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Ebook da Unidade - Temas Relevantes Em Política Social

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<p>Unidade 3</p><p>Temas Relevantes</p><p>em Política Social</p><p>ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO</p><p>Políticas Sociais</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autor</p><p>ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO</p><p>A AUTORA</p><p>Elaine Christine Pessoa Delgado</p><p>Eu, Elaine, sou formada em administração de empresas pela</p><p>Universidade Federal de Campina Grande (2007) com Pós-graduação em</p><p>Direito Administrativo e uma experiência técnico-profissional na área de</p><p>gerência de empresas há mais de 10 anos. Atuante na área de escrita de</p><p>materiais na área de administração, língua portuguesa e direito.</p><p>Conte conosco!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento de</p><p>uma nova compe-</p><p>tência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de se apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando forem</p><p>necessários obser-</p><p>vações ou comple-</p><p>mentações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas e links</p><p>para aprofundamen-</p><p>to do seu conheci-</p><p>mento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a neces-</p><p>sidade de chamar a</p><p>atenção sobre algo</p><p>a ser refletido ou dis-</p><p>cutido sobre;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso aces-</p><p>sar um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>se fazer um resumo</p><p>acumulativo das últi-</p><p>mas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de au-</p><p>toaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando o desen-</p><p>volvimento de uma</p><p>competência for</p><p>concluído e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>Mercado de Trabalho .................................................................................10</p><p>As políticas sociais e o mercado de trabalho e emprego no Brasil ........... 10</p><p>A educação e as políticas sociais .........................................................19</p><p>As políticas sociais no campo da educação no Brasil ......................................... 19</p><p>Seguridade social ....................................................................................... 29</p><p>A seguridade social no âmbito das políticas públicas no Brasil ...................29</p><p>Política de assistência social ................................................................. 39</p><p>Políticas de assistência social no brasil ......................................................................... 39</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>03</p><p>Políticas Sociais</p><p>8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Você sabia que muitas políticas sociais só passaram a existir após</p><p>a promulgação da Constituição Federal de 1988, mas que algumas</p><p>relacionadas com o mercado de trabalho já existiam antes disso? No</p><p>decorrer dos anos, muita coisa mudou no Brasil e mesmo com tantas</p><p>pessoas ainda com necessidades a serem atendidas, muitos programas</p><p>e instrumentos existem atualmente direcionados para os mais variados</p><p>campos de atuação, como a seguridade social que compreende a saúde,</p><p>como a previdência social e assistência social e a educação e o mercado</p><p>de trabalho, emprego e renda. Essas políticas sociais são voltadas para</p><p>amparar o indivíduo em situações de vulnerabilidade, no qual o Estado</p><p>deve buscar meios para contemplar o maior número possível de pessoas.</p><p>Algumas dessas políticas são muito conhecidas, como no caso da saúde</p><p>por meio do SUS ou da assistência social como o bolsa família.</p><p>Entendeu? Ao longo desta unidade você vai mergulhar neste</p><p>universo!</p><p>Políticas Sociais</p><p>9</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no</p><p>desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta</p><p>etapa de estudos:</p><p>1. Entender e classificar as políticas sociais relacionadas ao mercado</p><p>de trabalho e do emprego no Brasil;</p><p>2. Identificar as políticas sociais relacionadas ao campo da educação</p><p>no Brasil;</p><p>3. Entender a seguridade social no âmbito das políticas sociais,</p><p>avaliando sua atuação no contexto brasileiro;</p><p>4. Identificar, classificar e avaliar as políticas de assistência social no</p><p>Brasil.</p><p>Vamos nos aprofundar juntos em mais competências que serão essenciais</p><p>pra sua vida pessoal e profissional?</p><p>Políticas Sociais</p><p>10</p><p>Mercado de Trabalho</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Ao término deste capítulo você será capaz de entender e</p><p>classificar as políticas sociais relacionadas ao mercado de</p><p>trabalho e do emprego no Brasil. E então? Motivado para</p><p>desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!</p><p>As políticas sociais e o mercado de</p><p>trabalho e emprego no Brasil</p><p>Se voltarmos no tempo e analisarmos o mercado de trabalho no</p><p>período da colonização ou até mesmo do império e analisarmos quais</p><p>políticas sociais voltadas para o mercado de trabalho e emprego no Brasil</p><p>existiam naquela época teremos como resposta: nenhuma, não é mesmo?</p><p>Não existiam direitos, assistência ou qualquer tipo de amparo para</p><p>os trabalhadores, que por muito tempo eram os escravos e após o fim da</p><p>escravidão, muitos anos ainda se passaram para que fossem promulgadas</p><p>as leis trabalhistas e até mesmo que alguma constituição viesse a dar</p><p>atenção a essa classe.</p><p>Muitos movimentos formados por trabalhadores surgiram reivindi-</p><p>cando melhores condições de trabalho e direitos que antes não existiam.</p><p>Segundo Pochmann (2008), até a década de 30, o empregado</p><p>industrial tinha praticamente todo o seu custo de reprodução internalizado</p><p>na estrutura produtiva. Isso significa que a responsabilidade pela sua</p><p>formação e manutenção, além do salário e das chamadas vias operárias,</p><p>como moradia, educação, saúde e assistência, era da empresa. Após</p><p>a Revolução ocorrida nessa década, parcela significativa do custo de</p><p>reprodução da força de trabalho saiu da estrutura produtiva interna da</p><p>empresa e foi transferida para as políticas públicas.</p><p>Políticas Sociais</p><p>11</p><p>Assim, a responsabilidade pela saúde, pela educação, pela</p><p>aposentadoria, pela moradia, pelo transporte urbano, entre outras</p><p>medidas de proteção social do trabalhador empregado formalmente</p><p>(Figura 1), passou a ficar a cargo dos fundos públicos controlados pelo</p><p>Estado, complementa Pochmann (2008).</p><p>Figura 1: Trabalhador empregado formalmente</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Contudo, parte importante do sistema de proteção social foi</p><p>financiada de forma essencial pela base contributiva e compulsória, ainda</p><p>acompanhada de tributos indiretos e subvenções fiscais, que na maior</p><p>parte das vezes, eram regressivos e oneravam exatamente a renda dos</p><p>mais pobres em benefício da população mais rica, relata o autor.</p><p>Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, em 1930,</p><p>inaugurou-se nova etapa na luta de classes. Vargas desenvolveu</p><p>um reformismo liberal-burguês. Ao mesmo tempo em que</p><p>construiu uma legislação de controle sindical, outorgou leis</p><p>trabalhistas que contemplavam as massas trabalhadoras em</p><p>suas reivindicações trabalhistas que vinham se desenvolvendo</p><p>por meio das greves, nas décadas anteriores. Ao mesmo tempo,</p><p>foi criada a Justiça do Trabalho, que, em sua exposição de</p><p>motivos, reconhece que a questão social nos países capitalistas</p><p>“se caracteriza pela necessidade de redistribuição da riqueza</p><p>acumulada” e que sua função é assegurar “proteção a quem</p><p>trabalha”. (SEVERO, 2017, p. 32)</p><p>Políticas Sociais</p><p>12</p><p>Pretti (2012) afirma que em 1943 foi editado o Decreto-lei 5452/43</p><p>aprovando a Consolidação das leis Trabalho (CLT), considerado um</p><p>marco em nosso ordenamento jurídico, visto que existiam várias normas</p><p>esparsas sobre os mais diversos assuntos, muitas vezes desconexas e</p><p>contraditórias e esse decreto-lei teve como objetivo reunir essas leis</p><p>consolidando-as.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>A partir deste Decreto-lei, as constituições passaram a</p><p>trazer novidades relacionadas com os direitos trabalhistas</p><p>como repouso semanal remunerado,</p><p>nº 828, de 26 de</p><p>março de 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_</p><p>publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/69660353 . Acesso em: 01 mar</p><p>2021.</p><p>BRITO, D. Algumas ideias para um(a) presidente (a) da República.</p><p>Belo Horizonte: Clube de autores, 2012.</p><p>CAMPOS, M.A.T.; SILVA, M.R. Educação, movimentos sociais e</p><p>políticas governamentais. Curitiba: Appris, 2017.</p><p>CARDOSO Jr., J.C.P.; GONZALEZ, R.H.S.; AMORIM, B.M.F; STIVALI, M.;</p><p>VAZ, F.M. Brasil: o estado de uma nação. Instituo de Pesquisa Econômica</p><p>Aplicada, 2006. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/bd/pdf/2006/</p><p>cap7_politicas.pdf . Acesso em: 01 mar 2021.</p><p>CERQUEIRA, A.C. Análise da Viabilidade dos regimes próprios de</p><p>previdência social municipal: estudo de caso da caixa de previdência</p><p>e assistência social dos servidores do município de Sapeaçu: Clube de</p><p>Autores, 2021.</p><p>COELHO NETO, U. Temas de direito Constitucional: estudos</p><p>em homenagem ao Prof. Carlos Augusto Alcantara Machado. Aracaju:</p><p>Ubirajara Coelho Neto Editor, 2013.</p><p>CORREIA, M.O.G.; CORREIA, E.P.B. Curso de direito da seguridade</p><p>social. SP: Saraiva, 2013.</p><p>CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. Políticas Públicas e Assistência Socia:</p><p>diálogo com as práticas psicológicas. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.</p><p>FARIAS, C.R.C. Desjudicialização: conflitos coletivos do trabalho.</p><p>SP: Clube de Autores, 2011.</p><p>FERREIRA, H.M.; OLIVEIRA, C.S.; VIEIRA, K. Estou livre, e agora? Guia</p><p>para egressos e egressas do sistema prisional. SP: Editora Humanitas</p><p>360, 2020.</p><p>GIOVANELLA, L.; ESCOREL, S.; LOBATO, L.V.C.; NORONHA, J.C.;</p><p>CARVALHO, A.I. Políticas e sistema de saúde o Brasil. RJ: Editora</p><p>FIOCRUZ, 2012.</p><p>Políticas Sociais</p><p>53</p><p>GONZATTO, I.; FARIA, N.R. Ciencia política III: estratégia e</p><p>planejamento. Bauru, SP: Canal 6, 2013.</p><p>JESUS, A.R.S. OLIVEIRA, C.D.; SOUZA, E.J. A violência sexual</p><p>contra crianças e adolescentes no município de Ibirapitanga, Bahia:</p><p>a interdisciplinaridade no atendimento feito pelo Conselho Tutelar.</p><p>Itabuna: Clube de Autores, 2011.</p><p>LIMA, N.T.; GERSCHMAN, S.; EDLER, F.C.; SUÁREZ, J.M. Saúde e</p><p>democracia: história e perspectiva do SUS. RJ: Editora FIOCRUZ, 2005.</p><p>NEVES, L.V.B.; BATISTA, N.G. Processos interventivos do serviço</p><p>social na educação: um estudo preliminar no sul do estado da Bahia.</p><p>Itabuna: Clube de autores, 2012.</p><p>PIMENTEL, A.P.D. Fortalecendo os vínculos familiares de crianças</p><p>de 0 a 6 anos no grupo de convivência do CRAS Arneldo Matter do</p><p>município de São Borja. São Borja, 2016. Disponível em https://dspace.</p><p>unipampa.edu.br/bitstream/riu/2226/1/ANA%20PAULA%20DIAS%20</p><p>PIMENTEL.pdf Acesso em 26 fev 2021.</p><p>POCHMANN, M. O emprego no desenvolvimento da nação. SP:</p><p>Bomtempo Editorial, 2008.</p><p>RODRIGUES, C. Sistema Nacional de Empregos. SP:</p><p>Biblioteca24horas, 2015.</p><p>RUBIN, F. Benefícios por incapacidade no regime geral da</p><p>previdência social: questões centrais de direito material e de direito</p><p>processual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2014.</p><p>SOUSA, J.F. A educação no Brasil. SP: Clube de autores, 2021.</p><p>SOUTO J. L.; SEVERO, V. S. Resistência: aportes teóricos contra o</p><p>retrocesso trabalhista. São Paulo: Expressão Popular, 2017</p><p>VEDOVELLO, J.G. Ambiente organizacional: as questões</p><p>empresariais. SP: Editora Clube de Autores, 2014.</p><p>XAVIER, Y.M.A.; CONSANI, C.F.; GUIMARAES, P.B.V.; ROSÁRIO, J.O.R</p><p>Direito, desenvolvimento e justiça social. Salvador: Editora Motres, 2017</p><p>Políticas Sociais</p><p>ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO</p><p>Políticas Sociais</p><p>Mercado de Trabalho</p><p>As políticas sociais e o mercado de trabalho e emprego no Brasil</p><p>A educação e as políticas sociais</p><p>As políticas sociais no campo da educação no Brasil</p><p>Seguridade social</p><p>A seguridade social no âmbito das políticas públicas no Brasil</p><p>Política de assistência social</p><p>Políticas de assistência social no brasil</p><p>direito de greve, entre</p><p>outros. Sendo a atual CF 88, com um rol extenso de direitos</p><p>que obrigatoriamente devem ser seguidos.</p><p>As leis regulamentadas na CLT vieram para estreitar os laços entre</p><p>empregador e empregado, com a finalidade de proteger esses indivíduos</p><p>no desempenho de suas funções, bem como garantir o direito de amparo</p><p>caso sejam demitidos sem justa causa, além de ter seus impostos</p><p>recolhidos de maneira correta para que possam utilizar quando necessário.</p><p>Contudo, também busca respaldo para as organizações, pois determina</p><p>como elas deverão proceder ao longo do processo contratual, dando</p><p>direcionamento para que se resguardem de danos futuros ocasionados</p><p>por ações trabalhistas, explana Vedovello (2014).</p><p>Em 1966 foi criado o Fundo Garantidor do Tempo de Serviço</p><p>(FGTS) que tinha como finalidade flexibilizar o processo de demissão dos</p><p>trabalhadores. Em 1970 foram criados o Programa de Integração Social</p><p>(PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público</p><p>(Pasep). Esses fundos foram organizados com o propósito de formação</p><p>de patrimônio para o trabalhador e incentivo à poupança interna, sendo</p><p>o PIS direcionado aos trabalhadores da iniciativa privada e o Pasep aos</p><p>servidores públicos nos três níveis de governo, descreve Cardoso et al.</p><p>(2006).</p><p>Por meio do PIS e do PASEP é assegurado o benefício do</p><p>abono salarial, que consiste no valor de um salário-mínimo por ano</p><p>Políticas Sociais</p><p>13</p><p>aos trabalhadores que recebem em média até dois salários-mínimos</p><p>mensalmente.</p><p>Por meio da Constituição Federal de 1988 foi criado o Programa</p><p>Seguro-Desemprego que passou a ser regulamentado pela Lei 7.998/90,</p><p>posteriormente alterada pela Lei 8019/90 instituindo o Fundo de Amparo</p><p>ao Trabalhador (FAT). Para cumprir com suas finalidades, o Programa</p><p>Seguro-Desemprego contempla as ações de pagamento do benefício,</p><p>intermediação de mão de obra, qualificação profissional, geração de</p><p>informações sobre o mercado de trabalho (Figura 2) e apoio operacional</p><p>ao Programa de Geração de Emprego e Renda, informa Brito (2012).</p><p>Figura 2: Informações sobre o mercado de trabalho</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Segundo a Lei 7.998/90, as finalidades do seguro-desemprego são:</p><p>• Fornecer assistência financeira temporária ao trabalhador em</p><p>situações de dispensa sem justa causa, até mesmo a indireta e</p><p>ao trabalhador que tenha sido resgatado de regime de trabalho</p><p>forçado ou de condições semelhantes à escravidão;</p><p>Políticas Sociais</p><p>14</p><p>• Ajudar os trabalhadores na procura ou manutenção do emprego,</p><p>por meio da promoção de ações integradas de orientação,</p><p>recolocação e qualificação profissional.</p><p>Para atender a determinação da Convenção 88 da Organização</p><p>Internacional do Trabalho, no ano de 1975, foi criado o Sistema Nacional do</p><p>Emprego (SINE) tendo como estrutura postos de atendimento através de</p><p>parceiras do Ministério do Trabalho e governos estaduais, ilustra Cardoso</p><p>et tal. (2006).</p><p>O SINE presta serviços importantes à população em relação às</p><p>políticas sociais. Através do seu atendimento não são tiradas apenas</p><p>dúvidas, mas também são disponibilizados diversos serviços que</p><p>auxiliarão os indivíduos na procura de emprego ou na concretização dos</p><p>seus direitos.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>O SINE foi criado por meio do Decreto nº 76.403/78 e tem</p><p>como meta a organização do mercado de trabalho em</p><p>todos os Estados da Federação.</p><p>Conforme Rodrigues (2015), os objetivos do SINE são:</p><p>• Intermediar o trabalhador ao mercado de trabalho de forma a</p><p>preencher as vagas de emprego em aberto disponíveis;</p><p>• Promover a qualificação profissional do trabalhador desempregado</p><p>e cadastrado no banco de dados do SINE;</p><p>• Atuar no recrutamento e encaminhamento de pessoas com</p><p>deficiências sob a supervisão do setor competente;</p><p>• Seleção e triagem de currículos;</p><p>• Atendimento de cadastros de carteira de trabalho, captação de</p><p>vagas, seleção de empregos, encaminhamento para o mercado</p><p>de trabalho, para a população que se encontra desempregada,</p><p>meu primeiro emprego, atendimento às pessoas com deficiências;</p><p>Políticas Sociais</p><p>15</p><p>• Entrevistas psicológicas;</p><p>• Seguro-desemprego.</p><p>As vagas são diariamente atualizadas com novos cargos. O SINE</p><p>oferece o serviço não só para a população, mas também dá suporte para</p><p>as empresas que buscam profissionais qualificados, explicita Rodrigues</p><p>(2015).</p><p>A partir da criação do Programa Seguro-Desemprego, passou-se a</p><p>considerar por Sistema Nacional de Emprego (SINE) a rede de atendimento</p><p>em que as ações desse programa são realizadas, normalmente de forma</p><p>integrada, à exceção da ação de pagamento do benefício do seguro-</p><p>desemprego prestado pela Caixa Econômica Federal (CEF). Por esse</p><p>motivo, o programa de seguro-desemprego no domínio do SINE, significa</p><p>as ações desse programa realizados nos postos de atendimento do SINE,</p><p>explana Brito (2012).</p><p>O Decreto-lei nº 926/69 instituiu a Carteira de Trabalho e Previdência</p><p>Social emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho no qual constam</p><p>os dados profissionais do trabalhador e asseguram alguns direitos</p><p>trabalhistas como o seguro-desemprego, FGTS, entre outros.</p><p>Foi criado em 2003 o Plano Nacional de Qualificação, sendo</p><p>substituído em 2019 pelo Programa Brasileiro de Qualificação Social e</p><p>Profissional – Qualifica Brasil por meio da Resolução nº 828, de 26 de</p><p>março de 2019. Esse programa tem como objetivo promover ações de</p><p>qualificação (Figura 3) e certificações profissionais na esfera do Programa</p><p>Seguro-Desemprego, integrada ao SINE (BRASIL, 2019).</p><p>Políticas Sociais</p><p>16</p><p>Figura 3: Ações de qualificação</p><p>Fonte: Freeoik</p><p>Também é disponibilizada a “Escola Trabalhador” oferecendo</p><p>qualificação profissional através de cursos realizados pela Internet. São</p><p>disponibilizados diversos cursos divididos por eixos temáticos em parceria</p><p>com a Universidade de Brasília.</p><p>Ainda no âmbito da qualificação, o Estado oferece outros cursos</p><p>que estão ligados ao Ministério da Educação e que são voltados para a</p><p>formação profissional.</p><p>Um deles se trata do Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino</p><p>Técnico e Emprego que, segundo a Lei nº 12.13/2011 tem como objetivos:</p><p>Parágrafo único. São objetivos do Pronatec:</p><p>I - expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos</p><p>de educação profissional técnica de nível médio presencial</p><p>e a distância e de cursos e programas de formação inicial e</p><p>continuada ou qualificação profissional;</p><p>II - fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento</p><p>da educação profissional e tecnológica;</p><p>III - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio</p><p>público, por meio da articulação com a educação profissional;</p><p>IV - ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores,</p><p>por meio do incremento da formação e qualificação profissional;</p><p>Políticas Sociais</p><p>17</p><p>V - estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a</p><p>oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.</p><p>VI - estimular a articulação entre a política de educação</p><p>profissional e tecnológica e as políticas de geração de trabalho,</p><p>emprego e renda.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Esse programa possui como público-alvo estudantes da</p><p>rede pública de ensino, trabalhadores, beneficiários de</p><p>programas sociais, entre outros.</p><p>Outro programa que podemos incluir aqui se trata do PROEJA que</p><p>é um Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com</p><p>a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos,</p><p>conforme o Decreto nº 5840/006, “compreenderá cursos e programas de</p><p>educação profissional de formação inicial e continuada de trabalhadores e</p><p>educação profissional técnica de nível médio” (BRASIL, 2012).</p><p>O portal Mais Emprego foi criado com o objetivo de aperfeiçoar</p><p>o Programa de Intermediação de Mão de Obra e, ao mesmo tempo,</p><p>promover a integração dos programas que fazem parte do sistema</p><p>público de emprego. Chegou em 2012 a todas as Unidades da Federação</p><p>(BRASIL, 2012).</p><p>Atualmente ele se chama Emprega Brasil e são oferecidas aos</p><p>trabalhadores políticas e ações de empregos que se apresentam como</p><p>forma de auxílio na busca ou na manutenção do trabalho decente, com</p><p>qualidade e garantias trabalhistas e previdenciárias. Nesse portal podem</p><p>ser analisadas por exemplo, situação do seguro-desemprego, encontrar</p><p>vagas de emprego, cursos de qualificação, entre outros.</p><p>Ainda, existem também serviços para as empresas, no qual elas</p><p>podem oferecer as vagas de emprego, analisar currículos de trabalho,</p><p>entre outros.</p><p>Políticas Sociais</p><p>18</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Para se aprofundar mais nesse tema, leia o manual e</p><p>normatização e intermediação de mão-de-obra – IMO, do</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em:</p><p>https://bit.ly/3w35xdy.</p><p>Cabe ainda destacar que Pochmann (2008) compreende que a</p><p>política social brasileira tem importância decisiva na difusão do bem-estar</p><p>para toda a população, pois, além de sua contribuição no enfrentamento</p><p>das mazelas sociais, tende a divulgar uma forte ação sobre a oferta da</p><p>mão-de-obra em sua qualidade e quantidade.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo</p><p>tudinho? Agora, só para termos certeza de que você</p><p>realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,</p><p>vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido</p><p>que as políticas sociais voltadas para o mercado de</p><p>trabalho e emprego foram se concretizando aos poucos no</p><p>decorrer dos anos, por meio de reivindicações por melhores</p><p>condições de trabalho e obtenção de direitos que não eram</p><p>disponibilizados. Assim, foram criados diversos mecanismos</p><p>em busca de trazer melhorias para os trabalhadores e</p><p>segurança para momentos de incertezas, como no caso</p><p>de seguro-desemprego, do FGTS e do abono salarial por</p><p>meio do PIS/PASEP. Deve ter compreendido que foi criado</p><p>o SINE com o objetivo de auxiliar o trabalhador em diversos</p><p>aspectos, como por exemplo, na busca por um novo</p><p>emprego. Viu também alguns programas desenvolvidos</p><p>pelo Estado na busca da concretização de políticas sociais</p><p>voltadas para a qualificação profissional, entrega de</p><p>carteiras de trabalho e Portal Emprega Brasil.</p><p>Políticas Sociais</p><p>https://bit.ly/3w35xdy</p><p>19</p><p>A educação e as políticas sociais</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Neste capítulo iremos identificar as políticas sociais</p><p>relacionadas ao campo da educação no Brasil, suas</p><p>principais características e a importância para a sociedade.</p><p>Vamos juntos?</p><p>As políticas sociais no campo da educação</p><p>no Brasil</p><p>Segundo Neves e Góes (2012), desde os primórdios, a atenção dada</p><p>à educação no Brasil sempre percorreu caminhos distorcidos, onde se</p><p>priorizou a educação profissionalizante (fato este que se dava devido à</p><p>grande carência profissional) em detrimento do ensino básico, ou seja,</p><p>da base. Mas é a partir do final do século XX, com a promulgação da</p><p>Constituição Federal de 1988, que esse panorama passa a sofrer algumas</p><p>transformações, aguçadas pela participação popular, a descentralização</p><p>e o aparecimento da democracia.</p><p>Existiu assim, no fim da década de 90 no Brasil, um grande progresso</p><p>e aumento das políticas sociais, sendo a educação uma delas, manifestada</p><p>na Constituição pelo acesso ao ensino público que fora negado há anos a</p><p>vários brasileiros que por não possuírem condições financeiras favoráveis</p><p>ao custeio de sua escolaridade, acabavam sendo excluídos do direito à</p><p>educação, complementam os autores.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>A educação passou a ser oferecida de forma obrigatória e</p><p>gratuita, alcançando espaços que antes nem se imaginava,</p><p>como índios, negros, pessoas com deficiência, adultos,</p><p>presidiários, trabalhadores do campo, entre outros.</p><p>Políticas Sociais</p><p>20</p><p>Além da disponibilização da educação para as classes que antes</p><p>não tinham acesso, passou a existir a gestão democrática na educação</p><p>no qual a comunidade, os pais, os professores, os estudantes, ou seja, os</p><p>diretamente interessados podem participar de forma efetiva nos aspectos</p><p>organizacionais escolares.</p><p>Vejamos o que diz o texto constitucional:</p><p>Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da</p><p>família, será promovida e incentivada com a colaboração da</p><p>sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu</p><p>preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para</p><p>o trabalho. (BRASIL, 1988)</p><p>Para Campos e Silva (2017), a gestão democrática, arduamente</p><p>conquistada na Constituição Federal de 1988, é parte do processo de</p><p>aprendizagem da participação (Figura 4) e do projeto de construção da</p><p>democratização da sociedade brasileira. Assim, a construção do projeto</p><p>político-pedagógico, a participação em conselhos, a eleição de diretores e</p><p>a autonomia financeira, são processos pedagógicos de aprendizagem da</p><p>democracia, tanto para a comunidade escolar quanto para a comunidade</p><p>em geral, porque a participação é um longo processo de construção.</p><p>Figura 4: Aprendizagem da participação</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Políticas Sociais</p><p>21</p><p>Desse modo, a educação como dever do Estado deve estar orientada</p><p>na democracia, ou seja, uma gestão escolar que rodeia a comunidade</p><p>da escola, não apenas no processo de escolha dos seus dirigentes por</p><p>meio de eleição, mas em toda administração, financeira e pedagógica. O</p><p>processo educacional não pode vir de cima para baixo, uma vez que se</p><p>materializa com a participação de todos os entes envolvidos, participando</p><p>efetivamente da gestão escolar, explana Sousa (2021).</p><p>A garantia de padrão de qualidade assegura que os objetivos da</p><p>educação serão atingidos, possibilitando o pleno desenvolvimento da</p><p>pessoa humana, proporcionando a sua inclusão no mercado de trabalho</p><p>e, acima de tudo, o pleno exercício da cidadania. Se o Estado oferece uma</p><p>educação de qualidade, ele está erradicando a pobreza, combatendo</p><p>as desigualdades sociais e a marginalidade, pois disponibiliza aos seus</p><p>cidadãos a oportunidade de transformar toda uma sociedade e ao mesmo</p><p>tempo atingindo os objetivos estabelecidos na Constituição Federal,</p><p>informa Sousa (2021).</p><p>A luta pela universalização da educação foi acompanhada de</p><p>um importante debate, com algumas políticas já inseridas sobre as</p><p>especificidades, como educação indígena e educação do campo. Além</p><p>disso, as questões de gênero e sexualidade foram incorporadas, assim como</p><p>a luta contra o racismo e a homofobia, descreve Campos e Silva (2017).</p><p>A Constituição Federal de 1988 ainda determina a criação de um</p><p>Plano Nacional de Educação (PNE) com duração de dez anos, que tem</p><p>como vigente o texto sancionado através da Lei 13.005/2014 e possui</p><p>como diretrizes:</p><p>I - erradicação do analfabetismo;</p><p>II - universalização do atendimento escolar;</p><p>III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase</p><p>na promoção da cidadania e na erradicação de todas as</p><p>formas de discriminação;</p><p>IV - melhoria da qualidade da educação;</p><p>Políticas Sociais</p><p>22</p><p>V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos</p><p>valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;</p><p>VI - promoção do princípio da gestão democrática da</p><p>educação pública;</p><p>VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica</p><p>do País;</p><p>VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos</p><p>públicos em educação como proporção do Produto Interno</p><p>Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de</p><p>expansão, com padrão de qualidade e equidade;</p><p>IX - valorização dos (as) profissionais da educação;</p><p>X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à</p><p>diversidade e à sustentabilidade socioambiental. (BRASIL, 2014)</p><p>Com o propósito de erradicar o analfabetismo, foram criadas</p><p>políticas de alfabetização. A referência a essas políticas, sejam elas</p><p>diretas ou indiretas, na última década demonstraram um sobre-esforço ao</p><p>colocar de forma categórica a problemática na agenda contemporânea.</p><p>Mais do que nunca, existe uma centralização de políticas curriculares e</p><p>de formação docente. Nesse sentido, o exemplo mais contundente é a</p><p>instituição em 2012, do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa</p><p>(PNAIC), pelo Governo</p><p>Federal, em parceria com Secretarias de Educação</p><p>e universidades, relata Campos e Silva (2017).</p><p>O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa tem como</p><p>objetivo auxiliar os professores que lidam com o ciclo de alfabetização,</p><p>compreendendo aqueles das turmas multisseriadas e multi etapa, a</p><p>planejarem as aulas e utilizarem de forma articulada os materiais e as</p><p>referências curriculares oferecidas pelo Ministério da Educação e Cultura</p><p>às redes que seguirem o PNAIC e desenvolverem suas ações.</p><p>O PNAIC, para Campos e Silva (2017), representou uma verdadeira</p><p>mobilização nacional, legítima e necessária, que abrangeu a União, os</p><p>estados, os municípios, as universidades e agentes como gestores,</p><p>especialistas, supervisores, orientadores de estudo, professores e</p><p>Políticas Sociais</p><p>23</p><p>professoras, pais e crianças. O conceito de alfabetização adotado nessa</p><p>política destaca a dimensão linguística, isto é, a alfabetização (Figura 5)</p><p>é fundamentalmente entendida como obtenção e domínio do sistema</p><p>alfabético e ortográfico.</p><p>Figura 5: Alfabetização</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Esse pacto busca a alfabetização das crianças até no máximo o</p><p>terceiro ano do ensino fundamental, fazendo com que elas saibam ler e</p><p>produzir textos, escrever, conhecer diferentes áreas, entre outros.</p><p>Essa metodologia de ensino baseada na leitura e na escrita é no</p><p>sentido de que sejam assegurados às crianças, além do domínio da escrita</p><p>alfabética, as condições para que leiam, compreendam e produzam</p><p>textos de forma competente e que isso possa garantir a participação</p><p>social efetiva no exercício da cidadania (BRASIL, 2004).</p><p>Além disso, o país viveu recentemente uma mudança significativa</p><p>no que se diz respeito ao tempo de duração escolar, que se trata do</p><p>aumento do ensino fundamental para nove anos, com cinco anos na</p><p>primeira etapa e com obrigatoriedade da matrícula das crianças aos seis</p><p>anos. Ainda, tem vivenciado políticas curriculares centralizadas para a</p><p>educação básica em geral, com implicações diretas no campo específico</p><p>da alfabetização, esclarecem Campos e Silva (2017).</p><p>Políticas Sociais</p><p>24</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Essa alteração foi aprovada através da Lei nº 11.274/2006.</p><p>Ainda recentemente foi criada a Política Nacional de</p><p>Alfabetização (PNA), por meio do decreto nº 9765/2019,</p><p>classificada como um marco na educação brasileira e que</p><p>tem como objetivo aumentar a qualidade da alfabetização</p><p>e acabar com o analfabetismo em todo o território brasileiro</p><p>baseado em evidências científicas.</p><p>A partir do PNA, surgiu o “Tempo de Aprender”, que se trata de um</p><p>programa de alfabetização que busca enfrentar as principais deficiências</p><p>da alfabetização no Brasil.</p><p>Vamos compreender mais alguns programas criados no âmbito</p><p>da educação voltados para a concretização das determinações</p><p>constitucionais e das políticas sociais.</p><p>Em 2004, foi criado o Programa Escola Acessível que se baseia em</p><p>uma medida estruturante para a materialização de um sistema educacional</p><p>inclusivo, contribuindo para a efetivação da meta de inclusão plena,</p><p>condição imprescindível para uma educação de qualidade. É considerado</p><p>como uma medida efetiva de extinção de barreiras e promoção da</p><p>autonomia aos estudantes público-alvo da educação especial, através</p><p>do oferecimento de condições de acessibilidade no ambiente físico, nos</p><p>recursos didáticos e pedagógicos e à comunicação e informação nas</p><p>escolas públicas de ensino regular (BRASIL, 2012).</p><p>Os povos indígenas também têm direito à educação. Entretanto,</p><p>por causa da sua cultura e especificidade, essa educação é diferenciada,</p><p>bilingue/multilíngue e comunitária. Para auxiliar a Política de Educação</p><p>Escolar Indígena, foi criado o Programa de Apoio à Formação Superior e</p><p>Licenciaturas Interculturais Indígenas – PROLIND.</p><p>De acordo com o MEC, o PROLIND (Figura 6) tem como intuito auxiliar</p><p>projetos de cursos de licenciaturas específicas para o desenvolvimento</p><p>de professores indígenas para o exercício da docência nas escolas</p><p>indígenas, que unifiquem ensino, pesquisa e extensão e possibilitem o</p><p>Políticas Sociais</p><p>25</p><p>reconhecimento do estudo em temas como línguas maternas, gestão e</p><p>sustentabilidade das terras e cultura dos povos indígenas, assim como</p><p>habilitar professores indígenas para a docência nos anos finais do Ensino</p><p>Fundamental e Médio.</p><p>Figura 6: PROLIND</p><p>Fonte: Elaborado pela autora (2021).</p><p>Outro programa importante se trata do Procampo que segundo a</p><p>Portaria 86/2013 “consiste em um conjunto articulado de ações de apoio</p><p>aos sistemas de ensino para a implementação da política de educação</p><p>do campo”, sendo consideradas as populações do campo: os agricultores</p><p>familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos,</p><p>os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores</p><p>assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os</p><p>caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência</p><p>a partir do trabalho no meio rural (BRASIL, 2013).</p><p>Este programa é realizado através do PDDE Campo – Programa</p><p>Dinheiro Direto na Escola, que tem como finalidade designar recursos</p><p>financeiros de custeio e de capital às escolas públicas municipais,</p><p>estaduais e distritais, situadas no campo, que possuam estudantes</p><p>matriculados na educação básica com o propósito de possibilitar ajustes</p><p>e melhorias na infraestrutura física dessas unidades, indispensáveis</p><p>à realização de atividades educativas e pedagógicas direcionadas à</p><p>melhoria da qualidade do ensino (BRASIL 2012).</p><p>Políticas Sociais</p><p>26</p><p>Não podemos esquecer do EJA, Educação de Jovens e Adultos,</p><p>que busca ofertar o ensino fundamental e médio para pessoas que não</p><p>usufruíram da oportunidade de estudar e que não estão mais na idade</p><p>escolar. Esse programa abrange até o sistema prisional, ou seja, presos</p><p>que possuem vontade de estudar e que passaram da idade, através da</p><p>Educação em Prisões.</p><p>A Educação no Sistema Prisional é regulamentada pela Resolução</p><p>do Ministério da Educação nº 2/2010, que estabelece entre outros, suas</p><p>atividades que podem ser:</p><p>Art. 12 O planejamento das ações de educação em espaços</p><p>prisionais poderá contemplar, além das atividades de</p><p>educação formal, propostas de educação não-formal, bem</p><p>como de educação para o trabalho, inclusive na modalidade</p><p>de Educação a Distância. (BRASIL, 2010).</p><p>Assim, também é disponibilizada a educação a distância para</p><p>essa modalidade nesses ambientes. Além disso, também é oferecida</p><p>formação para os Diretores desses estabelecimentos e para os agentes</p><p>penitenciários, bem como o acervo bibliográfico.</p><p>O Governo Federal disponibiliza ainda, bolsas de estudos para</p><p>pessoas de baixa renda por meio do PROUNI – Programa Universidade</p><p>para Todos, do Ministério da Educação. Essas bolsas podem ser integrais ou</p><p>parciais em instituições particulares de educação superior (BRASIL, 2005).</p><p>Para concorrer a essas bolsas, os estudantes devem preencher os</p><p>requisitos necessários que compreende aspectos como renda mensal por</p><p>família, não ser portador de diploma, ter estudado em escola pública ou</p><p>ter sido bolsista, participar do ENEM, entre outros.</p><p>Para quem não se enquadra nessas exigências do PROUNI, o</p><p>Governo Federal ainda disponibiliza o FIES – Fundo de Financiamento</p><p>Estudantil, que se trata de um programa do Ministério da Educação,</p><p>instituído pela Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, que tem como</p><p>finalidade oferecer financiamento a estudantes em cursos superiores</p><p>privados, com avaliação positiva nos processos coordenados pelo MEC</p><p>Políticas Sociais</p><p>27</p><p>e disponibilizados por instituições de educação superior não gratuitas</p><p>seguidos pelo programa.</p><p>O FIES passou por várias estruturações desde que foi criado.</p><p>O modelo mais recente é chamado de novo FIES, considerado um</p><p>financiamento estudantil moderno, que separa o programa em diversas</p><p>modalidades, permitindo juros zero a quem mais necessita e uma</p><p>escala de financiamentos que muda de acordo com a</p><p>renda familiar do</p><p>candidato. Ele traz progressos na gestão do fundo, dando sustentabilidade</p><p>financeira ao programa a fim de assegurar a sustentabilidade do mesmo e</p><p>proporcionar um acesso mais extenso ao ensino superior.</p><p>No entanto, Neves e Batista (2012) afirmam que, apesar da Política</p><p>de Educação ter avançado, há muito ainda para ser realizado, visto que a</p><p>educação é uma política pública de direito constitucional e que por isso,</p><p>não deve apenas ser de caráter quantitativo. Principalmente, almeja-se</p><p>uma educação de qualidade, a fim de possibilitar o conhecimento crítico</p><p>das classes menos favorecidas e sua permanência na escola, tendo como</p><p>base, profissionais que possam colaborar para esse processo.</p><p>Políticas Sociais</p><p>28</p><p>RESUMINDO:</p><p>Neste capítulo você deve ter compreendido que o direito</p><p>à educação de qualidade faz parte de um dispositivo</p><p>constitucional e por isso é de oferecimento obrigatório e</p><p>gratuito e para isso, o governo busca através de programas</p><p>não apenas disponibilizá-la, mas também contar com a</p><p>participação da sociedade através da gestão democrática.</p><p>Viu que existe um Plano Nacional da Educação que</p><p>possui várias diretrizes importantes, que foi instituído</p><p>pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa</p><p>e que recentemente foi criada a Política Nacional da</p><p>Alfabetização em busca da eliminação do analfabetismo.</p><p>Você também deve ter entendido que existem vários</p><p>programas realizados pelo Ministério da Educação como</p><p>o Programa Acessível que busca oferecer acessibilidade</p><p>no ambiente físico eliminando barreiras; a Educação</p><p>Escolar Indígena disponibilizando, de acordo com sua</p><p>cultura e especificidade, o direito à educação; o Procampo</p><p>que introduz a política de educação no campo; o EJA,</p><p>Educação de Jovens de Adultos que não tiveram acesso</p><p>na idade certa ou não concluíram seus estudos e que este</p><p>também é disponibilizado no sistema prisional; o PROUNI,</p><p>programa de bolsas em universidades privadas e o FIES,</p><p>financiamento em universidades privadas. Por fim, você</p><p>compreendeu que ainda há muito a fazer em busca de uma</p><p>educação de qualidade.</p><p>Políticas Sociais</p><p>29</p><p>Seguridade social</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Entender a seguridade social no âmbito das políticas</p><p>sociais, avaliando sua atuação no contexto brasileiro.</p><p>A seguridade social no âmbito das políticas</p><p>públicas no Brasil</p><p>A seguridade social desempenha atividades relevantes associadas</p><p>às políticas sociais, sendo este um campo mais amplo que abrange áreas</p><p>importantes para amparar indivíduos em situações inesperadas. Mas o</p><p>que vem ser a seguridade social, você sabe?</p><p>De acordo com a Constituição Federal de 1988,</p><p>Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto</p><p>integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da</p><p>sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à</p><p>saúde, à previdência e à assistência social. (BRASIL, 1988).</p><p>Coelho Neto (2013) conceitua como sendo um conjunto de</p><p>princípios, regras e de instituições com a finalidade de designar um</p><p>sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que</p><p>os impeçam de prover suas necessidades pessoais básicas e de suas</p><p>famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da</p><p>sociedade, com o objetivo de garantir os direitos referentes à saúde, à</p><p>previdência e à assistência social.</p><p>Portanto, quando estudamos a seguridade social, estamos</p><p>buscando analisar as três áreas compreendidas por ela, algumas com</p><p>particularidades próprias, mas com a mesma finalidade como: a de ser</p><p>uma política social desenvolvida para o bem-estar e proteção social</p><p>em busca de reduzir a vulnerabilidade das pessoas aos riscos sociais</p><p>inerentes a elas.</p><p>Políticas Sociais</p><p>30</p><p>A seguridade social se traduz em um mecanismo do Estado,</p><p>específico de proteção das necessidades sociais, quer individuais ou</p><p>coletivas, que podem ser preventivas, reparadoras e recuperadoras, de</p><p>acordo com as condições estabelecidas pelas normas, descreve Correia</p><p>e Correia (2013).</p><p>Seguridade Social (Figura 7) é na verdade, o gênero do qual</p><p>são espécies a tríade: Assistência Social, Saúde e Previdência Social.</p><p>(CERQUEIRA, 2021, p. 13).</p><p>Figura 7: Seguridade Social</p><p>Fonte: Elaborado pela autora (2021).</p><p>Uma das grandes diferenças entre essas espécies se dá quanto à</p><p>forma de custeio, visto que a saúde e a previdência não possuem como</p><p>fonte de custeio o cidadão de forma direta, já previdência social tem como</p><p>uma de suas fontes de custeio o próprio segurado, ou seja, para se ter</p><p>acesso a seus benefícios deve-se ser contribuinte ou seus dependentes.</p><p>Para entender melhor vamos compreender o que vem a ser a</p><p>previdência social.</p><p>Coelho Neto (2013) explica que a previdência social é um subsistema</p><p>mais limitado que a saúde, tanto do ponto de vista subjetivo, como do</p><p>objetivo. Subjetivamente, porque protegerá apenas aqueles que se</p><p>vincularem, através do exercício de alguma atividade que lhe estabeleça</p><p>Políticas Sociais</p><p>31</p><p>a filiação compulsória ou mediante contribuições facultativas. Ou seja: a</p><p>previdência se direciona necessariamente aos trabalhadores, garantindo-</p><p>lhes, por meio do pagamento de contribuições, a proteção contra eventos</p><p>que os coloquem em situação de necessidade social.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>A concepção de previdência social tem como foco a</p><p>priorização de sua importância na dimensão social,</p><p>no tocante a garantir e possibilitar qualidade de vida e</p><p>dignidade para seus segurados e seus dependentes em</p><p>momentos de fragilidades como morte, invalidez, doença,</p><p>maternidade entre outros.</p><p>Portanto, Cerqueira (2021) explica que a previdência social possui</p><p>caráter contributivo e é de filiação obrigatória para os trabalhadores</p><p>urbanos e rurais incluídos nas categorias de empregados, trabalhadores</p><p>avulsos, empregados domésticos, autônomos, segurados especiais e</p><p>contribuintes individuais. Por isso, só terá direito ao sistema previdenciário</p><p>quem contribuiu ou contribui para ele.</p><p>Você já pode ter ouvido falar em alguém que recebe ou recebeu</p><p>algum benefício do INSS ou até mesmo já deve ter recebido algum,</p><p>enquanto trabalhador. O INSS trata-se do Instituto Nacional de Seguro</p><p>Social, uma autarquia do Governo Federal responsável pelos pagamentos</p><p>dos benefícios relacionados com a previdência social. Assim, o INSS</p><p>trabalha em nome da previdência social ou melhor, do Regime Geral de</p><p>Previdência Social.</p><p>Para Cerqueira (2021), no Brasil, a ideia de previdência social é</p><p>considerada como um dos pilares para a obtenção de uma proteção</p><p>mínima oferecida pelo Estado, um tipo de porto seguro para os</p><p>trabalhadores urbanos e rurais e seus dependentes nas situações em que</p><p>acontecem dificuldades de sustento próprio ou familiar, em consequência</p><p>de acontecimentos como doença, invalidez, velhice, reclusão, idade</p><p>avançada e morte.</p><p>E quais são esses benefícios?</p><p>Políticas Sociais</p><p>32</p><p>Os benefícios (Figura 8) estão descritos no texto constitucional,</p><p>sendo assim obrigatórios para quem preencher os requisitos necessários</p><p>de sua concessão:</p><p>Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do</p><p>Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e</p><p>de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o</p><p>equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:</p><p>I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou</p><p>permanente para o trabalho e idade avançada;</p><p>II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;</p><p>III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego</p><p>involuntário;</p><p>IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos</p><p>segurados de baixa renda;</p><p>V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao</p><p>cônjuge ou companheiro e dependentes.</p><p>Figura 8: Benefícios</p><p>Fonte: Elaborado pela autora (2021).</p><p>Políticas Sociais</p><p>33</p><p>Rubin (2014) considera como um grande benefício o auxílio por</p><p>incapacidade temporária que antes era chamado de auxílio-doença, que</p><p>ocorre por acidentes de qualquer natureza</p><p>ou acidente de trabalho ou até</p><p>mesmo no trajeto do trabalho, no qual o indivíduo necessite afastar-se</p><p>das suas atividades laborais para recuperar-se de forma temporária.</p><p>O auxílio-acidente é um tipo de benefício no qual o indivíduo tem</p><p>redução parcial da capacidade laboral para o trabalho que habitualmente</p><p>exercia por causa de um acidente que pode ser de trabalho ou não e é de</p><p>caráter indenizatório.</p><p>A aposentadoria por invalidez é concedido em situações</p><p>extremamente graves, quando existe a convicção de que a lesão é</p><p>irreversível e irá trazer prejuízo definitivo ao obreiro, impedindo-o de</p><p>retornar ao mercado de trabalho. A perda da capacidade para o trabalho</p><p>nesse caso é total e permanente, explana Rubin (2014).</p><p>De acordo com a Constituição Federal de 1988, a aposentadoria por</p><p>idade levará em conta também o tempo de contribuição e será concedida</p><p>para os homens que atingirem 65 anos e 62 para as mulheres e que</p><p>possuírem o tempo mínimo de contribuição, tendo requisitos diferentes</p><p>para trabalhadores rurais e professores do ensino infantil, fundamental e</p><p>médio.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>A reforma da previdência ocorrida no ano de 2019 com</p><p>a emenda constitucional nº 103/2019 trouxe diversas</p><p>alterações referentes ao sistema de previdência social,</p><p>entre elas a idade para aposentadoria e a exclusão</p><p>da aposentadoria por contribuição que foi unificada à</p><p>aposentadoria por idade avançada.</p><p>O salário-maternidade será conferido em casos de parto, aborto</p><p>não criminoso e adoção ou guarda judicial para fins de adoção. O salário-</p><p>família trata-se de um acréscimo no salário para os segurados de baixa</p><p>renda que possuem filhos até 14 anos. Já o auxílio-reclusão é destinado</p><p>Políticas Sociais</p><p>34</p><p>aos dependentes do segurado de baixa renda, enquanto este estiver</p><p>recolhido à prisão.</p><p>Para situações de desemprego involuntário, ou seja, as situações</p><p>em que o empregado é demitido contra sua vontade, é assegurado um</p><p>seguro chamado de seguro-desemprego, que levará em conta aspectos</p><p>como tempo de serviço, por exemplo. Para as situações de morte do</p><p>segurado é concedida a pensão por morte aos seus dependentes.</p><p>Na seguridade social ainda temos a saúde, que se diferencia da</p><p>previdência pelo fato de ser destinada a todas as pessoas, sem necessitar</p><p>de contribuição.</p><p>A universalidade é um ponto característico desse subsistema que é</p><p>dirigido a toda e qualquer pessoa que dela necessite. Portanto, é notório</p><p>que o texto constitucional define a saúde como um direito fundamental,</p><p>vinculado nitidamente à dignidade da pessoa humana, como base de</p><p>um sistema universal de proteção social e de prevenção de riscos, relata</p><p>Coelho Neto (2013).</p><p>Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido</p><p>mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução</p><p>do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal</p><p>e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção</p><p>e recuperação. (BRASIL, 1988).</p><p>A saúde (Figura 9) compreende mais do que o tratamento médico,</p><p>hospitalar e fornecimento de medicamentos. São necessários serviços</p><p>de prevenção de acontecimentos eventuais que afetem a saúde, de</p><p>proteção àqueles já atingidos e de recuperação para os que apresentam</p><p>possibilidade de voltar às suas atividades normais, esclarece Coelho</p><p>Neto (2013).</p><p>Políticas Sociais</p><p>35</p><p>Figura 9: Saúde</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Ao considerar a política de saúde como uma política social, uma</p><p>das consequências imediatas é admitir que a saúde é um dos direitos</p><p>essenciais à condição de cidadania, visto que a ampla participação dos</p><p>indivíduos na sociedade política se efetua a partir de sua inclusão como</p><p>cidadãos. Isso porque as políticas sociais se organizam em diferentes</p><p>formatos ou modalidades de políticas e instituições que garantem o</p><p>acesso a um conjunto de benefícios para aqueles que são considerados</p><p>legítimos usuários dos sistemas de proteção social, informa Giovanella et</p><p>al. (2012).</p><p>No Brasil temos o Sistema Único de Saúde, que foi criado para</p><p>disponibilizar o direito à saúde para todos. O SUS é considerado uma das</p><p>mudanças mais importantes no âmbito das políticas sociais e conceituada</p><p>pelo Ministério da Saúde como “a maior política de inclusão social do povo</p><p>brasileiro”.</p><p>Lima et al. (2005) afirmam que é consenso entre os estudiosos</p><p>que o direito universal à saúde, o qual fundamenta o Sistema Único de</p><p>Saúde (SUS), representa uma profunda ruptura com as formas pretéritas</p><p>de organização das políticas de saúde do Brasil. A promulgação da</p><p>Constituição em 1988 inscreveu o Brasil entre os países que propugnam a</p><p>Políticas Sociais</p><p>36</p><p>universalização dos direitos sociais, contemplando um conceito ampliado</p><p>de saúde e o reconhecimento dos direitos de cidadania ao acesso</p><p>a cuidados e atenção à saúde, organizados por um sistema único sob</p><p>responsabilidade estatal e integrante da Seguridade Social.</p><p>Ao saudar o novo marco jurídico-legal da saúde, pesquisadores da</p><p>área de saúde coletiva o contextualizaram entre outras demandas sociais</p><p>tomadas, no final da década de 1980, como intrínsecas ao desenvolvimento</p><p>econômico de uma sociedade democrática, complementam Lima et al.</p><p>(2005).</p><p>É relevante conhecermos as competências atribuídas ao SUS</p><p>estabelecidas pela Constituição Federal de 1988:</p><p>Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras</p><p>atribuições, nos termos da lei:</p><p>I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias</p><p>de interesse para a saúde e participar da produção de medi-</p><p>camentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e</p><p>outros insumos;</p><p>II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,</p><p>bem como as de saúde do trabalhador;</p><p>III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;</p><p>IV - participar da formulação da política e da execução das</p><p>ações de saneamento básico;</p><p>V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento</p><p>científico e tecnológico e a inovação;</p><p>VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o con-</p><p>trole de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para</p><p>consumo humano;</p><p>VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-</p><p>porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati-</p><p>vos, tóxicos e radioativos;</p><p>Políticas Sociais</p><p>37</p><p>VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele com-</p><p>preendido o do trabalho. (BRASIL, 1988)</p><p>Desse modo, entre as ações e serviços públicos prestados por meio</p><p>do SUS, estão incluídos, segundo Giovanella et al. (2012):</p><p>• Atividades direcionadas às pessoas, individual ou coletivamente,</p><p>orientadas para a promoção da saúde e prevenção, diagnóstico,</p><p>tratamento e reabilitação de agravos e doenças;</p><p>• Serviços oferecidos na esfera ambulatorial, hospitalar e nas</p><p>unidades de apoio diagnóstico e terapêutico dirigidos pelos</p><p>governos (que pode ser Federal, municipal ou estadual), assim</p><p>como em outros lugares, principalmente domiciliar;</p><p>• Ações de diferentes complexidades e custos, que se diversificam</p><p>desde a aplicação de vacinas e consultas médicas nas clínicas</p><p>básicas até cirurgias e transplantes;</p><p>• Intervenções ambientais no seu sentido mais amplo, compreen-</p><p>dendo as condições sanitárias nos lugares onde se vive e trabalha,</p><p>na produção e circulação de bens e serviços, controle de vetores</p><p>hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento ambiental;</p><p>• Instituições públicas orientadas para o controle de qualidade,</p><p>pesquisa e produção de insumos, medicamentos, sangue e</p><p>hemoderivados e equipamentos para a saúde.</p><p>De acordo com as leis e normas que regem o SUS ele é um sistema</p><p>completo que possui vários tipos de atendimentos nos mais variados</p><p>ambientes da saúde e, se fosse concretizado da forma como deveria,</p><p>seria uma política social de fato universal e que traria o amparo que tanto</p><p>se necessita nos momentos de fragilidade.</p><p>O Sistema Único de Saúde brasileiro é o resultado de um longo</p><p>processo social que teve como propósito mudar a forma</p><p>como o Brasil</p><p>assegura a atenção à saúde de seus cidadãos. No entanto, muito do que</p><p>a lei determina ainda não se tornou realidade até o momento, por alguns</p><p>motivos. Um deles é que certas mudanças são mais lentas do que outras</p><p>porque encontram mais resistência ou solicitam decisões mais difíceis de</p><p>Políticas Sociais</p><p>38</p><p>implementar. Outras razões para que a lei ainda não se tenha cumprido</p><p>de maneira plena devem-se ao fato das instituições ou profissionais</p><p>envolvidos não estarem preparados ou não aceitarem as mudanças</p><p>previstas, entende Giovanella et al. (2012).</p><p>Do mesmo modo, o SUS também possibilita mudanças na</p><p>sociedade. A relação entre o sistema de saúde e a dinâmica social vai</p><p>concebendo, ao longo do tempo, os valores sociais sobre a proteção à</p><p>saúde, isto é, a forma como a sociedade entende a saúde e o risco de</p><p>adoecer e como trata os problemas associados ao processo de saúde-</p><p>enfermidade. A proteção à saúde será mais ampla quando a sociedade a</p><p>perceber como um problema coletivo não de cada indivíduo ou família,</p><p>mas de todos os cidadãos, menciona o autor.</p><p>RESUMINDO:</p><p>Neste capítulo você deve ter compreendido que a</p><p>seguridade social é formada pela saúde, previdência e</p><p>assistência social, sendo a sua forma de custeio uma</p><p>grande diferença entre eles, visto que a previdência social é</p><p>destinada para os segurados, ou seja, só quem tem acesso</p><p>às ações desenvolvidas nesse campo são os contribuintes</p><p>ou seus dependentes e é obrigatório para trabalhadores</p><p>urbanos e rurais, empregados domésticos, autônomos,</p><p>segurados especiais e contribuintes individuais. Entendeu</p><p>que os benefícios abrangem a incapacidade temporária ou</p><p>permanente para o trabalho, idade avançada, situação de</p><p>desemprego involuntário, salário-família, auxílio-reclusão,</p><p>pensão por morte e auxílio-maternidade. Você viu também</p><p>que a saúde não precisa de contribuição e é oferecida de</p><p>forma universal, sendo uma das suas principais políticas</p><p>sociais a implantação do Sistema Único de Saúde que</p><p>possui diversas competências voltadas não apenas para o</p><p>tratamento médico, mas também vários outros ambientes</p><p>de atuação voltados para a saúde. Por fim, entendeu</p><p>que a sociedade desempenha o papel fundamental de</p><p>compreender que o problema da saúde é de todos os</p><p>cidadãos.</p><p>Políticas Sociais</p><p>39</p><p>Política de assistência social</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Neste capítulo iremos identificar, classificar e avaliar as</p><p>políticas de assistência social no Brasil, compreendendo</p><p>sua relevância para a sociedade. Vamos nessa?</p><p>Políticas de assistência social no brasil</p><p>As políticas sociais relacionadas com a assistência social no Brasil</p><p>sofreram grandes transformações após a Constituição Federal de 1988, sendo</p><p>antes vista com uma concepção diferente. Com a promulgação do texto</p><p>constitucional a assistência social passou a ter uma visão ampla e ao mesmo</p><p>tempo específica para suas causas, passando a ter como determinação:</p><p>Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela</p><p>necessitar, independentemente de contribuição à seguridade</p><p>social, e tem por objetivos:</p><p>I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência</p><p>e à velhice;</p><p>II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;</p><p>III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;</p><p>IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de</p><p>deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;</p><p>V - a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à</p><p>pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem</p><p>não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la</p><p>provida por sua família, conforme dispuser a lei. (BRASIL, 1988).</p><p>Desse modo, podemos compreender que nesse campo existe</p><p>a preocupação em auxiliar as pessoas em situações de fragilidade,</p><p>necessitados de cuidado e medidas que os amparem, por meio de</p><p>objetivos voltados para a diminuição das desigualdades e melhoria das</p><p>condições de vida da população pobre.</p><p>Políticas Sociais</p><p>40</p><p>Segundo Jesus et al. (2011), as políticas sociais existentes no Brasil,</p><p>especificamente as de assistência social, têm como propósito atenuar os</p><p>problemas relacionados à miséria e à redução das diferenças sociais, por</p><p>meio dos programas de atendimento aos diferentes usuários, a partir de</p><p>ações do Estado.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>No ano de 1993 foi sancionada a Lei Orgânica de Assistência</p><p>Social – LOAS (Lei 8742/93), com determinações referentes</p><p>à organização da Assistência Social, trazendo disposições</p><p>específicas para serem seguidas com base no texto</p><p>constitucional.</p><p>A partir da LOAS, a proteção social se coloca como um mecanismo</p><p>contra as formas de exclusão social que derivam de certas eventualidades</p><p>da vida (Figura 10), tais como a velhice, a doença, a adversidade e as</p><p>privações. Este conceito também compreende tanto as formas seletivas</p><p>de distribuição e redistribuição de bens materiais (como comida e dinheiro),</p><p>quanto os bens culturais (os saberes) que possibilitarão a sobrevivência e a</p><p>integração sob várias formas na vida social, explana Cruz e Guareschi (2014).</p><p>Figura 10: Eventualidades da vida</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Políticas Sociais</p><p>41</p><p>A assistência social apresenta-se como uma possibilidade de</p><p>reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários</p><p>e ambiente de desenvolvimento de seu protagonismo. Nesse sentido,</p><p>marca sua especificidade no âmbito das políticas sociais, determinando</p><p>que os meios de suprimentos assistenciais sejam preferencialmente</p><p>refletidos na esfera das garantias da cidadania e na garantia de direitos</p><p>e acesso para serviços, programas e projetos sob sua responsabilidade,</p><p>complementam Cruz e Guareschi (2014).</p><p>Outro marco a ser considerado é por meio da promulgação do</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no ano de 1990, por meio</p><p>da Lei 8.069, que trouxe com ele diversos dispositivos que efetivaram de</p><p>vez a teoria da proteção integral, conferindo o planejamento e execução</p><p>de políticas públicas relacionadas com a proteção das crianças e dos</p><p>adolescentes.</p><p>O ECA foi elaborado para complementar a Constituição Federal,</p><p>estabelecendo políticas sociais como o objetivo de efetivar a proteção</p><p>integral à criança e ao adolescente, tomando por base os novos princípios</p><p>constitucionais da representação da população, descentralização e</p><p>prioridade absoluta, explica Xavier et al. (2017).</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Aprofunde-se nesse tema lendo a Lei 8.069/90 que trata</p><p>do Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>https://bit.ly/3w25K0u</p><p>A Constituição Federal de 1988 demonstrou novos padrões</p><p>quanto à questão da proteção da criança e do adolescente. A partir da</p><p>ratificação do tratado da Convenção Internacional da Organização das</p><p>Nações Unidas e os Direitos das Criança e do Adolescente, foi apresenta</p><p>a todos a necessidade de uma proteção no cenário infanto-juvenil,</p><p>com a finalidade de conferir melhores condições de educação, saúde,</p><p>lazer e profissionalização, impedindo todas as formas o trabalho infantil,</p><p>Políticas Sociais</p><p>https://bit.ly/3w25K0u</p><p>42</p><p>disponibilizando condições de liberdade e de dignidade para as crianças</p><p>e adolescentes, esclarece Xavier et al. (2017).</p><p>Em 2004, a partir das deliberações da IV Conferência Nacional da</p><p>Assistência Social, foi organizado o Plano Nacional de Assistência Social</p><p>(Pnas), acatado pelo Conselho Nacional de Assistência Social (Cnas). O</p><p>Pnas aponta os eixos estruturantes para aspectos como preparação,</p><p>criação, territorialidade, financiamento, controle social, acompanhamento,</p><p>avaliação e recursos humanos. Esse processo se complementa com a</p><p>aprovação da regulação, em 2005, do Sistema Único de Assistência Social</p><p>(SUAS) que determina em suas diretrizes a descentralização político</p><p>administrativa, o atendimento a quem dela necessitar, independentemente</p><p>da contribuição à seguridade social e a participação da comunidade,</p><p>informa Cruz e Guareschi (2014).</p><p>A PNAS trouxe, portanto, uma visão social pautada na dimensão</p><p>ética de incluir “os invisíveis”, as</p><p>diferenças e os diferentes na</p><p>proteção social, reconhecendo os riscos e as vulnerabilidades</p><p>sociais a que as pessoas e famílias estão sujeitas, bem como os</p><p>recursos com que contam para enfrentar tais situações. Essa</p><p>política foi construída a partir de um olhar capaz de entender que</p><p>a população tem necessidades, mas também possibilidades</p><p>ou capacidades que devem e podem ser desenvolvidas e,</p><p>sobretudo, compreende que as circunstâncias e as questões</p><p>sociais que circundam o cotidiano do indivíduo, e dele em sua</p><p>família, têm enorme influência na sua proteção e autonomia.</p><p>(BRASIL, 2017)</p><p>Ao contrário da previdência, que é necessário contribuir para ter</p><p>acesso aos seus benefícios, a assistência social parte do princípio da</p><p>gratuidade, atendendo aos necessitados.</p><p>Cruz e Guareschi (2014) ainda destacam que o SUAS inova ao</p><p>estabelecer níveis diferenciados de complexidade na organização dos</p><p>equipamentos públicos e proteção social (Figura 11) e aponta que a</p><p>Assistência Social se divide em Proteção Social Básica e Proteção Social</p><p>Especial.</p><p>Políticas Sociais</p><p>43</p><p>Figura 11: Proteção social</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Jesus et al. (2011) afirmam que é fundamental destacar o papel</p><p>dos Serviços de Proteção de Assistência Social, os quais estabelecem a</p><p>família como referência, fortalecendo os seus vínculos internos e externos</p><p>de solidariedade, a partir da oferta de um conjunto de serviços locais e</p><p>ações que buscam a convivência e a socialização. Entre esses serviços é</p><p>possível citar o:</p><p>• Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)</p><p>que é um programa que se constitui a unidade pública e prestação</p><p>de serviços especializados e contínuos a indivíduos e famílias com</p><p>direitos violados;</p><p>• Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), programa que</p><p>visa prevenir situações de risco e vulnerabilidade e que investe</p><p>no desenvolvimento de ações que potencializam e fortaleçam os</p><p>vínculos familiares e comunitários.</p><p>Mas o que vem a ser a Proteção Social Básica e a Proteção Social</p><p>Especial?</p><p>A Proteção Social Básica tem como finalidade a prevenção de</p><p>situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades,</p><p>obtenções e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. É</p><p>dirigido à população que vive em circunstâncias de vulnerabilidade social</p><p>Políticas Sociais</p><p>44</p><p>resultante da pobreza, com precária aproximação dos serviços públicos</p><p>ou fragilização de vínculos afetivos. Prevê o desenvolvimento de serviços,</p><p>programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização</p><p>de famílias e indivíduos, de acordo com a identificação da situação de</p><p>vulnerabilidade apresentada (BRASIL, 2017).</p><p>Esses serviços deverão ser referenciados no CRAS. Deverão ser</p><p>referência para escuta, informações, apoio psicossocial, encaminhamentos</p><p>monitorados e de inclusão nas ações da rede de assistência social e</p><p>demais políticas públicas e sociais. O BPC – Benefício de Prestação</p><p>Continuada e os benefícios eventuais, assegurados pela LOAS, deverão</p><p>estar articulados à referência da proteção social básica, refletindo no</p><p>atendimento os direitos socioassistenciais para além da garantia de renda,</p><p>relata Cruz e Guareschi (2014).</p><p>O BPC trata-se de um benefício de um salário-mínimo destinado a</p><p>pessoas maiores de 65 anos e pessoas com deficiência que comprovem</p><p>não possuir meios de sobrevivência. Os benefícios eventuais podem ser</p><p>em razão de morte, nascimento, calamidade pública entre outros.</p><p>Outro benefício existente também é Bolsa Família, que tem como</p><p>finalidade combater a pobreza e as desigualdades sociais no Brasil, por</p><p>meio do oferecimento de um complemento de renda em dinheiro.</p><p>A além dos benefícios citados, também são oferecidos na Proteção</p><p>Social Básica serviços como o de Proteção e Atendimento Integral à</p><p>Família (PAIF), de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e de</p><p>Proteção Social Básica no Domicílio das Pessoas com deficiência e idosas.</p><p>Já a Proteção Social Especial é a modalidade de atendimento</p><p>dirigida a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco</p><p>pessoal e social, em decorrência de maus tratos (Figura 12) físicos ou</p><p>psíquicos, abuso sexual, realização de medidas socioeducativas, situação</p><p>de trabalho infantil, entre outras. As dificuldades em desempenhar</p><p>funções de proteção fragilizam a identidade do grupo familiar, tornando</p><p>mais vulneráveis seus vínculos simbólicos e afetivos, descrevem Cruz e</p><p>Guareschi (2014).</p><p>Políticas Sociais</p><p>45</p><p>Figura 12: Maus tratos</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Os serviços deverão ser referenciados no CREAS. O trabalho deve</p><p>compreender o provimento de acesso a serviços de apoio à sobrevivência,</p><p>inclusão em redes sociais de atendimento e de estratégias que busquem</p><p>a reestruturação do grupo familiar e elaboração de novas referências</p><p>morais e afetivas. A proteção social especial deve ofertar serviços de</p><p>abrigamento de longa ou curta duração; serviços de acolhimento e</p><p>atenção psicossocial especializados, destinados a estabelecer vínculos</p><p>de pertencimento e possibilidades de reinserção social, entendem Cruz</p><p>e Guareschi (2014).</p><p>Os serviços de Proteção Social Especial se dividem em média</p><p>complexidade que abrange o Serviço de Proteção e Atendimento</p><p>Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), Serviço Especializado</p><p>em Abordagem Social, Serviço de proteção social a adolescentes em</p><p>cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA)</p><p>e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), Serviço de Proteção</p><p>Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias e</p><p>Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua. Ainda, os de alta</p><p>complexidade, compreendem o serviço de Acolhimento institucional, em</p><p>república, em família acolhedora e em situações de calamidades públicas</p><p>e de emergências (BRASIL, 2014).</p><p>Políticas Sociais</p><p>46</p><p>Vamos conhecer mais um pouco sobre os serviços oferecidos na</p><p>Proteção Social Básica e na Proteção Social Especial de acordo com o</p><p>Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.</p><p>O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF se</p><p>baseia no trabalho social realizado com famílias, sendo este de caráter</p><p>continuado, com o objetivo de tornar mais forte a função protetiva da</p><p>família, prevenir o rompimento dos seus vínculos, proporcionar seu</p><p>acesso e utilização de direitos e colaborar com o aperfeiçoamento da sua</p><p>qualidade de vida. (BRASIL, 2014).</p><p>Suas ações não são baseadas em intervenções terapêuticas, mas</p><p>sim no diálogo, combatendo qualquer tipo de violência, preconceito ou</p><p>discriminação.</p><p>O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos trata-se</p><p>de um serviço praticado em grupos, de forma a assegurar conquistas</p><p>progressivas aos seus usuários, conforme o seu ciclo de vida, com</p><p>o propósito de complementar o trabalho com as famílias e prevenir</p><p>acontecimentos relacionados com situações de risco social. Aqui são</p><p>desenvolvidas capacidades com a finalidade de conseguir alternativas</p><p>para o enfrentamento da vulnerabilidade social (BRASIL, 2014).</p><p>Esse serviço procura envolver a criança e o adolescente</p><p>numa esfera de proteção social, fortalecendo seus vínculos</p><p>familiares e comunitários e também trabalhando o processo</p><p>de autonomia e emancipação social, possibilitando-lhe</p><p>uma melhor qualidade de vida e seus direitos assegurados.</p><p>(PIMENTEL, 2016, p.42).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Trata-se de um serviço articulado com o PAIF – Serviço de</p><p>Proteção e Atendimento Integral à Família</p><p>A Proteção Social Básica no Domicílio das Pessoas com deficiência</p><p>e idosas tem como objetivo prevenir agravos que possam causar ruptura</p><p>Políticas Sociais</p><p>47</p><p>de vínculos familiares e sociais, assegurando direitos e o desenvolvimento</p><p>de procedimentos para a inclusão social, uniformidade de oportunidades</p><p>e a participação e o desenvolvimento da autonomia das pessoas com</p><p>deficiência e pessoas idosas (BRASIL, 2014).</p><p>Fazem parte desse tipo de proteção as</p><p>pessoas que recebem</p><p>benefícios como o BPC – LOAS ou de qualquer outro programa de renda.</p><p>Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e</p><p>Indivíduos – PAEFI corresponde a um “serviço de apoio, orientação</p><p>e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em</p><p>situação de ameaça ou violação de direitos”.(BRASIL, 2014, p. 31)</p><p>Aqui estão incluídas pessoas e famílias que passam por violações</p><p>de direitos decorrentes dos mais variados males, como violências de</p><p>qualquer tipo, abandono, situação de rua, discriminação, entre outros.</p><p>Importante aqui destacar o pensamento de Jesus et al. (2011) no que</p><p>se refere ao atendimento da criança e do adolescente vítimas de violência</p><p>sexual, pois existem os programas desenvolvidos pelos municípios,</p><p>estados e governo federal, além de organizações não-governamentais,</p><p>que desenvolvem ações e programas que deverão possibilitar e garantir a</p><p>integridade da criança e do adolescente vítimas de violência sexual.</p><p>O conselho tutelar é o órgão encarregado de zelar pelos direitos da</p><p>criança e do adolescente, mas para fazer um trabalho eficaz é necessário a</p><p>atuação interdisciplinar, participação da sociedade civil, do poder público</p><p>local, entre outras redes, para que esses usuários possam ter seus direitos</p><p>assegurados, complementa Jesus et al. (2011).</p><p>O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento</p><p>de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação</p><p>de Serviços à Comunidade (PSC) tem como objetivo dar atenção</p><p>socioassistencial e auxílio a adolescentes e jovens enquanto estiverem</p><p>realizando medidas socioeducativas em espaços abertos estabelecidas</p><p>de forma judicial (BRASIL, 2014).</p><p>As medidas socioeducativas são aquelas prestadas por jovens e</p><p>adolescentes que praticam algum tipo de ato infracional, regulamentado</p><p>Políticas Sociais</p><p>48</p><p>pelo Estatuto da Criança e Adolescente, visto que nessas idades não se</p><p>pratica crime.</p><p>O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência,</p><p>Idosas e suas Famílias disponibiliza “atendimento especializado a famílias</p><p>com pessoas com deficiência e idosos com algum grau de dependência</p><p>que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos” (BRASIL,</p><p>2014, p. 39).</p><p>Esses direitos violados podem ser de várias espécies como por</p><p>exemplo ausência de cuidados apropriados do profissional cuidador,</p><p>desvalorização das suas capacidades, isolamento, discriminação, entre</p><p>outros.</p><p>Há o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua que as</p><p>utilizam como moradia ou sobrevivência, buscando prestar atendimento</p><p>para que sejam desenvolvidas socializações e auxiliem o fortalecimento</p><p>de vínculos interpessoais ou familiares. São proporcionados ainda higiene</p><p>pessoal, alimentação ou até mesmo um endereço para que seja utilizado</p><p>em caso de necessidade, entre outros (BRASIL, 2014).</p><p>Visto que uma parte dessas pessoas que se encontram nessa</p><p>situação de rua perderam seus vínculos familiares por vontade própria,</p><p>esse é um grande obstáculo para a assistência social. Assim, através de</p><p>suas ações se busca despertar o interesse em voltar a ter esse vínculo.</p><p>Há o Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e</p><p>de Emergências através da disponibilização de alojamentos temporários</p><p>e materiais de acordo com as necessidades.</p><p>Os Serviços de Acolhimento, de acordo com Ferreira et al. (2020),</p><p>podem ser:</p><p>• Institucional – voltado para crianças e adolescentes que sofrem</p><p>ou sofreram violações de direitos;</p><p>• Em República – orientado para jovens pós-saída do acolhimento</p><p>institucional;</p><p>Políticas Sociais</p><p>49</p><p>• Família acolhedora – para crianças e adolescentes retirados de</p><p>suas famílias por meio de medidas protetivas em razão de violação</p><p>de direitos, tendo sua permanência entre seis e dezoito meses.</p><p>RESUMINDO:</p><p>Neste capítulo você compreendeu que a Constituição</p><p>Federal de 1988 ampliou e especificou as causas da</p><p>assistência social em busca de assistir as pessoas</p><p>em situações de fragilidade através de ações que</p><p>compreendem o oferecimento de programas incluídos</p><p>na proteção social básica, como o benefício de prestação</p><p>continuada e outros benefícios eventuais e programas de</p><p>proteção especial que podem ser de média complexidade,</p><p>como o PAEFI, e de alta complexidade como acolhimentos</p><p>institucionais.</p><p>Políticas Sociais</p><p>50</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL, Ministério da Educação. Resolução nº 36 de 21 de agosto</p><p>de 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_</p><p>docman&view=download&alias=13210-resolucao-36-de-21-de-agosto-</p><p>de-2012-pdf&category_slug=maio-2013-pdf&Itemid=30192 . Acesso em:</p><p>24 fev 2021.</p><p>BRASIL, Ministério da Educação. Resolução nº 2, de 19 de maio</p><p>de 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_</p><p>docman&view=download&alias=5142-rceb002-10&category_slug=maio-</p><p>2010-pdf&Itemid=30192 . Acesso em: 24 fev 2021.</p><p>BRASIL, Ministério da Educação. Programa Escola Acessível.</p><p>2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_</p><p>docman&view=download&alias=9933-manual-programa-escola-</p><p>acessivel&category_slug=fevereiro-2012-pdf&Itemid=30192 . Acesso em:</p><p>24 fev. 2021.</p><p>BRASIL. Constituição Da República Federativa Do Brasil de</p><p>1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/</p><p>constituicao.htm . Acesso em: 16 fev. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/L10260compilado.</p><p>htm . Acesso em: 25 fev. 2021.</p><p>BRASIL. Lei 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11096.htm .</p><p>Acesso em: 25 fev. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 86, de 1º de fevereiro</p><p>de 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_</p><p>docman&view=download&alias=13218-portaria-86-de-1-de-fevereiro-de-</p><p>2013-pdf&Itemid=30192 . Acesso em: 25 fev 2021.</p><p>Políticas Sociais</p><p>51</p><p>BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm .</p><p>Acesso em: 24 fev 2021.</p><p>BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica.</p><p>Ensino Fundamental de nove anos: orientações gerais. 2004.</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/</p><p>noveanorienger.pdf . Acesso em: 25 fev 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do desenvolvimento Social e Combate à Fome.</p><p>Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Secretaria Nacional</p><p>de Assistência Social, 2014. Disponível em: https://www.mds.gov.br/</p><p>webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf .</p><p>Acesso em: 26 fev 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Orientações</p><p>técnicas: Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com</p><p>deficiência e idosas. Brasília, DF: MDS, Secretaria Nacional de Assistência</p><p>Social, 2017. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/</p><p>assistencia_social/caderno_PSB_idoso_pcd_1.pdf . Acesso em: 26 fev</p><p>2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. SUS: um sistema de saúde único no</p><p>mundo. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_</p><p>politica_inclusao_social.pdf . Acesso em: 27 fev 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 12.513, de 6 de outubro</p><p>de 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2011/lei/l12513.htm . Acesso em: 01 mar 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº 5.840, de 13 de julho</p><p>de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-</p><p>2006/2006/decreto/d5840.htm . Acesso em: 01 mar 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da marinha de guerra, do exército e da aeronáutica</p><p>militar. Decreto-lei nº 926, de 10 de outubro de 1969. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0926.</p><p>htm#:~:text=Institui%20a%20Carteira%20de%20Trabalho,Rural%2C%20</p><p>e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias . Acesso em: 01 mar</p><p>2021.</p><p>Políticas Sociais</p><p>52</p><p>BRASIL. Ministério da Economia. Resolução</p>

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