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WJUR0211_v3.0 Teoria geral dos direitos fundamentais Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais A natureza axiológica dos direitos fundamentais Bloco 1 Emerson Ademir Borges de Oliveira A necessidade prévia de uma distinção conceitual • Direitos do Homem – concepção moral primitiva – direito natural – pré-positivista. • Direitos Humanos – direito internacional – positivação no plano internacional – Tratados. • Direitos Fundamentais – direito constitucional – positivação no plano interno – variável conforme o país – possibilidade de proteção pelas Constituições. • Generalização histórica dos direitos fundamentais (SAMPAIO, 2010, p. 192). A norma de direito fundamental • Conceito semântico de normas – norma versus enunciado normativo. • A validade das normas de direitos fundamentais. • Normas-regras versus normas-princípios – a evolução da proteção fundamental e os mandados de otimização (ALEXY, 2002, p. 86). • Neoconstitucionalismo e a ascensão dos princípios. • Postulado da dignidade da pessoa humana. A questão axiológica dos direitos fundamentais • Qual a origem axiológica do princípio? • Critérios de valoração da norma (ALEXY, 2002, p. 145). Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1 – A constituição dos direitos fundamentais A norma de direito fundamental no sistema jurídico • Norma de direito fundamental – Constituição e bloco de constitucionalidade. • O direito fundamental enquanto fruto da concepção ideológica predominante. • Direitos fundamentais como instituição (ALEXY, 2002, p. 545): • Invocação efetiva e permanente pelo maior número possível. • Efeito estabilizador na Constituição e ordem social. Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais Características e evolução dos direitos fundamentais nas Constituições brasileiras Bloco 2 Emerson Ademir Borges de Oliveira Direitos fundamentais como categorias jurídicas • Aspecto objetivo: • Dimensão valorativa: a consideração recíproca dos direitos fundamentais na compreensão social. • Dimensão estrutural: força normativa dos direitos fundamentais e eficácia; exigibilidade perante o Estado – previsão normativa e ações materiais. • Aspecto subjetivo: o indivíduo sujeito de direitos fundamentais. Exigibilidades: • Vertical: regra perante o Estado. • Horizontal: perante outros indivíduos. Características dos direitos fundamentais • Posicionamento constitucional dos direitos fundamentais – questão intrínseca à sua natureza. • Primazia normativa e supremacia dos direitos fundamentais – conformação das normas infraconstitucionais. • Jurisdição constitucional enquanto instância defensora das normas de direitos fundamentais e conformadora da legislação. Características dos direitos fundamentais • Direitos fundamentais e proteção especial: a Lei Fundamental de Bonn, a Constituição Portuguesa e a Constituição brasileira. • Todos os direitos fundamentais são cláusulas pétreas? Ou apenas os individuais previstos no art. 5º? A individualidade como base da fundamentalidade (MARMELSTEIN, 2018, p. 281). Características dos direitos fundamentais • Características dos direitos humanos que não se aplicam aos direitos fundamentais (MENDES; BRANCO, 2018): • Universalidade – necessidade de distinção em cada país em razão de sua positivação interna. • Absolutos – possibilidade de relativização aceita pelos próprios direitos – teoria dos limites dos limites e proteção do núcleo essencial. • Indisponibilidade – serve como regra, mas admite exceções. Os direitos fundamentais na história brasileira • Baixa positivação – Constituição de 1824 – contexto histórico e limitação. • Positivação acentuada e proteção ampla – Constituições de 1934 e 1946. • Reduzida positivação e restrição ampla – Constituição de 1937. • Elevada positivação e restrição ampla – Constituições de 1967 e 1969. Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais Os direitos fundamentais na Constituição de 1988: conteúdo originário e eficácia Bloco 3 Emerson Ademir Borges de Oliveira Os direitos fundamentais na Constituição de 1988 • A Assembleia Nacional Constituinte e o sistema de Comissões (BORGES, 2020, p. 35): I. Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher: a. Subcomissão da nacionalidade, da soberania e das relações internacionais. b. Subcomissão dos direitos políticos, dos direitos coletivos e das garantias. c. Subcomissão dos direitos e das garantias individuais. A estrutura dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 • Título II – Dos direitos e garantias fundamentais – arts. 5º a 17 (BRASIL, 1988): I. Dos direitos e garantias individuais e coletivos – art. 5º (BRASIL, 1988). II. Dos direitos sociais – arts. 6º a 11 (BRASIL, 1988). III. Da nacionalidade – arts. 12 e 13 (BRASIL, 1988). IV. Dos direitos políticos – arts. 14 a 16 (BRASIL, 1988). V. Dos partidos políticos – art. 17 (fazia parte da Comissão IV e foi inserido no Título II) (BRASIL, 1988). Eficácia dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 • Art. 5º, §1º, CF (BRASIL, 1988): “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. • Qual o alcance do princípio? É apto a promover exigibilidade em relação a qualquer direito fundamental? • A dimensão do direito implica em sua eficácia? • Eficácias plena, contida e limitada das normas de direito constitucional. Eficácia dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 • Eficácia plena versus eficácia limitada. • Alcance da normatividade dos direitos fundamentais. • Inexistência de direito fundamental absoluto. • Dever do Estado na implementação dos direitos fundamentais. • Direitos negativos versus direitos positivos. Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais Os direitos fundamentais na Constituição de 1988: ampliação do rol Bloco 4 Emerson Ademir Borges de Oliveira Ampliação do rol • Direitos constitucionais positivados na própria Constituição, porém, “fora do catálogo” ou “fora do rol” (SARLET, 2001, p. 72). • Art. 5º, §2º, CF (BRASIL, 1988): “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. Ampliação do rol • Art. 5º, §3º, CF (BRASIL, 1988): “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. • Emenda Constitucional 45/2004. Ampliação do rol Tripla hierarquia dos tratados: A. Tratados Internacionais Comuns – legislação federal. B. Tratados Internacionais de Direitos Humanos sem quórum especial – supralegal. C. Tratados Internacionais de Direitos Humanos com quórum especial – emenda constitucional. Tratados Internacionais de Direitos Humanos (EC) • Quais? • Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. • Tratado de Marraqueche. • Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Teoria em Prática Bloco 5 Emerson Ademir Borges de Oliveira Reflita sobre a seguinte situação O Estado da Guanabara deseja instituir impostos sobre templos religiosos. Ciente da imunidade existente no art. 150, VI, “b”, da Constituição (BRASIL, 1988), ele consegue apoio político para a propositura de uma PEC extinguindo a referida imunidade. Seria a imunidade tributária uma norma de direito fundamental fora do rol? É possível que uma emenda constitucional extinga referida imunidade? A imunidadetributária, sendo direito fundamental, estaria dentro do ambiente das cláusulas pétreas (BRASIL, 1988, art. 60, §4º, IV)? Norte para a resolução... • O Supremo Tribunal Federal considera a imunidade tributária um direito fundamental fora do catálogo enquanto uma garantia individual do contribuinte (ADI 939-7, Rel. Min. Sidney Sanches, DJ 18.3.1994). No caso, a questão abarcada foi a imunidade tributária recíproca dos entes federativos sob a lógica do equilíbrio desses entes. • No caso dos templos, a fundamentalidade tem relação com o livre exercício de crença e com a vedação do Estado em criar embaraços a esse direito (BRASIL, 1988, arts. 5º, VI e 19, I). • Art. 60, §4º, IV, CF (BRASIL, 1988) – proibição de PEC tendente a abolir os direitos e as garantias individuais. • Necessidade de ampliação do conceito para incluir todos os direitos fundamentais (MARMELSTEIN, 2018, p. 281). Dica do(a) Professor(a) Bloco 6 Emerson Ademir Borges de Oliveira O meio ambiente na CF/88 é um direito fundamental? • Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – direito fundamental de terceira dimensão – art. 225, CF (BRASIL, 1988) – disposição fora do Título II – “fora do rol”. • Perspectiva biocêntrica – inauguração da proteção ambiental em nível constitucional – antes “ecológico”. • Direitos difusos e coletivos – titularidade subjetiva coletiva. • RE 134.297/SP e MS 22.164/DF – fundamentalidade. • Direito intergeracional – necessidade de proteção da coletividade para garantir a existência das futuras gerações. • Direito de terceira dimensão imprescindível para a efetividade dos direitos de primeira e segunda dimensões. Referências ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estúdios Políticos y Constitucionales, 2002. BORGES, Emerson. A Constituição brasileira ao alcance de todos. Belo Horizonte: D’Plácido, 2020. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituica o.htm. Acesso em: 15 jul. 2021. Referências MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 2. ed. Porto Alegre: Livraria dos Advogados, 2001. SAMPAIO, José Adércio Leite. Direitos fundamentais. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. Bons estudos! Teoria geral dos direitos fundamentais Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais A necessidade prévia de uma distinção conceitual A norma de direito fundamental A questão axiológica dos direitos fundamentais A norma de direito fundamental no sistema jurídico Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais Direitos fundamentais como categorias jurídicas Características dos direitos fundamentais Características dos direitos fundamentais Características dos direitos fundamentais Os direitos fundamentais na história brasileira Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais Os direitos fundamentais na Constituição de 1988 A estrutura dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 Eficácia dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 Eficácia dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 Teoria geral dos direitos fundamentais I: o constitucionalismo brasileiro e os direitos humanos e direitos fundamentais Ampliação do rol Ampliação do rol Ampliação do rol Tratados Internacionais de Direitos Humanos (EC) Teoria em Prática Reflita sobre a seguinte situação Norte para a resolução... Dica do(a) Professor(a) O meio ambiente na CF/88 é um direito fundamental? Referências Referências Bons estudos!