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2 
ÍNDICE 
1. INTRODUÇÃO 
 
1. O livro do Apocalipse 
2. Informações acerca do livro 
3. O estudo do Apocalipse 
4. A simbologia dos números 
 
2. PANORAMA GERAL 
 
1. Os capítulos da Revelação 
2. O tempo da promessa 
3. O significado do quinto selo 
4. O sangue dos mártires 
5. Três exemplos específicos 
1. A ressurreição das duas testemunhas 
2. O dragão e a mulher 
3. Novo céu e nova terra 
6. Informações do livro 
7. O tempo em apocalipse 
8. A validade da mensagem 
9. As sete bem aventuranças 
10. As sete igrejas 
11. Os sete espíritos 
12. A identidade de Cristo 
13. A majestade de Jesus 
14. João em Patmos 
15. Lições que perduram por toda a eternidade 
 
3. O DESVENDAR DAS CARTAS DO APOCALIPSE 
 
1. Cartas às igrejas 
2. A carta à igreja em Éfeso 
3. A carta à igreja em Esmirna 
4. A carta à igreja em Pérgamo 
5. A carta à igreja em Tiatira 
6. A carta à igreja em Sardes 
7. A carta à igreja em Filadélfia 
8. A carta à igreja em Laodicéia 
 
4. A VISÃO DO TRONO DE DEUS 
 
5. DIGNO É O CORDEIRO 
 
6. O CORDEIRO ABRE OS PRIMEIROS SELOS 
 
7. OS SERVOS QUE PERTENCEM A DEUS 
 
 
8. AS PRIMEIRAS QUATRO TROMBETAS 
 
9. OS TRÊS AIS 
 
 3 
INTRODUÇÃO 
 
Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e 
guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. 
Apocalipse 1:3 
 
 
O livro do Apocalipse 
 
Falar sobre Apocalipse é adentrar às câmaras secretas dos grandes mistérios que Deus tem 
revelado acerca dos últimos tempos. De fato, temos tido o enorme privilégio ao receber parte 
dessas revelações neste livro da Bíblia Sagrada. O livro de Apocalipse é, sem sombra de 
dúvida, uma benção de Deus para a edificação da igreja e para seu preparo concernente à 
volta iminente de Cristo Jesus. 
 
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem 
acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, 
Apocalipse 1:1 
 
O que o estudante honesto deveria fazer com este livro? Deveríamos nos retrair com medo, 
achando que os acontecimentos assustadores das manchetes sejam o cumprimento das 
profecias do Apocalipse? Deveríamos orgulhosamente cantar vitórias sobre as forças do mal 
cada vez que uma nação ou líder ímpio cai do poder? Deveríamos fechar nossas Bíblias 
diante de nossas perplexidades e incertezas? 
 
Jamais! O Apocalipse é um livro que Deus deixou para a edificação da igreja de Cristo na 
Terra, para que tornemo-nos cada vez mais aguçados aos sinais dos anos: Jesus está 
voltando. 
 
Para isso serão necessárias algumas observações sobre a abordagem do livro, a linguagem 
profética e simbólica, a história do período, etc.. Por valorizarmos as próprias escrituras acima 
de qualquer fonte extrabíblica, procuraremos sempre informações e exemplos na própria 
Bíblia Sagrada para esclarecer o sentido das expressões encontradas nesse livro. 
 
Estudaremos o Apocalipse e, depois, quando possível, considerarmos informações 
históricas. Não começaremos com a história ou com as manchetes do dia para interpretar a 
Palavra. Quando não encontrarmos informações históricas para explicar algum aspecto de 
 
 4 
uma profecia, ainda respeitaremos a veracidade da palavra de Cristo acima do registro dos 
historiadores: a palavra de Deus está acima de todas as coisas. 
 
 
Informações acerca do livro 
 
O verdadeiro autor de Apocalipse é o próprio Deus. Do ponto de vista humano, entretanto, a 
autoria é de João, filho de Zebedeu: 
 
bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante 
serás pescador de homens. 
Lucas 5:10 
 
Segundo as teorias acadêmicas mais aceitas, o livro data de 96 d.C. O lugar de escrita foi a 
Ilha de Patmos, situada na Ásia Menor, no Mar Egeu, com 40 quilômetros de superfície e uma 
população de 3000 habitantes. Lá o palco foi armado para a consolidação dessas 
extraordinárias revelações que tanto nos edificam e consolidam nossa fé. 
 
O livro de Apocalipse tem 22 capítulos, 404 versículos, 12.000 palavras e apenas nove 
perguntas. O livro é repleto de simbolismos, em especial o número 7: 
 
Sete Cartas às Sete Igrejas da Ásia, atual Turquia; os Sete Selos em um livro nas mãos de 
Deus; as Sete Trombetas; Sete Castiçais de ouro; os Sete Anjos, um Cordeiro com Sete 
Pontas e Sete Olhos; o Dragão Vermelho com Sete Cabeças e Sete Diademas; uma besta 
semelhante ao leopardo com Sete Cabeças e Sete Diademas; Sete Montes e Sete Reis; Sete 
Bem Aventuranças para os remidos. 
 
 
O estudo de Apocalipse 
 
Mas como devemos abordar o estudo do Apocalipse? Inicialmente devemos começar com a 
Bíblia, não a história humana. A Bíblia Sagrada é a base e o fundamento que nos leva a 
encontrar todas as respostas cabíveis e necessárias para o desempenho de nossa fé e do 
nosso ministério. 
 
 
 5 
Deus falou antes mesmo dos acontecimentos históricos, e a Sua palavra inspirada é 
verdadeira e exata. Mesmo quando faltam registros humanos de cumprimentos precisos, a 
palavra é o fundamento maior e mais gabaritado de nossa fé. 
 
Podemos ilustrar esse problema considerando o texto de Mateus 24:1-34. Aqui, Jesus fala de 
eventos específicos e catastróficos que ocorreriam em Jerusalém: 
 
Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. 
Mateus 24:34 
 
Qualquer pessoa que respeite a palavra de Cristo pode saber que a profecia foi cumprida 
ainda na época em que a geração de Cristo estava viva. Vamos lembrar desde o princípio 
que Jesus revelou coisas que ocorreriam logo depois que João as registrou: 
 
Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu 
anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer. Eis que venho sem demora. Bem-
aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. 
Apocalipse 22:6-7 
 
Devemos reconhecer o estilo simbólico da linguagem empregado pelo Espírito Santo na 
escrita do livro. Da mesma maneira que o Espírito fez em várias outras partes da Bíblia, aqui 
há uma linguagem simbólica ou figurativa, frequentemente com descrições físicas que 
retratam conceitos espirituais. Este era o costume de Jesus em suas parábolas: 
 
Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais 
terá sede. 
João 6:35 
 
Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 
João 10:7 
 
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 
João 15:1 
 
Não nos deveríamos surpreender que a linguagem seja figurativa ou simbólica: outros l ivros 
da Bíblia Sagrada, especialmente Ezequiel, Daniel e Zacarias, empregam linguagem 
semelhante, tornando esse estilo de revelação algo que coincide com aquele recebido 
anteriormente. 
 
 
 6 
Ditar quais partes da narrativa são figurativas e quais são literais é um método ruim. 
Apocalipse é um livro de visões, isto é, ideias celestiais que excedem a imaginação humana 
ao não se reduzirem a algo meramente físico ou meramente literal. 
 
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem 
acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra 
de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. 
Apocalipse 1:1,2 
 
Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era como 
o sol, e as pernas, como colunas de fogo; 
Apocalipse 10:1 
 
Para entendermos as coisas de Deus, precisamos colocar nosso tempo, nossa vida e nossa 
mente cativa às coisas do Espírito Santo. O Espírito Santo foi, é e sempre será o maior 
intérprete das Sagradas Escrituras. 
 
Conforme o registro do capítuloum, este livro não é uma mera transmissão de palavras, mas 
sim uma mensagem dos símbolos e imagens que Deus permitiu a João visualizar naquela 
ilha. Estas revelações do Apocalipse falam das coisas que estavam para acontecer logo. 
 
Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O 
que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. 
Apocalipse 1:10,11 
 
Para uma leitura mais aprofundada, devemos nos atentar a alguns princípios: 
 
Primeiro: este é um livro de profecias. 
 
Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, 
Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta 
profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste 
livro. 
Apocalipse 22:18,19 
 
Profetas bíblicos frequentemente usam linguagens simbólicas e ilustrações para apresentar 
a verdade. De fato, muitos conceitos errados sobre o texto de Apocalipse resultam de 
esforços para interpretar literalmente a linguagem figurativa do livro. 
 
 
 7 
Além do mais, o livro de Apocalipse foi escrito próximo do encerramento do primeiro século: 
um tempo em que muitos povos do mundo estavam sujeitos ao domínio do Império Romano. 
Este governo estava se tornando cada vez mais perverso e menos tolerante com povo de 
Deus, e é nessa situação que Deus entrega o Apocalipse a João. 
 
Muitos decidem estudar o livro com a determinação de encontrar aplicações modernas para 
algumas das profecias, esquecendo-se do fato de que ele foi escrito originalmente para os 
cristãos da Ásia, muitos dos quais sofreram severas perseguições por causa da sua fé. 
 
João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que 
há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono 
Apocalipse 1:4 
 
dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia 
e Laodicéia. 
Apocalipse 1:11 
 
 
A simbologia dos números 
 
O livro do Apocalipse utiliza-se de um estilo literário que emprega os significados simbólicos 
dos números 
 
● O número 1 fala da unidade, isto é, algo e incomparável ou exclusivo; 
 
● O número 2 fala de força, coragem e poder; 
 
● O número 3 é divino e fala das Três Pessoas Divinas: o Pai cria, o Filho redime e o Espírito Santo 
santifica; 
 
● O número 4 fala de coisas do mundo; 
 
● O número 5 fala dos cinco nomes de Jesus Cristo: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da 
Eternidade e Príncipe da Paz; 
 
● O número 6 fala de algo incompleto e fracassado; 
 
● O número 7 fala da perfeição; 
 
● O número 10 fala da totalidade e também da plenitude; 
 
 
 8 
● O número 12 fala de totalidade, especialmente do Povo de Deus (as 12 tribos, os 12 apóstolos...); 
 
● O número 24 retrata os representantes do povo de Deus de todos os tempos; 
 
● O número 144 é o número completo do Povo de Deus; 
 
● Os 42 meses, os 1260 Dias e os "três anos e meio" representam um período de tempo indefinido, 
 
 
 
PANORAMA GERAL 
 
 
Os capítulos da Revelação 
 
O livro do Apocalipse demonstra, acima de tudo, o poder de Deus de vencer o diabo e seus 
asseclas. Essa mensagem servia de encorajamento para os santos angustiados num tempo 
cheio de turbulências e perseguição., pois convida o leitor a se atentar ao lado espiritual das 
lutas que constantemente desafiam a fé. 
 
O capítulo primeiro apresenta o retrato categórico de Jesus Cristo em todo Seu poder, 
domínio e glória. É comum que imaginemos Jesus em cenas de aparente fragilidade, seja Ele 
um bebê nos braços da mãe ou uma figura moribunda na cruz. Mas Cristo é muito mais que 
isso: Ele é o grande vitorioso e o Leão da tribo de Judá, Soberano dos reis da Terra. 
 
e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele 
que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, 
Apocalipse 1:5 
 
Tudo que se segue deste livro surge dessa poderosa mensagem: Cristo está no comando de 
todas as coisas, e, no final, os justos serão vitoriosos na luta contra o mal. 
 
Os capítulos 2 e 3 contém a história das sete igrejas na Ásia menor. As sete cartas seguem 
um padrão regular de saudação, lembrança da posição de Cristo, avaliação da condição da 
congregação e apelo ao arrependimento unindo ao encorajamento aos fiéis para que 
permaneçam firmes em sua fé. 
 
 
 9 
O texto também carrega uma lembrança dos galardões que aguardam os santos, reafirmando 
que, mesmo diante de problemas, vale a pena ser fiel: 
 
Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Pois, pela fé, os antigos 
obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira 
que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício 
do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por 
meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não 
foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a 
Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus 
creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. 
Hebreus 11:1-6 
 
Os capítulos 4 e 5 demonstram a posição do Pai e do Filho. João recebe a permissão de ver 
o trono de Cristo, cercado por Seus servos em adoração. Aqui, a cena sai da Terra e adentra 
no céu. 
 
Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e esse que 
se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-
íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, 
vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono saem relâmpagos, 
vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. Há diante do 
trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro 
seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. 
Apocalipse 4:2-6 
 
O próximo capítulo volta a sua atenção a Jesus que, por causa de Sua vitória sobre a morte, 
é considerado digno de abrir o livro dos livros, que revelará o plano para a vitória total de 
Deus sobre as forças de Satanás. 
 
Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para 
abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de 
pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos 
de Deus enviados por toda a terra. Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; 
e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, 
tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam 
novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue 
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação 
Apocalipse 5:5-9 
 
 
 10 
Do capítulo 6 ao 20 encontram-se numerosas demonstrações de vingança e punição. Aqui, 
a maioria das mensagens é organizada em séries de sete: sete selos, setetrombetas, sete 
taças; bem como em três grandes juízos. 
 
A história não termina até chegarmos à parte sétima e final. Há momentos em que a leitura 
pode sugerir que a grande guerra está sendo vencida pelo diabo e seus servos, mas o livro 
oferece esperança aos fiéis afirmando que Deus e seu exército de justos serão vitoriosos. 
 
Os capítulos 21 e 22 destacam a condição dos santos vitoriosos na presença de Seus. Aqui, 
os privilégios perdidos no Éden em decorrência do pecado de Adão e Eva são restaurados, 
e todos desfrutam desta comunhão renovada entre Deus e o homem. 
 
Esses capítulos empregam muito da linguagem encontrada em outros textos proféticos, e 
também destacam a grandeza do Céu, a conclusão para a mensagem da Bíblia Sagrada. 
 
 
O tempo da promessa 
 
O livro do Apocalipse é guiado por uma trama, e precisamos entendê-la para que possamos 
compreender a mensagem do autor. 
 
Primeiro, devemos nos atentar ao fato de que, no relato, Jesus falou de coisas que tinham 
que acontecer logo depois que o livro fosse escrito. O significado desse ponto não deve ser 
diminuído: quando Deus colocou um limite no tempo para o cumprimento de sua palavra, os 
leitores não tem direito de ignorar. 
 
Algumas vezes, pessoas tentam evitar o significado desse limite com passagens como 2 
Pedro 3:8: 
 
Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil 
anos, como um dia. 
2 Pedro 3:8 
 
Há aí, entretanto, um deslize. Nesta passagem, o autor está demonstrando a paciência de 
Deus em adiar Seu julgamento dos malfeitores, de forma que quando Deus fala de coisas 
que acontecerão logo, precisamos respeitar a veracidade de Sua palavra. 
 
 
 11 
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem 
acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João 
Apocalipse 1:1 
 
Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu 
anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer. 
Apocalipse 22:6 
 
Esse limite de tempo é colocado tanto no começo quanto no fim do Apocalipse. Deve, 
portanto, ser sempre considerado no exercício de interpretação dos capítulos intermediários. 
 
A expressão “em breve” é usada também em outras partes do Novo Testamento. Nessas 
passagens, o cumprimento do que fora dito acontece logo depois das palavras ditas: 
 
Festo, porém, respondeu achar-se Paulo detido em Cesaréia; e que ele mesmo, muito em breve, partiria para lá. 
Portanto, disse ele, os que dentre vós estiverem habilitados que desçam comigo; e, havendo contra este homem 
qualquer crime, acusem-no. E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez dias, desceu para Cesaréia; e, 
no dia seguinte, assentando-se no tribunal, ordenou que Paulo fosse trazido. 
Atos 25:4-6 
 
mas, em breve, irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e, então, conhecerei não a palavra, mas o poder dos 
ensoberbecidos. 
1 Coríntios 4:19 
 
Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me 
redundará em libertação, segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; 
antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, 
quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz 
fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o 
desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário 
permanecer na carne. 
Filipenses 1:19-24 
 
Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; 
1 Timóteo 3:14 
 
Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está 
próximo o verão. 
Mateus 24:32 
 
E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está 
próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. 
Mateus 26::18 
 
 12 
 
Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. 
João 2:13 
 
Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima. 
João 6:4 
 
Ora, a festa dos judeus, chamada de Festa dos Tabernáculos, estava próxima. 
João 7:2 
 
Estava próxima a Páscoa dos judeus; e muitos daquela região subiram para Jerusalém antes da Páscoa, para se 
purificarem. 
João 11:55 
 
 
O significado do quinto selo 
 
Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da 
palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, 
ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 
Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, 
até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente 
eles foram. 
Apocalipse 6:9-11 
 
Aqui temos a linguagem dos mártires: os cristãos mortos pedem por justiça, e o texto nos 
assegura que suas mortes não foram em vão, pois morreram na confiança de que Deus é 
justo. 
 
Deus punirá todos os malfeitores, mas permitirá que a perseguição continue por pouco tempo, 
até que se complete “o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como 
igualmente eles foram”. Deus é tardio em irar-se, mas a justiça é o cinto dos seus lombos. 
 
 
O sangue dos mártires 
 
Numerosas passagens do apocalipse ilustram a maneira como Deus respondeu ao apelo dos 
santos martirizados. 
 
● Deus vingou seu sangue: 
 
 13 
 
E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e 
seiscentos estádios. 
Ap 14;20 
 
● A terceira taça representava a merecida vingança contra aqueles que haviam 
matado os profetas: 
 
Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Então, ouvi o anjo das 
águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram 
sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar que se 
dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos. 
Apocalipse 16:4-7 
 
● Deus vingou a causa dos santos contra a Babilônia: 
 
Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa. Então, 
um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, 
com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada. E voz de harpistas, de 
músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais 
em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará luz de 
candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, 
porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria. E nela se achou sangue de profetas, de santos e de 
todos os que foram mortos sobre a terra. 
Apocalipse 18:20-24 
 
porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua 
prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. 
Apocalipse 19:2 
 
● Deus ressuscitou os mártires: 
 
Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, 
fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depoisdisto, é necessário que ele seja solto pouco tempo. Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais 
foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como 
por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não 
receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos 
mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e 
santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo 
contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos. 
Apocalipse 20:2-6 
 
 14 
 
Há uma clara conexão entre esse trecho e as orações do capítulo 6: eles haviam sido 
decapitados por causa de sua fé, e agora estavam sendo ressuscitados para reinar 
juntamente com Cristo. 
 
 
Três exemplos específicos 
 
O livro do apocalipse está repleto de cenas dos santos sendo vitoriosos em Deus. 
 
A ressurreição das duas testemunhas: 
 
Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se 
ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo; e as duas testemunhas ouviram 
grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos 
as contemplaram. Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, 
nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram 
glória ao Deus do céu. Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai. O sétimo anjo tocou 
a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do 
seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. 
Apocalipse 11:11-15 
 
A ressurreição das duas testemunhas, que pregaram com poder e autoridade. As 
forças de satanás os mataram, e começa o triunfo do mal contra o bem. Entretanto, 
Deus ressuscitou as testemunhas, e as chamou aos céus e enviou punições contra 
os que regozijaram com a derrota da injustiça praticada. 
 
 
O dragão e a mulher: 
 
No capítulo 12 é narrado o triunfo sobre o dragão. A mulher dá a luz a Cristo, e 
satanás, o dragão e a serpente, salivava com a expectativa de devorar o filho. No 
versículo 5, entretanto, ocorre a vitória completa, que frustra o maligno. 
 
Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi 
arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus 
preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias. Houve peleja no céu. 
Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, 
não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga 
 
 15 
serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com 
ele, os seus anjos. 
Apocalipse 12:5-9 
 
Satanás se volta contra a mulher, mas Deus a protege. Na batalha contra Miguel e os 
anjos, o diabo sofre mais uma derrota, e lhes são negadas outras oportunidades de 
acusar os servos do Deus vivo. 
 
Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e 
foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí 
onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então, 
a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse 
arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão 
tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua 
descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em 
pé sobre a areia do mar. 
Apocalipse 12:13-17 
 
Cada vez mais frustrado, ele ataca a mulher e, novamente, fracassa. A partir de então, 
passa a concentrar as suas energias para “pelejar com os restantes da sua 
descendência”, os cristãos individuais. Acontece, entretanto, que os filhos da mulher 
podem entrar na guerra com confiança, pois: 
 
Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados 
além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que 
a possais suportar. 
1 coríntios 10:13 
 
 
Novo céu e nova terra 
 
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi 
também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva 
adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus 
com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E 
lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, 
porque as primeiras coisas passaram. 
Apocalipse 22:1-4 
 
 
 16 
Depois das grandes cenas de julgamento e condenação dos inimigos, esse trecho do 
livro revela um vislumbre da gloriosa comunhão entre Deus e os homens, prometida 
desde tempos antigos: 
 
Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais 
haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio 
para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo. E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei 
no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. Não haverá mais nela 
criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é 
morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas e nelas 
habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão 
para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos 
desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a 
calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles. E será 
que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro 
pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem 
dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR. 
Isaías 65:17-25 
 
A admissão nesta companhia, entretanto, é limitada: haverá muitos que serão 
rejeitados e, então, lançados no lago de fogo. A Nova Jerusalém é um símbolo 
profético da comunhão restaurada (Is 52:1; Ap 60:19-20, 61:10, 65:18-19, 48:31-34; 
Ez 40:2-3). 
 
 
Informações do livro 
 
O próprio livro de Apocalipse revela que Jesus Cristo está enviando uma mensagem a todos 
os fiéis: 
 
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem 
acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra 
de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. 
apocalipse 1:1-2 
 
Quanto à autoria, ela certamente pertence a João. Mas que João? O versículo não oferece 
uma descrição que se estende para além do nome, mas, desde a antiguidade, quase todos 
os comentários bíblicos creditam o livro ao apóstolo João, filho de Zebedeu. 
 
 
 17 
Também é geralmente aceito que o mesmo João escreveu o evangelho e as três epístolas 
que carregam seu nome. Assim sendo, a leitura de seus outros livros, especialmente do 
evangelho, ajuda na compreensão da mensagem do Apocalipse.O tempo em apocalipse 
 
No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. 
Daniel 8:1 
 
No relato da Bíblia Sagrada, há diversas profecias que revelam acontecimentos que só se 
concretizaram centenas de anos após a morte do profeta. No caso de Daniel, por exemplo, o 
tempo entre o recebimento da visão e seu cumprimento foi de pelo menos 400 anos. Nesse 
caso, o anjo Gabriel explica que a mensagem se refere a dias muito distantes. 
 
Logicamente, podemos deduzir que se 400 anos é um tempo muito distante, o “breve” 
presente em Apocalipse deve indicar algo bastante próximo. Esse contraste torna-se mais 
nítido no restante da leitura do livro da revelação: 
 
Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. 
apocalipse 22:10 
 
João é proibido de selar sua profecia, pois o tempo estava próximo. A partir disso, podemos 
compreender que qualquer interpretação que sugere que o cumprimento principal do livro 
ainda está para acontecer se opõe ao texto do próprio livro. 
 
 
A validade da mensagem 
 
João não teve nenhuma dúvida acerca da fonte de sua mensagem: a palavra de Deus e o 
testemunho Jesus Cristo. O próprio autor coloca este livro na mesma categoria do resto das 
Escrituras, e fez questão de transmitir a revelação que havia recebido. 
 
Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde 
vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, 
lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, 
Apocalipse 7:13-14 
 
 
 18 
A revelação se deu por forma de visões e imagens dramáticas, que transmitiram as visões 
que Cristo queria passar para todos os seus servos. Desta forma, o apóstolo João relatou a 
tudo aquilo que viu: as evidências dos sinais são categóricas. 
 
 
As sete bem aventuranças 
 
1. Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as 
coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. (Ap 1.3) 
 
2. Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, 
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras 
os acompanham. (Ap 14.13) 
 
3. Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para 
que não ande nu, e não se veja a sua vergonha. (Ap 16.15) 
 
4. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do 
Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. (Ap 19.9) 
 
5. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda 
morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele 
os mil anos. (Ap 20.6) 
 
6. Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. 
(Ap 22.7) 
 
7. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes 
assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. (Ap 22.14) 
 
 
As sete igrejas 
 
Nos capítulos 2 e 3, o apóstolo João escreve cartas endereçadas às sete igrejas da Ásia e a 
seus sete anjos. Tudo indica que estas eram igrejas reais que existiam na época, porém não 
as únicas, como o resto da Escritura confirma: 
 
estes nos precederam, esperando-nos em Trôade. Depois dos dias dos pães asmos, navegamos de Filipos e, em 
cinco dias, fomos ter com eles naquele porto, onde passamos uma semana. No primeiro dia da semana, estando 
nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou 
o discurso até à meia-noite. 
 
 19 
Atos 20:5-7 
 
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos santos e fiéis irmãos em Cristo que 
se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai. 
Colossenses 1:1,2 
 
E dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós, pelos de Laodicéia e pelos de Hierápolis. 
Colossenses 4:13 
 
Jesus escolheu endereçar as cartas a estas sete igrejas. Talvez isso tenha se dado como 
uma forma de representar o simbolismo do número completo, de forma que estas sete igrejas 
específicas simbolizam as características das igrejas da região. 
 
 
Os sete espíritos 
 
João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que 
há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono 
Apocalipse 1:4 
 
Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: 
Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 
Apocalipse 3:1 
 
A Bíblia Sagrada revela-nos, na carta aos Efésios, que há um só Espírito: 
 
há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 
Efésios 4:4 
 
Isso se dá porque o número sete representa algo completo. Desta forma, portanto, o sentido 
mais provável para as passagens de Apocalipse é o de simbolismo que indica a perfeição do 
Espírito. 
 
O número sete é empregado da mesma maneira em diversas outras partes do relato bíblico, 
tanto no antigo quanto no Novo Testamento: 
 
Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu lavrarei a 
sua escultura, diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniqüidade desta terra, num só dia. 
Zacarias 3:9 
 
 
 20 
Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete 
Espíritos de Deus. 
Apocalipse 4:5 
 
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido 
morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. 
Apocalipse 5:6 
 
Aqui cabe uma observação: embora nenhum versículo do texto defina direta e explicitamente 
que os sete espíritos de Apocalipse são o Espírito Santo, sua colocação entre as Pessoas 
Divinas é evidência bastante concreta para apoiar essa interpretação. 
 
 
A identidade de Cristo 
 
O relato de Apocalipse não deixa dúvidas acerca da identidade de Jesus Cristo, a fiel 
testemunha. Ele é o Sim de Deus, o Amém das promessas do Pai: 
 
Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para 
glória de Deus, por nosso intermédio. Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que 
também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração. 
2 Coríntios 1:20-22 
 
Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 
Apocalipse 19:11 
 
Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas 
ter a primazia, 
Colossenses 1:18 
 
Cristo, aquele que tem domínio sobre tudo e todos, manda uma mensagem para consolar 
aqueles que sofrem e morrem crentes na verdade de Sua ressurreição. Eis aí a grandeza do 
livro do Apocalipse: Jesus, chamado soberano dos reis da Terra (Daniel 4:32) é governante 
dos governantes, de forma que sua autoridade está acima dos que perseguiram os santos. 
 
A Bíblia Sagrada afirma que Jesus é soberano: 
 
o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes 
1 Pedro 3:22 
 
 
 21 
E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu 
corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. 
Efésios 1:22-23 
 
e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro;assim como também eu 
recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. 
Apocalipse 2:27-28 
 
Devemos sempre acreditar nas afirmações de Cristo e no princípio escriturístico da 
Bíblia Sagrada. É o próprio Jesus quem respalda sua palavra. Ele é Aquele que nos 
ama, e Seu sangue nos libertou de nosso pecado. 
 
e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele 
que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu 
Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! 
Apocalipse 1:5,6 
 
O amor divino é constantemente evidenciado nos escritos de João. Esse fato em si é 
suficiente para demonstrar a grandeza e o poder do evangelho: a transformação do chamado 
filho do trovão no apóstolo do amor (Jo 3:16; 1Jo 4:7-21). 
 
João vai mais além: ele afirma que é o sangue de Jesus que nos liberta, e que é apenas na 
remissão dos pecados que encontramos a única e verdadeira libertação: 
 
não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma 
vez por todas, tendo obtido eterna redenção. muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo 
se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! 
Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, 
não há remissão. 
Hebreus 9:12,14,22 
 
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de 
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, 
não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes 
misericórdia. 
1 Pedro 2:9-10 
 
O apóstolo também afirma que Jesus Cristo virá com as nuvens, em toda a Sua autoridade 
divina e com poder para julgar e castigar os rebeldes e trazer juízo sobre toda a impiedade 
(Ex 14:24; 19:9; 20:21; 24:16; 40:34-38; Nm 11:25; 12:5-10; DT 5:22 ; 2Cr 5:13) 
 
 22 
 
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se 
lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! 
Apocalipse 1:7 
 
Há duas possíveis interpretações para essa promessa: 
 
1 - A segunda vinda de Jesus, quando Ele julgará todos os homens: 
 
depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro 
do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. 
1 Tessalonicenses 4:17 
 
E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem. Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em 
que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:os que tiverem feito o bem, para a ressurreição 
da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. 
João 5:27-29 
 
2 - A vinda de Jesus para castigar algum povo ou poder específico na Terra: 
 
Dentro de um contexto, a segunda interpretação faz mais sentido que a primeira, uma vez 
que Cristo virá em duas etapas. Assim sendo, devemos nos perguntar qual povo ou poder 
seria este. 
 
Alguns acreditam que o texto é direcionado a Jerusalém, fazendo referência à destruição da 
cidade que ocorreria no ano 70 d.C. Outros afirmam que este poder representa algum 
imperador romano. 
 
O versículo assemelha-se, entretanto, ao trecho de Mateus 24:30, que pode ser usado para 
fortalecer a hipótese da referência a Jerusalém: 
 
Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do 
Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. 
Mateus 24:30 
 
Apocalipse também fala do Alfa e Ômega: 
 
Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso. 
Apocalipse 1:8 
 
 23 
 
Estas são a primeira e última letra do alfabeto, o que indica um caráter eterno. O trecho pode 
fazer referência ao Pai (Ap 4:8; 21:5-8) ou ao Filho (Cl 2:8,9; Hb 1:3) 
 
Esse selo de autoridade encerra-se com mais uma afirmação da natureza absoluta de Deus: 
o Todo Poderoso. Essa descrição aparece nove vezes no relato do Apocalipse, e mais de 50 
vezes na Bíblia, sendo a maioria delas no livro de Jó. 
 
Os servos de Cristo estavam sendo perseguidos, e portanto precisavam ser lembrados de 
que o poder absoluto pertence a Deus. Nesses primeiros versículos, o apóstolo deixa isso 
claro, evidenciando que o autor da mensagem tem poder para cumprir Suas promessas. 
 
 
A majestade de Jesus 
 
Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha 
chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me em espírito, no dia do 
Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda 
às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava 
comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com 
vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como 
alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado 
numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma 
afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. Quando o vi, caí a seus pés como 
morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que 
vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. 
Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Quanto ao mistério 
das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das 
sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. 
Apocalipse 1:9-20 
 
O texto dos versículos 9 a 20 responde à seguinte pergunta: quem é Jesus e como devemos 
enxergá-lo? 
 
É comum que muitas pessoas imaginem Cristo como um bebê indefeso nos braços da mãe 
ou uma figura moribunda (e aparentemente derrotada) sofrendo na cruz. Se por um lado é 
certamente verdade que Jesus nasceu e morreu, também é verdade que estas cenas 
representam episódios temporários, não o estado permanente do Cristo vitorioso. 
 
 
 24 
A mensagem do Apocalipse deriva o seu poder na pessoa que a revelou: o próprio Cristo. Ele 
possui toda a autoridade e fala com poder absoluto. 
 
 
João em Patmos 
 
Durante o relato de Apocalipse, o apóstolo João se encontra na ilha de Patmos por causa da 
palavra de Deus. Tradicionalmente, acredita-se que ele tenha sido banido para a ilha por 
razão de sua fé. Fontes do terceiro século afirmam que o apóstolo foi banido por Domiciano, 
imperador romano que reinou entre 81 e 96 d.C. 
 
O dia do Senhor citado no versículo 10 se refere, em diversas outras passagens, ao dia em 
que Deus visitava o homem para castigar os malfeitores. O sentido mais provável, entretanto, 
é o dia especialmente dedicado ao Senhor no louvor dos santos no Novo Testamento, o dia 
especial da semana em que os cristãos primitivos se reuniam para cear e coletar recursos 
para ajudar os necessitados: 
 
No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no 
dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite. 
Atos 20:7 
 
No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, 
para que se não façam coletas quando eu for. 
1Coríntios 16:2. 
 
O apóstolo João também relata ouviruma voz como de trombeta. O poder que essa descrição 
carrega deve ser observado à luz de outros textos das Sagradas Escrituras (Ex 19:16-19; Ap 
4:5). O propósito da grande vós foi ordenar a João o que fazer a respeito das coisas que ele 
veria. Ele deveria escrever suas visões em um livro, mandá-lo às sete igrejas: 
 
dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia 
e Laodicéia. 
Apocalipse 1:11 
 
No versículo seguinte, Jesus Cristo aparece ao apóstolo entre os sete candeeiros: 
 
Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um 
semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça 
 
 25 
e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze 
polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. 
Apocalipse 1:12-15 
 
Os candeeiros eram todos de ouro, que simboliza divindade e realeza. No Velho Testamento, 
essa figura servia para iluminar o templo (Nm 8:1-4; Ex 27:20; 35:14; 39:37; Lv 24:2-4; 2 Cr 
13:11; Hb 9:2) Na visão de João, Jesus identifica os sete candeeiros no versículo 20: 
 
Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete 
estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. 
Apocalipse 1:20 
 
A posição de Cristo no meio dos candeeiros aponta para Sua comunhão íntima com Seu 
povo: Ele anda no meio das igrejas, fazendo Seu tabernáculo entre Seus servos. 
 
O termo “filho do homem” é uma expressão frequentemente usada no Antigo Testamento 
para designar uma pessoa simples (Jó 35:8; Sl 144:3; Is 51:52; Ez 2:1-8; 4:16; Dn 7:13-14). 
Percebemos, portanto, que até o final do Velho Testamento a expressão ganhou dois outros 
sentidos: homens chamados para um papel especial de revelar a palavra de Deus & o eterno 
Rei sobre o reino de Deus. Assim sendo, percebemos que, no Apocalipse, Jesus tomou para 
si essa descrição com toda autoridade inerente a ela. 
 
De fato, todos os quatro relatos do evangelho empregam essa expressão com bastante 
frequência: 
 
Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem 
onde reclinar a cabeça. 
Mateus 8:20 
 
João utiliza o termo para destacar as qualidades essenciais de Jesus Cristo: Ele veio do céu 
e voltaria para lá. Ele tem autoridade, e só Ele pode dar vida eterna através de Seu sacrifício, 
que resultou em glória para o Pai (João 1:51, 3:14, 5:27). Lucas atualiza nossas informações 
sobre o filho do homem quando afirma que Estêvão viu-O nos céus e à destra do Pai: 
 
e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus 
Atos 7:56 
 
 
 26 
João também descreve-o “com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de 
ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama 
de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, 
como voz de muitas águas.“ 
 
Alguns acreditam que a descrição das vestes faz referência ao sacerdócio como fora descrito 
em Êxodo e Levíticos, enquanto comentários de Flávio Josefo afirma que essa descrição 
passa a ideia de um ofício de autoridade e poder. 
 
Tecerás, quadriculada, a túnica de linho fino e farás uma mitra de linho fino e um cinto de obra de bordador. Para 
os filhos de Arão farás túnicas, e cintos, e tiaras; fá-los-ás para glória e ornamento. 
Êxodo 28:39-40 
 
Vestiu a Arão da túnica, cingiu-o com o cinto e pôs sobre ele a sobrepeliz; também pôs sobre ele a estola 
sacerdotal, e o cingiu com o cinto de obra esmerada da estola sacerdotal, e o ajustou com ele. 
Levítico 8:7 
 
A brancura dos cabelos provavelmente traz uma conotação de avançada idade: neste caso 
específico, a eternidade (Is 46:4, 1:18; Dn 7:9; Sl 51:7; Lv 19:32; Pv 16:31). Os olhos como 
chamas apontam para o fato de que nada pode ser escondido de Deus. Sua visão alcança 
todo o mundo, e vigiam a todas as nações (Pv 15:3; Jr 32:19; Sl 33:18, 34:15, 66:7; Dn 10:6). 
 
Apocalipse 1:15 também descreve-o como tendo “os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa 
fornalha; a voz, como voz de muitas águas.” 
 
Esse trecho do relato de João faz-nos lembrar das visões de Ezequiel e Daniel. Frequentemente os 
profetas apresentam a imagem de Deus ou de seus servos através de seus calçados. Desta forma, os 
pés metálicos de Cristo sugerem a força para esmagar os inimigos. 
 
As suas pernas eram direitas, a planta de cujos pés era como a de um bezerro e luzia como o brilho de bronze 
polido. 
Ezequiel 1:7 
 
Quem suscitou do Oriente aquele a cujos passos segue a vitória? Quem faz que as nações se lhe submetam, e 
que ele calque aos pés os reis, e com a sua espada os transforme em pó, e com o seu arco, em palha que o vento 
arrebata? 
Isaías 41:2 
 
Quanto à voz “como que de muitas águas”, mais uma vez voltamos à visão de Daniel: 
 
 
 27 
o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus 
braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita 
gente. 
Daniel 10:6 
 
O versículo 16 descreve Cristo como uma figura que ”Tinha na mão direita sete estrelas, e da 
boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua 
força.” 
 
As estrelas são identificadas nos versículo anteriores como os anjos das sete igrejas, os 
mesmo que recebem as cartas nos capítulos 2 e 3. Essa imagem aponta para a enormidade 
de Jesus, que segura as estrelas das igrejas na mão, e pode fazer com elas o que Ele, em 
Sua justiça, desejar. 
 
A espada afiada de dois gumes certamente representa a palavra de Deus, destacando Seu 
poder para julgar e castigar os desobedientes (Hb 4:12-13). Na condição de luz do mundo, 
Jesus resplandece em Glória. De fato, ao fitar a figura de Cristo, João “cai a seus pés como 
morto”. 
 
E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como 
a luz. 
Mateus 17:2 
 
Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor 
de mim e dos que iam comigo. 
Atos 26:13. 
 
No versículo 19, o próprio Filho de Deus apresenta orientações ao apóstolo acerca da escrita 
e objetivos do livro: 
 
Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o 
primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as 
chaves da morte e do inferno. Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois 
destas. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as 
sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. 
Apocalipse 1:17-20 
 
Aqui nota-se que, apesar de João ter sido um dos companheiros mais íntimos de Jesus 
durante Seu ministério terrestre, ele demonstra e revela absoluta reverência a Cristo, 
 
 28 
reagindo com respeito e temor diante do Senhor. Ele acaba de ver Cristo pronto para julgar, 
e cai como morto: 
 
Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de 
impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! 
Isaías 6:5 
 
Jesus não veio para condenar e para esmagar a João: a mão estendida de Cristo oferece ao 
apóstolo conforto, consolo e alívio. Nesse trecho, Jesus também afirma sua eternidade e sua 
divindade pelos séculos dos séculos. 
 
E o que significam as chaves no versículo 18? São as chaves da morte e do inferno,evidentemente. Na ressurreição, Jesus não aparece apenas escapando de uma situação, 
fugindo do sepulcro. Ele venceu a morte, o inferno, as potestades e os principados. A morte 
e ressurreição de Cristo são temas centrais para o pensamento cristão (1Co 15:3,4; At 2:24-
32; Rm 5:8-11): 
 
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; 
eu venci o mundo. 
João 16:33 
 
Somente Jesus Cristo pode falar tamanha expressão. Ele não permitirá que seus servos 
sejam presos eternamente. Há três mortes na Bíblia: a física, a espiritual e a eterna. Há 
solução para as duas primeiras, mas para a última não há mais solução. Apenas os crentes 
em Jesus podem ser salvos da morte eterna. O relevante papel de João, é, portanto, transmitir 
uma mensagem: passado, presente e futuro, o apóstolo observa e descreve tudo o que vê, 
sendo fiel em seu relato. 
 
Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete 
estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. 
Apocalipse 1:20 
 
Não podemos errar essa interpretação, pois Jesus Cristo claramente fala que as estrelas são 
os guias espirituais da igreja. “Anjo” quer dizer mensageiro, sejam eles mensageiros do céu 
ou entre os homens, que devem transmitir a mensagem de Jesus às igrejas. No caso dessa 
passagem, percebe-se que os anjos são os pastores da igreja. A igreja é composta por santos 
e deve transmitir a luz de Deus para o mundo. Somos luz, e devemos prová-lo diariamente 
com nossos atos e nossos comportamentos. 
 
 29 
 
Cristo complementa a visão falando dos sete candeeiros: as sete igrejas. Depois de Sua 
grande vitória sobre a morte, Jesus volta numa visão especial para reconfortar Seus 
seguidores. O mesmo Jesus serve para nos reconfortar também. Ele ainda garante aos fiéis 
a vitória sobre a morte, e essa é a nossa esperança. Fiel é aquele que prometeu, pelo que 
também o fará. 
 
 
Lições que perduram por toda a eternidade 
 
O Apocalipse nos traz lições que marcam épocas e séculos. É como se vivêssemos esse 
momento do apóstolo João na ilha. A palavra de Deus é viva e eficaz, e penetra a divisão de 
alma e espírito. Diante dessa somatória de valores proféticos, analíticos, escatológicos e 
vivenciais, a Palavra vem para o consolo espiritual e edificação da igreja: as riquezas do 
Apocalipse trazem alegria e contentamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
 
 
O DESVENDAR DAS 
CARTAS DO APOCALIPSE 
 
 
Cartas às igrejas 
 
A mensagem do Apocalipse foi enviada principalmente às sete igrejas da Ásia. Esse fato é 
ressaltado diversas vezes pelo livro (Ap 1:4, 1:11, 1:20, 22:16). 
 
Os capítulos 2 e 3 são direcionados especificamente às igrejas, e estão carregados com uma 
mensagem especial para cada uma delas. Nossa interpretação deve sempre levar em 
consideração a identidade dos destinatários originais. Interpretações que ignoram esses 
fatores devem ser questionados e até mesmo rejeitadas. 
 
Se Jesus Cristo mandou um recado às igrejas da Ásia, devemos entender que a mensagem 
era para o benefício das mesmas. Desta forma, os textos apresentam formato de decretos 
imperiais. Estas cartas foram escritas em uma forma padrão, mas o conteúdo de cada uma é 
específico, e fala a respeito das necessidades da própria congregação em questão. 
 
As igrejas não eram subordinadas a uma hierarquia, e cada congregação era independente, 
de forma que cada uma delas recebia um comunicado exclusivo diretamente de Jesus, e 
respondia por sua própria obediência ou rebeldia. 
 
O fato de haver necessidade de sete cartas para sete igrejas reforça a importância do respeito 
à autonomia de cada uma das congregações. Essa igrejas encontravam-se numa área 
relativamente pequena, de forma que uma pessoa entregando as cartas completaria o circuito 
de destinatários em pouco mais de 500 quilômetros. 
 
 
A carta à igreja em Éfeso 
 
Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que 
anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e 
 
 31 
que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não 
são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste 
esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, 
arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, 
caso não te arrependas. Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. 
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida 
que se encontra no paraíso de Deus. 
Apocalipse 2:1-7 
 
Éfeso era a cidade mais importante da província romana da Ásia. Foi situada na margem do 
rio Castro, que desemboca no mar egeu. Duas estradas muito importantes cruzavam-se na 
região, tornando esta uma área importantíssima de contato entre os dois lados do Império 
Romano. Éfeso também era bastante relevante por ser um foco de adoração da deusa da 
fertilidade, Diana. 
 
Sabemos algumas coisas acerca desta igreja, segundo o relato de Atos 18:18-26, Atos 19:1-
41, Atos 20:17-38, 1 Timóteo 1:1-4. Isso, é claro, sem considerar a carta aos Efésios. A partir 
da análise de todas essas referências, podemos notar alguns fatores importantes coisas 
importantes: 
 
Desde o início, houve a necessidade de se examinar doutrinas e aceitar apenas o que Deus 
havia revelado. É justamente por essa razão que Áquila e Priscila ajudaram a Apolo em Atos 
18:24-26, e Paulo advertiu-os intensamente contra os falsos mestres (At 20:29-31; 1Tm 1:3-
7). 
 
A descrição de Jesus mostra-nos o conhecimento e soberania de Cristo em relação às igrejas. 
Tanto os efésios quanto as outras igrejas precisavam lembrar da presença de Jesus, que 
ainda anda no meio das igrejas, observando seu procedimento pronto para agir quando for 
necessário: segurando as estrelas, Ele demonstra domínio sobre elas. 
 
Jesus elogia as qualidades da igreja em Éfeso. Deus quer servos dedicados que não 
desistam e que sigam em frente em sua caminhada. De fato, o Novo Testamento fala da 
importância da perseverança diante da perseguição (Tiago 1:4, Mateus 10:22, Romanos 5:3, 
Tiago 1:12) 
 
O versículo quatro, entretanto, faz uma dura crítica à igreja de Éfeso. Seu problema não era 
um de doutrina incorreta, mas de amor: eles haviam se esquecido dos grandes mandamentos 
que sintetizam a base dos ensinamentos de Deus: 
 
 32 
 
Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu 
entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo 
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. 
Mateus 22:37-40 
 
De fato, a importância do amor é fortemente ressaltada nos textos de Paulo (Efésios 3:17; 
4:2-16; 5:2 e 6:23). Desta forma, devemos defender a verdade (como a igreja de Éfeso fizera) 
enquanto praticamos o amor, para que seguissem a verdade em amor: 
 
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 
Efésios 4:15 
 
No versículo 5 há uma chamada de Deus à ação. Ele demanda que os efésios lembrem-se 
de onde caíram, arrependam-se e voltem às prática das primeiras obras: 
 
Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração; 
Atos 8:22 
 
O versículo seguinte reforça o elogio anterior. Não menção aos nicolaítas em nenhuma parte 
além desta, entretanto sabemos que seus ensinamentosque eram abomináveis aos olhos de 
Deus (Tito 1:8-9, Salmo 97:10). 
 
A carta termina com “quem tem ouvidos ouça”. Aquele que desiste, abandonado para sempre 
o amor, não receberá o galardão. Jesus descreve a comunhão com Deus em termos que nos 
lembram do jardim do Éden, e apenas aqueles que andam com o Senhor possuem a 
esperança de chegar à casa do Pai. 
 
 
A carta à igreja em Esmirna 
 
Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver: 
Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus 
e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para 
lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, 
e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo 
sofrerá dano da segunda morte. 
Apocalipse 2:8-11 
 
 
 33 
Durante o período em que Paulo ficou em Éfeso em sua terceira viagem evangelística, está 
escrito que todos os habitantes da Ásia ouviram o evangelho de Jesus, conforme o relato de 
Atos 19:10. E Pedro, o apóstolo, inclui os eleitos e forasteiros da Ásia entre os destinatários 
de sua primeira carta: 
 
Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia 
e Bitínia, 
1 Pedro 1:1 
 
É bem possível que a igreja em Esmirna esteja incluída nessas situações, mas a primeira vez 
em que ela é identificada por nome ocorre no Apocalipse. 
 
Jesus começa esta carta declarando Sua eternidade. Na situação da perseguição dos 
cristãos em Esmirna, era especialmente importante lembrar da ressurreição de Cristo: Ele 
não fracassou diante da morte, mas a venceu, dando esperança aos fiéis. 
 
Jesus Cristo se compadeceu de seus servos atravessando momentos de sofrimento em 
Esmirna. Porém, mesmo assim, Ele não os poupou de toda a dor que haveria de vir. 
 
É interessante notar que os cristãos de Esmirna eram bastante pobres, provavelmente 
sofrendo discriminação por causa da fé, ou seguindo o exemplo dos macedônios alguns anos 
antes (2 Coríntios 8:1-9). A pobreza material, entretanto, não tem importância quando há 
riquezas espirituais: 
 
Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. 
3 João 1:2 
 
Assim, percebemos que a situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor que os de 
Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual. 
 
A blasfêmia é um aspecto do sofrimento dos cristãos de Esmirna, pois os judeus perseguiam 
os cristãos. Aqui há uma crítica severa aos servos de satanás, acusadores dos fiéis. Mas há 
também uma palavra de encorajamento, conclamando os fiéis à fidelidade até a morte. 
 
Cristo anima dos discípulos a não desistirem, apesar das tribulações. O diabo é visto como a 
fonte da perseguição, mas os discípulo não devem negar sua fé. O efeito da tribulação seria 
 
 34 
o de provar a fé dos cristãos, testada sob a ameaça de morte. O tempo de 10 dias sugere um 
tempo curto, mas completo, que tem um fim. 
 
Sabemos que estamos vivendo num tempo de angústia, e para esses tempos a palavra é 
esta: vale a pena servir a Deus e ostentar a bandeira da fidelidade e da graça, pois a vida 
vem de Deus (Jo 5:26, 14:6; 1Jo 1:1-2; 2 Tm 4:7,8).. 
 
Como em todas as cartas, Jesus chama os destinatários a ouvirem Sua mensagem. Não há 
coisa mais gloriosa que ouvir a palavra de Deus, a boa mensagem do evangelho. 
 
Os que permanecem fiéis diante das perseguições são chamados de vencedores. e nada 
neste mundo pode lhes arrancar da presença de Deus. O castigo eterno não é para os fiéis, 
mas para os que rumam no outro caminho. 
 
 
A carta à igreja em Pérgamo 
 
Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes: Conheço 
o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, 
ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Tenho, 
todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a 
Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a 
prostituição. Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. Portanto, 
arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca. Quem tem 
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei 
uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que 
o recebe. 
Apocalipse 2:12-17 
 
A espada afiada de dois gumes representa a autoridade e o poder para julgar e castigar. É 
Jesus, e não o governo romano, que segura essa espada. 
 
A igreja em Pérgamo se encontrava numa situação difícil, pois de todos os lados os vizinhos 
de pérgamo praticavam idolatria e davam honra aos líderes romanos. Os cristãos não 
abandonaram a verdade do Senhor, mas tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto 
negativo na igreja, imbuindo a congregação com doutrinas falsas e imoralidades. 
 
 
 35 
Jesus, sempre vigiando para ajudar Seu povo, sabia das circunstâncias da cidade, que desde 
29 a.C. foi local de um templo dedicado à idolatria oficial de Roma. Mais tarde foram 
construídos ainda outros templos tanto aos imperadores quanto a outros deuses. 
 
Cristo elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis a Jesus mesmo sob 
perseguição intensa. A fé em Cristo é a palavra de Cristo revelada aos homens: 
 
Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me 
senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez 
por todas foi entregue aos santos. 
Judas 1:3 
 
Quanto a Antipas, esta figura é mencionada apenas aqui. Evidentemente, este foi um mártir, 
talvez da própria congregação de Pérgamo. 
 
Apesar da perseverança dos cristãos de Pérgamo, entretanto, havia problemas graves 
ameaçando o bem estar da congregação. Eles mostraram-se tolerantes em relação à falsa 
doutrinas: 
 
A doutrina de Balaão (Nm 22:25 e 31:16): 
 
Na igreja em Pérgamo., algumas pessoas agiam como Balaão, incentivando o povo a ser 
tolerante de outras religiões, até participando da idolatria e prostituição. Sua doutrina foram 
como as ideias atuais de pluralismo e aceitação religiosa de sincretismo, banalizando a fé em 
Deus e Cristo. 
 
A doutrina dos nicolaítas: 
 
Esta doutrina não é identificada, mas o texto afirma que Jesus odiava obra deles. 
Infelizmente, a igreja de Pérgamo tolerava esses falsos mestres. 
 
Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizam tanto a 
unidade entre ao ponto de tolerar maldades dentro da igreja. Persistir nesse erro trará castigo, 
porque Deus não busca números, mas qualidade. A pureza da palavra é mais importante que 
a paz entre os homens: 
 
 
 36 
A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia 
e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. 
Tiago 3:17 
 
O arrependimento exigido no versículo 16 é o de uma igreja que tolerava os falsos mestres. 
Os professores das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas deveriam se arrepender, ou seriam 
rejeitados. As bênçãos são condicionais: 
 
Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina 
que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio 
ventre; e, com suavespalavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. 
Romanos 16:17-18 
 
Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, 
e vive pecando, e por si mesma está condenada 
Tito 3:10-11 
 
Como em todas as cartas, Jesus chama os ouvintes a darem atenção à palavra. Além disso, 
há aqui a promessa de uma bênção em duas partes: 
 
1 - O maná escondido: aqueles que recusassem qualquer participação na mesa dos 
demônios seriam sustentados pelo maná de Deus: Cristo. 
 
2 - A pedrinha branca com novo nome: esta pedrinha branca sugeria uma nova direção na 
vida, a exemplo de Abrão, Sarai e Jacó (Isaías 62:2-4) Também pode indicar inocência de 
pessoas acusadas de crimes, um item dado a escravos libertados. ou um ingresso para algum 
evento, a saber, Apocalipse 19:6-9. 
 
 
A carta à igreja em Tiatira 
 
Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e 
os pés semelhantes ao bronze polido: Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua 
perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares 
que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus 
servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se 
arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em 
grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus 
filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um 
segundo as vossas obras. Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina 
 
 37 
e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós; 
tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha. Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu 
lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem 
objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Quem tem 
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. 
Apocalipse 2:18-29 
 
Não temos muitas informações acerca da igreja em Tiatira. O que sabemos dessa igreja vem 
das referências que estão postadas no livro do Apocalipse. Como as outras cidades da época, 
Tiatira teve seus templos e santuários religiosos a deuses pagãos. A importância das figuras 
femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a 
autodeclarada profetiza que seduzia os discípulos e incentivava-os às práticas de idolatria e 
prostituição. 
 
Os olhos como chama de fogo significam a capacidade de penetração do juízo divino: 
ninguém consegue fugir de seu olhar que percorre toda a Terra. Seus pés são semelhantes 
ao bronze polido e refinado, e têm força para castigar e esmagar todos os seus inimigos. 
 
Ele afirma que conhece as obras da igreja de Tiatira. Essa é uma congregação ativa, que, 
em vez de esfriar, tornou-se cada vez mais atuante no serviço de Deus: a fé que agrada a 
Deus é acompanhada de obras (Tg 2:14-17; 1Co 15:58; Ef 2:10). 
 
O princípio fundamental da igreja de Tiatira é o amor, o imprescindível fruto do Espírito que 
deve ser gerado nos verdadeiros cristãos. O princípio fundamentador da vida cristã é o amor. 
 
Junto com as sua obras, os discípulos mostraram também a sua fé, pois há crentes e 
incrédulos, e não pode haver comunhão entre os dois, da mesmo forma que não há 
comunhão entre trevas e luz, entre Cristo e Belial. 
 
Mas isso não impede-nos de persuadimos essas pessoas a Cristo Jesus. O mundo jaz do 
maligno, e à igreja cabe o papel de lançar o salva vidas de Deus aos náufragos que vivem à 
margem do Evangelho. 
 
Há ainda outro elogio à igreja a Tiatira: uma alusão à sua perseverança. O bom solo produz 
frutos com perseverança, e esta virtude é frequentemente considerada característica 
fundamental do comportamento piedoso verdadeiro, principalmente em tempos de 
perseguição (Lc 8:15; Col 1:11; 2Tim 3:10; 2 Pe 1:6; Rm 5:3-4; Tg 1:3,4,12). 
 
 38 
 
Deus também traz uma palavra de aviso contra a igreja (2:20-23). É interessante notar que o 
verbo empregado está no futuro, indicando que a punição segue o pecado, mas que ainda 
há espaço para frutos dignos de arrependimento. Caso os pecadores não se arrependam de 
suas obras, entretanto, Deus tomará as providências cabíveis. 
 
O principal problema de Tiatira foi a atitude de tolerância em relação à falsa profetisa, 
uma figura repleta de maldade, luxúria e práticas idólatras. O bom seguidor de Cristo 
deve buscar viver neste mundo sem habitar na lama do pecado (At 15:20-29; 1Co 10:19-
22). 
 
 
A carta à igreja em Sardes 
 
Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: 
Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava 
para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que 
tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás 
de modo algum em que hora virei contra ti. Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não 
contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. O vencedor será assim 
vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, 
confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz 
às igrejas. 
Apocalipse 3:1-6 
 
Quando Cristo enviou essa carta ao anjo da igreja em Sardes, contrariou a impressão popular 
dos discípulos ao demonstrar as falhas que haviam deixado a congregação em estado 
moribundo. 
 
Cristo não apenas vê nossos erros, como também controla todas as situações. Ele segura os 
mensageiros das igrejas na mão direita, e cada pastor é responsável pelo seu rebanho, 
havendo de prestar contas a Deus, que julga a todos segundo Sua sabedoria. 
 
Cristo conhece as obras de Sardes, e sabe que aquela igreja é morta, diferindo entre sua 
reputação e seu caráter. Ele não fala de perseguição romana, conflitos ou em falsos mestres, 
mas sim de uma congregação aparentemente em paz mas que foi tomada por um sentimento 
de indiferença e apatia. 
 
 
 39 
No passado, a negligência da cidade de Sardes fez com que ela caísse nas mãos de seus 
inimigos. Agora, a falta de vigilância da congregação de Sardes tornaram-na espiritualmente 
morta. Os cristãos devem sempre estar vigilantes contra o pecado (Mt 26:41, 24:42-43; 1Pe 
5:8; At 20:29-3;1; Lc 12:29-39; 1Co 16:13; 1Ts 5:6; Ef 6:18; Cl 4:2). 
 
O problema de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade nas 
mesmas. É possível fazer coisas certas com motivos errados, e Deus vê as obras e os 
corações dos homens ((Jd 1:22,23; 2Cr 25:2). 
 
Assim como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja também deveria 
relembrar e aprender a valorizar melhor sua comunhão com Deus. Esquecer-se da Palavra 
de Deus e da salvação do pecado é, em si mesmo, cair no pecado. 
 
Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem 
infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão 
presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. 
2 Pedro 1:8,9 
 
Para nos firmarmos na fé, devemos nos lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que 
a ceia do Senhor foi dada como celebração central das reuniões doscristãos: quando 
recordamos da morte de Jesus e Seu sacrifício, firmamo-nos ainda mais em nosso caminho 
rumo ao Céu. 
 
O Senhor também demonstra Sua misericórdia ao preservar remanescentes fiéis no meio de 
uma igreja moribunda, lembrando-nos que o julgamento não ocorrerá de forma coletiva, mas 
individual (Ap 2:23, 22:12; 2 Co 5:10). 
 
A salvação é um dom projetado por Deus sobre seus fiéis para dar-lhes vida eterna. Essa 
bênção se dá puramente por meio da Graça, sem que haja o envolvimento de nenhum mérito 
humano, pois nossas maiores obras de justiça são como trapos de imundície (Isaías 64:6). 
Jamais seremos justificados pelas obras da lei, mas pela pregação e justificação da fé. 
 
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 
Efésios 2:8 
 
A carta conclui com a promessa de vestiduras brancas aos vencedores (Apocalipse 7:9), que 
terão seu nome confessado diante do Pai pelo próprio Filho: eis aí nossa maior esperança 
(Mt 10:32-33; Mc 8:38). 
 
 40 
 
 
A carta à igreja em Filadélfia 
 
Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, 
que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá: Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante 
de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra 
e não negaste o meu nome. Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos 
se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te 
amei. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há 
de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o 
que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais 
sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que 
desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às 
igrejas. 
Apocalipse 3:7-13 
 
Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, encontramos duas que não contém nenhuma 
crítica: a de Esmirna, uma congregação pobre sob grande perseguição, e de Filadélfia, uma 
igreja fraca e limitada, mas que confiava em Deus, e nEle tinha sua força. 
 
As únicas referências bíblicas à igreja de Filadélfia encontram-se em Apocalipse 1:11 e 3:7. 
Fundada or Átalo, rei de Pérgamo, em cerca de 140 a.C., A cidade de Filadélfia gozava de 
uma localização estratégica de acesso entre os países antigos da Frígia, Líbia e da Mísia. 
 
Nesta carta, Jesus não empregou as descrições usadas no capítulo 1 para se identificar, 
antes fazendo-o como “o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi”, 
características que apontam para a divindade de Cristo (Ap 6:10, 4:8; Is 6:3, 40:25). 
 
A palavra “verdadeiro” é usada frequentemente no Novo Testamento, especialmente nos 
escritos do apóstolo João, fazendo referência a Deus, Pai e Filho (Jo 3:33, 7:28, 8:26, 17:3; 
1Jo 5:20; Ap 3:7, 6:10, 9:11; Rm 4:1; 1Ts 1:9). Esse termo enfatiza a sinceridade de Jesus 
em contraste com a falsidade dos judeus em Filadélfia. 
 
Todo poder está nas mãos de Cristo. A linguagem empregada nesta carta vem de Isaías 
22:20-24, onde a autoridade sobre Jerusalém é transferida a Eliaquim. A chave representa a 
autoridade e poder de Jesus com descendente real de Dav. 
 
 
 41 
Jesus conhece em primeira mão as obras dos cristãos de Filadélfia. Antes de falar sobre as 
obras deles, Ele oferece encorajamento a esses discípulos, assegurando Sua fidelidade 
sobre Seus discípulos. 
 
Portas abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre as portas da fé quando Ele 
nos oferece o Seu evangelho. O homem agora tem acesso à comunhão com Deus. Ele abre 
portas para Seus servos divulgarem Sua palavra, e facilita meios para que possam rumar 
seguros: 
 
Ali chegados, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta 
da fé. 
Atos 14:27 
 
porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu; e há muitos adversários. 
1 Coríntios 16:9 
 
Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e uma porta se me abriu no Senhor 
2 Coríntios 2:12 
 
Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério 
de Cristo, pelo qual também estou algemado; 
Colossenses 4:3 
 
Esta carta também nos mostra que a fraqueza não é sinônimo pecado. A Bíblia diz que o 
poder de Deus em nós se aperfeiçoa em nossas fraquezas, para que a glória seja dEle, não 
do homem. Jesus não condena essa igreja por nenhum erro, apesar de sua pouca força. 
 
Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, 
mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas 
fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando 
sou fraco, então, é que sou forte. 
2 Coríntios 12:9-10 
 
Ele respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Orou Eliseu e 
disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu os olhos do moço, e ele viu que 
o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. 
2 Reis 6:16-17 
 
Apesar de suas limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel na Palavra. Jesus Cristo 
veio ao mundo e revelou Sua palavra que nos julgará no último dia (João 12:48-50). Mesmo 
 
 42 
pobres e fracos, esses cristãos serviram brilhantemente a Cristo, o vencedor, que subjugaria 
seus inimigos (Is 60:14). Os servos fiéis do Senhor poderão reinar com Cristo (Ap 20:4) e 
exercer autoridade sobre as nações (Ap 2.26-27). Essa honra cedida aos discípulos serviria 
de prova do amor de Cristo para seus seguidores. 
 
Sabemos por meio de Atos que as primeiras perseguições à igreja foram feitas por judeus. 
Tanto em Jerusalém como na Ásia, alguns judeus tentaram destruir a fé dos cristãos, e a 
igreja em Filadélfia sofreu muito por causa desses falsos judeus, chamados de Sinagoga de 
Satanás. 
 
Porque guardaram a Palavra, os discípulos em Filadélfia seguiam guardados num período de 
provação que afligiria o mundo inteiro. Esta pode ser uma referência a uma perseguição 
iniciada no reinado de Domiciano, e que causou terrível sofrimento e morte de centenas de 
milhares de pessoas. Independentemente da natureza específica da provação, Jesus 
prometeu proteger os fiéis de Filadélfia. 
 
Venho sem demora, diz o Senhor. Jesus viria para julgar os malfeitores e proteger os fiéis. 
Este seria um dia de alívio para os servos que sofriam em nome dEle e de castigo terrível 
para os perseguidores que não se submetiam ao Senhor. 
 
Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror 
eterno. 
Daniel 12:2 
 
O cuidado de Cristo para com sua igreja é extraordinário. Aos vencedores, Deus promete 
fazê-los coluna no santuário. No passado, as colunas da cidade Filadélfia racharam-se e 
caíram num terremoto, mas as colunas do verdadeiro templo de Deus jamais serão 
destruídas. Essas colunas não são de pedra, pois são colunas vivas e firmes. 
 
e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me 
estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para 
a circuncisão; 
Gálatas 2:9 
 
Os vencedores permanecerão no templo para sempre, gozando de comunhão Eterna com 
Deus. Os nomes gravados apontam para um possuidor: Deus. O vencedor pertence a Deus, 
e faz parte do povo dEle.43 
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de 
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 
1 Pedro 2:9. 
 
 
A carta à igreja em Laodicéia 
 
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da 
criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, 
porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e 
abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te 
vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que 
vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se 
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-
lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem 
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. 
Apocalipse 3:14-22 
 
A igreja em Laodicéia é citada em Ap 1:11 e Cl 4:13-16. Esta cidade situava-se no local do 
cruzamento entre as principais estradas da Ásia menor. Antigamente, a água da cidade era 
proveniente de aquedutos, e, ao chegar à cidade era morna e de qualidade inferior. Jesus 
compara a igreja da cidade a esta água, afirmando vomitá-la de Sua boca. 
 
Jesus identifica-se como o Amém, uma expressão que vem do hebraico e indica certeza ou 
verdade. Jesus é a Palavra final de autoridade, pois Ele é o princípio da criação de Deus e a 
testemunha fiel e verdadeira do Pai (Pv 8:22-36). 
 
A expressão “o princípio da criação de Deus” admite duas interpretações: um sentido passivo, 
a primeira criatura de Deus, ou ativo, a fonte da criação. A resposta vem de outras passagens: 
Jesus é o Verbo encarnado que habitou entre nós (Jo 1:1; Ap 1:18), Ele é o primeiro e o último 
(Ap 1:17), o Deus conosco (Mt 1:23), o Soberano Deus que se fez carne (Jo 1:14), o Eu Sou 
(Jo 8:24,58; Ex 3:14) e Senhor dos senhores e ao Rei dos reis (Ap 17:14). 
 
Jesus não foi criado. Ele não veio a existir porque Ele é o Deus Eterno, e todo aquele que 
não aceita este fato morrerá em seu pecado (João 8:24). Cristo já existia juntamente com o 
Pai, e assim é o princípio de todas as coisas. 
 
 
 44 
Jesus expressa o seu conhecimento íntimo e latente da igreja em Laodicéia. Ele anda no 
meio dos candeeiros, e observa os corações das igrejas, principalmente a de Laodicéia. Ele 
faz uma crítica tremenda a esta congregação, afirmando que a temperatura morna da igreja 
era inútil, servindo apenas para ser vomitada. 
 
Cristo não encontra nela virtudes que possam ser admiradas. Laodicéia estava contente em 
seu estado e autossuficiência. Apesar disso, as afirmações da própria igreja não refletem seu 
verdadeiro estado. Jesus conhece a verdade, pois Ele pode tanto ver as obras quanto sondar 
os corações dos homens. 
 
Esta igreja necessitava da humildade dos publicanos e pecadores para ser conforme registro 
de Lucas: 
 
Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim 
pecadores, ao arrependimento. 
Lucas 5:31,32 
 
Apesar de encontrar-se numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava moralmente 
e espiritualmente nua, sem as vestimentas de Justiça oferecida pelo Senhor (Co 5:03; Cl 3:9-
10). 
 
Jesus não apresenta elogio algum à igreja em Laodicéia, mas oferece a seus membros 
conselhos para guiá-los de volta ao caminho da comunhão íntima com Ele. Cristo sugeriu três 
coisas: “Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, 
vestiduras brancas para te vestires (At 13:4; Ap 19:8), e colírio para ungires os olhos, a fim 
de que vejas. (Mt 15:14)” 
 
Cristo disciplina a quantos ama, de forma que a correção que vem de Deus é uma 
manifestação do Seu amor por nós (Hb 12:4-11). Os bastardos não aceitam a correção, 
apenas o fazem os filhos verdadeiros, sendo conduzidos ao arrependimento e à plena 
comunhão com Ele. 
 
Na sequência, Cristo afirma que está à porta e bate. Ele não invade a moradia, de forma que 
aquele que ouve deve atender ao chamado. Uma vez aberta, Cristo entrará e banqueteará 
conosco: uma ceia de comunhão com a glória de Deus (1Co 10:21; 2 Sm 19:28). Jesus 
colocou uma porta aberta dentro da igreja em Filadélfia (Ap 3:7), porém a igreja de Laodicéia 
colocou uma porta fechada diante de Cristo. 
 
 45 
 
Os vencedores terão o privilégio de reinar com Cristo e receber dEle a excelente bem-
aventurança (Apocalipse 2:26-28). Jesus Cristo não citou nenhuma doutrina errada e nenhum 
pecado de imoralidade na igreja de Laodicéia. A crítica era fundamentada no fato de que a 
igreja que se achava rica e orgulhosa, acreditando ser autossuficiente e independente de 
Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
A VISÃO DO TRONO 
DE DEUS 
 
Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, 
como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas 
coisas. Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e 
esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há 
um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e 
assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono 
saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de 
Deus. Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta 
do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente é semelhante a 
leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante 
à águia quando está voando. E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão 
cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, 
Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir. Quando esses seres viventes 
derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos 
séculos, os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o 
que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, 
Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da 
tua vontade vieram a existir e foram criadas. 
Apocalipse 4:1-11 
 
Após terminar as cartas aos anjos das sete igrejas, João passa para uma nova parte da 
Revelação. Nos capítulos 4 e 5, o texto mostra-nos a glória de Deus, apresentando primeiro 
o Pai no Seu trono e depois o Filho glorificado ao lado dEle (Dn 7:9-14). 
 
No primeiro versículo, o apóstolo vê uma porta aberta no céu. Aqui, a ênfase não está no 
acesso ao céu em termos da salvação ou comunhão com Deus como em Jo 1:51 (At 7:55-
56, Ef 2:6, Fp 3:20). João viu o céu aberto porque Deus queria lhe mostrar as coisas que lá 
aconteciam (Ez 1:1). Anteriormente, Jesus transmitiu mensagens às igrejas da Ásia. Agora, 
João subirá ao céu para buscar outras mensagens para os servos do Senhor em toda a Terra. 
 
João então ouveuma voz como de trombeta (Ap 1:10) que chama-o. Nos capítulos anteriores, 
Cristo revelou o estado das igrejas, agora, Deus convida-o para subir e ver as coisas que 
ainda irão acontecer, proporcionando uma transição entre o que os discípulo enfrentam para 
o que eles virão a enfrentar. 
 
 
 47 
O versículo 2 descreve que João achou-se em espírito (1:10) e recebeu a visão do trono e de 
alguém sentado sobre ele. Essa afirmação desfaz a noção de que o universo era governado 
a partir do trono romano ou das cadeiras de deuses diversos, conferindo todo o poder a Deus. 
 
A descrição do rei vem logo em seguida. As comparações demonstram que João jamais seria 
capaz de encontrar palavras adequadas para descrever perfeitamente aparência de Deus. 
Há várias interpretações acerca destas pedras, porém, independentemente disso, suas cores 
certamente apontam para a glória e o poder de Deus (Sl 89:14, 97:2-3; Is 60:1-2; Dn 7:9-10; 
Ez 1:26-28, 10:1). O arco-íris remete à benevolência de Deus manifesta em sua aliança para 
com as criaturas (Gn 9:12-13; Ez 1:28). 
 
Ao redor do trono, João observa 24 tronos ocupados por 24 anciãos coroados (Ap 2:10; 3:11; 
4:4,10; 6:22; 14;14), aqueles que reinam com Deus. Esta é uma descrição apologética da 
igreja, isto é, dos vencedores vestidos de branco que recebem suas coroas (Ap 2:10,26-17, 
3:4, 5:11). 
 
O quinto versículo afirma que “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, 
ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.”. Essa imagem implica poder de 
julgamento (Sl 18:13-14, 144:6; Ex 19:16-19). Essas manifestações do Poder de Deus são 
características da última fase da série dos Sete Selos (Ap 8:5), das Sete Trombetas (Ap 
11:19) e das Sete Taças (Ap 16:18). Semelhantemente, as sete tochas, que são os sete 
Espíritos de Deus (Ap 1:4), demonstram a onisciência, onipotência e onipresença de Deus. 
 
O mar de vidro revela um Deus inacessível e imortal (1Tm 6:16). Deus é santo, isto é, 
separado do resto de suas criaturas. No Velho Testamento, o sacerdote deveria lavar-se 
antes de chegar perto de Deus com sacrifício (2Cr 4:1-6), denotando a importância da 
santificação e culminando no capítulo 21: 
 
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 
Apocalipse 21:1 
 
Nos versículos 7 e 8 temos uma descrição mais aprofundadas dos seres viventes (Ez 1:1-
28). O fato de estarem cheio de olhos novamente enfatiza a capacidade de ver: nada escapa 
do conhecimento do Deus soberano. 
 
 
 
 
 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
 
DIGNO É O CORDEIRO 
 
Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com 
sete selos. Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe 
desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem 
mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar 
para ele. Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu 
para abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, 
de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos 
de Deus enviados por toda a terra. Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; 
e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, 
tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam 
novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue 
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste 
reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres 
viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande 
voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e 
louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que 
neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e 
o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos 
prostraram-se e adoraram. 
Apocalipse 5:1-14 
 
Quem é digno de abrir o livro? Não há homem nem anjo que possa chegar à presença de 
Deus para receber o livro. O problema apresentado encontra solução em Jesus, o Leão de 
Judá e Cordeiro de Deus (Dn 7:9-14). 
 
A mão direita sugere uma posição de grande importância, pois representava a bênção do 
primogênito (Gn 48:13-18), a posição de honra na presença do rei (1Rs 2:19), a força vitoriosa 
(Jó 40:14) e o poder, sabedoria e autoridade de Deus (Is 63:11-14; Pv 3:16; Jr 22:24; Mt 27:9; 
Ap 1:16). O livro escrito por dentro e por fora e selado os sete selos representa a vontade de 
Deus para ser executada por seus servos (Sl 40:7-8; Jr 36:6; Ez 2:8-10, 3:2). 
 
O versículo 2 relata “um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o 
livro e de lhe desatar os selos?”. Por três vezes no Apocalipse o anjo forte aparece como 
servo de Deus. Aqui, seu papel é deixar clara a vontade de Deus ao buscar quem é digno de 
abrir o livro. Porém “nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir 
o livro, nem mesmo olhar para ele;”. 
 
 
 50 
João, então, lamenta, pois ninguém foi achado digno. Porém um dos anciãos dirige-se a João, 
consolando-o com a verdadeira esperança que procede de Jesus Cristo, o Cordeiro e o Leão, 
e a resposta para o problema de dignidade imposto pelo livro. Jesus Cristo venceu para abrir 
o livro e desatar os seus sete selos. O fato de Jesus ter sido o único da carne que venceu o 
inimigo com Sua própria justiça o torna exclusivamente qualificado para a função. 
 
Quando João vira-se para ver o leão, e depara-se com um “Cordeiro como tendo sido morto” 
(João 1:29). Cordeiros foram amplamente usados em alianças e sacrifícios a Deus desde a 
época dos patriarcas (Gn 15:9-10). O significado mais importante no Velho Testamento vem 
do cordeiro pascal (Ex 12:1-28), enquanto que, no Novo Testamento, Jesus se torna o novo 
Cordeiro (1Co 5:7; 1Pe 1:19; At 8:32; Is 53:7). 
 
O apóstolo descreve-O como tendo “sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete 
Espíritos de Deus enviados por toda a terra”, um sinal de que todo o poder Lhe foi dado: 
 
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei 
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a 
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do 
século. 
Mateus 28:18-20 
 
e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, 
tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam 
novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue 
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação 
Apocalipse 5:8-9 
 
Quando o Cordeiro toma o livro, todas as figuras prostram-se diante dEle, mostrando que Ele 
é digno de receber a adoração reservada exclusivamente a Deus (Mt 4:10, 15:25, 28:17; Jo 
9:38; Hb 1:6). Há no texto um forte elemento simbólico do cultono Antigo Testamento (Sl 4:3-
5, 8:1, 141:2; 1Rs 7:48-50; Hb 9:3-4). 
 
Na sequência, os versículos 9 e 10 descrevem um novo cântico (Sl 33:3, 40:3, 144:9-10) 
entoado em ocasião da abertura dos selos. Quando uma mensagem era enviada por um rei, 
deveria chegar a seu destinatário sem ser aberta. Desta forma, Deus está entregando o livro 
nas mãos do único digno de abri-lo. 
 
 
 
 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
O CORDEIRO ABRE 
OS PRIMEIROS SELOS 
 
Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de 
trovão: Vem! Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele 
saiu vencendo e para vencer. Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem! E saiu 
outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns 
aos outros; também lhe foi dada uma grande espada. Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente 
dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que 
voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por 
um denário; e não danifiques o azeite e o vinho. Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser 
vivente dizendo: Vem! E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno 
o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com 
a mortandade e por meio das feras da terra. Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles 
que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram 
em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso 
sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram 
que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus 
irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram. Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio 
grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram 
pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, e o céu recolheu-se 
como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. Os reis da 
terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas 
e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face 
daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que 
pode suster-se? 
Apocalipse 6:1-17 
 
No capítulo 6, a atenção de João volta-se finalmente ao Cordeiro, que começa a abrir os 
selos. No versículo 2, há a introdução do primeiro cavaleiro. Na Bíblia, cavalos são ligados a 
figuras de importância (Ec 10:7; Ezl 23:6; Sl 33:17; Pv 21:31; Is 43:17) ou a contextos de 
guerra e visões (Jr 8:6; Ex 15:1,21; Ez 38:14-15; Zc 1:7-11). 
 
A cor branca normalmente é representante de santidade. Aqui nós temos a figura de um 
cavaleiro branco armado com arco: um guerreiro real. Em Apocalipse 19:11, o cavaleiro 
branco é Jesus em sua cena de vitória. Percebe-se, entretanto, o trecho do capítulo 6 faz 
parte integral da mensagem do livro: o arco é geralmente uma arma de guerra (1Cr 5:18; 2Cr 
14:8, 17:17; Jó 20:24; Sl 78:19, 7:12, 21:12; Is 41:2; Zc 10:03). 
 
 
 53 
Na sequência, o texto de que foi lhe dado uma coroa. A mesma palavra foi empregada em 
outros trechos: 2:10, 3:11, 4:10. Ele “saiu vencendo e para vencer”, confirmando sentido no 
cavaleiro armado e coroado. Ele se apresenta como vencedor executando a vontade de 
Deus, de forma que qualquer coisa que se siga da abertura dos próximos selos deve ser 
entendida como algum aspecto de vitória divina. 
 
Na abertura do segundo selo, vem à tona o cavalo vermelho e seu cavaleiro. Esta cor 
usualmente carrega a conotação de sangue e guerra, um instrumento recorrente no juízo 
divino (Êx 15:3; Jr 28:8; Js 11:20). 
 
Na visão de Zacarias, o relatório de paz na terra trazido pelos cavaleiros não foi uma boa 
notícias para os servos de Deus, pois aguardavam o cumprimento da profecia de Ageu (Ag 
2:17). No Apocalipse, temos uma situação diferente, porém paralela. A Terra em paz 
significaria ausência de castigo, de forma que este cavaleiro recebe uma grande espada. 
 
O terceiro selo apresenta o cavalo preto e seu cavaleiro, que porta uma balança em sua mão 
(Ez 4:10-16). Preto é a cor da angústia e do desespero, e indica o sofrimento no qual a 
humanidade entrará no período da Grande Tribulação (Jr 4:28; Is 50:2). A voz que segue o 
versículo anuncia preços altíssimos para itens essenciais, anunciando fome e crise. 
 
Quando o cordeiro abriu o quarto selo, surge o último cavalo e seu cavaleiro: o de cor amarela 
que simboliza a morte (Ez 14:21). 
 
E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e 
foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por 
meio das feras da terra. 
Apocalipse 6:8 
 
Com a abertura abertura do quinto selo, João vê “,debaixo do altar, as almas daqueles que 
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.”. 
O contexto do termo empregado sugere uma referência ao altar de sacrifício um paralelismo 
com o martírio desses homens (Lv 4:30; Gn 4:10; Is 26:21; Nm 35:33). 
 
O versículo 10 relata que “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano 
Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre 
a terra?” (Sl 13:1-2, 35:17, 74:10, 90:13, 94:3; Hc 1:2, ). 
 
 
 54 
Assim como fizeram Davi, Asafe e Habacuque, também o fazem os mártires. O tom da 
pergunta é, evidentemente, um de extrema reverência. Não há uma discussão, mas sim um 
apelo ao Deus soberano. A vingança do Senhor não é uma atitude fútil e egoísta, mas sim a 
reflexão de Sua santidade (Dt 32:43). 
 
No versículo 11, “ a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que 
repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus 
conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.”. As vestiduras 
brancas são a recompensa prometida aos vencedores (Ap 3:5). Deus está no controle de 
todas as coisas, e fará tudo em seu tempo correto (Ap 14:20, 16:4-7). 
 
Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos 
decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não 
adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e 
reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil 
anos. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; 
sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão 
com ele os mil anos. 
Apocalipse 20:4-6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 55 
OS SERVOS QUE 
PERTENCEM A DEUS 
 
Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, 
para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. Vi outro anjo que 
subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aosquais 
fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até 
selarmos na fronte os servos do nosso Deus. Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e 
quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel: da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de 
Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de 
Manassés, doze mil; da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo 
de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil. Depois destas 
coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em 
pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em 
grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Todos os 
anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre 
o seu rosto, e adoraram a Deus, dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a 
honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! Um dos anciãos tomou a 
palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: meu 
Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e 
as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de 
noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. Jamais terão 
fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no 
meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda 
lágrima. 
Apocalipse 7:1-17 
 
Os primeiros seis selos já passaram, e o sexto mostrou o desespero total dos castigados. A 
pergunta final do capítulo 6 salienta ainda mais a circunstância difícil dos habitantes da Terra, 
“porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6:17). 
 
Se o sexto selo revelou coisas tão terríveis, ainda mais o sétimo o faria. A grande pergunta 
respondida no capítulo 7 é “Quem pode sobreviver à ira do Deus todo-poderoso?”. O Senhor 
a responde enquanto consola Seus fiéis, os quais Ele não esquece (Ap 7:1-8). Aqui cabe uma 
observação: qualquer interpretação que procure nesses versículos o número fixo de pessoas 
no céu desrespeita a linguagem óbvia do texto: além das referências à terra, ao mar, às 
árvores, etc... O número 4 sugere um tema relacionado à Terra. 
 
O texto evidencia que os quatro anjos têm poder para danificar a Terra, mas que ainda não 
receberam a ordem para fazê-lo. Os quatro cantos e quatro ventos representam os quatro 
 
 56 
pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste (1Cr 9:24; Is 11:12; Jr 49:36; Ez 7:2; Zc 20:16; Mt 
24:31). Na Bíblia, o soprar do vento pode trazer conotação de castigo ou alívio (Ex 10:13-19, 
14:21, 15:10, Salmo 11:6, 78:26; Is 29:6). Independente de sua natureza, o vento é algo que 
demonstra o pleno poder de Deus (Nm 11:31; Sl 107:24-25, 135:5-7). 
 
“Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz 
aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar,” 
Apocalipse 7:2 
 
A nascente do sol representa a habitação de Deus (Nm 3:38, 2:3, Ez 8:16, 10:19, 11:1, 11:23, 
43:2-4). Este anjo vem de Deus do ponto de vista do santuário, o povo de Deus (1Co 3:16-
17; 1Tm 3:15). O Anjo traz o alívio: 
 
“Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis 
e saltareis como bezerros soltos da estrebaria.” 
Malaquias 4:2 
 
O selo carregado pelo anjo demonstra que este veio da parte de Deus, pois este era um 
símbolo de identificação (Gn 38:18,25; Gn 41:42; Ester 3:10, 8:2; Ct 8:6). No Novo 
Testamento, os discípulos fiéis têm o selo de Deus (2Co 1:21-23; Ef 1:13-14, 4:30; 2Tm 2:19). 
 
O anjo mensageiro traz uma ordem quatro anjos, confirmando o propósito dos ventos que 
estes seguravam. O que detinha o castigo era a determinação divina, pois Deus havia 
decidido identificar os seus eleitos (Ez 9:1-8). O contraste entre a marca de Deus e a marca 
da besta se dá no fato de que esta leva ao Lago de Fogo, enquanto aquela assinala o povo 
escolhido por Deus. 
 
“Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos 
de Israel:” 
Apocalipse 7:4 
 
Tentar interpretar literalmente esse trecho situado num livro repleto de simbolismos seria uma 
abordagem incorreta. Aqui, os 144 mil representam o povo de Deus: 12 é o conhecido número 
do povo do Senhor. Além disso, o autor refere-se a Israel a partir dos comentários de Jesus 
em João 8:39. 
 
 
 57 
Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu 
é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor 
não procede dos homens, mas de Deus. 
Romanos 2:28-29 
 
A visão de Ap 7:1-8 que fala dos fiéis na Terra, de forma que o texto só retorna ao trono a 
partir de Ap 7:9. A única maneira coerente de interpretá-la em seu contexto é considerar os 
144.000 como servos de Deus selados na Terra antes de começar os grandes castigos dos 
Quatro Ventos. 
 
Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos 
e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; 
Apocalipse 7:9 
 
Algumas interpretações tratam a grande multidão como um grupo distinto dos 144.000. Isso 
parece mais coerente, pois a narrativa transloca-se dos fiéis na Terra para os fiéis no céu. A 
diversidade da multidão não consiste de anjos ou outros seres celestiais, mas pessoas 
abençoadas por meio dos descendentes de Abraão (Gn 12:13; Gl 3:28-29; Ap 7:14, 3:4-5, 
6:11).Os ramos de palmeira identificam para nós o pano de fundo da cena (Lv 12:33-43; Jo 
7:37-39; 12:13). O louvor é direcionada ao Pai que se assenta no trono e ao Cordeiro que se 
mostrou digno de abrir o livro. 
 
Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se 
prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações 
de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! 
Apocalipse 7:11-12 
 
As multidões dizem amém e oferecem todo o louvor e toda a glória para Deus. Ele é perfeito 
e merecedor de todas as honrarias (Ap 5:12). O texto ainda revela-nos que um dos anciãos 
toma a palavra e questiona João acerca da identidade dos que “se vestem de vestiduras 
brancas”: 
 
Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram 
suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o 
servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu 
tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o 
Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus 
lhes enxugará dos olhos toda lágrima. 
Apocalipse 7:14-17 
 
 
 58 
Certamente o apóstolo João já poderia ter uma noção acerca dessa resposta, pois certamente 
se lembrava das almas debaixo do altar na ocasião do quinto selo (Ap 6:9-11), porém opta 
por perguntar ao ancião para que todas as suas dúvidas possam sersanadas. 
 
O termo “vêm” indica que ainda havia pessoas que chegavam ao céu, vítimas da Grande 
Tribulação. Aqui percebemos que os selados não seriam protegidos do sofrimento na Terra, 
pois enfrentariam horríveis perseguições, porém seriam protegidos da segunda morte (Ap 
2:11). 
 
Novamente somos obrigados a respeitar os limites de tempo que estudamos nas primeiras 
lições: interpretações que afirmam que esta grande tribulação começará em algum momento 
futuro distorcem o sentido do trecho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 59 
AS PRIMEIRAS 
QUATRO TROMBETAS 
 
Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora. Então, vi os sete anjos que se 
acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com 
um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o 
altar de ouro que se acha diante do trono; e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com 
as orações dos santos. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, 
vozes, relâmpagos e terremoto. Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar. O 
primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, 
queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde. O segundo anjo tocou a trombeta, e 
uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, e 
morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações. 
O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma 
grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, 
e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas. O quarto anjo tocou a 
trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na 
sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite. Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo 
meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta 
dos três anjos que ainda têm de tocar! 
Apocalipse 8:1-13 
 
O capítulo oito inicia-se na esperança da abertura do sétimo selo. Quando ele é rompido, 
abre uma outra série de sete capítulos que relata os acontecimentos das quatro trombetas. 
Para a abertura deste selo, não se ouve o clamor das almas dos mártires e não há nenhum 
terremoto: por enquanto, apenas o silêncio. 
 
Falou mais Moisés, juntamente com os sacerdotes levitas, a todo o Israel, dizendo: Guarda silêncio e ouve, ó 
Israel! Hoje, vieste a ser povo do SENHOR, teu Deus. Portanto, obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e lhe 
cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno. 
Deuteronômio 27:9-10 
 
O Senhor escolheu-nos como povo eleito, e portanto devemos obedecer às Suas ordens e 
seguir Seus estatutos. Quando Habacuque questiona a justiça de Deus, a resposta que obtém 
é esta: 
 
O SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra. 
Habacuque 2:20 
 
 
 60 
No versículo 2, os sete anjos que estão em pé diante do trono do Senhor recebem sete 
trombetas (Nm 10:10). Dando sequência a esse evento, outro anjo achega-se ao altar 
portando um incensário de ouro que representa as orações dos santos. Aqui, o anjo imita a 
função de um sacerdote (Lv 16:11-14, Nm 16:46). 
 
“e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. E o anjo tomou o 
incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.” 
Apocalipse 8:4-5 
 
Aqui podemos perceber que o incensário era uma figura que servia tanto para levar as 
orações ao Senhor quanto trazer Sua resposta. Os santos clamavam por justiça, e o anjo 
atira à Terra o incensário cheio do fogo do altar (Sl 50:3-7). 
 
Cada uma das sete trombetas será tocada por um anjo do Senhor: 
 
“O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, 
então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.” 
Apocalipse 8:7 
 
Os eventos da primeira trombeta lembram os acontecimentos de Êxodo 9:24: De maneira 
que havia chuva de pedras e fogo misturado com a chuva de pedras tão grave, qual nunca 
houve em toda a terra do Egito, desde que veio a ser uma nação. 
 
“O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, 
cuja terça parte se tornou em sangue, e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi 
destruída a terça parte das embarcações.” 
Apocalipse 8:8-9 
 
Aqui podemos observar as dimensões do poder de Deus e Seu juízo acionado sobre a Terra. 
Frequentemente, as montanhas são representantes de reinos e autoridades (Is 2:2) e os 
mares, como alvo dos juízos de Deus (Ez 27:3). Nesse sentido, a segundo trombeta pode 
sugerir um castigo que atinge a economia em escala global (Sl 98:7; Is 23:11, 41:5; Ez 26:16-
18; Dn 7:2-3). O castigo seria uma derrota sobre todos aqueles que habitam na Terra, cuja 
terça parte tornar-se-á em sangue. Aqui há novamente o uso da linguagem de Êxodo. 
 
O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma 
grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em 
absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas. 
Apocalipse 8:10-11 
 
 61 
 
Uma vez que as estrelas são parte da criação, Deus faz uso delas em Suas batalhas a favor 
dos fiéis (Jz 5:20). Como instrumento de castigo, as estrelas caíram dos céus sobre as fontes 
das águas. As potências do céu serão abaladas e a poluição da terça parte dos rios e das 
fontes das águas tornará a sobrevivência extremamente difícil (Lm 3:15-19; Jr 9:15). 
 
O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles 
escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite. Então, vi e ouvi uma águia 
que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes 
vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar! 
Apocalipse 8:12-13 
 
A linguagem da quarta trombeta é típica de profecias e visitações divinas, pois Deus controla 
todos os corpos celestes, que são exército de Deus. Os sete selos foram divididos com uma 
série de trombetas e juízos. Já se passaram quatro, e agora uma águia anuncia a vinda das 
últimas pragas. 
 
A tripla repetição do “Ai” sugere uma dor extrema, um prenúncio dos castigos que serão 
severos e impenitentes sobre todos aqueles que não amaram a Deus e não constituíram a 
Jesus Cristo como seu salvador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 62 
OS TRÊS AIS 
 
O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do 
abismo. Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira 
saída do poço, escureceu-se o sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado 
poder como o que têm os escorpiões da terra, e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a 
qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a 
fronte. Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu 
tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém. Naqueles dias,os homens buscarão a morte e 
não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles. O aspecto dos gafanhotos era 
semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o 
seu rosto era como rosto de homem; tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como 
dentes de leão; tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho 
de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja; tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda 
tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses; e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do 
abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom. O primeiro ai passou. Eis que, depois destas 
coisas, vêm ainda dois ais. O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar 
de ouro que se encontra na presença de Deus, dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os 
quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates. Foram, então, soltos os quatro anjos que se 
achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens. O número 
dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número. Assim, nesta visão, 
contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça 
dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre. Por meio destes três flagelos, 
a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens; pois 
a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha 
cabeça, e com ela causavam dano. Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se 
arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, 
de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar; nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, 
nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos. 
Apocalipse 9:1-21 
 
Os escorpiões descritos na quinta trombeta não são pestes devoradoras de colheitas, mas 
sim criaturas que atacam os homens. Serpentes e escorpiões representam o poder do diabo 
sobre os moradores da terra. 
 
O texto deixa claro que essa punição mão será para a morte, mas sim para o tormento. Os 
gafanhotos são direcionados a não atacarem as plantes, mas apenas os homens que não 
possuem o selo de Deus (Apocalipse 7:3-8), de forma que os homens atingidos por essas 
pragas são aqueles que vivem nas trevas, seguem ao diabo e servem a ele. 
 
 
 63 
Essas pragas também demonstram que os 144 mil são servos de Deus na Terra, não no céu. 
O tormento de cinco meses denota um período determinado e limitado por Deus para essa 
situação, de forma que essa praga não é nem fatal, nem final. 
 
Os opressores do povo de Deus sofreriam muita dor em decorrência desses eventos, mas 
não morreriam. De fato, a intensidade do sofrimento é evidenciada pelo fato de que os 
homens buscarão a morte, porém não conseguirão encontra-la (Jó 3:20-22; Jr 8:3). 
 
A descrição da aparência dos gafanhotos lembra-nos dos textos de Joel (Jl 1:4-6, 2:4-10): 
opressores terríveis que vem com uma força quase irresistível contra os homens. Na narrativa 
bíblica, cavalos aparecem frequentemente como forma de poder, castigo e destruição (Jr 
4:13; 6:23; 8:16; 47:3; 50:42; 51:27; Ez 26:11; Na 3:2; Hc 1:8). 
 
Suas coroas parecidas com ouro sugerem uma falsa vitória, pois parecer não é ser! Os rostos 
de homem implicam força, e os dentes de leão, poder de destruição. O cabelo de mulher 
representa tanto a submissão a satanás (1 Cor 11:15) quanto a beleza: um aspecto 
enganador. A couraça de ferro apresenta-os como guerreiros da parte do diabo, que lutarão 
para tentar vencer. Porém a armadura de Deus é muito mais forte: 
 
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, 
para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim 
contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais 
do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, 
depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e 
vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o 
escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da 
salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; 
Efésios 6:10-17 
 
Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são 
carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante 
contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos 
para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão. 
2 Coríntios 10:3-6 
 
Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o 
seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as 
coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É 
Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por 
nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou 
perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados 
como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele 
que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, 
nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer 
outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. 
Romanos 8:31-39

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