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É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém não é possível interpretá-lo sem compreendê-lo. Compreensão de texto A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o que foi dito. É a análise objetiva e a assimilação das palavras e ideias presentes no texto. As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são: • Segundo o texto… • De acordo com o autor… • No texto… • O texto informa que... • O autor sugere… Interpretação de texto A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre ele, após estabelecer conexões entre o que está escrito e a realidade. São as conclusões que podemos 2 Leitura, compreensão e interpretação de textos tirar com base nas ideias do autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo e está relacionada com a dedução do leitor. Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são: • Diante do que foi exposto, podemos concluir… • Infere-se do texto que… • O texto nos permite deduzir que… • Conclui-se do texto que... • O texto possibilita o entendimento de... Item Compreensão Interpretação Definição Análise objetiva do conteúdo, compreendendo frases, ideias e dados presentes no texto. A conclusão subjetiva do texto. É o que o leitor entende que o texto quis dizer. Informação As informações necessárias estão dispostas no texto. A informação vai além do que está no texto, embora tenha uma relação direta com ele. Análise Objetiva. Ligada mais aos fatos. Subjetiva. Pode estar relacionada a uma opinião. A Importância da Leitura Tanto a leitura quanto a escrita são práticas sociais de importância fundamental para o desenvolvimento da cognição humana. Ambas asseguram o desenvolvimento do intelecto e da imaginação e conduzem à aquisição de conhecimentos. Quando lemos, existem várias conexões no cérebro que nos permitem desenvolver nosso raciocínio. Além disso, por meio dessa atividade, aprimoramos nosso senso crítico por meio da capacidade de interpretar. Nesse sentido, vale lembrar que a “interpretação” dos textos é uma das chaves básicas da leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar códigos de linguagem, é preciso entender e interpretar essa leitura. 3 Leitura, compreensão e interpretação de textos Exercícios 1 - (Enem-2012) O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à: a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular. b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”. c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica. d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico. e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família. 4 Figura 1: Fonte: www.ivancabral.com. Leitura, compreensão e interpretação de textos 2. (Enem-2019) Qual a diferença entre publicidade e propaganda? Esses dois termos não são sinônimos, embora sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda é a atividade associada à divulgação de ideias (políticas, religiosas, partidárias etc.) para influenciar um comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para “demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio militar da China comunista. No Brasil, um exemplo regular de propaganda são as campanhas políticas em período pré-eleitoral. Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma ferramenta de comunicação para convencer o público a consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de publicidade. VASCONCELOS, Y. Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br. A função sociocomunicativa desse texto é a) ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada para incentivar jovens a se alistar no exército. b) explicar como é feita a publicidade na forma de anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas. c) convencer o público sobre a importância do consumo. d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum. e) divulgar atividades associadas à disseminação de ideias. 5 Leitura, compreensão e interpretação de textos Gabarito 1 - (Enem-2012) Resposta correta: a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular. A questão é um bom exemplo de compreensão e interpretação de texto visual. O humor gerado pela charge advém da polissemia da palavra "rede", ou seja, dos diferentes significados que ela carrega. Na cultura indígena, a rede é um objeto utilizado para dormir. Já rede social, termo que surgiu por meio do avanço da internet, representa espaços virtuais de interação entre grupos de pessoas ou de empresas. Uma interpretação que podemos obter com a observação da charge é sobre a desigualdade social que atinge muitas pessoas as quais não possuem condições financeiras de ter acesso à internet. 2. (Enem-2019)Resposta correta: d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum. Essa é uma questão de compreensão e interpretação de um texto escrito. Depois da leitura atenta do texto, fica claro entender qual sua finalidade: esclarecer sobre dois conceitos que são utilizados como sinônimos pelo senso comum. Assim, trata-se de um tipo de texto explicativo que utiliza alguns exemplos para ilustrar os conceitos de publicidade e propaganda. 6 Reescrita de frases e parágrafos do texto Reescrita de frases e parágrafos do texto 1MÉRITO Apostilas Reescrita de frases e parágrafos do texto Para fazer uma reescrita de frases e parágrafos de um texto, nós devemos ter muita atenção na gramática, ou seja, nos erros de pontuação, concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, o uso da crase e a colocação pronominal. Uma troca de posição da vírgula, por exemplo, pode alterar o sentido da fra- se. As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto utilizando vocabulários e expressões do texto original e a ordem das palavras para que o texto mantenha seu sentido. Deve-se prestar a atenção na ordem das palavras para que o texto não mude de sentido. Devemos também prestar atenção no tempo verbal A Reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de trechos de textos utilizando: Sinônimos, antônimos, locução verbal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, conectivos de mesmo valor semântico: Sinônimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes Ex.: Aquele carro está com problema Aquele automóvel está com defeito. Antônimos: palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significa- dos opostos Ex.: O homem estava bravo O sujeito não estava tranquilo 2 Reescrita de frases e parágrafos do texto Locução verbal: É a união de verbos com a função de apenas um. Ex.: Vou ler este livro para meu filho Lerei este livro para meu filho Verbo por substantivo e vice-versa: Você transforma uma oração verbal em oração nominal ou vice-versa. Caminhar = caminho Resolver = resolução Trabalhar = trabalho Estudar = estudos Beijar = beijo Ex.: O trabalho é essencial para a vida Trabalhar é essencial para a vida Voz verbal: A voz assumida pelo verbo indica se o sujeito é agente ou paci- ente da ação. Ex.: Eu vi a mulher no supermercado A mulher foi vista por mim no supermercado Conectivos com mesmo valor semântico: Os conectivos como conjunção, preposição e advérbio ajudam a dar sentido às orações. Conectivos de adição: Além disso, ainda mais, também, e… Conectivos de certeza: Por certo, certamente, com certeza… 3 Reescrita de frases e parágrafos do texto Conectivos de condição: Caso, eventualmente, se. Conectivos de conclusão: Em suma, em conclusão, enfim… Conectivos de tempo: Enfim, logo, então, logo depois, logo após… Dentre outros conectivos. Ex.: Por certo, eu vencerei esta partida. Certamente, eu vencerei esta partida. 4 Reescrita de frases e parágrafos do texto Anotações: _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 5 Processos De Comunicação 1 Processos De Comunicação Processos De Comunicação 2 Processos De Comunicação O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou codificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodificador), através de um canal (ou meio). O receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou resposta, completando o processo de comunicação. A palavra comunicar vem de o latim comunicar com significado de pôr em comum. É a forma que encontramos para expressar nossos sentimentos, ideias e ações. Para que se estabeleça o processo de comunicação é necessária a existência de elementos básicos. Toda comunicação humana tem uma fonte: uma pessoa ou um grupo de pessoas com um objetivo. Estabelecida uma origem, com ideias, necessidades, intenções, informações e um objetivo a comunicar, torna-se necessário o segundo elemento. O objetivo da fonte tem de ser expresso em forma de mensagem. Na comunicação humana, a mensagem pode ser transmitida através de símbolos, tais como palavras, escritas, desenhos e assim por diante, ou a troca de comportamentos, tais como gestos, constato visual, linguagem corporal e outros atos não-verbais. Em muitos casos estão presentes os dois, tanto os símbolos quanto os comportamentos. A chave é o entendimento desses símbolos e comportamentos. Os objetivos da fonte são traduzidos num código através do terceiro elemento, o codificador, responsável por pegar as ideias da fonte e pô-las num código, exprimindo o objetivo da fonte em forma de mensagem. Na comunicação de pessoa para pessoa, a função codificadora é executada pelas habilidades motoras da fonte, seu mecanismo vocal (que produz a palavra oral, gritos, notas musicais, etc.), o sistema muscular da mão (que produz a palavra escrita, desenhos etc.), os sistemas musculares de outras partes do corpo (que produzem os gestos da face e dos braços, a postura, etc.). Quando falamos sobre situações de comunicação mais complexa, é comum separarmos a fonte do codificador. Por exemplo, podemos considerar um gerente de vendas como fonte e os vendedores comocodificadores, pessoas que produzem mensagens para o consumidor, traduzindo as intenções ou objetivos do gerente. O quarto elemento é o canal. O canal é o intermediário, o condutor de mensagens. A escolha dos canais é muitas vezes fator importante para a eficácia da comunicação. O quinto elemento é o recebedor, o alvo da comunicação. Se falamos, alguém deve ouvir, quando escrevemos, alguém deve ler. Para haver comunicação, deve haver alguém na outra ponta do canal. Temos agora todos os elementos da comunicação, exceto um. Assim como a fonte precisa do codificador para traduzir seu objetivo em forma de mensagens, para expressar seu objetivo num código, o receptor precisa do decodificador para decifrar a mensagem e pô-la em forma que possa usar. Processos De Comunicação 3 Para a comunicação atingir os objetivos devemos considerar alguns cuidados, com eles diminuímos o risco de estabelecer ruídos ou barreiras à comunicação. Para Transmissão • Seja o mais objetivo possível. • Tenha paciência. Fale pausadamente. Observe o ritmo do outro e siga-o. • Estude primeiro o que vai falar. Cuide para ter um objetivo claro. • Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras difíceis, gírias ou palavras típicas de regiões que possam prejudicar a comunicação. • Observe a linguagem verbal e a não verbal. Os gestos, as expressões faciais, a postura, são fundamentais para nós. Para Recepção • Esteja sempre presente na situação, não “voe”, não se distraia. • Não pense na resposta antes do outro terminar a mensagem. Escute, reflita e após, exponha o seu ponto de vista. • Anote pontos básicos se necessário. • Evite expressar não-verbalmente cansaço, desinteresse ou falta de atenção. • Respeite as colocações do outro. Mesmo que discorde, mostre que aceita o pensamento dele. Não somos donos da verdade. Processos De Comunicação 4 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Funções da Linguagem Funções da Linguagem 1MÉRITO Apostilas Funções da Linguagem As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a in- tenção do falante. Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, fun- ção poética, função fática, função conativa e função metalinguística. Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos comunicativos. Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num mesmo texto. Função Referencial ou Denotativa Também chamada de função informativa, a função referencial tem como obje- tivo principal informar, referenciar algo. Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na ter- ceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal. Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáti- cos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem de- notativa, informam a respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emoti - vos à linguagem. Exemplo de uma notícia Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior des- valorização da sua história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994. Função Emotiva ou Expressiva Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião. Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui um caráter pessoal. 2 Funções da Linguagem Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticên- cias, ponto de exclamação, etc. Exemplo de e-mail da mãe para os filhos Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero encontrar essa casa em ordem, combinado?!? Função Poética A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido conotativo das palavras. Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será trans- mitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de lingua- gem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem. Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a função poética na publicidade ou nas expressões cotidia- nas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas). Exemplo de uma história sobre a avó Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabe- doria. Falava de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da man- ga. Função Fática A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o maisimportante é a relação entre o emissor e o receptor da men- sagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação. Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expres- sões de cumprimento, saudações, discursos ao telefone, etc. Exemplo de uma conversa telefônica — Consultório do Dr. João, bom dia! 3 Funções da Linguagem — Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível. — Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua preferência? — Dia 8 está ótimo. Função Conativa ou Apelativa Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem. Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos po- líticos, de modo a influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida. Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do vocativo. Exemplos Vote em mim! Entre. Não vai se arrepender! É só até amanhã. Não perca! Função Metalinguística A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um códi- go utilizando o próprio código. Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cine- matográfico que fala sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos. Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os dicionários. Exemplo Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a função metalinguística. 4 Funções da Linguagem Funções da Linguagem e Comunicação 5 Funções da Linguagem Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 6 Funções da Linguagem Exercícios Exercício 1 Leia os textos que se seguem e classifique as funções de linguagem. 1) E nunca mais chega o dia 18 de setembro… Estou em pulgas! É a primeira vez que vou entrar na cidade do Rock!! 2) "Há menos de um mês para a realização de mais um Rock in Rio, a organização do super-festival carioca divulgou uma lista de itens considerados proibidos - e que serão bloqueados na revista realizada por seguranças em cada pessoa que quiser entrar na Cidade do Rock." (26 de Agosto de 2015, in Estadão) 3) Rock in Rio 2013. Eu vou. 7 Funções da Linguagem Gabarito Exercício 1 1) Função Emotiva ou Expressiva 2) Função Referencial ou Denotativa 3) Função Conativa ou Apelativa 8 Gêneros e tipos textuais Gêneros e tipos textuais 1MÉRITO Apostilas Gêneros e tipos textuais A comunicação é um processo que envolve o uso de signos e regras semióticas¹ entre os interlocutores para a troca de informações entre si. A operação básica de enviar e receber outra mensagem configura o principal processo social por meio da linguagem. Por meio da linguagem, você pode interagir com outras pessoas e alterar as palavras de acordo com o contexto. Observe que, ao longo do dia, podemos estar envolvidos em diferentes tipos de situações, cada uma das quais requer um comportamento de linguagem apropriado. O resultado é o surgimento do tipo e gênero de texto. Nestes casos, o locutor ou autor lança os alicerces para a construção de um determinado discurso de forma a atendê-lo efetivamente. ¹ Semiótica é o estudo dos signos, que consistem em todos os elementos que representam algum significado e sentido para o ser humano, abrangendo as linguagens verbais e não-verbais. Fonte: Significados. Gêneros e tipos textuais O tipo de texto, ou tipo textual, é configurado como um modelo fixo e abrangente projetado para distinguir e definir a estrutura, bem como os aspectos linguísticos da narrativa, ensaio, descrição e explicação. Os tipos de texto têm uma estrutura definida e possibilidades limitadas, que variam de cinco a nove tipos. Por outro lado, os gêneros textuais apresentam maior diversidade e desempenham funções sociais específicas. Além disso, mesmo que as características principais sejam mantidas, elas estão sujeitas a alterações com o tempo. Um exemplo prático: carta. Até recentemente, era um dos principais meios de comunicação para a escrita à distância. 2 Gêneros e tipos textuais Gêneros Textuais Cada texto possuiu uma estrutura e linguagem. Existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo. Tipos textuais A tipologia textual é classificada de acordo com a estrutura e a finalidade de um texto. Cada tipo de texto cumpre uma função e, para isso, possui um modo específico de enunciare realizar a comunicação. 1- Texto Narrativo Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Exemplos de gêneros textuais narrativos: • Romance • Novela • Crônica • Contos de Fada • Fábula • Lendas 2- Texto Descritivo Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, 3 Gêneros e tipos textuais os quais descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor). Exemplos de gêneros textuais descritivos: • Diário • Relatos (viagens, históricos, etc.) • Biografia e autobiografia • Notícia • Currículo • Lista de compras • Cardápio • Anúncios de classificados 3- Texto Dissertativo- a rgumentativo Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos: • Editorial Jornalístico • Carta de opinião • Resenha • Artigo • Ensaio • Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado 4 Gêneros e tipos textuais 4- Texto Expositivo Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação. Exemplos de gêneros textuais expositivos: • Seminários • Palestras • Conferências • Entrevistas • Trabalhos acadêmicos • Enciclopédia • Verbetes de dicionários 5- Texto Injuntivo O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Exemplos de gêneros textuais injuntivos: • Propaganda • Receita culinária • Bula de remédio • Manual de instruções 5 Gêneros e tipos textuais Exercícios Exercício 1 São Paulo, 18 de agosto de 1929. Carlos [Drummond de Andrade], Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...). Eu... eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável. Mário [de Andrade] Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305 (Enem - 2007) A carta é um gênero textual em que existe sempre um emissor (remetente) e um receptor (destinatário). No trecho acima, a carta escrita para Carlos revela um exemplo de: a) carta pessoal b) carta do leitor c) carta aberta d) carta argumentativa e) carta comercial 6 Gêneros e tipos textuais Exercício 2 Eça de Queirós, um dos maiores escritores do realismo português, é conhecido por sua prosa onde ele criou novas formas de linguagens, neologismos e mudanças na sintaxe. O trecho abaixo é de sua obra mais emblemática “O primo Basílio” "Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava- se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates." De acordo com os gêneros textuais, a intenção do autor foi a) relatar sobre a manhã da personagem b) narrar os fatos habituais daquela manhã c) descrever aspectos da personagem e de suas ações d) apresentar o principal jornal lido pela personagem e) dissertar sobre a roupa utilizada pela personagem 7 Gêneros e tipos textuais Exercício 3 Qual das alternativas abaixo contém somente gêneros textuais? a) romance, descrição, biografia b) autobiografia, narração, dissertação c) bula de remédio, propaganda, receita culinária d) contos, fábulas, exposição e) seminário, injunção, declaração Exercício 4 "Experimente o nova e deliciosa barrinha de chocolate asteca: com mais de 70% de cacau e 0% de gordura saturada." A oração acima faz parte do gênero textual: a) notícia b) propaganda c) editorial d) bilhete e) declaração 8 Gêneros e tipos textuais Exercício 5 Pé de moleque Ingredientes 3 xícaras de amendoim torrado e moído 3 xícaras de açúcar 1 ½ xícaras de leite Modo de Fazer Leve todos os ingredientes ao fogo, mexendo sempre e até desgrudar da panela. Em seguida, despeje em mármore e espere esfriar e endurecer. Por fim, corte em pequenos pedaços. As receitas culinárias são gêneros textuais que instruem as pessoas a fazerem algo, seguindo um passo a passo. Esse tipo de gênero pertence aos textos a) prescritivos b) narrativos c) descritivos d) injuntivos e) expositivos 9 Gêneros e tipos textuais Gabarito Exercício 1 Alternativa a) carta pessoal A carta pessoal é escrita por pessoas que já se conhecem e possuem algum grau de intimidade. Nela, o remetente (quem escreve) pode abordar assuntos pessoais demonstrando sua opinião sobre determinado tema. Mário revela a Carlos que a candidatura de Getúlio vargas, segundo sua opinião, é a única aceitável no momento. Exercício 2 Alternativa c) descrever aspectos da personagem e de suas ações A intenção do escritor é descrever, detalhar, mostrar alguns aspectos que caracterizam a personagem naquele momento: a roupa que está usando, o jeito do cabelo, a cor da pele, a maneira como está apoiada na mesa e os movimentos que realiza com os dedos. Exercício 3 Alternativa c) bula de remédio, propaganda, receita culinária Os gêneros textuais são estruturas peculiares que surgem dos cinco tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Não devemos confundir os tipos de textos e os gêneros textuais que podem ser: romance, biografia, autobiografia, bula de remédio, propaganda, receita culinária, contos, fábulas, seminário e declaração. 10 Gêneros e tipos textuais Exercício 4 Alternativa b) propaganda A propaganda é um gênero textual que faz parte dos textos injuntivos. Esse tipo de texto tem a finalidade de persuadir o leitor, indicando uma ordem. Por isso, grande parte dos textos de propaganda possuem verbos no imperativo “experimente”. Exercício 5 Alternativa d) injuntivos Os textos injuntivos, também chamado de instrucionais, tem como objetivo a explicação para a concretização de algo. Assim, eles indicam o método, o procedimento que deverá ser realizado, transmitindo ao receptor explicações, instruções e indicações de como fazer algo. Geralmente, eles apresentam verbos no imperativo indicando uma ordem: leve, despeje, corte. 11 Ortografia 2.0 1 Ortografia 2.0 Ortografia 2.0 2 Ortografia 2.0 Mau ou mal Alguns questionamentos são bem insistentes (ou será que nós é quem insistimos em errar?), entre eles, o uso correto de mau e mal. Quem nunca se perguntou quando e como usar cada um dos termos, não é mesmo? Essa é certamente uma das perguntas que sondam nosso particularuniverso linguístico, mas nada como pensar um pouquinho para chegar a uma resposta. Se você ainda não sabe qual é o correto, mau ou mal, fique atento às dicas para nunca mais errar. Em primeiro lugar, devemos deixar bem claro que as duas formas existem, mau com “u” e mal com “l”. Apesar de serem foneticamente idênticas, semanticamente são bem diferentes, o que facilita na hora de escolher a grafia correta. Para usarmos corretamente essas duas palavrinhas-problema, basta fazer a oposição entre seus antônimos. Observe: Mal é advérbio, antônimo de bem. Mau é um adjetivo, antônimo de bom. Exemplos: Os governantes fizeram mau uso do dinheiro público. (mau ≠ bom) O aluno foi embora porque estava sentindo-se mal. (mal ≠ bem)" Quando se usa há? A palavra há é uma conjugação do verbo “haver” quando este é impessoal, por isso seus significados mais comuns são no sentido de “existir” (nesse sentido, “ter”) ou, no caso de tempo decorrido, “fazer”. Se você substituir o verbo há por um dos verbos citados acima e isso não alterar o sentido da frase, você já sabe qual a forma correta de escrever. Veja alguns exemplos: A meteorologista disse que há muita probabilidade de chuva amanhã. (A meteorologista disse que existe muita probabilidade de chuva amanhã.) Há vários livros no meu quarto. (Tem vários livros no meu quarto.) Ortografia 2.0 3 Não nos vemos há muitos anos. (Não nos vemos faz muitos anos.) O uso de “há” e “a” pode gerar muitas dúvidas. Quando se usa a? A palavra “a” pode ter diversas classificações dependendo do contexto. Costuma estar em várias locuções e, por isso, seu uso é muito versátil. Usamos “a” como artigo definido feminino singular, ou seja, para especificar um substantivo feminino em determinado contexto. Já as preposições conectam uma palavra a outra, gerando sentido e estabelecendo uma relação de dependência entre elas. A preposição “a” costuma ser regida por alguns verbos, isto é, eles necessitam dessa preposição para que o enunciado tenha sentido. Além dos verbos, muitas vezes a preposição “a” aparece em locuções, que são duas ou mais palavras com a mesma função, cujo sentido surge a partir da junção desses termos, e não da palavra isolada. Quando não há sentido de “existir” ou de tempo passado, use a palavra “a”. Observe os exemplos a seguir: Estivemos em consulta com a pediatra. (Artigo) Eu disse a ela que estava tudo bem. (Preposição) Daqui a pouco vai chover. (Locução adverbial)" Diferenças entre “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de” As expressões “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de” costumam causar dúvidas por causa da sua semelhança. Porém, elas significam coisas totalmente distintas. Vejamos, então, quando usá -las e o significado de cada uma. Ortografia 2.0 4 Quando se usa “acerca de”? A expressão “acerca de” é o que chamamos locução prepositiva, situação em que duas ou mais palavras têm valor morfológico de preposição. Essa expressão tem o significado de “sobre”, “quanto a”, “a respeito de”. Observe os exemplos: Na reunião de ontem, foi falado acerca do comportamento dos funcionários. Assim, conforme o exemplo, na reunião foi falado sobre o comportamento dos funcionários. Quero tratar acerca dos lucros da empresa. / Quero tratar a respeito dos lucros da empresa. Atenção: Ressalta-se que, nesse caso, é possível a contração da preposição “de” com o artigo, ou seja, acerca do — de + o / acerca da — de + a, de modo a concordar com o substantivo posterior. Quando se usa “a cerca de”? Primeiramente, é importante lembrar que existe, na língua portuguesa, a expressão “cerca de”, que significa “perto”, “aproximado”, “junto”, “nas aproximações”. Essa expressão, quando preposicionada, torna-se “a cerca de”, que mantém o seu significado original. Dessa forma, “a cerca de” marca distância aproximada no espaço e no tempo futuro. Exemplos: O mercado está a cerca de três quilômetros de distância. / O mercado está aproximadamente a três quilômetros de distância. A cerca de dois quilômetros, você terá que virar à direita. / Mais ou menos em dois quilômetros, você terá que virar à direita. Quando se usa “há cerca de”? Em “há cerca de”, percebemos a presença do verbo haver na sua forma impessoal: há. Isso faz com que a expressão ganhe a conotação de tempo passado, como em “há dois anos” = “faz dois anos”, ou seja, dois anos atrás. Por isso, a expressão marca algum evento acontecido próximo a determinado tempo passado. Exemplos: Há cerca de quatro anos, retornei à cidade. / Aproximadamente há quatro anos, retornei à cidade. Essa guerra aconteceu há cerca de 200 anos. / Essa guerra aconteceu aproximadamente há 200 anos. Ortografia 2.0 5 Atenção: Vale lembrar que quando ocorre o uso de “há”, este já estabelece a marcação de um tempo passado, dispensando o uso de “atrás”. Logo, utilizar a expressão “há cerca de dois anos atrás” configura pleonasmo ou redundância, uma vez que é desnecessário marcar o tempo passado duas vezes. Quando se usa “onde”? “Onde” é um advérbio de lugar e também pode exercer a função de pronome relativo (quando se refere a um lugar mencionado anteriormente na frase). Exemplo “Onde há fumaça, há fogo. ” Nessa expressão popular, a palavra “onde” indica o lugar em que há fumaça e fogo. Exemplo Onde coloquei a minha carteira? Nessa frase interrogativa, a palavra “onde” indica o lugar (ainda desconhecido) em que o enunciador colocou sua carteira. Já na próxima frase, perceba que o pronome relativo “onde” retoma o substantivo “país”: Angola foi o país onde vivi durante os anos 90. Portanto, “onde”, nesse exemplo, refere-se ao país Angola, mencionado anteriormente. Angola é um país onde há belas paisagens. Mas atenção! Não confunda lugar com tempo. É comum algumas pessoas usarem “onde” equivocadamente, como em: Estávamos todos tristes naquele dia, foi onde percebi que ele fazia falta. Note que o uso da palavra “onde”, nessa frase, não faz sentido, pois essa palavra indica lugar. A que lugar o enunciador ou enunciadora se refere então? Na verdade, a sua intenção era esta: Estávamos todos tristes naquele dia, foi quando percebi que ele fazia falta. Ortografia 2.0 6 Agora sim, o termo “quando” se refere ao dia (portanto, indica tempo) em que todos estavam tristes. Quando se usa aonde? A bicicleta é o lugar onde os ciclistas estão, para ir aonde eles querem. A palavra “aonde” é formada pela união da preposição “a” e do advérbio ou pronome relativo “onde”. Portanto, só usamos esse termo quando ele vem acompanhado de outro termo que exija a preposição “a”, como é o caso do verbo “chegar” no exemplo seguinte: Aonde você quer chegar com essa atitude? Desse modo, quem chega, chega a algum lugar: chegar aonde. Ou ainda este exemplo: Vou aonde você quiser. Nessa frase, o verbo “ir” exige a preposição “a”; portanto, quem vai, vai a algum lugar: vou aonde." 5 hábitos para escrever melhor e não errar mais a fim de ou afim 1. Leia mais A leitura estimula o cérebro e contribui com o aprendizado. Embora seja fundamental conhecer as regras da língua portuguesa, a compreensão delas pode ser facilitada ao assimilar os exemplos aplicados. 2. Troque a ligação por uma mensagem A ideia aqui é fazer com que a escrita seja mais presente na sua vida. Você não precisa se concentrar apenas em construir textos longos. Ao redigir mensagens, e-mails ou cartas, por exemplo, você acaba treinando, além da ortografia, a sua capacidade criativa. Ortografia 2.0 7 3. Dê uma folga para o corretor ortográfico Você é daqueles que vive com o corretor sempre ligado? Então, que tal desativá-lo um pouco? A ferramenta é, de fato, uma aliada do mundo moderno, mas você não pode ficar refém dela. 4. Pesquise sempre que houver dúvidas Na hora de escrever, incertezas sempre vão surgir.Por isso, nesses casos, não hesite em fazer algumas pesquisas para descobrir a escrita correta. Você pode consultar, por exemplo, o sistema de busca do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Lá, é possível digitar uma palavra e verificar se ela, realmente, existe no nosso idioma e se está com a grafia certa. 5. Continue estudando Para melhorar o aprendizado em qualquer área, é fundamental se manter sempre atualizado, buscando novos conhecimentos. A educação continuada é uma alternativa excelente para desenvolver habilidades como o vocabulário, a comunicação, a criatividade e a visão estratégica, dentre outras. Mais ou Mas? O “mais” e o “mas” são duas palavras que tem um som parecido, no entanto, são utilizadas em contextos distintos. Confira abaixo a diferença entre elas e suas regras de uso. Mais A palavra “mais” possui como antônimo o “menos”. Nesse caso, ela indica a soma ou o aumento da quantidade de algo. Ortografia 2.0 8 Embora seja mais utilizada como advérbio de intensidade, dependendo da função que exerce na frase, o “mais” pode ser substantivo, preposição, pronome indefinido ou conjunção. Exemplos: Quero ir mais vezes para a Europa. Hoje vivemos num mundo melhor e mais justo. Jonatas foi à festa com seu amigo mais sua namorada. Dica: Uma maneira de saber se você está usando a palavra corretamente é trocar pelo seu antônimo “menos”. Mas A palavra, “mas” pode desempenhar o papel de substantivo, conjunção ou advérbio. 1. Como substantivo, o, “mas” está associado a algum defeito. Exemplo: Nem, mas, nem meio, mas, faça já seus deveres de casa. 2. Como conjunção adversativa, o, “mas” é utilizado quando o locutor quer expor uma ideia contrária a que foi dita anteriormente. Exemplo: Sou muito calmo, mas estou muito nervoso agora. Nesse caso, ela possui o mesmo sentido de: porém, todavia, contudo, entretanto, contanto que, etc. 3. Como advérbio, o “mas” é empregado para enfatizar alguma informação. Exemplo: Ela é muito dedicada, mas tão dedicada, que trabalhou anos vendendo doces. Não confunda! A palavra "más" com acento é o plural de "má", ou seja, é um adjetivo sinônimo de ruim, por exemplo: Nesse semestre suas notas estão muito más. Ortografia 2.0 9 Exercícios Mais ou Mas 1. (Cesgranrio) para estar de acordo com a norma-padrão, a frase abaixo deve ser completada. Esperamos que, daqui ____ alguns anos, não tenhamos de lidar ____ com os mesmos problemas que enfrentamos já ____ duas décadas no Brasil. A sequência de palavras que completa as lacunas acima de acordo com a norma-padrão é: a) a – mas – há b) a – mais – a c) a – mais – há d) há – mas – há e) há – mais – a Alternativa c: a – mais – há Exercícios resolvidos sobre “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de” Questão 1 Analise o uso das expressões “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de” nas proposições a seguir e marque a alternativa correta: I - Meu carro está estacionado a cerca de 100 metros daqui. II - Conversamos muito acerca do divórcio. III - A cerca de 300 anos, iniciou-se a jornada do grande homem. Onde ou aonde "Questão 1 - Todas as orações a seguir apresentam o uso correto dos termos “onde” e “aonde”, exceto: Ortografia 2.0 10 a) Não sei onde está o meu caderno e nem onde coloquei meu lápis. b) Não se esqueça de que aonde você estiver, eu estarei com você. c) O mundo onde você vive é mais do que especial, é fantasioso. d) Levarei o dinheiro aonde você quiser, mas só quando eu puder. e) Na cidade onde moro, não tenho segurança para ir aonde quero. Resolução Alternativa “b”. Nesse período, o verbo “estar” não exige preposição. Portanto, o correto, segundo a norma-padrão, é “onde você estiver”, ou seja, o lugar em que “você estiver”." a) Apenas a proposição I está correta. b) Apenas a proposição II está correta. c) Apenas a proposição III está correta. d) Estão corretas as proposições I e II. e) Estão corretas as proposições I e III. Resolução: Alternativa correta: letra D A proposição I apresenta uma conotação de proximidade. Isso justifica o uso da expressão “a cerca de”. A proposição II apresenta o significado “conversar sobre algo”, por isso “acerca de” é a proposição correta. A proposição III está incorreta, uma vez que referencia tempo passado. Assim, “há cerca de” seria a opção correta. Ortografia 2.0 11 2. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que as formas mal ou mau estão utilizadas de acordo com a norma culta: a) Mau agradecidas, as juízas se postaram diante do procurador, a exigir recompensas. b) Seu mal humor ultrapassa os limites do suportável. c) Mal chegou a dizer isso, e tomou um sopapo que o lançou longe. d) As respostas estavam mau dispostas sobre a mesa, de forma que ninguém sabia a sequência correta. e) Então, mau ajeitada, desceu triste para o salão, sem perceber que alguém a observava. Alternativa c: Mal chegou a dizer isso, e tomou um sopapo que o lançou longe. A ou há 1 – Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas: Explicamos ___ ela que não seria possível ___ devolução hoje, pois fecharíamos dali ___ cinco minutos. Mas vamos avisar que ___ possibilidade de devolução amanhã. a) a; a; há; há. b) há; a; a; a. c) a; a; há; a. d) a; a; a; há. 2 – Assinale a alternativa que apresenta uso correto do termo “há” de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa: a) Há tempos que queria fazer isso. b) Demos presentes há várias crianças. c) Esperava há entrega por muito tempo. d) Há dez horas atrás, ocorreu um acidente. Ortografia 2.0 12 Respostas 1 – d) Explicamos a ela = preposição Não seria possível a devolução = artigo Dali a cinco minutos = preposição, tempo futuro Avisar que há possibilidade = verbo haver no presente do indicativo 2 – a) No item b), o correto seria a, pois trata-se de preposição. No item c), o correto seria a, pois trata-se de artigo. No item d), o correto de fato é há, porém, a construção “há ... atrás” não está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa." Acentuação 1 Acentuação Acentuação 2 Acentuação A acentuação é um tema inerente aos postulados gramaticais que, indiscutivelmente, concebe- se como um fator relevante, em se tratando da linguagem escrita. Trata-se do fenômeno relacionado com a intensidade em que as sílabas se apresentam quando pronunciadas, podendo ser em maior ou menor grau. Quando proferidas com mais intensidade, classificam-se como tônicas, e quando soadas de maneira mais sutil, como átonas. Ainda enfatizando acerca da importância do assunto em pauta, há outro detalhe pertinente: o fato de ter havido algumas mudanças em decorrência da implantação da Nova Reforma Ortográfica. Cabendo ressaltar, portanto, que os referidos postulados, abaixo descritos, encontram-se condizentes a esta. Para tanto, analisemos cada caso a seguir. • Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em: Oxítonas – aquelas em que a sílaba tônica se encontra demarcada na última sílaba. Exemplos: café, cipó, coração, armazém... Paroxítonas – a sílaba tônica é penúltima sílaba. Exemplos: caderno – problema – útil – automóvel... Proparoxítonas – a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba. Exemplos: lâmpada – ônibus – cárcere – cônego... • Monossílabos átonos e tônicos Os vocábulos que possuem apenas uma sílaba – ora caracterizados como monossílabos – também são proferidos de modo mais e/ou menos intenso. De modo a compreendermos como se efetiva tal ocorrência, analisemos: Que lembrança darei ao país que me deu tudo o que lembro e sei, tudo quantosenti? Acentuação 3 (Carlos Drummond de Andrade) Atendo-nos a uma análise, percebemos que os monossílabos “que”, “ao”, “me”, “o”, “e” são átonos, visto que são pronunciados tão fracamente que se apoiam na palavra subsequente. Já os monossílabos representados por “deu” e “sei” demonstram ser dotados de autonomia fonética, caracterizando-se, portanto, como tônicos. Regras fundamentais: • Monossílabos tônicos Graficamente, acentuam-se os monossílabos terminados em: -a(s): chá, pá... -e(s): pé, ré,... -o(s): dó, nó... Entretanto, os monossílabos tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuados. Observações: Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento. Exemplos: réis, véu, dói. No caso dos verbos monossilábicos terminados em-ê, a terceira pessoa do plural termina em eem. Essa regra se aplica à nova ortografia. Perceba: Ele vê - Eles veem Ele crê – Eles creem Ele lê – Eles leem Forma verbal que antes era acentuada agora é grafada sem o sinal gráfico. Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que a terceira pessoa termina em “-êm”, embora acentuada. Perceba: Ele tem – Eles têm Ela vem – Elas vêm • Oxítonas: Acentuação 4 Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de “s”. Pará, café, carijó, armazém, parabéns • Paroxítonas: Acentuam-se todos os vocábulos terminados em: -l: amável, fácil, útil. -r: caráter, câncer. -n: hífen, próton. Observação: Quando grafadas no plural, essas palavras não recebem acento. Exemplos: polens, hifens. -x: látex, tórax. -ps: fórceps, bíceps. -ã(s): ímã, órfãs. -ão(s): órgão, bênçãos. -um(s): fórum, álbum. -on(s): elétron, nêutron. -i(s): táxi, júri. -u(s): Vênus, ônus. -ei(s): pônei, jóquei. -ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa. Observações importantes: a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais acentuados. Perceba como eram antes e como agora são grafados: Antes Depois Coréia Coreia plebéia plebeia idéia ideia Odisséia Odisseia Acentuação 5 jibóia jiboia asteróide asteroide paranóia paranoia heróico heroico Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis: chapéu – herói - fiéis... b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem hiato. Note: Antes Depois Sauípe Sauipe bocaiúva bocaiuva feiúra feiura boiúna boiuna No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem seguidos de “s” ou no final da palavra. Confira: Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s). O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos: saída – saúde – juíza – saúva – ruído. • As formas verbais que possuem o acento na raiz com o “u” tônico precedido das letras “q” e “g” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Veja: Antes Depois apazigúe (verbo apaziguar) apazigue Acentuação 6 argúi (verbo arguir) argui Atenção: - Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando “a” ou “i” tônicos, essas vogais serão acentuadas: Exemplos: eu águo, eles águam, eles enxáguam (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas, que eles apazíguem. - Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Exemplos: Eu averiguo, eu aguo. • Não será mais usado o acento agudo para diferenciar determinados vocábulos , tais como: Antes Depois para = preposição/ pára = verbo parar para pela = preposição/ péla = verbo pelar pela pólo = substantivo/ polo = combinação antiga e popular de "por" e "lo" polo pêlo = substantivo/ pelo = combinação da preposição com o artigo pelo pêra = substantivo/ pera = preposição referente ao português arcaico pera Contudo, o acento permanece para diferenciar algumas palavras , representadas por: pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder) pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder) pôr = verbo por = preposição Acentuação 7 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos 1MÉRITO Apostilas Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Semântica é a classe gramatical que estuda a significação das palavras e as relações que elas têm umas com as outras por meio das classificações como si - nônimos, antônimos, homônimos e parônimos. Sinônimos A sinonímia é o nome dado ao que ocorre quando usamos palavras diferen- tes, mas com o significado igual ou parecido, estabelecendo uma relação de proxi- midade. Essas palavras de mesma significação são chamadas de sinônimos, e uti- lizá-las evita que sentenças e argumentos se tornem repetitivos e desinteressan- tes. Importante notar que sinônimos não são equivalentes e é raro encontrar aqueles que são perfeitos, como no caso de “belo” e “bonito”, dependendodo contexto (“este rapaz é belo” é muito semelhante a “este rapaz é bonito”, mas nem sempre a relação é tão próxima). Exemplos: • Casa/lar/moradia/residência • Longe/distante • Delicioso/saboroso • Carro/automóvel • Triste/melancólico • Resgatar/recuperar Antônimos A antonímia, ao contrário da sinonímia, é o que acontece quando duas pala - vras são usadas para indicar o oposto uma da outra, estabelecendo uma relação de contrariedade. Exemplos: 2 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos • Amor/ódio • Luz/trevas • Mal/bem • Ausência/presença • Fraco/forte • Bonito/feio • Cheio/vazio Polissemia e monossemia Quando uma palavra tem vários significados, temos uma polissemia. O con- trário, que é quando uma palavra tem somente um significado, é chamado de mo- nossemia. Para entender esses significados, é fundamental observar o contexto no qual essas palavras estão inseridas. Exemplo: Gato: animal, homem atraente, instalação elétrica irregular. • Adotei um gato na semana passada. • Conheci seu amigo ontem na festa. Que gato! • Aquela instalação elétrica da vizinha é um gato. Homônimos Homônimos são aquelas palavras que têm som igual, escrita igual, mas signifi- cados diferentes. Dentro dessa classificação, temos ainda as palavras homófonas (mesmo som, mas com escrita e significado diferentes) e as homógrafas (escrita igual, mas com som e significado diferentes). Exemplos: 3 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos • Vou colocar “extrato” de tomate no molho do macarrão. • Vou ao banco retirar o “extrato”. • Eu “rio” tanto. • Da minha casa posso ver o “rio”. Homônimos perfeitos: são palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo som. Exemplo: Esse homem é são (saúde), São Pedro (título), Como vai? (sauda- ção), Eu como feijão (verbo comer). Homônimos homófonos: são as palavras que possuem o mesmo som, porém a grafia é diferente. Exemplo: sessão (reunião), seção (repartição), cessão (ato de ceder), concerto (musical) e conserto (ato de consertar). Homônimos homógrafos: são palavras que possuem a mesma grafia e sons diferentes. Exemplo: almoço (ô) substantivo – almoço (ó) verbo; jogo (ô) substanti- vo – jogo (ó) verbo; para (preposição) – para (verbo) Parônimos são aquelas que são escritas e pronunciadas de maneira semelhante, mas têm significados distintos. • coro e couro; • cesta e sesta; • eminente e iminente; • osso e ouço; • sede e cede; • comprimento e cumprimento; • tetânico e titânico; • degradar e degredar; 4 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos • infligir e infringir; Formas variantes As formas variantes se referem a palavras que possuem mais do que uma gra- fia correta, sem que haja alteração do seu significado. Exemplos de formas variantes: • abdome e abdômen; • bêbado e bêbedo; • embaralhar e baralhar; • enfarte e infarto; • louro e loiro. 5 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Exercícios Exercício 1 Levando em consideração o contexto atribuído pelos enunciados, empregue corretamente um dos termos propostos pelas alternativas entre parênteses. a – O atacante aproveitou a jogada distraída e deu o ___________ no adversário. (cheque/xeque) b – O visitante pôs a _____________ no cavalo, despediu-se de todos e seguiu viagem. (cela/sela) c – No presídio, todos os ocupantes foram trocados de _____________. (cela/sela) d – O filme a que assisti pertence à ______ das dez. (seção/sessão/cessão) Exercício 2 (FMPA- MG) - Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamente aplicada: a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes . b) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. d) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. e) A cessão de terras compete ao Estado. Exercício 3 CEITEC 2012 - FUNRIO - Advogado - AAO-ADVOGAD Fotografia divulgada na internet mostra a placa com o nome de um bar. Nela se lê: “BAR ÁLCOOL ÍRIS”. Pode-se criticar a suposta originalidade, mas não há dúvida de que a escolha do nome baseou-se na relação que há entre as palavras “álcool” e “arco”, o que caracteriza um caso de: 6 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos a. ambiguidade. b. homonímia. c. paráfrase. d. paronímia. e. polissemia. Exercício 4 CEITEC 2012 - FUNRIO - Administração/Ciências Contábeis/Direito/Pregoeiro Público AAO-COMNACI Os vocábulos Emergir e Imergir são parônimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecionando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada. Assinale-a. a A descoberta do plano de conquista era eminente. b O infrator foi preso em flagrante. c O candidato recebeu despensa das duas últimas provas. d O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura. e Os culpados espiam suas culpas na prisão. 7 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Gabarito Exercício 1 Resposta: a – xeque b – sela c – cela d – sessão Exercício 2 Resposta: Alternativa “c”. Exercício 3 Resposta: ( D ) paronímia. Exercício 4 Resposta: ( B ) O infrator foi preso em flagrante. 8 Linguagem Denotativa e Conotativa Linguagem Denotativa e Conotativa 1MÉRITO Apostilas Linguagem Denotativa e Conotativa Conotação e denotação são expressões linguísticas relacionadas ao significado de palavras ou expressões em declarações. Quando a mensagem é literal, ou seja, de acordo com o significado do dicionário, é chamada de denotativa. Depois de jogar bola, nós comemos um churrasco. (denotação) O termo “bola” está empregado em sentido denotativo, que se refere ao objeto esférico utilizado para jogar futebol, basquete e vôlei. Por outro lado, se uma mensagem tem um significado mais subjetivo e figurativo, dizemos que é conotativa. Ele comeu bola na prova de matemática. (conotação) A expressão “comer bola” está em sentido figurado ou conotativo, que significa: cometer um erro. Denotação Denotação é o uso do sentido literal ou real da linguagem em uma declaração. Quando utilizada, ela não proporciona espaço para outras interpretações, sendo, portanto, precisa e objetiva. Por isso, a denotação compreende o sentido dos dicionários, ou seja, o sentido próprio, original e direto das palavras. Assim, a intenção de uma enunciação denotativa é emitir a mensagem ao receptor, de modo que ela não seja interpretada ou decifrada de outra maneira. Emprego de denotação: • Notícias e reportagens • Bulas de remédios • Manuais de instruções • Textos científicos 2 Linguagem Denotativa e Conotativa Conotação A conotação é o uso do sentido figurado, metafórico ou subjetivo da linguagem em uma declaração. Quando utilizada, ela proporciona interpretações abstratas que vão além do sentido real das palavras, ou seja, das definições que aparecem nos dicionários. Por isso, ela recorre ao uso das figuras e vícios de linguagem para a transmissão das mensagens. Emprego de conotação: • Textos literários (poemas, crônicas, novelas) • Mensagens publicitárias • Charges e tirinhas • História em quadrinhos Sentido denotativo e sentido conotativo no dicionário O sentido denotativo representa o emprego de palavras e expressões em seu sentido próprio, literal, original, real e objetivo. Muitas vezes, ele é caracterizado pelo sentido do dicionário, ou seja, a primeira acepção da palavra. Já o sentido conotativo é expresso pelo uso da palavra ou expressão em sentido figurado, subjetivo ou expressivo. Nos dicionários, depois da acepção denotativa há, entre parênteses ou colchetes, o termo "figurado", o qual indica o sentido conotativo da palavra. Exemplo da palavra "bode" no dicionário: Ruminante cavicórneo, macho da cabra. (sentido denotativo) [Gíria] Dar bode, dar confusão, encrenca. (sentido conotativo) 3 Linguagem Denotativa e Conotativa Exercícios Exercício 1 Qual das opções abaixo apresenta o sentido figurado:a) As apostilas estão com preços exorbitantes. b) Não conseguimos o atendimento no banco. c) O funcionário estava muito confuso com os dados. d) Ele foi muito doce e atencioso comigo. e) No caminho de casa, encontramos um filhote de gato. Exercício 2 Todas as alternativas abaixo possuem orações que apresentam o sentido conotativo, EXCETO: a) “o casamento não é um mar de rosas” b) “meus pensamentos voaram alto” c) “quando pisado, meu coração sangrou” d) “alimentou-se da coragem” e) “chorou intensamente até dormir” Exercício 3 Indique se as orações abaixo apresentam o sentido denotativo (D) ou conotativo (C). 1. ( ) Meu tio era muito rico e nadava em ouro. 2. ( ) O nadador brasileiro ganhou a medalha de ouro. 3. ( ) Ela tinha um coração de pedra. 4 Linguagem Denotativa e Conotativa 4. ( ) Caiu e machucou a cabeça na pedra. 5. ( ) Engoliu muito sapo no trabalho. A alternativa correta é: a) C, C, D, D, C b) C, D, C, D, C c) C, C, D, C, D d) D, C, C, D, D e) D, D, C, C, D 5 Linguagem Denotativa e Conotativa Gabarito Exercício 1 Alternativa correta: d) Ele foi muito doce e atencioso comigo. O sentido figurado, chamado também de sentido conotativo, abarca o sentido subjetivo da palavra. Assim o termo “doce” não está sendo empregado em seu sentido literal, ou seja, algo que é açucarado. Nesse caso, está sendo utilizado para indicar alguém que é tranquilo, que age com suavidade. Exercício 2 Alternativa correta: e) “chorou intensamente até dormir” A oração “chorou intensamente até dormir” é um exemplo de uso do sentido denotativo, literal e real. Nenhum termo utilizado possui algum sentido subjetivo, figurado. Ou seja, a pessoa literalmente chorou muito até a hora de dormir. Nas outras opções, temos: a) “mar de rosas” é uma expressão que expressa o sentido figurado e significa que algo é muito bom. b) “voar alto” significa que os pensamentos de alguém foram de grande pretensão, ou seja, exagerados. c) o termo “sangrar” foi utilizado em sentido conotativo, que significa doer muito. d) a expressão “alimentou-se da coragem” significa que alguém tomou coragem para enfrentar algum desafio. Exercício 3 Alternativa correta: b) C, D, C, D, C 1. (Sentido conotativo) Meu tio era muito rico e nadava em ouro. - “nadar em ouro” é uma expressão utilizada quando a pessoa possui muito dinheiro. 6 Linguagem Denotativa e Conotativa 2. (Sentido denotativo) O nadador brasileiro ganhou a medalha de ouro. - oração no sentido literal. 3. (Sentido conotativo) Ela tinha um coração de pedra. - “coração de pedra” é uma expressão utilizada quando alguém aparenta não ter sentimentos. 4. (Sentido denotativo) Caiu e machucou a cabeça na pedra. - oração no sentido literal. 5. (Sentido conotativo) Engoliu muito sapo no trabalho. - “engolir sapo” é uma expressão utilizada quando alguém sofre acusações, julgamentos e não revida. 7 MÉRITO Apostilas Estrutura morfossintática do período Estrutura morfossintática do período 1 Estrutura morfossintática do período Período Composto Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de períodos compostos: 1) Período composto por coordenação: quando as orações não mantêm rela- ção sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações sintatica- mente independentes entre si. Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei. 2) Período composto por subordinação: quando uma oração, chamada subor- dinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal. Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto) Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. Período Composto por Subordinação A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de ora- ções subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais. I. Orações Subordinadas Substantivas: São seis as orações subordinadas subs- tantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se) A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal. Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva: verbo de li- gação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. É necessário que façamos nossos deveres. 2 Estrutura morfossintática do período verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva. Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer. Ex. Convém que façamos nossos deveres. Verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda. B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal. (sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante. C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal. (sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta. Ex. Lembro-me de que tu me amavas. D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal. (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal. Ex. Tenho necessidade de que me elogiem. E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração su- bordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vír- gulas. oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva. 3 Estrutura morfossintática do período Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade. F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da ora- ção principal. (sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa. Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses. Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras: Pronomes interrogativos (quem, que, qual…) Advérbios interrogativos (onde, como, quando…) Perguntou-se quando ele chegaria. Não sei onde coloquei minha carteira. II. Orações Subordinadas Adjetivas As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relati- vo. São duas as orações subordinadas adjetivas: A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou prono- me a que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração principal e não pode ser isolada por vírgulas. Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura. Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio. 4 Estrutura morfossintática do período B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, expli- cando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A expli- cativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas. Ex. Londrina, que é a terceira cidade da região Sul do país, está muito bem cui- dada. III. Orações Subordinadas Adverbiais São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjun- ção subordinativa A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que. Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal. B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido Conjunções: (mais) … que, (menos)… que, (tão)… quanto, como. Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era). C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão. Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, se- bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese. 5 Estrutura morfossintática do período Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova. D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição. Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que. Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. Conjunções: como, conforme, segundo. Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura. F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência. Conjunções: (tão)… que, (tanto)… que, (tamanho)… que. Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do microfone. G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal. Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo. H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. 6 Estrutura morfossintática do período Conjunções: a fim de que, para que, porque. Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam. I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais. À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. IV. Orações Reduzidas Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome rela- tivo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de gerúndio. Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem. Período Simples e Composto O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, pode ser simples ou composto. Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta. Exemplos: Já acordamos. Hoje está tão quente! 7 Estrutura morfossintática do período Preciso disto. Período Composto - apresenta duas ou mais orações. Exemplos: • Conversamos quando eu voltar. • É sua obrigação explicar o que aconteceu. • Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias. O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado. Classificação do Período Composto Conforme a sua formação, o período composto é classificado em: Período Composto por Coordenação - quando as orações são independentes entre si, ou seja, cada uma delas têm sentido completo. Exemplos: Levantou e começou a trabalhar. Assaltou a loja e correu pela porta dos fundos. Período Composto por Subordinação - quando as orações relacionam-se entre si. Exemplos: 8 Estrutura morfossintática do período Espero terminar os enfeites até que os convidados comecem a chegar. Fi a receita mesmo sem saber quais ingredientes levava. Período Misto- quando há a presença de orações coordenadas e subordinadas. Exemplos: Levantei, embora ainda estivesse cheio de sono. Enquanto ele falar, nós vamos escutar. Orações Coordenadas As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas, respectivamente, conforme são utilizadas ou não conjunções. Exemplos: Ora fala, ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso da conjunção “ora...ora”). As aulas começaram, os deveres começaram e a preguiça deu lugar à determinação. (orações coordenadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres começaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à determinação”.) As orações coordenadas sindéticas podem ser: Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: Gosta de praia, mas também gosta de campo. Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Exemplo: Gostava do curso, contudo não havia vaga na sua cidade. Alternativas: quando as orações expressam alternativa. Exemplo: Vai ele ou vou eu. Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Exemplo: Estão de acor- do, então vamos. 9 Estrutura morfossintática do período Explicativas: quando as orações expressam explicação. Exemplo: Fizemos o tra- balho hoje porque tivemos tempo. Orações Subordinadas As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais, con- forme a sua função. Exemplos: Substantivas: quando as orações têm função de substantivo. Exemplo: Espero que vocês consigam. Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo. Exemplo: Os concorrente que dormem mais têm um desempenho melhor. Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio. Exemplo: À medida que crescem, aumentam as preocupações. ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ 10 Estrutura morfossintática do período ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ Exercícios: 1. (UNIRIO) No período “Ah, arrulhou de repente a pomba, quando distinguiu, indignada, o pombo que chegava (...)”, as duas orações subordinadas são respectivamente: a) adjetiva e adverbial temporal b) substantiva predicativa e adjetiva c) adverbial temporal e adverbial temporal d) adverbial temporal e adverbial consecutiva e) adverbial temporal e adjetiva ________________________________________________________________________________ ________ 2. (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar, nunca esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula está mal colocada, pois separa: a) o sujeito e o objeto direto b) o sujeito e o predicado c) a oração principal e a oração subordinada 11 Estrutura morfossintática do período d) o sujeito e o seu adjunto adnominal e) o predicado e o objeto direto ________________________________________________________________________________ ________ Gabarito 1 – Alternativa e: adverbial temporal e adjetiva. 2 – Alternativa b: o sujeito e o predicado 3 – Alternativa b: subordinada adverbial consecutiva 12 Classes gramaticais Classes gramaticais 1MÉRITO Apostilas Classes gramaticais Classe gramatical É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na lín- gua portuguesa. Elas podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da seguinte forma: Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: subs- tantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo e numeral. Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio. As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, ad- jetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio. 1. Substantivo Substantivo é a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenô- menos, lugares, qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza. Exemplos de frases com substantivo: • A Ana é super inteligente. • O Brasil é lindo. • A tua beleza me encanta. Há vários tipos de substantivos: comum, próprio, concreto, abstrato, coletivo. 2. Verbo Verbo é a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais como: sairemos, corro, chovendo. Exemplos de frases com verbo: • Sairemos esta noite? • Corro todos os dias. • Chovendo, eu não vou. 2 Classes gramaticais Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos e abundan- tes. 3. Adjetivo Adjetivo é a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais como: feliz, superinteressante, amável. Exemplos de frases com adjetivo: • A criança ficou feliz. • O artigo ficou superinteressante. • Sempre foi amável comigo. 4. Pronome Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele. Exemplos de frases com pronome: • Eu aposto como ele vem. • Contigo vou até a Lua. • Aquele tipo não me sai da cabeça. Há vários tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relati- vos, indefinidos e interrogativos. 5. Artigo Artigoé a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma. Exemplos de frases com artigo: • O menino saiu. • As meninas saíram. • Uns constroem, outros destroem. • Uma chance é o que preciso. 3 Classes gramaticais Os artigos são classificados em: definidos e indefinidos. 6. Numeral Numeral é a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um, primeiro, dezenas. Exemplos de frases com numeral: • Um pastel, por favor! • Primeiro as damas. • Dezenas de pessoas estiveram presentes. Os numerais são classificados em: cardinais, ordinais, multiplicativos, fracio- nários e coletivos. 7. Preposição Preposição é a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para. Exemplos de frases com preposição: • Entreguei a carta a ele. • As portas abrem após as 18h. • Isto é para você. As preposições são classificadas em: preposições essenciais e preposições acidentais. 8. Conjunção Conjunção é a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical, tais como: mas, portanto, conforme. Exemplos de frases com conjunção: • Vou, mas não volto. • Portanto, não sei o que fazer. 4 Classes gramaticais • Dançar conforme a dança. As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, al- ternativas, conclusivas e explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, com- parativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, fi- nais e proporcionais). 9. Interjeição Interjeição é a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!, Viva! Psiu!. Exemplos de frases com interjeição: • Olá! Sou a Maria. • Viva! Conseguimos ganhar o campeonato. • Psiu! Não faça barulho aqui. 10. Advérbio Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, ex- primindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: melhor, demais, ali. Exemplos de frases com advérbio: • O melhor resultado foi o do atleta estrangeiro. • Não acha que trouxe folhas demais? • O restaurante é ali. Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação e dúvida. 5 Classes gramaticais Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 6 Classes gramaticais Exercícios Exercício 1 Indique a que classe de palavras pertencem as palavras em negrito. a) As meninas são tão corajosas quanto os meninos. b) Coragem! c) Falta a coragem… d) Com seus trinta anos já era para ter juízo. e) Há uns anos não sabia o que fazer da vida. f) Fazer o bem sem olhar a quem. 7 Classes gramaticais Gabarito Exercício 1 A) Adjetivo - classe de palavras que atribui característica ao substantivo. Na oração, temos: meninas (substantivo), corajosas (adjetivos). B) Interjeição - classe de palavras que expressa sensações e é sempre acompanhada de ponto de exclamação. "Coragem!" é uma interjeição de ânimo. C) Substantivo - classe de palavras que nomeia seres, fenômenos, entre muitos outros. Na oração, "coragem" é um substantivo abstrato. D) Pronome - classe de palavras que substitui ou acompanha os substantivos. Na oração, "seus" é um pronome possessivo. E) Artigo - classe de palavras que acompanham o substantivo de forma a determinar seu número (singular ou plural) e seu gênero (feminino ou masculino). Na oração "uns" é um artigo indefinido plural, masculino. F) Substantivo - classe de palavras que nomeia seres, fenômenos, entre muitos outros. Na oração, "bem" é um substantivo abstrato, porque foi substantivada em decorrência da utilização do artigo "o" (o bem). Em outros contextos, essa mesma palavra pode assumir a função de advérbio, tal como na alternativa seguinte, em que "bem" é um advérbio de modo: "Os trabalhos ficaram muito bem feitos.". 8 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções 1MÉRITO Apostilas Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Substantivos Os substantivos classificam-se como termos cuja finalidade é nomear as diferentes entidades – pessoas, objetos, instituições, lugares, animais, entre outros. O substantivo é uma classe gramatical, logo é objeto de estudo da morfologia. Entretanto, dentro da oração, ele possui função sintática. Toda classe gramatical é dividida entre palavras variáveis e invariáveis, o substantivo compõe as variáveis, as que podem flexionar-se. Flexionar é mudar, variar. No caso dos substantivos, essa variação será em relação ao gênero (feminino e masculino), ao número (singular e plural) e ao grau (aumentativo e diminutivo). Se sairmos da morfologia e passarmos para a sintaxe, mais precisamente para Concordância Nominal, é imprescindível que se aplique essa informação, pois, assim, ficará fácil entender porque o artigo, o numeral,o adjetivo e o pronome adjetivo devem concordar com o substantivo. Se ele é variável, logo os termos que se relacionam com ele devem estar em concordância, ou seja, devem combinar. Os substantivos podem ser: Primitivos Quando não são formados a partir de outra palavra. Exemplo: Livro Derivados Formados a partir de outra palavra. Exemplo: Livraria Simples Nomes que possuem apenas uma palavra. Exemplo: Chuva 2 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Compostos Nomes formados por duas palavras. Exemplo: Guarda-chuva Concretos Quando sua existência é independente, ou seja, não precisa de algo ou de alguém para se manifestar. Exemplo: Mesa Abstratos Quando sua existência depende de algo ou de alguém. Exemplo: Raiva Coletivos Quando indicam coleção, conjunto de seres, desde que pertençam à mesma espécie. Exemplo: Fauna (animais de uma região) Comum Quando não especificam, pelo contrário, generalizam. Exemplo: menino. Próprio Quando especificam, quando particularizam. Exemplo: João. Adjetivos O adjetivo é uma classe de palavras que atribui características aos substantivos, ou seja, ele indica suas qualidades e estados. Essas palavras variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (comparativo e superlativo). 3 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Exemplos de adjetivos: • garota bonita • garotas bonitas • criança obediente • crianças obedientes Os tipos de adjetivos Adjetivo Simples - apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste, lindo, bonito. Adjetivo Composto - apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro, superinteressante, amarelo-ouro. Adjetivo Primitivo - palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre, puro, triste, notável. Adjetivo Derivado - palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: articulado (verbo articular), visível (verbo ser), formoso (substantivo formosura), tristonho (substantivo triste). Adjetivo Pátrio (ou adjetivo gentílico) - indica o local de origem ou nacionalidade de uma pessoa. Exemplos: brasileiro, carioca, paulista, europeu, espanhol. O gênero dos adjetivos Em relação aos gêneros (masculino e feminino), os adjetivos são divididos em dois tipos: Adjetivos Uniformes - apresentam uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino). Exemplo: menino feliz; menina feliz 4 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Adjetivos Biformes - a forma varia conforme o gênero (masculino e feminino). Exemplo: homem carinhoso; mulher carinhosa. O número dos adjetivos Os adjetivos podem estar no singular ou no plural, concordando com o número do substantivo a que se referem. Assim, a sua formação se assemelha à dos substantivos. Exemplos: • Pessoa feliz - pessoas felizes • Vale formoso - vales formosos • Casa enorme - casas enormes • Problema socioeconômico - problemas socioeconômicos • Menina afro-brasileira - meninas afro-brasileiras • Estudante mal-educado - estudantes mal-educados O grau dos adjetivos Quanto ao grau, os adjetivos são classificados em dois tipos: • Comparativo: utilizado para comparar qualidades. • Superlativo: utilizado para intensificar qualidades. Grau comparativo Comparativo de Igualdade - O professor de matemática é tão bom quanto o de geografia. Comparativo de Superioridade - Marta é mais habilidosa do que a Patrícia. Comparativo de Inferioridade - João é menos feliz que Pablo. 5 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Grau superlativo Superlativo Absoluto: refere-se a um substantivo somente, sendo classificados em: • Analítico - A moça é extremamente organizada. • Sintético - Luiz é inteligentíssimo. Superlativo Relativo: refere-se a um conjunto, sendo classificados em: • Superioridade - A menina é a mais inteligente da turma. • Inferioridade - O garoto é o menos esperto da classe. A locução adjetiva A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. Exemplos: Amor de mãe - Amor maternal Doença de boca - doença bucal Pagamento do mês - pagamento mensal Férias do ano - férias anual Dia de chuva - dia chuvoso O pronome adjetivo Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem acompanhados do substantivo, modificando-os. Exemplos: Este livro é muito bom. (acompanha o substantivo livro) 6 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Aquela é a empresa onde ele trabalha. (acompanha o substantivo empresa) Pronomes Os pronomes representam a classe de palavras que substituem ou acompanham os substantivos. De acordo com a função que exercem, eles são classificados em sete tipos: • Pronomes Pessoais • Pronomes Possessivos • Pronomes Demonstrativos • Pronomes de Tratamento • Pronomes Indefinidos • Pronomes Relativos • Pronomes Interrogativos Exemplos: 1) Mariana apresentou um show esse final de semana. Ela é considerada uma das melhores cantoras de música Gospel. No exemplo acima, o pronome pessoal “Ela” substituiu o substantivo próprio Mariana. Note que com o uso do pronome no período evitou-se a repetição do nome. 2) Aquela bicicleta é da minha prima Júlia. Nesse exemplo, utilizamos dois pronomes: o pronome demonstrativo “aquela” para indicar algo (no caso o bicicleta) e o pronome possessivo “minha” que transmite a ideia de posse. 1. Pronome Pessoal 7 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Os pronomes pessoais são aqueles que indicam a pessoa do discurso e são classificados em dois tipos: 1. Pronomes Pessoais do Caso Reto: exercem a função de sujeito. Exemplo: Eu gosto muito da Ana. (Quem gosta da Ana? Eu.) 2. Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo: substituem os substantivos e complementam os verbos. Exemplo: Está comigo seu caderno. (Com quem está o caderno? Comigo. Note que para além de identificar quem tem o caderno, o pronome auxilia o verbo “estar”.) Pessoas Verbais Pronomes do Caso Reto Pronomes do Caso Oblíquo 1ª pessoa do singular eu me, mim, comigo 2ª pessoa do singular tu, você te, ti, contigo 3ª pessoa do singular ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo 1ª pessoa do plural nós nos, conosco 2ª pessoa do plural vós, vocês vos, convosco 3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo. Vale lembrar: os pronomes oblíquos “o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas” funcionam somente como objeto direto. 2. Pronome Possessivo Os pronomes possessivos são aqueles que transmitem a ideia de posse. Exemplos: 8 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Essa caneta é minha? (o objeto possuído é a caneta, que pertence à 1ª pessoa do singular) O computador que está em cima da mesa é meu. (o objeto possuído é o computador, que pertence à 1ª pessoa do singular) A sua bolsa ficou na escola. (o objeto possuído é a bolsa, que pertence à 3ª pessoa do singular) Nosso trabalho ficou muito bom. (o objeto possuído é o trabalho, que pertence à 1ª pessoa do plural) Pessoas Verbais Pronomes Possessivos 1ª pessoa do singular (eu) meu, minha (singular); meus, minhas (plural) 2ª pessoa do singular (tu, você) teu, tua (singular); teus, tuas (plural) 3ª pessoa do singular (ele/ela) seu, sua (singular); seus, suas (plural) 1ª pessoa do plural (nós) nosso, nossa (singular); nossos, nossas (plural) 2ª pessoa do plural (vós, vocês) vosso, vossa (singular); vossos, vossas (plural) 3ª pessoa do plural (eles/elas) seu, sua (singular); seus, suas (plural) 3. Pronome Demonstrativo Os pronomes demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo ou no espaço. Eles reúnem algumas palavras variáveis - em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) - e as invariáveis. Os pronomes demonstrativosvariáveis são aqueles flexionados (em número ou gênero), ou seja, são os que sofrem alterações na sua forma. Por exemplo: esse, este, aquele, aquela, essa, esta. 9 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Já os pronomes invariáveis são aqueles que não são flexionados, ou seja, que nunca sofrem alterações. Por exemplo: isso, isto, aquilo. Pronomes Demonstrativos Singular Plural Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles Exemplos: • Essa camisa é muito linda. • Aquelas bicicletas são boas. • Este casaco é muito caro. • Eu perdi aqueles bilhetes de cinema. 4. Pronome de Tratamento Os pronomes de tratamento são termos respeitosos empregados normalmente em situações formais. Mas, como toda regra tem exceção, “você” é o único pronome de tratamento utilizado em situações informais. Exemplos: Você deve seguir as regras impostas pelo governo. A senhora deixou o casaco cair na rua. Vossa Magnificência irá assinar os diplomas dos formandos. Vossa Santidade é muito querido, disse o sacerdote ao Papa. Pronomes de Tratamento Abreviações Emprego Você V./VV Único pronome de tratamento utilizado em 10 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Pronomes de Tratamento Abreviações Emprego situações informais. Senhor (es) e Senhora (s) Sr, Sr.ª (singular) e Srs., Srª.s. (plural) Tratamento formal e respeitoso usado para pessoas mais velhas. Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs Usados para pessoas com alta autoridade, como por exemplo: Presidente da República, Senadores, Deputados, Embaixadores. Vossa Magnificência V. Mag.ª/V. Mag.ªs Usados para os reitores das Universidades. Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs Empregado nas correspondências e textos escritos. Vossa Majestade VM/VVMM Utilizado para Reis e Rainhas Vossa Alteza V.A.(singular) e V.V.A. A. (plural) Utilizado para príncipes, princesas, duques. Vossa Santidade V.S. Utilizado para o Papa Vossa Eminência V. Ex.ª/V. Em.ªs Usado para Cardeais. Vossa Reverendíssima V. Rev.m.ª/V. Rev.m.ªs Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral. 5. Pronome Indefinido Empregados na 3ª pessoa do discurso, o próprio nome já indica que os pronomes indefinidos substituem ou acompanham o substantivo de maneira vaga ou imprecisa. Exemplos: Nenhum vestido serviu na Antônia. (o termo “nenhum” acompanha o substantivo “vestido” de maneira vaga, pois não sabemos de que vestido se fala) Outras viagens virão. (o termo “outras” acompanha o substantivo “viagens” sem especificar quais viagens serão) 11 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Alguém deve me explicar a matéria. (o termo “alguém” significa “uma pessoa cuja identidade não é especificada ou definida” e, portanto, substitui o substantivo da frase) Cada pessoa deve escolher seu caminho. (o termo “cada” acompanha o substantivo da frase “pessoa” sem especificá-lo) Classificação Pronomes Indefinidos Variáveis algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas. Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada. 6. Pronome Relativo Os pronomes relativos se referem a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Esses termos podem ser palavras variáveis e invariáveis: substantivo, adjetivo, pronome ou advérbio. Exemplos: Os temas sobre os quais falamos são bastante complexos. (“os quais” faz referência ao substantivo dito anteriormente “temas”) São plantas cuja raiz é muito profunda. (“cuja” aparece entre dois substantivos “plantas” e “raiz” e faz referência àquele dito anteriormente “plantas”) Daniel visitou o local onde nasceu seu avô. (“onde” faz referência ao substantivo “local”) Tive as férias que sonhava. (“que” faz referência ao substantivo “férias”) Classificação Pronomes Relativos Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas. 12 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Classificação Pronomes Relativos Invariáveis quem, que, onde. 7. Pronome Interrogativo Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis empregadas para formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos: Quanto custa a entrada para o cinema? (oração interrogativa direta) Informe quanto custa a entrada para o cinema. (oração interrogativa indireta) Quem estava com Maria na festa? (oração interrogativa direta) Ela queria saber o que teria acontecido com Lavínia. (oração interrogativa indireta) Classificação Pronomes Interrogativos Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas. Invariáveis quem, que. Preposição Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da oração numa relação de subordinação donde, geralmente, o segundo termo subordina o primeiro. Tipos e Exemplos de Preposições Preposição de lugar: O navio veio de São Paulo. Preposição de modo: Os prisioneiros eram colocados em fila. 13 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Preposição de tempo: Por dois anos ele viveu aqui. Preposição de distância: A cinco quilômetros daqui passa uma estrada. Preposição de causa: Com a seca, o gado começou a morrer. Preposição de instrumento: Ele cortou a árvore com o machado. Preposição de finalidade: A praça foi enfeitada para a festa. Classificação das Preposições As preposições podem ser divididas em dois grupos: Preposições Essenciais – são as palavras que só funcionam como preposição, a saber: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Preposições Acidentais – são as palavras de outras classes gramaticais que, em certas frases funcionam como preposição, a saber: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. Locuções Prepositivas A locução prepositiva é formada por duas ou mais palavras com o valor de preposição, sempre terminando por uma preposição, por exemplo: • abaixo de, acima de, a fim de, além de, antes de, até a, depois de, ao invés de, ao lado de, em que pese a, à custa de, em via de, à volta com, defronte de, a par de, perto de, por causa de, através de, etc. Combinação, Contração e Crase Algumas preposições podem aparecer combinadas com outras palavras. Assim, quando na junção dos termos não houver perda de elementos fonéticos, teremos uma combinação, por exemplo: 14 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções ao (a + o) aos (a + os) aonde (a + onde Por conseguinte, quando da junção da preposição com outra palavra houver perda fonética, teremos a chamada contração, por exemplo: do (de + o) dum (de + um) desta (de + esta) no (em + o) neste (em + este) nisso (em + isso) Por fim, toda fusão de vogais idênticas forma uma crase: à = contração da preposição a + o artigo a àquilo = contração da preposição a + a primeira vogal do pronome aquilo. Conjunção Conjunção é um termo que liga duas orações ou duas palavras de mesmo valor gramatical, estabelecendo uma relação entre eles. Exemplos: Ele joga futebol e basquete. (dois termos semelhantes) Eu iria ao jogo, mas estou sem companhia. (duas orações) 15 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Classificação das Conjunções As conjunções são classificas em dois grupos: coordenativas e subordinativas. Conjunções Coordenativas As conjunções coordenativas são aquelas que ligam duas orações independentes.São divididas em cinco tipos: 1. Conjunções Aditivas Essas conjunções exprimem soma, adição de pensamentos: e, nem, não só...mas também, não só...como também. Exemplo: Ana não fala nem ouve. 2. Conjunções Adversativas Exprimem oposição, contraste, compensação de pensamentos: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia. Exemplo: Não fomos campeões, todavia exibimos o melhor futebol. 3. Conjunções Alternativas Exprimem escolha de pensamentos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja. Exemplo: Ou você vem conosco ou você não vai. 4. Conjunções Conclusivas Exprimem conclusão de pensamento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. Exemplo: Chove bastante, portanto a colheita está garantida. 16 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções 5. Conjunções Explicativas Exprimem razão, motivo: que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por conseguinte. Exemplo: Não choveu, porque nada está molhado. 17 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Conjunções Subordinativas As conjunções subordinativas servem para ligar orações dependentes uma da outra e são divididas em dez tipos: 1. Conjunções Integrantes Introduzem orações subordinadas com função substantiva: que, se. Exemplo: Quero que você volte já. Não sei se devo voltar lá. 2. Conjunções Causais Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto que, já que, uma vez que. Exemplo: Não fui à aula porque choveu. Como fiquei doente não pude ir à aula. 3. Conjunções Comparativas Introduzem orações subordinadas que dão ideia de comparação: que, do que, como. Exemplo: Meu professor é mais inteligente do que o seu. 4. Conjunções Concessivas Iniciam orações subordinadas que exprimem um fato contrário ao da oração principal: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que. Exemplo: Vou à praia, embora esteja chovendo. 18 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções 5. Conjunções Condicionais Iniciam orações subordinadas que exprimem hipótese ou condição para que o fato da oração principal se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que. Exemplo: Se não chover, irei à praia. 6. Conjunções Conformativas Iniciam orações subordinadas que exprimem acordo, concordância de um fato com outro: segundo, como, conforme. Exemplo: Cada um colhe conforme semeia. 7. Conjunções Consecutivas Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na oração principal: que, de forma que, de modo que, de maneira que. Exemplo: Foi tamanho o susto que ela desmaiou. 8. Conjunções Temporais Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim que, sempre que. Exemplo: Quando as férias chegarem, viajaremos. 9. Conjunções Finais Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade: a fim de que, para que. Exemplo: Estamos aqui para que ele fique tranquilo. 19 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções 10. Conjunções Proporcionais Iniciam orações subordinadas que exprimem concomitância, simultaneidade: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor. Exemplo: Quanto mais trabalho, menos recebo. 20 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 21 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Exercícios Exercício 1 Qual das palavras destacadas abaixo não representa um substantivo abstrato: a) A sua conquista se deve ao seu esforço. b) A humildade é a sua principal característica. c) A sua aprendizagem é bastante rápida. d) As suas atitudes se baseiam na justiça. e) Muitos idosos têm problemas de saúde. Exercício 2 Os substantivos primitivos são palavras que não derivam de outras. De acordo com isso, a alternativa abaixo que contempla um substantivo primitivo e um derivado é: a) anel - papel b) pedras - rochas c) árvores - plantas d) sapato - sapataria e) profissão – carreira Exercício 3 (UFPR/2013) Em qual dos casos o primeiro elemento do adjetivo composto não corresponde ao substantivo entre parênteses? a) Indo-europeu (Índia) 22 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções b) Ítalo-brasileiro (Itália) c) Luso-brasileiro (Portugal) d) Sino-árabe (Sião) e) Anglo-americano (Inglaterra) Exercício 4 (CESGRANRIO) Assinale a oração em que o termo cego(s) é um adjetivo: a) Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem onde ir… b) O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da noite escura da alma… c) Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool. d) Naquele instante era só um pobre cego. e) … da Terra que é um globo cego girando no caos. 23 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções Gabarito Exercício 1 Alternativa correta: e) Muitos idosos têm problemas de saúde. O substantivo abstrato são palavras que indicam qualidade, sentimento, estado, ação e conceito. Dos termos destacados acima, somente “idosos” não é um substantivo abstrato. Exercício 2 Alternativa correta d) sapato - sapataria O substantivo primitivo é aquele que não deriva de outras palavras como os substantivos derivados, que surgem de um substantivo primitivo por meio de um processo denominado "derivação"mediante o acréscimo de letras ou sílabas. Assim, “sapato” é um substantivo primitivo que possui o mesmo radical de “sapataria” (-sapat). Logo, por meio do processo denominado derivação sufixal há o acréscimo de sufixo à palavra primitiva: sapat (radical) + aria (sufixo). E xercício 3 Alternativa correta: d) Sino-árabe (Sião) a) ERRADA. “indo” é um elemento de formação de palavras compostas cujo significado está relacionado à Índia ou aos indianos. Assim sendo, ele está relacionado ao substantivo “Índia”, entre parênteses. b) ERRADA. “ítalo” é o mesmo que “italiano”. Logo, corresponde à palavra “Itália”, entre parênteses. c) ERRADA. “luso” é o mesmo que “lusitano”, que significa “português”; indivíduo de naturalidade portuguesa. Dessa forma, corresponde à palavra “Portugal”, entre parênteses. 24 Uso de substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e conjunções d) CORRETA. “sino” não é um elemento de formação de palavras compostas, trata- se de uma palavra que possui diferentes significados, dentre eles o de instrumento que produz som. A palavra “Sião” refere-se ao Monte Sião. O adjetivo gentílico de quem nasce no Monte Sião é Monte-Sionense. Assim sendo, “sino” não corresponde ao substantivo entre parênteses. e) ERRADA. “anglo” significa “indivíduo inglês”. Logo, corresponde ao substantivo “Inglaterra”, entre parênteses. Exercício 4 Alternativa correta: e) … da Terra que é um globo cego girando no caos. A alternativa e) é a única onde a classe gramatical da palavra “cego” é adjetivo. Na frase, “cego” está atribuindo uma característica ao substantivo “globo”. Lembre-se de que um adjetivo atribui qualidade ou classificação a um substantivo. Em todas as demais alternativas, o termo “cego(s)” tem função de substantivo, pois denomina um ou mais seres. 25 Termos da oração Termos da oração 1MÉRITO Apostilas Termos da oração Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno des- ses dois elementos que as orações são estruturadas. O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na estrutura da oração, o sujeito é o elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por sua vez, o predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito. Sujeito = o ser sobre o qual se declara alguma coisa. Predicado = o que se declara sobre o sujeito. Na oração, sujeito e predicado funcionam assim: Exemplo 1: As ruas são intransitáveis. Sujeito: as ruas Verbo: são Predicado: são intransitáveis (este é um predicado nominal e abaixo você vai entender o porquê!) Exemplo 2: Os alunos chegaram atrasados novamente. Sujeito: os alunos Verbo: chegaram Predicado: chegaram atrasados novamente Sujeito Núcleo do sujeito Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujei - to. Quando o sujeito é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância semântica. 2 Termos da oração Exemplo: O garoto logo percebeu a festa que o esperava. Sujeito: O garoto Núcleo do sujeito: garoto Predicado: logo percebeu a festa que o esperava O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo ou qualquer palavra substantivada. Exemplo de substantivo: A casa foi fechada para reforma. Sujeito: A casa Núcleo do sujeito: casa Predicado: foi fechada para reforma. Exemplo de pronome substantivo: Eles não gostam de carne vermelha. Sujeito: Eles Núcleo do sujeito: Eles Predicado: não gostam de carne vermelha. Exemplo de numeral substantivo: Três excede. Sujeito: Três Núcleo do sujeito: Três Predicado: excede. 3 Termos da oração Exemplo de palavra substantivada: Um oi foi expresso rapidamente. Sujeito: Um oi Núcleo do sujeito: oi Predicado: foi expresso rapidamente. Tipos de sujeito O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado ou inexistente. Sujeito simples Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só subs- tantivo ou um só pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada. Exemplo: O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada. Sujeito: O desenho em nanquim Núcleo: desenho Predicado: será sempre uma expressão admirada. Sujeito composto Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas por mais de um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada ou mais de uma oração substantivada. 4 Termos da oração Exemplo: Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal. Sujeito: Cristina, Marina e Bianca Núcleo: Cristina, Marina, Bianca Predicado: fazem balé no Teatro Municipal. Sujeito oculto Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo. Também é chamado de sujeito elíptico, desinencial ou implícito. Exemplo: Estávamos à espera do ônibus. Sujeito oculto: nós Desinência verbal: estávamos Sujeito indeterminado O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento identifi- cado de maneira clara. É observado em três casos: • quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o sujeito; • quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se); • quando o verbo está no infinitivo pessoal. 5 Termos da oração Sujeito inexistente A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo. Exemplo: Choveu muito em Manaus. Predicado: Choveu muito em Manaus Predicado O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal. Predicado Verbal O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo pre- dicado está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransi- tivo. Nesse caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos. Exemplo: O entregador chegou. Predicado verbal: chegou. Predicado Nominal O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do su- jeito. 6 Termos da oração Exemplo: O entregador está atrasado. Predicado nominal: está atrasado. Predicado Verbo-nominal O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou in- transitivo + o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. Exemplo: A menina chegou ofegante à ginástica. Sujeito: A menina Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica. 7 Termos da oração Exercícios 1. (EMM) Há predicado verbo-nominal em: a) Ela descansava em casa. b) Todos cumpriram o juramento c) Ele vinha preocupado. d) Ele está abatido e) Ela marchava alegremente. 2. (EMM) A única oração com sujeito simples é: a) Existem algumas dúvidas. b) Compraram-se livros e revistas. c) Precisa-se de ajuda. d) Faz muito frio. e) Há alguns problemas. 3. (PUC-SP) – O verbo ser, na oração: “Eram cinco horas da manhã...”, é: a) pessoal e concorda com o sujeito indeterminado. b) impessoal e concorda com o objeto direto. c) impessoal e concorda com o sujeito indeterminado. d) Impessoal e concorda com a expressão numérica. e) Pessoal e concorda com a expressão numérica. 8 Termos da oração Gabarito 1- Alternativa c: Ele vinha preocupado. 2- Alternativa a: Existem algumas dúvidas. 3- Alternativa d: Impessoal e concorda com a expressão numérica. 9 Termos da oração Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 10 Coordenação e Subordinação Coordenação e Subordinação 1MÉRITO Apostilas Coordenação e Subordinação Para compreender a estrutura sintática de uma frase, ou seja, a análise em relação à organização da mesma, que é dividida em coordenação e subordina- ção; primeiramente deve-se entender o que é frase; e, de acordo com Mattoso Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação linguística, caracterizada [...] do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser suficien - te pra defini-lo –, e do ponto de vista fonético – por uma entonação [...] que lhe assinala nitidamente o começo e o fim.”. Seguindo a linha de definição acerca de frase escrita, Perini diz que se inicia com letra maiúscula e finaliza com algum sinal de pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação etc), todavia, outros gramáticos não delimi - tam a necessidade de pontuação para a constituição de frase. O vocábulo definido acima ainda pode ser uma oração, mas a última não é si - nônimo de frase; isto é, uma oração possui verbo, mas uma frase não precisa de verbo para ser denominada como tal, sendo assim, toda oração (ou conjunto de orações = período) é uma frase (exemplo: Abra o livro na página 4 e Faça um bolo e entregue a Maria), porém, nem toda frase é uma oração (exemplo: O caderno amarelo da filha de João da Silva). Quanto a período (ou enunciado) – que é a soma dos elementos estruturais da frase e tem a necessidade da pontuação –, este pode ser simples ou composto; sendo por composição, será subdividido em coordenação (semântica + sintática) e subordinação (“... é o emprego de um nível mais elevado no lugar de outro de nível inferior”, BACK). Outro ponto a ser frisado é que composição por aposição di - fere-se de composição por coordenação, pois a primeira admite expressões expli - cativas (isto é; quero dizer) e expressões retificadoras (minto; aliás). Ainda em relação à composição por aposição, Back enumera dois tipos de aposição: identificadora (“Pedro Álvares Cabral, um almirante português , desco- briu o Brasil.”) e retificadora (“João, minto , Pedro veio até a sala.”), e ambas exer- cem a mesma função sintática. A locução subordinante também tem duas classificações, podendo ser com- plexa ou unitária. A primeira refere-se a uma locução verbal (Ex. Amanhã, todos os alunos irão fazer o teste), enquanto a segunda, como o próprio nome diz, é composta por um único verbo (Ex. Ontem, Pedro fez o exame). A explanação de alguns termos, como hipotaxe (subordinação) – estrutura muito complexa que pode ser reduzida – e parataxe – termo equivalente para a coordenação –, hipertaxe – palavra que exerce um grande significado, como, por exemplo, um substantivo com significado maior – é também bastante válida para uma compreensão clara e coerente. Além disso, vale ressaltar que pronome sem- pre tem função sintática. 2 Coordenação e Subordinação Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 3 Concordância Verbal e Nominal Concordância Verbal e Nominal 1MÉRITO Apostilas Concordância Verbal e Nominal Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade estabelecida entre cada componente da oração. Concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, concordância nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras: concordância verbal = sujeito e verbo concordância nominal = classes de palavras Concordância Verbal 1. Sujeito composto antes do verbo Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sempre no plural. Exemplo: Maria e José conversaram até de madrugada. 2. Sujeito composto depois do verbo Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no plural como pode concordar com o sujeito mais próximo. Exemplos: Discursaram diretor e professores. Discursou diretor e professores. 3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o verbo também deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa que, a nível gramatical, tem prioridade. Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu, vós) e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles). 2 Concordância Verbal e Nominal Exemplos: Nós, vós e eles vamos à festa. Tu e ele falais outra língua? Concordância Nominal 1. Adjetivos e um substantivo Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos devem concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Adorava comida salgada e gordurosa. 2. Substantivos e um adjetivo No caso inverso, ou seja, quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo, há duas formas de concordar: 2.1. Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo. Exemplo: Linda filha e bebê. 2.2. Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos. Exemplos: Pronúncia e vocabulário perfeito. Vocabulário e pronúncia perfeita. Pronúncia e vocabulário perfeitos. Vocabulário e pronúncia perfeitos. 3 Regência verbal e nominal Regência verbal e nominal 1MÉRITO Apostilas Regência verbal e nominal Regência verbal A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado). Exemplos de regência verbal preposicionada • assistir a; • obedecer a; • avisar a; • agradar a; • morar em; • apoiar-se em; • transformar em; • morrer de; • constar de; • sonhar com; • indignar-se com; • ensaiar para; • apaixonar-se por; • cair sobre. Regência verbal sem preposição Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido, não sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência verbal. 2 Regência verbal e nominal Exemplos de regência verbal sem preposição: • Você já fez os deveres? • Eu quero um carro novo. • A criança bebeu o suco. O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?, indicando o elemento que sofre a ação verbal. Regência verbal com preposição Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo regido, sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a regência verbal. Exemplos de regência verbal com preposição: • O funcionário não se lembrou da reunião. • Ninguém simpatiza com ele. • Você não respondeu à minha pergunta. O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação verbal. Preposições usadas na regência verbal As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma simples, bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes. Preposições simples: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,... 3 Regência verbal e nominal Contração e combinação de preposições: à, ao, do, das, destes, no, numa, nisto, pela, pelo,... As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e por. • Preposição a: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,... • Preposição de: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,... • Preposição com: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,... • Preposição em: participar em, teimar em, viciar-se em,... • Preposição para: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,... • Preposição por: interessar-se por, começar por, ansiar por,… Regência nominal A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição. Exemplos de regência nominal • favorável a; • apto a; • livre de; • sedento de; • intolerante com; • compatível com; • interesse em; • perito em; • mau para; 4 Regência verbal e nominal • pronto para; • respeito por; • responsável por. Regência nominal com preposição A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma preposição para se ligar ao seu complemento nominal. Exemplos de regência nominal com preposição: • Sempre tive muito medo de baratas. • Seu pai está furioso com você! • Sinto-me grato a todos. Preposições usadas na regência nominal Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes. As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com, em, para, por. Preposição a: anterior a, contrário a, equivalente a,... Preposição de: capaz de, digno de, incapaz de,... Preposição com: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,... Preposição em: negligente em, versado em, parco em,... Preposição para: essencial para, próprio para, apto para,... Preposição por: admiração por, ansioso por, devoção por,... 5 Crase Crase 1MÉRITO Apostilas Crase A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com o artigo feminino a (s), com o “a” inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais. Quando usar crase Antes de palavras femininas Fui à escola. Fomos à praça. Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir) Vou à padaria. Fomos à praia. Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas Saímos à noite. À medida que o tempo passa as amizades aumentam. Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às vezes, em frente a, à moda de. 2 Crase Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele No verão, voltamos àquela praia. Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa. Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida Veste roupas à (moda de) Luís XV. Dribla à (moda de) Pelé. Uso da crase na indicação das horasUtiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas: Termino meu trabalho às cinco horas da tarde. Saio da escola às 12h30. Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após, perante, com), não se utiliza a crase, por exemplo: Ficamos na reunião desde as 12h. Chegamos após as 18h. O congresso está marcado para as 15h. Quando não usar crase Antes de palavras masculinas Jorge tem um carro a álcool. Samuel comprou um jipe a diesel. 3 Crase Antes de verbos que não indiquem destino Estava disposto a salvar a menina. Passava o dia a cantar. Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo Falamos a ela sobre o ocorrido Ofereceram a mim as entradas para o cinema. Os pronomes do caso reto são: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Os pronomes do caso oblíquo são: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, o, lhe. Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa Era a isso que nos referíamos. Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata. Crase facultativa 1. Depois da preposição “até” Exemplos: Vou até a faculdade agora. OU Vou até à faculdade agora. Vamos até a feira? OU Vamos até à feira? Fui até a loja de manhã. OU Fui até à loja de manhã. Explicação: 4 Crase A crase é a junção da preposição "a" com o artigo "a". Para não escrever “Vou a a praia”, usamos o acento grave para indicar essa soma (a + a). Bem, “até” é preposição e, sendo assim, não há soma de “a + a”: Vou até a faculdade. Mas, também podemos dizer “até a”. “Até a” é uma locução prepositiva e, neste caso, há a soma de “a + a”: “Vou até a a faculdade” é o mesmo que “Vou até à faculdade”. Por isso, as duas formas estão corretas: “até a” ou “até à”. 1.1. “Até” antes de horas Antes da indicação de um horário usamos crase, mas se antes das horas vier a preposição “até”, o seu uso é facultativo. Exemplos: Chegarei ao restaurante até as 20h. OU Chegarei ao restaurante até às 20h. O médico atenderá o paciente até as 14h. OU O médico atenderá o paciente até às 14h. Até as 11h devo ligar para você. OU Até às 11h devo ligar para você. 2. Antes dos nomes próprios femininos Exemplos: Custa a Maria ver o filho sofrer. OU Custa à Maria ver o filho sofrer. Obedeça a Joana! OU Obedeça à Joana! Informou a Ana. OU Informou à Ana. Explicação: O uso do artigo é facultativo antes de nomes próprios femininos: Maria é uma simpatia. OU A Maria é uma simpatia. 5 Crase Joana é inglesa. OU A Joana é inglesa. Ana está atrasada. OU A Ana está atrasada. Uma vez que não haja artigo “a” haverá apenas a presença da preposição “a”, logo, não há crase. No entanto, se considerarmos a preposição e o artigo (a + a), então há crase. Ambas opções estão corretas. 3. Antes dos pronomes possessivos Exemplos: Não iremos a tua casa. OU Não iremos à tua casa. Querem assistir a nossa reportagem? OU Querem assistir à nossa reportagem? Vamos a minha casa! OU Vamos à minha casa! Explicação: O uso do artigo também é facultativo antes dos pronomes possessivos. É por isso que antes deles o uso ou não da crase está correto: Tua casa é bonita. OU A tua casa é bonita. Nossa reportagem está ótima. OU A nossa reportagem está ótima. Minha casa está uma bagunça! OU A minha casa está uma bagunça! Para lembrar: os pronomes possessivos femininos são: minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s), vossa(s). 6 Crase Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 7 Crase Exercícios Exercício 1 (ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios de São Paulo) Das frases abaixo, apenas uma está correta, quanto à crase. Assinale-a: a) Devemos aliar a teoria à prática. b) Daqui à duas semanas ele estará de volta. c) Dia à dia, a empresa foi crescendo. d Ele parecia entregue à tristes cogitações. e) Puseram-se à discutir em voz alta. Exercício 2 (FCC - Fundação Carlos Chagas) É preciso suprimir um ou mais sinais de crase em: a) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem sequer atentar para o que está vendo. b) Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar. c) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos. d) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos. e) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração. 8 Crase Gabarito Exercício 1 Alternativa A) Devemos aliar a teoria à prática. Exercício 2 Alternativa E) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração. 9 Pontuação Pontuação 1MÉRITO Apostilas Pontuação Sinais de pontuação são recursos prosódicos¹ que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida. Prosódia é a parte da linguística que estuda a entonação, o ritmo, o acento (intensidade, altura, duração) da linguagem falada e demais atributos correlatosna fala. Ponto (.) O ponto pode ser utilizado para: a) Indicar o final de uma frase declarativa: Acho que Pedro está gostando de você. b) Separar períodos: Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo. c) Abreviar palavras: V. Ex.ª (Vossa excelência) Dois-pontos (:) Deve ser utilizado com as seguintes finalidades: a) Iniciar fala de personagens: Ela gritou: – Vá embora! 2 Pontuação b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores. Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade. Anote meu número de telefone: 1233820847. c) Anteceder citação direta: É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.” Reticências (...) Usa-se para: a) Indicar dúvidas ou hesitação: Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias. b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente: Talvez se você pedisse com jeitinho... c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão: Roubos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à corrupção... assim caminha a humanidade. d) Suprimir palavras em uma transcrição: “O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico Xavier) 3 Pontuação Parênteses ( ) Os parênteses são usados para: a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir a vírgula ou o travessão: Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871). Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos visitar pela última vez. Ponto de exclamação (!) Em que situações utilizar: a) Após vocativo: Juliana, bom dia! b) Final de frases imperativas: Fuja! c) Após interjeição: Ufa! Graças a Deus! d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: Que lástima! Ponto de interrogação (?) Quando utilizar: a) Em perguntas diretas: Quando você chegou? 4 Pontuação b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: Não acredito, é sério?! Vírgula (,) Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias situações. A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não formam uma unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração. Situações em que se deve utilizar vírgula. a) Separar o vocativo: Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche. b) Separar apostos: Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio. c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses. d) Separar elementos de uma enumeração: Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos. e) Isolar expressões explicativas: Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos. f) Separar conjunções intercaladas: Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas. g) Separar o complemento pleonástico antecipado: Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa. 5 Pontuação h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas: São Paulo, 10 de Dezembro de 2016. i) Separar termos coordenados assindéticos: Vim, vi, venci. (Júlio César) j) Marcar a omissão de um termo: Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar) Antes da conjunção, como nos casos abaixo: k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres. l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto): Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me escuta. m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por): Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca. Entre orações: n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito grosseiro e mandão. o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe. 6 Pontuação p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal: A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas. q) Para separar as orações intercaladas: Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem. r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal: Quando me formarei, ainda não sei. Ponto e vírgula (;) a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes: 1 xícara de trigo; 4 ovos; 1 xícara de leite; 1 xícara de açúcar; 1 colher de fermento. b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) 7 Pontuação Travessão (—) O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins: a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto: Então ela disse: — Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro. b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos: — Querido, você já lavou a louça? — Sim, já comecei a secar, inclusive. c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários: O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante. d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar. Aspas (“”) As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos: a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares: A aula do professor foi “irada”. Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente. b) Indicar uma citação direta: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala.” (O prazer de viajar - Eça de Queirós) 8 Pontuação Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já esteja presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla ("). Exercícios Exercício 1 Indique qual conjunto de sinais de pontuação completa as lacunas de forma correta. Na realidade__ nada mais havia para fazer__ Os assuntos foram falados__ as dúvidas foram esclarecidas__ os problemas foram evitados__ Apesar disso__ um enorme clima de mal-estar continuava a existir__ a) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto de interrogação; b) vírgula, vírgula, ponto final, ponto final, ponto final, vírgula, ponto final; c) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, reticências; d) vírgula, ponto de exclamação, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto de exclamação. Exercício 2 Indique a opção que apresenta erros de pontuação. a) Você quer vir comigo ao parque? b) Pare imediatamente com isso! c) Quem sabe, um dia, você não aprende? d) O estudante levava, o pão, na mochila. 9 Pontuação Exercício 3 Assinale as hipóteses que indicam funções corretas da vírgula. a) Separar elementos coordenados em enumerações com a mesma função sintática.b) Isolar o aposto e outros elementos explicativos. c) Separar os advérbios sim e não em respostas. d) Separar o sujeito do predicado e o objeto direto do objeto indireto. e) Isolar orações subordinadas adjetivas explicativas. Exercício 4 Indique os sinais de pontuação usados para… a) Introduzir uma enumeração. b) Indicar a suspensão ou interrupção de uma ideia ou pensamento. c) Destacar citações e transcrições. d) Substituir a vírgula na separação do vocativo. e) Finalizar uma frase declarativa com sentido completo. 10 Pontuação Gabarito Exercício 1 Resposta: c) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, reticências. Exercício 2 Resposta: d) O estudante levava, o pão, na mochila. Exercício 3 Respostas: a) Separar elementos coordenados em enumerações com a mesma função sintática. b) Isolar o aposto e outros elementos explicativos. c) Separar os advérbios sim e não em respostas. e) Isolar orações subordinadas adjetivas explicativas. Exercício 4 Respostas: a) dois pontos; b) reticências; c) aspas; d) ponto de exclamação; e) ponto final. 11 Figuras de linguagem Figuras de linguagem 1MÉRITO Apostilas Figuras de linguagem Figuras de linguagem são formas de expressão que destoam da linguagem comum ou denotativa. Elas dão ao texto um significado que vai além do sentido literal, portanto permitem uma plurissignificação do enunciado. Figuras de linguagem consistem em “fugas” discursivas da língua, uma vez que nem sempre uma ideia pode (ou precisa) ser comunicada literalmente. Exemplo: “A pedra chorou de tristeza.” Nesse exemplo, o sentido denotativo (original) é que uma pedra verteu lágrimas de seus olhos porque estava triste. Porém, sabemos que pedras não têm olhos e, portanto, não podem chorar. Assim, essa expressão afasta-se das regras da linguagem denotativa para assumir outro sentido. Figuras de palavras ou semântica C omparação Uma relação de comparação explícita entre dois termos, marcada pela presença de conjunção comparativa. Exemplo: O pensamento é tal qual um diamante bruto. Uso da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o motor do carro". 2 Figuras de linguagem Metáfora Representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na frase. Comparação implícita. Muito utilizada em textos poéticos, ela pode tornar o discurso mais elegante. Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto inefável" Outros exemplos: Gabriel é um gato. (subentende-se beleza felina) Lucas é um touro. (subentende-se a força do touro) Fernando é um anjo. (subentende-se a bondade dos anjos) Metonímia Substituição de um termo por outro, desde que haja uma relação entre eles. Uso da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado". 3 Figuras de linguagem Catacrese Emprego inadequado de um termo devido à perda de seu sentido original. Exemplo: Embarcou há pouco no avião. Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, embarcar é o utilizado. O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais específica. Perífrase ou antonomásia É a substituição de um termo por outro que o caracterize, como se fosse uma espécie de apelido. O rei das selvas ainda não é uma espécie em extinção. O Boca do Inferno não tinha papas na língua. No primeiro exemplo, “rei das selvas” é uma expressão que se refere ao leão. Já “Boca do Inferno”, no segundo exemplo, era como o poeta barroco Gregório de Matos (1636-1695) era chamado. É importante fazer uma distinção: a perífrase refere-se a coisas ou animais, já a antonomásia refere-se a pessoas. Nessa perspectiva, o primeiro exemplo é uma perífrase; e o segundo, uma antonomásia. 4 Figuras de linguagem Sinestesia Combinação de dois ou mais sentidos, ou seja, visão, olfato, audição, paladar e tato. No doce caminho que percorri, ouvi cantarem os pássaros no calor da manhã. Perceba que a palavra “doce” aciona o paladar; o verbo “cantarem”, a audição; e o substantivo “calor”, o tato. Figuras de sintaxe ou construção Elipse Ocultação de palavra ou expressão na estrutura do enunciado. — Vou te ligar. Qual o seu número? Nesse exemplo, foi omitida a expressão “de telefone”: Qual o seu número de telefone? Zeugma Um tipo de elipse caracterizado pela omissão de um termo mencionado anteriormente. Preferia os caminhos difíceis aos fáceis. Ou seja: Preferia os caminhos difíceis aos (caminhos) fáceis. Anáfora Repetição de uma ou mais palavras no início dos versos ou orações. Eu não devo ter medo. Eu não devo parar. Eu não devo retroceder. 5 Figuras de linguagem Pleonasmo É o uso de algum termo dispensável, repetitivo, com o objetivo de enfatizar determinada ideia. — Vi a abdução com meus próprios olhos — ele afirmou. — Você precisa acreditar em mim! Atenção! Esse tipo de ênfase é aceitável quando utilizado para melhor expressar uma ideia; do contrário, é apenas uma redundância, um vício de linguagem. Anacoluto Falta de conexão sintática entre o início de uma frase e a sequência de ideias. Aquela atriz não sei de quem você está falando. Silepse Concordância ideológica, ou seja, com a ideia, e não com o termo expresso. • Silepse de gênero: A gente ficou chocado com o que aconteceu ontem. Nesse caso, o enunciador é masculino e refere-se a pessoas do gênero masculino, então faz a concordância com a ideia, e não com o sujeito “A gente”: A gente ficou chocada com o que aconteceu ontem. • Silepse de número: O povo exigiu uma satisfação, pois não suportavam mais aquele silêncio. Nesse exemplo, o verbo “suportavam” tem como sujeito “eles/ elas” (não expresso no período), pois o enunciador pensa em povo como uma quantidade de pessoas. Assim, em vez de fazer a concordância com a palavra, no singular, “povo” (O povo não suportava mais aquele silêncio), o 6 Figuras de linguagem enunciador faz a concordância com a ideia, ou seja, “eles/ elas”, uma quantidade de pessoas chamadas de “povo”, portanto no plural. • Silepse de pessoa: Os ciclistas corremos grande perigo no trânsito. Ao conjugar o verbo “correr” na primeira pessoa do plural (nós), o enunciador coloca-se na categoria de ciclista, o que não ficaria evidente se ele fizesse a concordância gramaticalmente esperada: Os ciclistas correm grande perigo no trânsito. Hipérbato Inversão da ordem direta dos elementos de uma oração ou período. A ordem direta é composta de sujeito, verbo, complemento ou predicativo: “As manifestações culturais brasileiras são muito valorizadas no exterior.” Sujeito: As manifestações culturais brasileiras. Verbo: são. Predicativo: valorizadas. Se ocorrer o hipérbato, a inversão, temos: “Muito valorizadas são as manifestações culturais brasileiras no exterior.” Polissíndeto Repetição da conjunção “e”. “E o cachorro latia, e corria, e babava em tudo que via pela frente.” 7 Figuras de linguagem Figuras de pensamento Hipérbole Exagero na declaração. “Estava com tanta fome que podia comer um boi inteiro.” Comer um boi inteiro, de uma só vez, por ser humanamente impossível, é um exagero. Litotes Afirmação realizada pela negação do contrário. “Ariosto não é nada bonito, mas gosto dele mesmo assim.” Nesse exemplo, o enunciador afirma que Ariosto é feio a partir da negação do adjetivo contrário a feio, ou seja, bonito: não é nada bonito. Eufemismo Palavras ou expressões agradáveis para amenizar a declaração. “Segundo o juiz, a deputada faltou à verdade em seu depoimento.” Note que, em vez de dizer que a deputada mentiu, é usada a expressão “faltou à verdade”, o que torna a afirmação menos desagradável. Ironia Sugerir o contrário do que se afirma. “A pontualidade daquele médico é britânica. Só esperei duas horas para ser atendido.” 8 Figuras de linguagem A ironia depende muito de um contexto, ou seja, da situação em que é inserida,do conhecimento do interlocutor sobre o fato ironizado, além de outros elementos, como gestos (na linguagem oral). Prosopopeia Personificação, atribuição de características humanas a seres irracionais ou a coisas. “O lobo conversou com Chapeuzinho, e decidiram fazer as pazes.” Antítese Oposição entre palavras, expressões ou ideias. “O bem e o mal caminham de mãos dadas no coração humano.” Paradoxo ou oximoro Antítese que expressa uma contradição. “Ninguém parecia ouvir, mas a menina gritava em silêncio.” Note que é contraditório alguém gritar em silêncio, já que o grito se configura em um som. Apóstrofe Interrupção da frase para interpelar ou invocar. “Não podia acreditar, ó céus, que aquilo acontecera.” Gradação Sequência de ideias. 9 Figuras de linguagem “Ele era um porco, um jumento, um dinossauro. Impossível lidar com alguém assim.” Figuras de som ou harmonia Aliteração Repetição de consoantes ou sílabas. “Minha mãe me mandou fazer o meu melhor.” É importante lembrar que essa é uma figura usada em textos literários. Em uma linguagem objetiva, ela é considerada um vício de linguagem. Assonância Repetição de vogais. “Por onde andam o amor e a dor do trovador?” Onomatopeia Palavra cuja sonoridade está associada à coisa representada. “O cocoricó se faz ouvir toda manhã.” “O bem-te-vi estava mais triste naquele dia.” No primeiro exemplo, “cocoricó” é um substantivo que, em sua sonoridade, representa aquilo a que se refere, ou seja, imita o canto do galo. Já no segundo exemplo, o substantivo “bem-te-vi” refere-se a um pássaro cujo canto tem essa sonoridade. 10 Figuras de linguagem Paronomásia Uso de palavras parecidas, mas com grafia, som e significado distintos. “Depois que fiz a descrição do meu chefe, pedi discrição aos meus colegas de trabalho.” Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 11 Figuras de linguagem Exercícios Exercício 1 - (Enem) Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; é solitário andar por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões. 12 Figuras de linguagem O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente. a) “Amor é fogo que arde sem se ver.” b) “É um contentamento descontente.” c) “É servir a quem vence, o vencedor.” d) “Mas como causar pode seu favor.” e) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?” Exercício 2 – (Enem) Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para: a) condenar a prática de exercícios físicos. b) valorizar aspectos da vida moderna. c) desestimular o uso das bicicletas. d) caracterizar o diálogo entre gerações. e) criticar a falta de perspectiva do pai. 13 Figuras de linguagem Gabarito Exercício 1 Resposta: Alternativa B. Em “É um contentamento descontente”, é possível verificar que a palavra “contentamento” tem sentido oposto a “descontente”. Exercício 2 Resposta: Alternativa E. Na tirinha, a existência do pai do enunciador é comparada ao ato de pedalar uma bicicleta e não chegar a lugar nenhum, portanto a vida do pai não teria perspectiva. 14 Vícios de linguagem Vícios de linguagem 1MÉRITO Apostilas Vícios de linguagem Os vícios de linguagem são desvios não intencionais da norma-padrão do idio- ma ou construções linguísticas inadequadas que geram problemas ou ruídos na comunicação. Os vícios de linguagem devem ser evitados em contextos formais e que exijam o uso da norma-padrão da língua portuguesa. Classificação dos vícios de linguagem Agora, vejamos alguns dos principais vícios de linguagem com seus respecti- vos exemplos. Solecismo Solecismo é o desvio que envolve erros de sintaxe na construção de um tre- cho ou combinação de palavras, podendo ser de concordância, de regência, de co- locação e de má estruturação. Exemplos: → Concordância “Meus irmão são muito briguentos.” em vez de “Meus irmãos são muito bri- guentos.” → Regência “Cheguei na sua casa.” em vez de “Cheguei à sua casa.” → Colocação “Ela não falou-me isso.” em vez de “Ela não me falou isso.” Barbarismo Barbarismo é o desvio envolvendo erros no emprego de uma palavra, tratan- do de questões fonéticas (de som e de pronúncia), morfológicas (de ortografia e de flexões) ou semânticas (de sentidos e de significados). Exemplos: → Pronúncia “Rúbrica” em vez de “Rubrica” (sílaba tônica em “bri”) 2 Vícios de linguagem → Ortografia “Ancioso” em vez de “Ansioso” → Sentido “Eu assumi que o evento já tivesse acabado.” em vez de “Eu supus que o evento já tivesse acabado.” Estrangeirismo Estrangeirismo é o uso de palavras, expressões e construções típicas de idio- mas estrangeiros como se pertencessem à língua portuguesa. É natural a apropri- ação de certas palavras e expressões estrangeiras, mas a ocorrência desse fenô- meno em excesso é tida como um vício de linguagem. Exemplo: “Esse filme, apesar de vintage, é muito trash. O pessoal diz que gosta pra se fazer de cool.” Pleonasmo vicioso O pleonasmo vicioso refere-se ao uso de termos redundantes de maneira não intencional, causando a repetição desnecessária de uma ideia. Exemplos: “Sair para fora” “Entrar para dentro” “Descer para baixo” “Subir para cima” Ambiguidade A ambiguidade ocorre quando é possível depreender mais de um sentido em um enunciado pelo fato de ele não ter uma construção adequada. Exemplo: “Preciso que você confirme se ele pode ir com a sua mãe.” 3 Vícios de linguagem De quem é a mãe: de “você” ou “dele”? É para confirmar com a mãe se ele pode ir ou é para confirmar se ele pode ir com a mãe? Cacofonia A cacofonia acontece quando a sequência de duas ou mais palavras gera um som desagradável e indesejado.Exemplos: “Música gospel” “Boca dela” Eco O eco é o desvio em que, no enunciado, ocorre uma repetição não intencional de sons, gerando rimas que atrapalham o discurso. Exemplo: “Sem descanso, avanço descalço.” Arcaísmo O arcaísmo é caracterizado pelo uso de vocábulos ou construções arcaicas que caíram em desuso e não são mais válidas hoje em dia. Exemplos: “Físico” em vez de “Médico” “Fremoso” em vez de “Formoso” 4 Vícios de linguagem Exercícios Questão 1 – (Ufop) Qual o vício de linguagem que se observa na frase: “Eu não vi ele faz muito tempo”. A) solecismo B) cacófato C) arcaísmo D) barbarismo E) colisão Questão 2 – (Consesp) Assinale a alternativa em que não se verifica pleonas- mo (vicioso ou estilístico). A) É preciso encarar de frente os problemas da vida. B) Vi com os olhos os preços dos remédios na tabuleta. C) Chorei aquelas lágrimas terríveis e doloridas. D) A brisa matinal da manhã soprou calma como nunca. E) Pus fogo no monte de lenha. 5 Vícios de linguagem Gabarito Questão 1 - Alternativa A. O solecismo é caracterizado por erros de sintaxe. No enunciado, há desvio no uso do pronome com “eu vi ele” em vez de “eu o vi”. Questão 2 - Alternativa E. Não há nenhum termo redundante no enunciado 6 Vícios de linguagem Anotações: _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 7 Reconhecimento de frases corretas e incorretas Reconhecimento de frases corretas e incorretas 1MÉRITO Apostilas Reconhecimento de frases corretas e incorretas Para escrever corretamente, é necessário observar a escrita e o significado de algumas palavras, que acabam confundindo por serem parecidas, mas que possuem significados diferentes. Abaixo, seguem algumas palavras que costumam confundir o uso numa redação. 1) EM NÍVEL DE Só podemos usar EM NÍVEL ou NO NÍVEL DE ou AO NÍVEL DE se houver “níveis”: “EM NÍVEL federal” está correto porque poderia ser em nível estadual, municipal… 2) TAMPOUCO TAMPOUCO significa “nem, e não”: “Não trabalha TAMPOUCO estuda”. TÃO POUCO é “muito pouco”: Estudou tão pouco que foi reprovado” 3) PENALIZADO PENALIZADO= com pena, dó, compaixão. “Ficou PENALIZADO diante de tanta miséria”. PUNIDO= castigado. “O funcionário foi PUNIDO pelo chefe.” 4) REVERTER REVERTER= voltar ao que era antes. “O paciente entra em coma. Os médicos tentam REVERTER o quadro.” INVERTER= mudar para o oposto. “O DETRAN deve INVERTER a mão desta rua.” MODIFICAR= simplesmente mudar, alterar. “É preciso MODIFICAR as regras do jogo.” 2 Reconhecimento de frases corretas e incorretas 5) CONFISCAR CONFISCAR= sem indenização. “A Coroa Portuguesa CONFISCOU os bens de Tiradentes.” DESAPROPRIAR= com indenização.”Para a construção do metrô, vários imóveis foram desapropriados.” PRONOMES 1) Para mim ou para eu EU é pronome pessoal do caso reto. (Exerce a função de sujeito) MIM é pronome pessoal oblíquo tônico. (Nunca exerce a função de sujeito e obrigatoriamente deve ser usado com preposição: a mim, de mim, entre mim, para mim, por mim…) Exemplos “EU li os jornais.” (= sujeito) “Ela trouxe o jornal para MIM.” (= não é sujeito) Entretanto, observe o exemplo abaixo: “Ela trouxe o jornal para eu ler” Neste caso são duas orações. “Ela trouxe o jornal” é a oração principal e “para EU ler” é oração reduzida de infinitivo (=para que eu lesse) 3 Reconhecimento de frases corretas e incorretas 2) CONOSCO OU COM NÓS ou COM A GENTE Conosco deve se usar em textos formais. “Os diretores se reuniram conosco” COM A GENTE é característico de linguagem tipicamente coloquial. Não devemos usar em textos formais COM NÓS deve ser usado antes de: MESMOS, PRÓPRIOS, AMBOS, TODOS, NUMERAIS e pronome relativo QUE. “Ela deixou a decisão COM NÓS TODOS 3) ONDE ou AONDE ONDE significa “no lugar” (=o depósito fica na rua) “Esta é a cidade ONDE ela nasceu” AONDE significa “ao lugar”. Só pode ser usado com verbos cuja regência pede a preposição “a” (ir, chegar, dirigir-se, levar…) “Este é o lugar AONDE ele quer chegar” 4 Reconhecimento de frases corretas e incorretas Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 5 Conhecimentos específicos CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1MÉRITO Apostilas Epidemiologia 1 Epidemiologia Epidemiologia 2 Epidemiologia Epidemiologia propõe-se estudar quantitativamente a distribuição dos fenômenos de sa- úde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. A epidemiologia, portanto, é um campo da ciência que trata dos vários fatores genéticos, sociais ou ambientais e condições derivados de exposição microbiológica, tóxica, traumática, etc. que determinam a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos. Sumariamente a definição de epidemiologia é o estudo da distribuição das doenças e seus determinantes. Como observa Almeida Filho (1989) o termo distribuição está contido no termo população e o processo determinação está associado à delimitação da doença que, por sua vez, abrange concepções derivadas da prática clínica e próprias da epidemiologia. O es- tudo do processo saúde-doença através do método epidemiológico possui uma dimensão de determinação social, e como se sabe, as sociedades estão sujeitas a leis próprias, cuja expli- cação ultrapassa as possibilidades do método clínico. Entendem-se determinantes sociais de saúde como as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população, que estão relacionadas com sua situação de saúde. Cabe à epidemiologia descritiva a avaliação da frequência ou distribuição das enfermidades e à epidemiologia analítica o estudo dos fatores (causais) que explicam tal distr ibuição, relacio- nando uma determinada situação de saúde, ou seja, as desigualdades dos níveis de saúde entre grupos populacionais, com a eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública, ou mesmo identificando suas causas no modo como tais iniquidades são produzidas, na forma como a sociedade se organiza e desenvolve. Metodologia da investigação epidemiológica Segundo Pereira, a sistemática predominante de raciocínio, em epidemiologia, é própria da lógica indutiva, mediante a qual, partindo-se de certo número de dados, estabelece-se uma proposição mais geral e, ainda segundo esse autor, os métodos utilizados na epidemiologia são encontrados em outras áreas do conhecimento, embora seja frequente a referência a mé- todos epidemiológicos, eles devem ser entendidos como certo número de estratégias adapta- das para aplicação a situações próprias do estudo da saúde da população. A identificação do padrão de ocorrência de doenças nas populações humanas e dos fa- tores que influenciam (determinam, condicionam) tem sido reiteradamente definida como o objeto de estudo da epidemiologia. Segundo a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. As Hipóteses epidemiológicas (elemento indispensável de qualquer pesquisa científica) deverão relacionar tais fatores ou variáveis, orientando a forma com que os dados referentes Epidemiologia 3 ao agravo e seus fatores condicionantes ou determinantes serão associados bem como o con- texto (tipo de estudo) em que os resultados encontrados serão submetidos à comparação e análise (exame da associação para estabelecer a associação encontrada entre eventos ou variáveis). Rothman et al. destacam que um evento, uma condição, ou uma característica não se constituem como uma causa em si, considerados isoladamente, somente são identificados enquanto parte de um contraste causal com um evento, uma condição ou uma característica alternativa. Na investigação epidemiológica a identificação da doença (definição de caso) tem uma natureza ditada pela comparabilidade potencial e uma tendência à padronização, ao contrário da clínica que reconhece a individualidade de cada paciente. Considerando o substrato teórico dos respectivos campos de conhecimento, o objeto da clínica é essencialmente qualitativo enquanto que o objeto fundamental da epidemiologia é por definição quantitativo, expressando relações numéricas entre eventos. Os instrumentos de medida e/ou identificação de caso estão sujeitos a erros sistemáticos (viés) em função de sua maior ou menor sensibilidade (capacidade para identificar um maior número de casos incluindo inevitavelmente os falsos positivos) e especificidade (capacidade de só incluir casos positivos). Epidemiologia aplicada a serviços de saúde A aplicação ao planejamento de serviços de saúde tem sido o maior uso da epidemiologia, em função dessa aplicação tem-se desenvolvida a legislação e estratégia da Vigilância epide- miológica e organização dos sistemas de informação em saúde no âmbito governamental. Possas e Breilh ressaltam a demanda de construção do conceito de perfil epidemiológico fun- damentado no conceito de classe social (e frações sociais especiais) na avaliação doas con- dições de vida e saúde de uma população. No Brasil o Sistema de Vigilância Epidemiológica foi instituído pela lei nº 6.259 de 1975 que articula o Ministério da Saúde à setores específicos das Secretarias Estaduais de Saúde, organizando o sistema nacional de informações de saúde que constitui, hoje, o DATASUS. Desde a criação do SUS em 1988, a Epidemiologia em Serviços de saúde tem sido forta- lecida por meio do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Anteriormente, com a criação do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), instituído como departamento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), quando a necessidade de expandir a aplicação da epidemiologia em serviços para as análises de situação de saúde, com objetivo de subsidiar a formulação de políticas. Epidemiologia 4 Em 1992, a criação do Informe Epidemiológico do SUS (IESUS), editado pela Cenepi/Fu- nasa com a missão de difundir o conhecimento epidemiológico aplicável às ações de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos de interesse da saúde pública,visando ao apri- moramento dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em função da utilização institucional e particularidades do objeto de análise e/ ou com- partilhamento de metodologias específicas de análise, podemos destacar ainda: as avaliações de impacto ambiental, ou seja, o aspecto da saúde ambiental e interpretação distinta que os ecologistas e epidemiologistas dão à exposição, dano ambiental; a epidemiologia genética com suas distinções dos clássicos estudos da frequência de genes mutantes e genética de populações; a epidemiologia molecular com suas distinções da ecotoxicologia e análise dos fenômenos biológicos ao nível atômico ou celular, entre outros. Uma relação sem dúvida in- completa é a que se segue: Usos da epidemiologia: Epidemiologia molecular Epidemiologia genética Epidemiologia veterinária Epidemiologia das doenças infecciosas e parasitárias Epidemiologia das doenças não transmissíveis Neuroepidemiologia Epidemiologia da violência Epidemiologia ambiental Epidemiologia aplicada à serviços de saúde Epidemiologia das Infecções hospitalares Limites da Epidemiologia Atualmente a epidemiologia é um dos três pilares da saúde coletiva, os demais são a Gestão/Planejamento e as Ciências Sociais. A epidemiologia nasceu a partir das oposições entre indivíduo e coletivo; cultura e natu- reza; corpo e alma. Nesse contexto, atualmente é vista como uma ciência inteiramente quan- titativa, que visa medir impactos relacionados a problemas de saúde relevantes da população, Epidemiologia 5 tendo como base características de estilo de vida, classes sociais, eventos de doenças, nas- cimento e óbitos. Assim, obviamente é necessário que haja técnicas e procedimentos estatísticos de alta complexidade, para abranger toda gama de dados. Basicamente, o foco epidemiológico con- siste na análise de frequências e distribuições de saúde; com observação dos fenômenos de saúde e doença; além da definição de cursos de estratégias apropriadas. Entretanto, há diversos fatores que o contexto epidemiológico não consegue abordar. Ao longo de todos os anos, vários autores importantes na história da epidemiologia lutaram para que esta ciência fosse vista com um olhar coletivo. A partir daí, nota-se que a epidemiologia não estuda dados individuais, ou seja, como ciência inteiramente voltada para o estudo “cole- tivo” a epidemiologia se limita a grupos e não casos isolados. Como ciência qualitativa, a epidemiologia propõe, de forma sistêmica, a coleta de dados. Todavia, o processo de humanização e interação é deixado de lado, uma vez que não faz parte desse contexto englobar fatores sociais que vão além do estabelecido. Partindo desse pres- suposto, a Ciência Social surge como forma de estabelecer uma interdisciplinaridade. Essa ciência alcança grupos sociais, incluindo a participação, comunicação e diálogo uns com os outros, a fim de que haja uma aproximação do contexto “saúde-doença” com o tema de huma- nização e atenção ao indivíduo. Saneamento Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a quali- dade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e Instalações operacionais de abas- tecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. Embora atualmente se use no Brasil o conceito de Saneamento Ambiental como sendo os 4 serviços citados acima, o mais comum é o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao tratamento dos esgotos. Sua importância Ter saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser chamado de país desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde Infantil com redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos, etc. Epidemiologia 6 Em 2017, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 258 mil internações por doenças de veiculações hídricas no país. Em vinte anos (2016 a 2036), considerando o avanço gradativo do saneamento, o valor presente da economia com saúde, seja pelos afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação. Endemias e Epidemias 1 Endemias e Epidemias Endemias e Epidemias 2 Endemias e Epidemias O que é uma epidemia? Uma epidemia é quando o número de casos de uma doença aumenta em várias regiões, mas sem escala global. Em outras palavras, o problema é mais generalizado do que o esperado sem qual- quer demarcação geográfica específica. Neste caso, a doença ocorre em vários locais ou comunidades diferentes de onde foram original- mente identificadas. As epidemias podem ser locais, estaduais e nacionais. Para classificar uma doença como epidemia, deve-se estimar o número de casos em relação à população. Qual o tamanho dessa população? Quão suscetível ele é à doença? Além disso, são anali- sados critérios técnicos relacionados à área de ocorrência dos casos e ao período de seu início. Deve-se notar que uma doença sazonal não é considerada uma epidemia, mesmo que o número de casos aumente a cada ano em uma determinada época ou estação. Exemplo: Em dezembro de 2021, houve um aumento repentino e generalizado de casos de gripe no Brasil. Na época, as autorida- des de saúde do estado do Rio de Janeiro trataram a situação como uma epidemia do estado do Rio de Janeiro. O que é endêmico? Endemia ocorre quando uma doença se repete em uma área, mas sem um aumento significativo no número de casos. Isso significa que o problema ocorre com frequência e segue um padrão relativa- mente estável que prevalece. Se a prevalência e persistência da doença for alta, ela ainda pode ser chamada de hiperendêmica. Algumas doenças endêmicas são consideradas grandes problemas de saúde global e preocupam os governos, principalmente os principais países tropicais de baixa renda. Isso inclui AIDS e malária, que matam milhões de pessoas todos os anos. Outro grande problema das doenças endêmicas é que, se não forem controladas, podem se tor- nar epidemias. Depende de muitos fatores, desde mudanças no agente ou host até mudanças no am- biente. O contrário também pode acontecer, como com a nova corona vírus. Hoje já existe um debate e alguns países já decidiram considerar a doença endêmica. Exemplo: Norte do Brasil é considerado área de risco de malária. É uma doença endêmica lá. Endemias e Epidemias 3 Méri Curiosidade Existem diferentes nomes técnicos para classificar o status epidemiológico de uma doença, são eles: Surto, Epidemia, Endemia e Pandemia. Dengue 1 Dengue Dengue 2 Dengue A dengue é uma doença febril aguda sistêmica de origem viral. Nos últimos 50 anos, o número de casos de dengue no mundo tem aumentado dramaticamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 4 bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção pela doença. Anualmente, 390 milhões de casos são registrados no mundo, dos quais 96 milhões se manifestam clinicamente. A dengue afeta 128 países e é considerada uma doença negligenciada pela OMS. Na região das Américas, a doença tem se disseminado com surtos cíclicos ocorrendo a cada 3/5 anos. No Brasil, a transmissão vem ocorrendo de forma continuada desde 1986 registrando o maior surto dadoença em 2013, com aproximadamente 2 milhões de casos notificados. Causa A dengue é causada por um arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes) que se apresenta em quatro tipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Atualmente os quatro sorotipos circulam no Brasil intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente não atingidas ou alteração do sorotipo predominante. Transmissão O vírus é transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes que também são responsáveis pela transmissão da chikungunya, febre amarela e Zika. Sintomas A dengue pode ter diferentes apresentações clínicas e de prognóstico imprevisível. Os primeiros sintomas aparecem de quatro a 10 dias depois da picada do mosquito infectado. A doença começa bruscamente e se assemelha a uma síndrome gripal grave caracterizado por febre elevada, fortes do- res de cabeça e nos olhos, além de dores musculares e nas articulações. Durante a evolução da doença, destacam-se três fases: febril, crítica e de recuperação. Na fase crítica da dengue (entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas), podem surgir manifesta- ções clínicas (sinais de alarme) correspondentes a uma complicação da doença potencialmente letal chamada dengue grave (conhecida anteriormente como dengue hemorrágica), que aparecem devido ao aumento da permeabilidade vascular e da perda de plasma, o que pode levar ao choque irreversí- vel e à morte. Dengue 3 Os sinais clínicos de alarme da dengue grave são: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; hipotensão postural e/ou lipotimia (tonturas, decaimento, desmaios); hepatomegalia dolorosa (aumento de tamanho do fígado); sangramento na gengiva e no nariz ou hemorragias impor- tantes (vômitos com sangue e/ou fezes com sangue de cor escura); sonolência e/ou irritabilidade; di- minuição da diurese (diminuição do volume urinado); diminuição repentina da temperatura do corpo (hipotermia); e desconforto respiratório. Uma infecção curada de dengue confere ao paciente imunidade contra o tipo de vírus responsá- vel. Por existirem quatro tipos diferentes de vírus, para estar totalmente imunizado, é necessário ter tido contato com todos eles. Caso contrário, a cada contágio com um novo tipo de vírus, os sintomas são mais intensos e o risco de desenvolver a dengue grave é mais alto. Diagnóstico O diagnóstico da dengue é feito comumente mediante sorologia para determinar a presença de anticorpos contra o vírus no sangue, mas não determina especificamente qual tipo de vírus é respon- sável pela infecção. Métodos de biologia molecular mais elaborados podem ser utilizados para detec- tar as proteínas do vírus. Tratamento Não existe tratamento específico para dengue. Os cuidados terapêuticos consistem em tratar os sintomas: combater a febre e, nos casos graves, realizar hidratação por via intravenosa. O atendi- mento rápido para a identificação dos sinais de alarme e o tratamento oportuno pode reduzir o nú- mero de óbitos, chegando a menos de 1% dos casos. Prevenção Desde o fim de 2015 a primeira vacina contra dengue foi registrada em diferentes países para ser usada em indivíduos de 9 a 45 anos vivendo em áreas endêmicas ou de risco. A OMS recomenda que os países considerem a introdução da vacina contra dengue apenas em zonas geográficas onde os dados epidemiológicos indicam um alto índice da doença. Outras vacinas com diferentes tipos do ví- rus se encontram em período de desenvolvimento. De modo geral as vacinas têm mostrado uma efe- tividade muito variável (entre 50% e 80%) dependendo do tipo de vírus que causa a infeção, do tipo de indivíduos vacinados e do local onde tem sido implementada; igualmente o tempo de duração da proteção está sendo estudado. Dengue 4 Atualmente, a principal forma de prevenção é o combate aos mosquitos – eliminando os cria- douros de forma coletiva com participação comunitária – e o estímulo à estruturação de políticas pú- blicas efetivas para o saneamento básico e o uso racional de inseticidas. Atividades MSF tem contribuído na vigilância e controle da doença em países atingidos por desastres natu- rais (Paquistão, Filipinas, Mianmar e Haiti), dado resposta a surtos sazonais (Cabo Verde, Honduras e El Salvador) e também realizado pesquisas sobre a epidemiologia da doença (Camboja). De igual maneira, MSF ajudou no passado a controlar surtos da doença no Brasil e atendeu pacientes com dengue na Unidade de Pronto Atendimento do Complexo do Alemão. Dengue 5 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Febre Chikungunya E Zika Vírus 1 Febre Chikungunya E Zika Vírus Febre Chikungunya E Zika Vírus 2 Febre Chikungunya E Zika Vírus O que significa o nome? O Zika é um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Tem essa denominação por ter sido identificado na floresta Zika, em Uganda, na África. Significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada,na Tanzânia, localizada no leste da África, entre 1952 e 1953. Circulação Em áreas com circulação de chikungunya, podem ocorrer casos com manifestações atípicas que não apresentam febre e dor articular. Essas manifestações podem ser ocasionadas por efeitos diretos do vírus, pela resposta imunológica ou pela toxicidade a medicamentos. Febre Chikungunya E Zika Vírus 3 Situação Nas Américas Como as pessoas pegam o vírus Zika? O vírus Zika é transmitido ao homem principalmente pela picada de um mosquito Aedes infectado, que também pode transmitir chikungunya, dengue e febre amarela. O vírus Zika também pode ser transmitido por contato sexual e foi encontrado no sêmen, sangue, urina, líquido amniótico e saliva, bem como no líquido cefalorraquidiano. O vírus Zika pode representar uma ameaça à segurança do sangue. Os doadores de sangue são aconselhados a notificar o serviço de transfusão se posteriormente desenvolverem sintomas de infecção por Zika ou forem diagnosticados dentro de 14 dias após a doação de sangue. Quais são os sintomas da infecção pelo vírus Zika? O vírus Zika geralmente causa doença leve. Os sintomas mais comuns são febre baixa ou erupção cutânea (erupção cutânea) que aparece alguns dias após a picada de um mosquito infectado. Embora muitas pessoas com o vírus não apresentem sintomas, outras também podem apresentar conjuntivite, Febre Chikungunya E Zika Vírus 4 dores musculares e articulares e fadiga. Os sintomas geralmente duram de dois a sete dias. Os sintomas relatados por mulheres infectadas e não grávidas não diferem. Como a infecção pelo vírus Zika é diagnosticada? O diagnóstico é baseado nos sintomas e na história recente do paciente (por exemplo, picadas de mosquito ou viagens para áreas onde o vírus é endêmico). Exames laboratoriais podem confirmar a presença de Zika no sangue, mas esse diagnóstico pode não ser tão confiável porque o vírus pode apresentar reação cruzada com outros vírus, como dengue e febre amarela. Um teste de diagnóstico confiável é uma prioridade de pesquisa e desenvolvimento. Como é tratada a infecção pelo vírus Zika? Os sintomas podem ser tratados com medicamentos padrão para dor e febre, repouso e reposição de líquidos. Se os sintomas piorarem, as pessoas devem procurar atendimento médico. Notificação De Caso E Prevenção A partir desta quinta-feira (18 de fevereiro), a notificação de suspeita de Zika é obrigatória em todos os estados do país. A medida foi publicada no Diário Oficial da União como Decreto 204 em 17 de fevereiro de 2016. A mudança significa que médicos, profissionais de saúde ou gestores de instituições de saúde, públicas ou de saúde devem denunciar todas as suspeitas de Zika toda semana se a gestante tiver suspeita de infecção pelo vírus ou suspeita de óbito, a notificação é imediata, ou seja, deve ser feita em até 24 horas. Segundo o ministro da Saúde Marcelo Castro, o Zika não existia no Brasil, assim como não havia regras para essa doença no mundo. "A notificação sobre o vírus Zika se tornará obrigatória no Brasil, porque agora temos exames que nos permitem diagnosticar o vírus com segurança. Isso significa que se o médico hoje não tiver clareza, ele pode pedir exames para verificar se o paciente está infectado. Zika realmente existe, enfatizou o ministro da Saúde no fortalecimento da cooperação entre Brasil e Estados Unidos na resposta à epidemia do vírus Zika, que ocorrerá nesta quinta-feira (18 de fevereiro) em Brasília. A mudança de notificação segue uma análise criteriosa da vigilância métodos do vírus Zika no Brasil. Brasil. Até agora, a doença era monitorada por um sistema sentinela que apoiava as medidas de prevenção da doença. Ressalta-se que o Zika é uma doença nova no Brasil, foi identificada pela primeira vez em maio de 2015 e, assim como todas as outras doenças recentemente identificadas, requer pesquisa e reavaliação regular. A medida foi realizada em colaboração com estados e municípios brasileiros, além de especialistas de instituições de pesquisa e ensino. Os profissionais de saúde de todo o Brasil já estão sendo informados sobre a nova medida por meio de diversos canais de comunicação de rotina, como videoconferências, e-mails, ofícios e contatos diretos. Febre Chikungunya E Zika Vírus 5 Ainda não existe vacina ou medicamento para prevenir o Zika. Portanto, o único método preventivo é se livrar do mosquito, manter a casa sempre limpa e eliminar possíveis criadouros. Roupas que minimizem o contato com a pele durante o dia, quando os mosquitos estão mais ativos, protegem contra picadas e podem ser usadas especialmente durante epidemias. Repelentes e inseticidas também podem ser usados de acordo com as instruções do rótulo. As redes mosqueteiras proporcionam uma boa proteção para quem dorme durante o dia (por exemplo, bebés, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos). Entre outras coisas, a OMS recomenda sexo seguro para mulheres grávidas que vivem em áreas onde a propagação do vírus é alta. Febre Amarela 1 Febre Amarela Febre Amarela 2 Febre Amarela A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus cujo reservatório natural são os primatas não-humanos que habitam as florestas tropicais. Febre amarela é uma doença infecciosa, de gravidade variável, causada por um arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos) do gênero Flavivirus febricis da família Flaviviridae, cujo reservatório na- tural são os primatas não humanos que habitam florestas e matas tropicais. Estudos genéticos de- monstraram que esse vírus surgiu na África, há cerca de três mil anos e chegou no Brasil nos navios que traziam escravos para trabalhar nas minas e na lavoura, numa época em que as cidades não dis- punham de saneamento básico e estavam infestadas de mosquitos. O resultado desse encontro do vírus da febre amarela com os mosquitos urbanos trouxe trágicas consequências para a saúde da po- pulação. Ciclos de transmissão Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre e a urbana. A silvestre acomete os macacos. Eles funcionam como hospedeiros do vírus, que é transmitido pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethes a outros macacos ou a seres humanos não vacina- dos que penetrem em seu habitat natural. De hábitos diurnos, esses insetos vivem em áreas de mata e cerrados principalmente nas copas das árvores ou perto do solo. Uma vez infectados, tornam-se ve- tores do vírus para sempre (ciclo de transmissão macaco-mosquito-homem). Por isso, a morte de pri- matas nas imediações das cidades representa um dos sinais de que o vírus da doença está circulando em determinada região. A forma urbana da febre amarela é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, a chikungunya e a zika. Ele vive nos arredores das casas em depósi- tos de água parada e ataca principalmente no começo da manhã e no final da tarde. Os macacos não estão envolvidos nesse tipo de transmissão. Ela ocorre quando o mosquito pica uma pessoa doente (o homem é o único hospedeiro do vírus nas cidades) e depois ataca uma pessoa saudável que não foi vacinada (ciclo homem-mosquito-homem). Vale ressaltar que, embora os mosquitos envolvidos na transmissão da febre amarela sejam dife- rentes, nos dois casos, o vírus e as manifestações clínicas da doença são absolutamente idênticos. No Brasil, a forma urbana da doença já foi erradicada. O último caso de que se tem notícia ocor- reu em 1942, no Acre. Os que surgiram depois foram todos do tipo silvestre. No entanto, é preciso estar sempre alerta. O menor descuido e a febre amarela urbana pode voltar. Para tanto, basta que uma pessoa infectada na região onde vivem os hospedeiros e vetores silvestres do vírus, sirva de fonte de infecção para o Aedes aegypti nas cidades. Febre Amarela 3 Se é difícilcontrolar a proliferação dos mosquitos que transmitem a doença nas zonas urbanas, é impossível acabar com os vetores silvestres da febre amarela. Eles fazem parte do ambiente natural em que vivem. A estratégia, então, é impedir que o vírus transmitido por esses vetores penetre nas zonas urbanas, vacinando a população que vive em áreas endêmicas. Sintomas Depois de inoculado sob a pele dos seres humanos ou macacos, os vírus da febre amarela con- centrados nas glândulas salivares das fêmeas dos mosquitos invadem os vasos linfáticos do doente. Dali, caem na circulação e infectam as células do fígado, rins, coração, pulmões, a mucosa do sistema digestivo e até do cérebro. A pele e os olhos do doente adquirem um tom amarelado próprio da icte- rícia. Daí, o nome febre amarela. Os sintomas dessa enfermidade variam muito. Podem ser leves a ponto de serem confundidos com os de uma virose banal e regredir espontaneamente, ou podem evoluir para complicações graves e morte. Febre com calafrios, mal-estar, dor de cabeça, dores musculares muito fortes, cansaço, vômito e diarreia são sinais da doença que surgem de repente, em geral, de três a seis dias após a picada do inseto (período de incubação do vírus). Icterícia progressiva, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), do fígado (hepatite e coma hepático), do pulmão, problemas cardíacos (miocardite) e encefalopatias (convulsões e delírios) são sintomas da doença, que podem levar à morte. Diagnóstico O diagnóstico da febre amarela leva em conta os sintomas que o paciente apresenta, se já foi vacinado e há quanto tempo, e a ocorrência de casos da doença asua volta. visitou ou reside em áreas. A morte de macacos nos lugares em que vive ou visitou é outro indício importante a ser consi- derado. No entanto, só é possível confirmar o diagnóstico depois de realizar exames laboratoriais com- plementares (MAC-Elisa, PCR ou isolamento do vírus em cultura) em laboratórios de referência indica- dos pelas secretarias estaduais de saúde. Se o resultado dos testes for positivo, a única forma de im- pedir que o vírus se espalhe é vacinar a população que vive ou esteve nas áreas de risco. A febre amarela é uma doença de notificação compulsória no mundo. O objetivo é manter as autoridades sanitárias informadas, a fim de que tomem as medidas profiláticas necessárias com pres- teza. Febre Amarela 4 Tratamento Não existem medicamentos específicos para destruir o vírus, reverter o quadro clínico e evitar as complicações da febre amarela. O doente deve permanecer em repouso, em ambiente hospitalar e sob cuidados médicos para evitar as complicações graves da doença. O único tratamento possível é o de suporte. Basicamente, ele consiste em manter o paciente bem hidratado e introduzir drogas para equilibrar a pressão arterial, corrigir os desequilíbrios meta- bólicos e aliviar os sintomas. Assim como na dengue, o uso de remédios que contenham ácido acetil- salícilico é contraindicado, porque aumenta o risco de sangramentos. Nos casos mais graves, o paciente pode necessitar de diálise e transfusões de sangue. Vacina contra febre amarela Existe uma vacina bastante segura e eficaz contra a febre amarela, produzida com o vírus vivo atenuado da doença. Administrada em dose única por via subcutânea, ela é distribuída gratuitamente nos postos de saúde e raramente apresenta efeitos colaterais adversos. Em vários estados brasileiros, essa vacina já faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em maio de 2013, anunciou que uma dose única da va- cina contra febre amarela garante imunidade por toda a vida. Portanto, não considera necessária a aplicação da dose de reforço. Fica garantida, porém, a liberdade de cada país escolher a conduta que melhor se adapta às suas necessidades. No Brasil, o Ministério da Saúde optou por manter o esquema de aplicar duas doses da vacina contra a febre amarela. A recomendação era que uma dose de reforço fosse aplicada dez anos depois da primeira em adultos e crianças residentes em áreas de risco ou em pessoas que pretendiam viajar para esses lugares. Por isso, quem já recebeu as duas doses da vacina, com intervalo de dez anos en- tre elas, pode considerar-se definitivamente imunizado contra a doença e não precisa mais repetir as doses de reforço. No entanto, a partir de 2014, o aumento do número de casos da forma silvestre da doença fora da região amazônica, mostrou a importância de intensificar a vacinação, em pouco tempo, para evitar o risco de expansão da doença nas áreas de grande concentração populacional. Para tanto, a própria OMS recomendou o fracionamento da dose-padrão da vacina contra a febre amarela, como medida preventiva já testada e aprovada em outros países. Segundo os estudos realizados, a dose fracionada de 0,1 é tão eficaz quanto a dose integral de 0,5 ml. A diferença entre as duas é que a fracionada oferece proteção por oito anos e a outra, prote- ção pela vida toda. Febre Amarela 5 Na campanha de vacinação contra a febre amarela de 2018, em São Paulo, Rio de Janeiro e Ba- hia, será distribuída a dose fracionada da vacina. Todavia, mesmo nesses estados, a dose integral con- tinuará sendo administrada nas crianças entre nove meses e menos de dois anos, nos viajantes e nas pessoas que apresentam condições clínicas especiais. Quem deve tomar a vacina Crianças em áreas de risco, a partir dos nove meses de idade, devem receber a primeira dose d a vacina contra a febre amarela e uma dose de reforço quando completarem quatro anos. A vacina está também indicada para todas as pessoas (adultos e crianças) que residam nas proxi- midades de áreas endêmicas ou pretendam viajar para esses lugares, dentro ou fora do Brasil. Nesse último caso, a primeira dose deve ser aplicada dez dias antes da partida para que o organismo tenha tempo de produzir os anticorpos necessários para combater o vírus. Quem não deve tomar a vacina Bebês com menos de seis meses, porque são mais vulneráveis a possíveis complicações da va- cina, entre elas, a encefalite viral; Gestantes, por falta de provas de que a infecção não passa para o feto; Mulheres durante o período de amamentação, porque ainda não se sabe se o vírus atenuado da vacina consegue passar para o leite materno; Pessoas imunodeprimidas, portadoras de HIV, de tumores malignos, incluindo leucemia e linfo- mas, que utilizam medicamentos derivados da cortisona em doses elevadas, estão em tratamento de quimio ou radioterapia, ou são portadoras de doenças que alteram o funcionamento do timo (órgão do sistema imunológico) em virtude do comprometimento do sistema imune; Pessoas com hipersensibilidade a algum componente da vacina (proteína do ovo, gelatina e anti- biótico eritromicina). Quem depende de orientação médica Adultos com idade igual ou superior a 60 anos – só podem tomar a vacina depois de um especia- lista avaliar o custo-benefício da medicação, uma vez que, nessa faixa de idade, aumenta o risco de desenvolver os efeitos indesejáveis da vacina; Febre Amarela 6 Paciente HIV positivo e imunodeprimidos de maneira geral – devem evitar as viagens para os lu- gares onde exista risco de febre amarela. Se houver absoluta necessidade, devem consultar um mé- dico especialista no assunto. Recomendações Erradicar o mosquito transmissor da febre amarela é impossível, mas combater o mosquito Ae- des aegypti nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos da doença nas áreas urbanas. Por isso, ninguém pode descuidar das normas básicas de prevenção. São elas: eliminar os focos de água parada que possam servir de criadouro para os mosquitos, e usar repelentes de insetos no corpo e nas roupas para evitar as picadas. Além disso, é sempre recomendável: Usar, sempre que possível, calças e camisas que cubram a maior parte do corpo e mosqueteirosao redor das camas, quando estiver em áreas de risco para a transmissão silvestre da doença; Aplicar repelente com regularidade. Não esquecer de passá-lo também na nuca e nas orelhas. É importante repetir a aplicação a cada quatro horas, ou a cada duas horas se a pessoa tiver transpi- rado muito; Reaplicar o repelente toda a vez que molhar o corpo ou entrar na água; Consultar um médico ou os núcleos de atendimento ao viajante para informar-se sobre a neces- sidade de tomar a vacina antes de viajar. Alguns países exigem um Certificado Internacional de Vaci- nação atualizado. Febre Amarela 7 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Cólera 1 Cólera Cólera 2 Cólera A cólera é uma doença infecciosa bacteriana aguda dos intestinos que se espalha por contaminação fecal e oral direta ou pelo consumo de alimentos ou água contaminados. Muitas vezes, a infecção é assintomática ou causa diarreia leve. Também pode ocorrer de forma grave com ou sem diarreia aquosa e intensa, vômitos, dor abdominal e cólicas. Se não for tratada rapidamente, pode ocorrer desidratação grave, levando a complicações graves e até a morte. A doença está diretamente relacionada à higiene básica. A incubação de bactérias, isto é, o tempo necessário para que os primeiros sintomas apareçam no corpo varia de algumas horas a cinco dias após a infecção. Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3 dias. O período infeccioso dura até que a pessoa elimine a bactéria nas fezes, o que costuma acontecer até alguns dias após a recuperação. Para monitoramento, o tempo padrão é de 20 dias. Consumo A cólera é transmitida pela via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou de pessoa para pessoa. Os alimentos geralmente podem ser contaminados durante a cadeia de produção e seu processamento. Além disso, como o agente causador da cólera faz parte do ambiente aquático, pode estar associado a crustáceos (caranguejos e moluscos), peixes e algas, entre outros, o que permite a propagação da cólera se esses alimentos forem ingeridos crus ou malcozidos. Causa A cólera é causada por uma toxina liberada por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos O1 e O139). A toxina se liga às paredes intestinais e altera o fluxo normal de sódio e cloreto no corpo. Essa mudança faz com que o corpo excrete grandes quantidades de água, causando diarreia aquosa, desidratação e perda de fluidos e minerais essenciais. Fatores de risco Os fatores de risco mais importantes para a cólera são: • Más condições básicas de higiene; • Consumo de água sem tratamento adequado; • Más condições de higiene pessoal; Cólera 3 • Ingestão de alimentos sem higiene ou manipulação adequada; • Consumo de peixe e mariscos crus ou não cozidos. Complicações As complicações da cólera são causadas pelo esgotamento completo do corpo causado por diarreia e vômito. Essas complicações são mais comuns em pessoas vulneráveis, como idosos, diabéticos, desnutridos, portadores de HIV e com histórico de doenças cardíacas. Se a desidratação não for tratada rápida e adequadamente, ela causa uma deterioração gradual da circulação, função renal e equilíbrio hídrico e mineral no corpo, causando danos a todos os sistemas do corpo. Como resultado, podem ocorrer as seguintes complicações: • choque hipovolêmico (diminuição da quantidade de sangue circulando no organismo); • necrose renal; • fraqueza intestinal; • diminuição do teor de potássio no sangue, que causa ritmos cardíacos; • hipoglicemia com convulsões e coma em crianças. Diagnóstico A cólera é diagnosticada com base em amostras de fezes ou vômito. Quando o Vibrio cholerae é isolado, a bactéria deve ser enviada a um laboratório nacional de referência para análises mais detalhadas (caracterização bioquímica, sorológica e molecular). Além de con- firmar os casos, os exames laboratoriais são importantes para avaliar e controlar as caracte- rísticas das bactérias circulantes e a presença de resistência antimicrobiana. Se houver sus- peita de cólera, deve-se fazer um diagnóstico diferencial que leve em consideração todos os microrganismos que podem causar doenças diarreicas agudas. Portanto, recomenda-se co- lher amostras de fezes para análises virais, bacterianas e parasitológicas ao mesmo tempo. Hepatite A 1 Hepatite A Hepatite A 2 Hepatite A O que é hepatite A? É uma infecção causada pelo vírus da hepatite A (HAV), também conhecido como "hepatite infecciosa". Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença benigna, mas o curso dos sintomas e a mortalidade aumentam com a idade. Quais são as formas de transmissão da hepatite A? A hepatite A é transmitida pelas fezes e pela boca (as fezes entram em contato com a boca). A doença está intimamente ligada a alimentos ou água inseguros, higiene básica e baixos níveis de higiene pessoal (OMS, 2019). Outras formas de transmissão são o contato próximo (dentro de casa, entrecrianças em situação de rua ou em creches), contato sexual (principalmente com homens que fazem sexo com homens - HSH). A persistência do vírus da hepatite A (HAV) no ambiente e o grande número de vírus nas fezes de pessoas infectadas favorecem a infecção. As crianças podem manter a disseminação viral por até 5 meses após a melhora clínica. No Brasil e em outras partes do mundo também há relatos de casos e surtos em populações onde a prática do sexo anal favorece principalmente o contato fecal-oral (sexo oral-anal). Quais são os sinais e sintomas da hepatite A? Os sintomas geralmente são inespecíficos e podem inicialmente incluir fadiga, mal-estar, febre, dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos por sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A urina escura aparece antes do início da FASE, quando a pele e os olhos da pessoa podem ficar amarelos (icterícia). Os sintomas geralmente aparecem 15-50 dias após a infecção e duram menos de dois meses. Como a hepatite A é diagnosticada? A infecção atual ou recente é diagnosticada com um exame de sangue que procura a presença de anticorpos IgM contra o HAV (infecção primária), que podem permanecer detectáveis por cerca de seis meses. Um teste de anticorpo IgG também pode ser feito para verificar uma infecção anterior ou reação imune a uma vacina. Em qualquer caso, os anticorpos produzidos após a infecção e recuperação previnem novas infecções e produzem imunidade permanente. Como é tratada a hepatite A? Não há tratamento específico para a hepatite A. O mais importante é evitar a automedicação para aliviar os sintomas, pois o uso de medicamentos desnecessários ou tóxicos ao fígado pode piorar o quadro. Um médico pode prescrever a medicação mais adequada para melhorar o conforto e garantir o equilíbrio nutricional adequado, incluindo a reposição de líquidos perdidos devido a vômitos e diarreia. A hospitalização é apropriada apenas para insuficiência hepática aguda (OMS, 2018a). Como prevenir a hepatite A? • Lavar as mãos (inclusive após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de cozinhar); • Lave os alimentos ingeridos crus com água tratada, clorada ou fervida e deixe de molho por 30 minutos; • Cozinhar bem os alimentos antes de comê-los, principalmente crustáceos, crustáceos e peixes; • Lave bem pratos, copos, talheres e mamadeiras; Hepatite A 3 • Uso de instalações sanitárias; • Nos jardins-de-infância, pré-escolas, refeitórios, restaurantes e instituições encerradas devem ser seguidas medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos, bancos e pisos com hipoclorito de sódio a 2,5% ou lixívia. • Não nade ou brinque perto de valas, riachos, fontes, alagamentos ou sarjetas; • Evitar construir poços próximos a poços e nascentes de rios; • Usar preservativo e limpar as mãos, genitais, períneo e ânus antes e depois da relação sexual. Vacina: A vacina contra a hepatite A é muito eficaz e segura, sendo a medida preventiva mais importante contra a hepatite A. Gravidez e amamentação não são contraindicações à vacinação. Atualmente faz parte do calendário infantil, em sistema de dose única aos 15 meses (pode ser usado de 12 meses a 5 anos incompletos - 4 anos, 11 meses e 29 dias). É importante que pais, responsáveis e profissionais de saúde se atentem para que todas as crianças sejam vacinadas. Além disso, a vacina está disponível no Centro de Pesquisa em Imunobiologia Especializada (CRIE) em um esquema de duas doses - com pelo menos 6 meses de intervalo - para pessoas com mais de 1 ano de idade que apresentem as seguintes condições: • doenças hepáticas crônicas de qualquer etiologia, incluindo infecção crônica por HBV e/ou HCV; • Pessoas com coagulopatia, hemoglobinopatia, trissomia, doença de acúmulo ou fibrose cística (fibrose cística); • Pessoas infectadas pelo HIV; • Pessoas que recebem terapia imunossupressora ou têm uma doença que enfraquece a resposta imune; • candidatos a transplante de órgãos sólidos ou órgãos sólidos ou células-tronco hematopoiéticas (medula óssea) cadastrados em programas de transplante; • Doadores de órgãos sólidos ou células-tronco hematopoiéticas (medula óssea) cadas- trados em programas de transplante de órgãos. Hepatite B 1 Hepatite B Hepatite B 2 O que é Hepatite B? A hepatite B é um dos cinco tipos de hepatite encontrados no Brasil. É causada por vírus. Em 2018, foi responsável por 13.922 (32,8%) dos casos de hepatite notificados no Brasil. O vírus da hepatite B está associado a 21,3% das mortes relacionadas à hepatite entre 2000 e 2017. Na maioria dos casos, não apresenta sintomas e é frequentemente diagnosticado décadas após a infecção e é acompanhado por sintomas associados a outras doenças hepáticas, como fadiga, tontura, náusea. /Vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelos. O principal método de prevenção é a vacinação. Quais são os sintomas da hepatite B? Na maioria dos casos, a hepatite B não causa sintomas. A doença é frequentemente diagnosticada décadas após a infecção e é acompanhada por sintomas associados a outras doenças hepáticas (fadiga, tontura, náusea e/ou vômito, febre, dor abdominal, amarelecimento da pele e dos olhos) que geralmente não aparecem até estágios posteriores da doença. A falta de sintomas nas fases iniciais dificulta o diagnóstico precoce da infecção, o que exige que os profissionais de saúde estejam preparados para oferecer testes rápidos à população em geral. Os pacientes também podem solicitar espontaneamente um teste rápido de um departamento de cuidados primários. Como a hepatite B é diagnosticada? A triagem da hepatite B é feita por meio do teste do antígeno HBV (HBsAg), que pode ser feito com um teste de laboratório ou um teste rápido. Se o resultado for positivo, o diagnóstico deve ser confirmado por testes adicionais para procurar outros marcadores, incluindo a detecção direta da carga viral com um teste de biologia molecular que detecta a presença de DNA viral (HBV DNA). Como tratar a hepatite B? A hepatite B pode se desenvolver em duas formas: aguda e crônica. Aguda é quando a infecção é de curta duração. Os profissionais de saúde consideram essa forma crônica se a doença durar mais de seis meses. O risco de cronicidade da doença depende da idade da infecção. Não há cura para a hepatite B., no entanto, o tratamento oferecido no SUS visa reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, principalmente cirrose, câncer de fígado e óbito. Os medicamentos disponíveis para controlar a hepatite B incluem alfapeginterferona, tenofovir e entecavir. Como prevenir a hepatite B? A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas, in- dependentemente da idade. Existem quatro recomendações de vacinação para crianças: ao nascimento, aos 2, 4 e 6 meses (vacina penvalente). Para a população adulta, o programa completo geralmente é administrado em três doses. Em pacientes imunossuprimidos, deve- se considerar a necessidade de programas especiais com doses ajustadas, disponíveis em centros especializados em imunobiológicos (CRIE). Outras medidas preventivas também de- vem ser seguidas, como usar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar itens como lâminas de barbear e barbear, escovas de dente, material de manicure e pedi- cure, apetrechos para drogas, tatuagens e piercings. Os preservativos estão disponíveis na Rede de Saúde Pública. Hepatite B 3 Como a Hepatite B é transmitida? A Hepatite B pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou durante o parto, sendo esta via denominada de transmissão vertical. Esse tipo de transmissão, caso nãoseja evitada, pode implicar em uma evolução desfavorável para o bebê, que apresenta maior chance de desenvolver a hepatite b crônica. A investigação para hepatite B deve ser feita em todas as gestantes a partir do primeiro trimestre ou quando do início do pré-natal (primeira consulta), sendo que o exame pode ser feito por meio laboratorial e/ou testes rápidos. Para gestantes com resultado de teste rápido para hepatite B não reagente e sem história de vacinação prévia, recomenda-se a vacinação em 3 doses. As gestantes que apresentem resultado do teste rápido reagente para hepatite B deverão complementar a avaliação com solicitação de exame específico e carga viral da hepatite B e, caso confirmado o resultado, a gestante pode ter indicação de profilaxia com tenofovir (TDF) a partir do 3º trimestre da gestação, caso atenda aos critérios estabelecidos no PCDT de Prevenção da Transmissão Vertical. Para todas as crianças exposta à hepatite B durante a gestação está recomendada a vacina e imunoglobulina (IGHAHB) para hepatite B, preferencialmente nas primeiras 24 horas do pós-parto – essas medidas realizadas em conjunto previnem a transmissão perinatal da hepatite B em mais de 90% dos recém-nascidos. A referência à maternidade/casa de parto é de responsabilidade da equipe de saúde que acompanha a gestante com hepatite B e deve ser documentada no cartão da gestante. Notificação de casos de Hepatite B As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas no setor. Os critérios para definição de casos estão postos pelo Guia de Vigilância em Saúde e, no caso da hepatite B, consideram-se os seguintes critérios: Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B, conforme a lista abaixo: - HBsAg reagente; - anti-HBc IgM reagente; - HBV-DNA detectável. Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite B na declaração de óbito. Hepatite B 4 Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite B após investigação. Considerando que não há campo específico na ficha de notificação para este teste, provisoriamente, casos confirmados apenas com testes moleculares (HBV-DNA) devem ser inseridos no campo “Observações”, exatamente como descrito abaixo: HBV-DNA detectável, descrever: HBV-DA SIM Adicionalmente, a definição de caso de hepatite s virais também considera como caso confirmado e notificável o critério “óbito”. Considerando que na ficha não há campo específico para notificar esse critério, sem evidência laboratorial, provisoriamente as informações devem ser inseridas no campo “Observações” exatamente como descrito abaixo: Óbito relacionado à hepatite B, descrever: ÓBITO Hepatite C 1 Hepatite C Hepatite C 2 O que é a Hepatite C? É um processo infeccioso e inflamatório causado pelo vírus da hepatite C, que pode ocorrer de forma aguda ou crônica, sendo esta última a forma mais comum. A hepatite crônica pelo HCV é uma doença silenciosa, de evolução lenta e caracterizada por um processo inflamatório contínuo no fígado. Aproximadamente 60-5% dos casos tornam-se crônicos e uma média de 20% desenvolve cirrose ao longo do tempo. Uma vez confirmado o diagnóstico de cirrose, o risco anual de carcinoma hepatocelular (CHC) é de 1% (WESTBROOK; DUSHEIKO, 2014). O risco anual de insuficiência hepática é de 3%. Após o primeiro episódio de insuficiência hepática, o risco de morte nos próximos 12 meses é de 15% (WESTBROOK; DUSHEIKO, 2014). Quais são as formas de transmissão da hepatite C? A infecção pelo VHC pode ocorrer: • contato com sangue contaminado por compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos de uso de drogas (cachimbos); • Reutilização ou não esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; • não esterilizar ferramentas de manicure; • reciclagem de material de tatuagem; • procedimentos invasivos (por exemplo, hemodiálise, operações, trans fusão de sangue) por razões de biossegurança; • Uso de sangue contaminado e seus derivados; • Sexo sem camisinha (com menos frequência); • Infecção de mãe para filho durante a gravidez ou parto (menos comum). A hepatite C não é transmitida através do leite materno, alimentos, água ou contato casual, como abraçar, beijar ou compartilhar comida ou bebida com uma pessoa infectada. Quais são os sinais e sintomas da hepatite C? É muito raro as pessoas com hepatite C desenvolverem sintomas, sendo que cerca de 80% das pessoas não apresentam sintomas, razão pela qual a testagem espontânea da população primária é tão importante na luta contra esta doença. Como é diagnosticada a hepatite C? A hepatite C geralmente é detectada na fase crônica. O diagnóstico geralmente é feito após um teste rápido de rotina ou doação de sangue. Este fato confirma a importância da realização de testes rápidos ou sorológicos que demonstrem a presença de anticorpos contra o HCV. Se o teste Anti HCV for positivo, é necessário um teste de carga viral (RNA do HCV) para confirmar a infecção viral ativa. Após esses exames, o paciente pode ser encaminhado ao SUS para tratamento gratuito com medicamentos que podem tratar a infecção e prevenir a progressão da doença. Encontre uma unidade saudável e venha experimentar você também! Hepatite C tem cura! Como é tratada a hepatite C? A hepatite C é tratada com os chamados antivirais de ação direta (DAAs), que têm uma taxa de cura de mais de 95% e geralmente são Hepatite C 3 administrados em 8 ou 12 semanas. O DAA revolucionou o tratamento da hepatite C e possibilitou a erradicação da infecção. Todas as pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV) recebem tratamento pelo SUS. Um médico, geral e complementar, pode prescrever tratamento para hepatite C e confecções de acordo com o protocolo clínico e as diretrizes de tratamento. Pacientes em estágios iniciais de infecção podem ser atendidos em um serviço de atenção primária sem a necessidade de consultar uma rede especializada para iniciar a terapia. Como prevenir a hepatite C? Não existe vacina contra a hepatite C. Para prevenir a infecção, é importante: • Não compartilhe objetos com outras pessoas que possam entrar em contato com sangue (seringas, agulhas, fórceps, escova de dente, etc.); • Usar preservativo nas relações sexuais; • Não distribua parafernália de drogas; • Toda gestante deve fazer exames pré-natais para hepatites B e C, HIV e sífilis. Se o resultado for positivo, todas as recomendações médicas devem ser seguidas. O tratamento da hepatite C não é indicado para gestantes, mas a mulher deve ser tratada após o parto. Cuidados também devem ser tomados nos casos em que se sabe que uma pessoa tem uma infecção ativa por HBV para minimizar a possibilidade de infectar outras pessoas. As pessoas com uma infecção devem: • Teste seus contatos sexuais e domésticos e parentes de primeiro grau para hepatite C; • Não compartilhe instrumentos perfurocortantes e itens de higiene pessoal ou outros que contenham sangue; • Cobrir feridas cutâneas abertas e úlceras; • Limpe os respingos de sangue com uma solução de cloro; • Não doe sangue ou esperma. Pessoas com hepatite C podem participar de todas as atividades, incluindo esportes de contato, compartilhar comida e beijar outras pessoas. Hepatite D 1 Hepatite D Hepatite D 2 Hepatite D O que é Hepatite D? Ahepatite D, também chamada de delta, está associada à presença do vírus da hepatite B, causando infecção e inflamação nas células do fígado. A infecção por HDV tem duas formas: confecção por HBV e superinfecção por HDV em uma pessoa com infecção crônica por HBV. A hepatite D crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica e evolui mais rapidamente para cirrose e aumenta o risco de descompensação, CHC e morte. Quais são as formas de transmissão da hepatite D? Os modos de transmissão são idênticos aos da hepatite B, nomeadamente: • Sexo sem camisinha com uma pessoa infectada; • Infecção de mãe para filho durante a gravidez e parto; • Material compartilhado para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos); • compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depiladoras, escovas de dentes, cortadores de unha ou outros objetos que perfurem ou cortem); • tatuagens e piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam aos padrões de biossegurança; • por contato humano próximo (provavelmente devido a cortes, feridas e picadas); • Transfusão de sangue (mais relacionado ao período anterior a 1993). Quais são os sinais e sintomas da hepatite D? Como outras formas de hepatite, o tipo D pode não apresentar sintomas ou sinais da doença. Se presentes, os mais comuns são: fadiga, tontura, náusea e/ou vômito, febre, dor abdominal, amarelecimento da pele e dos olhos, urina escura e fezes claras. Como a hepatite D é diagnosticada? O diagnóstico sorológico da hepatite D é baseado na detecção de anticorpos anti-HDV. Se apresentarem teste anti-HDV reativo, a hepatite Delta é confirmada pela soma dos dados clínicos, epidemiológicos e demográficos. O diagnóstico também pode ser confirmado pela quantificação do RNA do HDV, que atualmente é realizada apenas em ensaios clínicos. Em casos excepcionais, o diagnóstico de hepatite D pode ser confirmado por exame histopatológico. Como é tratada a hepatite D? Após resultado positivo e confirmação, o médico prescreve o tratamento de acordo com o protocolo clínico e as diretrizes de tratamento para hepatite B e confecções. Os medicamentos não curam a hepatite D. O principal objetivo do tratamento é controlar os danos hepáticos. Todos os pacientes com hepatite Delta são candidatos ao tratamento oferecido pelo SUS. Os tratamentos atuais incluem peginterferon alfa-2a e/ou um análogo de nucleosídeo. Todos os pacientes com hepatite D devem ser encaminhados a um especialista. Além da medicação, é recomendado não consumir bebidas alcoólicas. Como prevenir a hepatite D? A vacinação contra hepatite B é a principal forma de prevenção da doença e é amplamente difundida no Brasil desde 2016 (CGPNI/DEVIT/SVS/MS, 2015). Outros meios incluem: o uso de preservativos em todas as relações sexuais, o compartilhamento de itens pessoais - como barbear e lâminas de barbear, escovas de dentes, manicure e pedicure, apetrechos para drogas, tatuagens e piercings. Além disso, toda gestante precisa de pré- natal e exames para hepatite, HIV e sífilis. Hepatite E 1 Hepatite E Hepatite E 2 O que é hepatite E? A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E (HEV). O vírus causa hepatite aguda, de curta duração e autolimitada. Na maioria dos casos, é uma doença benigna. A hepatite E pode ser grave para mulheres grávidas e raramente causa infecções crônicas em pessoas com certos tipos de deficiência imunológica. Quais são as formas de transmissão da hepatite E? O vírus da hepatite E é transmitido principalmente por água contaminada fecal e oral e em áreas com infraestrutura de esgoto precária. Outras formas de contágio são: ingestão de carne malcozida ou produtos obtidos de animais infectados (por exemplo, fígado de porco); transfusão de hemoderivados infectados; e transmissão vertical de gestante para filho. Quais são os sinais e sintomas da hepatite E? Eles geralmente causam hepatite aguda autolimitada (2 a 6 semanas) em adultos jovens e são clinicamente indistinguíveis de outras causas de hepatite viral aguda. Embora a infecção também ocorra em crianças, elas geralmente não apresentam sintomas ou apresentam apenas uma doença leve sem icterícia não diagnosticada. Os sinais e sintomas, quando presentes, incluem inicialmente fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos por náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, urina escura e amarelecimento da pele e dos olhos (icterícia). A icterícia fulminante é mais comum do que a hepatite E durante a gravidez. Mulheres grávidas com hepatite E, especialmente no segundo ou terceiro trimestre, correm maior risco de insuficiência hepática aguda, perda fetal e mortalidade. Até 20-25% das mulheres grávidas podem morrer se tiverem hepatite E no terceiro trimestre. Como é diagnosticada a hepatite E? Um teste de anticorpo anti-HEV IgM pode ser usado para diagnosticar infecção recente por HEV. Os anticorpos anti-HEV IgG são encontrados no início da infecção, atingem seu pico 30-40 dias após a fase aguda da doença e podem persistir por até 14 anos. A detecção de vire mia em amostras de fezes por RT-PCR ajuda a diagnosticar casos de hepatite E aguda. Como é tratada a hepatite E? Assim como a hepatite A a hepatite E não tem tratamento específico. O mais importante é evitar a automedicação para aliviar os sintomas, pois o uso de medicamentos desnecessários ou tóxicos ao fígado ode piorar o quadro. Um médico pode prescrever a medicação mais adequada para melhorar o conforto e garantir o equilíbrio nutricional adequado, incluindo a reposição de líquidos perdidos devido a vômitos e diarreia. O consumo de bebidas alcoólicas não é recomendado. A internação é destinada apenas a pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente gestantes. Pacientes imunossuprimidos, como pacientes com transplante de órgãos sólidos, pacientes com AIDS e pacientes recebendo terapia imunobiológica (por exemplo, Rituximab) têm infecção crônica pelo vírus da hepatite E (HEV) e requerem terapia antiviral. Como prevenir a hepatite E? A melhor forma de prevenir a doença é melhorar as condições sanitárias e higiênicas, como: • Lavar as mãos (inclusive após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de cozinhar); • Lave os alimentos ingeridos crus com água tratada, clorada ou fervida e de ixe de molho por 30 minutos; Hepatite E 3 • Preparar os alimentos logo antes de comer, principalmente carne de porco; • Lave bem pratos, copos, talheres e mamadeiras; • Uso de instalações sanitárias; • Nos jardins-de-infância, pré-escolas, refeitórios, restaurantes e instituições encerradas devem ser seguidas medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos, bancos e pisos com hipoclorito de sódio a 2,5% ou lixívia. • Não nade ou brinque perto de valas, riachos, fontes, alagamentos ou sarjetas; • Evite construir valas perto de poços e rios. Leptospirose Leptospirose 1MÉRITO Apostilas Leptospirose A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bacté- ria Leptospira; sua penetração ocorre através da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. O período de incubação, ou seja, tempo entre a infecção da doença até o mo- mento que a pessoa leva para manifestar os sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até qua- dros graves, associados a manifestações fulminantes. São divididas em duas fa - ses: fase precoce e fase tardia. A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do riscode letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. IMPORTANTE: As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. Quais são os sintomas da Leptospirose? Os principais da fase precoce são: - Febre - Dor de cabeça - Dor muscular, principalmente nas panturrilhas - Falta de apetite - Náuseas/vômitos Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia con- juntival, fotofobia, dor ocular, tosse; mais raramente podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão conjuntival. Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença. Nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa - icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comu- mente pulmonar. Pode haver necessidade de internação hospitalar. 2 Leptospirose Manifestações na fase tardia: - Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias - Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço - Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoi- ca - Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA - Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central Os casos com comprometimento pulmonar podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angustia respiratória do adulto e, muitas vezes, esse quadro precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. Nesses casos, pode ocorrer óbito nas primeiras 24 horas de internação. Quais são as complicações da Leptospirose? - Insuficiência renal aguda - não oligúrica e hipocalêmica - Insuficiência renal oligúrica por azotemia pré-renal - Necrose tubular aguda - Miocardite - acompanhada ou não de choque e arritmias por distúrbios ele- trolíticos - Pancreatite - Anemia - Distúrbios neurológicos (confusão, delírio, alucinações e sinais de irritação meníngea) A leptospirose é uma causa relativamente frequente de meningite asséptica. Raramente ocorrem: encefalite, paralisias focais, espasticidade, nistagmo, convul- sões, distúrbios visuais de origem central, neurite periférica, paralisia de nervos cranianos, radiculite, síndrome de Guillain-BarréGuillain-Barré e mielite. 3 Leptospirose Como é feito o diagnóstico da Leptospirose? Diagnóstico laboratorial Exames específicos O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se en- contra o paciente. Fase precoce: - Exame direto - Cultura - Detecção do DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR) Fase tardia: - Cultura - ELISA-IgM - Microaglutinação (MAT) Esses exames devem ser realizados pelos Lacens, pertencentes à Rede Nacio- nal de Laboratórios de Saúde Pública. Exames inespecíficos - Hemograma - Bioquímica (ureia, creatinina, bilirrubina total e frações, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+) - Radiografia de tórax - Eletrocardiograma (ECG) - Gasometria arterial Considerando-se que a leptospirose tem um amplo espectro clínico, os princi- pais diagnósticos diferenciais são: 4 Leptospirose Fase precoce – dengue, influenza (síndrome gripal), malária, riquetsioses, do- ença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre tifóide, entre outras doenças. Fase tardia – hepatites virais agudas, hantavirose, febre amarela, malária gra - ve, dengue hemorrágica, febre tifóide, endocardite, riquetsioses, doença de Cha- gas aguda, pneumonias, pielonefrite aguda, apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, colecistite aguda, coledocolitíase, esteatose aguda da gravidez, síndro- me hepatorrenal, síndrome hemolíticourêmica, outras vasculites, incluindo lúpus eritematoso sistêmico, dentre outras. Como é feito o tratamento da Leptospirose? Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letali - dade. A automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima. As medidas terapêuticas de suporte devem ser iniciadas precocemente com o objetivo de evitar complicações, principalmente as renais, e óbito. Situação epidemiológica da Leptospirose No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhado- res em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agriculto- res, veterinários, tratadores de animais, pescadores, militares e bombeiros, dentre outros. Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à uri - na de roedores. Existem registros de leptospirose em todas as unidades da federação, com um maior número de casos nas regiões sul e sudeste. A doença apresenta uma le- talidade média de 9%. Entre os casos confirmados, o sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 anos estão entre os mais atingidos, embora não exista uma 5 Leptospirose predisposição de gênero ou de idade para contrair a infecção. Quanto às caracte - rísticas do local provável de infecção (LPI), a maioria ocorre em área urbana, e em ambientes domiciliares. Como prevenir a Leptospirose? A prevenção da Leptospirose ocorre por meio de medidas como: - Obras de saneamento básico (drenagem de águas paradas suspeitas de con- taminação, rede de coleta e abastecimento de água, construção e manutenção de galerias de esgoto e águas pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos, desas- soreamento, limpeza e canalização de córregos), melhorias nas habitações huma- nas e o controle de roedores. - Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças na- dem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entu- lhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). - A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, a orientação é diluir 2 xícaras de chá (400ml) de água sanitária para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos. Controle de roedores - acondicionamento e destino adequado do lixo, armaze- namento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, veda- ção de frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de raticidas (desratiza- ção) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados. Alerta para vigilâncias epidemiológicas em situações emergenciais Em todos os anos, nos meses de verão, uma das principais ocorrências epide- miológicas após as inundações é o aumento do número de casos de leptospirose. Diante disso, visando alertar as vigilâncias epidemiológicas das Secretarias Esta- duais e Municipais de Saúde, sobre condutas em situações de desastres naturais como enchentes, a Secretariade Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) informa: - Em situações de desastres naturais como enchentes, os indivíduos ou gru- pos de pessoas que entraram em contato com lama ou água, por elas contamina- das, podem se infectar e manifestar sintomas da doença. 6 Leptospirose - Nos desastres naturais, as seguintes recomendações devem ser adotadas: - Divulgar informes sobre o risco de leptospirose para a população exposta à enchente; - Divulgar informes sobre a necessidade de avaliação médica para todo indiví - duo exposto a enchente que apresente febre, mialgia, cefaleia ou outros sintomas clínicos no período de até 30 dias após contato com lama ou águas de enchente; - Divulgar informes sobre medidas potenciais para evitar novas ou continua- das exposições a situações de risco de infecção; - Alertar os profissionais de saúde sobre a possibilidade de ocorrência da do- ença na localidade de forma a aumentar a capacidade diagnóstica; - Manter vigilância ativa para identificação oportuna de casos suspeitos de leptospirose, tendo em vista que o período de incubação da doença pode ser de 1 a 30 dias (média de 5 a 14 dias após exposição); - Notificar todo caso suspeito da doença, para o desencadeamento de ações de prevenção e controle; - Realizar tratamento oportuno de todo caso suspeito. Nestas situações de desastres naturais como enchentes, a orientação para profissionais de saúde, militares e de defesa civil que se expuserem ou irão se ex- por a situações de risco, durante operações de resgate, é utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e ampliar o grau de alerta sobre o risco da doença en- tre os expostos, de forma a permitir o diagnóstico e tratamento oportunos de paci- entes. Ações de prevenção em situações emergenciais I – Vacinação Não existe uma vacina para uso humano contra a leptospirose no Brasil. A vacinação de animais domésticos e de produção (cães, bovinos e suínos) evita o adoecimento e transmissão da doença por aqueles sorovares que a vacina protege. Está disponível em serviços particulares, ficando a critério do proprietário vacinar ou não o animal, sendo válida como estratégia de proteção individual. II - Quimioprofilaxia para leptospirose Qualquer indivíduo que entrou em contato com água ou lama de enchente está suscetível à infecção e pode manifestar sintomas da doença, configurando-se 7 Leptospirose uma situação em que não há indicação técnica para realizar quimioprofilaxia con- tra a leptospirose, como medida de saúde pública. Nas áreas com ocorrência de enchentes, as medidas a serem adotadas são as seguintes: - Divulgar ações de proteção entre a população vulnerável; - Manter vigilância ativa para identificação oportuna de casos suspeitos de leptospirose; tendo em vista que o período de incubação da doença pode ser de 1 a 30 dias (média de 5 a 14 após a exposição); - Notificar imediatamente todo caso suspeito da doença, conforme a Portaria do MS de consolidação Nº 4 de 03 de outubro de 2017; - Realizar tratamento oportuno dos casos suspeitos. Viajantes e a Leptospirose Deve-se evitar ambientes que possam estar contaminados por urina de ratos e outros animais, bem como entrar em contato com água ou lama de enchentes ou rios e lagos suspeitos. Sugere-se procurar informações sobre a ocorrência de leptospirose na região que vai visitar. Se adoecer no retorno, não esquecer de re- latar sua viagem e as prováveis situações de risco pelas quais passou durante a viagem (enchentes, acampamentos, rios e lagos). 8 Leptospirose Anotações: _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 9 Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 1 Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 2 Doença meningocócica A meningite meningocócica é uma meningite bacteriana rara causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que causa inflamação grave das membranas que revestem o cérebro, causando sintomas como febre muito alta, dor de cabeça intensa e náuseas. A meningite meningocócica geralmente ocorre na primavera e no inverno, principalmente em crianças e idosos, embora também possa ocorrer em adultos, principalmente se houver outras doenças que debilitam o sistema imunológico. A meningite meningocócica é tratável e o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível para evitar consequências neurológicas graves que podem ser fatais. Portanto, se houver suspeita de meningite, é necessário ir ao pronto- socorro para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Como é feito o tratamento A meningite meningocócica é tratável e o tratamento deve ser feito no hospital o mais rápido possível com antibióticos intravenosos, como ceftriaxona, por cerca de 7 dias. Os familiares devem usar máscaras de proteção sempre que visitarem o paciente durante o tratamento porque a meningite meningocócica é transmitida por secreções respiratórias, mas o isolamento não é necessário. Como se proteger A meningite meningocócica pode ser prevenidacom o uso de vacinas contra meningite do programa de vacinação infantil e outras precauções, como: • Evite lugares lotados, principalmente; • Mantenha a sala da casa bem ventilada; • Evite lugares fechados; • Mantenha uma boa higiene pessoal. Além disso, as pessoas que estiveram em contacto próximo com outra pessoa doente devem contactar o seu médico de família para avaliar a possibilidade de uma infeção bacteriana e, se necessário, iniciar o uso de antibióticos. Possíveis consequências Como a meningite afeta as membranas do cérebro, há um risco muito alto de complicações como: • Perda de visão ou audição; Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 3 • Problemas cerebrais graves; • aprendendo dificuldades; • Paralisia muscular; • Problemas cardíacos. As consequências da meningite meningocócica geralmente ocorrem se o tratamento não for feito corretamente ou se for iniciado tarde demais. Escabiose Escabiose é uma doença de pele contagiosa popularmente conhecida como sarna e caracterizada por provocar uma coceira intensa. A Escabiose tem seu início quando o ácaro é fecundado na superfície da pele. Logo depois que o macho morre, a fêmea começa um processo de penetração da pele humana, cavando uma espécie de túnel durante um período que dura 1 mês. Após esse tempo, os ovos são depositados, e quando eles estouram, as lavas são liberadas e retornam para a superfície da pele. O parasita causador da Escabiose se alimenta da queratina, um tipo de proteína presente na camada superficial da pele, fazendo com que, à medida que esses ácaros se proliferam, a pele passa a ser cada vez mais atacada e os sintomas se intensificam. Qual é o Tratamento da Escabiose? O tratamento da Escabiose envolve uso de medicamentos tópicos, tais como escabicidas ou inseticidas especiais. Eles devem ser aplicados no corpo todo, menos na região que fica acima da linha do nariz e das orelhas. Geralmente, a aplicação desses medicamentos pelo período de 3 dias é suficiente para sanar os sintomas. No entanto, é de suma importância repetir a aplicação após 7 ou 10 dias para exterminar os ácaros gerados pelos ovos que ainda não haviam estourado na primeira aplicação dos medicamentos. Dependendo do quadro apresentado pelo paciente, também pode ser necessário uso de medicamentos orais com a finalidade de combater os efeitos da infecção e demais sintomas provocados pela sarna. A definição do melhor tratamento cabe ao médico, mediante observação das condições gerais de saúde do paciente, administração de outros tipos de medicamentos, histórico de hipersensibilidade etc. Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 4 Pediculose O tratamento de escolha da pediculose (piolho) é feito com permetrina 1% (emulsão ou loção 60 mL). Orienta-se lavar os cabelos com shampoo normal (não usar condicionador) e secar com auxílio de uma toalha. Aplicar o produto nos cabelos quase secos até saturar e em todo couro cabeludo, não esquecendo de aplicar na nuca e atrás das orelhas. Deixar agir por 10 minutos e enxaguar com água morna. Não lavar o cabelo pelas próximas 24 a 48 horas após a aplicação do produto. O mesmo tratamento deve ser repetido no 9° dia. A permetrina pode ser utilizada a partir dos 2 meses de idade e seu uso é seguro na gestação. A retirada manual das lêndeas não é obrigatória para a resolução do quadro. Entretanto, nos casos em que se deseja a sua retirada por questões estéticas ou por exigência escolar, deve ser realizada a cada 2 a 3 dias, até que a totalidade das lêndeas sejam removidas. O procedimento deve ser feito com auxílio de pente fino, com o cabelo úmido e uso de condicionador. Outras orientações importantes: • As roupas utilizadas pelo paciente nos últimos 2 dias, roupas de cama e toalhas devem ser lavadas com água quente ou passadas com ferro. • Pentes e escovas utilizados pelo paciente devem ser mergulhados em água quente por 5 a 10 minutos. • Acessórios que têm contato com o cabelo e que não podem ser lavados devem ser limpos e colocados em uma sacola plástica fechada por 2 semanas. Os familiares e contratantes próximos devem ser examinados e tratados caso apresentem piolhos vivos ou lêndeas até 1 cm do couro cabeludo. De preferência, realizar o tratamento ao mesmo tempo que o paciente. Indivíduos que dividem a mesma cama com o paciente devem ser sempre tratados profilaticamente, mesmo que não apresentem piolhos ou lêndeas. As principais causas de falha ao tratamento são: má adesão, uso incorreto do produto (por exemplo: utilizar o produto nos cabelos muito úmidos), quantidade insuficiente do produto caso, não retirada das lêndeas viáveis e reinfecção. Caso o paciente não responda a um curso adequado de tratamento com permetrina e as outras causas de falha tiverem sido descartadas, deve-se aventar a hipótese de resistência à permetrina. A presença de piolhos viáveis após 24 horas do tratamento favorece a hipótese de resistência, enquanto recidivas tardias normalmente são devidas à reinfestação. Nos casos de suspeita de resistência, as alternativas são: • Ivermectina oral (200 a 400 mcg/kg/dia) em dose única e repetir após 7 dias. Pode ser utilizada por crianças com peso acima de 15 kg. Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 5 • Associar sulfametoxazol-trimetoprim (10 mg/kg/dia de trimetoprim, 2 vezes ao dia, por 10 dias) ao uso da permetrina 1%, aumentando a eficácia de 72% para 95%. • Ivermectina 0,5% loção 120g (sob manipulação): aplicar no cabelo seco (toda extensão dos fios e couro cabeludo) em aplicação única e enxaguar após 10 minutos. Não é preciso repetir a aplicação. Indicado apenas para crianças acima de 6 anos. • Dimeticona 4% loção 150 ml (sob manipulação): aplicar no couro cabeludo e cabelos secos durante 8 horas e repetir após 7 dias. Realizar a retirada das lêndeas com auxílio de um pente fino antes de retirar o produto. Aumentar a concentração para 5% de permetrina não aumenta a eficácia em casos de resistência. Medidas para diminuir a chance de desenvolvimento de resistência: • Evitar aplicar o produto nos cabelos ainda muito úmidos (dilui o medicamento). • Evitar tratamentos preventivos ou desnecessários (exceto nos casos citados acima). • Evitar tratamentos muito frequentes com o mesmo pediculicida. • Evitar usar o produto em quantidade insuficiente (usar 2 frascos caso os cabelos sejam muito longos). Dermatofitoses As dermatofitoses, também conhecidas como micoses superficiais, tineas ou tinhas, são infecções causadas, na maior parte das vezes, por dermatófitos, um tipo de fungos que possui elevada afinidade pela queratina e que, por isso, atinge locais em há maior concentração dessa proteína, como pele, pelos, cabelos e unhas. A transmissão das dermatofitoses acontece por meio do contato com animais, pessoas ou objetos contaminados, contato com o solo em que há crescimento fúngico e por meio da inalação de fragmentos de queratina contendo o fungo que estão suspensas no ar. O surgimento de uma dermatofitoses é mais comum em pessoas cuja atividade ou estado de saúde favoreça o contato ou o desenvolvimento de fungos, como é o caso dos agricultores, atletas, diabéticos, pessoas com o sistema imunológico comprometido ou pessoas que trabalham frequentemente com luvas e com produtos de limpeza. Principais tipos de dermatofitose Dependendo do local afetado, do tipo de fungo e dos sintomas apresentados, as dermatofitoses podem ser divididas em diferentes tipos: Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 6 1. Tineapedis 2. Tinea capitis 3. Tinea cruris 4. Tinea corporis 5. Oníquia Como é feito o tratamento Na maioria dos casos, o tratamento das dermatofitoses é tópico, ou seja, o médico pode recomendar apenas a aplicação de pomadas ou cremes contendo antifúngico. No entanto, no caso de lesões mais extensas ou no caso de micose na unha ou no couro cabeludo, pode também ser necessário fazer uso de antifúngicos orais em comprimido. Os medicamentos mais indicados no tratamento das dermatofitoses são a terbinafina e a griseofulvina, que devem ser usados conforme a indicação do médico. A griseofulvina não deve ser usada em crianças. Tratamento caseiro Existem algumas plantas que podem ajudar a tratar a dermatofitose e a aliviar a coceira, porque contêm propriedades antifúngicas e cicatrizantes. As plantas que podem ser usadas para preparar remédios caseiros para a micose de pele são a sálvia, aipim, babosa e melaleuca, por exemplo. Eczema Eczema ou dermatite são os termos usados para descrever um grupo de doenças dermatológicas que provocam inflamação ou irritação da pele. Clinicamente, os eczemas se manifestam com vermelhidão, coceira, descamação, rachaduras e pele mais áspera. Em alguns casos, podem também ocorrer bolhas. A dermatite são muito comuns e são responsáveis por até uma em cada três consultas ao dermatologista. Cerca de 10 a 20% das crianças e até 3% dos adultos apresentam algum tipo de eczema. O eczema não é uma doença contagiosa. Você não vai “pegar” o eczema só porque tocou na ferida ou teve contato próximo de alguém com algum quadro de dermatite. Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 7 Tipos Existem várias causas de eczema. As mais comuns são: • Dermatite atópica. • Dermatite de contato. • Eczema disidrótico. • Eczema numular. • Dermatite seborreica. • Dermatite de estase. O tratamento do paciente com dermatite de estase envolve o tratamento da insuficiência venosa crônica, da secura da pele, do prurido e da inflamação. Dermatite De Contato A dermatite de contato é uma inflamação da pele que ocorre após o contato com alguma substância ou objeto irritante, como cosméticos, perfumes, sabonete, produto de limpeza ou bijuteria, por exemplo. A irritação causada pela dermatite de contato leva ao aparecimento de sintomas, como coceira, vermelhidão intensa, inchaço, ressecamento da pele e descamação. É importante que a causa da dermatite seja identificada, pois assim é possível evitar o objeto ou a substância irritante e, consequentemente, prevenir os sintomas. A dermatite de contato não tem cura, porém o tratamento indicado pelo dermatologista é capaz de aliviar os sintomas e evitar que voltem a surgir, podendo ser recomendado pelo médico o uso de pomadas com corticoides. Tipos de dermatite de contato A dermatite de contato pode ser classificada em dois tipos principais: 1. Dermatite alérgica 2. Dermatite irritativa Como é feito o tratamento Para aliviar os sintomas de dermatite e evitar que voltem a aparecer, é importante que a pessoa evite o contato com a substância responsável pelos sintomas, assim como é Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 8 recomendado que o local seja lavado com água fria abundante e sabão neutro. Além disso, é importante que as orientações do dermatologista sejam seguidas para que seja possível combater a dermatite de contato de forma mais eficaz. O tempo de tratamento pode variar de acordo com a intensidade dos sintomas, causa e tipo da dermatite, ou seja, se irritativa ou alérgica, podendo variar entre dias e semanas. Pomadas para dermatite de contato As pomadas ou loções com anti-histamínicos ou com corticoides são os mais indicados para o tratamento desse tipo de alergia, sendo a hidrocortisona a mais indicada para o rosto. Quando a pele se encontra muito seca é mais recomendado o uso de pomadas, mas quando a pele está mais úmida, os cremes ou loções podem ser indicados. Onicomicoses Onicomicose é a infecção da unha causada por fungos, o que provoca alteração nas unhas, como aumento da espessura, cor amarelada ou esbranquiçada, descolamento da unha da pele e presença de uma massa por baixo da unha, por exemplo, podendo acontecer tanto nas unhas das mãos quanto dos pés. A onicomicose, também chamada de micose de unha, pode acontecer em qualquer pessoa, sendo mais frequente em pessoas que possuem o sistema imunológico mais comprometido, têm diabetes não controlada ou têm pequenas lesões de repetição na unha. É importante que a onicomicose seja identificada e tratada de acordo com a orientação do dermatologista, pois assim é possível garantir a eliminação do fungo e alívio dos sintomas. Como é feito o tratamento O tratamento para onicomicose deve ser indicado pelo dermatologista e normalmente envolve o uso de pomadas e/ ou esmaltes com propriedade antifúngica que devem ser aplicadas diretamente na unha, podendo ser também recomendado, em alguns casos, o uso de comprimidos antifúngicos, como o Itraconazol. Além disso, dependendo das características da unha e caso o tratamento com o antifúngico não tenha sido suficiente, o médico pode recomendar a remoção cirúrgica da unha. O tratamento da onicomicose costuma ser demorado, podendo durar entre 6 a 12 meses dependendo da velocidade de crescimento das unhas, e deve ser realizado de acordo com a indicação do médico, mesmo que a aparência da unha já tenha melhorado. Isso porque, caso o Dermatológicas Escabiose, Pediculose, Dermatofitoses, Eczema, Dermatite De Contato, Onicomicoses, Infecções Bacterianas 9 tratamento seja interrompido, é possível que o fungo volte a se desenvolver e leve novamente à onicomicose. Infecções Bacterianas As infecções cutâneas podem surgir devido a um desequilíbrio na flora bacteriana que reveste naturalmente a pele. As infecções cutâneas variam de grau, podendo manifestar-se como uma simples acne, herpes ou como uma doença mais grave causada por estafilococos, como a síndrome da pele escaldada. Os principais sintomas de infecções cutâneas são a vermelhidão e a coceira, que podem surgir após um trabalho de jardinagem, entrar no mar ou na piscina, por exemplo. Os indivíduos que mais frequentemente podem sofrer com este tipo de infecção são os diabéticos e os portadores de AIDS, mas qualquer pessoa pode ser afetada, mesmo que esteja muito saudável. Nesse caso as bactérias se proliferam na pele e penetram nas camadas mais profundas da pele através de cortes ou arranhões. Alguns exemplos são: • Celulite infecciosa; • Impetigo; • Erisipela; • Furúnculo. O tratamento de pequenas infecções na pele causada por bactérias pode ser solucionado com pomadas antibióticas, mas nos casos mais graves o médico pode receitar antibióticos em forma de xarope ou comprimidos. Tratamento para infecção na pele Manter a pele devidamente limpa e lavar com água e sabão as feridas são medidas fundamentais para evitar que uma infecção cutânea apareça ou evitar o seu agravamento. O tratamento pode ser feito com antibióticos em forma de pomada, quando é causada por bactérias, antifúngicos tópicos em caso de infecção causada por fungos e em alguns casos de infecções virais, como a herpes, pomadas que diminuem a ação do vírus podem ser indicados. Em todo caso o tratamento deve ser indicado pelo médico, porque usar o remédio errado além de não ter o efeito esperado, pode agravar a situação. Sintomas E Orientações No Tratamento De Tuberculose E Hanseníase 1 Sintomas E Orientações No Tratamento De Tuberculose E Hanseníase Sintomas E Orientações No Tratamento De Tuberculose E Hanseníase 2 Sintomas E Orientações No Tratamento De TuberculoseE Hanseníase Como é feito o tratamento da tuberculose? O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Direta- mente Observado (TDO). São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o es- quema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. O TDO é indicado como principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com tuberculose e pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos profissionais de saúde. Além da construção do vínculo entre o profissional de saúde e a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a ingestão dos medicamentos pelo paciente realizada sob a observação de um profissional de saúde ou de outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde. O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana. O local e o horário para a realização do TDO devem ser acordados com a pessoa e com o serviço de saúde. A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento a que será submetida. O profissional de saúde deve informá-la sobre a duração e o esquema do tratamento, bem como sobre a utilização dos medicamentos, incluindo os benefícios do seu uso regular, as possíveis consequências do seu uso irregular e os eventos adversos associados. Quais são os sintomas? O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, re- comenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: Febre vespertina Sudorese noturna Emagrecimento Cansaço/fadiga Sintomas E Orientações No Tratamento De Tuberculose E Hanseníase 3 Hanseníase Transmissão O Mycobacterium leprae é transmitido por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e es- tão em fases adiantadas da doença. Por isso todas as pessoas que convivem ou conviveram com o do- ente devem ser examinadas. Sintomas Os nervos dos membros inferiores, superiores e face vão sendo lentamente comprometidos, por isso as alterações podem passar despercebidas, muitas vezes só são detectadas quando já estão avan- çadas: Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato: Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores; Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés; Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos; Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobran- celhas), caroços pelo corpo; Coceira ou irritação nos olhos; Entupimento, sangramento ou ferida no nariz. Tratamento É feito por meio de comprimidos que são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde. Devem ser tomados diariamente até o término do tratamento, isso é muito importante para alcançar a cura. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis. O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, menores são as chances de agravamento da doença. Sintomas E Orientações No Tratamento De Tuberculose E Hanseníase 4 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Raiva 1 Raiva Raiva 2 Raiva A raiva, também conhecida como hidrofobia, é uma doença infecciosa causada por um vírus do género Lyssavirus. O vírus afeta gravemente o sistema nervoso central e provoca inchaço cerebral, sendo considerada uma doença grave com uma elevada taxa de mortalidade. A raiva é transmitida aos seres humanos através da saliva de animais infectados com o vírus. Se um animal, como um cão ou um gato, estiver infectado com raiva e morder, lamber ou arranhar uma pessoa, pode eventualmente desenvolver a doença. A vacinação contra a raiva é, portanto, essencial não só para cães e gatos, mas também para os seres humanos que entram em contato com qualquer animal. A vacinação é a melhor forma de preve- nir a propagação da raiva e os animais de estimação devem ser vacinados pelo menos uma vez por ano. Sintomas? Confusão, mental, excitabilidade, excessiva, agressividade, alucinações, espasmos, musculares, febre, convulsão, babar em excesso, dor onde a mordida ou lambida aconteceu, dificuldade para en- golir, mal-estar, febre, dor de garganta, náuseas, perda do apetite, perda de sensibilidade em um dos lados do corpo, sensações de agitação, irritabilidade, angústia e ansiedade. Como é tratada? A raiva não é curável e o seu curso é muito rápido. Demora sete dias desde o início dos sintomas até ao estado de paralisia. É por isso que é necessário ter um procedimento para evitar que o vírus entreem contacto com o sistema nervoso central, vacinando o animal assim que é mordido, lambido ou arranhado por um animal que não tenha sido vacinado contra a raiva (tipo urbano ou selvagem). Existem medicamentos que podem impedir o vírus de entrar no sistema nervoso central, mas é impossível conter o vírus uma vez instalado. A Rede D'Or fornece mais de 3,4 milhões de serviços de emergência e de primeiros socorros to- dos os anos, realizando procedimentos com qualidade excepcional. Leishmaniose 1 Leishmaniose Leishmaniose 2 Leishmaniose Leishmaniose é um tipo de doença infecciosa causada por um protozoário do gênero leishmania, considerado um parasita do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae, que vive e se multi- plica no interior das células que fazem parte do sistema defensivo do indivíduo, os macrófagos. Como ocorre a transmissão da leishmaniose? Sua transmissão se dá por meio da picada do mosquito-palha e por insetos hematófagos, conhe- cidos como flebotomíneos ou flebótomos, que medem de dois a três milímetros, podendo atravessar mosquiteiros e telas – podendo afetar animais silvestres e domésticos. Essa condição é considerada majoritariamente tropical, sendo mais comum em países de clima quente e úmido, como certas regi- ões do Brasil. Há a leishmaniose humana e a leishmaniose canina, que afeta cachorros. Quais são os tipos e os sintomas de leishmaniose? Considera-se que existem dois tipos de leishmaniose: a leishmaniose visceral e a leishmaniose cutânea. A leishmaniose visceral também é conhecida como calazar. Esse tipo de leishmaniose é uma do- ença sistêmica, pois afeta os órgãos das vísceras, como o baço e o fígado, além da medula óssea. Os sintomas incluem febre, tosse, dor abdominal, anemia, hemorragias, imunodeficiência, perda de peso, diarreia, fraqueza, aumento do fígado e do baço, além de inchaço nos linfonodos. De forma geral, a leishmaniose visceral pode atingir crianças até os dez anos de idade e é consi- derada a forma mais aguda da doença, sendo causada por bactérias (principalmente pneumonias) ou manifestações hemorrágicas. Se seus sintomas não forem tratados, ela pode evoluir e causar o óbito dos pacientes. A leishmaniose cutânea aparece entre duas e três semanas após a picada do flebotomíneo, tam- bém é chamada de ferida brava, ou de leishmaniose tegumentar, e causa feridas na pele, que podem evoluir para feridas nas mucosas, como a boca e o nariz. As feridas causadas pela leishmaniose tegu- mentar são avermelhadas, ovaladas e com bordas delimitadas, podendo aumentar de tamanho até formar uma ferida com crosta ou secreção. A leishmaniose tegumentar é a forma mais comum da doença, sendo que, dependendo do tipo, ela pode se curar de forma espontânea. Leishmaniose 3 Como prevenir a leishmaniose? Apesar de ainda não existir vacina contra as leishmanioses humanas, é amplamente recomen- dado manter as áreas ao redor da residências e os abrigos de animais de estimação, além de realizar podas de árvores para não se criar ambientes sombreados e evitar acúmulo de lixo orgânico para manter roedores afastados, já que são prováveis fontes de infecção. Outras medidas a serem tomadas é evitar construções de casas e acampamentos em áreas rurais muito próximas à mata. Quem vive ou trabalha nesse tipo de terreno deve fazer uso de manga longa e calças evitando qualquer tipo de contato com o mosquito vetor. Ainda se recomenda o uso de repe- lentes na pele, não tomar banhos de rio e fazer dedetização quando solicitado por autoridades de sa- úde. Como é o diagnóstico e o tratamento da leishmaniose? Uma vez diagnosticada, por meio da demonstração do parasito por exame direto ou cultivo de material obtido dos tecidos infectados (medula óssea, pele ou mucosas da face) por aspiração, bióp- sia ou raspado das lesões, além de testes sorológicos (exame de sangue), o tratamento pode ser feito com diferentes medicamentos, no caso da leishmaniose visceral. Os remédios podem ser combinados ou não, e o objetivo é conter o parasita para que a pessoa possa voltar a ter qualidade de vida. Para a leishmaniose cutânea, é preciso realizar um acompanhamento e uma boa higiene para evitar o surgimento de úlceras e infecções, mas muitas vezes as feridas se curam de forma espontâ- nea. Outras formas de tratamento para a doença é por meio da utilização do antimoniato de meglu- mina (glucantime), bem como a anfotericina B e pentamidina. Leishmaniose 4 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Ações Da Vigilância Sanitária No Controle De Vetores 1 Ações Da Vigilância Sanitária No Controle De Vetores Ações Da Vigilância Sanitária No Controle De Vetores 2 A Vigilância Sanitária A Vigilância Sanitária é um órgão do Sistema Único de Saúde (SUS) responsável por monitorar, prevenir e controlar fatores de risco e agravos à saúde. No que diz respeito ao controle de vetores, as ações da Vigilância Sanitária visam reduzir a população de vetores e, consequentemente, o risco de transmissão de doenças. As ações da Vigilância Sanitáriano controle de vetores podem ser divididas em três grandes grupos: Ações de vigilância As ações de vigilância envolvem o monitoramento da presença de vetores e de doenças transmitidas por vetores. Essas ações são realizadas por meio de levantamentos epidemiológicos, coleta de dados e análise de informações. Ações de controle As ações de controle visam reduzir a população de vetores. Essas ações podem ser realizadas por meio de métodos físicos, químicos ou biológicos. Ações de educação e comunicação As ações de educação e comunicação visam conscientizar a população sobre a importância do controle de vetores. Essas ações são realizadas por meio de campanhas educativas, palestras e distribuição de materiais informativos. Algumas das ações específicas que a Vigilância Sanitária pode realizar no controle de vetores incluem: Inspeção de imóveis A inspeção de imóveis é uma ação importante para identificar e eliminar criadouros de vetores. Os agentes de saúde podem realizar inspeções de imóveis particulares e públicos, orientando os moradores sobre como evitar a proliferação de vetores. Tratamento químico O tratamento químico é um método eficaz para matar vetores adultos e larvas. Os agentes de saúde podem aplicar inseticidas em imóveis, terrenos baldios e outros locais onde há presença de vetores. Controle biológico O controle biológico é um método que utiliza organismos vivos para controlar a população de vetores. Os agentes de saúde podem liberar predadores naturais de vetores, como libélulas e lagartos. Educação em saúde Ações Da Vigilância Sanitária No Controle De Vetores 3 A educação em saúde é uma estratégia importante para conscientizar a população sobre a importância do controle de vetores. Os agentes de saúde podem realizar palestras, distribuir materiais informativos e orientar a população sobre como evitar a proliferação de vetores. As ações da Vigilância Sanitária no controle de vetores são essenciais para proteger a saúde da população. O controle de vetores contribui para reduzir o risco de transmissão de doenças como dengue, zika, chikungunya, leishmaniose, malária e febre amarela. Zoonoses 1 Zoonoses Zoonoses 2 Para que uma ação de saúde seja desenvolvida para o combate à doença, é necessário identificar algumas ou todas as causas associadas ao processo. Só então é possível imple- mentar medidas capazes de antagonizá-los ou interceptá-los. Assim, é imprescindível atuar na área de saúde pública por meio de órgãos fiscalizadores. A Vigilância Sanitária têm suas ações baseadas na prevenção e controle das doenças. A prevenção é um conjunto de procedimentos que visa proteger e melhorar a saúde de uma população, impedindo a entrada da doença na área, e o controle, é o conjunto de ações que objetivam reduzir a frequência da ocorrência de uma doença já existente em uma população. Porém, a erradicação consta de ações com fins específicos de eliminação de uma doença em determinada área, tornando-se um procedimento radical e intensivo. O controle das Zoonoses se dá de diferentes maneiras, com ações educativas e ações saneadoras, porém efetivamente através de conscientização da população através de campa- nhas das quais podemos ressaltar as campanhas de vacinação, de combate ao mosquito Ae- des aegypti e de desratização, assim como o acesso à saneamento básico à toda a população. Medidas preventivas básicas Humanos: Devem ser respeitados os princípios básicos de higiene pessoal, assim como atendimento do direito da população ao saneamento básico e a alimentos inspecionados. De- vem ser seguidas as instruções da Vigilância Sanitária de cada município, assim como as normas e leis federais. Cães e gatos: São animais de companhia/guarda que podem ser transmissores de inú- meras doenças, sendo a raiva a doença de maior preocupação em Saúde Pública. As medidas preventivas baseiam-se na captura e controle de cães errantes, vacinação anual contra raiva e em caso de mordedura: realizar limpeza do local, utilizar o esquema de imunização preventiva antirrábica humana e observar o animal agressor. Ratos: Os ratos são os roedores mais comumente envolvido na transmissão de doenças através da mordedura, urina, fezes e pulgas. São transmissores de leptospirose, salmonelose, triquinose, tifo murino e peste bubônica. Medidas preventivas de controle da população de roedores, anti-ratização (eliminação das condições que favorecem a instalação e proliferação dos roedores) e desratização (uso de raticidas ou ratoeiras), devem ser tomadas. Zoonoses 3 Pombos: Estas aves que vivem nas cidades, transmitem doenças através do piolho ou micro-organismos existentes nas fezes, como toxoplasmose, encefalite, histoplasmose, me- ningite criptocócica e salmonelose. As medidas de prevenção a serem tomadas dizem respeito a não ofertar alimentos, im- pedir que os pombos façam ninhos em áreas urbanas, vedar com telas os espaços que possam servir de abrigo, remover ninhos de área construída, dedetizar o local para evitar problemas com os piolhos, umedecer as fezes secas antes de retirá-las, para com isso, prevenir as do- enças provocadas pela sua inalação usando máscaras protetoras ao entrar em ambiente con- tendo grande acúmulo de fezes. Insetos: Estes invertebrados transmitem doenças através da picada ou contaminando alimentos e a água. Como por exemplo: -mosquito: irritação e prurido local, dengue, febre amarela, leishmaniose, doença de cha- gas e malária. -pulgas: peste bubônica e tifo murino. -baratas: infecções respiratórias, intestinais e alergias. -moscas: doenças intestinais, respiratórias e alergias dermatológicas. As medidas preventivas a serem tomadas são as de higiene geral, vacinação contra febre amarela, quimioprofilaxia antes de entrar em áreas endêmicas de malária, assim como a de- detização dos locais endêmicos de febre amarela, malária e doença de chagas. Aranhas: São aracnídeos que ao picarem o homem podem provocar dor intensa e irrita- ção local, náuseas e vômitos, febre e até a morte. As ações preventivas visam manter os ambientes limpos e livres de insetos, vedar frestas e fendas que permitam a entrada em residências, manter áreas livres limpas e com vegetação rasteira. Escorpiões: O veneno deste artrópode pode provocar desde manifestações de pouca gra- vidade (dor local moderada) até a morte do indivíduo. As medida de prevenção a serem adotadas consta em manter o quintal e jardim limpos e não acumular lixo e entulho. Cobras: O veneno de algumas serpentes pode levar a morte devido à sua capacidade proteolítica (destrói proteínas, provocando necrose e destruição dos tecidos), coagulante (al- tera a coagulação sanguínea, provocando a não coagulação ou coagulação maciça dentro dos Zoonoses 4 vasos), neurotóxica (danifica o sistema nervoso) e hemolítica (destrói os glóbulos vermelhos, provocando insuficiência renal aguda). Para se prevenir do ataque de cobras deve-se atentar para não andar descalço, não in- troduzir a mão em buracos no chão ou em montes de pedras, evitar proliferação das cobras diminuindo a oferta de alimentos, criar animais em locais protegidos e utilizar medidas de con- trole dos ratos. Animais silvestres: Controlar as Zoonoses em populações de animais silvestres to- mando ações para planejar, coordenar, executar e avaliar as medidas de controle e diagnós- tico. As medidas preventivas a serem tomadas estão em estudar a dinâmica das populações de animais silvestres de interesse em Saúde Pública e animal, realizar o atendimento à popu- lação com relação ao controle das zoonoses, promover controle e a vigilância entomológica, conservar. Cumprir As Normas De Higiene E Segurança Do Trabalho 1 Cumprir As Normas De Higiene ESegurança Do Trabalho Cumprir As Normas De Higiene E Segurança Do Trabalho 2 As Normas Regulamentadoras (NR) acrescentam o Título II, Capítulo V (Segurança e Me- dicina do Trabalho) da Código do Trabalho (CLT), alterada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que dispõe sobre os deveres, direitos e obrigações dos empregadores e funcionários garantir um trabalho seguro e saudável e prevenir doenças e acidentes de trabalho. As primei- ras normas regulamentadoras foram publicadas pelo Despacho MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Outras normas foram criadas ao longo do tempo e tinham como objetivo garantir a pre- venção da segurança e proteção da saúde dos trabalhadores no serviço de trabalho e em deter- minados setores econômicos. A elaboração e revisão das normas regulamentadoras é realizada por grupos e comitês formados por representantes do governo, empregadores e trabalhadores, de acordo com o sis- tema tripartite recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse sentido, a Comissão Permanente Mista Tripartite (CTPP) é um fórum de discussão para o desenvolvimento e atualização de normas regulatórias para a melhoria das condições de trabalho e do meio am- biente. Confira, abaixo, os textos vigentes de todas as normas regulamentadoras: nr-1 - disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais nr-2 - inspeção prévia (revogada) nr-3 - embargo e interdição nr-4 - serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho nr-5 - comissão interna de prevenção de acidentes nr-6 - equipamento de proteção individual - epi nr-7 - programa de controle médico de saúde ocupacional nr-8 - edificações nr-9 - avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e bio- lógicos nr-10 - segurança em instalações e serviços em eletricidade nr-11 - transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais nr-12 - segurança no trabalho em máquinas e equipamentos nr-13 - caldeiras, vasos de pressão e tubulações e tanques metálicos de armazenamento nr-14 - fornos nr-15 - atividades e operações insalubres nr-16 - atividades e operações perigosas Cumprir As Normas De Higiene E Segurança Do Trabalho 3 nr-17 - ergonomia nr-18 - segurança e saúde no trabalho na indústria da construção nr-19 - explosivos nr-20 - segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis nr-21 - trabalhos a céu aberto nr-22 - segurança e saúde ocupacional na mineração nr-23 - proteção contra incêndios nr-24 - condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho nr-25 - resíduos industriais nr-26 - sinalização de segurança nr-27 - registro profissional do técnico de segurança do trabalho (revogada) nr-28 - fiscalização e penalidades nr-29 - norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário nr-30 - segurança e saúde no trabalho aquaviário nr-31 - segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração flo- restal e aquicultura nr-32 - segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde nr-33 - segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados nr-34 - condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, reparação e desmonte naval nr-35 - trabalho em altura nr-36 - segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados nr-37 - segurança e saúde em plataformas de petróleo nr-38 - segurança e saúde no trabalho nas atividades de limpeza urbana e manejo de resí- duos sólidos Impactos Ambientais Decorrentes Das Atividades Industriais E Agrárias, Da Extração Mineral E Dos Serviços Urbanos 1 Impactos Ambientais Decorrentes Das Atividades Industriais E Agrárias, Da Extração Mineral E Dos Serviços Urbanos Impactos Ambientais Decorrentes Das Atividades Industriais E Agrárias, Da Extração Mineral E Dos Serviços Urbanos 2 As atividades industriais, agrícolas, de extração mineral e de serviços urbanos As atividades industriais, agrícolas, de extração mineral e de serviços urbanos podem causar uma série de impactos ambientais, incluindo: Poluição do ar, da água e do solo As atividades industriais e de serviços urbanos podem emitir poluentes para a atmosfera, como gases de efeito estufa, óxidos de nitrogênio e enxofre, partículas finas e ozônio. Esses poluentes podem causar problemas respiratórios, doenças cardíacas e câncer. As atividades agrícolas também podem contribuir para a poluição do ar, por meio da queima de biomassa e da emissão de gases de efeito estufa. As atividades industriais e de serviços urbanos também podem poluir a água, por meio do lançamento de efluentes contendo produtos químicos, metais pesados e outros contaminantes. A poluição da água pode prejudicar a saúde humana e a vida aquática. As atividades agrícolas também podem contribuir para a poluição da água, por meio do uso de fertilizantes e agrotóxicos. As atividades de extração mineral podem poluir o solo, por meio do descarte de resíduos sólidos e do lançamento de efluentes contendo metais pesados e outros contaminantes. A poluição do solo pode prejudicar a saúde humana e o crescimento das plantas. Degradação do solo e da biodiversidade As atividades agrícolas, de extração mineral e de serviços urbanos podem degradar o solo, por meio da erosão, da compactação e da contaminação. A degradação do solo pode reduzir a produtividade agrícola e prejudicar a biodiversidade. As atividades de extração mineral também podem causar a degradação da biodiversidade, por meio da destruição de habitats e da fragmentação de ecossistemas. Clima e mudanças climáticas As atividades industriais e de serviços urbanos são grandes emissoras de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global. O aquecimento global pode causar uma série de impactos ambientais, como o aumento do nível do mar, a intensificação de eventos climáticos extremos e a perda de biodiversidade. As atividades agrícolas também contribuem para as mudanças climáticas, por meio da emissão de gases de efeito estufa e da destruição de florestas. Para reduzir os impactos ambientais das atividades industriais, agrícolas, de extração mineral e de serviços urbanos, é importante adotar medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Essas medidas podem incluir: Redução da poluição Impactos Ambientais Decorrentes Das Atividades Industriais E Agrárias, Da Extração Mineral E Dos Serviços Urbanos 3 As empresas e os governos podem adotar medidas para reduzir a poluição do ar, da água e do solo. Essas medidas podem incluir o uso de tecnologias limpas, a reciclagem e a compostagem. Proteção do solo e da biodiversidade As empresas e os governos podem adotar medidas para proteger o solo e a biodiversidade. Essas medidas podem incluir a restauração de áreas degradadas, o manejo sustentável dos recursos naturais e a conservação da biodiversidade. Redução das emissões de gases de efeito estufa As empresas e os governos podem adotar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Essas medidas podem incluir a utilização de energias renováveis, a eficiência energética e a redução do consumo de recursos naturais. Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água 1MÉRITO Apostilas Sistemas de abastecimento de água A água que é encontrada na natureza não é própria para consumo. Mesmo quan- do cai em forma de chuva, ainda contém impurezas. E quando toca o solo, absorve substâncias impuras alterando ainda mais sua qualidade. Para ser considerada água própria para consumo é necessário que se atenda al- guns requisitos de potabilidade. Se tiver alguma substância que altera seu padrão, é classificada como poluída. Os componentes que indicam poluição orgânica são: com- postosnitrogenados, oxigênio consumido e cloretos. Em locais onde não existem um sistema de abastecimento de água pública, a obtenção da água pode ser feita via poço artesiano. Um sistema de abastecimento de água consiste no conjunto de obras, equipa- mentos e serviços com o objetivo de levar água potável para uso no consumo do- méstico, indústria, serviço público, entre outros. Esse sistema tem alguns objetivos específicos definidos em dois aspectos: Aspectos sanitário e social: • Controlar e prevenir doenças • Implantar hábitos higiênicos na população • Facilitar a limpeza pública • Facilitar as práticas desportivas • Propiciar conforto, bem-estar e segurança • Aumentar a expectativa de vida da população Aspectos econômicos: • Aumentar a vida média pela redução da mortalidade • Aumentar a vida produtiva do indivíduo, por meio do aumento da vida média ou pela redução do tempo perdido com doença • Facilitar a instalação de indústrias • Facilitar a proteção dos mananciais • Facilitar a supervisão do sistema • Facilitar o controle da qualidade da água • Facilitar a economia de escala 2 Sistemas de abastecimento de água Unidades de um sistema de abastecimento de água Um sistema de abastecimento de água é formado por diversas unidades, sendo elas: • Manancial; • Captação; • Adução; • Tratamento; • Reservatório; • Rede de distribuição e • Ramal Domiciliar. O manancial nada mais é que a fonte onde se retira a água para abastecimento da região. A captação consiste nos equipamentos e instalações que retiram a água do manancial e a joga no sistema de abastecimento. A adução é a tubulação, normalmente sem variações, que liga a captação ao tratamento e/ou do tratamento à rede de distribuição. Essa etapa pode funcionar de duas formas: Por gravidade ou por recalque. O tratamento completo de uma estação de tratamento da água (ETA) não é uma regra, pois depende da qualidade da água captada. Entretanto, todos os siste- mas existentes possuem no mínimo o tratamento com cloro e flúor . O reservatório tem a finalidade de armazenar a água. Seu objetivo é atender as demandas de emergência, manter uma pressão constante na rede e atender a va- riação de consumo. A variação acontece de acordo com os hábitos da comunidade, o clima e até mesmo a qualidade da água. A rede de distribuição é a unidade do sistema que transporta a água do re- servatório para os consumidores. O ramal domiciliar é a ligação que é feita da rua para a residência. Agora que você já descobriu o que é o sistema de abastecimento de água, vou te mostrar como ele funciona. 3 Sistemas de abastecimento de água TIPOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO A rede de distribuição é o sistema de tubos e acessórios instalados na via públi- ca ou em terrenos da entidade distribuidora para o serviço de abastecimento de água potável. Ela pode ser classificada de acordo com o traçado, segundo a alimen- tação dos reservatórios, de acordo com a água distribuída, pelas zonas de pressão ou de acordo com o número de condutos distribuidores na mesma rua. O mais comum na literatura é a classificação por meio dos traçados dos condu- tos, isto é, as posições em que estão constituídos os segmentos da tubulação. De acordo com a ocupação da área e as características dos arruamentos, os traçados podem ser classificados como: Ramificada: há um duto principal longitudinal que se ramifica para ambos os lados. Só há um percurso possível entre o reservatório e qualquer ponto da rede (es- coamento unidirecional); Malhada: conjunto de tubulações que formam um circuito fechado, ou seja, fe- cham sobre si mesmos constituindo malhas. Permite escoamento bidirecional; Mistas: corresponde à configuração em que se mistura, numa mesma rede de distribuição, as duas configurações anteriores. Dessa maneira, é possível ocorrer es- coamento unidirecional e bidirecional simultaneamente. É relevante destacar que a canalização pode ser classificada em dois tipos: Prin- cipal e secundária. A primeira se refere às canalizações de maior diâmetro que distri- buem a água nas canalizações secundárias. Estas, por sua vez, possuem menor diâ- metro e abastecem os pontos de consumo no sistema de distribuição. VANTAGENS E DESVANTAGENS Existem vantagens e desvantagens nas configurações de cada tipo de rede. Nas redes malhadas, o escoamento bidirecional permite percursos alternativos e em ca- sos de avarias nas tubulações, é possível isolar uma determinada zona da rede de distribuição sem que todos os consumidores sejam afetados. Além disso, quando 4 Sistemas de abastecimento de água ocorrem grandes oscilações de consumo, em termos de pressão, os efeitos são pou- co significativos. Entretanto, esse tipo de rede exige um maior investimento, pois há a necessida- de de maior quantidade de tubos e acessórios e os cálculos para determinação de condições de equilíbrio são mais complexos que nas redes ramificadas (sistema de equações não lineares). Falando em redes ramificadas, elas exigem investimentos menores, os diâme- tros das tubagens são mais econômicos e os cálculos de determinação das condi- ções de funcionamento hidráulico são mais simples que nas redes malhadas. Porém, pelo fato do escoamento ser unidirecional, em casos de avarias, interrompe-se todo o fornecimento de água à jusante (posterior à avaria). Além disso, as oscilações de consumo geram efeitos significativos em termos de pressão e os detritos, nos pontos terminais da rede de distribuição, têm tendência a acumular sedimentos devido às baixas velocidades do escoamento. A distribuição de água a uma comunidade pode ser feita por uma, ou várias, rede geral. Essa decisão só pode ser feita através de um estudo cuidadoso levando em conta as características do ambiente a se abastecer. Vale ressaltar que existem normas para a construção das redes, tais como dis- tâncias e profundidades a serem garantidas para segurança da população, do siste- ma e da qualidade da água fornecida. PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS Acredita-se que o maior problema encontrado em todo o sistema de abasteci- mento é a perda de água. No que cerne ao sistema de distribuição, os vazamentos, as ligações clandestinas e erros de medição são os mais expressivos. O controle dessas perdas é atividade essencial de uma empresa de saneamento, pois envolve diretamente receitas e despesas. Reduzir as perdas permite diminuir os custos de produção e utilizar as instalações existentes para aumentar a oferta de água, sem expansão do sistema produtor. De forma geral, as perdas são classificadas em físicas e não físicas. A primeira se refere a água que não chega ao consumidor devido à vazamentos ou pela opera- ção do sistema. As perdas não físicas representam a água consumida e não contabi- lizada. Isso ocorre por causa de fraudes ou falhas nos hidrômetros ou ligações clan- destinas ou não cadastradas. Os índices brasileiros referentes às perdas de água ainda são elevados quando comparados a outros países. Diversas empresas já executam alguns planos e medi- das para combater esse problema. 5 Sistemas de abastecimento de água Referências/ Sugestão de leitura https://docs.ufpr.br/~rudmar/clima/material/7_DISTRIBUICAO%20DE %20AGUA.pdf https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-distribuicao-de-agua/ https://www.avkbr.com.br/pt-br/agua/rede-de-distribui%C3%A7%C3%A3o 6 https://docs.ufpr.br/~rudmar/clima/material/7_DISTRIBUICAO%20DE%20AGUA.pdf https://docs.ufpr.br/~rudmar/clima/material/7_DISTRIBUICAO%20DE%20AGUA.pdf https://www.avkbr.com.br/pt-br/agua/rede-de-distribui%C3%A7%C3%A3o https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-distribuicao-de-agua/ Sistemas de abastecimento de água Anotações: _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 7 Sistemas de abastecimento de água _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________ 8 Esgotamento Sanitário Sistemas Estáticos De Disposição De Esgotos, Rede Coletora 1 Esgotamento Sanitário Sistemas Estáticos De Disposição De Esgotos, Rede Coletora Esgotamento Sanitário Sistemas Estáticos De Disposição De Esgotos, Rede Coletora 2 Sistemas Estáticos de Disposição de Esgotos Os Sistemas Estáticos de Disposição de Esgotos, também conhecidos como Sistemas Individuais de Tratamento de Efluentes (SITTEs), são soluções on-site para o manejo do esgoto sanitário em locais sem acesso à rede coletora pública. Eles funcionam através da retenção, tratamento e disposição final do esgoto no próprio local de geração, sem a necessidade de conexão com uma estação de tratamento centralizada. Tipos de Sistemas Estáticos de Disposição de Esgotos: Fossas sépticas: São os sistemas mais comuns, utilizando um tanque para decantação e retenção de sólidos, enquanto o efluente líquido parcialmente tratado (sobrenadante) é percolado no solo através de um campo de drenagem. Filtros anaeróbios: Empregam um meio filtrante para remover matéria orgânica e patógenos do esgoto, antes da percolação no solo ou disposição em outro sistema de tratamento. Sistemas com biofilme: Utilizam um biofilme fixo em um meio de suporte para tratar o esgoto, geralmente com alta eficiência na remoção de nutrientes e patógenos. Toaletes com biodigestão: São soluções inovadoras que combinam um vaso sanitário com um biodigestor compacto para tratamento e disposição do esgoto no local. Vantagens dos Sistemas Estáticos de Disposição de Esgotos: Autonomia: Permitem o tratamento do esgoto sem depender de uma rede coletora pública, ideal para áreas rurais ou isoladas. Baixo custo: A instalação e manutenção geralmente são mais acessíveis em comparação a sistemas centralizados. Sustentabilidade: Promovem a descentralização do tratamento de esgoto, reduzindo o impacto ambiental do transporte e tratamento em larga escala. Flexibilidade: Adaptam-se a diversos tipos de solo, topografia e vazões de esgoto, atendendo às necessidades específicas de cada local. Desvantagens dos Sistemas Estáticos de Disposição de Esgotos: Manutenção: Requerem vistorias e manutenções periódicas para garantir o bom funcionamento e evitar falhas. Esgotamento Sanitário Sistemas Estáticos De Disposição De Esgotos, Rede Coletora 3 Área disponível: É necessário espaço suficiente para a instalação do sistema e do campo de drenagem, o que pode ser um obstáculo em áreas com restrições. Tratamento limitado: Em alguns casos, pode ser necessário o complemento do tratamento com outros sistemas para atender aos padrões de qualidade exigidos. Riscos à saúde: Falhas na operação ou manutenção podem levar à contaminação do solo e das águas subterrâneas, com riscos à saúde pública. Rede Coletora: O Complemento Essencial para Áreas Urbanas: A rede coletora de esgoto é um sistema interligado de tubulações que transporta o esgoto bruto das residências e estabelecimentos comerciais até uma estação de tratamento de esgoto (ETE). Ela é fundamental para garantir a coleta eficiente do esgoto, evitando a contaminação do meio ambiente e promovendo a saúde pública em áreas urbanas com alta densidade populacional. Componentes da Rede Coletora: Tubulações: Conduzem o esgoto bruto desde as ligações prediais até as estações elevatórias e interceptores. Poços de visita: Permitem o acesso à rede para inspeção, manutenção e limpeza. Estações elevatórias: Elevam o esgoto para superar desníveis topográficos e garantir o fluxo adequado na rede. Interceptores: Coletam o esgoto de coletores menores e o direcionam para as ETEs. Vantagens da Rede Coletora: Eficiência na coleta: Garante a remoção do esgoto de forma eficaz, evitando transbordamentos e riscos à saúde pública. Proteção ambiental: Evita a contaminação do solo, cursos d'água e lençóis freáticos com esgoto bruto. Melhoria da qualidade de vida: Promove um ambiente mais limpo e saudável para a população. Redução de doenças: Diminui a incidência de doenças transmitidas por água contaminada. Esgotamento Sanitário Sistemas Estáticos De Disposição De Esgotos, Rede Coletora 4 Desvantagens da Rede Coletora de Esgoto: Uma Análise Detalhada Embora a rede coletora de esgoto seja um componente essencial para o saneamento básico em áreas urbanas, é importante considerar suas desvantagens para uma avaliação completa do sistema: Alto Custo: Implantação: A construção da rede coletora envolve altos custos com materiais, mão de obra, equipamentos especializados e terraplenagem, especialmente em áreas extensas ou com topografia complexa. Manutenção: A rede exige manutenções regulares para garantir o seu bom funcionamento, incluindo limpeza, desobstrução, reparo de tubulações e poços de visita, o que gera custos contínuos ao longo da vida útil do sistema. Estações de tratamento: A construção e operação de estações de tratamento de esgoto (ETEs) representam um investimento significativo, tanto em infraestrutura quantoem tecnologia de tratamento, aumentando os custos gerais do sistema. Impacto Ambiental: Obras: As obras de implantação da rede coletora podem causar impactos ambientais, como desmatamento, escavações, geração de resíduos e alterações no solo, exigindo medidas de mitigação e compensação ambiental para minimizar os danos. Vazamentos: Vazamentos na rede, apesar de raros, podem levar à contaminação do solo e dos recursos hídricos, impactando a qualidade da água e a vida aquática. Tratamento inadequado: Falhas no tratamento do esgoto nas ETEs podem resultar na descarga de efluentes poluentes nos corpos d'água, afetando a fauna, flora e a qualidade da água para consumo humano. Manutenção e Operação: Complexidade: A gestão da rede coletora exige expertise técnica e mão de obra especializada para a operação, monitoramento e manutenção preventiva e corretiva, o que pode ser um desafio para municípios com recursos limitados. Obstruções: A rede está sujeita a obstruções por objetos indevidos, como lixo, gordura e materiais sólidos, que exigem serviços frequentes de desobstrução, aumentando os custos de operação e manutenção. Esgotamento Sanitário Sistemas Estáticos De Disposição De Esgotos, Rede Coletora 5 Cheiro: Em alguns casos, a rede coletora pode exalar odores desagradáveis, especialmente em áreas com ventilação precária ou falhas no tratamento do esgoto, causando incômodo à população e impactando a qualidade de vida. Desafios em Áreas Desenvolvidas: Retrofitting: A implantação da rede coletora em áreas já urbanizadas e com infraestrutura consolidada é um processo complexo e oneroso, exigindo obras de grande porte, desvios de redes existentes e minimização de impactos na rotina da população. Densidade populacional baixa: Em áreas com baixa densidade populacional, o custo por usuário da rede coletora pode ser elevado, tornando a viabilidade econômica do sistema questionável. Topografia: Áreas com topografia acidentada ou com presença de rochas podem dificultar a instalação da rede coletora, aumentando os custos e a complexidade das obras. Méri Curiosidade A rede coletora de esgoto, apesar de suas desvantagens, é um componente essencial para o saneamento básico em áreas urbanas, proporcionando benefícios à saúde pública, à qualidade de vida e à proteção ambiental. No entanto, é fundamental considerar os custos, os impactos ambientais e os desafios operacionais para uma gestão eficiente e sustentável do sistema. Gerenciamento De Resíduos Sólidos E Águas Urbanas (Drenagem) 1 Gerenciamento De Resíduos Sólidos E Águas Urbanas (Drenagem) Gerenciamento De Resíduos Sólidos E Águas Urbanas (Drenagem) 2 Gerenciamento de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) O gerenciamento de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) é um processo complexo que envolve a interação de diversos atores, incluindo governos, empresas privadas e sociedade civil. Seu objetivo é garantir a segurança e a saúde da população, a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida nas cidades. Resíduos sólidos urbanos Os resíduos sólidos urbanos são todos os materiais descartados pelas atividades humanas em áreas urbanas. Eles podem ser divididos em orgânicos, inorgânicos e perigosos. Os resíduos orgânicos são aqueles que se decompõem naturalmente, como restos de alimentos, podas de árvores e folhas. Os resíduos inorgânicos são aqueles que não se decompõem naturalmente, como plástico, metal, vidro e papel. Os resíduos perigosos são aqueles que podem causar danos à saúde humana e ao meio ambiente, como produtos químicos, baterias e lâmpadas fluorescentes. Águas urbanas As águas urbanas são as águas que circulam nas cidades, incluindo as águas pluviais, as águas de esgoto e as águas de infiltração. As águas pluviais são as águas que caem do céu e escoam pela superfície das cidades. As águas de esgoto são as águas provenientes das atividades humanas, como a lavagem de roupas, a higiene pessoal e a limpeza doméstica. As águas de infiltração são as águas que penetram no solo e chegam às redes de drenagem. Gerenciamento integrado O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) é uma abordagem que visa conciliar os interesses dos diferentes atores envolvidos, buscando soluções que sejam eficientes, sustentáveis e equitativas. Essa abordagem considera que os resíduos sólidos e as águas urbanas estão interligados e que o gerenciamento de um desses componentes impacta o outro. Por exemplo, o descarte inadequado de resíduos sólidos pode obstruir as redes de drenagem, causando inundações. Objetivos Gerenciamento De Resíduos Sólidos E Águas Urbanas (Drenagem) 3 Os objetivos do gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) são: Garantir a segurança e a saúde da população; Proteger o meio ambiente; Melhorar a qualidade de vida nas cidades; Reduzir os impactos ambientais e sociais; Aumentar a eficiência dos serviços públicos; Promover a participação da sociedade civil. Princípios O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) deve ser baseado nos seguintes princípios: Prevenção: a prevenção é a melhor forma de lidar com os resíduos sólidos e as águas urbanas. Redução: os resíduos sólidos e as águas urbanas devem ser reduzidos na fonte. Reciclagem: os resíduos sólidos devem ser reciclados sempre que possível. Compostagem: os resíduos orgânicos devem ser compostados para gerar fertilizantes. Tratamento: os resíduos sólidos e as águas urbanas que não podem ser reciclados ou compostados devem ser tratados de forma adequada. Destinação final: os resíduos sólidos e as águas urbanas tratados devem ser dispostos de forma segura e ambientalmente correta. Ações As ações que podem ser adotadas para o gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) incluem: Educação ambiental: a educação ambiental é fundamental para promover a mudança de comportamento da população. Coleta seletiva: a coleta seletiva permite que os resíduos sólidos sejam separados e reciclados. Gerenciamento De Resíduos Sólidos E Águas Urbanas (Drenagem) 4 Compostagem: a compostagem é uma forma de transformar os resíduos orgânicos em fertilizantes. Tratamento de esgoto: o tratamento de esgoto permite remover os poluentes das águas residuais. Controle de inundações: o controle de inundações é essencial para proteger a população e o meio ambiente. Benefícios O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) traz diversos benefícios para a sociedade, incluindo: Melhora da qualidade do ar e da água; Redução da poluição; Prevenção de enchentes; Promoção da saúde pública; Geração de empregos; Conservação dos recursos naturais. Desafios O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) é um desafio complexo que requer a colaboração de diversos atores. Alguns dos desafios que precisam ser superados incluem: Falta de recursos financeiros; Falta de infraestrutura; Falta de conscientização da população; Conflitos de interesse entre os diferentes atores envolvidos. Méri Curiosidade O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e águas urbanas (drenagem) é uma estratégia essencial para garantir a sustentabilidade das cidades. Ao conciliar os interesses dos diferentes atores envolvidos, essa abordagem busca soluções que sejam eficientes, sustentáveis e equitativas. Drenagem Urbana 1 Drenagem Urbana Drenagem Urbana 2 Drenagem Urbana Drenagem urbana é o sistema de manejo projetado pelo poder público do município para coletar águas provenientesda chuva e escoá-las para galerias de águas pluviais e esgotos pluviais até um curso hídrico capaz de recebe-las.Dentre os elementos que compõem o sistema de drenagem urbana, estão: pavimento de ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, galerias de drenagem, sistemas de detenção e infiltração nos lotes e pavimentos, trincheiras e valas, entre outros. A importância da drenagem urbana para a população e o meio ambiente Os efeitos negativos da chuva são mais visíveis em grandes centros por um motivo principal: a ocupação desordenada em áreas urbanas. À medida em que a cidade cresce e se desenvolve, nascem áreas onde há maior aglomeração populacional e, por consequência, a impermeabilização do local, que impede a infiltração das chuvas no solo. Além disso, vale lembrar que a obstrução de canais e galerias de lixo ocorrem com mais frequência em áreas de maior ocupação populacional, degradando o ambiente urbano, provocando alagamentos e ocasionando prejuízos materiais e humanos. Outros pontos, como o aumento da carga de poluentes em rios e lagos (levando doenças como dengue e leptospirose) e a erosão do solo, também demonstram a importância da drenagem urbana adequada. Benefícios da drenagem urbana Uma série de benefícios para o meio ambiente a população e o poder público ressalta a importância da drenagem urbana. Dentre eles, podem ser citados: Redução de custos em manutenção de vias públicas; A possibilidade de circulação de veículos e pedestres em áreas urbanas após chuvas intensas; Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das chuvas; Valorização das propriedades nas áreas em que possuem sistema de drenagem; Redução de danos às propriedades e risco de perdas humanas; Redução de doenças de veiculação hídrica; Eliminação de águas estagnadas e lamaçais, focos de doenças; Redução de erosões e poluição de rios e lagos; Drenagem Urbana 3 Drenagem Urbana Quando há falta de planejamento urbano e impermeabilização descontrolada das áreas de esco- amento da água da chuva temos sérios problemas. O primeiro problema comum é a inundação, nomeado assim por representar a invasão de águas de um rio ou encanamento por exemplo. Normalmente a constante inundação gera o segundo pro- blema que é o alagamento. O alagamento consiste na água parada em determinado local, encontrando impedimentos ou dificuldades para sair. O terceiro problema encontrado é a enchente, fenômeno fluvial que um rio transborda. Comu- mente, por não conseguir dar vazão às suas águas, as enchentes invadem casas, estabelecimentos e alagam ruas por dias e até semanas. Devem ainda considerar nas enchentes o lixo e toda sujeira jogada que polui, assorea, conta- mina e degrada o meio ambiente. Uma questão que deve ser levantada também é o desmatamento, visto que as plantações são aliados naturais na drenagem da água. Entretanto, é comum esse fato passar despercebido nas políti- cas nacionais. Segundo levantamentos de especialistas, 40% da amazônia deve desaparecer até 2050. Por outra ótica, tanto Brasil quanto o mundo, anunciam-se as tragédias causadas pelas chuvas. Às vezes propiciada pelo crescimento populacional que não se consegue conter, ou falta de investi- mentos em sistemas eficientes. Os prejuízos das falhas Um evento catastrófico no Japão em Junho de 2017, deixou 179 mortos durante chuvas torrenci- ais por vários dias. Os noticiários divulgaram que essa foi a maior tragédia causada por fenômeno meteorológico desde 1982. Mais 8400 pessoas foram para abrigos e mais de 50 ficaram desaparecidas. Tudo isso so- mado ao deslocamento de policiais, bombeiros, soldados e da guarda costeira para os trabalhos de busca, e o trabalho de limpeza. Gastos na drenagem urbana No Brasil, ao final de 2017, a região do rio Casca, na região da Zona da Mata Mineira, sofreu com as chuvas fortes. Para se ter uma ideia choveu o equivalente a 254 litros por metro quadrado, dei- xando muitas regiões assoladas. Drenagem Urbana 4 Os números chegaram a duas mil pessoas desabrigadas ou desalojadas por causa da cheia no rio. A situação crítica foi noticiada, mostrando mercadorias, móveis, eletrodomésticos, residências e até escolas destruídas. Estudos do IBGE mostram que 90% dos municípios do Amazonas sofrem com alguma inundação ou enchente. O mais alarmante disso que é que os municípios não se preparam e poucos tomam me- didas de preventivas perante a situação. A pesquisa revela que 22 dos 62 municípios apresentam processos erosivos acelerados e ainda 35 foram afetados por enchente nos últimos 4 anos. Como prova da falta de algum tipo de gestão, 30 municípios não possuem um plano de gestão de riscos. Faltando dessa forma, falham com a população em produzir um mapeamento de áreas de risco ou um programa habitacional se for o caso de realocação da população. Pode-se ainda ser implanta- dos planos de contingência e sistemas de alerta. Tecnologias para drenagem urbana Dentre os tantos problemas enfrentados pelas cidades, manter o solo drenando água se torna um desafio, mediante a necessidade de colocar asfaltos e calçadas. Contudo, a tecnologia pode aju- dar com materiais específicos para lidar com essa situação. Um dos materiais é o piso permeável drenante que permite a passagem e escoamento da água entre os vãos. Normalmente utilizado em áreas exteriores, coopera para evitar o alagamento. Piso permeável drenagem Um outro material semelhante é o concregrama, que tem uma função parecida, mas para áreas verdes. A idéia é representada com seus procedimentos na imagem abaixo: Concregrama, grama drenante Há também uma técnica utilizada pelas prefeituras na hora de se prevenir de enchentes: os cha- mados piscinões. A engenharia aplicada é de grande porte a fim de conter os prejuízos das grandes quantidades de água pluviais. São construídas estruturas abaixo do nível da rua, funcionando como uma enorme cisterna. Com o acúmulo da água, as águas que poderiam causar inúmeros desastres é armazenada e dis- pensada em outro momento em leito de rios ou em lugares onde ela possa ser dispensada. Drenagem Urbana 5 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________