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Revoltas na República Velha

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Revoltas na 
República Velha
Diante da excludente política das oligarquias, 
voltaram-se vozes do campo brasileiro. Movimentos 
messiânicos como a Guerra de Canudos e a Guerra 
do Contestado assolaram o Brasil, enquanto o bandi-
tismo social dos “excluídos do capitalismo” promovia 
saques no campo. A figura de Padre Cícero Romão, o 
“Padim Ciço”, também foi eminente nessas revoltas 
contra o Governo Federal. Violência e santidade ca-
minham lado a lado nos conturbados primeiros anos 
da República Brasileira.
A Guerra de Canudos 
(1896-1897)
Sua trajetória está ligada à figura de Antônio 
Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, beato 
de origem humilde que percorreu o sertão baiano, 
na localidade denominada Arraial do Belo Monte, às 
margens do Rio Vaza Barris. 
Formou-se nessa região uma comunidade lide-
rada por Conselheiro, que se entitulava um messias 
enviado para salvar o povo nordestino do sofrimento. 
Esta angústia era baseada na exploração do latifún-
dio monocultor, na seca e no descaso das autorida-
des governamentais diante da grave situação dos 
nordestinos.
Antônio Conselheiro.
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O arraial do Belo Monte, ou a comunidade de 
Canudos, chegou a ter cerca de trinta mil pessoas, 
atraídas pela produção de subsistência que procurava 
vencer a fome, sendo que a comunidade chegava a 
produzir excedentes que eram comercializados com 
as comunidades vizinhas. Diante deste crescimento, 
Canudos começou a incomodar muitos setores. Os la-
tifundiários perceberam que gradativamente perdiam 
a mão-de-obra barata para Canudos, enquanto a Igreja 
Católica preocupou-se com o número de fiéis, agora 
sob as ordens e proteção do beato Conselheiro.
 
As pregações de Conselheiro
Garantido pela lei
Aqueles malvados estão 
Nós temos a lei de Deus 
Eles tem a lei do cão!
(...)
Casamento vão fazendo 
Para o povo iludir
Vão casar o povo todo
No casamento civil!
(...)
O Anticristo nasceu 
Para o Brasil governar 
Mas aí está o conselheiro
Para dele nos livrar!
Visita vem nos fazer 
Nosso rei D. Sebastião 
Coitado daquele pobre
Que vive na lei do cão!
(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro: 
Francisco Alves, 1987. p. 139.)
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
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As autoridades governamentais começaram a 
vincular nos meios de comunicação a ideia de que 
Conselheiro era monarquista por acreditar no retorno 
de D. Sebastião, rei de Portugal morto em 1578, na 
batalha de Alcácer-Qbir, origem do Sebastianismo. 
A primeira campanha militar contra Canudos 
ocorreu no governo de Prudente de Morais, que foi 
francamente desarticulada pelos homens de Conse-
lheiro. Apenas a quarta missão oficial, sob o comando 
do general Artur de Andrada Guimarães, formada por 
cerca de 8 mil homens extremamente bem equipa-
dos para a época, conseguiu acabar com Canudos. 
Seus habitantes foram massacrados numa guerra 
narrada pelo então jornalista Euclides da Cunha que 
cobria o conflito. Mais tarde, Euclides da Cunha 
escreveria, baseado na Guerra de Canudos, o livro Os 
Sertões, um dos clássicos da literatura brasileira.
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em 
toda a História, resistiu até o esgotamento com-
pleto. Expugnado palmo a palmo, na precisão 
integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, 
quando caíram seus últimos defensores, que todos 
morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois 
homens feitos e uma criança, na frente dos quais 
rugiam raivosamente cinco mil soldados.” 
(CUNHA, Euclides da. Os Sertões 
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987. p. 407.)
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Salvador
Canudos
Estado
da Bahia
Guerra de Canudos.
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A Guerra do Contestado 
(1912-1916)
Paraná e Santa Catarina, desde meados do sé-
culo XIX, disputavam o território situado atualmente 
entre as cidades catarinenses de Curitibanos e Cam-
pos Novos. Por esse motivo, essa área era conhecida 
como região do Contestado. A região era dominada 
por latifundiários ligados à produção de erva-mate.
No ano de 1908, a empresa britânica Brazil Rail- 
ways obteve concessão para construir uma ferrovia 
ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, e que cortaria 
a região do Contestado, expulsando os habitantes 
humildes da região. Na construção da ferrovia, a 
companhia britânica contratou no Rio de Janeiro, 
Santos e Salvador, milhares de trabalhadores que, 
com o fim da obra, foram abandonados na região, se 
juntando à massa de camponeses que já havia sido 
expulsa por ocasião da construção da ferrovia.
Nesse ambiente, surgiu o beato José Maria, 
monge messiânico, que assim como Conselheiro 
pregava a necessidade da formação de uma comu-
nidade, na região de Taquaraçu, para defender seus 
interesses. O latifundiário Francisco de Albuquerque 
enviou tropas para desarticular a comunidade que se 
refugiu em Irani no Paraná. Diante de novo ataque, 
José Maria foi assassinado, o que acentuou ainda 
mais o fanatismo de seus seguidores, fazendo com 
que os camponeses só fossem reprimidos, de manei-
ra violenta, após várias expedições militares sob o 
comando do general Setembrino de Carvalho.
O cangaço
Outro fenômeno da época foi o banditismo social, 
expresso no movimento conhecido como cangaço, 
que assolou o Nordeste do Brasil de 1870 até 1940. 
A origem do cangaço está relacionada à produção 
pecuarista existente no sertão nordestino, em que as 
relações entre vaqueiros e fazendeiros eram estabe-
lecidas pelo compadrio e pela fidelidade. O vaqueiro 
defendia os interesses do fazendeiro, mesmo que 
para isso tivesse que usar de violência. Interesses 
ligados, muitas vezes, a disputas territoriais pela 
demarcação das fronteiras de fazendas vizinhas, 
obrigavam muitos fazendeiros a possuir verdadeiros 
exércitos particulares de jagunços.
Com uma grave seca que ocorreu entre os anos 
de 1877 e 1879, surgiam os primeiros bandos de ja-
gunços armados, “independentes” de fazendeiros, 
sendo que o mais conhecido aterrorizou o Nordeste 
entre 1920 e 1938. Era Virgulino Ferreira da Silva, 
vulgo Lampião. Somente em 1938, portanto no go-
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verno de Getúlio Vargas, é que as tropas conhecidas 
como “volantes”, que perseguiam os cangaceiros 
nordestinos, conseguiram dar fim ao Cangaço. Houve 
uma emboscada na toca dos Angicos a qual culmi-
nou com a morte de Lampião e de sua companheira 
Maria Bonita.
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Lampião.
“Carta de um Cangaceiro”
Ilmo Sr. Francisco de Souza
Aspiro boa saúde com a exma. Família. Ten-
do eu frequentado uma fazenda sua, deliberei 
saudado-o em uma cartinha, pedir um cobrezinho. 
Basta dois conto de réis.
Eu reconheço que o senhor não se sacrificará 
com isto e eu ficarei bem agradecido e não terei 
razão de lhe odiar nem também a gente de Virgu-
lino terá essa razão.
Sem mais do seu criado, obrigado.
Hortencio, vulgo Arvoredo, rapaz de Virgulino.
(Publicado no jornal A Tarde, 20/01/1931. Coletânea 
de documentos históricos para o 1o. grau. 
São Paulo: SE\ CENP, 1980. p. 51.)
Padre Cícero e a Revolução 
Cearense de 1914
Vimos, anteriormente, a Política das Salvações 
implementada pelo presidente Hermes da Fonseca 
para derrubar os políticos que manifestaram seu 
apoio à Campanha Civilista de Rui Barbosa. O Ceará 
também foi vítima do intervencionismo de Hermes 
da Fonseca, quando o coronel do Exército Franco 
Rabelo lançou sua candidatura à presidência. Ra-
belo tinha consigo o apoio de Hermes da Fonseca 
e da oposição ao governador do Estado, Nogueira 
Acioli. Acioli utilizou-se de extrema violência contra 
os partidários de Rabelo – as pressões contra sua 
ação geraram a sua demissão, abrindo espaço para 
a vitória de Rabelo nas eleições.
Entretanto, logo após as eleições, o deputado 
Floro Bartolomeu, ligadoao Acioli, organizou a Re-
volução Cearense, em 1914, tomando a cidade de 
Juazeiro e reconduzindo Acioli ao poder político no 
Ceará. A Revolução Cearense contou com a benção 
do Padre Cícero Romão Batista, uma das figuras 
mais eminentes da religiosidade nordestina. Padre 
Cícero era um misto de beato e coronel proprietário 
de terras, ocupando lugar de destaque na políti-
ca cearense das primeiras décadas do século XX. 
Excomungado da Igreja Católica, Padre Cícero é 
considerado por muitos nordestinos um milagreiro, 
sendo que milhares de fiéis destinam-se anualmente 
à cidade de Juazeiro, no Ceará, para obter sua graça 
junto à sua grandiosa estátua.
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Padre Cícero.
A Revolução Cearense mostrou a Hermes da 
Fonseca que ele não poderia exercer uma política 
sem o apoio de algumas oligarquias estaduais, em 
nome do ideal de “salvação nacional”.
Revoltas urbanas
Anteriormente vimos que, enquanto a oligarquia 
rural brasileira realizava sua política excludente, a 
população rural manifestava em revoltas sua oposi-
ção. Nas cidades, o clima de agitação também era 
percebido, tinha como núcleo o operariado e a classe 
média, que questionavam os desmandos políticos 
dos mecanismos eleitorais viciados. O operariado 
também procurava reivindicar a proteção do Estado 
e melhores condições de trabalho, porém a resposta 
era sempre a mesma: a ação repressora do aparato 
policial, numa época que grevistas e criminoso eram 
praticamente sinônimos.
Nisso, a população carioca reage contra a obri-
gatoriedade da vacina contra a varíola e a classe mé-
dia expressa no modernismo não somente a ruptura 
de padrões estéticos anteriores, mas também seus 
anseios de transformação política.
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A Revolta da Vacina 
(Rio de Janeiro - 1904)
Vimos anteriormente, que, durante o governo de 
Rodrigues Alves, o prefeito do Rio de Janeiro, Pereira 
Passos, organizou um conjunto de reformas, com o 
objetivo de modernizar e sanitarizar a capital federal. 
Reformas que demoliram os cortiços no projeto Bota 
abaixo, expulsando a população mais humilde do 
centro do Rio de Janeiro, foi o foco das revoltas.
No ano de 1903, o sanitarista Oswaldo Cruz foi 
indicado para Secretário de Saúde no Rio de Janeiro, 
adotando a campanha da vacinação obrigatória con-
tra a varíola, epidemia que matava cariocas e turistas 
que tinham no Rio de Janeiro a porta de entrada para 
o Brasil. A campanha de Oswaldo Cruz conseguiu 
reduzir drasticamente os índices de contaminação, 
mas a obrigatoriedade e a brutalidade dos agentes 
sanitários e dos policiais que os acompanhavam, 
acabaram gerando a Revolta da Vacina em 1904.
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Revolta da Vacina.
Muitos populares acreditavam que a vacina era 
um meio de contrair a doença, contestando a eficácia 
de sua ação. O que se viu no Rio de Janeiro, a partir 
de 11 de novembro de 1904, foram choques entre a 
polícia e a população que acumulava a indignação 
com o Bota abaixo. Centenas de mortos e feridos, 
bondes e prédios quebrados levaram o governo a 
revogar a lei que tornava obrigatória a vacinação, 
no dia 16 de novembro de 1904.
“Cheio de apreensões e receios despontou o 
dia de ontem. [...] As arandelas do gás, tombadas, 
atravessavam-se nas ruas, [...] Os vidros frag-
mentados brilhavam na calçada, paralelepípedos 
removidos, que serviam de projéteis para esses 
depredações, coalhavam a via pública, em todos 
os pontos, destroços de bondes quebrados e incen-
diados, portas arrancadas, colchões, latas, monte 
de pedras mostravam os vestígios das barricadas 
feita pela multidão agitada. [...] Muito cedo tiveram 
início os tumultos e as depredações [...]. Pela rua 
senhor dos Passos, às 7 horas, numerosos grupos 
de mais de quinhentas pessoas desceram em 
direção a praça da República, prorrompendo em 
gritos hostis a política e a vacinação obrigatória 
e assaltando os bondes [...]. Foi grande o tiroteio 
que se travou, caindo logo ao chão, feridas e en-
sanguentadas, diversas pessoas.”
(Jornal do commércio, 15 de novembro de 1904. 
Extraído de Nosso Século – 1900-1910. 
São Paulo: Abril, 1980. p. 39.)
A Revolta da Chibata 
(Rio de Janeiro - 1910)
No ano de 1910, o marinheiro Marcelino Rodri-
gues Menezes, que servia no navio Minas Gerais, foi 
condenado a 250 chibatas, sendo seus companhei-
ros obrigados a assistir o castigo corporal como de 
costume. Isso foi o estopim de uma revolta iniciada 
no dia 22 de novembro de 1910, sob a liderança do 
marinheiro João Cândido, com a adesão de aproxi-
madamente 2 000 homens.
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Revolta da Chibata.
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A revolta era contra os castigos corporais na 
Marinha, que recrutava de maneira autoritária seus 
marinheiros (formados por um grande contingente de 
negros) e era a favor de melhores soldos. João Cân-
dido liderou a sublevação dos encouraçados Minas 
Gerais e São Paulo, chegando a assassinar alguns 
oficiais presentes e a ameaçar bombardear a cidade 
do Rio de Janeiro, caso o governo não acatasse as 
reivindicações. O pânico instalado no Rio de Janeiro 
fez com que o então presidente Marechal Hermes da 
Fonseca aceitasse a reivindicação dos revoltosos, que 
foram anistiados.
Porém, dias depois, ocorreu uma sublevação 
de fuzileiros navais da ilha das Cobras, por motivos 
semelhantes. O governo desta vez reprimiu violenta-
mente os revoltosos, e temendo perder a ordem sobre 
a força armada, prendeu e torturou os marinheiros 
envolvidos na Revolta da Chibata. Um dos poucos 
sobreviventes aos castigos da prisão foi o marinheiro 
João Cândido.
“Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e repu-
blicanos, não podemos mais suportar a escravidão 
na Marinha brasileira, a falta de proteção que a 
pátria nos dá [...], rompemos o véu negro que nos 
cobria aos olhos [...] achando-se todos os navios 
em nosso poder, tendo a bordo, prisioneiros, to-
dos os oficiais, os quais tem sido os causadores 
da Marinha brasileira não ser grandiosa, porque 
durante vinte anos de República ainda não foi 
bastante para tratar-nos como cidadãos fardados 
em defesa da Pátria, mandamos essa honrada 
mensagem para que V. Exa. faça aos marinheiros 
brasileiros possuirmos [sic] os direitos sagrados 
que as leis da República nos facilitam [...]. Refor-
mar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a 
fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros 
castigos semelhantes; aumentar nosso soldo 
[...]. Tem V. Exa. o prazo de 12 horas para mandar- 
-nos respostas satisfatória, sob pena de ver a 
pátria aniquilada.
Bordo do encouraçado São Paulo em 22 de 
Novembro de 1910” [sic]
(“Do ultimato dos marinheiros revoltados as presidente 
Hermes da Fonseca”, 1910. Extraído de MENDES JR. A.; 
MARANHÃO R. Brasil História. São Paulo: 
Brasiliense, 1979. V. III, p . 237.)
O movimento operário 
e a greve geral de 1917
O processo de industrialização no Brasil fez 
com que se desenvolvesse uma classe operária com 
péssimas condições de trabalho. Eram comuns altas 
jornadas de trabalho, exploração do trabalho infantil, 
discriminação sexual no pagamento de salários, além 
de precárias condições de trabalho que mutilavam e 
vitimavam vários operários. Não existiam férias, des-
canso semanal remunerado, seguro contra acidentes, 
aposentadoria, nem se quer regulamentação dos 
sindicatos. As greves eram vistas como atividades 
criminosas.
“Assistimos ontem a entrada de cerca de 60 
menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca 
(bairro de São Paulo). Essas crianças, entrando 
aquela hora, saem às 6 horas. Trabalham, pois, 
11 horas a fio, em serviço noturno, apenas com 
um descanso de 20 minutos, a meia noite! O pior 
é que elas se queixam de que são espancadas 
pelo mestre de fiação. [...] uma hácom as orelhas 
feridas por continuados e violento puxões. Trata-se 
de crianças de 12, 13 e 14 anos.” [sic] 
(O Combate. São Paulo, 4 set. 1917.) 
“A estatística do ano passado registra o caso 
de um operário que, passando com um saco as 
costas, ao pé de uma certa máquina, foi apanhado 
por uma peça da mesma, que lhe fraturou o crânio, 
determinando-lhe a morte. Esse operário tinha 13 
anos. Executava um serviço que parecia leve: con-
duzia um saco cheio de carretéis. Mas aproximou- 
-se de um maquinismo que não fora instalado de 
modo a por os operários ao abrigo de acidente. E 
matou-o uma peça desse maquinismo.” [sic]
(Boletim do Departamento Estadual do Trabalho, 
1o. trimestre de 1913.)
A industrialização concentrou-se principal-
mente nas áreas produtoras de café, como Rio de 
Janeiro e São Paulo, onde os capitais excedentes dos 
cafeicultores somados a um mercado consumidor em 
ascensão e a uma grande oferta de mão-de-obra, 
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de origem imigrante, geravam condições favoráveis 
para sua prosperidade. Os imigrantes eram os mais 
procurados pelos empresários, não somente pelo 
preconceito contra a massa de ex-escravos que 
habitava os centros urbanos, mas também por uma 
melhor qualificação profissional, fruto de experiên-
cias anteriores nas fábricas europeias.
Muitos dos imigrantes que chegaram ao Brasil, 
desde o século XIX, tinham uma razoável consciência 
política, sendo o anarquismo muito influente nas pri-
meiras décadas do século XX. Esta ideologia defendia 
a melhoria nas condições de trabalho, o combate à 
religião, a propriedade privada e ao Estado, que era 
visto pelos anarquistas como um instrumento de 
imposição de interesses das elites econômicas sobre 
o restante da população. Eram também contrários à 
formação de partidos políticos vistos com descon-
fiança, pois poderiam gerar um grupo de burocratas 
que manifestariam seus próprios interesses, margi-
nalizando o restante dos componentes.
Movimento operário.
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No final do século XIX, surgiram as ligas operá-
rias, que realizavam greves nos principais centros ur-
banos sob influência do anarquismo. A intensificação 
das greves e de jornais que difundiam as aspirações 
dos trabalhadores levou o governo brasileiro a editar 
a Lei de Expulsão de Estrangeiros, também conhe-
cida como Lei Adolfo Gordo, em 1907. Esta medida 
procurava expulsar todos os estrangeiros acusados 
pelo “crime” de serem anarquistas e promoverem a 
agitação popular, na defesa de seus interesses.
No dia 9 de julho de 1917, morreu em São Paulo 
um sapateiro na porta das Empresas Matarazzo, após 
choque com a polícia. O enterro, no dia 11 de julho, 
foi o estopim da Greve Geral de 1917, que culminou 
com o fechamento de estabelecimentos comerciais 
e de indústrias, paralisação dos transportes e de 
praticamente toda a cidade durante cerca de 30 dias. 
A greve só foi finalizada a partir da negociação entre 
patrões e operários, intermediada por advogados e 
jornalistas. Chegou-se a um acordo em que os traba-
lhadores obtiveram aumento salarial e a promessa 
da não-punição aos grevistas. A vitória permitiu que 
o movimento operário se desenvolvesse ainda mais, 
ganhando força neste meio as ideias socialistas.
Depoimento de uma testemunha 
da Greve Geral de 1917
“[...] São Paulo é uma cidade morta: sua popu-
lação está alarmada, os rostos denotam apreensão 
e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor 
movimento. Pelas ruas afora, alguns transeuntes 
apressados, só circulam veículos militares, requi-
sitados pela Cia. Antarctica e demais indústrias, 
com tropas armadas de fuzis e metralhadoras. Há 
ordem de atirar sobre quem fique parado na rua. 
Nos bairro fabris do Brás, Mooca, Barra Funda, 
Lapa, sucedem-se tiroteios com grupos populares, 
em certas ruas já começaram a fazer barricadas 
com pedras, madeiras velhas, carroças viradas e 
a polícia não se atreve a passar por lá, porque dos 
telhados e cantos partem tiros certeiros.
Os jornais saem cheios de notícias sem comen-
tários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, 
prenunciando dramáticos acontecimentos. [...]” 
(DIAS, Everardo. História das Lutas Sociais no Brasil. 
São Paulo: Edaglit, 1962.)
Somente a partir do sucesso da Revolução Russa 
de 1917, particularmente a Revolução Bolchevique, 
foi que o socialismo passou a predominar como ide-
ologia de luta do proletariado, a partir da defesa de 
uma revolução proletária capaz de criar uma ditadura 
que acabasse com a propriedade privada, estatizando 
os meios de produção. No ano de 1922, fundou-se o 
Partido Comunista do Brasil (PCB), sob a liderança 
de Astrogildo Pereira, Leônidas Resende e Cristiano 
Cordeiro. Porém, no ano de 1924, a sede do PCB foi 
invadida pela polícia e o partido teve a sua ilegalidade 
decretada. Restou aos componentes a luta clandes-
tina, difundida através de encontros secretos e de 
jornais como Movimento Operário e A Nação.
Os membros do PCB atuando na clandestini-
dade formaram uma agremiação que aglutinava não 
só comunistas, mas também anarquistas e traba-
lhadores independentes chamada Bloco Operário 
Camponês (BOC). A agremiação, formada em agosto 
de 1927, defendia a luta contra a oligarquia, a elei-
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ção de parlamentares representantes da causa dos 
trabalhadores, a luta contra o imperialismo e contra 
as péssimas condições de trabalho, assim como o 
voto secreto.
O tenentismo
Se por um lado o processo de industrialização 
fez crescer o contingente de operários no Brasil, o de-
senvolvimento urbano consequente gerou a ascensão 
da classe média, que de várias formas expressou seu 
descontentamento com a República Oligárquica.
A jovem oficialidade do Exército (formada 
basicamente por tenentes e alguns capitães) era 
recrutada entre a classe média e trazia consigo suas 
aspirações, exigindo a volta da participação política 
do Exército nas decisões referentes ao destino do 
Brasil. As aspirações dos tenentes estavam ligadas 
a questões principalmente políticas, fruto de um 
grupo – a classe média – que estava alijado do po-
der político diante do controle da aristocracia rural. 
Os questionamentos socioeconômicos não estavam 
na pauta das reivindicações, contribuindo para um 
relativo esvaziamento do programa tenentista e de-
monstrando o elitismo do movimento.
Uma das principais exigências dos tenentes 
era o voto secreto. Na República Oligárquica, o 
controle eleitoral era em grande parte obtido, pois 
o voto era aberto, fazendo com que o eleitor tivesse 
que manifestar sua opção na hora da eleição. Esta 
prática favorecia a ação do coronel, que procurava 
se informar sobre a opção de seu “curral eleitoral”, 
punindo aqueles que ousassem desafiar a viciada 
máquina eleitoral do Estado brasileiro.
A jovem oficialidade também questionava a 
vinculação de muitos oficiais superiores, acomoda-
dos e beneficiados pela política oligárquica. Estes 
não questionavam a exclusão política do Exército 
que se arrastava desde o fim do governo de Floriano 
Peixoto, em 1894.
O Levante dos 18 
do Forte de Copacabana 
(Rio de Janeiro - 1922)
As eleições que sucederam o presidente Epitá-
cio Pessoa foram extremamente concorridas, fazendo 
surgir a Reação Republicana, aglutinando estados 
como Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul 
e Bahia em torno da candidatura de Nilo Peçanha. 
A Reação Republicana foi contrária à candidatura 
de Artur Bernardes, apoiada por Epitácio Pessoa. 
São Paulo e Minas Gerais contaram com o apoio de 
muitos jovens oficiais, sob a liderança do chefe do 
Clube Militar, o ex-presidente Marechal Hermes da 
Fonseca. Apesar da vitória de Artur Bernardes nas 
eleições, um incidente ocorrido em 1921 acirrou os 
ânimos entre oExército e o governo oligárquico. O 
jornal Correio da Manhã publicou uma série de cartas 
contendo críticas do então candidato Artur Bernardes 
ao Marechal Hermes da Fonseca.
18 do Forte.
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o.
O episódio das cartas falsas
“Belo Horizonte, 3 de junho de 1921
Amigo Raul Soares
Estou informando ao ridículo e acintoso ban-
quete dado pelo Hermes, esse sargentão sem 
compostura, aos seus apaniguados, e tudo que 
nessa orgia se passou. [...] esse canalha precisa de 
uma reprimenda para entrar na disciplina. Veja se 
o epitácio mostra agora a sua apregoada energia, 
punindo severamente esses ousados, prendendo 
os que saíram da disciplina e removendo para bem 
longe esses generais anarquizados. Se o Epitácio 
com medo não atende, use de diplomacia que de-
pois do meu conhecimento ajustaremos as contas. 
A situação não admite contemporizações, os que 
forem venais, que é quase a totalidade, compre-os 
com todos os seus bordados e galões.
Abraços de Artur Bernardes.”
(Publicado no jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, em 9 de 
Outubro de 1921. Citado em FORJAZ, M. C. S. Tenentismo e 
política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 40-41.)
“O clube militar, órgão das classes armadas, 
julga de seu dever que o público conceito emitido 
pelo Sr. Artur Bernardes, na sua carta de 3 de ju-
nho último, colocou o Exército na contingência de 
reagir imediatamente. Porque, ou S. Ex.a tem razão 
de nos qualificar de canalha venal, ou inutilmente 
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ultrajou o Exército. Na primeira hipótese, o Exér-
cito deve ser dissolvido, pois a defesa na nação 
não pode estar confiada a canalhas, na segunda, 
S. Ex.a criou absoluta compatibilidade entre a 
sua pessoa e o Exército. Existe, pois, um dilema, 
como solução única: com a nossa dissolução, ou 
o Exército não aceita que V. Exa seja o presidente 
da República. [...] E é com tais fundamentos que 
o Exército implora a Nação a eleição de qualquer 
outro brasileiro para presidente da República, pois 
não assegura ao Sr. Artur Bernardes o exercício 
desse cargo. [sic]
(Moção do clube militar, 10 de outubro de 1921. 
Citado em FORJAZ, M. C. S. op. Cit. , p. 41.)
Embora, mais tarde, tenha-se descoberto que 
as cartas eram falsas, a resposta incisiva do Mare-
chal Hermes da Fonseca a isso fez com que o ainda 
presidente Epitácio Pessoa decretasse a prisão do 
marechal e o fechamento do Clube Militar. Foi o 
estopim do primeiro levante tenentista: A Revolta 
dos 18 do Forte de Copacabana. No dia 5 de julho 
de 1922, partiu do Forte de Copacabana um grupo 
dos rebelados, sob a liderança de Eduardo Gomes e 
Siqueira Campos. O grupo, que recebeu a adesão do 
engenheiro Otávio Correa, pretendia impedir a posse 
de Artur Bernardes e derrubar Epitácio Pessoa. A 
repressão do governo foi violenta.
A Revolução Paulista de 1924
Já no governo de Artur Bernardes, o movimento 
tenentista fez um novo levante. Sob o comando dos 
generais Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa, com a 
participação de inúmeros tenentes, entre os quais 
se destacam Juarez Távora e Eduardo Gomes, no 
dia 5 de julho, os rebeldes tomaram a cidade de 
São Paulo durante 22 dias, obrigando o governador 
a fugir e exigindo a renúncia de Artur Bernardes, 
uma nova constituição para o Brasil e a instalação 
do voto secreto.
Manifesto tenentista de 1924
“[...] quanto ao governo da República, é preciso 
fazer notar, desde logo, que o Exército nacional 
não pode e não pôde nunca acatar o governo do 
Dr. Artur Bernades, no que diz peculiarmente 
respeito à sua pessoa. Não pode obstante os fatos 
conhecidos, permanecem de pé as gravíssimas 
ofensas por ele dirigida ao Exército.
[...] esse movimento revolucionário é um gesto 
de indignação e patriotismo. O atual governo da 
República não tem o apoio da Nação nem daque-
les a quem, em última análise, cabe a defesa de 
sua honra. Não é o governo do povo brasileiro e 
não tem o apoio do Exército, porque o Exército é 
composto daqueles que assinaram o manifesto 
do Clube Militar e dos que, por ele, se achavam 
representados nesse ato.”
(Manifesto de 10 de julho de 1924, São Paulo. CARONE, E. 
A Primeira República. São Paulo: Difel, 1973. p. 345.)
Apesar da aparente vitória, logo se revelou uma 
das maiores limitações do movimento tenentista. O 
elitismo das propostas afastava o grosso da popula-
ção, fazendo com que o movimento se isolasse. De-
pois de sangrentos combates, os tenentes iniciaram 
a retirada de São Paulo, rumo ao interior do estado, 
onde se encontraram com um grupo de revoltosos 
comandados por Luís Carlos Prestes.
A Coluna Prestes 
Em 1925, estourou no Rio Grande do Sul um le-
vante tenentista comandado por Luís Carlos Prestes, 
Siqueira Campos e João Alberto. Furando o cerco 
das tropas governistas enviadas para reprimir o 
movimento, o grupo se dirigiu a São Paulo onde se 
encontrou com os insurgidos da Revolução Paulista, 
em abril de 1925. Formava-se a Coluna Prestes, que 
entre 1925 e 1927 marchou cerca de 24 000 quilôme-
tros pelo interior do Brasil buscando convencer a 
população a apoiar o movimento.
Oficiais da Coluna Prestes.
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Depois do épico esforço e de embates contra as 
tropas governistas, a Coluna Prestes terminou iso-
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lada, sem conseguir a adesão popular para sua pro-
posta. Seus membros acabaram exilados na Bolívia, 
mas Luís Carlos Prestes não desapareceu do cenário 
político brasileiro. Em dezembro de 1927, Astrogildo 
Pereira, pertencente ao Bloco Operário Camponês 
(BOC), viajou para a cidade boliviana de Puerto Su-
arez, encontrando-se com Luís Carlos Prestes. Desde 
então Prestes aderiu ao Comunismo.
A Semana de 
Arte Moderna de 1922
No Brasil, o desenvolvimento urbano teve reper-
cussões importantes. A evolução dos transportes, 
das indústrias, dos meios de comunicação, a criação 
dos automóveis, a magia do cinema simbolizavam o 
início de uma nova era, que foi representada através 
de um “espírito moderno”, através de estilos artís-
ticos como o futurismo, o dadaísmo e o cubismo, 
entre outros.
No Brasil, intelectuais como Euclides da Cunha, 
Lima Barreto e Graça Aranha anunciavam uma 
época na qual os artistas deveriam se conectar às 
questões mais importantes da sociedade, rompendo 
com o imobilismo social. Anita Malfati, Oswald de 
Andrade, Villa Lobos, Mario de Andrade, Menotti Del 
Picchia e Di Cavalcanti são alguns dos expoentes do 
modernismo brasileiro.
Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro 
Municipal de São Paulo, esses artistas organizaram 
a Semana de Arte Moderna, expondo quadros, 
conferências, concertos que receberam duras críti-
cas da maior parte dos acadêmicos paulistas, que 
acusavam os modernistas de futuristas. Apesar das 
críticas feitas, esses artistas tornaram-se alguns dos 
maiores expoentes da cultura brasileira num evento 
que articulava exposições artísticas e discussões 
políticas de desagrado à política oligárquica.
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Semana de Arte Moderna.
O movimento modernista deu origem a duas 
correntes: o movimento antropofágico de Oswald 
e Mário de Andrade que aceitava a cultura estran-
geira desde que ela fosse elaborada, reprocessada a 
partir da aglutinação de aspectos típicos da cultura 
brasileira, e o verde-amarelismo de Plínio Salgado, 
que rejeitava a cultura estrangeira, num xenofobismo 
que deu origem ao Movimento Integralista.
 
“Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, 
reivindicações obreiras, idealismo, motores, cha-
minés de fábrica, sangue, velocidade, sonhos, na 
nossa arte! E que o rufo de um automóvel, nos 
trilhos de dois versos, espante da poesia o últi-
mo Deus homérico, que ficou anacronicamente a 
dormir e sonhar, na era do jazz band e do cinema, 
com asflautas dos pastores [...]”
(PICCHIA, Menotti del. Discurso proferido na semana 
da arte moderna, 15 de fev. de 1922. 
Citado em BOSI, A. História Concisa da Literatura 
Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970. p. 380.)
“Cada um é livre de criar e manifestar seus 
sonhos, sua fantasia íntima desencadeada de 
toda a regra, de toda a sanção. O cânon e a lei 
são substituídos pela liberdade absoluta que nos 
revela, por entra mil extravagâncias, maravilhas 
que só a liberdade pode gerar.”
(ARANHA, Graça. Espírito Moderno. 
Citado em História do Século 20, 1919-1934. 
São Paulo: Abril Cultura, 1974. p . 1.270-1.271.)
“[...] A pouca gente interessava o que eu ia ler 
e apresentar. O que interessava era patear. [...] Eu 
me levantei e o teatro estrugiu numa vaia irracional 
infame. [...] Esperei de pé, calmo, sorrindo como 
pude, que o barulho serenasse. Depois de alguns 
minutos isso se deu. Abri a boca então. Ia começar 
a ler, mas a pateada se elevou, imensa, proibitiva. 
[...] No fim quando me sentei e me sucedeu Mário 
de Andrade, a vaia estrondou de novo. Mário, com 
aquela santidade que as vezes o marcava, gritou: 
’Assim não recito mais!’ Houve grossas risadas.”
(ANDRADE, Oswald de. Relembrando os acontecimentos 
de 15 de fevereiro de 1922. Apud ALAMBERT, F. s.d. p. 50.)
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(PUC-Rio) Leia com atenção os dois trechos abaixo, 1. 
extraídos de uma reportagem jornalística: 
“O pai de João de Régis era de Pombal, ao sul de 
Canudos, e tinha vinte e poucos anos quando o 
Conselheiro passou por lá. ‘Ele achou bonito aquele jeito 
do Conselheiro, aquela amizade, aquela vivência’, conta 
João de Régis [90 anos]. Então resolveu acompanhá-lo. 
A mãe era da região de Canudos e aderiu ao Conselheiro 
junto com os pais e as irmãs. 
E como viviam seus pais, em Canudos? ‘O pai trabalhava 
de carapina’, diz seu João de Régis - ‘isto é, de 
carpinteiro, fazendo as casinhas do arraial. A mãe fiava 
algodão e fazia rede.’” 
“‘Esse povo do Conselheiro respeitava muito esse 
movimento de igreja, de santo’. Os bispos estavam 
contra o Conselheiro, explica Ioiô [João Siqueira Santos, 
89 anos]. Por que motivo? 
– ‘As rezas dele atrapalhavam a religião.’ 
Mas havia outros também insatisfeitos: 
– ‘O povo não queria mais obedecer os coronéis. Até 
para emprego, era com o Conselheiro.’” 
(Veja, 3 set. 1997, p.81)
Os depoimentos de João de Régis e de João S. Santos 
nos permitem revisitar as motivações que levaram tantos 
sertanejos pobres a seguir Antônio Conselheiro e a 
construir o arraial de Belo Monte, na região de Canudos, 
há cerca de 100 anos. 
Identifique e explique uma característica, social ou a) 
cultural, da comunidade constituída na região de 
Canudos. 
Levando em consideração as práticas coronelistas b) 
vigentes na região, caracterize os motivos da opo-
sição de fazendeiros e autoridades locais contra o 
crescimento do arraial de Belo Monte. 
Solução: `
A religiosidade foi característica marcante daquela a) 
comunidade. A pregação messiânica de Antônio 
Conselheiro – seus discursos sobre a fé e o juízo 
final e sua prática de cristianismo – sensibilizou a 
população que constituiu o arraial em Canudos.
 Outra característica relevante relaciona-se à orga-
nização do trabalho coletivo, tanto na produção e 
comercialização de gêneros alimentícios, como na 
defesa da comunidade. 
 Podemos retirar do texto as seguintes passagens que 
melhor expressam, respectivamente, as características 
apontadas: “esse povo do Conselheiro respeitava mui-
to esse movimento de igreja, de santo”; “ele achou 
bonito aquele jeito do Conselheiro”; “o pai trabalhava 
de carapina” e “a mãe fiava algodão e fazia rede”. 
Fazendeiros, autoridades governamentais e religio-b) 
sas se opuseram ao arraial de Belo Monte pelos 
seguintes motivos: 
 – o deslocamento da mão-de-obra das fazendas 
para o arraial;
 – o consequente prestígio da liderança de Conselhei-
ro, em detrimento da autoridade dos “coronéis”; 
 – a identificação de Conselheiro e seus seguidores 
como adeptos da Monarquia, em oposição à Re-
pública recém-instaurada; 
 – a não-legitimação, por parte da Igreja Católica, 
das práticas religiosas dos canudenses, conside-
radas fanáticas e distantes dos cânones oficiais. 
 Podemos identificar as seguintes passagens com 
os motivos acima mencionados: “até para empre-
go, era com o Conselheiro”, “o povo não queria 
mais obedecer os coronéis”, “as rezas dele atra-
palhavam a religião”. 
(PUCPR) Comparando-se os movimentos sociopolítico- 2. 
-religioso de Canudos e do Contestado, semelhanças e 
diferenças podem ser estabelecidas.
A respeito do tema, assinale a alternativa correta.
Ambos tinham ideologia definida no que se refere à I. 
propriedade privada da terra, que consagravam.
Ambos apresentam-se como reflexo do determinis-II. 
mo geográfico, tendo em vista a aridez do solo, sua 
pequena fertilidade e prolongadas secas.
Enquanto os rebeldes de Canudos mostravam-se III. 
simpáticos à forma de governo republicana instala-
da pouco tempo antes, no Contestado essa simpa-
tia era ainda mais ampliada.
Os dois movimentos foram finalmente derrotados IV. 
por tropas do exército.
O misticismo, sob a forma de um catolicismo em V. 
que ocorria a ausência de sacerdotes na vida co-
munitária, estava presente nos dois movimentos de 
contestação à República Oligárquica.
Estão corretas:
II, III e V.a) 
I, III e IV.b) 
apenas III e IV.c) 
apenas IV e V.d) 
apenas I e II.e) 
Solução: ` D
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(UFRJ) “Protesto contra a perseguição que se está 3. 
fazendo à gente de Antônio Conselheiro... Não se lhe 
conhecem discursos. Diz-se que tem consigo milhares 
de fanáticos... Se na última batalha é certo haverem 
morrido novecentos deles e o resto não se despega de 
tal apóstolo, é que algum vínculo moral e fortíssimo os 
prende até a morte. Que vínculo é este?”
(Machado de Assis, Gazeta de Notícias, 31 jan. 1897.)
Canudos representou uma alternativa encontrada pela 
população sertaneja, no nordeste brasileiro, frente ao 
poder oligárquico e latifundiário. Sua resistência diante 
do poder local provocou a reação intempestiva da jovem 
República.
Cite dois movimentos sociais no Brasil contemporâ-a) 
neo relacionados à questão agrária.
Explique porque o governo republicano investiu tão b) 
vigorosamente contra a população de Canudos.
Solução: `
As Ligas Camponesas e o Movimento Sem-Terra, a) 
ambos de expressão nacional.
A disputas ideológicas que envolveram os grupos b) 
políticos que almejavam o controle do regime re-
publicano; o receio de que uma resistência mais 
prolongada viesse estimular a esperança de setores 
restauradores, interessados no retorno da monar-
quia; a convicção de alguns expoentes do regime 
de que a ação de fanáticos milenaristas poderia 
provocar manifestações messiânicas em outras 
regiões do pais, minando o futuro da República; a 
preocupação das autoridades republicanas em cor-
tar pela raiz um novo e perigoso foco de guerra 
civil, dividindo ainda mais a frágil base de susten-
tação política do governo de Prudente de Moraes, 
período em que foi intensificada a ação militar con-
tra Canudos.
(UERJ) Em 2003, fará um século que, sob a direção 4. 
de Pereira Passos, uma grande reforma urbana teve 
início na cidade do Rio de Janeiro. As charges, com 
seus respectivos textos, indicam aspectos marcantes 
dessas reformas.
Figura I Figura II
Figura I
“O inquilino: – Mas, então, eu pago-lhe o aluguel 
pontualmente e o senhor consente que me ponham os 
troços na rua?!
O senhorio: – Meu amigo, tenha paciência. São cousas 
da Prefeitura! Trate de ver outra casa...
O inquilino: – Aonde? Pois o senhor não vê que não há? 
Que só há palácios de mármore e granito? Igrejinhaspara música e pagodes e o raio que os parta?
O senhorio: – Que quer que lhe faça! O governo quer 
embasbacar a estranja, mostrando-lhe uma taboleta 
supimpa!
O inquilino: – Taboleta de Casa de Orates, de Hospício 
de Malucos! Estas cousas nunca se fazem assim! 
Primeiro acomodam-se os pobres! Aqui, dá-se-lhes um 
pontapé! Muito bonito, isto, hein?
O senhorio: – Que quer que lhe faça?”
Figura II
“O médico: – Esta injeçãozinha é precisa para poder 
vestir a sua ‘toilette’ nova.”
(BRENNA, Giovanna Rosso Del (Org.). O Rio de Janeiro de 
Pereira Passos. Rio de Janeiro: Index, 1985. Adaptado.)
Analisando as charges, aponte um objetivo da Reforma 
Pereira Passos e uma das consequências dessa reforma 
para as camadas populares.
Solução: `
Um dentre os objetivos:
– transformar a cidade do Rio de Janeiro numa capital 
europeia;
– implantar novos padrões de vida relacionados ao 
modelo europeu de civilização;
– destruir as casas coloniais e os cortiços considera-
dos nocivos à imagem de uma cidade moderna.
Uma dentre as consequências:
– transferência da população do centro para os su-
búrbios e a ocupação das encostas da cidade;
– destruição das moradias populares provocando a ex-
pulsão das populações pobres do centro da cidade.
(UFC) Leia, com atenção, os versos da composição “O 5. 
Mestre-sala dos mares”, de Aldir Blanc e João Bosco e 
depois responda ao que se pede.
“Há muito tempo,
nas águas da Guanabara,
o dragão do mar reapareceu,
na figura de um bravo marinheiro
a quem a história não esqueceu.
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Conhecido como Almirante Negro,
A Tinha a dignidade de um mestre-sala.
[...]
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas,
Inundando o coração
do pessoal do porão
que, a exemplo do marinheiro,
gritava: não!”
Identifique o movimento ao qual a composição aci-a) 
ma se refere.
Explique as motivações que desencadearam esse b) 
movimento.
Solução: `
 Revolta da Chibata.a) 
 Em 1910, cerca de 2 000 marujos liderados por João b) 
Cândido, o “Almirante Negro”, rebelaram-se por 
conta dos castigos aplicados aos marinheiros. En-
quanto João Cândido assumia o comando do “Minas 
Gerais”, outros marujos tomaram o “São Paulo”, o 
“Bahia” e o “Deodoro”. Os marinheiros exigiam, em 
comunicado enviado ao Presidente da República, a 
reforma do Código Disciplinar, o fim das chibatadas, 
“bolos” e outros castigos, o aumento dos soldos e a 
preparação e educação dos marinheiros.
(UERJ) 1. 
Veio a força do governo,
Tudo pronto e bem armado,
Espancando cangaceiro
E guarnecendo o Estado
Falando de modo sero
De tudo quanto quisero
Era o tempo chegado.
(Folclore da Paraíba)
A estrofe acima ilustra o afastamento entre a nação e 
o Estado no período da História do Brasil conhecido 
como República Velha. Tal afastamento resultou em 
movimentos de populações rurais oprimidas e sem 
perspectivas de mudanças. Como exemplos destes 
movimentos, podemos citar:
Canudos e Balaiada.a) 
Canudos e Contestado.b) 
Tenentismo e Contestado.c) 
Revolução Praieira e Contestado.d) 
Revolta da Chibata e Revolução Praieira.e) 
(Unirio)6. 
O Rio de Janeiro de Machado de Assis (virada do 
século XX) é uma cidade cosmopolita, que aglutina 
uma população trabalhadora heterogênea, composta 
de recém-libertos, imigrantes e operários urbanos. 
Dentro desse contexto, a charge acima revela:
desenfreado avanço na construção de rodovias, a) 
necessárias ao desenvolvimento da indústria 
automobilística e as formas de exploração do 
trabalho.
expansão das relações capitalistas no Brasil, b) 
desenvolvendo um parque industrial de ponta 
e cooptando os trabalhadores em troca de altos 
salários.
consolidação da burguesia industrial, como c) 
classe hegemônica no Brasil da 1.ª República, 
limitando as manifestações operárias.
concentração econômica da burguesia financei-d) 
ra internacional e as formas de dominação exer-
cidas sobre as elites locais.
descompromisso das elites brasileiras em regula-e) 
mentar as relações de trabalho considerando as 
manifestações operárias como “casos de polícia”.
Solução: ` E
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(UERJ)2. 
As mulheres de Canudos
Guerreiam com água quente.
Os meninos com pedradas
Fazem voltar muita gente.
(Disponível em: <www.e-net.com.br/historia>.)
A trova de Sergipe acima citada destaca algumas das 
particularidades do movimento de Canudos (1893-
1897).
O conflito que aí se verificou pode ser caracterizado por:
participação popular desvinculada da organização a) 
de um exército de defesa.
impedimento do uso de armas de fogo como ins-b) 
trumento de defesa.
reação militar centrada nas mulheres e crianças.c) 
resistência baseada na organização comunitária.d) 
(Cesgranrio) A Guerra dos Canudos (1897), pode ser 3. 
definida como um “movimento social” de fundo religioso, 
em função de características tais como a(o):
liderança religiosa de perfil messiânico.a) 
defesa de preceitos morais renovadores, distantes b) 
do catolicismo tradicional.
envolvimento dos seus militantes com a política c) 
partidária.
rompimento com a religiosidade popular tradicio-d) 
nal, fundando nova seita religiosa.
caráter restaurador, expresso na oposição à repú-e) 
blica e na defesa do retorno à monarquia.
(UFCE) “Em abril de 1897 organizou-se a chamada 4.ª 4. 
Expedição, sob o comando do General Arthur Oscar 
de Andrade Guimarães. Desde que essa tropa – uma 
poderosa máquina de guerra – foi posta em funciona-
mento, até outubro do mesmo ano, quando Canudos foi 
arrasada, 8 mil homens lutaram contra os conselheiristas, 
usando o mais moderno equipamento”. 
(MONTEIRO, Douglas T. Um Confronto entre Juazeiro, 
Canudos e Contestado. In. História Geral da 
Civilização Brasileira. Rio de 
Janeiro/São Paulo: Difel, 1977. p. 61. v. 2. tomo III.)
A partir do texto, explique o movimento de Canudos 
levando em consideração os conceitos de Messianismo 
e Mandonismo Local.
(UFPR) Na(s) questão(ões) a seguir, escreva no espaço 5. 
apropriado a soma dos itens corretos.
No início da República, ocorreram vários movimentos 
na zona rural brasileira, identificados como banditismo 
social, revolucionarismo e milenarismo. Dentre eles 
destacam-se:
(01) A “Guerra do Contestado”, ocorrida numa região 
disputada pelos estados do Paraná e de Santa Ca-
tarina, em que muitas famílias de posseiros lutaram 
para não perder suas terras e para não serem expul-
sas da região.
(02) A “Guerra dos Emboabas”, que se travou na divisa 
de São Paulo com Minas Gerais, por causa de uma 
região rica em ouro, provocando a morte de muitos 
colonos.
(04) A “Revolução Farroupilha”, ou “Guerra dos Farrapos”, 
ocorrida no Rio Grande do Sul, que durou dez anos, 
unindo classes dominantes e mobilizando massas 
rurais.
(08) O movimento de “Canudos”, liderado pelo beato An-
tônio Conselheiro, que, após percorrer várias regiões 
do Nordeste, fixou-se na Comarca de Belo Monte, 
na Bahia, e aí organizou uma experiência comuni-
tária autônoma, provocando a reação dos coronéis, 
que exigiram a intervenção do Governo Federal e a 
destruição de “Canudos.”
Soma ( )
(Unesp) “Restauração e Antônio Conselheiro tornam- 6. 
-se sinônimos, pois ambos surgem como antípodas de 
republicanismo e jacobinismo. Os jornais são os maiores 
veículos desta propaganda imaginativa, de consequên-
cias trágicas”
(CARONE, Edgar. A República Velha.)
A citação relaciona-se a:
Monarquismo e Guerra de Canudos.a) 
Federalismo e Revolução Farroupilha.b) 
Revolução Federalista e Proclamação da República.c) 
Deposição de D. Pedro II e Abolição.d) 
Guerra do Paraguai e Questão Militar.e) 
(Fuvest)7. 
Visitei todo o comércio,
Fiz muito bom apurado,
E vi que de muito povo
Eu me achava acompanhado.
Alguns pediam esmolas:Então não me fiz de rogado.
Os versos de Chagas Baptista em homenagem ao 
cangaceiro Antonio Silvino, o “Governador do Sertão”, 
sugerem que o cangaço:
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possuía um caráter político institucional que amea-a) 
çava a estabilidade social e econômica do nordeste.
contava com o apoio popular, propondo a reforma b) 
agrária e uma nova distribuição de renda.
representava a faceta do movimento anarquista, com c) 
propostas de socialização da terra nas áreas rurais.
era uma forma de banditismo sem ameaças à es-d) 
tabilidade fundiária e, portanto, aceito pelas oligar-
quias e trabalhadores.
tinha apoio popular e representava uma forma de re-e) 
sistência à opressão dos grandes proprietários rurais.
(Fuvest) “Não é por acaso que as autoridades brasileiras 8. 
recebem o aplauso unânime das autoridades interna-
cionais das grandes potências, pela energia implacável 
e eficaz de sua política saneadora [...]. O mesmo se dá 
com a repressão dos movimentos populares de Canudos 
e do Contestado, que no contexto rural [...] significavam 
praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no 
contexto urbano”.
(SEVCENKO, Nicolau. A Revolta da Vacina.)
De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o 
movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos 
internacionalmente como:
provocados pelo êxodo maciço de populações a) 
saídas do campo rumo às cidades logo após a 
abolição.
retrógrados, pois dificultavam a modernização do b) 
país.
decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.c) 
indícios de que a escravidão e o império chegavam d) 
ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à república.
conservadores, porque ameaçavam o avanço do e) 
capital norte-americano no Brasil.
(Cesgranrio) “Todas as manhãs, antes de saírem da por-9. 
ta, devem recordar: fazerem-se respeitar os patrões (...) e 
serem solidários com qualquer companheiro maltratado, 
dando-lhe todo o apoio que se queira”.
(O Catecismo do Chapeleiro, 1905.)
Este texto expressa na “República Velha”:
a questão de dificuldade de incorporação do ope-a) 
rariado fabril ao cenário político brasileiro.
a tentativa de classes empresariais em ordenar o b) 
operariado fabril.
a necessidade de se promover a solidariedade e a c) 
identificação do operariado como classe.
o traço de amizade e apoio que se desenvolveu entre d) 
os operários e os patrões nos locais de trabalho.
a existência de regras de comportamento que defi-e) 
niam as diferenças entre os vários tipos de operários.
(UERJ) “(...) Estão em greve presentemente, nesta capi-10. 
tal, cerca de 15 mil operários, e à hora em que escreve-
mos, nada faz prever que esse número decresça tão cedo. 
Ao contrário, há justificados receios de que o movimento 
aumente ainda, caso não se encaminhem as desinteligên-
cias para um acordo satisfatório e equitativo.”
(O Estado de São Paulo, 12/07/1917. Citado por TREVISAN, Leonardo. 
A República Velha. São Paulo: Global, 1982.)
O movimento operário, durante as primeiras décadas 
do regime republicano no Brasil, caracterizou-se pela 
existência de:
apoio de trabalhadores rurais, que participaram de a) 
várias greves organizadas.
partidos de tendência anarquista, que foram res-b) 
ponsáveis pela greve geral de 1917.
reivindicações políticas, que foram atendidas por c) 
legislação implantada na década de 20.
lideranças de imigrantes europeus, que traziam a ex-d) 
periência de organização de seus países de origem.
(Cesgranrio) O governo Rodrigues Alves (1902-1906) 11. 
foi responsável pelos processos de modernização e 
urbanização da Capital Federal - Rio de Janeiro. Coube 
ao prefeito Pereira Passos a urbanização da cidade e 
ao Dr. Oswaldo Cruz o saneamento, visando combater, 
principalmente, a febre amarela, a peste bubônica e a 
varíola. Essa política de urbanização e saneamento pú-
blico, apesar de necessária e modernizante, encontrou 
forte oposição junto à população pobre da cidade e à 
opinião pública porque:
mudava o perfil da cidade e acabava com os altos ín-a) 
dices de mortalidade infantil entre a população pobre.
transformava o centro da cidade em área exclusi-b) 
vamente comercial e financeira e acabava com os 
infectos quiosques.
desabrigava milhares de famílias, em virtude da c) 
desapropriação de suas residências, e obrigava a 
vacinação antivariólica.
provocava o surgimento de novos bairros que re-d) 
ceberiam, desde o início, energia elétrica e sanea-
mento básico.
implantava uma política habitacional e de saúde e) 
para as novas áreas de expansão urbana, em har-
monia com o programa de ampliação dos transpor-
tes coletivos.
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(Unirio) As duas primeiras décadas da história do Brasil 12. 
no século XX foram marcadas pela eclosão de diversos 
movimentos sociais, rurais e urbanos, entre os quais se 
inclui a(o):
Guerra do Contestado, resultado da reação da oli-a) 
garquia paranaense ao capital estrangeiro ligado à 
exploração da erva-mate e das ferrovias.
Guerra de Canudos, movimento restaurador e so-b) 
cialista que conflagrou o sertão nordestino.
Revolta da Chibata, representando a influência dos c) 
ideais Tenentistas sobre soldados e marinheiros.
Cangaço, revolução ideológica da população nor-d) 
destina contrária ao coronelismo.
Movimento Operário com expressiva presença dos e) 
trabalhadores imigrantes e forte influência dos ide-
ais anarquistas.
(Unirio) As crises política, social e cultural das décadas 13. 
de 1920 e 1930 no Brasil estão associadas a vários 
definido como:
movimento social com marcada participação das a) 
classes populares urbanas.
manifestação de parcela do Exército representada b) 
pelos oficiais mais jovens.
expressão das dissidências político-eleitorais entre c) 
as oligarquias dominantes.
revolução agrária caracterizada pelo levante das d) 
populações rurais em função da Coluna Prestes.
união das classes médias urbanas com as oligarquias e) 
cafeeiras em oposição aos movimentos populares.
(Unirio) 14. 
“Há muito tempo,
Nas águas da Guanabara,
O dragão do mar reapareceu,
Na figura de um bravo marinheiro 
A quem a história não esqueceu.
Conhecido como almirante negro,
Tinha a dignidade de um mestre-sala (...)”
(BOSCO, João; BLANC, Aldir. O Mestre-Sala dos Mares.)
A música retrata um importante movimento ocorrido no 
Brasil durante a Primeira República. Tal movimento foi 
motivado pela:
prisão de lideranças anarquistas entre os marinhei-a) 
ros negros que, discriminados pelo racismo vigen-
te, se revoltaram contra os poderes da República.
opressão da classe operária, penalizada pela alta b) 
do custo de vida gerada pelos desdobramentos da 
política do encilhamento.
mobilização popular originada das políticas sani-c) 
taristas do governo republicano, que impunham a 
vacinação obrigatória no Rio de Janeiro.
imposição de castigos aos ex-escravos, os quais, d) 
com o processo da Abolição, vieram a se transformar 
em mão-de-obra barata para a marinha mercante.
imposição aos marinheiros de castigos corporais e) 
em função da vigência do código disciplinar da 
Marinha que remontava ao Império.
(UERJ) 15. 
Revista da Semana.
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o.
A caricatura acima, publicada inicialmente em 1904, 
refere-se à vacinação obrigatória, que foi um importante 
motivação para a Revolta da Vacina.
Este movimento se apresentou como resultado de:
imposição de uma política sanitarista pelo Estado.a) 
apelo da população por melhores condições de b) 
vida.
reação do povo desinformado ao poder civilizatório c) 
das elites.
valorização das problemáticas da área de saúde d) 
pelo Congresso Nacional.
(UERJ) (...) a abolição da Igreja e do Estado deve ser a 16. 
primeira e indispensável condição para a verdadeira liber-
tação da sociedade; só depois que isso aconteceré que a 
sociedade poderá ser organizada de outra maneira.
(BAKUNINE, M. apud WOODCOCK, G. Os Grandes 
Escritos Anarquistas. Porto Alegre: L&PM, 1981.)
Aponte duas características do anarquismo.a) 
No Brasil, o anarquismo se fez presente nos mo-b) 
vimentos operários das primeiras décadas do sé-
culo XX, especialmente na conjuntura explosiva de 
1917-1920. Cite um motivo que gerou essa conjun-
tura explosiva.
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(UERJ) Canudos ficava num cenário que lembrava as 1. 
paisagens descritas na Bíblia: uma região árida repleta 
de caatingas, rodeada por cinco serras ásperas e atra-
vessada por um rio, o Vaza-Barris.
Decidido a permanecer naquela autêntica fortaleza 
natural, e isso não deve ter escapado à percepção de 
Conselheiro, ele e seu grupo entraram em ação para 
construir uma comunidade onde estivessem livres do 
incômodo das autoridades religiosas católicas e políticas, 
bem como das leis republicanas, dos “coronéis”, dos 
juizes, dos impostos, da justiça arbitrária, da política etc.
(COSTA, Nicola S. Canudos - Ordem e Progresso no Sertão. 
São Paulo: Moderna, 1990.)
O movimento de Canudos (1896-1897), liderado pelo 
beato Antônio Vicente Mendes Maciel, o “Antônio 
Conselheiro”, no sertão nordestino, é um dos mais 
conhecidos exemplos de movimentos místicos- 
-populares que marcou o início da República no Brasil. As 
problemáticas sociais que deram vida àquele movimento 
permanecem, até hoje, em grande parte sem solução.
A partir do cenário descrito no texto e das condi-a) 
ções de produção que caracterizavam o Nordeste 
brasileiro no final do século XIX, explique um fator 
que contribuiu para o movimento de Canudos.
Cite dois motivos pelos quais o povoado de Canu-b) 
dos incomodava as “autoridades religiosas católi-
cas e políticas”.
(Unesp) “O nome CANGAÇO vem do conjunto de ar-2. 
mas carregadas por homens que prestavam serviços de 
proteção e defesa a chefes políticos locais. Suas armas 
eram tantas que pesavam sobre seus ombros como 
pesa a CANGA sobre o pescoço do boi. Daí o nome 
CANGACEIROS. Entretanto, nem sempre estiveram à 
disposição dos chefes políticos locais”.
Responda:
Qual era a zona de ação do cangaço?a) 
Por que surgiu esse fenômeno social?b) 
Quais acontecimentos e transformações estruturais c) 
concorreram para seu fim?
(Unesp) “Não se pode refletir sobre o lugar da violência 3. 
na história brasileira, sem destacar três tipos de movi-
mentos sociais que, em épocas diferentes, se manifesta-
ram em conflito com os governos: as revoltas dos negros, 
os movimentos messiânicos e o banditismo.”
(KEITH, Henri H. , Conflito e Continuidade 
na Sociedade Brasileira.)
Relacione os nomes de Zumbi, Antônio Conselhei-a) 
ro e Lampião aos nomes dos movimentos sociais 
que lhes correspondem.
Caracterize, sucintamente, o movimento social em b) 
que se destacou Antônio Conselheiro.
(Unicamp) “O bandido social é, em geral, membro de 4. 
uma sociedade rural e, por razões várias, encarado como 
proscrito ou criminoso pelo Estado e pelos grandes 
proprietários. Apesar disso, continua a fazer parte da 
sociedade camponesa de que é originário e é consi-
derado herói por sua gente, seja ele um justiceiro, um 
vingador, ou alguém que rouba dos ricos.”
(DÓRIA, Carlos Alberto. Saga: a Grande História do Brasil.)
Utilizando a definição anterior, explique o movimento do 
cangaço brasileiro.
(Unicamp) 5. 
Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
(NETO, João Cabral de Melo. Morte e Vida Severina.)
Qual o conflito social abordado neste poema?a) 
Transcreva dois trechos do poema em que fica bem b) 
caracterizado esse conflito. Explique-os.
(Unicamp) Em março de 1897, assim se pronunciou o 6. 
jornal carioca O Paiz sobre o movimento de Canudos:
“O que de um golpe abalava o prestígio da autoridade 
constituída e abatia a representação do brio de nossa 
pátria no seu renome, na sua tradição e na sua força 
era o movimento armado que, à sombra do fanatismo 
religioso, marchava acelerado contra as próprias 
instituições (...).
Não há quem a esta hora não compreenda que o 
monarquismo revolucionário quer destruir (...) a unidade 
do Brasil.”
(CUNHA, Euclides da, em Os Sertões)
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Quais os temores existentes no Brasil com relação a) 
ao movimento de Canudos?
Que motivos levaram os sertanejos da Bahia a ade-b) 
rirem àquele movimento?
(UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parên-7. 
teses V se for verdadeiro ou F se for falso.
Os historiadores designam por República Velha o período 
que se estende de 1889 a 1930. Sobre acontecimentos 
históricos deste período, identifique as proposições 
verdadeiras e falsas.
( ) Os bancos emissores e a oligarquia açucareira do 
Nordeste foram responsáveis pela “política dos go-
vernadores”.
( ) O poder político, neste período, esteve controlado 
pelas oligarquias estaduais e a Revolução de 1930 
tenta pôr fim a esta influência.
( ) O coronelismo é um fenômeno político que surge, 
no Brasil, na Primeira República.
( ) O fenômeno do banditismo social, no Brasil, está as-
sociado com a questão religiosa e a maçonaria.
( ) Para os historiadores, o assassinato de Delmiro Gou-
veia está relacionado com a concorrência que a sua 
fábrica de linhas fazia aos ingleses e a sua inimizade 
com Rosa e Silva.
(Unicamp) “A Guerra de Canudos, na qual, calcula-se, 8. 
morreram 15 000 pessoas, faz 100 anos. No dia 5 de 
outubro de 1897, depois de quatro expedições militares, 
um ano de lutas intermitente e uma resistência feroz por 
parte de seus defensores, o arraial erigido pelo Conse-
lheiro nos ermos do Nordeste da Bahia foi finalmente 
tomado pelo Exército. Quase nada sobrava daquele 
santuário-cidadela (...). 
(TOLEDO, Roberto Pompeu de. O Legado 
do Conselheiro, Veja, 3 set. 1997.)
Qual o regime político brasileiro na época da Guerra a) 
de Canudos?
Cite os principais adversários de Antônio Conselheiro.b) 
Quais eram as características político-religiosas do c) 
movimento de Canudos?
(UERJ) Leia o texto sobre o Contestado (1912-1916), 10. 
conflito ocorrido no sul do país e motivado, entre outros 
fatores, pela disputa de terras. 
“A revolta teve sobretudo um caráter social e religioso. 
O que manteve os caboclos unidos foi a crença em 
um profeta conhecido como monge José Maria, um 
guerreiro místico como Antônio Conselheiro.
O Contestado foi um movimento milenarista, ou seja, 
impregnado de temores apocalípticos e esperanças de 
salvação para os iniciados. Os caboclos acreditavam 
no fim deste mundo e no surgimento de outro melhor, 
sem fome nem miséria. ‘Até hoje a população local se 
refere ao episódio como a guerra dos fanáticos,’ diz o 
historiador Paulo Pinheiro Machado, da Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC).”
(Superinteressante, maio 2000. Adaptado.)
A expressão “guerra dos fanáticos” era usada para definir 
a participação dos revoltosos e foi criada naquela época 
pelas autoridades políticas e pelos latifundiários.
Sob um ponto de vista crítico atual, pode-se dizer que 
a expressão indica a intenção de:
desqualificar os participantes da rebelião.a) 
apoiar as ideias monarquistas dos revoltosos.b) 
enfatizar o caráter degenerado dos caboclos re-c) 
voltosos.
destacar a indoIência de origem psicoclimática dos d) 
camponeses.
(UERJ) Joseph Rotblat, ganhador do Nobel da Paz/95, 11. 
esteve recentemente no Rio de Janeiro (entre 2 e 5 de 
outubro de 1995) participando de encontro de pesqui-
sadores e ficou horrorizado com a miséria e as condições 
de vida das pessoas que “moram”sob viadutos e em 
locais insalubres. Chocou-se, também, com o contraste 
entre a miséria das favelas e a riqueza da zona sul.
(O Globo, 14 out. 1995, p.15.)
(Unesp) 9. Os Sertões, livro escrito por Euclides da 
Cunha, comemorou em 2002 o centenário de sua 
publicação. Referindo-se ao flagelo das secas nos 
sertões do nordeste do país, o autor observou: “Este 
[o homem], de fato, não raro reage brutalmente sobre 
a terra e entre nós, nomeadamente, assumiu, em todo 
o decorrer da História, o papel de um terrível faze-
dor de desertos. Começou isto por um desastroso 
legado indígena”.
Qual foi o desastroso legado indígena a que se a) 
refere Euclides da Cunha?
Cite dois empreendimentos econômicos da b) 
história contemporânea brasileira, diretamente 
responsáveis por graves desequilíbrios ecoló-
gicos em regiões onde permanece a cobertura 
vegetal original.
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No início do século XX, já se discutia como tornar o Rio de 
Janeiro modernizado e adaptado às novas necessidades 
que a dinâmica do capitalismo exigia. O engenheiro 
Pereira Passos, nomeado administrador da cidade, 
empreendeu reformas de saneamento e embelezamento, 
o que acabou resultando no seguinte fato:
expulsão das populações pobres do centro da cida-a) 
de, onde viviam em cortiços, despejando diversas 
famílias de suas casas e aumentando os aluguéis.
reurbanização das favelas, dando um sentido mais hu-b) 
manizado às habitações populares, evitando com tais 
reformas a expansão da violência e da corrupção.
criação das associações de moradores, onde as c) 
classes populares e camadas médias discutiam as 
questões relativas às suas comunidades e interfe-
riam nas decisões da administração pública.
remanejamento de favelas para o subúrbio, onde d) 
estas populações ocuparam várias habitações po-
pulares, passando a gastar muito em passagens 
para se locomoverem para o trabalho.
(UERJ) “A República despontava. (…). Mas, e quanto 12. 
ao povo? Aquele monte de gente que não era mais es-
cravo; gente branca, que vivia de vender bugigangas nas 
cidades: os imigrantes famintos recém-chegados. Esta 
gente toda percebeu o que estava acontecendo?”
(TREVISAN, Leonardo. A República Velha. p.18.)
A afirmativa que melhor responderia aos questionamentos 
que o autor faz no texto acima é:
com a proclamação da República, os ex-escravos a) 
foram integrados à sociedade do trabalho livre, de-
vido ao crescimento do número de indústrias.
o sistema representativo e o federalismo significa-b) 
ram a ampliação imediata do número de eleitores e, 
portanto, maior participação política popular.
a República possibilitou melhores condições de c) 
trabalho ao nacional e ao imigrante, através de 
uma legislação trabalhista, presente na Constitui-
ção de 1891.
a República garantiu, de fato, a ampliação dos direitos d) 
à cidadania, na medida em que estabeleceu, através 
da Constituição de 1891, o voto secreto e universal.
com a proclamação da República, poucas foram e) 
as mudanças significativas na ordem econômico- 
-social que pudessem vir a estabelecer novas ba-
ses para a participação e a cidadania.
(UFRJ) “Ten. Gwaier - Está direito, V. Exa. submeterá 13. 
o requerimento à votação, Sr. Presidente. Os jornais 
noticiam que o Sr. Presidente da República, para enxo-
valhar o Exército, vai mandar amanhã os seus agentes 
fecharem o Clube Militar, baseado numa lei que fecha as 
sociedades de anarquistas, de cáftens e de exploradores 
do lenocínio. Maior injúria não se pode fazer. Suprema 
afronta jogada às faces do Exército Nacional!
Maj. E. Figueiredo - O Sr. Presidente da República tem 
toda a razão.
Ten. Gwaier - V. Exa. Concorda que o Presidente da 
República feche o Clube Militar baseado naquela lei?
Maj. E. Figueiredo - Concordo.
Ten. Gwaier - Então V. Exa. é cáften? É explorador do 
lenocínio? É anarquista? Queira desculpar porque, 
francamente, eu não sabia.
Maj. E. Figueiredo - Eu respondo a V. Exa. como homem. 
Respondo sua audácia. (...)
(Sessão do Clube Militar de 24/6/1922, citado por SODRÉ, 
Nelson Werneck. História Militar do Brasil. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. p. 203.)
O texto anterior demonstra o clima de radicalização 
política no meio militar brasileiro na década de 1920. Tal 
situação, de grande repercussão na sociedade brasileira 
de então, gerou um movimento conhecido por:
nacionalismo, pelas críticas que o Clube Militar faria a) 
aos governos civis pela entrega de serviços públi-
cos e da exploração do subsolo brasileiro a estran-
geiros, sob a forma de concessão.
“jovens turcos”, por seus participantes, jovens ofi-b) 
ciais do Exército, lutarem pela profissionalização da 
arma contra a tradição positivista existente desde o 
final do Império.
populismo, que buscava contemplar as reivindicações c) 
das massas populares urbanas sempre ignoradas pe-
las elites agrárias detentoras do poder na época.
integralismo, que refletiu o crescimento do questio-d) 
namento do Estado Liberal após a Primeira Guerra 
Mundial e a infiltração de ideias de caráter nazi- 
-fascista no meio militar brasileiro.
tenentismo, que procurou questionar os governos e) 
daquele período com propostas de caráter anti-
oligárquico, por meio de movimentos armados diri-
gidos, em geral, por oficiais de baixa patente.
(UFRJ) “Não ocultemos: o proletariado protesta porque 14. 
o proletariado está organizado e sindicalizado, pode 
ter resistência e ação direta. Mas se todas as classes 
estivessem organizadas (...) por instigamento da sua 
situação precária, neste momento não seria o operariado 
que protestaria só, mas toda a Nação Brasileira que se 
levantaria esquálida, faminta, ameaçada de necessidades 
negras (...).”
(Discurso de Maurício de Lacerda, deputado e advogado 
dos trabalhadores, em sessão da Câmara dos 
Deputados, no dia 26 de julho de 1917.)
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No Brasil, o movimento operário e sindical constituiu- 
-se ao longo da Primeira República (1889-1930), 
enfrentando dificuldades de toda ordem, tais como as 
más condições de vida, a insensibilidade das classes 
patronais e o preconceito das elites políticas do país.
Liderado pelos anarco-sindicalistas, pelo menos até 
1917, esse movimento conheceu modificações a partir 
dos anos 30, mantendo essas novas características até 
a década de, 70.
Explique uma razão do crescimento do movimento a) 
operário na Primeira República.
Cite dois fatores que contribuíram para a perda de b) 
influência do anarquismo sobre o movimento ope-
rário na Primeira República.
(Unirio) Na segunda metade do século XIX, iniciou-se a 15. 
formação de um novo segmento social no Brasil, a classe 
operária. Podemos afirmar que a:
migração italiana está ligada ao movimento operá-a) 
rio, tendo que dividir com um grande número de 
ex-escravos a formação inicial da classe operária.
nascente classe operária brasileira tinha como base b) 
a mão-de-obra de ex-escravos que, saídos das fa-
zendas cafeeiras, iam para as cidades em busca de 
trabalho na indústria.
classe operária brasileira possuía em sua formação c) 
uma base na mão-de-obra estrangeira e, na tenta-
tiva de se organizar, utilizou o pensamento anarco- 
-sindicalista.
participação da mão-de-obra estrangeira na forma-d) 
ção da classe operária brasileira não foi significativa 
devido à falta de preparo desses imigrantes.
classe operária brasileira, mesmo com os esforços e) 
demonstrados, não conseguiu fugir da tutela do 
Estado.
(UFRJ) “A cidadania moderna – ou seja, a integração 16. 
das pessoas no governo, via participação política; na so-
ciedade, via direitos individuais; e no patrimônio coletivo, 
via justiça social – continua sendo aspiração de quase 
todos os países, sobretudo os que se colocam dentro da 
tradiçãoocidental (...). Simplificando muito, pode-se dizer 
que o processo histórico de formação da cidadania no 
Ocidente seguiu dois caminhos, um de baixo para cima, 
pela iniciativa dos cidadãos, outro de cima para baixo, por 
iniciativa do Estado e de grupos dominantes”.
(CARVALHO, J. Murilo de. Cidadania, Estadania e Apatia. 
In: Jornal do Brasil, 24 jun. 2001, p. 8.)
A instauração do regime republicano no Brasil representou 
para muitos a possibilidade de democratização da 
sociedade por meio da afirmação dos direitos civis, 
políticos e sociais. No entanto, já em seu nascedouro, a 
república brasileira impunha restrições ao exercício da 
plena cidadania.
Apresente um argumento que permita considerar a 
Revolta da Vacina (1904) um movimento social de busca 
de afirmação da cidadania no início da República.
(UFSM)17. 
Antropofagia.
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o.
(ORDONEZ, Marlene; QUEVEDO, Júlio. 
História. São Paulo: IBEP. p. 396.)
A obra “Antropofagia”, de Tarsila do Amaral, sintetiza uma 
das características dos modernistas, em 1922, ou seja,
renovação artística de inspiração europeia, voltada a) 
aos padrões externos, negando em definitivo a te-
mática nacional.
ufanismo brasileiro, expresso nas cores, formas e b) 
conteúdos, de inspiração nacionalista e de culto 
ao herói.
renovação artística quanto à forma e conteúdo, re-c) 
pensando a cultura brasileira e a realidade nacional.
revisão da temática brasileira, reavaliando os con-d) 
teúdos artístico-culturais, impregnados da ideolo-
gia socialista e da estética surrealista.
reprodução da estética europeia, incorporando ce-e) 
nas do cotidiano, porém sem liberdade de lingua-
gem pictórica e literária.
(UFMG) “Da libertação do nosso espírito, sairá a arte 18. 
vitoriosa. E os primeiros anúncios da nossa esperança 
são os que oferecemos aqui à vossa curiosidade. São 
estas pinturas extravagantes, estas esculturas absurdas, 
esta música alucinada, esta poesia aérea e desarticulada. 
Maravilhosa aurora!” 
Com essas palavras, o escritor Graça Aranha abriu as 
atividades da Semana de Arte Moderna, realizadas 
no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 17 de 
fevereiro de 1922.
Um dos objetivos dos promotores desse evento era:
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escandalizar a sociedade, considerada retrógrada, a) 
reunindo um conjunto de obras e artistas inovadores.
lançar as bases de uma produção artística em mol-b) 
des acadêmicos, pois, no Brasil, se valorizava tradi-
cionalmente a produção cultural popular.
tomar a arte e os produtos culturais mais próximos c) 
dos operários, com quem os artistas radicais se 
identificavam.
trazer ao país uma amostra das vanguardas euro-d) 
peias, mediante a apresentação de obras de artis-
tas estrangeiros.
(PUC-Rio) Os anos 20 deste século, no Brasil, são con-20. 
siderados como um período fértil na criação e difusão 
de novos projetos para a reorganização do estado e da 
sociedade brasileira. Indivíduos, instituições, grupos 
sociais procuraram exprimir, por manifestos e ações, o 
seu descontentamento com a República vigente.
Sobre esse período, não é correto afirmar que:
o movimento modernista procurou evidenciar, por a) 
meio de novos padrões estéticos, a necessidade 
de redirecionar textos e pesquisas para temas que 
possuíssem inspiração no ambiente físico, cultu-
ral e social brasileiro, configurando uma busca da 
brasilidade.
a Igreja Católica, sob a direção de D. Sebastião b) 
Leme, procurou conquistar influência entre o meio 
intelectual e o povo, em um movimento de “recris-
tianização da sociedade”, mediante a criação de 
revistas e organização de associações, como, por 
exemplo, o Centro Dom Vital.
jovens oficiais do exército, protestando contra a c) 
fragmentação regionalista e a ausência de uma 
real representação da nação, promoveram revol-
tas em 1922 e 1924, estimulando a organização 
da Coluna Prestes, que percorreu o país entre 
1925 e 1927.
lideranças do movimento operário urbano, tanto de d) 
orientação anarco-sindicalista quanto de orienta-
ção comunista, articularam alianças no sentido de 
apoiar a aplicação do conjunto de leis trabalhistas 
promulgadas pelos governos oligárquicos.
educadores e higienistas, sintonizados com pro-e) 
jetos de modernização da saúde e da educação 
públicas, propuseram programas e iniciativas que, 
por caminhos distintos, valorizavam o intervencio-
nismo estatal.
(Unirio) Veja a tabela a seguir:19. 
Mortalidade pelas principais moléstias transmissíveis
Rio de Janeiro (DF) – 1886-1910
(DAMAZIO, SYLVIA. Retrato Social do Rio de Janeiro na 
Virada do Século. Rio de Janeiro: UERJ, 1996.)
Rodrigues Alves (1902-1906) adotou uma polí-I. 
tica de saúde, com base nas reformas de Pereira 
Passos e na participação de Oswaldo Cruz, o 
que fez diminuir a mortalidade pelas doenças 
transmissíveis.
As reformas sanitárias e as campanhas de vaci-II. 
nação, realizadas por Oswaldo Cruz, não tive-
ram efeito positivo na queda da mortalidade.
A mortalidade por moléstias transmissíveis não III. 
sofreu uma queda percentual progressiva. 
A ação governamental concentrou esforços no IV. 
combate à febre amarela.
Podemos afirmar que a opção correta é:
I e IV.a) 
III e II.b) 
IV e III.c) 
I e III.d) 
II e IV.e) 
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B1. 
D2. 
A3. 
Canudos surgiu em decorrência da pobreza e miséria 4. 
vivida pelos camponeses no interior da Bahia e no Nor-
deste, graças ao poder dos latifundiários. Surgiu um líder 
carismático e messiânico que conduziu aquele povo.
095. 
A6. 
E7. 
B8. 
B9. 
D10. 
C11. 
E12. 
B13. 
E14. 
A15. 
16. 
Duas dentre as características:a) 
o anticlericalismo; •
a igualdade plena dos direitos; •
a conquista da liberdade plena; •
a rejeição de toda a forma de poder; •
a defesa do espontaneísmo das massas. •
Um dentre os motivos:b) 
sucesso da Revolução Russa; •
maior difusão das ideias anarquistas; •
alta do custo de vida sem proporcional aumento •
dos salários.
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1. 
A concentração fundiária brasileira - e, em especial, a) 
nordestina - fazia com que a esmagadora maioria 
da população não tivesse acesso à propriedade de 
terra, tendo de se submeter a relações de trabalho 
marcadas pela sobre-exploração. Essa população 
sofria ainda os efeitos das grandes secas que asso-
laram o sertão nordestino, em parte resultando na 
falência das culturas tradicionais (algodão e açú-
car), provocando uma grave crise econômica.
•b) Dificuldades de domínio dos grandes proprietá-
rios de terra sobre a mão-de-obra;
o rompimento da hierarquia e do controle da Igreja •
oficial sobre a população local;
a pregação do beato não se coadunava com a •
ortodoxia veiculada pela hierarquia eclesiástica;
Canudos, enquanto um espaço social, negava a •
ordem instituída, uma vez que exercia um forte 
poder de atração sobre a massa sertaneja.
2. 
O sertão nordestino, pequenas vilas e lugarejos.a) 
Pela miséria, pobreza e concentração latifundiária.b) 
A necessidade de controle social com a ameaça c) 
“Banditista”.
3. 
Zumbi - Palmares; Antônio Conselheiro – Canudos; a) 
Lampião – Cangaço.
Movimento de caráter messiânico popular, ocorri-b) 
do no sertão nordestino contra as oligarquias dos 
coronéis.
Movimento considerado banditista (fora da lei), mas 4. 
que deve ser inserido na condição miserável gerada 
pelos latifundiários do Nordeste na primeira metade so 
século XX.
5. 
A luta no Brasil pela reforma agrária.a) 
“é a terra que querias ver dividida...”b) 
“é a parte que te cabe desse latifúndio...”
6. 
A acusação do movimento ser monarquista e faná-a) 
tico religioso.A miséria e a pobreza em que viviam.b) 
F, V, V, F, V7. 
8. 
República Oligárquica.a) 
Os latifundiários do Nordeste e o Governo Federal, b) 
devido à defesa da volta da monarquia por Antônio 
Conselheiro.
Foi um movimento de caráter messiânico, em virtu-c) 
de da carência material do sertanejo, que não via na 
República expectativa de melhora.
9. 
Realização de queimadas para plantar suas roças a) 
de milho e mandioca.
Rodovia Transamazônica, Usinas de Itaipu e Tucu-b) 
ruí, Projeto Carajás e Projeto Jari, entre outros.
A10. 
A11. 
E12. 
E13. 
14. 
A imigração europeia, o crescimento industrial, a a) 
influência das ideias anarquistas e a exploração da 
classe trabalhadora.
A ação repressiva do governo, a Revolução Russa b) 
de 1917 e o avanço das ideias comunistas.
C15. 
A Revolta da Vacina representou a reação popular contra 16. 
um governo que desrespeitava os princípios da liberdade 
individual e valores morais da população como a virtude 
da mulher, a honra dos chefes de família e a inviolabili-
dade do lar. O inimigo não era a vacinação em si, mas o 
governo, em particular as forças de repressão.
C17. 
A18. 
A19. 
D20. 
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