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CLÉIA CÂNDIDO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA DE DIREITO AMBIENTAL 
CRIMES AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE CUIABÁ 
FACULDADE DE DIREITO 
CUIABÁ - MT 
2014 
 
CLÉIA CANDIDO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA DE DIREITO AMBIENTAL 
CRIMES AMBIENTAIS 
 
 
 
 
Monografia de Direito Ambiental, Apresentado à 
Faculdade de Direito da UNIC como requisito 
parcial para obtenção do grau de Bacharel em 
Direito à Universidade de Cuiabá - UNIC. Sob as 
orientações da Professora Ms Marli 
 
 
 
 
 
CUIABÁ – MT 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por 
ter me separado de maneira diferenciada. 
Por ter me dado uma família maravilhosa, 
oportunidade e saúde para realização de 
um sonho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão 
sobre mim”. 
(Salmos 139:5) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao marido Fabio 
Oliveira aos meus filhos Victor e Vinicius e 
a minha Mãe e a minha irmã Claudia 
Oliveira que tanto me ajudou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nem pode o meio ambiente ser um bem 
autônomo, sem qualquer finalidade para o 
homem, nem tampouco considerada algo a 
ser destinado pura e simplesmente à 
satisfação dos desejos dos seres humanos”. 
 
 (Gilberto e Vladimir Passos de Freitas) 
 
 
ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ABNT – Associação Brasileira de normas típicas 
Ac. - Acordão 
AC – Apelação Cível 
ACP – Ação Civil publica 
ACrim – Apelação Criminal 
ADIn - Ação Direta de Inconstitucionalidade 
AgI – Agravo de Instrumento 
AgRg – Agravo Regimental 
AIIPA – Auto de Infração de Penalidade Ambiental 
ANA - Agencia Nacional de Aguas 
Ap. – Apelação 
APA (s) Area de Preservação Ambiental 
APPs – Area sde Preservação Permanente 
Art. – Artigo 
CAO-UMA – Centro de Apoio Operacional de Urbanismo e Meio Ambiente 
CETAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres 
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 
CNUCED - Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento ou Rio-92 ou Eco-92 
CITES – Convenção sobre o Comercio Internacional das Espécies de Fauna e da 
Flora Selvagens em Perigo e extinção 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CRAM – Centro de Recuperação de Animais Marinhos 
DAIA – Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental de Licenciamento 
Ambiental 
 
DEPAVE – Departamento de Parques e Aguas Verdes 
DEPRN – Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais 
GAEMA – Grupo de Atuação Especial na Defesa do Meio Ambiente 
GALA – Grupo de Apoio 
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal 
JEC - Juizado Especial Criminal 
LA – Lei Ambiental (Lei n. 9605, de 12-2-1998) 
MMA - Ministério do Meio Ambiente 
NURFS - Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre 
NURFS-CETAS/UFPEL - Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre e Centro de 
Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Pelotas 
 1º BABM - 1ª Batalhão Ambiental da Brigada Militar da 3º Companhia 
 SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente 
SEMAM - Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República 
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente 
SINIMA - Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente 
SUDHEVEA - Superintendência da Borracha 
SUDEPE - Superintendência da Pesca 
UNB - Universidades de Brasília 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 
 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES AMBIENTAIS 
 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................... 14 
CONCEITO DE CRIME AMBIENTAL ....................................................................... 15 
 
 
 
CAPITULO II 
DA LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 
 
LEI 9.605/1998...........................................................................................................16 
 
 
CAPITULO III 
CRIMES AMBIENTAIS EM ESPECIE 
 
 
 
CRIMES AMBIENTAIS CONTRA A FAUNA.............................................................18 
 
CRIMES AMBIENTAIS CONTRA A FLORA.............................................................23 
 
DESTRUIÇÃO DE FLRESTA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE.......................24 
 
CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E PATRIMONIO CULTURAL...27 
 
CRIMES CONTRA A DMINISTRAÇÃO AMBIENTAL..............................................27 
 
 
 
CAPITULO VI 
DA APLICAÇÃO DA PENA 
 
PENAS APLICADAS A PESSOA JURIDICA............................................................31 
 
5- PENAS APLICADAS A PESSOA FISICA.............................................................36 
 
5.1-PENAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE............................................................36 
 
5.3 – PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO ...............................................................37 
 
5.4 – MINISTÉRIO PÚBLICO E MEIO AMBIENTE ..................................................39 
 
 
 
CAPITULO V 
 
EPISODIOS 
 
O VAZAMENTO DE PETRÓLEO NO GOLFO DO MÉXICO (2010).........................44 
ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL (1986).....................................................45 
ACIDENTE COM CÉSIO 137 EM GOIÂNIA (1987)..................................................47 
 
 
CONCLUSÃO............................................................................................................51 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................................56
 11 
INTRODUÇÃO 
 
É sabido que grande problema mundial, da atualidade, diz 
respeito aos crimes praticados contra o meio ambiente, que se tornam cada dia 
mais frequentes, e mais danosos e impactantes ao meio ambiente como um 
todo, e, consequentemente, a toda coletividade, que é a titular do bem 
ambiental, afirma Copola 
 “No Brasil, esse panorama ensejou a 
edição da Lei federal nº 9.605, de 12 de 
fevereiro de 1.998, o chamado Código 
Penal Ambiental, que sistematizou as leis 
extravagantes que existiam, sem, contudo, 
no que seria a melhor técnica, revogá-las 
expressamente, para apenas revogar 
disposições em contrário. Tal diploma, 
apesar de em alguns pontos se revelarem 
omisso, revela grande relevância para o 
direito ambiental brasileiro, na medida em 
que prevê diversas hipóteses criminosas, 
com aplicação de penas restritivas de 
direito, ou de prestação de serviços à 
comunidade, ou de multa, dependendo do 
potencial ofensivo do crime praticado.”1 
 
O objetivo primordial do presente trabalho científico consiste em 
mostrar as controvérsias referentes à responsabilidade penal da pessoa 
jurídica nos crimes ambientais, na forma em que a mesma foi inserida na 
legislação pátria. 
O interesse por este tema partiu dos princípios que orientam o 
Direito Penal Ambiental, fazendo ligação com os princípios da Lei nº 9.605/98, 
de maneira a Identificar as infrações onde a pessoa jurídica é responsabilizada, 
mostrando os mecanismos utilizados para a reparação. Comparados os pontos 
relevantes da questão da preservação ambiental, demonstrando a atual da 
responsabilidade penal no direito pátrio, através da análise comparativa, 
favoráveis e desfavoráveis à responsabilização penal das pessoas jurídicas, 
bem como demonstrado os principais dispositivos da Lei n°.9.605/98, 
 
1 COPOLA. 2005. 
 12 
referentes ao tema e também os benefícios trazidos pela prevenção ambiental 
e os malefícios ocasionados pelo desinteresse e descuido da sociedade em 
geral. 
A constituição Federal de 1988, no seu artigo 225, trouxe umgrande avanço ao estabelecer, que “Todos tem direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. As declarações do Estocolmo, bem de uso comum 
do povo e essencial a qualidade de vida, importando se ao poder publico e a 
coletividade o dever de defendê-lo e apresenta-lo para os presentes e futuras 
gerações”.2 
No seu paragrafo 3° a Constituição federal afirma “As condutas e 
atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão aos infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados”3. 
Por sua vez o artigo 5° inciso LXXIII, elevou à proteção ambiental 
a categoria de direito fundamental de todo cidadão. Demonstrando assim a 
intenção para responsabilização dos danos ambientais. Para alcançar esses 
objetivos a sociedade precisa de dotados de força cogente erga homines. 
O direito ambiental é o entendimento de que não são só 
mensuráveis os termos econômicos, mas que inclui outros aspectos 
imprescindíveis e basilares da condição humana: a saúde física e emocional, 
os valores culturais, estéticos e recreativos, em fim a qualidade de vida. 
O nosso maior objetivo está em reorientar o sentido do 
desenvolvimento, garantindo o crescimento econômico. Porem, o principal 
instrumento que o Estado põe a disposição do cidadão é a Lei. Uma vez 
procurando demostrar os fundamentos e princípios justificadores das sanções 
penais impostas pela lei, objetivando dessa forma estabelecer harmonia do 
ambiente social com a proteção de um meio ambiente sustentável. 
Para tanto, a abordagem metodológica utilizada teve como tipo de 
pesquisa a bibliográfica, documental, e doutrinária com base na descrição do 
 
2 Constituição da República Federativa do Brasil. Artigo 225. 
3 Idem. 
 13 
tema, historicamente e tendo em vista o Direito comparado, pretende-se 
realizar uma abordagem legal para demostrar a problemática da imputabilidade 
da pessoa jurídica no polo ativo da prática de crimes ambientais e reflexos 
sociais de sua conduta. A pretensão analisada são as eventuais causas e 
consequências do ilícito penal cometido, à luz da abordagem jurídica, tornando 
possível o estudo das controvérsias acerca da responsabilidade penal e a 
aplicação da Lei nº 9.605/98. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
CAPÍTULO I 
CRIMES AMBIENTAIS: CONCIDERAÇÕES GERAIS 
 
 
A Lei 9.605/98 de 12/12/98 enviado pelo poder Executivo Federal, 
do secretario do meio ambiente. Inicialmente o projeto tinha o objetivo de 
sistematizar as penalidades administrativas e unificar os valores das multas. 
Após o amplo debate do congresso nacional, optou- se pelas tentativas de 
consolidar a legislação relativa ao meio ambiente no que diz respeito à matéria, 
Machado assim explica: 
 “A Lei trata, especialmente, de crimes 
contra o meio ambiente. Dispõe também 
sobre o processo penal e cooperação 
internacional para a preservação do meio 
ambiente. A Lei tem também como 
inovações marcantes a não utilização do 
encarceramento como norma geral para as 
pessoas físicas criminosas, e 
responsabilização das pessoas jurídicas e 
a valoração da intervenção da 
administração publica, através de 
autorizações, licenças e permissões.”4 
 
 
Nasceu de projeto proposta pelo governo e aprovada em regime 
de urgência pelo poder legislativo. Trata se de Lei de natureza Hibrida em que 
se misturam conteúdos dispares - penal administrativo e internacional em que 
aos avanços não foram propriamente significativos5. Diante de tal assertiva, 
indaga-se: será que esse quadro realmente mudou com essa Lei? 
Sem duvida, a referida lei, lapidada por juristas de renome, 
assemelha – se no seu formato, ao Estatuto da criança e do adolescente, e ao 
código de defesa do consumidor, que são Leis de terceira geração, visando 
promover a qualidade de vida e a dignidade humana, num Pais cheios de 
contrastes e marginalização social. Ter Leis boas é ótimo, é um bom passo e 
um excelente começo. Mas não basta parar por aí, a norma é apenas um 
 
4 MACHADO, 2013, p.823. 
5 PRADO, 2001, p.31 
 15 
pontapé inicial. Para sua efetividade é necessários à adoção de outras medidas 
destinadas a institucionalizar os órgãos responsáveis pela preservação 
ambiental. 
Para promoção desse desenvolvimento é a proteção do meio 
ambiente é preciso eficácia dos políticos não resumida apenas na teórica.
 Não podemos deixar de lado a realidade devastadora em que o 
meio ambiente se encontra. A experiência Brasileira mostra uma omissão 
enorme à administração publica na importação de sanções administrativas 
diante das agressões ambientais. Tentar-se a, contudo, um mínimo para que a 
nossa descendência possa encontrar um planeta habitável. 
Conservar a responsabilidade de pessoas física frente aos crimes 
ambientais é aceitar a inutilidade do direito penal para a melhoria e 
recuperação do meio ambiente. A Constituição em seu artigo 225 paragrafo 3° 
diz: 
“§ 3º - As condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados.”6 
 
Isso mostra mais um passo inovador que lançou assim, o alicerce 
necessário para termos uma dupla responsabilidade no âmbito penal: a 
responsabilidade da pessoa física e a responsabilidade da pessoa jurídica. 
Essa modificação foi importante, pois foi amplamente discutida entre os 
próprios constituintes, juristas como também em todo Pais. 
 
CONCEITO DE CRIME AMBIENTAL 
Para entendermos o exato significado da expressão “crime 
ambiental”, é de Suma importância que tenhamos o conceito de crime e de 
 
6 Constituição da República Federativa do Brasil. Artigo 225, parágrafo 3º. 
 16 
ambiente. O atual Código Penal brasileiro não traz o conceito de crime, sendo 
tal conceituação delegada à doutrina. 
Crime, “em acepção vulgar, significa toda ação cometida com 
dolo, ou infração contrária aos costumes, à moral e à lei, que é igualmente 
punida, ou que é reprovado pela consciência”7. 
O crime ambiental, portanto, pode ser conceituado como um fato 
típico e antijurídico que cause danos ao meio ambiente. De tal sorte, e partindo 
do pressuposto constitucional que reza não há crime sem lei anterior que o 
defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, inc. XXXIX, da CF/88), 
para uma conduta ser enquadrada como crime ambiental, deve estar 
expressamente prevista na Lei dos Crimes Ambientais. Art. 5º, inc. XXXIX, da 
CF/88: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal”8. 
Dessa forma, e exemplificativamente, o ato de exportar peles e 
couros, por mais danosa e perniciosa que possa ser ao meio ambiente, não 
constitui crime se praticada com autorização da autoridade ambiental 
competente. 
Conclui-se, portanto, que nem toda atividade que causa danos ao 
meio ambiente será, forçosamente, crime ambiental, uma vez que tal 
qualificação depende do enquadramento aos termos da legislação ambiental. 
Analisemos, portanto, a chamada Lei dos Crimes Ambientais, artigo por artigo. 
 
A LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 
 
A Lei dos Crimes Ambientais, como ficou conhecida, veio dar 
efetividade à penalização constitucional de condutas lesivas ao meio ambiente, 
de acordo com Milaré; 
 “Atendidas as recomendações inseridas na 
Carta da Terra e na Agenda 21, aprovadas 
na Conferência no Rio de Janeiro, criou-se 
 
7 DE PLÁCIDO E SILVA, 2006, p.399. 
8 Constituição da República Federativa do Brasil, Artigo 5º. 
 17 
meios efetivos para que os Estados 
formulassem leis na intenção de 
responsabilização por dano ambiental e 
para compensação às vitimas de 
poluição”9. 
 
O avanço trazido pela lei na questãoda política ambiental 
brasileira trouxe também uma nova fase: a não utilização do encarceramento 
como norma geral para as pessoas físicas criminosas, a responsabilização 
penal da pessoa jurídica, a valorização da intervenção da Administração 
Pública (através de autorizações, licenças e permissões), a sistematização da 
punição administrativa com severas sanções e por tipificar organicamente os 
crimes ecológicos, inclusive na modalidade culposa. 
Nesse contexto Sirvinskas mostra que se encontram capitulado: 
 
 “[...] crimes contra a fauna (arts. 29 a 37), 
crimes contra a flora (arts. 38 a 53), crime 
de poluição (art.54), crimes contra a 
administração ambiental (arts. 66 a 69). 
Recebem tratamento específico as 
atividades mineradoras exercidas em 
desconformidade com os requerimentos 
ambientais (art. 55); a importação, 
exportação, produção, armazenamento, 
comercialização, transporte, uso e 
descarte indevido de produtos ou 
substancias tóxicas (art.56), instalação e 
funcionamento de estabelecimentos, obras 
ou serviços potencialmente poluidores, 
sem as devidas licenças ou autorizações 
dos órgãos ambientais (art. 60) e a 
disseminação de doença ou praga ou 
espécies que possam causar dano à 
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou 
aos ecossistemas.”10 
 
 
 
 
 
9 MILARÉ, 2004, p.792. 
10 SIRVINSKAS, 2004, p.60 
 18 
 
 
 
CAPITULO II 
CRIMES AMBIENTAIS EM ESPECIE 
 
Os tipos penais em espécie estão arrolados na parte especial da 
lei 9.605/98: 
 
Dos Crimes contra a Fauna: 
Na sessão I do capitulo V da LA, o legislador reservou nove 
artigos para os crimes contra a Fauna, tipificando condutas delituosas 
praticadas contra a espécie de fauna silvestre. O que se entende por fauna 
silvestre? Art. 29 paragrafo 3° da lei 9605/98: “São todas aquelas pertencentes 
a uma espécie nativa, migratória e qualquer outra, aquática ou terrestre, que 
tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do 
território brasileiro, ou aguas jurisdicionais brasileiras”11. 
Ou seja, é um conjunto de animais próprios de um País ou região 
que vivem em determinada época e tem seu habitar natural nas matas, nas 
florestas, nos rios e mares, animais estes que ficam afastados do meio 
ambiente humano. No entanto nem todos os animais são protegidos por lei 
contra crimes ambientais. 
Os artigos 29 a 37, da Lei nº 9.605/98, procuram dar proteção 
máxima à flora brasileira enquanto bem ambiental, já que os animais não são 
sujeitos de direitos, porquanto a proteção do meio ambiente existe para 
favorecer o próprio homem e, somente por via reflexa, as demais espécies12. 
Os crimes contra a fauna estão descritos do artigo 29 até o artigo 
37 da Lei nº 9.605/98, e do artigo 11 até o 24 do Decreto 3.179/99, cuja 
 
11 Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Artigo 29, parágrafo 3º. 
12 Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Disponível no site 
http://www.portaliab.org.br/do/Conteudo/459 . Acesso em 30 de Outubro de 2013. 
 
http://www.portaliab.org.br/do/Conteudo/459
 19 
penalidade pode ser de detenção ou reclusão, além da possibilidade do 
pagamento de multa cumulativamente. As penas de detenção variam de três 
meses a três anos, e a de reclusão de um a cinco anos, as penas poderão ser 
aumentadas ou reduzidas mediante a configuração de certos elementos que 
permitam esta adequação. 
 Agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota 
migratória, como caçar, pescar, matar, perseguir, apanhar, utilizar, vender, 
expor, exportar, adquirir, impedir a procriação, maltratar, realizar experiências 
dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro meio, mesmo que para 
fins didáticos ou científicos, transportar, manter em cativeiro ou depósito, 
espécimes, ovos ou larvas sem autorização ambiental ou em desacordo com 
esta. Ou ainda a modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo 
ou criadouro natural. Da mesma forma, a introdução de espécime animal 
estrangeira no Brasil sem a devida autorização também é considerado crime 
ambiental, assim como o perecimento de espécimes devido à poluição. 
 “Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, 
utilizar espécimes da fauna silvestre, 
nativos ou em rota migratória, sem a 
devida permissão, licença ou autorização 
da autoridade competente, ou em 
desacordo com a obtida: E INCISOS: 
 
 Pena - detenção de seis meses a um 
ano, e multa. 
 § 1º Incorre nas mesmas penas: 
 I - quem impede a procriação da 
fauna, sem licença, autorização ou em 
desacordo com a obtida; 
 II - quem modifica, danifica ou destrói 
ninho, abrigo ou criadouro natural; 
 III - quem vende, expõe à venda, 
exporta ou adquire, guarda, tem em 
cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta 
ovos, larvas ou espécimes da fauna 
silvestre, nativa ou em rota migratória, bem 
como produtos e objetos dela oriundos, 
provenientes de criadouros não 
autorizados ou sem a devida permissão, 
licença ou autorização da autoridade 
competente. 
 20 
 § 2º No caso de guarda doméstica de 
espécie silvestre não considerada 
ameaçada de extinção, pode o juiz, 
considerando as circunstâncias, deixar de 
aplicar a pena. 
 § 3° São espécimes da fauna silvestre 
todos aqueles pertencentes às espécies 
nativas, migratórias e quaisquer outras, 
aquáticas ou terrestres, que tenham todo 
ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo 
dentro dos limites do território brasileiro, ou 
águas jurisdicionais brasileiras. 
 
Com relação à aplicação da pena a Lei considera: 
 
 § 4º A pena é aumentada de metade, 
se o crime é praticado: 
 I - contra espécie rara ou considerada 
ameaçada de extinção, ainda que somente 
no local da infração; 
 II - em período proibido à caça; 
 III - durante a noite; 
 IV - com abuso de licença; 
 V - em unidade de conservação; 
 VI - com emprego de métodos ou 
instrumentos capazes de provocar 
destruição em massa. 
 § 5º A pena é aumentada até o triplo, 
se o crime decorre do exercício de caça 
profissional. 
 § 6º As disposições deste artigo não 
se aplicam aos atos de pesca. 
 Art. 30. Exportar para o exterior peles 
e couros de anfíbios e répteis em bruto, 
sem a autorização da autoridade ambiental 
competente: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e 
multa. 
 Art. 31. Introduzir espécime animal no 
País, sem parecer técnico oficial favorável 
e licença expedida por autoridade 
competente: 
 Pena - detenção, de três meses a um 
ano, e multa. 
 Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-
tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, 
domésticos ou domesticados, nativos ou 
exóticos: 
 Pena - detenção, de três meses a um 
ano, e multa. 
 21 
 § 1º Incorre nas mesmas penas quem 
realiza experiência dolorosa ou cruel em 
animal vivo, ainda que para fins didáticos 
ou científicos, quando existirem recursos 
alternativos. 
 § 2º A pena é aumentada de um sexto 
a um terço, se ocorre morte do animal. 
 Art. 33. Provocar, pela emissão de 
efluentes ou carreamento de materiais, o 
perecimento de espécimes da fauna 
aquática existentes em rios, lagos, açudes, 
lagoas, baías ou águas jurisdicionais 
brasileiras: 
 Pena - detenção, de um a três anos, 
ou multa, ou ambas cumulativamente. 
 Parágrafo único. Incorre nas mesmas 
penas: 
 I - quem causa degradação em 
viveiros, açudes ou estações de 
aqüicultura de domínio público; 
 II - quem explora campos naturais de 
invertebrados aquáticos e algas, sem 
licença, permissão ou autorização da 
autoridade competente; 
 III - quem fundeia embarcações ou 
lança detritos de qualquer natureza sobre 
bancos de moluscos ou corais, 
devidamente demarcados em carta 
náutica. 
 
O Artigo 34 estabelece a pena relativa à pesca: 
 
 Art. 34. Pescar em período no qual a 
pesca seja proibidaou em lugares 
interditados por órgão competente: 
 Pena - detenção de um ano a três 
anos ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
 Parágrafo único. Incorre nas mesmas 
penas quem: 
 I - pesca espécies que devam ser 
preservadas ou espécimes com tamanhos 
inferiores aos permitidos; 
 II - pesca quantidades superiores às 
permitidas, ou mediante a utilização de 
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos 
não permitidos; 
 III - transporta, comercializa, beneficia 
ou industrializa espécimes provenientes da 
coleta, apanha e pescas proibidas. 
 22 
 Art. 35. Pescar mediante a utilização 
de: 
 I - explosivos ou substâncias que, em 
contato com a água, produzam efeito 
semelhante; 
 II - substâncias tóxicas, ou outro meio 
proibido pela autoridade competente: 
 Pena - reclusão de um ano a cinco 
anos. 
 Art. 36. Para os efeitos desta Lei, 
considera-se pesca todo ato tendente a 
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender 
ou capturar espécimes dos grupos dos 
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais 
hidróbios, suscetíveis ou não de 
aproveitamento econômicas ressalvadas 
as espécies ameaçadas de extinção, 
constantes nas listas oficiais da fauna e da 
flora. 
 
E a Lei também caracteriza o abate animal não penalizado: 
 
 Art. 37. Não é crime o abate de 
animal, quando realizado: 
 I - em estado de necessidade, para 
saciar a fome do agente ou de sua família; 
 II - para proteger lavouras, pomares e 
rebanhos da ação predatória ou 
destruidora de animais, desde que legal e 
expressamente autorizado pela autoridade 
competente; 
 III – (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que 
assim caracterizado pelo órgão 
competente. Em relação à fauna terrestre 
as principais infrações verificadas no 
Estado de Alagoas são as vendas de 
animais em feiras livres, maus trato, 
destruição do habitat natural, apanha de 
ovos em ninhos e a caça. 
Em relação à pesca a prática mais comum 
é a utilização de redes com malha inferior 
a permitida, captura de espécimes abaixo 
dos padrões estabelecidos, exercício da 
atividade de pesca sem a devida licença, 
utilização de explosivos, substâncias ou 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
 23 
apetrechos proibidos a exemplo do 
candango.”13 
 
Dos Crimes Contra a Flora: 
O legislador também descreveu inúmeras situações que poderiam 
configurar os denominados delitos contra a flora: 
 “Assim, a proteção da flora deve ser 
adaptada às necessidades da pessoa 
humana, já que é vidente a volúpia dos 
países de primeiro mundo de 
"internacionalizar" a nossa biodiversidade. 
A proteção das florestas é o fundamento 
básico para a aplicação dos crimes contra 
a flora, fato que motivou o legislador a 
adotar desde logo critérios preventivos e 
repressivos, visando a aplicação das 
sanções penais ambientais”.14 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das 
normas de proteção: 
 “Destruir ou danificar floresta de 
preservação permanente mesmo que em 
formação, ou utilizá-la em desacordo com 
as normas de proteção assim como as 
vegetações fixadoras de dunas ou 
protetoras de mangues; causar danos 
diretos ou indiretos às unidades de 
conservação; provocar incêndio em mata 
ou floresta ou fabricar, vender, transportar 
ou soltar balões que possam provocá-lo 
em qualquer área; extração, corte, 
aquisição, venda, exposição para fins 
 
13 Idem. 
14 Ibidem. Artigo 38 a 53. Disponível no site http://www.portaliab.org.br/do/Conteudo/459. 
Acesso em 01 de Novembro de 2013. 
http://www.portaliab.org.br/do/Conteudo/459
 24 
comerciais de madeira, lenha, carvão e 
outros produtos de origem vegetal sem a 
devida autorização ou em desacordo com 
esta; extrair de florestas de domínio 
público ou de preservação permanente 
pedra, areia, cal ou qualquer espécie de 
mineral; impedir ou dificultar a regeneração 
natural de qualquer forma de vegetação; 
destruir, danificar, lesar ou maltratar 
plantas de ornamentação de logradouros 
públicos ou em propriedade privada alheia; 
comercializar ou utilizar motosserras sem a 
devida autorização”15. 
A situação pode complicar ainda mais no caso de degradação: 
 “Neste caso, se a degradação da flora 
provocar mudanças climáticas ou alteração 
de corpos hídricos e erosão a pena é 
aumentada de um sexto a um terço. 
Entende-se por flora o conjunto de 
espécies vegetais localizadas em 
determinada região. A flora brasileira é 
constituída pelos seguintes espaços que 
são protegidos por lei: Áreas de 
Preservação Permanente- APP (Cód. 
Florestal, arts. 2º e 3º). Espaços Territoriais 
Especialmente Protegidos (CF, art. 225, § 
1º, III), que são as Reservas Biológicas, 
Reservas Ecológicas, Estações 
Ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais 
e Municipais, Florestas Nacionais, 
Estaduais e Municipais, Área de Proteção 
Ambiental, Áreas de Relevante Interesse 
Ecológico e Reservas Extrativistas. 
Patrimônio Nacional (CF, art. 225, § 4º), 
sendo a Floresta Amazônica, Mata 
Atlântica, Serra do Mar, Pantanal Mato-
Grossense e Zona Costeira.”16 
 
DESTRUIÇÃO DE FLORESTA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
 
Poluição e outros crimes ambientais 
 
15 Ibidem. 
16 Ibidem. 
 25 
De acordo com a Lei nº 6.938/81, em seu artigo 3º, inciso III, são considerados 
crimes com pena da reclusão as seguintes atividades: 
 "III - poluição, a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividades que 
direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades 
sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota 
(conjunto de seres vivos de um 
ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, 
os fungos e outros grupos organismos); 
d) afetem as condições estéticas ou 
sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em 
desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos.17 
Como mencionado anteriormente a poluição acima dos limites 
estabelecidos por lei é considerada crime ambiental. Mas, também o é, a 
poluição que provoque ou possa provocar danos a saúde humana, mortandade 
de animais e destruição significativa da flora. 
Também é crime a poluição que torne locais impróprios para uso 
ou ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do 
abastecimento público e a não adoção de medidas preventivas em caso de 
risco de dano ambiental grave ou irreversível. 
São considerados outros crimes ambientais a pesquisa, lavra ou 
extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida 
e a não recuperação da área explorada; a produção, processamento, 
embalagem, importação, exportação, comercialização, fornecimento, 
transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso de substâncias tóxicas, 
perigosas ou nocivas a saúde humana ou em desacordo com as leis; construir, 
reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar empreendimentos de potencial 
 
17 Lei da Política Nacional do Meio Ambiente nº 6.938/81. Artigo 3º, inciso III. 
 26 
poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se encaixa 
nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou 
espécies que posam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e 
aos ecossistemas. 
 
POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS 
LEI 9605/98 
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que 
resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a 
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão,de um a quatro anos, e multa.18 
Como mencionado anteriormente à poluição acima dos limites 
estabelecidos por lei é considerada crime ambiental. Mas, também o é, a 
poluição que provoque ou possa provocar danos a saúde humana, mortandade 
de animais e destruição significativa da flora. Também é crime a poluição que 
torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição hídrica que 
torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção de 
medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 
São considerados outros crimes ambientais a pesquisa, lavra ou 
extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida 
e a não recuperação da área explorada; a produção, processamento, 
embalagem, importação, exportação, comercialização, fornecimento, 
transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso de substâncias tóxicas, 
perigosas ou nocivas a saúde humana ou em desacordo com as leis; construir, 
reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar empreendimentos de potencial 
poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se encaixa 
nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou 
 
18 Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Disponível no site 
http://www.pm.al.gov.br/bpa/down_fauna.html. Acesso em 01 de Novembro de 2013. 
http://www.pm.al.gov.br/bpa/down_fauna.html
 27 
espécies que posam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e 
aos ecossistemas. 
 
CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O PATRIMÔNIO 
CULTURAL: 
 
 A proteção do meio ambiente cultural e artificial merece destaque, 
tendo em vista a imposição de sanções penais muito bem adequadas às 
necessidades de salvaguardar a natureza imaterial dos bens ambientais 
culturais, assim como as relações fundamentais normativas que vinculam o 
“direito à moradia com as necessidades de adquirir quantia em dinheiro a partir 
da disponibilização da força de trabalho físico-psíquica humana no capitalismo 
para as necessidades de consumo essencial e não essencial”19. 
“Destaca se as seguintes condutas delitivas, ou seja, destruir, 
inutilizar ou deteriorar: bem especialmente protegido por lei, ato administrativo 
ou decisão judicial. Arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação 
cientifica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial”20. 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL 
Os crimes contra a administração incluem afirmação falsa ou 
enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados técnico-científicos 
em processos de licenciamento ou autorização ambiental; a concessão de 
licenças ou autorizações em desacordo com as normas ambientais; deixar, 
aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de 
relevante interesse ambiental; dificultar ou obstar a ação fiscalizadora do Poder 
Público. 
“Os artigos 66 a 69, da Lei nº 9.605/98, tentam detalhar critérios 
no sentido de que o Poder Público, por meio da atuação de seus agentes, 
 
19 FIORILLO, 2012, p.793 
20 Lei de Crimes Ambientais nº 6938/81, artigo 62. 
 28 
possa realizar a importante tarefa que lhe foi destinada pela Constituição 
Federal, artigo 225, que é defender e preservar o direito ambiental para os 
presentes e futuras gerações”21. 
Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998 
 
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. 
 
Art. 66. Fazer o funcionário público 
afirmação falsa ou enganosa, omitir a 
verdade, sonegar informações ou dados 
técnico-científicos em procedimentos de 
autorização ou de licenciamento ambiental: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e 
multa. 
 
Art. 327 - Considera-se funcionário 
público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
 
§ 1º Equipara-se a funcionário público 
quem exerce cargo, emprego ou função 
em entidade paraestatal, e quem trabalha 
para empresa prestadora de serviço 
contratada ou conveniada para a execução 
de atividade típica da Administração 
Pública. (Alterado pela L-009.983-2000)22 
 
 
21 FIORILLO, 2012, p.793. 
22 Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Disponível no site 
http://www.pm.al.gov.br/bpa/down_fauna.html. Acesso em 01 de Novembro de 2013. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104091/lei-n-9-605-de-12-de-fevereiro-de-1998#art-66
http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/2000-009983/2000-009983-.htm
http://www.pm.al.gov.br/bpa/down_fauna.html
 29 
CAPITULO III 
APLICAÇÃO DA PENA 
 
No que se relaciona à aplicação das penas, o referido diploma 
legal (lei. 9.605/98) não dista em nada do Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei. 
2.848, de 07 de dezembro de 1940), prevendo penas de multa, restritivas de 
liberdade e restritivas de direito. 
Entretanto destaca-se a preferência legislativa em relação às 
penas restritivas de direito e as pecuniárias e isso se explica por dois motivos. 
Inicialmente as referidas penas aplicam-se a quaisquer pessoas, ou seja, às 
pessoas físicas e jurídicas; e, haja vista a enorme diferença entre os 
delinquentes ambientais e àqueles que têm ocupado o sistema prisional 
brasileiro. Ainda em relação a segunda situação notar-se-ia um contrassenso 
se o legislador optasse pela pena restritiva de liberdade, vez que a sociedade 
suportaria o dano causado e às custas no que se relaciona a privação de 
liberdade do delinquente. 
 
“De acordo com o artigo 8º, da Lei nº 
9.605/9823, as penas restritivas de direito 
são: 
I - prestação de serviços à comunidade; 
II - interdição temporária de direitos; 
III - suspensão parcial ou total de 
atividades; 
IV - prestação pecuniária; 
V - recolhimento domiciliar".24 
 
Destruir, inutilizar, deteriorar, alterar o aspecto ou estrutura (sem 
autorização), pichar ou grafitar bem, edificação ou local especialmente 
 
23 Ibidem 
24 FIORILLO, 2005. 
 30 
protegido por lei, ou ainda, danificar, registros, documentos, museus, 
bibliotecas e qualquer outra estrutura, edificação ou local protegidos quer por 
seu valor paisagístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico e etc.. 
Também é considerado crime a construção em solo não edificável (por 
exemplo, áreas de preservação), ou no seu entorno, sem autorização ou em 
desacordo com a autorização concedida.25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Disponível no site 
http://www.pm.al.gov.br/bpa/down_fauna.html. Acesso em 01 de Novembro de 2013. 
http://www.pm.al.gov.br/bpa/down_fauna.html
 31 
CAPITULO IV 
 
APLICAÇÃO DA PENA ; das penas aplicadas às pessoas jurídicas 
Penas da Pessoa Jurídica 
 
Após descrever as penas aplicáveis as pessoas físicas, a Lei dos 
Crimes Ambientais elucida acerca das penas cabíveis as pessoas jurídicas. 
Dispõe o art. 21: “as penas aplicáveis isoladas, cumulativa ou alternativamente 
às pessoas jurídicas, de acordo com o art. 3º são: I – multa; II – restritivas de 
direitos; III – prestação de serviços à comunidade”26. 
No que se relaciona à aplicação da pena, define o artigo 
anteriormente citado, três possibilidade. Inicialmente as penas são 
impostas: isoladas, assim sendo uma só pena a ser aplicada; alternativa, onde 
nota-se que há mais de uma pena, no entanto tão somente uma é aplicada, e; 
por fim as cumulativas, onde se verifica mais de uma pena e sendo, então, 
aplicadas ambas em cumulo. 
Em se tratando da pessoa jurídica a pena alternativa, ou seja, a 
restritiva de direito será aplicada como regra, vez que a Parte Especial do 
diploma legal em questão prevê tão somente penas privativas de liberdade, o 
que se verifica como sendo fator motivador de muitos contrários a punição 
penal da pessoa jurídica. 
Ainda neste, foi citada as modalidades de penas no que se relaciona à sua 
aplicação.Na prática, quando, porventura, se verificar uma pena alternativa, 
aplicar-se-á a restritiva de direito; quando notar-se a cumulativa, aplicar-se-á 
tão somente a restritiva de direito. 
Em face ao grau dos danos causados, os prejuízos causados e a 
extensão da degradação visualizada, entendem doutrinadores que ao lado da 
pena de multa, poderá ser aplicada outra restritiva de direito, como a prestação 
de serviços à comunidade. 
 
26 Idem. 
 32 
A Lei 9.605/98 devidamente elencou as penas restritivas de direito 
a serem aplicadas à pessoa jurídica, sendo elas, de acordo com o art. 22: “as 
penas restritivas de direito da pessoa jurídica são: I – suspensão parcial ou 
total das atividades; II – interdição temporária de estabelecimento, obra, 
atividades; III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele 
obter subsídios, subvenções ou doações”27. 
Em se tratando da su8spensão das atividades, explicada no § 1º 
do artigo supracitado, assim como se verifica no direito administrativo, constitui-
se um ato punitivo. Dada a gravidade do dano, verificar-se-á a aplicação da 
suspensão parcial ou total, no entanto nota-se que a suspensão susta tão 
somente a execução (continuação). 
Em se tratando da interdição, explica o § 2º: “a interdição será 
aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem 
a devida autorização ou em desacordo com a concedida, ou com a violação de 
disposição legal ou regulamentar”28. 
Nota-se que este acima traz de forma taxativa os casos onde 
caberá a aplicação da interdição. São sujeitas á interdição em face das 
disposições legais: 
a) obra ou atividade – aqui, trata-se de qualquer execução, inclusive se esta 
tiver natureza tão somente de reparos, como, por exemplo, reforma em galerias 
de águas pluviais. Nota-se que para a sua aplicação há a necessidade de que 
esta esteja contrariando a lei ou a regulamento; 
b) estabelecimento – nota-se aqui que há a necessidade da participação de 
uma empresa ou firma que está a desenvolver atividades que não estão de 
acordo com as disposições legais. 
No que se relaciona à interdição, verificar-se-á esta quando: 
1 – autorização: tal verifica-se por em relação ao funcionamento, bem como a 
construção de uma obra. Em ambos os casos a não existência da autorização 
torna a atividade clandestina; 
 
27 Ibidem 
28 Ididem 
 33 
2 – em desacordo: aqui, há a autorização para realização de determinada 
atividade, no entanto, tal poderá ser verificada em duas situações distintas. 
a) concedida: verifica-se quando a autorização é dada para a consecução de 
atividade diversa da que realmente se verifica ocorrendo; 
 b) violação: quando apesar de ter autorização para realização daquela 
determinada atividade, não a executa de acordo com as disposições legais. 
Por fim, a proibição de contratar com o Poder Público é aplicada 
às pessoas jurídicas de grande repercussão em suas áreas de atuação. 
Dispõe o § 3º, do art. 22 da Lei dos Crimes Ambientais que: “A 
proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções 
ou doações não poderá exceder a dez anos29”. 
No que se relaciona á pessoa física, tal restrição foi fixada de 03 
(nos casos de crimes culposos) a 05 anos (nos casos de crimes dolosos). No 
caso da pessoa jurídica, previu o legislador o prazo máximo de 10 anos. Sabe-
se que as penas que vedam subsídios e adjacências repercutem em muito nas 
empresas, haja vista sua natureza financeira. 
Do art. 23 ao art. 25, prevê a Lei dos Crimes Ambientais acerca 
da prestação de serviços, da liquidação forçada e da apreensão de produtos. 
Inicialmente da prestação de serviços à comunidade tal se 
verificará num desenvolvimento por parte da pessoa jurídica condenada de 
programas e projetos de cunho social, bem como o desenvolvimento de 
recuperação de áreas degradas. Na impossibilidade de se verificar o 
cumprimento destas, poderá se aplicada a contribuição a entidades, sendo que 
pela ordem, tais deverão ser: ambientais culturais e públicas. 
Da liquidação forçada percebe-se que esta se configura como 
sendo uma pena de morte, haja vista, ter por escopo por fim à pessoa jurídica. 
Destaca-se o fato de seu patrimônio ser revertido para a união, e, assim como 
a pena de multa, são revertidos ao Fundo Penitenciários. 
 
29 Ibidem. 
 34 
Da apreensão do produto destaca-se o fato ser esta ligada 
diretamente aos que foram utilizados na prática do crime. Tal apreensão é 
praticada pela autoridade policial o a quem faz suas vezes: 
Art. 21 
No âmbito do direito penal, conforme se 
depreende do art. 21, da Lei nº 9.605/98, 
são aplicadas às pessoas jurídicas as 
seguintes penas: a) multa; b) restritiva de 
direito; c) prestação de serviços à 
comunidade; d) liqüidação forçada, e e) 
desconsideração da pessoa jurídica. 
A pena de multa está prevista no art. 21, 
inc. I, da Lei dos Crimes Ambientais, e, 
ainda, perfeitamente autorizada pelo art. 
5º, inc. XLVI, letra c, da Constituição 
Federal. Para a aplicação da penalidade 
multa, utiliza-se a regra determinada pelo 
art. 18, da citada Lei nº 9.605/98, que é 
aplicável para pessoas físicas e jurídicas 
indistintamente. Ou seja, a mesma pena 
pecuniária é aplicada para todos, fato que 
tem ensejado muita discussão, uma vez 
que a vantagem obtida através do crime 
ambiental pelas pessoas jurídicas é 
sempre muito maior do que o obtido por 
uma pessoa física, e, dessa forma, a multa 
aplicada às primeiras deveria ser sempre 
em maior valor. 
 
Sobre as penas restritivas a Lei esclarece: 
 
Art. 22 
As penas restritivas de direitos aplicadas 
às pessoas jurídicas, previstas pelo art. 21, 
inc. II, e art. 22, ambos da Lei federal nº 
9.605/98, são as seguintes: a) suspensão 
parcial ou total de atividades, que ocorre 
quando não estão sendo obedecidas as 
disposições legais ou regulamentares 
relativas à proteção do meio ambiente; b) 
interdição temporária de estabelecimento, 
obra ou atividade, que ocorre no caso de 
funcionamento sem a devida autorização, 
ou em desacordo com a concedida, ou 
com violação de disposição legal ou 
regulamentar, e c) proibição de contratar 
com o Poder Público, bem como dele obter 
subsídios, subvenções ou doações, que 
 35 
não poderá exceder o prazo de 10 (dez) 
anos. 
 
Da pena através de prestação de serviços: 
 
Art. 23 
A pena de prestação de serviços à 
comunidade, que, conforme é cediço em 
direito penal, também é restritiva de direito, 
está prevista no art. 21, inc. III, e no art. 23, 
ambos da Lei nº 9.605/98, consiste em: a) 
custeio de programas e de projetos 
ambientais; b) execução de obras de 
recuperação de áreas degradadas; c) 
manutenção de espaços públicos, e d) 
contribuições a entidades ambientais ou 
culturais públicas. 
Tais referidas penas de prestação de 
serviços à comunidade, que constituem 
prestação social alternativa, nos termos 
ditados pela Constituição Federal, em seu 
art. 5º, inc. XLVI, letra d, a nosso ver, 
revelam-se as mais acertadas, dentre 
todas as cabíveis contra pessoas jurídicas, 
uma vez que proporcionam auxílio a 
programas ambientais, assim como 
a recuperação de áreas degradadas, entre 
outros. Isso não significa, entretanto, que 
as empresas possuem “carta branca” para 
degradar, desde que, futuramente, 
custeiem programas, executem obras de 
recuperação, mantenham espaços 
públicos, ou contribuam para entidades 
ambientais. O objetivo da lei, é óbvio, é o 
de que tais empresas não degradem, não 
poluam, não causem danos ao meio 
ambiente. 
 
Art. 24 
A liquidação forçada, conforme preceitua o 
art. 24, da Lei dos Crimes Ambientais, é 
decretada à pessoa jurídica constituída ou 
utilizada, preponderantemente, com o fim 
de permitir, facilitar ou ocultar a prática de 
crime ambiental, hipótese em que o 
patrimônio da pessoa jurídica será 
considerado instrumento do crime, e, 
dessa forma, será perdido em favor do 
Fundo Penitenciário Nacional. Tal pena, a 
nosso ver, é perfeitamenteconstitucional, 
 36 
uma vez que o art. 5º, inc. XLVI, letra b, da 
Carta, prevê como espécie de pena a 
perda de bens. Tal pena também é 
restritiva de direito, assim como as demais 
acima elencadas. 
[1] In Direito Penal - Parte Geral, 23ª ed. 
Saraiva, SP, 1.999, p. 151, com grifos 
originais. 
[2] In Revista Fórum de Direito Urbano e 
Ambiental, ed. Fórum, BH, jan./fev./03, p. 
659. 
[3] In Elementos de Direito Ambiental, ed. 
Temas e Idéias, RJ, 2.003, p. 218. 
[4] In Direito do Ambiente, 2ª ed. Revista 
dos Tribunais, SP, 2.001, p. 453.30 
 
Das penas aplicáveis às pessoas físicas. 
Ambas as penas do referido diploma legal aplica-se às pessoas 
físicas, sendo elas, as anteriormente citadas, ou seja, as restritivas de 
liberdade, de direito e multa. 
 
Penas restritivas de liberdade. 
As penas privativas de liberdade que se verificam no 
ordenamento jurídico nacional são as de detenção e as de reclusão, e prisão 
simples em se tratando de contravenção penal. 
Diferencia-se a detenção e a reclusão por um aspecto meramente 
formal, de acordo com o art. 33 do Código Penal. Dispõe este da seguinte 
redação: “a pena de reclusão de ser cumprida em regime fechado, semiaberto 
ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade 
de transferência a regime fechado”. Assim sendo, tal diferença consiste tão 
somente no regime de cumprimento de pena. 
Em se tratando da Lei dos Crimes Ambientais, como 
anteriormente citado, fez o legislador explicita preferência pela restritiva de 
direito, podendo até, em determinados casos, ser substituída pelas restritivas 
 
30 Ibidem 
 
http://www.acopesp.org.br/artigos/Dra.%20Gina%20Copola/a_lei_dos_crimes_ambientais1.htm#_ftnref1
http://www.acopesp.org.br/artigos/Dra.%20Gina%20Copola/a_lei_dos_crimes_ambientais1.htm#_ftnref2
http://www.acopesp.org.br/artigos/Dra.%20Gina%20Copola/a_lei_dos_crimes_ambientais1.htm#_ftnref3
 37 
de direito. Assim sendo, verifica-se que sua aplicabilidade se dá tão somente 
no último caso. 
 
 
Penas Restritivas de direito. 
Face ao disposto no artigo 7º da Lei 9.605/98, que dispõe da 
seguinte redação: “as penas privativas de direitos são autônomas e substituem 
as privativas de liberdade quando: I – trata-se de crime culposo ou for aplicada 
pena privativa de liberdade, inferior a quatro anos; II – a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os 
motivos e as circunstâncias do crime indicar que a substituição seja suficiente 
para efeitos de reprovação e prevenção do crime”31, verifica-se como 
anteriormente referido, que o legislador brasileiro sem dúvida fez estrita opção 
pela pena restritiva de direito. 
O fato acima descrito se deu face algumas características dos 
crimes ambientais. Inicialmente nota-se que há, indubitavelmente, uma 
diferença entre o perfil do delinquente que o comete em relação ao que comete 
um crime, como por exemplo, de homicídio, assim sendo, não é concebível a 
lei preveja a estes, a mesma cominação de pena, nem mesmo o regime de 
cumprimento. 
De acordo ainda a disposição do art. 7º, parágrafo único, da Lei 
dos Crimes Ambientais, as penas restritivas de direito terão a mesma duração 
das restritivas de liberdade. 
Sem dúvida é uma evolução do direito moderno, haja vista a 
busca incessante de se afastar as penas restritivas de liberdade em função do 
colapso que vive o sistema prisional brasileiro, e são elencadas de acordo 
dispõe o art. 8º do referido diploma legal: “I – prestação de serviços à 
comunidade; II – interdição temporária de direitos; III – suspensão parcial ou 
total de atividades; IV – prestação pecuniária; V – recolhimento domiciliar”32. 
 
31 Ibidem 
32 Ibidem 
 38 
Das penas acima citadas, é mister enfatizar que não se verifica 
uma sobreposição ou uma hierarquia entre elas, tendo o juiz discricionariedade 
na aplicação das mesmas, no entanto verifica-se ao passo da atual conjuntura 
econômica nacional, a maior aplicação da pena de prestação de serviços à 
comunidade e a pena de prestação pecuniária, sendo que historicamente a 
primeira se deriva da segunda, ao passo que era aplicada àquelas pessoas 
que não reuniam condições de solver com as pecuniárias.33 
A lei 9605/98 procurou sistematizar toda a legislação esparsa. 
Trata se de uma legislação moderna, que trouxe muitos avanços e alguns 
retrocessos, mas no geral, melhorou alguns tipos penais e criou outros, 
acrescentando a culpa como modalidade inexistente anteriormente e inserindo 
mais crimes de perigo. 
Espera se que a legislação seja bem entendida e corretamente 
aplicada, No entanto não é isso que vem acontecendo. O então presidente da 
republica, atendendo ao pedido de empresários poluidores, baixou a medida 
provisória nº 2163 de 23 de agosto de 2001, suspendendo por até 10 anos a 
aplicação dessa lei, permitindo que órgãos ambientais integrantes do 
SISNAMA firmassem termo de compromisso com pessoas físicas ou jurídicas 
responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
considerando ofensiva ou potencialmente poluidoras. 
Já na segunda edição da medida de 08 de setembro de 1998, o 
então presidente diminuiu o prazo para até 6 anos , entre outras alterações 
necessárias . Tal medida em outras palavras concedeu aos empresários o 
direito de poluir, não há duvida de que essa medida é inconstitucionais 
consoantes aos artigos 225 e 5° da constituição federal. 
 
33 Idem. Disponível no site http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4994. Acesso em 03 de 
Novembro de 2013. 
 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4994
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4994
 39 
Ninguém poderá dispor do direito que é de todos e não do 
governante. Trata se de direito indisponível a qualidade de vida da coletividade, 
não podendo ser matéria disciplinada por mera medida provisória. 
O presidente da republica, após baixar a medida provisória tenta 
postergar a aplicação da lei por até seis anos. Dessa forma como podemos 
lutar por um meio ambiente ecologicamente equilibrado, se o nosso governante 
maior dispôs desse direito mediante mera medida provisória? 
 
 “Assim não basta apenas termos uma 
legislação forte, e aparentemente eficaz, 
se não formos educados para 
defendermos o patrimônio universal. È 
necessários que nas escolas, nossas 
crianças tenham aula de meio ambiente. 
Só assim estaremos contribuindo para 
fazer um País mais humano e solidário”.34 
 
 
MINISTERIO PUBLICO E MEIO AMBIENTE. 
 
A constituição de 1988 estabeleceu um sistema de atribuições 
bastante amplo para o ministério publico em matéria de proteção ambiental. 
Em linhas gerais tais atribuições são originarias de regime jurídico que hora se 
passa a examinar. 
A BASE CONSTITUCIONAL DA ATUAÇÃO DO MINISTERIO 
PUBLICO Já se tornou lugar comum afirmar que a constituição de 1988 atribuiu 
ao Ministério Público papel de grande relevância aos interesses difusos. De 
fato a vigente lei fundamental brasileira foi bastante positiva aos atribuir as 
funções aos ministérios publico. Os artigos 127 a 130 da CF moldaram o perfil 
do parquet como um importante instrumento de expressão da sociedade.35 
 
34 SIRVINSKAS, 2012, p.804 
35 Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível no site 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em 01 de novembro de 2013. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
 40 
A organização constitucional do Ministério Público no Brasil não 
encontra paralelo em nenhum outro País do mundo. O nível de independência 
e autonomia que foi deferido ao MP pelo constituinte é absoluto.O MP e seus 
integrantes somente se encontram submetidos a lei e a própria consciência. 
Sem duvida alguma, é no artigo 127 da CF que se encontra o 
cerne das contribuições ministeriais determina o recém mencionado do 
dispositivo constitucional. 
Art. 127 - O Ministério Público é instituição permanente, essencial 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.36 
Em razão de suas atribuições básicas, conforme atribuídas no 
caput do art 127 CF, decorrem as funções institucionais estabelecidas ao longo 
do artigo 129. Estas em realidade se constituem em um conjunto de atribuições 
pelas quais são estabelecidas instrumentos para que o MP possa exercer os 
misteres ao seu encargo. 
Dentre as diversas funções institucionais mencionadas no artigo 
129, encontra se o exercício da ação civil publica e do inquérito civil. As 
funções institucionais estabelecidas na lei fundamental são exercidas na forma 
da legislação de menor hierarquia. Atualmente é bastante grande o numero de 
leis que tratam de ação civil publica e inquérito civil. 
Hoje o direito brasileiro consagra, no mínimo, cinco ações civis 
publica típica, que são aquelas previstas na lei: 
• 7.347/85 
• 7.853/89 
• 7.913/89 
• 8.069/90 
• 8.078/9037 
 
36 Idem 
37 ANTUNES, 2007. 
 41 
Penso que os dispositivos constantes de todas as leis 
mencionadas são complementares e podem ser aplicadas em processos 
judiciais versando matéria ambiental. 
O Ministério Público é, no Brasil, o principal autor de ações civil 
publicas e desempenha um papel de extraordinária relevância quanto ao 
particular. De fato o precário nível de organização de nossa sociedade não 
permite que ela própria, e por meios autônomos, busque a defesa de seus 
interesses. O Ministério publico em razão disto passou a desempenhar um tipo 
de advocacia pro bono quando acionado por pessoas e associações 
preocupadas com problemas ambientais38. 
 
As Áreas de Preservação Permanente 
 
Área de Preservação Permanente (APP), nos termos do artigo 1, 
§2, inciso II, da Medida Provisória n° 2.166-67/01 que alterou o Código 
Florestal, é a: 
“área protegida nos termos dos artigos 2° e 
3° desta lei, área coberta ou não por 
vegetação nativa, com função ambiental de 
preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica, a 
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e 
flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas”39. 
 
 Ainda MILARÉ, diz que: 
Consistem em uma faixa de preservação de vegetação estabelecida em razão 
da topografia ou relevo geralmente ao longo dos cursos d’água, nascentes, 
reservatórios e em topos de morros, destinados à manutenção da qualidade do 
solo, das águas e também para funcionar como ‘corredores de fauna.40 
Significa que: 
“A cobertura vegetal tem um papel 
importante, tanto no deflúvio superficial 
 
38 Idem, p.758. 
39 Código Florestal Lei 4771/65. Disponível no site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm. 
Acesso em 01 de novembro de 2013. 
40 Milaré, 2000. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm
 42 
parte da chuva que escoa pela superfície 
do solo – como no deflúvio de base - 
resultado da percolação da água do solo – 
onde ela se desloca em baixas 
velocidades, alimentando os rios e lagos. A 
remoção da cobertura vegetal reduz o 
intervalo de tempo observado entre a 
queda da chuva e os efeitos nos cursos 
d’água, diminui a capacidade de retenção 
de água nas bacias hidrográficas e 
aumenta o pico das cheias. Além disso, a 
cobertura vegetal limita a possibilidade de 
erosão do solo minimizando a poluição dos 
cursos d’água por sedimentos.”41 
 
 É vedado, portanto, ao particular, pessoa física ou jurídica, 
qualquer alteração ou modificação em APP, incluindo a mata ciliar, no meio 
rural ou urbano uma vez que esta deve estar assegurada pelo plano diretor e 
às leis de uso e ocupação do solo como explicita o Código Florestal. 
 A razão da existência das áreas de preservação permanente 
está voltada ao fato da garantia de manutenção da água, flora, fauna e 
recursos naturais e minerais e o bem-estar social. 
MACHADO expõe o seguinte sobre a finalidade das APPs: 
 
“Dessas florestas estão o dever de 
proteger os cursos d’água, evitar o 
assoreamento dos rios e as enchentes e 
fixar as montanhas, evitando-se o 
frequente soterramento de pessoas nos 
grandes centros urbanos (...). Temos 
assim, com a característica da preservação 
permanente, florestas de proteção física do 
solo, florestas de proteção dos mananciais 
e das águas em geral, florestas de 
proteção das ferrovias e das rodovias, 
florestas de defesa do território nacional, 
florestas de conservação dos valores 
estéticos, florestas de conservação dos 
valores científicos, florestas de proteção 
dos valores históricos, florestas de 
preservação do ecossistema local, 
florestas de conservação do ambiente das 
populações indígenas, florestas para a 
 
41 ANTUNES, 2002. 
 43 
preservação do bem-estar público e 
florestas situadas nas áreas metropolitanas 
definidas em lei.”42 
 
Na legislação brasileira encontramos vários conceitos de Área de 
Preservação Permanente. “A função ambiental de preservar os recursos 
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico 
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações 
humanas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 MACHADO, 2002. 
 44 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO V – Episódios 
 
Infelizmente o que não faltam são episódios trágicos 
envolvendo crimes ambientais no Brasil e no mundo que podem exemplificar a 
importância da adoção e efetiva aplicação das leis ambientais e das 
penalidades relacionadas a este tipo de crime. O que se percebe facilmente é 
que a simples penalização não basta uma vez que os danos ambientais 
acarretam inúmeras consequências não só ao meio adjacente, mas a toda 
população próxima das áreas afetadas, conforme se pode verificar nas fotos 
em anexo. 
 
O vazamento de petróleo no golfo do México (2010) 
 
Ao menos 5.000 barris de petróleo estão vazando diariamente no 
Golfo do México, um volume cinco vezes superior ao estimado previamente, 
informou nesta quarta-feira a Guarda Costeira dos Estados Unidos. 
"Descobriram um novo ponto de vazamento", assinalou o oficial Erik Swanson. 
Equipes de emergência iniciaram a queima controlada da 
gigantesca mancha de petróleo provocada pela explosão de uma plataforma no 
Golfo do México, diante da ameaça de o óleo chegar à costa da Louisiana. 
 45 
"É incendiada com uma pequena boia que se desloca pela 
mancha e a inflama. A queima ocorre satisfatoriamente"43, disse o oficial da 
Guarda Costeira Cory Mendenhall sobre a operação para paliar os efeitos do 
vazamento provocado pelo afundamento da plataforma petroleira diante da 
costa americana, na quinta-feira passada. 
Estragos - A drástica decisão de atear fogo à maré negra foi 
adotada após a mancha chegar a cerca de 40 quilômetros dos pântanos de 
Louisiana, hábitat de diversas espécies. Uma frota de barcos da Guarda 
Costeira e da companhia britânica de petróleo BP empurrava as partes mais 
densas da mancha para uma barreira flutuante resistente ao fogo. "O plano é 
queimar, de forma restrita e controlada, milhares de galões de petróleo, e cada 
operação dever durar cerca de uma hora", explicaram autoridades.44 
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) 
americana advertiu mais cedo que os fortes ventos de sudeste previstos para 
os próximos dias poderão empurrar a maré negra para os pântanos da 
Louisiana. 
A plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, afundou na 
quinta-feira passada 240 quilômetros a sudeste de Nova Orleans, dois dias 
depois de uma explosão que causou a morte de 11 trabalhadores. A queima da 
mancha de petróleopara proteger a costa provocará seus próprios problemas 
ambientais, criando enormes nuvens de fumaça tóxica e deixando resíduos no 
mar. 
 
43 Revista Veja online. Disponível no site 
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/vazamento-petroleo-golfo-mexico-5-000-barris-dia. 
Acesso dia 05 de Novembro de 2013. 
44 Idem. 
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/vazamento-petroleo-golfo-mexico-5-000-barris-dia
 46 
Na terça-feira, fracassaram as tentativas de fechar dois focos de 
vazamento no oleoduto ligado à plataforma, realizadas por quatro submarinos 
robotizados a 1.500 metros de profundidade. (Com agência France-Presse)45 
 
 
 
Acidente Nuclear de Chernobyl (1986)46 
 
No ano de 1986, os operadores da usina nuclear de Chernobyl, 
na Ucrânia, realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era 
observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos 
níveis de energia. Contudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis 
pela unidade teriam que quebrar o cumprimento de uma série de regras de 
segurança indispensáveis. Foi nesse momento que uma enorme tragédia 
nuclear se desenhou no Leste Europeu. 
Entre outros erros, os funcionários envolvidos no episódio 
interromperam a circulação do sistema hidráulico que controlava as 
temperaturas do reator. Com isso, mesmo operando com uma capacidade 
inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser 
revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo 
anunciava a explosão do reator rico em Césio-137, elemento químico de 
grande poder radioativo. 
Com o ocorrido, a usina de Chernobyl liberou uma quantidade 
letal de material radioativo que contaminou uma quilométrica região 
atmosférica. Em termos comparativos, o material radioativo disseminado 
naquela ocasião era assustadoramente quatrocentas vezes maior que o das 
bombas utilizadas no bombardeio às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no fim 
 
45 Revista Veja online. Disponível no site 
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/vazamento-petroleo-golfo-mexico-5-000-barris-dia. 
Acesso dia 05 de Novembro de 2013. 
46 Artigo de História. Disponível no site http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-
nuclear.htm. Acesso em 05 de Novembro de 2013. 
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/vazamento-petroleo-golfo-mexico-5-000-barris-dia
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
 47 
da Segunda Guerra Mundial. Por fim, uma nuvem de material radioativo 
tomava conta da cidade ucraniana de Pripyat. 
Ao terem ciência do acontecido, autoridades soviéticas 
organizaram uma mega operação de limpeza composta por 600 mil 
trabalhadores. Nesse mesmo tempo, helicópteros eram enviados para o foco 
central das explosões com cargas de areia e chumbo que deveriam conter o 
furor das chamas. Além disso, foi necessário que aproximadamente 45.000 
pessoas fossem prontamente retiradas do território diretamente afetado. 
Para alguns especialistas, as dimensões catastróficas do acidente 
nuclear de Chernobyl poderiam ser menores caso esse modelo de usina 
contasse com cúpulas de aço e cimento que protegessem o lugar. Não por 
acaso, logo após as primeiras ações de reparo, foi construído um “sarcófago” 
que isolou as ruínas do reator 4. Enquanto isso, uma assustadora quantidade 
de óbitos e anomalias indicava os efeitos da tragédia nuclear. 
Buscando sanar definitivamente o problema da contaminação, 
uma equipe de projetistas hoje trabalha na construção do Novo Confinamento 
de Segurança. O projeto consiste no desenvolvimento de uma gigantesca 
estrutura móvel que isolará definitivamente a usina nuclear de Chernobyl. 
Dessa forma, a área do solo contaminado será parcialmente isolada e a 
estrutura do sarcófago descartada. 
Apesar de todos esses esforços, estudos científicos revelam que 
a população atingida pelos altos níveis de radiação sofre uma série de 
enfermidades. Além disso, os descendentes dos atingidos apresentam uma 
grande incidência de problemas congênitos e anomalias genéticas. Por meio 
dessas informações, vários ambientalistas se colocam radicalmente contra a 
construção de outras usinas nucleares.47 
 
 
 
47 Artigo de História. Disponível no site http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-
nuclear.htm. Acesso em 05 de Novembro de 2013. 
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
 48 
Acidente com Césio 137 em Goiânia (1987)48 
 
Um dos maiores acidentes com o isótopo Césio-137 teve início no 
dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, Goiás. O desastre fez centenas de 
vítimas, todas contaminadas através de radiações emitidas por uma única 
cápsula que continha césio-137. 
O instinto curioso de dois catadores de lixo e a falta de informação 
foram fatores que deram espaço ao ocorrido. Ao vasculharem as antigas 
instalações do Instituto Goiano de Radioterapia (também conhecido como 
Santa Casa de Misericórdia), no centro de Goiânia, tais homens se depararam 
com um aparelho de radioterapia abandonado. Então tiveram a infeliz ideia de 
remover a máquina com a ajuda de um carrinho de mão e levaram o 
equipamento até a casa de um deles. 
O maior interesse dos catadores era o lucro que seria obtido com 
a venda das partes de metal e chumbo do aparelho para ferros-velhos da 
cidade. Leigos no assunto, não tinham a menor noção do que era aquela 
máquina e o que continha realmente em seu interior. Após retirarem as peças 
de seus interesses, o que levou cerca de cinco dias, venderam o que restou ao 
proprietário de um ferro-velho. 
O dono do estabelecimento era Devair Alves Ferreira que, ao 
desmontar a máquina, expôs ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 
(CsCl), um pó branco parecido com o sal de cozinha que, no escuro, brilha com 
uma coloração azul. 
Ele se encantou com o brilho azul emitido pela substância e 
resolveu exibir o achado a seus familiares, amigos e parte da vizinhança. 
Todos acreditavam estar diante de algo sobrenatural e alguns até levaram 
amostras para casa. A exibição do pó fluorescente decorreu 4 dias, e a área de 
 
48 Artigo de História. Disponível no site http://www.brasilescola.com/quimica/acidente-cesio137.htm 
acesso em 01 de Novembro de 2013. 
http://www.brasilescola.com/quimica/acidente-cesio137.htm
 49 
risco aumentou, pois parte do equipamento de radioterapia também fora para 
outro ferro-velho, espalhando ainda mais o material radioativo.49 
Algumas horas após o contato com a substância, vítimas 
apareceram com os primeiros sintomas da contaminação (vômitos, náuseas, 
diarreia e tonturas). Um grande número de pessoas procurou hospitais e 
farmácias clamando dos mesmos sintomas. Como ninguém fazia ideia do que 
estava ocorrendo, tais enfermos foram medicados como portadores de uma 
doença contagiosa. Dias se passaram até que foi descoberta a possibilidade de 
se tratar de sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação. 
Somente no dia 29 de setembro de 1987, após a esposa do dono 
do ferro-velho ter levado parte da máquina de radioterapia até a sede da 
Vigilância Sanitária, é que foi possível identificar os sintomas como sendo de 
contaminação radioativa. 
Os médicos que receberam o equipamento solicitaram a presença 
de um físico nuclear para avaliar o acidente. Foi então que o físico Valter 
Mendes, de Goiânia, constatou que havia índices de radiação na Rua 57, do 
Setor Aeroporto, bem como nas suas imediações. Diante de tais evidências e 
do perigo que elas representavam, ele acionou imediatamente a Comissão 
Nacional Nuclear (CNEN). 
O ocorrido foi informado ao chefe do Departamento de 
Instalações Nucleares, José Júlio Rosenthal, que se dirigiu no mesmo dia para 
Goiânia. No dia seguinte a equipe foi reforçada pela presença do médico 
AlexandreRodrigues de Oliveira, da Nuclebrás (atualmente, Indústrias 
Nucleares do Brasil) e do médico Carlos Brandão da CNEN. Foi quando a 
Secretaria de Saúde do estado começou a realizar a triagem dos suspeitos de 
contaminação em um estádio de futebol da capital. 
A primeira medida tomada foi separar todas as roupas das 
pessoas expostas ao material radioativo e lavá-las com água e sabão para a 
descontaminação externa. Após esse procedimento, as pessoas tomaram um 
quelante denominado de “azul da Prússia”. Tal substância elimina os efeitos da 
 
49 Idem. 
 50 
radiação, fazendo com que as partículas de césio saiam do organismo através 
da urina e das fezes. 
As remediações não foram suficientes para evitar que alguns 
pacientes viessem a óbito. Entre as vítimas fatais estava a menina Leide das 
Neves, seu pai Ivo, Devair e sua esposa Maria Gabriela, e dois funcionários do 
ferro-velho. Posteriormente, mais pessoas morreram vítimas da contaminação 
com o material radioativo, entre eles funcionários que realizaram a limpeza do 
local. 
O trabalho de descontaminação dos locais atingidos não foi fácil. 
A retirada de todo o material contaminado com o césio-137 rendeu cerca de 
6000 toneladas de lixo (roupas, utensílios, materiais de construção etc.). Tal 
lixo radioativo encontra-se confinado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 
contêineres (revestidos com concreto e aço) em um depósito construído na 
cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos. 
No ano de 1996, a Justiça julgou e condenou por homicídio 
culposo (quando não há intenção de matar) três sócios e funcionários do antigo 
Instituto Goiano de Radioterapia (Santa Casa de Misericórdia) a três anos e 
dois meses de prisão, pena que foi substituída por prestação de serviços. 
Atualmente, as vítimas reclamam da omissão do governo para a 
assistência da qual necessitam, tanto médica como de medicamentos. 
Fundaram a Associação de Vítimas contaminadas do Césio-137 e lutam contra 
o preconceito ainda existente. 
O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do 
Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.50 
 
 
 
 
 
 
 
50 Ibidem 
 51 
CONCLUSÃO 
 
A Resolução CONAMA nº 369, de 28 de março de 200651, que 
dispõe sobre as APP’s urbanas, representa um marco para a gestão das 
margens dos rios urbanos no Brasil. Pela abertura da possibilidade de 
utilização sustentável das margens, aproxima as relações entre as cidades e os 
corpos d’ água. 
Uma demanda crescente para espaços abertos, dedicados aos 
lazeres, de proximidades e coletivos emergiu nesses últimos dez anos. 
Habitantes das cidades e dos subúrbios franceses que constituem área de 
habitação de baixa renda reivindicam espaços capazes de acomodar diferentes 
tipos de atividades ao ar livre, práticas esportivas simplesmente lugares de 
caminhadas e contemplação. Observamos também um aumento da frequência 
das trilhas e das pistas de bicicleta. Os parques públicos e os jardins existentes 
não são mais suficientes, em um contexto onde o neo-rural, fugindo das 
cidades, vai à busca de um quadro de vida bucólico, enquanto que o neo-
urbano busca uma estrutura agradável para o seu lazer, próxima a um 
ambiente urbano. 
Existe uma demanda que é cada vez mais forte de incorporar a 
“natureza” na cidade, de maneira a responder os desejos de todas as 
categorias da população. A valorização da água, um componente fundamental 
da qualidade da paisagem humana, torna-se nesse contexto um elemento 
essencial tanto pelo seu potencial ecológico como pelo seu potencial para 
atividades de lazer.52 
 Hoje, após um período marcado pela degradação da água, nos 
somos levados a observar que a água é um elemento estruturante da 
paisagem, que traz uma continuidade dentro das rupturas múltiplas, no labirinto 
da urbanização contemporânea. Apesar da urbanização desenfreada a água 
 
51 Artigo acadêmico. Disponível no site http://www.anppas.org.br/encontro5/cd/artigos/GT12-
823-933-20100903192602.pdf acesso em 01 de Novembro de 2013. 
 
52 Idem. 
http://www.anppas.org.br/encontro5/cd/artigos/GT12-823-933-20100903192602.pdf
http://www.anppas.org.br/encontro5/cd/artigos/GT12-823-933-20100903192602.pdf
 52 
continua a afirmar sua presença. O curso dos rios desenha uma trama contínua 
de montante a jusante. 
 O estudo urbano-ambiental das APP´s pretende propor uma 
discussão: como ocupar as APP’s; quebrar a dicotomia conceitual “natureza-
cidade”, vistas como opostos. Isto é vital quando se intervém num contexto tão 
antrópico; compreender e reafirmar que elementos tão “artificiais”, elaborados 
culturalmente são importantíssimos do ponto de vista ambiental: um rio 
parcialmente revitalizado, mas com as margens preservadas e solo permeável 
é essencial para o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos. 
Romper com analises do espaço segregado, com fronteiras 
demarcadas entre áreas urbanas e áreas de proteção, abordar o espaço a 
partir de analises mais amplas que consideram corredores verdes, APP’s. 
Considerar essas áreas um espaço híbrido e com múltiplas funções: proteção 
ambiental, urbanísticas e paisagísticas. O que leva ao contraponto que parece 
paradoxal: desconstruir, intervir, modificar, alterar a paisagem, não é sempre e 
inevitavelmente uma fonte de destruição e desequilíbrio ambiental.53 
O presente estudo partiu de uma análise do tema do cabimento 
da responsabilidade penal das pessoas jurídicas na prática de crimes 
ambientais, com o intuito de conhecer as questões relacionadas com as 
consequências jurídicas do ente coletivo figurando como sujeito ativo do ilícito 
penal ambiental, e sua repercussão tanto no âmbito penal, quanto no civil e 
administrativo. 
O meio ambiente como direito fundamental difuso e 
transindividual como está presente na Carta Magna, equipara-se à sua 
proteção, ao bem da VIDA. Por isso se justifica a presente tutela penal 
ambiental, pois sem o meio ambiente equilibrado, não há que se falar em 
desenvolvimento econômico e continuidade da vida no planeta.54 
O tratamento constitucional dado à matéria ambiental desde sua 
promulgação em 1988, é em decorrência do intenso debate mundial, baseado 
 
53 Ibidem 
54 Ibidem 
 53 
no interesse social ambiental emergente da adoção da Teoria da Realidade 
concebida por Gierke, no qual o ente coletivo faz parte da realidade jurídico-
social e tem capacidade de delinquir. 
As premissas lançadas ao longo deste trabalho autorizam afirmar 
que a questão da imputação criminal ao ente coletivo ainda hoje é objeto de 
controvérsia e discussão entre os doutrinadores. Isto porque, sob o enfoque do 
direito penal clássico, fundado no caráter pessoal da culpabilidade do agente e 
da conduta lesiva, somado aos princípios da taxatividade e intervenção 
mínima, verificou-se a necessidade da aplicação de uma sanção penal 
baseada na responsabilidade social emergente. 
Sabe-se, por exemplo, que no âmbito jurisprudencial já 
consolidado, admite-se tal responsabilização, apesar de divergências 
doutrinárias já debatidas neste trabalho. A nova realidade econômica, 
fundamentada em princípios constitucionais como o da dignidade da pessoa 
humana e na valorização do trabalho, faz nascer um novo modo de 
crescimento mundial: o desenvolvimento sustentável. 
A pesquisa mostrou que a admissibilidade do posicionamento 
adotado encontra respaldo jurídico na Carta Magna, legislações 
infraconstitucionais, entendimento jurisprudencial do STF e doutrinário 
majoritário, além do Direito Comparado. 
Quanto à eficácia das sanções penais aplicadas, percebeu-se, 
pela análise dos dados obtidos pela jurisprudência, que grande parte das ações 
penais onde figura a pessoa jurídica no polo ativo da ação (juntamente com a 
pessoa física que a represente) são trancadas devido à dificuldade de se 
pormenorizar as condutas pessoais do(s) agente(s), na medida de sua 
culpabilidade.O intuito da aplicação de sanções penais às pessoas jurídicas e 
não somente ao agente (pessoa física) que age em seu nome se deve, na 
esmagadora realidade, ao fato de que 16 a empresa ao agir em 
desconformidade perante a legislação ambiental em vigor, estará multiplicando 
seus lucros em detrimento de pequenos reflexos na aplicação de outros ramos 
 54 
do direito, como o Direito Civil (reparação do dano) e na esfera administrativa 
(perda da faculdade de contratar com o serviço público). 55 
Aspecto também importante em questão, é que o pano de fundo 
dessa proteção ambiental ainda guardava o interesse econômico por trás do 
aparente desenvolvimento e benefício social: retirados pelo Direito Penal os 
coadjuvantes (pessoa que age em nome do ente coletivo), ainda restava 
impune o protagonista (pessoa jurídica de elevado poder aquisitivo), que 
sempre alcançara sua finalidade de lucro a qualquer custo. 
Em contrapartida, o Direito Penal se modernizou, levando em 
consideração o caráter social da ação, admitindo que os maiores poluidores da 
atualidade a pessoa jurídica figure como sujeito ativo na prática de crimes 
ambientais. O que não deveria ocorrer nas brechas existentes na legislação, é 
a cessação da responsabilidade penal da pessoa jurídica mediante assinatura 
do Termo de Ajustamento de Conduta. Ato este que deverá servir de salvo-
conduto para a empresa voltar a poluir. 
Um dos objetivos da sanção penal é seu caráter educativo e não 
somente punitivo. Outro aspecto controvertido debatido no trabalho é a não 
utilização do encarceramento como forma mais drástica dos efeitos da 
aplicação da responsabilidade penal. 
Assim como o Direito Penal clássico (com respaldo constitucional) 
admite pena de morte para pessoa física, é admissível também, no mesmo 
intuito, a liquidação forçada da sociedade (pena de morte da empresa). Porém, 
o que se assiste na realidade é bem diferente: não há relatos jurisprudenciais 
de ocorrências destes fatos, tanto com a pessoa natural quanto ao ente 
coletivo. 
A maioria das ações penais em matéria ambiental são trancadas, 
devido à grande dificuldade de se aferir com precisão a medida de 
culpabilidade de cada um dos envolvidos, principalmente o protagonista. 
Apenas um aspecto resta em comum: as sanções penais conseguem atingir 
 
55 Ibidem 
 55 
sua finalidade, quer seja educativa na base da coerção, ou na completa 
restrição da liberdade do indivíduo ou da empresa.56 
A responsabilidade penal da pessoa jurídica mostra-se o meio 
mais adequado de inibir o crescimento econômico desenfreado (baseado na 
privatização do lucro e socialização dos prejuízos aferidos) e promover um 
debate social mundial de como gerar um desenvolvimento sustentável com a 
adoção de políticas publicas voltadas para a educação ambiental, e garantir 
um futuro próspero a todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 Ibidem. 
 56 
REFERÊNCIAS 
 
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental 10° edição. São Paulo: editora 
lumens juris, 2007. 
 
 
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso De Direito Ambiental Brasileiro 
Editora Saraiva 13° Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. 
 
 
MACHADO, P.A.L. Direito Ambiental Brasileiro. 10ª. Ed., revista, ampliada e 
atualizada. São Paulo: Malheiros, 2002. 
 
 
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 3ª ed. rev. Atual. E ampliada. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. 
 
 
SIRVINSKAS, Luis Paulo. Tutela Penal do Meio Ambiente: breves 
considerações à Lei n. 9.605 de 12-02-1998. 3ª ed. ver. atual. e ampliada. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2004. 
 
 
SIRVINSKAS, Luiz Paulo. Manual De Direito Ambiental 10° Edição. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 
 
 
ANEXOS 
DOS CRIMES AMBIENTAIS 
INOVAÇÕES DA LEI57 
Antes Depois 
Leis esparsas, de difícil aplicação. A legislação ambiental é consolidada; 
As 
Penas têm gradações adequadas e as 
infrações são claramente definidas. 
Pessoa jurídica não era 
responsabilizada criminalmente. 
Define a responsabilidade da pessoa 
jurídica - inclusive a responsabilidade 
penal - e permite a responsabilização 
também da pessoa física autora ou co-
autora da infração. 
Pessoa jurídica não tinha decretada 
liquidação quando cometia infração 
ambiental. 
Pode ter liquidação forçada no caso 
de ser criada e/ou utilizada para 
permitir, facilitar ou ocultar crime 
definido na lei. E seu patrimônio é 
transferido para o Patrimônio 
Penitenciário Nacional. 
A reparação do dano ambiental não 
extinguia a punibilidade. 
A punição é extinta com apresentação 
de laudo que comprove a recuperação 
do dano Ambiental. 
Impossibilidade de aplicação direta de 
pena restritiva de direito ou multa. 
A partir da constatação do dano 
ambiental, as penas alternativas ou a 
multa podem ser aplicadas 
 
57 Artigo acadêmico. Disponível no site: 
http://www.ladesom.com/marli/artigos/monografia/CRIMES-CONTRA-O-MEIO-AMBIENTE.pdf 
Acesso em 26 de Outubro de 2013. 
 
http://www.ladesom.com/marli/artigos/monografia/CRIMES-CONTRA-O-MEIO-AMBIENTE.pdf
 58 
imediatamente. 
Aplicação das penas alternativas era 
possível para crimes cuja pena 
privativa de liberdade fosse aplicada 
até 02 (dois) anos. 
É possível substituir penas de prisão 
até 04 (quatro) anos por penas 
alternativas, como a prestação de 
serviços à comunidade. A grande 
maioria das penas previstas na lei tem 
limite máximo de 04 (quatro) anos. 
A destinação dos produtos e 
instrumentos da infração não era bem 
definida. 
Produtos e subprodutos da fauna e 
flora podem ser doados ou destruídos, 
e os 
instrumentos utilizados quando da 
infração podem ser vendidos. 
Matar um animal da fauna silvestre, 
mesmo para se alimentar, era crime 
inafiançável. 
Matar animais continua sendo crime. 
No 
entanto, para saciar a fome do agente 
ou da sua família, a lei descriminaliza 
o abate. 
Maus tratos contra animais 
domésticos e domesticada era 
contravenção. 
Além dos maus tratos, o abuso contra 
estes animais, passa a ser crime. 
Não havia disposições claras relativas 
a experiências realizadas com 
animais. 
Experiências dolorosas ou cruéis em 
animal vivo, ainda que para fins 
didáticos ou científicos, são 
considerados crimes, quando 
existirem recursos alternativos. 
Pichar e grafitar não tinham penas 
claramente definidas. 
A prática de pichar, grafitar ou de 
qualquer forma conspurcar edificação 
ou monumento urbano, sujeita o 
infrator a até um ano de detenção. 
A prática de soltura de balões não era Fabricar, vender, transportar ou soltar 
 59 
punida de forma clara. balões, pelo risco de causar incêndios 
em florestas e áreas urbanas, sujeita o 
infrator à prisão e multa. 
Destruir ou danificar plantas de 
ornamentação em áreas públicas ou 
privadas era considerado 
contravenção. 
Destruição, dano, lesão ou maus 
tratos às plantas de ornamentação é 
crime, punido por até 01 (um) ano. 
O acesso livre às praias era garantido, 
entretanto, sem prever punição 
criminal a quem o impedisse. 
Quem dificultar ou impedir o uso 
público das praias está sujeito a até 05 
(cinco) anos de prisão. 
 
Desmatamentos ilegais e outras 
infrações contra a flora eram 
considerados contravenções. 
O desmatamento não autorizado 
agora é crime, além de ficar sujeito a 
pesadas multas. 
A comercialização, o transporte e o 
armazenamento de produtos e 
subprodutos florestais eram punidos 
como contravenção. 
Comprar, vender, transportar, 
armazenar. 
Madeira, lenha ou carvão, sem licença 
da autoridade competente, sujeita o 
infrator a até 01 (um) ano de prisão e 
multa. 
A conduta irresponsável de 
funcionários de órgãos ambientais não 
estava claramente definida. 
Funcionário de órgão ambiental que 
fizer afirmação falsa, omitir a verdade, 
sonegar informações ou dados em 
procedimentos de autorização ou 
licenciamento ambiental,pode pegar 
até 03 (três) anos de cadeia. 
As multas, na maioria, eram fixadas 
através de instrumentos normativos 
passíveis de contestação judicial. 
A fixação e aplicação de multas têm a 
força da lei. 
A multa máxima por hectare, metro A multa administrativa varia de R$ 50 
 60 
cúbico ou fração era de R$ 5 mil. a R$ 50 Milhões. 
 
 
IMAGENS 
Imagem 1: Pássaro preso em petróleo derramado no mar. 
 
 
 
Fonte:http://golddicas.blogspot.com.br/2009/04/o-maior-desastre-ambiental-da-
historia.html 
 
 
 
 
 61 
 
 
 
Imagem 2: Navio Costa Concórdia naufragado na Itália em 2012. 
 
 
 
Fonte:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/01/italia-corre-risco-de-ter-pior-desastre-
ambiental-em-20-anos-1.html 
 
 
 
 
 
 62 
 
 
 
Imagem 3: Desmatamento na Amazônia 
 
 
(Foto: (Divulgação)) 
 
 
 
 
 
 63 
 
 
Imagem 4: Desmatamento na Amazônia 
 
 
 
Fonte: http://meioambiente-ifcemaracanau.blogspot.com.br/2011/05/noticia-desmatamento-na-
amazonia-e.html 
 
 
http://meioambiente-ifcemaracanau.blogspot.com.br/2011/05/noticia-desmatamento-na-amazonia-e.html
http://meioambiente-ifcemaracanau.blogspot.com.br/2011/05/noticia-desmatamento-na-amazonia-e.html
 64 
 
 
Imagem 5: Rio Capibaribe – PE 
 
 
Fonte: http://www.essaseoutras.xpg.com.br/os-10-rios-mais-poluidos-do-brasil-lista-com-
nomes-dos-sujos-fotos/ 
 
 
 
http://www.essaseoutras.xpg.com.br/os-10-rios-mais-poluidos-do-brasil-lista-com-nomes-dos-sujos-fotos/
http://www.essaseoutras.xpg.com.br/os-10-rios-mais-poluidos-do-brasil-lista-com-nomes-dos-sujos-fotos/
 65 
 
 
Imagem 6: Rio Citarum - Indonésia 
 
Fonte: http://www.mundocerto.com.br/portal/artigo-interna.aspx?id=84 
http://www.mundocerto.com.br/portal/artigo-interna.aspx?id=84

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