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Prévia do material em texto

Anabela Miranda Rodrigues
Os deveres elencados pela legislação de 
prevenção à lavagem estão relacionados com 
o risco do crime de lavagem.
Com Fabio Roberto D’Avila e Rodrigo Moraes de Oliveira
COMPLIANCE 
ANTICORRUPÇÃO E 
ANTILAVAGEM
Controladoria, Compliance e Auditoria
Pós-Graduação em
2
c-Conheça o livro da disciplina
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3
Conheça os professores da disciplina. 
EMENTA DA DISCIPLINA 4
Veja a descrição da ementa da disciplina. 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 5
Veja as referências principais de leitura da disciplina. 
O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6
Confira como funciona o mapa da aula.
MAPA DA AULA 7
Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. 
ARTIGOS 46
Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos e vídeos sugeri-
dos pelo professor PUCRS. 
RESUMO DA DISCIPLINA 47
Relembre os principais conceitos da disciplina. 
AVALIAÇÃO 48
Veja as informações sobre o teste da disciplina. 
3
Doutor em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica 
do Rio Grande do Sul (2015). Mestre em Ciências Criminais 
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
(1999). Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1996). Professor do 
Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais e da Escola de 
Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 
Advogado criminal e atual Presidente do Instituto Transdisciplinar 
de Estudos Criminais (!TEC). Possui experiência na área de Direito 
Público, com ênfase em Direito Penal, atuando principalmente nos 
seguintes temas: teorias da pena, aplicação da pena e execução 
penal, todos sob a crítica afirmativa dos direitos fundamentais.
RODRIGO MORAES DE OLIVEIRA
Professor PUCRS
Advogado, Consultor e Parecerista em Matéria Penal, Fabio 
Roberto D’Avila, é pós-doutorado em Ciências Penais pela Goethe 
Universität Frankfurt am Main, Alemanha; Doutor em Ciências 
Jurídico-Criminais pela Universidade de Coimbra, Portugal; 
Mestre em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade 
Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Brasil. Professor Titular 
de Direito Penal da Escola de Direito da PUCRS e do Programa de 
Pós-Graduação em Ciências Criminais (Mestrado e Doutorado) 
da PUCRS. Atualmente é coordenador da Especialização em 
Compliance da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade 
Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS (Brasil) e presidente 
do Instituto Eduardo Correia de Ciências Criminais, Filosofia 
do Direito e Direito Constitucional. Representante brasileiro no 
Grupo Europeu para Iniciativas Jurídicas contra a Criminalidade 
Organizada (Europäischer Arbeitskreis zu rechtlichen Initiativen 
gegen die Organisierte Kriminalität). Coordenador da Delegação 
Brasileira junto ao International Forum on Crime and Criminal Law 
in the Global Era (IFCCLGE), Pequim, China. Autor de diversas 
obras e de inúmeros artigos, com publicações na Alemanha, 
Argentina, Portugal, Itália, França, Peru, China, Turquia, Polônia, 
República Tcheca e Moçambique. Sócio-fundador da D’Avila 
Oliveira e Balducci Advocacia Criminal (SP e RS).
FABIO ROBERTO D’AVILA 
Professor Convidado
c-Conheça seus professores
4
Ementa da Disciplina
Compliance Anticorrupção: fundamentos, histórico, conceito e elementos 
principais. Compliance na nova lei Anticorrupção. Compliance Antilavagem: 
fundamentos, histórico, conceito e elementos principais. Compliance na nova lei 
de lavagem de dinheiro. Crime organizado, expansão do Direito Penal e sociedade 
de risco: expectativas e perspectivas.
2020
Blues
83.670555
5
Bibliografia básica
DEL DEBBIO, Alessandra; MAEDA, Bruno Carneiro; AYRES, Carlos Henrique da Silva. 
Temas de anticorrupção & compliance. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ROTSCH, Thomas. Criminal Compliance. InDret, [en línia], 2012. [inserir hiperlink: 
https://raco.cat/index.php/InDret/article/view/260786]
DE CARLI, Carla Verissimo (Org.); CAPARRÓS, Eduardo A. Fabián (Org.); GARCÍA, 
Nicolás Rodríguez (Org.). Lavagem de capitais e sistema penal: contribuições 
hispano-brasileiras a questões controvertidas. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2014.
Bibliografia complementar
 
ANDRETTA, Cristina Antonella. Criminal Compliance. Revista Científica y 
Tecnológica UPSE, 01 October 2015, Vol.2(2).
SUXBERGER, Antonio Henrique Graciano, PASIANI, Rochelle Pastana Ribeiro. O 
papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e 
ilícitos relacionados. Revista Brasileira de Políticas Públicas. April 2018, Vol.8(1). 
SAAVEDRA, Giovani A. Reflexões iniciais sobre o controle penal dos deveres de 
compliance. Boletim IBCCRIM, São Paulo, ano 19, n. 226, p. 13-14, set. 2011.
SILVA SANCHEZ, Jesús-María; MONTANER FERNÁNDEZ, Raquel. Criminalidad de 
empresa y Compliance. Barcelona: Atelier, 2013.
TARUN, Robert W. The Foreign Corrupt Practices Act Handbook. Chicago: ABA, 2013.
As publicações destacadas têm acesso gratuito pela Biblioteca da PUCRS. 
-aBibliografia básica
hiperlink: http://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/PUC01:PUC01:TN_cdi_doaj_primary_oai_doaj_org_article_8856fbb339cf40d8b24539483ee6dfb0
hiperlink: http://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/PUC01:PUC01:TN_cdi_doaj_primary_oai_doaj_org_article_8856fbb339cf40d8b24539483ee6dfb0
http://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/PUC01:PUC01:TN_cdi_proquest_journals_2049451293
http://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/PUC01:PUC01:TN_cdi_proquest_journals_2049451293
http://primo-pmtna01.hosted.exlibrisgroup.com/PUC01:PUC01:TN_cdi_proquest_journals_2049451293
6
O que compõe o 
Mapa da Aula?
so
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam 
momentos importantes da disciplina, 
servindo como o norte para o seu 
aprendizado.
Frases dos professores, que resumem 
sua visão sobre um assunto ou 
situação. 
DESTAQUES
Neste item você relembra o case 
analisado em aula pelo professor. 
CASE
A jornada de aprendizagem não 
termina ao fim de uma disciplina. Ela 
segue até onde a sua curiosidade 
alcança. Aqui você encontra uma lista 
de indicações de leitura. São artigos e 
livros sobre temas abordados em aula. 
LEITURAS INDICADAS
Conteúdos essenciais sem os quais 
você pode ter dificuldade em 
compreender a matéria. Especialmente 
importante para alunos de outras 
áreas, ou que precisam relembrar 
assuntos e conceitos. Se você estiver 
por dentro dos conceitos básicos dessa 
disciplina, pode tranquilamente pular 
os fundamentos.
FUNDAMENTOS
Questões objetivas que buscam 
reforçar pontos centrais da disciplina, 
aproximando você do conteúdo de 
forma prática e exercitando a reflexão 
sobre os temas discutidos. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Apresentação de figuras públicas 
e profissionais de referência 
mencionados pelo(a) professor(a), 
além de fatos e informações que dizem 
respeito à conteúdos da disciplina.
CURIOSIDADES
Conceituação de termos técnicos, 
expressões, siglas e palavras específicas 
do campo da disciplina citados durante 
a videoaula. 
PALAVRAS-CHAVE
Assista novamente aos conteúdos 
expostos pelos professores em vídeo. 
Aqui você também poderá encontrar 
vídeos mencionados em sala de aula. 
Lembre-se que a diversificação de 
estímulos sensoriais na hora do estudo 
otimiza seu aprendizado. 
VÍDEOS
Inserções de conteúdos da equipe de 
design educacional para tornar a sua 
experiência mais agradável e significar 
o conhecimento da aula. 
ENTRETENIMENTO
Aqui você encontra a descrição 
detalhada da dinâmica realizada pelo 
professor em sala de aula com os alunos. 
MOMENTO DINÂMICA
7
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.
AULA 1 • PARTE 1
02:20Muitos cursos, muitas propostas 
têm como objetivo construir um 
eco, nem todas permitem que nós 
tenhamos, no lugar de um eco, 
uma efetiva voz. 04:04
Monopsônio: Termo criado pela 
economista pós-keynesiana 
britânica, Joan Violet Robinson, é 
uma estrutura de mercado onde 
um comprador controla de maneira 
substancial omercado em que atua. 
Nele, os produtores de um bem não 
têm outra opção se não vender para 
um único demandante.
PALAVRAS-CHAVE
06:23
Publicado originalmente, em 2017, o livro de 
Heloisa Estellita aborda temas vinculados à 
responsabilização da pessoa jurídica com 
base em estudo sobre crimes praticados 
por membros da empresa, incluindo a 
administração exercida por sócios e por 
administradores não sócios.
Livro: Responsabilidade penal 
de dirigentes de empresas por 
omissão
LEITURAS INDICADAS
Direito penal e transformação
A partir de um paralelo histórico, olhamos 
o direito penal e a responsabilidade 
criminal sob diferentes perspectivas, 
baseadas em critérios que dizem respeito a 
fatores essencialmente humanos e ligados 
diretamente com a organização social e os 
valores que são prezados pela sociedade 
dentro de um recorte de temporal. Ou seja, 
o crime não é um produto natural e sim, uma 
construção humana comunitária e produto 
de uma cultura. Logo, seu conceito se altera 
com o passar do tempo e dos valores que 
determinada sociedade preza. 
Nesse sentido, o professor acredita que o 
direito penal foi responsável por uma série 
de exageros no passado e faz uma crítica 
evidenciando que, em última análise, a 
matéria não aprende com seus excessos 
e sempre busca uma maneira de regular 
as transformações e as novas visões 
que o caráter evolutivo desenvolve nas 
sociedades, destacando como ela tem se 
concentrado, mais recentemente, em relação 
as questões que envolvem a tecnologia, suas 
funcionalidades, limites e abrangência.
 06:45
08:49O homicídio é o paradigma do 
direito penal.
8
10:09 O crime não é um produto 
da natureza. O crime é uma 
construção nossa. O crime é uma 
construção humana.
14:06O direito penal sempre exagerou. 
Sempre foi além do que deveria 
ir. O olhar, em retrospectiva, é um 
olhar que lamenta.
16:48 A tecnologia passa a ser a menina 
dos olhos do direito penal.
Compliance e o contexto
O compliance criminal se desenrola em um 
ambiente virtualizado e supostamente livre 
de fronteiras, quando o abordamos sobre 
o olhar contemporâneo. Ainda assim, Fabio 
faz algumas ressalvas sobre essa visão, 
acreditando que na verdade, o mundo em si 
não está livre de fronteiras, e o que, de fato, 
não tem impedimentos são as regulações 
que se pretendem para esse mundo. 
Ou seja, as questões que envolvem 
criminalização não estão restritas dentro de 
um mundo globalizado. Por mais que elas 
transcendam a competência dos Estados-
Nações, elas precisam ser compartilhadas 
sob acordos, de maneira que elas possam 
resultar em ações efetivas e proativas sobre 
aquilo que elas pretendem regular. 
É nesse contexto que se constroem as 
políticas criminais atuais. O que, de certa 
forma, enfraquece o poder do Estado-Nação 
e condiciona uma maneira mais unificada de 
se olhar o direito penal e sua magnitude, na 
tentativa de se criar políticas criminais que 
sejam mais uniformes e possam, de fato, 
transcender as fronteiras como se propõe 
a globalização na regulação de temas que 
envolvem a economia, os mercados de 
ações, o meio ambiente entre outros temas.
20:01
23:24 Qual papel compete ao Estado-
Nação nesse mundo cuja 
regulação não deseja conhecer 
fronteiras?
Definindo compliance
Um programa de compliance pode ser 
definido como um mecanismo pelo qual o 
Estado obriga pessoas jurídicas a canalizar 
o cumprimento de seus deveres de controle 
dos riscos gerados por elas, no âmbito de 
suas atividades. 
O professor Fabio faz uma comparação 
entre a responsabilidade por ato próprio 
e a responsabilidade do Estado no âmbito 
desse controle, pontuando que, atualmente, 
o que temos é uma delegação do papel 
do Estado para o âmbito privado no que 
tange as relações de controle, prevenção e 
reação. Ou seja, por meio da instituição de 
programas de compliance o Estado delega 
às pessoas jurídicas a sua responsabilidade 
de controle e regulação das atividades nas 
quais elas atuam. 
É uma solução bastante prática, uma vez que 
nem sempre é tão fácil para o Estado intervir 
na questão privada. Ao mesmo tempo, 
essa estratégia nem sempre é claramente 
explicitada pelo Estado que, de certa forma, 
apenas se atém a impor e estabelecer os 
limites dessa atividade de autorregulação, 
tomando as medidas que lhe competem 
baseadas no trabalho realizado pelas 
próprias instituições privadas.
 25:22
9
28:28
CURIOSIDADE
Criado por William Hanna e Joseph Barbera 
é um personagem de desenho aminado da 
década de 1960, que fazia parte do elenco 
do Show do Zé Colmeia. O personagem ficou 
famoso, no Brasil, pela criação do bordão 
como “Saída, pela esquerda”, utilizada para 
escapar de situações complicadas nas quais 
ele se envolvia.
Leão da Montanha
31:40
Escrito em coautoria por Eduardo Saad-Diniz 
e Renato de Mello Jorge Silveira, publicado 
originalmente em 2015, o livro analisa os 
conceitos fundamentais dos institutos de 
compliance e como os mesmos se aplicam no 
Direito Penal e na Lei nº 12.846/2013.
Livro: Compliance, Direito Penal e 
Lei Anticorrupção
LEITURAS INDICADAS
Compliance no Brasil
A legislação nacional que trata de 
compliance é relativamente recente. 
Um de seus principais motivadores é a 
Lei Anticorrupção, nº 12.846/2013. Ele 
regula e sanciona atos da pessoa jurídica, 
estabelecendo a aplicação de sanções 
no que tange sua gravidade; vantagens 
auferidas ou pretendidas; a consumação 
ou não da infração; o grau ou perigo dessa 
lesão; seu efeito negativo e a situação 
econômica do infrator. 
Fabio destaca a cooperação da pessoa 
jurídica na apuração das infrações e a 
existência de programas de compliance 
desenvolvidos pelas empresas como fatores 
condicionantes na responsabilização das 
mesmas por eventuais infrações cometidas. 
Outra Lei importante é a nº 9.613/1998, a Lei 
da Lavagem de Dinheiro. Nela, o professor 
destaca os artigos nono, décimo e décimo 
primeiro como sendo os principais, que 
descrevem respectivamente quem são as 
pessoas obrigadas a cooperar e portanto 
sujeitas ao mecanismo de controle; os 
deveres de identificar, registrar e adotar 
políticas que impeçam tais práticas e os 
deveres de vigilância e comunicação de 
operações automáticas e suspeitas.
32:44
35:00
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 3
.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Considerando que práticas de 
compliance podem gerenciar 
riscos internos e externos de uma 
organização, qual das alternativas 
abaixo representa um risco externo 
que pode ser gerido por essas 
práticas?
10
CURIOSIDADE
O Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras foi criado pela Lei nº 9.613/1998. 
Vinculado ao Banco Central do Brasil 
sua função é disciplinar, aplicar penas 
administrativas, receber, investigar e 
identificar atividades suspeitas relacionadas 
à lavagem de captais.
COAF
40:06
AULA 1 • PARTE 2
Compliance e tendências
A presença de mecanismos de compliance 
pode ter fatores positivos e negativos que 
dizem respeito a natureza de suas práticas 
e efeitos. O professor destaca que, no 
ambiente empresarial, estamos passando 
por um momento de transição onde a 
presença de práticas de compliance pode 
ser determinante para alterar modelos 
consagrados que temos relacionados à 
atividade econômica. 
Ou seja, tudo indica que, a adoção de 
programas e estratégias de compliance 
levam a crer que tenhamos, cada vez mais, 
um novo modelo econômico onde a ética 
em suas atividades e procedimentos irá 
superar a visão do ‘Homo Oeconomicus’, 
onde o maior lucro sobre o menor esforço 
era o principal objetivo de uma organização. 
Nesse sentido, as práticas e programas 
de compliance surgem não apenas como 
métodos de autorregulação, mas, também, 
como estratégias que podem ser vinculadas 
as novas necessidades para a perenidade e 
a preservação da imagem de uma empresa 
perante a seus clientes e até mesmo a 
maneira de lucrar, no contexto atual. 
A presença da ética nas operações de uma 
organização tende a ser mais valorizada e 
presente,ao invés de apenas teorizada, em 
ambiente que busca maior transparência e 
honestidade nas relações comerciais que ela 
pretende estabelecer em um novo modelo 
econômico com seus clientes.
00:25
01:41
Éthos: Termo de origem grega, 
recorrente na retórica, que designa 
o hábito, o caráter e o conjunto de 
traços e modos de comportamento 
que definem a identidade de 
uma coletividade. Também tem o 
significado de habitat, sendo assim, 
o ‘Éthos’ é um espaço humano 
construído ou reconstruído de 
maneira constante.
PALAVRAS-CHAVE
04:42 A ética passa a ser algo 
necessário até mesmo para o 
marketing e para a boa imagem 
de uma empresa.
11
Compliance e Direito Penal
Considerando essa nova lógica empresarial 
e de mercado que prioriza outros fatores 
humanos e organizacionais que vão além do 
lucro, o direito penal pode oferecer alguns 
riscos, que servem como um contraponto 
a tendência favorável anteriormente 
apresentada em relação ao compliance. 
O professor Fabio os caracteriza em três 
grupos distintos: 
1) Aumento da responsabilidade penal - 
presume-se que a partir da implementação 
de políticas de compliance, não basta apenas 
não cometer crimes, é preciso impedir que 
outros o façam, por meio da vigilância e da 
prevenção realizada por posições gerenciais 
sobre seus subordinados; 
2) O empresário como policial - uma vez 
que lhe é atribuída essa competência o 
empresário precisa ter a capacidade de 
reconhecer os atos criminosos e ter a 
capacidade de identificar contextos de 
risco, onde eles possam ser cometidos. Tudo 
isso implica no aumento da complexidade 
organizacional; 
3) Esfumaçamento dos contornos do 
crime - crimes que envolvem fraudes, 
lavagem de dinheiro e e corrupção são 
compostos de muitas nuances o que 
dificulta sua identificação. Esse fato somado 
a complexidade organizacional de cada 
empresa e a volatilidade legal e judicial 
sobre os temas, na atualidade, torna sua 
concepção ainda mais difusa e complexa.
 07:02
08:09
CURIOSIDADE
Professor Catedrático de Direito Penal da 
Universidade Pompeu Fabra, Doutor Honoris 
Causa pela Universidade Inca Garcilaso de la 
Vega e Doutor em Direito pela Universidade 
de Barcelona é uma das principais 
referências de Direito Penal Econômico da 
Espanha.
Jesús María Silva Sánchez
09:59Não basta não cometer crimes, 
a partir de agora. Eu tenho que 
impedir que outros cometam.
13:18Se o empresário tem o dever de 
prevenir crimes, ele precisa saber 
o que é um crime.
17:07 A margem de interpretação traz 
um imenso e importante espaço 
de insegurança na apreciação do 
risco criminal.
12
Lavagem de dinheiro
Sobre o aspecto formal a lavagem de 
dinheiro sobre a ótica do direito penal 
brasileiro é o fato de ocultar ou dissimular 
a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, 
direitos ou valores provenientes, de forma 
direta ou indireta, de infração penal. Até a 
promulgação da Lei nº 9.613/98, a lavagem 
de dinheiro não era considerada um delito. 
Atualmente, é tido como um dos principais 
tipos penais sob a ótica do direito penal 
econômico. 
Segundo Fabio o crime de lavagem de 
dinheiro não é um delito comum e ele só 
acontece motivado por outras razões. Fabio 
pontua as diferenças entre o aspecto formal 
e o material de um crime, onde o primeiro 
diz respeito ao que a lei determina sobre o 
delito, e o segundo é visto sobre dois eixos 
operatórios, relativos ao desvalor de ação 
e desvalor de resultado. Nesse sentido o 
crime, no sentido material, acaba sendo 
considerado o resultado onde alguém 
produza algo que gere danos a coletividade. 
Aqui, também incorrem as questões ligadas 
a consumação e a tentativa e ao dolo e a 
culpa, que acabam sendo punidas de formas 
distintas de acordo com sua dimensão e 
grandeza.
18:03
19:43 Hoje, a lavagem de capitais é, sem 
dúvida nenhuma, o tipo penal 
mais relevante no âmbito do 
direito penal econômico.
CURIOSIDADE
É considerado a principal figura do 
iluminismo penal e da Escola Clássica do 
Direito Penal. O Aristocrata italiano é autor 
de ‘Dos Delitos e das Penas’, de 1764. 
Cesare Beccaria
25:18
28:00
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 2
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Em relação a presença de 
programas e diretrizes de 
compliance no contexto do 
ambiente organizacional atual, 
podemos considerar como uma 
afirmativa falsa qual das alternativas 
abaixo relacionadas?
13
AULA 1 • PARTE 3
O fenômeno da dispersão
A dispersão é um fenômeno que busca 
não apenas olhar para o cerne do crime 
e, sim, para os fatos e momentos que lhe 
antecedem e sucedem. Aqui, passa-se a 
considerar tudo o que precede um crime, 
na ideia de que ao criar uma punição para 
esses atos também seja instituída uma forma 
de prevenir com que o crime, em si, ocorra. 
Ao mesmo tempo que, todos os fatos que 
sucedem determinados crimes também são 
passíveis de punição e é justamente nesse 
caso que se encaixa a lavagem de dinheiro. 
Conforme já mencionado, o professor 
Fabio demonstra como a Lei da Lavagem 
de Dinheiro surge como uma forma 
de combater, de maneira preventiva, 
crimes graves, destacando o tráfico de 
entorpecentes, uma vez que um de seus 
principais resultados, ou atos posteriores a 
sua execução é a lavagem de dinheiro. Com o 
passar do tempo, após a promulgação da Lei 
nº 9.613/98, a lavagem de dinheiro passou a 
ser mais comum associada, também, a outros 
crimes e até mesmo de fatos que, sequer 
crimes são, como a contravenção, porém, 
mantendo a natureza da ideia de combatê-
los de forma preventiva.
00:25
01:23 O interesse do direito penal, nos 
últimos anos, tem mudado o 
seu foco. Não mais para o crime, 
em si, mas, para o momento 
que antecede o crime e para o 
momento que sucede ao crime.
03:58 O crime é resultado de um 
caminhar, de um processo.
07:53 A lavagem de dinheiro surge, 
não enquanto fato em si, mas, 
enquanto fato útil para combater 
o crime.
10:28
“Follow the money”: Bordão 
da língua inglesa utilizado para 
descrever que um esquema de 
corrupção pode ser revelado quando 
se examinam dados e operações 
bancárias realizadas entre e pelos 
agentes envolvidos no caso. A 
expressão ganhou popularidade 
a partir do famoso caso de 
‘Watergate’, na década de 1970, nos 
Estados Unidos.
PALAVRAS-CHAVE
13:55A lavagem de capitais surge 
como instrumento de reforço a 
um combate a crimes graves.
14
A dispersão na prática
Para ilustrar como o protagonismo da 
lavagem de dinheiro ganhou uma proporção 
substancial, o professor Fabio traz como 
exemplo a questão do jogo do bicho. 
Considerado pela Lei Brasileira como uma 
contravenção penal, por não representar 
um potencial ofensivo tão representativo. 
Essa prática, ainda que não seja um crime, 
pressupõe que fatos que a antecedem, como 
a organização criminosa e que a sucedem 
como a lavagem de dinheiro estejam 
diretamente ligadas a sua realização. 
O direito penal com base no fenômeno da 
dispersão, criminaliza e cria penas muito 
mais duras paras as atividades que fazem 
parte da contravenção como um todo, no 
sentido de combatê-la preventivamente e 
também puni-la em toda a sua preparação, 
execução e desdobramentos. Em última 
análise, o que antes era apenas tido como 
uma contravenção penal, que era punível 
com penas relativamente brandas, passa a 
ser vista a partir de um todo, onde crimes 
e multas são envolvidos em sua execução, 
quando abordadas os fatos que a precedem 
e a sucedem, gerando penas e multas muito 
mais severas. Nesse sentido, a lavagem de 
dinheiro ganha um protagonismo expressivo 
sendo, inclusive, capaz de alterar a natureza 
punitiva de atos ilícitos.
 17:45
22:03A lavagem de dinheiro passa a 
desenterrar ilícitos penais que nunca 
tiveram grande importância.
Fenômeno e fato típico
A lavagem de dinheiro pode ser vista sob 
duas óticas distintas: como um fenômeno, 
onde ela compreende diversas abordagens 
que extrapolam exclusivamente a questão 
criminológica e jurídica. Sob esse viés que a 
interpretaenquanto fenômeno, a lavagem de 
dinheiro pode ser considerada um processo e 
não uma ação. Nele, valores de origem ilícita 
são reintroduzidos no mercado, como se 
correspondessem a ganhos lícitos. 
Esse processo é composto de três fases 
particulares: a ocultação, a dissimulação e 
a integração. Quando vista enquanto fato 
típico, ou seja, como o processo é traduzido 
pela lei, ele se mostra tão complexo quando 
visto pela abordagem do fenômeno. Fabio 
destaca como a tipicidade do crime de 
lavagem de dinheiro é de difícil descrição 
dentro de sua classificação. Ou seja, como 
ele pode ser cometido de diversas maneiras 
e envolve múltiplas ações, torna-se uma 
tarefa extremamente difícil tipificá-lo. 
O que acaba acontecendo, para que não se 
incorra em lacunas de impunidade, por parte 
dos legisladores é criar uma tipificação mais 
abrangente. Por um lado, essa abordagem 
tem a ideia de inibir, em sua maior amplitude, 
a execução do crime. Toda essa amplitude 
pode resultar de modo significativo na 
responsabilização dos envolvidos diretos e 
indiretos no caso.
22:42
CURIOSIDADE
Professor catedrático de Direito Penal, 
Processo Penal e Ciência Criminal da 
Faculdade de Direito da Universidade 
de Coimbra. É fundador e diretor da 
Revista Portuguesa de Ciência Criminal e 
foi nomeado Sócio Emérito do Instituto 
Brasileiro de Ciências Criminais, em 2001. 
Jorge de Figueiredo Dias 
27:38
15
Ocultação e dissimulação
O primeiro passo do processo da lavagem 
de dinheiro é a ocultação. Dentro desse 
contexto, ela acontece quando se mantem 
um valor por meio de interposta pessoa. 
Ou seja, quando se usam mecanismos para 
esconder valores por meio de terceiros. 
Assim, o professor apresenta algumas 
hipóteses desses mecanismos como: 
depósitos em contas de terceiros, conversão 
em moeda estrangeira, compra de imóveis 
em nome de ‘laranjas’ e também pela 
prática do ‘Smurfing’, conhecida no Brasil 
como ‘Estruturação, a fragmentação de 
valores e sua movimentação em pequenas 
quantias. Todas essas ações já podem ser 
caracterizadas como lavagem de dinheiro, 
sem a necessidade de englobar as outras 
fases do processo. 
A título de curiosidade, o professor ilustra 
como é possível ocultar valores por meio 
da aquisição de obras de arte ou garrafas 
de vinho e como esses atos passam, em 
grande medida, desapercebidos em muitas 
situações. Por sua vez, a dissimulação 
envolve outros mecanismos que corroboram 
para acobertar aquilo que está sendo 
ocultado. Entre eles, podemos citar contratos 
fraudulentos, a emissão de notas fiscais frias, 
realização de empréstimos simulados, entre 
outras. A lógica da dissimulação é justificar 
de maneira mentirosa atos que são utilizados 
para permitir a ocultação de valores e bens 
ilícitos.
31:58
35:07 Cada um daqueles momentos, 
ocultação, dissimulação e 
integração é tido por suficiente 
para caracterizar a lavagem de 
capitais.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Quem é responsável por determinar 
Considerando a Lei n.º 9.613/1998 
é crime ocultar ou dissimular a 
natureza, origem, localização, 
disposição, movimentação ou 
propriedade de bens, direitos ou 
valores provenientes, direta ou 
indiretamente, de:
16
AULA 1 • PARTE 4
Usufruto, dolo e culpa
Todo o crime que envolve capitais tem 
como pretensão usufruir dele. O professor 
Fabio questiona se o usufruto de valores 
provenientes de crime de lavagem de 
dinheiro é, de fato, crime. Para tanto, ele 
traz versões distintas sobre essa questão 
ilustrando como o usufruto pode ser 
descaracterizado, especialmente quando se 
trata do crime de lavagem de dinheiro. 
Essa questão, assim como as da ocultação 
e da dissimulação estão diretamente 
ligadas a dimensão subjetiva do crime, 
isto é, a intenção de cometê-lo. Fabio 
pontua as distinções entre dolo e culpa e 
destaca a importância de conhecer ambos, 
especialmente, no que tange o desfecho e 
responsabilização de agentes envolvidos em 
crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. 
A lavagem de dinheiro é um crime doloso 
e o dolo pode ser categorizado sob duas 
espécies : 
1) Dolo direto - acontece quando o agente 
prevê o resultado e dirige sua conduta para 
realizá-lo; 
2) Dolo eventual - acontece quando o agente 
prevê o resultado, não o busca, porém 
assume seu risco.
 00:25
02:18Usufruir e o não usufruir não são, 
portanto, realidades que tenham um 
limite límpido claro.
05:00Não admite-se, no direito penal 
brasileiro, nenhuma outra forma de 
responsabilidade criminal que não 
seja por meio do dolo ou por meio 
da culpa.
Cegueira deliberada
A teoria da cegueira deliberada tem se 
tornado mais presente no direito nacional, 
como uma tendência trazida com base 
no sistema da ‘Common Law’. Segundo o 
professor Fabio, ela tem sido reivindicada de 
forma mais recorrente nos tribunais nacionais 
para justificar a responsabilidade de agentes 
envolvidos em crimes de corrupção e 
lavagem de dinheiro, em especial. 
Em muitas oportunidades essa teoria vem 
sendo utilizada com a equiparação do 
instituto do dolo eventual. Fabio traz o 
exemplo do sistema penal norte-americano 
para ilustrar como ele interpreta as 
dimensões objetivas e subjetivas do crime. 
Em última análise, a ideia da teoria da 
cegueira deliberada pretende fazer com que 
agentes envolvidos em crimes de lavagem de 
capital sejam responsabilizados mesmo que 
ignorem o conhecimento da origem ilegal 
dos atos e vantagens obtidos por meio deles. 
O professor acredita que a teoria da cegueira 
deliberada no Direito Brasileiro é um recurso 
inadequado e prejudicial do que válido, uma 
vez que já existe o instituto do dolo eventual. 
Por fim, o professor destaca particularidades 
da Lei 9.613/98.
 11:25
11:41
“Common Law”: Anglicismo 
utilizado nas ciências jurídicas para 
definir um sistema de Direito onde 
a aplicação de normas e regrãs não 
estão escritas, mas, sim, sancionadas 
pela jurisprudência. Sendo assim, as 
questões são resolvidas tomando-
se como base sentenças judiciais 
anteriores.
PALAVRAS-CHAVE
17
16:36Ao me negar a conhecer, quando 
tudo fala em um determinado 
sentido, faz com que eu possa 
ser responsabilizado como se 
conhecimento tivesse.
20:42 Naquilo que a teoria da cegueira 
deliberada pode ser aplicada, no 
Brasil, eu não preciso dela, porque 
eu tenho o dolo eventual.
Fato típico antecedente
Como já mencionado anteriormente pelo 
professor Fabio, o crime de lavagem de 
capitais é parasitário, pois ela pressupõe 
uma infração penal que o anteceda. Nesse 
sentido, alguns problemas podem surgir 
quando se trata da autonomia do julgamento 
de um crime que envolve lavagem de 
dinheiro. 
O primeiro deles é conseguir provar que o 
fruto do crime é, de fato, oriundo de atos 
ilícitos ou infrações penais. Podem surgir 
situações que geram uma discrepância entre 
uma eventual condenação pelo crime de 
lavagem e aquele que o antecede, de acordo 
com a complexidade que cada caso possa 
desenvolver e a materialidade deste crime 
precedente. 
Ou seja, por mais que um agente possa 
ser condenado pelo crime de lavagem de 
dinheiro, todo o processo pode ser anulado 
caso não se possa provar o crime da infração 
penal antecedente. Outro problema é o da 
sobreposição típica, que acontece quando a 
infração penal antecedente se aproxima ao 
crime de lavagem a ponto de configurar dois 
crimes em um mesmo ato.
 26:18
27:11 Se eu só posso ter lavagem, se a 
lavagem for de valores oriundos 
de uma infração penal, eu preciso 
provar que houve uma infração 
penal ao produzir esses valores.
30:00
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Um agente lavador efetua vários 
depósitos fracionados em uma única 
ou várias contas bancárias, cujo 
beneficiário é o mesmo recebedor, 
resultando em um somatório 
expressivo em dinheiro. Esse ato é 
conhecido como?
18
AULA 2 • PARTE 1
02:12A direção da empresa passa a 
estar na guarda de uma fonte 
de perigo,que é a sua atividade 
empresarial.
05:44 Ao longo da sua história, a 
lavagem vai se colocando em 
um processo de cada vez maior 
autonomia.
O fenômeno da corrupção
A corrupção não é um fenômeno atual 
ou que seja fruto exclusivo de relações 
empresariais e políticas. Esse fenômeno 
acompanha o ser humano ao longo de sua 
existência e tem sido, inclusive, responsável 
por diversas construções e realizações 
que nos permeiam ou foram bases de 
muitas concepções e maneiras de agir que 
reproduzimos até os dias atuais.
Fabio traz como referência obras de arte e 
da literatura portuguesa, dos séculos XV e 
XVII que representam como a corrupção já 
era uma instituição instaurada e atuante em 
diversos âmbitos, níveis sociais e independe 
de grau de instrução daqueles que a 
realizam. Por se tratar de um fenômeno 
de natureza humana ele se torna difícil 
de ser totalmente erradicado, uma vez 
que, independe de leis e ou normas que 
lhe possam ser atribuídas com propósitos 
preventivos ou corretivos de sua ação. 
Ainda assim, a vigilância sobre esse tema e a 
relevância que ele desperta nas sociedades 
na busca de transparência, relações mais 
honestas e claras permanece e será cada vez 
mais explorada ao longo de nossa evolução 
histórica.
 07:11
07:58 A corrupção é algo que quase 
acompanha nosso modo de 
estar no mundo, lançando raízes 
muito profundas.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Em relação as sanções que a Lei 
12.846/2013 prevê para condenados 
por atos lesivos ao patrimônio e 
administração pública é correto 
afirmar:
19
A Lei Anticorrupção
O mais recente movimento na legislação 
brasileira, em relação ao combate a 
corrupção é a edição e promulgação da 
Lei Nº 12.846/2013. Ela surge dentro de um 
contexto que carece de medidas que sejam 
capazes de garantir a presença da ética 
dentro das relações comerciais e negociais, 
trazendo consigo um caráter preventivo, na 
adoção de boas práticas e no combate à 
fraudes e atos de corrupção. 
O principal foco da Lei Anticorrupção é a 
responsabilização objetiva administrativa 
e civil de pessoas jurídicas pela prática 
de atos que lesem a administração 
pública em seu interesse ou benefício. 
Essa responsabilização não exime 
as responsabilidades individuais de 
pessoas físicas envolvidas em atos ilícitos 
compreendidos pela Lei. São considerados 
atos lesivos na Lei Nº 12.846/2013 aqueles 
que estimulem ocultar ou dissimular, 
financiar, fraudar ou corromper os princípios 
da administração pública e seu patrimônio.
 12:40
14:04A Lei Anticorrupção é, antes de 
qualquer coisa, uma legislação 
que está preocupada com a 
responsabilização da pessoa 
jurídica.
17:31Podemos sintetizar as hipóteses 
de atos lesivos ao patrimônio 
contemplados na Lei Anticorrupção, 
nas ideias de corrupção, 
financiamento, ocultação ou 
dissimulação e fraudes.
A Lei Anticorrupção II
Fabio destaca duas particularidades da 
Lei nº 12.846/2013 que chamam a atenção. 
A primeira, diz respeito a publicação 
extraordinária da decisão condenatória das 
entidades envolvidas em práticas ilícitas 
que incorrem na Lei. Ou seja, além das 
multas previstas para os condenados por 
atos de corrupção a Lei determina que 
seja publicada, no sentido de evidenciar, 
por meio de veículos de comunicação de 
grande circulação, a sentença que indica as 
razões dessa condenação, como uma forma 
de tentar reprimir novos atos semelhantes, 
a partir da exposição pública da empresa 
condenada, buscando com que outras 
passem a cumprir a lei para que não sofram 
tal sanção. 
Por outro lado, a lei também destaca que, na 
aplicação de eventuais sanções, a existência 
de mecanismos e procedimentos internos de 
integridade, auditoria e incentivo à denúncias 
é um fator que será levado em consideração 
em uma eventual condenação. Ou seja, a 
própria Lei estimula a presença de práticas 
e programas que estimulem o compliance e 
a transparência nas relações entre pessoas 
jurídicas e a administração pública.
 17:52
19:02 Não basta punir economicamente. 
Eu tenho que tocar a imagem. Eu 
tenho que quebrar a imagem. Eu 
tenho que desgastar a imagem.
19:42
“Schadenfreude”: Termo utilizado 
na língua alemã que combina as 
palvras “Schaden” — representando 
dano, tristeza, prejuízo — e “Freud”, 
sinônimo de alegria, prazer. Seu 
significado diz respeito à alegria que 
uma pessoa pode sentir diante da 
tristeza ou desgraça alheia.
PALAVRAS-CHAVE
24:11 A Lei Anticorrupção tem um 
caráter preventivo.
20
AULA 2 • PARTE 2
Corrupção e o Código Penal
No âmbito penal, a corrupção é vista 
fundamentalmente sob dois principais tipos, 
sendo eles: 
1) Corrupção ativa - quando uma agente 
oferece ou promete vantagem indevida a 
funcionário público e; 
2) Corrupção passiva - quando um agente 
solicita ou recebe para si ou para terceiros, 
de maneira direta ou indireta vantagem 
indevida ou promessa da mesma. 
O professor Fabio traz um caso onde é 
realizado o pagamento de US$1 milhão, na 
conta de um terceiro, para que se mantenha 
um contrato entre um ente público e uma 
empresa particular. Para ilustrar como esse 
ato pode ser abordado sob diferentes óticas, 
no que tange a visão do direito penal e 
questiona se ele, de fato, configura crime 
de corrupção ativa por parte do diretor 
da empresa ou de concussão, frente as 
exigências do agente público. 
Partindo do pressuposto que houve o crime 
de corrupção ativa e não o de concussão, 
uma questão se destaca: é possível que 
o empresário possa ser condenado por 
dois crimes? No caso, corrupção ativa e 
lavagem de dinheiro? Fabio determina três 
teses distintas na resolução da questão. A 
primeira determina que existe um crime de 
lavagem de dinheiro concomitante com o de 
corrupção, uma vez que se tenta ocultar o 
dissimular os valores envolvidos na operação 
por meio da transferência para conta de 
terceiros.
 00:25
03:49
“Offshore”: Anglicismo atribuído às 
empresas e contas bancárias abertas 
em territórios onde a tributação é 
menor, em comparação ao país de 
origem, da empresa ou do detentor 
das contas. Podem ser utilizados 
para propósitos ilícitos na tentativa 
de ocultar valores e na realização de 
crimes ligados a atos de corrupção.
PALAVRAS-CHAVE
Corrupção e o Código Penal II
A segunda tese que o professor Fabio 
destaca em relação ao caso exposto diz 
respeito ao exaurimento da corrupção. Uma 
vez que, o pagamento dos valores no crime 
de corrupção corroboraria essa tese. Ou seja, 
quando existe o pagamento da propina, há o 
exaurimento do crime de corrupção, uma vez 
que a promessa de uma vantagem indevida 
foi cumprida. Na verdade, o pagamento 
do valor serve apenas para quantificar a 
dosimetria da pena, isto é, agravando o crime 
que já está consumado.
Para o Direito Penal Brasileiro, um agente 
não pode ser punido duas vezes pelo mesmo 
fato. Esse fenômeno chama-se “Non Bis in 
Idem”. Além disso, o professor destaca uma 
particularidade que torna o caso ainda mais 
complexo. Os valores transferidos entre o 
agente e o ente público não são oriundos de 
atividades ilegais e ele só passa a ser ilícito 
ao ser recebido pelo ente público e ao ser 
ocultado em uma conta de terceiro. 
A terceira tese, tenta resolver o caso 
se valendo do concurso de pessoas, ou 
coparticipação. Ou seja, embora o dinheiro 
da propina ser lícito e, portanto, não possa 
ser considerado fruto de lavagem de capitais, 
quando o empresário o transfere para o ente 
público, está colaborando com a execução 
do crime, não por ato próprio e sim por 
concorrer no ato de terceiro.
 11:22
12:08 O exaurimento é um conceito, no 
direito penal, que não coincide 
com o conceito de consumação.
21
14:22A lavagem, na verdade, é um 
momento posterior ao crime 
que produz a riqueza.
CURIOSIDADE
Professor de direito penal na Universidade 
de Alicante, é especialista em direito penal 
econômico, lavagem de capitais, corrupção, 
compliance e responsabilidade penal de 
pessoas jurídicas.Isidoro Blanco Cordero
18:30
Análise do risco criminal
Para que uma organização possa mitigar ou 
até mesmo eximir riscos criminais em suas 
atividades é fundamental que se realize 
uma análise dos mesmos. O professor 
Fabio destaca a necessidade de gestores e 
administradores realizarem essa análise sob a 
perspectiva de duas ordens distintas. 
Os riscos de primeira ordem devem 
considerar não apenas aquilo que é um 
crime, mas, também aquilo que ele pode 
vir a ser. Isto é, considerando o exemplo do 
caso anteriormente apresentado, podemos 
perceber que ele pode ser interpretado 
de diferentes maneiras. Sendo assim, é 
fundamental que se realize essa análise de 
risco criminal. Ela pode evitar não apenas 
o constrangimento e o desgaste de uma 
possível investigação sobre a natureza 
das operações de uma empresa, assim 
como, uma série de prejuízos que podem 
se traduzir em questões como a perda de 
capital, enfraquecimento da marca e até 
mesmo na perenidade dos negócios. 
Em uma outra análise é preciso considerar 
os riscos de segunda ordem, que envolvem, 
de fato, a responsabilização penal por atos 
ilícitos realizados pela organização, que 
podem resultar em multas, sanções e até 
mesmo condenações dos envolvidos nos 
crimes cometidos. 
20:19
23:04 Estar sendo investigado, estar 
sendo processado coloca riscos 
importantes à imagem da 
empresa.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Conforme o disposto no art. 317: 
“Solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar 
promessa de tal vantagem”. O tipo 
penal descrito anteriormente refere-
se ao crime de:
22
Responsabilidade penal
Quando tratamos de responsabilidade penal 
em âmbito empresarial dois são os principais 
dispositivos que devemos considerar. 
O primeiro é o concurso de pessoas, ele 
determina que todos os agentes que 
contribuem para a prática de um crime, 
também são passíveis de responder por ele. 
O segundo é a responsabilidade penal por 
omissão. Atualmente, essa é a principal 
categoria a ser considerada, em termos de 
responsabilidade empresarial no que tange a 
responsabilização criminal. 
Para expressar sua relevância, o professor 
Fabio pontua o conceito de omissão como a 
não realização de um dever ao qual se está 
obrigado. A omissão só se torna algo factual 
quando conhecemos os deveres de ação aos 
quais somos obrigados. Logo, muitos crimes 
omissivos acabam sendo cometidos porque 
as pessoas desconhecem tais deveres. 
Para pontuar a diferença entre a ação e a 
omissão, Fabio traz a causalidade e o ponto 
de gravidade da censura jurídico-penal como 
critérios aptos.
 24:52 
27:26Os crimes omissivos, hoje, no 
âmbito da responsabilidade 
empresarial são, sem dúvida 
nenhuma, a grande categoria 
de responsabilização criminal.
31:47Só é possível enxergar a 
omissão quando eu conheço 
os deveres de ação.
37:22Os crimes por ação 
correspondem a violação de 
uma norma proibitiva.
23
AULA 2 • PARTE 3
Crimes omissivos
O direito penal considera como crimes 
omissivos duas espécies básicas no que 
trata a responsabilidade criminal, são elas: o 
crime omissivos próprio e o crime omissivo 
impróprio. 
O primeiro se constitui em não fazer o que 
a lei determina, ou seja, o agente se abstém 
de agir, não necessitando de qualquer 
resultado. No segundo, a omissão consiste 
em não agir para evitar um resultado possível 
concreto, somando o dever jurídico ao 
dever de evitar tal resultado, na posição de 
garantidor. Atualmente, são dois os critérios 
utilizados mais frequentemente para pontuar 
as diferenças entre essas duas espécies, o 
resultado e o tipo penal, sendo o segundo o 
mais concreto. 
Quando vistos sob a ótica do tipo penal, 
os crimes omissivos próprios são aqueles 
em que a Lei Penal Brasileira descreve o 
comportamento na forma diretamente 
omissiva. Já, quando tratamos de crimes 
omissivos impróprios temos crimes previstos 
em sua forma ativa, construído a partir da 
combinação de dispositivos e seu resultado. 
Quando visto sob a ótica do resultado ele se 
torna relevante não em termos naturalísticos, 
ou seja, de modificação do mundo exterior, 
mas, na lógica de um resultado que revela 
dignidade das figuras típicas.
00:25
01:29 O critério do resultado pretende 
distinguir essas duas modalidades 
de responsabilidade criminal a 
partir da existência, ou não, de um 
resultado material.
05:07 Nos crimes omissivos impróprios 
nós não teríamos um tipo penal 
diretamente na forma omissiva.
10:04 O critério do tipo é, sem dúvida, 
o critério que melhor aloca 
os problemas que tocam a 
responsabilidade penal omissiva.
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13:51A violação de dever é algo 
importante dentro do direito 
e dentro do direito penal. Mas, 
ela não é, por si só, apta a 
constituir um fato criminoso.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Os crimes que resultam do não fazer 
o que a lei manda, sem dependência 
de qualquer resultado naturalístico, 
são chamados de:
24
O dever de garantia
Os crimes omissivos impróprios são 
aqueles que tocam a responsabilidade 
penal de agentes quando pensamos em 
crimes que podem ser realizados em um 
ambiente organizacional. Logo, é possível 
que um agente possa ser responsabilizado 
por lavagem de capitais ou corrupção na 
forma omissiva, desde que seja uma pessoa 
especialmente obrigada, um garante. Ou 
seja, quando ela devia e podia agir para 
evitar o resultado. 
Nesse sentido, precisamos entender que 
existem duas esferas. A primeira onde existe 
o dever de impedir o resultado e a segunda 
onde existe o dever de informá-lo aos 
órgãos estatais e autoridades competentes. 
É preciso que se considere, também, que 
exite uma equiparação material entre o 
agir e o omitir, logo, cada ato terá uma 
responsabilização distinta em termos de sua 
realização, ainda que elas sejam equiparadas 
em seu resultado.
 18:57 
20:28O dever de garantia é um 
dever que se conforma para o 
impedimento de um determinado 
resultado.
22:46A responsabilidade no âmbito 
dos crimes comissivos por 
omissão pressupõe uma 
equiparação material com o 
ato praticado na forma ativa.
O dever de garantia II
Originalmente, as fontes dos deveres de 
garantia tem origem em parâmetros formais 
e estavam diretamente relacionadas a lei, 
contrato e a ingerência. Ou seja, era garante 
apenas quando a Lei dizia claramente que 
havia um dever de agir. Com a evolução 
do direito penal e da teoria dos crimes 
omissivos, essa leitura passou a ter um 
contorno insuficiente e equivocada. 
Sendo assim, no direito moderno, ela passa 
a ser feita baseada em parâmetros materiais, 
criando-se a teoria das funções. As funções 
são divididas em dois grupos: 
1) Deveres de proteção - engloba a proteção 
feita por pessoas a determinados bens 
jurídicos e outras pessoas em relação a 
quaisquer fontes de perigo, criando-se um 
vínculo entre o garantidor e o garantido. O 
professor Fabio traz uma série de exemplos 
para ilustrar a relação entre o garantidor e o 
garantido, demonstrando como ela é muito 
presente e constante em nossas rotinas. Ela 
precisa ser observada com cuidado, pois 
toca em temas sensíveis e relevantes de 
nossas vidas cotidianas.
27:36
30:49 São as funções que determinam a 
constituição de um dever.
34:56 O dever de proteção não 
atendido torna essa pessoa 
autor do fato, como se fosse ela 
a produzir aquele fato.
41:53 É possível transferir os deveres 
de garantia sempre que nós 
temos situações de fragilidade, 
tipo suficiência, necessidade de 
cuidados e uma assunção que é 
associada a isto.
25
AULA 2 • PARTE 4
Âmbito de domínio
2) Os deveres de vigilância são aqueles 
que estão mais diretamente ligados ao 
tema da responsabilização empresarial em 
relação ao direito penal no que tange as 
questões envolvendo corrupção e lavagem 
de capitais. Esses deverescompreendem o 
dever de garantia que surge em razão de 
uma vinculação não com o bem jurídico ou 
alguém que está na posição de garantido, 
mas sim, com a vigilância de determinadas 
fontes de perigo. 
Uma vez que a atividade empresarial está 
sendo convertida em fontes de perigo, existe 
uma clara demanda para mecanismos que 
sejam capazes de vigiar, controlar e prevenir 
tais riscos. Um desses fatores de risco diz 
respeito ao âmbito de domínio. Isso quer 
dizer que, os dirigentes de uma organização 
e seus respectivos subordinados são 
garantidores originários das fontes de perigo 
que seu negócio inclui em suas operações. 
Ou seja, tanto as posições de direção, 
como as de gerência são respectivamente 
responsáveis pela segurança de todos os 
funcionários envolvidos na cadeia funcional 
da empresa.
 01:17
02:20A atividade empresarial está, 
hoje, sendo convertida em fontes 
de perigo.
04:13Ao empresário importa, pelo 
domínio da fonte de perigo, 
garantir a segurança dos seus 
funcionários.
Comportamento de terceiro
A responsabilidade por comportamento 
de terceiro também é uma fonte de risco 
expressiva. Ainda assim, ela é uma exceção 
quando pensamos no sentido de que a 
responsabilidade criminal parte de atos 
próprios. Ou seja, em grande medida, a 
responsabilidade por comportamento 
de terceiro acaba sendo sancionada 
penalmente, quando esse terceiro não age de 
forma plenamente responsável. 
Dentro dos ambientes organizacionais, a 
novidade dessa questão é quando existe 
a responsabilização por comportamento 
de terceiro mesmo quando ele tem 
plenas capacidades de discernimento e 
responsabilidade. Tem sido cada vez mais 
recorrente a responsabilização de diretores e 
administradores das empresas quando seus 
subordinados praticam crimes que envolvem 
o âmbito da organização.
05:20
09:04 A novidade parece haver 
quando esse dever de garantia 
por ato de terceiro se afirma, 
mesmo quando o terceiro tem 
plena responsabilidade.
12:02 O administrador seria, sim, 
responsável pelos atos praticados 
por terceiros no que toca a crimes 
relacionados à empresa.
26
Ingerência
O dever de garantia na figura da ingerência 
está fundamentado na prévia situação de 
perigo. Ou seja, quando um agente cria uma 
situação de perigo ele se torna garantidor 
por ingerência. A grande dúvida que 
concerne essa questão é se os atos prévios, 
que geram a situação de perigo, devem ser 
ilícitos, ou se qualquer ato, mesmo que lícito 
já seria o suficiente para configurar esse 
garante. 
Segundo as convicções do professor Fabio 
seria necessário que houvesse ilicitude 
no comportamento prévio para que a 
responsabilização penal por ingerência 
aconteça. O professor destaca o problema 
da conduta prévia e da responsabilidade 
penal pelo produto, trazendo exemplos 
de empresas que foram condenadas e 
responsabilizadas por atos que colocaram 
seus clientes em risco e poderiam ser 
evitados por ações tomadas por parte da 
empresa na contenção e mitigação de danos 
causados por seus produtos.
 14:22
18:33Para que nós possamos falar 
de ingerência, eu tenho que ter 
no comportamento prévio uma 
violação à lei.
26:00
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Responsabilidade omissiva
Segundo o professor Fabio só há 
responsabilidade penal por omissão se 
além do dever, o agente que omite, tiver a 
capacidade ou a possibilidade de agir para 
impedir no resultado de uma ação. Ou seja, 
para que um agente seja condenado por 
omissão ele precisa também ser capaz de 
conseguir evitar tal ato e ainda assim não 
fazê-lo. 
Logo, uma pessoa que não sabe 
nadar, jamais poderia ser considerada 
omissivamente por não salvar alguém que 
está se afogando, uma vez, que ela colocaria 
sua própria vida em risco para fazê-lo. 
Segundo Fabio a questão da possibilidade 
está ligada com os meios que vão permitir 
que esse agente seja capaz de realizar tal 
ação, no sentido de impedir o ato criminoso 
e, quando não existem esses meios, o agente 
também não pode responder de maneira 
omissiva ao resultado desse crime.
25:59
26:40Não basta ter o dever. Eu tenho 
que ter o dever, a capacidade 
e a possibilidade de agir para 
impedir o resultado.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
No direito penal entende-se como 
ingerência: 
27
AULA 2 • PARTE 5
Garantes e responsabilização
Para ilustrar a responsabilização e explicitar 
o papel dos garantes, o professor Fabio traz 
um caso. Nele, o gerente de uma sociedade 
limitada oferece e paga um agente público, 
vantagem indevida para receber uma licença 
ambiental de exploração de minérios. 
A sociedade é composta por três sócios: um 
responsável pelo setor financeiro, um pelo 
comercial e outro diretamente responsável 
por supervisionar o gerente em questão. A 
questão proposta é se todos os sócios, sejam 
eles, administradores ou de capital poderão 
responder pelo ato de corrupção praticado 
pelo gerente? 
O sócio administrador responsável pelo 
setor do gerente é garante originário do 
gerente e de seus atos, sedo assim, ele pode 
responder pelos atos de corrupção. Os 
sócios administradores dos setores financeiro 
e comercial, em regra, tem o poder de 
impugnar o ato do outro administrador e 
seus subordinados, mas não de impedi-lo. 
A departamentalização da empresa impede 
que eles tenham a possibilidade de impedir 
o ato criminoso. Ainda assim, o Código Civil 
prevê que em situações de urgência, os 
administradores estão investidos do poder 
de impedir tais atos, com plena autonomia e, 
assim, devem fazê-lo. Logo, eles também são 
garantes. 
Já, os sócios de capital não podem ser 
considerados garantes, uma vez que eles 
não tem o mesmo poder para intervir 
diretamente na administração da empresa, 
portanto, em tese, estariam fora da posição 
de garantes.
00:25
CURIOSIDADE
Professora da Escola de Direito da Fundação 
Getúlio Vargas (SP), com Pós-doutorado 
na Ludwig-Maximilians-Universität de 
Munique e na Universidade de Augsburg 
é especialista em direito penal econômico 
e europeu, consultora e parecerista em 
prevenção de lavagem de capitais e 
rastreamento de ativos.
Heloisa Estellita
02:01
05:24 Estando investidos do poder 
de impedir, tendo enquanto 
administrador o dever de agir, 
eles estariam aqui, sim, na 
condição de garantes.
A lavagem é um crime 
permanente. E, sendo um 
crime permanente, a tomada 
de conhecimento e o nada 
fazer, faz com que eu responda, 
efetivamente, pelo crime.
08:57
28
Resultado e imputação
Crimes omissivos impróprios são tidos como 
crime de resultado. Nesses casos, a norma 
penal determina uma ação que seja capaz 
de impedir o resultado típico. Sendo assim, 
existe aqui, um vínculo de dependência entre 
a omissão e o resultado. 
Para que haja a responsabilidade desse 
agente, a partir da lógica apresentada, é 
preciso que ele tenha o dever, a capacidade 
de agir, e que tenha ocorrido o resultado. 
Quando consideramos a responsabilidade 
pela atuação de terceiro é preciso pontuar 
que, caso o administrador, pensando no 
exemplo anterior, tivesse agido naquilo 
que lhe compete, o crime poderia ter sido 
evitado. 
Fabio traz o exemplo da atuação de 
‘compliance officers’ dentro de uma 
organização e como se dá essa relação 
em duas situações: quando o ‘compliance 
officer’ comunica um eventual risco e 
o administrador se omite em evitá-lo e 
quando o ‘compliance officer’ omite a 
comunicação não dando oportunidade para 
o administrador agir. Sob isso, questiona-se a 
condição de garante do ‘compliance officer’ 
em relação a ambas situações e também 
no que consideramos como risco normal 
das atividades e o risco de cometimento de 
crimes.
 09:27 
10:35A lei penal estabelece uma 
relação de vinculação, de 
dependência entre a omissão e 
o resultado.
13:45O ‘compliance officer’ é uma 
categoria ainda obscura, com 
contornos ainda bastante 
carentes de delimitação.
18:19Só gera responsabilidade os 
riscos que suplantam ao risco 
normal de uma determinada 
atividade.
Responsabilidade penal IIConsiderando a responsabilidade penal 
de um empresário em razão de um crime 
ocorrido dentro de sua empresa é preciso 
que consideremos, também, sua ilicitude 
e culpabilidade, além da ação em si e da 
tipicidade do crime. 
Quando estamos analisando riscos de 
segundo grau que, de fato, envolvem 
a condenação, a culpabilidade vai ser 
responsável por determinar a censura 
jurídico-penal pela prática de um fato típico 
e ilícito de um agente. 
Já, ao consideramos a ilicitude temos que 
ter em mente que, só pode responder 
criminalmente, alguém que tem a potencial 
consciência da ilicitude desse ato. 
19:35
Só pode responder 
criminalmente alguém que 
tinha, ao menos, a potencial 
consciência da ilicitude.
23:58
29
A lavagem como “super crime”
Quando tratamos da responsabilidade por 
crime de terceiros, no que tange a lavagem 
de capitais, precisamos entender se esse 
ato ilícito é um crime permanente ou 
instantâneo. 
Se pensarmos na lavagem como um crime 
permanente, em caso de sucessão de leis 
penais se aplica ao fato a lei em vigor no 
momento da cessação da permanência. 
É possível que um agente seja preso em 
flagrante em qualquer momento, ao longo de 
sua execução e a prescrição penal começa a 
ser contada a partir da data da cessação da 
permanência. 
Quando pensamos na lavagem de capitais 
como crime instantâneo, ele se aplica a lei do 
tempo do crime, sendo a prisão em flagrante 
apenas possível nas hipóteses do Artigo 302 
do Código Penal de Processo e a prescrição 
penal conta-se do dia em que o crime se 
consumou. 
Considerando essa natureza diversa, o 
professor Fabio faz uma crítica em relação a 
forma como o crime de lavagem de capitais 
pode ser entendido como o que ele chama 
de ‘super crime’, pois é capaz de escapar 
da prescrição, mudar a gravidade do crime 
antecedente e poder produzir o flagrante a 
qualquer momento.
 26:17
27:50
CURIOSIDADE
Seriado infantil criado por Sid e Marty 
Krofft, Allan Foshko e David Gerrold, foi 
exibido pela Rede Globo na década de 1970 
e pelo SBT, nas décadas de 1980 e 1990. 
A produção original da rede de televisão 
norte-americana NBC teve quarenta e três 
episódios divididos em três temporadas.
“O Elo Perdido”
28:57
CURIOSIDADE
Autor e professor Livre Docente do 
Departamento de Direito Penal, Criminologia 
e Medicina Forense da Faculdade de Direito 
da USP. É diretor de Direito Penal Econômico 
do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e 
foi membro efetivo do Conselho Nacional de 
Política Criminal e Penitenciária.
Pierpaolo Cruz Bottini
30
AULA 3 • PARTE 1
01:51
“Bullet Points”: Anglicismo 
utilizado pra descrever o marcador 
tipográfico, conhecido no Brasil 
como tópico ou ainda, lista 
numerada. Um recurso de escrita 
muito utilizado em apresentações 
que utilizam slides, na ideia de tornar 
o texto visualmente amigável e mais 
organizado.
PALAVRAS-CHAVE
Conceituação
Muito além de ser apenas uma forma de 
estar conforme com as leis, o conceito de 
‘compliance’ pode ser definido como um 
estado dinâmico de conformidade a uma 
orientação normativa com relevância jurídica 
estabelecida por contrato ou lei. 
A principal característica desse estado 
dinâmico é o compromisso com a criação 
de sistemas que envolvem políticas, 
procedimentos e controles internos que 
demonstram o interesse das organizações 
em se manter em conformidade com ele, 
por meio de ações preventivas. Ou seja, por 
meio de mecanismos e processos internos 
que pessoas jurídicas podem tomar com a 
intenção de prevenir crimes que envolvam 
desvios, fraudes, irregularidades e atos 
ilícitos praticados contra a administração 
pública nacional ou estrangeira. 
O compliance criminal tem como um de seus 
objetivos mitigar a ocorrência de crimes 
que envolvem as empresas para que eles 
não precisem ser resolvidos sob a ótica do 
direito penal tradicional, que trabalha com a 
materialização em resultados ilícitos típicos.
02:22
CURIOSIDADE
Professor adjunto de Direito Penal 
Empresarial, Compliance e Filosofia na 
PUCRS, Saavedra também é presidente do 
Instituto ARC, da ABRARC e do Comitê 
Especial de Prevenção de Corrupção da 
OAB-RS, além de ser membro da Comissão 
Especial de Compliance do Conselho Federal 
da OAB.
Giovanni Saavedra
02:48
06:52Olhar para os riscos criminais, 
dominar os riscos criminais, 
na atividade da organização e, 
nos antecipar, portanto, no que 
for possível para prevenir esses 
riscos.
31
CURIOSIDADE
Professor Catedrático de Direito Penal 
da Universidade de Barcelona é o único 
ministro estrangeiro do Supremo Tribunal 
da Espanha. O argentino é tido como um 
dos maiores penalistas da história, sendo 
responsável por diversas publicações do 
tema. Foi Procurador do Tesouro Argentino 
entre 1973 e 1974.
Enrique Bacigalupo Zapater
08:35
Gestão de compliance
Em Abril de 2021 foi publicada a ABNT 
NBR ISO 37.301 que especifica os requisitos 
e fornece diretrizes para estabelecer, 
desenvolver, implementar, avaliar, 
manter, e melhorar um sistema de gestão 
de compliance eficaz dentro de uma 
organização. 
O professor Rodrigo divide em três grupos 
os pressupostos que envolvem a construção 
desse sistema de gestão de compliance. 
Como base, ele considera o entendimento 
da organização e seu posicionamento. Isso 
envolve entender a natureza de diversos 
contextos, como o legal, social, cultural, 
digital, financeiro,, estrutural, ambiental e de 
seus stakeholders. 
Como nível intermediário podemos 
entender a clareza dos princípios de 
uma organização, entre eles, temos os 
contextos da integridade, proporcionalidade, 
transparência, boa governança, 
responsabilização e sustentabilidade. Por 
fim, temos os objetivos da organização como 
foco, considerando a cultura, valores, ética a 
reputação e a conformidade dessa empresa.
10:50
13:32
“LGPD”: A Lei nº 13.709 aprovada 
em agosto de 2018 iniciou sua 
vigência em agosto de 2020. Ela 
cria um cenário de segurança 
jurídica, padronizando práticas para 
promover a proteção de dados 
pessoais de todos os cidadãos que 
estejam no Brasil, desde aqueles 
fornecidos para compras on-line, até 
os fornecidos para órgãos públicos, 
estabelecendo direitos e obrigações 
para todos os envolvidos. 
PALAVRAS-CHAVE
14:13Uma organização não existe, 
simplesmente isso, sem os 
stakeholders.
32
O ciclo PDCA
Uma das possíveis metodologias de 
gestão que podem ser utilizadas em um 
programa de compliance é o Ciclo PDCA. 
Desenvolvido por William Edwards Deming, 
que é considerado um dos maiores nomes 
em termos de controle de qualidade, a 
metodologia se divide em quatro distintas 
etapas para abordar um processo e melhorar 
seus resultados, sendo eles: 
1) Planejar - é aqui onde será determinado o 
escopo do programa, incluindo sua política, 
as obrigações e riscos a serem abordados. 
São elencados os papéis e responsabilidades 
de todos os envolvidos na busca de gerar 
um comprometimento em todos os níveis 
hierárquicos da organização; 
2) Fazer - É a parte operacional do 
programa, ou seja, onde ele se desenvolve, 
por meio de treinamentos, comunicação, 
conscientização dos envolvidos e plea 
documentação dos processos de controle 
e procedimento a fim de identificar seus 
resultados; 
3) Checar - É a fase de monitoramento 
e medição das ações realizadas na fase 
anterior. Aqui, é onde podem acontecer 
processos de auditoria interna e 
investigação, no sentido de identificar e 
mitigar eventuais preocupações; 
4) Agir - buscar soluções para todos os 
problemas identificados que não estão de 
acordo com as políticas de conformidade 
estabelecidas no escopo e melhorar seus 
processos.
 18:55
19:42O sistema de gestão de 
compliance tem que antes de 
mais determinar o escopo.
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21:03Se a direção, os dirigentes, 
os acionistas na forma do 
conselho de administração 
não derem bom exemplo, nós 
não teremos um programa de 
compliance funcionando.
Não há bom programa de 
compliance que nãopossa ser 
melhorado.
22:14
Todas as alternativas abaixo 
designam tarefas e processos para 
que o programa de compliance seja 
bem-sucedido, EXCETO:
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Patrocínio e tone from the 
top.
33
A função do compliance
Com base na ABNT NBR ISO 37.301, 
o professor Rodrigo apresenta as três 
dimensões de responsabilidade que temos 
nos sistemas de gestão de compliance. 
A primeira diz respeito a operação do 
sistema em si e, implica uma série de 
atividades e processos que envolvem desde 
a identificação, documentação, metrificação, 
análise e avaliação de desempenho e 
estabelecimento de ações corretivas para 
corrigir as questões não conformes. Ou 
seja, está ligada a forma como o processo 
é realizado no sentido de garantir sua 
operação e idoneidade. 
A segunda, trata do exercício de 
supervisão, no sentido de estabelecer as 
responsabilidades dos agentes envolvidos 
no processo, alocando os deveres em toda 
a organização, integrando as políticas, 
os processos e os procedimentos para a 
execução do programa de conformidade. 
Por fim, temos a responsabilidade por 
prover subsídios que fomentem o processo, 
incluindo pessoal treinado e demais recursos, 
sejam eles físicos ou tecnológicos para 
operacionalização o programa. 
24:20
Para ter o compliance e provar 
que se tem o compliance, nós 
temos que ter, exatamente, à 
disposição dos meios materiais 
e de pessoal necessários para 
tanto.
27:48
As obrigações específicas da 
função de compliance não 
dispensam outras pessoas das 
suas responsabilidades pelo 
compliance.
30:34
34
AULA 3 • PARTE 2
O ‘compliance officer’
Com o auxílio do trabalho de Katrin 
Kanzenbach, o professor Rodrigo destaca 
como é visto e como se dá o trabalho de um 
‘compliance officer’. Na primeira abordagem 
vamos considerar os cenários presentes 
sob a ‘common law’, conhecida no Brasil 
como direito comum, aquele baseado em 
precedentes jurídicos e não em códigos. Essa 
é uma abordagem utilizada em países como 
os Estados Unidos e o Reino Unido, neles, 
o papel do ‘compliance officer’ evoluiu de 
uma ideia de multifunção para uma posição 
independente e autônoma. 
Ainda assim, espera-se desse colaborador 
uma visão holística sobre a empresa, seu 
mercado e suas unidades de negócio, para 
que ele possa identificar e implementar os 
programas de conformidade de maneira 
eficaz em cada setor da organização. Nesse 
sentido, o programa de compliance se 
desenvolve no conselho de administração 
e no comitê de compliance, que são 
responsáveis por supervisionar e cuidar do 
programa, fazendo reportes periódicos. 
Se estendendo para a alta diretoria da 
empresa, que desempenha tarefas parciais 
de compliance, com foco nos objetivos 
estratégicos da empresa, chegando até 
a parte corporativa. Tanto a alta direção 
quanto a parte corporativa devem realizar 
reportes diretos às instâncias superiores, 
incluindo órgãos reguladores externos, no 
advento de investigações.
 00:25
04:53O compliance, muitas vezes, 
é mal visto, internamente, nas 
organizações.
05:39Sempre que há um risco 
criminal real detectado, 
absolutamente, não vale a 
pena correr esse risco.
O ‘compliance officer’ II
Em seguida, ainda com base no trabalho 
de Katrin Kanzenbach, passamos a abordar 
o papel do ‘compliance officer’, quando 
visto sob a ótica do civil law, o Direito 
Civil, baseado em códigos que formam um 
sistema jurídico, adotado por diversos países, 
incluindo a Alemanha. A autonomia e a 
independência também são características 
de um ‘compliance officer’, no contexto 
alemão, onde ele é um funcionário de alto 
nível corporativo. A ele são delegadas tarefas 
que visam a conformidade, porém, aqui, ele 
também desempenha um papel de garante. 
O ‘compliance officer’ sob a ótica da ‘Civil 
Law’ transita entre ser uma extensão dos 
órgãos regulatórios públicos e ser, de fato, 
uma cargo corporativo independente. 
Na Alemanha, esses contornos ainda 
não são bem definidos e espera-se que, 
ao longo dos anos, ele tome forma mais 
concreta. Em termos estruturais, existe 
alguma diferenciação, com a presença 
de um Conselho de Supervisão, que seria 
uma instância superior ao conselho gestor 
ou de administração. Ele tem o dever de 
supervisionar o que é desenvolvido pelo 
controle gestor em relação ao compliance 
e atuar de forma mais intensiva no advento 
de eventos adversos, como uma eventual 
investigação.
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13:33
CURIOSIDADE
Professora de Recursos Humanos e Direito 
na DGUV University (HGU), University 
of Applied Sciences. Tem experiência 
profissional em responsabilidade de gestão 
nos setores público e privado
Katrin Kanzenbach
O ‘compliance officer’ III
No Brasil, ainda que tenhamos Leis que 
mencionam programas de compliance, 
não existe um marco legislativo que 
defina sistemas de gestão de compliance 
de maneira concreta e legal. Logo, cada 
organização tem a opção de adotar 
maneiras distintas de estruturar suas 
atividades de compliance. Podendo essas 
ser desempenhadas por um profissional 
específico, um comitê formado por diversos 
profissionais ou, até mesmo, a combinação 
das duas opções. É possível até terceirizar 
esse tipo de atividade, ainda que não seja 
recomendado pela natureza do conteúdo 
envolvido e quem pode ter acesso a ele.
Rodrigo apresenta alguns princípios para 
boa governança em compliance, incluindo o 
acesso direto à órgão diretivo e alta direção, 
estabelecendo uma comunicação direta com 
a autoridade que pode agir na resolução de 
questões; os reportes devem ser sistemáticos 
sejam ao CEO ou ao comitê de auditoria ou 
similar; é preciso que haja recursos humanos, 
materiais e tecnológicos compatíveis com o 
programa de compliance a ser desenvolvido 
e, mais importante, é fundamental que a 
função de compliance seja independente e 
tenha uma voz ativa, capaz de fazer valer 
de seu trabalho e não ser silenciada por 
interesses pessoais ou institucionais.
13:42
Como se estrutura essa 
instância de compliance vai ser 
uma experiência de cada pessoa 
jurídica, de cada organização.
15:07
Compliance officer não pode 
ser parado pelo diretor. Por 
qualquer que seja o diretor.
18:47
O compliance tem que ter voz 
ativa. Falou, tem que ser ouvido.
21:40
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
De acordo com a Lei nº 12.846/2013, 
assinale a alternativa correta:
36
Decreto nº 8.420/2015
O professor Rodrigo apresenta o art. 42, 
do Decreto 8.420/2015, que regulamentava 
a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), 
como sendo, no quadro legislativo nacional, 
o que temos de mais próximo em termos de 
regulação de um programa de compliance. 
Nesse específico, atente para a revogação 
e substituição deste decreto pelo Decreto 
nº 11.129/2022, atual regulamento da Lei 
Anticorrupção. O artigo mencionado 
corresponde, hoje, ao art. 56, do Decreto 
nº 11.129/2022. Este dispositivo lista os 
principais itens capazes de avaliar um 
programa de integridade, assim como a sua 
existência e capacidade efetiva de identificar 
e denunciar atividades que venham a 
lesar a administração pública nacional ou 
estrangeira.
Nesse âmbito, o professor destaca a 
importância dos padrões de conduta, 
códigos de ética, políticas e procedimentos 
serem aplicáveis igualmente a todos os 
envolvidos nessa cadeia, desde a mais alta 
direção até aqueles agentes terceirizados 
de uma organização. Outros destaques 
estão para a necessidade de autonomia nos 
processos de compliance e como eles devem 
ser levados a sério, no sentido de serem 
documentados e feitos dentro do ambiente 
organizacional, de forma a privilegiar sua 
função. 
Por fim, o professor pontua como o porte 
e especificidade da pessoa jurídica são 
moduladores da efetividade do programa de 
compliance por elas proposto e como elas 
podem ser responsabilizadas a partir desse 
critério.
 23:02
24:28Compliance não é a partir de 
um certo escalão da empresa. 
É para todo mundo, até o mais 
alto membro da organização.
28:16“Whistleblower”: Anglicismo 
utilizado na comunidade jurídica 
internacional para descrever o 
indivíduo que, de forma espontânea, 
leva ao conhecimento de autoridades 
informações relevantes sobre um ato 
ilícito civil ou criminal.
PALAVRAS-CHAVE
30:32
“Due Diligence”: Também conhecida 
como diligência prévia, em 
português, é um procedimento de 
investigação de uma organização, 
objetivando uma forma de auditoria, 
buscando obter informações 
financeiras, jurídicas, trabalhistas, 
contábeis, fiscais, ambientais , 
entre outros critérios para avaliar 
oportunidades e riscos de um 
negócio.
PALAVRAS-CHAVE
37
Lei nº 12.846/2013
Quando temos como base a Lei 
Anticorrupção temos alguns aspectos 
importantes a serem destacados em 
termos de responsabilização não só da 
pessoa jurídica, mas, também, da pessoa 
física na prática de atos ilícitos. Um deles 
é a responsabilidade administrativa e civil 
objetiva da pessoa jurídica pelos atos lesivos 
previstos na lei. Além da pessoa jurídica, 
também podem responder, de forma 
individual, dirigentes, administradores e 
outras pessoas que tenham concorrido para 
o ilícito, de acordo com a medida de sua 
culpabilidade. 
O professor destaca as penas administrativas 
previstas na Lei como multas e, novamente, 
chama atenção para a Publicação 
Extraordinária da decisão condenatória. O 
professor critica essa forma de pena como 
sendo algo ultrapassado e terrorista. Assim, 
contribui para a destruição não só imagem 
de uma empresa, mas toda a cadeia de 
‘stakeholders’ que a envolve, incluindo a 
geração de empregos. Rodrigo também 
destaca a importância da presença, atuação 
e eficácia de programas de compliance e do 
incentivo à denúncia de irregularidades que 
são elementos atenuantes em termos de 
penas previstas na lei.
32:40
Compliance também é isso: 
compliance é para proteger a 
organização.
38:49
38
AULA 3 • PARTE 3
Compliance criminal
Para que tenhamos uma função de 
compliance criminal efetiva, os agentes 
envolvidos nesse processo precisam 
conhecer quais são os crimes que tocam a 
atividade empresarial. Porém, ao analisarmos 
a natureza transdisciplinar da atividade de 
compliance, entende-se o tamanho desse 
desafio, uma vez que esses riscos criminais 
podem ocorrer em diversos temas, dentro do 
ambiente organizacional, além da lavagem 
de capitais e da corrupção, incluindo 
questões trabalhistas, previdenciárias, 
licitatórias, ambientais, tributárias, entre 
outras. 
Quando tratamos de riscos criminais no 
ambiente organizacional, consideramos 
a matéria penal para identificar 
desconformidades que possam estar em 
curso ou ocorrer em uma empresa. Rodrigo 
faz uma contextualização do direito penal no 
sentido de demonstrar como sua expansão 
tem foco crescente na criminalidade da 
empresa e como a dispersão do direito 
penal e a privatização do controle penal 
tem efeitos substanciais sobre o compliance 
criminal e à resposta a atos ilícitos praticados 
dentro do ambiente organizacional.
 00:37
03:57
CURIOSIDADE
Jurista alemão especializado em direito 
penal, direito processual penal e filosofia do 
direito é reconhecido pela criação da Teoria 
do Direito Penal do Inimigo, que enquadra, 
fora da qualidade de pessoa, transgressores 
recorrentes, os quais ele considera um 
perigo latente para a sociedade.
Günther Jakobs
07:22Nós temos um universo de 
normas penais, sobretudo 
com impacto na atuação da 
empresa, que não estão no 
código penal.
CURIOSIDADE
Advogado, professor de direito penal e autor 
especializado em criminologia é um forte 
crítico ao sistema penal e seus objetivos 
no Estado Democrático. Foi Secretário 
Estadual de Justiça do Rio de Janeiro e Vice-
governador na gestão de Leonel Brizola, 
entre 1991 e 1994. 
Nilo Batista
07:47
11:09No plano jurisprudencial temos 
visto a absorção de coisas 
estranhas ao nosso sistema 
jurídico.
16:11No Brasil não existe 
responsabilidade penal da pessoa 
jurídica, a menos, tão somente, nos 
crimes ambientais.
39
Domínio do fato
Para que consigamos delimitar as 
responsabilidades criminais de agentes em 
fatos típicos no ambiente organizacional 
precisamos definir critérios que determinam 
as distinções entre autoria e coautoria de um 
crime. Para ilustrar tal questão, o professor 
Rodrigo traz duas teorias: o domínio do fato 
no sistema finalista, proposta por Maurach e 
o domínio do fato no sistema funcionalista, 
de Roxin. 
No sistema finalista a conduta do agente é 
o principal foco. Ou seja, o importante é a 
finalidade do agente em praticar uma ação, 
sendo esse fato objetivamente obra do autor. 
Ele precisa ter o domínio final do fato. 
Já, a teoria funcionalista delimita a autoria 
a partir da ideia de domínio da ação, ou 
seja, seria autor aquele que realiza a ação 
por seus próprios meios. Logo, aquele 
que domina a ação, a vontade ou tem 
contribuição funcional permanece sendo seu 
autor, mesmo que aja a pedido ou mando de 
outrem.
17:20
CURIOSIDADE
Um dos principais nomes do direito penal 
alemão é responsável pela criação do 
Princípio da Alteridade no Direito Penal, que 
determina que ninguém pode ser punido por 
ter feito algo a si. Claus é Doctor Honoris 
Causa em mais de vinte universidades ao 
redor do mundo.
Claus Roxin
18:39
Domínio funcional e da vontade
Quando olhamos para o domínio funcional 
temos três situações distintas: 
1) O planejamento conjunto do fato, onde 
a divisão dos trabalhos pressupõe o 
cometimento conjunto do ato; 
2) A execução conjunta do fato; 
3) A prática de uma contribuição essencial à 
etapa de execução. 
Quando olhamos para o domínio da vontade, 
temos também três situações que precisam 
ser diferenciadas: 
1) Domínio da vontade em virtude de 
coação, quando o autor coage o executor à 
realização do tipo; 
2) Domínio da vontade em virtude do erro, 
quando o autor induz o executor, sem que 
ele saiba do planejamento delitivo e; 
3) Domínio da vontade em virtude de 
aparato organizado de poder, quando 
o autor está em posição de comando e 
executa tipos por meio de terceiros que, 
supostamente, não tem gerência sobre esse 
comando. No âmbito da responsabilização 
penal de pessoa jurídica, uma empresa 
não pode ser considerada um aparato 
organizado de poder.
 25:23
27:00
R
es
p
o
st
a 
d
es
ta
 p
ág
in
a:
 a
lt
e
rn
a
ti
v
a
 4
.
Considerando a Teoria do Domínio 
do Fato, qual das assertivas abaixo é 
a correta?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
40
Não tem consciência da ilicitude 
nas circunstâncias, não tem 
culpabilidade.
29:34
Afirmação de autoria
Quando consideramos a questão da 
responsabilização penal da pessoa jurídica, o 
domínio da vontade em virtude de aparatos 
organizados é um dos principais vetores do 
debate. É preciso que fique claro que, uma 
organização constituída de forma regular, 
voltada a atividades legítimas não pode 
ser considerada um aparato organizado de 
poder, mesmo no eventual contexto de uma 
prática criminal ou ato ilícito, quando vista 
sob o olhar da teoria do domínio do fato, no 
sistema funcionalista. 
Para ilustrar a complexidade da teoria do 
domínio do fato, neste contexto, o professor 
Rodrigo traz o exemplo do caso da ação 
penal do Mensalão, onde a presunção de 
autoria por parte dos dirigentes e a inversão 
do ônus da prova surgem no acórdão, 
fundindo teorias que tratam do domínio 
do fato, causando grande confusão e atos 
inconstitucionais, gerando assim, ainda 
maior insegurança jurídica no contexto da 
responsabilização da pessoa jurídica. 
Por fim, o professor traz o Recurso 
Especial nº 1.854.893 para trazer um 
outro olhar jurisprudencial no que 
tange a responsabilização penal em 
crimes cometidos dentro do ambiente 
organizacional em se tratando de questões 
que envolvem autoria e coautoria.
34:52
Não, o domínio do fato não é 
um elemento da culpabilidade.
40:18
CURIOSIDADE
Professor Permanente do Programa de Pós-
Graduação stricto sensu em Direito (PPGD) 
e do Departamento de Ciências Penais 
da Faculdade de Direito da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 
é também coordenador do Núcleo de 
Estudos de Direito Penal e Processual Penal 
Contemporâneos, na mesma universidade.
Pablo Alflen
43:12
CURIOSIDADE
Magistrado brasileiro ingressou no Ministério 
Púbico do Distrito Federal e dos Territórios 
como promotor de justiça. Em 2013, foi 
incluído na lista tríplice para a vaga aberta 
com a aposentadoria de Cesar Asfor Rocha, 
sendo empossado no cargo em agosto do 
mesmo ano.
Rogerio Schietti Machado Cruz
49:26
41
AULA 3 • PARTE 4
Responsabilidade penal III
Quando tratamos de riscos gerados 
pela atividade empresarial é preciso 
que estejamos atentos a omissão. Nesse 
sentido, é fundamental entender se o 
‘compliance officer’ ou membros de 
um comitê de compliance podem ser 
condenados penalmente por condutas 
ilícitas praticadas dentro do ambiente 
organizacional. Em grande medida, ambos 
podem ser responsabilizados pela coautoria 
de crimes omissivos impróprios. A omissão 
é penalmente relevante quando o omitente 
devia e podia agir para evitar o resultado. 
Como os agentes envolvidos nas relações de 
compliance, sejam eles indivíduos, setores 
ou a combinação de ambos, são delegados 
a funções de controle e vigilância é preciso 
que ele tenha compreensão da violação da 
lei, assim como, quando tem o dever de agir. 
Quando ele não toma essas precauções e, 
portanto, não age para evitar essa violação, 
ele pode ser responsabilizado criminalmente 
em diversas esferas, por omissão e como 
coautor. 
Ainda assim, o ‘compliance officer’ 
ou membros de um comitê não são 
responsáveis direto e tampouco podem 
ser, exclusivamente, os únicos e diretos 
incumbidos pelos ilícitos. Mesmo que com 
a presença de programas de compliance 
aconteçam delitos que sejam comprovados, 
os agentes de compliance podem ter 
suas penas atenuadas de acordo com 
sua participação nos atos e a eficácia do 
programa. 
 00:25
03:36
CURIOSIDADE
Professor do programa de pós-graduação 
stricto sensu em Direito da Faculdade 
Autônoma de Direito (FADISP) e professor 
titular de Direito Penal da Universidade 
Estadual de Maringá. Pós-doutorado 
em Direito Penal pelas Universidades de 
Zaragoza, na Espanha e Robert Schuman 
de Strasbourg, na França. Atua também 
como parecerista jurídico em matéria penal e 
processual penal.
Luiz Regis Prado
04:59
CURIOSIDADE
Jurista e autor alemão é professor de direito 
penal, processo penal, criminologia e filosofia 
jurídica na Universidade de Frankfurt e na 
Universidade Goethe, em Frankfurt.
Cornelius Prittwitz 
Se o programa de compliance 
foi implementado de maneira 
diligente e eficaz, somente 
responderá pelo delito, o 
terceiro que praticou o crime.
10:37
42
Responsabilidade penal IV
Por fim, o professor Rodrigo traz três 
cenários para exemplificar como a 
responsabilização pode ser gradual de 
acordo com os devidos envolvidos em ilícitos 
mesmo quando se tem um sistema de gestão 
de compliance em atividade, na empresa. 
Na primeira hipótese temos a direção da 
organização coordenando o sistema de 
gestão de compliance e com a ocorrência 
do ilícito, pode haver a responsabilização 
de ‘compliance officer’ ou do comitê de 
compliance, mas não poderá se estender 
para a direção, uma vez que, o ilícito não é 
realizado por ela. 
Na segunda hipótese temos a direção 
coordenando o sistema de gestão de 
compliance, e com a ocorrência do ilícito, 
que escapa ao filtro de compliance, tanto 
a direção quanto a gestão de compliance 
podem ser responsabilizados criminalmente, 
de acordo com os resultados da 
investigação. 
Na terceira hipótese, temos a implantação 
do programa de compliance como uma 
garantia, tanto para a direção quanto para os 
operadores de compliance. Logo, por mais 
que possam existir ilícitos a implantação 
de um programa de compliance robusto e 
sério será um fator relevante em termos da 
graduação das penas e também facilitará a 
identificação dos devidos responsáveis sob o 
ato praticado. 
14:14
Programa de compliance 
infalível é um conceito 
inexistente. Isso é impossível.
17:06
43
AULA 3 • PARTE 5
Atuação contábil e lavagem
Os profissionais que atuam com 
questões contábeis, como contadores, 
administradores e economistas também 
estão sujeitos, de alguma maneira, a 
possíveis investigações, processo e 
condenação criminal por lavagem de ativos, 
por iniciativa própria ou em concurso com 
seus clientes. 
A persecução penal pode ser um problema 
que ameaça a perenidade dos negócios 
de um profissional liberal, uma vez que sua 
reputação pode ser negativada quando 
exposta sob todo o curso e os desfechos de 
uma investigação. Os serviços prestados por 
esses profissionais em termos de assessoria, 
consultoria, auditoria, aconselhamento 
e assistência em operações estão todos 
sujeitos a investigação por lavagem de 
ativos. Sendo assim, é fundamental que 
os profissionais sempre estabeleçam 
procedimentos de documentação precisa 
de seu trabalho para cada cliente e que, em 
eventuais situações suspeitas, realizem seus 
deveres de comunicação para os órgãos 
encarregados de fiscalização. 
Ainda, de acordo com as regulamentações 
do Conselho Federal de Contabilidade, 
os profissionais contábeis devem realizar 
análises de riscos de cada cliente, conservar 
cadastros e registros de todos os serviços 
prestados por, no mínimo cinco anos sob 
pena de infrações disciplinares por sua não 
realização.
 01:45
04:46São múltiplas as áreas, na 
atuação contábil, sensíveis à 
lavagem de ativos.
09:16Eu, contador, devo fazer um 
relatório de inteligência financeira. 
Mas eu virei um agente do COAF, 
agora?
10:41
CURIOSIDADE
O Conselho Federal de Contabilidade 
foi criado por legislação específica, o 
Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 
1946. Entre suas finalidades ele tem por 
orientar, normatizar e fiscalizar o exercício 
da profissão contábil por intermédio dos 
Conselhos Regionais de Contabilidade.
CFC
44
A realidade contábil
Frente a todas as regulamentações e 
parâmetros impostos pelas Leis Antilavagem 
e pelo Conselho Federal de Contabilidade, 
ainda são muito baixos os reportes que 
comunicam operações suspeitas quando 
considerada a abrangência e a grande 
quantidade de operações realizadas. 
Segundo Rodrigo, isso pode evidenciar 
o desconhecimento da norma e de seu 
conteúdo ou, também, uma resistência em 
sua aplicação, considerando as questões 
que envolvem sigilo entre o profissional e 
o cliente nas relações estabelecidas entre 
eles, em hipótese. O professor acredita que 
o contador é o profissional que tem maiores 
riscos de ser submetido à investigações e 
persecução penal em relação a lavagem de 
capitais, considerando a natureza de suas 
atribuições. 
Rodrigo destaca o caráter policialesco que 
as atividades conferidas a esses profissionais 
vem estabelecendo mais recentemente 
e, como apesar de que elas possam 
estremecer a relação de confiança e sigilo, 
também podem ser fundamentais para 
que o profissional contábil não seja alvo 
de investigações ou considerado coautor 
na realização de práticas ilícitas relativas a 
lavagem de ativos. Por fim, o professor cita 
como pode haver abuso de autoridade por 
parte do Estado ou de órgãos normativos 
quando o profissional contábil é investigado 
ou condenado de maneira injusta.
12:11
Quem quer que assessore, aqui 
está, agora, transmutado em 
agente de polícia.
14:29
Se o contador faz o que lhe 
cabia deve, precisa ficar fora 
dessa investigação.
17:43
A advocacia e a lavagem
Tanto na atuação consultiva quanto na 
contenciosa, o advogado está exposto a 
riscos de compliance criminal, incluindo 
autoria ou coautoria em lavagem de ativos. 
Os principais riscos para um advogado 
em termos de compliance criminal surgem 
quando ele presta assessoria para um cliente 
e pode estar fornecendo informações que 
ajudem o mesmo a executar ilícitos, assim 
como, esse cliente pode estar pagando tais, 
ou outros serviços a esse profissional com 
honorários advindos de crimes ligados à 
lavagem.Em seguida, o professor percorre alguns dos 
possíveis fundamentos que irão determinar a 
não responsabilização penal do advogado ou 
outros profissionais envolvidos em eventuais 
investigações. Mais uma vez, o professor 
Rodrigo destaca como por meio das práticas 
de compliance, um profissional liberal, 
assim como o contábil, que foi exposto 
anteriormente, existe uma questão ética 
que envolve uma batalha entre a questão 
do sigilo que esses profissionais carregam 
em suas atividades e como ela pode ser 
quebrada com a prática de procedimentos 
de compliance.
 20:15
45
27:37
CURIOSIDADE
Jurista e filósofo do direito alemão é 
reconhecido pelo desenvolvimento da teoria 
finalista da ação que, em direito penal, 
estuda o crime como atividade humana. Essa 
teoria foi adotada pela reforma da Parte 
Geral do Código Penal Brasileiro de 1984.
Hans Welzel
O advogado que recebe os 
honorários e trabalha como 
manda o código de ética 
profissional não cria, nem 
aumenta o risco de ocorrer um 
crime de lavagem.
31:17
4646
D’AVILA, Fabio Roberto. Ofensividade e crimes omissivos próprios.
D’AVILA, Fabio Roberto & GIULIANIO, Emília Merlini. O problema da 
autonomia na lavagem de dinheiro. Breves notas sobre os limites materiais 
do ilícito-típico à luz da legislação brasileira.
Revista de estudos criminais 79.
ROTSCH, Thomas. Criminal Compliance.
SAAVEDRA, Giovani A. Reflexões iniciais sobre o controle penal dos 
deveres de compliance.
ARTIGO CIENTÍFICO
Artigos
Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos 
e vídeos sugeridos pelo professor PUCRS. 
https://www.researchgate.net/publication/362156955_Ofensividade_e_crimes_omissivos_proprios_Contributo_a_compreensao_do_crime_como_ofensa_ao_bem_juridico
http://www.cpjm.uerj.br/wp-content/uploads/2020/05/Fabio-Davila-O-problema-da-autonomia-da-lavagem-de-dinheiro.pdf
http://www.cpjm.uerj.br/wp-content/uploads/2020/05/Fabio-Davila-O-problema-da-autonomia-da-lavagem-de-dinheiro.pdf
http://www.cpjm.uerj.br/wp-content/uploads/2020/05/Fabio-Davila-O-problema-da-autonomia-da-lavagem-de-dinheiro.pdf
https://www.itecrs.org/edicoes/numero-anterior:79
https://indret.com/criminal-compliance/
https://ibccrim.org.br/noticias/exibir/5355/
https://ibccrim.org.br/noticias/exibir/5355/
47
Resumo da disciplina
Veja nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina. 
AULA 1
AULA 2
AULA 3
A atuação dos profissionais contábeis e 
de advocacia em relação a lavagem de 
capital e crimes de corrupção.
O fenômeno da corrupção e como 
ele é visto pelo Código Penal e pela 
Lei Anticorrupção. 
O papel do ‘compliance officer’ e 
como ele se posiciona em relação a 
crimes de corrupção e lavagem de 
dinheiro. 
O compliance criminal e os 
conceitos de domínio do fato, 
domínio funcional e da vontade e 
afirmação de autoria.
O compliance e as relações que ele 
estabelece com o direito penal.
Definindo o compliance e apresentando 
sua atuação no contexto global e 
nacional.
O fenômeno da dispersão, do fato 
típico, fato típico antecedente e da 
cegueira deliberada.
A análise do risco criminal, o que são 
crimes omissivo, dever de garantia.
Os conceitos de âmbito de domínio, 
comportamento de terceiro, 
ingerência e responsabilidade 
omissiva.
48
Avaliação
Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização 
é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. 
Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online. 
A nota mínima para aprovação é 6. 
Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto 
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso. 
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. 
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.
 Controladoria, Compliance e Auditoria
 Pós-Graduação em
	Conheça seus professores
	Conheça os professores da disciplina.​
	Ementa da Disciplina
	Veja a descrição da ementa da disciplina. ​
	Bibliografia básica
	Veja as referências principais de leitura da disciplina.​
	O que compõe o Mapa da Aula?
	Confira como funciona o mapa da aula.
	Mapa da Aula
	Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. 
	Artigos
	Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos e vídeos sugeridos pelo professor PUCRS. 
	Resumo da disciplina
	Relembre os principais conceitos da disciplina.​
	Avaliação
	Veja as informações sobre o teste da disciplina.​
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	Botão 117: 
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	Botão 121: 
	Botão 122: 
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	Botão 127: 
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	Botão 129: 
	Botão 131: 
	Botão 132: 
	Botão 133: 
	Botão 134: 
	Botão 136: 
	Botão 137: 
	Botão 138: 
	Botão 139: 
	Botão 141: 
	Botão 142: 
	Botão 143: 
	Botão 144: 
	Botão 146: 
	Botão 147: 
	Botão 148: 
	Botão 149: 
	Botão 151: 
	Botão 152: 
	Botão 153: 
	Botão 154: 
	Botão 156: 
	Botão 157: 
	Botão 158: 
	Botão 159: 
	Botão 161: 
	Botão 162: 
	Botão 163: 
	Botão 164: 
	Botão 166: 
	Botão 167: 
	Botão 168: 
	Botão 169:

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