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Determinação do teor alcoólico na gasolina
Segundo a Agência Nacional de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), desde
o dia 1º de julho de 2007, o percentual obriga
tório de á lcool etílico na gasolina é de 25%,
sendo a margem de erro de 1% para mais ou
para menos.
A adição de álcool na gasolina traz vanta
gens e desvantagens para o consumidor e o
meio ambiente.
Podemos citar como vantagens da adição
de álcool:
• o aumento do índice de octanagem da gaso
lina, pois o poder calorífico do álcool é menor;
• a diminuição da emissão de monóxido de
carbono, CO{g), gerado na queima incomple
ta da gasolina.
Como desvantagens, podemos citar:
• o aumento do consumo de combustível;
• o aumento na produção de óxidos de nitro
gênio que podem provocar a formação de
chuva ácida.
Assim, o teor de á lcool na gasolina esta
belecido pela ANP é, em tese, o que fornece o
melhor custo-benefício dessa relação, logo é
importante que ele se mantenha dentro des
sa faixa.
Os químicos da ANP elaboraram um teste
-padrão para checar esse valor. Esse teste, co
nhecido por "teste da proveta", segundo a ANP,
pode ser solicitado no posto pelo consumidor
"sempre que julgar conveniente".
É m uito bom conhecer nossos direitos,
mas fica mais fácil exercê-los quando sabemos
exatamente o que está acontecendo.
Afinal, como funciona esse teste-padrão1
Como o químico planejou esse teste? Qual o
raciocínio utilizado nos cálculos?
Conforme consta no site da ANP, os mate
riais utilizados são:
• 1 proveta de 100 mL graduada em subdivi
sões de 1 mL com boca esmerilhada e tampa;
• 50 ml de amostra da gasolina a ser testada;
• 50 ml de solução aquosa de cloreto de sódio
na concentração de 10% p/V, isto é, 100 g de
sal para cada 1 L de água.
Para fazer o teste, o químico coloca 50 ml
da amostra de gasolina na proveta limpa, de
sengordurada e seca. Em seguida, adiciona a
solução aquosa de cloreto de sódio na proveta
até completar o volume de 100 ml. Coloca a
tampa na proveta e certifica-se de que ela está
bem fechada e, em seguida, mistura as cama
das de solução de cloreto de sódio e gasolina
por meio de 10 inversões sucessivas da proveta,
evitando agitação enérgica.
Deixa o sistema em repouso por 15 minu
tos para permitir a separação completa das
duas camadas. Após esse tempo anota os vo
lumes de cada fase sabendo que a solução sa
lina é incolor e, por ser mais densa que a ga
solina, se acomoda na parte de baixo da
proveta, e a gasolina, levemente amarelada,
se acomoda por cima da água.
As ligações intermoleculares entre a gaso
lina e o álcool são fracas, do tipo dipolo indu
zido, porque os hidrocarbonetos que consti
tuem a gasolina são apoiares e a molécula de
álcool etílico possui uma extremidade apolar.
Mas o álcool et ílico também possui uma
extremidade polar com um grupo - OH, capaz
de estabelecer fortes ligações de hidrogênio
com as moléculas de água. Por isso, a água
"extrai" o álcool da gasolina. O aumento de
volume medido na proveta na fase aquosa é
justamente do á lcool que antes estava d issol
vido na gasolina.
Para calcular o volume de álcool que havia
na gasolina o químico faz a seguinte conta:
Válcool na gasolina = V fínal da fase aquosa - ½ nicial da fase aquosa
v final da fase aquosa = medido experimenta lmente
½nicial da fase aquosa = 50 ml
Encontrado o valor do v á kool nagasolina, o quí
mico faz o seguinte cálculo proporcional:
50 ml -------- 100%
v álcool na gasolina ------ X
Para que a gasolina vendida pelo posto
esteja dentro dos parâmetros estabelecidos
pela ANP, é necessário que o valor de x (teor
de álcool na gasolina) esteja entre 24% e 26%.
Estudo das soluções 29
A densidade de uma mist ura
permanece constante (numa mesma
temperatura e pressão) enquanto a
proporção entre solvente e soluto for
constante. Por isso, há postos que
mantêm densímetros acoplados às
bombas para garant ir a qualidade de
seus produtos.
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30 Capítulo 1
Densidade de uma mistura
Sabemos que apenas as substâncias possuem densidade constan
te, a densidade das misturas varia conforme a porcentagem de cada
componente.
Porém, se soubermos o títu lo em massa de uma solução (e, portan
to, sua porcentagem em massa) e a densidade de cada um de seus
componentes isoladamente, poderemos calcular a densidade da solu
ção pela média ponderada das densidades dos seus componentes mul
tiplicada pela respectiva porcentagem em massa na solução.
d,olução = d,oluto . %massa soluto + d,olvente • %massa solvente
Suponha que seja necessário calcu lar a porcentagem de ouro e de
prata em uma corrente cuja densidade é igual a 17,1 g/cm3•
Sabendo que a corrente foi confeccionada apenas com esses dois
metais e que a densidade do ouro é igual a 19,3 g/cm3 e a da prata é
igual a 10,5 g/cm3, o cá lculo pode ser feito a partir da montagem de um
sistema com duas equações e duas incógnitas.
Observe:
Temos um sistema de 2 equações e 2 incógnitas:
1. d,olução = dAu. %massaAu + dAg . %massaAg
li. %massaAu + %massaA8 = 1
Substituindo pelos va lores fornecidos no enunciado:
1. 17,1 = 19,3 • %massaAu + 10,5 • %massaA
8
li. %massaAu = 1- %massaAg
Substituindo a %massaAu por (1- %massaA
8
) na equação 1, temos:
17,1 = 19,3 • (1 - %massaAg) + 10,5 • %massaAg •
• 17,1 = 19,3 - 19,3 • %massaAg + 10,5 • %massaA
8
•
• 19,3 • %massaA8 - 10,5 • %massaA8 = 19,3 - 17,1 •
• 8,8 · %massaA
8
= 2,2 •
• %
2,2
omaSSaAg =
8,8
• %massaA
8
= 0,25
Da equação li, temos:
%massaAu + %massaA
8
= 1 •
• %massaAu = 1 - %massaAg •
• %maSSaAu = 1 - 0,25 •
• %maSSaAu = 0,75
Logo, podemos afirmar que a corrente é constituída de 75% de
ouro e 25% de prata.
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