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Poderes Administrativos - UNESA - ADM I (1)

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UNESA.
DIR. ADM I.
Profª Patrícia Knöller.
PODERES ADMINISTRATIVOS
1. Hierárquico: prerrogativa que tem a Adm. Pública de estruturar ou organizar sua estrutura em uma linha hierarquizada ou de subordinação. Dentro dessa estrutura, quanto maior a hierarquia, maior é a competência funcional. 
 Toda estrutura administrativa brasileira está hierarquizada, tendo como voz de comando superior hierárquico máximo, em regra, um agente político, eleito, que vai comandar a máquina administrativa (no Poder Executivo, será o Chefe do Executivo).
Editar atos;
Dar ordens;
Controlar;
Delegar – Ex: art 12 L 9784/99.
Avocar – Ex: art. 15 L 9784/99.
2. Disciplinar: prerrogativa da Adm. de impor sanções (administrativas) às pessoas que com ela têm relação jurídica. Está ligado à chamada disciplina funcional, ou seja, o dever que tem cada uma dessas pessoa que tenha relação jurídica, de cumprir a lei. De forma que, em não havendo cumprimento da lei de forma voluntária, ficará sujeito a uma sanção disciplinar, imposta diretamente pelo Poder Público. Trata-se de sanção que independe de processo judicial.
Disciplina funcional;
Ilicitude administrativa X penal;
Processo de apuração;
Aplicação de sanção.
3. Regulamentar ou Normativo: prerrogativa da Adm. de regulamentar ou de operacionalizar o fiel cumprimento das leis por meio de atos do Chefe do Executivo. Este poder confere à máquina administrativa condições de materializar a lei.
Atos normativos ............originários (CF, leis em geral). 
 
 .............derivados (atos que decorrem da lei = DECRETOS, são os atos que regulamentam os atos originários, mas respeitando o limite da própria lei). Formalização desses atos: decretos e regulamentos.
Trata-se de poder regulamentar de natureza derivada (ou secundário), que só pode ser exercido à luz de lei preexistente. 
Controle dos atos de regulamentação: art. 102, I, “a”, CF;
 Art. 49, V, CF.
Regulamento executivo (ou ato normativo/decreto normativo).
Regulamento autônomo ou independente (decreto autônomo): art. 81, V, CF/67 (criava direitos e obrigações para terceiros, na omissão de uma lei, tinha efeitos externos)
 
 Atenção aos artigos: 25, I ADCT; art. 84, IV; 49, V, CF, QUE COMPROVAM QUE O DECRETO AUTÔNOMO NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CF/88.
4. Vinculado: quando não há margem de escolha para o administrador, em que este só pode atuar nas hipóteses legalmente previstas.
5. Discricionário: prerrogativa que os agentes administrativos têm de elegerem, entre as várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o interesse público. 
 
 Limitações: adequação da conduta escolhida pelo agente público com a finalidade que a lei determina. Também a verificação dos motivos inspiradores da conduta (exame dos fundamentos de fato e de direito).
ABUSO DE PODER
 É a conduta ilegítima do administrador quando atua fora dos objetivos expressamente ou implicitamente traçados na lei. O poder deve ser utilizado pelo administrador público em benefício da coletividade. O exercício abusivo caracteriza o denominado Abuso de Poder.
 A doutrina costuma dividi-lo em duas modalidades:
Excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua competência, ele exorbita desta. Nesta modalidade, o ato administrativo não será considerado nulo por inteiro, aproveitando-se o ato naquilo que não excedeu o limite da competência do agente. Ex: o instituto da permissão de bem público é precário, isto é, não tem prazo determinado. Se o agente público fizer a outorga estabelecendo prazo determinado, anular-se-á apenas a parte referente ao prazo.
Desvio de poder: quando atua dentro de sua competência, mas fora do interesse público. É a violação ideológica da lei. Aqui, o desvio de poder é considerado um vício insanável, não admitindo sua convalidação (regra). Ex: hipótese em que o administrador público se utiliza da desapropriação sobre patrimônio de um inimigo político ou desapropria sob a motivação de ali construir uma escola pública e, posteriormente, vende a área para a construção de uma escola particular.
Efeitos: Lei 4.898/65; Lei 8.429/92.
 Atenção! Ressalte-se que a Adm. Pública também pode cometer abuso de poder por atos omissivos! Ex: certidão de tempo de serviço ou de negativa de débito solicitada pelo administrado e a Adm. permanece inerte.
Veja-se a Súmula 429 STF: “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade”.
E atenção! Não cabe ao Judiciário praticar o ato omitido pela Administração. Mas o juiz determinará que a Adm. se manifeste.
Mas, a partir de que momento surge o abuso de poder? Há um entendimento doutrinário que diz que enquanto perdurar o silêncio, estando obrigada a Administração a se manifestar a respeito de determinado tema, o administrado não perde o seu direito, em termos de prazo, para postular do mandado de segurança. É lógico que, se há prazo estabelecido em lei ou em regimento interno ou em outro ato normativo qualquer, ultrapassado aquele prazo, já há abuso de poder, começando, assim, a correr o prazo do mandado de segurança.
A polêmica surge quando o Poder Público não tem prazo para se manifestar. Alguns autores dizem que esse prazo razoável é o próprio prazo de 120 dias do mandado de segurança (corrente superada!). Mas, o que é prazo razoável? O magistrado é que vai analisar, dependendo de cada caso concreto, dependendo do lugar de perícia etc. A título ilustrativo, o juiz pode afirmar:
“[...] diante da dificuldade deste requerimento, já que o direito postulado é complexo, entendo que não existe ainda a fluência do prazo razoável que daria ensejo à impetração do mandado de segurança. Não havendo, portanto, ato abusivo de poder, indefiro a inicial”.
Em sentido contrário, pode ser que seja um requerimento bastante simples, como uma certidão de tempo de serviço, que, após seis meses, a Administração ainda não se tenha manifestado. A certidão por tempo de serviço é um ato vinculado, e ultrapassado aquele prazo razoável surge o abuso de poder. Um juiz da Vara Federal, num caso, assim se manifestou, de forma totalmente equivocado, o que fez com que o Tribunal cassasse tal liminar: 
“Para fins da licitação, a empresa pode participar do procedimento como se débito não tivesse”. Ou seja, o Judiciário praticou o ato pela Administração Pública!
A questão fica um pouco mais complexa quando a omissão administrativa esteja relacionada a algum ato discricionário, pois o juiz não pode sindicar o mérito administrativo. Ex: um ato de autorização para que um circo possa se instalar na cidade. A Adm. não tem prazo certo para se manifestar a respeito. Considere-se que o pedido de autorização já foi feito há 45 dias e a Adm. mantem-se inerte. O circo interessado, então impetra um MS, mas o Judiciário não poderá conceder o que está atrelado a ato discricionário da Administração. Nessa hipótese, o direito líquido e certo do postulante não é o próprio ato, mas a motivação do ato. O juiz poderá, tranquilamente, determinar “à Administração Pública para que motive o ato ou para que se expresse em tantos dias sob pena de multa diária”.
 
Em caso dessa omissão administrativa sobrevierem danos para terceiros, estes terão ação indenizatória em face da pessoa administrativa a que pertencer o servidor inerte, respondendo este em ação regressiva perante aquela (art. 37, § 6o, da CF).
As medidas legais cabíveis contra o abuso de poder: pela própria natureza do fato em si, todo abuso de poder se configura como ilegalidade. Não se pode conceber que a conduta de um agente, fora dos limites de sua competência oudespida da finalidade da lei, possa compatibilizar-se com a legalidade. É certo que nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva; mas todo abuso se reveste de ilegalidade e, como tal, sujeita-se à revisão administrativa ou judicial.
As medidas são o remédio heróico do mandado de segurança, cabível contra ato de qualquer autoridade e o direito de representação contra abusos de autoridade (a Lei no 4.898, de 09/12/1965), bem como a via criminal.
Deveres dos administradores públicos: art. 4º, Lei 9784/99.
Probidade (conduta ética, moral e legal). Sua não observação gera o vício de improbidade, que é uma ilegitimidade que leva à nulidade da conduta do administrador.
Prestar contas. Decorrência natural da administração como encargo de gestão de bens e interesses alheios (da coletividade), daí o dever indeclinável de todo administrador público prestar contas de sua gestão administrativa.
O TCU entende que compete ao agente comprovar a boa regular aplicação dos recursos públicos, cabendo-lhe o ônus da prova de que não deu causa ao prejuízo ocorrido.
É um dever que alcança não só administradores de entidades e órgãos públicos, como também de entes paraestatais e até dos particulares que recebem subvenções estatais para aplicação determinada (art. 70, parágrafo único, CF). A regra é universal!
Eficiência. Dever de buscar a eficiência funcional num sentido amplo, abrangendo não só a produtividade como a perfeição do trabalho e sua adequação técnica aos fins colimados pela Administração. 
A EC 19/98, alterou o art. 41 da CF objetivando o cumprimento desse dever, possibilitando a dispensa de servidor público estável mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, da mesma que forma que esta passa a ser condição aquisição da estabilidade. 
Poder-dever de agir (Hely Lopes Meirelles). Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que seja para benefício da coletividade, visando ao interesse público. Quem detém o poder tem a obrigação de exercitá-lo.

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