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@SOFII.STUDIES 
Elementos subjetivos do tipo 
- ARTS. 18 E 19 - 
I. Dolo: 
Dolo genérico: a consciência e a vontade de praticar a conduta descrita no tipo, sem nenhuma 
finalidade ou nenhum motivo especial. 
1. Elementos: 
Cognitivo: representação da realidade na consciência do agente. Compreender a realidade que me 
cerca de maneira adequada. Elemento pessoal – minha visão. 
Volitivo: como eu dirijo a minha vontade através dessa compreensão. Irei agir para alcançar uma 
finalidade proibida pela lei ou para uma finalidade que não é proibida pela lei, mas a minha forma 
de agir gerará um risco de produção de dano. 
Para uma conduta se dolosa tenho que ter os dois elementos simultaneamente (cognitivo e 
volitivo), se faltar qualquer um dos dois, não tem conduta dolosa. Se a minha compreensão é 
inadequada, ainda tenho conduta, porém, é uma conduta que não é considerada dolosa, pois ainda 
falta um elemento do tipo 
2. Espécies: 
Direito: tenho a intenção de produzir o resultado previsto no tipo. Não necessariamente eu sei se 
é crime ou não. 
Indireto: existem dois tipos: a) alternativo; b) eventual. 
• Alternativo: se relaciona com os riscos de determinada ação. Quando o ato pode ter mais 
de um resultado, o agente sabe desses resultados distintos, sendo que um possui maior 
grau de periculosidade, e mesmo assim, assume o risco. Responde pela tentativa mais 
grave. 
 
• Eventual: ocorre nas situações em que o agente prevê o resultado, mas não se importa 
com os possíveis efeitos lesivos. Espécie de dolo indireto, o agente conhece a 
possibilidade do resultado, mas assume o risco. Atitude de total indiferença em relação 
ao bem jurídico tutelado. Expande o dolo eventual para culpa consciente. 
Como regra geral, só é crime se for doloso, os crimes culposos só são punidos excepcionalmente 
quando o tipo penal trouxer previsão expressa. 
• Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
II. Elementos especiais dos tipos dolosos: 
Como regra geral, você não precisa ter feito a conduta por alguma finalidade específica, basta 
praticar para ser dolo genérico. 
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• Dolo específico: aquele onde as características estão previstas em tipos penais, ou seja, o 
agente deseja realizar o fato ilícito como descrito na lei. Existe uma finalidade. 
Exemplo mais comum: drogas - para consumo pessoal. 
Para cometer o crime, deve preencher esse dolo específico. 
III. Culpa: 
• Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. 
 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
Crime culposo: consiste numa conduta voluntaria que realiza um fato ilícito não querido pelo 
agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) 
e que podia ser evitado se o agente atuasse com cuidado. 
A pessoa só responde por crimes culposos quando a lei fizer uma previsão expressa de que aquele 
crime é culposo. Se a lei não possui essa previsão, se configura como ato típico. 
1. Elementos: 
 
a) Descumprimento do dever de cuidado: o dever de atenção, de zelo, que as pessoas 
devem ter. 
 
b) Produção do resultado: não existe tentativa de crime culposo. 
 
c) Previsibilidade objetiva do resultado: o resultado tem que ser previsível – quando um 
observador racional puder deduzir que aquele é um desdobramento possível da ação. 
 
2. Modalidades: 
 
a) Imprudência: não está nem com intenção e nem assumindo o risco. O agente se 
comporta aumentando exageradamente o risco. 
 
b) Imperícia: o agente não está capacidade para desenvolver aquela atividade e mesmo 
assim desenvolve. Ou ele está capacitado, mas naquele caso concreto ele não agiu 
com a capacidade esperada. 
 
c) Negligência: desatenção. Descumprimento do dever do cuidado. Desleixo da 
imprudência. 
 
3. Espécies: 
 
a) Consciente: embora o agente preveja o resultado, espera que este não ocorra, não o 
aceita como possível. Nessas situações, em nenhum momento o agente quer ou 
assume o risco da ocorrência do resultado, apenas prevê e confia na sua habilidade 
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de evitar o efeito lesivo ao direito de outrem. Ex: atirador de faca no circo. Tem o 
mesmo elemento cognitivo do dolo mas não tem o evolutivo. 
Se ele joga a faca, ele confia na habilidade dele de não atingir a pessoa – culpa consciente. 
Se ele joga a faca e é indiferente sobre onde a faca acerta, atingindo a pessoa é dolo 
eventual. 
 
 
 
 
 
b) Inconsciente: o agente não prevê o resultado de sua conduta, embora seja previsível 
para o observador externo. A regra no ordenamento jurídico, refere-se ao crime 
culposo, o agente não prevê o resultado que poderia ocorrer devido ao fato de ele ter 
sido negligente, imprudente ou imperito. 
 
 
4. Compensação de culpas: 
No direito penal, uma culpa não compensa a outra. Se o agente que agiu de forma culposa estava 
errado e a pessoa que foi ferida também, não acontece a compensação de culpas. 
IV. Crimes qualificados pelo resultado: 
• Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o 
houver causado ao menos culposamente. 
 
1. Preterdolosos: tem dolo no antecedente e culpa no consequente. A pessoa agride a outra 
sem intenção de matá-la, mas a pessoa morre. Quando uma conduta é dolosa, mas produz 
um resultado que vai além do que o agente desejava e esperava, esse resultado agravado 
fica conectado a conduta por meio da culpa. Existe um crime inicial doloso e um resultado 
final culposo. Falta de previsibilidade. 
 
O dolo é então o conhecimento da ilegalidade dos atos, o fato de assumir o risco e a 
vontade são as características que condicionam o dolo. Já quando se fala em culpa 
consciente, se está dizendo sobre um agente, que tem consciência do resultado de 
seus atos, e busca evitá-los a fim de não prejudicar ninguém. 
Ou seja, quando alguém comete um ato ilícito, mas busca evitar resultados que firam 
a outrem. Para explicar melhor, o agente não demonstra indiferença sobre o resultado 
de seu ato. 
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2. Culposos qualificados pelo resultado: um crime culposo na origem com desdobramento 
culposo também. Ex: crime de incêndio culposo. Se nesse incêndio ocorre uma morte, 
pega a pena equivalente ao homicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: aula expositiva do professor Daniel Nicory, FBDG 2023.2; 
https://www.projuris.com.br/blog/dolo/#:~:text=O%20dolo%20espec%C3%ADfico%20%C3%
A9%20aquele,Art. 
https://www.projuris.com.br/blog/dolo/#:~:text=O%20dolo%20espec%C3%ADfico%20%C3%A9%20aquele,Art
https://www.projuris.com.br/blog/dolo/#:~:text=O%20dolo%20espec%C3%ADfico%20%C3%A9%20aquele,Art

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