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Planos de Recursos Hídricos_Encarte

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Leo Rodrigues

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de recursos hídricos
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Jair Bolsonaro Presidente da República
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Daniel Ferreira (Ministro) 
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO
DIRETORIA COLEGIADA
Veronica Sánchez da Cruz Rios (Diretora-Presidente)
Victor Eduardo de Almeira Saback
Mauricio Abijaodi Lopes de Vasconcellos 
Ana Carolina Argolo Nascimento de Castro
Filipe de Mello Sampaio Cunha
de recursos hídricos
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
BRASÍLIA - DF
ANA
SPR
2022
© 2022, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA
Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3, Edifício Sede Bloco M
CEP 70.610-200 - Brasília/DF
Telefone: (61) 2109-5400 | (61) 2109-5252
Endereço eletrônico: www.gov.br/ana/pt-br
Comitê de Editoração 
Joaquim Guedes Correa Gondim Filho (Coordenador) Superintendente
Flávio Hadler Tröger Superintendente
Humberto Cardoso Gonçalves Superintendente
Rogério de Abreu Menescal Secretário Executivo 
Equipe Editorial
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos - SPR
Coordenação Geral
Flávio Hadler Tröger Superintendente
Carlos Alberto Perdigão Pessoa Superintendente Adjunto
Sérgio Ayrimoraes Soares
Coordenação Executiva
Luciana Aparecida Zago de Andrade Coordenação de Planos de Recursos Hídricos - CPLAN
Márcio de Araújo Silva
Gaetan Serge Jean Dubois
Gonzalo Álvaro Vázques Fernandez
Rosana Mendes Evangelista
Colaboradores
Carolina Arantes 
Daniela Chainho Gonçalves 
Flavia Carneiro da Cunha Oliveira Superintendente Adjunta de Implementação de Programas e Projetos
Lauseani Santoni
Leonardo Mitre Alvim de Castro (consultor)
Marcelo Mazzola 
Marcelo Pires
Mariana Braga Coutinho
Roberto Moraes Carneiro
Tibério Magalhães Pinheiro Superintendente de Implementação de Programas e Projetos
Viviani Pineli Alves
Elaboração dos originais
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
Projeto gráfico, capa e infográficos
Joaquim Olímpio e Patrícia Agência Comunica
Editoração e infográficos
Joaquim Olímpio e Patrícia Cunha - Agência Comunica e Adilio Lemos da Silva - ANA
Mapas temáticos
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e Agência Comunica
As ilustrações, tabelas e gráficos sem indicação de fonte foram elaborados pela ANA. Todos
os direitos reservados. É permitida a reprodução de dados e de informações contidos nesta
publicação, desde que citada a fonte.
A265s Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Brasil).
 Planos de Recusos Hídricos / Agência Nacional de Águas e 
 Saneamento Básico. -- Brasília: ANA, 2022.
 89p. iI.
 Nota 1. A publicação faz parte do conjunto de encartes do 
 Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2020.
 1. Planos de Recursos Hídricos. I. Título. 
CDU 556.04(81)
Ficha catalográfica elaborada por: Fernanda Medeiros – CRB-1/1864
http://www.gov.br/ana/pt-br
Sumário
Apresentação 5
Introdução 7
Aspectos conceituais e legais dos Planos 
de Recursos Hídricos 9
Evolução dos Planos de Recursos Hídricos 17
Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) ...................................... .17
Planos Estaduais de Recursos Hídricos (PERHs) .................................. 28
Planos de Bacias Hidrográficas Interfederativas ................................ .31
Planos de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas Afluentes e 
Litorâneas .............................................................................................. 57
Análise crítica do instrumento e desafios 59
Implementação do Plano ...................................................................... 59
Articulação entre os Diversos Processos de Planejamento .................. 64
Estratégias para Implementação e Monitoramento dos PRHs ............ .77
Considerações Finais 83
Anexo 1 - Situação dos Planos Estaduais 
de Recursos Hídricos no País 87
1
2
3
4
5
5
Apresentacaol
´
O relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil é 
publicado anualmente e consiste em uma atualização regular e 
sistemática da situação dos recursos hídricos no país, através de 
um conjunto de indicadores e estatísticas sobre a água e sua gestão. 
Este documento pode ser considerado parte integrante do Plano 
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). 
Ao longo dos anos, o relatório tem subsidiado diferentes ações governamentais, 
tais como o Sistema de Contas Econômicas Ambientais da Água, o monitoramento 
do Plano Plurianual do governo federal e o cálculo de indicadores do Objetivo de 
Desenvolvimento Sustentável 6 (ODS6): Água Limpa e Saneamento - garantir 
a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para 
todos.
Além disso, o Conjuntura tornou-se referência para a estruturação do Sistema 
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), contribuindo para o for-
talecimento desse instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). 
Todas as informações apresentadas são de domínio público e alimentam o SNIRH, 
estando disponíveis para o acesso de todos no sítio eletrônico da ANA.
Embora seja produzido pela ANA, o Conjuntura é fruto de uma rede estabelecida 
com mais de 50 instituições parceiras, que vem sendo fortalecida a cada ano desde 
o primeiro relatório, visando uma aproximação maior com a sociedade.
Considerando os 10 anos desde a elaboração do primeiro Relatório de Conjuntura 
e a elaboração do Novo PNRH 2022-2040, a ANA apresenta mais um conjunto 
de edições especiais, com foco na análise da implementação dos instrumentos da 
Política Nacional de Recursos Hídricos no Brasil ao longo da última década. Esta 
publicação mostra a evolução do importante instrumento que são os Planos de 
Recursos Hídricos e os desafios a serem enfrentados para sua implementação e 
melhor efetividade no País, concluindo esse conjunto de edições especiais.
Boa leitura!
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico 
6
Capitulo 1 - Introdução
7
Introdução
Os Planos de Recursos Hídricos (PRHs) são planos diretores que visam fundamentar e 
orientar a implementação dos instrumentos estabelecidos pela Política Nacional de 
Recursos Hídricos (Lei n° 9.433/97) , a chamada Lei das Águas, sendo, portanto, fer-
ramenta de extrema importância na gestão das águas. A Política estabeleceu também 
outro instrumento de planejamento, o enquadramento de corpos d’água em classes 
segundo seus usos preponderantes, que por sua vez, visa assegurar às águas qualidade 
compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e diminuir os custos de 
combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Com a Lei das Águas, os órgãos gestores de recursos hídricos e, quando existentes, 
as agências de água ou entidades delegatárias, passam a desenvolver os PRHs com 
intuito de planejar suas ações e dos setores usuários de água, visando garantir os usos 
múltiplos da água. Esse planejamento consiste na busca de soluções de compromissos, 
um pacto pelas águas, com objetivo de minimizar conflitos pelo uso da água na bacia, 
sejam existentes ou potenciais, tendo em vista os diversos interesses dos usuários da 
água, do poder público e da sociedade civil organizada. Há que se considerar também 
as múltiplas metas a serem alcançadas visando a melhoria das condições de qualidade 
e quantidade de água, e a garantia da segurança hídrica na bacia.
Os planos devem ser elaborados levando em conta as especificidades da bacia, no que 
concerne aos aspectos hídricos, sociais, econômicos, políticos e ambientais. O processo 
de planejamento passa por três fases: diagnóstico, prognóstico e plano de ações. A 
identificação da situação atual dos recursos hídricos e das potencialidades na bacia 
corresponde ao diagnóstico; as perspectivas de crescimento das demandas hídricas, os 
níveis de comprometimento dos corpos hídricos, as possíveis restrições de uso e a pre-
visão da situação desejada correspondem ao prognóstico; e por fim, o estabelecimento 
de soluções negociadas entre as esferas dopoder público, dos segmentos usuários e 
da sociedade civil organizada para o alcance da situação desejada possível, levando 
sempre em conta a capacidade financeira da sociedade e as perspectivas futuras para 
a bacia resultam na proposição de um plano de ações. 
Para que haja maior efetividade da implementação dos instrumentos de planeja-
mento, é essencial que haja envolvimento e articulação dos órgãos gestores durante a 
elaboração dos planos e que eles sejam negociados e pactuados nos comitês de bacia 
e nos conselhos de recursos hídricos. Essas instâncias participativas cumprem papel 
estratégico de controle social para que as ações pactuadas sejam efetivamente imple-
mentadas. Para isso é fundamental que as instituições que atuam na implementação 
da Política Nacional de Recursos Hídricos e na gestão das águas sejam fortalecidas 
para a execução das ações sob sua responsabilidade e para ampliar a articulação com 
os diferentes setores usuários da água e instituições responsáveis pelas políticas públi-
cas que tenham interfaces com a política de recursos hídricos.
A Política Nacional 
de Recursos Hídricos 
instituiu como 
instrumentos de 
gestão dos recursos 
hídricos, além dos 
Planos de Recursos 
Hídricos: (1) a 
cobrança pelo uso 
da água; (2) o 
Enquadramento dos 
Corpos d’água em 
Classes, segundo os 
usos preponderantes; 
(3) a Outorga de 
Direito de Uso dos 
Recursos Hídricos; 
e, (4) o Sistema de 
Informações sobre 
Recursos Hídricos.
Encarte de Enquadramento: 
tinyurl.com/2p9h7k3p
Segundo a Política 
Nacional de Recursos 
Hídricos, compete às 
Agências de Água, 
no âmbito de sua 
área de atuação, 
elaborar o Plano de 
Recursos Hídricos 
para apreciação do 
respectivo Comitê de 
Bacia Hidrográfica 
(Lei n. 9.433/97; art. 
44, inciso X).
http://tinyurl.com/2p9h7k3p
8
Capitulo 1 - Introdução
Este encarte visa apresentar uma visão atual dos planos de recursos hídricos no Brasil 
e uma análise crítica sobre o instrumento, com base nas lições aprendidas pela ANA 
na elaboração e implementação de planos de bacias interfederativas sem agências 
de água, na participação ou coordenação de planos desenvolvidos por entidades dele-
gatárias e na elaboração e implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos. 
O encarte traz também subsídios para aperfeiçoamento do escopo de suas etapas e 
diferentes recortes espaciais: nacional, estadual e por bacia. Neste último caso são 
caracterizados os PRHs das bacias interfederativas, reconhecidas como Unidades de 
Gestão de Recursos Hídricos, e de seus afluentes de domínio estadual e da União.
9
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
Aspectos conceituais 
e legais dos Planos de 
Recursos Hídricos
O PRH é um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecida 
pela Lei nº 9.433/1997, ao lado da Outorga de Direitos de Uso, do Enquadramento, da 
Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos e do Sistema de Informações. 
Os cinco instrumentos de gestão da Política se inter-relacionam. Aos planos foi con-
ferido o papel de fundamentar e orientar a implementação da política e o gerencia-
mento dos recursos hídricos. Isso inclui o estabelecimento de diretrizes e estratégias 
para aplicação dos demais instrumentos da Política. Como exemplo, para a concessão 
de outorga de uso dos recursos hídricos em um determinado trecho de curso d'água, 
é necessário observar a classe de uso em que este se encontra enquadrado, definida 
preferencialmente no plano de recursos hídricos. Do mesmo modo, a base de dados 
organizada durante a elaboração de um plano alimenta e aprimora a base de dados dos 
Sistemas Estaduais e Nacional sobre Recursos Hídricos.
RELAÇÃO DOS PLANOS COM OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE 
RECURSOS HÍDRICOS
de recursos hídricos
REQUISITO
E DADOS PARA
ANÁLISE
MANUTENÇÃO E
REGULARIZAÇÃO
CADASTRO DE
USUÁRIOS DE
RECURSOS HÍDRICOS
FISCALIZAÇÃO DO
USO DOS RECURSOS
HÍDRICOS
PRIORIDADES
BASES DE DADOS
DIRETRIZES
E CRITÉRIOS
PROPOSTAS
ANA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
de informações sobre
recursos hídricos
Sistema
ANA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
dos corpos d'água
em classes
Enquadramento
ANA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
dos direitos de uso
de recursos hídricos
Outorga 
ANA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
Cobranca´pelo uso de
recursos hídricos 
10
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
Com base no princípio da gestão descentralizada dos recursos hídricos, um PRH é 
elaborado com o envolvimento de órgãos governamentais, sociedade civil, usuários 
e diferentes instituições que participam da gestão dos recursos hídricos na bacia e 
constitui um documento programático que define a agenda desses atores em um 
determinado recorte territorial. São identificadas ações de gestão, estudos, projetos, 
intervenções e investimentos prioritários dentro da perspectiva de uma visão inte-
grada dos usos múltiplos da água construída de modo participativo para o estabele-
cimento de um pacto pelo uso da água. 
O CNRH estabeleceu as primeiras diretrizes para a elaboração de PRHs por meio da 
Resolução nº17/2001. No entanto, após um período de experiência com a elaboração 
de planos, foi verificada a necessidade de sua revisão. Nesse sentido, foi publicada 
a Resolução CNRH nº145/2012, que estabelece as diretrizes para a elaboração de 
PRHs de bacias hidrográficas, bem como o seu conteúdo mínimo de acordo com as 
três principais etapas de elaboração: diagnóstico, prognóstico e plano de ações. 
O processo de elaboração dos PRHs parte do diagnóstico regional da situação dos 
recursos hídricos e de sua gestão, sendo os balanços quantitativo e qualitativo dos 
trechos de rios os dois conjuntos centrais de base técnica. A eles se somam o registro 
de conflitos com ou entre usuários de água. A partir do diagnóstico, são feitas proje-
ções dos usos de recursos hídricos considerando diferentes cenários socioeconômi-
cos, climáticos, demográficos e de oferta hídrica (etapa de prognóstico), e a possível 
interferência de outros planejamentos setoriais e regionais. Essa lista não exaustiva 
completa o conjunto de informações que formam a base técnica necessária para 
subsidiar a etapa propositiva e as metas de um PRH (etapa de plano de ações). 
Nesta última etapa são definidos componentes, programas, projetos e ações a serem 
realizados no curto, médio e longo prazos visando a solução dos desafios identifica-
dos nas etapas anteriores. Além disso, são identificados investimentos prioritários a 
partir de uma visão integrada dos diversos usos da água.
Conforme o Art. 1º, 
inciso VI da Lei Nº 
9.433, de 8 de janeiro 
de 1997.
11
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
PLANO DE AÇÕES
PROPOSIÇÃO DE DIRETRIZES E
METAS PARA GESTÃO E DE
PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÃO DA
SOCIEDADE EM
REUNIÕES PÚBLICAS
EM TODAS AS ETAPAS
DO PLANO
APROVAÇÃO
PELA INSTÂNCIA
COLEGIADA
DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO
CONSOLIDAÇÃO
E INTEGRAÇÃO DAS AGENDAS
SETORIAIS E DE
RECURSOS HÍDRICOS
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
FUTUROS COM BASE EM
HIPÓTESES SOCIOECONÔMICAS,
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS 
POSSÍVEIS IMPACTOS NO
BALANÇO HÍDRICO
12
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
Conteúdo mínimo de um plano de recursos hídricos 
de bacia ou região hidrográfica(res. CNRH 145/2012)
No diagnóstico:
I - caracterização da bacia hidrográfica considerando aspectos físicos, bióticos, socioeconômicos, 
políticos e culturais.
II - caracterização da infraestrutura hídrica;
III - avaliação do saneamento ambiental;
IV - avaliação quantitativa e qualitativa das águas superficiais e subterrâneas;
V - avaliação do quadro atual dos usos da água e das demandas hídricas associadas;
VI - balanço entre as disponibilidades e demandas hídricas avaliadas;
VII - caracterização e avaliação da rede de monitoramento quali-quantitativa dos recursos hídri-
cos;
VIII - identificaçãode áreas sujeitas à restrição de uso com vistas a proteção dos recursos hídri-
cos;
IX - avaliação do quadro institucional e legal da gestão de recursos hídricos, estágio de imple-
mentação da política de recursos hídricos, especialmente dos instrumentos de gestão;
X - identificação de políticas, planos, programas e projetos setoriais que interfiram nos recursos 
hídricos;
XI - caracterização de atores relevantes para a gestão dos recursos hídricos e dos conflitos iden-
tificados.
No prognóstico:
I - a análise dos padrões de crescimento demográfico e econômico e das políticas, planos, pro-
gramas e projetos setoriais relacionados aos recursos hídricos;
II - proposição de cenário tendencial, com a premissa da permanência das condições demográ-
ficas, econômicas e políticas prevalecentes, e de cenários alternativos;
III - avaliação das demandas e disponibilidades hídricas dos cenários formulados;
IV - balanço entre disponibilidades e demandas hídricas com identificação de conflitos poten-
ciais nos cenários;
V - avaliação das condições da qualidade da água nos cenários formulados com identificação de 
conflitos potenciais;
VI - as necessidades e alternativas de prevenção, ou mitigação das situações críticas identifi-
cadas;
VII - definição do cenário de referência para o qual o Plano de Recursos Hídricos orientará suas 
ações.
13
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
No Plano de Ações:
I - definição das metas do plano;
II - ações ou intervenções requeridas, organizadas em componentes, programas e subprogra-
mas, com justificativa, objetivos, executor, investimentos, fontes possíveis de recursos, prazo de 
implantação;
III - prioridades e cronograma de investimentos;
IV - diretrizes para os instrumentos de gestão;
V - arranjo institucional ou recomendações de ordem institucional para aperfeiçoamento da 
gestão dos recursos hídricos e para implementação das ações requeridas;
VI - recomendações de ordem operacional para a implementação do plano;
VII - indicadores que permitam avaliar o nível de implementação das ações propostas;
VIII - recomendações para os setores usuários, governamental e sociedade civil
Como objetivos específicos dos PRHs, destacam-se: 
I - Orientar a implementação dos demais instrumentos de gestão de recursos hídricos;
II - Promover o uso, controle, proteção e recuperação dos recursos hídricos; 
III - Atender as demandas de água com foco no desenvolvimento sustentável que considera as 
dimensões econômica, social e ambiental; 
IV - Promover os usos múltiplos das águas; 
V - Garantir o equilíbrio entre oferta e demanda de água, de modo a assegurar disponibilidade 
hídrica em quantidade e qualidade; e
VI - Contribuir para a construção de uma visão integrada entre os atores sobre as ações priori-
tárias para a região. 
A Lei 9.433/97 definiu que no Brasil os PRHs devem ser elaborados por bacia hidro-
gráfica, por Unidade da Federação – UF e para o País. O arranjo previsto para a elabo-
ração e aprovação dos planos de bacias se inicia nos Comitês de Bacias Hidrográficas 
– CBHs, os quais têm as funções de decidir pela elaboração dos planos, acompanhar 
sua elaboração, aprovar os documentos finais e monitorar sua implementação. A 
aprovação do PRH é de responsabilidade dos CBHs (estaduais ou federais), dos Con-
selhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERHs) e do Conselho Nacional de Recursos 
Hídricos (CNRH), a depender do recorte espacial (planos de bacias, estaduais ou 
nacional, respectivamente).
A Resolução CNRH nº145/2012 estabeleceu responsabilidades na elaboração de um 
PRH. Havendo agência de água ou entidade delegatária com funções de agência, 
cabe a essa entidade a função de elaboração do PRH, com o apoio do órgão gestor 
de recursos hídricos. Na ausência da respectiva agência, cabe ao órgão gestor tal 
responsabilidade. 
A Lei nº 9.433/97 
prevê a criação de 
Agências de Água que 
exercerão a função de 
secretaria executiva 
do respectivo(s) 
Comitê(s) de Bacia 
Hidrográfica.
14
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
A referida resolução aponta um arranjo alternativo para o caso de bacias ou regi-
ões hidrográficas sem CBHs instalados, atribuindo ao conselho de recursos hídricos 
correspondente (estadual ou nacional) a decisão pela elaboração e aprovação do 
respectivo plano. Nessa situação, o órgão gestor de recursos hídricos é incumbido de 
elaborar o plano e deve ser criada uma instância específica para acompanhamento 
dessa elaboração, com participação de entidades da sociedade civil, usuários e poder 
público, similar à representação de comitês de bacias.
Responsabilidade Plano de bacia Plano 
Estadual Plano Nacional
Elaboração OGRH(s) e Agência de Água/Enti-
dade Delegatária, quando houver OGERH MDR coordena com participação 
da ANA
Aprovação
CBH (estadual ou federal) ou Con-
selhos de Recursos hídricos (para 
bacias sem CBH instituído)
CERH CNRH
Implementação Agência de Água/Entidade Dele-
gatária e OGRHs OGERH
ANA, OGERHs e órgãos do governo 
federal, com o acompanhamento 
do CNRH
O processo de elaboração dos PRHs deve contemplar a participação social durante 
todas as etapas, independentemente da existência de um CBH para a bacia em que 
se deseja elaborar o plano de recursos hídricos. A resolução em questão prevê que 
devem ser realizadas consultas públicas para que a sociedade residente na bacia 
possa discutir os problemas identificados e as alternativas de solução e estabelecer 
um pacto em torno da gestão da água na bacia. Em um espaço de conciliação de 
interesses, o PRH busca soluções que atendam aos usos múltiplos da água, não ape-
nas aos consuntivos – diretamente outorgáveis e refletidos no balanço quantitativo 
– mas também aos usos não consuntivos. O objetivo maior de um PRH é o aumento 
e a garantia da disponibilidade hídrica e da qualidade das águas na bacia para os 
diversos usos, presentes e futuros, considerando a sustentabilidade ambiental da 
bacia, e a prevenção ou mitigação de eventos hidrológicos críticos, como secas e 
inundações.
Segundo a Resolução 145, os PRHs devem considerar outros planos, programas, pro-
jetos e estudos existentes relacionados à gestão ambiental, aos setores usuários, 
ao desenvolvimento regional, ao uso do solo, e à gestão dos sistemas estuarinos 
e zonas costeiras incidentes na área de abrangência das respectivas bacias hidro-
gráficas. Estabelece, também, que o PRH deve ser orientado por uma estratégia de 
implementação que compatibilize os recursos com as ações previstas e a sustenta-
bilidade hídrica e operacional das intervenções previstas. E, finalmente, dispõe que 
a periodicidade de revisão do plano deve ser estabelecida de acordo com o horizonte 
de planejamento, as especificidades da bacia e a avaliação dos resultados da imple-
mentação das ações.
15
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
Termos básicos utilizados em planos de recursos 
hídricos
Objetivos: descrição do resultado que se deseja alcançar, de forma estratégica e abrangente. A 
partir dos objetivos são definidas as diretrizes e metas do plano.
Diretrizes: orientações, instruções, normas de procedimento que direcionam as estratégias 
a serem implementadas, complementarmente às definidas na Política Nacional de Recursos 
Hídricos. As diretrizes orientam a proposição das metas do plano.
Metas: são marcos concretos, observáveis e quantificáveis no tempo e no espaço por meio de 
indicadores, com prazos para alcance, visando concretizar os objetivos estabelecidos, e que 
podem ser usados para avaliar a efetividade da implementação das estratégias; as metas fixa-
das no horizonte temporal mais distante representam o alcance dos objetivos. 
Ciclo de implementação: período definido pelo PRH em que se deve dar foco à implementação 
das ações priorizadas (curto, médio ou longo prazo) e ao final do qual deve-se avaliar o que foi 
implementado, corrigir rumos e estratégias de implementação epriorizar as ações para o ciclo 
seguinte.
Revisão periódica: processo formal e participativo previsto no PRH para atualização do seu 
Plano de Ações e Investimentos, ao final de cada ciclo de implementação, com foco na avalia-
ção do que foi implementado, nas atualizações advindas da conclusão de estudos e projetos 
previstos no ciclo anterior, na atualização do plano de ações e na definição das ações que serão 
priorizadas para o próximo ciclo. 
Elaboração de um PRH ou revisão completa: processo de elaboração ou revisão de um PRH que 
contempla o desenvolvimento de todas as etapas e elementos do conteúdo mínimo de um PRH. 
No caso de revisão completa, deve se dar ao final de seu horizonte.
Atualização: processo que pode ocorrer a qualquer tempo ao longo do horizonte do PRH, resul-
tante da melhoria ou disponibilidade de novas informações decorrentes da implementação do 
próprio plano.
Vigência: dentro do horizonte original estabelecido em sua elaboração. Um plano pode estar 
vigente mas desatualizado, caso as revisões periódicas e as atualizações não sejam efetuadas.
Ressalta-se que em 2021 foi iniciada a discussão no âmbito da Câmara Técnica de 
Planejamento e Articulação - CTPA/CNRH sobre a Resolução CNRH nº 145/2012, que 
também foi inserida na lista de resoluções a serem revisadas do Anexo Normativo 
do PNRH 2022-2040. O tema faz parte da agenda da CTPA em 2022 e 2023. O ama-
durecimento da gestão de recursos hídricos no País e as experiências mais recentes 
com a elaboração de planos de recursos hídricos poderão contribuir para eventuais 
aprimoramentos na referida resolução.
16
Capitulo 2 - Aspectos Conceituais e Legais dos Planos de Recursos Hídricos
Quanto à articulação entre os diferentes recortes espaciais de Planos, a Resolução 
CNRH nº 145/2012 complementou em certa medida a Lei 9433/97 ao dispor que o 
plano de bacia hidrográfica deve considerar as diretrizes do PNRH e dos planos esta-
duais de recursos hídricos no território em que a bacia estiver inserida e que os pla-
nos de recursos hídricos de uma bacia hidrográfica afluente devem compatibilizar as 
condições de exutório com o respectivo plano de recursos hídricos da bacia hidrográ-
fica do rio principal. Em que pese a Lei 9.433/97 e a Resolução CNRH 145/2012 tra-
gam uma definição de conteúdo mínimo para os planos de recursos hídricos, sendo 
esta última específica para planos de bacias hidrográficas, existe lacuna nos norma-
tivos existentes quanto a definição e delimitação do escopo de cada recorte espacial 
de planos de recursos hídricos. É necessário, portanto, regulamentar objetivo e o 
conteúdo mínimo dos Planos Estaduais e nacional, estes com papel mais estratégico 
que os planos de bacias.
Nesse sentido, o presente encarte propõe elementos para a diferenciação de escopo 
e função entre os recortes espacias dos planos de recursos hídricos estabelecidos na 
Lei das Águas e como esses diferentes níveis de planejamento devem se articular. 
Há, também, a oportunidade de consolidar o conceito do planejamento integrado 
nas bacias compartilhadas, com plena articulação e integração entre os planos de 
recursos hídricos das bacias afluentes e os planos da bacia principal, ou interesta-
dual.
17
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Evolução dos Planos de 
Recursos Hídricos
O estado da arte no planejamento dos recursos hídricos remonta a esforços que an-
tecedem a própria Lei das Águas. Em 1984 o Ministério das Minas e Energia deter-
minava ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) que "promo-
vesse e coordenasse os estudos necessários à formulação de um Plano Nacional de 
Recursos Hídricos (PNRH) que pudesse constituir-se na sistemática permanente de 
planejamento, avaliação e controle do uso múltiplo integrado dos recursos hídricos, 
abrangendo planos regionais e planos de bacia ou de Regiões Hidrográficas". Em 
2006 o primeiro PNRH foi aprovado e desde então foram aprovados doze planos de 
recursos hídricos de bacias interfederativas, cinco dos quais já passaram por revisão 
e dois estavam em revisão em 2021, além de 169 planos de bacias estaduais (até 
2020). Existem 26 planos estaduais de recursos hídricos (incluído o Plano Inte-
grado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal) elaborados, dos 
quais oito já foram revisados ou estão em revisão, e o do Amapá estava em processo 
de elaboração em 2021.
Plano Nacional de Recursos 
Hídricos (PNRH)
A elaboração do PNRH (2003-2005)
A Constituição Federal de 1988, ao estabelecer diferentes domínios para a água em 
Território Nacional, compartindo responsabilidades entre a União e os estados para 
a sua gestão, lançou as bases para a construção da Política Nacional de Recursos 
Hídricos. De 1996 a 1998, a então Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério 
do Meio Ambiente (SRH/MMA) capitaneou um esforço importante na direção do 
planejamento nacional dos recursos hídricos ao desenvolver, com o apoio da Funda-
ção Getúlio Vargas (FGV), estudo que serviria de apoio à construção de um primeiro 
diagnóstico nacional de recursos hídricos.
Em 2003, a SRH/MMA retomou as atividades para a formulação de um plano nacio-
nal de recursos hídricos. Esse esforço era parte da agenda prioritária daquele Minis-
tério, em atendimento à Meta nº 26 da Rio+10, de Johannesburgo/África do Sul, 
de elaboração pelos países integrantes da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável de planos nacionais de gerenciamento dos recursos hídricos. Assim os 
anos de 2004 e 2005 foram dedicados a um amplo processo participativo para a 
construção da base técnica regional do primeiro PNRH do País, mobilizando o Sis-
tema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e a sociedade, 
nas 12 Regiões Hidrográficas Nacionais, estabelecidas pela Resolução CNRH nº 32, 
de 2003. 
Lei 9.433, de 8 de 
janeiro de 1997, que 
instituiu a Política 
Nacional de Recursos 
Hídricos
A contabilidade dos 
planos de recursos 
hídricos (estaduais ou 
de bacias estaduais) 
deu-se com base na 
auto-declaração de 
cada estado e do 
Distrito Federal ou 
material publicado 
na página oficial 
do estado, não 
configurando na 
aceitação da ANA 
do formato ou 
integridade do 
plano para fins de 
consideração em 
programa oficiais 
conduzidos por esta 
agência ou órgão 
parceiro.
Portaria Nº1.119, de 
15 de agosto de 1984.
18
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
A elaboração do PNRH apoiou-se também em uma sólida base técnica, composta de 
um conjunto de documentos. A referência central foi o Documento Básico de Refe-
rência (DBR) (SRH e ANA, 2005). Juntamente foi publicado um conjunto de dez 
estudos nacionais realizados pela ANA; 12 Cadernos Regionais de Recursos Hídricos 
com a descrição socioambiental e a análise da dinâmica dos recursos hídricos das 
Regiões Hidrográficas brasileiras; cinco Cadernos Setoriais de Recursos Hídricos, 
com a situação dos principais setores usuários de recursos hídricos em relação à 
gestão da água; e os relatórios das oficinas de trabalho e seminários do processo 
participativo. 
O documento final foi aprovado pela Resolução CNRH no 58 de 2006, para o período 
de 2006 a 2020. Os quatro volumes de documentos integrantes do PNRH são: I - 
Panorama e Estado dos Recursos Hídricos no Brasil; II -Águas para Futuro: Cenários 
para 2020; III - Diretrizes e IV - Programas Nacionais e Metas. 
O PNRH 2006 foi um documento-guia com macrodiretrizes para orientar a imple-
mentação da Política Nacional de Recursos Hídricos nos âmbitos federal, estadual e 
distrital, além das ações do SINGREH. Teve como foco o desenvolvimento de estra-
tégias para o fortalecimento institucional do País e da solução de problemas que 
envolvam maior número de bacias interestaduais ou regiões hidrográficas. 
Seu objetivo geral foi "estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e 
políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, em qualidade e quan-
tidade. Suas estratégias incluem gerenciar as demandas e considerar a água como 
elementoestruturante para implementação das políticas setoriais, sob a ótica do 
desenvolvimento sustentável'. Os objetivos estratégicos do PNRH 2006 referiam-se 
à (i) melhoria das disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâneas, em quali-
dade e em quantidade; à (ii) redução dos conflitos reais e potenciais de uso da água, 
bem como dos eventos hidrológicos críticos e à (iii) percepção da conservação da 
água como valor socioambiental relevante.
A coordenação da elaboração e das revisões do PNRH 2006-2020 coube à SRH/MMA 
e à ANA, que também foram responsáveis pelo monitoramento da sua implementa-
ção em articulação com a Câmara Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos 
(CTPNRH/CNRH), reportando os resultados ao Plenário do CNRH.
Implementação e Revisões
O processo de implementação, revisão e atualização do PNRH foi definido na própria 
resolução de aprovação do Plano. O Volume I do PNRH vem sendo atualizado anu-
almente desde 2009 pelo Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, 
desenvolvido pela ANA, que, além de apresentar um diagnóstico dos recursos hídri-
cos e sua gestão no Brasil, fornece os indicadores sobre os avanços na implementa-
ção da Política Nacional de Recursos Hídricos e do PNRH. 
19
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Componente Programas
Desenvolvimento da Gestão Integrada 
dos Recursos Hídricos (GIRH) no Brasil
I. Programa de Estudos Estratégicos sobre Recursos Hídricos; 
II. Programa de Desenvolvimento Institucional da GIRH no 
Brasil; 
III. Programa de Desenvolvimento e Implementação de Instru-
mentos de Gestão de Recursos Hídricos; 
IV. Desenvolvimento Tecnológico, Capacitação, Comunicação 
e Difusão de Informações em Gestão Integrada de Recursos 
Hídricos.
Articulação Intersetorial, Interinstitucio-
nal e Intrainstitucional da GIRH
V. Programa de Articulação Intersetorial, Interinstitucional e 
Intrainstitucional da Gestão de Recursos Hídricos; 
VI. Programa de Usos Múltiplos e Gestão Integrada de Recursos 
Hídricos; 
VII. Programas Setoriais voltados aos Recursos Hídricos
Programas Regionais de Recursos 
Hídricos
VIII. Programa Nacional de Águas Subterrâneas; 
IX. Programa de Gestão de Recursos Hídricos Integrados ao 
Gerenciamento Costeiro, Incluindo as Áreas Úmidas; 
X. Programa de Gestão Ambiental de Recursos Hídricos na 
Região Amazônica; 
XI. Programa de Conservação das Águas do Pantanal, em Espe-
cial suas Áreas Úmidas; 
XII. Programa de Gestão Sustentável de Recursos Hídricos e 
Convivência com o Semiárido Brasileiro.
Gerenciamento da Implementação do 
PNRH
XIII. Programa de Gerenciamento Executivo e de Monitora-
mento e Avaliação da Implementação do PNRH.
PROGRAMAS DO PNRH 2006-2020
O volume IV - Programas Nacionais e Metas foi estruturado em 4 Componentes, 
13 programas (Quadro 1) e 33 subprogramas, com ações de curto, médio e longo 
prazo para os horizontes temporais de 2007, 2011 e 2015-2020, respectivamente. 
No entanto, não houve, no período de sua elaboração, um aprofundamento no seu 
detalhamento operacional, que foi remetido para ocasião futura. 
Nesse sentido, a aprovação do PNRH no CNRH desdobrou-se em algumas etapas 
necessárias a sua completa implementação: a definição da Estratégia de Imple-
mentação do PNRH (Resolução CNRH nº 67/2006); a proposição do Sistema de 
Gerenciamento Orientado para os Resultados do Plano Nacional de Recursos Hídri-
cos – SIGEOR (Resolução CNRH nº 69/2007); o detalhamento operativo dos Progra-
mas I ao VII (Resolução CNRH nº 80/2007) e do VIII, X, XI e XII (Resolução CNRH 
nº 99/2009); e o detalhamento do Programa IX (aprovado no CNRH em dezembro 
de 2012).
20
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
O Componente 1 do PNRH 2006 é voltado ao ambiente interno do SINGREH e o 
Componente 2 é voltado ao ambiente externo, dos usos setoriais das águas. O Com-
ponente 3 trata de projeções regionais do SINGREH: região costeira e áreas úmidas, 
Amazônia, Pantanal e Semiárido. Inclui também as águas subterrâneas, não como 
uma região, mas como uma fase do ciclo hidrológico, com o objetivo de estudar os 
grandes aquíferos regionais brasileiros. No último componente, o PNRH 2006 volta-
-se para si outra vez visando ao monitoramento de sua implementação
A cada quatro anos o PNRH deveria passar por revisões para orientar a elaboração 
dos Planos Plurianuais (PPAs) federal, estaduais e distrital e seus respectivos orça-
mentos anuais. As revisões incluíam avaliação da implementação das ações e defi-
nição de prioridades para o ciclo seguinte e foram realizadas por meio de processos 
participativos que envolveram toda a sociedade. A Resolução CNRH nº 58 de 2006 
estabeleceu o escopo do que deve ser revisto, mas não tratou dos aspectos metodo-
lógicos da revisão.
O PNRH passou por dois processos de revisão. O primeiro foi iniciado em 2010, 
visando avaliar os avanços e desafios dos primeiros cinco anos de sua implemen-
tação (2006-2010), realizar adequações e correções de rumo necessárias, priorizar 
ações para os quatro anos seguintes (2012-2015) e definir as estratégias para a sua 
implementação
Lançamento do Plano Nacional 
de Recursos Hídricos
(aprovado pela Resolução
CNRH nº 58/2006)
Definição de programas e ações 
para o período 2006-2020
Planejamento e Proposta de 
avaliação da Implementação 
do Plano Nacional
Indicadores e metodologia 
para avaliação da 
implementação do Plano 
Nacional no período 
2016-2020
Avaliação do planejamento 
das instituições envolvidas 
com as ações e objetivos 
estratégicos do Plano 
Nacional para o ciclo 
2016-2020
Recomendações e diretrizes 
para o novo período de 
implementação do Plano 
Nacional após 2021
Criação do GTPNRH 
(Portaria Conjunta nº 336, 
de 20 de agosto de 2018) 
até 2019
Em 2018 início da articulação 
entre o MDR e a ANA para o 
início da elaboração do novo 
PNRH 2021 e definição do 
marco lógicodo PNRH.
Início do processo 
participativo de 
elaboração do novo 
PNRH 2022-2040.
Aprovação do novo PNRH 
2022-2040 e início da 
implementação das ações 
para o período 2022-2040.
2006
2010
2015
2017
2018
2019
2021
2022
Segunda revisão 
do Plano Nacional
Avaliação dos 
avanços e 
desafios do ciclo 
anterior e,
priorização das 
ações até 2020
Primeira revisão 
do Plano Nacional
Avaliação dos 
avanços e 
desafios dos 
primeiros cinco 
anos de 
implementação e 
priorização de 
ações até 2015
LINHA DO TEMPO DO PLANO NACIONAL 
DE RECURSOS HÍDRICOS
21
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Como resultado principal dessa primeira revisão, além da atualização de informações 
sobre o planejamento hídrico, do nivelamento de conhecimento sobre o PNRH entre 
os atores do SINGREH e das substanciais contribuições da participação pública ao 
processo de revisão, tem-se a definição de 22 prioridades para o período 2012-2015. 
Tais prioridades foram selecionadas e aprovadas pelo CNRH por meio da Resolução 
CNRH nº 135/2011. 
Com a revisão do PNRH, avançou-se ao incluir as suas prioridades para 2012-2015 
no Planejamento do Governo Federal (PPA 2012-2015), em especial no Programa 
2026 - Conservação e Gestão dos Recursos Hídricos, buscando a coordenação e a 
convergência de ações de governo em temas de relevante interesse para a gestão 
dos recursos hídricos. A definição das prioridades também norteou o planejamento 
das ações do MMA e da ANA, como principal órgão de implementação da Política em 
nível nacional.
Os resultados alcançados com a primeira revisão do PNRH demonstraram que as 
intervenções necessárias em relação à gestão dos recursos hídricos não se situa-
vam exclusivamente no âmbito dos órgãos do Governo Federal e, nem mesmo, do 
SINGREH, sendo necessário que a mesma transversalidade e participação adotadas 
desde a construção do PNRH prosseguissem na fase de sua implementação.
A segunda revisão do PNRH 2006, aprovada pela Resolução CNRH nº 181/2016 
oferece uma amostra das preocupações mais recentes relacionadas ao SINGREH. 
Os Programas e subprogramas do PNRH/2006 foram priorizados em 16 temas e 71 
metas a serem cumpridas no período2016-2020, a partir da execução de 45 ações 
previstas. Nesse processo também se elaborou uma estratégia de acompanhamento 
e planejamento para melhoria no processo de gestão e identificação de avanços no 
cumprimento dos temas aprovados para até 2020. Recomendações e diretrizes tam-
bém foram indicadas para a implementação do PNRH no exercício de 2021 e para a 
elaboração do PNRH 2022- 2040.
O SINGREH foi 
criado pela Lei no 
9433/97 e representa 
um conjunto de 
instituições com 
diferentes naturezas 
jurídicas com funções 
distintas, podendo 
ser deliberativas ou 
operacionais, que 
atuam na gestão 
integrada dos 
recursos hídricos. 
22
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
Prioridades PNRH para 2016-2021
 Desenvolver ações para a gestão da água em rios compartilhados com outros países.
 Ampliar e fortalecer a participação da sociedade na gestão das águas.
 Implantar a cobrança para usos significantes da água, visando incentivar a sua racionaliza-
ção e obter recursos financeiros para a conservação das bacias hidrográficas.
 Ampliar o conhecimento a respeito dos usos das águas, das demandas atuais e futuras, além 
dos possíveis impactos na sua disponibilidade, em quantidade e qualidade.
 Ampliar o conhecimento sobre a ocorrência de chuvas e sobre a quantidade e qualidade das 
águas superficiais e subterrâneas.
 Compartilhar informações, em linguagem clara e acessível, a respeito da situação da quali-
dade e quantidade das águas e da sua gestão.
 Estabelecer critérios de autorização para o uso da água e fiscalização dos usuários, conside-
rando as particularidades das bacias hidrográficas.
 Destinar recursos financeiros para a implantação de projetos de instituições públicas ou 
privadas e pessoas físicas que promovam a recuperação e conservação de bacias hidrográficas.
 Desenvolver planejamento de longo prazo para a conservação e o uso racional das águas do 
país, considerando as mudanças climáticas.
 Promover a melhoria da disponibilidade das águas em quantidade e qualidade, visando a sua 
conservação e adequação aos diversos usos.
 Desenvolver ações para a resolução dos conflitos pelo uso da água nas bacias hidrográficas.
 Apoiar o desenvolvimento institucional e a difusão de tecnologias sociais para a melhoria da 
gestão das águas e desenvolver ações educativas para a sociedade.
 Integrar a política de recursos hídricos com a política ambiental e demais políticas setoriais 
(saneamento, irrigação, energia, turismo, etc.).
 Desenvolver ações para a promoção do uso sustentável e reuso da água.
 Identificar, avaliar e propor ações para áreas com risco de ocorrência de inundações, secas, 
entre outros eventos extremos relacionados à água, que gerem situações adversas à população.
 Integrar as zonas costeiras ao sistema de gerenciamento de recursos hídricos.
23
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Com a definição das metas do PNRH foi possível a proposição de indicadores de 
desempenho, para avaliar o cumprimento de cada uma das prioridades e respec-
tivas metas associadas, e de metodologia para a avaliação da implementação de 
suas ações prioritárias e metas no período de 2016-2020. Também foi definida uma 
estratégia com a identificação de atividades, etapas, responsabilidades e prazos de 
execução para que cada uma das novas prioridades e metas sejam efetivamente 
cumpridas pelas entidades com atribuição relacionada. 
As revisões do PNRH permitiram avaliar como evoluíram os temas tratados e des-
tacar as prioridades mais recentes e subsidiaram o processo de elaboração do novo 
PNRH 2022-2040, iniciado em 2019. Muitos temas foram parcial ou totalmente 
atendidos em seus propósitos durante a vigência do PNRH 2006. Isto faz com que o 
panorama atual não seja o mesmo e as abordagens do novo PNRH 2022-2040 foram 
distintas daquela adotada no PNRH 2006-2020. Em que pese os avanços observa-
dos quanto ao número de Comitês instalados no país e planos elaborados, ainda 
são muitos os desafios a serem enfrentados pelo SINGREH no novo ciclo do PNRH, 
visando a universalização e aprimoramento de instrumentos como, por exemplo, a 
cobrança e o enquadramento em vários estados e bacias no país, e a busca por mais 
experiências de gestão integrada de recursos hídricos nas bacias interfederativas. 
Ao final de 2020, encerrar-se-ia a vigência do atual PNRH (2006-2020), no entanto, 
com a situação de pandemia de COVID 19 e as medidas adotadas pelo Governo Fede-
ral e Unidades da Federação para contenção da transmissão da doença, foi neces-
sário o adiamento das atividades previstas para a elaboração do novo PNRH e, por 
meio da Resolução nº 216, de 11 de setembro de 2020, o CNRH prorrogou o prazo de 
vigência do atual Plano Nacional para 31/12/2021.
Novo PNRH 2022-2040
O Ministério do Desenvolvimento Regional - MDR, por meio da Secretaria Nacional 
de Segurança Hídrica – SNSH, é o atual órgão responsável pela Política Nacional de 
Recursos Hídricos, contando em sua estrutura institucional com o CNRH e com a 
ANA, como autarquia vinculada (MP nº 870, de 1º de janeiro de 2019, convertida na 
Lei n° 13.844, de 18 de junho de 2019).
Cabe ao MDR, por meio da SNSH, a coordenação da elaboração, das revisões e do 
acompanhamento do PNRH, contando com a participação da ANA, por meio do 
aporte técnico necessário para elaboração das suas etapas, e em articulação com o 
CNRH, por meio da CTPA/CNH. 
A ANA e a SNSH/MDR iniciaram, em 2019, a elaboração do novo PNRH, com a defi-
nição das etapas, das atividades, dos papéis institucionais e das estratégias para 
a articulação institucional e de construção do plano, que terá horizonte até 2040. 
O ciclo de quatro edições do Relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 
(2017–2020) apresentou a base técnica de referência do novo PNRH 2022-2040, 
bem como os subsídios para a avaliação final do grau de implementação do atual 
PNRH 2006-2021. O processo de elaboração do PNRH 2022-2040 se deu ao longo 
de 2020 e 2021 segundo uma estratégia participativa dos diversos atores e interes-
sados na agenda de recursos hídricos do País. 
A avaliação da situação 
da implementação das 
prioridades e metas do 
PNRH 2016-2021 pode 
ser acessada em 
tinyurl.com/2p8vtwp3
http://tinyurl.com/2p8vtwp3
24
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
O processo de elaboração do PNRH 2022-2040 foi orientado por 10 premissas que 
embasaram a metodologia dos eventos públicos e a elaboração dos conteúdos téc-
nicos. Foram elas: 
1. O Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos passa a ser o Diagnóstico e 
Prognóstico do novo PNRH.
2. Análise do balanço hídrico e da visão de futuro para a construção de cenários.
3. Incorporação das lições aprendidas com as crises hídricas ao planejamento.
4. Articulação e integração com as políticas e planos setoriais para nortear a 
segurança hídrica no País.
5. Metas do novo PNRH devem gerar impacto orçamentário e consequência regu-
latória.
6. Diálogo com os setores usuários de recursos hídricos e com a sociedade civil.
7. Adoção de recortes territoriais de referência para o planejamento nacional.
8. Divisão de atribuições entre as diferentes escalas de Planos de Recursos Hídri-
cos.
9. Integração com a gestão ambiental e com a gestão territorial, incluindo as 
regiões de fronteira.
10. Integração com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS.
O processo participativo em 2021 incluiu oficinas de trabalho, regionais, setoriais 
e temáticas que subsidiaram os trabalhos de organização das informações para o 
Diagnóstico e Prognóstico do PNRH assim como para a formulação das diretrizes, 
programas e ações do novo PNRH. Ao todo foram realizadas 20 Oficinas com mais de 
3.200 participações: 5 Oficinas Regionais; 7 Oficinas Setoriais com Usuários (sane-
amento, energia, agricultura/irrigação, indústria/mineração, transporte aquaviário, 
pesca/lazer/turismo e sociedade civil); 1 Oficina sobre Visões de futuro e Cenários 
Prospectivos; 7 Oficinas Temáticas (águas subterrâneas, revitalização de bacias 
hidrográficas,gestão transfronteiriça, comunicação/educação ambiental/capacita-
ção, gestão costeira, mudanças climáticas, arranjos institucional e instrumentos). 
Ao final desse processo, foram realizadas oficinas regionais de consolidação dos pro-
gramas e ações do PNRH e de pactuação com atores executores (comitês de bacia 
hidrográficas, órgãos gestores estaduais e distrital, câmaras técnicas do CNRH e 
órgãos do Governo Federal) para definição de responsabilidades e compromissos 
com a execução das metas propostas 
25
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
O PNRH 2022-2040 é composto por dois volumes. O primeiro contempla o Diag-
nóstico e o Prognóstico dos Recursos Hídricos no Brasil, representado pelo conteúdo 
do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil - 2021; e o segundo 
apresenta o do Plano de Ação e do Anexo Normativo. O retrato da situação e da 
gestão de recursos hídricos trazido pela base técnica do ciclo do Relatório de Conjun-
tura, a experiência dos OGRHs na implementação da Política de Recursos Hídricos 
as percepções colhidas dos atores do SINGREH por meio do processo participativo 
conduzido subsidiaram a construção do Volume II. Este volume apresenta as bases 
para uma Estratégia de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Brasil: o cenário 
de referência, os objetivos, as macrodiretrizes, os programas e sub-programas com 
ações e metas associadas. Em complementação ao Volume II, o Anexo Normativo 
traz as propostas de temas estratégicos que deverão ser objeto de normatização quer 
seja a nível legislativo ou do CNRH.
OFICINAS 
REGIONAIS
OFICINAS SETORIAIS E 
CIVIL COM A SOCIEDADE
OFICICA DE CENÁRIOS 
PROSPECTIVOS
OFICINAS 
TEMÁTICAS
OFICINAS REGIONAIS 
DE CONSOLIDAÇÃO
OFICINAS DE 
PACTUAÇÃO
Reunião CNRH
Junho/2021
Reunião CNRH
Setembro/2021
Reunião CNRH
para aprovação do 
PNRH
março/2022
ENTRADA
Diagnóstico e Prognóstico 
com foco regional
ENTRADA
Diagnóstico e Prognóstico 
com foco Setorial e da 
Sociedade Civil
ENTRADA
Visões de futuro para 
construção dos cenários 
do PNRH
ENTRADA
Estado da arte e 
diagnóstico em 
relação à temáticas
ENTRADA
Propostas de Diretrizes, 
Programas e Ações do 
PNRH
ENTRADA
Propostas de Plano de Ação e 
Anexo Normativo
SAÍDA
Contribuições para o Diagnóstico e 
Prognóstico e Temas pra o Plano de Ação
SAÍDA
Contribuições para o Diagnóstico e 
Prognóstico e Temas pra o Plano de Ação
SAÍDA
Propostas de cenários do PNRH e de 
elementos norteadores para o Plano de Ação
SAÍDA
Contribuições ao estado da arte e diagnóstico sobre os 
temas e para a formulação dos programas com temáticas 
transversais
SAÍDA
Contribuições às propostas de 
diretrizes, programas e ações do PNRH
SAÍDA
Plano de Ação com metas e Anexo 
Normativo Pactuado com entidades 
responsáveis
26
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
PROGRAMAS DO PNRH
Diagnóstico e Prognóstico
(Conjuntura 2021)
Anexo Normativo
(Propostas de Normativos 
vinculantes a serem atendidos 
pelo poder público e setores 
usuários de água)
Plano de Ações
(Estratégia Nacional para 
Gerenciamento dos Recursos 
Hídricos 2022 - 2040)
Novo PNRH
A Água é uma Só
2022
2040
Arte: Anderson Araujo/www.uxanderson.com
5.1 – Sistema de
Monitoramento e
Avaliação do
PNRH 2022-2040
3.1 Unificação de
Bases de Dados
3.2 Gestão das Águas Subterrâneas
3.3 Monitoramento
Quali-Quantitativo
dos Recursos Hídricos
3.4 Gestão de Eventos
Hidrológicos Críticos e
Conflitos pelo Uso da Água
3.5. Oferta e Uso
Eficiente da Água
1.1 Fortalecimento dos Sistemas de
Recursos Hídricos e da Gestão Compartilhada
em Bacias Hidrográficas
1.2 Criação de Arranjos Institucionais e
Fortalecimento de Instâncias Colegiadas
para a Gestão de Recursos Hídricos
1.3 Implementação
e Consolidação de
Agências de Água
1.4 Comunicação,
Capacitação
e Educação Ambiental
voltada para a Gestão de
Recursos Hídricos
1.5 Inovação,
Ciência e
Tecnologia para
a Gestão de
Recursos Hídricos
2.1 Outorga dos direitos
de uso de recursos hídricos
2.2 Cadastro e
Fiscalização
de Usos de 
ecursos Hídricos
2.3 Cobrança pelo Uso
dos Recursos Hídricos
2.5 Planos de
Recursos Hídricos
2.6 Sistema de Informações
sobre Recursos Hídricos
2.4 Enquadramento dos
Corpos Hídricos em Classes de Uso
4.1 - Interface do
PNRH com as
Políticas e
Planos Setoriais
4.2 - Revitalização
de Bacias
Hidrográficas
4.3 - Segurança de Barragens
4.4 - Medidas de
Adaptação às Mudanças
Climáticas
4.5 - Gestão de Recursos
Hídricos em Regiões
Fronteiriças e Transfronteiriças
4.6 - Gestão de Recursos
Hídricos nas Zonas
Costeiras e Estuarinas
O Plano Nacional de Recursos Hídricos é um integrador de esforços 
provenientes de diferentes setores da sociedades, com o objetivo 
principal de ser uma orientação geral que dá uma direção coesa e 
coerente aos diálogos sobre necessidades, usos e gestão de recursos 
hídricos, tornando-se uma AGENDA DA ÁGUA no Brasil
Fonte: Adaptado do Plano Nacional de Recursos Hídricos 2022-2040 - Volume II (Plano de Ação)
27
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Um dos desafios do novo PNRH é o fortalecimento da articulação horizontal com 
outros órgãos do executivo federal considerando as prioridades do PNRH na exe-
cução de suas Políticas e o desenvolvimento da articulação vertical, necessária à 
implementação do PNRH nas outras esferas de planejamento de recursos hídricos, 
influenciando as políticas e sistemas estaduais de recursos hídricos, em um esforço 
organizado para a sua implementação.
Nesse sentido, o estabelecimento de um arranjo institucional que assegure a articu-
lação sistemática da coordenação do PNRH, tanto intergovernamental quanto com 
os setores e entes dos sistemas estaduais, garantida a participação e o controle 
social em relação à formulação, ao acompanhamento e à implementação do PNRH, 
são condições necessárias para se promover e assegurar a sua efetividade.
O desafio da implementação do PNRH atrela-se, ainda, ao necessário fortalecimento 
institucional dos entes do SINGREH, em especial do CNRH. A relação entre o PNRH 
e o CNRH é estruturante e requer especial atenção. Se, por um lado o PNRH consti-
tui-se como o principal instrumento norteador das ações do CNRH, e, vale lembrar, 
do próprio SINGREH, por outro o CNRH é a principal instância de acompanhamento 
e validação do PNRH, evidenciando, dessa maneira, a relação de reciprocidade e 
interdependência institucional. Dessa forma, o dinamismo do CNRH terá influência 
direta na continuidade e na efetividade da implementação do PNRH. 
28
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
Planos Estaduais de Recursos 
Hídricos (PERHs)
Nos estados, os PERHs são importantes instrumentos para a gestão dos recursos 
hídricos. Assim como o Plano Nacional, eles devem refletir a visão estadual, obtida 
a partir de um processo participativo com representantes do governo e da sociedade 
civil, quanto à situação em que se encontram seus recursos hídricos e a perspectiva 
de futuro sobre esses recursos, expressas em metas e estratégias que deverão ser 
perseguidas.
Os PERHs devem definir diretrizes para implementação do sistema estadual de 
gestão de recursos hídricos, especialmente dos instrumentos de gestão de recursos 
hídricos definidos pelas leis estaduais, bem como identificar os problemas a serem 
enfrentados, as prioridades em escala estadual e propor ações que reduzam as desi-
gualdades de acesso ou de disponibilidade de água entre as suas regiões. 
De uma forma geral, boa parte das Unidades da Federação seguem, no mínimo as 
orientações e diretrizes previstas na Lei Federal nº. 9.433/97. A maior parte dos 
estados prevê os planos estaduais como instrumento de planejamento em suas leis 
de recursos hídricos (Anexo). Alguns elaboraram seus planos antes mesmo da pro-
mulgação da Lei Federal em 1997, como foi o caso de São Paulo, Ceará e Goiás. Com 
o advento da Lei das Águas, a promulgação das leis estaduais e, por consequência, 
a elaboração e aprovação dos planejamentos de recursos hídricos pelos Estados foi 
impulsionada. Em 2021, com a aprovação do PERH do Pará, 26 UFs tinhamseus 
planos concluídos, 4 dos quais já haviam revisados pelo menos uma vez (MS, SP, DF 
e CE), e o do Amapá encontrava-se em processo de elaboração. A revisão do PERH do 
Rio Grande do Norte foi aprovada em abril de 2022 e a Paraíba aguarda a aprovação 
da revisão pelo conselho estadual de recursos hídricos.
Boa parte dos PERHs prevê proposições relacionadas às divisões hidrográficas dos 
estados, objetivos e metas, diretrizes e critérios para os instrumentos de gestão e 
para organização dos sistemas estaduais de gerenciamento de recursos hídricos, 
programas e projetos a serem desenvolvidos, propostas para a criação de áreas 
sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos e prioridades 
para outorga de direito de uso de recursos hídricos. Adicionalmente, os PERHs apre-
sentam algumas especificidades locais, principalmente no que tange a relação com 
outras políticas setoriais, que pode variar a depender das prioridades e estratégias 
políticas estaduais.
29
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
São Paulo/SP
Goiás/GO
Ceará/CE
Pernambuco/PE
Rio Grande do Norte/RN
Goiás/GO
Goiás/GO - 1ª revisão
São Paulo/SP - 1ª revisão
São Paulo/SP - 2ª revisão
São Paulo/SP - 3ª revisão
São Paulo/SP - 4ª revisão
Bahia/BACeará/CE - 1ª revisão
Distrito Federal/DF
Roraima/RR
Paraná/PR
Piauí/PI
Tocantins/TO
Acre/AC
Alagoas/AL
Paraíba/PB
Sergipe/SE
Distrito Federal/DF - 1ª revisão
Minas Gerais/MG
Rio de Janeiro/RJRio Grande do Sul/RS
Rondônia/RO Amapá/AP
Goiás/GO - 2ª revisãoSanta Catarina/SC
Espírito Santo/ES
Amazonas/AM
Maranhão/MA
Pará/PA
Amapá/AP - em elaboração
Acre/AC - em revisão
Paraíba/PB - em revisão
Rio Grande do Norte/RN - 1ª revisão
Pernambuco/PE - em revisão
Rio Grande do Sul/RS - em revisão
Mato Grosso/MT
Ceará/CE - 2ª revisão
Mato Grosso do Sul/MS
1990
1991
1992
1995
1997
1998
1999
2003
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
São Paulo/SP - 5ª revisão
São Paulo/SP - 6ª revisão
30
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
SITUAÇÃO DOS PLANOS ESTADUAIS DE RECURSOS HÍDRICOS EM 2022
AM PA
MT BA
MG
PI
MS
GO
MA
TO
RS
SP
RO
RR
PR
CE
AC
AP
PE
SC
PB
RN
ES
RJ
AL
SE
DF
Revisado pelo menos uma vez
Em revisão
Elaborado
Em elaboração
31
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Planos de Bacias Hidrográficas 
Interfederativas 
Desde a criação da ANA, 12 PRHs de bacias hidrográficas interfederativas foram 
elaborados, seja pela ANA ou pelas agências de bacia, cobrindo 54% do território 
nacional. Cada PRH e bacia em particular, apresenta distinta abrangência, popu-
lação, temas centrais, data de aprovação, alcance temporal, entidade responsável 
pela elaboração do PRH e principais fontes de recursos para implementação. Os 
doze planos de bacias interestaduais já concluídos são: Afluentes da Margem Direita 
do Amazonas; Tocantins-Araguaia; São Francisco; Paranaíba; Verde Grande; Doce; 
Piracicaba-Capivari-Jundiaí; Paraíba do Sul; Piancó-Piranhas-Açu; Paranapanema; 
Grande e Paraguai. O primeiro PRH aprovado foi o Plano de Recursos Hídricos da 
Bacia do Rio Paraíba do Sul, em 2002. O último aprovado foi o Plano de Recursos 
Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai, em 2018.
Alguns PRHs foram atualizados pelas entidades delegatárias das funções de agência 
de água, sob supervisão do respectivo CBH e órgãos gestores envolvidos. O primeiro 
PRH a ser revisado foi o da bacia do Paraíba do Sul, entre 2006 e 2007. Uma segunda 
revisão foi iniciada em 2014 e foi concluída em 2021. Neste último processo, foram 
atualizados os Planos de Ações de Recursos Hídricos dos Afluentes e integrados ao 
Plano do Paraíba do Sul. O plano do São Francisco teve sua primeira atualização 
aprovada pelo CBH em 2016. Entre 2016 e 2020, houve a primeira atualização do 
plano das Bacias PCJ. A atualização do Plano de recursos hídricos da bacia hidro-
gráfica do rio Verde Grande foi concluída em 2019, com foco no detalhamento do 
plano de ações e na atualização do balanço hídrico. Em 2021 foi feita a atualização 
do plano de ações do PIRH Paranapanema (revisão de 1º ciclo de implementação).
Ainda em 2021 foi iniciada a revisão do plano da bacia do Doce e a atualização do 
plano de ações do PRH Piancó-Piranhas-Açu, aprovada pelo CBH em maio de 2022. 
Os outros cinco PRHs ainda vigem na versão original, sem atualizações. A ANA ainda 
é a fonte mais comum de recursos financeiros para a elaboração e revisão dos planos, 
além dos recursos da cobrança, quando existentes na bacia.
O processo de implementação da gestão da água nas bacias do País passa pela ins-
talação do comitê de bacia, elaboração e aprovação do plano de recursos hídricos, 
início da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, criação da agência de águas ou 
entidade delegatária, implementação das ações propostas e dos instrumentos de 
gestão na bacia e a revisão do plano. Devido à variabilidade das bacias brasileiras 
quanto a aspectos socioeconômicos, hidrológicos, ambientais e de conflitos pelo uso 
da água (existentes e potenciais), a necessidade e, por isso mesmo, o estágio de 
implementação dos instrumentos de gestão é variável. Fatores políticos, institucio-
nais e jurídicos também influenciam no sucesso da gestão, podendo prejudicar ou 
favorecer essa evolução em bacias específicas.
As bacias 
hidrográficas 
interfederativas se 
caracterizam pelo 
fato de seu curso 
d’água principal ser 
de domínio federal, 
ou seja, quando nasce 
em um estado, mas 
passa pelo território 
de outros ou quando 
constitui fronteira 
entre estados.
32
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DE BACIAS INTERESTADUAIS EM 2022 
Margem Direita do Rio Amazonas
São Francisco
Paraguai Paranaíba
Doce
Paranapanema
Paraíba do Sul
PCJ
Piranhas-Açu
Verde Grande
Elaborados há mais de 10 anos
Elaborados
Em Revisão
Revisados
Tocantins-Araguaia
Grande
Paraguai
33
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
ESTÁGIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DA ÁGUA NAS UNIDADES DE 
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS (UGRHS)
PARAÍBA DO SUL
Início da
Cobrança
2003
Início da elaboração 
e Aprovação do PRH 
(2002-2006)
2001
Início da revisão e 
aprovação do PRH 
(2007-2010)
2006-2007
Plano Integrado de Recursos Hídricos 
(PIRH): Diagnóstico e parte do 
Prognóstico
2012-2016
2015
PCJ
Aprovação do 
PRH 2008-11
2008
Instalação da 
Entidade Delegatária 
(Fundação PCJ)
2009
2010
Aprovação do 
PRH 2010-20
Agência de Bacia
(Consórcio PCJ)
Início da
Cobrança
2006
Início da revisão e aprovação 
do PRH 2020-35
2016-20
SÃO FRANCISCO
Início da revisão 
do PRH
2013
VERDE GRANDE
Criação e Instalação
do comitê
2002-03
Criação e Instalação
do comitê
1996-1997
2001-2002
1998-2006
Criação e Instalação
do comitê
Criação de 18 comitês 
de bacias afluentes
Início da elaboração 
e aprovação do PRH
2003-2004
Agência de Bacia
AGEVAP
2002
TOCANTINS-ARAGUAIA
Início de elaboração e Aprovação do 
PRH 2009-25 pelo CNRH
2006-09
MARGEM DIREITA AMAZONAS
Início de elaboração e Aprovação 
do PRH 2010-30 pelo CNRH
2007-10
Aprovação do 
PRH 2004-07
2005
2003-2004
Criação e Instalação
do comitê
Início de elaboração e 
aprovação do PRH
2009-11
Termos de 
alocação de água 
Instalação da Entidade 
Delegatária (AGB Peixe Vivo)
Início da
cobrança
2016
2010
2010
Instalação da 
Entidade Delegatária 
(AGB Peixe Vivo)
Início da
Cobrança
2017-2021 2021
2020
20192016-21
2017
2021
2021
Lançamento do 
SIGA-CEIVAP (Sistema 
de Informações)
Diretriz para o 
enquadramento 
no PIRH 
PIRH: Complementação e 
aprovação com MOPs e PARHs dos 
afluentes mineiros, fluminenses e 
paulistas 
Discussão sobre o caderno 
de Enquadramento
2015-2016
Revisão e aprovação 
do PRH 2016-25
Lançamento do SIGA 
São Francisco 
(sistema de informação)
Proposta de enquadramento (águas 
superficiais) e estudo para o enquadramento 
das águas subterrâneas (Trecho Alto SF)
2017
2020
2021
Aprovação do novo 
modelo de cobrança PPU
Revisãodo Marco 
Regulatório
Atualização do Plano de 
Ações e Elaboração do MOP
Não houve evoluções na implementação do 
plano e no arranjo institucional 
Não houve evoluções na implementação 
do plano e no arranjo institucional 
DOCE
2011
Implantação da Entidade 
Delegatária (IBIO AGB Doce)
2008-10
Elaboração e 
Aprovação do PIRH 
2010-30 e PARHs
2013 2019
2020
2021
Início da 
Cobrança
2002-2004
Criação e Instalação
do comitê
Rescisão de contrato 
com a IBIO AGB Doce
Contratação da nova 
ED (Agedoce) 
Início da Revisão do PIRH/PARHs 
e elaboração da Proposta de 
Enquadramento 
Lançamento do SIGA DOCE 
(Sistema de Informação)
Aprovação do TDR de revisão 
do PIRH pelo CBH-Doce
Acesso aos dados no 
portal de metadados em 
tinyurl.com/2p9d4dyt
http://tinyurl.com/2p9d4dyt
34
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
PARANAÍBA
PIRANHAS-AÇU
Elaboração e Aprovação 
do PRH 2016-32
Marco regulatório na bacia 
(Resolução ANA nº 687/2004)
2012-16
Elaboração e implementação 
do MOP
PARANAPANEMA
Elaboração e Aprovação 
do PIRH 2016-30
2014-16
GRANDE
PARAGUAI
PARNAÍBA
2002-2008
Criação e Instalação
do comitê
2012
Criação e Instalação
do comitê
2002-2009
2004
Criação e Instalação
do comitê
2010-2012
Criação e Instalação
do comitê
Decisão do CNRH pela elaboração do PRH 
Paraguai e criação e instalação do GT de 
Acompanhamento do PRH (GAP)
2013-14
Contratação do escritório de 
apoio ao CBH (FINATEC)
Elaboração e Aprovação do 
PIRH 2017-30 e do MOP
Elaboração e Aprovação 
do PRH e do MOP
2016-18
Elaboração e Aprovação 
do PRH 2013-33
2011
2021
2010
2010-13
Contratação da Entidade 
Delegatária (ABHA)
1º marco regulatório para 
a Bacia do Rio São Marcos
Contratação da Secretaria Executiva 
de apoio ao CBH (ABHA)
Revisão do Programa de Ações e 
atualização do MOP para o 2º ciclo
2017
Cobrança iniciada
Resoluções do Marco 
regulatório do São Marcos
Início do novo marco 
regulatório do São Marcos
Início dos estudos de 
Enquadramento 
2017-2018
Contratação de escritório técnico 
de apoio às ações da ANA
Avaliação de proposta de 
cobrança pelo Comitê
Revisão do Plano de Ações e 
elaboração do MOP
2015
Contratação de Secretaria Executiva 
para apoio ao CBH (ADESE)
2017
2021-22
2017-21
2020-21
20212013-17
Aprovação do Projeto GEF Paraguai para 
implementação de ações do Plano
Criação e término do GT 
Paraguai da CTPA/CNRH
Extinção do GAP
2018
2018-20
2020
2019 2020-21
Criação do CBH e Designação 
da Diretoria Provisória 
Elaboração do Diagnóstico da Situação dos 
Recursos Hídricos da Bacia pela CODEVASF
Processo de mobilização para instalação do Comitê, 
suspenso por causa da pandemia de COVID-19
35
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Planos de Recursos Hídricos de primeira geração
Em função dos aperfeiçoamentos (técnicos e legais) implementados ao longo destes 
19 anos desde a elaboração do primeiro PRH, os planos podem ser agrupados em 
duas gerações. 
Os planos de primeira geração tinham o foco na implementação dos instrumentos 
de gestão de recursos hídricos. São eles: PIRH Paraíba do Sul; PRH São Francisco; 
PRH Piracicaba-Capivari-Jundiaí; PRH Verde Grande; PIRH Doce; PRH Tocantins-
-Araguaia; PRH Afluentes da Margem Direita do Amazonas; e PRH Paranaíba. A 
Resolução CNRH nº 17, de 29 de maio de 2001, regia o processo de elaboração dos 
planos de recursos hídricos nesse período. Em que pese a aprovação do PRH Parana-
íba tenha se dado em 2013, quando a Resolução 17/2001 já havia sido revogada pela 
Resolução 145/2012, sua concepção se deu ainda sob a Resolução 17/2001.
Planos de Recursos Hídricos de segunda geração
As reflexões e lições aprendidas com a elaboração dos planos de primeira geração, 
em especial do PRH Paranaíba, colaboraram com o início da segunda geração de 
PRHs de bacias interfederativas. Buscou-se nos planos de segunda geração dar 
mais foco nas ações cuja execução depende de atribuições de entes do SINGREH 
e detalhar as ações prioritárias de curto prazo (o chamado Manual Operativo do 
Plano), visando assim maior implementação e efetividade das ações. No aspecto 
legal, os planos de segunda geração foram elaborados após a edição pelo CNRH de 
nova resolução sobre planos (Resolução CNRH nº 145/2012). Tal resolução apontou 
a possibilidade de planos serem elaborados para regiões hidrográficas, a criação de 
um grupo de trabalho para acompanhamento do plano em bacias sem comitê de 
bacia instalado e a ampliação da participação dos conselhos de recursos hídricos no 
processo de construção do plano. 
O plano de recursos hídricos das bacias dos rios Piancó-Piranhas-Açu foi o primeiro 
a apresentar algumas inovações. A partir do PRH Piranhas-Açu, iniciou-se a distin-
ção entre o orçamento de governabilidade do SINGREH e o orçamento em medidas 
estruturantes e ações de saneamento, sendo que este último passou a ser conside-
rado como investimentos associados aos planos e a não compor o cerne do plano 
de ações. Os planos que se beneficiaram paulatinamente dessas inovações foram o 
PIRH Paranapanema; PRH Grande e PRH Paraguai. As inovações que surgiram nes-
tes três últimos planos aprofundaram o foco em questões diretamente relacionadas 
a pressões e conflitos sobre as águas, em estratégias que favorecessem a implemen-
tação das ações previstas, e o impacto orçamentário nos entes que têm responsabili-
dade sobre a execução das ações e a consequência regulatória do plano de em ações 
e investimentos previstos na bacia. 
As inovações mencionadas foram aplicadas também nas revisões do PRH Verde 
Grande (2019), do PIRH Paraíba do Sul (2021) e do PIRH Doce, iniciada em 2021.
Esta resolução elenca 
a responsabilidade 
e competência 
institucional para 
elaboração e 
implementação 
do plano, seu 
conteúdo mínimo 
e alguns elementos 
complementares, como 
horizonte de duração e 
fases do plano. 
36
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
ORÇAMENTOS TOTAIS PARA OS PRHS DE BACIAS INTERFEDERATIVAS 
37
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
PARAÍBA DO SUL
SÃO FRANCISCO
PCJ
DOCE
VERDE GRANDE
TOCANTINS-ARAGUAIA
MD AMAZONAS
PARANAÍBA
PIRANHAS-AÇU
PARANAPANEMA
GRANDE
PARAGUAI
Área: 55.000 Km² (MG, RJ e SP)
População: 6,77 Milhões
Aprovação: 2002
Revisão completa: 2007 e 2021
Alcance: 2036
Orçamento do Plano: R$ 1 Bilhão
Responsável pela elaboração: AGEVAP
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 636.920 Km² (AL, SE, PE, BA, MG, GO e DF)
População: 14,53 Milhões
Aprovação: 2004
Revisão completa: 2016
Alcance: 2025
Orçamento do Plano: R$ 31,33 Bilhões
Responsável pela elaboração: AGB Peixe Vivo
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 15.304 Km² (SP e MG)
População: 5,3 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão completa: 2020
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 2,02 Bilhões
Responsável pela elaboração: Agência PCJ
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções Setoriais
Área: 85.000 Km² (MG e ES)
População: 3,6 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão completa: Iniciada em 2021
Alcance: 2042
Orçamento do Plano: R$ 1,34 Bilhões 
Responsável pela elaboração: IGAM/IEMA/ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 31.410 Km² (MG e BA)
População: 0,82 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão periódica: 2019 (MOP)
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 1,26 Bilhões 
(MOP - R$16 Milhões)
Responsável pela elaboração: AGB Peixe Vivo
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 967.059 Km² (GO, TO, PA, MA, MT e DF)
População: 9,76 Milhões
Aprovação: 2009
Revisão periódica: 2014 (Não realizada)
Alcance: 2025
Orçamento do Plano: R$ 3,78 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 2,55 Milhões / Km² (MT, AM, RO, PA e AC)
População: 6,2 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão periódica: 2016 (Não realizada)
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 103,19 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 222.767 Km² (DF, GO, MG e MS)
População: 10,23 Milhões
Aprovação: 2013
Revisão periódica: 2018 (Não realizada)
Alcance: 2033
Orçamentodo Plano: R$ 7,19 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções Setoriais
Área: 43.682 Km² (PB e RN)
População: 1,48 Milhões
Aprovação: 2016
Revisão periódica: 2022
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 0,113 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 106,554 Km² (SP e PR)
População: 4,84 Milhões
Aprovação: 2016
Revisão periódica: 2021
Alcance: 2035
Orçamento do Plano: R$ 0,11 Bilhões
Responsável pela elaboração: OGRHs
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 143.255 Km² (SP e MG)
População: 9,34 Milhões
Aprovação: 2017
Revisão periódica: Prevista para 2023 
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 0,27 Bilhões
Responsável pela elaboração: OGRHs
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 360.000 Km² (MT e MS)
População: 2,4 Milhões
Aprovação: 2018
Revisão periódica: Prevista para 2023
Alcance: 2031
Orçamento do Plano: R$ 0,09 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH
Temas Centrais: Recuperação hidroambiental, alocação de água, 
enquadramento e diretrizes para integração dos instrumentos de gestão
Componentes do Plano
 Governança e mobilização social
 Qualidade da água e saneamento 
 Quantidade de água e usos múltiplos
 Sustentabilidade hídrica do semiárido 
 Biodiversidade e requalificação ambiental 
 Uso da terra e segurança de barragens 
Temas Centrais: Qualidade das águas e ampliação da oferta hídrica 
Componentes dos Planos
 Programas de duração continuada
 Programas que requerem esforços de articulação institucional
Temas Centrais: Qualidade das águas e enchentes
Componentes do Plano
Quantidade de Água - Balanços Hídricos
 Suscetibilidade a Enchentes
 Universalização do Saneamento
 Incremento de Áreas Legalmente Protegida
 Implementação das Ações do PIRH Doce
 Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
 Qualidade da Água
Temas Centrais: Articulação institucional, incremento da oferta 
hídrica e uso eficiente da água
Componentes do Plano
Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
Gestão do balanço hídrico e incremento de oferta hídrica
Conservação/preservação dos recursos hídricos
Comunicação social, educação ambiental e fortalecimento 
institucional 
Temas Centrais: Compatibilização de usos da água entre os setores 
de navegação e hidroeletricidade, uso sustentável da água na 
irrigação e saneamento
Componentes do Plano
 Fortalecimento Institucional
 Saneamento Ambiental
 Uso Sustentável dos Recursos Hídricos
Temas Centrais: Articulação institucional, qualidade das águas, 
cobrança e transposição das águas para a bacia 
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Recursos hídricos 
 Saneamento urbano e rural
 Infraestrutura verde 
 Produção de conhecimento 
 Comunicação e educação ambiental
Temas Centrais: Compatibilização de usos da água entre os 
setores de navegação e hidroeletricidade, uso sustentável da 
água na irrigação e saneamento 
Componentes do Plano
 Fortalecimento Institucional
 Saneamento Ambiental
 Uso Sustentável dos Recursos Hídricos
Temas Centrais: Demandas consuntivas, qualidade das águas 
e conflitos pelo uso da água 
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Saneamento ambiental 
 Bases de gestão
Temas Centrais: Demandas consuntivas, qualidade das águas 
e conflitos pelo uso da água 
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Estudos de apoio à gestão de recursos Hídricos 
 Estudos e projetos de medidas estruturantes
Temas Centrais: Arranjo institucional e ampliação da oferta hídrica
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Intervenções e articulações com o planejamento setorial
Temas Centrais: Demanda hídrica e qualidade das águas
Componentes do Plano
 Instrumentos de gestão de recursos hídricos 
 Conservação dos recursos hídricos 
 Governança
Temas Centrais: Fortalecimento político-institucional e solução de 
conflitos dos usos múltiplos 
Componentes do Plano
 Governança para o gerenciamento de recursos hídricos 
 Solução de conflitos pelo uso dos recursos hídricos 
 Conservação dos recursos hídricos
 Implementação e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão de 
recursos hídricos
SÍNTESE DAS INFORMAÇÕES DOS PRHS DE BACIAS INTERFEDERATIVAS 
38
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
PARAÍBA DO SUL
SÃO FRANCISCO
PCJ
DOCE
VERDE GRANDE
TOCANTINS-ARAGUAIA
MD AMAZONAS
PARANAÍBA
PIRANHAS-AÇU
PARANAPANEMA
GRANDE
PARAGUAI
Área: 55.000 Km² (MG, RJ e SP)
População: 6,77 Milhões
Aprovação: 2002
Revisão completa: 2007 e 2021
Alcance: 2036
Orçamento do Plano: R$ 1 Bilhão
Responsável pela elaboração: AGEVAP
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 636.920 Km² (AL, SE, PE, BA, MG, GO e DF)
População: 14,53 Milhões
Aprovação: 2004
Revisão completa: 2016
Alcance: 2025
Orçamento do Plano: R$ 31,33 Bilhões
Responsável pela elaboração: AGB Peixe Vivo
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 15.304 Km² (SP e MG)
População: 5,3 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão completa: 2020
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 2,02 Bilhões
Responsável pela elaboração: Agência PCJ
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções Setoriais
Área: 85.000 Km² (MG e ES)
População: 3,6 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão completa: Iniciada em 2021
Alcance: 2042
Orçamento do Plano: R$ 1,34 Bilhões 
Responsável pela elaboração: IGAM/IEMA/ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 31.410 Km² (MG e BA)
População: 0,82 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão periódica: 2019 (MOP)
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 1,26 Bilhões 
(MOP - R$16 Milhões)
Responsável pela elaboração: AGB Peixe Vivo
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 967.059 Km² (GO, TO, PA, MA, MT e DF)
População: 9,76 Milhões
Aprovação: 2009
Revisão periódica: 2014 (Não realizada)
Alcance: 2025
Orçamento do Plano: R$ 3,78 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 2,55 Milhões / Km² (MT, AM, RO, PA e AC)
População: 6,2 Milhões
Aprovação: 2010
Revisão periódica: 2016 (Não realizada)
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 103,19 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções 
Setoriais
Área: 222.767 Km² (DF, GO, MG e MS)
População: 10,23 Milhões
Aprovação: 2013
Revisão periódica: 2018 (Não realizada)
Alcance: 2033
Orçamento do Plano: R$ 7,19 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH + Intervenções Setoriais
Área: 43.682 Km² (PB e RN)
População: 1,48 Milhões
Aprovação: 2016
Revisão periódica: 2022
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 0,113 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 106,554 Km² (SP e PR)
População: 4,84 Milhões
Aprovação: 2016
Revisão periódica: 2021
Alcance: 2035
Orçamento do Plano: R$ 0,11 Bilhões
Responsável pela elaboração: OGRHs
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 143.255 Km² (SP e MG)
População: 9,34 Milhões
Aprovação: 2017
Revisão periódica: Prevista para 2023 
Alcance: 2030
Orçamento do Plano: R$ 0,27 Bilhões
Responsável pela elaboração: OGRHs
Recursos: Orçamento do SINGREH
Área: 360.000 Km² (MT e MS)
População: 2,4 Milhões
Aprovação: 2018
Revisão periódica: Prevista para 2023
Alcance: 2031
Orçamento do Plano: R$ 0,09 Bilhões
Responsável pela elaboração: ANA
Recursos: Orçamento do SINGREH
Temas Centrais: Recuperação hidroambiental, alocação de água, 
enquadramento e diretrizes para integração dos instrumentos de gestão
Componentes do Plano
 Governança e mobilização social
 Qualidade da água e saneamento 
 Quantidade de água e usos múltiplos
 Sustentabilidade hídrica do semiárido 
 Biodiversidade e requalificação ambiental 
 Uso da terra e segurança de barragens 
Temas Centrais: Qualidade das águas e ampliação da oferta hídrica 
Componentes dos Planos
 Programas de duração continuada
 Programas que requerem esforços de articulação institucional
Temas Centrais: Qualidade das águas e enchentes
Componentes do Plano
Quantidade de Água - Balanços Hídricos
 Suscetibilidade a Enchentes
 Universalização do Saneamento Incremento de Áreas Legalmente Protegida
 Implementação das Ações do PIRH Doce
 Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
 Qualidade da Água
Temas Centrais: Articulação institucional, incremento da oferta 
hídrica e uso eficiente da água
Componentes do Plano
Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
Gestão do balanço hídrico e incremento de oferta hídrica
Conservação/preservação dos recursos hídricos
Comunicação social, educação ambiental e fortalecimento 
institucional 
Temas Centrais: Compatibilização de usos da água entre os setores 
de navegação e hidroeletricidade, uso sustentável da água na 
irrigação e saneamento
Componentes do Plano
 Fortalecimento Institucional
 Saneamento Ambiental
 Uso Sustentável dos Recursos Hídricos
Temas Centrais: Articulação institucional, qualidade das águas, 
cobrança e transposição das águas para a bacia 
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Recursos hídricos 
 Saneamento urbano e rural
 Infraestrutura verde 
 Produção de conhecimento 
 Comunicação e educação ambiental
Temas Centrais: Compatibilização de usos da água entre os 
setores de navegação e hidroeletricidade, uso sustentável da 
água na irrigação e saneamento 
Componentes do Plano
 Fortalecimento Institucional
 Saneamento Ambiental
 Uso Sustentável dos Recursos Hídricos
Temas Centrais: Demandas consuntivas, qualidade das águas 
e conflitos pelo uso da água 
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Saneamento ambiental 
 Bases de gestão
Temas Centrais: Demandas consuntivas, qualidade das águas 
e conflitos pelo uso da água 
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Estudos de apoio à gestão de recursos Hídricos 
 Estudos e projetos de medidas estruturantes
Temas Centrais: Arranjo institucional e ampliação da oferta hídrica
Componentes do Plano
 Gestão de recursos hídricos 
 Intervenções e articulações com o planejamento setorial
Temas Centrais: Demanda hídrica e qualidade das águas
Componentes do Plano
 Instrumentos de gestão de recursos hídricos 
 Conservação dos recursos hídricos 
 Governança
Temas Centrais: Fortalecimento político-institucional e solução de 
conflitos dos usos múltiplos 
Componentes do Plano
 Governança para o gerenciamento de recursos hídricos 
 Solução de conflitos pelo uso dos recursos hídricos 
 Conservação dos recursos hídricos
 Implementação e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão de 
recursos hídricos
39
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Plano Integrado de Recursos Hídricos do Paraíba do Sul
A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul se estende sobre três estados: São Paulo, 
Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sua área total é de 61.500 km², sendo 14.000 km² 
em São Paulo, 20.700 km² em Minas Gerais e 26.900 km² no Estado do Rio de 
Janeiro. Em 2010 a região tinha uma população de 8,5 
milhões de habitantes, dos quais 47% (4,0 milhões) em 
São Paulo, 34% (2,8 milhões) no Rio de Janeiro e 19% 
(1,6 milhão) em Minas Gerais. A taxa de urbanização 
global é de 90% (entre 88% no Rio de Janeiro e 93% 
em São Paulo). Esses três estados são os três primei-
ros no ranking do PIB estadual no Brasil: São Paulo 
tem PIB de 35% do total nacional, Rio de Janeiro 12% 
e Minas Gerais 9%, em valores aproximados. O PIB da 
bacia é de aproximadamente 14% do PIB nacional.
Um dos temas mais conhecidos do rio Paraíba do Sul é o conjunto de transposições 
que faz para bacias vizinhas. O rio Guandu , no Rio de Janeiro recebe uma média de 
119m³/s, principalmente para abastecimento da cidade do Rio de Janeiro. A bacia 
doa também 5,13 m³/s de água para o sistema Cantareira e daí para a bacia do Alto 
Tietê em São Paulo, num dos mais complexos arranjos institucionais e de engenha-
ria em operação no país, para abastecimento da cidade de São Paulo. Atualmente, 
a Resolução Conjunta ANA/DAEE/IGAM/INEA nº 1382, de 07 de dezembro de 2015, 
estabelece as regras de operação desse sistema.
A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul foi a pioneira na apresentação de PRH ao 
seu comitê de bacia. Em 2002 a COPPE/UFRJ fez o primeiro PRH de bacia hidrográ-
fica, visando a implantação e consolidação dos instrumentos de gestão, mormente 
a cobrança pelo uso de recursos hídricos. Este ficou conhecido como “O Plano para a 
Fase Inicial da Cobrança” e consolidou aspectos técnicos dos Programas Estaduais de 
Investimentos do Projeto Qualidade das Águas e Controle da Poluição Hídrica (PQA) 
e no Programa Inicial de Investimento (PPG) aprovados pelo CEIVAP em 2001. Em 
2006, deu-se início à revisão do PRH e em 2007 foi aprovado o Plano de Recursos 
Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o período 2007-2010.
Em 2014 foi iniciado o segundo processo de revisão do PIRH Paraíba do Sul, o qual foi 
dividido em três fases, tendo em vista a necessidade de realização da integração do 
comitê federal com seus comitês afluentes. Os primeiros anos do processo de revisão 
foram focados nas ações sob a governabilidade do CEIVAP (Fase I). Após a rescisão 
pela AGEVAP/CBH PS do contrato inicialmente celebrado, a partir de 2017, iniciou-se 
a execução de um novo contrato para complementação do que havia sido constru-
ído na Fase I e elaboração dos planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas 
afluentes mineiras e fluminenses – PARHs (Fase II), os quais foram construídos no 
âmbito das discussões com os CBHs Afluentes, e retratam com detalhes as especi-
ficidades de cada bacia. A Fase III consistiu na etapa de consolidação do PIRH-PS 
com base nas contribuições e alinhamentos realizados na Fase II de elaboração dos 
40
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
PARHs, o que permitiu a construção das duas fases concomitantemente. Todo esse 
esforço permitiu a elaboração de um único processo de planejamento na bacia, que 
considera as especificidades dos afluentes, permitindo o fortalecimento do processo 
participativo e decisório, a garantia de um planejamento efetivamente integrado, e 
que proporcionará maior facilidade operacional para AGEVAP e na otimização dos 
recursos humanos e financeiros da bacia.
Ao permitir a integração e ter o foco em ações sob governabilidade do Sistema Nacio-
nal de Gerenciamento de Recursos Hídricos, principalmente aquelas que trouxessem 
consequência regulatória nos entes do sistema, o PIRH-Paraíba do Sul chegou a um 
orçamento realista e efetivo para os desafios projetados para os próximos 15 anos, 
estimado em cerca de 1 bilhão de reais.
A revisão do plano finalizada em 2021 teve como temas principais a questão do 
abastecimento urbano, em especial da região metropolitana do Rio de Janeiro, o uso 
intensivo da água pelo setor industrial e seu impacto sobre a qualidade da água, a 
recuperação ambiental com foco na produção de água, o aprimoramento da informa-
ção de base, com foco nas demandas e no balanço hídrico, e a confecção do primeiro 
Manual Operativo do Plano, que visa alavancar o processo de implementação do 
PIRH. 
Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco
A bacia e Região Hidrográfica (RH) do São Francisco ocupa 7,5% do território brasi-
leiro, abrangendo sete estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, 
Goiás e Distrito Federal. A precipitação média anual na RH São 
Francisco é muito abaixo da média nacional, apresentando 
frequentes situações de escassez de água. Entretanto, a 
RH tem importante papel na geração de energia para a 
região Nordeste do país.
Em 2004 a bacia hidrográfica do rio São Francisco 
conheceu seu primeiro plano de recursos hídricos, o 
Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográ-
fica do rio São Francisco. Aprovado pela plenária do CBH 
em julho de 2004, este veio a ser revisto em 2015. A primeira 
revisão do plano foi aprovada em setembro de 2016 sob o nome de Plano de Recur-
sos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco (2016-2025).
Foram 18 meses de intenso trabalho de diagnóstico, coleta e análise de dados, entre-
vistas, visitas e dezenas de audiências públicas, oficinasde trabalho e encontros 
setoriais para permitir, em cidades estratégicas do imenso território da bacia hidro-
gráfica, a mais ampla participação das populações e usuários das águas no processo 
de elaboração do Plano.
41
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
O Plano resultante, elaborado com o acompanhamento permanente de um Grupo de 
Trabalho que o Comitê constituiu especificamente para esse fim, espelha a realidade 
da bacia hidrográfica no momento atual, bem como estabelece as tarefas a cumprir 
e desafios a enfrentar para garantir águas de boa qualidade e quantidade suficiente 
provenientes do Rio São Francisco e de seus afluentes.
A versão final do plano se organiza em seis eixos. O Eixo I – Governança e Mobiliza-
ção Social tem seis metas e foca a universalização da cobrança na bacia, o aumento 
da eficiência e eficácia da aplicação dos recursos da cobrança, fortalecimento da fis-
calização e da participação social e dos usuários. O Eixo II – Qualidade da Água e 
Saneamento - tem seis metas e foca a rede qualitativa superficial e subterrânea e a 
expansão da cobertura por saneamento, incluídos planos municipais de saneamento 
básico e a expansão do esgotamento sanitário e da coleta de lixo nos domicílios. O 
Eixo III – Quantidade de Água e Usos Múltiplos tem duas metas focadas em aumentar 
o conhecimento sobre a oferta hídrica superficial e subterrânea, vazões ambientais, 
redução dos déficits hídricos e das situações de conflito pelo uso da água. O Eixo IV – 
Sustentabilidade Hídrica do Semiárido é uma novidade na estrutura de planejamento 
de um PRH, tem três metas exclusivas e objetivos diferenciados para o semiárido rela-
cionadas ao armazenamento de água, fontes alternativas de energia e mecanismos 
de convivência com mudanças climáticas. O Eixo V – Biodiversidade e Requalificação 
Ambiental, tem três metas com objetivo de reduzir a taxa de desmatamento, aumentar 
a conectividade entre áreas naturais com relevância ecológica e para todo o sistema 
da BHSF e recuperar as áreas degradadas, as matas ciliares e as nascentes. O último 
eixo (Eixo VI – Uso da terra e segurança de barragens) aborda dois temas que tem 
conexão com a gestão de recursos hídricos sem ter, contudo, responsabilidade direta 
no SINGREH. Seu objetivo é convergir as políticas e investimentos municipais aos 
objetivos e ações previstas nos Planos Estaduais de Recursos Hídricos, no PRH-SF e 
nos planos de recursos hídricos de bacias afluentes e fomentar a cultura de segurança 
de barragens e de prevenção de riscos.
Após a atualização do plano, o CBH aprovou o novo valor do Preço Público da Água e 
uma nova metodologia para cálculo do preço da água (Deliberação CBHSF nº94/2017 
e Resolução CNRH nº 199, de 28 de junho de 2018). 
Plano das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
As Bacias PCJ abrangem, total ou parcialmente, territórios de 76 
municípios sendo que 71 pertencem ao estado de São Paulo 
e 5 ao estado de Minhas Gerais. Boa parte destes municí-
pios possui a área urbana ou parte expressiva da popu-
lação na área de contribuição dos rios PCJ. O conjunto 
destes municípios em 2018 totalizava 5,73 milhões de 
pessoas, com uma taxa de urbanização de 95,1%.
42
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
O maior munícipio das bacias é Campinas, com aproximadamente 1,1 milhão de 
habitantes em 2010. Em segundo e terceiro lugares, em ordem de tamanho da popu-
lação total encontravam-se os municípios de Jundiaí, com 369 mil habitantes e 
Piracicaba, com 363 mil.
O Plano de Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – 
Plano PCJ, elaborado em sua primeira versão em 2005, vem passando por um pro-
cesso de revisão desde 2016, coordenado pela Agência PCJ, em articulação com os 
órgãos gestores de recursos hídricos com atuação nas bacias (ANA, IGAM e DAEE), e 
com o acompanhamento dos Comitês das Bacias PCJ. Sua entrega final está prevista 
para fins de 2020.
No diagnóstico, a revisão do plano aborda aspectos socioeconômicos, de uso e 
ocupação do solo, bem como a caracterização física das Bacias PCJ. Em relação 
ao saneamento básico, incluiu a caracterização dos operadores e dos sistemas de 
abastecimento e esgotamento sanitário, bem como indicadores de abastecimento, 
coleta e tratamento, resíduos sólidos e drenagem. Quanto aos recursos hídricos da 
bacia, os principais temas apresentados são a disponibilidade hídrica, as demandas, 
o balanço hídrico e a qualidade das águas, entre outros aspectos.
Na etapa de Plano de Ações são consideradas as metas e os investimentos para 
gestão dos recursos hídricos e indicadas as prioridades, o arranjo institucional para 
implementação do plano e a definição da sistemática de acompanhamento e moni-
toramento das ações, além das tradicionais diretrizes para a gestão dos recursos 
hídricos e as recomendações aos setores usuários, ao poder público e à sociedade 
civil. Para o curto prazo foram previstos investimentos da ordem de R$ 235 milhões, 
enquanto nos médio e longo prazos os investimentos previstos são cerca de R$ 4 
bilhões até 2035, considerando, além dos recursos financeiros provenientes das 
cobranças pelo uso dos recursos hídricos, outras fontes de recursos. Ao todo o Plano 
de Ações é composto por 120 ações.
As ações planejadas, priorizadas em um processo participativo junto aos Comi-
tês PCJ, foram organizadas em seis temas estratégicos relevantes para a gestão 
hídrica da região, a saber: Enquadramento dos Corpos d’Água Superficiais; Garantia 
de Suprimento Hídrico; Conservação e uso da água no meio rural e Recomposição 
Florestal; Educação Ambiental, difusão e pesquisa de tecnologias; Águas Subterrâ-
neas; e Gestão de Recursos Hídricos. 
O processo de revisão foi finalizado e o Plano de Recursos Hídricos das Bacias PCJ 
2020 a 2035 foi aprovado pelo Plenário dos Comitês PCJ, conforme Deliberação dos 
Comitês PCJ n° 332, de 31 de agosto de 2020/2020. Foram produzidos também os 
seguintes cadernos temáticos: Garantia de Suprimento Hídrico; Educação Ambien-
tal, Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias; Conservação e Uso da água 
no Meio Rural e Recuperação Florestal; Águas Subterrâneas; Enquadramento dos 
corpos d’água superficiais; e Plano Diretor de Recursos Hídricos da UPGRH PJ1. Os 
cadernos foram objetos de consultas públicas e contaram com a participação das 
câmaras técnicas dos comitês das bacias PCJ em sua elaboração. O conteúdo gerado 
foi consolidado no Relatório Final do plano e publicado, ainda, um Relatório Síntese.
43
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos 
Rios Tocantins-Araguaia
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia é uma das 12 regiões hidrográficas esta-
belecidas pelo CNRH e se destaca por ser a segunda maior do 
país em termos de área (918.822 km2 ou 11% do território 
nacional), e vazão, inferior apenas à do Amazonas, mas 
a maior região totalmente contida em território brasi-
leiro. Com uma área que inclui territórios dos estados 
de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Pará e 
Distrito Federal, possui urna população de 9,7 milhões 
de habitantes em um total de 409 municípios. 
Os recursos naturais da bacia, especialmente a água, con-
ferem à região um relevante papel no desenvolvimento do País 
e conduziram a elaboração do plano de recursos hídricos. A construção do plano 
foi realizada de forma participativa por meio de reuniões públicas abertas, com os 
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e pela constituição de um Grupo Técnico 
de Acompanhamento formado por representantes dos governos federal e estadual, 
sociedade civil e usuários de água. 
O plano de recursos hídricos mostrou o expressivo crescimento econômico da região, 
que está acima da média nacional desde a década de 90, e a sua importância na 
produção de commodities que atendem os mercados nacional e internacional. Nesse 
contexto, vale ressaltar a área agrícola, à época do plano, de 4 milhões de hectares 
sendo 124 mil ha irrigados, comprojeção de chegar a 450 mil ha no cenário do plano 
(evolução do balanço em uma base tendencial e com correções devido ao aumento 
da gestão, investimentos em saneamento e no uso racional da água no abasteci-
mento humano). O plano registra também a presença de cinco províncias minerais 
com destaque para a de Carajás, que detém os maiores depósitos de ferro do mundo. 
O Plano propõe um conjunto de ações não estruturais e estruturais baseadas em 
critérios de sustentabilidade hídrica e ambiental. Essas ações estão agrupadas nos 
seguintes componentes: Fortalecimento da Articulação e Compatibilização das 
Ações Governamentais (Componente 1); Saneamento Ambiental (Componente 2) e 
Uso Sustentável dos Recursos Hídricos (Componente 3). Os investimentos requeri-
dos totalizam R$ 3,8 bilhões até 2025.
O Plano Tocantins-Araguai foi aprovado pelo CNRH em 2009, por meio da Reso-
lução CNRH nº 101, de 14 de abril de 2009. Cabe ressaltar que essa foi a primeira 
vez que o CNRH aprovou um plano de recursos hídricos em uma região sem comitê 
de bacia. O Plano apresenta, de forma pioneira, diretrizes para temas estratégicos 
como irrigação, saneamento, qualidade das águas e o aproveitamento do potencial 
hidroenergético e de navegação na região. Destaca-se no tema estratégico de Com-
patibilização de Conflitos de Uso da Água, a diretriz de que os empreendimentos 
previstos para o Rio Araguaia não devem alterar a dinâmica fluvial do rio, de modo 
a proteger o seu trecho médio, uma região sensível do ponto de vista hídrico e de 
44
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
ecossistema aquático. Outra diretriz neste mesmo tema é a de priorizar a construção 
dos empreendimentos no Rio Tocantins e preservar, no horizonte do Plano, a Bacia do 
Rio do Sono, afluente do Tocantins, em função da importância ambiental e hídrica, e o 
reduzido impacto na potência inventariada. 
Para implementar as ações propostas pelo Plano Tocantins-Araguaia, foi constituído, 
em setembro de 2009, o Colegiado Gestor, cuja composição incluía a ANA, o Ministério 
do Meio Ambiente, o CNRH e os Secretários de Planejamento e de Recursos Hídricos 
das seis Unidades da Federação que compõem a região. Posteriormente, em novembro, 
o Colegiado Gestor de Recursos Hídricos aprovou seu regimento interno, definiu as 
ações prioritárias - navegação, saneamento e irrigação, e o calendário de atividades 
para 2010. As atividades desenvolvidas pelo Colegiado Gestor em 2010 estiveram 
focadas em discutir e definir as estratégias políticas e financeiras para viabilizar as 
ações priorizadas. As atividades do colegiado foram descontinuadas a partir de 2011. 
As discussões sobre o modelo de gestão para a região, o que inclui a discussão sobre a 
viabilidade da instalação de um comitê para a bacia, foram retomadas no âmbito do 
CNRH em 2018 e deverão ser abordados no novo PNRH 2022-2040. 
Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Verde-Grande
A Bacia Hidrográfica do rio Verde Grande, integrante da Bacia do rio São Francisco, 
drena uma área aproximada de 30.400 km², sendo que desse total 87% pertencem ao 
Estado de Minas Gerais e o restante, 13%, ao Estado da Bahia. Estão inseridos nessa 
região 35 municípios, sendo 27 mineiros e 8 baianos, com destaque para a cidade de 
Montes Claros (MG), que representa importante polo regional 
populacional da bacia.
Destaca-se na bacia a atividade agropecuária e a agricul-
tura irrigada se desenvolveu nas décadas de 70 e 80 a 
partir de programas para modernização das atividades 
do setor, tornando a Bacia atrativa para instalação de 
diversos projetos de irrigação. Em função do expressivo 
desenvolvimento regional e da expansão urbana, associada 
à baixa disponibilidade hídrica dos rios em uma região de 
clima semiárido, são registrados conflitos pelo uso da água na 
bacia desde a década de 80. O foco dos conflitos se deu, então, em duas frentes: entre 
os irrigantes (públicos e privados), e entre os mesmos e os demais usuários.
Para enfrentar os desafios da gestão dos recursos hídricos, foi aprovada pelo Conselho 
Nacional de Recursos Hídricos, em 2003, a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica 
do rio Verde Grande. Em 2008, foi estabelecido o marco regulatório (Resolução ANA 
45
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
nº 802, de 2008) da aprovação de uso das águas, que definiu que o setor de abas-
tecimento público não sofreria redução na captação, enquanto os demais teriam 
usos reduzidos de acordo com o nível de água do Rio Verde Grande e da quantidade 
captada pelo usuário. 
Em 2009, foi iniciada a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográ-
fica do rio Verde Grande (PRH Verde Grande). Isso se reflete diretamente no enfren-
tamento dos dois principais problemas que se verificam na bacia: a escassez hídrica 
com suas repercussões sobre a qualidade e a quantidade de água e a fragilidade na 
gestão de recursos hídricos na região. Seu processo de elaboração se estendeu até 
2010 e contou com a participação da sociedade da bacia por meio do acompanha-
mento contínuo do Comitê da Bacia e da realização de três rodadas de reuniões 
públicas. O plano definiu as principais diretrizes, ações e investimentos dos pró-
ximos anos para a bacia, com orçamento estimado à época em R$ 1,25 bilhão de 
reais. O programa de ações se dividiu em quatro componentes, a saber: 1. Gestão de 
Recursos Hídricos e Comunicação Social; 2. Racionalização dos Usos e Conservação 
de Solo e Água; 3. Incremento da Oferta e Saneamento; e 4. Gestão de Águas Sub-
terrâneas. A concentração dos recursos se deu no Componente 3 (93%).
Em 2018 as regras do marco regulatório da bacia foram atualizadas por meio da 
Resolução Conjunta ANA/SEMAD/IGAM nº 52 de 2018. 
Entre 2018 e 2019, a Agência Peixe Vivo, entidade delegatária das funções de agên-
cia de água do CBH Verde Grande, trabalhou no processo de atualização do balanço 
hídrico da bacia e do plano de ações do PRH Verde-Grande, além da elaboração 
de seu manual operativo. Essa atualização foi finalizada em dezembro de 2019 e 
entre os temas destacados no processo estão o andamento da cobrança pelo uso da 
água nos estados da Bahia e de Minas Gerais, integração dos sistemas de informa-
ções, enquadramento dos corpos hídricos superficiais, gestão do balanço hídrico e 
aumento da oferta hídrica (o que inclui o monitoramento hidrológico, hidrogeológico 
e da qualidade das águas, diminuir perdas no abastecimento urbano, racionalização 
do uso na agricultura e na indústria, ampliação do abastecimento urbano e da segu-
rança hídrica), estudos de águas subterrâneas, proposição e condução de programa 
de pagamento por serviços ambientais no molde do Produtor de Águas da ANA e 
fortalecimento da integração entre os órgãos gestores de recursos hídricos.
46
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Amazônica: Afluentes 
da Margem Direita 
A Margem Direita do Amazonas (MDA) cobre as bacias de sete afluentes – Xingu, Tapa-
jós, Madeira, Purus, Juruá, Jutaí e Javari - em cinco Unidades da 
Federação - Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso. 
Abrange 2,54 milhões de km² (30% do território brasileiro) 
onde vivem 5,4 milhões de brasileiros (2,8% da população 
brasileira no ano de 2007) dos quais 60% vivem em áreas 
urbanas. As bacias do Madeira, Purus, Juruá e Javari com-
partilham território com a Bolívia e o Peru.
Palco de acirrados debates e ponto de convergência de 
olhares mundiais, a região é rica do ponto de vista de bens 
minerais e possui um potencial hidrelétrico concentrado na Bacia 
do Tapajós, especialmente quando associado às usinas hidrelétricas de Belo Monte, no 
rio Xingu, e as dos rio Madeira. Somadas, são 15 usinas da MDA que representam 35,7 
mil MW ou mais de 40% do potencial hoje instalado do País. A MDA é responsável 
por expressiva produção mineral, destacando-se ouro, cassiterita, bauxita e calcário. Há 
também o gás do Juruá e Urucu em franca produção e jazidas de silvinita, gipsita, cobre 
e ouro aindanão exploradas.
O PERH-MDA foi aprovado pelo CNRH em 2010 (Resolução CNRH Nº 128, de 29 de 
junho de 2010). Um cuidadoso estudo, empregando técnicas modernas de sensoria-
mento remoto, discussões com representantes dos Estados, órgãos ambientais, órgãos 
gestores de recursos hídricos e a oitiva de consultores brasileiros de expressão interna-
cional, permitiu reconhecer as "personalidades" próprias de cada bacia da MDA e explo-
rar essas características e vocações, levando em conta os interesses nacionais, regionais 
e locais. O tratamento diferenciado para cada bacia aliado à visão de conjunto permitiu 
identificar e explorar o efeito sinérgico ou os trade-off possíveis entre as diversas bacias 
e espaços da paisagem, o que se refletiu no plano de ações.
O PERH-MDA proporciona um eixo estruturante para a integração e alinhamento dos 
demais planos temáticos do Ministério do Meio Ambiente e planos setoriais existentes. 
Os programas são focados na gestão dos recursos hídricos em seus múltiplos aspectos 
e nas interfaces com a gestão ambiental, nas intervenções estruturais planejadas pelos 
diversos setores usuários dos recursos hídricos ou nas necessidades da região (caso do 
saneamento ambiental), e em pesquisas de temas de grande relevância para a compre-
ensão do funcionamento dos recursos hídricos e ecossistemas aquáticos. 
47
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
A visão integrada permite e sugere que as propostas de intervenção na região sejam ava-
liadas de forma integrada por bacia, segundo um foco tríplice - o local, a bacia e a MDA, 
com a possibilidade de trade-off entre bacias, favorecendo arranjos produtivos locais em 
bacias onde a ênfase será conservação ambiental, pela vocação que apresentam para tal 
devido às características socioambientais. Três bacias devem ser tratadas como prioritá-
rias para a gestão dos recursos hídricos: as bacias dos rios Tapajós, Madeira e Xingu, das 
quais a do Tapajós emerge como bacia chave na região. Lá estão as maiores demandas 
hídricas presentes e futuras, os principais empreendimentos hidrelétricos recentes, as 
atividades de garimpo, a agricultura de alta tecnologia e a urbanização acelerada.
A Resolução CNRH nº 128, de 29 de junho de 2010, definiu a formação de um colegiado 
gestor para a implementação do plano. Esse colegiado gestor seria composto por 26 
membros: secretarias estaduais de gestão de recursos hídricos (5) e de planejamento (5), 
seis vagas para usuários de água, seis para sociedade civil (estas 12 vagas indicadas pelos 
conselhos estaduais e nacional de recursos hídricos), gestão nacional de recursos hídri-
cos, planejamento do governo federal e formulador de políticas ambientais da Amazônia.
O plano indicou, a partir do panorama fornecido pela análise integrada e sistêmica da 
situação e da dinâmica do uso dos recursos hídricos em cada bacia, que, os próximos 
passos seriam a elaboração paulatina dos planos de recursos hídricos das bacias hidro-
gráficas dos afluentes que compõem a região da MDA (Art. 3º, parágrafo único), con-
forme prioridades postas. Também indicou que o modelo de gestão definido pela Lei 
nº 9433/1997 é inadequado para atender aos desafios e característicos de uma região 
extensa, de baixa densidade demográfica e com conflitos bem localizados e muitas vezes 
associados a usos não consuntivos. 
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce
A bacia do rio Doce encontra-se situada na região Sudeste do País e é compartilhada pelo 
Espírito Santo e Minas Gerais. Possui uma área de drenagem de cerca de 86.715 km², 
dentre os quais 86% estão no Leste mineiro e 14% no Centro-Norte do Espírito Santo, 
englobando um total de 229 municípios, dos quais 211 possuem 
sede dentro da bacia. 
O PIRH Doce e seus respectivos Planos de Ações de Recursos 
Hídricos (PARHs) foram aprovados pelo CBH Doce e CBHs 
afluentes de Minas Gerais e Espírito Santo, em julho de 
2010, após amplo processo de discussão e esforço conjunto 
dos comitês que integram a Bacia Hidrográfica do Rio Doce, 
desenvolvido entre junho de 2008 e novembro de 2009. 
Contou com acompanhamento técnico do IGAM, do IEMA, da 
ANA e dos dez Comitês existentes à época, reunidos em um Grupo 
de Acompanhamento Técnico – Grupo de Acompanhamento do Plano, bem como com a 
realização de cerca de 30 reuniões públicas em diferentes localidades da bacia.
48
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
O PIRH Doce aprovado em 2010 apresenta um conjunto de programas organizados 
segundo as sete questões referenciais que orientaram a sua proposição: I. Quali-
dade da Água; II. Quantidade de Água – Balanços Hídricos; III. Suscetibilidade a 
Enchentes; IV. Universalização do Saneamento; V. Incremento de Áreas Legalmente 
Protegidas; VI. Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos; 
VII. Implementação das Ações do PIRH Doce. 
Quanto ao horizonte temporal, as metas foram estabelecidas tendo por base um 
período de 20 anos, considerando-se os anseios da população da bacia, de acordo 
com o expresso pelos Comitês. Entretanto, metas de gestão para prazos mais cur-
tos, intermediárias e progressivas estão associadas a horizontes menores, de até 10 
anos, adequadas aos esforços a serem implementados para se atingir os referidos 
anseios. As ações foram orçadas em R$ 1,3 Bilhão e distribuídas ao longo do tempo 
de implementação de acordo com a hierarquia de relevância e urgência.
Em relação ao enquadramento de corpos d’água em classes de uso, o entendimento 
dos Comitês existentes, à época na bacia, foi que a abordagem empreendida durante 
a elaboração do PIRH Doce, em 2010, não havia alcançado os limites da elaboração 
de uma proposta de enquadramento em condições de ser adotada como norma de 
controle ambiental, não sendo submetida em sua versão final à aprovação dos res-
pectivos Comitês de Bacia e Conselhos de Recursos Hídricos, demandando alguns 
estudos complementares, apontados no Programa 61.b do PIRH Doce. 
Em 5 de novembro de 2015, houve o rompimento da barragem de Fundão (bar-
ramento para acumulação de resíduos da mineração, de propriedade da empresa 
Samarco), em Mariana-MG, o que afetou gravemente a qualidade da água e a dis-
ponibilidade hídrica do rio Doce e é considerado o maior desastre socioambiental 
do Brasil. A onda de lama resultante do rompimento da barragem avançou levando 
consigo parte da vegetação e do substrato, provocando a morte de dezenove pes-
soas, centenas de famílias foram desalojadas, lugarejos foram destruídos, mais de 
40 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo tiveram o abastecimento de água 
comprometido, cerca de 1,5 mil hectares de matas ciliares foram devastados, inúme-
ros animais foram mortos. Além do rio Doce, três rios foram afetados (Gualaxo do 
Norte, Carmo e Doce) além do oceano Atlântico, em área adjacente à foz do rio Doce. 
Por decorrência do rompimento da barragem de Fundão, o Poder Público Federal, os 
Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, diversas instituições federais e esta-
duais, e a Samarco Mineração S.A celebraram em 2 de março de 2016 um Termo 
de Transação e de Ajustamento de Conduta – TTAC e, posteriormente, um Termo de 
Ajustamento de Conduta - Governança – TAC GOV, em 25 de junho de 2018, com a 
adesão do Ministério Público e Defensoria Pública Federal, de Minas Gerais e do Espí-
rito Santo. O TTAC tem como objeto o estabelecimento de programas socioambien-
tais e socioeconômicos, a serem desenvolvidos e executados pela Fundação Renova, 
fundação privada constituída em 30 de junho de 2016, com o objetivo de recuperar 
o meio ambiente e as condições socioeconômicas da área de abrangência impactada 
pelo evento, definida no próprio documento, de forma a restaurar a situação anterior. 
49
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Passados 8 anos da aprovação e considerando a nova realidade dos recursos hídricos 
e do arranjo institucional da bacia após o rompimento da barragem de Fundão, as 
metas de gestão carecem de atualização/revisão para os próximos anos.É impres-
cindível que a versão atualizada do PIRH Doce contemple de maneira organizada as 
diversas ações relacionadas a recursos hídricos que já estão sendo realizadas pelas 
instituições envolvidas, passando a ser o documento de referência para a gestão de 
recursos hídricos na bacia.
Nesse sentido, em 2018, o CBH Doce e os órgãos gestores de recursos hídricos atuan-
tes na bacia iniciaram a elaboração dos termos de referência para a contratação dos 
serviços necessários para a atualização do PIRH Doce, cujas atividades de apoio serão 
suportadas pela ANA. O processo de revisão do plano e da elaboração da proposta 
de enquadramento para a bacia foi iniciado em 2021 e abrangerá aspectos do diag-
nóstico, em especial o balanço hídrico quali-quantitativo e do arranjo institucional 
estabelecido para a bacia, os quais serão avaliados frente à nova realidade da bacia 
após o rompimento da barragem de Fundão. Ao final, também estão previstos planos 
de ações para as bacias afluentes e um manual operativo do PIRH Doce.
Plano de Recursos Hídricos e do Enquadramento dos Corpos Hídricos 
Superficiais da Bacia do Rio Paranaíba
A elaboração do Plano de Recursos Hídricos e do Enquadramento dos Corpos Hídricos 
Superficiais da Bacia do Rio Paranaíba (PRH Paranaíba) foi iniciada em 2010 e con-
cluída em 2013. O desenvolvimento das atividades contou com o acompanhamento 
do Comitê de Bacia e dos órgãos gestores de recursos hídricos do Distrito Federal, 
Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Além disso, no propósito de ampliar a parti-
cipação social, foram realizadas 27 reuniões públicas distribuídas em três rodadas de 
encontros que aconteceram em onze cidades da região.
A bacia do rio Paranaíba vem sofrendo um intenso processo 
de desenvolvimento, especialmente pela expansão da ati-
vidade agropecuária, que depende em grande parte dos 
recursos hídricos disponíveis. O crescimento econômico 
da região se aprofundou nos anos 80 com o desenvolvi-
mento da pecuária e o forte crescimento da agricultura 
comercial, e se consolidou, a partir da década de 90 com 
o ingresso da agricultura irrigada (610 mil hectares em 
2010) e a expansão do cultivo da cana de açúcar (49 usi-
nas sucroalcooleiras instaladas em sua área de influência) na 
última década. Além disso, a presença de uma população de 8,5 milhões de habitan-
tes, das quais 94% estão situadas em cidades, algumas delas muito expressivas como 
Brasília, Goiânia e Uberlândia, representa uma pressão adicional sobre os recursos 
hídricos.
50
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
O diagnóstico e o prognóstico da Bacia do Rio Paranaíba permitiram a identifica-
ção de regiões estratégicas para a gestão dos recursos hídricos em função do uso 
intensivo da água e do comprometimento da sua qualidade. Alguns exemplos destas 
questões são: a ameaça à qualidade de água dos mananciais de abastecimento em 
grandes centros urbanos como Brasília e a Região Metropolitana de Goiânia; o uso 
intensivo de água por irrigantes; uso competitivo entre irrigação e a geração de 
energia elétrica; e o impacto da instalação de empreendimentos hidrelétricos sobre 
os ecossistemas aquáticos e outros usos da água.
Para fazer frente a estes desafios, foram propostas ações baseadas em critérios de 
sustentabilidade hídrica e ambiental que visam o uso sustentável da água e que per-
mitirão solucionar, minimizar ou antecipar estes conflitos. Estas ações estão orga-
nizadas em três componentes: gestão de recursos hídricos, saneamento ambiental 
e bases de gestão, divididos em 15 programas e 41 subprogramas. Os investimentos 
associados às intervenções identificadas como necessárias para alcance das metas 
estabelecidas pelo PRH-Paranaíba no horizonte de 20 anos totalizam cerca de 
R$ 7 bilhões, a maior parte concentrada no componente 2 (saneamento ambien-
tal - 92,2%) e na Unidade de Gestão Hídrica (UGH) Meia Ponte, justificado prin-
cipalmente, pela presença da região metropolitana de Goiânia e a necessidade de 
investimentos em coleta e tratamento de esgoto. Em abril de 2016 aprovou-se a 
cobrança pelos recursos hídricos na bacia, tendo sido arrecadado montante próximo 
a R$ 6,6 milhões em 2018 e R$7,5 milhões em 2019.
Plano de Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Piancó-Piranhas-Açu
Criado por Decreto do Presidente da República, em novembro de 2006, o Comitê da 
Bacia Hidrográfica do Piancó-Piranhas-Açu foi instalado em setembro de 2009. Em 
fevereiro de 2010, o Comitê da Bacia solicitou à ANA a elaboração do PRH-Piranhas-
-Açu.
A bacia hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu é a maior da região hidrográfica 
Atlântico Nordeste Oriental, com área total de 43.683 km². 
Seu território divide-se entre os estados da Paraíba (60%) 
e Rio Grande do Norte (40%). Totalmente inserida em 
território de clima semiárido, a bacia apresenta chuvas 
concentradas sobretudo nos meses de fevereiro a maio 
e um padrão de forte variabilidade interanual, carac-
terizado pela alternância entre anos de pluviosidade 
acima da média, regular e anos consecutivos de valores 
abaixo da média, que resultam em secas prolongadas e 
comprometimento da disponibilidade hídrica.
51
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Assim como os demais rios da bacia, o rio Piancó-Piranhas-Açu é um rio intermi-
tente em condições naturais. Sua perenização ocorre por meio de dois reservató-
rios de regularização construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as 
Secas (DNOCS): Curema/Mãe d’Água, na Paraíba, e Armando Ribeiro Gonçalves, no 
Rio Grande do Norte. Esses reservatórios correspondem às principais fontes hídricas 
da bacia, responsáveis inclusive pelo atendimento de demandas de água externas, 
que estão associadas às bacias adjacentes. Cabe destacar que a bacia futuramente 
também será receptora de água, quando concluídas as obras do Eixo Norte do Pro-
jeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste 
Setentrional (PISF). Além desses principais reservatórios, um conjunto expressivo 
de açudes foi construído ao longo dos anos para suprimento das diversas demandas 
de uso de água.
Com efeito, estão estabelecidas na bacia importantes atividades econômicas, que 
incluem agropecuária, com destaque para fruticultura irrigada; mineração, sobre-
tudo a produção de petróleo e aquicultura, notadamente a produção de camarão. 
Foram prospectadas as medidas necessárias para compatibilizar a qualidade e quan-
tidade de água com as demandas futuras, com base em três frentes: (i) incrementar 
a oferta por meio de intervenções estruturais, como construção de novos reservató-
rios e adutoras e a transposição de águas da bacia do rio São Francisco, a partir do 
PISF; (ii) reduzir progressivamente as demandas, por meio de medidas de raciona-
lização do uso da água; e (iii) controlar a poluição, de modo a melhorar a qualidade 
da água, com tratamento de águas residuárias.
Em um contexto de baixa disponibilidade hídrica e ocorrência de rios intermitentes, 
associados à elevada demanda de água, principalmente para abastecimento humano 
e irrigação, e à poluição decorrente da precária infraestrutura de saneamento das 
cidades, a gestão da água na bacia torna-se ainda mais desafiadora e a alocação de 
água e operação dos reservatórios da região colocam-se como questão central do seu 
plano de recursos hídricos.
Nesse sentido, considerando a ideia de se elaborar planos com orçamentos realistas 
e com propostas focadas no sistema de governança da política de recursos hídricos, 
o Plano de Ações do PRH Piancó-Piranhas-Açu foi estimado em R$ 150 milhões e 
apresenta suas intervenções organizadas em três componentes: (i) gestão de recur-
sos hídricos, constituído por programas que envolvem ações não estruturais voltadas 
para gestão e uso sustentável dos recursos hídricos; (ii) estudos de apoio à gestão, 
constituído por programas voltados para ampliação do conhecimento sobre os recur-
sos hídricos para subsidiar a melhoria da gestão; (iii) estudos e projetos de medidas 
estruturantes, constituídopor programas voltados para fornecimento de subsídios 
técnicos (estudos e projetos) para ações estruturais necessárias para melhoria da 
infraestrutura de oferta de água e de saneamento nas zonas urbana e rural da bacia. 
52
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
Acredita-se que, a partir dos programas propostos, seja possível aprimorar o conhe-
cimento sobre a bacia em temas estratégicos e estabelecer os processos de alocação 
negociada de água, de forma a apoiar a regulação do uso da água e propiciar uma 
gestão mais eficiente.
A estratégia de implementação idealizada, baseada em ciclos de execução de curto 
prazo, fornece os elementos necessários para orientar os principais atores responsá-
veis pela gestão dos recursos hídricos, no sentido de viabilizar a execução das ações 
do PRH. Ela tem como fundamentos a organização e priorização das ações dos órgãos 
gestores na bacia, bem como a necessidade, para ser viável, de ampliação da capa-
cidade operacional dessa gestão, por meio da integração de procedimentos entre a 
ANA e os órgãos gestores estaduais; instalação de escritório técnico-operacional na 
bacia para apoio às atividades de regulação; superação de lacunas de conhecimento 
e da viabilização, principalmente junto aos ministérios setoriais e ao DNOCS, dos 
estudos e projetos de medidas estruturantes. A estratégia de implementação ide-
alizada, baseada em ciclos de execução de curto prazo, aplicou R$ 11,5 milhões em 
2016, R$ 6,4 milhões em 2017 e R$ 4,6 milhões em 2018, considerando recursos da 
ANA. Algumas ações trouxeram impactos positivos na atuação dos órgãos gestores, 
entre elas a contratação de levantamentos batimétricos de açudes, a efetivação de 
processos de alocação negociada de água, a elaboração de estudo de análise custo/
benefício de medidas de mitigação do impacto das secas, definição de regras opera-
tivas de reservatórios, elaboração de planos de contingência de sistemas hídricos e 
realização de chamamento público para seleção de projetos de reuso de água.
Em 2021 foi iniciada a revisão do Plano de Ações do PRH Piancó-Piranhas-Açu, com 
base na avaliação da implementação das ações do 1º ciclo e com foco na elaboração 
do Manual Operativo para o 2º ciclo. O processo de revisão foi concluído em maio 
de 2022.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Unidade de Gestão dos 
Recursos Hídricos Paranapanema
O rio Paranapanema é um afluente direto do rio Paraná, pela sua margem esquerda, 
e localiza-se na divisa entre os estados do Paraná e São Paulo. Conforme Resolução 
CNRH nº. 109, de 13 de abril de 2010, a Unidade de Gestão 
de Recursos Hídricos (UGRH) Paranapanema engloba as 
bacias hidrográficas do rio Paranapanema e do rio Santo 
Anastácio (e demais tributários diretos que contribuem 
para o rio Paraná nessa região), abrangendo uma área 
total de 106.554,53 km² (ANA, 2016b).
O Plano Integrado de Recursos Hídricos da Unidade 
de Gestão de Recursos Hídricos Paranapanema – PIRH 
Paranapanema, aprovado em 2016, foi desenvolvido num 
robusto arranjo institucional que envolveu a ANA e os órgãos 
gestores estaduais: DAEE e AGUASPARANÁ, mas também, o CBH-PARANAPANEMA, 
com os seis comitês das unidades de gestão estaduais.
53
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
O PIRH Paranapanema foi pioneiro na estratégia recente da ANA de elaborar pla-
nos de recursos hídricos, ou seja: diagnóstico elaborado previamente à contrata-
ção, Assim, o apoio da consultoria no PIRH Paranapanema concentrou-se nos temas 
estratégicos para a bacia, o que permitiu uma ampla discussão com a sociedade, 
resultando em um plano altamente participativo e que reflete os anseios dos envol-
vidos na gestão dos recursos hídricos na bacia; foco em ações sob governabilidade 
do sistema de gestão de recursos hídricos, principalmente aquelas que trouxessem 
impacto orçamentário e consequência regulatória nos entes do sistema, resultando 
em orçamento mais realista; e elaboração do Manual Operativo: ferramenta que se 
constitui em uma agenda efetiva de trabalho para os comitês de bacia logo após a 
aprovação do plano, destacando e detalhando as principais ações a serem empreen-
didas nos primeiros anos do plano.
A construção do Programa de Ações do PIRH Paranapanema iniciou-se com uma 
lista de ações estratégicas (estratégia robusta) que encerrou a etapa de prognóstico, 
na qual foram propostas ações em três linhas: aumento da disponibilidade hídrica; 
regulação de demandas hídricas; e redução das cargas poluidoras. Essas estraté-
gias foram convertidas em diretrizes e em programa de ações. O programa de ações 
foi estruturado em duas componentes, voltadas para a gestão de recursos hídricos 
(Agenda Azul) e articulação setorial (Agendas Temáticas Setoriais). As duas Compo-
nentes possuem 12 programas, que totalizam 37 subprogramas e 123 ações. O Orça-
mento do PIRH Paranapanema é de aproximadamente R$107 Milhões, consideradas 
as ações chamadas de Gestão. Além do Orçamento de Gestão, o plano identificou 
investimentos associados da ordem de R$ 2,2 bilhões, que não são de responsabili-
dade direta do Sistema de Recursos Hídricos, a exemplo das ações de melhoria no 
saneamento.
O Plano identificou as Unidades Especiais para a Gestão (UEG), que são áreas prio-
ritárias para implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos (usos 
prioritários para outorga, alocação de água, enquadramento, cobrança, etc.) e insta-
lação dos principais programas e projetos indutores, tais como o Programa de Despo-
luição de Bacias Hidrográficas (PRODES) e o Programa de Desenvolvimento do Setor 
Água (Interáguas), bem como o Programa Produtor de Água. Como consequência, 
o plano inovou ao definir a bacia do rio das Cinzas como área sujeita a restrição de 
usos que se utilizem de barramentos em seu curso natural em virtude de possíveis 
impactos em seu trecho lótico.
Em 2021 foi iniciada e concluída a revisão do Plano de Ações do PIRH Paranapa-
nema, com base na avaliação da implementação das ações do 1º ciclo e com foco na 
elaboração do Manual Operativo para o 2º ciclo.
54
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Grande
A bacia hidrográfica do rio Grande é uma das mais importantes do território nacional; 
é compartilhada pelos estados de São Paulo e Minas Gerais, e formadora da bacia do rio 
Paraná, de importância internacional. Abrange um território de 
143.255 km², em que se inserem, total ou parcialmente, 393 
municípios. Concentra cerca de 5% do PIB nacional, com 
maior expressão do setor serviços (55,6%), seguido pelo 
industrial (23,9%) e agropecuário (9,7%).
A elaboração do Plano se deu entre os anos de 2015 e 
2017 e contou com a participação ativa do comitê fede-
ral e dos comitês estaduais das 14 bacias afluentes ao rio 
Grande, seis delas situadas na vertente paulista da bacia e 
oito na vertente mineira, buscando-se alinhamento de expectati-
vas e de conteúdo.
Foi priorizada a elaboração de propostas para a solução de problemas para os quais 
existe maior governança no âmbito do sistema de gestão de recursos hídricos atuante 
na bacia, considerando seu nível e escala de competências, notadamente aqueles de 
responsabilidade do CBH-Grande, dos CBHs das Bacias Afluentes e órgãos gestores de 
recursos hídricos – ANA, DAEE e IGAM. O programa de ações foi dividido em três com-
ponentes estratégicos: Instrumentos de gestão de recursos hídricos, conservação de 
recursos hídricos, e governança, visando assegurar a longo prazo a sustentabilidade 
hídrica da bacia e a sustentabilidade operacional do PIRH Grande. 
 Os investimentos previstos pelo PIRH-Grande são da ordem de R$ 274,6 milhões, dis-
tribuídos em seus três componentes ao longo do horizonte de implementação. Verifi-
cam-se os maiores valores previstos para a elaboração de estudos complementares e 
projetos (60%), seguidos das ações de gestão (19%), serviços e obras (20%) passíveis de 
serem quantificados no âmbito do PIRH, e realização de eventos diversos (1%). 
Além do Orçamentode Gestão, o plano identificou investimentos associados da ordem 
de R$ 1,3 bilhões, para obras e serviços voltados à redução de perdas nos sistemas de 
abastecimento de água e R$ 3,8 bilhões para obras e serviços de ampliação das redes 
de coleta e tratamento de esgotos urbanos. Estes investimentos associados não são de 
responsabilidade direta do Sistema de Recursos Hídricos, mas podem ser alavancados 
pelas ações de gestão e estudos previstos pelo PIRH.
Assim como o PIRH Paranapanema, o PIRH Grande conta com um Manual Operativo, 
ferramenta que se constitui em uma agenda efetiva de trabalho para os comitês de 
bacia logo após a aprovação do plano, destacando e detalhando as principais ações a 
serem empreendidas nos primeiros anos do plano.
55
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai
A RH Paraguai corresponde à porção brasileira da bacia hidrográfica do rio Paraguai, 
que também se estende pelo território da Bolívia, Paraguai e Argentina. Com um ter-
ritório de 362.376 km² (cerca de 32% da área da bacia hidro-
gráfica do rio Paraguai), a RH-Paraguai ocupa áreas dos 
estados de Mato Grosso (48% do total) e de Mato Grosso 
do Sul (52%). Em 2018 possuía 2,4 milhões de habitan-
tes, sendo 86% equivalentes à população urbana.
No âmbito de um contexto de complexa conjuntura 
ambiental e socioeconômica e de expansão da instala-
ção de empreendimentos hidrelétricos na RH Paraguai, o 
CNRH decidiu pela elaboração do Plano de Recursos Hídri-
cos da Região Hidrográfica do Rio Paraguai (PRH Paraguai) por 
meio da Resolução nº. 152, de dezembro de 2013. Tal decisão está em consonância 
com a Resolução CNRH nº. 145/2012, que autoriza os conselhos de recursos hídricos, 
de acordo com o respectivo domínio das águas, a decidir pela elaboração dos planos 
em bacias ou regiões hidrográficas onde ainda não exista comitê de bacia.
Coube à ANA, como entidade gestora dos recursos hídricos de domínio da União, a 
responsabilidade pela elaboração do PRH Paraguai, com acompanhamento do Grupo 
de Acompanhamento (GAP) da elaboração do PRH Paraguai, instância específica 
definida na Resolução CNRH nº. 152/2013, além do próprio CNRH, dos estados de 
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e da sociedade civil. A composição do GAP foi 
feita nos moldes de um comitê de bacia hidrográfica, com representantes do poder 
público federal e estadual, setores usuários e sociedade civil, propiciando ambiente 
de gestão participativa preconizado pela Política Nacional de Recursos Hídricos.
A elaboração teve início em dezembro de 2014, contando com participação ativa do 
GAP e dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e com a realização de uma 
série de eventos públicos que tiveram por objetivo a difusão, mobilização e partici-
pação social, informando e ouvindo a sociedade da bacia e contribuindo para uma 
construção participativa do plano, em todas as suas etapas de elaboração. O PRH 
Paraguai foi aprovado por unanimidade pelo CNRH em sua 40ª Reunião Extraordiná-
ria, por meio da Resolução nº 196, de 8 de março de 2018.
A partir de um diagnóstico focado nas questões que impactam os recursos hídricos e 
da identificação de áreas em que problemas quanto à quantidade ou à qualidade de 
água já existem ou existirão em um futuro próximo, construiu-se um plano de ações 
voltado à solução de problemas sob a governança do sistema de gestão de recursos 
hídricos atuante na região, considerando seu nível e escala de competências, nota-
damente aqueles de responsabilidade dos órgãos gestores de recursos hídricos, ou 
seja, ANA e Secretarias Estaduais de Meio Ambiente (Sema/MT e Imasul/MS).
56
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
Foram definidas 70 ações dentro de quatro componentes estratégicos: (i) governança 
para gerenciamento dos recursos hídricos; (ii) implementação e aperfeiçoamento 
dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos; (iii) solução de conflitos pelo uso 
dos recursos hídricos e (iv) conservação dos recursos hídricos. O Plano de Ações foi 
composto por 17 Programas de Ações, para serem implementadas no horizonte de 5 
anos (curto prazo), 10 anos (médio prazo) e 15 anos (longo prazo).
A estimativa dos investimentos necessários para implementação das ações iden-
tificadas no PRH-Paraguai é de aproximadamente R$ 82,9 milhões, sendo R$ 66,6 
milhões referentes às ações não estruturais; e R$ 16,3 milhões referentes às ações 
estruturais, excluindo os orçamentos associados das obras e serviços do setor de 
saneamento nas áreas urbanas, que foram tratados separadamente. Considera-se, 
portanto, o orçamento bastante realista, visto que as ações são em sua grande parte 
de alçada do sistema de gestão de recursos hídricos.
Assim como nos planos do Paranapanema e do Grande, foi elaborado um Manual 
Operativo (MOP) para as ações de curto prazo consideradas prioritárias durante os 
quatro primeiros anos do horizonte do Plano (2018-2021). O MOP tem por objetivo 
servir como um guia para que o Grupo de Acompanhamento (GAP) do PRH Paraguai 
e os órgãos gestores de recursos hídricos que atuam na RH-Paraguai possam orga-
nizar sua atuação de modo integrado e eficiente, promovendo o monitoramento e 
concretização dos programas e metas do PRH Paraguai.
Especificamente em relação à implementação do PRH-Paraguai, a ANA deu um 
passo importante na implementação do plano ao contratar estudo específico refe-
rente à avaliação dos efeitos da implantação de aproveitamentos hidrelétricos na 
RH. A expansão de empreendimentos hidrelétricos já era reconhecida como um 
dos principais problemas da RH-Paraguai desde o início da concepção do plano, e o 
objetivo da contratação do estudo foi no sentido de se antecipar na solução desses 
problemas. Os estudos foram concluídos em 2020 e subsidiaram a indicação do 
zoneamento das áreas com importância para a manutenção dos estoques pesqueiros 
e consequentemente com conflito de uso com a geração de energia. O zoneamento 
foi submetido ao CNRH pela ANA como subsídio a uma eventual atualização do 
plano, com a proposta de criação de áreas sujeitas a restrição de usos, ou seja, com 
impedimentos para a construção de novos barramentos, com ou sem aproveitamen-
tos hidrelétricos.
MOP PRH Paraguai 
disponível em: 
tinyurl.com/2v3br347
http://tinyurl.com/2v3br347
57
Capitulo 3 - Evolução dos Planos 
Planos de Recursos Hídricos de 
Bacias Hidrográficas Afluentes e 
Litorâneas
Com relação aos planos de bacias hidrográficas estaduais, até o final de 2019 
haviam sido elaborados 169 planos em 16 UFs, 36 planos encontravam-se em ela-
boração em 11 UFs (Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e 
quatro já haviam sido revisados em quatro UFs (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio 
Grande do Sul e Tocantins). Até 2019, seis estados (Amazonas, Amapá, Maranhão, 
Pará, Piauí, Rondônia e Roraima) ainda não tinham planos de bacias hidrográficas 
estaduais elaborados. 
Desse total de planos de bacias estaduais elaborados, 111 são de bacias afluentes a 
rios de domínio da União e, como tal, devem ser integrados aos planos das bacias 
principais, quando de sua revisão ou da elaboração ou revisão do plano da UGRH 
preferencialmente de forma concomitante. Já 49 são de bacias estritamente estadu-
ais, ou litorâneas, aquelas que nascem no território estadual e drenam para o oceano, 
não afluindo a nenhum rio de domínio da União. Estas bacias precisam ser tratadas 
de forma específica pelos planos estaduais de recursos hídricos.
Os planos de bacias 
hidrográficas estaduais 
são aqueles em que 
o curso d’água é de 
domínio estadual, ou 
seja, nasce e desagua 
em território do próprio 
Estado.
58
Capitulo 3 - Evolução dos Planos
EVOLUÇÃO DE PLANOS DE 
BACIAS ESTADUAIS 
Até 2007
De 2008 a 2011
De 2012 a 2015
De 2016 a 2019
Bacias estaduais litorâneas
Bacias afluentes em bacias 
Interfederativas
PLANOS DE BACIAS ESTADUAIS 
AFLUENTES E LITORÂNEAS EM 201959
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Análise crítica do 
instrumento e desafios
Implementação do Plano
Como resultado da experiência adquirida e das lições aprendidas pela ANA na elabo-
ração e acompanhamento de PRHs de bacias interfederativas e na implementação 
dos demais instrumentos de gestão, foram identificadas necessidades de aprimora-
mento do processo de elaboração e operacionalização dos PRHs. 
De forma geral, na elaboração dos PRHs de bacias interfederativas de primeira gera-
ção se direcionava esforços em demasia na fase inicial (em especial no diagnós-
tico) em detrimento da fase propositiva (plano de ações e diretrizes para a gestão 
dos recursos hídricos na bacia), comprometendo, em certa medida, a discussão e 
pactuação do plano de ações e, consequentemente, sua execução. Nesse sentido, 
aperfeiçoamentos foram sendo feitos nos PRHs de segunda geração para tornar as 
etapas mais objetivas e dando maior ênfase ao detalhamento dos planos de ação e 
à definição de uma estratégia de implementação pós-plano.
Os aperfeiçoamentos iniciaram com uma maior objetividade na construção de ter-
mos de referência para elaboração de PRHs, dando foco aos temas diretamente rela-
cionados aos recursos hídricos e conflitos associados na bacia em questão. Além 
disso, passou a ser prevista fase preliminar à contratação de apoio para a elaboração 
dos planos, na qual as bases de dados de referência para o diagnóstico do plano (em 
especial, disponibilidade, demandas, cadastros e outorgas, e balanço hídrico) são 
organizadas e consensuadas pelos OGRHs envolvidos na gestão da bacia. Essa fase, 
chamada de Diagnóstico Preliminar, contribui com a otimização da discussão sobre 
o Diagnóstico durante a elaboração do Plano, permitindo que ele seja mais sucinto 
e focado em temas afetos aos recursos hídricos e que maiores esforços junto à bacia 
sejam alocados nas etapas mais propositivas. 
No contexto específico dos PRH de bacias hidrográficas interfederativas, vem 
ganhando importância o desenvolvimento de estratégias que visam a implemen-
tação das ações propostas nos planos, assim como o fortalecimento dos órgãos 
gestores estaduais de recursos hídricos, Agências de Água/EDs e CBHs para que pos-
sam executar as ações sob sua responsabilidade. O desenho dessa estratégia tem 
envolvido a ANA, os órgãos gestores de recursos hídricos, os comitês de bacia e suas 
agências de água ou entidades delegatárias. O próprio processo de elaboração ou 
revisão dos planos vem sendo aprimorado, com um foco maior na proposição de 
ações para as quais exista governabilidade do sistema de gestão de recursos hídricos 
atuante naquela bacia, a fim de dar maior efetividade às propostas de intervenções, 
prevendo, inclusive, etapa de pactuação com os responsáveis pela execução dos pro-
gramas, ações, diretrizes, visando gerar impacto orçamentário nos OGRHs e conse-
quência regulatória das ações e diretrizes dos planos.
60
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Cabe registrar a incorporação aos PRHs de um Manual Operativo do Plano (MOP). 
Este define, para ciclos de implementação, e para as ações prioritárias e de governa-
bilidade dos entes do SINGREH, o roteiro e atividades necessários para efetivação 
das ações definidas no plano, com destaque para a orientação da atuação político-
-institucional dos CBHs e dos órgãos gestores de recursos hídricos que atuam na 
bacia. 
Manual Operativo do Plano
O Manual Operativo do Plano, como resultado do processo de planejamento, se constitui em 
um detalhamento operacional que estabelece o roteiro, os procedimentos, os requisitos, 
os estudos de base e o arranjo institucional que se farão necessários para efetivamente rea-
lizar as ações pactuadas e prioritárias do PRH, que são as de governabilidade do SINGREH. 
O objetivo maior de um MOP é, portanto, sugerir o melhor caminho para a efetiva execução 
da ação. Para isso, se apresenta o fluxograma das atividades necessárias ao cumprimento das 
metas de curto prazo, os atores responsáveis por cada atividade, bem como documentos aces-
sórios, como minutas de termos de referência para contratações necessárias, de contratos e 
normativos, entre outros, objetivando uma estratégia mais clara para cumprimento das ações.
Para cada ação incluída no MOP se considera idealmente os seguintes aspectos: 
 avaliação sobre necessidade de elaboração ou alteração de nor-
mas vigentes (leis, decretos, resoluções, portarias etc.) para permitir ou faci-
litar a implementação da ação e, se avaliadas como necessária, justificar e 
propor o conteúdo mínimo para sua elaboração e instituições responsáveis pela sua edição; 
 avaliação sobre necessidade de celebração de acordos institucionais (pactos de ges-
tão, marcos regulatórios etc.) que permitam ou facilitem a implementação da ação e, se 
avaliados como necessários, justificar e propor o conteúdo mínimo para sua elaboração; 
 identificação de pré-requisitos, técnicos, legais e/ou institucio-
nais para acesso aos recursos nas fontes de financiamento indicadas; 
 discriminação da cadeia de comando e direção dos órgãos financiado-
res e/ou executores da intervenção, com destaque para o dirigente responsá-
vel por receber e dar continuidade à solicitação/demanda pela intervenção; 
 identificação dos atores políticos (autoridades dos poderes executivo e legis-
lativo, principalmente) com potencial interesse com a implementação da 
ação, favorável ou não, destacando-se os potenciais parceiros para articulação; 
 estratégias para agendamento e participação de reuniões com as autori-
dades, responsáveis pelo financiamento e/ou execução da intervenção (con-
tatos prévios, participantes, material a ser elaborado para reunião etc.); e 
 estratégias para acompanhamento e divulgação do estágio de desen-
volvimento das ações selecionadas e em efetiva implementação. 
61
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Exemplo de fluxograma com o detalhamento de uma das ações do MOP do PIRH Paranapanema, 
disponível na íntegra em bit.ly/3S73XSG
STR C.2.1 - Elaboração de estudo de caracterização do perfil de uso da água na 
indústria 
Avanços vem sendo feitos também no monitoramento da implementação dos pla-
nos, na medida em que são propostas ações cujos resultados possam ser monitora-
das por meio de indicadores de desempenho e de resultado nos recursos hídricos 
avaliados a cada ciclo de implementação.
Além das ações de alçada do SINGREH, os planos de recursos hídricos devem ser 
capazes de estabelecer as pontes e as interfaces com os outros setores, propondo 
ações que alavanquem e contribuam com a melhoria da quantidade e qualidade das 
águas da bacia. Como exemplo, pode-se citar os investimentos em saneamento, que 
embora tenham efeitos sobre a melhoria da qualidade da água nas bacias, são medi-
das sobre as quais o SINGREH não tem governabilidade. Outras ações de alavanca-
gem do orçamento associado podem estar conectadas a articulação institucional, 
comunicação e projetos de apoio a ações de alavancagem do orçamento setorial 
associado a ações de menos custo, mas fundamentais para os investimentos reque-
ridos, como os planos municipais de saneamento básico para pequenas prefeituras, 
por exemplo. 
 
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A
1 - Elaborar TR 
para contartação 
de estudo de 
caracterizaçã do 
perfil de uso da 
água na indústria
2 - Solicitar 
informações 
sobre 
Outorga e 
Licenciamento 
Ambiental
3 - Informar 
sobre 
outorgas
4 - Informar 
sobre 
licenciamento 
ambiental
7 - Informar 
dados sobre 
uso da água 
e produção
5 - Acompanhar 
e incentivar a 
disponibilização 
de informações
8- Acompanhar 
e incentivar a 
disponibilização 
de informações
10 - Analisar 
e apresentar 
sugestões
11 - Analisar 
e apresentar 
sugestões
6 - Solictar 
dados aos 
usuários
9 - Consolidar 
informações, 
elaborar indicadores 
de perfil de uso da 
água e apresentarresultados aos 
comitês e usuários
12 - Consolidar 
a proposta 
final
Ofício e Banco de Dados
Ofício e Banco de Dados
Ofício e Banco de Dados
Relatório
Início Fim
Relatório Final
Relatório
http://bit.ly/3S73XSG
62
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
PLANO DE AÇÕES MANUAL OPERATIVO
PROPOSIÇÃO DE DIRETRIZES E
METAS PARA GESTÃO E DE
PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÃO DA
SOCIEDADE EM
REUNIÕES PÚBLICAS
EM TODAS AS ETAPAS
DO PLANO
PRIORIZAÇÃO E DETALHAMENTO
DE AÇÕES DE CURTO PRAZO
APROVAÇÃO
PELA INSTÂNCIA
COLEGIADA
FEEDBACK DA
IMPLEMENTAÇÃO
PARA ATUALIZAÇÃO
DAS AÇÕES E FUTURA
REVISÃO DO PLANO
ACOMPANHAMENTO
E MONITORAMENTO
DA IMPLEMENTAÇÃO
DO PLANO
PREPARAÇÃO DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO
MOBILIZAÇÃO NA BACIA,
PACTUAÇÃO DOS TERMOS DE
REFERÊNCIA E
ELABORAÇÃO DE
DIAGNÓSTICO PRELIMINAR
CONSOLIDAÇÃO
E INTEGRAÇÃO DAS AGENDAS
SETORIAIS E DE
RECURSOS HÍDRICOS
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
FUTUROS COM BASE EM
HIPÓTESES SOCIOECONÔMICAS,
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E
IMPACTOS NO
BALANÇO HÍDRICO
APRIMORAMENTO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE 
RECURSOS HÍDRICOS
63
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
O conjunto desses aprimoramentos na elaboração dos PRHs resultou em várias 
melhorias. Em primeiro lugar, observa-se uma diminuição dos prazos de elaboração 
e maior possibilidade de implementação e monitoramento de suas ações, notada-
mente nos primeiros anos após sua aprovação, aproveitando-se da janela de oportu-
nidade resultante do ambiente participativo criado na construção do plano. 
Tanto os Manuais Operativos quanto os ciclos de implementação têm por vantagem 
manter os agentes da bacia hidrográfica e o próprio CBH permanentemente mobili-
zados em torno de uma agenda clara e de execução factível, frente às características 
específicas da dinâmica de uso da água na bacia. Além disso, como foco de planeja-
mento voltado às ações que estão dentro da governabilidade do sistema de gestão 
de recursos hídricos, facilita o detalhamento do arranjo institucional e das estraté-
gias necessárias para a sua efetiva implementação.
Com base nessas reflexões e constatações, são apresentadas a seguir propostas de 
diretrizes, de conteúdo e de papel (funcionalidade) para os diferentes recortes ter-
ritoriais dos planos de recursos hídricos - nacional, estaduais ou de bacias hidrográ-
ficas.
64
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Articulação entre os Diversos 
Processos de Planejamento
O plano de recursos hídricos é o instrumento da política de recursos hídricos res-
ponsável pela articulação com a gestão do uso do solo uma vez que deve ir além 
da agenda restritamente relacionada a recursos hídricos e ser capaz de enxergar as 
interfaces ou pontes entre ela e as diversas políticas setoriais que tem a água como 
insumo em seus processos. Não se trata, portanto, de ser um plano de desenvolvi-
mento setorial, mas sim de prever ações que sejam da ingerência do SINGREH e que 
gerem informações que subsidiem e orientem as ações setoriais específicas. 
A Lei Federal nº 9433, de 1997, em seu art. 3º, incisos III e V, indica que a gestão de 
recursos hídricos deve ser integrada com a gestão ambiental e em articulação com 
a de uso do solo e em integração com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras. 
Compete à União promover a integração de programas e ações relacionados à pro-
teção e à gestão ambiental e a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente 
com as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e 
outras.
PESCA E TURISMO
INFRAESTRUTURA 
HÍDRICA
ENERGIA
AGROPECUÁRIA
SANEAMENTO BÁSICO
URBANO E RURAL
INDÚSTRIA, 
TERMOELETRICIDADE 
E MINERAÇÃO
CONSERVAÇÃO E 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
TRANSPORTE
GESTÃO DE
RECURSOS HÍDRICOS
AGENDAS DO PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS
65
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Relação entre PRHs
É fundamental que sejam estabelecidos escopos específicos para cada recorte espa-
cial e um modelo de articulação entre os diversos tipos de PRHs em busca de maior 
sinergia entre os planejamentos em um mesmo território, e maior eficiência e eficá-
cia do instrumento como um todo. 
Atualmente, a Resolução CNRH nº 145/2012 dá diretrizes para a elaboração de PRHs 
de Bacias Hidrográficas. Importante ressaltar que a resolução em questão trata ape-
nas de PRHs de bacias hidrográficas, não discutindo ou apresentando definição de 
escopo para os PERHs e o PNRH ou diretrizes para a interrelação entre eles. Uma 
adequada interação entre esses planejamentos dará mais força e efetividade à pró-
pria gestão e à Política Nacional de Recursos Hídricos, seja para o País, Estado ou 
bacia hidrográfica, e contemplará o princípio da economicidade da Administração 
Pública no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). 
Ao considerar que os diversos recortes de PRHs tenham caráter complementar, serão 
evitadas sobreposição de estudos e diretrizes ou programas conflitantes, evitando o 
dispêndio desnecessário de recursos e tempo.
Uma vez que a maior parte dos estados brasileiros já possui seus PERH elaborados, 
assim como uma grande parte das bacias hidrográficas interfederativas e estaduais, as 
reflexões neste encarte contribuem para a elaboração de novos planos ou a revisão e 
atualização dos planos já existentes com vistas a uma maior interação. O PNRH 2022-
2040 trouxe diretrizes nesse sentido. De maneira geral, entende-se que o PNRH é um 
instrumento estratégico, os planos de bacias – principalmente as interfederativas - 
têm papel tático e operacional e os PERHs cumprem dupla função sendo estratégico 
sem deixar de lado os aspectos táticos e operacionais de forma pontual e objetiva. 
 
RELAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS RECORTES DE PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
PLANOS ESTADUAIS DE
RECURSOS HÍDRICOS
DIRETRIZES
DADOS
Toda a
bacia
Afluentes
estaduais
PLANOS DE BACIAS
INTERESTADUAIS
(PIRH + PARH)
PLANOS DE
BACIAS
ESTADUAIS
PROGRAMA NACIONAL DE
SEGURANÇA HÍDRICA
(PSH)
PLANO NACIONAL DE
RECURSOS HÍDRICOS
(PNRH) 2022-2040
PROGRAMA NACIONAL DE
REVITALIZAÇÃO DE BACIAS
HIDROGRÁFICAS
Diretrizes em nível Estadual e para
articulação com UF’s vizinhas
(ESTRATÉGICO/TÁTICO)
Diretrizes para gestão por 
bacia hidrográfica estadual 
ou interestadual 
(ESTRATÉGICO/TÁTICO)
Macrodiretrizes: Diretrizes
Nacionais de articulação
entre os entes do SINGREH
(ESTRATÉGICO)
66
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
As Unidades de Gestão 
de Recursos Hídricos 
(UGRHs) abrangem 
bacias de rios de domínio 
da União e seus afluentes. 
Devem servir de referência 
territorial para a 
elaboração de novos PRHs 
de bacias interfederativas. 
Estão disponíveis em 
tinyurl.com/2p9d4dyt
Plano Nacional de Recursos Hídricos 2022 - 2040
Com caráter estratégico, o PNRH é o instrumento de planejamento de abrangência 
nacional que norteia a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos. 
Inicialmente, o PNRH deve propor indicadores de impacto de alcance nacional e 
estabelecer as metas para esses indicadores, em consonância com os Objetivos 
do Desenvolvimento Sustentável (em especial o ODS 6). O monitoramento desses 
indicadores ao longo do horizonte do plano deve se dar por meio dos relatórios de 
conjuntura anuais, tendo como linha de base o Relatório de Conjuntura 2021, que 
é o Diagnóstico e Prognóstico do PNRH 2022-2040. A base de dados para o Diag-
nóstico do PNRH é consolidada e disponibilizada no âmbito do Sistema Nacional de 
Informações em Recursos Hídricos (SNIRH) e deve ser usada como referência inicial 
para as demais escalas de planejamento. Igualmente, as projeções de demandas, os 
cenários prospectados para o PNRH e seus possíveis impactos no balanço hídrico 
futuro devem ser apropriados pelos PERHs e dar o indicativo de foco nas bacias 
de seus territórios. Os principais eixos de planejamento previstos no PNRH para a 
construção de seus programas devem ser função dos resultados do diagnóstico e do 
prognóstico desenvolvidos.
OPNRH deve ter caráter integrador regional, institucional e setorial. Sua finalidade 
principal é estabelecer as diretrizes gerais para o fortalecimento do sistema de ges-
tão de recursos hídricos no país e para a aplicação e aprimoramento dos instrumen-
tos de gestão. Essas diretrizes devem ter rebatimento no âmbito dos PERHs e nos 
planos das bacias compartilhadas, cabendo a estes últimos a discussão de proble-
mas específicos das características de um ou outro estado brasileiro e localizados em 
alguma sub-bacia hidrográfica. O PNRH tem, ainda, importante função de definir os 
papéis e escopos dos demais planos em suas diferentes escalas espaciais e esferas 
de atuação. 
Dada a grande variabilidade regional no País (quanto aos aspectos físicos e ins-
titucionais) e, considerando o caráter descentralizado e compartilhado da gestão 
de recursos hídricos, o PNRH tem especial atenção no fortalecimento dos órgãos 
gestores e das instâncias colegiadas, direcionando o foco das ações desses entes 
nas bacias interfederativas (Unidade de Gestão de Recursos Hídricos da União - 
(UGRH). Ao considerar as especificidades regionais, deve promover o desenvolvi-
mento da articulação vertical e integração entre os entes do SINGREH nas Unidades 
da Federação envolvidas, visando a gestão compartilhada e a solução de questões 
específicas nessas bacias. Como exemplo de questões a serem solucionadas, temos 
a instalação de agências de bacia (ou entidade delegatária) únicas por bacia ou 
a implementação de instrumentos de gestão, como a cobrança, por exemplo, que 
sofrem por conflitos legais entre os modelos previstos para a União e para os Estados 
e entre os prazos de implementação. 
http://tinyurl.com/2p9d4dyt
67
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Lagoa Mirim/Chuí 24.909 Vaza-Barris 16.458
Uruguai 174.416 Sergipe 3.727
Mampituba 1.724 São Francisco 604.533
Iguaçu 65.718 Mundaú/Paraíba 7.887
Bacias Interestaduais do Litoral SC/PR 575 Bacias Interestaduais do Litoral AL/PE 1.074
Ribeira do Iguape 25.701 Bacias Interestaduais do Litoral PE/PB 3.320
Paraná 323.479 Bacias Interestaduais do Litoral PB/RN 7.466
Paranapanema 107.341 Piancó-Piranhas-Açu 43.906
PCJ 15.291 Córrego da Mata 2.021
Paraíba do Sul 61.593 Parnaíba 336.187
Bacias Interestaduais do Litoral SP/R 1.111 Gurupi 34.907
Grande 143.094 Oiapoque 12.470
Itabapoana 4.844 Jari 58.669
Paraguai 361.684 Tocantins-Araguaia 912.083
Paranaíba 223.259 Xingu e Interbacias Xingu-Tapajós 554.806
Doce 86.226 Tapajós e Interbacias Tapajós-Madeira 588.258
São Mateus 13.927 Bacias Interestaduais Margem Esquerda do Amazonas 119.297
Itaúnas 4.968 Madeira e Interbacias Madeira-Purus 599.815
Mucuri 15.403 Negro 628.415
Jequitinhonha 69.815 Purus e Interbacias Purus-Juruá 437.607
Bacias Interestaduais do Litoral BA/MG 25.282 Juruá e Interbacias Juruá-Jutaí 178.644
Verde Grande 30.657 Javari e Interbacias Javari-Juruá 185.629
Pardo 32.605 Bacias Transf. Da Margem Esquerda do Solimões 93.374
Real 9.112
38
7
43
27
42 40 39
44
14
2
34
15
8
46
45
12
4
41
47
16
20
10
37
21
6
1
32
35
2322
9
25
19
17
36
24
28
31
18
13
26
3
30
33
5
11
29
UNIDADES DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS DA UNIÃO CONSIDERADAS 
PARA O PNRH 2022-2040
Área (Km²) Área (Km²) 
1
2
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
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Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Ainda no aspecto institucional, o PNRH tem um papel importante no avanço do 
modelo de gestão de recursos hídricos no Brasil. Para fins de contextualização, cabe 
destacar que o modelo de gestão completo, tal qual preconizado pela Lei 9.433, que 
inclui todos os entes e componentes existentes para aplicação na gestão de recursos 
hídricos, ainda não foi implantado em grande parte do país e se mostra com menor 
perspectiva de implantação em regiões com conflitos esparsos, com baixa capaci-
dade global de arrecadação via Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos, com perfil 
de uso pouco diversificado ou, ainda, de pequena extensão territorial e baixa densi-
dade demográfica. Portanto, é fundamental que o PNRH preveja análise de outras 
possibilidades de gestão para essas situações, visando estabelecer as diretrizes e o 
foco do planejamento dessas bacias, que não necessariamente demandam todo o 
arcabouço de gestão de recursos hídricos disponível. 
No aspecto setorial, o PNRH deve ser o responsável por dar as diretrizes para o forta-
lecimento da articulação horizontal com outros órgãos do executivo federal respon-
sáveis pelas políticas setoriais com as quais o SINGREH se relaciona, principalmente 
a ambiental, energética, agropecuária, hidroviária e de saneamento. Tal fortaleci-
mento contribuirá com que estes setores considerem as prioridades do PNRH na 
execução de suas Políticas. Além disso, as ações do PNRH devem propor maneiras e 
arranjos visando a integração entre os respectivos instrumentos de gestão. A inter-
face com outras políticas foi melhor abordada anteriormente.
O PNRH tem também papel central na definição de temas estratégicos que carecem 
de regulamentação, quer seja pela revisão de normativos existentes, ou pela edi-
ção de novos, atualizando o arcabouço legal de referência para a gestão, definindo, 
assim, sua consequência regulatória.
Por fim, o PNRH deve trazer para a discussão da gestão de recursos hídricos aspec-
tos ainda pouco explorados, mas de grande sensibilidade para os recursos hídricos. 
Nessa lista podem-se incluir temas mais elaborados, como adaptação e mitigação 
das mudanças climáticas, ou debatidos mais recentemente, como o reúso da água e 
seu impacto no balanço hídrico ou nos indicadores de segurança hídrica. Essa lista 
pode abranger também crises hídricas recentes, dessalinização, diversificação da 
matriz hídrica, respostas a acidentes e eventos extremos, impactos do desmata-
mento no ciclo hidrológico, questões de gênero, gestão integrada em bacias trans-
fronteiriças e outras questões que permeiam o tema água. 
69
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Planos Estaduais de Recursos Hídricos (PERHs)
Os PERHs devem observar as diretrizes do PNRH para questões específicas da ges-
tão compartilhada nas bacias federais em seu território e concentrar seus planos de 
ações na organização e fortalecimento do SEGRH, no desenvolvimento da base legal 
para o estado, na aplicação dos instrumentos de gestão conforme especificidades 
demonstradas nos PBHs elaborados em seu território (planos de bacias estaduais), 
na articulação intersetorial e na conservação dos recursos hídricos. Nesse sentido, o 
PERH se mostra estratégico para a gestão estadual e a relação com os outros entes 
do SINGREH e, ao mesmo tempo, operacional uma vez que propõe questões relacio-
nadas à operação e implementação dos instrumentos de gestão no estado. 
De maneira geral, a forma como os PERHs se relacionam com os vários planos de 
bacias elaborados em seu território, deve ser estabelecida no PNRH, considerando 
aspectos regionais. Nos casos das bacias que já dispõem de seus planos de recursos 
hídricos, suas bases de dados devem ser aproveitadas para apoio a todas as etapas 
do PERH. Por outro lado, assuntos já tratados em detalhe no diagnóstico dos PERH 
não precisam ser revistos na elaboração ou revisão dos planos de bacia afluentes 
ou estaduais. Como exemplo objetivo, podem ser citados os diagnósticos de meios 
físico, biótico e socioeconômico que usualmente já são realizados com bastante 
detalhe nos PERH ou plano de bacias interfederativa e que, portanto, podem ser 
aproveitados nos planos de bacias afluentes ou estaduais. Nesse caso, basta partir 
da mesma base de dados já gerada e disponibilizada no plano com recorte de área 
superior e apresentar os resultados detalhando a escala, ganhando tempo e recursos 
e evitando a realização de estudos em duplicidade. Nesse mesmo contexto,as aná-
lises legais e institucionais realizadas nos PERH já devem valer para os planos de 
bacias afluentes ou estaduais e para a porção dos planos de bacias interfederativas 
dentro de seu território.
Do aspecto estratégico, o PERH deve ser o lócus de articulação das políticas seto-
riais e regionais com a política nacional e estadual de recursos hídricos, por meio 
dos cenários de balanço hídrico. Os cenários dos PERHs devem partir dos cenários 
do PNRH, mas devem apresentar potencialidades de disponibilidade de recursos 
públicos para investimento nas bacias em seu território e, não menos importante, 
apontar ao setor privado as oportunidades e restrições relacionadas com a expansão 
do uso da água, considerando mudanças climáticas e vocações regionais, incluindo 
a indicação de áreas e ações para a preservação e conservação dos recursos hídri-
cos. Por tratar dos recursos necessários para uma série de setores como agrope-
cuária, energia, transportes (hidrovias), saneamento, o plano estadual deve ser o 
documento com a indicação das diretrizes de ação articuladas entre os diferentes 
setores. As diretrizes e recomendações dos PERHs devem proporcionar aos usuários 
a oportunidade de se envolverem com os resultados buscados nos PBHs, sejam de 
aumento da disponibilidade, de redução da demanda, de melhorias na qualidade da 
água ou outras ações previstas. 
70
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Se faz necessário que o PERH desenvolva programas que levem à implementação 
das diretrizes do PNRH no âmbito estadual e, ao mesmo tempo, indique as diretri-
zes para a atuação do órgão gestor nas bacias hidrográficas, para detalhamento no 
respectivo plano de bacia, seja estadual ou Interestadual. Nesse sentido, os resul-
tados do PERH devem indicar o foco de estudos a serem realizados em cada bacia 
hidrográfica em seu território, considerando os principais problemas detectados. No 
caso dos PRHs das bacias hidrográficas serem anteriores aos PERHs, eles podem dar 
o foco da atuação do órgão gestor estadual indicando áreas com maior pressão sobre 
os recursos hídricos, em que a implementação dos instrumentos de gestão deva ser 
priorizada.
Considerando as diretrizes do PNRH de se prever a articulação entre os sistemas 
estaduais e a União, os PERHs devem prever caminhos para que a articulação com as 
UFs vizinhas seja possível em várias situações (dado que cada UF pode compartilhar 
diversas bacias com diversas UFs). Essa articulação deve referenciar as condições 
de atuação dos respectivos CBHs, agências de água e atuação local dos órgãos do 
sistema de gestão. Tais condições devem ser o foco do diagnóstico institucional dos 
planos de bacia, que devem apresentar o funcionamento de seu CBH e agência de 
água e verificar os pontos positivos e negativos de sua atuação, envolvendo, no caso 
do comitê, a qualidade das discussões e temas abordados e deliberações estabeleci-
das, por exemplo. 
Ainda no contexto de articulação, também deve-se propor elementos para uma rela-
ção adequada entre os órgãos gestores estaduais e a ANA no desenvolvimento das 
ações de gestão em cada estado. Pelo fato de a ANA ser o órgão nacional e central no 
sistema de gerenciamento de recursos hídricos, as informações disponíveis no Sis-
tema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos ( SNIRH) podem ser mais 
bem aproveitadas pelos estados para o seu processo de gerenciamento e integra-
ção de políticas. Esse tipo de alinhamento, planejado, gera eficiências financeiras e 
gerenciais que devem ser amplamente aproveitadas dentro dos PERH.
As ações dos PERHs devem direcionar também a gestão nas bacias estritamente 
estaduais, aquelas que nascem no território estadual e drenam para o oceano, não 
afluindo a nenhum rio de domínio da União, e procurar resolver questões específicas 
de cada estado, devidamente apontadas pelo PNRH. Nesse sentido, como um exem-
plo, estados que têm parcela de suas bacias no semiárido devem considerar questões 
relacionadas à segurança hídrica com a avaliação da situação dos reservatórios e 
açudes existentes, previstos e seu nível de atendimento às suas demandas. Além 
disso, seus planos de ações devem abordar com maior detalhe as alternativas de 
novos barramentos que possam dar maior segurança hídrica ao estado e desenvolver 
análises de risco com abordagens climáticas e hidrológicas. Nesse sentido, o PERH 
assume também funções de um Plano de Segurança Hídrica Estadual, verificando 
diferentes alternativas que possam incrementar os níveis de atendimento aos usos 
de águas do estado. No entanto, para se propor essas alternativas, são necessárias 
dados e informações mais detalhadas de disponibilidade hídrica e demandas por 
água, que são obtidas nos PBHs.
Disponível em: 
www.snirh.gov.br
71
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
É importante que os estados disponibilizem em seus sítios eletrônicos os documen-
tos completos de seus planos de recursos hídricos e a base de dados de referência 
do plano além do detalhamento dos programas, projetos e ações propostos. Por fim, 
também é importante que, sempre que haja previsão legal para tal, os PERHs abor-
dem temas como prioridades de outorga, propostas de áreas de restrição de usos, 
propostas de critérios e diretrizes para instrumentos de gestão dos recursos hídricos, 
critérios para a racionalização de usos, dentre outros.
Planos de Bacias Hidrográficas
Os PBHs interfederativas ou de afluentes devem, por sua vez, ter caráter operacional, 
e seu principal componente de estudo e consequentemente de suas ações, deve ser 
o de compatibilização de usos e solução de conflitos. Assim, seu foco deve se dar 
em análise de demandas, ofertas hídricas e balanço hídrico. Com isso, os planos de 
bacias interfederativas ou estaduais devem considerar os cenários de crescimento 
de demandas previstos nos PERHs, avaliar as necessidades de aprimoramentos na 
aplicação dos instrumentos de gestão visando a compatibilização de usos e apre-
sentar diretrizes para os órgãos gestores de recursos hídricos e respectivos PERHs, e 
recomendações para os entes do SEGRH, notadamente os CBHs e agências de bacias.
As bacias estaduais podem ser separadas em dois tipos: i) as bacias estaduais conti-
das em bacias de rios interfederativos (UGRHs), ou seja, bacias afluentes (a grande 
maioria das bacias de rios de domínio estadual); ii) bacias estaduais que desaguam 
diretamente no Oceano Atlântico. Para o primeiro caso, o planejamento deve se dar 
ao mesmo tempo e de forma integrada ao da UGRH continente, o que deve ser reco-
nhecido no PERH por meio de diretrizes que garantam a otimização da compilação 
da informação entre os planos, e o relacionamento dos instrumentos e elementos 
do SEGREH com os entes federativos vizinhos. No segundo caso, a responsabilidade 
sobre essas bacias é exclusiva dos estados, cabendo ao PERH direcionar e planejar 
as ações necessárias. A título de exemplo, o PERH pode estabelecer ali um marco 
legal para a gestão dos recursos hídricos, não necessitando, necessariamente, de um 
plano de recursos hídricos, com todos seus componentes (diagnóstico, prognóstico 
e programa de ações).
72
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
SÍNTESE SOBRE ESCOPO DAS ESCALAS DE PLANOS E A RELAÇÃO ENTRE ELES 
Com base no que foi discutido neste encarte, apresenta-se uma síntese das propos-
tas de avanços para os novos planos de bacia (interfederativa e estadual), a serem 
elaborados ou revisados, para cada etapa do processo de elaboração. 
Diagnóstico preliminar e base hidrográfica de referência
Um importante avanço na etapa de diagnóstico dos PBHIs foi a previsão de fase pre-
liminar à contratação de apoio para a elaboração dos planos, o chamado Diagnóstico 
Preliminar. Esta fase é o momento propício para que os órgãos gestores envolvidos 
na gestão da bacia compartilhada organizem e façam o alinhamento sobre as bases 
de informações que servirão de referência para o diagnóstico e prognósticodo Plano 
(disponibilidade, demandas, outorgas, cadastros e balanço hídrico), o que contribui 
com a otimização da discussão sobre o Diagnóstico durante a elaboração do Plano, 
permitindo que ele seja mais sucinto e focado em temas afetos aos recursos hídricos 
e que maiores esforços junto à bacia sejam alocados nas etapas mais propositivas.
Entende-se como 
bacia compartilhada 
aquela cuja área de 
abrangência cobre o 
território de duas ou 
mais Unidades da 
Federação ou países 
fronteiriços.
PARH - Plano de bacia de rio afluente ao rio de domínio da União
PBHE - Plano de bacia de rio estritamente estadual, que drena para o oceano
PLANO NACIONAL DE
RECURSOS HÍDRICOS
(PNRH) 2022-2040
 Indicadores de impacto em nível 
nacional (Conjuntura);
 Metas nacionais estabelecidas por 
UGRH/RH e/ou por estado.
 Diretrizes para instrumentos de 
gestão e para o SINGREH;
Diretrizes para integração e 
articulação com o planejamento 
setorial e outras políticas públicas e 
entre as instituições atuantes dentro 
das UGRHs.
PLANOS DE BACIAS
INTERESTADUAIS
(PIRH)
PLANOS ESTADUAIS DE
RECURSOS HÍDRICOS
(PERH)
PLANOS DE BACIAS 
ESTADUAIS
(PBHE)
 Fortalecimento institucional SEGRH;
 Aplicação dos instrumentos de gestão 
conforme especificidades das sub-bacias 
(Operacional do OGERH);
 Diretrizes para a relação com os SEGRHs 
dos Estados vizinhos;
 Articulação intersetorial. 
 Disponibilidade, demanda e balanço hídrico 
por trecho de rio (detalhamento por ottobacia 
ou sub-bacia);
 Compatibilização dos usos da água e gestão 
de conflitos;
 Diretrizes para os instrumentos de gestão.
 Especificidades das bacias afluentes;
 Parte integrante do Plano de Ações da 
bacia compartilhada.
 Disponibilidade, demanda e balanço 
hídrico por trecho de rio (detalhamento por 
ottobacia ou sub-bacia);
 Arranjo institucional;
 Especificidades das bacias afluentes.PLANOS DE BACIAS
AFLUENTES
(PARH)
Orientação
OrientaçãoIntegração
Articulação
73
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Essa base de informações organizada no Diagnóstico Preliminar deverá ser, após a 
validação pela bacia durante as etapas de diagnóstico e prognóstico, a base para a 
implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos na bacia, em espe-
cial a outorga. Assim, ainda que se adote critérios de outorga distintos, importante 
que os órgãos gestores em bacias compartilhadas busquem uniformizar as séries de 
vazão e metodologia para cálculo da vazão de referência escolhida. 
Nesse sentido, destaca-se o pioneirismo das tratativas entre a ANA e o Instituto 
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) que culminaram na Resolução Conjunta nº 
ANA/IGAM 98, de 10 de dezembro de 2018, em cujo Art. 4º se define a adoção do 
plano de recursos hídricos de bacia compartilhada como instrumento comum de 
planejamento para corpos d'água de domínio da União e do Estado de Minas Gerais, 
cujo detalhamento da implementação será estabelecido em manual operativo a ser 
editado em conjunto. O Art. 3º da referida resolução determina ainda que os órgãos 
gestores trabalhem a integração de bases de dados de disponibilidade hídrica e de 
demanda pelo uso da água, o que levará ao balanço hídrico de referência a ser usado 
para implementação dos instrumentos tanto na esfera federal quanto estadual. 
Esforços similares de cooperação entre órgãos gestores estaduais e a União levarão 
a otimização de recursos e avanços na gestão compartilhada de recursos hídricos. 
Detalhamento de ações e programas
A análise dos planos de bacias de primeira geração salienta a necessidade de maior 
nível de detalhamento em seus programas para evitar a subjetividade e dúvida na 
execução de cada ação e dar suporte aos responsáveis para a efetiva implementação 
do plano. Nesse sentido, o nível de detalhamento de programas dos planos de bacias 
interestaduais de segunda geração pode ser usado como referência, sem prejuízo de 
maiores aprimoramentos. 
MODELO DE FICHA PARA DETALHAMENTO DAS AÇÕES NO PLANO DE AÇÕES
COMPONENTE ESTRATÉGICO: Define o Componente Estratégico ao qual o programa se vincula 
Objetivo Estratégico: Define do objetivo estratégico ao qual o programa está relacionado 
Programa: Apresenta o título do programa 
Justificativas: Descreve as justificativas para estabelecimento do programa 
Meta a Ser Atendida: Resgata a meta a ser atendida, predefinida, associada ao objetivo 
Diretrizes de Referência: Relaciona as diretrizes estratégicas que orientam a meta 
Atividades: Descreve as atividades a serem desenvolvidas para alcance da meta preestabelecida 
Natureza: Define se a ação é de natureza estrutural ou não estrutural 
Cronograma físico: Apresenta o cronograma físico de execução das atividades, considerando curto, médio e 
longo prazo, de acordo com o que prevê a meta 
Responsáveis Diretos: Define os responsáveis diretos pela execução das atividades 
Outras Instituições Envolvidas: Define outras instituições envolvidas com a execução das atividades 
Atuação do GAP: ( ) Execução ( ) Controle ( ) Apoio ( ) Acompanhamento 
Atuação dos Órgãos Gestores: ( ) Execução ( ) Controle ( ) Apoio ( ) Acompanhamento 
Estimativa de Custos: Define os custos totais decorrentes da execução das atividades 
Cronograma de Desembolso e Discriminação das Despesas: Desagrega os desembolsos no curto, médio e 
longo prazo, definindo ainda a natureza das despesas 
Fontes de Recursos: Sugere as fontes de recursos que poderão ser utilizadas para execução das atividades 
Indicadores de Monitoramento: Define os indicadores de monitoramento para acompanhamento do andamento 
das atividades e, portanto, para cumprimento da meta à qual elas se associam 
74
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Ressalta-se como aspecto de evolução nos planos de bacias interestaduais de 
segunda geração a definição de metas claras, mensuráveis e específicas relaciona-
das aos problemas identificados no diagnóstico e prognóstico da bacia de estudo. 
Trata-se de mais um aspecto em que os planos de bacias interestaduais de segunda 
geração podem ser também considerados como referência. Metas bem estruturadas 
permitem o monitoramento da implementação e do impacto das ações previstas do 
plano no atingimento dos seus objetivos.
Quanto ao processo de elaboração do plano de ações, um aperfeiçoamento proposto 
é a pactuação das metas e programas entre as entidades responsáveis pelas ações 
do plano, no âmbito do poder público. Essa pactuação vem sendo realizada no Plano 
Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo entre as Secretarias de Estado, Entidades 
Vinculadas, Sociedade Civil, órgãos colegiados e municípios, e no Plano Nacional de 
Recursos Hídricos - PNRH, cujas metas para o período de 2016-2020 foram pactu-
adas entre as entidades responsáveis em nível federal. Neste caso, recomenda-se 
para os planos de bacias estaduais ou interfederativas a serem elaborados ou revi-
sados que se defina estratégia de pactuação de seu plano de ações entre os entes 
responsáveis pelos programas, de forma que estejam de acordo e comprometidos 
com a alocação de recursos para a execução de cada meta ou ação sob sua respon-
sabilidade. 
Boa parte dos planos de bacias apresenta custos estimados para a execução dos pro-
gramas, mas não faz a devida vinculação com possíveis fontes de financiamento. 
Nesses casos, o plano de ação é elaborado, mas torna-se de difícil implementação 
uma vez que não há a indicação de recursos para financiamento de suas ações. Esse 
fato foi também motivo de aperfeiçoamento nos planos de bacias interestaduais 
de segunda geração com a apresentação de cada programa associado à sua devida 
fonte de recursos.
Ainda tratando dos custos, verifica-se que a maior parte dos planos de bacias apre-
senta ações de aperfeiçoamento do processo de gestão de recursos hídricos e forta-
lecimento institucional e, também, intervenções estruturais relacionadas a outros 
setores. Principalmenteno caso das obras de saneamento, os valores atingem mon-
tantes da ordem de bilhões de reais e, portanto, bastante superiores aos previstos 
para o processo de gestão ou fortalecimento institucional e dependem de fontes e 
entidades fora da governabilidade dos órgãos gestores de recursos hídricos. Nos pla-
nos de primeira geração o orçamento para gestão não ultrapassava os 8% do total 
Essa assimetria mascara o acompanhamento do real avanço da gestão na bacia e 
reduz a importância das ações sob governabilidade do SINGREH dentro do Plano.
Nos planos de bacias interestaduais de segunda geração esses orçamentos são apre-
sentados separadamente. O cerne do orçamento é composto por ações de gestão 
sob governabilidade direta dos órgãos gestores e das entidades delegatárias. As 
intervenções de responsabilidade de setores externos ao SINGREH são apresentadas 
em separado e constituem o chamado orçamento associado. Essa separação, no 
entanto, não impede que ações de gestão sejam desenhadas para subsidiar e ala-
vancar o orçamento associado.
75
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
As lições aprendidas mostram que é fundamental que o PRH traga diretrizes e ações 
que provoquem consequência regulatória nos atores do SINGREH envolvidos, ou 
seja, que tais diretrizes pautem resoluções da ANA, dos órgãos gestores estaduais e 
dos conselhos de recursos hídricos, bem como normativos/deliberações dos comitês 
de bacias. Além disso, o PRH deve conter ações que tragam real impacto orçamentá-
rio aos órgãos gestores e indiquem claramente a utilização de recursos da cobrança, 
em especial, naquelas áreas consideradas mais críticas pelo PRH.
Planejamento Integrado de Recursos Hídricos nas bacias comparti-
lhadas (PIRH + PARHs)
Há situações nas quais os planos das bacias afluentes não seguem os mesmos obje-
tivos e metas pactuadas para a bacia compartilhada, o que provoca a multiplicidade 
de planejamentos e gastos desnecessários com redundância de ações. Vários são os 
riscos de se ter diversos recortes espaciais de planejamentos no mesmo território: 
fragmentação do processo participativo e decisório; ausência de planejamento efe-
tivamente integrado; maior dificuldade operacional para a entidade delegatária; 
pulverização dos recursos humanos e financeiros. 
O Plano da Bacia Interfederativa não pode ser um plano apenas que considere como 
recorte espacial para o planejamento a calha do rio principal. Ao contrário, deve ser 
capaz de enxergar as especificidades das bacias de rios afluentes, o que só é possível 
tendo garantida a participação ativa dos comitês dessas bacias durante o processo 
de elaboração do plano da bacia compartilhada. Assim, torna-se mais natural e viá-
vel o reconhecimento por parte de todos os CBHs envolvidos do Plano da bacia com-
partilhada como o instrumento de planejamento realmente integrador da bacia, ao 
que chamamos de Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH).
Os planos das bacias afluentes, a que chamamos de Planos de Ação de Recursos 
Hídricos (PARHs) ou Planos Diretores de Recursos Hídricos (PDRHs) devem prefe-
rencialmente ser elaborados concomitantemente ao planejamento da bacia inter-
federativa, e, portanto, serem parte integrante do PIRH e considerar os mesmos 
objetivos, metas básicas, e se possível o mesmo horizonte de planejamento. Assim, 
os conteúdos e informações apresentados no PIRH passam a ser, portanto, reflexo 
das discussões e definições provenientes das bacias de rios afluentes. 
Como exemplo, no orçamento do primeiro PRH da bacia do rio Doce, houve a integra-
ção entre os planos de ações e investimentos dos PARHs dos afluentes com o plano 
de ações e investimentos da bacia interfederativa. A revisão do PIRH Doce iniciada 
em 2021 terá estratégia similar de integração. Outro exemplo exitoso de PIRH e 
PARHs elaborados em conjunto foi na bacia do Paraíba do Sul, cujo processo de 
revisão foi ajustado para que os planos das bacias afluentes fluminenses, mineiras e 
paulistas fossem elaborados concomitantemente ao PIRH e passassem a compor o 
próprio PIRH Paraíba do Sul e a ter seus respectivos manuais operativos integrados 
ao MOP do PIRH Paraíba do Sul.
76
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
PARH
Baixo Paraíba do Sul 
e Itabapoana
PARH
Piabanha
PARH
Rio Dois Rios
PARH 
Paraíba do Sul Paulista
PARH
Médio Paraíba do Sul
PARH
Preto-Paraibuna
PARH
Pomba-Muriaé
PIRH Paraíba do Sul
1 bilhão
(ações compartilhadas e específicas dos CBHs)
PRH
Baixo Paraíba do Sul 
e Itabapoana
PRH
Piabanha
PRH
Rio dois Rios
PRH 
Paraíba do Sul Paulista
PRH
Médio Paraíba do Sul
PRH
Preto-Paraibuna
PRH
Pomba-Muriaé
PRH
Paraíba do Sul
Instrumento comum 
de planejamento 
para toda bacia e não 
apenas para o “rio 
principal”; Garantia 
da participação dos 
CBHs afluentes e 
da incorporação das 
especificidades locais; 
Balanço hídrico de 
referência para decisão 
de órgãos gestores; 
planos de ações com 
mesma estrutura 
programática; MOP 
único para orientar 
implementação das 
ações.
Diversos planejamentos 
dissociados em um 
único território 
Plano do rio federal 
visto como “plano da 
calha”
+
=
LÓGICA PIRH+PARHs
CEIVAP
656 milhões
PARH
Baixo Paraíba do Sul 
e Itabapoana
R$ 22,7 MILHÕES
PARH
Piabanha
R$ 38 MILHÕES
PARH
Rio Dois Rios
R$ 26,7 MILHÕES
PARH 
Paraíba do Sul Paulista
R$ 211 MILHÕES
PARH
Médio Paraíba do Sul
R$ 25,9 MILHÕES
PARH
Preto-Paraibuna
27,9 MILHÕES
PARH
Pomba-Muriaé
R$ 27,4 MILHÕES
77
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Entende-se que, ao se elaborar um PIRH que de fato integre os diver-
sos PDRHs/PARHs dos afluentes em um instrumento de planejamento uni-
ficado, considerando as diretrizes específicas de cada afluente, teremos o 
fortalecimento do processo participativo e decisório, vinculado a um planejamento 
efetivamente integrador e que resultará em maior facilidade operacional das enti-
dades delegatárias e na otimização dos recursos humanos e financeiros da bacia. 
Estratégias para Implementação e 
Monitoramento dos PRHs
A implementação dos PRHs, mormente os de bacias hidrográficas, pode ser forte-
mente incrementada com a incorporação de alguns elementos e ações específicas: 
elaboração do manual operativo, facilitação do envolvimento do CBH e dos órgãos 
gestores, alinhamento do Plano de Aplicação Plurianual (PAP) com o MOP, antecipa-
ção da execução de ações para solução de problemas específicos, previsão de meca-
nismos para ampliar a capacidade dos órgãos gestores e monitoramento do impacto 
dos PRHs sobre os recursos hídricos. Considera-se que esses elementos de simples 
caráter administrativo, tratados a seguir e a presença mais efetiva do órgão gestor 
na bacia, são fundamentais para melhor implementação dos PRHs.
Elaboração do Manual Operativo do Plano (MOP)
Para promover a implementação dos planos, um avanço importante foi a elaboração 
do Manual Operativo do Plano, documento presente nos três planos de bacias inte-
restaduais mais recentemente elaborados pela ANA (PIRH-Paranapanema, PRH-Pa-
raguai e PIRH-Grande).
Acompanhamento da implementação dos planos por parte do CBH e 
dos OGRHs 
A elaboração do MOP favorece com que a implementação das ações priorizadas no 
curto prazo inicie logo após a aprovação do Plano, aproveitando o momento de mobi-
lização dos atores propiciado pelo processo de sua elaboração. O envolvimento dos 
órgãos gestores e do CBH na priorização e no detalhamento das ações prioritárias 
na bacia promove um ambiente de pactuação e compromisso para a implementação 
do plano. É importante que esse ambiente permaneça durante a implementação 
das ações e para isso pode-se lançar mão de ferramentas de acompanhamento e 
gerenciamento do andamento das atividades previstas para o cumprimento de cada 
ação. Assim o CBH pode cumprir o seu papel de monitorar e acompanhar a execução 
das atividades.
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Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
No caso da bacia do Paranapanema, o momento pós-plano foiaproveitado pelo CBH, 
que se apropriou da primeira versão do MOP, entregue com 20 ações, e se articulou 
por meio de sua Câmara Técnica de Instrumentos de Gestão para fazer, com o apoio 
da ANA, o detalhamento de mais outras 28 ações. Todas as atividades detalhadas 
para as 48 ações (o que fazer, entidade responsável, prazo para execução) foram 
cadastradas em uma ferramenta de gestão de projetos, o que vem permitindo ao 
CBH e aos órgãos gestores o acompanhamento pari passu da execução das ativida-
des e a avaliação do grau de implementação do plano como um todo.
Alinhamento do Plano de Aplicação Plurianual (PAP) dos recursos da 
cobrança com o Manual Operativo 
O Plano de Aplicação Plurianual – PAP constitui ferramenta de auxílio à execução 
orçamentária em médio prazo (5 anos) dos recursos da cobrança pelo uso de recur-
sos hídricos para a implementação do plano de recursos hídricos da bacia hidrográ-
fica, refletindo suas estratégias, diretrizes e metas. 
É essencial que o PAP guarde compatibilidade com os componentes e programas do 
plano e suas respectivas ações priorizadas, considerando a projeção de disponibili-
dade dos recursos oriundos da cobrança na bacia. Dessa forma, o plano de ações do 
Plano de Recursos Hídricos e o MOP (Planejamento Programático) constituem docu-
mentos base para a elaboração do PAP (Planejamento Orçamentário) .
ARTICULAÇÃO ENTRE PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
ESTRATÉGICO/TÁTICO
TÁTICO
TÁTICO/OPERACIONAL PAP (5 anos) 
MOP (5 anos)
PRH (20 anos)
Programas e 
Ações do 
Plano
Ações do Ciclo de 
Implementação 
(orçamento Singreh + 
recursos cobrança)
Ações do Ciclo de 
Implementação 
(recursos cobrança)
OPERACIONAL POA (anual)
79
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Previsão de mecanismos que ampliem a capacidade de atuação dos 
órgãos gestores
A depender da bacia e da necessidade de apoio operacional aos órgãos gestores, o 
plano pode prever a contratação de estrutura que sirva de braço operacional dos 
órgãos gestores na bacia. No caso do PRH Piancó-Piranhas-Açu, por exemplo, foi 
prevista a instalação de um escritório técnico-operacional que ampliou significan-
temente a capacidade de atuação dos órgãos gestores, com a realização rotineira 
de atividades de campo como cadastro de usuários, medição de vazões e acompa-
nhamento da operação de reservatórios. A atuação do escritório contribuiu para a 
melhoria da informação sobre os usuários e sobre os reservatórios na bacia, apri-
morando a outorga, a alocação negociada, a segurança de barragens e a fiscaliza-
ção na região. Experiência similar vem sendo empreendida na bacia do São Marcos, 
afluente do rio Paranaíba.
Monitoramento do desempenho dos planos e do impacto sobre os 
recursos hídricos
Em que pese o número de planos de recursos hídricos elaborados, sua abrangên-
cia, cobrindo boa parte da superfície do país e, principalmente, a evolução que vem 
sendo observada na forma de elaboração, um aspecto que ainda necessita aperfei-
çoamento se refere ao monitoramento de sua implementação e dos resultados de 
suas ações. Avaliando-se os planos de bacias hidrográficas já elaborados, observa-
-se, de uma maneira geral, a ausência de proposição de ferramenta ou indicadores 
de monitoramento objetivos que permitam aos órgãos responsáveis ou à sociedade 
acompanhar a implementação de suas ações e ter resultados em termos de nível de 
execução das ações e/ou sua efetividade para a bacia. Em alguns casos, há a defini-
ção de indicadores para monitoramento dos planos, que, porém, não se encontram 
calculados ou validados. Além disso, não são apresentadas informações sobre metas 
limites para serem atingidas quanto aos indicadores porventura propostos. 
Nesse sentido, os planos de bacias interestaduais de segunda geração apresentaram 
avanços significativos, tais como indicadores, curvas de avanço, e painel de controle, 
que podem ser referência para o desenvolvimento de metodologias similares em 
novos planos de bacias estaduais ou interfederativas.
80
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
Importância do monitoramento e avaliação 
A utilização de indicadores para o monitoramento dos planos permite a avaliação 
específica dos principais avanços e potenciais problemas no seu cumprimento, 
dando suporte a tomadas de decisão em tempo hábil dos entes responsáveis. Várias 
são as vantagens de se monitorar a implementação dos planos:
 Acompanhar de forma sistematizada o andamento de cada um dos programas, 
incluindo as diversas interfaces institucionais que os envolvem;
 Endereçar dificuldades que eventualmente se apresentem;
 Mensurar os resultados do plano, analisar tendências e gerir seu desempenho;
 Dar suporte a uma análise crítica de situação;
 Indicar necessidades de ajustes que permitam melhorar a estratégia de exe-
cução; 
 Dar suporte ao processo de revisão e repactuação das metas e objetivos do 
plano; e
 Comunicar / divulgar resultados de desempenho do Plano.
Cada meta/atividade do plano deve ter seu indicador de acompanhamento e deve ter 
um resultado isolado e individual de verificação de seu cumprimento. Além disso, é 
importante que seja considerada uma metodologia de agregação, de forma a possi-
bilitar o cálculo de um indicador global de avanço da implementação das ações do 
plano como um todo, totalizando o atendimento aos seus objetivos e metas ao final 
de seu horizonte.
Monitoramento de Planos de Recursos Hídricos
Indicadores: são elementos de gerenciamento que permitem o acompanhamento do desempe-
nho e da efetividade de implementação de uma estratégia ao permitir verificar o atingimento 
dos objetivos propostos. As metas devem ser estabelecidas a partir dos indicadores.
Indicadores de desempenho: visam monitorar um processo por meio da verificação da execução 
das etapas ou atividades necessárias ao seu cumprimento integral.
Indicadores de impacto (ou de resultado): é o tipo de indicador que considera na sua avaliação 
o resultado efetivo de uma ação.
81
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
De uma forma geral, podem ser identificados dois tipos principais de indicadores 
para monitoramento de um plano de ações. O primeiro trata dos indicadores de 
performance ou desempenho, que dizem respeito ao acompanhamento do cumpri-
mento das ações previstas nos planos. Essa modalidade de indicadores é bastante 
útil para verificar se as ações previstas nos planos de ações são efetivamente execu-
tadas de forma a atingir o objetivo específico de cumprimento de suas metas. 
O segundo tipo de indicador para monitoramento de um plano de recursos hídricos 
trata do impacto ou resultado da execução das ações ou atividades propostas. Ou 
seja, esse tipo de indicador permite aferir se as ações em curso têm apresentado 
resultados efetivos de acordo com o planejado. 
Os indicadores de performance ou desempenho já vêm sendo propostos nos últimos 
planos de bacias interestaduais desenvolvidos pela ANA (bacias dos rios Paranapa-
nema, Grande e Paraguai), tendo sido considerados nos respectivos manuais ope-
rativos e com ferramentas de monitoramento. Da mesma forma, foram propostos 
indicadores de performance para o PNRH - Plano Nacional de Recursos Hídricos na 
revisão desenvolvida no ano de 2016, para o ciclo 2016-2020, tendo sido proposta 
ação para desenvolver metodologia e monitoramento de resultados do PNRH 2022-
2040. Porém, a definição de indicadores de resultado para monitoramento dos pla-
nos não tem sido usual. 
De fato, podem ocorrer situações em que as ações planejadas são cumpridas, mas 
não levam ao alcance dos objetivos previstos inicialmente para a melhoria das con-
dições de qualidade ou quantidade de um corpo de água ou para aperfeiçoamento do 
processo de gestão. Sendo assim, nessa situação, podem ser necessários ajustes no 
plano desenvolvido para que sejam identificadas ações que devem ser melhoradas 
ou ter sua estratégia de implementação adaptada para levar a resultados mais efe-
tivos paraa bacia hidrográfica. Nesse sentido, as revisões periódicas dos planos de 
ações ao final de cada ciclo de implementação ganham importância para que corre-
ções de rumos necessárias possam ser feitas e os objetivos finais sejam alcançados. 
Com isso, verifica-se que esses dois tipos de indicadores devem ser aplicados de 
forma conjunta com o objetivo de acompanhar o cumprimento das ações previstas 
(indicadores de performance ou desempenho) e verificar os seus resultados efetivos 
para a bacia (indicadores de impacto ou resultado). Ou seja, é fundamental ir além 
do acompanhamento das ações, com a verificação dos resultados efetivos dos planos 
desenvolvidos e de suas ações.
82
Capitulo 4 - Análise Crítica do Instrumento e Desafios
83
Capitulo 5 - Considerações Finais
Considerações Finais
A avaliação dos processos de elaboração dos planos de bacias interfederativas levou 
a melhorias que foram listadas nos capítulos anteriores e progressivamente incor-
poradas nos planos de recursos hídricos. Aquelas de maior impacto até o momento 
foram:
 Antecipação da etapa de diagnóstico em relação à eventual contratação de 
empresa para elaboração do PRH, focando esse apoio técnico nas fases propositi-
vas do PRH. Esse diagnóstico preliminar contribui para a organização e pactuação 
pelos órgãos gestores sobre as bases de dados de referência para o planejamento 
e a gestão na bacia;
 Elaboração de planos mais focados nas questões a serem tratadas pelos entes 
do SINGREH e consequente delimitação da proposta orçamentária e do Plano de 
Ações do PRH aos recursos sob a governabilidade do SINGREH;
 Integração do planejamento das bacias afluentes (PARHs) ao plano da bacia 
compartilhada (PIRH), promovendo uma participação mais efetiva dos CBHs 
afluentes e dos órgãos gestores estaduais, de forma que o PIRH realmente integre 
as ações para a bacia como um todo e contemple as especificidades das sub-ba-
cias;
 Estabelecimento de manual operativo do plano e de sistema de monitora-
mento da implementação (ex.: Paranapanema), os quais detalham o arranjo ins-
titucional e as estratégias necessárias para a efetiva implementação das ações 
de maior prioridade no curto prazo e estruturam a agenda de implementação do 
plano.
 Alinhamento do MOP com o PAP para as bacias com cobrança implantada.
Essas mudanças são resultado da definição mais clara e objetiva do escopo de um 
PRH de bacia hidrográfica, notadamente, ao priorizar as fases propositivas (prog-
nóstico e plano de ações) e buscar interferir na agenda regulatória e nas propostas 
orçamentárias dos entes do SINGREH. 
Os planos interfederativos mais recentes, apresentados como estudos de caso, refle-
tem na sua estrutura as melhorias acima listadas. Todos possuem orçamentos realis-
tas focados em ações de gestão (entre R$ 90 e 150 milhões) para os primeiros ciclos 
de implementação dos planos, valores que guardam coerência com a capacidade 
de implementação dos órgãos gestores de recursos hídricos. Do ponto de vista dos 
investimentos necessários em ações estruturais, os planos identificam e apresentam 
os orçamentos das intervenções setoriais que deverão ser alavancadas pelas ações 
de gestão, entretanto, não as embutem no orçamento por estarem fora da governa-
bilidade do SINGREH.
84
Capitulo 5 - Considerações Finais
O PRH é o instrumento de gestão que mais permeia o caráter participativo estabe-
lecido na política nacional de recursos hídricos, pois coloca na mesma mesa usu-
ários, sociedade civil e entes federativos com autonomia legal e financeira. Nesse 
ambiente, é natural que os conflitos sejam expostos para que as soluções dos proble-
mas da bacia guardem correspondência com a realidade encontrada, tenham caráter 
integrado e sejam facilmente internalizadas pelas instituições responsáveis pela 
gestão dos recursos hídricos. 
Apontou-se para a necessidade de previsão de uma nova etapa do trabalho de pla-
nejamento, anterior ao diagnóstico, que poderia ser denominada de diagnóstico 
preliminar ou preparação para o planejamento. Nessa etapa, o ente do sistema de 
gestão de recursos hídricos responsável pela contratação e execução do respectivo 
plano deve definir o objetivo e o foco dos estudos do respectivo PERH ou PBH a ser 
realizado e organizar as bases de dados mais atuais sobre disponibilidade hídrica, 
demandas, cadastros, outorgas e balanço hídrico. As bases de dados disponíveis 
no SNIRH, frequentemente atualizadas e com um bom nível de detalhe, devem ser 
usadas como referências iniciais. Com isso, os estudos a serem realizados para o 
planejamento efetivo da bacia ou do Estado podem ser focados nos problemas iden-
tificados preliminarmente e, com isso, economizarem tempo e recursos de contrata-
ção e execução dos estudos.
No que se refere ao prognóstico, a diretriz proposta é que o PNRH traga as linhas 
gerais sobre os cenários de desenvolvimento para o País, os quais devem embasar o 
maior detalhamento a ser realizado no PERH, uma vez que este é o estudo que tem 
acesso às estruturas e programas governamentais e setoriais previstos em detalhe 
para cada Estado. Dessa forma, as projeções de crescimento de demandas para cada 
setor usuário e bacia em geral devem ser detalhadas no respectivo PERH. O prognós-
tico detalhado deverá ser realizado apenas no caso de plano de bacia interfederativa 
em que algum estado que faça parte da bacia ainda não o possua. Dessa forma, o 
plano de bacia afluente ou estadual pode ter seu prognóstico e seus cenários desen-
volvidos de forma mais objetiva e célere seguindo as diretrizes e projeções apresen-
tadas no respectivo PERH, mais uma vez economizando tempo e recursos.
Para o plano de ações é importante a previsão de ações que sejam de governabili-
dade do SINGREH e de uma sub-etapa de pactuação das metas e ações com os entes 
responsáveis pela sua execução. A justificativa principal refere-se ao fato de que boa 
parte dos planos já desenvolvidos tem uma série de ações propostas com respon-
sabilidade de entes sem governabilidade direta do sistema de gestão de recursos 
hídricos e que, com isso, não tenham força posterior de implementação. Isso tem 
sido uma das causas do baixo índice de implementação das ações previstas nos pla-
nos atuais. Com a previsão dessa etapa formal de pactuação e participação efetiva 
dos responsáveis pelas ações, espera-se que os planos tenham maior efetividade de 
implementação.
85
Capitulo 5 - Considerações Finais
As lições aprendidas mostram que é fundamental que o PRH traga diretrizes e ações 
que provoquem consequência regulatória nos órgãos gestores envolvidos, ou seja, 
que tais diretrizes pautem resoluções da ANA, dos órgãos gestores estaduais e dos 
conselhos de recursos hídricos, bem como normativos/deliberações dos comitês de 
bacias. Além disso, o PRH deve conter ações que tragam real impacto orçamentário 
aos órgãos gestores e indiquem claramente a utilização de recursos da cobrança, em 
especial, naquelas áreas consideradas mais críticas pelo PRH.
A atual fase de implementação da Política das Águas traz à luz novos desafios. Junto 
às lições aprendidas, dentro do escopo dos planos de bacia interfederativas, há o 
reconhecimento da relação íntima entre os planos de recursos hídricos previstos 
para diferentes recortes territoriais (nacional, estaduais e de bacias), que necessitam 
ter seus escopos mais bem definidos, reduzindo as redundâncias entre eles e tornan-
do-os complementares em termos de atuações e responsabilidades. Espera-se que, 
a partir dos subsídios apresentados neste encarte, seja possível avançar na defini-
ção mais clara de escopo com base nos diferentes recortes espaciais dos planos no 
âmbito do novo PNRH 2022-2040.
86
Capitulo 5 - Considerações Finais
87
Anexo 1
Anexo 1 - Situação dos Planos 
Estaduais de Recursos Hídricos no País 
Estado
Lei disciplinando a 
Política de Recursos 
Hídricos
Planos como 
instrumentos da 
política
Aprovação do PERH / Ato 
Legal
Link para os documentosdo Plano
Acre Lei 1.500/2003 Sim
Aprovado pela Resolução 
Cemact nº 03, de setembro de 
2011 e lançado em 2012
Início da revisão do PLERH em 
2021. A Portaria nº 137/2021, 
da Secretaria de Estado do 
Meio Ambiente e das Políticas 
Indígenas (Semapi) instituiu o 
grupo de trabalho técnico-GT-
T-PLERH/2021 para coordenar 
a revisão.
https://agencia.ac.gov.br/
ao-do-plano-estadual-de-re-
cursos-hdricos-aprovado-por-
-conselho/
Alagoas Lei 5.965/1997 Sim
Plano aprovado em 2011 pelo 
Conselho Estadual de Recursos 
Hídricos
http://perh.semarh.al.gov.br/
Amapá Lei 686/2002 Sim PERH em elaboração https://sema.portal.ap.gov.br/
Amazonas
Lei 2.712/2001 e Lei 
3167/2007
Sim
Aprovado pela Resolução 
CERH/AM no 01, de 19 de 
fevereiro de 2020
http://meioambiente.am.gov.
br/plano-estadual-de-recur-
sos-hidricos/
Bahia Lei 11.612/2009 Sim
Aprovado pela Resolução 
CONERH/BA nº01, de 22 de 
março de 2005 
http://www.inema.ba.gov.br/
plano-estadual-rh/
Ceará Lei nº 14.844/2010 Sim
PLANERH aprovado em 1992, 
atualizado em 2005 e em 
2009 pelo Plano Estratégico 
de Recursos Hídricos do 
Estado do Ceará
https://www.srh.ce.gov.br/
Distrito Federal Lei 2.725/2001 Sim
A primeira versão do Plano de 
Gestão Integrado de Recursos 
Hídricos do DF foi aprovada 
em 2006 pelo CRHDF e 
atualizada em 2012.
Nova atualização está prevista 
para 2022, após aprovação dos 
Planos de Recursos Hídricos 
das Bacias do Maranhão e do 
Preto no Distrito Federal.
http://www.adasa.df.gov.br/
regulacao/planos
Espírito Santo Lei 10.179/2014 Sim
PERH/ES aprovado pelo CERH 
em 25 de outubro de 2018.
https://perh.es.gov.br/
https://agencia.ac.gov.br/ao-do-plano-estadual-de-recursos-hdricos-aprovado-por-conselho/
https://agencia.ac.gov.br/ao-do-plano-estadual-de-recursos-hdricos-aprovado-por-conselho/
https://agencia.ac.gov.br/ao-do-plano-estadual-de-recursos-hdricos-aprovado-por-conselho/
https://agencia.ac.gov.br/ao-do-plano-estadual-de-recursos-hdricos-aprovado-por-conselho/
http://perh.semarh.al.gov.br
https://sema.portal.ap.gov.br
http://meioambiente.am.gov.br/plano-estadual-de-recursos-hidricos/
http://meioambiente.am.gov.br/plano-estadual-de-recursos-hidricos/
http://meioambiente.am.gov.br/plano-estadual-de-recursos-hidricos/
http://www.inema.ba.gov.br/plano-estadual-rh/
http://www.inema.ba.gov.br/plano-estadual-rh/
https://www.srh.ce.gov.br/
http://www.adasa.df.gov.br/regulacao/planos
http://www.adasa.df.gov.br/regulacao/planos
https://perh.es.gov.br/
88
Anexo 1
Estado
Lei disciplinando a 
Política de Recursos 
Hídricos
Planos como 
instrumentos da 
política
Aprovação do PERH / Ato 
Legal
Link para os documentos 
do Plano
Goiás Lei 13.123/1997 Não
Plano Estadual de Recursos 
Hídricos e Minerais (1991-
1994) aprovado pela Lei nº 
11.548, de 08/10/1991 e 
atualizado em 1994 para o 
quadriênio 1995/1998 pela 
Lei Estadual nº 13.040, de 
20/03/1997.
Plano Estadual de Recursos 
Hídricos (PERH/GO) para o tri-
ênio 2017-2020 foi aprovado 
em 2016 pelo CERH e pela Lei 
nº 20.096, de 23/05/2018
https://www.meioam-
biente.go.gov.br/images/
imagens_migradas/upload/
arquivos/2016-01/p05_plano_
estadual_de_recursos_hidri-
cos_revfinal2016.pdf
Maranhão Lei 8.149/2004 Sim
PERH/MA aprovado pela 
Resolução CONERH Nº 104, de 
17 de dezembro de 2020 
https://www3.sema.ma.gov.
br/p12587/
Mato Grosso Lei 6.945/1997 Sim
PERH/MT aprovado pela Reso-
lução CEHIDRO nº 26/2009 e 
pelo Decreto nº 2.154, de 28 
de setembro de 2009.
http://www.sema.mt.gov.br/
Mato Grosso do Sul Lei 2.406/2002 Sim
PERH/MS aprovado pela 
Resolução CERH-MS nº 011, de 
5 de novembro de 2009 
https://www.imasul.ms.gov.br/
recursos-hidricos/plano-de-re-
cursos-hidricos-publicacoes/
Minas Gerais Lei 13.199/1999 Sim
PERH/MG aprovado pelo 
Decreto nº 45.565, de 22 de 
março de 2011
http://www.repositorioigam.
meioambiente.mg.gov.br/
handle/123456789/2598
Pará Lei 6.381/2001 Sim
PERH/PA aprovado pelo CERH-
-PA em 19 de maio de 2021.
https://www.semas.pa.gov.br/
Paraíba Lei 6.308/1996 Sim
PERH/PB aprovado pela Reso-
lução CERH nº 13, de 13 de 
junho de 2011 – Encontrava-se 
em revisão em 2021
http://www.aesa.pb.gov.br/
aesa-website/documentos/
plano-estadual/
Paraná Lei 12.726/1999 Sim
PLERH/PR aprovado pela 
Resolução CERH/PR nº 61, de 
9 de dezembro de 2009 
https://www.iat.pr.gov.br/
Pagina/Plano-Estadual-de-Re-
cursos-Hidricos-do-Parana-
-PLERHPR
Pernambuco
Lei 11.426/1997 e Lei 
12.984/2005
Sim
Plano concluído em 1998. 
Encontrava-se em revisão 
em 2021
https://www.apac.pe.gov.br/
planos
Piauí Lei 5.165/2000 Sim
Concluído em 2010 e 
regulamento pelo Decreto nº 
14.145/2010
https://progestao.ana.gov.br/
panorama-dos-estados/pi
Rio de Janeiro Lei 3.239/1999 Sim
Plano concluído e aprovado 
pelo CERHI-RJ em março de 
2014.
http://www.inea.rj.gov.br/
plano-estadual-de-recursos-
-hidricos/
Rio Grande do 
Norte
Lei 6.908/1996 Sim
Plano concluído em 1999.
Revisão aprovada na 45a 
Reunião Ordinária do CERH, 
em 19 de abril de 2022
http://www.semarh.rn.gov.br/
Rio Grande do Sul Lei 10.350/1994 Sim
Não foi aprovado por Lei, 
conforme previsto pela Lei 
Estadual nº10.350/1994, mas 
o PERH/RS foi instituído pela 
Resolução CRH nº 141, de 21 
de março de 2014. Encontra-
va-se em processo de revisão 
em 2021
https://www.sema.rs.gov.
br/perh
https://www.meioambiente.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf
https://www.meioambiente.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf
https://www.meioambiente.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf
https://www.meioambiente.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf
https://www.meioambiente.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf
https://www.meioambiente.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf
https://www3.sema.ma.gov.br/p12587/
https://www3.sema.ma.gov.br/p12587/
http://www.sema.mt.gov.br/
https://www.imasul.ms.gov.br/recursos-hidricos/plano-de-recursos-hidricos-publicacoes/ 
https://www.imasul.ms.gov.br/recursos-hidricos/plano-de-recursos-hidricos-publicacoes/ 
https://www.imasul.ms.gov.br/recursos-hidricos/plano-de-recursos-hidricos-publicacoes/ 
http://www.repositorioigam.meioambiente.mg.gov.br/handle/123456789/2598
http://www.repositorioigam.meioambiente.mg.gov.br/handle/123456789/2598
http://www.repositorioigam.meioambiente.mg.gov.br/handle/123456789/2598
https://www.semas.pa.gov.br/
http://www.aesa.pb.gov.br/aesa-website/documentos/plano-estadual/
http://www.aesa.pb.gov.br/aesa-website/documentos/plano-estadual/
http://www.aesa.pb.gov.br/aesa-website/documentos/plano-estadual/
https://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Plano-Estadual-de-Recursos-Hidricos-do-Parana-PLERHPR
https://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Plano-Estadual-de-Recursos-Hidricos-do-Parana-PLERHPR
https://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Plano-Estadual-de-Recursos-Hidricos-do-Parana-PLERHPR
https://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Plano-Estadual-de-Recursos-Hidricos-do-Parana-PLERHPR
https://www.apac.pe.gov.br/planos
https://www.apac.pe.gov.br/planos
https://progestao.ana.gov.br/panorama-dos-estados/pi
https://progestao.ana.gov.br/panorama-dos-estados/pi
http://www.inea.rj.gov.br/plano-estadual-de-recursos-hidricos/
http://www.inea.rj.gov.br/plano-estadual-de-recursos-hidricos/
http://www.inea.rj.gov.br/plano-estadual-de-recursos-hidricos/
http://www.semarh.rn.gov.br/
https://www.sema.rs.gov.br/perh
https://www.sema.rs.gov.br/perh
89
Anexo 1
Estado
Lei disciplinando a 
Política de Recursos 
Hídricos
Planos como 
instrumentos da 
política
Aprovação do PERH / Ato 
Legal
Link para os documentos 
do Plano
Rondônia
Lei Complementar 
255/2002
Sim
PERH/ROaprovado pela Reso-
lução ad referendum nº01/
CRH/2017 e posteriormente 
aprovado na 26ª reunião 
ordinária do CRH em 09 de 
março de 2018
http://coreh.sedam.ro.gov.br/
wp-content/uploads/2019/08/
RESUMO-EXECUTIVO-1.pdf
Roraima Lei 547/2006 Sim
Plano de Estruturação do 
Sistema de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos do Estado 
de Roraima foi concluído em 
2008
http://www.femarh.rr.gov.br/
Santa Catarina Lei 9.748/1994
PERH é um princípio 
de gestão
PERH/SC foi aprovado pela 
Resolução CERH/SC n° 018, de 
29 de novembro de 2017
http://www.aguas.sc.gov.
br/index.php?option=com_
k2&view=item&layou-
t=item&id=4956&Itemi-
d=2378&jsmallfib=1&dir=JS-
ROOT/DHRI/Plano+Estadual
São Paulo Lei 7.663/1991 Sim
O 1o PERH/SP 1990/1991 
foi aprovado pelo Decreto nº 
32.954, de 7 de fevereiro de 
1991, considerado como docu-
mento de referência para a 
elaboração, em 1991, do PERH 
1992/1995, aprovado pela 
Lei Estadual nº 9.034/1994. 
O PERH/SP passou por 6 
revisões, concluídas em 1995, 
1999, 2003, 2007, 2015 e 
2020, quando foi aprovado o 
Plano de Ação e Programa de 
Investimentos do PERH refe-
rente ao período 2020-2023, 
por meio da Deliberação CRH 
nº 244, de 17 de dezembro 
de 2020.
https://sigrh.sp.gov.br/
perh20202023
Sergipe Lei 3.870/1997 Sim Concluído em 2010
https://www.sedurbs.se.gov.
br/portalrecursoshidricos/#
Tocantins Lei 1.307/2002 Sim
PERH/TO aprovado pelo 
Resolução CERH nº27, de 7 de 
dezembro de 2011 
https://central.to.gov.br/
download/223185
http://coreh.sedam.ro.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/RESUMO-EXECUTIVO-1.pdf
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https://sigrh.sp.gov.br/perh20202023
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https://www.sedurbs.se.gov.br/portalrecursoshidricos/
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https://central.to.gov.br/download/223185
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