposa já tivessem passado da idade de ter filhos. Mas ele creuy e Sara 
teve um filho.
Para Abraão, tudo era fé. Ele cria em Deus. Obedecia a Deus. 
Tinha fé e agia de acordo com ela. Não que ele simplesmente se 
acomodasse e ficasse parado. Fé é receptividade, é ação. A crença 
(assentimento mental) pode ser boa para o gabinete de estudo, mas a 
fé é para a luta diária pela vida. Abraão é um exemplo fundamental. 
A fé que você possui é a mesma que você demonstra. Fé não é mera­
mente convicção mental. Fé é vida renovada de modo total — em 
resposta à vontade revelada de Deus. Fé é coisa prática. Não é fanta­
sia. Fé significa risco. Abraão saiu, sem saber para onde ia.
Os astronautas norte-americanos, desde Glenn e Carpenter e os que 
vieram depois deles, possuíam a fé na ciência. Os cálculos cuidadosos 
levaram-nos a crer que as coisas chegariam a bom termo, e, assim, eles se 
deixaram lançar no espaço, Mas Abraão possuía fé ainda maior. Ele não 
tinha meio algum de calcular como as coisas aconteceriam., Ele aceitou a 
Palavra de Deus. Ele, em obediência, pôs os pés na estrada com confian­
ça. A fé que você tem é aquela que você demonstra. E quando você tem 
fé, ela sempre se evidencia, conforme verá no próximo capítulo.
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Leia Romanos 3:23-26 em diferentes versões e traduções. Obser­
ve que o texto de Romanos 3:23-24 representa um só pensamento e 
deve ser lido junto. Compare Romanos 3:24 com Efésios 1:7; 
Colossenses 1:14; Hebreus 9:12-15. Escreva, com suas palavras, a • ________
importância do sangue de Cristo para a salvação do cristão.
2. Decore Romanos 3:24. Decore também 2Coríntios 12:9; 
Tito 3:5; Filipenses 4:19. Escreva uma breve declaração do que a graça 
de Deus significa para você.
C o m o ser c r is t ã o s e m ser r e u g i o s o
3. Faça um resumo, com suas palavras, de Gálatas 3:24 e 
Atos 13:39. Depois escreva uma definição de “justificação pela fé”.
4. Faça, com suas palavras, um resumo de Gálatas 3:13; 
Colossenses 1:14; Hebreus 9:12; IPedro 1:18. Depois defina, por 
escrito, o que é “redenção”.
Fé é mais que "seguro 
contra incêndio"?
“Serm os s a lv o s ” — justificados pela fé em Cristo — garante-nos a 
vida eterna. Mas a história toda não passa disso? Uma das críticas que 
fazem ao cristianismo é de que ele apenas oferece “felicidade futura 
no céu”. Os cristãos são acusados (e alguns o são com bom motivo) 
de procurar a salvação como se fosse uma “apólice de seguro contra 
incêndio”, algo que os impede de ir para o inferno. Suas vidas, po­
rém, não revelam resultado algum. E então? Será que o fato de ser 
cristão proporciona benefícios e resultados para esta vida — aqui e 
agora?
R o m a n o s 5:1-11
1 Portanto, agora, desde que fomos declarados justos à vista de Deus, 
pela fé em Cristo, podemos ter, na realidade, paz com ele por causa 
do que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós.
2 Por meio de Cristo somos colocados nesta situação de bênção 
em que nos encontramos firmes pela fé; e, confiantes e alegres, espe­
ramos ansiosos o dia em que veremos a glória de Deus e participare­
mos dela.
3 Podemos nos alegrar, também, quando nos encontramos diante 
de problemas e lutas, sabendo que tudo isto é bom para nós — pois 
ajuda-nos a aprender a ser pacientes e a não desistir.
4 E a paciência aumenta em nós a força de caráter, e nos ajuda a 
confiar mais em Deus cada vez que a utilizamos, até que finalmente 
a nossa esperança e a nossa fé estejam fortes e firmes.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
5 Pois confiar nas promessas de Deus e esperar pelo cumprimento 
delas, por mais que isto demore, não nos deixará decepcionados, por­
que sabemos o quanto Deus nos ama: pois o Espírito Santo que ele 
nos deu encheu nossos corações com seu amor.
6 Estávamos fracos e desamparados, sem nenhuma possibilidade 
de fugir da condenação, quando Cristo veio na hora certa e sofreu a 
condenação da morte em nosso lugar — lugar de pecadores que não 
valiam nada!
7 Mesmo que fôssemos justos e bons, não esperaríamos que al­
guém morresse em nosso lugar, embora isso fosse possível, mas mui­
to difícil de acontecer.
8 Deus, no entanto, provou seu grande amor por nós, enviando 
Cristo para morrer por nós, quando ainda éramos injustos e maus.
9 Se Deus fez tudo isso por nós como pecadores injustos, quanto 
mais fará ele por nós agora que nos declarou justos? Ele nos livrará 
agora muito mais, de toda a ira e castigo que estão para vir.
10 E se, quando ainda éramos inimigos dele, fomos reconciliados com 
Deus pela morte de seu Filho, quantas bênçãos deve ele ter para nós, agora 
que já somos seus amigos, e que ele está vivendo dentro de nós!
11 Nesta nova relação de amigos de Deus, nós nos alegramos 
nele, porque foi por meio de tudo o que Jesus Cristo fez que nós nos 
tornamos amigos de Deus.
A FÉ VERDADEIRA TRAZ RESULTADOS PRÁTICOS
O que é que as pessoas mais desejam na vida? Confiança, paz, amor, 
esperança, felicidade, segurança, realização. Podem expressá-lo por 
diferentes palavras e meios, mas os desejos são quase os mesmos. No 
texto que você acabou de ler, Paulo alega que os cristãos podem ter 
essas coisas todas. Sendo justificados, isto é, “declarados justos à vista 
de Deus, pela fé em Cristo, podemos ter, na realidade, paz com ele, 
por causa do que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós” (v. 1). E, 
além disso, nossa fé produz três resultados maravilhosamente práti­
cos: temos novo potencial, novo poder e um novo amigo.
FÉ É MAIS QUE ^SEGURO CONTRA ÍN C ÊN D Iü "?
Primeiro, o potencial Nossa fé nos elevou a um lugar de altíssimo 
privilégio, e nós podemos, com toda a confiança, aguardar o momen­
to de, realmente, nos tornarmos tudo quanto Deus tem em mente 
que sejamos (v. 2).
Você pode comentar: “Isso soa bem, mas como funciona?”
A resposta registrada ao longo de toda a carta aos Romanos é esta: 
ter fé, confiar em Deus e obedecer a ele. Deus está no comando; 
deixe que ele tome a direção. Porexemplo, qualquer grande atleta, 
tendo em vista alcançar seu pleno potencial, deixa que seu técnico o 
dirija no treinamento. Bill Glass, um dos grandes atletas americanos 
do nosso tempo, afirma que a pior coisa que pode acontecer a um 
atleta é não estar disposto a seguir a orientação do técnico. “Um 
homem que se dedica ao esporte”, diz Glass, “deve ser capaz de rece­
ber treinamento e de dar ouvidos à instrução. E, justamente, quando 
uma partida estiver mais difícil, é que ele deve ser ainda mais cuida­
doso em observar os sinais de orientação do técnico”.1
Segundo, o poder. Paulo diz que os cristãos podem regozijar-se quan­
do surgem problemas, porque as dificuldades os ajudam a aprender a 
serem pacientes (v. 3). Quem deseja problemas? Ninguém, na verda­
de. No entanto, os problemas surgem de qualquer maneira.
Não obstante, Paulo vê o problema como algo que ele pode usar 
em seu benefício, e não como algo que o deixa abatido. Um proble­
ma dá a você a oportunidade de ser paciente, e isso desenvolve a força 
de caráter. Aprendemos a confiar mais e mais em Deus, até que nossa 
fé seja realmente forte (v. 4).
Você pode dizer: “Tudo muito bonito, mas onde está o poder? 
Onde consigo toda essa paciência e força? Tenho a tendência de 
logo perder a calma e, às vezes, fico desanimado com muita facili­
dade. Começo a querer confiar em Deus. Oro, até mesmo, para 
algumas coisas — passar em um exame, conseguir determinado
Get In the Game. Copyright 1966. Word Books.
C o m o sêr c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
emprego, ganhar aquela partida, fazer alguma coisa dentro do pra­
zo e tudo o mais —, mas o que acontece quando não passo, quando 
não consigo fazer? O que acontece quando o que resta é apenas eu e 
o problema?”
Para o cristão nunca existe isso de “apenas eu e o problema”. Deus 
também sempre está presente. A despeito do que acontece, podemos 
ter certeza de que tudo está bem, de que Deus nos ama. Por quê? 
Porque podemos sentir o amor divino em nós à medida que o Espíri­
to Santo nos enche o coração com seu amor (v. 5).
Aqui temos a primeira menção ao Espírito Santo na carta aos Roma­
nos. Não será a última. O Espírito Santo é a chave vital para se ser cristão 
sem ser religioso. Para o cristão, toda provação ou todo problema pode 
ser uma experiência útil para edificar sua fé, sua confiança, sua esperança 
e sua felicidade... se enfrentar isso tudo confiando no Espírito Santo.
Como o cristão demonstra sua confiança no Espírito Santo? Há 
diversas fórmulas, mas aqui está uma que talvez você ainda não tenha 
experimentado: Não faça nada,. Aguarde.
“Há momentos”, escreve Richard Halverson, “quando o fazer algo 
só complica o problema, aprofunda a dificuldade e aumenta a confu­
são. Não fazer nada é, portanto, uma estratégia... uma estratégia cons­
ciente, positiva e construtiva. Por exemplo, deixe em repouso um 
copo de água turva e observe — as partículas de sujeira se assentam 
no fundo. Este é um modo eficiente de purificar a água... e é, tam­
bém, um modo de permitir que uma situação confusa se aclare. Aguar­
dar faz com que os fatos possam ser examinados com calma, e isso 
ajuda você a vê-los da perspectiva correta”.2
Aguardar não significa que você deva permanecer passivo diante 
de um determinado problema. Aguardar e não fazer nada por suas 
próprias forças é, antes de tudo, uma forma de confiar no Espírito 
Santo. Aguardar, pensar e orar; essa atitude pode dar ao amor de
2 Perspective, setembro de 1966, carta devocional semanal pelo dr. Richard C. Halverson.
FÉ É MAIS QUE "SEGURO CONTRA INCÊNDIO"?
Deus, derramado em seu coração pelo Espírito Santo, a oportunida­
de de acalmar as águas agitadas que borbulham em seu íntimo. Ex­
perimente e veja como, de fato, funciona.
Terceiro, o amigo. Se fosse para você pôr só uma coisa em primeiro
lugar em uma lista intitulada “o que mais desejo na vida”, certamen-
i
te o amor teria de encabeçar essa lista. Todos desejamos saber que há 
alguém que se importa conosco. Isso pode fazer toda a diferença en­
tre o desespero e o verdadeiro sentido da vida.
O cristão sabe que alguém se importa com ele. Ele sabe que Deus 
o ama. Deus nos mostrou seu amor ao enviar Cristo para morrer por 
nós (v. 8).
Pode parecer ao cristão que ele está sozinho com seus problemas, 
suas provações e suas convicções. O cristão pode parecer pequeno e 
insignificante, mas ele tem a Palavra de Deus como garantia de que 
Deus cuida dele. Como diz Paulo: “Nesta nova relação de amigos de 
Deus, nós nos alegramos nele, porque foi por meio de tudo o que 
Jesus Cristo fez que nós nos tornamos amigos de Deus” (v. 11).
Sua fé é mais que um seguro contra incêndio? Deveria ser. E me­
lhor que seja. Se não for, talvez você gesticule muito no exterior ou se 
esforce em vão; talvez você tente a todo custo ser cristão, mas é ape­
nas “religioso”.
Parece que Paulo foge um pouco do assunto no restante do capítu­
lo 5, ou está apenas expandindo o difícil conceito de que Cristo morreu 
por nós enquanto ainda éramos pecadores? Aqui, o pensamento é real­
mente profundo sobre o pecado do homem e a misericórdia de Deus.
R o m a n o s 5 : 1 2 - 2 1
12 Quando Adão pecou, o pecado passou para a humanidade intei­
ra. E foi por causa do pecado que a morte entrou no mundo todo, de 
modo que todas as coisas passaram a envelhecer e morrer, e é por isso 
que, desde então, todos morrem: porque todos pecaram.
13 Antes de haver a Lei de Deus dada aos homens, estes já peca­
vam, mas Deus não os julgou dignos de morte por causa dos pecados,
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
porque não havia dado ainda as suas leis, nem havia dito aos homens
o que desejava que eles fizessem.
14 No entanto, desde os dias de Adão os homens morriam não 
porque estivessem desobedecendo a uma lei que não tinha sido dada 
a eles (pois a Lei dada por Deus a Adão foi a lei de não comer do fruto 
proibido). Eles morriam porque também eram pecadores.
Aqui está a grande diferença entre Adão e Cristo que ainda estava 
para vir.
15 E também a diferença entre o pecado do homem e o perdão de 
Deus: por causa do pecado de um só homem — Adão — muitos 
morreram; mas, muito maior é a graça de Deus, porque pelo que fez 
um só homem — Jesus Cristo — a bênção da salvação foi dada a 
muitos.
16 Inicialmente, um pecou, e o julgamento começou por causa 
de um só pecado; e a sentença foi: condenação. Porém a graça de 
Deus foi para cobrir muitos pecados, a fim de tornar justos muitos 
pecadores e lhes conceder a vida eterna.
17 O pecado deste único homem, Adão, fez com que a morte 
dominasse sobre todos, porém todos quantos receberem o presente 
da grande graça de Deus reinarão em vida, justificados por causa 
deste único homem, Jesus Cristo.
18 Sim, o pecado de Adão trouxe o castigo para todos, mas o ato de 
retidão de Cristo, satisfazendo a justiça de Deus, faz com que os homens 
sejam declarados justos aos olhos de Deus, para que possam viver,
19 Adão fez com que muitos fossem pecadores, porque ele deso­
bedeceu a Deus, mas Cristo fez com que muitos fossem aceitos por 
Deus como justos, porque ele obedeceu a Deus.
20 A Lei foi dada a fim de que todos pudessem ver como estavam 
longe de fazer a vontade de Deus. Entretanto, quanto maior é a nossa 
tendência para o pecado, ainda maior é a graça abundante de Deus 
nos perdoando e ajudando numa nova vida.
21 Primeiramente, o pecado dominou sobre todos os homens e os 
levou à morte, mas agora reina em seu lugar a bondade de Deus,
F é é m aís q u e " s e g u r o c o n t r a í n c é n d i q " ? 4
colocando-nos na posição de justos perante ele. E o resultado disto é 
a vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
A d ã o e C r is t o ; u m m u n d o de d ife r e n ç a en tre o s d o is
Talvez você pergunte: “Como é possível Jesus salvar a todos nós? Como 
é possível um só morrer por tantos?”
Veja o assunto desta maneira:
ADÃO
Um único homem, Adão, trouxe tudo isso para a humanidade. 
Assim também um, o eterno Filho de Deus,tem poder para trazer 
vida a todo aquele que crê:
CRISTO
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Compare Romanos 5:2 com Efésios 3:16-21. Como você pode 
tornar-se a pessoa que Deus tem em mente para que você seja? Faça 
uma lista de alguns passos específicos.
2. Decore Romanos 5:2, no texto do Novo Testamento Vivo e, a 
seguir, escreva um breve ensaio sobre: “Minha fé é mais do que um 
seguro contra incêndio”. Explique sua resposta.
De quem você é escravo?
“O r a essa! N ão so u escravo de ninguém. Minha fé me libertou!”
Sim, é verdade! De certo modo, o cristão está livre da pena do 
pecado. Realmente, ele nunca mais terá qualquer problema com o
“Espere um minuto; não ande tão depressa. Estou cheio de difi­
culdades com o pecado. Agora que sou cristão, tenho, na realidade, 
mais problemas com o pecado do que tinha antes.”
Sim, isso também está certo, e Paulo teve essa mesma experiên­
cia. De maneira que é com o pecado na vida diária do cristão que ele 
inicia o capítulo 6 de Romanos. Ele já explicou a “justificação pela 
fé”. Agora, ele prossegue e analisa o assunto que separa o religioso 
esforçado do crente confiante — a santificação. As pessoas se afas­
tam de termos como “santificação”. Essa palavra soa tão formidável, 
tão piedosa. O que ela significa? Paulo sabia e, nas páginas seguin­
tes de sua carta, apresenta com veemência o fato de que uma pessoa 
não pode ser cristã sendo religiosa. A mera religião, como você vê, 
não basta.
R o m a n o s 6:1-23
1 Bem, então continuaremos a pecar para que Deus nos mostre bon­
dade e perdão cada vez maiores?
2 E claro que não! Como vamos continuar pecando, se na realida­
de já morremos para o pecado?
3 O poder do pecado sobre nós é quebrado quando nos tornamos 
crentes e somos batizados a fim de estarmos unidos a Cristo como
D e q u e m v o c ê é e s c r a v o ?
uma parte dele. Através de sua morte foi esmagado o poder da natu­
reza pecaminosa de todos nós.
4 A natureza humana inclinada para o pecado, que vocês tinham, 
foi sepultada com ele pelo batismo, quando ele morreu. Quando 
Deus o Pai, com poder e glória, ressuscitou a Cristo, ele iniciou uma 
nova vida; assim, também vocês vivam, agora, essa nova vida.
5 Vocês são agora uma parte dele, pois que morreram com ele, por 
assim dizer, quando ele morreu; e agora participam da sua nova vida, 
como também participarão da ressurreição, ressuscitando também 
com ele.
6 Os maus desejos que vocês tinham antes foram pregados na 
cruz juntamente com Cristo, para que aquela parte da pessoa de cada 
um de vocês, que gosta de pecar, seja esmagada e ferida mortalmente 
de tal modo que vocês não sejam mais dominados pelo pecado, como 
escravos.
7 Quando vocês morrem para o pecado, libertam-se de todos os 
seus atrativos e do poder que ele tinha sobre vocês.
8 E visto que a velha natureza pecaminosa “morreu” com Cristo, 
sabemos que vocês participarão da sua nova vida.
9 Cristo ressuscitou dentre os mortos e nunca mais morrerá de 
novo. A morte não tem mais poder algum sobre ele.
10 Quanto a morrer, ele morreu de uma vez por todas, para o 
pecado, em lugar de vocês, a fim de acabar com o poder do pecado;
— mas agora, quanto a viver, ele vive para sempre em contínua co­
munhão com Deus.
11 Portanto, considerem a velha natureza de vocês como morta e, 
portanto, surda para o pecado, enquanto vocês, por outro lado, este­
jam vivos para Deus, e atentos a ele por meio de Jesus Cristo nosso
Senhor.
12 Não deixem nunca mais o pecado dominar esse corpo fraco de 
vocês; e não cedam mais aos seus desejos pecaminosos.
13 Não permitam que qualquer parte do corpo seja instrumento 
do mal, usado para pecar. Antes, entreguem inteiramente a Deus o
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
corpo todo — pois vocês renasceram com o desejo de serem instru­
mentos nas mãos de Deus, usados para seus bons propósitos.
14 Nunca mais o pecado há de voltar a dominar vocês, pois agora 
vocês não são obrigados pela Lei, mas estão livres sob a graça de Deus.
15 Quer dizer, então, que agora nós podemos pecar à vontade, 
uma vez que nossa salvação já não depende de guardar a Lei, mas de 
receber a graça divina? Claro que não!
16 E preciso compreender que aquele a quem você mesmo se 
entregar, este será o seu senhor e você será como escravo ou servo 
dele. Assim, vocês têm de escolher: ou o pecado — e com ele a morte
— ou a obediência a Deus — e com ela a vida.
17 Graças a Deus que vocês, embora antes de se converter tives­
sem sido escravos do pecado, agora obedecem de todo o coração ao 
ensino que Deus lhes entregou.
18 E agora estão livres do velho senhor, o pecado; e tornaram-se 
servos do novo senhor, a justiça.
19 Falo desta maneira, usando a ilustração de escravos ou servos e 
senhores, porque fica mais fácil de compreender: assim como vocês 
costumavam ser escravos de todos os tipos de pecado, entregando o 
próprio corpo às coisas sujas e à maldade, assim também agora é 
preciso que vocês se ofereçam para ser servos de tudo que é justo e 
santo.
20 Naquele tempo em que vocês eram escravos do pecado, não 
tinham ainda sido enquadrados pela justiça de Deus.
21 E qual foi o resultado? E claro que não foi nada bom, visto que 
agora vocês se envergonham até mesmo em pensar naquelas coisas 
que costumavam fazer, pois todas elas terminam em morte e perdi­
ção eterna.
22 Agora, no entanto, estão livres do poder do pecado e são servos 
de Deus. E entre os benefícios que ele dispensa a vocês, estão: a san­
tidade e a vida eterna.
23 O salário do pecado é a morte, mas o que Deus dá de graça é a 
vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
D e q ^em você é escravo?
Você pertence àquele a quem escolher
“Bem, de qualquer forma, não posso ser perfeito. Qual é o problema 
se eu peco só um pouquinho? Deus me perdoará.” Você, alguma vez, 
já teve tal idéia? E uma armadilha típica para qualquer cristão, pois, 
como ele deve saber, o fato de “estar salvo” não resolve todos os seus 
problemas com o pecado. Você está salvo da pena e da culpa do peca­
do — “justificado pela fé”, conforme Paulo explicou nos capítulos 3 
e 4 de Romanos. Mas o poder do pecado ainda está ali, operando em 
você e tentando-o. A conclusão natural, portanto, é deixar que “os 
deslizes lhe sobrevenham de todos os lados”. Sempre há a possibili­
dade exposta em ljoão 1:9, isto é: o confessar. Deus é fiel. Ele perdoa 
e purifica. E logo isso se torna uma espécie de jogo do tipo “ganhar 
ou perder”, mas, no fim, você sempre acaba perdendo, e não se sente 
bem nessa situação.
Paulo, em poucas palavras, trata da idéia quando diz: “Bem, então 
continuaremos a pecar para que Deus nos mostre bondade e perdão 
cada vez maiores?”. Eis a resposta dele: “E claro que não!”. E ele, a 
seguir, apresenta outras boas novas acerca das boas novas. Não temos 
de continuar pecando, porque o poder do pecado sobre nós foi que­
brado quando nós nos tornamos cristãos.
Então, o poder do pecado foi quebrado? Não parece! Por que os 
cristãos ainda enfrentam tantas tentações? Por que eles ainda pecam?
Paulo ataca mais profundamente o problema em Romanos 6. Ele 
retrata o assunto por meio de palavras, a fim de explicar o que acontece 
quando a pessoa se torna cristã. O cristão torna-se parte de Cristo e, 
assim, de modo figurado, “morre” com Cristo, como ele morreu na 
cruz. E, também, o cristão ressuscita com Cristo, como ele ressuscitou.
Difícil de entender? Sim, mas essa é outra chave vital para dife­
renciar entre “religião” e cristianismo. Cristão não é alguém que sim­
plesmente segue os grandes ensinos de Cristo. Cristão é aquele que é 
um com Cristo em um relacionamento pessoal Por isso é que Paulo diz 
no versículo 6: “Os maus desejos que vocês tinham antes foram prega­
dos na cruz juntamente com Cristo, para que aquela parte da pessoa
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
de cada um de vocês, que gosta de pecar, seja esmagada e ferida mor­
talmente de tal modo que vocês não sejam mais dominados pelo 
pecado,como escravos”.
Mas como, meus desejos malignos foram pregados na cruz? Como 
essa parte de meu ser, que gosta de pecar, foi mortalmente ferida? 
Nao parece que isso aconteceu comigo.
Talvez não pareça. Mas a chave dessa passagem é lembrar que 
Paulo descreve um quadro, e a maneira como você deseja olhar para esse 
quadro é que estabelece a diferença.
Portanto, olhe para ele deste modo. Paulo diz que tornar-se cris­
tão quer dizer que você não somente começa a seguir a Cristo, mas 
também que se identifica com ele, tomando-se parte dele. E assim como 
Cristo venceu o poder do pecado mediante sua morte e ressurreição, 
ele também deu o golpe decisivo contra a antiga e pecaminosa natu­
reza que faz parte de cada um de nós.
A questão é: você quer deixar que aquele golpe decisivo opere a seu 
favor ou ainda prefere travar suas batalhas pessoais? Este é o paradoxo. 
Cristo não entra à força em sua vida. Ele não força a entrada e diz: “Ago­
ra, assumo o comando. De hoje em diante faça as coisas a meu modo”. 
Ele lhe dá oportunidade de escolha. Você não está mais sob o domínio 
completo do pecado, mas também não é um robô. (Os robôs não são 
tentados, mas também não sentem amor, alegria, paz e contentamento.)
De modo que Paulo diz que devemos “considerar” nossa velha 
natureza pecaminosa como morta (v. 11). Em outras palavras, cremos 
realmente que “os dentes que inoculam o pecado foram arrancados” e 
que estamos vivos para Deus, atentos a ele, por meio de Jesus Cristo, 
nosso Senhor.
Paulo jamais alega que o cristão esteja isento da tentação, imper­
meável ao pecado, como que encerrado em um recipiente plástico 
hermético chamado “salvação”. As tentações para pecar ainda sur­
gem, mas o que Paulo quer dizer é que açora você nao tem de escolher 
o pecado como se ele fosse sua única alternativa. Abriu-se outro cami­
nho: o da obediência a Cristo. A escolha cabe a você!
D e quem vo cè é e s c r a v o ?
A escolha sempre faz parte da vida. E a escolha que você fizer é que 
determinará se você se volta para o pecado ou para Cristo. Nao há 
meio-termo, não há terreno “neutro”. E você não permanece o mes­
mo. Você está em contínua mudança.
Você se torna semelhante àquele a quem você obedece. Se você é 
servo do pecado, isso representa frustração, desilusão, uma espécie de 
endurecimento cínico para com o evangelho. Mas se você é servo de 
Cristo, ele molda a sua vida. Aquele a quem você se oferece tomará 
conta de você e será seu senhor, e você, seu escravo. E você se tornará 
semelhante àquele a quem você pertencei
Desse modo, escolhemos um entre dois senhores. Servimos a Deus 
ou ao pecado. Alguns pensam que, embora “pequem um pouco”, 
ainda serão senhores de si em determinado hábito ou prática. Con­
tudo, não é assim. Você não domina o pecado; ele é quem domina 
você. Você pertence ao poder ao qual escolhe obedecer. Você pode ter 
aceitado a Cristo pela fé, porém, se sua fé em Cristo não for constante 
e real, o pecado ainda governa sua vida.
Como você vê, há três aspectos da santificação: a posicionai, a 
experimental e a final.
Por santificação posicionai entendemos que todo crente é “santifi­
cado”, no sentido de que ele está na posição de ser um com Cristo. 
Paulo disse que mesmo aqueles que tinham vivido em pecado carnal 
na igreja de Corinto eram “separados para Deus”, isto é, “santifica­
dos” (ICo 6:11).
Já a santificação final se refere aos céus, à vida eterna. E outro 
termo para glorificação, isto é, ser semelhante a Cristo em sua vinda
(ljo 3:1-3),
Mas no capítulo 6 de Romanos, Paulo está realmente interessado 
na santificação experimental, ou seja, como realmente experimentar
o triunfo sobre o pecado em sua vida diária.
Podemos definir santificação, em termos nitidamente teológicos, 
da seguinte maneira: é pôr-nos à parte, para uso de Deus, mediante 
um viver santo de acordo com a vontade divina.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Mas talvez esse modo pesado de expressar seja mais relevante quan­
do visto simplesmente desta forma: deixar que Cristo faça uma real 
diferença em sua vida. O único modo para que haja uma “real dife­
rença” é que sejamos capazes de escolher livremente nosso próprio 
senhor. Sem o elemento de escolha, nossa santificação seria uma coisa 
mecânica, estéril. Seriamos “computadores justificados”. Mas Deus 
não deseja computadores. Ele deseja cristãos que se considerem mor­
tos para o pecado e vivos para ele, mediante Jesus Cristo.
De quem você é escravo? Volte a Romanos 6:11. Tudo depende de 
como você prefere considerar a vida cristã. Bem, de nada adianta “ser 
religioso”. Você é parte de Cristo, mas tem uma escolha a fazer: o 
pecado ou a obediência a ele. Você pertencerá àquele a quem escolher.
Paulo ainda não terminou sua demonstração de que a vida cristã é 
um relacionamento pessoal com Cristo. Em Romanos 7:1-14, ele se 
utiliza do casamento para ilustrar o vínculo que existe entre o cristão 
e seu Senhor. O cristão não está mais casado com a Lei, porque mor­
reu para o pecado e dissolveu esse contrato. O cristão agora, por 
assim dizer, está casado com Cristo.
R o m a n o s 7:1-14
1 Sabem vocês, meus irmãos, conhecedores da Lei, que a Lei tem 
poder sobre uma pessoa somente enquanto ela está viva?
2 Comparando: quando uma mulher se casa, pela lei ela fica liga­
da ao marido enquanto ele viver. Se, porém, ele morrer, ela não estará 
mais ligada a ele. As leis do casamento não mais se aplicam a ela.
3 Ela poderá, então, casar com outro homem, se assim quiser. 
Se o marido fosse vivo e ela se unisse a outro homem, seria consi­
derada adúltera; mas se ele morrer, ela estará livre e poderá casar 
outra vez.
4 Assim, também, é como se antes vocês estivessem casados com a 
Lei dos judeus; mas, morreram para essa Lei, quando Cristo morreu 
na cruz. E quando ele voltou à vida, vocês também voltaram à vida e 
são como novas pessoas, que pertencem a outro marido, que é aquele
D e quem v o cê é e s c r a v o ?
que reviveu dentre os mortos. Agora vocês podem produzir bom fru- 
to, isto é, boas obras para Deus.
5 Quando a velha natureza ainda era ativa, havia desejos pecaminosos 
agindo dentro de vocês, dando vontade de fazer tudo aquilo que Deus 
não quer, produzindo obras pecaminosas, o fruto podre da morte.
6 Agora, entretanto, vocês não precisam mais se preocupar com as 
leis e costumes dos judeus, porque “morreram” enquanto ainda eram 
escravos de leis e costumes. Assim, agora vocês podem na realidade 
servir a Deus; não como antes, obedecendo cegamente a um conjun­
to de regras, mas de um modo novo, com entendimento e de todo 
coração.
7 Bem, será que estou sugerindo que estas leis de Deus são más? 
Claro que não! A Lei não é pecaminosa, porém foi a Lei que me 
apontou o pecado. Eu nunca teria sabido o que é o pecado da cobiça 
que está em meu coração — os maus desejos e paixões que lá estão 
escondidos — se a Lei não dissesse: “Não cobiçarás”.
8 O pecado, no entanto, usou essa Lei contra a cobiça, lembran- 
do-me que paixões e maus desejos são atitudes erradas e, com isso, 
despertou dentro de mim toda a sorte de desejos proibidos! Se não 
houvesse leis para serem quebradas, não saberíamos o que é pecado.
9 Era por isso que eu me sentia bem durante tanto tempo, pois 
não compreendia o que na realidade a Lei estava exigindo. Mas quan­
do descobri a verdade, eu compreendi que havia quebrado a Lei e que 
era um pecador destinado a morrer.
10 Portanto, no que diz respeito a mim, a Lei de Deus foi feita 
para mostrar-me o caminho da vida, mas, em vez disso, aplicou-me a 
pena de morte, porque antes lhe desobedeci.
11 O pecado me enganou e, tomando as leis de Deus, usou-as 
para me fazer culpado de morte.
12 Percebe-se, então, que a Lei é pura e boa; e os mandamentos 
são santos, justos e bons.
13 Mas como pode ser isso? A Lei causou a minha condenação! 
Como, então, ela pode ser boa? Não foi a Lei, mas foi o pecado, coisa
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
diabólica como ele é, que usou aquilo queera bom para levar-me à 
condenação. Portanto, vocês podem ver como ele é mau e terrível, 
levando o homem à morte! Porque o pecado se utiliza até das boas 
leis de Deus para seus próprios fins perversos.
14 A Lei, então, é boa, e o defeito nao está nela e sim em mim, 
pois a Lei é espiritual, mas eu é que sou carnal e me tornei escravo do
O PROBLEMA NÃO ESTÁ NA LEI
Paulo, aqui, deseja esclarecer um ponto importante. Ele abre o as­
sunto dizendo que o cristão não mais está casado com a Lei. Naquilo 
que concerne à Lei, ele “morreu” e, agora, é um com Cristo. Paulo 
não deseja que você fique com a idéia de que a Lei é algo mau. O 
verdadeiro inimigo é o pecado — essência abominável que usa as 
boas leis de Deus para seus maus desígnios.
Paulo sabe que o problema não está na Lei, mas nele mesmo con­
forme mostrará na parte seguinte de sua carta.
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Compare Romanos 6:1-11 com Efésios 4:20-32 e Colossenses 4:1- 
17. Depois escreva seu conceito do sentido de estar “morto para o 
pecado e vivo para Deus”.
2. Examine de novo Romanos 6:19-23. Que acha do fato de ser 
escravo de Deus? Como você reconcilia essa idéia com João 8:32?
3. Por que Cristo deixa que o cristão escolha entre o pecado e ele? 
Por que Deus não controla o cristão de maneira tão completa que ele 
nunca possa pecar?
4. Decore Romanos 6:16. Você concorda com a declaração cons­
tante deste capítulo de que, se “escolher o pecado”, você não o con­
trolará; ele é que controlará você? Você pode lembrar-se de alguma 
experiência pessoal que confirme isso?
O Espírito versus eu mesmo
C o m o p o s s o g a n h a r a g u e r r a q u e h á d e n t r o de m im ?
O capítulo 6 de Romanos serviu bem para esse problema do pecado 
na vida do cristão, mas talvez você deseje saber um bocado mais. 
Qual é seu problema? Temperamento? Impaciência? Autodomínio? 
Sexo? Honestidade? Sua vida mental? Orgulho? Preguiça? 
Egocentrismo? Cada um tem seu ponto fraco, e este nem sempre fica 
oculto. Você deseja fazer o que é certo, porém faz o que é errado. 
Quer escolher a obediência, mas escolhe o pecado. As vezes, você 
quase juraria que tem dupla personalidade, pois não passa de uma 
verdadeira “guerra civil ambulante”. Continue a leitura. Paulo admi­
te que ele também enfrenta essa guerra...
R o m a n o s 7:15-25
15 Por isso eu não consigo compreender a mim mesmo, pois real­
mente quero fazer o que é correto, mas não consigo. Faço, porém, 
aquilo que eu não quero — aquilo que eu odeio.
16 Sei perfeitamente que o que eu estou fazendo está errado, e a 
minha consciência diz que essas leis que estou quebrando são boas!
17 No entanto, não consigo evitar por mim mesmo, porque já 
não sou eu que estou fazendo. É o pecado dentro de mim, que é mais 
forte do que eu e me obriga a fazer estas coisas ruins.
18 Eu sei que estou completamente corrompido no que diz res­
peito à minha antiga natureza pecaminosa. Seja para que lado for 
que eu me volte, não consigo fazer o bem. Quero, sim, mas não
consigo.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
19 Quando quero fazer o bem, nao faço; e o mal que não quero 
fazer, porque sei que está errado, acabo fazendo-o de qualquer jeito.
20 Agora, se estou fazendo aquilo que não quero, é simples dizer 
onde está a dificuldade: é o pecado que ainda se encontra firmemen­
te alojado dentro de mim.
21 Parece até uma regra na minha vida, que, quanto mais quero 
fazer o bem, tanto mais facilmente pratico o mal.
22 Quanto à minha nova natureza, lá dentro eu sinto alegria em 
fazer a vontade de Deus.
23—25 Contudo, existe alguma coisa lá em minha natureza infe­
rior que está em guerra com a minha consciência e acaba ganhando 
essa luta, fazendo-me escravo do pecado que ainda está dentro de 
mim. Em minha mente desejo de bom grado ser um servo de Deus 
mas, em vez disso, vejo-me ainda escravizado ao pecado.
Assim, vocês podem ver como isso acontece: minha nova vida 
manda-me fazer o que é correto, porém a velha natureza que ainda 
está em mim gosta de pecar. Que situação terrível esta em que eu 
estou! Quem me livrará da escravidão deste corpo que está me levan­
do para a morte? Mas, graças a Deus! Isso foi feito por Jesus Cristo, 
nosso Senhor. Ele me libertou.
C o m o s a ir d e ssa c o n f u s ã o ?
A luta de Paulo não lhe soa familiar? Todos nós experimentamos a 
frustração de saber o que é direito e, ainda assim, não fazê-lo. Não é 
de esperar que essa seja a experiência do cristão, porém Romanos 
7:15-25 traça um quadro exato do círculo vicioso em que todos en­
tramos.
Assim podemos, igualmente, ser honestos. Esta “nova vida em 
Cristo” não é nada fácil. Chegamo-nos a Cristo, como pecadores. 
Somos salvos pela admirável graça de Deus. Somos perdoados e jus­
tificados perante Deus, Mas ainda somos pecadores mesmo depois que 
cremos, Paulo descobriu isso. Ele admitiu que estava “completamente
corrompido” (v. 18).
O E sp ír ito v e r s u s eu mesmo
O fato inevitável é que, por nós mesmos, não conseguimos fazer o 
que é certo. Simplesmente não o fazemos. O conhecimento das re­
gras, mesmo da regra áurea ou de qualquer outra, não nos capacita a 
obedecer. Continuamos a cair na armadilha chamada pecado, porque 
escolhemos cair A velha natureza ainda está presente em todo cristão, 
tentando impedir que a nova natureza assuma o comando. E não há 
“coexistência pacífica”. O cristão é uma “guerra civil ambulante”.
Paulo tem a resposta para ganhar esta guerra. Primeiro, você tem 
de estar seguro de que entende quem está lutando nesta guerra e, 
depois, precisa de uma boa estratégia militar. Eis o seu plano de 
batalha.
R o m a n o s 8:1-17
1 Portanto, nenhuma condenação há para aqueles que pertencem a 
Cristo Jesus.
2 Porquanto o poder do Espírito doador da vida livrou-me do 
círculo vicioso do pecado e da morte. E nós recebemos este poder por 
meio de Cristo Jesus.
3 Não estamos a salvo do pecado e da morte só pelo fato de co­
nhecermos a Lei de Deus, pois, por causa da carne — a natureza 
humana pecaminosa—, não conseguimos obedecer-lhe os manda­
mentos. E, nesse caso, seria impossível salvar-nos pela Lei. Mas Deus 
realizou um plano diferente a fim de nos salvar: enviou seu próprio 
Filho, em corpo humano como o nosso — com a diferença de que o 
nosso é pecador por natureza; e ele, dando-se a si mesmo como sacri­
fício por nossos pecados, destruiu o domínio do pecado sobre nós.
4 Assim, agora podemos obedecer às leis divinas e viver à altura da 
Palavra de Deus, se seguirmos o Espírito Santo e não mais obedecer­
mos à velha natureza pecaminosa que está dentro de nós.
5 Aqueles que se deixam controlar por sua natureza pecaminosa 
vivem tão-somente para agradar a si mesmos; mas aqueles que são 
controlados pelo Espírito Santo só querem fazer as coisas que agra­
dam a Deus.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e u g ío s o
6 Seguir o Espírito Santo conduz à vida e à paz, mas seguir a velha 
natureza leva à morte.
7 Porque a velha natureza pecaminosa dentro de nós está em luta 
contra Deus. Ela nunca obedeceu às leis de Deus e nunca o fará.
8 E por essa razão que nunca podem agradar a Deus aqueles que 
ainda estão sob o controle de sua própria natureza pecaminosa, incli­
nados a seguir seus antigos desejos malignos.
9 Vocês, porém, não são assim. Vocês são controlados pela nova 
natureza, se tiverem o Espírito de Deus morando em vocês. (E lem- 
brem-se de que, se alguém não tiver o Espírito de Cristo morando 
nele, esse não é crente de modo nenhum!)
10 Mesmo que Cristo viva dentro de vocês, seus corpos morre­
rão por causa do pecado; no entanto, o espírito viverá, pois Cristo o 
salvou.
11 E se o Espírito de Deus, que ressuscitou Jesus dentre os mor­
tos, vive em vocês, ele fará com que seus corpos mortais ressuscitem 
depois da morte, por meio desse Espírito Santo que mora em vocês.
12 Portanto, queridos irmãos, vocês não têm, para com a velha 
natureza pecaminosa, qualquer obrigação de fazer o que ela lhes pede.
13 Pois se continuarema seguir essa natureza, é porque vocês 
estão perdidos e perecerão; mas se a contrariarem, juntamente com 
suas más obras, por meio do poder no Espírito Santo, vocês viverão.
14 Todos quantos são dirigidos pelo Espírito de Deus são filhos 
de Deus.
15 E assim não devemos ser como escravos, cheios de medo, mas 
devemos nos comportar como verdadeiros filhos de Deus, adotados 
na sua família, chamando-o de: “Pai, Pai”.
16 O Espírito Santo de Deus fala no íntimo dos nossos corações, 
dizendo que somos realmente filhos de Deus.
17 E se somos seus filhos, então somos seus herdeiros e participa­
remos dos seus tesouros — pois tudo quanto Deus dá ao seu Filho 
Jesus agora é nosso também. Mas, como vamos participar da sua 
glória, precisamos participar também do seu sofrimento.
o EsPÍRíTO v e r s u s eu mesmo
E st a g u e r r a d e m a n d a m e d id a s e x t r e m a s
Assim, “temos o Espírito Santo”. Provavelmente, você já ouviu isso. É 
uma idéia bonita, confortável, “espiritual”.
Mas o que significa? Paulo diz: “... o poder do Espírito doador da 
vida livrou-me do círculo vicioso do pecado e da morte” (v. 2). O que 
Paulo quer dizer? Ele não acabara de admitir que não poderia ter 
êxito, que jamais poderia obedecer à Lei por melhor que ela fosse? 
Sim, este é o ponto. Quando tentamos obedecer à Lei, tentamos fazer 
algo por Deus.
Mas quando seguimos o Espírito Santo (v. 4-5), permitimos que 
Deus faça algo por nós.
Alguns cristãos fracassam porque nem mesmo sabem que o Espí­
rito Santo habita neles. Mas talvez um número bem maior de cris­
tãos fracasse porque o conceito de o Espírito Santo habitar neles não 
passe de uma bela idéia ou de um chavão teológico convencional, 
algo que não diz respeito à realidade de sua vida.
Mas o Espírito Santo não é apenas um “conceito”. Ele é uma 
Pessoa. Ele é o Espírito de Cristo e tem muito que ver com sua vida, 
especialmente se você estiver interessado em levar uma vida cristã, e 
não apenas em ser “religioso”.
Veja bem. Se você é cristão, tem nas mãos uma batalha. Constan­
temente, você se defronta com uma escolha entre o pecado e a obediên­
cia. O fato de estar consciente disso, e de estar interessado nisso, 
mostra que você deseja ganhar esta guerra que se trava em seu ínti­
mo. Todavia, com que urgência você pretende ganhá-la? Nas décadas 
de 1950 e 1960, os Estados Unidos enfrentaram “pequenas guerras” 
que realmente não tentaram ganhar. Tinha-se mais em mira a con­
tenção do inimigo que uma vitória completa. Uma “solução pacífica” 
era preferível a uma rendição incondicional.
Você não pode enfrentar esse tipo de guerra com o pecado. Se o 
fizer, ele sempre sairá vencedor. Você tem de decidir sobre qual cami­
nho realmente pretende seguir.
Você diz que deseja viver para Cristo e fazer o que é certo.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Há, porém, um grande problema, nao é mesmo? Você enfrenta 
esta guerra com certa dificuldade. No fundo, você nem deseja ganhá- 
la, pois isso representaria sua perda do comando das operações. Nes­
ta guerra, porém, nenhum cristão é general. Todos nós somos solda­
dos rasos, e a ordem que recebemos é esta: siga o Espírito Santo.
Em Romanos 8:5, Paulo deixa muito claro para você essa questão 
da escolha: “Aqueles que se deixam controlar por sua natureza peca­
minosa vivem tão-somente para agradar a si mesmos; mas aqueles 
que são controlados pelo Espírito Santo só querem fazer as coisas que 
agradam a Deus”. E veja bem que coisa interessante: ao agradar a 
Deus, você também agrada a si mesmo. Cristo vence o pecado, e você 
ganha a guerra interior.
“Tudo isso é verdade”, diz você. “Soa bem, mas posso receber 
algumas instruções práticas? Que exemplos você pode me dar para 
eu conseguir realizar isso?”
Primeiro, forme na mente uma representação deste tipo de guerra 
que você enfrenta. Você é o campo de batalha. As forças em luta são 
as seguintes: o Espírito e o ego (a natureza humana, egoísta). “Estas 
duas forças dentro de nós estão lutando constantemente uma contra 
a outra, a fim de ganharem o domínio sobre nós, e os nossos desejos 
nunca estão livres de suas pressões” (G1 5:17, A Bíblia Viva).
A seguir, saiba que você jamais ganhará esta guerra simplesmente 
correndo de um lado para outro, dizendo: “Hei de ser bom, hei de 
ser bom... hei de ter somente bons pensamentos, etc.”. Esta é uma 
guerra de soldado de infantaria. Você luta andando. E há somente 
dois modos de andar: no Espírito ou na carne (andar ao sabor de suas 
próprias inclinações). Quando Paulo fala acerca de andar segundo o 
Espírito, ele sugere ação e movimento contínuos. A vida cristã não é 
simplesmente um passeio domingueiro com Jesus. E uma escolha 
diária entre o compromisso de seguir o Espírito, ou a rendição diária 
para agradar ao velho eu, o ego pecaminoso.
O que ocorreu com uma jovem nos Estados Unidos, em 1965, 
que participou de um concurso nacional, é um exemplo de como
O Esp írito v e r s u s eu mesmo
andar no Espírito. Momentos antes da escolha final, ela orou para 
que pudesse dar o máximo de sua capacidade, e que lhe fosse dada 
uma oportunidade de testemunhar por Cristo.
E, por fim, ela teve essa oportunidade. Depois de vitoriosa, ao ser 
entrevistada, o locutor lhe indagou: “Ouvi falar que você traz sempre 
consigo uma Bíblia como talismã de boa sorte. O que você pode nos 
dizer a respeito de sua religião?”.
“Trago sempre minha Bíblia, mas não como talismã de boa sorte”, ela 
respondeu. “Este é o livro mais importante que possuo. Eu não descreve­
ria meu companheirismo com Deus como religião, porém, como fé. 
Creio e confio nele; e oro para que sua vontade sempre seja feita.”1
Eis aí um exemplo de como “andar no Espírito”. Examine-o outra 
vez. Essa jovem orou. Certo: você não pode andar no Espírito sem 
falar com ele. Ela solicitou uma oportunidade de mostrar sua lealda- 
de a Cristo. Certo: você não pode andar com o Espírito negando sua 
causa. No momento da prova, ela teve poder para realizar isso a con­
tento. Certo: as Escrituras nos dizem que o Espírito nos ensinará o 
que dizer e nos fará lembrar tudo quanto for necessário (Jo 14:26).
O êxito dessa jovem é muito bonito, mas talvez você queira saber
0 que fazer se as coisas não saírem assim tão certinhas para você.
Parece que você não será muito feliz em sua resposta a alguém que 
lhe pergunte a queima-roupa: “E verdade que você lê a Bíblia e ou­
tros contos de fada?”. A resposta mais brilhante que você teria de 
pronto é: “O meu chapa, por que você não some da minha frente?”.
Meia hora mais tarde, é claro, talvez você já tenha elaborado uma 
resposta adequada — uma combinação equilibrada de humor inteli­
gente e testemunho sadio —, mas até lá, seu amigo (e, com ele, a 
oportunidade) já estará fora de alcance. O que representa esse seu 
duplo ataque de “testemunho lento” e de temperamento explosivo? 
Será que você jamais poderá ter a esperança de andar no Espírito?
1 DYKE, Vonda Kay Van. That Girl in Your Mirror> Copyright 1966. Fleming H. Revell 
Company. Usado com permissão.
C o m o ser c r ís t ã o sem ser r e l ig io s o
Nada disso. O cristão realista está preparado para derrotas cir­
cunstanciais, mas ele nunca bate definitivamente em retirada. Seria pre­
ciso que a pessoa fosse perfeita para andar de forma constante no 
Espírito sem dar nem um passo em falso. Há total carência desse tipo 
de pessoas perfeitas deste lado da eternidade.
O que você deve fazer é iniciar cada novo dia com uma decisão 
definida de que, pela fé, você andará no Espírito, e não viverá só para 
agradar a si mesmo. Quando você pecar, confesse seu pecado no ins­
tante em que reconhecer seu erro. E mantenha-se andando no Espí­
rito* Para alguns cristãos, o andar no Espírito é algo muito efêmero, e 
a causa dessa efemeridade deve-se apenas ao fato de ele, no íntimo, 
não ter a coragem necessária para admitir perante Deus (e perante os 
outros) que está errado e, portanto, não pôr as coisas em ordem para 
poder prosseguir a partir daí. Se você,realmente, deseja andar no 
Espírito, ninguém está no seu caminho senão você mesmo. Dê o 
primeiro passo e vá em frente!
R o m a n o s 8:18-27
18 Contudo, aquilo que sofremos agora é quase nada, se comparar­
mos com a glória que ele nos dará mais tarde.
19 Toda a criação espera com ansiedade por aquele dia futuro em 
que Deus ressuscitará os seus filhos.
20 Isto porque a criação de Deus, por causa do pecado, ficou sob o 
poder do adversário de Deus que a dominou, contra a vontade dela.
21 Mas a própria criação vive na esperança de ser também liberta­
da da morte e da corrupção, para a gloriosa liberdade dos filhos de 
Deus.
22 Sabemos que até mesmo as coisas da natureza, como os ani­
mais e as plantas, sofrem na doença e na morte, enquanto esperam 
esse tão grande acontecimento.
23 E mesmo nós, os crentes, embora tenhamos o Espírito Santo 
em nós, que nos dá bênçãos e alegrias e nos permite conhecer o sabor 
da glória futura, também gememos para ser libertados da dor e do
O E sp ír ito v e r s u s eu mesmo
sofrimento. Nós também esperamos ansiosamente aquele dia em que 
Deus nos dará plenos direitos como seus filhos, inclusive os novos 
corpos que ele já prometeu — corpos que nunca voltarão a adoecer, e 
nunca jamais morrerão.
24 Esta libertação é nossa, pela esperança confiante. E esperar 
com confiança quer dizer: esperar ansiosamente conseguir aquilo que 
ainda não temos, pois um homem que já tem algo não precisa espe­
rar e confiar que o conseguirá.
25 Entretanto, se precisamos continuar a esperar em Deus por 
algo que ainda não estamos vendo, isso nos ensina a esperar com 
paciência e certeza.
26 E desse mesmo modo — pela nossa fé — o Espírito Santo nos 
ajuda em nossos problemas diários e em nossas orações. Nem mesmo 
sabemos por quais deles devemos orar, nem orar como devemos. O 
Espírito Santo, porém, pede em nosso favor com tal sentimento, que 
não pode ser expresso em palavras humanas.
27 E o Pai, que conhece todos os corações, evidentemente sabe o 
que o Espírito está dizendo enquanto ele intercede por nós, os cren­
tes, em harmonia com a própria vontade divina.
S e u s pr o b l e m a s e o s p r o b l e m a s d e D eu s
O cristão pode enfrentar o futuro sem temor. Ele possui muito mais 
do que um simples conjunto de preceitos religiosos. Ele se relaciona 
diretamente com o Deus vivo!
O Espírito Santo ainda faz mais para o cristão. Mediante o Espí­
rito, o cristão tem esperança. A vida não é um beco sem saída. O 
cristão aguarda o dia em que o seu corpo nao mais será vítima da 
deterioração e da morte. Ele terá um novo corpo, um corpo que nun­
ca morrerá!
O Espírito Santo de Deus já opera em você. Além disso, ele inter­
cede por você. Os problemas diários que você enfrenta já não são 
mais só seus. O Espírito Santo está sempre com você: basta apenas 
que você lhe entregue o controle total.
C o m o ser c r is t ã o s e m ser k e u g ío s o
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. O dilema que Paulo descreve em Romanos 7:15-21 soa como ver­
dadeiro em sua experiência pessoal? Há alguma área determinada de 
sua vida em que você acha difícil fazer aquilo que realmente deseja, 
ou na qual você faz o que, na verdade, não deseja fazer?
2. Decore Romanos 8:5 no texto da Bíblia Viva. Compare Roma­
nos 8:1-11 com Gálatas 5:16-25. Depois, escreva uma breve demons­
tração da diferença entre ser cristão (andar no Espírito) e ser religioso 
(viver controlado por seu ego, sempre querendo agradar a si mesmo). 
Observe especialmente Gálatas 5:16-18 no texto da Bíblia Viva. O 
cristão deveria obrigar-se a obedecer às Leis de Deus? Por quê?
3. Faça uma experiência baseado em Gálatas 5:16-25. Observe os
resultados maléficos de viver somente para si mesmo segundo os 
versículos 19 a 21: “Entretanto, quando vocês seguirem suas própri­
as inclinações erradas, suas vidas produzirão os seguintes maus resul­
tados: pensamentos impuros; ansiedade pelo prazer carnal; idolatria, 
feitiçaria (isto é, incentivo à atividade dos demônios); ódio e luta; 
ciúme e ira; esforço constante para conseguir o melhor para si pró­
prio; queixas e críticas; o sentimento de que todo mundo está errado, 
menos aqueles que são do seu próprio grupinho; e haverá, falsas dou­
trinas, inveja, assassinatos, embriaguez, divisões ferozes e toda essa 
espécie de coisas”.
Algumas dessas áreas atingem você e seu modo de viver? Seja ho­
nesto e objetivo acerca de si mesmo, e não capcioso e falso quanto a 
sua espiritualidade. Assuma o compromisso de andar diariamente no 
Espírito pela fé, não por aquilo que vê (ou pela sua própria sabedo­
ria). Veja como muitos desses resultados maléficos do viver egoísta se 
transformam nos frutos positivos, mencionados nos versículos 22 e 
23: “Mas, quando o Espírito Santo controlar as nossas vidas, ele pro­
duzirá em nós esta espécie de fruto: amor, alegria, paz, paciência, 
bondade, retidão, fidelidade, mansidão e domínio próprio...” (Bí­
blia Viva).
Como todas as coisas 
podem cooperar para o bem?
Isso m esm o , c o m o is s o é possível? Os cristãos gostam de citar esse 
versículo a outras pessoas que têm problemas. Mas quantos de nós 
realmente cremos no que ele diz? Quantos de nós temos posto à 
prova o texto de Romanos 8:28, ou (mais corretamente) fomos pro­
vados por ele? Como a morte, os acidentes, os fracassos e os apuros 
pessoais podem cooperar para o seu “próprio bem”? Isso nao passa de 
racionalização cristã das “uvas verdes” ou do “limão doce”? Antes de 
decidir, examine mais de perto o que Paulo realmente diz.
R o m a n o s 8:28-30
28 E sabemos que tudo quanto acontece está cooperando para o nos­
so próprio bem, pois amamos a Deus e fomos chamados de acordo 
com os planos dele.
29 Aqueles que Deus conheceu antes que todas as coisas existis­
sem, ele predestinou para se tornarem semelhantes ao seu Filho, de 
tal modo que seu Filho fosse o primeiro, com muitos irmãos.
30 E, por nos escolher, ele nos chamou para irmos a ele; e quando 
fomos, ele nos justificou, e declarou-nos “sem culpa”, deu-nos o di­
reito de ficar com ele e nos prometeu sua glória.
Não se t r a t a d e : “P o r q u ê ” ?, m as: “P a r a q u ê ? ”
Será que o texto de Romanos 8:28 faz sentido para o cristão? Ah, sim, 
■fez perfeito sentido. Na realidade, faz sentido somente para o cristão.
A chave está depois da primeira frase: “E sabemos que tudo quan­
to acontece está cooperando para o nosso próprio bem, pois amamos
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
a Deus..r. Aí está a primeira condição. Amar a Deus é algo que o 
cristão, certamente, deseja fazer. “Nós o amamos, porque ele nos amou 
primeiro” (ljo 4:19). O problema está em que é mais fácil amar a 
Deus quando as coisas vão bem do que quando vão mal. Na verdade, 
talvez este seja um bom teste: quanto, exatamente, amo a Deus quando 
o curso da vida me é difícil? E mais: permito que as circunstâncias 
me derrotem?
Em vez de amar a Deus e confiar nele quando as coisas saem 
erradas, sempre posso recorrer à autocomiseração. Não há ninguém 
por quem eu sinta mais tristeza do que por mim mesmo. Mas sentir 
tristeza por mim mesmo não me leva a lugar nenhum. O texto de 
Romanos 8:28 procura dizer-me que Deus está a par das minhas 
circunstâncias? Ele permite que eu enfrente esse fato, esse desaponta­
mento, essa frustração ou, talvez, até mesmo, uma tragédia. Se, po­
rém, sei que Deus me ama e que o amo, então minha pergunta não é:
t í Y í A * 0 5ror quer , mas: rara quer .
Não obstante, talvez eu decida não sentir mera autocomiseração 
por causa das circunstâncias. Há sempre a possibilidade de dar mar­
gem ao desânimo. Tudo está contra mim. A bola não pula como eu 
quero. Ninguém me entende. Ninguém se importa com o que tento 
fazer. Ninguém quer me ajudar.
Ninguém? Em Romanos 8:28, lemos: “...pois amamos a Deus”. 
E ljoão 4:19 afirma que amamos a Deus porque ele nos amou pri­
meiro. E assim, aqui estou — eu, minhas circunstâncias e Deus. Esse 
é o ponto em que só “religião” não basta. Preciso deuma pessoa, de 
alguém que me entenda, que se importe comigo, que me ajude a 
levantar-me e tentar de novo. Cristo está disposto a fazer isso... se eu 
estiver disposto a corresponder ao seu amor com meu amor e minha 
confiança.
Mas, é lógico, se realmente eu quiser deixar-me levar pelas cir­
cunstâncias, posso ficar ainda mais amargurado. Decerto você já encon­
trou pessoas amarguradas. A vida lhes deve ter pregado alguma peça 
ou elas, simplesmente, não tiveram oportunidades. Quando o cris­
C o m o t o d a s as c o i s a s p o d e m c o o p e r a r para o s e m ?
tão se revolta contra a vida, contra a igreja, até mesmo contra Deus, 
ele se aparta da fonte de que mais necessita: saber que Deus o ama e 
o ajuda.
Ainda há mais com relação a Romanos 8:28 — tudo coopera para 
o nosso próprio bem, “[...] pois [...] fomos chamados de acordo com 
os planos dele”.
E quais são esses planos? Passe para o versículo 29: O propósito de 
Deus é que nos tornássemos “[...] semelhantes ao seu Filho”. Isso não 
quer dizer que você deva tornar-se um tipo de cópia celestial feita a 
papel carbono. Deus sempre concede liberdade de escolha, liberda­
de para ser um indivíduo, uma pessoa. Mas Deus também conhece 
nossas fraquezas, nossos problemas — nossos pecados. E ele que en­
caminha as circunstâncias da nossa vida, circunstâncias ess ŝ que 
operam quase da mesma forma que o escultor trabalha na pedra: 
lascando aquela irritação, aparando o orgulho, a decepção, o ciúme. 
Cada cristão é uma criatura distinta, mas Deus opera em todos nós, 
para o nosso bem, tendo seu Filho como modelo.
Quando você lê o contexto de Romanos 8:28, começa a ver como 
todas as coisas realmente cooperam para o bem. A despeito de tudo 
que possa acontecer, sabemos que por trás está sempre o plano, o pro­
pósito de Deus e, acima de tudo, o seu amor. Paulo prossegue e fala 
acerca desse amor à medida que leva o capítulo 8 da carta aos Romanos 
a um ápice. O vale da morte, do capítulo 7, já ficou bem para trás. 
Agora, ele está prestes a terminar a escalada de um pico espiritual que 
se eleva muito mais alto que qualquer das mais altas montanhas da 
Terra. Paulo sabe que, mediante Cristo, ele é mais que vencedor.
R o m a n o s 8:31-39
31 Que podemos dizer diante de coisas tais como estas? Se Deus está 
de nosso lado, quem pode estar contra nós?
32 Visto que ele, em nosso favor, não poupou nem o seu próprio 
Filho, mas o entregou por todos nós, não nos dará também de graça 
tudo o mais?
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
33 Quem tentará nos acusar, a nós que Deus escolheu para ser­
mos dele? O próprio Deus faria isso? Nunca! Pois foi ele mesmo quem 
nos perdoou e nos declarou justos.
34 Quem nos condenará, então? Cristo? Não, pois foi ele quem 
morreu por nós e ressuscitou por nossa causa, e agora está sentado no 
lugar de maior honra junto a Deus, rogando por nós lá no céu.
35 Quem, então, pode nos separar do amor de Cristo? Quando 
estamos em aflição ou angústia, quando somos perseguidos, será que 
isso acontece porque ele não mais nos ama? E se tivermos fome, ou 
ficarmos sem dinheiro, ou passarmos por perigos, ou formos ameaça­
dos de morte, será que Deus nos desamparou?
36 Não, pois as Escrituras nos dizem que por sua causa precisa­
mos estar prontos a enfrentar a morte a qualquer momento do dia — 
somos como ovelhas, prontas a serem abatidas no matadouro.
37 Mas, em tudo isso, somos mais do que vencedores por meio de 
Cristo, que nos amou a ponto de morrer por nós.
38-39 Estou convencido de que nada poderá jamais nos sepa­
rar do amor de Deus. A morte não pode, nem tampouco a vida. 
Nem anjos, nem as forças do inferno poderão afastar de nós o 
amor de Deus. Nem nossos problemas no dia de hoje, nossas preo­
cupações sobre o dia de amanhã, ou qualquer poder. Mesmo o 
lugar onde estivermos — seja bem alto no céu, seja nas profundezas 
do mar — nada, jamais, será capaz de nos separar do amor de 
Deus demonstrado por nosso Senhor Jesus Cristo ao morrer por 
nós.
O MAIOR PODER QUE CONHECEMOS!
Você pode crer nisso? E quer realmente crer? Em caso afirmativo, 
Deus pode transformar sua vida. Você pode viver com confiança, 
independentemente das provações que possam sobrevir-lhe. O que 
quer que aconteça, nada pode mudar o amor de Deus por você. 
Vale a pena pensar nisso quando surgem perigos, problemas, aci­
dentes ou a morte. As vezes, os cristãos acham que deveriam estar
C o m o t o d a s a s c o i s a s p o d e m c o o p e r a r para o b e m ?
livres de acidentes, enfermidades e morte. E quando chegam as 
dificuldades, perguntam: “Por que Deus permitiu que isso me acon­
tecesse?”.
A Bíblia não promete que escaparemos ao sofrimento. Se ela o 
fizesse, então todo mundo gostaria de se tornar cristão, ao menos 
para evitar dificuldades como estas: problemas pessoais, ataques car­
díacos, câncer. Esse poderia ser um bom motivo para ser religioso, 
porém é um motivo muito fraco para ser cristão.
Em vez disso, Deus nos oferece sua presença em todos os proble­
mas da vida. Ele nos diz que nada pode abalar o amor que tem por 
nós. Para o cristão, nem todas as nuvens têm um contorno prateado, 
mas, por trás delas, o sol sempre brilha.
Realmente, a prosa não pode fazer justiça a essas últimas linhas de 
Romanos 8, mas talvez o seguinte hino,1 de Ralph Carmichael, aju­
de a entender a substância do pensamento de Paulo...
Mais que vencedores
Mais que vencedores 
Por Deus que nos amou 
Seu Filho eterno deu-nos 
Que da morte triunfou!
O inimigo é forte 
Mas Cristo em nós está 
Poder que vence a morte 
A vitória nos dará!
Coragem, pois — Avante!
Lutemos sem temor.
1 Carmichael, R a lp h . We Are More Than Conquerors. Copyright 1956 por Lexicon 
Music, Inc.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
E batalhemos constantes 
Até que volte o Senhor!
Pois mais que vencedores 
Jesus em nós está! —
Poder que vence a morte 
A vitória ele nos dá!
O Cristo que mora em você é a chave para a “santificação”, para 
você adquirir força, a fim de viver a vida cristã. Creia, pois, em Cristo, 
confie nele, ande com ele no Espírito, procure corresponder ao seu 
amor com todas as suas forças. Essa é a diferença entre ser cristão e 
procurar, apenas, wser religioso”.
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r :
L Decore Romanos 8:28, depois escreva por extenso o versículo, 
enumerando depois da expressão: “tudo quanto nos acontece”, seus 
problemas, seus recuos e suas derrotas. A seguir, escreva de novo esse 
mesmo versículo, enumerando depois da expressão: “tudo quanto 
nos acontece”, suas vitórias, suas realizações e seus progressos.
2. Leia Romanos 8:28-30 em diferentes versões e traduções. Você 
se sente chamado de acordo com os planos de Deus? Qual é o plano 
de Deus para você? Compare 1 Pedro 1:2,20; Efésios 1:5,11.
3. Compare Romanos 8:37-39 com ICoríntios 15:54-58. De­
pois escreva uma breve declaração sobre: “A vitória esmagadora me 
pertence mediante Jesus Cristo, porque...”
.£ .j:: - ■■ :: =:::::: ■■
Quem pode conhecer 
a mente de Deus?
P a u lo , n e s s e p o n t o de sua carta à igreja de Roma, insere o que alguns 
chamam de “parêntese”. Ele faz uma pausa para falar a respeito de 
um assunto sobremaneira desagradável, para ele mais ainda que para 
os seus leitores: a rejeição, por parte de seus próprios patrícios, os 
judeus, do plano de Deus da salvação em Cristo. Paulo sabe que 
Deus está ligado aos judeus por pactos solenes. São esses pactos ape­
nas promessas no papel? Deus negou sua palavra ao oferecer salvação 
aos gentios? Deus age por meio de caprichos? Ou será que existe 
alguma falha em seu plano? Leia cuidadosamente os capítulos 9 a
11. Você verá que esse parêntese, em certo sentido, é a viga mestra na 
estrutura de uma ponte que nos leva a compreender as diferenças 
vitais entre cristianismo — uma resposta confiante ao Deus soberano 
que vem ao homem — e religião — o homem procurando agradar ou 
estimular um deus que ele mesmo criou.
R o m a n o s 9:1-33
1,2, 3 Israel, meu povo! Meus irmãos judeus! Como desejo que 
vocês vão a Cristo! Meu coração está abatido dentro de mim, e eu me 
entristeço amargamente dia e noite por causa de vocês. Cristo sabe
— e também o Espírito Santo — que não é fingimento meu quando 
digo que estaria pronto a ser condenado, eternamente separado de 
Cristo, se isso pudesse salvá-los.
4 Deus lhes deu tanto, mas vocês ainda não querem escutá-lo. Ele 
fez de vocês seu povo especial e escolhido, e os dirigiu com uma 
nuvem brilhante de glória, dizendo quanto desejava abençoá-los. Ele
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
deu as leis para a vida diária, a fim de que soubessem o que ele dese­
java que vocês fizessem. Ensinou-os para que o adorassem e deu pro­
messas poderosas.
5 Seus pais foram grandes homens de Deus, e o próprio Cristo foi 
um de vocês — judeu quanto à sua natureza humana. Ele que agora 
reina sobre todas as coisas, Deus glorioso para sempre!
6 Bem, então as promessas de Deus a seu povo judaico falharam 
quando eles se recusaram a ser salvos? Naturalmente que não. Suas 
promessas são somente para aqueles que vêm a ele. Só estes é que são 
verdadeiramente o povo de Israel. Apenas estes são judeus de verda­
de, pois nem todo aquele que é nascido de família judaica é verdadei­
ramente judeu.
7 O simples fato de terem vindo da família de Abraão não os faz, na 
verdade, filhos de Abraão. As Escrituras dizem que as promessas se des­
tinam somente ao filho prometido por Deus a Abraão — Isaque — e aos 
que vieram de Isaque, embora Abraão tivesse tido também outros filhos.
8 Isso significa que nem todos os filhos de Abraão são filhos de 
Deus, mas somente aqueles que crêem na promessa de salvação que 
ele fez a Abraão.
9 Deus havia prometido: “No próximo ano darei um filho a você 
e Sara”.
10, 11, 12, 13 E, anos mais tarde, quando este filho, Isaque, já 
era adulto e casado, e sua mulher Rebeca estava para ter gêmeos, 
Deus disse a ela que Esaú, o filho que nasceria primeiro, seria servo 
de Jacó, seu irmão gêmeo. Segundo as palavras da própria Escritura, 
“Escolhi abençoar a Jacó, e não Esaú”. E Deus disse isso antes mes­
mo que as crianças tivessem nascido, antes que tivessem feito qual­
quer coisa boa ou má. Isso prova que Deus estava cumprindo aquilo 
que decidira no começo: Não foi por causa do que eles fizeram, mas 
por causa do que Deus desejava e escolhera.
14 Será que Deus estava sendo injusto? Claro que não.
15 Deus já havia dito a Moisés: “E eu serei bondoso com quem eu 
quiser. E terei misericórdia de qualquer um que eu quiser”.
Q uem p o d e c o n h e c e r a m e n t e de D e u s ?
16 Assim, as bênçãos de Deus não são dadas só porque alguém 
decide recebê-las ou trabalhar duramente para consegui-las. São da­
das porque Deus tem misericórdia daqueles que ele quer.
17 Faraó, rei do Egito, foi um exemplo desse fato. Deus disse que 
o havia colocado como rei do Egito com o propósito mesmo de mos­
trar o imenso poder divino contra ele: e assim o mundo todo ouviria 
a respeito do glorioso nome de Deus.
18 Assim, vocês podem ver que Deus é misericordioso com al­
guns só porque deseja ser, e faz com que outros endureçam o coração, 
e se recusem a ouvi-lo.
19 Mas você perguntará: “Por que, então, Deus os culpa por não o 
ouvirem? Afinal, eles não fizeram o que ele, Deus, os levou a fazer?”.
20 Não, não digam isso. Quem são vocês para criticarem a Deus? 
Poderia a coisa feita reclamar àquele que a fez: “Por que é que você me 
fez deste jeito?”.
21 Quando um homem faz vasos de barro, não tem ele o direito de 
usar parte do barro e transformar num vaso para uso honroso, de destaque, 
e da outra parte, do mesmo barro, fazer outro vaso para um uso inferior?
22 Não tem Deus, perfeitamente, o direito de mostrar o seu furor 
e o seu poder contra aqueles que são como vasos de ira, reservados para 
a destruição, com os quais ele tem sido paciente todo este tempo?
23—24 E ele também tem o direito de usar outros, tais como nós 
mesmos, que fomos feitos vasos de misericórdia, para que ele derra­
me sua glória em nós, quer sejamos judeus quer sejamos gentios, e 
mostrar-se bondoso para conosco, de tal maneira que todos possam 
ver de duas formas diferentes como é grandiosa a sua glória.
25 Lembram o que a profecia de Oséias diz? Lá Deus fala que ele 
achará para ser seu povo outros filhos (que não pertencem à família 
judaica) e os amará, ainda que ninguém jamais os tivesse amado antes.
26 E os que não obedecem a Deus, de quem certa vez disse: “Vocês 
nao são meu povo”, serão chamados “filhos do Deus Vivo”.
27 O profeta Isaías, falando dos judeus, dizia que, embora hou­
vesse milhões deles, somente um número bem pequeno seria salvo.
C o m o ser cr s s ta o sem ser r e l ig io s o
28 “Pois o Senhor, em sua justiça, executará a sentença sobre a 
terra, de modo completo e final”. Ele será rápido e breve.
29 E, em outra parte, Isaías diz que se náo fosse a misericórdia de 
Deus, deixando alguns, todos os judeus seriam destruídos — todos 
eles — tal como todo o mundo morreu nas cidades de Sodoma e 
Gomorra.
30 Bem, então que vamos dizer disso tudo? Tão-somente isto: 
que Deus deu aos gentios a oportunidade de serem justificados pela 
fé, muito embora eles nunca antes tivessem realmente buscado a Deus.
31 Os judeus, porém, que tão duramente procuravam ser justos e 
estar bem com Deus guardando suas leis, nunca conseguiram isso.
32 E por que não? Porque estavam procurando conseguir a salva­
ção guardando a Lei e sendo corretos, em vez de aceitarem a salvação 
pela fé. Assim, tropeçaram na grande pedra de tropeço.
33 Deus os avisou disso nas Escrituras quando disse: “Eu colo­
quei uma Rocha no caminho dos judeus, e muitos tropeçarão nela”, 
e aí ele está falando de Jesus, e diz: “Porém, todos quantos crerem 
nele nunca ficarão desiludidos”.
A f in a l , q u e m é q u e m a n d a ?
Deus não está sob julgamento. Ele governa o mundo de acordo com 
a sua vontade, Ele é soberano. Nós somos sua criação. Portanto, não 
nos compete julgar nosso Criador. Não devemos ser críticos de Deus. 
Ele é que é nosso crítico. Não podemos submeter Deus a nosso jul­
gamento. Só ele é Juiz supremo. Cada um de nós deve suportar seu 
próprio julgamento.
Mas não é só por causa da ira de Deus que ele rejeita a Esaú, ou a 
Faraó, e depois passa a ter misericórdia de seu povo escolhido. Deus 
sabia, antes de Esaú nascer, como ele agiria, e o que ele faria. Por 
causa desse comportamento descuidado de Esaú, Deus o rejeitou. Já 
Faraó foi rejeitado não por Deus ter decidido ser mesquinho, mas 
por ele se recusar a reconhecer o Senhor. Faraó endureceu o coração 
em face da revelação miraculosa de Deus.
Q u em p o d e c o n h e c e r a m e n t e de D e u s ?
O problema nunca está com o Deus santo, mas com o homem 
pecador.
As perguntas hão de sempre persistir. Nosso conhecimento é li­
mitado, visto que somos apenas seres criados, e não o Criador. Uma 
vez que Deus é amoroso e misericordioso (e temos certeza disso por 
causa de Jesus Cristo!), o milagre não é que Deus rejeita a homens 
pecadores e, sim, que ele é misericordioso para com aqueles que estão 
longe de merecer misericórdia. E um verdadeiro milagre que ele ain­
da não tenha destruído o mundo.
Entretanto, o que isso tem que ver com os judeus e sua rejeição de 
Cristo? Tudo. Paulo tem novidades para eles. Deus não salva nações 
inteiras. Ele salva indivíduos; e todo aquele que quiser vir, que venha.
R o m a n o s 1 0 : 1 - 2 1
1 Queridos irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração é que 
o povo judeu possa ser salvo.
2 Eu sei como eles defendem ardorosamente a honra de Deus, 
porém com um zelo mal-dirigido.
3 Eles não compreendem que Cristo morreu para colocá-los em posi­
ção de justos diante de Deus. Em vez disso, eles estão procurando ser 
bastante bons para ganharem o favor de Deus mediante a guarda das leis 
e dos costumes judaicos. Porém, esse não é o caminho divino da salvação.
4 Eles não compreendem que Cristo dá àquelesque crêem nele 
tudo quanto estão procurando conseguir através da guarda de suas 
leis. Ele torna tudo isso desnecessário.
5 Porque Moisés escreveu que se alguém pudesse ser perfeitamen­
te justo e ficar longe da tentação durante toda a sua vida sem jamais 
pecar uma só vez, só assim poderia ser perdoado e salvo.
6 Entretanto, a salvação que vem pela fé, diz: “Você não precisa 
dar uma busca nos céus para encontrar Cristo e trazê-lo aqui embai­
xo para que ele o ajude”, e:
7 “Você não precisa ir até onde estão os mortos, a fim de trazer 
Cristo de volta à vida”,
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e u c i o s o
8 pois a salvação que recebemos pela fé em Cristo — aquela que 
pregamos — está ao alcance de cada um de nós; de fato, ela está tão 
perto como nossos próprios corações e nossas bocas.
9 Pois, se alguém afirmar aos outros com seus próprios lábios que 
Jesus Cristo é o seu Senhor, crendo, do fundo do coração, que Deus 
o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
10 Porque é crendo de coração que um homem se torna justifica­
do diante de Deus; e com a boca é que ele fala da sua fé aos outros, 
confirmando assim a sua salvação.
11 As Escrituras nos dizem que quem crê em Deus jamais será 
decepcionado.
12 Tanto o judeu como o gentio são a mesma coisa a este respeito: 
todos eles têm o mesmo Senhor, aquele que dá generosamente de 
suas bênçãos a todos que pedem.
13 “Qualquer que clamar pelo nome do Senhor será salvo”, assim 
está escrito.
14 Como, porém, clamarão para que os salve, sem crerem nele? E 
como podem crer nele, se nunca ouviram falar a seu respeito? E como 
podem ouvir sobre ele, sem que alguém lhes fale?
15 E como é que alguém irá falar de Cristo a eles, sem ter quem
o envie? E sobre isso que as Escrituras falam, quando afirmam: “Como 
são formosos os pés daqueles que pregam o evangelho da paz com 
Deus, e trazem notícias alegres de coisas boas”. Em outras palavras, 
como são bem-vindos aqueles que vêm pregando o evangelho de 
Deus!
16 Entretanto, nem todo aquele que ouve a boa nova aceita-a 
bem, pois o profeta Isaías disse: “Senhor, quem acreditou em minhas 
palavras quando falei?”.
17 Assim é que a fé vem por ouvir a pregação do evangelho, e o 
evangelho é a palavra de Cristo.
18 Mas, que dizer dos judeus? Será que não ouviram a palavra de 
Deus? Ouviram, sim, pois ela chegou a todo lugar onde eles estavam. 
A Palavra de Deus foi levada até os confins da terra.
Q uem p o d e c o n h e c e r a m e n t e d e D e u s?
19 E será que eles entenderam, que Deus daria a salvação para 
outros se eles se recusassem a receber? Sim, pois, já desde o tempo de 
Moisés, Deus havia dito que poria seu povo em ciúmes e iria provocá- 
lo, dando sua salvação às nações desobedientes e sem juízo.
20 E mais tarde Isaías chegou a ponto de dizer que Deus seria 
achado por gente que nem ao menos procurava por ele. Pois Deus se 
revelaria aos que antes nem viviam na religião dos judeus.
21 Nesse meio tempo, Deus continua a estender suas mãos aos 
judeus, porém eles ainda são rebeldes e se recusam a vir a ele.
V iv e r p e ia L ei: u m b e c o se m sa íd a
Nessa passagem, Paulo deixa claro um fato: o zelo religioso não basta.
Os judeus pensavam que podiam fazer-se justos para com Deus 
pela obediência meticulosa às leis e pela observância dos costumes. 
Há muitos exemplos e relatos notáveis do que os judeus chegavam a 
fazer a fim de obedecer à Lei.
Por exemplo, o quarto livro de Macabeus (um dos livros apócrifos) 
conta como Eleazar, um sacerdote judeu, foi trazido à presença de 
Antíoco Epifanes, imperador romano que decidira eliminar a religião 
judaica. Eleazar recebeu a ordem para comer carne de porco. Em 
rigorosa obediência às leis judaicas, ele se recusou a fazer isso. Antíoco 
ordenou que o velho fosse açoitado e, em pouco tempo, ele se esvaía 
em sangue. Por fim, os cruéis legionários romanos se compadeceram 
dele e lhe trouxeram carne que não era de porco, mandando-lhe que 
confessasse e dissesse que era de porco. Eleazar também se recusou a 
fazer isso e, afinal, foi morto. Enquanto morria, orou: “Morro sob 
tormentos ferozes por amor à tua Lei”. Eleazar resistiu até a morte 
por amor à Lei! Morreu por uma Lei que o proibia de comer carne de 
porco! Uma morte um tanto sem razão de ser, você não acha? Não 
para Eleazar, não para o judeu que acreditava que viver pela Lei era o 
caminho para Deus
Mas Paulo conta, a seus patrícios, a verdade que lhe fora revelada 
no caminho de Damasco: Não é pelo esforço de guardar as leis de
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Deus que se pode chegar até onde o Senhor está (v. 4-7). É preciso 
apenas ser receptivo a Deus quando ele vem a você. Você crê (com o 
coração, não apenas com a mente) que Jesus é Senhor e confessa (com 
a boca) que ele é seu Salvador, pois o salvou dos seus pecados. E, a 
seguir, Deus aceita você — judeu ou gentio.
Mais uma observação: Paulo lembra aos judeus que o plano de 
Deus nunca se limitou a uma nação apenas (v. 19,20). Os profetas 
da Antiguidade mencionaram que Deus seria encontrado por povos 
que nem mesmo o buscavam.
Mas, e quanto aos judeus? O que quer dizer pertencer à nação 
escolhida de Deus? Eis a conclusão de Paulo.
R o m a n o s 11:1-33
1 Pergunto, então: será que Deus rejeitou e desamparou seu povo, os 
judeus? Não, nada disso. Lembrem-se de que eu mesmo sou judeu, 
da família de Abraão e da tribo de Benjamim.
2—-3 Não, Deus não rejeitou seu próprio povo, a quem ele esco­
lheu desde o princípio de tudo. Vocês se lembram do que as Escritu­
ras dizem sobre isso? O profeta Elias estava se queixando a Deus, 
contando como os judeus haviam matado os profetas e derrubado os 
altares divinos; Elias dizia que ele era o único deixado em toda a terra 
que ainda amava a Deus, e eles também procuravam matá-lo.
4 Estão lembrados de qual foi a resposta de Deus? Ele disse: “Não, 
você não é o único que sobrou. Tenho outros sete mil, além de você, 
que ainda me amam e não se curvaram aos ídolos!”.
5 Hoje em dia é a mesma coisa. Nem todos os judeus deram as 
costas a Deus. Há uns poucos sendo salvos, como resultado da graça 
de Deus em escolhê-los.
6 E se isso é devido à graça de Deus, então não é por obedecerem e 
cumprirem a Lei. Porque, neste caso, o presente não seria mais de graça
— pois nada é de graça quando é conseguido por merecimento.
7 Assim, a situação é esta: a maioria dos judeus não encontrou a 
salvação por meio de obras que eles estavam procurando. Poucos,
Q uem p o d e c o n h e c e r a m e n t e dê D e u s?
porém, a receberam — aqueles que Deus escolheu —, enquanto os 
corações dos outros ficaram endurecidos.
>■ —
8 E isto que as Escrituras afirmam, quando dizem que Deus os 
adormeceu, fechando seus olhos e ouvidos para não compreenderem 
aquilo que estamos falando, quando contamos a respeito de Cristo. E 
assim acontece até o dia de hoje.
9 O rei Davi falou sobre isto, quando disse: “Que a maneira de co­
mer, obedecendo à Lei, sirva para eles de engano e armadilha, em trope­
ço e condenação”, pois não é por fazerem essas coisas que vão ser salvos.
10 “Que seus olhos fiquem turvos”, disse ele, “para não ver, e 
andem encurvados para sempre com um fardo pesado.”
11 Isto significa que Deus rejeitou para sempre o povo judeu? E 
claro que não! O propósito de Deus era tornar a salvação acessível a 
todos, e, então, os judeus ficariam cheios de ciúmes e começariam a 
querer a salvação divina para si mesmos.
12 Ora, se o mundo inteiro ficou espiritualmente enriquecido 
como resultado da oferta da salvação que Deus fez, quando os judeus 
tropeçaram nela e a rejeitaram, imaginem que bênção maior ainda o 
mundo gozará, quando também os judeus vierem a Cristo!
13 Como vocês sabem, Deus me nomeou como um apóstolo para 
todos os povos. Eu dou muito valor a isso e lembro aos judeus este 
fato, toda vez que posso.
14 Para que, se possível, eles venham a desejar aquilo que vocês, os 
gentios, têm, e, deste modo, eu possa levar alguns deles a aceitarema 
salvação.
15 Como é maravilhoso quando eles se tornam cristãos! Quando 
Deus voltou as costas aos judeus, ele se voltou para o resto do mun­
do, a fim de oferecer sua salvação e fazer a reconciliação. E agora — 
vejam — será ainda mais maravilhoso quando os judeus vierem a 
Cristo. Será como gente morta voltando à vida outra vez!
16 Visto como Abraão e os profetas são os primeiros do povo de 
Deus, seus filhos também serão desse povo. Se as raízes da árvore são 
santas, também os ramos serão santos.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
17 No entanto, alguns desses ramos da árvore de Abraão, isto é, 
alguns dos judeus, foram quebrados. E vocês, os gentios, que eram 
ramos, por assim dizer, de uma oliveira brava, foram enxertados nela. 
Agora vocês também recebem a bênção que Deus prometeu a Abraão 
e a seus filhos, participando da raiz e da seiva da oliveira particular de 
Deus.
18 E preciso, porém, que vocês tomem cuidado para não se orgu­
lharem por aí de terem sido postos no lugar dos ramos que foram 
quebrados. Lembrem-se de que vocês só são importantes porque ago­
ra são uma parte da árvore de Deus; e são apenas ramos, e não raiz.
19 “Bem”, dirá você, “aqueles ramos foram tirados para dar lugar 
a mim; portanto eu devo ser mesmo muito bom”.
20 Tome cuidado! Lembre-se de que aqueles ramos — os judeus
— foram quebrados porque não criam em Deus, e você está ali só 
porque crê. Não fique orgulhoso; seja humilde e agradecido — e, 
cuidado!
21 Pois se Deus não poupou os ramos que colocou lá> no início, 
ele muito menos poupará você.
22 Vejam como Deus é bondoso e severo ao mesmo tempo. Ele é 
bastante severo com aqueles que desobedecem, mas muito bondoso 
com você, se continuar a amá-lo e a confiar nele. Mas se não, você 
também será cortado.
23 Por outro lado, se os judeus deixarem sua incredulidade para 
trás e voltarem para Deus, ele os enxertará na árvore também. Ele 
tem poder para fazer isso.
24 Pois se Deus tomou você, que estava tão longe dele — sendo 
parte de uma oliveira brava —, e o enxertou na oliveira natural — o 
contrário do que é comum fazer! Veja, não entende então que Deus 
estará muito mais pronto a recolocar em seu antigo lugar os judeus 
que antes já estavam lá, como ramos da oliveira natural?
25 Quero que vocês, queridos irmãos, conheçam esta verdade que 
vem de Deus, para que não fiquem orgulhosos e comecem a se gabar. 
Sim, é bem verdade que alguns judeus agora se puseram contra o evan­
Q u em p o d e c o n h e c e r a m e n t e d e D e u s?
gelho, porém isso vai durar somente até que todos vocês, os gentios, 
tenham vindo a Cristo — isto é, aqueles que são destinados para isso.
26 E só desta maneira — pelo enxerto em Cristo — que qualquer 
israelita pode ser salvo. Lembram o que os profetas disseram sobre 
isto? “De Sião sairá um libertador, e ele afastará os judeus de toda a 
maldade”.
27 “Naquele tempo eu tirarei os pecados deles, tal como prometi.”
28 Muitos judeus agora são inimigos do evangelho porque vocês 
estão tendo a sua oportunidade de salvar-se. Entretanto, porque Deus 
os elegeu, são ainda amados por ele, por causa das promessas feitas a 
Abraão, Isaque e Jacó.
29 Pois os dons de Deus e o seu chamado nunca podem ser revo­
gados. Ele nunca voltará atrás em suas promessas.
30 Antigamente vocês também foram rebeldes contra Deus, po­
rém quando os judeus se recusaram a crer em Cristo, Deus foi mise­
ricordioso para com vocês, como tinha sido com eles.
31 E agora os judeus é que são os rebeldes, porém, algum dia eles 
também participarão da misericórdia que Deus tem tido para com 
vocês.
32 Porque Deus classificou todas as pessoas como pecadores, para 
que pudesse ter misericórdia para com todos igualmente.
33 Que Deus maravilhoso nós temos! Como são grandiosos sua 
sabedoria, seu conhecimento e suas riquezas! Realmente é impossível 
a nós compreendermos suas decisões e seu modo de agir.
N ã o h á sa l v a ç ã o n o “sist e m a e st a b e le c id o ”
Nos primeiros versículos do capítulo 11, Paulo repete o que disse no 
capítulo 9. Deus não salva nações; ele salva indivíduos. A pergunta 
correta não é: “Deus deixou de lado o seu povo, os judeus?”, mas 
esta: “Quais judeus são receptivos ao dom de Deus da salvação em 
Cristo?”. Os judeus cometeram um erro fatal precisamente em rela­
ção a esse ponto. Esqueceram-se de que, desde o começo, as condições 
que Deus impunha eram responsabilidade pessoal e fé individual. Os
C o m o ser c r ís t â o sem ser r e l ig ío s o
judeus começaram a pensar que tinham a salvação pelo simples fato 
de pertencer a uma nação especial. Tornaram-se, de certo modo, “ho­
mens da organização”. Usavam a Lei para promover a versão que eles 
mesmos faziam do “sistema estabelecido”.
E, assim, Deus cortou muitos deles, “quebrou-os”, se você preferir 
o termo usado por Paulo na ilustração da oliveira (v. 16-24). E Paulo 
adverte os gentios a fim de que não comecem com gabolice. Eles 
estão enxertados na oliveira por um unico motivo: a fé que têm. Este 
é o plano de Deus no momento, porém ele não se esqueceu de seus 
pactos com os judeus, Ainda que, em sua maioria, eles agora sejam 
inimigos do evangelho, virá o dia em que serão salvos pela misericór­
dia de Deus.
Difícil de entender? E sim, muito difícil. Basta que você se con­
vença de que nenhum homem pode conhecer ou entender de modo 
completo a mente de Deus.
R o m a n o s 11:34-36
34 Quem é, dentre nós, que pode conhecer a mente do Senhor? 
Quem é que sabe o suficiente para ser seu conselheiro e seu guia?
35 E quem jamais pode oferecer ao Senhor algo tão valioso que 
Deus lhe fique devendo?
36 Todas as coisas vêm de Deus. Tudo existe por seu poder e tudo 
é para sua glória. A ele, pois, a glória para todo o sempre. Assim seja.
V o c ê p o d e r ia c o n f ia r em u m D eu s q u e n ã o e st iv e sse n o c o m a n d o ?
Se Deus não governa, então toda crença em Deus é de pouca impor­
tância. Se Deus não é soberano, não podemos confiar nele. Afinal, 
como você pode confiar em um Deus que não está no comando?
O Senhor é Rei. Ele deve ser cultuado, não utilizado. Ele deve ser 
adorado, e não tornar-se um mero atrativo. Sua sabedoria ultrapassa 
a nossa. Ele toma suas decisões sem solicitar nossa pobre opinião.
Podemos fazer pouco mais que apenas reconhecer que Deus é Deus. 
No final desta seção esquadrinhadora em que Paulo tentou descobrir
Q u em p o d e c o n h e c e r a m e n t e d e D e u s?
as respostas para algumas perguntas importantes, ele só pode cair de 
joelhos em admiração e em louvor a Deus. Ele é sobrepujado pela 
sabedoria que está além de seu alcance. Ele só pode adorar. Deus, em 
Cristo, é uma pessoa, não uma religião.
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. A soberania de Deus e a liberdade do homem são um paradoxo 
difícil de entender. Mas se Deus não fosse soberano, que tipo de 
Deus seria ele? E se o homem não fosse livre para escolher ou rejeitar 
a Deus, que homem seria ele?
2. Compare Romanos 11:33-36 com 8:28-39. Anote alguns dos 
modos como eles se relacionam.
✓
E a vontade de Deus?
T o d o s os cristãos fazem essa pergunta. Alguns a fazem com sinceri­
dade, demonstrando verdadeiro interesse. Outros são curiosos. Al­
guns estão preocupados, com medo mesmo. Outros a fazem tarde 
demais, quando seus planos malfadados já estão em andamento. Al­
guns experimentam “fórmulas”, como “ler um capítulo por dia e orar”. 
Outros vêem a Deus como uma espécie de computador para ajudá- 
los em sua carreira — um “plano mestre” que lhes garante o emprego 
certo. Seja qual for o motivo, sejam quais forem os meios para encon­
trar a resposta, a questão da vontade de Deus anda no encalço do 
cristão, em uma “caça sem pressa e a passo tranqüilo”.1 Mas talvez 
nós, em vez de jogar a roleta religiosa com fórmulas e planos mestres, 
devêssemos indagar primeiro se o estar na vontade de Deus é só o 
ponto de chegada do cristão ou seu modo de percorrer todo o trajeto. 
Paulo conhecia bem o caminho.R o m a n o s 1 2 : 1 , 2
1 E assim, queridos irmãos, eu peço que vocês dediquem seus corpos 
a Deus. Que isto seja um sacrifício vivo e santo — o tipo de sacrifício 
que Deus aceita. Quando pensamos naquilo que ele fez por vocês, 
isto será pedir muita coisa?
2 Não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, 
cada um, uma pessoa nova e diferente, mostrando uma sadia renova­
1 T h o m p s o n , Francis. Hound o f Heaven.
É A VONTADE DE DEUS?
ção em tudo quanto faz e pensa. E assim vocês aprenderão, de expe­
riência própria, como é boa, perfeita e agradável a vontade de Deus.
V o c ê põ e o c a r r o à fren te d o s b o is?
Romanos 12:1,2, com freqüência, está presente nas listas de versículos 
a memorizar... muitas vezes, é o texto recomendado para o orador 
encerrar um apelo em uma campanha ou conferência de evangelização. 
Mas, também, é a dobradiça sobre a qual o livro de Romanos gira 
para tomar novo rumo.
Nos onze primeiros capítulos, Paulo considerou o que o cristão 
crê e a razão para isso. Ele disse a você como conhecer Cristo e ser 
salvo do castigo do pecado. Ele explicou como ser capacitado por 
Cristo e liberto do poder do pecado. Agora, ao iniciar o capítulo 12, 
ele começa a dizer-lhe como servir a Cristo — como, de fato, desco­
brir e fazer a vontade de Deus.
Alan Redpath descreveu a vontade de Deus como constituída de 
duas partes. A vontade de Deus concernente ao caráter é universal, 
mas a vontade de Deus em relação ao serviço é individual.2 Muito 
bem, provavelmente você aceita essa idéia. E fácil de entender que 
Deus deseja que você cresça no caráter cristão. Mas a questão do 
serviço — exatamente o que você deveria fazer, quando e como — 
esse aspecto é que é difícil; assim, pois, de que adianta saber que a 
vontade de Deus tem duas partes?
Essa é exatamente a razão pela qual grande número de cristãos põe 
o carro à frente dos bois. Eles se irritam e reclamam do que Deus quer 
que eles façam (serviço), quando percebem que estão espiritualmente 
despreparados para fazê-lo (caráter). Esse é o ponto em que temos de 
ter em mente Romanos 12:1. Antes de Deus querer seu serviço, ele 
quer uma garantia de que realmente o tem por inteiro. Paulo não deixa 
por menos: devemos dar nosso corpo como sacrifício vivo.
2 R e d p a th , Alan. Gettingto Know the Will ofGod. Copyright 1954. Inter-Varsity Press, p.
1, Citado com permissão.
C o m o ser c r is t à o s e m ser r e l ig io s o
Parece um tanto primitivo, não é mesmo? Quanto de disciplina 
pessoal Paulo pode exigir? Afinal de contas, não é tão difícil sentar-se 
na igreja e prometer a Deus sua alma e seu espírito. Afinal de contas, 
essas são coisas apropriadas para Deus possuir, pois elas são de res­
ponsabilidade dele, como os céus, ou como tudo mais que possa 
surgir algum dia. Mas, e quanto ao nosso corpo? Realmente, esse 
relacionamento pode ficar tão íntimo que gere algum desconforto. 
Isso poderia limitar a maneira de ser do indivíduo, intrometer-se em 
seu caminho, causar-lhe inibições. Ora, esse tipo de coisa poderia 
levar alguém a ser mais que religioso!
Exatamente.
Deus não salvou apenas a sua alma. Ele salvou você — seu ser 
total, e isso inclui seu corpo. Quando o cristão encara a Cristo com 
muita seriedade a ponto de entregar a Deus seu corpo — o que ele 
faz com as mãos, os olhos, os ouvidos, a boca etc. —, é por que ele 
está pronto para conhecer e fazer a vontade de Deus.
E pedir demais? Talvez, mas, antes de protestar, pense, diz Paulo, 
naquilo que Cristo fez por você.
Assim, o primeiro passo é a vontade de Deus na formação de seu 
caráter. E você não pode realizar a vontade de Deus com relação a seu 
caráter enquanto você não apresentar seu corpo — seu eu total — a 
Deus em um ato de dedicação e de entrega, inteligente e resoluto. 
Você não deve fazer isso só uma vez por ano — em uma época especial 
ou durante uma campanha de evangelização. Você tem de fazer isso 
diariamente. E quando você entrega todo seu ser a Deus, você põe os 
bois à frente do carro, pois ali é que eles devem estar. Você, portanto, 
estará pronto para movimentar-se e atuar de acordo com a vontade de 
Deus. O poder de que você precisa (seu caráter cristão) atua onde ele 
pode realmente produzir algum bem (seu serviço cristão).
Muito bem; digamos que você faça tudo isso. Qual a direção que 
você toma? E que dizer do serviço; em particular, o serviço específico?
Um bom teste com relação a uma grande parte de seus planos e 
atividades está em Romanos 12:2: “Não imitem a conduta e os costu-
É A VONTADE DE D EUS?
mes deste mundo.. ou nos termos clássicos de J. B. Phillips: “Não 
permita que o mundo comprima você no molde dele...”
Isso não quer dizer que você venha a se tornar uma pessoa do tipo 
excêntrico. Mas você tem de afastar-se do sistema superficial de valo­
res do mundo, o qual premia a sensualidade, o sexo e o humor doen­
tio. Muitas vezes, o cristão se defronta com algumas decisões difíceis 
quanto ao que constitui “mundanismo” e o que é aceitável a Deus. 
Seus motivos é que decidem se algo é mundanismo ou não. Como, 
certa vez, J. P. Morgan afirmou: “O homem sempre tem dois motivos 
para fazer qualquer coisa — um ‘born motivo e o verdadeiro moti­
vo”. A situação com a qual se lida pode ser difícil, mas a escolha 
geralmente é clara: você procura agradar a si mesmo ou às pessoas “do 
seu grupo” ou à multidão? Ou está interessado em agradar a Deus?
“Tudo isso pode estar certo, porém a realidade do mundo, é ou­
tra, e estou nele o dia todo”, diz você. “Como resistir à compressão, 
ficar fora do molde?”. A sugestão prossegue em Romanos 12:2: “Seja, 
cada um, uma pessoa nova e diferente, mostrando uma sadia renova­
ção em tudo quanto faz e pensa”.
Você pensa com o cérebro, de modo que se você estiver interessa­
do em um “novo pensamento”, faça um inventário do que vê e pensa. 
Os profetas da “nova moralidade” pregam fundamentados em uma 
“bíblia”, cujo texto é o das revistas de sexo, do crime, da infidelidade 
conjugal e dos vícios, e repetem, como papagaios, vários dos versículos 
cuja mensagem, em suma, é: “Coma, beba, divirta-se, porque ama­
nhã a financiadora pode tomar o seu carro”. Seria interessante saber 
quantos cristãos apregoam exteriormente que se acham interessados 
em conhecer a vontade de Deus, mas que, no entanto, deixam-se 
influenciar, de um modo ou de outro, pelo bombardeio contínuo 
dos anúncios da TV e das revistas, feitas para incrementar o apetite 
pelo sexo, pelas coisas materiais e pelos vícios. Não que o sexo, em si, 
seja algo errado; nem as coisas materiais ou os divertimentos. O erro, 
na verdade, é que poucos de nós realmente necessitamos de estímu­
los aos nossos apetites nessas áreas. Elas já contam com um apetite
C o m o ser c r is t ã o sem sêr r e l ig io s o
insaciável; e o que precisamos é aprender a forma de controlar esses 
impulsos e desejos naturais e fazê-los enquadrar-se ao assunto deste 
capítulo — a vontade de Deus.
Mas ainda que você policie os programas de TV que assiste, e faça 
a censura dos periódicos que lê, essa não é a resposta final. E Paulo 
sabia disso, porque aconselha em Romanos 12:2 a “renovar a sua 
mente desde o interior”.
A armadilha que apanha desprevenido um grande número de cris­
tãos é o velho padrão da dupla-face: no exterior, um conjunto de 
normas para um comportamento de aparência espiritual; no interior, 
os padrões para uma vida guiada pela mente humana — muito mais 
“lógica”, portanto. Assim, não é difícil aprender o jogo chamado 
“igrejismo”. Você aprende a não fazer certas coisas (ou, pelo menos, a 
não ser apanhado fazendo-as). Você aprende a comparecer à igreja o 
suficiente para ser rotulado de elemento “ativo” ou “fiel”. Você apa­
renta ser muito espiritual, mas, o tempo todo, sua vida mental se 
torna mais suja ou se empanturra do materialismo, da ganância, do 
ódio, do ciúme e assim por diante.
Então, o que você deve fazer para evitar isso? Se você deseja real­
mente realizar a vontade de Deus, entregueao Senhor todo seu ser
— um sacrifício vivo —, e isso quer dizer seu corpo e seus pensamen­
tos, sua mente, os quais ele pode fazer completamente novos, se você 
deixar que ele opere.
Talvez, no momento, você compreenda a mensagem: A vontade 
de Deus não é algo que se peça pelo reembolso postal. Você taíh- 
bém não pode deduzir nem usar fórmulas para achá-la, porém, exis­
tem alguns pontos de referência que se aplicam a qualquer situação. 
E B. Meyer, pregador famoso em sua época, fazia uma viagem por 
mar. Certa noite, ao aproximar-se do porto, caía forte temporal, e a 
entrada do porto parecia muito estreita. Meyer dirigiu-se ao capi­
tão que estava na ponte de comando e lhe perguntou: “Capitão, 
como o senhor sabe o momento de fazer a curva para entrar no 
porto?”.
É A VONTADE DE D EUS?
“Isso tem um segredo”, disse-lhe o capitão. “Vê aquelas três luzes 
na praia? Quando eu vejo as três em linha reta, eu entro direto”.
Alan Redpath1 aplica esse relato para descobrir a vontade de Deus, 
ressaltando as três “luzes de navegação” que os cristãos dispõem para 
sua orientação:
1. A Bíblia.
2. O testemunho interior do Espírito Santo.
3. As circunstâncias exteriores.
Quando essas três luzes estão alinhadas, siga em frente. Enquanto 
não estiverem alinhadas, aguarde. E difícil esperar, mas quase sempre 
é o melhor que se pode fazer.
Examinemos essas três luzes mais de perto. A orientação da Pala­
vra de Deus é fundamental. E interessante notar que muitos de nós 
dizemos estar interessados na vontade de Deus, mas não queremos 
verificar se nossos planos e hábitos contrariam o ensino claro da Bí­
blia. Como você pode dizer que busca a vontade de Deus, se não sabe 
o que a Bíblia diz? Isso é o mesmo que buscar conselho com alguém, 
mas não lhe dar oportunidade de falar. O que realmente você deseja 
é que ele concorde com tudo o que você diz.
Outro conceito errôneo é tratar a Bíblia como se fosse um “livro 
de respostas”. Você vira as páginas na tentativa de encontrar “exata­
mente a resposta certa” para seu problema. A Bíblia é a mensagem de 
Deus; é Deus falando com você. Se você quer realmente comunicar- 
se com Deus, comece a falar com ele e permita que ele fale com você. 
Este é o primeiro passo para andar no Espírito. (Leia de novo o capí­
tulo 6 a título de recapitulação.)
O testemunho do Espírito Santo aparece à medida que você anda no 
Espírito. Aqui a oração é o elemento vital. Nosso procedimento é 
totalmente inapropriado. Dizer: “Terei de orar a esse respeito” já se 
tornou lugar-comum. Talvez devamos mudar a frase para: “Falarei 
com Deus a respeito desse assunto”. Falar com Deus, não, expor a
1 Idem, p. 12
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Deus. Algumas listas de oração parecem listas para o envio de cartões 
de Natal. Outras parecem deveres que Deus deve executar a nosso 
favor só porque somos “espirituais e merecedores”.
O testemunho interior do Espírito está sempre à nossa disposi­
ção. Resulta do andar e do viver no Espírito, mas isso é uma coisa 
diária, constante, e não um botão que você aperta nos momentos em 
que acha que “precisa de um pouco de conselho” da parte de Deus.
Examine as circunstâncias exteriores em último lugar. Geralmente, 
invertemos a ordem. Primeiro, convocamos uma reunião do comitê. 
Primeiro, examinamos toda a evidência. Primeiro discutimos o assun­
to com fulano de tal ou consultamos nossa bibliografia sobre o as­
sunto. Se, porém, você começa com as circunstâncias, poucas vezes 
vai além delas. Como você pode avaliar as circunstâncias, se não tem 
a orientação da Palavra de Deus e a iluminação do Espírito de Deus?
Suponha, porém, que você sinta que tem a Palavra e o Espírito 
razoavelmente alinhados. Como você avalia as circunstâncias ou age 
de acordo com elas? Isso pode parecer muito complexo e até emocio­
nante. Primeiro, você tem de agir pela fé naquilo que já conhece. 
Pois, não é evidente que há certas ações que valem a pena realizar? 
Algumas pessoas dão a isso o nome de “decisão por tentativas”. As 
vezes, Deus fecha todas as portas, exceto aquela que ele deseja que 
você transponha. E provável que você tenha de experimentar diversas 
portas até descobrir qual é a certa.
Não, a vontade de Deus não vem do céu, como uma carta expres­
sa. Contudo, há algo que ele escreveu para você — em sua Palavra. 
Ele fala a você pelo testemunho interior de seu Espírito. E ele o 
guiará à medida que você avalia as circunstâncias exteriores.
Isso ainda lhe parece uma fórmula? Bem, você pode fazer com que 
isso se transforme em uma fórmula. Você pode ser “muito religioso” 
com respeito a esses três pontos de referência, ou pode até usá-los, 
como cristão que é, em sua fé, confiança e entrega de si mesmo. 
Depois você verá, por experiência própria, como os caminhos de Deus 
realmente satisfarão você.
E a v o n t a d e oe D e u s ?
Para descobrir outros meios práticos de conhecer a vontade de 
Deus, continue a leitura em Romanos 12. Aí você encontra algumas 
indicações sobre como fazer um exame honesto de si mesmo. Esteja 
certo, Paulo aconselha você a ver tanto o lado positivo como o lado 
negativo.
R o m a n o s 12:3-8
3 Como mensageiro de Deus, e por sua graça, faço, a cada um, uma 
advertência: que ninguém se julgue mais do que realmente é, lem­
brando-se de que tudo recebeu de Deus mediante a sua fé — e que 
por si mesmo nada seria.
4—5 Pois tal como existem muitas partes em nosso corpo, assim 
também é com o corpo de Cristo. Todos nós somos partes dele, e 
cada um de nós é necessário para formar o corpo completo, porque cada 
um de nós tem um trabalho diferente a realizar. Assim, pertencemos 
uns aos outros e cada um precisa de todos os demais.
6 Deus deu, de acordo com a sua graça, a cada um de nós, a habi­
lidade de fazer bem determinadas coisas. Assim, se Deus deu a vocês a 
capacidade de profetizar, então profetizem segundo a medida da fé.
7 Se tiverem o dom de prestar serviço a outros, então sirvam bem. 
Se alguém ensina, ensine bem.
8 O pregador seja enérgico e oriente também. Se Deus deu a 
vocês dinheiro, ajudem os outros sem humilhar ninguém. Quem 
tem capacidade de administrar e é responsável por outras pessoas, 
seja eficiente. Aquele que ajuda os aflitos, faça isso com alegria cristã.
S ó u m a c o is a re alm e n te t e m v a l o r
Sejam honestos na avaliação de si mesmos, aconselha Paulo. Alguns 
cristãos têm a tendência de pensar que “não têm valor próprio”, estão 
sempre se sentindo incapazes e, realmente, nunca realizam coisa ne­
nhuma. Se você está neste barco, abandone-o agora mesmo. Deus o 
aceitou. Você é uma pessoa digna. Cristo morreu por você. Você tem 
potencial. Não se subestime, nem subestime o Senhor Jesus Cristo.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
O reverso dessa moeda chamada excesso de escrúpulo aplica-se 
aos que têm complexo de superioridade. Nenhum de nós é um pre­
sente da humanidade para Deus. Na verdade, Deus é que teve de 
enviar-nos um presente para que pudéssemos sair da cova de serpen­
tes humanas, o pecado.
Como de costume, Paulo ajusta a mira para atingir uma coisa 
muito necessária: a fé. Sua f é é que importa, não os prêmios que 
conquistou ou a potência do motor de seu carro. O que conta é sua 
f é y e não o fato de que, algum dia, você foi eleito sr. Genial ou sra. 
Maravilha.
Todos os cristãos precisam uns dos outros, e todos nós precisamos 
de Cristo. Há trabalho a fazer — servir, ensinar, pregar, ganhar (e 
dar) dinheiro e, é claro, ser bondoso para com os outros. E, como 
você verá no próximo capítulo, Paulo tem algumas palavras explícitas 
sobre a maneira como realizar tudo isso!
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Decore Romanos 12:1 e estude esse versículo em diversas versões. 
Compare Mateus 16:24 e Lucas 9:23. O que representa para você a 
negação de si mesmo? O que a negação de si mesmo tem que ver com 
Romanos 12:1?
2. Leia Romanos 12:2 em diversas versões, especialmente a de 
Phillips} Compare esses versículos sobre resistiràs coisas deste mun­
do: ICoríntios 7:31; G álatas6:l4; 2Timóteo 2:4; Hebreus 11:24-
25; lJoão2:15. Escreva uma definição de: “interesse pelas coisas do 
mundo” (ou “mundanismo”) e três modos práticos de como evitar 
ser mundano.
3. Analise o modo pelo qual você busca a vontade de Deus. O 
“carro” (seu serviço a Deus) está antes dos “bois” (seu caráter cristão)? 
Como você usa as três diretrizes básicas para descobrir a vontade de
2 P h i l l ip s , J. B. Cartas às igrejas novas. S. Paulo, Edições Vida Nova, 1972.
E A VONTADE DE D eüS?
Deus mencionadas neste capítulo (1. a Palavra de Deus; 2. o teste­
munho do Espírito; 3. as circunstâncias).
4. Enumere os modos negativos (os “não”) e os modos positivos 
(os “sim”) de como você pode renovar sua mente de dentro para fora.
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• jrtrK + H ti' v w - í- ír * *- ■* :»í*-*r-:-=::-
■:;:J;:: ■:■:■ ■:■ :j: _
# jg ♦ # P*#Seu cristianismo nao 
passa de amor falsificado?
A m o r falsificado dedicado a Cristo? Cristianismo falsificado? Nao o
meu! Saiba que eu nasci de novo.., lavei-me no sangue do Cordeiro. 
Nada desse liberalismo barato comigo. Sei que estou no caminho 
que conduz ao céu. Minha doutrina é pura, e disso tenho certeza. 
Sirvo ao Senhor, até mesmo dou o dízimo (nem sempre). Dôo para 
obras de beneficência minhas roupas velhas. Acrescento referências 
bíblicas em toda a minha correspondência. Eu, eu,..
Mas ainda falta uma coisa...
R o m a n o s 1 2 : 9 - 2 1
9 Nao finjam amar aos outros: amem realmente. Detestem toda for­
ma de mal, Fiquem ao lado do bem.
10 Tenham amor uns pelos outros com afeição fraternal, e cada 
um tenha prazer em honrar primeiro aos outros,
11 Nao sejam nunca preguiçosos no trabalho espiritual, porém 
sirvam com entusiasmo ao Senhor!
12 Alegrem-se na esperança de tudo quanto Deus planejou para 
vocês. Sejam pacientes nas aflições e continuem firmes na oração.
13 Quando os filhos de Deus estiverem em necessidade, sejam 
vocês os primeiros a ajudar, inclusive recebendo-os em suas casas, 
com refeições e pousada.
14 Se alguém maltratar você por ser um cristão, nao o amaldiçoe; 
ore, sim, para que Deus o abençoe.
15 Quando outros estiverem alegres, alegrem-se com eles. Se esti­
verem tristes, participem da tristeza que têm.
S eu c r i s t i a n i s m o n â o p a s s a d e a m o r f a l s i f i c a d o ?
16 Vivam juntos em harmonia. Não procurem mostrar grandeza. 
Não procurem cair nas boas graças de gente importante, mas te­
nham prazer na companhia de gente comum. E não pensem que 
vocês sabem tudo!
17 Nunca paguem o mal com o mal. Façam as coisas de maneira 
tal que todos possam ver que vocês sempre fazem o bem.
18 Não discutam com ninguém. Tanto quanto possível, vivam 
em paz com todos.
19 Queridos amigos, nunca se vinguem. Não façam justiça com 
as próprias mãos. Entreguem tudo a Deus, pois ele disse que fará 
justiça e retribuirá a cada um o que merece.
20 Ao invés disso, dêem de comer a um inimigo se ele estiver com 
fome. Se estiver com sede, dêem alguma coisa para beber, e assim 
vocês estarão “amontoando brasas vivas sobre a cabeça dele”. Em ou­
tras palavras, ele se sentirá envergonhado de si mesmo pelo mal que 
tiver feito a vocês.
21 Não deixem que o mal vença, mas vençam o mal, praticando o 
bem.
Q u a n d o é q u e e ssa m a n ia de “ faz- d e - c o n t a ” t e r á fim
Vencer o mal pela prática do bem. Paulo gastou um bocado de tem­
po no começo de sua carta à igreja de Roma insistindo na necessida­
de de crer no que é bom. Agora ele chega ao aspecto da vida prática. 
Nesse ponto, ele até parece um tanto intrometido. Ele quer que faça­
mos o que é bom.
Os cristãos falam muito de amar a Deus, amar uns aos outros, 
amar a humanidade. O que quer dizer toda essa conversa sobre o 
amor? Primeiro, Paulo afirma que quer dizer abandonar a brinca­
deira de “faz-de-conta”. Em termos bem claros: deixar de ser um 
impostor.
Por exemplo, Paulo diz: “Detestem toda forma de mal. Fiquem ao 
lado do bem” (v. 9). Isso quer dizer mais que apenas ficar de fora da 
dificuldade. Quer dizer desenvolver esforços no sentido de mudar as
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e u g i o s o
coisas para melhor — onde você trabalha, nos arredores de sua esco­
la, e, acima de tudo, em seu próprio lar, com sua família.
Uma das principais armadilhas para o cristão de nossos dias é que 
ele está tão cercado por males e pecados que acaba se acostumando a 
eles. Não se choca mais com essas coisas. Ele aprende a “dar-se bem”, 
a conservar a boca fechada, a não criar problemas. Muitos cristãos 
evitam o mal, porém não o detestam. Muitos cristãos estão a favor do 
bem, porém não lutam por ele. Grande parte do que se chama cristia­
nismo é, realmente, transigência passiva com o pecado,
Mas como é possível conseguir o poder e a motivação para vencer
o mal fazendo o bem? Com amor. Amor autêntico é que é a coisa 
necessária. “Não finjam amar aos outros: amem realmente” (v. 9). 
Romanos 12 é um curso breve na arte de preocupar-se com os ou­
tros, em vez de preocupar-se consigo mesmo. Esta é a coisa mais 
difícil que se pode pedir para fazermos. Nossa constituição psicológi­
ca exige que nos preocupemos primeiro com os próprios interesses. A 
autopreservação é tão natural como o respirar. Somos rápidos na de­
fesa de nós mesmos e dos nossos direitos. Nosso ego está com este 
rótulo: “manuseie com cuidado”, pois nos melindramos com facili­
dade.
De repente, tornamo-nos cristãos. E, depois disso, não temos mais 
direitos, só deveres. Como as coisas podem se tornar tão injustas? 
Sim, seria injusto se o cristão não tivesse recursos, se não tivesse ajuda 
de espécie alguma. Viver como Paulo sugere em Romanos 12 é hu­
manamente impossível. Não obstante, é sobrenaturalmente possível, 
conforme ele mesmo ressaltou com toda clareza nos capítulos ante­
riores, 6, 7 e 8 de Romanos. Andar no Espírito não é um exercício de 
retiro espiritual. E para a vida cotidiana, lá fora na rua, onde você 
realmente vive.
Paulo agora fica dolorosamente prático. Você diz que está crucifi­
cado com Cristo? Que “morreu para o pecado e ressuscitou com Cris­
to?” Assim, que melhor maneira para provar todos seus novos pode­
res que ver se realmente você pode viver e amar de forma altruísta?
S eu c r i s t i a n i s m o n ã o p a s s a d e a m o r f a l s i f i c a d o ?
Tentar amar os outros de maneira altruísta e, ao mesmo tempo, pre­
ocupar-se com fazer valer seus direitos é uma contradição, Você não 
pode servir a Deus e a si mesmo. Você não pode andar por aí com a 
Bíblia em uma das mãos, mas com a outra brandir a lei de seus 
direitos pessoais.
E, mas são pouquíssimos os cristãos em minha igreja que real­
mente demonstram esse amor altruísta. Por que é que logo eu é quem 
tem de começar?”
Sim, por que deveria ser você? E provável que você nem mesmo 
conseguisse fazer um bom serviço. As pessoas pensariam apenas que 
você, de um momento para outro, ficou um tanto hiperespiritual ou 
algo semelhante. Você poderia, até mesmo, perder um pouco de seu 
prestígio social!
Há desculpas de todos os tipos para não se deixar entusiasmar 
com a lista de boas ações de Romanos 12. Mas as desculpas não 
tornam válido o padrão. Paulo não estipula uma lista de leis que o 
cristão tem de obedecer sem deslizes. Ele apenas estipula: metas para 
ser almejadas, alvos que você possa estabelecer. Naturalmente, você 
não alcançará a perfeição em relação a esse amor altruísta. E lógico 
que será criticado; que se rirão de você. Mas quando Paulo, em Ro­
manos 12, fala sobre honrar os outros, nunca ser negligente no zelo 
cristão, mostrar-se contente e paciente na dificuldade, ajudar os que 
estiverem em necessidade, orar pelos que maltratam você... ele ape­
nas dá conteúdo à idéia de apresentar seu corpo como “sacrifício vivo”
(Rm 12:1).
Esse negócio de ser sacrifício vivo foi muito bem explicado por 
um missionário que deu este conselho a um jovem que pensava emservir no campo missionário:
Em vez de abrir a geladeira para mordiscar alguma coisa antes de ir deitar- 
se, ou ir ao bar da esquina tomar uma coca-cola, tente deitar-se sem isso. 
Você nao morrerá por causa disso nem sentirá falta disso quando não puder 
encontrar o que lhe apetece aqui no campo missionário.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e u g s o s o
Experimente eliminar a conversa fiada a fim de chegar em casa mais 
cedo para dar mais tempo aos estudos ou às devoções. Aqui, você poderá ter 
de passar meses seguidos sem um bate-papo amigável com outros que falem 
sua língua- Prepare-se para comer coisas de que você não gosta» sem engas­
gar-se e sem se queixar.
Pule da cama antes que o dia esquente a fim de passar mais tempo com 
Deus. No próximo acampamento do qual participar, experimente dormir 
durante duas ou três semanas no chão. Verifique se sua alegria e chamado 
cristão variam em proporção inversa ao conforto e às comodidades.
Essas coisas não são invenções minhas. Tenho em mente certas pessoas: 
as que sentiam tanta falta de sorvete e doces, as que nao podiam dar-se bem 
sem a camaradagem dos outros, as que sempre se queixavam do frio, e as que 
não se entregavam ao trabalho sério se nao tivessem passado oito horas sobre 
um colchão de molas. Por isso apresentavam desculpas por não completar o 
trabalho. Em alguns casos, esses foram fatores que, de forma definitiva, 
contribuíram para que desistissem de tudo e deixassem o campo.1
“Mas eu não vou para o campo missionário”, diz você. Não vai? 
Onde você pensa que está neste momento? Será que a família, a esco­
la e o local de trabalho sao menos campo missionário que as ruas de 
Bombaim ou a região dos índios auca, no Equador?
Todo cristão é missionário, pois missionário é todo aquele enviado 
para levar e para ser as boas novas para os outros. Todo cristão é chama­
do para apresentar seu corpo como sacrifício vivo. Nao finja apenas 
amar os outros. Ame-os realmente — dê-se ao trabalho de ser prestativo 
para eles, tolerando as tolices ou as insolências deles, não dando aten­
ção às falhas deles, recusando-se a pagar na mesma moeda, especial­
mente no jogo sofisticado de responder com sarcasmo a uma conversa 
ofensiva, coisa que muitos de nós sabemos fazer tão bem.
Seu cristianismo revela a marca adulterada do amor fingido? O 
genuíno amor cristão faz com que você, todos os dias, ofereça, de
1 Tradutores da Bíblia WyclifFe. Usado com permissão.
S eu CRISTIANISMO NÃO PASSA D£ AMOR FALSIFICADO?
forma sincera e altruísta, sua vida a Deus. Depois o Senhor prova, 
examina e tempera sua sinceridade e altruísmo, enviando-o a viver 
entre seus companheiros.
Todos nós falhamos, alguns de nós, muitas vezes, ao não mostrar 
perfeito amor cristão. No entanto, onde a fé começa, o fracasso ter­
mina. Pela fé não só somos salvos da pena do pecado. Pela fé nao só 
vencemos o pecado e as tentações. Pela f é também servimos e amamos.
E nesse viver, amar e servir... é na rotina diária — na “correria 
desordenada” da vida — que você tem oportunidades incontáveis de 
ser um sacrifício vivo... ou apenas uma oferta queimada.
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Decore Romanos 12:9 no texto da Bíblia Viva. Compare com Ro­
manos 12:1,3. Qual o fundamento necessário para o genuíno amor 
cristão?
2. Alguns não-cristãos parecem mostrar mais amor pelos outros 
que muitos cristãos. Por que isso acontece?
3. E fácil lamentar-se por parecer impossível amar certos indiví­
duos, porque eles são tão detestáveis e tão difíceis de ser amados. Há 
pessoas de quem simplesmente não gostamos. Leia com cuidado 
Romanos 12:9-21. Quantas das sugestões de Paulo para amar os 
outros dependem de quanto gostamos deles? Qual é a diferença en­
tre gostar de alguém e demonstrar-lhe amor por meio de nossas ações?
V fr& ír K-K-H
Í.S .15S-H-Í6-S (¥<?¥■»**
 única lei de que você precisa
“Só um a lei À qual obedecer? Ora, isso nao seria tão mau assim. Se há 
uma coisa de que estou farto é dessa conversa de que: “Isso pode”, e: 
“Aquilo não pode”. Regras. Regulamentos. Códigos. Toques de reco­
lher. Burocracia. Por favor, preencha este formulário. Faça o favor de 
assinar seu nome nas três vias. Leis de trânsito, leis tributárias, leis de 
serviço militar. Estou sufocado pela burocracia autoritária. Qualquer 
dia desses, eu lhes mostrarei quem sou. Estou enjoado destes sujeitos 
grosseiros e despóticos. E realmente verdade o ditado que afirma que
0 governo que governa menos governa melhor. Quanto menos, tanto 
melhor, pelo menos do meu ponto de vista...”
Devagar, amigo. Então você está saturado com essa idéia de auto­
ridade, especialmente a falta de lisura, a corrupção e a ineficiência 
negligente? Você quer ouvir as batidas do martelo da justiça, o bada­
lar do sino da liberdade. Mas primeiro dê uma olhada na “única lei 
de que você precisa”. O ponto de vista de Paulo sobre autoridades e 
governos pode surpreender você.
R o m a n o s 13:1-10
1 Obedeçam ao governo, porque foi Deus quem o estabeleceu. Não há 
governo, em parte alguma, que Deus não tenha colocado no poder.
2 Portanto, aqueles que se recusam a obedecer às autoridades es­
tão se recusando a obedecer a Deus e o castigo sobrevirá.
3 Pois o policial, ou o juiz, não amedronta as pessoas que fazem o 
bem; mas aqueles que praticam o mal sempre terão medo deles. As- 
sim, se você não quiser ter medo, guarde as leis e tudo irá bem!
A ÚNiCA LEi DE QUE VOCÊ PRECISA
4 O policial é enviado por Deus para sua proteção. Mas se você 
estiver fazendo alguma coisa errada, é natural que tenha medo, pois 
ele terá de castigá-lo. Ele é enviado por Deus exatamente para esse 
fim. Por isso é que ele tem a espada, símbolo de justiça e castigo!
5 Assim, vocês precisam obedecer às leis por duas razões: para 
evitar o castigo e porque, na sua consciência cristã, sabem que devem 
obedecer.
6 Paguem também seus impostos, por estas duas mesmas razões. 
Porque os trabalhadores do governo precisam ser pagos, a fim de 
poderem continuar a fazer a obra de Deus, que é servir a vocês.
7 Dêem a cada um aquilo que tem o direito de receber; paguem 
de boa vontade seus impostos e taxas, obedeçam aos seus superiores. 
Honrem e respeitem a todos aqueles a quem isso é devido.
8 A ninguém devam nada, a não ser o amor uns aos outros — esta 
dívida, vocês nunca terminarão de pagar! Se vocês amarem uns aos 
outros, estarão cumprindo todas as leis e exigências de Deus.
9 Se você amar o seu próximo tanto quanto ama a si mesmo, não 
desejará maltratar, enganar, matar alguém ou roubar alguma coisa 
dele. E não pecará com a esposa dele, nem desejará aquilo que per­
tence a ele. Também não fará qualquer outra coisa que os Dez Man­
damentos dizem que está errado. Todos os Dez Mandamentos estão 
reunidos neste: amar o seu próximo como você ama a si mesmo.
10 O amor não faz mal a ninguém. Essa é a razão porque ele 
satisfaz plenamente todas as exigências de Deus.
S u a s d ív id a s e st ã o a t r a sa d a s?
Amor é a única lei de que você precisa. Aqui estamos, mais uma vez, 
de volta ao amor. Mas que estranha combinação — governo e amor. 
Qual a relação do amor com o pagamento de impostos ou com o 
dirigir na velocidade permitida?
Tudo!
Paulo nao insere esses pensamentos sobre obediência ao governo 
civil só porque ele pretende deixar sua carta mais extensa.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
No capítulo 12, Paulo fala sobre como viver a vida cristã na rotina 
diária, nos contatos diários que mantemos com outras pessoas. Era 
muito natural, portanto, que Paulo — ao tecer comentários sobre como 
deve ser a vida cristã do membro de uma comunidade e do cidadão de 
um governo — expandisse seu pensamento além das situações de Ro­
manos 12, que trata dos relacionamentos entre indivíduos.
Onde quer que haja homens, há governo de algum tipo. E Paulo, 
logo de início, deixa claríssimo um fato: todos os governos se encontram 
no poder porque Deus permitiu.
Isso quer dizer que todos os governos— até mesmo as ditaduras 
cruéis e despóticas — são parte do plano e da vontade permissiva de 
Deus. Os tiranos, como também os santos, executam os propósitos 
divinos.
Quando Paulo escreveu essa carta à igreja de Roma, as terríveis 
perseguições e os cruéis martírios dos cristãos ainda estavam por vir, 
ocorreriam dentro de curto espaço de tempo. Eles passariam a ser uma 
realidade na vida do cristão, no ano 64 d.C., quando Nero escolheu 
um bode expiatório para explicar o terrível incêndio que destruiu a 
maior parte de Roma. Os cristãos eram os primeiros suspeitos de qual­
quer tipo de crime por causa de sua desobediência à lei romana, que 
exigia que os cidadãos “não tivessem outro deus acima de César”. Mas 
os cristãos tinham um Deus acima de César: o Senhor Jesus Cristo. 
Recusavam-se a oferecer sacrifícios perante estátuas do imperador. Não 
adoravam nenhuma das divindades pagãs, ou ídolos, presentes em to­
dos os cantos de Roma. Por ironia da sorte, as estranhas crenças dos 
cristãos granjearam para os cristãos o título de “ateus”, porque, na opi­
nião do cidadão romano típico e clássico, eles não criam nos deuses.
Paulo, embora judeu, nascera cidadão romano. Conhecia a lei ro­
mana e as tensões que um crente em Cristo teria de enfrentar para viver 
sob o governo romano. Por isso, Paulo tinha alguns motivos para in­
cluir umas poucas palavras sobre o conceito cristão de cidadania.
Primeiro, Paulo não queria que os cristãos fossem considerados tão 
rebeldes como os judeus. A Palestina, provavelmente, era a maior dor de
A ÚNiCA LEI DÊ QUE VOCÊ PRECISA
cabeça de Roma. Nenhum judeu vivia contente sob o governo roma­
no. Havia, inclusive, um bando de fanáticos “guerrilheiros” judeus, 
os zelotes, empenhado em agir por meio de constante terrorismo. 
Eles não só degolavam os romanos sempre que tinham a oportunida­
de, mas também queimavam as colheitas e até os lares dos seus com­
patriotas judeus que pagavam tributo ao governo romano. Paulo não 
desejava identificar-se, de maneira alguma, com esse tipo de insur­
reição judaica. Esse tipo de atitude estava em firme contradição com 
a fé e com a ética cristãs. Como um cristão poderia dar testemunho 
de seu amor a Cristo e aos outros e, ao mesmo tempo, degolar al­
guém?
Paulo ainda tinha outros motivos para esses ensinamentos refe­
rentes à obediência aos poderes civis. Eles se aplicam muito bem aos 
nossos dias, e também àquele tempo. Por exemplo, Paulo sabia que 
ninguém pode dissociar-se completamente de sua comunidade. Ser mem­
bro de uma sociedade acarreta responsabilidade do mesmo modo 
que traz privilégios. O indivíduo tem deveres para com seu país, bem 
como para com sua igreja, ainda que ele não esteja de acordo com 
tudo quanto o governo pretende fazer e, realmente, faz. A controvér­
sia a respeito de governos — quanto ao tipo e quais os limites da 
autoridade — é bastante violenta desde o começo da história. Não se 
questiona, porém, a necessidade de existir governo. Sem a organiza­
ção e a proteção do Estado, todos seríamos forçados a viver segundo a 
lei da selva — a sobrevivência dos mais fortes e dos mais perversos.
Além disso, o Estado provê serviços e vantagens que os homens jamais 
poderiam usufruir se agissem individualmente: abastecimento de água, 
serviço de esgotos, tribunais, escolas. Ninguém pode receber tudo 
do Estado sem retribuir por meio da cooperação e da lealdade.
Mas, talvez, o motivo mais importante para Paulo aconselhar o 
apoio ao governo romano era porque ele via Roma como o instrumento 
de Deus para traçar os limites de uma situação que, de outra maneira, 
seria desesperadamente explosiva. Paulo acreditava na utilização da “pax 
Romana” (a paz romana imposta pelas armas que prevalecia em seu
C o m o ser c r sstã o sem ser r e l ig io s o
tempo) em benefício do evangelho. Paulo via mais oportunidades 
para divulgar o evangelho enquanto houvesse paz, ainda que esta 
fosse imposta à força (às vezes, até de modo cruel). Na mente de 
Paulo, Roma, quer essa nação soubesse disso quer não, ajudava-o a 
realizar seu trabalho missionário. E, por esse motivo, o cristão pru­
dente sempre se esforçaria por ajudar o Estado, em vez de criar-lhe 
embaraços.1
E, desse modo, Paulo dá um breve curso de recapitulação sobre a 
boa cidadania: obedecer às leis da terra, respeitar a polícia e colaborar 
com ela (se você é inocente, porque preocupar-se?). Obedecer à lei 
para evitar a punição e também porque você sabe que é isso que deve 
fazer. Pagar seus impostos e taxas; obedecer aos que exercem autori­
dade e tributar honra e respeito devidos aos ocupantes de altos car­
gos (v. 1-7).
No versículos 8, observe como Paulo faz uma de suas típicas ma­
nobras de raciocínio e passa rapidamente para o terreno teológico, 
bem mais elevado. “A ninguém devam nada, a não ser o amor uns aos 
outros — esta dívida, vocês nunca terminarão de pagar!” Que curio­
so salto de pensamento; ele pula de coisas prosaicas, como policiais, 
impostos e honra às autoridades, para a “dívida de amor”. O que 
Paulo quer dizer?
Apenas isto: pague suas dívidas — o dinheiro que você deve ao 
dono do armazém, à loja de departamentos, a prestação do consórcio 
de automóveis. Coopere com a autoridade onde quer que você a en­
contre: nos corredores da escola, nas ruas da cidade, nas alas e nos 
saguões de seu local de trabalho. Lubrifique as rodas da justiça social. 
Mantenha a sociedade funcionando tão suavemente quanto possível. 
Não ofenda nem viole os direitos alheios, mas, se realmente você deseja 
motivação e poder para ser um bom cidadão, nunca pare de pagar sua 
dívida de amor a todos os homens.
1 B a r c la y , William. The Letter to the Romans. Westminster Press. Usado com permissão.
A ÚNiCA LEi DE QUE VOCÊ PRECISA
E o que é essa dívida de amor? Amar seu próximo como a si mes­
mo. Guarde esse mandamento, essa lei e, automaticamente, você 
guardará todos os outros. Se realmente estiver interessado em guar­
dar a lei do amor, essa lei, na verdade, é a única de que você precisa. 
Assim, as leis civis nao constituirão problemas ou objetos de protes­
tos e comícios. As leis civis são apenas diretrizes para ajudá-lo a al­
cançar o seu objetivo: amar os outros como ama a si mesmo e, dessa 
forma, cumprir as exigências de Deus.
A maioria das leis, independentemente de quais sejam elas — 
bíblicas, civis ou, até mesmo, aquelas instituídas em uma família — 
, está incluída no grupo do tipo: “Não faça isso”. Leis e regras — no 
lar, na escola, no trabalho, nas cidades, nos estados e nos países — 
são formuladas para impedir que os direitos alheios sejam ignorados. 
Leis e regras são necessárias para governar uma sociedade composta 
de homens que se acham sob a maldição universal do pecado. O 
amor é a única lei de que precisamos, mas poucos de nós tentamos 
ou, mesmo, desejamos obedecer-lhe.
O que Paulo diz em Romanos 13 é que os cristãos têm uma 
responsabilidade específica, bem como uma vantagem definida 
na área da boa cidadania. A primeira pergunta e preocupação do 
cidadão cristão não deve ser: “Quais são meus direitos? Há justiça 
nas questões que me envolvem?”, mas deveria ser: “Vivo pela lei 
do amor?”. Quando você se preocupa com o aspecto positivo do 
amor, isto é, o “fazer”, automaticamente evita complicações, 
marcadas por uma longa lista de: “Não faça”, que se torna neces­
sária para assegurar justiça para todos. A obediência à lei do amor 
lança uma luz inteiramente diferente sobre a boa cidadania. Você 
obedece às normas e aos regulamentos institucionais não porque 
deseje, antes de tudo, evitar problemas, mas porque busca o bem 
comum. Você obedece às leis do trânsito não para evitar a cadeia 
ou o tribunal, — mas porque respeita a vida e a propriedade alhei­
as. Você paga impostos e taxas não porque tema uma possível 
intimação das autoridades tributárias, mas porque reconhece a
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
necessidade da arrecadação do governo e do financiamento de suas 
operações.
As aplicaçõesda lei do amor são intermináveis. O cristão que obe­
dece à lei do amor não trapaceia nem furta. Ele não mata ou aleija os 
inimigos, ao contrário, esforça-se por transformá-los em amigos.
O cristão que vive pela lei do amor não vê a autoridade como 
uma ameaça. Não vê as imperfeições, mesmo os erros grosseiros 
do governo, como motivo para revolta ou para comportamento 
subversivo. O cristão não é mero espectador em sua sociedade. 
Realmente, ele deve estar onde a batalha pela justiça, pela 
moralidade e pelo direito é mais intensa. Mas o cristão opera com 
uma motivação diferente. Ele busca a justiça para todos, não há 
dúvida, porém a justiça é, antes de tudo, um conceito negativo, 
baseado em evitar ou prevenir a prática de atos errados contra* 
terceiros. A lei do amor vai além da justiça. Ela busca a prática 
positiva do bem para os outros. Portanto, essa lei é a única de que
o cristão precisa.
Existem, ainda, outros motivos para a boa cidadania. Paulo encer­
ra o capítulo 13 com uma nota de urgência realista, e a linguagem 
clara da Bíblia Viva dispensa comentários, exceto para sugerir que o 
cristão, se ele procura um versículo que seja um “lema de vida”, pode 
considerar Romanos 13:14.
R o m a n o s 13:11-14
11 Outra razão para ter uma vida correta é esta: vocês sabem como já 
é tarde. O tempo está terminando. Acordem, pois a vinda do Senhor 
está mais próxima agora do que no princípio, quando cremos.
12, 13 A noite já passou, e o dia de sua volta está chegando. 
Portanto, deixem de fazer o mal e vistam a armadura de uma vida 
direita, como devemos fazer — nós que vivemos na luz do dia! Sejam 
simples e verdadeiros em tudo o que fazem, a fim de todos aprova­
rem a vida de vocês. Não gastem o tempo em festas, bebedeiras, 
adultério, imoralidade ou brigas e ciúmes.
14 Encham a vida com a presença do Senhor Jesus Cristo, nada 
reservando para o pecado.
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Compare Romanos 13:1,2 com Esdras 7:26; Eclesiastes 8:2; 
Mateus 17:27; 22:21; Ti to 3:1, 1 Pedro 2:13. Por que devemos obe­
decer ao governo? Os homens poderiam viver juntos sem alguma 
forma de governo? Por quê?
2. Quais são suas opiniões sobre Romanos 13:1-7, com respeito à 
revolução e à fuga de países governados por tiranos? Paulo sugere em 
Romanos 3:1-7 que a injustiça está certa? Compare Deute- 
ronômio 16:20; Salmos 82:3; Provérbios 21:3; 29:27. Veja, também, 
Atos 5:17-42, especialmente o versículo 29. Você acha que os cris­
tãos que fugiram de países comunistas fizeram o que estava certo? 
Que você faria se vivesse atrás da Cortina de Ferro, ou de Bambu, e 
tivesse oportunidade de fugir? Anote o que você faria e por quê.
3. Memorize Romanos 13:10 no texto da Bíblia Viva. A quem 
(em sua família, na escola ou no local de trabalho) você deve “efetuar 
pagamentos atrasados” por sua dívida de amor? (Veja Rm 13:8). Anote 
alguns planos específicos para pôr em dia, o mais breve possível, essa 
dívida.
A UNiCA LEI DE QUE VOCÊ PRECISA ■ 1 U /
O divertimento predileto 
dos "cristãos"
“Ele é ótim a pessoa, mas...”; “Bem, o plano é ideal, mas, na práti­
ca...”; “Sei que nao devo julgar, mas, para mim, essa moça...”; “Nao 
é que eu queira falar, mas é melhor prevenir...”; “Bem, opinião, cada 
um pode ter a sua, mas como é que eles acham que tiraram essa idéia 
da Bíblia? “Você viu fulano?”
Você já não ouviu isso antes? E claro. Essas citações foram tiradas de um 
joguinho muito conhecido, “Comentários sem más intenções”. Alguns 
apelidos muito comuns para esse jogo são: “Língua comprida”, “Conversa 
fiada” e “Fofocas de igreja”. Em sua forma mais maliciosa, ele pode tornar- 
se difamação descarada. Mas esse é um jogo delicioso. Fácil de aprender e 
sempre o predileto de todos. Pode ser jogado por qualquer número de 
pessoas, e, geralmente, todos nós o jogamos de alguma forma. E um jogo 
que os cristãos jogam até bem demais, e Paulo é quem diz isso!
R o m an o s 14:1-12
1 Recebam bem qualquer irmão que deseje unir-se a vocês, mesmo 
que a sua fé seja fraca. Não discutam por ele ter idéias diferentes das 
suas a respeito daquilo que está certo ou errado.
2 Por exemplo, não discutam com ele sobre comer, ou não, a 
carne que já foi oferecida aos ídolos. Pode ser que vocês creiam que 
não há nenhum mal nisso, porém outros têm a fé mais fraca. Pensam 
que está errado e passarão sem carne nenhuma, comendo verduras, 
em vez de comer daquela espécie de carne.
3 Aqueles que pensam que está certo comer esse tipo de carne não 
podem desprezar aqueles que não comem. E se você é daqueles que
nao comem, não despreze aqueles que comem. Porque Deus os acei­
tou como seus filhos.
4 Eles são servos de Deus, e não de vocês. São responsáveis peran­
te ele, e não perante vocês. Deixem que ele julgue se estão certos ou 
errados. E Deus mesmo é capaz para levá-los a agir como devem.
5 Alguns pensam que os cristãos devem observar dias especiais 
para se adorar a Deus; já outros dizem que não, que todos os dias 
pertencem igualmente a Deus. Em questões desse tipo, cada um 
tenha em sua consciência uma opinião bem clara.
6 Se vocês têm dias especiais para adorar ao Senhor e estão procuran­
do honrá-lo, fazem uma boa coisa. Assim também, a pessoa que come 
carne que foi oferecida aos ídolos, se ela dá graças ao Senhor por 
aquilo, está procedendo bem. E a pessoa que não toca em tal carne, 
também está ansiosa para agradar ao Senhor, e também dá graças.
7 Não mandamos em nós mesmos, para vivermos ou morrermos 
conforme nossa própria vontade.
8 Vivendo ou morrendo, nós servimos ao Senhor. Somos dele, 
quer vivamos, quer morramos.
9 Cristo morreu e ressuscitou para esse fim mesmo, para que pu­
desse ser nosso Senhor, tanto enquanto vivermos como quando mor­
rermos.
10 Vocês não têm nenhum direito de condenar um irmão ou 
olhar com desprezo para ele. Lembrem-se de que cada um de nós 
comparecerá individualmente perante o Tribunal de Deus.
11 Porque está escrito: “Assim como eu vivo”, diz o Senhor, “todo 
joelho se curvará diante de mim e toda língua dará louvores a Deus”.
12 Sim, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
T a b u o u n ã o t a b u ?
E quanto a isso não há dúvida. Os cristãos em Roma constituíam um 
grupo bem diversificado. Havia indivíduos de uma grande variedade 
de origens, desde o paganismo bárbaro até o judaísmo. E eles esta­
vam cercados por inúmeras práticas e pelos mais diversos costumes
O DIVERTIMENTO PREDILETO DOS " CRISTÃOS I V 7
C o m o ser c r is t ã o s e m ser r e l ic ío s o
pagáos. A todo instante se viam a braços com questões sobre o que o 
cristão devia fazer quanto a isso ou quanto àquilo.
Paulo não tentou “ajudar” aqueles cristãos primitivos a resolver 
esse dilema ao enviar-lhes uma lista do tipo: “Faça isso”, e: “Não faça 
aquilo”. Ao contrário, ele forneceu-lhes princípios fundamentais para 
se orientarem quanto à conduta e à ética cristãs.
Por exemplo, Paulo, em sua carta, lida com o problema que, hoje, 
parece estranho, mas, certamente, era muito real para os cristãos de 
Roma. Parece que alguns crentes tinham seu próprio código de leis 
sobre os “alimentos puros” e se abstinham, estritamente, de comer 
qualquer espécie de carne. Esses vegetarianos viam com desconfiança 
os cristãos que, sem o menor peso na consciência, saboreavam um 
bife ou uma carne assada. Em outros casos, a questão girava em torno 
do tipo de carne que podia ser consumida ou não. Os cristãos con­
vertidos do judaísmo se escandalizavam com a idéia de comer carne 
de porco, por exemplo. Além disso, havia uma questão ainda mais 
delicada: “Era certo que um cristão comprasse, servisse ou comesse 
carne de animais usados em sacrifícios pagãos?”. Essa “carne pagã” 
era vendida todos os dias, bem barata, depois que os animais eram 
sacrificados nos rituais pagãos. Era carne boa para comer, tanto quanto 
à qualidade como quanto ao sabor. Pois os animais usados para fins 
sacrificiais eram selecionados entre os melhores.
Alguns cristãos não tinham constrangimento algumquanto ao 
comprar e ao comer a carne desses animais oferecidos aos ídolos. 
Para eles, os ídolos nada mais eram que pedaços de madeira ou 
pedra entalhados. Achavam que a carne estava incólume, inalterada 
e perfeitamente boa para comer. Mas outros cristãos se horroriza- 
vam com a idéia. Para eles, a carne que vinha de animais usados em 
rituais pagãos estava “espiritualmente contaminada”; era parte do 
paganismo e, por certo, não servia como alimento do verdadeiro 
cristão.
“Comer ou não comer carne” não era uma questão sem importân­
cia para a igreja de Roma. Alguns cristãos “contrários à carne” duvi­
O DIVERTIMENTO PREDILETO DOS "CRISTÃOS"
davam, até mesmo, da salvação de seus “menos escrupulosos” irmãos 
em Cristo. (Agora a história começa a parecer mais atual.)
Havia outros problemas — por exemplo, quais datas ou dias espe­
ciais a igreja devia considerar dias santificados. Alguns cristãos acha­
vam que deveriam adotar os feriados religiosos já estabelecidos para 
adorar a Deus. Outros crentes sinceros salientavam que todos os dias 
eram próprios para adorar a Deus; assim, por que designar certos 
dias como mais importantes?
Assim era, e assim ainda é. Os motivos para desacordo são dife­
rentes, porém os resultados ainda são os mesmos. Nós, cristãos, não 
concordamos e, portanto, julgamos uns aos outros. Avaliamos, criti­
camos, demolimos... tudo, é lógico, de um modo muito espiritual. 
De certo modo, isso é um jogo, e uma versão desse jogo podia cha­
mar-se “Ajudando outros a ser espirituais”. Por exemplo:
“George, interrompa-me se eu estiver errado, mas será que você não gastou 
muito dinheiro com a compra desse automóvel?”
“Eu acho que não.”
“Não? Então você nao percebe que esse dinheiro poderia ser muito mais 
bem usado, digamos, em um fundo a favor dos leprosos?”1
O conselho de Paulo sobre esse tipo de diversão e jogo é breve: 
não faça isso, pois a lógica para essa atitude é simples: você não deve 
criticar o servo dos outros. Todos os cristãos são servos de Deus. Por­
tanto... (veja o v. 4).
Pois bem, esse é um bom conselho, mas ainda resta uma pergun­
ta. Como aplicar essa regra a situações específicas? Você deve ser tão 
agradável com todos a ponto de se tornar um verdadeiro marionete, 
uma pessoa do tipo “Maria-vai-com-as-outras”?
1 Games Christians Play, por C u lb e n s o n , Judi e B a r d , Patti. Copyright 1967. Harper and 
Row, Publishers
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Se você entende o que Paulo quer dizer nessa passagem, encontrará 
ali bastante ajuda. Ele nao diz que os cristãos podem ter opiniões total­
mente contrárias a respeito de doutrinas fundamentais, tais como o 
pecado, a divindade de Cristo ou a salvação pela fé. Paulo fala sobre 
questões discutíveis, isto é, questões em que dois pontos de vista certa­
mente podem ser válidos e até úteis. Para Paulo, a disputa a respeito da 
carne e dos dias sagrados, em Roma, caía nessa categoria legitimamen­
te discutível, E ele, em vez de decidir sobre o que estava certo, introdu­
ziu um princípio básico: há muitas áreas na vida em que a resposta não 
está bem definida: não se pode dizer que seja esta ou aquela. O cristão 
deve examinar sua consciência para ver como ele realmente se sente — e em 
que ele realmente crê. “Em questões desse tipo, cada um tenha em sua 
consciência uma opinião bem clara” (v. 5).
Outro ponto importante é a identificação do “irmão mais fraco”, 
que Paulo menciona no versículo 1. Alguns cristãos tendem a cha­
mar outro crente de “fraco”, se este transgredir o conjunto particular 
de tabus que eles têm. E isso que Paulo quer dizer com o termo 
“fraco”? No capítulo 14, ele deixa perfeitamente claro que suas sim­
patias na disputa sobre o consumo de carne pendem para o lado 
daqueles que se sentem livres para comê-la, fosse ela oferecida em um 
sacrifício pagão ou não. Paulo diz que aqueles que vivem em liberda­
de e se sentem livres para violar os tabus legalistas dos homens não 
são os fracos. Os legalistas é que são fracos; eles é que precisam ser 
tolerados e tratados com compreensão.
T e m o s a q u i d u a s l iç õ e s :
1. E fácil ampliar uma questão menor até que ela atinja propor­
ções absurdas (e isso acontece em muitas igrejas). Exagerar a im­
portância de coisas secundárias é, quase sempre, o caminho para a 
destruição.
2, E fácil julgar o companheiro e chamá-lo de “fraco” ou “superfi­
cial” porque ele possui um hábito pessoal, ou uma idéia, com o qual 
você não concorda, mas, na realidade, talvez você seja o mais fraco,
O DIVERTIMENTO PREDÍLET0 DOS "CRISTÃOS*
porque vive de forma legalista (quanto à religião), em vez de aceitar 
as condições de cristão livre.
Paulo pode não apresentar uma relação do tipo: “Faça isso”, e: 
“Nao faça aquilo”, com referência a problemas discutíveis, mas ele é 
muito específico com respeito ao motivo fundamental por que os 
cristãos devem parar de alimentar seus tabus tão queridos e começar 
a amar e a aceitar uns aos outros como irmãos em Cristo. “Não man­
damos em nós mesmos, para vivermos ou morrermos conforme nossa 
própria vontade” (v. 7). Você, no momento em que começa a criticar 
alguém, corre o risco de incorrer no mesmo pecado de Adão: a ambi­
ção de tornar-se igual a Deus. Contudo, o cristão sabe que ele não é 
a autoridade final. “Vivendo ou morrendo, nós servimos ao Senhor. 
Somos dele, quer vivamos, quer morramos” (v. 8).
Aqui está a chave. Nosso relacionamento com Cristo é que nos 
ajuda a compreender por que não devemos julgar os outros. Quem 
é que está em primeiro lugar na vida cristã? Quem é o chefe? Só 
quando o cristão aprende a permitir que Cristo seja o chefe é que 
ele se capacita a viver sob suas ordens; aí ele é capaz de atender ao 
comando. “[...] amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”
(Jo 15:12).
E como você mostra que ama ao próximo quando discorda dele? 
Realmente, os desacordos são excelentes oportunidades para praticar 
o amor cristão. Cristo está sempre disposto a manter diálogo com 
um homem e suas idéias. Eis algumas normas básicas que o Senhor 
ensinou e praticou. Se você experimentá-las, elas podem ajudá-lo a 
aprender como comunicar-se com outras pessoas, em vez de conti­
nuar com os jogos de “Comentários sem más intenções”.
1. Seja autêntico. Em outras palavras, seja honesto e franco com as 
outras pessoas. Seja sincero. Experimente deixar cair — aos poucos
— sua máscara, essa peça vital do equipamento para toda a artima­
nha “cristã”: a máscara espiritual. Quase sempre a máscara espiritual 
produz observações como estas:
“Sim, se Deus quiser, vamos ver...”
C o m o ser c r is t ã o sem ser r è l ig ío s o
“Eu simplesmente não poderia fazer isso e, ao mesmo tempo, ter 
Jesus comigo...”
“Por enquanto vamos deixar assim. Antes de fazer qualquer coisa a 
esse respeito, terei de examinar o assunto em oração...” E, é lógico, 
nenhuma dessas máscaras é realmente espiritual. Existe a máscara do 
“rosto de anjo” (mas que serve para esconder uma verdadeira víbora); 
a máscara do “eu seria incapaz de fazer uma coisa dessas...”; ou a 
máscara do “ah, isso está muito além da minha capacidade...”; ou 
ainda a máscara da expressão do oposto: “Sou honesto\ ou: “Sou sin­
cero5 (pura mentira).
Como conseguir forças para começar a retirar, camada por cama­
da, a máscara específica atrás da qual você opera? A resposta está em 
seu relacionamento com Cristo — seu relacionamento real, desmas­
carado. A medida que você constrói, pouco a pouco, esse relaciona­
mento baseado em uma fé sincera que busca, abertamente, a vontade 
de Deus, a máscara, ou máscaras, de que você precisa para viver “se­
guro de si” torna(m)-se desnecessária(s). Em vez de ter um espírito 
de medo, você aprende a ser sábio e forte, a amar as pessoas e a gostar 
de estar com elas. (Veja 2Tm 1:7, A Bíblia Viva).
Desse modo, você consegue ser autêntico, ao mesmo tempo que o 
Espírito de Cristo trabalha em você, ajudando-o a ser equilibrado e 
comedido em sua honestidade e franqueza.
Moderação eequilíbrio são coisas vitais para que o indivíduo seja 
autêntico. Autenticidade não é nem franqueza atrevida nem honesti­
dade boba. É por causa desse mal-entendido que muitas vezes surge 
a crítica, o julgamento e o desentendimento. “Afinal de contas, eu só 
disse a verdade...” — é como se justificam. Entretanto, a orientação 
certa é dada por Paulo em 2Timóteo 1:7: “Deus [...] nos tem dado 
[...] espírito de [...] poder, de amor e de moderação (ARA)”.
2. Procure ser tolerante. As pessoas falam demais em “tolerar uns 
aos outros”. O que querem dizer com isso? Na prática, é isto: “Eu o 
tolero, entende? Mas não suporto suas atitudes” (suas roupas, seus 
amigos, ou seus hábitos pessoais, etc.).
O DIVERTIMENTO PREDILETO DOS "CRISTÃOS"
Todos nós temos consciência de nós mesmos. A imagem que faze- 
mos de nós mesmos relaciona-se mais diretamente com nossa manei­
ra de sentir, com aquilo que fazemos, com as coisas de que gostamos.
Criticar o ponto de vista, o gosto ou as idéias de um indivíduo é o 
mesmo que criticá-lo, não importa o quanto suas intenções sejam boas.
Antes de apontar suas armas (especialmente suas armas espiri­
tuais) para as idéias, ações ou atitudes de alguém, faça a si mesmo 
duas perguntas: Procuro realmente ajudar essa pessoa ou realmente 
tento impor-lhe meu sistema de valores? Respeito essa pessoa e gosto 
dela pelo que ela é, ou tento adaptá-la a minha idéia do que seja 
respeitável, desejável ou espiritual?
Mostrar-se disposto a aceitar parece difícil? É difícil, sim. No en­
tanto, isso ajuda o cristão a lembrar-se de que Deus o aceitou — 
assim como é. E aquele que disse: “Vinde a mim...” é o mesmo que 
disse: “Pare de julgar superficialmente; você deve julgar justamente”
(Jo 7:24, tradução de Williams).
3. Seja compreensivo. A disposição para aceitar não quer dizer muito, 
a menos que venha acompanhada de igual dose de compreensão. O 
que é compreensão? Seja lá o que for, não é “saber algo” acerca de 
alguém, nem é entendê-lo ou ser capaz de adivinhar o que ele fará. 
Esse tipo de “compreensão” apenas declara: “Entendo o que há de 
errado com você”. Isso, porém, não é compreensão verdadeira; é mero 
prejulgamento (o mesmo jogo cristão a que chamamos de “Comen­
tários sem más intenções”).
Uma pessoa talvez tenha definido muitíssimo bem a compreensão 
ao declarar o seguinte em um questionário: “Se alguém deseja me 
entender, deve pôr-se na minha situação — quero dizer realmente 
isso, ponha-se no meu lugar”.
Esse tipo de compreensão — pôr-se na situação de outra pessoa
— é o que chamamos de empatia. Quando você demonstra empatia 
com alguém, você tenta projetar mentalmente seus pensamentos cons­
cientes e suas idéias no ser da outra pessoa. Isto é, você tenta ver 
exatamente como as coisas são para ela.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e u g í o s o
Você comunica empatia com outra pessoa mais por suas ações e 
expressões faciais que por suas observações oportunas. Por exemplo, 
suponha que alguém discorde de você quanto à interpretação de uma 
determinada doutrina ou de um versículo da Bíblia, ou talvez o desa­
cordo seja sobre algo tão simples como sobre quem falará a seu grupo 
na próxima reunião social. Você pode apresentar esse desacordo por 
meio de uma destas duas formas básicas. Por um lado, você pode 
contrair os lábios e dizer: “Você está errado, seu Tonico. Vê se cala 
essa boca, e não me apareça mais aqui!”. Ou você pode, por outro 
lado, experimentar a empatia e dizer sinceramente: “Você não gostou 
da idéia, Tonico? Bem, talvez a sua idéia seja melhor. Vamos ver se 
chegamos a um acordo...”.
Isso, entretanto, não é uma fórmula mágica. Algumas pessoas são 
tão preconcebidas, tão temerosas, tão pouco dispostas a aceitar ou a 
ceder que não conhecem a empatia, ainda que esta berre para chamar 
a atenção delas. Mas o fato é que, à medida que você assume uma 
atitude de compreensão para com os outros, há muito mais chance 
de você diminuir seus desentendimentos, pois terá menos preconcei­
to e menos espírito crítico. Ademais, você nada terá a perder, exceto 
um pouco de seu orgulho, seu medo e sua atitude defensiva, e tam­
bém aquelas outras características “favoritas” que nos tornam mais 
“religiosos” que cristãos.
Seja autêntico. Procure ser tolerante. Seja compreensivo. Essas 
três regras simples foram praticadas e vividas pela mesma pessoa 
que um dia nos julgará a todos. O melhor remédio para a crítica e 
o juízo que fazemos dos outros é este: “Lembrem-se de que cada 
um de nós comparecerá individualmente perante o Tribunal de 
Deus. [...] cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm
14:10,12).
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Decore Romanos 14:10. Com base em Romanos 14:1-12, faça 
uma lista de outros motivos por que é errado julgar os outros.
O DIVERTIMENTO PREDILETO DOS "CRISTÃOS"
2. Leia Romanos 14:7-9. Nesses versículos, Paulo fala acerca dos cris­
tãos. Compare 2Coríntios 5:14-21; Gálatas 2:20; Filipenses 1:20-21. 
Em uma só frase, escreva o que entende por soberania de Cristo.
3. Acha que a seguinte declaração é verdadeira ou falsa? “Muitas 
vezes, as pessoas julgam mal às outras por causa do orgulho, do medo 
ou da atitude de defesa.” Explique sua resposta.
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Pedra de passagem ou 
pedra de tropeço?
P edra de passagem? Pedra de tropeço? Que tipo de jargão religioso é 
esse? Bem, na verdade, não se trata de jargão religioso. A expressão 
pedra de tropeço tem origem bíblica e também consta do Dicionário 
Houaiss da língua portuguesa,, definida como “coisa que atrapalha a rea­
lização de um desejo ou atividade; desmancha-prazeres”. Paulo diz umas 
poucas palavras sobre essa idéia de ser impedimento ao progresso — 
mais especificamente, o progresso do crescimento cristão de outras 
pessoas. A solução que ele apresenta é a de nos tornarmos uma “pedra 
de passagem” — isto é, algo sobre o qual outros possam caminhar; e 
essa disposição para tornar-se pedra de passagem é pela causa e por 
amor de Cristo. Paulo estaria apresentando com isso a idéia do amor 
cristão de caminhar a segunda milha? Verifique isso por si mesmo.
R o m an o s 14:13-23
13 Assim, não condenem mais uns aos outros. Em vez disso; pro­
curem viver de tal modo que nunca façam um irmão tropeçar, se ele 
vir vocês fazerem alguma coisa que ele pensa que está errada.
14 Quanto a mim, estou perfeitamente seguro, baseado na auto­
ridade do Senhor Jesus, de que não há nada realmente errado em 
comer carne oferecida aos ídolos. Entretanto, se alguém achar que 
isso está errado, então não deve comer, pois, para ele, está errado.
15 Se um irmão ficar com a consciência triste por causa daquilo 
que você come, você não estará agindo com amor se continuar a co­
mer. Não deixe que a sua comida faça psrder-se alguém por quem 
Cristo morreu.
P edra de p a s s a g e m o u p e d r a d e t r o p e ç o
16 Evite dar motivo a crítica contra você, mesmo naquilo que 
você sabe que está certo.
17 Afinal de contas, a coisa mais importante para nós, como cris­
tãos, não é o que comemos ou bebemos, mas sim o reino de Deus, 
que é retidão, paz e alegria que vêm do Espírito Santo.
18 Se vocês deixarem Cristo ser Senhor nessas coisas, agradarão a 
Deus e os próprios homens no mundo aprovarão isto.
19 Desta forma, procurem andar em paz com todos na igreja e 
procurem ajudar-se uns aos outros*
20 Não destrua a obra de Deus por causa de um pedaço de carne. 
Lembre-se: não há nada errado com a carne, mas está errado comer, 
se isso fizer outra pessoa tropeçar na fé.
21 A coisa certa a fazer é deixar de comer carne, de beber vinho, 
ou de fazer qualquer outra coisa que ofenda seu irmão ou que o faça 
pecar ou enfraquecer na fé.
22 Você pode fazer tudo por fé, sabendo que não há nada de 
errado naquilo que faz, mesmo do ponto de vista de Deus, mas guar­
de isso para si próprio. Não se orgulhe de sua fé na presença de 
outros, que podem ficar feridos com isso. Nessa situação, feliz éo 
homem que não peca quando faz aquilo que acha certo.
23 Entretanto, quando alguém acha que alguma coisa que 
quer fazer está errada, não deve fazer. Peca se fizer, porque não 
tem a certeza da fé. E tudo que fazemos contrário a nossa fé é
R o m a n o s 15:1-6
1—2 Mesmo sendo fortes e crendo não haver diferença para o Se­
nhor, se fizermos essas coisas, ainda assim não podemos fazer nada só 
para agradar a nós mesmos. E preciso carregar o “peso” do irmão mais 
fraco e ter respeito para com as dúvidas e receios de outras pessoas — 
aquelas que acham tais coisas, erradas. Agrademos ao irmão e não a 
nós mesmos. Vamos fazer aquilo que é para o bem dele. Assim ele 
terá a fé edificada no Senhor.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
3 Nem mesmo Cristo procurou agradar a si mesmo. Como diz o 
salmista: “Ele veio sofrer os insultos daqueles que estavam contra o 
Senhor”.
4 Todas as coisas que foram registradas nas Escrituras há tanto 
tempo servem para nos ensinar a paciência e para nos confortar, a fim 
de aguardarmos com esperança a vitória final de Deus.
5 Que o Deus de paciência que conforta e anima os ajude a viver 
em completa harmonia uns com os outros — cada um tendo para 
com o outro a mesma atitude de Cristo.
6 E, então, todos vocês possam juntos louvar ao Senhor a uma só 
voz, dando glória a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
0 QUE CONTA NÃO É AQUILO QUE VOCÊ SABE
Na primeira metade do capítulo 14 (até v. 12), Paulo ensina que não 
devemos criticar nem julgar os outros, especialmente os irmãos na fé. 
Em assuntos discutíveis, cada cristão é livre para fazer aquilo que 
acha direito, de acordo com sua consciência. Nesses assuntos, ne­
nhum cristão deve julgar outros cristãos, porque Deus será o último 
Juiz de todos (v. 10 e 12),.
Sim, esse é o ensino de Paulo — em Romanos 14:1-12. Mas 
agora, para evitar que seus leitores fiquem demais intoxicados com o 
vinho inebriante da liberdade, Paulo vira a outra face da moeda e 
introduz um pensamento que encerra sobriedade. A liberdade, para 
seguir as convicções, há de ser equilibrada pela responsabilidade pessoal 
de fazer o que é melhor para seu irmão em Cristo.
A questão não é se: “Sinto-me livre para fazer isto ou aquilo?”, mas 
sim: “Como posso desempenhar minha responsabilidade de ajudar 
outros a viver e a desenvolver-se na vida cristã?”
O cristão deve viver de tal modo que não cause tropeço a seu irmão, 
e isso inclui a enfadonha discussão referente a comedores de carne versus 
vegetarianos, que Paulo considerou em Romanos 14:1 -12.1 Paulo, que
1 Se você quiser rever essa controvérsia, veja p. 108 e 109-
P ed r a d e p a s s a g e m o ü p e d r a d e t r o p e ç o
realmente pendia para os comedores de carne, agora, inesperadamente, 
afirma que um homem, embora seja livre para comer carne se sua 
consciência o permite, não pode deixar de levar em consideração aquele 
cuja consciência se ofenderia por essa prática, a de comer carne. (Veja 
v. 14.) Paulo não queria fazer mau uso de sua liberdade de consciên­
cia a ponto de tentar fazer algo que achasse errado, algo que prejudi­
casse seus sentimentos de comunhão e de harmonia com Cristo, nem 
queria influenciar ninguém a fazer essas coisas.
Como se aplica esse princípio hoje? Os cristãos de hoje não dis­
cordam quanto a comer carne, especialmente aquele tipo de carne 
oferecida aos ídolos. No entanto, discordam quanto a um grande 
número de práticas: desde ir ao cinema ou ver TV até os tipos de 
roupas e cosméticos permitidos; desde o que constitui comporta­
mento adequado aos domingos até o que é diversão apropriada ao 
cristão; desde quais bebidas uma pessoa pode tomar até o tipo de 
emprego que pode aceitar. E o que é certo em uma parte do país é 
errado em outra. O que é aceitável a um grupo não o é a outro, e, 
muitas vezes, isso acontece na mesma igreja. Não há uma perspectiva 
universal, nem há uma solução específica universal para tais proble­
mas. Há, não obstante, um princípio universal que se aplica a todos 
eles: o princípio que Paulo analisou nesses últimos capítulos — o 
amor.
No versículo 15, Paulo deixa claro: “Se um irmão ficar com a cons­
ciência triste por causa daquilo que você come, você não estará agin­
do com amor se continuar a comer. Não deixe que a sua comida faça 
perder alguém por quem Cristo morreu”.
...perder-se alguém por quem Cristo morreu. Bem, esse já é outro 
assunto. O problema, quando você o considera dessa maneira, já não 
é mais simplesmente um desacordo entre dois lados ou dois pontos 
de vista. Paulo, na verdade, afirma que embora seu ponto de vista seja 
perfeitamente válido, você ainda pode ter de “perder uma batalha” a 
fim de ganhar toda a guerra contra o mal, uma vez que você combate 
pelo bem de todos os outros que estão no Corpo de Cristo.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Nestes capítulos finais de Romanos (12— 15), Paulo acentua, 
de vários modos, o desafio do serviço cristão: glorificar a Deus, e 
não a si mesmo. A fim de glorificar a Deus, o cristão, muitas 
vezes, tem de deixar de lado a satisfação de suas próprias preferên­
cias em benefício do servir a Cristo. Como diz Paulo: “Não des­
trua a obra de Deus por causa de um pedaço de carne” (Rm 
14:20). (Ou por causa do prazer de um determinado passatempo 
no domingo à tarde, ou por querer parecer “chique” ao vestir a 
roupa esquisita da última moda, ou ainda por causa de uma di­
versão predileta. Talvez nada haja de errado em comer carne (ou 
seu equivalente), mas está errado fazer algo que leve um irmão na 
fé a tropeçar, a confundir-se, enfim, a afastar-se de Cristo, em vez 
de aproximar-se mais dele.
Paulo resume o assunto no versículo 21: “A coisa certa a fazer é 
deixar de comer carne, de beber vinho, ou de fazer qualquer outra 
coisa que ofenda seu irmão ou que o faça pecar ou enfraquecer na fé”.
Paulo diz que, em muitos casos, o importante não é o quanto você 
sabe\ no fundo, o importante é o quando você ama e como ajuda a 
edificar os outros na fé.
“Tudo isso está muito certo”, você pode dizer, “mas será que esse 
tipo de coisa é, realmente, tão importante para mim hoje em dia? 
Não conheço ninguém que me ataque pelas coisas que faço. Deixe- 
me fora desse negócio de pedra de tropeço, ou será que devo atirar 
fora meu barbeador elétrico só porque há cristãos que acreditam que 
se deve fazer a barba com lâmina de barbear?”.
Não comece com desculpas esfarrapadas. Primeiro, tentar regular 
sua vida para agradar a todo “tabu ou não tabu” seria a maneira de 
enlouquecer mais depressa. Na melhor das hipóteses, seria o árduo 
caminho religioso da volta ao legalismo; e é precisamente contra isso 
que Paulo dedica grande parte da sua carta à igreja de Roma. Mas 
o que Paulo sugere é que todo cristão deve estar preparado e disposto 
para fazer o que parece ser necessário para ajudar outro cristão que 
esteja em sua esfera de influência.
P edra de p a s s a g e m o u pedra de t r o p e ç o
j -
Em segundo lugar, Paulo não está tão preocupado em “nao ser uma 
pedra de tropeço” quanto o está em “ser uma pedra de passagem”.
Portanto, com essas palavras, Paulo quer dizer que não ser pedra 
de tropeço é uma coisa boa, porém procurar ser uma pedra para a 
passagem de alguém é muito melhor. Ser pedra para passagem signi­
fica que você está ativamente em busca de formas para ajudar os ou­
tros a se aproximar de Cristo. (Lembra-se da “dívida de amor” no 
capítulo 13? Você nunca poderia terminar de pagá-la. Ser pedra de 
passagem quer dizer que as pessoas caminharão sobre você. A idéia de 
ser pisado não nos atrai muito, nem é fascinante, como também não 
é nada agradável ser crucificado junto ao monte de lixo da cidade e 
diante dos cínicos que proferem impropérios e dos soldados que 
maldizem e sorteiam suas vestes.
Pois bem* digamos que o princípio é bem claro, mas você ainda faz 
cogitações: “Como devo proceder para tornar-me pedra de passagem, e 
não pedra de tropeço? Como posso descobrir quem tropeça em mim? 
Devoir à igreja e fazer um levantamento de opinião sobre os progra­
mas de TV? Devo levantar-me em uma reunião de oração e confessar 
que escapuli, sem ser notado, para ver o filme A noviça rebeldéí
Muito mais útil seria, primeiro, examinar as idéias sobre como ser 
autêntico, tolerante e compreensivo para com outras pessoas (pági­
nas 113-116). Além disso, você pode esforçar-se para ser um ouvinte
— não nas extensões de telefone ou nos buracos de fechaduras, mas 
nas conversas casuais do dia-a-dia. Em suma, realmente ouvir quando 
as pessoas falam com você.
Ouvir é uma arte que se perdeu. A falta da verdadeira atenção 
encontra-se na base da comunicação pobre, predominante, hoje, em 
todas as esferas e em todas as áreas. Empregados e empregadores 
realmente não ouvem uns aos outros. Professores e alunos, igualmen­
te. E o mesmo se verifica com pais e filhos. Parece que todos têm 
seu transmissor ligado (para dar sua opinião), mas poucos parecem 
dispostos a dar ao seu receptor uma chance de realmente ouvir o 
que ele tenta lhe dizer.
C o m o ser c r ís t ã o sem ser r e l ic s o s o
A situação, via de regra, é muito simples. Duas pessoas conver­
sam. Uma tenta expor à outra seu ponto de vista, seus sentimentos. 
A outra pessoa realmente lhe dá ouvidos? De maneira nenhuma! 
Essa outra está ocupada demais pensando em como responder. Uma 
grande quantidade de trocas de palavras entre as pessoas não é con­
versa: trata-se de uma competição, e que vença quem falar mais 
alto, ou quem for mais “vivo”, ou mais teimoso!
Mas qual a relação entre ouvir e ser pedra de passagem? Primeiro, 
talvez as pessoas estejam emitindo sinais sobre seu comportamento, 
mas você não ouve porque não tenta ouvir. As pessoas se comunicam, 
na maioria das vezes, de forma indireta, e não verbal. Para captar a 
mensagem completa das pessoas, você, com freqüência, tem de ouvir 
não só as palavras, mas também como elas falam algo. Talvez você 
tenha amigos que realmente estejam contrariados com alguns de seus 
hábitos ou atitudes, mas eles talvez prefiram morrer a ter de manifes­
tar-se abertamente sobre o que pensam. Em vez disso, deixam esca­
par uma observação improvisada, de quando em quando, ou talvez 
não digam nada, porém a expressão facial diz tudo. (Muitos de nós, 
não só deixamos de dar ouvidos aos outros; como realmente nem 
mesmo os vemos. Alguma vez, você já viu duas pessoas conversando, 
e uma tratar a outra como se fosse um poste? Elas olham para todos 
os lados, para o chão, para o teto, para o objeto em que trabalham ou 
a respeito do qual discutem, mas raramente se olham de frente, uma 
para a outra.)
Para ser um bom ouvinte (e espectador), você precisa de uma 
atitude de emparia e de compreensão. (Veja páginas 114-116.) Você 
deve desejar ouvir a outra pessoa antes de se dispor a realmente dar- 
lhe ouvidos. Ouvir é uma forma prática e muito necessária para 
tornar-se pedra de passagem. (Algumas pessoas não são agradáveis 
de ouvir em nenhuma circunstância.) As pessoas se acostumam a ser 
o objeto da conversa. Muitos de nós, porém, ficamos agradavelmente 
surpreendidos quando alguém se dispõe a falar conosco e dar ouvidos 
ao que falamos e sentimos.
P edra d e p a s s a g e m o u pedra de t r o p e ç o
Tente ser bom ouvinte. Salomão estava muitíssimo certo: “Res­
ponder antes de ouvir é estultícia e vergonha”. “Ouça o sábio e 
cresça em prudência” (Pv 18:13; 1:5, ARA).
Também, o verdadeiro ouvir é um excelente modo de pôr em 
prática ljoao 3:18: “... deixemos de dizer apenas que amamos as pes­
soas; vamos amá-las realmente e mostrar isto pelas nossas ações” (A 
Bíblia Viva). Amar é ter a mesma atitude de Cristo para com outros 
(Rm 15:5). Esse tipo de atitude é a disposição para fazer um esforço 
especial, suportar inconveniência, ser pisado a fim de servir e de aju­
dar. Amor como o de Cristo só tem em vista o bem dos outros; nada 
espera em retribuição, apenas procura dar.
O serviço cristão não é atenção automática ao dever. Não é uma 
“obrigação legal”. O serviço cristão não é executado principalmente 
para o “bem da comunidade”. O serviço cristão — por ser pedra de 
passagem, e não pedra de tropeço — tem o mais elevado motivo 
possível: glorificar a Deus. E quando o cristão verdadeiramente serve 
com esse propósito, estende, invariavelmente, a mão aos que estão ao 
seu redor, com interesse e amor, porque Deus é amor.
J. B. Phillips traduz esse trecho de Romanos 15:5-7 desta forma: 
“Que o Deus inspirador daquela paciência, que cuida paternalmente 
dos homens, vos conceda um espírito de união entre todos os irmãos, 
e isto por causa da lealdade comum que tendes a Jesus Cristo. Então 
podereis cantar em um só coro, de coração, os louvores de Deus, Pai 
de nosso Senhor Jesus Cristo [...] Abri, pois, os vossos corações uns 
aos outros, como Cristo vos abriu o seu, e Deus será glorificado”.1
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Decore Romanos 14:13. A seguir, leia Romanos 14:13-21. De­
pois escreva sua própria definição de “pedra de tropeço” e de “pedra 
de passagem”. Qual atitude é mais fácil? Por quê?
1 P h i l l ip s , J. B. Cartas às igrejas novas. São Paulo, Edições Vida Nova, 1972, p. 35.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r ê ü c s o s o
2. Faça uma experiência esta semana. Escolha uma ou duas pessoas 
a quem você, via de regra, não dispensa muita atenção e tente real­
mente ouvir o que elas dizem. Analise como elas dizem as coisas e por 
que dizem, bem como o que elas dizem. Veja se isso ajuda seu relacio­
namento com essas pessoas. Veja se você aprende alguma coisa no 
sentido de ser pedra de passagem, em vez de pedra de tropeço.
3. Compare Romanos 15:1-6 com estes versículos sobre glorificar
a Deus: Salmos 22:23; Mateus 5:16; João 15:8; lCoríntios 6:20.
Qual, em seu entender, é o melhor modo de glorificar a Deus? Anote 
algumas idéias específicas.
Dividir ou multiplicar
Uma das características dos cristãos primitivos era, o amor. Celso, 
filósofo romano anticristao do século II, teve de admitir relutante­
mente: “Veja como esses cristãos se amam!”.
E hoje? Muitos cristãos permanecem em seus pequenos gru- 
pinhos fechados, falando muito sobre o amor, embora não mos­
trem muita unidade em seu viver. Os cristãos primitivos eram mais 
espirituais que os de hoje? Eles tinham algum poder estranho que 
os capacitava a se amar uns aos outros de forma constante e consis­
tente? Dificilmente! Amar uns aos outros não era, em nada, mais 
fácil para os primeiros cristãos que o é para nós hoje. Paulo, nas 
linhas finais de sua carta, inclui algumas sugestões sobre como unir- 
nos em torno de Cristo. Todo cristão pode usar essas sugestões.
R o m a n o s 15:7-33
7 Portanto, estejam unidos uns aos outros na igreja, tal como Cristo 
os uniu a ele. E então Deus será glorificado.
8 Lembrem-se de que Jesus Cristo veio para mostrar que Deus é 
verdadeiro e fiel às suas promessas feitas no passado aos judeus.
9 E que ele veio também para que os outros povos pudessem ser 
salvos e dessem glória a Deus pelas suas misericórdias para com eles. 
Isso foi o que o salmista disse, quando escreveu: “Eu te glorificarei 
entre os gentios, e cantarei louvores ao teu nome”.
10 E, em outro lugar: “Fiquem alegres, ó gentios, juntamente 
com o seu povo, os judeus”.
11 E mais uma vez: “Louvem ao Senhor, todos os povos o louvem”.
C o m o ser c r i s t ã o sem ser r e l íc ío s o
12 E o profeta Isaías disse: “Haverá um herdeiro da família de Jessé, 
e ele será Rei sobre os gentios; eles porão suas esperanças somente 
nele”.
13 Portanto, eu oro por vocês, os gentios, a fim de que Deus, que 
dá esperança, os conserve felizes e cheios de paz por crerem nele. Oro 
para que Deus ajude vocês a transbordarem de esperança nele, mediante 
o poder do Espírito Santo em vocês.
14 Eu sei, meus irmãos, que vocês são sábios e bons, e que conhe­
cem essas coisas tão bem que são capazes de ensinar aos outros tudo 
a respeito delas.
15—16 Mas, mesmo assim, eu tenho tido bastante coragem em 
falarsobre alguns destes pontos, sabendo que tudo quanto vocês pre­
cisam é dessa lembrança minha. Porque eu sou, pela graça de Deus, 
um ministro da parte de Jesus Cristo levando o evangelho a vocês, os 
gentios, e oferecendo vocês como um sacrifício aceitável a Deus. Por­
que vocês foram feitos puros e dedicados a Deus pelo Espírito Santo.
17 Assim, tenho direito de ficar muito satisfeito com tudo quanto 
Cristo Jesus fez por meu intermédio.
18 Não me atrevo a julgar quanto de fato ele usou os outros, 
porém isto eu sei: ele me usou para ganhar os gentios para Deus.
19 Ganhei-os pela minha mensagem, pela boa maneira como vivi 
diante deles e pelos milagres feitos através de mim como sinais de 
Deus — tudo pelo poder do Espírito Santo. Desse modo eu preguei o 
evangelho completo de Cristo, desde Jerusalém até à região do Ilírico.
20 Entretanto, minha ambição por todo esse tempo tem sido ir 
ainda mais longe e pregar onde o nome de Cristo nunca foi ouvido, 
em vez de ir a um lugar onde uma igreja já tenha sido iniciada por 
outra pessoa.
21 Tenho seguido o plano indicado nas Escrituras, onde Isaías diz 
que aqueles que nunca ouviram o nome de Cristo o verão e compre­
enderão.
22 De fato, esse é o verdadeiro motivo pelo qual tenho me demo­
rado tanto em fazer esta visita a vocês.
OlVIDíR OU MULTIPLICAR
23 Agora, porém, estou finalmente terminando o meu trabalho 
aqui, e estou pronto a ir, depois de todos esses longos anos de espera.
24 Porque eu estou planejando fazer uma viagem à Espanha, e 
quando for, passarei aí em Roma; e depois que nos tivermos alegra­
do juntos por um pouco, vocês poderão promover minha viagem 
para lá.
25 Mas, antes de ir, eu preciso descer a Jerusalém para levar uma 
contribuição aos cristãos de lá.
26 Porque, como vocês sabem, os cristãos da Macedônia e da Acaia 
tiraram uma coleta para os de Jerusalém que estão passando dificul­
dades.
27 Eles ficaram muito contentes em fazer isso, pois sentem que 
têm uma verdadeira dívida para com os cristãos de Jerusalém. Por 
quê? Porque as notícias a respeito de Cristo chegaram a eles através da 
igreja de Jerusalém. Visto que eles receberam dos judeus esta grande 
dádiva espiritual do evangelho, sentem que o mínimo que podem 
fazer em troca é dar alguma ajuda material.
28 Assim que eu tenha entregado esse dinheiro e completado essa 
boa obra deles, passarei por vocês, indo a caminho da Espanha.
29 E estou certo de que quando eu for, o Senhor Jesus encherá 
todos nós com a sua bênção.
30 Sejam meus companheiros na oração. Pelo amor do Senhor 
Jesus Cristo e por causa do amor que vocês têm para comigo — e 
que foi dado pelo Espírito Santo — orem muito comigo por meu 
trabalho.
31 Orem para que lá em Jerusalém eu seja protegido daqueles 
judeus que são rebeldes e lutam contra os cristãos. Orem também 
para que os cristãos de lá se prontifiquem a receber bem o dinheiro 
que estou levando.
32 Então, poderei ir visitar vocês com um coração alegre, pela 
vontade de Deus, e assim poderemos nos reanimar uns aos outros.
33 E agora, que o nosso Deus, que concede a paz, seja com todos 
vocês. Amém.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l íg io s o
V o c ê c o n sid e r a a s p e sso a s pelo seu p o t e n c ia l o u pelo se u p a s s a d o ?
A primeira vista, esses versículos podem parecer, de certo modo, 
triviais, nada mais que um fecho, com os pensamentos finais de um 
missivista que tem pressa de terminar uma carta que já está um 
tanto longa. Há, não obstante, alguns princípios práticos para a 
unidade crista naquilo que Paulo escreve. Primeiro, Paulo tinha espe­
rança,, mesmo nas situações “desesperadoras”. Nos versículos 7 a
13, ele toca uma vez mais no problema dos “direitos civis” da igreja 
primitiva: judeu versus gentio. Os crentes judeus achavam que ti­
nham privilégios especiais concedidos por Deus. Afinal de contas, 
eram descendentes de Abraão e, portanto, membros de uma raça 
que Deus escolhera para glorificar-lhe o nome e preservar sua Pala­
vra. Muitos judeus se tornaram cristãos convertidos nos primeiros 
anos de vida da igreja e tinham muito ressentimento e desdém pela 
“intrusão” dos gentios que também criam em Cristo e desejavam 
estar na comunhão cristã.
Alguns dos judeus mais zelosos tentaram forçar os gentios a passar 
pelas “cerimônias de iniciação” como, por exemplo, a circuncisão, a 
fim de que pudessem fazer parte da igreja. Era difícil para o bom 
judeu — educado na tradição— lei, religião — aceitar a idéia de que 
o evangelho oferecia salvação gratuita a todos os homens pela fé, e 
apenas pela fé. Muitos dos judeus convertidos ao cristianismo não 
aceitaram, ou não entenderam completamente, o conceito de graça
— o amor e o favor não merecidos provenientes de Deus. Preferiam 
manter o cristianismo dentro da categoria religiosa, cercado de exi­
gências, rituais e regras.
Os gentios, contudo, tinham pouca tradição e pouco treinamen­
to religioso. Saíram do paganismo, aceitando alegremente a idéia de 
que por meio de Cristo poderiam receber o perdão de pecados e a 
salvação. Não conseguiam entender por que os judeus faziam tais 
restrições, ou por que alguns judeus cristãos pareciam menosprezá- 
los por sua falta de tradição e de passado religiosos. Havia uma boa 
dose de confusão, divergência e ficção por causa desse problema da
D ivsdir o u m u l t ip l i c a r
convivência de judeus e gentios na mesma congregação cristã. Essa 
dissensão interna era, talvez, o maior perigo que a igreja cristã en­
frentava em seus primeiros anos de vida, e Paulo sabia disso. Foi por 
esse motivo que ele, deliberadamente, destinou uma carta aos Roma­
nos e outra à igreja da Galácia, tratando desse problema e explicando 
por que e como os cristãos deveriam unir-se em torno do conceito de 
salvação pela fé em Cristo.
Paulo enfrentou pesadas dissensões e ofensas pessoais de todo tipo 
a fim de reunir os cristãos em torno de Cristo. Apesar das dificulda­
des, ele prosseguiu em seu intento. A chave para sua atitude está em 
Romanos 15:13. Se Paulo podia orar para que outros alcançassem a 
esperança, a paz e a felicidade provenientes de Deus, certamente era 
por que ele mesmo tivera tal experiência. Teve essa experiência à me­
dida que cria em Deus. Experimentou esperança e paz interior à 
medida que permitia que o poder do Espírito Santo operasse nele e 
por intermédio dele — esse é outro exemplo da diferença entre ser 
religioso e ser cristão.
Paulo tinha tato. Você também precisa ler as entrelinhas, mas isso 
está ali. No versículo 14, ele alega saber que realmente não precisa 
dizer aos crentes romanos essas coisas fundamentais sobre o amor e a 
glorificação a Deus em uma comunidade unida. Paulo não os impor­
tuna, não os repreende severamente nem faz observações sarcásticas. 
Paulo prefere “pensar positivamente” e procurar o que há de bom na 
situação. Paulo estava muito mais interessado no que um homem pode­
ria ser do que naquilo que ele fora até ali,
Aqui temos outro ponto-chave. Pense a esse respeito. Você vê os 
outros — e especialmente em relação a você — em processo de me­
lhoramento ou os vê sempre em ligação ao passado — o que eles 
fizeram ou não fizeram; disseram ou não disseram? Em termos bem 
claros, você guarda rancor santificado contra as pessoas da família, da 
escola ou do local de trabalho? E fácil classificar os outros. Você pode 
pô-los em pequenos compartimentos, do tipo “desleixado”, “falador”, 
“desonesto”, “irresponsável”, “desleal” e assim por diante. Mas esse é
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
o processo da religião, o processo das normas, o processo das idéias, 
pois, na verdade, isso não passa de atitudes assentadas com cimento 
da marca “santarrão”.
O cristianismo, entretanto, lida com o potencial\ isto é, considera 
aquilo que uma pessoa pode vir a ser, e não apenas o que ela é. Este é 
o âmago do evangelho. Se Deus lidasse conosco estritamente à base 
do nosso passado, ele nunca teria enviado Jesus Cristo para morrer 
por nossos pecados.Mas Deus nos amou. Ele nos viu como pessoas 
dignas e de valor, com muito potencial. Perdoou-nos e continua a 
perdoar-nos, sempre aguardando aquilo que podemos vir a ser, se 
formos receptivos à oportunidade que temos em Cristo.
Ey afinal, Paulo, ao cumprir suas responsabilidades, mostrou amor. 
Paulo fez seus planos levando em consideração seus deveres, e não pas­
sando por cima deles. Ele desejava muito ir à Espanha a fim de abrir 
novas fronteiras para o evangelho (v. 24). Esperava tornar Roma um 
ponto estratégico para a expansão das atividades missionárias rumo 
ao Ocidente. Não obstante, tinha primeiro de resolver essa questão 
um tanto rotineira, porém urgente, de levar um donativo em dinhei­
ro aos cristãos de Jerusalém (v. 25). Esse presente não era alguma 
espécie de bonificação ou prêmio especial que os crentes de Jerusa­
lém conquistaram em um sorteio. O dinheiro era muitíssimo neces­
sário para aqueles que estavam sem meios de sustento.
Em uma cidade como Jerusalém, grande parte dos empregos dispo­
níveis devia relacionar-se com o templo judaico e com as necessidades 
de sua colossal estrutura. Mas o templo era controlado e dirigido pelos 
saduceus, uma seita de chefes judeus que negavam a crença na res­
surreição, e que eram inimigos declarados de Cristo e do cristianis­
mo. Em Jerusalém, casos de homens que perdiam o emprego por 
ter se convertido ao cristianismo devem ter acontecido com muita 
freqüência.
Por causa dos saduceus e de outros judeus zelosos que odiavam o 
cristianismo, Paulo enfrentou perigo real por ir a Jerusalém. Para os 
judeus da “religião dos velhos tempos”, Paulo era o Inimigo Público
D iv id ir o u m u l t ip l ic a r
n° 1. Ele era procurado por toda parte e, acima de tudo, em Jerusa­
lém. Os judeus, mais de uma vez, tentaram matar Paulo (veja At 
14:5; 18:12), e agora ele planejava entrar, exatamente, no quartel- 
general adversário para fazer a entrega de DONATIVOS!
Paulo poderia muito bem ter solicitado a dispensa dessa missão. 
Ele poderia enviar outro e, assim, ficar livre para atender a “assuntos 
mais importantes” em Roma ou na Espanha. Mas ele não só pregava
0 amor e a unidade cristãos; também os punha em prática. O Senhor 
de Paulo dissera: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar 
alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15:13, ARA). E, 
graças a seu desejo de ajudar os pobres em Jerusalém, ele acabaria 
dando a própria vida.1 Ele era um exemplo vivo e itinerante do que 
quer dizer transformar palavras cristãs em atos cristãos.
Será que a unidade cristã, a confiança, o amor recíproco e a com- 
preensão realmente repousam neste princípio: ações, não meras pala­
vras? Se todos os cristãos se tornassem pessoas cumpridoras de sua 
palavra, qual seria o resultado?
Paulo não era o único cristão que cumpria sua palavra, que lutava 
com afinco e que ansiava pela unidade dos crentes no evangelho. Havia 
centenas, milhares de cristãos como ele, e alguns dos nomes aparecem 
inesperadamente no final de sua carta à igreja de Roma. Parece que, 
hoje, não há tanta ajuda aqui para enfrentar as dificuldades destes tem­
pos de tecnologia avançada, mas, no capítulo 16, há um verdadeiro 
desfile de cooperadores. Veja se consegue localizá-los.
R o m a n o s 1 6 : 1 - 2 2
1, 2 Febe, uma estimada irmã em Cristo, da cidade de Cencréia, fará 
uma visita a vocês em breve. Ela trabalhou muito naquela igreja.
1 Paulo, quando deixou Jerusalém, jamais voltou a ser um homem livre. Os judeus 
tentaram matá-lo; mas foi salvo, porque os romanos o prenderam; mais tarde, foi 
transportado para Roma sob escolta e, por fim, foi executado nessa cidade por ordem 
de César.
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
Recebam a ela como irmã no Senhor, dando uma calorosa acolhida 
cristã. Ajudem de todos os modos que puderem, pois ela auxiliou a 
muitos em suas necessidades, inclusive a mim mesmo.
3 Dêem minhas saudações a Priscila e a Aqüila. Eles foram meus 
colaboradores nos trabalhos de Cristo Jesus.
4 De fato, chegaram a arriscar suas próprias vidas por mim, E eu não 
sou o único a ser agradecido a eles, mas todas as igrejas gentias também.
5 Por favor, dêem minhas saudações a todos que se reúnem na casa 
deles para os cultos. Lembranças a meu bom amigo Epêneto. Ele foi 
o primeiro na Asia a se tornar cristão.
6 Dêem minhas lembranças a Maria, que tanto trabalhou para 
ajudar a vocês.
7 Além desses, há ainda Andrônico e Júnia, meus parentes, que 
estiveram comigo na prisão. Eles são respeitados pelos apóstolos e já 
eram cristãos antes de mim. Transmitam a eles minhas saudações.
8 Lembranças a Amplíato, a quem amo como um dos filhos de 
Deus.
9 E também a Urbano, nosso colaborador na obra cristã, e ao 
amado Estáquis.
10 Há ainda Apeles, um homem aprovado pelo Senhor; sauda­
ções a ele. Envio muitas lembranças àqueles que trabalham na casa 
de Aristóbulo.
11 Lembranças a Herodião, meu parente. Lembranças minhas 
aos cristãos da casa de Narciso.
12 Saudações a Trifena e Trifosa, servas incansáveis do Senhor; e à 
estimada Pérside, que tanto tem trabalhado para o Senhor.
13 Lembranças a Rufo por mim — aquele que o Senhor escolheu 
para ser seu e também à sua querida mãe, que tem sido verdadeira 
mãe também para mim.
14 E dêem minhas saudações a Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a 
Pátrobas, a Hermas, e a outros irmãos que estão com eles.
15 Apresentem minha estima a Filólogo, a Júlia, a Nereu e sua 
irmã, bem como a Olimpas e todos os cristãos que se reúnem com eles.
D ivídjr o u m u l t ip l ic a r
16 Cumprimentem uns aos outros de maneira amável e respeito­
sa. Todas as igrejas daqui enviam suas lembranças a vocês.
17 Eagora tenho mais uma coisa a dizer antes de terminar esta 
carta. Fiquem longe daqueles que causam divisões e estão perturban­
do a fé cristã do povo, ensinando sobre Cristo coisas contrárias aos 
ensinos que vocês receberam.
18 Esses mestres não trabalham para nosso Senhor Jesus, mas 
somente desejam proveito para si mesmos. Falam palavras doces e 
cheias de elogios, e as pessoas ingênuas são enganadas por eles muitas 
e muitas vezes.
19 No entanto, todo o mundo sabe que vocês continuam fiéis e 
obedientes. Isso me deixa muito contente. Eu quero que vocês sejam 
sempre muito sábios a respeito do bem e puros, sem maldade ne­
nhuma.
20 O Deus de paz dentro de pouco tempo esmagará Satanás de­
baixo dos pés de vocês. Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo 
esteja com vocês.
21 Timóteo, meu companheiro de trabalho, bem como Lúcio, 
Jasom e Sosípatro, meus parentes, enviam lembranças a vocês.
22 Eu, Tércio, sou quem escreve esta carta ditada por Paulo, tam­
bém envio minhas saudações como irmão em Cristo.
C o m o se r ia seu r e su m o em u m a se n t e n ç a?
Esse capítulo da carta quase faz você sentir-se como se tivesse chega­
do à escrivaninha de alguém para remexer em alguns de seus documen­
tos pessoais. Agora, Paulo fala diretamente a amigos, e, por trás de 
muitos de seus breves comentários, há dramas que nunca foram es­
critos, atos heróicos e sacrifícios que jamais foram registrados. Os 
estudiosos da Bíblia fizeram muita especulação sobre quem eram es­
sas pessoas, de onde vieram e, por fim, o que lhes aconteceu. Uma 
observação muitíssimo útil, contudo, é a de William Barclay; ele 
afirma que Paulo, nesses versículos, retrata muitas dessas pessoas com 
poucas palavras: “Eles foram meus colaboradores nos trabalhos de
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ic ío s o
Cristo Jesus”; “servas incansáveis do Senhor”; “estiveram comigo na 
prisão”. Se solicitassem a seus amigos ou a sua família que resumis­
sem você em apenas uma sentença, qual seria ela?
P a r a m e d it a ç ã o p o st e r io r
1. Veja, de novo, os três princípios para promover a unidade cristã, 
conforme comentados neste capítulo:
1. Ter esperança.
2. Ter tato.
3. Cumprir com suas responsabilidades (ser uma pessoa de palavra). 
Você é capaz de pensar em meios específicos segundo os quais
possa aplicar esses princípiosem sua vida? Anote, pelo menos, uma 
idéia para cada princípio.
2. Pense em alguém que você “classificou” como “irresponsável”, 
“desleixado”, “sem personalidade”, “mal humorado”, “amuado” etc. 
A seguir, anote as idéias sobre o que você poderia fazer para tratar essa 
pessoa de um modo mais positivo, de sorte que a visse não ligada ao 
passado, mas com o potencial para transformar-se e desenvolver-se 
no futuro.
3. Decore esta sentença de Romanos 15:13, no texto da Bíblia 
Viva: “Portanto, eu oro por vocês, os gentios, a fim de que Deus, que 
dá esperança, os conserve felizes e cheios de paz por crerem nele”. A 
seguir, após resumir João 3:3; Provérbios 14:32; Colossenses 1:5; 
Tito 2:13; 1 Pedro 1:3, faça um estudo sobre o que a Bíblia diz a 
respeito da “esperança”.
Jamais olhe para trás
O “m an ual” de Paulo sobre com o ser cristão sem ser religioso está 
chegando ao fim .
Você pode concordar, ou não, com as definições de “cristão” e de 
“religioso”. No entanto, a carta aos Romanos acentua que há uma 
diferença clara entre os dois.
De acordo com o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, religião é 
o conjunto de dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa...
E o cristão, de fato, tem isso.
Segundo o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, religião é 
a virtude do homem que presta a Deus o culto que lhe é devido.
E o cristão certamente faz isso.
De acordo, ainda, com esse último dicionário, religião é crença 
fervorosa, devoção, piedade, reverência às coisas sagradas, isto é, uma 
convicção lúcida da existência de um ser supremo que suscita reve­
rência, amor, gratidão e vontade de obedecer a ele e de lhe servir.
O cristão também tem tudo isso, e uma coisa a mais. O cristão 
tem poder.
E não é um poder que ele gera dentro de si mesmo. Ele sabe que 
aquilo que a Bíblia diz é verdadeiro: o coração do homem é engano­
so, um cheque sem fundos devolvido pelo banco, a despeito de estar 
preenchido com nitidez.
O poder do cristão vem de Deus — de alguém que o transcende. 
A religião cria “alguém”, ou “algo”, feito sob medida, não grande 
demais, é lógico. A religião produz um deus que é muito fácil de 
manejar, compacto o bastante para caber na gaveta da cômoda, entre
C om o stR cristão sem ser r e l ig io s o
um domingo e outro. Mas o cristianismo não fala a respeito de um 
deus desse tipo.
O cristianismo fala de um Deus que não se põe à distância só para 
ver você “debater-se para alcançá-lo”. O cristianismo afirma que Deus 
veio até nós e já fez algo pela humanidade: Ele removeu nossa culpa. 
Excetuando-se a morte, a culpa é, talvez, o maior inimigo do homem. 
A culpa é o ácido corrosivo, consumidor, que devora uma pessoa por 
dentro; é o conhecimento instintivo de que você não é tudo aquilo que 
desejaria que os outros pensassem que é; que, realmente, não está em 
condições de permanecer diante de um Deus justo e santo.
Investigue as religiões, os cultos, as seitas. Nenhum deles, na ver­
dade, afirma ter resposta para o pecado e para a culpa. Muitos grupos 
concluem pela inexistência da culpa, ao admitir as mais cabais e 
satisfatórias explicações. Você terá de tomar uma decisão por si mes­
mo a esse respeito. Você terá de considerar a evidência das páginas da 
história, especialmente da história recente que registra duas guerras 
mundiais e uma guerra fria, fundamentada no poderio de armas atô­
micas, uma espécie de jogo internacional, com munições vivas, de 
mocinho e bandido. Ou folheie o jornal de sua cidade e constate: o 
crime ainda não saiu de moda! Se você, mesmo assim, ainda não 
estiver convencido, seja honesto e consulte sua experiência pessoal, 
os pontos ganhos no jogo da vida.
Tudo evidencia que temos a pretensão real de sermos famosos. 
Todos nós somos capazes de auto-ilusão e fraude; de tramóia e cruel­
dade — a tal ponto que escapam à simples imaginação.
Alguns cometem crime ou suicídio. Outros se envolvem com dro­
gas, outros ainda casam-se na polícia, ou simplesmente traem um 
bom amigo. Ficamos chocados. Jamais pensaríamos que uma pessoa 
“tão excelente” como o fulano de tal fosse capaz disso. Todos, porém, 
somos igualmente capazes desses atos reprováveis. Todos somos peca­
dores, carentes da graça de Deus.
O cristianismo lida honestamente com esse problema fundamental 
do pecado e da culpa. O cristianismo diz que o Deus vivo entrou na
história. O ensino claro da Bíblia é que Deus se fez homem de carne e 
osso. Ele morreu na cruz como o supremo sacrifício para pagar a pena 
de todo pecado, e nao apenas como um pregador itinerante in­
compreendido que não teve sorte. E isso não foi tudo. A Bíblia afirma 
claramente que Cristo ressurgiu dos mortos. Seus seguidores não viram 
um fantasma, fruto da imaginação, mas um corpo ressurrecto que po­
dia ser tocado e que podia, até mesmo, alimentar-se.
Ou tudo isso é verdade (e nao “mito”) ou o cristianismo é o supre­
mo embuste da história, sem nem mesmo merecer ser denominado 
uma “grande religião”. E se o cristianismo não passa de mera religião, 
então ele não vale nem mesmo o papel em que se imprime a Bíblia.
E talvez o mais estranho fato de todos é que Deus nos deu a todos 
a liberdade de tratá-lo como nos aprouver. Deus entrou na história, é 
verdade, mas dificilmente nos pegou à força. Um estábulo não é o 
ambiente costumeiro para uma coroação. Uma cruz não é o local 
apropriado para um discurso de despedida. De modo que você, se 
quiser, pode considerar o cristianismo como uma mera religião. 
Pode recusar-se a crer em qualquer de suas admiráveis afirmações. Pode 
classificá-lo ao lado do fantástico folclore da mitologia grega. Pode 
relegá-lo ao escapismo dos budistas ou dos hindus. Pode mostrar-se 
generoso e dizer que ele está repleto da sabedoria do taoísmo ou de 
Confúcio.
Não importa como você queira demonstrar sua descrença. Os re­
sultados são os mesmos. Você continua capitão de seu destino. Man­
tém Deus reduzido a um tamanho adequado, algo que possa mane­
jar e que não se torne inconveniente. Na realidade, você presta culto 
a uma reprodução de seu deus pessoal — você mesmo. De fato, você 
diz ao verdadeiro Deus: “Não preciso de nenhuma ajuda”. E você 
não consegue ajuda alguma.
Mas existe outro modo para reduzir o cristianismo a uma religião: 
é a partir de seu interior. Em vez de recusar o evangelho, você o 
aceita. Salva-se. Une-se à igreja. Adora a Deus todos os domingos em 
comunhão com os redimidos. Mas você, a despeito de sua alegação de
C o m o ser c r ís t à o sem ser r e l ig io s o
fé na graça de Deus, confunde ser cristão com ser religioso. Você 
expressa esse fato em calorosos tons espirituais, porém sente que seu 
relacionamento com Deus ainda depende de quão bem você observa 
as normas e os regulamentos. Em suma, ainda é uma questão de que 
quanto melhor for seu desempenho, mais alto você chega.
Há cristãos que contemplam a vida cristã da mesma forma que o 
atleta de salto com vara vê a barreira de seis metros. Esse tipo de cristão 
se exercita para estar em forma. (Isto é, faz suas orações com perfeição; 
aprende os chavões certos e faz as citações dos textos prediletos sobre 
provação no momento exato em que sofre pressões psicológicas.) Ten­
ta, constantemente, encontrar a melhor vara de salto possível. (Isto é, 
sempre procura o novo autor espiritual, o novo conferencista, algum 
novo gigante espiritual com quem possa identificar-se e, dessa forma, 
extrair dele parte de sua espiritualidade.) E, sem dúvida, como qual­
quer bom saltador com vara, exercita-se diligentemente (comparece a 
todas as reuniões e cultos, certifica-se de que aparenta espiritualidade e 
de que soa tão espiritual quanto qualquer outro). Mas, por dentro, não 
sente, de verdade, que seja possível saltar os seis metros. Ele ainda 
equipara o cristianismo com “ser bom”, embora não ache mesmo que 
um dia possa vir a ser suficientemente bom.
Bem, em certo sentido, esse tipo de cristão está certo. Ele não é 
“suficientemente bom” e nunca o será enquanto utilizar esse tipo detentativas. Voltemos, por um momento, à comparação do salto; para 
esse cristão, a barra já não está a seis metros. Está a trezentos metros, 
e todas as varas não passam de palitos. Ser cristão não é uma questão 
de fazer todos os movimentos corretos, ganhar pontos em concursos 
bíblicos ou distintivos de mérito espiritual.
Ser cristão é assunto de fé: fé pessoal e entrega a Jesus Cristo. Sim, 
você ouviu isso antes. Mas, realmente, pensou a respeito do que isso 
quer dizer? Lembra-se de como Pedro tentou caminhar sobre a água 
(Mt 14:29-30)? Ele ia muito bem, até que deixou de olhar para 
Cristo e olhou para trás; começou a ficar com medo por causa do 
tamanho das ondas. “Senhor, salva-me!” Essa é uma ilustração perfeita
C o n c lu sã o
das escolhas diárias que fazemos, as quais resultam em ser cristão ou 
ser religioso. Você pode viver pela fé, em uma entrega pessoal a Cris­
to, ou pode olhar para trás, esquecer-se de Cristo e afundar-se.
Como quase tudo na vida, não se trata completamente de “ou isso 
ou aquilo”. Muitos de nós nunca afundamos completamente; mas 
também não ficamos na crista da onda todo o tempo. De certo modo, 
parece que, durante grande parte do tempo, vadeamos pela vida — 
com a água até os joelhos, a cintura, ou o pescoço, por causa das 
circunstâncias, da teimosia e da frustração.
Em outras palavras, parece que nós, os cristãos, somos, de forma 
incurável, religiosos, sempre tentados a ostentar um floreio religioso, 
a viver segundo as normas, a acrescentar um pouquinho de esforço 
pessoal a fim de dar às coisas nosso toque pessoal.
Mas Deus não precisa de nosso toque pessoal. Ele quer nosso ser; o 
esforço cabe apenas ao Senhor.
Lembrar-nos de que cristianismo não é um estado de perfeição é 
algo que ajuda. Em Romanos, Paulo diz como alcançar vitória sobre 
o pecado, porém ele não ensina como ser perfeito. Ele sabia que ser 
cristão não é atingir o ponto de chegada. O cristão nunca “chega”, 
pois o cristianismo é uma caminhada, uma nova maneira de viver, 
um processo de maturação.
Volte e leia o ponto alto da carta de Paulo à igreja de Roma: o 
capítulo 8. Nada separa o cristão do amor de Cristo. O cristão pode 
alcançar vitória. A vida cristã opera de fato à medida que você segue o 
Espírito Santo.
Se você quiser um resumo do que significa ser cristão sem ser 
religioso, decore Romanos 8:5: “Aqueles que se deixam controlar por 
sua natureza pecaminosa vivem tão-somente para agradar a si mes­
mos; mas aqueles que são controlados pelo Espírito Santo só querem 
fazer as coisas que agradam a Deus”. E você, à medida que faz essas 
coisas para agradar a Deus, agrada a si mesmo.
Nunca é fácil. Nem é automático. Vida cristã quer dizer cresci­
mento e mudança. Crescimento e mudança sempre são dolorosos;
C o m o ser c r is t ã o sem ser r e l ig io s o
tampouco todos crescem na mesma medida. Mas à medida que o 
cristão cresce, ele abandona sua aparência religiosa e seus conceitos 
infantis de Deus. Ele assume a atitude da esperança e da confiança 
que Paulo revela nas linhas finais de sua carta aos Romanos.
O cristão confiou-se a um Deus todo-poderoso, em fé e em obe­
diência. O cristão está em contato com Cristo, por meio do Espírito 
Santo que nele habita. O cristão está de bem com seu Senhor. Ele 
não ora uma vez por mês, uma vez por semana ou, até mesmo, uma 
vez por dia a um Deus relativamente desconhecido. Como é possível 
verificar, com toda a exatidão, se duas pessoas realmente se conhecem 
e se comunicam? Quando há total descontração entre elas e não exis­
te afetação nem oposição, mas, ao contrário, há respeito, confiança e 
amor. O cristão que espera livrar-se de suas escamas religiosas busca 
esse tipo de relacionamento, ao mesmo tempo que confia no poder 
do Espírito vivificante, o poder que está ao seu alcance mediante 
Jesus Cristo, o poder que o libertou do círculo vicioso, do pecado e 
da morte. (Veja Rm 8:2, A Bíblia Viva.) O cristão pode cometer 
deslizes. Pode fracassar. Pode, até às vezes, quase afundar, seu alvo, 
porém, nunca é meramente tentar seguir uma religião. O cristão tem 
esperança, poder e potencial que lhe vêm de uma fonte exterior. O 
cristão cresce, muda e transforma-se naquilo que Deus tem em men­
te que ele seja. O cristão aprende continuamente a confiar no Deus 
Vivo, a dar-lhe ouvidos e a glorificá-lo.
E ele nunca olha para trás.
R o m a n o s 16:23-27
23 Gaio pede que eu os cumprimente por ele. Sou seu hóspede, e a 
igreja se reúne aqui em sua casa. Erasto, o tesoureiro da cidade, envia 
saudações e assim também Quarto, um irmão em Cristo.
24 Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos 
vocês. Amém.
25—27 Eu os entrego a Deus, aquele que é poderoso para tornar
os crentes fortes e firmes no Senhor, como diz o evangelho de Jesus
C o n c l u s ã o
Cristo e como eu tenho falado. Este é o plano divino de salvação para 
vocês, os gentios, conservado em segredo desde o princípio dos tem­
pos. Agora, porém, tal como os profetas falaram e conforme Deus 
ordena, esta mensagem está sendo pregada em toda a parte para que 
todo o povo ao redor do mundo tenha fé em Cristo e obedeça. A 
Deus, único e sábio, seja a glória para todo o sempre por meio de 
Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
Com toda a estima,
Paulo.
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