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GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL, PUERPÉRIO E RECÉM-NASCIDO Protocolo PORTO VELHO/RONDÔNIA 2018 ELABORAÇÃO Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha (GCERC) Ana Cristina Toledo do Amaral Aldeide Rodrigues de Souza Macedo Oliveira Ângela Ribeiro de Souza Clenilda Aparecida dos Santos Maria Zilma Conceição de Souza Patrícia Juliana dos Santos Nienow Priscila Bueno dos Santos Wanessa Carvalho Prado Ida Profissionais da Rede Básica de Saúde Flávio Marcio Martins Ferreira Karley José Monteiro Rodrigues Livia Juliene Silva Lima Oseane Alves Marques Renosto Tatiane Lima Trigueiro Hayashida Revisão Técnica Universidade Federal de Rondônia Aldrin de Sousa Pinheiro Daiana Evangelista Rodrigues Fernandes Kátia Fernanda Alves Moreira Nayra Carla de Melo Especialistas da rede materno-infantil Ida Perea Monteiro Telma Márcia Alencar de Freitas Ferreira Colaborador Kátia Mara de Araújo Revisora Textual Daniella Coelho Moreira Carvalho Ficha Catalográfica R771 Rondônia, Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria de Ações Integradas de Saúde. Gerência de Programas Estratégicos da Saúde. Assistência ao pré-natal, puerpério e recém-nascido: manual técnico. Porto Velho: SES/RO, 2018. 114.; il. 1. Saúde da mulher. 2. Assistência ao pré-natal. 3. Atenção básica. .4. Gestante. 5. Recém-nascido. I. Título. CDU: 618 Elaborado pela bibliotecária Rozinha Alves de Pinho CRB 11/983 Governador do Estado de Rondônia Confúcio Aires Moura Secretário de Estado da Saúde Williames Pimentel de Oliveira Secretário Adjunto de Estado da Saúde Luis Eduardo Maiorquin Coordenadoria de Assistência Integral a Saúde (CAIS) Ângela Ribeiro de Souza Maria Zilma Conceição de Souza Coordenadoria do Sistema de Apoio à Descentralização (COSAD) Marta Maria Oliveira Duarte Gerência de Programas Estratégicos de Saúde (GPES) Delcy Mazzarelo Cavalcante da Costa SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10 II. REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE MATERNO INFANTIL.................................................. 13 1. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO A GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO .................................................................. 17 III. ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL .................................................................................... 23 1. GESTANTE, FAMÍLIA E A SOCIEDADE ............................................................ 24 1.1 Pré-concepção ............................................................................................ 25 2 . ATENDIMENTO A GESTANTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE ................. 25 2.1 Acolhimento ................................................................................................. 25 2.2 Diagnóstico da Gravidez .............................................................................. 26 2.3 Pré-natal do Parceiro ................................................................................... 28 2.4 Classificação de Risco Gestacional ............................................................. 28 2.5 Calendário das Consultas ............................................................................ 34 2.6 Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas ............................. 49 2.7 Queixas mais frequentes na gestação e condutas ....................................... 54 2.8 Intercorrências frequentes na gestação ....................................................... 59 2.9 Doenças causadas por vetores de interesse sanitário na gestação em Rondônia ........................................................................................................... 65 2.10 Orientando a gestante para o parto ........................................................... 66 3. PRÁTICAS EDUCATIVAS NO PERIODO GESTACIONAL ................................ 67 IV. CUIDADOS COM A MULHER NO PERÍODO PUERPERAL ......................................... 70 1. ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ALTERAÇÕES EMOCIONAIS ........ 74 2.AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ÓBITO FETAL ......... 75 3. APOIO À PUÉRPERA COM RECÉM-NASCIDO INTERNADO .......................... 75 V. CUIDADOS COM O RECÉM NASCIDO ......................................................................... 76 1. AVALIAÇÃO DO VÍNCULO MÃE-BEBÊ ............................................................. 78 1.1- Avaliação do Aleitamento Materno ............................................................. 78 1.2- Situações em que há restrições ao aleitamento materno ............................ 80 2. TRIAGEM NEONATAL ....................................................................................... 80 3. IMUNIZAÇÃO DO RECÉM NASCIDO................................................................ 81 4. CUIDADOS GERAIS COM RECÉM NASCIDO .................................................. 82 VI. PLANEJAMENTO REPRODUTIVO NO PUERPÉRIO ................................................... 84 1. USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO ....... 85 VII. USO DE MEDICAMENTOS NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO ............................................................................................................................ 87 VIII. ANEXOS ...................................................................................................................... 94 1. SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA ............................ 95 Região Madeira Mamoré .......................................................................... 95 Região Vale do Jamari ............................................................................. 96 Região Central ......................................................................................... 97 Região Café ............................................................................................. 98 Região Zona da Mata ............................................................................... 99 Região Vale do Guaporé ....................................................................... 100 Região Cone Sul ................................................................................... 101 2. FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .............................. 102 3. FICHA PARA REALIZAÇÃO DO MOBILOGRAMA ......................................... 103 4.FLUXOGRAMA DE PESQUISA PARA DIABETES GESTACIONAL ................ 104 5.FLUXOGRAMA DO MANEJO DA GESTANTE NOS QUADROS DE SÍFILIS .. 105 6.FLUXOGRAMA PARA MANEJO DA TOXOPLASMOSE GESTACIONAL ...... 106 7.FLUXOGRAMA PARA SOROLOGIA POSITIVA PARA O VÍRUS HIV ............. 107 8.FLUXOGRAMA PARA QUEIXAS URINÁRIAS NA GESTAÇÃO ...................... 108 9. MODELO DE PLANO DE PARTO ................................................................... 109 10. ESCALA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO (EPDS) ........................................ 110 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 112 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Razão de Mortalidade Materna, Estado de Rondônia no período de 2011 a 2015 ....................................................................................................................... 11 Quadro 2 Matriz dos Pontos de Atenção Materno Infantil/RO .................................. 17 Quadro3 Condições relacionadas às características pessoais e sociodemográficas .................................................................................................... 29 Quadro 4 Condições relacionadas aos antecedentes obstétricos ............................ 30 Quadro 5 Demonstrativo para a suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico .... 37 Quadro 6 Demonstrativo dos possíveis cacifos a ser identificados, suspeita e condutas .................................................................................................................... 45 Quadro 7 Interpretação do resultado do TESS ......................................................... 47 Quadro 8 Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante .............. 48 Quadro 9 Doenças de maior incidência regional transmitidas por vetores ............... 65 Quadro 10 Complicações no período puerperal e condutas..................................... 73 Quadro 11 Critérios para identificação do grau de risco do recém-nascido ............. 77 Quadro 12 Orientações gerais para o cuidado com o recém-nascido ...................... 83 Quadro 13 Medicamentos que devem estar disponíveis para o cuidado da gestante e puérpera ................................................................................................................. 88 Quadro 14 Uso de medicamentos durante o período de amamentação .................. 91 Quadro 15 Medicamentos que não devem ser usados na gestação ........................ 92 Quadro 16 Medicamentos indicados no tratamento das parasitoses intestinais na gestação .................................................................................................................... 93 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Regiões de saúde e serviços de referência da Rede Cegonha em Rondônia ................................................................................................................... 13 Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez ................................................. 27 Figura 3 - Gráfico de acompanhamento do estado nutricional da gestante ............. 40 Figura 4 - Painel com passos para a palpação obstétrica (Manobra de Leopold) .... 42 Figura 5 - Verificação da medida da altura uterina ................................................... 44 APRESENTAÇÃO O Protocolo Estadual de Assistência ao Pré-Natal, Puerpério e Recém- Nascido elaborado no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde de Rondônia, por técnicos que atuam diretamente na assistência da linha de cuidado à saúde da mulher, Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha em parceria com o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) representa o resultado de um esforço institucional no intuito de definir as linhas básicas para a organização das ações assistenciais voltadas para a mulher no ciclo gravídico puerperal no Estado de Rondônia. O principal objetivo deste protocolo é prover aos profissionais de Enfermagem, Medicina e demais que atuam na Rede Básica de Saúde, a segurança e o compromisso ético necessários para que atuem com autonomia e proporcionem ao usuário do sistema municipal de saúde uma atenção de qualidade, com base nos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) que são a Universalidade, Equidade e Integralidade. O propósito deste documento foi adaptar as diretrizes nacionais já existentes, construídas com base em evidências científicas, impressos nos Cadernos de Atenção Básica e Protocolos de Áreas Técnicas do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde, ao desenho estrutural da rede estadual, de forma que estas possam ser sustentadas e, assim, obter maior adesão dos profissionais no desenvolvimento das rotinas de trabalho. Buscou-se, ainda, orientação em outros documentos construídos por estados/cidades, tais como, São Paulo, Santa Catarina e Florianópolis. A implantação deste protocolo sugere ainda um processo de educação permanente junto aos profissionais que atuam nessa linha de cuidado, que será conduzido pelo Projeto de Planificação da Atenção Básica e Especializada, em desenvolvimento nas regiões de saúde, em consenso e aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite/RO. Espera-se que a partir deste processo sejam normatizados e padronizados os cuidados de saúde nos pontos de atenção da rede em cada nível de gestão, humanizando os procedimentos, definindo as funções por tipo de unidade, integrando as diversas responsabilidades e aumentando a capacidade de atingir resultados satisfatórios nos indicadores que reproduzem a qualidade da assistência para o grupo materno-infantil, como a redução da mortalidade materna. Desta forma, desejamos que este documento seja um agente motivador dos debates entre profissionais na Atenção Primária a Saúde, visando respaldar e subsidiar o trabalho em equipe, na perspectiva multidisciplinar, garantindo aos profissionais o direito legal de desenvolver competências e saberes adquiridos com eficiência e eficácia na construção de uma política de saúde que vá ao encontro das necessidades da população. WILLIAMES PIMENTEL DE OLIVEIRA SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE 10 I. INTRODUÇÃO A Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia (SESAU/RO), em consonância com as políticas do Ministério da Saúde (MS) e, diante de sua função precípua de coordenar e apoiar a implantação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) elegeu a atenção materno-infantil como sua linha de atuação prioritária. Primeiro, por meio da adesão à Rede Cegonha em 2012, visando conformar uma rede de saúde organizada, integrada, eficiente e capaz de responder às reais necessidades da saúde da população materno-infantil e, segundo, por meio da Planificação da Atenção Primária e Ambulatorial Especializada de Saúde iniciada em 2017 na Região de Saúde do Café – Cacoal. O marco histórico do processo de adesão à Rede Cegonha no estado ocorreu, efetivamente, em março de 2012 a partir da realização da Oficina das RAS, ocasião em que foi firmado o compromisso do Estado em executar a implantação e operacionalização da referida Rede. Assim, nesse período foi homologado o Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha (GCERC), sendo publicada a Resolução CIB/RO nº 021/2012. O GCERC ficou responsável por conduzir e coordenar o trabalho na SESAU para a efetivação da rede, o que resultou num processo de discussão e construção do Plano de Ação Regionalizado (PAR) da Rede Cegonha articulado com as seis Gerências Regionais de Saúde (GRS) e os municípios, norteado pela Portaria GM/MS nº 1.459 de 24/06/2011. No estado de Rondônia, mais de 90% dos partos são hospitalares, sendo a maioria do tipo cesáreo. Em 2016, apenas 47,8% dos partos foram tipo normal (SIH/TABNET/SUS). Nesse mesmo ano, do total de 16.893 partos, 20,5% foram registrados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) como gestação de alto risco. No entanto, só o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP), referência estadual para gestação de alto risco, foi responsável pela assistência de 23,3% do total das ocorrências de parto, maior que o esperado para o tipo de unidade. O monitoramento realizado em 2015 pelo GCERC sobre a assistência obstétrica no HBAP constatou que as causas comuns de encaminhamento das gestantes para esta unidade devem-se a hipertensão na gravidez (34%), pré- eclâmpsia e eclâmpsia (25%); infecção no trato urinário (15%), diabetes (15%) e 11 resultados de sorologias alteradas, HIV/AIDS, hepatites (11%). Sabe-se que estas causas estão relacionadas diretamente a baixa resolutividade (falta de insumos, gerenciamento da APS, treinamento dos profissionais em geral, recursos humanos, estrutura física, logística, entre outros) da assistência prestada ao nível da atenção básica duranteo pré-natal. Nesse mesmo levantamento constatou-se, com referência às ações assistenciais na rede básica de saúde que, em 2016, apenas 61% das gestantes realizaram mais de sete consultas pré-natal, conforme preconizado pelo MS para garantir uma assistência qualificada. Em pesquisa realizada junto às equipes de Saúde da Família (eSF) dos seis municípios sede de região de saúde, ainda em 2016, constatou-se que em 68% das gestantes acompanhadas pelas equipes de Saúde da Família, apenas 60% realizaram consulta pós-parto. Outro dado preocupante no estado é o aumento dos casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade, que em 2016, teve incidência 109% maior que 2015. Fato que demonstra a fragilidade do sistema de saúde em acompanhar e monitorar essas gestantes, previamente. Diante disso, é importante ressaltar que os dados comentados acima impactam diretamente no indicador de Mortalidade Materna. Rondônia, nos últimos cinco anos, apresenta uma série histórica crescente da Razão de Mortalidade Materna (RMM)*. Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), os pontos de corte para a RMM são: <20 (Baixa); 20 a 50 (Média); 50 a 150 (Alta) e > 150 (Muito Alta), conforme representado no Quadro 1. Quadro 1- Razão de Mortalidade Materna, Estado de Rondônia no período de 2011 a 2015 ANO RMM 2011 54/100.000NV 2012 64/100.000NV 2013 66/100.000NV 2014 80/100.000NV 2015 50/100.000NV Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM *A Razão da Mortalidade Materna relaciona os óbitos maternos por causas obstétricas diretas e indiretas (mortes maternas obstétricas) com o número de nascidos vivos (OMS). 12 Analisando os dados acima, verifica-se que o estado de Rondônia apresenta uma RMM de média para alta. Comparando com os outros estados da região Norte, está na terceira posição atrás dos estados do Amazonas e Pará (SIM/MS, 2016). Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2012) a razão da mortalidade materna, estimada em 2010 para o Brasil, foi de 56/100.000NV, comparando ainda a países como a França (8/100.000NV), o Canadá (12/100.000NV) e EUA (21/100.000NV) observa-se a necessidade de priorizar estratégias para a redução desses índices em Rondônia e, consequentemente, no Brasil. A OMS aponta como sendo as principais causas de morte materna no mundo: hemorragia (24,8%); infecção (14,9%); eclampsia (12,9%); parto obstruído (6,9%); aborto ilegal (12,8%); outras causas diretas (7,9%) e causas indiretas (19,8%). Todo ano, Rondônia pactua no sistema SISPACTO metas para redução do indicador de mortalidade materna, porém, não tem alcançado os resultados esperados. Sendo assim, a grande meta desejada é que não ocorra nenhuma morte materna, para isso o estado iniciou em 2017 o Projeto da Planificação da Atenção Primária à Saúde integrada com Atenção Ambulatorial Especializada, assessorado pela equipe técnica do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS). O referido projeto vem reforçar as ações na linha de cuidado prioritária da área Materno Infantil visando fomentar uma política de enfrentamento e de redução da mortalidade materna. Pretende-se alcançar este objetivo organizando estratégias de sensibilização da população-alvo quanto à importância do pré-natal, institucionalização do Protocolo Estadual para Assistência Materno Infantil, organização da rede em todos os níveis de atenção à saúde e melhoria no processo de aquisição de insumos na atenção básica de saúde, entre outras. Sendo assim, a elaboração deste protocolo, tem como objetivo estabelecer uma linha guia, para a rede estadual de atenção a saúde, no monitoramento das manifestações que envolvem o processo gravídico puerperal e nascimento, assim como o enfrentamento de possíveis problemas relacionado a assistência a saúde à este grupo específico (gestante, puérpera e recém-nascido), vem corroborar com o compromisso de qualificar a organização dos serviços na rede básica, especialmente aqueles executados pelas equipes de Saúde da Família, para as quais, este documento está direcionado. 13 GAR – 70 UTINeo – 26 UCINco – 35 UTI adult - 10 BLH- 1 UTI Neo - 6 UTI Adulto - 10 Legenda Referência Gestação de Alto Risco Risco Intermediário e Habitual • Estimativa de Gestantes/2016 – 28.000 • Gestantes de Risco Habitual – 23.800 • Gestantes de Alto Risco – 4.200 Serviço de Referência em alto Risco Hospital de Base II. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MATERNO INFANTIL Figura 1 - Regiões de saúde e serviços de referência hospitalar da Rede Cegonha em Rondônia Fonte: GCRC/GPES/SESAU/RO 14 O Sistema Único de Saúde para cumprir com a sua função de prestar assistência à saúde, respeitando os princípios de universalidade, equidade e integralidade, necessita uma rede de assistência onde os pontos de atenção atuem de forma ordenada, articulada, harmônica e aberta para assegurar a acessibilidade das pessoas. A Rede Temática de Atenção a Saúde Materno Infantil tem como função oferecer assistência contínua à saúde para a população que experimenta e vivencia as transformações que envolvem o ciclo gravídico e o nascimento, com ações e serviços executados com a qualidade adequada, com custo certo e com a responsabilidade pelos resultados sanitários referentes a esta população. Para o efetivo alcance dos objetivos, as ações a serem executadas devem estar organizadas obedecendo os conceitos gerais das redes de atenção à saúde, cujos pontos de atenção devem possuir função de atuação primária, especializada ambulatorial e hospitalar. A atenção primária, que tem a função de ser ordenadora e coordenadora dos fluxos e contrafluxos das pessoas pelos demais pontos de atenção, possui a responsabilidade de exercer ações de promoção, prevenção, diagnósticos e tratamento dos problemas mais comuns e acompanhamento dos quadros encaminhados aos demais níveis, pois é dela a responsabilidade sanitária desta população. É neste nível de atenção que se inicia os cuidados para o grupo materno infantil, primeiramente na comunidade com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a seguir com os demais membros das equipes de Saúde da Família e Núcleo de Ampliado de Saúde da Família (NASF-AB), responsáveis pelo acompanhamento ao longo de toda gravidez, puerpério e nos demais ciclos da vida. A atenção especializada ambulatorial e hospitalar, no nível secundário e terciário, deve dar continuidade a atenção, identificando, diagnosticando e tratando, os quadros cujo problemas de saúde já estejam instalados, ou atuando na realização da assistência ao parto/nascimento, que necessitam de um aporte tecnológico especializado para a recuperação da saúde das pessoas. Em todas as regiões de saúde deve ser organizado um serviço de referência secundário e ao nível de Macrorregião o serviço de referência terciária. A atenção secundária e terciária da Rede Materno Infantil, em Rondônia, na Macrorregião 1 está organizada da seguinte forma: serviço de atenção ambulatorial especializado para o pré-natal de alto risco e assistência hospitalar de risco 15 intermediário nos municípios de Ariquemes e Porto Velho, além de ponto de atenção hospitalar com leitos obstétricos de alto risco, Unidades de Terapia Intensiva (adulto, pediátrico e neonatal), Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal (canguru e convencional) no Hospital de Base Drº. Ary Pinheiro, serviço de referência estadual na capital. A Macrorregião 2 conta com serviço ambulatorial especializado nos municípios de Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Para a assistência hospitalar de risco intermediário, os municípios de Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. Para a atenção hospitalar de alto risco, segue a mesma referência da Macrorregião 1. Os hospitais e maternidades devem estar organizados a fim dedar resolutividade à rede e prestar assistência equitativa, de acordo com a classificação de risco da gestante, sendo necessários os requisitos essenciais a seguir: A) Risco Habitual Dispor de equipe médica e de enfermagem 24h; Garantir a vinculação da gestante de Risco Habitual; Permitir a participação de acompanhante durante a internação da gestante; Ofertar condições para o parto natural; Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil; Realizar vacinação BCG e contra hepatite B; Realizar os testes de Triagem Neonatal; Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte (SINASC e SIM). B) Risco Intermediário (médio risco) Dispor de equipe médica com obstetra, anestesista, pediatra e de enfermagem 24h; Garantir a vinculação da gestante de Risco Intermediário; Permitir a participação de acompanhante durante a internação da gestante; Ofertar condições para o parto natural; Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil; 16 Realizar vacinação BCG e contra hepatite B; Realizar os testes de Triagem Neonatal; Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte (SINASC e SIM); Dispor as centrais de leito e regulação estadual, do número acordado de vagas, para os municípios da sua vinculação. C) Alto Risco Dispor de equipe médica com obstetra, pediatra, anestesista, intensivista e de enfermagem 24h; Garantir vinculação da gestante de Alto Risco; Permitir a participação de acompanhante durante a internação da gestante; Ofertar condições para o parto natural; Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil; Realizar vacinação BCG e contra hepatite B; Realizar os testes de Triagem Neonatal; Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte (SINASC e SIM) Dispor às centrais de leitos e regulação estadual, do número acordado de vagas, para os municípios da sua vinculação. A composição multiprofissional das equipes de saúde se faz necessário, porque os problemas de saúde muitas vezes são complexos e necessitam de diferentes abordagens para o devido manejo e condutas. A ação interdisciplinar da equipe deve ter um objetivo comum com corresponsabilização entre seus integrantes. Em todos os níveis, cada profissional é chamado a desempenhar sua função em um processo de trabalho coletivo e integrado, cujo produto deve ser uma atenção de qualidade, reunindo atributos das diversas áreas profissionais ou do conhecimento. 17 Quadro 2 - Matriz dos Pontos de Atenção Materno Infantil em Rondônia A construção da Matriz dos Pontos de Atenção é fundamental, pois identifica os serviços e ações necessárias à atenção a gestante. No Anexo 1, apresenta-se as unidades por tipo e local de referência no estado. 1 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO À GESTANTE, PUÈRPERA E RECÉM-NASCIDO São atribuições comuns a todos (as) os (as) profissionais da equipe Captação precoce da gestante (toda a equipe de Saúde da Família, em especial o ACS); Participar de atividades educativas individuais e em grupo, orientando sobre a importância do pré-natal e os cuidados necessários durante a gravidez, preparando a gestante para o parto, aleitamento materno e o planejamento reprodutivo; Realizar visitas domiciliares com o objetivo de acompanhar a gestante, identificar as vulnerabilidades e fazer as orientações e os encaminhamentos necessários; Fazer aconselhamento referente à vacinação; 18 Encaminhar todas as puérperas que comparecerem às ações do quinto dia para avaliação da eSF, já agendando a consulta de puerpério e puericultura; Realizar a coordenação do cuidado da gestante; Monitorar as gestantes encaminhadas ao alto risco quanto à frequência nas consultas agendadas e as condutas adotadas nessa consulta, com “destaque” para esse monitoramento pelo ACS; Participar do planejamento e execução da educação permanente dos membros da equipe da ESF. São atribuições do (a) agente comunitário de saúde: Informar as famílias sobre a importância de realizar o pré-natal para ações preventivas e os cuidados com o recém-nato; Garantir que toda gestante seja assistida continuamente pela equipe da Unidade Básica de Saúde e aquelas que optarem por outros serviços de atenção, sejam visitadas e monitoradas; Acompanhar as gestantes que se encontram sobre cuidados de serviços especializados, vinculando as mesmas mensalmente a equipe da UBS; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e caderneta da gestante; Informar a equipe qualquer sinal que indique alarme na gravidez, tais como: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar; Acompanhar o processo de aleitamento e garantir a mulher e seu companheiro o planejamento reprodutivo; Realizar ações de vigilância a saúde, especificamente o controle de vetores no seu território de atuação. 19 São atribuições do (a) técnico (a) de Enfermagem: Acolher a gestante e sua família orientando sobre a importância do pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e conferir a caderneta gestante; Verificar o peso, altura e pressão arterial e anotar os dados na caderneta da gestante e no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC); Aferir temperatura, pulso e glicemia capilar se necessário e registrar no PEC; Orientar quanto medicação mediante receita, assim como os medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico); Monitorar as vacinas e manter atualizado o cartão vacinal; Informar ao enfermeiro (a) ou médico (a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum sinal de alarme; Realizar a busca ativa de gestantes faltosas; Acompanhar o processo de aleitamento materno na unidade e/ou domicílio; Garantir a mulher e seu companheiro acesso ao planejamento reprodutivo; São atribuições do (a) enfermeiro (a): Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e fornecer a caderneta da gestante, devidamente preenchido; Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual intercalada com a do médico; 20 Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo de pré- natal; Realizar testes rápidos; Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamento das IST, conforme protocolo local e/ou do Ministério da Saúde); Manter atualizado o calendário de vacinação das gestantes; Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica ou para referência; Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Oferecer o acompanhamento do pré-natal para o parceiro;São atribuições do (a) médico (a): Confirmar a gravidez através da consulta médica e classificar risco gestacional; Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e fornecer a caderneta da Gestante devidamente preenchida; Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual intercalada com a do enfermeiro; Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário; Realizar testes rápidos; Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamento das IST) e outros conforme necessidade; Manter atualizado o calendário de vacinação das gestantes; 21 Identificar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme; Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário; Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Oferecer o acompanhamento do pré-natal para o parceiro; Encaminhar gestantes classificadas de alto risco ao serviço de referência ambulatorial. São atribuições do Cirurgião-dentista: Realizar a consulta odontológica de pré-natal de gestação de risco habitual; Verificar o fornecimento da caderneta da gestante e ver se o documento está devidamente preenchido; Realizar testes rápidos; Manter o cartão de vacina atualizado (encaminhando a sala de vacina aquelas com atraso vacinal); Avaliar a saúde bucal da gestante, a necessidade e a possibilidade de tratamento, observando os cuidados indicados em cada período da gravidez; Adequar o meio bucal e realizar o controle de placa, cujas práticas constituem boas condutas odontológicas preventivas e podem ser indicadas, garantindo conforto à gestante e a continuidade do tratamento após a gravidez; Identificar os fatores de risco que possam impedir o curso normal da gravidez e encaminhar ao enfermeiro ou ao médico para seguimento; Atender as intercorrências/urgências odontológicas observando os cuidados indicados em cada período da gravidez e encaminhar a gestante para níveis de referência de maior complexidade, caso necessário; 22 Informar as gestantes sobre a periodicidade das consultas odontológicas e os trimestres de gestação indicados para a realização de tratamento odontológico; Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Reforçar a importância do acompanhamento do pré-natal e do planejamento reprodutivo para o parceiro; Acompanhar o processo de aleitamento materno e os cuidados com o futuro bebê, enfatizando a importância do papel da amamentação na dentição e no desenvolvimento do aparelho fonador, respiratório e digestivo da criança; Orientar a mulher e seu companheiro sobre hábitos alimentares saudáveis e de higiene bucal. 23 III ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL 24 1 GESTANTE, FAMÍLIA E A SOCIEDADE O conceito de família na sociedade contemporânea não corresponde a definição tradicional quando se pensa na figura do pai, mãe e filho. Conceitos atuais mudaram esta concepção e trazem a definição de família como: pessoas que moram na mesma casa, consanguinidade, relacionamento duradouro, relação heterossexual ou homossexual e outras. O processo de engravidar gera para a família e para a sociedade expectativas, espanto, ansiedades, medo e alegria em todo o período gestacional. Gerar um filho é um momento especial na vida da mulher. É um período de mudanças, assim como, uma complexa enxurrada de sentimentos, emoções individuais, familiares e sociais. Gravidez é um processo fisiológico em que o organismo aos poucos é modificado, conforme transcorre seu desenvolvimento. É necessário que a equipe de saúde, compreenda todo esse contexto e avalie essas transformações, para que durante esse período de acompanhamento, a gestante e seu parceiro percebam que são acolhidos, tenham confiança e estejam mais preparados para o nascimento de seu filho. Um ponto a destacar é a importância de a Equipe de Saúde estabelecer com a comunidade um vínculo e traçar um plano de ação para exercer as atividades assistenciais. Isto inicia pela definição do espaço territorial de assistência, estimativa do número de gestantes e planejamento de todos os passos logísticos que envolvem o atendimento. Devem ser oportunizados também espaços de interlocução com as famílias/casal que pretendem ter filhos, para orientar sobre um conjunto de ações que as auxiliam a planejar o momento certo para engravidar (pré-concepção), sem prejuízos à saúde e ao modo de viver no contexto social no qual estão inseridos. A equipe de Saúde da Família (eSF) deve cadastrar todas as pessoas do território, identificando os problemas de saúde e as situações de risco existente na comunidade, prestar assistência integral às famílias sob sua responsabilidade sanitária, desenvolver ações educativas e intersetoriais relacionadas com os problemas de saúde identificados. O Agente Comunitário de Saúde, especificamente, tem um papel fundamental na captação e orientação da gestante para que inicie o mais precocemente esse acompanhamento. 25 1.1 Pré-concepção A pré-concepção é um atendimento realizado, individualmente ou em grupo, por profissionais de saúde (enfermeiro e/ou médico), com o objetivo de orientar a mulher e acompanhante, para algumas ações que devem anteceder a gestação, com o intuito de prepará-los à uma gravidez, puerpério e nascimento saudável. Nesta atividade a equipe de Saúde da Família deverá ofertar: Consulta de enfermagem ou médica para identificar fatores de riscos ou doenças que possam alterar a evolução da futura gestação; Suplemento Alimentar (iniciar a suplementação com ácido fólico dois meses antes de suspender o método contraceptivo ou interesse da gravidez); Exames laboratoriais para o casal (testagem de Sífilis, HIV e Hepatite B); Exames de imagem (se for necessário) a fim de prevenir risco a futura gestação; Atualização vacinal, observando que a vacina contra rubéola deve ser administrada no mínimo até 2 meses antes da gravidez; Orientações em geral a mulher, parceiro e família sobre a possível gravidez; Orientação sobre peso ideal, risco de obesidade na gravidez e importância de introduzir atividade física na rotina pessoal. 2.1 Acolhimento O acolhimento não pode ser resumido a uma recepção amigável da mulher na unidade básica de saúde. Acolher a mulher ou gestante deve se configurar em uma ação de aproximação, como um “estar com”, ou um “estar perto de”, sinalizando uma atitude de inclusão por parte do profissional (BRASIL, 2010). Deve-se considerar o acolhimento uma oportunidade de estabelecimento de vínculo, responsabilização e compartilhamento de informações, pautadas na escuta qualificada dos problemas demandados pela mulher/gestante (MOTTA et al, 2014). 2 ATENDIMENTO A GESTANTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE 26 Dessa forma, por meio do acolhimento busca-se ampliar a autonomia e a corresponsabilidade entre o profissional e a gestante, garantindo o seu protagonismo durante todo o processo da gestação , parto e puerpério. 2.2 Diagnóstico da Gravidez O diagnóstico da gravidez deve ser oferecido a toda mulher com histórico de atraso menstrual acima de 15 dias e/ou náuseas, vômitos e aumento do volume abdominal com a realização do Teste de Gravidez (Pesquisade βHCG)1 ou Teste Rápido de Gravidez, que será solicitado pelo médico ou enfermeiro (Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez). Se o atraso menstrual for maior que 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clínico. ¹A Gonadotrofina Coriônica Humana (ßHCG) pode ser detectada no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção (BRASIL, 2006). 27 Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 2012 Mulher com suspeita de gravidez Atraso menstrual Náusea Suspensão ou irregularidade do uso do contraceptivo Desejo de gravidez Garanta o atendimento no ambulatório de pré-natal de alto risco. Mantenha acompanhamento da equipe da área de abrangência. Monitore os retornos no ambulatório de alto risco. Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se necessário. Identifique o hospital de referência de alto risco para o parto. Agende consulta de puerpério para a primeira semana pós-parto. Atendimento pela equipe da área de abrangência. É ideal que haja consultas alternadas com médico e enfermeiro. Inclua o companheiro da gestante nas consultas. Monitore os retornos. Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se necessário. Identifique o hospital de emergência de baixo risco para o parto. Agende consulta de puerpério (para a mãe e o RN) para a primeira semana pós-parto. Consulta de acolhimento Deve-se avaliar: o ciclo menstrual – Dum, a atividade sexual e o uso de método contraceptivo Sim Sim Ausente βHCG urinário, teste rápido Ausculta de BCF Negativo Positivo Presente Repetir βHCG em 15 dias Negativo Gravidez confirmada Captação da gestante para o pré-natal Solicite exames Realize testes rápidos de HIV e sífilis Preenchimento do SISPRENATAL WEB/PEC Preenchimento do cartão da gestante Atraso menstrual maior do que 15 dias? Dum maior do que 12 semanas? Investigue outras causas de irregularidade menstrual Avaliação de risco gestacional Encaminhe a gestante para o serviço de pré-natal de alto risco Afastado o risco Confirmado o risco Avaliação do risco gestacional pelo médico Pré-natal de alto risco Pré-natal de baixo risco 28 Destaca-se que a mulher com gravidez confirmada, seja por teste de gravidez ou por exame clínico deverá iniciar o pré-natal imediatamente, sendo que a primeira consulta de pré-natal deverá acontecer preferencialmente até a 12ª semana de gestação. IMPORTANTE: Toda mulher com suspeita de gravidez, deve-se investigar se estava em uso de contraceptivo e se a gravidez é planejada. Se o teste de gravidez for positivo, iniciar o pré-natal imediatamente; se for negativo, e a paciente não deseja gravidez, iniciar contraceptivo imediatamente. 2.3 Pré-natal do Parceiro A paternidade é um momento de mudança na vida do homem, sua presença é um importante elemento em todas as fases da vida do filho e da futura mãe. Com o objetivo de engajar os homens no acompanhamento da gestação, parto e cuidado com o desenvolvimento da criança, além de facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina, na faixa etária de 20 a 59 anos, às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS foi instituído o Pré-Natal do parceiro por meio da Portaria GM/MS Nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Neste processo é imprescindível que o pai seja acolhido e vinculado a Unidade Básica de Saúde, participe da consulta pré-natal e do momento do parto, realize os testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites virais, atualize seu cartão de vacina, participe das ações educativas e realize outros exames conforme necessidades. 2.4 Classificação de Risco Gestacional Devido a presença de fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar probabilidade mais acentuada na evolução desfavorável da gestação, situação identificada como gestação de Alto Risco. Neste contexto, devem-se avaliar os critérios abaixo para realizar a classificação do risco gestacional. 29 Quadro 3 - Condições relacionadas às características pessoais e sociodemográficas (acompanhamento na Atenção Primária à Saúde) CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Menos que cinco anos de estudo regular Atenção para nível de compreensão das orientações, especialmente recomendações escritas. Buscar formas alternativas de comunicação e solicitar acompanhante quando percebida limitação de entendimento. Ocupação com esforço físico excessivo, trabalho noturno, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos e níveis altos de estresse. Avaliação de adequação de atividade, função, carga horária e solicitação médica formal ao empregador de mudança de função ou área de trabalho. Orientar pausas periódicas para descanso, especialmente após as refeições. Suporte familiar ou social inadequado Oferecer/solicitar avaliação psicológica e do serviço social. Situação afetiva conflituosa Oferecer/solicitar acompanhamento psicológico e social, atentar para risco de violência doméstica (investigação periódica). Transtorno mental Encaminhamento para avaliação psicológica/CAPS, monitoramento e vigilância de piora de sintomas, especialmente piora depressiva, ideação suicida. Valorização de queixas subjetivas. Investigar o abuso de substâncias psicoativas e fumo. Dependência de drogas lícitas ou ilícitas Encaminhamento para CAPS AD, oferecer/solicitar acompanhamento psicológico, rever periodicidade de consultas. Pesquisar situação de rua e comportamentos sexuais de risco. Violência doméstica, abuso, assédio moral. Oferecer/solicitar avaliação psicológica e serviço social. Oferecer apoio e abordar importância e possibilidade de denúncia em caso de violência. Em caso de gravidez resultante de estupro/abuso, oferecer as possibilidades previstas na Norma Técnica de prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual (BRASIL, 2012), inclusive interrupção de gravidez. Altura menor que 1,45 m Atenção para crescimento uterino e valorização de queixas de contrações ou perdas vaginais. Continua 30 Continuação CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Idade menor que 15 No caso de adolescentes, buscar adequação da atenção obstétrica respeitando as particularidades sociais e psicológicas da faixa etária, maior risco de complicações (como prematuridade). Orientar sempre sobre a importância da permanência ou retorno à escola. É recomendada a realização de grupos de orientações e consultas dirigidas para essa população. Índice de massa corpórea (IMC) inicial que evidencie baixo peso (<20 kg/m²) ou, sobrepeso (25 -29,99Kg/m²) ou obesidade (≥ 30 kg/m²) Oferecer/solicitar avaliação e acompanhamento nutricional, orientações quanto atividade física. IMPORTANTE: Devido à crescente prevalência de sobrepeso e obesidade na população, deve-se dar atenção especial a este quesito (VIGITEL, 2015). Quadro 4 - Condições relacionadas aos antecedentes obstétricos (acompanhamento na Atenção Primária à Saúde) CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Abortamento habitual 1º trimestre (mais do que 2 abortos) Oferecer/solicitar avaliação psicológica, pesquisar história de manipulação/cirurgia uterina prévia, de alterações endocrinológicas (diabetes, tireoidopatias), de miomatose, malformações uterinas, consanguinidade, de alterações genéticas familiares, de exposição a substâncias tóxicas, de trombose. Cirurgia uterinaanterior (que não sejam cesáreas) Recomendado agendamento de cesárea, fora do início de trabalho de parto, em torno de 39 semanas. Esterilidade/infertilidade Oferecer/solicitar avaliação psicológica, pesquisar história de manipulação/cirurgia uterina prévia, malformações uterinas, miomatose, de alterações endocrinológicas (diabetes, tireoidopatias). Intervalo interpartal menor que dois anos Atenção para sinais de trabalho de parto prematuro. Pesquisar rede de apoio para auxílio ao cuidado dos filhos, avaliar afastamento laboral de companheiro/familiar/acompanhante na eventualidade de cuidado especial durante a gestação. Oferecer planejamento reprodutivo. Continua 31 Continuação CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Macrossomia fetal Atenção para o desenvolvimento fetal, pesquisa de diabetes mellitus. Nuliparidade e grande multiparidade (> 4 gestações) Pesquisar rede de apoio para auxílio ao cuidado do(s) filho(s), oferecer planejamento reprodutivo. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia Seguir orientações contidas no item 2.8 - Intercorrências frequentes na gestação, pag. 59. Recém-nascido com restrição de crescimento ou malformado Pesquisar história de infecções prévias, toxoplasmose, sífilis, Citomegalovírus (CMV), complicações clínicas (hipertensão, lúpus), malformação familiar. Solicitar USG morfológico de 1º e 2º trimestres, ecocardiografia fetal, se disponíveis. Acompanhamento da curva de altura uterina. Síndromes hemorrágicas em partos anteriores Afastar diagnóstico atual de placenta prévia, orientações sobre possibilidade de recorrência no parto atual, parto preferencialmente em hospital com suporte para urgências e emergências obstétricas. Duas ou mais cesarianas prévias Afastar diagnóstico atual de placenta prévia e acretismo placentário com ultrassonografia no final do 3º trimestre. Acretismo placentário Afastar diagnóstico na gestação atual. Perdas gestacionais de 2º ou 3º trimestre Podem ser acompanhadas na APS após avaliação com especialista para definição da conduta na atenção pré-natal. Prematuridade prévia Podem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde após avaliação com especialista para definição da conduta na atenção pré-natal. Morte perinatal explicada ou inexplicada Podem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde após avaliação com especialista para definição da conduta na atenção pré-natal. 2.4.1 - Morbidade prévia e atual (encaminhamento para referência em pré-natal de risco, concomitante com APS e avaliação com especialista para definição de complexidade da atenção pré-natal): Aneurismas; Aterosclerose; Alterações genéticas maternas; Alterações ósteo-articulares de interesse obstétrico; 32 Câncer; Cardiopatias; Cirurgia bariátrica; Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); Doenças inflamatórias intestinais crônicas; Doenças psiquiátricas com acompanhamento (psicoses, depressão grave etc.); Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus); Epilepsia; Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras); Hanseníase; Hemopatias; Hipertensão arterial crônica, com ou sem medicação; Infecção urinária de repetição; Nefropatias; Pneumopatias; Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras IST); Cirurgia abdominal prévia com história de complicações; Tromboembolismo; Tuberculose; Asma grave. 2.4.2 - Doença obstétrica na gravidez atual (acompanhamento do pré- natal no serviço de referência em pré-natal de alto risco, concomitante com APS): Aloimunização; Amniorrexe prematura; Restrição de crescimento fetal; Gestação múltipla; Oligo ou polidrâmnio; 33 Hidropsia fetal; Malformações fetais maiores; Óbito fetal; Síndromes hemorrágicas; Síndromes hipertensivas (pré-eclâmpsia, hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia superposta); Trabalho de parto prematuro; Gravidez prolongada; Ganho ponderal acima do adequado. 2.4.3 - Fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/emergência obstétrica: Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento; Anemia grave (Hb < 8g/dl); Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma, etc.; Crise hipertensiva (PA ≥ 160/110mmHg); Sinais premonitórios de eclâmpsia (escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito com ou sem hipertensão arterial grave e/ou proteinúria); Eclâmpsia/convulsões; Hipertermia (Tax ≥ 37,8ºC), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS); Suspeita de trombose venosa profunda; Suspeita/diagnóstico de abdome agudo; Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra infecção que necessite de internação hospitalar; Prurido gestacional/icterícia; Hemorragias na gestação (incluindo descolamento prematuro de placenta, placenta prévia); Idade gestacional de 41 semanas confirmadas ou mais. 34 2.4. 4 - Ficha de Classificação de Risco Gestacional (aplicar ao iniciar o pré-natal e no segundo e terceiro trimestre de gestação) A Classificação de risco gestacional deve ser realizada no mínimo a cada trimestre ou sempre que surgir modificações clínicas importantes na gestação. Para realizar esta atividade durante a Assistência ao Pré-Natal apresenta-se como instrumento a Ficha de Classificação de Risco Gestacional a ser aplicada pelas eSF, auxiliando a estratificação dessa população (Anexo 2). 2.4.5 - Gestante vítima de violência Vivemos em uma sociedade que presenciamos cenas de violência contra a mulher a todo o momento. Portanto, quando a mulher se encontra grávida, qualquer tipo de violência se torna ainda mais preocupante trazendo sérias consequências para a saúde da mãe e do feto. Os ACS que estão próximos da realidade desta mulher são atores importantes deste cuidado. Observar com atenção o contexto familiar a qual elas estão inseridas favorece a descoberta desse ato. É no pré-natal também que todos os profissionais devem estar atentos para identificação destes casos, para trabalhar formas de enfrentamento em que ela possa reagir positivamente à sua defesa e autodefesa e também na proteção do bebê. Todas as gestantes que se sentem ou se descobrem em situação de vulnerabilidade devem ser acompanhadas prioritariamente, aquelas que são confirmadas situações concretas de violência devem ser orientadas a denunciar seus agressores a autoridade policial. O serviço de saúde deve estar organizado para prontamente notificar o caso (a notificação é compulsória) e acionar imediatamente conselhos de proteção à vítima obedecendo ao fluxo de cada localidade. Esta ação pode mudar potencialmente o destino dessas mulheres. 2.5 Calendário das Consultas O número mínimo recomendado recentemente pela Organização Mundial de Saúde é de oito consultas gestacionais, uma no primeiro trimestre (até a 12ª semana), com 20, 26, 30, 34, 36, 38 e 40 semanas. A equipe deve monitorar o absenteísmo das gestantes e apoiar a solução da dificuldade, com visita domiciliar pelo (a) agente comunitário (a) ou outro membro da equipe de saúde. 35 O Ministério da Saúde recomenda que as consultas devam ser intercaladas entre o médico e enfermeiro, lembrando que todas as gestantes devem ser referenciadas para o odontólogo da equipe quando houver, visto que as infecções dentárias e gengivais têm sido associadas à aminiotite e por consequência a aminiorrex prematura. Deve-se estar constantemente atento ao risco associado à gravidez,pela história clínica, exame físico e resultado dos exames laboratoriais de rotina. As avaliações mínimas nos retornos incluem atenção as queixas, níveis pressóricos, ganho de peso, edema, relação idade gestacional/altura uterina, movimento fetal e deve-se dar especial atenção ao surgimento de riscos, considerando o caráter dinâmico da gestação. A necessidade de outras consultas suplementares dependerá de complicações obstétricas ou clínicas. Orienta-se, ainda, o cronograma abaixo para agendamento das consultas: Até 28ª semana Mensalmente Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013) 2.5.1 Roteiro dos procedimentos das consultas pré-natais 2.5.1.1 – Procedimento na primeira consulta Iniciar o preenchimento da Caderneta da Gestante corretamente e por completa; Cadastrar a gestante no SISPRENATAL WEB e SISAB/E-SUS; Na anamnese, levantar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, antecedentes ginecológicos e obstétricos; Uso prévio de contraceptivos, planejamento da gravidez atual, consulta pré-concepcional, uso de ácido fólico; Fazer o exame físico (avaliar o bem-estar materno e fetal); Registrar a Data da Última Menstruação (DUM) e definir a Data Provável do Parto(DPP); 36 Registrar o peso e altura para o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC); Registrar os sinais e sintomas na gestação em curso; Hábitos alimentares (orientar sobre hábitos e higiene alimentar); Informar sobre a ocorrência de Internação durante a gestação atual; Orientar sobre os valores pressóricos durante o período gestacional; Orientar sobre hábitos saudáveis: estilo de vida, sedentarismo, compreendendo malefícios de substâncias como fumo (número de cigarros/dia) álcool e drogas ilícitas, para mãe e para o feto; Informar sobre a ocupação habitual (orientar sobre esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse); Perceber a aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente (devido ao risco em potencial de desenvolver depressão pós-parto); Identificar gestantes com fraca rede de suporte social (traçar plano de cuidados individualizado em conjunto com o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB); Preencher a ficha de classificação de risco gestacional, orientar a gestante quanto a sua situação, transferir para consulta médica conforme resultado; Orientar e agendar consulta odontológica para avaliação da saúde bucal, preferencialmente no 1º trimestre; Orientar a gestante sobre as doenças causadas por vetores, tais como Zika Vírus, Dengue e Chikungunya; Analisar a situação vacinal da gestante (conforme o Quadro 8 - Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante, pág. 48); Iniciar suplementação com Sulfato Ferroso e Ácido Fólico segundo conduta estabelecida nas diretrizes nacionais indicado no Quadro 5. 37 Quadro 5 - Demonstrativo para a suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico na gestação PÚBLICO CONDUTA PERIODICIDADE Gestantes 40mg de ferro elementar e 5 mg de ácido fólico Diariamente até o final da gestação. Mulheres no pós-parto e pós-aborto 40mg de ferro elementar Diariamente até o terceiro mês pós-parto e até o terceiro mês pós-aborto. Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013) Solicitar os exames de rotina, conforme trimestre gestacional, para a gestante e parceiro, segundo condutas estabelecidas nas diretrizes nacionais (Verificar item 2.6, pág. 49 - Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas). Realizar teste rápido para sífilis, HIV e hepatites virais na primeira consulta, caso não tenha sido realizado por ocasião do diagnóstico da gravidez. Agendar a próxima consulta tanto no prontuário eletrônico, quanto na caderneta da gestante. 2.5.1.2 Procedimentos nas Consultas Subsequentes (profissional médico e enfermeiro, conforme calendário) Realizar a revisão da caderneta da gestante e atentar-se para registrar as informações tanto na caderneta quanto no prontuário da gestante, seja ele manual ou através do prontuário eletrônico (E- SUS), incluindo o SISPRENATAL WEB; Anamnese atual: pesquisar sobre queixas mais comuns na gestação e dos sinais de intercorrências clínicas e obstétricas; Reavaliar o risco gestacional e realizar condutas necessárias; Verificar o calendário vacinal; Avaliar os resultados dos exames complementares e realizar solicitação de outros, se necessários; 38 Interpretar os dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico frente aos resultados dos exames complementares; Tratar as alterações encontradas ou encaminhar à referência, conforme condutas indicadas. Orientar a gestante sobre os sinais de risco (sangramento vaginal, cefaleia, escotomas visuais, epigastralgia, edema excessivo, contrações regulares, perda de líquido, diminuição da movimentação fetal, febre, dor em “baixo ventre”, dispnéia e cansaço) e avaliar a necessidade de assistência individualizada; Acompanhar as condutas adotadas em serviços especializados, se a gestante estiver sendo acompanhada no pré-natal de alto risco (Plano de Cuidado Terapêutico Individualizado); 2.5.2 – Procedimentos, cuidados maternos e fetais durante as consultas A- Calcular e anotar a Idade Gestacional (IG) Perguntar e registrar a Data da Última Menstruação (DUM) - anotar certeza ou dúvida; em caso de dúvida considerar: No início do mês – DUM será no dia 05 do respectivo mês; No meio do mês – DUM será no dia 15 do respectivo mês; No fim do mês – DUM será no dia 25 do respectivo mês. Entretanto, quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a Idade Gestacional (IG) e a Data Provável do Parto (DPP) serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero, conforme esclarece o Ministério da Saúde (BRASIL, 2013): A partir da 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; 39 Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; A partir da 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical, sendo que a partir dessa semana, existe uma relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Entretanto, esse parâmetro torna-se menos fidedigno a partir da 30ª semana de gestação. B - Definir a Data Provável do Parto (DPP): Com o disco (gestograma) - colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto; Através da Regra de Naegele: Somar 7 dias na DUM e subtrair 3 no mês. Se a DUM ocorreu entre janeiro a março em vez de subtrair iremos somar 9 meses. C - Avaliação de peso e Índice de Massa Corpórea (IMC): Fórmula para o cálculo = Peso (kg) / Altura (m) x Altura (m). Após identificar o IMC, registrar no gráfico de acompanhamento nutricional (Figura 3) da Caderneta da Gestante, e informá-la se o peso está ideal para o período gestacional. Monitorar a cada consulta. 40 Figura 3 – Gráfico de acompanhamento do estado nutricional da gestante Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013) 41 D - Verificação e avaliação dos níveis da Pressão Arterial O objetivo da verificação dos níveis pressóricos da gestante é detectarprecocemente estados hipertensivos. São considerados estado hipertensivos na gestação: • A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica e iguais, ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica, mantidos em duas ocasiões e podendo ser aferidos com intervalo de quatro horas entre as medidas. • O aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15 mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré- gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana de gestação. Deve ser utilizado como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos. • A presença de pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg em uma única oportunidade ou aferição. E - Palpação obstétrica e medida da Altura Uterina (AU) Os objetivos da palpação obstétrica e da mensuração da altura uterina são: identificar o crescimento fetal; diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional; identificar a situação e a apresentação fetal. A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina, por meio das Manobras de Leopold (Figura 4) para identificação da situação e apresentação fetal (polo cefálico, pélvico e dorso fetal) e acompanhamento da altura uterina. • Apresentação fetal - Em torno da 36ª semana, recomenda-se a determinação da apresentação fetal (cefálica, pélvica ou córmica). • Situação fetal (longitudinal, transversa ou obliquo) colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal que se apresenta. A situação longitudinal é a mais comum. 42 Passo 1 – Demonstrativo da Manobra de Leopold Z Weifel. 1º tempo 2º tempo 3º tempo 4º tempo Passo 2: Manobra de Palpação da situação fetal Situação Longitudinal Transversa Passo 3: Verifique a apresentação fetal, as mais comuns são a cefálica e pélvica. a) Cefálica ; b) Pélvica; c) Córmica Atenção: O feto pode estar em situação longitudinal (apresentação cefálica ou pélvica) ou transversa (apresentação córmica). A situação transversa reduz a medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica. Figura 4 - Painel com passos para a palpação obstétrica (manobra de Leopold) Fonte: Cadernos de atenção Básica, nº 32/ Brasil/2013 43 A medida da Altura Uterina (AU) indica o crescimento fetal e a medida deve ficar dentro da faixa que delimita os percentis 10 e 90 do gráfico de crescimento uterino de acordo com a idade gestacional. Traçados iniciais abaixo ou acima da faixa devem ser medidos novamente em 15 dias para descartar erro da idade gestacional e risco para o feto (Figura 5). Nas avaliações subsequentes, traçados persistentemente acima ou abaixo da faixa e com inclinação semelhante indicam provável erro de idade gestacional ou alteração fetal: Quando os dados da amenorreia são confiáveis e se descarta a possibilidade de feto morto e oligoâmnio, a medida da altura uterina permite diagnosticar o crescimento intrauterino retardado com uma sensibilidade de 56% e uma especificidade de 91%. A sensibilidade da altura uterina para o diagnóstico de macrossomia fetal é de 92% e sua especificidade 72%, uma vez que tenham sido excluídos a gravidez gemelar, os polidrâmnios e a miomatose uterina; Encaminhar para avaliação médica para confirmação da curva, verificar a necessidade de solicitação de ultrassonografia ou referência ao alto risco. Se a inclinação for diferente, encaminhar para o alto risco. 44 Figura 5: Verificação da medida da Altura Uterina Fonte: (BRASIL, 2016) F - Verificação da ausculta dos batimentos cardiofetais: O profissional deve monitorar os Batimentos Cardiofetais (BCF) no intuito de verificar a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade. A partir da 12ª semana com o Sonar – Doppler e a partir de 20ª ou 24ª semanas por meio do estetoscópio 45 de Pinard. São parâmetros normais 110 a 160 batimentos por minuto (bpm). Caso constate bradicardia ou taquicardia, é um sinal de alerta. Suspeitar de sofrimento fetal, devendo o médico da unidade de saúde realizar avaliação da gestante e do feto, e caso necessário, encaminhar a gestante ao serviço de maior complexidade. G - Avaliação de edema: Deve-se avaliar o surgimento de edema para que se possa descartar o edema considerado patológico, este geralmente está associado à hipertensão arterial. A avaliação pode ser realizada através do cacifo (depressão duradoura no local pressionado). Orienta-se pesquisar através da palpação dígito-digital na região sacra, a presença de edema oculto (Quadro 6). Quadro 6 – Demonstrativo dos possíveis cacifos a ser identificados, suspeita e condutas CACIFO/LOCALIZAÇÃO SUSPEITA/CONDUTA (-) ou ausente Monitorar rotineiramente (+) apenas no tornozelo Pode ser postural, devido ao aumento de temperatura ou modelo do calçado. (++) em membros inferiores + ganho de peso + hipertensão Orientar decúbito lateral esquerdo, pesquisar sinais de alerta e movimentos fetais, agendar retorno em sete dias. Se hipertensão e/ou proteinúria presente, encaminhar ao Pré-Natal de alto risco. (+++) em face, membros e região sacra, ou edema observado ao acordar pela manhã, independentemente de ganho de peso e ou proteinúria e hipertensão arterial. Suspeita de pré-eclâmpsia. Encaminhar para avaliação médica e ao pré-natal de alto risco. Edema Unilateral de MMII, com presença de sinais flogísticos e dor. Suspeita de tromboflebite e trombose venosa profunda. Encaminhar para avaliação médica e ao pré-natal de alto risco. Fonte: (BRASIL, 2013) 46 H - Mobilograma - Método de registro diário de movimentos fetais (RDMF) e Teste de Estímulo Sonoro Simplificado (TESS): O objetivo do registro diário da movimentação fetal e o teste de estímulo sonoro é avaliar clinicamente o bem-estar fetal na gravidez a partir da 34ª semana gestacional. Orientações para gestante: Escolha um período do dia em que possa estar mais atenta aos movimentos fetais; Alimente-se previamente ao início do registro; Sente-se com a mão sobre o abdome; Registre os movimentos do feto nos espaços demarcados pelo formulário, anotando o horário de início e de término do registro. A contagem dos movimentos é realizada por período máximo de uma hora. Caso a gestante consiga registrar seis movimentos em menos tempo, não é necessário manter a observação durante uma hora completa. Entretanto, se após uma hora ela não foi capaz de contar seis movimentos, deverá repetir o procedimento. Se na próxima hora não sentir seis movimentos, deverá procurar imediatamente a unidade de saúde. Assim, considera-se como “inatividade fetal” o registro com menos de seis movimentos por hora, em duas horas consecutivas. Ver Anexo 3 (Ficha para realização do mobilograma). Teste do Estímulo Sonoro Simplificado (TESS) Material necessário: Sonar doppler; Buzina de Kobo (buzina de bicicleta). Técnica: Coloque a mulher em decúbito dorsal com a cabeceira elevada (posição de Fowler); Palpe o polo cefálico; Ausculte os BCF por quatro períodos de 15 segundos e calcule a média (obs.: a gestante não deve estar com contração uterina); Realize o estímulo sonoro, colocando a buzina sobre o polo cefálico fetal com ligeiracompressão sobre o abdome materno (aplique o estímulo entre três e cinco segundos ininterruptos). Durante a 47 realização do estímulo, deve-se observar o abdome materno, procurando identificar movimentos fetais visíveis; Imediatamente após o estímulo, repita a ausculta dos BCF por um período de 60 segundos contínuos. Quadro 7 - Interpretação do resultado do TESS POSITIVO NEGATIVO Presença de aumento mínimo de 15 batimentos em relação à medida inicial ou presença de movimentos fetais fortes e bruscos na observação do abdome materno durante a realização do estímulo Ausência de resposta fetal identificada tanto pela falta de aumento dos BCF quanto pela falta de movimentos fetais ativos. O teste deverá ser realizado duas vezes, com intervalo de, pelo menos, dez minutos para se considerar negativo. Na presença de teste simplificado negativo e/ou desaceleração da frequência cardíaca fetal, encaminhe a gestante a maternidade de referência para avaliação da vitalidade fetal. Fonte: BRASIL, 213 Cadernos de Atenção Básica nº 32 I - Imunização As vacinas virais vivas de Sarampo, da Rubéola, da Caxumba (SCR) e da febre amarela não são recomendadas em situações normais. Contudo, quando o benefício for considerado maior do que o possível risco, a vacinação poderá ser realizada, por exemplo, em situações de risco de febre amarela. São recomendações específicas: Vacina contra o Tétano: Para imunização, são necessárias 03 doses (0 - 2 - 4 meses) e reforço. Uma dose da vacina dTpa a cada gestação. (Quadro 8, pág. 48). Eventos adversos à vacina: inclui dor, calor, vermelhidão, edema local e/ou febrícula de duração passageira, podendo ocasionar mal- estar geral. Não foram relatados eventos adversos para o feto em decorrência da aplicação dos toxóides diftérico e tetânico em qualquer fase da gestação. Contraindicações: Ocorrência de hipersensibilidade após o recebimento de dose anterior; História de hipersensibilidade aos componentes; 48 História de choque anafilático após administração da vacina; Síndrome de Guillain-Barré até seis semanas após a vacinação anterior contra difteria e/ou tétano. Quadro 8 – Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃO CONTRA O TÉTANO CONDUTA Sem nenhuma dose registrada Realizar esquema completo (3 doses) com intervalo de 2 meses e mínimo de 1 mês, garantindo que seja aplicada uma dose de dTpa a partir de 20 semanas até 20 dias antes do parto, ou até 45 dias pós-parto. Duas doses Completar a dose faltante com vacina dTpa, a partir da 20ª semana. Uma dose Completar o esquema com duas doses com intervalo de 2 meses e mínimo de 1 mês, garantindo que seja aplicada uma dose de dTpa a partir de 20 semanas até 20 dias antes do parto, ou até 45 dias pós-parto. Vacinação anterior completa, independentemente do tempo de conclusão do esquema. Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana ou no puerpério até 45 dias após o parto. Fonte: SESAU/RO/AGEVISA /Coordenação de Imunização Vacina contra a Influenza (inativadas): A vacina contra influenza passou a ser indicada para todas as gestantes, independente da idade gestacional, com dose única durante a campanha anual contra influenza sazonal. Contraindicações: história de alergia severa à proteína do ovo e aos seus derivados, assim como a qualquer componente da vacina; reações anafiláticas graves com a vacina anteriormente. Vacina contra hepatite B (recombinante): Recomenda-se a triagem sorológica para hepatite durante o pré-natal por meio do HBsAg (antígeno de superfície do VHB). Caso o resultado seja negativo: Gestante sem vacinação prévia: 1ª dose em qualquer idade gestacional, 2ª dose um mês após e 3ª dose seis meses após a primeira dose. Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): completar o esquema. 49 Gestantes com esquema completo: não devem ser vacinadas. Vacina contra raiva humana: Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva humana, que é de vírus inativo, não é contraindicada durante a gestação. A gestante deve seguir o esquema recomendado para situações de pré ou pós-exposição. Imunoglobulina contra varicela: Gestante suscetível que tenha contato com varicela deve receber a Imunoglobulina Humana Antivaricela-Zoster (IGHVAZ) idealmente até 96hs após o contato (podendo ser utilizada até 10 dias) para amenizar o quadro clínico e prevenir complicações clínicas na gestante (ex: pneumonite). 2.6 Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas Durante o acompanhamento pré-natal, além dos procedimentos anteriormente descritos o profissional deverá solicitar exames para identificação de anormalidades e tomada de decisão sobre as possíveis alterações. 2.6.1 Rotina laboratorial 1ª consulta ou 1º trimestre Tipagem sanguínea e fator Rh Hemograma completo Pesquisa de Plasmódium (em todas as consultas se necessário) Eletroforese de hemoglobina (se necessário) Glicemia de jejum Teste rápido ou sorologia para sífilis Teste rápido ou sorologia para HIV Toxoplasmose IgM e IgG Sorologia para hepatite B (HbsAg) Sorologia para hepatite C (para grupos de risco) Urina tipo I e urocultura e antibiograma Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica) Pesquisa de G.Vaginallis (usar Teste de Whiff) 2° Trimestre Coombs indireto, a partir da 24º semana (se for Rh negativa e parceiro Rh positivo ou não identificado) Glicemia de jejum - Realizar Teste de Tolerância Oral a Glicose com 75g de dextrosol (idealmente entre 24 e 28 semanas), se glicemia 1º trimestre menor que 92mg/dl associado a fatores de riscos. (Vide Fluxograma de Pesquisa de Diabetes Gestacional, anexo 4) Repetir sorologia para toxoplasmose se negativa prévia Pesquisa de Plasmodium Continua 50 Continuação 3° Trimestre Hemograma completo Glicemia de jejum Coombs indireto, se necessário. Sorologia para sífilis Sorologia para HIV Sorologia para hepatite B (HbsAg) Repetir exame de toxoplasmose se negativa prévia Urina I e urocultura e antibiograma Pesquisa de Plasmodium OBS: Citopatológico de colo de útero, seguir recomendações de rastreamento do INCA. - Exames de Imagem: Orienta-se para o pré-natal de risco habitual a realização de até duas USG Obstétricas, preferencialmente no primeiro e terceiro trimestre. A ultrassonografia obstétrica não é obrigatória para calcular a idade gestacional, seguindo as orientações do protocolo de atenção básica, saúde da mulher 2016. 2.6.2 Interpretação dos resultados dos exames laboratoriais e conduta Exames de rotina Resultados Condutas Tipagem sanguínea Rh negativo e parceiro Rh positivo ou fator Rh desconhecido Solicite o teste de Coombs indireto: Se negativo: repeti-lo a cada quatro semanas Se positivo: referenciar ao alto risco e acompanhar Dosagem de hemoglobina (Hb) Hemoglobina > 11g/dl Ausência de anemia Suplementação de sulfato ferroso 1 drágea de 200mg/dia (40mg de ferro elementar) manter dose profilática, com suco cítrico – limão ou laranja. Recomenda-se ingerir a medicação antes das refeições. Hemoglobina entre 8 e 11mg/dl Anemia leve a moderada A) Solicite exame parasitológico de fezes e trate as parasitoses. B) Trate a anemia com 200mg de ferro elementar ao dia (dois comprimidos de sulfato ferroso antes do café, dois comprimidos antes do almoço e um comprimido antes do jantar). C) Repita a dosagem de hemoglobina entre 30 e 60 dias. Se os níveis estiverem subindo, mantenha o tratamento até a Hb atingir 11g/dl, após continuar suplementação profilática. Repetir a dosagem no 3º trimestre; Se a Hb permanecer em níveis estacionários ou se diminuir, será necessário referir a gestanteao pré-natal de alto risco. Continua 51 Continuação Exames de rotina Resultados Condutas Eletroforese de hemoglobina • HbAA: sem doença falciforme; • HbAS: heterozigose para hemoglobina S ou traço falciforme, sem doença falciforme. • HbAC: heterozigose para hemoglobina C, sem doença falciforme. • HbA com variante qualquer: sem doença falciforme; • HbSS ou HbSC: doença falciforme. • As gestantes com traço falciforme devem receber informações e orientações genéticas pela equipe de Atenção Primária à Saúde. • As gestantes diagnosticadas com doença falciforme devem ser encaminhadas ao serviço de referência (pré-natal de alto risco). Glicemia em jejum Abaixo de 92mg/dL Sem fator de risco: normal Com fator de risco realizar TTG no 2º semestre, entre 24 e 28 semanas. Entre 92 mg/dL e 125mg/dL: rastreamento positivo Diabetes Gestacional. Encaminhar para alto risco para acompanhamento conjunto com a APS. ≥126 mg/dL Diabetes prévia Ver anexo 4 - fluxograma para pesquisa de Diabetes Gestacional. Encaminhar ao alto risco, com acompanhamento concomitante na UBS. Teste de Tolerância Oral a Glicose (TTGO 75g) Em jejum < 92mg/dl Após 1 hora < 180 mg/dl Após 2 horas < 153 mg/dl Qualquer valor alterado: considerar Diabetes mellitus gestacional. Encaminhar ao alto risco, com acompanhamento concomitante na UBS. Teste rápido para sífilis TR não reagente ou VDRL negativo: normal TR reagente e VDRL positivo: verificar titulação para confirmar sífilis. Verificar anexo 5 - fluxograma de manejo da gestante nos quadros de sífilis. Teste rápido (TR) ou sorologia para diagnóstico do HIV TR não reagente ou sorologia negativa: normal TR reagente e sorologia positiva: HIV positivo. Verificar anexo 7 - fluxograma para sorologia positiva para o vírus HIV. Sorologia para hepatite B (HBsAg) TR ou HBsAg não reagente: normal Repetir exame conforme protocolo. Investigar esquema vacinal e atualizar se necessário após primeiro trimestre. TR ou HBsAg reagente positiva Solicitar HBeAg e transaminases (ALT/TGP e AST/TGO). Se HBsAg e HBeAg reagentes: encaminhar gestante ao serviço de alto risco. Continua 52 Continuação Exames de rotina Resultados Condutas Teste de Whiff (Consiste na utilização de uma gota de KOH a 10% sobre a secreção vaginal colocada em uma lâmina). Resultado positivo para G. Vaginallis = exala odor fétido (peixe podre) Administrar Metronidazol creme vaginal por 7 a 10 dias. Urina tipo I Proteinúria: alterado > 10 mg/dl. Na presença de traços de proteinúria: repetir em 15 dias; caso se mantenha, encaminhar a gestante ao pré-natal de alto risco. Na presença de traços de proteinúria e hipertensão e/ou edema, referir a gestante ao pré-natal de alto risco. Na presença de proteinúria maciça: é necessário referir a gestante ao pré- natal de alto risco. Leucocitúria: presença acima de 10.000 células por ml ou cinco células por campo. Leucocitúria: realizar urinocultura para confirmar se há ITU. Caso não estiver disponível a urinocultura, tratar empiricamente. Hematúria: presença acima de 10.000 células por ml ou de três a cinco hemácias por campo. Cilindrúria, hematúria sem ITU ou sangramento genital e proteinúria maciça ou dois exames seguidos com traços, passar por avaliação médica e, caso necessário, referir ao alto risco. Presença de outros elementos Não necessitam de condutas especiais. Na presença de pielonefrite, referir imediatamente à maternidade; se ITU refratária ou de repetição, referir ao alto risco. Ver anexo 8 - Fluxograma para queixas urinárias na gestação. Urocultura e antibiograma Urocultura negativa: < 100.000 unidades formadoras de colônias por mL (UFC/mL). Urocultura positiva: > 100.000 UFC/mL. Antibiograma: indica os antibióticos que podem ser utilizados no tratamento. Ver anexo 8 - Fluxograma para queixas urinárias na gestação. Teste rápido de Proteinúria Ausência: < 10 mg/dl (valor normal). Traços: entre 10 e 30 mg/dl. (+) 30 mg/dl. (++) 40 a 100 mg/dl. (+++) 150 a 350 mg/dl. (++++) > 500 mg/dl. A presença de proteinúria (+) ou mais deve ser seguida de uma determinação de proteinúria de 24 horas, sendo um dos sinais para diagnóstico de pré- eclâmpsia. Continua 53 Continuação Exames de rotina Resultados Condutas Toxoplasmose IgG e IgM reagentes: Teste de avidez de IgG fraca ou gestação > 16 semanas: possibilidade de infecção na gestação – iniciar tratamento imediatamente; Teste de avidez forte e gestação < 16 semanas: doença prévia – não repetir exame. IgM reagente e IgG não reagente: doença recente – iniciar tratamento imediatamente e repetir o exame após três semanas. IgM não reagente e IgG reagente: doença prévia – não repetir o exame. IgM e IgG não reagente: suscetível – orientar medidas de prevenção e repetir o exame no 3º trimestre. Ver anexo 6 - Fluxograma para manejo da Toxoplasmose Gestacional. Pesquisa de Plasmódium (Malária) Negativo: sem a doença. Positivo: portadora do Plasmodium sp. Se positivo: iniciar tratamento, conforme diretrizes do MS para tratamento de malária na gestação. Se negativo: investigar quadros febris. Parasitológico de fezes Negativo: ausência de parasitos. Positivo: conforme descrição de parasitos. O diagnóstico e o tratamento de gestantes com parasitoses intestinais deveriam ser realizados antes da gestação. Mulheres com parasitoses intestinais só devem ser tratadas na gravidez quando o quadro clínico é exuberante ou as infecções são maciças, não sendo recomendado o tratamento durante o primeiro trimestre da gestação. Fonte: BRASIL (2016). 54 2.7 QUEIXAS MAIS FREQUENTES NA GESTAÇÃO E CONDUTAS 55 2.7 - Queixas mais frequentes na gestação e condutas QUEIXAS CONDUTAS Câimbras Aumentar o consumo de alimentos ricos em potássio, cálcio e vitamina B1 (abacate, laranja, banana ricos em potássio; fígado, cerais, aveia, semente de girassol, ricos em B1 e lácteos ricos em cálcio). Evitar excesso de exercícios. Realizar alongamentos antes e após o início de exercícios ou caminhadas, na ocasião da crise álgica e quando for repousar. Massagear o músculo contraído e dolorido e aplicar calor local. Cefaléia (dor de cabeça) Avaliar hipertensão arterial e pré-eclâmpsia (se houver mais de 24 semanas de gestação). Conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores. Se não houver hipertensão, prescrever analgésico por tempo limitado. Referir à consulta médica, se o sintoma persistir. Cloasma gravídico (manchas escuras no rosto) Explicar que é comum e que costuma diminuir ou desaparecer, em tempo variável, após o parto. Recomendar a não exposição do rosto diretamente ao sol. Recomendar o uso de filtro solar tópico. Corrimento vaginal Explicar que aumento de fluxo vaginal é comum na gestação e não prescrever cremes vaginais se não há diagnóstico de infecção vaginal. O diagnóstico pode ser clínico e os achados mais comuns são: - Prurido vulvar e presença de conteúdo vaginal com placas esbranquiçadas e aderidas à parede vaginal – candidíase. Tratar, preferencialmente, com antifúngico tópico por sete dias (derivados imidazólicos: miconazol, terconazol, clotrimazol) em qualquer idade gestacional. Não usar tratamento sistêmico; - Particularmente nas recidivas, realizar ou solicitar bacterioscopia do conteúdo vaginal a fresco, e corada pelo método de Gram. Os seguintes achados sugerem os diagnósticos: - O clue-cells (células-alvo) e flora vaginal com escassez ou ausência de bacilos de Doderlein: vaginose bacteriana; - Microorganismos flagelados móveis: tricomoníase; Tratar também o parceirosexual da gestante; - Hifas ou esporos de leveduras: candidíase. - Em outros casos, ver condutas no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas. PCDT /MS. Realizar exame especular pelo menos a cada trimestre ou quando houver queixas; Na primeira consulta de pré-natal, realizar sempre exame especular e teste de Whiff (com KOH 10%). Doença hemorroidária Recomendar à gestante: Alimentação rica em fibras a fim de evitar a obstipação intestinal. Se necessário, prescrever supositórios de glicerina. Dar preferência para higiene perianal com água e sabão neutro, após evacuação. Fazer banhos de assento ou compressas mornas. Agendar consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal persistente, encaminhando ao proctologista, se presentes complicações como trombose. Continua 56 Continuação QUEIXAS CONDUTAS Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação intestinal Certificar-se de que não sejam contrações uterinas. Nos casos de epigastralgia ou dor no hipocôndrio direito, principalmente no 3º trimestre, encaminhar imediatamente para avaliação de pré-eclâmpsia nos serviços de emergência. Se houver flatulência (gases) e/ou obstipação intestinal: - Orientar alimentação rica em fibras, com o consumo de frutas laxativas e com bagaço, verduras, de preferência cruas (bem lavadas), e cereais integrais. - Recomendar que aumente a ingestão de água e evite alimentos de alta fermentação como feijão, repolho, batata, milho, ovo e frituras; - Recomendar caminhadas e movimentação; - Solicitar exame parasitológico de fezes, se necessário; - Incentivar que a paciente aproveite o reflexo gastrocólico (desejo de evacuar após a refeição); - Com a persistência do quadro, pode ser necessária a prescrição de formadores de bolo fecal como farelo de trigo (Observação: não se devem prescrever óleos minerais porque eles reduzem a absorção de vitaminas lipossolúveis). - Eventualmente, prescreva: 1) Dimeticona (para flatulência); 2) Supositório de glicerina (para a obstipação); 3) Hioscina, 1 cápsula, via oral, até 2 vezes ao dia (para as cólicas). Dor lombar (dores nas costas) Indicar preventivamente uso de sapatos com saltos baixos (3 cm) e confortáveis, de base larga. Orientar correção de postura ao sentar-se. Aplicar calor local. Eventualmente, por orientação médica, usar analgésico por tempo limitado e evitar anti-inflamatórios não hormonais. Quando associada a queixas urinárias e/ou febre, atentar para o diagnóstico de pielonefrite e encaminhar imediatamente a gestante para pronto atendimento. Edema Avaliar conforme Quadro 6 pág. 45. Se restrito aos membros inferiores, fisiológico, desaparece após o parto. Atentar para a extensão e, principalmente, se atinge coxas e mãos (pensar em pré-eclâmpsia). Não recomendar dieta hipossódica e/ou diuréticos. Valorizar a possibilidade de fenômenos trombóticos. Epistaxe/obstrução nasal A frequência, a intensidade e a história prévia devem alertar para necessidade de avaliação por parte de especialistas, para pesquisas de causas não relacionadas às modificações gravídicas. Estar atento para possibilidade de crises hipertensivas nos casos de epistaxe. Obstrução nasal pode causar prejuízo ao sono e desconforto, por vezes limitantes. Pode-se indicar lavagem nasal com soro fisiológico. Não utilizar descongestionante nasal com vasoconstritor. Continua 57 Continuação QUEIXAS CONDUTAS Estrias Explicar que são resultado da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz de prevenção. As estrias, inicialmente de cor arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de cor semelhante à da pele. Falta de ar e dificuldade para respirar Esses sintomas são frequentes na gestação, em decorrência do aumento do útero, elevação do diafragma e ansiedade da gestante. Recomendar repouso em decúbito lateral esquerdo. Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, se for o caso. Estar atento para outros sintomas associados (tosse, chiado e sibilância) e para achados no exame cardiopulmonar. Embora seja pouco frequente, pode se tratar de doença cardíaca ou respiratória. Agendar a consulta médica, caso haja dúvida ou suspeita de problema clínico, podendo ser necessária investigação complementar e/ou consulta com especialista. Fraquezas e desmaios Orientar a gestante para que não faça mudanças bruscas de posição e evite a inatividade. Indicar alimentação fracionada, evitando jejum prolongado e grandes intervalos entre as refeições. Evitar vestuário que produza calor demasiado e evitar ambientes quentes e pouco ventilados. Explicar à gestante para sentar com a cabeça abaixada ou deitar em decúbito lateral, respirando profunda e pausadamente, melhora a sensação de fraqueza e de desmaio. Caso apresente episódios de desmaio deverá ser avaliada em consulta médica e encaminhada para serviço de saúde de referência. Insônia / Hipersônia Esclarecer e dar apoio, no sentido de facilitar a acomodação da paciente em sua nova condição. Embora a administração de medicamentos possa ser utilizada em casos de difícil resolução, deve ter o seu benefício avaliado criteriosamente. Mastalgia (dor nas mamas)/descarga papilar Oriente a gestante quanto à normalidade de incômodo mamário, pela fisiologia da gestação. Recomendar o uso constante de sutiã com boa sustentação, após descartar qualquer alteração. Orientar para o preparo das mamas para a amamentação. O colostro, principalmente nas fases tardias da gravidez, pode ser eliminado. A presença de sangue exige realização de citologia oncológica em esfregaço da descarga papilar, fixado com álcool 96% - referenciar ao serviço de alto risco. Náuseas, vômitos e tonturas Explicar que esses são sintomas comuns no início da gestação. Adiar o horário de escovação dos dentes, evitando os primeiros instantes após levantar-se pela manhã. Algumas mulheres podem obter alívio com: alimentação fracionada (seis refeições leves/dia); evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes; evitar líquidos durante as refeições; ingerir alimentos sólidos antes de levantar-se pela manhã, como pão ou biscoitos tipo “água e sal”. Uso de camomila, gengibre, vitamina B6. Ingerir alimentos gelados. Acupuntura pode ser útil. Se for necessário, prescrever anti eméticos. Medicamentos: metoclopramida, dimenidrato, bromoprida, normoprida, fenotiazinas, clorpromazina, levomepromazina, associados ou não à vitamina B6; Agendar consulta médica ou encaminhar para referência em caso de vômitos freqüentes refratários, com perda de peso, tontura, sonolência e desmaio, por risco de distúrbios metabólicos e desidratação. Continua 58 Continuação QUEIXAS CONDUTAS Palpitação Atentar para a necessidade de investigação de cardiopatia (arritmia). Esclarecer sobre a frequência dessa queixa como resultado de alterações fisiológicas da gestação. Parestesias É comum na gestação. Pode ser necessária, a administração de analgésicos. Diferenciar da síndrome do túnel do carpo, na qual a gravidade do acometimento e limitação dos movimentos é maior. Pirose (azia), eructação/ plenitude gástrica Ingestão de alimentos fracionada (pequenas quantidades e com maior frequência). Após as refeições, aguardar uma ou duas horas para se deitar. Ao deitar, manter tronco elevado em relação ao restante do corpo (ex: elevar a cabeceira com tijolos). Mastigar bem os alimentos. Evitar frituras, alimentos gordurosos e picantes, café, chá preto, mates, doces, álcool e fumo. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode se beneficiar com a prescrição de antiácidos. Queixas urinárias Explicar que, geralmente, o aumento da frequência de micções é comum no início e no fim da gestação. Orientar para que mantenha a ingestão de líquido, mesmo com maior frequência miccional. Emcaso de hematúria (sangue na urina) ou disúria (dor ao urinar), realizar fita urinária; na presença de nitrito e leucocitúria e/ou bacteriúria, solicitar urocultura com antibiograma e iniciar tratamento empírico. Solicitar exame de urocultura e antibiograma, revendo ou orientando a terapia segundo o resultado. Explicar que a incontinência urinária, mesmo na ausência de prolapsos, pode estar associada à gravidez. Indica-se, de forma profilática ou terapêutica, a realização de exercícios perineais na gravidez. Sangramento gengival Recomendar o uso de escova de dente macia e orientar a prática de massagem na gengiva, bochechos e uso de fio dental. Agendar atendimento odontológico, sempre que possível. Sialorréia (salivação excessiva) Explicar que esse é um sintoma comum no início da gestação. Orientar alimentação semelhante à indicada para náuseas e vômitos. Orientar a deglutir a saliva e tomar líquidos em abundância (especialmente em épocas de calor). Varizes Não permanecer muito tempo em pé ou sentada; evitar inatividade. Repousar pelo menos 20 minutos, várias vezes ao dia, com as pernas elevadas. Elevar os pés da cama. Não usar roupas muito justas e, se possível, utilizar meia-calça elástica para gestante; podem-se indicar meias de média compressão, com tamanho sugerido pela circunferência da panturrilha. As varizes vulvares não requerem tratamento específico e raramente são causas de sangramentos. Valorizar a possibilidade de complicações tromboembólicas se houver aparecimento agudo de dor. 59 2.8 - Intercorrências frequentes na gestação INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA HIPERÊMESE Presença de vômitos contínuos e intensos que impedem a alimentação, ocasionando desde a desidratação e oligúria à perda de peso e transtornos metabólicos, a partir da 16º semana de gestação. Prescrever drogas antieméticas, por via oral ou intravenosa. Antieméticos orais: Metoclopramida – 10 mg de 8/8horas. Dimenidrato – 50 mg de 6/6 horas. Meclizina – 25 mg de 8/8 horas Ondansetrona* - 4mg ou 8mg de 8/8 ou 6/6hs horas. Antieméticos injetáveis: Metoclopramida – 10 mg (uma ampola = 10 ml) de 8/8 horas. Dimenidrato – 50 mg (uma ampola =1 ml) de 6/6 horas. Ondansetrona*- 4mg (uma ampola =2 ml) de 8/8 horas ou 8mg (1 ampola =4ml) de 12/12 horas. A internação hospitalar está recomendada quando o tratamento ambulatorial ou na unidade básica de saúde não conseguiu controlar a situação. AMEAÇA DE ABORTO Presença de sangramento vaginal discreto ou moderado, sem que ocorra modificação cervical, geralmente com sintomatologia discreta ou ausente (dor do tipo cólica ou peso na região do hipogástrio). Orientar repouso relativo e analgésico caso refira cólicas. Se o sangramento aumentar, encaminhar para maternidade de referência. Continua 60 Continuação INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA GRAVIDEZ ECTÓPICA História de atraso menstrual, teste positivo para gravidez, perda sanguínea uterina e dores no baixo ventre. Avaliar sinais de irritação peritoneal. Encaminhar a mulher para hospital de referência para exame ultrassonográfico, definição e tratamento. MOLA HIDATIFORME Presença de sangramento em pequena quantidade antes da 20º semana, ausência de BCF, crescimento uterino e níveis de β-HcG incompatíveis com a idade gestacional. Atentar para a presença de hipertensão arterial precoce (pré-eclâmpsia previamente à 20ª semana). Na suspeita clínica de mola hidatiforme, a gestante deverá ser encaminhada ao hospital de referência. IMPORTANTE: o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro oferece o Centro de Referência de Doença Trofoblástica Gestacional após confirmação diagnóstica deste agravo. PLACENTA PRÉVIA Sangramento vaginal indolor recorrente, súbito, em intervalos curtos e de cor vermelho vivo, iniciado a partir da 30ª semana. O exame especular revela presença de sangramento proveniente da cavidade uterina. IMPORTANTE: Não realizar toque vaginal. Encaminhar gestante para maternidade de referência para confirmação diagnóstica (exame ultrassonográfico) e conduta médica. Se confirmado Placenta Prévia, o profissional de saúde deverá referenciar a gestante para continuar o pré-natal em centro de referência para gestação de alto risco, concomitante com a atenção básica. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA (DPP) Dor abdominal súbita, com intensidade variável, perda sanguínea de cor vermelha escura e às vezes em quantidade pequena ou ausente, incompatível com quadro materno de hipotensão ou de choque. IMPORTANTE: A equipe da UBS deve providenciar unidade de suporte de vida (192) - preferência Unidade de Suporte Avançado. - Contato prévio com o serviço referenciado, enviar relatório de encaminhamento detalhado e: Manter as vias aéreas pérvias. Administrar oxigênio sob catéter 03 a 05 litros/minuto ou máscara 07 a 10 litros/minuto. Providenciar dois acessos venosos calibrosos e infundir cristalóides. Manter paciente em decúbito lateral esquerdo. Continua 61 Continuação INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão arterial: Define-se como hipertensão arterial quando a pressão arterial sistólica atinge valor ≥ 140 mmHg e/ou a pressão arterial diastólica atinge valor ≥ 90 mmHg, em duas medidas com intervalo de pelo menos quatro horas; As consultas pré-natais devem ser mensais até a 30ª semana, quinzenais até a 34ª semana e semanais após essa idade gestacional até o parto. • Na hipertensão arterial: A metildopa é a droga preferida por ser a mais bem estudada e por não haver evidência de efeitos deletérios para o feto (750-2.000 mg/ dia); Outros antagonistas de canais de cálcio (ACC), como nifedipino (10- 80 mg/dia), podem ser considerados como alternativas ou em associação; Os betabloqueadores são considerados seguros na gravidez, embora se atribua a eles redução no crescimento fetal. • Por seus efeitos danosos ao feto, os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA), como captopril, e antagonistas da angiotensina II, como losartana, devem ser substituídos. PRÉ-ECLÂMPSIA Caracterizada pelo aparecimento de HAS e proteinúria após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas. Encaminhar gestante para urgência obstétrica para conduta médica. Caso não fique internada deverá retornar para o Serviço de Referência de Alto Risco. ECLÂMPSIA Corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas. IMPORTANTE: A equipe da UBS deve providenciar unidade de suporte de vida (192) - preferência Unidade de Suporte Avançado. Condutas: Fazer contato com o Serviço de Referência e enviar relatório detalhado do caso. Manter as vias aéreas pérvias. Administrar oxigênio sob catéter 03 a 05 litros/minuto ou máscara 07 a 10 litros/minuto. Providenciar dois acessos venosos calibrosos e infundir cristalóides. Evitar a posição supina da paciente. Proteger mulher de trauma. Transferir imediatamente à urgência obstétrica. Continua 62 Continuação INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA DIABETES MELLITUS GESTACIONAL Diabetes gestacional costuma ser assintomático. Deve-se estar atento aos seguintes fatores de risco: idade igual ou maior de 35 anos; sobrepeso, obesidade ou ganho de peso excessivo na gestação atual; deposição central excessiva de gordura corporal prévia à gestação; baixa estatura (≤ 1,50 m); crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal inexplicada, macrossomia (peso ≥ 4,5 kg) ou DMG; história familiar de DM em parentes de 1º grau; síndrome de ovários policísticos. Realizar as orientações preventivas sobre cuidados com a alimentação, controle de peso, atividades físicas. Realizar exames laboratorial de glicemia segundo exames laboratoriais de rotina indicados na pág. 49. Caso confirmação diagnóstica classificar quanto ao risco, e referir para acompanhamento conjunto com o Serviço de Referência Ambulatorial, conforme Anexo 4 - Fluxograma de pesquisa para diabetes gestacional. SÍFILIS A sífilis na gestação requer intervenção imediata, para que se reduza ao máximo a possibilidade de transmissão vertical, ocasionando possíveis mal formações fetais. A identificação é realizada por exame laboratorial: Teste Rápido(TR) ou Sorologia. TR não reagente ou VDRL negativo: normal TR reagente e VDRL positivo: verificar titulação para confirmar sífilis. Realiza notificação do caso. Diagnóstico e tratamento na atenção básica de acordo com o estágio da doença. Em qualquer circunstância, Teste Rápido e VDRL positivo tratar. Ver Anexo 5 - Fluxograma do Manejo da Gestante nos quadros de sífilis e indicações em casos de complicações. Continua 63 Continuação INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA Toxoplasmose Na maioria das vezes a toxoplasmose é assintomática, Dor de cabeça constante; Febre acima de 38º C; Cansaço excessivo; Dor nos músculos; Dor de garganta; Rastreamento e identificação de gestantes suscetíveis para seguimento posterior (Sorologia com IgG e IgM e Teste de avidez). Objetiva prevenir a transmissão fetal e também proporcionar o tratamento, caso haja contaminação intraútero. Realizar notificação do caso. Em caso diagnóstico reagente, classificar como alto risco e encaminhar para Serviço Ambulatorial de Referência para tratamento segundo o Anexo 6, Fluxograma para manejo da Toxoplasmose na gestação. Na UBS, manter Plano de cuidados compartilhado com serviço especializado. Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) A contaminação por HIV em gestante é um problema considerado de alto risco, em virtude do estigma social e familiar gerado pela doença, além das possibilidades de contaminação do feto. A identificação é realizada por exame laboratorial Teste Rápido - TR ou Sorologia reagente. Aconselhamento pré e pós teste. Realiza notificação do caso. Em caso de resultado reagente, classificar alto risco ambulatorial, e encaminhar para o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) e ou Serviço de Referência Ambulatorial de Referência para acompanhamento conforme Anexo 7 - Fluxograma para sorologia positiva para o vírus HIV. Monitorar adesão ao plano de cuidados na UBS com apoio do NASF- AB. Vírus da Hepatite B Infecção aguda, transmitida verticalmente, pode ser assintomática ou sintomática. Diagnóstico é laboratorial, com Sorologia. Realizar notificação do caso. Em caso de resultado reagente, classificar alto risco ambulatorial, e encaminhar para Serviço de Referência. Atentar para o ítem 2.6.2- interpretação de exames de rotina, para condução do diagnóstico (pág. 50). Infecção do Trato Urinário (ITU) É a infecção mais frequente entre as gestantes e causa mais comum de complicações na gravidez: aborto, parto prematuro, aminiorrexe prematura, sepse neonatal e materna. A forma assintomática é a mais frequente, mas as infecções sintomáticas poderão acometer o trato urinário inferior (cistites) e superior (pielonefrite). A identificação é através da história clínica, sinais e sintomas e/ou confirmação de exame laboratorial. Medida Preventiva: orientar para ingestas frequente de líquidos e não postergar a micção; Realizar exames conforme item 2.6.2 - exames de rotina (pág. 50). Realizar tratamento e na presença de pielonefrite, referir imediatamente à Maternidade; se ITU refratária ou de repetição, referir ao alto risco. Ver anexo 8, Fluxograma para queixas urinárias na gestação. 64 2.9 - Doenças causadas por vetores de interesse sanitário na gestação em Rondônia As gestantes necessitam de vigilância devendo a equipe de assistência e ou da Estratégia de Saúde da Família estar atentos para presença de sinais e sintomas de problemas relacionados aos agravos ocasionados por enfermidades transmitidas por vetores endêmicos e regionais. A notificação dos casos suspeitos a Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (AGEVISA) é ação importante para traçar os perfis epidemiológicos locais e planejar as atividades de combate e controle dos vetores. São importantes a manutenção das medidas preventivas de vigilância, com orientações que envolvem a eliminação de possíveis criadouros, cuidados com higienização dos domicílios, medidas de proteção individuais (uso de roupas apropriadas, repelentes, mosquiteiros). O diagnóstico precoce, tratamento oportuno e qualificado são imprescindíveis para o manejo da sintomatologia, garantia do bem-estar da gestante e concepto. 65 QUADRO 9 - DOENÇAS DE MAIOR INCIDÊNCIA REGIONAL TRANSMITIDAS POR VETORES DOENÇA DENGUE CHIKUNGUNYA ZIKA MALÁRIA AGENTE INFECCIOSO E VETOR Agente: vírus da Dengue (DEN 1, 2, 3 e 4) Agente: vírus chikungunya Agente: vírus da Zika Agente: Plasmodium sp Vetor: Aedes aegypti Vetor: Aedes aegypti Vetor: Aedes aegypti Vetor: Anopheles (fêmea) S IN A IS E S IN T O M A S FEBRE Acima de 38 °C (4 a 7 dias) Acima de 38 °C (2 a 3 dias) Sem febre ou sub febril, < 38 °C (1 a 2 dias) Febre alta, intermitente, > ou = a 40 °C RASH CUTÂNEO 30 a 50% dos casos a partir 4º dia; 50% dos casos de 2 a 5 dias; 90 a 100% dos casos no 1º e 2º dias; Ausente MIALGIA Moderada a intensa Leve Leve a moderada Moderada a intensa ARTRALGIA Leve Moderada a intensa Leve a moderada Ausente EDEMA ARTICULAR Raro Frequente, de moderado a intenso Frequente, de leve intensidade Ausente CONJUNTIVITE Raro 30% dos casos De 50 a 90% dos casos Ausente CEFALÉIA Moderada a intensa Leve a moderado Leve a moderado Presente, de moderada a intensa PRURIDO Leve Leve Moderada a intensa Ausente HIPERTROFIA GANGLIONAR Leve Moderada Intensa Ausente DISCRASIA HEMORRÁGICA Moderada Leve Ausente Presente em casos de malária grave e complicada ACOMETIMENTO NEUROLÓGICO Raro Raro (predominantes em neo-natos) Mais frequente que Dengue e Chikungunya Presente em casos de malária grave e complicada OUTROS SINTOMAS Calafrios, náuseas, vômitos, inapetência IMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO Sangramento, transmissão vertical ocasionando parto prematuro e/ou abortamento. Sangramento, transmissão vertical ocasionando parto prematuro e/ou abortamento. Sangramento, transmissão vertical ocasionando parto prematuro e/ou abortamento. Comprometimento neurológico/má formação fetal (microcefalia). Risco de morte materna em casos graves. Para o feto: risco de aborto, morte fetal e de parto pré-termo, contribuindo ainda para nascimentos de recém nascidos com baixo peso para a idade gestacional. CONDUTA • Notificar caso; • Notificar caso; • Notificar caso; • Encaminhar para coleta de gota espessa; • Tratamento sintomático; • Tratamento sintomático; • Tratamento sintomático; • Em caso positivo para Plasmodium vivax, iniciar tratamento recomendado para malária Não complicada.. • Hidratação oral; • Hidratação oral; • Hidratação oral; • Em caso de infecção positiva para Plasmodium falciparum para referência hospitalar especializada. • Repouso; • Repouso; • Repouso; • Medidas protetivas quanto ao vetor; • Medidas protetivas quanto ao vetor; • Medidas protetivas quanto ao vetor; • Medidas protetivas quanto ao vetor; • Medidas protetivas quanto ao vetor; Avaliar sinais de alarme ou choque (Ver Manejo clínico da Dengue, MS*) *Disponível em http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/14/dengue-manejo-adulto-crianca-5d.pdfhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Anopheles 66 2.10 Orientando a gestante para o parto Uma importante estratégia que pode e deve ser construída durante o acompanhamento gestacional, é o Plano de Parto e Pós-Parto. Este consiste em um documento escrito, no qual a gestante e o seu companheiro realizam o registro de suas preferências e desejos em relação ao momento do parto e nascimento. Assim, é possível garantir direitos e concretizar ações baseadas em evidências científicas, levando em consideração o contexto da gestação, bem como as possibilidades que existem no serviço de atenção ao parto e nascimento (BRASIL, 2005). O instrumento para elaboração do Plano de Parto e Pós-Parto será preenchido durante o acompanhamento na assistência pré-natal (Anexo 9 - Modelo de Plano de Parto). Abordar a gestante sobre a maternidade ou serviço para a qual será encaminhada para a assistência ao parto, diminui a ansiedade da mulher, garantindo maior qualidade aos cuidados e bem-estar dessa gestante. 67 3 PRÁTICAS EDUCATIVAS NO PERÍODO GESTACIONAL 68 As práticas educativas são estratégias para as equipes de saúde da família ampliarem o resultado do trabalho dos profissionais junto aos indivíduos e comunidade. No caso da assistência ao pré-natal, esses espaços possibilitam que a mulher grávida tenha a escuta de suas dúvidas e demandas, além de receber, por meio de profissionais qualificados, apoio emocional, informações de qualidade sobre a fisiologia do nascimento, sobre técnicas de alívio da dor, sobre reconhecimento do trabalho de parto e sinais de alerta. É um grande desafio para a equipe transformar para melhor, estilos de vida não saudável, pois depende muito mais dos esforços da pessoa, que do profissional que deve estar ali apenas para dar a direção e apoiar. Alguns pontos que se deve observar é o respeito ao contexto sociocultural, à autonomia e à motivação da população assistida. Mudar hábito é uma decisão de cada pessoa, cabe aos profissionais, ter um bom domínio e apoiar com diferentes abordagens esta atitude. Nas UBS deve acontecer planejamento de oferta sistemática de ações educativas coletivas ou individuais direcionadas para todas as gestantes, com temas diversificados e ofertados de formas periódicas, que se repetem de tempos em tempos. Algumas formas de abordagens estão aqui destacadas com o intuito de ajudar as equipes a chegarem de forma qualitativa e resolutiva no objetivo da mudança para um estilo de vida mais saudável. São elas: • Atenção contínua – é o atendimento de forma sequenciada, realizada por diferentes profissionais de saúde, num mesmo turno de trabalho. Tem como resultado a construção de um plano de cuidado terapêutico para a gestante que será monitorado por toda a equipe. • Atenção compartilhada em grupo - focada na participação das gestantes/parceiros, onde estes sob a coordenação de profissional qualificado refletem e compartilham informações sobre a fisiologia da gestação e do nascimento e o apoio emocional para que a mulher se sinta competente e segura, entendendo o parto como um processo ativo do seu corpo e altamente vinculado ao seu protagonismo. Identificam e analisam os problemas presentes durante o ciclo gravídico, elaboram hipóteses de soluções e constroem um plano de ação, que deve ser monitorado e avaliado sistematicamente, em cada novo encontro do grupo. 69 • Grupo operativo – rede de indivíduos que interagem entre si e comprometem-se com uma tarefa. As tarefas no grupo operativo podem englobar mudanças nos hábitos alimentares, práticas de atividades físicas e outras de interesse do grupo. • Grupo de pares - grupo de interajuda, formado por pessoas que estão vivendo a mesma situação (por exemplo, gravidez na adolescência, mães acometidas por infecção de zika vírus), com vista a encontrar soluções dos problemas enfrentados pela partilha de experiências e troca de informações. As Equipes de Assistência Multiprofissional e de Saúde da Família devem ser as responsáveis pela coordenação dos grupos de gestantes, com o apoio do gerente da unidade, e este deverá garantir agenda protegida para os profissionais que realizarão esses grupos. Sugere-se que os grupos de gestantes sejam mediados por profissionais da assistência: médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionista, enfermeiros e demais profissionais envolvidos. Devem participar dos grupos, gestantes acompanhadas de alguém de sua confiança que, preferencialmente, será a pessoa que estará presente no parto e apoiará no puerpério. 70 IV CUIDADOS COM A MULHER NO PERÍODO PUERPERAL 71 O puerpério é um período no qual o cuidado à mulher é fundamental tanto para a saúde materna quanto o neonato e, neste processo, deve-se incluir o pai, a família em seus diversos arranjos e toda a rede social primária, envolvida nesta fase do ciclo vital e familiar. Sabe-se que no puerpério podem surgir diversos problemas de saúde ainda relacionados com a gestação e, estes podem ser responsáveis por muitas sequelas, até mesmo óbito de mulheres (mortalidade materna) provocadas, por exemplo, por hemorragias e infecções (BRASIL, 2016). O puerpério compreende período de grandes modificações físicas e psíquicas e divide-se em três fases, nas quais deve-se conciliar o acompanhamento/consultas pela equipe de Saúde da Família: • Puerpério imediato (1º consulta): após a saída da placenta até o 10º dia após o parto; • Puerpério tardio (2º consulta): entre o 11º e 40º dia após o parto; • Puerpério remoto (3º consulta): do 41º dia até o 60º dia após o parto. Em até 72 horas após a alta hospitalar toda puérpera deve receber, no domicílio, uma visita de um membro da equipe de Saúde da Família, seja o ACS, o auxiliar/técnico de enfermagem, enfermeira e médico para orientar a puérpera sobre os cuidados básicos com o recém-nascido e a importância da avaliação completa da sua saúde, que deverá ocorrer entre o quinto e décimo dia após o parto, na Unidade Básica de Saúde (UBS). Após o primeiro contato do puerpério (dentro das 72h), a equipe de Saúde da Família deverá programar uma visita/atendimento domiciliar para, além das orientações sobre os cuidados básicos com o recém-nascido, realizar a avaliação do vínculo mãe-bebê, da ambiência do domicílio, do aleitamento, da apojadura, dos lóquios e da involução uterina: verificar o sumário de alta com histórico de parto e exame do recém-nascido, atentar para sinais de alerta: infecciosos, desidratação, icterícia, dentre outros e agendar as demais consultas na UBS. O acompanhamento puerperal deve oportunizar a orientação qualificada com o objetivo de prevenir, identificar e intervir em possíveis intercorrências e complicações, evitando desfechos desfavoráveis para a mulher e/ou recém-nascido. 72 O cuidado no período puerperal deve compreender as seguintes ações: 1. Orientar cuidados com a higiene pessoal, com o objetivo de esclarecer dúvidas e tabus; 2. Nos casos de parto por cesariana, aconselha-se proteger o curativo e renová-lo no primeiro dia, sendo que, a partir do 2º dia deverá permanecer descoberta a ferida; 3. Estimular a deambulação; 4. Orientar os cuidados com as mamas (higiene, banho de sol) com o objetivo de evitar as fissuras e rachaduras; 5. Estimular o aleitamento materno (orientações e apoio), para promover o aleitamento materno por mais tempo possível; 6. Realizar e orientar a ordenha manual quando necessário, com o objetivo de evitar o ingurgitamento das mamas; 7. Verificar a involução uterina, com o objetivo de diagnóstico precoce de atonia uterina; 8. Realizar exame do abdome (inspeção, ausculta, palpação) para a identificaçãode possíveis alterações; 9. Verificar quantidade, aspecto dos lóquios, com o objetivo de diagnóstico precoce de hemorragia; 10. Verificar e anotar presença e/ou ausência das eliminações (diurese e evacuação); 11. Inspecionar local da incisão cirúrgica (cesárea) em busca de sinais de infecção e períneo no Parto Vaginal Espontâneo (PVE) em busca de infecção e hematomas em seu tratamento precoce; 12. Orientar a lavagem do períneo a cada episódio de evacuação ou micção (PVE) para evitar infecção; 13. Orientar a lavagem da incisão cirúrgica com água e sabão e secar bem no momento do banho (cesárea), com objetivo de prevenir infecção; 14. Inspecionar atentamente membros inferiores, com o objetivo de reconhecer o aparecimento de tromboses venosas, atentar para relatos de dores nos membros inferiores e edema súbito; 15. Estimular a ingestão de líquido e dieta alimentar balanceada; 16. Orientar a abstinência sexual durante 45 dias; 73 17. Iniciar/ofertar planejamento reprodutivo, prevenindo assim uma gravidez indesejada e em um curto período de tempo entre as gestações; 18. Orientar os cuidados com RN (banho, eliminações, troca de fraldas, sono e repouso, coto umbilical, amamentação); 19. Orientar os cuidados com o coto umbilical, com a finalidade de esclarecer dúvidas e tabus, além de prevenir o risco de infecção; 20. Promover vínculo mãe-bebê-pai-família. Algumas complicações podem surgir neste período. O quadro abaixo apresenta as mais comuns e as condutas adequadas: Quadro 10 - Complicações no período puerperal e condutas PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES CONDUTAS Sangramento persistente devido a infecção intrauterina ou presença de restos placentários (Endometrite); Aferir Temperatura axilar (> ou = a 38ºC após as primeiras 24 horas pós-parto sinal de alerta); Observar dor à palpação abdominal, útero amolecido e aumentado de volume, colo dilatado e doloroso e/ou saída de secreção purulenta; Referir a Unidade de Referência de Assistência ao Parto para avaliação médica e/ou obstétrica; Infecção de canal de parto (hiperemia, calor, edema local e/ou saída de secreção purulenta pela ferida/abcesso); Administrar antibioticoterapia oral (cefalexina500mg, 6/6horas por 7 a 10 dias); Em caso de abcesso ou comprometimento sistêmico (febre) - referir internação hospitalar ou a domicílio para antibioticoterapia venosa. Doença hemorroidária; Orientar dietas laxativas, aplicações de cremes contendo anestésicos, antinflamatórios e banhos de acento; Em caso de trombose, encaminhar para avaliação cirúrgica. Edema simétrico de membros inferiores; Verificar presença de hipertensão arterial; Avaliar função renal; Orientar elevação de membros; Avaliar dieta hipersódica; Referir para Serviço de Referência Ambulatorial conforme classificação de risco; Taquicardia por perda sanguínea excessiva; Avaliar sinais de sangramento conforme tipo de parto (cesáreo ou vaginal); Avaliar sinais de choque hipovolêmico; Investigar presença de infecção; Avaliar descompensação cardíaca; Orientar hidratação oral, caso necessário, iniciar soroterapia expansiva; Referir a Unidade de Referência de Assistência ao Parto para avaliação médica e/ou obstétrica; Continua 74 Continuação PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES CONDUTAS Infecção de ferida operatória pós- cesariana; Em casos leves, com acometimento de pele/epiderme administrar antibioticoterapia (cefalexina500mg, 6/6horas por 7 a 10 dias ou amoxicilina/clavulanato 500/125 mg via oral de 8/8hs por 7 a 10 dias); Em caso de celulite com comprometimento sistêmico (febre) ou abcesso - referir internação hospitalar para antibioticoterapia venosa, além de exploração de ferida operatória. Infecção do Trato Urinário Avaliar queixas, história clínica e / ou exames laboratoriais (Urina rotina, Urocultura); • Cistite - recomenda-se antibioticoterapia oral conforme anexo 8 - Fluxograma para queixas urinárias; • Pielonefrite - se positivo, referenciar internação para antiobioticoterapia venosa; Ingurgitamento mamário Orientar/ensinar ordenha manual e boas práticas de aleitamento materno. A equipe de saúde da família deve estar preparada para reconhecer as alterações emocionais no período do puerpério. Para isso, deve-se utilizar sempre que necessário a “Escala de depressão perinatal de Edinburgh” (Anexo 10), que subsidiará a triagem/classificação de riscos de distúrbios emocionais (FIGUEIRA et al, 2009). A mais comum das alterações emocionais é a Tristeza Materna, Blues Puerperal ou Baby Blues, que ocorre entre 50% a 70 % das puérperas e se caracteriza por um quadro depressivo brando (fragilidade, hiperemotividade, alterações do humor, falta de confiança em si própria e sentimento de incapacidade), que se inicia, em geral, no terceiro dia do pós-parto e dura, em média, três semanas. A Depressão pós-parto acomete entre 10 a 15% das puérperas e se caracteriza por perturbação do apetite, alterações no ciclo sono-vigília, decréscimo de energia, sentimento de desvalia ou culpa excessiva, pensamentos recorrentes de morte e ideação suicida, sentimento de inadequação e rejeição ao bebê. O quadro mais grave de alterações emocionais é a Psicose puerperal. É um quadro raro (1,1 a 4 puérpera para cada 1.000 nascimentos). Os sintomas 1 ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ALTERAÇÕES EMOCIONAIS 75 surgem de forma abrupta até a terceira semana pós-parto e incluem quadro alucinatório delirante, grave e agudo; delírios que envolvem seus filhos; estado confusional; comportamento desorganizado. Há grande risco para a mulher e seu bebê, por isso sempre é necessário o encaminhamento de urgência para um especialista em saúde mental para o acompanhamento em conjunto dessa mulher. Toda puérpera necessita de apoio emocional. Para a tristeza materna (Baby Blues), o acompanhamento psicoterápico e suporte familiar são suficientes na maioria das vezes. Entretanto, a mulher com depressão pós-parto ou psicose puerperal sempre necessita tratamento especializado com especialista de saúde mental (psiquiatra) devendo ser encaminhada para consulta com psiquiatra de referência ou para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). A equipe deve buscar apoiar a mulher após um óbito fetal ou neonatal, não a culpabilizando pelo fato. Deve-se respeitar o luto dessa mulher e ajudá-la, apoiando- a, quando ocorrer a recordação do fato. O atendimento, preferencialmente deverá ser feito por uma equipe multiprofissional, de forma que haja respeito à privacidade e fornecimento de informações adequadas. A equipe deve buscar apoiar a mulher quando o bebê permanecer internado devido a alguma complicação. A abordagem dessa mulher deverá ser realizada por uma equipe multiprofissional, de forma que haja respeito à privacidade e fornecimento de informações adequadas. 2 AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ÓBITO FETAL 3 APOIO À PUÉRPERA COM RECÉM-NASCIDO INTERNADO 76 V CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO 77 O cuidado com o recém-nascido durante o período neonatal (primeiros 28 dias de vida) é fundamental para a melhoraria do quadro de saúde da criança em Rondônia, pois observa-se que o componente neonatal é o que contribui negativamente na taxa de mortalidade infantil, no estado e no Brasil (LANSKY et al., 2014). Nesse contexto, reforça-se a importância dos cuidados ao recém-nascido durante as consultas puerperais, devendo a equipe de saúde da família estar atenta aos seguintes passos fundamentais: Perguntar e anotar as condições de alta do recém-nascido; Checar o resumo de alta do recém-nascido da maternidade; Verificar o preenchimento correto da Caderneta de Saúde da Criança; Observar e orientar a mamada; Reforçar a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida do bebê; Fazer exame físico completo e avaliar a criança de forma integral. Um dos pontos chaves dessa avaliação é identificar o recém-nascido mais vulnerável a superar possíveis intercorrências, em virtude de alguma fragilidade diante ao nascimento ou para o manejo de seus cuidados (RN com algum grau de risco). O quadro a seguir apresenta as principais condições de risco do recém- nascido. Caso sejam identificados alguns destes critérios, deverá ser ofertada avaliação médica e acompanhamento conjunto com o Serviço de Referência Ambulatorial. Quadro 11 - Critérios para identificação do grau de risco do recém-nascido CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS ASSOCIADOS (DOIS OU MAIS) • Baixo peso ao nascer (menor que 2.500 g); • Os recém-nascidos que tenham ficado internados por intercorrências após o nascimento; • Prematuros/sindrômicos • História de morte de criança < 5 anos na família • RN de mãe HIV positivo. • Família residente em área de risco; • RN de mãe adolescente (< 16 anos); • RN de mãe analfabeta; RN de mãe com deficiência ou distúrbio psiquiátrico, ou drogadição que impeça o cuidado da criança; • RN de família sem fonte de renda; • RN manifestamente indesejado. 78 1.1 Avaliação do Aleitamento materno O vínculo mãe-bebê é um relacionamento de dependência afetiva mútua e de cuidados entre a mãe e o bebê, que inicia seu desenvolvimento durante a gestação e se consolida após o nascimento. É percebido, objetivamente, por meio dos cuidados dedicados da mãe. Alguns fatores impactam positivamente na formação desse vínculo, como o contato prolongado entre a mãe e seu bebê nas primeiras horas após o parto, suporte básico nos dias posteriores ao parto e o empoderamento em relação aos cuidados com seu filho. A presença e participação do pai deve ser estimulada desde o pré-natal, para que inicie a formação de vínculo com o bebê e o fortalecimento dessa família. Os profissionais devem observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola. O posicionamento errado do bebê, além de dificultar a sucção, comprometendo a quantidade de leite ingerido, é uma das causas mais frequentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento mamário, mais comum entre o 3º e o 5º dia pós-parto, orientar quanto à ordenha manual e armazenamento. A abordagem ao Aleitamento Materno (incentivo e apoio) deve ser de preferência interdisciplinar e intersetorial, garantindo cuidados e orientações não só às gestantes e mães, mas também aos companheiros e todo núcleo familiar. Essas ações devem se iniciar no pré-natal e prosseguir na maternidade, antes, durante e após o parto, nas visitas domiciliares e em todos os momentos em que a mãe comparecer à Unidade Básica de Saúde. É importante ressaltar que a gestante deve ser informada de seu direito em amamentar seu filho ao nascer (aleitamento materno na primeira hora de vida), desde que seja possível, de acordo com as condições clínicas da criança e da puérpera, assim como o direito de ter um acompanhante na sala de parto. Após o parto, durante o período de amamentação, o profissional deve recomendar para a puérpera: Escolher uma posição confortável para amamentar; Verificar se a aréola está macia; Oferecer sempre as duas mamas; 1 AVALIAÇÃO DO VÍNCULO MÃE-BEBÊ 79 Começar sempre pela mama na qual terminou a última mamada; Oferecer a mama ao bebê com o cuidado para que ele abocanhe parte da aréola e não só a papila (bico do seio); Nos casos de ingurgitamento mamário não se deve colocar água quente ou compressa quente nas mamas. Durante as primeiras mamadas, a mãe poderá sentir cólica no baixo ventre. Este episódio reflete que está havendo contrações do útero, fazendo com que o mesmo volte ao tamanho normal. Orientações nutricionais para a lactante durante a amamentação As orientações nutricionais para a gestante devem ser mantidas para a lactante, quais sejam: Aumentar o consumo de líquidos para 3 litros de água e outras bebidas. O aumento da produção de leite se deve ao aumento da ingestão de água. O consumo excessivo de cafeína (acima de 2 xícaras de café ao dia) pode reduzir o teor de ferro do leite humano; assim como o consumo de chás (preto, branco, verde e mate) e refrigerantes à base de cola. Quando o bebê deve ser amamentado O bebê deve ser alimentado sempre que tiver fome. Não existe horário fixo e, portanto, ele deve mamar sempre que quiser. É importante que a primeira mamada seja mais precoce possível, de preferência ainda na primeira hora de vida. No entanto, deve-se orientar as mães sobre evitar períodos prolongados entre as mamadas, acima de 4 horas, pelo risco de hipoglicemia. Quanto mais o bebê mamar, mais leite é produzido. A ordenha ao seio é o estímulo que irá liberar os hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite. Não é necessária complementar a amamentação com água, chá ou outro tipo de alimento até o sexto mês de vida. 80 1. 2 Situações em que há restrições ao aleitamento materno A suspensão da amamentação por motivos de doença materna ou uso de medicamentos é condição rara. Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado: Mães infectadas pelo HIV; Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2. As crianças nascidas de mães com HIV e HTLV devem ser alimentadas exclusivamente com fórmula infantil; Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são considerados contraindicados absolutos ou relativos ao aleitamento materno, como por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. Como essas informações sofrem frequentes atualizações, recomenda-se que previamente à prescrição de medicações a nutrizes o profissional de saúde consulte capítulo VII desse Protocolo (uso de medicamentos na assistência a gestante, puérpera e recém-nascido); Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose. A triagem neonatal é uma ação preventiva que permite identificar, em tempo oportuno, distúrbios e doenças congênitas, o que possibilita realizar tratamento e acompanhamento para diminuir ou eliminar os danos associados a eles. A triagem neonatal inclui os testes do pezinho, do olhinho, da orelhinha e do coraçãozinho, que devem ser realizados nos primeiros dias de vida para verificar a presença de doenças que, se descobertas bem cedo, podem ser tratadas com sucesso. O Teste do Pezinho é realizado na Unidade de Básica de Saúde a partir do 3º dia até o 5º dia de vida da criança, sendo possível fazê-lo até 30 dias de vida, porém com risco de resultado falso positivo, ou seja, diagnóstico duvidoso, por isso a orientação pelo Ministério da Saúde de realizá-lo ainda na primeira semana de 2 TRIAGEM NEONATAL 81 vida. Esse teste permite identificar fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita, anemia falciforme e fibrose cística. O Teste do Olhinho deve ser realizado na maternidade logo ao nascimento e repetido, pelo menos, duas a três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida, durante as consultas de puericultura na Unidade Básica de Saúde. Por meio deste teste, podemos identificar: catarata (alteração da transparência do cristalino), glaucoma (alteração da transparência da córnea), toxoplasmose (alteração da transparência do vítreo pela inflamação), retinoblastoma (alteração da transparência do vítreo pelo tumor intraocular). Diante de teste do olhinho alterado a criança deve ser encaminhada para avaliação especializada com oftalmologista o mais rápido possível. O Teste da Orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal deve ser agendado pela Unidade Básica de Saúde na consulta da primeirasemana de vida e realizado, de preferência, nos primeiros 30 dias de vida. Ele permite detectar a ocorrência de deficiência auditiva. O Teste do Coraçãozinho deve ser realizado na maternidade entre 24 e 48h de vida, antes da alta e permite identificar, precocemente, se o bebê tem alguma doença grave no coração. A vacinação é essencial para manter a criança saudável. Mesmo com febre ou gripada, a criança pode tomar vacina após a avaliação pelo profissional de saúde. A forma de monitoramento da situação vacinal da criança é por meio dos registros da Caderneta de Saúde da Criança. Esta deve ser mantida com o calendário de vacinação atualizado, sendo conferida a cada consulta com os profissionais de saúde. O calendário de vacinação da criança atualizado pelo Programa Nacional de Imunização está disponível no link: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/pni/ 3 IMUNIZAÇÃO DO RECÉM NASCIDO 82 Durante o Pré-Natal e o Puerpério é importante que a equipe de Saúde oriente/esclareça a mãe e família sobre os cuidados no manejo com o recém- nascido, no intuito de reduzir intercorrências que possam comprometer a saúde geral da criança ou seu bem-estar. O quadro a seguir, apresenta as principais observações que devem ser abordadas pelos profissionais nos momentos de consultas/visitas/atividades educativas. Quadro 12. Orientações gerais para o cuidado com o recém-nascido O QUE OBSERVAR CONDUTAS O sono Orientar ambiente tranquilo, arejado e limpo; Manter posição de barriga para cima, boca e nariz deve ficar descoberto e agasalhar com roupa adequada à temperatura do ambiente; Informar sobre o costume do bebê em diferenciar dia (com barulho de funcionamento normal da família) e noite (ambiente mais escuro e silencioso). Coto Umbilical Ao iniciar o cuidado lavar as mãos; Retirar a roupinha se caso tiver grudado usar soro fisiológico ou água filtrada para umedecer; Limpar todo o coto com álcool 70% utilizando um pano limpo passado com ferro elétrico ou gaze, algodão ou cotonete; Observar durante a limpeza sinal de inflamação e/ou infecção (presença de pus, vermelhidão), caso positivo, procurar um profissional de saúde; Orientar não cobrir, não usar faixa, moeda, não aplicar outro produto que não seja o álcool 70%. Banho Preparar todo o material antes de começar; Aquecer a água à 37C° e conferir antes de colocar a criança com o dorso da mão ou termômetro; O ambiente deve ser fechado evitando correntes de ar; Usar sabonete líquido neutro; Deixar a toalha próxima do local do banho; Proporcionar segurança ao bebê e também a cuidadora evitando posições de postura inadequada; Cor da pele Avaliar a cor da pele, caso o corpo todo esteja com cor amarelo forte (icterícia) nas primeiras 24 horas de vida, o bebê precisa de avaliação médica urgente pois pode precisar de fototerapia ou outros procedimentos médicos; Orientar banho de sol no início da manhã (antes das 8h) e no final da tarde (após as 17h). Fezes Avaliar as fezes e em caso de fezes brancas ou sanguinolentas encaminhar à unidade; Orientar (caso a criança não esteja com aleitamento materno exclusivo) em caso de diarreia manter a criança hidratada com aumento da ingesta de água e sais de reidratação oral e se persistir o quadro e/ou associar vômitos, levar urgente na UBS; e se persistir mais de 72 horas, levar urgente na UBS; Troca de fraldas Lavar sempre as mãos com água e sabão neutro ou com álcool gel 70%, antes e após o procedimento; Orientar a mãe trocar as fraldas sempre que estiverem molhadas ou sujas; Limpar a região das fraldas usando pano limpo passado com ferro elétrico e/ou gazes umedecido com água (fazer a limpeza num único sentido, da genitália para as nádegas); Se presença de assaduras, inflamação ou infecção, não aplique nada, procure um profissional de saúde; 4 CUIDADOS GERAIS COM O RECÉM NASCIDO 83 Após a primeira consulta do recém-nascido (preferencialmente na primeira semana de vida), agende as próximas consultas de acordo com o calendário previsto para o seguimento: no 1º, 2º, 4º, 6º, 9º, 12º, 18º e 24º meses de vida (BRASIL, 2016). As consultas nos dois anos iniciais da criança garantem a vigilância do crescimento e desenvolvimento da criança. 84 VI PLANEJAMENTO REPRODUTIVO NO PUERPÉRIO 85 O puerpério é um momento importante para a abordagem do Planejamento Reprodutivo (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método contraceptivo, métodos já utilizados, método de preferência), valorizando a consulta pré- concepcional e desestimulando intervalo intergestacional, inferior a seis meses. Ao se avaliar um método contraceptivo no pós-parto, deve-se levar em consideração a singularidade desse período no que diz respeito ao tempo pós-parto, ao padrão da amamentação, se a menstruação já retornou ou não e, principalmente, aos possíveis efeitos dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente. A escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada para cada puérpera. Até o sexto mês após o parto, a amamentação exclusiva com amenorreia está associada com a diminuição da fertilidade, que deixa de existir quando ocorre o retorno das menstruações e/ou quando o leite materno deixa de ser o único alimento oferecido ao bebê. Por esse motivo, é importante orientar a mulher sobre os métodos contraceptivos, sua eficácia na contracepção e a possível interferência com a amamentação. O dispositivo intrauterino (DIU) T de cobre pode ser utilizado como método contraceptivo, podendo sua inserção ser realizada nas primeiras 48 horas após o parto ou a partir de 6 semanas pós-parto. Ele está contraindicado nos casos de infecção puerperal (categoria 4 OMS) e só poderá, neste caso, ser inserido três meses após a cura. O uso do preservativo masculino ou feminino deve ser sempre incentivado devido a ter uma boa eficácia contraceptiva e, principalmente, por conferir proteção contra as doenças de transmissão sexual. O anticoncepcional hormonal oral de progesterona (minipílula) pode ser utilizado pela mulher durante a amamentação e deve ser iniciado seis semanas após o parto. Implante subdérmico liberador de etonogestrel (IMPLANON). Pode se usado antes da alta hospitalar (categoria 2 da OMS). Não interfere na amamentação e está particularmente recomendado para aquelas pacientes que têm dificuldades de 1 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO 86 retornar para a consulta puerperal por vulnerabilidade social (adolescentes, usuárias de drogas e moradoras de regiões de difícil acesso) Anticoncepcional injetável trimestral – acetato de medroxiprogesterona 150 mg – pode ser usado a partir da sexta semana após o parto (categoria 1 OMS). Apresenta alta eficácia e tem forte indicação de uso, na presença de comorbidades, como hipertensão arterial, diabetes e outras. Anticoncepcional injetável mensal é contraindicado para lactantes até o sexto mês pós-parto (categoria 3 da OMS), devido aos mesmos motivos do anticoncepcional hormonal oral combinado, mas, após esse período, poderá ser utilizado mesmo em mulheres que ainda estão amamentando. Anticoncepcional hormonal oral combinado tem seu uso desaconselhado até o sexto mês pós-parto (categoria 3 da OMS), pois interfere na qualidade e quantidade do leite materno, além de possíveis efeitos adversos na saúde do bebê. Após esse período, poderá ser utilizado. Outros métodos comportamentais, como tabelinha e muco cervical, só são recomendados serem utilizados após a regularização do ciclo menstrual. A laqueadura tubária, por ser método definitivo, deve respeitar os preceitos legais (artigo 10 da lei nº 9263). Para maiores esclarecimentos das condutas a serem seguidas, a equipe poderá consultar o Cadernode Atenção Básica nº 26, Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, do Ministério da Saúde, no link: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab26 87 VII USO DE MEDICAMENTOS NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO 88 Nesta seção está apresentada para efeito de condução do planejamento das ações no território de atenção à saúde, a listagem de medicamentos essenciais que deverão estar disponíveis para a atuação das Equipes de Saúde na linha de cuidado voltada para esse grupo específico. Quadro 13. Medicamentos que devem estar disponíveis para o cuidado da gestante e puérpera Medicamento Uso Nível de Assistência Apresentação RENAME Acetato de medroxiprogesterona Anticoncepcional injetável trimestral AB,AM 150 mg/ml Aciclovir Herpes simples AB,AM Comp. 200 mg Pó para sol. inj. 250 mg Ácido acetilsalicílico Lúpus eritematoso sistêmico, síndrome antifosfolipide, infarto do miocárdio AB,AM Comp. 100 mg Comp. 500 mg Ácido fólico Anemia, prevenção defeitos tubo neural e anemia megaloblástica AB,AM Solução oral – 0,2mg/mL Ácido folínico Toxoplasmose, feto infectado AB, AM Comp. 15 mg Alfa-metildopa Hipertensão arterial AB, AM Comp. rev. 250 e 500mg Amoxicilina Antibioticoterapia AB,AM Cáp. 500 mg Pó susp. oral 50 mg/mL Ampicilina Infecção urinária, infecções RN, abortamento infectado septicemia, infecção puerperal, endocardite bacteriana AB,AM Comp. 500 mg Azitromicina Antibioticoterapia AB,AM Comp. 500 mg Betametasona amadurecimento pulmonar/trabalho de parto prematuro AM Solução inj. 12mg Carbamazepina Epilepsia AM Comp. 200 mg Xarope 20 mg/ml Carbonato de cálcio Deficiência de cálcio/prevenção PE AB,AM Comp. 500mg Cefalosporina 1ª geração (Cefalexina) Infecção urinária, bacteriúria AB,AM Cáp. 500 mg Susp. oral 50 mg/ml Cefalosporina de 3ª geração (cefotaxima, ceftazidima, ceftriaxona) Antibioticoterapia, infecção urinária, septicemia , IST AB, AM Pó para sol. inj. 500 mg Pó para sol. inj. 1 g Pó para sol. inj. 250 mg Clindamicina Malária falciparum, infecção RN, vaginose bacteriana, abortamento infectado septicemia, infecção puerperal, embolia pulmonar, corioamnionite AB,AM Cáp. 150 mg Cáp. 75 mg Sol. inj. 150 mg/ml Continua 89 Continuação Medicamento Uso Nível de Assistência Apresentação RENAME Clonazepam Epilepsia AM Comp. 0,5 mg Comp. 2 mg Sol. oral gotas 2,5 mg/ml Diazepam Hemorragia intracraniana, depressão, outros AM Comp. 2 mg Comp. 5 mg Sol. inj. 5 mg/ml Dexametasona Trabalho de parto prematuro, Broncodisplasia do RN AM Sol.inj.2mg/ml Sol.inj.4mg/ml Dimeticona/simeticona Gases AB,AM Comp. 40 mg Comp. 120 mg Dipirona Analgésico, antitérmico AB,AM Sol. oral 500 mg/ml Sol. inj. 500 mg/ml Eritromicina Antibioticoterapia AB,AM Cáp. 500 mg Comp. rev. 500 mg Susp. oral 25 mg/ml Espiramicina Toxoplasmose AB,AM Comp. rev. 500 mg Fenitoína Epilepsia AM Comp. 100 mg Fenobarbital Epilepsia AM Comp. 100mg Gts. oral 40 mg/ml Sol. inj. 100 mg/ml Furosemida ou espironolactona Diurético AB,AM Comp. 40 mg Sol. inj. 10 mg/ml; Comp. 25 mg Hidróxico de alumínio e magnésio Azia AB,AM Susp. oral 35,6 mg + 37 mg/ml Hioscina/ butilescopolamina Cólicas AB,AM Comp. 10 mg Imunoglobolina anti-D Isoimunização AM Sol inj.300mg Insulina Diabetes AB,AM Sol. inj. 100 UI/ml Lamivudina Profilaxia infecção HIV SAE Comp. 150 mg Sol. oral 10 mg/ml Mebendazol Helmintíase AB,AM Comp. 150 mg Susp. oral 20 mg/ml Metoclopramida Hiperêmese, náuseas e vômitos AB,AM Comp. 10 mg Sol. inj. 5 mg/ml Metronidazol Vaginites, infecção puerperal, septicemia, abortamento infectado AB, AM Comp. 250 mg Metronidazol creme vag. Corrimentos, colpite, abortamento infectado AB,AM Creme vag. 5% Miconazol Antifúngico AB,AM Creme 2% Creme vaginal 2% Nelfinavir Profilaxia infecção HIV SAE Comp. 250 mg Pó sol. oral 50 mg Nifedipina Crise hipertensiva/Hipertensão arterial AB,AM Comp. 10mg (ação rápida) Comp 20 mg (uso manutenção) Nistatina creme vag. Corrimentos, colpite AB, AM Creme vag. 25.000 UI/g Nitrofurantoína Infecção urinária, bacteriúria AB,AM Comp. 100 mg Susp. oral 5 mg/ml Paracetamol/acetaminofen Analgésico, antitérmico AB,AM Comp. 500 mg Sol. oral 100 mg/ml Continua 90 Continuação Medicamento Uso Nível de Assistência Apresentação RENAME Penicilina benzatina Sífilis AB,AM Pó para sol. inj. 600.000 UI e 1.200.000 UI Pirimetamina Toxoplasmose, feto infectado AM Comp. 25 mg Prednisona Lúpus eritematoso sistêmico, asma AB,AM Comp. 5 mg Comp. 20 mg Propanolol Hipertensão arterial crise tireotóxica, hipertireoidismo AB,AM Comp. 40 mg Comp. 80 mg Rifampicina Hanseníase, tuberculose AB,AM Cáp. 300 mg Salbutamol Trabalho parto prematuro, asma AB,AM Xarope 0,4 mg/ml Aerossol 100 μg por dose Sol. inj. 500 μg/ml Comp. 2mg Sol. ina. 5mg/ml Sulfadiazina Toxoplasmose, feto infectado AB,AM Comp. 500 mg Sulfametoxazol + trimetoprim Quimioprofilaxia para Pneumocistis carinii, antibioticoterapia AB,AM Comp. 400 + 80 mg Sol. inj. 80 + 16 mg/ml Susp. oral 40 + 8 mg/ml Sulfato ferroso Anemia AB,AM Comp. revest. 40 mg Sol. oral 25 mg/ml Teofilina Asma AM Comp. lib. len. 100 mg e 200 mg Tiabendazol Estrongiloidíase AB,AM Comp. 500 mg Susp. oral 50 mg/ml Zidovudina Terapia anti-retroviral SAE Cáp. 100 mg Legenda: AB – Atenção Básica; AM – Ambulatorial de Referência. 91 Quadro 14 - Uso de medicamentos durante o período de amamentação Grupos de medicamentos Uso contraindicado durante a lactação Uso criterioso durante a lactação Uso compatível com a lactação Conduta: Suspender a amamentação temporária ou definitivamente Conduta: Podem ser usados em doses ocasionais e/ou habituais, contudo monitorar a criança para efeitos colaterais Conduta: Uso potencialmente seguro em doses habituais Analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e opiáceos Sais de ouro Fenilbutazona, indometacina, dextropropoxifeno. Doses elevadas/uso prolongado: morfina, codeína, petidina, salicilatos Ácidos mefenâmico e flufenâmico. Diclofenaco. Piroxicam. Naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, colchicina. Paracetamol, dipirona. Uso de curta duração: morfina, codeína, petidina, salicilatos Antibióticos e antiinfecciosos B Doxaciclina Clindamicina, cloranfenicol, imipenem. Sulfametoxazol, sulfonamidas, nitrofuranto na, ácido nalidíxico. Quinolonas: evitar ciprofloxacin, preferir norfloxacin. Antivirais. Escabicidas: lindano e monossulfiran. Antimicóticos: cetoconazol, itraconazol, terconazol, isoconazol. Metronidazol, tinidazol, furazolidona. Antimaláricos. Pirimetamina. Clofazimina, dapsona Penicilinas, ampicilina, amoxicilina, carbenicilina, oxacilina, cefalosporinas, aminoglicosídeos, aztreonam, teicoplanina, vancomicina, eritromicina, azitromicina, claritromicina, lincomicina, tetraciclinas, rifampicina, tuberculostásticos. Antivirais: aciclovir, idoxuridine. Escabicidas: exceto lindano e monossulfiran. Antimicóticos: miconazol, nistatina, fluconazol, clortrimazol, anfotericina B, griseofulvina. Anti-helmínticos. Antiesquistossomóticos. Pentamina, antimoniato de meglumina. Medicamentos que atuam no sistema nervoso central Anfetaminas, cocaína, heroína, LSD, maconha Antidepressivos: amitriptilina, imipramina, lítio, moclobemida, fluoxetina, maprotilina, paroxetina. Anticonvulsivantes: fenobarbital, butabarbital, primidona, difenilhidantoína, etosuximida, clonazepam. Antipsicóticos: haloperidol, droperidol, pimozida, sulpirida, clorpromazina, levopromazina, flufenazina,periciazina, tioridazina, pipotiazina. Derivados da ergotamina (antienxaqueca). Antiparkinsonianos Benzodiazepínicos: oxazepam e lorazepam. Anticonvulsivantes: carbamazepina, ácido valpróico. Clomipramina. Hormônios E antagonistas Tamoxifen. Andrógenos. Bromocriptina, cabergolina. Misoprostol. Mifepristone. Estrógenos: doses elevadas Hipoglicemiantes orais. Propiltiuracil, carbamizol, metimazol. Corticosteróides: doses elevadas/uso prolongado. Ocitocina, ergonovina Adrenalina, insulina, tiroxina. Anticoncepcionais: progesterona (microdosagem), espermaticidas, DIU com progestogênio. Corticosteróides: uso de curta duração Miscalênia Amiodarona. Antineoplásicos: citotóxicos/imunossupressores. Substâncias radiotivas. Fenindiona. Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol. Teofilina, aminofilina. Iodetos, lodopovidona. Antitussígenos. Nafazolina, oximetazolina, fenilefrina. Carisoprodol. Clonidina. Pizotifeno. Reserpina. Bebidas alcoólicas. Nicotina. Antiácidos. Cimetidina, ranitidina, famotidina, cisaprida, metoclopramida, bromoprida, alisaprida, domperidona. Anti- histamínicos: preferir loratadina. Descongestionantes. Mucolíticos: exceto iodetos. Broncodilatadores orais e inalados. Heparina, warfarin, dicumarol. Betabloqueadores: preferir propanolol, labetolol. Digitálicos. Bloqueadores de canais de cálcio: nifedipina, verapamil. Anti-hipertensivos: metildopa, captopril, hidralazina. Diuréticos. Lidocaína. Laxativos. Vitaminas. Imunoglobulinas. Vacinas. Fonte: MS,SAS/DAPS, Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. 92 QUADRO 15 - Medicamentos que não devem ser usadas na gestação Ácido valpróico Flurazepan Norgestrel Amniopterina Fluvastatina Pravastina Ciguatoxin Iodeto glicerol Quazepam Clomifeno Isotretinoína Quinina Clortianisena Isotretinoína Ribavirin Cumarínicos Leuprolida Sinsvastatina Contraceptivos orais Lítio Talidomida Danazol Lovastatina Temazepam Dietilestilbestrol Mefipistona Triazolam Doxiciclina Menadiona Vacina de vírus vivo Estrógenos conjugados Mestranol Warfarin Estrona Misoprostol Etinilestradinol Noretindrona Etrenitrato Noretinodrel Fenciclidina Fonte: MS,SAS/DAPS, Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias Link http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso_medicamentos_2ed.pdf 93 Quadro 16 - Medicamentos indicados no tratamento das parasitoses intestinais na gestação Helmintos Medicamentos Posologia Ancilostomose Ascaridíase Enterobíase Mebendazol Via Oral, 100mg, duas vezes ao dia, durante três dias seguidos. Esquistossomose Oxaminiquine Praziquantel Ditioletiona Contraindicados: tratar no puerpério Estrongiloidíase Tiabendazol 50mg/kg/dia, por VO, em duas tomadas (manhã/noite), durante dois dias seguidos. Himenolepíase Praziquantel Niclosamida Contraindicados: tratar no puerpério Teníase Mebendazol 200mg, por VO, duas vezes ao dia (manhã/noite), durante quatro dias seguidos Tricuríase Mebendazol 100mg, duas vezes ao dia, por VO, durante três dias seguidos. Protozooses Medicamentos Posologia Amebíase Metronidazol 250mg, três vezes ao dia, por VO, durante dez dias. Giardíase Metronidazol 250mg, três vezes ao dia, por VO, durante sete dias seguidos Entamoeba coli, Iodamoeba buetschlii, Chilomastix mesnili, Endolimax nana, Trichomonas hominis - Não há necessidade de realizar tratamento. Fonte: (BRASIL, 2004). 94 VIII ANEXOS 95 ANEXO 1 /A Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018 96 ANEXO 1 /B SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE VALE DO JAMARI NÍVEL DE ASSISTÊNCIA MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA Atenção Básica Alto Paraíso 6 CS/UBS (Cobertura 83,86% ) Alto Paraíso Ariquemes 14 CS/UBS (Cobertura 66,72% ) Ariquemes 1 NASF Ariquemes 1 Serviço de Atenção Domiciliar Ariquemes Buritis 5 CS/UBS (Cobertura 62,42% ) Buritis Cacaulândia 3 CS/UBS (Cobertura 100% ) Cacaulândia Campo Novo 4 CS/UBS (Cobertura 96,14% ) Campo Novo Cujubim 1 CS/UBS (Cobertura 47,65% ) Cujubim Machadinho D'Oeste 7 CS/UBS (Cobertura 72,83% ) Machadinho D'Oeste Monte Negro 6 CS/UBS (Cobertura 64,56% ) Monte Negro Rio Crespo 1 CS/UBS (Cobertura 100% ) Rio Crespo Atenção Especializada Ariquemes 1 Centro de Referência à Saúde da Mulher Ariquemes 1 Centro de Especialidades Odontológicas-CEO II Ariquemes 1 Centro de Especialidades de Ariquemes Ariquemes 1 Serviço de Assistência Especializada-SAE Ariquemes 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Ariquemes Buritis 1 Centro de Especialidade de Fisioterapia Buritis 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Buritis Machadinho D'Oeste 1 Centro de Saúde da Mulher Machadinho do D’Oeste 1 Centro Especializado em Reabilitação Machadinho do D’Oeste 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Machadinho do D’Oeste Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios Assistência Pré-hospitalar Ariquemes Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU Regionalizado Buritis 2 Ambulâncias Buritis Campo Novo 2 Ambulâncias Campo Novo Cujubim 2 Ambulâncias Cujubim Machadinho D'Oeste 2 Ambulâncias Machadinho D’Oeste Assistência Hospitalar Alto Paraíso 1 Hospital Geral Alto Paraíso Ariquemes 2 Hospital Geral ( Hospital Regional de Ariquemes e Hospital de Criança) Região de Saúde Vale do Jamari Buritis Hospital Regional de Buritis Buritis Cacaulândia 1 Unidade Mista Cacaulândia Campo Novo 1 Unidade Mista Campo Novo Cujubim 1 Hospital de Pequeno Porte-HPP Cujubim Machadinho D'Oeste 1 Hospital Geral Machadinho D'Oeste Monte Negro 1 Hospital Geral Monte Negro Porto Velho Hospital Estadual e Pronto Socorro João Paulo II Macro Região I da RUE Rio Crespo 1 Hospital Geral Rio Crespo Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/201 97 ANEXO 1 /C SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA. REGIÃO DE SAÚDE CENTRAL. NÍVEL DE ASSISTÊNCIA MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA Atenção Básica Alvorada D'Oeste 6 CS/UBS (Cobertura 72,95%) Alvorada D'Oeste Gov. Jorge Teixeira 6 CS/UBS (Cobertura 100%) Gov. Jorge Teixeira Jaru 12 CS/UBS (Cobertura 91,93%) Jaru 3 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Jaru Ji-Paraná 15 CS/UBS (Cobertura 73,54%) Ji-Paraná 7 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Ji-Paraná Mirante da Serra 2 CS/UBS (Cobertura 84,09% ) Mirante da Serra Nova União 1 CS/UBS (Cobertura 69,65%) Nova União Ouro Preto 13 CS/UBS (Cobertura 86,60%) Ouro Preto Presid. Médici 9 CS/UBS (Cobertura 100%) Presid. Médici Teixeirópolis 1 CS/UBS (Cobertura 100%) Teixeirópolis Theobroma 6 CS/UBS (Cobertura 100%) Theobroma Urupá 3 CS/UBS (Cobertura 78,42%) Urupá Vale do Anari 4 CS/UBS (Cobertura 62,73%) Vale do Anari Vale do Paraíso 2 CS/UBS (Cobertura 100%) Vale do Paraíso Atenção Especializada Jaru 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Jaru Ji-Paraná 3 Centros Especializados Ji-Paraná 2 Centro de Saúde de Apoio a Saúde da Família Ji-Paraná 2 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Ji-Paraná Ouro Preto 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Ouro Preto Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios Presid. Médici 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Presid. Médici Assistência Hospitalar Alvorada D'Oeste 1 Unidade Mista Alvorada D'Oeste Gov Jorge Teixeira 1 Unidade Mista Gov Jorge Teixeira Jaru 1 Hospital Municipal Jaru Ji-Paraná 1 Hospital Geral Municipal Regiões de Saúde: Central e Vale do Guaporé Mirante da Serra 1 Unidade Mista Mirante da Serra Nova União 1 Unidade Mista Nova União Ouro Preto 1 Hospital Municipal Ouro Preto Presid. Médici 1 Unidade Mista Presid. Médici Teixeirópolis 1 UnidadeMista Teixeirópolis Theobroma 1 Unidade Mista Theobroma Urupá 1 Hospital Municipal Urupá Vale do Anari 1 Unidade Mista Vale do Anari Porto Velho Hospital Estadual e Pronto Socorro João Paulo II Marco Região I da RUE Vale do Paraíso 1 Unidade Mista Vale do Paraíso Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018 98 ANEXO 1 /D SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE CAFÉ. NÍVEL DE ASSISTÊNCIA MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA Atenção Básica Cacoal 9 CS/UBS (Cobertura 62,82%) Cacoal 1 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Cacoal Espigão D'Oeste 7 CS/UBS (Cobertura 73,83%) Espigão D'Oeste Ministro Andreazza 1 CS/UBS (Cobertura 31,99% ) Ministro Andreazza Pimenta Bueno 7 CS/UBS (Cobertura 63,91% ) Pimenta Bueno Primavera 2 CS/UBS (Cobertura 100% ) Primavera São Felipe 3 CS/UBS (Cobertura 100%) São Felipe Atenção Especializada Cacoal 1 Centro de Saúde da Mulher Cacoal 1 Centro Especializado Cacoal 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Cacoal 1 Centro Especializado em Odontologia tipo III Cacoal 1 Centro Especializado em Reabilitação tipo II Cacoal Espigão D'Oeste 1 Centro de Especialidade Espigão D'Oeste 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Espigão D'Oeste Pimenta Bueno 1 Centro de Especialidade Pimenta Bueno 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Pimenta Bueno Assistência Hospitalar Cacoal 1 Hospital Materno Infantil Região de Saúde Café Espigão D'Oeste 1 Unidade Mista Espigão D'Oeste Ministro Andreazza 1 Unidade Mista Ministro Andreazza Pimenta Bueno 1 Hospital e Maternidade Municipal Pimenta Bueno São Felipe 1 Unidade Mista São Felipe Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018 99 ANEXO 1 /E Quadro 02 – SÍNTESE DA DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE ZONA DA MATA. NÍVEL DE ASSISTÊNCIA MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA Atenção Básica Alta Floresta D'Oeste 9 CS/UBS (Cobertura 67,63%) 7 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Alto Alegre dos Parecis 5 CS/UBS (Cobertura 100%) Castanheiras 2 CS/UBS ( Cobertura 100%) Nova Brasilândia 3 CS/UBS ( Cobertura 79,60%) Novo Horizonte 2 CS/UBS ( Cobertura 100%) Parecis 2 CS/UBS ( Cobertura 100%) Rolim de Moura 15 CS/UBS ( Cobertura 80,10%) Santa Luzia 3 CS/UBS ( Cobertura 100%) São Miguel 4 CS/UBS ( Cobertura 73,32%) Atenção Especializada Alta Floresta D'Oeste 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Rolim de Moura 1 Policlínica 1 Centro Especializado em Reabilitação (CER II) 1 Centro de Saúde da Mulher 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz Estadual (52 municípios) Assistência Hospitalar Alta Floresta D'Oeste 1 Hospital Geral Alto Alegre dos Parecis 1 Hospital de Pequeno Porte Castanheiras 1 Unidade Mista Nova Brasilândia 1 Hospital Geral Novo Horizonte 1 Unidade Mista Parecis 1 Unidade Mista Rolim de Moura 1 Hospital Regional Cacoal Hospital Estadual de Urgência e Emergência de Rondônia (HEURO) Macro Região II da RUE Santa Luzia 1 Hospital Geral São Miguel 1 Hospital Geral Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018 100 ANEXO 1 /F SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE VALE DO GUAPORÉ NÍVEL DE ASSISTÊNCIA MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA Atenção Básica São Francisco 5 CS/UBS (Cobertura 100% ) São Francisco Costa Marques 3 CS/UBS (Cobertura 92,65%) Costa Marques Seringueiras 3 CS/UBS (Cobertura 82,03% ) Seringueiras Atenção Especializada Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios Assistência Hospitalar Costa Marques 1 Unidade Mista Costa Marques São Franciso Hospital Regional de São Francisco Região do Vale do Guaporé Seringueiras 1 Hospital Geral Seringueiras Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018 101 ANEXO 1 /G SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE CONE SUL, 2016 NÍVEL DE ASSISTÊNCIA MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA Atenção Básica Cabixi 3 CS/UBS (Cobertura 100% ) Cabixi 1 NASF Cabixi Cerejeiras 6 CS/UBS (Cobertura 96,05% ) Cerejeiras Chupinguaia 4 CS/UBS (Cobertura 100% ) Chupinguaia Colorado 5 CS/UBS (Cobertura 92,55% ) Colorado Corumbiara 3 CS/UBS (Cobertura 100% ) Corumbiara Pimenteiras 1 CS/UBS (Cobertura 100%) Pimenteiras Vilhena 10 CS/UBS (Cobertura 92%) Vilhena 2 Unidades de Atenção à Saúde Indígena População Indígena Atenção Especializada Cerejeiras 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Cerejeiras 1 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Cerejeiras Chupinguaia 1 Centro de Fisioterapia Chupinguaia Colorado 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Colorado Vilhena 1 Policlínica Vilhena 1 Centro Especializado em Reabilitação Vilhena 1 Centro de Saúde da Mulher e da Criança Vilhena 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Vilhena Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios Assistência Hospitalar Cabixi 1 Unidade Mista Cabixi Cerejeiras 1 Hospital Municipal Cerejeiras Chupinguaia 1 Unidade Mista Chupinguaia Colorado 1 Hospital Municipal Colorado Cacoal Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (HEURO) Marco Região II da RUE Corumbiara 1 Unidade Mista Corumbiara Pimenteiras 1 Unidade Mista Pimenteiras Vilhena 1 Hospital Regional Referência para a Região de Saúde C.SUL Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018 102 ANEXO 2 - FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL Critérios para encaminhamento para serviços Ambulatoriais de Gestação de Alto Risco* 3 – ESCOLARIDADE: Sabe Ler e Escrever: ( ) Sim.............................................0 ( ) Não.............................................1 ESCORE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL RISCO.................10 ou + Pontos ALTO RISCO................ 5 a 9 Pontos MÉDIO RISCO................ até 4 Pontos BAIXO *Fatores sócio econômicos não são critérios isoladamente para encaminhamento ao Pré-Natal de Alto Risco (PNAR). Merecem atendimento diferenciado na Atenção Básica. PNAR: Deve conter obrigatoriamente itens dos quadros 5 e\ou 6 e\ou 7 da classificação acima (somando 10 ou mais pontos). Médio Risco: Somatório de 5 a 9 pontos deve receber atendimento de Pré-Natal na Atenção Básica pelo médico intercalado com o enfermeiro. Baixo Risco: Somatório de até 4 pontos deve receber atendimento intercalado de Pré-Natal na Atenção Básica pelo enfermeiro e pelo médico. Seguir fluxograma de pré natal. 4 – HÁBITOS: Tabagista: ( ) Sim.............................................2 ( ) Não.............................................0 ** Instrumento publicado pela Rede Cegonha do estado de Santa Catarina, vide " Classificação de risco gestacional na atenção básica" baseado nas publicações do MS: Manual Técnico Gestação de Alto Risco e Caderno de Atenção Básica Nº 32‐ Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco e material da Fundação SESP. 1 – IDADE: ( ) (‐) de 15 anos ...................... 1 ( ) De 15 a 34 anos ................... 0 ( ) (+) de 35 anos ...................... 1 5. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: ( ) Baixo Peso(IMC <18, 5kg/m2) e/ou ganho de peso inadequado e/ou anemia ....... 1 ( ) Peso Adequado (IMC 18, 5‐24, 9kg/m2) ........................ 0 ( ) Sobrepeso(25‐29, 9kg/m2) ............................................. 1 ( ) Obesidade (IMC>30kg/m2) ............................................. 5 7 - PATOLOGIAS DE RISCO ATUAL: OBST. + GINEC. ( ) Ameaça de Aborto .............................5 ( ) Anom. do trato Genitourinario.............5 ( ) PlacentaPrévia .............................. .10 ( ) Câncer Materno ............................. .10 ( ) Doença Hemolítica ......................... .10 ( ) Esterelidade Tratada ..........................5 ( ) Isoimunização ................................ .10 ( ) Neoplasias Ginecológicas .............. .10 ( ) Mal Formações congênitas ............ .10 ( ) Crescimento Uterino Retardado ..... .10 ( ) Polihidramnio/Oligoidramnio ........... .10 ( ) Citologia Cervical Anormal(Nicl-ll-lll) .10 ( ) Doença Hipertensiva da Gestação . .10 ( ) Diabetes Gestacional ..................... .10 ( ) Gemelar ......................................... .10 ( ) Incomp. Istmo Cervical ................... .10 5. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: ( ) Baixo Peso(IMC <18, 5kg/m2) e/ou ganho de peso inadequado e/ou anemia ....... 1 ( ) Peso Adequado (IMC 18, 5‐24, 9kg/m2) ........................ 0 ( ) Sobrepeso(25‐29, 9kg/m2) .............................................. 1 ( ) Obesidade (IMC>30kg/m2) .............................................. 5 2 – SITUAÇÃO FAMILIAR Situação Familiar Instável ( ) Não................................... 0 ( ) Sim ................................... 1 Aceitação de GRAVIDEZ: ( ) Aceita ............................... 0 ( ) Não Aceita ........................ 1 ( ) Presença de situação de violência.................................... 1 6 – ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS: ( ) Abortos até 2 ................. 5 ( ) Abortos espontâneos+2.10 ( ) Natimorto ....................... 5 ( ) Prematuro ...................... 5 ( ) Óbito Fetal ..................... 5 ( ) Eclampsia ................... ..10 ( ) Placenta Prévia .............. 5 ( ) Descol. Prem. de Placenta ............................................. 5 ( ) Incompetência Istmo Cervical .............................. ..10 ( ) Restrição de Cresc. Intrauterino ............................ 5 ( ) Malformação Fetal ......... 5 ( ) Último Parto (‐) de 12 meses ................................... 2 ( ) + 1Filho Prematuro ..... ..10 ( ) Pre eclampsia ................ 5 8- PATOLOGIAS DE RISCO ATUAL: MÉDICAS + CIRURG. ( ) Cardiopatias ...................................... 10 ( ) Varizes acentuadas ........................... ..5 ( ) Pneumopatia Grave 10 ( ) Diabetes Mellitus ............................... 10 ( ) Doenças Auto-imunes(Colagenose) .. 10 ( ) Doença Psiquiátrica........................... ..5 ( ) Doença Renal Grave ......................... 10 ( ) Epilepsia e Doença Neurológica ........ 10 ( ) Hemopatias ....................................... 10 ( ) Infecção Urinária de repetição (pielonefrite ou infecções 3x ou +) ........... 10 ( ) Infecções Grave ................................ 10 ( ) AIDS/HIV ........................................... 10 ( ) Sífilis ................................................. ..5 ( ) Hepatites ........................................... 10 ( ) Tuberculose ...................................... 10 ( ) Toxoplasmose ................................... 10 ( ) Dep. de Drogas ................................. 10 ( ) Alcoolismo ......................................... 10 ( ) Trombofilia ........................................ 10 ( ) Endocrinopatias................................. 10 ( ) Alterações da Tireóide ....................... 10 103 ANEXO 3 - FICHA PARA REALIZAÇÃO DO MOBILOGRAMA (Mobilograma fetal entre 39 e 41 semanas) Nome da Gestante: ________________________- ___________________________________________ UBS: _________________________________________Profissional: _________________________ Instruções: Após as principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) a gestante deverá deitar em decúbito lateral esquerdo e anotar o número de movimentações percebidas durante uma hora. Se perceber no mínimo seis movimentos do bebê, sugere-se que o feto está bem. Se for percebido menos de seis movimentos, o procedimento deverá ser repetido. Se na próxima hora não sentir seis movimentos, deverá procurar imediatamente a maternidade de referência para que seja realizada avaliação fetal. Idade Gestacional Após o café da manhã 1 (uma) Hora Após o almoço 1 (uma) Hora Após o jantar 1 (uma) Hora Observação Semanas Dias 39 0 1 2 3 4 5 6 40 0 1 2 3 4 5 6 41 Ir para a maternidade de referência Exemplo I I I I I I 6 movimentos OK I I I I I I 6 movimentos OK I I I I I I 6 movimentos OK Na dúvida, procure a maternidade de referência Fonte: Adaptação baseada no Caderno de Atenção Básica, nº Brasil, 2012. 104 ANEXO 4 - FLUXOGRAMA DE PESQUISA PARA DIABETES GESTACIONAL Fonte: OPAS, 2016 TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE JEJUM 1 HORA 2 HORAS < 92mg < 180mg < 153mg DIABETES GESTACIONAL DIAGNÓSTICO GLICEMIA DE JEJUM NA PRIMEIRA CONSULTA < 92mg/dL ≥ 126mg/dL Entre 92mg/dL e 125mg/dL TOTG – 75mg - 2 horas NORMAL ALTERADO ENCERRAR PESQUISA DIABETES GESTACIONAL DIABETES PRÉVIA À GRAVIDEZ DIABETES GESTACIONAL Na presença de Diabetes Mellitus Gestacional ou Diabetes prévia, encaminhar ao Serviço de Referência de alto Risco Fatores de Risco 105 ANEXO 5 - FLUXOGRAMA DO MANEJO DA GESTANTE NOS QUADROS DE SÍFILIS Realizar Teste Rápido (TR) para Sífilis Resultado Reagente? Não Não Sim Não Sim Sim Tem sífilis ou teve sífilis (títulos baixos) ou falso (+) Iniciar primeira dose de penicilina benzatina na gestante e agendar retorno para resultado de teste não treponêmico em 7 dias Testar e tratar parceira sexual Parcerias sexuais de pessoas com sífilis deverão: 1) Realizar testes imunológicos; 2) Ser tratadas com esquema de sífilis latente tardia, na ausência de sinais e sintomas e quando impossível estabelecer-se a data da infecção; 3) Ser tratadas na mesma oportunidade, em caso de dúvida quanto ao seguimento. Apresentou alguma situação de exposição à sífilis nos últimos três meses? Coletar sangue periférico para realizar teste não treponêmico (TNP) na mesma consulta Testagem na 28ª semana de gestação Testagem para sífilis em 30 dias Resultado Reagente? Coletar nova amostra para realizar TNP em 30 dias e repetir fluxograma, se resultado reagente Se reagente, tratar conforme fase clínica da doença: - Sífilis primária: penicilina benzatina, 2.400.000 UI, intramuscular, em dose única (1.200.000 UI em cada glúteo); - Sífilis recente secundária e latente: penicilina benzatina, 2.400.000 UI, intramuscular, repetida após 1 semana, sendo a dose total de 4.800.000 UI; - Sífilis tardia (latente e terciária): penicilina benzatina 2.400.000 UI, intramuscular, semanal (por 3 semanas), sendo a dose total de 7.200.000 UI. Após a dose terapêutica inicial na doença recente, poderá surgir a reação de Jarisch-Herxheimer, que é a exacerbação das lesões cutâneas e a presença de febre com outros sintomas gerais (adinamia, artralgias, mialgia). Esta reação tem involução espontânea em 12 a 48 horas, exigindo apenas cuidado sintomático. Não justifica a interrupção do tratamento e não significa alergia à droga. Tratamento alternativo: - Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1x/dia, por 8 a 10 dias (gestantes e não gestantes). NOTIFICAR O CASO As gestantes com história comprovada de alergia à penicilina devem ser encaminhadas para um centro de referência, para que se realize a dessensibilização. A penicilina é a única droga treponemicida que atravessa a barreira placentária e, portanto, trata também o feto. As gestantescom manifestações neurológicas e/ou cardiovasculares devem ser hospitalizadas e submetidas a esquemas especiais de penicilina via intravenosa. Com a instituição do tratamento correto, o teste não treponêmico (VDRL) tende a se negativar em 6 a 12 meses, podendo, no entanto, permanecer com títulos baixos por longos períodos de tempo ou até por toda a vida; é o que se denomina memória ou cicatriz sorológica da sífilis. Os testes não treponêmicos (VDRL) devem ser realizados mensalmente para controle de cura. Nos casos de sífilis primária e secundária, os títulos devem declinar em torno de quatro vezes em três meses e oito vezes em seis meses. Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades, após um ano, pode ser dada alta. Fonte: DDAH/SVS/MS e BRASIL,2016 106 ANEXO 6 - FLUXOGRAMA PARA MANEJO DA TOXOPLASMOSE GESTACIONAL Fonte: BRASIL (2016, pag 111). SIM NÃO ACOLHIMENTO COM ESCUTA QUALIFICADA E ENTREVISTA Equipe multiprofissional A maioria dos casos de toxoplasmose pode acontecer sem sintomas ou com sintomas bastante inespecíficos. Os casos positivos precisam ser notificados. Gestante soronegativa IgG (-) e IgM (-)? Enfermeiro(a)/médico(a) Prevenção primária Repetir a sorologia de três em três meses e no momento do parto. Enfermeiro(a)/médico(a) Gestante IgG (+) e IgM (-) Gestante IgG (+) e IgM (+) Gestante IgG (-) e IgM (+) - Imunidade remota: gestante com doença antiga ou toxoplasmose crônica. - Não há necessidade de novas sorologias. Enfermeiro(a)/médico(a) - Possibilidade de infecção durante a gestação. - Realizar teste de avidez de IgG na mesma amostra: Avidez forte e gestação < 16 semanas: infecção adquirida antes da gestação, não há necessidade de mais testes. Enfermeiro(a)/médico(a) Avidez forte e gestação > 16 semanas: iniciar espiramicina se antes da 30ª semana e esquema tríplice após a 30ª semana. Avidez fraca: possibilidade de infecção adquirida na gestação, iniciar espiramicina imediatamente. Médico(a) - Infecção muito recente ou IgM falso positivo. - Iniciar espiramicina imediatamente. - Repetir a sorologia em três semanas: *IgG positiva: confirma-se a infecção. *IgG negativa: suspender a espiramicina, prevenção primária e repetir sorologia de três em três meses e no momento do parto. Médico(a) • Confirmada a infecção aguda antes da 30ª semana, deve-se manter a espiramicina (1 g – 3.000.000 UI), de 8/8 horas, via oral, continuamente até o final da gravidez. • Se a infecção se der após a 30ª semana, recomenda-se instituir o tratamento tríplice materno: pirimetamina (25 mg), de 12/12 horas, por via oral; sulfadiazina (1.500 mg), de 12/12 horas, por via oral; e ácido folínico (10 mg/dia) – este imprescindível para a prevenção de aplasia medular causada pela pirimetamina. • Em gestantes com infecção aguda, deve-se realizar USG mensal para avaliar alterações morfológicas fetais e, caso haja alterações, encaminhar para o serviço especializado. • Se há suspeita de infecção aguda materna, deve-se encaminhar a gestante para centro especializado em medicina fetal para realização de amniocentese, visando avaliar a presença de infecção fetal por análise do líquido amniótico por meio de PCR. • Se idade gestacional > 30 semanas, não é necessário avaliar o líquido amniótico. Inicia-se esquema tríplice pela alta probabilidade de infecção fetal. 107 ANEXO 7 - FLUXOGRAMA PARA SOROLOGIA POSITIVA PARA O VÍRUS HIV SIM NÃO ACOLHIMENTO COM ESCUTA QUALIFICADA E ENTREVISTA Equipe multiprofissional Sorologia para HIV reagente ou teste rápido positivo Manter acompanhamento de rotina do pré-natal. Fazer aconselhamento pré e pós-teste. Teste rápido não reagente: aconselhamento e, se houver suspeita de infecção pelo HIV, recomenda-se repetir o exame em 30 dias. Repetir sorologia (ou TR em situações especiais) no 3º trimestre. Enfermeiro(a)/médico(a) A gestante deve ser encaminhada para serviço de pré-natal de alto risco. Manter seguimento na Atenção Básica. Toda gestante infectada pelo HIV deve receber TARV durante a gestação, com dois objetivos: profilaxia da transmissão vertical ou tratamento da infecção pelo HIV. Enfermeiro(a)/médico(a) O diagnóstico reagente da infecção pelo HIV deve ser realizado mediante pelo menos duas etapas de testagem (etapas 1 e 2). Eventualmente, podem ocorrer resultados falso-positivos. A falsa positividade na testagem é mais frequente na gestação do que em crianças, homens e mulheres não grávidas e pode ocorrer em algumas situações clínicas, como no caso de doenças autoimunes. Diagnóstico com testes rápidos: a possibilidade de realização do diagnóstico da infecção pelo HIV em uma única consulta, com o teste rápido, elimina a necessidade de retorno da gestante ao serviço de saúde para conhecer seu estado sorológico e possibilita a acolhida imediata, no SUS, das gestantes que vivem com HIV. Nos casos de gestantes já sabidamente HIV positiva ou em uso de antirretroviral, encaminhar para acompanhamento em serviço de pré-natal de alto risco e Serviço de Atendimento Especializado (SAE) e atentar para a prevenção de transmissão vertical. O TR se destina a todas as gestantes. As gestantes HIV positivas deverão ser orientadas a não amamentar. Fonte: BRASIL ( 2016, pag 116). 108 ANEXO 8 - FLUXOGRAMA PARA QUEIXAS URINÁRIAS NA GESTAÇÃO SIM SIM NÃO NÃO Fonte: BRASIL (2016, pag. 98). ACOLHIMENTO COM ESCUTA QUALIFICADA E ENTREVISTA Equipe multiprofissional Gestante com queixas urinárias Apresenta sintomas de ITU* Enfermeiro(a) /médico(a) ITU complicada Na suspeita, encaminhar a gestante para avaliação hospitalar. Médico(a) ITU não complicada Iniciar uso de antibiótico de forma empírica, sendo que a escolha deve estar direcionada para cobertura de germes comuns e pode ser modificada após a identificação do agente e a determinação de sua susceptibilidade. Médico(a) Bacteriúria assintomática O tratamento deve ser guiado, sempre que possível, pelo teste de sensibilidade do agente observado no antibiograma Enfermeiro(a)/médico(a) Orientar que o aumento do número de micções é comum na gestação, por conta da compressão da bexiga pelo útero gravídico, diminuindo a capacidade volumétrica. Enfermeiro(a)/médico(a) Antibióticos de escolha no tratamento da bacteriúria assintomática e ITU não complicada em gestantes: Nitrofurantoína (100 mg), uma cáp., de 6/6 horas, por 10 dias (evitar após a 36ª semana de gestação); Cefalexina (500 mg), uma cáp., de 6/6 horas, por 7 a 10 dias; Amoxicilina-clavulanato (500 mg), uma cáp., de 8/8 horas, por 7 a 10 dias. Enfermeiro(a)/médico(a) Repetir urinocultura sete a dez dias após o termino do tratamento. Verificar se o quadro de infecção urinária é recorrente ou de repetição. Na apresentação de um segundo episódio de bacteriúria assintomática ou ITU não complicada na gravidez, a gestante deverá ser encaminhada para avaliação e acompanhamento médico. Para orientações referentes à coleta da urinocultura . * Sintomas de infecção do trato urinário (ITU): dor ao urinar; dor suprapúbica; urgência miccional; aumento da frequência urinária; nictúria; estrangúria; presença de sangramento visível na urina. ** Sintomas sistêmicos: febre; taquicardia; calafrios; náuseas; vômitos; dor lombar, com sinal de giordano positivo; dor abdominal. Apresenta sintomas sistêmicos** Enfermeiro(a) /médico(a) Urocultura positiva Enfermeiro(a) /médico(a) 109 ANEXO 9 - MODELO DE PLANO DE PARTONOME: ________________________________________________________________________________________________ ENDEREÇO:________________________________________________________________ DATA:______/_______/________ TELEFONE:______________________ E-MAIL: _______________________________________________________________ Estamos cientes de que o parto pode tomar diferentes rumos. Abaixo listamos nossas preferências em relação ao nascimento do nosso filho. Sempre que os planos não puderem ser seguidos, gostaríamos de ser previamente avisados e consultados a respeito das alternativas. TRABALHO DE PARTO Presença de meu marido e doula. Sem tricotomia (raspagem dos pelos pubianos) e enema (lavagem intestinal). Sem perfusão contínua de soro e ou ocitocina Liberdade para caminhar e escolher a posição que quero ficar. Uso ilimitado da banheira e/ou chuveiro. Peço que não seja oferecido anestésicos ou analgésicos. Eu pedirei quando necessário. Sem rompimento artificial de bolsa. PARTO Prefiro ficar de cócoras ou semi-sentada (costas apoiadas). Gostaria de um ambiente especialmente calmo nesta hora. Não vou tolerar que minha barriga seja empurrada para baixo. Episiotomia: só se for realmente necessário. Não gostaria que fosse uma intervenção de rotina. Quero que as luzes fossem apagadas e o ar condicionado desligado na hora do nascimento. Gostaria de ter meu bebê colocado de imediato no meu colo com liberdade para amamentar. APÓS O PARTO Aguardar a expulsão espontânea da placenta, sem manobras, tração ou massagens. Quero ter o bebê comigo o tempo todo enquanto eu estiver na sala de parto. Liberação para o apartamento o quanto antes com o bebê junto comigo. CUIDADOS COM A CRIANÇA Administração de nitrato de prata ou antibióticos oftálmicos apenas se necessário. Quero fazer a amamentação sob livre demanda. Em hipótese alguma, oferecer água glicosada, bicos ou qualquer outra coisa ao bebê. Alojamento conjunto o tempo todo. Pedirei para levar o bebê caso esteja necessite de ajuda. Gostaria de dar o banho no meu bebê e fazer as trocas (ou eu ou meu marido). CASO A CESÁREA SEJA NECESSÁRIA Exijo o início do trabalho de parto antes de se resolver pela cesárea. Quero a presença do meu acompanhante e/ou da doula na sala de parto. Anestesia: peridural, sem sedação em momento algum. Na hora do nascimento gostaria que o campo fosse abaixado para que eu possa vê-lo nascer. Gostaria que as luzes e ruídos fossem reduzidas e o ar condicionado desligado. Após o nascimento, gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito e que minhas mãos estejam livres para segurá-lo Gostaria de permanecer com o meu filho no contato pele a pele enquanto estiver na sala de cirurgia. Também gostaria de amamentar o bebê e ter alojamento conjunto o quanto antes. Agradeço muito a equipe envolvida e a ajuda para tornar esse momento especial. Muito obrigada! ________________________________ ______________________________________ Assinatura dos pais Assinatura do médico ou enfermeiro da ESF 110 ANEXO 10 - ESCALA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO (EPDS) Nome: ________________________________________________________________________ Data:_____________ Idade do bebê:___________ Pontuação:________ Aplicador da escala: _____________________________________________________________ Dado que teve um bebê há pouco tempo, gostaríamos de saber como se sente. Por favor, sublinhe a resposta que mais se aproxima dos seus sentimentos nos últimos 7 dias. Obrigado. Nos últimos 7 dias: 1. Tenho sido capaz de me rir e ver o lado divertido das coisas. Tanto como dantes Menos do que antes Muito menos do que antes Nunca 2. Tenho tido esperança no futuro. Tanta como sempre tive Menos do que costumava ter Muito menos do que costumava ter Quase nenhuma 3. Tenho-me culpado sem necessidade quando as coisas correm mal. Sim, a maioria das vezes Sim, algumas vezes Raramente Não, nunca 4. Tenho estado ansiosa ou preocupada sem motivo. Não, nunca Quase nunca Sim, por vezes Sim, muitas vezes 5. Tenho-me sentido com medo ou muito assustada, sem motivo. Sim, muitas vezes Sim, por vezes Não, raramente Não, nunca 6. Tenho sentido que são coisas demais para mim. Sim, a maioria das vezes não consigo resolvê-las Sim, por vezes não tenho conseguido resolvê-las como antes Não, a maioria das vezes resolvo-as facilmente Não, resolvo-as tão bem como antes 7. Tenho-me sentido tão infeliz que durmo mal. Sim, quase sempre Sim, por vezes Raramente Não, nunca 111 8. Tenho-me sentido triste ou muito infeliz. Sim, quase sempre Sim, muitas vezes Raramente Não, nunca 9. Tenho-me sentido tão infeliz que choro. Sim, quase sempre Sim, muitas vezes Só às vezes Não, nunca 10. Tive ideias de fazer mal a mim mesma. Sim, muitas vezes Por vezes Muito raramente Nunca EPDS – Orientações para cotação As respostas são cotadas de 0, 1, 2 e 3, de acordo com a gravidade crescente dos sintomas. As questões 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 são cotadas inversamente (3, 2, 1, 0). Cada item é somado aos restantes para obter a pontuação total. Uma pontuação de 12 ou mais indica a probabilidade de depressão, mas não a sua gravidade. A EPDS foi desenhada para complementar, não para substituir, a avaliação clínica. Adaptado de Edinburgh Postnatal Depression. Original de JL Cox, JM Holden, R Sagovsky. British Journal Of Psychiatry (1987), 150, 782-786. Versão Portuguesa: Postnatal depression in an urban area of Portugal: comparison of childbearing women and matched controls. Augusto A; Kumar R; Calheiros JM; Matos E; Figueiredo E. Psychol Med, 26 (1):135-41; 1996 Jan Referências bibliográficas: Cepêda T, Brito I, Heitor MJ. Promoção da Saúde Mental na Gravidez e Primeira Infância - Manual de Orientação para profissionais de saúde. Lisboa: DGS; 2005 (Disponível em: http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i008180.pdf). http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i008180.pdf 112 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 51 p. : il _____. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Vigitel 2015. 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