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Prof. Sulivan Charles Barros Profa. Juliana Porto Manual de Elaboração de Relatórios de Pesquisa Brasília, DF Manual de Elaboração de Relatórios de Pesquisa Sulivan Charles Barros1 Juliana Porto2 1. A Montagem da Pesquisa: 1.1. A Escolha do Tema: Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho de pesquisa: a) Fatores internos: - Afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal; - Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa; - O limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido. b) Fatores externos: - A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais. - O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho; - Material de consulta e dados necessários ao pesquisador. O tema de pesquisa pode surgir das mais diferentes formas, alguns exemplos são: a) Leitura de livros, artigos, monografias e teses na sua área de interesse; b) Em função do trabalho; c) Informações disponibilizadas na internet; d) Detecção de um problema; e, e) Curiosidade sobre o tema. 11 Geógrafo, Sociólogo, Mestre e Doutorando em Sociologia pela Universidade de Brasília- UnB. Professor das disciplinas: Sociologia das Organizações, Organização, Sistemas e Métodos (OSM) e Elaboração de Relatórios dos cursos de Administração (Empresas e Comércio Exterior) da UPIS –Faculdades Integradas e dos cursos de Administração (Empresas, Gestão Hoteleira) e Secretariado Executivo da Faculdade CECAP. 2 Psicóloga, Mestre e Doutoranda em Psicologia pela Universidade de Brasília – UnB. 2 É importante ressaltar que a inspiração é necessária para a descoberta de um tema de pesquisa, mas também de trabalho árduo. 1.2. O Problema de Pesquisa: O Problema de Pesquisa é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. O problema de pesquisa refere-se a justificativa do estudo. Ele deve explicitar as razões pelas quais é importante a realização do trabalho. Depois de escolhido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada por meio do trabalho de pesquisa. 1.2.1. Importância de formulá-los bem: - Necessário à formulação de hipóteses; - Possibilita objetividade na busca de dados. - Possibilita o momento de crítica e criatividade do pesquisador. 1.2.2. Sugestões para a sua elaboração: - Versar-se em área de especialização: para encontrar deficiências e lacunas nas explicações correntes; - Ter atitude crítica em sua leitura e pensamento; - Verifique as idéias e sugestões de pesquisa existentes: problemas que não estão bem resolvidos, explicações não convincentes ou problemas relacionados tangencialmente ao problema central; - Explorar áreas de insatisfação existentes; - Verificar seu grau de interesse pessoal pelo problema: interesse intelectual absorvente e desafiador (não-passivo) ou interesse não só relacionado a recompensa; - Verificar a relevância para o mundo acadêmico e prático: se é só uma duplicação ou se apresenta uma contribuição nova; se é um campo de estudos que necessita reabilitação; se a área de conhecimento tem lacuna a ser preenchida; se o estudo terá aplicação prática para o conhecimento ou para a sociedade; se alguém teria interesse nos resultados. - Verificar os limites da capacidade do pesquisador: - Verificar a acessibilidade aos dados: se estão prontamente acessíveis; se há restrições quanto ás técnicas de coleta e análise de dados; se o problema de pesquisa está adequado aos dados existentes ou se é preciso revisá-lo. 3 1.2.3. Características: - Complexo; - Em forma de pergunta; - Claro e preciso; - Empírico; - Suscetível de verificação; - Dimensão viável. 1.3. Formulação do Problema de Pesquisa: 1.3.1. Identificação: - Deve-se evitar respostas imediatas, não é formulado no início da pesquisa; - Deve-se levantar as razões para concluir-se que a pesquisa não será válida; - Deve ser elaborado a partir de uma análise séria e profunda das referências bibliográficas existentes ou com base na própria observação do problema; - Deve-se verificar se estão relacionados à situação propriamente dita; - Deve-se verificar se há questão ou problema que requer solução; - Deve-se verificar se é possível conjeturar mais de uma solução. 1.3.2. Levantamento bibliográfico preliminar e fixamente; 1.3.3. Processo de formulação do Problema: - Reunir os fatos que possam estar relacionados à delimitação do assunto; - Decidir se os fatos são importantes; - Encontrar possíveis relações entre os fatos que possam indicar problemas; - Propor possíveis explicações (hipóteses) para as dificuldades; - Verificar se as explicações são relevantes à solução do problema; - Buscar explicações que possibilitem uma explicação mais profunda da solução do problema; - Verificar se há relação entre os fatos e as explicações; - Verificar quais os pressupostos dos elementos identificados. 1.4. Hipóteses: 4 Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tenta responder ao problema levantando no tema escolhido para pesquisa. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada. Trata-se do enunciado da solução pretendida, ou a tese em suspeição. 1.4.1. Características da hipótese funcional: - Conceitualmente clara: sem ambigüidades; - Referências empíricas: não pode conter julgamentos morais; - Específica: sem termos gerais, vagos ou objetivos muito amplos, que não podem ser verificados; - Relacionada com as técnicas de pesquisa disponíveis; - Relacionada com a teoria: ela é fonte e fronteira do campo hipotético. Dela nascem conjecturas, leis e explicações; - Plausível: possibilidade lógica. Isso depende da fundamentação do pesquisador; - Significativa: se confirmada produz implicações importantes. Estimula a pesquisa posterior; - Caráter convencional: se ocorrem condições da espécie C (variável independente), então ocorre um acontecimento da espécie E (variável dependente). 1.4.2. Verificação de hipóteses funcionais: - Altera-se os valores das variáveis independentes e observa-se se a variável dependente toma os valores implicados na hipótese. - Quando a experimentação é usada como método de descoberta (não de verificação) há exigência de manter constantes todos os fatores relevantes e variar somente um. 1.4.3. O papel das hipóteses auxiliares: As hipótese auxiliares são pressuposições subjacentes á hipótese funcional e, portanto, deve ser explicitadas pelo pesquisa para validar o seu estudo. “A febre puerperal é causada por contaminação por material infectado e consideremos a sua implicação: que, se o pessoal, cuidando de pacientes, lavar as mãos numa solução de sal clorada, ficará reduzida a mortalidade pela febre” (sememelweis). - pressupõe que a sal clorada destruirá o material infectado. Trata-se de uma premissa que admitida como suposição ou hipótese auxiliar. A confiança nas hipóteses auxiliares é regra e não exceção. 5 - Exemplo: se H implica em I e I é falsa, então H é falsa. Se H e A são ambas verdadeiras, então I também é. Mas I não é verdadeira Então, H e A não são ambas verdadeiras. - se I é falsa, apenas uma das suposições incluídas em A ou a hipótese H é falsa. Portanto, não há razões conclusivas paras se rejeitar A. 1.4.4. Tipos de hipóteses: - casuísticas: objeto, pessoa ou fato tem determinada característica. Exemplo: Moisés era Egípcio e não Judeu; - Freqüência de acontecimentos: ocorrência de característica em determinada população. Exemplo: elevado númerode alunos tocam instrumento musical; - Relação de associação entre variáveis: variáveis se encontram juntas. Exemplo: países economicamente desenvolvidos apresentam baixos índices de analfabetismo; - Relação de dependência entre variáveis: uma variável interfere na outra. Exemplo: mães de classe média amamentam seus filhos por mais tempo; 1.4.5. Relações assimétricas de Rosenberg: - estímulo (x) – resposta (y): novo casamento- rebaixamento de auto-estima; - disposição (x) – resposta (y): autoritarismo – preconceito racial; - propriedade (x) – disposição (y): religião –favorabilidade ao divórcio; - pré-requisito (x) –efeito (y): existência de trabalho livre – desenvolvimento do capitalismo; - relação imanente: urbanização – secularização; - meios (x) – fins (y): tempo de estudo – aproveitamento. 1.5. Objetivos: A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Os objetivos podem ser separados em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos. 1.6. Metodologia: 6 A Metodologia é a explicação minunciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista, observação, etc_), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. 2. Pesquisa Bibliográfica e Revisão da Literatura: Uma vez escolhido o tema, o próximo passo é procurar materiais escritos que tratem do assunto. A releitura exploratória tem o mérito de aumentar a extensão e a profundidade dos conteúdos conhecidos. Como fazer a revisão da literatura? Este é um processo muito interessante e que não é nada mecânico, exigindo algum conhecimento inicial da área, curiosidade e um pouco de capacidade investigativa. Uma parte importante do trabalho do pesquisador é aprender o que já foi feito anteriormente. Descobrir pesquisas passadas é chamado de revisão de literatura. Você, não somente, vai aprender informações adicionais e fatos sobre a sua área de interesses, como provavelmente descobrirá novas idéias de pesquisa. É possível que você encontre idéias e métodos que irão aprimorar seu projeto.Também é interessante encontrar outras pessoas que compartilham interesses no seu tópico. Existem várias fontes de informações sobre um tópico, como veremos adiante. De qualquer maneira a revisão da literatura é uma busca sistemática no sentido de mapear o que se tem pesquisado na área. 2.1. Pesquisa Documental e Pesquisa Bibliográfica: Pesquisa Documental (ou de fonte primária): Os documentos de fonte primária são aqueles de primeira mão, provenientes dos próprios órgãos que realizaram as observações. Englobam todos os matérias, ainda não elaborados, escritos ou não, que podem servir como fonte de informação para a pesquisa científica. Exemplos: fotografias, 7 gravações, imprensa falada (televisão e rádio), desenhos, pinturas, gravuras, canções, indumentárias, objetos de arte, folclore etc. Pesquisa Bibliográfica ( ou de fontes secundárias): Trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Você não deve julgar um estudo baseado somente na sua fonte, porém existem alguns aspectos para avaliar a fonte em termos de acuidade, detalhe e credibilidade. Sommer e Sommer (1991)3 fazem uma avaliação dos principais tipos de publicação que podem lhe ajudar a escolher a fonte mais adequada para a sua revisão de literatura: Mídia A mídia popular como jornal, televisão e revistas tendem a focar em tópicos ou parte de estudos que são controversos ou sensacionalistas. As reportagens não apresentam o contexto da pesquisa em termos de estudos prévios e, freqüentemente, omitem aspectos salientes dos métodos e resultados. Isto torna arriscado se embasar nessas descrições para um estudo de pesquisa. Você deve checar a fonte original, o que pode ser feito com a ajuda do sistema de referências de bibliotecas ou um dos métodos descritos a seguir. Fontes Secundárias Você também pode encontrar estudos mencionados em livros ou revisões bibliográficas. Tipicamente, a descrição é breve e apresenta somente a idéia geral do tópico, sem muita informação sobre o método e os resultados. Se desejar saber os detalhes você deve encontrar o artigo original. A maioria das fontes secundárias contém informações sobre referência bibliográfica, como citações de periódicos, que possibilitam a localização do artigo original, que é a fonte primária de informação. Artigos em Revistas Científicas Quando um artigo é publicado em uma revista científica, geralmente você pode assumir que ele passou por um processo de revisão de pares (foi lido avaliado positivamente por pesquisadores familiarizados com o tópico). Algumas revistas possuem padrões de qualidade melhores que outras e também possuem maior credibilidade. Consulte um pesquisador experiente na área para descobrir as mais confiáveis na sua área de interesse. A CAPES realiza uma classificação das revistas científicas no Brasil que também pode lhe auxiliar. 3 Sommer, B & Sommer, R. A practical Guide to Behavioral Research: tools and techniques. 3ª ed. New York: Oxford University Press, 1991. 8 Livros de coletâneas As coletâneas podem apresentar tanto capítulos que relatam artigos revisados por pares como artigos que não. Deve-se tomar cuidado para distinguir aqueles possuem maior credibilidade. Livros em tópicos específicos Uma biblioteca possui inúmeros livros sobre o seu tópico de interesse. Alguns são livros didáticos dirigidos a cursos específicos. Outros são livros técnicos ou monografias dirigidas a especialistas. Pode haver também livros populares dirigidos ao público em geral. Um aspecto importante sobre os livros é que eles não passaram pela revisão de pares. O editor envia o manuscrito para que revisores o comentem, porém o foco é no potencial de venda, o que é muito diferente do tipo de avaliação de uma revista científica. 2.2. Sugestões para o Levantamento de Literatura: 2.2.1. Locais de coletas: Determine com antecedência que bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados. Reserve um tempo para o seu trabalho na biblioteca e faça isso com muita antecedência no seu cronograma de atividade (bem antes do prazo de entrega do seu trabalho). Você provavelmente não vai encontrar tudo de que precisa na primeira viagem e demorará um tempo até que você se familiarize com os vários tipos de informação. 2.2.2. Registro de documentos: Esteja preparado para copiar os documentos, seja através de xerox, fotografias ou outro meio qualquer. 2.2.3. Organização: Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa. É importante você ter um caderno ou bloco de notas para registrar as referências bibliográficas encontradas. Liste as referências mencionando o último nome do autor, com o primeiro nome e iniciais, autores adicionais, ano de publicação, título do livro ou periódico (com volume, número e páginas), e, para livros, a editora. É frustrante terminar um trabalho e descobrir no final que está faltando a referência de um estudo importante. 9 O levantamento de literatura pode ser determinado em dois níveis: a) nível geral do tema a ser tratado; b) nível específico a ser trato: relação somente das obras ou documentos que contenham dados referentes à especificidade do tema a ser tratado. 2.3. Fases da Pesquisa Bibliográfica: a) Escolha e delimitação do tema; b) Elaboraçãodo plano de trabalho: a fase da elaboração do plano de trabalho engloba ainda a formulação do problema, o enunciado de hipóteses e a determinação das variáveis. c) Identificação: fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo. d) Localização: onde procurar? e) Compilação: é a reunião sistemática do material contido em livros, revistas, publicações avulsas ou trabalhos mimeografados. Esse material pode ser obtido por meio de fotocópias, xerox ou microfilmes. f) Fichamento: Utilize fichas para registrar os principais assuntos dos textos lidos, pois isto facilitará o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais. g) Análise e interpretação: A primeira fase da análise e da interpretação é a crítica do material bibliográfico, sendo considerado um juízo de valor sobre determinado material científico. Divide-se em crítica externa e interna. Crítica Externa: é feita sobre o significado, a importância e o valor histórico de um documento, considerado em si mesmo e em função do trabalho que está sendo elaborado. Ex.: a) crítica do texto; b) crítica da autenticidade; c) crítica da proveniência. Crítica Interna: é aquela que aprecia o sentido e o valor do conteúdo. Ex.: a) crítica de interpretação ou hermenêutica: averigua o sentido exato que o autor quis exprimir; b) crítica do valor interno do conteúdo: aprecia a obra e forma um juízo 10 sobre a autoridade do autor e o valor que representa o trabalho e as idéias nele contidas. h) Redação: A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científico que se deseja apresentar. A tabela abaixo resumo os passos para a realização da revisão de literatura. Passos na Busca Bibliográfica 1. Defina o problema 2. Elabore um plano de trabalho 3. Procure livros sobre o seu tópico de interesse 4. Procure na biblioteca o que pode ser encontrado sobre esse tópico 5. Consulte índices de periódicos 6. Consulte banco de dados na internet 7. Organize as informações encontradas, anotando as seguintes informações: a. Para livros i. Último nome e iniciais do autor ii. Ano de publicação iii. Título, incluindo edição ou número do volume. iv. Lugar de publicação, cidade e estado. v. Editora b. Para capítulos de livros i. Último nome e iniciais do autor ii. Título do capítulo iii. Número das páginas iv. Todas as informações do livro c. Para artigos de periódicos i. Último nome e iniciais do autor ii. Ano de publicação iii. Título iv. Periódico v. Volume e número vi. Número das páginas 8. Considere outras possibilidades de fontes de informação (p. ex. documentos do governo) 9. Faça um leitura exploratória para selecionar o material a ser utilizado na revisão 10. Realize leituras interpretativas para elaborar as suas críticas aos textos lidos 11. Realize fichamentos dos textos lidos 12. Elabore o seu texto sobre o tema. 11 3. A Coleta de Dados: Tipo Instrumento Estratégia Documentos como fontes Textos de Referência Registros Estatísticos Histórias de Vida Relatórios Oficiais Correspondência Matérias Jornalísticas Compilação Manipulação Estatística Compilação e Classificação Compilação e Registro Compilação e classificação Compilação e Registro Testemunhos orais como Fontes Testemunhos (Depoimentos Estruturados ou Não-estruturados) Gravação, Transcrição e Compilação Imagens como fontes Registros ‘vivos’ de Depoimentos, situações e Manifestações Artísticas – Filmes e Artes Plásticas Descrição e Compilação Questionário (Aberto/Fechado; in loco) por correspondência Identificação da formação econômica e social. Uso de escalas sociométricas para determinação de variáveis com status, estrutura de grupo, participação, liderança, etc. Uso de escalas de atitudes . Entrevista (pessoal/grupal): -Estruturada (rigidamente ou não). Livre-narrativa. Esquema detalhado (com controle do entrevistado) Entrevista com respostas fornecidas oralmente pelo entrevistado O entrevistado fala livremente sobre temas propostos Observação (participante/ não participante; individual/ de massa). Uso de escalas de observação do comportamento e de registro interativos (com recursos audiovisuais). Estudo de casos e Estudos Bibliográficos Coleta de dados para uma análise intensa de um indivíduo ou organização com ênfase aos fatores pessoais e sociais do seu comportamento num período de tempo. Pessoas como Fontes Geradoras Experimentação Testes, experimentos, etc. 12 3.1. Questionário: - O Questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados. Se sua confecção é feita pelo pesquisador, seu preenchimento é realizado pelo informante. - A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por necessidade de características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, por exemplo). - Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação e verificar o nível de compreensão da linguagem. 3.1.1. Conteúdo de um questionário: 3.1.1.1. Carta Explicação A Carta Explicação deve conter: - A proposta de pesquisa; - Instruções de preenchimento; - Instruções para devolução; - Incentivo para o preenchimento e; - Agradecimento. 3.1.1.2. Itens de Identificação do Respondente - Para que as respostas possam ter maior significação é interessante não identificar diretamente o respondente com perguntas do tipo NOME, ENDEREÇO, TELEFONE, etc., a não ser que haja extrema necessidade, como para selecionar alguns questionários para uma posterior entrevista. Os dados demográficos, normalmente, são colocados ao final do questionário, depois que o participante já esta mais a vontade. A Criação dos itens formulário segue as regras abaixo: Itens sobre as questões a serem pesquisadas. - Formulários de itens sim-não, certo-errado e verdadeiro-falso: 13 Ex.: Trabalha? ( ) Sim ( ) Não - Respostas livres, abertas ou curtas: Ex.: Bairro onde mora: ________________________________________________________ - Formulário de múltipla escolha: Ex.: Renda Familiar: ( ) Menos de 1 salário mínimo ( ) 1 a 3 salários mínimos ( ) 4 a 6 salários mínimos ( ) 7 a 11 salários mínimos ( ) Mais de 11 salários mínimos - Questões Mistas: Ex.: Quem financia seus estudos? ( ) Pai ou Mãe ( ) Outro parente ( ) Outra pessoa ( ) O próprio aluno Outro: ____________________________________________________ - Escalas de concordância Ex: Conversando com amigos, eu sempre me refiro à empresa como uma grande organização para a qual é ótimo trabalhar. Discordo totalmente Discordo Nem discordo nem concordo Concordo Concordo totalmente 4.2. Entrevista Observações iniciais: - É necessário ter um plano para a entrevista para que no momento em que ela esteja sendo realizada as informações necessárias não deixem de ser colhidas. - As entrevistas podem ter o caráter exploratório ou ser de coleta de informações. Se a de caráter exploratório é relativamente estruturada, a de coleta de informações é altamente estruturada. Sugestões de planejamento para se realizar uma entrevista: - Quem deve ser entrevistado 14 Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento necessário para satisfazer suas necessidades de informação. - Plano da entrevista e questões a serem perguntadas: Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas ao entrevistado e a ordem em que elas devem acontecer. - Pré-teste Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica de sua postura antes de se encontrarcom o entrevistado de sua escolha. - Diante do entrevistado: Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de idéias. Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do entrevistado para que isto não venha prejudicar a relação entre entrevistador e entrevistado. Deixe que as questões surjam naturalmente, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se torne um ‘questionário oral’. Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que ele se sinta falando sozinho. Vá anotando as informações do entrevistado, sem deixar que ele fique esperando sua próxima indagação, enquanto você escreve. Caso use um gravador, não deixe de pedir sua permissão para tal. Lembramos que o uso do gravador pode inibir o entrevistado. 3.3. Observação Sugestões para uma observação satisfatória - Conhecimento prévio do que observar: Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local. Determine que tipo de fenômenos merecerão registros. a) sujeitos; b) cenário; c) comportamento social. - Planejamento de um método de registro: Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas categorias dignas de observação. - Fenômenos não esperados: 15 Esteja preparado para o registro de fenômenos que surjam durante a observação, que não eram esperados no seu planejamento. - Registro fotográfico ou vídeo: Para realizar registros iconográficos (fotografias, filmes, vídeos, etc.), caso o objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de pessoas, prepare-os para tal ação. Eles não devem ser pegos de surpresa. - Relatório: Procure fazer um relatório o mais cedo possível. 3.5. Análise e Interpretação dos Dados Após a Coleta de Dados, a fase seguinte da pesquisa é a de análise e interpretação. Estes dois processos, apesar de conceitualmente distintos, aparecem sempre estreitamente relacionados. A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. A interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos. Os processos de análise e interpretação variam significativamente em função do plano de pesquisa. Codificação Codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados em símbolos que possam ser tabulados. Tabulação Tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão nas várias categorias de análise. Três procedimentos de tabulação podem ser identificados: manual, mecânico e eletrônico. 16 Avaliação das generalizações obtidas com os dados Os dados obtidos nas pesquisas sociais referem-se, na maioria dos casos, a amostras. Todavia, o interesse dos pesquisadores é generalizar os resultados para toda a população de onde foi selecionada a amostra. A Análise e Interpretação dos Dados constituem processos estreitamente relacionados 4. Estrutura de Apresentação do Trabalho: A última etapa do processo de pesquisa é a redação do relatório. O Relatório de Pesquisa deve conter informações suficientes para esclarecer acerca da natureza do problema pesquisado e dos resultados: a) O problema; b) As hipóteses; c) A metodologia; d) Os resultados; e) Conclusões e sugestões. Estrutura de um Relatório de Pesquisa: a) capa; b) folha de rosto(*); c) dedicatória(*); d) agradecimentos(*); e) sumário; f) introdução; g) desenvolvimento; h) conclusão ou considerações finais; i) referências bibliográficas; j) anexos ou apêndices(*). (*) elementos opcionais. a) Capa (ex. pág. 17): Deve conter: - Nome do autor (na margem superior); - Título do relatório (mais ou menos centralizado na folha); 17 - Instituição onde o trabalho foi executado (na margem inferior); - Cidade e ano de conclusão do trabalho (na margem inferior); Observação: A Associação Brasileira de Normas Técnicas não determina a disposição destes dados na folha. Esta distribuição deve ser definida pelo professor ou pela instituição, para uniformização de seus trabalhos acadêmicos. b) Folha de rosto (ex. pág. 18): Deve conter: - as mesmas informações contidas na capa; - as informações essenciais da origem do trabalho; 18 Sulivan Charles Barros ENCANTARIA DE BÁRBARA SOEIRA: A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO DO MEDO EM CODÓ/MA Brasília, Agosto 2000 19 Sulivan Charles Barros ENCANTARIA DE BÁRBARA SOEIRA: A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO DO MEDO EM CODÓ/MA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Sociologia do Departamento de Sociologia, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília, como requisito parcial a obtenção do grau de Mestre, Área de Concentração: Estado e Sociedade. Orientadora: Profª Drª. Maria Salete Machado Brasília, Agosto 2000 20 c) Dedicatória: Tem a finalidade de se dedicar o trabalho a alguém, como uma homenagem de gratidão especial. Este item é dispensável. d) Agradecimentos: É a revelação de gratidão àqueles que contribuíram na elaboração do trabalho. Também é um item dispensável. e) Sumário: - “Enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um documento na mesma ordem em que a matéria nele se sucede” (NBR 6027). - O título de cada seção deve ser datilografado com o mesmo tipo de letra em que aparece no corpo do texto. - A indicação das páginas localiza-se à direita de cada seção. O Texto é a parte onde todo o trabalho de pesquisa é apresentado e desenvolvido. O Texto deve expor um raciocínio lógico, ser bem estruturado, com o uso de uma linguagem simples, clara e objetiva. f) Introdução: Na Introdução, o tema é apresentado e esclarecido aos leitores as indicações de leitura do trabalho. g) Desenvolvimento do texto: - O corpo do trabalho é onde o tema é discutido pelo autor. - As hipóteses a serem testadas devem ser claras e objetivas. - Devem ser apresentados os objetivos do trabalho. - A Revisão da Literatura deve resumir as obras já trabalhadas sobre o mesmo assunto. - Deve-se mencionar a importância do trabalho, justificando sua imperiosa necessidade de se realizar tal empreendimento; - Deve ser bem explicada toda a metodologia adotada para se chegar às conclusões. h) Conclusão ou Considerações Finais: - A Conclusão é a parte onde o autor se coloca com liberdade científica, avaliando os resultados obtidos e propondo soluções e aplicações práticas. i) Referências Bibliográficas: É o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de documentos, publicações, no todo ou em parte. j) Anexos ou Apêndices: 21 É todo material suplementar de sustentação ao texto (itens do questionário aplicado, roteiro de entrevista ou observação, uma lei discutida no corpo do texto, etc 5. Apresentação Gráfica dos Trabalhos Científicos A Apresentação Gráfica de textos científicos é regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que, por sua vez, segue o padrão básico internacional, o qual padroniza e permite a identificação de formas e origens de textos científicos em todo o mundo. ASPECTOS GRÁFICOS EM GERAL Formato do papel: O papel a ser utilizado para a digitação é o A4 (210 X 297 mm). A impressão é feita em laudas, isto é, utiliza-se apenas um dos lados da folha. Cada folha será uma página. Tipos gráficos/ fontes: no caso de digitação, onde há abundânciade fontes a escolher, sugere-se a adoção de fontes com formato de fácil leitura (Arial, Times New Roman etc.), que se aproximem dos formatos mais comuns de impressão. O tamanho recomendado é o doze (12). Margens e espaçamento: a digitação é sempre feita em espaço duplo (2). Eventualmente, para evitar o desdobramento de obra longa em mais de um volume, o espaçamento 1,5 pode ser utilizado. Não, porém, em espaço um (1), exceto para certas partes específicas como a nota de grau acadêmico (folha de rosto), notas de rodapé e abstracts/ resumos. O texto geral guarda as seguintes margens, a partir das bordas de folha: Margem Tamanho Superior 3 cm Esquerda 3 cm Inferior 2 cm Direita 2 cm Paginação: São admitidos dois sistemas de paginação: No primeiro, as páginas são contadas a partir da folha de rosto (inclusive), mas só começam a ser graficamente numeradas a 22 partir da primeira página da introdução. O número vai grafado em algarismos arábicos, no canto superior direito da página, a altura do limite da margem direita, a 2 cm da borda superior da folha e a 1 cm da primeira linha do texto. No segundo sistema, utilizado especialmente nos casos que apresentem um conjunto longo de páginas pré-textuais (folha de rosto, dedicatórias, agradecimentos, sumário, listas de tabelas, abreviaturas e siglas etc.), pode-se começar a contar e numerar a partir das páginas textuais (introdução em diante), utilizando-se do primeiro sistema. As páginas pré-textuais teriam, então contagem própria e a numeração seria grafada em algarismos romanos minúsculos, no centro da margem inferior, a 1 cm da borda do papel e 1 cm da última linha do texto. Encadernação: a princípio, encadernar não é uma obrigação. Obrigatório é, sim, que todo o texto com mais de uma folha, apresente-se com todas as folhas juntas. Bastaria, portanto, um grampo em diagonal, no canto superior esquerdo, para manter as folhas juntas e em seqüência. Títulos e subtítulos: títulos e subtítulos devem estar alfa-numerados, marcados por letras e números, como indicativos de seqüência e pertença de idéias. Há pelo menos duas formas usuais de se numerar capítulos, itens e subitens: a) a que mistura algarismos romanos com arábicos. b) A que utiliza somente arábicos. Na primeira utiliza-se o algarismo romano para designar capítulo e o arábico para intens e subitens. Exemplo: IV. As fases da pesquisa científica. IV. 1. O pré-projeto. Na segunda, utilizam-se apenas algarismos arábicos. 4. As fases da pesquisa científica. 4.1. O pré-projeto. Exemplo Incorreto: 4. 4.1. 23 4.1. 1. 4.1.1.1. 4.1.1.1.1. (cinco algarismos) Se, porém, o trabalho comportar várias subdivisões e existir necessidade da quinta subdivisão, deve-se recorrer a letras: a), b), c), etc., ou então, coloca-se o título do capítulo em romano e, assim, se ganha mais uma casa. Exemplos corretos: 4. As fases da pesquisa científica. 4.2. Projeto. 4.2.8. Recursos. 4.2.8.1. Recursos Materiais. 4.2.8.2. Recursos Financeiros. a) de bancos. b) De vendas. c) De particulares. IV. As fases da pesquisa científica. 2. Projeto. 2.8. Recursos. 2.8.1. Recursos Materiais. 2.8.2. Recursos Financeiros. 2.8.2.1. de bancos. 2.8.2.2. de vendas. 2.8.2.3. de particulares A posição dos títulos: Títulos de capítulos ou das partes de um relatório sempre se iniciam em nova folha. São posicionados na margem esquerda (3 cm da borda esquerda da folha), iniciando-se pela identificação numérica. Pode-se também fazer constar, no caso da monografia, a palavra “capítulo”, seguida do algarismo arábico ou romano correspondente. 24 Entre subtítulos e texto (primeira linha do parágrafo), deixa-se apenas um espaço duplo. 5. Referências Bibliográficas a) Livros: - Autor (ou Coordenador, ou Organizador, ou Editor) – Escreve-se primeiro o sobrenome do autor, em caixa alta, e, a seguir, o restante do nome, após a separação por vírgulas. - Título e subtítulo – O título deve ser realçado por negrito, itálico ou sublinhado. - Número da edição ( a partir da segunda edição) – Não se usa o sinal de decimal (a). - Local da publicação – é o nome da CIDADE onde a obra foi editada e, após a referência de local deve, ser grafado dois pontos (:). Não se coloca estado ou país. - Editora – Só se coloca o nome da Editora. Não se coloca a palavra Editora, Ltda, ou S. A. etc. Por exemplo: da Editora Ática Ltda, colocar-se-ia apenas Ática. - Ano da publicação – é o ano em que a obra foi editada. - Paginação – Quantidade de páginas da obra. - Nome da série, número da publicação na série (entre parênteses). Obs.: 1) Dois espaços devem separar os diversos campos de uma referência. 2) A 2ª linha e as subseqüentes se iniciam em baixo da 3ª letra da 1ª linha. 3) Em obras avulsas são usadas as seguintes abreviaturas: Org. ou Orgs. = organizador(es) Ed. ou eds. = editor(es) Coord. ou Coords. = coordenador(es) Exemplos: Autor pessoa física: BOURDIEU, Pierre. O poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988. SOUZA, Laura de Mello e. O Diabo e a Terra de Santa Cruz. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1997. ___________ . Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. Até 3 autores: LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 2 ed., São Paulo: Atlas, 1991. COELHO, Maria Francisca P. et alii (Orgs.) Política, Ciência e Cultura em Max Weber. Brasília: EdUnB, 2000. 25 Obs.: et al. (et alli) quer dizer e outros em latim. Sem nome do autor: O Pensamento vivo de Nitzsche. São Paulo: Martins Claret, 1991. Dissertações, Monografias e Teses: BARROS, Sulivan Charles. Encantaria de Bárbara Soeira: a construção do imaginário do medo em Codó/MA. Dissertação de Mestrado em Sociologia. Brasília: Departamento de Sociologia, Universidade de Brasília, 2000. _____________________ . Urbanização e Umbanda: o espaço dos homens e o espaço dos deuses. Monografia de Graduação em Geografia, Brasília: Universidade de Brasília, 1997. Autor Corporativo: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Programa de Pós-Graduação em Educação/ PPGE- UFES. Avaliação educacional: necessidades e tendências. Vitória, PPGE/UFES, 1984. Citação de parte de uma obra: MOTT, Luiz. 'Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu' In. SOUZA, Laura de Mello e. (Org.) História da Vida Privada no Brasil 1: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. SIQUEIRA, Deis et alii. 'Carisma e Narcisismo: as lideranças nas novas religiosidades' In. COELHO, Maria Francisca P. et alii (Orgs.) Política, Ciência e Cultura em Max Weber. Brasília: EdUnB, 2000. Artigos de revistas ou jornais: a) autor(es) do artigo; b) título do artigo; c) título da revista; d) local da publicação; e) editor; 26 f) indicação do volume; g) indicação do número ou fascículo; h) indicação de página inicial e final do artigo; i) data. Exemplos: Artigo de um autor: BARROS, Sulivan Charles. ‘O Medo do Feitiço: relações entre magia e poder em Codó/MA’ In. Revista Múltipla, ano V, nº 9. Brasília: UPIS – Faculdades Integradas, 2º sem. 2000, p. 39-80. COSTA, Neusa Meirelles. "O Fundamento mítico-religioso da suposta magia do Candomblé" In. Revista Semestral de Estudos e Pesquisas em Religião. Ano II, nº 4, Rio de Janeiro: Iser, nov. de 1996. SOUZA, Jessé. “A Sociologia Dual de Roberto DaMatta: descobrindo nossos mistérios ou sistematizando nossos auto-enganos?” In. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 16, nº 45, São Paulo, fevereiro de 2001.Artigo não assinado (sem nome do autor): A ENERGIA dual indígena no mundo dos Aymara (Andes do Peru e Bolívia). Mensageiro, Belém, n. 63, p. 35-37, abr./maio/jun., 1990. Obs.: Escreve em maíscula até a primeira palavra significativa do título. Artigo de jornal assinado: DINIS, Leila. Leila Diniz, uma mulher solar. Entrevista concedia ao Pasquim. Almanaque Pasquim, Rio de Janeiro, n. especial, p. 10-17, jul. 1982. Artigo de jornal não assinado (sem nome de autor): MULHERES têm que seguir código rígido. O Globo, Rio de Janeiro, 1 caderno, p. 40, 31 jan. 1983. Obs.: A referência de mês é reduzida a apenas 3 letras e um ponto. O mês de janeiro ficaria sendo jan., o de fevereiro fev. etc., com exceção do mês de maio que se escreve com todas as letras (maio) e sem o ponto (veja o exemplo em artigo não assinado). Coleções inteiras: EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS. São Paulo: Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, 1956. 27 Obs.: Todas as revistas sob este título foram consultadas. Somente uma parte de uma coleção: FORUM EDUCACIONAL. Teorias da Aprendizagem. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, v. 13, n.1/2, fev. /maio 1989. Decretos-Leis, Portarias etc.: BRASIL. Decreto 93.935, de 15 de janeiro de 1987. Promulga a convenção sobre conservação dos recursos vivos marinhos antárticos. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, v. 125, n. 9, p. 793-799, 16 de jan. 1987. Seção 1, pt. 1. Pareceres, Resoluções etc: CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer n. 1.406 de 5 out. 1979. Consulta sobre o plano de aperfeiçoamento médico a cargo do Hospital dos Servidores de São Paulo. Relator: Antônio Paes de Carvalho. Documenta, n. 227, p. 217-220, out. 1979. Trabalho publicado em anais de congresso e outros eventos: BARROS, Sulivan Charles. ‘Encantarias Afro-maranhenses: Codó, meca da macumba nordestina’ In. Reunião Anual da SBPC, 52. [CD-ROOM]. Brasília: SBPC/UnB (Anais/Resumos), jul. 2000. __________ ‘Sobrevivências Judaicas no Imaginário Religioso Afro-Brasileiro’ In. Reunião Anual da SBPC, 52. [CD-ROOM] Brasília: SBPC/UnB [Anais/Resumos], ju. 2000. BARROS, Sulivan Charles & RAMAGEM, Sonia Bloomfield. ‘Urbanização e Umbanda: o espaço dos homens e o espaço dos deuses (Resumo)’ In. Anais da 5º Reunião Especial da SBPC. Blumenau: Editora da Universidade Regional de Blumenau, p. 250-251, jul. 1997. BARROS, Sulivan Charles. ‘Urbanização e Religião Afro-Brasileira: o espaço dos homens e o espaço dos deuses (Resumo)’ In. Anais do V Congresso Afro-Brasileiro. Salvador: Editora da UFBA, p. 60 [também em disquete], ago. 1997. Anais de congresso no todo: SEMINÁRIO DO PROJETO EDUCAÇÃO, 5., 24 out. 1996, Rio de Janeiro. Anais do V Seminário do Projeto Educação. Rio de Janeiro: Fórum de Ciência e Cultura – UFRJ, 1996. Obras de Referência: Dicionário: Educação. In. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário de língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 185. 28 Enciclopédia: Divórcio. In. Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 29, p. 107. Anuário: Matrícula nos cursos de graduação em universidades e estabelecimentos isolados, por área de ensino, segundo as universidades da Federação – 1978-80. In. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1982. Seção 2, ca. 17, p. 270: Ensino. Livros Sagrados: BIBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Internet: Não existem regras estipuladas para referências de ‘sites’ da Internet. Em geral utiliza-se desta forma: ABBTUR NACIONAL. Código de ética do Bacharel em Turismo. <<http:www.abbtur.com.Br>>. acessado em: 21.11.2001. TAVES, Antonio. Reajuste vai ser pago com salário de agosto. Disponível em: < http://www. oglobo.com.Br/pais80htm> Acesso em : 30 jul. 1998. 6. Citações e Notas de Rodapé Nota de Rodapé: Notas de Rodapé são as que aparecem ao pé de páginas onde são indicadas. Servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no texto para não sobrecarrega-lo. Podem ser: a) notas de conteúdo, que evitam explicações longas dentro do texto (prejudiciais à linha de argumentação), podendo incluir uma ou mais referências e que são usadas para esclarecimentos e para referências cruzadas. b) Notas de referência, que indicam as fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra em que o assunto foi abordado e são usadas para citação de autoridade e para citação de citação. As notas de rodapé não devem ser usadas em artigos de periódicos para não serem confundidas com a legenda bibliográfica. 29 Citações: Quando se quer transcrever o que um autor escreveu. Citação Direta: a) Citação Direta curta (com menos de 5 linhas) – Deve ser feita na continuação do texto, entre aspas. Exemplo: A presença de religiões africanas no Novo Mundo, e em especial no Brasil, foi uma conseqüência imprevista do tráfico de escravos, tráfico esse que atendia aos interesses do processo de colonização, de caráter essencialmente comercial, conforme colocado por Trindade: “Um alvará de 20 de março de 1549 do rei D. João III permitiu a chegada dos primeiros lotes de africanos (em terras brasileiras), visando ao desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar”. (1994:58). Obs.: Trindade – autor que faz a citação. 1994 – o ano de publicação da obra deste autor na bibliografia. 58 – refere-se ao número da página onde o autor fez a citação. b) Citação Direta longa ( com 5 linhas ou mais) – As margens são recuadas à direita, em espaço um (1). (O texto deve ser digitado em espaço 2 ou 1, 5). Exemplo: Segundo a sociologia weberiana, o conceito de carisma refere-se a formas peculiares que compreendem desde a idéia do 'dom' e da 'graça', até o exercício de poder e formas de dominação que podem ser detidas por uma pessoa ou objeto. Todas, ao seu modo, indicam uma 'qualidade extraordinária', e essa lhes confere uma virtude única e mágica. Segundo a concepção weberiana, deve-se entender por carisma: “Uma qualidade pessoal considerada extracotidiana (na origem, magicamente condicionada, no caso tanto dos profetas quanto dos sábios curandeiros ou jurídicos, chefes de caçadores e heróis de guerra) e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais, sobre-humanos ou, pelo menos, extracotidianos específicos ou então se a toma como enviada por Deus, como exemplar e, portanto, como líder” (Weber, 1994:158-159). 30 Citação da Citação: É a citação feita por outro pesquisador. O Imperador Napoleão Bonaparte dizia que “as mulheres nada mais são do que máquinas de fazer filhos” (BONAPARTE, Apud LOI, 1988:35). Obs.: Apud = citado por. Citação Indireta É a citação que sofre uma interpretação por parte do autor. Exemplo: Ao analisar os princípios lógicos nos quais se baseiam a magia, Frazer (1982) conclui que eles se resumem basicamente em dois: primeiro, que o semelhante produz o semelhante, ou seja, um efeito se assemelha à sua causa; e segundo, que as coisas que estiveram em contato continuam a agir umas sobre as outras, mesmo à distância, depois de cortado o contato físico. Ao primeiro princípio denomina lei da similaridade, ao segundo, lei do contato ou contágio. Existiriam, portanto, duas formas de magia simpática: a primeira denominada de magia homeopática ou imitativa; e a segunda denominada de magia contagiosa. Localização das Citações: a) No texto: a citação vem logo após ao texto, conforme nos exemplos acima. b) Em nota de rodapé: no rodapé da página onde aparece a citação. Neste caso, coloca-se um número ou umasterico sobreescrito que deverá ser repetido no rodapé da página. c) No final de cada parte ou capítulo : as citações aparecem em forma de notas no final do capítulo. Devem ser numeradas em ordem crescente. 31 7.Abreviaturas e Expressões Latinas Apresentam-se a seguir as principais abreviaturas e expressões latinas com seus respectivos significados: Abreviaturas ou expressão Significado Apud (apud) [Lat., ‘junto a; em’.] Prep. 1. empregada geralmente em bibliografia, para indicar a fonte de uma citação indireta. c/c Combinado com. Empregada quando se considera conjuntamente duas disposições legais para se chegar a um resultado ou conclusão. cf. Confira; conforme; confronte. ed. Edição. Ibidem (ibidem) [Lat.] Adv. 1. Aí mesmo; no mesmo lugar. 2. Na mesma obra, capítulo ou página. [Emprega-se em citações. Abrev.: ib.] Idem. (idem) [Lat., ‘o mesmo’] Pron. 1. A mesma coisa 2. O mesmo autor. 3. Da mesma forma etc. 4. [Us. para evitar repetições. Abrev.: id.] j. julgado em. Loc. local. loc.Cit.(loco citado) [Lat., ‘no trecho citado’] 1. Remissão, num livro, a um trecho mencionado anteriormente. n. número. ob.Cit. (ou op.cit.) obra citada. p. página. p.ex. por exemplo. Passim (passim) [Lat., ‘por aqui e ali’] Adj. 1. Palavras que se pospõem ao título de uma obra citada para indicar que nela se encontrarão referências em vários trechos. s.d. sem data. s.e. sem editora identificada. s.l. sem local. s.n. sem nome. sic [Lat., ‘assim’.] 1. Palavra que se pospõe a uma citação, ou que nesta se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto original é bem assim, por errado ou estranho que pareça. v. vide; veja; volume. v.g. (verbi gratia) (vérbi grácia) [Lat.] 1. Por exemplo. v.u. Votação unânime 32 8.Bibliografia recomendada MARTINS, Gilberto de Andrade & LINTZ, Alexandre. Guia para elaboração de monografias e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 2000. TACHIZAWA, Takeshy & MENDES, Gildásio. Como fazer monografia na prática. Rio de Janeiro: FGV, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Referências bibliográficas. 5 ed. Rio de Janeiro, 1989. (NBR 6.023) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação de relatórios técnico-científicos. 5 ed. Rio de Janeiro, 1989. (NBR 10.719) 33 Manual de Elaboração de Relatórios de Pesquisa Manual de Elaboração de Relatórios de Pesquisa Mas I não é verdadeira Mídia Fontes Secundárias Artigos em Revistas Científicas Livros de coletâneas Livros em tópicos específicos Passos na Busca Bibliográfica Sulivan Charles Barros ASPECTOS GRÁFICOS EM GERAL Margem Tamanho Superior Citação Indireta Significado Apud Ibidem