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<p>Preparo e utilização de aerossóis, inalantes e sprays</p><p>As formas farmacêuticas gasosas ainda são pouco utilizadas se compararmos com formas mais comuns, como a oral ou a parenteral; entretanto essas formas apresentam grandes vantagens e têm ganhando destaque nos últimos anos entre prescritores e usuários.</p><p>Por exemplo, elas podem liberar o fármaco diretamente no trato respiratório, onde ele pode desempenhar uma ação local (spray nasal ou de garganta, broncodilatadores), ou sistêmica (novas insulinas inalantes).</p><p>2</p><p>Sprays e aerossóis também são muito utilizados em aplicações tópicas e cosméticas, principalmente em analgésicos, anti-inflamatórios, fixadores de cabelo e maquiagem, entre outros produtos.</p><p>Essas formas proporcionam uma fácil aplicação do produto no local desejado, uma vez que sua embalagem proporciona uma fina névoa que cobre o local de maneira rápida e uniforme.</p><p>3</p><p>Os aerossóis, segundo a Farmacopeia Brasileira, são formas farmacêuticas envasadas em uma embalagem pressurizada com uma válvula que, quando acionada, emite uma fina dispersão que contém as substâncias ativas na forma gasosa. Eles se diferem da maioria das formas farmacêuticas por sua dependência da embalagem, da válvula e de seu principal adjuvante, o propelente, para que ocorra a liberação do medicamento na forma apropriada.</p><p>Aerossóis</p><p>4</p><p>Uma formulação de aerossol consiste em dois componentes: o concentrado do produto, formado pela substância ativa do aerossol combinada com adjuvantes, como antioxidantes, tensoativos e solventes; e o propelente, definido de maneira geral como qualquer gás liquefeito ou comprimido que propulsiona o concentrado para fora da embalagem.</p><p>Os principais propelentes utilizados são os chamados BIPs (butano, isobutano e propano). Eles são os gases mais utilizados porque se dissolvem muito bem em álcool ou outros solventes.</p><p>5</p><p>As formas farmacêuticas em spray podem ser soluções (aquosas ou oleaginosas) na forma de gotículas ou partículas sólidas para aplicação sobre a pele ou no trato nasofaríngeo.</p><p>Para que uma solução possa ser borrifada, é necessário o uso de dispositivos mecânicos. O frasco de plástico, que é apertado para emitir um spray, é o mais conhecido, e ele costuma ser usado para a administração de descongestionantes nasais e também de produtos cosméticos, como desodorantes.</p><p>Sprays</p><p>6</p><p>Recentemente, sprays dosificadores de uma única dose foram desenvolvidos para liberar o medicamento no nariz, evitando a contaminação do resto do frasco com os fluidos nasais.</p><p>Para que ocorra o spray, também é necessário o uso de um atomizador, que consiste em um sistema com um bulbo de borracha no final do aparelho que, quando apertado, forma uma corrente de ar que é forçada para o interior do reservatório, fazendo o líquido subir por um tubo pequeno, promovendo sua passagem para fora do sistema pela abertura do sistema junto com a solução em forma de jato.</p><p>7</p><p>Figura 2. Salbutamol medicamento de escolha no tratamento do broncoespasmo.</p><p>Figura 3. Massageol aerossol uso tópico é, para o tratamento de dores reumatológicas e dores musculares.</p><p>8</p><p>Figura 4. Neopiridin Spray indicado para faringites, tosse, rouquidão e irritações da garganta.</p><p>Figura 5. Spray fixador de maquiagem.</p><p>9</p><p>Os medicamentos inalantes são aqueles fármacos que podem ser administrados pela via nasal ou pulmonar, podendo ser administrados para exercer ação local sobre a árvore brônquica.</p><p>Os instrumentos mais usados para essa finalidade são os inaladores (diferentes dispositivos utilizados para administrar os medicamentos diretamente nos pulmões) ou nebulizadores (aparelhos que convertem soluções medicamentosas em aerossóis, que são inalados e absorvidos pelos pulmões).</p><p>Inalantes</p><p>10</p><p>As partículas geradas pelos inaladores ou nebulizadores se depositam de forma diferente ao longo da via respiratória, de acordo com o seu diâmetro.</p><p>As partículas maiores do que 10 micrómetros se depositam na boca e na orofaringe; aquelas entre 5 e 10 micrómetro se encontram na zona de transição entre a orofaringe e as vias aérea inferiores; já os menores do que 5 micrómetro podem atingir os tecidos mais profundos do pulmão, chegando aos alvéolos.</p><p>Figura 6. Relação entre o tamanho das partículas e</p><p>o tamanho das vias aéreas.</p><p>11</p><p>Figura 7. Bastão do Vick forma de inalantes descongestionantes nasais</p><p>Figura 8. Insulina inalável.</p><p>12</p><p>A preparação de aerossóis ocorre, na maioria das vezes, em grande escala (em indústria), por conta dos equipamentos necessários e pelo fato de que as preparações de aerossol de uso interno precisam ser estéreis, sendo manipuladas apenas se não houver uma opção comercial disponível.</p><p>Para a preparação dos sprays é possível seguir os mesmos passos utilizados nos aerossóis, apenas a embalagem é diferente. Os sprays de uso interno devem, ainda, ser estéreis.</p><p>Preparação</p><p>13</p><p>Os medicamentos na forma de aerossol ou spray apresentam certas vantagens em relação a outras formas farmacêuticas mais tradicionalmente usadas, que podem agradar e conquistar pacientes e prescritores.</p><p>Essas vantagens são descritas da seguinte maneira:</p><p>Uma porção do medicamento pode ser facilmente removida da embalagem sem contaminação do restante.</p><p>Vantagens do uso de aerossóis e sprays (estéreis)</p><p>14</p><p>Certas características da embalagem, como opacidade e vácuo, protegem as substâncias ativas de serem degradadas pelo oxigênio e pela luz; essa proteção persiste durante toda a vida útil do produto.</p><p>Medicamentos tópicos podem ser aplicados na pele com uma camada fina e uniforme, sem que a área afetada seja tocada. Esse método de aplicação pode reduzir a irritação que algumas vezes acompanha a aplicação mecânica (ponta do dedo) de preparações tópicas. Além disso, a rápida volatilização do propelente proporciona um efeito refrescante.</p><p>15</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019. v. 1 e 2. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/ farmacopeia-brasileira. Acesso em: 2 dez. 2019.</p><p>LOYD, V. A.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.</p><p>AGUIAR, R. et al. Terapêutica inalatória: técnicas de inalação e dispositivos inalatórios. Revista Portuguesa de Imunoalergologia, v. 25, n. 1, p. 9−26, 2017.Disponívelem: http:// www.scielo.mec.pt/pdf/imu/v25n1/25n1a02.pdf. Acesso em: 2 dez. 2019.</p><p>Referências</p><p>16</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.jpeg</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image1.jpg</p>