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<p>1</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Profe Ale Lopes</p><p>Revoluções inglesas do Séc. XVII; Iluminismo;</p><p>Independência dos EUA</p><p>AULA 08</p><p>ENEM</p><p>Exasiu</p><p>Exasiu</p><p>EXTENSIVO</p><p>estretegiavestibulares.com.br</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>2</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Sumário</p><p>1. Introdução ................................................................................................................. 3</p><p>2. Inglaterra: rumo à América e às Revoluções do século XVII ........................ 7</p><p>2.1 – Revolução Puritana ..................................................................................................... 13</p><p>2.1.1 – O breve período republicano na Inglaterra ...................................................................... 14</p><p>2.2 – Revolução Gloriosa .................................................................................................... 15</p><p>2.3 – Ingleses na América do Norte .................................................................................... 19</p><p>3. Iluminismo ............................................................................................................... 24</p><p>3.1 – Liberalismo Político .................................................................................................... 27</p><p>3.2 – Liberalismo Econômico .............................................................................................. 38</p><p>4. Independência dos EUA ...................................................................................... 42</p><p>5. Lista de Questões .................................................................................................. 52</p><p>6. Gabarito ................................................................................................................... 98</p><p>7. Questões comentadas ......................................................................................... 99</p><p>8. Considerações Finais .......................................................................................... 221</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>3</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Estou feliz por você continuar comigo em mais uma aula. Por isso, seja bem-vindo e bem-</p><p>vinda a mais uma aula para a qual você deve dedicar grande atenção. É sempre um grande prazer</p><p>compartilhar com você nosso trabalho e ser parte de sua caminhada até a sua aprovação. É bom</p><p>saber que você está dominando cada dia mais nossa disciplina!</p><p>Nesta aula voltamos ao bloco da História Geral (HG), com a segunda e última aula de</p><p>História Moderna. Falaremos sobre o fim do século XVII e boa parte do século XVIII – um momento</p><p>cheio de transformações nos campos do pensamento, da política, da economia. Essas mudanças</p><p>no campo das ideias, e do mundo prático também, ficaram registradas na histórica como o</p><p>movimento do Iluminismo. A partir dessas transformações ocorreram as revoluções francesa e</p><p>industrial, além de uma série de processos de independência política na América. Veremos esses</p><p>assuntos nessa aula e nas seguintes.</p><p>Perceba que a aula de hoje é a base explicativa para todos os processos que estudaremos</p><p>daqui em diante, dessa forma, além de ela ter uma cobrança regular nas provas, ela é pré-requisito</p><p>para uma árvore de assuntos com muita recorrência. Por isso, esteja muito atento e atenta, Coruja,</p><p>ou melhor, Corujert, pois a esta altura você já é um mix de Coruja com Expert!! Preciso que</p><p>você reflita e articule conhecimentos enquanto estuda. Preciso de você safo, ligado e muito ativo!!!</p><p>Você precisa estar preparado para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a</p><p>constância no objetivo”. Vamos seguir juntos! Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas!</p><p>Eu vou te responder bem rapidinho. Ah, não tem pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe:</p><p>pega seu café e sua ampulheta. Bora!!</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Se há uma palavra para sintetizar o mundo dos séculos XVII e XVIII essa é</p><p>TRANSFORMAÇÃO. Ao longo desse período, uma série de acontecimentos e experiências</p><p>econômicas e políticas contestaram as bases do mundo de então ou do “VELHO MUNDO”, qual</p><p>seja: o Antigo Regime, que existiu entre os séculos XVI ao XVIII!</p><p>Como veremos, os acontecimentos vividos na Inglaterra tiveram grandes desdobramentos</p><p>no campo das ideias, da política e da economia no século seguinte. Você poderia argumentar</p><p>comigo que todo acontecimento da história gera algum tipo de mudança. Contudo, não estou</p><p>falando de fatores consequentes, simplesmente. Quero lhe dizer que, ao longo desse tempo,</p><p>convergiram ideias e processos que forjaram AS BASES para a criação de um “NOVO MUNDO”,</p><p>qual seja: O CAPITALISMO!</p><p>XVII XVIII</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>4</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Esse novo mundo, cujo nome veio bem depois das próprias ideias e experiências que lhe</p><p>deram forma, desenvolveu-se e consolidou-se ao longo de todo o século XIX, mas teve suas</p><p>sementes germinadas no final do século XVII e no século XVIII. E não tenha dúvida: essas sementes</p><p>foram de rupturas, muito mais que continuidades. Ou seja, esse novo mundo será estruturalmente</p><p>diferente daquele que o precedeu. Vejamos alguns pontos.</p><p>Articula comigo:</p><p>Em geral, a estrutura de uma sociedade é composta por elementos que a sustentam, sem</p><p>os quais ela desmoronaria. Assim, nas Ciências Humanas, especialmente historiadores e cientistas</p><p>sociais, afirma-se que são 4 os elementos estruturantes de uma sociedade.</p><p>Se liga na estrutura do Antigo Regime:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>5</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Assim, podemos dizer que o mundo do Antigo Regime era estruturado por (1) uma</p><p>economia mercantilista, (2) por uma política absolutista, (3) por uma sociedade organizada em</p><p>estamentos ou ordens, (4) dominada pela nobreza e sem liberdade religiosa. A ideologia ajuda a</p><p>reforçar os demais elementos.</p><p>Nas últimas aulas, falamos sobre como esse mundo do Antigo Regime substituiu o</p><p>feudalismo e sob quais condições ele se desenvolveu e conquistou o mundo. Vimos a formação</p><p>das monarquias absolutistas, a estruturação e o desenvolvimento do mercantilismo – inclusive sua</p><p>dimensão colonial – e as lutas religiosas entre católicos e protestantes.</p><p>Contudo, o próprio desenvolvimento do mercantilismo, e desse poder absoluto dos reis,</p><p>acabou por gerar entraves à continuidade de uma economia que, com o passar do tempo,</p><p>demandou outros instrumentos diferentes daqueles usados até então para expandir o comércio</p><p>mundial. Veja a seguir o desenrolar desse processo:</p><p>Economia</p><p>O protecionismo e a opressão colonial - com a intensificação de pactos coloniais não</p><p>promoviam mais os ganhos que se esperava. Tornou-se urgente reinventar a economia,</p><p>racionalizar o planejamento para atender às demandas crescentes. A experiência inglesa que</p><p>vocês estudarão nesta aula é um ótimo exemplo sobre esse assunto.</p><p>Como havia um contexto de estímulo às invenções para potencializar a produção, a</p><p>realidade demandava investigações e pesquisas para novas técnicas e tecnologias. É nesse cenário</p><p>que diversas experiências científicas foram realizadas. Quero destacar, na área da física, o exemplo</p><p>da termodinâmica.</p><p>Economia MERCANTILISMO</p><p>Política</p><p>ABSOLUTISMO</p><p>Classe</p><p>politicamente</p><p>dominante:</p><p>Organização</p><p>social</p><p>ESTAMENTALIdeologia</p><p>A ideologia é um conjunto de</p><p>ideias que, combinadas, justificam os</p><p>outros elementos da estrutura da</p><p>sociedade. No caso do ANTIGO REGIME:</p><p>- Teoria do direito Divino do Rei</p><p>- Homens se diferenciam no</p><p>nascimento</p><p>- Protecionismo e intervenção do</p><p>Estado na economia</p><p>- Intolerância religiosa – “um rei,</p><p>uma fé, uma lei”.</p><p>queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela</p><p>não existe bem público, nem corpo político.”</p><p>(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)</p><p>No trecho apresentado, o autor</p><p>a) argumenta que um corpo político existe quando os homens se encontram associados em</p><p>estado de igualdade política.</p><p>b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>34</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos</p><p>políticos.</p><p>d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se</p><p>submeterem a um único senhor.</p><p>Comentários</p><p>Rousseau foi um dos mais destacados iluministas, tendo publicado diversas obras, sendo que</p><p>Do Contrato Social é a mais analisada e difundida. Discute a organização do poder como</p><p>expressão da vontade da sociedade, criticando o modelo absolutista de sua época e</p><p>defendendo a organização social para a formação do governo, que deve representar o povo.</p><p>A expressão “direito sagrado” que aparece no texto não deve ser tomada como base</p><p>religiosa do autor, mas como a ideia de um direito básico. Uma das marcas de Rousseau, na</p><p>verdade, do pensamento iluminista é a combinação entre liberdade e igualdade no exercício</p><p>da política. Nesse sentido, a letra é nosso gabarito.</p><p>Repare que a alterativa B desvirtua o próprio argumento do autor, pois ele afirma que a</p><p>ordem social é um direito sagrado que serve de base para os demais.</p><p>Sobre a questão da escravidão, para Rousseau ela é nula e ilegítima, simplesmente por ser</p><p>um absurdo. Rousseau entende que as palavras escravidão e direito são contraditórias entre</p><p>si. Contudo, no trecho do enunciado da questão, a reflexão do pensador não abordar a</p><p>temática da escravidão na América.</p><p>Gabarito: A</p><p>Um bom caso para entendermos essa separação entre os poderes é o caso de Sérgio Moro, no</p><p>Brasil, em 2019. Sérgio Moro foi um juiz que julgou muitos casos de escândalo de corrupção e,</p><p>por isso, ficou muito conhecido no Brasil. Em um certo momento, ele foi convidado pelo</p><p>Presidente da República a ocupar um Ministério no poder executivo. Logo, Sergio Moro precisou</p><p>deixar o poder judiciário para assumir o exercício de cargo no poder executivo. Percebem a teoria</p><p>da separação de poderes por trás da prática? Quem executa a lei, não a julga. O mesmo ocorre</p><p>quando um deputado é convidado a assumir um cargo no poder executivo. Ele deve, antes da</p><p>posse, se afastar do cargo no poder legislativo para exercer sua função no poder executivo. Não</p><p>se trata simplesmente de ética do serviço público, mas da teoria da separação dos poderes</p><p>colocada em prática.</p><p>O pensador que sistematizou essas ideias foi o Barão de</p><p>Montesquieu (1689-1755). Sim, era um nobre pensador! A obra-prima</p><p>de Montesquieu é o livro O espírito das Leis, que tem quase 800</p><p>páginas. Muitos dizem que ele é, de certa forma, não apenas um</p><p>filósofo preocupado com as ideias e os tipos ideais, mas com a política</p><p>de fato. Algo que hoje em dia chamaríamos de “real politycs”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>35</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Assim, sua preocupação se estendeu para além da fundação da sociedade civil, ou da</p><p>origem do homem – como debateram Hobbes, Locke e Rousseau. Montesquieu preocupava -se</p><p>com o modo como a sociedade e a atividade política são organizadas todos os dias e, portanto,</p><p>como as leis repõem novos contextos. Por isso mesmo ele deu mais concretude à teoria da</p><p>separação entre os poderes.</p><p>Além disso, também contribuiu para os ensinamentos sobre o que são os regimes políticos.</p><p>Ele estudou e escreveu sobre 3 tipos de governos aos quais poder-se-ia atribuir um princípio</p><p>específico para cada:</p><p>➢ Despóticos: TEMOR = só sobrevive pela paixão dos governados que impõe medo</p><p>aos que não são apaixonados;</p><p>➢ Monárquicos: HONRA = motor que move a monarquia;</p><p>➢ Republicanos: VIRTUDE = amor à pátria e à igualdade.</p><p>Queridos, um alerta: você não tem que concordar ou discordar dos autores</p><p>iluministas. Apenas deve entendê-los no seu tempo histórico, e tentar perceber</p><p>quais elementos dessas teorias formuladas no século XVIII ainda podem ser</p><p>verificados no nosso cotidiano em pleno século XXI. Montesquieu, por exemplo,</p><p>falou de República, mas veja, ele morreu em 1755, não viveu nem a experiência da</p><p>Independência dos Estados Unidos da América e nem da Revolução Francesa. É</p><p>obvio que as mudanças do tempo podem, e devem fazer a ciência revisar os argumentos dos</p><p>autores. Mas tenhamos sempre a noção de que não se joga fora o que foi escrito. Aprendemos,</p><p>refletimos, atualizamos e criamos outras teorias. Isso é Ciência!!!!!!</p><p>Bem, sua parte como vestibulando para no “aprendemos e refletimos”, hehehe, depois que você</p><p>for um universitário pode escrever o que quiser. Agora, bora treinar esse conteúdo todo!!!!</p><p>Harmônicos e</p><p>Independêntes</p><p>entre si</p><p>Poder</p><p>executivo</p><p>Poder</p><p>Legilativo</p><p>Poder</p><p>judiciário</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>36</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Falta-nos falar de um tema importante quando tratamos de iluminismo: a tolerância</p><p>religiosa e laicidade do Estado.</p><p>Evidentemente, depois de tratarmos sobre liberdade e igualdade, podemos pensar que a</p><p>liberdade religiosa é uma consequência da livre razão dos homens. É exatamente assim que os</p><p>iluministas encaram a noção da crença: como algo do foro íntimo.</p><p>Portanto, política e religião não se misturam. Até porque, quando misturados,</p><p>principalmente após inúmeras experiências em que reis viraram chefes religiosos, o poder</p><p>absoluto se potencializa. Nesse sentido, o iluminismo foi decisivo para a compreensão não apenas</p><p>do direito individual ao exercício das crenças, como da laicidade do Estado. Na verdade, para que</p><p>haja a liberdade individual de crença é necessário que o Estado seja religiosamente neutro, ou</p><p>seja, laico.</p><p>Vejamos a arquitetura do argumento:</p><p>Ponto 1: se as pessoas são dotadas de razão para fazer suas escolhas individuais,</p><p>significa que cada um pode acreditar em quais doutrinas lhe sejam mais adequadas.</p><p>Nesse sentido, haveria a existência de centenas, milhares delas. Certo, entendido?!</p><p>Ponto 2: ao Estado cabe a segurança e garantia dos interesses comuns à sociedade.</p><p>Logo, como o Estado vai impor uma religião única? Isso quebraria o ponto 1, da liberdade</p><p>individual. Então é preciso uma técnica política. Qual seria a técnica política para garantir a</p><p>segurança de todos no momento de exercer seu livre direito de crer? A resposta para essa</p><p>pergunta é a fórmula da laicidade do Estado. Sacaram, Corujerts?</p><p>O autor que mais contribuiu para o tema da tolerância</p><p>religiosa foi Voltaire (1694-1778), filósofo e dramaturgo. Ele entendia</p><p>que a razão era um guia infalível para chegar a Deus e, assim,</p><p>defendia a crença em um ser supremo e universal que fez a todos</p><p>igualmente. Portanto, como forma de governo ele defendia um</p><p>governo esclarecido – iluminista. Para ele não importava se era</p><p>monarquista, republicano, burguês ou nobre, desde que fosse</p><p>esclarecido.</p><p>Esse argumento de Voltaire se explica porque ele era um</p><p>grande crítico dos costumes, vaidades, inveja e mesquinhes da sociedade da época. Em nome de</p><p>Deus e do poder, tudo isso? Era o que se perguntava o dramaturgo cujas críticas lhe renderam</p><p>duas prisões na Bastilha – prisão política francesa. Além disso, para este pensador a tolerância é</p><p>racional.</p><p>Dessa elaboração nasce a noção de Governo de Despotismo Esclarecido, do qual o</p><p>Governo de Marquês de Pombal à frente da administração de Portugal é um exemplo. Além dele,</p><p>podemos citar: José II, rei da Áustria, Catarina II, czarina da Rússia, Frederico II, kaiser da Prússia</p><p>e Carlos III, rei</p><p>da Espanha.</p><p>No caso dos governos esclarecidos o primeiro passo seria a tolerância religiosa, ou seja, o</p><p>fim do dogma “um rei, um povo, uma fé” – esta que tantas guerras e perseguições religiosas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>37</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>produziu na Europa e nas suas colônias. Leia o texto abaixo. Ele é parte do livro Tratado sobre a</p><p>Tolerância. Essa é uma obra que Voltaire escreveu publicou em 1763, depois da morte de Jean Calas,</p><p>injustamente acusado e executado a 10 de março de 1762 pela morte do seu filho, que havia se convertido</p><p>ao catolicismo. Tente identificar os princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade – que</p><p>serão lemas da Revolução Francesa.</p><p>Prece pela Tolerância10</p><p>Não é mais aos homens que me dirijo,</p><p>É a Ti, Deus de todos os seres, de todos os mundos</p><p>E de todos os tempos.</p><p>Se é permitido a frágeis criaturas</p><p>Perdidas na imensidão e imperceptíveis ao resto do universo,</p><p>Ousar Te pedir alguma coisa,</p><p>A Ti que tudo criaste,</p><p>A Ti cujos decretos são imutáveis e eternos,</p><p>Digna-Te olhar com piedade os erros decorrentes</p><p>De nossa natureza.</p><p>Que esses erros não venham a ser as nossas calamidades.</p><p>Não nos deste um coração para nos odiarmos,</p><p>Nem mãos para nos matarmos.</p><p>Faz com que nos ajudemos mutuamente</p><p>A suportar o fardo de uma vida difícil e passageira.</p><p>Que as pequenas diferenças entre as roupas</p><p>Que cobrem nossos diminutos corpos,</p><p>Entre nossas linguagens insuficientes,</p><p>Entre nossos costumes ridículos,</p><p>Entre nossas leis imperfeitas,</p><p>Entre nossas opiniões insensatas,</p><p>Entre nossas condições tão desproporcionadas a nossos olhos</p><p>E tão iguais diante de Ti;</p><p>Que todas essas pequenas nuances</p><p>Que distinguem os átomos chamados homens,</p><p>Não sejam sinais de ódio e perseguição.</p><p>Que os que acendem velas em pleno meio-dia</p><p>Para Te celebrar,</p><p>Suportem os que se contentam com a luz de Teu sol.</p><p>Que os que cobrem suas vestes com linho branco,</p><p>Para dizer que devemos Te amar,</p><p>Não detestem aqueles que dizem a mesma coisa</p><p>Sob um manto de lã negra.</p><p>Que seja igual Te adorar num idioma antigo,</p><p>Ou num idioma novo.</p><p>10 VOLTAIRE. Tratado sobre a tolerância.: por ocasião da morte de Jean Calas. [1763]. Porto Alegre:</p><p>L&P, 2015, p. 113-114.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>38</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Que aqueles cuja roupa é tingida de vermelho ou de violeta,</p><p>Que dominam sobre uma pequena porção</p><p>De um montículo da lama deste mundo,</p><p>E que possuem alguns fragmentos arredondados de certo metal,</p><p>Usufruam sem orgulho o que chamam de ‘grandeza’ e ‘riqueza’,</p><p>E que os outros não os invejem,</p><p>Pois sabes que não há nessas vaidades nem o que invejar,</p><p>Nem do que se orgulhar.</p><p>Possam todos os homens lembrar-se de que são irmãos!</p><p>Que abominem a tirania exercida sobre as almas,</p><p>Assim como execram o banditismo</p><p>Que toma pela força o fruto do trabalho</p><p>E da indústria pacífica.</p><p>Se os flagelos da guerra são inevitáveis,</p><p>Não nos dilaceremos uns aos outros em tempo de paz</p><p>E empreguemos o instante de nossa existência</p><p>Em abençoar igualmente, em mil línguas,</p><p>Do Sião à Califórnia,</p><p>A Tua Bondade, que nos deu</p><p>Esse instante.</p><p>3.2 – LIBERALISMO ECONÔMICO</p><p>Queridos e queridas, as discussões sobre economia são imensas e complexas. Mas quero</p><p>que vocês prestem atenção em uma coisa: assim como falamos de alguns teóricos iluministas que</p><p>foram os precursores do liberalismo político, em relação à economia adotaremos o mesmo foco,</p><p>uma vez que nosso objetivo é entender o movimento iluminista e suas principais sínteses teóricas</p><p>e históricas.</p><p>Por que estou explicando isso? Porque algumas vezes alguns alunos perguntam: mas,</p><p>professora você não vai falar da escola austríaca de economia – Von Mises ou Hayek? E eu</p><p>respondo: Não, porque eles não foram precursores iluministas. São de outro tempo histórico e</p><p>estão mais relacionados com o neoliberalismo de meados do século XX.</p><p>No século XVIII, uma das primeiras formulações, no campo da economia, contra as práticas</p><p>mercantilistas foram propostas pelos fisiocratas, com relevo para Quesnay (1694-1774) e Gournay.</p><p>Fisiocracia quer dizer “o governo da natureza”. Calma, não se trata do rei Sol ou da chuva</p><p>. Quesnay usava dois argumentos:</p><p>A terra é a principal riqueza econômica</p><p>Tal como a natureza, a economia tem leis naturais.</p><p>A partir desses dois pressupostos, então, ele vai defender que o estado não intervenha na</p><p>economia de modo a garantir o livre curso da natureza. Quesnay recorre ao termo cunhado por</p><p>Gournay: “Laissez faire, laissez passer, le monde va de luimême” - Deixai fazer, deixai passar, o</p><p>mundo vai por si mesmo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>39</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Os fisiocratas advogaram uma tese que acabou por ser mais explorada no campo da</p><p>economia e assim se convencionou chamar a proposta desses autores de “capitalismo agrário”,</p><p>pois para eles a origem da riqueza estava na terra. No entanto, eles não faziam uma cisão</p><p>epistemológica entre economia e política. Nesse sentido, ao negar o papel de intervenção do</p><p>estado na economia, mas sem acabar com essa instituição política, formularam outras funções ao</p><p>aparelho estatal – o que os aproximava dos teóricos do liberalismo político que já estudamos.</p><p>Veja algumas funções do estado propostas pelos fisiocratas:</p><p>Proteger a sociedade contra a violência da invasão estrangeira;</p><p>Proteger a sociedade da injustiça e da opressão interna;</p><p>Fazer obras de interesse comum;</p><p>Garantir liberdades e interesses particulares.</p><p>Contudo, os debates em torno do problema das práticas</p><p>econômicas do mercantilismo se aprofundaram. Assim, quando</p><p>tratamos do desenvolvimento iluminista no campo da economia,</p><p>falamos em Adam Smith (1723-1790) e sua principal obra: A</p><p>riqueza das Nações11 .Smith é considerado o pai fundador do</p><p>liberalismo econômico.</p><p>Como um estudioso do tempo ilustrado, criticava</p><p>abertamente o mercantilismo, demonstrando que o</p><p>intervencionismo do Estado na economia era uma forma de</p><p>entrave à ordem econômica. Esse é o ponto fundamental da sua argumentação. Para ele a ordem</p><p>da economia é parte de uma lei natural: a da oferta e da demanda. Disso decorre sua máxima: o</p><p>mercado se autorregula.</p><p>Mas, como um pensador ilustrado, ele considerava que uma ordem econômica harmônica</p><p>poderia garantir a justiça social e a possibilidade de os homens buscarem sua felicidade.</p><p>Dessa forma, a harmonia econômica seria atingida se fossem asseguradas 3 condições:</p><p>- Livre concorrência</p><p>- Divisão do trabalho</p><p>- Livre comércio</p><p>11 O nome completo da obra é: Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações</p><p>(1776).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>40</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Há algo relevante na análise de Adam Smith que foi fundamental para entender a origem</p><p>da riqueza: sua análise sobre o papel do trabalho. Para o pai da economia liberal, o trabalho é o</p><p>elemento produtor da riqueza, e não a terra como afirmavam os economistas fisiocratas.</p><p>Veja, quando Smith fala em trabalho ele está falando em relações sociais. Para ele trabalho</p><p>é uma mercadoria específica: marcada e definida por relações sociais. Ele estudou a história da</p><p>humanidade para chegar a essa conclusão.</p><p>Como parte de suas conclusões, ele estabeleceu etapas de desenvolvimento econômico e</p><p>civilizatório das sociedades a partir da análise do modo como as pessoas trabalhavam e produziam</p><p>riqueza. Anote essas fases:</p><p>➢ 1.Sociedade coletora e caçadora</p><p>➢ 2.Sociedade do pastoreio</p><p>➢ 3.Sociedade agrícola. Interessante que aqui ele começa a demonstrar a importância</p><p>da complexidade das relações econômicas.</p><p>➢ 4.Sociedade do comércio internacional. Para ele, essa</p><p>é a etapa “suprema da evolução</p><p>humana”.</p><p>Nesse sentido, não podemos fazer uma leitura economicista de Adam Smith, porque, tal</p><p>como os demais filósofos, ele pensava em um projeto de nova sociedade. Contudo, é óbvio que</p><p>sua perspectiva é da forma de se criar riquezas, portanto, o campo da economia. Diferentemente</p><p>de Montesquieu para quem o foco da análise era na política e no direito.</p><p>O singular em Adam Smith é que ele estabelece a primazia da economia sobre os demais</p><p>setores da vida em sociedade. Veja o que ele mesmo diz:</p><p>Senhores e comerciantes levaram a cabo, assim, uma revolução de maior importância</p><p>para a felicidade pública, sem que nenhum deles houvesse proposto. Eis aqui como o</p><p>progresso econômico engendra transformações sociais mais transcendentes que as que</p><p>alcançam os homens quando se sublevam contra os poderes estabelecidos. (grifos</p><p>nossos)</p><p>Observe, pelos grifos acima, que Adam Smith dizia que as transformações econômicas</p><p>poderiam gerar mais impacto no desenvolvimento econômico que as questões políticas. Como</p><p>método para se atingir essa afirmação ele está comparando o desenvolvimento da Inglaterra em</p><p>período de paz e de conflitos políticos. É quase como se ele afirmasse que a Inglaterra cresceu</p><p>mais desenvolvendo o comércio mundial do que quando acabou com o poder absoluto do rei.</p><p>Mas, Profe, ele não está separando política e economia?</p><p>Não se trata de separação, mas de relação. Nunca Adam Smith desprezou a política. O que</p><p>ele procurou entender foram as relações de causa e efeito na sociedade e quais são os elementos</p><p>estruturantes da sociedade.</p><p>Naquela ocasião, o desenvolvimento do pensamento iluminista caminhava para buscar um</p><p>núcleo essencial estruturante que dele decorressem as demais relações. Sacaram? Esse método é</p><p>denominado de dialética – assunto que você deve ver nas aulas de filosofia e sociologia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>41</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Assim, para o autor inglês, as leis naturais de mercado estruturam as sociedades complexas:</p><p>a oferta e a demanda regulam naturalmente as atitudes e a evolução do ser humano.</p><p>Posteriormente, no século XVIII, o filósofo e economista Karl Marx utilizou esse padrão</p><p>econômico e o mesmo método de análise para estabelecer os conceitos de estrutura e</p><p>superestrutura. Esses conceitos, e a crítica que Marx faz à economia capitalista, você estuda nas</p><p>aulas de sociologia.</p><p>(UERJ 1999)</p><p>"Não se vêem, porventura (...) povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis,</p><p>em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por vezes, uma população</p><p>numerosa vivendo na abundância em um território exíguo, até algumas vezes em terras</p><p>penosamente conquistadas ao oceano, ou em territórios que não são favorecidos por dons</p><p>naturais? Ora, se essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os recursos naturais</p><p>(...) nada são (...). Uma causa geral e comum de riqueza, causa que, atuando de modo</p><p>desigual e vário entre os diferentes povos, explica as desigualdades de riqueza de cada um</p><p>deles (...)" (SMITH, Adam. Apud HUGON, Paul. "História das Doutrinas Econômicas." São</p><p>Paulo: Atlas, 1973.)</p><p>O texto anterior evidencia a preocupação, por parte de pensadores do século XVIII, com a</p><p>fonte geradora de riqueza. As "escolas" econômicas do período - Fisiocracia e Liberalismo -</p><p>apresentavam, contudo, discordâncias quanto a essa fonte. Os elementos geradores de</p><p>riqueza para a Fisiocracia e para o Liberalismo eram, respectivamente:</p><p>a) terra e trabalho</p><p>b) agricultura e capital</p><p>c) indústria e comércio</p><p>d) metal precioso e tecnologia</p><p>Comentários</p><p>Questão do tipo no alvo, necessita de conhecimento mais aprofundado, com o que vimos</p><p>acima para você não errar e, por exemplo, marcar a alternativa B.</p><p>Como vimos, para os fisiocratas a centralidade estava na terra, já para o liberalismo</p><p>econômico de Smith o trabalho é central.</p><p>Gabarito: A</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>42</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(FUVEST 1998)</p><p>"Um comerciante está acostumado a empregar o seu dinheiro principalmente em projetos</p><p>lucrativos, ao passo que um simples cavalheiro rural costuma empregar o seu em despesas.</p><p>Um frequentemente vê seu dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos com lucro; o outro,</p><p>quando se separa do dinheiro, raramente espera vê-lo de novo. Esses hábitos diferentes</p><p>afetam naturalmente os seus temperamentos e disposições em toda espécie de atividade. O</p><p>comerciante é, em geral, um empreendedor audacioso; o cavalheiro rural, um tímido em seus</p><p>empreendimentos..." (Adam Smith, A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4)</p><p>Neste pequeno trecho, Adam Smith</p><p>a) contrapõe lucro a renda, pois geram racionalidades e modos de vida distintos.</p><p>b) mostra as vantagens do capitalismo comercial em face da estagnação medieval.</p><p>c) defende a lucratividade do comércio contra os baixos rendimentos do campo.</p><p>d) critica a preocupação dos comerciantes com seus lucros e dos cavalheiros com a</p><p>ostentação de riquezas.</p><p>e) expõe as causas da estagnação da agricultura no final do século XVIII.</p><p>Comentário</p><p>Olha que interessante! Adam Smith, coerente com sua concepção da economia como</p><p>elemento central do desenvolvimento de todos os outros setores da vida, desenvolve uma</p><p>relação com a subjetividade das pessoas, a formação da cultura e modo de vida. O</p><p>comerciante pensa em atuar para gerar lucro, ou seja, dinheiro que faz dinheiro. O cavaleiro</p><p>rural é só uma pessoa que por ter muito dinheiro de herança não sabe fazer o dinheiro, ele</p><p>apenas gasta. Não investe.</p><p>Gabarito: A</p><p>4. INDEPENDÊNCIA DOS EUA</p><p>Após passarmos pela história inglesa e pelos pensadores que fundamentaram as ideias de</p><p>liberdade política e econômica na modernidade, podemos compreender melhor o processo de</p><p>independência das colônias inglesas.</p><p>Como vimos, a Inglaterra tentou estabelecer uma colônia na América do Norte no século</p><p>XVI, que não deu certo por força da resistência dos povos originários. Depois, durante o Governo</p><p>da Rainha Elisabeth I, por meio de uma companhia comercial britânica, fundou-se a Colônia da</p><p>Virgínia em 1607. Nas décadas seguintes, os britânicos fundaram várias outras colônias. Algumas</p><p>dessas iniciaram-se por meio da ocupação de protestantes puritanos que fugiam da perseguição</p><p>dos reis Stuarts.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>43</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Nesse processo, estudamos que se formaram dois tipos de colônias: aquelas “oficiais”, que</p><p>tinham um caráter de exploração mercantilista; e, as fundadas por iniciativa particular, que</p><p>formaram colônias caracterizadas por pequenas propriedades e pela produção voltada para o</p><p>consumo interno. As primeiras estavam localizadas mais ao Sul, enquanto o segundo modelo mais</p><p>ao centro-norte e nordeste.</p><p>Nesse cenário, durante mais ou menos um século, as autoridades coloniais conviveram com</p><p>as assembleias de colonos, que conseguiam desenvolver uma economia própria com alguma</p><p>expressão da região.</p><p>Contudo, a partir de meados do século XVIII, essa situação começou a mudar e a Inglaterra</p><p>iniciou um movimento de intensificação da exploração colonial buscando, com isso, aumentar os</p><p>rendimentos extraídos das atividades comerciais realizadas no território das “13 Colônias</p><p>Britânicas”.</p><p>Foram duas as principais medidas:</p><p>Criar impostos</p><p>Monopolizar o comércio da colônia com a metrópole, na prática implantar o</p><p>“exclusivo metropolitano” (lembra dessa prática usada por portugueses e espanhóis</p><p>na América Latina?)</p><p>Mas, Profe, em pleno século XVIII, a essa altura do campeonato, os caras vão tentar impor pacto</p><p>colonial? Não estão um pouco atrasados nisso aí?</p><p>Pois é, queridos, a questão é que, em meados do século XVIII, Inglaterra, França e Espanha</p><p>disputavam as áreas coloniais da América do Norte. MUITA atenção nos próximos parágrafos!!!</p><p>Exatamente entre 1756 e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre França e</p><p>Inglaterra, uma disputa pelas áreas coloniais localizadas onde hoje se encontra parte do Canadá.</p><p>A Inglaterra ganhou. Esse conflito foi ótimo para os colonos das 13 colônias porque receberam</p><p>treinamento militar e abasteceram seus exércitos, mas péssimo para a metrópole, já que ela saiu</p><p>extremamente endividada e com uma população de colonos armada.</p><p>Mas porque a Inglaterra se empenhou em uma guerra por áreas coloniais a essa altura da</p><p>história? Porque ela passava pelo processo de Revolução Industrial. Assim, era preciso garantir o</p><p>controle de uma área que forneceria matéria-prima para essa recente indústria, bem como</p><p>mercado consumidor para seus produtos, uma vez que a produção era em larga escala.</p><p>Por conta desse cenário, a Inglaterra entrou em Guerra contra a França. Vitoriosa</p><p>militarmente, mas com um Estado endividado, a intensificação da exploração colonial seria, para</p><p>a Inglaterra, uma forma de “matar dois coelhos em uma cajadada só”. Sacou?</p><p>Dessa forma, podemos sistematizar os motivos que levaram a Inglaterra a tentar ampliar</p><p>seu controle sobre as 13 colônias e intensificar o sistema de exploração em 2 grupos:</p><p>➢ Para cobrir os gastos públicos da Guerra dos Sete anos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>44</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>➢ Para garantir fornecimento de matéria-prima e mercado consumidos para o processo</p><p>de Revolução Industrial</p><p>Para fins de Vestibular, vamos destacar 4 leis, entre dezenas delas, que a Inglaterra impôs</p><p>às Colônias:</p><p>1764 – Lei do Açúcar:</p><p>Aumento das taxas de importação sobre o açúcar produzido nas Antilhas.</p><p>Isso afetava os pequenos produtores das colônias do norte, pois eles compravam açúcar para</p><p>produzir rum e vendiam peles, gado, madeira e peixe.</p><p>Com encarecimento do açúcar, os custos aumentavam muito.</p><p>Lembra do comércio triangular que vimos acima? Esse importante comércio de abastecimento e</p><p>lucro sofreu grande impacto.</p><p>1765 – Lei do Selo:</p><p>Criava-se um selo de circulação para todo tipo de documento e publicação que circulasse</p><p>nas colônias, desde contratos até livros, revistas e jornais. Até baralho deveria ser selado. Isso</p><p>gerou uma grande desobediência civil e ninguém cumpriu a lei. A resistência foi tanta que a lei foi</p><p>revogada 1 ano depois. Contudo, a insatisfação com a Coroa cresceu.</p><p>Depois disso, muitas outras leis criando impostos de todo tipo foram determinadas aos</p><p>colonos. Essa situação levou ao desenvolvimento de um sentimento de revolta e, aos poucos, sob</p><p>a influência das ideias iluministas, foi se constituindo um desejo de independência.</p><p>Na Inglaterra, mesmo antes do iluminismo, Samuel Adams foi um importante difusor de</p><p>uma ideia que se tornou tradicional na cultura política inglesa: “nenhuma taxação sem</p><p>representação.” Dessa forma, as ideias do movimento iluminista iam impregnando o sentimento</p><p>de revolta dos colonos e os abastecendo de justificativas para exercer seu “direito à rebelião”.</p><p>1767 – Leis de Townshend de 1767, os Britânicos começaram a taxar os bens importados, incluindo</p><p>vidro, chumbo, tinta, papel e chá. Para cumprir as leis, eles impuseram uma forte presença militar</p><p>para os colonos de Massachusetts o que exacerbou as tensões entre a população local e os</p><p>representantes da coroa. O boicote realizado pelos colonos fez com que essas leis fossem</p><p>revogadas.</p><p>1773 – Lei do Chá:</p><p>O chá era um produto muito consumido pelos colonos. Um produto de consumo diário,</p><p>como é o café para os brasileiros, hoje em dia. Contudo, os colonos da Inglaterra não consumiam,</p><p>mas importavam especialmente da Índia. Portanto, era um produto que chegava em abundância</p><p>nas 13 colônias.</p><p>1764</p><p>• Lei do Açúcar</p><p>1765</p><p>• Lei do Selo</p><p>1767</p><p>• Lei Townshend</p><p>1773</p><p>• Lei do Chá</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>45</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Dessa forma, a Inglaterra, ao intervir no comércio da sua colônia, estatizou o controle do</p><p>comércio do chá, delegando o monopólio a uma companhia de comércio, a Companhia Inglesa</p><p>das Índias.</p><p>Ou seja, com isso, o preço do produto subiu demais, o imposto aumentou e o consumo</p><p>ficou inviável.</p><p>Como a desobediência civil não seria possível nesse caso, os colonos armaram um atentado</p><p>a um carregamento de chá da Companhia Inglesa das Índias: vestiram-se de índios e jogaram no</p><p>mar um carregamento inteiro de chá. Um enorme prejuízo foi gerado. Você deve conhecer esse</p><p>ato de rebeldia como a Festa do Chá de Boston. O chá não era de Boston, mas o navio que</p><p>carregava o chá estava no Porto de Boston, que, por sinal, era o mais importante Porto do</p><p>comércio Atlântico das 13 colônias.</p><p>O rei inglês, ao saber de tal rebeldia e, claro, do tamanho do prejuízo, em 1774, decretou</p><p>um conjunto de leis que ficou conhecido como “Leis Intoleráveis”.</p><p>1774 – Leis Intoleráveis</p><p>Essas leis determinavam o seguinte:</p><p>-Fechamento do Porto de Boston</p><p>-Ocupação militar da região</p><p>-Pagamento do prejuízo e da indenização</p><p>-Restrição das liberdades civis e econômicas dos colonos</p><p>12</p><p>Importante mencionar que, em meio a essa “avalanche</p><p>de impostos” e o aumento da tensão entre Coroa e colonos, em</p><p>1770, ocorreu o Massacre de Boston. Tratou-se de um incidente</p><p>ocorrido no dia 5 de março de 1770, em Boston, Massachusetts,</p><p>quando soldados do Exército Britânico dispararam sobre um</p><p>grupo de civis, matando cinco homens e ferindo outros seis.</p><p>A partir desse momento – pós Massacre de Boston e pós</p><p>Leis Intoleráveis - a figura do rei como um tirano foi massificada.</p><p>Se até então, as colônias não tinham uma unidade – nem política</p><p>e nem econômica – agora, começavam a ver a necessidade de</p><p>encontrar uma saída unitária. As ideias de “direito à rebelião” e</p><p>independência foram ficando maiores. Porém, havia alguns</p><p>líderes mais conservadores que acreditavam em uma saída pela</p><p>12 História dos Estados Unidos. Biblioteca Digital Mundial. Disponível em:</p><p>https://www.wdl.org/pt/sets/us-history/map/. Acesso em: 20/05/2021.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>46</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>exigência de autonomia da colônia e representação política no Parlamento Inglês.</p><p>Essas ideias foram debatidas no 1º Congresso da Filadélfia, em setembro de 1774 (também</p><p>conhecido como Primeiro Congresso Continental). Dessa reunião, elaboraram um documento de</p><p>protesto e um pedido de audiência com o rei.</p><p>A resposta do rei foi: eu nunca os receberei!!! E deu ordens para uma ocupação e ação</p><p>militar contra os colonos.</p><p>Assim começou uma longa guerra pela Independência das 13 Colônias que ocorreu entre</p><p>abril de 1775 e outubro de 1781.</p><p>Nesse período a ideia de Independência ganhou a maioria da população, que se lançou em</p><p>uma luta pela criação do seu país. Então, em maio de 1775, foi organizado o 2º Congresso da</p><p>Filadélfia. Nele se conclamou que a população pegasse em armas e defendesse o território contra</p><p>os ingleses. Aqui, George Washington foi nomeado comandante geral das tropas coloniais.</p><p>Um ano depois de instalado o 2º Congresso da Filadélfia, que na prática servia como órgão</p><p>central da guerra, em 4 de julho de 1776, em meio à guerra, proclamou-se a Independência dos</p><p>Estados Unidos da América, designação da nova nação!</p><p>Leia Declaração dos Estados Unidos abaixo, busque nela encontrar palavras, expressões e</p><p>deias que permitam a você estabelecer relação entre o evento que deu origem a esse documento</p><p>e os ideais do Movimento Iluminista:</p><p>DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA</p><p>Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços</p><p>políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra,</p><p>posição igual e separada, a</p><p>que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com as</p><p>opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.</p><p>Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados</p><p>iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a</p><p>liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos</p><p>entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre</p><p>que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-</p><p>la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes</p><p>pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade</p><p>[...]</p><p>Nós, por conseguinte, representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em</p><p>CONGRESSO GERAL, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções,</p><p>em nome e por autoridade do bom povo destas colónias, publicamos e declaramos solenemente:</p><p>que estas colónias unidas são e de direito têm de ser ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que</p><p>estão desobrigados de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo</p><p>político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como ESTADOS</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>47</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>LIVRES E INDEPENDENTES, têm inteiro poder para declarar a guerra, concluir a paz, contrair</p><p>alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados</p><p>independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina</p><p>Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.</p><p>Interessante notar que a Declaração trouxe – veja a parte em que deixei em negrito - a ideia</p><p>de isonomia jurídica jusnaturalista de John Locke, isto é, direitos de liberdade, igualdade e</p><p>propriedade privada.</p><p>Evidentemente, a Inglaterra não aceitou essa declaração de Independência e a guerra</p><p>prolongou-se. Até 1778, as tropas estadunidenses lutaram praticamente sozinhas em inúmeras</p><p>batalhas bastante complicadas, afinal, o exército britânico era muito bem equipado e treinado.</p><p>Contudo, a partir de 1778, o Exército Continental Americano recebeu ajuda financeira e</p><p>militar da França e da Espanha. O próprio Luís XVI incentivou voluntários franceses a combater</p><p>nos Estados Unidos. As armadas espanhola e francesa, com mais de 40 navios e 6 mil homens,</p><p>mudaram a trajetória da guerra.</p><p>Embora a França tenha retirado seu apoio no final da guerra, devido às crises internas</p><p>daquele país, a vitória dos Estados Unidos se deu em 19 de outubro de 1781, quando o último</p><p>exército inglês foi derrotado por George Washington.</p><p>A partir desse momento, iniciou-se a organização do Governo dos Estados Unidos. Isso</p><p>significava definir o tipo de Estado, a forma e o sistema de governo. Tudo isso deveria estar escrito</p><p>no contrato de fundação do país, qual é mesmo, Bixo? A Constituição!!!</p><p>É importante ressaltar que mesmo com a derrota militar da Inglaterra, ela só assinou o</p><p>Tratado de Reconhecimento da Independência dos Estados Unidos da América em 1783.</p><p>A assinatura do tratado se deu no Palácio de Versalhes na França!</p><p>Assim, em 17 de Setembro de 1787, foi Promulgada a Constituição dos Estados</p><p>Unidos. Sob a influência de pensadores como John Locke, Rousseau, Montesquieu, entre outros</p><p>iluministas, definiu-se:</p><p>Tipo de Estado: Federado</p><p>Sistema de Governo: República</p><p>Forma de Governo: Presidencialismo</p><p>Além de promulgar a constituição ocorreu a eleição do 1º Presidente dos Estados Unidos</p><p>da América: George Washington. Aqui ficou estabelecido que o Presidente da república é o chefe</p><p>máximo das Forças Armadas do país, pois o poder militar está submetido ao poder civil.</p><p>Tripartição dos poderes em:</p><p>Poder executivo: Presidente</p><p>Poder legislativo: Senado e Câmara dos Deputados</p><p>Poder judiciário: Suprema Corte</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>48</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Por fim, resta-nos saber sobre os direitos de cidadania, lembra-se? Os direitos civis e</p><p>políticos!! A liberdade e a igualdade jurídica estavam asseguradas a todos?</p><p>Em 1783, a Constituição ficou mais focada na garantia do sistema político, já os direitos</p><p>civis foram incorporados ao texto constitucional por meio da Primeira Emenda, apenas em 1791.</p><p>Alguns conhecem essa emenda como a Carta de Direitos dos EUA (outra Bill of Rights).</p><p>Deste modo estavam garantidos os direitos de:</p><p>Liberdade de expressão</p><p>Liberdade de imprensa</p><p>Liberdade religiosa</p><p>De reunião e manifestação pacífica</p><p>Representação contra o Governo</p><p>Embora a Declaração da Independência dos EUA, bem como a Constituição afirmem a</p><p>igualdade jurídica, na prática, nem todos foram beneficiados com os direitos assegurados na</p><p>Constituição. Por exemplo, continuou existindo escravidão negra em vários estados e os indígenas</p><p>sofreram um processo de perseguição e genocídio, afinal, nem negros e nem índios tiveram sua</p><p>existência como seres humanos reconhecida.</p><p>Portanto, quem exercia plenamente os direitos de cidadania eram os homens brancos,</p><p>pertencentes à aristocracia rural, proprietários de escravos e de terras, os pequenos proprietários</p><p>da pequena indústria – e do sexo masculino, já que mulheres mesmo ricas e mesmo brancas não</p><p>tinham direitos de liberdade e igualdade jurídicas, uma vez que eram consideradas frágeis e</p><p>incapazes de atividades públicas. As mulheres estadunidenses lutaram muito pelo direito ao</p><p>sufrágio (movimento sufragista), mas só conquistaram o direito ao voto 140 anos após a</p><p>Independência.</p><p>Assim, apesar de toda a teoria que estudamos, a partir desse momento da história,</p><p>começaremos a ver as contradições entre a teoria e a prática do liberalismo.</p><p>A Independência dos EUA, que influenciou a Revolução Francesa, e a própria Revolução</p><p>Francesa, que estudaremos na próxima aula, são bons exemplos para vermos avanços e limites na</p><p>implantação do Projeto Iluminista.</p><p>Por fim, é importante frisar que uma das consequências da Independência Americana foi o</p><p>estímulo a outras processos de independência na América Espanhola</p><p>(UEL 2007)</p><p>[...] A independência e a construção do novo regime republicano foi um projeto levado</p><p>adiante pelas elites das colônias. Escravos, mulheres e pobres não são os líderes desse</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>49</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>movimento. A independência estadunidense (EUA) é um fenômeno branco,</p><p>predominantemente masculino e latifundiário ou comerciante. [...]”( Fonte: KARNAL. L</p><p>Estados Unidos: da colônia à independência. São Paulo: Contexto. 1990. p. 67. (Repensando</p><p>a História).</p><p>Com base no texto e nos conhecimentos sobre o processo de independência dos Estados</p><p>Unidos, é correto afirmar que:</p><p>a) O movimento de independência da América do Norte não representou a união das treze</p><p>colônias por um sentimento único de nação, mas sim, um movimento contra o domínio da</p><p>Inglaterra, potencializado pelo sentimento antibritânico.</p><p>b) A América do Norte independente, com as reformas de caráter democrático, aboliu as</p><p>diferenças entre os habitantes da colônia, instituindo a prática da inclusão por meio de uma</p><p>Constituição Liberal.</p><p>c) A colonização da América do Norte pela Inglaterra diferenciou-se daquela feita na América</p><p>do Sul pelos espanhóis e portugueses porque contou com a organização e assistência da</p><p>metrópole nesse empreendimento de conquista e exploração.</p><p>d) A força do catolicismo foi preponderante no processo de emancipação, pois incentivava</p><p>o crescimento espiritual da população,</p><p>libertação dos escravos e a expansão territorial —</p><p>crescimento que só seria possível cortando os laços com a metrópole.</p><p>e) Um dos problemas apresentados no período de lutas pela independência dos EUA foi a</p><p>falta de um projeto comum entre as colônias do norte e as colônias do sul que não se</p><p>harmonizavam quanto a um acordo na forma de promulgar a Constituição estadunidense do</p><p>Norte e do sul.</p><p>Comentário</p><p>A questão traz como perspectiva da independência dos Estados Unidos não um sentimento</p><p>patriótico, hoje comum na cultura do país, mas o sentimento de revolta contra a opressão</p><p>que a Coroa impunha aos colonos através das leis intoleráveis e de uma atitude que restringia</p><p>as liberdades de pleno desenvolvimento.</p><p>Apesar de se pautar nos ideais iluministas, portanto de vida, liberdade, igualdade, busca pela</p><p>felicidade, soberania popular, a escravidão permaneceu existindo e as mulheres não foram</p><p>incluídas no processo de participação política.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>50</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>História dos Estados Unidos. Biblioteca Digital Mundial. Disponível em: https://www.wdl.org/pt/sets/us-</p><p>history/map/. Acesso em: 20/05/2021.</p><p>Sob o título de “Os Frutos do Poder Arbitrário” ou “Massacre Sangrento” a gravura acima</p><p>foi reproduzida e divulgada nas colônias britânicas a partir de março de 1770. Ela representa</p><p>a ação das tropas inglesas contra colonos de Boston. O conflito em questão expressou</p><p>a) a divergência dos colonos em relação às imposições tributárias da coroa britânica, fruto</p><p>da necessidade de pagar os custos da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) entre ingleses e</p><p>franceses.</p><p>b) a repressão aos ideais socialistas que vinham sendo divulgados por iluministas que</p><p>migraram para a América.</p><p>c) a tensão entre colonos e corte inglesa em função da demora na promoção da reforma</p><p>agrária nas colônias sulistas.</p><p>d) o desentendimento entre ingleses e americanos, após os colonos apresentarem uma carta</p><p>de reivindicações, em caráter negocial, fruto das deliberações do 1º Congresso da Filadélfia.</p><p>e) a necessidade de os ingleses cobrarem tributos dos colonos para amenizar a crise</p><p>financeira decorrente do Bloqueio Continental construído pelo Império napoleônico.</p><p>Comentários</p><p>A questão cobra o conhecimento sobre o processo de independência dos EUA e imagem,</p><p>contextualizada pelo texto do enunciado, funciona com um “gatilho” para você lembrar dos</p><p>fatos e do processo em si.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>51</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Vamos lembrar que, entre 1756 e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre</p><p>França e Inglaterra, uma disputa pelas áreas coloniais localizadas onde hoje se encontra parte</p><p>do Canadá. A Inglaterra ganhou. Esse conflito foi ótimo para os colonos das 13 colônias</p><p>porque receberam treinamento militar e abasteceram seus exércitos, mas péssimo para a</p><p>metrópole, já que ela saiu extremamente endividada e com uma população de colonos</p><p>armada.</p><p>A fim de aumentar o caixa da Coroa e cobrir os gastos com a guerra, os britânicos ampliaram</p><p>as ações tributárias, ou seja, cobrança de impostos. Com efeito, podemos sistematizar os</p><p>motivos que levaram a Inglaterra a tentar ampliar seu controle sobre as 13 Colônias e a</p><p>intensificar o sistema de exploração em 2 grupos:</p><p>Para cobrir os gastos públicos da Guerra dos Sete anos</p><p>Para garantir fornecimento de matéria-prima e mercado consumidos para o processo de</p><p>Revolução Industrial</p><p>Com a Leis de Townshend de 1767, os Britânicos começaram a taxar os bens importados,</p><p>incluindo vidro, chumbo, tinta, papel e chá. Para cumprir as leis, eles impuseram uma forte</p><p>presença militar para os colonos de Massachusetts o que exacerbou as tensões entre a</p><p>população local e os representantes da coroa. Tudo bem que, após resistências, os atos</p><p>referentes a essas leis foram revogados.</p><p>Em meio a essa “avalanche de impostos” e o aumento da tensão entre Coroa e colonos, em</p><p>1770, ocorreu o Massacre de Boston ou Massacre Sangrento. Tratou-se de um incidente</p><p>ocorrido no dia 5 de março de 1770, em Boston, Massachusetts, quando soldados do</p><p>Exército Britânico dispararam sobre um grupo de civis, matando cinco homens e ferindo</p><p>outros seis.</p><p>Este fato desencadeou uma onda favorável à independência. Se até então, as colônias não</p><p>tinham uma unidade – nem política e nem econômica – agora, começavam a ver a</p><p>necessidade de encontrar uma saída unitária. As ideias de “direito à rebelião” e</p><p>independência foram ficando maiores.</p><p>b) apesar de as ideias iluministas terem influenciado à independência norte-americana, não</p><p>havia ideais socialistas. Podemos falar de ideias liberais, mas socialistas, não.</p><p>c) errado, essa negociação não existiu.</p><p>d) humm, atenção, aqui há um problema de data. O 1º Congresso da Filadélfia foi em 1774.</p><p>e) da mesma forma, também temos um problema de data aqui, apesar de, praticamente,</p><p>todos os ocorridos estarem dentro do mesmo contexto histórico. Napoleão impôs o</p><p>Bloqueio Continental em 1806. Veja que o Massacre de Boston data de 1770, nem a</p><p>Revolução Francesa havia acontecido.</p><p>Gabarito: A</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>52</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Bem, queridas e queridos alunos, fico por aqui. Essa foi nossa primeira aula sobre a</p><p>transição entre o Antigo regime e a formação do Mundo Capitalista. Ainda há muitas</p><p>transformações a serem estudadas. Na próxima aula começaremos por Revolução Industrial e</p><p>Francesa. Nossa, quantas revoluções nos nosso caderninho, hein!</p><p>Você DEVE seguir até a última questão. Aproveita TODOS os comentários, pois foram</p><p>desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma questão,</p><p>não escorregar nos caprichos do examinador. Gabaritar história não é só saber o conteúdo é ser</p><p>safo para adotar as melhores formas de responder cada questão! E lembrando: esse assunto tem</p><p>muita incidência no seu vestibular!!!</p><p>Espero por você no Fórum de Dúvidas, se elas aparecerem! Um beijo, um abraço apertado</p><p>e um suspiro dobrado de amor sem fim!</p><p>Alê</p><p>5. LISTA DE QUESTÕES</p><p>(ENEM 2021)</p><p>TEXTO I</p><p>Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento representado pela luta do Parlamento contra</p><p>Carlos I em prol da liberdade política e religiosa do povo inglês; significou o primeiro confronto</p><p>entre a liberdade e a tirania real, primeiro combate em favor do Iluminismo e do Liberalismo.</p><p>ARRUDA, J. J. A. Perspectivas da Revolução Inglesa. Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi causada pela ruptura da velha</p><p>sociedade, e não pelos desejos da velha burguesia. Na década de 1640, camponeses se</p><p>revoltaram contra os cercamentos, tecelões contra a miséria resultante da depressão e os crentes</p><p>contra o Anticristo a fim de instalar o reino de Cristo na Terra.</p><p>HILL, C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado).</p><p>A concepção da Revolução Inglesa apresentada no Texto II diferencia-se da do Texto I ao</p><p>destacar a existência de</p><p>a) pluralidade das demandas sociais.</p><p>b) homogeneidade das lutas religiosas.</p><p>c) unicidade das abordagens históricas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>53</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) superficialidade dos interesses políticos.</p><p>e) superioridade dos aspectos econômicos.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, repare que os dois textos apresentados abordam o mesmo assunto: a</p><p>Revolução Inglesa, ocorrida entre 1642 e 1648. Inclusive, ambos os textos foram publicados na</p><p>mesma revista, no mesmo ano, na mesma edição. Claramente, a intenções dos editores era</p><p>mostrar duas interpretações distintas sobre o mesmo</p><p>acontecimento histórico. Por sua vez, a</p><p>questão avalia se o candidato é capaz de fazer uma comparação entre ambas. A Revolução Inglesa</p><p>foi desencadeada pelo descontentamento generalizado entre várias classes da sociedade britânica</p><p>em relação aos reinados da Dinastia Stuart, principalmente de Carlos I que se deu entre 1625 e</p><p>1648. Os reis Stuart se destacaram por tentar centralizar mais poder em suas mãos, por meio de</p><p>medidas absolutistas. Eles também eram católicos, enquanto boa parte da nobreza e da burguesia</p><p>britânicas eram puritanos (calvinistas) ou anglicanos e o restante do povo se dividia entre uma</p><p>variedade de vertentes dissidentes do protestantismo. Nesse sentido, os Stuart usaram da</p><p>perseguição religiosa para prejudicar seus adversários políticos e condenar os insurgentes das</p><p>classes populares. Por outro lado, um fenômeno que já ocorria desde dinastias anteriores, os</p><p>cercamentos, seguiam se intensificando e gerando uma massa de camponeses despossuídos e</p><p>desempregados que ficaram vulneráveis à miséria. Carlos I foi quem levou esse comportamento</p><p>ao extremo e teve como reação uma violenta guerra civil. Os revolucionários foram liderados pelo</p><p>Parlamento e pelo Exército de Novo Tipo. O primeiro reunia os nobres e burgueses descontentes</p><p>com a monarquia, comandados por Oliver Cromwell. O segundo era composto pela diversidade</p><p>social da Inglaterra do século XVII. Havia batalhões e divisões para cada segmento da sociedade</p><p>e das vertentes do protestantismo inglês, que eram comandados por um de seus pares. Agora</p><p>que revisamos os elementos do enunciado e algumas informações contextuais, vejamos de que</p><p>forma o Texto II se diferencia do Texto I:</p><p>a) Correta! Observe que o Texto I enfatiza que a revolução foi uma luta do Parlamento, que</p><p>era composto pelas camadas mais abastadas da sociedade britânica da época. Ele destaca</p><p>movimentos como o liberalismo e o iluminismo, protagonizados pelas elites intelectuais da</p><p>Inglaterra. Por seu turno, o Texto II bota em cheque o caráter burguês da Revolução Inglesa,</p><p>chamando nossa atenção para a ruptura mais ampla que estava ocorrendo na sociedade britânica</p><p>do século XVII. Ele destaca a variedade de motivações que levaram o povo a aderir ao movimento</p><p>revolucionário.</p><p>b) Incorreta. Pelo contrário, o Texto II dá ênfase à diversidade das lutas religiosas na</p><p>Inglaterra do século XVII.</p><p>c) Incorreta. Novamente, pelo contrário, o texto apresenta justamente uma nova</p><p>abordagem histórica.</p><p>d) Incorreta. Ao demonstrar a pluralidade das demandas sociais, o Texto II revela a maior</p><p>profundidade dos interesses políticos que levaram à revolução.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>54</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) Incorreta. O Texto II não hierarquiza os aspectos que motivaram a revolução. Antes,</p><p>pretende demonstrar sua pluralidade.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM PPL – 2019)</p><p>Uma privatização do espaço maior do que aquela proporcionada pelo quarto evidencia-se</p><p>cada vez mais nos séculos XVII e XVIII. Como as ruelles [espaço entre a cama e a parede], as</p><p>alcovas são espaços além do leito, longe da porta que dá acesso à sala (ou à antecâmara,</p><p>nas casas da elite). Thomas Jefferson, tecnólogo do estilo século XVIII, mandou construir uma</p><p>parede em torno de sua cama a fim de fechar completamente o pequeno cômodo além do</p><p>leito — cômodo no qual só ele podia entrar, descendo da cama do lado da ruelle.</p><p>RANUM, O. Os refúgios da intimidade. In: CHARTIER, R. (Org.). História da vida privada: da</p><p>Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).</p><p>A partir do século XVII, a história da casa, que foi se modificando para atender aos novos</p><p>hábitos dos indivíduos, provocou o(a)</p><p>a) ampliação dos recintos.</p><p>b) iluminação dos corredores.</p><p>c) desvalorização da cozinha.</p><p>d) embelezamento dos jardins.</p><p>e) especialização dos aposentos.</p><p>(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2017)</p><p>O garfo muito grande, com dois dentes, que era usado para servir as carnes aos convidados,</p><p>é antigo, mas não o garfo individual. Este data mais ou menos do século XVI e difundiu-se a</p><p>partir de Veneza e da Itália em geral, mas com lentidão. O uso só se generalizaria por volta</p><p>de 1750.</p><p>BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII; as estruturas</p><p>do cotidiano. São Paulo: Martins Fontes, 1977 (adaptado).</p><p>No processo de transição para a modernidade, o uso do objeto descrito relaciona-se à</p><p>a) construção de hábitos sociais.</p><p>b) introdução de medidas sanitárias.</p><p>c) ampliação das refeições familiares.</p><p>d) valorização da cultura renascentista.</p><p>e) incorporação do comportamento laico.</p><p>(ENEM – 2003)</p><p>Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689- 1755), a respeito da escravidão:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>55</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este</p><p>porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte</p><p>de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais:</p><p>torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel.</p><p>Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu</p><p>diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da</p><p>África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos</p><p>que escravos cultivassem a planta que o produz.</p><p>(Montesquieu, O espírito das leis.)</p><p>Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu,</p><p>a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.</p><p>b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.</p><p>c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico.</p><p>d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos.</p><p>e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas.</p><p>(ENEM – 2007)</p><p>Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados</p><p>Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto</p><p>Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos</p><p>homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca</p><p>da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles</p><p>direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o</p><p>Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789,</p><p>na França.</p><p>Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo:</p><p>UNESP, 2003 (com adaptações).</p><p>Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa,</p><p>assinale a opção correta.</p><p>a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico,</p><p>mas se baseavam em princípios e ideais opostos.</p><p>b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência</p><p>norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.</p><p>c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo</p><p>reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.</p><p>d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento</p><p>da independência norte-americana.</p><p>e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências</p><p>das colônias ibéricas situadas na América.</p><p>6. (FGV 2019)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>56</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>“O país que não tem minas próprias deve, sem dúvida, obter seu ouro e prata dos países</p><p>estrangeiros, tal como o país que não tem vinhas precisa obter o seu vinho. Não parece</p><p>necessário, porém, que a atenção do governo</p><p>se deva voltar mais para um problema do que</p><p>para outro. O país que tiver meios para comprar vinhos terá sempre o vinho que desejar; e</p><p>o país que tiver meios de comprar ouro e prata terá sempre abundância desses metais. Eles</p><p>são comprados por determinado preço, como todas as outras mercadorias. [...] O monopólio</p><p>do comércio da colônia, portanto, com todos os outros expedientes mesquinhos e malignos</p><p>do sistema mercantilista, deprime a indústria de todos os outros países, mas principalmente</p><p>a das colônias, sem que aumente em nada – pelo contrário, diminui – a indústria do país em</p><p>cujo benefício é adotado”.</p><p>(Adam Smith, A riqueza das nações)</p><p>Adam Smith</p><p>a) entende que o sistema mercantilista enriquece a Metrópole e a colônia na medida em que</p><p>controla tanto a produção como a venda no mercado internacional, transferindo toda a</p><p>riqueza colonial para a economia metropolitana, incentivando a produção colonial e o</p><p>afastamento da concorrência.</p><p>b) critica o metalismo e o monopólio comercial da Metrópole em relação à colônia, duas</p><p>práticas mercantilistas adotadas pelo Estado absolutista, mostrando que o ouro e a prata são</p><p>simples mercadorias e que as restrições ao mercado da colônia prejudicam tanto esta como</p><p>a Metrópole.</p><p>c) discorda das práticas mercantilistas e considera que o vinho e o ouro são mercadorias e,</p><p>como tais, produzidas e vendidas no mercado, mas que cabe ao Estado liberal promover</p><p>práticas de controle econômico para garantir os lucros da nação por meio da criação de</p><p>empresas estatais.</p><p>d) afirma que o empobrecimento da Metrópole e da colônia é fruto das práticas</p><p>mercantilistas porque elas ampliam o mercado e dificultam o controle por parte do Estado</p><p>absolutista, que utiliza o metalismo e o monopólio colonial como fontes efetivas de lucro no</p><p>concorrido jogo de exportação e de importação.</p><p>e) trata as duas práticas mercantilistas como essenciais para a sobrevivência econômica do</p><p>Estado liberal pois, ao ampliar o mercado, garantem a diversificação da produção, evitam a</p><p>concorrência entre os Estados e permitem à Metrópole impor condições no comércio</p><p>internacional.</p><p>7. (FGV 2018)</p><p>“Foi pela espada que nossos ancestrais introduziram, na criação, o poder de cercar a terra e</p><p>fazê-la sua propriedade; foram eles que primeiro mataram os seus próximos, os homens, para</p><p>assim roubarem ou pilharem a terra que a esses pertencia e deixá-la a vós, seus</p><p>descendentes. (...)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>57</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Eu vos exorto, soldados da República Inglesa! O inimigo não poderia vencer-vos no campo</p><p>de batalha, porém pode derrotar-vos no campo da política se não estabelecem a liberdade</p><p>para todos.</p><p>Onde existe um povo.... unido graças à propriedade coletiva dos meios de subsistência até</p><p>formar uma só pessoa será o seu país o mais poderoso do mundo... a defesa da propriedade</p><p>e do interesse individual divide o povo de um país e do mundo todo”.</p><p>(Gerrard Winstanley. Em Cristopher Hill. O mundo de ponta-cabeça, 1987)</p><p>A partir do documento, é correto afirmar que</p><p>a) Gerrard Winstanley defendia a propriedade coletiva da terra, eixo da proposta dos diggers</p><p>(escavadores), no contexto da Revolução Puritana na Inglaterra, contra a classe proprietária</p><p>que, vitoriosa militarmente com o exército republicano, massacrou a ameaça radical dos não</p><p>proprietários.</p><p>b) no fim da guerra civil, Gerrard Winstanley, líder do exército republicano inglês, o New</p><p>Model Army, exortou os soldados a lutarem pela vitória de Cromwell, defensor da</p><p>propriedade privada e do poder dos proprietários, reassentados na Câmara do Comuns.</p><p>c) o líder do partido independente na guerra civil inglesa, Gerrard Winstanley, defendia a</p><p>propriedade coletiva em nome da liberdade, o que garantiria a reunião de todos os ingleses</p><p>para a vitória de Cromwell contra Carlos I, decapitado em 1649, o que significou o fim do</p><p>absolutismo na Inglaterra.</p><p>d) o exército republicano, New Model Army, chefiado por Cromwell e unido ao líder dos</p><p>levellers (niveladores), Gerrard Winstanley, na Revolução Puritana, garantiu a derrota de</p><p>Carlos I, o que possibilitou a morte do Antigo Regime na Inglaterra e a implantação da</p><p>propriedade coletiva.</p><p>e) com a morte do rei Carlos I, assumiu a chefia da Câmara dos Comuns o deputado Gerrard</p><p>Winstanley que, com o seu poder, começaram as mudanças radicais, como a propriedade</p><p>coletiva da terra, anulando os cercamentos que enriqueceram os proprietários e</p><p>empobreceram os camponeses.</p><p>8. (PUC/RS 2007)</p><p>Considere as afirmativas sobre o Iluminismo, uma revolução intelectual que se efetivou na</p><p>Europa, no século XVIII.</p><p>I. As idéias iluministas surgiram como resposta a problemas concretos enfrentados pela</p><p>burguesia, como, por exemplo, a intervenção do Estado na economia, que impunha limites</p><p>à expansão dos negócios empreendidos por essa camada social.</p><p>II. As bases do pensamento iluminista – o racionalismo, o liberalismo e o desenvolvimento</p><p>do pensamento científico – foram estabelecidas a partir das idéias de pensadores do século</p><p>XVII, como René Descartes, John Locke e Isaac Newton.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>58</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>III. Os iluministas, em suas obras, criticavam os resquícios feudais, como a servidão, assim</p><p>como o regime absolutista e o mercantilismo, que limitavam o direito à propriedade.</p><p>IV. A filosofia iluminista incentivava a influência da Igreja Católica sobre a sociedade,</p><p>principalmente no âmbito da educação e da cultura, o que resultou no aumento do poder</p><p>político da Igreja, pela emergência da teoria do direito divino.</p><p>Estão corretas apenas</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e IV.</p><p>c) III e IV.</p><p>d) I, II e III.</p><p>e) II, III e IV.</p><p>9. (PUC/RJ 2006)</p><p>Em 1688-1689, a sociedade inglesa vivenciou o episódio então denominado de Revolução</p><p>Gloriosa. Entre suas características, destaca-se a promulgação do Bill of Rights, uma espécie</p><p>de declaração de direitos que passava a regulamentar os poderes do monarca e do</p><p>Parlamento. Sobre a importância e os significados do Bill of Rights, assinale a única afirmativa</p><p>CORRETA.</p><p>a) Houve o fortalecimento das atribuições do Parlamento frente ao poder decisório do</p><p>monarca, instaurando um conjunto de leis que regulavam, inclusive, a atuação do soberano.</p><p>b) Houve a deposição de Guilherme III, sob a acusação de ter elevado impostos sem o</p><p>consentimento prévio do Parlamento, como era previsto pelo Bill of Rights.</p><p>c) Instituiu-se a tolerância religiosa, estabelecendo severas punições para qualquer tipo de</p><p>discriminação ou perseguição, em especial com relação aos que professassem a religião</p><p>católica.</p><p>d) Houve a ascensão política da burguesia comercial, destituindo progressivamente dos</p><p>cargos ministeriais os representantes dos landlords e demais grupos aristocráticos.</p><p>e) Instituiu-se o direito de propriedade e, de forma complementar, promulgaram-se leis</p><p>que garantiram a defesa do trabalho livre e dos pequenos proprietários frente a ameaças tais</p><p>como a servidão por dívidas.</p><p>10. (PUC RJ/1994)</p><p>"Movimento intelectual portador de uma visão unitária do mundo e do homem, o Iluminismo,</p><p>apesar das diversidades de leituras que lhe são contemporâneas, conservou uma grande</p><p>certeza quanto à racionalidade do mundo e do homem."</p><p>(Francisco Falcon - Iluminismo)</p><p>O movimento Iluminista, no século XVIII, representou a:</p><p>a) Crítica ao mecanismo, fundamentada nos dogmas do pensamento religioso católico.</p><p>b) Justificativa da dominação do homem pelo homem, representada nas práticas</p><p>escravistas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>59</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) Defesa da teocracia pontifícia, frente aos abusos cometidos pela monarquia absoluta.</p><p>d) Afirmação das ideias do progresso e natureza, o que permitiu o avanço do conhecimento</p><p>racional.</p><p>e)</p><p>Subordinação ideológica do poder político civil às práticas e doutrinas da Igreja contra-</p><p>reformista.</p><p>11. (PUC-RJ 2021)</p><p>“Na Revolução Americana, o que eles tinham pensado ser uma restauração, a possibilidade</p><p>de recuperação das suas antigas liberdades, transformou-se numa revolução, e os seus</p><p>pensamentos e teorias acerca da constituição britânica, os direitos dos ingleses e as formas</p><p>de governo colonial terminaram com uma declaração de independência”.</p><p>ARENDT, Hanna. “O significado da Revolução”. In: Sobre a Revolução, Lisboa: Moraes</p><p>Editores, 1971, p. 22.</p><p>A partir da leitura do trecho acima sobre a independência dos Estados Unidos, em 1776,</p><p>pode-se afirmar que</p><p>a) as colônias inglesas tinham garantido pela constituição britânica o direito de se rebelar.</p><p>b) o os ingleses reforçaram o monopólio comercial existente desde o início da colonização</p><p>com as colônias do Norte.</p><p>c) a independência resultou do confronto entre as Colônias do Norte e as Colônias do Sul,</p><p>pela manutenção da organização social escravista.</p><p>d) processo de ruptura se iniciou com uma reação dos colonos contra a mudança da política</p><p>colonial inglesa após a Guerra dos Sete anos.</p><p>12. (PUC-RJ 2021)</p><p>É característica do Liberalismo</p><p>a) a garantia do igualitarismo social.</p><p>b) o intervencionismo estatal.</p><p>c) a extinção da propriedade privada.</p><p>d) a defesa do individualismo.</p><p>13. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Nos séculos XVII e XVIII, o fortalecimento de um poderoso mercado internacional, o avanço</p><p>da produção em massa e a consolidação do lucro como uma atividade desejável e eticamente</p><p>aceitável foram fatores que estimularam a intelectualidade burguesa a avançar para a</p><p>elaboração de um pensamento próprio. (...) A nação deveria se orientar por uma política que</p><p>favorecesse a prosperidade e a acumulação de riqueza e que tivesse no indivíduo sua mola-</p><p>mestra. Um indivíduo liberto das amarras do passado – da religião da fé, da culpa e do</p><p>pecado, das oficinas de ofício, dos soberanos e sacerdotes -, mas pelo de desejos e</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>60</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>expectativas de realização pessoal e de liberdade para agir, movimentar-se, gerir negócios</p><p>e lucrar.</p><p>COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.</p><p>O contexto descrito no trecho acima produziu um clima muito otimista e a explosão de um</p><p>conjunto de ideias conhecido como</p><p>a)Movimento Renascentista</p><p>b)Movimento Iluminista</p><p>c)Movimento Cartista</p><p>d)Movimento Modernista</p><p>e)Movimento Cientificista</p><p>14. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“São verdades incontestáveis para nós: todos os homens nascem iguais; o criador lhes</p><p>conferiu certos direitos inalienáveis, entre os quais os de vida, o de liberdade e o de buscar</p><p>a felicidade; para assegurar esses direitos se constituíram homens-governo cujos poderes</p><p>justos emanam do consentimento dos governados; sempre que qualquer forma de governo</p><p>tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de muda-la ou aboli-la, instituindo um</p><p>novo governo cujos princípios básicos e organização de poderes obedeçam às normas que</p><p>lhes pareçam mais próprias para promover a segurança e a felicidade gerais”.</p><p>Trecho da “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”, Ministério das</p><p>Relações Exteriores, EUA.</p><p>Nas ideias defendidas pelo texto, podemos notar a influência</p><p>a) do liberalismo e do protestantismo.</p><p>b) do abolicionismo e do republicanismo.</p><p>c) do iluminismo e do anarquismo.</p><p>d) do absolutismo e do cristianismo.</p><p>e) do socialismo e da social-democracia.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Todo homem desde que não viole a justiça, deve ser livre para que seus produtos possam</p><p>competir com quaisquer outros. Nesse sistema de liberdade econômica, o Estado só tem 3</p><p>obrigações: proteger a sociedade contra a violência ou invasão de outros países; proteger a</p><p>sociedade da injustiça e da opressão internas; manter e construir obras que sejam de</p><p>interesse geral, mas que não interessem aos particulares.</p><p>SMITH, Adam. A riqueza das nações.</p><p>O trecho acima representa o pensamento liberal clássico, do século XVIII, cujo argumento</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>61</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) Por defender o livre-comércio, contrapõe-se ao mercantilismo.</p><p>b) Centra-se na defesa do individualismo, que tem liberdades restringidas pelo excesso de</p><p>violência gerada pela concorrência.</p><p>c) Compreende que o papel do Estado deve ser garantir a segurança, a propriedade privada</p><p>e os direitos sociais.</p><p>d) Permitiu o desenvolvimento da fisiocracia caracterizada pela frase “Laissez-faire, lassez-</p><p>passer” (deixai fazer, deixai passar).</p><p>e) Justificou as mais terríveis disputas em nome do progresso social.</p><p>16. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Para o pensador e economista Adam Smith (1723-1790):</p><p>a) a terra é o principal fator de produção da riqueza.</p><p>b) o Estado é essencial para regular a ordem do mercado.</p><p>c) o trabalho é o elemento produtor da riqueza.</p><p>d) o mercado é resultado de um contrato social entre os homens de negócio.</p><p>e) o mercantilismo seria o modelo ideal de livre concorrência.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Assim como os fenômenos físicos – diziam os iluministas -, as relações entre os indivíduos são</p><p>regidas pelas leis da natureza. Nesse sentido, um desses pensadores afirmou: “A liberdade</p><p>natural do homem consiste em estar livre de qualquer ser superior na Terra (...) Se o homem</p><p>no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua</p><p>propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu consentimento”. Esta frase</p><p>é de autoria de</p><p>a) John Locke.</p><p>b) Karl Marx.</p><p>c) Denis Diderot.</p><p>d) Marc Bloch.</p><p>e) Voltaire.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>No contexto o pensamento iluminista, a crítica à propriedade privada como fundamento da</p><p>desigualdade social e a necessidade de separação do poder em três partes (Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário) são, respectivamente dos pensadores:</p><p>a) Adam Smith e Voltaiere.</p><p>b) Karl Marx e Montesquieu.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>62</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) Jean-Jacques Rousseau e Voltaire.</p><p>d) Karl Marx e Jean-Jacques Rousseau.</p><p>e) Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>No século XVIII, nos territórios das 13 Colônias britânicas, pode-se dizer que o aumento dos</p><p>impostos e do controle sobre a produção colonial a partir da Coroa foram decorrência direta</p><p>a) da derrota dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.</p><p>b) da vitória dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.</p><p>c) dos gastos em Guerras no mar Mediterrâneo contra espanhóis.</p><p>d) da guerra civil interna na Inglaterra, chamada de Revolução Puritana, que consumiu quase</p><p>a totalidade dos recursos da nobreza.</p><p>e) da expansão para o Oeste, medida expansionista adotada para evitar as constantes</p><p>invasões dos franceses via terras canadenses.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>São acontecimentos que estiveram no contexto da ocupação inglesa na América do Norte:</p><p>a) os cercamentos nos campos ingleses, que provocaram o deslocamento de uma massa de</p><p>camponeses sem terra e sem trabalho para processos migratórios.</p><p>b) a parceria comercial entre ingleses, franceses e espanhóis, concretizada na função de</p><p>sociedades comerciais, as Companhias, com cotas proporcionais de cada reinado.</p><p>c) o incentivo dos reis católicos para que os protestantes fundassem colônias e catequisassem</p><p>os indígenas.</p><p>d) a corrida pelo ouro, em particular, nas terras do Sul das 13 Colônias.</p><p>e) a autonomia financeira e administrativa</p><p>concedida pela Coroa inglesa aos ingleses que</p><p>assumissem os riscos de empreender nas novas terras.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Relacione as colunas e, em seguida, marque a alternativa correta no que diz respeito ao</p><p>domínio colonial inglês na América do Norte:</p><p>A – Lei do Açúcar</p><p>B – Lei do Selo</p><p>C – Lei do Chá</p><p>D – Lei Intoleráveis</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>63</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>I – de 1773, concedia o monopólio de venda do produto em questão à Companhia Inglesa</p><p>das Índias Orientais, sendo que o objetivo do governo inglês era combater o contrabando</p><p>do produto.</p><p>II – de 1764, proibia a importação de rum pelos colonos e cobrava taxas sobre a importação</p><p>do melaço que não tivesse origem nas Antilhas britânicas.</p><p>III – de 1765, cobrava uma taxa sobre diferentes documentos comerciais, jornais, livros, etc.</p><p>IV – de 1774, um conjunto de medidas repressivas que autorizava fechamento de</p><p>estabelecimentos e autorizava o governo colonial a julgar e punir severamente os colonos.</p><p>a) A-III; B-II; C-I; D-IV.</p><p>b) A-IV; B-I; C-III; D-II.</p><p>c) A- IV; B-III; C-II; D-I</p><p>d) A-II; B- III;C-I; D-IV.</p><p>e) A-I; B-II; C-III; D-IV.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (1457-1509), fundador da dinastia</p><p>dos Tudor. Ele assumiu o trono ao final da Guerra das Duas Rosas (1455-1485)” (COTRIM,</p><p>2012, p. 339).</p><p>Sobre a Guerra das Duas Rosas é correto afirmar que:</p><p>a) foi uma disputa entre Igreja Católica e monarquia inglesa em torno da possibilidade de</p><p>separação matrimonial.</p><p>b) duas famílias da nobreza disputaram o poder político, os Lancaster e os York.</p><p>c) o resultado da guerra terminou com um acordo glorioso ao estabelecer uma monarquia</p><p>constitucional.</p><p>d) foi um embate direito entre Inglaterra e Espanha pelo controle das rotas comerciais</p><p>marítimas.</p><p>e) foi uma disputa entre Inglaterra e França em torno da hegemonia das rotas comerciais da</p><p>região de Flandres.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Não satisfeito com o poder “de fato” que os Tudor haviam obtido, os Stuart quiseram</p><p>exercer também um absolutismo “de direito”, isto é, reconhecido juridicamente, como o</p><p>existente na França. Isso ia contra os interesses dos membros do Parlamento inglês, pois era</p><p>essa instituição que, de acordo com a Magna Carta de 1215, detinha o poder “de direito”.</p><p>(COTRIM, 2012, p. 340)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>64</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Diante dessa tensão identificada no texto, é correto afirmar que o desdobramento final do</p><p>conflito, no final do século XVII, resultou</p><p>a) no fim da monarquia parlamentarista e no estabelecimento do absolutismo pleno.</p><p>b) no início da República Inglesa, baseada na liberdade e na propriedade privada.</p><p>c) na Revolução Anglicana, responsável por decapitar os monarcas que desrespeitaram o</p><p>poder parlamentar.</p><p>d) na limitação dos poderes da monarquia pelo respeito jurídico às liberdades individuais e</p><p>pela força do parlamento.</p><p>e) no início da guerra civil, a qual somente se resolveu no final do século seguinte com a força</p><p>da revolução industrial.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Os autores da Constituição americana puseram em prática um sistema de governo que eles</p><p>acreditavam pudesse funcionar. Não que funcionaria; que pudesse. Não era um sistema que</p><p>por norma admitisse que as atividades humanas sempre resultariam bem; nem muito menos</p><p>que contasse com alguma poderosa transcendência em curso para dar cabo, de uma vez por</p><p>todas, das misérias e das contendas.</p><p>A experiência constitucional norte-americana. Daniel Patrick Moynihan. Citado por</p><p>Guilherme Bollorini Pereira. Revista da EMERJ, v.5, n.17, 2002 181</p><p>Em 17 de Setembro de 1787, foi Promulgada a Constituição dos Estados Unidos. . Nesse</p><p>documento definiu-se:</p><p>a) um Estado Federado, protestante e sem liberdade religiosa.</p><p>b) um governo Republicano com direito de reunião e de manifestação pacíficas.</p><p>c) um governo Federado com liberdade de imprensa.</p><p>d) a forma de governo Presidencialista sem a divisão de poderes.</p><p>e) um governo Republicano sem possibilidade do direito de oposição ao governo.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Nenhuma discussão sobre o papel das mulheres na resistência à escravidão estaria completa</p><p>sem um tributo a Harriet Tubman por seu extraordinário ato de coragem ao conduzir mais</p><p>de trezentas pessoas pelas chamadas Underground Railroad. Aprendeu com o pai a cortar</p><p>árvores e abrir trilhas e, enquanto trabalhavam lado a lado, ele lhe transmitiu conhecimentos</p><p>que mais tarde se mostraram indispensáveis nas dezenove viagens de ida e volta que ela</p><p>realizaria ao Sul. Ele a ensinou a caminhar silenciosamente pela mata e a localizar plantas,</p><p>ervas e raízes que serviriam de alimento e remédio. Durante a Guerra Civil, Harriet Tubman</p><p>manteve sua oposição incansável à escravidão, e ainda hoje detém o mérito de ter sido a</p><p>única mulher nos Estados Unidos a liderar tropas em uma batalha. Independentemente dos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>65</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>parâmetros usados para julgá-la – negro ou branco, masculino ou feminino –, Harriet Tubman</p><p>foi uma pessoa extraordinária.</p><p>Adaptado de Angela Davis. Mulheres, Raça e Classe. SP: Ed. Boitempo, 2016.</p><p>No que se refere à luta pela libertação dos escravizados nos Estados Unidos da América, no</p><p>século XIX, as underground railroad foram.</p><p>a) Passagens subterrâneas construídas para fuga das fazendas nos Estados Sulistas.</p><p>b) Rotas que seguiam as margens das estradas de ferro para garantir a chegada no destino</p><p>correto longe dos Estados sulistas.</p><p>c) Um conjunto de rotas secretas e pontos de parada clandestinos que escravas e escravos</p><p>usavam para conseguir chegar ao Canadá ou ao México com a ajuda de abolicionistas.</p><p>d) Trilhas subterrâneas que passavam pelo meio da mata para evitar que os escravos</p><p>fugitivos fossem localizados.</p><p>e) Trilhas subterrâneas que seguiam o caminho das estradas de ferro para que os escravos</p><p>não se perdessem até chegar aos pontos combinados com os abolicionistas.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>O que queremos dizer com a Revolução? A guerra? Isso não foi parte da Revolução; foi</p><p>apenas um efeito e consequência dela. A Revolução estava nas mentes das pessoas e foi</p><p>levada a cabo de 1760 a 1775, no curso de quinze anos, antes que uma gota de sangue fosse</p><p>derramada em Lexington.</p><p>(John Adams para Jefferson, 1815.)</p><p>Em relação às causas da Independência das 13 colônias inglesas, na América, inclui-se:</p><p>a) a adoção de medidas que restringiram a arrecadação de impostos por parte do governo</p><p>inglês.</p><p>b) a inexistência total de formas militares dos colonos.</p><p>c) a tentativa forçada de a Inglaterra industrializar sua colônia, à contragosto dos</p><p>proprietários de terra.</p><p>d) a crescente restrição da autonomia das 13 colônias imposta pela Coroa inglesa.</p><p>e) as leis do açúcar, que beneficiavam os negócios dos colonos.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Conforme o historiador Christopher Hill (O Século das Revoluções: 1603-1714,2012), os</p><p>acontecimentos do século XVII são determinantes para, posteriormente, consolidar a</p><p>Inglaterra como potência econômica no início do século XVIII e, em seguida, torná-la o berço</p><p>da Revolução Industrial. Isso porque, durante os processos entre o final do século XVI e todo</p><p>o século XVII, a Inglaterra acumulou uma riqueza imperiosa. Parte disso, explica-se pela</p><p>colonização e, também, pelas Revoluções inglesas. Também podemos associar o</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>66</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna</p><p>NOBREZA</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>6</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Política</p><p>Do ponto de vista da política, no Antigo regime, o sangue e o desejo de Deus como as</p><p>únicas formas de legitimar o poder absoluto de um governante – a teoria do direito divino do rei</p><p>e a hereditariedade – também não respondiam mais à estrutura social e aos interesses políticos</p><p>dos diversos grupos que se formavam entre os séculos XV e XVIII. A burguesia, por exemplo,</p><p>enriqueceu-se muito, era muito ativa intelectualmente, mas não tinha representação política, ou</p><p>seja, naquela velha lógica da legitimação divina e dos privilégios, ela nunca chegaria a compor o</p><p>governo de um país.</p><p>Por isso, o bolo do poder precisava ser fatiado, pois a cereja já não era suficiente para saciar</p><p>a fome de acumulação de uma rica e empreendedora burguesia. As lutas entre o parlamento e o</p><p>rei na Inglaterra foram expressões dessas tensões entre distintos grupos. Veremos isso nesta aula!</p><p>Além disso, no cruzamento entre política e economia havia uma disfunção enorme entre</p><p>riqueza/trabalho/representação política. De um lado, estava a nobreza que mandava em tudo e</p><p>era cheia de privilégios e benefícios, sendo o principal deles a isenção fiscal. Por outro lado,</p><p>estavam a burguesia e os trabalhadores e, mesmo os burgueses sendo os responsáveis por</p><p>financiar o Estado e os privilégios dos nobres, não tinham poder político correspondente ao seu</p><p>trabalho, investimento e riqueza. Ou seja, política e economia andavam divorciados e promoviam</p><p>imensas desigualdades. As revoluções serão os choques de todas as contradições acumuladas em</p><p>séculos!</p><p>Religião</p><p>Quanto à religião e às ideias, as intolerâncias cometidas em nome de Deus, bem como a</p><p>associação entre poder e religião, já haviam promovido muita violência – muito mais do que os</p><p>cristãos poderiam suportar com sua fé. Era preciso dar espaço para que as pessoas vivessem suas</p><p>crenças sem serem mortas por isso. Contudo, era importante também que a política e a ciência</p><p>deixassem de responder aos ditames do papa ou do pastor. No contexto da busca por liberdades,</p><p>a religiosa será importantíssima.</p><p>Cuidado agora: Essa urgência de mudanças será ostensivamente combatida</p><p>por amplos setores da Nobreza e da Igreja, afinal, o mundo estruturado tal como</p><p>estava no Antigo Regime era o que legitimava e garantia que a nobreza e a Igreja</p><p>Católica continuassem dominando as demais classes sociais, a economia, o</p><p>pensamento, as crenças e tudo o mais que o rei imaginasse poder dominar.</p><p>Essa classe social, associada à Igreja Católica, lutou até suas últimas forças contra as mudanças</p><p>que se avizinhavam no século XVIII e mesmo depois, durante todo o longo século XIX. Por isso,</p><p>tornou-se conservadora!</p><p>Diante dessa Introdução, nesta aula, estudaremos as sementes para um novo mundo - as</p><p>ideias e as primeiras manifestações dos efeitos delas. Na primeira parte abordo as experiências</p><p>ocorridas na Inglaterra do século XVII e os reflexos na América do Norte. Na Segunda parte</p><p>adentraremos o universo do século XVIII, muito mais tenso que o período anterior, e veremos o</p><p>surgimento do Movimento Iluminista.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>7</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>2. INGLATERRA: RUMO À AMÉRICA E ÀS REVOLUÇÕES DO SÉCULO</p><p>XVII</p><p>Neste capítulo, vamos estudar os desdobramentos do que já vimos sobre a consolidação</p><p>da monarquia inglesa. Expliquei que os Tudor se consolidaram no poder com Henrique VIII, cujo</p><p>reinado se estendeu de 1509 a 1547 (século XVI).</p><p>Lembro de que um feito importante de Henrique VIII foi o Ato de Supremacia, o qual criou</p><p>a Igreja Anglicana na Inglaterra e tornou o rei chefe religioso. Lembre-se de que a nobreza inglesa</p><p>combatia a influência católica do papado (Roma) nas questões internas da Grã-Bretanha.</p><p>Neste momento de nossos estudos, vamos aos detalhes da história inglesa, pois, conforme o</p><p>historiador Christopher Hill1, os acontecimentos do século XVII são determinantes para,</p><p>posteriormente, consolidar a Inglaterra como potência econômica no início do século XVIII e, em</p><p>seguida, torná-la o berço da Revolução Industrial.</p><p>Isso porque, durante os processos entre o final do século XVI e todo século XVII a Inglaterra</p><p>acumulou uma riqueza imperiosa. Parte disso, explica-se pela colonização e, também, pelas</p><p>revoluções inglesas. Também podemos associar o crescimento inglês aos acordos feitos com</p><p>Portugal que asseguraram a riqueza do ouro brasileiro aos cofres ingleses.</p><p>Bem, agora FOCO porque vou te encher de dados articulados e datas. Vai fazendo seus</p><p>posts its .</p><p>Após a morte de Henrique VIII, a configuração político-religiosa do território da Ilha da Grã-</p><p>Bretanha era a seguinte:</p><p>• Inglaterra: predomínio do anglicanismo, reis anglicanos</p><p>• Escócia: predomínio do calvinismo, embora com momentos de reis católicos (Rainha</p><p>Mary Stuart, 1542)</p><p>1 HILL, Christopher. O Século das Revoluções: 1603-1714. São Paulo: Ed. Unesp. 2012.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>8</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Na Inglaterra, quem governou a</p><p>monarquia entre 1558 e 1603 foi a Rainha</p><p>Elizabeth I (filha de Henrique VIII), a qual</p><p>atingiu feitos importantes:</p><p>1. Fortalecimento da política mercantilista</p><p>2. Construção da uma forte frota para a marinha inglesa</p><p>3. Exploração da América</p><p>4. Invasão de colônias espanholas</p><p>5. Carta de Corso (estímulo à pirataria em alto mar sob os navios de outras monarquias)</p><p>Em vista dessas ações, a Rainha Elizabeth I foi responsável por consolidar o absolutismo na</p><p>Inglaterra.</p><p>Com efeito, as ações mercantilistas da Rainha Elizabeth I refletiam a aproximação da Coroa</p><p>com a burguesia nascente. Esta camada da sociedade – assim como em outros países da Europa</p><p>– era fundamental para financiar as monarquias absolutistas. Veja que isso foi importante, inclusive,</p><p>para garantir o controle do monarca sobre os demais nobres que, vira e mexe, queriam o trono e</p><p>essas “coisas” que vemos em filme (brigas pelo trono).</p><p>Com o intuito de estreitar mais ainda os laços com os burgueses, Elizabeth I, em 1563,</p><p>aprovou a Lei dos 39 Artigos. Essa lei, de caráter religioso, permitiu a liberdade para o</p><p>puritanismo, que, na prática, era a versão inglesa do calvinismo. Os puritanos rejeitavam a Igreja</p><p>Romana (católica) e a Anglicana, pois concebiam que o anglicanismo ainda possuía todos os vícios</p><p>criticados pelo calvinismo. Vale lembrar que, em geral, os burgueses se identificavam mais com as</p><p>religiões protestantes - na Inglaterra e na Escócia eram conhecidos como puritanos-, pois a prática</p><p>do comércio de mercadorias era mais condizente com a doutrina protestante.</p><p>Em certo sentido, essa articulação feita por Elizabeth evitou que a burguesia inglesa fosse</p><p>perseguida por sua fé e, consequentemente, expulsa ou tivesse que abandonar a Ilha da Grã-</p><p>Bretanha. Anota isso aí, porque é muito importante!</p><p>Em 1584, por sua vez, a monarquia inglesa inicia a exploração comercial das terras nas</p><p>Américas. Ao mesmo tempo em que a Coroa não reconhece o Tratado de Tordesilhas (de</p><p>inspiração católica, assinado pelo papa), ela ampliou o comércio marítimo e fundou a Colônia de</p><p>Escó cia</p><p>Inglaterra</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>9</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Virginia, na parte sul da América do Norte. Com isso, instalou-se as plantations de algodão. Foi</p><p>um movimento em duplo sentido:</p><p>1- reposicionar a Inglaterra na disputa internacional;</p><p>2- ampliar a matéria-prima “algodão” para abastecer o mercado de tecidos ingleses.</p><p>O algodão era um produto importante para as manufaturas de tecidos na Inglaterra. Por</p><p>sinal, vimos em aula anterior que o Tratado de Methuen, entre Portugal</p><p>II</p><p>crescimento inglês aos acordos feitos com Portugal, que asseguraram a riqueza do ouro</p><p>brasileiro aos cofres ingleses. Nesse contexto, em 1603, Elizabeth I morre e não deixa</p><p>herdeiros. É desse momento até 1714, que o historiador inglês Chirstopher Hill argumenta o</p><p>quão decisivo foram os processos desenvolvidos nesse período. Hill equipara esse período</p><p>da História inglesa à importância da Revolução Francesa.</p><p>Considerando a importância dos processos ocorridos em solo inglês no século XVII, é correto</p><p>afirmar que</p><p>a) a burguesia ascendente, apesar de ter liderado a Revolução Puritana, não logrou êxito na</p><p>Revolução Gloriosa.</p><p>b) apesar da tensão entre Monarquia e Parlamento, os dois poderes se mantiveram</p><p>independentes e intactos ao longo da guerra civil.</p><p>c) o processo inglês apresentou contornos meramente político, tanto que foi gerado um</p><p>processo de estagnação econômica.</p><p>d) diferentemente do que ocorreu na França, a Revolução Inglesa criou condições para o</p><p>fortalecimento do Parlamento, espaço em que os interesses burgueses estavam</p><p>representados.</p><p>e) a nobreza conservadora dos Whigs acabou evitando a decapitação de Carlos I.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Em 1651, por ocasião de uma visita da frota inglesa ao porto de Cadiz, Espanha, o almirante</p><p>Blake provocou a irritação de Felipe IV, quando este último soube que aquele declarara, em</p><p>praça pública, que “graças ao exemplo dado por Londres, todos os reinos iriam aniquilar a</p><p>tirania e tornar-se repúblicas. A Inglaterra já o tinha feito; a França seguia o mesmo caminho;</p><p>e considerando-se que a natural indolência dos espanhóis tornava mais lento o seu</p><p>movimento, dava a eles dez anos, antes a que no país explodisse a revolução”.</p><p>O discurso do almirante Blake</p><p>a) foi confirmado pelos fatos históricos posteriores, pois a Espanha deixou de ser uma</p><p>monarquia absolutista em meio aos processos das revoluções burguesas.</p><p>b) fez referência à Revolução Puritana, a qual foi liderada por Oliver Cromwell e instaurou</p><p>a forma de governo republicano.</p><p>c) é um elogio direto à Revolução Gloriosa, que foi responsável por acabar com a monarquia</p><p>na Inglaterra.</p><p>d) incomodou Felipe IV porque os ingleses pretendiam propagar o anglicanismo em solo</p><p>católico.</p><p>e) lembrou do êxito inglês sobre os franceses durante a guerra dos 100 anos.</p><p>(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>67</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>A partir do século XVI, espíritos audaciosos – às vezes pagando com sua própria vida –</p><p>criticaram a religião. Doravante, a ciência e a razão alimentam a reflexão filosófica que se</p><p>torna [com o passar do tempo] cada vez mais livre, irreverente e audaciosa em relação à</p><p>religião e ao poder político.</p><p>JACQUES LE GOFF. Uma breve história da Europa. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, p. 98.</p><p>Entre os séculos XVI e XIX, ciência e arte desenvolveram uma trajetória ascendente marcada,</p><p>respectivamente, por:</p><p>a) Filosofia medieval e reforma protestante.</p><p>b) Tomismo e luteranismo</p><p>c) Neoliberalismo e keynesianismo</p><p>d) Renascimento e Iluminismo</p><p>e) Iluminismo e Belle Époque</p><p>(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)</p><p>PREÂMBULO</p><p>Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma</p><p>assembleia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos</p><p>da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem</p><p>expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.</p><p>Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus</p><p>direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao ser comparado com o fim de toda</p><p>e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser</p><p>inteiramente respeitados [...]</p><p>Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos</p><p>sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser</p><p>Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã:</p><p>[...]</p><p>Artigo 10</p><p>Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio. A mulher tem o direito</p><p>de subir ao patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações</p><p>não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.</p><p>Artigo 11</p><p>A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da</p><p>mulher, já que essa liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>68</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>cidadã pode então dizer livremente: "Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito</p><p>bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade</p><p>nos casos estabelecidos pela lei.</p><p>Declaração dos direitos da mulher e da cidadã – 1791.</p><p>Considerando o contexto em que foi escrita, os artigos 10 e 11 da Declaração acima</p><p>reivindica, respectivamente os direitos</p><p>a) Econômico e político</p><p>b) Político e cultural</p><p>c) Político e Civil</p><p>d) Civil e econômico</p><p>e) Político e econômico</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>Nos Estados Unidos, em meados do século XIX, enquanto se dava a expansão territorial e</p><p>econômica para Oeste e Sudeste, intensificavam-se as disputas entre dois modelos de</p><p>organização da sociedade e da economia. Sobre esses modelos está correto afirmar que:</p><p>a) o sul era, basicamente voltado para um modelo de industrialização.</p><p>b) o norte priorizada a produção de comodities agrícolas.</p><p>c) o norte priorizava o livre mercado.</p><p>d) o sul passou a adotar o protecionismo de mercado.</p><p>e) a escravidão era um entrava para o modelo nortista.</p><p>(UFRR 2009)</p><p>No século XVIII, surgiu um conjunto de idéias que questionava a ordem estabelecida em</p><p>vários aspectos, tais como: econômico, político e social. Os pensadores e intelectuais</p><p>caracterizados como Iluministas, atacavam as injustiças, a intolerância religiosa e os</p><p>privilégios da nobreza, bem como o poder absoluto dos reis. Sobre o Iluminismo é</p><p>INCORRETO afirmar que:</p><p>a) Destacava que os homens são iguais perante a natureza e que as desigualdades eram</p><p>criadas pela sociedade.</p><p>b) Considerava a razão como a fonte de toda sabedoria e que o racionalismo deveria estar</p><p>presente em todas as ações humanas.</p><p>c) Defendia o liberalismo econômico, ou seja, se opunha ao Mercantilismo e a toda forma</p><p>de monopólio.</p><p>d) Pregava a igualdade dos homens perante a lei e a liberdade de idéias, de opiniões e de</p><p>expressão.</p><p>e) Defendia a Igreja Católica, pois acreditava na necessidade de haver também uma</p><p>explicação espiritualista do mundo e da realidade.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>69</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(UFMS 2010)</p><p>O “Classificar, delinear, dividir, sistematizar, criar um mapa mundi do saber. Esta era a ideia</p><p>dos iluministas Diderot e D’Alambert: ordenar o mundo em categorias em uma enciclopédia</p><p>com 17 volumes de texto. O projeto enciclopedista talvez seja a influência mais visível do</p><p>iluminismo em nosso cotidiano. A escola, a divisão do conhecimento em disciplinas</p><p>específicas, os livros didáticos, os telejornais revelam claramente essa busca classificatória. A</p><p>Enciclopédia iniciava com um quadro esquemático do conhecimento humano, uma</p><p>permanência que perpassa desde organogramas de empresas até as classificações da</p><p>biologia.”</p><p>(DARNTON, Robert – O Grande Massacre de Gatos. RJ: Graal, 1986, p. 272-273)</p><p>Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a(s) afirmativa(s)</p><p>correta(s) a respeito do Iluminismo.</p><p>01. O impulso renovador das ideias iluministas provocou, na Europa, um grande interesse</p><p>pelos problemas da vida em sociedade, possibilitando o surgimento de novas ideias</p><p>e de</p><p>teorias econômicas.</p><p>02. Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a tese de que só um Estado ditatorial,</p><p>controlado pela classe trabalhadora, seria capaz de eliminar a resistência burguesa e abolir</p><p>as desigualdades entre as classes sociais.</p><p>04. O espírito renovador, presente no Iluminismo, conduziu a um profundo estudo das</p><p>ciências, campo onde ocorreu um grande avanço.</p><p>08. Originado na Inglaterra, difundido pela França, o Iluminismo pregava a razão, a liberdade</p><p>do espírito, a livre crítica e a tolerância religiosa, contrapondo-se, assim, ao peso da tradição,</p><p>do dogmatismo religioso e filosófico e ao absolutismo monárquico.</p><p>16. O Iluminismo, em seu conjunto, fazia uma incisiva crítica ao mundo civilizado e propunha</p><p>um retorno às formas de vida da sociedade primitiva.</p><p>(UFMS – 2001)</p><p>Sobre o Iluminismo, movimento cultural difundido na Europa Ocidental do século XVIII, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>01. se desenvolveu sobre bases estruturais de sociedades em transição do modo de</p><p>produção feudal para o capitalista.</p><p>02. foi resultado direto da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos.</p><p>04. apoiados na filosofia renascentista, Portugal e Espanha reconquistaram suas principais</p><p>áreas coloniais.</p><p>08. se expandiu nos países protestantes por contrapor-se ao predomínio absoluto do dogma</p><p>da fé e favorecer o livre exame das Escrituras.</p><p>16. também foi chamado de Filosofia das Luzes ou Ilustração</p><p>(UFMS 2018-2020)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>70</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>De acordo com a historiografia, o processo de colonização dos Estados Unidos da América</p><p>difere da independência das demais colônias americanas. Leia o texto a seguir para</p><p>responder à questão.</p><p>“Em junho de 1776, a Inglaterra aumentou as taxas relativas ao suprimento de chá, irritando</p><p>profundamente os colonos que decidiram adotar um boicote fazendo retornar os navios que</p><p>atracavam no porto, lotados do produto. A revolta culminou com o incidente conhecido</p><p>como The Boston Tea Party, em que colonos embarcaram em um dos navios ancorados no</p><p>porto de Boston e jogaram ao mar centenas de contêiner de chá, ao que a Inglaterra</p><p>respondeu com o envio de Forças Armadas. E assim foi dado o primeiro tiro na direção da</p><p>Guerra de Independência dos Estados Unidos”.</p><p>(Fonte: GRACINDO, In. Viagem ao mundo do chá. Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2013.</p><p>p.154. Adaptado).</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) O conjunto de práticas inglesas, desde a colonização até a independência, foram cruciais</p><p>para que os colonos se revoltassem contra a taxação abusiva de produtos, forçando uma</p><p>brusca mudança de poder político e práticas econômicas.</p><p>b) A independência dos Estados Unidos foi um processo gradual e indelével de</p><p>reorganização econômica e política frente aos interesses ingleses.</p><p>c) A postura da Inglaterra favoreceu o diálogo e a transição pacífica do poder para os colonos</p><p>americanos, contudo alguns episódios, como a Festa do Chá de Boston, são marcas de que</p><p>a urgência em aprovar a independência das colônias acelerou este processo.</p><p>d) As colônias do sul dos Estados Unidos praticavam a monocultura do algodão, a fim de</p><p>abastecer a indústria têxtil inglesa e foram estes colonos, desafiados e explorados pela</p><p>Inglaterra, que provocaram os incidentes que culminaram com independência norte-</p><p>americana.</p><p>e) A não aceitação das taxações exorbitantes propostas pela frota inglesa, associada à</p><p>imposição da prática católica nas colônias do sul e anglicana nas colônias do norte, forçaram</p><p>os colonos revoltosos a contestar e a desobedecer às diretrizes inglesas na região, fatos que</p><p>impulsionaram a Declaração dos Direitos e a independência dos Estados Unidos.</p><p>(UFMS 2018-2020)</p><p>Acerca do Iluminismo, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Foi um movimento político-social-econômico fundamentado nos ideias burgueses</p><p>presentes na Revolução Francesa e que causou grande impacto na Europa oriental.</p><p>b) Concretizado como um processo natural de maturação das ideias políticas da Idade</p><p>Moderna, os filósofos iluministas se colocam como herdeiros diretos dos pensadores</p><p>absolutistas. As práticas políticas desse período são forjadas a partir das diretrizes</p><p>absolutistas, sendo um grande exemplo a atuação do Marquês de Pombal.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>71</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) Embaladas pela mudança política e econômica, as ciências tiveram grande destaque</p><p>durante o Iluminismo, sendo que um dos nomes de destaque do período foi o cientista,</p><p>filósofo e artista Leonardo da Vinci.</p><p>d) Engajados na mudança dos paradigmas político e econômico, os pensadores iluministas</p><p>teciam duras críticas ao Antigo Regime como estratégia para justificar os ideais de liberdade</p><p>de pensamento e expressão, além de propor uma reorganização do poder político, como</p><p>sua divisão para que fosse mantido o equilíbrio entre os poderes.</p><p>e) Inspirado nos valores da antiguidade clássica, o Iluminismo teve origem a partir do</p><p>florescimento do comércio no mar Mediterrâneo e do enriquecimento da burguesia; suas</p><p>ideias eram fundamentadas no racionalismo e na crença de que o homem era o centro de</p><p>todas as coisas, contestando os valores cristãos típicos do Antigo Regime.</p><p>(UEL 2015)</p><p>O Leia o texto a seguir.</p><p>Em geral, são necessárias as seguintes condições para autorizar o direito do primeiro</p><p>ocupante de qualquer pedaço de chão: primeiro, que esse terreno não esteja ainda habitado</p><p>por ninguém; segundo, que dele só se ocupe a porção de que se tem necessidade para</p><p>subsistir; terceiro, que dele se tome posse não por uma cerimônia vã, mas pelo trabalho e</p><p>pela cultura, únicos sinais de propriedade que devem ser respeitados pelos outros, na</p><p>ausência de títulos jurídicos.</p><p>(ROUSSEAU, J. J. Do Contrato Social. Trad. de Lourdes Machado. São Paulo:</p><p>Abril S. A. Cultural, 1973. p.44. (Coleção Os Pensadores.))</p><p>Com base no texto e nos conhecimentos acerca da questão do contratualismo em Rousseau,</p><p>assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as condições que autorizam o direito do</p><p>primeiro ocupante.</p><p>a) O assenhoreamento de grandes quantidades de terras no “novo mundo” por povos,</p><p>utilizando-se da força para afastar delas os outros homens.</p><p>b) A conciliação do trabalho e da necessidade para subsistência de cada um,</p><p>independentemente da prioridade temporal do ocupante.</p><p>c) A expulsão dos habitantes da terra, a declaração “isto é meu” e o convencimento dos</p><p>demais sobre a sua ocupação.</p><p>d) A ocupação de terras desabitadas, que, devido à sua vastidão, estão para além da</p><p>capacidade do primeiro ocupante de cultivá-las.</p><p>e) A primeira ocupação da terra, limitada à esfera da subsistência e de sua real utilização,</p><p>via cultivo da terra.</p><p>(Uel 2006)</p><p>“Na última parte do século XVIII, as necessidades de coesão e eficiência estatais, bem como</p><p>o evidente sucesso internacional do poderio capitalista, levaram a maioria dos monarcas a</p><p>tentar programas de modernização intelectual, administrativa, social e econômica”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>72</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1997. p. 39.)</p><p>Assinale a alternativa que apresenta corretamente como ficou conhecida a modernização</p><p>referida pelo autor.</p><p>a) Anarquismo, porque os reis perderam a autoridade nos setores administrativo, social e</p><p>econômico.</p><p>b) Socialismo utópico, porque os reis desejavam transformações impossíveis de serem</p><p>realizadas.</p><p>c) Despotismo esclarecido, visto que os monarcas se apropriaram de alguns preceitos</p><p>iluministas.</p><p>d) Socialismo cristão, pois os monarcas desejavam reformas administrativas e econômicas</p><p>com base nos preceitos religiosos.</p><p>e) Totalitarismo, uma vez que os reis almejavam o poder absoluto nas</p><p>instâncias intelectual,</p><p>administrativa, social e econômica.</p><p>(Uel 2008)</p><p>“Aliás, o governo, embora seja hereditário numa família, e colocado nas mãos de um só, não</p><p>é um bem particular, mas um bem público que, consequentemente, nunca pode ser tirado</p><p>das mãos do povo, a quem pertence exclusiva e essencialmente e como plena propriedade.</p><p>[...] Não é o Estado que pertence ao Príncipe, é o Príncipe que pertence ao Estado. Mas</p><p>governar o Estado, porque foi escolhido para isto, e se comprometeu com os povos a</p><p>administrar os seus negócios, e estes por seu lado, comprometeram-se a obedecê-lo de</p><p>acordo com as leis”.</p><p>(DIDEROT, D. (1717-1784). Verbetes políticos da Enciclopédia. São Paulo: Discurso, 2006.)</p><p>Com base no texto, é correto afirmar:</p><p>a) Mesmo em monarquias absolutas, o soberano é responsável pelos seus súditos.</p><p>b) Ao Príncipe são concedidos todos os poderes, inclusive contra o povo de seu reino.</p><p>c) O governante é ungido pelo povo, podendo agir como bem lhe convier.</p><p>d) O povo governa mediante representante eleito por sufrágio universal.</p><p>e) Príncipes, junto com o povo, administram em prol do bem comum.</p><p>(UDESC 2012)</p><p>Sobre o Iluminismo, é correto afirmar.</p><p>a) O movimento iluminista foi inicialmente produzido nas áreas rurais.</p><p>b) Foi o movimento responsável pela eclosão da Revolução Industrial na Europa.</p><p>c) O Iluminismo foi, entre outras ideias, uma resposta aos problemas enfrentados pela</p><p>burguesia, a exemplo da excessiva intervenção do Estado na Economia.</p><p>d) As ideias iluministas se restringiram à situação francesa da época.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>73</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) Liberdade, Igualdade e Fraternidade foram ideais plenamente alcançados pelo povo</p><p>francês e referendados por Napoleão</p><p>(UDESC 2016)</p><p>“Podemos ser algo simplistas e dizer que houve duas revoluções na Inglaterra dos meados</p><p>do século XVII. Uma, a que venceu, estabeleceu os sagrados direitos de propriedade</p><p>(abolição dos títulos feudais sobre a terra, o fim da taxação arbitraria), conferiu poder político</p><p>aos proprietários (soberania do Parlamento e da common law, supressão dos tribunais que</p><p>funcionavam com base na prerrogativa e removeu tudo que impedia o triunfo da ideologia</p><p>dos homens com propriedades — ou seja, da ética protestante. Houve, porém, outra</p><p>revolução, que nunca chegou a se concretizar, embora de tempos em tempos ameaçasse</p><p>acontecer. Ela poderia haver estabelecido um sistema comunal de propriedade e uma</p><p>democracia muito mais ampla nas instituições legais e políticas; poderia, também, haver</p><p>retirado da Igreja Anglicana o seu caráter oficial e repudiado a ética protestante. O objeto</p><p>deste livro está em examinar essa revolta no interior da Revolução e a fascinante torrente de</p><p>ideias radicais que ela desencadeou.” (Hill, p. 32). Por radicais, o autor entende grupos que</p><p>elaboraram projetos de mudança drástica no sistema político, social e religioso da Inglaterra.</p><p>Assinale a opção correta acerca de dois grupos de atuação na Revolução Inglesa, cujas</p><p>projetos estão inseridos nessa “outra revolução” protagonizada por movimentos radicais</p><p>mencionados pelo historiador Christopher Hill.</p><p>a) anglicanos e anabatistas</p><p>b) tory e Whigs</p><p>c) diggers e quakers</p><p>d) luteranos e levellers</p><p>e) socialista utópicos e anarquistas</p><p>(UDESC 2010)</p><p>Assinale a alternativa correta em relação à Revolução Inglesa, conhecida também por</p><p>Revolução Gloriosa.</p><p>a) O Liberalismo inglês foi derrotado, e os burgueses, contrários a ele, foram chamados a</p><p>participar do governo.</p><p>b) Os ingleses, depois de muitas lutas, conseguiram fazer um Monarca se submeter a uma</p><p>Carta de Princípios elaborada pelo Parlamento.</p><p>c) O Absolutismo inglês, muito mais antigo e vigoroso que o francês, fortaleceu-se ainda mais</p><p>após a Revolução.</p><p>d) A glória da Revolução consistia em produzir um novo regime de forma pacífica, sem</p><p>mortes, quando os problemas sociais há muito já tinham sido resolvidos.</p><p>e) A industrialização depois da Revolução foi lenta e tardia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>74</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(UDESC 2006)</p><p>“Consideramos as seguintes verdades evidentes por si mesmas, a saber, que todos os</p><p>homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os</p><p>quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre</p><p>os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos</p><p>governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir estas finalidades, cabe</p><p>ao povo o direito de alterá-lo ou abolilo, e instituir novo governo, assentando seus</p><p>fundamentos sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pareça</p><p>ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade.”</p><p>(Trecho do texto da Declaração da Independência das Treze Colônias da América do Norte,</p><p>redigida por Thomas Jefferson, em 1776.)</p><p>Considerando as idéias do texto acima, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) O texto mostra que os representantes das Treze Colônias redigiram a Declaração em</p><p>represália à Inglaterra, que resistia em conceder-lhes liberdade, e por isso eles tinham o</p><p>direito de abolir as amarras da dependência.</p><p>b) A redação desse texto fundamenta-se nas idéias ilustradas da época, norteadas pelo</p><p>liberalismo econômico, e referenciadas nas idéias de Rousseau e Locke, dentre outros.</p><p>c) O texto enuncia uma particularidade da independência norte-americana, baseada na</p><p>experiência dos colonos de se autogerirem, e não traduzia idéias universais iluministas.</p><p>d) Ao dizer que os governos não são mais os braços seculares do Senhor, mas capazes de se</p><p>autogovernarem, a teoria política da Declaração é profundamente revolucionária e</p><p>intensamente democrática para sua época, o que reflete a essência da filosofia política, ou</p><p>seja, a soberania popular.</p><p>e) Essas idéias eram de origem internacional: os americanos que assinaram a Declaração</p><p>pertenciam à corrente humanista do século XVIII, cujos argumentos libertários iam contra os</p><p>dogmas e o autoritarismo.</p><p>(UFSC 2002)</p><p>Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) nas suas referências ao Iluminismo.</p><p>01. O Iluminismo, movimento intelectual do século XVIII, caracterizou-se pelas críticas ao</p><p>absolutismo monárquico, pela defesa da razão e da liberdade dos indivíduos.</p><p>02. A fé cristã, associada à razão, foi considerada pelos iluministas a ferramenta necessária</p><p>para o desenvolvimento das ciências.</p><p>04. Os pensadores iluministas também se dedicaram às ciências econômicas. Entre eles,</p><p>destacaram-se os fisiocratas franceses.</p><p>08. Os iluministas defendiam o absolutismo monárquico como a forma ideal de governo, e</p><p>a revelação divina como instrumento da ciência.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>75</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>16. Os iluministas consideravam a razão como a luz capaz de iluminar o pensamento humano</p><p>e de permitir a elaboração de idéias, que explicariam e impulsionariam as atividades</p><p>humanas.</p><p>32. Montesquieu, Voltaire e Rousseau defenderam em seus escritos as ideias iluministas,</p><p>fornecendo as bases do pensamento liberal do Ocidente.</p><p>(Ufsc 2018)</p><p>Sobre o Iluminismo, é correto afirmar que:</p><p>01. contestou a hegemonia do cristianismo e defendeu a tolerância religiosa.</p><p>02. o racionalismo, o cientificismo e o culto ao progresso, propostos pelo movimento</p><p>iluminista do século XVIII, são bases do pensamento contemporâneo.</p><p>04. do ponto de vista econômico, o movimento iluminista questionava absolutamente a</p><p>emergência da sociedade capitalista e suas práticas.</p><p>08. os iluministas exaltavam a importância do pensamento crítico dos indivíduos perante a</p><p>autoridade.</p><p>16. constituiu uma doutrina secreta de caráter político que teve influência em diversos</p><p>países.</p><p>32. para o movimento iluminista, a natureza deveria ser a base e a referência para as normas</p><p>morais e políticas.</p><p>64. os iluministas estavam convencidos de que os intelectuais deveriam governar por serem</p><p>naturalmente superiores aos demais homens.</p><p>(UFSC 2002)</p><p>Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) nas suas referências ao Iluminismo.</p><p>01. O Iluminismo, movimento intelectual do século XVIII, caracterizou-se pelas críticas ao</p><p>absolutismo monárquico, pela defesa da razão e da liberdade dos indivíduos.</p><p>02. A fé cristã, associada à razão, foi considerada pelos iluministas a ferramenta necessária</p><p>para o desenvolvimento das ciências.</p><p>04. Os pensadores iluministas também se dedicaram às ciências econômicas. Entre eles,</p><p>destacaram-se os fisiocratas franceses.</p><p>08. Os iluministas defendiam o absolutismo monárquico como a forma ideal de governo, e a</p><p>revelação divina como instrumento da ciência.</p><p>16. Os iluministas consideravam a razão como a luz capaz de iluminar o pensamento humano</p><p>e de permitir a elaboração de ideias, que explicariam e impulsionariam as atividades</p><p>humanas.</p><p>32. Montesquieu, Voltaire e Rousseau defenderam em seus escritos as ideias iluministas,</p><p>fornecendo as bases do pensamento liberal do Ocidente.</p><p>(UECE 2017)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>76</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Leia atentamente o trecho a seguir:</p><p>“Antes de chegar à ilha, o rei Utopos tinha conhecimento de que seus habitantes lutavam</p><p>continuamente entre si por questões religiosas. De fato, concluiu que seria fácil conquistar a</p><p>ilha porque as diferentes seitas estavam demasiadamente ocupadas, lutando umas contra</p><p>outras, para se oporem às suas forças. Portanto, tão logo conquistou a vitória, decretou que</p><p>cada um era livre para professar a religião de sua própria escolha, podendo fazer proselitismo</p><p>por sua fé, desde que fosse de forma racional, discreta e moderada, sem agredir outras</p><p>crenças”.</p><p>MORE, Thomas. Utopia. trad. Anah de Melo Franco. Brasília: Editora da Universidade de</p><p>Brasília: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 2004, p. 115.</p><p>Publicado em 1516, o clássico Utopia, do inglês Thomas More ou Thomas Morus, reflete a</p><p>visão do autor sobre várias questões de sua época. Quanto às questões religiosas, tratadas</p><p>no excerto acima, o livro é bastante significativo de sua época, porque</p><p>a) na Europa, apenas uma Igreja existiu no século XVI, a Igreja Católica Romana, portanto</p><p>essa postura hipotética seria ideal apenas para lugares com várias correntes religiosas.</p><p>b) na Inglaterra, a criação de uma igreja nacional — o anglicanismo — provocou profundos</p><p>choques e perseguições aos cristãos católicos e calvinistas pela nova igreja fundada pelo rei</p><p>Henrique VIII.</p><p>c) estabeleceu um modelo de comportamento que foi plenamente aceito na Europa</p><p>quando surgiram as igrejas protestantes, o que impediu, posteriormente, os conflitos entre</p><p>as crenças cristãs.</p><p>d) definiu uma forma de interação entre diferentes religiões, apaziguando os conflitos entre</p><p>cristãos, judeus e muçulmanos no oriente médio até os dias atuais.</p><p>(UECE 2015)</p><p>François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire, afirma que “a história não é mais que um</p><p>quadro de delitos e desventuras”. Interessado nos aspectos sociais, culturais e econômicos</p><p>de diferentes povos, é considerado um dos precursores da ideia da história como ciência</p><p>autônoma da teologia, da moral, e capaz de desfazer o mito da superioridade dos antigos.</p><p>Voltaire representa uma corrente cultural denominada de</p><p>A) Cartesianismo.</p><p>B) Evolucionismo.</p><p>C) Iluminismo.</p><p>D) Racionalismo.</p><p>(UECE 2013)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>77</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>“Os ingleses tiveram que enfrentar situações revolucionárias inesperadas durante os anos de</p><p>1640 e 1650, sem nenhuma orientação teórica, como a que Rousseau e Marx deram a seus</p><p>sucessores franceses e russos, e sem experiência dos acontecimentos anteriores que</p><p>pudessem ser chamados de revoluções. Eles tiveram que improvisar. A Bíblia em inglês foi o</p><p>livro ao qual naturalmente voltaram-se em busca de orientação.”</p><p>HILL, Christopher. A Bíblia Inglesa e as Revoluções do Século XVII. Rio de Janeiro: Civilização</p><p>Brasileira, 2003.</p><p>De acordo com o excerto, os ingleses no século XVII</p><p>A) liam Marx e Rousseau durante situações revolucionárias.</p><p>B) tinham vasta experiência revolucionária.</p><p>C) liam a Bíblia e teóricos como Rousseau e Marx.</p><p>D) guiavam suas ações com base na Bíblia.</p><p>(UECE 2012)</p><p>Os Estados Unidos utilizaram o lema em latim E Pluribus unum, que significa “de muitos,</p><p>um”, como símbolo da união entre as colônias para conseguir a independência. Crescentes</p><p>tensões entre os colonos americanos e a metrópole conduziram o processo da</p><p>independência americana, que foi</p><p>A) impulsionado pela inexistência do pensamento iluminista.</p><p>B) uma rebelião de treze colônias contra o domínio inglês.</p><p>C) o resultado de intensas negociações entre ingleses, franceses e holandeses.</p><p>D) financiado pelos ideólogos da Revolução Francesa.</p><p>(UECE 2008)</p><p>Sobre as Revoluções Burguesas, são feitas as seguintes afirmações:</p><p>I - Consolidam o liberalismo e marcam mudanças nas estruturas econômicas, políticas e</p><p>sociais de suas respectivas sociedades.</p><p>II - Têm como base a defesa do Antigo Regime e iniciam a transição do feudalismo para o</p><p>capitalismo.</p><p>III - Seus exemplos mais expressivos são: Revolução Inglesa (1644), Revolução Americana</p><p>(1776) e Revolução Francesa (1789). Assinale o correto.</p><p>a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.</p><p>b) Apenas as afirmações I e III são falsas.</p><p>c) Apenas as afirmações II e III são falsas.</p><p>d) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>78</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(UECE 2000)</p><p>Observe o seguinte comentário:</p><p>“O Rei é o chefe supremo da Igreja da Inglaterra (...) Nesta qualidade, o Rei tem todo o</p><p>poder de examinar, reprimir, corrigir tais erros, heresias, abusos, ofensas e irregularidades...”</p><p>Fonte: Inglaterra – Ato de Supremacia – 1534.</p><p>Situando-o, temporalmente, no contexto histórico europeu, é correto afirmar que:</p><p>a) ele retrata as condições sócio-políticas do período medieval</p><p>b) a consolidação do poder temporal e espiritual do Rei constituía um apoio à Igreja</p><p>Católica</p><p>c) a extensão do poder real ao setor religioso foi concedido pelo Papa Alexandre VI</p><p>d) o anglicanismo garantia ao Rei o poder temporal e espiritual, extinguindo a autonomia</p><p>religiosa</p><p>(UECE 2000)</p><p>Analise o seguinte comentário acerca da sociedade européia, no século XVIII:</p><p>“Os filósofos se erigiram como preceptores do gênero humano. Liberdade de pensar, eis seu</p><p>brado, e este brado se propagou de uma extremidade a outra do mundo.”</p><p>Fonte: Denúncia do Advogado Séquier, em 1770, in DUPÂQUIER, J. e LACHIEUR, M.</p><p>Les Temps Modernes. Paris: Bardas, 1970, p. 221.</p><p>De acordo com o seu conteúdo, é correto afirmar que:</p><p>a) os filósofos franceses apoiaram o absolutismo, a fim de garantir a difusão do saber</p><p>b) a ideologia dos pensadores iluministas direcionava-se contra o absolutismo monárquico</p><p>c) a implantação da República Francesa, na 1.ª metade do século XVIII, resultou da aliança</p><p>da burguesia com o clero</p><p>d) a teoria do Direito Divino, fruto do iluminismo, consistia numa crítica à nobreza e aos</p><p>desmandos da Igreja</p><p>(UVA 2017)</p><p>Filósofo iluminista que defendeu uma forma de governo com três poderes: executivo,</p><p>legislativo e judiciário:</p><p>a) D’Alembert.</p><p>b) Holbach.</p><p>c) Diderot.</p><p>d) Montesquieu.</p><p>(UVA 2017)</p><p>O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, criticava:</p><p>a) o clericalismo e o poder absoluto dos reis.</p><p>b) o monopólio das metrópoles sobre as colônias e a colocação da razão como guia do</p><p>conhecimento.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>79</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) o mercantilismo e a divisão dos três poderes.</p><p>d) o materialismo e defendia a interpretação religiosa do mundo.</p><p>(UVA 2014)</p><p>O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, criticava o clericalismo e o poder absoluto</p><p>dos reis. Sobre as relações entre Iluminismo e despotismo esclarecido, podemos afirmar que:</p><p>a) os déspotas esclarecidos, para modernizarem os seus Estados, utilizaram-se dos princípios</p><p>iluministas que não eram incompatíveis com o seu poder absoluto.</p><p>b) utilizaram integralmente as ideias de todos os pensadores iluministas.</p><p>c) estes soberanos não concordavam com nenhuma das ideias dos pensadores iluministas.</p><p>d) utilizaram-se principalmente das ideias de Rousseau.</p><p>(UVA 2014)</p><p>“Criar grandes companhias, obrigar os mercadores a participar delas, conceder-lhes grandes</p><p>privilégios”. Assim se expressava o Cardeal Richelieu em 1627, revelando nestes princípios</p><p>alguns aspectos das concepções econômicas vigentes à época do Mercantilismo.</p><p>Posteriormente, estas práticas foram contestadas pelos economistas clássicos que, num</p><p>sentido inverso, advogavam a necessidade:</p><p>a) das relações econômicas serem regidas pelos princípios da livre-empresa, livre-</p><p>concorrência e livre-cambismo.</p><p>b) de diminuir o número de companhias comerciais e ampliar as corporações de ofício.</p><p>c) de estabelecer barreiras alfandegárias contra produtos de outros países.</p><p>d) do Estado intervir no processo econômico, no sentido de promover a produção</p><p>manufatureira.</p><p>(UFU 2016)</p><p>Uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos tomara conta dos franceses nos anos que</p><p>precederam a revolução, como testemunham Chateaubriand e o próprio Franklin, que</p><p>escrevia de Paris a seus correspondentes americanos: “aqui é comum dizer que nossa causa</p><p>é a do gênero humano”. Além do mais, essa república fora fundada por colonos com quem</p><p>a França tecera contra a Inglaterra uma aliança vitoriosa: os que tinham se engajado na</p><p>aventura eram conhecidos por ter sofrido[ ... ) de “inoculação americana”. OZOUF, Mona.</p><p>Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.</p><p>p. 175-176 {Adaptado).</p><p>A historiografia é consensual em afirmar que o movimento revolucionário francês e os ideais</p><p>iluministas foram de grande importância para diversas lutas coloniais ocorridas na América.</p><p>Menos estudada é a influência que os norte-americanos exerceram sobre os revolucionários</p><p>franceses. Essa influência pode ser explicada, para além dos fatores mencionados na citação</p><p>de Mona Ozouf,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>80</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) pela forte tradição liberal dos colonos norte-americanos que, durante a luta pela</p><p>independência, foram contrários a toda forma de exploração do trabalho.</p><p>b) pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação</p><p>colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos.</p><p>c) pelo desprezo que os colonos norte-americanos tinham em relação à religião, vista por</p><p>eles como braço aliado do poder da metrópole inglesa, contra a qual deveriam lutar.</p><p>d) pela defesa da doutrina fisiocrata que, no plano político, se traduzia na permanência de</p><p>privilégios constitucionais para as camadas senhoriais.</p><p>(UFU 2012)</p><p>Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão o</p><p>embate entre os York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por</p><p>Henrique VII e, finalmente, as ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a</p><p>Igreja Anglicana, mantida sob sua tutela. Com a morte de Henrique VIII e a ascensão de</p><p>Elizabeth I, o absolutismo inglês conheceu seu período de maturidade. As ações de Elizabeth</p><p>I e de seus sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando companhias de comércio,</p><p>dissolvendo o Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram</p><p>acontecimentos que culminaram, décadas mais tarde, numa página da história da sociedade</p><p>inglesa conhecida como Revolução Gloriosa. Neste cenário,</p><p>a) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no</p><p>século XIX, atrasando sua industrialização frente a outros países.</p><p>b) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na</p><p>criação do BiII of Rights, evitando novas guerras civis no país.</p><p>c) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos ria sociedade inglesa, favorecendo</p><p>mudanças e rupturas na estrutura política do país.</p><p>d) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional</p><p>que, desde o final da Idade Média, predominava na Europa.</p><p>(UFU 2006)</p><p>O fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e submeterem-se</p><p>a um governo é a conservação de suas propriedades, ou seja, de suas vidas, liberdades e</p><p>bens.</p><p>Adaptado de LOCKE, John. 'Dois Tratados sobre o Governo'. São Paulo: Martins Fontes,</p><p>1998, p.495.</p><p>A autoproteção constitui a única finalidade pela qual se garante à humanidade, individual ou</p><p>coletivamente, interferir na liberdade de ação de qualquer um. O único propósito de se</p><p>exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada,</p><p>contra sua vontade, é evitar dano aos demais.</p><p>Adaptado de MILL, J.Stuart. 'A Liberdade'. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.17.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>81</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Os trechos anteriores referem-se aos fundamentos do pensamento liberal. Sobre esse tema,</p><p>assinale a alternativa que apresenta a explicação INCORRETA.</p><p>a) Em defesa da razão e da liberdade, vários pensadores europeus inspiraram uma série de</p><p>transformações sociais, econômicas e políticas, principalmente a partir do século XVIII, cujas</p><p>consequências estão presentes até hoje na sociedade contemporânea.</p><p>b) As bases filosóficas e políticas da sociedade civil e do Estado liberal moderno formaram-</p><p>se, primeiramente, na Inglaterra no século XVII, tendo como um de seus principais</p><p>idealizadores John Locke.</p><p>c) A defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi</p><p>importante na formação do ideário liberal, comum a dois importantes movimentos político-</p><p>sociais europeus nos séculos XVII e XVIII: a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução</p><p>Francesa.</p><p>d) Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do</p><p>indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à</p><p>liberdade e a propriedade.</p><p>(UNITAU 2015)</p><p>O Iluminismo, ou Ilustração, foi, enfim, um sistema de ideias do século XVIII que se difundiu</p><p>por toda a Europa, sendo elaborado por filósofos, escritores, artistas, e que se caracterizou</p><p>pela defesa da autonomia da razão contra os argumentos da tradição e da autoridade. Para</p><p>os pensadores iluministas, a razão deve penetrar todos os domínios do saber e da atividade</p><p>dos homens, a fim de destruir os preconceitos, o obscurantismo e a ignorância. Assim</p><p>definido, o Iluminismo é um movimento de ideias essencialmente libertário, cujo objetivo</p><p>principal consiste em libertar os homens de qualquer espécie de servidão, seja ela religiosa,</p><p>moral ou política.</p><p>NASCIMENTO, Milton Meira do; NASCIMENTO, Maria das Graças S. Iluminismo: a revelação</p><p>das luzes. São Paulo: Ática, 2001. p. 8.</p><p>Com base nas informações apresentadas, indique a alternativa CORRETA.</p><p>a) A razão era vista, no Iluminismo, como a fonte para a superação de preconceitos e o</p><p>caminho para a emancipação do pensamento religioso, moral e político.</p><p>b) O Iluminismo pode ser considerado uma revolução econômica e política, por libertar os</p><p>homens de qualquer espécie de servidão e acabar com a escravidão.</p><p>c) O século XVIII vive um grande processo,</p><p>pois as luzes que chegam à Europa, buscando a</p><p>libertação dos homens, são estendidas a todo o mundo conhecido na época.</p><p>d) O Iluminismo é um movimento de ideias essencialmente libertário, que tem, portanto,</p><p>seus maiores expoentes em artistas e romancistas.</p><p>e) A Ilustração foi a revolução de ideias que se difundiu por toda a Europa e por suas colônias</p><p>na América e na África, causando as independências do século XIX.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>82</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(UNITAU 2015)</p><p>A tradição religiosa e a autoridade política serão assim os dois alvos fundamentais dos seus</p><p>[de Voltaire] ataques. [...] Ataca a superstição, a crença nos milagres e o antropomorfismo na</p><p>representação de Deus, mas não nega em absoluto sua existência. Ao contrário, reconhece-</p><p>a como necessária, como princípio explicativo último de todo o universo. Voltaire contesta,</p><p>evidentemente, a autoridade absoluta dos papas e prega a tolerância religiosa. [...] Sua</p><p>política é uma política concreta e cotidiana, tendo lutado por reformas administrativas e civis:</p><p>proibição das prisões arbitrárias, supressão do processo judicial secreto, unidade da</p><p>legislação, melhor recebimento de impostos e garantia da liberdade de pensamento e</p><p>expressão.</p><p>FORTES, Luís Roberto Salinas. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 2004.</p><p>pp.42-43.</p><p>Sobre as ideias do iluminista Voltaire, é CORRETO afirmar:</p><p>a) Voltaire, como filósofo do Iluminismo, criticava a Igreja e propunha reformas. Acreditava</p><p>na necessidade do reconhecimento da força de Deus e da reorganização política.</p><p>b) Voltaire, um renomado iluminista, era contra o poder da Igreja, negando a existência de</p><p>Deus. Com relação à política, pregava reformas administrativas e civis.</p><p>c) A tradição religiosa e a autoridade política eram criticadas por Voltaire; a primeira, por ser</p><p>monoteísta, e a segunda, por suas prisões arbitrárias, por seus processos judiciais secretos e</p><p>pela supressão da liberdade de pensamento e expressão.</p><p>d) Voltaire, como crítico do sistema vigente, atacava a Igreja por suas crenças em milagres e</p><p>no antropomorfismo, e era contra a liberdade de pensamento e expressão.</p><p>e) A tradição religiosa e a autoridade política eram alvos constantes de Voltaire, por isso ele</p><p>pregava a tolerância religiosa e contestava a autoridade absoluta dos papas, defendendo</p><p>reformas administrativas e civis que davam mais poder às autoridades políticas.</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>As raízes no mundo contemporâneo começaram no Reino Unido ao longo do século XVII, as</p><p>Revoluções Inglesas prepararam o país para liderar a fase industrial do capitalismo. A</p><p>Inglaterra que jamais conseguiu consolidar o regime absolutista acabou por desenvolver um</p><p>sistema próprio com maiores espaços democráticos e isonômicos. Sobre as Revoluções</p><p>Inglesas, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) Após a formação do Reino Unido da Grã-Bretanha, com a união dos reinos da Inglaterra e</p><p>Escócia por Jaime I, seu filho Carlos I adotou uma postura autoritária em relação aos</p><p>parlamentares britânicos. Esse arroubo absolutista deu início à Revolução Puritana.</p><p>b) Após o reinado autoritário de Jaime I, o Parlamento Britânico, dominado pelos</p><p>protestantes chamados puritanos, tirou proveito da apatia e submissão de Carlos I para</p><p>tomar o poder, impondo uma política antiburguesa ao Reino Unido.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>83</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) Oliver Cromwell assumiu o controle do Parlamento Britânico que em pouco tempo</p><p>converteu-se em uma ditadura. Durante a República Cromwell, medidas como os Atos de</p><p>Navegação permitiram mais autonomia econômica e a ampliação da esquadra britânica,</p><p>mudanças essenciais para a projeção da futura potência econômica britânica.</p><p>d) A Revolução Gloriosa tem esse nome porque após uma série de conflitos políticos entre</p><p>grupos religiosos, o Parlamento Britânico estruturou um novo formato político que vigoraria</p><p>no Reino Unido até a atualidade, a monarquia parlamentar, na qual o rei reina, mas não</p><p>governa.</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>A Revolução Americana de 1776 foi o primeiro processo de independência do continente</p><p>americano, servindo de modelo para os movimentos subsequentes na América Espanhola.</p><p>Os Estados Unidos da América já nasceram sob um ambicioso projeto político que foi</p><p>complementado por outras doutrinas de estado posteriormente. Sobre esse movimento,</p><p>assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) A Guerra dos 7 Anos foi a justificativa esperada pelos colonos para iniciar um processo</p><p>rápido e decisivo de independência. Ao surpreender a coroa britânica, os americanos</p><p>conseguiram uma vitória rápida e conclusiva.</p><p>b) A Declaração de Independência defendia a liberdade absoluta em todos os níveis sociais,</p><p>entretanto, a resistência dos colonos escravocratas do oeste manteve a escravidão ilegal,</p><p>típica do sistema farmer de produção, até o início do século XIX.</p><p>c) A doutrina do Destino Manifesto opunha-se à independência de outras colônias europeias</p><p>na América, por defender que o destino de colônias de exploração não poderia ser o mesmo</p><p>das colônias de povoamento.</p><p>d) A Doutrina Monroe, adotada logo após a independência, propunha que os EUA tinham o</p><p>direito de impor pela força seus interesses a outros países do continente, já que cabia aos</p><p>americanos civilizar o novo mundo.</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>Em sentido econômico, é a doutrina segundo a qual o Estado não deve exercer nem funções</p><p>industriais, nem funções comerciais e não deve intervir (ou deve intervir o mínimo possível)</p><p>nas relações econômicas. A qual doutrina o enunciado se refere?</p><p>(A) Socialismo.</p><p>(B) Estatismo.</p><p>(C) Liberalismo.</p><p>(D) Comunitarismo.</p><p>(E) Parlamentarismo.</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>84</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>"No ideal kantiano, uma sociedade é tanto mais perfeita quanto mais ampla for aquela</p><p>liberdade que consiste na ausência de impedimento e de constrangimento. [...] A sociedade ideal</p><p>de Rousseau é a do contrato social". BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. 2. Ed. Rio de</p><p>Janeiro: Ediouro, 1997, p. 71.</p><p>O pensamento político moderno é marcado pelos dois ideais de sociedade livre, expressos nas</p><p>afirmações apresentadas. No que concerne à ideia de contrato social, como a liberdade pode ser</p><p>descrita?</p><p>(A) Cada um é livre na medida em que obedece à lei que ele mesmo se deu, através da formação</p><p>de uma vontade geral.</p><p>(B) Cada um é livre na medida em que está garantida a cada um a liberdade de fazer tudo aquilo</p><p>que é compatível com a igual liberdade de todos os outros.</p><p>(C) Como a condição de não estar sujeito à vontade arbitrária de outras pessoas, podendo assim</p><p>dispor de si mesmo, de suas ações e de suas posses.</p><p>(D) Como o poder de agir ou de não agir, segundo a determinação da própria vontade.</p><p>(E) Como a faculdade de agir apenas conforme as razões que o próprio sujeito aprova, consistindo,</p><p>portanto, na máxima independência da vontade.</p><p>(UNCISAL 2016)</p><p>Tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu</p><p>consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e</p><p>prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a</p><p>não ser para me obrigar à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja,</p><p>fazer de mim um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia de minha preservação.</p><p>LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17. [s/p]. Disponível em:</p><p><http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.</p><p>Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de John Locke, como expresso no texto,</p><p>estabelece que a</p><p>A) legitimação do poder deva advir</p><p>do estado de medo.</p><p>B) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.</p><p>C) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.</p><p>D) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.</p><p>E) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão.</p><p>(UNCISAL 2015)</p><p>“Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus</p><p>pensamentos.”</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>85</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>John Locke</p><p>A frase de John Locke nos remete ao Iluminismo e seus objetivos nos diversos âmbitos que</p><p>formam a vida em sociedade. Sobre ideário iluminista, é correto afirmar que</p><p>a) seu caráter popular afastou os intelectuais e aproximou a pequena burguesia da nobreza</p><p>togada.</p><p>b) o intelectualismo se tornou um obstáculo à expansão do iluminismo, fato que minimizou</p><p>sua influência nas revoluções burguesas.</p><p>c) Adam Smith dissocia a liberdade econômica da liberdade política, fazendo prevalecer</p><p>esta última em detrimento da primeira.</p><p>d) a razão apresenta um poder emancipador capaz de tirar o homem da menoridade e</p><p>libertá-lo da opressão política e dos resquícios das trevas medievais.</p><p>e) o projeto iluminista não se opunha totalmente ao mercantilismo nem ao absolutismo já</p><p>que preserva em grande parte as instituições do Antigo Regime.</p><p>(UNCISAL 2009)</p><p>– É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram.</p><p>– A leitura engrandece a alma.</p><p>– Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo.</p><p>– O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito.</p><p>– O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à</p><p>humanidade.</p><p>– A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com</p><p>pretexto de justiça.</p><p>– O meu ofício é dizer o que penso.</p><p>– A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e</p><p>fraquezas.</p><p>– Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.</p><p>– O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa.</p><p>Frases de Voltaire, pensador iluminista</p><p>(www.suapesquisa.com/biografias/voltaire.htm)</p><p>Os pensadores iluministas tiveram como princípio comum</p><p>a) a República como único regime político democrático.</p><p>b) a razão como portadora do progresso e da felicidade.</p><p>c) os operários sindicalizados como base do poder político.</p><p>d) o calvinismo como justificativa de riqueza material.</p><p>e) o socialismo como alicerce do exercício da cidadania.</p><p>(UNCISAL 2016)</p><p>Tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu</p><p>consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e</p><p>prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>86</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>não ser para me obrigar à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja,</p><p>fazer de mim um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia de minha preservação.</p><p>LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17. [s/p]. Disponível em:</p><p><http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.</p><p>Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de John Locke, como expresso no texto,</p><p>estabelece que a</p><p>a) legitimação do poder deva advir do estado de medo.</p><p>b) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.</p><p>c) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.</p><p>d) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.</p><p>e) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão</p><p>(URCA 2013)</p><p>Observe o texto abaixo atribuído a Winstanley, líder dos true levellers, também</p><p>conhecidos como Diggers, um dos grupos que participaram do processo revolucionário</p><p>inglês entre 1642 e 1688:</p><p>“No princípio dos tempos, o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro</p><p>comum onde conservara os animais, os pássaros, os peixes e o homem (...). Nesse princípio</p><p>não se disse palavra alguma que permitisse entender que uma parte da humanidade devesse</p><p>governar outra (...). E essa terra, que na criação foi feita como um celeiro comum para todos,</p><p>é comprada, vendida, e conservada nas mãos de uns poucos, o que constitui</p><p>enorme distinção entre as pessoas, deleitando­se com a prosperidade de alguns</p><p>e regozijando­se com a miséria mais dura e as dificuldades de outros. Mas, no</p><p>princípio, não era assim (...)” (HILL, Christopher. O mundo de pontacabeça. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 1987. p. 117).</p><p>Considerando o texto acima, podemos dizer que os trues levellers:</p><p>a) Propunham a extinção da propriedade privada e legitimavam sua ideologia política em</p><p>textos bíblicos;</p><p>b) Tinham uma ideologia radical e popular que foi bem assimilada pela Igreja Católica, por</p><p>ser baseada nas escrituras sagradas;</p><p>c) Defendiam a criação de uma República de pequenos proprietários e o fim do latifúndio;</p><p>d) Desencadearam um movimento em defesa dos cercamentos das terras comunais na</p><p>Inglaterra, que se aprofundou nos séculos XVI e XVII;</p><p>e) Por serem proprietários de grandes extensões de terras, buscavam nas escrituras sagradas</p><p>formas de justificar o confisco das terras dos pequenos proprietários.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>87</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(URCA 2013)</p><p>Observe o texto abaixo atribuído a Winstanley, líder dos true levellers, também conhecidos</p><p>como Diggers, um dos grupos que participaram do processo revolucionário inglês entre 1642</p><p>e 1688:</p><p>“No princípio dos tempos, o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro</p><p>comum onde conservara os animais, os pássaros, os peixes e o homem (...). Nesse princípio</p><p>não se disse palavra alguma que permitisse entender que uma parte da humanidade devesse</p><p>governar outra (...). E essa terra, que na criação foi feita como um celeiro comum para todos,</p><p>é comprada, vendida, e conservada nas mãos de uns poucos, o que constitui</p><p>enorme distinção entre as pessoas, deleitando-se com a prosperidade de alguns</p><p>e regozijando-se com a miséria mais dura e as dificuldades de outros. Mas, no</p><p>princípio, não era assim (...)” (HILL, Christopher. O mundo de ponta cabeça. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 1987. p. 117).</p><p>Considerando o texto acima, podemos dizer que os trues levellers:</p><p>a) Propunham a extinção da propriedade privada e legitimavam sua ideologia política em</p><p>textos bíblicos;</p><p>b) Tinham uma ideologia radical e popular que foi bem assimilada pela Igreja Católica, por</p><p>ser baseada nas escrituras sagradas;</p><p>c) Defendiam a criação de uma República de pequenos proprietários e o fim do latifúndio;</p><p>d) Desencadearam um movimento em defesa dos cercamentos das terras comunais na</p><p>Inglaterra, que se aprofundou nos séculos XVI e XVII;</p><p>e) Por serem proprietários de grandes extensões de terras, buscavam nas escrituras sagradas</p><p>formas de justificar o confisco das terras dos pequenos proprietários.</p><p>(URCA 2012)</p><p>As monarquias exercem um forte poder simbólico sobre as pessoas e a sociedade. Exemplo</p><p>desse poder ocorreu há poucos meses (em 2011) quando o casamento do Príncipe</p><p>Wiliam com Kate Middleton, foi valorizado como um grande evento da Monarquia</p><p>Britânica. Os ingleses acompanharam todo o enlace, que foi transmitido para o</p><p>mundo através da televisão e da internet. Podemos afirmar que esse poder simbólico,</p><p>sobretudo do Rei, tem origem na antiguidade, mas foi na Idade Moderna que os</p><p>monarcas mais “investiram” na sua produção.</p><p>Leia as afirmativas abaixo referidas as várias estratégias utilizadas na produção do poder</p><p>pelos monarcas dos Estados Modernos:</p><p>I) Produziram-se imagens que associavam</p><p>o monarca a um estadista empreendedor;</p><p>assim como à justiça, à virtude e à própria natureza da nação, a figura do rei representa a</p><p>cabeça do reino.</p><p>II) Produziram a associação da imagem do rei, da rainha e do príncipe a da Sagrada Família,</p><p>a qual os católicos têm respeito e/ou devoção.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>88</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>III) Manutenção dos rituais simbólicos: as vestes ricamente ornadas, a prontidão dos</p><p>serviços dos pajens e criados, as cerimônias de coroação, as aparições públicas</p><p>cercadas de pompas.</p><p>IV) A difusão da ideia de que o rei é a autoridade delegada por Deus para</p><p>representá-lo na Terra.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) Somente I e IV estão corretas;</p><p>b) I, II e III estão corretas;</p><p>c) I, II e IV estão corretas;</p><p>d) Somente a afirmativa IV é correta;</p><p>e) I, III e IV estão corretas.</p><p>(URCA 2012)</p><p>O Iluminismo tinha como principal característica o uso da razão como princípio básico para</p><p>a compreensão de todos os fenômenos. Os chamados filósofos das luzes questionavam a</p><p>monarquia de origem divina e afirmavam que a base da organização social e política estava</p><p>no individualismo. Relacione os precursores do movimento iluminista a suas principais ideias.</p><p>I. Isaac Newton</p><p>II. Immanuel Kant</p><p>III. René Descartes</p><p>IV. John Locke</p><p>( ) Autor da frase “Penso, logo existo”, criou o método dedutivo. Iniciador do movimento</p><p>conhecido como racionalismo. Sua principal obra foi “Discurso sobre o método”.</p><p>( ) Escreveu o livro Segundo Tratado sobre o Governo Civil: Ensaio sobre a origem, extensão</p><p>e fim do governo, no qual criticava o poder despótico e afirmava que o Estado e a política</p><p>deveriam existir para proporcionar aos homens viver em uma sociedade melhor.</p><p>( ) Estudou as leis do Universo que regiam o mundo físico, como a gravidade ou a inércia.</p><p>Defendeu a tese de que o universo não era estático, mas estaria em contínuo movimento,</p><p>cabendo à ciência pesquisar e descrever as leis físicas que o regeria.</p><p>( ) Considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna. Escreveu, entre</p><p>outras obras, a Crítica da razão Prática, no qual discute os princípios da ação moral, a ação</p><p>do homem em relação aos outros e a conquista da felicidade.</p><p>A sequência correta é:</p><p>a) I; III; IV e II.</p><p>b) III; IV; I e II.</p><p>c) III; I; IV e II.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>89</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) IV; II; I e III.</p><p>e) II; III; I e IV.</p><p>(UNAERP 2017)</p><p>O movimento liberal é a primeira onda de movimentos que se desencadeia sobre o que</p><p>subsiste do Antigo Regime [...] O qualificativo “liberal” é o que melhor lhe convém, porque</p><p>caracteriza a ideia-mestra, a chave da abóbada da arquitetura intelectual de todos esses</p><p>movimentos.</p><p>RÉMOND, René. O Século XIX, 1815-1914. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2010, p.25. Adaptado.</p><p>A partir de meados do século XVIII, os pensadores iluministas passaram a apoiar valores</p><p>liberais para negar as doutrinas absolutistas e mercantilistas do Antigo Regime. Sobre o</p><p>liberalismo que passará a ser defendido nesse século e também no seguinte, considere as</p><p>afirmativas e assinale a opção correta.</p><p>1. Contra o princípio da autoridade absoluta de um monarca sobre seus súditos e também</p><p>negando a ideia de que a história seria feita pelas forças coletivas, o liberalismo acreditava</p><p>que, por meio da razão individual, era possível à humanidade o alcance do progresso.</p><p>2. Uma das principais bases do liberalismo foi o racionalismo, método científico</p><p>fundamentado a partir do século XVII pelo filósofo Jacques Bossuet, que acreditava ser</p><p>fundamental, para o pensamento humanista, o rompimento com as amarras católicas às</p><p>formas de pensar.</p><p>3. Um dos principais formuladores do liberalismo foi o filósofo inglês John Locke, que</p><p>afirmava que a liberdade e a propriedade privada eram direitos inerentes ao homem,</p><p>cabendo assim ao Estado aceitar a limitação de seus próprios poderes em respeito aos</p><p>direitos individuais do homem.</p><p>4. Além do racionalismo, outro princípio fundamental ao liberalismo foi o anticlericalismo,</p><p>posição política e religiosa contrária a qualquer forma de manifestação ou crença religiosa</p><p>por parte da sociedade, ideia que alimentou o forte ateísmo que caracterizou o movimento</p><p>iluminista dos séculos XVIII e XIX.</p><p>a) Somente 1 e 3 estão corretas.</p><p>b) Somente 2 e 3 estão corretas.</p><p>c) Somente 3 e 4 estão corretas.</p><p>d) Somente 1 e 2 estão corretas.</p><p>e) Somente 2 e 4 estão corretas.</p><p>(UNAERP 2014)</p><p>Texto 1</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>90</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>“No nome de Deus, Amém. Tendo empreendido para a Glória de Deus, e Avanço da Fé</p><p>Cristã, e Honra do nosso Rei e País, uma viagem para estabelecer a primeira colônia no norte</p><p>da Virgínia; os presentes fazemos pacto solene e mutuamente na Presença de Deus e nós</p><p>próprios, para conjuntamente formar um Corpo Político Civil para nossa Ordem, Preservação</p><p>e Fomento dos objetivos referidos acima; e, por virtude disso, constituir e formular Leis justas</p><p>e igualitárias, Ordenanças, Atas, Constituições e Ofícios, de tempos a tempos, quando se</p><p>considerar conveniente e próprio para o bem Geral da Colônia; à qual prometemos toda a</p><p>submissão e obediência. Em testemunho disto, temos subscrito os nossos nomes em Cape</p><p>Cod, no dia onze de novembro, no Reinado do nosso Soberano Senhor, Rei James de</p><p>Inglaterra, França e Irlanda, o décimo oitavo, e da Escócia, quinquagésimo quarto. Ano do</p><p>Nosso Senhor, 1620.”</p><p>Disponível em: <http://fundamentojuridico.wordpress.com>. Acesso em: abr. 2014.</p><p>Adaptado.</p><p>Texto 2</p><p>“Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver</p><p>os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual</p><p>e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito</p><p>digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a</p><p>essa separação. Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os</p><p>homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre</p><p>estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses</p><p>direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do</p><p>consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne</p><p>destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo,</p><p>baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais</p><p>conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. 4 de julho de 1776.”</p><p>Disponível em: <http://www.uel.br/pessoal/jneto/gradua/historia>. Acesso em: abr. 2014.</p><p>Adaptado.</p><p>Os dois documentos transcritos são fundamentais para a construção da nação estadunidense,</p><p>pois fortalecem o corpo político civil fundamentado no princípio de que o Estado deve estar</p><p>a serviço do povo. Os dois trechos pertencem, respectivamente,</p><p>a) à Carta Magna e o ao Ato de Quebec.</p><p>b) ao Ato Townshend e à Declaração de Direitos e Agravos.</p><p>c) à Declaração de Direitos e Agravos e ao Pacto do Mayflower.</p><p>d) à Carta Magna e à Declaração de Independência dos Estados Unidos.</p><p>e) ao Pacto do Mayflower e à Declaração de Independência dos Estados Unidos.</p><p>(UEA 2015)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>91</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um atento observador da sociedade de</p><p>sua época. Em um de seus livros, publicado em 1755, Rousseau escreveu: “O primeiro que,</p><p>tendo cercado um pedaço de terra, se apressou em dizer isso me pertence,</p><p>e encontrou</p><p>pessoas muito ingênuas para crer no que ele dizia, foi o verdadeiro fundador da sociedade</p><p>civil.”</p><p>Segundo este argumento, a sociedade civil</p><p>a) alcançou níveis de felicidade social desconhecidos dos homens naturais.</p><p>b) estabeleceu uma condição de prolongada paz social entre os homens.</p><p>c) resultou de uma situação de desigualdade social entre os homens.</p><p>d) promoveu a compreensão entre os homens por meio da divisão das riquezas.</p><p>e) transformou os homens em seres indolentes e incapazes para o trabalho.</p><p>(UNESP 2005)</p><p>Gerald Winstanley, líder dos escavadores da Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660),</p><p>definiu a sua época como aquela em que "o velho mundo está rodopiando como pergaminho</p><p>no fogo". Embora os escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa do século XVII</p><p>trouxe mudanças significativas, dentre as quais destacam-se a</p><p>a) instituição do sufrágio universal e a ampliação dos direitos das Assembleias populares.</p><p>b) separação entre Estado e religião e a anexação das propriedades da Igreja Anglicana.</p><p>c) liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da exploração da mão de obra escrava.</p><p>d) abolição dos domínios feudais e a afirmação da soberania do Parlamento.</p><p>e) ampliação das relações internacionais e a concessão de liberdade à Irlanda.</p><p>(Unesp 2003)</p><p>... o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de</p><p>uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente.</p><p>(Christopher Hill, A revolução inglesa de 1640)</p><p>O autor do texto está se referindo</p><p>a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da Época Moderna.</p><p>b) ao controle pela coroa inglesa de extensas áreas coloniais.</p><p>c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente supremacia política do parlamento.</p><p>d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente dos produtos de lã.</p><p>e) às disputas entre burguesia comercia e agrária, que caracterizavam o período.</p><p>(Unesp 1991)</p><p>O "Ato de Navegação" de 1651 teve importância e consequências consideráveis na história</p><p>da Inglaterra porque:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>92</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) favoreceu a Holanda que obtinha grandes lucros com o comércio inglês.</p><p>b) Oliver Cromwell dissolveu o Parlamento e se tornou ditador.</p><p>c) contribuiu para aumentar o poder e favorecer a supremacia marítima inglesa no mundo.</p><p>d) considerava o trabalho como a verdadeira fonte de riqueza nacional.</p><p>e) abolia todas as práticas protecionistas.</p><p>(UNESP 2009)</p><p>Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte.</p><p>I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando</p><p>a escravidão.</p><p>II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos.</p><p>III. Sofreu influência das ideias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade,</p><p>propriedade e igualdade civil.</p><p>IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial.</p><p>Estão corretas as afirmativas</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) I, II, III e IV.</p><p>e) I, III, IV, apenas.</p><p>(UNESP 2016)</p><p>Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis,</p><p>entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses</p><p>direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do</p><p>consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir</p><p>essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo,</p><p>assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma</p><p>que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a</p><p>felicidade.(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett</p><p>(org.).Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)</p><p>O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os</p><p>princípios</p><p>a) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal.</p><p>b) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo.</p><p>c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>93</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutar pela própria salvação.</p><p>e) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e do direito divinos.</p><p>(UNESP 2012)</p><p>Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada</p><p>associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece,</p><p>contudo, a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema</p><p>fundamental cuja solução o contrato social oferece[...] Cada um de nós põe em comum sua</p><p>pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto</p><p>corpo, cada membro como parte indivisível do todo. (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato</p><p>social, 1983.)</p><p>O texto apresenta características</p><p>a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de</p><p>uma sociedade.</p><p>b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.</p><p>c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os</p><p>membros de uma sociedade.</p><p>d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.</p><p>e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos</p><p>do Estado.</p><p>(UNICENTRO 2017)</p><p>Quando Cristóvão Colombo atravessou o oceano Atlântico em 1492, pensou que tinha</p><p>chegado ao leste da Ásia. Na realidade, ele tinha aberto aos europeus um novo continente:</p><p>a América, com suas várias ilhas. Muitos outros europeus, na maioria espanhóis, portugueses,</p><p>franceses e ingleses, seguiram o caminho de Colombo para esse novo mundo.</p><p>(COLONIZAÇÃO... 2016).</p><p>A colonização europeia na América apresentou características gerais comuns, contudo</p><p>manteve algumas especificidades, como a colonização</p><p>a) das Treze Colônias inglesas, com o estabelecimento de relações comerciais que fugiam ao</p><p>controle metropolitano, baseado no comércio triangular.</p><p>b) da América inglesa, que utilizou do trabalho assalariado e familiar, abdicando do trabalho</p><p>escravo africano, influenciado pelas ideias liberais.</p><p>c) da América portuguesa, baseada no escambo do pau-brasil e nas relações amistosas com</p><p>a população indígena.</p><p>d) da América espanhola, que estabeleceu relações igualitárias entre os colonos nascidos na</p><p>América e os oriundos da Espanha.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>94</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) da América francesa, que, influenciada pelos ideais da Revolução Francesa, estabeleceu</p><p>uma relação de igualdade e fraternidade entre os habitantes das colônias</p><p>(UNICENTRO 2017)</p><p>O liberalismo econômico surgiu dentro do âmbito da passagem do mundo feudal para o</p><p>sistema capitalista. Considerando-se esse contexto, é correto afirmar que</p><p>a) a defesa da liberdade de comércio e da produção se opunha às restrições do sistema</p><p>mercantilista.</p><p>b) o controle estatal na economia contribuiu para o pioneirismo inglês no processo da</p><p>Revolução Industrial.</p><p>c) a Lei do Máximo, estabelecida pelo governo jacobino no processo da Revolução Francesa,</p><p>concretizou as concepções de Adam Smith.</p><p>d) o Império Napoleônico estabeleceu os princípios defendidos por Rousseau e a restrição</p><p>do comércio com a Inglaterra.</p><p>e) a teoria da mais valia defendeu,</p><p>na íntegra, os princípios liberais, ao afirmar que o trabalho</p><p>seria a única fonte de riqueza.</p><p>(UNEB 2012)</p><p>A adoção do parlamentarismo por nações europeias, no decorrer de sua história, foi um</p><p>processo que se desenvolveu a partir de transformações ocorridas no continente, cujas</p><p>repercussões se fizeram sentir na América.</p><p>Em relação à adoção do parlamentarismo na Europa, pode-se afirmar que a</p><p>01) Revolução Gloriosa instituiu a monarquia parlamentar constitucional na Inglaterra e um</p><p>governo burguês favorável à posterior eclosão da Revolução Industrial.</p><p>02) Revolução Francesa, na sua fase jacobina, conforme o regime parlamentar, aboliu os privilégios</p><p>feudais e a limitação dos poderes burgueses, garantindo o controle político pelos partidos da elite</p><p>econômica francesa.</p><p>03) Independência dos Estados Unidos ocorreu paralelamente à implantação de um regime</p><p>parlamentar com amplas liberdades democráticas, contribuindo para a elevação do padrão de</p><p>renda da sociedade, como um todo, e para a expansão econômica norte-americana sobre o</p><p>continente europeu.</p><p>04) Revolução de Outubro de 1917, na Rússia, instituiu o pluripartidarismo, o regime parlamentar</p><p>liberal e liberdades políticas partidárias, permitindo a ampla representação das forças políticas no</p><p>parlamento.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>95</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>05) Crise de 1929, ao enfraquecer o parlamentarismo alemão, contribuiu para a ascensão dos</p><p>nazistas ao poder, que, aliados aos socialistas, buscaram estabelecer um pacto nacional para a</p><p>superação da crise econômica.</p><p>(UNEB 2018)</p><p>Retomemos aqui o assunto principal desta palestra, que é o problema da conciliação do</p><p>interesse individual com o interesse coletivo. Este tema, como todos sabemos, é tratado [...]</p><p>em sua famosa passagem da mão invisível. Seu argumento diz, basicamente, que cada</p><p>indivíduo, agindo apenas em nome de seu próprio interesse, acaba contribuindo, sem o</p><p>saber, para o bem comum, que, em nenhum momento, tinha sido seu objetivo declarado.</p><p>[...]</p><p>[...] o argumento [...] tem a ver com crescimento econômico. Diz ele que, como é do interesse</p><p>de cada indivíduo enriquecer, e como cada indivíduo sabe melhor do que outras pessoas</p><p>julgar seu próprio interesse e decidir sobre os melhores meios de atingi-lo, o melhor que ele</p><p>tem a fazer é buscar seu próprio interesse. Ao agir dessa forma, esse indivíduo enriquecerá.</p><p>Ora, se todos agirem assim, todos enriquecerão e, portanto, o país como um todo</p><p>enriquecerá. Vemos assim que o argumento original da mão invisível não é tão paradoxal</p><p>quanto pode parecer para alguns, afinal de contas. Isso porque o interesse individual não é</p><p>antagônico ao interesse geral. Muito pelo contrário, sob essa ótica, o interesse geral é</p><p>simples soma dos interesses individuais. (RETOMEMOS... 2017).</p><p>A origem da riqueza das nações sempre foi motivo de debate e divergência entre</p><p>pesquisadores, cientistas e políticos, sendo que o pensamento econômico retratado no texto</p><p>se relaciona ao</p><p>01) Renascimento, que acreditava na razão como elemento de crítica ao teocentrismo</p><p>medieval, que negava a acumulação de capital individual, buscando o fortalecimento do</p><p>Estado.</p><p>02) Calvinismo, quando afirmava ser a mão invisível de Deus determinava que todos os</p><p>homens, principalmente os trabalhadores, tinham possibilidade de enriquecimento,</p><p>dependendo apenas do esforço individual.</p><p>03) Mercantilismo, que se baseava na ideia de que o Estado deveria promover a liberdade</p><p>de produção e comercialização, objetivando o enriquecimento individual e,</p><p>consequentemente, do Estado.</p><p>04) liberalismo econômico, que defendia a plena liberdade individual de produção, sem a</p><p>interferência estatal, como elemento de progresso e de promoção da riqueza da nação.</p><p>05) Estado de Bem-Estar Social, consolidado após a Segunda Guerra Mundial, que, no</p><p>contexto da Guerra Fria, criticava a planificação estatal soviética e defendia a existência de</p><p>um Estado Mínimo.</p><p>(UEM 2014)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>96</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>O Sobre o Absolutismo Monárquico, forma de poder político que se desenvolveu na Europa</p><p>entre os séculos XVI e XVIII, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).</p><p>01. A Revolução Francesa, iniciada em 1789, acabou com o absolutismo monárquico na</p><p>França.</p><p>02. A Inglaterra é, nos dias atuais, o único país da Europa Ocidental que ainda mantém a</p><p>Monarquia Absolutista como forma de governo.</p><p>04. A natureza da Monarquia da Época Moderna e a origem do poder real foram embasadas</p><p>teoricamente por pensadores como Nicolau Maquiavel, Jean Bodin e Jacques Bossuet.</p><p>08. O primeiro grande abalo no absolutismo na Inglaterra aconteceu com a Revolução</p><p>Puritana de 1642, liderada por Oliver Cromwell.</p><p>16. Com a fundação da Igreja Anglicana, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica Romana</p><p>e instituiu o controle pela Coroa da Igreja na Inglaterra.</p><p>(UEM 2014)</p><p>Assinale o que for correto sobre os Estados Nacionais Europeus da Época Moderna.</p><p>01. A ideia de que o poder dos monarcas é delegado por Deus está na base da</p><p>fundamentação teórica do Estado Nacional.</p><p>02. No processo de formação dos Estados Nacionais, a burguesia e a nobreza se uniram para</p><p>combater o poder do rei e os privilégios dos senhores feudais.</p><p>04. Na Inglaterra e na França, os Estados Nacionais fortaleceram o poder político e militar</p><p>dos príncipes e dos barões feudais.</p><p>08. Thomas Hobbes figura como um dos teóricos do Estado Nacional Absolutista.</p><p>16. Para Nicolau Maquiavel, a plenitude do poder do Estado Nacional se completaria com a</p><p>submissão do poder político ao poder da Igreja Católica.</p><p>(Uem 2019)</p><p>O Iluminismo teve um grande impacto não apenas no universo da filosofia do século XVIII,</p><p>mas também no campo da história, ao difundir ideias que propunham uma nova ordem</p><p>política, econômica e social. A respeito do Iluminismo do século XVIII, assinale o que for</p><p>correto.</p><p>01) O que caracteriza esse período é a valorização do homem e a profunda crença na razão</p><p>humana e em seus poderes.</p><p>02) Na Prússia, sob o governo de Frederico II, a educação básica tornou-se obrigatória, e os</p><p>cultos religiosos foram permitidos.</p><p>04) As tradições feudais e a irrevogabilidade do poder monárquico foram abolidas pelos</p><p>déspotas esclarecidos.</p><p>08) Em Portugal, o governo de José I teve, na figura do Marquês de Pombal, um perseguidor</p><p>da Igreja Católica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>97</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>16) Alexis de Tocqueville foi um historiador que criticou a ação modernizadora dos chamados</p><p>déspotas esclarecidos.</p><p>(Uem 2018)</p><p>“Nem é tão estranho, como talvez possa parecer antes de dispensar-se a devida atenção,</p><p>que a propriedade do trabalho seja capaz de contrabalançar a comunidade da terra. [...] Não</p><p>pode haver demonstração mais clara de qualquer assunto do que várias nações da América</p><p>as quais se mostram ricas em terra e pobres em todos os confortos da vida; as quais a</p><p>natureza tendo fornecido tão liberalmente quanto a qualquer outro povo todos os materiais</p><p>em abundância [...] entretanto por falta de melhoramento pelo trabalho, não possuem nem</p><p>um centésimo das conveniências de que gozamos. E rei de território grande e fértil lá se</p><p>alimenta, mora e veste-se pior que um trabalhador jornaleiro na Inglaterra.”</p><p>(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril</p><p>Cultural, 1983, p. 50).</p><p>Considere o fragmento do filósofo inglês John Locke (século XVII) e assinale o que for</p><p>correto.</p><p>01) O filósofo reproduz uma visão sobre as condições econômicas e sociais do continente</p><p>americano de sua época, mas que perdura até os nossos dias.</p><p>02) Para o filósofo, a pobreza das nações americanas nasce da pouca atenção ao papel</p><p>transformador do</p><p>e Inglaterra, firmou a</p><p>exclusividade do tecido inglês no comercio interno de Portugal. Com o aumento da procura, foi</p><p>preciso buscar mais matéria prima. Sacaram a articulação da Rainha? Talvez por isso que, no jogo</p><p>de xadrez, ela é peça chave, move-se para todos os lados.</p><p>Além disso, a agressividade da política externa da Coroa inglesa fez com que a Incrível</p><p>Armada de Felipe II, do Reino da Espanha, travasse uma batalha contra os ingleses no canal da</p><p>Mancha. Ocorreu que os espanhóis foram derrotados!!!!</p><p>Repare, então, que, com as somas de vitórias, o poder absolutista inglês se fortaleceu. Isso</p><p>provocou consequências para a política interna do país, em particular, para relação entre a</p><p>Monarquia e o Parlamento. É o que veremos logo mais...</p><p>Com a Rainha Elizabeth I, então, a monarquia se fortaleceu e começou a se sobrepor ao</p><p>parlamento inglês, mas sempre com muita habilidade política para garantir que o Parlamento</p><p>endossasse suas decisões.</p><p>Lembre-se de que, desde 1215 (assinatura da Magna Carta) a organização do poder na Inglaterra</p><p>estava baseada na Monarquia Parlamentar, os nobres sempre tiveram muito poder e</p><p>contrabalanceavam as tentativas de arbitrariedades dos reis. Mas durante o Governo dos Tudor,</p><p>os monarcas conseguiram dominar e controlar o parlamento!</p><p>Em 1603, Elizabeth I morre e não deixa herdeiros. É desse momento até 1714, que o</p><p>historiador inglês Chirstopher Hill, no seu livro O Século das Revoluções: 1603 a 1714, argumenta</p><p>o quão decisivo foram os processos desenvolvidos nesse período. Hill equipara esse período da</p><p>história inglesa à importância da Revolução Francesa. Então, se liga!</p><p>Antes de avançarmos, uma dica de filme:</p><p>No mesmo período da Rainha Elizabeth I, na Escócia quem governou</p><p>foi a católica Rainha Mary Stuart, entre 1542 e 1567. Como você não</p><p>pode ficar bitolad@ só nos estudos tire um tempinho para assistir ao</p><p>filme “Duas Rainhas”, lançado em 2018, e dirigido por Josie Rourke.</p><p>O filme é mais focado na história da Rainha Mary Stuart, mas mostra</p><p>claramente a relação, ora tensa, ora harmônica, entre ela e a Rainha</p><p>Elizabeth I. Sem contar que Jaime I, filho de Mary Stuart será o</p><p>indicado de Elizabeth I para assumir a sucessão do trono da Inglaterra.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>10</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Como adiantei com a dica do filme, após a Rainha Elizabeth I, Jaime I, à época rei da</p><p>Escócia, assumiu o trono e, com isso, unificou a monarquia na Grã-Bretanha (Escócia + Inglaterra</p><p>+ Gales). A partir dessa sucessão, os Tudor deixam de governar a Inglaterra e os Stuart ascendem</p><p>enquanto dinastia mais importante em solo britânico.</p><p>A dinastia Stuart, primeiro com Jaime I (1603-1625), depois com Carlos I (1625-1648),</p><p>depois com Carlos II (1660) e, depois com Jaime II, aprofundou o controle sobre o Parlamento</p><p>britânico. Mas não foi algo fruto de diálogos, concessões e acordos. Ao contrário, tentaram impor</p><p>sua opinião e suas ideias utilizando sempre o argumento do direito divino da legitimidade</p><p>sanguínea.</p><p>Na verdade, desde a rainha Mary, os Stuart acreditavam fortemente nesse argumento e, de</p><p>certa forma, secundarizavam a necessária articulação política para amenizar conflitos entre o</p><p>parlamento e a monarquia. Para eles, sangue e religião estavam acima de tudo. Como</p><p>consequência dessa postura, apareceram os conflitos entre poderes – na verdade um conflito</p><p>entre setores da nobreza e da burguesia contra os reis - e, dessa forma, as revoluções inglesas.</p><p>E como foram esses conflitos, Profe?</p><p>Com Jaime I, de linhagem católica, adotou-se como modelo de monarquia o absolutismo</p><p>francês, ou seja, o poder mais centralizado. Jaime I, na contramão da tradição inglesa de o</p><p>Parlamento controlar o rei, impôs à política inglesa a tese do “direito divino dos reis”. A</p><p>interpretação que Jaime I deu a essa tese foi da impossibilidade de o poder do monarca ser</p><p>questionado uma vez que teria sido Deus quem o colocou no trono. Portanto, o Parlamento seria</p><p>algo menor que ele – representante de Deus na Terra.</p><p>Além disso, diferentemente da política articulada de Elizabeth I – com a nobreza e ao</p><p>mesmo tempo com a burguesia – Jaime I passou a priorizar a nobreza de origem feudal, pois ela</p><p>seria a mais apropriada para um tipo de corte aristocrática, tal como na França. Com efeito,</p><p>cresceram os privilégios e isenções de impostos para os nobres.</p><p>Ai ai ai , Profe, isso parece que não vai “dar bom” com os burgueses !!!</p><p>Você tem razão, Bixo, até a nobreza mais aburguesada passou a entrar em atrito com o rei.</p><p>Esse grupo social havia se especializado, por razões comerciais, em criação de ovelhas para a</p><p>extração de lã, matéria-prima das manufaturas têxteis. Dependiam, portanto, das trocas</p><p>comerciais via transporte marítimo e das transações da burguesia comercial.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>11</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Nesse contexto, no início do século XVII, essa nobreza aburguesada encontrou um</p><p>aliado: a burguesia mercantil e aquela burguesia que via na produção têxtil um ótimo</p><p>setor para investir pesado.</p><p>Boa parte desses burgueses eram puritanos e, politicamente, estavam organizados</p><p>na Câmara dos Comuns (uma das Câmara do Parlamento, a outra era a Câmara dos</p><p>Lordes).</p><p>Dessa forma, além do conflito político e econômico, um outro de caráter religioso também</p><p>indicava uma convulsão à frente. Se liga!!!</p><p>Em vista das iniciativas arbitrárias de Jaime I, o Parlamento inglês, sobretudo a Câmara dos</p><p>Comuns, começou a adotar medias contrárias ao rei e aos interesses da Câmara do Lordes. Jaime</p><p>I, então, como represália, passou a perseguir os puritanos, o que significava, também, perseguir a</p><p>burguesia. Já sacou como a dinastia dos Stuarts estava fazendo inimigos?</p><p>Assim, em 1620, parte dos puritanos fugiu para a América e fundou um novo tipo de</p><p>colônia, mais autônoma em relação à Metrópole Inglaterra. Era a continuação da formação das 13</p><p>colônias – ou, o que você conhece por Estados Unidos da América!</p><p>Na época da chegada dos ingleses puritanos à América, já havia a colônia de Virginia. Como</p><p>nesta colônia imperava uma lógica semelhante a um “pacto colonial”, isto é, a influência direta da</p><p>Coroa inglesa nas terras conquistadas, os puritanos se instalaram em uma região onde pudessem</p><p>ser mais “livres” do rei. Dessa forma, os puritanos fundaram no nordeste dos Estados Unidos</p><p>(ainda não eram os Estados Unidos, hein?) a colônia de Plymounth.</p><p>Com a morte de Jaime I, o filho dele, Carlos I, tornou-se rei em 1625.</p><p>Agora, repare: Carlos I aprofundou a relação conflitiva com o Parlamento. Ele, de fato, quis</p><p>copiar o modelo francês de monarquia (Corte de Luís XIII, na França) e suprimiu o poder</p><p>parlamentar. Isso porque, na França, o Parlamento foi fechado pela monarquia.</p><p>Com essa inspiração, Carlos I passou a desferir uma série de medidas à revelia do</p><p>Parlamento, tais como:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>12</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>✓ criação de impostos sobre a burguesia mercantil;</p><p>✓ gastos com guerras inúteis;</p><p>✓ prisões sem processos e julgamentos, inclusive contra nobres;</p><p>✓ penas de morte contra seus inimigos políticos.</p><p>Essa postura foi de encontro ao que, em 1215, fora estabelecido na Magna Carta, isto é,</p><p>nenhum imposto seria criado sem o aval do parlamento e nenhuma pessoa (pelo menos da</p><p>nobreza) seria presa, sem a aprovação do Parlamento. Hum, hum!!! Aí, querido e querida, só podia</p><p>dar........ impeachment, você pensou impeachment!!! Mas não, ainda não existia esse tipo de</p><p>mecanismo de controle de um poder sobre o outro. Até porque, reis não sofrem impeachment. A</p><p>história demonstra que reis perderam, literalmente, a cabeça (pelo menos nos séculos XVII e XVIII).</p><p>É o que veremos!! Acompanha aí...</p><p>Um</p><p>trabalho humano, apesar da grande quantidade de riquezas naturais.</p><p>04) Para o filósofo, o trabalho confere valor às coisas, e não aos bens em si, conforme são</p><p>encontrados na natureza.</p><p>08) Esse fragmento é um bom exemplo de um dos fundamentos da concepção liberal de</p><p>organização da sociedade por meio do trabalho humano.</p><p>16) Para o filósofo, a propriedade da terra não depende do trabalho, das transformações que</p><p>os homens fazem nela, mas daquele que possui a posse sem nem mesmo cultivá-la.</p><p>(IFRS 2019)</p><p>A adoção dos ideais iluministas não ocorreu de forma homogênea na Europa do século XVIII.</p><p>Considerando esse contexto, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>a) Inspirados nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, o Estados nacionais europeus</p><p>não ofereceram resistência às reivindicações de emancipação e independência em seus</p><p>domínios coloniais.</p><p>b) As origens do pensamento igualitário podem ser identificadas na Inglaterra revolucionária</p><p>do século XVII (Revolução Gloriosa, 1688) que impôs limites ao poder absoluto do rei ao</p><p>fortalecer o parlamentarismo.</p><p>c) O “Século das Luzes” (século XVIII) teve na França o seu grande palco e tinha entre seus</p><p>valores fundamentais a razão e a liberdade de pensamento. Neste sentido, representou uma</p><p>profunda crítica às bases do Estado absolutista e a exaltação do ideário burguês.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>98</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) A incorporação parcial dos ideais iluministas por soberanos e governantes europeus ficou</p><p>conhecida como despotismo esclarecido. Um destes déspotas foi o Secretário de Estado do</p><p>rei D. José I (1750-1777), Sebastião José de Carvalho e Mello (o marquês de Pombal). Pombal</p><p>foi responsável pela implementação de uma série de reformas que visavam resolver os</p><p>problemas econômicos para a administração do Reino de Portugal e seus domínios,</p><p>enquanto internamente combateu com vigor “os ideais franceses” no que diz respeito ao</p><p>campo político.</p><p>e) A obra coletiva L’Enciclipédie (França, 1751-1772), dirigida pelos filósofos Denis Diderot</p><p>e Jean D’Alembert, foi um elemento de divulgação dos ideais iluministas que tiveram sua</p><p>concretização no sucesso da Revolução Francesa (1789).</p><p>(IFRS 2018)</p><p>Entre as principais contribuições para a teoria liberal clássica, encontra-se</p><p>a) a defesa do interesse social acima do individual na obra O Capital, de Karl Marx.</p><p>b) o modelo de governo desenvolvido por Nicolau Maquiavel.</p><p>c) o conceito de Estado Absoluto presente no pensamento de Thomas Hobbes.</p><p>d) a defesa da propriedade privada e da cidadania conforme visto em John Locke na obra</p><p>Segundo Tratado sobre o Governo.</p><p>e) a noção de organização social desenvolvida por Aristóteles em seu livro A Política.</p><p>6. GABARITO</p><p>1. A</p><p>2. E</p><p>3. A</p><p>4. E</p><p>5. C</p><p>6. B</p><p>7. A</p><p>8. D</p><p>9. A</p><p>10. D</p><p>11. D</p><p>12. D</p><p>13. B</p><p>14. A</p><p>15. A</p><p>16. C</p><p>17. A</p><p>18. E</p><p>19. B</p><p>20. A</p><p>21. D</p><p>22. B</p><p>23. D</p><p>24. B</p><p>25. C</p><p>26. D</p><p>27. D</p><p>28. B</p><p>29. D</p><p>30. C</p><p>31. E</p><p>32. E</p><p>33. 13</p><p>34. 25</p><p>35. A</p><p>36. D</p><p>37. E</p><p>38. C</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>99</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>39. A</p><p>40. c</p><p>41. c</p><p>42. b</p><p>43. c</p><p>44. 53</p><p>45. 43</p><p>46. 53</p><p>47. B</p><p>48. C</p><p>49. D</p><p>50. B</p><p>51. D</p><p>52. D</p><p>53. B</p><p>54. D</p><p>55. A</p><p>56. A</p><p>57. A</p><p>58. B</p><p>59. C</p><p>60. D</p><p>61. A</p><p>62. A</p><p>63. V-f-v-v</p><p>64. F-f-f-f</p><p>65. C</p><p>66. A</p><p>67. B</p><p>68. D</p><p>69. B</p><p>70. B</p><p>71. A</p><p>72. A</p><p>73. E</p><p>74. B</p><p>75. A</p><p>76. E</p><p>77. C</p><p>78. D</p><p>79. C</p><p>80. C</p><p>81. E</p><p>82. C</p><p>83. C</p><p>84. A</p><p>85. A</p><p>86. 01</p><p>87. 04</p><p>88. 29</p><p>89. 09</p><p>90. 27</p><p>91. 16</p><p>92. A</p><p>93. D</p><p>7. QUESTÕES COMENTADAS</p><p>(ENEM 2021)</p><p>TEXTO I</p><p>Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento representado pela luta do Parlamento contra</p><p>Carlos I em prol da liberdade política e religiosa do povo inglês; significou o primeiro confronto</p><p>entre a liberdade e a tirania real, primeiro combate em favor do Iluminismo e do Liberalismo.</p><p>ARRUDA, J. J. A. Perspectivas da Revolução Inglesa. Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>100</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi causada pela ruptura da velha</p><p>sociedade, e não pelos desejos da velha burguesia. Na década de 1640, camponeses se</p><p>revoltaram contra os cercamentos, tecelões contra a miséria resultante da depressão e os crentes</p><p>contra o Anticristo a fim de instalar o reino de Cristo na Terra.</p><p>HILL, C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado).</p><p>A concepção da Revolução Inglesa apresentada no Texto II diferencia-se da do Texto I ao</p><p>destacar a existência de</p><p>a) pluralidade das demandas sociais.</p><p>b) homogeneidade das lutas religiosas.</p><p>c) unicidade das abordagens históricas.</p><p>d) superficialidade dos interesses políticos.</p><p>e) superioridade dos aspectos econômicos.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, repare que os dois textos apresentados abordam o mesmo assunto: a</p><p>Revolução Inglesa, ocorrida entre 1642 e 1648. Inclusive, ambos os textos foram publicados na</p><p>mesma revista, no mesmo ano, na mesma edição. Claramente, a intenções dos editores era</p><p>mostrar duas interpretações distintas sobre o mesmo acontecimento histórico. Por sua vez, a</p><p>questão avalia se o candidato é capaz de fazer uma comparação entre ambas. A Revolução Inglesa</p><p>foi desencadeada pelo descontentamento generalizado entre várias classes da sociedade britânica</p><p>em relação aos reinados da Dinastia Stuart, principalmente de Carlos I que se deu entre 1625 e</p><p>1648. Os reis Stuart se destacaram por tentar centralizar mais poder em suas mãos, por meio de</p><p>medidas absolutistas. Eles também eram católicos, enquanto boa parte da nobreza e da burguesia</p><p>britânicas eram puritanos (calvinistas) ou anglicanos e o restante do povo se dividia entre uma</p><p>variedade de vertentes dissidentes do protestantismo. Nesse sentido, os Stuart usaram da</p><p>perseguição religiosa para prejudicar seus adversários políticos e condenar os insurgentes das</p><p>classes populares. Por outro lado, um fenômeno que já ocorria desde dinastias anteriores, os</p><p>cercamentos, seguiam se intensificando e gerando uma massa de camponeses despossuídos e</p><p>desempregados que ficaram vulneráveis à miséria. Carlos I foi quem levou esse comportamento</p><p>ao extremo e teve como reação uma violenta guerra civil. Os revolucionários foram liderados pelo</p><p>Parlamento e pelo Exército de Novo Tipo. O primeiro reunia os nobres e burgueses descontentes</p><p>com a monarquia, comandados por Oliver Cromwell. O segundo era composto pela diversidade</p><p>social da Inglaterra do século XVII. Havia batalhões e divisões para cada segmento da sociedade</p><p>e das vertentes do protestantismo inglês, que eram comandados por um de seus pares. Agora</p><p>que revisamos os elementos do enunciado e algumas informações contextuais, vejamos de que</p><p>forma o Texto II se diferencia do Texto I:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>101</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) Correta! Observe que o Texto I enfatiza que a revolução foi uma luta do Parlamento, que</p><p>era composto pelas camadas mais abastadas da sociedade britânica da época. Ele destaca</p><p>movimentos como o liberalismo e o iluminismo, protagonizados pelas elites intelectuais da</p><p>Inglaterra. Por seu turno, o Texto II bota em cheque o caráter burguês da Revolução Inglesa,</p><p>chamando nossa atenção para a ruptura mais ampla que estava ocorrendo na sociedade britânica</p><p>do século XVII. Ele destaca a variedade de motivações que levaram o povo a aderir ao movimento</p><p>revolucionário.</p><p>b) Incorreta. Pelo contrário, o Texto II dá ênfase à diversidade das lutas religiosas na</p><p>Inglaterra do século XVII.</p><p>c) Incorreta. Novamente, pelo contrário, o texto apresenta justamente uma nova</p><p>abordagem histórica.</p><p>d) Incorreta. Ao demonstrar a pluralidade das demandas</p><p>sociais, o Texto II revela a maior</p><p>profundidade dos interesses políticos que levaram à revolução.</p><p>e) Incorreta. O Texto II não hierarquiza os aspectos que motivaram a revolução. Antes,</p><p>pretende demonstrar sua pluralidade.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM PPL – 2019)</p><p>Uma privatização do espaço maior do que aquela proporcionada pelo quarto evidencia-se</p><p>cada vez mais nos séculos XVII e XVIII. Como as ruelles [espaço entre a cama e a parede], as</p><p>alcovas são espaços além do leito, longe da porta que dá acesso à sala (ou à antecâmara,</p><p>nas casas da elite). Thomas Jefferson, tecnólogo do estilo século XVIII, mandou construir uma</p><p>parede em torno de sua cama a fim de fechar completamente o pequeno cômodo além do</p><p>leito — cômodo no qual só ele podia entrar, descendo da cama do lado da ruelle.</p><p>RANUM, O. Os refúgios da intimidade. In: CHARTIER, R. (Org.). História da vida privada: da</p><p>Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).</p><p>A partir do século XVII, a história da casa, que foi se modificando para atender aos novos</p><p>hábitos dos indivíduos, provocou o(a)</p><p>a) ampliação dos recintos.</p><p>b) iluminação dos corredores.</p><p>c) desvalorização da cozinha.</p><p>d) embelezamento dos jardins.</p><p>e) especialização dos aposentos.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão interessante, mistura interpretação de texto com uma pequena noção</p><p>espacial. A lógica é bem simples: se antes existia uma espécie de arquitetura aberta, em que</p><p>o cômodo em questão tinha acesso a sala e outros aposentos, agora ele foi fechado para ser</p><p>especificamente o leito, o lugar de dormir. Assim, notamos uma clara especialização dos</p><p>cômodos da casa. Vejamos as alternativas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>102</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) Incorreta. Não houve ampliação do espaço, apenas uma mudança de estrutura.</p><p>b) Incorreta. A reforma feita não passou a iluminar melhor os corredores.</p><p>c) Incorreta. A cozinha não é nem citada no texto.</p><p>d) Incorreta. Também não se fala dos jardins.</p><p>e) Correta, conforme discutimos.</p><p>Gabarito: E</p><p>(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2017)</p><p>O garfo muito grande, com dois dentes, que era usado para servir as carnes aos convidados,</p><p>é antigo, mas não o garfo individual. Este data mais ou menos do século XVI e difundiu-se a</p><p>partir de Veneza e da Itália em geral, mas com lentidão. O uso só se generalizaria por volta</p><p>de 1750.</p><p>BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII; as estruturas</p><p>do cotidiano. São Paulo: Martins Fontes, 1977 (adaptado).</p><p>No processo de transição para a modernidade, o uso do objeto descrito relaciona-se à</p><p>f) construção de hábitos sociais.</p><p>g) introdução de medidas sanitárias.</p><p>h) ampliação das refeições familiares.</p><p>i) valorização da cultura renascentista.</p><p>j) incorporação do comportamento laico.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o hábito alimentar, a uso de objetos para comer. Assim, o gabarito é</p><p>alternativa A.</p><p>b) até podemos considerar que o uso de talheres é mais higiênico do que comer com a mão.</p><p>Porém, repare que a expressão “convidados” remete a um evento social, portanto, mais</p><p>relacionada a hábitos sociais. Sem contar que a difusão a partir de Veneza, demonstra o “status”</p><p>do uso de talheres, em regiões mais ricas em que novos hábitos ganharam significado social.</p><p>Por fim, para matar qualquer dúvida, aquela informação no detalhe que você não pode deixar</p><p>passar na hora da prova, o título do livro, a referência bibliográfica. Consta “... estruturas do</p><p>cotidiano”, ou seja, algo muito mais próximo à construção de hábito sociais.</p><p>c) falso, pois não dá para concluir um tipo de mudança quantitativa por meio do trecho do</p><p>enunciado, mas sim uma mudança qualitativa.</p><p>d) incorreto, porque é uma afirmação muito genérica que pode significar muita coisa. É claro</p><p>que os hábitos em transformação estavam relacionados à formação da modernidade e, ainda</p><p>mais em Veneza, ao renascentismo. Mas, acostume-se, a prova do Enem adora deixar o</p><p>candidato com dúvidas entre o genérico (que pode estar certo) e o específico, que certamente</p><p>está certo (letra a)).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>103</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) incorreto, porque não há nexo religioso no hábito do uso do garfo. Os membros do clero</p><p>também usavam.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM – 2003)</p><p>Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689- 1755), a respeito da escravidão:</p><p>A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este</p><p>porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte</p><p>de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais:</p><p>torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel.</p><p>Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu</p><p>diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da</p><p>África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos</p><p>que escravos cultivassem a planta que o produz.</p><p>(Montesquieu, O espírito das leis.)</p><p>Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu,</p><p>a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.</p><p>b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.</p><p>c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico.</p><p>d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos.</p><p>e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas.</p><p>Comentários:</p><p>Mais uma questão de interpretação de texto. Veja, no primeiro trecho, Montesquieu condena</p><p>a escravidão sob o ponto-de-vista moral; no segundo, porém, admite que aquela prática se</p><p>fez necessária na América tendo em vista razões econômicas. Com isso, já sabemos que o</p><p>gabarito é letra e). Vamos olhar agora porque as demais alternativas estão incorretas:</p><p>a) A moral religiosa não deu conta de conter o preconceito racial.</p><p>b) Para o autor, a política econômica justificou a escravidão. Mas a prática continua sendo</p><p>errada do ponto de vista moral.</p><p>c) A escravidão era indefensável de um ponto de vista moral e justificável pelo econômico.</p><p>d) O primeiro texto denuncia a problemática desse contato.</p><p>e) Correta, conforme exposto anteriormente.</p><p>Gabarito: E</p><p>(ENEM – 2007)</p><p>Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados</p><p>Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto</p><p>Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos</p><p>homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca</p><p>da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>104</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o</p><p>Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789,</p><p>na França.</p><p>Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo:</p><p>UNESP, 2003 (com adaptações).</p><p>Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa,</p><p>assinale a opção correta.</p><p>a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico,</p><p>mas se baseavam em princípios e ideais opostos.</p><p>b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência</p><p>norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.</p><p>c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo</p><p>reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.</p><p>d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento</p><p>da independência norte-americana.</p><p>e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências</p><p>das colônias ibéricas situadas na América.</p><p>Comentários:</p><p>A questão nos pede para estabelecer uma relação entre a independência dos EUA e a</p><p>Revolução Francesa. Os dois movimentos se integram ao mesmo contexto e se baseiam nos</p><p>princípios iluministas, que condenavam o absolutismo e o mercantilismo. Outra coisa que</p><p>esses eventos têm em comum é o fato de terem influenciado outros movimentos. Os Estados</p><p>Unidos foram as primeiras áreas coloniais a romper com o pacto colonial e serviram de</p><p>exemplo para as demais colônias latino-americanas. A Revolução Francesa, por sua vez,</p><p>influenciou, entre muitos outros movimentos, a Revolução do Haiti. Com isso, vamos para as</p><p>alternativas:</p><p>a) Incorreta. As duas se baseavam no Iluminismo.</p><p>b) Incorreta. A Revolução Francesa tinha como objetivo o rompimento com o Absolutismo</p><p>de todas as formas.</p><p>c) Correta. Conforme discutimos, as duas revoluções foram inspiradas no Iluminismo, que</p><p>defendia direitos essenciais aos indivíduos.</p><p>d) Incorreta. A Revolução Francesa não foi pioneira, ela ocorreu 13 anos depois da</p><p>independência dos EUA.</p><p>e) Incorreta. Na realidade, a independência dos EUA influenciou mais as colônias ibéricas.</p><p>Como comentamos, a Revolução Francesa inspirou a Revolução do Haiti, que era uma colônia</p><p>da França e, portanto, não-ibérica.</p><p>Gabarito: C</p><p>(FGV 2019)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>105</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>“O país que não tem minas próprias deve, sem dúvida, obter seu ouro e prata dos países</p><p>estrangeiros, tal como o país que não tem vinhas precisa obter o seu vinho. Não parece</p><p>necessário, porém, que a atenção do governo se deva voltar mais para um problema do que</p><p>para outro. O país que tiver meios para comprar vinhos terá sempre o vinho que desejar; e</p><p>o país que tiver meios de comprar ouro e prata terá sempre abundância desses metais. Eles</p><p>são comprados por determinado preço, como todas as outras mercadorias. [...] O monopólio</p><p>do comércio da colônia, portanto, com todos os outros expedientes mesquinhos e malignos</p><p>do sistema mercantilista, deprime a indústria de todos os outros países, mas principalmente</p><p>a das colônias, sem que aumente em nada – pelo contrário, diminui – a indústria do país em</p><p>cujo benefício é adotado”.</p><p>(Adam Smith, A riqueza das nações)</p><p>Adam Smith</p><p>a) entende que o sistema mercantilista enriquece a Metrópole e a colônia na medida em que</p><p>controla tanto a produção como a venda no mercado internacional, transferindo toda a</p><p>riqueza colonial para a economia metropolitana, incentivando a produção colonial e o</p><p>afastamento da concorrência.</p><p>b) critica o metalismo e o monopólio comercial da Metrópole em relação à colônia, duas</p><p>práticas mercantilistas adotadas pelo Estado absolutista, mostrando que o ouro e a prata são</p><p>simples mercadorias e que as restrições ao mercado da colônia prejudicam tanto esta como</p><p>a Metrópole.</p><p>c) discorda das práticas mercantilistas e considera que o vinho e o ouro são mercadorias e,</p><p>como tais, produzidas e vendidas no mercado, mas que cabe ao Estado liberal promover</p><p>práticas de controle econômico para garantir os lucros da nação por meio da criação de</p><p>empresas estatais.</p><p>d) afirma que o empobrecimento da Metrópole e da colônia é fruto das práticas</p><p>mercantilistas porque elas ampliam o mercado e dificultam o controle por parte do Estado</p><p>absolutista, que utiliza o metalismo e o monopólio colonial como fontes efetivas de lucro no</p><p>concorrido jogo de exportação e de importação.</p><p>e) trata as duas práticas mercantilistas como essenciais para a sobrevivência econômica do</p><p>Estado liberal pois, ao ampliar o mercado, garantem a diversificação da produção, evitam a</p><p>concorrência entre os Estados e permitem à Metrópole impor condições no comércio</p><p>internacional.</p><p>Comentários</p><p>Adam Smith foi responsável por aprofundar as críticas ao mercantilismo. Esse autor estava inserido</p><p>no contexto iluminista mais amplo no qual os pensadores e estudiosos criticavam tenazmente o</p><p>Antigo Regime em diferentes aspectos. Na Aula 08, vimos que os primeiros passos do liberalismo</p><p>foram em termos de crítica política, denunciando a ausência de liberdades individuais em regimes</p><p>absolutistas, propondo novos modelos de sociedade e de governo. Ao longo do XVIII, contudo, a</p><p>crítica vai se encarregando também das questões econômicas. Se você se lembra bem, vai</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>106</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>recordar que os percursores do liberalismo econômico foram os fisiocratas, os quais defendiam</p><p>que a terra era a principal fonte de riqueza e que a economia, assim como a natureza, era regida</p><p>por leis naturais, portanto, passíveis de serem compreendidas e manipuladas pelo homem. A partir</p><p>desses dois pressupostos, o mais famoso dos fisiocratas, Quesnay (1694-1774), argumentava que</p><p>o Estado não deveria intervir na economia de modo a garantir o livre curso da natureza. Contudo,</p><p>isso não significa que a política e o Estado eram desprezados em sua teoria. Havia funções próprias</p><p>para o aparelho estatal, as quais: proteger a sociedade contra invasões estrangeiras; contra a</p><p>injustiça e a opressão interna; fazer obras de interesse comum; garantir liberdades e interesses</p><p>particulares.</p><p>De certa forma, Smith é um herdeiro desse pensamento, pois aprofundou esses</p><p>argumentos, de modo que a economia não era entendida simplesmente como regida por leis</p><p>naturais. Mais que isso, era uma ciência: a economia política. Além disso, ele descordava dos</p><p>fisiocratas quanto ao elemento produtor da riqueza. Não se tratava da terra, mas sim do trabalho.</p><p>Como um estudioso do contexto iluminista, ele criticava abertamente o mercantilismo,</p><p>demonstrando que o intervencionismo do Estado na economia era uma forma de entrave à ordem</p><p>econômica. Lembre-se que o mercantilismo justamente se baseava em monopólios comerciais e</p><p>na riqueza proveniente da terra, seja usada na produção agrícola, na criação de animais ou na</p><p>extração de metais.</p><p>O “pai do liberalismo” defendia que a ordem econômica é parte de uma lei natural: a da</p><p>oferta e da demanda, portanto, o mercado se autorregularia. Smith acreditava que uma ordem</p><p>econômica harmônica poderia garantir a justiça social e a possibilidade de os homens buscarem</p><p>sua felicidade. Para isso, era necessário assegurar três condições: a livre concorrência, a divisão</p><p>do trabalho e o livre comércio. Segundo esse autor, a economia tinha primazia sobre os demais</p><p>setores da vida em sociedade. Em outras palavras, as transformações econômicas poderiam gerar</p><p>mais impacto no desenvolvimento econômico e social que as questões políticas. Isso não quer</p><p>dizer que ele desconsiderava completamente a política, mas procurava um núcleo essencial</p><p>estruturante que dele decorressem as demais relações humanas. Agora que relembramos algumas</p><p>coisas básicas sobre o liberalismo econômico, seus precursores e seu principal fundador, releia o</p><p>texto da questão. Faz mais sentido agora, né? Vamos às alternativas, então:</p><p>a) Incorreta. Como o texto e nosso comentário explicam, Adam Smith defendia justamente</p><p>o contrário. O mercantilismo prejudicava a sociedade, tanto colonial como</p><p>metropolitana, pois impedia a livre concorrência e o livre comércio.</p><p>b) Correta! Está de acordo com texto e comentário.</p><p>c) Incorreta. Smith defendia que não cabe ao Estado liberal promover práticas de controle</p><p>econômico para garantir os lucros da nação por meio da criação de empresas estatais.</p><p>Era necessário que a economia seguisse seu curso de forma independente, sem</p><p>intervenções estatais.</p><p>d) Incorreta. Na verdade, o mercantilismo facilitava o controle do Estado sobre o mercado,</p><p>o que Smith desaprovava.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>107</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) Incorreta. Smith não defendia que práticas mercantilistas eram essenciais ao Estado</p><p>liberal. Pelo contrário, para ele o mercantilismo e suas práticas prejudicavam qualquer</p><p>sociedade e economia liberais.</p><p>Gabarito: B</p><p>7. (FGV 2018)</p><p>“Foi pela espada que nossos ancestrais introduziram, na criação, o poder de cercar a terra e</p><p>fazê-la sua propriedade; foram eles que primeiro mataram os seus próximos, os homens, para</p><p>assim roubarem ou pilharem a terra que a esses pertencia e deixá-la a vós, seus</p><p>descendentes. (...)</p><p>Eu vos exorto, soldados da República Inglesa! O inimigo não poderia vencer-vos no campo</p><p>de batalha, porém pode derrotar-vos no campo da política se não estabelecem a liberdade</p><p>para todos.</p><p>Onde existe um povo.... unido graças à propriedade coletiva dos meios de subsistência até</p><p>formar uma só pessoa será o seu país o mais poderoso do mundo... a defesa da propriedade</p><p>e do interesse individual divide o povo de um país e do mundo todo”.</p><p>(Gerrard Winstanley. Em Cristopher Hill. O mundo de ponta-cabeça, 1987)</p><p>A partir do documento, é correto afirmar que</p><p>a) Gerrard Winstanley defendia a propriedade coletiva da terra, eixo da proposta dos diggers</p><p>(escavadores), no contexto da Revolução Puritana na Inglaterra, contra a classe proprietária</p><p>que, vitoriosa militarmente com o exército republicano, massacrou a ameaça radical dos não</p><p>proprietários.</p><p>b) no fim da guerra civil, Gerrard Winstanley, líder do exército republicano inglês, o New</p><p>Model Army, exortou os soldados a lutarem pela vitória de Cromwell, defensor da</p><p>propriedade privada e do poder dos proprietários, reassentados na Câmara do Comuns.</p><p>c) o líder do partido independente na guerra civil inglesa, Gerrard Winstanley, defendia a</p><p>propriedade coletiva em nome da liberdade, o que garantiria a reunião de todos os ingleses</p><p>para a vitória de Cromwell contra Carlos I, decapitado em 1649, o que significou o fim do</p><p>absolutismo na Inglaterra.</p><p>d) o exército republicano, New Model Army, chefiado por Cromwell e unido ao líder dos</p><p>levellers (niveladores), Gerrard Winstanley, na Revolução Puritana, garantiu a derrota de</p><p>Carlos I, o que possibilitou a morte do Antigo Regime na Inglaterra e a implantação da</p><p>propriedade coletiva.</p><p>e) com a morte do rei Carlos I, assumiu a chefia da Câmara dos Comuns o deputado Gerrard</p><p>Winstanley que, com o seu poder, começaram as mudanças radicais, como a propriedade</p><p>coletiva da terra, anulando os cercamentos que enriqueceram os proprietários e</p><p>empobreceram os camponeses.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>108</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Gerrard Winstanley, autor do discurso destacado no enunciado, foi um dos participantes</p><p>da Revolução Puritana que ocorreu entre 1642 e 1648, na Inglaterra. A principal motivação dessa</p><p>revolução foram as tentativas dos reis da Dinastia Stuart de centralizar o poder e implantar</p><p>medidas absolutistas aos moldes franceses. Contudo, a nobreza e, mais recentemente, a burguesia</p><p>inglesas tinham muita influência política por meio do Parlamento. Essa situação acabou se</p><p>desdobrando em guerra civil. Por outro lado, havia também motivações religiosas e sociais que</p><p>atraíam outros setores da sociedade para se unir à burguesia e a parte da nobreza descontente</p><p>com o absolutismo dos Stuart. Estou falando dos camponeses, dos artesãos, dos trabalhadores</p><p>das manufaturas, dos pequenos comerciantes e arrendatários, os quais muitas vezes não eram</p><p>nem puritanos, nem anglicanos, nem católicos, mas sim quakers, batistas, presbiterianos,</p><p>pentecostais, anabatistas, metodistas, uma infinidade de outras vertentes dissidentes do</p><p>protestantismo cristão. De certa forma, sobretudo sob o reinado de Carlos I, o monarca conseguiu</p><p>o grande feito de angariar a antipatia de todos esses setores da sociedade. Com a burguesia e</p><p>nobreza aburguesada, já mencionamos a razão. Com os demais, a perseguição religiosa também</p><p>alimentava esse descontentamento. Contudo, outras razões que na verdade antecedem a dinastia</p><p>Stuart contribuíram para que o povo mais humilde se unisse à Revolução contra os Stuart, que</p><p>acabaram “pagando esse pato”.</p><p>Lá no início do século XVI, quando Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e</p><p>fundou o Anglicanismo, ele se apropriou das terras pertencentes ao clero católico e as usou como</p><p>moeda de influência para angariar o apoio político e econômico da burguesia e da nobreza. Em</p><p>troca de apoio, ele retribuía com terras e títulos. Contudo, parte dessas terras eram terras</p><p>comunais, ou seja, nas quais qualquer pessoa podia plantar, colher, extrair madeira ou criar</p><p>animais. Muitas pessoas viviam nessas terras, sobretudo camponeses. Quando os burgueses e</p><p>nobres para os quais as terras foram cedidas pelo rei, as mesmas foram cercadas e os camponeses</p><p>expulsos. No entanto, esse movimento das classes proprietárias que chamamos de cercamentos,</p><p>não parou quando as terras da Igreja acabaram. Muitos deles continuaram atacando as demais</p><p>terras comunais que ainda existiam pelo reino. Aos poucos a quantidade de camponeses</p><p>desapropriados e desempregados aumentava, os quais rumavam paras as cidades em busca de</p><p>trabalho nas oficinas e manufaturas, mas nem sempre conseguiam e se tornavam miseráveis</p><p>moradores de rua. Esse se tornou um problema crônico na Inglaterra que perdurou entre os</p><p>séculos XVI, XVII, XVIII e XIX e é um dos principais fatores que fizeram dos ingleses pioneiros na</p><p>Revolução Industrial.</p><p>Mas voltando à Revolução Puritana, em meados do XVII, agora está mais nítido que</p><p>os revolucionários eram acima de tudo diversos e naquele momento o que os unia em um objetivo</p><p>comum era seu descontentamento com a monarquia pretensamente absolutista dos Stuart que</p><p>atingiu patamares insuportáveis com Carlos I. Winstanley, autor do discurso que lemos na questão</p><p>era de uma família de pequenos comerciantes que teve seus negócios destruídos com o as</p><p>sucessivas guerras civis decorrentes da insatisfação geral com a monarquia e logo se uniu a causa.</p><p>Contudo, ele se alinhou aos setores mais radicais, os levellers, os quais pregavam que os direitos</p><p>da aristocracia fossem completamente abolidos e houvesse igualdade jurídica entre todos os</p><p>cidadãos. Winstanley era ainda mais radical, entre os levellers, liderou um grupo minoritário que</p><p>se autodenominava True Levellers (verdadeiros niveladores). Estes defendiam que para que</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>109</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>realmente houvesse igualdade era necessário abolir a propriedade privada. Por conta dessa</p><p>preocupação com a questão agrária eles eram chamados pelos demais e seus opositores de</p><p>diggers (escavadores). Grande parte deles era justamente composta pelos mais afetados pelos</p><p>cercamentos e pelas guerras, ou seja, pessoas sem terras nem propriedades.</p><p>Quando a revolução foi vitoriosa, com a decapitação de Carlos I, em 1649, e a República</p><p>Puritana foi instalada o Parlamento se tornou o chefe do Estado. Lembrando que essa instituição</p><p>era composta em maioria por nobres e burgueses. A partir de então, com seu único objetivo</p><p>comum alcançado, os demais interesses que esses diversos grupos buscavam começaram a se</p><p>sobrepor e gerar atritos. Em pouco tempo, Oliver Cromwell, liderança da Câmara dos Comuns,</p><p>assumiu a liderança do Parlamento e deu início a um governo ditatorial, inclusive fechando as duas</p><p>casas legislativas. Ele perseguiu seus opositores, sobretudo os levellers e os diggers. Alguns deles</p><p>conseguiram fugir e migrar para a América do Norte onde fundaram novas colônias. Agora que</p><p>contextualizamos o texto, vejamos as alternativas:</p><p>a) Correta! Está de acordo com o comentário.</p><p>b) Incorreta. Na verdade, com o fim da guerra civil, a rivalidade entre o grupo de Winstanley</p><p>e Cromwell se realçaram, resultando na sua perseguição.</p><p>c) Incorreta. De fato os diggers apoiaram</p><p>Cromwell e o Parlamento durante a Revolução</p><p>Puritana. Contudo, isso não significou o fim do absolutismo inglês, pois mais tarde, durante</p><p>a República Puritana o próprio Cromwell instauraria uma ditadura aos moldes do</p><p>absolutismo. E após sua morte e a restauração da monarquia pelo parlamento, os reis Stuart</p><p>tentaram novamente implantar medidas absolutistas até que Jaime II foi destituído em</p><p>1688-1689 e substituído por seu genro, Guilherme de Orange. Só então, o absolutismo</p><p>inglês foi definitivamente derrotado, pois fizeram o novo reina assinar a Bill of Rights, que</p><p>lhe impedia de fazer qualquer coisa sem o consentimento do Parlamento, inclusive</p><p>perdendo o controle do Exército e do Judiciário.</p><p>d) Incorreta. Winstanley não era líder dos levellers, mas sim dos diggers ou True levellers,</p><p>como eles se autodenominavam. Os levellers eram o grupo mais amplo no qual Winstanley</p><p>e seus seguidores estavam inseridos, e eram liderados por John Liburne.</p><p>e) Incorreta. Winstanley nunca assumiu a liderança da Câmara dos Comuns. Quem o fez logo</p><p>após a decapitação de Carlos I foi Oliver Cromwell que instaurou uma ditadura e passou a</p><p>perseguir os diggers. Portanto, a propriedade coletiva da terra e a anulação dos</p><p>cercamentos não foram realizadas.</p><p>Gabarito: A</p><p>8. (PUC/RS 2007)</p><p>Considere as afirmativas sobre o Iluminismo, uma revolução intelectual que se efetivou na</p><p>Europa, no século XVIII.</p><p>I. As idéias iluministas surgiram como resposta a problemas concretos enfrentados pela</p><p>burguesia, como, por exemplo, a intervenção do Estado na economia, que impunha limites</p><p>à expansão dos negócios empreendidos por essa camada social.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>110</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>II. As bases do pensamento iluminista – o racionalismo, o liberalismo e o desenvolvimento</p><p>do pensamento científico – foram estabelecidas a partir das idéias de pensadores do século</p><p>XVII, como René Descartes, John Locke e Isaac Newton.</p><p>III. Os iluministas, em suas obras, criticavam os resquícios feudais, como a servidão, assim</p><p>como o regime absolutista e o mercantilismo, que limitavam o direito à propriedade.</p><p>IV. A filosofia iluminista incentivava a influência da Igreja Católica sobre a sociedade,</p><p>principalmente no âmbito da educação e da cultura, o que resultou no aumento do poder</p><p>político da Igreja, pela emergência da teoria do direito divino.</p><p>Estão corretas apenas</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e IV.</p><p>c) III e IV.</p><p>d) I, II e III.</p><p>e) II, III e IV.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o Movimento Iluminista na Europa. Conforme estudado na aula, o Antigo</p><p>Regime acumulou uma série de contradições entre o fim do século XVII e o começo do XVIII. Nesse</p><p>contexto, a burguesia passou a ter uma postura crítica do ponto de vista social, filosófico, econômico</p><p>e político frente ao Estado Absolutista e o Antigo Regime. Tudo isso culminou em um nesse movimento</p><p>intelectual chamado Iluminismo, que teve início na Inglaterra no fim do século XVII e se expandiu pela</p><p>Europa e América até o século XIX. No seguinte esquema visto em aula, temos suas principais</p><p>características:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>111</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Tendo isso em mente, vamos analisar as proposições:</p><p>I. Correta. Como vimos no esquema, os iluministas se posicionavam contra a intervenção do</p><p>Estado na economia.</p><p>II. Correta. Locke é considerado o pai do Liberalismo, Descartes foi responsável por</p><p>desenvolver o Racionalismo e Newton foi um grande cientista inglês que revolucionou a</p><p>ciência e o pensamento científico.</p><p>III. Correta. Conforme estudado em aula e apresentado no esquema anterior, os pensadores</p><p>iluministas criticavam a intervenção do estado na economia, típica do mercantilismo, e</p><p>também a intervenção na vida das pessoas. Além disso, a crítica girava em torno das</p><p>estruturas do Absolutismo.</p><p>IV. Incorreta. O Iluminismo critica a tradição da Igreja.</p><p>Gabarito: D</p><p>9. (PUC/RJ 2006)</p><p>Em 1688-1689, a sociedade inglesa vivenciou o episódio então denominado de Revolução</p><p>Gloriosa. Entre suas características, destaca-se a promulgação do Bill of Rights, uma espécie</p><p>de declaração de direitos que passava a regulamentar os poderes do monarca e do</p><p>Parlamento. Sobre a importância e os significados do Bill of Rights, assinale a única afirmativa</p><p>CORRETA.</p><p>a) Houve o fortalecimento das atribuições do Parlamento frente ao poder decisório do</p><p>monarca, instaurando um conjunto de leis que regulavam, inclusive, a atuação do soberano.</p><p>b) Houve a deposição de Guilherme III, sob a acusação de ter elevado impostos sem o</p><p>consentimento prévio do Parlamento, como era previsto pelo Bill of Rights.</p><p>c) Instituiu-se a tolerância religiosa, estabelecendo severas punições para qualquer tipo de</p><p>discriminação ou perseguição, em especial com relação aos que professassem a religião</p><p>católica.</p><p>d) Houve a ascensão política da burguesia comercial, destituindo progressivamente dos</p><p>cargos ministeriais os representantes dos landlords e demais grupos aristocráticos.</p><p>e) Instituiu-se o direito de propriedade e, de forma complementar, promulgaram-se leis</p><p>que garantiram a defesa do trabalho livre e dos pequenos proprietários frente a ameaças tais</p><p>como a servidão por dívidas.</p><p>Comentários</p><p>A questão aborda a Declaração de Direitos, mais conhecida como Bill of Rights no contexto</p><p>da Revolução Gloriosa. No seguinte esquema visto em aula temos os termos dessa</p><p>declaração:</p><p>Liberdade religiosa;</p><p>Novas impostos, somente com aprovação do Parlamento;</p><p>Liberdade de imprensa;</p><p>Exército controlado pelo Parlamento;</p><p>Poder judiciário autônomo;</p><p>Voto censitário no Parlamento;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>112</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>O rei passou a ter poder de veto sobre a Câmara dos Comuns.</p><p>Com isso, a única alternativa coerente é letra a).</p><p>Gabarito: A</p><p>10. (PUC RJ/1994)</p><p>"Movimento intelectual portador de uma visão unitária do mundo e do homem, o Iluminismo,</p><p>apesar das diversidades de leituras que lhe são contemporâneas, conservou uma grande</p><p>certeza quanto à racionalidade do mundo e do homem."</p><p>(Francisco Falcon - Iluminismo)</p><p>O movimento Iluminista, no século XVIII, representou a:</p><p>a) Crítica ao mecanismo, fundamentada nos dogmas do pensamento religioso católico.</p><p>b) Justificativa da dominação do homem pelo homem, representada nas práticas</p><p>escravistas.</p><p>c) Defesa da teocracia pontifícia, frente aos abusos cometidos pela monarquia absoluta.</p><p>d) Afirmação das ideias do progresso e natureza, o que permitiu o avanço do conhecimento</p><p>racional.</p><p>e) Subordinação ideológica do poder político civil às práticas e doutrinas da Igreja contra-</p><p>reformista.</p><p>Comentários</p><p>O Iluminismo foi um movimento intelectual que nasceu a partir das contradições</p><p>apresentadas pelo regime absolutista na Europa. Os intelectuais desse período criticam</p><p>diversos aspectos da sociedade do Antigo Regime. As bases do pensamento iluminista são</p><p>o racionalismo, o liberalismo e o desenvolvimento do pensamento científico. Com isso,</p><p>vamos para as alternativas:</p><p>a) Incorreta. A crítica iluminista não é baseada nos dogmas da Igreja Católica.</p><p>b) Incorreta. Os iluministas criticam essa dominação, visto que são favoráveis às liberdades</p><p>individuais.</p><p>c) Incorreta. Em nenhum momento os pensadores iluministas defenderam uma teocracia (até</p><p>porque eles direcionam críticas a dominação religiosa), apesar de criticarem os abusos da</p><p>monarquia absoluta.</p><p>d) Correta. O Iluminismo foi fundamental para o desenvolvimento do conhecimento</p><p>científico.</p><p>e) Incorreta. O Movimento iluminista se posicionava contra a dominação católica, portanto,</p><p>a alternativa não é coerente.</p><p>Gabarito: D</p><p>11. (PUC-RJ 2021)</p><p>“Na Revolução Americana, o que eles tinham pensado ser uma restauração, a possibilidade</p><p>de recuperação das suas antigas liberdades,</p><p>transformou-se numa revolução, e os seus</p><p>pensamentos e teorias acerca da constituição britânica, os direitos dos ingleses e as formas</p><p>de governo colonial terminaram com uma declaração de independência”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>113</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>ARENDT, Hanna. “O significado da Revolução”. In: Sobre a Revolução, Lisboa: Moraes</p><p>Editores, 1971, p. 22.</p><p>A partir da leitura do trecho acima sobre a independência dos Estados Unidos, em 1776,</p><p>pode-se afirmar que</p><p>a) as colônias inglesas tinham garantido pela constituição britânica o direito de se rebelar.</p><p>b) o os ingleses reforçaram o monopólio comercial existente desde o início da colonização</p><p>com as colônias do Norte.</p><p>c) a independência resultou do confronto entre as Colônias do Norte e as Colônias do Sul,</p><p>pela manutenção da organização social escravista.</p><p>d) processo de ruptura se iniciou com uma reação dos colonos contra a mudança da política</p><p>colonial inglesa após a Guerra dos Sete anos.</p><p>Comentários</p><p>Após resolver suas crises internas no século XVII, a Inglaterra começou a intensificar o</p><p>controle sobre a suas colônias na América por meio da criação de impostos e do fortalecimento</p><p>do controle metropolitano sobre o comércio. Os objetivos era arrecadar dinheiro para sanar as</p><p>dívidas contraídas ao longo da Guerra dos 7 anos contra a França e garantir um território produtor</p><p>de matérias-primas bem como um mercado consumidor, essenciais à nascente indústria britânica.</p><p>Desde o século XVII, diferentes colônias foram fundadas pelos ingleses na América do Norte de</p><p>modo que na parte sul do território concentraram-se colônias do modelo de plantation e</p><p>mercantilistas e na parte norte prosperaram colônias mais autônomas, habitadas por pequenos e</p><p>médios produtores e que atuava sobretudo no comércio marítimo. Nestas últimas, ainda por sua</p><p>relativa autonomia em relação à metrópole, também prosperavam pequenas manufaturas e a</p><p>formação de um mercado interno, com a chegada cada vez maior de imigrantes vindos do reino.</p><p>Por conta disso, a autora do texto fala que os colonos acreditavam que estaria restaurando sua</p><p>antiga liberdade. As medidas metropolitanas que procuravam impor um Pacto Colonial mais rígido</p><p>despertaram a insatisfação tanto dos colonos do norte quanto dos do sul, pois aumentava os</p><p>custos sobre a circulação de mercadorias essenciais para a economia norte-americana. Após</p><p>algumas tentativas de negociação entre as lideranças dos colonos americanos e a Coroa</p><p>fracassarem, os segundos declararam guerra à metrópole inglesa em 1775 e proclamaram sua</p><p>independência em 1776, por meio da Declaração de Independência dos Estados Unidos da</p><p>América. É importante mencionar que esse documento teve características das ideias iluministas</p><p>e liberais que estavam ainda mais efervescentes no século XVIII, não só na Inglaterra e suas</p><p>colônias, mas em todo o mundo europeu e americano. Essas ideias eram contrárias ao</p><p>absolutismo, ao mercantilismo, defendo a legitimidade de um governo apenas por meio da</p><p>aprovação do povo, além dos direitos à igualdade, liberdade e propriedade. Mais tarde, uma vez</p><p>vencida a guerra de independência, ao formularem a Constituição dos Estados Unidos, em 1787,</p><p>outros elementos iluministas ganharam espaço como a divisão dos poderes, a instauração do</p><p>modelo federativo e da divisão dos três poderes. Com isso em mente, vejamos:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>114</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) Incorreta. Não havia tal garantia na Constituição britânica, contudo sua inspiração liberal</p><p>fez com que muitos colonos, sobretudo os do sul, acreditassem ser possível negociar mais</p><p>direitos políticos para eles.</p><p>b) Incorreta. Como dito no comentário, no início as colônias do norte tinham mais autonomia</p><p>que as do sul.</p><p>c) Incorreta. Na verdade, isso aconteceu muitos anos depois da independência, na Guerra de</p><p>Secessão, nos anos 1860.</p><p>d) Correta! Está de acordo com comentário.</p><p>Gabarito: D</p><p>12. (PUC-RJ 2021)</p><p>É característica do Liberalismo</p><p>a) a garantia do igualitarismo social.</p><p>b) o intervencionismo estatal.</p><p>c) a extinção da propriedade privada.</p><p>d) a defesa do individualismo.</p><p>Comentários</p><p>A teoria liberal surgiu em meio a efervescência iluminista do século XVII e XVIII. Como dois lados</p><p>da mesma moeda, podemos distinguir o liberalismo político e o liberalismo econômico. O primeiro</p><p>tem como precursor o filósofo inglês John Locke, crítico do absolutismo. Ele era um defensor da</p><p>liberdade religiosa, do princípio de tolerância, da organização política pelo consentimento, da</p><p>propriedade privada e do princípio da vontade da maioria. O segundo tem como principal</p><p>pensador o também inglês Adam Smith. Ele desenvolveu a economia política enquanto ciência,</p><p>defendendo que a economia era regida por leis naturais passíveis de serem observadas. Smith</p><p>argumentava que o Estado não deveria interferir nos assuntos econômicos, de modo que a livre</p><p>concorrência pudesse prevalecer. Nesse aspecto, ele se colocava um crítico ferrenho do</p><p>mercantilismo. Ele também defendia o poder transformados do indivíduo e a propriedade privada.</p><p>Com isso, vejamos:</p><p>a) Incorreta. O liberalismo não defendia o igualitarismo social, mas sim a igualdade jurídica.</p><p>Em outras palavras, não se tratava de defender que a riqueza e as oportunidades de</p><p>enriquecimento fossem igualmente distribuídas, mas que todos fossem considerados iguais</p><p>perante a lei e tivessem seus direitos naturais respeitados e protegidos pelo Estado.</p><p>b) Incorreta. Na teoria liberal, o Estado não deve intervir na economia, pois isso atrapalharia</p><p>o curso natural das coisas, uma vez que o mercado também é regido por leis naturais.</p><p>c) Incorreta. Ambas as vertentes do liberalismo defendiam a propriedade privada como um</p><p>dos direitos naturais do homem, ao lado da vida, da igualdade e da liberdade.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>115</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) Correta! Para os liberais, o indivíduo é o elemento mais importante na sociedade. É através</p><p>dele que as transformações para o progresso podem ocorrer.</p><p>Gabarito: D</p><p>13. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Nos séculos XVII e XVIII, o fortalecimento de um poderoso mercado internacional, o avanço</p><p>da produção em massa e a consolidação do lucro como uma atividade desejável e eticamente</p><p>aceitável foram fatores que estimularam a intelectualidade burguesa a avançar para a</p><p>elaboração de um pensamento próprio. (...) A nação deveria se orientar por uma política que</p><p>favorecesse a prosperidade e a acumulação de riqueza e que tivesse no indivíduo sua mola-</p><p>mestra. Um indivíduo liberto das amarras do passado – da religião da fé, da culpa e do</p><p>pecado, das oficinas de ofício, dos soberanos e sacerdotes -, mas pelo de desejos e</p><p>expectativas de realização pessoal e de liberdade para agir, movimentar-se, gerir negócios</p><p>e lucrar.</p><p>COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.</p><p>O contexto descrito no trecho acima produziu um clima muito otimista e a explosão de um</p><p>conjunto de ideias conhecido como</p><p>a)Movimento Renascentista</p><p>b)Movimento Iluminista</p><p>c)Movimento Cartista</p><p>d)Movimento Modernista</p><p>e)Movimento Cientificista</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma questão que trabalha o pensamento do século XVII e XVIII que deu início ao</p><p>projeto de transformação de mundo. Pela data e pela descrição do contexto, sabemos que o texto</p><p>está tratando do início do mundo capitalista moderno impulsionado pelas transformações</p><p>econômicas fabris e pelas revoluções políticas que contestaram o regime das monarquias</p><p>absolutistas.</p><p>O comando é simples. Para responder certo, basta identificar o contexto e localizar entre</p><p>as alternativas aquela que dá o nome correto ao movimento de ideias que marcou aquela</p><p>experiência histórica.</p><p>Vamos analisar cada alternativa:</p><p>a)Errado. O Movimento renascentista é do Início da Idade Moderna, questionava a Idade Média e</p><p>fortaleceu as ideias que formaram as monarquias europeias nos séculos XIV, XV e XVI.</p><p>b) Gabarito. O século XVII e XVIII foi palco de revoluções políticas como, na Inglaterra com a</p><p>Revolução Puritana e Gloriosa; a Independência dos Estados Unidos da América; a Revolução</p><p>Francesa. Todas elas expressaram, de certa maneira, um conteúdo radical para época que era</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>116</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>impor limites ao poder dos monarcas e fazer o Estado reconhecer a soberania popular. O</p><p>pensamento liberal foi a síntese desse movimento histórico que é o Iluminismo.</p><p>c) Errado. O movimento cartista estava no contexto descrito, mas não era ela que representava o</p><p>otimismo, já que era parte do Movimento Operário que já expressava críticas em relação às</p><p>condições de trabalho e renda na 1ª. Revolução Industrial.</p><p>d) Errado. O movimento modernista é do século XX.</p><p>e) Errado. É verdade que o cientificismo é parte do contexto expresso no enunciado, mas ele é</p><p>um dos elementos do Projeto da Modernidade, além disso, é importante lembrar que o</p><p>cientificismo realmente se consolidou na segunda metade do século XIX.</p><p>Gabarito: B</p><p>14. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“São verdades incontestáveis para nós: todos os homens nascem iguais; o criador lhes</p><p>conferiu certos direitos inalienáveis, entre os quais os de vida, o de liberdade e o de buscar</p><p>a felicidade; para assegurar esses direitos se constituíram homens-governo cujos poderes</p><p>justos emanam do consentimento dos governados; sempre que qualquer forma de governo</p><p>tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de muda-la ou aboli-la, instituindo um</p><p>novo governo cujos princípios básicos e organização de poderes obedeçam às normas que</p><p>lhes pareçam mais próprias para promover a segurança e a felicidade gerais”.</p><p>Trecho da “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”, Ministério das</p><p>Relações Exteriores, EUA.</p><p>Nas ideias defendidas pelo texto, podemos notar a influência</p><p>a) do liberalismo e do protestantismo.</p><p>b) do abolicionismo e do republicanismo.</p><p>c) do iluminismo e do anarquismo.</p><p>d) do absolutismo e do cristianismo.</p><p>e) do socialismo e da social-democracia.</p><p>Comentários</p><p>A independência das 13 colônias inglesas teve relação direta com os fatores sociais,</p><p>econômicos e políticos, mas também contou com aspectos ideológicos, que foram</p><p>fundamentais nesse processo de independência. Os líderes que conduziram o processo da</p><p>emancipação política colonial tinham uma constante preocupação com o poder exercido</p><p>pelo Absolutismo e pela Igreja. Com isso, as correntes iluministas se fizeram presentes no</p><p>processo de independência das colônias inglesas na América do Norte.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>117</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) Correto! O liberalismo é uma teoria econômica que defende um distanciamento entre o</p><p>Estado e a sociedade civil, além da defesa do livre comércio. Os EUA tiveram a primeira</p><p>experiência de um regime republicano presidencialista e federativo, inspirado no liberalismo.</p><p>Na Inglaterra, os grupos calvinistas foram chamados de puritanos. Eles desejavam</p><p>estabelecer uma nova ordem social e realizar o plano divino, ao qual eles acreditavam ser os</p><p>predestinados. Com a colonização inglesa do território norte-americano, vieram os primeiros</p><p>grupos protestantes a se fixarem nos Estados Unidos. Vale lembrar que no campo político, a</p><p>principal contribuição do calvinismo/ protestantismo está na defesa do direito de resistência</p><p>política diante dos governantes. A participação popular deve ocorrer quando governantes</p><p>excedem suas funções, o que torna sua autoridade ilegítima, ideias que influenciaram</p><p>diretamente no processo de independência dos EUA.</p><p>b) Incorreto. Apesar do republicanismo ser o sistema de valores políticos que configura o</p><p>pensamento cívico dos Estados Unidos desde a Revolução Americana (1776) e ter servido de</p><p>base para a declaração de independência (1776) e da constituição (1787) do país, a</p><p>alternativa também se refere ao abolicionismo, que foi uma das causas da Guerra civil</p><p>americana (1861-1865), ocorrida pelo conflito de interesses entre o norte industrial</p><p>abolicionista e o sul agrário escravagista, ocorrida quase 100 anos após a Declaração de</p><p>Independência.</p><p>c) Incorreto. O processo de independência dos EUA foi amplamente influenciado pelos ideais</p><p>iluministas, entretanto, o anarquismo, teoria social e movimento político, presente na história</p><p>ocidental do séc. XIX e da primeira metade do séc. XX, que se opõe a todo tipo de hierarquia</p><p>e dominação, seja ela política, econômica, social ou cultural, não foi uma influência para a</p><p>Declaração de Independência do EUA.</p><p>d) Incorreto. O Absolutismo foi um sistema político que, em geral, defendia o poder absoluto</p><p>do monarca sobre o Estado e vigorou na Europa do séc. XVI até meados do séc. XIX. Essa</p><p>forma de governo estava diretamente ligada com o processo de formação dos Estados</p><p>Nacionais e necessitava da legitimação da Igreja Católica, que tinha o poder de investir reis</p><p>e imperadores desde a Idade Média.</p><p>e) Incorreto. Nenhuma dessas teorias foram influências para a Independência dos EUA. O</p><p>socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu entre o fim do séc. XVIII e a</p><p>primeira metade do séc. XIX, como uma forma de repensar o sistema capitalista, no contexto</p><p>da Primeira Revolução Industrial. Por sua vez, a social-democracia é uma ideologia política</p><p>originalmente de centro-esquerda, surgida no fim do séc. XIX que acreditavam que a</p><p>transição para uma sociedade socialista deveria ocorrer sem uma revolução, através de uma</p><p>gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-lo mais igualitário.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Todo homem desde que não viole a justiça, deve ser livre para que seus produtos possam</p><p>competir com quaisquer outros. Nesse sistema de liberdade econômica, o Estado só tem 3</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>118</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>obrigações: proteger a sociedade contra a violência ou invasão de outros países; proteger a</p><p>sociedade da injustiça e da opressão internas; manter e construir obras que sejam de</p><p>interesse geral, mas que não interessem aos particulares.</p><p>SMITH, Adam. A riqueza das nações.</p><p>O trecho acima representa o pensamento liberal clássico, do século XVIII, cujo argumento</p><p>a) Por defender o livre-comércio, contrapõe-se ao mercantilismo.</p><p>b) Centra-se na defesa do individualismo, que tem liberdades restringidas pelo excesso de</p><p>violência gerada pela concorrência.</p><p>c) Compreende que o papel do Estado deve ser garantir a segurança, a propriedade privada</p><p>e os direitos sociais.</p><p>d) Permitiu o desenvolvimento da fisiocracia caracterizada pela frase “Laissez-faire, lassez-</p><p>passer” (deixai fazer, deixai passar).</p><p>e) Justificou as mais terríveis disputas em nome do progresso social.</p><p>Comentários</p><p>O texto é um clássico de Adam Smith, teórico iluminista que desenvolveu teses sobre o</p><p>liberalismo econômico, como a livre concorrência, e também, sobre o papel do Estado que</p><p>deveria atuar garantindo a segurança e a estabilidade. Como parte do iluminismo e</p><p>liberalismo, suas ideias eram contrárias ao Antigo Regime, ao absolutismo, ao</p><p>intervencionismo do Estado na economia.</p><p>O comando da questão nos pede para vincular o argumento central de suas ideias com o</p><p>que está expresso em cada alternativa. Assim, vamos analisar uma a uma para chegar a</p><p>reposta correta:</p><p>a) Gabarito, conforme nosso comentário acima. Não esqueçam: Durante o Antigo Regime, a</p><p>economia era mercantilista e sofria forte intervenção</p><p>do Estado na Economia.</p><p>b) Errado. Aqui a incorreção está em afirmar que a concorrência gera excesso de violência.</p><p>Não se pode afirmar isso porque não há dados.</p><p>c)Errado, pois o liberalismo, sobretudo nesse contexto, não defendia que o Estado</p><p>protegesse os direitos sociais.</p><p>d)Errado. A fisiocracia significa “poder que vem da natureza”, assim, pregavam um</p><p>capitalismo agrário porque afirmavam que a riqueza vinha da terra. Seu principal teórico foi</p><p>François Quesnay, precursor de Adam Smith.</p><p>e)Errado. O progresso defendido era econômico e por meio do livre mercado.</p><p>Gabarito: A</p><p>16. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Para o pensador e economista Adam Smith (1723-1790):</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>119</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) a terra é o principal fator de produção da riqueza.</p><p>b) o Estado é essencial para regular a ordem do mercado.</p><p>c) o trabalho é o elemento produtor da riqueza.</p><p>d) o mercado é resultado de um contrato social entre os homens de negócio.</p><p>e) o mercantilismo seria o modelo ideal de livre concorrência.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é o pensamento do inglês Adam Smith, que viveu entre 1723 e 1790, ou seja,</p><p>durante o século XVIII. Neste momento, a Europa vivenciava uma efervecência intelectual e</p><p>cultural: o movimento iluminista. Os pensadores iluministas eram críticos de vários aspectos do</p><p>Antigo Regime, como a sociedade estamental, a economia mercantilista, do absolutismo e da</p><p>interferência da Igreja no Estado e na educação. O liberalismo político e econômico são expoentes</p><p>desse movimento. Do ponto de vista econômico, Smith foi responsável por aprofundar as críticas</p><p>ao mercantilismo. Sabendo disso, vejamos as alternativas:</p><p>a) Incorreta. Na verdade, esse era um pressuposto dos fisiocratas, economistas iluministas que</p><p>precederam Adam Smith. Eles já criticavam a intervenção do Estado na economia, como Smith,</p><p>mas este discordava quanto ao principal fator gerador de riqueza. Para ele, o trabalho e não terra</p><p>era o que gerava a verdadeira riqueza.</p><p>b) Incorreta. O pensador inglês defendia que a ordem econômica é parte de uma lei natural: a da</p><p>oferta e da demanda, portanto, o mercado se autorregularia. Smith acreditava que uma ordem</p><p>econômica harmônica poderia garantir a justiça social e a possibilidade de os homens buscarem</p><p>sua felicidade. Para isso, era necessário assegurar três condições: a livre concorrência, a divisão</p><p>do trabalho e o livre comércio.</p><p>c) Correta! É como eu disse na justificativa da letra “a”. Para Smith, o trabalho era o que gerava a</p><p>riqueza da sociedade.</p><p>d) Incorreta. O mercado é a materialização das trocas econômicas entre os homens.</p><p>e) Incorreta. Mercantilismo é o conjunto de teorias e práticas econômicas caracterizado pelo</p><p>metalismo, pela balança comercial favorável e pelo exclusivo comercial metropolitano e por forte</p><p>intervenção estatal. Portanto, em uma economia mercantilista não havia muita liberdade</p><p>econômica, pois o Estado agia para criar monopólios e protegê-los, evitando que houve</p><p>concorrência.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Assim como os fenômenos físicos – diziam os iluministas -, as relações entre os indivíduos são</p><p>regidas pelas leis da natureza. Nesse sentido, um desses pensadores afirmou: “A liberdade</p><p>natural do homem consiste em estar livre de qualquer ser superior na Terra (...) Se o homem</p><p>no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>120</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu consentimento”. Esta frase</p><p>é de autoria de</p><p>a) John Locke.</p><p>b) Karl Marx.</p><p>c) Denis Diderot.</p><p>d) Marc Bloch.</p><p>e) Voltaire.</p><p>Comentários</p><p>Repare que o tema da questão o pensamento iluminista, que se disseminou pela Europa durante</p><p>os séculos XVII e XVIII. O trecho citado pelo enunciado discursa sobre um dos preceitos do</p><p>liberalismo político. A teoria liberal surgiu em meio a efervescência iluminista. Como dois lados da</p><p>mesma moeda, podemos distinguir o liberalismo político e o liberalismo econômico. O primeiro</p><p>tem como precursor o filósofo inglês John Locke, crítico do absolutismo. Ele era um defensor da</p><p>liberdade religiosa, do princípio de tolerância, da organização política pelo consentimento, da</p><p>propriedade privada e do princípio da vontade da maioria. Assim, podemos ver que o trecho</p><p>corresponde muito com suas ideias e ele é citado por uma das alternativas, que no caso é a correta.</p><p>Então, ficamos assim:</p><p>a) Correta!</p><p>b) Incorreta. Karl Marx viveu entre 1818 e 1883, portanto depois do iluminismo. Além disso, ele</p><p>era um crítico do liberalismo político e econômico. Na verdade, Marx foi um dos elaboradores do</p><p>socialismo científico e idealizador do comunismo.</p><p>c) Denis Diderot (1713-1784) realmente foi um pensador iluminista, mas não se destacou na</p><p>filosofia política do liberalismo, mas sim na literatura e na publicação da Enciclopédia, um grande</p><p>dicionário que pretendeu abarcar todo o conhecimento até então reunido pelo homem europeu</p><p>até aquela época.</p><p>d) Incorreta. Marc Bloch foi um historiador francês que viveu entre 1883 e 1944, ou seja, muito</p><p>tempo depois do iluminismo e das primeiras elaborações sobre o liberalismo político.</p><p>e) Incorreta. Voltaire (1694-1778) também foi um pensador iluminista e expoente do liberalismo.</p><p>Contudo, o trecho não é de sua autoria, mas sim de Locke como já apontei.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>No contexto o pensamento iluminista, a crítica à propriedade privada como fundamento da</p><p>desigualdade social e a necessidade de separação do poder em três partes (Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário) são, respectivamente dos pensadores:</p><p>a) Adam Smith e Voltaiere.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>121</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>b) Karl Marx e Montesquieu.</p><p>c) Jean-Jacques Rousseau e Voltaire.</p><p>d) Karl Marx e Jean-Jacques Rousseau.</p><p>e) Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.</p><p>Comentários</p><p>O Iluminismo também é conhecido como Esclarecimento ou Ilustração e foi um movimento</p><p>intelectual ocorrido entre os séculos XVII e XVIII, mas que teve influência da política, economia</p><p>e sociedade ocidental nos séculos seguintes. O Iluminismo também está intimamente ligado ao</p><p>liberalismo, filosofia política e econômica formulada no mesmo contexto. Os iluministas e</p><p>liberais defendiam três princípios básicos para o progresso da humanidade: a razão, o indivíduo</p><p>e a liberdade. No entanto, havia diferentes propostas de sociedade para a realização efetiva</p><p>desse ideal. Alguns defendiam a propriedade privada, outros a criticavam; uns defendiam</p><p>monarquias constitucionais, enquanto outros queriam repúblicas. As discussões eram férteis.</p><p>Sabendo disso, vejamos à quais pensadores correspondem as ideias destacadas pelo</p><p>enunciado:</p><p>a) Incorreta. Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai do liberalismo econômico e como tal</p><p>defendia o direito de propriedade privada. Para ele, a economia se autorregularia e</p><p>eventualmente a desigualdade encontraria um equilíbrio. Voltaire (1694-1778), por sua vez, não</p><p>se importava tanto se o governo seria uma monarquia, uma república ou qualquer outra coisa.</p><p>Para ele, um governo seria bom desde que se guiasse pela razão e pela ciência, além de</p><p>respeitar e proteger as liberdades individuais.</p><p>b) Incorreta. Karl Marx (1818-1883) realmente defendia a propriedade privada era a origem das</p><p>desigualdades sociais e precisava ser abolida. Contudo, ele é posterior ao iluminismo. Por seu</p><p>turno, está correto que a divisão dos três poderes foi elaborada por Montesquieu (1689-1755),</p><p>um filósofo francês iluminista.</p><p>c) Incorreta. Está correto que Rousseau (1712-1778) criticava a propriedade</p><p>privada. Todavia,</p><p>como vimos, não era Voltaire, mas sim Montesquieu que elaborou o argumento da divisão dos</p><p>três poderes.</p><p>d) Incorreta, pelas razões que já apontei acima.</p><p>e) Correta! Agora sim! Rousseau era o iluminista mais crítico à propriedade privada, enquanto</p><p>Montesquieu formulou a teoria da divisão dos três poderes.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>No século XVIII, nos territórios das 13 Colônias britânicas, pode-se dizer que o aumento dos</p><p>impostos e do controle sobre a produção colonial a partir da Coroa foram decorrência direta</p><p>a) da derrota dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>122</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>b) da vitória dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.</p><p>c) dos gastos em Guerras no mar Mediterrâneo contra espanhóis.</p><p>d) da guerra civil interna na Inglaterra, chamada de Revolução Puritana, que consumiu quase</p><p>a totalidade dos recursos da nobreza.</p><p>e) da expansão para o Oeste, medida expansionista adotada para evitar as constantes</p><p>invasões dos franceses via terras canadenses.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é o processo de independência dos Estados Unidos da América.</p><p>Originalmente, este país era composto por 13 colônias inglesas na costa leste da América do</p><p>Norte. Todavia a Coroa britânica exercia pouco controle e influência sobre boa parte dessas</p><p>colônias, sobretudo as do Norte, fundadas por grupos protestantes que fugiram das perseguições</p><p>religiosas durante o reinado de Jaime I. No entanto, o fim das revoluções inglesas no século XVII,</p><p>a Inglaterra obteve a estabilidade política e econômica necessária para dedicar mais atenção às</p><p>suas posses ultramarinas. Durante o século XVIII as medidas de controle e tributação da produção</p><p>e comércio das colônias aumentaram. Os colonos se rebelaram e decidiram declarar a</p><p>independência em reação à esse comportamento da metrópole, em 1776. A guerra de</p><p>independência durou até 1783, quando os EUA se emanciparam definitivamente. Entretanto,</p><p>alguns acontecimentos nos anos imediatamente anteriores ao início da Revolução Americana</p><p>motivaram a Coroa britânica a aumentar impostos e reforçar o controle sobre a produção colonial</p><p>de forma brutal. É sobre isto que o enunciado nos indaga. Então, vejamos:</p><p>a) Incorreta. Exatamente entre 1756 e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre</p><p>França e Inglaterra pelas áreas coloniais localizadas onde hoje se encontra parte do Canadá. A</p><p>Inglaterra ganhou, porém, saiu extremamente endividada.</p><p>b) Correta! Como disse acima, realmente foram os ingleses que ganharam. No entanto, a Coroa</p><p>saiu profundamente endividada da guerra. Para compensar e equilibrar as finanças, foi decidido</p><p>aumentar os impostos e o controle sobre a produção colonial. Além disso, durante o conflito, os</p><p>ingleses tiveram que fornecer armas e treinamento militar aos colonos para ajudarem nas batalhas.</p><p>Ou seja, com colonos descontentes e armados só podia dar no que deu!</p><p>c) Incorreta. As batalhas marítimas com os espanhóis se davam no Atlântico Norte, pelo controle</p><p>da circulação de mercadorias nessa região. No entanto, os ingleses superaram os espanhóis ainda</p><p>no fim do século XVII, quando passaram a ter a maior e mais forte marinha do mundo.</p><p>d) Incorreta. Na verdade, com o fim das revoluções inglesas do século XVII, a Inglaterra encontrou</p><p>a estabilidade política e econômica para investir na revolução industrial e expandir sua economia.</p><p>De fato, isso abriu possibilidade para que se prestasse mais atenção em suas colônias. Contudo,</p><p>como já dissemos, é apenas em decorrência dos resultados da Guerra dos Sete Anos que a</p><p>situação financeira da Coroa britânica motivou o recrudescimento do pacto colonial entre a</p><p>Inglaterra e as 13 Colônias.</p><p>e) Incorreta. A expansão para o oeste da América do Norte só teve início após a independência</p><p>dos Estados Unidos e foi incentivada pelo próprio governo norte-americano, não pela Inglaterra.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>123</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>São acontecimentos que estiveram no contexto da ocupação inglesa na América do Norte:</p><p>a) os cercamentos nos campos ingleses, que provocaram o deslocamento de uma massa de</p><p>camponeses sem terra e sem trabalho para processos migratórios.</p><p>b) a parceria comercial entre ingleses, franceses e espanhóis, concretizada na função de</p><p>sociedades comerciais, as Companhias, com cotas proporcionais de cada reinado.</p><p>c) o incentivo dos reis católicos para que os protestantes fundassem colônias e catequisassem</p><p>os indígenas.</p><p>d) a corrida pelo ouro, em particular, nas terras do Sul das 13 Colônias.</p><p>e) a autonomia financeira e administrativa concedida pela Coroa inglesa aos ingleses que</p><p>assumissem os riscos de empreender nas novas terras.</p><p>Comentários</p><p>Veja bem, o tema da questão é a colonização inglesa da América do Norte. A Inglaterra deu início</p><p>a seu projeto colonizar mais tardiamente em relação à Espanha e Portugal. Somente em 1584, a</p><p>monarquia britânica iniciou a exploração comercial das terras nas Américas. Ao mesmo tempo que</p><p>a Coroa não reconhecia o Tratado de Tordesilhas, ampliou o comércio marítimo e fundou a</p><p>Colônia da Virginia, na parte sul da América do Norte. Nela foi instalada o sistema de plantations</p><p>de algodão. A rainha concedeu o monopólio e a administração dessa colônia para uma companhia</p><p>de comércio privada. No entanto, essa primeira experiência não deu muito certo, devido a</p><p>resistência indígena na região. Com isso, a Coroa preferiu investir maiores esforços em batalhas</p><p>marítimas contra os espanhóis pelo controle da circulação de mercadorias no Atlântico Norte,</p><p>inclusive fazendo uso de corsários para tanto. Em 1606, o rei Jaime I faz novas concessões às</p><p>Companhias de Comércio de Londres e Plymouth para explorar o tráfego em direção ao novo</p><p>continente e organizar sua colonização. Por outro lado, a partir de 1620, novas levas de colonos</p><p>migraram de forma independente para a região mais ao norte da colônia inglesa na América. Esses</p><p>novos colonos eram protestantes de várias vertentes e fugiam das perseguições religiosas</p><p>promovidas por Jaime I, rei católico. Assim, formaram-se as 13 Colônias. Aquelas que tinham maior</p><p>influência da Coroa, no Sul, eram voltadas para produção agrária voltada para exportação. Aquelas</p><p>que eram mais autônomas em relação ao governo inglês, desenvolveram a produção agrícola</p><p>voltada para o mercado interno, versaram-se no comércio e na manufatura. Agora que você está</p><p>por dentro do contexto da ocupação inglesa da América do Norte, vejamos qual alternativa</p><p>aponta corretamente acontecimentos relacionados a esse processo histórico:</p><p>a) Correta! Os cercamentos eram uma prática muito corriqueira na Inglaterra que se intensificou a</p><p>partir do reinado de Henrique VIII, entre 1509 e 1547. Essa prática consistia em levantar cercas em</p><p>terras originalmente consideradas comunais, isto é, de uso comum. Muitos camponeses não só</p><p>faziam uso como dependiam dessas terras para se sustentar. Nobres e proprietários de terras em</p><p>geral faziam isso para aumentar suas propriedades e consequentemente aumentar sua produção,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>124</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>especialmente de lã para alimentar a manufatura têxtil inglesa. Acontece que a dinastia dos Tudor,</p><p>a qual pertencia Henrique VIII e Elizabeth I, destacou-se por usar terras como moeda de troca em</p><p>suas negociações com a nobreza e burguesia em troca de apoio político. Assim, as terras comunais</p><p>eram alvos fáceis. Com o rompimento com a Igreja Católica, em 1534, as terras administradas pelo</p><p>clero, muitas das quais também comunais, foram cercadas e se tornaram</p><p>propriedades privadas.</p><p>Essa prática continuou cada vez mais frequente ao longo dos séculos XVII e XVIII, com o avanço</p><p>da Revolução Industrial. A massa de camponeses despossuídos que isso gerou só tinha duas</p><p>opções: migrar para as cidades para trabalhar nas indústrias em condições precárias e por salários</p><p>baixíssimos ou tentar a sorte emigrando para a América.</p><p>b) Incorreta. Tal parceria nunca existiu entre essas nações. Na verdade, elas competiam entre si</p><p>pela colonização dos territórios americanos.</p><p>c) Incorreta. Os Stuart, dinastia dos reis católicos na Inglaterra, não incentivaram os protestantes</p><p>a fundar colônias na América. Na verdade, estes últimos o fizeram pois estavam sendo perseguidos</p><p>pelos primeiros por razões religiosas. Assim, como disse antes, eles emigraram para a América do</p><p>Norte, mas preferiram fundar colônias fora do território de maior controle da Coroa britânica.</p><p>d) Incorreta. Não houve uma corrida pelo ouro nas Treze Colônias inglesas, pois não havia grandes</p><p>jazidas do metal na costa leste da América do Norte. A atividade mineradora só se desenvolveu</p><p>após a independência dos Estados Unidos, com a marcha para o Oeste. Contudo, ficou restrita às</p><p>regiões mexicanas que acabaram sendo anexadas ao território estadunidense.</p><p>e) Incorreta. A Coroa inglesa não concedia autonomia financeira e administrativa às suas colônias.</p><p>Na verdade, as colônias mais ao norte, fundadas por exilados protestantes, eram mais autônomas</p><p>justamente porque foram fundadas por exilados e longe da região onde a Coroa exercia maior</p><p>influência. Tanto é que, uma vez que a conjuntura política e econômica se estabilizou na Inglaterra,</p><p>gradativamente o governo inglês foi dedicando maior atenção e controle sobre suas colônias. Isso</p><p>se intensificou após a Guerra dos Sete Anos, que deixou a Coroa britânica endividada criando a</p><p>necessidade de aumentar impostos e o controle sobre a produção colonial.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Relacione as colunas e, em seguida, marque a alternativa correta no que diz respeito ao</p><p>domínio colonial inglês na América do Norte:</p><p>A – Lei do Açúcar</p><p>B – Lei do Selo</p><p>C – Lei do Chá</p><p>D – Lei Intoleráveis</p><p>I – de 1773, concedia o monopólio de venda do produto em questão à Companhia Inglesa</p><p>das Índias Orientais, sendo que o objetivo do governo inglês era combater o contrabando</p><p>do produto.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>125</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>II – de 1764, proibia a importação de rum pelos colonos e cobrava taxas sobre a importação</p><p>do melaço que não tivesse origem nas Antilhas britânicas.</p><p>III – de 1765, cobrava uma taxa sobre diferentes documentos comerciais, jornais, livros, etc.</p><p>IV – de 1774, um conjunto de medidas repressivas que autorizava fechamento de</p><p>estabelecimentos e autorizava o governo colonial a julgar e punir severamente os colonos.</p><p>a) A-III; B-II; C-I; D-IV.</p><p>b) A-IV; B-I; C-III; D-II.</p><p>c) A- IV; B-III; C-II; D-I</p><p>d) A-II; B- III;C-I; D-IV.</p><p>e) A-I; B-II; C-III; D-IV.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, note que o enunciado nos direciona para o tema do domínio colonial</p><p>inglês na América do Norte, mas quando conferimos as afirmações propostas podemos</p><p>reparar que elas dizem respeito à acontecimentos relativos ao processo que criou as</p><p>circunstâncias favoráveis para a independência dos Estados Unidos da América. Preste</p><p>atenção nas datas: todas são posteriores à Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Este conflito</p><p>opôs Inglaterra e França em uma luta pelo domínio de territórios coloniais que hoje</p><p>correspondem ao Canadá. Os ingleses saíram vitoriosos, mas o governo britânico contraiu</p><p>dívidas imensas para financiar a guerra. Além disso, teve que armar e treinar os colonos norte-</p><p>americanos para ajudarem nas batalhas. Em razão do déficit financeiro, a Coroa decidiu</p><p>aumentar impostos e o controle sobre a produção e o comércio coloniais. Em outras palavras,</p><p>reforçou o pacto colonial. Algumas das medidas aplicadas para isso são as leis listadas pelo</p><p>enunciado e que devemos associar a sua correta descrição. Descontentes com o</p><p>autoritarismo da metrópole, os colonos começaram a se rebelar e, em 1776, teve início a</p><p>guerra de independência que só acabaria em 1783, com a vitória norte-americana. Com isso</p><p>em mente, vamos ver qual a associação correta entre as duas colunas:</p><p>A – Lei do Açúcar - II – de 1764, proibia a importação de rum pelos colonos e cobrava taxas</p><p>sobre a importação do melaço que não tivesse origem nas Antilhas britânicas.</p><p>B – Lei do Selo - III – de 1765, cobrava uma taxa sobre diferentes documentos comerciais,</p><p>jornais, livros, etc.</p><p>C – Lei do Chá - I – de 1773, concedia o monopólio de venda do produto em questão à</p><p>Companhia Inglesa das Índias Orientais, sendo que o objetivo do governo inglês era</p><p>combater o contrabando do produto.</p><p>D – Lei Intoleráveis - IV – de 1774, um conjunto de medidas repressivas que autorizava</p><p>fechamento de estabelecimentos e autorizava o governo colonial a julgar e punir</p><p>severamente os colonos.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>126</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (1457-1509), fundador da dinastia</p><p>dos Tudor. Ele assumiu o trono ao final da Guerra das Duas Rosas (1455-1485)” (COTRIM,</p><p>2012, p. 339).</p><p>Sobre a Guerra das Duas Rosas é correto afirmar que:</p><p>a) foi uma disputa entre Igreja Católica e monarquia inglesa em torno da possibilidade de</p><p>separação matrimonial.</p><p>b) duas famílias da nobreza disputaram o poder político, os Lancaster e os York.</p><p>c) o resultado da guerra terminou com um acordo glorioso ao estabelecer uma monarquia</p><p>constitucional.</p><p>d) foi um embate direito entre Inglaterra e Espanha pelo controle das rotas comerciais</p><p>marítimas.</p><p>e) foi uma disputa entre Inglaterra e França em torno da hegemonia das rotas comerciais da</p><p>região de Flandres.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, note que o tema da questão é a Guerra Das duas Rosas, ocorrida entre</p><p>1455 e 1485, no século XV. Com o trecho de autoria do professor Cotrim, o enunciado sugere</p><p>que esse conflito foi parte fundamental do processo de centralização política na Inglaterra. De</p><p>fato, em consequência da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), contra a França, e da Guerra</p><p>das Duas Rosas, logo em seguida, a nobreza britânica ficou enfraquecida. Isso porque não</p><p>havia um exército unificado e cada nobre cedeu parte de suas tropas e investiu seus próprios</p><p>recursos no esforço de guerra. Assim, a família Tudor viu a oportunidade para se destacar e</p><p>concentrar mais poder. Sabendo desse contexto, vejamos o que é correto afirmar sobre o</p><p>conflito que é tema da questão:</p><p>a) Incorreta. Essa disputa se deu no século XVI, mais especificamente durante o reinado de</p><p>Henrique VIII, filho de Henrique VII. O monarca queria se divorciar de sua esposa para casar</p><p>com outra mulher, o que o papado se recusou a oficializar. Além disso, havia outras rixas entre</p><p>Coroa inglesa e Igreja relacionadas a isenções fiscais, privilégios de foro e propriedade de</p><p>terras. O polêmico divórcio do rei foi a “cereja do bolo” e em 1534, a Inglaterra rompeu com</p><p>a Igreja Católica, fundando a Igreja Anglicana. Esta não era em quase nada diferente da igreja</p><p>romana, mas na nova o monarca inglês era a autoridade máxima.</p><p>b) Correta! Esse conflito, que envolveu toda a nobreza inglesa, foi a disputa pelo trono entre</p><p>as famílias York e Lancaster uma vez que, após a Guerra dos Cem Anos, não mais existia uma</p><p>autoridade real vitoriosa capaz de unir a nobreza inglesa. Havia um vazio de poder após a</p><p>derrota para a França. O desfecho dessa Guerra entre as duas famílias ocorreu com a ascensão</p><p>dos Tudor ao poder, por meio da figura de Henrique VII.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia</p><p>dos impostos criados por Carlos I foi um que sobrecarregou financeiramente o comércio</p><p>marítimo, logo, atingiu em cheio a burguesia.</p><p>Diante dessa tensão, em 1628, a Câmara dos Comuns elaborou uma Petição de Direitos</p><p>exigindo que o rei cumprisse seu papel e respeitasse a Magna Carta de 1215. Pronto, foi a brecha</p><p>que Carlos I precisava para fechar o Parlamento. Ele convocou o exército inglês e, então, realizou</p><p>seu sonho de consumo: atuar como um “Luís” (os reis na França eram luíses, lembra-se?). Na</p><p>verdade, não foi sonho, foi um golpe político mesmo.</p><p>Entre 1628 e 1640 o Parlamento inglês ficou fechado. Na Inglaterra, até hoje, nas escolas</p><p>se estuda esse período com a denominação de “O Grande Recesso”, uma alusão ao recesso</p><p>parlamentar.</p><p>Em suma, grave o seguinte,</p><p>Golpe de Carlos I</p><p>Fechamento do</p><p>Parlamento inglês</p><p>entre 1628 e 1640</p><p>Crescente</p><p>tensão com a</p><p>burguesia</p><p>(Câmara dos</p><p>Comuns)</p><p>Inspiração no</p><p>modelo francês</p><p>de monarquia Aplicação da</p><p>"teoria do</p><p>poder divino</p><p>dos reis"</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>13</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Nesse contexto, nem todos os nobres aburguesados, burgueses e protestantes em geral,</p><p>aceitaram as arbitrariedades de Carlos I. Em 1640, a nobreza calvinista da Escócia se levanta contra</p><p>a Coroa absolutista e reivindica a autonomia. Carlos I se viu diante de uma guerra civil em seus</p><p>domínios e, para disputar a guerra, necessitou de recursos financeiros. Porém, o rei não tinha mais</p><p>legitimidade e condições para arrecadar receitas (impostos) da população.</p><p>Nossa que cena!! E o que ele fez, profe?</p><p>Carlo I, então, após 12 anos de “Grande Recesso”, convocou o Parlamento na tentativa de</p><p>obter recursos para a guerra e o apoio da burguesia. Em contrapartida, veio o troco: o Parlamento</p><p>recusou tudo o que Carlos I solicitou. Com isso, o exército inglês sofreu uma derrota na Escócia,</p><p>não conseguiu conter a revolta e complicou a vida de Carlos I.</p><p>Mais uma vez, Carlos I se volta contra o Parlamento e, acusando os representantes ali</p><p>reunidos de traição, determina um novo fechamento da Câmara dos Comuns e da Câmara dos</p><p>Lordes. Porém, na Câmara dos Comuns, os burgueses, a nobreza aburguesada e todo mundo que</p><p>já estava cansado da monarquia absolutista de Carlos I se rebelaram.</p><p>Inicia-se uma guerra civil entre 1642 e 1648, conflito que ficou conhecido, não por acaso,</p><p>como Revolução Puritana, liderada por Oliver Cromwell.</p><p>2.1 – REVOLUÇÃO PURITANA</p><p>Durante a Revolução Puritana, o embate físico assim ficou caracterizado:</p><p>Os Cabeças Redondas - em certo sentido, também um exército do Parlamento-, liderados</p><p>por Oliver Cromwell, venceram essa guerra. Cromwell era um membro de destaque na Câmara</p><p>dos Comuns. Nesta frente parlamentarista, também havia o grupo dos Diggers e o dos Levellers.</p><p>Cavaleiros</p><p>(partidários da</p><p>nobreza feudal e</p><p>apoiadores do Rei)</p><p>Cabeças Redondas</p><p>(exéricito da</p><p>burguesia puritana e</p><p>dos nobres</p><p>aburguesados)</p><p>Diggers: defendiam o</p><p>fim da propriedade</p><p>privada.</p><p>Levellers: exigiam o fim</p><p>dos privilégios feudais e</p><p>direitos iguais</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>14</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>O fim da guerra civil, em 1648, terminou com a decapitação de Carlos I, a instauração de</p><p>uma república e o fim da monarquia na Inglaterra. Fim da monarquia???</p><p>Sim, mas durante um pequeno espaço de tempo, pois, logo adiante, a força da tradição,</p><p>nos termos do professor Arno J. Mayer2, impôs a restauração da monarquia. A república durou de</p><p>1649 a 1658.</p><p>Agora, repare no seguinte: a decapitação de Carlos I é simbólica, pois é o primeiro</p><p>rei executado na onda que começará a se abrir na Europa entre os séculos XVII e</p><p>XVIII. Uma execução feita por um Parlamento (viu só? Impeachment passava longe</p><p>dos debates). Foi um recado no sentido de que o poder teria que ser</p><p>descentralizado e a tese segundo a qual o “poder dos reis seria divino” era</p><p>infundada. Na verdade, ficou comprovado que o poder dos reis emanava do povo.</p><p>Por sinal, esses acontecimentos influenciaram as teorias iluministas, como a do pensador John</p><p>Locke. Locke sustentou a tese do “direito à revolta” contra os governantes. Boa parte dos estudos</p><p>políticos de Locke foi baseado na observação das revoluções inglesas.</p><p>2.1.1 – O breve período republicano na Inglaterra</p><p>O período republicano na Inglaterra teve à frente a liderança de Oliver Cromwell. Um dos</p><p>feitos de Cromwell pró negócios da burguesia foram os Atos de Navegação, em 1651.</p><p>Com essa medida, o transporte comercial no mar do norte (atlântico norte) passou a ser</p><p>monopólio da Inglaterra, de modo que as mercadorias só podiam ser transportadas por navios</p><p>ingleses. Consequentemente, houve o fortalecimento da marinha britânica.</p><p>Interessante que a política</p><p>favorável aos negócios marítimos dos</p><p>ingleses acabou atingindo a Holanda.</p><p>Desse choque, surgiu um novo</p><p>confronto externo da Inglaterra: entre</p><p>1652 a 1654, guerra contra a Holanda.</p><p>Os ingleses saíram vitoriosos.</p><p>No meio desse conflito, em</p><p>1653, o Parlamento foi fechado</p><p>novamente. Quem o fez foi Cromwell, o</p><p>qual alegou medida de segurança por</p><p>estarem em guerra contra Holanda. A</p><p>guerra terminou, mas o Parlamento não</p><p>foi reaberto. Parece ironia, mas o líder da revolução puritana, que lutou contra um rei que fechou</p><p>o parlamento por duas vezes, agora ele mesmo fechava o parlamento. Ai ai esse gosto pelo</p><p>poder.......</p><p>2 MAYER, Arno J. A força da tradição- a persistência do antigo regime. São Paulo: Ed. Companhia das</p><p>Letras, 1987.</p><p>• Atos de</p><p>Navegação</p><p>1651</p><p>•Fortalecimento</p><p>da marinha</p><p>mercante da</p><p>Inglaterra</p><p>Monopólio do</p><p>transporte</p><p>marítimo-comercial</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>15</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Cromwell faleceu em 1658, fato que levou a uma disputa pelo poder na Grã-Bretanha entre</p><p>restauracionistas da monarquia e partidários da Revolução Puritana. Como saída para se evitar um</p><p>novo banho de sangue, o Parlamento reconduz a monarquia ao poder. Em 1660, Carlos II, filho</p><p>de Carlos I (o rei decapitado), membro da dinastia dos Stuart, assume o trono.</p><p>Será que os Stuarts segurariam a onda agora, profe? Ou vão tentar ficar brincando de fechar</p><p>parlamento de novo?</p><p>2.2 – REVOLUÇÃO GLORIOSA</p><p>Ao assumir o trono, o rei Stuart Carlos II passou a adotar posturas de centralização do poder</p><p>e de restituição dos poderes absolutos. Parece que estava no sangue dessa família ficar brigando</p><p>com o Parlamento!! Inclusive com um governo baseado no absolutismo católico, contrário,</p><p>portanto, a doutrinas religiosas divergentes. Afinal, na França prevalecia a máxima da intolerância</p><p>religiosa: “Um Rei, Um Povo, Uma Fé”. Seguindo a tradição Stuart, Carlos II achava que podia</p><p>copiar os franceses.</p><p>Nesse contexto, surgiram vários grupos políticos no parlamento inglês. Algo como</p><p>organizações do tipo partidárias (mas que não se chamavam partidos) ou grupos de interesses. A</p><p>divisão do Parlamento britânico ficou constituída da seguinte forma, observe o esquema:</p><p>Os Whigs</p><p>formado por membros da</p><p>burguesia liberal e por</p><p>puritanos. Contrários ao</p><p>absolutismo católico</p><p>Os Tories</p><p>formando pela nobreza</p><p>conservadora (aristocrática) e</p><p>por uma nobreza anglicana</p><p>(olha, eles têm perucas brancas)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>16</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Após Carlos II (morto em 1685), seu sucessor, Jaime II, tentou restaurar de vez o</p><p>absolutismo na Inglaterra: prendeu opositores e oprimiu os anglicanos. Governou por pouco</p><p>tempo, de 1685 a 1689. Ele acabou enfrentando oposição tanto dos Whigs, quanto dos Tories.</p><p>Observe a Imagem acima: a fim de conter Jaime II, entre 1688 e 1689, Whigs</p><p>Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>127</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) Incorreta. Esse foi o desfecho das revoluções inglesas durante o século XVII, muito posterior</p><p>ao conflito aqui abordado. Com a coroação do rei católico Jaime I e o início da Dinastia Stuart,</p><p>em 1603, o absolutismo se aprofundou na Inglaterra. Isso gerou um grande descontentamento</p><p>na nobreza puritana e de grande parte da sociedade britânica, de maioria protestante. No</p><p>reinado do sucessor Carlos I a tensão ficou ainda pior com a eclosão de uma guerra civil em</p><p>1640. Nove anos depois, o monarca foi derrotado pelo exército do parlamento e executado.</p><p>Instaurou-se uma república, que logo se tornou tão ou mais absolutista quanto os Stuart, com</p><p>a concentração de poder na figura de Oliver Cromwell. Somente após dois anos de sua morte</p><p>que se deu em 1658, é que a nobreza, por meio do Parlamento, restaurou a monarquia</p><p>britânica e a dinastia Stuart, com a condição de que o rei não tentasse aplicar o absolutismo.</p><p>Contudo, durante o reinado de Jaime II, entre 1685 e 1688, novamente a ambição do monarca</p><p>gerou o descontentamento da nobreza que, temendo uma nova guerra civil, apressou-se em</p><p>fazer um acordo glorioso para estabelecer uma monarquia constitucional. Jaime II foi</p><p>destituído e seu genro protestante, Guilherme de Orange, foi coroado em 1689. Ele foi</p><p>obrigado a assinar o Bill of Rights, que limitava os poderes do rei em favor do parlamento. O</p><p>acontecimento ficou conhecido como Revolução Gloriosa, pois não houve derramamento de</p><p>sangue.</p><p>d) Incorreta. Os embates entre ingleses e espanhóis pelo controle das rotas marítimas no</p><p>Atlântico Norte foram começaram somente durante o reinado de Elizabeth I, entre 1553 e</p><p>1603. Ela procurou fortalecer a marinha britânica e foi a idealizadora do uso de corsários. Ao</p><p>invés de investir na colonização extensiva em terras americanas, a rainha preferiu saquear os</p><p>navios espanhóis, ora justificando que eles haviam entrado na jurisdição marítima dos ingleses</p><p>sem permissão, ora contratando piratas (corsários). No século XVII, os esforços para colonizar</p><p>a América do Norte e fortalecer a marinha aumentam. Jaime I fez concessões à Companhias</p><p>de Comércio, alguns grupos protestantes fundaram novas colônias para fugir da perseguição</p><p>religiosa e Cromwell aprovou os Atos de Navegação. Isso aumentou a tensão com a Espanha,</p><p>que acabou saindo enfraquecida. No raiar do século XVIII a Inglaterra seria a nova potência</p><p>marítima mais poderosa do mundo.</p><p>e) Incorreta. Esse foi o conflito conhecido como Guerra dos Cem Anos, entre 1337 e 1453. Na</p><p>verdade, esta guerra teve dois grandes motivos: 1) a questão dinástica, envolvendo a sucessão</p><p>do trono francês, quando o rei Filipe IV morreu sem deixar herdeiros e a família real inglesa</p><p>reivindicou o trono argumentando ter parentesco com o falecido monarca; 2) disputa pelo</p><p>domínio da região de Flandres, fundamental para a exportação de lã inglesa, onde havia</p><p>próspera manufatura têxtil. A vitória coube a França que conseguiu expulsar os ingleses e seus</p><p>aliados da maior parte do continente. A principal consequência da guerra foi a centralização</p><p>do poder na França, a partir do enfraquecimento dos nobres feudais. Os ingleses, derrotados,</p><p>entraram em uma guerra civil, com a disputa entre duas dinastias pelo controle do país, a já</p><p>referida Guerra das Duas Rosas.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>128</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Não satisfeito com o poder “de fato” que os Tudor haviam obtido, os Stuart quiseram</p><p>exercer também um absolutismo “de direito”, isto é, reconhecido juridicamente, como o</p><p>existente na França. Isso ia contra os interesses dos membros do Parlamento inglês, pois era</p><p>essa instituição que, de acordo com a Magna Carta de 1215, detinha o poder “de direito”.</p><p>(COTRIM, 2012, p. 340)</p><p>Diante dessa tensão identificada no texto, é correto afirmar que o desdobramento final do</p><p>conflito, no final do século XVII, resultou</p><p>a) no fim da monarquia parlamentarista e no estabelecimento do absolutismo pleno.</p><p>b) no início da República Inglesa, baseada na liberdade e na propriedade privada.</p><p>c) na Revolução Anglicana, responsável por decapitar os monarcas que desrespeitaram o</p><p>poder parlamentar.</p><p>d) na limitação dos poderes da monarquia pelo respeito jurídico às liberdades individuais e</p><p>pela força do parlamento.</p><p>e) no início da guerra civil, a qual somente se resolveu no final do século seguinte com a força</p><p>da revolução industrial.</p><p>Comentários</p><p>Atenção! O tema da questão é o absolutismo inglês e as revoluções inglesas, no século XVII.</p><p>Com a morte da rainha Elizabeth I sem deixar herdeiros, em 1603, seu primo escocês e</p><p>católico, Jaime Stuart, foi coroado rei. Como o texto do enunciado destacou, ele tentou</p><p>aprofundar a centralização do poder na Inglaterra. Em outras palavras, aplicar o absolutismo</p><p>monárquico. Esse rei também aumentou a perseguição religiosa tanto aos puritanos quanto à</p><p>outras vertentes do protestantismo inglês. No entanto, é durante o reinado de seu filho, Carlos</p><p>I, que a tensão entre a Coroa e o Parlamento (nobreza) chega ao ápice. Entre 1640 e 1649</p><p>eclodiu uma guerra civil violenta que resultou na destituição do rei, sua execução e a instalação</p><p>de uma república puritana governada pelo Parlamento. Todavia, uma das lideranças tinha</p><p>ambições maiores. O nobre protestante Oliver Cromwell fechou o Parlamento e concentrou o</p><p>poder em suas mãos, bem aos moldes absolutistas. Seu governo durou até 1658, quando</p><p>faleceu. Diante da inabilidade política de seu filho, o Parlamento conseguiu destitui-lo e</p><p>restaurar a monarquia e a dinastia Stuart, mas procurando limitar o poder o rei. Durante o</p><p>reinado de Carlos II foi possível manter certo equilíbrio, mas seu irmão e sucessor Jaime II</p><p>tentou novamente aplicar o absolutismo. Entre 1688 e 1689, os parlamentares rapidamente</p><p>fizeram um amplo acordo entre a nobreza para detê-lo sem que uma nova guerra civil</p><p>sangrenta ocorresse novamente. É o resultado desse acordo que interessa ao enunciado da</p><p>questão. Vejamos as alternativas:</p><p>a) Incorreta. O objetivo do Parlamento era instituir uma monarquia constitucional, ou</p><p>parlamentarista, pondo fim a qualquer intento absolutista de futuros monarcas.</p><p>b) Incorreta. Na verdade, a República Inglesa, ou República Puritana, também chamada de</p><p>Commonwealth, foi instaurada no meio de todo esse processo revolucionário. Com a derrota</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>129</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e execução de Carlos I, em 1649, a república foi implantada e seria governada pelo Parlamento</p><p>e seu exército. No entanto, como eu já disse, Oliver Cromwell deu um golpe e fechou o</p><p>legislativo.</p><p>c) Incorreta. A Igreja Anglicana não foi fundada por meio de uma revolução. Foi fruto do</p><p>rompimento da monarquia inglesa com a Igreja Católica, em 1534, ou seja, bem antes do</p><p>período aqui abordado.</p><p>d) Correta! Com o acordo feito entre 1688 e 1689, Jaime II foi destituído e seu genro</p><p>protestante, Guilherme de Orange, foi coroado em 1689. Ele foi obrigado a assinar o Bill of</p><p>Rights, que limitava os poderes do rei em favor do parlamento. O acontecimento ficou</p><p>conhecido como Revolução Gloriosa, pois não houve derramamento de sangue. Assim, a</p><p>monarquia constitucional se consolidava na Inglaterra e o absolutismo inglês era</p><p>definitivamente derrotado.</p><p>e) Incorreta. A guerra civil acabou em 1659, com a derrota de Carlos I. Por sua vez, a Revolução</p><p>Industrial só foi possível com a estabilização política proporcionada pela a Revolução Gloriosa.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Os autores da Constituição americana puseram em prática um sistema de governo que eles</p><p>acreditavam pudesse funcionar. Não que funcionaria; que pudesse.</p><p>Não era um sistema que</p><p>por norma admitisse que as atividades humanas sempre resultariam bem; nem muito menos</p><p>que contasse com alguma poderosa transcendência em curso para dar cabo, de uma vez por</p><p>todas, das misérias e das contendas.</p><p>A experiência constitucional norte-americana. Daniel Patrick Moynihan. Citado por</p><p>Guilherme Bollorini Pereira. Revista da EMERJ, v.5, n.17, 2002 181</p><p>Em 17 de Setembro de 1787, foi Promulgada a Constituição dos Estados Unidos. . Nesse</p><p>documento definiu-se:</p><p>a) um Estado Federado, protestante e sem liberdade religiosa.</p><p>b) um governo Republicano com direito de reunião e de manifestação pacíficas.</p><p>c) um governo Federado com liberdade de imprensa.</p><p>d) a forma de governo Presidencialista sem a divisão de poderes.</p><p>e) um governo Republicano sem possibilidade do direito de oposição ao governo.</p><p>Comentários</p><p>Acompanha comigo o esqueminha:</p><p>Tipo de Estado: Federado</p><p>Sistema de Governo:</p><p>República</p><p>Tripartição dos poderes em:</p><p>Poder executivo: Presidente</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>130</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Forma de Governo:</p><p>Presidencialismo</p><p>Poder legislativo: Senado e Câmara dos</p><p>Deputados</p><p>Poder judiciário: Suprema Corte</p><p>Além de promulgar a constituição ocorreu a eleição do 1º Presidente dos Estados Unidos da</p><p>América: George Washington. Aqui ficou estabelecido que o Presidente da República é o chefe máximo das</p><p>Forças Armadas do país, pois o poder militar está submetido ao poder civil.</p><p>Por fim, resta-nos saber sobre os direitos de cidadania, lembra-se? Os direitos civis e políticos!! A</p><p>liberdade e a igualdade jurídica estavam asseguradas a todos?</p><p>Em 1783, a Constituição ficou mais focada na garantia do sistema político, já os direitos civis foram</p><p>incorporados ao texto constitucional por meio da Primeira Emenda, apenas em 1791. Alguns conhecem essa</p><p>emenda como a Carta de Direitos dos EUA (outra Bill of Rights).</p><p>Deste modo estavam garantidos os direitos de:</p><p>Liberdade de expressão</p><p>Liberdade de imprensa</p><p>Liberdade religiosa</p><p>De reunião e manifestação pacífica</p><p>Representação contra o Governo</p><p>Embora a Declaração da Independência dos EUA, bem como a Constituição afirmem a igualdade</p><p>jurídica, na prática, nem todos foram beneficiados com os direitos assegurados na Constituição. Por</p><p>exemplo, continuou existindo escravidão negra em vários estados e os indígenas sofreram um processo de</p><p>perseguição e genocídio, afinal, nem negros e nem índios tiveram sua existência como seres humanos</p><p>reconhecida.</p><p>Portanto, quem exercia plenamente os direitos de cidadania eram os homens brancos,</p><p>pertencentes à aristocracia rural, proprietários de escravos e de terras, os pequenos proprietários da</p><p>pequena indústria – e do sexo masculino, já que mulheres mesmo ricas e mesmo brancas não tinham</p><p>direitos de liberdade e igualdade jurídicas, uma vez que eram consideradas frágeis e incapazes de</p><p>atividades públicas. As mulheres estadunidenses lutaram muito pelo direito ao sufrágio (movimento</p><p>sufragista), mas só conquistaram o direito ao voto 140 anos após a Independência.</p><p>Assim, apesar de toda a teoria que estudamos, a partir desse momento da história, começaremos a</p><p>ver as contradições entre a teoria e a prática do liberalismo.</p><p>A Independência dos EUA, que influenciou a Revolução Francesa, e a própria Revolução Francesa,</p><p>que estudaremos na próxima aula, são bons exemplos para vermos avanços e limites na implantação do</p><p>Projeto Iluminista.</p><p>Por fim, é importante frisar que uma das consequências da Independência Americana foi o</p><p>estímulo a outras processos de independência na América Espanhola.</p><p>a) falso, pois o Estado passou a assegurar a liberdade religiosa, Estado laico.</p><p>b) é o gabarito.</p><p>c) falso, pois não é governo Federado mas é o Estado que é Federado.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>131</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) errado, pois forma de governo ou é República ou é Monarquia. Já Presidencialismo é sistema de</p><p>governo. Além disso, houve a divisão de poderes proposta por Montesquieu: Executivo, Legislativo e</p><p>Judiciário.</p><p>e) falso, pois foi assegurado do direito de representação contra o governo. Além disso, própria liberdade</p><p>de imprensa já assegura possibilidade de crítica.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Nenhuma discussão sobre o papel das mulheres na resistência à escravidão estaria completa</p><p>sem um tributo a Harriet Tubman por seu extraordinário ato de coragem ao conduzir mais</p><p>de trezentas pessoas pelas chamadas Underground Railroad. Aprendeu com o pai a cortar</p><p>árvores e abrir trilhas e, enquanto trabalhavam lado a lado, ele lhe transmitiu conhecimentos</p><p>que mais tarde se mostraram indispensáveis nas dezenove viagens de ida e volta que ela</p><p>realizaria ao Sul. Ele a ensinou a caminhar silenciosamente pela mata e a localizar plantas,</p><p>ervas e raízes que serviriam de alimento e remédio. Durante a Guerra Civil, Harriet Tubman</p><p>manteve sua oposição incansável à escravidão, e ainda hoje detém o mérito de ter sido a</p><p>única mulher nos Estados Unidos a liderar tropas em uma batalha. Independentemente dos</p><p>parâmetros usados para julgá-la – negro ou branco, masculino ou feminino –, Harriet Tubman</p><p>foi uma pessoa extraordinária.</p><p>Adaptado de Angela Davis. Mulheres, Raça e Classe. SP: Ed. Boitempo, 2016.</p><p>No que se refere à luta pela libertação dos escravizados nos Estados Unidos da América, no</p><p>século XIX, as underground railroad foram.</p><p>f) Passagens subterrâneas construídas para fuga das fazendas nos Estados Sulistas.</p><p>g) Rotas que seguiam as margens das estradas de ferro para garantir a chegada no destino</p><p>correto longe dos Estados sulistas.</p><p>h) Um conjunto de rotas secretas e pontos de parada clandestinos que escravas e escravos</p><p>usavam para conseguir chegar ao Canadá ou ao México com a ajuda de abolicionistas.</p><p>i) Trilhas subterrâneas que passavam pelo meio da mata para evitar que os escravos</p><p>fugitivos fossem localizados.</p><p>j) Trilhas subterrâneas que seguiam o caminho das estradas de ferro para que os escravos</p><p>não se perdessem até chegar aos pontos combinados com os abolicionistas.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>132</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Todo conhecimento sobre a história da abolição e das lutas do</p><p>povo negro nos EUA é importante para você. No texto, a autora</p><p>fala sobre Harriet Tubman. Ela cumpriu a tarefa de conduzir a fuga</p><p>escravizados que buscavam liberdade. O texto um pouco de quem</p><p>foi ela. Hoje é um ícone estadunidense da luta pela liberdade. Não</p><p>apenas de negros, mas também das mulheres já que, depois da</p><p>Guerra Civil – ou Guerra de Secessão – ela participou do</p><p>movimento sufragista que defendia o direito ao voto feminino.</p><p>Foram muitas as batalhas de Rit, como a chamam nos EUA.</p><p>E toda foram, a questão perguntou sobre o que eram as</p><p>Underground Railroad. Retiro do próprio livro de Angela Davis a</p><p>resposta: “Underground Railroad era o nome dado a um conjunto de rotas secretas e pontos de</p><p>parada clandestinos que escravas e escravos usavam para conseguir chegar ao Canadá ou ao</p><p>México, contando com a ajuda de abolicionistas. As rotas não eram nem subterrâneas nem férreas,</p><p>como o nome sugere. Na designação da rede, o termo “underground” era usado no sentido de</p><p>secreto, e o termo “railroad” foi adotado porque os códigos de fuga eram baseados na</p><p>terminologia das ferrovias. Os pontos de parada, por exemplo, eram “estações” (stations); as</p><p>pessoas que indicavam os caminhos ou acompanhavam as fugitivas e os fugitivos de uma estação</p><p>a outra, como Harriet Tubman, eram “condutoras” (conductors).”.</p><p>Assim, vejam que apenas a alternativa C é a correta. Todas as outras alternativas descrevem</p><p>situações que sequer existiram na realidade.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe.</p><p>Alê Lopes)</p><p>O que queremos dizer com a Revolução? A guerra? Isso não foi parte da Revolução; foi</p><p>apenas um efeito e consequência dela. A Revolução estava nas mentes das pessoas e foi</p><p>levada a cabo de 1760 a 1775, no curso de quinze anos, antes que uma gota de sangue fosse</p><p>derramada em Lexington.</p><p>(John Adams para Jefferson, 1815.)</p><p>Em relação às causas da Independência das 13 colônias inglesas, na América, inclui-se:</p><p>a) a adoção de medidas que restringiram a arrecadação de impostos por parte do governo</p><p>inglês.</p><p>b) a inexistência total de formas militares dos colonos.</p><p>c) a tentativa forçada de a Inglaterra industrializar sua colônia, à contragosto dos</p><p>proprietários de terra.</p><p>d) a crescente restrição da autonomia das 13 colônias imposta pela Coroa inglesa.</p><p>e) as leis do açúcar, que beneficiavam os negócios dos colonos.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>133</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) a afirmação é falsa porque ocorreu o contrário, isto é, os impostos foram aumentados pela</p><p>Coroa inglesa. A partir de meados do século XVIII, a Inglaterra iniciou um movimento de</p><p>intensificação da exploração colonial buscando, com isso, aumentar os rendimentos</p><p>extraídos das atividades comerciais realizadas no território das “13 Colônias Britânicas”.</p><p>Foram duas as principais medidas:</p><p>Criar impostos</p><p>Monopolizar o comércio da colônia com a metrópole, na prática implantar o</p><p>“exclusivo metropolitano” (lembra dessa prática usada por portugueses e</p><p>espanhóis na América Latina?)</p><p>b) falso. Sobre a militarização dos colonos, é importante você lembra do seguinte: entre 1756</p><p>e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre França e Inglaterra pelas áreas</p><p>coloniais localizadas onde hoje se encontra parte do Canadá. A Inglaterra ganhou. Esse</p><p>conflito foi ótimo para os colonos das 13 colônias porque receberam treinamento militar e</p><p>abasteceram seus exércitos, mas péssimo para a metrópole já que ela saiu extremamente</p><p>endividada e com uma população de colonos armada. Nesse sentido, não houve um</p><p>processo de desmilitarização dos colonos.</p><p>c) falso. Sobre a questão da industrialização, de fato, havia uma relação de interesse entre</p><p>Inglaterra e sua colônia, mas não para construir indústrias em solo americano. Acompanha</p><p>comigo:</p><p>A Inglaterra passava pelo processo de Revolução Industrial. Assim, era preciso garantir o</p><p>controle de uma área que fornecia matéria-prima para essa recente indústria, bem como</p><p>mercado consumidor para seus produtos, uma vez que a produção era em larga escala.</p><p>Dessa forma, podemos afirmar que a Inglaterra a tentou ampliar seu controle sobre as 13</p><p>colônias e intensificar o sistema de exploração para:</p><p>➢ Para cobrir os gastos públicos da Guerra dos 7 anos contra a França.</p><p>➢ Para garantir fornecimento de matéria-prima e mercado consumidos para o processo</p><p>de Revolução Industrial</p><p>Para fins de prova, vamos destacar 3 leis, entre dezenas delas, que a Inglaterra impôs às Colônias:</p><p>Importante mencionar que, em meio a “avalanche de impostos” que caracteriza essas três</p><p>leis e o aumento da tensão entre Coroa e colonos, em 1770, ocorreu o Massacre de Boston.</p><p>Tratou-se de um incidente ocorrido no dia 5 de março de 1770, em Boston, Massachusetts,</p><p>1764</p><p>• Lei do Açúcar</p><p>1765</p><p>• Lei do Selo</p><p>1773</p><p>• Lei do Chá</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>134</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>quando soldados do Exército Britânico dispararam sobre um grupo de civis, matando cinco</p><p>homens e ferindo outros seis.</p><p>Nesse momento – pós Massacre de Boston e pós Leis Intoleráveis - a figura do rei como um tirano</p><p>foi massificada. Se até então, as colônias não tinham uma unidade – nem política e nem econômica</p><p>– agora, começavam a ver a necessidade de encontrar uma saída unitária. As ideias de “direito à</p><p>rebelião” e independência foram ficando maiores.</p><p>Essas ideias foram debatidas no 1º. Congresso da Filadélfia, em setembro de 1774 (também</p><p>conhecido como Primeiro Congresso Continental). Dessa reunião, elaboraram um documento de</p><p>protesto e um pedido de audiência com o rei.</p><p>A resposta do rei foi: eu nunca os receberei!!! E deu ordens para uma ocupação e ação militar</p><p>contra os colonos.</p><p>Assim começou uma longa guerra pela Independência das 13 Colônias que ocorreu entre</p><p>abril de 1775 e outubro de 1781.</p><p>Diante dessas considerações sobre a alternativa C, podemos concluir que a alternativa D é</p><p>nosso gabarito e a alternativa E está errada, uma vez que a lei do açúcar prejudicou e não</p><p>beneficiou os colonos.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Conforme o historiador Christopher Hill (O Século das Revoluções: 1603-1714,2012), os</p><p>acontecimentos do século XVII são determinantes para, posteriormente, consolidar a</p><p>Inglaterra como potência econômica no início do século XVIII e, em seguida, torná-la o berço</p><p>da Revolução Industrial. Isso porque, durante os processos entre o final do século XVI e todo</p><p>o século XVII, a Inglaterra acumulou uma riqueza imperiosa. Parte disso, explica-se pela</p><p>colonização e, também, pelas Revoluções inglesas. Também podemos associar o</p><p>crescimento inglês aos acordos feitos com Portugal, que asseguraram a riqueza do ouro</p><p>brasileiro aos cofres ingleses. Nesse contexto, em 1603, Elizabeth I morre e não deixa</p><p>herdeiros. É desse momento até 1714, que o historiador inglês Chirstopher Hill argumenta o</p><p>quão decisivo foram os processos desenvolvidos nesse período. Hill equipara esse período</p><p>da História inglesa à importância da Revolução Francesa.</p><p>Considerando a importância dos processos ocorridos em solo inglês no século XVII, é correto</p><p>afirmar que</p><p>a) a burguesia ascendente, apesar de ter liderado a Revolução Puritana, não logrou êxito na</p><p>Revolução Gloriosa.</p><p>b) apesar da tensão entre Monarquia e Parlamento, os dois poderes se mantiveram</p><p>independentes e intactos ao longo da guerra civil.</p><p>c) o processo inglês apresentou contornos meramente político, tanto que foi gerado um</p><p>processo de estagnação econômica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>135</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) diferentemente do que ocorreu na França, a Revolução Inglesa criou condições para o</p><p>fortalecimento do Parlamento, espaço em que os interesses burgueses estavam</p><p>representados.</p><p>e) a nobreza conservadora dos Whigs acabou evitando a decapitação de Carlos I.</p><p>Comentários</p><p>A questão exige um conhecimento mais aprofundado sobre a história inglesa e certo nível de</p><p>comparação com o processo revolucionário contra o Antigo Regime na França. Nesse sentido,</p><p>vamos retomar alguns pontos das Revoluções Burguesas na Inglaterra:</p><p>As Revoluções Burguesas na Inglaterra do século XVII representam, de um modo geral, as disputas</p><p>entre a nobreza e a burguesia aliada à nobreza aburguesada inglesa. Por isso, o longo processo é</p><p>considerado como precursor das ideias liberais do Movimento Iluminista. O liberal John Locke,</p><p>por exemplo, viveu a experiências da revolução, analisou o longo processo e definiu alguns de</p><p>seus pressupostos como o direito à liberdade, o direito à rebelião e à ideia do jusnaturalismo, ou</p><p>seja, da natureza inalienável dos direitos civis e políticos.</p><p>Diferentemente da Revolução Francesa, que também foi uma luta de burgueses contra nobres, na</p><p>Inglaterra o fortalecimento da ideia de que o rei precisa ser controlado e o poder dividido com</p><p>um parlamento ganhou forma aos poucos, em um processo mais longevo. Mas também violento.</p><p>Sendo assim, você precisa lembrar desse longo processo na Inglaterra.</p><p>Vamos retomar uma breve cronologia e os principais tensões. Esse resumo pode ser muito útil</p><p>para a véspera de prova:</p><p>1) A Grande Rebelião (1640-1642) que designa a revolta do Parlamento contra a Monarquia</p><p>Absolutista, após uma prolongada disputa pela soberania</p><p>política. Neste contexto:</p><p># os burgueses se identificavam mais com as religiões protestantes - na Inglaterra e na</p><p>Escócia eram conhecidos como puritanos -, pois a prática do comércio de mercadorias era</p><p>mais condizente com a doutrina protestante.</p><p># tensão entre católicos (poder político) e protestantes (poder econômico).</p><p># A dinastia Stuart, primeiro com Jaime I (1603-1625), depois com Carlos I (1625-1648),</p><p>depois com Carlos II (1660) e, depois com Jaime II, aprofundou o controle sobre o</p><p>Parlamento britânico. Mas não foi algo fruto de diálogos, concessões e acordos. Ao</p><p>contrário, tentaram impor sua opinião e suas ideias utilizando sempre o argumento do</p><p>direito divino da legitimidade sanguínea.</p><p># nobres aburguesados (produtores de lã) e burguesia mercantil se unem contra os Stuart</p><p># burgueses (puritanos) estavam organizados na Câmara dos Comuns: oposição à</p><p>Monarquia</p><p># tensões religiosas, econômicas e políticas:</p><p>➢ o Stuart, Jaime I, como represália, passou a perseguir os puritanos</p><p>➢ Bizu: em 1620, parte dos puritanos fugiu para a América</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>136</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>➢ Carlos I, filho de Jaime I, assume o trono e aprofunda o conflito</p><p>com o Parlamento. Copiando o modelo de Monarquia Francês,</p><p>fechará o Parlamento.</p><p># Carlos I: série de medidas à revelia do Parlamento, tais como:</p><p>✓ criação de impostos sobre a burguesia mercantil;</p><p>✓ gastos com guerras inúteis;</p><p>✓ prisões sem processos e julgamentos, inclusive contra nobres;</p><p>✓ penas de morte contra seus inimigos políticos.</p><p># Monarquia em rota de colisão com a Magna Carta de 1215.</p><p># Entre 1628 e 1640 o Parlamento inglês ficou fechado, fato conhecido como O Grande</p><p>Recesso.</p><p>2) A Guerra Civil (1642-1648), ou Revolução Puritana, que diz respeito aos confrontos vividos na</p><p>Inglaterra, com objetivo de implantação do capitalismo e derrubada de Carlos I que possuía fortes</p><p>tendências feudalistas, frente à sua atitude monarquista absolutista, liderada por Oliver Cromwell.</p><p>Lembre-se do seguinte:</p><p># Em 1640, a nobreza calvinista da Escócia se levanta contra a Coroa absolutista e</p><p>reivindica a autonomia.</p><p># Guerra civil entre 1642 e 1648: Revolução Puritana, liderada por Oliver Cromwell</p><p># 1648: fim da guerra civil; decapitação de Carlos I; instauração da República e o fim da</p><p>Monarquia na Inglaterra.</p><p># A república durou de 1649 a 1658</p><p>3) A República de Oliver Cromwell (1649-1658), aponta para o desdobramento lógico do</p><p>processo, fruto da criação de um exército revolucionário, e do aparecimento da ideologia política</p><p>radical dos Niveladores, que conduziu ao julgamento e execução do rei e à proclamação da</p><p>República. Nesse contexto, guarde o seguinte:</p><p># 1951: Atos de Navegação</p><p># 1652 a 1654, guerra contra a Holanda</p><p># novo fechamento do Parlamento, agora pela República</p><p># liderança de Cromwell, centralização do poder</p><p># 1658: morte de Cromwell, fim República, pressão para restauração da Monarquia</p><p>4) A Restauração da Dinastia dos Stuart (1660-1688), católicos.</p><p># 1660: Carlos II, filho de Carlos I (o rei decapitado), membro da dinastia dos Stuart,</p><p>assume o trono.</p><p># Carlos II: centralização do poder e novo choque com o Parlamento.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>137</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p># 1685: Carlos II morre e seu sucessor, Jaime II, tenta restaurar de vez o absolutismo.</p><p>5) Revolução Gloriosa (1688).</p><p># Entre 1688 e 1689: Whigs (burguesia liberal, puritanos) e Tories (nobreza</p><p>conservadora, anglicanos) se unem contra o rei e protagonizam a Revolução Gloriosa.</p><p># 1689: Bill of Rights marca o início da Monarquia Constitucional</p><p>Diante desses tópicos de revisão, vamos às alternativas:</p><p>a) falso, pois nas duas Revoluções, a Puritana e na Gloriosa, a burguesia esteve na liderança dos</p><p>processos. Por ter conseguido forçar o desfecho da Monarquia Constitucional a burguesia logrou</p><p>êxito sim.</p><p>b) falso. Primeiro porque o Parlamento foi fechado durante várias ocasiões, ou seja, não se</p><p>manteve intacto. Segundo a Monarquia interferiu, principalmente com os Stuart, no poder</p><p>parlamentar. Dessa forma, não dá para falar em independência.</p><p>c) falso, pois houve, pelos menos, mais dois aspectos importantes: o religioso e o econômico.</p><p>Sobre a questão econômica, as condições para a burguesia se tornar pioneira no processo</p><p>industrial já começaram a serem formadas neste importante século XVI. Pense, também, os Atos</p><p>de Navegação.</p><p>d) é o nosso Gabarito. Aqui, você também teria que se lembrar da Revolução Francesa e sobre</p><p>essa comparação, veja essa passagem importante:</p><p>“As Revoluções [inglesas e francesa], além de outras peculiaridades, são notórias como canteiros</p><p>de ideologias, particularmente ideologias populares de protesto. Uma característica comum às</p><p>revoluções é terem ocorrido num período pré-industrial, em que a luta pelo poder ou pela sobre</p><p>vivência – seja pelo controle do Estado ou por objetivos mais limitados – não se limitava a dois</p><p>adversários apenas. Em cada uma dessas revoluções, esteve presente um elemento popular</p><p>adicional que também lutava por um lugar ao sol.</p><p>Já no que diz respeito ao Parlamento, na França houve o Golpe do 18 Brumário liderado por</p><p>Napoleão Bonaparte e que levou ao enfraquecimento do poder parlamentar. Na Inglaterra, por</p><p>sua vez, o Parlamento foi fortalecido.</p><p>e) falso, o Rei foi decapitado e a nobreza não evitou esse ato.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)</p><p>Em 1651, por ocasião de uma visita da frota inglesa ao porto de Cadiz, Espanha, o almirante</p><p>Blake provocou a irritação de Felipe IV, quando este último soube que aquele declarara, em</p><p>praça pública, que “graças ao exemplo dado por Londres, todos os reinos iriam aniquilar a</p><p>tirania e tornar-se repúblicas. A Inglaterra já o tinha feito; a França seguia o mesmo caminho;</p><p>e considerando-se que a natural indolência dos espanhóis tornava mais lento o seu</p><p>movimento, dava a eles dez anos, antes a que no país explodisse a revolução”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>138</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>O discurso do almirante Blake</p><p>a) foi confirmado pelos fatos históricos posteriores, pois a Espanha deixou de ser uma</p><p>monarquia absolutista em meio aos processos das revoluções burguesas.</p><p>b) fez referência à Revolução Puritana, a qual foi liderada por Oliver Cromwell e instaurou</p><p>a forma de governo republicano.</p><p>c) é um elogio direto à Revolução Gloriosa, que foi responsável por acabar com a monarquia</p><p>na Inglaterra.</p><p>d) incomodou Felipe IV porque os ingleses pretendiam propagar o anglicanismo em solo</p><p>católico.</p><p>e) lembrou do êxito inglês sobre os franceses durante a guerra dos 100 anos.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)</p><p>A partir do século XVI, espíritos audaciosos – às vezes pagando com sua própria vida –</p><p>criticaram a religião. Doravante, a ciência e a razão alimentam a reflexão filosófica que se</p><p>torna [com o passar do tempo] cada vez mais livre, irreverente e audaciosa em relação à</p><p>religião e ao poder político.</p><p>JACQUES LE GOFF. Uma breve história da Europa. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, p. 98.</p><p>Entre os séculos XVI e XIX, ciência e arte desenvolveram uma trajetória ascendente marcada,</p><p>respectivamente, por:</p><p>a) Filosofia medieval e reforma protestante.</p><p>b) Tomismo e luteranismo</p><p>c) Neoliberalismo e keynesianismo</p><p>d) Renascimento e Iluminismo</p><p>e) Iluminismo e Belle Époque</p><p>Comentários:</p><p>Essa questão se resolve prestando atenção à temporalidade – fenômeno cultural ocorrido</p><p>entre os séculos XVI e XIX. O comando pede para identificar dois momentos que marcam</p><p>esse fenômeno.</p><p>O primeiro é o renascimento caracterizado pelo humanismo, racionalismo, empirismo e</p><p>antropocentrismo. O segundo é o iluminismo, marcado pela sua</p><p>ruptura clara com o</p><p>pensamento religioso. Além disso, permitiu um avanço da ciência. De certa maneira, como</p><p>afirma o enunciado, há um continuum baseado na ideia de liberdade de pensamento, de</p><p>ação racional que, aos poucos produz o afastamento entre ciência, política, arte e religião.</p><p>Assim, o gabarito só pode ser alternativa D.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>139</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Vejamos os erros da demais alternativas:</p><p>a) Errado. Erro está na temporalidade inicial.</p><p>b) Errado. São ideias religiosas e não artísticas e científicas.</p><p>c) Errado. São ideias políticas do século XX.</p><p>d) Gabarito.</p><p>e) Errado. O erro está em não demonstrar a trajetória, mas apenas a cultura do século XIX.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)</p><p>PREÂMBULO</p><p>Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma</p><p>assembleia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos</p><p>da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem</p><p>expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.</p><p>Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus</p><p>direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao ser comparado com o fim de toda</p><p>e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser</p><p>inteiramente respeitados [...]</p><p>Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos</p><p>sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser</p><p>Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã:</p><p>[...]</p><p>Artigo 10</p><p>Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio. A mulher tem o direito</p><p>de subir ao patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações</p><p>não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.</p><p>Artigo 11</p><p>A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da</p><p>mulher, já que essa liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda</p><p>cidadã pode então dizer livremente: "Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito</p><p>bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade</p><p>nos casos estabelecidos pela lei.</p><p>Declaração dos direitos da mulher e da cidadã – 1791.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>140</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Considerando o contexto em que foi escrita, os artigos 10 e 11 da Declaração acima</p><p>reivindica, respectivamente os direitos</p><p>a) Econômico e político</p><p>b) Político e cultural</p><p>c) Político e Civil</p><p>d) Civil e econômico</p><p>e) Político e econômico</p><p>Comentários:</p><p>O enunciado traz o texto da Declaração dos direitos da mulher e da cidadã , escrito por Olympe</p><p>d’Gouges, 1791, no contexto da revolução Francesa – mais precisamente em um momento de</p><p>acirramento da revolução com a ampliação e mobilização massiva das camadas populares. Nesse</p><p>contexto, Gouges obteve papel de destaque. A declaração reivindicava direitos iguais para as</p><p>mulheres, seja na política, na vida civil, na justiça, seja em questões econômicas (direitos sociais).</p><p>A questão para as mulheres é que, o povo tenha participado ativamente da revolução entre</p><p>1789 e 1791, o voto lhe tenha sido negado, bem como outros tipos de direitos, como ir à</p><p>escola, estabelecer um contrato comercial, trabalhar ou viajar.</p><p>No final do século XVIII a condição das mulheres no mundo ocidental era de permanente</p><p>opressão, ou seja, os homens lhes negavam protagonismos e autonomia na vida. Basta</p><p>lembrarmos que mulheres que se destacavam eram, em muitos casos, consideradas bruxas.</p><p>Nesse sentido, no máximo, às mulheres era reservado o papel de mães-educadoras.</p><p>Os pensadores iluministas, embora defendessem a liberdade e igualdade individuais, não</p><p>aceitavam a participação das mulheres na política e enquanto cidadãs.</p><p>Apesar das adversidades opressoras, as mulheres tiveram papel de destaque na Revolução</p><p>Francesa, como quando marcharam em direção ao Palácio de Versalhes. Cerca de 7 mil</p><p>mulheres foram cobrar que a Corte resolvesse a crise do pão.</p><p>Duas principais motivações levaram as francesas às ruas: melhores condições de vida às</p><p>famílias; igualdade de direitos com os homens. Com espírito de guerreiras, muitas se alistaram</p><p>– clandestinamente, disfarçadas de homens – no exército francês; outras, tomavam a palavra</p><p>em espaços públicos e faziam exigências aos homens deputados e até mesmo à Assembleia,</p><p>primeiro a dos Estados Gerais e, depois, a Nacional Constituinte. Do ativismo das mulheres,</p><p>surgiram organizações específicas, como a Associação das Republicanas Revolucionárias</p><p>criada em 1793 por Claire Lacombe e Pauline Léon.</p><p>Olympe d’Gouges acabou sendo acusada, julgada e condenada por traição. Morreu na</p><p>guilhotina.</p><p>Voltando ao comando da questão, ele cobra os tipos de direitos elencados nos artigos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>141</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Pela interpretação, podemos dizer que o 10º. Artigo fala em direitos políticos. Isso porque há</p><p>uma referência de que ela deve ocupar um espaço onde se faziam os grandes discursos, qual</p><p>seja, o patíbulo e pódio (A mulher tem o direito de subir ao patíbulo, deve ter também o de</p><p>subir ao pódio).</p><p>O 11º. Artigo fala em liberdade de expressão, comunicação, pensamento e expressão. Estes</p><p>são os direitos civis.</p><p>Logo, gabarito é alternativa C.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>Nos Estados Unidos, em meados do século XIX, enquanto se dava a expansão territorial e</p><p>econômica para Oeste e Sudeste, intensificavam-se as disputas entre dois modelos de</p><p>organização da sociedade e da economia. Sobre esses modelos está correto afirmar que:</p><p>a) o sul era, basicamente voltado para um modelo de industrialização.</p><p>b) o norte priorizada a produção de comodities agrícolas.</p><p>c) o norte priorizava o livre mercado.</p><p>d) o sul passou a adotar o protecionismo de mercado.</p><p>e) a escravidão era um entrava para o modelo nortista.</p><p>Comentários</p><p>Pega o bizu:</p><p>Percebam que a implantação desses modelos demanda ações políticas econômicas</p><p>distintas. Mas existiam, basicamente, dois obstáculos para o desenvolvimento de cada um desses</p><p>modelos:</p><p>Esse debate</p><p>Agrário</p><p>SULISTA</p><p>Plantation</p><p>Tarifas</p><p>alfandegárias</p><p>baixas</p><p>Industrial</p><p>NORTISTA</p><p>tecnologia -</p><p>mercado interno</p><p>Protecionismo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>142</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Assim, conforme ocorriam a expansão territorial e a criação de novos Estados membros, os</p><p>nortistas faziam pressão para que fosse proibido a escravidão nos novos estados. A questão sobre</p><p>as tarifas e outras medidas protecionistas também era debatida, sobretudo, no Congresso</p><p>Nacional.</p><p>O embate entre esses projetos acaba por se expressar fortemente durante as eleições</p><p>presidenciais de 1860. Pelos Democratas/Sulistas: Stephen Douglas; pelos</p><p>Republicanos/Nortistas: Abraham Lincoln. Os eleitores deram vitória ao projeto nortista e, ao</p><p>assumir, Lincoln colocou em prática medidas que eram prejudiciais aos fazendeiros sulistas. Assim,</p><p>surgiu o Movimento Separatista dos chamados Estados Confederados. Alguns Estados declararam</p><p>a separação (secessão) em relação aos EUA. A resposta imediata da União foi lutar contra os</p><p>Confederados para impedir a separação.</p><p>Nesse contexto, nosso gabarito é a lera e). As demais alternativas fazem inversões erradas</p><p>das características de cada região (norte e sul).</p><p>Gabarito: E</p><p>(UFRR 2009)</p><p>No século XVIII, surgiu um conjunto de idéias que questionava a ordem estabelecida em</p><p>vários aspectos, tais como: econômico, político</p><p>e social. Os pensadores e intelectuais</p><p>caracterizados como Iluministas, atacavam as injustiças, a intolerância religiosa e os</p><p>privilégios da nobreza, bem como o poder absoluto dos reis. Sobre o Iluminismo é</p><p>INCORRETO afirmar que:</p><p>a) Destacava que os homens são iguais perante a natureza e que as desigualdades eram</p><p>criadas pela sociedade.</p><p>b) Considerava a razão como a fonte de toda sabedoria e que o racionalismo deveria estar</p><p>presente em todas as ações humanas.</p><p>c) Defendia o liberalismo econômico, ou seja, se opunha ao Mercantilismo e a toda forma</p><p>de monopólio.</p><p>d) Pregava a igualdade dos homens perante a lei e a liberdade de idéias, de opiniões e de</p><p>expressão.</p><p>ESCRAVIDÃO:</p><p>atrapalhava o</p><p>desenvolvomento</p><p>do modelo nortista</p><p>PROTECIONISMO:</p><p>atrapalhava o</p><p>desenvolvimento do</p><p>modelo sulista</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>143</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) Defendia a Igreja Católica, pois acreditava na necessidade de haver também uma</p><p>explicação espiritualista do mundo e da realidade.</p><p>Comentários:</p><p>Conforme estudado na aula, o Antigo Regime acumulou uma série de contradições entre o</p><p>fim do século XVII e o começo do XVIII. Nesse contexto, a burguesia passou a ter uma postura</p><p>crítica do ponto de vista social, filosófico, econômico e político frente ao Estado Absolutista</p><p>e o Antigo Regime. Tudo isso resultou no Iluminismo, um Movimento intelectual que surgiu</p><p>na Inglaterra no fim do século XVII e se expandiu pela Europa e América até o século XIX.</p><p>No seguinte esquema visto em aula, temos suas principais características:</p><p>O enunciado pede a alternativa INCORRETA, cuidado com esse tipo de questão porque</p><p>pega muita gente na pressa. Com isso, vamos para as alternativas:</p><p>a) Correta. Os pensadores iluministas defendem que o homem é livre em seu estado natural,</p><p>assim, todos são iguais. É no âmbito social que as desigualdades são criadas. Um forte</p><p>exemplo disso é o fato de o título de nobreza ser hereditário.</p><p>b) Correta. Uma das características do Iluminismo é a defesa do uso da razão e do</p><p>pensamento crítico frente as situações.</p><p>c) Correta. Como vimos no esquema, o Iluminismo se opunha a Intervenção do Estado na</p><p>economia.</p><p>d) Correta. O Movimento Iluminista tem como essência a defesa da liberdade individual. Para</p><p>tanto, é necessário haver igualdade entre os homens.</p><p>e) Incorreta. Os pensadores iluministas criticavam o tradicionalismo e o misticismo religiosos.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UFMS 2010)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>144</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>O “Classificar, delinear, dividir, sistematizar, criar um mapa mundi do saber. Esta era a ideia</p><p>dos iluministas Diderot e D’Alambert: ordenar o mundo em categorias em uma enciclopédia</p><p>com 17 volumes de texto. O projeto enciclopedista talvez seja a influência mais visível do</p><p>iluminismo em nosso cotidiano. A escola, a divisão do conhecimento em disciplinas</p><p>específicas, os livros didáticos, os telejornais revelam claramente essa busca classificatória. A</p><p>Enciclopédia iniciava com um quadro esquemático do conhecimento humano, uma</p><p>permanência que perpassa desde organogramas de empresas até as classificações da</p><p>biologia.”</p><p>(DARNTON, Robert – O Grande Massacre de Gatos. RJ: Graal, 1986, p. 272-273)</p><p>Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a(s) afirmativa(s)</p><p>correta(s) a respeito do Iluminismo.</p><p>01. O impulso renovador das ideias iluministas provocou, na Europa, um grande interesse</p><p>pelos problemas da vida em sociedade, possibilitando o surgimento de novas ideias e de</p><p>teorias econômicas.</p><p>02. Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a tese de que só um Estado ditatorial,</p><p>controlado pela classe trabalhadora, seria capaz de eliminar a resistência burguesa e abolir</p><p>as desigualdades entre as classes sociais.</p><p>04. O espírito renovador, presente no Iluminismo, conduziu a um profundo estudo das</p><p>ciências, campo onde ocorreu um grande avanço.</p><p>08. Originado na Inglaterra, difundido pela França, o Iluminismo pregava a razão, a liberdade</p><p>do espírito, a livre crítica e a tolerância religiosa, contrapondo-se, assim, ao peso da tradição,</p><p>do dogmatismo religioso e filosófico e ao absolutismo monárquico.</p><p>16. O Iluminismo, em seu conjunto, fazia uma incisiva crítica ao mundo civilizado e propunha</p><p>um retorno às formas de vida da sociedade primitiva.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o Iluminismo, um Movimento intelectual que surgiu na Inglaterra no fim</p><p>do século XVII e se expandiu pela Europa e América até o século XIX. Conforme estudado</p><p>na aula, o Antigo Regime acumulou uma série de contradições entre o fim do século XVII e</p><p>o começo do XVIII. Nesse contexto, a burguesia passou a ter uma postura crítica do ponto</p><p>de vista social, filosófico, econômico e político frente ao Estado Absolutista e o Antigo</p><p>Regime. Tudo isso resultou no Iluminismo. Esse movimento se opunha a intervenção do</p><p>Estado e da Igreja tanto na economia quanto na vida das pessoas, aos resquícios feudais da</p><p>Idade Média (Idade das Trevas) e a própria estrutura absolutista. Além disso, defendia o uso</p><p>da razão e do pensamento crítico para alcançar a liberdade e autonomia humana. Sabendo</p><p>disso, vamos para as proposições:</p><p>1. Correta. Como discutimos, foi um movimento de caráter intelectual e que defendia o uso</p><p>da razão. Assim, possibilitou o surgimento de diversas novas ideias e teorias econômicas.</p><p>2. Incorreta. Essa estrutura de governo é uma ideia de Karl Marx, conhecida como ditadura</p><p>do proletariado. O Movimento Iluminista se alinhava aos interesses burgueses.</p><p>4. Correta. O Iluminismo foi essencial para o desenvolvimento científico.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>145</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>8. Correta, conforme discutimos anteriormente.</p><p>16. Incorreta. O Movimento não se opunha a uma civilização, mas sim às estruturas do Antigo</p><p>Regime.</p><p>Gabarito: 13</p><p>(UFMS – 2001)</p><p>Sobre o Iluminismo, movimento cultural difundido na Europa Ocidental do século XVIII, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>01. se desenvolveu sobre bases estruturais de sociedades em transição do modo de</p><p>produção feudal para o capitalista.</p><p>02. foi resultado direto da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos.</p><p>04. apoiados na filosofia renascentista, Portugal e Espanha reconquistaram suas principais</p><p>áreas coloniais.</p><p>08. se expandiu nos países protestantes por contrapor-se ao predomínio absoluto do dogma</p><p>da fé e favorecer o livre exame das Escrituras.</p><p>16. também foi chamado de Filosofia das Luzes ou Ilustração</p><p>Comentários:</p><p>O Iluminismo foi um Movimento Intelectual que surgiu na Inglaterra no fim do século XVII e</p><p>se espalhou para Europa e América até o século XIX. Ele nasceu em razão das contradições</p><p>acumuladas pelo Antigo Regime, caracterizado pelo absolutismo e uma sociedade</p><p>estamental. No seguinte esquema visto em aula temos suas principais características:</p><p>Com isso, vamos analisar as proposições:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>146</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>1. Correta. Ele surgiu no Antigo Regime, sistema que carregava resquícios feudais, mas</p><p>também tinha início novas formas de práticas econômicas e políticas, as quais provocaram</p><p>novas relações sociais como o capitalismo.</p><p>2. Incorreta. Essas revoluções se inspiraram no Iluminismo, não ao contrário.</p><p>4. Incorreta. O Iluminismo também inspirou as colônias espanholas e portuguesas na América</p><p>a buscarem sua independência.</p><p>8. Correta. Como vimos, ele crítica a intervenção da Igreja na vida das pessoas e o</p><p>tradicionalismo religioso. Assim, ganhou muitos adeptos em países protestantes.</p><p>16. Correta. O Movimento Iluminista se opõe a Idade das Trevas (Idade Média) e põe luz em</p><p>cima de questões antes não pensadas. De maneira que</p><p>recebe o nome de Filosofia das Luzes</p><p>ou Ilustração.</p><p>Gabarito: 25</p><p>(UFMS 2018-2020)</p><p>De acordo com a historiografia, o processo de colonização dos Estados Unidos da América</p><p>difere da independência das demais colônias americanas. Leia o texto a seguir para</p><p>responder à questão.</p><p>“Em junho de 1776, a Inglaterra aumentou as taxas relativas ao suprimento de chá, irritando</p><p>profundamente os colonos que decidiram adotar um boicote fazendo retornar os navios que</p><p>atracavam no porto, lotados do produto. A revolta culminou com o incidente conhecido</p><p>como The Boston Tea Party, em que colonos embarcaram em um dos navios ancorados no</p><p>porto de Boston e jogaram ao mar centenas de contêiner de chá, ao que a Inglaterra</p><p>respondeu com o envio de Forças Armadas. E assim foi dado o primeiro tiro na direção da</p><p>Guerra de Independência dos Estados Unidos”.</p><p>(Fonte: GRACINDO, In. Viagem ao mundo do chá. Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2013.</p><p>p.154. Adaptado).</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) O conjunto de práticas inglesas, desde a colonização até a independência, foram cruciais</p><p>para que os colonos se revoltassem contra a taxação abusiva de produtos, forçando uma</p><p>brusca mudança de poder político e práticas econômicas.</p><p>b) A independência dos Estados Unidos foi um processo gradual e indelével de</p><p>reorganização econômica e política frente aos interesses ingleses.</p><p>c) A postura da Inglaterra favoreceu o diálogo e a transição pacífica do poder para os colonos</p><p>americanos, contudo alguns episódios, como a Festa do Chá de Boston, são marcas de que</p><p>a urgência em aprovar a independência das colônias acelerou este processo.</p><p>d) As colônias do sul dos Estados Unidos praticavam a monocultura do algodão, a fim de</p><p>abastecer a indústria têxtil inglesa e foram estes colonos, desafiados e explorados pela</p><p>Inglaterra, que provocaram os incidentes que culminaram com independência norte-</p><p>americana.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>147</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>e) A não aceitação das taxações exorbitantes propostas pela frota inglesa, associada à</p><p>imposição da prática católica nas colônias do sul e anglicana nas colônias do norte, forçaram</p><p>os colonos revoltosos a contestar e a desobedecer às diretrizes inglesas na região, fatos que</p><p>impulsionaram a Declaração dos Direitos e a independência dos Estados Unidos.</p><p>Comentários</p><p>Essa questão é um pouco problemática, pois se baseia em uma historiografia considerada</p><p>ultrapassada entre os historiadores atualmente. Porém, em alguns vestibulares é comum ainda</p><p>encontrar essa interpretação sobre os processos de colonização na América. Trata-se da teoria de</p><p>que havia dois tipos distintos de colonização: a colônia de exploração, preocupada unicamente</p><p>em extrair ou produzir alguma matéria-prima em larga escala para ser exportada no mercado</p><p>internacional, sem uma preocupação maior de ocupar de fato o território; e a colônia de</p><p>povoamento, na qual o principal objetivo era justamente habitar o novo território. Até alguns anos</p><p>atrás era frequente se classificar as colonizações espanhola e portuguesa como colônias de</p><p>exploração e a inglesa como de povoamento. Essa diferença teria garantido aos ingleses uma</p><p>preocupação maior com a sua própria autonomia em relação à metrópole.</p><p>No entanto, atualmente essa interpretação está praticamente superada, pois essa é</p><p>uma distinção muito superficial e inexata, uma vez que as diversas colônias carregavam elementos</p><p>de ambos os tipos de colonização. Mesmo as colônias do norte do território inglês, fundadas por</p><p>fugitivos das perseguições religiosas na Inglaterra que conseguiram viver de forma mais autônoma</p><p>em relação à metrópole.</p><p>De fato, o processo de independência dos EUA carrega suas particularidades</p><p>relacionadas às circunstâncias históricas próprias de sua formação como nação. A relativa</p><p>autonomia das colônias do norte foi importante. Contudo, a profusão das ideias iluministas e</p><p>liberais tanto na Europa como nas colônias influenciou as ações de todos os colonos. Os do norte</p><p>já carregavam essa influência desde o início. Os sulistas, por outro lado, sempre viveram sob uma</p><p>vigilância maior da Coroa, mas com o fortalecimento do pacto colonial no século XVIII e a criação</p><p>de inúmeros impostos e taxas que encareciam a produção e o consumo até mesmo eles passaram</p><p>a considerar o ideário liberal em prol de seus interesses. Com isso em mente, vejamos:</p><p>a) Correta! Essa explicação é aceita tanto entre os teóricos das colônias de</p><p>exploração/povoamento quanto por pelos estudiosos mais recentes que aprofundam a</p><p>análise. De um jeito ou de outro, realmente o fato de parte dessas colônias terem sido</p><p>fundadas independentemente da vontade da Coroa foi crucial para o pioneirismo norte-</p><p>americano na avalanche de independências que seguiriam seu exemplo mais tarde. Por fim,</p><p>a truculência metropolitana acabou descontentando até mesmo os colonos mais</p><p>conservadores do sul que aderiram ao movimento separatista.</p><p>b) Incorreta. Não foi um processo gradual e indelével. Na verdade, foi consideravelmente</p><p>rápido e brusco. Pois até meados do século XVIII, a metrópole inglesa realmente oferecia</p><p>pouca ameaça aos interesses dos colonos, pois estava muito ocupada resolvendo crises</p><p>internas. Contudo, com o aumento da competividade com outras nações europeias e a</p><p>necessidade de garantir um fornecedor de matérias-primas para indústria e um mercado</p><p>consumir para seus produtos, a Inglaterra buscou fortalecer o pacto colonial sobre as Treze</p><p>Colônias entre 1764 e 1775, o que gerou a reação violenta dos colonos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>148</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>c) Incorreta. A Inglaterra não teve uma postura que favoreceu o diálogo em nenhum</p><p>momento. Inclusive, os colonos norte-americanos até tentaram propor que eles tivessem</p><p>mais direitos políticos, sem a necessidade de uma cisão. Contudo, o rei inglês recusou</p><p>receber qualquer um deles para negociar, respondendo com tropas e repressão.</p><p>d) Incorreta. De fato, as colônias do sul eram monoculturas de algodão. Contudo, não foram</p><p>eles que deram os primeiros passos para a escalada das tensões com a metrópole, mas sim</p><p>os colonos do norte. Os sulistas eram mais conservadores e acreditavam que era possível</p><p>negociarem mais direitos políticos para si com a Coroa, o que foi se mostrando inviável até</p><p>que eles aderiram definitivamente ao movimento de independência.</p><p>e) Incorreta. Não houve imposição da prática católica, nem da anglicana.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UFMS 2018-2020)</p><p>Acerca do Iluminismo, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Foi um movimento político-social-econômico fundamentado nos ideias burgueses</p><p>presentes na Revolução Francesa e que causou grande impacto na Europa oriental.</p><p>b) Concretizado como um processo natural de maturação das ideias políticas da Idade</p><p>Moderna, os filósofos iluministas se colocam como herdeiros diretos dos pensadores</p><p>absolutistas. As práticas políticas desse período são forjadas a partir das diretrizes</p><p>absolutistas, sendo um grande exemplo a atuação do Marquês de Pombal.</p><p>c) Embaladas pela mudança política e econômica, as ciências tiveram grande destaque</p><p>durante o Iluminismo, sendo que um dos nomes de destaque do período foi o cientista,</p><p>filósofo e artista Leonardo da Vinci.</p><p>d) Engajados na mudança dos paradigmas político e econômico, os pensadores iluministas</p><p>teciam duras críticas ao Antigo Regime como estratégia para justificar os ideais de liberdade</p><p>de pensamento e expressão, além de propor uma reorganização do poder político, como</p><p>sua divisão para que fosse mantido o equilíbrio entre os poderes.</p><p>e) Inspirado nos valores da antiguidade clássica, o Iluminismo teve origem a partir do</p><p>florescimento do comércio no mar Mediterrâneo e do enriquecimento da burguesia; suas</p><p>ideias eram fundamentadas no racionalismo e na crença de que o homem era o centro de</p><p>todas</p><p>as coisas, contestando os valores cristãos típicos do Antigo Regime.</p><p>Comentários</p><p>O Iluminismo foi um movimento intelectual ocorrido entre os séculos XVII e XVIII, mas que teve</p><p>influência da política, economia e sociedade ocidental nos séculos seguintes. O movimento</p><p>também está intimamente ligado ao liberalismo, filosofia política e econômica formulada no</p><p>mesmo contexto. Os iluministas e liberais defendiam três princípios básicos para o progresso da</p><p>humanidade: a razão, o indivíduo e a liberdade. Trata-se de um projeto de sociedade que</p><p>valorizava a capacidade transformadora do indivíduo por meio do uso da razão, atributo que só</p><p>podia ser plenamente usado quando se gozava de liberdade. Contudo, os iluministas e liberais</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>149</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>eram contratualistas, isto é, acreditavam que para evitar maiores danos aos direitos naturais dos</p><p>homens, era necessário se unir em sociedade por meio de contrato que limitaria a liberdade, mas</p><p>também o poder dos governantes. Sabendo disso, vejamos:</p><p>a) Incorreta. O erro está apenas quando a alternativa afirma que o iluminismo teve impacto</p><p>na Europa oriental, quando na verdade foi na Europa ocidental.</p><p>b) Incorreta. Os iluministas eram, em geral, críticos do absolutismo, portanto não se viam</p><p>como herdeiros dos teóricos absolutistas.</p><p>c) Incorreta. De fato, o iluminismo impulsionou o pensamento científico através da valorização</p><p>da razão (racionalismo), algo herdado dos humanistas do renascimento. Contudo, Da Vinci</p><p>não foi um iluminista, uma vez que viveu e morreu antes desse movimento surgir. Na</p><p>verdade, ele era um renascentista.</p><p>d) Correta! Como dito no comentário, os iluministas eram contratualistas, portanto</p><p>acreditavam que a legitimidade do poder emanava dos indivíduos, que concediam seu</p><p>poder a um ou mais governantes. Mesmo nos casos em que a monarquia fosse preservada,</p><p>os iluministas defendiam que o governo protegesse acima de tudo os direitos naturais e as</p><p>liberdades individuais dos súditos, que aos poucos vão sendo entendidos como cidadãos.</p><p>Ainda, haviam aqueles que iam mais além propondo uma divisão dos poderes para que o</p><p>autoritarismo não prevalecesse, como é o caso do Barão de Montesquieu que formulou a</p><p>teoria dos três poderes.</p><p>e) Incorreta. Na verdade, a alternativa descreve o Renascimento, movimento cultura que</p><p>ocorreu antes do iluminismo, nos séculos XIV, XV e XVI. Contudo, vale dizer que algumas</p><p>características renascentistas foram herdadas e aperfeiçoadas pelos iluministas, como o</p><p>racionalismo e à crítica à Igreja.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UEL 2015)</p><p>O Leia o texto a seguir.</p><p>Em geral, são necessárias as seguintes condições para autorizar o direito do primeiro</p><p>ocupante de qualquer pedaço de chão: primeiro, que esse terreno não esteja ainda habitado</p><p>por ninguém; segundo, que dele só se ocupe a porção de que se tem necessidade para</p><p>subsistir; terceiro, que dele se tome posse não por uma cerimônia vã, mas pelo trabalho e</p><p>pela cultura, únicos sinais de propriedade que devem ser respeitados pelos outros, na</p><p>ausência de títulos jurídicos.</p><p>(ROUSSEAU, J. J. Do Contrato Social. Trad. de Lourdes Machado. São Paulo:</p><p>Abril S. A. Cultural, 1973. p.44. (Coleção Os Pensadores.))</p><p>Com base no texto e nos conhecimentos acerca da questão do contratualismo em Rousseau,</p><p>assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as condições que autorizam o direito do</p><p>primeiro ocupante.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>150</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) O assenhoreamento de grandes quantidades de terras no “novo mundo” por povos,</p><p>utilizando-se da força para afastar delas os outros homens.</p><p>b) A conciliação do trabalho e da necessidade para subsistência de cada um,</p><p>independentemente da prioridade temporal do ocupante.</p><p>c) A expulsão dos habitantes da terra, a declaração “isto é meu” e o convencimento dos</p><p>demais sobre a sua ocupação.</p><p>d) A ocupação de terras desabitadas, que, devido à sua vastidão, estão para além da</p><p>capacidade do primeiro ocupante de cultivá-las.</p><p>e) A primeira ocupação da terra, limitada à esfera da subsistência e de sua real utilização,</p><p>via cultivo da terra.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o pensamento de Rousseau, um iluminista. Apesar de ser importante</p><p>conhecer a filosofia desse intelectual, o texto nos dá as informações necessárias para</p><p>responder à questão. Vamos fazer um esquema sobre o que lemos no trecho:</p><p>Condições para autorizar o direito do primeiro ocupante:</p><p>1. O terreno não se habitado por outra pessoa.</p><p>2. Que se ocupe apenas a área necessária para a subsistência.</p><p>3. Deve-se ocupar para sua real utilização: o cultivo de terra.</p><p>Com isso, vamos analisar as alternativas:</p><p>a) Incorreta. Se há alguém que habite a terra, não é correto que outro tente ocupá-la. Muito</p><p>menos se utilizando da força para fazê-lo.</p><p>b) Incorreta. A terra deve ser utilizada para o cultivo de terra.</p><p>c) Incorreta. Novamente, se há algum ocupante da terra, não se deve expulsá-lo.</p><p>d) Incorreta. Se o primeiro ocupante tem mais área do que sua necessidade de subsistência,</p><p>então já está “errado”, segundo Rousseau.</p><p>e) Correta, conforme discutimos anteriormente.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Uel 2006)</p><p>“Na última parte do século XVIII, as necessidades de coesão e eficiência estatais, bem como</p><p>o evidente sucesso internacional do poderio capitalista, levaram a maioria dos monarcas a</p><p>tentar programas de modernização intelectual, administrativa, social e econômica”.</p><p>(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1997. p. 39.)</p><p>Assinale a alternativa que apresenta corretamente como ficou conhecida a modernização</p><p>referida pelo autor.</p><p>a) Anarquismo, porque os reis perderam a autoridade nos setores administrativo, social e</p><p>econômico.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>151</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>b) Socialismo utópico, porque os reis desejavam transformações impossíveis de serem</p><p>realizadas.</p><p>c) Despotismo esclarecido, visto que os monarcas se apropriaram de alguns preceitos</p><p>iluministas.</p><p>d) Socialismo cristão, pois os monarcas desejavam reformas administrativas e econômicas</p><p>com base nos preceitos religiosos.</p><p>e) Totalitarismo, uma vez que os reis almejavam o poder absoluto nas instâncias intelectual,</p><p>administrativa, social e econômica.</p><p>Comentários</p><p>O processo que Eric Hobsbawm descreve no trecho destacado foi uma das consequências do</p><p>Iluminismo, um movimento intelectual que se originou no século XVII, mas atingiu seu auge ao</p><p>longo do XVIII. Esse movimento era caracterizado pela valorização da razão, da liberdade e do</p><p>indivíduo enquanto condições necessárias para o progresso da humanidade. As ideias iluministas</p><p>transformaram a ciência, a política, a economia e a sociedade do Antigo Regime. Esses pensadores</p><p>eram críticos ao papel da Igreja, defendendo que houvesse uma separação entre religião e Estado,</p><p>além de pregarem a liberdade religiosa. Muitos deles também criticavam o absolutismo,</p><p>demandando mais liberdades individuais. Apesar disso, alguns monarcas absolutistas souberam</p><p>cooptar pensadores iluministas ou assimilar suas ideias para aperfeiçoar a administração de seus</p><p>governos. Essas alianças pontuais entre iluministas e reis eram possíveis, pois os primeiros eram</p><p>contratualistas. Ou seja, acreditavam que era necessário fazer um contrato social entre governados</p><p>e governantes, abrindo mão de parte da liberdade, para não a perder por completo em meio às</p><p>disputas entre os homens próprias do estado de natureza. Assim, a questão central era o</p><p>consentimento. O indivíduo podia ceder parte de sua liberdade de autogoverno para um soberano</p><p>ou uma república, caso assim quisesse e achasse conveniente para seus interesses. Inclusive,</p><p>apesar de haver diferentes propostas</p><p>de regimes políticos entre os iluministas, havia aqueles para</p><p>os quais não importava quem ou quantas pessoas governariam, desde que fosse um governo</p><p>esclarecido, isto é, iluminista.</p><p>Enfocando o tema da questão, aqueles monarcas que se apropriaram de certas ideias</p><p>iluministas são chamados déspotas esclarecidos. É o caso daqueles reinos nos quais o rei não</p><p>rompeu com a Igreja, mas separou sua administração da do Estado, racionalizou o aparato fiscal</p><p>e tributário, aperfeiçoou a legislação escrita formalizando o poder judiciário, entre outras.</p><p>Podemos citar como exemplo Portugal, Espanha, Prússia, Áustria e Rússia. Portanto, podemos ver</p><p>que a alternativa correta é a letra “c”.</p><p>Por outro lado, você poderia ter identificado a alternativa correta se atentando ao critério</p><p>cronológico. Todas as outras alternativas apresentam filosofias políticas que surgiu no século XIX</p><p>ou no XX.</p><p>Gabarito: C</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>152</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>(Uel 2008)</p><p>“Aliás, o governo, embora seja hereditário numa família, e colocado nas mãos de um só, não</p><p>é um bem particular, mas um bem público que, consequentemente, nunca pode ser tirado</p><p>das mãos do povo, a quem pertence exclusiva e essencialmente e como plena propriedade.</p><p>[...] Não é o Estado que pertence ao Príncipe, é o Príncipe que pertence ao Estado. Mas</p><p>governar o Estado, porque foi escolhido para isto, e se comprometeu com os povos a</p><p>administrar os seus negócios, e estes por seu lado, comprometeram-se a obedecê-lo de</p><p>acordo com as leis”.</p><p>(DIDEROT, D. (1717-1784). Verbetes políticos da Enciclopédia. São Paulo: Discurso, 2006.)</p><p>Com base no texto, é correto afirmar:</p><p>a) Mesmo em monarquias absolutas, o soberano é responsável pelos seus súditos.</p><p>b) Ao Príncipe são concedidos todos os poderes, inclusive contra o povo de seu reino.</p><p>c) O governante é ungido pelo povo, podendo agir como bem lhe convier.</p><p>d) O povo governa mediante representante eleito por sufrágio universal.</p><p>e) Príncipes, junto com o povo, administram em prol do bem comum.</p><p>Comentários</p><p>Esse trecho é parte do livro Enciclopédia ou Dicionário Razoado das Ciências, Artes e Ofícios,</p><p>organizado por Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond D’Alembert (1717-1783). Como o título</p><p>já diz, era um grande catálogo de verbetes que ambicionou ser uma espécie de índice sobre todo</p><p>o conhecimento reunido pelo homem europeu até então. Os dois filósofos requisitaram a vários</p><p>colegas de ofícios e correspondentes que lhes enviassem verbetes sobre temas e assuntos nos</p><p>quais eram especialistas.</p><p>É importante dizer que Diderot e D’Alembert, assim como seus colegas e correspondentes,</p><p>eram iluministas. O iluminismo foi um movimento intelectual que teve início no século XVII e cujo</p><p>auge se desenrolou ao longo do XVIII. Esse movimento não era monolítico, ou seja, não tinha um</p><p>único posicionamento político, nem mesmo intelectual. Contudo, todo iluminista concordava em</p><p>pelo menos na primazia de três princípios: o racionalismo, a liberdade e o individualismo. Para</p><p>essa geração de pensadores europeus, o indivíduo detinha a maior força transformadora, não a</p><p>coletividade. Essa força, assim como o progresso individual e da humanidade, podia ser alcançada</p><p>por meio do uso da razão que libertaria as pessoas de qualquer opressão, misticismo ou retrocesso</p><p>civilizatório. A razão era considerada libertadora, mas também necessitava de algum nível</p><p>liberdade para ser plenamente exercitada. A ausência de liberdade não impedia completamente</p><p>o uso da razão, mas quanto mais livre o indivíduo, melhor desempenho racional teria.</p><p>Nesse sentido, os iluministas eram extremamente críticos dos governos autoritários e da</p><p>intolerância religiosa. O clero era um dos principais alvos da maioria dos ilustrados, apesar de isso</p><p>não significar que eles tenham aderido ao ateísmo. Lembre-se que nessa altura da história, já havia</p><p>ocorrido as Reformas Protestantes que desenvolveram novas vertentes do cristianismo que</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>153</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>também eram críticas à autoridade eclesiástica. Além disso, entre os iluministas, mesmo os</p><p>católicos podiam expressar descontentamento com a autoridade religiosa do clero.</p><p>Por outro lado, mesmo a maioria deles serem críticos do absolutismo e dos governos</p><p>despóticos, também não quer dizer que todos os iluministas fossem contra a monarquia ou outras</p><p>formas de governo centralizado. Muitos deles eram contratualistas. Em outras palavras,</p><p>acreditavam que a sociedade era firmada por meio de um contrato social, um acordo, feito entre</p><p>governados e governantes para que as disputas entre os homens não acabem destruindo os</p><p>direitos naturais de todos. Nesse pacto, os indivíduos concedem ao governo o direito de governar</p><p>acima deles, no que eles abrem mão de parte de sua liberdade, para que a mesma não seja</p><p>completamente comprometida. Portanto, temos exemplos de iluministas que eram republicanos,</p><p>outros que preferiam as monarquias constitucionais, aqueles que defendiam democracias</p><p>participativas e, ainda, quem argumentava que o poder devia ser divido em diferentes instituições.</p><p>De qualquer forma, trata-se da concepção política descrita no trecho destacado pelo enunciado.</p><p>Dentro dessa lógica, a legitimidade do poder vem justamente daquele que outrora foi oprimido:</p><p>o povo. São as pessoas que devem consentir que um entre eles governe ou que um colegiado</p><p>legítimo faça as leis. Portanto, o poder emana dos indivíduos que o concede a um governante. O</p><p>sistema de legitimidade passa do rei para os indivíduos. Sabendo disso, vamos ver o que temos</p><p>nas alternativas:</p><p>a) Correta! Do ponto de vista iluminista, mesmo sob o absolutismo existe um contrato social</p><p>no qual os súditos concederam o direito de governar de forma absoluta ao soberano, em</p><p>troca da pacificação social e a preservações dos direitos naturais, mesmo que parte da</p><p>liberdade ficasse comprometida no processo.</p><p>b) Incorreta. No pensamento político iluminista, mais especificamente para aqueles da</p><p>vertente liberal, um Príncipe ou qualquer governante se voltar contra seu próprio povo é</p><p>motivo para a rebelião.</p><p>c) Incorreta. O governante não poderá agir completamente como quer, pois, em última</p><p>instância ele deve preservar os direitos naturais dos indivíduos.</p><p>d) Incorreta. Não há qualquer menção ao sufrágio universal no texto e, de fato, isso não era</p><p>necessariamente uma reivindicação de todos os iluministas, nem mesmo de todos os</p><p>liberais. No caso dos que pactuavam com monarquias esclarecidas voto popular nem</p><p>sequer existia. Quanto aos de aspiração republicana e parlamentarista, muitos defendiam</p><p>que houvesse tanto um critério de gênero, quanto outro de caráter censitário. Em outras</p><p>palavras, que apenas homens, proprietários, com uma renda mínima pudessem votar.</p><p>e) Incorreta. O povo não necessariamente devia governar ao lado do soberano, no</p><p>pensamento político iluminista expresso no trecho. O povo podia ceder seu direito de</p><p>governar a um ou mais entre eles para exercer o poder.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UDESC 2012)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>154</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Sobre o Iluminismo, é correto afirmar.</p><p>a) O movimento iluminista foi inicialmente produzido nas áreas rurais.</p><p>b) Foi o movimento responsável pela eclosão da Revolução Industrial na Europa.</p><p>c) O Iluminismo foi, entre outras ideias, uma resposta aos problemas enfrentados pela</p><p>burguesia, a exemplo da excessiva intervenção do Estado na Economia.</p><p>d) As ideias iluministas se restringiram à situação francesa da época.</p><p>e) Liberdade, Igualdade e Fraternidade foram ideais plenamente alcançados pelo povo</p><p>francês e referendados por Napoleão</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o Iluminismo, um Movimento intelectual que surgiu</p><p>na Inglaterra no fim</p><p>do século XVII e se expandiu pela Europa e América até o século XIX . Conforme estudado</p><p>na aula, o Antigo Regime acumulou uma série de contradições entre o fim do século XVII e o</p><p>começo do XVIII. Nesse contexto, a burguesia passou a ter uma postura crítica do ponto de vista social,</p><p>filosófico, econômico e político frente ao Estado Absolutista e o Antigo Regime. Tudo isso no</p><p>Iluminismo. No seguinte esquema visto em aula, temos suas principais características:</p><p>Tendo isso em mente, vamos analisar as alternativas:</p><p>a) Incorreta. O Movimento Iluminista surgiu nas cidades.</p><p>b) Incorreta. Apesar das ideias iluministas exercerem influência na Revolução Industrial, o</p><p>movimento não foi responsável pela eclosão da Revolução.</p><p>c) Correta, conforme visto na aula e no esquema anterior.</p><p>d) Incorreta. Como discutimos, ele teve início na Inglaterra e depois se expandiu por toda</p><p>Europa e América.</p><p>e) Incorreta. Durante a Era Napoleônica, os ideais da Revolução Francesa foram</p><p>abandonados.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>155</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Gabarito: C</p><p>(UDESC 2016)</p><p>“Podemos ser algo simplistas e dizer que houve duas revoluções na Inglaterra dos meados</p><p>do século XVII. Uma, a que venceu, estabeleceu os sagrados direitos de propriedade</p><p>(abolição dos títulos feudais sobre a terra, o fim da taxação arbitraria), conferiu poder político</p><p>aos proprietários (soberania do Parlamento e da common law, supressão dos tribunais que</p><p>funcionavam com base na prerrogativa e removeu tudo que impedia o triunfo da ideologia</p><p>dos homens com propriedades — ou seja, da ética protestante. Houve, porém, outra</p><p>revolução, que nunca chegou a se concretizar, embora de tempos em tempos ameaçasse</p><p>acontecer. Ela poderia haver estabelecido um sistema comunal de propriedade e uma</p><p>democracia muito mais ampla nas instituições legais e políticas; poderia, também, haver</p><p>retirado da Igreja Anglicana o seu caráter oficial e repudiado a ética protestante. O objeto</p><p>deste livro está em examinar essa revolta no interior da Revolução e a fascinante torrente de</p><p>ideias radicais que ela desencadeou.” (Hill, p. 32). Por radicais, o autor entende grupos que</p><p>elaboraram projetos de mudança drástica no sistema político, social e religioso da Inglaterra.</p><p>Assinale a opção correta acerca de dois grupos de atuação na Revolução Inglesa, cujas</p><p>projetos estão inseridos nessa “outra revolução” protagonizada por movimentos radicais</p><p>mencionados pelo historiador Christopher Hill.</p><p>b) anglicanos e anabatistas</p><p>b) tory e Whigs</p><p>c) diggers e quakers</p><p>d) luteranos e levellers</p><p>e) socialista utópicos e anarquistas</p><p>Comentários</p><p>Nas revoluções inglesas do século XVII, os diggers eram os trabalhadores rurais pobres,</p><p>defensores de uma ampla mudança na propriedade privada, e os quakers os protestantes</p><p>religiosos. Ambos os grupos apresentavam ideias radicais para o contexto da época. Os</p><p>levellers, na alternativa D, também participaram da Revolução Puritana, mas eram menos</p><p>radicais, apenas defendiam o fim dos privilégios feudais. Os whigs e tories (tory) são do</p><p>contexto da Revolução Gloriosa, porém, esse processo não ficou caracterizado por</p><p>enfrentamentos radicalizados.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UDESC 2010)</p><p>Assinale a alternativa correta em relação à Revolução Inglesa, conhecida também por</p><p>Revolução Gloriosa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>156</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>a) O Liberalismo inglês foi derrotado, e os burgueses, contrários a ele, foram chamados a</p><p>participar do governo.</p><p>b) Os ingleses, depois de muitas lutas, conseguiram fazer um Monarca se submeter a uma</p><p>Carta de Princípios elaborada pelo Parlamento.</p><p>c) O Absolutismo inglês, muito mais antigo e vigoroso que o francês, fortaleceu-se ainda mais</p><p>após a Revolução.</p><p>d) A glória da Revolução consistia em produzir um novo regime de forma pacífica, sem</p><p>mortes, quando os problemas sociais há muito já tinham sido resolvidos.</p><p>e) A industrialização depois da Revolução foi lenta e tardia.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar é preciso se atentar ao fato que a Revolução Gloriosa foi o final de um</p><p>longo período de turbulências sociais na Inglaterra. Desde 1603, monarca e parlamento</p><p>rivalizavam em relação aos limites de seus poderes. O rei Jaime I, católico, tentava aplicar o</p><p>absolutismo aos moldes franceses em solo inglês. O parlamento, por sua vez, era composto em</p><p>grande parte por protestantes, em sua maioria puritanos, principalmente a Câmara dos Comuns.</p><p>A tensão só aumentou quando o rei morreu e seu filho, Carlos I, assumiu, pois este aprofundou as</p><p>medidas centralizadoras, chegando a fechar o parlamento entre 1628 e 1640. Com isso, a</p><p>burguesia, parte da nobreza (aquela envolvida com a produção têxtil e o comércio colonial) e a</p><p>massa protestante se voltaram contra o monarca deflagrando a Revolução Puritana entre 1642 e</p><p>1648. Vitoriosos, os revolucionários fundaram a República Puritana, um governo liderado pelo</p><p>Parlamento.</p><p>Contudo, em pouco tempo novas tensões tomaram lugar, desta vez entre os</p><p>próprios revolucionários. Entre estes havia pessoas de diferentes classes sociais e de diferentes</p><p>vertentes protestantes. Parte dos camponeses e trabalhadores, burgueses e nobreza aburguesada</p><p>(gentry) participavam, mas essas pessoas também eram puritanos, quakers, presbiterianos,</p><p>batistas, entre outras vertentes do protestantismo. Ou seja, havia interesses distintos, muitas vezes</p><p>conflitantes. Os mais radicais queriam até abolir a propriedade privada (diggers) e os privilégios</p><p>dos nobres (levellers). Assim, uma figura que já tinha um papel de liderança no Parlamento desde</p><p>as vésperas e durante a revolução, Oliver Cromwell assumiu à frente da República e do Exército,</p><p>promovendo perseguições políticas e religiosas. Ironicamente, o líder revolucionário fechou o</p><p>parlamento novamente, assim como o monarca que combateu anos antes, de modo que seu</p><p>governo se tornou uma ditadura. Esta não durou além de sua morte, em 1658, quando o</p><p>Parlamento consegue retomar a liderança do governo e, para estabilizar a situação, decide</p><p>restaurar a monarquia e coroa Carlos II, filho de Carlos I.</p><p>Carlos II e, mais intensamente, seu filho e sucessor, Jaime II, retomaram o afã</p><p>absolutista da família Stuart tentando novamente centralizar o poder. Carlos até que conseguiu</p><p>governar até sua morte, porém Jaime não teve a mesma habilidade indo com “muita sede ao</p><p>pote”. Por isso, em 1688 o parlamento começa a se articular com o fim de destitui-lo.</p><p>É a esse evento, no fim dessa sequência de turbulências, os ingleses dão o nome de</p><p>Revolução Gloriosa, que não foi um conflito armado e com derramamento de sangue. Tratou-se</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>157</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>de uma articulação entre os grupos políticos até então adversários no interior do Parlamento</p><p>inglês, contra o rei Jaime II por suas tentativas de consolidar um governo absolutista na Inglaterra.</p><p>Os parlamentares foram bem-sucedidos e destituíram o rei, coroando em seu lugar Guilherme de</p><p>Orange, seu genro. Imediatamente, eles o fizeram assinar um documento, conhecido como Bill of</p><p>Rights, ou Declaração dos Direitos. Com isso, o monarca se comprometia a respeitar a liberdade</p><p>religiosa, a liberdade de imprensa, a autonomia do poder Judiciário, não criar novos impostos sem</p><p>consentimento do Parlamento, ceder o controle do Exército ao legislativo e instituir o voto</p><p>censitário. Para balancear, o rei teria direito a vetar projetos da Câmara dos Comuns. Assim,</p><p>instaurou-se a monarquia parlamentar, ou monarquia constitucional inglesa, um governo</p><p>tipicamente burguês e liberal. Agora, vejamos</p><p>a) Incorreto. Na verdade, o liberalismo inglês saiu vitorioso. Lembre-se que o pai do</p><p>liberalismo político, John Locke, era inglês</p><p>e Tories se</p><p>unem contra o rei e protagonizam a Revolução Gloriosa. Todavia, não foi uma revolução com</p><p>guerras e conflitos armados. Foi mais uma reorganização do poder político e a confirmação do</p><p>poder do Parlamento britânico.</p><p>Jaime II foi deposto e, em seu lugar, o Parlamento colocou um rei protestante, Guilherme</p><p>de Orange. Este era casado com uma das filhas de Jaime II, a Maria Stuart. Em 1869, Guilherme</p><p>de Orange foi obrigado a assinar a Declaração de Direitos, mais conhecida como Bill of Rights.</p><p>O novo rei, ao assinar o termo, assumiu o compromisso de que ele, nem qualquer membro</p><p>de sua família (os sucessores), repetiria os erros da monarquia absolutista. Esses eventos, por sua</p><p>vez, inauguram a construção da monarquia constitucional inglesa.</p><p>Esses eram os termos da Declaração de direitos:</p><p>Liberdade religiosa;</p><p>Novas impostos, somente com aprovação do Parlamento;</p><p>Liberdade de imprensa;</p><p>Exército controlado pelo Parlamento;</p><p>Poder judiciário autônomo;</p><p>Voto censitário no Parlamento;</p><p>O rei passou a ter poder de veto sobre a Câmara dos Comuns.</p><p>Então, veja:</p><p>✓ os ingleses acabavam de “arrumar a casa”, isto é, resolveram seus conflitos internos</p><p>e prepararam o arranjo político-institucional para o crescimento econômico (1714 em</p><p>diante);</p><p>✓ os ingleses já haviam derrotado as duas armadas marítimas mais fortes até então, a</p><p>da Espanha e a da Holanda; os ingleses já estavam com um pé na América;</p><p>✓ os ingleses estavam arrecadando riquezas de muitas fontes (comércio de tecidos,</p><p>exclusividade de transporte marítimo, exploração das colônias, transferência do ouro</p><p>de Portugal (do Brasil, na verdade), após os acordos comerciais de exclusividade),</p><p>ampliação do mercado interno de manufaturas em solo inglês já na iminência para o</p><p>ganho de escala de produção via “maquinofaturas”.</p><p>De maneira bem sintética, tudo isso expressou um grande processo revolucionário.</p><p>Agora, para a Inglaterra, o século XVII ainda ficou marcado pelo estabelecimento das</p><p>colônias na América do Norte. Além da colônia da Virginia – produtora de algodão e território</p><p>oficial dos negócios da Coroa, via companhias de comércio- e da colônia puritana, conforme</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>17</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>mencionado acima, também houve outras colônias. Vamos ver, então, o processo dos ingleses</p><p>rumo à América.</p><p>Antes, vamos praticar um pouquinho...</p><p>(UFPR 2014)</p><p>Na figura abaixo vemos à esquerda uma ilustração de Guy Fawkes, inglês católico morto em</p><p>1605 após tentar explodir o Parlamento inglês na “Conspiração da Pólvora”, e um</p><p>manifestante inglês usando a máscara de Guy Fawkes em 2011 (inspirada na graphic novel</p><p>“V de Vingança”, transformada em filme em 2006) e portando um cartaz no qual se lê: “O</p><p>povo não deve temer seu governo”.</p><p>Sobre os contextos do século XVII e do século XXI em que a figura de Guy Fawkes aparece,</p><p>identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:</p><p>( ) Guy Fawkes pertenceu a uma legião de opositores católicos à dinastia dos Stuart, que</p><p>tentou estabelecer um regime absolutista na Inglaterra ao longo do século XVII.</p><p>( ) Atualmente, o uso da máscara de Guy Fawkes mantém o ativismo católico do personagem</p><p>original, ao defender a opção preferencial pelos pobres e uma teologia de libertação através</p><p>do ciberativismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>18</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>( ) Enquanto Guy Fawkes foi demonizado como traidor à Coroa inglesa desde o século XVII,</p><p>atualmente as máscaras de Guy Fawkes representam a contestação ao autoritarismo e à</p><p>injustiça, como no movimento Ocupe Wall Street e em diversos protestos pelo mundo.</p><p>( ) Após a Conspiração da Pólvora, outras revoltas ocorreram no século XVII na Inglaterra,</p><p>culminando na Revolução Puritana (1640) e na Revolução Gloriosa (1688), seja por questões</p><p>religiosas, seja pelos cercamentos, seja disputa de poder entre a monarquia e o parlamento.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.</p><p>a) V – F – F – V.</p><p>b) F – F – V – F.</p><p>c) F – V – F – V.</p><p>d) V – V – V – F.</p><p>e) V – F – V – V.</p><p>Comentários</p><p>O primeiro item é verdadeiro, pois Guy Fawkes era membro de um grupo de católicos</p><p>radicais opositores ao Rei Jaime I. Veja que, neste caso, foi um brica entre católicos. Essa</p><p>oposição aos Stuart, como vimos, cresceu por vários motivos: eram vistos como estrangeiros,</p><p>pois, além de serem da Escócia, tiveram boa parte da educação conforme o modelo francês;</p><p>aumentaram impostos; eram intolerantes com outras religiões; contrariaram a Magna Carta;</p><p>perseguiam burgueses. O objetivo de Guy Fawkes era assassinar o rei com o uso de</p><p>explosivos. O plano fracassou. Levado até Jaime I, que lhe perguntou o porquê da realização</p><p>de um atentado que mataria tantas pessoas, ele respondeu: “Tempos desesperadores</p><p>exigem medidas desesperadas”. Foi enforcado e esquartejado sob a acusação de traidor.</p><p>Na atualidade, de fato, muitas pessoas usaram a máscara com a imagem em referência a Guy</p><p>para simbolizar a luta contra injustiças. Mas, não há uma ligação com a teologia da libertação.</p><p>Esta, uma vertente de católicos que pregam justiça social e democracia.</p><p>A partir da resolução dos dois primeiros itens, chegamos ao terceiro, que é verdadeiro.</p><p>Já o item IV exige um conhecimento histórico das revoluções inglesas e, como vimos, bate</p><p>com o processo histórico. Item verdadeiro. V de...verdade.</p><p>Gabarito: E</p><p>(FUVEST 2014)</p><p>As chamadas “revoluções inglesas”, transcorridas entre 1640 e 1688, tiveram como</p><p>resultados imediatos</p><p>a) a proclamação dos Direitos do Homem e do Cidadão e o fim dos monopólios comerciais.</p><p>b) o surgimento da monarquia absoluta e as guerras contra a França napoleônica.</p><p>c) o reconhecimento do catolicismo como religião oficial e o fortalecimento da ingerência</p><p>papal nas questões locais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>19</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>d) o fim do anglicanismo e o início das demarcações das terras comuns.</p><p>e) o fortalecimento do Parlamento e o aumento, no governo, da influência dos grupos ligados</p><p>às atividades comerciais.</p><p>Comentário</p><p>Questão no alvo. Ou você sabe ou roda. As Revoluções Inglesas ocorridas a partir de 1640</p><p>estabeleceram a Monarquia Parlamentarista na Inglaterra, fortalecendo o poder do</p><p>Parlamento em detrimento do poder Real. Tais revoluções foram burguesas e, logo,</p><p>influenciadas pela burguesia mercantil e pela nobreza aburguesada.</p><p>Itens errados:</p><p>a- Fala da Declaração de Direitos do Homem, documento fruto da Revolução Francesa.</p><p>b- A assertiva aponta sentido oposto ao verificado na história.</p><p>c- O catolicismo deixou de ser a religião oficial na Inglaterra desde a reforma Anglicana com</p><p>Henrique VIII, no século XVI.</p><p>d- Também o sentido oposto. Houve liberdade religiosa e aprofundamento dos</p><p>cercamentos, ou seja, concentração fundiária.</p><p>Gabarito: E</p><p>2.3 – INGLESES NA AMÉRICA DO NORTE</p><p>Para começar essa seção, quero chamar a atenção para que tenha cuidado com o tempo</p><p>cronológico. Preste muita atenção que vamos dar uma “voltadinha” no começo do século XVII.</p><p>Então, se liga nas datas para não ficar perdido e perdida.</p><p>Quando pensamos no sistema mercantilista de exploração colonial, iniciado por Portugal e</p><p>Espanha no século XVI, podemos dizer que, de certa forma, os ingleses saíram atrasados na corrida</p><p>pelas riquezas das Américas. Os portugueses, espanhóis, franceses e holandeses já haviam tomado</p><p>suas iniciativas.</p><p>Ademais, a primeira tentativa efetiva de colonização inglesa, entre 1584 e 1587, fracassou.</p><p>Os índios reagiram à tentativa de conquista e inviabilizaram a permanência dos colonizadores.</p><p>Dessa forma, apenas em 1607, com a fundação da colônia de Virgínia a partir do</p><p>e viveu justamente durante o século XVII, quando</p><p>a Inglaterra vivenciou esses acontecimentos. Locke criticava o absolutismo, defendia a</p><p>liberdade religiosa e que a legitimidade do poder vinha do povo, não de Deus. Ou seja,</p><p>como vimos, tanto a Revolução Puritana como a Revolução Gloriosa estiveram inspiradas</p><p>nesses ideais.</p><p>b) Correto! Esse monarca foi Guilherme de Orange.</p><p>c) Incorreto. O absolutismo inglês não era mais antigo e vigoroso que o francês, pelo</p><p>contrário. Na Inglaterra a nobreza, que compunha o Parlamento sempre teve muita voz</p><p>perante os monarcas. Apenas durante o governo da Dinastia Tudor é que houve certa</p><p>harmonia entre rei e parlamento, devido à habilidade política de Henrique VIII e Elizabeth</p><p>I, de modo que elementos absolutistas eram uma realidade durante seus governos.</p><p>Contudo, essa harmonia foi quebrada a partir de Jaime I e seus sucessores que tentavam</p><p>sem muita sensibilidade implantar governos absolutistas ao estilo francês, o que não deu</p><p>certo e foi definitivamente descartado com a Revolução Gloriosa.</p><p>d) Incorreto. O não derramamento de sangue de fato inspirou, em parte, o nome dado ao</p><p>evento. Contudo, não porque os problemas sociais já estavam resolvidos, mas sim porque</p><p>eles estavam latentes, com a memória da guerra civil ainda muito viva na cabeça de todos.</p><p>Por isso, os parlamentares se mobilizaram rapidamente para realizar essa reorganização do</p><p>sistema político inglês que foi a Revolução Gloriosa, para evitar que um novo conflito</p><p>eclodisse.</p><p>e) Incorreto. A Revolução favoreceu a aceleração da industrialização, pois, veja, os ingleses</p><p>acabavam de “arrumar a casa”, isto é, resolveram seus conflitos internos e prepararam o</p><p>arranjo político-institucional para o crescimento econômico. Além disso, é importante</p><p>mencionar que, sob Elizabeth I, foi estabelecida a colônia da Virgínia, no sul da América do</p><p>Norte, que funcionava com base no pacto colonial e no mercantilismo. Em 1620, puritanos</p><p>que fugiam das perseguições de Jaime I criaram também uma colônia, mas desta vez no</p><p>norte da América do Norte e de forma mais autônoma do que a da Virgínia. No território</p><p>entre as duas, outras colônias inglesas foram criadas ao longo do século XVII, muitas delas</p><p>por outros grupos protestantes que acabaram sendo perseguidos por Cromwell, mas</p><p>também algumas fundadas por novas Companhias de Comércio monopolistas. Nesse</p><p>processo, a Inglaterra entrou em confronto com outras duas nações colonizadoras: a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>158</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Espanha e a Holanda; brigas das quais saiu vitoriosa. Portanto, os britânicos estavam</p><p>arrecadando riquezas de muitas fontes (comércio de tecidos, exclusividade de transporte</p><p>marítimo do Atlântico norte, exploração das colônias, transferência do ouro de Portugal</p><p>por meio de acordos comerciais de exclusividade, ampliação do mercado interno de</p><p>manufaturas em solo inglês já na iminência para o ganho de escala de produção via</p><p>“maquinofaturas”</p><p>Gabarito: B</p><p>(UDESC 2006)</p><p>“Consideramos as seguintes verdades evidentes por si mesmas, a saber, que todos os</p><p>homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os</p><p>quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre</p><p>os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos</p><p>governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir estas finalidades, cabe</p><p>ao povo o direito de alterá-lo ou abolilo, e instituir novo governo, assentando seus</p><p>fundamentos sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pareça</p><p>ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade.”</p><p>(Trecho do texto da Declaração da Independência das Treze Colônias da América do Norte,</p><p>redigida por Thomas Jefferson, em 1776.)</p><p>Considerando as idéias do texto acima, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) O texto mostra que os representantes das Treze Colônias redigiram a Declaração em</p><p>represália à Inglaterra, que resistia em conceder-lhes liberdade, e por isso eles tinham o</p><p>direito de abolir as amarras da dependência.</p><p>b) A redação desse texto fundamenta-se nas idéias ilustradas da época, norteadas pelo</p><p>liberalismo econômico, e referenciadas nas idéias de Rousseau e Locke, dentre outros.</p><p>c) O texto enuncia uma particularidade da independência norte-americana, baseada na</p><p>experiência dos colonos de se autogerirem, e não traduzia idéias universais iluministas.</p><p>d) Ao dizer que os governos não são mais os braços seculares do Senhor, mas capazes de se</p><p>autogovernarem, a teoria política da Declaração é profundamente revolucionária e</p><p>intensamente democrática para sua época, o que reflete a essência da filosofia política, ou</p><p>seja, a soberania popular.</p><p>e) Essas idéias eram de origem internacional: os americanos que assinaram a Declaração</p><p>pertenciam à corrente humanista do século XVIII, cujos argumentos libertários iam contra os</p><p>dogmas e o autoritarismo.</p><p>Comentários</p><p>Esse trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos, redigida em 1776, é</p><p>muito bom para percebermos a influência das ideias iluministas que circulavam intensamente</p><p>naquele período. O trecho versa basicamente sobre o direito à rebelião, um princípio da filosofia</p><p>política liberal defendido por vários iluministas como Locke e Rousseau. Além disso, esse também</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>159</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>era um direito defendido pelos protestantes, especialmente os calvinistas, que argumentavam que</p><p>quando um governante não seguia as leis de Deus poderia ser destituído pelos fiéis. Tanto o</p><p>iluminismo como o protestantismo tiveram muita influência nas treze colônias, portanto não é de</p><p>se estranhar que na declaração de independência eles tenham legitimado seu ato com esse</p><p>argumento. Vejamos as alternativas:</p><p>a) Correto! O ideário liberal em plena elaboração naquele século serviu de amparo ideológico</p><p>para os norte-americanos. Lembre-se que naquele momento a Inglaterra tentava impor o</p><p>Pacto Colonial em todas as suas colônias na América do Norte, criando e aumentando</p><p>impostos, revogando direitos políticos e civis, reforçando a burocracia, tudo para garantir</p><p>a arrecadação dos lucros dos negócios realizados ali e garantir o fornecimento de matérias-</p><p>primas para a indústria britânica, assim como um mercado consumidor “cativo” para seus</p><p>produtos.</p><p>b) Correto! O Iluminismo também era chamado de Ilustração, portanto aqueles adeptos das</p><p>ideias iluministas se diziam ilustrados. Também se chamavam de esclarecidos. De qualquer</p><p>forma, está certo afirmar que a redação da Declaração se apoiava nas concepções liberais</p><p>propostas por Rousseau e Locke, entre outros, como dissemos no comentário.</p><p>c) Incorreto. As colônias do norte realmente tinham uma relativa autonomia em relação à</p><p>Coroa inglesa quando comparadas com as do sul, onde o sistema mercantilista e a</p><p>plantation predominavam como modelo econômico. Contudo, isso não impediu a influência</p><p>das ideias iluministas, pelo contrário, os dois fatores se combinaram e fortaleceram o</p><p>processo histórico que resultou na independência dos EUA. A influência do ideário</p><p>iluminista e liberal era tão forte que até mesmo os sulistas, mais conservadores, uniram-se</p><p>à causa em represália ao autoritarismo da metrópole inglesa.</p><p>d) Correto. A base do Antigo Regime e do absolutismo estava na legitimidade do poder</p><p>fundamentada em Deus. Tratava-se do direito divino dos reis de governarem, por terem</p><p>sido eles e suas linhagens escolhidos pelo próprio Criador para reinar. A partir do século</p><p>XVII, diversos filósofos e pensadores começaram a questionar esse princípio, justamente os</p><p>liberais e iluministas. Para eles, a legitimidade do poder vinha do povo, dos indivíduos, que</p><p>concediam parte de seu poder e liberdade pessoais a um ou mais governantes</p><p>patrocínio</p><p>de uma companhia de comércio, e autorizado pela Coroa Britânica, começou a ser viabilizada a</p><p>presença inglesa na América do Norte. O modelo de produção na Virginia foi o conhecido Sistema</p><p>de Plantation: monocultura produzida em grandes propriedades, com mão de obra escrava e</p><p>voltada para a exportação. Nesse caso, grande parte do lucro era transferido para a Coroa. Ou</p><p>seja, um típico sistema mercantilista de exploração colonial. Veja alguns produtos que foram</p><p>produzidos:</p><p>❖ Tabaco, muito consumido na Europa;</p><p>❖ Corante índigo (anil) para abastecer a nascente manufatura têxtil;</p><p>❖ Algodão, também para abastecer a produção de tecidos;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>20</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>❖ Arroz.</p><p>Vimos que Elizabeth I e, posteriormente, Cromwell fortaleceram a construção naval e o</p><p>comércio marítimo. Esses governantes sabiam que bons frutos financeiros podiam ser colhidos</p><p>com o fortalecimento do comércio. Nesse sentido, a criação das companhias de comércio na</p><p>Inglaterra, além de demonstrar o apoio do governo a essa atividade, evidenciou a força que a</p><p>burguesia comercial tinha.</p><p>Lembre-se: politicamente, essa burguesia influenciava as disputas de poder na Grã-Bretanha, via</p><p>representantes na Câmara dos Comuns, mas ela não se tornou classe dominante nos séculos XVI,</p><p>XVII e até meados do XVIII.</p><p>Além desse elemento mais específico ligado ao mercantilismo, outros fatores contribuíram</p><p>para a colonização inglesa na América do Norte, ao longo do século XVI. Vou sistematizar alguns</p><p>que, de certa forma, já abordamos na seção anterior, e outros são reforçados:</p><p>Desenvolvimento da burguesia vinculada aos negócios mercantis;</p><p>Perseguição aos puritanos, de modo que parte deles migrou para a América</p><p>em 1620; outro grupo de protestante perseguido foi o dos quakers;</p><p>Os cercamentos das terras inglesas provocaram a expulsão de hordas de</p><p>camponeses do campo para os centros urbanos. Com isso, parte da</p><p>população desempregada migrou para a América; outra parte constituiria o</p><p>proletariado das fábricas inglesas, décadas para frente.</p><p>Necessidade de monopolizar o mercado no atlântico norte e, para isso, foi</p><p>preciso confrontar demais potências, como a Holanda;</p><p>Assim, no século XVII, outras regiões foram conquistadas para investimentos na produção</p><p>agrícola, como as colônias da Geórgia, Carolina do Norte e do Sul, Maryland e Delaware. Como</p><p>nessas colônias o investimento era fruto da parceria entre investidores, burguesia comercial e</p><p>Coroa Inglesa, os territórios eram controlados diretamente pela monarquia. Nessa porção do</p><p>território a principal companhia de comércio atuante foi a Companhia de Londres.</p><p>Já os refugiados religiosos, que se concentraram ao Nordeste do território, como na cidade</p><p>de Plymouth, fundada pelos puritanos, possuíam mais autonomia. Assim como Plymouth,</p><p>localizada na colônia de Massachusetts, outras também possuíam mais autonomia política. Essas</p><p>regiões eram pobres e com baixo investimento agrícola, muito embora, os colonos atuassem no</p><p>comércio marítimo. Aqui, predominou o trabalho da Companhia de Plymouth.</p><p>Reforço que a condição de “autonomia” em relação à metrópole foi favorecida pelas crises</p><p>políticas vividas na Inglaterra ao longo do século XVII.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>21</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>De toda forma, tanto no Sul, quanto no Norte, a atividade prioritária era a exploração</p><p>agrícola. Nesse sentido, o comércio triangular (América, Europa e África) foi praticado nas duas</p><p>regiões, uma com mais controle da Metrópole, outra, com menos. Em específico, a região norte,</p><p>conhecida como Nova Inglaterra, comercializava rum a partir do melaço obtido nas Antilhas. Com</p><p>isso, trocavam por escravos na África e, em seguida, vendiam-nos às colônias do Sul3. Era uma</p><p>forma de burlar as próprias Leis de Navegação da Inglaterra.</p><p>(UFMG 2007)</p><p>Considerando-se as informações desse mapa e outros conhecimentos sobre o</p><p>assunto, é correto afirmar que:</p><p>A) as Antilhas britânicas, com uma economia</p><p>basicamente extrativista, ocupavam um papel</p><p>secundário tanto para os interesses metropolitanos</p><p>quanto nos intercâmbios comerciais das colônias</p><p>inglesas da América do Norte.</p><p>B) as colônias inglesas do Norte e do Centro</p><p>desenvolveram um intenso comércio</p><p>intercontinental com as Antilhas, a África e a</p><p>Europa, em detrimento das colônias inglesas do</p><p>Sul, que estavam isoladas.</p><p>C) o comércio intercolonial e intercontinental se</p><p>desenvolveu nas colônias inglesas da América do</p><p>Norte, apesar das tentativas, ineficazes, de</p><p>3 DAVIDSON, Basil. À descoberta do passado de África. Lisboa: Sá da Costa, 1981.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>22</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>aplicação das Leis de Navegação por parte da metrópole.</p><p>D) os comerciantes metropolitanos compravam diversos produtos manufaturados da</p><p>América Inglesa, onde a atividade fabril era intensa, em razão da abundância de matérias-</p><p>primas e de mão de obra barata.</p><p>E) devido à colonização tardia da América pelos ingleses eles não obtiveram sucesso na</p><p>exploração de produtos agrícolas.</p><p>Comentário</p><p>A questão trata do comércio triangular, também conhecido como comércio intercolonial</p><p>porque era realizado pelas colônias. Em específico, a região norte, conhecida como Nova</p><p>Inglaterra, comercializava rum a partir do melaço obtido nas Antilhas. Com isso, trocavam</p><p>por escravos na África e, em seguida, vendiam-nos às colônias do Sul4. Era uma forma de</p><p>burlar as próprias Leis de Navegação da Inglaterra.</p><p>Gabarito: C</p><p>Vamos esquematizar algumas diferenças entre as colônias do Norte e do Sul que se</p><p>desenvolveram ao longo do tempo devido às funções que cada uma teve desde o início de sua</p><p>instalação:</p><p>4 DAVIDSON, Basil. À descoberta do passado de África. Lisboa: Sá da Costa, 1981.</p><p>Atividade ao Norte</p><p>• Predomínio de colonos perseguidos em razão da religião. Mão de obra dos próprios colonos</p><p>e também de trabalho escravo (negros africanos); Companhias privadas que atuavam</p><p>independentes da Coroa.</p><p>Atividade ao Sul</p><p>• Predomínio do sistema de plantation (mão de obra escrava de negros africanos);</p><p>Companhias vinculadas à Metropole.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>23</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Vejamos agora a divisão geográfica do que ficou conhecida como as Treze Colônias inglesas.</p><p>Com a chegada de mais contingente</p><p>populacional, um novo mercado interno passou a</p><p>se formar. Ao Norte, o trabalho livre passou a ser</p><p>predominante e, com isso, as relações de</p><p>consumo aumentaram. A atividade manufatureira</p><p>emergiu e o comércio se diversificou.</p><p>A fiscalização efetiva dos ingleses sobre</p><p>suas colonias somente passará a ocorrer no</p><p>século XVIII quando, então, Inglaterra já terá</p><p>superado suas crises e se tornará uma potencial</p><p>mundial. A pressão da Metrópole será um fato</p><p>que contribuirá para a guerra de independência</p><p>da 13 Colônias inglesas na América do Norte e a</p><p>fundação dos Estados Unidos da América. Mas, antes de chegarmos à independência dos</p><p>americanos, vejamos mais transformações na Europa.</p><p>(FUVEST 1999)</p><p>Pode-se dizer que o ponto de partida do conflito, entre as colônias inglesas da</p><p>América do Norte e a Inglaterra, que levou à criação dos Estados Unidos em 1776,</p><p>girou em torno da reivindicação de um princípio e de uma prática que tinham uma</p><p>longa tradição no Parlamento britânico. Trata-se do princípio e da prática</p><p>conhecidos como:</p><p>a) um homem, um voto (one man, one vote);</p><p>b) nenhuma tributação sem representação (no taxation without representation);</p><p>c) Declaração dos Direitos (Bill of Rights);</p><p>d) liberdade de religião e de culto (freedom of religion and worship).</p><p>e) equilíbrio</p><p>entre os poderes (checks and balances);</p><p>Comentário</p><p>Queridos, veja, desde 1215, com a imposição da assinatura da Carta Magna pelo rei João</p><p>sem Terra, iniciou-se um processo de jogo de poder entre a monarquia e o parlamento.</p><p>Desse momento em diante, a nobreza atuou no sentido de controlar o rei no que se refere a</p><p>sua capacidade de intervir na economia quando se tratava de criar impostos. Assim, a</p><p>tradição política inglesa consolidou essa máxima: “nenhuma taxação sem representação”.</p><p>Isso foi utilizado pelos colonos ingleses na América e, acreditem, também foi usada no século</p><p>XIX pelo movimento de trabalhadores chamado Cartismo que exigia a representação de</p><p>trabalhadores no parlamento inglês. Decore isso, reflita sobre o significado político dessa</p><p>tradição.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>24</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Gabarito: B</p><p>3. ILUMINISMO</p><p>Como vimos, no final do século XVII e início do século XVIII, o Antigo Regime acumulou</p><p>muitas contradições do ponto de vista político, econômico e social. Quero ressaltar um ponto: as</p><p>tensões envolvendo a burguesia, a nobreza e os monarcas, tal como acabamos de estudar no caso</p><p>da Inglaterra.</p><p>Nesse contexto, a burguesia (nas suas diversas frações/divisões – baixa, média ou alta</p><p>burguesia) foi acumulando críticas sociais, teóricas, filosóficas, econômicas e políticas, canalizando-</p><p>as para uma postura de contestação aberta ao Antigo Regime e ao Estado Absolutista. Assim, ia</p><p>construindo um instrumental teórico profundamente crítico que inspirou vários movimentos</p><p>revolucionários no final do século XVIII.</p><p>Esses instrumentais teóricos expandiram-se e constituíram um Movimento Intelectual que</p><p>se iniciou na Inglaterra, no final século XVII – especialmente no contexto das revoluções puritana</p><p>e gloriosa – e se expandiu para o resto da Europa e América ao longo do século XIX. Era o</p><p>Movimento Iluminista! Veja alguns pontos importantes sobre o Iluminismo:</p><p>Antes de vermos os principais autores que contribuíram para o desenvolvimento do</p><p>Iluminismo, ou Esclarecimento, podemos conjugar alguns elementos centrais para pensar o</p><p>Iluminismo como um Projeto de Civilização.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>25</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Realmente era isso que alguns iluministas propunham: a transformação dos homens e da</p><p>sociedade por meio da ação racional do indivíduo. Immanuel Kant – nascido na Prússia em 1724,</p><p>morreu em 1808) advogava a tese de que o homem poderia atingir a maioridade intelectual por</p><p>meio da razão. Isso lhe permitiria viver e conduzir sua própria vida sem a intervenção de outra</p><p>pessoa ou instituição.</p><p>Dizia ele: “Ousa Saber! Tenha coragem de usar sua própria mente!” Para tanto a única coisa</p><p>necessária era a liberdade! Veja o que ele diz:</p><p>Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade. E a mais</p><p>inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso</p><p>público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos os</p><p>lados: não raciocinai! O oficial diz: não raciocinai, mas exercitai-vos! O financista: não</p><p>raciocinai, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocinai, mas crede! (Um único</p><p>senhor no mundo diz: raciocinai, tanto quanto quiserdes, e sobre que quiserdes, mas</p><p>obedecei!). Eis aqui - por toda a parte - a limitação da liberdade. Que limitação, porém,</p><p>impede o esclarecimento? Qual não o impede, e até mesmo favorece? Respondo: o</p><p>uso público da razão deve ser sempre livre e apenas ele pode realizar [A485] o</p><p>Esclarecimento entre os homens.5 (grifos nossos)</p><p>É verdade que, desde o Renascimento, a razão e a valorização do indivíduo estiveram no</p><p>centro do desenvolvimento do pensamento filosófico. Leia o que a professora Cristina Costa</p><p>leciona sobre o assunto:</p><p>A ilustração, movimento filosófico que sucedeu o Renascimento, baseava-se na firme</p><p>convicção da razão como fonte de conhecimento, na crítica a toda adesão obscurantista</p><p>e a toda crença sem fundamentos racionais, assim como a incessante busca pela</p><p>realização humana.”6</p><p>Contudo, com o Iluminismo, formulou-se uma proposta para que o mundo se transformasse, algo</p><p>como uma revolução civilizatória. Por isso, usa-se a figura simbólica da iluminação ou da luz. Assim,</p><p>os iluministas pretendiam iluminar o mundo. Nesse sentido, muitos historiadores convencionaram</p><p>apelidar o século XVIII de “Século das Luzes”.</p><p>5 KANT, Emmanuel. Resposta à Questão: O que é Esclarecimento? Cognitio, São Paulo, v. 13, n. 1,</p><p>p. 145-154, jan./jun. 2012, pp. 146-147.</p><p>6 COSTA, Maria Cristina Castilho, Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São, Pauli: Editora</p><p>Moderna, 2005, p. 44.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>26</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>“Mas planejar e projetar o futuro exigia a concepção de um tempo e de um</p><p>espaço determinados, confirmando o nascente conceito de estado-nacional –</p><p>um território soberano sobre o qual a burguesia reinava, imprimindo uma</p><p>política que privilegiava o desenvolvimento econômico e as necessidades do</p><p>mercado. A nação deveria se orientar por uma política que favorecesse a</p><p>prosperidade e a acumulação de riqueza e que tivesse no indivíduo sua mola-</p><p>mestra. Um indivíduo liberto das marras do passado – da religião da fé, da culpa</p><p>e do pecado, das oficinas de ofício, dos soberanos e sacerdotes -, mas pelo de</p><p>desejos e expectativas de realização pessoal e de liberdade para agir, movimentar-se, gerir</p><p>negócios e lucrar.</p><p>Novos valores guiando a vida social para sua modernização, mais pesquisas e exploração de novos</p><p>campos do saber, avanços técnicos, melhorias nas condições de vida, tudo isso somado produziu</p><p>um clima muito otimista em relação ao futuro do homem, o que levou a esse surto de ideias,</p><p>conhecido pelo nome e “ilustração”. Um movimento que propunha uma atitude curiosa e livre</p><p>que se estendia tanto à elaboração teórica como à sistemática observação empírica. Que</p><p>acreditava ser o conhecimento a fonte do saber, de realização e de satisfação para a humanidade.</p><p>Que acreditava na evolução incessante do ser humano em direção a etapas cada vez mais</p><p>avançadas de sua existência como espécie.”7</p><p>Portanto, como</p><p>parte do Projeto Iluminista,</p><p>há um tripé que sustentou a</p><p>elaboração teórica mais</p><p>específica em cada área do</p><p>conhecimento, vejamos:</p><p>Essa é a base para uma das teorias</p><p>mais importantes do século XIX até os</p><p>nossos dias atuais: o LIBERALISMO! E, meus</p><p>caros, o liberalismo é uma teoria bastante</p><p>complexa que não se resume ao aspecto</p><p>econômico. Ela teve, e tem, impacto no</p><p>pensamento econômico, político, na área do direito, na concepção de república, democracia e</p><p>cidadania.</p><p>Como veremos ao longo dessa aula e das próximas, as teorias da ilustração tiveram a força</p><p>de orientar a ação política e econômica dos atores sociais do século XVIII e XIX e, assim,</p><p>7 COSTA, Maria Cristina Castilho, Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Editora</p><p>Moderna, 2005, pp. 46-47.</p><p>Indivíduo</p><p>RazãoLiberdade</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>27</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>estabelecer as bases do que viria a ser o Estado Capitalista na sua forma constitucional e</p><p>democrática.</p><p>Assim sendo, podemos estudar o iluminismo a partir dessa síntese fundamental que foi o</p><p>liberalismo. Tendo em vista o tripé acima (razão, liberdade e indivíduo) podemos verificar as</p><p>elaborações fundamentais nos campos da política e da economia. Nesse percurso veremos quais</p><p>autores contribuíram para a formação do pensamento político e econômico liberal.</p><p>3.1 – LIBERALISMO POLÍTICO</p><p>O liberalismo político, como o próprio nome diz, é uma teoria política. Ela teve grande</p><p>impacto no desenvolvimento</p><p>da revolução Francesa, como veremos ainda nessa aula.</p><p>Tendo por base a ideia de que a sociedade é regida por leis naturais, um tanto quanto</p><p>semelhantes àquelas que regem a natureza e a relação entre as espécies, os filósofos rejeitavam</p><p>toda forma de controle político, quer seja de um rei, de um líder, de um grupo, de um chefe</p><p>religioso. Qualquer intervenção impossibilitaria o homem de agir por si mesmo expressando a sua</p><p>capacidade racional. Lembra de que a liberdade é condição para racionalidade?</p><p>Veja o que diz John Locke (1632-1704) – um filósofo inglês, que</p><p>viveu a experiência das revoluções inglesas do final do século XVII:</p><p>“A liberdade natural do homem consiste em estar livre de</p><p>qualquer ser superior na Terra (...), tendo somente a lei da</p><p>natureza como regra (...)8</p><p>Nesse sentido, podemos afirmar que havia uma clara oposição à ideia de legitimidade do</p><p>poder divino do soberano, bem como à ideia de submissão do povo em relação ao monarca. No</p><p>conflito entre Parlamento e Rei – que você já estudou nessa aula – vimos que um dos motivos que</p><p>contribuíram para a derrota do rei foi sua “mania” de criar tributos sobre as propriedades sem</p><p>que fosse autorizado pelo parlamento e, inclusive, fechar o parlamento. Está vendo, a intervenção</p><p>do rei não se limitava apenas na vida das pessoas, mas também na sua propriedade.</p><p>Contudo, a propriedade é compreendida como elemento decorrente da liberdade e da</p><p>racionalidade. Embora ninguém nasça sendo dono de uma fazenda (salvo se for herança), nasce-</p><p>se livre, ou seja, dono de si mesmo. E é esta liberdade que pode levá-lo a ter posses para além</p><p>do próprio corpo. Mais uma vez, leia um trecho de Locke:</p><p>Se o homem no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode</p><p>ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu</p><p>consentimento(...) (grifos nossos)</p><p>8 LOCKE, John. O segundo tratado sobre o governo. Petrópolis: Editora Vozes. 1999.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>28</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Caro, Bixo, observe o grifo do trecho acima. Perceba que o iluminista não nega a necessidade de</p><p>um poder político acima dos indivíduos. O que não pode ocorrer é que este poder se estabeleça</p><p>sem o consentimento do indivíduo ou da comunidade.</p><p>Assim, a formulação a que Locke chega é a de que a legitimidade do poder vem justamente</p><p>daquele que outrora foi oprimido: o povo!! São as pessoas que devem consentir que um entre</p><p>eles governe ou que um colegiado legítimo faça leis. Então, tatua na mente: o poder emana dos</p><p>indivíduos que o concede a um governante.</p><p>Concluindo a ideia: o sistema de legitimidade passa do rei para os indivíduos!</p><p>Isso não lhe parece óbvio?</p><p>Afinal, quem colocou o governo</p><p>brasileiro no poder? O povo!!! Foi o</p><p>povo que concedeu por meio do voto</p><p>seu consentimento para que uma</p><p>pessoa pudesse governar. Imagina uma</p><p>pessoa chegando ao poder dizendo</p><p>que está lá e temos que obedecê-la</p><p>simplesmente porque Deus quis. Quem</p><p>aceitaria isso hoje em dia. Na sociedade</p><p>ocidental, majoritariamente, o sistema</p><p>eleitoral e a regra da maioria (maioria dos votos) são a chave para atribuir legitimidade a um</p><p>governo!</p><p>Mas, Profe, se o homem é tão livre e tão racional, o que o faria consentir um pedaço do seu poder</p><p>a outras pessoas, seus representantes? Não deveria o homem exercer seu poder diretamente sem</p><p>nenhuma intervenção?</p><p>Bem, querido e querida, essa foi uma discussão grande entre os iluministas: por exemplo,</p><p>a democracia deve ser direta ou representativa?</p><p>Locke dizia que embora o homem seja livre por natureza, a fruição da liberdade é incerta e</p><p>está permanentemente suscetível de obstacularização por terceiros, por isso, para evitar</p><p>inconveniências que surgem na convivência entre muitos homens, ele se reúne em sociedade.</p><p>Portanto, para garantir a proteção e a conservação de si mesmos, de sua</p><p>liberdade, de sua vida e de sua propriedade ele se associa a outros</p><p>indivíduos, por meio de um contrato, no qual estabelecem racionalmente</p><p>limites para as suas ações. Veja como Locke define sociedade civil:</p><p>“Sociedade é uma associação para a conservação da vida, da liberdade e</p><p>dos bens que chamo de propriedade.”</p><p>INDIVÍDUO</p><p>REI</p><p>G</p><p>A</p><p>N</p><p>H</p><p>A</p><p>L</p><p>E</p><p>G</p><p>IT</p><p>IM</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>P</p><p>E</p><p>R</p><p>D</p><p>E</p><p>L</p><p>E</p><p>G</p><p>IT</p><p>IM</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>29</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Nesse estado, os homens gozariam dos chamados direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e</p><p>propriedade privada e para conservá-los estabelecem um contrato. Dessa forma a sociedade tem</p><p>uma base contratualista!!</p><p>Assim, a formação da sociedade tem uma base: um contrato social! É este contrato a</p><p>“cartilha” que rege a vida das pessoas, das instituições e das famílias. O governante deve, ao</p><p>governar, agir dentro das regras desse contrato e sempre observar e garantir os interesses comuns</p><p>da sociedade. Por isso que, para Locke, os homens não devem governar diretamente, é preciso a</p><p>figura do representante de todos os homens. Essa concepção é importante porque justifique a</p><p>representatividade tanto via Parlamento, quanto via soberano (rei).</p><p>Mas, Profe, e caso o governante extrapole o contrato, ou atue apenas para garantir o seu próprio</p><p>interesse?</p><p>Aí, nesse caso, meu caro futuro universitário e universitária, o povo detentor do poder</p><p>originário pode derrubar o governante. Trata-se do que o Locke chamou de “direito à rebelião”.</p><p>Direito esse que, como vimos no capítulo sobre Revoluções Inglesas, foi utilizado pelo Parlamento</p><p>Inglês mais de uma vez. Cuidado aqui: quando o pensador inglês falava em rebelião ele não estava</p><p>falando de pixar o banco, quebrar o orelhão, jogar uma bomba no parlamento ou fazer uma guerra</p><p>civil. Rebelião, para Locke, é o ato de não aceitar o despotismo de um governante, nem de um</p><p>parlamento.</p><p>Nesse caso, as formas de atuação deveriam respeitar SEMPRE os direitos naturais de todos</p><p>os homens: a liberdade, a igualdade, a vida e a propriedade. Por isso, as revoltas podem ser</p><p>múltiplas, melhor ainda se forem sem derramamento de sangue, como ficou evidenciado no</p><p>processo da Revolução Gloriosa que colocou um freio no despotismo dos reis ingleses.</p><p>Leia o que o próprio Locke diz:</p><p>(...) os homens jamais estarão ao abrigo da tirania se não tiverem os meios de escapar</p><p>antes que ela os tenha dominado completamente. Por isso, não somente tem o direito</p><p>de sair dela, mas de impedi-la. (p. 218)</p><p>Agora veja, a vida e a liberdade são entendidas como naturais e pertencentes a todos os seres</p><p>humanos, por isso, configuram-se como direitos naturais, os quais não podem ser separados ou</p><p>retirados das pessoas, também são chamados de direitos inalienáveis (inseparáveis).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>30</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Conforme a filosofia iluminista se</p><p>desenvolveu, ela acabou por influenciar as</p><p>subáreas das Ciências Humanas. Uma delas foi a</p><p>das ciências jurídicas e a partir dessa noção de</p><p>direitos naturais estabeleceu-se a ideia de direitos</p><p>civis e políticos. Segundo essa concepção teórica,</p><p>as pessoas tinham, e têm, direito ao exercício dos</p><p>seus direitos civis e políticos.</p><p>Assim, os iluministas desenvolveram</p><p>uma compreensão diferente sobre a relação</p><p>entre governantes e governados. Segundo a</p><p>teoria, os indivíduos passam de uma</p><p>condição de submissos ao poder do</p><p>governante para outra de detentores</p><p>originários do poder. Ou seja, de súditos as</p><p>pessoas passam a ser compreendidas como</p><p>cidadãs. Note que isso é radicalmente</p><p>diferente da “teoria do direito divino dos</p><p>reis”.</p><p>Essas formulações de Locke receberam a concordância de vários filósofos da época, por</p><p>isso, podemos generalizá-las e dizer que são características dos aspectos do liberalismo político.</p><p>Contudo, algumas delas, sobretudo</p><p>as sobre a função da sociedade e a natureza da propriedade</p><p>privada foram contestadas pelo filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).</p><p>Como um dos mais ferrenhos críticos de sua época, Rousseau quis entender a desigualdade</p><p>real entre os homens. Para compreendê-la foi estudar as organizações sociais na história e chegou</p><p>à conclusão de que a propriedade não era um direito natural, assim como o eram a liberdade e a</p><p>igualdade. Ao contrário, a propriedade seria a provocadora de toda a desigualdade e injustiça na</p><p>Terra. Basta pensar na expulsão dos camponeses quando começaram os cercamentos na</p><p>Inglaterra e a extinção das propriedades comunais.</p><p>Além disso, o filósofo suíço (ele não era francês) – que circulou por toda a Europa e pelos</p><p>principais centros de difusão do pensamento crítico - não acreditava que a sociedade era algo</p><p>positivo, embora necessária. Ele dizia: o homem nasce livre, mas a sociedade o corrompe.</p><p>Alguns estudiosos do iluminismo disseram que ele foi o mais crítico entre os pensadores da</p><p>época e seu pensamento deu base para as ideias contestatórias ao próprio liberalismo e ao</p><p>capitalismo que se desenvolveram ao longo do século XIX.</p><p>•Obediência e</p><p>Obrigação.</p><p>•Ex. Obedecer ao rei</p><p>e pagar impostos</p><p>Súditos</p><p>•Deveres</p><p>•Direitos civis e</p><p>políticos</p><p>Cidadãos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>31</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>Mas o próprio Rousseau admitia que, naquela etapa de desenvolvimento da sociedade,</p><p>talvez não fosse mais possível viver como antes, no estado de natureza igualitário. Logo, o contrato</p><p>social era uma necessidade. Além disso, ele considerava que o povo deveria exercer a democracia</p><p>direta, governar sem representes.</p><p>Podemos, então, sistematizar:</p><p>De um lado, havia iluministas defensores da representatividade, como Locke. Veja o</p><p>que ele dizia sobre Poder Legislativo:</p><p>Se o legislativo ou qualquer parte dele compõe-se de representantes escolhidos pelo</p><p>povo para esse período, os quais voltam depois para o estado ordinário de súditos e só</p><p>podendo tomar parte no legislativo mediante nova escolha, este poder de escolher</p><p>também será exercido pelo povo.9</p><p>Do outro, pensadores – como Rousseau- defensores do exercício direto da política</p><p>pelos cidadãos (democracia participativa).</p><p>Assim, querida e querido aluno, independentemente do debate teórico entre esses dois</p><p>iluministas, podemos dizer que o contrato social era justamente o que limitaria o poder e a</p><p>9 LOCKE, J. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultual, 1973, p. 101.</p><p>“O primeiro que, AO</p><p>CERCAR UM TERRENO, teve a</p><p>audácia de dizer ISTO É MEU e</p><p>encontrou gente bastante</p><p>simples para acreditar nele foi o</p><p>verdadeiro fundador da</p><p>sociedade civil.”</p><p>“Quantos crimes, guerras e</p><p>assassinatos […] teria poupado ao gênero</p><p>humano aquele que, arrancando as estacas</p><p>e cobrindo o fosso, tivesse gritado a seus</p><p>semelhantes:</p><p>‘Não escutem esse impostor!</p><p>Estarão perdidos se esquecerem que os</p><p>frutos são de todos e a terra é de ninguém”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>32</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>liberdade dos homens, mas lhe garantiria, ao mesmo tempo, alguma segurança e estabilidade</p><p>para planejar a busca pela sua felicidade. O ponto comum entre Locke e Rousseau é o pacto social</p><p>por meio de um contrato.</p><p>Mas, Profe, o que seria esse contrato, como as pessoas fariam isso?</p><p>Bem, o contrato social é a teoria das regras básicas de convivência. Ele é um pressuposto</p><p>aceito pela consciência social geral da sociedade civil e deve ser aceita por quem quiser fazer</p><p>parte dela. Para além da elucubração teórica, o contrato é a CONSTITUIÇÃO de um Estado.</p><p>Aquela Carta Magna que determina quais direitos e deveres dos cidadãos.</p><p>Isso foi um grande passo no sentido de</p><p>enfraquecer o poder absolutista de alguns monarcas que</p><p>eram ou pretendiam ser absolutos e estar acima,</p><p>inclusive, da sua corte, conselho ou parlamento – como</p><p>vimos no caso inglês. Houve grandes conflitos para que</p><p>essas teorias tomassem forma concreta.</p><p>A história nos ensina que surgiram a Monarquia</p><p>Constitucional e a República (parlamentarista ou</p><p>presidencialista). Ao longo da história, veremos que a</p><p>Monarquia Constitucional apareceu como um “meio</p><p>termo” entre o velho poder da nobreza e o novo poder</p><p>da burguesia. Conforme o liberalismo avançou no mundo,</p><p>em algumas situações, a república foi escolhida como</p><p>forma mais acabada de poder soberano do povo. A</p><p>experiência inglesa ilustra a opção pela Monarquia</p><p>Constitucional e o desenvolvimento do liberalismo na</p><p>França e nos EUA representa a opção republicana.</p><p>Agora, veja, estava claro para os iluministas que o poder absolutista não deveria estar</p><p>concentrado nas mãos de uma única pessoa, seja qual fosse a justificativa. Assim, o poder deveria</p><p>estar dividido em esferas. A partir do que estudamos até agora, sabemos que há o rei e o</p><p>parlamento e que ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX surgiram a Monarquia Constitucional e a</p><p>República.</p><p>Portanto, podemos falar que o parlamento é a esfera do poder legislativo e a esfera do</p><p>poder executivo fica a cargo da Monarquia ou do chefe da República (Primeiro Ministro ou,</p><p>futuramente, o Presidente). Sacou?</p><p>Mas qual era a função de cada uma delas, Profe Alê?</p><p>1- Parlamento: função legislativa, ou seja, fazer leis que regulam a sociedade.</p><p>2- Monarquia Constitucional ou República: executar as leis elaboradas pelo parlamento.</p><p>Hoje em dia, em alguns países a depender do que determina a constituição, o poder</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII</p><p>33</p><p>222</p><p>AULA 08: História Moderna II</p><p>executivo pode propor algumas leis. Só para vocês ficarem informados, no Brasil, o</p><p>governo federal propõe as leis orçamentárias, ou seja, quanto vai gastar com o que,</p><p>entre outras possibilidades de iniciar o processo legislativo. Aí os projetos de lei vão</p><p>para o Congresso e os deputados e senadores podem modificá-los, aprová-los ou</p><p>rejeitá-los.</p><p>Mas, queridos e queridas, está faltando um poder, qual mesmo? O judiciário!!!!!</p><p>Agora quero que vocês relembrem a experiência das revoluções inglesas. Lembra de que</p><p>entre as determinações do Bill of Rights o rei ficava impedido de mandar matar alguém sem o</p><p>consentimento do Parlamento?</p><p>Pois bem, geralmente, o poder de julgar era do rei. Na idade Média era do Tribunal da</p><p>Santa Inquisição, e até mesmo do senhor feudal. Logo, em muitos momentos ao longo da idade</p><p>média e da moderna, quem exercia a justiça e o papel de juiz eram pessoas que detinham outros</p><p>poderes.</p><p>O desenvolvimento do sistema judiciário é fruto do próprio desenvolvimento do</p><p>liberalismo. Os iluministas retomam o direito clássico romano (veremos isso durante o Governo de</p><p>Napoleão Bonaparte). Consolida-se a ideia de que o acusador não pode ser o julgador, de que</p><p>aquele que faz a lei e a executa não poderá julgá-la. Com isso, nascerá o contemporâneo sistema</p><p>de justiça que passará a exercer o poder judiciário.</p><p>Cuidado, cada país organiza seu sistema de um jeito, mas, em geral, prevalece essa</p><p>perspectiva da separação do poder em 3 esferas sendo cada uma delas harmônicas e</p><p>independentes entre si. Para o vestibular você não precisa ir a fundo nessa discussão, pegue o</p><p>sentido geral do movimento da história.</p><p>(Unicamp 2012)</p><p>O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor</p><p>dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém,</p><p>é um direito sagrado que serve de base a todos os outros.</p><p>(...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma</p><p>sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um</p><p>só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo</p><p>e seu chefe. Trata-se, caso se</p>

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