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Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32522 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): casos atendidos no Hospital Estadual de Urgência e Emergência na 2ª Macrorregião de saúde de Rondônia no Triênio de 2019 – 2021 Acute Myocardial Infarction (AMI): cases attended at the state Urgency and Emergency Hospital in the 2nd Health Macroregion of Rondônia in the Triennium of 2019 – 2021 DOI:10.34119/bjhrv6n6-460 Recebimento dos originais: 17/11/2023 Aceitação para publicação: 19/12/2023 Camila Bautz Gonçalves Pós-Graduada em Enfermagem em Urgência e Emergência pela Faculdade Faveni Instituição: Instituição de Ensino Superior de Cacoal (FANORTE) Endereço: Rua Antônio Deodado Durce, N° 3865, Ap. 09, Eldorado, Cacoal - RO E-mail: milabautz@hotmail.com Yargo Alexandre de Farias Machado Pós-Graduado em Acupuntura pela Faculdade Leão Sampaio Instituição: Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (HEURO) Endereço: Rua Santa Clara, N° 2369, São Pedro, Ji Paraná - RO, CEP: 76913-633 E-mail: yargoalexandre@gmail.com Amanda da Silva Guimarães Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Biomédica de Cacoal (FACIMED) Instituição: Atenção hospitalar em urgência e trauma (HEURO), Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal Endereço: Rua José Viera Couto, N° 780, Jardim Itália 1, Cacoal - RO E-mail: amandarosa122010@hotmail.com Jonatas Baminger Pós-graduado em Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica pela Faculdade de Ciências Biomédica de Cacoal (FACIMED) Instituição: Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (HEURO) Endereço: Rua Fernandão, N° 1130, Dom Bosco, Ji-Paraná – RO E-mail: enfermeirojonatas@hotmail.com Keila Cassimiro Lipke Graduada em enfermagem pela Faculdade de Ciências Biomédica de Cacoal (FACIMED) Instituição: Atenção hospitalar em urgência e trauma (HEURO), Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal Endereço: Rua: João Rodrigues George N° 3068, Jardim Itália II, Cacoal - RO E-mail: keilacassimiro7@gmail.com mailto:milabautz@hotmail.com mailto:yargoalexandre@gmail.com mailto:amandarosa122010@hotmail.com mailto:enfermeirojonatas@hotmail.com mailto:keilacassimiro7@gmail.com Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32523 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Paulo Henrik Silva Pinheiro Pós-Graduado em Urgência e Emergência pela Faculdade de Ciências Biomédica de Cacoal (FACIMED) Instituição: Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (HEURO) Endereço: Rua Yolanda Oliveira Correa, N° 2164, Morada do Bosque, Cacoal - RO E-mail: paulopinheiroenf@gmail.com Tamiris Tissianel Hespanhol Pós-Graduada em Saúde da Família pela Faculdade Faveni Instituição: Atenção hospitalar em urgência e trauma (HEURO), Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal Endereço: Rua São Luís N° 530, Princesa Isabel, Cacoal - RO E-mail: tamiristissianel@hotmail.com Ualace Alberto Vieira Pós-Graduado em Enfermagem em UTI Instituição: Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (HEURO) Endereço: Rua Pico de Jaca N° 3910 setor 13, Nova Brasilândia do Oeste – RO, CEP: 76958-000 E-mail: wallasvieyra@hotmail.com RESUMO O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ocorre quando há isquemia prolongada do músculo cardíaco, podendo ser causada por trombose e/ou vasoespasmo. Podem ser classificadas em Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível de segmento ST (IAMCSST) ou Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnivel do segmento ST (IAMSSST). A dor torácica se apresenta como principal sintoma deste agravo e o paciente necessita de atendimento imediato, por se tratar de uma situação clínica grave com risco de óbito. Objetivou-se quantificar e identificar o perfil dos pacientes acometidos por IAM na macrorregião II que deram entrada no hospital HEURO, internados na sala vermelha ou UTI. Trata-se de um estudo analítico de dados secundários, revisão bibliográfica com abordagem quantitativa e descritiva exploratória e documental, a amostra será composta por pacientes admitidos na sala vermelha e UTI do HEURO com diagnóstico de IAM, durante o triênio 2019-2021. Os dados foram coletados através de um sistema próprio de diagnóstico utilizado no hospital, com base em um formulário caracterizado pelo Google Forms. 275 pacientes foram admitidos na sala vermelha e UTI do hospital HEURO entre 2019 e 2021 com diagnóstico de IAM, dentre eles62% eram do sexo masculino, 27% da amostra tinha entre 66-75 anos, em 2021 foi o ano com mais internações (39%), 86% das internações ocorreram na sala vermelha sendo 68% observações de 24-48 horas, Cacoal é o município com mais casos de IAM entre os municípios da 2° macrorregião de Rondônia (25%), 50% desses IAM não foram classificados quanto a parede acometida. Através desses resultados é possível planejar ações preventivas por meio da educação em saúde, a fim de melhorar a qualidade de vida e reduzir os agravos causados pelo IAM, a partir do planejamento de protocolos, recursos materiais e técnicos, focados no perfil epidemiológico desta população. Palavras-chave: síndrome coronariana aguda, fisiopatologia IAM, dados epidemiológicos. ABSTRACT Acute Myocardial Infarction (AMI) occurs when there is prolonged ischemia of the heart muscle, which may be caused by thrombosis and/or vasospasm. They can be classified as Acute mailto:paulopinheiroenf@gmail.com mailto:Tamiristissianel@hotmail.com Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32524 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Myocardial Infarction with ST Elevation (STEMI) or Acute Myocardial Infarction without ST Elevation (STEMI). Chest pain is the main symptom of this condition and the patient requires immediate care, as it is a serious clinical situation with a risk of death. The objective was to quantify and identify the profile of patients affected by AMI in macro-region II who were admitted to the HEURO hospital, admitted to the red room or ICU. This is an analytical study of secondary data, bibliographic review with a quantitative and descriptive exploratory and documentary approach, the sample will consist of patients admitted to the red room and ICU of HEURO with a diagnosis of AMI, during the 2019-2021 three-year period. The data was collected through a proprietary diagnostic system used in the hospital, based on a form characterized by Google Forms. 275 patients were admitted to the red room and ICU of HEURO hospital between 2019 and 2021 with a diagnosis of AMI, among them 62% were male, 27% of the sample was between 66-75 years old, 2021 was the year with the most hospitalizations ( 39%), 86% of hospitalizations occurred in the red room, with 68% observations lasting 24-48 hours, Cacoal is the municipality with the most cases of AMI among the municipalities in the 2nd macro-region of Rondônia (25%), 50% of these AMIs were not were classified according to the affected wall. Through these results, it is possible to plan preventive actions through health education, in order to improve the quality of life and reduce the problems caused by AMI, based on the planning of protocols, material and technical resources, focused on the epidemiological profile of this population. Keywords: acute coronary syndrome, AMI pathophysiology, epidemiological data. 1 INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. O processo migra do subendocárdio para o subepicárdio. A maior parte dos eventos é causada porruptura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Essas síndromes podem ser classificadas em Síndromes Coronarianas Agudas (SCA) com supradesnível de segmento ST (infarto com supra-ST) ou sem supradesnível de segmento ST (infarto sem supra-ST). (SILVA et al., 2020) De acordo com dados do estudo Global Burden of Disease (GBD), no Brasil, o número de portadores de Doença Arterial Coronariana (DAC), definidos como indivíduos com IAM prévio, angina estável ou insuficiência cardíaca isquêmica, aumentou de 1,48 milhão em 1990 para mais de 4 milhões em 2019, e a prevalência bruta de DAC passou de 0,99% para 1,85% no período. (OLIVEIRA et al., 2021) A dor torácica é o principal sintoma em um paciente com SCA. O eletrocardiograma (ECG) deve ser realizado e interpretado nos primeiros 10 min do contato médico em pacientes suspeitos para SCA, e seus achados podem diferenciar o paciente em dois grupos: SCACSST e Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32525 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 SCASSST. O diagnóstico de IAMSSST é confirmado quando da presença de isquemia na lesão miocárdica aguda, confirmada por elevação nos níveis de troponina. (NICOLAU et al., 2021) Essa interrupção ou diminuição súbita do fluxo sanguíneo por um tempo curto ou prolongado serão suficientes para causar a morte das células cardíacas. A morte tecidual cardíaca pode ser diagnosticada por meio do eletrocardiograma (ECG) e quando níveis sanguíneos de marcadores biológicos sensíveis e específicos como a troponina cardíaca e a creatinoquinase fração MB (CK MB) se encontram elevados. (COSTA, et al., 2018) É necessário identificar o perfil da população acometida pelo IAM, haja vista que cada indivíduo apresenta limitações e características próprias, influenciado pelo habitat em que coabita, contribuindo na implementação de políticas em saúde que visem à prevenção dos fatores de risco e redução da incidência dessa doença na cidade e região. (MEDEIROS et al., 2018) Além disso, o infarto se caracteriza por ser uma situação clínica grave, com risco iminente de óbito, que é determinada por oclusão de uma artéria coronária. A abordagem inicial no atendimento deve ser rápida e objetiva, começando pela avaliação das características da dor torácica e dos sintomas associados, história pregressa relevante, pelo exame físico direcionado e realização do eletrocardiograma (ECG). (BASSETTI, et al., 2018) Em um artigo denominado Gerenciamento do protocolo de dor torácica no setor de emergência afirma que o diagnóstico correto e precoce da síndrome coronariana aguda, juntamente do gerenciamento do protocolo de dor torácica, pode diminuir a mortalidade por IAM. (PERTSEW, et al., 2018) Diante do contexto que o IAM é uma das principais causa de morte no Brasil e no mundo, sendo assim o estado de Rondônia, em 2017, segundo o DATASUS, apresentou taxa de mortalidade de doenças cardiovascular, cerebrovascular e trauma de 109,5/100.000 habitantes, com um total de 8.219 óbitos. As doenças do aparelho circulatório são as que mais causam óbitos, atingindo, em 2017, com 1992 óbitos em Rondônia e em Cacoal também é a primeira causa de óbitos com 158 mortes. (SESAU-RO, 2019) A redução da mortalidade no IAM está associada à identificação precoce dos sinais e sintomas. A sintomatologia típica é composta pela dor torácica intensa com irradiação para membro superior esquerdo ou direito, região escapular e mandíbula, aliados às náuseas, palidez, sudorese e dispneia. A sintomatologia atípica é mais comum nos idosos, usuários de cocaína e pacientes do sexo feminino com diabetes e obesidade: sensação de cansaço, insônia, dispneia, queimação gástrica, tonturas e parestesia em membros superiores. (REVISTA CIÊNCIA, 2019) Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32526 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 2 MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo analítico de dados secundários, revisão bibliográfica com abordagem quantitativa e descritiva exploratória e documental, dos pacientes admitidos no Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal – HEURO, durante o triênio 2019- 2021. Os dados serão coletados através de sistema próprio de diagnósticos da sala vermelha e UTI. Esse sistema é um instrumento utilizado para inserir os dados dos pacientes internados. Foram incluídos nessa pesquisa todos os pacientes diagnosticados com IAM que deram entrada na emergência do HEURO e precisaram ficar em observação na Sala Vermelha e os que foram encaminhados à UTI devido à gravidade do caso clínico, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021. O HEURO, Registrado no CNES sob nº 7704364 é uma instituição hospitalar pública estadual integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), e da Rede de Urgência e Emergência do Estado de Rondônia–RUE, subordinado à Secretaria de Estado da Saúde(SESAU/RO). Dentro do estado de Rondônia um dos serviços que acontece no HEURO são os atendimentos de Urgência e Emergência dos usuários da II Macrorregião de Saúde do Estado de Rondônia. Para construção dessa pesquisa foi utilizado um formulário caracterizado pelo Google Forms, contendo 7 questões de múltiplas escolhas. Com os seguintes questionamentos: setor de internação, ano de internação, sexo, idade, diagnóstico, tempo de internação e município de origem. Utilizaram-se as bases de dados Scielo, Pubmed, Lilacs e fontes eletrônicas atuais das publicações e periódicos da área da saúde. Foram utilizados os descritores: infarto agudo do miocárdio, incidência do IAM, emergências cardiovasculares. Os critérios para seleção dos artigos foram artigos publicados em português, disponíveis na íntegra de dados online, que retratassem a temática referente e no período compreendido entre 2010 a 2022. O estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Maurício de Nassau de Cacoal – UNINASSAU, com o número CAAE: 65522822.8.0000.5298, parecer N° 5.937.001. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao final da pesquisa encontrou-se uma amostra de 275 pacientes com diagnósticos de Infarto agudo do miocárdio - IAM, internados na sala vermelha e UTI do Hospital HEURO entre 01 de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2021. O ano com maior número de internações foi o de 2021 com 107 (39%) pacientes, 2019 houve 94 (34%) pacientes internados e em 2020 houve 74 (27%) internações. Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32527 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Tabela 1: Ano e número de internações de pacientes diagnosticados com IAM. Fonte: Dados da pesquisa. Em um estudo de Mendes (2022) intitulado Análise epidemiológica das internações por infarto agudo do miocárdio no território brasileiro entre 2012 e 2021, relata que no período analisado, foram registradas 1.103.858 internações por IAM em todo o Brasil. Nesse intervalo de tempo, o padrão do número total de internações (NTI) em todo o Brasil foi predominantemente crescente. Dessa forma, é possível ver expressivos valores em 2020 e 2021. É possível que nesses anos tenha havido influência da pandemia provocada pelo Sars-Cov-2, uma vez que existe importante acometimento cardíaco relatado na literatura. Quando associada a outros fatores de RCVS, os desfechos são mais dramáticos e desfavoráveis. Nesse sentido, entende-se que a presença da COVID-19 potencializa comorbidades já instaladas (como idade avançada e disfunções orgânicas pré-existentes), além de ser, por si só, relevante fator associado a lesões miocárdicas. O infarto agudo do miocárdio (IAM) é considerado a principal causa isolada de morte no Brasil, responsável por 60.080 óbitos/ano. Não se conhece o númerode infartos que ocorre anualmente no país, mas estima-se em 300 a 400 mil, ou seja, a cada 5 a 7 casos ocorre um óbito, o que confere a esta doença elevada taxa de mortalidade, apesar dos inúmeros avanços terapêuticos obtidos na última década. (SILVA, et lá, 2020) Referente ao gênero, no presente estudo foi possível constatar a prevalência de pacientes do sexo masculino, totalizando 171 (62%) pacientes do sexo masculino versus 104 (38%) pacientes do sexo feminino. Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32528 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Tabela 2: Gênero dos pacientes acometidos por IAM entre 2019-2021. Fonte: Dados da pesquisa. Quanto ao sexo, a distribuição parece acompanhar a tendência em concordância com a literatura (Ferreira, Nogueira, Carvalho & Teixeira, 2020). Diversos fatores contribuem para essa estatística: o fato de homens não terem acompanhamento médico regular, quando comparado às mulheres, fazendo-os inconscientes de sua condição física; maior exposição a comportamentos de risco como tabagismo e abuso de álcool, ambos fatores que influenciam alterações endoteliais predisponentes de doença aterosclerótica. Além disso, existem variações na expressão de genes sexuais entre homens e mulheres, favorecendo heterogeneidades nas manifestações de características, sob forte influência das peculiaridades hormonais e metabólicas entre os sexos. Somados a isso, fatores epigenéticos induzem a ocorrência de singularidades no surgimento de DCV. (MENDES, et al, 2022) COSTA, et al, 2018 reforça a predominância do sexo masculino em estudo realizado durante 3 anos em Belo Horizonte sobre a linha de cuidado dos pacientes com IAM, chegando aos seguintes resultados: 63,3% (2009); 63,9% (2010) e 62,0% (2011). Analisando a faixa etária dos pacientes acometidos por IAM na II Macrorregião de Saúde de Rondônia, observou-se 74 (27%) pacientes entre 66-75 anos, 65 (24%)entre 56-65 anos, e 61 (22%) com idade acima de 76 anos, 30 (11%) pacientes entre 46-55 anos, 21 (8%) pacientes sem especificação de idade, 20 (7%) entre 36-45) anos e 4 (1%) pacientes entre 21- 35 anos. Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32529 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Tabela 3: Faixa etária dos pacientes acometidos por IAM, entre 2019-2021. Fonte: Dados da pesquisa. Segundo Costa, et al, 2018 em um estudo intitulado: perfil demográfico de pacientes com infarto agudo do miocárdio no brasil: revisão integrativa, a média de idade dos pacientes acometidos por IAM foi de 60,7 anos. De acordo com estudos feitos na Universidade Federal de Tocantins (UFTO), embasados em uma amostragem de 474.608 casos de IAM, fornecida pelo DATASUS, relacionado ao intervalo idade com maior incidência, o que se destacou foi a de 60-69 anos (29,1%), seguida pela faixa de 50-59 anos (25,8%). (PASSOS, ET AL, 2019) Dentre os resultados examinados em um estudo de Coelho em 2021, a maior prevalência do IAM se deu na faixa entre 50 e 80 anos, com maior frequência dos 60 aos 69 anos. A idade mais avançada é esperada devido a essa doença ser crônica degenerativa estar ligada ao acúmulo da exposição a diversas doenças pré existes e fatores de risco ao longo da vida como a hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, tabagismo, alcoolismo e obesidade. Quanto ao tempo de internação em horas/dias, 186 pacientes ficaram entre 24 e 48 horas internados na sala vermelha, 57 pacientes ficaram até 4 dias internados na sala vermelha/UTI e 11 pacientes ficaram entre 5-7 dias na sala vermelha/UTI. 74 (27%) 65 (24%) 61 (22%) 30 (11%) 21 (8%) 20 (7%) 4 (1%) 66-75 56-65 ACIMA DE 76 ANOS 46-55 NÃO ESPECIFICADO 36-45 21-35 NÚMERO DE PACIENTES FA IX A E TÁ R IA N° PACIENTES Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32530 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 Tabela 4:Tempo de internação dos pacientes em HORAS/DIAS. Fonte: Dados da pesquisa. No estudo de ASSIS (2018), sobre perfil dos pacientes internados por infarto agudo do miocárdio em hospital de referência em cardiologia, verificou-se, que 24 (40%) pacientes já apresentaram internação prévia por problemas cardiovasculares. Conforme o SIGTAP, o custo total mínimo hospitalar para o SUS em período de até 7 dias é de R$ 588,12, o que vem de encontro dos dados obtidos nesta pesquisa, onde a média do tempo de internação foi de 4,55 ± 2,5. Já no estudo de Coelho e Resende (2010), O tempo médio de internação foi de 14,1 ± 9,2 dias dos 275 pacientes internos, 237 (86%) foram internados na sala vermelha e 38 (14%) na UTI. Tabela 5: Setor de Permanência do Paciente diagnosticado com IAM. Fonte: Dados da pesquisa. 186 (68%) 57 (21%) 11 (4%) 9 (3%) 6 (2%) 6 (2%) 24 ATÉ 48 HRS OBSERVAÇÃO ATÉ 4 DIAS 5-7 DIAS MAIS DE 30 DIAS ATÉ 14 DIAS ENTRE 15 A 30 DIAS NÚMERO DE PACIENTES TE M P O D E IN TE R N A Ç Ã O N° PACIENTES 237 (86%) 38 (14%) SALA VERMELHA UTI Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32531 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 A sala vermelha do HEURO tem estrutura semelhante à uma UTI, com equipe multiprofissional especializada, é o local para o primeiro atendimento emergencial ao paciente grave, onde possui sete leitos para internação/observação. Os pacientes graves ficam na sala vermelha até a regulação hospitalar encontrar um leito de UTI, conforme especialidade médica do paciente. A UTI do hospital HEURO possui 10 leitos, e tem como prioridade a linha de cuidados a pacientes neurológicos. Quanto ao tipo de IAM, 103 diagnósticos de IAM sem especificação se era com supra ou sem, 91 diagnósticos de IAMCSST e 31 pacientes com IAMSSST. Tabela 6: Classificação do IAM conforme parede atingida. Fonte: Dados da pesquisa. Conforme Coelho e Resende, 2010, em um estudo do Perfil dos pacientes com infarto do miocárdio, em um hospital universitário de Uberlândia – MG, o tipo de IAM distribuiu-se em 33,3 e 37,8% com e sem supra de ST, respectivamente, sendo que em 28,9% dos pacientes não foi determinado devido a bloqueio de ramo ou à ausência de dados no prontuário.O acometimento da parede inferior e da anterior, ambas do ventrículo esquerdo, foi constatado em 60,0 e 37,8% dos casos, respectivamente. A proporção de IAM sem supra de ST foi mais representativa que a encontrada por outros autores. Ao analisarmos as taxas de internações dos municípios que compõem a II Macrorregião de Saúde de Rondônia, é possível observar a predominância de internações de pacientes oriundos de Cacoal, município onde o HEURO está localizado, com 68 pacientes diagnosticados com IAM, expressando 25% da amostra da pesquisa.32 (15%) pacientes do 140 (50%) 91 (33%) 31 (11%) 3 (1%) 2 (1%) 2 (1%) 2 (1%) 1 (0%) 1 (0%) 0 20 40 60 80 100 120 IAM IAMCSST IAMSSST IAMCSST DE PAREDE ANTERO LATERAL IAM DE VD IAMCSST DE PAREDE INFERIOR IAMCSST DE PAREDE ANTERIOR IAM VE LATERAL IAM ANTERO SEPTAL NÚMERO DE PACIENTES C LA SS IF IC A Ç Ã O D O IA M N° PACIENTES Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32532 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 município de Rolim de Moura, 23 (8%)pacientes sem identificação de município, 14 (5%) pacientes de Ouro Preto d’Oeste, 11(4%) pacientes de Pimenta Bueno, 11 (4%) pacientes de Jaru e 11 (4%)de Espigão d,Oeste. Tabela 7: Município de Origem do paciente diagnosticado com IAM. Fonte: Dados da pesquisa. Em um estudo de revisão integrativa sobre Perfil demográfico de pacientes com infarto agudo do miocárdio no Brasil, apresenta que traçar o perfildemográfico de pacientes com IAM no Brasil em relação à sua região geográfica se mostra uma iniciativa válida para aprofundar e embasar conhecimentos sobre contextos do adoecimento cardiovascular, tendo em vista o crescente número de casos e internações hospitalares, bem como a importância da continuidade e atualização de estudos específicos. (COSTA, et al., 2018) Com o desenvolvimento das tecnologias e práticas avançadas de enfermagem nos dias contemporâneos, é fundamental conhecer o perfil epidemiológico desses pacientes, tal como idade, sexo, buscando melhorar a qualidade do atendimento prestado à eles. (FREITAS E PADILHA, 2021) Considerando que a maioria dos fatores de risco cardiovasculares são modificáveis sugere-se que os profissionais de saúde orientem e direcionem as ações de controle para além da Medicalização, contemplando as particularidades dos indivíduos nas ações de educação em 68 (25%) 47 (15%) 32 (12%) 23 (8%) 14 (5%) 11 (4%) 11 (4%) 11 (4%) 9 (3%) 9 (3%) 8 (3%) 8 (%) 7 (3%) 7 (3%) 5 (2%) 5 (2%) 0 20 40 60 80 CACOAL OUTROS 18 MUNICIPIOS PEQUENOS ROLIM DE MOURA NÃO ESPECIFICADO OURO PRETO DO OESTE PIMENTA BUENO JARU ESPIGÃO DO OESTE NOVA BRASILANDIA DO OESTE ALTA FLORESTA DO OESTE PRESIDENTE MEDICI JI-PARANÁ ALTO ALEGRE DO PARECIS VILHENA MINISTRO ANDREAZA SÃO FRANCISCO DO GUAPORE N° DE PACIENTES M U N IC ÍP IO D E O R IG EM N° PACIENTES Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32533 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 saúde. Na perspectiva de realizar o cuidado integral, deve ser considerado um planejamento coordenado entre gestores e equipe interdisciplinar que prestam serviços na atenção básica à saúde, priorizando intervenções com o intuito de diminuir o risco para a ocorrência de novos eventos coronarianos, bem como investimento na capacitação dos profissionais a fim de instrumentalizá-los para atuar junto à população. (SILVA, et lá, 2020) 4 CONCLUSÃO Tendo em vista o grande número de casos de internação e óbitos por IAM no Brasil, torna-se relevante estudar o perfil epidemiológico destes pacientes, procurando entender, a partir da síntese da literatura, os principais fatores desencadeadores dessa patologia, as faixas etárias com maior incidência e sexo prevalente. Observou-se uma predominância de internações de pacientes do sexo masculino, 171 (62%)pacientes; a faixa etária mais acometida foi entre 66-75 anos de idades, com 74 (27%) internações; o ano com maior número de internações foi o de 2021 com 107 (39%) pacientes, já em 2020, ano de início da pandemia, houve 74 (27%) internações; Cacoal lidera como o município com maior número de pacientes diagnosticados com IAM durante os anos da pesquisa, com 68 (25%) pacientes; 237 (86%) internações ocorreram na sala vermelha, e 186 (68%) dessas internações foram de 24 a 48 horas de internação (observação) na sala vermelha; 140 (50%) dos pacientes diagnosticados com IAM não houve classificação do tipo de infarto. Através desses resultados é possível planejar ações preventivas por meio da educação em saúde, a fim de melhorar a qualidade de vida e reduzir os agravos causados pelo IAM, a partir do planejamento de protocolos, recursos materiais e técnicos, focados no perfil epidemiológico desta população. Brazilian Journal of Health Review ISSN: 2595-6825 32534 Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 32522-32535, nov./dec., 2023 REFERÊNCIAS ASSIS, M. P., ET AL. Perfil dos pacientes internados por infarto agudo do miocárdio em hospital de referência em cardiologia, relação de custo e tempo de internação. Revista de Saúde Dom Alberto, v. 4, n. 1, p. 160-168, 15 jun. 2019.Disponível a partir de: https://revista.domalberto.edu.br/revistadesaudedomalberto/article/view/144/143 BASSETTI, K. S. et al. Abordagem de pacientes com infarto agudo do miocárdio em serviço de emergência. Revista Interdisciplinar do Pensamento Científico. ISSN: 2446-6778 Nº 2, volume 4, artigo nº 17, Julho/Dezembro 2018.Disponível a partir de:http://reinpec.cc/index.php/reinpec/article/view/213/174 COELHO, A. B. et AL. Os impactos do iam para o sistema único de saúde e para o Brasil. Brazilian Journal of Health Review,Curitiba, v.4, n.4, p.15091-15102 jul./aug.2021. 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