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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PUBLICO 
 
 
 
Módulo 02: Poder Constituinte 
 
 
TEMA 01 – PODER CONSTITUINTE 
ORIGINÁRIO 
 
 
 
 
Aula 01 – Poder constituinte: originário 
 
 
 
1. Poder Constituinte: 
 
1.1. Considerações iniciais: 
 
Quando falamos de algo originário, estamos tratando de algo relacionado ao 
nascimento (origem), a criação de algo. Estamos tratando do poder de 
constituir/criar uma nova constituição. Estamos falando sobre a origem do texto 
constitucional. 
 
Esse poder constituinte possui algumas nomenclaturas. O poder constituinte 
também pode ser chamado de Primário/primeiro/inicial. Esse poder é considerado 
primário porque é a primeira vez que está se exercendo a criação de uma 
constituição. Primário porque é a primeira constituição e inicial porque está se 
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iniciando uma nova ordem jurídica. Desponta de um modelo anterior de estado para 
um novo modelo de estado. 
 
O poder constituinte pode estar fazendo a primeira constituição no país, que 
nunca teve um texto constitucional ou trazendo uma nova ordem constitucional 
(jurídica) que desfaz toda a ordem jurídica anterior. 
 
Por exemplo: 
 
A primeira constituição da história do Brasil, que criou o estado brasileiro e 
foi feita na época da proclamação da independência (poder constituinte originário: 
primeira constituição). 
 
A partir do momento em que o Brasil rompeu com a o período da ditadura e 
trouxe uma nova ordem democrática, que foi a Constituição de 1988, isso também é 
fruto do poder constituinte originário. 
 
De acordo com Canotilho, o Poder Constituinte se revela como uma questão 
de “poder”, “força” ou “autoridade”política que, em uma situação concreta, pode 
criar, garantir ou eliminar uma Constituição entendida como lei fundamental da 
comunidade política. 
 
 
1.2. Teoria do Poder Constituinte e o Constitucionalismo 
 
Segundo Sarmento e Souza Neto, o poder constituinte “trata-se do poder de 
criar a Constituição e de fundar ou refundar o Estado e ordem jurídica”. 
 
Em outras palavras, o poder constituinte revela-se sempre como uma 
questão de “poder”, de “força” ou de “autoridade” política, que está em condições 
de, numa determinada situação concreta, criar ou garantir uma Constituição, 
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entendida como lei fundamental da comunidade política, por vezes, eliminando uma 
anterior. 
 
É importante destacar que o poder constituinte não cria apenas uma 
Constituição, mas também o próprio Estado e a ordem jurídica que serão por ela 
regulados. Desse modo, pela teoria do poder constituinte, sempre que surge uma 
Constituição, surge um novo Estado. Ademais, pela entrada em vigor de uma nova 
Constituição, todo o ordenamento jurídico é modificado. 
 
Para compreender realmente o que é poder constituinte, é necessário fazer 
uma distinção entre ele e a Teoria do Poder Constituinte. 
 
Segundo Paulo Bonavides: 
 
“Poder constituinte sempre houve em toda sociedade política. Uma 
teorização desse poder para legitimá-lo, numa de suas formas ou 
variantes, só veio a existir desde o século XVIII...” 
 
 
Se a Constituição sempre existiu, neste sentido, ela seria sinônimo de 
organização política da sociedade. Por via de consequência, também se pode 
afirmar que o poder constituinte também sempre se manifestou de algum modo. 
 
Não obstante a isso, uma teorização a respeito do poder constituinte apenas 
surgiu no século XVIII, uma vez que é com o Constitucionalismo do século XVIII que 
passa a ser desenvolvida a noção de Constituição tal como compreendida 
contemporaneamente. 
 
Desse modo, uma Teoria do Poder Constituinte só teve as condições de 
nascimento propícias no bojo do Constitucionalismo Liberal Moderno, que veio a 
inaugurar as Constituições escritas. Dito isso, pode-se afirmar que a Teoria do Poder 
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Constituinte é filha do Constitucionalismo Moderno, sendo trazida por Emmanuel 
Joseph Sieyès. 
 
É importante destacar que Sieyès teve um papel decisivo na Revolução 
Francesa, chegando, inclusive, a ser cônsul junto com Napoleão e Roger Ducos. Em 
1799, apoiou Napoleão Bonaparte no Golpe do 18 de Brumário. O que mais 
surpreende é que Sieyès, mesmo estando no coração da revolução, conseguiu 
teorizar sobre todo esse processo. A contribuição teórica trazida por Emmanuel 
Sieyès foi exposta no livro “O que é o Terceiro Estado?”. Em tal obra, nasce a Teoria 
do Poder Constituinte. 
 
O advento de uma Teoria do Poder Constituinte gera algumas 
consequências: 
 
a) Cria a base que sustenta a ideia das Constituições Rígidas; 
 
b) Fundamenta o Constitucionalismo. Está para constitucionalismo como a 
ideia de soberania está para o Absolutismo; 
 
c) Alicerça o desenvolvimento moderno dos conceitos de povo e nação; 
 
d) Estabelece a distinção entre força e força legítima. 
 
 
 
 
1.3. Teoria do Poder Constituinte de Sieyès 
 
A Teoria do Poder Constituinte de Sieyès surge no contexto da Revolução Francesa. 
Contudo, ela se mantém atual, em muitos pontos, mesmo nos dias de hoje. Por isso, 
vamos detalhar um pouco a teoria de Sieyès. 
 
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Inicialmente, Sieyès estabelece a diferença entre Poder Constituinte e Poderes 
Constituídos. O Poder Constituinte institui uma nova ordem por meio da 
Constituição, marcando nitidamente a diferença entre o ato de criação de uma 
Constituição e os atos jurídicos subsequentes, restando estes subordinados àquela. 
 
Nesse sentido, detentores e destinatários do poder teriam que respeitar o 
documento produzido pela nação. 
 
De acordo com Sieyès, “os representantes extraordinários (Parlamentares 
Constituintes) terão um novo poder que a nação lhes dará como lhe aprouver”, ou 
seja, a nação dará poderes a representantes específicos para que eles criem um 
novo Estado. 
 
Além disso, para Sieyès, os representantes não estariam obrigados às formas 
constitucionais sobre as quais eles têm de decidir. Assim, o Poder Constituinte, 
segundo o autor, é onipotente/livre, ou seja, não está vinculado a nenhum regime 
jurídico. A Assembleia Nacional Constituinte estaria livre, inclusive, para definir como 
ela própria irá trabalhar. Este ponto segue atual. 
 
 
Por outro lado, Sieyès afirma que: 
 
“Os representantes ordinários de um povo estão encarregados de 
exercer, nas formas constitucionais, toda esta porção da vontade 
comum que é necessária para a manutenção de uma boa 
administração. Seu poder se limita aos assuntos de governo”. 
 
 
 Observe-se, portanto, que, diferentemente dos representes extraordinários, 
os representantes ordinários (parlamentares normais, ou seja, que não são 
Constituintes), para Sieyès, estariam submetidos à regras do ordenamento jurídico. 
Enquanto os representantes extraordinários são convocados para a Assembleia 
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Nacional Constituinte, os representantes ordinários atuariam na vida política comum, 
possuindo, portanto, poderes limitados. 
 
Outro ponto da teoria de Sieyès diz respeito ao fundamento do Poder 
Constituinte no Direito Natural da Nação, sedo tal direito indisponível, inalienável e 
permanente: 
 
“Entretanto, de acordo com que critérios, com que interesses se teria 
dado uma Constituição à própria nação. A nação existe antes de 
tudo, ela é a origem de tudo. Sua vontade sempre legal é a própria 
lei. Antes dela e acima dela só existe o direito natural”. 
 
Sobre Constitucionalismo, o fundamento filosófico do Constitucionalismo 
Moderno é o direito natural. Sieyès reafirma justamente isso: 
 
“A nação se forma unicamente pelo direito natural. O governo, ao 
contrário, só se regula pelo direito positivo. A nação é tudo o que ela 
pode ser somente pelo que ela é. Não depende de sua vontade 
atribuir-se mais ou menos direitos que ela tem. Mesmo em sua 
primeira época, ela tem os direitos naturais de uma nação”. 
 
 
Dessa forma, comprova-se que o direito naturalfoi o fundamento inicial da 
Teoria do Poder Constituinte de Sieyès, logo, do próprio constitucionalismo. 
 
Outro ponto da teoria de Sieyès diz respeito à conciliação entre Poder 
Constituinte e Representatividade. O pensador francês tem como pressuposto o 
conceito rousseauniano de soberania popular, fonte da qual derivariam todos os 
poderes públicos. 
 
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Para Rousseau, a sociedade deveria ser compreendida como se se 
estruturasse mediante um pacto. Esse pacto, segundo Rousseau, resumir-se-ia aos 
seguintes termos: 
 
“Cada um de nós põe em comum sua pessoa e toda a sua 
autoridade sob o supremo comando da vontade geral, e recebemos 
em conjunto, cada membro, como parte indivisível do todo. Assim, o 
contrato social, ao passo em que estrutura a sociedade, cria o 
governo, comando da vontade geral. Daí porque, para ele, somente 
seria legítimo o governo da vontade geral, manifestada por todas as 
pessoas.” 
 
 
A teoria de Rousseau, entretanto, tinha como consequência a condenação 
das instituições que prevaleciam na França. Por isso, sustentava-se a necessidade 
de refazer o pacto social e, assim, substituir as instituições existentes por novas, que 
assegurassem a participação da vontade geral no governo. 
 
É justamente essa ideia de refazer o contrato social que se atrela a ideia de 
Constituição, enquanto instrumento escrito através do qual se renovaria o pacto 
social e se estabeleceria um governo em que a vontade geral fosse dona da última 
palavra. 
 
Ao contrário da perspectiva de Rousseau, no entanto, que só conhece a 
soberania popular como participação direta na democracia, Sieyès oferece uma 
alternativa política, baseada na representação, para a manifestação da soberania da 
nação. 
Nesse contexto, Sieyès teoriza sobre o modelo de regime de expressão da 
vontade social através de representantes eleitos democraticamente. 
 
Sieyès, em tal proposta, além de reconhecer as dificuldades de instituição de 
uma democracia direta no contexto social da Europa do Século XVIII, manifesta os 
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interesses da burguesia no estabelecimento de uma nova ordem estatal, já que a 
força produtiva da nação estaria concentrada na atividade dessa classe, 
representada pelo terceiro estado: 
 
“Como uma grande nação não pode, na realidade se reunir todas às 
vezes que circunstancias fora da ordem comum exigem, é preciso 
que ela confie a representantes extraordinários os poderes 
necessários a essas ocasiões.” 
 
Assim sendo, Sieyès, através da figura do mandato, introduz a noção de 
representação como constitutiva do exercício da soberania. O voto, portanto, leva à 
escolha do representante, a ser dotado, a partir da investidura, de vontade própria, 
autônoma aos anseios dos representados. A soberania popular, aqui, é convertida 
em soberania da nação. 
 
Tema igualmente relevante da teoria de Sieyès diz respeito à delegação do 
Poder Constituinte à Assembleia Constituinte. Como visto, para Sieyès, a titularidade 
do Poder Constituinte é da nação, sendo ela indisponível, mas podendo ser 
delegável: 
 
 
“Tudo isso já é suficiente para demonstrar o direito que tem o 
Terceiro Estado de formar, sozinho, uma Assembleia Nacional, e 
para autorizar por força da razão e da equidade, a sua pretensão 
legítima de deliberar e de votar por toda a nação, sem exceção”. 
 
 
“É necessário compreender, antes de tudo, qual é o objetivo ou o fim 
da Assembleia representativa de uma nação: não pode ser diferente 
do que a própria nação se proporia se pudesse se reunir e deliberar 
no mesmo lugar. O que é a vontade de uma nação? É o resultado 
das vontades individuais, como a nação é a reunião dos indivíduos”. 
 
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Sieyès defende ainda a necessidade de um momento solene de elaboração da 
Carta Constitucional (Assembleia Constituinte): 
 
“Assim, não há nenhuma dificuldade quanto à pergunta: que deveria 
ser feito? Convocar a nação para que ela mandasse à metrópole 
representantes extraordinários com procuração especial para definir 
a composição da assembleia nacional ordinária. Eu não gostaria que 
esses representantes tivessem, além disso, poderes para se reunir, 
em seguida, em assembleia ordinária, de acordo com a Constituição 
que eles próprios fixassem com qualificação extraordinária. 
 
Eu penso que, em vez de trabalhar unicamente pelo interesse 
nacional, eles dariam mais atenção ao interesse do próprio corpo que 
iriam formar” 
 
 
Da análise da Teoria do Poder Constituinte de Siyès, podemos constatar que 
ela continua extremamente atual. Com exceção ao assunto da titularidade do poder 
constituinte, que ainda estudaremos, praticamente todos os demais temas acima 
abordados são entendimento majoritário na literatura de Direito Constitucional sobre 
o poder constituinte. 
 
Segundo Dirley da Cunha Jr: 
 
“O Poder Constituinte é a expressão maior da vontade de um povo 
ou grupo destinada a estabelecer os fundamentos de organização de 
sua própria comunidade. É um poder político fundamental e supremo 
capaz de criar as normas constitucionais, organizando o Estado, 
delimitando seus poderes e fixando-lhes a competência e limites. É a 
manifestação soberana de vontade de um ou alguns indivíduos 
determinada a gerar um núcleo social”. 
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Sendo assim, o Poder Constituinte é o poder responsável pela criação 
da Constituição, assim como pelas eventuais mudanças posteriores que se 
fizerem necessárias, reformando ou revisando o texto constitucional. 
 
A origem da teoria do Poder Constituinte remonta à França pré-
revolucionária, onde a sociedade era composta por três distintos grupos sociais, 
chamados de Estados. Destarte, a sociedade francesa à época da Monarquia 
Absolutista era composta pelo primeiro estado, que correspondia ao clero, aos 
membros da Igreja Católica; segundo estado, que correspondia aos membros da 
nobreza; e o terceiro estado, que englobava a população restante (a plebe e a 
burguesia). Existiam privilégios que eram concentrados somente no primeiro e 
segundo Estados, que representavam, aproximadamente, apenas 3% da população. 
 
No ano de 1788, Emmanuel Joseph Sieyès escreveu um folhetim 
denominado “O Que é o Terceiro Estado? (também encontrado sob a versão de “A 
Constituinte Burguesa ” ), no qual restou demonstrado que os integrantes 
pertencentes ao terceiro estado, apesar de carecedores dos benefícios concedidos 
ao clero e à nobreza, eram, em verdade, os responsáveis pelo sustento da França, 
ou seja, a força econômica produtora de riqueza. 
 
Nesse manifesto, Sieyès resume a situação a partir de três 
questionamentos: 
 
1º) O que é o terceiro Estado? 
 – Tudo; 
2º) O que tem sido ele, até agora, na ordem política? 
– Nada; 
3º) O que ele pretende? 
– Ser alguma coisa. 
 
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Os pensamentos de Sieyès foram fundamentais para a conjuntura do 
movimento revolucionário francês que, como revolução burguesa, pretendia superar 
o regime absolutista monárquico. Em sua obra, Sieyès faz a distinção entre poder 
constituinte e poder constituído, ponto central da sua teoria, afirmando que o poder 
constituinte é aquele responsável pela criação da Constituição, enquanto que 
poderes constituídos são aqueles por ela definidos. 
 
Para Sieyès existiam três fases na formação da sociedade política: 
 
1°) existência de indivíduos isolados desejosos de se reunir, sendo a ele 
atribuídos direitos de uma nação; 
 2°) os indivíduos, agora reunidos, passariam a deliberar acerca da forma de 
satisfazer as necessidades comuns; 
3°) surge a necessidade de delegarem as decisões da coletividade a alguns 
integrantes desta. Sieyès traz a ideia de que a nação não é escrava da Constituição 
e, por isso, poderia alterar a Constituição por meio de representantes. 
 
Vale ressaltar que, para o autor, o titular do poder constituinte éa “Nação”. 
Modernamente, sabe-se que a titularidade do poder constituinte é do povo, 
conforme, inclusive, estabelecido no parágrafo único do art. 1º da CF/88 (“Todo o 
poder emana do povo”). 
 
 
1.4. Natureza do Poder Constituinte: 
 
Em geral, a doutrina, afirma que o Poder Constituinte é um poder de fato, 
político. 
 
 
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Bonavides leciona: 
 
“(...) A natureza política soberana, inerente à essência do poder 
constituinte, fá-lo-ia sempre absoluto, desatado de vínculos restritivos 
que não fossem os da direta e imediata expressão de sua própria 
vontade, presente e atualizada, eliminatória das alienações 
representativas latentes ou a termo, como aquelas acolhidas depois 
no esquema jurídico do chamado poder constituinte constituído”. 
 
De acordo com Paulo Bonavides, o conceito de poder constituinte é político. 
É o poder de fazer a Constituição, não se prendendo a limites formais, sendo 
extrajurídico. 
O exercício do poder constituinte é anterior ao próprio Estado; uma potência 
revolucionária. Trata-se, assim, de um poder supra legem ou legitibus solutus, um 
poder ao qual todos os poderes constituídos hão de, necessariamente, guardar 
sujeição. 
 
 
Aprofundando um pouco mais: 
 
 
O Poder Constituinte como um poder Legitibus Solutus. 
 
O poder constituinte é um poder legitibus solutus. Tal conceito baseia-se na ideia de 
John Salisbury, autor medieval, que compreendia a sociedade como um organismo 
natural, um corpo político, em que a cabeça é ocupada pelo príncipe, o qual era 
responsável tanto pela conservação da fé como também do organismo político. 
Dessa forma, o príncipe era o representante do interesse público, ele disporia de 
poder absoluto ou legibus solutus. Em sua obra, Salisbury se dedica a diferenciar o 
príncipe e o tirano. O autor afirma que, quando se fala que o príncipe é legibus 
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solutus, não significa que lhe seja lícito cometer atos injustos, mas simplesmente 
que ele deve ser justo não por temor às penas (já que não há ninguém acima dele 
que tenha o poder de puni-lo), mas por amor à justiça. O príncipe era assim livre 
para decretar leis, o que não deve ser confundido com a idéia de tirania, pois não é 
como vontade privada ou particular que o rei é legibus solutus, mas como pessoa 
pública, como encarnação e instrumento da dignidade régia. 
 
 
Nas palavras de Bercovici: 
 
“O rei teria uma posição jurídica única, contra a qual a lei não poderia 
ser acionada, e, portanto, estava, em certo aspectos, acima e forma 
do alcance da lei. No entanto, o rei era sujeito às leis divina e natural, 
não apenas de forma transcendental, mas também em suas 
manifestações concreta. A expressão lex facit regem significava que 
o rei estava sujeito à lei que o fez rei. A lex regia foi o instrumento 
pelo qual o povo conferiu ao príncipe a autoridade para legislar em 
seu nome e interpretar a lei como entender”. 
 
 
Nesse contexto, afirmar que o poder constituinte, até os dias de hoje, é um 
poder legibus solutus significa falar que é um poder que está acima de todas as leis 
postas, que se afirma com uma superioridade sobre todo o ordenamento, pois cabe 
a ele garantir a paz e a harmonia sociais. 
 
 
1.5. Espécies de Poder Constituinte: 
 
De acordo com a doutrina brasileira, existem quatro tipos de poder 
constituinte: 
 
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1- Originário: que se subdividiria em histórico (aquele que cria as 
Constituições com o passar do tempo) e revolucionário (quando há o afloramento 
dos anseios populares, derrubando o regime jurídico anterior); 
 
2- Derivado: (sinônimo de poder constituído – Sieyès), que se subdivide 
em reformador, decorrente e revisor. 
 
3- Difuso: trata-se de um poder de fato (informal), que modifica a 
Constituição sem alterar o seu texto. 
 
4- Supranacional: poder que une os interesses cidadãos de diversos 
Estados e esses próprios Estados Soberanos na busca por uma criação 
de uma Carta Constitucional de diversos estados para legitimar a ligação 
entre esses diversos povos, propiciando maior integração. 
 
 
 
Acompanhe o seguinte exemplo: 
 
 Histórico 
 Revolucionário 
 
 
 
 Reformador, Decorrente e Revisor 
 
 
 
 
 
 
 
Originário 
Derivado 
Difuso 
Supranacional 
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Há duas espécies de poder constituinte originário: 
 
a) Histórico: 
Momento em que o pais teve a sua primeira constituição na história. É o 
verdadeiro Poder Constituinte Originário, o qual estrutura o Estado pela primeira vez 
 
b) Revolucionário: 
Rompimento da ordem constitucional anterior. São todos aqueles 
manifestados após o Poder Constituinte Histórico, rompendo com a antiga ordem e 
instaurando um novo regime; 
 
c) Consensual: Existe ainda quem entenda que há um Poder Constituinte 
Originário Consensual, como sendo aquele que inaugura um novo regime por meio 
de uma nova Constituição fruto de um pacto/consenso entre forças políticas 
divergentes. Pode-se afirmar, inclusive, que a Constituição Federal de 1988 é fruto 
de uma transição consensual entre o regime anterior e o novo regime. 
 
São formas de expressão do Poder Constituinte Originário: 
 
a) Outorga – caracterizada pela declaração unilateral do agente 
revolucionário, ocorrendo a usurpação do Poder Constituinte Popular. Foi o que 
aconteceu, por exemplo, com as Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967 e 
1969; 
b) Assembleia Nacional Constituinte – a Constituição nasce da deliberação 
da representação popular. Observou-se nas Constituições brasileiras de 1891, 1934, 
1946 e 1988. 
 
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Constatamos que o Poder Constituinte Originário é o responsável pela 
elaboração da Constituição do Estado, sendo possível identificar a seguinte 
classificação: 
 
• Poder Constituinte Material: é o conjunto de valores essenciais, materiais, 
filosóficos, morais, sociais, políticos, que traduzem a vontade popular. São as forças 
político-sociais que vão apresentar uma nova ideia de direito para o Estado e para a 
sociedade, rompendo com o status quo para estabelecer uma nova ordem. 
 
A ruptura deve ocorrer, e isso poderá acontecer por revolução (de baixo para 
cima), por golpe (de cima para baixo) ou por meio de um consenso jurídico-político. 
 
• Poder Constituinte Formal: é aquele que concretiza a expressão do Poder 
Constituinte Originário Material, sendo, portanto, a sua positivação. 
 
É aquele grupo encarregado de formalizar a ideia de direito apresentada 
pelo Poder Constituinte Material, ou seja, é o grupo encarregado de redigir o texto 
da nova constituição. Portanto, tem-se um momento em que há efetivamente a 
elaboração da Constituição, dando a ideia do direito que surgiu. Trata-se da 
formalização do momento material. 
 
 
 
Novelino nos traz mais algumas espécies de Poder Constituinte Originário: 
 
1- Quanto ao modo de deliberação constituinte: 
 
a) Poder Constituinte Concentrado (ou Demarcado): 
 
O surgimento da constituição resulta da deliberação formal de um grupo de 
agentes, como no caso das constituições escritas; 
 
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b) Poder Constituinte Difuso: 
 
É um poder de fato manifestado por mutação constitucional. Trata-se de mais 
um mecanismo de mudança da Constituição. Se por um lado a modificação 
introduzida pelo Poder Constituinte Derivado Reformador é formal, por intermédio de 
emenda constitucional, a do difuso se instrumentaliza de modo informal e 
espontâneo, como verdadeiro poder de fato, modifica a Constituição sem alterar o 
seu texto. 
 
Pelo Poder Constituinte Difuso, a interpretação do texto constitucional é 
alterada. 
 
2- Quanto ao momento de manifestação: 
 
a) Poder Constituinte Histórico: 
 
Responsável pelo surgimento da primeira constituição de um Estado. 
 
Por exemplo: constituição brasileira de1824. 
 
b) Poder Constituinte Revolucionário: 
 
Elabora as constituições posteriores a partir de uma revolução (constituição 
brasileira de 1937) ou de uma transição constitucional (constituição brasileira de 
1988). 
 
3- Quanto ao papel na elaboração do documento constitucional: 
 
a) Poder Constituinte Material: 
 
É o responsável por definir o conteúdo fundamental da constituição, elegendo os 
valores a serem consagrados e a ideia de direito que irá prevalecer. 
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b) Poder Constituinte Formal: 
 
Formaliza no plano normativo as escolhas políticas do Poder Constituinte Material. 
 
 
“O Poder Constituinte Material precede o Formal em dois aspectos: 
 
(I) logicamente, porque 'a ideia de direito precede a regra de direito; o valor 
comanda a norma; a opção política fundamental, a forma que elege para 
agir sobre os fatos; a legitimidade, a legalidade'; e 
 
(II) historicamente, pois o triunfo de certa ideia de direito ou nascimento de 
certo regime ocorre antes de sua formalização” (NOVELINO, 2017) 
 
Podemos destacar a existência de duas correntes doutrinárias: 
 
a) Positivistas (Carl Schmitt): 
 
O Poder Constituinte é anterior e se encontra acima de toda e qualquer 
norma jurídica, devendo ser considerado um poder político (extrajurídico ou de fato) 
resultante da força social responsável por sua criação. 
 
Em razão de sua natureza essencialmente revolucionária, o Poder 
constituinte estaria liberado de valores referentes à sua legitimidade. 
 
Por ter o seu sentido na existência política, o sujeito do Poder Constituinte 
poderia fixar livremente o modo e a forma da existência estatal a ser consagrada na 
constituição, sem ter que se justificar em uma norma ética ou jurídica. 
 
Algumas características essenciais para os positivistas: 
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1- inicial, por não existir nenhum outro antes ou acima dele; 
 
2- autônomo, por caber apenas ao seu titular a escolha do conteúdo a ser 
consagrado na constituição; e 
 
3- incondicionado, por não estar submetido a nenhuma regra de forma ou de 
conteúdo. 
 
b) Jusnaturalistas (Abade Sieyès): 
 
O Poder Constituinte é um poder jurídico (ou de direito). Os defensores da 
existência de um direito eterno, universal e imutável, preexistente e superior ao 
direito positivado, sustentam que o Poder Constituinte, apesar de não encontrar 
limites no direito positivo anterior, estaria subordinado aos princípios do direito 
natural. 
 
 
Para os jusnaturalista tem-se as seguintes características: 
 
I- incondicionado juridicamente pelo direito positivo, mas submetido aos 
princípios do direito natural; 
 
II- permanente, por não se exaurir com a conclusão de sua obra; e 
 
III- inalienável, devido à impossibilidade de transferência, pela nação, desta 
titularidade 
 
 
2. Titularidade do Poder Constituinte Originário: 
 
Em sua obra clássica obra “O que é o Terceiro Estado?”, Joseph Sieyès 
sustentava que o Terceiro Estado seria a nação, titular do poder constituinte. De 
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acordo com Marcelo Novelino (2017, p. 73), para a doutrina majoritária, a titularidade 
do poder constituinte reside sempre na soberania do povo. 
 
Em ambos os casos acima elucidados, quem concedeu o poder para os 
membros da assembleia nacional constituinte foi o povo. A titularidade do poder 
constituinte é sempre do povo. A Assembleia Constituinte apenas exerce o poder do 
povo. A titularidade do poder constituinte é do povo, mas seu exercício é dos 
representantes do povo, escolhidos democraticamente ou não. 
 
Toda vez que você exerce o poder constituinte originário revolucionário, a 
primeira coisa que a nova constituição vai fazer é olhar para as normas 
anteriormente elaboradas e verificar se elas foram ou não foram recepcionadas. 
Verifico a sua recepção, que é a compatibilidade com a nova constituição. 
 
Por exemplo: 
 
Quando verifico se o Código Eleitoral está de acordo com a constituição 
atual estou verificando se ele foi ou não recepcionado, a compatibilidade dessa lei 
com a nova constituição. 
 
Em síntese, o poder constituinte é o poder que cria ou atualiza normas 
constitucionais. Trata-se do poder exercido pelo legislador constituinte. 
 
Apesar de Emmanuel Joseph Sieyés ter sido o grande teórico do Poder 
Constituinte, a versão vencedora de tal teoria, no que tange à titularidade legítima do 
poder constituinte, foi a de Rousseau, no sentido de que tal titularidade pertence ao 
povo. É o que consta, inclusive, no preâmbulo da Constituição norte-americana: 
 
 
“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais 
perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a tranquilidade interna, 
prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para 
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nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, 
promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados 
Unidos da América.” Constituição dos Estados Unidos da América de 
1787. 
 
 
De tal modo, historicamente prevaleceu a noção de que a titularidade 
legítima do Poder Constituinte pertence ao povo. Esse conceito ganhou ampla 
aderência em todo mundo, suplantando o conceito de nação, pelo fato de o conceito 
de povo possuir um significado mais amplo do que o de nação por trazer mais 
igualdade política e mais direito de participação a todos. 
 
Segundo Canotilho, o povo é “uma pluralidade de forças culturais, sociais e 
políticas tais como partidos, grupos, igrejas, associações, personalidades, 
decisivamente influenciadoras da formação de ‘opiniões’, ‘vontades’, ‘correntes’ ou 
‘sensibilidades’ políticas nos momentos preconstiuintes e nos procedimentos 
constituintes”. Assim, nas democracias atuais, o povo tem uma grandeza pluralística. 
 
O conceito de povo é abarcado por todos e todas que estão sobre o território 
de um Estado, mantendo relações jurídicas com ele, enquanto que o conceito de 
nação ficou vinculado a uma ideia de pessoas unidas por laços culturais e da 
tradição. Sobretudo, em países constituídos por imigração, como os americanos, o 
conceito rousseauniano de povo mostrou-se muito mais democrático. Assim, este é 
um ponto em que a teoria de Sieyés tornou-se suplantada. 
 
 
 
3. Limitação do poder constituinte originário revolucionário. 
 
As limitações extrajurídicas não levam em consideração as características 
do poder constituinte originário (ilimitado, incondicionado, entre outras) 
(BULOS,2012). 
 
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Com efeito, as limitações supra jurídicas dividem-se em três: 
 
Limitações ideológicas, institucionais e substanciais (materiais). 
 
Iremos analisar somente as limitações materiais do poder constituinte que 
também se dividem três categorias: transcendentes, imanentes e heterônomo. 
 
De acordo com Novelino, os limites transcendentes são impostos pelos 
valores éticos relacionados com o direito natural. Estão relacionados à dignidade da 
pessoa humana. 
 
Como exemplo na Constituição da República Federativa do Brasil não pode 
uma nova constituição inserir a pena de morte, salvo em casos de guerra declarada. 
 
Já, para os limites imanentes são considerados a forma de governo, forma de 
estado e o sistema de governo, além da soberania popular. Assim, os limites 
imanentes “[...] referem-se a aspectos como a soberania ou a forma de Estado [...]” 
(NOVELINO, 2015, p. 77). 
 
Ademais, os limites heterônomos relacionam-se “[...] com os outros 
ordenamentos jurídicos como, por exemplo, as obrigações impostas ao Estado por 
normas de direito internacional [...]” 
 
Os limites heterônomos foram inseridos como forma de proteger o ser 
humano, devido as crueldades cometidas na Segunda Guerra Mundial, 
principalmente como a assinatura da Declaração Universal do Direito Humanos, em 
1948. (PADILHA, 2014). 
 
Nesse cenário, a nova constituição deverá estar conforme os princípiosinternacionais, respeitando as relações internacionais. 
 
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Dessa forma, como bem anota Leal (2003, p. 35): “[...] a onipotência do poder 
constituinte [...] não é ilimitada; talvez o tenha sido em sua origem. Contudo, 
acreditamos, como Häberle, que a humanidade chegou a um ponto de evolução em 
ao qual não mais se pode voltar atrás”. 
 
 
 
Aula 02 – Poder constituinte: originário 
 
 
4. Características: 
 
Características do Poder Constituinte Originário (tanto o histórico 
como o reformador): 
 
O poder constituinte originário é autônomo, inicial, instantâneo, ilimitado 
juridicamente, incondicionado, soberano na tomada de suas decisões, um poder de 
fato e político, permanente. 
 
a) Autônomo: pois independe de outros textos constitucionais e não deve 
obediência a nenhuma outra lei. A estruturação da nova constituição será 
determinada, autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário. 
 
Essa autonomia significa que só ao seu exercente cabe fixar os termos em 
que a nova Constituição será estabelecida e qual Direito deverá ser implantado. 
 
b) Inicial: pois inicia uma nova ordem jurídica ou rompe com a ordem 
jurídica anterior. Assim, quando inaugura uma nova ordem jurídica, rompe com o 
regime anterior. Ele é sempre uma ruptura jurídico-política que apresenta um novo 
Estado e uma nova sociedade. 
 
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É um “começar de novo”. Para a teoria constitucional, a Constituição cria o 
Estado, ainda que o estado exista historicamente. Demarca a ruptura com o 
passado e o estabelecimento de um novo Estado, de uma nova sociedade, a partir 
da nova Constituição. 
 
c) Instantâneo: O poder constituinte é realizado em um instante, em um 
determinado momento. Depois de feito ele resulta em um texto. 
 
Exemplo: Quando olhamos a constituição de 1988 sem as emendas 
estaremos diante do poder constituinte originário instantâneo, pois reflete o 
momento histórico em que a constituição foi elaborada, tanto a constituição que 
iniciou uma nova ordem jurídica como a que rompeu com a ordem jurídica anterior. 
 
 
 
Aula 03 – Poder constituinte: originário 
 
d) Ilimitado: pois não precisa respeitar os limites postos pelo direito anterior. 
 
e) Incondicionado: porque não precisa se submeter a qualquer forma 
prefixada de manifestação. Sendo, portanto, soberano na tomada de suas decisões. 
Significa que não guarda condições ou termos pré-fixados 
procedimentalmente para a elaboração da nova Constituição. Ou seja, em regra, 
quem define os procedimentos para a elaboração da Constituição é o próprio Poder 
Constituinte, não se sujeitando a nenhuma forma pré-fixada para a sua 
manifestação. 
 
Quando um país elabora uma nova constituição ele não tem o dever de 
seguir nada do que estava previsto na constituição anterior. 
 
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Essa ideia nos traz a seguinte consequência prática: 
 
Existe uma constituição de 1988 que proíbe a pena de morte no Brasil e só 
autoriza no caso de guerra declarada. 
 
Por exemplo: Se eu criar uma nova constituição eu não precisarei seguir 
essa regra da constituição de 1988, pois a nova constituição tem plena liberdade 
para tratar do que quiser da forma que quiser. Então, na prática, não precisaria ter 
essa limitações relacionadas à pena de morte, da mesma forma que na constituição 
de 1988. 
 
 
f) Poder de fato e poder político: pode ser explicado como sendo uma 
energia ou força social, tendo natureza pré-jurídica. Devido a essas características, 
a nova ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela. 
É um poder de fato, não sendo um poder jurídico, pois não se baseia em 
uma ordem jurídica. Pelo contrário, faz nascer a ordem jurídica. 
 
 
g) Permanente: o poder constituinte originário não se esgota com a edição 
da nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma e expressão da 
liberdade humana, em verdadeira ideia de subsistência. 
 
O Poder Constituinte Originário não se exaure com a elaboração da 
Constituição, podendo se manifestar a qualquer tempo, quando manifestado pelo 
seu titular (o povo). Mesmo após a elaboração da Constituição, o Poder Constituinte 
continua vivo, ainda que em estado de latência (em hibernação), pois está alocado 
no povo, que é o seu titular. 
Por Exemplo: Copa das Confederações em 2013 (movimentação nas ruas, 
PEC do MP, quase houve uma ruptura). 
 
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OBS: Existem algumas críticas na doutrina em relação a tais expressões, 
devido à vedação ao retrocesso. 
 
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Aula 04 – Poder constituinte: originário 
 
O poder constituinte originário não passa pelo controle de 
constitucionalidade. 
 
O controle de constitucionalidade ocorre quando analisamos uma lei após a 
vigência da constituição e verificamos se essa lei é compatível com a constituição. 
 
Por exemplo: Surgiu a Lei Geral de Proteção de Dados, então preciso 
verificar se ela é compatível com a constituição de 1988. (compatibilidade vertical) 
 
 
5. Controle de constitucionalidade: 
 
CONCEITO: 
 
É a análise de conformação da norma infraconstitucional (objeto) à norma 
constitucional (parâmetro), em razão da relação imediata de conformidade vertical 
entre aquela e esta, com o fim de impor sanção de invalidade à norma que seja 
incompatível com o bloco de constitucionalidade. (PADILHA, Rodrigo, 2011, p. 87); 
 
A Constituição Federal de 1988 é uma Constituição rígida, por isso é 
necessário observar um procedimento especial para a sua alteração. Essa rigidez da 
Carta Magna decorre do princípio da supremacia formal da Constituição Federal. 
Dessa forma, se uma norma é produzida em descompasso com a 
Constituição Federal, esta será considerada nula. 
O controle de constitucionalidade é uma análise ou verificação de 
compatibilidade ou adequação de leis ou atos normativos em relação a uma 
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Constituição. O parâmetro é a Constituição com suas normas expressas e 
implícitas e o objeto do controle são as leis ou atos do controle. 
 
Importante ressaltar os pressupostos do controle de constitucionalidade, em 
especial o “forte”, que é o que existe no Brasil, nos Estados Unidos, na Áustria, na 
Alemanha, em Portugal, na Espanha etc. 
 
Pressupostos de controle de constitucionalidade: 
 
Existência de uma Constituição formal e rígida; 
Constituição como fundamento de validade para o restante do ordenamento; 
Um órgão dotado de legitimidade para realizar o controle, para dizer se as 
leis ou os atos normativos são ou não adequadas com a Constituição; 
Existência de uma sanção: invalidade da lei/ato normativo. 
 
Para ser possível ser feita essa análise de constitucionalidade para verificar 
se essa lei segue a constituição, preciso ter alguns parâmetros. 
 
Podemos destacar como momentos de controle: 
 
Preventivo: ocorre quando ainda não há norma em vigor. A 
inconstitucionalidade ocorre antes do nascimento do ato normativo. A fiscalização 
incide sobre o projeto de lei ou de emenda. Pode ser feito pela comissão de 
constituição e justiça dos Poderes Legislativos, bem como pelo veto jurídico do 
chefe do Poder Executivo. Também é possível quando o parlamentar impetra MS, 
com o objetivo de sustar o andamento de um PL ou uma PEC, sob o argumento de 
que esse parlamentar teria o direito líquido e certo de participar de um processo 
legislativo constitucional; 
- Repressivo: ocorre após a edição do ato normativo. A fiscalização incide 
sobre o ato normativo já positivado. Nesse caso, é feito pelo Poder Judiciário, como 
regra. É possível que se dê na via política, como é o caso de sustação de ato do 
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Poder Executivo que exorbite o poder regulamentar ou os limites da delegação em 
caso de lei delegada. 
 
Controle de convencionalidade: 
 
Segundo Mazzuoli (2020), quando o parâmetro é um tratado ou uma 
convenção internacional,fala-se em controle de convencionalidade. De outro modo, 
Marcelo Novelino adota entendimento diverso, preferindo falar de controle de 
convencionalidade somente em se tratando de convenção com status supralegal. 
 
Ainda não há nenhum mecanismo previsto de controle de 
convencionalidade. Ele é feito dentro das ações normais, de forma incidental. Assim, 
conceitua-se controle de convencionalidade como sendo o juízo de compatibilidade 
entre duas normas jurídicas, sendo a norma parâmetro não a Constituição, mas sim 
os Tratados Internacionais que versem sobre Direitos Humanos. A partir desse 
controle, podem incidir dois efeitos: o efeito de afastamento e o efeito paralisante. 
 
ATENÇÃO: Não confundir a ausência de passagem pelo controle (para 
declarar a norma inconstitucional) com a mutação constitucional ou com a 
interpretação conforme. 
 
 
6. Legitimidade: 
 
Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 75), a análise da legitimidade do Poder 
Constituinte Originário pode ser feita sob dois prismas distintos: 
 
1- Subjetivo: a legitimidade está relacionada à titularidade e ao exercício do 
poder. Para ser considerado legítimo, o Poder Constituinte deve ser exercido por 
representantes do povo eleitos especificamente para esse fim e nos limites da 
delegação. 
 
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2- Objetivo: o Poder Constituinte deve consagrar na constituição um 
conteúdo valorativo em conformidade com determinadas limitações materiais e/ou 
correspondente aos anseios de seu titular. 
 
Nesse contexto, Canotilho afirma que o critério da legitimidade do Poder 
Constituinte não é a mera posse do poder, mas a conformidade do ato constituinte 
com a ideia de justiça e com os valores radicados na comunidade em um 
determinado momento histórico. 
 
 
A consagração de uma justa ordenação dos interesses e forças sociais das 
quais a Constituição se originou é fator indispensável para sua legitimidade. 
 
 “O poder constituinte se revela sempre como uma questão de 
‘poder’, de ‘força’ ou de ‘autoridade’ política que está em condições 
de, numa determinada situação concreta, criar, garantir ou eliminar 
uma Constituição entendida como lei fundamental da comunidade 
política”. (Canotilho, 7 ed, p 65) 
 
 
7. Limitações: 
 
- Limitações Materiais: 
 
Há três categorias de limites materiais: 
 
1- Limites Transcendentes: são limites que, advindos de imperativos do direito 
natural, de valores éticos ou de uma consciência jurídica coletiva, impõem-se à 
vontade do Estado, demarcando sua esfera de intervenção. 
 
Dessa forma, parte da doutrina sustenta o dever de manutenção, imposto ao Poder 
Constituinte Originário pelo princípio da proibição de retrocesso, dos direitos 
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fundamentais objeto de consensos sociais profundos ou diretamente ligados à 
dignidade da pessoa humana. 
 
2- Limites Imanentes: são limites relacionados à configuração do Estado à luz do 
Poder Constituinte material ou à própria identidade do Estado de que cada 
constituição representa apenas um momento da marcha histórica. 
 
Fazem referência a aspectos como a soberania ou a forma de Estado. 
 
3- Limites Heterônomos: são limites provenientes da conjugação com outros 
ordenamentos jurídicos como, por exemplo, as obrigações impostas ao Estado por 
normas de direito internacional. 
 
A globalização e a crescente preocupação com os direitos humanos são fenômenos 
que têm contribuído para relativizar a soberania do Poder Constituinte. 
 
Nesse aspecto, seria vedado às futuras constituições brasileiras consagrar a pena 
de morte para além dos casos de guerra externa, antes o disposto na Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos, que veda o restabelecimento da pena de morte 
nos Estados que a hajam abolido. 
“A visão positivista de que o Poder Constituinte Originário tem plena 
liberdade para definir o conteúdo a ser consagrado no texto 
constitucional é refutada com base no argumento de que, fora do 
direito positivo interno, existem limitações materiais a serem 
observadas” (NOVELINO, 2017, p. 74). 
 
 
 
De forma resumida, temos: 
 
Poder Constituinte: 
 
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• Poder de criar e reformar as constituições; 
• Tipos: originário, derivado (reformador, difuso e decorrente) e supranacional; 
 
Poder Constituinte Originário: 
 
• Inicial, inaugural, genuíno ou de 1° grau; 
• Instaura uma ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica anterior; 
 
• Tem como objetivo, portanto, a criação de um novo estado, uma vez que altera os 
elementos básicos deste (elementos jurídicos); 
 
• Pode ser: histórico (fundacional) ou revolucionário; 
 
Características: inicial, autônomo, ilimitado juridicamente, incondicionado e soberano 
na tomada de suas decisões, poder de fato e político, permanente; 
 
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Importante realizar a leitura dos seguintes artigos da Constituição Federal: 
 
Da Organização do Estado 
CAPÍTULO I 
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 1º Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em 
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para 
se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante 
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-
ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e 
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 
1996) Vide art. 96 - ADCT 
(...) 
CAPÍTULO II 
DA UNIÃO 
(...) 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
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III - assegurar a defesa nacional; 
(...) 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
(...) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672) 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
(...) 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a 
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006) 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (Vide Lei nº 
13.874, de 2019) 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
(...) 
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§ 1º No âmbito da legislação concorrente, acompetência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
 
CAPÍTULO III 
DOS ESTADOS FEDERADOS 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por 
esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços 
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória 
para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 
1995) 
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por 
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento 
e a execução de funções públicas de interesse comum. 
(...) 
CAPÍTULO IV 
Dos Municípios 
(...) 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
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I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; (Vide ADPF 672) 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas 
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos 
prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os 
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem 
caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços 
de atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. (...) 
 
CAPÍTULO V 
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS 
Seção I 
DO DISTRITO FEDERAL 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei 
orgânica, votada em 
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da 
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos 
Estados e Municípios. 
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§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 
77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados 
Estaduais, para mandato de igual duração. 
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. 
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da 
polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) 
(...) 
 
TÍTULO IV 
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
CAPÍTULO I 
DO PODER LEGISLATIVO 
SEÇÃO I 
DO CONGRESSO NACIONAL 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. 
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, 
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. 
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo 
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à 
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, 
para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais 
de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar nº 78, de 1993) 
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. 
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito 
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
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§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito 
anos. 
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro 
em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. 
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes. 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa 
e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria 
absoluta de seus membros. 
Seção II 
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, 
não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as 
matérias de competência da União, especialmente sobre: 
 
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; 
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de 
crédito, dívida pública e 
emissões de curso forçado; 
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; 
(...) 
 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir 
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do 
País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
(...) 
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Seção III 
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; 
(...) 
 
 
Seção IV 
 
DO SENADO FEDERAL 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, 
do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) 
 
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do 
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o 
Procurador-Geral da República e o AdvogadoGeral da União nos crimes de 
responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
(...) 
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente 
o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será 
proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com 
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das 
demais sanções judiciais cabíveis. 
 
Seção V 
 
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES 
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Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões,palavras e votos. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos 
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
(...) 
 
Seção VII 
 
DAS COMISSÕES 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e 
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo 
regimento ou no ato de que resultar sua criação. 
(...) 
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das 
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de 
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seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
 
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Leitura Complementar 
 
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=485897&ori=1 
 
 
 
Jurisprudência 
 
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search?base=acordaos&pesquisa_inteiro_teor
=false&sinonimo=true&plural=true&radicais=false&buscaExata=true&page=1&pageS
ize=10&queryString=adi%206510%20mg&sort=_score&sortBy=desc 
 
 
 
Bibliografia 
 
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 17ª ed. Editora 
JusPodivm. 2022. 
 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 26ª ed. Editora 
Saraiva Jur. 2022. 
 
 
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