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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA IDELVAN LUIS TELLES RAMOS DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE UM PÓRTICO PLANO CAXIAS DO SUL 2013 IDELVAN LUIS TELLES RAMOS DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE UM PÓRTICO PLANO Trabalho de conclusão de curso apresentado a disciplina de Estágio 2 (MEC0258A), no curso de Engenharia Mecânica da Universidade de Caxias do Sul, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica. Áreas de concentração: Mecânica dos Sólidos, Integridade Estrutural e Projeto de Sistemas Mecânicos Orientador: Prof. MSc. Paulo Roberto Linzmaier CAXIAS DO SUL 2013 RESUMO Este trabalho apresenta o dimensionamento estrutural de um pórtico plano, satisfazendo as necessidades exigidas, tais como: segurança, condições construtivas e restrições legais, suportando uma carga de 2000 kg. Para desenvolvimento deste trabalho foi de grande importância o conhecimento das seguintes disciplinas: Mecânicas dos Sólidos, Integridade Estrutural e Projetos de Sistemas Mecânicos. Tópicos importantes dessas disciplinas foram trabalhados, são eles: Equações de Equilíbrio, Esforços Internos em Vigas e Flambagem em Colunas. Apresenta-se também nesse estágio, o conceito de dois métodos para solucionar estruturas hiperestáticas de pórticos planos. Como proposta, foram desenvolvidos os cálculos estruturais e apresentado os perfis adequados para viga e colunas. Palavras –chaves: Dimensionamento. Estrutural. Pórtico. ABSTRACT This paper introduces the structural design of a plane frame, satisfying the required needs, such as security, construction conditions and legal restrictions, supporting a load of 2000 kg. To develop this work was of great importance to study the following subjects: Mechanics of Solids, Structural Integrity and Projects Mechanical Systems. Important topics such disciplines were worked, they are: Equations of Equilibrium Efforts Internal Buckling in Beams and Columns. Also presents itself at this stage, the concept of two methods to solve statically indeterminate plane frame structures. As proposed, the structural calculations were developed and submitted the appropriate profiles for beam and columns. Keywords: Scaling, Structural, Frame. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Ponte rolante monoviga Caixão .............................................................................. 14 Figura 2 – Ponte rolante biviga caixão ..................................................................................... 15 Figura 3 – Pórtico monoviga caixão ......................................................................................... 16 Figura 4 – Pórtico rolante biviga / semi – pórtico rolante ........................................................ 16 Figura 5 – Modelo estrutural (ME) .......................................................................................... 21 Figura 6 – Diagrama de corpo Livre ........................................................................................ 21 Figura 7 – Simbologia de vínculo de 1° espécie ...................................................................... 23 Figura 8 – Simbologia de vínculo de 2° espécie ...................................................................... 23 Figura 9 – Simbologia de vinculo de 3° espécie ...................................................................... 23 Figura 10 – Equações de equilíbrio e sistema de referência..................................................... 24 Figura 11 – Superposição de soluções básicas no método das forças ...................................... 29 Figura 12 – Parâmetros nodais utilizados na discretização pelo método dos deslocamentos .. 30 Figura 13 – Dimensões do pórtico ............................................................................................ 33 Figura 14 – DCL ....................................................................................................................... 34 Figura 15 – DCL (Seção 1)....................................................................................................... 36 Figura 16 – DCL (Seção 2)....................................................................................................... 37 Figura 17 – Diagramas de esforços cortantes e momentos fletores ......................................... 37 Figura 18 – Diagramas de esforços cortantes e momentos fletores ......................................... 40 Figura 19 – DCL para dimensionamento dos pilares ............................................................... 41 Figura 20 – Perfil quadrado 140 x 140 x 6,3 ............................................................................ 43 Figura 21 – Perfil quadrado 120 x 120 x 6,3 ............................................................................ 44 Figura 22 – Perfil quadrado 100 x 100 x 6,3 ............................................................................ 44 Figura 23 – Diagrama Ψ x � .................................................................................................... 52 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Fator de multiplicação para determinação de comprimento de flambagem ........... 42 Tabela 2 – Tempos de acelerações ........................................................................................... 46 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR Norma Brasileira DCL Diagrama de Corpo Livre LISTA DE SÍMBOLOS � Carga distribuída ����� Força equivalente � Carga total �� Reação vertical no ponto A � Reação vertical no ponto B �� Momento em torno do ponto A � Momento em torno do ponto B � Esforço Cortante � Aceleração da gravidade �� Tensão admissível �� Tensão de escoamento �� Tensão ruptura ���� Tensão admissível � Módulo de resistência ���� Módulo de resistência necessário � Fator de comprimento efetivo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12 1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 12 1.2 OBJETIVOS........................................................................................................... 13 1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 13 1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 14 2.1 PONTES E PÓRTICOS ROLANTES ................................................................... 14 2.1.1 Pontes rolantes ...................................................................................................... 14 2.1.2 Pórticos rolantes ................................................................................................... 15 2.2 INTRODUÇÃO À ANÁLISE ESTRUTURAL .................................................... 17 2.2.1 Breve histórico sobre a engenharia estrutural .................................................. 18 2.3 ANÁLISE ESTRUTURAL .................................................................................... 19 2.4 MÉTODOS PARA SOLUÇÕES DO PÓRTICO PLANO .................................... 19 2.4.1 Revisão de estática dos corpos rígidos ................................................................ 19 2.4.2 Equações de equilíbrio (EE) ................................................................................24 2.4.3 Esforços internos em vigas .................................................................................. 24 2.4.4 Esforços internos em pilares................................................................................ 26 2.4.5 Método das forças ou método da superposição de efeitos ................................ 28 2.4.6 Métodos dos deslocamentos ................................................................................. 30 3 PROPOSTA DE TRABALHO ............................................................................ 31 3.1 INTRODUÇÃO AO PROJETO EM ENGENHARIA MECÂNICA .................... 31 3.2 DESCRIÇÃO DETALHADA DO PROJETO DO PÓRTICO PLANO ............... 31 3.3 SOLUÇÃO PROPOSTA ....................................................................................... 32 3.4 FORMA DE EXECUÇÃO E CRONOGRAMA ................................................... 32 4 DESENVOLVIMENTO DOS CÁLCULOS ESTRUTURAIS ........................ 33 4.1 REAÇÕES DA VIGA I.......................................................................................... 33 4.2 ESFORÇOS INTERNOS DA VIGA I ................................................................... 36 4.2.1 Diagramas de esforços cortantes e momentos fletores ...................................... 37 4.2.2 Determinação da tensão admissível .................................................................... 38 4.3 DIMENSIONAMENTO DA VIGA I .................................................................... 38 4.4 REAÇÕES DA VIGA I.......................................................................................... 39 4.5 ESFORÇOS INTERNOS DA VIGA I ................................................................... 39 4.5.1 Diagramas dos Esforços Cortantes e Momentos Fletores ................................ 40 4.6 DIMENSIONAMENTO DA VIGA I .................................................................... 40 4.7 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES .............................................................. 41 4.7.1 Cálculo da força máxima ..................................................................................... 41 4.7.2 Fator de comprimento efetivo (K) ...................................................................... 42 4.7.3 Características estruturais do perfil 140 x 140 x 6,3 ......................................... 43 4.7.4 Características estruturais do perfil 120 x 120 x 6,3 ......................................... 44 4.7.5 Características estruturais do perfil 100 x 100 x 6,3 ......................................... 44 4.8 SOLICITAÇÕES DEVIDO AS ACELERAÇÕES DOS MOVIMENTOS HORIZONTAIS ....................................................................................................................... 45 4.8.1 Massa Equivalente................................................................................................ 45 4.8.2 Aceleração ou desaceleração média .................................................................... 45 4.8.3 Duração média de aceleração ou desaceleração ................................................ 46 4.8.4 Força de inércia média ......................................................................................... 46 4.8.5 Período de oscilação ............................................................................................. 46 4.8.6 Coeficientes � ........................................................................................................ 47 4.8.7 Coeficientes � ....................................................................................................... 47 4.8.8 Coeficientes Ψ ....................................................................................................... 47 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 48 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 49 APÊNDICE A – MÉTODO DE CÁLCULO PARA A TENSÃO ADMISSÍVEL EM FLAMBAGEM ....................................................................................................................... 50 APÊNDICE B – EQUAÇÕES PARA MÉTODOS DAS FORÇAS OU SUPERPOSIÇÃO .................................................................................................................................................. 51 APÊNDICE C – DIAGRAMA Ψ X � ................................................................................... 52 12 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de vários ramos da ciência teve origem em atividades práticas, em razão de lentas mudanças, em que o conhecimento era passado de mestre a aprendiz, ou seja, conhecimento baseado em experiências práticas sem cunho científico. Até então, o desafio contra a ação da gravidade, exercida pela massa do Planeta nas formas arquitetônicas, era vencido com algumas técnicas construtivas rudimentares, baseada na experimentação e no conhecimento sem uma base científica. O projeto estrutural tem como objetivo a concepção de uma estrutura que atenda a todas as necessidades para as quais ela será construída, satisfazendo questões de segurança, condições construtivas e restrições legais. O resultado final do projeto estrutural é a especificação de uma estrutura de forma completa, isto é abrangendo todos os aspectos gerais, tais como locação e todos os detalhes necessários para a construção. A análise estrutural é a fase do projeto estrutural em que é feita a idealização do comportamento da estrutura. Esse comportamento pode ser expresso por diversos parâmetros, tais como: campos de tensões, deformações e deslocamentos na estrutura que está sendo projetada. Neste trabalho será apresentado um projeto de um pórtico plano, dimensionando todos os componentes e analisando as tensões dos mesmos, buscando uma alternativa satisfatória para o equipamento. O local para a realização das tarefas será na empresa Personalmaq Máquinas e Equipamentos LTDA, presente no mercado desde 1998, trabalha com equipamentos e máquinas especiais, buscando uma melhoria contínua na qualidade dos projetos. 1.1 JUSTIFICATIVA Este estágio é uma necessidade para a empresa Personalmaq Equipamentos Industriais LTDA, pois a organização não possui um equipamento que consiga movimentar cargas com aproximadamente 2000 kg, tendo sempre que contratar terceiros para fazer a função, isto gera um custo elevado. Com esse equipamento a empresa vai reduzir custos e gerar uma melhor segurança para todos os trabalhadores que atuam na expedição. Este trabalho será desenvolvido com o propósito de poder apresentar conhecimentos adquiridos nas disciplinas de Mecânica dos Sólidos, Integridade Estrutural e Projetos de Sistemas Mecânicos do Curso de Engenharia Mecânica, pois serão relembrados conceitos 13 importantes da Mecânica, podendo colocar em prática conhecimentos teóricos da graduação, dando ênfase no conhecimento, na busca de um aprendizado melhor e a troca de informações com profissionais que atuam na área. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral O objetivo deste trabalho é apresentar um projeto de um pórtico plano, dimensionando os componentes da estrutura e analisando as tensões dos mesmos, buscando uma alternativa satisfatória para o equipamento que vai suportar uma carga de 2000 kg. 1.2.2 Objetivos específicos • Apresentar cálculos e os diagramas de esforços cortantes e momentos fletores, pois a carga vai se mover, e no decorrer desse movimento, serão gerados esforços e momentos variados na viga. • Para realizar o dimensionamento dos pilares serão apresentados os cálculos sobre flambagem, definindo o tipo de carregamento podendo ser concêntrico ou excêntrico. • Atender a norma NBR 8400(1984), (Cálculo de Equipamento para Levantamento e Movimentação de Carga).14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Esta revisão bibliográfica enfatizou os seguintes assuntos: Pontes e Pórticos Rolantes, caracterizando as suas principais funções, os tipos de pontes e pórticos que são mais usados no mercado. Outro enfoque foi a introdução de análise estrutural. Este assunto apresentar uma idéia inicial sobre o estudo em questão. Após foi mostrado uma revisão de Estática dos Corpos Rígidos e alguns métodos utilizados para calcular os esforços mecânicos da estrutura de um Pórtico Plano. 2.1 PONTES E PÓRTICOS ROLANTES Segundo Ribeiro (2011), as pontes e pórticos são máquinas de elevação e movimentação de cargas que contribuem com uma grande variação de aplicações na área industrial. Hoje, dispõe-se de várias alternativas para selecionar pontes e pórticos são eles: Ponte Rolante Monoviga, Ponte Rolante Biviga, Ponte Rolante Suspensa, Pórtico Rolante Mono viga, Pórtico Rolante Biviga e Semi-Pórtico Rolante. 2.1.1 Pontes rolantes De acordo com Ribeiro (2011), ponte rolante é uma máquina de elevação móvel, que circula numa via, a qual se designa por caminho de rolamento. Pode ser constituídas por uma viga, designadas por pontes mono viga figura 1, ou duas vigas, designadas por pontes biviga figura 2, sobre as quais se desloca transversalmente um carro guincho. Figura 1 – Ponte rolante monoviga Caixão Fonte: Ribeiro (2011) 15 Figura 2 – Ponte rolante biviga caixão Fonte: Ribeiro (2011) Em seguida têm-se os constituintes principais destes tipos de pontes: Carro guincho – Este é responsável pela elevação de carga. Possui um conjunto de rodados que permitem o movimento de translação sobre a viga principal. Carros laterais – Os carros laterais são equipamentos que além de transferirem a carga para o caminho de rolamentos, permitem também, o movimento longitudinal da ponte. Caminho de rolamento – É constituído por duas vigas, uma em cada extremo da ponte rolante. Trata-se de uma viga contínua com vão idêntico ao afastamento entre pórticos. No caso de pontes rolantes de carga nominal baixa, apóiam diretamente sobre consolas curtas diretamente soldadas aos pilares do pavilhão. No caso de grandes cargas são utilizados pilares de baioneta. Viga resistente – É o elemento resistente principal, e pode ser formado por um perfil laminado ou secção em caixão para vencer vãos maiores e para uma maior capacidade de carga, sobre esta se desloca o carro guincho. 2.1.2 Pórticos rolantes Sob a observação de Ribeiro (2011), os pórticos são equipamentos geralmente utilizados em áreas exteriores a edifícios. Os movimentos de translação do carro e do pórtico permitem a colocação da carga com bastante liberdade. O corpo principal é constituído por 16 pórticos, que dependendo do nível de cargas a movimentar serão construídos por perfis laminados ou vigas caixão. Os pórticos assentam sobre uma plataforma móvel sobre carris. Tal como no caso das pontes pode-se também distinguir dois tipos de pórticos rolantes: pórticos rolantes monoviga e pórticos rolantes biviga. Abaixo seguem as figuras 3 e 4 para exemplificar os pórticos descritos acima. Figura 3 – Pórtico monoviga caixão Fonte: Ribeiro (2011) Figura 4 – Pórtico rolante biviga / semi – pórtico rolante Fonte: Ribeiro (2011) Os constituintes básicos dos pórticos rolantes são os mesmos que os das pontes rolantes vistas no tópico anterior. Neste caso o caminho do rolamento é constituído por 17 um sistema de carris ao solo. 2.2 INTRODUÇÃO À ANÁLISE ESTRUTURAL Segundo Martha (2010), o projeto estrutural tem como objetivo a concepção de uma estrutura que atenda as necessidades para as quais ela será construída, satisfazendo as questões ambientais, condições construtivas e restrições legais. Portanto o projeto estrutural parte de uma idéia geral da estrutura e termina com a documentação que torna viável sua construção. Existem várias etapas de um projeto estrutural, entre elas está a previsão do comportamento da estrutura. Nesta fase a estrutura tem que satisfazer as condições de segurança e de utilização para as quais ela foi concebida. Conforme Martha (2010), a análise estrutural é a etapa do projeto estrutural em que se explica como a estrutura vai se comportar. Esse comportamento pode ser expresso por alguns parâmetros, tais como: campos de tensões, deformações, e deslocamentos na estrutura. Em geral, a análise estrutural, tem como objetivo determinar os esforços internos e externos (cargas e reações de apoio), e das correspondentes tensões, bem como a determinação dos deslocamentos e correspondentes deformações da estrutura que está sendo desenvolvida. Essa análise deve ser feita para os possíveis estágios de carregamentos e solicitações que devem ser previamente determinados. Segundo Ruiz e Días (2009), a análise estrutural tem como objetivo determinar a resposta de uma estrutura quando esta for submetida a diferentes ações que devem suportar durante sua construção e vida útil. Para esta resposta estrutural, se entende basicamente a determinação dos estados de tensões e deformações, sabendo que a estrutura está submetida por efeitos de diferentes estados de cargas. Para a determinação dos estados de tensão é necessário satisfazer os critérios de resistência que estabelecem as correspondentes normas para garantir a segurança das estruturas. Por outro lado a determinação dos estados de deformação pode ser necessária, para satisfazer os critérios de rigidez. Portanto para a análise de estruturas pretende-se estabelecer as condições de resistência e rigidez das estruturas analisadas. Segundo Alva, Debs e Kaminski (2010), as estruturas são dimensionadas com os resultados de uma análise elástica – linear. Embora procedimentos e modelos simples sejam desejáveis e importantes para a prática do projeto estrutural, é crucial que o projetista tenha 18 uma postura crítica com relação ao emprego e as limitações de uma análise elástica – linear no dimensionamento dos elementos estruturais. Conforme Silva e Souto (1997), a palavra estrutura tem significado de considerável amplitude. De modo genérico, significa a maneira especial por que estão dispostas, em relação umas às outras, as diferentes partes do corpo. Podemos definir a morfologia das estruturas como estudo das estruturas resistentes sob o ponto de vista da forma, tendo como principal objetivo oferecer conhecimentos básicos para síntese, análise, análise e concepção de estruturas que respondam aos anseios funcionais, técnicos e culturais. 2.2.1 Breve histórico sobre a engenharia estrutural Segundo Martha (2010), Timoshenko (1878-1972), um dos pais da Engenharia Moderna, descreve em seu livro a História da Resistência dos Materiais (Timoshenko, 1983), um histórico desenvolvimento teórico sobre o comportamento de estruturas. A Engenharia Estrutural vai encontrar raízes, se bem que de uma forma empírica, nos grandes monumentos e pirâmides do antigo Egito e nos templos, estradas, pontes e fortificações da Grécia e da Roma Antiga. O início da formalização teórica da Engenharia Estrutural é atribuído à publicação do livro Duas Ciências, de Galileu em 1638, que deu origem a todo desenvolvimento da ciência desde o século XVII até os dias de hoje. Antes disso Leonardo da Vinci (1452-1519), já havia escrito algumas notas sobre estática e Resistência dos Materiais. Durante esses séculos, vários matemáticos e cientistas ilustres deram contribuições para formalizar a Engenharia Estrutural tal como se entende hoje. Até o início do século XX pode-se citar: Euler (1707-1783), Lagrange (1736-1813), Coulomb (1936-1806), Navier (1785-1836), Thomas Yong (1873-1829), Saint Venant (1797-1886), Kirchhoff (1824-1887), Kelvin (1824-1907), Maxwell (1831-1879) e Mohr(1835-1918). Conforme Martha (2010), a formalização da Engenharia Estrutural através de teorias científicas permite que os Engenheiros estabeleçam as forças e solicitações que podem atuar com segurança nas estruturas ou em seus componentes. Também permitem que os Engenheiros determinem os materiais adequados e as dimensões necessárias da estrutura e seus componentes, sem que estes sofram efeitos prejudiciais para o seu bom funcionamento. A Engenharia Estrutural sofreu um grande avanço no final do século XIX. Com a Revolução Industrial, novos materiais passaram a ser empregados nas construções tais como concreto armado, ferro fundido e aço. 19 2.3 ANÁLISE ESTRUTURAL No entendimento de Martha (2010), todas as teorias físicas e matemáticas resultantes da formalização da Engenharia Estrutural como ciência, são utilizadas na análise estrutura. O diagnóstico estrutural atual contempla quatro etapas de abstração. São elas: Estrutura Real, Modelo Estrutural, Modelo Discreto e Modelo Computacional. Conforme Martha (2010), a estrutura real, é o mundo físico, tal como a estrutura é construída; o modelo estrutural é o modelo analítico que é representado pelo modelo matemático e incorpora todas as teorias e hipóteses. Essas alternativas são baseadas nas leis da física, tais como equilíbrio entre forças e entre tensões, as relações de compatibilidade entre deslocamentos e deformações e as leis constitutivas dos materiais que compõem a estrutura; o modelo discreto é um método que analisa um conjunto de variáveis ou parâmetros para representar o comportamento da estrutura. Nessa fase o comportamento analítico estrutural é subdividido por um comportamento discreto, em que soluções analíticas contínuas são representadas pelos valores discretos dos parâmetros adotados, a passagem do modelo matemático para o modelo discreto é denominada discretização. De acordo com Martha (2010), os tipos de parâmetros adotados nos modelos discretos dependem do modelo utilizado. No método das forças, os parâmetros adotados são forças ou momentos, e no método dos deslocamentos os parâmetros são deslocamentos e rotações. Descreve Martha (2010), o método comumente utilizado na análise estrutural é uma formulação em deslocamentos dos métodos dos Elementos Finitos. Nesse método, o modelo discreto é obtido pela subdivisão do domínio da estrutura. Essa subdivisão é denominada malha de elementos finitos e os parâmetros que representam a solução discreta são valores de deslocamentos nos nós dos vértices. 2.4 MÉTODOS PARA SOLUÇÕES DO PÓRTICO PLANO 2.4.1 Revisão de estática dos corpos rígidos Segundo Viero (2011), corpo rígido é considerado como conjunto de partículas que ocupam posições fixas relativas umas às outras, ou seja, um conjunto de pontos materiais. Diz-se que os corpos rígidos são indeformáveis, ou seja, não se deformam sob ações das forças externas. O que não é absolutamente verdadeiro, pois os corpos nunca são absolutamente rígidos, deformando-se sob a ação de cargas a que são submetidos. Contudo 20 essas deformações são muito pequenas em relação às dimensões dos corpos, que sequer podem ser vistas ou percebidas, e não alteram as condições de movimento global dos corpos rígidos, não sendo consideradas na determinação das condições estáticas. São importantes, no entanto, no estudo da resistência dos materiais. Conforme Viero (2011), forças que atuam sobre os corpos rígidos são classificadas em forças externas e forças internas. Forças externas são forças decorrentes de carregamento externo no corpo rígido, são responsáveis pelo comportamento externo do corpo rígido em análise, causando-lhe movimento ou mantendo em repouso. Essas forças são divididas em forças ativas e reativas. Segundo Viero (2011), forças externas ativas são cargas que podem ser dinâmica ou estática, que a estrutura absorve, e resistem a elas. Essas cargas podem ser geradas através de fenômenos físicos impostos pela natureza, (atração gravitacional, ventos, variações térmicas, abalos sísmicos e neve, entre outros). Segundo Veiro (2011), forças externas reativas são forças que atuam nos pontos de união entre os elementos estruturais e nos pontos de ligação da estrutura com o solo. São forças que reagem as forças externas ativas, de modo a manter o equilíbrio dos corpos. Essas forças agem sobre os corpos rígidos, impedindo movimentos de translação e de rotação. Segundo Viero (2011), a solução de problemas relacionados a equilíbrio dos corpos rígidos passa, pela análise do modelo estrutural. A partir desse diagnóstico é necessário que todas as forças que atuem sobre ele sejam representadas. O primeiro passo para a solução de problemas é traçar, a partir do modelo estrutural, um Diagrama de Corpo Livre (DCL). Conforme Viero (2011), modelo estrutural é um esquema gráfico que são representados os elementos estruturais envolvidos no sistema em processo de análise, dispositivos que, porventura, estejam atuando sobre os elementos ou com o solo, todos devidamente determinados no espaço. Com o modelo estrutural definido podemos traçar o DCL, nele vão estar representados, o contorno do elemento estrutural em estudo, todas as forças externas, ativas e reativas, que atuam diretamente sobre o elemento, completamente definidas (ponto de aplicação, módulo, direção e sentido) e as dimensões do elemento. O primeiro passo para traçar um DCL é colocar em destaque o elemento escolhido para a análise de qualquer outro e do solo, representando o contorno do elemento isolado. Seguem abaixo as figuras 5 e 6 representando Modelos Estruturais (ME) e Diagrama de Corpo livre. Fonte: Viero (2011) Fonte: Viero (2011) Onde F é a força externa ativa vertical; RH é a força reativa horizontal; e RV1 e RV2 são forças externas reativas verticais; L é o comprimento da viga. Segundo Viero (2011), um corpo rígido é considerado como sendo um corpo composto por um conjunto de pontos materiais. Portanto, um corpo de seção constante apresentará uma atração gravitacional igual em qualquer uma de suas partes. Assim, será Figura 5 – Modelo estrutural (ME) Figura 6 – Diagrama de corpo Livre Onde F é a força externa ativa vertical; RH é a força reativa horizontal; e RV1 e RV2 são forças externas reativas verticais; L é o comprimento da viga. Segundo Viero (2011), um corpo rígido é considerado como sendo um corpo composto por um conjunto de pontos materiais. Portanto, um corpo de seção constante apresentará uma atração gravitacional igual em qualquer uma de suas partes. Assim, será 21 Onde F é a força externa ativa vertical; RH é a força reativa horizontal; e RV1 e RV2 são Segundo Viero (2011), um corpo rígido é considerado como sendo um corpo composto por um conjunto de pontos materiais. Portanto, um corpo de seção constante apresentará uma atração gravitacional igual em qualquer uma de suas partes. Assim, será 22 importante saber qual é o valor de carga (peso próprio), que atua em cada ponto do corpo rígido. Calcular a carga permanente por unidade de medida será de grande utilidade na determinação dos esforços externos e internos. O Viero (2011) escreve que vigas são elementos estruturais de massas unidimensionais usadas para a delimitação dos espaços horizontais. Sua principal característica estrutural é a transmissão de cargas verticais no sentido horizontal, ou seja, vigas absorvem todas as cargas verticais que chegam até ela e as transferem em direção horizontal, até os pontos de apoio, geralmente pilares. As vigas, normalmente, estão sujeitas a cargas permanentes e a cargas acidentais, a atuação dessas cargas pode ser de forma distribuída ou concentrada. A carga total de qualquer estrutura é determinada pelo somatório das cargas distribuídas mais as cargas concentradas. No Diagrama de Corpo Livre, devem aparecertodas as cargas envolvidas no elemento. Segundo Viero (2011), um corpo rígido está parado, em repouso, quando as forças externas que atuam sobre o mesmo resultam em um sistema de forças cuja resultante, velocidade e aceleração são iguais a zero, de modo a satisfazer a 1° Lei de Newton “Todo corpo tende a permanecer como estiver: em repouso ou em movimento uniforme, a menos que sobre ele atue uma força resultante”. Conforme Viero (2011), forças externas reativas, geralmente desconhecidas são chamadas de vinculares, por meio das quais, o solo e outros dispositivos se opõem aos possíveis movimentos dos corpos, obrigando-os a permanecerem em repouso. As forças externas ativas tendem a fazer com que os corpos se movimentem em contrapartida, as forças externas reativas reagem de forma contrária, de maneira a manter os corpos parados. As reações de apoio são exercidas nos pontos onde os corpos são suportados ou vinculados a outros corpos. De acordo com Viero (2011), as reações exercidas sobre as estruturas unidimensionais estaticamente determinadas podem ser divididas em três grandes grupos associados ao tipo de vinculação que apresentam. 1. Reações exercidas por vínculo de 1° espécie: apoio simples. Esse tipo de reação é equivalente a uma força com linha de ação conhecida. Reage apenas em um movimento, impede o movimento em apenas uma direção: vertical ou horizontal. Esse tipo de reação apresenta apenas uma incógnita. 2. Reações exercidas por vínculos de 2° espécie: rótulas. Essas reações podem restringir os movimentos de translação de um corpo rígido em todas as direções, mas não podem restringir a rotação em torno de seu eixo. 23 3. Reações exercidas por vínculo de 3° espécie: engaste. Essas reações são oriundas de apoios fixos que impedem qualquer movimento de um corpo livre. Os engastes produzem forças sobre sistema que se resume a uma força e um binário de forças. As reações desde grupo envolvem três incógnitas: as duas componentes da força, x e y e o momento binário. Abaixo seguem as figuras 7, 8 e 9 representativas da simbologia das três espécies explicadas nos itens 1, 2 e 3. Figura 7 – Simbologia de vínculo de 1° espécie Fonte: Autor (2013) Onde RV é a reação de apoio vertical e RH é a reação de apoio horizontal Figura 8 – Simbologia de vínculo de 2° espécie Fonte: Autor (2013) Figura 9 – Simbologia de vinculo de 3° espécie Fonte: Autor (2013) Onde Mo é o momento binário. Nas palavras de Viero (2011), para determinarmos as reações de apoios devemos seguir os seguintes passos: 1. Identificar e destacar do sistema os elementos estruturais que serão analisados. Desenhar o modelo 2. Traçar o diagrama de corpo livre (DCL) do elemento a ser analisado; 3. Determinar um sistema de referência (SR) para a análise; 4. Estabelecer as Equações de Equilíbrio de Estática (EE); 2.4.2 Equações de equilíbrio (EE) No entendimento de Viero (2 necessário escolher um ponto fixo, que deverá estar localizado dentro do sistema de refer adotado, na figura 10 o ponto é conveniente que esse ponto coincida com um ponto localizado sobre o modelo estrutural onde houver o maior número de incógnitas Figura 10 Fonte: 2.4.3 Esforços internos em v De acordo com Viero (2011), viga é um elemento estrutural, cuja forma geométrica é a de uma barra prismática longa, cuja dimensão e comprimento são bem maiores que as dimensões da seção. Sua principal função é horizontalmente até os pontos de apoio, geralmente pilares. Seguindo o raciocínio de Viero (2011), o projeto de uma viga resume determinação do material a ser usado e da seção que, apresentará maior esforços internos, considerando o material escolhido. Essas na maioria das vezes, devido a Nas palavras de Viero (2011), para determinarmos as reações de apoios devemos e destacar do sistema os elementos estruturais que serão analisados. Desenhar o modelo estrutural (ME); Traçar o diagrama de corpo livre (DCL) do elemento a ser analisado; Determinar um sistema de referência (SR) para a análise; Estabelecer as Equações de Equilíbrio de Estática (EE); quilíbrio (EE) No entendimento de Viero (2011), para se fazer um somatório de momentos, é necessário escolher um ponto fixo, que deverá estar localizado dentro do sistema de refer adotado, na figura 10 o ponto “A” pode ser qualquer ponto da estrutura. Para maior facilidade, esse ponto coincida com um ponto localizado sobre o modelo estrutural er o maior número de incógnitas. 10 – Equações de equilíbrio e sistema de referência Fonte: Viero (2013) Esforços internos em vigas De acordo com Viero (2011), viga é um elemento estrutural, cuja forma geométrica é a de uma barra prismática longa, cuja dimensão e comprimento são bem maiores que as dimensões da seção. Sua principal função é absorver as cargas verticais e transmiti horizontalmente até os pontos de apoio, geralmente pilares. Seguindo o raciocínio de Viero (2011), o projeto de uma viga resume determinação do material a ser usado e da seção que, apresentará maior esforços internos, considerando o material escolhido. Essas na maioria das vezes, devido a 24 Nas palavras de Viero (2011), para determinarmos as reações de apoios devemos e destacar do sistema os elementos estruturais que serão analisados. Traçar o diagrama de corpo livre (DCL) do elemento a ser analisado; Determinar um sistema de referência (SR) para a análise; 011), para se fazer um somatório de momentos, é necessário escolher um ponto fixo, que deverá estar localizado dentro do sistema de referência . Para maior facilidade, esse ponto coincida com um ponto localizado sobre o modelo estrutural eferência De acordo com Viero (2011), viga é um elemento estrutural, cuja forma geométrica é a de uma barra prismática longa, cuja dimensão e comprimento são bem maiores que as absorver as cargas verticais e transmiti-las Seguindo o raciocínio de Viero (2011), o projeto de uma viga resume-se então, a determinação do material a ser usado e da seção que, apresentará maior resistência aos esforços internos, considerando o material escolhido. Essas na maioria das vezes, devido a 25 esforços verticais, desenvolvem somente tensões de flexão e cisalhamento, que dão origem aos esforços cortantes e aos momentos fletores. Contudo, podem surgir cargas adicionais e/ ou horizontais, que irão submeter a viga a esforços de compressão e/ou tração, que vão originar os esforço normais. No entanto, os esforços normais em vigas podem ser desprezados, uma vez que a capacidade de resistir aos esforços de corte e principalmente de flexão é muito maior. Segundo Hibbeler (2004), a tensão de cisalhamento é obtida pela seguinte equação 1. � = ��� (1) onde: � = tensão de cisalhamento média. � = força cortante resultante interna, determinada pelo método das seções e pelas equações de equilíbrio. ! = momento de inércia de toda a área da seção transversal, calculado em torno do eixo neutro. " = largura da área da seção transversal do elemento, medida no ponto em que � deve ser determinado. E a variável $ é determinada conforme equação 2. $ = % &' ()&' = (*′&' (2) onde &' é a parte superior (ou inferior), da área da seção transversal do elemento, definida pela seção onde " é medido, e (*′ é a distância até o centróide de &', medida a partir do eixo neutro. De acordo com Hibbeler (2004), a tensão de cisalhamentoem vigas de abas largas que consiste em duas abas e uma alma. A distribuição de tensão de cisalhamento varia parabolicamente ao longo da atura da viga. Conforme Hibbeler (2004), para projetar uma viga com base em resistência, o engenheiro deve impedir que o esforço de flexão e a tensão de cisalhamento excedam os esforços de flexão e as tensões de cisalhamento admissíveis para o material, como definido nas normas estruturais e mecânicas. Se o vão da viga for relativamente grande, fazendo-se com que os momentos internos tornem-se grande, deve-se considerar em primeiro lugar, um projeto baseado na flexão e verificar a resistência ao 26 cisalhamento. Esse tipo de projeto de flexão exige que se determine o módulo de resistência da viga. 2.4.4 Esforços internos em pilares Sob a observação de Viero (2011), pilar é um elemento estrutural sólido e rígido usado predominantemente na vertical. É um elemento estrutural de massa, em que duas dimensões (as da seção) são bem menores que a terceira (o comprimento), que é uma barra. A principal função estrutural dos pilares é absorver as cargas de um nível e transmiti-las até um nível inferior até chegarem ao solo, são também responsáveis pela estabilização lateral da forma construída. Na visão de Viero (2011), em uma análise superficial, pode se considerar que um pilar é submetido essencialmente a tensões de compressão. Contudo, os pilares devem resistir também a esforços horizontais (pressão do vento), o que exige do pilar uma capacidade de resistência à flexão a corte. A excentricidade da aplicação da carga nos pilares também pode causar momentos fletores, submetendo o pilar a um estado múltiplo de tensão (compressão e flexão), provocando a flambagem. Nas palavras de Viero (2011), o projeto de um pilar resume-se à determinação do material a ser usado para a sua fabricação e ao dimensionamento da sua seção. Para determinar a melhor seção do pilar, é necessário determinar, em primeiro lugar, os esforços internos que o mesmo estará submetido. Determinados os esforços internos, a melhor seção será obtida pela resistência do material escolhido. A determinação dos esforços internos é um problema de estática dos corpos rígidos e a determinação da melhor seção é objeto de estudo da resistência dos materiais Descreve Hibbeler (2004), pode-se calcular a tensão máxima na coluna entendendo que ela é provocada tanto pela carga axial como pelo momento fletor. O momento fletor máximo ocorre no ponto médio da coluna. A tensão máxima na coluna é de compressão e tem valor conforme as seguintes equações 3, 4 e 5. ,��� = -.!/01 (3) ��á3 = 45 + 7�� (4) 27 Com a equação 4 se define a equação 5 denominada fórmula da secante: ���3� = ,/& 81 + ���: ;<= > ?1� @ 4A5BC (5) onde: ���3� = tensão elástica máxima na coluna, que ocorre no lado interno côncavo do ponto médio da coluna; essa tensão é de compressão. , = carga vertical aplicada a coluna; , < ,�� a menos que <= 0, então , = ,�� < = excentricidade da carga , medida a partir do eixo neutro da área da seção transversal para a linha de ação de , = = distância do eixo neutro até a fibra externa da coluna em que ocorre a tensão de compressão máxima ���3� & = área da seção transversal da coluna 0 = comprimento da coluna sem apoio no plano da flexão; para outros apoios que não pinos, deve ser usado o comprimento efetivo 0 . = módulo de elasticidade do material E = raio de giração, E = @ �5, onde ! é calculado em torno no do eixo neutro ou de flexão. De acordo com Hibbeler (2004), as especificações SSRC (Conselho de Pesquisa sobre Estabilidade Estrutural) e AISC (Instituto de Construções em Aço), fornecem duas fórmulas para o projeto de coluna, e cada qual informa a tensão admissível máxima na coluna, para uma faixa específica de índices de esbeltez. No caso de colunas longas propõe-se a fórmula de Euler, conforme equação 6. ���� = (12-1.)/23 JK?� L1 JK?� L� ≤ K?� ≤ 200 (6) Segundo Hibbeler (2004), essa equação aplica-se a índices de esbeltez entre 200 e JK?� L�. Obtém-se um valor específico de JK?� L�fazendo com que a fórmula de Euler seja usada somente para material com comportamento elástico. Por meio de experimentos, descobriu-se que podem existir tensões residuais de compressão nas secções do aço laminado de até a metade do limite de escoamento. Conseqüentemente, se a tensão na fórmula de Euler for 28 maior que JO1L �� , a equação não se aplicará. Portanto, o valor de JK?� L� é determinado conforme a equação 7. JK?� L� = P2-²./�� (7) Segundo Hibbeler (2004), as colunas com índices de esbeltez menores que JK?� L�, são projetadas a partir da fórmula empírica parabólica, conforme equação 8. ��á3 = R1 − (�0/E)1/2(�0/E)�1T�� (8) De acordo com Hibbeler (2004), para colunas mais longas o uso desta fórmula não é tão seguro, nesse caso usa-se a equação 9 que contém um aumento no fator de segurança para 1,92. UVWXYZO[(\] ^⁄ ): :J\]̂L:̀ aUb cJdeLfgJehLJ\]̂LJ\]̂L`i[Z J\]̂Le hJ\]̂Lèaj (9) De acordo com Hibbeler (2004), as colunas podem sofrer dois tipos de carregamentos, são eles: carregamento excêntrico ou carregamento concêntrico. Para o dimensionamento do pórtico será definido qual carregamento será usado. (Ver Apêndice A) Nas seções seguintes serão apresentados dois métodos para cálculos de estruturas hiperestáticas. 2.4.5 Método das forças ou método da superposição de efeitos Segundo Martha (2010), esse método, os parâmetros adotados para discretizar a solução são forças ou momentos redundantes para garantir o equilíbrio estático da estrutura. Isto é, são forças e momentos associados a vínculos excedentes de uma estrutura hiperestática. Esses parâmetros são denominados hiperestáticos, suas equações estão no Apêndice B. Na figura 11 Martha (2010), mostra o método da superposição de soluções básicas para o Método das Forças. Figura 11 – Superposição de Fonte: Martha (2010) Conforme Martha (2010), as reações de apoio MA (reação momento no apoio da esquerda) e apoio da direita). A configuração deformada do pórtico, denominada linha tracejada na figura e mostrada em escala ampliada), é obtida pela soluções básicas dos casos (0), (1) e (2) mostrados na figura. A estrutura soluções básicas é uma estrutura isostática obtida da estrutura original vínculos excedentes associados aos hiperestáticos. Cada efeito ou parâmetro: o efeito da solicitação efeito do hiperestático MA caso (2). A metodologia de hiperestáticos devem ter para recompor os vín da esquerda e restrição ao deslocamento horizontal do apoio da direita). Dessa forma, a solução do problema fica parametrizada (discretizada) pelos hiperestáticos Na figura 11 Martha (2010), mostra o método da superposição de soluções básicas Superposição de soluções básicas no método das f Conforme Martha (2010), no exemplo da Figura (11), os hiperestáticos adotados são (reação momento no apoio da esquerda) e HB A configuração deformada do pórtico, denominada elástica tracejada na figura e mostradaem escala ampliada), é obtida pela soluções básicas dos casos (0), (1) e (2) mostrados na figura. A estrutura soluções básicas é uma estrutura isostática obtida da estrutura original vínculos excedentes associados aos hiperestáticos. Cada solução básica isola um determinado efeito ou parâmetro: o efeito da solicitação externa (carregamento) é isolado no caso (0), o é isolado no caso (1) e o efeito do hiperestático caso (2). A metodologia de cálculo do Método das Forças determina os valores para recompor os vínculos eliminados (restrição à rotação no apoio restrição ao deslocamento horizontal do apoio da direita). Dessa forma, a do problema fica parametrizada (discretizada) pelos hiperestáticos 29 Na figura 11 Martha (2010), mostra o método da superposição de soluções básicas soluções básicas no método das forças , os hiperestáticos adotados são B (reação horizontal no elástica (indicada pela tracejada na figura e mostrada em escala ampliada), é obtida pela superposição de soluções básicas dos casos (0), (1) e (2) mostrados na figura. A estrutura utilizada nas soluções básicas é uma estrutura isostática obtida da estrutura original pela eliminação dos solução básica isola um determinado gamento) é isolado no caso (0), o no caso (1) e o efeito do hiperestático HB é isolado no cálculo do Método das Forças determina os valores que os culos eliminados (restrição à rotação no apoio restrição ao deslocamento horizontal do apoio da direita). Dessa forma, a do problema fica parametrizada (discretizada) pelos hiperestáticos MA e HB. 2.4.6 Métodos dos deslocamentos De acordo com Martha (2010), a solução discreta é representada por valores de deslocamentos e rotações nos nós (pontos de encontro das barras), tal como indicado na Figura 12. Esses parâmetros são denominados deslocabilidades são os deslocamentos horizontais dos nós superiores, deslocamentos verticais desses nós, Figura 12 – Parâmetros nodais ut Fonte: Martha (2011) Na Figura 12, a configuração deformada da estrutura (elástica mostrada em escala ampliada) representa a solução contínua do mo deslocabilidades nodais representam a solução d metodologia baseada em deslocamentos, a soluç dos valores discretos dos deslocamentos carga distribuída na barra horizontal. Em geral, para prismáticas, a solução obtida por interpolação é Isto ocorre porque as funções de são compatíveis com a idealização matemática do comportamento das ba Resistência dos Materiais. eslocamentos De acordo com Martha (2010), a solução discreta é representada por valores de deslocamentos e rotações nos nós (pontos de encontro das barras), tal como indicado na Figura 12. Esses parâmetros são denominados deslocabilidades. No exemplo dessa figura, as eslocabilidades são os deslocamentos horizontais dos nós superiores, desses nós, ∆l� e ∆m� , e as rotações dos nós livres ao giro, Parâmetros nodais utilizados na discretização pelo método dos d a configuração deformada da estrutura (elástica mostrada em escala ampliada) representa a solução contínua do modelo matemático. Os valores das nodais representam a solução discreta do problema. Nesse tipo metodologia baseada em deslocamentos, a solução contínua pode ser obtida por dos valores discretos dos deslocamentos e rotações nodais, considerando arra horizontal. Em geral, para estruturas reticuladas com barras lução obtida por interpolação é igual à solução analítica do modelo estrutural. sto ocorre porque as funções de interpolação que definem a configuração deforma a idealização matemática do comportamento das ba 30 De acordo com Martha (2010), a solução discreta é representada por valores de deslocamentos e rotações nos nós (pontos de encontro das barras), tal como indicado na . No exemplo dessa figura, as eslocabilidades são os deslocamentos horizontais dos nós superiores, ∆l3 e ∆m3 , os , e as rotações dos nós livres ao giro, no, nl e nm. étodo dos deslocamentos a configuração deformada da estrutura (elástica mostrada em escala delo matemático. Os valores das iscreta do problema. Nesse tipo de ão contínua pode ser obtida por interpolação e rotações nodais, considerando também o efeito da estruturas reticuladas com barras igual à solução analítica do modelo estrutural. interpolação que definem a configuração deformada contínua a idealização matemática do comportamento das barras feita pela 31 3 PROPOSTA DE TRABALHO 3.1 INTRODUÇÃO AO PROJETO EM ENGENHARIA MECÂNICA Este trabalho tem o foco em projetos, área em que muitos profissionais atuam com bastante ênfase no parque industrial mecânico, projeto de máquinas e equipamentos. Para engenheiros mecânicos, são muitas vezes, desafios que exigem uma boa comunicação entre profissionais, criatividade e conceitos sólidos em algumas disciplinas do curso, pois sem essas atribuições o profissional da Engenharia acaba perdendo espaço no mercado de trabalho. Segundo Budynas e Nisbett (2011), projetar é formular um plano para atender a uma necessidade específica ou resolver um problema. Se o plano resultar na criação de algo concreto, então o produto deverá ser funcional, seguro, confiável, competitivo, e próprio para ser usado, fabricado e comercializado. Os engenheiros mecânicos estão associados à produção e ao processamento de energias e ao fornecimento dos meios de produção, às ferramentas de transporte e às técnicas de automação. A base de conhecimento e habilidades é vasta. Entre suas bases disciplinares constam a Mecânica dos Sólidos e dos Fluidos, transportes de massa e momentum, processos de fabricação, bem como teorias da informação e eletricidade. O projeto de engenharia mecânica envolve todas as disciplinas da Engenharia Mecânica. De acordo com Budynas e Nisbett (2011), o processo de projeto completo possuem etapas de extrema importância são elas: a identificação da necessidade, a definição do problema, síntese, análise e otimização, avaliação e apresentação. 3.2 DESCRIÇÃO DETALHADA DO PROJETO DO PÓRTICO PLANO Conforme revisão bibliográfica consolidada, o projeto apresentado será de uma estrutura hiperestática, conforme os objetivos apresentados anteriormente. Para o dimensionamento das colunas apresentaram-se o processo de cálculos de flambagem. Irão ser definidos os tipos de carregamento: excêntrico ou concêntrico. O projeto estrutural será realizado conforme as seguintes etapas: 1. Foram calculados separadamente os componentes que irão sofrer esforços, devido à carga aplicada e conforme os resultados dos cálculos foram selecionados os componentes satisfatórios para fabricação do pórtico plano, atendendo requisitos da NBR 8400 (1984). 32 2. Foi modelada a montagem e as peças em 3D no Solid Works. 3.3 SOLUÇÃO PROPOSTA Foram arbitrado perfis de vigas e aplicada a carga nas mesmas, isso vai gerar um valor de momento máximo em cada perfil, calcula-se também a tensão admissível conforme a NBR 8400 (1984) . Com esses valores obtidos, tem-se como resposta o módulo de resistência necessário para o perfil arbitrado, que será comparado com o módulo de resistência da viga. Para o dimensionamento dos pilares foram arbitrados perfis, e definido qual o tipo de carregamento que vai ser aplicado, conforme revisão bibliográfica estudada pode-se usar carregamentos concêntricos ou excêntricos. 3.4 FORMA DE EXECUÇÃO E CRONOGRAMA Este estágio foi realizado na da empresa Personalmaq Máquinas e Equipamentos Industriais LTDA, orientado pelo diretor da empresa. Primeiramente, dimensionaram-se os componentes, viga e pilares de acordo com a revisão bibliográfica estudada. Está etapa teve início no mês de agosto de 2013 e fim no mês de outubro de 2013. Aprovada a primeira etapa, foram modelados os componentes do pórtico em 3D e feito a fabricação e montagem dos mesmos. Está etapa iniciou-se no mês de novembrode 2013 e terá por fim o mês de dezembro de 2013. 4 DESENVOLVIMENTO DOS CÁL Primeiramente foram foram encontrados valores dos esforços internos (momento fletor máximo e força cortante máxima). Com valores predeterminados dos esforços componentes estruturais do pórtico. O desenvolvimento dos cálculos estruturais serão apresentados em 5 etapas: 1. Cálculos das reações na viga I 2. Cálculos dos esforços internos 3. Cálculos para dimensionar a viga I 4. Cálculos para dimensionar os pilares 5. Cálculos das solicitações devido às acelerações dos movimentos horizontais Abaixo, segue a figura 13 externas. Fonte: Autor (2013) 4.1 REAÇÕES DA VIGA I Para realização dos cálculos das reações na viga I, foi utilizado livre conforme figura 14, que caracteriza a viga superi pilares, sofrendo esforços distribuídos e concentrados. Com base nesse diagrama, utilizou método de integração direta para determinar com certa facilidade as reações da viga. ENVOLVIMENTO DOS CÁLCULOS ESTRUTURAIS Primeiramente foram determinadas as reações na viga I. Tendo essas calculadas, foram encontrados valores dos esforços internos (momento fletor máximo e força cortante Com valores predeterminados dos esforços, conseguiu-se o dimensionamento dos componentes estruturais do pórtico. O desenvolvimento dos cálculos estruturais serão apresentados em 5 etapas: Cálculos das reações na viga I Cálculos dos esforços internos Cálculos para dimensionar a viga I ara dimensionar os pilares Cálculos das solicitações devido às acelerações dos movimentos horizontais segue a figura 13 mostrando um esboço do pórtico com suas dimensões Figura 13 – Dimensões do pórtico Fonte: Autor (2013) REAÇÕES DA VIGA I Para realização dos cálculos das reações na viga I, foi utilizado , que caracteriza a viga superior do pórtico que está soldada nos ços distribuídos e concentrados. Com base nesse diagrama, utilizou método de integração direta para determinar com certa facilidade as reações da viga. 33 CULOS ESTRUTURAIS endo essas calculadas, foram encontrados valores dos esforços internos (momento fletor máximo e força cortante se o dimensionamento dos O desenvolvimento dos cálculos estruturais serão apresentados em 5 etapas: Cálculos das solicitações devido às acelerações dos movimentos horizontais esboço do pórtico com suas dimensões Para realização dos cálculos das reações na viga I, foi utilizado o diagrama de corpo or do pórtico que está soldada nos ços distribuídos e concentrados. Com base nesse diagrama, utilizou-se o método de integração direta para determinar com certa facilidade as reações da viga. 34 Figura 14 – DCL Fonte: Autor (2013) As equações de momentos nas seções S1e S2 são mostradas abaixo, conforme equações 10 e 11. �O(p) = ��p − �3: 1 + �� 0 ≤ p ≤ 0/2 (10) �1(p) = ��p − �3: 1 − � Jp − ?1L + �� 0/2 ≤ p ≤ 0 (11) Método da Integração Direta, conforme equações 12, 13 e 14. �:��3: = �O(p)/.! (12) ���3 = J OA�L JqVr3: 1 − �3e s + ��pL + tO (13) ((p) = J OA�L JqVr3e s − �3u 1v + 7V3: 1 L + tOp + t1 (14) em p = 0 ((0) = 0 ���3 = 0 os valores das constantes tO = 0 e t1 = 0 obtém-se as seguintes equações 15 e 16. 35 ((p) = J OA�L JqVr3e s − �3u 1v + 7V3: 1 L (15) ���3 = J OA�L JqVr3: 1 − �3e s + ��pL (16) Substituindo as seguintes condições na equação 16 onde p = ?1 e ���3 = 0 obtém-se a equação 17 descrita abaixo: qVr?: w − �?e vw + 7V?1 = 0 (17) Segue abaixo a equação de momento em torno do ponto B, equação (18): −�� − ��0 + �?: 1 + �o + xy?1 = 0 (18) Sendo �� = � e �� = � , as equações 13 e 14, podem ser solucionadas através de um sistema linear determinado, no qual apresenta as equações das reações descritas conforme equações 19 e 20. �� = (�0 + �z)/2 (19) �� = (�01 − 6 ��0)/24 (20) Os valores dados para o dimensionamento da estrutura estão descritos abaixo: 0 = 3100}} � = 913 �/} ������ = 2830,3 � , = 19620 � � = ������ + , (21) � = 22450,3 � As reações e momentos na viga são: �� = 12640,3 � e � = 12640,3 � �� = −9430,6 �} e � = −9430,6 �} 36 4.2 ESFORÇOS INTERNOS DA VIGA I No desenvolvimento dos cálculos dos esforços internos utilizou-se o método das seções. Serão mostrados os diagramas de corpo Livre (DCL), ilustrando os procedimentos de cálculos conforme revisão bibliográfica consultada. Conforme o DCL da figura 15 segue os seguintes dados: �� = 12640,3 � �� = 9430,6 �} � = −913p + 12640,3 0 ≤ p ≤ 0/2 � O = −456,5p² + 12640,3p − 9430,6 0 ≤ p ≤ 0/2 (22) Figura 15 – DCL (Seção 1) Fonte: Autor (2013) Conforme o DCL da figura 16 segue os seguintes dados: �� = 12640,3 � �� = 9430,6 �} � = −913p − 9810 0/2 ≤ p ≤ 0 � 1 = −456,5p² − 9810p + 25367,365 0/2 ≤ p ≤ 0 (23) 37 Figura 16 – DCL (Seção 2) Fonte: Autor (2013) 4.2.1 Diagramas de esforços cortantes e momentos fletores O momento máximo da viga é quando p = ?1 ou seja, p = 1,55}, substituindo esse valor nas equações 22 ou 23, encontra-se o momento máximo de 9065,12 �}. Abaixo segue a figura 17, mostrando os diagramas de esforços cortantes e momentos fletores. Figura 17 – Diagramas de esforços cortantes e momentos fletores Fonte: Autor (2013) 38 4.2.2 Determinação da tensão admissível Conforme a norma NBR 8400(1984), a tensão admissível é atribuída aos cálculos conforme a especificação feita pela empresa fabricante do pórtico. Pois conforme a NBR 8400(1984), existem três casos de solicitações: • Caso I – Serviço normal sem vento • Caso II – Serviço normal com vento limite de serviço • Caso III – Solicitações Excepcionais O pórtico em questão está inserido no caso I. Para este caso pode-se usar a seguinte relação para a determinação da tensão admissível: segundo a norma NBR 8400 (1984), se ��/�� < 0, 7, ou seja, a tensão de escoamento dividida pela tensão de ruptura usa-se a equação 24, onde �� é a tensão admissível. �� = ��/1,5 (24) �� = 250 �,� �� = 400 �,� �� = 167 �,� 4.3 DIMENSIONAMENTO DA VIGA I Para dimensionar a viga utiliza-se a seguinte equação 25 conforme Hibbeler (2004): ���� = �/����(25) Segundo Hibbeler (2004), os engenheiros escolhem uma viga em particular que satisfaça o requisito � > ���� ou seja, o módulo de resistência da viga arbitrada tem que ser maior que o módulo de resistência necessário. Conforme Apêndice B do Hibbeler (2004) buscou-se valores tabelados da viga W150 x 30, que irão ser de extrema importância para o dimensionamento da mesma. Calculando o módulo de resistência necessário ���� pela equação 25. M = momento máximo na viga, calculado conforme equações 22 ou 23 ���� = �� é a tensão admissível calculada conforme equação 24 ���� = 54282,1 }}³ 39 Conforme o apêndice B do Hibbeler (2004), o módulo de resistência (S), é � = 218 ×10³ }}³, portanto � > ���� satisfazendo a condição para o uso dessa viga no projeto. 4.4 REAÇÕES DA VIGA I Os valores dados para o dimensionamento da estrutura estão descritos abaixo: 0 = 3100}} � = 669 �/} ������ = 2073,9 � , = 19620 � � = 21693,9 � valor calculado conforme equação 21 As reações para a viga em questão foram calculadas conforme DCL da figura 14, e as equações 19 e 20. As reações e momentos na viga são: �� = 11883,9 � e � = 11883,9 � �� = −8942,1 �} e � = −8942,1 �} 4.5 ESFORÇOS INTERNOS DA VIGA I Utilizando o DCL da figura 15 obtém-se os seguintes dados: �� = 11883,9 � �� = 8942,1 �} � = −669p + 11883,9 0 ≤ p ≤ 0/2 � O = −334,5p² + 11883p − 8942,1 0 ≤ p ≤ 0/2 (26) Utilizando o DCL da figura (16) obtém-se os seguintes dados: �� = 11883,9 � �� = 8942,1 �} � = −669p − 9810 0/2 ≤ p ≤ 0 � 1 = −334,5p² − 9810p + 24683,4 (27) 40 4.5.1 Diagramas dos Esforços Cortantes e Momentos Fletores O momento máximo da viga é quando p = ?1 ou seja, p = 1,55}, substituindo esse valor nas equações 26 ou 27, encontra-se o momento máximo de 8677,3 �}. Abaixo segue a figura 18, mostrando os diagramas de esforços cortantes e momentos fletores. Figura 18 – Diagramas de esforços cortantes e momentos fletores Fonte: Autor (2013) 4.6 DIMENSIONAMENTO DA VIGA I Seguindo o mesmo procedimento de cálculo da viga I (W150 x 30) encontra-se o ���� = 51959,8 }}³. Conforme o apêndice B do Hibbeler (2004), o módulo de resistência (S), é � = 159 × 10³ }}³ da viga W150 x 22 portanto � > ���� satisfazendo a condição para o uso dessa viga no projeto. 41 4.7 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES O dimensionamento dos pilares depende do momento da viga, do seu perfil, da tensão máxima e da tensão admissível. Essas características serão apresentadas no decorrer deste tópico, utilizando dados da norma NBR 8400(1984). Segue abaixo a figura 19, mostrando um DCL, composto da viga I (W150 x30) e pilares que serão arbitrados. Figura 19 – DCL para dimensionamento dos pilares Fonte: Autor (2013) 4.7.1 Cálculo da força máxima Conforme revisão de estática pode-se aplicar a seguinte equação 28: � = � × ) (28) � = 9430,6 �} 42 ) = 500 }} �� 0,5} � = 18861,2 � A carga máxima (P), é a soma da carga F com a carga de serviço (Cs), conforme equação 29: , = � + t (29) � = 18861,2 � t = 19620 � , = 38481,2 � 4.7.2 Fator de comprimento efetivo (K) Para determinar esse fator, foram utilizados dados da norma NBR 8400(1984), conforme Tabela 1 abaixo: Tabela 1 – Fator de multiplicação para determinação de comprimento de flambagem Fonte: NBR 8400 (1984) 43 Foram arbitrados os seguintes perfis: tubo quadrado de 140 x 140 x 6,3; tubo quadrado 120 x 120 x 6,3 e tubo quadrado 100 x 100 x 6,3. Nas seções 4.7.3; 4.7.4 e 4.7.5 serão apresentadas as características estruturais de cada perfil. 4.7.3 Características estruturais do perfil 140 x 140 x 6,3 Figura 20 – Perfil quadrado 140 x 140 x 6,3 Fonte: Autor (2013) Material: Aço Estrutural A36 ! = 10060202,48 }}v & = 3369,24 }}1 e 0 = 4825}} = = 70 }} Para calcular a tensão máxima desse perfil, foi utilizada a equação 4, admitindo os seguintes valores: , = 38481,2 � � = 9430,6 �} O valor do ���3 = 77,32 �,� O tipo de fixação selecionada seguiu as seguintes características: sem rotação e com translação e a base é engastada (sem rotação e translação), conforme tabela 1, foi utilizado para os cálculos de tensão admissível, o valor de � = 1,2 .Essa tensão foi calculada de acordo com a equação (9), tendo como resultado o valor de ���� = 85,08 �,� Segundo Hibbeler (2004), para um projeto de coluna com carregamento excêntrico ser conservador, o mesmo deve obedecer a seguinte equação 30. ��á3 ≤ ���� (30) Portanto, esse perfil pode ser uma opção para o projeto. 44 4.7.4 Características estruturais do perfil 120 x 120 x 6,3 Figura 21 – Perfil quadrado 120 x 120 x 6,3 Fonte: Autor (2013) Material: Aço Estrutural A36 ! = 6192442,65 }}v & = 2865,24 }}1 e 0 = 4825}} = = 60 }} Seguindo o mesmo procedimento de cálculo do perfil anterior, utilizando um fator � = 1,0. Os resultados foram: ���3 = 105,2 �,� e ���� = 88,25�,� Conforme equação 30, esse perfil não pode ser opção para o projeto. 4.7.5 Características estruturais do perfil 100 x 100 x 6,3 Figura 22 – Perfil quadrado 100 x 100 x 6,3 Fonte: Autor (2013) Material: Aço Estrutural A36 ! = 347077,8 }}v & = 2361,25 }}1 e 0 = 4825}} = = 50 }} 45 Seguindo o mesmo procedimento de cálculo do perfil anterior, utilizando um fator � = 1,0. Os resultados foram: ���3 = 152,73 �,� e ���� = 66,89�,� Conforme equação 30, esse perfil não pode ser opção para o projeto. 4.8 SOLICITAÇÕES DEVIDO AS ACELERAÇÕES DOS MOVIMENTOS HORIZONTAIS Os cálculos desenvolvidos na seqüência são conforme norma NBR 8400(1984). 4.8.1 Massa Equivalente No caso em questão, a massa equivalente apenas será igual à massa do carro guincho conforme equação 31, descrita abaixo: } = }� (31) onde } = 30 �� 4.8.2 Aceleração ou desaceleração média Para a pórtico em estudo foi arbitrado uma força fictícia (�) de 1600 �. Conforme a NBR 8400(1984), o cálculo da aceleração é conforme a equação 32, descrita abaixo: �� = ��f�� (32) onde }O = 1970 �� Resolvendo a equação 32, obtém-se um aceleração média (��) de 0,081}/;1. Com este valor consegue-se obter a velocidade média de 0,27}/; interpolando os valores da tabela 2 abaixo. 46 Tabela 2 – Tempos de acelerações Fonte: NBR 8400 (1984) 4.8.3 Duração média de aceleração ou desaceleração �� = ��X (33) Onde � é velocidade média e �� é a aceleração ou desaceleração média, resultando em uma duração média (��) de 3,33s 4.8.4 Força de inércia média ��� = }O × ��(34) Onde }O = 1970 �� e (��) = 0,081}/;1, resultando em uma força de inércia ��� = 159,57 � 4.8.5 Período de oscilação Segundo a NBR 8400 (1984), o período de oscilação é obtido conforme a equação 35. �O = 2-@ �� (35) 47 Onde � é o comprimento de suspensão de carga, quando esta se acha na posição mais alta de trabalho. Não devem considerar valores inferiores a 2}, conforme a NBR 8400 (1984). No projeto do pórtico foi usado o � = 3}, portanto o período de oscilação �O é 3,47;. 4.8.6 Coeficientes � Conforme a NBR 8400(1984), esse coeficiente é calculado conforme a equação 36. � = ��� (36) Quando o sistema comandando o movimento controla a aceleração ou desaceleração e a mantém com valor constante, torna-se � = 0, sejam quais forem as massas } e }O. Para o projeto do pórtico foi usado o � = 0. 4.8.7 Coeficientes � Segundo a NBR 8400 (1984), esse coeficiente é definido conforme a equação 37. � = �X�� (37) Portanto � calculado é 0,95. 4.8.8 Coeficientes Ψ Com os valores � e �, entra-se no diagrama da figura 23 conforme Apêndice C e determina-se o valor correspondente a Ψ. No entanto encontra-se um Ψ= 2,0, pois para valores de � maiores que 0,5 a tendência da curva � = 0 é permanecer constante. A força de inércia devido à carga é o coeficiente Ψ multiplicado pela força de inércia média, calculado na equação 34. Isto resulta em uma força de 319,14 �. 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Portando, foram selecionados junto à empresa, os perfis para o projeto do pórtico, escolhendo materiais que a empresa tinha em seu estoque. A viga I selecionada foi a W150 x 30, pois existia esse material na empresa, e o perfil quadrado escolhido foi o de 140 x 140 x 6,3, conforme os cálculos foi o único aprovado para o uso. Ressaltando, no dimensionamento dos tubos quadrados, foram utilizados diferentes fatores de multiplicação, pois mesmo utilizando um fator de 1,0 conforme critérios utilizados não aprovaram os tubos 120 x 120 x 6,3 e 100 x 100 x 6,3. Conforme a NBR 8400 (1984) o fator de multiplicação utilizado nos projetos que envolvem carregamentos como o pórtico em estudo é de 1,2. Na solicitação devido às acelerações dos movimentos horizontais, pode-se dizer que foi um exemplo resolvido onde a força de 1600 N foi estimada. Para obter um resultado real dessas solicitações, pesquisas além da NBR 8400 (1984) devem ser feitas e, ter um conhecimento técnico-científico maior. Sugere-se para a melhoria desse relatório um estudo sobre a NBR 8800 (2008) e uso de softwares como o Strap (análise estrutural), para dimensionar estruturas hiperestáticas. Portanto os objetivos foram alcançados, junto com as especificações da NBR 8400 (1984) Cálculos de equipamentos para levantamento e movimentação de carga. O projeto foi apresentado ao diretor da empresa e o mesmo aprovou com êxito. 49 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8400: Cálculo de Equipamento para Levantamento e Movimentação de Cargas, 1984 ALVA, G. M. S.; DEBS, A. L. H. EL.; JR KAMINSKI, J. Ibracon Structures and Materials Journal. Nonlinear analysis of reinforce concrete structures’ in design procedures: application of lumped dissipation models.Vol 3. Number 2 (june 2010). 149 – 178p BUDYNAS G, Richard; NISBETT, J. Keith; Elementos de Máquinas de Shigley:Projeto de Engenharia Mecânica. Tradução técnica João Batista de Aguiar; Jose Manoel de Aguiar. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. 1084p. :il. color. ; 28cm. HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais. Tradução Joaquim Pinheiro Nunes; revisão técnica Wilson Carlos da Silva. São Paulo: ed. Pearson Prentice Hall, 2004. MARTHA, Luis Fernando. Análise de Estruturas: Conceitos e Métodos Básicos. Sindicato dos Editores de Livros. Rio de janeiro: ed. Elsevier, 2010. 501p. RUIZ, Miguel Cervera; DÍAZ, Elena Bianco. Mecánica de Estructuras: Libro 2: Métodos de Analisis. Universitat Politécnica de Catalunya. Barcelona (Espanha): 2002. 329p RIBEIRO, Fernando José Granja. Dimensionamento de um Pórtico Rolante. 2011. 184f. Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica) – FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Portugal, 2011. SOUTO, André; SILVA, Daiçon. Estruturas: Uma Abordagem Arquitetônica. 1 ed. Porto Alegre.Sagra Luzzatto. 1997. VIERO, Edison Humberto. Isostática: Passo a Passo: Sistemas Estruturais em Engenharia e Arquitetura. 3° edição. Caxias do Sul : ed. Educs, 2011. 224p. 50 APÊNDICE A – MÉTODO DE CÁLCULO PARA A TENSÃO ADMISSÍVEL EM FLAMBAGEM O carregamento no pórtico é excêntrico e sua tensão máxima foi calculada conforme equação 4. Se o carregamento fosse concêntrico usaria a equação 8. Calculando a tensão máxima de Euler conforme equação abaixo obtém-se valor de 175,81 �,� . Se ��á3 > O1 �� a fórmula de Euler não pode ser aplicada. Fórmula da tensão máxima de Euler: ��á3 = �:A J\]̂L: No perfil escolhido 140 x 140 x 6,3, utilizando os mesmos dados o ��á3 =175,81 �,� consequentemente é maior que 125 �,� que é a metade da tensão de escoamento, portanto a tensão admissível é calculada conforme a equação 9. 51 APÊNDICE B – EQUAÇÕES PARA MÉTODOS DAS FORÇAS OU SUPERPOSIÇÃO �5 = 0 Equações de compatibilidade �5� + �55�5 + �5o�o = 0 �o� + �o5�5 + �oo�o = 0 −��5 = �55�5 + �5o�o −�o� = �o5�5 + �oo�o Equações de compatibilidade de deslocamento ��55 �5o�o5 �oo� ��5�5 � = �−�5�−�o�� Utilizando conceitos de flexibilidade ��� = vetor de forças desconhecidas R�T��� = ∆ R�T = ��55 �5o �o5 �oo� = matriz de flexibilidade �∆�� = �−�5� , −�o�� = vetor de deslocamentos produzidos pelo carregamento externo. 52 APÊNDICE C – DIAGRAMA Ψ X � Figura 23 – Diagrama Ψ x � Fonte: NBR 8400 (1984)