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<p>Aula 02 - MEDIEVO</p><p>ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História</p><p>(Prof. Marco Túlio)</p><p>Autor:</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>21 de Abril de 2024</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Sumário</p><p>1 - Império Bizantino ....................................................................................................................................... 4</p><p>1.1 – Governo Justiniano ............................................................................................................................ 5</p><p>1.2 – Arte e religiosidade .......................................................................................................................... 7</p><p>1.2.1 – Características da arte bizantina ................................................................................................... 8</p><p>1.3 – Cisma do Oriente (1054) .................................................................................................................. 9</p><p>1.4 – Declínio do Império Bizantino .......................................................................................................... 10</p><p>2 – Civilização do Islã .................................................................................................................................. 11</p><p>2.1 – O surgimento do Islã ........................................................................................................................ 12</p><p>2.1.1 – Princípios do Islã ........................................................................................................................... 13</p><p>2.1.2 – Escravidão no mundo muçulmano .................................................................................................. 16</p><p>2.1.3 – Xiitas e Sunitas .............................................................................................................................. 17</p><p>2.1.4 - Periodização ................................................................................................................................. 19</p><p>2.1.5 - Mulheres no Islã ............................................................................................................................. 20</p><p>2.1.6 - Orientalismo .................................................................................................................................. 20</p><p>2.2 – Expansão islâmica ........................................................................................................................... 21</p><p>2.2.1 – A conquista da Península Ibérica .................................................................................................. 23</p><p>2.3 – Saber e cultura no Islã ..................................................................................................................... 24</p><p>2.3.1 – Arte islâmica ................................................................................................................................. 26</p><p>Lista de Questões .............................................................................................................................................. 27</p><p>Gabarito ........................................................................................................................................................... 30</p><p>Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 30</p><p>Resumo .............................................................................................................................................................. 35</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>3</p><p>INTRODUÇÃO À IDADE MÉDIA</p><p>Quando dizemos Idade Média, que imagens vêm a sua mente? Provavelmente a de castelos,</p><p>cavaleiros, o grande poder da Igreja católica e uma vida rural, certo? Bem, em parte, era esse mesmo o</p><p>quadro, pelo menos na região central do continente europeu. No entanto, hoje costumamos manter uma</p><p>visão romantizada deste período, sobretudo por influência de séries como Game of Thrones e Vikings, e</p><p>filmes como Coração de Cavaleiro (2001). Essas produções nos passam a imagem de que a vida era repleta</p><p>de ação e desafios, e por isso nos causa certo fascínio.</p><p>Na Idade Moderna, no entanto, a imagem sobre os medievais era exatamente o contrário. Grandes</p><p>pensadores do século XV consideravam que foi um período obscuro da humanidade, sem grandes produções</p><p>artísticas ou avanços científicos devido à mentalidade religiosa. Por isso, foi chamada de “Idade das Trevas”,</p><p>ou “Noite de Mil Anos”.</p><p>O próprio termo Idade Média, também criado no século XV, revela certo preconceito, afinal este</p><p>período estaria no meio – e este é o significado da palavra média – de outros dois grandes momentos da</p><p>história humana, a Idade Antiga e a Idade Moderna. Assim sendo, os homens modernos se julgavam mais</p><p>parecidos com os da Antiguidade do que aqueles que viveram algumas gerações antes.</p><p>Mas afinal, como teria sido este extenso período? O historiador Jérôme Baschet (2006, p. 24) nos dá</p><p>uma pista importante. Segundo ele, a Idade Média não é nem o buraco negro da história ocidental nem o</p><p>paraíso perdido. É preciso renunciar tanto ao mito tenebroso quanto ao conto de fadas.</p><p>Para facilitar os nossos estudos sobre a Idade Média, os historiadores costumam dividir o período em</p><p>dois grandes momentos:</p><p>A seguir serão abordados os principais Impérios e civilizações formados no período, não somente na</p><p>Europa Ocidental, mas também nos continentes asiático e africano.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>4</p><p>1 - Império Bizantino</p><p>Chamamos de Império Bizantino – ou civilização bizantina – a parte oriental do Império Romano que,</p><p>como vimos na unidade anterior, foi dividido em duas regiões ao final do século IV. Embora as crises</p><p>econômica e administrativa tenham levado a porção Ocidental à desagregação, esse processo não afetou da</p><p>mesma forma o oriente romano, que manteve sua estrutura imperial durante quase mil anos.</p><p>O centro político do império era Constantinopla, anteriormente conhecida como Bizâncio pelo fato</p><p>das famílias gregas fundadoras terem sido governadas por um rei chamado Bizas. Em 324 d.C., a cidade foi</p><p>escolhida por Constantino para sediar todo o Império romano devido ao seu posicionamento estratégico,</p><p>afinal situava-se no estreito de Bósforo, limite entre os continentes asiático e europeu e na rota comercial</p><p>de valiosas mercadorias, tais como pedras preciosas, especiarias e sedas. Para garantir sua segurança contra-</p><p>ataques terrestres e marítimos, a cidade foi cercada por grandes muralhas.</p><p>Figura 1- Busto do imperador Constantino.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>O grego era a língua oficial do Império, mas diversos outros idiomas eram falados no território</p><p>bizantino, afinal os domínios do vasto império abarcavam regiões da Grécia, Egito, Palestina, Síria,</p><p>Mesopotâmia e Ásia Menor.</p><p>Para os bizantinos da Alta Idade Média, o governo sediado em Constantinopla representava a</p><p>continuidade do Império Romano, mesmo após a fragmentação da sua sede ocidental. O termo “Império</p><p>Bizantino” só seria utilizado séculos depois pelos turcos, que em 1453 conquistam este território.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>5</p><p>1.1 – Governo Justiniano</p><p>A estruturação do Império Bizantino ocorreu durante o governo</p><p>do imperador Justiniano, que</p><p>ambicionava restaurar o Império Romano em sua extensão original. Para isso, barrou a expansão dos persas</p><p>e búlgaros na região dos Balcãs, além de retirar do domínio de povos germânicos o norte da África, a</p><p>península itálica e o sul da península ibérica. Graças aos seus esforços, o Império Bizantino atingiu sua</p><p>máxima extensão.</p><p>Figura 2- Expansão do Império Bizantino durante o reinado de Justiniano.</p><p>Outra iniciativa importante do período foi a criação do Código Justiniano (Corpus Juris Civilis), que</p><p>atualizava o direito romano e antigas leis bizantinas às especificidades do Império, reunidas junto à legislação</p><p>produzida pelo próprio imperador. O Código que permitiu aos europeus do Ocidente a retomarem o contato</p><p>com o Direito Romano, séculos depois, afinal a maioria destes documentos se perdeu após a fundação dos</p><p>reinos germânicos.</p><p>A partir da segunda metade de seu governo, Justiniano buscou subordinar a Igreja ao poder imperial,</p><p>fundamentando sua autoridade na doutrina cristã para colocar-se como um representante divino. A esta</p><p>relação damos o nome de cesaropapismo (césar + papa), na qual o governante é concebido</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>6</p><p>simultaneamente como autoridade política (césar) e religiosa (papa), e por isso interfere constantemente</p><p>nos dogmas e na hierarquia existente no interior da Igreja, chegando a nomear até mesmo os patriarcas,</p><p>como ficariam conhecidos os líderes situados no topo da estrutura religiosa.</p><p>Dizia-se que Bizâncio era a cópia do reino dos céus na Terra, cabendo ao imperador, feito a imagem</p><p>e semelhança de Deus, governar seus subordinados de acordo com os mandamentos divinos. Dessa forma,</p><p>pode-se dizer que ali existia uma teocracia.</p><p>Figura 3- Mosaico do imperador Justiniano na basílica de San Vitale, na cidade italiana de Ravena. Fonte: Shutterstock.</p><p>Durante o reinado de Justiniano, Constantinopla tornou-se maior que os centros urbanos europeus.</p><p>Centenas de milhares de pessoas habitavam a capital, a maioria delas em péssimas condições vida, embora</p><p>ainda superiores às verificadas em outras cidades do Império e do continente europeu.</p><p>Além da capital, o Império Bizantino também possuía outros grandes centros comerciais. Cidades</p><p>como Tessalônica, Éfeso e Edessa eram habitadas por milhares de trabalhadores, ricos comerciantes,</p><p>artesãos, religiosos, militares e funcionários imperiais. Apesar da intensa atividade comercial desenvolvida</p><p>nestes espaços, a maior parte da população era composta por camponeses que viviam no interior, submetida</p><p>à servidão em grandes latifúndios. A escravidão, por sua vez, não foi empregada em larga escala como na</p><p>Roma Antiga.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>7</p><p>1.2 – Arte e religiosidade</p><p>Embora o cristianismo fosse a religião oficial do Império, diversas controvérsias dividiam os devotos</p><p>no mundo bizantino, em especial o debate em relação a figura de Cristo, chamado de questão cristológica.</p><p>Para os defensores da doutrina chamada monofisismo, ele teria tido apenas natureza divina, o que ia contra</p><p>os princípios oficiais da Igreja Cristã e por isso foi considerada uma heresia.</p><p>Os monofistas se disseminaram por territórios como Egito e Armênia, além de conquistar a imperatriz</p><p>Teodora, esposa de Justiniano, o que fez com que estes cristãos não fossem perseguidos durante seu</p><p>governo. Já para os nestorianos, como eram conhecidos os discípulos do patriarca Nestor de Constantinopla,</p><p>Cristo era ao mesmo tempo humano e divino. Embora esta concepção estivesse alinhada com os dogmas da</p><p>Igreja Bizantina, rivalidades entre Nestor e o patriarca de Alexandria fizeram com que seus seguidores</p><p>também fossem considerados hereges.</p><p>Outra questão polêmica era o culto aos ícones, ou seja, a utilização de imagens para representar as</p><p>figuras de Cristo, da Virgem Maria e dos santos. Embora a adoração exagerada dessas imagens (idolatria)</p><p>fosse algo condenado por todos os cristãos, a igreja de Roma e alguns católicos orientais julgavam</p><p>importante o seu uso para transmitir os ensinamentos religiosos. Nas palavras do papa Gregório Magno, “a</p><p>pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos que sabem ler”.</p><p>Entre os séculos VIII e IX, um movimento denominado iconoclastia apresentou uma visão diferente</p><p>dos cristãos mencionados anteriormente, não admitindo qualquer representação imagética de personagens</p><p>sagrados. Embora condenadas como heresias pelo papa de Roma, as ideias iconoclastas foram adotas por</p><p>diversos imperadores bizantinos, permitindo que imagens dos templos religiosos fossem destruídas ao longo</p><p>dos séculos.</p><p>Figura 4 - Representação da iconoclastia (destruição de ícones) no Saltério Chludov.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>8</p><p>Inspirado pelas ideias deste movimento, em 726 o imperador Leão III promoveu a destruição</p><p>sistemática de ícones cristãos. Para alguns historiadores, sua atitude não foi motivada somente por razões</p><p>religiosas, mas também com o intuito de minar o prestígio e riqueza dos mosteiros, principais produtores</p><p>dessas imagens. A persistência deste e de outros imperadores a manter a iconoclastia provocou o</p><p>afastamento do papa do Império Bizantino, a ponto de reconhecer, décadas depois, o Império Carolíngio</p><p>como o verdadeiro herdeiro do Império Romano.</p><p>1.2.1 – Características da arte bizantina</p><p>Apesar do desaparecimento de uma grande quantidade de ícones em função do movimento</p><p>iconoclasta, as peças da arte bizantina que sobreviveram até os dias atuais mostram grande influência da</p><p>arte greco-romana na produção de ricos mosaicos, nome que se dá às imagens formadas a partir da colagem</p><p>de pequenas pedras coloridas. De maneira geral, essas produções eram utilizadas para representar cenas</p><p>religiosas e exaltar a figura do imperador, e por isso os artistas tinham pouca liberdade para criar imagens</p><p>que fugissem das convenções estabelecidas pela Igreja. Retratos imperiais eram exibidos publicamente por</p><p>todo o território bizantino, com o objetivo de recobrir o imperador com uma áurea divina.</p><p>Mosaicos também foram utilizados para ornamentar os templos religiosos do Império Bizantino,</p><p>conhecidos pelo nome de basílicas. Santa Sofia, a mais famosa delas, apresenta uma majestosa cúpula em</p><p>formato de semiesfera, com trinta e um metros de diâmetro e cinquenta e quatro metros de altura. Ao</p><p>adentrar no interior da Igreja, os fiéis passavam por diversas colunas de mármore, além de se depararem</p><p>com grandiosos mosaicos de Cristo e da Virgem Maria, que sugeriam aos seus observadores a possibilidade</p><p>de aproximação com o divino naquele espaço.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>9</p><p>Figura 5- Mosaico da Virgem Maria e o menino Jesus na basílica de Santa Sofia. Istambul, Turquia.</p><p>1.3 – Cisma do Oriente (1054)</p><p>A sujeição da Igreja ao poder do imperador, chamado em grego de basileu, permaneceu ao longo dos</p><p>séculos, o que permitiu a essa instituição religiosa acumular um vasto patrimônio. Só durante o reinado de</p><p>Justiniano foram construídas mais de cem igrejas, incluindo a majestosa Basílica de Santa Sofia, até hoje</p><p>visitada por milhares de pessoas todo ano.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>10</p><p>Figura 6 - Basílica de Santa Sofia. Fonte: Shutterstock.</p><p>A intromissão do poder imperial em assuntos religiosos também rendeu diversas crises a unidade da</p><p>Igreja, sendo um dos elementos que contribuíram para uma ruptura definitiva entre os bispos de Roma e</p><p>Constantinopla em 1054, conhecida como O Grande Cisma do Oriente. A partir daí, o mundo cristão se</p><p>dividiu em duas grandes igrejas:</p><p>IGREJA CATÓLICA ROMANA IGREJA CATÓLICA ORTODOXA</p><p>Sediada em Roma Possui diversos centros, sendo o de Constantinopla</p><p>um dos mais importantes;</p><p>Centralizada na figura do papa Descentralizada entre os patriarcas</p><p>Buscou diminuir a interferência do poder político em</p><p>seus dogmas e estrutura.</p><p>Permanece a interferência do poder político em</p><p>sua estrutura.</p><p>1.4 – Declínio do Império Bizantino</p><p>A morte de Justiniano em 565 foi sucedida por perdas territoriais do Império Bizantino para os</p><p>lombardos, povo germânico instalado na região correspondente a atual Hungria, enquanto os árabes</p><p>conquistaram o norte da África. Nos séculos VII e VIII, estes também conquistaram áreas bizantinas no</p><p>Oriente Médio e na Mesopotâmia.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>11</p><p>Entre os séculos X e XI, o Império Bizantino recuperou parte dos territórios perdidos e manteve sua</p><p>economia estabilizada, mas, em 1453, a cidade de Constantinopla foi tomada pelos turco-otomanos</p><p>liderados pelo sultão Maomé II. Para os historiadores, a data não representa somente o fim do Império</p><p>Bizantino, mas também o marco de transição do período medieval para a Idade Moderna.</p><p>2 – Civilização do Islã</p><p>A civilização do Islã teve como ponto de partida a península arábica, localizada no Oriente Médio e</p><p>margeada pelo Golfo Pérsico, o Oceano Índico e o Mar Vermelho. No século VI, esta região era ocupada por</p><p>povos organizados em tribos e clãs, podendo ser dividida em duas sub-regiões:</p><p>ARÁBIA PÉTREA ARÁBIA FELIZ</p><p>• Região desértica, de solo pedregoso e alguns</p><p>oásis.</p><p>• Habitada pelos beduínos, povos seminômades</p><p>dedicados à criação de carneiros e camelos.</p><p>Também faziam saques (razias) em caravanas.</p><p>• Região litorânea e pouco fértil.</p><p>• Existia o cultivo de tâmaras, algodão e</p><p>plantas aromáticas.</p><p>Meca era um dos principais centros comerciais da península Arábica, local de passagem de caravanas</p><p>de mercadores rumo ao Mediterrâneo ou para o golfo Pérsico. Também era destino de peregrinação para</p><p>diversas crenças, que mantinham seus ídolos em uma construção cúbica chamada Caaba. Juntamente com</p><p>essas imagens de deuses cultuados pelos árabes era guardada a Pedra Negra, meteorito que muitos</p><p>consideravam ter sido enviado pelos deuses.</p><p>A cidade era governada por membros das famílias mais ricas da região que, no século III, durante a</p><p>guerra entre persas e o Império Romano do Oriente, enfrentavam dificuldade para encontrar rotas</p><p>alternativas para suas mercadorias. Percorrer o interior da península era um grande risco diante das razias</p><p>promovidas pelos beduínos.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>12</p><p>Figura 7 - Mosaico representando um cameleiro de Deir al-'Adas, Síria, século VII.</p><p>2.1 – O surgimento do Islã</p><p>Entre 570-580 nasceu Maomé (ou Mohammad), em uma família de modestos mercadores de Meca,</p><p>da tribo Coraixita. Até os quarenta anos, ele manteve relações comerciais com diversos povos monoteístas,</p><p>incluindo judeus e cristãos. Para muitos historiadores, este contato foi fundamental para que Maomé</p><p>começasse a defender a crença em um único deus, chamado de Alá. Na tradição islâmica, a revelação de um</p><p>deus único teria sido feita a Maomé pelo anjo Gabriel, que também atribuiu a ele a responsabilidade de ser</p><p>o profeta encarregado de espalhar o monoteísmo pela península arábica. Abraão, Moisés e Jesus teriam sido</p><p>outros profetas nomeados por Alá com o mesmo objetivo, sendo Maomé o último – e o maior – deles.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>13</p><p>Figura 8 - Revelação do Anjo Gabriel ao profeta Maomé, cujo rosto é coberto pela iluminura. Fonte: Museu do Louvre/ Domínio Público.</p><p>Não demorou para que a pregação de Maomé atraísse multidões de discípulos, representando uma</p><p>ameaça ao domínio das grandes famílias de comerciantes de Meca, que também eram sacerdotes dos deuses</p><p>cultuados na Caaba.</p><p>A condenação dessa prática por Maomé levou a sua expulsão da cidade de Meca em 622, levando o</p><p>profeta e seus seguidores a se abrigarem em Yathrib, que ficaria conhecida como Medina (“cidade do</p><p>profeta”). Este deslocamento foi dado o nome de Hégira, que marca o início do calendário muçulmano.</p><p>2.1.1 – Princípios do Islã</p><p>Medina passou a ser governada de acordo com os princípios estabelecidos por Maomé, que deveriam</p><p>ser seguidos por todos os muçulmanos (ou seja, submissos a Alá). A seguir, os cinco pilares desta religião</p><p>estabelecidos naquele momento, até hoje seguidos por grande parte da comunidade islâmica em todo o</p><p>mundo:</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>==24ef==</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>14</p><p>• repetir a sentença “Não há outro Deus além de Alá, e Maomé é seu profeta”;</p><p>• realizar cinco orações diárias voltadas para Jerusalém (a partir do ano de 624, para a cidade de Meca);</p><p>• dar esmolas aos pobres;</p><p>• jejuar no Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos que faz referência à revelação do Anjo Gabriel</p><p>ao profeta Maomé;</p><p>• peregrinação até Meca pelo menos uma vez na vida, desde que possua condições físicas e financeiras</p><p>para fazê-la.</p><p>Ser árabe e ser muçulmano</p><p>Árabes e muçulmanos não são sinônimos! Vejamos a diferença:</p><p>• Árabe é o termo utilizado para denominar tanto o povo semita originado na península arábica,</p><p>quanto a cultura (língua e outras manifestações) formada por ele. Como os árabes transmitiram suas</p><p>tradições para outros povos, atualmente existem países fora da Península Arábica que apresentam</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>15</p><p>que partilham da cultura árabe, como Egito, Argélia e Marrocos. Embora o Islã seja predominante</p><p>nos países árabes, também existem ateus, cristãos e outras religiões em cada um deles.</p><p>• Muçulmano é todo aquele que compartilha da fé islâmica, independente do seu local de nascimento</p><p>ou da língua falada. Atualmente, a Indonésia é o país mais muçulmano do mundo, mas não apresenta</p><p>a cultura árabe. Além disso, o Islã é a religião que mais cresce no planeta, estando a maioria dos seus</p><p>seguidores no norte da África e no Oriente Médio.</p><p>Os princípios básicos do Islã foram reunidos no Corão (ou Alcorão), que em árabe quer dizer “o que deve</p><p>ser lido”. Considerado sagrado pela religião muçulmana, o livro foi escrito pelos discípulos que anotavam as</p><p>revelações obtidas pelo profeta Maomé, reunidas em 114 capítulos. Algumas regras de conduta também</p><p>foram estabelecidas para os islâmicos, como a não ingestão de bebidas alcoólicas, a possibilidade de</p><p>casamentos poligâmicos e a necessidade de ser hospitaleiro.</p><p>Figura 9 - Manuscrito do Alcorão do século VII, mantido pela Universidade de Birmingham.</p><p>O islamismo moldou as relações políticas e sociais entre os árabes, que até então possuíam apenas a</p><p>origem étnica e a língua como elementos comuns. Em Meca, Maomé estabeleceu que todo muçulmano</p><p>deveria encarar como irmão aquele que partilhasse de sua fé, independentemente</p><p>da origem familiar. Ao</p><p>mesmo tempo, a escravização e o roubo tornaram-se práticas repudiadas entre islâmicos, mas toleradas</p><p>quando cometidas contra não muçulmanos.</p><p>Os valores e regras do Islã rapidamente se difundiram por toda a Arábia e para outras partes do</p><p>mundo, permitindo a unificação de povos distintos em uma comunidade muçulmana (Umma), na qual o</p><p>árabe tornou-se a língua sagrada. Em outras palavras, podemos dizer que o islamismo constitui uma nova</p><p>identidade aos seus adeptos.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>16</p><p>Meca, cidade importante para o cumprimento dos preceitos do Islã, passou a ser cada vez mais</p><p>atacada por muçulmanos que desejavam livre acesso à Caaba, o que foi concedido pela oligarquia</p><p>local. Contudo, não demorou muito para que os fiéis tomassem a cidade e destruíssem os ídolos existentes</p><p>naquele santuário. A Pedra Negra, no entanto, foi preservada na Caaba por ter sido considerada um objeto</p><p>enviado pelo anjo Gabriel a Ismael, filho de Abraão e considerado ancestral dos árabes.</p><p>Figura 10 - Muçulmanos de diferentes partes do mundo reunidos em torno da Caaba, na cidade de Meca. Fonte: Shutterstock.</p><p>2.1.2 – Escravidão no mundo muçulmano</p><p>Por volta de 740 d. C. (cerca de cem anos após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C.), uma série</p><p>espetacular de conquistas criou um extenso domínio intercontinental [...]. Legiões de cativos foram usados</p><p>como servidores domésticos, trabalhadores na agricultura, soldados, funcionários burocráticos, eunucos</p><p>guardiões de haréns ou ocuparam outras funções. A escravidão foi a base da expansão do islã [...]. Os</p><p>números do tráfico de escravos em território muçulmano na África são impressionantes. Cerca de 12 milhões</p><p>de negros africanos foram capturados e exportados através do Saara, do Mar Vermelho e do Oceano Índico</p><p>entre os séculos VII e XIX. Ou seja, o mesmo número de cativos embarcados para a América ao longo de 350</p><p>anos. Só no século XIX, o número de cativos transportados por essas rotas chegaria a 3,8 milhões [...]. A partir</p><p>do século XVI, mercadores muçulmanos também venderam para a América quatro milhões de cativos,</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>17</p><p>capturados e embarcados nas regiões da Senegâmbia e Alta Guiné. “A escravidão já era fundamental para a</p><p>ordem social, econômica e política em toda a região norte da África, na Etiópia e na costa do Oceano Índico</p><p>por muitos séculos antes da chegada dos europeus”, afirmou o historiador Paul E. Lovejoy. “O cativeiro era</p><p>uma atividade organizada, sancionada pela lei e pelos costumes.</p><p>GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal à morte de Zumbi dos Palmares, v. 1. Rio de Janeiro:</p><p>Globo Livros, 2019. p. 78.</p><p>Figura 11 - David Roberts. Mercado de escravos no Cairo, 1848.</p><p>2.1.3 – Xiitas e Sunitas</p><p>Após a morte de Maomé (632), coube aos califas (em árabe, “sucessores do profeta de Deus”),</p><p>lideranças de caráter político e religioso, conduzir a comunidade muçulmana. Os quatro primeiros califas</p><p>eram parentes do profeta, sendo Ali o último deles. Cabe destacar que esse período ficou conhecido como</p><p>o califado ortodoxo.</p><p>Em 661, após a morte de Ali e de intensas disputas religiosas, um governante da Síria chamado Ibn</p><p>Abi Sufiyan proclamou-se califa, o que provocou uma divisão dos muçulmanos em dois grupos principais:</p><p>XIITAS SUNITAS</p><p>Defensores de que somente os parentes de Maomé</p><p>poderia liderar os muçulmanos.</p><p>Defensores de que as lideranças políticas fossem</p><p>eleitas pelos fiéis.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>18</p><p>Consideravam que o Islã se guiasse apenas pelo</p><p>Alcorão.</p><p>Além do Corão, também se orientavam pelos</p><p>ensinamentos da Suna, livro que reúne os feitos e</p><p>ditos do profeta Maomé e dos primeiros quatro</p><p>califas.</p><p>Atualmente, constituem cerca de 10 a 13% dos</p><p>muçulmanos do mundo, sendo predominantes no Irã</p><p>e Iraque.</p><p>Atualmente, constituem cerca 87% a 90% dos</p><p>muçulmanos do mundo.</p><p>Figura 12 - Xiitas e Sunitas são as principais vertentes do Islã atualmente. Fonte: Unisinos.</p><p>Xiismo e radicalismo</p><p>O termo xiita é comumente utilizado como adjetivo no Brasil para descrever</p><p>indivíduos com posicionamentos extremistas, inclusive politicamente. Assim sendo,</p><p>quando alguém diz “você está sendo xiita”, quer dizer que a pessoa em questão é muito</p><p>radical.</p><p>Contudo utilização do termo xiita como é equivocada e preconceituosa. Sua origem</p><p>estaria associada à Revolução Islâmica do Irã, que promoveu execuções públicas de seus</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>19</p><p>inimigos e manteve diplomatas norte-americanos como reféns. Sendo o país de maioria</p><p>xiita, a partir daí essa corrente islâmica passou a ser associada a condutas extremistas,</p><p>ainda que pouco antes desse movimento a capital do país tivesse uma vida dinâmica e</p><p>liberal.</p><p>Chacra também chama atenção para o fato de que a maioria dos movimentos</p><p>islâmicos que adotaram o terrorismo como política de intimidação nas últimas décadas</p><p>eram de orientação sunita: “O Taleban, o Hamas, Bin Laden e a Al Qaeda são sunitas, não</p><p>xiitas. A Arábia Saudita, que possui um Apartheid contra as mulheres, também é sunita.</p><p>Todas as monarquias travestidas de ditaduras no Golfo Pérsico são controladas por</p><p>sunitas.”</p><p>Assim sendo, o radicalismo é algo existente tanto em religiosos sunitas quanto xiitas,</p><p>da mesma forma que também existem grupos pacíficos entre eles.</p><p>2.1.4 - Periodização</p><p>A história do Islã nos primeiros séculos após a morte do Profeta (632) é comumente dividida da</p><p>seguinte forma:</p><p>PERÍODO CARACTERÍSTICAS</p><p>Califado ortodoxo</p><p>(632-661)</p><p>• Corresponde ao governo dos quatro primeiros califas.</p><p>• Poder político-religioso concentrado entre parentes de Maomé.</p><p>• Meca era a sede do poder dos califas.</p><p>• Islã se expandiu pela Síria, Palestina, Egito e Pérsia.</p><p>Dinastia Omíada</p><p>(661-751)</p><p>• Expansão islâmica pela Ásia central, Índia, norte da África e na Península</p><p>Ibérica.</p><p>• Capital transferida para Damasco (Síria)</p><p>Dinastia Abássida</p><p>(751-1258)</p><p>• Expansão muçulmana freada na Europa por Carlos Martel, na Batalha de</p><p>Poitiers (732). Por outro lado, ocorreu a anexação da Sicília (sul da Itália).</p><p>• Capital transferida para Bagdá (Iraque)</p><p>• Existência de califados independentes, como o de Al Andalus (Península</p><p>Ibérica).</p><p>• Apogeu cultural e econômico da civilização do Islã.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>20</p><p>2.1.5 - Mulheres no Islã</p><p>As mulheres no mundo muçulmano constituem objetos de fascínio para o Ocidente: ontem “fantasia</p><p>orientalista”, a sensual criatura do harém; hoje vítima de opressão, velada e genitalmente mutilada. Ambas</p><p>as imagens representam um Oriente estereotipado, tanto voluptuoso quanto cruel, mas sempre de uma</p><p>alteridade aparentemente intransponível. Ambas são, portanto, exageros que não descrevem a realidade</p><p>social da esmagadora maioria das muçulmanas, correspondendo apenas a fragmentos da realidade [...].</p><p>No pensamento islâmico, a posição da mulher é inferior à do homem, situação que reflete a realidade</p><p>sociológica da sociedade pré-islâmica da qual o islã emergiu, das comunidades muçulmanas históricas e do</p><p>mundo muçulmano atual. Tal inferioridade, contudo, não é exclusiva</p><p>do mundo muçulmano, pois ela se</p><p>encontra, sob formas diversas, em quase todas as sociedades pré-modernas [...]. Contudo, o islã teve sua</p><p>origem numa sociedade pastoril onde as mulheres tinham uma posição mais favorável do que nas sociedades</p><p>sedentárias, situação que se traduz, inclusive com algumas melhorias, no Alcorão.</p><p>Assim a posição jurídica da mulher dentro do islã era melhor do que nas outras civilizações</p><p>tradicionais e hierárquicas. Em vez de ser vista como posse, a mulher passou a ter existência jurídica e direito</p><p>à propriedade. Por ocasião do casamento, o marido paga um mahr (preço da noiva) que pertence à própria</p><p>mulher (e não a seus parentes masculinos) e lhe é devido em caso de divórcio.</p><p>A mulher também tem direitos à herança, exatamente delineados, apesar de menores (herdam</p><p>somente a metade da quantia em relação aos homens). A xaria mantém a poligamia, mas a limita a quatro</p><p>esposas simultaneamente – limitação originalmente progressista. Em caso de litígios, o testemunho feminino</p><p>é válido – ainda que valha somente a metade do masculino. Por outro lado, maridos tinham o direito de</p><p>chicotear e castigar suas esposas, apesar de os ulemás se esforçarem para limitar esse direito.</p><p>DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2015. p. 148.</p><p>2.1.6 - Orientalismo</p><p>Um dos conceitos mais importantes para pensar como o Ocidente se relaciona com o Oriente foi</p><p>elaborado pelo intelectual palestino Edward Said, o Orientalismo. Segundo ele, o Oriente (e também o</p><p>Ocidente) enquanto espaço geográfico não é um dado da natureza, mas uma construção que sugere uma</p><p>relação de poder, de dominação.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>21</p><p>O Orientalismo foi uma estrutura elaborada pela Europa e Estados Unidos ao longo de séculos para</p><p>caracterizar o Oriente Médio de maneira estereotipada. Quando pensamos no Oriente, certas imagens vêm</p><p>a nossa mente: sociedades pré-modernas, com suas mulheres submissas e seu fanatismo religioso. Trata-se,</p><p>em nosso imaginário, de um local misterioso, violento, mágico, sensual e atrasado – imagens alimentadas</p><p>pelo cinema, jornais, obras artísticas e literárias. Isso dificulta compreendermos o Oriente Médio em toda a</p><p>sua diversidade política, econômica, social e cultural.</p><p>A construção do Orientalismo coincide com a consolidação dos Impérios europeus nos séculos XIX e</p><p>XX, servindo como uma espécie de ideologia para justificar a dominação e a superioridade europeia,</p><p>sobretudo por franceses e ingleses. Atualmente os Estados Unidos são o coração do Orientalismo, se</p><p>utilizando de representações distorcidas para caracterizar o “Outro” que lhe é estranho – e, por isso, inferior.</p><p>Figura 13- Edward Said, criador do conceito de Orientalismo.</p><p>2.2 – Expansão islâmica</p><p>Em menos de 100 anos, o Islã expandiu-se pelo norte da África, além de alcançar o vale do Rio Indo,</p><p>na Ásia, e a península Ibérica, na Europa. Em 732, no entanto, o avanço muçulmano para outras partes do</p><p>continente europeu foi barrado pelos francos na Batalha de Poitiers, liderados por Carlos Martel.</p><p>A rápida difusão do Islã era justificada pela jihad, esforço para o estabelecimento da verdadeira fé de</p><p>Deus na Terra, a partir da conversão de povos não islâmicos. Embora por vezes esta palavra seja traduzida</p><p>do árabe como “guerra santa”, a luta pela difusão do islamismo nem sempre ocorreu decorreu do uso da</p><p>violência, que era desestimulado pelo Alcorão. Para muitos, a jihad seria um dos pilares do Islã.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>22</p><p>Embora parte da expansão muçulmana tenha ocorrido por incursões militares sobre outros povos,</p><p>sua difusão também ocorreu a partir das trocas culturais decorrentes das rotas de comércio entre o Norte</p><p>da África e o continente asiático, nas quais as caravanas de mercadores árabes eram intermediárias.</p><p>Com o passar do tempo, o Império Islâmico aglutinou boa parte das rotas de circulação de produtos</p><p>sobre o Mar Mediterrâneo, o deserto do Saara e em partes da Ásia e da Europa, por onde passaram sedas,</p><p>açúcar, perfume, pimentas, ervas, escravizados, marfim e outras mercadorias. Os comerciantes muçulmanos</p><p>promoviam o comércio entre regiões distantes, chegando a obter produtos na China e na Índia.</p><p>Entre as rotas comerciais dominadas pela civilização do Islã surgiram dinâmicos centros urbano-</p><p>comerciais, como Damasco, Bagdá, Cairo e Córdoba, notabilizados pelos seus mercados, bibliotecas e</p><p>mesquitas.</p><p>Os califas governaram os os territórios conquistados de acordo com os preceitos do Islã, mas isso</p><p>impediu a garantia de certa tolerância religiosa para cristãos, judeus e zoroastristas, desde que pagassem</p><p>um imposto chamado jyzia. Muitos indivíduos – em especial, comerciantes – se convertiam por conveniência,</p><p>afinal pertencer a comunidade muçulmana garantia não somente a isenção deste imposto, mas também</p><p>proteção contra saques e escravizações promovidos por outros muçulmanos.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>23</p><p>2.2.1 – A conquista da Península Ibérica</p><p>Em 752, a Dinastia Omíada é derrotada pelos abássidas, que transferiram a sede do califado para</p><p>Bagdá, no Iraque, local de próspera atividade agrícola devido às terras férteis da região mesopotâmica. O</p><p>omíada Abd al-Rahman, único a se salvar do massacre promovido pelos rivais, se refugiou no norte da África,</p><p>onde foi acolhido pelos berberes, povo de sua mãe.</p><p>Pouco tempo depois, formou uma coalização de berberes e aliados dos omíadas para invadir a</p><p>península ibérica, no outono de 755. Após um ataque rápido, a região conquistada passou a ser conhecida</p><p>como Al-Andalus, tendo Córdoba como sua capital. Já a porção norte da atual Espanha, que não chegou a</p><p>ser dominada, seguiu dividida por reinos cristãos.</p><p>Figura 14 - Interior da Mesquita-Catedral de Córdoba, um dos indícios da presença muçulmana na Península Ibérica. Fonte: Shutterstock.</p><p>A introdução de novas técnicas e cultivos pelos muçulmanos permitiu que a região conquistada</p><p>passasse por um grande crescimento urbano e comercial. As cidades eram os locais onde desembarcavam</p><p>produtos de toda a parte do mundo, onde se comercializava a produção agrícola e eram erguidos palácios,</p><p>mesquitas e formados centros intelectuais.</p><p>Os cristãos que aceitaram a dominação (moçárabes) puderam conservar sua crença sem serem</p><p>perseguidos, assim como judeus que habitavam a região. Já outros, motivados por interesses econômicos,</p><p>se converteram ao Islã e adotaram a língua árabe.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>24</p><p>2.3 – Saber e cultura no Islã</p><p>À civilização do Islã devemos várias descobertas e saberes produzidos durante a Idade Média. No</p><p>Alcorão se encontram diversas passagens que estimulavam o homem a conhecer mais o universo criado por</p><p>Deus. Em certa ocasião, o próprio profeta teria dito: “Busquem ciência, até mesmo na China”.</p><p>Vejamos exemplos de saberes, técnicas e traços culturais atrelados ao mundo muçulmano:</p><p>• Astronomia: os muçulmanos elaboraram um calendário lunar, criaram observatórios astronômicos</p><p>pelos quais identificaram estrelas e constelações e incorporaram instrumentos como quadrantes e</p><p>astrolábios para guiarem suas viagens marítimas a partir do céu.</p><p>• Medicina: foram desenvolvidos métodos de identificação da varíola, o uso de anestesias em</p><p>operações cirúrgicas e até métodos de operação da catarata.</p><p>• Matemática: os muçulmanos criaram</p><p>a álgebra e a trigonometria, além de desenvolverem o sistema</p><p>arábico baseado no sistema numérico hindu.</p><p>• Agricultura: os muçulmanos introduziram o cultivo de arroz, laranja, limão e cana-de-açúcar em</p><p>diversos territórios conquistados.</p><p>• Química: os laboratórios do mundo islâmico desenvolveram novos produtos químicos, como o bórax,</p><p>a amônia, o sal amoníaco, o ácido nítrico, o ácido sulfúrico e o nitrato de prata.</p><p>• Vocabulário: palavras de origem árabe, como álcool, almofada e algodão, decorreram da presença</p><p>islâmica na península ibérica.</p><p>• Literatura: diversas produções literárias foram desenvolvidas durante o medievo islâmico. A mais</p><p>conhecida delas, As Mil e Uma Noites, reuniu lendas persas e hindus com as quais os árabes tomaram</p><p>contato.</p><p>A partir da dinastia omíada, mas principalmente durante a dinastia abássida, os califas foram grandes</p><p>estimuladores da investigação científica, financiando atividades de trabalhos de tradução para o árabe de</p><p>obras clássicas de eruditos hindus, persas e gregos, o que possibilitou avanços em áreas como a Medicina,</p><p>Filosofia, Matemática (especialmente Álgebra e Geometria) e Geografia.</p><p>Da Casa da Sabedoria, centro de estudos criado em Bagdá, partiram delegações de intelectuais para</p><p>Constantinopla, com o intuito de adquirirem cópias de obras de Platão, Aristóteles, Hipócrates, Galeano e</p><p>Euclides. Ao longo de 150 anos, os árabes traduziram todos os livros gregos de ciência e filosofia disponíveis.</p><p>Damasco, Bagdá, Córdoba e Cairo eram cidades que se notabilizaram pelas suas escolas de medicina,</p><p>onde foram desenvolvidos novos medicamentos e práticas médicas. Boa parte dessas descobertas foi</p><p>sintetizada pelo médico e filósofo persa Avicena na obra O Cânone da medicina, que foi consultada inclusive</p><p>por estudiosos da medicina no Ocidente.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>25</p><p>Figura 15 - Astrônomos no observatório Gálata, fundado em 1557 pelo sultão muçulmano Suleiman.</p><p>Quando se deparar com questões que abordem o Islã na Idade Média, tome cuidado com as alternativas</p><p>que apresentarem uma leitura preconceituosa acerca desta civilização! Lembre-se:</p><p>• O Islã NÃO era uma religião fundamentalista! Chamamos de fundamentalismo algum movimento</p><p>religioso com uma leitura rigorosa acerca do conjunto de princípios básicos. Assim sendo, existem</p><p>grupos fundamentalistas no interior de todas as religiões atualmente, mas não é possível afirmar que</p><p>o Islã ou qualquer outra orientação religiosa é fundamentalista em sua totalidade;</p><p>• O Islã NÃO se opunha à produção científica! Na verdade, a própria religião enfatizava a busca pelo</p><p>conhecimento.</p><p>• Durante a maior parte da Idade Média, o Islã NÃO apresentou uma postura de intolerância religiosa!</p><p>Cristãos, judeus e zoroastristas eram considerados "Povos do Livro" pelo Islã, ou seja, detentores de</p><p>livros sagrados que apresentavam similaridades com o Alcorão. Com isso, seus seguidores eram</p><p>tributados e possuíam menos direitos que os muçulmanos, mas não costumavam ser perseguidos.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>26</p><p>2.3.1 – Arte islâmica</p><p>O Islã condenava a representação figurativa – ou seja, a utilização de imagens para a adoração, o</p><p>que fez com que as próprias representações do Profeta e de outras figuras humanas fossem escassas. Assim</p><p>sendo, a arte islâmica baseou-se na utilização de elementos geométricos, vegetais e epigráficos (grafia</p><p>decorativa), cujas combinações ficaram conhecidas como arabescos. Eles estão presentes na arquitetura e</p><p>tapeçaria islâmicas.</p><p>A partir dos contatos com outros povos, a cerâmica foi largamente utilizada pelos muçulmanos para</p><p>o revestimento de suas edificações, com o intuito de embelezá-las. A cerâmica vitrificada, conhecida como</p><p>azulejo (em árabe, al-zuleij), era estampada com uma variedade imensa de motivos arabescos, que</p><p>combinados formavam ricos mosaicos.</p><p>Figura 16 - Detalhe da Mesquita de Bibi-Khanum, em Samarcanda, Uzbequistão. Fonte: Shutterstock.</p><p>Os azulejos foram levados pelos muçulmanos para a península ibérica, onde foram incorporados</p><p>pelos cristãos. A utilização desta técnica foi trazida para o Brasil com a colonização, sendo observada em</p><p>casarões históricos de cidades como São Luís do Maranhão e Recife, em Pernambuco.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>27</p><p>LISTA DE QUESTÕES</p><p>1. (FGV – CBMERJ/2023)</p><p>Observe os oito círculos do sistema mundial (século XIII): eles representam os principais circuitos</p><p>comerciais da Eurásia e da África.</p><p>Fonte: J.L. Abu-Lughod, Before European Hegemony, 1989, p. 34.</p><p>Com base no mapa, avalie as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.</p><p>( ) Os circuitos 2 e 3 mostram que o Mar Mediterrâneo era dominado pelas cidades italianas de Veneza e Gênova,</p><p>as quais, desde o século XI, apoiaram as Cruzadas para obter mercadorias orientais de luxo que chegavam até o</p><p>Império Bizantino e Oriente Próximo.</p><p>( ) O circuito 3 mostra o eixo terrestre da rota da seda, que conectava o império Yuan chinês a Antioquia, na Síria</p><p>medieval, constituindo uma via comercial para seda, papel, chá e cerâmica para o Oeste e vidro e produtos</p><p>metalúrgicos para o Oriente, entre outros.</p><p>( ) Os circuitos 3 e 4 mostram a vitória do Islã sobre os mongóis, no século XIII, e a expansão do califado de Bagdá</p><p>como centro propulsor do comércio e do expansionismo dos Omíada no Oriente Médio.</p><p>Assinale a opção que indica a sequência correta, de cima para baixo.</p><p>a) V, V e F.</p><p>b) F, F e V.</p><p>c) F, V e V.</p><p>d) V, F e F.</p><p>e) V, V e V.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>28</p><p>2. (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia transmitido</p><p>de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>As cruzadas cristãs de reconquista da terra santa também serviram para abrandar a tensão com as camadas</p><p>empobrecidas propícias a envolver-se em revoltas.</p><p>3. (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia transmitido</p><p>de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>O islã teve pouca influência e pouco impacto no continente africano, exatamente o contrário do que ocorreu</p><p>na península ibérica.</p><p>4. (CESPE | CEBRASPE – SEDUC/AL – PROF. DE HISTÓRIA – 2018)</p><p>O esplendor dos Estados do Mali, do Songhai, do Kanem-Bornu, e dos reinos Mossi e Dagomba, na curva do</p><p>Níger, ocorreu a partir do século XIII. O estudo das instituições no Mali e nos reinos Mossi, por exemplo,</p><p>revela a influência tradicional africana comum. O grande conquistador Sundiata Keita derrota Sumaoro Kante</p><p>(rei dos Sosoe) na famosa batalha de Kirina, em 1.235, e funda o novo Império Manden. Fiel à tradição de</p><p>seus ancestrais, Sundiata reata relações com os comerciantes e os letrados negros e árabes ao restabelecer</p><p>o império.</p><p>Djibril Tamsir Niane. “Introdução”. In: História geral da África IV. África do século XII ao XVI. Brasília: Unesco, 2010, p. 7-8 (com</p><p>adaptações).</p><p>Tendo como base as informações do texto precedente a respeito da história das sociedades e reinos</p><p>africanos na região sudanesa, julgue.</p><p>A arte da civilização Ifé-Benin destacou-se pela criação de estátuas de madeira, que tinham um uso</p><p>marcadamente</p><p>político na homenagem e no culto aos reis e mandatários locais.</p><p>5. (UECE- SEDUC/SEPLAG/CE – 2018)</p><p>“Bizâncio” e “Império Bizantino” são termos convencionais, utilizados por estudiosos modernos e</p><p>contemporâneos, para referir-se à continuação do Império Romano no Oriente. No que concerne aos dois</p><p>termos analise as seguintes afirmações:</p><p>I. O termo “bizantino” deriva de “Byzantion”, antigo assentamento helênico que o imperador Constantino, à</p><p>procura de um segundo centro para o Império, decidiu urbanizar e atribuir ao lugar o seu próprio nome</p><p>“Constantinopla”.</p><p>II. Os árabes e otomanos chamavam os bizantinos “rum”, isto é, romanos, mas Carlos Magno, considerando-</p><p>se como único sucessor dos antigos imperadores romanos, designava-os como “gregos”.</p><p>III. Nas fontes medievais, é possível encontrar a palavra “bizantino”, algumas vezes, para indicar apenas os</p><p>habitantes da capital imperial.</p><p>É correto o que se afirma somente em</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>29</p><p>A) II.</p><p>B) I e III.</p><p>C) III.</p><p>D) I e II.</p><p>6. (UECE- SEDUC/SEPLAG/CE – 2018)</p><p>A expansão do islamismo na Tunísia, no Marrocos, na Espanha, em Cabul e Samarcanda foi efetuada no</p><p>califado</p><p>A) Otomano.</p><p>B) Abássida.</p><p>C) Omíada.</p><p>D) Córdova.</p><p>7 - (UEM – 2013)</p><p>Sobre a história nos períodos antigo, medieval e moderno, assinale o que for correto.</p><p>Durante boa parte da Idade Média, Constantinopla, capital do Império Bizantino, funcionou como o maior</p><p>entreposto do comércio entre o Ocidente e o Oriente. Em 1453, ela foi conquistada pelos turcos otomanos</p><p>e passou a se chamar Istambul. Por seu grande impacto geopolítico, religioso e comercial, a tomada de</p><p>Constantinopla pelos turcos tornou-se a baliza cronológica que separou a Idade Média da Idade Moderna.</p><p>8 - (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia</p><p>transmitido de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>O islã proibia a escravização de quaisquer seres humanos.</p><p>9 - (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia</p><p>transmitido de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>O jihad era o núcleo da expansão muçulmana, pois combinava atividades econômicas, políticas e religiosas.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>30</p><p>GABARITO</p><p>1 - A 4 - ERRADO 7 - CERTO</p><p>2 - CERTO 5 - D 8 - ERRADO</p><p>3 - ERRADO 6 - C 9 - CERTO</p><p>QUESTÕES COMENTADAS</p><p>1. (FGV – CBMERJ/2023)</p><p>Observe os oito círculos do sistema mundial (século XIII): eles representam os principais circuitos</p><p>comerciais da Eurásia e da África.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>31</p><p>Fonte: J.L. Abu-Lughod, Before European Hegemony, 1989, p. 34.</p><p>Com base no mapa, avalie as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.</p><p>( ) Os circuitos 2 e 3 mostram que o Mar Mediterrâneo era dominado pelas cidades italianas de Veneza e Gênova,</p><p>as quais, desde o século XI, apoiaram as Cruzadas para obter mercadorias orientais de luxo que chegavam até o</p><p>Império Bizantino e Oriente Próximo.</p><p>( ) O circuito 3 mostra o eixo terrestre da rota da seda, que conectava o império Yuan chinês a Antioquia, na Síria</p><p>medieval, constituindo uma via comercial para seda, papel, chá e cerâmica para o Oeste e vidro e produtos</p><p>metalúrgicos para o Oriente, entre outros.</p><p>( ) Os circuitos 3 e 4 mostram a vitória do Islã sobre os mongóis, no século XIII, e a expansão do califado de Bagdá</p><p>como centro propulsor do comércio e do expansionismo dos Omíada no Oriente Médio.</p><p>Assinale a opção que indica a sequência correta, de cima para baixo.</p><p>a) V, V e F.</p><p>b) F, F e V.</p><p>c) F, V e V.</p><p>d) V, F e F.</p><p>e) V, V e V.</p><p>Comentários</p><p>Questão que demanda conhecimentos sobre o Medievo Oriental. Vejamos:</p><p>- A primeira afirmativa é verdadeira. As Cruzadas foram acompanhadas de novas oportunidades comerciais</p><p>para Gênova e Veneza, seus mercadores financiavam ações militares dos cruzadistas, ofereceram recursos</p><p>materiais, navios e dinheiro para a Quarta Cruzada (1202-1204).</p><p>- A segunda afirmativa é verdadeira. Esse comércio dilatado se explica pela rede criada pela Rota da Seda,</p><p>com trajetos por mar e terra que ligavam o Império Chinês ao Império Romano. Além disso, ela envolvia o</p><p>chamado “Império Cuchano”, região que compreende o Afeganistão, Paquistão e Índia atuais. Dessa forma,</p><p>o comércio relacionava Ásia, Europa e a África mediterrânea. Essas localidades estabeleceram uma intensa</p><p>troca econômica e cultural: Vinho e azeite da Europa. Cavalos do Oriente Médio. Seda da China. Algodão da</p><p>Índia. Especiarias dos Árabes.</p><p>- A terceira afirmativa é falsa. O Islã não venceu os mongóis, mas no ano de 1295 Ghazan Khan converteu-</p><p>se e se tornou um monarca muçulmano.</p><p>Estando correta a sequência V, V e F, a alternativa A é a resposta.</p><p>Gabarito: A</p><p>2. (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia transmitido</p><p>de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>As cruzadas cristãs de reconquista da terra santa também serviram para abrandar a tensão com as camadas</p><p>empobrecidas propícias a envolver-se em revoltas.</p><p>Comentários</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>32</p><p>As Cruzadas foram expedições militares e religiosas que mobilizaram toda a Cristandade, desde a nobreza</p><p>até as camadas menos favorecidas. Em algumas circunstâncias, ocorreram até Cruzadas das crianças. Essa</p><p>intensa mobilização não significava somente a expulsão dos infiéis dos locais de celebração cristã, para os</p><p>pobres e marginalizados era a oportunidade de conseguir trabalho, conquistar terras e até riqueza. Nesse</p><p>sentido, as energias que poderiam ser mobilizadas para revoltas eram catapultadas para novas expectativas</p><p>de sobrevivência.</p><p>Gabarito: CERTO</p><p>3. (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia transmitido</p><p>de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>O islã teve pouca influência e pouco impacto no continente africano, exatamente o contrário do que ocorreu</p><p>na península ibérica.</p><p>Comentários</p><p>Essa assertiva é equivocada, o Islã exerceu enorme influência no Medievo Oriental. Nobres mongóis se</p><p>convertem e tornaram-se muçulmanos. No Norte da África e não só, essa autoridade foi ainda maior. Os</p><p>grandes reinos africanos, como do Congo, eram islâmicos. Sua ascendência na África Ocidental se deu,</p><p>principalmente, através das atividades comerciais de mercadores muçulmanos.</p><p>Gabarito: ERRADO</p><p>4. (CESPE | CEBRASPE – SEDUC/AL – PROF. DE HISTÓRIA – 2018)</p><p>O esplendor dos Estados do Mali, do Songhai, do Kanem-Bornu, e dos reinos Mossi e Dagomba, na curva do</p><p>Níger, ocorreu a partir do século XIII. O estudo das instituições no Mali e nos reinos Mossi, por exemplo,</p><p>revela a influência tradicional africana comum. O grande conquistador Sundiata Keita derrota Sumaoro Kante</p><p>(rei dos Sosoe) na famosa batalha de Kirina, em 1.235, e funda o novo Império Manden. Fiel à tradição de</p><p>seus ancestrais, Sundiata reata relações com os comerciantes e os letrados</p><p>negros e árabes ao restabelecer</p><p>o império.</p><p>Djibril Tamsir Niane. “Introdução”. In: História geral da África IV. África do século XII ao XVI. Brasília: Unesco, 2010, p. 7-8 (com</p><p>adaptações).</p><p>Tendo como base as informações do texto precedente a respeito da história das sociedades e reinos</p><p>africanos na região sudanesa, julgue.</p><p>A arte da civilização Ifé-Benin destacou-se pela criação de estátuas de madeira, que tinham um uso</p><p>marcadamente político na homenagem e no culto aos reis e mandatários locais.</p><p>Comentários</p><p>A civilização Ifé-Benin era caracterizada por uma forte indústria de contas de vidro, pisos de cacos de</p><p>cerâmica e por uma refinada arte de terracota, especializada na elaboração de figuras naturalistas,</p><p>principalmente de cabeças humana. Essas efígies correspondiam a personagens que supostamente teriam</p><p>pertencido a famílias reais.</p><p>Gabarito: ERRADO</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>33</p><p>5. (UECE- SEDUC/SEPLAG/CE – 2018)</p><p>“Bizâncio” e “Império Bizantino” são termos convencionais, utilizados por estudiosos modernos e</p><p>contemporâneos, para referir-se à continuação do Império Romano no Oriente. No que concerne aos dois</p><p>termos analise as seguintes afirmações:</p><p>I. O termo “bizantino” deriva de “Byzantion”, antigo assentamento helênico que o imperador Constantino, à</p><p>procura de um segundo centro para o Império, decidiu urbanizar e atribuir ao lugar o seu próprio nome</p><p>“Constantinopla”.</p><p>II. Os árabes e otomanos chamavam os bizantinos “rum”, isto é, romanos, mas Carlos Magno, considerando-</p><p>se como único sucessor dos antigos imperadores romanos, designava-os como “gregos”.</p><p>III. Nas fontes medievais, é possível encontrar a palavra “bizantino”, algumas vezes, para indicar apenas os</p><p>habitantes da capital imperial.</p><p>É correto o que se afirma somente em</p><p>A) II.</p><p>B) I e III.</p><p>C) III.</p><p>D) I e II.</p><p>Comentários</p><p>Questão que demanda conhecimentos sobre o Império Bizantino. Vejamos:</p><p>- A alternativa I está correta. Constantino mudou o nome de “Bizâncio” para “Constantinopla”, uma</p><p>derivação do seu, com o objetivo de criar uma nova Roma, ele sempre se referia a si mesmo como imperador</p><p>dos “romanos”.</p><p>- A alternativa II está correta. Os próprios bizantinos se autodenominavam romanos. Já Carlos Magno,</p><p>intitulado um sucessor do Império Romano do Ocidente ao ser coroado Imperador, considerava-os “gregos”,</p><p>isto é, orientais.</p><p>- A alternativa III está incorreta. Como podemos ver no caso do Imperador Carlos Magno, eles eram</p><p>chamados de “gregos” pelo Ocidente.</p><p>Gabarito: D</p><p>6. (UECE- SEDUC/SEPLAG/CE – 2018)</p><p>A expansão do islamismo na Tunísia, no Marrocos, na Espanha, em Cabul e Samarcanda foi efetuada no</p><p>califado</p><p>A) Otomano.</p><p>B) Abássida.</p><p>C) Omíada.</p><p>D) Córdova.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>34</p><p>Comentários</p><p>Questão que demanda conhecimentos sobre o Medievo Oriental. Vejamos:</p><p>- A alternativa A está incorreta. Modo como era conhecido os turcos, otomanos, que construíram um</p><p>Império no século XVIII, o Califado Otomano.</p><p>- A alternativa B está incorreta. O califado Abássida, sucessor do Omíada, dominou praticamente toda</p><p>Península Arábica a partir do século VIII.</p><p>- A alternativa C é a resposta. O califado Omíada (661 a 750) foi o responsável pelo início do processo de</p><p>difusão do Islã por toda a Ásia, África e Europa.</p><p>- A alternativa D está incorreta. O califado de Córdova estabeleceu sua hegemonia entre o século X e XI.</p><p>Gabarito: C</p><p>7 - (UEM – 2013)</p><p>Sobre a história nos períodos antigo, medieval e moderno, assinale o que for correto.</p><p>Durante boa parte da Idade Média, Constantinopla, capital do Império Bizantino, funcionou como o maior</p><p>entreposto do comércio entre o Ocidente e o Oriente. Em 1453, ela foi conquistada pelos turcos otomanos</p><p>e passou a se chamar Istambul. Por seu grande impacto geopolítico, religioso e comercial, a tomada de</p><p>Constantinopla pelos turcos tornou-se a baliza cronológica que separou a Idade Média da Idade Moderna.</p><p>Comentários:</p><p>Correto. A tomada de Constantinopla ocorreu em 1453, liderada pelo sultão Maomé II. Para os historiadores,</p><p>a data não representa somente o fim do Império Bizantino, mas também o marco de transição do período</p><p>medieval para a Idade Moderna</p><p>Gabarito: CERTO</p><p>8 - (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia</p><p>transmitido de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>O islã proibia a escravização de quaisquer seres humanos.</p><p>Comentários</p><p>Essa assertiva é uma pegadinha! O corão proibia ao muçulmano escravizar outro muçulmano. O que nascia</p><p>livre não podia ser escravizado, os escravizados eram os não-muçulmanos ou os filhos de pais escravizados</p><p>e nascidos na escravidão. Dessa maneira, os escravizados deviam ser capturados nas regiões e nos povos</p><p>não islamizados.</p><p>Gabarito: ERRADO</p><p>9 - (CEBRASPE – SEDUC/RECIFE – PROF. DE HISTÓRIA – 2023)</p><p>O Alcorão foi escrito pelos discípulos de Maomé, os quais reuniram ensinamentos que ele havia</p><p>transmitido de forma oral. Acerca da expansão do islã a partir do século VI, julgue:</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>35</p><p>O jihad era o núcleo da expansão muçulmana, pois combinava atividades econômicas, políticas e religiosas.</p><p>Comentários</p><p>O Jihad era compreendido como uma exortação para seguir o “caminho de Deus”. Isso se apresentava</p><p>como um leque de possibilidades, uma delas era combater para expandir as fronteiras do Islã. Nessa</p><p>empreitada, as esferas políticas, econômicas e religiosas estavam intrinsicamente ligadas. Contudo, depois</p><p>dos anos iniciais de expansão e do conseguinte contra-ataque europeu, o jihad tendeu a ser encarado mais</p><p>em termos de defesa.</p><p>Gabarito: CERTO</p><p>RESUMO</p><p>Para concluir os nossos estudos, que tal retomarmos os pontos mais importantes do capítulo?</p><p>Em relação ao Império Bizantino, as mudanças do governo Justiniano e o Cisma do Oriente são os</p><p>pontos mais importantes:</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>36</p><p>Sobre a civilização do Islã, os pilares da religião, a expansão territorial e a produção cultural são os</p><p>pontos mais importantes:</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>37</p><p>Saber e Cultura no Islã</p><p>• Astronomia: os muçulmanos elaboraram um calendário lunar, criaram observatórios astronômicos</p><p>pelos quais identificaram estrelas e constelações e incorporaram instrumentos como quadrantes e</p><p>astrolábios para guiarem suas viagens marítimas a partir do céu.</p><p>• Medicina: foram desenvolvidos métodos de identificação da varíola, o uso de anestesias em</p><p>operações cirúrgicas e até métodos de operação da catarata.</p><p>• Matemática: os muçulmanos criaram a álgebra e a trigonometria, além de desenvolverem o sistema</p><p>arábico baseado no sistema numérico hindu.</p><p>• Agricultura: os muçulmanos introduziram o cultivo de arroz, laranja, limão e cana-de-açúcar em</p><p>diversos territórios conquistados.</p><p>• Química: os laboratórios do mundo islâmico desenvolveram novos produtos químicos, como o bórax,</p><p>a amônia, o sal amoníaco, o ácido nítrico, o ácido sulfúrico e o nitrato de prata.</p><p>• Vocabulário: palavras de origem árabe, como álcool, almofada e algodão,</p><p>decorreram da presença</p><p>islâmica na península ibérica.</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p><p>MEDIEVO ORIENTAL</p><p>38</p><p>• Literatura: diversas produções literárias foram desenvolvidas durante o medievo islâmico. A mais</p><p>conhecida delas, As Mil e Uma Noites, reuniu lendas persas e hindus com as quais os árabes tomaram</p><p>contato.</p><p>Por fim, retomemos as principais características dos reinos de Sahel:</p><p>Marco Túlio Gomes</p><p>Aula 02 - MEDIEVO ORIENTAL</p><p>Curso Regular para professor de História (Prof. Marco Túlio)</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>04138661492 - Edgar Barboza Costa</p>