Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ENCARTE DO PROFESSOR
Reflexão
e prática 90
Com curadoria de Carolina Desoti Fernandes
Carolina Desoti Fernandes é graduada em Filosofi a 
pela PUC-Campinas e pesquisa o feminismo vinculado 
às manifestações tradicionais brasileiras. É professora, 
editora, redatora e produtora cultural.
Direitos humano para quem?
Será que eles realmente colaboram com a vida humana e com a garantia das 
especificidades históricas, culturais e políticas de um determinado país ou região? 
Direitos humanos para 
os “humanos direitos”
Elaborada há mais de 60 anos, a Declaração universal 
dos direitos humanos ainda provoca controvérsias
36 • ciência&vida
10 de dezembro é o Dia Interna-
cional dos Direitos Humanos. 
A data foi instituída em 1950, 
dois anos após a Organização 
das Nações Unidas (ONU) adotar a Declara-
ção iniversal do direitos humanos como marco 
legal regulador das relações entre governos 
e pessoas. Com esse ato, a ONU pretendeu 
destacar o longo caminho a ser percorrido na 
efetivação dos preceitos da declaração.  Este 
encarte pretende auxiliar os professores de Fi-
loso� a a revisar os discursos idealistas sobre os 
direitos humanos e transmitir aos alunos um 
conhecimento breve da história, do conceito 
e da caracterização dos direitos fundamentais 
da pessoa humana. Objetiva, também, re� e-
tir sobre o papel desses direitos na vida do ser 
humano, fundamentando-se nos pensamentos 
de Boaventura de Sousa Santos e de Norber-
to Bobbio (1909-2004). Estes dois pensadores 
possuem algumas posições divergentes sobre 
o fundamento dos direitos humanos, mas se 
assemelham no fato de analisarem, de modo 
crítico, a formulação e a reivindicação desses 
direitos, além de almejarem que sejam real-
mente efetivados. Todavia, é preciso levar em 
consideração as intenções por trás da formu-
lação desses direitos.
A HISTORICIDADE DOS 
DIREITOS HUMANOS 
Adriano São João é mestre e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. asaojoao@yahoo.com.br
João Henrique da Silva é bacharel e licenciado em Filoso� a, mestre em Educação pela UFGD e doutorando em Educação Especial pela UFSCar. jhsilva1@yahoo.com.br
Por: Adriano São João e João Henrique da Silva
 www.portalcienciaevida.com.br • ciência&vida • 37
ETAPA I: 
DIREITOS HUMANOS EM PAUTA
ATIVIDADE I: 
HISTÓRICO, CONCEITUAÇÃO 
E CARACTERIZAÇÃO 
O Direito refere-se a uma atitude, 
a um modo de pensar e de abordar 
as instituições humanas em termos 
 ideais. Consiste na exigência de que as 
instituições sociais coloquem em práti-
ca certos princípios que não dependem 
da existência humana. Ao estabelecer 
regras para organizar a sociedade, o 
Direito protege o homem do poder ar-
bitrário, exercido à margem de toda re-
gulamentação, salvando-o da maioria 
caótica e do tirano ditatorial. Ele tam-
bém busca equalizar as relações sociais 
para realizar a justiça. Contudo, atra-
vés de técnicas de controle e domina-
ção que desumanizam a vida humana, 
pode acabar sendo um instrumento de 
manipulação e alienação.1 
Mas existe também o direito que 
se reveste de garantias para o cidadão. 
Trata-se dos direitos humanos, que ga-
rantem o respeito à dignidade das pes-
soas por meio de sua proteção contra o 
abuso do poder estatal e do estabeleci-
mento de condições de vida e desen-
volvimento da personalidade humana 
minimamente dignas.
Os direitos fundamentais da 
pessoa humana são constituídos de 
direitos políticos, civis, sociais, eco-
nômicos e culturais garantidos pelo 
Estado a todos os cidadãos. Os di-
reitos políticos e civis são relativos às 
liberdades do ser humano (liberdade 
de locomoção, de pensamento, de 
reunião, de associação, de pro� ssão, 
de ação, sindical, de greve, etc.) Já os 
direitos sociais, culturais e econômi-
cos dizem respeito à igualdade das 
pessoas (em setores como educação, 
saúde, lazer, trabalho, previdência 
social, entre outros).
1 FERRAZ JÚNIOR, 2003, págs. 31-32
Após a Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945), a Organização das Na-
ções Unidas (ONU) promulgou a De-
claração universal dos direitos do homem, 
no dia 10 de dezembro de 1948. Esse 
documento determinou a existência, 
para qualquer ser humano, de um le-
que de direitos que devem ser preser-
vados e garantidos por todos os países. 
E quando houver violação, o Estado 
deve intervir com a prática da justiça. 
O século XXI estabelece novas 
condições para os direitos humanos. 
O mundo globalizado alterou signi� -
cativamente as estruturas das relações 
sociais. O transporte, a Ciência, a Po-
lítica, a Economia e as Tecnologias se 
transformaram rapidamente, aceleran-
do o modo de vida de todo e qualquer 
indivíduo. A política neoliberal rede-
senhou a situação política, econômica, 
social e cultural dos países (em especial, 
do Brasil), gerando também problemas 
para a própria sociedade. A desigualda-
de social se tornou um grande empeci-
lho para a efetivação dos direitos funda-
mentais da pessoa humana, acarretando, 
consequentemente, perda da dignidade.
O Estado social democrático, 
balizado na Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, procura 
garantir às pessoas todos os direitos 
inerentes à condição humana, para 
que o cidadão tenha uma vida dig-
na. Em vista disso, a Carta Política 
de 1988 apresenta os direitos funda-
mentais do cidadão como garantias 
indispensáveis, interdependentes e 
universais para a realização humana. 
A Constituição de 1988 é, fun-
damentalmente, em muitas das 
suas dimensões essenciais, uma 
 Constituição do Estado social. As-
sim, os problemas constitucionais 
referentes às relações de poderes e ao 
exercício de direitos subjetivos têm 
que ser examinados e também resol-
vidos à luz dos conceitos derivados 
daquela modalidade de ordenamen-
IM
A
G
EN
S:
 S
H
U
TT
ER
ST
O
C
K 
Os direitos fundamentais caracte-
rizam-se pelos seguintes atributos: a) 
históricos, porque são criados em de-
terminado contexto histórico; b) ina-
lienáveis, pois não podem ser negocia-
dos nem vendidos; c) imprescritíveis, 
uma vez que não perdem a validade e é 
possível reivindicá-los a qualquer tem-
po; d) irrenunciáveis, pois não pode-
mos abrir mão deles de forma alguma. 
Esses direitos também são universais, 
interdependentes e inter-relacionados. 
Os primeiros direitos humanos 
surgiram nos séculos XVII e o XVIII. 
Eram civis: estavam associados a um 
cidadão que seria também proprie-
tário. Depois, já nos séculos XVIII 
e XIX, as pessoas comuns conquis-
taram direitos políticos, o direito de 
poder decidir o que o Estado devia 
fazer em prol da sociedade. Tratava-
-se do direito de voto, de expressão do 
pensamento, de organização política. 
No século XIX também apareceram 
os direitos sociais, relacionados ao 
direito de livre organização sindical 
e às leis trabalhistas. Alguns autores 
falam de mais um tipo de direito, 
que seriam os direitos difusos. Estes 
foram reivindicados no decorrer do 
século XX. 
O Dia Internacional dos direitos humanos 
é uma data para todos relembrarem que a 
garantia dos direitos humanos, a todos os 
povos e nações, requer vigilância contínua e 
participação coletiva
38 • ciência&vida
reito. O direito da igualdade se re-
fere “aos direitos sociais, culturais e 
econômicos, bem como aos direitos 
coletivos ou de coletividades”.7 O 
direito de fraternidade diz respeito 
ao “direito ao desenvolvimento, o 
direito à paz, o direito ao meio am-
biente, o direito de propriedade so-
bre o patrimônio comum da huma-
nidade e o direito de comunicação”.8 
E o direito à liberdade concerne aos 
direitos civis e políticos.9 
Todos esses direitos são valores 
que complementam outros direi-
tos.10 São direitos que objetivam a 
dignidade, sem distinção de raça, 
sexo, cor, pro� ssão, nacionalidade, 
etc., pois todos são iguais perante a 
lei. Aliás, a dignidade é um funda-
mento do Estado (art. 1o, Inciso III). 
Assim, todos devem ter seus direitos 
garantidos e legitimados para que a 
dignidade seja resgatada, em vez de 
realizar barbaridades na vida social.A dignidade também é garan-
tida no artigo 6o da Constituição 
brasileira, que reza: “São direitos 
sociais a educação, a saúde, o traba-
lho, a moradia, o lazer, a seguran-
ça, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infância, a assis-
tência aos desamparados, na forma 
desta Constituição”. São assim, “di-
reitos de créditos diante do Estado 
que demandam direcionamento dos 
governos para o cumprimento de 
necessidades sociais através do de-
senvolvimento de políticas públicas. 
Tais políticas têm como foco a redis-
tribuição de bens numa sociedade, 
tendo como meta a igualização de 
condições de vida assimétricas”.11 
O Estado deve prover e efetivar 
todos os direitos, sob a pena de des-
legitimar a cidadania das pessoas. 
A cidadania, na conjectura política 
atual, abarca o “acesso à educação, à 
saúde e à alimentação dignas, par-
ticipação real nas decisões políticas, 
meio ambiente equilibrado, pleno 
emprego, ausência de qualquer tipo 
7 BONAVIDES, 2008, pág. 564
8 Idem, pág. 569
9 Idem, pág. 563
10 HORTA, 2007, pág. 185
11 HADDAD; GRACIANO, 2006, pág. 131
EXERCÍCIO I: 
OS DIREITOS HUMANOS NA VIDA DOS BRASILEIROS
O objetivo deste exercício é que os alunos saibam identi� car os tipos 
de direitos humanos, bem como relatar possíveis violações sofridas em 
âmbito escolar, familiar e social.
Peça aos alunos que, em duplas, leiam o texto e respondam às per-
guntas abaixo:
“Todo homem – e toda mulher! – tem o direito de ser, em todos os luga-
res, reconhecido como pessoa perante a lei. Independentemente do sexo, da 
cor, da idade, do credo, do país, do grau de escolaridade ou até de grande ci-
dadania, santos ou criminosos, nenéns ou vovozinhos, sendo gente – apenas 
gente, todo homem e toda mulher são pessoas. E devem ser reconhecidos 
como tais na vida de casa e da rua, na família e na sociedade, no trabalho 
e no lazer, na política e na religião. Também nos canaviais e nas carvoa-
rias. Também nas penitenciárias e sob os viadutos. Diante dos olhos dos 
transeuntes e ante as câmeras de televisão. Em todos os lugares, pois, deste 
redondo planeta azul que é a Terra […]. Não é um cara; é uma pessoa. Não 
é uma vagabunda; é uma pessoa. Não é um estrangeiro; é uma pessoa; não 
é um mendigo (para brincar de fogo com ele!); é uma pessoa. (Uma pessoa, 
senhora juíza!).” (Dom Pedro Casaldáliga, Art. 6o, 2002).
QUESTÕES:
• Dê três exemplos de violação de direitos humanos no ambiente es-
colar, familiar e comunitário. A que tipo de direitos essas violações 
estão relacionadas? Por que os direitos devem ser garantidos?
• Os direitos podem ser divididos em: civis, políticos, sociais, econô-
micos e culturais. Auxilie os alunos a montar um quadro contendo 
trinta palavras que se re� ram a direitos ou situações do cotidiano. A 
partir do material elaborado, estimule-os a classi� car as palavras do 
quadro conforme a divisão anteriormente proposta.
to. Por isso, o Brasil precisou estabe-
lecer direitos e garantias fundamen-
tais para que se � rmasse a ideia de 
um Estado que busca o bem comum. 
Neste contexto, o artigo 5o 
prescreve: “Todos são iguais peran-
te a lei; sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes 
no país a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade”.2 Este 
artigo signi� ca o “conjunto de nor-
mas pertinentes à organização do 
poder, à distribuição da competên-
cia, ao exercício da autoridade, à 
forma de governo, aos direitos da 
pessoa humana, tanto individuais 
como sociais”.3 Também consis-
te em direitos fundamentais, cujo 
2 BRASIL, 1988
3 BONAVIDES, 2008, pág. 80
objetivo é a proteção dos direitos 
individuais e coletivos da pessoa 
humana, preservando-a de lesões 
ou violações. 
Na verdade, o artigo 5o garan-
te todos os direitos consagrados na 
Constituição.4 Também “efetiva o 
prin cípio geral do reconhecimento 
de todos os seres humanos como pes-
soas e dá consequência jurídica a esse 
reconhe cimento”.5 En� m, ele a� rma 
que as pessoas possuem direitos re-
lacionados intrinsecamente com os 
ideais revolucionários: a liberdade, a 
igualdade e a fraternidade, em busca 
da preservação da dignidade huma-
na. Assim, é um direito protetivo, 
pois garante os direitos do homem.6
Tais ideais são princípios de di-
4 HORTA, 2007, pág. 184
5 HERKENHOFF, 2010
6 BITTAR; ALMEIDA, 2009, pág. 616
 www.portalcienciaevida.com.br • ciência&vida • 39
IM
A
G
EN
S:
 S
H
U
TT
ER
ST
O
C
K 
de discriminação”.12 Ela é o funda-
mento do Estado democrático brasi-
leiro. Inclui direitos coletivos e difu-
sos, além dos direitos civis, políticos, 
sociais, econômicos e culturais. 
Por isso, é importante que os di-
reitos humanos sejam efetivados para 
que se realize a cidadania, porque 
eles e a democracia estão “intima-
mente ligados, um remete ao outro, 
seus conteúdos interpenetram-se: a 
cidadania não é constatável sem a 
realização dos direitos humanos, da 
mesma forma que os direitos huma-
nos não se concretizam sem o exer-
cício da democracia”.13
12 CÉSAR, 2002, pág. 24
13 MELO, 1998, pág. 81 Sociedade justa é aquela em que o Estado garante liberdade e igualdade aos indivíduos 
ETAPA II: OS DIREITOS 
NA VISÃO DE BOAVENTURA
ATIVIDADE II: 
AS CRISES DO PARADIGMA 
CIENTÍFICO
Boaventura de Sousa Santos é um 
crítico português que discute temas 
na área da Filoso� a, Sociologia, An-
tropologia, Direito e Teoria do Co-
nhecimento. Uma das suas principais 
ideias está relacionada à crise do pa-
radigma cientí� co dominante, que 
encontra-se no livro Um discurso sobre 
as Ciências. Essa crise decorre do fato 
de que o paradigma dominante é um 
modelo totalitário de se fazer ciên-
cia, porque “nega o carácter racional 
a todas as formas de conhecimen-
to que não se pautarem pelos seus 
princípios epistemológicos e pelas 
suas regras metodológicas”.14
Diante dessa crise, Boaventura 
de Sousa Santos propõe o paradig-
ma emergente, que defende uma 
“Ciência empenhada na a� rmação 
dos valores da democracia, da cida-
dania, da igualdade e do reconhe-
14 SANTOS, 2009, pág. 21
cimento da diferença, uma Ciência 
que se pretende objetiva e indepen-
dente, mas não neutra e socialmente 
opaca ou irresponsável”.15
Dessa de� nição faz parte tam-
bém o direito, porque o autor de� ne 
as regras para o coletivo. Boaventu-
ra re� ete que o direito caracteriza-se 
por um aspecto regulador que, na 
verdade, não emancipa o cidadão, 
mas confere uma ordem exigida 
pelo capitalismo e não ajuda a supe-
rar as situações de desigualdades so-
ciais reais. O direito se submeteu à 
racionalidade cognitivo-instrumen-
tal da Ciência moderna e tornou-se 
ele próprio cientí� co. Essa cienti� -
cação levou à estatização do direito, 
fazendo com que ele passasse a ser 
parte do Estado. 
Para Boaventura, o direito é, po-
tencial e simultaneamente, vontade 
do soberano, manifestação de con-
sentimento e prescrição. É um exer-
cício da regulação em nome da eman-
cipação. Ele pode ser com preendido 
como um “corpo de procedimentos 
15 Idem, 2004, págs. 53-54
regularizados e de padrões norma-
tivos, considerados justi� cáveis num 
dado grupo social, que contribui 
para a criação e prevenção de litígios 
e para a sua resolução através de um 
discurso argumentativo, articulado 
com a ameaça de força. Dizem-se 
justi� cáveis os procedimentos e os 
padrões normativos com base nos 
quais se fundamentam pretensões 
contraditórias e se geram litígios 
susceptíveis de serem resolvidos por 
terceiras partes não diretamente en-
volvidas neles”.16
Os direitos foram criados por 
algumas pessoas com alguma � -
nalidade. Daí a necessidade de re-
pensarmos os direitos humanos. Por 
quem e por que eles foram criados? 
A quem se destinam? Quais são 
os seus objetivos? Boaventura nos 
instiga a pensar que eles possuem 
um caráter racional e regulador da 
vida humana. Esses direitos não 
colaboram para eliminar as assi-
metrias políticas, culturais, sociais 
e econômicas existentes nos países, 
16 Idem, 2009,pág. 290
40 • ciência&vida
EXERCÍCIO II: O CASO “MÁRIO”, DE GABRIEL, O PENSADOR
O direito à educação é uma garantia de todas as pessoas. Mas sob quais interesses ele foi 
criado? De que forma acontece a efetivação desse direito? Ele diz respeito à qualidade do 
ensino? É condizente às demandas de cada escola do país ou às realidades étnico-raciais?
especialmente nos periféricos. Es-
ses países são cotidianamente palco 
de diversas formas de opressão, que 
podem ser sexual, racial, étnica, de 
orientação sexual, de renda, etc. Os 
direitos humanos, num plano uni-
versalista e aberto a todos, não mo-
di� cam as estruturas desiguais, mas 
rati� cam a ordenação normativa 
para comandar uma sociedade.
É importante dizer que Boa-
ventura não está deslegitimando os 
direitos humanos. O pensador está 
questionando os discursos que agra-
dam a todos, sem pensar nas interfe-
rências que podem ocorrer nos paí-
ses periféricos (como Brasil, Índia, 
China, Argentina). Cada país tem 
sua História e peculiaridades cultu-
rais, econômicas, políticas e sociais, 
que não são levadas em considera-
ção no discurso normativo desses 
direitos. Sem contar que os direitos 
humanos estão revestidos de uma 
base liberal de vida humana. Muitos 
dos princípios se a� nam com a teo-
ria do capital humano, que objetiva 
a formação de um cidadão comum, 
trabalhador e consumidor. Quanto a 
Educação, Boaventura entende que 
não pode haver exclusão no interior 
das escolas. Os oprimidos precisam 
ter seus anseios contemplados na 
política. Os direitos humanos pre-
cisam respeitar as identidades das 
comunidades e as outras formas de 
constelação dos direitos. 
O pensador português também 
visa uma descolonização do saber, 
do poder e do ser. En� m, almeja um 
processo de descolonização epistê-
mica e socialização do conhecimen-
to, eliminando uma visão masculina 
(machista), branca (racial) e tota-
litária (hegemônica) sobre outras 
pessoas, conhecimentos e poderes.17 
Trata-se de seguir muitos caminhos 
pluriversais, partindo daquilo que 
a modernidade negou ou repudiou. 
Refere-se a um desa� o de “re-ima-
ginar o mundo, construir futuros 
justos e democráticos, socializar o 
poder em todos os níveis da socie-
dade a partir da perspectiva da colo-
nialidade, isto é, da perspectiva do 
que tem sido e do que continua a ser 
negado em nome do conhecimento 
cientí� co, do desenvolvimento eco-
nômico, do progresso histórico, da 
democracia (aplicada e administra-
da), etc.”18 
17 MIGNOLO, 2004
18 Idem, pág. 683
Apresente a letra da música “Mário”, de Gabriel, o 
Pensador aos alunos e organize um debate com as se-
guintes perguntas. 
Perguntas disparadoras:
• Quais os principais aspectos da biogra� a de Mário?
• Quais foram os direitos violados na trajetória 
da vida de Mário?
• Como Mário reagiu às violações?
• Como se classi� cam os tipos de direitos viola-
dos no caso de Mário?
• Seria importante reivindicar os direitos hu-
manos? Quais deles vocês pensam que seja 
fundamental na vida dos seres humanos?
• Casos como o de Mário são recorrentes na 
vida dos brasileiros? Por quê?
• Quais são as omissões ou negligências do 
poder público na garantia dos direitos hu-
manos?
• Quais seriam as ações sociais e judiciais ne-
cessárias para ter os direitos garantidos ou 
não permitir a sua violação?
• Quais direitos humanos previstos na Declara-
ção universal são muito difíceis de ser efetiva-
dos no Brasil?
• Se vocês � zessem parte do poder legislati-
vo, quais direitos e garantias criariam para 
o povo?
Após esse debate, peça aos alunos que elaborem 
individualmente um texto dissertativo descrevendo 
as di� culdades enfrentadas pelos brasileiros.
 www.portalcienciaevida.com.br • ciência&vida • 41
Os direitos humanos precisam ser revisados pela sociedade civil e política. Devem 
contemplar outras experiências de conhecimentos, de desenvolvimento, de trabalho e de 
produção, de democracia, de comunicação e de informação e, definitivamente, precisam 
aprender a valorizar as diferentes experiências, saberes, agentes e práticas sociais
Por exemplo, a primeira geração 
dos direitos diz respeito à liberda-
de: busca um não agir do Estado. 
A segunda geração corresponde aos 
direitos sociais: almeja uma ação 
positiva do Estado. Entre outras 
gerações ou fases dos direitos do 
homem, o Estado e o cidadão re-
lacionam-se apenas de duas formas 
especiais: impedir os malefícios dos 
poderes do Estado ou obter benefí-
cios fornecidos pelo Estado. 
Bobbio entende que os direitos 
do homem não têm um funda-
mento absoluto, porque é ilusó-
rio acreditar que ele esteja com-
pletamente dado e construído. A 
expressão “direitos do homem” é 
muito vaga e possibilita diversas 
interpretações: eles são de� nidos 
a partir das preferências pessoais, 
as opções políticas e orientações 
ideo lógicas de cada um.
Os direitos do homem modi� ca-
ram-se, e continuam modi� cando-
-se, nas mudanças das condições 
históricas, ou seja, “dos carecimen-
tos e dos interesses, das classes do 
poder, dos meios disponíveis para a 
realização dos mesmos, das trans-
formações técnicas”.21 Desse modo, 
“não existem direitos fundamentais 
por natureza. O que parece fun-
damental numa época histórica e 
numa determinada civilização não é 
fundamental em outras épocas e em 
outras culturas”.22
Além de os direitos do homem 
não possuírem um fundamento ab-
soluto, a sua classe também é hete-
rogênea. “Entre os direitos compre-
endidos na própria Declaração, há 
pretensões muito diversas entre si e, 
o que é pior, até mesmo incompatí-
veis. Portanto, as razões que valem 
para sustentar umas não valem para 
sustentar outras. Nesse caso, não se 
deveria falar de fundamento, mas 
de fundamentos dos direitos do ho-
mem, de diversos fundamentos con-
forme o direito cujas boas razões se 
deseja defender.”23
Assim, numa determinada situ-
ação podem existir con� itos entre os 
próprios direitos, até entre os direi-
tos fundamentais. Dentre esses, há 
muito poucos que não concorrem ou 
21Idem, pág. 38
22 Idem, pág. 38
23Idem, pág. 39
ETAPA III: 
OS DIREITOS DO HOMEM 
ATIVIDADE III: 
OS DIREITOS HUMANOS 
EM NORBERTO BOBBIO
O livro A era dos direitos, de Nor-
berto Bobbio, é o resultado das con-
ferências proferidas pelo autor no 
mundo afora e apresenta uma fun-
damentação profunda sobre a noção 
de direitos humanos. Bobbio é um 
grande teórico do Direito, da Políti-
ca e das Relações Internacionais. Por 
isso, expomos as principais ideias do 
autor sobre os direitos humanos, ou, 
como ele prefere chamá-los, “direitos 
do homem”. 
Para Bobbio, os “direitos do 
homem, democracia e paz são três 
momentos necessários do mesmo 
movimento histórico: sem direitos 
do homem reconhecidos e prote-
gidos, não há democracia; sem de-
mocracia, não existem as condições 
mínimas para a solução pací� ca dos 
con� itos”.19 A democracia existe 
numa sociedade de cidadãos que 
têm seus direitos fundamentais re-
conhecidos, possibilitando assim 
uma paz estável na sociedade.
O autor apresenta três teses sobre 
os direitos do homem: a) os direitos 
naturais são direitos históricos; b) 
nascem no início da era moderna, 
juntamente com a concepção indivi-
dualista da sociedade; c) tornam-se 
um dos principais indicadores do 
progresso histórico.20 Assim, os di-
reitos do homem envolvem os con-
textos históricos que possibilitaram 
seu surgimento e também as suas 
relações com o Estado moderno. 
Eles surgem a partir das lutas que 
almejam novas liberdades contra 
velhos poderes. Também nascem de 
modo gradual, não sendo conquis-
tados todos de uma vez. 
19BOBBIO, 2004, pág. 21
20 Idem, pág. 22
IM
A
G
EN
S:
 S
H
U
TT
ER
ST
O
C
K 
42 • ciência&vida
disputam com outros direitos, pro-
curando não impor uma decisão in-
dividualizada e motivada pelos inte-
resses de quem irá julgar o caso. Isso 
reforça a ideia de que os direitos do 
homem não podem ter um funda-
mento absoluto. Buscar um funda-
mento absoluto “não é apenas uma 
ilusão; em alguns casos, é também 
um pretextopara defender posições 
conservadoras”.24 Um exemplo foi a 
política internacional dos Estados 
Unidos de intervenção no Oriente 
Médio em nome dos direitos à vida 
e da democracia.
Bobbio compreende que o re-
conhecimento e a realização dos 
direitos do homem possuem um 
dogma do racionalismo ético. 
Mas, para ele, esse racionalismo 
não é possível porque os direitos 
do homem não foram respeitados 
da mesma forma ou conquistados 
numa mesma época. Os direitos 
não derivam da natureza do ho-
mem. E esse racionalismo tam-
bém não previa que a Declaração 
universal dos direitos humanos pu-
desse conseguir uma concordância 
24 Idem, pág. 42
A Declaração universal constitui um sistema de valores universais, porque obteve consenso de 
vários governantes. Mas não é isso o que observamos no cenário político internacional
entre os governos e surgir diante 
dos novos contextos inseridos após 
a Segunda Grande Guerra.
O pensador italiano também fala 
que existe uma crise de fundamen-
tos: é preciso que se busque os vá-
rios fundamentos possíveis para os 
direitos do homem. Trata-se de uma 
tarefa para as Ciências históricas e 
sociais; consequentemente, cabe ao 
� lósofo fazer parte dessa conjectura. 
Ademais, Bobbio considera que 
“o problema fundamental em rela-
ção aos direitos do homem, hoje, 
não é tanto o de justi� cá-los, mas o 
de protegê-los. Trata-se de um pro-
blema não � losó� co, mas político”.25 
É importante procurar meios se-
guros para garantir esses direitos e 
impedir, apesar das declarações, que 
eles sejam continuamente violados. 
Isso não signi� ca resolver de uma 
vez o problema do fundamento. Mas 
sua solução atual foi possível com a 
Declaração universal dos direitos hu-
manos, de 1948, que “representa a 
manifestação da única prova atra-
vés da qual um sistema de valores 
pode ser considerado humanamente 
fundado e, portanto, reconhecido: e 
essa prova é o consenso geral acerca 
da sua validade”.26 Este documento 
foi aprovado por 48 Estados e “aco-
lhido como inspiração internacional 
e orientação no sentido de uma co-
munidade não só de Estado, mas de 
indivíduos livres e iguais”.27
Entretanto, vamos pensar um 
pouco sobre a intervenção de certos 
Estados em outras regiões do país, 
25 Idem, pág. 43
26 Idem, pág. 46
27 Idem, pág. 47
EXERCÍCIO III: 
BULLYING E A DISCUSSÃO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS
 Juntamente com os alunos, elabore pistas para os problemas atuais 
enfrentados no mundo virtual, buscando maneiras de assegurar os di-
reitos do ser humano.
 Para isso, passe o � lme Cyberbully (EUA, 2011) na sala de aula e 
promova um debate com base nas seguintes perguntas: 
• O que mais lhe chamou a atenção no � lme? Por quê?
• Qual deveria ser a atitude da personagem principal?
• Quais os efeitos do cyberbullying na vida do estudante? 
• Como resolvê-los social e juridicamente?
• Como podemos resolver os crimes virtuais? Eles violam os di-
reitos humanos? Quais deles?
• Precisamos de novos direitos na sociedade tecnológica e da in-
formação? Quais? Por quê?
• Como as escolas podem garantir a consolidação dos direitos hu-
manos na sua administração, nas práticas pedagógicas em salas 
de aula, e nas relações com a família e a sociedade envolvente?
Depois, divida os alunos em duplas e peça que elaborem uma 
resenha crítica que abranja uma síntese do � lme e as discussões rea-
lizadas em sala.
 www.portalcienciaevida.com.br • ciência&vida • 43
IM
A
G
EN
S:
 D
IV
U
LG
A
Ç
Ã
O
 
BITTAR, Eduardo C. B.; ALMEIDA, 
Guilherme Assis de. Curso de Filosofia 
do Direito. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 
Tradução de Carlos N. Coutinho. 3. 
reimp. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito 
Constitucional. 23. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2008. 
CÉSAR, Alexandre. Acesso à justiça e 
cidadania. Cuiabá: EdUFMT, 2002.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. 
Introdução ao estudo do Direito: 
técnica, decisão, dominação. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2003.
HADDAD, Sérgio; GRACIANO, 
Mariângela. A educação entre direitos 
humanos. São Paulo: Ação Educativa, 
2006. 
HERKENHOFF, João Baptista. A 
Constituição brasileira de 1988 à face 
da tortura e o reconhecimento de todo 
ser humano como pessoa. Disponível 
em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/
militantes/herkenhoff/livro3/c22.html>. 
Acesso em: 17 jun. 2010. 
HORTA, José Luiz Borges. Direito 
constitucional da educação. Belo 
Horizonte: Decálogo, 2007. 
MELO, Milena Petters. Cidadania: 
subsídios teóricos para uma nova 
práxis. SILVA, Reinaldo Pereira e (Org.). 
Direitos humanos como educação pra 
a justiça. São Paulo: LTr, 1998. p. 77-87. 
MIGNOLO, Walter D. Os esplendores e 
as misérias da “ciência”: colonialidade, 
geopolítica do conhecimento e 
pluri-versalidade epistémica. In: 
SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). 
Conhecimento Prudente para uma vida 
decente: um discurso sobre as ciências 
revisitado. São Paulo: Cortez, 2004. p. 
667-709.
POZZOBON, Fabíola. A Constituição 
brasileira de 1988 e os Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos. 
Disponível em: <http://www.
direitonet.com.br/artigos/exibir/1606/A-
Constituicao-brasileira-de-1988-e-os-
Tratados-Internacionais-de-Direitos-
Humanos-TPI>. Acesso em: 17 jun. 
2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A 
crítica da razão indolente: contra o 
desperdício da experiência. 7. ed. São 
Paulo: Cortez, 2009.
______. Conhecimento prudente para 
uma vida decente: um discurso sobre as 
ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 
2004. 
SILVA, João Henrique da. A indisciplina 
e a violência escolar: uma perspectiva 
pedagógica e jurídica para a 
construção da cidadania. Monografia 
(Especialização em Direito Educacional), 
Centro Universitário Claretiano, São 
Paulo, 2010.RE
FE
RÊ
N
C
IA
S
como a invasão dos Estados Unidos 
no Iraque, em 2001; os ataques de 
Israel na faixa de Gaza; a crise po-
lítica na Ucrânia, entre outras cenas 
de intervenção militar frequentes 
no século XXI. Será que os direitos 
humanos foram contemplados nes-
sas ações? Será que alguns direitos 
foram violados? Quais?
A Declaração universal signi� ca 
a partilha de alguns valores co-
muns e foi acolhida subjetivamente 
pelos homens. Assim, a a� rmação 
dos direitos do homem é o ponto 
de partida para a instituição de um 
autêntico sistema de direitos – di-
reitos positivos ou efetivos. Eles 
ganham concretude e são protegi-
dos, mas somente no âmbito do Es-
tado que os reconhece. A a� rmação 
dos direitos do homem é universal, 
inclusive, porque abrange todos os 
homens e é positiva, pois efetiva-
mente protege os direitos até mes-
mo contra o próprio Estado que os 
tenha violado. Mas como os Esta-
dos estão trabalhando para prote-
ger esses direitos?
Para Bobbio, a Declaração uni-
versal é um ideal a ser alcançado e 
o início de um longo processo, cujos 
resultados ainda não podemos ver. 
Os conteúdos da Declaração (quan-
tidade e qualidade dos direitos) não 
podem apresentar nenhuma pre-
tensão de ser de� nitivos, tendo em 
vista que os direitos do homem são 
históricos, “emergem gradualmente 
das lutas que o homem trava por sua 
própria emancipação e das transfor-
mações das condições de vida que 
essas lutas produzem”.28
O italiano também relata uma 
das di� culdades para a realização 
dos direitos do homem. Estes “não 
dependem da boa vontade dos que 
os proclama, bem como das boas 
disposições dos que possuem os 
meios para protegê-los […]. O pro-
blema da sua realização não é nem 
� losó� co nem moral. Tampouco é 
um problema jurídico. É um pro-
blema cuja solução depende de um 
certo desenvolvimento da socieda-
de, e como tal, desa� a até mesmo 
a Constituição mais evoluída e põe 
em crise até mesmo o mais perfeito 
mecanismo da garantia jurídica”.29
Portanto, Bobbio assinala que a 
“doutrina dos direitos do homem já 
evoluiu muito, ainda que entre con-
tradições, refutações, limitações”.30 
E a discussão sobre esses direitos 
envolve di� culdades, procedimen-
tos e substantivas. Inclusive, “a 
efetivação de uma maior proteçãodos direitos humanos está ligada 
ao desenvolvimento global da ci-
vilização humana”.31
28 Idem, pág. 51
29 Idem, págs. 63-64
30 Idem, pág. 78
31 Idem, pág. 64
Cyberbully, do direitor Charles Binamé, retrata a vida de uma adolescente que, após ganhar 
seu primeiro computador, se torna vítima do cyberbullying e vê como única opção o suicídio

Mais conteúdos dessa disciplina