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DI_DIR_ECO_FIN_ U2 - Livro Didático

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Thiago Nunes

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<p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 1/31</p><p>Imprimir</p><p>DIREITO ECONÔMICO</p><p>127 minutos</p><p>Aula 1 - Modalidades de intervenção do estado aos princípios constitucionais da ordem econômica</p><p>Aula 2 - Introdução ao conselho administrativo de defesa econômica - CADE</p><p>Aula 3 - Conselho Administrativo de Defesa Econômica- CADE</p><p>Aula 4 - Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência</p><p>Aula 5 - Direito econômico</p><p>Referências</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 2/31</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Prezado(a) estudante!</p><p>Nesta aula, você aprenderá sobre mercado e regulação. Por meio da regulação econômica, o Estado visa</p><p>prevenir e corrigir falhas de mercado. Para tanto, edita normas, �scaliza o seu cumprimento, impõe sanções e</p><p>realiza a mediação de con�itos, controlando e in�uenciando o comportamento dos agentes econômicos, para</p><p>evitar lesão aos interesses sociais.</p><p>Você também estudará os princípios basilares da ordem econômica nacional, previstos no art. 170 da</p><p>CFRB/88, e conhecerá a ordem econômica internacional, bem como os organismos internacionais e o sistema</p><p>de regras que decorre dos costumes mercantis criados nas relações comerciais internacionais: a lex</p><p>mercatoria.</p><p>Então, vamos em frente!</p><p>A ORDEM ECONÔMICA E A INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO</p><p>De acordo com o art. 170 da Constituição, a ordem econômica brasileira é regida por nove princípios, são eles:</p><p>A soberania nacional, que parte da ideia de que o Estado é livre para elaborar e implementar políticas</p><p>econômicas em seu território, sem ingerências externas;</p><p>A propriedade privada, que garante a qualquer pessoa o direito de se apropriar dos bens e meios de</p><p>produção;</p><p>A função social da propriedade, que determina que a propriedade privada deve ser utilizada em</p><p>benefício da coletividade;</p><p>A livre concorrência, que garante um mercado acessível a todos com o maior equilíbrio possível nas</p><p>condições de concorrência no mercado competitivo.</p><p>A defesa do consumidor;</p><p>Aula 1</p><p>MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ESTADO AOS</p><p>PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ORDEM ECONÔMICA</p><p>Nesta aula, você aprenderá sobre mercado e regulação. Por meio da regulação econômica, o Estado visa</p><p>prevenir e corrigir falhas de mercado.</p><p>24 minutos</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 3/31</p><p>A defesa do meio ambiente;</p><p>A redução das desigualdades regionais e sociais, consistente no compartilhamento equânime, em todas</p><p>as regiões do país, do desenvolvimento social advindo da exploração de atividade econômica</p><p>(FIGUEIREDO, 2011);</p><p>A busca do pleno emprego, implica em proporcionar trabalho a todos aqueles que estejam em</p><p>condições de exercer uma atividade produtiva; e</p><p>O tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e</p><p>que tenham sua sede e administração no País que visa proteger as pequenas empresas de abusos que</p><p>podem sofrer das grandes empresas, assegurando sua existência e participação no mercado.</p><p>Pois bem. Você se lembra que o termo “ordem econômica” decorre da constitucionalização das normas sobre</p><p>a intervenção do Estado na economia?</p><p>Segundo Diógenes Gasparini (2012, p. 379, grifos nossos), a intervenção do Estado no domínio econômico é</p><p>"todo ato ou medida legal que restringe, condiciona ou suprime a iniciativa privada em dada área econômica,</p><p>em benefício do desenvolvimento nacional e da justiça social, assegurados os direitos e garantias individuais”.</p><p>Na CRFB/88, a regra é que o Estado não deve atuar diretamente no domínio econômico. A exploração direta</p><p>de atividade econômica pelo Estado é a exceção e está restrita à segurança nacional ou o interesse coletivo.</p><p>Podendo se dar de dois modos:</p><p>diretamente, quando desenvolve atividade econômica, seja por meio da prestação de serviços públicos,</p><p>seja por meio de atividade econômica em sentido estrito; ou</p><p>indiretamente, quando �scaliza, incentiva e planeja a economia, nos termos do artigo 174 da CRFB/88.</p><p>Assim, as hipóteses nas quais é permitida ao Estado a exploração direta de atividade econômica estão</p><p>previstas no artigo 173 da CRFB/88. É a atividade econômica em sentido amplo, que compreende duas</p><p>espécies: a prestação de serviço público e a atividade econômica em sentido estrito.</p><p>O artigo 174 da CRFB/88 dispõe que o Estado é agente normativo e regulador da atividade econômica e, por</p><p>meio dessas posições, exerce a tríplice função de:</p><p>�scalização: signi�ca observar se as regras e princípios impostos para o desenvolvimento da atividade</p><p>econômica estão sendo cumpridos;</p><p>incentivo: ocorre quando o Estado entende pela concessão de alguma vantagem para desenvolver</p><p>determinada atividade econômica e cujo benefício seja público; e</p><p>planejamento: signi�ca que o Estado deve organizar a atividade econômica que realiza direta ou</p><p>indiretamente para alcançar os �ns propostos na ordem econômica.</p><p>A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E A ORDEM ECONÔMICA INTERNACIONAL.</p><p>A prestação de serviço público está prevista no artigo 175 da CRFB/88 e divide-se em:</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 4/31</p><p>serviços públicos não privativos: podem ser prestados pelo setor privado independentemente de</p><p>concessão, permissão ou autorização. Por exemplo, os serviços de educação e saúde, que podem ser</p><p>prestados pelo Estado ou por particulares;</p><p>serviços públicos privativos: só podem ser prestados pelo setor privado sob os regimes da concessão,</p><p>permissão ou autorização. Um exemplo é o serviço público de telefonia, que é prestado sob regime de</p><p>concessão pública.</p><p>A atuação do Estado em atividade econômica em sentido estrito está prevista no artigo 177 da CRFB/88. Trata-</p><p>se da atuação em regime de monopólio, nas hipóteses especí�cas previstas naquele artigo, como é o caso da</p><p>exploração de petróleo.</p><p>Mas lembre-se: o Estado só pode explorar atividade econômica em sentido estrito nas hipóteses</p><p>expressamente previstas no artigo 173 da CRFB/88, ou seja, apenas quando for necessária aos imperativos de</p><p>segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.</p><p>E o que signi�ca o papel regulador que o Estado exerce, a teor do artigo 174 da CRFB/88?</p><p>A regulação econômica tem como objetivo prevenir e corrigir falhas de mercado. Abrange a edição de normas,</p><p>a �scalização quanto ao seu cumprimento, a imposição de sanções, a mediação de con�itos, controlando e</p><p>in�uenciando o comportamento dos agentes econômicos, para evitar lesão aos interesses sociais.</p><p>Então, apenas haverá motivo para promover a regulação de algum setor da economia se existir alguma falha</p><p>de mercado, como, por exemplo, o desequilíbrio na concorrência.</p><p>Nesse sentido, o que se entende por ordem econômica internacional? Ora, essa ordem tem por objetivo</p><p>organizar a realização da atividade econômica desenvolvida por todas as pessoas jurídicas de direito público</p><p>externo, ou seja, por todos os Estados estrangeiros e pelas pessoas regidas pelo direito internacional público,</p><p>as organizações internacionais.</p><p>A noção de Estado está relacionada à soberania. Em verdade, não existe Estado independente sem soberania.</p><p>A soberania tem dois sentidos: no plano interno, signi�ca o poder do Estado de ditar as regras que devem ser</p><p>seguidas pelos cidadãos e fazer cumprir suas decisões, ainda que pelo uso da força. No plano internacional,</p><p>signi�ca que o Estado não reconhece a existência de qualquer poder acima dele.</p><p>Portanto, no plano internacional, a noção jurídica de soberania orienta as relações entre Estados. Quando a</p><p>comunidade internacional reconhece o status de Estado, ela constata a existência de um Estado na ordem</p><p>internacional, dotado de soberania, capaz de se relacionar com outros Estados, �rmando acordos e</p><p>contraindo obrigações. Daí se veri�ca a estreita relação entre soberania e ordem econômica internacional.</p><p>Note que a própria realização da atividade comercial já é su�ciente para estabelecer</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12529.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 30/31</p><p>LENZA, P.; MORAES, C. A. D. Direito Financeiro e Econômico Esquematizado. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2022.</p><p>E-book.</p><p>MASSO, F.D. Direito Econômico Esquematizado. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015.</p><p>SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ). REsp n. 1.317.536/MA, relator Ministro Paulo de Tarso Sanseverino,</p><p>Terceira Turma, julgado em 17/12/2015, DJe de 3/2/2016. Disponível em:</p><p>https://processo.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?</p><p>num_registro=201200670693&dt_publicacao=03/02/2016. Acesso em: fev. 2023.</p><p>SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ). AgInt nos EDcl no REsp n. 1.879.676/RN, relator Ministro Gurgel de</p><p>Faria, Primeira Turma, julgado em 12/9/2022, DJe de 15/9/2022. Disponível em:</p><p>https://processo.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?</p><p>num_registro=202001464180&dt_publicacao=15/09/2022. Acesso em: fev. 2023.</p><p>Aula 4</p><p>ALMEIDA, L. C. B. D. Introdução ao Direito Econômico, Direito da Economia, Economia do Direito, Law And</p><p>Economics, Análise Econômica do Direito. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. E-book.</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Brasília, DF: Presidência da</p><p>República. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: fev.</p><p>2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. De�ne crimes contra a ordem tributária, econômica e contra</p><p>as relações de consumo, e dá outras providências. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.176, de 08 de fevereiro de 1991. De�ne crimes contra a ordem econômica e cria o Sistema de</p><p>Estoques de Combustíveis. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8176.htm. Acesso em:</p><p>fev. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011. Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência;</p><p>dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica; altera a Lei nº 8.137, de 27 de</p><p>dezembro de 1990, o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, e a Lei nº</p><p>7.347, de 24 de julho de 1985; revoga dispositivos da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei nº 9.781, de</p><p>19 de janeiro de 1999; e dá outras providências. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12529.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>CONSELHO ADMINSITRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA. Cartilha do CADE. Brasília: DF, 2016. Disponível em:</p><p>https://cdn.cade.gov.br/Portal/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/cartilha-do-cade.pdf. Acesso em:</p><p>fev. 2026.</p><p></p><p>https://processo.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201200670693&dt_publicacao=03/02/2016</p><p>https://processo.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201200670693&dt_publicacao=03/02/2016</p><p>https://processo.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202001464180&dt_publicacao=15/09/2022</p><p>https://processo.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202001464180&dt_publicacao=15/09/2022</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8176.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12529.htm</p><p>https://cdn.cade.gov.br/Portal/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/cartilha-do-cade.pdf</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 31/31</p><p>MASSO, F.D. Direito Econômico Esquematizado. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015.</p><p>SENADO FEDERAL. Agências Reguladoras. Brasília: DF. Disponível em:</p><p>https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/guia-de-economia/agencias-</p><p>reguladoras#:~:text=Institu%C3%ADdas%20sob%20a%20forma%20de,interm%C3%A9dio%20de%20concess%</p><p>C3%B5es%2C%20permiss%C3%B5es%20etc. Acesso em: fev. 2023.</p><p>Aula 5</p><p>BRASIL. Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Disponível em: https://www.gov.br/cade/pt-</p><p>br/acesso-a-informacao/institucional. Acesso em: fev. 2023.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>CLARK, Giovani. Política Econômica e Estado. Estudos Avançados. Belo Horizonte. Vol. 22. 2008, p. 207-217.</p><p>Disponível em https://www.scielo.br/j/ea/a/dgDKxQGTVy97BvFnqdQdsqQ/?lang=pt&format=pdf. Acesso em:</p><p>fev. 2023.</p><p>FORGIONI, Paula A. Os fundamentos do antitruste. 2. ed. São Paulo: RT, 2005.</p><p>RAMOS. Gabriel Favarelli. Formas de Intervenção do Estado na Economia. Disponível em:</p><p>https://gabrielfavarelli07.jusbrasil.com.br/artigos/408516759/formas-de-intervencao-do-estado-na-economia.</p><p>Acesso em: fev. 2023.</p><p></p><p>https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/guia-de-economia/agencias-reguladoras#:~:text=Institu%C3%ADdas%20sob%20a%20forma%20de,interm%C3%A9dio%20de%20concess%C3%B5es%2C%20permiss%C3%B5es%20etc</p><p>https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/guia-de-economia/agencias-reguladoras#:~:text=Institu%C3%ADdas%20sob%20a%20forma%20de,interm%C3%A9dio%20de%20concess%C3%B5es%2C%20permiss%C3%B5es%20etc</p><p>https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/guia-de-economia/agencias-reguladoras#:~:text=Institu%C3%ADdas%20sob%20a%20forma%20de,interm%C3%A9dio%20de%20concess%C3%B5es%2C%20permiss%C3%B5es%20etc</p><p>https://www.gov.br/cade/pt-br/acesso-a-informacao/institucional</p><p>https://www.gov.br/cade/pt-br/acesso-a-informacao/institucional</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www.scielo.br/j/ea/a/dgDKxQGTVy97BvFnqdQdsqQ/?lang=pt&format=pdf</p><p>https://gabrielfavarelli07.jusbrasil.com.br/artigos/408516759/formas-de-intervencao-do-estado-na-economia</p><p>regras. O sistema de</p><p>regras que decorre dos costumes mercantis criados nas relações comerciais internacionais é chamado de lex</p><p>mercatoria. Desse modo, a lex mercatoria tem caráter metanacional, devendo ser observada acima e além</p><p>das fronteiras nacionais.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 5/31</p><p>APRENDENDO MAIS SOBRE A ORDEM ECONÔMICA.</p><p>Como vimos, a ordem econômica é regida por princípios, os quais visam garantir não só o crescimento do</p><p>mercado como também a proteção do trabalhador e meio ambiente. Circunstâncias que legitimam a</p><p>intervenção estatal.</p><p>Contudo, de acordo com a CRFB/88, a regra é que o Estado não deve atuar diretamente no domínio</p><p>econômico. A exploração direta de atividade econômica pelo Estado é a exceção e está restrita à necessidade</p><p>de proteção da segurança nacional ou do interesse coletivo.</p><p>Outrossim, no âmbito internacional o objetivo da ordem econômica é de organizar a realização da atividade</p><p>econômica desenvolvida por todas as pessoas jurídicas de direito público externo, ou seja, por todos os</p><p>Estados estrangeiros e pelas pessoas regidas pelo direito internacional público, as organizações</p><p>internacionais.</p><p>A noção de Estado está relacionada à soberania. Em verdade, não existe Estado independente sem soberania,</p><p>o que, no plano internacional, signi�ca que o Estado não reconhece a existência de qualquer poder acima</p><p>dele.</p><p>Logo, quando a comunidade internacional reconhece o status de Estado, ela constata a existência de um</p><p>Estado na ordem internacional, dotado de soberania, capaz de se relacionar com outros Estados, �rmando</p><p>acordos e contraindo obrigações. Daí se veri�ca a estreita relação entre soberania e ordem econômica</p><p>internacional.</p><p>Por exemplo, desde 1940 Palestina e Israel estão em con�ito, pois ambos reivindicam o seu próprio espaço de</p><p>soberania. Entretanto, atualmente esse direito é exercido plenamente apenas pelos israelenses. Apesar de</p><p>mais de 100 países reconhecerem a Palestina como Estado (inclusive o Brasil), Israel e os Estados Unidos são</p><p>contrários ao estabelecimento do Estado Palestino.</p><p>Para regular as formas de relacionamento internacional entre os Estados e os demais agentes econômicos,</p><p>foram criados os organismos internacionais, voltados ao atendimento de interesses generalizados de maior</p><p>abrangência política, como a Organização das Nações Unidades (ONU), ou de interesses regionais especí�cos,</p><p>como a Comunidade Econômica Europeia.</p><p>Esses organismos internacionais se caracterizam por serem associações voluntárias de sujeitos de direito</p><p>internacionais, geralmente constituídas por meio de tratados, que têm por objetivo atingir metas e objetivos</p><p>comuns. Quando são constituídas, adquirem personalidade jurídica própria e podem adquirir direitos e</p><p>contrair obrigações em seu nome, inclusive celebrando tratados com outras organizações internacionais e</p><p>com outros Estados.</p><p>Com o surgimento das relações econômicas internacionais, os agentes econômicos passaram a explorar</p><p>atividade econômica numa perspectiva mundial, e daí a necessidade de se estabelecer uma ordem econômica</p><p>internacional para organizar e regular essas atividades econômicas.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 6/31</p><p>Como já foi observado, a própria realização da atividade comercial já é su�ciente para estabelecer regras nas</p><p>relações mercantis, o que é denominado de lex mercatoria. São exemplos de instrumentos de lex mercatoria</p><p>os Incoterms (International Commercial Terms, ou seja, condições comerciais internacionais), cláusulas</p><p>previstas em contratos de compra e venda internacionais que tratam da transferência do risco sobre a</p><p>mercadoria quando não há regulação especí�ca sobre o tema.</p><p>VIDEO RESUMO</p><p>Modalidades de intervenção do Estado aos Princípios Constitucionais da Ordem Econômica</p><p>Estudará aspectos gerais sobre ordem econômica internacional e sua relação com a soberania, bem como</p><p>traçará as Modalidades de intervenção do Estado no campo econômico, são elas: intervenção por absorção ou</p><p>participação; intervenção por direção; e intervenção por indução. Abordará também sobre os Princípios</p><p>constitucionais da ordem econômica e suas interpretações, abordará sobre organismos internacionais em</p><p>economia constitucional, bem como sobre Lex mercatoria, que se trata de um conjunto de normas aplicáveis,</p><p>decorrentes dos costumes e práticas internacionais</p><p> Saiba mais</p><p>Em junho de 2020, o STF decidiu que é constitucional a devolução da taxa de matrícula em caso de</p><p>desistência ou transferência de curso universitário, pois a intervenção do estado no domínio econômico</p><p>para defesa do consumidor é legítima e tem fundamento na Constituição Federal. Acesse abaixo a notícia</p><p>“Devolução de taxa de matrícula em caso de desistência ou transferência de curso universitário é</p><p>constitucional”, do site do Portal do STF.</p><p>Disponível em: https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=445943. Acesso em</p><p>jan. 2023.</p><p>No artigo “Da intervenção do Estado na economia”, os autores José Celso Martins e Roberto Crespo e</p><p>Silva buscam entender a inserção do capitalismo no Estado e como esse deve agir para intervir para</p><p>garantir direitos da sociedade e manter o país e a ideologia dominante.</p><p>Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/229056933.pdf. Acesso em: jan. 2023.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p>Aula 2</p><p>INTRODUÇÃO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE</p><p>DEFESA ECONÔMICA - CADE</p><p></p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=445943</p><p>https://core.ac.uk/download/pdf/229056933.pdf</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 7/31</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Prezado(a) estudante,</p><p>A defesa da concorrência é um tema que afeta a economia e toda a sociedade, na medida em que os cidadãos</p><p>dispõem de uma variedade maior de produtos, pelos menores preços possíveis.</p><p>No Brasil, a defesa da concorrência ganhou força a partir da década de 90, com a mudança do per�l</p><p>regulatório, que passou a privilegiar a competição como instrumento de controle de preços e de qualidade de</p><p>bens e serviços, e se consolidou com a edição da Lei 8.884, posteriormente substituída pela Lei 12.529, que</p><p>estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e dispõe sobre a prevenção e a repressão às</p><p>infrações contra a ordem econômica.</p><p>Nesta unidade você estudará a defesa da concorrência e os instrumentos de controle estatal de atividades</p><p>econômicas que o Estado entende que devem ser reguladas: as agências reguladoras.</p><p>Preparado(a)? Vamos lá!</p><p>VAMOS APRENDER SOBRE A FISCALIZAÇÃO DO CONTROLE DA CONCORRÊNCIA!</p><p>A defesa da concorrência não é um tema que afeta apenas a economia, mas, sim, afeta toda a sociedade, na</p><p>medida em que os cidadãos dispõem de uma variedade maior de produtos, pelos menores preços possíveis.</p><p>Consequentemente, desfrutam de um nível máximo de bem-estar econômico.</p><p>O objetivo �nal da defesa da concorrência, portanto, é tornar máximo o devido processo competitivo e o nível</p><p>de bem-estar econômico da sociedade (FIGUEIREDO, 2021, p. 145). Isso remete, por certo, ao extenso debate</p><p>sobre os limites da intervenção do Estado na Economia. Fruto de diversas teorias econômicas e políticas,</p><p>podemos distinguir duas vertentes antagônicas: o liberalismo, de um lado, prevê a mínima intervenção do</p><p>Estado, tendo como principal representante na doutrina clássica Adam Smith; o intervencionismo, no polo</p><p>oposto, prevê a necessária intervenção estatal para assegurar a regularidade da ordem econômica.</p><p>A complexidade das relações econômicas e sociais impede a redução das políticas públicas a uma só teoria,</p><p>conduzindo-as, na verdade, a pontos intermediários entre o liberalismo e o intervencionismo. No Brasil,</p><p>observamos a constante tentativa de equilibrar essas diretrizes.</p><p>No País, a defesa da concorrência ganhou força a partir da década de 90, com a mudança do per�l regulatório,</p><p>que passou a privilegiar a competição como instrumento de controle de preços e de qualidade de bens e</p><p>serviços.</p><p>A defesa da concorrência é um tema que afeta a economia e toda a sociedade, na medida em que os</p><p>cidadãos dispõem de uma variedade maior de produtos, pelos menores preços possíveis.</p><p>25 minutos</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 8/31</p><p>A CRFB/88, além de instituir a livre iniciativa como fundamento da ordem econômica, estabelece que a lei</p><p>deverá reprimir o abuso do poder econômico que visa à dominação dos mercados, à eliminação da</p><p>concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.</p><p>A regulação econômica tem como objetivo prevenir e corrigir falhas de mercado, sendo realizada através das</p><p>agências reguladoras, que são responsáveis pela condução das políticas relacionadas a serviços públicos e de</p><p>outras atividades tidas como relevantes.</p><p>As agências reguladoras possuem um conjunto de privilégios especí�cos que a lei outorga à entidade para a</p><p>realização de seus �ns. Sua classi�cação mais importante separa-as de acordo com a atividade desenvolvida,</p><p>como segue:</p><p>a. agências reguladoras de serviços públicos: surgiram após a delegação da prestação do serviço público</p><p>a autarquias, fundações, empresas estatais, empresas privadas ou particulares individualmente e aos</p><p>consórcios públicos. É o caso da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).</p><p>b. agências reguladoras da exploração de monopólios públicos: um exemplo de agência reguladora da</p><p>exploração de monopólios é a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão</p><p>regulador da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis;</p><p>c. agências reguladoras da exploração de bens públicos: os bens públicos são aqueles de domínio</p><p>nacional pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, utilizados pela</p><p>Administração Pública ou pela coletividade, como por exemplo, as ruas, praças, parques etc. É o caso da</p><p>Agência Nacional de Águas (ANA).</p><p>d. agências reguladoras de atividades econômicas privadas: são, por exemplo, a Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).</p><p>A �nalidade institucional da ANVISA é a de realizar o controle sanitário da produção e da comercialização</p><p>de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária.</p><p>A ANS é órgão de regulação, normatização, controle e �scalização das atividades que garantem a</p><p>assistência suplementar à saúde, como as empresas de planos privados de assistência à saúde.</p><p>VAMOS APROFUNDAR NOSSOS ESTUDOS SOBRE A FISCALIZAÇÃO DO CONTROLE DA</p><p>CONCORRÊNCIA!</p><p>É de grande amplitude o debate sobre a intervenção do Estado. De acordo com a classi�cação adotada por</p><p>Eros Grau (2010, p. 90), há três modalidades básicas de intervenção no domínio econômico:</p><p>por absorção ou participação: ocorre quando o Estado presta diretamente os serviços públicos, por</p><p>meio de monopólios (absorção) ou em regime de concorrência (participação);</p><p>por indução: relaciona-se às atividades de incentivo, por meio das quais o Estado estabelece políticas de</p><p>benefícios �scais para o setor privado.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 9/31</p><p>por direção: corresponde à atuação reguladora do Estado, quando impõe comportamentos ao mercado</p><p>(por exemplo, na hipótese de congelamento de preços);</p><p>Nesse sentido, ganha grande destaque o papel das agências reguladoras. Esses entes são constituídos como</p><p>autarquias de regime especial, com a �nalidade regular a execução dos serviços públicos concedidos ao setor</p><p>privado. Como exposto anteriormente, é o caso, por exemplo, da ANATEL, que regula os serviços de</p><p>comunicação.</p><p>Em 1994, a defesa da concorrência se consolidou com a edição da Lei 8.884, que regulamentou o sistema até</p><p>2011, quando foi editada a Lei 12.529. Esta lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e</p><p>dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica.</p><p>O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é o conjunto de órgãos e procedimentos que devem</p><p>ser observados na aplicação de punições pela prática de atos contrários à liberdade de concorrência.</p><p>O objetivo principal do SBDC é a promoção de uma economia competitiva por meio da prevenção e da</p><p>repressão de ações que possam limitar ou prejudicar a disputa saudável e transparente por parcela de</p><p>mercado relevante, com base na legislação vigente (FIGUEIREDO, 2021, p. 155).</p><p>Assim, o SBDC atua em três frentes:</p><p>no controle das estruturas de mercado;</p><p>na repressão de condutas anticompetitivas; e</p><p>na promoção da cultura da concorrência.</p><p>O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE e pela Secretaria de</p><p>Acompanhamento Econômico, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda.</p><p>O CADE é uma autarquia federal com sede no Distrito Federal, composta pelo Tribunal Administrativo de</p><p>Defesa Econômica, Superintendência-Geral e Departamento de Estudos Econômicos, e vinculada ao Ministério</p><p>da Justiça.</p><p>O Tribunal Administrativo de Defesa Econômica tem função judicante, ou seja, julga os casos que lhes são</p><p>submetidos. Quanto à competência prevista na lei, é fundamental destacar os artigos 9º, 10 e 11, da Lei</p><p>12.529, que distinguem três aspectos: o de zelar pela observância da lei, ou seja, decidir sobre todas as</p><p>questões relativas à concorrência; o dever do Presidente representar legalmente o CADE no Brasil ou no</p><p>exterior, em juízo ou fora dele, assim como de presidir o órgão; e a competência dos Conselheiros de praticar</p><p>todos os atos necessários à decisão das questões submetidas ao Tribunal, com a prolação de votos nos</p><p>processos.</p><p>A Superintendência-Geral do CADE tem uma vasta gama de competências, dentre elas, acompanhar,</p><p>permanentemente, as atividades e práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que estiverem posição</p><p>dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica,</p><p>podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários (Artigo 13, inciso II, da Lei 12.529).</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 10/31</p><p>O Departamento de Estudos Econômicos, por sua vez, tem a função de elaborar estudos e pareceres</p><p>econômicos para auxiliar na compreensão das práticas econômicas que possam restringir a concorrência.</p><p>ENTENDENDO MAIS SOBRE AS AGÊNCIAS REGULADORAS E ATUAÇÃO DO CADE</p><p>Você se lembra que, para preservar e garantir a livre iniciativa, o liberalismo favoreceu a igualdade entre as</p><p>empresas, mas que esse posicionamento favoreceu a concentração do poder econômico em grandes</p><p>empresas?</p><p>Note, então, que os princípios da livre iniciativa e da liberdade de concorrência são antagônicos, isto é, o</p><p>agente econômico é livre para desenvolver atividade econômica, desde que não prejudique a liberdade de</p><p>concorrência de outros agentes econômicos.</p><p>Como vimos, a regulação econômica tem como objetivo prevenir e corrigir falhas de mercado. Ela é feita</p><p>através das agências reguladoras, que são responsáveis pela condução das políticas relacionadas a serviços</p><p>públicos e de outras atividades tidas como relevantes.</p><p>Para conhecer os desdobramentos práticos do tema, conheceremos as agências reguladoras e os privilégios</p><p>especí�cos que a lei outorga à entidade para a realização de seus �ns. São eles:</p><p>independência administrativa, fundamentada na estabilidade de seus dirigentes, que têm mandato</p><p>�xo;</p><p>autonomia �nanceira, pois têm renda própria e liberdade para decidir sobre sua aplicação;</p><p>poder normativo, pois podem regulamentar matérias de sua competência.</p><p>No âmbito federal, existem onze agências reguladoras:</p><p>Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL);</p><p>Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);</p><p>Agência Nacional de Águas (ANA);</p><p>Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);</p><p>Agência Nacional dos Transportes</p><p>Terrestres (ANTT);</p><p>Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ);</p><p>Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);</p><p>Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);</p><p>Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC);</p><p>Agência Nacional de Mineração (ANM);</p><p>Agência Nacional de Cinema (ANCINE).</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 11/31</p><p>No Brasil, a defesa da concorrência compete ao Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, conforme</p><p>previsto na Lei 12.529, formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE e pela Secretaria</p><p>de Acompanhamento Econômico.</p><p>Ao CADE compete zelar pelo livre mercado, bem como por investigar e decidir em última instancia, no âmbito</p><p>do Poder Executivo, casos de matéria concorrencial. Vamos conhecer, agora, seu funcionamento:</p><p>Inicialmente, a Superintendência-Geral</p><p>receberá as denúncias de condutas infratoras à ordem econômica; e</p><p>receberá os pedidos de análise dos atos de concentração para �ns de controle de estruturas de mercado.</p><p>A Superintendência-Geral irá preparar o processo, reunindo os elementos fáticos e realizando pesquisas. Se</p><p>precisar de suporte técnico poderá solicitar parecer do Departamento de Estudos Econômicos ou da</p><p>Secretaria de Acompanhamento Econômico.</p><p>Encerrados esses trâmites, o processo será remetido ao Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, que</p><p>detém competência para julgar o potencial lesivo da conduta ou do ato de concentração.</p><p>Este órgão irá se manifestar sobre a abusividade ou não da conduta e, em caso positivo, irá determinar as</p><p>providências cabíveis para coibi-la ou repará-la.</p><p>Para veri�car como, na prática, tramitam os processos administrativos do CADE, realize a pesquisa processual</p><p>no sistema SEI. É o caso, por exemplo, do Inquérito Administrativo nº 08700.004095/2020-15 (Apartado</p><p>Restrito nº 08700.004096/2020-51). Neste caso, o CADE apura a existência de cartel em licitações de produtos</p><p>e serviços de inteligência de negócios. Antes de entrar no mérito da causa, deve-se entender, em linhas gerais,</p><p>o campo de atuação do órgão e a forma como tramitam os procedimentos.</p><p>VIDEO RESUMO</p><p>Introdução ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica- CADE</p><p>A �scalização e controle da concorrência: CADE, funcionamento e julgamentos: papel do</p><p>Estado</p><p>O CADE deve zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder</p><p>Executivo, não só por investigar e decidir sobre a matéria concorrencial, como também fomentar a cultura da</p><p>livre concorrência. Possui a função repressiva, de investigar, e posteriormente julgar cartéis e outras condutas</p><p>nocivas à livre concorrência. Neste sentido, importante ressaltar também nesta aula, as Formas de</p><p>Intervenção do Estado na Economia, bem como sobre o tema da regulação e o papel das agências</p><p>reguladoras.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 12/31</p><p> Saiba mais</p><p>A notícia “Cade vai julgar na próxima semana casos da Ambev/Heineken e combustível no aeroporto de</p><p>Guarulhos”, publicada no site Inteligência Financeira, informa sobre dois casos importantes a serem</p><p>julgados pelo CADE. O primeiro deles trata da validade do despacho que limita novos contratos de</p><p>exclusividade para venda de cerveja em bares, restaurantes e casas de show por parte da Ambev e,</p><p>parcialmente, da Heineken, em vigor até o �nal da Copa do Mundo. O segundo caso envolve eventuais</p><p>indícios de infração concorrencial na distribuição de combustível de aviação no aeroporto de Guarulhos.</p><p>Disponível em: https://inteligencia�nanceira.com.br/saiba/economia/cade-julgamento-heineken-ambev-</p><p>e-combustivel-aeroporto-guarulhos/. Acesso em fev. 2023.</p><p>A notícia “Esclarecimento: suspensão do jogo Brasil x Argentina” traz que, em setembro de 2021, na</p><p>partida de futebol entre Brasil e Argentina pela Eliminatória da Copa do Mundo, agentes da ANVISA</p><p>adentraram o campo e paralisaram o jogo em razão do descumprimento dos protocolos sanitários</p><p>contra a Covid-19 por quatro jogadores argentinos, rea�rmando a autonomia e independência da</p><p>agência reguladora no desempenho de suas funções normativa e executiva de caráter sanitário.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/esclarecimento-</p><p>suspensao-do-jogo-brasil-x-argentina. Acesso em: fev. 2023.</p><p>Para entender um pouco mais sobre o CADE, con�ra o artigo “Análise das práticas anticompetitivas</p><p>noti�cadas ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)” construído no doutorado da UFSM.</p><p>Disponível em: https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/article/view/166/228. Acesso em: fev.</p><p>2023.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Aula 3</p><p>CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA-</p><p>CADE</p><p>Nessa aula, estudaremos o conceito de Direito Econômico, sua história e sua importância. Para cumprir</p><p>esse objetivo, revisaremos a de�nição de ordem econômica e conheceremos as normas que regulam a</p><p>relação entre o Direito e a Economia.</p><p>25 minutos</p><p></p><p>https://inteligenciafinanceira.com.br/saiba/economia/cade-julgamento-heineken-ambev-e-combustivel-aeroporto-guarulhos/</p><p>https://inteligenciafinanceira.com.br/saiba/economia/cade-julgamento-heineken-ambev-e-combustivel-aeroporto-guarulhos/</p><p>https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/esclarecimento-suspensao-do-jogo-brasil-x-argentina</p><p>https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/esclarecimento-suspensao-do-jogo-brasil-x-argentina</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 13/31</p><p>Caro(a) aluno(a), nessa aula, estudaremos o conceito de Direito Econômico, sua história e sua importância.</p><p>Para cumprir esse objetivo, revisaremos a de�nição de ordem econômica e conheceremos as normas que</p><p>regulam a relação entre o Direito e a Economia. Nosso objetivo é aprofundar o estudo sobre o Direito</p><p>Econômico a partir de uma perspectiva histórica e demonstrar a forma como a CRFB/88 prevê a intervenção</p><p>na economia. Com base nesse estudo, conheceremos os principais mecanismos de defesa econômica e</p><p>poderemos avaliar criticamente a relação entre o Estado e a Economia. Esse tema é fundamental para seus</p><p>estudos e para sua prática pro�ssional, pois fornece as bases para seu conhecimento jurídico-normativo a</p><p>respeito da matéria. Vamos lá!?</p><p>CONCEITOS PRELIMINARES</p><p>A ordem econômica representa o objetivo de um Estado em organizar as relações econômicas travadas em</p><p>uma determinada sociedade, por meio da integração de normas jurídicas de forma a disciplinar a estrutura,</p><p>os princípios e as �nalidades pelas quais as atividades econômicas devem ser guiadas.</p><p>Isso, entretanto, não foi uma constante na histórica jurídica brasileira. Tanto a Constituição do Império (1824)</p><p>quanto a Constituição Republicana (1891) se abstiveram do tema econômico, prezando pela total liberdade</p><p>dos agentes econômicos. Os primeiros passos foram dados apenas em 1934, demonstrando o quão recente é</p><p>a trajetória do Direito Constitucional Econômico brasileiro. Após um sinuoso histórico, a CRFB/88 consagrou o</p><p>paradigma da ordem econômica.</p><p>Sabemos que a CRFB/88 é classi�cada quanto à sua origem como dogmática, porquanto a Assembleia</p><p>Nacional Constituinte reuniu todos os dogmas presentes naquele momento, para insculpir o texto</p><p>constitucional, encontrando-se inserido neste cabedal normativo as diretrizes e ideologias que norteariam a</p><p>ordem econômica.</p><p>Ademais, por ser uma Constituição quali�cada como programática, estipula programas voltados à realização</p><p>de seus desideratos, não sendo diferente com a ordem econômica, a qual tem como objetivos assegurar a</p><p>todos a existência digna consoante os ditames da justiça social (artigo 170, caput, CRFB/88).</p><p>A expressão “constituição econômica”, nesse sentido, alude à inserção de dispositivos contendo princípios e</p><p>regras destinadas a regular e sistematizar as atividades econômicas praticadas no país dentro do texto</p><p>constitucional,</p><p>sendo tratado especialmente no Título VII na CRFB/88.</p><p>O direito econômico tratado na CRFB/88 não está isolado, devendo o operador do direito considerar as</p><p>normas jurídico-econômicas contidas no texto constitucional em seu conjunto, em sua unidade, conforme</p><p>princípio instrumental da hermenêutica constitucional da unidade (MASSO, 2017, p. 35). Compreende-se,</p><p>portanto, que o direito econômico compreende todas as normas – constitucionais ou infraconstitucionais –</p><p>que tratem da relação entre Estado e economia.</p><p>A partir disso, você pode se perguntar: qual é, a�nal, a natureza do vínculo entre Estado e Economia e quais</p><p>são as justi�cativas para uma possível intervenção estatal na ordem econômica?</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 14/31</p><p>Desde os primórdios da teoria contratualista se consagra a concepção de o Estado deter o poder soberano</p><p>sobre todas as atribuições necessárias a resguardar o interesse público, dentre as quais recai a atividade</p><p>econômica, de tal sorte que a soberania nacional é um princípio a ser observado dentro da ótica da ordem</p><p>econômica (artigo 170, I, CRFB/88).</p><p>Nesse sentido, o Estado atua na ordem econômica, a �m de satisfazer as próprias necessidades, em prol de</p><p>seu fortalecimento institucional e, consequentemente, de sua soberania, bem como suprir as pretensões do</p><p>povo, cuja intervenção pode ser realizada de forma direta ou indireta.</p><p>Com efeito, a intervenção direta do Estado no domínio econômico se perfaz tanto no desempenho de</p><p>atividades administrativas, tais como a limitação da autonomia privada, prestação de serviços públicos e</p><p>exploração direta da economia, nos termos do artigo 173 da CRFB/88 (MASSO, 2015).</p><p>Por outro lado, a intervenção indireta do Estado no âmbito econômico se circunscreve em sua atuação como</p><p>agente normativo e regulador da atividade econômica, tal qual prescrito no artigo 174 da CRFB/88.</p><p>Por �m, cumpre apontar os conceitos de serviço público e atividade econômica. Para alguns autores, um</p><p>conceito encontra o limite da sua de�nição no outro, podendo-se dizer, em linhas gerais, que a atividade</p><p>econômica prospera fora do campo da atuação estatal por meio de serviços públicos.</p><p>A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA ORDEM ECONÔMICA</p><p>A ordem econômica, como visto, tem o objetivo de concretizar a segurança jurídica no âmbito das relações</p><p>econômicas, tendo em vista o estabelecimento de parâmetros normativos aos agentes econômicos</p><p>relacionados às suas limitações e garantias, mormente àquelas inerentes ao Estado. A evolução desse tema na</p><p>seara constitucional, entretanto, não foi linear.</p><p>A Constituição do Império (1824), assim como a Constituição Republicana (1891), representa, claramente, o</p><p>paradigma de abstenção do Estado frente a economia. O primeiro diploma a tratar da ordem econômica foi a</p><p>Constituição de 1934. "A Constituinte de 1933/1934, no que dizia respeito à “Ordem Econômica e Social”,</p><p>reconhecia o papel ativo do Estado, com a consequente intervenção nas órbitas da política econômica e</p><p>social" (LENZA, 2022, p.1307).</p><p>Contrariamente à antecessora, a Constituição de 1937 foi omissa quanto aos princípios regentes da ordem</p><p>econômica, demonstrando que a evolução do tema no direito brasileiro não foi linear. Na Constituição de</p><p>1946, previu-se o regime capitalista, mas foi resguardada a prerrogativa do Estado de intervenção na</p><p>economia. A Constituição de 1967, bem como a Ementa Constitucional n. 01/69, não trouxe inovações.</p><p>Finalmente, na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 consagrou-se o atual regime de</p><p>intervenção do Estado na economia, com claras menções à necessidade de o Poder Público assumir a função</p><p>de agente normativo e regulador.</p><p>O Direito Econômico, portanto, consiste na “disciplina jurídica de todas as relações humanas propriamente</p><p>econômicas” (conceito amplo) e está “associado à ideia de uma disciplina voltada ao estudo dos problemas</p><p>ocorridos por força da intervenção do Estado no domínio econômico" (LENZA, 2022, p.1339).</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 15/31</p><p>É sabido que a atuação estatal no domínio econômico se sujeita ao contexto político-�losó�co-ideológico</p><p>preconizado na ordem econômica disposta no texto constitucional, sendo reconhecidos dois modelos de</p><p>pensamento econômico que estabelecem um maior ou menor grau de participação do Estado na economia,</p><p>quais sejam:</p><p>1. Liberalismo: expressa a noção de livre mercado, porquanto parte-se do pressuposto que os agentes</p><p>econômicos conseguem se autorregularem, de modo que a intervenção estatal é mínima;</p><p>2. Intervencionismo: ao revés do modelo anterior, o Estado participa ativamente, seja no plano indireto</p><p>regulando, planejando, incentivando, �scalizando, normatizando, seja mediante atuação direta na</p><p>economia, intervindo sobretudo em áreas do mercado que são estratégicas e necessitam de monopólio</p><p>ou nichos que não sejam aprazíveis para a iniciativa privada mas que sejam imprescindíveis ao interesse</p><p>público.</p><p>O Estado pode participar diretamente no domínio mediante a prestação de serviços públicos ou de atividades</p><p>que demandem a atuação estatal mais profícua. Quando, por outro lado, edita normas reguladoras do</p><p>mercado, exerce funções de planejamento, �scalização e incentivo às atividades econômicas, dizemos que a</p><p>intervenção do Estado no domínio econômico se materializa indiretamente, nos termos do artigo 174 da</p><p>CRFB/88.</p><p>A respeito disso, cumpre diferenciar os conceitos de serviço público e atividade econômica.</p><p>Apesar dessa de�nição, o STF adota o entendimento de que "(...) a atividade econômica em sentido amplo é</p><p>gênero que compreende duas espécies: o serviço público e a “atividade econômica em sentido estrito” (LENZA,</p><p>2022, p.1279).</p><p>A PROTEÇÃO DA ORDEM ECONÔMICA NA PRÁTICA</p><p>Como vimos, um dos mais importantes debates no Direito Econômico diz respeito à intervenção do Estado na</p><p>economia. Para aprofundar o estudo, veremos como os tribunais abordam o tema, com base, principalmente,</p><p>na atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), uma autarquia em regime especial</p><p>constituída para proteger a ordem econômica.</p><p>No Agravo Interno nos Embargos de Declaração no Recurso Especial 1879676 - RN (2020/0146418-0), o</p><p>Superior Tribunal de Justiça (STJ) avaliou um caso derivado de processo administrativo tramitado junto ao</p><p>CADE. O caso chegou ao STJ em razão de uma ação que questionou a validade do procedimento</p><p>Para alguns autores, é a partir da noção de “serviço público” que se separa o campo das</p><p>atuações estatais do campo que concerne aos particulares, compondo este último o</p><p>domínio da denominada “atividade econômica”, também conhecido, simplesmente, como</p><p>“domínio econômico”.</p><p>— (LENZA, 2022, p.1276).</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 16/31</p><p>administrativo instaurado pelo CADE. Na origem, o Conselho interveio para apurar a existência de um cartel</p><p>relacionado à produção de sal em Mossoró, no Rio Grande no Norte. Na instância judicial, os tribunais</p><p>reconheceram a aptidão das provas apresentadas para sustentar a cartelização.</p><p>No acórdão indicado, discute-se, em suma, a regularidade do procedimento, a su�ciência das provas e as</p><p>teses de inovação recursal e prequestionamento. Sem prejuízo, no entanto, no principal fundamento da</p><p>demanda, o tribunal, ao preservar as decisões que apuraram a existência de cartel, assegura, também, a</p><p>proteção à ordem econômica.</p><p>Os cartéis são, em suma, acordos entre empresas que atuam em um mesmo setor cuja �nalidade é �xar</p><p>arti�cialmente os preços do produto ou serviço ofertado, limitando a concorrência e manipulando o mercado.</p><p>Essa prática é considerada um crime contra a ordem econômica, nos termos da Lei 8137/90, pois, além de</p><p>prejudicar os agentes que compõem a concorrência, afeta diretamente os consumidores, impondo-lhes a</p><p>restrição da oferta e o aumento dos preços, inviabilizando</p><p>o acesso ao produto ou serviço.</p><p>No Recurso Especial 1.317.536 - MA (2012/0067069-3), podemos veri�car que o STJ julgou outro tema</p><p>relevante para a proteção da ordem econômica. Na origem, a empresa Nacional Gás Butano Distribuidora</p><p>LTDA foi acusada de recusar a contratação com uma empresa revendedora, além de praticar preços</p><p>diferentes daqueles praticados com outras revendedoras na cidade de São Luís do Maranhão. O Ministro</p><p>Paulo de Tarso Sanseverino, relator do recurso interposto no STJ, dá início à relatoria esclarecendo tratar-se</p><p>de um con�ito de direito concorrencial privado, previsto na Lei 8.884/94, uma vez que sua propositura visa a</p><p>proteção do direito individual do postulante, com a �nalidade especí�ca de obter a cessação da conduta</p><p>atentatória à ordem econômica em sua situação concreta.</p><p>Apesar de o caso não derivar de um procedimento administrativo junto ao CADE, a interpretação da</p><p>jurisprudência do STJ é de grande importância para entender como os tribunais atuam na defesa da</p><p>concorrência. No primeiro grau de jurisdição, reconheceu-se que “e a conduta da recorrente de recusa no</p><p>fornecimento de GLP à recorrida e de discriminação de preços caracterizava conduta atentatória à ordem</p><p>econômica, mormente considerando que a distribuição de GLP é prestação de serviço público, sendo regulada</p><p>pela ANP”. Nesses termos, reconhecendo a impossibilidade de realizar a discriminação de preços, a parte ora</p><p>recorrente foi condenada a cumprir “obrigação de fazer consistente em vender o GLP à recorrida, nas mesmas</p><p>condições comerciais praticadas aos demais revendedores, impondo a abstenção da prática de condutas de</p><p>retaliação, que possam di�cultar o desenvolvimento comercial da recorrida”.</p><p>VIDEO RESUMO</p><p>Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência</p><p>Controle da concorrência: CADE: organização dos órgãos e agências reguladoras.</p><p>O CADE deve zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder</p><p>Executivo, não só por investigar e decidir, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar a cultura da</p><p>livre concorrência, possui a função repressiva, de investigar, e posteriormente julgar cartéis e outras condutas</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 17/31</p><p>nocivas à livre concorrência. Neste sentido, importante ressaltar também nesta aula, as Formas de</p><p>Intervenção do Estado na Economia, bem como sobre o tema da regulação e o papel das agências</p><p>reguladoras.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p> Saiba mais</p><p>No artigo cientí�co “INTEGRAÇÃO ECONÔMICA – A EXPERIÊNCIA EUROPEIA E OS DESAFIOS DO</p><p>MERCOSUL”, da autoria de Marcelo Fonseca Vicentini, indaga-se quais seriam os níveis de integração que</p><p>repousam sobre o bloco econômico da União Europeia e o Mercosul e os seus re�exos para o seu</p><p>desenvolvimento. O texto expande o escopo da análise para o cenário internacional, contribuindo para</p><p>uma ampla visão sobre a ordem econômica e as normas jurídicas de proteção da economia.</p><p>Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/tablas/r35835.pdf. Acesso em: fev. 2023.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Caro(a) aluno(a), o mercado é, em síntese, o local onde se realiza a venda de bens e serviços. Em condições</p><p>ideais, esse mercado está composto por um grande número de ofertantes e demandantes em interação</p><p>recíproca e contínua. Nessas circunstâncias, veri�ca-se uma intensa concorrência, descrita como o grau de</p><p>competitividade entre os agentes econômicos em determinado mercado.</p><p>Nesta aula, aprofundaremos o estudo sobre o conceito de concorrência com a �nalidade de justi�car e de�nir</p><p>o escopo do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Relembraremos os fundamentos da intervenção</p><p>do Estado na Economia para avaliar as medidas de prevenção e repressão das infrações à ordem econômica.</p><p>Vamos lá?</p><p>Aula 4</p><p>SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA</p><p>O mercado é, em síntese, o local onde se realiza a venda de bens e serviços. Em condições ideais, esse</p><p>mercado está composto por um grande número de ofertantes e demandantes em interação recíproca e</p><p>contínua.</p><p>26 minutos</p><p></p><p>https://www.corteidh.or.cr/tablas/r35835.pdf</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 18/31</p><p>CONCEITOS PRELIMINARES</p><p>A atividade econômica nasce da livre iniciativa de indivíduos que se lançam no mercado com o propósito de</p><p>satisfazer as necessidades das pessoas. Assim, conforme as ofertas e demandas aumentam, cresce</p><p>igualmente a concorrência entre os agentes econômicos, de modo que acarreta o desenvolvimento de</p><p>estratégias competitivas em prol do aprimoramento da qualidade e e�ciência dos produtos e serviços, cujo</p><p>contexto expõe a natural autorregulação do mercado preconizado pela teoria do liberalismo econômico</p><p>(MASSO, 2015).</p><p>Todavia, é sabido que o livre mercado não é apto a sanar eventuais abusos do poder econômico e práticas</p><p>desleais de concorrência, sendo imprescindível a intervenção estatal para proteger a sadia e necessária</p><p>concorrência e, consequentemente, garantir a própria existência do mercado.</p><p>Nesse sentido, o abuso de poder econômico viola o interesse público ao afrontar as próprias estruturas de</p><p>mercado que sejam competitivas e e�cientes, ao passo que a concorrência desleal macula o dever de lealdade</p><p>competitiva entre os agentes econômicos, cujo interesse se volta para o âmbito privado.</p><p>Conforme visto, a CRFB/88 outorgou ao legislador ordinário a incumbência de disciplinar a repressão</p><p>referente às mais variadas formas de abuso do poder econômico e, visando cumprir esse mandamento</p><p>constitucional, editou algumas normas esparsas relevantes para a tutela da ordem econômica, como as Leis</p><p>8.137, 8.176 e 9.279, mas procurou resguardar de forma e�ciente a concorrência, inicialmente, através da Lei</p><p>8.884, sendo revogada posteriormente pela Lei 12.529.</p><p>A Lei 8.884 estabeleceu diretrizes iniciais para a estruturação institucionalizada da defesa da concorrência</p><p>mediante a repreensão dos abusos do poder econômico e demais infrações contra a ordem econômica, tendo</p><p>como ponto relevante a transformação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em uma</p><p>autarquia.</p><p>A Lei 12.259 aprimorou essa estrutura e instituiu o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, além de</p><p>manter, em continuidade normativa típica, a previsão das infrações contra a ordem econômica e demais</p><p>formas de admoestação aos abusos do poder econômico, as quais seguirão o devido processo legal</p><p>administrativo nos moldes dos incisos LIV e LV do artigo 5º da CRFB/88.</p><p>Para assegurar o bom funcionamento das estruturas de mercado, o ordenamento jurídico prevê mecanismos</p><p>de controle da concorrência. Nesse sentido, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) assume</p><p>especial relevância. O Conselho é composto por três órgãos: Tribunal Administrativo de Defesa Econômica,</p><p>Superintendência-Geral e Departamento de Estudos Econômicos. Além disso, conta com unidades de apoio no</p><p>exercício de suas funções, a saber: Procuradoria Federal Especializada, Diretoria de Administração e</p><p>Planejamento e Ministério Público Federal.</p><p>Detalharemos, a seguir, as prerrogativas e funções desses órgãos, mas cabe ressaltar que:</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 19/31</p><p>As agências reguladoras, como a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Agência Nacional de Saúde e a</p><p>Agência Nacional de Defesa do Consumidor e da Concorrência, por exemplo, também exercem um</p><p>importante papel na regulação do mercado, mas não se confundem com o órgão em si.</p><p>A PROTEÇÃO CONTRA INFRAÇÕES À ORDEM ECONÔMICA</p><p>O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), conforme apresentado, atua na prevenção e na</p><p>repressão das infrações à ordem econômica, por meio da �scalização da concorrência.</p><p>No tocante às infrações, destacamos que a coibição pode ocorrer de forma preventiva, mediante o controle</p><p>prévio de atos e contratos, visando evitar a restrição</p><p>ou supressão da concorrência em determinados</p><p>segmentos econômicos.</p><p>Por outro lado, a atuação estatal pode se concretizar de modo repressivo por meio da aplicação de sanções</p><p>em face de agentes econômicos que já promoveram condutas limitantes à concorrência, aumentaram</p><p>injusti�cadamente seus lucros em detrimento dos demais ou praticam atividade predatória de dominação de</p><p>mercados.</p><p>Especi�camente no tocante à defesa da concorrência, merece destaque o Conselho Administrativo de Defesa</p><p>Econômica. Constituído como autarquia em regime especial, é composto pelos órgãos a seguir expostos.</p><p>(...) apesar de ser uma autarquia em regime especial, o Cade não é uma agência</p><p>reguladora da concorrência, e sim uma autoridade de defesa da concorrência. Sua</p><p>responsabilidade é julgar e punir administrativamente em instância única pessoas físicas e</p><p>jurídicas que pratiquem infrações à ordem econômica, não havendo recurso para outro</p><p>órgão; além de analisar atos de concentração, de modo a evitar excessiva concentração</p><p>que possa afetar negativamente o aspecto competitivo de determinado mercado.</p><p>— (CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA, 2016, n.p.)</p><p>O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é formado pelo Cade e pela</p><p>Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência (Seprac) do</p><p>Ministério da Fazenda. A Seprac realiza a chamada “advocacia da concorrência” perante</p><p>órgãos do governo e a sociedade. Em outras palavras, ela promove a livre concorrência,</p><p>opinando sobre proposições legislativas ou minutas de atos normativos nos aspectos</p><p>relacionados ao tema, propondo a revisão de leis, decretos e regulamentos, manifestando-</p><p>se sobre pedidos de revisão de tarifas e realizando estudos que avaliem a concorrência em</p><p>setores especí�cos da economia, para subsidiar as decisões de órgãos governamentais.</p><p>— (CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA, 2016, n.p.)</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 20/31</p><p>O Tribunal do Cade é composto por 1 presidente e 6 conselheiros, suas funções são:</p><p>A Superintendência-Geral, por sua vez, tem como principal função a investigação e a instrução dos casos,</p><p>atuando diretamente nos processos de conduta anticompetitiva e de atos de concentração.</p><p>O Departamento de Estudos Econômicos, por sua vez, coordenado por um Economista-chefe, tem a função de</p><p>elaborar estudos, pareceres e assessorar os demais órgãos do CADE.</p><p>No âmbito administrativo, cabe mencionar que o Ministério Público Federal também exerce um importante</p><p>papel, qual seja, de emitir pareceres acerca da imposição de sanções no processo administrativo.</p><p>Por �m, cabe ressaltar que as agências reguladoras exercem um importante papel no SBDC. No Brasil, ao</p><p>todo, são 11 as agências que exercem controle sobre atividades e setores especí�cos da economia.</p><p>Constituídas como autarquias de regime especial, "(...) são agências especiais destinadas a regulamentar,</p><p>controlar e �scalizar a execução de serviços públicos transferidos para o setor privado por intermédio de</p><p>concessões, permissões etc” (SENADO FEDERAL, n.p.).</p><p>A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regula os serviços de energia e está vinculada ao Ministério de</p><p>Minas e Energia. Agência Nacional de Saúde (ANS) atua na regulação dos planos privados de saúde e na</p><p>proteção da concorrência e do acesso à saúde. A Agência Nacional de Defesa do Consumidor e da</p><p>Concorrência (ANC), por sua vez, visa a proteção das relações de consumo e da livre concorrência.</p><p>O SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA NA PRÁTICA</p><p>Para analisar como, na prática, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência atua, veremos como os</p><p>tribunais abordam o tema.</p><p>No Recurso Especial 1.353.267 - DF (2012/0132862-6), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) apreciou um caso</p><p>derivado da discussão sobre os atos de concentração e a regulação estrutural do poder econômico exercida</p><p>pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Na origem, tratou-se de uma ação proposta pela</p><p>empresa S.A. WHITE MARTINS, em face do CADE, pleiteando a anulação da decisão do órgão que a condenou</p><p>ao pagamento de multa equivalente a 60.000 UFIR pela prática de ato atentatório à ordem econômica.</p><p>Julgamento dos processos de conduta; Julgamento dos atos de concentração com</p><p>recomendação de restrição ou reprovação (possibilidade de avocação de ACs aprovados</p><p>pela SG); Celebração de acordos e adoção de medidas preventivas; Elaborar e aprovar</p><p>regimento interno do Cade, dispondo sobre seu funcionamento, forma das deliberações,</p><p>normas de procedimento e organização de seus serviços internos; e De�nir, em resolução,</p><p>normas complementares sobre o procedimento de consultas sobre condutas em</p><p>andamento.</p><p>— (CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA, 2016, n.p.)</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 21/31</p><p>No primeiro grau de jurisdição o pedido foi julgado procedente, afastando a condenação do CADE, tendo em</p><p>vista que “a negociação se deu na Bolsa de Valore de Nova Iorque e é posterior aos fatos que originaram a</p><p>penalidade”. Na instância recursal, a autarquia federal interpôs apelação contra a sentença, mas o recurso foi</p><p>desprovido. Ao submeter o caso à apreciação do STJ, o CADE asseverou divergência jurisprudencial e ofensa</p><p>às normas do Direito Processual Civil (à época, era vigente o Código de Processo Civil de 1973), declarando</p><p>que “os atos praticados no exterior com efeitos no Brasil estão sujeitos à jurisdição do CADE”.</p><p>Opostas as contrarrazões, o STJ passou à análise do tema, negando provimento ao recurso do CADE. O caso</p><p>indicado é de grande importância para entender não apenas as infrações de ordem econômica, mas para</p><p>compreender, também, a extensão e “competência” do CADE. Tão importante quanto acompanhar o mérito</p><p>dos procedimentos administrativos é acompanhar a regularidade de sua tramitação.</p><p>Outro importante entendimento jurisprudencial foi produto da análise do Recurso Especial 1.843.339 - SP</p><p>(2019/0309317-8). No caso, a Ministra Nancy Andrighi foi relatora do recurso e analisou as teses de</p><p>concorrência desleal e a violação de trade dress. Na origem, a autora alegou que o produto “Posdrink”,</p><p>produzido pela parte ré, viola o trade dress do produto “Engov”, fabricado por ela. Em primeiro grau, deu-se</p><p>parcial provimento ao recurso, determinando que a ré deixe de vender e recolha todos os produtos</p><p>disponíveis no mercado.</p><p>Em sede recursal, o Tribunal negou provimento ao recurso da parte que fora condenada. Irresignada, a parte</p><p>recorreu ao STJ, alegando a existência de dissídio jurisprudencial e violação às normas processuais civil e de</p><p>propriedade industrial. Alega, em suma, que “embora os medicamentos confrontados utilizem as cores azul e</p><p>amarela em suas embalagens, cada um possui denominação distinta, não havendo que se falar em conduta</p><p>parasitária ou desvio de clientela.” Para sustentar a tese alegada, dispõe que “o registro de cores como marca</p><p>é vedado pela LPI, de modo que não pode ser punido simplesmente em razão da colidência cromática</p><p>existente entre os produtos”.</p><p>Con�rmando as decisões das instâncias superiores, o STJ negou provimento ao recurso, atestando a</p><p>deslealdade do ato praticado, pois “seu intuito é aproveitar-se da con�ança previamente depositada na</p><p>qualidade e na origem comercial do produto que se busca adquirir”. Este interessante caso demonstra como,</p><p>na prática, o CADE e as normas que compõem o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência atuam na</p><p>proteção dos direitos e da economia.</p><p>VIDEO RESUMO</p><p>Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência</p><p>Controle da concorrência: CADE: organização dos órgãos e agências reguladoras.</p><p>Nesta aula, aborda-se conceitos sobre o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (CADE), com intuito de</p><p>preservar e reprimir as infrações à ordem econômica. Para tanto, abordará aspectos existentes de controle de</p><p>concorrência, a organização dos órgãos, bem como abordará</p><p>questões do departamento de Estudos</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 22/31</p><p>econômicos, tais como mercado e regulação, traçando sobre a criação das agências reguladoras, órgãos</p><p>integrantes da Administração Pública indireta ocorre através da edição de legislação especí�ca nos âmbitos</p><p>conforme o art. 37, XIX da CF.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p> Saiba mais</p><p>No artigo “Concorrência desleal e a necessidade de regulamentação efetiva na CLT”, da autoria de Flávia</p><p>Alcassa, Milena Pappert e Hiran Gabriel Lopes da Cruz, discute-se sobre a relevância do Projeto de Lei</p><p>4.030/19, que trata sobre a inclusão de prática de conduta de concorrência desleal de empregado como</p><p>fato ensejador de demissão por justa causa no rol do artigo 482 do Decreto-Lei 5.452.</p><p>Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/342983/concorrencia-desleal-e-a-necessidade-de-</p><p>regulamentacao-efetiva-na-clt. Acesso em: fev. 2023.</p><p>DIREITO ECONÔMICO: TEORIAS ECONÔMICAS E INTERVENÇÃO ESTATAL.</p><p>Vamos estudar sobre as teorias da ordem econômica constitucional?</p><p>A ordem econômica ou a política econômica brasileira passou a ser tratada no texto constitucional em 1934, e</p><p>na CRFB/88 é prevista no seu Título VII. Nesse sentido, Clark (2008, p.214) a�rma que</p><p>Aula 5</p><p>DIREITO ECONÔMICO</p><p>20 minutos</p><p></p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/342983/concorrencia-desleal-e-a-necessidade-de-regulamentacao-efetiva-na-clt</p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/342983/concorrencia-desleal-e-a-necessidade-de-regulamentacao-efetiva-na-clt</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 23/31</p><p>Quanto às teorias econômicas, há duas que merecem maior destaque, a da Escola de Chicago e da Escola de</p><p>Harvard.</p><p>a. Escola de Chicago: é defensora do livre mercado, de modo que qualquer lei restritiva da livre</p><p>concorrência teria por consequência manter no mercado empresas ine�cientes que, não fosse a</p><p>proteção estatal, estariam condenadas ao desaparecimento, conforme FORGIONI (2010, p. 79). Dessa</p><p>forma, a escola defende a intervenção mínima do Estado na economia.</p><p>b. Escola de Harvard: defende a proteção dos consumidores, de modo que não estejam sujeitos aos</p><p>monopólios. Ademais, defendiam o espaço para a existência das pequenas e médias empresas no</p><p>mercado. Desta forma, um dos objetivos centrais da escola de Harvard é a manutenção da concorrência,</p><p>evitando o aumento na concentração do mercado.</p><p>Teorias econômicas</p><p>Saraiva Educação</p><p>O primeiro texto constitucional brasileiro a marchar naquela linha foi o de 1934, por</p><p>intermédio do título da Ordem Econômica e Social, continuada com as demais Cartas</p><p>Políticas, incluindo a de 1988, pelo capítulo da Ordem Econômica e Financeira (Arts. 170 a</p><p>192 da CF). A partir de 1995, a nossa atual Constituição Econômica, como algumas Cartas</p><p>Magnas do mundo ocidental (Portugal e Argentina, por exemplo), teve o seu conteúdo</p><p>normativo alterado, via emendas, para admitir o uso da técnica intervencionista de</p><p>regulação.</p><p>Nesses tempos atuais, contudo, são explícitos os contornos constitucionais da política</p><p>econômica, seja dos poderes públicos seja dos privados, com �ns, princípios e objetivos a</p><p>serem efetivados. Assim sendo, é um poder-dever para os legisladores ordinários,</p><p>membros do Executivo e do Judiciário, bem como para a sociedade civil retirar a</p><p>Constituição Econômica do universo imaginário do dever-ser e implantá-la na difícil e</p><p>complexa realidade do ser.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 24/31</p><p>Vamos estudar sobre as modalidades de intervenção econômica?</p><p>A Constituição Federal de 1988 prevê a possibilidade de o Estado intervir na economia.</p><p>Tal intervenção poderá ser direta ou indireta. Será direta quando há exploração direta da atividade econômica</p><p>pelo Estado, como nos casos de monopólio, por exemplo, na re�nação do petróleo. Ou também poderá ser</p><p>indireta, enquanto regulador e �scal da ordem econômica.</p><p>REVISÃO DA UNIDADE</p><p>Direito Econômico</p><p>Princípios constitucionais da ordem econômica e as modalidades</p><p>Na Unidade, será possível entender o direito econômico e suas nuances, estudará aspectos gerais sobre</p><p>ordem econômica internacional e sua relação com a soberania, bem como traçará as Modalidades de</p><p>intervenção do Estado no campo econômico. Ressaltou sobre o CADE, que deve zelar pela livre concorrência</p><p>no mercado, abordará aspectos existentes de controle de concorrência, e a organização dos órgãos.</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>Direito econômico</p><p>Controle do CADE</p><p>Abaixo dois casos de atos de concentração e um processo administrativo de formação de cartel, todos</p><p>analisados pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (CADE). Essa autarquia compõe, ao lado</p><p>da Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência (Seprac), o Sistema Brasileiro de</p><p>Defesa da Concorrência (SBDC).</p><p>1. Trata-se de Inquérito Administrativo originado em decorrência do Requerimento nº 187/214 da Comissão</p><p>de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, encaminhado ao CADE.</p><p>O Requerimento foi elaborado como resultado da reunião da Audiência Pública realizada em maio de</p><p>2014, sob o Título: "Fusão entre as Maiores Empresas do Ramo de Bebidas do País", realizada para</p><p>Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá,</p><p>na forma da lei, as funções de �scalização, incentivo e planejamento, sendo este</p><p>determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 25/31</p><p>requerer o exame de denúncia de violação de direitos humanos, nos termos da Lei nº 10683/2003 e do</p><p>decreto nª 8.162/2013.</p><p>Relata o Requerimento que, após a incorporação da Companhia Cervejaria Brahma pela Companhia</p><p>Antartica Indústria Brasileira de Bebidas e Conexos, dando origem a Ambev, essa empresa teria sido</p><p>favorecida e/ou obteve algumas vantagens em diversos contextos:</p><p>1. Visando apenas o lucro em relação à dispensa de centenas de distribuidores;</p><p>2. Em relação à falta de cumprimento do documento, regular e integral, "Termo de Compromisso de</p><p>Desempenho"</p><p>3. Em relação à falta de cumprimento do documento, regular e integral, "Termo de transação" com as</p><p>dezenas de distribuidores, com os quais a Ambev se comprometeu a indenizar;</p><p>4. A não extensão do direito de indenização aos demais distribuidores desligados pela Ambev da</p><p>cadeia de distribuição;</p><p>5. Em relação à ausência de atos de �scalização e punição pelo próprio CADE dos atos de conduta da</p><p>Ambev</p><p>O Caso Ambev (Ato de Concentração nº 08012.005846/1999-12) foi um dos mais famosos casos de</p><p>concentração (horizontal) que tivemos no Brasil.</p><p>O caso Nestlé/Garoto (2002) também se caracterizou por ato de concentração horizontal, mas sem o mesmo</p><p>�nal feliz da Ambev.</p><p>Em 2017, Cade e Nestlé �rmaram um acordo que previa a venda de um pacote de dez marcas, como Chokito,</p><p>Serenata de Amor, Lollo e Sensação. A Nestlé, no entanto, não cumpriu o compromisso e as marcas não foram</p><p>vendidas.</p><p>Com o veto do Cade e a suspensão do julgamento na Justiça, a Nestlé teve de manter separados os ativos da</p><p>Garoto e �cou impedida de incorporar totalmente a marca.</p><p>2. O caso Nestlé/Garoto (2002) também se caracterizou por ato de concentração horizontal, mas sem o</p><p>mesmo �nal feliz da Ambev: o Cade negou autorização à conclusão da reorganização societária. A Nestlé</p><p>Brasil Ltda., subsidiária brasileira do grupo suíço Nestlé, pleiteou ao Cade autorização para adquirir a</p><p>empresa Chocolates Garoto S/A.</p><p>O que é possível concluir a partir dos casos apresentados?</p><p>Re�ita</p><p>Prezado(a) estudante, como a concorrência é um processo que envolve agentes econômicos buscando</p><p>vantagens para gerar ganhos excepcionais (lucros de monopólio), na Constituição Federal de 1988 �cou</p><p>de�nido que ela é basilar, pois reprimi o abuso do poder econômico.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 26/31</p><p>O art. 170 da CRFB/88 é o que trata do princípio da livre concorrência, estabelecendo que é dever do</p><p>Estado zelar para que as organizações com poder de mercado não abusem desse poder. Nesse sentido,</p><p>entende-se que a defesa da concorrência garante que o processo de busca por diferenciação seja</p><p>possível para qualquer agente econômico e que os lucros sejam obtidos de maneira mais salutar, sem</p><p>restringir a capacidade dos demais agentes que atuam no mesmo segmento de mercado.</p><p>Para o cumprimento das regras constitucionais fez-se necessário criar uma estrutura institucional capaz</p><p>de �scalizar a ordem econômica e impedir as práticas anticoncorrenciais ou abusivas. Assim, o CADE</p><p>(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) foi criado para o controle dos atos de concentração</p><p>econômica, visando aumentar a e�ciência dos agentes econômicos.</p><p>Vale ressaltar, contudo, que por vezes as mesmas operações que geram e�ciências podem elevar a</p><p>probabilidade de práticas anticompetitivas unilaterais e coordenadas, de modo que o CADE pode aprovar</p><p>os atos apenas sob certas condições ou mesmo vedar que sejam efetivados.</p><p>RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO</p><p>Direito econômico</p><p>Controle do CADE</p><p>O Caso Ambev (Ato de Concentração nº 08012.005846/1999-12) foi um dos mais famosos casos de</p><p>concentração (horizontal) que tivemos no Brasil.</p><p>Algumas cervejeiras submeteram (1999) para aprovação pelo Cade, seu plano de reorganização societária</p><p>pelo qual passariam a serem controladas por uma nova empresa A análise do Cade identi�cou que três</p><p>mercados relevantes foram afetados pela operação:</p><p>mercado de águas, de refrigerantes e de cervejas. Após se veri�carem as características de cada mercado</p><p>relevante, entendeu-se que a probabilidade de exercício de poder de mercado no segmento de cervejas, após</p><p>a operação, era alta.</p><p>Essa conclusão levou em consideração:</p><p>a. a resistência do mercado cervejeiro à entrada de novos players;</p><p>b. o fato de a Ambev passar a ter três das maiores marcas de cervejas no Brasil;</p><p>c. o canal exclusivo de distribuição da Ambev.</p><p>Por tais constatações, o Cade concluiu que a operação limitava a concorrência no mercado relevante de</p><p>cervejas. Entretanto, reconheceu o conselho que a constituição da Ambev resultaria em aumento da</p><p>produtividade, melhoria da qualidade dos bens ofertados, e e�ciências e desenvolvimento tecnológico</p><p>capazes de compensar os prejuízos potenciais à concorrência advindos da associação.</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 27/31</p><p>Então, para viabilizar a operação e evitar que a concentração das cervejeiras resultasse em situações que</p><p>pudessem valer-se de abuso do poder econômico em prejuízo do mercado, o Cade condicionou sua</p><p>aprovação à assinatura de um Termo de Compromisso de Desempenho.</p><p>O caso Nestlé/Garoto (2002) também se caracterizou por ato de concentração horizontal, mas sem o mesmo</p><p>�nal feliz da Ambev: o Cade negou autorização à conclusão da reorganização societária. A Nestlé Brasil Ltda.,</p><p>subsidiária brasileira do grupo suíço Nestlé, pleiteou ao Cade autorização para adquirir a empresa Chocolates</p><p>Garoto S/A.</p><p>O Cade de�niu quatro mercados relevantes afetados pela operação:</p><p>a. o mercado de balas e confeitos sem chocolates;</p><p>b. o mercado de coberturas de chocolates;</p><p>c. o mercado de achocolatados;</p><p>d. o mercado de chocolates sob todas as formas, excluindo-se os chocolates artesanais.</p><p>Os motivos pelos quais o plenário do Cade opinou pela rejeição foram: a) nem a esperada redução de custos</p><p>em razão da e�ciência nem o grau de rivalidade remanescente no mercado após a operação seriam</p><p>su�cientes para evitar os aumentos de preço ao consumidor de chocolate; e b) não foi visualizado qualquer</p><p>estrutura/proposta su�ciente a reduzir os efeitos negativos da elevação da concentração em questão.</p><p>RESUMO VISUAL</p><p></p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 28/31</p><p>Aula 1</p><p>ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Legislação Federal.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: out. 2022.</p><p>BRASIL. Lei 9.427, de 26 de dezembro de 1996. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9427cons.htm. Acesso em out. 2022.</p><p>FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito econômico. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. Cap. 1 “Direito</p><p>Econômico Constitucional”, itens 1.7 e 1.8 (inteiros).</p><p>GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. Cap. XI, item III (inteiro).</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>7 minutos</p><p></p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9427cons.htm</p><p>02/05/2024, 20:52 pedons_232_u2_dir_eco_fin</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3314368 29/31</p><p>GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 (interpretação e crítica). 14ª ed. rev. e</p><p>atual. São Paulo: Malheiros Editores, 2010. Cap. 3 “As formas de atuação do Estado em relação ao processo</p><p>econômico; a noção de atividade econômica; o Direito Econômico” (inteiro).</p><p>RAMOS FILHO, Carlos Alberto de Moraes. Direito �nanceiro e econômico. 4ª ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022.</p><p>(Coleção Esquematizado). Segunda Parte, Cap. 2 “Direito Econômico”, item 2.5 (inteiro).</p><p>Aula 2</p><p>BRASIL. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Inquérito Administrativo nº 08700.004095/2020-15</p><p>(Apartado Restrito nº 08700.004096/2020-51). Disponível em:</p><p>https://sei.cade.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_processo_exibir.php?</p><p>0c62g277GvPsZDAxAO1tMiVcL9FcFMR5UuJ6rLqPEJuTUu08mg6wxLt0JzWxCor9mNcMYP8UAjTVP9dxRfPBcasZO</p><p>kvXHxSo-7IGLl-y7Ng2uF7cg5vW2Oyt_W9X-Pji. Acesso em: fev. 2023.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Legislação Federal.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>BRASIL. Lei 12.529, de 30 de novembro de 2011. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12529.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito econômico. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. Cap. 2 “Direito</p><p>Econômico Administrativo”, itens 2.1.4 a 2.1.5.2.4 (inteiros).</p><p>FONSECA, João Bosco Leopoldino da. Direito econômico. 9ª ed. rev., atual., e ampl. Rio de Janeiro: Forense,</p><p>2017.</p><p>GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 (interpretação e crítica). 14. ed. rev. e</p><p>atual. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.</p><p>Aula 3</p><p>ALMEIDA, Luiz Carlos Barnabé de. Introdução ao Direito Econômico. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. E-book.</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Brasília, DF: Presidência da</p><p>República. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: fev.</p><p>2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. De�ne crimes contra a ordem tributária, econômica e contra</p><p>as relações de consumo, e dá outras providências. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm. Acesso em: fev. 2023.</p><p>CARMO, Edgar Cândido; MARIANO, Je�erson (Org.). Economia Internacional. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>E-book.</p><p></p><p>https://sei.cade.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_processo_exibir.php?0c62g277GvPsZDAxAO1tMiVcL9FcFMR5UuJ6rLqPEJuTUu08mg6wxLt0JzWxCor9mNcMYP8UAjTVP9dxRfPBcasZOkvXHxSo-7IGLl-y7Ng2uF7cg5vW2Oyt_W9X-Pji</p><p>https://sei.cade.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_processo_exibir.php?0c62g277GvPsZDAxAO1tMiVcL9FcFMR5UuJ6rLqPEJuTUu08mg6wxLt0JzWxCor9mNcMYP8UAjTVP9dxRfPBcasZOkvXHxSo-7IGLl-y7Ng2uF7cg5vW2Oyt_W9X-Pji</p><p>https://sei.cade.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_processo_exibir.php?0c62g277GvPsZDAxAO1tMiVcL9FcFMR5UuJ6rLqPEJuTUu08mg6wxLt0JzWxCor9mNcMYP8UAjTVP9dxRfPBcasZOkvXHxSo-7IGLl-y7Ng2uF7cg5vW2Oyt_W9X-Pji</p>

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