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<p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Revisão do Caderno para a 1º Prova – Viviane – 3º Período</p><p>1) Qual o conceito de Direito Constitucional?</p><p>R: Está relacionado com o Direito Público, por trabalhar questões relacionadas ao Estado, sendo uma ciência com estrutura própria, vista como um tronco de alicerce para os demais ramos do Direito.</p><p>2) O conteúdo científico do Direito Constitucional abrange à seguintes disciplinas:</p><p>Geral, Particular e Comparado. (GPC)</p><p>GERAL = Estabelece regras que serão produzidas por indivíduos internacionais com o intuito de servir de base para a construção das regras constitucionais de um Estado.</p><p>PARTICULAR = É aquele estabelecido, conforme os interesses de um Estado, tendo como base elementos gerais e sendo assim estudado em cada constituição</p><p>COMPARADO = É a análise feita entre Direitos particulares diferentes com objetivo de estabelecer suas semelhanças e suas diferenças.</p><p>Direito Constitucional Geral: Delineia uma série de princípios, de conceitos e de instituições que se acham em vários direitos positivos ou em grupos deles para classifica-los e sistematizá-los numa visão unitária; é uma ciência, que visa generalizar os princípios teóricos do Direito Constitucional particular e, ao mesmo tempo, constatar pontos de contato e independência do Direito Constitucional Positivo dos vários Estados que adotam formas semelhantes do Governo.</p><p>Direito Constitucional Positivo ou Particular: é o que tem por objeto o estudo dos princípios e normas de uma constituição concreta, de um Estado determinado; compreende a interpretação, sistematização e crítica das normas jurídico-constitucionais desse Estado, configuradas na constituição vigente, nos seus legados históricos e sua conexão com a realidade sócio-cultural.</p><p>Direito Constitucional Comparado: é o estudo teórico das normas jurídico-constitucionais positivas (não necessariamente vigentes) de vários Estados, preocupando-se em destacar as singularidades e os contrastes entre eles ou entre grupo deles.</p><p>2) Classificação.</p><p>1) Forma: Escrita ou Não Escrita.</p><p>A Constituição pode ser classificada, no tocante à forma das regras constitucionais:</p><p>EM ESCRITA = Normas legislativas positivadas.</p><p>NÃO ESCRITA = Observação de usos e costumes.</p><p>CONSTITUIÇÃO ESCRITA: Codificada ou não Codificada.</p><p>A Constituição escrita pode ser:</p><p>CODIFICADA = Quando todas as normas são reunidas em um único texto legal, a Constituição</p><p>NÃO CODIFICADA = Quando as normas fazem parte de diferentes documentos legais.</p><p>2) Conteúdo das Regras Constitucionais: Material e Formal</p><p>CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO MATERIAL = Conjunto de normas, escritas ou não, cujo conteúdo seja considerado propriamente constitucional, isto é, ESSENCIAL À ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO, à regulação do exercício do poder e ao reconhecimento dos direitos fundamentais.</p><p>Constituição material ainda poderá ser: Ampla ou Restrita.</p><p>A Constituição material é ampla ou restrita. Ampla porque composta das normas que estão presentes na Constituição, embora não sejam de natureza constitucional. Já em sentido restrito quando as suas normas são de conteúdo exclusivamente constitucional.</p><p>CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO FORMAL = Diz respeito ao documento escrito, por órgão soberano instituído com tal finalidade em geral, compreende tanto as normas materialmente constitucionais como normas formalmente constitucionais.</p><p>A distinção é relativamente simples, a primeira delas (material) parte do conteúdo, ou seja, é constituição em sentido material as normas que dizem respeito aos assuntos mais importantes do Estado (estrutura, exercício do poder, direitos fundamentais).</p><p>Em geral, as constituições em sentido formal - como a nossa - possui regras tanto materialmente constitucionais (art. 18 a 43 - Da Organização do Estado), entretanto possui regras formalmente constitucionais (art. 242,§2ª). Estas últimas são consideradas constitucionais apenas formalmente, porque constam do texto constitucional e não porque tratam de assuntos relevantes ao Estado Brasileiro.</p><p>3) Formal.</p><p>A Constituição será formal quando promulgada solenemente, que reflete a estrutura e o funcionamento do Estado, somente podendo ser modificada por meio de processos e formalidades especiais nela previstos.</p><p>4) Quanto a sua Origem, a Constituição pode ser: Dogmática ou Histórica</p><p>Constituição dogmática = É aquela que resulta da aplicação de princípios ou dogmas, de forma consciente, para a organização fundamental do Estado. Tem esse nome por refletir dogmas de um momento da história. (Curiosidade: Todas as constituições brasileiras foram dogmáticas).</p><p>A Constituição dogmática será sempre escrita e elaborada por órgão constituinte. Ela consagrará os dogmas políticos e jurídicos dominantes na época de sua elaboração. Os dogmas serão os princípios que darão causa ao ordenamento constitucional daquele país.</p><p>Constituição histórica = Ela Resulta de um longo processo de evolução dos valores de um povo de uma determinada sociedade, resultando em regras escritas e não escritas. As regras escritas serão leis e as não escritas usos e costumes.</p><p>A Constituição histórica é aquela sempre não-escrita, costumeira, resultante de processo demorado de sedimentação política, social e jurídica. A sua fonte não pode ser determinada.</p><p>5) Em relação à estabilidade das regras constitucionais, a Constituição pode ser classificada em: Rígida, Semi-rígida e Flexível.</p><p>Constituição rígida = Se caracteriza pela alteração das normas constitucionais mediante processo especial e qualificado, aplicado com pouca frequência. Para Ferreira Filho, Constituição rígida é aquela que só se altera mediante processo especial.</p><p>Constituição Semi-rígida = Já as normas da constituição semi-rígida podem ser alteradas, em parte pelo processo legislativo comum, e em parte por processo especial. A Constituição brasileira de 1824 era assim classificada em virtude de suas regras poderem ser modificadas em parte pelo processo legislativo ordinário e em parte que ela própria estabelece, só podem ser alteradas por processo especial.</p><p>Constituição Flexível = A Constituição cujas regras são modificáveis pelo processo legislativo comum. Ferreira Filho entende por Constituições flexíveis aquelas que podem ser modificadas pelo processo legislativo ordinário.</p><p>6) Ainda quanto a sua Origem a Constituição poderá ser classificada em: Promulgada / Popular (Democrática) e Outorgada (Imposta).</p><p>Popular ou democrática = É elaborada por uma Assembléia Constituinte, composta por representantes eleitos pelo povo.</p><p>Outorgada ou imposta = Uma Constituição Outorgada é aquela imposta pelo governo, não há espírito democrático, as leis são elaboradas segundo a vontade de um ou de alguns detentores do poder. A primeira Constituição brasileira foi Outorgada (1824).</p><p>7) A Constituição é o ato normativo capaz de constituir e formar a organização de um Estado caracterizada como uma norma de fundamental importância. Certo.</p><p>8) Sentidos da Constituição:</p><p>● SENTIDO SOCIOLÓGICO – Ferdinand Lassale afirma que uma Constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. A constituição seria o reflexo da soma dos fatores reais de poder que imperam na sociedade (tais como os poderes econômicos, políticos, religiosos e militares)</p><p>Segundo Ferdinand Lassale há duas constituições: A Real e a Escrita. A Real é a soma dos fatores reais de poder e a Escrita mera “Folha de papel” que em caso de conflitos a real prevalecerá sobre a Escrita.</p><p>Para ele se a Constituição Escrita NÃO REPRESENTAR a real soma dos fatores de poder, ela não passará de uma folha de papel.</p><p>● SENTIDO JURÍDICO = Constituição em sentido jurídico é aquela compreendida de uma perspectiva estritamente formal. Hans Kelsen considera a Constituição como norma, e norma pura, como puro dever-ser, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político ou filosófico.</p><p>● CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO POLÍTICO = Teoria criada por Carl Schmitt, na qual a constituição é uma decisão política fundamental. Segundo esse autor, a decisão política é quem dá existência à constituição,</p><p>da qual é gerada de um ato constituinte, fruto de uma vontade política fundamental. A CONTITUIÇÃO É DECISÃO POLÍTICA FUNDAMENTAL.</p><p>9) Em regra, o Direito Constitucional tratará de elementos de organização do Estado, formação do Estado, poderes deste Estado e direitos e garantias fundamentais. Certo</p><p>10) CONSTITUIÇÃO - Estrutura:</p><p>- Preâmbulo</p><p>- Livro Material (250 Art.)</p><p>- ADCT (114 Art.)</p><p>- EMENDA (Altera o texto da Constituição – Modificações pontuais)</p><p>11) Classificação da Constituição:</p><p>Quanto ao seu Conteúdo:</p><p>● Material</p><p>● Formal</p><p>Quanto a sua Forma:</p><p>● Escrita</p><p>● Não Escrita</p><p>Quanto ao modelo de Elaboração:</p><p>● Dogmática</p><p>● Histórica</p><p>Quanto a sua Origem:</p><p>● Promulgada</p><p>● Outorgada</p><p>● Cesarista</p><p>Quanto a sua Estabilidade:</p><p>● Rígida (Constituição do Brasil)</p><p>● Semirrígida</p><p>● Flexível</p><p>● Imutável (Não modificável)</p><p>● Superrígida</p><p>Quanto a Extensão ou Finalidade:</p><p>● Analítica (Constituição extensa estabelecida com profundidade e que normalmente terá em seu conteúdo assuntos diversificados).</p><p>● Sintética (Constituição de conteúdo resumido estabelecidos por poucos Artigos em sua estrutura – Constituição dos EUA)</p><p>Quanto a sua Supremacia:</p><p>● Absoluta (Formal) – É a Constituição que será sempre destacada como norma superior, por não ser em momento algum, equivalente a qualquer legislação. A Constituição será sempre em nível superior, em destaque. (Constituição Brasil).</p><p>● Relativa (Material) – São Constituições que podem se equiparar às leis pela inexistência de diferença entre o seu processo de alteração e o processo de criação das leis. Seu procedimento é igual aos das outras legislações. (Constituição Inglesa)</p><p>CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA É: Formal, Escrita, Dogmática, Promulgada, Rígida, Analítica e Absoluta.</p><p>12) Diferencie o ESTADO DEMOCRÁTICO do ESTADO DE DIREITO.</p><p>● Estado Democrático = Procura atingir a Justiça Social.</p><p>● Estado de Direito = Procura atingir a Legalidade, os 3 poderes com sua fragmentariedade e Direitos e garantias Fundamentais.</p><p>E AMBOS BUSCAM O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.</p><p>13) Sobre os princípios Constitucionais:</p><p>- Geral (Amplos e Universais)</p><p>- Político (Fundamental)</p><p>- Jurídico</p><p>● OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO CONSTITUCIONAL = Tratam de elementos amplos que poderão ser aplicados por qualquer Direito Constitucional no mundo, estabelecendo assim princípios elementares para a formação constitucional.</p><p>● PRINCÍPIO POLÍTICO CONSTITUCIONAL = Estabelece princípios que serão dirigentes da organização Estatal, formando assim elementos originários que darão origens a estrutura específicas.</p><p>● PRINCÍPIO JURÍDICO = É uma especialização do chamado princípio político, sendo derivado de sua estrutura geral.</p><p>14) O Estado democrático de Direito decorre da união entre duas formas de princípios gerais constitucionais.</p><p>1º Estado democrático = que se organiza através do contexto social, permitindo ao cidadão plena participação.</p><p>2º Estado de Direito = que constrói sua sustentação através de limites destinados ao Governo e ao cidadão através de leis</p><p>A soma desses dois princípios gerais constitucionais fundamentam o princípio da dignidade da pessoa humana como ponto central da estrutura constitucional.</p><p>15) Interpretação Constitucional, Conceito:</p><p>É uma ferramenta que viabiliza a organização de entendimentos que servirão de base para a aplicação da norma Legal, mas ela será promovida a partir de uma técnica composta por métodos capazes de atingir seus interesses de criação.</p><p>16) Métodos de Interpretação (Ferramentas para construir a interpretação):</p><p>Método Jurídico:</p><p>● Filosófico (Literal)</p><p>● Lógico (Sistemático)</p><p>● Histórico</p><p>● Teológico e Sociológico (Necessidade de atingir o contexto social)</p><p>● Genético (Qual a origem dela? – Manifestação cidadã – Estrutura Promulgada 1988)</p><p>● Doutrinário</p><p>Método tópico Problemático</p><p>● É um método que busca debater o problema. (Qual problema que se quer solucionar?)</p><p>Método Hermenêutico-Concretizador</p><p>● Subjetivo e Objetivo (Contextualizar a norma)</p><p>Método Científico-Espiritual</p><p>● É um método que busca o Sistema e valores (Observar os valores)</p><p>Método Normativo Estruturante</p><p>● É aquele método que adequa o texto à Realidade</p><p>Método Comparação Constitucional</p><p>● Institutos em vários ordenamentos.</p><p>Os Métodos = São meios que viabilizam a possibilidade de interpretação da lei, cabendo ao interpretador a necessidade de escolha entre eles, de forma que seja possível absorver e equilibrar ao máximo a lei e sua aplicação, tornando-a, assim, o mais efetivo possível.</p><p>PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO</p><p>● PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO</p><p>Para esse princípio a Constituição é UNA e Indivisível. A constituição é uma coisa só, indivisível.</p><p>É o entendimento de que a Constituição será analisada de uma maneira unificada, estabelecendo assim uma relação entre suas normas sem que haja hierarquia entre elas.</p><p>Por meio desse princípio, entende-se que a Constituição deve ser interpretada como sendo um sistema unitário de normas, ou seja, de regras e princípios, sem que haja qualquer hierarquia entre elas.</p><p>No mesmo sentido é o magistério da doutrina. Notem:</p><p>“Segundo essa regra de interpretação, as normas constitucionais devem ser vistas não como normas isoladas, mas como preceitos integrados num sistema unitário de regras e princípios, que é instituída na e pela própria Constituição. Em consequência, a Constituição só pode ser compreendida e interpretada corretamente se nós a entendermos como unidade...”.</p><p>● PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR</p><p>Referido princípio sustenta a ideia de que o intérprete deverá sempre que possível buscar soluções que propiciem a integração social e a unidade política na aplicação da norma jurídica, com respeito ao pluralismo existente na sociedade.</p><p>Nesse diapasão manifesta-se de forma lapidar a doutrina. Observem:</p><p>“...esse cânone interpretativo orienta o aplicador da Constituição no sentido de que, ao construir soluções para os problemas jurídico-constitucionais, procure dar preferência àqueles critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política, porque além de criar uma certa ordem política, toda Constituição necessita produzir e manter a coesão sociopolítica, enquanto pré-requisito ou condição de viabilidade de qualquer sistema jurídico”.</p><p>● PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE</p><p>Ampla Efetividade Social</p><p>Intimamente relacionado ao princípio da força normativa da Constituição, o princípio em epígrafe consiste em interpretar a norma jurídica de modo a lhe proporcionar a máxima eficácia possível, sem violar, todavia, o seu conteúdo. Relaciona-se, portanto, essencialmente com os direitos fundamentais.</p><p>De forma semelhante é a lição do ilustre professor Pedro Lenza, que assim se manifesta:</p><p>“Também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação efetiva, o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social”.</p><p>Princípio da Unidade da Constituição, Principio do Efeito Integrador e o Princípio da máxima efetividade social andam juntos.</p><p>● PRINCÍPIO DA JUSTIÇA OU CONFORMIDADE FUNCIONAL</p><p>Força normativa</p><p>O mencionado princípio tem por escopo orientar o intérprete para que não chegue a uma exegese que deturpe o sistema organizatório-funcional estabelecido na Constituição, com violação às regras de competências e funções elencadas.</p><p>Nesse sentido é a doutrina do Pedro Lenza, quando afirma:</p><p>“O intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito”.</p><p>● PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO</p><p>Hierarquia dos princípios</p><p>O referido princípio estabelece que em uma eventual colisão de princípios ou bens jurídicos, o exegeta deverá sopesar os princípios conflitantes de modo a harmonizá-los, sem que a aplicação de um resulte no aniquilamento do outro.</p><p>Como se percebe,</p><p>a concordância prática guarda íntima relação com o princípio da unidade, na medida em que a “aplicação de uma norma constitucional deve realizar-se em conexão com a totalidade das normas constitucionais”.</p><p>Na mesma frequência, são os ensinamentos do mestre Pedro Lenza, senão vejamos:</p><p>“Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios”.</p><p>● PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA</p><p>Prima por solução</p><p>Sofrendo forte influência da doutrina de Konrad Hesse, o referido princípio estabelece que toda norma constitucional possui, ainda que em grau reduzido, eficácia. Logo, a Constituição deve incorporar em seu bojo a realidade sócio-política, conformando a realidade e, ao mesmo tempo, sendo conformada por ela.</p><p>Assim, a Constituição deve ser interpretada de modo que lhe seja assegurada força normativa, reconhecendo a eficácia de suas normas, já que não se trata de uma mera carta política de intenções. Essa é, inclusive, a posição sustentada por renomada doutrina, senão vejamos:</p><p>“Reduzindo-a à sua expressão mais simples, poder-se-ia dizer que esse cânone interpretativo consubstancia um conselho – Friedrich Müller nos fala em apelo – para que os aplicadores da Constituição, na solução dos problemas jurídico-constitucionais, procurem dar preferência àqueles pontos de vista que, ajustando historicamente o sentido das suas normas, confiram-lhes maior eficácia”[9].</p><p>● PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORMA A CF</p><p>Declara a necessidade de uma norma que tenha várias interpretações, para que a mesma seja prestigiada pela análise favorável de acordo com o texto constitucional, mantendo assim, sua continuidade e sustentação na ordem jurídica.</p><p>O princípio em comento sustenta que diante de normas polissêmicas, ou seja, com vários significados, o intérprete deve optar pela interpretação que mais se compatibilize com a Constituição, afastando as demais interpretações que violem a Constituição.</p><p>Nesse sentido é a lição da doutrina, senão vejamos:</p><p>“Com efeito, ao recomendar – nisso se resume este princípio –, que os aplicadores da Constituição, em face de normas infraconstitucionais de múltiplos significados, escolham o sentido que as torne constitucionais e não aquele que resulte na sua declaração de inconstitucionalidade, esse cânone interpretativo ao mesmo tempo que valoriza o trabalho legislativo aproveitando ou conservando as leis, previne o surgimento de conflitos, que se tornariam crescentemente perigosos caso os juízes, sem o devido cuidado, se pusessem a invalidar os atos de legislatura”.</p><p>A interpretação conforme a constituição trata-se de verdadeira técnica de controle de constitucionalidade, chegando o STF a afirmar, embora duramente criticado pela doutrina, que referida interpretação é sinônimo de declaração de nulidade sem redução de texto.</p><p>Para grande parte da doutrina isso é inconcebível, visto que na declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto o STF declara a inconstitucionalidade da norma, embora sem redução do texto. Já na interpretação conforme a Constituição, dentre as várias interpretações possíveis, o STF declara a constitucionalidade da norma em um determinado sentido que seja compatível com a Constituição, afastando as demais interpretações. Por isso no primeiro caso em que há declaração de inconstitucionalidade o tribunal deve observar a cláusula de reserva de plenário, insculpida no Artigo 97 da Constituição, ao passo que no segundo caso, referente à interpretação conforme, não haveria necessidade de se observar a referida cláusula.</p><p>● PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE OU PROPORCIONALIDADE</p><p>É um princípio visto como formador do texto constitucional, estabelecendo equilíbrio e organização às suas normas de forma que as lei se adeque à realidade.</p><p>Vale ressaltar, de plano, que não há um consenso acerca da natureza jurídica da proporcionalidade, muito embora possa ser reconhecida como um vetor interpretativo no sistema jurídico, assumindo três dimensões: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito.</p><p>Com efeito, segundo o Ministro Luís Roberto Barroso, a proporcionalidade é um princípio, sendo a mesma entendida por Humberto Ávila como um postulado normativo, ou seja, uma norma de 2º grau, que orientará a aplicação e a interpretação das demais normas jurídicas. Por fim, para o STF proporcionalidade é, em essência, a consagração do devido processo legal substantivo ou material.</p><p>Preocupa-se o mencionado princípio, portanto, em traçar um parâmetro racional e equânime para que o exegeta faça uma interpretação equilibrada e justa, consoante lapidar entendimento doutrinário sobre o tema, senão vejamos:</p><p>“Utilizado, de ordinário, para aferir a legitimidade das restrições de direitos – muito embora possa aplicar-se, também, para dizer do equilíbrio na concessão de poderes, privilégios ou benefícios – o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, em essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive a de nível constitucional; e ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico”.</p><p>Sucintamente, os princípios acima explicados lastreiam a dogmática hermenêutica da interpretação constitucional e devem ser utilizados pelo intérprete, principalmente quando se deparar com os “hard cases”, concebidos como os casos difíceis, em que, não raro, não há qualquer solução normativa prévia a reger a situação, exigindo do exegeta uma construção lógico-argumentativa a regular o caso concreto analisado, assumindo os princípios constitucionais acima elencados elevada importância nesse sentido, já que servirão de alicerce e sustentáculo para as tomadas de decisões.</p><p>Constitucionalismo e Inconstitucionalismo</p><p>Constitucionalismo = Movimento que faz parte do seu interesse impulsionar e estabelecer regras constitucionais, em todos os Estados, de maneira que seu resultado esteja conectado as normas mais democráticas como as constituições Escritas.</p><p>Formas de Inconstitucionalidade (Contrário a Constituição):</p><p>● Comissiva (Ação) = Formal (processo) e Material (Conteúdo)</p><p>Material exemplo: Criar a pena de morte. Isso terá um choque com a Constituição</p><p>● Omissiva (deixar de Fazer)</p><p>Deixamos de aplicar a vontade da Constituição. Exemplo: O Direito a greve do funcionalismo privado, para funcionalismo público não existe o Direito a greve. Para sanar esse problema usa-se as regras do funcionalismo privado, mas não é Legal.</p><p>Inconstitucionalidade: Ocorre sempre que uma norma ou um ato normativo contrarie uma vontade constitucional, também será percebido quando deixar de ser realizado o ato solicitado pelo texto constitucional, tal vício é tão lesivo que será caracterizado como um “não” jurídico.</p><p>QUESTÃO DE PROVA</p><p>RECEPÇÃO = POSSIBILIDADE DE RECEBER LEIS VIGENTES QUE FORAM CRIADAS ANTES DA CF.</p><p>É aquela Recepção de Leis anteriores vigentes a Criação da CF/88 ou seja, continuará existindo as leis anteriores vigentes a CF/88</p><p>● Regra – Tácita (Aquilo que não se revela claramente que está de forma implícita)</p><p>Recepção é uma elementar para preservar as Relações Jurídicas.</p><p>● Princípio da Continuidade das Relações Jurídicas</p><p>● Requisito Material = Só recebe a Lei se seu conteúdo tiver compatível com a CF. Para que dê tempo para a criação de uma nova lei, ela recebe as antigas.</p><p>Recepção: É um instituto indispensável para a transição e criação de um novo texto Constitucional, sendo possível receber todas as leis que estejam em vigência e de acordo com a matéria Constitucional.</p><p>REPRISTINAÇÃO = TRAZER DE VOLTA UMA LEI QUE FOI REVOGADA.</p><p>É o Ato de trazer</p><p>de volta uma lei que tinha sido Revogada pois a lei que a revogou foi extinta, logo, Ela voltará (A lei revogada)</p><p>● Escrita – Determinada – Expressa.</p><p>● Art. 2º, § 3º da LINDB Proíbe a Repristinação Automática.</p><p>A Repristinação de leis não é aceita no Brasil, porém ela é admitida se for expressamente prevista.</p><p>Veja o que diz o Artigo 2º, § 3º da LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.</p><p>Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.</p><p>§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.</p><p>De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, e levando em consideração o exemplo que você citou, não iria existir uma repristinação automática, apenas pelo fato da lei "z" ter sido revogada. Porém se a lei "z" possuísse expressamente em seu conteúdo essa previsão, de que caso ela fosse revogada a lei "x" voltaria a valer, então seria possível haver uma repristinação.</p><p>IMPORTANTE: NÃO HÁ REPRISTINAÇÃO AUTOMÁTICA (IMPLÍCITA) NO BRASIL. ELA SÓ É POSSÍVEL SE HOUVER UMA PREVISÃO LEGAL EXPRESSA PARA ISTO.</p><p>REPRISTINAÇÃO = é um ato somente aceito em caráter de exceção e por escrito, não sendo possível por sua instabilidade pois ela possibilita que uma lei revogada volte a ter vigência porque a sua lei revogadora foi extinta.</p><p>Conceito de Mutação = É o procedimento Constitucional que altera o sentido do texto da Constituição sem modificar o seu texto expresso, é uma forma de interpretação utilizando desta Maneira princípios e ferramentas de Hermenêutica Constitucional.</p><p>1</p><p>image1.gif</p>