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UNIP 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
ALEX OLIVEIRA - B995DA-1 
BRUNA ELIZABETE - T13837-0 
GABRIEL EBERHARDT - B21EJA-0 
JULIANA CAMPIONI - C149BA-2 
RICARDO BRUNO- B989GB-1 
VANIA CRISTIANE - C13BAF-3 
 
 
CONURBAÇÃO - REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS 
 
Relatório PUR - 1º SEM. 2017 
 
 
Orientador: Ricardo / José Luís 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2017 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A conurbação é um fenômeno urbano que ocorre quando duas ou mais 
cidades se desenvolvem uma ao lado da outra, te tal forma que acabam se 
unindo como se fosse apenas uma. Isso ocorre quando o crescimento dessas 
cidades é elevado e as suas respectivas malhas urbanas integram-se, tornando-
se um único meio urbano, sendo assim, forma-se uma região metropolitana que, 
obviamente, estrutura-se a partir da metrópole que se expande em direção às 
cidades vizinhas. 
Cidades ao entorno da metrópole, em muitos casos, são apelidadas de 
“cidades-dormitórios”, uma vez que a maior parte de seus moradores trabalha, 
estuda ou exerce a maioria de suas atividades (incluindo lazer, consultas 
médicas e negócios) nas metrópoles. Registra-se, então, uma grande atuação 
das chamadas migrações pendulares nesses espaços, desta forma quando 
observamos a área urbana dos municípios da RMC, verificamos que várias 
cidades estão praticamente interligadas, formando o que estamos denominando 
de mancha urbana metropolitana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. AS MIGRAÇÕES PARA A REGIÃO METROPOLITANA DE 
CAMPINAS E SEUS EIXOS DE CRESCIMENTO URBANO E MIGRA ÇÃO 
PENDULAR 
 
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) foi instituída no ano 2000 
pela Lei Complementar Estadual 870, e ocupa uma área de 364.689 ha, que 
representa 1,3% do território do Estado de São Paulo. Sua criação se deu a partir 
de uma política de planejamento regional, desencadeada pela Constituição 
Estadual de 1989. 
 
MAPA 01 - Região Metropolitana De Campinas 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1e/Mapa-RMC.svg 
 
No séc. XVIII havia a necessidade de explorar o interior do país. Um dos 
caminhos criados passava pelas campinas. Houve o início da criação de 
sesmarias ao longo deste caminho que passou a ser percorrido por aventureiros 
e pessoas de classes e procedências variadas, principalmente a partir de 1730, 
quando ocorreu um surto de varíola na cidade de São Paulo, pois as pessoas 
“fugiam” da doença vindo para essa região, fazendo com que novos caminhos 
fossem criados e tornando-a mais acessível. 
Os lotes (sesmarias) mais antigos passaram a ser vendidos para 
agricultores e no final do séc. XVIII tem o início da produção de açúcar, mas essa 
produção não consegue superar a produção do Nordeste. Assim, no início do 
séc. XIX o café passa a ser cultivado na região hoje conhecida como distrito de 
Sousas. 
Em meados da década de 1970 apenas se enunciava como um interesse 
difuso em relação ao valor das áreas consolidadas das cidades, hoje já se 
configura como uma realidade do mercado imobiliário. Periferia e centro já não 
possuem diferenças marcantes quanto a processos de ocupação do território e 
homogeneização da paisagem. Inserem-se novas urbanizações como 
substituição de tecidos urbanos consolidados e criam se novos loteamentos 
dispersos nas áreas mais distantes dos centros antigos das cidades. Esta é a 
realidade que tem marcado os processos de urbanização e criação de novas 
centralidades na Região Metropolitana de Campinas. Em consonância com 
estes processos, também os centros geracionais destas cidades vêm 
apresentando uma perda de população nativa e a introdução de novos 
contingentes de população imigrante, a partir de um processo de mobilidade 
intra-metropolitano. 
Uma das características marcantes desta região é que ela apresenta 
dois movimentos opostos de urbanização: o crescimento em extensão a partir 
das áreas centrais dos municípios, configurando diversos pontos de conurbação 
e, ao mesmo tempo, um desdobramento de novas áreas urbanizadas, a partir de 
sucessivos loteamentos abertos na periferia, dando corpo a uma urbanização 
descontínua, caracterizada por condomínios residenciais e industriais fechados, 
um forte êxodo rural e regionalização das atividades, gerando intensos 
deslocamentos ao longo das rodovias de acesso. Desta forma, os municípios no 
entorno imediato de Campinas, como Sumaré e Hortolândia, receberam grandes 
fluxos migratórios provenientes da sede metropolitana. O mesmo ocorreu com 
Americana que já se tornou um sub-centro e Santa Bárbara d’Oeste, cuja área 
periférica, por proximidade, também receberia um fluxo migratório. 
 
EIXO DE CRESCIMENTO URBANO (MALHA VIARIA – MIGRAÇÃO PENDULAR) Mapa base 
com os Vetores de Expansão da RMC. Destaque para Valinhos, Paulínia e Artur Nogueira (em 
vermelho) e Campinas (em azul). 
Fonte: http://www.stm.sp.gov.br/images/stories/Pitus/Pitu2015/arquivos/relat_5_mapas.pdf 
 
Originalmente, a região, por ter sido o mais importante núcleo do 
complexo cafeeiro paulista, herdou as bases para o dinamismo da agricultura, 
infraestrutura de transporte e qualidade da rede urbana, tendo Campinas desde 
o início como capital regional. Esse processo foi reforçado com a abertura da Via 
Anhanguera nos anos 1950 e depois com a Rodovia dos Bandeirantes, no final 
dos anos 1970. A Região Metropolitana de Campinas, desde esta década, 
passou a receber grandes fluxos migratórios, já que se tornou um dos principais 
eixos de expansão no processo de desconcentração relativa das atividades 
industriais. 
 
 
 
Nos anos 1970, 60% do crescimento absoluto da população 
metropolitana era fruto da migração; na década seguinte, esse valor passou para 
48% e entre os anos de 1991 e 1996 para 43% - período em que a RMC recebeu 
83.884 de migrantes de outros Estados. A intensidade deste processo foi tal que, 
nos anos 1990, apenas nos municípios de Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, 
Holambra e Pedreira, a migração representou 70% do crescimento absoluto 
dessa área. As principais motivações para os deslocamentos na RMC são a 
educação (com 1.379.126 viagens) e o trabalho no ramo de serviços (840.182 
viagens). Considerando apenas os horários de pico levantou-se que eram 
realizadas cerca de 420.000 viagens na RMC, sendo que destas, ao redor de 
230.000 eram por motivo de trabalho e em torno de 250.000 de estudo. 
Reprodução de Tabela “Viagem Principal por município e Modo Principal. Região Metropolitana 
de Campinas, 2003”. Fonte: PITU. 
Fonte: http://www.stm.sp.gov.br/images/stories/Pitus/Pitu2015/pitu.html. 
 
Investimentos variados como públicos em infraestrutura de transportes, 
comunicações, ciência e tecnologia, podendo ter como exemplo o caso do 
surgimento da Unicamp, Replan, CPqD, CTI etc. Aumentaram o 
desenvolvimento em campinas e região, com isso a região atraiu a implantação 
de grandes empresas e ampliou a rede de pequenas e médias, intensificando as 
relações com o setor agropecuário e terciário e diversificando a estrutura 
produtiva. Como consequência a mancha urbana se expandiu e deu início a um 
desenho para os processos de conurbação ao longo dos eixos viários 
Anhanguera, Santos-Dumont, Rod. Dom Pedro I, Campinas-Paulínia e 
Campinas-Mogi-Mirim. 
A Agência Metropolitana de Campinas (AGEMCAMP) foi criada em 2003 
e reúne um conjunto de câmaras técnicas com a finalidade de integrar, propor e 
executar políticas públicas de interesse comum entre as cidades que a 
compõem3. Entre suas principais funções está a execução das leis que dispõem 
sobre as regiões metropolitanas, estabelecendo metas, planos, programas e 
projetos, bem como fiscalizar e avaliar a execução e manutenção de estruturas 
técnicas e administrativas. A criação desta agência em âmbito metropolitano 
pode em um primeiro momento parecer mero dispositivo político-administrativo, 
porém, hoje, é quase impossível estudar quaisquerelementos referenciais 
culturais sem levar em conta os processos regionais, deflagrados pelo fenômeno 
de movimentação de pessoas entre as cidades da RMC, onde o fato de 
possuírem locais de estudo e trabalho distantes das cidades em que residem, 
ou, vice versa, provoca uma ambiguidade de identidade, ou seja, a perda da 
relação de vínculo com uma só cidade. Essa condição é um dos traços mais 
marcantes da relação que ocorre hoje entre o espaço e o habitante da região. 
Desta forma percebemos que a conurbação cria fortes dependências entre as 
cidades, exemplo disso ocorre entre Americana, que se tornou um sub-centro de 
Santa Barbara D’Oeste. 
Na RMC, a migração de pessoas de outras cidades e regiões induziu a 
uma nova forma de identidade com os centros. O surgimento de condomínios 
fechados consolidou uma forma de vida confinada, diluindo a formação de 
comunidades, afastando-as, de certa forma, dos problemas e do rumo do 
desenvolvimento das cidades em que vivem. Essa dissolução das relações 
causa o esvaziamento dos espaços públicos, que perdem o significado diante de 
novas formas de lazer cada vez mais individualizadas como é o caso dos 
diversos shopping-centers espalhados pela região, tendo como forte exemplo 
aqueles que estão localizados no eixo da Rodovia Dom Pedro I., porém, os 
processos de conurbação têm origem na intensa troca de informações, energia, 
capital, trabalho e pessoas. Uma cidade passa a absorver outra e ambas sofrem 
transformações. 
Exemplos emblemáticos que podemos usufruir para compreender a 
RMC, são os municípios de Valinhos, Paulínia e Artur Nogueira. A cidade de 
Valinhos em 1953, se desmembrou de Campinas. A cidade passou por um 
processo de periferização, com o surgimento de inúmeros condomínios 
residenciais privados que atraem moradores de outras cidades, como São Paulo, 
por sua localização estratégica e por possuir infraestrutura urbana e níveis de 
qualidade de vida elevados. Valinhos está conurbada com Campinas e 
apresenta fluxo de pessoas com destino à cidade para estudos e trabalho. 
Na cidade de Paulínia Ocorre intenso processo migratório basicamente 
de italianos para trabalhar nas plantações de café, em 1906 é consolidada como 
vila e é emancipada para município em 1964. Nos anos 70, com a implantação 
da Replan (Refinaria do Planalto), que muda sua história, atraindo diversas 
indústrias e se consolidando como polo de redistribuição de derivados de 
petróleo. A partir de seu bairro mais antigo, Santa Cecília, a mancha urbana 
propagou-se de forma descontínua. Devido à forte presença industrial, Paulínia 
sofre uma dualidade entre comunidade local e comunidade das grandes 
empresas, muitas vezes se tornando um grande enclave. 
A cidade de Artur Nogueira Tem sua origem nas plantações de cana de 
açúcar no início do século 20 e na doação da Usina Ester que pertencia a 
Cosmópolis e foi desmembrada do mesmo e elevada à categoria de município 
em 1949. A cidade teve um dos índices de crescimento populacional mais altos 
da última década, decorrente da integração do município com outras cidades da 
RMC. Pode ser considerada uma cidade dormitório, já que uma grande parcela 
da população que reside na cidade trabalha em outros municípios, 
principalmente na petroquímica de Paulínia. 
Desta forma, Valinhos sofre um processo de periferização com o 
surgimento de condomínios residenciais privados; Paulínia tem forte presença 
industrial e provoca a formação de manchas urbanas segregadas, tanto quanto 
atrai a população de outras cidades, tais como Artur Nogueira, transformando-a 
em uma cidade dormitório com forte crescimento populacional. As três cidades, 
portanto, representam, a princípio, casos emblemáticos de transformações 
urbanas decorrentes do processo de regionalização das atividades e de 
metropolização sofrido nas cidades da RMC. Apontando mudanças nas 
estratégias de deslocamentos de indivíduos nas últimas décadas do século XX, 
os chamados movimentos pendulares, em que novos processos se materializam 
na dimensão interna, pelo redirecionamento dos fluxos migratórios para as 
cidades médias, em detrimento dos grandes centros urbanos. 
 
Região Metropolitana de Campinas. Malha Rodoviária 
Fonte:http://www.campinas.sp.gov.br/governo/seplama/publicacoes/planodiretor2006/mapas/m
apa1.jpg 
 
3. EXPANSÃO URBANA 
 
A expansão urbana da RMC está vinculada ao crescimento industrial a 
partir da década de 70 e aos seus eixos de acessibilidade. 
No entorno das Rodovias Anhanguera e Bandeirantes, nota-se um eixo 
praticamente continuo de conurbação. Porém é uma urbanização dispersa. 
Apenas 23% desta área está de fato urbanizada. 
A expansão do território urbano em direção a áreas rurais é uma prática 
constante. Em 1952 4,6% do território de campinas localizava-se dentro do 
perímetro urbano, em 2000 chega a 47,6%. Outros dez municípios da RMC 
alteraram seu perímetro urbano nos últimos cinco anos, intensificando um 
padrão de urbanização disperso, de baixa densidade populacional, fragmentado 
– com grandes vazios urbanos, cerca de 30% da área urbana da RMC é 
composta por glebas vazias – e com acentuada segregação sócio espacial. 
Predominam famílias de baixa renda no trecho oeste, entre Hortolândia, Sumaré 
e o sudoeste de Campinas. 
Assim, essa expansão urbana pode ocorrer desassociada de um 
crescimento das atividades urbanas, do crescimento demográfico ou mesmo da 
efetiva ocupação dos espaços inseridos em localidades já consolidadas do 
tecido urbano. 
 
Fonte: Google Earth 
Verifica-se uma ausência de visão integrada entre os municípios. A 
AGEMCAMP, responsável por integrar o planejamento e a execução das 
funções públicas de interesse comum da RMC, elaborou até hoje apenas cinco 
planos metropolitanos dos quais nenhum foi incorporado em leis estaduais ou 
legislações municipais. 
A ausência de planejamento metropolitano acentua a prática de planejar 
que privilegia a atuação de cada município dentro de seu próprio perímetro, 
como observado nos 11 municípios da RMC que expandiram seu perímetro 
urbano sobre áreas rurais sem diálogos com os municípios vizinhos. 
 
Municípios que aprovaram alteração de perímetro urbano no decorrer de uma 
revisão do plano diretor entre 2001 e 2014 e como o fizeram 
Fonte:https://www.academia.edu/17552227/_expans%c3%83o_urbana_como_est%c
3%81_sendo_feita_e_para_quem_uma_an%c3%81lise_dos_instrumentos_de_pol%c3%8dtica
_urbana_a_partir_do_estudo_da_regi%c3%83o_metropolitana_de_campinas-sp._ 
 
 
Perímetro Urbano e áreas de Expansão Urbana 
Fonte:https://www.academia.edu/17552227/_expans%c3%83o_urbana_como_est%c
3%81_sendo_feita_e_para_quem_uma_an%c3%81lise_dos_instrumentos_de_pol%c3%8dtica
_urbana_a_partir_do_estudo_da_regi%c3%83o_metropolitana_de_campinas-sp. 
Com a leitura do mapa, vale destacar dois municípios, Itatiba e 
Indaiatuba. 
Itatiba é o município que mais possui áreas de expansão urbana, sendo 
possível o parcelamento do solo em praticamente 70% de seu território. Prevê 
em seu Plano Diretor a questão da mais valia urbana por meio da cobrança de 
outorga onerosa na mudança de uso rural para urbano em áreas inseridas dentro 
da zona de expansão. 
O caso de Indaiatuba, é que a maior parte de áreas de expansão urbana 
são Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), tendo a produção de um 
território com acentuada segregação sócio-espacial, já que suas áreas 
periféricas estão sendo reservadas à população de menor renda. 
 
Alterações do perímetro urbano e seus agentes 
A constante expansão do perímetro urbano está atrelada a terra vista 
como mercadoria pelo Estado e Setor Imobiliário. Mercadoria cujo lucro não 
necessariamente é revertido igualmente a todos os setores da cidade, o que 
torna a legislação urbanística um instrumento de manutenção de desigualdades 
sociais. 
Os maiores responsáveis pela produção e gestão do espaço urbano são: 
o setor Industrial, o Mercado,o Estado e os que atuam pautando-se na 
necessidade de morar. 
Principais justificativas para alterações nos Perímetros Urbanos: 
Campinas: 
- regularizar empreendimento já aprovado e consolidado na zona rural 
- implantação de empreendimentos de HIS 
- gleba estar localizada em vazio urbano, incrustada em área urbana e 
delimitada por eixos viários 
Indaiatuba: 
- criação de ZEIS, unidades do Programa “Minha Casa Minha Vida”. 
(Parte desta área está localizada dentro do perímetro de uma APA) 
Itatiba: 
- Implantação de indústrias 
Santa Bárbara do Oeste 
- criação de HIS 
- “desenvolvimento da cidade”, econômico. Criação de indústrias e 
comércios 
Valinhos 
- Implantação de HIS (nas proximidades de uma área de interesse 
ambiental, a Serra dos Cocais) 
 
 
4. MALHA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL 
 
Os 20 municípios que compõem hoje a Região Metropolitana de 
Campinas possuem uma área total de cerca de 364.700 ha. Em 1989, a 
ocupação urbana correspondia a 15,3% de seu território. Da área urbanizada, 
55,8% foram identificadas como áreas com urbanização densa, 12,7% com 
urbanização média, 18,5% com urbanização baixa e 13% como área de grandes 
implantações não residenciais. (Mapa 1989). 
A maior parte dessa área urbanizada estava concentrada na forma de 
uma mancha contínua de Vinhedo a Sumaré, ao longo da Via Anhanguera, e de 
Sumaré a Santa Bárbara D'Oeste, configurando uma conurbação de sete 
municípios da RMC (Vinhedo, Valinhos, Campinas, Sumaré - incluindo 
Hortolândia, Nova Odessa, Americana e Santa Bárbara d`Oeste). Além dessa 
grande mancha de ocupação urbana, verifica-se conurbação também entre 
Sumaré (na área que é hoje Hortolândia) e Monte Mor. 
A conurbação desses municípios é caracterizada por áreas com 
urbanização densa, intercaladas por áreas de grandes implantações não 
residenciais. Os sete municípios que formam essa conurbação ocupavam 47% 
do território da RMC e, em 1989, respondiam por 80% da área com urbanização 
densa, 72,17% das áreas de grandes implantações não residenciais e 75% da 
área urbanizada como um todo. Em 1991, eles reuniam 80% da população total 
da RMC. 
Nos anos 90, a área urbanizada da RMC sofreu um acréscimo de 29%. 
A área de Campinas cerca de 25%. Entre 1989 e 1996 o acréscimo é de 17%, 
correspondendo a cerca de 9500 ha. Desse total, mais da metade foi de área 
com urbanização densa e 27% de área com urbanização baixa (Mapa 1996). 
O crescimento mais expressivo da área urbanizada ocorreu em 
Campinas e Hortolândia, sendo as áreas com urbanização baixa as que 
proporcionalmente mais aumentaram. Em Campinas essas áreas situam-se, em 
grande parte, na região Sudoeste, além da Rodovia dos Bandeirantes. Nos dois 
municípios são loteamentos populares ainda pouco ocupados. A expansão 
urbana nessa região de Campinas ocorre, em geral, através da incorporação de 
áreas próximas à divisa com Monte Mor e Hortolândia, já bastante distante do 
núcleo urbano principal, em detrimento dos vazios urbanos existentes. 
No período 1989/96 nota-se através do movimento de expansão da 
mancha urbana a incorporação dos municípios situados ao norte/nordeste de 
Campinas na dinâmica econômica e espacial metropolitana. Surgem áreas não 
residenciais em praticamente todos eles, além do crescimento/adensamento das 
áreas urbanizadas. 
 
5. PRINCIPAIS LUGARES ONDE A INDUSTRIA E A MORADIA 
POPULAR SE ALOCARAM 
 
• REGIÃO SUDOESTE: Devido à instalação industrial que 
privilegiou grandes eixos rodoviários, à abertura do aeroporto de Viracopos, à 
implantação da cidade industrial de Campinas e à construção de vários conjuntos 
habitacionais populares 
• REGIÃO OESTE: Crescimento do vetor anhanguera sentido 
interior caracterizada por localização de populações mais pobres, expulsas de 
áreas urbanas mais valorizadas, principalmente nos municípios de Hortolândia 
e Sumaré. 
Em direção a Valinhos e Vinhedo, verifica-se uma ocupação de padrão 
médio e alto. 
• REGIÃO NORTE-NORDESTE: É incentivada pela construção da 
Rodovia D. Pedro I, pela instalação da Unicamp, do campus I da Puccamp e da 
refinaria Replan. O processo de ocupação urbana desta porção do município é 
limitado devido à grande quantidade de áreas agrícolas ainda produtivas, 
presença de grandes instituições e principalmente devido ao alto valor da terra. 
• REGIÃO SUL E SUDESTE: Com a instantânea valorização das 
terras localizadas no centro e no Norte, nota-se uma segregação sócio espacial 
e consequente periferização das habitações, pois os novos migrantes ou os que 
não obtiveram prosperidade economicamente, não tinham condições de arcar 
com os altos custos das regiões valorizadas do município. Têm-se então 
expansão das residências para as regiões sul e sudeste, de terrenos arenosos, 
improdutivos e que sofrem facilmente com processos de erosões e voçorocas. 
Por esses motivos, essa região não apresentava atrativos para atividades 
agrícolas e residências de alto padrão. Na segunda metade do século XX, a 
ocupação do sul e sudeste aumenta com a pavimentação da Rodovia 
Anhanguera e a implantação dos distritos industriais. Com aumento da 
periferização, criam-se grandes vazios urbanos, moradias populares localizam-
se longe do centro comercial, sem serviços de saúde, de transporte eficiente e 
com redes de saneamento básico deficientes. E as terras do sul e sudoeste, 
além de fortemente urbanizadas, estão ocupadas por moradias populares. 
• REGIÃO CENTRAL: No final do séc. XX as terras centrais estão 
absolutamente urbanizadas, as terras do Norte abrigam grandes extensões de 
agricultura e grandes instituições. 
 
 
 
Base cartográfica: Embrapa. Interpretação do mosaico de imagens do satélite 
Landsat ETM 7, 1989 e 2000. 
Fonte:http://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/livros/vulnerabilidade/arquuivos/arquui
vos/vulnerab_cap_10_pgs_275_304.pdf 
 
 
6. DELIMITAÇÃO DAS ZEIS (ZONAS ESPECIAIS DE INTERES SE 
SOCIAL) E A LOCALIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS EM 
(HIS) HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL 
 
A população residente em 2000 e população residente em 2010, por 
situação do domicilio, com indicação da população urbana residente na sede 
municipal, área total e densidade demográfica, segundo as Regiões 
Metropolitanas e os municípios. 
 
Tabela da população residente nas cidades metropolitanas de Campinas. 
Fonte: (IBGE. SINOPSE DO CENSO DEMOGRAFICO 2010) 
 
6.1. BASE CARTOGRÁFICA DAS ZEIS 
 
De acordo com as pesquisas existem grande desigualdade e 
segregação sócio espacial que observamos nas cidades brasileiras. Se o 
conceito de moradia se limita ao lugar onde se mora, o termo habitação vem 
qualificar a morada com o acesso aos serviços urbanos aos quais todos os 
cidadãos têm direito. Portanto as Zonas Especiais de Interesse Social de 
finalidade habitacional – ZEIS – presentes em território urbano, dotados 
de infraestrutura e com boa localização, já cumprem parte do que se espera de 
uma habitação qualificada. Cabe salientar que as contradições, na ocupação do 
território, não se encontram em um determinado setor administrativo ou do 
conhecimento, mas sim, na própria forma da sociedade se organizar, 
estabelecer valores e promover acesso aos cidadãos garantindo seus direitos, 
qualificando o espaço público e os valores individuais segue abaixo o mapa com 
as ZEIS para fins Habitacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Base cartográfica com a localização das ZEIS na Região Metropolitana de Campinas 
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.158/4821 
 
De acordo com o Mapa acima podemos analisar que as localizações das 
ZEIS se identifica: 
• Uma concentração de ZEIS nos setores sul e sudeste, 
principalmente a sudoeste da Rodovia Anhanguera; 
• Concentração de ZEIS nas áreas de periferia da área urbanizadas; 
• Concentração das áreas urbanizadas ao longo da Rodovia 
Anhanguera, permitidas pelos perímetros urbanosmunicipais 
 
6.2. LEVANTAMENTO DO VALOR DO SOLO NA RMC 
 
Esses valores, setorizados de acordo com as áreas de planejamento dos 
municípios, classificados em três níveis de valorização: alta, média e baixa, a fim 
de traduzir as diferenças de valor contatadas na trama fundiária. 
 
Base da RMC e dos Municípios de campinas e Americana com espacialização dos Valores do 
território e a localização dos investimentos em habitação de interesse social 
Fonte: 
 
De acordo com os dados acima Americana nota-se que os investimentos 
em HIS não se limitam as áreas classificadas como de baixo valor do solo. Este 
fato pode ser um indicativo de transformação no valor do solo ou ainda ser fruto 
de seu plano habitacional. Apenas um monitoramento poderá esclarecer as 
razões dessa variação. 
 
Mapa com a localização de investimento público em nove municípios 
 
Por meio do Mapa de Localização de Investimentos Públicos da Região 
Metropolitana de Campinas identificam-se uma serie de tendências comuns aos 
municípios estudados. 
 
6.3. RELAÇÃO ENTRE ZEIS E HIS 
 
AS localizações das ZEIS não coincidem, na maioria das vezes, com a 
localização dos investimentos públicos em HIS. Isto significa que grande parte 
das ZEIS, instituídas pela legislação municipal, não foram utilizadas pelos 
investimentos públicos em HIS; 
Na maioria dos casos analisados os investimentos em HIS se localizem 
em áreas de menor acessibilidade que as ZEIS instituídas e de menor valor do 
solo; 
Especificamente com relação as ZEIS de regularização constataram-se 
que somente em raras exceções houve investimento nessas áreas no período 
estudado; 
 
6.4. EM RELAÇÃO HÁ LOCALIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS 
 
• É bastante expressivo o número de investimentos públicos que se 
localizam em áreas periféricas a mancha urbana; 
• De acordo com o mapa não foi constatada ocorrência de investimento 
público em HIS nas áreas centrais e são poucas as ocorrências de 
investimento público em HIS que ocorrem nas vizinhanças das áreas 
centrais; 
• Existem uma aproximadamente 25% das ocorrências de investimento 
público em HIS mapeadas localizam-se próximas de um corpo d’água 
importante para a RMC; 
• Há totalidade das ocorrências de investimento público em HIS ocorrem 
dentro do perímetro urbano, entretanto existem casos isolados de 
ocorrências de HIS fora do perímetro urbano e inclusive fora do perímetro 
municipal. 
• Os investimentos públicos em HIS quando próximos do centro se 
destinam a famílias 0de maior renda; 
Os fatos acima nos levam a identificar um descompasso existente entre 
legislação urbanística municipal, os instrumentos de planejamento urbano e a 
própria gestão urbana. Os pontos elencados na presente conclusão apontam 
concretamente contradições existentes e levantam questionamentos 
relacionados à efetividade da legislação urbanística no caso de ZEIS para fins 
habitacionais. 
O princípio urbanístico que gerou a ZEIS parece ter pouca efetividade 
frente às pressões econômicas e os contraditórios interesses dos inúmeros 
agentes públicos e privados que agem sobre o território. 
 
7. CONCLUSÃO 
Campinas com o passar dos anos foi atraindo investimentos públicos e 
privados, devido a sua boa localização e ótimas rodovias que interligam 
pequenas e grandes cidades, também é uma região no interior do estado de São 
Paulo que oferece uma boa qualidade de vida, atendendo todos os parâmetros, 
como empregos, estudos e total infraestrutura. A região de Campinas atraiu 
diversas empresas, ampliou as pequenas e medias, fortaleceu as relações com 
o setor agropecuário e terciário e diversificou a estrutura produtiva. Com isso as 
alterações do perímetro urbano na região de Campinas, estão sendo pautadas 
pela especulação imobiliária para a construção constante de empreendimentos 
tanto industriais quanto residenciais. 
Outro aspecto que Campinas e região atende é a demanda da migração 
pendular, um alto número de pessoas que se deslocam diariamente de outras 
cidades vizinhas para estudar e trabalhar, tornando assim muitas das cidades da 
região apenas “cidades dormitórios”. 
Os municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) abrangem 
uma vasta área de urbanização densa, ainda mais com a implantação das 
Rodovias que proporcionou manchas urbanas ao seu redor interligando os 
municípios, formando assim a conurbação de alguns deles. Porém, vale ressaltar 
que também existem grandes vazios urbanos entre alguns municípios. 
Ocorre também um expressivo aumento na malha urbana tanto em 
Campinas quanto em algumas cidades da RMC, de loteamento populares, 
visando a implantação nos arredores das cidades as margens das Rodovias, 
num espaço urbano-rural, onde a terra possui um menor custo, diferente dos 
locais mais urbanizados, que possuiria uma melhor facilidade devido à 
localização, implantação de infraestrutura e menor gastos com transporte, sem 
contar com as potencialidades e fragilidades encontradas nas áreas mais 
afastadas e de proteção ambiental. Com o auxílio da ZEIS (Zonas Especiais de 
Interesse Social) se espera uma boa qualificação de moradias, justa ao cidadão 
e ao meio ambiente. A ZEIS, embora possua diversos empreendimentos, ainda 
está em falta devido ao pouco interesse da legislação urbanística municipal. 
Sendo assim, pode-se concluir que o desenvolvimento urbano precisa 
ser compreendido como um processo mais abrangente do que o simples 
espraiamento do tecido urbano. Desenvolver-se não necessariamente implica 
em crescimento urbano horizontal. O desenvolvimento deve visar a conquista 
conjunta de justiça social e ambiental para um número crescente de pessoas. 
Não devendo ser um desenvolvimento meramente econômico, mas sim sócio 
espacial, visando a melhoria de qualidade de vida. Todos os Planos Diretores 
mostram sua real efetivação travada pois as diretrizes propostas possuem 
aplicações genéricas. 
Nenhuma lei federal ou outras, define de forma objetiva o que é 
desenvolvimento urbano. 
Permitiu-se com isso que cada município interprete e se aproprie do 
termo de acordo com seus próprios interesses políticos, sociais e econômicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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