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<p>Disciplina: Produção para Indústria Criativa</p><p>Aula 2: Internet - Sociedade e mercado, conectados na</p><p>teia líquida</p><p>Apresentação</p><p>Imagine que neste exato momento você está lendo este texto na tela do seu celular, no seu tablet, usando o wi-� do seu café</p><p>preferido, ou até mesmo com seu notebook no espaço de coworking que frequenta. Você está começando um curso por</p><p>ensino a distância, cuja sala de aula é um ambiente digital - este aqui - em uma plataforma na internet com conteúdo</p><p>audiovisual, interativo, multidisciplinar e que pode ser acessado quando quiser e de qualquer lugar do mundo.</p><p>Se não fosse a internet, não estaríamos, você e eu, nesta nova sala de aula, neste novo espaço e forma de aprender. Mas</p><p>como chegamos aqui? O que aconteceu de tão transformador e disruptivo na tecnologia e na forma de pensar que permitiu a</p><p>criação da internet e da world wide web?</p><p>Nesta aula abordaremos, através de uma breve perspectiva histórica, a (r)evolução do analógico para o digital, os novos</p><p>paradigmas que a internet trouxe para a sociedade e o mercado e as diferentes eras da web.</p><p>Objetivos</p><p>Identi�car em perspectiva a história do nascimento da internet e da web;</p><p>Reconhecer, na linha do tempo da internet, a criação e a consolidação das tecnologias e formas de agir e pensar que</p><p>hoje fazem parte da estrutura do nosso dia a dia;</p><p>Diferenciar as fases da evolução da web 1.0, 2.0, 3.0 e mais.</p><p>Uma breve linha do tempo da internet: pequenas histórias,</p><p>grandes revoluções</p><p>Quero começar a contar a história da internet e falar dessa enorme revolução a partir de uma pequena ideia, uma pequena</p><p>metáfora, uma pequena visão. Que somos feitos de átomos, a tal pequena poeira de estrela, nossa estrutura básica e nosso</p><p>denominador comum com tudo que existe e é “real” no universo.</p><p>Tudo que existe, vivo ou inanimado, é feito de átomos, materialidade que</p><p>compartilhamos ao longo da história da humanidade, através da qual vivemos e</p><p>construímos no mundo.</p><p>Essa materialidade está presente em tudo que enxergamos, nas coisas que criamos e produzimos. É das formas de pensamento</p><p>e produção ligadas a essa materialidade que tratamos na aula passada, do quanto a sociedade e economia tradicional se</p><p>estruturaram nela. Até mesmo a linguagem, matéria-prima de ler o mundo, está estruturada nessa materialidade, nessa certeza</p><p>de que as coisas existem ou não, estão lá ou não.</p><p>Até que, nessa passagem de milênio, a humanidade se tornasse capaz de criar coisas reais a partir de uma outra “partícula”</p><p>elementar, que surgiu com a invenção dos computadores e as linguagens de programação. Estamos falando do byte: com sua</p><p>“não-existência”, sua “imaterialidade”, sua capacidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo, ele é responsável pela</p><p>estruturação desse novo mundo, dessa revolução tecnológica que estendeu o alcance dos cérebros para fora do nosso corpo,</p><p>expandiu nosso mundo, sociedade, mercado, para dimensões nas quais não chegaríamos sem essa pequena partícula estrutural</p><p>porém imaterial.</p><p>A linguagem humana, o desenvolvimento da fala e a invenção da escrita �zeram a inteligência e a realidade humana se</p><p>expandirem. Da mesma forma, o desenvolvimento da linguagem de programação foi fundamental para a existência da internet,</p><p>rede feita de bytes, confeccionada e alimentada diariamente por todos nós. Ela é real e vem mudando a vida da humanidade de</p><p>maneiras antes apenas sonhadas, expandindo realidades e possibilidades de crescimento pessoal e desenvolvimento econômico</p><p>e social nos últimos 50 anos.</p><p>Década de 1960: o nascimento da internet</p><p>A internet nasceu nos anos de 1960 conectando 4 computadores localizados em:</p><p> Fonte: Shutterstock.</p><p> Universidade da Califórnia em Los Angeles</p><p> Universidade da Califórnia em Santa Barbara</p><p> Universidade de Stanford</p><p> Universidade de Utah</p><p>1</p><p>Década de 1970</p><p>Clique nos botões para ver as informações.</p><p>O primeiro programa de correio eletrônico, criado por Ray Tomlinson, tornou padrão o uso do @ nos endereços pessoais</p><p>para envios de mensagens pela internet. Isso aparece novamente no primeiro programa de bate-papo online e, mais tarde,</p><p>no Instagram e Twitter.</p><p>1971: O primeiro e-mail </p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>Comunicação e difusão de conhecimento são as principais razões da internet existir, e o Projeto Gutenberg é um grande</p><p>exemplo disso. Ao criar o projeto, Michael Hart liderou uma iniciativa global para disponibilizar eletronicamente livros e</p><p>documentos de domínio público e se deu conta de que o futuro do computador e da internet estava na capacidade e</p><p>possibilidade de guardar, organizar, pesquisar e disponibilizar informação e conhecimento que até então só era acessível em</p><p>bibliotecas físicas. O primeiro eBook publicado foi o documento da declaração da independência dos EUA, digitado</p><p>pessoalmente por Hart num software de OCR, criando primeira biblioteca eletrônica (e gratuita) do mundo.</p><p>1971: O primeiro eBook (Project Gutenberg) </p><p>3</p><p>TCP/IP é um protocolo de envio e recebimento de dados. TCP é transmission control protocol (protocolo de controle de</p><p>transmissão) e IP, internet protocol (protocolo de internet). Protocolo é um tipo de linguagem de computador, e sem essa</p><p>linguagem dois computadores não se falam, mesmo que estejam �sicamente conectados. E se dois computadores não</p><p>conseguissem conversar entre si, não haveria internet. Nossos agradecimentos a Vint Cerf (e Robert Kahn, Carl Sunshine,</p><p>Yogen Dalal) que por isso são considerados (uns dos muitos) pais da internet.</p><p>1974: TCP/IP </p><p>Década de 1980</p><p>Clique nos botões para ver as informações.</p><p>DNS signi�ca domain name system (sistema de nome de domínio), um endereço inteligível e mnemônico para encontrar</p><p>páginas, e é por causa dele que existem os endereços “.com” e os demais tipos de endereço de internet, e que empresas ou</p><p>páginas pessoais podem personalizar sua URL com nomes como IBM.com, Estacio.br, UN.org – importante não só para o</p><p>público navegar, mas também para que empresas e instituições possam usar seus “nomes na internet” na comunicação de</p><p>suas marcas.</p><p>Se não fosse pelo DNS, estaríamos até hoje tendo que decorar e digitar coisas como https://42.14.37.55 o tempo todo pra</p><p>fazer compras ou pesquisar algo. Nós, os pro�ssionais marketing e comunicação, e todos os demais usuários da internet</p><p>agradecemos a Jon Postel por isso.</p><p>1984: DNS </p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>Foi de uma empresa de computadores que não existe mais. Hoje o domínio é preservado pelo museu da internet (The big</p><p>internet museum) no site //www.symbolics.com.</p><p>1985: Primeiro domínio registrado </p><p>O primeiro roteador a gente nunca esquece... Obrigada pela tecnologia, Cisco.</p><p>1986: Primeiro roteador </p><p>“Internet relay chat” – é o primeiro antepassado do Whatsapp e foi tão popular quanto.</p><p>1988: Primeiro chat, o IRC </p><p>“A primeira empresa privada a oferecer o serviço de internet discada (dial-up) chamava-se The World. No Brasil, o primeiro</p><p>provedor foi a Embratel, em 1994.</p><p>1989: Primeiro provedor de internet discada </p><p>Saiba mais</p><p>Caso não seja da sua época, �que sabendo: a internet chegava em casa pela linha do telefone, o qual �cava ocupado enquanto</p><p>navegávamos. E por conta do custo na época, o horário mais barato de acessar a internet era de madrugada. Mesmo a linha</p><p>caindo o tempo todo, era uma aventura do tamanho do mundo.</p><p>Década de 1990</p><p>Clique nos botões para ver as informações.</p><p>É por causa dessas siglas que Tim Berners-Lee está merecidamente no posto de um dos pais da internet . O HTML é o</p><p>hipertexto, que permite a criação de documentos que podem ser transmitidos pela internet, lidos em qualquer computador e</p><p>que permite a criação de páginas na web, pois é a linguagem que os navegadores</p><p>(browsers) entendem.</p><p>1990 e 1991: O HTML e a WWW são apresentados ao mundo </p><p>4</p><p>A primeira internet no Brasil foi na FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa de SP. Foi Demi Getchko que a trouxe, de certa</p><p>forma literalmente, na medida em que trazer a internet para um país (fora dos EUA , onde ela nasceu), signi�cava trazer</p><p>mesmo um “pacote de IP’s debaixo do braço”, que seriam usados somente naquele país. Em 1995 foi criado o CGI, comitê</p><p>gestor da internet do Brasil, que começou a emitir os registros “.br”.</p><p>1991: A internet chega ao Brasil </p><p>Ainda que não tenha sido o primeiro browser de navegação na internet, o Mosaic foi efetivamente o primeiro de fácil uso para</p><p>o usuário comum (não técnico) da internet. No ano seguinte foi lançado o Netscape, que se tornou o navegador mais popular</p><p>(e foi criado a partir do código do Mosaic) até o surgimento do internet explorer, da Microsoft, e o início da guerra dos</p><p>browsers, a partir de 1996.</p><p>1993: O primeiro browser com interface grá�ca user-friendly </p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>Esse foi o ano que a comunidade cientí�ca do IEEE – ~Institute of Electrical and Electronics Engineers – liberou o padrão</p><p>IEEE 802.11 que possibilitou a internet sem �o. Mas só em 1999 foi rebatizado de wi-� e ganhou o mundo.</p><p>Tanto o nome da tecnologia quanto sua conhecidíssima logo preto e branca são um case de uma boa execução de branding</p><p>e naming, pois expressam muito bem uma das grandes características dessa tecnologia.</p><p>O padrão foi desenvolvido para ser compatível com qualquer tipo e geração de dispositivo, sendo sempre disponível e</p><p>con�ável. A logo em preto e branco faz referência ao yin e yang do taoísmo como representação da capacidade de ser usado</p><p>entre dispositivos completamente diferentes. Já o nome é composto do “wi” – referência a wireless e do “�”, que faz uma</p><p>brincadeira com o termo popular “hi-�” usado nos anos 1950 para designar qualidade em aparelhos de som, mas aproveita</p><p>para marcar essa característica de �delidade (de funcionamento eletrônico) do wi-�.</p><p>A criação do padrão do wi-� foi feita de forma colaborativa, um processo de produção comum na comunidade cientí�ca e</p><p>sem o qual as inovações não aconteceriam nunca.</p><p>Não é só ao IEEE que devemos agradecer pelo nosso wi-� cotidiano, mas também a uma grande cientista austríaca</p><p>chamada Hedy Lamarr – infelizmente mais conhecida como uma bonita e talentosa atriz de Hollywood dos anos 40 – que</p><p>décadas antes foi inventora de um sistema de comunicação para o exército americano que foi a base das tecnologias sem-</p><p>�o: O wi-�, o bluetooth e a própria telefonia celular.</p><p>1994: Tem Wi-�? </p><p>5</p><p>Além de ser a primeira grande empresa “.com”, a Amazon ajudou a criar as estruturas dos negócios online como</p><p>conhecemos hoje. O eBay nasce nesse mesmo ano.</p><p>O fator decisivo para o início desses gigantes foi a de�nição de melhores padrões de criptogra�a para operações �nanceiras</p><p>online, fundamental para o uso seguro de cartões de crédito e a disseminação dessa cultura de compras.</p><p>A própria Netscape oferecia tecnologia de segurança no browser, mas foi o desenvolvimento de certi�cações digitais – por</p><p>empresas como a Verisign, que entrou no negócio web também em 1995 – e a ampliação do uso de criptogra�a que</p><p>permitiu ao usuário se sentir mais seguro para comprar online.</p><p>1995: Amazon.com - nasce o e-commerce como conhecemos hoje </p><p>O primeiro sistema de busca na internet foi o Archie, de 1990, mas restrito a buscas da Universidade McGill. Depois foi a vez</p><p>do Yahoo se tornar, em 1996, o primeiro site com um sistema de buscas acessível ao grande público, na mesma época em</p><p>que o Google nascia como uma pesquisa de Larry Page e Sergey Brin na Universidade de Stanford.</p><p>Hoje a existência do Google se confunde com a da própria internet para a grande maioria das pessoas. O Google nasce</p><p>como uma ferramenta de busca mais so�sticada, revolucionária, estruturada em conceitos, linguagens, processos e</p><p>modelos de negócios que �zeram da internet o que ela é hoje. Seus algoritmos de indexação de resultados de buscas</p><p>estabeleceram os parâmetros que ajudaram a estruturar o e-commerce, as mídias e as redes sociais, as plataformas de</p><p>conteúdo e marketing digital que temos hoje.</p><p>1998: Google! </p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>No mesmo ano, o Napster lança o mais famoso e polêmico site de compartilhamento de arquivos de áudio, criando o</p><p>streaming de música online, inaugurando a cultura de torrents, uploads e downloads de conteúdo audiovisual, abrindo um</p><p>novo campo de negócios, mas também de debate, em relação ao compartilhamento online de conteúdo, do próprio</p><p>conceito e potência das redes P2P, direitos autorais, pirataria x compartilhamento gratuito, desintermediação na indústria</p><p>cultural, criação, recriação, mashups, remix, memes, tudo isso que de�ne a cultura da internet e que mudou o mundo dos</p><p>negócios e a cultura nos 20 anos que se seguiram.</p><p>Leis e modelos de negócios foram repensados, recriados e continuam até hoje por conta do Napster, que, depois de ceder às</p><p>pressões e perder na justiça várias vezes, teve que abrir mão da disponibilização gratuita e se tornou, a partir de 2001, um</p><p>serviço de streaming pago.</p><p>1998: Napster e a cultura de compartilhamento de arquivos na internet </p><p>Ainda era 1999 quando Kevin Ashton, pesquisador britânico do MIT e então executivo da Procter & Gamble, gigante</p><p>multinacional de bens de consumo, liderou uma pesquisa sobre uso de radiofrequência em produtos comuns do cotidiano —</p><p>geladeiras, por exemplo – e cunhou o termo “internet das coisas” (IoT, em inglês).</p><p>Ela é a próxima grande inovação que já está sendo implantada no �m desta década e vai expandir nosso uso cotidiano de</p><p>internet e de tecnologia. O conceito de internet das coisas também se de�ne em contraste à internet de pessoas (internet of</p><p>people), na qual a tecnologia depende da ação humana para que a aparelhos se conectem.</p><p>Em linhas gerais, o que a internet das coisas signi�ca é que, ao invés de termos pessoas usando aparelhos para se</p><p>comunicarem entre si, os próprios aparelhos, as coisas, se comunicarão entre si sem precisar ter um humano no</p><p>caminho.</p><p>Pensou em Inteligência Arti�cial?</p><p>Pois pensou certo.</p><p>A internet de coisas é exatamente sobre objetos inteligentes, casas, carros, cafeteiras, e contará com novos modelos de</p><p>processos e negócios, transformações tecnológicas de hardware, software, nuvens, múltiplas internets, que formarão a</p><p>grande rede de “dispositivos inteligentes conectados” que preconiza a internet das coisas.</p><p>1999: Internet das coisas </p><p>6</p><p>Saiba mais</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>Qual a diferença entre internet e web?</p><p>A internet é a rede que conecta os computadores (e agora outros tipos de aparelhos) no mundo todo. Já a web é uma forma de</p><p>acessar essa rede. Tanto que já era possível trocar dados e se comunicar via e-mail, chat etc. antes da web ser lançada na década</p><p>de 1990.</p><p>Foi a criação do protocolo HTTP e dos browsers (navegadores) que permitiu que a web tornasse a internet visível, inteligível,</p><p>navegável, compreensível por parte de qualquer pessoa, e que a internet pudesse se tornar um “lugar”, algo que existisse na</p><p>cabeça da gente, algo sobre o qual dizemos: “Vou procurar na internet”, “pre�ro comprar pela internet”, “vou pesquisar na internet</p><p>pra saber mais” – uma extensão da nossa vida.</p><p>Década de 2000: A bolha da internet, a virada do milênio</p><p>Quem já era nascido, crescido e eventualmente já estava no mercado de trabalho nessa época se lembra: o mundo dos negócios</p><p>e tecnologia preocupado com o tal “Bug do Milênio” , de que forma isso poderia colapsar o mercado, atrapalhar o</p><p>funcionamento</p><p>de empresas, serviços básicos etc.</p><p>Mas a grande crise mesmo veio de outro lugar. Centenas de empresas ponto com, bem como empresas de telecomunicações,</p><p>faliram e fecharam. Outras tiveram quedas históricas, mantendo-se no mercado, e algumas delas, como Amazon, eBay e Google,</p><p>fortaleceram-se mesmo com perdas e �nalmente encontraram o caminho do crescimento e do lucro.</p><p>O resto é história: uma história que vamos entender mais de perto com o nascimento da web 2.0 e do desenvolvimento do e-</p><p>commerce.</p><p>7</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p> Fonte: Shutterstock.</p><p>Década de 2010: Atualidade e</p><p>previsões</p><p>Em 2018 já chegamos a mais de 4 bilhões de pessoas</p><p>conectadas em 239 países - ou seja, mais da metade da</p><p>população mundial está online. Até 2020 espera-se que</p><p>tenhamos 50 bilhões de coisas – vários tipos de objetos, como</p><p>geladeiras e roupas, e não apenas smartphones e</p><p>computadores – conectadas à internet no mundo todo.</p><p>web 1.0, 2.0, 3.0, e o que mais?</p><p>A história da internet e da web foi dividida em eras: de 1960 até 1990, temos o primórdios da internet e o nascimento da web 1.0,</p><p>que se diferencia da web 2.0 a partir do ano 2000 em função da complexidade tecnológica, da ampliação das camadas da</p><p>sociedade e do mercado que ela transforma, da participação do público, da linguagem e dos processos de conexão e</p><p>comunicação que ela utiliza.</p><p> Mapa-resumo conceitual das eras da web. Disponível em: mindmeister.com <https://www.mindmeister.com/pt/91684703/web?fullscreen=1> (acesso em: 26 fev. 2019).</p><p>https://www.mindmeister.com/pt/91684703/web?fullscreen=1</p><p>https://www.mindmeister.com/pt/91684703/web?fullscreen=1</p><p>A partir de 1990, a web 1.0 foi a web ainda conectada por �os, onde computadores predominavam e softwares e conteúdos eram</p><p>todos proprietários. Uma web feita de páginas de empresas e instituições, cujos processos de comunicação se assemelhavam</p><p>ainda em muito à tradicional comunicação de massa, à qual se estava acostumado: Não havia canais de mão-dupla onde</p><p>consumidor pudesse interagir com os conteúdos das empresas; marketing e publicidade tentavam adaptar seus padrões de mídia</p><p>tradicional para internet.</p><p>Para dar conta do caráter multidimensional das transformações que a internet e a web oportunizaram, os quadros abaixo trazem</p><p>alguns recortes de suas características, divididos pelos períodos conhecidos como web 1.0 (até os anos 2000) e web 2.0 (até</p><p>2011), e relacionando as principais diferenças entre eles:</p><p>Web 1.0</p><p>1990 – 2000</p><p>Web 2.0</p><p>2000 – 2011</p><p>Web sintática, estática. Web interativa.</p><p>Mais para leitura e consulta, nível de interação baixo. Mais interatividade, usuário comum já é capaz de criar e publicar na web.</p><p>Páginas corridas são prioritariamente os sites da época. Sites e blogs pessoais e com várias páginas/camadas.</p><p>Páginas criadas prioritariamente por empresas e</p><p>instituições.</p><p>Pessoas, individualmente ou em grupo, criam suas páginas, sites, blogs.</p><p>Estrutura depende de fios. Wireless.</p><p>Software, conteúdo, tudo prioritariamente proprietário. Compartilhamento e desenvolvimento colaborativo de conteúdo, sistemas,</p><p>softwares.</p><p>Navegação na internet via navegador. Google passa a ser porta de acesso da internet.</p><p>Netscape. Google.</p><p>Formulários em páginas/sites. Desenvolvimento de widgets e aplicativos.</p><p>Publicidade tradicional adaptada. Recomendação, boca a boca.</p><p>Pop-ups. Conteúdo viral.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>Saiba mais</p><p>Para alguns, é ainda um exercício de futurismo somado a um esforço cientí�co e �nanceiro de investimento em estruturas que</p><p>viabilizem esses projetos, enquanto para outros, cientistas, centros de pesquisas e grandes empresas, já vem se tornando</p><p>realidade. Para nós, é assunto para ser aprofundado em outro momento.</p><p>O sociólogo americano George Ritzer, especializado em consumo e globalização, aponta que o que de�ne a web 2.0 é o fato dos</p><p>conteúdos criados, trocados e negociados na web serem gerados pelos usuários (consumidores) e não pelos tradicionais</p><p>produtores do sistema. Assim, os principais atores e operadores da web 2.0 podem ser chamados de “prosumers” porque eles</p><p>produzem simultaneamente o que consomem, como a interação no Facebook e as entradas na Wikipédia.</p><p>Neste momento, estamos vivendo o aprimoramento dos sistemas de buscas e do uso de algoritmos e da captação mais</p><p>detalhada e personalizada de dados de usuários e de comportamento de navegação, produção e consumo na internet.</p><p>Através de novos imperativos como o aprendizado de máquina (machine learning) e a computação cognitiva, os processos na</p><p>web se tornam mais complexos, so�sticados e interpretativos, dando origem ao que chamamos de web semântica, que marca a</p><p>web 3.0 – na qual os resultados de buscas e a e�cácia da resposta e da comunicação entre usuários e empresas são muito mais</p><p>precisos.</p><p>Nessa fase atual da web começamos a ter preocupações maiores em relação à ética e aos direitos dentro do ambiente da</p><p>internet e web, como segurança de dados pessoais, direito à privacidade e ao anonimato, entre outras questões tecnopolíticas.</p><p>O próximo passo da transição em direção à web 4.0 envolve as tendências mais discutidas no momento:</p><p>O uso de</p><p>Inteligência arti�cial</p><p>A viabilização da</p><p>internet das coisas (IoT)</p><p>Atividade</p><p>1. A respeito das características básicas da internet e da world wide web, complete as lacunas com o termo correto:</p><p>a) digite a resposta é o nome da grande rede mundial de computadores que estão conectados e se comunicam entre si</p><p>por meio de um mesmo protocolo.</p><p>b) digite a resposta é a linguagem que permite a criação de páginas na web, linguagem capaz de ser interpretada pelos</p><p>navegadores (browsers).</p><p>c) digite a resposta é a sigla em inglês para Protocolo de Controle de Transmissão, e é o protocolo de conexão e</p><p>transmissão da internet, ou seja, a linguagem que permite que dois computadores se comuniquem entre si e transmitam dados</p><p>de um para outro.</p><p>2. Sobre as diferenças entre web 1.0 e 2.0, marque o V nas questões onde essas diferenciações estão corretas ou F nas</p><p>incorretas:</p><p>a) O termo web 2.0 se refere ao momento em que a participação dos usuários ganhou importância na medida em que eles começaram a criar</p><p>e a ocupar espaços de criação de conteúdo próprio, como blogs e redes sociais.</p><p>b) Na web 1.0, a linguagem e as interfaces ainda reproduziam a aparência e o “modus operandi” das coisas “fora do computador”. Os</p><p>conteúdos pareciam apenas versões online de coisas impressas. Muito texto, poucas imagens – e de baixa resolução. A relação do usuário</p><p>com o conteúdo também reproduzia o mundo fora da internet: Alguém publicava e o usuário apenas lia, só que agora na tela do computador.</p><p>c) O que marca a diferença entre a web 1.0 e a web 2.0 é a velocidade de navegação na internet por causa da mudança, em grande escala, da</p><p>conexão discada para a banda larga, e do aumento da velocidade dos computadores pessoais.</p><p>3. Os infográ�cos a seguir mostram algumas dimensões da evolução das web 1.0, 2.0, 3.0 e mais:</p><p>Infográ�co: A evolução da web</p><p>Gabarito comentado</p><p>Web 1.0 Web 2.0 Web 3.0 Web 4.0</p><p>Infográ�co: Evolução da web x participação do usuário</p><p>1 2 3 4</p><p>Internet das coisas – Inteligência arti�cial - Realidade aumentada – Roupas inteligentes - Assistentes pessoais por voz</p><p>Web semântica – Aprendizado de máquina – Propaganda por algoritmos – Big data – Buscas sociais</p><p>1 2 3 4</p><p>1 2 3 4</p><p>Web estática - Buscas por palavra-chave – Fóruns – Formulários – Catálogos online - E-commerce</p><p>Internet das pessoas - Social commerce – Blogs – Redes sociais – Vídeos – Viral – Memes - Mobile</p><p>1 2 3 4</p><p>1 2 3 4</p><p>Notas</p><p>Revolução industrial1</p><p>Esses nodos acadêmicos foram os primeiros usos de uma rede de computadores fora da estrutura para qual foi criada, com</p><p>objetivos militares, a Arpanet (Advanced Research Projects Agency Networks), a primeira rede de computadores interconectados.</p><p>Mas ainda não era a Rede Intergaláctica</p><p>de Computadores (Intergalactic Computer Network) que J.C.R Licklider e Welden Clark</p><p>vislumbraram no seu artigo “On-Line Man-Computer Communication”.2</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0075/aula2.html?brand=estacio</p><p>On-Line Man-Computer Communication2</p><p>Conceito a partir do qual as primeiras ideias estruturais de uma “inter-networking” (de onde veio a palavra internet) começaram a</p><p>ser construídas, um artigo que já apresentava quase tudo que temos na internet hoje em dia, incluindo Cloud Computing.</p><p>Iniciativa global de disponibilização eletrônica de livros e documentos de domínio</p><p>público3</p><p>Reconhecimento óptico de caracteres, que transforma imagem de letras em texto que englobava obras que não estivessem mais</p><p>protegidas por direitos autorais e de reprodução.</p><p>Um dos pais da internet 4</p><p>Quando criou a web, Tim Berners-Lee também construiu o primeiro website, que ainda está no ar:</p><p>//info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html <//info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html> .</p><p>IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers 5</p><p>O IEEE é uma instituição de suporte a pesquisa que existe nos EUA desde 1884, quando a energia elétrica estava começando a</p><p>mudar o mundo e outras grandes invenções começavam a aparecer por causa dela, como o radiotransmissor de Marconi.</p><p>MIT 6</p><p>O MIT (Massachusetts Institute of Technology) Instituto de Tecnologia de Massachusetts é uma universidade privada de pesquisa,</p><p>localizada em Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos.</p><p>Bug do milênio 7</p><p>O bug do milênio foi um medo coletivo de que, na virada de 1999 para 2000, os computadores da época não entendessem a</p><p>mudança e causassem uma pane geral em sistemas e serviços porque, desde os anos 1960, eles usavam calendários internos</p><p>com dois dígitos. Depois do ano 99, viria o 00, que as máquinas entenderiam como 1900 ou como 19100, e não como 2000.</p><p>Referências</p><p>__________.A evolução da web –infográ�co interativo. Disponível em: //evolutionofweb.appspot.com</p><p><//evolutionofweb.appspot.com> . Acesso em: 25 fev. 2019.</p><p>.Brief History of the internet.. Disponível em: https://www.internetsociety.org/internet/history-internet/brief-history-</p><p>https://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html</p><p>https://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html</p><p>https://evolutionofweb.appspot.com/</p><p>https://evolutionofweb.appspot.com/</p><p>https://www.internetsociety.org/internet/history-internet/brief-history-internet/</p><p>__________.Brief History of the internet.. Disponível em: https://www.internetsociety.org/internet/history internet/brief history</p><p>internet/ <https://www.internetsociety.org/internet/history-internet/brief-history-internet/> . Acesso em: 26 fev. 2019.</p><p>__________.The big internet museum.. Disponível em: //www.symbolics.com <//www.symbolics.com> . Acesso em: 26 fev. 2019.</p><p>__________.World wide web – o primeiro website.. Disponível em: //info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html</p><p><//info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html> . Acesso em: 26 fev. 2019.</p><p>Meeker, M. Internet trends. Kleiner Perkins. 2018.. Disponível em: https://www.kleinerperkins.com/perspectives/internet-trends-</p><p>report-2018/ <https://www.kleinerperkins.com/perspectives/internet-trends-report-2018/> . Acesso em: 26 fev. 2019.</p><p>O’Reilly, T. What is web 2.0? O’Reilly Media Inc. 2009.</p><p>Próxima aula</p><p>A internet das pessoas e o nascimento do “prosumer” de conteúdo;</p><p>Cibercultura e sociedade em rede;</p><p>Cibridismo e o �m da separação online/o�ine.</p><p>Explore mais</p><p>A internet, 10 anos que abalaram o mundo <https://super.abril.com.br/tecnologia/a-internet-10-anos-que-abalaram-o-mundo/> .</p><p>Brasil tem 116 milhões de pessoas conectadas à internet, diz IBGE <https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/brasil-</p><p>tem-116-milhoes-de-pessoas-conectadas-a-internet-diz-ibge.ghtml> .</p><p>Brasil é o 4º país em número de usuários de internet <https://exame.abril.com.br/tecnologia/brasil-e-o-4o-pais-em-numero-de-</p><p>usuarios-de-internet/> .</p><p>O �m da internet discada <https://www.nic.br/noticia/na-midia/o-�m-da-internet-discada/> .</p><p>The web is dead. Long live the internet <https://www.wired.com/2010/08/ff-webrip/> .</p><p>Tim Berners-Lee e a próxima web <https://www.youtube.com/watch?v=OM6XIICm_qo> .</p><p>Infográ�co - da “web das coisas” à “web das ideias” <https://www.cs-ib.net/sections/C-01-creating-the-web.html> .</p><p>https://www.internetsociety.org/internet/history-internet/brief-history-internet/</p><p>https://www.internetsociety.org/internet/history-internet/brief-history-internet/</p><p>https://www.internetsociety.org/internet/history-internet/brief-history-internet/</p><p>https://www.symbolics.com/</p><p>https://www.symbolics.com/</p><p>https://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html</p><p>https://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html</p><p>https://www.kleinerperkins.com/perspectives/internet-trends-report-2018/</p><p>https://www.kleinerperkins.com/perspectives/internet-trends-report-2018/</p><p>https://www.kleinerperkins.com/perspectives/internet-trends-report-2018/</p><p>https://super.abril.com.br/tecnologia/a-internet-10-anos-que-abalaram-o-mundo/</p><p>https://super.abril.com.br/tecnologia/a-internet-10-anos-que-abalaram-o-mundo/</p><p>https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/brasil-tem-116-milhoes-de-pessoas-conectadas-a-internet-diz-ibge.ghtml</p><p>https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/brasil-tem-116-milhoes-de-pessoas-conectadas-a-internet-diz-ibge.ghtml</p><p>https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/brasil-tem-116-milhoes-de-pessoas-conectadas-a-internet-diz-ibge.ghtml</p><p>https://exame.abril.com.br/tecnologia/brasil-e-o-4o-pais-em-numero-de-usuarios-de-internet/</p><p>https://exame.abril.com.br/tecnologia/brasil-e-o-4o-pais-em-numero-de-usuarios-de-internet/</p><p>https://exame.abril.com.br/tecnologia/brasil-e-o-4o-pais-em-numero-de-usuarios-de-internet/</p><p>https://www.nic.br/noticia/na-midia/o-fim-da-internet-discada/</p><p>https://www.nic.br/noticia/na-midia/o-fim-da-internet-discada/</p><p>https://www.wired.com/2010/08/ff-webrip/</p><p>https://www.wired.com/2010/08/ff-webrip/</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=OM6XIICm_qo</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=OM6XIICm_qo</p><p>https://www.cs-ib.net/sections/C-01-creating-the-web.html</p><p>https://www.cs-ib.net/sections/C-01-creating-the-web.html</p>