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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA. Autos nº.: 0306362-79.2015.8.24.0064/SC BJS CONSTRUCOES E EMPREENDIMENTOS LTDA, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, não se conformando com o acórdão prolatado pela Egrégia 4ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na Apelação n. 0306362-79.2015.8.24.0064/SC, na qual foi reformada a sentença “a quo”, negando os pedidos formulados à inicial, vem em tempo hábil, com o mais profundo respeito e acatamento perante V. Exa., interpor RECURSO ESPECIAL, com fundamento no artigo 105, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, na forma das RAZÕES anexas, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir: Requer desde já seja o presente recurso recebido e processado para, após ouvido o recorrido e analisados os requisitos de admissibilidade abaixo indicados, seja remetido ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça e ao final, ser provido em sua totalidade. Nestes termos. Pede deferimento. Florianópolis-SC, 13 de agosto de 2024. RAMMON OTTO ALVES OAB/SC 40.326 RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL recorrente: BJS CONSTRUCOES E EMPREENDIMENTOS LTDA recorrido: CONTRERAS EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA E OUTROS Processo: 0306362-79.2015.8.24.0064/SC EGRÉGIO TURMA I) DOS FATOS E DO DIREITO Trata-se de Ação Regressiva de Ressarcimento de Danos de Acidente Automobilístico em que ficou reconhecido a responsabilidade da recorrente em indenizar os danos causados em veículo de sua propriedade em um acidente de trânsito, ocorrido em 29/07/1999, que envolveu também um automóvel de terceiro, em virtude da má sinalização e dos irregulares detritos na pista, ação judicial n. 057.00.000168-2, que tramitou na Vara Única da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz-SC. Concomitantemente, a seguradora do veiculo envolvido apresentou também ação regressiva em desfavor da recorrente, para ressarcir a indenização paga à empresa responsável pelo veículo envolvido no acidente, a qual correu na 2º Vara de São José sob o n. 0000684-79.2003.8.24.0064, julgada procedente. Assim, a recorrente pleiteou, em sub-rogação, a responsabilização das recorridas pela importância que foi cobrada de si pela seguradora. Após apresentações das defesas pelas recorridas, houve Réplica e foi determinado pelo Juiz a quo a intimação da parte recorrente para que comprove o desembolso da quantia que busca ressarcimento, sob pena de extinção da demanda sem resolução do mérito, por falta de interesse processual (ev. 49). A requerente demonstrou o pagamento no valor de R$ 114.305,86. O juízo a quo proferiu a r. Sentença de mérito julgando PROCEDENTE os pedidos formulados pelo recorrente em face das recorridas. Ocorre que após a sentença que deferiu os pedidos formulados na inicial, as recorridas apelaram, o recorrente apresentou contrarrazões e, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina entendeu por reformar a sentença, determinando a extinção do feito por ausência de interesse de agir, nos termos do art. 485, VI, do CPC. Assim, e diante de todo o exposto, viu-se a recorrente obrigada a interpor o presente Recurso Especial, tendo em vista tratar-se de questão de JUSTIÇA. II) DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL O presente recurso especial preenche os requisitos elementares a sua admissibilidade: a) A decisão foi prolatada por Tribunal de última instância, havendo o exaurimento das vias ordinárias; b) A decisão recorrida é definitiva (CF, art. 105, III); c) Houve prequestionamento do tema recorrido; d) O recurso é tempestivo, foi preparado e atende aos requisitos legais de admissibilidade (CPC, art. 1.029 e seguintes) III) DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL – ARTIGO 105, III, “a” e “c” DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – DA VIOLAÇÃO AO ART. 321 DO CPC – princípio da instrumentalidade das formas e economia processual O Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina ao proferir a decisão, incorreu em violação ao artigo 321 CPC, que regula o indeferimento da petição inicial quando esta não atende aos requisitos dos artigos 319 a 320 do CPC. No presente caso, o requisito que o juízo a quem apontou estar ausente foi a comprovação do cumprimento da obrigação que no entendimento da Colenda Câmara de Direito Civil deve ser feita com a petição inicial, o que levou a extinção do feito por ausência de interesse de agir, nos termos do art. 485, VI, do CPC. Data Vênia, equivocadamente é este entendimento. Por ser considerado de natureza dilatória o prazo estipulado do art. 321 do CPC (REsp 1.133.689/PE) e demonstrado que o recorrente não deu abandono de causa, uma vez que cumpriu a determinação do juízo a quo em demonstrar, mesmo que parcialmente a comprovação dos valores pagos a título de indenização nos Autos n. 0000684-79.2003.8.24.0064 e em harmonia com o princípio da instrumentalidade das formas e economia processual, deveria o entendimento da Colenda Câmara de Direito Civil ser de aproveitar a inicial, haja vista, que o recorrente sempre demonstrou interesse no prosseguimento do feito e do contrário, seu indeferimento acarretaria a repropositura da mesma demanda. Assim, não se justifica a extinção do processo, sem resolução de mérito. Deste modo, ensejar outras demandas com igual teor, certamente, não é benéfico seja para parte requerente, para o Poder Judiciário ou até mesmo para sociedade. Neste mesmo sentido já se pronunciou este TJDFT: "(...) O prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 284 do CPC é dilatório e não peremptório, a depender do caso concreto. [...] Admitir formalismo excessivo, no caso em tela, vai na contramão do princípio da economia processual e da prestação jurisdicional célere e efetiva, porquanto, caso mantida a r. sentença, certamente a parte autora ingressará com nova demanda judicial. (...)" (Acórdão n.856868, 20141310054554APC, Relator: CRUZ MACEDO, Revisor: FERNANDO HABIBE, 4ª Turma Cível, Data de Julgamento: 11/03/2015, Publicado no DJE: 25/03/2015. Pág.: 186) "(...) No juízo de cognição superficial efetivado ao analisar a petição inicial, ao magistrado é dado receber a inicial, determinar sua emenda ou indeferi-la de plano. Verificada a possibilidade de emenda, em observância ao princípio da economia processual, é viável a determinação para tal prática por mais de uma vez. [...] A extinção do feito deve ser considerada como última solução a ser tomada, quando impossível o regular tramite da ação. (...)" (Acórdão n.820431, 20140910039840APC, Relator: LEILA ARLANCH, Revisor: TEÓFILO CAETANO, 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 10/09/2014, Publicado no DJE: 25/09/2014. Pág.: 108) "(...) Incabível a extinção sem resolução do mérito por indeferimento da petição inicial,quando o autor mostrou-se diligente quanto à determinação judicial, requerendo, tempestivamente, a dilação do prazo para a emenda. [...] Em homenagem ao princípio da economia processual, possível a dilação do prazo previsto no art. 284, do CPC, que possui natureza dilatória e não peremptória. (...)" (Acórdão n.820241, 20130310375398APC, Relator: LUCIANO MOREIRA VASCONCELLOS, 5ª Turma Cível, Data de Julgamento: 17/09/2014, Publicado no DJE: 24/09/2014. Pág.: 181) "(...) Em homenagem ao princípio da economia principal, devese aceitar a emenda à inicial ainda que extemporânea, desde que não se caracterize o abandono de causa, evitando-se o excesso de formalismo em detrimento de uma prestação jurisdicional célere e efetiva, mormente quando o autor demonstra interesse no prosseguimento do feito. [...] O prazo estipulado no artigo 284 do CPC é dilatório, permitindo, portanto, sua prorrogação. (...)" (Acórdão n.818247, 20140110913167APC, Relator: ALFEU MACHADO, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 10/09/2014, Publicado no DJE: 15/09/2014. Pág.: 174) De outra banda, e não menos importante, a providência para evitar a ausência de interesse de agir seria sanável, mormente pelo fato de a prova do valor do ressarcimento questionado estar acostados no processo referenciados nesta demanda, o que não dificultariaseu prévio conhecimento e também no julgamento do mérito. O dever do Estado é zelar pelo bom andamento do processo, buscando a adequada prestação jurisdicional. Nesse contexto, o magistrado deve atuar atento ao princípio da cooperação, que consiste no dever de cooperação entre as partes para o deslinde da demanda, de modo a se alcançar, de forma ágil e eficaz, a justiça do caso concreto. Nesse sentido, o magistrado deve tomar uma posição de agente colaborador do processo, de participante ativo do contraditório e não um mero fiscal de regras. Ademais, cabe ressaltar que o atual ordenamento jurídico processual civil têm-se orientado pelo princípio da instrumentalidade das formas, consagrado pelo Diploma Processual Civil, em seu art. 188, parte final, verbis: “Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial”. Com relação ao referido basilar, Daniel Amorim leciona (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2010, p. 71.): "O essencial é verificar se o desrespeito à forma legal para a prática do ato afastou-o de sua finalidade, além de verificar se o descompasso entre o ato como foi praticado e como deveria ser praticado segundo a forma legal causou algum prejuízo. Não havendo prejuízo para a parte contrária, tampouco ao próprio processo, e percebendo-se que o ato atingiu sua finalidade, é excessivo e indesejável apego ao formalismo de declarar o ato nulo, impedindo a geração dos efeitos jurídico-processuais programados pela lei. Fundamentalmente, esse aproveitamento do ato viciado, com as exigências descritas, representa o princípio da instrumentalidade das formas, que naturalmente tem ligação estreita com o princípio da economia processual”. Segundo o princípio da instrumentalidade das formas, o processo não pode ser um fim em si mesmo, apresentando-se como dever do julgador adotar os meios que se coadunem com a finalidade política e social do processo, garantindo à efetiva prestação jurisdicional. Nesse toar, a documentação relativa aos valores do ressarcimento questionados referenciados nos processos citados nesta demanda poderiam ter sido consultados para análise do mérito. Entender de modo diverso significa priorizar o formalismo processual em detrimento da utilidade do processo. Nesse sentido, a jurisprudência do Egrégio TJDF encontra-se consolidada. Confira-se: "EMBARGOS À EXECUÇÃO - INDEFERIMENTO DA INICIAL - ILEGITIMIDADE - CURADORIA ESPECIAL - PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS - EXCESSO DE FORMALISMO - OPORTUNIDADE DE CORREÇÃO - INEXISTÊNCIA - SENTENÇA CASSADA. 1) - Não se vislumbra a ocorrência de vício quando a inicial é clara em apontar que a curadoria especial atua na defesa processual de quem foi citado por edital. 2) - Existindo excesso de formalismo que ofenda flagrantemente o princípio da instrumentalidade das formas, deve a sentença ser cassada, pois, cumprida a função do processo, não pode este servir como óbice para o direito material posto em discussão. 3) -Descabe o indeferimento da inicial quando não se deu à parte a oportunidade de sanar eventual defeito ou irregularidade, nos termos do art.284 do Código de Processo Civil. 4) - Recurso conhecido e provido." (Acórdão n.808064, 20140110225410APC, Relator: LUCIANO MOREIRA VASCONCELLOS, 5ª Turma Cível, Data de Julgamento: 30/07/2014, Publicado no DJE: 05/08/2014. Pág.: 150). "APELAÇÃO CÍVEL - CITAÇÃO FICTA - CURADORIA DE AUSENTES - GRATUIDADE JUDICIÁRIA - INDEFERIMENTO - MONITÓRIA - EXTINÇÃO DO FEITO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - EMENDA À INICIAL - NÃO OPORTUNIZAÇÃO - ART. 284 DO CPC - DIREITO SUBJETIVO DA PARTE - SENTENÇA CASSADA. 1. O réu citado fictamente, que litiga por representação da Curadoria Especial de Ausentes, cuja atuação advém de imposição legal e não da situação de miserabilidade da parte, não conduz, por si só, a concessão de gratuidade judiciária. 2. É dever do julgador, ao verificar que os documentos juntados na inicial não atendem aos requisitos estabelecidos nos artigos 282 e 283 do CPC, oportunizar a emenda à inicial, nos termos do art. 284 do mesmo diploma legal, sob pena de ofensa ao direito subjetivo da parte autora. Sentença cassada, com o retorno dos autos à Vara de origem." (Acórdão n.619200, 20050110027357APC, Relator: GISLENE PINHEIRO, Revisor: GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 12/09/2012, Publicado no DJE: 16/10/2012. Pág.: 109) Desse modo, a extinção do feito por ausência de interesse de agir, constitui um evidente descompasso com os princípios da cooperação, instrumentalidade das formas e economia processual e uma forma de colocar em segundo plano a tão almejada efetividade do processo civil, conforme nos ensina a precisa lição de Cândido Rangel Dinamarco: "Não é enrijecendo as exigências formais, num fetichismo à forma, que se assegura direitos, ao contrário, o formalismo obcecado e irracional é fator de empobrecimento do processo e cegueira para os seus fins." (DINAMARCO, Cândido Rangel. A Instrumentalidade do Processo, 8ª adição, São Paulo: Malheiros. p.128) No âmbito da jurisprudência deste egrégio Tribunal de Justiça, colhem-se arestos sobre o tema. Confira-se: "PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. INDEFERIMENTO DA INICIAL. EMENDA APRESENTADA. ATENDIMENTO AOS PRESSUPOSTOS PREVISTOS NO ART. 282 DO CPC. NULIDADE DA SENTENÇA. CASSAÇÃO. 1. Somente deve ser considerado vício apto a configurar a inépcia da inicial aquele que impeça o entendimento dos fatos e argumentos vertidos pela parte autora, inviabilizando o exercício regular do contraditório e da ampla defesa pela parte adversa. 2. Constatado que a peça de ingresso atendeu aos pressupostos previstos no artigo 282 do Código de Processo Civil, a ausência de pedido expresso de confirmação dos efeitos requeridos em sede de tutela antecipada não induz, por si só, ao indeferimento da petição inicial. 3. Recurso de Apelação conhecido e provido. Sentença cassada." (Acórdão n.697427, 20120111454556APC, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA, Revisor: GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 17/07/2013, Publicado no DJE: 31/07/2013. Pág.: 116) "PROCESSO CIVIL. INDEFERIMENTO DA INICIAL. ART. 295, VI, DO CPC. SENTENÇA CASSADA.Em harmonia com o princípio da instrumentalidade das formas e economia processual, a melhor alternativa é se tentar aproveitar a inicial, uma vez que o seu indeferimento acarretará a repropositura da mesma demanda, haja vista que o autor demonstra interesse no prosseguimento do feito. Recurso conhecido e provido. Recurso provido. Sentença cassada." (Acórdão n. 457863, 20100510006992APC, Relator ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, 6ª Turma Cível, julgado em 29/09/2010, DJ 28/10/2010 p. 117). Destarte, com a devida vênia, entende-se inexistir razoabilidade no indeferimento da inicial, mormente quando se considera o atual estágio do processo civil brasileiro, que, cada vez mais, preocupa-se em entregar às partes uma tutela jurisdicional efetiva e tempestiva, até em atenção aos ditames constitucionais - artigo 5.º, incisos, XXXV e LXXVIII, da CF/88. – DA DIVIRGÊNCIA JURISPRUDENCIAL – O entendimento desposado pelo Eg. TJSC, além de violar dispositivos de lei federal, conforme previamente demonstrado, encontra-se divergente do entendimento majoritário da jurisprudência pátria, conforme restará demonstrado pelos arestos colacionados: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. EMENDA À INICIAL. APLICAÇÃO DA TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. PRECLUSÃO. ART. 471 E 473 CPC. MATÉRIA DECIDIDA EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DA INICIAL. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. DESCABIMENTO. EXCESSO DE FORMALISMO. AUSÊNCIA DE INÉRCIA POR PARTE DO AUTOR. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA EMENDAR À INICIAL APÓS O JULGAMENTO DO AGRAVO. PRINCÍPIOS DA ECONOMIA E DO APROVEITAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS. ERROR IN PROCEDENDO. RECURSOPROVIDO. SENTENÇA CASSADA. [...] 4. É incabível o indeferimento da petição inicial quando o autor, apesar de não emendar a inicial, interpõe, tempestivamente, agravo de instrumento a fim de impugnar a decisão que determinou a emenda. 5. In casu, o autor não se quedou inerte diante da determinação judicial, mas diligentemente interpôs o agravo de instrumento. De tal forma, juntado aos autos o ofício comunicando a negativa de seguimento do agravo, o apelante deveria ter sido intimado para emendar a inicial. 6. No caso, o indeferimento da petição inicial acarretará tão somente a repropositura da demanda, porquanto demonstrado o interesse no prosseguimento. Assim, a alternativa plausível é a de aproveitar a petição inicial, possibilitando-se uma prestação jurisdicional de acordo com a efetividade e celeridade processuais, expurgando-se o excesso de formalismo. 7. Apelação conhecida e provida. Sentença cassada (Acórdão n. 917648, 20151010056142APC (0005543-60.2015.8.07.0010), Relator Desembargador ALFEU MACHADO, 1ª Turma Cível). DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INDEFERIMENTO DA INICIAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. PRAZO PRA EMENDA. NATUREZA DILATÓRIA. PRINCÍPIO DA CELERIDADE E DA ECONOMIA PROCESSUAL. SENTENÇA CASSADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. [...] II. A conduta do Juízo de origem que julgou extinto o processo, sem julgamento do mérito, sob o fundamento de que a parte exeqüente não teria atendido à determinação judicial que ordenou a emenda a inicial, ainda que houvesse pedido da parte pela dilação do prazo, viola, sem dúvida, os princípios da celeridade e da economia processual. III. Inegavelmente, a extinção do feito pelo simples motivo de não terem sido cumpridas as determinações judiciais no prazo de 10 (dez) dias, pode ensejar outras demandas com igual teor, o que, certamente, não é benéfico seja para parte requerente, para o Poder Judiciário ou até mesmo para sociedade IV. Deste modo, é medida que se impõe a cassação da sentença, a fim de que oportunizado à parte recorrente o cumprimento das determinações judiciais no prazo solicitado, qual seja 30 (trinta) dias. V. Recurso conhecido e provido, para cassar a sentença, permitindo aos exeqüentes-apelantes o cumprimento das determinações judiciais do Juízo de origem no prazo de 30 (trinta) dias. (Acórdão n. 866003, 20140111676976APC (0041292-05.2014.8.07.0001), Relator Desembargador GILBERTO PEREIRA DE OLIVEIRA, 3ª Turma Cível). APELAÇÃO. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DO FEITO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM ADENTRAR AO MÉRITO. FALTA DE OPORTUNIDADE DE EMENDA À INICIAL. PRINCÍPIOS DA COOPERAÇÃO, INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS E ECONOMIA PROCESSUAL. DIREITO SUBJETIVO DA PARTE AUTORA. TEORIA DA CAUSA MADURA. MÉRITO. ÔNUS PROBANDI. PROVA NEGATIVA. IMPOSSIBILIDADE. DUPLICATA MERCANTIL VIRTUAL. BOLETO BANCÁRIO LEVADO A PROTESTO. AUSENCIA DE PROVA DA RELAÇÃO MERCANTIL. PROTESTO INDEVIDO. DANO IN RE IPSA. PESSOA JURÍDICA. PROTEÇÃO À HONRA OBJETIVA. 1. A petição inicial, para ser apta a dar início a demanda judicial, deve cumprir os requisitos dos arts.282 e 283 do Código Processual Civil. Caso o magistrado verifique defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento do mérito, deve intimar o demandante para, no prazo de 10 (dez) dias, emendar a inicial, nos termos do art. 284 do Código de Processo Civil. 2. O princípio da cooperação consiste no dever de cooperação entre as partes para o deslinde da demanda, de modo a se alcançar, de forma ágil e eficaz, a justiça no caso concreto. 3. Segundo o princípio da instrumentalidade das formas, o processo não pode ser um fim em si mesmo, apresentando-se como dever do julgador adotar os meios que se coadunem com a finalidade política e social do processo, garantindo à efetiva prestação jurisdicional. 4. A extinção do feito, sem adentrar ao mérito, sem a oportunidade de emenda, constitui cerceamento do direito da Autora, em verdadeiro descompasso com os princípios da cooperação, instrumentalidade das formas e economia processual. 5. Na presente hipótese, os documentos aventados como indispensáveis à propositura da ação de inexistência de débito encontram-se juntados na ação cautelar de sustação de protesto, que tramita apensada. Em atenção ao princípio da cooperação, não há razão para extinção do feito sem análise do mérito, pois, presente lastro probatório suficiente para embasar uma decisão meritória, haja vista que a documentação poderá ser consultada a qualquer momento no processo em apenso. 6. Com assento na teoria da causa madura, estabelecida no artigo 515, §3º, do Código de Processo Civil, o tribunal pode julgar a lide, desde que a demanda se encontre em condições de imediato julgamento. [...]. 12. Deu-se provimento ao recurso para tornar sem efeito a r. sentença. Com fundamento no artigo 515, §3º, do Código de Processo Civil, causa madura, julgou-se procedentes os pedidos iniciais. (Acórdão n. 832247, 20030110104093APC (0031963-52.2003.8.07.0001), Relator Desembargador FLAVIO ROSTIROLA, 3ª Turma Cível). PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. GUIA DE CUSTAS INICIAIS PREENCHIDA COM ERRO. PAGAMENTO NO VALOR CORRETO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. EXCESSO DE FORMALISMO. CAUSA DE PEDIR E PEDIDO DELINEADOS. DIREITO DA PARTE A EMENDA À INICIAL. GARANTIA À EFETIVA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. ECONOMIA E CELERIDADE PROCESSUAL. 1. A determinação de emenda à petição inicial, com fundamento do art.284 do Código de Processo Civil, tem cabimento tão somente quando ausentes os requisitos dos arts. 282 e 283 do referido diploma processual ou quando apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito. Dessa forma, não deve o julgador agir com excessivo formalismo quando se mostrar possível o recebimento da inicial e o processamento do feito. [...]. 4. Deu-se provimento ao apelo, para tornar sem efeito a r. sentença. (Acórdão n. 872454, 20150110121473APC (0003523-26.2015.8.07.0001), Relator Desembargador FLAVIO ROSTIROLA, 3ª Turma Cível). PROCESSO CIVIL. INDEFERIMENTO DA INICIAL. ART. 295, VI, DO CPC. SENTENÇA CASSADA. Em harmonia com o princípio da instrumentalidade das formas e economia processual, a melhor alternativa é se tentar aproveitar a inicial, uma vez que o seu indeferimento acarretará a repropositura da mesma demanda, haja vista que o autor demonstra interesse no prosseguimento do feito. Recurso conhecido e provido. Recurso provido. Sentença cassada. (Acórdão n. 457.863, Apelação Cível 20100510006992APC, Relator Desembargadora ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, 6ª Turma Cível). - DO COTEJO ENTRE OS ACORDÃOS - A divergência é claro: basta a leitura das ementas dos paradigmas colacionados para verificarmos a similitude entre eles e o acórdão ora guerreado. Com efeito, tanto no acórdão recorrido quanto nos paradigmas, o Judiciário teve que se manifestar acerca da possibilidade da parte autora emendar a inicial para sanar as irregularidades porventura existentes na petição inicial, emendando-a ou completando-a, e somente depois é que poderá o juiz indeferi-la, sob pena de prematura extinção do feito. Vejamos a clareza da divergência, pois o Acórdão recorrido afirma categoricamente que a comprovação do desembolso da quantia é um requisito para a propositura da ação de regresso, em flagrante oposição ao entendimento jurisprudencial colacionado, segundo o qual é possível trazer a baila o COMPROVANTE DO PAGAMENTO no prazo do artigo 321 do CPC. Demonstrada a divergência, clama a recorrente pelo pronunciamento desta Corte, a fim de, bem aplicando o direito à espécie, dirimindo o conflito e dando provimento ao presente recurso, faça prevalecer o entendimento consubstanciado nos paradigmas acima colacionados, corrigindo o equivoco da extinção do processo, ante a possibilidade de juntar o comprovante do desembolso no prazo do artigo 321 do CPC. IV) DOS PEDIDOS De acordo com o acima exposto, com fundamento na alínea “a” e “c” do permissivo constitucional eda divergência jurisprudencial apresentada, espera a Recorrente que esse colendo Superior Tribunal de Justiça se digne receber, conhecer e processar o presente Recurso Especial, dando-lhe provimento, para reformar o v. acórdão recorrido e julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente demanda, reconhecendo o direito de reaver das recorridas a importância que lhe foi desembolsada no bojo da ação 0000684-79.2003.8.24.0064, em trâmite na 2º Vara Cível de São José, em razão do sinistro ocorrido em 29/07/1999, em obediência à Constituição e ao primado da Lei. Nestes termos. Pede deferimento. Florianópolis-SC, 15 de agosto de 2024. RAMMON OTTO ALVES OAB/SC 40.326 (48) 3241-1766 | (48) 98480-1766 | roalves00@gmail.com Av. Lédio João Martins, nº. 500, sala 504, Kobrasol, São José/SC - CEP 88101-000 image1.png