Prévia do material em texto
<p>CDD: 501.8</p><p>TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO DE PLATÃO A MACH</p><p>RESENHA BIBLIOGRÁFICA</p><p>LARRY LAUDAN</p><p>Tradução de Balthazar Barbosa Filho</p><p>Lê progrès, dans la marche de l’esprit humain, a</p><p>été définitivement assuré par l’observation des</p><p>règles de la methode. (E. Chevreul)</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Inúmeros e veementes tributos verbais têm sido prestados à idéia de que</p><p>a história da ciência e a filosofia da ciência dependem totalmente uma da outra.</p><p>Apesar disso, o casamento entre as duas disciplinas, sancionado e perpetuado</p><p>pela existência de dezenas de departamentos acadêmicos consagrados à questão</p><p>parece, muitas vezes, mais imaginário do que real e mais forçado do que</p><p>natural. É evidente que a presença de departamentos e cadeiras universitárias</p><p>com nomes híbridos não é suficiente, por si mesma, para demonstrar uma</p><p>afinidade real entre os dois tópicos. Além disso, na prática efetiva, os dois são,</p><p>com freqüência, inteiramente irrelevantes um para o outro.</p><p>É difícil imaginar, por exemplo, como e por que o historiador que</p><p>escreve sobre a evolução da teoria da valência ou sobre a ciência na França</p><p>revolucionária, extrairia mais benefícios do estudo da filosofia da ciência do</p><p>que, por exemplo, do estudo da história política ou da sociologia. De maneira</p><p>análoga, é pouco provável que o filósofo da ciência interessado nos paradoxos</p><p>da confirmação ou no estudo existencial das entidades teóricas obtenha grandes</p><p>esclarecimentos de um exame demorado da história da alquimia ou da botânica</p><p>sistemática.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 10</p><p>Mas se os argumentos destinados a estabelecer a interdependência geral</p><p>entre a história e a filosofia da ciência são menos convincentes do que querem</p><p>admitir alguns dos seus defensores, existe, entretanto, um excelente argumento</p><p>para apoiar uma tese de interpendência ligeiramente mais fraca. Em vez de</p><p>adotar a tese de que os estudos históricos em geral são de grande valia para o</p><p>filósofo da ciência e vice-versa, creio que deveríamos sublinhar que tanto a</p><p>história quanto a filosofia da ciência têm, ambas, uma preocupação comum e</p><p>um interesse específico numa questão particular: a história das teorias do</p><p>método científico. Com efeito, é difícil compreender quer a história quer a</p><p>filosofia da ciência, sem tratar da evolução das teorias do método. Assim, o</p><p>historiador da ciência deverá ter constantemente esse problema em vista, pois é</p><p>evidente que não podemos ignorar as opiniões dos cientistas individuais sobre</p><p>questões de método quando explicamos suas teorias e procedimentos</p><p>científicos. Contrariamente à afirmação de Koyré, segundo a qual “la</p><p>méthodologie abstraite a relativement peu d’importance pour le développement</p><p>concret de la pensée scientifique”1, as teorias metodológicas freqüentemente</p><p>exerceram uma influência marcante em certos desenvolvimentos na ciência.</p><p>Seria difícil conceber uma apresentação adequada da mecânica celeste de</p><p>Newton, da ótica de Descartes, das teorias elétricas de Ampère, da</p><p>termodinâmica de Duhem, da sociologia de Comte ou do behaviorismo de</p><p>Skinner, que deixasse de examinar minuciosamente as idéias metacientíficas e</p><p>metodológicas desses cientistas. Como mostrou Kuhn, mesmo quando são</p><p>pouco pronunciadas as idéias metodológicas de um determinado cientista, os</p><p>padrões metodológicos da sua época (por exemplo, os critérios para as</p><p>explicações aceitáveis e os cânones de uma experimentação) afetam, muitas</p><p>vezes, a prática da ciência, jamais podendo ser a priori postos de lado como</p><p>irrelevantes. Do mesmo modo, o filósofo da ciência deverá necessariamente</p><p>interessar-se pelas teorias do método científico veiculadas no passado, pois elas</p><p>constituem parte essencial da história do seu próprio objeto de estudo. Embora</p><p>1 A. Koyré na sua resenha da obra de Crombie, Robert Grosseteste, em Diogène, nº 16</p><p>(Outubro 1956), p. 19.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 11</p><p>alguns profissionais contemporâneos aparentemente relutem em admiti-lo, a</p><p>filosofia da ciência (será mesmo necessário dizê-lo?) é uma disciplina que possui</p><p>uma história longa e característica, tão rica e sugestiva para os leitores atuais</p><p>quanto a história de qualquer outro ramo da filosofia. Só o mais obstinado</p><p>espírito obtuso consegue deixar de ver o quanto as atuais filosofias devem às</p><p>suas ancestrais antediluvianas (isto é, pré-vienenses) e o quanto foram</p><p>condicionadas por elas.</p><p>Assim, a história do método científico é uma das áreas em que</p><p>inegavelmente convergem os interesses do historiador da ciência e do filósofo</p><p>da ciência. Por essa razão, à parte o seu interesse intrínseco, ela merece</p><p>cuidadosa atenção e cultivo, na medida em que constitui a ponte mais</p><p>importante, talvez, entre a história da ciência e a sua filosofia.</p><p>Neste artigo, gostaria de examinar rapidamente aqueles que me parecem</p><p>ser alguns dos principais problemas com que se defronta o historiador do</p><p>método científico, de chamar a atenção para alguns textos e problemas</p><p>esquecidos e, finalmente, de apresentar uma resenha panorâmica, ainda que</p><p>esquemática e inadequada, de parte do trabalho histórico recente efetuado nesse</p><p>domínio. No que se refere a textos primários, escolhi arbitrariamente Mach</p><p>como ponto final de minha análise. Em conseqüência, não examinarei</p><p>diretamente nenhuma teoria do método específica ao século 20.</p><p>É necessário começar encarando um fato significativo mas desagradável:</p><p>a total ausência de algo que se aproxime de um tratamento geral adequado da</p><p>história da filosofia da ciência. Pelo que sei, esse é o único ramo importante da</p><p>filosofia ou da ciência cuja história ainda está por ser escrita de maneira</p><p>coerente e uniforme. É bem verdade, é claro, que já foram feitas algumas raras</p><p>tentativas de escrever acerca do desenvolvimento geral da história do método.</p><p>Tais tentativas, entretanto, constituíram, quase sem exceção, exemplos</p><p>desastrosos da curiosa combinação de má erudição e de ingenuidade filosófica</p><p>que caracteriza o historiador amador. Estranhamente, os pecados do século 20</p><p>foram os mais escandalosos a esse respeito. Consideremos, por exemplo, um</p><p>trabalho de William Fowler publicado recentemente com o título promissor de</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 12</p><p>The development of scientific method (1962). Mesmo à mais caridosa leitura, o livro se</p><p>revela superficial e incompleto, o autor se contentando simplesmente em</p><p>repetir alguns dos velhos truísmos que obstruíram, durante décadas, um</p><p>conhecimento sólido. Lemos, assim, que o método de Descartes foi, segundo o</p><p>autor, puramente a priori e não-científico. A metodologia de Newton é</p><p>examinada nos limites de dois parágrafos e não há nenhum indício de que</p><p>Fowler tenha se beneficiado dos estudos especializados acerca de figuras</p><p>individuais, os quais teriam conferido substância e significação a um tratamento</p><p>geral do tipo por ele empreendido. Se essa apreciação parece excessivamente</p><p>severa, sugiro a leitura do seguinte exemplo típico, extraído da primeira página</p><p>do livro:</p><p>O período que vai de Roger Bacon a Isaac Newton marca a ruptura dos grilhões</p><p>da autoridade e o fim do reinado da teologia como rainha das ciências: esse</p><p>ponto assinala o início da era da experimentação. A influência, nessa época, da</p><p>filosofia sobre o método pode ser observada nos empiristas britânicos, Locke,</p><p>Berkeley e Hume, quando foram claramente expostos os problemas da indução e</p><p>da causalidade.</p><p>O “ponto” a que Fowler se refere dificilmente poderia ser considerado</p><p>um ponto, pois se trata, na realidade, de um período de quase 500 anos. Por</p><p>outro lado, é igualmente errônea a aparente sugestão de que Hume se situa no</p><p>período que vai de Bacon a Newton.</p><p>Numa categoria qualitativamente diferente, mas que também, a seu</p><p>próprio modo,</p><p>1960, 1967 e 1968; Ryman</p><p>1953; Schmidt 1967; Schuhl 1949; Thedick 1947; Valdarnini 1878; Viano 1954; Sabra</p><p>1967; Wallace 1967 e Whewell 1860. Ver ainda Allmayer 1928; Böhmer 1864; Church</p><p>1908; Cross 1918; Deleyre 1755 e Labbas 1931. (3, 33, 56, 99, 105, 108, 116, 193, 223).</p><p>106 Consultar Kosman 1964 e Larson 1962, para uma análise interessante das</p><p>tendências aristotélicas presentes no Novum organum.</p><p>107 Ver Allbut 1913; Dynoff 1916: Hanschmann 1903; Hooykaas 1958; P. Janet</p><p>1889 e P. Rossi 1968. As semelhanças entre Bacon e o seu homônimo medieval foram</p><p>examinadas por Hochberg 1953 e Vasoli 1956.</p><p>108 Ver De Morgan 1915.</p><p>109 Sobre as possíveis relações entre a metodologia baconiana e a cartesiana, ver</p><p>Hubert 1937; Lalande 1911 e 1929; Levi 1925; Milhaud 1917 e Roth 1937.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 40</p><p>deferência que manifestavam em relação a ele110? E por que, para evocar uma</p><p>questão mais importante, o Novum organum atraiu tanta atenção por parte dos</p><p>cientistas e filósofos, e quando isso começou a ocorrer? Fulton111, Jones112,</p><p>Penrose113 e Presley114 investigaram, todos eles, o surgimento do baconismo na</p><p>Inglaterra; apesar disso, porém, ainda não está claro por que ele se tornou o</p><p>ídolo da Royal Society e dos seus primeiros membros, como Boyle, Glanvill e</p><p>Hooke115.</p><p>Felizmente, a situação dos estudos especializados com respeito a</p><p>Descartes é um pouco mais promissora. Nos últimos 15 anos, surgiram vários</p><p>estudos fundamentais sobre a sua teoria do método que alteraram radicalmente</p><p>a nossa concepção da metodologia cartesiana116. Em especial, revelou-se que</p><p>Descartes conferia à experiência um papel na determinação dos conteúdos das</p><p>teorias muito maior do que poderiam sugerir algumas passagens do seu Discurso</p><p>e das suas Meditações117. Além disso, hoje está estabelecido que Descartes tinha</p><p>110 Cf. Dieckmann 1943; Luxembourg 1965; Vartanian 1953 e White 1963.</p><p>111 Fulton 1931.</p><p>112 R. Jones 1961.</p><p>113 Penrose 1934.</p><p>114 Presley 1953.</p><p>115 Para uma curiosa e estimulante discussão da influência de Bacon no pensamento</p><p>americano científico e filosófico posterior, ver Daniels 1963 e 1965.</p><p>116 Na minha opinião, os mais importantes desses estudos recentes são os de</p><p>Buchdahl 1963a e 1963b; de Dambska 1957 e de Sabra 1952 e 1967. Outros estudos</p><p>sobre a teoria cartesiana do método que podem ser mencionados são: Adam 1885;</p><p>Beauduc 1939; Beck 1952; Cassirer 1899, 1937a 1937b e 1939; Crombie 1958;</p><p>Czezowiski 1937; Deutscher 1965; Dijksterhuis 1950; Fleckenstein 1950; Galli 1937;</p><p>Gallois 1937 e 1938; Goldbeck 1892; Golliet 1951; Grontkowski 1964; Hamelin 1911;</p><p>Jansen 1937; Jörges 1901; Lafleur 1954; Liard 1880; Levi 1937; Lewis 1950; Markus</p><p>1949; McRae 1957 e 1961; Meier 1926; Milhaud 1921; Mitrovich 1932; Mursell 1919;</p><p>Natorp 1882b; Ruvo 1937; Segond 1932; Sirven 1937; Smith 1902 e 1963; Stock 1931;</p><p>Stöckler 1916; Vuillemin 1960; Weber 1958 e 1964, e von Wright 1950. Ver ainda</p><p>Augustyn 1968 e Labbas 1931. (159, 184).</p><p>117 Sobre o papel da experiência na metodologia cartesiana, ver Blacke 1929;</p><p>Gewirtz 1941; Howell 1926 e Liard 1879.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 41</p><p>uma sólida compreensão de algo como o método hipotético-dedutivo e que ele</p><p>se dispunha a recomendar o seu emprego na ciência natural118. A velha imagem</p><p>de Descartes, o a priorista, vem sendo substituída pela imagem mais correta de</p><p>um filósofo dotado de aguda sensibilidade a várias limitações da razão solitária.</p><p>Os problemas contextuais, por outro lado, também são bem mais claros</p><p>no que se refere a Descartes. Gilson119 e Markus120 investigaram a dívida de</p><p>Descartes para com os seus primeiros precursores, enquanto Lalande121 e</p><p>Howell122, entre outros, examinaram a influência que Bacon exerceu sobre ele.</p><p>Mouy123 escreveu sobre o desenvolvimento da metodologia entre os primeiros</p><p>cartesianos (especialmente Rouhault e Régis124), Laudan125 examinou a</p><p>influência de Descartes sobre a metodologia inglesa e Vartanian126 e Pelikán127</p><p>abordaram as contribuições que os metodólogos do Iluminismo francês deviam</p><p>a Descartes. O que esses estudos revelam, fundamentalmente, é um relato de</p><p>como uma metodologia hipotético-dedutiva já sofisticada foi gradativamente</p><p>abandonada frente ao entusiasmo provocado pelo indutivismo baconiano e</p><p>newtoniano.</p><p>É claro que muitos metodólogos continentais desse período não eram</p><p>cartesianos ortodoxos. Pensamos, em particular, no brilhante Essai de logique</p><p>(1678) de Mariotte – um fascinante tratado sobre o método científico,</p><p>injustamente esquecido128 – bem como em determinadas partes da Lógica de</p><p>118 Ver, em particular, Buchdahl 1963a; Sabra 1955 e 1967 e Crombie 1958.</p><p>119 Gilson 1951.</p><p>120 Markus 1949.</p><p>121 Lalande 1911 e 1929.</p><p>122 A. Howell 1926. Ver também Milhaud 1921 e a nota 109 acima.</p><p>123 Mouy 1934.</p><p>124 Para uma rápida análise da metodologia de Régis, ver Watson 1964.</p><p>125 Laudan 1966b.</p><p>126 Vartanian 1953.</p><p>127 Pelikán 1937.</p><p>128 O único estudo sólido sobre o Essai de Mariotte foi realizado por P. Brunet</p><p>1947. Para uma comparação entre as opiniões metodológicas e lógicas de Roberval e</p><p>Mariotte, ver Rochot 1953.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 42</p><p>Port-Royal (1664)129 e nos escritos metodológicos de Huygens130,</p><p>Malebranche131, Pascal132, Perrault133, van Helmont134 e do primeiro</p><p>Spinoza135.</p><p>Outra área que passou recentemente a receber cuidadosa investigação é a</p><p>do desenvolvimento do pensamento metodológico britânico no período</p><p>compreendido entre Bacon e Newton136, intervalo esse que é decisivo, tanto</p><p>para compreender a herança de Bacon quanto para avaliar a originalidade de</p><p>Newton. Dos autores dessa época, foi provavelmente Robert Boyle quem</p><p>recebeu a maior atenção, embora restem ainda muitos aspectos da sua</p><p>metodologia que não foram estudados como provavelmente mereceriam137.</p><p>Graças em grande parte a M.B. Hesse, um contemporâneo de Boyle,</p><p>mais jovem do que ele, Hooke, começa a ser reconhecido como importante</p><p>pensador metodológico138. O General scheme de Hooke, esquecido durante muito</p><p>tempo e que constituía uma tentativa de codificar e ampliar as técnicas</p><p>indutivas de Bacon, parece especialmente digno de nota139. A obra de Joseph</p><p>129 Ver Arnauld e Nicole 1664.</p><p>130 Os pontos de vista de Huygens são examinados por Sabra 1967 e Mouy 1934.</p><p>131 A melhor análise da teoria do método de Malebranche é, provavelmente, a de</p><p>Buchenau 1910. Consultar ainda Bridet 1929; Dreyfus 1957; Labbas 1931 e Rome 1963.</p><p>132 Sobre Pascal, ver Caillat 1923, e Ott 1967.</p><p>133 Sobre o método de Perrault, ver Delorme 1947.</p><p>134 Ver Mepham 1965.</p><p>135 Ver especialmente Hall 1964 e Pastore 1927. Cf. também C. Adam 1885;</p><p>Bertauld 1891; McKeon 1930; Richter 1898; Hayes 1957 e Thilo 1893.</p><p>136 Para um exame geral dos desenvolvimentos que ocorreram nesse período, ver</p><p>Leeuwen 1963 e Presley 1953.</p><p>137 Para análises da metodologia e da filosofia da ciência de Boyle, ver Boas 1952,</p><p>1956 e 1965; Fulton 1932; Hall 1964; Laudan 1966b; Mandelbaum 1964; Meier 1907;</p><p>Mendelssohn 1902; Rogers 1966; Sambursky 1958; Spriggs 1929; Westfall 1956 e</p><p>Wiener 1932.</p><p>138 Ver Hesse 1967. (164).</p><p>139 Felizmente, essa obra extremamente rara de Hooke está em vias de ser</p><p>reimpressa, de sorte que a sua leitura junto com as passagens metodológicas que se</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 43</p><p>Glanvill, chamado às vezes de o ‘Hume do século 17’, também apresenta algum</p><p>interesse140. Embora existam certas semelhanças entre o tratamento da</p><p>causalidade que encontramos em Glanvill e Hume, Petrescu141 parece ter razão</p><p>ao sublinhar</p><p>as diferenças, bem mais marcantes do que as semelhanças, das</p><p>duas abordagens. Outros metodólogos britânicos desse período cuja obra foi</p><p>estudada recentemente são Charleton142, Gilbert143, Harvey144, Hobbes145,</p><p>Locke146, Barrow147 e Sydenham148.</p><p>Passemos, finalmente, ao mais enigmático de todos os metodólogos,</p><p>Isaac Newton, que se proclamava a personificação do espirit d’observer. Não é</p><p>certo que as obras de Newton contenham mais de 500 palavras sobre a</p><p>natureza do método científico; apesar disso, cada uma das suas várias</p><p>declarações a respeito, embora muitas vezes concebidas de maneira apenas</p><p>casual e às vezes expressas de forma até grosseira, foram carinhosamente</p><p>tratadas por cientistas e filósofos como jóias de insuperável sabedoria149. Na</p><p>encontram nas suas Micrographia e Philosophical experiments, poderá ser difundida como</p><p>merece.</p><p>140 Ver em especial Popkin 1953 e 1960, Laudan 1966b e Leeuwen 1963.</p><p>141 Petrescu 1911.</p><p>142 Ver Kargon 1966.</p><p>143 Ver Zilsel 1941.</p><p>144 Ver Chauvois 1957; Crombie 1959b; Ghiselm 1966; Jevons 1962; Passmore 1958</p><p>e Walmsley 1964. (172).</p><p>145 Ver Brandt 1928; Köhler 1902; Madden 1960b; Pacchi 1965; Tönnies 1880 e</p><p>Watkins 1965.</p><p>146 Ver Anderson 1923; Klemmt 195 2; Laudan 1966c; Mandelbaum 1964; Odegard</p><p>1965; Rogers 1966 e Yost 1951. (167, 229).</p><p>147 Ver Kargon 1965.</p><p>148 Ver Yost 1950.</p><p>149 Sobre a metodologia de Newton, ver Blake 1933; Bloch 1908; Burke 1936; Burtt</p><p>1932 e 1943; Challis 1863 e 1880; Child 1927; Cohen 1956, 1958, 1962 e 1966; Crombie</p><p>1957; Glandsdorff 1947; Hall 1962; Heath 1927; Kargon 1965 e 1966; Koyré 1955,</p><p>1959, 1960a, 1960b, 1960c e 1965; Laudan 1966a; Mandelbaum 1964; Milhaud 1908;</p><p>Randall 1942; Rosenberger 1895; Sabra 1955 e 1967; Strong 1951, 1952 e 1957;</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 44</p><p>realidade, não seria excesso de hipérbole dizer que as regulae philosophandi, o</p><p>Escólio Geral aos Principia e a Questão 31 da Opticks tornaram-se praticamente</p><p>clássicos da língua inglesa. E isso ocorreu a despeito do fato de que o</p><p>vocabulário metodológico de Newton, como I.B. Cohen tantas vezes mostrou,</p><p>era vago e utilizado de maneira inconsistente. Creio que haveria,</p><p>provavelmente, consenso geral na afirmação de que as duas principais questões</p><p>acerca do método de Newton ainda não foram satisfatoriamente resolvidas: (1)</p><p>Quando escreveu Hypotheses non fingo, Newton pretendia realmente proscrever</p><p>todas as hipóteses? e (2) O que pretendia ele dizer quando falava em ‘deduzir’</p><p>(ou, às vezes, em ‘induzir’) as leis a partir dos fenômenos? Blake vê Newton</p><p>como o fundador do método hipotético-dedutivo, ao passo que Whewell</p><p>acredita que o grande erro de Newton foi denunciar prematuramente todas as</p><p>hipóteses. Koyré, visivelmente convencido de que Newton seria incapaz de</p><p>cometer um erro metodológico, tende a interpretar as suas observações</p><p>indutivas mais radicais atribuindo-lhes uma significação inócua ou restrita. As</p><p>mais recentes tentativas de exame das suas regulae são bem mais promissoras do</p><p>que essas especulações sobre a atitude de Newton com respeito às hipóteses,</p><p>pois há nas regulae um sólido arcabouço filosófico e, ao mesmo tempo, material</p><p>suficiente para preenchê-lo com certo grau de segurança. A terceira regra, de</p><p>particular interesse, foi investigada com grande proveito por Cohen150,</p><p>Mandelbaum151 e McGuire152. Igualmente fascinantes são as relações entre a</p><p>metodologia de Newton e a sua ótica, de um lado, e o seu atomismo, de outro,</p><p>explorados com detalhes por Sabra153 e Mandelbaum154, respectivamente.</p><p>Steinmann 1913; Volkmann 1898; Wallace 1956. Westfall 1962 e 1964 e Whewell 1860.</p><p>Ver também Palter 1968; Pighetti 1962 e Pretti 1950. (140).</p><p>150 Cohen 1966.</p><p>151 Mandelbaum 1964.</p><p>152 McGuire 1967. Ver também Whewell 1860 e Butts 1969b.</p><p>153 Sabra 1967.</p><p>154 Mandelbaum 1964.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 45</p><p>AS TEORIAS DO MÉTODO NO SÉCULO 18</p><p>Comparado com os dois séculos entre os quais está situado, o século 18</p><p>permanece como uma linha divisória na história da metodologia. Embora</p><p>enriquecido de um bom número de filósofos de primeira ordem, o Iluminismo</p><p>não conseguiu produzir uma só obra reconhecida como um clássico do método</p><p>científico. Apesar disso, seria um erro grave concluir que o século 18 não</p><p>oferece nenhum interesse do ponto de vista metodológico. Na verdade,</p><p>pretendo defender a idéia de que algumas obras desse período são</p><p>extremamente importantes, não tendo sido reconhecidas como os clássicos que</p><p>efetivamente são em grande parte porque os historiadores do método</p><p>raramente estudaram com cuidado o século 18.</p><p>É praticamente indubitável que um dos candidatos ao estatuto de</p><p>clássico potencial é o Fundamentals of certitude (1720), de Bernard Nieuwentijt,</p><p>uma promissora exploração das questões referentes às pretensões da ciência à</p><p>verdade e à aplicabilidade da matemática aos fenômenos naturais. Pelo que sei,</p><p>o único estudo da obra de Nieuwentijt se encontra na rápida exposição</p><p>biográfica escrita em holandês por Vandevelde155. Outro candidato, ainda mais</p><p>evidente, é L’art d’observer (1772), de Jean Senebier. Escrito originalmente em</p><p>resposta a um concurso patrocinado em 1768 pela Société Hollandaise des</p><p>Sciences de Haarlem que tinha por objeto a pergunta: “O que se exige na arte</p><p>da observação [da natureza]?”, a obra em dois volumes de Senebier abrange um</p><p>vasto campo de questões metodológicas: a natureza da experimentação, as</p><p>relações entre teoria e observação, a indução, as hipóteses, a explicação, e assim</p><p>por diante. Uma edição em três volumes, com várias revisões, foi publicada em</p><p>1802 sob o título de Essai sur l’art d’observer e de faire des expériences. Embora</p><p>impressionado pelos argumentos dos seus contemporâneos de tendências</p><p>indutivistas, Senebier insiste na idéia de que as hipóteses têm um papel</p><p>importante a desempenhar no processo de construção e de testagem das</p><p>155 Vandevelde 1926. Ver também Beth 1950, pp. 35-37.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 46</p><p>teorias. Os livros de Senebier foram raramente assinalados pelos historiadores</p><p>do método e menos ainda examinados em profundidade156.</p><p>Um terceiro metodólogo do século 18 extremamente interessante (mas</p><p>tratado com igual descaso) foi Johann Lambert; suas principais análises da</p><p>filosofia da ciência se encontram nas suas obras intituladas Neues organon (1764),</p><p>Anlage zur Architektonik (1771) e Logische und philosophische Abhandlungen (1782).</p><p>Sob vários aspectos, o século 18 foi uma época de consolidação e de</p><p>unificação. Durante todo o período, o ponto de vista baconiano-newtoniano foi</p><p>debatido, defendido e, finalmente, admitido, praticamente sem restrições, tanto</p><p>pelos cientistas como pelos filósofos. As regulae e o Escólio Geral de Newton,</p><p>juntamente com os ídolos e aforismos de Bacon, tomaram-se os textos básicos</p><p>para os metodólogos do Iluminismo que tentavam explicar e elaborar a filosofia</p><p>indutiva e anti-hipotética que se associava aos nomes de Bacon e Newton157. É</p><p>muito diferente encontrar essas discussões nos prefácios de orientação</p><p>metodológica que aparecem em tantos textos científicos da época. Na euforia</p><p>que se seguiu à exitosa síntese da mecânica e da astronomia realizada por</p><p>Newton, os filósofos naturais concluíam prontamente que a verdadeira chave</p><p>para os segredos da natureza, assim como instrumento para distinguir a verdade</p><p>do erro, residia no indutivismo tão vigorosamente expresso nas quatro regulae de</p><p>Newton. É possível documentar, praticamente desde o primeiro surgimento</p><p>dessas regras, a pressa dos físicos e outros cientistas naturais em tomarem o</p><p>primeiro vagão indutivista. Quase todos os principais</p><p>trabalhos ingleses e a</p><p>maioria dos de outros países sobre a filosofia natural que surgiram no período</p><p>que vai mais ou menos de 1715 em diante, se referem às regulae, acentuando que</p><p>uma ciência purificada de todas as hipóteses é o ideal a que todos devem</p><p>aspirar. As questões metodológicas passaram a ser minuciosamente examinadas</p><p>156 Ver Pilet 1962.</p><p>157 Tendo em vista as numerosas diferenças importantes que existem entre a</p><p>indução baconiana e a newtoniana, pode parecer estranho que as opiniões dos dois</p><p>autores tenham sido confundidas em tão larga medida. Pelo que sei, Henri Pemberton,</p><p>1728, foi talvez o primeiro autor de influência a ter confundido os dois.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 47</p><p>nas obras de Gravesande, Voltaire, Musschenbroek, Pemberton, Martin,</p><p>Maclaurin, Desaguliers e muitos outros158. Essas análises resultam, com</p><p>raríssimas exceções, no elogio da ciência experimental e indutiva e em copiosos</p><p>insultos aos ‘construtores de sistemas’ e fazedores de hipóteses.</p><p>Em geral, essas discussões, que muitas vezes nada mais são do que</p><p>simples paráfrases do Novum organum ou das regulae, contêm pouquíssimo</p><p>material que surpreenda pela originalidade ou pela perspicácia. Consideradas em</p><p>conjunto, entretanto, constituem um significativo sintoma de quão radicalmente</p><p>mudará, desde a época de Descartes, Boyle e Hooke, a concepção do cientista</p><p>acerca da sua disciplina – tanto em relação aos seus objetivos como em relação</p><p>aos seus métodos. Uma observação de Benjamin Martin caracteriza vivamente a</p><p>atitude dominante:</p><p>Os Filósofos da Época presente as têm [as hipóteses] em vil Estima, dificilmente</p><p>admitindo o Nome em seus Escritos; consideram indigno do nome de Filosofia</p><p>tudo o que repousa em mera Hipótese ou Conjetura; construíram, então,</p><p>métodos novos e mais eficientes para as Investigações filosóficas159.</p><p>Independentemente dessas rápidas digressões metodológicas, algumas</p><p>obras do século 18 foram consagradas precipuamente às questões do método</p><p>científico. Uma das primeiras foi a De comparando certo in physicis (1715), de</p><p>Hermann Boerhaave, cuja tese principal era que os primeiros princípios da</p><p>ciência não podem ser descobertos a priori, devendo, ao contrário, ser derivados</p><p>da evidência experimental160. No momento em que Boerhaave apresentava as</p><p>doutrinas metodológicas britânicas aos seus colegas franceses, alemães e</p><p>holandeses, Berkeley procurava solapar o indutivismo característico de Newton,</p><p>sugerindo que as noções fundamentais da física newtoniana estavam longe de</p><p>ser as verae causae que Newton pretendia serem. Na verdade, a insistência de</p><p>Berkeley em que muitos conceitos científicos nada mais são do que ficções</p><p>158 Para um exame de um grande número desses prefácios, ver I. B. Cohen 1956.</p><p>159 B. Martin, Philosophical grammar (7ª ed., Londres 1769) p. 19.</p><p>160 Um tema semelhante figura no Traité des premières vérités (1724) de Buffier.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 48</p><p>heurísticas, representa, provavelmente, a única opinião instrumentalista</p><p>significativa no século 18161. Leibniz também, embora seu interesse primordial</p><p>não fosse a filosofia da ciência, dedicou algumas páginas à lógica da descoberta</p><p>e ao método da hipótese162.</p><p>David Hume, cujos Treatise (1739) e Inquiry (1748) impuseram uma forma</p><p>completamente nova às concepções de lei, causalidade e indução, foi talvez o</p><p>pensador metodológico mais original – e certamente o mais influente – a surgir</p><p>na primeira metade do século 18. Além das exposições sobre o seu pensamento</p><p>que podem ser encontradas em qualquer história da filosofia, eu chamaria a</p><p>atenção para o fato de que a teoria de Hume sobre as leis foi examinada por</p><p>Ruddick163, enquanto Petrescu164 e Popkin165 investigaram as relações entre</p><p>Hume e Glanvill, tendo Papillon165a apresentado um interessante argumento</p><p>para considerar Hume como o fundador do positivismo.</p><p>Não há dúvidas, porém, de que o exame mais intenso e demorado das</p><p>questões metodológicas realizado durante a Iluminismo está ligado aos</p><p>philosophes e à Encyclopédie (1751-1780). Entusiastas na aceitação da física de</p><p>Newton, mas relutando, a princípio, em endossar a teoria do método que lhe</p><p>estava associada166, autores franceses como Condillac, Condorcet, Diderot e</p><p>161 Para análises de diversos aspectos da filosofia da ciência de Berkeley, ver Hinrich</p><p>1950; Hungermann 1960; Jessop 1953; Myhill 1957; Popper 1953; Ritchie 1967 e</p><p>Whitrow 1953a e 1953b. (152, 183, 208).</p><p>162 Sobre a metodologia de Leibniz, ver Adam 1885; Cassirer 1902 e 1911; Couturat</p><p>1901; Ehrenberg 1845 e McRae 1957 e 1961.</p><p>163 Ruddick 1949. Ver também Lenz 1958; Ducasse 1951c; Greenberg 1955;</p><p>Masaryk 1884; Richter 1893; Robinson 1968a e 1968b; Richards 1968 e Stove 1968.</p><p>(7, 104, 152, 195, 202, 217).</p><p>164 Petrescu 1911.</p><p>165 Popkin 1953.</p><p>165a Papillon 1868. (146).</p><p>166 A esse respeito, Vartanian observa que “embora a própria física de Descartes já</p><p>comece a ser abandonada... mais ou menos 30 anos antes do surgimento, em 1751, do</p><p>primeiro volume da Encyclopédie, a metodologia científica [cartesiana] que a inspirara,</p><p>conheceria um destino bem melhor” (Vartanian 1953, p. 139).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 49</p><p>D’Alembert escreveram longamente sobre a indução, as hipóteses e as regras de</p><p>experimentação167. Dentre as principais obras a esse respeito, encontramos o</p><p>Traité des systèmes (1749), de Condillac168, os Pensées sur l’interprétation de la nature</p><p>(1754), de Diderot169, trabalho que revela forte inclinação baconiana, os</p><p>Éléments de philosophie, de D’Alembert170 e a própria Encyclopédie, que contém</p><p>inúmeros artigos consagrados a questões de interesse metodológico (como, por</p><p>exemplo, “hypothèse”, “système” e o “discours préliminaire”)171. A esse</p><p>respeito, há um longo ensaio sobre as hipóteses particularmente interessante, de</p><p>autoria de George LeSage, escrito com a manifesta intenção de ser incluído na</p><p>Encyclopédie. Embora não tenha sido, finalmente, incluído nessa obra, foi</p><p>publicado postumamente por Prévost em 1804.</p><p>Na Inglaterra, a filosofia da natureza constituía, como na França, um</p><p>centro de ativo interesse. Como mostrei em outro artigo172, o filósofo escocês</p><p>Thomas Reid foi responsável, em grande parte, pela introdução das idéias</p><p>metodológicas newtonianas na principal corrente do pensamento filosófico</p><p>inglês. Reid estava convencido da possibilidade de desenvolver a ciência (e a</p><p>filosofia) de maneira indutiva, sem recorrer a nada que fosse incerto ou</p><p>hipotético. O trabalho de Reid consistiu, basicamente, em tornar</p><p>filosoficamente respeitáveis as teses metodológicas que os cientistas</p><p>newtonianos vinham preconizando há décadas. A polêmica contra as hipóteses</p><p>alcançou tanto sucesso que, por volta da segunda metade do século 18, poucos</p><p>167 Para um exame extremamente interessante do desenvolvimento geral da</p><p>metodologia francesa na primeira metade do século 18, ver Vartanian 1953. Ver</p><p>também Marsak 1957 e 1959 e Erhard 1963.</p><p>168 Ver especialmente o capítulo XII, intitulado: “Des hypothèses”, da obra de</p><p>Condillac. A teoria do método de Condillac é examinada por Pelikán 1937.</p><p>169 Ver Dieckmann 1943; Luxembourg 1965; Vartanian 1953 e White 1963.</p><p>170 Sobre a filosofia da ciência de D’Alembert, ver Briggs, 1964; Grimsley 1963 e</p><p>Kunz 1907. Ver também o Discours préliminaire no traité de dynamique (2ª ed., 1796) de</p><p>D’Alembert.</p><p>171 Ver também Gillispie 1959.</p><p>172 Laudan 1969. (126).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 50</p><p>metodólogos ingleses</p><p>se dispunham sequer a admitir a possibilidade de que as</p><p>hipóteses pudessem ter algum valor positivo na investigação científica. Ao que</p><p>sei, Joseph Priestley173 e David Hartley foram os únicos opositores ingleses de</p><p>envergadura às posições estritamente indutivistas. Os argumentos de Hartley</p><p>em favor de uma utilização cautelosa dos métodos hipotéticos são</p><p>particularmente interessantes174.</p><p>Autores médicos e biólogos também aderiram prontamente aos debates</p><p>metodológicos da época175. Dentre esses, devemos mencionar o Von der</p><p>Erfahrung in der Arzneikunst (1764), de Zimmermann176; as Observations on the...</p><p>method of prosecuting inquiries into philosophy (1770), de Gregory; os Nouveaux éléments</p><p>de la science de l’homme (1778), de Barthez177; e o Inquity into the state of medicine, on</p><p>the true principles of the inductive philosophy (1781), de Jones. Embora se ocupem</p><p>menos diretamente das questões de método na biologia, são igualmente</p><p>interessantes os escritos de Lineu sobre nomenclatura e classificação178.</p><p>No último quartel do século 18, ocorreram dois acontecimentos de</p><p>fundamental importância para a história subseqüente do método. O primeiro</p><p>foi a formulação da filosofia crítica de Kant. Embora tratem do método</p><p>científico apenas incidentalmente, a Crítica da razão pura, de Kant, os seus</p><p>Prolegomena e os Fundamentos metafísicos da ciência tem implicações múltiplas para a</p><p>filosofia da ciência. Verificou-se rapidamente que a insistência de Kant na</p><p>173 Ver em especial os excertos filosóficos publicados em Passmore 1967.</p><p>174 Ver especialmente o trabalho de Hartley, Observation on man, vol. 1, pp. 324-353.</p><p>(165).</p><p>175 Ver em especial as análises que se encontram em L. King 1963a e 1963b e em</p><p>T.M. Brown 1968.</p><p>176 Para um rápido exame da teoria do método de Zimmermann, ver Leclercq 1960.</p><p>177 Comte se referia em termos entusiásticos à metodologia de Barthez. Ver o seu</p><p>Cours de philosophie positive, vol. 2, p. 433, nota.</p><p>178 Sobre Lineu, ver Cain 1958; Hofsten 1950; Stearn 1959 e Svenson 1945. (120,</p><p>121, 122).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 51</p><p>presença de elementos ideais no conhecimento científico solapava a perspectiva</p><p>indutivo-empírica que dominara a metodologia desde o início do século179.</p><p>Em parte ligado ao primeiro, o segundo episódio decisivo do final do</p><p>século 18 foi o debate sobre a questão de se a mecânica era uma ciência</p><p>empírica ou a priori. Com surpreendente unanimidade, a escola da mecânica</p><p>racional (D’Alembert, Euler, Laplace e outros) afirmava que as leis da estática e</p><p>da dinâmica poderiam ser derivadas de princípios cuja verdade era evidente por</p><p>si mesma. A disputa sobre essa questão atingiu tal intensidade que a Academia</p><p>Berlinense de Ciências patrocinou um concurso para o qual se pediam ensaios</p><p>sobre a questão de saber se as leis da mecânica eram empíricas ou a priori.</p><p>Inflamada pelos argumentos de Kant, essa controvérsia específica se prolongou</p><p>pelo século 19 adentro.</p><p>A METODOLOGIA NO SÉCULO 19</p><p>Se o início do século 19 assistiu à passagem da ciência das mãos dos</p><p>amadores para os profissionais, uma transformação de tipo semelhante também</p><p>ocorria, embora com ligeiro atraso, na filosofia da ciência. Graças</p><p>principalmente à obra de Comte e de Whewell, assim como ao caráter cada vez</p><p>mais técnico da própria matéria, a filosofia da ciência passou a ser uma</p><p>disciplina autônoma no início do século 19. Praticamente pela primeira vez,</p><p>livros inteiros, e não somente prefácios ou capítulos isolados, foram</p><p>consagrados exclusivamente ao tema. Ampère e Whewell chegaram até à</p><p>audácia de incluírem a expressão ‘filosofia da ciência’ nos títulos dos seus</p><p>trabalhos. Pela primeira vez, foram criadas cadeiras de história e de filosofia da</p><p>ciência nas universidades. Na realidade, de um ponto de vista quantitativo, e</p><p>179 Ver especialmente Lee 1966. Outras abordagens da metodologia e da filosofia da</p><p>ciência de Kant podem ser encontradas em Buchdahl 1965 e 1968; Butts 1961 e 1962;</p><p>H. Cohen 1918; Drews 1894; Görland 1909; Kaminski 1965; König 1907; G. Martin</p><p>1951; McRae 1957 e 1961; Milmed, 1961; Plaas 1965; Perls 1937; Reinach 1911;</p><p>Vuillemin 1955; Ungerer 1922 e R. Zimmermann 1874. Ver também Admson 1876;</p><p>Ewald 1906 e Labbas1931. (195).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 52</p><p>talvez qualitativo também, somos obrigados a falar da ocorrência de uma virtual</p><p>revolução na disciplina entre 1800 e 1900.</p><p>A realização isolada talvez mais importante do século 19 foi a</p><p>formulação, por Auguste Comte, dos princípios básicos do ‘positivismo’,</p><p>doutrina que se revelou responsável, de um modo ou de outro, por vários dos</p><p>mais importantes desenvolvimentos ulteriores na teoria do método científico.</p><p>Especialmente no segundo volume do seu Cours de philosophie positive, Comte</p><p>adotou uma filosofia da ciência que, não obstante todos os seus defeitos e</p><p>limitações, fornecia uma exposição convincente dos objetivos, métodos,</p><p>estrutura e limitações da ciência. Inspirando-se nos analistas franceses</p><p>(Fourier180 em particular) e nas obras de Newton e de Ampère, Comte afirmava</p><p>que a ciência deveria ocupar-se exclusivamente com a descoberta de leis</p><p>descritivas dos fenômenos, devendo, ao mesmo tempo, renunciar</p><p>prudentemente a qualquer tentativa de descrever causas eficientes ou “modos</p><p>de produção”. É bem verdade, é claro, que o Cours oferece pouco mais do que</p><p>um esboço de como seria essa ciência fenomenalística; no entanto, embora</p><p>sejam por vezes vagos, é inegável que os seus argumentos exerceram um</p><p>profundo efeito tanto nos positivistas ortodoxos que seguiram Comte como em</p><p>autores como Whewell e Apelt que consagraram muito do seu tempo a uma</p><p>refutação quase sistemática das doutrinas de Comte181. Curiosamente, o Cours,</p><p>de Comte jamais foi traduzido para o inglês e a versão resumida da obra que</p><p>Martineau realizou é insatisfatória, ao mesmo tempo porque distorce às vezes o</p><p>que Comte pretendia dizer e, o que talvez seja ainda mais grave, porque</p><p>simplifica em excesso os argumentos do autor. As teses gerais de Comte sobre</p><p>o método foram examinadas por Charlton182, Ducassé183, Dupuy184, Gräber185,</p><p>180 Ver especialmente o Discours préliminaire que introduz ao livro de Fourier Théorie</p><p>analytique de la chaleur (1822).</p><p>181 Lewes vê Comte como “o homem cuja doutrina é, para o século 19, algo mais do</p><p>que fora a doutrina de Bacon para os séculos 17 e 18” (Lewes 1853, p. 1). É possível</p><p>que Lewes tenha razão; considerando-se, entretanto, as avaliações mais recentes acerca</p><p>da importância de Bacon, sua observação não configura o elogio que pretendia ser.</p><p>182 Charlton 1959.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 53</p><p>Lévy-Bruhl186 e outros187. Os desenvolvimentos posteriores do positivismo</p><p>francês foram estudados por de Broglie188, Charlton189, Duboul190, Fouillée191,</p><p>Frankel192 e Simon193. Alek-Kowalski194 escreveu um interessante estudo sobre</p><p>o desenvolvimento do positivismo na Polônia durante o século 19. Existem</p><p>também vários estudos tendo por objeto aspectos específicos da tradição</p><p>comteana, tais como a sua influência em Claude Bernard195 e as relações entre</p><p>Kant, Hume e Comte196. Mesmo assim, é relativamente reduzido o número de</p><p>estudos sobre as origens pré-comteanas do positivismo, a despeito do fato de</p><p>que as opiniões de cientistas como D’Alembert, Lazare Carnot e Biot exibem</p><p>notáveis semelhanças com algumas teses expressas no Cours197.</p><p>Compatriota de Comte, André-Marie Ampère preocupava-se também</p><p>com problemas relativos ao método e à classificação científicos, aos quais</p><p>dedicou algumas páginas do seu Essai sur la philosophie des sciences (1834). A</p><p>argumentação e até o título da sua contribuição clássica à eletrodinâmica: Théorie</p><p>183 Ducassé 1937, 1939 e 1939b.</p><p>184 Dupuy 1911.</p><p>185 Gräber 1889 e 1893.</p><p>186 Lévy-Bruhl 1900.</p><p>187 Para outros estudos das teses de Comte, ver Boutroux 1902; Bratuscheck 1875;</p><p>Campanale 1960; Deherme 1909; Devolvé 1932; Gabriel 1957; Hawkins 1936 e 1938;</p><p>Huet 1866; Lewes 1853; Lins 1957; Littré 1845 e 1866; Mill 1865 e Nagel 1950. Ver</p><p>também Aliotta 1954; Biro 1968; Costa 1957; Harris 1923; Labbas 1931 e Skarbek 1968.</p><p>(9, 14, 43, 65, 72, 73, 100, 124).</p><p>188 de Broglie 1881.</p><p>189 Charlton 1959.</p><p>190 Duboul 1867.</p><p>191 Fouillée 1896.</p><p>192 Frankel 1950.</p><p>193 Simon 1963.</p><p>194 Alek-Kowalski 1966.</p><p>195 Ver Charlton 1959 e Hillimand 1914.</p><p>196 Ver Kaminski 1965; Papillon 1868 e R. Zimmermann 1874.</p><p>197 Pode-se encontrar em Misch 1901, uma investigação muito interessante sobre os</p><p>predecessores de Comte (em particular D’Alembert e Turgot).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 54</p><p>mathématique des phénomènes électrodinamiques uniquement déduite de l’expérience (1824),</p><p>exemplificaram claramente o comprometimento de Ampère com a filosofia</p><p>indutivista.</p><p>Enquanto se assentavam as fundações do positivismo na França, o</p><p>indutivo-empiricismo inglês começava a emergir da letargia em que caíra desde</p><p>a época de Reid. Na verdade, não seria grande exagero dizer que os anos que</p><p>vão de 1829, mais ou menos, até 1843 foram os mais produtivos na história do</p><p>pensamento inglês sobre o método. Em 1829, John Herschel publicou o seu</p><p>famoso Preliminary discourse on the study of natural philosophy198, obra à qual,</p><p>segundo eles próprios, Whewell e Mill deviam muito. No Discourse, Herschel</p><p>formulou o que viria a ser conhecido mais tarde como os ‘canônes da indução</p><p>de Mill’ (na verdade, ele os formulou bem mais claramente do que Mill o faria</p><p>posteriormente), examinando longamente, também, certas questões sobre a</p><p>causalidade, a indução e as hipóteses. Embora Minto se deixasse provavelmente</p><p>levar pelo entusiasmo quando afirmava que o Discourse, de Herschel, foi “a</p><p>primeira tentativa feita por um eminente homem de ciência de tornar explícitos</p><p>os métodos da ciência”199, é incontestável que Herschel deu uma das notáveis</p><p>contribuições à tradição indutiva, que conta Bacon, Newton, Hume e Mill entre</p><p>os seus representantes ilustres. O Discourse de Herschel foi detalhadamente</p><p>examinado por Ducasse200 e os escritos de Leuckfeld201 e de Cannon202</p><p>acrescentam úteis esclarecimentos às conclusões de Ducasse.</p><p>Dez anos antes da publicação do Discourse, surgiu o volume póstumo de</p><p>Brown, as Lectures on the philosophy of the human mind. Nessa obra, que representa,</p><p>sob vários aspectos, uma elaboração de temas que se encontram no seu livro</p><p>anterior, Inquiry into the relation of cause and effect (1818), Brown rompe com a</p><p>198 O Discourse de Herschel foi reimpresso recentemente (1966), acompanhado de</p><p>uma interessante introdução feita por Partridge.</p><p>199 W. Minto, Logic, inductive and deductive (N.Y. 1904, p. 257).</p><p>200 Ducasse 1942.</p><p>201 Leuckfeld 1897.</p><p>202 Cannon 1961.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 55</p><p>tradição inglesa dominante de recusar todas as hipóteses, sustentando que os</p><p>métodos hipotéticos e o raciocínio analógico constituem técnicas importantes à</p><p>disposição do cientista, que deve utilizá-las sem hesitação203. Também foram</p><p>importantes os Elements of the philosophy of the human mind, de Dugald Stewart,</p><p>cujo segundo volume é em grande parte consagrado a questões metodológicas.</p><p>Embora adotada por razões bem diversas, a doutrina de Brown</p><p>constituiu um dos pilares da filosofia da ciência de William Whewell, que,</p><p>durante mais de três décadas, publicou abundantemente sobre a lógica da</p><p>ciência. O seu brilhante trabalho Philosophy of the inductive sciences (cuja primeira</p><p>edição data de 1840) foi apenas a primeira investida de um constante ataque à</p><p>perspectiva indutiva estreita que dominava, até a época de Whewell, grande</p><p>parte da filosofia da ciência. Nas suas obras Of induction (1849) e On the philosophy</p><p>of discovery (1860), Whewell continuou a criticar incisivamente a doutrina</p><p>segundo a qual a ciência consiste na observação passiva da natureza.</p><p>Inspirando-se largamente em Kant, Whewell percebeu claramente a extensão</p><p>em que a análise kantiana da percepção e da cognição tornava insustentáveis as</p><p>teorias anteriores da indução e do método científico. Blanché204 e Marcucci205</p><p>escreveram os principais estudos sobre a obra de Whewell. Nos últimos anos,</p><p>verificou-se um renascimento dos estudos especializados sobre esse autor e um</p><p>grande número de importantes estudos exegéticos e críticos foram consagrados</p><p>a vários aspectos da sua filosofia da ciência206.</p><p>É impossível mencionar Whewell sem pensar imediatamente em Mill,</p><p>pois a sua controvérsia sobre a indução e as verdades necessárias constitui um</p><p>dos debates mais fascinantes na história do método científico. Mill era, de</p><p>maneira geral, um indutivista um tanto ortodoxo, que via a ciência como a</p><p>203 Sobre Brown, ver Réthoré 1893. (187).</p><p>204 Blanché 1935.</p><p>205 Marcucci 1963.</p><p>206 Ver Butts 1965a, 1965b, 1967, 1969a e 1969b; Ducasse 1951b; Heathcote 1953 e</p><p>1954; Leuckfeld 1897; Pearl 1966; Seward 1938; Stoll 1929 e Walsh 1962a e 1962b. A</p><p>edição crítica das obras de Whewell, atualmente em curso sob a direção de Buchdahl e</p><p>de Laudan, apresenta certo interesse a esse respeito. (125, 137).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 56</p><p>generalização da observação, sustentando que todas as idéias científicas</p><p>(inclusive as da matemática) provêm diretamente da experiência. Mill não podia</p><p>concordar com Whewell (e Kant) em que as teorias científicas possuem, ao</p><p>mesmo tempo, uma universalidade e uma necessidade que a experiência jamais</p><p>poderia justificar por si só. O que Whewell dizia acerca da explicação dos fatos</p><p>e da união dos conceitos era, na opinião de Mill, mal concebido e, ao mesmo</p><p>tempo, errôneo quando aplicado da maneira como o fazia Whewell. Os artigos</p><p>de Strong207 e Walsh208 constituem talvez as melhores exposições dessa</p><p>controvérsia específica.</p><p>O System of logic (1843), de Mill, pretendia ser, é claro, muito mais do que</p><p>uma crítica das inclinações kantianas de Whewell. Nessa obra, Mill pretendia</p><p>formular os padrões formais a que deveriam obedecer tanto o raciocínio</p><p>indutivo quanto o dedutivo. A julgar pelas recepções que mereceu na época, a</p><p>obra tornou-se imediatamente um clássico, passando a ser utilizada como texto</p><p>nas universidades inglesas até quase o final do século. Aliás, mesmo no nosso</p><p>século Mill foi algumas vezes chamado de “o pai da indução” e o seu System of</p><p>logic considerado como um livro que “marcou época”209. O System, de Mill, foi</p><p>examinado por Crawford210, Jackson211, Kubitz212 e Munson213.</p><p>Embora o pensamento metodológico inglês214 nos meados do século</p><p>estivesse indubitavelmente dominado por Whewell e Mill, várias figuras</p><p>menores escreviam na época sobre questões de metodologia. Entre esses</p><p>207 Strong 1955.</p><p>208 Walsh 1962a. Ver também Hutton 1850. (34).</p><p>209 Westaway 1919, p. 176.</p><p>210 Crawford 1913.</p><p>211 Jackson 1941.</p><p>212 Kubitz 1931.</p><p>213 Munson 1967. Ver também Anschutz 1953; Bain 1882; Becher 1906; Britton</p><p>1953; Giuletti 1958; Hoffman 1962; Jevons 1890; Keene 1962; Littré 1866. Los 1947;</p><p>Randall 1965; Schiel 1865; Schmidt 1944; Whitmore 1945 e Wilkie 1950. (63, 76, 85,</p><p>206).</p><p>214 Para uma reação francesa contemporânea à lógica e à metodologia inglesas de</p><p>meados do século 19, ver Liard 1890.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método</p><p>Científico de Platão a Mach 57</p><p>podemos citar H.L. Mansel (Prolegomena logica, 1851), Baden Powell215 (Essays on</p><p>the spirit of the inductive philosophy, 1855), Bailey (Essays on the pursuit of truth, 1959),</p><p>Stuart (A chapter of science: or, what is a law of nature?, 1868), Finch (On the inductive</p><p>philosophy, 1872) e J. Macquorn Rankine (“Outlines of the science of energetics”,</p><p>1855). O ensaio de Rankine, extremamente interessante e que parece ter</p><p>influenciado a formação da teoria da ciência de Duhem, constitui um dos raros</p><p>trabalhos instrumentalistas da filosofia inglesa da ciência. Rankine distinguia</p><p>entre, de um lado, o “método hipotético”, que consiste em postular a existência</p><p>do que hoje chamaríamos de constructos hipotéticos, e, de outro lado, o</p><p>“método abstrativo”, que trata exclusivamente com entidades “dadas pela</p><p>observação”216. Outras importantes manifestações inglesas durante esse</p><p>período foram o exame do papel dos modelos e analogias na física matemática</p><p>realizado por Clerk Maxwell217 e a análise de certas questões da filosofia da</p><p>ciência efetuada por Faraday218.</p><p>Como na Inglaterra e na França, a investigação metodológica também</p><p>floresceu na Alemanha e na Áustria durante todo o século 19. Embora o último</p><p>quartel do século (que viu o surgimento da obra de Avenarius, Boltzmann,</p><p>Lotze, Mach e Wundt) seja provavelmente mais bem conhecido, muitos</p><p>trabalhos importantes foram publicados antes desse período. Os principais</p><p>foram a Theorie der Induktion (1854), de Ernst Apelt; a Wissenschaftslehre (1837), de</p><p>Bolzano; e o polêmico livro de Liebig, Über Francis Bacon von Verulam und seine</p><p>Methode der Naturforschung (1863). O livro de Apelt apresentava uma perspectiva</p><p>basicamente kantiana, sofrendo forte influência de Whewell219. O trabalho de</p><p>Liebig, por outro lado, oferecia uma crítica incisiva do indutivismo baconiano,</p><p>215 Para um rápido exame das teses de Powell, ver Knight 1968.</p><p>216 Para uma discussão penetrante da metodologia de Rankine, ver Aim and structure</p><p>of physical theory, pp. 52 segs., de Duhem, e Die Energetik, pp. 110 segs., de Helm.</p><p>217 Ver o demorado estudo da metodologia de Maxwell realizado por Turner 1953,</p><p>bem como os exames mais breves que fez das teorias de Maxwell sobre as analogias</p><p>(1955) e sobre a explicação científica (1956). (46).</p><p>218 Ver Buek 1912 e Williams 1968.</p><p>219 Ver Gresky 1936.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 58</p><p>sustentando convincentemente que nenhum cientista jamais havia seguido ou</p><p>jamais poderia seguir os métodos descritos no Novum organum. O ataque de</p><p>Liebig, que foi o primeiro empreendido por um cientista eminente a repudiar</p><p>tão radicalmente o indutivismo, ajudou a liquidar uma versão da teoria indutiva</p><p>que prosperara por bem mais de dois séculos. Até o surgimento da obra de</p><p>Whewell e Liebig, o método indutivo era concebido fundamentalmente como</p><p>um método de descoberta e não como um método de prova ou confirmação. Nos</p><p>escritos de Bacon, Newton, Herschel e Mill (para citar apenas alguns nomes), a</p><p>indução é tratada como uma técnica para produzir leis e teorias ou como uma</p><p>máquina para descobrir causas220. Argumentando que a descoberta não se</p><p>submetia a absolutamente nenhuma regra e menos ainda às do método</p><p>indutivo, Liebig tornou explícito algo de que muitos cientistas já suspeitavam há</p><p>muito tempo: a saber, a impossibilidade de criar uma lógica da descoberta à</p><p>prova de erros. Depois de Liebig, os indutivistas passaram a adotar uma postura</p><p>mais modesta, que ainda é geralmente aceita pelos teóricos indutivistas</p><p>contemporâneos. Admitindo a inexistência de regras mecânicas para a</p><p>construção de teorias, passaram a conceber a indução como um tipo de</p><p>ingerência e como uma teoria da lógica da confirmação221.</p><p>As contribuições de Lotze à filosofia da ciência foram analisadas por</p><p>Self222.</p><p>Se a tendência na Inglaterra e na Alemanha distanciava-se do</p><p>indutivismo, aproximando-se de uma variante do idealismo kantiano, a filosofia</p><p>220 Mill confunde, constantemente, uma lógica da descoberta com uma lógica da</p><p>confirmação. Assim, ele observa que a indução é “a operação que consiste em descobrir e</p><p>em provar proposições gerais” (Mill, System of logic, livro 3, capítulo 2).</p><p>221 De maneira geral, os argumentos de Whewell contra a indução, assim como as</p><p>críticas específicas que endereçou a Bacon, foram suficientes para desacreditar a idéia</p><p>de uma lógica indutiva da descoberta. Apesar disso, no entanto, Whewell foi incapaz de</p><p>romper inteiramente com o termo indução ou com a opinião segundo a qual Bacon foi</p><p>um importante metodólogo. De Maistre 1836, foi outro influente crítico a atacar Bacon</p><p>no século 19.</p><p>222 Self 1951.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 59</p><p>francesa da ciência, ao contrário, foi dominada, durante todo o século 19, pela</p><p>obra de Comte e pelo tipo peculiar de indutivismo que o positivismo</p><p>representava. É incontestável que a mais célebre obra metodológica francesa</p><p>desse período foi a Introduction à l’étude de la médicine expérimentale (1865) de</p><p>Claude Bernard. Bernard acreditava que a sua grande descoberta metodológica</p><p>fora o papel indispensável que as idéias preconcebidas desempenham na</p><p>direção da pesquisa científica. Embora Bernard não tenha descoberto a noção,</p><p>a sua análise da questão apresenta o encanto e a utilização eficiente de exemplos</p><p>científicos que dela fizeram um clássico na história da metodologia223. Não</p><p>obstante a sua importância, a Introduction dificilmente merece a qualificação de</p><p>Leclercq como “la bible de la méthode expérimentale”224.</p><p>No caso de inúmeros outros metodólogos do século 19, a influência de</p><p>Comte era ainda maior e mais explícita do que em Bernard. Na verdade, o</p><p>positivismo parece ter provocado um grande número de debates acerca da</p><p>natureza do método científico e dos fundamentos das classificações científicas.</p><p>Dentre os trabalhos desse período que apresentam algum interesse, é necessário</p><p>mencionar pelo menos os seguintes: Traité de logique, ou essai sur la théorie des</p><p>sciences (1844) de Duval-Jouve, Essai sur la méthode de vérification scientifique (1846)</p><p>de Golfin, Essai sur les fondements de nos connaissances (1851) de Cournot225. Essai</p><p>sur la méthode de Bacon (1855) de Biéchy, Traité de l’enchaînement des idées</p><p>fondamentales (1861) de Cournot, Lettres adressées à M. Villemain, sur la méthode en</p><p>223 Para um exame geral da metodologia e da filosofia da ciência de Bernard, ver</p><p>Cotard 1945; Halpern 1966; Lenoir 1919; Mentré 1904; Olmsted 1952; Schiller 1967;</p><p>Sertillanges 1944; Charlton 1959 e Virtanen 1960. Com respeito à influência de</p><p>Senebier sobre Bernard, ver Pilet 1962; e, com relação à influência sofrida de Comte,</p><p>ver Charlton 1959 e Hillimand 1914. (98, 118).</p><p>224 Leclercq 1960, p. 87. Henri Bergson também induzia em erro ao afirmar que a</p><p>Introduction de Bernard era o Discours de la méthode do século 19 (Bergson 1934, p. 257).</p><p>Para uma interessante antecipação de algumas conclusões de Bernard, ver os Principes</p><p>généraux sur la méthode d’étudier et d’observer en médicine (1827), de Lambert.</p><p>225 Sobre Cournot, ver Harpe 1936 e 1938; Fedi 1934; Ruddick 1940; Bottinelli</p><p>1913; Milhaud 1927 e o estudo clássico publicado por Mentré em 1908. (9, 57, 133, 149,</p><p>153).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 60</p><p>général et sur définition du mot “fait” (1856) de Chevreul, Des méthodes dans les sciences</p><p>de raisonnement (1865) de Duhamel, Ultimum organum (1865) de Strada, Introduction</p><p>à l’histoire des connaissances chimiques (1866) de Chevreul, Le positivisme, sa méthode</p><p>(1867) de Duboul, L’induction (1869) de Biéchy, De la méthode a posteriori</p><p>expérimentale (1870) de Chevreul,</p><p>De la contingence des lois de la nature (1874) de</p><p>Boutroux, De la méthode scientifique (1875) de Doublet, Classification des sciences</p><p>(1876) de Delavaud, La logique de l’hypothèse (1880) de Naville, Étude sur divers</p><p>points de la philosophie des sciences (1880) de Boussinesq, Le positivisme et la science</p><p>expérimentale (1881) de deBroglie, Théorie des sciences (1882) de Bordeau, L’idée de</p><p>phénomène (1894) de Boiroc, De l’idée de loi naturelle (1895) de Boutroux, La cause</p><p>première (1896) de Ferrière e o Essai sur la classification des sciences (1898) de</p><p>Goblot226.</p><p>Dentre esses, os trabalhos de Chevreul, Naville, Boutroux e Cournot</p><p>merecem alguns comentários. O estudo de Naville sobre a lógica das hipóteses</p><p>é um exame extremamente arguto do método hipotético-dedutivo, abrangendo</p><p>uma interessante exposição do que hoje chamaríamos de a pragmática do teste</p><p>de teorias. A sua obra envelheceu muito pouco e seria uma leitura instrutiva</p><p>para muitos hipotético-dedutivistas contemporâneos.</p><p>Os escritos de Chevreul possuem, sem dúvida, um alcance mais amplo,</p><p>mas, na minha opinião, foram as suas cartas a Villemain que lhe permitiram</p><p>explorar com o máximo proveito a sua formação científica. Por outro lado, os</p><p>estudos de Boutroux oferecem uma elucidação do conceito de lei que é, ao</p><p>mesmo tempo, filosoficamente estimulante e esclarecida do ponto de vista</p><p>histórico.</p><p>Nos trabalhos de Cournot, são particularmente interessantes as tentativas</p><p>de aplicar certas idéias a respeito do acaso e da espontaneidade que ele havia</p><p>formulado nos seus célebres estudos sobre econometria.</p><p>226 Ver também Caro 1866; Janet 1866 e 1873; Liard 1873 e Littré 1873. Sobre a</p><p>teoria da hipótese, de Naville, ver Varano 1931. Sobre Boutroux, ver Crawford 1924;</p><p>La Fontaine 1920 e Schyns1924.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 61</p><p>Uma leitura mesmo superficial dessas obras, que é o máximo que fui</p><p>capaz de fazer até o momento, indica que os filósofos franceses da ciência do</p><p>início do século 20 (Duhem, Poincaré, Rey e Meyerson) não estavam em</p><p>absoluto desbravando terras totalmente novas. Há indícios particularmente</p><p>claros de que o ‘convencionalismo’ de Duhem e de Poincaré foi fortemente</p><p>influenciado pelo positivismo francês do final do século 19.</p><p>Uma das maiores inovações na metodologia do século 19 foi a</p><p>introdução da teoria da probabilidade na lógica da indução. Uma vez</p><p>reconhecido que os problemas mais interessantes da indução se referiam à</p><p>confirmação das teorias e não à sua descoberta, os metodólogos se deram conta</p><p>de que os progressos na teoria da probabilidade poderiam ser explorados para</p><p>objetivos metodológicos. Os primeiros a propor esse caminho foram, sem</p><p>dúvida, Venn (The logic of chance, 1866; Principles of empirical or inductive logic, 1889) e</p><p>Jevons (Principles of science, 1874). Jevons, em particular, parece ter produzido</p><p>uma significativa modificação na concepção de muitos problemas da filosofia</p><p>da ciência. Embora a obra de Venn jamais tenha sido estudada com cuidado (o</p><p>que significa, portanto, que necessariamente não passam de tentativas todas as</p><p>afirmações de prioridade entre Jevons e Venn), seria provavelmente verdade</p><p>dizer que as pesquisas contemporâneas em teoria da confirmação têm o seu</p><p>maior credor em Jevons, que afirmava consistir a essência da inferência indutiva</p><p>na aplicação inversa da teoria clássica da probabilidade. Jevons foi também o</p><p>primeiro a sugerir que o grau de probabilidade é uma função da crença racional e</p><p>não da crença efetiva227.</p><p>Um americano contemporâneo de Jevons, Charles Sanders Peirce,</p><p>embora partilhando alguns dos interesses do primeiro, propôs uma reforma</p><p>227 Para um exame rápido das teses de Jevons sobre a indução e a probabilidade, ver</p><p>Madden 1960c. Podemos encontrar em Keynes 1929, a história de algumas teorias</p><p>recentes sobre a indução (inclusive a de Jevons), Ver também Kneale 1949; Lakatos</p><p>1968 e von Wright 1957.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 62</p><p>ainda mais radical da filosofia da ciência228. Embora Peirce tenha,</p><p>aparentemente, exercido pouca influência sobre os seus contemporâneos, a</p><p>publicação recente dos seus Collected papers mostra claramente que ele foi um</p><p>dos pensadores metodológicos mais originais do século passado. É bem</p><p>verdade que grande parte da obra de Peirce é fragmentária e assistemática, mas</p><p>os seus escritos sobre a indução, a abdução, a hipótese e a probabilidade são,</p><p>quase sempre, penetrantes e instrutivos229.</p><p>Como sugeri na introdução a este artigo, o historiador do método não</p><p>pode esquecer as ligações existentes entre os desenvolvimentos científicos e as</p><p>controvérsias metacientíficas. Isso se manifesta com especial clareza no final do</p><p>século 19, quando os próprios cientistas se mostravam invulgarmente sensíveis</p><p>a questões de método230. A teoria da evolução de Darwin, por exemplo, não</p><p>somente estimulou discussões teológicas, como também debates</p><p>metodológicos. Crombie231 e Feibleman232 estudaram os métodos do próprio</p><p>Darwin, ao passo que Ellegard233 estudou a reação que surgiu entre os</p><p>metodólogos profissionais frente às teorias darwinianas.</p><p>228 Ver em especial o trabalho de Peirce “A theory of probable inference”, incluído</p><p>em Studies in logic, (1883), para uma abordagem semelhante à de Jevons.</p><p>229 É imensa a literatura secundária sobre a teoria do método de Peirce. Sou</p><p>obrigado a me limitar aqui a uma seleção extremamente abreviada, que inclui os</p><p>seguintes estudos: Bird 1959; Brent 1960; Buchler 1939; Burks 1946; Cheng 1964, 1967</p><p>e 1968; Driscoll 1964; Eisele-Halpern 1958 e 1959; Fairbanks 1961; Frankfurt 1958;</p><p>Goudge 1940 e 1950; Haas 1964; Hill 1940; Huggett 1954; Madden 1958; Moore e</p><p>Robin 1964; Murphey 1961; Nagel 1940 e 1954a; Reilly 1957; Turley 1967 e Wiener e</p><p>Young 1952. Uma utilíssima bibliografia dos trabalhos sobre Peirce pode ser</p><p>encontrada em Moore e Robin, 1964. (37, 129, 144).</p><p>230 Para uma interessante análise de certas relações entre a física e a metodologia do</p><p>século 19, ver I.B. Cohen 1959.</p><p>231 Crombie 1959c.</p><p>232 Feibleman 1959.</p><p>233 Ellegard 1956 e 1957.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 63</p><p>Mesmo obras de aparência francamente científica como os Principles of</p><p>chemistry (1897), de Mendeleev234; e os Principles of scientific botanic (1849), de</p><p>Schleiden235 não deixam de ter interesse para o historiador do método.</p><p>A preocupação com os conceitos fundamentais da ciência física e com as</p><p>suas implicações filosóficas foi, talvez, o traço mais freqüente na filosofia da</p><p>ciência do final do século 19. Chauncey Wright sustentava que a ciência é</p><p>metafisicamente neutra, no sentido de que os resultados científicos não podem</p><p>nem confirmar nem refutar nenhum enunciado ‘metafísico’236. No seu Der</p><p>philosophische Kritizismus (1876), Riehl examinou “do ponto de vista da filosofia</p><p>crítica” a Weltbild científica do final do século 19. Concentrando-se mais</p><p>especificamente nos problemas da física, Stallo apresentou, no seu Concepts and</p><p>theories of modern physics (1882)237, uma interpretação instrumentalista brilhante,</p><p>embora controvertida, dos conceitos científicos. A obra popular de Clifford,</p><p>Common sense of the exact sciences (1885)238, alcançou, no entanto, influência muito</p><p>maior, tendo sido recentemente examinada em detalhes por Smokler239. Nessa</p><p>época, Friedrich Engels já havia concluído o seu Anti-Dühring (1878) e a sua</p><p>Dialética da natureza também já existia pelo menos em forma de esboço240. Gore</p><p>publicara a sua Art of scientific discovery (1878) e discutia-se amplamente a</p><p>Classification of the sciences (1864), de Spencer. E era ainda mais larga a influência</p><p>da</p><p>Logik der exakten Wissenschaften (1883) de Wundt. Entre as obras menores</p><p>publicadas nesse período, poderíamos mencionar a Über die Grenzen des</p><p>234 Ver Kultgen 1958 e Vucinich 1962.</p><p>235 Num longo prefácio a essa obra, Schleiden tenta reconciliar, de maneira um</p><p>tanto eclética, as teorias metodológicas de Bacon, Galileu e Kant.</p><p>236 Para apreciações acerca das Philosophical discussions (1877), de Wright, e da teoria</p><p>do método que essa obra contém, ver Madden 1953, 1956 e 1963 e Wiener 1945.</p><p>237 Ver também o trabalho anterior e esquecido de Stallo, General principles of the</p><p>philosophy of nature (1848). Para um rápido exame da vida e obra de Stallo, ver Easton</p><p>1966. Ver também Kleinpeter 1901 e Drake 1959.</p><p>238 Ver também as Lectures and essays (1901), de Clifford. (88).</p><p>239 Smokler 1958.</p><p>240 Ver Hook 1955 e Walter 1948. Para um exame de alguns debates comunistas</p><p>sobre o método, que tiveram lugar pouco depois, ver Emery 1935.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 64</p><p>Naturerkennens (1872), de DuBois-Reymond; a Zur Lehre von der Hypothesenbildung</p><p>(1896), de Hillebrand; a Philosophie der Naturwissenschaft (1882), de Schultze; e a</p><p>Erkenntnistheoretische Logik (1878), de Schuppe.</p><p>Passemos, finalmente, a um rápido exame da obra de Mach, com quem a</p><p>filosofa contemporânea acusa uma das suas maiores dívidas.</p><p>Independentemente da sua doutrina sensacionalista, Mach é lembrado por um</p><p>grande número de noções metodológicas de extraordinária importância. A sua</p><p>crítica do espaço e do movimento absolutos, a sua ênfase na ‘economia de</p><p>pensamento’ como a força que impulsiona o teórico e o seu reconhecimento do</p><p>papel dos Gedankenexperiments na investigação científica, representam</p><p>contribuições de primeira grandeza. Podemos encontrar em Thiele241 uma</p><p>excelente bibliografia dos escritos de Mach e talvez seja a de Weinberg242 a</p><p>melhor descrição da sua filosofia geral da ciência. Recentemente, Riddle243</p><p>examinou minuciosamente a metodologia do discípulo inglês de Mach, Karl</p><p>Pearson.</p><p>Outros metodólogos do século 19 cuja obra foi estudada são Henry</p><p>Adams244, Avenarius245, Boltzmann246, Bolzano247, Brentano248, Galton249,</p><p>Goethe250, Helmholtz251, Huxley252, Mayer253 e Ostwald254.</p><p>241 J. Thiele 1963.</p><p>242 Weinberg 1937 e 1938. Ver também Adler 1918; Bunge 1966; Bradley 1966;</p><p>Carus 1906; Becher 1905; Bouvier 1923; Dingler 1924; Gerhards 1914; Heffer 1964;</p><p>Hell 1907; Henning 1915; Planck 1910 e R. Thiele 1914. Devemos mencionar ainda os</p><p>vários trabalhos de Kleinpeter sobre Mach e seus contemporâneos. O número inteiro</p><p>da revista Synthese, de abril de 1968, é consagrado à análise de vários aspectos da</p><p>filosofia da ciência de Mach. (27, 39, 74, 92, 93, 128, 183).</p><p>243 Riddle 1958. Ver também Nalletamby 1955.</p><p>244 Ver Wasser 1951 e 1956.</p><p>245 Ver Ewald 1904 e N. Smith 1902.</p><p>246 Ver Broda 1955 e Dugas 1959.</p><p>247 Ver Moese 1965.</p><p>248 Ver Bergmann 1945.</p><p>249 Ver Wilkie 1956.</p><p>250 Ver Cassirer 1920.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 65</p><p>251 Ver Lenzen 1947, Kahn 1951, Königsberger 1856 e Schwertschlager 1883.</p><p>252 Ver Eisen 1964.</p><p>253 Ver Mittasch 1940, Riehl 1900 e Schimank 1965.</p><p>254 (1).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 66</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos assim ao início do nosso século e ao término255 do nosso</p><p>panorama da história das teorias do método científico. Acrescentar uma</p><p>conclusão sinóptica a uma resenha deste tipo equivaleria a alterar a natureza</p><p>mesma do trabalho. Aliás, um dos temas deste artigo foi, justamente, a riqueza</p><p>e a complexidade do desenvolvimento histórico do pensamento metodológico,</p><p>riqueza e complexidade essas que desafiam resumos fáceis ou superficiais. O</p><p>defeito de um estudo deste gênero está em que, embora constitua uma sólida</p><p>argumentação em favor de um estudo crítico e sofisticado da história do</p><p>método, ele próprio se encontra muito longe da crítica ou da sofisticação</p><p>desejáveis. A vastidão da tarefa que impus a mim mesmo exclui a profundidade</p><p>e tenho plena consciência de que é difícil encontrar uma só sentença no</p><p>panorama apresentado que não exija sérias qualificações ou esclarecimentos.</p><p>Ainda assim, seu objetivo terá sido alcançado se os inúmeros erros e as</p><p>desmesuradas simplificações que o trabalho contém induzirem algum leitor a</p><p>estudar a questão com maior cuidado.</p><p>255 Como assinalei no início deste artigo, escolhi arbitrariamente 1900 como ponto</p><p>terminal desta resenha. Uma bibliografia sobre o método científico e a filosofia da</p><p>ciência que cobrisse o período que vai de 1900 até 1935 constituiria um utilíssimo</p><p>suplemento ao presente estudo. Um grande número de importantes investigações</p><p>históricas sobre a obra de Broad, Duhem, Meyerson, Poincaré e os membros do</p><p>Círculo de Viena já foi publicado. Ao que sei, não há um guia abrangente para essa</p><p>literatura e a maior parte das informações que temos sobre a filosofia da ciência mais</p><p>recente se baseia largamente em tradições orais afetadas por lembranças que esmaecem</p><p>rapidamente.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>Ao compilar a bibliografia que segue, procurei não ser exaustivo,</p><p>particularmente no que se refere aos principais clássicos filosóficos e aos seus</p><p>comentadores. Em lugar disso, tentei incluir as obras que não são muito</p><p>conhecidas ou citadas. Essa observação aplica-se especialmente às inúmeras</p><p>dissertações inéditas mencionadas na lista abaixo.</p><p>Nota. Para os casos em que o mesmo livro ou revista aparece com freqüência</p><p>na bibliografia que segue, adotei as seguintes convenções abreviatórias:</p><p>AAJP: Australasian Journal of Philosophy</p><p>ACIHS: Actes du Congrès International d’Histoire des Sciences</p><p>AGP: Archiv für Geschichte der Philosophie</p><p>AIHS: Archives Internationales d’Histoire des Sciences</p><p>AJP: American Journal of Physics</p><p>APQ: American Philosophical Quarterly</p><p>AS: Annals of Science</p><p>BJHS: British Journal for the History of Science</p><p>BJPS: British Journal for the Philosophy of Science</p><p>JHI: Journal of the History of Ideas</p><p>JHP: Journal for the History of Philosophy</p><p>NS: The New Scholasticism</p><p>PM: Philosophical Magazine</p><p>POS: Philosophy of Science</p><p>PPR: Philosophy and Phenomenological Research</p><p>PR: Philosophical Review</p><p>RDM: Revue des Deux-Mondes</p><p>RF: Revista di Filosofia</p><p>RHP: Revue d’Histoire de Philosophie</p><p>RHS: Revue d’Histoire des Sciences</p><p>RMM: Revue de Métaphysique et du Morale</p><p>SR: Le Solei à la Renaissance (Bruxelas, 1965).</p><p>C. Adam, De methodo apud Cartesium, Spinozam et Leibnitium. Tese, Paris, 1885.</p><p>C. Adam, La philosophie de François Bacon. Paris, 1890.</p><p>R. Adamson, Roger Bacon: the philosophy of science in the 13th century. Manchester,</p><p>1876.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>68</p><p>E. Adickes, Kant als Naturforscher. 2 vols., Berlim, 1924-25.</p><p>F. Adler, Ernest Machs Überwindung des mechanischen Materialismus. Viena, 1918.</p><p>Albertus Magnus, Opera omnia (org. Jammy). 21 vols., Lyon, 1686.</p><p>T. Alek-Kowalski, “L’idée de la science selon l’Interprétation de Jan Dziatynski:</p><p>une contribution aux origines du positivisme polonais”, Organon 3</p><p>(1966), 219-23.</p><p>F. Alessia, Mito e scienza in Ruggero Bacone. Milão, 1957.</p><p>P. Alexander, “The philosophy of science, 1850-1910”, em A critical history of</p><p>western philosophy (org. O’Connor, Glencoe, III, 1964).</p><p>A. Aliotta, Il nuovo positivismo e lo sperimentalismo. Roma, 1954.</p><p>T. Allbutt, “Palissy, Bacon and the revival of natural science”, Proceedings of the</p><p>British Academy 6 (1913-14),</p><p>223 segs.</p><p>V. Allmayer, F. Bacone. Palermo, 1908.</p><p>M. Altenburg, Die Methode des Hypothesis bei Platon, Aristoteles und Proklus.</p><p>Marburgo, 1905.</p><p>A.M. Ampère, Théorie mathématique des phénomènes électrodynamiques, uniquement</p><p>déduite de l’expérience. Paris, 1827.</p><p>A.-M. Ampère, Essai sur la philosophie des sciences, ou exposition analytique dune</p><p>classification de toutes les connaissances humaines. Paris, 1834. (Reimpresso em</p><p>Bruxelas, 1966.)</p><p>A.-M. Ampère, Journal et correspondance. 7 vols., Paris, 1872.</p><p>F. Anderson, “The influence of contemporary science on Locke’s methods and</p><p>results”, University of Toronto Studies in Philosophy 2 (1923), nº 1.</p><p>F. Anderson, The philosophy of Francis Bacon. Chicago, 1948.</p><p>I. André-Nuytz, “Le spiritualisme et l’école expérimentale”, La Philosophie</p><p>Positive 4 (1869), 135-53.</p><p>R. Anschutz, The philosophy of J.S. Mill. Londres, 1953.</p><p>E. Apeit, Die Theorie der Induction. Iena e Leipzig, 1854.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>69</p><p>H. Apostle, “Methodological superiority of Aristotle over Euclid”, POS 25</p><p>(1958), 131-4.</p><p>Thomas Aquinas, Opera omnia. 15 vols., Roma, 1882-1930.</p><p>G. Ardley, Aquinas and Kant: the foundations of the modern sciences. Londres, 1950.</p><p>Aristotle, Posterior analytics, em Works (org. R. McKeon). Nova Iorque, 1962.</p><p>H. Armstrong, “Aristotle’s views on theory and experiment”, American Journal of</p><p>Physics 34 (1966), 168-169.</p><p>A. Arnauld e P. Nicole, La logique, ou l’art de penser. 2 ed., Paris, 1664. (A</p><p>primeira tradução inglesa da 1a edição apareceu em Londres, 1662. Uma</p><p>tradução melhor foi feita por T.S. Baynes, publicada em Londres, 1851).</p><p>G. Audiffrent, Le positivisme et la science contemporaine. Paris, 1896.</p><p>W. Augustyn, “Le rôle du scepticisme dans la méthode de Descartes”, Resumes</p><p>des Communications, XIIe Congrès International d’Histoire des Sciences (Paris,</p><p>1968), p. 10.</p><p>R. Avenarius, Philosophie als Denken der Welt gemäss dem Prinzip des kleinsten</p><p>Kraftmasses. Prolegomena zu einer Kritik der reinen Erfahrung. Leipzig, 1876.</p><p>G. Bachelard, Étude sur l’évolution d’un problème de physique. Paris, 1927.</p><p>F. Bacon, Works (ed. Ellis e Spedding). 14 vols., Londres, 1857-74.</p><p>Roger Bacon, Opera quaedam hactenus inedita (org. Brewer). Londres, 1859.</p><p>Roger Bacon, Opus majus (Trad. Burke). Filadélfia, 1928.</p><p>C. Bäumker, “Über die Lockesche Lehre von den primären und sekundären</p><p>Qualitäten”, Philosophisches Jahrbuch der Görresgesellschaf 33 (1912), 399 segs.</p><p>[S. Bailey], Essays on the pursuit of truth, on the progress of knowledge and on the</p><p>fundamental principle of all evidence and expectation. Londres, 1829.</p><p>B. Baillaud, De la méthode dans la science. Paris, 1911.</p><p>A. Bain, The senses and the intellect. Londres, 1855.</p><p>A. Bain, Logic. 2 vols., Londres, 1870.</p><p>A. Bain, John Stuart Mill: a criticism with personal recollections. Londres, 1882.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>70</p><p>D. Balme, “Greek science and mechanism, I e II, Classical Quarterly 33 (1939),</p><p>19 segs.</p><p>H. Barnes, “The historical background and setting of the philosophy of Francis</p><p>Bacon”, Scientific Monthly 18 (1924), 475-95.</p><p>P.-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l’homme. 1 ed., Montpelier, 1778;</p><p>2 ed., Paris, 1806.</p><p>L. Baur, Die Philosophie des Robert Grosseteste. Münster, 1914.</p><p>R. Bayer, Épistémologie et logique depuis. Kant jusqu’à nos jours. Paris, 1954.</p><p>L. Beauduc, “L’idée de méthode chez Descartes”, Revue Générale du Centre-Ouest</p><p>de la France, nº 44 (1939), 641-9.</p><p>E. Becher, “The philosophical views of Ernst Mach”, PR 14 (1905), 535-62.</p><p>E. Becher, Philosophische Voraussetzungen der exakten Naturwissenschaften. Leipzig,</p><p>1906.</p><p>S. Becher, Erkenntnistheoretische Untersuchungen zu Stuart Mills Theorie der Kausaltät.</p><p>Halle, 1906.</p><p>L. Beck, The method of Descartes. Oxford, 1952.</p><p>L. Beck, “L’unité de la pensée et de la méthode”, Cahiers de Royaumont 42 (1957),</p><p>393-411.</p><p>T. Beddoes, Observations on the nature of demonstrative evidence. Londres, 1793.</p><p>J. Belin-Milleron, “L’expression bio-sociologique de la plante, les mythes</p><p>végétaux et la méthode en philosophie des sciences”, AIHS 33 (1954),</p><p>276-8 1.</p><p>J. Belin-Mileron, “Note sur l’histoire des méthodes dans les sciences</p><p>humaines”, ACIHS 11 (Varsóvia e Cracóvia) (1965), seções 1-3, p. 73.</p><p>J. Belin-Milleron, “L’histoire des méthodes dans les sciences humaines”,</p><p>Organon 3 (1966), 71-7.</p><p>G. Bénézé, La méthode expérimentale. Paris, 1954.</p><p>G. Bentham, Outline of a new system of logic. Londres, 1827.</p><p>J. Bentham, “An essay on nomenclature and classification”, no seu</p><p>Chrestomathia. Londres, 1966.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>71</p><p>H. Bergmann, “Brentano’s theory of induction”, PPR 5 (1945).</p><p>H. Bergson, “La philosophie de Claude Bernard”, no seu La Pensée et le mouvant.</p><p>Paris, 1934.</p><p>G. Berkeley, Du motu em Works of Berkeley (orgs. Luce e Jessop). Vol. 4,</p><p>Edimburgo, 1951.</p><p>G. Bernard, Introduction à l’étude de la médicine expérimentale. Paris, 1865. (Trad.</p><p>inglesa de H. Green, Nova Iorque, 1927.)</p><p>C. Bernard, Philosophie, manuscrit inédit (org. Chevalier). Paris, 1938.</p><p>P.-A. Bertauld, De la méthode: méthode spinosiste et méthode hégélienne. 2a ed., Paris,</p><p>1891.</p><p>P.-A. Bertauld, Positivisme et philosophie scientifique. Paris, 1899.</p><p>J. Berthet, “La méthode de Descartes avant le Discours”, RMM 4 (1896), 399-</p><p>415.</p><p>E. Beth, De wijsbegeerte der wiskunde van Parmenides tot Bolzano. Antuérpia, 1944.</p><p>E. Beth, “Critical epochs in the development of the theory of science”, BJPS 1</p><p>(1950), 27 segs.</p><p>E. Beth, “Nieuwentyt’s significance for the philosophy of science,” no seu</p><p>Science: a road to wisdom (Dordrecht, 1968), 35-41.</p><p>A. Biéchy, Essai sur la méthode de Bacon. Paris, 1855.</p><p>A. Biéchy, L’induction. Paris, 1869.</p><p>O. Bird, “Peirce’s theory of methodology”, POS 26 (1959), 186-200.</p><p>A. Birkenmajor, “Copernic comme philosophe”, em SR.</p><p>G. Biro, “The roots of positivism in the history of physics”, Résumés des</p><p>Communications, XIIe Congrès International d’Histoire des Sciences (Paris, 1968),</p><p>19-20.</p><p>R. Blake, “The role of experience in Descartes’ theory of method”, PR 38</p><p>(1929), 125-43, 210-17. (Republicado em Madden (1960a), 50-74.)</p><p>R. Blake, “Isaac Newton and the hypothetical-deductive method”, PR 42</p><p>(1933), 453-86. (Republicado em Madden (1960a), 119-43.)</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>72</p><p>R. Blake, “Theory of hypothesis among renaissance astronomers”, em Madden</p><p>(1960a), 22-49.</p><p>R. Blanché, Le rationalisme de Whewell. Paris, 1935.</p><p>L. Bloch, La philosophie de Newton. Paris, 1908.</p><p>O. Blüh, “Did the Greeks perform experiments?”, AJP 17 (1949), 384 segs.</p><p>H. Blunt, “Bacon’s method of science”, Proceedings of the Aristotelian Society, N.S.,</p><p>4 (1904), 16-31.</p><p>M. Boas [Hall], “Boyle as a theorethical scientist”, Isis 41 (1950), 261-8.</p><p>M. Boas [Hall], “The establishment of the mechanical philosophy’, Osiris 10</p><p>(1952), 412-541.</p><p>M. Boas [Hall], “In defense of Bacon’s views on the reform of science”, The</p><p>Personalist 44 (1963) 437-53.</p><p>M. Boas [Hall], “La méthode scientifique de Robert Boyle”, RHS 9 (1956), 105-</p><p>25.</p><p>M. Boas [Hall], Robert Boyle on natural philosophy. Bloomington, Ind., 1965.</p><p>H. Böhmer, Über Francis Bacon von Verulam: die Verbindung der Philosophie mit der</p><p>Naturwissenschaft. Erlangen, 1864.</p><p>H. Böhmer, Über Francis Bacon von Verulam... ein Wort der Kritik an Herrn J. von</p><p>Liebig. Munique, 1864.</p><p>P. Boehner, “Ockham’s theory of truth”, Franciscan studies, N.S. 5 (1945), 138</p><p>segs.</p><p>P. Boehner, Medieval logic. Manchester, 1952.</p><p>H. Boerhaave, De comparando certo in physics. Leyden, 1715.</p><p>E. Boiroc, L’idée de phénomène. Paris, 1894.</p><p>E. du Bois-Reymond, Über die</p><p>Grenzen des Naturerkennens. Leipzig, 1872.</p><p>P. du Bois-Reymond, Über die Grundlagen der Erkenntnis in den exacten</p><p>Wissenschaften. Tübingen, 1890.</p><p>L. Boltzmann, Populäre Schriften. Leipzig, 1905.</p><p>B. Bolzano, Wissenschaftslehre. Sulzbach, 1837.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>73</p><p>L. Bordeau, Théorie des sciences. 2 vols., Paris, 1882.</p><p>E.P. Bottinelli, A.Cournot. Paris, 1913.</p><p>L. Bourgey, Observation et expérience chez Aristote. Paris, 1955.</p><p>J. Boussinesq, Étude sur divers points de la philosophie des sciences. Paris, 1880.</p><p>É. Boutroux, De la contingence des lois de la nature. Paris, 1874. (Trad. inglesa,</p><p>Rothwell, Chicago, 1916.)</p><p>É. Boutroux, De l’idée de loi naturelle dans la science et la philosophie. Paris, 1895.</p><p>É. Boutroux, “Auguste Comte et la métaphysique”, Revue des Cours et Conférences</p><p>10 (1902), 1a parte, 769-76; 2a parte 206-13, 547-54 e 735-47; 11 (1902),</p><p>57-64 e 145-53.</p><p>R. Bouvier, La pensée d’Ernst Mach. Paris, 1923.</p><p>F. Bowen, A treatise on logic, or the laws of pure thought. Cambridge, Mass., 1866.</p><p>R. Boyle, Works (org. Birch). 6 vols., Londres, 1772-6.</p><p>J. Bradley, Ernst Mach’s philosophy of science. Tese de doutorado, Londres, 1966.</p><p>F. Brandt, Thomas Hobbes’ mechanical conception of nature. Londres, 1928.</p><p>E. Bratuscheck, “Der Positivismus in der Wissenschaft”, Philosophische</p><p>Monatshefte 11 (1875), 49-64.</p><p>J. Brent, A study of the life of Charles Sanders Peirce. Tese de doutorado,</p><p>Universidade da California em Los Angeles, 1960.</p><p>J. Bridet, La théorie de la connaissance dans la philosophie de Malebranche. Paris, 1929.</p><p>J. Briggs, “D’Alembert: philosophy and mechanics in the eighteenth century”,</p><p>University of Colorado Studies: Series in History 3 (1964).</p><p>K. Britton, John Stuart Mill. Londres, 1935.</p><p>C. Broad, “Francis Bacon and scientific method”, Nature 118 (1926), 487-8,</p><p>523-4.</p><p>C. Broad, The philosopy of Francis Bacon. Cambridge, 1926.</p><p>V. Brochard, “Méthode expérimentale chez les anciens”, Revue de Philosophie,</p><p>1887.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>74</p><p>E. Broda, Ludwig Boltzmann, Mensch, Physiker, Philosoph. Viena, 1955.</p><p>P. de Broglie, Le positivisme et la science expérimentale. 2 vols., Paris, 1881.</p><p>G. Brown, Science: its method and philosophy. Londres, 1950.</p><p>T. Brown, An inquiry into the relation of cause and effect. Londres, 1818.</p><p>T. Brown, Lecture on the philosophy of the human mind. 3 vols., Edimburgo, 1820.</p><p>T.M. Brown, The mechanical philosophy and the “animal oeconomy”. Tese de</p><p>doutorado, Princeton, 1968.</p><p>R. Brumbaugh, “Plato and the history of science”, Studium Generale 14 (1961),</p><p>520-7.</p><p>A. Brunet, “Science et certitude selon Aristote”, Philosophie 1 (1936), 67-77.</p><p>P. Brunet, “La méthodologie de Mariotte”, AIHS 1 (1947), 26-59.</p><p>L. Brunschvicg, L’expérience humaine et la causalité physique. Paris, 1912.</p><p>G. Buchdahl, “Sources of scepticism in atomic theory”, BJPS 10 (1959), 120-</p><p>34.</p><p>G. Buchdahl, The image of Newton and Locke in the age of reason. Londres, 1962.</p><p>G. Buchdahl, “Descartes’ anticipation of a ‘logic of scientific discovery’”,</p><p>(1963a), em Crombie (1963a), 399-417.</p><p>G. Buchdahl, “The relevance of Descartes’ philosophy for modern philosophy</p><p>of science”, (1963b), BJHS 1, 227-49.</p><p>G. Buchdahl, Induction and necessity in the philosophy of Aristotle. Londres, 1963c.</p><p>G. Buchdahl, “Theory construction: the work of Norman Robert Campbell”,</p><p>Isis 55 (1964), 151-62.</p><p>G. Buchdahl, “Causality, causal laws and scientific theory in the philosophy of</p><p>Kant” (1965), BJPS 16, 187-208.</p><p>G. Buchdahl, “Semantic sources of the concept of law”, Synthese 17 (1967), 54-</p><p>74.</p><p>G. Buchdal, e L. Laudan, orgs. Historical and philosophical works of William Whewell.</p><p>10 vols., Londres, 1967.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>75</p><p>G. Buchdahl, “Gravity and intelligibility: Newton to Kant” (1969), em Butts</p><p>(1969b).</p><p>G. Buchdahl, Metaphysics and philosophy of science: the classical origins, Descartes to</p><p>Kant. Londres, 1969.</p><p>A. Buchenau, “Über Malebranches Lehre von der Wahrheit und ihre</p><p>Bedeutung für die Methodik der Wissenschaften”, AGP 23 (1910), 145-</p><p>83.</p><p>J. Buchler, Charles Peirce’s empiricism. Londres, 1939.</p><p>J. Buchler, The concept of method. Londres, 1961.</p><p>L. Büchner, Kraft und Stoff. 7a ed., Leipzig, 1862.</p><p>O. Buek, “Michael Faradays System der Natur und seine begrifflichen</p><p>Grundlagen”, em Philosophische Abhandlungen zu H. Cohens 7o. Geburtstag</p><p>(Berlim, 1912), 99-122.</p><p>C. Buffier, Traité des premières vérités, et de la source de nos jugements. Paris, 1724.</p><p>C. Buffier, Cours des sciences. Paris, 1732.</p><p>M. Bunge, “Mach’s critique of Newtonian mechanics”, American Journal of</p><p>Physics 7 (1966), 585-96.</p><p>H. Burke, “Sir Isaac Newton’s formal conception of scientific method”, NS 10</p><p>(1936), 93-115.</p><p>H. Burke, “Sir Isaac Newton’s formal conception of scientific method”, NS 10</p><p>(1936), 93-115.</p><p>W. Burkert, Weisheit und Wissenschaft, Studien zu Pythagoras, Philolaus und Platon.</p><p>Nuremberg, 1962.</p><p>A. Burks, “Peirce’s theory of abduction”, POS 13 (1946), 301-6.</p><p>J. Burnet, “Experiment and observation in Greek science”, em Burnet: Essays</p><p>and observations (Londres, 1929), 253-64. (Trad. Francesa em Scientia 33</p><p>(1923), 93-102).</p><p>E. Burtt, “The contemporary significance of Newton’s metaphysics”, em</p><p>Greenstreet, 137-40.</p><p>E. Burtt, The metaphysical foundations of modern science. 2a ed., Londres, 1932.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>76</p><p>E. Burtt, “Method and metaphysics in Newton”, POS 10 (1943), 57-66.</p><p>R. Butts, “Rationalism in modern science: D’Alembert and the esprit simpliste”,</p><p>Bucknell Review 8 (1959).</p><p>R. Butts, “Hypothesis and explanation in Kant’s theory of scienee”, AGP 43</p><p>(1961), 153-70.</p><p>R. Butts, “Kant on hypotheses in the ‘Doctrine of method’ and the Logik”,</p><p>AGP 44 (1962), 185-203.</p><p>R. Butts, “Necessary truth in Whewell’s theory of science”, APQ 2 (1965a), 1-</p><p>21.</p><p>R. Butts, “Discussion: on Walsh’s reading of Whewell’s view of necessity”, POS</p><p>32 (1965b), 175-81.</p><p>R. Butts, “Discussion: Professor Marcucci on Whewell’s idealism”, POS 34</p><p>(1967), 175-83.</p><p>R. Butts (org.), William Whewell’s theory of scientific method. Pittsburgh, 1969a.</p><p>R. Butts (org.), The methodological heritage of Newton. Toronto, 1969b.</p><p>R. Butts, “Whewell on Newton’s rule of philosophizing”, em Butts, 1969b.</p><p>J. Caillat, “La méthode scientifique de Pascal”, Revue d’Histoire Littéraire de la</p><p>France 30 (1923), 273-99.</p><p>A. Cain, “Logic and memory in Linnaeus’s systems of taxonomy”, Proceedings of</p><p>the Linnean Society of London 169 (1958), 144-63.</p><p>F. Cajori, “The Baconian method of scientific research”, Scientific Monthly 20</p><p>(1925), 85-91.</p><p>E. Callot, Histoire de la philosophie biologique par les textes. Paris, 1966.</p><p>M. Campa, “Galilei e l’empiricismo”, em Nel terzo della morte di Galileo Galilei</p><p>(Milão, 1942), 229-56.</p><p>D. Campanale, La filosofia della scienza di A. Comte”, Rassegna di Scienze</p><p>Filosofiche, 1960, nº 2-4.</p><p>W. Cannon, “John Herschel and the idea of science”, JHI 22 (1961), 215-39.</p><p>R. Carnap, Philosophy and logical syntax. Londres, 1935.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>77</p><p>R. Carnap, “Testability and meaning”, POS 3 (1936), 419 segs. e 4 (1937), 1</p><p>segs.</p><p>E. Caro, “La métaphysique et les sciences positives”, RDM 1866, 421-52.</p><p>R. Carton, L’expérience physique chez Roger Bacon. Paris, 1924.</p><p>P. Carus, “Professor Mach’s philosophy”, The Monist 16 (1906).</p><p>E. Cassirer, Descartes’ Kritik des mathematischen und naturwissenschaftlichen Erkenntnis.</p><p>Marburgo, 1899.</p><p>E. Cassirer, Leibniz’ System in seinen wissenschaftlichen Grundlagen. Marburgo, 1902.</p><p>induz um erro, encontramos a obra Histoire et avenir de la méthode</p><p>expérimentale (1960), de René Leclercq. A principal desvantagem de Leclercq está</p><p>em que o domínio que pretende cobrir é muito ambicioso; ele se propõe a</p><p>examinar, em menos de 130 páginas, o desenvolvimento do seu tema desde</p><p>Tales até Norbert Wiener. Além disso, sua pretensão é enciclopédica, pelo</p><p>menos no sentido de registrar os nomes da maioria dos principais metodólogos.</p><p>Platão, nesse esquema, recebe um parágrafo, enquanto Mill consegue três</p><p>frases. Whewell é abordado numa única frase, enquanto Peirce e Pearson não</p><p>merecem sequer uma nota de rodapé. Infelizmente, o livro não tem nem</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 13</p><p>mesmo a graça redentora de uma narração bem encadeada. O leitor é levado</p><p>bruscamente de uma caricatura a outra, com raríssimas indicações de que os</p><p>metodólogos em exame foram personagens históricos que eventualmente</p><p>trocaram idéias entre si, e não homens trabalhando em virtual isolamento.</p><p>L’origine et le développement de la méthode expérimentale (1931), de C.K. Lin,</p><p>parece sofrer de inúmeras limitações desse gênero, embora o autor tenha pelo</p><p>menos consciência do alcance restrito da sua exposição.</p><p>É preciso remontar a mais de um século para encontrar algo próximo a</p><p>uma história geral do método científico que seja conceitualmente estimulante:</p><p>trata-se da Philosophy of Discovery (1860), de Whewell2. Como era de se esperar,</p><p>Whewell leva os seus predecessores a sério, tendo importantes coisas a dizer</p><p>sobre eles. Do nosso ponto de vista, no entanto, a sua exposição ainda</p><p>permanece inadequada, pois deixa de lado (o que é compreensível) alguns</p><p>textos e questões cuja importância foi demonstrada por estudos especializados</p><p>posteriores. Por outro lado, o trabalho é tingido, mais do que seria necessário,</p><p>pela visão que o próprio Whewell tem do método científico e pela sua</p><p>tendência a só levar a sério os metodólogos que participavam das suas simpatias</p><p>e interesses3.</p><p>Essas quatro obras, além disso, apresentam todas o defeito de não</p><p>distinguirem entre método científico e teorias do método científico. Por</p><p>‘método científico’ entendo simplesmente as técnicas e procedimentos que um</p><p>cientista utiliza ao realizar experimentos ou construir teorias. Por ‘teorias do</p><p>método científico’ entendo as opiniões metacientíficas explícitas que um</p><p>cientista adota ao examinar a lógica da inferência científica. A história do</p><p>método científico é, na realidade, a história de uma arte ou técnica largamente</p><p>2 Poderíamos também mencionar aqui o livro Scientific method (1919), de Westaway,</p><p>boa parte do qual é de natureza histórica, e a obra de Naden, Induction and deduction: a</p><p>historical and critical sketch of successive philosophical conceptions respecting the relations between</p><p>inductive and deductive thought (1890).</p><p>3 Descartes, por exemplo, é miseravelmente tratado por Whewell, que considera</p><p>estar o método cartesiano em direta “oposição ao método de observação e</p><p>experimento” (Philosophy of the inductve sciences, vol. 2, p. 256).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 14</p><p>intuitiva, que tem muito pouco a ver, provavelmente, com o discernimento</p><p>metacientífico. Há inúmeros exemplos de cientistas que, embora tenham</p><p>raramente dado um passo em falso no laboratório, sabiam relativamente pouco</p><p>acerca de conceitos como indução, hipótese ou explicitação científica. Por</p><p>outro lado, contudo, a história das teorias do método científico é</p><p>necessariamente uma história das idéias e dos conceitos. Algumas vezes, é claro,</p><p>ocorre que o método de um cientista fornece uma ilustração viva da sua própria</p><p>teoria do método, e é também verdade que podemos muitas vezes examinar o</p><p>método a fim de iluminar e clarificar a teoria do método e vice-versa. Seria</p><p>inoperante, entretanto, supor que exista necessariamente um isomorfismo claro</p><p>entre o que um cientista diz sobre o método e o modo como ele de fato o</p><p>pratica4. De resto, não há nada de especialmente supreendente no fato de que a</p><p>divergência entre prática e prédica seja tão ampla na ciência como em outras</p><p>áreas. Embora elementar, esse ponto parece ter sido freqüentemente ignorado.</p><p>Assim, é inegável a existência, nas obras mencionadas de Fowler, Leclercq, Lin</p><p>e Whewell, de uma contínua confusão entre o desenvolvimento da arte de</p><p>experimentar e o desenvolvimento da filosofia da ciência.</p><p>A ausência de uma sólida história geral das teorias do método científico</p><p>não significa, porém, que sejam escassos os estudos importantes e eruditos</p><p>sobre aspectos específicos da história desse tema; um rápido olhar sobre a</p><p>bibliografia que acompanha este artigo poderá dissipar rapidamente qualquer</p><p>suspeita a esse respeito5. No entanto, dada a inexistência de uma história geral</p><p>4 Descartes e Newton são, certamente, exemplos típicos.</p><p>5 Além disso, vários textos clássicos da história do método tornaram-se acessíveis</p><p>nos últimos anos. Dentre os mais importantes, encontramos reedições do Essai sur la</p><p>philosophie des sciences, de Ampère; do Novum organum, de Bacon; da Introduction à l’étude de</p><p>la médecine expérimentale, de Bernard; do Preliminary discourse on the study of natural philosophy,</p><p>de Herschel; dos Principles of science, de Jevons; das Popular scientific lectures, de Mach; do</p><p>System of logic, de Mill; da Grammar of science, de Pearson e das obras reunidas de Peirce e</p><p>de Whewell. Devemos mencionar também duas coletâneas, a serem publicadas em</p><p>breve, de textos e história da filosofia da ciência: Philosophy of science: the historical</p><p>background, de Kockelman e Source book in scientific method, de Laudan. Duas obras</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 15</p><p>adequada da questão, os segmentos cronológicos relativamente isolados que</p><p>mereceram análise cuidadosa (aproximadamente, 400-300 a.C., 1100-1380,</p><p>1620-1720, 1820-50) parecem desconexos e fragmentários.</p><p>À primeira vista, ‘não há nenhum fio unificador que atravesse todos os</p><p>momentos da história do método científico. Os problemas metodológicos de</p><p>Newton parecem bem diferentes dos de Whewell ou de Mill, e mais diferentes</p><p>ainda das questões tratadas na filosofia contemporânea da ciência. É quase</p><p>impossível perceber como os problemas que interessavam a Comte ou a</p><p>Descartes poderiam ter levado diretamente aos problemas que preocupam os</p><p>seus atuais sucessores. (Os seus problemas eram, sem dúvida, diferentes dos</p><p>nossos e seria um contra-senso histórico sugerir o contrário. Ao mesmo tempo,</p><p>porém, sempre esperamos compreender como os seus problemas levaram aos</p><p>nossos, e a sugestão de que o que fazemos hoje é completamente independente</p><p>do que eles faziam é tão anti-histórica quanto a sugestão de que estamos</p><p>fazendo exatamente o que eles estavam fazendo.) Se não um fato evidente, é</p><p>certamente uma boa hipótese de trabalho pensar que a atual filosofia da ciência</p><p>se inspira no seu próprio passado e que os filósofos da ciência contemporâneos</p><p>não são autodidatas que trabalham em total ignorância e separados dos pontos</p><p>de vista dos seus predecessores imediatos e remotos.</p><p>Talvez o mais sério obstáculo ao surgimento da história das teorias do</p><p>método científico como área legítima de estudo resida na tendência a confundi-</p><p>la com a história geral da epistemologia, o que leva a supor que as categorias</p><p>narrativas e as divisões classificatórias aplicadas à última sejam igualmente</p><p>fundamentais para a primeira. Até bem recentemente, por exemplo, os</p><p>metodólogos eram classificados – como também o eram os epistemólogos –</p><p>em dois campos, os empiristas e os racionalistas. Locke, Berkeley, Hume,</p><p>merecem especial referência por</p><p>E. Cassirer, Das Erkenntnisproblem in der Philosophie und Wissenchaft der neueren Zeit.</p><p>3 vols., Berlim, 1911/20.</p><p>E. Cassirer, “Goethe und die mathematische Physik”, em Idee und Gestalt.</p><p>Berlim, 1920.</p><p>E. Cassirer, Substance and function. Chicago, 1923.</p><p>E. Cassirer, “Die Antike und die Entstehung der antiken Wissenschaft”, Die</p><p>Antike 8 (1923), 276-300.</p><p>E. Cassirer, “Descartes et l’idée de l’unité de la science”, Revue de Synthèse 14</p><p>(1937), 7-28.</p><p>E. Cassirer, “Descartes’ Wahrheitsbegriff”, Theoria 12 (1937), 161-87.</p><p>E. Cassirer, “Wahrheitsbegiriff und Wahrheitsproblem bei Galileo”, Scientia 62</p><p>(1937), 121-30, 185-93.</p><p>E. Cassirer, Descartes, Lehre, Persönlichkeit, Wirkung. Estocolmo, 1939.</p><p>E. Cassirer, “Mathematische Mystik und mathematische Naturwissenschaft”,</p><p>Lychnos 3 (1940), 248-65.</p><p>E. Cassirer, “Galileo: a new science and a new spirit”, American Scholar 12</p><p>(1943), 5-19.</p><p>E. Cassirer, “Newton and Leibniz. Galileo and the scientific revolution”, PR 52</p><p>(1943), 366-91.</p><p>E. Cassirer, “Galileo’s platonism”, em Montagu, 277-98.</p><p>E. Cassirer, The problem of knowledge. New Haven, 1950.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>78</p><p>R. Caverni, Storia del metodo in Italia, 5 vols., Florença, 1891/8.</p><p>J. Challis, “On Newton’s ‘foundation of all philosophy’”, PM 26, 4a ser. (1863),</p><p>280-92.</p><p>J. Challis, “On Newton’s regula tertia philosophandi”, PM 9, 5a. ser. (1880), 21-33.</p><p>Abbé de la Chappelle, “Hypothèse” em Encyclopédie (Paris, 1751/65), 8, 417-18.</p><p>W. Charleton, Physiologia Epicuro – Gassendo – Charltoniana: or a fabrick of science</p><p>natural, upon the hypothesis of atoms, founded by Epicurus, repaired by Petrus</p><p>Gassendus, augmented by Walter Charleton. Londres, 1654.</p><p>D. Charlton, Positivist thought in France during the Second Empire, 1852-1870.</p><p>Oxford, 1959.</p><p>T. Charpentier, “La logique du hasard d’après John Venn”, Revue Philosophique 6</p><p>(1878).</p><p>L. Chauvois, William Harvey, sa vie et son temps, ses découvertes, sa méthode. Paris,</p><p>1957.</p><p>C. -Y. Cheng, Peirce’s and Lewis’ theories of induction. Tese de doutorado, Harvard,</p><p>1964.</p><p>C. -Y. Cheng, “A note on Peirce’s theory of induction”, JHP 5 (1967), 361-4.</p><p>C. -Y. Cheng, “Requirements for the validity of induction: an examination of</p><p>Charles Peirce’s theory”, PPR 28 (1968), 392-402.</p><p>E. Chevreul, Lettres adressées à M. Villemain, sur la méthode en général et sur la</p><p>définition du mot “fait”, relativement aux sciences, aux lettres, aux beaux-arts.</p><p>Paris, 1856.</p><p>E. Chevreul, Introduction à l’historie des connaissances chimiques. Connexions des sciences</p><p>du domaine de la philosophie naturelle, exposées conformément à la méthode a</p><p>posteriori expérimentale sous le double rapport de l’analyse et de la synthèse. Paris,</p><p>1866.</p><p>E. Chevreul, De la méthode a posteriori expérimentale, et de la généralité de ses</p><p>applications. Paris, 1870.</p><p>J. Child, “Newton and the art of discovery”, em Greenstreet, 117-29.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>79</p><p>R. Chisholm, “Sextus Empiricus and modern empiricism”, POS 8 (1941), 371-</p><p>84.</p><p>R. Church, Bacon. Londres, 1908.</p><p>M. Clagett (org.), Critical problems in the history of science. Madison, 1959.</p><p>J. Classen, Vorlesungen über moderne Naturphilosophen. Hamburgo, 1908.</p><p>M. Clavelin, “Galilée et le refus de l’équivalence des hypothèses”, RHS 17</p><p>(1964), 385-96.</p><p>W. Clifford, The common sense of the exact sciences. Londres, 1885.</p><p>W. Clifford, Lectures and essays. 2 vols., Londres, 1901.</p><p>H. Cohen, Kants Theorie der Erfahrung. 3a ed., Berlim, 1918.</p><p>I. B. Cohen, Franklin and Newton. Filadélfia, 1956.</p><p>I. B. Cohen, (org.), Isaac Newton’s letters and papers on natural philosophy.</p><p>Cambridge, Mass., 1958.</p><p>I. B. Cohen, “Conservation and the concept of electric change: an aspect of</p><p>philosophy in relation to physics in the nineteenth century”, em Clagett,</p><p>357-83.</p><p>I. B. Cohen, “The first English version of Newton’s hypotheses non fingo” Isis 53</p><p>(1962), 379-88</p><p>I. B. Cohen, “Hypotheses in Newton’s philosophy”, Physis 8 (1966), 163-84.</p><p>M. Cohen, “Bacon and the inductive method”, em Studies in Philosophy and</p><p>Science. Nova Iorque (1949a), 99-106.</p><p>M. Cohen, “Philosophy and scientific methods”, Studies in Philosophy and Science.</p><p>Nova Iorque (1949b).</p><p>F. Collingwood, “Thomas Aquinas’ notion of a physical science”, em Guerlac,</p><p>581-5.</p><p>A. Comte, Cours de philosophie positive. 6 vols., Paris, 1830/42. (Trad. inglesa</p><p>parcial feita por Martineau, Londres, 1896, 3 vols.)</p><p>A. Comte, Discours sur l’esprit positif. Paris, 1844. (Trad. inglesa de Beesley,</p><p>Londres 1903).</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>80</p><p>A. Comte, System of positive polity. 4 vols., Londres, 1875-7.</p><p>A. Comte, Essais de philosophie mathématique. Paris, 1878.</p><p>E. Condillac, Traité des systèmes em Oeuvres philosophiques (org. Le Roy, Paris,</p><p>1947), vol. 2.</p><p>J. Cope, Joseph Glanvill. St. Louis, 1956.</p><p>N. Copernicus, De revolutionibus orbium coelestium. Nuremberg, 1543.</p><p>C. Corr, Order and method in Christian Wolff’s philosophy. Tese de doutorado, St.</p><p>Louis University, 1966.</p><p>C. Costa, Augusto Comte e as origens do positivismo. São Paulo, 1957.</p><p>H. Cotard, La pensée de Claude Bernard. Grenoble, 1945.</p><p>A. Cournot, Essai sur les fondements de nos connaissances et sur les caractères de la critique</p><p>philosophique. 2 vols., Paris, 1852.</p><p>A. Cournot, Traité de l’enchainement des idées fondamentales dans les sciences et dans</p><p>l’histoire. 2 vols., Paris 1861.</p><p>L. Couturat, La logique de Leibniz. Paris, 1901. (Republicado em Hildesheim,</p><p>1961.)</p><p>J. Crawford, The relation of inference to fact in Mill’s logic. Tese de doutorado,</p><p>Universidade de Chicago, 1913.</p><p>I. Crawford, The philosophy of Émile Boutroux. Nova Iorque, 1924.</p><p>A. Crescini, Le origini del metodo analitico. Udine, 1965.</p><p>A. Cresson, Francis Bacon. Paris, 1956.</p><p>A.C. Crombie, “Scholastic logic and the experimental method”, AIHS 1 (1947),</p><p>280-5.</p><p>A.C. Crombie, “Some reflections on the history of science and its conception</p><p>of nature”, AS 6 (1948), 54-75.</p><p>A.C. Crombie, “The notion of species in medieval philosophy and science”,</p><p>AIHS 4 (1951), 365-73.</p><p>A.C. Crombie, Robert Grosseteste and the origins of experimental science, 1100-1700.</p><p>Oxford 1953a; 2a impressão, 1962; 3a impressão, 1969.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>81</p><p>A.C. Crombie, “Robert Grosseteste on the logic of science”, Actes du XIème</p><p>Congrès International de Philosophie (Bruxelas; 1953b) 12, 171-3.</p><p>A.C. Crombie, “Galileo’s conception of scientific truth”, em Literature and</p><p>science: Proc. of the VIth Triennial Congress of the International Federation for</p><p>Modern Languages and Literature (Oxford, 1955a), 132-8.</p><p>A.C. Crombie, “Grosseteste’s position in the history of science”, em Robert</p><p>Grosseteste: scholar and bishop (org. Callus, Oxford, 1955b).</p><p>A.C. Crombie, Galilée devant les critiques de la postérité. Paris 1956.</p><p>A.C. Crombie, “Newton’s conception of scientific method”, Bulletin of the</p><p>Institute of Physics 8 (1957), 350-62.</p><p>A.C. Crombie, Medieval and early modern science: Augustine to Galileo, 2 ed., 2 vols.</p><p>(Cambridge, Mass. e Nova Iorque, 1959a; Londres, 1961.)</p><p>A.C. Crombie, “The significance of medieval discussions of scientific method</p><p>for the scientific revolution” (1959b), em Clagett, 79-101.</p><p>A.C. Crombie, “Darwin’s scientific method”, ACIHS, Paris, 9 (1959c), 354-62.</p><p>A.C. Crombie, “Some aspects of Descartes’ attitude to hypothesis and</p><p>experiment”, Actes du 2ème Symposium International d’Histoire des Sciences,</p><p>Pisa-Vinci 16-18 junho 1958 (Paris, 1960), 192-201.</p><p>A.C. Crombie, “Quantification in medieval physics”, Isis 52 (1961), 143-60.</p><p>A.C. Crombie (org.), Scientific change. Londres, 1963a.</p><p>A. C. Crombie, “The</p><p>relevance of the middle ages to the scientific movement”,</p><p>em Perspectives in medieval history, publicado por K.F. Drew e F.S. Lear</p><p>(Chicago, 1963b), 35-57.</p><p>A C. Crombie, “Historical commitments of biology”, BJHS 3 (1966), 97-108.</p><p>J. Cross, “Francis Bacon and the history of philosophy”, Studies in the history of</p><p>ideas (Columbia, 1918), 80-87.</p><p>T. Czezowski, “Metodologiczne postulaty Descartesa”, Przeglad Filosoficzny 44</p><p>(1937), 111-19.</p><p>J. D’Alembert, Oeuvres philosophiques (org. Bastien). 18 vols., Paris, 1805.</p><p>R. Dales, “Robert Grosseteste’s scientific works”, Isis 52 (1961), 381-402.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>82</p><p>R. Dales (org.), Roberti Grosseteste commentarius in VIII libros physicorum Aristotelis.</p><p>Boulder, Colo., 1963.</p><p>M. DalPra, “Note sur logica di Hobbes”, Revista Critica di Storia della Filosofia 17</p><p>(1962), 411-34.</p><p>I. Dambska, “Sur certains principes méthodologiques dans les Principia</p><p>philosophiae de Descartes”, RMM 52 (1957), 57-66.</p><p>G. Daniels, Baconnian science in America, 1815-1845. Tese de doutorado, State</p><p>University of Iowa, 1963.</p><p>G. Daniels, “Finalism and positivism in 19th century American physiological</p><p>thought”, Bulletin of the history of medicine 38 (1964), 343-63.</p><p>G. Daniels, “An American defense of Bacon: a study in the relations of</p><p>scientific thought”, Huntington University Quarterly 28 (1965).</p><p>G. Daremberg (org.), Oeuvres de Galien. 2 vols., Paris, 1856.</p><p>G. Deherme, Auguste Comte et son oeuvre. Paris, 1909.</p><p>P. DeLacy, “Stoic categories as methodological principles”, Transactions of the</p><p>American Philological Association 76 (1945), 246-63.</p><p>P.H. e E.A. DeLacy, Philodemus on methods of inference: a study in ancient empiricism.</p><p>Filadélfia, 1941.</p><p>C. Delavaud, Classification des sciences. Paris, 1876.</p><p>G. Deleyre, Analyse de la philosophie du Chancelier François Bacon. 2 vols., Paris,</p><p>1755.</p><p>W. Del Negro, Die deutsche Philosophie des Gegenwart. Berlim, 1942.</p><p>S. Delorme, “Pierre Perrault: auteur d’un traité de l’origine des fontaines et d’une</p><p>théorie de l’expérimentation”, AIHS 1 (1947), 388-94.</p><p>A. DeMorgan, Essays on the life and work of Newton (org. Jourdain). Chicago,</p><p>1914.</p><p>A. DeMorgan, A budget of paradoxes. 2 vols., Chicago, 1915.</p><p>M. Derepas, De necessitate legum naturalium seu de fundamento inductionis. Tese, Paris,</p><p>1883.</p><p>R. Descartes, Oeuvres (orgs. Adam e Tannery). 13 vols., Paris, 1897-1913.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>83</p><p>R. Descartes, Discourse on method, optics, geometry and meteorology (Traduzido por</p><p>Olscamp). Nova Iorque, 1965.</p><p>F. Dessauer, Naturwissenschaftsliches Erkennen. Frankfurt-am-Main, 1958.</p><p>M. Deutcher, “René Descartes”, em Harré (1965b), 159-88.</p><p>J. Devolvé, Reflexions sur la pensée comtienne. Paris, 1932.</p><p>S. Dezani, “S. Alberto Magno: l’osservazione e l’esperimento”, Angelicum 21</p><p>(1944), 133 segs.</p><p>D. Diderot, Pensées sur l’interprétation de la nature. Paris, 1754.</p><p>H. Dieckmann, “The influence of Francis Bacon on Diderot’s Interprétation de la</p><p>nature”, Romanic Review 34 (1943), 303-30.</p><p>E. Digby, De duplici methodo libri duo. Londres, 1580.</p><p>E. Dijksterhuis, “La méthode et les essais de Descartes”, em Descartes et le</p><p>Cartésianisme Hollandais (org. Dijksterhuis). Paris, 1950.</p><p>E. Dijksterhuis, The mechanization of the world picture (Trad. por Dikshoorn).</p><p>Oxford, 1961.</p><p>M. DiLeo, Galilei e l’evoluzione del metodo. Salermo, 1942.</p><p>H. Dingler, Die Grundgedanken der Machschen Philosophie. Leipzig, 1924.</p><p>H. Dingler, Das Experiment: sein Wesen und seine Geschichte. Munique, 1928.</p><p>S. Dolan, “Resolution and composition in speculative and practical discourse”,</p><p>Laval Théologique et Philosophique 6 (1950), 9 segs.</p><p>S. Dominicio, Galileo e Kant; o, l’esperienza e la critica nella filosofia moderna. Bolonha,</p><p>1874.</p><p>A. Dorner, De Baconis philosophia. Berlim, 1867; Londres, 1886.</p><p>P. Doublet, De la méthode scientifique. Paris, 1875.</p><p>S. Drake, “J.B. Stallo and the critique of classical physics”, em Men and moments</p><p>in the history of science (org. M. Evans). Seatle, 1959.</p><p>A. Drews, Kants Naturphilosophie als Grundlage seines Systems. Berlim, 1894.</p><p>F. Dreyer, Studien zu Methodenlehre und Erkenntniskritik. Leipzig, 1895.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>84</p><p>G. Dreyfus, “Physique et géométrie chez Descartes et chez Malebranche”,</p><p>Cahiers du Royaumont, nº 42 (1957), 187-99.</p><p>L. Driscoll, The methodology of Charles Sanders Peirce. Tese de doutorado, Fordham</p><p>University, 1964.</p><p>D. Dubarle, “La méthodologie scientifique de Galilée” RHS 18 (1965), 161-90.</p><p>J. Duboul, Le positivisme, sa méthode. Paris, 1867.</p><p>P. Dubuc, Essai sur la méthode en métaphysique. Paris, 1887.</p><p>C. Ducasse, “John F.W. Herschel’s methods of experimental inquiry”, em</p><p>Studies in the history of cultures: the disciplines of the humanities (org. G. Banta).</p><p>Menasha, Wisc., 1942. (Republicado em Madden 1960a, 163-82.)</p><p>C. Ducasse, “Francis Bacon’s philosophy of science”, em Structure, method and</p><p>meaning (org. Henle et. al.). Nova Iorque, 1951. (Republicado em Madden,</p><p>1960a, 50-74.)</p><p>C. Ducasse, “William Whewell’s philosophy of scientific discovery”, PR (1951),</p><p>56-69, 213-34. (Republicado em Madden, 1960a, 183-217.)</p><p>C. Ducasse, “Causality: critique of Hume’s analysis”, em Nature, mind and death</p><p>(La Salle, [11], 1951), 91-100.</p><p>P. Ducassé, “Méthode positive et méthode cartésienne”, Revue de synthèse 14</p><p>(1937), 51-66.</p><p>P. Ducassé, Méthode et intuition chez Auguste Comte. Paris, 1939.</p><p>P. Ducassé. La méthode positive et l’intuition comtienne. Paris, 1939.</p><p>R. Dugas, La théorie physique au sens de Boltzmann et ses prologuements modernes.</p><p>Neuchâtel, 1959.</p><p>J. Duhamel, Des méthodes dans les sciences de raisonnement. 4 vols., Paris, 1865-70.</p><p>P. Duhamel, “The logic and rhetoric of Peter Ramus”, Modern philology (1948-9),</p><p>163-71.</p><p>P. Duhem, Les origines de la statique. 2 vols., Paris, 1905-6.</p><p>P. Duhem, La théorie physique, son objet et sa structure. 1 ed., Paris, 1906; 2 ed.,</p><p>Paris, 1914. (Trad. inglesa da 2 ed., Nova Iorque, 1957.)</p><p>P. Duhem, Études sur Léonard de Vinci. 3 vols., Paris, 1906-13.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>85</p><p>P. Duhem, “Σ�ζειν τ� φαιν�µενα: Essai sur la notion de la théorie physique de</p><p>Platon à Galilée” Annales de philosophie chrétienne 6 (1908), 113-39, 227-302,</p><p>352-76, 482-514, 561-92.</p><p>P. Duhem, Le système du monde. 10 vols., Paris, 1913-55.</p><p>P. Dupuy, Le positivisme d’Auguste Comte. Paris, 1911.</p><p>J. Duvai-Jouvé. Traité de logique, ou essai sur la théorie de la science. Paris, 1844.</p><p>A. Dynoff, “Über Francis Bacon’s Vorläufer”, Renaissance und Philosophie 13</p><p>(1916), 121 segs.</p><p>S. East, “De la méthode de la biologie selon Aristote”, Laval journal de philosophie</p><p>théologique 14 (1958).</p><p>S. Easton, Roger Bacon and his search for a universal science. Oxford, 1952.</p><p>J. Edleston, Correspondence of Sir Isaac Newton and Professor Cotes. Londres, 1850.</p><p>(Reimpresso em Londres, 1969.)</p><p>W. Edwards, The logic of Jacopo Zabarella. Tese de doutorado, Columbia</p><p>University, 1960.</p><p>C. Ehrenberg, Über Leibnitzens Methode. Berlim, 1845.</p><p>C. Eisele-Halpern, “Some remarks on the logie of science of the 17th century</p><p>as interpreted by Charles S. Peirce”, Actes du 2ème Symposium International</p><p>d’Histoire des Sciences (Pisa, 1958), 55-64.</p><p>C. Eisele-Halpern, “Poincaré’s positivism in the light of C.S. Peirce’s realism”,</p><p>ACIHS, Barcelona 9 (1959), vol. 1, 461-5.</p><p>C. Eisele-Halpern, “C.S. Peirce and the scientific philosophy of Ernst Mach”,</p><p>Résumés des communications, XIIE congrès int. d’histoire des sciences (Paris,</p><p>1968), 61.</p><p>S. Eisen, “Huxley and the positivistis”, Victorian studies 7 (1964), 337-58.</p><p>A. Ellegard, “The Darwinian theory</p><p>and the argument from design”, Lychnos,</p><p>1956, 173-92.</p><p>A. Ellegard, “The Darwinian theory and nineteenth-century philosophies of</p><p>science”, JHI 18 (1957), 360-93. (Republicado em Wiener 1957, 537-68.)</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>86</p><p>A. Emery, “Dialectics versus mechanics: a communist debate on scientific</p><p>method”, POS 2 (1935), 9-38.</p><p>F. Engels, Herrn Eugen Dührings Umwälzung der Wissenschaft. Leipzig, 1878.</p><p>F. Engels, Dialectics of nature. Moscou, 1954.</p><p>F. Enriques, The historic development of logic (Trad. Rosenthal). Nova</p><p>Iorque, 1929.</p><p>J. Erhard, L’idée de nature en France dans la première moitié du XVIIIe siècle. 2 vols.,</p><p>Paris, 1963.</p><p>M. Evans, Principies and methods of physical thought: a study in the philosophy of science of</p><p>ancient and early modern times. Tese de doutorado, University of California</p><p>at Berkeley, 1949.</p><p>M. Evans, “Causality and explanation in the logic of Aristotle”, PPR 19 (1958),</p><p>466-85.</p><p>O. Ewald, Richard Avenarius als Begründer des Empirio-kritizismus. Berlim, 1905.</p><p>O. Ewald, Kants Methodologie in ihren Grundzügen. Berlim, 1906.</p><p>M. Fairbanks, Charles Sanders Peirce and 19th-century positivism. Tese de doutorado,</p><p>Notre Dame, 1961.</p><p>E. Farber, “Hegel’s philosophie der Chemie”, Kantstudien 30 (1925), 91-114.</p><p>E. Farber, “Hegel’s philosophy of physics”, Journal of the Washington Academy of</p><p>Sciences 56 (1966), 218-225.</p><p>B. Farrington, “On misunderstanding the philosophy of Francis Bacon”, em</p><p>Science, Medicine and History (org. Underwood, Oxford, 1953) 1, 439-50.</p><p>B. Farrington, The philosophy of Francis Bacon. Liverpool, 1964.</p><p>G. Fechner, Über die physikalische und philosophische Atomenlehre. Leipzig, 1855.</p><p>R. Fedi, “Il probabilismo filosofico di A. Cournot”, Archivio di Storia della</p><p>Filosofia Italiana 3 (1934), 66-80.</p><p>J. Feibleman, “Darwin and scientific method”, Tulane Studies in Philosophy 8</p><p>(1959).</p><p>A. Fernandez-Alonso, “Scientiae et philosophia secundum S. Albertum</p><p>Magnum”, Angelicum 8 (1936), 24-59.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>87</p><p>R. Ferrier, De Descartes à Ampère, ou progrès vers l’unitè rationelle. Basiléia, 1949.</p><p>E. Ferrière, La cause première d’après les données expérimentales. Paris, 1896.</p><p>P. Feyerabend, “Realism and instrumentalism”, em The critical approach to science</p><p>and philosophy (org. Bunge, Londres, 1964), 280-308.</p><p>P. Feyerabend, “Problems of empiricism”, em Beyond the edge of certaintly (org.</p><p>Colodny, Englewood Cliffs, N.J., 1965), 145-260.</p><p>P. Feyerabend, “Classical empiricism”, em Butts (1969b).</p><p>A. Finch, On the inductive philosophy. Londres, 1872.</p><p>E. Fischer, “Christian Samuel Weiss und zie zeitgenössische Philosophie”,</p><p>Forschungen und Fortschrifte Korrespondenzblat 37 (1963), 114-43.</p><p>H. Fischer, Francis Bacon of Verulam, realistic philosophy and its age (Trad. de</p><p>Oxenford). Londres, 1857.</p><p>J.O. Fleckenstein, “Cartesische Erkenntnistheorie und mathematische Physik</p><p>des 17. Jahrhunderts”, Gesnerus 7 (1950), 120-39.</p><p>J.O. Fleckenstein, “De la ‘scienza nuova’ de Rinascimento à la méthode</p><p>nouvelle de Baroque”, SR, 539-544.</p><p>R. Flint, Philosophy as ‘scientia scientiarum’ and a history of the classifications of the</p><p>sciences. Londres, 1905.</p><p>L. Foley, “The persistence of Aristotelian physical method”, NS 27 (1953),</p><p>160-75.</p><p>G. Fonsegrive, François Bacon. Paris, 1897.</p><p>A. Fouillée, Le mouvement positiviste. Paris, 1896.</p><p>J. Fourier, Théorie analytique de la chaleur. Paris, 1822. (Trad. inglesa de Freeman,</p><p>Cambridge, 1878.)</p><p>T. Fowler, The elements of inductive logic. Londres, 1866.</p><p>W. Fowler, The development of scientific method. Londres, 1962.</p><p>C. Frankel, “Positivism”, em A history of philosophical systems (org. V. Fenu, Nova</p><p>Iorque, 1950), 329-39.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>88</p><p>H. Frankfurt, “Peirce’s notion of abduction”, Journal of Philosophy 55 (1958),</p><p>593-7.</p><p>K. Fritz, “Die APXAI in der griechischen Mathematik”, Arch. Begriffsgeschichte 1</p><p>(1955), 13-103.</p><p>W. Frost, Bacon und die Naturphilosophie. Munique, 1927.</p><p>J. Fulton. “The rise of the experimental method: Bacon and the Royal Society</p><p>of London”, Yale Journal of Biology and Medicine 3 (1931), 299-320.</p><p>J. Fulton, “Robert Boyle and his influence on thought in the seventeenth</p><p>century”, Isis 18 (1932), 77-102.</p><p>G. Furlani, “Die Entstehung und das Wesen der baconischen Methode, I e II”,</p><p>AGP 32 (1920) 189-206 e 33 (1921), 23-47.</p><p>L. Gabriel, “August Comte und der Positivismus”, Wissenschaft und Weltbild 10</p><p>(1957), 161-9.</p><p>C. Galen, Medicorum Graecorum opera (org. Kühn). Leipzig, 1821/30.</p><p>C. Galen, Einführung in die Logik (org. J. Mau). Berlim, 1960.</p><p>G. Galilei, Le opere (edit. naz.). 20 vols., Florença, 1890-1909.</p><p>G. Galilei, Galilée: aspects de sa vie et de son oeuvre (Centre International de</p><p>Synthèse; Paris, 1968).</p><p>G. Galilei, Discoveries and opinions of Galileo (Trad. de Drake). Nova Iorque, 1957.</p><p>G. Galli, La dottrina cartesiana del metodo. Roma, 1937.</p><p>P. Gallois, “Descartes et sa méthode”, La Nouvelle Revue 150 (1937), 265-72 e</p><p>151 (1938), 40-52.</p><p>P. Gallois, “La méthode de Descartes et la médicine”, Hippocrate 6 (1938), 65-</p><p>77.</p><p>K. Gerhards, Machs Erkenntnistheorie und der Realismus. Stuttgart, 1914.</p><p>E. Gerland e F. Traumüller, Geschichte der physikalischen Experimentierkunst.</p><p>Leipzig, 1899.</p><p>D. Gershenson e D. Greenberg, Anaxagoras and the birth of scientific method. Nova</p><p>Iorque, 1964.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>89</p><p>A. Gewirtz, “Experience and the non-mathematical in the Cartesian method”,</p><p>JHI 2 (1941), 183-210.</p><p>L. Geymonat, “I caratteri del linguagio scientifico nel pensiero di Galileo”,</p><p>ACHIS (Florença, Milão) 8 (1956), 3, 1099-102.</p><p>L. Geymonat, La physique et la méthode de Galilée. Paris, 1964</p><p>L. Geymonat, Galileo Galilei: a biography and inquiry into his philosophy of science.</p><p>Nova Iorque, 1965. (Publicado originalmente em italiano, Milão, 1957).</p><p>M. Ghiselm, “William Harvey’s methodology in De motu cordis from the</p><p>standpoint of comparative anatomy”, Bulletin of the History of Medicine 40</p><p>(1966), 314-27.</p><p>C. Giacon, “Copernico, la filosofia e la teologia”, Civiltà Cattolica 94 (1943), 281-</p><p>90, 367-74.</p><p>C. Giacon, “Copernico e il realismo della sua ‘ipotesi’”, em seu Scienze e filosofia.</p><p>Como, 1946, 77-98.</p><p>R. Gibson, “Our heritage from Galileo Galilei. Galileo’s refusal to rely on</p><p>authority for scientific truth”, Science 145 (1964), 1271-6.</p><p>N. Gilbert, Renaissance concepts of method. Nova Iorque, 1960.</p><p>N. Gilbert, “Galileo and the school of Padua”, JHP 1 (1963), 223-30.</p><p>C. Gillispie, “The Encyclopédie and the Jacobin philosophy of science: a study in</p><p>ideas and consequences” em Ciagett, 255-89.</p><p>E. Gilson, Renê Descartes’ discours de la méthode. Paris, 1925.</p><p>E. Gilson, Études sur le rôle de la pensée médiévale dans la formation du système cartésien.</p><p>Paris, 1951.</p><p>G. Giuletti, La dottrina dell’induzione nel sistema di Giovanni Stuart Mill. Verona,</p><p>1958.</p><p>M. Glansdorff, “La philosophie de Newton”, Synthèse 2 (1947), 25-39.</p><p>J. Glanvill, The vanity of dogmatizing. Londres, 1661.</p><p>J. Glanvill, Scepsis scientifica. Londres, 1885.</p><p>E. Goblot, Essai sur la classification des sciences. Paris, 1898.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>90</p><p>A. Gorland “Aristoteles und Kant bezüglich der Idee der theoretischen</p><p>Erkenntnis untersucht”, em Philosophische Arbeiten (orgs. Herrnann Cohen</p><p>e Paul Natorp, Giessen, 1909) 2, 433 segs.</p><p>K. Goldammer, “Der Beitrag des Paracelsus zur neuen wissenschaftlichen</p><p>Methodologie und zur Erkenntnislehre”, Medizin Sorisches Journal 1</p><p>(1966), 75-95.</p><p>H. Goldbeck, Descartes’ mathematische Wissenschaftsideal. Halle, 1892.</p><p>H. Golfin, Essai sur la méthode de vérification scentifique. Paris, 1846.</p><p>P. Golliet, “Le problème de la méthode chez Descartes”, Repue des Siences</p><p>Hmaines 61 (1951), 56-73.</p><p>H. Gomperz, “Problems and methods of early Greek science”, em Wiener</p><p>(1957), 23-38.</p><p>G. Gore, The art of scientific discovery. Londres, 1878.</p><p>T. Goudge, “Peirce’s treatment of induction”, POS 7 (1940), 56-68.</p><p>T. Goudge, The thought of C.S. Peirce. Toronto, 1950.</p><p>M. Grabmann, Die Geschichte der scholastischen Methode. 2 vols., 1909-11.</p><p>M. Grabmann, “Zur philosophischen und naturwissenschaftlichen Methode in</p><p>den Aristoteleskommentaren Alberts des Grossen”, Angelicum 21 (1944),</p><p>55 segs.</p><p>E. Grant, “Hypothesis in later medieval and early modern science”, Daedalus 91</p><p>(1962). 599-612.</p><p>R. Gratry, De methodis scientiarum. Tese, Estrasburgo, 1833.</p><p>W.’s Gravesande, Physices elementa mathematica, experimentis confirmata, sive</p><p>introductio ad philosophiam Newtonianam. 2 vols., Leiden, 1720. (Trad.</p><p>inglesa, Londres, 1720.)</p><p>L. Greenberg, “Necessity in Hume’s causal theory”, Review of Metaphysies 8</p><p>(1955).</p><p>W. Greenstreet, (org.), Isaac Newton, 1642-1727. Londres, 1927.</p><p>T. Greenwood, “Les hypothèses de Copernic”, Revue Trimestrielle Canadienne 30</p><p>(1944), 240-9.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>91</p><p>A. Grégoire, Leçons de philosophie des sciences expérimentales. Paris, 1950.</p><p>J. Gregory, Observations on the duties, offices and qualifications of a physician: and on the</p><p>method of prosecuting inquiries into philosophy. Londres, 1770.</p><p>T. Gregory, Scetticismo ed empirismo, studio su Gassendi. Bari, Itália, 1961.</p><p>W. Gresky, Die Ausgangspunkte der Philosophie Ernst Friedrich Apelts: ein Beitrag zur</p><p>deutschen Geistesgeschichte des mitteleren neuzehnten Jahrhunderts. Würzburg,</p><p>1936.</p><p>R. Grimsley, Jean D’Alembert (1717-83). Oxford, 1963.</p><p>R. Grontkowski, Descartes and Galileo: new views on the “philosophy of nature”. Tese</p><p>de doutorado, Frodham University, 1964.</p><p>Robert Grosseteste, Die philosophischen Werke (org. Baur), Münster, 1912.</p><p>H. Grüber, Auguste Comte der Bergründer des Positivismus: sein Leben und seine Lehre.</p><p>Friburgo, 1889. (Trad. francesa, 1892; trad. italiana, 1893.)</p><p>H. Grüber, Le positivisme depuis Comte jusqu’à nos jours. Paris, 1893.</p><p>J. Gruenfelder, Plato’s theory of scientific knowledge in the later dialogues. Tese de</p><p>doutorado, Universit of Notre Dame, 1960.</p><p>B. Gühne, Über Hobbes naturwissenschaftliche Ansichten, und ihren Zusammenhang mit</p><p>der Nature philosophie seiner Zeit. Dresden, 1886.</p><p>M.L. Guérard des Lauriers, “La métaphysique et les métasciences”, Sapientia</p><p>Aquinatis (Roma), 1 (1955), 105-18.</p><p>H. Guerlac, (org.), Ithaca: proceedings of the 10th international congress of the history of</p><p>science (Paris, 1964), 2 vols.</p><p>W. Haas, The conception of law and the unity of Peirce’s philosophy. Friburgo, 1964.</p><p>H. Haeberli, Der Begriff der Wissenschaft im logischen Positivismus. Berna, 1955.</p><p>T. Haitjema, Augustinus wetemschapsidee. Utrecht, 1917.</p><p>E. Halévy, La théorie platonicienne des sciences. Paris, 1896.</p><p>A.R. e M.B. Hall, “Newton’s mechanical principies”, JHI 20 (1959), 167-78.</p><p>A.R. e M.B. Hall, A selection from the unpublished scientific papers of Sir Isaac Newton.</p><p>Cambridge, 1961.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>92</p><p>A.R. e M.B. Hall, “Philosophy and natural philosophy: Boyle and Spinoza”,</p><p>Mélanges Alexandre Koyré (orgs. Cohen e Taton, Paris, 1964) 2, 241-56.</p><p>T. Hall, “On biological analogs of Newtonian paradigms”, POS 2 (1968), 6-27.</p><p>B. Halpern, “Concepts philosophiques de Claude Bernard d’après l’Introduction à</p><p>l’étude de la médicine expérimentale”, RHS 9 (1966), 97-114.</p><p>O. Hamelin, Le système de Descartes. Paris, 1911.</p><p>L. Hammond, “Plato on scientific measurement and the social sciences”, PR 44</p><p>(1935), 435-47.</p><p>T. Hankins, “Rationalism in the science of Jean D’Alembert”, Résumés des</p><p>Communications, XIIe Congrès International d’Histoire des Sciences (Paris, 1968),</p><p>90-91.</p><p>A. Hannequin, Essai critique sur l’hypothèse des atomes dans la science contemporaine.</p><p>Paris, 1895.</p><p>A. Hanschmann, Bernard Palissy... als Vater der induktiven Wissenschaftsmethode des</p><p>Bacon von Veruam. Leipzig, 1903.</p><p>N. Hanson, Patterns of discovery. Cambridge, 1958.</p><p>N. Hanson, “Is there a logic of scientific discovery?”, em Current issues in the</p><p>philosophy of science (orgs. Feigl e Maxwell). Nova Iorque, 1961, 20-35.</p><p>N. Hanson, “Hypotheses fingo”, em Butts (1969b).</p><p>G. Harig, “Die neue Auffassung vom Weser der Wissenschaft bei Francis</p><p>Bacon”, Deutsche Zeitschrift für Philosophie 5 (1957), 441-56.</p><p>J. Harpe, De l’ordre et du hasard: le réalisme critique d’Antoine Augustin Cournot.</p><p>Neuchâtel, 1936.</p><p>J. Harpe, “De l’évidence cartésienne au probabilisme de Cournot: évidence,</p><p>certitude et probabilité”, Revue de Théologie et de Phibsophie 26 (1938), 31-49.</p><p>R. Harré, Matter and method. Londres, 1964.</p><p>R. Harré, The anticipation of nature. Londres, 1965.</p><p>R. Harré, (org.), Early 17th century scientists. Londres, 1965.</p><p>M. Harris, The positive philosophy of Auguste Comte. Tese de doutorado, Cornell,</p><p>1923.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>93</p><p>D. Hartley, Observations on man. 2 vols., Londres, 1749.</p><p>E. von Hartmann, Die Weltanschauumg der modernen Physik. Leipzig, 1902.</p><p>W. Harvey, Anatomical exercitations. Londres, 1653.</p><p>R. Hawkins, Auguste Comte and the United States. Nova Iorque, 1936.</p><p>R. Hawkins, Positivism in the United States. Nova Iorque, 1938.</p><p>F. Hayes, Platonic elements in Spinoza’s theory of method. Tese de doutorado, Indiana</p><p>University, 1957.</p><p>A. Heath, “Newton’s influence on method in the physical sciences”, em</p><p>Greenstreet, 130-3.</p><p>A. Heathcote, Whewell’s philosophy of science. Tese de doutorado, University of</p><p>London, 1953.</p><p>A. Neathcote, “William Whewell’s philosophy of science”, BJPS 4 (1954), 302-</p><p>14.</p><p>K. Heffer, Ernst Mach: Wegbereiter der modernen Physics. Viena, 1964.</p><p>F. Heinimann, Nomus und Physis. Basiléia, 1945.</p><p>B. Hell, Ernst Mach’s Philosophie. Stuttgart, 1907.</p><p>G. Helm, Die Energetik und ihre geschichtliche Entwicklung. Leipzig, 1898.</p><p>H. Helmholtz, Populärwissenschaftliche Vorträge. Berlim, 1870.</p><p>H. Helmholtz, Schriften zur Erkenntnistheorie. Berlim, 1921.</p><p>H. Henning, Ernst Mach als Philosoph, Physiker, und Psycholog. Leipzig, 1915.</p><p>T. Herbert, The realistic assumptions of modern science examined. Londres, 1879.</p><p>J. Herschel, Preliminary discourse on the study of natural philosophy. Londres, 1829.</p><p>(Reimpresso em Nova Iorque, 1966).</p><p>J. Herschel, Familiar lectures on scientific subjects. Londres, 1866.</p><p>M. Hesse, Forces and fields. Londres, 1961.</p><p>M. Hesse, “Galileo and the conflict of realism and empiricism”, em Galileo</p><p>Galilei nella storia e nella filosofia della scienza. Pisa, 1964.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>94</p><p>M. Hesse, “Francis Bacon”, em A critical history of western philosophy (org.</p><p>O’Connor). Londres, 1964.</p><p>M. Hesse, “Hooke’s development of Bacon’s method”, em Guerlac, vol. 1,</p><p>265-8.</p><p>M. Hesse, “Hooke’s philosophical algebra”, Isis 57 (1966), 67-83.</p><p>H. Heussler, Francis Bacon und seine geschichtliche Stellung. Breslau, 1889.</p><p>J. Hibben, “The theory of energetics and its philosophical bearings”, The Monist</p><p>13 (1903).</p><p>W. Hill, “Peirce’s ‘pragmatic’ method”, POS 7 (1940), 168-86.</p><p>P. Hillebrand, Zur Lehre von der Hypothesenbildung. Viena, 1896.</p><p>C. Hillimand, “Auguste Comte et Claude Bernard”, La Revue Positiviste</p><p>Internationale 14 (1914).</p><p>G. Hinrich, “The logical positivism of De motu”, Review of Metaphysics 3 (1950),</p><p>491-505.</p><p>T. Hobbes, English works (org. Molesworth). 2 vols. Londres, 1877.</p><p>H. Hochberg, “The empirical philosophy of Roger</p><p>and Francis Bacon”, POS</p><p>20 (1953), 313-26.</p><p>R. Hoffman, “A note on Mill’s method of residues”, Journal of Philosophy 59</p><p>(1962), 495-7.</p><p>N. von Hofsten, “Linnaeu’s conception of nature”, Kungl, vetenskapapssocietetens</p><p>arsbok, 1950, 90 segs.</p><p>G. Holton, “Johannes Kepler’s universe: its physics and metaphysics”, AJP 24</p><p>(1956), 340-51.</p><p>S. Hook, “Dialectical materialism and scientific method”, Bulletin of the Committee</p><p>on Science and Freedom, Suplemento Especial, Julho, 1955.</p><p>R. Hooke, Micrographia. Londres, 1665. (Reimpresso em Oxford, 1938 e em</p><p>Nova Iorque, 1961).</p><p>R. Hooke, Posthumous works (org. Waller). Londres, 1705. (Reimpresso em</p><p>Londres, 1969).</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>95</p><p>R. Hooke “Dr. Hook’s method of making experiments”, em Philosophical</p><p>experiments and observations (org. Derham). Londres, 1726. (Reimpresso em</p><p>Londres, 1967).</p><p>R. Hooykaas, “Het hypothesebegrip van Kepler”, Orgaan van de Chr. Ver. Van</p><p>Natuuren Geneeskundigen in Nederland, 1939.</p><p>R. Hooykaas, Humanisme, science et réforme: Pierre de la Ramée. Leyden, 1958.</p><p>R. Hooykaas, Natural law and divine miracle. A historical-critical study on the “principle</p><p>of uniformity” in geology, biology and theology. Leyden, 1959.</p><p>R. Hooykaas, “De Baconiaanse traditie in de naturwetenschap”, Algemeen</p><p>Nederlands Tijdschrift voor Wijsbegeert und Psychologie (1960-61), 181-201.</p><p>[J. Hoppus], Account of Lord Bacon’s Novum Organon Scientiarum. Londres, 1827.</p><p>P. Hossfeld, “Francis Bacon und die Entwicklung der naturwissenschaftlichen</p><p>Methode”, Philosophia Naturalis 4 (1957), 140-50.</p><p>A. Howell, “Thomas Browne and 17th century scientific thought”, Studies in</p><p>Philology 22 (1925), 61-80.</p><p>W. Howell, Logic and rhetoric in England, 1500-1700. Princeton, 1956.</p><p>F. Huber, Wie unterscheiden sich die analytischen und synthetischen Urtheile. Munique,</p><p>1849.</p><p>R. Hubert, “Descartes et Bacon”, Revue de Synthèse 14 (1937), 29-50.</p><p>J. Huet, De methode der positieve filosofie volgens Auguste Comte. Leyden, 1866.</p><p>W. Huggett, Charles Peirce’s search for a method. Tese de doutorado, Toronto,</p><p>1954.</p><p>D. Hume, Treatise of human nature. Londres, 1739.</p><p>D. Hume, Enquiry concerning the human understanding. Londres, 1748.</p><p>M. Hungerman, Berkeley and Newtonian natural philosophy. Tese de doutorado, St.</p><p>Louis, 1960.</p><p>[R. Hutton], “Mill and Whewell on the logic of induction”, Prospective Review 6</p><p>(1850), 77-111.</p><p>T. Huxley, Lectures and essays. Londres, 1908.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>96</p><p>C. Huygens, Traité de la lumière. Leyden, 1690. (Reimpresso em Paris, 1966.</p><p>Trad. inglesa de S. Thompson, Londres, 1912.)</p><p>R. Ingarden, “Deux conceptions de la science: Buridan et Copernic”, Pensée 53</p><p>(1954), 17-28. (Tradução de um artigo originalmente publicado em Studia</p><p>i Materialy z Dziejów Nauki Polskiej, 1953.)</p><p>R. Jackson, An examination of the deductive logic of John Stuart Mill. Londres, 1941.</p><p>P. Janet, “La méthode expérimentale et la physiologie à propos des travaux</p><p>récents de M. Claude Bernard”, RDM 62 (1866), 908-36.</p><p>P. Janet, “De la méthode expérimentale en physiologie”, no seu Les problèmes du</p><p>XIXe siècle (Paris, 1873), 241-79.</p><p>P. Janet, Baco Verulamius alchemicus philosophis quid debuerit. Tese, Angers, 1889.</p><p>B. Jansen, “Die Methodenlehre des Descartes, ihr Wesen und ihre Bedeutung”,</p><p>em Cartesio (Milão, 1937), 487-511.</p><p>T. Jessop, “Berkeley and the contemporary physics”, Revue Internationale de</p><p>Philosophie 7 (1953), 87-100.</p><p>F. Jevons, “Harvey’s quantitative method”, Bulletin of the History of Medicine 36</p><p>(1962), 462-67.</p><p>W. Jevons, The principles of science. 2 vols., Londres, 1874. (Reimpresso em Nova</p><p>Iorque, 1958.)</p><p>W. Jevons, “Mill’s philosophy tested”, em seu Pure logic (Londres, 1890).</p><p>J. Joergenson, The development of logical positivism. Chicago, 1951.</p><p>R. Jörges, Die Lehre von den Empfindungen bei Descartes. Düsseldorf, 1901.</p><p>R. Jones, An inquiry into the state of medicine, on the true principles of inductive</p><p>philosophy. Edimburgo, 1781.</p><p>R. Jones, Ancients and moderns. St. Louis, 1961.</p><p>W. Jones, Philosophy and method in ancient Greece, with an edition of περ� �ρχα�ης</p><p>�ητρικ�l. Baltimore, 1946.</p><p>H. Kahn, The philosophical works of Hermann von Helmholtz. Tese de doutorado,</p><p>Columbia, 1951.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>97</p><p>K. Kalbfleisch, “Über Galens Einleitung in die Logik”, Jahrbücher für Classische</p><p>Philologie, Volume Suplementar 23 (1897), 681-708.</p><p>S. Kaminski, “Le rôle de l’expérience et de la raison dans la théorie de la science</p><p>chez Aristote, Kant et Comte”, ACIHS (Varsóvia, Cracóvia) 11 (1965),</p><p>Seções 1-3, p. 7.</p><p>I. Kant, Kritik der reinen Vernunft. 2.a ed. Riga, 1787. (Trad. inglesa de K. Smith,</p><p>Londres, 1929.)</p><p>R. Kargon, “Newton Barrow and the hypothetical physics”, Centaurus 11</p><p>(1965).</p><p>R. Kargon, Atomism in England from Hariot to Newton. Oxford, 1966.</p><p>M. Kasper, Johannes Keplers wissenschaftiche und philosophische Stellung. Munique,</p><p>1935.</p><p>M. Kasper, Kepler. Londres, 1959.</p><p>I. Kattsoff, “Ptolemy and scientific method”, Isis 38 (1947), 15 segs.</p><p>J. Keene, “Mills method of hypothesis”, Filosofia 13 (1962), 595-8.</p><p>J. Keynes, “Some historical notes on induction”, em seu Treatise on probability</p><p>(Londres, 1929), 265-73.</p><p>J. Kiefer, Galen’s institutio logica: English translation, introduction and commentary. Tese</p><p>de doutorado, Johns Hopkins, 1961.</p><p>L. King, “Some problems of causality in 18th century medicine”, Bulletin of the</p><p>History of Medicine 37 (1963), 15-24.</p><p>L. King, “Rationalism in early 18th century medicine”, Journal of the History of</p><p>Medicine 18 (1963), 257-71.</p><p>W. King, Jr., Measurement and natural philosophy: a study in the quantification of nature</p><p>in the 17th century. Tese de doutorado, Cornell, 1960.</p><p>H. Kleinpeter, “J.B. Stallo als Erkenntniskritiker”, Vierteljahrsschrift für</p><p>Wissenschaftliche Philosophie 25 (1901), 401-40.</p><p>H. Kleinpeter, “Kant und die naturwissenschaftliche Erkenntniskritik der</p><p>Gegenwart”, Kantstudien 8 (1903).</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>98</p><p>H. Kleinpeter, Die Erkenntnistheorie der Naturforschung der Gegenwart. Leipzig,</p><p>1905.</p><p>H. Kleinpeter, Der Phänomenalismus. Leipzig, 1913.</p><p>H. Kleinpeter, “Die prinzipiellen Fragen der Machschen Erkenntnislehre”,</p><p>Zeitschrift für Philosophie und Philosophische Kritik 151 (s.d.).</p><p>W. Kneale, “The traditional problem of induction”, em seu Probability and</p><p>induction (Oxford, 1949), 24-113.</p><p>D. Knight, “Galileo Galilei, 1564-1642”, em Harré (1965b), 49-80.</p><p>D. Knight, “Professor Baden Powell and the inductive philosophy”, Durham</p><p>University Journal. Março 1968, 81-7.</p><p>J. Kochelmans, Philosophy of science: the historical background. Nova Iorque, 1968.</p><p>M. Köhler, Hobbes in seinem Verhältnis zu der mechanischen Naturanschauung. Berlim,</p><p>1902.</p><p>E. König, Kant und die Naturwissenschaft. Braunschweig, 1907.</p><p>L. Königsberger, Hermann von Helmholtz’s Untersuchungen über die Grundlagen der</p><p>Mathematik und Mechanik. Leipzig, 1896.</p><p>B. Kohn, Untersuchungen über das Causalproblem auf dem Boden einer kritik der</p><p>einschlägigen Lehren J.S. Mills. Berlim, 1881.</p><p>B. Kohn, “Die Naturphilosophie des Thomas Hobbes in ihrer Abhändigkeit</p><p>von Bacon”, AGP 15 (1902), 370-99.</p><p>T. Kotarbinski, “The development of the main problem in the methodology of</p><p>Francis Bacon”, Studia Philosophica 1 (1935), 107-17.</p><p>T. Kotarbinski, “L’histoire de la science-source de généralisations</p><p>méthodologiques”, Organon 3 (1966), 3-8.</p><p>A. Koyré, Études galiléennes. 3 vols., Paris, 1939.</p><p>A. Koyré, “Galileo and Plato”, JHI 4 (1943), 400-28. (Republicado em Koyré,</p><p>1968, 16-43.)</p><p>A. Koyré, “Galileo and the scientific revolution”, PR 52 (1943), 333-48.</p><p>(Republicado em</p><p>Koyré, 1968, 1-15.)</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>99</p><p>A. Koyré, “The significance of the Newtonian synthesis”, AIHS 3 (1950), 291-</p><p>311.</p><p>A. Koyré, Galilée et la révolution scientifique du XVIIe siècle. Paris, 1955.</p><p>A. Koyré, “Pour une édition critique des oeuvres de Newton”, RHS 8 (1955),</p><p>19-37.</p><p>A. Koyré, “L’hypothèse et l’expérience chez Newton”, Bulletin de la Societé</p><p>Française de Philosophie 1 (1956), 59-79. (Traduzido e republicado em</p><p>Koyré (1965), 25-52).</p><p>A. Koyré, “Les regulae philosophandi”, AIHS 13 (1960), 3-14. (Traduzido e</p><p>republicado em Koyré (1965), 261 segs.).</p><p>A. Koyré, “Newton, Galilée et Platon”, Annales: économies, sociétés, civilizations,</p><p>1960, 1041-59.</p><p>A. Koyré, “Les queries de l’Optique”, AIHS 13 (1960), 15-29.</p><p>A. Koyré, Newtonian studies. Londres, 1965.</p><p>A. Koyré, Metaphysics and measurement: essays in the scientific revolution. Londres,</p><p>1968.</p><p>L. Kosman, The Aristotelian backgrounds of Bacon’s ‘Novum organum’ Tese de</p><p>doutorado, Harvard, 1964.</p><p>V. Kraft, Die Grundformen der wissenschaftliche Methoden. Viena, 1925.</p><p>P. Krausser, “Dilthey’s revolution in the theory of the structure of scientific</p><p>inquiry and rational behavior”, Review of Metaphysics 22 (1968), 262-80.</p><p>W.T. Krug, Entwurf eines neuen Organon der Philosophie. Meissen, 1801.</p><p>O. Kubitz, The development of John Stuart Mill’s ‘System of logic’. Tese de doutorado</p><p>Illinois University, 1931.</p><p>T. Kuhn, The structure of scientific revolutions. Chicago, 1962.</p><p>J. Kultgen, “Philosophic conceptions in Mendeleev’s Principles of chemistry”, POS</p><p>25 (1958), 177-83.</p><p>L. Kunz, “Die Erkenntnistheorie d’Alemberts”, AGP 20 (1907), 96-126.</p><p>L. Labbas, L’idée de science dans Malebranche. Paris, 1931.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>100</p><p>J. Lachelier, Du fondement de l’induction. Tese, Paris, 1871.</p><p>L. Lafleur, “Descartes and scientific presuppositions”, Personalist 35 (1954), 25-</p><p>31.</p><p>A. La Fontaine, La philosophie d’Émile Boutroux. Paris, 1920.</p><p>I. Lakatos, Essays in the logic of mathematical discovery. Tese de doutorado,</p><p>Cambridge, 1961.</p><p>I. Lakatos, “Proofs and refutations, I-IV”, BJPS 14 (1963), 1-25, 120-39, 221-</p><p>45, 296-312.</p><p>I. Lakatos, “Changes in the problem of inductive logic”, em The problem of</p><p>inductive logic (org. Lakatos, Amsterdarn, 1968), 315 segs.</p><p>A. Lalande, Leçons sur la philosophie des sciences. Paris, 1893.</p><p>A. Lalande, L’idée directrice de la dissolution opposée à celle l’évolution dans la méthode des</p><p>sciences physiques et morales. Tese, Paris, 1898.</p><p>A. Lalande, Quid de mathematica vel rationali vel naturali senserit Baconus. Paris, 1899.</p><p>A. Lalande, “Quelques textes de Bacon et de Descartes”, RMM 19 (1911), 296-</p><p>311.</p><p>A. Lalande, Les théories de l’induction et de l’expérimentation. Paris, 1929.</p><p>A. Lalande, L’interprétation de la nature dans le ‘Valerius terminus’ de Bacon. Mâcon,</p><p>1961.</p><p>C. Lambert, Principes généraux sur la méthode d’étudier et d’observer en médecine. Paris,</p><p>1827.</p><p>J.H. Lambert, Neues organon, oder, Gedanken über die Erforschung und Bezeichnung des</p><p>Wahren und dessen Unterscheidung vom Irrtum und Schein. 2 vols., Leipzig,</p><p>1764.</p><p>J.H. Lambert, Anlage zur Architektonik, oder Theorie des Einfachen und des Ersten in</p><p>der philosophischen und mathematischen Erkenntnis. 2 vols., Riga, 1771.</p><p>J.H. Lambert, Logische und philosophische Abhandlungen. 2 vols., Berlim, 1782.</p><p>D. Larder, “The axiom of simplicity in the development of chemistry”, Journal</p><p>of Chemical Education 42 (1966), 490-91.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>101</p><p>R. Larson, “The Aristotelianism of Bacon’s Novum organum”, JHI 23 (1962),</p><p>435-50.</p><p>A. Lasson, Über Bacon von Verulam’s wissenschaftliche Principien. Berlim, 1960.</p><p>K. Lasswitz, Geschichte der Atomistik. 2 vols., Hamburgo, 1926.</p><p>L. Laudan, The idea of a physical theory from Galileo to Newton. Tese de doutorado</p><p>Princeton, 1966.</p><p>L. Laudan, “The clock metaphor and probabilism: the impact of Descartes on</p><p>English methodological thought, 1650-1665”, AS 22 (1966), 73-104.</p><p>L. Laudan, “Method and the mechanical philosophy”, History of Science 5 (1966),</p><p>117-24.</p><p>L. Laudan, “The nature and sources of Locke’s views on hypotheses”, JHI 28</p><p>(1967), 211-23.</p><p>L. Laudan, “Thomas Reid and the Newtonian turn of British methodological</p><p>thought”, em Butts (1969b).</p><p>L. Laudan, A source-book in scientific method: Galileo to Mach. Cambridge, Mass., a</p><p>ser publicado proximamente.</p><p>H. Laurie, “Methods of inductive inquiry”, Mind, N.S. 2 (1893), 319-38.</p><p>J.-M Le Blond, Logique et méthode chez Aristote. Paris, 1939.</p><p>H. Le Châtelier, De la méthode dans les sciences. Paris, 1910.</p><p>A. von Leclair, Der Realismus der modernen Naturwissenschaft im Licht der von Berkeley</p><p>und Kant angebahnten, Erkenntniskritik. Praga, 1879.</p><p>A. Leclercq, “Evolution et avenir de la méthode expérimentale”, em Lê</p><p>Lionnais.</p><p>A. Leclercq, La méthode expérimentale: son histoire, ses tendences actuelles. Paris, 1959.</p><p>A. Leclercq, Histoire et avenir de la méthode expérimentale. Paris, 1960.</p><p>H. Lee, “Geometrical method and Aristotle’s account of first principles,</p><p>Classical Quarterly 39 (1935), 113-24.</p><p>K.-S. Lee, A critical study of Kant’s views on scientific methodology and the modality of</p><p>scientific laws. Tese de doutorado, Yale, 1966.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>102</p><p>H. Leeuwen, The problem of certainty in English thought: 1630-1690. Haia, 1963.</p><p>J. Legowicz, “Le problème de la théorie dans les ‘arts illibérales’ et la</p><p>conception de la science du moyen age”, ACIHS 11 (Varsóvia, Cracóvia)</p><p>(1965), seções 1-3, p. 38.</p><p>G. Leibniz, Die philosophischen Schriften (org. Gerhardt). 7 vols., Berlim, 1875-90.</p><p>A. Lejeune, “La science grecque a-t-elle atteint le stage expérimentale?” Revue</p><p>des Questions Scientifiques 18 (1957), 321-43.</p><p>F. Le Lionnais (org.), La méthode dans les sciences modernes. Paris, 1958.</p><p>V. Lenin, Materialism and empirio-criticism. Moscou, 1947.</p><p>R. Lenoble, Mersenne ou la naissance du mécanisme. Paris, 1943.</p><p>R. Lenoir, “Claude Bernard et l’esprit expérimentale”, Revue Philosophique 87</p><p>(1919), 72-101.</p><p>J. Lenz, “Hume’s defense of causal inference”, JHI 19 (1958), 559-67.</p><p>V. Lenzen, “Helmholtz’s theory of knowledge”, em Montagu, 299-319.</p><p>A. Leroy, “Les procédés du bon sens et la méthode de la science de l’homme</p><p>pour David Hume”, Travaux du Congrès Internationale de Philosophie (org.</p><p>Bayer, Paris, 1937). vol. 2, 2a parte, 154-60.</p><p>E. Leroy, “Henry Poincaré et la critique des sciences”, XVe Congrès International</p><p>de Philosophie des Sciences (org. Bayer, Paris, 1951), vol. 1, 47-59.</p><p>G. Le Sage, “Quelques opuscules relatifs à la méthode”, em Prévost’s Essais de</p><p>philosophie (Genebra, 1804), vol. 2, 253-335.</p><p>P. Leuckfeld, “Zur logischen Lehre von der Induction: geschichtliche</p><p>Untersuchungen [1a parte Aristóteles e Bacon; 2a parte, Herschel; 3a</p><p>parte, Whewell]”, AGP 8 (1895), 33-58, 353-72; 10 (1897), 340-60; 11</p><p>(1898), 374-90.</p><p>A. Levi, Il pensiero de Francisco Bacone, considerato in relacione con le filosofie della natura</p><p>del rinascimento e col razionalismo cartesiano. Turim, 1925.</p><p>A. Levi, “Il pensiero di Descartes nelle Regulae ad directionem ingenii e nella</p><p>metodologia del Discours de la méthode”, Logos (Nápoles) 20 (1937), 465-98.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>103</p><p>L. Lévy-Bruhl, La philosophie d’Auguste Comte. Paris, 1900. (Trad. inglesa</p><p>publicada em Londres 1903).</p><p>G. Lewes, Comte’s philosophy of the sciences. Londres, 1853.</p><p>G. Lewis, “Sagesse et unité des sciences selon Descartes”, Actes du 5ème Congrès</p><p>des Sociétés de Philosophie de Langue Française. Bordeaux,</p><p>1950.</p><p>L. Liard, Des définitions géométriques et les définitions empiriques. Paris, 1873.</p><p>L. Liard, Les logiciens anglais contemporains. Paris, 1878.</p><p>L. Liard, Du rôle de l’expérience dans la physique de Descartes. Bordeaux, 1879.</p><p>L. Liard, “La méthode et la mathématique universelle de Descartes”, Revue</p><p>Philosophique de la France et de l’Étranger 10 (1880), 569-600.</p><p>J. von Liebig, Über Francis Bacon von Verulam und die Method der Naturforschung.</p><p>Munique, 1863.</p><p>J. von Liebig, Induction and Deduction. Munique, 1865.</p><p>J. von Liebig, Die Entwicklung der Ideen in der Naturwissenschaft. Munique, 1866.</p><p>J. von Liebig, Reden und Abhandlungen. Leipzig, 1874.</p><p>C.-K. Lin, L’origine et le développement de la méthode expérimentale. Paris, 1931.</p><p>R. Lincoln, Copernicus, Galileo and ideal conditions. Tese de doutorado. Columbia,</p><p>1957.</p><p>P. Lind, Über das Verhaltnis Lockes zu Newton. Berlim,1915.</p><p>I. Lins, “Augusto Comte e a filosofia das ciências”, Revista Brasileira de Filosofia 7</p><p>(1957), 312-25.</p><p>E. Littré, De la philosophie positive. Paris, 1845.</p><p>E. Littré, “La philosophie positive: M. Auguste Comte et M.J. Stuart Mill”,</p><p>RDM, 1866, 829-66.</p><p>E. Littré, La science au point de vue philosophique. 2 ed., Paris, 1873.</p><p>J. Locke, An essay concerning human understanding. Londres, 1690.</p><p>J. Los, “Foundations of the methodological analysis of Mill’s canons”, Annales</p><p>Universitatis Mariae Curie-Sklodowska, 1947. (Em polonês).</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>104</p><p>R. Lotze, Logik. Leipzig, 1874. (Trad. inglesa de Bosanquet, Londres, 1884.)</p><p>L. Luxembourg, Francis Bacon and Diderot: philosophers of science. Tese de</p><p>doutorado, Columbia, 1965.</p><p>J. McGuire, Cause and function. Tese de bacharelado, Oxford, 1961.</p><p>J. McGuire, “Transmutation and immutability: Newton’s doctrine of physical</p><p>qualities”, Ambix 14 (1967), 69-95.</p><p>J. McGuire, “The origin of Newton’s doctrine of essential qualities”, Centaurus</p><p>12 (1968), 233-60.</p><p>E. Mach, Populär-wissenschaftliche Vorlesungen. Leipzig, 1896.</p><p>E. Mach, Erkenntnis und Irrtum, Skizzen zur Psychologie der Forschung. Leipzig,</p><p>1905.</p><p>J. Macintosh, “Francis Bacon, 1561-1626”, em Harré (1965b), 25-45.</p><p>R. McKeon, “The empiricist and experimentalist temper in the middle ages: a</p><p>prolegomena to the study of medieval science”, em Essays in honor of John</p><p>Dewey (Nova Iorque, 1929), 216-34.</p><p>R. Mckeon, “Causation and the geometric method in the philosophy of</p><p>Spinoza”, PR 39 (1930), 179-89, 275-96.</p><p>R. McKeon, “Aristotle’s conception of the development and nature of</p><p>scientific method”, JHI 8 (1947), 3-44 e em Wiener e Noland, 73-89.</p><p>R. McKeon, “Philosophy and the development of scientific methods”, JHI 27</p><p>(1966), 3-22.</p><p>C. Maclaurin, An account of Sir Isaac Newton’s philosophical discoveries. Londres,</p><p>1748. (Republicado em Nova Iorque, 1968.)</p><p>E. McMullin (org.), Galileo: man of science. Nova Iorque e Londres, 1968.</p><p>R. McRae, “The unity of the sciences: Bacon, Descartes and Leibniz”, JHI 8</p><p>(1957), 27-48.</p><p>R. McRae, The problem of the unity of the sciences: Bacon to Kant. Toronto, 1961.</p><p>E. Madden, “Pragmatism, positivism, and Chauncey Wright”, PPR 14 (1953),</p><p>62-71.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>105</p><p>E. Madden, “Chance and counterfacts in Wright and Peirce”, Review of</p><p>Metaphysiques 9 (1956), 420-32.</p><p>E. Madden “Charles Peirce e la ricerca di un metodo”, RF 49 (1958), 1-20.</p><p>E. Madden:, “Inducción y probabilidad en la filosofia de Charles Sanders</p><p>Peirce”, RF 22 (1959), 36-43.</p><p>E. Madden (org.), Theories of scientific method: the renaissance through the nineteenth</p><p>century. Seatle, 1960.</p><p>E. Madden, “Thomas Hobbes and the rationalist ideal”, em Madden (1960a),</p><p>104-18.</p><p>E. Madden, “W.S. Jevons on induction and probability”, Atta del XII Congresso</p><p>Internazionale de Filosofia (Veneza, 1960) 12, 293-301. (Reimpresso em</p><p>Madden, 1960a, 233-47).</p><p>E. Madden, Chauncey Wright and the foundations of pragmatism. Seatle, 1963.</p><p>E. Madden e M. Madden, “Chauncey Wright and the logic of psychology”, POS</p><p>19 (1952), 325-32.</p><p>I. Madkour, L’organon d’aristote dans le monde arabe: ses traductions, son étude et ses</p><p>applications. Paris, 1934.</p><p>J. de Maistre, Examen de la philosophie de Bacon. Paris, 1836.</p><p>N. Malebranche, De la recherche de la vérité. Paris, 1674. (Trad. inglesa de Taylor,</p><p>Oxford, 1694.)</p><p>M. Malpighi, “Responsio ad... De Recentiorum Medicorum...”, em Opera posthuma</p><p>(Londres, 1967), 99-187.</p><p>M. Mandelbaum, Philosophy, science and sense perception: historical and critical studies.</p><p>Baltimore, 1964.</p><p>H. Mansel, Prolegomena logica, an inquiry into the psychological character of the logical</p><p>process. Oxford, 1851.</p><p>H. Mansel, The limits of demonstrative science. Oxford, 1853.</p><p>A. Mansion, “L’induction chez Albert le Grand”, Revue Néoscolastique de</p><p>Philosophie 13 (1956), 420-32.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>106</p><p>S. Marcucci, “Filosofia, scienza e storia della scienza in Emilio Meyerson”,</p><p>Physics 3 (1961), 5-19.</p><p>S. Marcucci, L’“idealismo” scientifico di William Whewell. Pisa, 1963.</p><p>E. Mariotte, “Essai de logique”, em seus Oeuvres (Haia, 1740), vol. 2.</p><p>J. Maritain, “The conflict of methods at the end of the middle ages”, The</p><p>Thomist 3 (1941), 527-38.</p><p>R. Markus, “Method and metaphysics: the origins of some Cartesian</p><p>presuppositions in the philosophy of the Renaissance”, Dominican Studies</p><p>2 (1949), 356 segs.</p><p>M. Marmura, “Ghazali and demonstrative science”, JHP 3 (1965), 183-204.</p><p>L. Marsak, Bernard de Fontenelle: the idea of science in 18th century France. Tese de</p><p>doutorado, Cornell, 1957.</p><p>L. Marsak, Bernard de Fontenelle: the idea of science in the French enlightenment.</p><p>Filadélfia, 1959.</p><p>B. Martin, The philosophical grammar. Londres, 1735.</p><p>F. Martin, La perception extérieure et la science positive. Tese, Paris, 1894.</p><p>G. Martin, Immanuel Kant, Ontologie und Wissenschaftstheorie. Colônia, 1951. (Trad.</p><p>inglesa de Lucas, Manchester, 1955).</p><p>G. Martin, “Die Zukunft der Wissenschaften”, Kantstudien 56 (1965), 16-28.</p><p>H. Martin, Galilée, les droits de la science et la méthode des sciences physiques. Paris,</p><p>1868.</p><p>J. Masaryk, David Hume’s Skepsis und die Wahrscheinlichkeitsrechnung. Viena, 1884.</p><p>P. Masson-Oursel, “La notion indienne de méthode”, Travaux de IXe Congrès</p><p>International de Philosophie. (Paris) 5 (1937), 2a parte, 74-6.</p><p>J. Mazzoni, In universam Platonis et Aristoteles philosophiam praeludia. Veneza, 1597.</p><p>J. Meier, Robert Boyles Naturphilosophie. Munique, 1907.</p><p>M. Meier, “Der Begriff der Method bei Descartes”, Jahresbericht der</p><p>Görresgesellschaft, 1926-7, 48 segs.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>107</p><p>Y. Melville, “The conflict between science and religion in the philosophy of</p><p>Charles Peirce”, Voprosy Filozofii 18 (1965), 88-98. (Em russo).</p><p>D. Mendeleev, Principles of chemistry (Trad. de Kamensky). 2 vols., Londres,</p><p>1897.</p><p>E. Mendelssohn, “Physical models and physiological concepts: explanation in</p><p>19th century biology”, em Boston Studies in the Philosophy of Science, vol. 2</p><p>(orgs. Wartofsky e Cohen, Nova Iorque, 1965), 127-50.</p><p>S. Mendelssohn, Robert Boyle als Philosoph. Würzburg, 1902.</p><p>F. Mentré, “Le hasard dans les découvertes scientifiques d’après Claude</p><p>Bernard”, Revue de Philosophie 4 (1904), 672-8.</p><p>F. Mentré, Cournot et la renaissance du probabilisme au XIXe siècle. Paris, 1908.</p><p>J. Mepham, “Johann van Helmont, 1579-1644”, em Harré (1965b), 129-57.</p><p>J. Merz, A history of European thought in the nineteenth century. 4 vols., Londres,</p><p>1907.</p><p>E. Mertzger, Les concepts scientifiques. Paris, 1926.</p><p>H. Meyer, Die Wissenschaftslehre des Thomas von Aquin. Fulda, 1934.</p><p>E. Meyerson, Identité et realité. Paris, 1908. (Trad. inglesa de</p><p>Loewenberg,</p><p>Londres, 1930).</p><p>K. Michalski, “La physique nouvelle et les différents courants philosophiques</p><p>au XVIe siècle”, Bulletin International de l’Académie Polonaise des Sciences et des</p><p>Lettres, 1927, 93 segs.</p><p>P. Michand-Quantin, “La notion de loi naturelle chez R. Grosseteste”,</p><p>Proceedings of the XIth International Congress of Philosophy, (Bruxelas) 12</p><p>(1953), 166-70.</p><p>M. Mignucci, La teoria aristotelica della scienza. Florença, 1965.</p><p>G. Milhaud, “L’idée d’ordre chez Auguste Comte”, RMM 9 (1901).</p><p>G. Milhaud, Études sur la pensée scientifique. Paris, 1906.</p><p>G. Milhaud, “La philosophie de Newton, par L. Bloch”, RMM 16 (1908), 402-</p><p>6.</p><p>G. Milhaud, “Descartes et Bacon”, Scientia 21 (1917), 185-98.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>108</p><p>G. Milhaud, Descartes savant. Paris, 1921.</p><p>G. Milhaud, Études sur Cournot. Paris, 1927.</p><p>B. Milmed, Kant and current philosophical issues. Nova Iorque, 1961.</p><p>J.S. Mill, A system of logic, ratiocinative and inductive. Londres, 1843.</p><p>J.S. Mill, Auguste Comte and positivism…Londres, 1865.</p><p>J.S. Mill, An examination of Sir William Hamilton’s philosophy. Londres, 1865.</p><p>J. Millet, An Millus veram mathematicorum axiomatum originem invenerit. Tese, Paris,</p><p>1867.</p><p>P. Mina, De Recentiorum medicorum studio dissertatio epistolaris ad amicum. Göttingen,</p><p>1687.</p><p>W. Minto, Logic, inductive and deductive. Nova Iorque, 1904.</p><p>G. Misch, “Zur Entstehung des französischen Positivismus”, AGP 4 (1901), 1-</p><p>39, 156-209.</p><p>R. von Mises, “Ernst Mach und die empirische Wissenschaftsauffassung”,</p><p>Einheitswissenschaft 7 (1938).</p><p>R. Mitrovich, La théorie des sciences chez Descartes d’après sa géométrie. Paris, 1932.</p><p>A. Mittasch, Julius Robert Mayers Kausalbegriff: seine geschichtliche Stellung, Auswirkung</p><p>und Bewirkung. Berlim, 1940.</p><p>J. Mittelstrass, Die Rettung der Phänomene. Berlim, 1962.</p><p>J. Mittelstrass, “Die Entdeckung der Möglichkeit von Wissenschaft”, Archive for</p><p>the History of the Exact Sciences 2 (1965), 410-35.</p><p>H. Moese, “ ‘Wissenschaftslehre’ de Bolzano et le problème de l’unité de la</p><p>science”, ACIHS 11 (1965), (Varsóvia e Cracóvia), seções 1-3, v. 61.</p><p>H. Moese, “Les deux courants dans le developpement de la méthodologie</p><p>moderne des sciences: Bernard Bolzano et John Stuart Mill”, Résumés des</p><p>Communications, XIIe Congrès International d’Histoire des Sciences (Paris, 1968),</p><p>153-54.</p><p>A. Montague (org.), Studies and essays in the history of science and learning offered… to</p><p>G. Sarton. Nova Iorque, 1947.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>109</p><p>R. Montéalgre, Formation de la méthode experimentale et son utilisation en pédagogie.</p><p>Louvain, 1959.</p><p>E. Moody, The Logic of William of Ockham. Londres, 1935.</p><p>E. Moody, Truth and consequence in medieval logic. Amsterdam, 1953.</p><p>E. Moore e R. Robin, (orgs.), Studies in the philosophy of C.S. Peirce. Second Series.</p><p>Amherst, 1964.</p><p>W. Moore, “Scientific method in the French classical writers”, em Literature and</p><p>science (Oxford, 1953).</p><p>P. Moraux. “La méthode d’Aristote dans l’étude du ciel”, em Aristote et lês</p><p>problèmes de méthode. Paris, 1961.</p><p>G. Morpugo-Tagliabue, I processi di Galileo e l’epistemologie. Milão, 1963.</p><p>S. Moscovici, “Sur l’incertitude des rapports entre expérience et théorie au 17e</p><p>siècle”, Physis 2 (1960), 14-43.</p><p>S. Moser, Grundbegriffe der Naturphilosophie bei Wilhelm von Ockham. Innsbruck,</p><p>1932.</p><p>S. Moser, “Der Begriff der Natur in aristotelischer und moderner Sicht’,</p><p>Philosophia Naturalis 6 (1961), 261-87.</p><p>Y. Moussabekov, “Problems of history and methodology of science in the</p><p>work of chemists”, Résumés des Communications, XIIe Congrès International</p><p>d’Histoire des Sciences. (Paris, 1968), 157-8.</p><p>R. Mouy, Le développement de la physique cartésienne (1646-1712). Paris, 1934.</p><p>J. von Müller, “Über Galens Werk vom wissenschaftlichen Beweis”,</p><p>Abhandlungen Akad. München 20 (1894), 405 segs.</p><p>L. Müller, Die Bedeutung Galileis für die Philosophie. Viena, 1895.</p><p>J. Munson, The science of science: a critical examination of John Stuart Mill’s philosophy.</p><p>Tese de doutorado, Columbia, 1967.</p><p>M. Murphy, The development of Peirce’s philosophy. Cambridge, Mass., 1961.</p><p>J. Mursell, “The function of intuition in Descartes’ philosophy of science”, PR</p><p>28 (1919), 391-409.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>110</p><p>R. Muth, “Zum Physis-Begriff bei Platon”, Zeitschrift für klassische Philologie 64</p><p>(1949), 5-3.</p><p>J. Myhill, “Berkeley’s De motu – an anticipation of Mach”, University of California</p><p>Publications in Philosophy 29 (1957).</p><p>C. Naden, Induction and deduction, Londres, 1890.</p><p>G. Nàdor, “Kepler’s world view and role in the development of the notion of</p><p>law of nature”, Magyar Tudomanyos Akademia (Fiz.-Mat.) Osztályának</p><p>Közleményei 4 (1954), 219-27. (Em húngaro.)</p><p>K. Nägeli, Die Schranken der naturwissenschaftlichen Erkenntnis. Munique, 1877.</p><p>E. Nagel, “Charles S. Peirce, pioneer of modern empiricism”, POS 7 (1940), 69-</p><p>80. (Reimpresso em Nagel’s Sovereign reason, Glencoe, III, 1954, 89-100).</p><p>E. Nagel, Mill’s philosophy of scientific method. Nova Iorque, 1950.</p><p>E. Nagel, “Charles Peirce’s guesses at the riddle”, no seu Sovereign reason</p><p>(Glencoe, III, 1954), 58-88.</p><p>M. Nalletamby, An analysis of Karl Pearson’s ‘The grammar of science’. Tese de</p><p>mestrado, Londres, 1955.</p><p>E. Namer, “L’intelligibilité mathématique et l’expérience chez Galilée”, RHS 17</p><p>(1964), 369-84.</p><p>M. Napier, “Remarks illustrative of the scope and influence of the</p><p>philosophical writings of Lord Bacon”, Transactions of the Royal Society of</p><p>Edinburgh 8 (1818), 373-425.</p><p>P. Natorp, “Galilei als Philosoph, eine Skizze”, Philosophische Monatshefte 17</p><p>(1882), 193-229.</p><p>P. Nartop, Untersuchung über die Erkenntnistheorie Descartes. Marburgo, 1882.</p><p>P. Nartop, “Die kosmologische Reform des Kopernikus in ihrer Bedeutung für</p><p>die Philosophie”, Preussische Jahrbücher 49 (1882), 355 segs.</p><p>P. Nartop, Forschungen zur Geschichte des Erkenntnisproblems im Altertum. Berlim,</p><p>1884.</p><p>A. Naville, Nouvelle classification des sciences. Paris, 1898.</p><p>E. Naville, La logique de l’hypothèse. Paris, 1880.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>111</p><p>R. Neidorf, “Discussion: is Einstein a positivist?”, POS 30 (1963), 173-88.</p><p>B. Nelson, “‘Probabilists’, ‘anti-probabilists’ and the quest for certainty in the</p><p>16th and 17th centuries”, em Guerlac, vol. 1, 269-73.</p><p>O. Neurath, Le développement du circle de Vienne et l’avenir de l’empiricisme logique.</p><p>Paris, 1935.</p><p>I. Newton, Philosophiae naturalis principia mathematica. 1 ed., Londres, 1787; 2 ed.,</p><p>Londres, 1713; 3 ed., Londres, 1728. (1 ed. reimpressa em Londres,</p><p>1952. Tradução Inglesa de Motte, Londres, 1729; reimpressa em Nova</p><p>Iorque, 1962).</p><p>I. Newton, Opticks, or, a treatise of the reflexions, refractions, inflections and colours of</p><p>light. 1 ed., Londres, 1704. (4 ed. reimpressa em Nova Iorque, 1952).</p><p>J. Nichol, Francis Bacon, his life and philosophy. Edimburgo, 1889.</p><p>B. Nieuwentijt, Fundamentals of certitude, or the right method of mathematics in the ideal</p><p>as well as the real. Londres, 1720.</p><p>A. Nifo, Expositio… de physico auditu. Veneza, 1552.</p><p>A. Nifo, De coelo et mundo commentaria. Veneza, 1553.</p><p>D. Odegard, “Locke’s epistemology and the value of experience”, JHI 26</p><p>(1965), 417-23.</p><p>J.E. Olmsted, Claude Bernard and the experimental method in medicine. Nova Iorque,</p><p>1952.</p><p>J. Olschki, Galilei und seine Zeit. Halle, 1927.</p><p>L. Olschki, “Galileo’s philosophy of science”, PR 52 (1943), 349-65.</p><p>W. Ong, Ramus, method and the decay of dialogue; from the art of discourse to the art of</p><p>reason. Cambridge, Mass., 1958.</p><p>W. Ong, Ramus and talon inventory. Cambridge, Mass., 1958.</p><p>G. Owen, “τιδ�ναι τ� φαιν�µενα” em Aristote</p><p>et les problèmes de méthode (Paris,</p><p>1961), 83 segs.</p><p>A. Pacchi, Convenzione e ipotesi nella formazione della filosofia naturale di Thomas</p><p>Hobbes. Milão, 1965.</p><p>R. Palter, “Newton and the inductive method”, Texas Quarterly 10 (1968), nº 3.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>112</p><p>F. Papillon, “David Hume, précurseur d’Auguste Comte”, La Philosophie Positive</p><p>3 (1868), 292-308.</p><p>F. Papillon, Histoire de la philosophie moderne dans ses rapports avec le développement des</p><p>sciences de la nature. 2 vols., Paris, 1876.</p><p>B. Pascal, Oeuvres complètes (org. Brunschvicq). 14 vols., Paris, 1904/14.</p><p>J. Passmore, A hundred years of philosophy. Londres, 1957.</p><p>J. Passmore, “William Harvey and the philosophy of science”, AAJP 36 (1958),</p><p>85-94.</p><p>J. Passmore, (org.), Priestley’s writings on philosophy, science and politics. Nova Iorque,</p><p>1965.</p><p>A. Pastore, “Il principio del metodo sperimentale nella filosofa di Spinoza”, RF</p><p>18 (1927), 267-72.</p><p>M. Patronnier de Gondillac, “Nicolas de Cues, théoricien de la méthode”,</p><p>Travaux du IXe Congrès International de Philosophie (Paris, 1937) 5, parte 2,</p><p>127-33.</p><p>P. Pearl, William Whewell’s conception of the philosophy of science. Tese de doutorado,</p><p>New School for Social Research, 1966.</p><p>K. Pearson, The grammar of science. Londres, 1892. (Reimpresso em Londres,</p><p>1937).</p><p>C.S. Peirce, Collected papers (org. Weiss et al.). 8 vols. New Haven, 1931-58.</p><p>F. Pelikán, “La méthode de Condillac et de Descartes”, Travaux du IXe Congrès</p><p>International de Philosophie (Paris, 1937) 3, 43-8.</p><p>L. Pelloux, “Il concetto di esperienza in Aristotile”, Proc. of the XIth International</p><p>Congress of Philosophy (Bruxelas, 1953) 12, 96-160.</p><p>J. Pelseneer, L’évolution de la notion de phénomène physique des primitifs à Bohr et Louis</p><p>de Broglie. Bruxelas, 1947.</p><p>H. Pembertom, A view of Sir Isaac Newton’s philosophy. Londres, 1728.</p><p>S. Penrose, The reputation and influence of Bacon in the seventeenth century. Tese de</p><p>doutorado, Columbia, 1934.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>113</p><p>H. Perls, “Platon et Kant; anticipations et parallèles rélatifs à la méthode”,</p><p>Travaux du IXe Congrès International de Philosophie (Paris, 1937) 5, parte 2,</p><p>77-82.</p><p>E. Persico, “Le esperienze mentali del metodo galileiano”, Scienze e tecnica, 1941.</p><p>N. Petrescu, Glanvill und Hume. Berlim, 1911.</p><p>J. Petzoldt, Das Weltproblem vom positivistischen Standpunkt aus. Leipzig, 1906.</p><p>C. Pighetti, “A proposito delle ipotesi nella metodologia newtoniana”, AIHS 15</p><p>(1962), 291-302.</p><p>P.-E. Pilet, “Jean Senebier, un des précurseurs de Claude Bernard”, AIHS 15</p><p>(1962), 303-13.</p><p>P. Plaass, Kants Theorie der Naturwissenschaft. Göttingen, 1965.</p><p>M. Planck, “Zur Machschen Theorie der physikalischen Erkenntnis”,</p><p>Vierteljahrschrift für wissenschaftliche Philosophie, N.F., 9 (1910), 497-507.</p><p>Plato, Works (trad. Jowett). Oxford, 1964.</p><p>A. Poey, Le positivisme. Paris, 1876.</p><p>R. Popkin, “Joseph Glanvill: a precursor of Hume”, JHI 14 (1953), 292-303.</p><p>R. Popkin, The history of scepticism from Erasmus to Descartes. Assen, 1960.</p><p>K. Popper, “A note on Berkeley as a precursor of Mach”, BJPS 4 (1953), 26-36.</p><p>(Reimpresso no seu Conjectures and refutations, Londres, 1963, 166-74).</p><p>K. Popper, “Three views concerning human knowledge”, em Conjectures and</p><p>refutations (Londres, 1963), 97-119.</p><p>E. du Portu, Galileis Begriff der Wissenschaft. Marburgo, 1904.</p><p>H. Pos, “L’origine de la méthode”, Travaux du IXe Congrès International de</p><p>Philosophie (Paris, 1937), 267-72.</p><p>B. Powell, On the nature and evidence of the primary laws of motion. Oxford, 1837.</p><p>B. Powell, On necessary and contingent truth. Oxford, 1949.</p><p>B. Powell, Essays on the spirit of the inductive philosophy. Londres, 1855.</p><p>H. Power, Experimental philosophy. Londres, 1664. (Reimpresso em Nova Iorque,</p><p>1966).</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>114</p><p>C. von Prantl, Geschichte der Logik in Abendlande. 2 vols. Leipzig, 1861-7.</p><p>C. von Prantl, “Galilei und Kepler als Logiker”, Sitzungsberichte der philosophisch-</p><p>philosogischen und historischen Classe der K/B Akademie der Wissenschaft zu</p><p>München 2 (1875), nº 4.</p><p>C. Presley, The development of scientific method in England in the 17th century, with special</p><p>reference to Bacon and Newton. Tese de mestrado, Oxford, 1953.</p><p>G. Preti, Newton. Milão, 1950.</p><p>P. Prévost, Essais de philosophie. 2 vols., Paris, 1804.</p><p>D. Primack, Francis Bacon’s philosophy of nature. Tese de doutorado, Johns</p><p>Hopkins, 1963.</p><p>D. Primack, “Outline of a reinterpretation of Francis Bacon’s philosophy”,</p><p>JHP 5 (1967), 123-32.</p><p>M. Prior, “Bacon’s man of science”, JHI 15 (1954), 348-70. Reimpresso em</p><p>Wiener e Noland, 382-9.</p><p>C. Ptolemy, Almagestum. Veneza, 1515. (Trad. inglesa de Taliaferro, Chicago,</p><p>1952).</p><p>M. Quetelet, Letters on the theory of probabilities. Londres, 1849.</p><p>J. Ramsbottom, “Linnaeus and the species concept”, Proceedings of the Linnean</p><p>Society 150 (1938), 192-219.</p><p>P. Ramus, Dialectique. Paris, 1555.</p><p>J. Randall, “The development of scientific method in the school of Padua”, JHI</p><p>1 (1940), 177-206.</p><p>J. Randall, “Newton’s natural philosophy: its problems and consequences”, em</p><p>Philosophical essays in honor of Edgar Arthur Singer, Jr (orgs. Clarke e Nahm,</p><p>Filadélfia, 1942), 334-57.</p><p>J. Randall, The school of Padua and the emergence of modern science. Padua, 1961.</p><p>(Versão revisada de Randall 1940.)</p><p>J. Randall, The career of philosophy from the middle ages to the enlightenment. Nova</p><p>Iorque, 1962.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>115</p><p>J. Randall, “John Stuart Mill and the working-out of empiricism”, JHI 26</p><p>(1965), 59-88.</p><p>W. Rankine, “Outlines of the science of energetics”, Proceedings of the Royal</p><p>Philosophical Society of Glasgow 3 (1855), 381-99.</p><p>W. Rankine, “On the use of mechanical hypotheses in science, and especially in</p><p>the theory of heat”, Proceedings of the Royal Philosophical Society of Glasgow 5</p><p>(1864), 126-32.</p><p>H. Rashdall, “Nicholas de Ultricuria, a medieval Hume”, Proceedings of the</p><p>Aristotelian Society, N.S., 7 (1907), 1 segs.</p><p>J. Ravetz, Astronomy and cosmology in the achievements of Nicolaus Copernicus.</p><p>Varsóvia, 1965.</p><p>O. Regenbogen. “Eine Forschungsmethode antiker Naturwissenschaft”, Quellen</p><p>und Studien zur Geschichte der Mathematik 1 (1930), 131 segs. (Também no</p><p>seu Kleine Schriften, Munique, 1961, 141 segs.).</p><p>L. Régis, “Analyse et synthèse dans l’oeuvre de saint Thomas”, Studia mediaevalia</p><p>in honorem A. Martin (Brughes, 1948), 308 segs.</p><p>P.S. Régis, Cours entier de philosophie, ou système général 3 vols., Amsterdam, 1691.</p><p>T. Reid, Works (org. Hamilton). 6 ed., 2 vols., Edimburgo, 1863.</p><p>F. Reilly, The method of the sciences according to C.S. Peirce. Tese de doutorado, St.</p><p>Louis University, 1957.</p><p>A. Reinach, “Kants Auffassung des Humeschen Problems”, Zeitschrift für</p><p>Philosophie und Philosophische Kritik 161 (1911).</p><p>C. de Rémusat, Bacon, sa vie, son temps, sa philosophie et son influence jusqu’à nos jours.</p><p>Paris, 1858; 2 ed., Paris, 1863.</p><p>C. de Rémusat, Histoire de la philosophie en Angleterre depuis Bacon jusqu’à Locke.</p><p>2 vols., Paris, 1875.</p><p>C. Renouvier, “La méthode phénoméniste”, Année Philosophique 1 (1890).</p><p>M. Resnik, Frege’s methodology: a critical study. Tese de doutorado, Harvard, 1964.</p><p>F. Réthoré, Critique de la philosophie de Thomas Brown. Paris, 1863.</p><p>A. Rey, La théorie de la physique chez les physiciens contemporains. Paris, 1907.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>116</p><p>A. Riccoboni, De gymnasia patavina. Padua, 1598.</p><p>T. Richards, “Hume’s two definitions of ‘cause’ ”, em Hume (org. V. Chappell,</p><p>Londres, 1968), 148-161.</p><p>P. Richter, David</p><p>Humes’ Kausalitätstheorie und ihre Bedeutung für die Begründung der</p><p>Theorie der Induktion. Halle, 1803.</p><p>P. Richter, “Die Methode Spinozas”, Zeitschrift für Philosophie und Philosophische</p><p>Kritik 113 (1898), 12-37.</p><p>C. Riddle, Karl Pearson’s philosophy of science. Tese de doutorado, Columbia, 1958.</p><p>A. Riehl, Der philosophische Kriticismus und seine Bedeutung für die positive Wissenschaft.</p><p>2 vols., Leipzig, 1876-87.</p><p>A. Riehl, “Über den Begriff der Wissenschaft bei Galilei”, Vierteljahrschrift für</p><p>Wissenschaftliche Philosophie 17 (1893), 1-14.</p><p>A. Riehl, Robert Mayers Entdeckung und Beweis des Energieprincipes. Tübingen, 1900.</p><p>W. Riese, “The impact of romanticism on the experimental method”, Studies in</p><p>Romanticism 2 (1962), 12-22.</p><p>J. Rimaud, Thomisme et méthode. Beauchesme e Paris, 1925.</p><p>A. Ritchie, George Berkeley, a reappraisal. Manchester, 1967.</p><p>E. Riverso, Natura e logo. La razionalizzazione dell’esperienza da Omero a Socrate.</p><p>Nápoles, 1966.</p><p>L. Robin, “La classification des sciences chez Platon”, Travaux du IXe Congrès</p><p>International de Philosophie (Paris, 1937), 5, 83-8.</p><p>J. Robinson, “Hume’s two definitions of ‘cause”’, em Hume (org. V. Chappell,</p><p>Londres, 1968a), 129-147.</p><p>J. Robinson, “Hume’s two definitions of ‘cause’ reconsidered”, em Hume (org.</p><p>V. Chappell, Londres, 1968b), 162-168.</p><p>B. Rochot, “Gassendi et la ‘logique’ de Descartes”, Revue Philosophique de France</p><p>et de l’Étranger 145 (1945), 300-8.</p><p>B. Rochot, “Roberval, Mariotte et la logique”, AIHS, 16 (1953), 38-43.</p><p>G. Rogers, “Boyle, Locke and reason”, JHI 27 (1966), 205-16.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>117</p><p>J. Rohault, Traité de physique. 4 ed., Paris, 1676. (Trad. inglesa, Londres, 1723:</p><p>reimpressa em Nova Iorque, 1969.)</p><p>M. Romão, Galileu e o método científico. Lisboa, 1944.</p><p>B. Rome, The philosophy of Malebranche. Chicago, 1963.</p><p>R. Rosen, “The Ramus-Rheticus correspondence”, JHI 1 (1940), 363-8.</p><p>(Reimpresso em Wiener e Noland, 287-92).</p><p>E. Rosen, Three Copernican treatises. 2 ed., Nova Iorque, 1959.</p><p>F. Rosenberger, Isaac Newton und seine physikalischen Prinzipien. Leipzig, 1895.</p><p>W. Ross, Commentary to Aristotle’s prior and posterior analytics. Oxford, 1957.</p><p>M. Rossi, Saggio su F. Bacone. Nápoles, 1935.</p><p>P. Rossi, “Il metodo indutivo, e la polemica anti-occultista in G. Fracastoro”,</p><p>Rivista Critica di Storia della Filosofia 9 (1954), 485 -99.</p><p>P. Rossi, “Sul carattere non utilitaristico della filosofia di F. Bacone”, Rivista</p><p>Critica di Storia della Filosofia 12 (1957), 22-41.</p><p>P. Rossi, Clavis universalis: artí mnemoniche e logica combinatoria da Lullo a Leibniz.</p><p>Milão e Nápoles, 1960.</p><p>P. Rossi, I filosofi e le machine, 1400-1700. Milão, 1962.</p><p>P. Rossi, “Bacone e Galilei”, em Saggi su Galileo Galilei. Roma, 1967,</p><p>P. Rossi, Francis Bacon: from magic to science (Trad. de Rabinovitch). Londres,</p><p>1968.</p><p>L. Roth, Descartes’ ‘Discourse on method’. Oxford, 1937.</p><p>C. Ruddick, “Cournot’s doctrine of philosophical probability”, PR 49 (1940),</p><p>415-23.</p><p>C. Ruddick, “Hume on scientific law”, POS 16 (1949), 89-93.</p><p>G. Rudolph, “‘De incertitudine et vanitate scientiarum’. Tradition und</p><p>Wandlung der wissenschaftlichen Skepsis von Agrippa von Nettesheim</p><p>bis zum Ausgang des 18. Jahrhunderts”, Gesnerus 23 (1966), 247-65.</p><p>M. Ruf, Natural philosophy in some early 17th century scholastic textbooks. Tese de</p><p>doutorado, St Louis University, 1961.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>118</p><p>V. Ruvo, “Descartes et le problème de la certitude”, Acta Secundi Congressus</p><p>Thomistici Internationalis. (Turim, 1937), 515-17.</p><p>E. Rymon, The scientific attitude of Francis Bacon. Tese de doutorado, Cambridge,</p><p>1953.</p><p>A.I. Sabra, Explanation hypothesis and experiment: a study of the methods of research in</p><p>physics ilustrated by the development of optics in the 17th century. Tese de</p><p>doutorado, Londres, 1955.</p><p>A.I. Sabra, Theories of light from Descartes to Newton. Londres, 1967.</p><p>W. Salmon, The foundations of scientific inference. Pittsburgh, 1967.</p><p>S. Sambursky, “The influence of Galileo on Boyle’s philosophy of science”,</p><p>ACIHS (Florença) 2 (1958).</p><p>S. Sambursky, “Some references to experiences in stoic physics”, Isis 49 (1958),</p><p>331-5.</p><p>S. Sambursky, The physical world of late antiquity. Londres, 1962.</p><p>S. Sambursky, “Plato Proclus and the limitations of science”, JHP 3 (1965), 1-</p><p>12.</p><p>G. de Santillana, “Aspects of scientific rationalism in the nineteenth century”,</p><p>International Encyclopedia of Unified Science 2 (1941), 1-51.</p><p>G. Sarton, A guide to the history of science. Waltham, Mass., 1952.</p><p>M.L. Schagrin, William Whewell: philosopher of science. Tese de doutorado,</p><p>Berkeley, 1966.</p><p>J. Schiel, Die Methode der inductiven Forschung… nach John Stuart Mill.</p><p>Braunschweig, 1865.</p><p>F. Schiller, “Hypothesis”, em Studies in the history and method of science (org. C.</p><p>Singer, Oxford, 1921), 414-41.</p><p>J. Schiller, Claude Bernard. Paris, 1967.</p><p>H. Schimank, “Julius Robert Mayer (1814-1878), sein Weg zur Erkenntnis und</p><p>Darstellung des Energieprinzips”, Abhandlungen und Berichte des Deutschen</p><p>Museums 33 (1965), 25-61.</p><p>M. Schleiden, Shelling’s und Hegel’s Verhältnis zur Naturwissenschaft. Leipzig, 1844.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>119</p><p>M. Schleiden, Principles of scientific botany; or, botany as an inductive science (Trad. de</p><p>Lankester). Londres, 1849.</p><p>M. Schlick, Gesammelte Aufsätze (org. Waismann). Viena, 1938.</p><p>H. Scholz, “Die Axiomatik der Alten”, Blätter für Deutsche Philosophie 4 (1930-31),</p><p>259-78.</p><p>J. von Schmid, “John Stuart Mill’s Logica der geesteswetenschappen”, Algemeem</p><p>Nederlands Tijdschrift voor Wijsbegeerte en Psychologie 37 (1944), 11-20.</p><p>C. Schmidt, “Ist Wissen macht? Über Aktualität von Bacons Instauratio magna”,</p><p>Kantstudien 58 (1967), 481-99.</p><p>J. Schmidt, Keplers Erkenntnis und Methodenlehre. Iena, 1903.</p><p>A. Schöpf, Die Begründung der Wissens bei Augustin. Tese de doutorado, Munique,</p><p>1964.</p><p>M. Schramm, Ibn Al-Haythams Weg zur Physik. Wiesbaden, 1963.</p><p>P. Schuhl, Pour connaltre le Lord Bacom. Paris, 1949.</p><p>F. Schultze, Philosophie der Naturwissenschaft. 2 vols., Leipzig, 1882.</p><p>W. Schuppe, Erkenntnistheoretische logik. Bonn, 1878.</p><p>J. Schwertschlager, Kant und Helmholtz erkenntnis-theoretisch verglichen. Freiburg im</p><p>Breisgau, 1883.</p><p>M. Schyns, La philosophie d’Émile Boutroux. Paris, 1924.</p><p>P. Scotti, “Il valore delle scienze sperimentale nel pensiero aristotelico”,</p><p>Convivium 7 (1935), 842-50.</p><p>J. Segond, La sagesse cartésienne et la doctrine de la science. Paris, 1932.</p><p>A. Selem, “La teoria dell’induzione”, Studia Patavina 6 (1959), 524-39.</p><p>H. Self, The place of Lotze in the history of the philosophy of science. Tese de doutorado,</p><p>Londres, 1951.</p><p>H. Self, The interaction of the philosophies of science and religion from Descartes to</p><p>Whitehead. Tese de doutorado, Londres, 1959.</p><p>J. Senebier, L’art d’observer. 2 vols., Genebra, 1775.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>120</p><p>J. Senebier, Essai sur l’art d’observer et de faire des expériences. 3 vols., Genebra, Ano</p><p>XII (1802).</p><p>G. Senn, “Über Herkunft und Stil der Beschreibungen von Experimenten im</p><p>Corpus Hippocriticum”, Archiv für Geschichte der Medizin 22 (1923), 217</p><p>segs.</p><p>G. Senn, Die Entwicklung der biologischen Forschungsmethode in der Antike und ihre</p><p>grundsätzliche Förderung durch Theophrast von Eresos. Aarau, 1933.</p><p>A. Sertillanges, La philosophie de Claude Bernad. Paris, 1944.</p><p>F. Severi, “Galileo e il metodo sperimentale”, Bull dell’Unione Mathematica Italiana</p><p>(1939), 37-56.</p><p>G. Seward, Die theoretische Philosophie W. Whewells und der kantische Einfluss.</p><p>Tübingen, 1938.</p><p>D. Shapere, “Descartes and Plato”, JHI 24 (1963), 572-6.</p><p>S. Silvers, The</p><p>estabelecerem padrões exemplares tanto do ponto de</p><p>vista da erudição como da acuidade crítica: Theories of scientific method: the Renaissance</p><p>through the nineteenth century (1960), da autoria de Blake, Ducasse e Madden e Metaphysics</p><p>and the philosophy of science: the classical origins, Descartes to Kant (a ser proximamente</p><p>publicada), de Buchdahl.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 16</p><p>Bacon, Mill, Comte, Mach e Newton eram, assim, contrapostos a Descartes,</p><p>Leibniz, Kant e Whewell. Sejam quais forem as vantagens que poderia ter para</p><p>a teoria do conhecimento, essa dicotomia é particularmente enganosa vis-à-vis à</p><p>história da filosofia da ciência, pois ela tende simultaneamente a dissimular</p><p>semelhanças metodológicas e a ocultar diferenças significativas6. Na medida em</p><p>que um filósofo qualquer se interessa pelo método científico, ele está</p><p>praticamente obrigado a ser empirista, pelo menos no sentido mais amplo do</p><p>termo. A teoria cartesiana do método, por exemplo, possui claros e inequívocos</p><p>elementos empíricos, como mostraram Gewirtz7 e Sabra8. Não é implausível</p><p>sustentar que se acreditou, durante tantos anos, que a teoria cartesiana do</p><p>método era anti-empírica em grande parte porque se pensava, por razões</p><p>epistemológicas, que Descartes era racionalista e porque se supunha que os</p><p>racionalistas eram anti-empíricos. Dado o fato de que os filósofos da ciência</p><p>eram estudados, antes de tudo, enquanto epistemólogos e metafísicos e só</p><p>secundariamente e de forma quase incidental enquanto metodólogos, nada mais</p><p>tentador do que tratar a sua metaciência como um apêndice menor de suas</p><p>teorias do conhecimento.</p><p>6 É irônico constatar que os termos racionalista e empirista tenham adquirido</p><p>conotações que os tornam enganosos como etiquetas metodológicas; como me fez</p><p>observar o Professor Wilkie, com efeito, esses termos foram originalmente propostos</p><p>pelos gregos precisamente a fim de caracterizar certas diferenças metodológicas mais</p><p>pronunciadas existentes entre os teóricos médicos gregos. Como diz Galeno no seu Des</p><p>sectes aux étudiants: “Ceux qui procèdent exclusivement de l’expérience sont appelés par</p><p>dérivation empiriques; ceux qui prennent leur point de départ dans le raisonnement ont</p><p>reçu de la même manière le nom de rationnels; ce sont les deux sectes observatrice et</p><p>mnémonique, et la seconde dogmatique et analogistique (raisonnante). De même les médecins</p><p>attachés à l’une ou à l’autre secte sont dits empiriques, observateurs et analystes des</p><p>phénomènes, s’ils s’en tiennent à l’expérience, ou rationnels, dogmatiques et analogistiques</p><p>(raisonneurs) s’ils admettent le raisonnement.” (Oeuvres de Galien, ed. Daremberg, Paris,</p><p>1856, vol. 2, pp. 366-7).</p><p>7 Gewirtz 1941.</p><p>8 Sabra 1955 e 1967. Ver também Buchdahl 1959 e 1963a e Crombie 1958.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 17</p><p>Mas há um erro ainda mais fundamental em permitir que a história da</p><p>epistemologia determine a história da metodologia. Refiro-me à suposição,</p><p>implícita nessa perspectiva, de que os problemas e questões que preocupam e</p><p>dividem os epistemólogos de um determinado período são necessariamente</p><p>idênticos aos problemas e questões que interessam aos metodólogos.</p><p>Raramente, talvez nunca, houve uma correspondência direta entre os dois tipos</p><p>de problemas. Voltando ao meu exemplo do século 17, é evidente que três das</p><p>principais questões entre os filósofos da ciência da época se referiam a: (1) os</p><p>objetivos e metas da ciência; (2) a certeza do conhecimento científico; e (3) a</p><p>existência de uma lógica da descoberta ou de um ars inveniendi. Cada um desses</p><p>pontos constituía um pólo de controvérsias e de extensos debates. Apesar</p><p>disso, nem o racionalismo nem o empirismo tinham, per se, muita coisa a dizer</p><p>sobre esses problemas. E mais, o debate sobre essas questões atravessava</p><p>exatamente as linhas divisórias entre empiristas e racionalistas. Sobre a questão</p><p>da certeza na ciência, por exemplo, Descartes e Bacon se encontravam muito</p><p>mais próximos um do outro do que Bacon do seu colega empirista Locke.</p><p>É evidente, então, que, se o historiador da metodologia for obrigado a</p><p>empregar etiquetas, precisará de rótulos mais relevantes e informativos do que</p><p>aqueles que podem ser tirados da história da epistemologia. Além disso,</p><p>necessitará de etiquetas que reflitam pontos controvertidos que sejam</p><p>importantes na história do seu objeto. No atual estágio de estudo, não é</p><p>possível ser taxativo quanto aos rótulos a serem empregados. De resto, não</p><p>devemos sequer sugerir que exista um único conjunto de etiquetas apropriado</p><p>para todos os casos. É possível, entretanto, indicar certas classificações ou</p><p>categorias que seriam mais apropriadas do que aquelas empregadas no presente.</p><p>Um dos pontos básicos de controvérsia entre os metodólogos, desde os gregos</p><p>até os nossos dias, se refere ao objetivo da teoria física. De maneira aproximativa,</p><p>podemos dizer que o conflito se fixou entre aqueles que sustentam que o</p><p>cientista tenta explicar e compreender o mundo reduzindo-o ao</p><p>comportamento de certas entidades ontologicamente fundamentais e aqueles</p><p>que insistem em ser impossível conhecer a verdadeira natureza dos objetos</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 18</p><p>físicos, afirmando ser a descrição, a correlação e a predição o único objetivo da</p><p>ciência. Popper chamou essas duas posições de ‘essencialismo’ e de</p><p>‘instrumentalismo’ e tais rótulos (ou outros similares, como ‘convencionalismo’</p><p>e ‘realismo’) são bem mais aptos do que os mais tradicionais a pôr em relevo</p><p>importantes questões metodológicas9. É óbvio, no entanto, que a terminologia</p><p>essencialista-instrumentalista não é nada esclarecedora em determinados casos.</p><p>Consideremos, por exemplo, a disputa entre aqueles que acreditavam na</p><p>possibilidade de saber com certeza que as proposições científicas são</p><p>verdadeiras e aqueles que sustentavam que todas as proposições universais (não</p><p>triviais) acerca do mundo físico são invariavelmente hipotéticas e tentativas.</p><p>Nelson10 denominou essas posições de ‘probabilismo’ e de ‘antiprobabilismo’,</p><p>mas também podemos caracterizá-las mediante a linguagem de Peirce como</p><p>‘falibilismo’ e ‘infalibilismo’. Outro par de etiquetas de grande utilidade para o</p><p>historiador da metodologia seria ‘necessitarista’ e ‘contingentista’.</p><p>É bem verdade, é claro, que nenhum dos rótulos sugeridos é</p><p>propriedade exclusiva da história da metodologia, podendo provavelmente, ao</p><p>contrário, ser aplicado utilmente em outros domínios, inclusive na história da</p><p>epistemologia. Na verdade, a epistemologia, no seu melhor sentido, é, como</p><p>Whewell mostrou, filosofia da ciência; é de se esperar, portanto, que as</p><p>categorias narrativas empregadas nas duas disciplinas sejam praticamente</p><p>coextensivas. O fato de que, hoje em dia, termos como empirista e racionalista</p><p>não se apresentem assim, é mais provavelmente um sinal de que eles não são</p><p>realmente úteis em epistemologia do que um indício de que a epistemologia e a</p><p>filosofia da ciência são muito diferentes. Podemos ir ainda mais longe e afirmar</p><p>9 Popper 1963. A preferência por ‘realismo’ em relação a ‘essencialismo’ se deve à</p><p>maior generalidade da primeira expressão (os essencialistas sempre são realistas mas não</p><p>vice-versa). A desvantagem característica de ‘realismo’, porém, está em que essa</p><p>expressão é habitualmente utilizada para denotar uma teoria da percepção que é</p><p>totalmente independente do realismo metodológico. Se quisermos minimizar a</p><p>confusão entre a epistemologia e a metodologia, parece necessário que os neologistas</p><p>sugiram um novo termo para denotar essa importante tradição.</p><p>10 Nelson 1965.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>evolutionary development of scientiftc method in England from Bacon to</p><p>Mill. Tese de doutorado, Pittsburgh, 1964.</p><p>E. Simard (org.), La nature et la portée de la méthode scientifique: exposé et textes choisis</p><p>de philosophie des sciences. Paris, 1956.</p><p>E. Simard, “Sens du terme ‘hypothèse’ chez Aristote et saint Thomas”, ACIHS</p><p>11 (1965), (Varsóvia, Cracóvia), seções 1-3, p. 37.</p><p>W. Simon, European positivism in the nineteenth century. Ithaca, 1963.</p><p>Y. Simon e K. Menger, “Aristotelian demonstration and postulational method”,</p><p>Modern Schoolman 25 (1948), 183-92.</p><p>J. Sirven, “La déduction cartésienne dans les recherches mathématiques et</p><p>physiques”, em Cartesio (Milão, 1937), 745-51.</p><p>J. Skarbek, “Comte’s views on the relationships between philosophy and the</p><p>sciences”, Résumés des Communications, XIIe Congrès International d’Histoire</p><p>des Sciences (Paris, 1968), 211-12.</p><p>N. Smith, Studies in the Cartesian philosophy. Londres, 1902.</p><p>N. Smith, “Avenarius’ philosophy of pure experience, I e II”, Mind, N.S. 15</p><p>(1906), 13-31, 149-60.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>121</p><p>N. Smith, New studies in the philosophy of Descartes. Londres, 1963.</p><p>H. Smokler, Scientific concepts and physical theory: an essay in the philosophy of W.K.</p><p>Clifford. Tese de doutorado, Columbia, 1958.</p><p>J. Snethlage, De copernicaansche wending in de philosophie en haar beteekenis voor de</p><p>theologie. Tese de doutorado, Arnhem, 1926.</p><p>E. Solmi, “Leonardo da Vinci e il metodo sperimentale nelle ricerche fisiche”, Atti</p><p>e Memorie della r. Academy Virgiliana di Mantova (Mântua, 1905).</p><p>F. Solmsen, “Plato and the unity of science”, PR 40 (1940), 566 segs.</p><p>G. Sorel, Les préoccupations métaphysiques des physiciens modernes. Paris, 1907.</p><p>H. Spencer, The classification of the sciences. Londres, 1921.</p><p>G. Spiller, A new system of scientific procedure. Londres, 1921.</p><p>B. Spinoza, Werke (org. Gebhardt). 4 vols., Heidelberg, 1925.</p><p>G. Spriggs, “The honourable Robert Boyle: a chapter in the philosophy of</p><p>science”, Archeion 11 (1929), 1-12.</p><p>H. Stahl, Interpretation zu Platons Hypothesis Verfahren. Dissertação, Kiel, 1956.</p><p>J. Stallo, General principles of the philosophy of nature. Londres, 1848.</p><p>J. Stallo, The concepts and theories of modern physics. Londres, 1882.</p><p>J. Stallo, Reden, Abhandlungen und Briefe. Nova Iorque, 1893.</p><p>J. Stannard, “Method and logic in presocratic explanation”, em Contributions to</p><p>logic and methodology in honor of J. Bochenski (org. Tymieniecka, Amsterdam,</p><p>1965), 107-31.</p><p>W. Stearn, “The background of Linnaeus’s contribution to the nomenclature</p><p>and methods of systematic biology”, Systematic Zoology 8 (1959), 4-22.</p><p>H. Steinmann, Über den Einfluss Newtons auf die Erkenntnistheorie seiner Zeit. Bonn,</p><p>1913.</p><p>B. Stewart e P. Tait, The unseen universe. Londres, 1874.</p><p>[B. Stewart e P. Tait], Paradoxical philosophy, Londres, 1878.</p><p>D. Stewart, Elements of the philosophy of the human mind. 3 vols., Londres, 1792-</p><p>1827.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>122</p><p>H. Stock, The method of Descartes in the natural sciences. Jamaica, 1931.</p><p>J. Stocks, “Epicurean Induction”, Mind 34 (1925).</p><p>F. Stockler, Das Problem der Methode bei Descartes. Bonn, 1916.</p><p>T. Stokes, William of Ockham’s doctrine of science. Tese de doutorado, Toronto,</p><p>1960.</p><p>M. Stoll, Whewell’s philosophy of induction. Tese de doutorado, Bryn Mawr College,</p><p>1929.</p><p>D. Stove, “Hume, probability and induction”, em Hume (org. V. Chappell,</p><p>Londres, 1968), 187-212.</p><p>J. Strada, Ultimum organum, ou constitution scientifique de la méthode. 2 vols., Paris,</p><p>1865.</p><p>E. Strong, Procedures and metaphysics: a study in the philosophy of mathematical-physical</p><p>sciences in the 16th and 17th centuries. Berkeley, 1936.</p><p>E. Strong, “Newton’s mathematical way”, JHI 12 (1951), 90-110. (Reimpresso</p><p>em Wiener e Noland, 412-32.)</p><p>E. Strong, “Newton and God”, JHI 13 (1952).</p><p>E. Strong, “William Whewell and John Stuart Mill: their controversy about</p><p>scientific knowledge”, JHI 16 (1955), 209-31.</p><p>E. Strong, “Newtonian explications of natural philosophy”, JHI 18 (1957), 49-</p><p>83.</p><p>E. Strong, “Hypotheses non fingo”, em Men and moments in the history of science (org.</p><p>Evans). Seattle, 1959.</p><p>J. Stuart, A chapter of science: or, what is a law of nature? Londres, 1868.</p><p>J. Sturm, Physica electiva sive hypothetica. Nuremberg, 1697.</p><p>J. Sullivan, Isaac Newton, 1642-1727. Londres, 1938.</p><p>R. Suter, “Aristotle and the scientific method”, Scientific Monthly 49 (1939), 468-</p><p>72.</p><p>H. Svenson, “On the descriptive method of Linnaeus”, Rhodora 47 (1945), 273-</p><p>302, 363-88.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>123</p><p>K. Svoboda, “Les idées d’Aristote sur la méthode”, Travaux du IXe Congrès</p><p>International de Philosophie (Paris, 1937) 5, parte 2, 114-10.</p><p>A. Szabó, “Anfänge des euklidischen Axiomensystems”, Archive for the History of</p><p>the Exact Sciences 1 (1960-62), 55 segs.</p><p>W. Szumowski, “La philosophie de la médicine, son histoire, son essence, sa</p><p>dénomination et sa définition”, AIHS 28 (1949), 1097-1139.</p><p>F.S. Taylor, Galileo and the freedom of thought. Londres, 1938.</p><p>J. Taylor, The Aristotelian concept of natural philosophy. Tese de doutorado, Laval</p><p>University, 1948.</p><p>A. Teske, “Galileo and the method of the exact sciences”, Kwartalnik Historii</p><p>Naüki i Techniki 10 (1965), 299-300. (Em polonês.)</p><p>M. Thedick, The inductive method of Francis Bacon. Tese de doutorado, Radcliffe</p><p>College, 1947.</p><p>W. Theiler, Zur Geschichte der teleologischen Naturbetrachtung bis auf Aristoteles.</p><p>Zurique, 1925.</p><p>J. Thiele, “Ernst Mach-Bibliographie”, Centaurus 8 (1963), 189-237.</p><p>R. Thiele, Zur Charakteristik von Mach’s Erkenntnislehre. Halle, 1914.</p><p>C. Thilo, “Über den Begriff der Kausalität bei Plato und Spinoza”, Zeitschtift für</p><p>Exacte-philosophie 19 (1893), 304-19.</p><p>W. Thornburn, “The myth of Ockham’s razor”, Mind, N.S. 27 (1918), 345 segs.</p><p>L. Thorndike, “Roger Bacon and the experimental method in the middle ages”,</p><p>PR 23 (1914), 271-98.</p><p>F. Tinivella, “Il metodo scientifico in S. Alberto Magno e Ruggero Bacone”,</p><p>Angelicum 21 (1944), 65 segs.</p><p>F. Tönnies, “Anmerkung über die Philosophie des Hobbes”, Vierteljahrschrift für</p><p>Wissenschaftlicke Philosophie 4 (1880), 55 segs. e 428 segs.</p><p>G. Tumarkin, “Die Methode und die Grenze der Method bei Plato”, Travaux du</p><p>IXe Congrès International de Philosophie (Paris, 1937), vol. 5, parte 2, 101-7.</p><p>C. Turbayne, The myth of metaphor. Londres, 1962.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>124</p><p>P. Turley, Peirce’s conception of the laws of nature. Tese de doutorado, Fordham</p><p>University, 1967.</p><p>J. Turner, The methodology of James Clerk Maxwell. Tese de doutorado, Columbia,</p><p>1953.</p><p>J. Turner, “Maxwell on the method of physical analogy”, BJPS 6 (1955), 226-38.</p><p>J. Turner, “Maxwell on the logic of dynamic explanation”, POS 23 (1956), 36-</p><p>47.</p><p>M. Tweedale, John of Rodynton on knowledge, science and theology. Tese de doutorado,</p><p>University of California at Los Angeles, 1965.</p><p>E. Ungerer, Die Teleologie Kants und ihre Bedeutung für die Logik der Biologie. Berlim,</p><p>1922.</p><p>N. Ursus, De hypothesibus astronomicis. Praga, 1597.</p><p>E. Vacherot, La métaphysique et la science. 2 ed., 3 vols., Paris, 1863.</p><p>A. Valdarnini, Principio, intendimento e storia della classificazione delle umane cognoscenze</p><p>secondo Francesco Bacone. Florença, 1878.</p><p>A. Valdarnini, Esperienza e ragionamento in Rogero Bacone. Roma, 1896.</p><p>A. Valdarnini, Il metodo e la dottrina della cognoscenza in Galileo. Roma, 1897.</p><p>A. Valdarnini, Il metodo esperimentale da Aristotile a Galileo. Turim, 1898.</p><p>A. Vandevelde, “Bijdrage tot de bio-bibliographie van Bernard Nieuwentijt</p><p>(1654-1718)”, Verslagen en Mededeelingen der Koninklijke Vlaamsche</p><p>Academie</p><p>voor Taal en Letterckunde, 1926.</p><p>A. Vartanian, Diderot and Descartes. Princeton, 1953.</p><p>F. Varano, L’ipotesi nella filosofia di Erneste Naville. Gubbio, 1931.</p><p>C. Vasoli, “Il programma riformatore di Ruggero Bacone”, RF 5 (1956), 178-</p><p>96.</p><p>J. Venn, The logic of chance. Londres, 1866.</p><p>J. Venn, The principies of empirical or inductive logic. Londres, 1889.</p><p>A. Viano, “Esperienza e natura nella filosofia di F. Bacone”, RF 3 (1954).</p><p>R. Virtanen, Claude Bernard and his place in the history of ideas. Lincoln, Neb., 1960.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>125</p><p>A. Vogel, The Aristotelian theory of explanation. Tese de doutorado, Harvard, 1952.</p><p>P. Volkmann, Erkenntnistheoretische Grundzüge der Naturwissenschaften, Leipzig,</p><p>1896.</p><p>P. Volkmann, Über Newton’s Philosophia naturalis. Königsberg, 1898.</p><p>A. Vucinich, “Mendeleev’s views on science and society”, Isis 58 (1962), 342-51.</p><p>J. Vuillemin, Physique et métaphysique kantiennes. Paris, 1955.</p><p>J. Vuillemin, Mathématique et métaphysique chez Descartes. Paris, 1960.</p><p>C. Waddington, Ramus, sa vie, ses écrits et ses opinions. Paris, 1855.</p><p>K. Wallace, Francis Bacon on the nature of man. Londres, 1967.</p><p>W. Wallace, “Newtonian antinomies against the prima via”, The Thomist 19</p><p>(1956), 151-92.</p><p>W. Wallace, The scientific methodology of Theodoric of Freiburg. Friburgo, 1959.</p><p>R. Walmsley, “The Harveian method”, Journal of the Royal College of Surgeons</p><p>(Edimburgo) 10 (1964), 1-8.</p><p>H. Walsh, “Whewell and Mill on induction”, POS 29 (1962), 279-84.</p><p>H. Walsh, “Whewell on necessity”, POS 29 (1962), 139-45.</p><p>E. Walter, “Die Dialektik in den Naturwissenschaften nach dem Anti-Dühring”,</p><p>Dialectica 6 (1948), 229-47.</p><p>W. Walton, Reflections upon ancient and modern learning. Londres, 1697.</p><p>R. Walzer, Galen on medical experience. Londres, 1944.</p><p>H. Wasser, Henry Adams: lay philosopher of science. Tese de doutorado, Columbia,</p><p>1951.</p><p>H. Wasser, The scientific thought of Henry Adams. Tessalônica, Grécia, 1956.</p><p>J. Watkins, Hobbes’ system of ideas. Londres, 1965.</p><p>R. Watson, “A note on the probabilistic physics of Régis”, AIHS 16 (1964), 33-</p><p>6.</p><p>I. Watts, Logick: or, the right use of reason in the enquiry after truth. Londres, 1760.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>126</p><p>J.-P. Weber, “Sur une certaine ‘méthode officieuse’ chez Descartes”, RMM 63</p><p>(1958), 246-58.</p><p>J.-P. Weber, “Sur la composition de la ‘Regula IV’ de Descartes”, Revue</p><p>Philosophique 44 (1964), 1-20.</p><p>E. Weil, “Die Philosophie des Pietro Pomponazzi”, AGP 41 (1932), 127-76.</p><p>C. Weinberg, Mach’s empirio-criticism in physical science. Nova Iorque, 1937.</p><p>C. Weinberg, Mach’s empirio-pragmatism in physical science. Tese de doutorado,</p><p>Columbia, 1938.</p><p>J. Weinberg, Abstraction, relation and induction. Madison, Wisc., 1965.</p><p>H. Weisinger, “The idea of the renaissance and the rise of modern science”,</p><p>Lychnos (1946-7), 11 segs.</p><p>F. Westaway, Scientific method: its philosophy and practice. Londres, 1919.</p><p>R. Westfall, “Unpublished Boyle papers relating to scientific method, I e II”,</p><p>AS 12 (1956), 63-73, 103-17.</p><p>R. Westfall, “The foundations of Newton’s philosophy of nature”, BJHS 1</p><p>(1962), 171-82.</p><p>R. Whateley, Elements of logic. 3.a ed., Londres, 1829.</p><p>W. Whewell, Philosophy of the inductive sciences, founded upon their history. 2 ed.,</p><p>2 vols., Londres, 1847. (Reimpresso em Londres, 1967).</p><p>W. Whewell, Of induction, with special reference to J.S. Mill’s ‘System of Logic’.</p><p>Londres, 1849. (Reimpresso em Whewell, 1860).</p><p>W. Whewell, Novum organon renovatum. Londres, 1858.</p><p>W. Whewell, On the philosophy of discovery. Londres, 1860.</p><p>W. Whewell, Historical and philosophical works (orgs. Buchdahl e Laudan). 10 vols.,</p><p>Londres, 1967.</p><p>H. White, “The influence of Bacon on the philosophes”, Studies on Voltaire and the</p><p>18th Century, 27 (1963), 1849-69.</p><p>C. Whitmore, “Mill and mathematics: an historical note”, JHI 6 (1945), 109-12.</p><p>G. Whitrow, “Berkeley’s philosophy of motion”, BJPS 4 (1953), 37 segs.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>127</p><p>G. Whitrow, “Berkeley’s critique of the Newtonian analysis of motion”,</p><p>Hermathena 82 (1953), 90-112.</p><p>W. Wieland, “Das Problem der Prinzipienforschung und die Aristotelische</p><p>Physik”, Kantstudien 52 (1960), 206-19.</p><p>P. Wiener, “The experimental philosophy of Robert Boyle’, PR 41 (1932), 594-</p><p>609.</p><p>P. Wiener, “The tradition behind Galileo’s methodology”, Osiris 1 (1936), 733</p><p>segs.</p><p>P. Wiener, “Chauncey Wright’s defense of Darwin and the neutrality of</p><p>science”, JHI 6 (1945), 19-45.</p><p>P. Wiener e F. Young (orgs.), Studies in the philosophy of C.S. Peirce. Cambridge,</p><p>Mass., 1952.</p><p>P. Wiener e A. Noland (orgs.), Roots of scientific thought. Nova Iorque, 1956.</p><p>F. Wieser, Galileo als philosoph. Basiléia, 1919.</p><p>A. Wigand, Der Darwinismus und der Naturforschung Newton’s und Cuvier’s. 3 vols.,</p><p>Braunschweig, 1874-7.</p><p>J. Wilkie, “The problem of the temporal relation of cause and effect”, BJPS 1</p><p>(1950), 211-29.</p><p>J. Wilkie, “Galton’s contribution to the theory of evolution with special</p><p>reference to his use of models and metaphors”, AS 11 (1956), 194-205.</p><p>L. Williams, “Epistemology and experiment: the case of Michael Faraday”, em</p><p>Lakatos e Musgrave (orgs.), Problems in the philosophy of science (Amsterdam,</p><p>1968), 231-9.</p><p>G. Wolandt, “Die moderne Grundlegungstheorie und der galileische</p><p>Naturbegriff”, Philosophia Naturalis 8 (1964), 190-7.</p><p>E. Wolff, Bacon und seine Quellen. Berlim, 1910.</p><p>C. Wright, Philosophical discussions. Nova Iorque, 1877.</p><p>G. von Wright, “Descartes och den vetenskapliga idéutvecklin”, Ajatus 16</p><p>(1950), 103-71.</p><p>G. von Wright, A treatise on induction and probability. Londres, 1951.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>128</p><p>G. von Wright, The logical problem of induction. 2 ed., Oxford, 1957.</p><p>C. Würschmidt, “Roger Bacon’s Art des wissenschaftliche Arbeitens dargestelit</p><p>nach seiner Schrift De speculis”, em Roger Bacon (org. Little). Oxford, 1914.</p><p>W. Wundt, Logik der exakten Wissenschaften. Stuttgart, 1883.</p><p>F. Yates, “The art of Raymond Lull”, Journal of the Warburg Institute 17 (1954),</p><p>115-73.</p><p>R. Yost, “Sydenham’s philosophy of science”, Osiris 9 (1950), 84-105.</p><p>R. Yost, “Locke’s rejection of hypotheses about sub-microscopic events”, JHI</p><p>12 (1951), 111-30,</p><p>J. Zabarella, Opera logica. Basiléia, 1594.</p><p>E. Zilsel, “The origins of William Gilbert’s methodology”, JHI 2 (1941), 1-32.</p><p>(Reimpresso em Wiener e Noland, 219-50).</p><p>E. Zilsel, “The genesis of the concept of physical law”, PR 51 (1942), 245-79.</p><p>G. Zimmermann, Traité de l’expérience en général, et en particulier dans l’art de guérir.</p><p>2 vols., Paris, 1774. (Publicado originalmente em alemão sob o título:</p><p>Von der Erfahrung in der Arzneikunst, Leipzig, 1764).</p><p>R. Zimmennann, Kant und die positive Philosophie. Viena, 1874.</p><p>SUPLEMENTO BIBLIOGRÁFICO</p><p>Para a tradução brasileira deste ensaio, acrescentei uma bibliografia</p><p>suplementar que contém muitos títulos novos. O texto do próprio ensaio</p><p>permanece praticamente o mesmo, embora algumas notas tenham sido</p><p>modificadas de maneira a incluírem referências (indicadas por números) à</p><p>bibliografia suplementar. [Larry Laudan].</p><p>1. W. Adler, Die Metaphysik in der Ostwaldschen Energetik. Berlim, 1905.</p><p>2. M. Ancillon, “Doutes sur les bases du calcul des probabilités”, Mémoires de</p><p>l’Académie Royale. Berlim, 1794/95, 3 segs.</p><p>3. Anon., “Francis Bacon and the inductive method”, Westminster Review 68</p><p>(1857).</p><p>4. Anon., An inquiry into the nature of induction. Edimburgo, 1847.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>129</p><p>5. Anon., “The Philosophy of</p><p>positivism”, London Quarterly Review 31</p><p>(1868/69), 328-48.</p><p>6. A. Arber, “Analogy in the history of science”, em Studies and Essays…in homage</p><p>to George Sarton (Nova Iorque, 1944), 221-33.</p><p>7. J. Aronson, “The legacy of Hume’s analysis of causation”, Stud. Hist. Phil. Sci.</p><p>2 (1971), 135-56.</p><p>8. E. Auber, Philosophie de la medicine. Paris, 1805.</p><p>9. R. Audierne, “Note sur la classification des connaissances humaines dans</p><p>Comte et dans Cournot”, RMM 13 (1905), 509-19.</p><p>10. G. Audiffrent, Quelques mots pour servir à l’histoire du positivisme. Marselha,</p><p>1895.</p><p>11. E.G. Ballard, “The idealism of Jules Lachelier”, Review of Metaphysics 8</p><p>(1955), 685-705.</p><p>12. E.G. Ballard, (org.), The philosophy of Jules Lachelier. Haia, 1960.</p><p>13. T. Bayes, “An essay towards a problem in the doctrine of chances”, Phil.</p><p>Trans. Roy. Soc. 53 (1763), 370-418.</p><p>14. G. Belot, “L’idée et la méthode de la philosophie scientifique chez Auguste</p><p>Comte”, Histoire de la Philosophie, Bibliothèque du Congrès International</p><p>de Philosophie, vol. 4 (Paris, 1902), 413-72.</p><p>15. R. Benzoni, L’induzione, 2 vols., Gênova, 1894.</p><p>16. L. Bequelin, “Sur l’usage du principe de la raison suffisante dans le calcul</p><p>des probabilités”, Hist. de l’Acad. de Berlim (1767), 382-412.</p><p>17. T. Bergh, Fünf Abhandlungen zur Geschichte der griechischen Philosophie und</p><p>Astronomie. Leipzig, 1883.</p><p>18. J. Bertrand, “Sur l’application du calcul des probalités à la théorie des</p><p>jugements”, Comptes Rendus (1887).</p><p>19. J. Bertrand, Calcul des probabilités. Paris, 1889.</p><p>20. J. Bertrand, “Les lois du hasard”, Revue des Deux Mondes, Abril de 1884, 758</p><p>segs.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>130</p><p>21. H. Blondel, “Sciences abstraites et sciences concrètes”. Philosophie Positive 28</p><p>(1882), 78 segs.</p><p>22. G. Boole, Investigations of laws of thoughts. Londres, 1854.</p><p>23. F.G. Bom, De scientia et conjectura. Leipzig, 1805.</p><p>24. L. von Bortkiewicz, “Wahrscheinlichkeitstheorie und Erfahrung, Zeitschrift</p><p>für Philosoph und Philosophische Kritik, 121 (1903), 71-81.</p><p>25. J. Bouilland, Essai sur la philosophie médicale... Paris, 1836.</p><p>26. L. Bourgey, Observation et expérience chez la médicine de la collection hippocratique.</p><p>Paris, 1953.</p><p>27. J. Bradley, Mach’s philosophy of science. Londres, 1971.</p><p>28. F. Brentano, Versuch über die Erkenntnis. Leipzig, 1925.</p><p>29. C. Broad, “The relation between induction and probability”, Mind 27</p><p>(1918), 389-404; 29 (1920), 11-45.</p><p>30. V. Brochard, De l’erreur. 2 ed., Paris, 1897.</p><p>31. V. Brochard, Les sceptiques grecs. Paris, 1887.</p><p>32. J. Brooke, “Methodological issues in the Laurent-Berzelius correspondence”,</p><p>Stud. Hist. Phil. Sci. 14 (1973), 47-94.</p><p>33. Lord Brougham. Account of Lord Bacon’s Novum organum. 2 vols., Londres,</p><p>1827/28.</p><p>34. G. Buchdahl, “Inductivist versus deductivist approaches in the philosophy of</p><p>science as illustrated in some controversies between Whewell and Mill”,</p><p>The Monist 55 (1971), 343-67.</p><p>35. L. Buchner, Science et nature. 2 vol., Paris, 1866.</p><p>36. C. Buffier, Les principes du raisonnement. Paris, 1714.</p><p>37. A. Burks, Theological foundations of the philosophy of Charles Sanders Peirce. Tese,</p><p>Michigam, 1941.</p><p>38. R. Burthogge, Organum vetus et novum; or, a discourse of reason and truth.</p><p>Londres, 1678.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>131</p><p>39. H. Buzello, Kritische Untersuchung von Ernst Mach’s Erkenntnistheorie. Halle,</p><p>1911.</p><p>40. E. Byrne, Probability and opinion: a study in the medieval presuppositions of post-</p><p>medieval theories of probability. Haia, 1968.</p><p>41. P-J-G. Cabanis, Du degré de certitude de la médicine. Paris, 1789; 2 ed., 1803.</p><p>42. G. Caldi, Metodologia generale della interpretazione scientifica. 2 vols., Turim, 1893.</p><p>43. G. Canguilhem, “La philosophie biologique d’Auguste Comte…”, Bulletin de</p><p>la Société Française de Philosophie (1958), 13-26.</p><p>44. G. Cantor, “Henry Brougham and the scottish methodological tradition”,</p><p>Stud. Hist. Phil. Sci. 2 (1971), 69-89.</p><p>45. M.-R. Cathala, “Du probable et de l’opinion”, Revue Thomiste, n.s., 6 (1923),</p><p>102-112.</p><p>46. A. Chalmers, “Maxwell’s methodology and his application of it to</p><p>electromagnetism”, Stud. Hist. Phil. Sci. 4 (1973), 107-64.</p><p>47. P.N. Changeux, Traite des extremes ou des éléments de la science... Amsterdam,</p><p>1707.</p><p>48. T. Charpentier, “La logique du probable”, Revue Philosophique 6 (1878), 23</p><p>segs, 146 segs.</p><p>49. F. Chretien, An Essay on logical method. Oxford, 1848.</p><p>50. S. Coleridge, Essays on method. Londres, 1845.</p><p>51. A. Collins, Essay concerning the use of propositions the evidence whereof depends on</p><p>human testimony. Londres, 1707.</p><p>52. F. Colonna d’Istria, “La logique de la médecine d’après Cabanis”, RMM 24</p><p>(1917), 59-73.</p><p>53. Condorcet, “Reflexions sur la méthode de déterminer la probabilité des</p><p>événements futurs...” Historie de l’Académie, Paris, 1783, 539-59.</p><p>54. A. Cournot, Expositon de la théorie des chances et des probabilités. Paris, 1843.</p><p>55. E. Czuber, Die Entwicklung der Wahrscheinlichkeitstheorie…Leipzig, 1899.</p><p>56. G. Daniels, Some words on the logick of my Lord Bacon, Londres, 1645.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>132</p><p>57. A. Darbon, Le concept du hasard dans la philosophie de Cournot. Paris, 1911.</p><p>58. C. DeGanno, The essentials of method. Boston, 1892.</p><p>59. K. Deichgraber, Die griechische Empirikerschule. Berlim, 1930.</p><p>60. A. De Morgan, An essay on probabilities. Londres, 1838.</p><p>61. E. Digby, Theoria analytica… Londres, 1579.</p><p>62. H. Diller, “Der griechische Naturbegriff”, Neue Jahrbücher für Antike und</p><p>deutsche Bildung 2 (1939), 241 segs.</p><p>63. C. Ducasse, “John Stuart Mill’s System of logic”, em Madden, 1960, 218-32.</p><p>64. P. Ducasse, Essai sur les origines intuitives du positivisme. Paris, 1939.</p><p>65. P. Ducasse, “La pensée mathématique d’Auguste Comte”, Thales 1 (1934),</p><p>133-45.</p><p>66. J.A. Eberhard, Allgemeine Theorie der Denkens und Empfindens. Berlim e</p><p>Leipzig, 1786.</p><p>67. R. Ellis, “On the foundations of the theory of probability”, Camb. Phil. Soc.</p><p>8 (1843).</p><p>68. R. Ellis, “Remarks on the fundamental principle of the theory of</p><p>probabilities”, Trans. Camb. Phil. Soc. 9 (1854).</p><p>69. L. Favre, De la méthode dans les sciences expérimentales. Paris, 1898.</p><p>70. L. Feldstein, The norms of science: on evaluation of the views of Meyerson, Duhem and</p><p>Peirce. Tese, Columbia, 1956.</p><p>71. A. Fick, Philosophischer Versuch über die Wahrscheinlichkeiten. Würzburg, 1883.</p><p>72. Y. Fink, Étude critique de la notion de la loi chez Comte et de son influence. Paris,</p><p>1907.</p><p>73. F. Finklestein, Die allgemeinen Gesetz bei Comte und Mill. Heidelberg, 1911.</p><p>74. S. Fiscu, Ernst Mach’s Philosophie und Psychologie. Tese, Viena, 1920.</p><p>75. S. Floss, An outline of the philosophy of A.A. Cournot. Filadélfia, 1941.</p><p>76. W. Forster, Wahrheit und Wahrscheinlichkeit. Berlim, 1875.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>133</p><p>77. H.-C. Freiseleben, Galileo Galilei: Physik und Glauben an der Wende zür Neuzeit.</p><p>Stuttgart, 1956.</p><p>78. J. Fries, System der Logik. Heidelberg, 1811.</p><p>79. J. Fries, Versuch einer Kritik der Principien der Wahrscheinlichkeitsrechnung.</p><p>Braunschweig; 1842.</p><p>80. M. Freundlieb, “Zur Entstehung des Terminus ‘contingens’”, Philosophisches</p><p>Jahrbuch 47 (1934), 432-40.</p><p>81. C. de Freycinet, Essais sur la philosophie des sciences. Paris, 1896.</p><p>82. L. Gilson, Méthode et Métaphysique selon Franz Brentano. Paris, 1955.</p><p>83. K. Gneisse, Deduction und Induction. Estrasburgo, 1899.</p><p>84. W.’s Gravesande, Introductio ad philosophiam, metaphysicam et logicam continens.</p><p>Veneza, 1737.</p><p>85. T. Green, “The logic of J.S. Mill”, em seus Works. Londres, 1886; vol. 2,</p><p>195-333.</p><p>86. L. Grunicka, Der Begriff der Tatsache in der</p><p>positivistischen Philosophie des 19</p><p>Jahrhunderts. Halle, 1930.</p><p>87. M. Gueroult, L’évolution et la structure de la doctrine de la science chez Fichte.</p><p>2 vols., Paris, 1930.</p><p>88. R. Haberl, William King Clifford als Philosoph. Tese, Viena, 1908.</p><p>89. A. Hartson, Die Methode der wissenschaftlichen Darstellung. Halle, 1868.</p><p>90. J. Herschel, Essays from the Edinburgh and Quarterly reviews… Londres, 1857.</p><p>91. J. Hibben, Inductive logic. Londres, 1896.</p><p>92. E. Hiebert, “Mach’s philosophical use of the history of science”, em R.</p><p>Stuewer (org.), Historical and philosophical perspectives on science (Minneapolis,</p><p>1970), 184-203.</p><p>93. E. Hiebert, “The genesis of Mach’s early news on atomisin”, Boston Studies in</p><p>the Philosophy of Science 6 (1970), 79-106.</p><p>94. C. Hillemand, “Du degré de certitude de la médicine, d’après Cabanis”,</p><p>Progrès Médical (1932), nº 2, col. 66-71; nº 7, col. 294-301; nº 19, col. 823-</p><p>832.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>134</p><p>95. Hippocrates, The medical works (trad. de J. Chadwick and W. Mann). Oxford,</p><p>1950.</p><p>96. S. Hodgson, The relation of philosophy to science. Londres, 1884.</p><p>97. S. Hodgson, Philosophy and experience. Londres, 1885.</p><p>98. H. Holf, “Claude Bernard on experimental médicine”, em Perpectives in</p><p>biology and medicine, 1964.</p><p>99. M. Horton, “In defense of Francis Bacon”, Stud. Hist. Phil. Sci. 4 (1973),</p><p>241-78.</p><p>100. R. Hubert, “La théorie de la connaissance chez Auguste Comte”, Revue</p><p>Philosophique 99 (1925), 257-82.</p><p>101. P. Ioennou, Die Erfahrung in Platons Ideenlehre: Die Idee als Gestalt der Erfahrung.</p><p>Tese, Munique, 1936.</p><p>102. T. Jacob, Inductive Erkenntnis. Berlim, 1881.</p><p>103. E. Jaesche, Das Grundgesetz der Wissenschaft. Leipzig, 1886.</p><p>104. F. Jahn, David Humes Kausalitätstheorie. Tese, Leipzig, 1895.</p><p>105. J. James, The Philosophy of Lord Bacon. Bradford, 1860.</p><p>106. P. Janet, Les causes finales. Paris, 1876. (Trad. inglesa, Nova Iorque, 1894.)</p><p>107. H. Jones, “Some reflections on the beginnings of experimental science”,</p><p>Annals of Science 6 (1948/50), 283-92.</p><p>108. E. Jung, Causa finalis: eine Baconstudie. Tese, Giessen, 1894.</p><p>109. E. Kapp, “Theorie und Praxis bei Aristoteles und Platon”, Mnemosyne 6</p><p>(1938), 179 segs.</p><p>110. L. Keeler, The problem of error from Plato to Kant. Roma, 1934.</p><p>111. T. Kucharski, “La méthode d’Hippocrate dans le Phedre”, Revue des études</p><p>grecques 52 (1933).</p><p>112. G. Kuebler, The argument from probability in early Attic oratory. Chicago, 1944.</p><p>113. J.-H. Kuhn, System und Methodenprobleme in Corpus Hippocraticum. Wiesbaden,</p><p>1956.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>135</p><p>114. L. Laboulle e H. Levy, “Some questions of scientifc method in the ‘siècle</p><p>des lumières’” AS 2 (1937), 153-163.</p><p>115. J. Lachelier, Oeuvres. 2 vols., Paris, 1933.</p><p>116. W. Laing, Lord Bacon’s philosophy: a criticism. Londres, 1873.</p><p>117. P. Laplace, Essai philosophique sur les probabilités. Paris, 1814.</p><p>118. P. Lamy, Claude Bernard, le naturalisme et le positivisme. Paris, 1928.</p><p>119. P. Lange, Logische Studien. Iserlohn, 1877.</p><p>120. J. Larson, “Linnaeus and the natural method”, Isis 58 (1967), 304-20.</p><p>121. J. Larson, “Goethe and Linnaeus”, JHI 28 (1967), 590-96.</p><p>122. J. Larson, “The species concept of Linnaeus”, Isis 59 (1968), 291-99.</p><p>123. L. Laudan, “Theories of scientific method from Plato to Mach: a</p><p>bibliographic review”, History of Science 7 (1968), 1-63.</p><p>124. L. Laudan, “Towards a re-assessment of Comte’s ‘méthode positive’ ”,</p><p>Philosophy of Science 38 (1971), 35-53.</p><p>125. L. Laudan, “William Whewell on the consilience of inductions”. The Monist</p><p>55 (1971), 368-91.</p><p>126. L. Laudan, “Thomas Reid and the Newtonian turn of British methodological</p><p>thought”, em R. Butts e J. Davis (orgs.) The methodological heritage of Newton</p><p>(Toronto, 1970), 103-31.</p><p>127. L. Laudan, “G.-L. Le Sage: a case study in the interaction of physics and</p><p>philosophy”, em Akten des II. Int. Leibniz Kongresses, Hanover 17-22 de</p><p>julho de 1979 (Wiesbaden, 1974), vol. 2, pp. 241-52.</p><p>128. L. Laudan, “The methodological foundations of Mach’s anti-atomism and</p><p>their historical roots”, em P. Machaner e T. Turnbull, (orgs.), Motion and</p><p>Time, Space and Matter. (Columbus, O., 1976), 390-417.</p><p>129. L. Laudan, “Peirce and the trivialization of the self-correcting thesis”.</p><p>130. L. Laudan, “The sources of modern methodology”, em R. Butts e J.</p><p>Hintikka, (orgs.), Historical and Philosophical Dimensions of Logic (Dordrecht,</p><p>1977), 3-20.</p><p>131. L. Laudan, Progress and its problems. Berkeley, 1977.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>136</p><p>132. R. Laudan, “Ideas and institutions”: a ser publicado proximamente.</p><p>133. C. Lechalas, “A propos de Cournot: hasard et déterminisme”, RMM 14</p><p>(1906), 109-114.</p><p>134. F. LeDantec, Les lois naturelles. Paris, 1904.</p><p>135. J. Levin, Notes on Inductive Logic. Cambridge, 1885.</p><p>136. S. Lhuiker and P. Prevost, “Sur l’art d’estimer la probabilité des causes par</p><p>les effets”, Mémoires de l’Academie Royale. Berlim, 1799.</p><p>137. L. Liard, “Théorie de la science et de l’induction d’après Whewell”, Revue</p><p>Philosophique 8 (1879), 33-48.</p><p>138. L. Liard, La science positive et la métaphysique. Paris, 1879.</p><p>139. C. Liebmann, Die Logik von Port-Royal im Verhaltnis zu Descartes. Tese,</p><p>Leipzig, 1902.</p><p>140. J. McGuire, “Atoms and the ‘analogy of nature’: Newton’s third rule of</p><p>philosophizing”. Stud. in Hist. and Phil. of Sci. 1 (1970), 3-58.</p><p>141. E. McMullin, “Geymonat on Galileo”, The Modern Schoolman 47 (1970).</p><p>142. T. Macaulay, Essays. Londres, 1885.</p><p>143. E. Madden, “Aristotle’s treatment of probability and signs”, POS 24</p><p>(1957), 167-72.</p><p>144. E. Madden, “Peirce on probability”, em Moore e Robin, 122-40.</p><p>145. F. Magy, De la science et de la nature. Paris, 1865.</p><p>146. G. Mannlicher, Die Kausalkritik Humes und ihre Auswirkung im Positivismus.</p><p>Tese, Viena, 1933.</p><p>147. A. Martini, Il metodo in generale: analisi e sintesi. Ascoli, 1899.</p><p>148. M. Mendelssohn, “Über die Wahrscheinlichkeit”, em Schriften zur Philosophie,</p><p>Aesthetik und Apologetik (org. M. Brasch), Leipzig (1880), 105- 130.</p><p>149. F. Mentre, “Les racines historiques du probabilisme de Cournot”, RMM</p><p>(1905), 485-508.</p><p>150. D. Mercken, Le principe inductif. Hasselt, 1897.</p><p>151. M. Mersenne, La vérité des sciences contre les sceptiques ou Pyrrhoniens. Paris, 1625.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>137</p><p>152. E. Meyer, Humes und Berkeleys Philosophie der Mathematik. Halle, 1894.</p><p>153. G. Milhaud, “Le hasard chez Aristote et chez Cournot”, RMM 10 (1902),</p><p>667-81.</p><p>154. J. Mittelstrass, “Remarks on nominalistic roots of modern science”,</p><p>Organon 4 (1967), 39-46.</p><p>155. J. Mittelstrass, Neuzeit und Aufklärung. Studien zur Entstehung der Neuzeitlichen</p><p>Wissenschaft und Philosophie. Berlim, 1970.</p><p>156. J. Mittelstrass. Die Möglichkeit von Wissenschaft. Frankfurt, 1974.</p><p>157. A. Mondot, Essai sur la méthode inductive. Paris, 1855.</p><p>158. T. Morgan, Philosophical principles of medicine. Londres, 1725.</p><p>159. J. Morris, “Descartes and probable knowledge”, JHP 8 (1970), 303-12.</p><p>160. G. Mourelas, L’épistemologie positive et la critique meyersonienne. Paris, 1962.</p><p>161. L. Narval, “Rôle de l’expérience dans les anciennes conceptions du monde”,</p><p>Philosophie Positive 22 (1879), 181 segs.</p><p>162. E. Netto, “Kombinatorik, Wahrscheinlichkeitsrechnung…” em M. Cantor</p><p>(org.), Vorlesunger über Geschichte der Mathematik. Leipzig (1908), vol. 4, 221</p><p>segs.</p><p>163. John Newton, Introduction to the art of logic. Londres, 1671.</p><p>164. D. Oldrayd, “Robert Hooke’s Methodology of science…”, BJHS 6 (1972),</p><p>109-30.</p><p>165. R. Olsen, Scottish philosophy and British physics, 1750-1880. Princeton, 1975.</p><p>166. J. Oppenheimer, “John</p><p>Hunter, Sir Thomas Browne and the experimental</p><p>method”, Bull Hist. Medicine 21 (1947), 17-32.</p><p>167. M. Osler, “John Locke and the changing ideal of scientific knowledge”,</p><p>JHI 31 (1970), 3-16.</p><p>168. G. Patru, Esprit et méthode de Bacon en philosophie. Paris, 1854.</p><p>169. V. Pellarin, Essai critique sur la philosophie positive. Paris, 1866.</p><p>170. E. Pfleiderer, Empiricismus und Skepsis in Hume’s Philosophie. Berlim, 1886.</p><p>171. J. Piveteau et al. (orgs.), Oeuvres philosophiques de Buffon. Paris, 1945.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>138</p><p>172. G. Plochmann, “William Harvey and his methods”, Studies in the Renaissance</p><p>10 (1963), 192-210.</p><p>173. M. Pohlenz, Hippokrates und die Begründung der wissenschaftlichen Medizin.</p><p>Berlim, 1938.</p><p>174. S. Poisson, Recherches sur la probabilité des jugements. Paris, 1837.</p><p>175. B. Powell, The connexion of natural and divine truth: or, the study of the inductive</p><p>philosophy considered as subservient to theology. Londres, 1838.</p><p>176. J. Powell, Truth and error. Chicago, 1898.</p><p>177. P. Prevost, “Sur l’art d’estimer la probabilité des causes par les effets”,</p><p>Mémoires de l’Académie. Berlim (1796), 3-24.</p><p>178. C. de Remusat, “Philosophie de Cabanis”, RDM (1844), 316-49.</p><p>179. W. Riese, “The principle of individual causation from Aristotle to Claude</p><p>Bernard”, Episteme 2 (1968), 111-20.</p><p>180. J. Rigg, The place of hypothesis in experimental science”, Mind 12 (1887),</p><p>549-63.</p><p>181. W. Risse, “Mathematik und Kombinatorik in der Logik der Renaissance”.</p><p>Archiv für Philosophie 11 (1962).</p><p>182. C. Ritter, Platons Stelhung zu den Aufgaben der Naturwissenschaft. Heidelberg. 1919.</p><p>183. O. Rittersporn, Berkeley und Mach. Tese, Viena, 1927.</p><p>184. C. Robbins. Presuppositions of Descartes’ scientific procedure. Tese de mestrado, 1969.</p><p>185. J. Roger, “Reflexions sur l’histoire de la biologie (XVII-XVIII siècles):</p><p>problèmes de méthodes”, RHS 17 (1964), 25-40.</p><p>186. J. Roger, “Die Auffassung des Typus bei Buffon und Goethe”,</p><p>Naturwissenschaften 52 (1965), 313-19.</p><p>187. B. Rollin, “Thomas Browne’s criticism of Hume on causation”, AGP 51</p><p>(1969), 85-103.</p><p>188. J. Rostand, Les origines de la biologie expérimentale et l’abbé Spallanzani. Paris, 1951.</p><p>189. R. Savioz, La philosophie de Charles Bonnet. Paris, 1948.</p><p>190. M. Sciacca, “Galileu filósofo”, Revista Portuguesa de Filosofia 21 (1965), 50-65.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>139</p><p>191. A. Schinz, “Le positivisme est une méthode et non un système”, Revue</p><p>Philosophique 47 (1899), 63-75.</p><p>192. J. Schleichert, Berkeley und Mach. Tese, Viena, 1927.</p><p>193. W. Schmidt, “Fr. Bacon’s Theorie der Induction”, Zeitschrift für Philosophie</p><p>und Philosophische Kritik 112 (1898), 42-73.</p><p>194. K. Schumann, Die Grundlage der Wissenschaftslehre in ihren Umrisse: zu Fichtes</p><p>“Wissenschaftslehre” von 1794 und 1810. Haia, 1968.</p><p>195. W. Schultze, Hume und Kant über der Causalbegriff. Rostock, 1870.</p><p>196. G. Seailles, La philosophie de Jules Lachelier. Paris, 1935.</p><p>197. J. Sergeant, The method to science. Londres, 1696.</p><p>198. A. Sesmat, “Controverses médievales sur la valeur des hypothèses</p><p>astronomiques”, Revue de Philosophie 28 (1938), 381-409.</p><p>199. M. Shepherd, An essay upon the relation of cause and effect, with observations upon</p><p>the opinions of Dr. Brown. Londres, 1824.</p><p>200. Y. Simon, Prevoir et savoir, études sur l’idée de la necessité dans la pensée scientifique</p><p>et en philosophie. Montreal, 1944.</p><p>201. C. Simunovic, Philosophie de Rogierus Boskovie. Tese, Viena, 1927.</p><p>202. N. Smith, The philosophy of David Hume. Londres, 1941.</p><p>203. B. Snell, Ausdrucke für den Begriff des Wissens in der vorplatonischen Philosophie.</p><p>Berlim, 1924.</p><p>204. G. Sorel, “Le calcul des probabilités et l’expérience”, Revue Philosophique 23</p><p>(1887), 50-66.</p><p>205. T. Spencer, Art of logic. Londres, 1628.</p><p>206. W. Stebbing, Analysis of Mr. Mill’s system of logic. Londres, 1864.</p><p>207. J. Stimson, Organon of science. Eureka, Califórnia, 1879.</p><p>208. W. Suchting, “Berkeley’s criticism of Newton on space and motion”, Isis</p><p>58 (1967), 186-97.</p><p>209. Todhunter, History of the mathematical theory of probability… Londres, 1865.</p><p>Laurens Laudan</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>140</p><p>210. J. Trembley, “De probabilitate causarum ab effectibus oriuncla”,</p><p>Commentationes Societatis Regiae Scientiarum Gottingiensis 103 (1795-98).</p><p>211. A. Tucker, “Effects and causes”, em seu Light of nature pursued, 2 ed., vol. 3</p><p>(Londres, 1805), 123-128.</p><p>212. A. Tucker, “Hypotheses”, ibid., 313-321.</p><p>213. G. Vailati, Il metodo dedutivo come strumento di ricerca. Turim, 1894.</p><p>214. J. Venn, The logic of chance. Londres, 1866.</p><p>215. L. Vastel, L’art de conjectures. Caen, 1801.</p><p>216. G. Ventura, De methodo philosophandi. Roma, 1828.</p><p>217. W. Voise, “La raison et l’expérience dans les sciences sociales de la fin de</p><p>l’époque de la renaissance”, AIHS 13 (1960), 106-10.</p><p>218. G. Della Volpe, La filosofia dell’esperienza de David Hume. 2 vols., Florença, 1933-35.</p><p>219. W. Wallace, Causality and scientific explanation. 2 vols., Ann Arbor, 1974.</p><p>220. E. Waring, An essay on the principles of human knowledge. Cambridge, 1794.</p><p>221. J. Wentworth, The logic of introspection: or, method in mental science. Nova</p><p>Iorque, 1886.</p><p>222. W. Wightman, “Quid sit methodus: ‘method’ in sixteenth-century medical</p><p>teaching and ‘discovery’ ”, J. Hist. Med. 19 (1964), 360-76.</p><p>223. J. Wilson, “The formal cause in Bacon”, no seu Statement and inference.</p><p>Oxford, 1926, vol. 2.</p><p>224. R. Wohl, “Buffon and his project for a new science”, Isis 51 (1960), 186-99.</p><p>225. S. Wotton, The art of logic. Londres, 1626.</p><p>226. G. Wyrouboff, “Certain et probable, absolu et rélatif ”, Philosophie Positive 1</p><p>(1867), 165 segs.</p><p>227. G. Wyrouboff, “Hypothèses scientifiques”, Philosophie Positive 25 (1880),</p><p>169 segs.</p><p>228. G. Wyrouboff, “Ésprit métaphysique en chimie”, Philosophie Positive 23</p><p>(1882), 177 segs.</p><p>229. J. Yolton, Locke and the compass of human understanding. Cambridge, 1970.</p><p>TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO DE PLATÃO A MACH</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>AS TEORIAS DO MÉTODO NA ANTIGUIDADE E NA IDADE MÉDIA</p><p>OS ASPECTOS METODOLÓGICOS DA REVOLUÇÃO COPERNICANA</p><p>AS TEORIAS DO MÉTODO DE BACON A NEWTON</p><p>AS TEORIAS DO MÉTODO NO SÉCULO 18</p><p>A METODOLOGIA NO SÉCULO 19</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 19</p><p>que, na medida em que a história da epistemologia não é a história da filosofia</p><p>da ciência, ela simplesmente não tem direito de ser chamada de epistemologia.</p><p>Tanto do ponto de vista histórico quanto etimológico, a epistemologia ou a</p><p>teoria do conhecimento denotava a investigação dos problemas conceituais e</p><p>dos fundamentos da ciência. Na realidade, a expressão ‘filosofia da ciência’ só</p><p>veio a alcançar grande difusão porque os epistemólogos esqueceram que</p><p>deveriam estudar a filosofia da ciência em lugar de problemas esotéricos que</p><p>não eram instruídos pela própria ciência nem relevantes para ela. Idealmente,</p><p>portanto, as histórias da filosofia da ciência e da epistemologia deveriam</p><p>coincidir em grande medida. Que hoje não seja assim é resultado de sucessivas</p><p>gerações de filósofos persuadidos de que poderiam compreender melhor a</p><p>natureza do conhecimento permanecendo completamente ignorantes do seu</p><p>melhor exemplo.</p><p>Ao lado da ausência de categorias narrativas relevantes, a historiografia</p><p>do método se ressente da atenção insuficiente dada à evolução histórica dos</p><p>conceitos fundamentais da matéria. Compreenderíamos com muito mais clareza</p><p>a história do método se soubéssemos sob que circunstâncias precisas se</p><p>desenvolveram noções como lei, indução, hipótese, refutação e experimento11.</p><p>Além disso, há, sem dúvida, inúmeros aspectos da evolução dessas noções que</p><p>exigem especial atenção. Tomando como exemplo o caso da experimentação, é</p><p>necessário saber quando os experimentos começaram a desempenhar um papel</p><p>decisivo no método dos filósofos naturais. É óbvio que não podemos oferecer</p><p>uma resposta satisfatória a essa questão limitando-nos a apontar os numerosos</p><p>experimentos realizados pelos gregos ou pelos escolásticos. Embora muitos</p><p>experimentos tenham sido executados na Antiguidade e na Idade Média, é</p><p>duvidoso que se atribuísse uma importância crucial a esses testes empíricos</p><p>ocasionais. Na realidade, os experimentos (e as experiências em pensamento)</p><p>que figuram nas obras de Aristóteles, Galeno, Ptolomeu, Buridan e outros, são,</p><p>11 Para encontrar algumas interessantes tentativas de estudo desses conceitos, ver</p><p>Buchdahl 1967; Boutroux 1895; Crombie 1953a, 1959a, 1959b, 1963b; Grant 1962;</p><p>Schramm 1963; Simard 1965 e Zilsel 1942.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 20</p><p>de hábito, mencionados somente en passant. Mesmo quando descritos em</p><p>minuciosos detalhes, tais experimentos têm, em geral, apenas o caráter de</p><p>ilustrações ou aplicações e não de demonstrações ou refutações. O momento</p><p>exato em que a experimentação começou a assumir um papel dominante na</p><p>investigação científica constitui, evidentemente, uma questão urgente para o</p><p>historiador do método, questão para a qual ainda não existem respostas muito</p><p>satisfatórias. E outros conceitos metacientíficos estão a exigir igualmente uma</p><p>cuidadosa investigação histórica.</p><p>Se tivéssemos tais conhecimentos, talvez pudéssemos compreender</p><p>melhor a aversão por hipóteses que Newton, Comte e Mill manifestavam. (A</p><p>esse respeito, é certamente irônico constatar que alguns autores que escreveram</p><p>sobre a teoria newtoniana do método científico consagraram, por vezes, mais</p><p>atenção ao que ele poderia ter querido dizer por ‘fingo’ do que ao que ele</p><p>entendia por ‘hypotheses’.) Do mesmo modo, quando Whewell e Mill discutiam</p><p>sobre a natureza da indução, é evidente que ambos utilizavam o termo de</p><p>maneira radicalmente diferente. É obviamente impossível, contudo, situar esse</p><p>debate no seu contexto histórico apropriado antes de adquirir uma noção mais</p><p>clara do que significava em geral a indução no fim do século 18 e no início do</p><p>século 19.</p><p>Outro provável ponto fraco na historiografia do método científico foi a</p><p>sua preocupação com um número reduzido de textos clássicos, à exclusão de</p><p>vários indivíduos, questões e argumentos de grande interesse. Qualquer</p><p>estudioso da matéria sabe muitas coisas sobre Newton, Bacon, Comte,</p><p>Whewell, Bernard, Mill e Peirce, mas saberá alguma coisa dos outros</p><p>metodólogos que, aparentemente, desempenharam papel de destaque na</p><p>filosofia da ciência da sua época? Saberá alguma coisa, por exemplo, de Galeno,</p><p>Mariotte, Hooke, Boyle, Diderot, Senebier, Reid e Apelt? Esses indivíduos</p><p>figuram raramente em histórias do método, embora uma compreensão de suas</p><p>filosofias seja indubitavelmente essencial para uma concepção clara do</p><p>desenvolvimento do tema.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 21</p><p>Mesmo essa falha, entretanto, não seria tão grande se estivéssemos em</p><p>condições de afirmar que pelo menos os textos clássicos foram estudados com</p><p>o devido cuidado, sendo agora razoavelmente bem compreendidos.</p><p>Infelizmente, isso está longe de ser verdade. Embora alguns aspectos dessas</p><p>obras tenham sido analisados em detalhe, ainda não dispomos de nenhuma</p><p>análise aprofundada do (para citar apenas alguns exemplos) Cours de philosophie</p><p>positive, de Comte; do System of logic, de Mill; da Philosophy of the inductive sciences, de</p><p>Whewell; ou dos Principles of science, de Jevons. É bem provável que esses</p><p>trabalhos, a seu próprio modo, sejam tão importantes para a história do método</p><p>quanto o são, para a história da epistemologia, o Inquiry, de Hume; a Kritik der</p><p>reinem Vernunft, de Kant; ou o Tractatus, de Wittgenstein. E, no entanto,</p><p>possivelmente porque os epistemólogos levam a sua própria história mais a</p><p>sério do que os filósofos da ciência, se já podemos contar com exegeses</p><p>razoavelmente aprofundadas do Inquiry, da Kritik e do Tractatus, as obras de</p><p>Comte, Mill, Whewell e de Jevons, ao contrário, repousam tristemente nas</p><p>estantes das bibliotecas. Na realidade, se descontarmos as exceções</p><p>extraordinárias representadas pelos Segundos analíticos, de Aristóteles, e pelas</p><p>Regulae, de Descartes, nenhum tratado substancial sobre o método científico foi</p><p>examinado, em publicações, tão exaustivamente quanto mereceria.</p><p>Embora eu tenha sublinhado a necessidade de reconhecer a história da</p><p>metodologia como um tema autônomo e não apenas como um apêndice menor</p><p>da história da epistemologia ou da história da ciência, seria manifestamente</p><p>absurdo sugerir que é possível compreender o seu desenvolvimento fora do</p><p>contexto de certas suposições epistemológicas de caráter geral e de problemas</p><p>científicos específicos. Importa, em particular, evitar o erro que consiste em</p><p>separar seletivamente as controvérsias metodológicas das questões científicas</p><p>que lhes conferiam substância e significação. O debate renascentista sobre as</p><p>hipóteses, por exemplo, só pode ser apreciado em função das doutrinas</p><p>astronômicas discutidas na época. Do mesmo modo, o debate que se</p><p>desenrolou no final do século 19 acerca dos méritos metodológicos dos</p><p>modelos, estava estreitamente ligado à polêmica científica entre os atomistas e</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 22</p><p>os energeticistas12. Outro ponto evidente de confluência se encontra na</p><p>conexão entre a filosofia corpuscular e as questões metodológicas no século</p><p>1713. Visto que os cientistas muitas vezes acham conveniente usar armas</p><p>metodológicas quando não conseguem derrotar seus adversários com armas</p><p>experimentais, o historiador do método sempre deve procurar a motivação</p><p>científica tática que se esconde sob a adoção de uma determinada regra ou</p><p>teoria metacientífica. Sem pretender sugerir que as discussões metodológicas</p><p>sempre tomam a forma de uma apologia pro sua scientia, é forçoso reconhecer que</p><p>os cientistas muitas vezes se voltam para a metodologia na esperança de</p><p>racionalizarem as suas próprias convicções teóricas e procedimentos</p><p>experimentais14.</p><p>Não podemos encerrar esse tópico sem dizer que cabe aos positivistas</p><p>lógicos uma boa parte da responsabilidade pelo abandono</p><p>da história do</p><p>método nos nossos dias. Tanto na sua concepção da natureza da filosofia da</p><p>ciência como na atitude desdenhosa e condescendente em relação aos seus</p><p>predecessores, os filósofos do Círculo de Viena fizeram muito para</p><p>desencorajar um estudo sério da história da metodologia. Feita a acusação,</p><p>talvez seja necessário explicá-la mais detalhadamente.</p><p>Para começar, parece-me que a concepção mesma da filosofia da ciência</p><p>adotada pelos positivistas lógicos prejudica seriamente qualquer postura</p><p>afirmativa com respeito à relevância da história da filosofia da ciência para a</p><p>filosofia contemporânea. Segundo eles, a filosofia da ciência se concebe, antes</p><p>de mais nada, como uma análise cuidadosa e detalhada da estrutura lógica e dos</p><p>problemas conceituais da ciência contemporânea. Uma conseqüência da</p><p>generalização dessa afirmação está em que as filosofias da ciência anteriores se</p><p>ocupavam com os problemas filosóficos de teorias científicas já superadas.</p><p>12 Ver Hibben 1903.</p><p>13 Ver Harré 1964.</p><p>14 Como Sabra observou, as regras metodológicas geralmente “servem como</p><p>machines de guerre que sempre podemos dirigir contra os partidários de teorias rivais”</p><p>(Sabra 1967, p. 279, n.).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 23</p><p>Assim, na medida em que a ciência contemporânea difere da ciência mais</p><p>antiga, tais diferenças devem necessariamente se refletir nas respectivas</p><p>filosofias da ciência. Se essa tese é correta, não há nenhuma razão para que uma</p><p>investigação de filosofias da ciência caídas em desuso possa ter algo de</p><p>interessante a dizer aos filósofos da ciência dos nossos dias, pois elas foram</p><p>construídas com o propósito de tratar de um conjunto radicalmente diverso de</p><p>teorias científicas. Para confirmar esse ponto de vista, poder-se-ia aduzir os</p><p>problemas filosóficos engendrados pela teoria da relatividade, pela mecânica</p><p>quântica ou pela cibernética – problemas que, é evidente, só aparecem na</p><p>filosofia contemporânea da ciência.</p><p>Ora, se todos os problemas da filosofia da ciência estivessem, como</p><p>esses, tão estreitamente ligados à física contemporânea ou à teoria da</p><p>informação, a história do método teria, de fato, pouco mais do que um</p><p>interesse de antiquário. A afirmação em exame esquece, porém, o fato de que</p><p>muitos dos principais problemas da filosofa da ciência são problemas que</p><p>ressurgem permanentemente, problemas que não são engendrados por</p><p>nenhuma teoria em particular, mas por virtualmente qualquer teoria. Problemas</p><p>como os da formação de conceitos na ciência, da natureza da lei, da indução,</p><p>dos métodos experimentais, das hipóteses, da discriminação entre os elementos</p><p>a priori e os empíricos nas teorias; esses problemas e outros semelhantes não</p><p>foram inventados pela recente filosofa da ciência, nem as soluções</p><p>contemporâneas que a eles se oferecem são totalmente originais e sem</p><p>antecedentes. Além disso, como Beth convincentemente mostrou, os debates</p><p>recentes da filosofia da ciência “não se originam apenas nos resultados da</p><p>pesquisa científica contemporânea considerados em si mesmos, mas, ao</p><p>contrário, na incompatibilidade desses resultados com certas doutrinas</p><p>filosóficas preconcebidas” que foram herdadas do passado. Beth conclui que</p><p>“as discussões recentes sobre os fundamentos da matemática e da ciência física</p><p>não podem ser plenamente compreendidas sem referência ao seu background</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 24</p><p>histórico e filosófico”15. Embora sem endossar a opinião extremada de Del</p><p>Negro, segundo a qual “a única novidade [dos positivistas lógicos] em relação a</p><p>Mach se encontra no domínio formalista”16, parece plausível afirmar que o</p><p>positivismo lógico, assim como as filosofias da ciência mais recentes por ele inspiradas,</p><p>estão solidamente enraizados no desenvolvimento histórico do método</p><p>científico.</p><p>Apesar disso, os positivistas, bem como as escolas analítica e formalista</p><p>que lhes sucederam, parecem extraordinariamente relutantes em investigar com</p><p>cuidado a sua própria genealogia. Ou adotam, de um lado (1), a tese de que a</p><p>recente filosofia da ciência representa uma ruptura radical com todas as</p><p>tradições anteriores, ou então, de outra parte (2), sugerem que praticamente</p><p>todas as figuras céticas da história da ciência e da filosofia foram seus patronos</p><p>intelectuais. A primeira tendência encontra, talvez, a sua ilustração mais</p><p>sugestiva na hesitação de Carnap em designar a filosofia do Círculo de Viena</p><p>pelo nome de ‘positivismo lógico’, pois tal etiqueta, segundo ele, poderia</p><p>“sugerir um parentesco [histórico] excessivamente próximo com o antigo</p><p>positivismo, especialmente o de Comte e Mach”17. A segunda perspectiva é</p><p>exemplificada por Neurath18 e por Joergensen19 que pretendem, sem a menor</p><p>documentação, estarem incluídos na lista dos precursores do positivismo lógico: os</p><p>sofistas e os epicuristas, os nominalistas medievais, Bacon, Hobbes, Locke,</p><p>Hume, Bentham, Mill, Spencer, Descartes, Bayle, D’Alembert, Saint-Simon,</p><p>Comte, Poincaré, Leibniz, Bolzano, os philosophes, Mach, Avenarius, Helmholtz,</p><p>Riemann, Enriques, Botzmann, Einstein, Peano, Frege, Schröder, Russell,</p><p>15 Beth 1950, p. 27.</p><p>16 Del Negro 1942, p. 8.</p><p>17 Carnap 1936, p. 422. Assinale-se também a observação de Carnap segundo a qual,</p><p>“... embora o Círculo de Viena seja às vezes designado como Positivístico, não é certo</p><p>que essa designação seja bem apropriada para nós. O nome Positivismo Lógico parece</p><p>mais conveniente, mas pode também produzir mal-entendidos.” (Philosophy and logical</p><p>syntax, cap. 1, sec. 3).</p><p>18 Neurath 1935, p. 58.</p><p>19 Joergensen 1951, p. 6.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 25</p><p>Whitehead, Pasch, Vailati, Hilbert, Feuerbach e Marx20. Em certo sentido, a</p><p>postura de Joergensen e de Neurath reflete, em relação à questão das</p><p>verdadeiras origens históricas da filosofia contemporânea da ciência, uma</p><p>atitude ainda mais desdenhosa do que a hesitação carnapiana em empregar</p><p>qualquer rótulo histórico. Com efeito, uma pseudo-história volúvel e</p><p>pretensiosa é potencialmente mais perigosa e enganadora do que a ausência de</p><p>qualquer história. Por outro lado, não melhora muito a situação a observação</p><p>condescendente de Schlick sobre a atitude dos positivistas frente à história da</p><p>filosofia:</p><p>Vis-à-vis de ces systèmes du passé nous manifesterons une compréhension</p><p>historique, leurs dogmes ne nous irritent plus; nous pouvons admirer en toute</p><p>bonne conscience les magnifiques époques d’une humanité qui, tout en</p><p>cherchant, tout en commettant des erreurs, fait preuve d’une profonde volonté</p><p>d’arriver à la vérité21.</p><p>Está claramente implicado nesse texto que os atuais filósofos da ciência não</p><p>deveriam perder muito tempo zombando dos seus velhos predecessores</p><p>filosóficos e que, na verdade, seria bem melhor simplesmente deixar de lado</p><p>essas lamentáveis coisas.</p><p>Até aqui, limitei-me a examinar a história do método da maneira mais</p><p>vaga e mais geral possível. Nas seções seguintes, gostaria de considerar mais</p><p>especificamente algumas das questões e problemas com que se defrontam o</p><p>historiador do método bem como a literatura existente sobre o assunto. Não</p><p>tenho a menor pretensão de apresentar o que segue como um panorama</p><p>20 Isso é apenas uma transcrição parcial das listas de precursores apresentadas por</p><p>Joergensen e Neurath. Weinberg é igualmente vago quando, numa discussão de nove</p><p>páginas sobre as origens do positivismo lógico, oferece os seguintes nomes como</p><p>‘precursores’ do Círculo de Viena: Kant, Comte, Leibniz, Cournot, Germain, Mill,</p><p>Spencer, Mach, Avenarius, Hertz, Popper-Lynkus, Boole, DeMorgan, Peirce, Schröder,</p><p>Peano, Frege e Russell (Weinberg,</p><p>1960, pp. 2-10). Ver também a lista semelhante de</p><p>‘Vorfahren’ que Haeberli apresenta no seu livro Der Begriff der Wissenschaft im logischen</p><p>Positivismus, pp. 11-17.</p><p>21 Schlick 1938, p. 394.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 26</p><p>sinóptico do campo em questão. Ao contrário, trata-se apenas de oferecer</p><p>algumas observações esquemáticas que poderão facilitar o uso da bibliografia a</p><p>que elas introduzem.</p><p>AS TEORIAS DO MÉTODO NA ANTIGUIDADE E NA IDADE MÉDIA</p><p>Se é legítimo dizer que a ciência e a filosofia modernas encontram suas</p><p>raízes na Antiguidade, não é de surpreender que a Grécia também tenha</p><p>produzido as primeiras teorias coerentes sobre o método científico. Pode-se</p><p>afirmar, com reduzida margem de dúvida, que a principal contribuição da</p><p>Antiguidade a esse tema foram os Segundos analíticos de Aristóteles. Como</p><p>sugerem Foley22 e Vogel23, a noção de explicação científica que Aristóteles</p><p>formula nessa obra se aproxima sensivelmente de muitas discussões bem mais</p><p>recentes da questão, incluindo as de Hempel e Popper24. Também são de</p><p>grande importância a teoria aristotélica das quatro causas, o seu tratamento da</p><p>axiomática25 e a interessante análise, embora obscura, da indução e da formação</p><p>de conceitos que se encontra no último capítulo do Livro II dos Segundos</p><p>analíticos. Muito se escreveu, no século passado, sobre a filosofia aristotélica da</p><p>ciência; na verdade, essa literatura é tão abundante que não posso fazer mais do</p><p>que remeter o leitor à bibliografia relevante26. O resultado talvez mais</p><p>importante desses numerosos estudos foi o surgimento de argumentos</p><p>plausíveis que levam a considerar Aristóteles como a figura principal na história</p><p>22 Foley 1953.</p><p>23 Vogel 1952.</p><p>24 As melhores exposições resumidas da teoria aristotélica do método são</p><p>provavelmente as de McKeon 1947 e Beth 1950.</p><p>25 Sobre as idéias de Aristóteles acerca dos sistemas formais, ver Apostle 1958 e H.</p><p>Lee 1935.</p><p>26 Além das obras já citadas, ver Bourgey 1955; A. Brunet 1936; Buchdahl 1963c;</p><p>East 1958; Evans 1958; Görland 1909; Kaminski 1965; LeBlond 1938; Leuckfeld 1895;</p><p>Madkour 1934; Mignucci 1965; Moraux 1961; Moser 1961; Simon e Menger 1948;</p><p>Scotti 1935; Simard 1956; Suter 1939; Svoboda 1937; J. Taylor 1948; Whewell 1860;</p><p>Armstrong 1962; Labbas 1931; e Wieland 1960. (110, 143, 153).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 27</p><p>da metodologia científica. Como observa E.W. Beth, “foi Aristóteles... quem</p><p>apresentou uma teoria da ciência que, nos séculos posteriores, veio a orientar e</p><p>até dominar o pensamento filosófico e científico”27. E é certo que os filósofos</p><p>da ciência na Idade Média e no século 17, e mesmo, até certo ponto, no século</p><p>19, ainda trabalhavam, em grande medida, dentro dos limites dos problemas</p><p>metodológicos debatidos pelo Estagirita e pelos seus comentadores28.</p><p>É evidente, porém, que Aristóteles não foi em absoluto o único</p><p>personagem da Antiguidade a apresentar interesse metodológico. A discussão</p><p>que faz Platão29 de problemas como os da linha dividida e da dialética, bem</p><p>como o probabilismo do Timeu, são obviamente importantes para a história do</p><p>método, como também o é o provável vínculo de Platão com a tradição grega</p><p>posterior de ‘salvar os fenômenos’30, tradição essa que certamente merece um</p><p>exame mais atento do que o que tem recebido31. A julgar, pelo comentário de</p><p>27 Beth 1950, p. 27. Randall adota uma opinião semelhante quando afirma que “toda</p><p>grande literatura sobre o método, tão abundante nos escritos científicos do século 17, é,</p><p>no fundo, uma série de notas de rodapé ao Organon de Aristóteles” (Randall 1961, p.</p><p>63).</p><p>28 Para estudos detalhados sobre as influências posteriores de Aristóteles, ver</p><p>Crombie 1953b; Kosman 1964; Larson 1962; Randall 1961 e Vogel 1952.</p><p>29 As principais discussões das idéias de Platão acerca de vários aspectos da</p><p>metodologia e da filosofia da ciência se encontram em Burkert 1962; Gruenfelder 1960;</p><p>Halévy 1896; Hammond 1935; Perls 1937; Robin 1937; Solmsen 1940; Tumarkin 1937;</p><p>e Whewell 1860. (101, 110, 182).</p><p>30 No seu comentário sobre o De coelo, Simplicius afirmava ter sido Platão o</p><p>fundador da tradição ‘instrumentalista’ que seria associada mais tarde à expressão</p><p>‘apparentias salvare’: “Platão admite em princípio que os corpos celestes se movem</p><p>com um movimento circular uniforme e constante; ele apresenta, então, o seguinte</p><p>problema aos matemáticos: Quais são os movimentos circulares uniformes e</p><p>perfeitamente regulares que deveríamos adotar como hipóteses a fim de salvar as</p><p>aparências que os planetas apresentam?” (Simplicius, In Aristotelis quatour libros de coelo</p><p>commentaria, livro II, comentário 43).</p><p>31 Ao que sei, os únicos estudos detalhados da tradição de ‘salvar os fenômenos’ na</p><p>ciência grega são os de Duhem 1908 e Altenburg 1905. Um exame mais recente da</p><p>questão foi feito por Owen 1961. Para uma exposição esquemática mas muito sugestiva</p><p>da influência de Platão sobre o pensamento metodológico posterior, ver Perls 1937.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 28</p><p>Simplício sobre a Física, os metodólogos gregos distinguiam entre a astronomia</p><p>e a física (ou filosofia natural), atribuindo um objetivo instrumental à primeira e</p><p>um objetivo essencialista à segunda. Simplício cita Geminus (século primeiro</p><p>depois de Cristo), que teria escrito:</p><p>Ora, o astrônomo e o físico terão, em muitos casos, o objetivo de demonstrar a</p><p>mesma coisa... mas não procederão pelo mesmo caminho. O físico demonstrará</p><p>cada fato mediante considerações de essência ou substância... o astrônomo</p><p>demonstrará esses fatos pelas propriedades das figuras ou magnitudes ou pela</p><p>quantidade de movimento e o tempo que lhe é apropriado. Além disso, o físico,</p><p>em muitos casos, alcançará a causa ao procurar uma força criadora, mas o</p><p>astrônomo... não está qualificado para decidir sobre a causa32.</p><p>Duhem33 é convincente ao mostrar que a questão moderna: Quais são as</p><p>relações entre a teoria física e a metafísica?” já fora discutida pelos gregos em</p><p>resposta à pergunta: “Quais são as relações entre o conhecimento astronômico</p><p>e o conhecimento científico?”.</p><p>Já se disse muitas vezes que o principal defensor do ponto de vista</p><p>instrumental foi Ptolomeu, cujo Almagesto é habitualmente considerado como</p><p>um clássico do instrumentalismo. Embora essa interpretação pareça um tanto</p><p>duvidosa à luz de certas observações fortemente essencialistas que se</p><p>encontram no Almagesto e nas Hypotheses planetarum, deve-se admitir que a atitude</p><p>de Ptolomeu frente a essa questão capital ainda permanece bastante obscura; de</p><p>resto, um artigo sucinto de Kattsoff sobre o método científico de Ptolomeu</p><p>parece constituir a única tentativa séria de esclarecer a sua posição34. Há pouca</p><p>dúvida de que vários ptolomistas medievais e renascentistas eram</p><p>Depois de ter escrito esta nota, descobri o estudo extremamente interessante que</p><p>Mittelstrass publicou em 1962 sobre a tradição de salvar os fenômenos. Deve-se</p><p>também mencionar o trabalho ainda inédito de Sabra sobre essa questão.</p><p>32 Citado por Sambursky 1962, p. 135. A passagem completa pode ser encontrada</p><p>em Simplicius, In Aristotelis physicorum libros quatuor priores commentaria (ed. de H. Diels,</p><p>Berlim 1882, pp. 291-292).</p><p>33 Duhem 1908.</p><p>34 Ver Kattsoff 1947. Cf. também Duhem 1908, pp. 129-134.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 29</p><p>‘instrumentalistas’. Ora, desde o ensaio pioneiro de Duhem publicado há 60</p><p>anos, as origens e o desenvolvimento do instrumentalismo não voltaram a ser</p><p>estudados com cuidado e um grande número de fatos novos veio à luz</p><p>desde</p><p>aquela época.</p><p>Outro metodólogo grego de extraordinária importância foi Cláudio</p><p>Galeno, cuja utilização explícita das técnicas de refutação e confirmação</p><p>experimentais constituiu, provavelmente, uma das primeiras tentativas de</p><p>introduzir critérios formais de prova e de argumentação num texto científico.</p><p>Assim, embora aparentemente tenha sido Aristóteles o primeiro metodólogo a</p><p>estudar com atenção a estrutura lógica da teoria, Galeno foi o primeiro lógico</p><p>do teste de teorias. Os principais trabalhos de Galeno sobre metodologia se</p><p>perderam, mas deles restou um número suficiente para sugerir que as suas</p><p>idéias, bem como a sua influência, foram de fato muito profundas35. Kiefer e</p><p>Kalbfleisch examinaram minuciosamente algumas das teorias lógicas e</p><p>metodológicas de Galeno36.</p><p>Entre outros autores gregos que escreveram sobre o método e cujas</p><p>teorias foram analisadas recentemente, poderíamos mencionar Anaxágoras37,</p><p>Philodemus38 e Proclus. Existem, além disso, vários estudos sobre a</p><p>metodologia grega que se detêm mais na evolução dos problemas do que em</p><p>indivíduos. Dentre eles, podemos destacar o estudo feito por Altenburg39 da</p><p>noção de hipótese entre os gregos, o artigo de Scholz40 sobre a axiomática</p><p>35 Ver, em especial, a obra de Galeno On medical experience (traduzida por Waizer,</p><p>Londres 1944), o seu Techne, seu Ars medica (na coletânea Medicorum Graecorum opera,</p><p>editada por Kuhn, Leipzig, 1821, vol. 1) e os seus ensaios sobre as seitas médicas em</p><p>Daremberg, 1856, vol. 2. Ver também o ensaio de Wilkie, a ser publicado</p><p>proximamente, sobre a teoria da experimentação de Galeno. (59).</p><p>36 Kiefer 1961; Kalbfleisch 1897. Ver também J. von Müller 1894. O</p><p>desenvolvimento mais geral das idéias metodológicas entre os autores gregos biólogos e</p><p>médicos foi tratado por Senn 1923 e 1933.</p><p>37 Gershenson e Greenberg 1964.</p><p>38 DeLacy 1941.</p><p>39 Altenburg 1905.</p><p>40 Scholz 1930.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 30</p><p>grega, a análise efetuada por Balme41 da concepção grega do mecanismo e da</p><p>explicação mecânica, os artigos de Blüh42, de Burnet43 e de Lejeune44 sobre a</p><p>experimentação na ciência grega, a análise da metodologia estóica realizada por</p><p>Sambursky45, a abordagem apresentada por Stannard46 das teorias pré-</p><p>socráticas da explicação e, finalmente, os estudos mais gerais sobre a</p><p>metodologia grega de autores como Gomperz47, W. Jones48 e Mittelstrass49.</p><p>Há pouco mais de um século, Whewell ainda podia expurgar a Idade</p><p>Média quase completamente da história da metodologia como um período</p><p>retrógrado, salvo da escuridão total apenas pela presença de um punhado de</p><p>revolucionários clarividentes como Roger Bacon e Guilherme de Ockham50.</p><p>Talvez se possa perdoar a Whewell por tomar tal atitude, já que vários tratados</p><p>metodológicos medievais de grande importância eram praticamente</p><p>desconhecidos na sua época. Bem menos desculpável, porém, é o fato de que</p><p>George Sarton51, há apenas 15 anos, possa ter ido ainda mais longe do que o</p><p>próprio Whewell ao afirmar que houve uma única figura anterior ao século 17,</p><p>Roger Bacon, a compreender o método experimental. Graças ao trabalho de</p><p>vários especialistas, a nossa apreciação das teorias medievais do método sofreu</p><p>significativas alterações nas duas últimas décadas. E ainda que seja um tanto</p><p>41 Balme 1941.</p><p>42 Blüh 1949.</p><p>43 Burnet 1929.</p><p>44 Lejeune 1957.</p><p>45 Sambursky 1958.</p><p>46 Stannard 1965.</p><p>47 Gomperz 1957.</p><p>48 W. Jones 1946.</p><p>49 Mittelstrass 1962 e 1965. Ver também Burkert 1962; Chisholm 1941 e DeLacy</p><p>1945.</p><p>50 Whewell 1860.</p><p>51 Sarton 1952, p. 33.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 31</p><p>exagerada a tese primitiva de Crombie52 (segundo a qual as análises medievais</p><p>do método foram a condição sine qua non para a revolução científica), é bem</p><p>verdade, entretanto, que inúmeros progressos e esclarecimentos de extrema</p><p>importância resultaram da proliferação de comentários medievais e</p><p>renascentistas sobre os Segundos analíticos. É inegável, por exemplo, que as</p><p>discussões medievais acerca da ‘resolutio’ e da ‘compositio’ inauguraram as</p><p>tradições que levaram ao surgimento, no século 17, tanto do método indutivo</p><p>quanto do método hipotético-dedutivo. Embora tenham trabalhado</p><p>essencialmente no interior do esquema conceitual aristotélico, os escolásticos</p><p>dedicaram muito mais atenção do que os gregos ao exame de certas questões</p><p>referentes à relação entre observação e teoria, além de terem claramente</p><p>reconhecido que a insistência aristotélica em primeiros princípios indubitáveis</p><p>impunha restrições pouco razoáveis ao desenvolvimento teórico da ciência</p><p>natural.</p><p>Ainda não temos uma história geral da metodologia durante a Idade</p><p>Média, embora o livro Robert Grosseteste (1953), de Crombie, apresente um</p><p>tratamento bastante amplo dos séculos 13 e 1453.</p><p>Os melhores estudos sobre os últimos períodos da Idade Média e sobre a</p><p>Renascença são, provavelmente, o School of Padua (1961), de Randall, e o</p><p>Renaissance concepts of method (1960) de Gilbert. O mais antigo metodólogo latino</p><p>da Idade Média a receber séria atenção da parte dos eruditos foi Alberto</p><p>Magno, cuja obra foi analisada por Dezani54, Fernandez-Alonso55,</p><p>52 Ver Crombie 1953a e, para os seus próprios comentários sobre as suas posições</p><p>anteriores, ver o seu prefácio à segunda impressão (1962) dessa mesma obra. Cf.</p><p>também Crombie 1963b.</p><p>53 Apresentações sumárias mas de grande utilidade das teorias medievais do método</p><p>podem ser encontradas em Crombie, 1947, 1959a, 1959b; Duhem 1908 e Valdarini</p><p>1898. Pelo que sei, a literatura metodológica do Islã jamais foi estudada com cuidado;</p><p>na verdade, os únicos tratamentos que encontrei desse tópico foram o rápido exame</p><p>que Marmura (1965) realizou da teoria das ciências demonstrativas de al-Ghazali e o</p><p>trabalho de Schramm (1963) sobre a metodologia de Alhazen.</p><p>54 Dezani 1944.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 32</p><p>Grabmann56, Mansion57 e Tinivella58. Tomás de Aquino, aluno de Alberto, foi</p><p>estudado, do ponto de vista metodológico, por Ardley59, Collingwood60,</p><p>Meyer61, Régis62, Rimaud63 e Simard64. A mais clara apresentação de</p><p>Grosseteste, cujas obras receberam, provavelmente, análise mais completa do</p><p>que as de qualquer outro metodólogo medieval, se encontra nos estudos de</p><p>Crombie65, embora os trabalhos de Baur66, Dales67 e Michand-Quantin68</p><p>acrescentem esclarecimentos suplementares sobre essa figura extremamente</p><p>importante. A teoria geral da ciência defendida por Roger Bacon, bem como as</p><p>suas opiniões específicas a respeito do método científico, foram tratadas por</p><p>Alessia69, Carton70, Easton71, Hochberg72, Thorndike73, Tinivella74, Vasoli75 e</p><p>Wärschmidt76. Stokes77 estudou Guilherme de Ockham numa interessante</p><p>55 Fernandez-Alonso 1936.</p><p>56 Grabmann 1944.</p><p>57 Mansion 1956.</p><p>58 Tinivella 1944.</p><p>59 Ardley 1950.</p><p>60 Collingwood 1964.</p><p>61 Meyer 1934.</p><p>62 Régis 1948.</p><p>63 Rimaud 1925.</p><p>64 Simard 1965.</p><p>65 Crombie 1953a, 1953b, 1955b. Ver Dales 1961, para uma discussão crítica de</p><p>algumas conclusões de Crombie.</p><p>66 Baur 1914.</p><p>67 Dales 1963.</p><p>68 Michand-Quantin 1953.</p><p>69 Alessia 1957.</p><p>70 Carton 1924.</p><p>71 Easton 1952.</p><p>72 Hochberg 1953.</p><p>73 Thorndike 1914.</p><p>74 Tinivella 1944.</p><p>75 Vasoli 1956.</p><p>76 Wärschmidt 1914. Ver também Adamson 1876.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 33</p><p>dissertação. William Wallace, com a ambição de seguir o exemplo de Crombie</p><p>em seus trabalhos sobre Grosseteste, consagrou um livro à ótica e à</p><p>metodologia de Teodorico de Freiburg, que está longe, porém, de ser uma obra</p><p>muito legível ou muito</p><p>instrutiva78. Uma monografia recente escrita por</p><p>Weinburg79 examina algumas teorias da indução propostas na Idade Média.</p><p>Os especialistas dedicaram considerável atenção aos metodólogos</p><p>renascentistas, especialmente aos italianos, o que fez com que tenhamos hoje</p><p>uma visão um tanto mais clara acerca do clima de opinião metodológica que</p><p>predominava na época em que Galileu ainda era estudante. Além dos estudos</p><p>de Randall e de Gilbert já mencionados, devemos chamar a atenção para o</p><p>importante estudo sobre Zabarella produzido por Edwards80, para a análise da</p><p>metodologia de Nicolau de Cusa publicada por Patronnier de Gondillac81, para</p><p>os escritos de Duhem82 e de Solmi83 sobre as idéias metodológicas de</p><p>Leonardo da Vinci e, finalmente, para o exame da metodologia de Petrus</p><p>Ramus realizado por Duhamel84, Hooykaas85 e Ong86.</p><p>OS ASPECTOS METODOLÓGICOS DA REVOLUÇÃO COPERNICANA</p><p>Como vimos, os gregos distinguiam entre a física e a astronomia com</p><p>respeito aos objetivos correspondentes das duas disciplinas, sustentando que as</p><p>77 Stokes 1960. Cf. também Boehner 1945; Moody 1935; Moser 1932 e Thornburn</p><p>1918.</p><p>78 Wallace 1959.</p><p>79 J. Weinburg 1965.</p><p>80 Edwards 1960 Cf. também Randall 1941 e o artigo de C. Schmitt, a ser publicado</p><p>proximamente, sobre a teoria da experimentação de Zabarella.</p><p>81 Patronnier de Gondillac 1937.</p><p>82 Duhem 1906b.</p><p>83 Solmi 1905.</p><p>84 Duhamel 1948.</p><p>85 Hooykaas 1958.</p><p>86 Ong 1958a, 1958b. Ver também Rossi 1954, sobre Fracastorius; Yates 1954,</p><p>sobre Raimundo Lullio; Rashdall 1907, sobre Nicolau de Autrecourt; Duhem 1913 e</p><p>Ingarden 1954, sobre Buridan, e Weil 1932, sobre Pomponazzi.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 34</p><p>teorias astronômicas eram instrumentais, ao passo que eram realistas as teorias</p><p>físicas. Ao final da Idade Média e durante a Renascença, essa distinção passou a</p><p>receber investigações cuidadosas, resultando em inúmeras discussões de grande</p><p>importância metodológica. Duhem87 mostrou que os filósofos árabes, em</p><p>especial Averroës e al-Bitruji, defendiam a idéia de que a astronomia devia fazer</p><p>mais do que simplesmente salvar as aparências, devendo também se ocupar das</p><p>verdadeiras causas dos movimentos celestes88. Em suma, esses pensadores</p><p>pretendiam que a astronomia e a física eram, ambas, de natureza essencialista. A</p><p>dificuldade dessa doutrina estava em que a astronomia ptolomaica e a física</p><p>aristotélica, se interpretadas de maneira realista, eram totalmente incompatíveis.</p><p>Desejando preservar uma e outra, Tomás de Aquino89 e Maimônides</p><p>afirmavam que as hipóteses astronômicas deveriam ser interpretadas apenas</p><p>como instrumentos de predição. Com raras exceções90, essa opinião parece ter</p><p>amplamente predominado até a época de Copérnico.</p><p>Por volta do século 16, entretanto, tentou-se seriamente adotar uma</p><p>atitude mais consistente em relação às ciências naturais. Nicolau de Cusa e Luiz</p><p>Coronel argumentavam, ambos, que tanto a física como a astronomia deveriam</p><p>ser interpretadas instrumentalmente. Para eles, o objetivo de todas as ciências</p><p>deveria ser apparentias salvare. A questão, no entanto, só veio a adquirir</p><p>importância no contexto da astronomia copernicana. Surgia aqui um sistema,</p><p>sob vários aspectos, superior ao de Ptolomeu, que, interpretado de maneira</p><p>realista, entraria em conflito, não apenas com a física peripatética, mas também</p><p>87 Os principais estudos de Duhem sobre o instrumentalismo na Idade Média são o</p><p>seu artigo de 1908 e o volume 6 do seu Le système du monde 1954. (198).</p><p>88 “Les Arabes semblent donc avoir unanimement admis cet axiome: Les</p><p>hypothèses astronomiques doivent être conformes à la nature des choses célestes”</p><p>(Duhem 1908, p. 286).</p><p>89 Ver Ardley 1950.</p><p>90 Entre as exceções, é necessário mencionar Bernard de Verdun e Francesco</p><p>Capuano, os quais sustentavam que as hipóteses de Ptolomeu eram descrições</p><p>verdadeiras da realidade porque as suas predições correspondiam muito bem à evidência</p><p>observacional. (Ver Duhem 1908 e Blake 1960.).</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 35</p><p>com as idéias intuitivas de todos os que refletiam na época e, ao mesmo tempo,</p><p>com a cosmologia das Escrituras. Como se sabe, o próprio Copérnico era</p><p>realista (embora não necessariamente essencialista) com respeito ao sistema</p><p>heliocêntrico, embora quem lesse, em nossos dias, o seu De revolutionibus (1543)</p><p>pudesse pensar o contrário ao examinar o prefácio manifestamente</p><p>instrumentalista que Osiander acrescentou anonimamente a essa obra91. Quase</p><p>todos os primeiros copernicanos foram, como assinala Blake, realistas em</p><p>relação à interpretação das hipóteses astronômicas: “tinham a firme convicção</p><p>de que Copérnico havia, pela primeira vez, descoberto a ordem e o sistema</p><p>objetivamente verdadeiros dos céus”92. Kepler foi um dos mais inabaláveis</p><p>convictos de que a física e a astronomia devem ser homogêneas; isso não</p><p>significava apenas que ambas deveriam ser interpretadas numa perspectiva</p><p>realista; implicava também na necessidade de abandonar a divisão clássica entre</p><p>physica terrestris e physica coelestis93.</p><p>A controvérsia entre realistas e instrumentalistas atingiu o seu ponto alto</p><p>(embora certamente não tenha terminado aí) no célebre conflito entre Galileu e</p><p>o Cardeal Roberto Bellarmino. Mais ainda do que Kepler, Galileu estava</p><p>disposto a interpretar o sistema heliocêntrico como uma descrição, cuja verdade</p><p>seria demonstrável, de um estado de coisas real. Recusava-se até a conceder que se</p><p>tratava de uma hipótese94 e, menos ainda, de uma hipótese falsa, tendo essa</p><p>91 Para um exame das opiniões de Osiander, Copérnico e Rheticus (aluno de</p><p>Copérnico) acerca dessa questão e outras afins, ver Blake 1960; Birkenmajor 1965;</p><p>Grant 1962; Giacon 1943 e 1946; Greenwood 1944; Ingarden 1954; Lincoln 1957;</p><p>Nelson 1962; Ravetz 1965 e Rosen 1940 e 1959.</p><p>92 Blake 1960, p. 37.</p><p>93 As posições de Kepler sobre a filosofia da ciência e a metodologia foram</p><p>investigadas por Blake 1960; Cassirer 1911; Holton 1956; Hooykaas 1939; Kasper 1928;</p><p>Nádor 1954; Prantl 1875, e Schmidt 1903. Cassirer 1953, p. 81, atribui a Kepler o</p><p>mérito de ter tido “a primeira definição realmente precisa da significação e função das</p><p>hipóteses científicas”.</p><p>94 É bem verdade que, no prefácio do seu Dois sistemas do mundo e em algumas outras</p><p>passagens, Galileu escreve como se a teoria copernicana fosse apenas uma hipótese.</p><p>Apesar disso, contudo, não há a menor dúvida de que essas concessões aparentes não</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 36</p><p>defesa obstinada da realidade do sistema copernicano levado ao seu julgamento.</p><p>Esse confronto famoso foi objeto, juntamente com as suas fundações</p><p>conceituais, de diversas exposições, os historiadores encontrando muita</p><p>dificuldade em deixarem de tomar partido na questão. Assim é que Duhem, por</p><p>exemplo, embora admitindo que Galileu possuía sólidas razões científicas,</p><p>insiste em que Bellarmino tinha uma noção do método científico e das</p><p>pretensões da ciência à verdade mais clara do que Galileu95. Ora, a objetividade</p><p>de Duhem é um tanto suspeita nesse caso, pois, além de católico fervoroso, era,</p><p>ao mesmo tempo, instrumentalista declarado; não surpreende muito, portanto,</p><p>que simpatizasse mais com a posição de Bellarmino do que com a de Galileu96.</p><p>Os artigos recentes de Clavelin97 e de Dubarle98, ambos fornecendo uma</p><p>grande quantidade de evidência documentaria, são duas das melhores análises</p><p>dessa questão.</p><p>Existem, é claro, várias outras questões importantes relativas à teoria</p><p>galileana do método científico que foram amplamente discutidas na literatura.</p><p>Koyré99 sublinhou com insistência os elementos platônicos presentes no</p><p>pensamento de Galileu,</p><p>embora a identificação excessivamente simplificada que</p><p>esse autor estabelece entre ‘platonismo’ e ‘matematicismo’ escamoteie muitos</p><p>problemas. O recente trabalho de Geymonat, Galileo Galilei: a biography and</p><p>inquiry into his philosophy of science (1965) oferece um contrapeso eficiente ao</p><p>tratamento de Koyré100. Deve-se mencionar, finalmente, que as origens</p><p>passavam de estratagemas que dissimulavam apenas superficialmente o seu</p><p>comprometimento irrestrito com a verdade da posição heliocêntrica.</p><p>95 Duhem escreve: “...la Logique était du parti d’Osiander, de Bellarmin et d’Urbain</p><p>VIII, et non du parti de Kepler et de Galilée” (Duhem 1908, p. 588).</p><p>96 Ver Agassi 1957.</p><p>97 Clavelin 1964.</p><p>98 Durbale 1965.</p><p>99 Koyré 1939. Cf. também Koyré 1943a, 1943b, 1955a e 1960b.</p><p>100 Sobre a filosofia geral da ciência de Galileu, ver também Campo 1942: Cassirer</p><p>1911, 1937c, 1943a, 1943b e 1947; Crombie 1955a, 1956, 1959a; DiLeo 1942;</p><p>Domincio 1874; Gibson 1964; Grontkowski 1964; Hesse 1964a; Lincoln 1957;</p><p>Morpugo-Tagliabue 1963; L. Müller 1895; Knight 1965; Námer 1964; Olschki 1927 e</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 37</p><p>históricas das idéias metodológicas de Galileu também foram objeto de muitos</p><p>estudos101.</p><p>AS TEORIAS DO MÉTODO DE BACON A NEWTON</p><p>O debate acerca das pretensões da astronomia à verdade, embora</p><p>extremamente importante por si mesmo, nada mais foi do que um prelúdio a</p><p>uma discussão de bases muito mais amplas que rapidamente viria a surgir, sobre</p><p>problemas metacientíficos gerais. Em parte em virtude da emergência das novas</p><p>ciências, em parte por força da maior abertura filosófica que se seguiu ao</p><p>eclipse da filosofia peripatética, os autores do século 17 se voltaram para os</p><p>problemas do método e da explicação científicos com uma intensidade e um</p><p>vigor sem precedentes.</p><p>A primeira grande figura desse período foi Francis Bacon, caridosamente</p><p>chamado por Rostand de “un éloquent théoricien de l’expérience mais [un]</p><p>expérimentateur médiocre”102. As fantasias que cercam a reputação de Bacon</p><p>são tão curiosas quanto o próprio personagem. Por mais de 200 anos, foi</p><p>considerado o fundador da ciência experimental moderna, o pai da filosofia</p><p>moderna e o iniciador do método indutivo. Seu nome foi constantemente</p><p>associado ao de Newton, dizendo-se que havia revolucionado a filosofia da</p><p>ciência da mesma maneira como Newton, mais tarde, transformaria a física.</p><p>Tendo sido tão estreitamente ligado à filosofia indutiva, era inevitável que a</p><p>1943; Persico 1941; de Portu 1904; Prantl 1875; Riehl 1893; Romao 1944; Severi 1939;</p><p>Taylor 1938; Teske 1965; Valdarnini 1897; Wieser 1919 e Wolandt 1964. Consultar</p><p>também os vários artigos sobre o método galileano publicados na coletânea organizada</p><p>por McMullin: Galileo: man of science (1968) e na coletânea: Galilée: aspects de sa vie et de son</p><p>oeuvre. (1968). (77, 141).</p><p>101 A respeito do background da metodologia de Galileu, além das obras já</p><p>mencionadas na seção anterior, ver o controvertido trabalho de Strong: Procedures and</p><p>metaphysics (1936) e Wiener 1936.</p><p>102 Rostand em Leclercq 1960, p. 11. Fundamentalmente, Rostand parece partilhar</p><p>da opinião de Voltaire (expressa nas suas Lettres philosophiques, 1734), para o qual Bacon</p><p>foi “le père de la philosophie expérimentale”.</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Larry Laudan 38</p><p>reputação de Bacon esmaecesse quando o indutivismo deu lugar ao hipotético-</p><p>dedutivismo. Visto que a história das idéias se altera fatalmente pelas modas e</p><p>preferências de cada época, Bacon raramente recebeu um tratamento simpático</p><p>no nosso século, exceto por parte daqueles que, como M.B. Hesse, encontram</p><p>na sua obra tendências hipotético-dedutivas. Via de regra, porém, os atuais</p><p>historiadores do método tendem a tratar Bacon como um indutivista sem</p><p>interesse e um tanto ingênuo103, aceitando, assim, a opinião de Koyré, segundo</p><p>a qual não passa de “une plaisanterie”104 pensar que Bacon tenha alguma coisa</p><p>a ver com a ciência ou a filosofia modernas. Não obstante a baixa cotação atual</p><p>de Bacon nos esquemas correntes entre os especialistas filosóficos, seria um</p><p>erro dar a impressão de que inúmeros aspectos da sua teoria do método foram</p><p>imerecidamente descuidados; bem ao contrário, há provavelmente mais estudos</p><p>consagrados a Bacon do que a qualquer outra figura na história da filosofia da</p><p>ciência105. Mesmo assim, ainda permanece um enigma o modo exato como ele</p><p>103 Uma exceção a essa tendência recente é representada por Spiller, que ainda vê</p><p>Bacon como “o fundador da metodologia científica” (Spiller 1921, p. 2). Ver também a</p><p>duvidosa observação de Salmon que afirma que “foi Bacon o primeiro a perceber</p><p>claramente que o método científico moderno contém uma lógica fundamentalmente</p><p>diferente da de Aristóteles” (Salmon 1967, p. 2). Examine-se ainda a afirmação similar</p><p>de Harré: “Pode-se descobrir no Novum organum [sic] de Bacon a primeira tentativa de</p><p>invenção de um método mediante o qual uma [teoria científica] poderia ser estabelecida</p><p>experimentalmente” (Harré 1964, p. 72).</p><p>104 Koyré 1939, vol. 1, p. 6, nota. Huxley foi ainda mais cáustico sobre esse ponto:</p><p>“Afirmo veementemente que, dentre os incontáveis jargões hipócritas que povoam o</p><p>mundo, não há, na minha opinião, nenhum tão desprezível quanto a conversa fiada</p><p>pseudocientífica que circula sobre a ‘filosofia baconiana’” (T.H. Huxley, Lectures and</p><p>essays, Londres 1908, p. 46).</p><p>105 No que se refere aos trabalhos sobre a metodologia de Bacon, ver Adam 1890;</p><p>Anderson 1948; Barnes 1924; Biéchy 1855; Blunt 1904; Boas 1963; Broad 1926a e</p><p>1926b. Cajori 1925; M. Cohen 1949; Cresson 1956; Dorner 1867; Ducasse 1951a;</p><p>Farrington 1953 e 1964; Fischer 1857; Fonsegrive 1897; Frost 1927; Furlani 1920; Harig</p><p>1957; Hesse 1964; Heussler 1889; Hochberg 1953; Hoppus 1827; Hossfeld 1957;</p><p>Lalande 1899 e 1929; Kotarbinski 1935; Laudan 1966; Liebig 1863; Macintosh 1965; de</p><p>Maistre 1836; McRae 1957 e 1961; Napier 1818; Nichol 1889; Primack 1963 e 1967;</p><p>Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul.-dez. 2000.</p><p>Teorias do Método Científico de Platão a Mach 39</p><p>abordou vários problemas. As formas, por exemplo, que ele esperava descobrir</p><p>por indução, eram leis ou definições? As relações quantitativas poderiam ser</p><p>tratadas mediante as Tabelas de Apresentação de Bacon? Bacon entendia pelos</p><p>seus instantiae crucis o mesmo que entendemos por experimentos cruciais?</p><p>Finalmente, e é talvez a pergunta mais importante, em que medida Bacon era</p><p>capaz de admitir que as hipóteses e conjeturas ocupam um lugar importante na</p><p>investigação científica?</p><p>Ainda mais desconcertantes do que essas questões textuais são os</p><p>problemas históricos referentes ao papel de Bacon na história da metodologia,</p><p>tanto em termos daquilo que deveu a seus predecessores quanto no sentido da</p><p>influência que exerceu sobre os que o sucederam. No Novum organum, Bacon</p><p>afirma que a sua teoria da ciência é nova e revolucionária e alguns historiadores</p><p>parecem ter simplesmente endossado as suas palavras. No entanto, boa parte da</p><p>obra parece derivar de Aristóteles106 e de precursores medievais e renascentistas</p><p>de Bacon107.</p><p>O problema da sua influência é ainda mais complicado. O indutivismo e</p><p>o anti-hipoteticismo de Newton foram derivados de Bacon ou, ao contrário, De</p><p>Morgan108 está certo ao afirmar que é impossível que os escritos de Bacon</p><p>sobre o método possam ter influenciado Newton? As naturezas simples das</p><p>Regulae de Descartes baseavam-se nas naturezas simples do Novum organum109?</p><p>Os philosophes levam Bacon realmente a sério ou era mero tributo verbal a</p><p>Prior 1954; Rémusat 1858; M. Rossi 1935; P. Rossi 1957,</p>