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Noções Básicas de Administração Pública p_ SEDUC-MT (Apoio Administrativo e Técnico Administrativo)

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Noções Básicas de Administração Pública p/ SEDUC-MT (Apoio Administrativo e
Técnico Administrativo)
Professor: Erick Alves
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Olá pessoal! 
É com grande satisfação que recebi o convite do Estratégia Concursos 
para ministrar este curso de Direito Administrativo, especialmente 
formatado para o concurso da SEDUC/MT. 
Antes de passar as demais características do curso, vou me 
apresentar. Meu nome é Erick Alves. Atualmente, ocupo o cargo de 
Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da 
União (TCU), aprovado em 6º lugar no concurso de 2007. Além disso, 
sou professor do Estratégia Concursos nas disciplinas Direito 
Administrativo, Controle Externo e Discursivas, sempre com ótima 
avaliação dos alunos (índice de satisfação acima de 95%). 
Este será um curso de teoria e exercícios comentados, que cobrirá 
os todos os tópicos de Direito Administrativo exigido para o concurso 
da SEDUC/MT, conforme o edital publicado. 
Vale dizer que este curso é concebido para ser o seu único material 
de estudos, isto é, você não precisará adquirir livros ou outros materiais 
para estudar Direito Administrativo para este concurso. 
A metodologia das aulas contempla, em cada tópico, a exposição da 
teoria seguida da resolução e comentário de questões de prova sobre o 
assunto. Nos comentários, pode haver explicações novas. Assim, 
teoria e questões se complementam. 
Nosso curso terá centenas de questões comentadas, incluindo 
questões da banca que está organizando o concurso da SEDUC, a IBFC. 
Procurarei, sempre que possível, selecionar e comentar questões 
recentes. Eventualmente, porém, veremos questões mais antigas que 
possam ajudar na compreensão dos tópicos. Em média, teremos de 40 a 
50 questões comentadas por aula. 
Para facilitar a revisão da matéria, todas as aulas do curso serão 
finalizadas com um Resumão do conteúdo, na forma de tópicos e 
esquemas, além de uma lista das questões que foram comentadas, 
seguidas do gabarito. 
Caso reste alguma dúvida em relação ao conteúdo que não tenha 
sido esclarecida na aula, não hesite em postá-la no fórum de dúvidas. A 
possibilidade de interação com o professor é um dos diferenciais dos 
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cursos em PDF; portanto, não deixe de utilizar essa importante 
ferramenta! 
Ressalto que, no fórum de dúvidas, contarei com a ajuda da 
Érica Porfírio e do Charles Castro, também Auditores do TCU e 
especialista na matéria. 
O curso será desenvolvido em 07 aulas, mais a demonstrativa, de 
acordo com o cronograma apresentado a seguir: 
Aula 00 Disponível 
1. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, 
poderes e organização; natureza, fins e princípios. 
Aula 01 15/07 1. Estado, governo e administração pública: princípios 
Aula 02 20/07 
2. Organização administrativa do Estado. 3. Administração direta e 
indireta. 
Aula 03 25/07 5. Poderes administrativos. 
Aula 04 30/07 
4. Agentes públicos: espécies e classificação, poderes, deveres e 
prerrogativas do cargo, emprego e função públicos. 
Aula 05 05/08 
6. Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, 
classificação, espécies e invalidação. 
Aula 06 10/08 Responsabilidade do Estado 
Aula 07 15/08 
7. Controle e responsabilização da administração: controle 
administrativo, controle judicial, controle legislativo, 
Dito isso, ressalto as características principais de nosso curso: 
➢ Conteúdo teórico completo e atualizado, apresentado de forma 
clara, objetiva e com exemplos; 
➢ Grande variedade de questões resolvidas e comentadas; 
➢ Resumo de todas as aulas, apresentado na forma de tópicos 
e esquemas; 
➢ Contato direto com o professor via fórum para retirada de 
dúvidas. 
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Enfim, espero que você aproveite o curso, tire todas as suas dúvidas, 
estude bastante e, na hora da prova, resolva as questões com confiança. 
Desse modo, todo o esforço empregado nessa fase preparatória será 
recompensado com a alegria que acompanha a aprovação, a qual espero 
compartilhar com você! 
Aos estudos! 
 
 (61) 99170 1432 
Neste número, o Prof. Erick Alves e a 
Prof. Érica Porfírio disponibilizam dicas, materiais e informações sobre 
Direito Administrativo. 
É um projeto GRATUITO e para TODOS! Não fique de fora!! 
Basta adicionar nosso número no seu WhatsApp e nos mandar a mensagem 
“Direito Administrativo”. 
 
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE 
 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), 
nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam 
a lei e prejudicam os professores que elaboram os 
cursos. 
Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos 
honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
 
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AULA 00 (demonstrativa) 
Bom, na Aula 00, que além de aula demonstrativa da metodologia é 
também a primeira do curso, nosso objetivo será percorrer os conceitos 
que fornecem a base para o estudo do Direito Administrativo. 
Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Administração Pública ................................................................................................................................................. 6 
Estado ................................................................................................................................................................................ 6 
Governo .......................................................................................................................................................................... 14 
Administração Pública ............................................................................................................................................. 20 
Direito Administrativo .............................................................................................................................................. 34 
Direito privado e direito público ......................................................................................................................... 34 
Conceito de Direito Administrativo .................................................................................................................... 37 
Objeto do Direito Administrativo ........................................................................................................................ 38 
Fontes de Direito Administrativo ........................................................................................................................ 41 
Sistemas Administrativos ....................................................................................................................................... 52 
Sistema Administrativo Brasileiro ......................................................................................................................54 
Regime jurídico-administrativo ........................................................................................................................... 59 
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 77 
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 80 
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 91 
 
Vamos então? 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
As bases do nosso Direito Administrativo se encontram na 
Constituição Federal. Assim, antes de iniciarmos o estudo específico da 
disciplina, necessário se faz apresentar alguns conceitos geralmente 
estudados no Direito Constitucional. 
Vamos começar a partir do conceito de Estado, sobre o qual repousa 
toda a atual concepção a respeito da organização da Administração 
Pública e do funcionamento dos serviços públicos prestados à sociedade. 
ESTADO 
A civilização, desde seus primórdios, se organiza em grupos e 
executa atividades de cunho administrativo. O chefe da tribo, por 
exemplo, coordenava a caça, solucionava conflitos pessoais dos membros 
da aldeia e adotava medidas necessárias à preparação para a guerra. 
A doutrina, porém, diverge sobre se essas comunidades primitivas 
poderiam ou não ser classificadas como Estado. Algumas correntes 
defendem que a sociedade teria tido precedência sobre a formação do 
Estado, o qual teria nascido apenas quando passou a apresentar 
características bem definidas. 
Não obstante, é fato que o Estado moderno teve sua origem a partir 
das revoluções liberais ocorridas nos séculos XVIII e XIX, notadamente a 
Revolução Francesa e a independência norte-americana. Após esses 
movimentos, o governante deixou de ser o centro do poder, posição que 
passou a ser ocupada pelos cidadãos. De acordo com esse modelo, a 
existência do Estado se justifica como meio para harmonizar, definir 
limites ou para efetivamente permitir o exercício dos direitos dos 
cidadãos. 
Atualmente, a organização do Estado é matéria constitucional no 
que concerne à divisão política do território nacional, à estruturação dos 
Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, 
aos direitos e às garantias dos governados. 
Em seguida, vamos estudar todos esses aspectos da organização do 
Estado. Antes, porém, vamos aprender como a doutrina o define. 
 
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Conceito de Estado 
Conforme ensina Hely Lopes Meireles, o conceito de Estado varia 
segundo o ângulo em que é considerado. Nas palavras do ilustre 
doutrinador, “do ponto de vista sociológico, o Estado é corporação 
territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto 
político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder 
superior de ação, mando e coerção; sob o prisma constitucional, é 
pessoa jurídica territorial soberana”. 
 O nosso Código Civil caracteriza o Estado como pessoa jurídica de 
direito público interno (art. 40 e 41). Portanto, o Estado é um ente 
personalizado, ou seja, é um sujeito capaz de adquirir direitos e 
obrigações na ordem jurídica, podendo se relacionar tanto internamente 
– com seus servidores e empregados, com os cidadãos, com as empresas 
etc. – quanto externamente – com outros Estados soberanos (“países”). 
Ao tratar do conceito de Estado, costuma-se também fazer referência 
ao conceito de Estado de Direito. O Brasil, por exemplo, é um Estado de 
Direito, conforme prescreve o art. 1º da Constituição Federal: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito (...) 
Hely Lopes Meireles diz que o Estado de Direito é aquele 
juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis, ou 
seja, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito deve sujeitar-se a 
ele. Portanto, para caracterizar o Estado de Direito, não basta apenas a 
existência de um ordenamento jurídico para balizar a atuação do Estado; 
também é necessária a criação de mecanismos para assegurar que o 
próprio Estado e a sociedade cumpram as normas presentes nesse 
ordenamento. 
A ideia de Estado de Direito surgiu para fazer frente ao chamado 
Estado Absolutista, no qual o poder centrava-se na figura do soberano 
(rei, príncipe), cujos atos não comportavam controle, sob o postulado de 
que o rei não podia errar ou que o conteúdo do direito valia o mesmo que 
a vontade do príncipe. 
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Os princípios do Estado de Direito vieram, então, para impor freios à 
atividade estatal, utilizando a lei como mecanismo de contenção do 
poder, mediante a fórmula do “rule of law” (o Estado é que cria as regras, 
mas a estas deve se sujeitar). E é aí que está a importância do conceito 
de Estado de Direito para o estudo do Direito Administrativo, pois indica 
que o Estado deve se submeter às regras desse ramo do direito 
quando estiver exercendo sua função administrativa. 
Definido o conceito de Estado, vamos agora apresentar algumas 
subdivisões igualmente importantes para nossa disciplina. 
Elementos do Estado 
O Estado é formado por três elementos: povo, território e governo 
soberano. 
Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para a 
noção de um Estado independente: o povo, em um dado território, 
organizado segundo sua livre e soberana vontade. Povo, então, é o 
componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo 
Soberano, o elemento condutor do Estado. 
A soberania é característica própria dos Estados independentes, 
indicando que possuem poder absoluto para se organizar e se conduzir 
segundo a livre vontade de seu povo. A vontade do Estado, derivada da 
vontade de seu povo, se manifesta através dos denominados Poderes de 
Estado. 
Poderes de Estado 
O poder geral e abstrato do Estado, decorrente da sua soberania, 
divide-se em três segmentos funcionais, segundo a clássica tripartição 
concebida por Montesquieu e até hoje adotada nos Estados de Direito. Por 
essa classificação, os Poderes de Estado são o Legislativo, o Executivo e 
o Judiciário. 
Tais poderes figuram de forma expressa na nossa Constituição: 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
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Um dos fundamentos dessa tripartição é evitar que todo o poder se 
concentre nas mãos de uma só pessoa ou órgão. Serve também para 
especializar as funções básicas do Estado. 
Com efeito, a cada um dos Poderes corresponde uma função típica, 
desempenhada com preponderância pelo respectivo Poder. 
Assim, ao Poder Legislativo foi cometida a função normativa (ou 
legislativa), ou seja, a elaboração das leis; ao Executivo, a função 
administrativa, isto é, a execução da lei; e, ao Judiciário, a função 
jurisdicional(ou judicial), ou seja, a aplicação da lei para solução de 
conflitos concretos entre litigantes. 
Para o estudo do Direito Administrativo, em particular, a 
função que mais interessa é a função administrativa, pela 
qual o Estado, aplicando a lei, cuida da gestão de todos os 
seus interesses e os de toda a coletividade. 
Di Pietro ensina que a função administrativa caracteriza-se por prover de maneira 
imediata e concreta as exigências individuais ou coletivas para a satisfação dos 
interesses públicos preestabelecidos em lei. Trata-se, portanto, dos atos do Poder 
Público que produzem efeitos concretos na sociedade に como a realização de uma 
compra, a contratação de um servidor, a prestação de um serviço -, o que é 
diferente da produção de uma lei, por exemplo, que produz efeitos gerais e 
abstratos. 
Por ser muito ampla e abranger uma gama de situações, alguns autores preferem 
enxergar a função administrativa como uma função residual: excluída a função 
legislativa, pela qual se criam normas jurídicas, e a jurisdicional, que se volta 
especificamente para a solução de conflitos de interesses, todo o restante espelha o 
exercício da função administrativa. 
Detalhe importante é que os Poderes não se limitam ao exercício da 
sua função típica. Na verdade, cada Poder exerce sua função típica 
com preponderância, mas não com exclusividade. 
 
Não há exclusividade no exercício das 
funções típicas, e sim preponderância. 
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De fato, sempre que autorizados pela Constituição, cada Poder 
também desempenha, de modo acessório, funções atípicas, vale dizer, 
atividades com características das funções pertencentes aos outros 
Poderes. Estabelecem-se, assim, pontos de interseção entre eles: 
 
Portanto, na realidade não há propriamente uma divisão rígida entre 
os Poderes. Diz-se que nosso regime constitucional não adota o princípio 
da separação absoluta de atribuições e sim o da especialização de 
funções. 
Embora sejam independentes entre si, todos os Poderes devem atuar 
em equilíbrio e harmonia para atingir os fins previstos na Constituição. 
Este é o fundamento do chamado sistema de freios e contrapesos, no 
qual um Poder limita o outro, de forma a ser evitada a supremacia de 
qualquer deles sobre os demais. 
O Legislativo, por exemplo, cuja função precípua é a normativa, 
exerce a função jurisdicional quando o Senado processa e julga o 
Presidente da República ou os Ministros do Supremo Tribunal Federal nos 
crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II). Exerce também a função 
administrativa quando organiza seus serviços internos (CF, art. 51, IV, e 
52, XIII) ou quando exerce a gestão de seus bens, pessoal e serviços. 
O Judiciário, por sua vez, cuja função típica é a jurisdicional, exerce 
a função legislativa ao elaborar os regimentos internos dos Tribunais 
(CF, art. 96, I, “a”); desempenha, ainda, a função administrativa, 
Poder Legislativo 
(função normativa)
Poder Judiciário
(função judicial)
Poder Executivo
(função 
administrativa)
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quando organiza seus serviços (CF, art. 96, I e II) ou quando exerce a 
gestão de seus bens, pessoal e serviços. 
Já o Executivo, ao qual incumbe precipuamente a função 
administrativa, desempenha também a função legislativa quando 
expede decretos e regulamentos para a fiel execução das leis (CF, art. 84, 
IV) ou quando edita medidas provisórias (CF, art. 62) ou leis delegadas 
(CF, art. 68). 
 Nosso ordenamento jurídico não admite o exercício da 
função judicial pelo Poder Executivo. Conforme ensina 
Carvalho Filho, a função jurisdicional típica, assim 
considerada aquela capaz de resolver conflitos com o cunho de definitividade 
(res judicata ou coisa julgada), é praticamente monopolizada pelo Judiciário, e só em 
casos excepcionais, expressamente mencionados na Constituição, ela é 
desempenhada pelo Legislativo. 
Isso porque entre nós, como veremos ainda nesta aula, vige o princípio da 
inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), pelo qual qualquer 
interessado pode sempre buscar seus direitos junto ao Judiciário. Assim, ainda que o 
Executivo solucione contendas em processos administrativos de sua competência, 
estas não constituirão coisa julgada, em sentido estrito, eis que poderão ser levadas 
à apreciação do Judiciário. 
Em suma, o ponto a ressaltar para o estudo do Direito Administrativo 
é que, no Brasil, todos os Poderes exercem atividades de natureza 
administrativa, e não apenas o Poder Executivo. Em outras palavras, a 
Administração Pública brasileira não se restringe ao Poder Executivo. No 
Legislativo, por exemplo, existem as chamadas “Mesas”, tais como a Mesa 
da Câmara dos Deputados ou a Mesa do Senado Federal, órgãos 
administrativos responsáveis pela gestão dos bens, serviços e pessoal das 
casas legislativas. De forma semelhante, no Judiciário, existem as 
denominadas “Secretarias”, que desempenham as funções administrativas 
dos tribunais em geral. Como veremos mais adiante, seja qual for o órgão 
que exerça atividade administrativa, sempre deverá observar as regras e 
princípios norteadores do Direito Administrativo. 
 
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Formas de Estado 
O Estado pode se organizar politicamente na forma de: 
▪ Estado unitário 
▪ Estado federado (complexo ou composto) 
O Estado unitário se caracteriza pela centralização política. 
Existe, então, apenas um poder politico central a conduzir toda a 
população, em todo o território, nos níveis local, regional e nacional. 
O Uruguai, por exemplo, é um Estado unitário: justiça, educação, 
saúde, segurança e demais serviços públicos são administrados em todo o 
país por um único poder político central. 
 O Estado federado, ao contrário, se caracteriza pela 
descentralização política. Existem poderes políticos distintos e 
autônomos coexistindo num mesmo território, os quais dividem as 
responsabilidades nos níveis local, regional e nacional. 
O Brasil, por exemplo, é um Estado federado, pois, em seu território, 
coexistem pessoas políticas distintas – a União, os Estados-membros, o 
Distrito Federal e os Municípios. Nossa Constituição define os limites 
de atuação dessas esferas políticas. Assim, temos um poder político 
central (União), poderes políticos regionais (estados) e poderes políticos 
locais (municípios), além do Distrito Federal, que, em virtude da vedação 
constitucional para sua divisão em municípios, acumula poderes regionais 
e locais (CF, art. 32, §1º). 
Destaque-se que, nos Estados federados, ainda existe um poder 
central, que cuida das matérias de interesse predominantemente nacional 
(no Brasil, é a União). A peculiaridade é que, diferentemente dos Estados 
unitários, nos Estados federados outras esferas1 também possuem poder 
político e autonomia para exercer competências de interesse regional e 
local (no Brasil, exercidas pelos Estados-membros, municípios e Distrito 
Federal). 
 
 
1 Segundo, Lucas Furtado as entidades que recebem atribuições políticas diretamente da Constituição 
Federal, sobretudo atribuições de legislar e de tributar, podem ser denominadas de entidades políticas 
ou primárias. No Brasil, são entidades políticas ou primárias a União, os Estados-membros, o Distrito 
Federal e os Municípios.00000000000
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Cuidado para não confundir os conceitos de federação e 
confederação. 
Carvalho Filho ensina que, na confederação, existe uma 
aliança entre vários Estados soberanos, resultando daí um vinculo caracterizado pela 
fragilidade e instabilidade. Na federação, ao contrário, os entes integrantes do 
regime se associam numa união indissolúvel, como forma de dar à unidade 
resultante preponderância sobre as partes que a formam. 
Ademais, na confederação, todos os membros seriam soberanos; já na federação, 
apenas o Estado em si (Estado Federal) detém soberania. 
No regime federativo brasileiro, não existe relação de hierarquia 
ou subordinação entre os diversos entes políticos. É o que prescreve a 
Constituição Federal: 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
Todos os componentes da federação materializam o Estado, cada um 
deles atuando dentro dos limites de competência traçados pela 
Constituição, com autonomia política, administrativa e financeira. 
Assim, por exemplo, o governo de determinado município não precisa se 
submeter à vontade dos governos estadual ou federal para organizar 
serviços de interesse local, como a coleta de lixo, pois a Constituição lhe 
outorga competência para decidir sobre o assunto (CF, art. 30). 
Carvalho Filho ensina que autonomia significa ter a entidade 
integrante da federação capacidade de auto-organização, autogoverno 
e autoadministração. No primeiro caso, a entidade pode criar seu 
diploma constitutivo (Constituição Federal, Constituições Estaduais e Leis 
Orgânicas Municipais); no segundo, pode organizar seu governo e eleger 
seus dirigentes; no terceiro, pode ela organizar seus próprios serviços. 
E é justamente esse último aspecto – capacidade de 
autoadministração – que interessa para o Direito Administrativo. Isso 
porque essa capacidade faz com que todas as entidades federativas 
possuam suas próprias administrações, ou seja, sua própria organização e 
seus próprios serviços, inconfundíveis com o de outras esferas. Temos, 
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portanto, uma administração federal, uma administração distrital, 
administrações estaduais e administrações municipais, todas elas se 
sujeitando às regras e princípios orientadores do Direito Administrativo. 
GOVERNO 
Como ensina Hely Lopes Meireles, Governo é a “expressão política 
de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de 
manutenção da ordem jurídica vigente”. 
Trata-se, portanto, do conjunto de Poderes e órgãos responsáveis 
pela função política do Estado, cujas atribuições decorrem diretamente 
da Constituição. 
Assim, o conceito de Governo, enquanto responsável pela função 
política do Estado, está relacionado ao comando, coordenação, direção 
e fixação de objetivos, diretrizes e de planos para a atuação estatal 
(as denominadas políticas públicas). Difere do conceito de Administração 
Pública, pois esta, como veremos, se resume ao aparelhamento de que 
dispõe o Estado para a mera execução das políticas de Governo. 
Sistema de governo 
O sistema de governo é definido pelo modo como se dá a relação 
entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das 
funções governamentais. Pode ser: 
▪ Sistema presidencialista ou presidencialismo. 
▪ Sistema parlamentarista ou parlamentarismo. 
A característica marcante do presidencialismo é a independência 
entre os Poderes. O Presidente da República exerce plenamente a chefia 
do Poder Executivo, acumulando as funções de Chefe de Estado e de 
Chefe de Governo. Ademais, cumpre mandato fixo, sem precisar 
depender da confiança do Poder Legislativo para sua investidura ou para o 
exercício do cargo. Por sua vez, o Poder Legislativo não está sujeito a ser 
dissolvido pelo Executivo, uma vez que seus membros são eleitos para um 
período certo de tempo. 
Já a característica marcante do parlamentarismo é a colaboração 
entre os Poderes Executivo e Legislativo. No Poder Executivo 
parlamentarista, as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo 
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são exercidas por pessoas distintas: a chefia de Estado é exercida pelo 
Presidente da República ou pelo Monarca, e a chefia de governo pelo 
Primeiro Ministro ou pelo Conselho de Ministros. O Primeiro Ministro, chefe 
de governo, normalmente é indicado pelo Presidente da República, chefe 
de Estado, para mandato sem prazo fixo. Sua permanência no cargo 
depende da confiança do Poder Legislativo, o qual pode exonera-lo a 
qualquer tempo. Por outro lado, se o governo entender que o Parlamento 
perdeu a confiança do povo, poderá optar por sua dissolução, 
convocando novas eleições para formação de outro Parlamento. 
 O Brasil adota o sistema presidencialista de governo. 
O Presidente da República é o Chefe do Poder Executivo federal e, 
consequentemente, da Administração Pública federal. Por sua vez, nos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, os Chefes dos Poderes Executivos e 
das administrações públicas locais são, respectivamente, os 
Governadores e os Prefeitos. 
Forma de governo 
A forma de governo depende da maneira como ocorre a instituição e 
a transmissão do poder na sociedade e como se dá a relação entre 
governantes e governados2. Pode ser: 
▪ República. 
▪ Monarquia. 
A república se caracteriza pela eletividade e pela temporalidade 
dos mandatos do Chefe do Poder Executivo, o qual possui o dever de 
prestação de contas. 
Já a monarquia é caracterizada pela hereditariedade e 
vitaliciedade, com ausência de prestação de contas. 
 O Brasil adota a forma de republicana de governo. 
***** 
 Vamos ver como esses assuntos são cobrados em prova? 
 
 
 
2 Alexandrino, M. e Paulo, V. (2014, p. 17). 
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1. (Cespe – MPOG 2012) O princípio da separação dos Poderes adotado no 
Brasil pode ser caracterizado como rígido, uma vez que todos os Poderes da 
República exercem apenas funções típicas. 
Comentário: O item está errado. O princípio da separação dos Poderes 
adotado no Brasil pode ser caracterizado como flexível , e não como rígido , 
uma vez que os Poderes exercem suas funções típicas com preponderância, 
mas não com exclusividade. De fato, cada Poder, ao lado de sua função típica, 
também desempenha funções atípicas , vale dizer, atividades com 
características das funções desempenhadas pelos demais Poderes. 
 Gabarito: Errado 
2. (Cespe – MPU 2013) A CF instituiu mecanismos de freios e contrapesos, de 
modo a concretizar-se a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade de que o Poder Judiciário declare a 
inconstitucionalidade das leis. 
Comentário: A questão está perfeita. A possibilidade de que o Poder 
Judiciário declare a inconstitucionalidade de leis constitui exemplo típico do 
mecanismo de freios e contrapesos previsto na Constituição da República. No 
caso, possibilita ao Judiciário retirar do mundojurídico eventuais leis 
aprovadas pelo Poder Legislativo que não estejam em plena consonância com 
os ditames constitucionais. Em razão da existência de mecanismos como 
esse, evita-se que um Poder se sobressaia sobre os demais, estabelecendo, 
assim, o equilíbrio e a harmonia entre eles. Também são exemplos de 
mecanismos do sistema de freios e contrapesos: a possibilidade de veto de 
projetos de lei pelo chefe do Executivo e a sabatina pelo Senado de membros 
do STF escolhidos pelo chefe do Executivo. 
Gabarito: Certo 
3. (Cespe – PC/BA 2013) A eleição periódica dos detentores do poder político e 
a responsabilidade política do chefe do Poder Executivo são características do 
princípio republicano. 
Comentário: O quesito está correto. As características marcantes da 
forma de governo República são a eletividade e a temporalidade do mandato 
do chefe do Executivo e, ainda, a sua responsabilidade política , 
consubstanciada no dever de prestar contas de seus atos. 
Gabarito: Certo 
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4. (Cespe – PRF 2013) Decorre do princípio constitucional fundamental da 
independência e harmonia entre os poderes a impossibilidade de que um poder 
exerça função típica de outro, não podendo, por exemplo, o Poder Judiciário 
exercer a função administrativa. 
Comentário: O sistema de separação de Poderes previsto na 
Constituição Federal é flexível. Isso significa que cada Poder possui uma 
função típica, a qual exerce com preponderância , mas não com exclusividade, 
eis que também exerce funções atípicas, próprias dos demais Poderes. 
Assim, por exemplo, o Judiciário, ao contrário do que afirma o item, pode sim 
exercer função administrativa, como quando realiza concursos públicos ou 
promove licitações para aquisição de bens. 
Gabarito: Errado 
5. (Cespe – MIN 2013) Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo 
Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que 
elaboram suas próprias constituições. 
 Comentário: É correto que o modelo de Estado federativo adotado pelo 
Brasil confere autonomia aos Estados-membros, nos termos do art. 18 da 
Constituição Federal: 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos , nos termos desta Constituição. 
 Essa autonomia é de caráter político, administrativo e financeiro, o que 
significa que os estados-membros, assim como os municípios e o DF, 
possuem capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração. 
Porém, o quesito erra ao afirmar que os estados-membros são dotados de 
soberania . Na verdade, somente o Estado Federal (a República Federativa do 
Brasil ), detém o atributo da soberania. Já os entes federados, incluindo a 
União, possuem apenas autonomia. 
 Gabarito: Errado 
6. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Assinale a opção incorreta. 
a) O sistema de freios e contrapesos não importa em subordinação de um poder a 
outro, mas diz respeito a mecanismos de limitação de um poder pelo outro previstos 
constitucionalmente, de modo a assegurar a harmonia e o equilíbrio entre eles. 
b) É exemplo de mecanismo de freios e contrapesos o poder de veto conferido ao 
Chefe do Poder Executivo em relação a projetos de lei aprovados pelo Congresso 
Nacional. 
c) O veto imposto pelo Chefe do Poder Executivo pode ser derrubado por meio do 
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voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão 
conjunta. 
d) Compete ao Presidente da República, dentro do sistema de freios e contrapesos 
previsto constitucionalmente, escolher e nomear os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, depois de aprovada a escolha pelo voto da maioria absoluta do Congresso 
Nacional, em sessão conjunta. 
e) São funções típicas do Poder Legislativo legislar e fiscalizar, sendo suas funções 
atípicas administração e julgamento, podendo ser citado como exemplo desta última 
o julgamento do Presidente da República ou Ministros do STF por crimes de 
responsabilidade. 
Comentários: 
(a) CERTA. No Brasil, conforme prevê o art. 2º da Constituição Federal, 
os Poderes são independentes e harmônicos entre si, não havendo, assim, 
relação de subordinação entre eles. A harmonia é garantida pelo sistema de 
freios e contrapesos, que se caracteriza pela existência de controles 
recíprocos , estabelecidos para evitar que qualquer Poder se sobressaia sobre 
os demais. 
(b) CERTA. Como dito, o mecanismo de freios e contrapesos admite 
controles recíprocos, isto é, controle de um Poder sobre outro. No caso, o 
poder de veto (CF, art. 66, §1º) possibilita ao Chefe do Executivo não 
sancionar projetos de lei aprovados pelo Poder Legislativo. 
(c) CERTA. Ainda conforme o mecanismo de freios e contrapesos, a 
Constituição estabelece que o veto do Poder Executivo não é absoluto, pois 
pode ser derrubado pelo voto da maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão conjunta (CF, art. 66, §4º). 
(d) ERRADA. É certo que, dentro do sistema de freios e con trapesos 
previsto na CF, compete ao Presidente da República esco lher e nomear os 
Ministros do STF. Porém, a escolha deve ser aprovada p ela maioria absoluta do 
Senado Federal (CF, art. 101, parágrafo único), e não pelo Congresso Na cional, 
daí o erro. 
(e) CERTA. O Legislativo, além da função típica de legisl ar, também exerce a 
função de fiscalizar a Administração Pública, conforme previsto no art. 70 da CF. 
Este dispositivo atribui ao Congresso Nacional a competê ncia para exercer o 
controle externo da Administração Pública, com o auxíl io do Tribunal de Contas 
da União. Ressalte-se que a função fiscalizatória ou de controle não se encaixa 
de modo perfeito na tripartição clássica pensada por M ontesquieu, mas passou a 
ser desempenhada à medida que a organização estatal foi evoluindo e se 
tornando mais complexa. Além de legislar e fiscalizar, o Legislativo, de forma 
atípica, também administra e julga , por exemplo, quando realiza concursos 
públicos (função administrativa) ou quando o Senado Feder al julga crimes de 
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responsabilidade praticados pelo Presidente da Repúbl ica e por Ministros do 
STF, nos termos do art. 52, I e II da CF (função judici al). 
Gabarito: alternativa “d” 
7. (IADES – Metro/DF 2014) A respeito do direito administrativo, assinale a 
alternativa correta. 
a) A Administração Pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista 
que a este cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva 
função administrativa. 
b) O chefe do Poder Executivo pode, por decreto, promover a extinção de órgãos 
públicos, quando seus cargos estiverem vagos. 
c) Supremacia do interesse público não consta como princípio expresso, mas 
informa a atuação da Administração Pública, assim como os demais princípios, tais 
como eficiência, legalidade e moralidade. 
d) As decisões adotadas por delegação de competência consideram-se praticadas 
pela autoridade delegante, e não pelo delegado. 
e) Na remoção ex officio de servidor público para localidade diversa da por ele 
postulada, não se exige a correspondente motivação por parte da Administração 
Pública. 
Comentário: vamos analisar cada alternativa: 
a) ERRADA. A Administração Pública não se confunde com o PoderExecutivo. Os Poderes exercem funções típicas e atípicas . A função 
administrativa é típica do Poder Executivo, mas também é exercida de forma 
atípica pelos Poderes Legislativo e Judiciário, ou seja, o Poder Executivo não 
possui a exclusividade da função administrativa. 
b) ERRADA. Conforme o art. 84, VI da Constituição Federal, compete 
privativamente ao chefe do Poder Executivo dispor, mediante decreto, sobre 
organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e sobre 
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Como se nota, o 
chefe do Poder Executivo, por decreto, pode extinguir cargos públicos , 
quando vagos, mas não pode extinguir órgãos públicos . 
c) CERTA. De fato, a supremacia do interesse público é um princípio que 
baliza a atuação da Administração Pública, como veremos adiante nesta aula. 
Tal princípio é considerado um princípio implícito , pois não aparece de forma 
expressa no art. 37, caput da Constituição Federal. Ressalte-se que os 
princípios da eficiência, legalidade e moralidade, também citados na questão, 
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são princípios expressos , vez que, diferentemente da supremacia do interesse 
públ ico, constam de forma expressa no art. 37, caput da CF. Nota-se, então, 
que a redação do item ficou um pouco confusa, pois admite duas 
interpretações: (i) que os princípios da eficiência, legalidade e moralidade 
informam a atuação da Administração e também são princípios implícitos; (ii) 
que os princípios da eficiência, legalidade e moralidade informam a atuação 
da Administração, assim como os demais princípios. Para o item estar 
correto, devemos considerar a segunda interpretação, visto que, como dito, 
os princípios da eficiência, legalidade e moralidade são princípios expressos. 
 d) ERRADA. Ocorre exatamente o contrário: as decisões adotadas por 
delegação de competência consideram-se praticadas pelo delegado, isto é, 
por quem recebeu a delegação, e não pela autoridade delegante. 
e) ERRADA. Todo ato que afete o interesse individual do servidor – tal 
qual a remoção ex officio de servidor público para localidade diversa da por 
ele postulada - necessita de motivação (exposição dos motivos) por parte da 
Administração Pública. 
Gabarito: alternativa “c” 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Em sentido estrito, o conceito de administração pública envolve 
todo o aparelhamento estatal voltado à execução das políticas públicas. 
Contrapõe-se, portanto, ao conceito de Governo: enquanto este 
estabelece, aquela executa as políticas públicas. Nas palavras de Hely 
Lopes Meireles, “a Administração não pratica atos de governo; pratica 
tão-somente, atos de execução, os chamados atos administrativos, 
com poderes de decisão limitados a atribuições de natureza executiva, 
conforme definidos em lei”. 
O conceito de administração pública também pode ser tomado em 
sentido amplo, abrangendo, assim, os órgãos superiores de governo que 
exercem função política, da mesma forma que os órgãos, agentes e 
entidades que exercem função meramente administrativa, isto é, de 
execução dos programas de governo. 
Não obstante, o mais comum é considerar o conceito de 
administração pública em sentido estrito. E nesse sentido, a doutrina 
costuma ainda dividir o conceito de administração pública em duas 
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vertentes: uma considerando a ótica dos executores da atividade pública 
(quem), e outra considerando a própria atividade (o que). Vejamos. 
Administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico 
Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico 
significa o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que 
tenham a incumbência de executar as atividades administrativas3. 
Esse conceito, portanto, leva em conta o sujeito, isto é, quem está 
exercendo a função administrativa, em qualquer dos Poderes. 
Dessa forma, o conceito não se restringe aos agentes, órgãos e 
pessoas do Poder Executivo, haja vista que os Poderes Legislativo e 
Judiciário também administram, notadamente quando organizam seus 
serviços internos e gerenciam seus servidores. 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo defendem que, quando se adota 
o sentido formal ou subjetivo, a rigor, só podem ser considerados 
Administração Pública aqueles sujeitos que nosso direito assim considera, 
não importa a atividade que exerçam. Assim, segundo os autores, de 
acordo com nosso ordenamento jurídico 4 a Administração Pública seria 
integrada exclusivamente pelos órgãos da administração direta 
(Ministérios, Secretarias, Mesas etc.) e pelas entidades da administração 
indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades 
de economia mista), e por mais ninguém. 
Ainda veremos no nosso curso o que vem a ser administração direta 
e indireta. Porém, o importante aqui é perceber que, segundos os autores, 
o conceito de Administração Pública formal ou subjetiva excluiria 
entidades privadas que exercem atividades próprias da função 
administrativa, a exemplo das concessionárias de serviços públicos 
(companhias de lixo, água, energia elétrica etc.) e das organizações 
sociais. Isso porque, apesar da atividade exercida, nosso ordenamento 
jurídico não coloca essas entidades no seio da Administração Pública 
formal. 
Não obstante, frise-se que a maioria da doutrina não faz essa 
distinção, e simplesmente define a Administração Pública em sentido 
 
3 Carvalho Filho (2014, p. 11). 
4 Decreto-Lei nº 200/1967. 
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subjetivo como o “conjunto de órgãos, agentes e pessoas jurídicas aos 
quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado5”. 
Administração pública em sentido material, objetivo ou funcional 
Em sentido material, objetivo ou funcional, a administração pública 
abrange as atividades exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e 
agentes incumbidos da função administrativa do Estado. O conceito, 
portanto, adota como referência o objeto, isto é, o que é realizado, não 
obrigatoriamente quem exerce. 
Geralmente, as seguintes atividades são apontadas como próprias da 
administração pública em sentido objetivo: 
▪ Polícia administrativa: abrange as atividades administrativas que implicam 
restrições ou condicionamentos aos direitos individuais impostos em prol do 
interesse de toda coletividade, como ordens, notificações, licenças, autorizações, 
fiscalização, sanções. 
▪ Serviço público: toda atividade executada diretamente pela Administração 
Pública formal ou por particulares delegatários que tenham por fim satisfazer as 
necessidades coletivas, sob regime predominantemente público. Exemplos: 
serviço postal, serviços de telecomunicações, transporte ferroviário, rodoviário e 
aéreo etc. 
▪ Fomento: compreende a atividade administrativa de incentivo à iniciativa 
privada de utilidade ou interesse público, tais como o financiamento sob 
condições especiais, a concessão de benefícios ou incentivos fiscais etc. 
▪ Intervenção: é entendida como sendo a regulamentação e fiscalização da 
atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta), por exemplo, 
mediante a atuação de agências reguladoras, bem assim a atuação do Estado 
diretamente na ordem econômica, geralmentepor meio das empresas estatais 
(intervenção direta). Compreende também as intervenções estatais na 
propriedade privada (tombamento, requisição, desapropriação, servidão, etc.). 
Quanto ao último item acima (“intervenção”), importante ressaltar 
que alguns autores6 não consideram atividade de administração pública 
 
5 e.g. Di Pietro (2009, p. 57). 
6 e.g. Alexandrino, M. e Paulo, V. (2014, p. 21). 
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em sentido material a intervenção direta do Estado na economia (Estado-
empresário). Isso porque, quando atua nessas condições, o Estado está 
predominantemente sujeito ao regime de direito privado, exercendo 
atividade econômica em sentido estrito, isto é, em igualdade de condições 
com os particulares. Para esses autores, as atividades de administração 
pública em sentido material seriam somente aquelas desempenhadas sob 
regime predominantemente de direito público7. 
 
8. (Cespe – Sefaz/ES 2008) Define-se, como administração pública externa ou 
extroversa, a atividade desempenhada pelo Estado, como, por exemplo, a 
regulação, pela União, da atividade de aviação civil pelas respectivas 
concessionárias. 
Comentário : As ações da Administração Pública podem ter como 
destinatários os administrados – isto é, a sociedade ou os sujeitos que não 
pertencem à Administração formal – ou os próprios órgãos e entes 
administrativos. 
Quando a Administração se relaciona com os administrados, teremos a 
chamada administração extroversa , pois nela existem ações externas, isto é, 
que incidem para fora do núcleo estatal. Trata-se das atividades finalísticas 
atribuídas pela Constituição a cada ente da federação (União, Estados, DF e 
Municípios). 
Por exemplo, há administração extroversa quando um órgão de 
fiscalização estatal interdita um estabelecimento comercial. No caso, a relação 
é extroversa porque se dá entre a Administração (órgão de fiscalização) e uma 
pessoa externa ao Poder Público, o estabelecimento comercial priva do. 
Outro exemplo de administração extroversa seria na prestação de 
serviços públicos, como quando um cidadão é atendido no posto de saúde 
público. No caso, a relação é entre a Administração (posto de saúde) e uma 
pessoa externa ao órgão estatal, o cidadão. 
Essas relações extroversas se fundamentam nos princípios da 
supremacia e da indisponibilidade do interesse público (os quais serão 
estudados mais adiante). Pode-se associar esse conceito ao de administração 
pública em sentido material, objetivo ou funcional , que considera a natureza 
das atividades levadas a efeito pela Administração para atender as 
 
7 Não se preocupe. Veremos os conceitos de direito público e de direito privado já no próximo tópico. 
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necessidades da coletividade (polícia administrativa, serviço público, fomento 
e intervenção). 
Por outro lado, quando a Administração se relaciona entre si, ou seja, 
entre os entes políticos (União, Estados, DF e Municípios), entre esses e os 
órgãos da Administração Direta ou entre os órgãos em si , teremos a chamada 
administração introversa , pois, nesse caso, as ações ocorrem dentro o núcleo 
estatal. A administração introversa é considerad a instrumental em relação à 
extroversa, vale dizer, as relações internas servem de instrumento para a 
efetivação das relações externas, estas, de cunho finalístico. De fato, toda a 
organização administrativa interna do Estado serve para que ele possa 
implementar as políticas públicas em prol da sociedade. 
Há administração introversa quando, por exemplo, a União realiza 
transferências de recursos federais para um Município. No caso, as duas 
partes da relação (União e Município) são entes estatais, ou seja, a atividade é 
desenvolvida dentro do núcleo estatal. 
Também é administração introversa quando um Ministério descentraliza 
créditos orçamentários para outro Ministério ou quando um Ministério realiza 
a supervisão finalística (tutela) de uma entidade da administração indireta a 
ele vinculada, pois tais relações são travadas dentro do núcleo estatal e 
são instrumentais em relação à administração extroversa, ou seja, as 
atividades introversas têm como objetivo possibilitar uma posterior atividade 
finalística extroversa (ex: o Ministério que recebeu os créditos vai prestar um 
serviço público ao cidadão). Ressalte-se que "núcleo estatal", aqui, é 
entendido como todas as entidades públicas, de qualquer ente da federação, 
incluindo as entidades da administração indireta. 
A situação apresentada no enunciado da questão se refere a uma relação 
externa finalística (regulação da atividade de aviação civil pela União). 
Portanto, correto afirmar que se trata de administração pública extroversa. 
Gabarito: Certo 
9. (Cespe – AE/ES 2013) Acerca de governo, Estado e administração pública, 
assinale a opção correta. 
a) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em 
ambos, prevalece a finalidade do interesse público. 
b) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério 
Público. 
c) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se com os 
sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado. 
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d) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de controlar 
seus próprios atos, podendo anulá-los, caso se verifique alguma irregularidade. 
e) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separação 
estanque entre os poderes, de forma que não se podem atribuir funções materiais 
típicas de um poder a outro. 
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, buscando a opção correta: 
(a) ERRADA. A rigor, Estado e Governo não são sinônimos. Estado é a 
pessoa jurídica soberana, formada pelos elementos, povo, território e governo 
soberano. Já o Governo, como se vê, é um dos elementos do Estado, 
responsável por sua condução. 
(b) ERRADA. São poderes do Estado o Executivo, o Legislativo e o 
Judiciário , somente. O Ministério Público, embora seja instituição de elevada 
importância para a democracia, não constitui um Poder . Na verdade, alguns 
autores modernos defendem que a tripartição clássica de Poderes não é mais 
suficiente para abarcar a ampla gama de funções desempenhadas por 
algumas instituições presentes na estrutura do Estado contemporâneo. Como 
exemplo, tome-se o Ministério Público e os Tribunais de Contas, instituições 
com competências próprias, inconfundíveis e privativas que não se 
enquadram de modo perfeito no âmbito dos tradicionais Poderes Judiciário, 
Executivo e Legislativo. Contudo, tais instituições e suas funções ainda não 
têm a denominação formal de Poder. 
(c) CERTA. A Administração Pública pode ser vista pelos critérios 
subjetivo/formal ou objetivo/material . Segundo o critério subjetivo, considera-
se quem está exercendo a função administrativa, abrangendo, portanto, o 
conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência 
de executar as atividades administrativas. Já pelo critério objetivo, considera-
se o que é realizado, não obrigatoriamente quem exerce, abrangendo as 
atividades de polícia administrativa, serviço público, fomento e intervenção. 
(d) ERRADA. O poder que a Administraçãopossui para controlar seus 
próprios atos, podendo anulá-los, caso verifique alguma irregularidade , 
caracteriza o princípio da autotutela . Por outro lado, o princípio da 
impessoalidade dita que atividade da Administração não deve ter em mira este 
ou aquele indivíduo em especial, e sim o interesse público, da coletividade. 
(e) ERRADA. Ao contrário do que afirma a assertiva, a Constituição 
Federal adota um modelo de separação flexível de Poderes. Isso porque a 
própria Constituição atribui a cada Poder funções típicas , desempenhadas 
com preponderância, e funções atípicas , desempenhadas de modo acessório. 
Assim, por exemplo, é que o Poder Legislativo e o Judiciário, cujas funções 
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típicas são, respectivamente, a legislativa e a jurisdicional, também 
desempenham, de forma atípica, funções administrativas, como quando 
organizam seus serviços adquirindo bens mediante licitação ou contratando 
pessoal por meio de concurso público. 
Gabarito: alternativa “c” 
10. (Cespe – TCE/RN 2015) As pessoas físicas que espontaneamente assumem 
funções públicas em situações de calamidade são consideradas particulares em 
colaboração com o poder público e integram a administração pública em sentido 
subjetivo. 
Comentário: De fato, as pessoas físicas que espontaneamente assumem 
funções públicas em situações de calamidade são consideradas particulares 
em colaboração com o poder público. Seria o caso, por exemplo, da pessoa 
que espontaneamente auxilia os bombeiros a resgatar vítimas de uma 
enchente. Porém, não é correto afirmar que tais pessoas integram a 
administração pública em sentido subjetivo, pois não existe lei que contenha 
tal previsão. Aqui, percebe-se que a banca adotou o conceito formal de 
administração pública, pelo qual a administração pública só é composta por 
aquelas pessoas, órgãos e entidades previstos em lei, que seriam, 
basicamente, a administração direta e indireta e respectivos agentes. 
Gabarito: Errado 
11. (Cespe – TCU 2015) O poder de polícia e os serviços públicos são exemplos 
de atividades que integram o conceito de administração pública sob o critério 
material. 
Comentário: O conceito de administração público sob o critério material 
considera a natureza das atividades exercidas (o que), as quais podem ser 
atividades de: polícia administrativa (poder de polícia) , serviço público , 
fomento e intervenção . 
Gabarito: Certo 
12. (Cespe – MPOG 2015) Administração pública, em sentido amplo, abrange o 
exercício da função política e da função administrativa, estando ambas as 
atividades subordinadas à lei. 
Comentário : O conceito de administração pública pode ser tomado em 
sentido amplo , abrangendo, assim, os órgãos superiores de governo que 
exercem função política (ex: Presidência da República, Congresso Nacional) 
da mesma forma que os órgãos, agentes e entidades que exercem função 
administrativa , isto é, de execução dos programas de governo 
(ex: Ministérios, Secretarias, Departamentos etc.). 
Gabarito: Certo 
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13. (Cespe – TJDFT 2013) Administração pública em sentido orgânico designa os 
entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as pessoas 
jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos dessas funções. 
Comentário : A questão está correta. O conceito de administração pública 
em sentido orgânico (ou subjetivo) leva em conta “quem ” exerce a atividade, 
compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos das 
funções administrativas. Contrapõe-se ao conceito de administração pública 
em sentido material (objetivo), que leva em consideração “o que”, ou seja, a 
própria atividade administrativa, aqui definida como as atividades de polícia 
administrativa, serviço público, fomento e intervenção. 
Gabarito: Certo 
14. (Cespe – Ministério Integração Nacional 2013) Na sua acepção formal, 
entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. 
Comentário: Quando se fala em administração pública ou governo em 
sentido “formal” deve-se pensar em “sujeitos” (quem), ou seja, órgãos, 
agentes e pessoas jurídicas. Portanto, correta a assertiva. 
Gabarito: Certo 
15. (Cespe – Ministério Integração Nacional 2013) A administração pratica atos 
de governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado preordenado à realização 
de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. 
Comentário: Atos de governo são aqueles praticados no exercício da 
função política , com ampla margem de discricionariedade e diretamente em 
obediência à Constituição. São as ações de comando, coordenação, direção e 
fixação das diretrizes políticas , vale dizer, atividades de caráter superior, 
referentes à direção suprema e geral do Estado, e não simplesmente de 
execução de serviços públicos. Pode- se destacar, por exemplo, a decretação 
de intervenção federal, do Estado de Defesa e do Estado de Sítio, a celebração 
de Tratados Internacionais, a iniciativa de lei pelo Executivo, sua sanção ou 
veto etc. 
Portanto, o quesito está errado, pois, nas palavras de Hely Lopes 
Meireles, a Administração não pratica atos de governo ; pratica tão-somente, 
atos de execução, os chamados atos administrativos , que têm como fim a 
realização de serviços para satisfazer, de forma concreta e imediata, as 
necessidades coletivas. 
Gabarito: Errado 
 
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16. (ESAF – RFB – Auditor 2005) Em seu sentido subjetivo, o estudo da 
Administração Pública abrange 
a) a atividade administrativa. 
b) o poder de polícia administrativa. 
c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas. 
d) o serviço público. 
e) a intervenção do Estado nas atividades privadas. 
Comentário: Em seu sentido subjetivo , o estudo da Administração 
Pública abrange os sujeitos (quem), ou seja, os órgãos, agentes e pessoas 
jurídicas (entidades) que exercem as funções administrativas. Portanto, 
correta a opção “c”. Todas as demais alternativas se referem ao sentido 
objetivo da Administração Pública, relativo à natureza das atividades 
exercidas pelos entes (o que). 
Gabarito: alternativa “c” 
17. (AOCP – TRE/AC 2015) Estado é diferente de Governo. A finalidade do 
Estado é atender aos interesses da coletividade, ou seja, o bem comum e, para 
isso, o Estado precisa de um aparato que lhe dê a possibilidade de concretizar e 
materializar essa finalidade, que é chamado de Administração Pública. Analise as 
assertivas a seguir e assinale a alternativa que apresenta apenas as assertivas 
relacionadas à Administração Pública. 
I. É um instrumento usado para atingir uma meta política. 
II. Possui conduta hierarquizada. 
III. Atividade política e discricionária dos negócios públicos. 
IV. Pratica atos de execução, segundo a competência do órgão e seus agentes. 
V. Significa o conjunto de agentes, órgãos e entidades que integram a estrutura 
constitucional do Estado. 
 a) Apenas I, III e V. 
b) Apenas II, III e IV. 
c) Apenas II, III, IV e V. 
d) Apenas I, II e IV. 
e) Apenas I, II e V. 
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Comentário: Vamos analisar cada item para ver qual(is)se relaciona(m) à 
Administração Pública: 
I) CERTO. O próprio enunciado nos mostra que esse item está correto, ao 
a dizer que o Estado precisa de um “aparato ” que lhe dê a possibilidade de 
concretizar e materializar os interesses da coletividade. Os interesses da 
coletividade são traduzidos nas metas políticas (ex: programas de governo, 
serviços públicos, obras, etc.), as quais são atingidas por intermédio da 
atuação da Administração Pública. 
II) CERTO. Para o melhor desempenho de suas atividades, a 
Administração Pública se subdivide em órgãos, estruturados em hierarquia . É 
a chamada desconcentração . Na prefeitura de Juiz de Fora, por exemplo, 
existem várias Secretarias Municipais (Secretaria de Educação, de Saúde, da 
Fazenda etc.) e dentro de cada uma dessas Secretarias existem vários outros 
departamentos, todos organizados em hierarquia. 
 III) ERRADO. “Atividade política e discricionária dos negócios públicos ” 
é uma característica relacionada ao Governo, e não à Administração Pública. 
Lembrando que o Governo, por conta da legitimidade recebida da população 
pelo voto, define as políticas públicas e respectivas diretrizes, enquanto a 
Administração Pública as executa. 
IV) CERTO. Como já afirmado, a Administração Pública, por intermédio 
de seus órgãos e agentes, pratica atos de execução , a fim de materializar e 
concretizas as metas políticas. 
V) ERRADO. O conjunto de agentes, órgãos e entidades que integram a 
estrutura constitucional do Estado representa o Governo , responsável pela 
função política. Seriam exemplos, a Presidência da República e o Congresso 
Nacional, no âmbito da União, assim como os Prefeitos e as Câmaras 
Municipais, no âmbito dos Municípios. 
Gabarito: alternativa “d” 
18. (FCC – TRE/RO 2013) Considere as seguintes afirmações a respeito do 
conceito, abrangência ou possíveis classificações da expressão Administração 
pública: 
 I. Em sentido orgânico ou formal, designa os entes que exercem a atividade 
administrativa e compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. 
II. Em sentido funcional ou material, designa a natureza da atividade exercida e 
corresponde à própria função administrativa. 
III. Quando tomada em sentido estrito, no que diz respeito ao aspecto subjetivo, 
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engloba os órgãos governamentais aos quais incumbe a função política. 
Está correto o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) III. 
c) I. 
d) II. 
e) II e III. 
Comentários: Vamos analisar cada alternativa: 
(I) CERTA. Em sentido subjetivo, orgânico ou formal (quem ), a expressão 
Administração Pública designa os entes (sujeitos) que exercem a atividade 
administrativa e compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. 
(II) CERTA. Em sentido objetivo, funcional ou material (o que ), a 
expressão administração pública designa a natureza da atividade exercida e 
corresponde à própria função administrativa, compreendendo as atividades 
de polícia administrativa, serviço público, fomento e intervenção. 
(II) ERRADA. Quando tomada em sentido estrito , no que diz respeito ao 
aspecto subjetivo, a expressão Administração Pública abrange apenas os 
órgãos administrativos aos quais incumbe a função administrativa . Para 
englobar os órgãos governamentais aos quais incumbe a função política, a 
expressão Administração Pública, no que diz respeito ao aspecto subjetivo , 
deve ser tomada em sentido amplo . 
Gabarito: alternativa “a” 
19. (FCC – TRE/SP 2012) Em seu sentido subjetivo, a administração pública pode 
ser definida como 
a) a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob o regime de direito 
público, para a realização dos interesses coletivos. 
b) o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a Lei atribui o exercício da 
função administrativa do Estado. 
c) os órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. 
São os próprios organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. 
d) as entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar 
atividades de Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, 
Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. 
e) as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio 
próprio e capital exclusivo da União, se federal, criadas para exploração de 
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atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência 
ou conveniência administrativa. 
Comentário : Em seu sentido subjetivo, a administração pública pode ser 
definida como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a Lei 
atribui o exercício da função administrativa do Estado. Portanto, correta a 
alternativa “b”. A alternativa “a” é o conceito de administração pública em 
sentido objet ivo; a opção “c” apresenta o conceito de administração direta , 
enquanto a alternativa “d”, de administração indireta ; por fim, a alternativa “e” 
expõe a definição de empresa pública . Todos esses conceitos serão melhor 
desenvolvidos nas aulas específicas do nosso curso. 
Gabarito: alternativa “b” 
20. (FCC – TRF4 2010) Na administração pública, a ação referente ao 
desempenho perene e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado 
ou por ele assumidos em benefício da coletividade, é denominada 
a) funcional. 
b) institucional. 
c) operacional. 
d) conceitual. 
e) interpessoal. 
Comentário: Segundo a doutrina de Helly Lopes Meireles, Administração 
Pública: 
Em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos 
do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços 
públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e 
sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele 
assumidos em benefício da coletividade . 
Portanto, correta a opção “c”. 
Gabarito: alternativa “c” 
21. (FGV – SEJAP 2013) A doutrina administrativista aponta a existência de uma 
diferença entre a função de governo e a função administrativa. 
 Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir. 
 I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, 
enquanto a função administrativa é objeto do direito administrativo. 
 II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes 
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políticas, enquanto a função administrativa se volta para a tarefa de executar essas 
diretrizes. 
 III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba 
as funções administrativas e as funções de governo. 
 Assinale: 
a) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos. 
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos. 
d) se somente a afirmativa II estiver correta. 
e) se somente a afirmativa III estiver correta. 
Comentário: As funções de governo são aquelas relacionadas com a 
atividade política do Estado, ações de comando, coordenação, direção e 
fixação das diretrizes políticas, desempenhada pelo conjunto de Poderes e 
órgãos de estatura constitucional; portanto, é mais afeta ao direito 
constitucional. Já a funções administrativas se referem às atividades 
concretas e imediatas desempenhadas pelos órgãos administrativos para 
executar as diretrizespolíticas, visando à satisfação dos interesses públicos; 
constitui, portanto, matéria objeto do direito administrativo. 
A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo , e 
considerando seu aspecto objetivo , engloba as funções administrativas e as 
funções de governo ; quando tomada em sentido estrito , abrange apenas as 
funções administrativas . 
Pelo exposto, todas as afirmativas apresentadas estão corretas. 
Gabarito: alternativa “a” 
22. (FGV – FBN 2013) Administração Pública é o conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas 
tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 Assinale a afirmativa que indica os dois sentidos em que se divide o conceito de 
Administração Pública. 
a) Objetivo e funcional. 
b) Material e funcional. 
c) Objetivo e subjetivo. 
d) Subjetivo e orgânico. 
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Comentário: O conceito de Administração Pública pode ser tomado em 
sentido subjetivo, formal, orgânico (quem executa a atividade administrativa) 
ou em sentido objetivo, material, funcional (o que, ou seja, a atividade em si). 
Portanto, correta a opção “c”. 
 Gabarito: alternativa “c” 
***** 
Enfim pessoal. Para chegarmos aqui, partimos do conceito de Estado 
e fomos restringindo até culminarmos no conceito de Administração 
Pública. Compreendidos esses elementos introdutórios, chegou então o 
momento de iniciarmos o estudo das peculiaridades próprias do Direito 
Administrativo, começando pela distinção entre direito privado e direito 
público. 
Vamos lá? 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
DIREITO PRIVADO E DIREITO PÚBLICO 
O Direito, de forma bastante simples, é o conjunto de regras 
impostas pelo Estado que disciplinam as relações da vida em sociedade. 
Tais regras podem estar expressas em leis, regulamentos ou mesmo 
estabelecidas na forma de princípios. 
Tradicionalmente, o Direito é dividido em dois ramos principais: 
direito público e direito privado. 
O direito privado se ocupa de interesses individuais, estabelecendo 
regras de organização social e convivência a serem obedecidas pelas 
pessoas em suas atividades particulares, de que são exemplo o 
Direito Civil e o Direito Comercial. 
São regidas pelo direito privado situações como a celebração de um 
contrato de compra venda entre pessoas e empresas privadas, os direitos 
e deveres dos moradores de um condomínio residencial, os efeitos do 
casamento civil, dentre outras tantas circunstâncias do nosso cotidiano. A 
característica marcante do direito privado é a igualdade nas relações 
jurídicas, eis que se ocupa de situações nas quais os interesses da 
coletividade não estão em jogo, tutelando apenas interesses 
particulares. 
Por outro lado, o direito público contém as regras disciplinadoras 
das relações que envolvem interesses da sociedade como um todo, 
a exemplo das normas de Direito Constitucional, Direito Tributário, Direito 
Penal e Direito Administrativo, objeto do nosso estudo. 
Constituem objeto do direito público questões como a organização do 
Estado, os direitos fundamentais dos cidadãos, a previdência social, os 
crimes e respectivas penas, a arrecadação de tributos, a eleição de 
pessoas para cargos políticos, a celebração de um contrato de compra e 
venda por um órgão público, ou seja, temas que interessam a sociedade 
como um todo, diretamente ou por intermédio de seus representantes 
públicos, e não apenas um indivíduo ou um grupo em particular. A 
característica marcante do direito público é a desigualdade nas relações 
jurídicas, decorrente do princípio amplamente aceito de que o interesse 
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público (da coletividade) deve prevalecer sobre os interesses 
individuais. 
Tome-se, como exemplo, a cobrança de tributos, atividade regida 
pelo Direito Tributário, um dos ramos do direito público. Por meio da 
cobrança de tributos, o Estado arrecada recursos dos indivíduos de forma 
coercitiva com a finalidade de fornecer serviços para a coletividade. Outro 
exemplo clássico da supremacia do interesse público é o instituto da 
desapropriação, regido pelo Direito Administrativo, pelo qual o Estado 
toma a propriedade de bens particulares, mediante indenização, para 
executar obras de interesse da coletividade, como a desapropriação de 
terrenos para a construção de vias públicas. 
Repare que, nesses exemplos, prevalece o interesse do Estado – 
isto é, da coletividade – sobre o do indivíduo: mesmo que 
determinada pessoa não venha a usufruir diretamente do serviço provido 
ou da obra construída, terá que, necessariamente, pagar o tributo ou 
entregar a sua propriedade. Tal relação de desigualdade entre as partes 
não ocorre nas relações entre particulares, regidas pelo direito privado. 
Conforme as regras de Direito Civil e Comercial, por exemplo, nenhum 
particular é obrigado a entregar seus recursos financeiros ou seus bens a 
outrem sem a devida contraprestação na forma de outros bens ou 
serviços que atendam aos seus interesses pessoais. 
Como se percebe, em nossa sociedade é o Estado, direta ou 
indiretamente, quem exerce o papel de representar os interesses da 
coletividade ou, em outras palavras, o interesse público. Sendo assim, a 
maioria das relações em que o Estado figura como parte são regidas, 
exclusiva ou predominantemente, pelo direito público. E, dentro do 
direito público, como veremos, o exercício da função administrativa – 
compreendendo desde a organização dos órgãos e entidades estatais até 
a prestação de serviços públicos e demais atividades administrativas – é 
regido pelo Direito Administrativo. 
 Ressalte-se, porém, que embora na maioria das vezes a atuação 
estatal seja pautada pelas regras de direito público, o Estado também 
pode figurar em relações jurídicas regidas predominantemente (jamais 
exclusivamente) pelo direito privado. É o que ocorre quando o Estado 
atua no domínio econômico (Estado-empresário), competindo em 
igualdade de condições com as empresas privadas, por exemplo, ao 
vender petróleo processado pela Petrobrás ou ao comercializar uma 
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apólice de seguro do Banco do Brasil. Nessas hipóteses, o Estado, 
representado pelas mencionadas empresas estatais, não está 
precipuamente tutelando interesses coletivos, e sim buscando lucrar com 
os negócios, devendo, por isso, colocar-se em pé de igualdade com o polo 
oposto da relação jurídica. 
Sobre o assunto, vale registrar que a busca pela eficiência vem 
fazendo com que o Estado cada vez mais paute sua atuação 
administrativa pelas normas de direito privado, seja criando empresas 
sujeitas ao regime jurídico das empresas privadas, seja transferindo a 
gestão de serviços públicos diretamente para particulares, fenômeno 
conhecido como fuga do Direito Administrativo. Por isso, segundo 
ensina o Prof. Lucas Rocha Furtado, atualmente tem se mostrado 
impossível a separação absoluta entre os dois ramos básicos do Direito, o 
público e o privado. 
Todavia, ainda segundo os ensinamentos do ilustre doutrinador, 
compartilhados pela professoraDi Pietro, tal tendência não tem como se 
concretizar por completo, haja vista que o direito público possui 
precedência no balizamento das atividades estatais. Assim, caso exista 
norma de direito público a regular determinado ato, o Estado não pode 
pratica-lo segundo os ditames do direito privado. Ademais, mesmo nas 
hipóteses em que o direito privado possa ser utilizado pelo Estado, sempre 
haverá normas de direito público irrenunciáveis e que possuem 
precedência em relação às de direito privado, muitas delas com 
fundamento constitucional, a exemplo dos princípios da indisponibilidade 
do interesse público, da publicidade, da moralidade, dentre outros que 
veremos no decorrer do curso. 
Enfim, após essas breves considerações, que tiveram o fim de situar 
o Direito Administrativo no âmbito da Ciência Jurídica, passemos a tratar 
especificamente do conceito de Direito Administrativo. 
 
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CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
Como visto, o Direito Administrativo integra o ramo do 
direito público, eis que rege uma das funções do Estado exercidas para 
satisfazer o interesse público, a chamada função administrativa. 
Lembre-se de que o exercício da função administrativa não é 
exclusividade do Poder Executivo. Os Poderes Legislativo e Judiciário 
também a exercem, de forma atípica, ao lado de suas funções típicas 
(legislativa e jurisdicional, respectivamente). O desempenho de funções 
administrativas deve sempre observar as normas e princípios pertinentes 
ao Direito Administrativo, independentemente do Poder que as esteja 
exercendo. 
Para ilustrar o alcance do Direito Administrativo de forma concreta, 
registre-se que é ele o responsável por regular, por exemplo, a 
organização da Administração Pública, a relação entre o Estado e os 
participantes de uma licitação, entre o Estado e seus próprios servidores e 
empregados, a conduta dos agentes públicos, a prestação de serviços 
públicos - inclusive por particulares -, a intervenção do Estado na 
propriedade privada, enfim, todo aparelhamento (órgãos e agentes) e 
atividade estatal desenvolvida para atender as demandas da sociedade e 
para garantir a plena satisfação dos direitos fundamentais dos cidadãos. 
Muitos são os conceitos de Direito Administrativo formulados 
pelos autores modernos. Alguns levam em conta apenas as atividades 
administrativas em si mesmas e os sujeitos que as exercem, enquanto 
outros preferem destacar também os fins desejados pelo Estado. Vejamos 
alguns desses conceitos: 
➢ Celso Antônio Bandeira de Melo 
DキヴWキデラà ;Sマキミキゲデヴ;デキ┗ラà Yà さラà ヴ;マラà Sラà SキヴWキデラà ヮ┎HノキIラà ケ┌Wà SキゲIキヮノキミ;à ;à a┌ミN?ラà
;Sマキミキゲデヴ;デキ┗;àWàラゲàルヴェ?ラゲàケ┌Wà;àW┝WヴIWマざく 
➢ Hely Lopes de Meireles 
Direito administrativo consiste no さIラミテ┌ミデラàエ;ヴマレミキIラàSWàヮヴキミIケヮキラゲà テ┌ヴケSキIラゲà
que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
IラミIヴWデ;がàSキヴWデ;àWàキマWSキ;デ;マWミデWàラゲàaキミゲàSWゲWテ;SラゲàヮWノラàEゲデ;Sラざく 
➢ Maria Sylvia Zanella Di Pietro 
さ‘;マラà Sラà SキヴWキデラà ヮúblico que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas 
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jurídicas administrativistas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica 
não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus 
aキミゲがàSWàミ;デ┌ヴW┣;àヮ┎HノキI;ざく 
➢ José dos Santos Carvalho Filho 
さDキヴWキデラà ;Sマキミキゲデヴ;デキ┗ラà Yà ラà Iラミテ┌ミデラà SWà ミラヴマ;ゲà Wà ヮヴキミIケヮキラゲà ケ┌Wがà ┗キゲ;ミSラà
sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos 
SラàEゲデ;SラàWàWミデヴWàWゲデWàWà;ゲàIラノWデキ┗キS;SWゲà;àケ┌WàSW┗WマàゲWヴ┗キヴざく 
➢ Marçal Justen Filho 
さOàSキヴWキデラ administrativo é o conjunto das normas jurídicas de direito público 
que disciplinam a atividade administrativa pública necessária à realização dos 
direitos fundamentais e a organização e o funcionamento das estruturas estatais e 
não estatais encarregadas SWàゲW┌àSWゲWマヮWミエラざく 
OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
O estudo do objeto do Direito Administrativo busca identificar os atos 
ou situações regulamentadas pelas normas que compõem esse ramo do 
direito público. 
Segundo a professora Di Pietro, o Direito Administrativo brasileiro, 
quanto ao objeto, segue as características do sistema europeu-
continental, originário do direito francês, cujo objeto, ao contrário do 
sistema anglo-americano, possui grande amplitude, preocupando-se em 
normatizar desde a estrutura dos órgãos públicos administrativos do 
Estado até os procedimentos necessários para o desempenho das suas 
atividades. É o chamado Direito Administrativo descritivo. 
De fato, como se pode extrair dos conceitos apresentados no tópico 
anterior, o objeto do Direito Administrativo é deveras vasto, 
compreendendo a organização e o funcionamento dos serviços do Estado, 
a administração de seus bens, a regência de seu pessoal, a formalização 
de seus atos de administração, dentre outros. 
Em síntese, o objeto do direito administrativo abrange8: 
▪ Todas as relações internas à administração pública – entre os órgãos e 
entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administração e 
seus agentes; 
 
8 Alexandrino e Paulo (2014, p. 4) 
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▪ Todas as relações entre a administração e os administrados, 
regidas pelo direito público ou pelo privado; 
▪ As atividades de administração pública em sentido material 
exercidas por particulares sob regime de direito público, a exemplo 
da prestação de serviços públicos mediante contratos de concessão ou de 
permissão. 
 
23. (Cespe – STJ 2015) Conceitualmente, é correto considerar que o 
direito administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de direito público que 
disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos 
fundamentais da coletividade. 
Comentário: Trata-se de uma síntese do conceito de Direito 
Administrativo proposto por Marçal Justen Filho, apresentado anteriormente. 
Gabarito: Certo 
24. (Cespe – MCT/FINEP – Analista 2009) Por ser um ramo do direito público, o 
direito administrativo não se utiliza de institutos do direito privado. 
Comentário: O item está errado. O Direito Administrativo também estuda 
matérias regidas, ao menos em parte, pelo direito privado, a exemplo da 
atuação das empresas públicas e sociedades de economia mista que 
exploram atividade econômica. Essas entidades, ao competirem no mercado, 
seguem regime misto (híbrido), ou seja, sobre elas incidem regras de direito 
privado, como as normas contábeis da Lei das Sociedades Anônimas, e 
regras de direito público, como o dever de fazer licitações, prestar contas ao 
Tribunal de Contas e de realizar concursos públicos. 
Gabarito: Errado 
25. (Cespe – AUFC TCU 2011) O direito administrativo tem como objeto 
atividades de administração pública em sentido formal e material, englobando, 
inclusive, atividades exercidas por particulares, não integrantes da administração 
pública, no exercício de delegação de serviços públicos. 
Comentário: O quesito está correto. De fato, pode-se dizer que o objeto 
do Direito Administrativo abrange: 
- Todas as relações internas à administração pública – entre os órgãos e 
entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus 
agentes; 
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- Todas as relações entre a administração e os administrados , regidas 
pelo direito público ou pelo privado; 
- As atividades de administração pública em sentido material exercidas 
por particulares sob regime de direito público , a exemplo da prestação de 
serviços públicos mediante contratos de concessão ou de permissão. 
Gabarito: Certo 
26. (Cespe – TCU – AUFC 2011) Segundo a doutrina administrativista, o direito 
administrativo é o ramo do direito privado que tem por objeto os órgãos, os agentes 
e as pessoas jurídicas administrativistas que integram a administração pública, a 
atividade jurídica não contenciosa que esta exerce e os bens de que se utiliza para 
a consecução de seus fins, de natureza pública. 
Comentário : Como se percebe, o enunciado apresenta a definição de 
direito administrativo proposta por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, porém 
insere a expressão “direito privado” no lugar em que, no original, seria 
“direito público”, maculando, assim, a questão. 
Gabarito: Errado 
27. (ESAF – Analista RFB 2003) No conceito de Direito Administrativo, pode-se 
entender ser ele um conjunto harmonioso de normas e princípios, que regem 
relações entre órgãos públicos, seus servidores e administrados, no concernente às 
atividades estatais, mas não compreendendo 
a) a administração do patrimônio público. 
b) a regência de atividades contenciosas. 
c) nenhuma forma de intervenção na propriedade privada. 
d) o regime disciplinar dos servidores públicos. 
e) qualquer atividade de caráter normativo. 
Comentário: Nosso Direito Administrativo é não contencioso , uma vez 
que as lides de natureza administrativa podem ser levadas à apreciação do 
Poder Judiciário. Embora a Administração também possa resolver eventuais 
conflitos que venham a ocorrer nas atividades estatais, apenas a decisão 
proferida pelo Poder Judiciário é que terá força de coisa julgada, definitiva . 
Portanto, correta a alternativa “b” ao afirmar que a regência de atividades 
contenciosas não está compreendida no conceito de Direito Administrativo. 
Já as demais alternativas, todas constituem objeto do Direito 
Administrativo. Na alternativa “a” (administração do patrimônio público) tem-
se como exemplo a compra de bens mediante licitação ou realização de obras 
públicas; quanto à alternativa “c” (intervenção na propriedade privada), veja-
se a desapropriação da propriedade de terceiros para fins de utilidade pública 
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ou o tombamento de bens para preservação do patrimônio cultural; por fim, 
em relação à alternativa “e” (atividade de caráter normativo) pode-se tomar 
como exemplo a edição de decretos pelo Chefe do Poder Executivo, no 
exercício do poder regulamentar. 
Gabarito: alternativa “b” 
FONTES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
As fontes indicam a origem/procedência das normas e princípios 
de Direito Administrativo. Constituem, assim, todos os elementos, de 
onde surgem normas de direito administrativo, compreendendo quaisquer 
manifestações, escritas ou não, que surtam efeitos jurídico-
administrativos. 
Usualmente, a doutrina aponta como fontes de Direito 
Administrativo: 
▪ Lei 
▪ Doutrina 
▪ Jurisprudência 
▪ Costumes 
Vamos ver as características de cada uma dessas fontes. 
Lei 
No Brasil, a lei em sentido amplo é a mais importante fonte do Direito 
Administrativo. 
Com efeito, um dos pilares básicos de nosso ordenamento jurídico é o 
princípio da legalidade administrativa, segundo o qual a Administração 
Pública somente pode fazer o que a lei autorizar ou determinar. 
Perceba que aqui não se fala apenas de lei em sentido formal (isto é, 
resultante do devido processo legislativo) e sim de lei em sentido amplo, 
vale dizer, qualquer texto de natureza normativa e orientadora da função 
administrativa do Estado, começando pela própria Constituição, e 
incluindo também as medidas provisórias, decretos legislativos, decretos 
do Poder Executivo, regimentos internos, portarias e demais atos 
normativos infralegais exarados por qualquer Poder (Legislativo, Executivo 
ou Judiciário). 
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A lei, em sentido amplo, geralmente é apontada como 
fonte primária de Direito Administrativo. Mas essa classificação não é 
absoluta. De fato, conforme leciona Hely Lopes Meireles, atualmente, em 
vista dos princípios da legalidade constitucional (CF, art. 5º II 9) e da 
legalidade administrativa (CF, art. 37, caput10), as únicas fontes primárias 
seriam a Constituição e a lei em sentido estrito (resultante do 
processo legislativo), pois seriam as únicas com força para, de fato, inovar 
na ordem jurídica, criando um direito novo. Os demais atos normativos 
expedidos pelo Poder Público (decretos, regulamentos, estatutos, 
regimentos etc.) constituiriam fontes secundárias, eis que se sujeitam a 
limites na criação normativa, impostos pela lei a ser aplicada. Dessa 
forma, restringem-se, quase sempre, a indicar a opção escolhida pela 
Administração dentre as opções admitidas pela lei. Tomemos, como 
exemplo, a legislação que cuida do pregão, constituída pela Lei 
10.520/2002 e pelo Decreto 3.555/2000, que regulamenta a referida lei. 
Nesse caso, a função do decreto não é de ampliar a atuação do 
Administrador, mas de indicar, dentre as possibilidades permitidas pela 
lei, como os administradores devem aplicar a lei. Não seria possível o 
decreto criar, por exemplo, novas situações em que o pregão poderá ser 
empregado, pois a lei já estabelece esse limite11, mas apenas definir os 
procedimentos necessários para que a lei possa ser cumprida nas 
situações nela previstas. 
O direito administrativo no Brasil não se encontra 
codificado, vale dizer, não existe ┌マà さCルSキェラà
áSマキミキゲデヴ;デキ┗ラざà;àW┝WマヮノラàSラàケ┌WàラIラヴヴWàem outros ramos 
do Direito (Código Civil, Código Penal, Código Tributário etc.). 
Na verdade, as normas de Direito Administrativo estão dispersas em nosso 
ordenamento jurídico. Podem ser encontradas, por exemplo, espalhadas pela 
Constituição ou dispostos em diversas leis e em muitos outros diplomas normativos 
infralegais, o que dificulta a sistematização e a formação de uma visão abrangente 
desse ramo do Direito, mas não retira sua característica de área jurídica autônoma. 
 
9 II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
10 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
11 Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de 
pregão, que será regida por esta Lei. 
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Como exemplos de normas de Direito Administrativo relevantes, podem-se citar: 
artigos 37 a 41 da Constituição Federal, que apresentam disposições gerais sobre a 
Administração Pública e os servidores públicos; artigos 70 a 75 da Constituição 
Federal, que versam sobre o controle da Administração Pública; artigos 173 a 180 da 
Constituição Federal, que disciplinam as diversas formasde intervenção do Estado 
na atividade econômica; Lei 8.112/1990, que estabelece o regime jurídico dos 
servidores públicos federais estatutários; Lei 8.666/1993, sobre normas gerais de 
licitações e contratos; Lei 9.784/1994, que trata das normas gerais aplicáveis aos 
processos administrativos federais; Decreto 2.594/1998, que dispõe sobre o 
Programa Nacional de Desestatização, regulamentando a Lei 9.491/1997; Instrução 
Normativa 2/2008, que dispõe sobre regras e diretrizes para a contratação de 
serviços, dentre outras normas. 
Além das normas jurídicas produzidas internamente, alguns autores 
também consideram os tratados e acordos internacionais como fontes 
de Direito Administrativo. 
Como exemplo da influência que essas avenças internacionais 
exercem sobre o Direito Administrativo, veja-se a Convenção das Nações 
Unidas contra a corrupção firmada no ano de 2003, determinando aos 
países signatários, dentre outras medidas, a necessidade de fixação de 
regras em matéria de contratos públicos e licitações, sobre servidores 
públicos, sobre o orçamento público etc. As regras aprovadas na referida 
Convenção resultaram no Decreto 5.687/2006, constituindo fonte da 
maior relevância para o Direito Administrativo12. 
Doutrina 
Os estudiosos do Direito Administrativo, de forma semelhante ao que 
ocorre nos demais ramos do Direito e também em outras ciências, 
formulam teses e teorias com a finalidade de explicar o objeto do seu 
estudo, no caso, o conteúdo das normas administrativas, indicando seu 
entendimento acerca da melhor interpretação ou das interpretações 
possíveis dessas normas. A esse conjunto de teses e construções teóricas 
dá-se o nome de doutrina. Neste curso, por exemplo, estamos estudando 
os ensinamentos de diversos doutrinadores consagrados. 
 
12 Furtado (2014, p. 53). 
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Em regra, a doutrina é considerada fonte secundária, indireta ou 
subsidiária de Direito Administrativo, pois não cria leis diretamente, mas 
apenas as interpreta e influencia a elaboração de novas normas. Além 
disso, a doutrina influencia o julgamento de lides contenciosas e não 
contenciosas, auxiliando o aplicador do Direito a enquadrar os casos 
concretos aos ditames legais. 
Uma vez que a doutrina não cria normas jurídicas de forma direta, é 
possível encontrar autores que não a consideram fonte de Direito 
Administrativo. Para estes, entender que doutrina representa uma fonte 
do Direito significa uma afronta ao princípio da legalidade. 
Outros estudiosos, ainda, entendem que opiniões doutrinárias 
contrárias às leis, isto é, que não concordem com o que a lei prevê, não 
podem ser admitidas como fontes de Direito Administrativo, ainda que 
auxiliem no aperfeiçoamento das normas vigentes. 
Jurisprudência 
A jurisprudência nasce quando o Judiciário adota reiteradas 
decisões semelhantes a respeito de determinada matéria, ou seja, são os 
entendimentos precedentes sobre determinado assunto que balizam o 
exame de futuros casos. 
Veja bem: não se trata de uma decisão isolada, mas de várias 
decisões num mesmo sentido! 
À semelhança do que ocorre com a doutrina, geralmente a 
jurisprudência é indicada como fonte secundária, indireta ou 
subsidiária de Direito Administrativo, por ser construída a partir da 
interpretação e aplicação das normas constitucionais e legais. 
Além da jurisprudência oriunda das decisões do Poder Judiciário, as 
decisões proferidas por determinados tribunais administrativos também 
possuem importância para o Direito Administrativo no Brasil. A 
jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU) em matéria de 
licitações ou de pessoal, por exemplo, constitui importante parâmetro 
para a Administração Pública. 
Importante destacar que a jurisprudência, em regra, não vincula a 
Administração ou o próprio Judiciário. Dizendo de outra forma, o 
entendimento jurisprudencial não necessariamente deve ser aplicado a 
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todo e qualquer caso concreto semelhante. De fato, segundo ensina Hely 
Lopes Meireles, não vigora entre nós o princípio norte-americano do stare 
decises13, segundo o qual a decisão judicial superior vincula as decisões 
inferiores, para os casos idênticos. 
Todavia, há de se ressalvar as decisões adotadas pelo Supremo 
Tribunal Federal (STF) nas ações integrantes do controle abstrato de 
normas 14 , as quais produzem eficácia contra todos e efeito 
vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal (CF, art. 102, §§1º e 2º). 
Ademais, não se pode olvidar das súmulas vinculantes, que podem 
ser aprovadas pelo STF a fim de tornar obrigatória a observância de suas 
decisões sobre matéria constitucional para os demais órgãos do Poder 
Judiciário e para a Administração Pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal (CF, art. 103-A). 
Alguns autores15, inclusive, entendem que essas decisões judiciais 
com efeitos vinculantes ou com eficácia contra todos (erga omnes) não 
podem ser consideradas meras fontes secundárias de Direito 
Administrativo, e sim fontes principais, eis que alteram diretamente o 
ordenamento jurídico positivo, estabelecendo condutas de observância 
obrigatória para a Administração Pública e para o próprio Poder Judiciário. 
Por fim, vale destacar que, conforme leciona Hely Lopes Meireles, 
uma característica marcante da jurisprudência é seu nacionalismo, eis 
que oriunda da aplicação do direito pátrio aos casos concretos, ao 
contrário da doutrina, que tende a se universalizar com a formulação de 
princípios teóricos aplicáveis a situações genéricas e abstratas. 
Costumes 
Uma vez que em nosso ordenamento jurídico impera o princípio da 
legalidade, os costumes perderam muito da importância que possuíam 
noutros tempos como fonte do Direito Administrativo. Não obstante, ainda 
exercem alguma influência, principalmente, para preencher deficiências e 
lacunas da legislação. 
 
13 Ficar com as coisas decididas. 
14 Ação direta de inconstitucionalidade, ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ação 
declaratória de constitucionalidade e arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
15 e.g. Alexandrino, M. e Paulo, V. (2014, p. 6). 
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Quando os costumes influenciam a elaboração de novas normas ou a 
construção da jurisprudência, são considerados fontes secundárias, 
indiretas ou subsidiárias de Direito Administrativo. Por sua 
característica intangível, são classificados como fontes não organizadas 
ou não escritas, vale dizer, não são fontes formais ou escritas, tal qual a 
lei. 
Os costumes só podem ser considerados vigentes e exigíveis quando 
não contrariam nenhuma regra ou princípio estabelecido na legislação. 
Assim, costumes contra legem (contra a lei) não podem ser considerados 
fontes de direito. Por exemplo, as Universidades Federais, com base no 
costume, concediam a seus professores a licença sabática. Todavia, tal 
benefício não é previsto na lei que cuida do regime jurídico dos servidores 
federais, ou seja, era um costume contra legem, razão pela qual o 
Tribunal de Contas da União determinou o cancelamento do direito16.Importante destacar o papel da praxe administrativa, isto é, das 
práticas reiteradamente observadas pelos agentes administrativos diante 
de determinada situação. Por exemplo, alguns órgãos públicos, por praxe, 
publicam editais de licitação em dois jornais diários de grande circulação, 
embora a lei exija a divulgação em apenas um único jornal. 
Da mesma forma, nos casos de lacuna normativa, a praxe constitui 
fonte secundária de Direito Administrativo, podendo até gerar direitos 
para os administrados, em razão dos princípios da lealdade, da boa-fé, da 
moralidade administrativa, dentre outros. Ora, se determinada prática é 
repetida constantemente, induz os administrados a sempre esperarem 
aquele modo de agir, causando incerteza e instabilidade social caso ocorra 
repentina alteração. 
Sobre o tema, há de ressaltar que os administradores não são 
obrigados a sempre repetir as práticas que constituem praxe, vale dizer, 
tais práticas não constituem normas de observância compulsória (lembre-
se de que são fontes secundárias). Contudo, conforme leciona o Prof. 
Lucas Furtado, na eventualidade de mudança das práticas rotineiras, é 
recomendável à Administração Pública dar a devida divulgação quanto aos 
novos procedimentos, a fim de evitar surpresas e instabilidade. 
Por fim, registre-se que alguns autores defendem que os conceitos de 
praxe administrativa e costume não se confundem. Isso porque os 
 
16 Ver, por exemplo, o Acórdão 1.542/2005-TCU-Segunda Câmara. 
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costumes carregariam o caráter da obrigatoriedade, ao menos na 
consciência dos indivíduos (as pessoas agem de tal forma por que estão 
convictas disso, ou seja, a sociedade considera aquela conduta 
obrigatória), enquanto que na praxe administrativa inexistiria essa 
percepção de obrigatoriedade, haja vista não serem oriundas de hábitos 
comuns ao público em geral, e sim de atividades específicas e restritas ao 
cotidiano da máquina pública. 
 
28. (ESAF – TRF 2006) A primordial fonte formal do Direito Administrativo no 
Brasil é: 
a) a lei. 
b) a doutrina. 
c) a jurisprudência. 
d) os costumes. 
e) o vade-mécum. 
Comentários: A lei é a fonte primordial do Direito Administrativo, daí a 
corre ção do item “a”. Diz-se que a lei é fonte primordial porque inova no 
ordenamento jurídico, diferentemente da doutrina ou da jurisprudência, por 
exemplo, que apenas interpretam ou influenciam de forma indireta a 
elaboração de novas normas. Aliás, pela mesma razão, alguns doutrinadores 
entendem que apenas a Constituição e as leis em sentido estrito (isto é, 
aprovadas segundo o processo legislativo) seriam fontes primordiais, eis que 
seriam os únicos veículos normativos verdadeiramente aptos a criar e 
extinguir direitos e obrigações. As normas infralegais , por sua vez, como 
decretos, regulamentos, resoluções e portarias – embora sejam consideradas 
leis em sentido amplo – seriam apenas fontes secundárias , pois não podem 
extrapolar os ditames e limites constitucionais e legais. 
Gabarito: alternativa “a” 
29. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Considerando o conceito de 
administração pública e seus princípios, bem como as fontes do Direito 
Administrativo, assinale a opção correta. 
a) Pelo princípio da Tutela, a Administração Pública exerce o controle sobre seus 
próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes 
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ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário. 
b) De acordo com o critério funcional, o conceito de Administração Pública é um 
complexo de atividades concretas e imediatas desempenhadas sob os termos e 
condições da lei, visando o atendimento das necessidades coletivas. 
c) As decisões meramente administrativas que promanem dos Tribunais comuns ou 
especiais são relevantes fontes jurisprudenciais do Direito Administrativo, aplicando-
se a situações já ocorridas, desde que benéficas à Administração Pública. 
d) Do princípio da eficiência decorre a necessidade de institutos como a suplência, 
a delegação e a substituição para preencher as funções públicas temporariamente 
vagas. 
e) O sentido subjetivo da expressão Administração Pública está relacionado à 
natureza da atividade exercida por seus próprios entes. 
Comentários: 
(a) ERRADA. O controle exercido pela Administração Pública sobre seus 
próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os 
inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder 
Judiciário, decorre do princípio da autotutela , e não da tutela. Este último diz 
respeito à supervisão efetuada pelos órgãos da administração direta sobre as 
entidades da administração indireta. Veremos mais sobre esses princípios no 
decorrer do curso. 
(b) CERTA. Critério funcional é sinônimo de critério material ou objetivo. 
Assim, em sentido material, objetivo ou funcional , a administração pública 
abrange as atividades concretas e imediatas (o que ) exercidas pelas pessoas 
jurídicas, órgãos e agentes incumbidos da função administrativa do Estado, 
visando o atendimento das necessidades coletivas. Importante compreender 
o sentido da expressão “atividades concretas e imediatas”, que se associa ao 
conceito de administração pública em sentido funcional. Significa que a 
atuação da Administração consiste em praticar ações efetivas para fazer valer 
os direitos fundamentais dos indivíduos previstos de forma geral e abstrata 
na Constituição e nas leis. Tais atividades, como vimos, se resumem a ações 
de polícia administrativa , serviço público , fomento e intervenção . Assim, por 
exemplo, para permitir a mobilidade urbana, a segurança e outros valores 
essenciais assegurados aos cidadãos, a Administração deve, mediante 
atividades concretas e imediatas de polícia administrativa, disciplinar a 
edificação imobiliária, estabelecendo regras, expedindo alvarás, fiscalizando e 
punindo os infratores. Outro exemplo se relaciona ao direito fundamental do 
emprego, o que conduz ao fomento de atividades econômicas por parte do 
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Estado. 
(c) ERRADA. Primeiramente, ressalte-se que, a rigor, não constituem 
fonte de jurisprudência as decisões administrativas dos tribunais do Poder 
Judiciário , adotadas, por exemplo, na organização dos seus serviços internos. 
Ao contrário, a jurisprudência se forma tão somente a partir das decisões 
adotadas no exercício da função jurisdicional , vale dizer, oriundas de 
sentenças judiciais . Vale lembrar, contudo, que a jurisprudência dos Tribunais 
de Contas, órgãos responsáveis pelo controle externo da administração 
pública, pode ser considerada fonte de Direito Administrativo. E as decisões 
desses órgãos, mesmo as adotadas no exercício da função de controle, 
possuem natureza administrativa . O erro mais claro da assertiva, contudo, é 
que a jurisprudência é fonte de Direito Administrativo, independentemente de 
ser benéfica ou não à Administração Pública. 
(d) ERRADA. Tais institutos são aplicações do princípio da continuidade 
do serviço público. 
(e) ERRADA. O sentido subjetivo da expressão Administração Pública 
está relacionado a quem, ou seja, aos órgãos, agentes e pessoas jurídicas que 
exercem função administrativa. A assertiva, ao contrário, se refere à naturezada atividade exercida (o que), ou seja, ao sentido objetivo de Administração 
Pública. Sobre o tema, vale saber que é usual, na doutrina, utilizar a 
expressão Administração Pública (com iniciais maiúsculas) para indicar o 
sentido subjetivo da expressão, e administração pública (com iniciais 
minúsculas) para indicar seu sentido objetivo. 
 Gabarito: alternativa “b” 
30. (FCC – MPU 2007) A reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, 
influenciando a construção do Direito, sendo também fonte do Direito 
Administrativo, diz respeito à 
a) jurisprudência. 
b) doutrina. 
c) prática costumeira. 
d) analogia. 
e) lei. 
Comentários: Questão moleza. O comando da questão apresenta o 
conceito de “jurisprudência”. 
Gabarito: alternativa “a” 
 
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31. (Cespe – MCT/FINEP – Analista 2009) O costume e a praxe administrativa 
são fontes inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam 
na produção do direito positivo. 
Comentário : O quesito está correto. De fato, o costume e a praxe 
administrativa, assim como a jurisprudência, são fontes inorganizadas, vale 
dizer, não escritas , do Direito Administrativo. Diferem da lei e da doutrina, que 
são fontes escritas . Registre-se que as fontes não escritas (costume, praxe e 
jurisprudência) são também chamadas de fontes substancia is ou materiais , 
uma vez que são fontes do direito por sua própria natureza, ou seja, não 
precisam de nenhuma formalidade para que cumpram esse papel. Ao 
contrário, as fontes escritas (lei e doutrina) são também chamadas de 
fontes formais , eis que precisam ser formalizadas, publicadas para se 
tornarem fontes do direito. 
Gabarito: Certo 
32. (Cespe – TRT 10ª Região 2013) Em decorrência do princípio da legalidade, a 
lei é a mais importante de todas as fontes do direito administrativo. 
Comentário : Questão correta. Um dos pilares mais fortes de nosso 
ordenamento jurídico é o princípio da legalidade administrativa , segundo o 
qual a Administração Pública somente pode fazer o que a lei autorizar ou 
determinar. Por essa razão, a lei em sentido amplo (Constituição, leis e atos 
normativos em geral) é considerada a principal fonte do direito administrativo. 
Gabarito: Certo 
33. (Cespe – Ministério Integração Nacional 2013 ) Os costumes, a 
jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais fontes do direito 
administrativo. 
Comentário: De fato, os costumes, a jurisprudência, a doutrina e a lei 
constituem as principais fontes do direito administrativo, sendo a lei a fonte 
primordial ou primária, e as demais, fontes secundárias. 
Outras fontes de direito usualmente citadas são os princípios e os 
tratados internacionais. 
Gabarito: Certo 
34. (Cespe – AUFC TCU 2011) Os costumes sociais também podem ser 
considerados fonte do direito administrativo, sendo classificados como fonte direta, 
pois influenciam a produção legislativa ou a jurisprudência. 
Comentário: Os costumes sociais de fato podem ser considerados fonte 
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de direito administrativo. Todavia, são classificados como fonte indireta ou 
secundária , da mesma forma que a doutrina e a jurisprudência, eis que 
apenas interpretam ou ajudam na elaboração de novas normas. Como fonte 
direta, isto é, que inova no ordenamento jurídico, criando direito novo, 
considera-se apenas a lei. Alguns doutrinadores também entendem que as 
decisões judiciais vinculantes e aquelas com eficácia erga omnes também 
seriam fontes diretas. 
Gabarito: Errado 
35. (Cespe – TCE/AC 2006) O costume não se confunde com a chamada praxe 
administrativa. Aquele exige cumulativamente os requisitos objetivo (uso 
continuado) e subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao passo 
que nesta ocorre apenas o requisito objetivo. No entanto, ambos não são 
reconhecidos como fontes formais do direito administrativo, conforme a doutrina 
majoritária. 
Comentário: O item está correto. De fato, costume e praxe administrativa 
não se confundem, pelas razões expostas no comando da questão, que se 
resumem ao requisito subjetivo : embora determinada prática seja de uso 
continuado, caso seja uma praxe, não existe, por parte dos indivíduos, 
percepção de obrigatoriedade em seu uso; caso seja um costume, daí sim 
existe. Para a doutrina, os costumes e as praxes são fontes não organizadas , 
ou seja, não escritas ou não formais , mas sim substanciais ou materiais . 
Assim, tanto as praxes como os costumes não podem ser reconhecidos como 
fontes formais do Direito Administrativo. 
Gabarito: Certo 
36. (Cespe – FINEP 2009) O costume e a praxe administrativa são fontes 
inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na 
produção do direito positivo. 
Comentário : Correta a assertiva. Costume e praxe administrativa são 
classificados pela doutrina como fontes não organizadas , não escritas de 
direito administrativo. Ademais, costume e praxe devem ser sempre 
subordinados à Constituição e às leis, assumindo, assim, relevância 
secundária como fonte de Direito; a princípio , detêm mero poder de 
orientação/indicação da ação estatal. 
Gabarito: Certo 
37. (Cespe – TCU – AUFC 2004) A jurisprudência e os costumes são fontes do 
direito administrativo, sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter 
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vinculante, e a segunda tem sua influência relacionada com a deficiência da 
legislação. 
Comentários: A questão está correta. A jurisprudência , ou seja, o 
conjunto de decisões num, mesmo sentido, proferidas quando da aplicação 
de certos preceitos jurídicos na solução de casos iguais, é importante fonte 
não escrita de direito administrativo. Todavia, ao contrário do que ocorre nos 
Estados Unidos ou na Inglaterra, não possui, entre nós, caráter vinculante, a 
exceção de determinados institutos jurídicos específicos, tais como as 
decisões do STF nas ações de controle concentrado de constitucionalidade e 
as súmulas vinculantes. 
Em relação aos costumes , recorre-se à lição de Hely Lopes Meirelles 
(2008, p. 48): “no direito administrativo brasileiro, o costume exerce ainda 
influência em razão da deficiência da legislação. A prática administrativa vem 
suprindo o texto escrito e, sedimentada na consciência dos administradores e 
administrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como 
elemento informativo da doutrina”. 
Gabarito: Certo 
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS 
Conforme ensina Hely Lopes Meireles, por sistema administrativo 
“entende-se o regime adotado pelo Estado para correção dos atos 
administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público em 
qualquer dos seus departamentos de governo”. Em outras palavras, é a 
forma adotada pelo Estado para solucionar os litígios decorrentes da sua 
atuação. 
Existem dois sistemas: 
▪ Sistema francês ou do contencioso administrativo 
▪ Sistema inglês ou judiciário ou de jurisdição única 
Vejamos as características próprias desses dois sistemas. 
 Sistema francês ou do contencioso administrativo 
Também conhecido como sistema da dualidade de jurisdição, é 
aquele em que o Poder Judiciário não pode intervir nas funções 
administrativas. Estas estariam sujeitas apenas à jurisdição especial do 
contencioso administrativo. 
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O sistema do contencioso francês é aplicado, com as devidas 
adaptações, em países como a Suíça, Finlândia, Grécia, Turquia e 
Polônia17. 
 Não é o sistema adotado no Brasil. 
No sistema francês, a correção, anulação ou reforma dos atos da 
Administração Pública são promovidas no âmbito da própria 
Administração, mediante a atuação de tribunais de índole 
administrativa, sem necessidade ou possibilidade de se levar os litígios à 
apreciação do Poder Judiciário, o qual permanece responsável apenas pela 
solução dos litígios que não envolvam a Administração Pública. 
Daí, portanto, a dualidade de jurisdição do sistema francês: a 
jurisdição administrativa (formada pelos tribunais administrativos, com 
plena jurisdição em matéria administrativa) e a jurisdição comum 
(formada pelos órgãos do Poder Judiciário, para resolver os demais 
litígios). 
Frise-se que, conforme leciona Hely Lopes Meireles, na organização 
atual do sistema francês, embora a regra seja a jurisdição administrativa 
(isto é, sem a participação do Poder Judiciário), certas demandas de 
interesse da Administração ficam sujeitas à Justiça Comum, desde que 
se enquadrem numas dessas três ordens: 
a) Litígios decorrentes de atividades públicas com caráter privado; 
b) Litígios que envolvam questões de estado e capacidade das pessoas e de 
repressão penal; 
c) Litígios que se refiram à propriedade privada. 
Como crítica ao sistema francês, diz-se que ele estabelece dois 
critérios de justiça: um da jurisdição administrativa, outro da jurisdição 
comum. Além disso, seria uma jurisdição constituída por funcionários da 
própria Administração, sem as garantias de independência necessárias ao 
exercício da magistratura. 
Sistema inglês ou de jurisdição única 
É aquele em que todos os litígios – de natureza administrativa ou que 
envolvam interesses exclusivamente privados – podem ser levados ao 
Poder Judiciário. 
 
17 Hely Lopes Meireles (2008, p. 55) 
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 É o sistema adotado no Brasil. 
No sistema inglês, o Poder Judiciário é o único que dispõe de 
competência para dizer o direito, ou seja, para dar a palavra definitiva na 
solução de conflitos que envolvam a Administração. 
Assim, no sistema de jurisdição única não existe o contencioso 
administrativo do regime francês, o que significa dizer que qualquer 
controvérsia havida no âmbito administrativo pode ser levada à 
apreciação do Poder Judiciário, que é o único competente para proferir 
decisões com autoridade final e conclusiva, com força da chamada 
coisa julgada. 
Perceba que a característica marcante desse sistema consiste na 
possibilidade de as decisões administrativas poderem ser revistas pelo 
Judiciário. Assim, no Brasil, caso determinado servidor público venha, 
por exemplo, a requerer à Administração que o remova para outra 
localidade e seu pleito venha a ser indeferido, poderá reclamar seu direito 
junto ao Poder Judiciário, sem restrições, o que não seria possível caso 
nosso país adotasse o sistema francês. 
O que caracteriza o sistema é a predominância da jurisdição 
comum (formada pelos órgãos do Poder Judiciário) ou da 
especial (formada pelos tribunais de natureza 
administrativa), e não a exclusividade de uma ou outra. Isso porque, segundo ensina 
Hely Lopes Meireles, nenhum país possui um sistema de controle puro, seja através 
do Poder Judiciário, seja através de tribunais administrativos. 
SISTEMA ADMINISTRATIVO BRASILEIRO 
Como visto, o Brasil adota o sistema inglês ou de jurisdição una. 
A base de nosso sistema está expressa no artigo 5º, inciso XXXV da 
Constituição Federal de 1988, pelo qual “a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Tal dispositivo carrega o chamado princípio da inafastabilidade 
(ou inarredabilidade) de jurisdição, ostentando status de cláusula 
pétrea constitucional. 
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Assim, no Brasil, os atos administrativos estão sujeitos ao controle do 
Poder Judiciário 18 . Deve ficar claro, porém, que nosso sistema 
não afasta, de modo absoluto, a capacidade da Administração de 
resolver litígios de natureza administrativa ou de controlar a legalidade e 
legitimidade de seus próprios atos. Com efeito, a Administração Pública 
brasileira pode sim exercer a chamada jurisdição administrativa. Isso 
ocorre, por exemplo, quando um motorista apresenta recurso junto ao 
Detran para contestar uma multa de trânsito que lhe tenha sido aplicada 
pelo órgão. Nessa hipótese, o próprio Detran (instância administrativa) 
poderá resolver a questão e, se entender cabível, rever a multa aplicada. 
Caso o Detran, ao contrário, decida manter a multa, o motorista ainda 
poderá se socorrer junto ao Judiciário, cuja decisão não se submeterá à 
solução adotada na instância administrativa, a qual poderá ser mantida ou 
modificada. Ao cabo, a decisão do Judiciário é que prevalecerá, fazendo 
coisa julgada, impedindo, assim, que esse mesmo assunto seja 
novamente discutido em qualquer outra esfera. 
Detalhe é que, nesse exemplo, o motorista não precisaria esgotar ou 
nem mesmo iniciar a solução na via administrativa para acionar o 
Judiciário. Na verdade, o princípio da inafastabilidade de jurisdição 
assegura ao interessado buscar o socorro da Justiça a qualquer tempo, 
isto é, antes, durante ou após os procedimentos administrativos, podendo 
ainda, recorrer diretamente ao Poder Judiciário, sem passar pela via 
administrativa. 
Como se vê, entre nós, as decisões dos órgãos administrativos, em 
regra, não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo 
ser revistas na via judicial. Não obstante, existem situações nas quais o 
exaurimento ou a utilização inicial da via administrativa é condição para 
acesso ao Poder Judiciário, a saber: 
 
 
18 A possibilidade jurídica de submeter efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças 
de lesão de direito a algum tipo de controle, seja pela própria Administração como pelo Judiciário 
denomina-se princípio da sindicabilidade. 
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▪ O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições 
desportivas após se esgotarem as instâncias da Justiça Desportiva. Cabe 
destacar que a Justiça Desportiva é uma via administrativa, pois o artigo 92 da 
Constituição não a inclui como órgão do Poder Judiciário. 
▪ O ato administrativo, ou a omissão da Administração Pública, que contrarie 
Súmula Vinculante só pode ser alvo de reclamação ao Superior Tribunal 
Federal depois de esgotadas as vias administrativas (Lei 11.417/2006, art. 7º, 
§1º); 
▪ É indispensável para caracterizar o interesse de agir no habeas data さ;àヮヴラ┗;à
do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou da 
omissão em atendê-ノラざくàáゲゲキマがàW┝キェW-se que primeiro tenha que ter ocorrido 
uma negativa ou omissão da via administrativa para que, posteriormente, 
obtenha-se o acesso ao Poder Judiciário. 
▪ A Lei nº 12.016/09 previu que o mandado de segurança não é cabível quando 
さcaiba recurso administrativocom efeito suspensivo, independentemente de 
cauçãoざàふ;ヴデくàヵ┨がàI). 
▪ O STF (RE 631.240) firmou a orientação de que, em regra, é necessário o 
prévio requerimento administrativo para ficar caracterizado o interesse de 
agir em ações judiciais contra o INSS relativas à concessão de benefícios 
previdenciários. Tal exigência, contudo, não se confunde com o exaurimento 
das vias administrativas, pois quando o entendimento da Administração for 
notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado, ele poderá 
buscar diretamente a via judicial. 
Perceba que, nas hipóteses excepcionais acima, é necessário 
satisfazer determinados requisitos na via administrativa antes que se 
possa ter acesso ao Judiciário, ou seja, tal acesso não é irrestrito como de 
regra ocorre nas demais situações. 
 
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Parte da doutrina administrativista brasileira, a exemplo de 
Carvalho Filho e Di Pietro, admite a chamada coisa julgada 
administrativa, que ocorre quando determinada decisão 
firmada pela Administração não pode mais ser modificada na via administrativa. Ou 
seja, o caráter definitivo da decisão dá-se apenas internamente, no âmbito da 
própria Administração. Trata-ゲWがàヮラヴデ;ミデラがàSWà┌マ;àIラキゲ;àテ┌ノェ;S;àさヴWノ;デキ┗;ざがàWキゲàケ┌Wà;à
decisão que forma coisa julgada administrativa ainda pode ser revista pelo 
Judiciário. 
A coisa julgada administrativa ocorre, por exemplo, quando há o esgotamento da via 
administrativa, ou seja, quando não há mais recursos cabíveis perante a 
Administração. Outro exemplo são os atos administrativos vinculados, a serem 
estudados em aula específica. Na prática desses atos, o administrador não tem 
liberdade de atuação e está rigidamente atrelado ao que dispõe a lei, ou seja, uma 
vez praticados, são, em regra, irrevogáveis, fazendo coisa julgada administrativa. 
Por fim, registre-se que, embora todos os atos administrativos 
possam ser submetidos à apreciação judicial, os chamados 
atos políticos 19 , em regra, não se sujeitam a esse controle. Como 
exemplo, pode-se citar a sanção/veto a um projeto de lei ou o 
estabelecimento das políticas públicas pelo Chefe do Poder Executivo; e o 
julgamento dos processos de impeachment do Presidente da República 
pelo Senado Federal. 
O Judiciário não controla os atos políticos em razão do princípio da 
separação dos Poderes. Com efeito, tais atos são praticados pelos 
agentes políticos no desempenho das funções executivas, legislativas e 
judiciárias, de acordo com a competência estabelecida na Constituição. 
Porém, como toda regra, esta também não é absoluta: o controle judicial 
dos atos políticos será possível caso ofendam direitos individuais ou 
coletivos, ou contenham vícios de legalidade ou constitucionalidade. 
Outra observação importante é que a inafastabilidade da tutela 
judicial não autoriza o Poder Judiciário a assumir competências de 
natureza administrativa próprias do Executivo. Não pode o Judiciário, 
por exemplo, determinar qual tarifa será cobrada por determinado serviço 
público ou, ainda, determinar a instauração de concurso público para 
 
19 Que não são atos administrativos em sentido próprio. 
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melhorar a qualidade do serviço prestado pela Administração. Esse tipo de 
definição se insere no campo de ação típico da função administrativa a 
cargo do Poder Executivo e, a menos que esteja sendo praticada fora dos 
limites legais, não pode sofrer interferência dos demais Poderes. Sobre o 
assunto, vale conhecer um pouco da jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal: 
ADI 3.343/DF, DJ 22/11/2011 
さふくくくぶàヱくàOàゲキゲデWマ;àaWSWヴ;デキ┗ラàキミゲデキデ┌ケSラàヮWノ;àCラミゲデキデ┌キN?ラàFWSWヴ;ノàSWàヱΓΒΒàデラヴミ;à
inequívoco que cabe à União a competência legislativa e administrativa para a 
disciplina e a prestação dos serviços públicos de telecomunicações e energia elétrica 
(CF, arts. ヲヱがàXIàWàXIIがàけHげがàWàヲヲがàIVぶくàヲくàáàLWキàミ┨àンくヴヴΓっヰヴàSラàDキゲデヴキデラàFWSWヴ;ノがà;ラàヮヴラキHキヴà
;à IラHヴ;ミN;à S;à デ;ヴキa;à SWà ;ゲゲキミ;デ┌ヴ;à H=ゲキI;à さヮWノ;ゲà IラミIWゲゲキラミ=ヴキ;ゲà ヮヴWゲデ;Sラヴ;ゲà SWà
ゲWヴ┗キNラゲàSWà=ェ┌;がàノ┌┣がàェ=ゲがàTVà;àI;HラàWàデWノWaラミキ;àミラàDキゲデヴキデラàFWSWヴ;ノざàふ;ヴデくàヱ┨がàI;ヮ┌デぶがà
incorreu em inconstitucionalidade formal, porquanto necessariamente inserida a 
aキ┝;N?ラà S;à ざヮラノケデキI;à デ;ヴキa=ヴキ;ざà ミラà >マHキデラà SWà ヮラSWヴWゲà キミWヴWミデWゲà <à デキデ┌ノ;ヴキS;SWà SWà
determinado serviço público, como prevê o art. 175, parágrafo único, III, da 
Constituição, elemento indispensável para a preservação do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato de concessão e, por consequência, da manutenção do próprio 
sistema de prestação da atividade. (...) 4. Ofende a denominada reserva de 
administração, decorrência do conteúdo nuclear do princípio da Separação de 
Poderes (CF, art. 2º), a proibição de cobrança de tarifa de assinatura básica no que 
concerne aos serviços de água e gás, em grande medida submetidos também à 
incidência de leis federais (CF, art. 22, IV), mormente quando constante de ato 
normativo emanado do Poder Legislativo fruto de iniciativa parlamentar, porquanto 
supressora da margem de apreciação do Chefe do Poder Executivo Distrital na 
condução da Administração Pública, no que se inclui a formulação da política 
pública remuneratória do serviço público. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
テ┌ノェ;S;àヮヴラIWSWミデWくざà 
AgRg na SLS 1.276/RJ, DJ 19/11/2010 
さáàSWIキゲ?ラàケ┌Wà;ミデWIキヮラ┌àラゲàWaWキデラゲàS;àデ┌デWノ;àキミIラヴヴWàミラàケ┌Wà;àノWキàSWミラマキミ;àSWà
けaノ;ェヴ;ミデWàキノWェキデキマキS;SWげがàporque o Poder Judiciário não deve, sob o fundamento de 
atendimento inadequado nos núcleos de abrigamento, intervir na administração 
do prefeito e da Câmara Municipal, determinando a contratação de servidores em 
caráter precário e a instauração de concurso público para cargos público sem que 
W┝キゲデ;マà┗;ェ;ゲà;àゲWヴWマàヮヴWWミIエキS;ゲくざ 
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REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO 
Inicialmente, cumpre destacar a diferença entre as expressões 
“regime da Administração Pública” e “regime jurídico-
administrativo”. 
Segundo ensina a professora Di Pietro, “a expressão regime jurídico 
da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido amplo, 
os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se 
a Administração Pública”. Como vimos, a maioria das relações da 
Administração Pública se submete ao direito público, mas também 
podem ser regidas pelo direito privado, embora nunca integralmente. 
Por outro lado, a expressão regime jurídico-administrativo se 
refere, unicamente, às situações em que a Administração Pública se 
coloca numa situação privilegiada, vertical na relação jurídica. Baseia-se 
na existência de prerrogativas passíveis de serem exercidas pela 
Administração, contrabalançadas pela imposição de restrições especiais à 
atuação dessa mesma Administração, não existentes – nem as 
prerrogativas nem as restrições – nas relações típicas de direito privado20. 
 Importante frisar que, mesmo nas situações em que atua 
sob o regime de direito privado, se nivelando ao particular, 
ou seja, não exercendo sobre ele qualquer prerrogativa de 
Poder Público に como quando uma entidade estatal desempenha atividade 
econômica に, a Administração ainda se sujeita a determinados princípios do direito 
público, os quais lhe garantem certos privilégios, ou prerrogativas (ex: processo 
especialde execução, impenhorabilidade de seus bens, prazos dilatados em juízo), e 
lhe impõem determinadas restrições (ex: necessidade de dar publicidade a seus 
atos). 
Em outras palavras, pode-se dizer que o regime jurídico-
administrativo compõe-se do conjunto de prerrogativas e restrições a 
que está sujeita a Administração, conjunto esse que não está presente 
nas relações entre particulares. As prerrogativas decorrem da necessidade 
de satisfação dos interesses coletivos, enquanto as restrições servem para 
proteger os direitos individuais frente ao Estado. 
Nas palavras de Di Pietro: 
 
20 Alexandrino, M. e Paulo, V. (2014, p. 10). 
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- Maria Sylvia Zanella Di Pietro: 
Daí a bipolaridade do Direito Administrativo: liberdade do indivíduo e 
autoridade da Administração; restrições e prerrogativas. Para assegurar-se a 
liberdade, sujeita-se a Administração Pública à observância da lei; é a aplicação do 
direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-se a autoridade da 
Administração Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe outorgados 
prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse 
público sobre o particular. 
O regime jurídico-administrativo é o sistema que dá identidade ao 
Direito Administrativo. Pode ser sintetizado em dois princípios: 
▪ Supremacia do interesse público sobre o privado. 
▪ Indisponibilidade do interesse público. 
Conforme leciona Celso Antônio Bandeira de Melo, todo o sistema de 
Direito Administrativo se constrói sobre os mencionados princípios, que 
caracterizam o binômio “prerrogativas da Administração – direitos dos 
administrados”21. Vamos ver então as características desses princípios. 
O princípio da supremacia do interesse público fundamenta a 
existência das prerrogativas e privilégios da Administração Pública, 
típicos do direito público. É a causa da verticalidade nas relações 
administração-particular, em contraposição à horizontalidade nas relações 
entre particulares. 
A noção central desse princípio é: havendo conflito entre o interesse 
público e os interesses particulares, aquele deve prevalecer. Destaque-se, 
porém, que as prerrogativas não devem ser vistas como um fim em si 
mesmas, mas como meios, como instrumentos para que a Administração 
possa atingir os objetivos que lhe são impostos pela Constituição e pelas 
leis, sempre com o fim de satisfazer o interesse público. 
Outro detalhe é que, conforme as lições de Lucas Furtado, 
não existem interesses públicos presumidos ou ilimitados. Eles somente 
existem após serem reconhecidos pela Constituição ou por lei como tais, e 
 
21 A expressão ╉direitos dos administrados╊ também pode ser entendida como ╉restrições à Administração╊┻ 
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necessariamente terão limites também fixados pela Constituição ou pela 
lei. 
A grande maioria das prerrogativas necessárias à realização dos 
interesses públicos decorre de maneira explícita ou implícita da própria 
Constituição Federal. Lucas Furtado assevera que a lei desempenha papel 
secundário no processo de criação das prerrogativas públicas, pois se 
submete aos ditames constitucionais. Ademais, defende que instrumentos 
infralegais, apesar de serem fontes de Direito Administrativo, não podem 
participar desse processo, ou seja, não podem criar prerrogativas para a 
Administração, ante o comando constitucional de que “ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei”. 
Como exemplos da materialização do princípio da supremacia do 
interesse público, tem-se o exercício do poder de polícia (como a 
interdição de estabelecimentos); o poder de modificar unilateralmente os 
contratos; a possibilidade de intervenção na propriedade privada (como a 
desapropriação); o poder de aplicar sanções administrativas (como a 
multa de trânsito) etc. 
Já o segundo princípio, o da indisponibilidade do interesse 
público, em contraponto ao primeiro, fundamenta as restrições 
impostas à Administração. 
Em linguagem jurídica, “dispor” de alguma coisa é, 
simplificadamente, poder fazer o que queira com ela, sem dar satisfações 
a ninguém. 
Como ensina Carvalho Filho, os bens e interesses públicos não 
pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas 
geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade. Portanto, 
por esse princípio, o interesse público é indisponível pela Administração. 
Esta somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine a 
sua atuação, e nos limites estipulados por essa lei, e não de acordo com a 
vontade própria dos seus agentes. 
De fato, a lei é o instrumento que traduz a vontade do povo, 
verdadeiro proprietário do patrimônio e do interesse público, cuja 
satisfação constitui dever da Administração. Assim, as restrições impostas 
pela lei limitam a atividade da Administração a determinados fins e 
princípios alinhados ao interesse geral. Caso esses fins e princípios não 
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forem observados, haverá desvio de poder e consequente nulidade dos 
atos da Administração. 
Como exemplos de restrições decorrentes do princípio da 
indisponibilidade do interesse público, tem-se a necessidade de realizar 
concurso público para admissão de pessoal efetivo; a necessidade de 
licitação prévia para a celebração de contratos administrativos; as 
restrições às alienações de bens públicos, etc. 
Repare, nesses exemplos, a existência de limites à atuação estatal. 
Vejamos o caso do concurso público. A necessidade de realização de 
concurso impõe à Administração o dever de escolher pessoas para compor 
seus quadros efetivos seguindo os procedimentos e critérios estabelecidos 
em lei, os quais buscam assegurar a ampla concorrência. Ou seja, nesse 
caso, a sociedade, por intermédio da norma aprovada por seus 
representantes no Poder Legislativo, restringiu a possibilidade de a 
Administração contratar livremente qualquer indivíduo, a seu bel prazer, 
pois entendeu que o interesse público seria melhor satisfeito caso o 
acesso aos cargos públicos fosse oportunizado a maior número de 
pessoas, mediante a aprovação em processo seletivo, e não pela escolha 
de determinados sujeitos segundos critérios próprios da Administração ou 
de seus agentes. 
Importante ressaltar que os princípios da supremacia e da 
indisponibilidade do interesse público não se encontram expressos na 
Constituição Federal de 1988. Entretanto, no caput do art. 37, a Carta da 
República enumera alguns dos mais importantes princípios administrativos 
que deles decorrem: legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. 
 
38. (ESAF – TCU – ACE 2006) O regime jurídico-administrativo é entendido por 
toda a doutrina de Direito Administrativo como o conjunto de regras e princípios que 
norteiam a atuação da Administração Pública, de modo muito distinto das relações 
privadas. Assinale no rol abaixo qual a situação jurídica que não é submetida a este 
regime. 
a) Contrato de locação de imóvel firmado com a Administração Pública. 
 b) Ato de nomeação de servidor público aprovado em concurso público. 
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c) Concessão de alvará de funcionamento para estabelecimento comercial pela 
Prefeitura Municipal. 
d) Decreto de utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação. 
e) Aplicação de penalidade a fornecedor privado da Administração. 
Comentário: Considero essa uma ótima questão para fixarmos o conceito 
de regime-jurídico administrativo. Como bem informa o enunciado, esse 
regime norteia a atuação da Administração Pública de modo muito distinto 
das relações privadas. Caracteriza-se pela presença de dois princípios: (i) 
supremacia do interesse público sobre o privado ; e (ii) indisponibilidade do 
interesse público . 
Em suma, o princípio da supremacia do interesse público fundamenta a 
existência das prerrogativas e dos privilégios da Administração Pública, 
enquanto o princípio da indisponibilidade do interesse público, em 
contraponto ao primeiro, fundamenta as restrições impostas à Administração. 
Assim, as situações jurídicas que se submet em ao regime jurídico-
administrativo se caracterizam ou pela presença de prerrogativas e privilégios 
conferidos à Administração ou pela existência de restrições à atuação dessa 
mesma Administração. 
Com base nesse arcabouço teórico, vamos analisar cada situação: 
(a) CERTA. Como veremos com mais detalhes no correr do curso, o s 
contratos da Administração podem ser contratos de direito privado ou 
contratos administrativos , sendo que apenas os contratos administrativos são 
regidos plenamente pelo regime jurídico-administrativo. O contrato de locação 
de imóvel firmado pela Administração Pública é exemplo de contrato regido 
predominantemente pelo direito privado, portanto, sem privilégios especiais à 
Administração, daí o gabarito. 
Com efeito, os contratos de direito privado têm como uma das 
características diferenciadoras dos contratos administrativos a igualdade de 
tratamento das partes . Entretanto, vale relembrar o ensinamento de Di Pietro, 
de que mesmo quando submetida a regras de direito privado, a Administração 
não se despe de certos privilégios e sempre se submete a determinadas 
restrições, na medida necessária para adequar o meio utilizado ao fim público 
a cuja consecução se vincula por lei. 
Assim, mesmo quando celebra contratos predominantemente regidos 
pelo direito privado, o Poder Público não poderá abdicar de alguma s 
prerrogativas e sujeições, sendo, então, indispensáveis, por exemplo, que o 
contrato contenha cláusulas indicativas do crédito pelo qual correrá a 
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despesa e que vinculem o contrato à licitação ou ao termo que a dispensou ou 
a inexigiu, bem como à proposta do licitante vencedor; e, ainda, existe a 
necessidade de dar a devida publicidade ao ajuste, dentre outras 
formalidades, tudo com o fim de proteger o interesse geral. 
(b) ERRADA. A nomeação de servidor aprovado em concurso público é 
ato submetido ao regime jurídico-administrativo. Com efeito, em vista do 
princípio da indisponibilidade do interesse público , a Administração deve 
contratar seu pessoal efetivo mediante concurso público e, mais ainda, 
formalizar e dar publicidade ao ato de nomeação dos servidores aprovados. 
(c) ERRADA. A concessão de alvará de funcionamento para 
estabelecimento comercial pela Prefeitura Municipal é típico exemplo da 
supremacia do interesse público sobre o privado , pelo qual a Administração 
pode impor obrigações a particulares com o fim de proteger o interesse geral. 
Portanto, é sim atividade sujeita ao regime jurídico-administrativo. 
(d) ERRADA. A desapropriação de imóvel particular para atender a fins 
de utilidade pública é outro exemplo de aplicação do princípio da supremacia 
do interesse público sobre o privado , portanto, situação jurídica sujeita ao 
regime jurídico-administrativo. 
(e) ERRADA. Mais um exemplo do princípio da supremacia do interesse 
público sobre o privado. A possibilidade de aplicação de penalidade a 
fornecedor privado da Administração é uma das chamadas “cláusulas 
exorbitantes”, próprias dos contratos administrativos regidos pelo direito 
público, nos quais o interesse público se sobressai sobre os interesses 
particulares. 
Gabarito: alternativa “a” 
39. (ESAF – Auditor RFB 2005) Tratando-se do regime jurídico-administrativo, 
assinale a afirmativa falsa. 
a) Por decorrência do regime jurídico-administrativo não se tolera que o Poder 
Público celebre acordos judiciais, ainda que benéficos, sem a expressa autorização 
legislativa. 
b) O regime jurídico-administrativo compreende um conjunto de regras e princípios 
que baliza a atuação do Poder Público, exclusivamente, no exercício de suas 
funções de realização do interesse público primário. 
c) A aplicação do regime jurídico-administrativo autoriza que o Poder Público 
execute ações de coerção sobre os administrados sem a necessidade de 
autorização judicial. 
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d) As relações entre entidades públicas estatais, ainda que de mesmo nível 
hierárquico, vinculam-se ao regime jurídico-administrativo, a despeito de sua 
horizontalidade. 
e) O regime jurídico-administrativo deve pautar a elaboração de atos normativos 
administrativos, bem como a execução de atos administrativos e ainda a sua 
respectiva interpretação. 
Comentário : Vamos analisar as alternativas buscando a opção “errada”: 
(a) CERTA. Ao contrário dos particulares, que podem fazer qualquer 
coisa desde que não haja lei que os proíba, o Poder Público, em homenagem 
aos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público, só 
pode fazer aquilo que a lei permite. Esse é um dos pilares do regime jurídico-
administrativo. Portanto, ainda que o acordo judicial seja benéfico, não se 
tolera que o Poder Público o celebre sem que exista expressa autorização 
legislativa. 
(b) ERRADA. O regime jurídico-administrativo, além de balizar a atuação 
do Poder Público no exercício de suas funções de realização do interesse 
público primário (administração extroversa), também abrange as atividades 
instrumentais do Estado, ou seja, ações que ocorrem dentro o núcleo estatal 
(administração introversa), a exemplo da nomeação de servidor admitido 
mediante concurso público. Portanto, a palavra “exclusivamente” macula o 
quesito. 
(c) CERTA. Um dos princípios fundamentais do regime jurídico-
administrativo é a supremacia do interesse público sobre o privado . E é com 
base nesse princípio que o Poder Público pode execut ar ações de coerção 
sobre os administrados sem a necessidade de autorização judicial, desde que 
previstas em lei. 
(d) CERTA. A situação apresentada nessa alternativa exemplifica o 
comentário à alternativa “b”, acima, de que as relações internas da 
Administração (administração introversa) também se submetem ao regime 
jurídico-administrativo. 
(e) CERTA. Ao lado do princípio da supremacia do interesse público, o 
regime jurídico-administrativo também se fundamenta no princípio da 
indisponibilidade do interesse público , o qual impõe restrições à atuação da 
Administração. Por esse princípio, a atuação do Poder Público deve ser 
pautada pela lei, vale dizer, a Administração só pode atuar conforme a 
previsão legal. Portanto, é correto dizer que a elaboração de atos normativos 
administrativos, bem como a execução de atos administrativos e ainda a sua 
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respectiva interpretação, devem ser pautados pelo regime jurídico-
administrativo, eis que devem observar os ditames da lei. 
Gabarito: alternativa “b” 
40. (Cespe – AE/ES 2013) Com base na doutrina sobre a teoria geral do direito 
administrativo, assinale a opção correta. 
a) A aprovação, pelo Poder Legislativo, de lei que conceda pensão vitalícia à viúva 
de ex-combatente, embora constitua formalmente ato legislativo, caracteriza 
materialmente o exercício de função administrativa. 
b) De acordo com a doutrina, o aspecto objetivo formal da função do Estado diz 
respeito aos sujeitos ou agentes da função pública. 
c) O Estado, por gerir o interesse da sociedade, somente pode exercer sua função 
administrativa sob o regime do direito público. 
d) O princípio da indisponibilidade do interesse público, voltado ao administrado, diz 
respeito à impossibilidade de alienação do bem público quando o particular lhe 
detiver a posse. 
e) De acordo com a doutrina majoritária, não existe exclusividade no exercício das 
funções pelos poderes da República. Assim, o Poder Executivo exerce função 
jurisdicional quando julga seus agentes por irregularidades cometidas no exercício 
do cargo. 
Comentário : 
(a) CERTA. De forma simples, a diferença entre lei e ato administrativo é 
que este provoca efeitos concretos e, aquela, efeitos gerais e abstratos. Dessa 
distinção podemos extrair o conceito de lei em sentido formal e lei em sentido 
material . 
As leis em sentido formal são os atos normativos editados de acordo 
com o devido processo legislativo constitucional, ou seja, são os atos 
editados pelas Casas Legislativas, tenham ou não generalidade ou 
abstração 22. Ou seja, leva-se em consideração a forma, consubstanciada na 
observância ao devido processo legislativo, e não propriamente o conteúdo 
da lei. Enquadram-se nessa definição as chamadas leis com efeitos 
concretos, que possuem forma de lei, mas característica de ato 
administrativo. É o caso da situação em apreço, em que o Poder Legislativo 
aprovou uma lei concedendo pensão a determinada viúva de ex-combatente. 
 
22 Generalidade significa que a lei atinge todas as pessoas situadas em uma mesma situação jurídica. 
Abstração, por sua vez, significa que a lei não se esgota com uma única aplicação, isto é, toda vez que a 
situação jurídica se repetir, a lei deve ser aplicada. 
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Trata-se então, de uma lei em sentido formal, eis que aprovada pelo Poder 
Legislativo segundo o devido processo legislativo, mas com efeitos 
concretos, incidentes apenas sobre a determinada viúva, sem apresentar, 
portanto, os atributos de generalidade e abstração. 
Já as leis em sentido material são todas as nor mas editadas pelo Estado 
que contam com os atributos típicos das leis, ou seja, generalidade, abstração 
e obrigatoriedade (imperatividade), não importando se editadas ou não pelo 
Poder Legislativo. Nesse caso, o que importa é o conteúdo (a matéria). Por 
exemplo, o Regimento Interno dos Tribunais são leis em sentido material, pois 
apresentam os atributos de generalidade, abstração e imperatividade, mas 
não foram criados a partir do devido processo legislativo. 
(b) ERRADA. Quando se fala em aspecto “objetivo” deve-se pensar em 
“atividade” (o que ). Veja que a alternativa, ao contrário, fala em “sujeitos” ou 
“agentes” (quem ), ou seja, na verdade trata do aspecto “subjetivo”. 
(c) ERRADA. Embora, na maioria das vezes, o Estado atue sob o regime 
de direito público, também pode atuar sob a sujeição do direito privado, como 
quando exerce atividade econômica por meio das empresas estatais. 
(d) ERRADA. O princípio da indisponibilidade do interesse público diz 
respeito às restrições impostas à vontade estatal. Portanto, em regra, é 
voltado para a Administração, e não para os administrados. 
(e) ERRADA. Atenção! Nesta questão, o Cespe demonstra que 
compartilha do entendimento de que o Poder Executivo não exerce função 
jurisdicional, eis que suas decisões podem ser revistas pelo Poder Judiciário. 
Assim, por esse entendimento, é errado dizer que o Poder Executivo 
exerce função jurisdicional quando julga seus agentes por irregularidades 
cometidas no exercício do cargo. Com efeito, o agente que se sentir 
injustiçado pelo julgamento efetuado pelo Executivo poderá se socorrer junto 
ao Judiciário, cuja decisão é que irá prevalecer com força de coisa julgada. 
Gabarito: alternativa “a” 
41. (Cespe – TRE/MS 2013) Em relação ao objeto e às fontes do direito 
administrativo, assinale a opção correta. 
a) O Poder Executivo exerce, além da função administrativa, a denominada função 
política de governo — como, por exemplo, a elaboração de políticas públicas, que 
também constituem objeto de estudo do direito administrativo. 
b) As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga omnes são 
consideradas fontes secundárias de direito administrativo, e não fontes principais. 
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c) São exemplos de manifestação do princípio da especialidade o exercício do 
poder de polícia e as chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos 
administrativos. 
d) Decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público a necessidade de 
realizar concurso público para admissão de pessoal permanente e as restrições 
impostas à alienação de bens públicos. 
e) Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público significa o mesmo 
que dizer que seu objeto está restrito a relações jurídicas regidas pelo direito 
público. 
Comentário: Vamos analisar cada alternativa: 
(a) ERRADA. Se, por um lado é correto afirmar que o Poder Executivo, 
além da função administrativa, também exerce a função política de governo , 
por outro é errado dizer que o Direito Administrativo estuda o exercício da 
função política, pois se limita à função administrativa. 
(b) ERRADA. Embora a jurisprudência, em regra, seja considerada 
fonte secundária de Direito Administrativo alguns autores entendem que as 
decisões judiciais com efeitos vinculantes ou com eficácia contra todos (erga 
omnes) não podem ser consideradas meras fontes secundárias, e sim 
fontes principais , eis que alteram diretamente o ordenamento jurídico 
positivo, estabelecendo condutas de observância obrigatória para a 
Administração Pública e para o próprio Poder Judiciário. Nesta questão, a 
banca demonstra partilhar desse entendimento. 
(c) ERRADA. O exercício do poder de polícia e as chamadas cláusulas 
exorbitantes dos contratos administrativos são exemplos do princípio da 
supremacia do interesse público, eis que constituem prerrogativas que a 
Administração possui para a satisfação do interesse geral. O princípio da 
especialidade, por sua vez, se refere à necessidade de que a atividade a ser 
exercida pelas entidades da administração indireta esteja expressamente 
prevista em lei. 
(d) CERTA. O princípio da indisponibilidade do interesse público, que 
estudaremos mais detidamente daqui a pouco, impõe restrições à vontad e 
estatal, de que são exemplo a necessidade de concurso público e as 
restrições para alienação de bens. Assim, a Administração, ao invés de 
contratar os servidores que quiser para seus quadros efetivos, deve realizar 
concurso público para selecioná-los de forma isonômica, objetiva e 
transparente. 
(e) ERRADA. Também constituem objeto do Direito Administrativo 
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determinadas relações jurídicas que se sujeitam, além do direito público, 
também ao direito privado, como a intervenção do Estado na atividade 
econômica por meio das empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Gabarito: alternativa “d” 
42. (Cespe – TRT10 2013) O princípio da supremacia do interesse público é, ao 
mesmo tempo, base e objetivo maior do direito administrativo, não comportando, 
por isso, limites ou relativizações. 
Comentário: O quesito está errado. A rigor, nenhum princípio é absoluto, 
pois sempre comportam limites ou relativizações . O princípio da supremacia 
do interesse público não foge a essa regra, sendo limitado ou relativizado por 
outros princípios igualmente importantes, a começar pelo princípio da 
legalidade, mas também pelos princípios da proporcionalidade, do devido 
processo legal, do contraditório e da ampla defesa, dentre outros. Por 
exemplo: o modelo clássico da supremacia do interesse público sobre o 
privado é o instituto da desapropriação por necessidade ou utilidade pública. 
Mas, nesse caso, o Estado não pode simplesmente “tomar” a propriedade 
particular. Ao contrário, deve seguir o procedimento previsto em lei e, antes 
de mais nada, assegurar indenização justa e prévia ao proprietário (CF, art. 5º, 
XXIV). Assim, pode-se dizer que, nessa situação, a supremacia do interesse 
público está sendo limitada ou relativizada pelos princípios da legalidade e da 
proporcionalidade. 
Gabarito : Errado 
43. (Cespe – Sefaz ES – Auditor Fiscal 2013) Acerca do direito administrativo, 
assinale a opção correta. 
a) A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista 
que a este cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva 
função administrativa. 
b) A ausência de um código específico para o direito administrativo reflete a falta de 
autonomia dessa área jurídica, devendo o aplicador do direito recorrer a outras 
disciplinas subsidiariamente. 
c) O direito administrativo visa à regulação das relações jurídicas entre servidores e 
entre estes e os órgãos da administração, ao passo que o direito privado regula a 
relação entre os órgãos e a sociedade. 
d) A indisponibilidade do interesse público, princípio voltado ao administrado, 
traduz-se pela impossibilidade de alienação ou penhora de um bem público cuja 
posse detenha o particular. 
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e) Em sentido subjetivo, a administração pública confunde-se com os próprios 
sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado. 
Comentário: Vamos encontrar a opção correta: 
(a) ERRADA. Embora a função administrativa seja típica do Poder 
Executivo, os demais Poderes, Legislativo e Judiciário, também a exercem de 
forma acessória, notadamente quando organizam seus serviços internos. 
Assim, é incorreto afirmar que a administração pública se confunde com o 
Poder Executivo. Ademais, o quesito também erra ao dizer que ao Poder 
Executivo cabe exclusivamente a função administrativa, uma vez que também 
exerce atividades próprias da função legislativa, como quando edita medida 
provisória (CF, art. 62) ou decretos autônomos (CF, art. 84, VI). 
(b) ERRADA. Ainda que não possua um código específico que reúna 
todas as suas normas e princípios, o Direito Administrativo é considerado um 
ramo jurídico autônomo , eis que apresenta um conjunto sistematizado de 
princípios e regras que lhe dão identidade, diferenciando-o das demais 
ramificações do direito. A doutrina aponta que a caracterização do Direito 
Administrativo é dada pelo chamado “regime jurídico-administrativo ”, que se 
delineia em função de dois princípios básicos: (i) supremacia do interesse 
público sobre o privado; (ii) indisponibilidade dos interesses públicos. 
(c) ERRADA. O direito administrativo regula tanto as relações jurídicas 
entre servidores e entre estes e os órgãos da administração como a relação 
entre os órgãos e a sociedade. 
(d) ERRADA. O princípio da indisponibilidade do interesse público diz 
respeito às restrições impostas à vontade estatal. Portanto, em regra, é 
voltado para a Administração, e não para os administrados. 
(e) CERTA. Para encontrar o sentido subjetivo/formal de Administração 
Pública, basta perguntar: quem exerce a função? Já para o sentido 
objetivo/material, a pergunta deve ser : quais são as atividades exercidas? 
Gabarito: alternativa “e” 
44. (Cespe – PRF 2013) No que se refere ao regime jurídico administrativo, julgue 
o item subsecutivo. A administração não pode estabelecer, unilateralmente, 
obrigações aos particulares, mas apenas aos seus servidores e aos 
concessionários, permissionários e delegatários de serviços públicos. 
Comentário: O quesito está errado. O princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado, uma das características fundamentais do 
regime jurídico-administrativo, confere certos poderes à Administração, 
dentre os quais o de estabelecer, unilateralmente, obrigações aos 
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particulares. Um exemplo típico são as ações tomadas no exercício do poder 
de polícia, como quando a Administração exige a quitação de multas de 
trânsito como condição para o licenciamento de automóvel. Não obstante, 
deve ficar claro que ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo 
senão em virtude de Lei. Assim, é sempre necessário que as ações da 
Administração tenham o amparo da lei. 
Gabarito: Errado 
45. (ESAF – MRE – Oficial de Chancelaria 2004) O dispositivo da Constituição 
Federal pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito” impede a adoção plena, no Brasil, do seguinte instituto de Direito 
Administrativo: 
a) controle administrativo 
b) contencioso administrativo 
c) jurisdição graciosa 
d) recursos administrativos com efeito suspensivo 
e) preclusão administrativa 
Comentário: O dispositivo constitucional citado no comando da questão 
caracteriza, no Brasil, a adoção do sistema inglês ou de jurisdição una , pelo 
qual os litígios envolvendo a Administração Pública estão sujeitos à 
apreciação do Poder Judiciário. Tal dispositivo impede, em nosso país, a 
adoção plena do sistema francês ou do contencioso administrativo (opção 
“b”) que se caracteriza pela dualidade de jurisdição, exercida pelos tribunais 
administrativos, que resolvem os litígios envolvendo a Administração Pública, 
e pelos tribunais do Poder Judiciário, que solucionam as demais lides. 
Perceba que a questão, de forma muito apropriada, destaca que a CF 
impede a “adoção plena” do contencioso administrativo no Brasil. Com efeito, 
nosso sistema não afasta, de modo absoluto, a capacidade da Administração 
de resolver litígios de natureza administrativa ou de controlar a legalidade e 
legitimidade de seus próprios atos. A Administração pode sim resolver 
determinadas lides, por exemplo, quando decide recursos administrativos. 
Mas o detalhe é que, no Brasil, ao contrário do que ocorre num país de 
contencioso administrativo “pleno”, as decisões administrativas podem ser 
revistas pelo Poder Judiciário . 
Gabarito: alternativa “b” 
 
 
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46. (ESAF – SUSEP 2006) O sistema adotado, no ordenamento jurídico brasileiro, 
de controle judicial de legalidade, dos atos da Administração Pública, é 
a) o da chamada jurisdição única. 
b) o do chamado contencioso administrativo. 
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial. 
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o exercício do 
controle jurisdicional. 
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial. 
 Comentário: Trata-se da jurisdição única , consagrada no art. 5º, inciso 
XXXV da Constituição Federal de 1988, segundo o qual “a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Portanto, correta a 
opção “a”. 
 Das demais alternativas, vale comentar a opção “d”. Em regra, o 
exaurimento das instâncias administrativas para o exercício do controle 
jurisdicional não é necessário. Não obstante, lembre-se de que existem 
situações em que o exaurimento deve ocorrer para que se possa acionar o 
Judiciário, por exemplo, na Justiça Desportiva, na reclamação ao STF contra o 
descumprimento de Súmula Vinculante, no habeas-data e no mandado de 
segurança. 
Gabarito: alternativa “a” 
47. (Funiversa – SEPLAG/DF 2010) No sistema constitucional brasileiro vigente, 
compete ao Executivo o exercício precípuo das funções de administração pública, 
podendo esta ser conceituada como a estrutura estatal própria para a 
operacionalização das políticas públicas traçadas pelo governo. Acerca dos 
princípios constitucionais da administração pública brasileira, assinale a alternativa 
correta. 
 a) A doutrina majoritária aponta como legítimas as autorizações legislativas que 
indiquem as bases a serem obedecidas por futura regulamentação em decretos do 
Executivo. 
 b) O princípio da moralidade, por carecer de lei própria para sua cogência, fragiliza 
a punição dos administradores públicos que não atuem diligentemente em prol do 
interesse público. 
 c) O princípio da eficiência somente pôde ser introduzido na administração pública 
na sua fase burocrática, uma vez que, no patrimonialismo, não havia controles em 
relação à separação dos interesses públicos e privados. 
 d) Em face das garantias conferidas ao processo administrativo em relação ao 
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processo judicial, a publicidade dos atos da Administração deve ser irrestrita, sob 
pena de nulidade do ato. 
 e) Entre os expressos princípios constitucionais aplicáveis à administração pública, 
a isonomia representa uma sólida garantia de um Estado Democrático de Direito, a 
fim de não possibilitar a utilização de critérios diferenciados para situações 
semelhantes entre os administrados. 
 Comentários: Vamos analisar cada alternativa: 
 a) CERTA. Embora os normativos infralegais, a exemplo dos decretos do 
chefe do Executivo, não possam, eles próprios, criar direitos e obrigações 
para a Administração e para os administrados, é sabido que podem 
regulamentar as leis, explicando-as e detalhando-as. Assim é que, no nosso 
ordenamento jurídico, as leis lançam as bases, as diretrizes sobre 
determinado tema, criando direitos e obrigações, e os decretos vêm 
posteriormente para regulamentá-las, definindo procedimentos para a sua fiel 
execução. Aliás, essa possibilidade de regulamentação das leis pelos 
decretos está prevista expressamente na Constituição Federal. Vejamos: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução ; 
 b) ERRADA. O princípio da moralidade está previsto de forma expressa 
no caput do art. 37 da Constituição Federal, como princípio fundamental da 
Administração Pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF 
e dos Municípios: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...) 
 Portanto, é errado dizer que o princípio da moralidade “carece de lei 
própria para sua cogência”. A Administração Pública deve aplicar tal princípio 
em todas as suas atividades, sob pena de nulidade do ato praticado. 
 c) ERRADA. O princípio da eficiência foi inserido na nossa Constituição a 
partir da EC 19/1998, que tratou da chamada Reforma do Estado , movimento 
que pretendia modernizar a máquina administrativa brasileira mediante a 
implantação do modelo de administração gerencial em substituição ao antigo 
modelo de administração burocrática , cuja ênfase recaía sobre o princípio da 
legalidade. Portanto, é errado afirmar que o princípio da eficiência somente 
pôde ser introduzido na administração pública na sua fase burocrática, pois o 
foi na sua fase gerencial. 
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 d) ERRADA. O princípio da publicidade, que também está explícito no art. 
37 da CF, impõe à Administração Pública, como regra, o dever de dar 
transparência a seus atos, tornando-os públicos, do conhecimento de todos. 
Todavia, embora a transparência seja a regra, o texto constitucional prevê 
algumas situações em que o princípio da publicidade poderá ser restringido, 
ou seja, a publicidade dos atos da Administração não deve ser irrestrita, daí o 
erro. As situações em que o princípio da publicidade pode ser mitigado são 
nos casos que envolvem a segurança da sociedade e do Estado (CF, art. 5º, 
XXXIII23) e quando a intimidade ou o interesse social o exigirem (CF, art. 5º, 
LX). 
 e) ERRADA. De fato, é correto que a isonomia representa uma sólida 
garantia de um Estado Democrático de Direito, a fim de não possibilitar a 
utilização de critérios diferenciados para situações semelhantes entre os 
administrados. Entretanto, a isonomia não está entre os “expressos” 
princípios constitucionais aplicáveis à administração pública, daí o erro. São 
considerados princípios expressos apenas aqueles listados no caput do art. 
37 da CF acima transcrito, quais sejam: legalidade , impessoalidade , 
moralidade , publicidade e eficiência . 
Gabarito: alternativa “a” 
48. (Funiversa – PC/DF 2009) Por não ser um ramo codificado, o Direito 
Administrativo tem, na Constituição, um núcleo mínimo essencial de conhecimento 
obrigatório por parte de seus operadores. Acerca da administração pública, assinale 
a alternativa correta, à luz de seu assento constitucional. 
 a) O sistema constitucional brasileiro optou pelo modelo da desconcentração 
administrativa, delineando a Constituição as linhas mestras atinentes às entidades 
públicas, quais sejam, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista. 
 b) O princípio constitucional da impessoalidade tem íntima relação com o da 
igualdade. 
 c) Faz jus à indenização decorrente da responsabilidade civil do Estado pelo mau 
funcionamento de serviço o cidadão que demonstrar a ausência do serviço, o dano 
sofrido e o nexo de causalidade fático. 
 d) Em face da carga impositiva maior dos princípios constitucionais a eles 
 
23 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem; 
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aplicáveis, somente os agentes públicos submetem-se à imprescritibilidade de 
ressarcimento frente ao Estado. 
 e) Por ferirem o princípio constitucional da igualdade, não é admitido pela doutrina 
e pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal o instituto da delegação 
legislativa. 
 Comentários: De fato, o Direito Administrativo não é codificado. Suas 
normas estão dispersas no nosso ordenamento jurídico, em leis, decretos, 
resoluções etc., mas a sua base é a Constituição Federal. Dito isso, vejamos 
as alternativas. 
 a) ERRADA. Para o desempenho de suas atribuições, a Administração 
Pública organiza seus órgãos e entidades com base em três princípios 
fundamentais: centralização , descentralização e desconcentração . Quando a 
CF traça as linhas mestras acerca das entidades públicas da Administração 
Indireta, quais sejam, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades 
de economia mista, está aplicando o modelo de descentralização , e não de 
desconcentração. 
 b) CERTA. O princípio da impessoalidade previsto no caput do art. 37 da 
CF admite seu exame sob os seguintes aspectos: (i) dever de isonomia por 
parte da Administração Pública; (ii) dever de conformidade aos interesses 
públicos; e (iii) vedação à promoção pessoal dos agentes públicos. O primeiro 
aspecto é o que tem relação com o princípio da igualdade , conforme afirma o 
quesito. 
 c) ERRADA. Na hipótese de mau funcionamento do serviço público, 
aplica-se a teoria da culpa administrativa. A teoria da culpa administrativa é de 
natureza subjetiva , logo, compete ao prejudicado a demonstração da 
existência de dolo ou de culpa atribuível ao serviço do Estado, e não apenas 
demonstrar objetivamente o dano sofrido e o nexo de causalidade. 
 d) ERRADA. São imprescritíveis as ações de ressarcimento movidas pelo 
Estado contra qualquer pessoa, agente público ou não , que tenha incidido em 
prática causadora de prejuízo à fazenda pública. Os ilícitos prescreverão, mas 
não a ação de ressarcimento, por força do §5º do art. 37 da CF/1988: 
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer 
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas 
ações de ressarcimento. 
 e) ERRADA. A delegação legislativa, além de ser admitida pela doutrina e 
pela jurisprudência, é prevista no art. 59, IV da CF. Consiste no poder 
conferido pelo Poder Legislativo ao Chefe do Executivo para, 
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excepcionalmente, editar normas primárias em caso específico. 
Gabarito: alternativa “b” 
***** 
 
Bem, por hoje é só. Não deixe de aproveitar o Resumão que vem 
logo em seguida. 
Espero que tenha se animado a prosseguir no curso. 
Bons estudos! 
 
Erick Alves 
 
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RESUMÃO DA AULA 
➢ Estado: pessoa jurídica de direito público interno, capaz de adquirir direitos e obrigações. 
➢ Estado de Direito: o Estado cria as leis e também se sujeita a elas. 
Elementos 
do Estado 
Povo: componente humano; as pessoas. 
Território: sua base física. 
Governo Soberano: elemento condutor, detentor da soberania. 
 
➢ Poderes do Estado: tripartição flexível; cada Poder desempenha funções típicas e, de modo acessório, 
funções atípicas, com características das funções típicas dos demais Poderes. 
 
Poderes 
do Estado 
Legislativo 
Função típica: legislativa ou normativa (elaboração de normas gerais e 
abstratas). 
Funções atípicas: administrativa (organização dos serviços internos) e 
jurisdicional (Senado julga PR nos crimes de responsabilidade) 
Judiciário 
Função típica: jurisdicional (aplicação da lei para solução de conflitos entre 
litigantes). 
Funções atípicas: administrativa (organização dos serviços internos) e legislativa 
(elaboração dos regimentos internos dos Tribunais) 
Executivo 
Função típica: administrativa (aplicar a lei para prover de maneira imediata e 
concreta o interesse público). 
Função atípica: legislativa (edição de medidas provisórias); não exerce função 
jurisdicional típica, mas apenas sem definitividade (coisa julgada 
administrativa). 
 
Formas 
de Estado 
Estado unitário: apenas um poder político central (ex: Uruguai). 
Estado federado: poderes políticos distintos e autônomos coexistindo num mesmo território, 
com capacidade de autoadministração (ex: Brasil に União, Estados, DF e Municípios). 
 
➢ Governo: conjunto de Poderes e órgãos responsáveis pela função política do Estado, de comando, direção 
e fixação de diretrizes e planos para atuação estatal (políticas públicas). 
 
Sistemas 
de Governo 
Presidencialismo: independência entre Poderes; chefe do Executivo é Chefe de Estado e 
Chefe de Governo. (ex: Brasil) 
Parlamentarismo: colaboração entre Poderes; chefia de Estado é exercida pelo PR ou pelo 
Monarca, e a chefia de governo pelo 1º Ministro ou pelo Conselho de Ministros. 
 
Formas 
de Governo 
República: eletividade e temporalidade do mandato do chefe do Executivo, e dever de 
prestar de contas (ex: Brasil) 
Monarquia: hereditariedade e vitaliciedade, com ausência de prestação de contas. 
 
Indissociáveis e indispensáveis 
para o Estado independente. 
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➢ Administração Pública ʹ sentidos: amplo x estrito; subjetivo, formal, orgânico x objetivo, material, funcional. 
 
➢ DIREITO ADMINISTRATIVO: ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas 
jurídicas administrativistas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que 
exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. 
Fontes de 
Dir. Adm. 
▪ Lei: Constituição e lei em sentido estrito (fontes primárias); demais normas (fontes secundárias) 
▪ Doutrina: teses e teorias (fonte secundária ou indireta). 
▪ Jurisprudência: reiteradas decisões semelhantes não vinculantes (fonte secundária e 
não escrita); decisões vinculantes e com eficácia erga omnes (fontes principais). 
▪ Costume e praxe administrativa: apenas se não for contra a lei (fonte secundária e não escrita) 
Outras fontes: tratados internacionais, princípios. 
➢ Sistemas administrativos: forma adotada pelo Estado para solucionar os litígios decorrentes da sua 
atuação. 
▪ Sistema francês ou do contencioso administrativo: dualidade de jurisdição; o Poder Judiciário não 
pode intervir nas funções administrativas; a própria Administração resolve as lides administrativas. 
▪ Sistema inglês ou de jurisdição única: todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único 
competente para proferir decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada. 
➢ Sistema administrativo brasileiro: sistema inglês ou de jurisdição única. As decisões dos órgãos 
administrativos, em regra, não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na 
via judicial. 
▪ Necessidade de esgotar a via administrativa: justiça desportiva; reclamação contra descumprimento 
de súmula vinculante; habeas data; mandado de segurança, caso seja possível interpor recurso 
administrativo com efeito suspensivo.▪ O Judiciário não pode interferir: atos políticos, competências de natureza tipicamente administrativa. 
▪ Coisa julgada administrativa: ocorre quando determinada decisão da Administração não pode mais ser 
modificada na via administrativa (ex: não há mais recursos administrativos; atos administrativos 
vinculados). 
 
Administração 
Pública
Sentido Amplo
Sentido Subjetivo
(quem?)
- Órgãos governamentais supremos
- Órgãos administrativos
Sentido Objetivo
(o que?)
- Função política ou de governo
- Função administrativa
Sentido Estrito
Sentido Subjetivo
(quem?)
- Órgãos administrativos:
Órgãos públicos
Agentes
Pessoas jurídicas
Sentido Objetivo
(o que?)
- Função administrativa:
Polícia administrativa
Serviços públicos
Fomento
Intervenção
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➢ Regime jurídico-administrativo: sistema que dá identidade ao Direito Administrativo, caracterizado por 
dois princípios básicos: 
▪ Supremacia do interesse público: prerrogativas e privilégios da Administração Pública (ex: poder de 
polícia; poder de modificar unilateralmente contratos etc.). 
▪ Indisponibilidade do interesse público: restrições impostas pela lei à Administração (ex: necessidade 
de realizar concurso público e licitação; restrições à alienação de bens públicos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 
1. (Cespe – MPOG 2012) O princípio da separação dos Poderes adotado no Brasil pode 
ser caracterizado como rígido, uma vez que todos os Poderes da República exercem 
apenas funções típicas. 
2. (Cespe – MPU 2013) A CF instituiu mecanismos de freios e contrapesos, de modo a 
concretizar-se a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por 
exemplo, a possibilidade de que o Poder Judiciário declare a inconstitucionalidade das leis. 
3. (Cespe – PC/BA 2013) A eleição periódica dos detentores do poder político e a 
responsabilidade política do chefe do Poder Executivo são características do princípio 
republicano. 
4. (Cespe – PRF 2013) Decorre do princípio constitucional fundamental da 
independência e harmonia entre os poderes a impossibilidade de que um poder exerça 
função típica de outro, não podendo, por exemplo, o Poder Judiciário exercer a função 
administrativa. 
5. (Cespe – MIN 2013) Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os 
estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que elaboram suas 
próprias constituições. 
6. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Assinale a opção incorreta. 
a) O sistema de freios e contrapesos não importa em subordinação de um poder a outro, 
mas diz respeito a mecanismos de limitação de um poder pelo outro previstos 
constitucionalmente, de modo a assegurar a harmonia e o equilíbrio entre eles. 
b) É exemplo de mecanismo de freios e contrapesos o poder de veto conferido ao Chefe do 
Poder Executivo em relação a projetos de lei aprovados pelo Congresso Nacional. 
c) O veto imposto pelo Chefe do Poder Executivo pode ser derrubado por meio do voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão conjunta. 
d) Compete ao Presidente da República, dentro do sistema de freios e contrapesos previsto 
constitucionalmente, escolher e nomear os Ministros do Supremo Tribunal Federal, depois 
de aprovada a escolha pelo voto da maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão 
conjunta. 
e) São funções típicas do Poder Legislativo legislar e fiscalizar, sendo suas funções atípicas 
administração e julgamento, podendo ser citado como exemplo desta última o julgamento do 
Presidente da República ou Ministros do STF por crimes de responsabilidade. 
7. (IADES – Metro/DF 2014) A respeito do direito administrativo, assinale a alternativa 
correta. 
a) A Administração Pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista que a 
este cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva função 
administrativa. 
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b) O chefe do Poder Executivo pode, por decreto, promover a extinção de órgãos públicos, 
quando seus cargos estiverem vagos. 
c) Supremacia do interesse público não consta como princípio expresso, mas informa a 
atuação da Administração Pública, assim como os demais princípios, tais como eficiência, 
legalidade e moralidade. 
d) As decisões adotadas por delegação de competência consideram-se praticadas pela 
autoridade delegante, e não pelo delegado. 
e) Na remoção ex officio de servidor público para localidade diversa da por ele postulada, 
não se exige a correspondente motivação por parte da Administração Pública. 
8. (Cespe – Sefaz/ES 2008) Define-se, como administração pública externa ou 
extroversa, a atividade desempenhada pelo Estado, como, por exemplo, a regulação, pela 
União, da atividade de aviação civil pelas respectivas concessionárias. 
9. (Cespe – AE/ES 2013) Acerca de governo, Estado e administração pública, assinale a 
opção correta. 
a) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, 
prevalece a finalidade do interesse público. 
b) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. 
c) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se com os sujeitos que 
integram a estrutura administrativa do Estado. 
d) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de controlar seus 
próprios atos, podendo anulá-los, caso se verifique alguma irregularidade. 
e) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separação estanque 
entre os poderes, de forma que não se podem atribuir funções materiais típicas de um poder 
a outro. 
10. (Cespe – TCE/RN 2015) As pessoas físicas que espontaneamente assumem 
funções públicas em situações de calamidade são consideradas particulares em 
colaboração com o poder público e integram a administração pública em sentido subjetivo. 
11. (Cespe – TCU 2015) O poder de polícia e os serviços públicos são exemplos de 
atividades que integram o conceito de administração pública sob o critério material. 
12. (Cespe – MPOG 2015) Administração pública, em sentido amplo, abrange o exercício 
da função política e da função administrativa, estando ambas as atividades subordinadas à 
lei. 
13. (Cespe – TJDFT 2013) Administração pública em sentido orgânico designa os entes 
que exercem as funções administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e 
os agentes incumbidos dessas funções. 
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14. (Cespe – Ministério Integração Nacional 2013) Na sua acepção formal, entende-se 
governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. 
15. (Cespe – Ministério Integração Nacional 2013) A administração pratica atos de 
governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus 
serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. 
16. (ESAF – RFB – Auditor 2005) Em seu sentido subjetivo, o estudo da Administração 
Pública abrange 
a) a atividade administrativa. 
b) o poder de polícia administrativa. 
c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas.d) o serviço público. 
e) a intervenção do Estado nas atividades privadas. 
17. (AOCP – TRE/AC 2015) Estado é diferente de Governo. A finalidade do Estado 
é atender aos interesses da coletividade, ou seja, o bem comum e, para isso, o 
Estado precisa de um aparato que lhe dê a possibilidade de concretizar e 
materializar essa finalidade, que é chamado de Administração Pública. Analise as 
assertivas a seguir e assinale a alternativa que apresenta apenas as assertivas 
relacionadas à Administração Pública. 
I. É um instrumento usado para atingir uma meta política. 
II. Possui conduta hierarquizada. 
III. Atividade política e discricionária dos negócios públicos. 
IV. Pratica atos de execução, segundo a competência do órgão e seus agentes. 
V. Significa o conjunto de agentes, órgãos e entidades que integram a estrutura 
constitucional do Estado. 
 a) Apenas I, III e V. 
b) Apenas II, III e IV. 
c) Apenas II, III, IV e V. 
d) Apenas I, II e IV. 
e) Apenas I, II e V. 
18. (FCC – TRE/RO 2013) Considere as seguintes afirmações a respeito do conceito, 
abrangência ou possíveis classificações da expressão Administração pública: 
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 I. Em sentido orgânico ou formal, designa os entes que exercem a atividade administrativa 
e compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. 
II. Em sentido funcional ou material, designa a natureza da atividade exercida e corresponde 
à própria função administrativa. 
III. Quando tomada em sentido estrito, no que diz respeito ao aspecto subjetivo, engloba os 
órgãos governamentais aos quais incumbe a função política. 
Está correto o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) III. 
c) I. 
d) II. 
e) II e III. 
19. (FCC – TRE/SP 2012) Em seu sentido subjetivo, a administração pública pode ser 
definida como 
a) a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob o regime de direito público, 
para a realização dos interesses coletivos. 
b) o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a Lei atribui o exercício da função 
administrativa do Estado. 
c) os órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os 
próprios organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. 
d) as entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar 
atividades de Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Fundações, 
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. 
e) as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio 
e capital exclusivo da União, se federal, criadas para exploração de atividade econômica 
que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência 
administrativa. 
20. (FCC – TRF4 2010) Na administração pública, a ação referente ao desempenho 
perene e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos 
em benefício da coletividade, é denominada 
a) funcional. 
b) institucional. 
c) operacional. 
d) conceitual. 
e) interpessoal. 
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21. (FGV – SEJAP 2013) A doutrina administrativista aponta a existência de uma 
diferença entre a função de governo e a função administrativa. 
 Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir. 
 I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, enquanto 
a função administrativa é objeto do direito administrativo. 
 II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes políticas, 
enquanto a função administrativa se volta para a tarefa de executar essas diretrizes. 
 III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba as 
funções administrativas e as funções de governo. 
 Assinale: 
a) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos. 
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos. 
d) se somente a afirmativa II estiver correta. 
e) se somente a afirmativa III estiver correta. 
22. (FGV – FBN 2013) Administração Pública é o conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 Assinale a afirmativa que indica os dois sentidos em que se divide o conceito de 
Administração Pública. 
a) Objetivo e funcional. 
b) Material e funcional. 
c) Objetivo e subjetivo. 
d) Subjetivo e orgânico. 
23. (Cespe – STJ 2015) Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo 
abarca um conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades 
administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais da coletividade. 
24. (Cespe – MCT/FINEP – Analista 2009) Por ser um ramo do direito público, o direito 
administrativo não se utiliza de institutos do direito privado. 
25. (Cespe – AUFC TCU 2011) O direito administrativo tem como objeto atividades de 
administração pública em sentido formal e material, englobando, inclusive, atividades 
exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no exercício de 
delegação de serviços públicos. 
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26. (Cespe – TCU – AUFC 2011) Segundo a doutrina administrativista, o direito 
administrativo é o ramo do direito privado que tem por objeto os órgãos, os agentes e as 
pessoas jurídicas administrativistas que integram a administração pública, a atividade 
jurídica não contenciosa que esta exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de 
seus fins, de natureza pública. 
27. (ESAF – Analista RFB 2003) No conceito de Direito Administrativo, pode-se entender 
ser ele um conjunto harmonioso de normas e princípios, que regem relações entre órgãos 
públicos, seus servidores e administrados, no concernente às atividades estatais, mas não 
compreendendo 
a) a administração do patrimônio público. 
b) a regência de atividades contenciosas. 
c) nenhuma forma de intervenção na propriedade privada. 
d) o regime disciplinar dos servidores públicos. 
e) qualquer atividade de caráter normativo. 
28. (ESAF – TRF 2006) A primordial fonte formal do Direito Administrativo no Brasil é: 
a) a lei. 
b) a doutrina. 
c) a jurisprudência. 
d) os costumes. 
e) o vade-mécum. 
29. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Considerando o conceito de administração 
pública e seus princípios, bem como as fontes do Direito Administrativo, assinale a opção 
correta. 
a) Pelo princípio da Tutela, a Administração Pública exerce o controle sobre seus próprios 
atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, 
independentemente de recurso ao Poder Judiciário. 
b) De acordo com o critério funcional, o conceito de Administração Pública é um complexo 
de atividades concretas e imediatas desempenhadas sob os termos e condições da lei, 
visando o atendimento das necessidades coletivas. 
c) As decisões meramente administrativas que promanem dos Tribunais comuns ou 
especiais são relevantes fontes jurisprudenciais do Direito Administrativo, aplicando-se a 
situações já ocorridas, desde que benéficas à Administração Pública. 
d) Do princípio da eficiência decorre a necessidade de institutos como a suplência, a 
delegação e a substituição para preencher as funções públicas temporariamente vagas. 
e) Osentido subjetivo da expressão Administração Pública está relacionado à natureza da 
atividade exercida por seus próprios entes. 
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30. (FCC – MPU 2007) A reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influenciando a 
construção do Direito, sendo também fonte do Direito Administrativo, diz respeito à 
a) jurisprudência. 
b) doutrina. 
c) prática costumeira. 
d) analogia. 
e) lei. 
31. (Cespe – MCT/FINEP – Analista 2009) O costume e a praxe administrativa são fontes 
inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do 
direito positivo. 
32. (Cespe – TRT 10ª Região 2013) Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a 
mais importante de todas as fontes do direito administrativo. 
33. (Cespe – Ministério Integração Nacional 2013) Os costumes, a jurisprudência, a 
doutrina e a lei constituem as principais fontes do direito administrativo. 
34. (Cespe – AUFC TCU 2011) Os costumes sociais também podem ser considerados 
fonte do direito administrativo, sendo classificados como fonte direta, pois influenciam a 
produção legislativa ou a jurisprudência. 
35. (Cespe – TCE/AC 2006) O costume não se confunde com a chamada praxe 
administrativa. Aquele exige cumulativamente os requisitos objetivo (uso continuado) e 
subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao passo que nesta ocorre 
apenas o requisito objetivo. No entanto, ambos não são reconhecidos como fontes formais 
do direito administrativo, conforme a doutrina majoritária. 
36. (Cespe – FINEP 2009) O costume e a praxe administrativa são fontes inorganizadas 
do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do direito positivo. 
37. (Cespe – TCU – AUFC 2004) A jurisprudência e os costumes são fontes do direito 
administrativo, sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a segunda 
tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação. 
38. (ESAF – TCU – ACE 2006) O regime jurídico-administrativo é entendido por toda a 
doutrina de Direito Administrativo como o conjunto de regras e princípios que norteiam a 
atuação da Administração Pública, de modo muito distinto das relações privadas. Assinale 
no rol abaixo qual a situação jurídica que não é submetida a este regime. 
a) Contrato de locação de imóvel firmado com a Administração Pública. 
 b) Ato de nomeação de servidor público aprovado em concurso público. 
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c) Concessão de alvará de funcionamento para estabelecimento comercial pela Prefeitura 
Municipal. 
d) Decreto de utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação. 
e) Aplicação de penalidade a fornecedor privado da Administração. 
39. (ESAF – Auditor RFB 2005) Tratando-se do regime jurídico-administrativo, assinale a 
afirmativa falsa. 
a) Por decorrência do regime jurídico-administrativo não se tolera que o Poder Público 
celebre acordos judiciais, ainda que benéficos, sem a expressa autorização legislativa. 
b) O regime jurídico-administrativo compreende um conjunto de regras e princípios que 
baliza a atuação do Poder Público, exclusivamente, no exercício de suas funções de 
realização do interesse público primário. 
c) A aplicação do regime jurídico-administrativo autoriza que o Poder Público execute ações 
de coerção sobre os administrados sem a necessidade de autorização judicial. 
d) As relações entre entidades públicas estatais, ainda que de mesmo nível hierárquico, 
vinculam-se ao regime jurídico-administrativo, a despeito de sua horizontalidade. 
e) O regime jurídico-administrativo deve pautar a elaboração de atos normativos 
administrativos, bem como a execução de atos administrativos e ainda a sua respectiva 
interpretação. 
40. (Cespe AE/ES 2013) Com base na doutrina sobre a teoria geral do direito 
administrativo, assinale a opção correta. 
a) A aprovação, pelo Poder Legislativo, de lei que conceda pensão vitalícia à viúva de ex-
combatente, embora constitua formalmente ato legislativo, caracteriza materialmente o 
exercício de função administrativa. 
b) De acordo com a doutrina, o aspecto objetivo formal da função do Estado diz respeito aos 
sujeitos ou agentes da função pública. 
c) O Estado, por gerir o interesse da sociedade, somente pode exercer sua função 
administrativa sob o regime do direito público. 
d) O princípio da indisponibilidade do interesse público, voltado ao administrado, diz respeito 
à impossibilidade de alienação do bem público quando o particular lhe detiver a posse. 
e) De acordo com a doutrina majoritária, não existe exclusividade no exercício das funções 
pelos poderes da República. Assim, o Poder Executivo exerce função jurisdicional quando 
julga seus agentes por irregularidades cometidas no exercício do cargo. 
41. (Cespe – TRE/MS 2013) Em relação ao objeto e às fontes do direito administrativo, 
assinale a opção correta. 
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a) O Poder Executivo exerce, além da função administrativa, a denominada função política 
de governo — como, por exemplo, a elaboração de políticas públicas, que também 
constituem objeto de estudo do direito administrativo. 
b) As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga omnes são consideradas 
fontes secundárias de direito administrativo, e não fontes principais. 
c) São exemplos de manifestação do princípio da especialidade o exercício do poder de 
polícia e as chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos. 
d) Decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público a necessidade de realizar 
concurso público para admissão de pessoal permanente e as restrições impostas à 
alienação de bens públicos. 
e) Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público significa o mesmo que 
dizer que seu objeto está restrito a relações jurídicas regidas pelo direito público. 
42. (Cespe TRT10 2013) O princípio da supremacia do interesse público é, ao mesmo 
tempo, base e objetivo maior do direito administrativo, não comportando, por isso, limites ou 
relativizações. 
43. (Cespe – Sefaz ES – Auditor Fiscal 2013) Acerca do direito administrativo, assinale a 
opção correta. 
a) A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista que a 
este cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva função 
administrativa. 
b) A ausência de um código específico para o direito administrativo reflete a falta de 
autonomia dessa área jurídica, devendo o aplicador do direito recorrer a outras disciplinas 
subsidiariamente. 
c) O direito administrativo visa à regulação das relações jurídicas entre servidores e entre 
estes e os órgãos da administração, ao passo que o direito privado regula a relação entre os 
órgãos e a sociedade. 
d) A indisponibilidade do interesse público, princípio voltado ao administrado, traduz-se pela 
impossibilidade de alienação ou penhora de um bem público cuja posse detenha o 
particular. 
e) Em sentido subjetivo, a administração pública confunde-se com os próprios sujeitos que 
integram a estrutura administrativa do Estado. 
44. (Cespe – PRF 2013) No que se refere ao regime jurídico administrativo, julgue o item 
subsecutivo. A administração não pode estabelecer, unilateralmente, obrigações aos 
particulares, mas apenas aos seus servidores e aos concessionários, permissionáriose 
delegatários de serviços públicos. 
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45. (ESAF – MRE – Oficial de Chancelaria 2004) O dispositivo da Constituição Federal 
pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” 
impede a adoção plena, no Brasil, do seguinte instituto de Direito Administrativo: 
a) controle administrativo 
b) contencioso administrativo 
c) jurisdição graciosa 
d) recursos administrativos com efeito suspensivo 
e) preclusão administrativa 
46. (ESAF – SUSEP 2006) O sistema adotado, no ordenamento jurídico brasileiro, de 
controle judicial de legalidade, dos atos da Administração Pública, é 
a) o da chamada jurisdição única. 
b) o do chamado contencioso administrativo. 
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial. 
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o exercício do controle 
jurisdicional. 
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial. 
47. (Funiversa – SEPLAG/DF 2010) No sistema constitucional brasileiro vigente, compete 
ao Executivo o exercício precípuo das funções de administração pública, podendo esta ser 
conceituada como a estrutura estatal própria para a operacionalização das políticas públicas 
traçadas pelo governo. Acerca dos princípios constitucionais da administração pública 
brasileira, assinale a alternativa correta. 
 a) A doutrina majoritária aponta como legítimas as autorizações legislativas que indiquem 
as bases a serem obedecidas por futura regulamentação em decretos do Executivo. 
 b) O princípio da moralidade, por carecer de lei própria para sua cogência, fragiliza a 
punição dos administradores públicos que não atuem diligentemente em prol do interesse 
público. 
 c) O princípio da eficiência somente pôde ser introduzido na administração pública na sua 
fase burocrática, uma vez que, no patrimonialismo, não havia controles em relação à 
separação dos interesses públicos e privados. 
 d) Em face das garantias conferidas ao processo administrativo em relação ao processo 
judicial, a publicidade dos atos da Administração deve ser irrestrita, sob pena de nulidade do 
ato. 
 e) Entre os expressos princípios constitucionais aplicáveis à administração pública, a 
isonomia representa uma sólida garantia de um Estado Democrático de Direito, a fim de não 
possibilitar a utilização de critérios diferenciados para situações semelhantes entre os 
administrados. 
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48. (Funiversa – PC/DF 2009) Por não ser um ramo codificado, o Direito Administrativo 
tem, na Constituição, um núcleo mínimo essencial de conhecimento obrigatório por parte de 
seus operadores. Acerca da administração pública, assinale a alternativa correta, à luz de 
seu assento constitucional. 
 a) O sistema constitucional brasileiro optou pelo modelo da desconcentração administrativa, 
delineando a Constituição as linhas mestras atinentes às entidades públicas, quais sejam, 
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 b) O princípio constitucional da impessoalidade tem íntima relação com o da igualdade. 
 c) Faz jus à indenização decorrente da responsabilidade civil do Estado pelo mau 
funcionamento de serviço o cidadão que demonstrar a ausência do serviço, o dano sofrido e 
o nexo de causalidade fático. 
 d) Em face da carga impositiva maior dos princípios constitucionais a eles aplicáveis, 
somente os agentes públicos submetem-se à imprescritibilidade de ressarcimento frente ao 
Estado. 
 e) Por ferirem o princípio constitucional da igualdade, não é admitido pela doutrina e pela 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal o instituto da delegação legislativa. 
 
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GABARITO 
1) E 2) C 3) C 4) E 5) E 
6) d 7) c 8) C 9) c 10) E 
11) C 12) C 13) C 14) C 15) E 
16) c 17) d 18) a 19) b 20) c 
21) a 22) c 23) C 24) E 25) C 
26) E 27) b 28) a 29) b 30) a 
31) C 32) C 33) C 34) E 35) C 
36) C 37) C 38) a 39) b 40) a 
41) d 42) E 43) e 44) E 45) b 
46) a 47) a 48) b 
 
Referências: 
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo: 
Método, 2014. 
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros, 
2015. 
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015. 
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014. 
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013. 
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2013. 
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2014. 
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista 
Digital de Direito Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23-51, 2014. 
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015. 
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014. 
 
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