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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Democracia e sociedade brasileira: um panorama histórico. Entre o público e o privado: o combate</p><p>permanente à corrupção. Os processos democráticos constitutivos de uma sociedade economicamente</p><p>inclusiva.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Analisar o quadro histórico do sistema político brasileiro e sua democracia representativa, considerando</p><p>a complexa relação entre esfera pública e privada, bem como teorias, processos, avanços e projetos de</p><p>inclusão social.</p><p>PREPARAÇÃO</p><p>Levando-se em conta a riqueza e as múltiplas possibilidades de análise deste Tema, seria importante ter</p><p>em mãos um bom Dicionário de Teoria Política ou de Ciências Sociais. Sugerimos o Dicionário de</p><p>Política, de Norberto Bobbio, e o Dicionário de Sociologia, da UFSC/Repositório, ambos disponíveis em</p><p>formato virtual.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Descrever o panorama da democracia no Brasil e seu sistema de representação</p><p>MÓDULO 2</p><p>Comparar as esferas pública e privada no contexto do combate à corrupção</p><p>MÓDULO 3</p><p>Identificar os grupos identitários nacionais no processo democrático</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Ao falarmos de “Democracia e Mercado”, entramos em um assunto cuja leitura sobre o sistema político</p><p>no Brasil está associado não apenas a grupos que são representados, mas também àqueles que não se</p><p>encontram substancialmente representados na esfera política. Portanto, nesta disciplina, buscaremos</p><p>responder: como a história nacional e o seu desenvolvimento democrático ajudam a perceber os</p><p>alinhamentos e os desalinhamentos da representação política?</p><p>Primeiramente, vamos descrever um panorama histórico da democracia e sua relação com a sociedade</p><p>brasileira no que se refere à representação no sistema político. Veremos como isso ocorre em três</p><p>seções, onde trabalharemos: os períodos de transição do sistema político; a redemocratização</p><p>brasileira; e o conceito de representação na política contemplando aspectos teóricos.</p><p>Vamos também identificar as diferenças e os limites entre os setores público e privado a partir da teoria</p><p>habermasiana, bem como discorrer, com base na estrutura brasileira, acerca do combate à corrupção.</p><p>Iremos ainda apresentar como esse assunto é discutido atualmente, além de conhecer o conceito de</p><p>democracia inclusiva e como se dá o processo de uma (outra face da) democracia inclusiva e suas</p><p>diferentes maneiras de representação no Brasil, levando em consideração as chamadas ações</p><p>afirmativas.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Descrever o panorama da democracia no Brasil e seu sistema de representação</p><p>DOS SISTEMAS POLÍTICOS BRASILEIROS:</p><p>TRANSIÇÕES</p><p>O que é democracia?</p><p>O termo democracia pode ser definido de maneira bem objetiva: trata-se de um governo em que o povo</p><p>é soberano; de um sistema de governo em que o povo elege seus representantes por meio de eleições</p><p>periódicas.</p><p>No verbete produzido por Norberto Bobbio, a teoria moderna de democracia é conhecida como:</p><p>TEORIA DE MAQUIAVEL, NASCIDA COM O ESTADO</p><p>MODERNO NA FORMA DAS GRANDES MONARQUIAS,</p><p>SEGUNDO A QUAL AS FORMAS HISTÓRICAS DE GOVERNO</p><p>SÃO ESSENCIALMENTE DUAS: A MONARQUIA E A</p><p>REPÚBLICA, E A ANTIGA DEMOCRACIA NADA MAIS É QUE</p><p>UMA FORMA DE REPÚBLICA (A OUTRA É A</p><p>ARISTOCRACIA), ONDE SE ORIGINA O INTERCÂMBIO</p><p>CARACTERÍSTICO DO PERÍODO PRÉ-REVOLUCIONÁRIO</p><p>ENTRE IDEAIS DEMOCRÁTICOS E IDEAIS REPUBLICANOS</p><p>E O GOVERNO GENUINAMENTE POPULAR É CHAMADO,</p><p>EM VEZ DE DEMOCRACIA, DE REPÚBLICA.</p><p>(1998, p. 326)</p><p>Uma síntese do processo de alternâncias no (e do) sistema de governo brasileiro nos ajudará a</p><p>compreender que a democracia não é um sistema fechado ou concluído. A democracia enfrenta</p><p>constantes metamorfoses no que diz respeito à representação do povo e aos mecanismos de ação para</p><p>a concretização de políticas diversas. Vejamos...</p><p>O período Imperial, iniciado em 1822 (com a Independência), encerrou-se no dia 15 de novembro de</p><p>1889, quando foi proclamada a República no Brasil.</p><p></p><p>Nesse momento, os militares estiveram à frente do governo brasileiro.</p><p></p><p>O Marechal Deodoro da Fonseca assumiu a Presidência da República em 1891, renunciando em</p><p>novembro do mesmo ano e sendo sucedido por seu vice, Floriano Peixoto.</p><p>Nomeado de Primeira República (ou República Velha), o período entre os anos de 1889 a 1930 foi</p><p>marcado por forte apoio popular contra os monarquistas. As oligarquias agrárias dos estados de São</p><p>Paulo e Minas Gerais possuíam uma forte influência e, por isso, alternavam-se constantemente no</p><p>poder. Essa alternância de presidentes civis ficou conhecida como “política do café com leite”</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>O fim da Primeira República ocorreu com a Revolução de 1930, quando Júlio Prestes havia vencido as</p><p>eleições. Dentre os anos de 1930 a 1934, Getúlio Vargas assumiu provisoriamente o Estado, abrindo as</p><p>portas para a chamada Era Vargas.</p><p>Essa Revolução – ou seja, a tomada do poder pelas armas – aconteceu porque forças políticas</p><p>nacionais, especialmente no sul e nordeste, não se viam representadas no governo do país, já que as</p><p>Oligarquias de São Paulo e Minas Gerais alternavam-se na Presidência. Essas forças viram em Getúlio</p><p>Vargas a chance de chegarem à liderança Nacional.</p><p>Em 1934, realiza-se uma Assembleia Nacional Constituinte. Nasce, então, a Segunda República.</p><p>1</p><p>Fonte: Wikipédia</p><p>É nesse período que entram para a história brasileira o voto secreto, o voto de mulheres, o ensino</p><p>primário obrigatório e as leis trabalhistas. Três anos depois, Vargas promulga uma nova Constituição,</p><p>em que a liberdade partidária havia sido suprimida, assim como a independência dos Três Poderes e o</p><p>federalismo. Com o fechamento do Congresso Nacional, criou-se o Tribunal de Segurança Nacional, e o</p><p>presidente escolhia quem seriam os governadores e, estes, nomeariam os prefeitos. Era o Estado Novo</p><p>(1937 – 1945).</p><p>As eleições livres para o cargo de presidente e para o Parlamento aconteceram apenas em 1945.</p><p>Vargas, que havia sido eleito senador, em 1951, tornou-se presidente pelo voto popular. Seu projeto</p><p>tinha a criação da Petrobrás como pauta para um governo desenvolvimentista. O período Vargas</p><p>terminou com seu suicídio em agosto de 1954. Um ano depois, o Brasil ascendeu para a industrialização</p><p>com Juscelino Kubitschek.</p><p>Fonte: Wikipédia</p><p>2</p><p>3</p><p>Fonte: Wikipédia</p><p>Para concluir essa primeira etapa de transições, Jânio Quadros foi eleito presidente em 1960. Quadros</p><p>permaneceu apenas sete meses no cargo, e seu vice, João Goulart (Jango), deveria assumir a</p><p>presidência. Jango, além de ser simpático à Revolução Cubana, tinha como projeto político a reforma</p><p>agrária e a nacionalização (ou encampação) de empresas estrangeiras. Essas ideias não encontraram</p><p>apoio entre militares, proprietários de terras, empresários, latifundiários. Por isso, os militares que</p><p>ocupavam cargos de ministros não queriam empossar Jango, pois o consideravam “de esquerda”.</p><p>"DE ESQUERDA"</p><p>Lembremos que, nesse período, em âmbito mundial, vivíamos a Guerra Fria, que polarizava</p><p>Capitalistas de um lado (direita), liderados pelos EUA; e Socialistas (esquerda) de outro, liderados</p><p>pela URSS. Essa polaridade também existia no Continente Americano, incluindo, portanto, o Brasil.</p><p>Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul (1961), criou um manifesto para que Jango, seu</p><p>cunhado, fosse devidamente empossado. Tais ações e reações gestaram uma crise política que teve</p><p>seu desdobramento com a emenda constitucional que aprovou o regime parlamentarista no Brasil.</p><p>Todavia, no ano de 1963, o presidencialismo foi votado por plebiscito realizado por Jango.</p><p>Os discursos de Jango em favor das reformas aumentaram a crise política e, no dia 31 de março, os</p><p>militares organizaram-se contra o vice-presidente – que acabou se exilando no Uruguai. Com a tomada</p><p>do governo pelos militares, chefes militares e filiados da União Democrática Nacional (UDN), o golpe</p><p>javascript:void(0)</p><p>começou a ser desenhado. No ano de 1968, o regime militar decretou o Ato Institucional nº 5, conhecido</p><p>também como AI-5, em que a ditadura civil-militar fora implantada de maneira plena.</p><p>Durante os anos 1969-1974, o governo do general Emílio Garrastazu Médici</p><p>foi reconhecido por muitos</p><p>como responsável pelo desenvolvimento econômico, chamado de “milagre brasileiro” ou “milagre</p><p>econômico”. Sua política buscou o arrocho salarial, resultando em altas taxas de lucro e concentração</p><p>de renda, até a crise do petróleo em 1973. O contexto político-social fora marcado pelo êxodo rural</p><p>somado ao crescimento industrial vertiginoso, por isso falava-se em “milagre econômico”. Todavia, após</p><p>anos de recessão, o desenvolvimentismo assumia a feição conservadora, antidemocrática e antipopular;</p><p>chegara-se ao ápice da produção industrial que, mais tarde, na década de 1990, o neoliberalismo viria</p><p>para solapar.</p><p>Paes (1997) descreve que a década de 60 teve, além de crescimento econômico, um desenvolvimento</p><p>tecnológico que atingiu a todos, indistintamente. Essa declaração é arriscada, uma vez que a economia</p><p>brasileira viveu sua crise entre 1961 a 1966 e a mudança de vetor no que tange ao crescimento</p><p>industrial da ditadura acontece após 1969, por conta desse processo de industrialização (indústrias</p><p>automobilísticas, produtos eletrônicos etc.) e do AI-5, que pôs fim às agitações e mobilizações contra o</p><p>novo regime.</p><p>Afinal, houve ou não o “milagre econômico”?</p><p>O “milagre” deu-se pela incorporação da economia brasileira ao capitalismo monopolista, pelo arrocho</p><p>salarial, pelo aumento da taxa de mais-valia, pela exploração do trabalho respaldada por um governo</p><p>autocrático e autoritário (FERNANDES, 2006).</p><p>ARROCHO SALARIAL</p><p>Caso em que o reajuste salarial não acompanha a inflação.</p><p>A massa dos trabalhadores, que fazia o trabalho manual e pesado, no campo e na cidade, nas fazendas</p><p>e nas indústrias, teve o valor do salário diminuído, sem que diminuísse o tempo ou a intensidade da</p><p>exploração.</p><p></p><p>Já os trabalhadores do “colarinho branco”, gestores e burocratas tiveram uma fatia do bolo mais</p><p>expressiva. Contudo, os maiores beneficiados foram as multinacionais, os grandes monopólios</p><p>javascript:void(0)</p><p>produtores de mercadorias e serviços, e o recém-criado mercado financeiro e de capitais.</p><p>DA REDEMOCRATIZAÇÃO BRASILEIRA</p><p>Em 15 de março de 1985, deu-se o término da ditadura civil-militar no Brasil. Com a redemocratização</p><p>do país, o ARENA mudou seu nome para Partido Democrático Social (PDS), e o MDB para Partido do</p><p>Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). O pluripartidarismo abriu as portas para a criação do Partido</p><p>Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Popular (PP), Partido dos</p><p>Trabalhadores (PT). Essa era uma oportunidade de novos rostos e novas representações da sociedade</p><p>no campo partidário (GOHN, 2019).</p><p>Em 1985, Tancredo Neves havia sido eleito através do voto indireto em 1985, mas faleceu na véspera</p><p>de sua posse.</p><p>E O QUE SIGNIFICA O VOTO INDIRETO?</p><p>Historicamente, a Constituição de 1824 havia adotado o sistema do voto indireto, em que os próprios</p><p>políticos votavam no lugar dos demais cidadãos. O processo ocorria em dois graus, para as eleições</p><p>para a Câmara dos Deputados e Senado. À época, os “cidadãos ativos” da paróquia escolhiam os</p><p>eleitores que, consequentemente, elegiam os parlamentares. Os cidadãos eram aqueles que votavam</p><p>nas eleições de primeiro grau; já o eleitor, nas eleições de segundo grau. Esse sistema era utilizado na</p><p>França (1789-1820) e as etapas eram as seguintes: primeiramente, as assembleias elegiam os</p><p>delegados para as assembleias de departamentos; em seguida, os delegados escolhiam os deputados.</p><p>Tal modelo também fora adotado em países como Espanha (1810) e Portugal (1822). No Brasil, o voto</p><p>indireto foi utilizado durante o período do Império e teve seu fim em 1881 (NICOLAU, 2012). Mas</p><p>retornaria, com o Regime Militar (1964-1984), apenas sendo definitivamente eliminado com a</p><p>Constituição de 1988.</p><p>Com a redemocratização no Brasil, a população teve direito ao voto direto para a presidência. Em 1989,</p><p>o país participou de dois turnos, em 15 de novembro e em 17 de dezembro. O candidato eleito com</p><p>53,03% para a presidência foi Fernando Collor de Mello, deixando seu oponente, Luiz Inácio Lula da</p><p>Silva, com 46,97%. Embora Collor tenha entrado para a história como o primeiro presidente eleito pelo</p><p>voto direto após a ditadura, teve o término de seu mandato antes do tempo devido a um impeachment</p><p>(GLASENAPP, 2018).</p><p>Fonte: EDER CHIODETTO/FOLHAPRESS</p><p>No cenário que antecedeu as eleições de 1989, tivemos a Constituição Federal Brasileira de 1988.</p><p>Ela é a garantia de direitos e deveres dos cidadãos brasileiros. Seu artigo 14 “estabelece que a</p><p>soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para</p><p>todos”. No Brasil, o voto é facultativo entre 16 e 17 anos, sendo obrigatório a partir dos 18 anos. O voto</p><p>não é obrigatório para pessoas acima de 70 anos e analfabetos.</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA</p><p>Vale conferir o texto integral da Constituição Federal Brasileira, de preferência em sua versão</p><p>digital (planalto.gov.br), onde é possível identificar legislações complementares e alterações.</p><p>Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>DA REPRESENTAÇÃO (NA) POLÍTICA: QUESTÕES</p><p>TEÓRICAS</p><p>Os partidos políticos são importantes em uma democracia, pois são responsáveis por garantir</p><p>representação diversa e posicionamentos contrários (agonísticos). A política (MOUFFE, 2015) deve ser</p><p>caracterizada pelo agonismo, e não pelo antagonismo, uma vez que este se refere aos grupos “nós” /</p><p>“eles”. Sendo que:</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0);</p><p>AGONISMO</p><p>No agonismo, “eles” são adversários políticos a serem vencidos com as regras do jogo democrático.</p><p>ANTAGONISMO</p><p>No antagonismo, “eles” são interpretados como inimigos a serem derrotados a qualquer custo.</p><p>Fonte: Wikipédia</p><p>Durante a ditadura civil-militar, os partidos foram extintos. Isso ocorreu em 27 de outubro de 1965 com a</p><p>decretação do Ato Institucional nº 2 (AI-2), feita por Castello Branco (GALVÃO, 2016). Os partidos</p><p>cumprem papel essencial em um governo representativo, por isso a ditadura, buscando manter a</p><p>imagem democrática, oficializou o sistema bipartidário com a Renovadora Nacional (ARENA), que</p><p>representava o governo, e com o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), uma frágil e controlada</p><p>oposição. Entretanto, a representação da sociedade brasileira na política nesse período foi alvo de</p><p>grandes críticas, tendo em vista a pouca representatividade de camponeses, trabalhadores, grupos não</p><p>elitizados, dentre outros.</p><p>AFINAL, O QUE SERIA A REPRESENTAÇÃO?</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>REPRESENTAÇÃO É IMAGENS DE COISAS,</p><p>ESPECIALMENTE IMAGENS DE OBJETOS SIMPLES, NÃO</p><p>(SE DIZ QUE) OS “REPRESENTAM”. NÓS NÃO APONTAMOS</p><p>PARA A IMAGEM DE UMA ÁRVORE OU DE UMA CASA OU</p><p>DE UMA MESA E DIZEMOS: “ISSO REPRESENTA UMA</p><p>ÁRVORE (UMA CASA, UMA MESA)”. É PROVÁVEL QUE</p><p>DIGAMOS: “ISSO É UMA ÁRVORE”. […] “ISSO</p><p>REPRESENTA UMA ÁRVORE” É O QUE PODEMOS DIZER</p><p>SOBRE UMA MANCHA COLORIDA OU UM RABISCO QUE</p><p>TENTA INDICAR UMA ÁRVORE, MAS NÃO SE PARECE COM</p><p>UMA.</p><p>(PITKIN, 1967, p. 68)</p><p>O que é representar alguém na política? E o que deve fazer um representante? O representante é o</p><p>povo ausente? E quem é o povo?</p><p>Antes de responder a essas questões, é preciso reconhecer que “povo” não é uma categoria econômica,</p><p>mas política. São pessoas submetidas a um governo. Desse modo, “povo se opõe exatamente a</p><p>governo: povo e governo são antípodas na relação de dominação política própria das mais diversas</p><p>sociedades humanas” (MIGUEL, 2014, p. 20). O que conecta o povo à democracia representativa são as</p><p>eleições (MANIN et al, 2006), ausentes na ditadura civil-militar, pois a característica primordial de</p><p>qualquer ditadura é a supressão de direitos.</p><p>Outro modo de entender a representação (PRZEWORSKI, 1994) é, ao se falar mandato público, analisar</p><p>duas questões:</p><p>Os programas de governo.</p><p>Os candidatos que realmente podem cumprir suas promessas.</p><p>Todavia, não se pode afirmar que o indivíduo eleito cumprirá o papel estabelecido pelo partido nem as</p><p>promessas feitas aos seus eleitores.</p><p> EXEMPLO</p><p>A votação da Reforma da Previdência ocorreu em julho de 2019 na Câmara dos Deputados. O PDT</p><p>havia orientado todos os seus membros a votarem contra a Reforma. Porém, Tabata Amaral e outros 7</p><p>deputados contrariaram o partido. O PDT abriu um processo disciplinar contra eles, prevendo, inclusive,</p><p>expulsão. Em casos como esse, deveria haver (PRZEWORSKI, 1994), no mínimo, uma obrigatoriedade</p><p>a fim de que o eleitor tenha certeza de que sua escolha será respeitada.</p><p>No sistema democrático, a representação por prestação de contas (accountability) acontece quando os</p><p>eleitores votam e o representante eleito age de acordo com os interesses deles.</p><p>Mas essa maneira não é de toda eficaz, uma vez que os eleitores não possuem informações completas</p><p>na prestação de contas. Daí, um outro aspecto ajuda a compreender essa forma de representação: o</p><p>uso do voto – ou “pedras de papel” (PRZEWORSKI, 1998, p. 49) – não apenas para a simples eleição,</p><p>mas também para que o cidadão demonstre, por meio das informações que colheu sobre as atividades</p><p>passadas dos candidatos, uma maneira de punir ou premiar os representantes. Nesse aspecto, a</p><p>racionalidade do “não voto” como forma punitiva provocaria nos políticos uma atenção maior para</p><p>manterem-se virtuosos.</p><p>Fonte: rafapress/ Shutterstock.com</p><p>No campo das instituições, eleições e representações, diversos autores (PRZEWORSKI, 1994;</p><p>SCHUMPETER, 1976; PITKIN, 1967) reconhecem as diferentes democracias e o nível de</p><p>representatividade popular dentre elas. Alertam, assim, para o fato de que os eleitores devem ser</p><p>capazes de imputar responsabilidade sobre o governo e de votar para retirar partidos com desempenho</p><p>insatisfatório.</p><p>Seguindo a categoria da representação, a teoria pluralista (DAHL, 1997) ajuda a compreender como</p><p>cidadãos são guiados e se mobilizam por um entendimento esclarecido de seus interesses. Em</p><p>outras palavras, só haverá participação política dos indivíduos no momento que seus interesses</p><p>estiverem em discussão. Isso faz com que a política seja reduzida a um processo de escolha e poderia</p><p>legitimar, inclusive, ditaduras paternalistas, onde os cidadãos comuns receberiam de certas elites uma</p><p>cartilha de “verdadeiros” interesses para toda a sociedade.</p><p>Se as eleições são a essência da democracia, como fazer para que os atores da sociedade se envolvam</p><p>com a política, independentemente se seus interesses estão ou não em pauta? O que se pode perceber</p><p>é que a democracia permite maior representatividade e cobrança dos eleitores diante dos políticos,</p><p>todavia a discussão acerca de uma representatividade substantiva do povo brasileiro, bem como os</p><p>processos de punição para o partido e/ou para o político que não agem constitucionalmente, é cada vez</p><p>mais presente.</p><p>VOTO E DEMOCRACIA</p><p>O vídeo apresenta os dois conceitos, exemplificando a importância do voto e diferenciando os sistemas</p><p>de eleição indireta ou direta.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A DEMOCRACIA É UM SISTEMA DE GOVERNO EXERCIDO NO BRASIL. A</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF) DE 1988 GARANTE, POR EXEMPLO, UM DOS</p><p>ELEMENTOS MAIS IMPORTANTES QUANTO À PARTICIPAÇÃO POPULAR, QUE É</p><p>O VOTO DIRETO E SECRETO. DE ACORDO COM O ARTIGO 14 DA CF, MARQUE</p><p>A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) O povo elege seus representantes para que, consequentemente, uma nova assembleia emposse</p><p>deputados, senadores e presidência da república.</p><p>B) Apenas cidadãos filiados a partidos políticos têm direito ao voto.</p><p>C) O voto é direto, secreto, com valor igual para todos.</p><p>D) A CF estabelece a soberania popular através do voto direto exercido exclusivamente por homens.</p><p>E) A CF estabelece a soberania popular por meio do sufrágio universal e pelo voto indireto e secreto,</p><p>com valor igual para todos.</p><p>2. NESTE PRIMEIRO MÓDULO, OBSERVAMOS ALGUNS CONCEITOS TEÓRICOS</p><p>NO CAMPO DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA. UM DELES É DO CIENTISTA</p><p>POLÍTICO NORTE-AMERICANO ROBERT DAHL. ASSINALE A RESPOSTA QUE</p><p>CORRESPONDE À SUA TEORIA PLURALISTA:</p><p>A) A teoria ajuda a compreender como cidadãos são guiados e se mobilizam de acordo com seus</p><p>próprios interesses.</p><p>B) A teoria ajuda a compreender como políticos são guiados e se mobilizam de acordo com seus</p><p>próprios interesses.</p><p>C) A teoria ajuda a compreender como cidadãos são devidamente representados na política brasileira.</p><p>D) A teoria ajuda a compreender como grupos identitários nacionais formam comunidades específicas</p><p>para serem devidamente representados.</p><p>E) A teoria ajuda a compreender como cidadãos são desfavorecidos com os partidos políticos.</p><p>GABARITO</p><p>1. A democracia é um sistema de governo exercido no Brasil. A Constituição Federal (CF) de 1988</p><p>garante, por exemplo, um dos elementos mais importantes quanto à participação popular, que é o</p><p>voto direto e secreto. De acordo com o artigo 14 da CF, marque a alternativa correta:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>O Art. 14 da Constituição Federal “estabelece que a soberania popular será exercida pelo sufrágio</p><p>universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”.</p><p>2. Neste primeiro módulo, observamos alguns conceitos teóricos no campo da representação</p><p>política. Um deles é do cientista político norte-americano Robert Dahl. Assinale a resposta que</p><p>corresponde à sua teoria pluralista:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>Seguindo a categoria da representação, a teoria pluralista de Robert Dahl (1997, p. 132) ajuda a</p><p>compreender como cidadãos são guiados e se mobilizam por um “entendimento esclarecido de seus</p><p>interesses”.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Comparar as esferas pública e privada no contexto do combate à corrupção</p><p>DO PÚBLICO E DO PRIVADO: PERSPECTIVA</p><p>TEÓRICA</p><p>O espaço é uma dimensão significante na sociedade. Pela plataforma antropológica, a ocupação de</p><p>determinado território não ocorre somente por suas condições naturais, mas também pelas estruturas</p><p>socioculturais daquela sociedade.</p><p>Fonte: MasaPhoto/ Shutterstock.com</p><p>A cidade caracteriza certa inovação das estruturas sociais e de seus poderes.</p><p>Fonte: TEA OOR / Shutterstock.com</p><p>Carrega em si espaços identitários marcados por grupos sociais e por um grupo étnico dominante.</p><p>Fonte: Caio Pederneiras/ Shutterstock.com</p><p>Moradores em bairros nobres e moradores em lugares periféricos.</p><p>Mas a cidade é muito mais do que a reunião de pessoas e recortes geográficos, ela expressa uma</p><p>dimensão relacional, competitiva, de grandes embates emancipatórios.</p><p>Diante da complexidade das relações e da política que envolve a satisfação de demandas sociais, temos</p><p>de refletir sobre os conceitos e os limites entre o espaço público e o privado. Teórica e objetivamente,</p><p>podemos compreender que:</p><p>ESFERA PÚBLICA</p><p>A esfera pública é um espaço em que indivíduos públicos e privados discutem os assuntos públicos.</p><p>javascript:void(0)</p><p>ESFERA PRIVADA</p><p>A esfera privada é dimensão em que o sujeito possui certa autonomia/autoridade sem a intervenção do</p><p>Estado, como no ambiente familiar, a religião etc.</p><p>O sociólogo alemão Jürgen Habermas explora tanto o surgimento quanto a desintegração da esfera</p><p>pública, com o surgimento do consumo em massa de notícias e afins. No campo teórico, o conceito de</p><p>esfera pública pode ser definido como o espaço formado de indivíduos reunidos para discutir as</p><p>necessidades da sociedade, do Estado, da política. Habermas (2003) estudou a esfera pública</p><p>concentrada nas mesas aristocráticas dos séculos XVII-XVIII. Em síntese: a burguesia defendia que,</p><p>para se frequentar a esfera pública, era necessário apresentar comportamento culto, condições de</p><p>argumentação e para o debate, entre outras características semelhantes.</p><p>JÜRGEN HABERMAS</p><p>Jürgen Habermas (1929) é um filósofo alemão e um dos mais influentes sociólogos do pós-guerra.</p><p>É conhecido por suas teorias sobre a razão comunicativa e considerado um dos mais ilustres</p><p>representantes da segunda geração da Escola de Frankfurt.</p><p>Fonte: ebiografia.com</p><p>O autor elucida as categorias do que é público e privado a partir da origem grega. Tais categorias</p><p>foram transmitidas pelos preceitos romanos durante a Idade Média e somente no Estado moderno</p><p>ganharam</p><p>aplicação processual jurídica. Na Grécia Antiga, o patriarca protagonizava o contexto familiar</p><p>de modo que todos os membros estavam submetidos a ele. O patriarca (homem livre) era aquele que</p><p>exercia sua liberdade na esfera pública. Habermas demonstra, com a leitura dessa estrutura, que as</p><p>duas esferas representavam um único poder.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Joyce Nelson / Shutterstock.com</p><p>No que se refere à sociedade feudal, não poderia comprovar uma separação entre as esferas, uma vez</p><p>que o senhor fundiário era a representação do poder. Para Habermas (2003, p. 20), trata-se de uma</p><p>representação da dominação, “ao invés de o fazer pelo povo, fazem-no perante o povo”. Essa ideia de</p><p>representação está ligada intrinsecamente a atributos de determinado ator social, cujo código</p><p>comportamental é classificado como nobre.</p><p> EXEMPLO</p><p>No Brasil, o conceito de patriarcalismo já foi utilizado para explicar, por exemplo, o tema da corrupção –</p><p>que veremos na próxima seção.</p><p>A Europa (séc. XVII-XVIII) é o local de origem da esfera pública burguesa, indivíduos privados que se</p><p>reuniam para debater com as autoridades a regulação da sociedade civil e a própria conduta do Estado.</p><p>Por isso, a esfera pública passou a guardar relação direta com as questões políticas.</p><p>Como poucos sabiam ler, a imprensa produzia para a esfera pública composta pelo leitor burguês.</p><p>Somente a comercialização da comunicação de massas transformou o que era foro privilegiado de</p><p>debate em outro campo de consumo cultural. A esfera pública se converteu em um mundo fictício</p><p>controlado pela chamada indústria cultural (ADORNO; HORKHEIMER, 1985).</p><p>SAIBA MAIS SOBRE INDÚSTRIA CULTURAL</p><p>O termo nasceu em 1947, quando os autores se propuseram analisar o mundo das artes em relação aos</p><p>avanços da tecnologia produzidos pela Revolução Industrial e pelo capitalismo. Indústria cultural se</p><p>refere à produção em massa, muito comum nas indústrias, nas fábricas, e que foram adaptadas à</p><p>produção de artes. Em outras palavras, a indústria fomenta (com as técnicas do sistema capitalista) uma</p><p>nova forma de se produzir arte e cultura. Exemplo: se o filme com gênero aventura possui um consumo</p><p>expressivo, a indústria cinematográfica se concentrará nesse tipo de produção; se a música pop gera</p><p>lucro, a gravadora buscará músicos que produzam tal conteúdo. Podemos concluir que os objetivos da</p><p>indústria cultural visam:</p><p>Ao lucro</p><p>À manutenção do pensamento dominante para que a cultura se mantenha como processo de</p><p>manobra da população.</p><p>Esse segundo elemento traz uma questão complexa no que se refere à produção por demanda, pois a</p><p>produção também pode ser inovadora para se construir uma nova forma de dominação.</p><p>Habermas (2003) aponta que, no transcorrer da história, leitores se transformam em consumidores de</p><p>informações sensacionalistas (modelo considerado altamente comercial). A esfera pública se transforma,</p><p>portanto, em teatro e faz da política (nesse caso, a democracia) um espetáculo de manipulação em que</p><p>líderes e partidos buscam rotineiramente o consentimento de uma população despolitizada. Por conta</p><p>disso, Habermas considera que a esfera pública só pode ser reconstruída quando:</p><p>O princípio crítico de publicidade é afirmado e colocado em prática.</p><p>Os processos burocráticos e de tomadas de decisões do Estado são limitados e devidamente</p><p>controlados.</p><p>Os conflitos de interesses estruturais são relativizados.</p><p>E QUANDO PODEMOS DATAR A SEPARAÇÃO ENTRE</p><p>AS ESFERAS?</p><p>RESPOSTA</p><p>javascript:void(0)</p><p>Pelo menos teoricamente, ocorre no contexto moderno.</p><p>O século XVIII foi palco de um processo de polarização onde o poder feudal, representado pela Igreja,</p><p>foi esfacelado, resultando na distinção entre público e privado. Habermas aponta que, nesse ambiente,</p><p>surgiu a esfera pública burguesa, na qual a movimentação de mercadorias e de informações constituiria</p><p>o próprio comércio capitalista oitocentista. Como podemos perceber, a concepção histórica da esfera</p><p>pública burguesa possui alguns níveis, e um deles é o nível da história socioeconômica, o que acentua o</p><p>caráter de classe (SILVA, 2002).</p><p>Habermas (2003) explica ainda que a interpenetração entre Estado e sociedade resulta da seguinte</p><p>dialética:</p><p>Por um lado, encontra-se a transferência de competências do Estado para grupos corporativos da</p><p>sociedade.</p><p></p><p>Por outro lado, está a estatização da sociedade quando o Estado se estende aos setores privados –</p><p>onde a esfera pública burguesa desenvolveu-se.</p><p>Ele entende que o sistema capitalista explica a centralização do poder estatal e sua intervenção na</p><p>sociedade influenciada sobretudo pela classe burguesa. Todavia, a repolitização da esfera pública</p><p>formada por indivíduos privados fez com que a família patriarcal burguesa perdesse determinadas</p><p>funções. Como consequência, a família se ocupou cada vez mais do privado, enquanto a esfera social</p><p>do trabalho inclinou-se mais ao público.</p><p>Mesmo com a mudança estrutural familiar, o que ajudou a distinguir o público do privado, houve uma</p><p>nova configuração na relação entre as esferas, chamada de “refeudalização da esfera pública”.</p><p>Isso ocorre quando a esfera pública da sociedade civil assume características feudais, por exemplo a</p><p>linguagem na mídia. O poder seria garantido pela linguagem, em que a leitura de livros, revistas e</p><p>outros ocorreria por meio de consumo acrítico pelas famílias. Aqui, retomamos a questão da indústria</p><p>cultural. Sociologicamente, o declínio da esfera pública literária resulta em dois grupos:</p><p>Fonte: Golden Brown / Shutterstock.com</p><p>O grupo de especialistas, capazes de construir discurso público.</p><p>Fonte: oneinchpunch / Shutterstock.com</p><p>A massa de consumidores acríticos e passivos.</p><p>A política é um alvo em potencial quando falamos desse tipo de produção. No Brasil, por exemplo,</p><p>políticos contratam profissionais em marketing a fim de venderem uma imagem ideal para os eleitores;</p><p>os seus discursos são montados para “agradar à freguesia”. As categorias políticas, econômicas e</p><p>sociais são utilizadas por elites para desviarem a atenção dos reais problemas do país. Uma dessas</p><p>categorias é o patrimonialismo, utilizado para explicar a fonte da corrupção nacional.</p><p>INDUSTRIA CULTURAL E O PÚBLICO/ PRIVADO</p><p>Assista ao vídeo a seguir para aprender mais a respeito do conceito de Indústria Cultural e sua</p><p>interferência na percepção do público/privado nas sociedades contemporâneas.</p><p>DO COMBATE À CORRUPÇÃO</p><p>A instrumentalização técnica é um traço marcante do capitalismo (DUFOUR, 2008). Ela consome corpos</p><p>(“corpos produtivos”) e espíritos. A racionalidade liberal torna pessoas em objeto, tratando-as como algo</p><p>negociável. A sua única preocupação é com o lucro. O resultado dessa racionalidade é a</p><p>dessimbolização, ou seja, quando limites e valores da civilização são tratados sem a devida</p><p>importância. Por exemplo, quando valores como “liberdade” e “verdade” são discutidos e tratados como</p><p>mercadoria.</p><p>Fonte: fran_kie/ Shutterstock.com</p><p>A dessimbolização faz com que o indivíduo, o eleitor, o sujeito participante de uma democracia, tenha</p><p>sua visão alterada, tornando-o cada vez mais acrítico. Uma das ferramentas utilizadas para essa</p><p>dessimbolização é o esvaziamento da linguagem. Esse esvaziamento representa a distorção da</p><p>realidade. Na política, isso ocorre quando se reduz o adversário a “inimigo”, por meio da percepção</p><p>“antagônica” (MOUFFE, 2015) e os valores democráticos não são devidamente considerados. Por fim, o</p><p>eleitor procura eleger a partir de categorias morais e acríticas.</p><p>Nesse ambiente, até o combate à corrupção pode tornar-se mercadoria. Há autores que consideram a</p><p>existência de consumidores ávidos pelo tema porque foram formatados para absorverem quaisquer</p><p>notícias (CASARA, 2017). A publicidade é uma face curiosa nesse processo: por um lado, o rendimento</p><p>de proprietários dos meios de comunicação de massa; por outro, seu uso político para a construção de</p><p>“verdades” por conveniência, ou seja, as fake news.</p><p>Diante de tantas notícias fabricadas, o que não</p><p>é verdade sobre a corrupção?</p><p>Não discutimos a sua existência, pois sabemos que ela existe em pequenas e grandes escalas. Porém,</p><p>precisamos refletir, com base em autores nacionais, sobre como o combate à corrupção passa por, pelo</p><p>menos, duas vias: a primeira é a corrupção real tornada um produto (mercado), que pode ser atestada</p><p>pela exposição teórica da seção anterior; a segunda, a discussão sobre o motor (os responsáveis) da</p><p>corrupção nacional. Saiba mais a seguir:</p><p>A CORRUPÇÃO COMO PRODUTO</p><p>O empobrecimento (esvaziamento) da linguagem tem como objetivo negar análises mais sofisticadas,</p><p>havendo assim uma aproximação do anti-intelectualismo. Esse é o papel (CASARA, 2017) do</p><p>neoliberalismo: substituir a crítica pelo indivíduo acrítico e consumidor. As redes sociais, por exemplo,</p><p>são uma ferramenta que favorece a ligeireza da leitura.</p><p>Pequenos textos são adequados ao gosto do consumidor justamente para tornar a informação atrativa</p><p>e incitar o seu compartilhamento em grupos familiares, de amigos e outros.</p><p>Poderíamos classificar como intenção de reproduzir efeitos de verdade aquilo que foi imposto por</p><p>grupos dominantes cujo interesse é moldar a realidade de acordo com suas ideologias de mercado.</p><p>A corrupção, além de contribuir para uma divisão de classes cada vez maior e impossibilitar que serviços</p><p>públicos de qualidade estejam a serviço da sociedade, tornou-se uma espécie de espetáculo a ser</p><p>vendido. Um dos elementos que fomentam tal espetacularização é a moralização da política. A causa</p><p>de combate à corrupção no Brasil, capitaneada pela Operação Lava Jato, por exemplo, ilustra bem</p><p>como a moralização da política incide sobre a lógica sistêmica da política, especialmente com a</p><p>condenação moral e jurídica da negociação entre partidos e políticos, o que dificulta a formação de</p><p>maiorias governamentais e agrava os efeitos da crise programática.</p><p>A intervenção da Lava Jato (REIS, 2017) no sistema político não considera as características do sistema</p><p>que favorece as chances eleitorais daqueles políticos envolvidos em esquemas ousados de</p><p>movimentação financeira nada transparente. A operação observa a corrupção apenas como um</p><p>problema moral na relação entre pessoas, e não como um problema das regras de financiamento e da</p><p>organização do sistema eleitoral como um todo. Com isso, destrói as estruturas formais e informais</p><p>específicas da política, sem as quais o próprio sistema político não poderia se autotransformar no</p><p>sentido de enfrentar com eficácia a corrupção. Sem a estabilização de relações de confiança na troca de</p><p>apoios e no ajuste informal de interesses, o sistema político não consegue encadear decisões</p><p>coletivamente vinculantes com o alcance e a eficácia necessários para um combate institucionalizado da</p><p>corrupção.</p><p>As semelhanças com a moralização não religiosa são evidentes: a política e o debate público são</p><p>transformados em polarizações sensacionalistas que absolutizam o código moral que:</p><p>DIVIDE OS ADVERSÁRIOS EM BINÁRIOS MANIQUEÍSTAS</p><p>QUE FACILMENTE PASSAM DE UMA PAUTA</p><p>MACROSSOCIAL PARA O FOCO NA MORAL OU ÉTICA DE</p><p>UM GRUPO OU INDIVÍDUO.</p><p>(MACHADO; MISKOLCI, 2019, p. 958)</p><p>No campo do combate à corrupção, isso cria oportunidades de poder para a moralização religiosa na</p><p>política, especialmente com a vinculação entre religião e meios de comunicação de massa. Esse vínculo</p><p>pode funcionar como recurso para punição moral de políticos e partidos, que terá seu desdobramento</p><p>em lucros e dominação.</p><p>O MOTOR DA CORRUPÇÃO NACIONAL</p><p>No Brasil, muito já se escreveu sobre o combate à corrupção. Um dos principais fatores afirmados como</p><p>responsáveis pela corrupção é o sistema patrimonialista. Mas é importante esclarecer que nosso país</p><p>não pode ser classificado como o único em que a corrupção se encontra presente.</p><p>O Brasil (SOUZA, 2017; 2018) não protagoniza a corrupção no mundo. Mas, para entender isso, é</p><p>necessário desmontar as categorias de análise produzidas por intelectuais para se entender a</p><p>sociedade brasileira e demonstrar que a desigualdade deve ser refletida a partir da escravidão, e não da</p><p>herança de um Estado corrupto.</p><p>Um dos conceitos problematizados por Souza (2018) é justamente o de patrimonialismo. Em relação à</p><p>desigualdade social, o autor acredita que a classe média é vítima em todo o processo, mas, ao mesmo</p><p>tempo, um braço responsável por ampliar tal distanciamento social.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Manipulada pela mídia, essa classe tornou-se seletiva na operação Lava Jato, por exemplo.</p><p>Segundo Souza, a fim de esconder a verdadeira corrupção da qual o país é vítima, desvia-se a atenção</p><p>para o patrimonialismo enquanto a nação é subtraída por transações globais.</p><p>A lógica do funcionamento do mercado e da elite dominante se tornam invisíveis nessa conjuntura;</p><p>apenas a esfera estatal tem notoriedade. Nesse ambiente, o ator social não consegue compreender o</p><p>que produz e como produz – ou o que é produzido e como é produzido. Não é possível, portanto,</p><p>enxergar na esfera pública as relações de subordinação. Nesse ponto, exorta que são as falsas ideias</p><p>que fazem as pessoas de tolas. E o efeito de tolos é o produto do esforço para quem os engana e</p><p>oprime.</p><p>A causa fundamental do declínio do sistema democrático (CROUCH, 2004) é o desequilíbrio entre os</p><p>interesses corporativos e de outros grupos, o que leva a face da política a ser novamente notada como</p><p>um negócio de elites fechadas, como nos tempos pré-democráticos. Essa visão de Crouch coaduna com</p><p>a de Souza (2018). Ambos acreditam que o motor da corrupção é o mercado dirigido por interesses das</p><p>elites e que os políticos seriam apenas a chamada “ponta do iceberg”.</p><p>INTELECTUAIS</p><p>Lançando mão de uma das principais obras do pensamento social brasileiro, a saber, Raízes do</p><p>Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, Souza (2017, p. 8) aponta que o sucesso desta obra</p><p>clássica ocorreu por conter ali uma “narrativa totalizadora” e uma legitimação “para uma</p><p>dominação oligárquica e antipopular com a aparência de estar fazendo crítica social”. O conceito</p><p>de patrimonialismo utilizado para definir a política nacional por Sérgio Buarque (seguido por</p><p>Raymundo Faoro, com definições históricas, e Fernando Henrique Cardoso, que o transforma em</p><p>teoria) é apontado como uma ideia para legitimar interesses econômicos de uma elite que, além de</p><p>dominar o mercado, é a real fonte do poder e da corrupção no país, gerando, assim, extrema</p><p>desigualdade social.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. VIMOS NESTE MÓDULO, A PARTIR DE J. HABERMAS, A DISTINÇÃO ENTRE</p><p>AS ESFERAS PÚBLICA E PRIVADA. ASSINALE ABAIXO A ALTERNATIVA NÃO</p><p>QUE CORRESPONDE AOS CONCEITOS:</p><p>A) A esfera pública é onde atores públicos e privados discutem assuntos públicos.</p><p>B) Não se pode comprovar a separação entre as esferas pública e privada na sociedade feudal.</p><p>C) A divisão das esferas pública e privada pode ser datada no contexto moderno.</p><p>D) Na sociedade grega antiga, o homem livre (patriarca) exercia sua liberdade na esfera pública.</p><p>E) A esfera privada é onde indivíduos públicos e privados discutem assuntos que dizem respeito ao</p><p>privado.</p><p>2. EXISTEM MUITAS JUSTIFICATIVAS E APONTAMENTOS SOBRE O</p><p>PROTAGONISMO DA CORRUPÇÃO NO BRASIL. A PARTIR DO QUE FOI</p><p>ESTUDADO, ESPECIALMENTE DOS FUNDAMENTOS DE A ELITE DO ATRASO:</p><p>DA ESCRAVIDÃO À LAVA JATO (SOUZA, 2017), PODEMOS AFIRMAR QUE O</p><p>CONCEITO QUE AJUDA A MASCARAR O VERDADEIRO MOTOR DA</p><p>CORRUPÇÃO NACIONAL É:</p><p>A) O patrimonialismo</p><p>B) A escravidão</p><p>C) A elite</p><p>D) A classe média</p><p>E) O mercado</p><p>GABARITO</p><p>1. Vimos neste módulo, a partir de J. Habermas, a distinção entre as esferas pública e privada.</p><p>Assinale abaixo a alternativa não que corresponde aos conceitos:</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>Teórica e objetivamente, podemos entender a esfera pública como lugar em que indivíduos públicos e</p><p>privados discutem os assuntos públicos. Deve ser o ambiente em que se garante as ideias e os</p><p>posicionamentos dos indivíduos: sejam pessoais sejam representante de algum segmento da sociedade.</p><p>Isso não ocorreria, necessariamente, na esfera privada.</p><p>2. Existem muitas justificativas e apontamentos sobre o protagonismo da corrupção no Brasil. A</p><p>partir do que foi estudado, especialmente dos fundamentos de A elite do atraso: da escravidão à</p><p>Lava Jato (SOUZA, 2017), podemos afirmar que o conceito que ajuda a mascarar o verdadeiro</p><p>motor da corrupção nacional é:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>Souza alerta que, a fim de esconder a verdadeira corrupção da qual o país é vítima, desvia-se a atenção</p><p>para o patrimonialismo enquanto a nação é subtraída por transações globais.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Identificar os grupos identitários nacionais no processo democrático</p><p>PERSPECTIVAS TEÓRICAS DA DEMOCRACIA</p><p>INCLUSIVA</p><p>O filósofo político e economista Takis Fotopoulos (1997) fundou o movimento democracia inclusiva.</p><p>Em sua visão, não se trata de uma teoria, mas de experiências recolhidas da história produzidas por</p><p>setores socialistas e democráticos. Sua obra Towards an inclusive democracy (Rumo a uma Democracia</p><p>Inclusiva) é uma resposta tanto ao triunfo do neoliberalismo quanto ao que ele entende por fracasso do</p><p>socialismo.</p><p>Fonte: Wikipédia</p><p>Fotopoulos (1997) oferece uma alternativa filosófica diante da crise mundial da concentração do poder</p><p>em determinada esfera.</p><p>A sociedade possui esferas distintas, mas que se conectam, como a política, a economia, a ecologia etc.</p><p></p><p>Quando o poder é concentrado apenas na economia, por exemplo, os outros quadros são impactados</p><p>negativamente.</p><p>Embora o filósofo grego seja um crítico do socialismo dos países comunistas antigos, seu argumento</p><p>reage contra os social-democratas, uma vez que estes entendem que o controle estatal do mercado é</p><p>suficiente para se alcançar a justiça social.</p><p>Fotopoulos responsabiliza o neoliberalismo pela crise social e ambiental, que cresce constantemente, e</p><p>sugere como resposta a democracia inclusiva. Em sua visão, a extensão do mercado jamais foi algo</p><p>inevitável. A história do sistema capitalista não se trata apenas de acumulação de capital, mas do</p><p>resultado de lutas entre o grupo que controla o mercado e o restante da sociedade.</p><p>MAS O QUE SIGNIFICA DEMOCRACIA INCLUSIVA?</p><p>RESPOSTA</p><p>Fotopoulos a define do seguinte modo:</p><p>A ESTRUTURA INSTITUCIONAL QUE VISA À DISTRIBUIÇÃO</p><p>IGUALITÁRIA DO PODER POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL</p><p>[...] EM OUTRAS PALAVRAS, COMO O SISTEMA QUE VISA À</p><p>ELIMINAÇÃO EFETIVA DA DOMINAÇÃO HUMANA SOBRE</p><p>OUTROS SERES HUMANOS.</p><p>(1997, p. 206)</p><p>Importante lembrar que a democracia inclusiva não é um modelo econômico, mas um projeto político</p><p>mais amplo e que integra a esfera em questão.</p><p>A democracia inclusiva trata-se de uma forma de organização que busca reintegrar a sociedade aos</p><p>temas da economia, da política e da natureza. Todas essas esferas são impactadas pela concentração</p><p>de poder situada em grupos de diferentes elites.</p><p>A democracia inclusiva seria a única capaz de viabilizar uma solução para sair da crise, pois baseia-se</p><p>na distribuição igualitária de poder, e não na concentração. Em outras palavras, nesse modelo</p><p>democrático, a esfera pública não inclui apenas a esfera política (de tomada de decisões, do exercício</p><p>do poder político), mas também a área econômica (exercício do poder político e econômico) e a</p><p>ecológica (relações entre a sociedade e a natureza). Neste caso, ao contrário da esfera privada, a</p><p>pública abarca diferentes áreas em que decisões podem ser tomadas de maneira coletiva e</p><p>javascript:void(0)</p><p>democrática. O modelo proposto por Fotopoulos não requer uma espera para que haja sua evolução,</p><p>pois ele pode ser criado a qualquer momento. Em suas palavras:</p><p>O OBJETIVO IMEDIATO DEVE SER A CRIAÇÃO, A PARTIR</p><p>DE BAIXO, DAS CLASSES POPULARES DE PODER</p><p>POLÍTICO E ECONÔMICO, ISTO É, O ESTABELECIMENTO</p><p>DE BASES LOCAIS E O DOMÍNIO PÚBLICO DA</p><p>DEMOCRACIA DIRETA E ECONÔMICA QUE, EM ALGUM</p><p>MOMENTO, IRÁ CONFEDERAR A FIM DE CRIAR AS</p><p>CONDIÇÕES PARA O ESTABELECIMENTO DE UMA NOVA</p><p>SOCIEDADE.</p><p>(FOTOPOULOS, 1997, p. 284)</p><p>Sua tese apresenta a democracia inclusiva como inevitável por causa da lógica do sistema de mercado</p><p>capitalista e o poder de suas elites que, consequentemente, gerenciam a cadeia de corrupção,</p><p>controlam as finanças, controlam o próprio mercado e capitulam ao neoliberalismo. E quais são seus</p><p>argumentos? O autor considera quatro componentes básicos. São eles: a democracia política/direta;</p><p>democracia econômica; democracia social; democracia ecológica. Vejamos as definições:</p><p>A DEMOCRACIA POLÍTICA OU DIRETA</p><p>A autoridade é do demos, do povo, na esfera pública. Em outras palavras, na democracia política, é a</p><p>coletividade que toma as decisões sobre assuntos políticos de maneira direta, sem representatividade,</p><p>uma vez que a democracia representativa não é eficaz, é uma falsa representação do povo. Portanto, na</p><p>democracia direta, são as pessoas que decidem de forma coletiva sobre todos os aspectos da vida</p><p>política.</p><p>A DEMOCRACIA ECONÔMICA</p><p>A autoridade do demos é exercida sobre a esfera econômica. Pessoas responsáveis (maioridade), em</p><p>assembleia, decidem as questões econômicas que interferem nas necessidades mais básicas da</p><p>sociedade, como saúde, educação, segurança etc. Na democracia inclusiva, a propriedade privada não</p><p>deve existir e os recursos produtivos devem pertencer ao demos (que seria a propriedade demótica dos</p><p>meios de produção).</p><p>A DEMOCRACIA NO NÍVEL SOCIAL ABRANGENTE</p><p>Refere-se ao micronível, aos ambientes do trabalho, da casa, do espaço da educação. A democracia</p><p>nessa esfera significa a distribuição igualitária do poder.</p><p>A DEMOCRACIA ECOLÓGICA</p><p>Nesta esfera, o objetivo é criar condições objetivas e subjetivas de maneira que cada indivíduo na</p><p>sociedade seja devidamente (re)integrado na natureza. Aqui se pretende educar a consciência para que</p><p>a natureza não seja interpretada/usada como objeto para se alcançar lucro, uma vez que já existe uma</p><p>crise ecológica no mundo.</p><p>No Brasil, o modelo de democracia é o representativo, mas existem grupos, conhecidos como grupos</p><p>identitários, que buscam relacionar a ideia de representação com a distribuição de poder na sociedade.</p><p>Vamos conhecer um pouco mais sobre esses grupos?</p><p>DAS POLÍTICAS AFIRMATIVAS: UMA OUTRA FACE DA</p><p>DEMOCRACIA INCLUSIVA</p><p>Uma sociedade economicamente inclusiva requer representação política devida. Todos são</p><p>representados devidamente? Os grupos identitários auxiliam nesse processo?</p><p>O LIBERALISMO IDENTITÁRIO DEIXOU DE SER UM</p><p>PROJETO POLÍTICO E SE METAMORFOSEOU NUM</p><p>PROJETO DE EVANGELIZAÇÃO. A DIFERENÇA É A</p><p>SEGUINTE: EVANGELIZAR É DIZER VERDADES AO PODER.</p><p>FAZER POLÍTICA É CONQUISTAR O PODER PARA</p><p>DEFENDER A VERDADE.</p><p>(LILLA, 2018, p. 18)</p><p>O autor norte-americano Mark Lilla cita o movimento de direitos civis, mas com a intenção de</p><p>demonstrar como os direitos das mulheres, de homossexuais, dentre outros grupos, foram beneficiados</p><p>com tal movimento. Discute ainda a sociedade norte-americana e apresenta dados das décadas de</p><p>1970-80, em que cidadãos passaram a se concentrar menos na relação com o país e mais com os</p><p>diferentes grupos sociais. Sua visão crítica é que o identitarismo torna o sujeito menos inclinado ao</p><p>debate político em escala nacional.</p><p>Fonte: Luiz Bueno/ Estadão</p><p>Por outro lado, o debate acerca da representação política, do multiculturalismo e das políticas de</p><p>reconhecimento no Brasil encontra cada vez mais espaço. Importante ressaltar que dois elementos são</p><p>importantes no campo da democracia. O primeiro é a percepção quanto aos grupos representados</p><p>politicamente; segundo, quanto aos grupos subrepresentados.</p><p>MULTICULTURALISMO</p><p>Convivência de grupos distintos em um mesmo espaço territorial.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: TheVisualsYouNeed / Shutterstock.com</p><p>A luz que se acendeu para a discussão nas últimas décadas trouxe à tona os conflitos étnico-culturais e</p><p>apontou para a importância do reconhecimento público de minorias discriminadas. Reconhecer o outro é</p><p>a possibilidade de uma interação social mais saudável e menos conflituosa. O ato do reconhecimento</p><p>mútuo constitui o processo de identificação e indica, consequentemente, a própria constituição do ser</p><p>humano em sociedade.</p><p>Já na esfera do trabalho, onde a realidade contemporânea expõe o caráter precarizador das</p><p>atividades, sujeitos excluídos, ou sem chances de inclusão, são diretamente afetados econômica e</p><p>emocionalmente, com relação à sua autoestima, autoconfiança, autoimagem etc.</p><p>O debate acerca de uma construção identitária no Brasil, um país miscigenado e de desigualdades</p><p>sociais consideráveis, tem como foco a luta pelo reconhecimento a partir dos valores comuns e</p><p>compartilhados, como dignidade, liberdade, igualdade, valor social, todos garantidos pela Constituição</p><p>Federal.</p><p>Nessa esfera do trabalho, há que se sublinhar que a lógica social é marcada pela competitividade e</p><p>pelo sistema capitalista. Os chamados “diferentes” possuem outras características sociais, étnicas e</p><p>raciais e não conseguem se adequar ao modelo por questões históricas, por falta de paridade e</p><p>oportunidade, além de processos estruturais negativos construídos desde a colonização, como o</p><p>racismo.</p><p>Neste aspecto, é importante ressaltar a defesa do contexto multicultural ligado à necessidade de uma</p><p>política capaz de fomentar, nas instituições públicas, o reconhecimento das diferenças e a defesa dos</p><p>direitos especiais aos grupos que sofrem algum tipo de preconceito ou algo semelhante. Por essas e</p><p>outras, o debate acerca dos grupos sociais, das identidades e da inclusão apresenta-se como</p><p>protagonista nas lutas de movimentos sociais no Brasil.</p><p>A discussão sobre demandas sociais possui dois lados:</p><p>A defesa por políticas distributivas, aproximando-se de um discurso sobre justiça.</p><p>A defesa por políticas de reconhecimento e representação, onde se argumenta a necessidade de</p><p>reconhecer as diferentes identidades dos grupos sociais.</p><p>E qual seria o ponto de convergência entre ambos? As estratégias políticas buscam dar visibilidade a</p><p>grupos que são historicamente marcados pela exclusão e vários tipos de violências, tentando promover</p><p>a paridade de participação.</p><p>E O QUE SIGNIFICA AÇÃO AFIRMATIVA?</p><p>Trata-se de um conjunto de políticas em que todas as pessoas devem ser tratadas de maneira</p><p>igualitária. A falta de oportunidades iguais é o fator responsável por impedir o acesso desses indivíduos</p><p>a determinados lugares de poder e de produção de conhecimento. Qualquer processo discriminatório</p><p>(racismo, xenofobia, machismo, homofobia) constrói estereótipos que resultam em classificações de</p><p>subcidadania e precariedade civil, tais como: pessoas inferiores ou incapazes etc. Essas ações</p><p>discriminatórias impedem determinados grupos (LGBTQIA+, negros, mulheres, dentre outros) de</p><p>alcançarem o devido reconhecimento e valorização social.</p><p>Para entendermos um pouco melhor, vamos imaginar as seguintes situações, frequentes em nossa</p><p>realidade:</p><p>Um membro da comunidade LGBTQIA+ não é contratado para um emprego devido ao seu gênero.</p><p>Uma mulher negra que, mesmo sendo qualificada, não consegue lograr êxito na mesma empresa</p><p>em que trabalha um homem ou uma mulher branca.</p><p>Um jovem negro que, após entrevista de emprego, não é contratado por não ter “aparência</p><p>desejada”.</p><p>O que há de semelhante em todos esses casos? Os personagens em questão não correspondem ao</p><p>“modelo eurocentrado” (homem, heterossexual, branco, cristão etc.) e, por conta disso, foram vítimas de</p><p>processos discriminatórios. Muitas vezes, nesses casos, não há um tipo de punição para os</p><p>responsáveis pela discriminação, que somente oferecem respostas neutras e/ou naturalizadas para</p><p>justificar suas ações. A ação afirmativa surgiu para tentar transformar essa realidade.</p><p>O objetivo das ações afirmativas (GEMAA, 2011) é a política focal para combater todo o tipo de</p><p>discriminação (étnica, religiosa, racial, gênero) e aumentar a participação de minorias no processo</p><p>político, bem como no acesso a questões básicas como saúde, educação, emprego, reconhecimento</p><p>cultural. Assim, não apenas as políticas públicas, mas também as privadas, devem se voltar para o que</p><p>define a Constituição Federal: a igualdade material, neutralização da discriminação (de qualquer ordem),</p><p>dentre outras questões semelhantes.</p><p>E POR QUE AS AÇÕES AFIRMATIVAS SÃO VISTAS</p><p>COMO MEDIDAS ESPECIAIS?</p><p>RESPOSTA</p><p>Porque agem com foco nos grupos excluídos/marginalizados. Elas são temporárias, pois terminam após</p><p>alcançarem seus objetivos, e suas ações podem ser realizadas pelo Estado ou por iniciativa privada.</p><p>Falamos do Brasil, mas há muitos outros países com experiências em políticas afirmativas, por exemplo:</p><p>México, Bolívia, Equador, Paraguai, Argentina, Peru, África do Sul, Índia, dentre outros.</p><p>Quais são as leis brasileiras com histórico de políticas afirmativas?</p><p>LEI 5.452/1943</p><p>LEI 5.465/1968</p><p>LEI 8.112/1990</p><p>LEI 9.504/1997</p><p>LEI 10.639/2003</p><p>LEI Nº 12.990/2014</p><p>LEI 5.452/1943</p><p>javascript:void(0)</p><p>A Lei dos Dois Terços (5.452/1943), promulgada na era Vargas, em que 2/3 dos trabalhadores de uma</p><p>empresa deveriam ser brasileiros.</p><p>LEI 5.465/1968</p><p>A Lei do Boi (5.465/1968), com reserva de vagas para agricultores e filhos de agricultores nos ensinos</p><p>médio e superior.</p><p>LEI 8.112/1990</p><p>A Lei de Cotas (8.112/1990), em que portadores de deficiência física têm cotas para o serviço público.</p><p>LEI 9.504/1997</p><p>A Lei de cotas para mulheres em candidaturas partidárias (9.504/1997).</p><p>LEI 10.639/2003</p><p>A Lei 10.639/2003, que tornou o ensino de História e da Cultura Africana obrigação no sistema</p><p>educacional (público e privado) brasileiro.</p><p>LEI Nº 12.990/2014</p><p>Reserva aos negros de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para</p><p>provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das</p><p>autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista</p><p>controladas pela União.</p><p>As políticas afirmativas pretendem subtrair do imaginário coletivo a ideia de superioridade de um grupo</p><p>diante de outro, assim como denunciar as discriminações e violências.</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>Na esfera econômica, o objetivo é combater as desigualdades, estabelecendo acordos de inclusão no</p><p>mercado de trabalho e discutindo medidas de prevenção e enfrentamento ao racismo institucional.</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>Na política, visa aumentar a representatividade desses grupos identitários, construir cadastro de</p><p>programas de ações afirmativas tanto nos três poderes do Governo, quanto em iniciativas privadas.</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>Na segurança, busca reduzir as mortes por homicídio da juventude negra.</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>Na sociedade, tem como meta apoiar e criar campanhas de conscientização e valorização do respeito</p><p>às diferenças.</p><p>IDENTITARISMO E REPRESENTATIVIDADE</p><p>Assista a seguir ao vídeo que irá esclarecer, por meio de exemplos, a complexa relação entre os</p><p>conceitos de identitarismo e representatividade.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você responda corretamente a uma das</p><p>seguintes questões:</p><p>1. TAKIS FOTOPOULOS ESCREVEU SOBRE UM MOVIMENTO CONHECIDO</p><p>COMO DEMOCRACIA INCLUSIVA, OBSERVANDO EXPERIÊNCIAS DE OUTROS</p><p>MOVIMENTOS HISTÓRICOS. A DEMOCRACIA INCLUSIVA POSSUI ALGUNS</p><p>COMPONENTES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A</p><p>ESSES COMPONENTES:</p><p>A) Democracia direta</p><p>B) Democracia econômica</p><p>C) Democracia social</p><p>D) Democracia racial</p><p>E) Democracia ecológica</p><p>2. DE ACORDO COM AS AÇÕES AFIRMATIVAS QUE, SUMARIAMENTE, BUSCAM</p><p>A IGUALDADE E A JUSTIÇA NA SOCIEDADE, PODEMOS CONSIDERAR QUE</p><p>DETERMINADOS GRUPOS SOCIAIS NÃO SÃO, EM SUA GRANDE MAIORIA,</p><p>TRATADOS COM DISCRIMINAÇÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA.</p><p>À QUAL GRUPO ESTAMOS NOS REFERINDO?</p><p>A) Membros da comunidade LGBTQIA+</p><p>B) Membros das elites</p><p>C) Negros</p><p>D) Índios</p><p>E) Mulheres</p><p>GABARITO</p><p>1. Takis Fotopoulos escreveu sobre um movimento conhecido como democracia inclusiva,</p><p>observando experiências de outros movimentos históricos. A democracia inclusiva possui</p><p>alguns componentes. Assinale a alternativa que não corresponde a esses componentes:</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>O autor considera quatro componentes básicos: a democracia política/direta; democracia econômica;</p><p>democracia social; democracia ecológica. Em sua proposta, não se apresenta minorias especificamente,</p><p>pois seu objetivo é abarcar todos os indivíduos em sua democracia inclusiva. Assim, a questão racial</p><p>estaria presente, por exemplo, na sua preocupação com a democracia social.</p><p>2. De acordo com as ações afirmativas que, sumariamente, buscam a igualdade e a justiça na</p><p>sociedade, podemos considerar que determinados grupos sociais não são, em sua grande</p><p>maioria, tratados com discriminação na sociedade brasileira.</p><p>À qual grupo estamos nos referindo?</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>Essas ações impedem determinados grupos (LGBTQIA+, negros, mulheres, dentre outros) de</p><p>alcançarem o devido reconhecimento e valorização social. Embora o termo “elite” seja bastante</p><p>genérico, é senso comum que representa os indivíduos possuidores das condições sociais que os</p><p>estabelecem na sociedade, sem carências, em diversos âmbitos. E são exatamente tais carências que</p><p>necessitam ser suprimidas para que haja igualdade em um determinado grupo social.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Como observamos, a democracia não é um sistema totalmente consolidado, e sim um regime que</p><p>necessita de constante recuperação, reestruturação e renovação. Na história brasileira, há registros</p><p>de eleições suspensas e indiretas, ditaduras, cassações políticas. A democracia, embora não seja</p><p>perfeita, é o sistema que garante, minimamente, a representação do povo. Ainda que, na prática, essa</p><p>representação não contemple a todos, a política de ações afirmativas busca criar condições a fim de que</p><p>o maior número de pessoas seja assistido. Embora haja diferentes argumentos, teorias e projetos para o</p><p>sistema de governo, o Brasil segue com sua democracia representativa, pluripartidária e eleições diretas</p><p>regulares. Segue, igualmente, sua luta contra a corrupção, suas interpretações acerca da sociedade e</p><p>suas lutas quanto a uma maior inserção dos grupos “excluídos” em todos os setores.</p><p>FALA, MESTRE!</p><p>Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as informações que tornaram suas trajetórias</p><p>únicas e brilhantes, sempre em conexão com o tema que você acabou de estudar! Aqui você encontra</p><p>entretenimento de qualidade conectado com a informação que te transforma.</p><p>A relação entre Estado e mercado</p><p>Sinopse: José Luiz Niemeyer, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec RJ, e</p><p>Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc, conversam sobre a relação entre o Estado e o Mercado.</p><p>Sinopse: José Luiz Niemeyer, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec RJ, e</p><p>Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc, conversam sobre a relação entre o Estado e o Mercado.</p><p>CONQUISTAS</p><p>VOCÊ ATINGIU OS SEGUINTES OBJETIVOS:</p><p> Descreveu o panorama da democracia no Brasil e seu sistema de representação</p><p> Comparou as esferas pública e privada no contexto do combate à corrupção</p><p> Identificou os grupos identitários nacionais no processo democrático</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.</p><p>BOBBIO, N.; et al (orgs). ). Dicionário de Política– Vol. 1. 11ªed. Brasília: UnB, 1998.</p><p>CASARA, R. R.R. Processo penal do espetáculo. Rio de Janeiro: Tirant Lo Blanch, 2017.</p><p>CROUCH, C. Post-democracy. Nova Jersey: Wiley, 2004.</p><p>DAHL, R. A Poliarquia: participação e oposição. São Paulo: EDUSP, 1997.</p><p>FAUSTO, B. História do Brasil 12ªed. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2006.</p><p>FERNANDES, F. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de Interpretação sociológica. São Paulo:</p><p>Global, 2006.</p><p>FOTOPOULOS, T. Towards an inclusive democracy: the crisis of the growth economy and the need</p><p>for a new liberatory project. London: Cassel, 1997.</p><p>GALVÃO, D. G. Crise de representação dos partidos políticos no Brasil (2000-2015): uma</p><p>perspectiva comparada. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.</p><p>GLASENAPP, R. O impeachment na Constituição Federal de 1988: de Sarney a Temer. Londrina-PR:</p><p>Thoth, 2018.</p><p>GOHN, M. G. . Participação e democracia no Brasil: : da década de 1960 aos impactos pós-junho de</p><p>2013. Petrópolis-RJ: Vozes, 2019.</p><p>GRUPO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES DA AÇÃO AFIRMATIVA - GEMAA. Ações afirmativas,</p><p>2011. In: Gemaa. Consultado em meio eletrônico em: 11 dez. 2020.</p><p>HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da</p><p>sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.</p><p>LILLA, M. O progressista de ontem e o do amanhã: desafios da democracia liberal no mundo pós-</p><p>políticas identitárias. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.</p><p>MACHADO, J.; MISKOLCI, R. Das jornadas de junho à cruzada moral: o papel das redes sociais na</p><p>polarização política brasileira. In: Sociologia e Antropologia, vol. 9, nº3, 2019, p. 945-970.</p><p>MANIN, B; PRZEWORSKI, A; STOKES, S C. Eleições e representação. In: Lua Nova, nº 67, p. 105-</p><p>138, 2006.</p><p>MIGUEL, L. F. Democracia e representação: territórios em disputa. São Paulo: Ed. Unesp, 2014.</p><p>MOUFFE, C. Sobre o político. São Paulo: Martins Fontes, 2015.</p><p>NICOLAU, J. Eleições no Brasil: do Império aos dias atuais. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.</p><p>PAES, M. H. S A década de 60: Rebeldia, contestação e repressão política. 4ªed. São Paulo: Ática,</p><p>1997.</p><p>PRZEWORSKI, A. Democracia e Mercado no Leste Europeu e na América Latina. Rio de Janeiro:</p><p>Relume-Dumará, 1994.</p><p>__________.Deliberation and Ideological Domination. In: ELSTER, Jon (org). Deliberative</p><p>Democracy. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.</p><p>PITKIN, H. F. The Cocept of Representation. Berkley: University of California Press, 1967.</p><p>REIS, B. W. A Lava Jato é o Plano Cruzado do combate à corrupção. In: Novos Estudos CEBRAP,</p><p>2017.</p><p>SCHUMPETER, J. A. Capitalism, Socialism and Democracy. New York: Harper Perennial, 1976.</p><p>SILVA, F. C. Espaço público em Habermas. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2002.</p><p>SOUZA, J. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.</p><p>__________.Subcidadania brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro. Rio de Janeiro:</p><p>Leya, 2018.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para aprender um pouco mais sobre o complexo conteúdo abordado neste tema, recomendamos:</p><p>O documentário Ditadura Militar no Brasil: de 1964 a 1985, produzido pela TVEscola, e disponível</p><p>em portais de vídeo, como YouTube.</p><p>O filme O que é isso, companheiro?, distribuído pela Columbia TriStar Filmes do Brasil, sobre a</p><p>luta armada durante o período do regime militar, no país.</p><p>A entrevista O que é democracia inclusiva?, de T. Fotopoulos, concedida a Oliver Ressler, em</p><p>2003, e disponível em portais de vídeo, como YouTube.</p><p>A reportagem O cisma do século 21, publicada na Folha de São Paulo, em 24 de abril de 2005,</p><p>que apresenta o diálogo entre Jürgen Habermas e o então Cardeal Joseph Ratzinger sobre as</p><p>bases pré-políticas e morais do Estado democrático.</p><p>O artigo Uma homenagem ao bom senso, de Walter Williams, um dos maiores economistas do</p><p>séc. XX, apresentando sua visão acerca da Ações Afirmativas.</p><p>Artigo Os três cabos de guerra que vigoram no Brasil, de Helio Beltrão, acerca da atual</p><p>Democracia Brasileira.</p><p>O livro História do Brasil, de Bóris Fausto, que apresenta todo o processo de transição, desde o fim</p><p>da Primeira República de forma clara e com grande aprofundamento.</p><p>O site oficial da Agência Câmara de Notícias, onde você pode conhecer melhor a história do voto</p><p>no Brasil.</p><p>O texto integral da Constituição, de preferência em sua versão digital encontrada na no site oficial</p><p>do Planalto, onde também é possível encontrar legislações complementares e alterações.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Nelson Lellis Ramos Rodrigues</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p>

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