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<p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Finanças Internacionais - Macroeconomia Aberta:</p><p>Teoria, Aplicações e Políticas</p><p>Capítulo 3: O mercado de câmbio</p><p>Cristina Terra</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Roteiro</p><p>1 Taxa de câmbio nominal</p><p>De�nições</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>2 Taxa de câmbio real</p><p>De�nições</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>3 Paridade da taxa de juros</p><p>De�nições</p><p>Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Outline</p><p>1 Taxa de câmbio nominal</p><p>De�nições</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>2 Taxa de câmbio real</p><p>De�nições</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>3 Paridade da taxa de juros</p><p>De�nições</p><p>Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Introdução</p><p>A taxa nominal de câmbio é um dos preços mais importantes de</p><p>uma economia, pois serve de referência para todas as transações</p><p>comerciais e �nanceiras com o resto do mundo.</p><p>O câmbio é uma variável de interesse para um amplo conjunto de</p><p>agentes, tais como importadores, exportadores, investidores</p><p>internacionais, turistas, entre outros.</p><p>Uma das primeiras relações que aprendemos em um curso de</p><p>economia é que o preço de um produto afeta os incentivos</p><p>individuais dos produtores e consumidores.</p><p>No capítulo 2 estudamos o balanço de pagamentos, que nada mais</p><p>é do que um registro contábil das relações comerciais/�nanceiras de</p><p>um país com o resto do mundo, e portanto, um registro das ofertas</p><p>e demandas por moeda estrangeira.</p><p>Neste capítulo, veremos como a taxa de cambio e outras variáveis</p><p>relevantes interagem para determinar a oferta e demanda por moeda</p><p>estrangeira.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal</p><p>Taxa de câmbio nominal: É o preço relativo de duas moedas. Ao</p><p>longo de todo o curso, a taxa nominal de câmbio será denotada por</p><p>S .</p><p>A taxa de câmbio nominal pode ser cotada de duas formas:</p><p>1 Preço da moeda estrangeira em termos de unidades da moeda</p><p>doméstica. Ex: O câmbio real/dólar de 1,8 signi�ca que são</p><p>necessários R$1,80 para comprar US$1. Denotamos essa taxa como</p><p>SBRL/USD .</p><p>2 Preço da moeda doméstica em termos de unidades da moeda</p><p>estrangeira. Ex. O câmbio dólar/real de 0,56 signi�ca que são</p><p>necessários US$0,560 para comprar R$1. Denotamos essa taxa</p><p>como SUSD/BRL.</p><p>Claramente, as duas de�nições devem estabelecer a mesma taxa de</p><p>troca entre as duas moedas, ou seja:</p><p>SBRL/USD =</p><p>1</p><p>SUSD/BRL</p><p>.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal</p><p>Por convenção, o câmbio é sempre cotado como o preço da moeda</p><p>estrangeira em termos da moeda doméstica.</p><p>Desvalorização do câmbio: Ocorre quando a moeda doméstica</p><p>passa a valer menos, isto é, quando a taxa de câmbio, que é o preço</p><p>da moeda estrangeira, S sobe.</p><p>Valorização do câmbio: Acontece quando a moeda doméstica</p><p>passa a valer mais, ou seja, quando a taxa de câmbio S cai.</p><p>A taxa de câmbio é o preço que equilibra as ofertas e demandas por</p><p>moeda estrangeira no mercado de divisas internacionais.</p><p>Quando há excesso de moeda estrangeira no mercado, seu preço</p><p>cai, isto é, a moeda doméstica se valoriza. A desvalorização da</p><p>moeda doméstica acontece quando há escassez de moeda</p><p>estrangeira no mercado.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Política cambial</p><p>O governo pode intervir diretamente no mercado de câmbio</p><p>comprando ou vendendo moeda estrangeira, e com isso afetar o seu</p><p>preço.</p><p>As transações em moeda estrangeira do governo são resumidas na</p><p>conta de reservas internacionais.</p><p>O governo pode sustentar a taxa de câmbio em nível sobreapreciado</p><p>vendendo (ofertando) moeda estrangeira no mercado, o que</p><p>representa uma redução do volume de reservas internacionais.</p><p>O governo pode sustentar a taxa de câmbio em nível subvalorizado,</p><p>comprando (demandando) moeda estrangeira no mercado, o que</p><p>representa um aumento do volume de reservas internacionais.</p><p>Em geral, o período no qual o governo pode in�uenciar a taxa de</p><p>câmbio é limitado, pois no longo prazo a moeda tende a voltar para</p><p>o equilíbrio compatível com a restrição externa intertemporal da</p><p>economia.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Múltiplas taxas de câmbio</p><p>Existem cerca de 164 moedas no mundo, no entanto, cada</p><p>país transaciona com um número restrito de moedas, o que</p><p>por sua vez, implica na existência de um elevado número de</p><p>taxas de câmbio (uma para cada moeda).</p><p>Em geral, operacionalizar a conversão física de moeda</p><p>doméstica em moeda estrangeira pode ser algo difícil de se</p><p>fazer, na prática.</p><p>Isso ocorre, pois os países costumam transacionar as moedas</p><p>dos principais parceiros comerciais e moedas comumente</p><p>usadas em todo o mundo.</p><p>Moeda-veículo: É uma moeda de grande circulação</p><p>internacional que serve como meio intermediário para</p><p>transações entre duas moedas distintas.</p><p>As principais moedas-veículo são o dólar, o euro, o iene e a</p><p>libra esterlina.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>Arbitragem: É é uma operação que aproveita distorções de preços</p><p>entre ativos para aferir lucros.</p><p>Suponha a taxa de de troca entre o euro e o dólar seja diferente na</p><p>França e nos Estados Unidos. Mais especi�camente, tomemos</p><p>S</p><p>FR</p><p>EUR/USD > 1</p><p>S</p><p>US</p><p>USD/EUR</p><p>.</p><p>Operação de arbitragem:</p><p>1 Um banco com agências nos dois países poderia transferir US$1</p><p>para a França, com esse dólar comprar SFR</p><p>EUR/USD euros.</p><p>2 Em seguida transferir os euros para os Estados Unidos e trocá-los</p><p>por SFR</p><p>EUR/USD ×S</p><p>US</p><p>USD/EUR dólares.</p><p>3 Dada a desigualdade acima, temos que SFR</p><p>EUR/USD ×S</p><p>US</p><p>USD/EUR > 1,</p><p>ou seja, o banco terminaria a transação com mais dólares do que</p><p>começou.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>Essa arbitragem feita por vários agentes provoca um aumento da</p><p>oferta de dólares na França, o que pressiona o seu preço para baixo,</p><p>valorizando o euro na França.</p><p>Tal operação provoca ao mesmo tempo um aumento da oferta de</p><p>euros nos Estados Unidos, pressionando também para baixo o seu</p><p>preço, o que valoriza o dólar nos Estados Unidos.</p><p>Em equilíbrio, as taxas se igualam, ou seja, SFR</p><p>EUR/USD = 1</p><p>S</p><p>US</p><p>USD/EUR</p><p>.</p><p>Essa é a condição de não-arbitragem que deve valer entre as taxas</p><p>de câmbio.</p><p>A condição de não-arbitragem deve também valer envolvendo três</p><p>ou mais moedas, para que não seja possível obter lucros</p><p>transacionando moedas de forma indireta. Exemplo:</p><p>SBRL/ARS = SBRL/USD ×SUSD/ARS =</p><p>SBRL/USD</p><p>SARS/USD</p><p>. (1)</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Outline</p><p>1 Taxa de câmbio nominal</p><p>De�nições</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>2 Taxa de câmbio real</p><p>De�nições</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>3 Paridade da taxa de juros</p><p>De�nições</p><p>Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Câmbio real: introdução</p><p>A taxa nominal de câmbio estabelece uma relação de troca entre</p><p>duas moedas distintas, no entanto, ela nada nos diz sobre o poder</p><p>de compra da moeda de cada país.</p><p>Do ponto de vista do comércio internacional, a taxa nominal de</p><p>câmbio oferece uma informação parcial sobre a competitividade de</p><p>um determinado país. Nesse sentido, o que determina de forma</p><p>fundamental a relação de trocas comerciais é o preço do bem na</p><p>economia doméstica e no resto do mundo.</p><p>Um país pode ter uma taxa de câmbio bastante elevada</p><p>(depreciada, no sentido do que vimos nos slides anteriores), no</p><p>entanto, caso o preço do produto �i� seja su�cientemente elevado,</p><p>será mais interessante para os habitantes desse país importá-lo do</p><p>que consumir o produto doméstico.</p><p>Dessa forma, percebemos que o nível dos preços doméstico e</p><p>externo são determinantes para de�nir o �uxo de comércio.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio real</p><p>Taxa de câmbio real: De�nida pela letra, Q, mede</p><p>o preço relativo</p><p>da cesta de bens entre os dois países e é de�nida formalmente como:</p><p>Q ≡ SP∗</p><p>P</p><p>, (2)</p><p>onde P é o índice de preços no país doméstico e P∗ o índice de</p><p>preços no país estrangeiro.</p><p>Desvalorização da taxa de câmbio real: Caracterizado por um</p><p>aumento da taxa de câmbio real Q, signi�ca que os bens</p><p>estrangeiros �cam mais caros em relação aos bens domésticos, isto</p><p>é, o poder de compra da moeda doméstica diminui.</p><p>Valorização da taxa de câmbio real: Caracterizado por uma</p><p>redução da taxa de câmbio real Q, signi�ca que os bens estrangeiros</p><p>�cam mais baratos em relação aos bens domésticos, isto é, o poder</p><p>de compra da moeda doméstica aumenta.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio real efetiva</p><p>A taxa de câmbio real é uma medida do incentivo para o indivíduo</p><p>de determinado país comprar bens locais ou importá-los.</p><p>Taxa de câmbio real efetiva: É uma média ponderada das taxas</p><p>de câmbio reais bilaterais, levando em consideração a participação</p><p>do comércio de cada parceiro no comércio total do país. É de�nida</p><p>como:</p><p>QF ≡∏</p><p>i∈I</p><p>(</p><p>SP i</p><p>P</p><p>)w i</p><p>, (3)</p><p>onde QF é a taxa de câmbio real efetiva, P i é o índice de preços no</p><p>país i e I é o conjunto de países com que o país doméstico</p><p>comercializa. w i é a participação do comércio com o país i no</p><p>comércio total do país doméstico, de�nida como w i ≡ X</p><p>i+M i</p><p>∑</p><p>j∈I</p><p>(X j+Mj)</p><p>,</p><p>onde X i e M i são as exportações e importações do país doméstico</p><p>com o país i .</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Lei de um só preço: Quando não há custo de transporte nem</p><p>impedimento algum ao comércio, a condição de não-arbitragem</p><p>deve valer, isto é, o preço de um bem deve ser o mesmo nos dois</p><p>países, quando medido na mesma moeda. Esta condição é</p><p>representada por:</p><p>SP∗b = Pb, (4)</p><p>onde Pb e P∗</p><p>b</p><p>é o preço do bem b no país doméstico e estrangeiro,</p><p>respectivamente.</p><p>Paridade Absoluta do Poder de Compra (PPC): Se o índice de</p><p>preços for calculado de forma idêntica nos países, e se não houver</p><p>custos envolvidos com o comércio internacional para nenhum bem,</p><p>o poder de compra da moeda nos dois países deve ser idêntico. Esta</p><p>relação é de�nida como:</p><p>SP∗</p><p>P</p><p>= 1= Q = QF , (5)</p><p>Nesse caso, os indivíduos estariam sempre indiferentes entre</p><p>comprar bens domésticos e bens estrangeiros.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Mais uma vez, a taxa real de câmbio igual a 1 faz com que não</p><p>existam oportunidades de arbitragem, em termos de bens.</p><p>Um motivo sempre levantado para a violação da PPC absoluta é o</p><p>fato de haver custos de transporte não nulos e, muitas vezes,</p><p>barreiras comerciais.</p><p>Caso exista um custo de transporte (τ > 0) podemos dizer que, para</p><p>um bem b deve valer:</p><p>1</p><p>1+ τ</p><p>≤ SP∗</p><p>b</p><p>Pb</p><p>≤ 1+ τ, (6)</p><p>De uma forma geral, podemos então dizer que:</p><p>1</p><p>1+ τ</p><p>≤ QF ≤ 1+ τ. (7)</p><p>É importante ressaltar, que as relações de não-arbitragem</p><p>apresentadas acima só são válidas para bens comercializáveis, isto é,</p><p>aqueles para os quais existe um mercado internacional.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Bens não-comercializáveis: São bens para os quais o custo de</p><p>transporte é tão alto em relação ao seu preço que não vale a pena</p><p>comercializá-los.</p><p>Bens diferenciados: São produtos sujeitos ao comércio, mas que</p><p>possuem características especí�cas para cada fabricante que os</p><p>diferenciam. Por isso, o preço desses bens pode ser diferente do</p><p>preço de seus concorrentes, o que afeta a sua demanda relativa.</p><p>Parte das di�culdades empíricas de validar a PPC estão associadas à</p><p>diferença na forma como os índices de preços são computados, o que</p><p>depende de características peculiares da cesta de bens de cada país.</p><p>Em suma, a existência de bens não-comercializáveis e de bens</p><p>diferenciados faz com que os preços dos bens e serviços não sejam</p><p>idênticos entre países, quando medidos na mesma moeda. Além</p><p>disso, possíveis diferenças na composição dos índices de preços</p><p>provocam diferenças no poder de compra agregado entre países.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Paridade Relativa do Poder de Compra (PPC relativa):</p><p>Segundo essa versão da PPC, variações da taxa de câmbio nominal</p><p>devem seguir variações dos preços relativos entre os bens.</p><p>Computando o logaritmo neperiano da equação (2), para em</p><p>seguida diferenciar totalmente a equação, chegamos a:</p><p>ṡt = πt −π</p><p>∗</p><p>t , (8)</p><p>onde ṡt ≡ d lnS</p><p>dt = dSt/dt</p><p>St</p><p>é a taxa de variação da taxa de câmbio</p><p>nominal no período t, πt ≡ dPt/dt</p><p>Pt</p><p>e π∗t ≡</p><p>dP</p><p>∗</p><p>t /dt</p><p>P</p><p>∗</p><p>t</p><p>são as taxas de</p><p>in�ação doméstica e estrangeira, medidas como a taxa de variação</p><p>no índice de preços, e o valor da TCR é tomado como constante.</p><p>A PPC absoluta (5) implica a paridade relativa (8), mas o contrário</p><p>não é necessariamente verdade.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Figura : Relação P/S em Economias Emergentes</p><p>Fonte: Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Figure : Relação P/S em Economias Desenvolvidas</p><p>Fonte: Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Outline</p><p>1 Taxa de câmbio nominal</p><p>De�nições</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>2 Taxa de câmbio real</p><p>De�nições</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>3 Paridade da taxa de juros</p><p>De�nições</p><p>Paridade da taxa de juros</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade da taxa de juros: introdução</p><p>Na seção anterior vimos como a taxa de câmbio afeta a oferta e</p><p>demanda por moeda estrangeira, no que se refere às transações de</p><p>bens e serviços entre os países.</p><p>Agora estudaremos o impacto do câmbio sobre as transações de</p><p>títulos entre os países.</p><p>Nas economias de mercado as decisões de investimento e poupança</p><p>podem extrapolar as fronteiras territoriais de um determinado país.</p><p>Dessa forma, um investidor brasileiro pode, eventualmente, avaliar a</p><p>possibilidade de comprar títulos americanos ou europeus, ao invés</p><p>de adquirir ativos domésticos.</p><p>Em geral, as escolhas de alocação de poupança levam em</p><p>consideração o retorno do ativo, sua liquidez e o risco a ele</p><p>associado.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Diferencial de rendimento</p><p>Um investidor brasileiro analisa a possibilidade de adquirir títulos</p><p>soberanos do Chile. Comparemos o rendimento dos dois títulos.</p><p>Título brasileiro: Ao investir R$1 no título brasileiro em t obtém-se</p><p>R$(1+it) em t+1.</p><p>Título chileno: Com R$1, compra-se $ 1</p><p>St</p><p>em títulos chilenos.</p><p>Em t+1 o título rende a taxa de juros chilena, i∗t , obtendo-se um</p><p>total de $ 1</p><p>St</p><p>(1+i</p><p>∗</p><p>t ).</p><p>Para se precaver contra o risco cambial, o investidor deve, em t,</p><p>contratar o câmbio no mercado futuro para o período t+1, à taxa</p><p>tFt+1. Em t+1 o indivíduo terá R$ tFt+1</p><p>St</p><p>(1+i</p><p>∗</p><p>t ).</p><p>Em resumo:</p><p>R$1 converte−−−−−→ $</p><p>1</p><p>St</p><p>aplica</p><p>−−−→</p><p>$</p><p>1</p><p>St</p><p>(1+i</p><p>∗</p><p>t</p><p>) converte de volta−−−−−−−−−−−−→ R$ tFt+1</p><p>St</p><p>(1+i</p><p>∗</p><p>t</p><p>)</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Diferencial de rendimento</p><p>A diferença de rendimento entre os dois título, DIFF , que é tomada</p><p>como base na escolha de qual título comprar, é dada por:</p><p>DIFF ≡ (1+it)− tFt+1</p><p>St</p><p>(1+i</p><p>∗</p><p>t ) . (9)</p><p>Outros critérios utilizados são diferenças em relação à liquidez ou ao</p><p>risco associado a eles.</p><p>Quanto maior o rendimento relativo do título brasileiro, maior será a</p><p>sua atratividade em relação ao titulo chileno, e, consequentemente,</p><p>maior será a sua demanda.</p><p>Se, no entanto, os títulos chileno e brasileiro em questão não</p><p>diferem nem relação ao seu risco nem à sua liquidez, a única</p><p>diferença entre eles passa a ser o seu retorno.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade coberta da taxa de juros</p><p>Carry trade: É uma operação através da qual investidores exploram</p><p>oportunidades</p><p>de arbitragem ao tomarem recursos emprestados em</p><p>países cuja taxa de juros é mais baixa e aplicá-los em ativos cujos</p><p>retorno são mais elevados.</p><p>Operações de arbitragem tendem a ter caráter transitório, pois o</p><p>mercado �nanceiro corrige gradativamente os desequilíbrios.</p><p>Paridade coberta da taxa de juros: Acontece quando os retornos</p><p>em aplicações �nanceiras em ativos domésticos são iguais ao</p><p>retorno da aplicação em ativos estrangeiros, corrigido pelo risco</p><p>cambial. É uma condição de acordo com a qual não é possível obter</p><p>ganhos de arbitragem através de operações de carry trade.</p><p>tFt+1</p><p>St</p><p>=</p><p>1+it</p><p>1+i</p><p>∗</p><p>t</p><p>. (10)</p><p>Sua representação em termos de logaritmo é dada por:</p><p>t ft+1− st = it − i∗t , (11)</p><p>onde s ≡ ln(S) , f ≡ ln(F )e i ≡ ln(1+i) .</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Prêmio de risco</p><p>Mesmo com perfeita mobilidade de capital, pode haver</p><p>diferenças de rendimentos entre os títulos se eles não forem</p><p>substitutos perfeitos.</p><p>Prêmio de risco: É um acréscimo de rendimento associado à</p><p>capacidade de pagamento do emissor do título.</p><p>A paridade coberta de juros, levando em conta o risco</p><p>soberano, pode ser escrita como:</p><p>it − i</p><p>∗</p><p>t</p><p>− [t ft+1− st ] = φ</p><p>s</p><p>t</p><p>, (12)</p><p>onde φ s</p><p>t</p><p>representa o prêmio de risco soberano.</p><p>O lado esquerdo da equação (12) corresponde ao diferencial</p><p>coberto de juros da equação (9) (em log), que deve ser igual</p><p>ao risco soberano no caso em que há mobilidade de capital e a</p><p>única diferença entre os títulos é o risco soberano a eles</p><p>associado.</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Paridade descoberta da taxa de juros</p><p>Paridade descoberta de juros: É análoga a de�nição da paridade</p><p>coberta para a taxa de juros, mas agora a transação não está isenta</p><p>do risco cambial.</p><p>E (St+1)</p><p>St</p><p>=</p><p>1+it</p><p>1+i</p><p>∗</p><p>t</p><p>, (13)</p><p>onde E (St+1) é a taxa de câmbio esperada para o período t+1 no período t.</p><p>Em termos de logaritmo, temos:</p><p>E (st+1)− st = it − i∗t , (14)</p><p>onde E (st+1)≡ lnE (St+1).</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Risco cambial e risco soberano</p><p>Quando há incerteza em relação ao câmbio futuro e os agentes não</p><p>são neutros ao risco cambial, vale:</p><p>t ft+1− st = E (st+1)− st +φ</p><p>c</p><p>t , (15)</p><p>Assim,</p><p>it − i∗t − [E (st+1)− st ] = φ</p><p>c</p><p>t , (16)</p><p>Como é difícil medir o termo E (st+1), em geral, é usado o próprio</p><p>valor do câmbio realizado como proxy para a expectativa do câmbio,</p><p>ajustado por um fator que mede o erro.</p><p>E (st+1) = st+1+µt+1, (17)</p><p>it − i</p><p>∗</p><p>t</p><p>− [st+1− st ] = φ</p><p>c</p><p>t</p><p>+µt+1. (18)</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Desvios da Paridade Coberta de Juros</p><p>Taxa de câmbio nominal Taxa de câmbio real Paridade da taxa de juros</p><p>Problema do peso</p><p>Problema do peso: Ocorre quando os agentes incorrem em erros</p><p>persistentes em suas projeções para o câmbio, apesar das</p><p>expectativas racionais, devido a uma probabilidade não nula de</p><p>mudança no regime cambial.</p><p>Em linhas gerais, sob um regime de câmbio �xo (s) na economia</p><p>doméstica, as taxas de juros interna e externa devem ser iguais.</p><p>Se existe uma probabilidade 1−λ de que o regime seja</p><p>abandonado, com o cambio passando para ŝ > s, podemos, então,</p><p>escrever a expectativa de câmbio como:</p><p>E (st+1) = λ s+(1−λ ) ŝ. (19)</p><p>Substituindo a equação acima em (17), para um período em que o</p><p>regime é mantido, o erro de projeção será:</p><p>µt+1 = (1−λ )(ŝ-s)> 0.</p><p>Taxa de câmbio nominal</p><p>Definições</p><p>Condição de não-arbitragem</p><p>Taxa de câmbio real</p><p>Definições</p><p>Paridade do poder de compra</p><p>Paridade da taxa de juros</p><p>Definições</p><p>Paridade da taxa de juros</p>