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– 100 – determinado nível de consciência, e assim, em vez de se tornar inconsciente, você fica mais consciente. Já descrevi antes esse processo básico, mas vou apresentá-lo de novo, desta vez com uma referência especial ao sofrimento coletivo feminino. Quando você percebe que o período menstrual está se aproximando, antes mesmo de sentir os primeiros sinais do que é comumente chamada tensão pré-menstrual, o despertar do sofrimento coletivo feminino, mantenha-se muito alerta e ocupe o seu corpo o mais que puder. Quando o primeiro sinal aparecer, você vai precisar estar bastante alerta para agarrá- lo, antes que ele domine você. Por exemplo, o primeiro sinal pode ser uma grande e súbita irritação ou um lampejo de raiva, ou simplesmente um sintoma físico. Seja lá o que for, agarre-o antes que ele domine o seu pensamento ou comportamento. Isso significa simplesmente colocar o foco da sua atenção sobre ele. Saber que se trata do sofrimento e, ao mesmo tempo, ser o conhecedor, o que significa perceber a sua presença consciente e sentir o seu poder. Qualquer emoção cede e se transforma quando colocamos a presença sobre ela. Se for um simples sintoma físico, a atenção que você der a ela vai evitar que se transforme em uma emoção ou em um pensamento. Continue então alerta e espere pelo próximo sinal de sofrimento. Quando ele aparecer, agarre-o de novo, do mesmo jeito que antes. Mais tarde, quando o sofrimento tiver despertado totalmente do seu estado de dormência, você poderá vivenciar uma considerável turbulência em seu espaço interior por uns momentos, talvez até por alguns dias. Qualquer que seja a forma que ele tome, esteja presente. Dê a ele sua atenção completa. Observe a turbulência dentro de você. Perceba que ela está lá. Sustente o conhecimento e seja o conhecedor. Lembre-se: não permita que o sofrimento use a sua mente e domine o seu pensamento. Observe-o. Sinta a energia de modo direto, dentro do seu corpo. Como você já sabe, a atenção completa significa aceitação completa. Através de uma atenção continuada e, portanto, da aceitação, vem a transformação. O sofrimento se transforma em uma consciência radiante, assim como um pedaço de lenha colocado dentro do fogo se transforma em fogo. A menstruação irá então se tornar, não só uma expressão de alegria e realização da sua feminilidade, mas também um tempo sagrado de transformação, quando você faz nascer uma nova consciência. A sua verdadeira natureza então reluz lá fora, tanto em seu aspecto feminino como a Deusa quanto em seu aspecto transcendental do Ser que ultrapassa a dualidade masculino/feminino. Se o seu parceiro for consciente, pode ajudar você a praticar o que acabei de descrever, sustentando a freqüência da intensa presença, nessa hora em especial. Se ele permanecer presente, sempre que você voltar a se identificar inconscientemente com o sofrimento, o que pode e vai acontecer a princípio, você será capaz de se juntar rapidamente a ele no estado de presença. Isso significa que sempre que o sofrimento dominar você, seja durante a menstruação ou em outras ocasiões, o seu parceiro não vai confundi-lo com quem você é. Mesmo que o sofrimento o ataque, como provavelmente acontecerá, ele não vai reagir como se fosse você, ou se retirar ou apresentar algum tipo de defesa. Ele vai sustentar o espaço da presença intensa. Nada mais é necessário para a transformação. Em outras vezes, você será capaz de fazer o mesmo por ele ou de ajudá-lo a recuperar a consciência, retirando-a da mente ao desviar a atenção para o aqui e agora, quando ele ficar identificado com o pensamento.